PBL Caderno final
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PBL – Caderno final
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COORDENAÇAO DE EDUCAÇÃO.
PROJETO BÁSICO PARA TCC/PBL
Líder: Francimeire Antunes Almeida
PARTICIPANTES DA EQUIPE:
1- Danielle Castro Damascena Machado
2- Francimeire Antunes Almeida
3 -Sandra Sá Cruz
Orientadora: Professora: Marluce Amorim Filipe
TEMA: IDENTIFICAÇAO DO PROJETO
I. TÍTULO DO PROJETO
A importância da comunidade escolar na construção do Projeto Político
Pedagógico para garantir a eficiência e a organização no contexto escolar.
II. PROBLEMA
A ausência da comunidade escolar na elaboração e construção do Projeto
Político Pedagógico impedindo sua construção democrática prejudica sua eficiência
e os resultados da Escola?
III. HIPÓTESE
O envolvimento de toda a comunidade intra e extraescolar na construção do
Projeto Político Pedagógico influencia a eficiência das ações envolvidas de forma
democrática e coletiva, garantindo assim a qualidade e alcance das metas da
Escola.
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IV. JUSTIFICATIVA
Este artigo tem por objetivo refletir sobre a construção do Projeto Político
Pedagógico e sua função social na escola, produzido e elaborado de maneira
coletiva em que envolvam todos os atores e colaboradores da comunidade escolar.
Baseando-se numa construção participativa em que todos possam expor suas
opiniões, sendo ouvidas e tendo suas colocações e reivindicações respeitadas
democraticamente. O Projeto Político Pedagógico é um documento que simboliza
entre muitos significados, ser o mais importante da instituição, pois é nele que estão
contidas todas as ações que serão desenvolvidas pela mesma, sendo elaborado
com a devida participação de todos os seguimentos, possibilitando a busca da
identidade da escola, tendo a finalidade e o comprometimento de formar cidadãos
mais humanos, dotados de conhecimentos. O Projeto Politico Pedagógico em sua
totalidade é a referência necessária para haver uma organização do trabalho
pedagógico para uma real aprendizagem dos alunos.
Entendemos que a participação de todos proporciona melhor os
conhecimentos dos objetivos, das metas da escola, de sua estrutura organizacional,
de sua dinâmica, suas relações com a comunidade e propícia um clima de trabalho
favorável e maior aproximação entre professores, alunos e pais.
Nesse sentido o trabalho visa mostrar a eficácia de um Projeto Politico
Pedagógico construído de maneira sólida e com a participação de todos da
comunidade escolar, procura mostrar também o outro lado, quando um Projeto
Politico Pedagógico é elaborado de maneira fragmentada sem a participação dos
atores escolares. O Projeto Politico Pedagógico é construído e vivenciado em todos
os momentos, por todos os envolvidos com o processo educativo, contribuindo
assim para uma escola ativa e democrática.
Construir um Projeto Político Pedagógico busca uma reflexão sobre tudo que
é primordial processo educacional. Acredita-se que fazer uma análise dos
elementos que constituem a organização do projeto, fará com que o mesmo seja de
grande importância na construção da cidadania.
V. RESUMO
Atualmente discute-se muito sobre a importância da gestão democrática no processo de participação da comunidade frente aos projetos escolares. Nesse
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contexto, o foco principal deste trabalho é compreender a importância dos autores da comunidade escolar e sua influência no processo de construção do PPP para o alcance de resultados satisfatórios. Bem como os benefícios para a concretização de um ensino de qualidade e os elementos que fundamentam a participação da comunidade escolar para a Gestão Democrática. Ressalta-se principalmente a importância desses autores para a construção de uma proposta pedagógica que possibilite melhorias na aprendizagem para uma educação de qualidade. A partir de leituras e análise do contexto dos renomados teóricos referente ao processo ensino aprendizagem, observou-se como ocorre à construção e organização do PPP e a importância do envolvimento da comunidade para garantir um planejamento efetivo e alcançar melhores resultados. A metodologia utilizada foi à aprendizagem baseada em problemas (PBL) método que leva o pesquisador a resolver problemas, trata-se de uma pesquisa exploratória e bibliográfica de natureza qualitativa. Portanto nota-se que é imprescindível comunidade e escola estarem em sintonia para garantir a qualidade de ensino e isso se torna mais facilmente quando a escola possui uma gestão democrática. Palavras chave: Projeto Político Pedagógico. Gestão Democrática. Comunidade escolar, Qualidade de ensino.
