Parte i - A Contabildiade e o Usuario Da Contabildiade

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PARTE I A CONTABILIDADE E O USURIO DA CONTABILIDADE

1. A CONTABILIDADE E O CONTADOR O que seria Contabilidade? A Contabilidade um dos conhecimentos mais antigos da humanidade e no surgiu em funo de qualquer tipo de legislao fiscal ou societria. Seu surgimento devido necessidade prtica do prprio gestor do patrimnio, normalmente seu proprietrio, preocupado em elaborar um instrumento que lhe permitisse, dentre outros benefcios, conhecer, controlar, medir os resultados, obter informaes sobre produtos mais rentveis, poder fixar preos e analisar a evoluo de seu patrimnio. Para conseguir estes resultados o gestor passou a criar rudimentos de escriturao que viessem a atender a tais necessidades. Uma tira bastante interessante dos procedimentos mais rudimentares para controlar seus bens, est relacionada aos pastores que acumulavam pedras que correspondiam ao numero de animais que possuam. Tomemos como exemplo um pastor de ovelhas, onde toda manh quando elas saiam para pastar, ele ia colocando num buraco ou local seguro uma pedra correspondente a cada ovelha que saa e quando voltavam da pastagem, ele retirava as pedrinhas uma a uma para corresponder a cada animal que retornasse. Se sobrasse alguma pedra, porque tinha faltado ovelha e ele ento voltava para procurar. Este mtodo tambm serviria para verificar a quantidade de animais, em relao ao aumento por novas crias.

2. ESTUDO E CONTROLE DO PATRIMNIO 2.1. Estudo e Controle do Patrimnio A Contabilidade a cincia que tem por objetivo o estudo e controle do Patrimnio das Entidades Administrativas. Ela cumpre sua funo mediante o registro e demonstrao expositiva, bem como a interpretao dos fatos nela ocorridos. Contabilidade a cincia que estuda, registra e controla o patrimnio e as mutaes que nele operam os atos e fatos administrativos, demonstrando no final de cada exerccio social o resultado obtido e a situao econmico-financeira da entidade. Conforme a doutrina oficial brasileira - organizada pelo Conselho Federal de Contabilidade, a contabilidade faz parte das cincias sociais, da mesma forma que a economia e a administrao. A finalidade destas demonstraes ser para oferecer informaes ao usurio, sobre a sua composio e suas variaes, bem como sobre os resultados econmicos decorrentes da gesto da riqueza patrimonial, oferecendo subsdios para a tomada de deciso. Inicialmente, a finalidade da Contabilidade seria para utilizao como instrumento que permitisse recordar facilmente as variaes sucessivas de determinadas grandezas na linha do tempo, para que em qualquer momento pudesse saber a sua dimenso. Esta funo perdeu-se a partir do momento que se tornou obrigatrio para o empresrio ter conhecimento de em tempo real dos valores transacionados na empresa para serem utilizados como uma fonte de informaes na medida em que pode facultar a qualquer momento o conhecimento da situao da empresa e o andamento dos seus negcios. 2.2. Tcnica de Gesto A contabilidade tambm considerada uma tcnica de gesto, que tem como finalidade principal a determinao da situao patrimonial das empresas e dos seus resultados.

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Hoje a empresa no se interessa apenas com o registro histrico dos fatos patrimoniais. A maior defesa do empresrio, na gesto moderna a previso do futuro. A contabilidade no deve ser vista apenas como um elemento que simplesmente recolha e interprete dados histricos, mas como uma tcnica eficiente de gesto. A gesto moderna no deve se limitar simplesmente a conhecer o passado e o presente da entidade. Pois fatores relevantes como concorrentes diretos, fornecedores, logstica, por exemplo, torna necessrio, cada vez mais, conhecer e prever o futuro, a fim de estabelecer diretrizes para efetuar o melhor planejamento mediante uma seleo prvia das diversas alternativas possveis. Para isso so necessrios elementos de diversos tipos que fundamentem essas escolhas. Os dados fornecidos pela contabilidade constituem um importante auxiliar no fornecimento destes elementos de tomada de deciso. Estabelecido os objetivos e formulado o planejamento, h ainda a necessidade de estabelecer formas de controlar a gesto, sendo a contabilidade um importante auxiliar no fornecimento dos elementos indispensveis a esse controle.