VI. DESCRIÇÃO DO PROJETO.
As transformações que vem ocorrendo na sociedade brasileira nas últimas
décadas provocaram impactos significativos nas escolas e nas relações ensino
aprendizagem. Tais transformações exigem mudanças que permitem trazer
respostas rápidas e eficazes às demandas dos discentes que vivem em um
ambiente cada vez mais concorrido com a intensificação da imprevisibilidade no
mundo acadêmico e tecnológico. E nesse contexto surge a metodologia PBL
(Problem Based Learning) como uma ferramenta colaborativa na aquisição de
respostas necessárias para uma real transformação, com possibilidades de
resultados práticos das investigações.
A PBL é uma técnica de ensino que se chama “Aprendizagem Baseada em
Problemas”. Esse método tem como premissa básica o uso de problemas da vida
real para estimular o desenvolvimento conceitual, procedimental e atitudinal, tendo
como propósito tornar o aluno capaz de construir seu próprio aprendizado por
meios de propostas que o expõe a situações motivadoras e o prepara para o
mundo do trabalho. É um método inovador, contrapondo-se aos modelos didáticos
de ensino apoiados em perspectivas ditas tradicionais, em que o professor é o
centro do processo de transmissão de saberes para os alunos que apenas recebem
e memorizam o conhecimento transmitido.
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Tendo a PBL como objetivo principal na prática educativa o de criar
possibilidades ao educando de aprender e consequentemente se desenvolver pela
ampliação permanente da consciência como sujeito e cidadão.
A figura do orientador do projeto está descrita na PBL como um tutor, que
através de questionamentos ao trabalho, provoca o pensamento crítico e a busca
por soluções criativas. Nesse ponto, vemos o objetivo da PBL que é de desenvolver
múltiplas habilidades através do equilíbrio entre teoria e prática, o que produz como
resultado a integração do conhecimento.
A escolha dessa metodologia se deu por ser geradora de motivação e
criatividade para busca de soluções aos problemas concretos e também por
promover um desenvolvimento de raciocínio lógico e do autoconhecimento, como
também de um trabalho colaborativo e uma aprendizagem satisfatória.
VII. OBJETIVO GERAL:
Compreender a importância dos autores da comunidade escolar e sua
influência no processo de construção do Projeto Político Pedagógico para o alcance
de resultados satisfatórios
VIII. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
1. Analisar a importância da participação da comunidade escolar na
construção de um Projeto Político Pedagógico eficiente.
2. Descrever como ocorre a construção do Projeto Político Pedagógico na
escola e os benefícios para a concretização de um ensino de qualidade.
3. Identificar os elementos essenciais que fundamentam a participação da
comunidade escolar na construção do Projeto Político Pedagógico para uma gestão
democrática.
IX. METODOLOGIA DE AÇÃO
A metodologia utilizada para o desenvolvimento do presente trabalho é de
natureza qualitativa que de acordo com Minayo (2010, p.57), o método qualitativo
pode ser definido como:
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“... É o que se aplica ao estado de historia, das relações, das representações, das crenças, das percepções e das opiniões, produtos das interpretações que os humanos fazem a respeito de como vivem, constroem seus artefatos e a si mesmos, sentem e pensam. Embora já tenham sido usadas para estudos de aglomerados de grandes dimensões (IBGE, 1976; Parga Nina et.al 1985),as abordagens qualitativas se conformam melhor a investigações de grupos e seguimentos delimitados e focalizados, de historias sociais sob a ótica dos atores, de relações e para análises de discursos e de documentos.”
A partir da pesquisa utilizada pode-se afirmar que se deve buscar
compreender o fenômeno, onde será observado e analisado cuidadosamente e
quanto mais o pesquisador se apropria de detalhes do conteúdo, melhor se torna a
compreensão da experiência que foi compartilhada pelo sujeito.
Sendo assim, estes mecanismos favorecem o entendimento do problema: A
ausência da comunidade escolar na elaboração e construção do Projeto Político
Pedagógico impedindo sua construção democrática prejudica sua eficiência e os
resultados da escola?
Nessa perspectiva entendemos a importância da participação da
comunidade escolar na construção do PPP focando sempre na melhoria da prática
educativa, transformando ideias e concepções em movimentos de ações
importantes e fundamentais para um ensino democrático.
A abordagem desta pesquisa é de cunho bibliográfico, de caráter
exploratório, de natureza qualitativa, pois busca compreender e explicar a
relevância teórica para conseguir informações sobre o objeto de estudo. A
abordagem qualitativa tem a intenção de trazer respostas bastante particulares,
onde há uma preocupação com a realidade que não pode ou não deveria ser
qualificada. Esta abordagem também trabalha com o universo dos significados, os
motivos, crenças, atitudes e valores, onde os fenômenos que ocorrem dentro da
pesquisa qualitativa é parte de uma realidade social (MINAYO, 1992, p.22).
O foco desta pesquisa está direcionado para o envolvimento de toda a
comunidade intra e extraescolar na construção do Projeto Político Pedagógico,
influencia a eficiência das ações envolvidas de forma democrática e coletiva,
garantindo assim a qualidade e alcance das metas da escola.
Diante deste contexto, pode-se colocar que o objetivo geral desta pesquisa
foi: Compreender a importância dos autores da comunidade escolar e sua influência
no processo de construção do Projeto Político Pedagógico para o alcance de
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resultados satisfatórios e os objetivos específicos: Analisar a importância da
participação da comunidade escolar na construção de um Projeto Político
Pedagógico eficiente; Descrever como ocorre a construção do Projeto Político
Pedagógico na escola e os benefícios para a concretização de um ensino de
qualidade e identificar os elementos essenciais que fundamentam a participação da
comunidade escolar na construção do projeto político pedagógico para uma gestão
democrática.
Portanto, diante deste contexto a participação da comunidade escolar na
construção do PPP é de suma relevância, pois construir um projeto exige um
trabalho permanente, onde a participação de todos os envolvidos é fundamental
para que o mesmo traga mudanças e favoreça o alcance de uma educação
democrática e de qualidade.
Os instrumentos de pesquisa utilizados foram através de artigos
relacionados ao tema, leis, biblioteca virtual e livros.
1. A FAMÍLIA E SUA RELEVÂNCIA NO AMBIENTE ESCOLAR.
É no ambiente familiar que crianças, adolescentes e jovens recebem as
primeiras instruções básicas para uma vida em sociedade, de relacionamentos
psicossociais e de influências socioculturais, sendo a educação escolar um
fenômeno inseparável da construção dos sujeitos, integrante da vida social,
econômica, política e cultural.
Neste sentido a escola é compreendida como o espaço de comparação entre
conhecimentos sistematizados e os repassados no cotidiano dos alunos, sendo um
espaço, no qual se propõe a formação de indivíduos que compreendam
criticamente o contexto social em que estão inseridos, que encontrem sentido no
aprendizado, tenham acesso aos conteúdos necessários para uma boa formação e
acima de tudo, sejam capazes de uma inserção transformadora na sociedade.
Entretanto no meio educacional existe uma grande preocupação quanto à
participação dos pais na escola, seja por dificuldades pessoais, por interesse por
parte da instituição e notoriamente sabemos que a família representa o alicerce
para que o indivíduo construa uma boa estrutura social. Por isso, a participação da
família na construção das metas escolares é de suma importância para que de fato
os objetivos se concretizem na prática. Paro (2000, p.120) ressalta a importância
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da participação dos pais na escola, mas que fossem estabelecidos os motivos
dessa participação:
Uma dimensão importante da participação dos pais na escola ,seja integrando o conselho de escola ou a APMC, seja tomando parte de outras atividades, como o grupo de formação de pais, é da atenção que se deveria ter para com os motivos dessa participação, procurando saber qual o ponto de vista dos usuários a respeito.
É importante reiterar que conhecendo os procedimentos e caminhos a serem
percorridas pela instituição, muitas famílias percebem o quanto se faz indispensável
participar da vida escolar dos filhos. Muitos sentem receios quando são
“convocados”, pois é de conhecimento de todos que muitas escolas só chamam as
famílias quando há problemas ocasionados pelos alunos no ambiente escolar. Por
esse motivo, muitos pais acabam se afastando, percebendo a escola como um
lugar de resolução de conflitos, quando na realidade esse quadro poderia ser
alternado com convites constantes para a participação dos mesmos em todos os
eventos promovidos pela mesma, um local onde todos pudessem participar e ter
acesso, principalmente envolvendo tomadas de decisões referentes às
aprendizagens de seus filhos.
Entretanto a família se sente cada vez mais excluída do ambiente que está
contribuindo com a construção do desenvolvimento de seu (sua) filho (filha). Ainda
existem escolas que não se atentou para a importância da família como parte
fundamental no processo ensino aprendizagem, e infelizmente, às vezes, o próprio
espaço escolar contribui para esse distanciamento entre família/escola. Faz-se
necessário buscar esse interesse que está faltando. Paro (2000, p119) reforça que
é preciso atrair os pais a escola.