3. A CONTABILIDADE NA HISTRIA 3.1. Histria da Contabilidade em Relao ao Tempo Se observarmos na linha do tempo, veremos que a histria da Contabilidade to antiga, quanto histria da prpria humanidade, aparecendo at em passagens Bblicas. Seu surgimento devido necessidade de convivncia do homem em sociedade, a partir do momento em que o homem tambm tem necessidade de controlar seus bens e sua riqueza. A Contabilidade est diretamente ligada necessidade social, servindo como instrumento de controle e proteo das posses, com finalidade de perpetuao e interpretao de fatos ocorridos com os bens possudos e as transaes em relao a estes bens. No decorrer da histria da humanidade, o homem foi abandonando a caa, voltando-se para a organizao da agricultura e pastoreio, onde foi obrigado a ter certo controle sobre suas posses. Como o homem passou a se agregar em comunidade, tendo como finalidade principal sua proteo, o direito sobre o uso do solo acarretou em certa individualidade em relao propriedade, surgindo divises e o senso de propriedade, criando cada pessoa sua riqueza individual. O pensamento do futuro levou o homem aos primeiros registros com a finalidade de conhecer as possibilidades de uso, de consumo, de produo, dentre outros. Esta riqueza acumulada no decorrer da vida, no se extinguia com a morte de seu proprietrio. Ao morrer, o legado deixado, passava como herana aos filhos ou parentes. Esta herana recebida dos pais denominou-se patrimnio. Esta uma variao do termo latim de pater ou patris, que era o mais elevado estatuto familiar (status familiae) na Roma Antiga, sempre uma posio masculina. O termo Latim e significa, literalmente, "pai da famlia". O termo patrimnio passou a ser utilizado para quaisquer valores, independentemente de ser ou no originado de herana. 3.2. Relao da Contabilidade com Prticas do Comrcio Observa-se ainda como origem da Contabilidade a necessidade de registros dos atos praticados no comrcio. Historicamente os primeiros registros de cidades comerciais apontam para os Fencios. A prtica do comrcio no era pratica exclusiva deste povo, sendo exercida nas principais cidades da Antiguidade. Com a complexidade das operaes econmicas, o controle se das operaes tem grandes melhoramentos. Como exemplo disto, temos As escritas governamentais da Repblica Romana, datando por volta de 200 a.C.. Nestas escrituraes j era possvel encontrar receitas de caixa que eram classificadas em classificadas como rendas e como lucros, As despesas eram encontradas nos itens como salrios, festejos, gastos. A igreja tambm foi um grande precursor das bases da contabilidade. No perodo medieval, surgiram diversas inovaes na contabilidade que foram introduzidas por governos locais e pela prpria igreja devido ao grande crescimento de seus bens e das propriedades. Mas somente na Itlia que surge o termo Contabilit e esse o primeiro pas a fazer restries prtica da Contabilidade por um indivduo qualquer.