[...] a direção, a coordenação e vários professores acreditam na necessidade da participação e buscam atrair os pais para ela. O que se acredita é que a permanência desse clima e a concretização positiva da experiência com os pais e os servidores da escola criem uma cultura de participação que seja favorável a um processo escolar de maior qualidade e de proveito para os objetivos do ensino.
Sem dúvida, a integração da participação da família na escola contribui
significativamente para que a escola conheça as origens de seus alunos, suas
limitações, necessidades e seus sonhos. Escola e família trabalhando em parceria
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trará uma maior transparência das decisões, serão capazes de diminuir
especulações negativas, de reconhecer e avaliar qual o melhor procedimento a ser
tomado frente a problemas que envolvam os alunos, além de promoverem uma
redistribuição de responsabilidades, de ideias, porque juntas uma conhecerá as
dificuldades e limitações uma da outra.
A família deve se fazer sempre presente no espaço escolar, os pais sempre
estimulados a participar dos eventos, além de realizar acompanhamento dos
desempenhos de seus filhos, participando dos eventos, das atividades e rotina da
escola, são primordiais a participação da família e da comunidade na construção do
Projeto Político Pedagógico, para que haja a responsabilidade de todos no
processo educacional, que se adquira o sentimento de pertencimento dos pais com
a educação de seus filhos, rompendo de vez com o paradigma de que a escola é
responsabilidade apenas dos profissionais que atuam nela.
2. A CONSTRUÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO NA GESTÃO
DEMOCRÁTICA.
Com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDB
(9.394/96), o Projeto Político Pedagógico tornou-se obrigatório em todas as
instituições escolares. Sendo assim em seu artigo 12º, inciso I, “prevê que os
estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema
de ensino, terão a incumbência de elaborar e executar sua proposta pedagógica”,
onde são enfatizadas com clareza as ideias de que a escola não pode deixar de
refletir sobre a intencionalidade educativa, tornando-se prioritário em estudo e
discussão para um ensino democrático.
Entretanto, a elaboração do PPP deve ir além de seguir regras inseridas na
LDB, o projeto vai mais longe. Na legislação estão constituídos os meios de como
alcançar os objetivos para a construção do PPP e o direito de utiliza-lo a liberdade
que permite a comunidade escolar e todos os envolvidos às ações fundamentais
para que se construa um cidadão que se deseja alcançar. É relevante que a
construção do PPP esteja voltada a realidade do aluno, isto requer da comunidade
escolar uma organização interna, um planejamento de metas e construção de
estratégias para o ensino democrático.
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Em 1988 com a implantação da Constituição Federal ao incluir a gestão
democrática da educação como demanda dos movimentos sociais, garantiu novas
formas de organização do sistema, com o objetivo de universalização do ensino. A
Constituição de 1988 garantiu o principio da: Gestão democrática do ensino público,
na forma da lei (art. 206, inciso VI). Desde então a democratização da gestão
escolar tem procurado buscar autonomia em todas as instâncias do âmbito escolar
e a criação de mecanismos para a participação da sociedade. A gestão
democrática está ligada a organização de ações que possibilite a participação de
tomada de decisões nas questões que envolvam a escola e a política educacional.
De acordo com PARO “a democracia, enquanto valor universal e prática de
colaboração recíproca em grupos e pessoas é um processo globalizante que,
tendencialmente, deve envolver cada indivíduo, na plenitude de sua personalidade”
(PARO 2004, p.49).
A escola ocupa um espaço social e democrático e precisa tornar possível
uma gestão democrática, visando à participação de toda a comunidade escolar de
forma direta e efetiva na elaboração do planejamento de suas ações pedagógicas.
É na escola que acontece o planejamento, a idealização, a análise do seu projeto
educativo. Nesse contexto, o PPP é utilizado como instrumento de planejamento,
cuja importância está além de uma perspectiva de eficiência, alcançando o nível de
um ensino democrático, pois o projeto possibilita a participação de toda a
comunidade escolar com responsabilidade igualitária.
Vale ressaltar que o projeto deve ser elaborado, implantado e colocado em
prática. Pois, é importante que tal documento preveja os aspectos relativos aos
valores que se deseja implantar, ao currículo e a organização de uma forma geral,
relacionando a teoria com a prática pedagógica, é primordial traçar metas que
condizem com a realidade da comunidade escolar e que sejam possibilitadas suas
execuções, para que não se torne um documento engavetado e a ideia que passa é
que o projeto só foi elaborado por conta de questões burocráticas.
Diante do que foi exposto, o PPP representa um planejamento de todas as
ações desenvolvidas pela comunidade escolar, através dele que a escola
estabelecerá suas concepções, metodologias e sua história. Portanto é
fundamental o envolvimento da comunidade para que se alcance melhores
resultados na aprendizagem.
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A família é o primeiro grupo com o qual o indivíduo convive e no que diz
respeito à educação, se as famílias demonstrarem curiosidade em relação o que
acontece em sala de aula e reforçarem a importância do que está sendo aprendido,
estarão dando uma grande contribuição para o sucesso de uma aprendizagem
satisfatória de seus filhos.
Sendo assim, a escola por si só, não alcançará seus objetivos se a mesma
não estiver em parceria com aqueles que a cercam, e assim, será possível que
exista falha durante o objetivo que se busca alcançar.
Atualmente, a participação da comunidade nas ações da escola torna-se
algo de grande importância, pois a escola reflete várias extensões a cerca do que
ocorre fora da instituição, dessa forma não há como não haver uma relação entre
as instituições educacionais e a comunidade onde as mesmas estão inseridas. Bem
diferente da escola do passado, onde se fazia autônoma referente aos processos
educacionais, nos dias atuais fica difícil conduzir as práticas pedagógicas sem o
apoio e a participação de todos da comunidade que formam um meio social
específico.
É notório que os fatores ligados aos fatos que acontecem na comunidade
extraescolar exercem uma influência direta no cotidiano da escola, principalmente
fatos que estão ligados às questões da sociedade moderna, como o avanço das
tecnologias, o bullying e a violência cada vez mais frequente nas escolas que
podemos considerar como alguns dos fatores com maior número de ocorrências.
A partir do momento em que a escola, principalmente a gestão têm
consciência desses fatos, percebe-se uma imediata relação mútua entre a
comunidade e escola, pois dessa maneira a busca de soluções para possíveis
problemas será mais fácil, tendo em vista que haverá uma parceria entre os
mesmos, e assim poderão ter um melhor ensino que não fique definido apenas nas
escolas, mas onde a sociedade poderá contribuir de forma positiva, colocando-se à
disposição da educação e procurando garantir juntamente com a escola a
construção da cidadania através dos processos educacionais.
É importante que a comunidade tenha conhecimento da importância de seu
papel na educação, pois é preciso deixar de lado as antigas convicções de que os
processos educativos são deveres da escola e que deve desempenhar sozinha e
sem uma participação mais ampla. O envolvimento da comunidade se dá de várias
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formas, afinal a escola desempenha diversas funções no âmbito escolar, logo a
comunidade tem muitas oportunidades de exercer um papel atuante e
transformador, principalmente para a melhoria do ensino e aprendizagem. PARO
afirma:
Se, todavia, concebemos a comunidade – para cujos interesses a educação escolar deve voltar-se – como real substrato de um processo de democratização das relações na escola, parece-me absurda a proposição de uma gestão democrática que não suponha a comunidade como sua parte integrante (PARO 2000, p. 15).
É perceptível a importância que tem a comunidade na escola até mesmo
quando se fala em gestão democrática, pois sem a participação dela, o conceito de
democratização da gestão fica comprometido. Logo se deve constantemente
buscar envolver o espaço escolar e espaço comunitário, tornando-os principais
atores no desenvolvimento da educação para que se construa um projeto eficiente
que se efetive de forma positiva buscando alcançar resultados satisfatórios.
Nesse sentido, outro importante documento deve fazer-se presente no
cotidiano da organização, elaboração e concretização dos afazeres pedagógicos: O
Currículo Escolar, que se torna imprescindível numa gestão democrática, pois todos
os acontecimentos relacionados ao aluno afetam diretamente seu desempenho
escolar, suas atitudes e comportamentos. Desse modo o currículo deve contemplar
os alunos, compondo uma metodologia de construção que envolva todos os
membros da comunidade escolar, funcionários, agremiações, conselhos escolares,
alunos, professores e pais, pois segundo Veiga (1995 p. 52).