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LOPES DE S, em seu Dicionrio de Contabilidade ensina que a historia da contabilidade se divide em 5 eras, a saber: 1 - Era emprica da contabilidade (8.000 AC/1202 DC); 2 - Era da sistematizao contbil (1202/1494) - escolas de baco 3 - Era da literatura contbil (1494/1840) O mtodo das partidas dobradas - frei Luca Pacioli; 4 - Era da contabilidade cientfica (1840/ 1950) 5 - Era do perodo filosfico (1950/....) 4. EVOLUO DA CINCIA CONTBIL Contabilidade no Mundo Antigo - perodo que se inicia com as primeiras civilizaes e vai at 1202 da Era Crist, quando apareceu o Liber Abaci , da autoria Leonardo Fibonaci, o Pisano. Contabilidade no Mundo Medieval - perodo que vai de 1202 da Era Crist at 1494, quando apareceu o Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidade por Partidas Dobradas) de Frei Luca Paciolo, publicado em 1494, enfatizando que teoria contbil do dbito e do crdito corresponde teoria dos nmeros positivos e negativos, obra que contribuiu para inserir a contabilidade entre os ramos do conhecimento humano. Contabilidade no Mundo Moderno - perodo que vai de 1494 at 1840, com o aparecimento da Obra "La Contabilit Applicatta alle Amministrazioni Private e Pubbliche", da autoria de Franscesco Villa, premiada pelo governo da ustria. Obra marcante na histria da Contabilidade. Contabilidade no Mundo Cientfico - perodo que se inicia em 1840 e continua at os dias de hoje. 4.1. Perodo Antigo A contabilidade emprica, que foi praticada pelo homem antigo, j tinha como objeto principal o controle do Patrimnio, que era representado pelos rebanhos e outros bens nos seus aspectos quantitativos de sua riqueza, sendo os primeiros registros contbeis feitos de forma rudimentar, geralmente na memria do homem, que devido grande dificuldade de controle, logo encontrou formas mais eficientes de processar os seus registros, com a utilizao de gravaes e outros mtodos alternativos para manter por mais tempo o arquivo destes registros para consultas e comparaes. A contagem era o mtodo usualmente adotado para o controle dos bens Neste caso, o inventrio exercia um importante papel, no controle de bens, que eram classificados segundo sua natureza: rebanhos diversos, metais, escravos, etc. A palavra "Conta" designa o agrupamento de itens da mesma espcie. So aceitos como primeiros escritos contbeis alguns registros encontrados em escavaes que datam do trmino da Era da Pedra Polida, momento em que o homem passou a registrar os seus primeiros desenhos e gravaes. Este um fato histrico, podendo a ttulo de interpretao, ser considerado como outro momento o incio de registros contbeis. Os primeiros controles eram estabelecidos pelos templos que acumulavam grandes riquezas e necessitavam ter um acompanhamento dos valores que transacionava, este fato perdurou por vrios sculos. A contabilidade foi criada em uma poca em que ainda no existia a escrita. Sabemos que em determinados perodos era usada a tcnica das fichas de barro, couro, papiro e depois de muita evoluo a tcnica contista para a marcao do eventos que eram controlados. Os sumrios e babilnicos, assim como os assrios, faziam os seus registros em peas de argila, retangulares ou ovais, ficando famosas as pequenas tbuas de Uruk com inscries cuneiformes, usadas para representar o controle patrimonial, estas peas mediam aproximadamente 2,5 a 4,5 centmetros, tendo faces ligeiramente convexas. Os registros combinavam o figurativo com o numrico. Por exemplo, gravava-se a cara do animal cuja existncia se queria controlar e o numero correspondente s cabeas existentes (tratava-se de uma forma rudimentar de inventrio).

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Tbuas de Uruk Com Inscries Cuneiformes Para realizar o controle nessas placas, desenhava-se na placa o tipo de bem que se estava controlando, e depois para cada unidade desse bem se atribua um furo na argila. Por exemplo, se tivssemos um rebanho com 5 cabras, desenhava-se a cabra ou a cabea do animal em um canto da placa de argila, e eram feitos 5 furos na placa, correspondendo cada furo a um animal do rebanho. Embora bastante rudimentar estes registros, assemelhava-se muito em sua forma ao que processado atualmente. O nome da conta, "Matrizes", por exemplo, substituiu a figura gravada, enquanto o aspecto numrico se tornou mais qualificado, com o acrscimo do valor monetrio ao quantitativo. Esta evoluo permitiu que, paralelamente "Aplicao" do controle, se pudesse demonstrar, tambm, a sua "Origem" deste controle. Na cidade de Ur, na Caldia, onde viveu Abrao, personagem bblico citado no livro de Gnesis, foram encontrados em escavaes, importantes documentos contbeis: tabela de escrita cuneiforme, onde esto registradas contas referentes mo-de-obra e materiais, que indicam um controle de Custos Diretos. Percebe-se que, h 5.000 anos antes de Cristo, o homem j considerava fundamental apurar os seus custos. 4.2. Contabilidade nos Tempos da Bblia At mesmo na Bblia encontramos relatos interessantes sobre controles contbeis, conforme relatado em Lucas captulo 16, versculos 1 a 7; em Gnesis captulo 41 versculo 49; em J captulo 1, versculo 3 e captulo 42, versculo 12; em 1 Reis captulo 4 versculos 22 26 e captulo 10 versculos 14 17, em Mateus captulo 18 versculo 23 27. Estas so algumas passagens onde pode ser observada a contabilidade como mtodo de mensurao e controle de bens. Passagens Bblicas citadas no texto: Lucas captulo 16, versculos 1 a 7 O negociante esperto (...) 1 E dizia tambm aos seus discpulos: Havia um certo homem rico, o qual tinha um mordomo; e este foi acusado perante ele de dissipar os seus bens. 2 E ele, chamando-o, disse-lhe: Que isso que ouo de ti? Presta contas da tua mordomia, porque j no poders ser mais meu mordomo. 3 E o mordomo disse consigo: Que farei, pois que o meu senhor me tira a mordomia? Cavar no posso; de mendigar tenho vergonha. 4 Eu sei o que hei de fazer, para que, quando for desapossado da mordomia, me recebam em suas casas. 5 E, chamando a si cada um dos devedores do seu senhor, disse ao primeiro: Quanto deves ao meu senhor? 6 E ele respondeu: Cem medidas de azeite. E disse-lhe: Toma a tua conta e, assentando-te j, escreve cinqenta. 7 Disse depois a outro: E tu quanto deves? E ele respondeu: Cem alqueires de trigo. E disse-lhe:

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Toma a tua conta e escreve oitenta. (...) Gnesis captulo 41 versculo 49: O sonho de Fara (...) 49 Assim, ajuntou Jos muitssimo trigo, como a areia do mar, at que cessou de contar, porquanto no havia numerao. (...) J captulo 1, versculo 3 e captulo 42, versculo 12 Captulo 1 O carcter e a riqueza de Job (...) 3 E era o seu gado sete mil ovelhas, e trs mil camelos, e quinhentas juntas de bois, e quinhentas jumentas; era tambm muitssima a gente ao seu servio, de maneira que este homem era maior do que todos os do Oriente. (...) Capitulo 42 Deus Restaura a prosperidade de Job (...) 12 E, assim, abenoou o SENHOR o ltimo estado de J, mais do que o primeiro; porque teve catorze mil ovelhas, e seis mil camelos, e mil juntas de bois, e mil jumentas. (...) 1 Reis captulo 4 versculos 22 26 e captulo 10 versculos 14 17 Captulo 4 Os oficiais e governadores de Salomo (...) 22 Era, pois, o provimento de Salomo, cada dia, trinta coros de flor de farinha e sessenta coros de farinha; 23 dez vacas gordas, e vinte vacas de pasto, e cem carneiros, afora os veados, e as cabras monteses, e os coros, e as aves cevadas. 24 Porque dominava sobre tudo quanto havia da banda de c do rio Eufrates, de Tifsa at Gaza, sobre todos os reis da banda de c do rio; e tinha paz de todas as bandas em roda dele. 25 Jud e Israel habitavam seguros, cada um debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira, desde D at Berseba, todos os dias de Salomo. 26 Tinha tambm Salomo quarenta mil estrebarias de cavalos para os seus carros e doze mil cavaleiros. (...) Capitulo 10