Currículo é uma construção social do conhecimento, pressupondo a sistematização dos meios para que esta construção se efetive, a transmissão de conhecimentos historicamente produzidos e as formas de assimilá-los, portanto uma produção, transmissão e assimilação são processos que compõem uma metodologia de construção coletiva do conhecimento escolar, ou seja, o currículo propriamente dito. Neste sentido refere-se à organização do conhecimento escolar.
O currículo, antes de tudo, deve ser visto como um “instrumento de
integração” no qual o indivíduo seja contemplado integralmente e não de maneira
fragmentada, é importante que haja interação interdisciplinar entre os diferentes
componentes curriculares, cabendo a escola realizar sua flexibilização, bem como o
processo de construção coletiva que atenda à demanda, pois só assim o currículo
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ultrapassará os muros escolares na busca das parcerias necessárias para a
formação integral do indivíduo apto para o exercício consciente da cidadania.
É fundamental que a construção do currículo contemple ao aluno a liberdade
de expressão, oportunizando ao mesmo expressar suas opiniões, que seja aberto
para as colaborações positivas, tanto quanto as correções negativas, para que a
escola possa suprir suas carências com o olhar de quem nela atua, pois assim será
construído socialmente entre os grupos que pode determinar ou reforçar as
desigualdades sociais e consequentemente o fracasso escolar. Contudo, é
fundamental que a construção e implementação do mesmo sejam um processo que
viabilize significativamente a construção do conhecimento e atenda às
necessidades e a demanda encontrada no ensino, uma vez que isso é
imprescindível para que ocorra o sucesso escolar, caracterizado como um processo
de ensino-aprendizagem qualitativo.
Nas palavras de Veiga (2002) o currículo é um ponto essencial da estrutura
educacional e faz parte do Projeto Político Pedagógico (PPP) da instituição de
ensino. Dessa forma o mesmo deve ser raciocinado e refletido pelos indivíduos que
em sua interação possuem um objetivo em comum. Sendo assim a estrutura do
currículo é fundamentada principalmente no PPP de cada âmbito escolar, levando
em consideração os fundamentos básicos para sua elaboração e organização.
3. PRINCÍPIOS NORTEADORES DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO.
Sabemos que a escola emerge como uma instituição fundamental para a
formação do indivíduo como também para a evolução da sociedade e para a
humanidade historicamente construída, possuindo, no entanto objetivos e metas,
empregando e reelaborando os conhecimentos socialmente produzidos.
Os projetos políticos pedagógicos continuam trabalhando com um currículo
fragmentado, não conseguindo construir com os educandos, educadores e
comunidade, um caminho adequado, para a percepção das Inter - relações que
permeiam a complexidade da realidade. Trabalhar em harmonia a formação
profissional dentro das questões sociais, ambientais, econômicas, políticas e
culturais, se consolidou como um desafio para as escolas.
Sendo assim a escola precisa ter seus objetivos bem definidos, com sua
proposta pedagógica pautada em princípios democráticos, pois o Projeto Político
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Pedagógico é um documento que descreve a finalidade da mesma, possibilitando a
reflexão e a discussão do cotidiano democraticamente.
A gestão democrática na esfera educacional é uma política que vem sendo
estudada por um longo período, inserida e garantida na Lei de Diretrizes e Bases
da Educação (LDB) n° 9.394/96, dentro dos seus princípios, estes princípios
precisam ser percebidos e analisados de forma interligada, por serem
independentes, são assim conceituados:
Democratização do acesso e da permanência com sucesso do aluno na
escola, pois um número considerável de alunos que ingressam na escola não tem
conseguido nela permanecer, daí a importância de assegurar no projeto político
pedagógico o sucesso da aprendizagem de todos os alunos na escola.
Gestão democrática à medida que a relação escola/comunidade fica mais
estreita aumenta a participação de todos os segmentos nas decisões da escola e a
gestão torna-se de fato democrática. Ela é entendida como, o envolvimento de
todos no trabalho escolar, ou seja, todos participam das definições dos seus rumos.
Valorização dos profissionais da educação: é outro princípio importante, pois
o Projeto Político Pedagógico precisa reconhecer que a qualidade de ensino está
intimamente relacionada à valorização do magistério, na defesa de uma adequada
formação dos seus profissionais de educação. Segundo Veiga (1995) a qualidade
da educação está relacionada à formação inicial e continuada, condições de
trabalho e remuneração dos profissionais do magistério.
A formação continuada é um direito de todos os profissionais que trabalham na escola, uma vez que não só ela possibilita a progressão funcional baseada na titulação, na qualificação e na competência dos profissionais, mas também propicia, fundamentalmente, o desenvolvimento profissional dos professores articulado com as escolas e seus projetos. (VEIGA, 1995, p. 20).
Nesse sentido, compreende-se que esta formação é elemento essencial ao
processo de implementação do Projeto Político Pedagógico como organizador da
prática pedagógica de qualidade, sem limitar-se apenas a conteúdos curriculares,
estendendo à discussão sobre o que diz respeito à escola e a sociedade,
consequentemente um ensino de qualidade satisfatória.
Qualidade de ensino para todas as escolas: Está diretamente relacionado
com o princípio da autonomia, uma vez que a mesma precisa assegurar um padrão
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mínimo de qualidade para todo o sistema educacional.
Organização Curricular: Este princípio está relacionado à qualidade do
ensino, em suma é o que a escola deseja adotar, visando assegurar uma
aprendizagem voltada para as necessidades e o sucesso dos alunos.
Relação comunidade e a escola: este é o principal princípio para a
construção do projeto político pedagógico democrático, uma vez que a participação
da comunidade é de suma importância para o sucesso desta ação, pois juntos com
o gestor irão planejar quando necessário, executar e avaliar tais ações dentro do
âmbito escolar. Há à necessidade de atrair a comunidade escolar para se tornar
presente na instituição e mais ainda fazer com que seja rotineira essa participação.
Autonomia, este princípio tem a capacidade de governar-se, e dirigir-se,
dentro de certos limites, definidas pela legislação e pelos órgãos do sistema
educacional. A ideia de autonomia está ligada à concepção emancipadora da
educação. Afirma Veiga:
A ideia de autonomia está ligada à concepção emancipadora da educação. Para ser autônoma, a escola não pode depender dos órgãos centrais e intermediários que definem a política da qual ela não passa de mera executora. Ela concebe seu próprio projeto político-pedagógico e tem autonomia para executá-lo e avaliá-lo ao assumir uma nova atitude de liderança, no sentido de refletir sobre as finalidades sociopolíticas e culturais da escola (VEIGA, 1995, p. 24).
Estes princípios estão todos inter-relacionados, alunos que contam com a
participação da família na escola apresentam melhor rendimento e menor taxa de
evasão. Escolas que se articulam com a comunidade, geralmente oferecem e
garantem uma melhor qualidade de educação aos seus alunos, pois trabalham em
cima das necessidades detectadas dos mesmos. A busca da gestão democrática
inclui, necessariamente, a ampla participação dos representantes dos diferentes
segmentos da escola nas decisões e ações administrativo-pedagógicas ali
desenvolvidas. Nas palavras de Marques:
A participação ampla assegura a transparência das decisões, fortalece as pressões para que sejam elas legítimas, garante o controle sobre os acordos estabelecidos e, sobretudo, contribui para que sejam contempladas questões que de outra forma não estariam em cogitação. (1990, p.21)
Percebe-se que a gestão democrática, no interior de uma escola não é um
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princípio fácil de ser consolidado, pois se trata da participação crítica na construção
do Projeto Politico Pedagógico na sua gestão em particular.
Já a integração família/comunidade/escola por sua vez, será sempre em
decorrência de uma gestão democrática, ou seja, através da abertura e do
incentivo, proporcionados pela direção com finalidade da participação dos vários
segmentos da comunidade e da vida escolar. Na medida em que a escola se
democratiza, coloca em discussão com a comunidade o que vem sendo realizado,
disso resulta certa autonomia principalmente para as ações pedagógicas.
Veiga acrescenta, ainda, que: “A importância desses princípios está em
garantir sua operacionalização nas estruturas escolares, pois uma coisa é estar no
papel, na legislação, na proposta, no currículo, e outra é estar ocorrendo na
dinâmica interna da escola, no real, no concreto” (1991, p. 82).
Portanto, uma escola em que seus rumos são construídos e decididos
democraticamente é considerada eficiente, uma vez que todos têm a oportunidade
de opinar, questionar, exigir, contribuir e compartilhar nas decisões das mesmas,
seus erros e acertos serão responsabilidade de todos, não haverá culpados e sim
um público compromissado na qualidade e melhoria da educação transmitida aos
seus filhos, o que os torna mais responsáveis a escola e família fortalecidos por um
vínculo maior à educação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante das pesquisas realizadas no decorrer deste artigo com o objetivo de
compreender a importância da participação da família e comunidade escolar na
construção do Projeto Político Pedagógico para garantir a eficiência na qualidade
de ensino, a pesquisa procurou mostrar a relevância dessa temática sendo
efetivada no processo educacional. Através de leituras de artigos e livros que
retratam essa temática, entende-se como a base teórica que o PPP construído sem
que tenha a participação desses autores será um documento fragmentado, uma vez
que construído com a participação de todos será mais fácil concretizá-lo.
O Projeto Político-Pedagógico da escola é um documento de suma
importância que representa a própria identidade da instituição. Portanto, é essencial
que o mesmo seja elaborado e implementado de forma democrática, com a
participação conjunta dos diversos protagonistas da comunidade escolar. Dessa
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forma, as atualizações, mudanças e reorganizações devem ser contínuas, geradas
a partir da avaliação e reflexão da realidade e contexto em que está inserido.
Desse modo a perspectiva e argumentação dos autores referenciados, o
PPP baseando-se em princípios democráticos configura-se como um instrumento
de intervenção no processo de aprendizagem, ferramenta norteadora das ações
educativas que definem objetivos e metas a serem alcançadas, representando
ideias e intenções dos sujeitos que integram o cotidiano escolar, propiciando a
conquista de uma educação de qualidade para todos.
Neste sentido, percebe-se que o Projeto Político Pedagógico deve ser
pensado diariamente, precisa ser flexível e passível a mudanças, uma vez que sua
construção se dá em todos os momentos da vida escolar. Para isso, é necessário e
fundamental que haja a participação, a colaboração e o envolvimento da família e
de todos os autores da comunidade escolar, visto que é imprescindível para
estabelecer relações entre os aspectos legais, educacionais, conhecimento,
realidade, práticas e teorias. Assim, permite que todos os envolvidos tenham
consciência do que a escola é hoje, o que norteia e o que se pretende alcançar.
Ainda que, não haja como determinar ou prever quais aprendizagens e como elas
serão absorvidas pelos alunos, porém é possível a escola explicitar as suas
intencionalidades, direcionar, estimular, projetar metas e objetivos que poderão
atingir contribuir e priorizar com propostas democráticas significativas, pensando na
eficiência do processo educativo e de ensino aprendizagem de qualidade que
esteja voltado para a maioria das pessoas.
Logo, compreende-se o PPP como um documento resultante de decisões
coletivas que identificam a escola, ele deve ser a base, orientação e
acompanhamento para o desenvolvimento do trabalho pedagógico, precisa estar
alinhado aos interesses e compromissos sociais, educacionais, valorizando o
professor, os alunos, sua comunidade, proporcionando uma educação democrática,
participativa e uma aprendizagem significativa, a partir do cidadão que se propõe
formar.
Portanto esta pesquisa contribuirá de forma significativa tanto na vida
pessoal como profissional dos membros desta equipe, uma vez que as mesmas
assumiram uma postura de investigadoras referente à importância da família e
comunidade no espaço escolar, a partir da produção de conhecimentos que
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permitiram uma articulação entre o pensamento popular e a pesquisa bibliográfica
confirmada com elementos teóricos. Com a certeza de que a busca por
confirmação da hipótese levantada durante a realização da mesma, trouxe para a
equipe uma maior discussão e engajamentos por confirmações de resultados e isso
as fizeram crescer mentalmente, pois há uma grande possibilidade dos
conhecimentos adquiridos serem concretizados em suas vidas profissionais.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm Acesso em 22/04/2020. BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso 22/04/2020. MARQUES, Mário Osório. “Projeto pedagógico: A marca da escola”. In: Revista Educação e Contexto. Projeto pedagógico e identidade da escola. 18 Ijuí, Unijuí, ab./jun. 1990. MINAYO, M.C. de S. (2010). O desafio do conhecimento: Pesquisa Qualitativa em Saúde. (12ª edição). São Paulo: Hucitec- Abrasco. PARO. Vitor Henrique. Qualidade do Ensino: A contribuição dos pais. São Paulo: Xamã, 2000. PARO. Vitor Henrique. Gestão democrática da escola pública: ed. São Paulo: Ática 2004. VEIGA, I. P. A.; CARDOSO, M. H. (Orgs.). Escola Fundamental: currículo e ensino. Campinas, SP: Papirus, 1991. VEIGA, I. P. A. Projeto político pedagógico da escola, uma construção possível. 15 ed. Campinas, SP: Papirus, 1995. VEIGA. Ilma Passos Alencastro. (org) Projeto político pedagógico da escola: uma construção possível. 14 ed. Papirus, 2002.