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O esplendor de Salomo (...) 14 E era o peso do ouro que se trazia a Salomo cada ano seiscentos e sessenta e seis talentos de ouro, 15 alm do dos negociantes, e do contrato dos especieiros, e de todos os reis da Arbia, e dos governadores da mesma terra. 16 Tambm o rei Salomo fez duzentos paveses de ouro batido; seiscentos siclos de ouro mandou pesar para cada pavs; 17 fez tambm trezentos escudos de ouro batido; trs arrteis de ouro mandou pesar para cada escudo; e o rei os ps na casa do bosque do Lbano. (...) Mateus captulo 18 versculo 23 27 A ilustrao do servo sem misericrdia (...) 23 Por isso, o Reino dos cus pode comparar-se a um certo rei que quis fazer contas com os seus servos; 24 e, comeando a fazer contas, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil talentos. 25 E, no tendo ele com que pagar, o seu senhor mandou que ele, e sua mulher, e seus filhos fossem vendidos, com tudo quanto tinha, para que a dvida se lhe pagasse. 26 Ento, aquele servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor, s generoso para comigo, e tudo te pagarei. 27 Ento, o senhor daquele servo, movido de ntima compaixo, soltou-o e perdoou-lhe a dvida. (...) 4.3. Contabilidade no Perodo Medieval Estudavam-se, nesta poca, tcnicas matemticas, pesos e medidas, cmbio, entre outros assuntos, tornando o homem mais evoludo em conhecimentos comerciais e financeiros. Na Itlia, em 1202, foi publicado o livro "Liber Abaci", de Leonardo Pisano, tambm conhecido como Fibonacci. No Liber Abaci, Fibonacci apresenta o chamado modus Indorum (mtodo dos hindus), hoje conhecido como algarismos arbicos (Sigler 2003; Grimm 1973). O livro defendia a numerao com os dgitos 0-9 e a notao posicional, esclarecendo o sistema de posio rabe dos nmeros, incluindo o nmero zero. O livro mostrou a importncia prtica do novo sistema numeral, aplicando-o contabilidade comercial, converso de pesos e medidas, o clculo de juros, taxas de cmbio e outras aplicaes. O livro foi bem recebido em toda Europa educada e teve um impacto profundo no pensamento europeu. Esse elegante sistema de sinais numricos, em breve, substituiria o no mais oportuno sistema de algarismos romanos. Os sumrios e os babilnicos, com o desenvolvimento da escrita cuneiforme contriburam grandemente como o inicio dos registros contbeis. A escrita cuneiforme, grande realizao sumeriana, usada pelos srios, hebreus e persas, surgiu ligada s necessidades de contabilizao dos templos. Era uma escrita ideogrfica, na qual o objeto representado expressava uma idia. Os sumrios e, mais tarde os babilnicos e os assrios, que falavam acadiano fizeram uso extensivo da escrita cuneiforme. Mais tarde, os sacerdotes e escribas comearam a utilizar uma escrita convencional, que no tinha nenhuma relao com o objeto representado. Os Egpcios representaram um papel de extrema importncia para essa primeira evoluo da contabilidade, pois, asseguram-se, que foram os primeiros povos a utilizar um valor monetrio em seus registros. As escrituraes eram feitas em papiros, e o sistema contbil tornava-se dinmico com registros dirios. Os escribas representam os primeiros contadores. Eram encarregados de registrar nas folhas de papiro, os movimentos da produo agrcola, armazenamento da produo, cobrana de impostos e taxas entre outras movimentaes. Podemos dizer que era o surgimento do Livro Contbil. Os escribas eram fiscalizados pelo

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Fisco Real o que tornava os escriturrios mais srios e zelosos no exerccio de sua profisso. Outro grande avano dos Egpcios foi em relao a analise do patrimnio e na distribuio das despesas por centros de aplicao. Por volta de 2000 a.C., os livros e documentos comerciais eram obrigatrios, mostrando nfase no aspecto econmico. No decorrer do tempo os egpcios que utilizavam figuras e smbolos para demonstrar a escriturao de seu patrimnio, passaram a utilizar sinais grficos, diminuindo assim, substancialmente o tempo para elaborao de registros administrativos, que se tornaram cada vez mais volumosos. Os Gregos evoluram a forma de contabilizar dos Egpcios, em 2000 a.C. j havia apurao do saldo com a confrontao de contas de Custos e Receitas e estenderam a escriturao contbil para a administrao pblica e bancria. No Perodo Medieval, que foi denominada como Era Tcnica devido s grandes invenes, houve o aperfeioamento e o crescimento da contabilidade, por causa do advento do capitalismo, juntamente, neste perodo, iniciava-se o trabalho assalariado, tornando a contabilidade mais complexa, onde surge pela primeira vez a conta Capital. Nessa poca havia de maneira rudimentar as figuras do Dbito e o Crdito. O mtodo das Partidas Dobradas teve origem na Itlia, surgindo como conseqncia e necessidade da Contabilidade de Custos. Nessa mesma regio surgia uma das principais, talvez a principal, escola de contabilidade, sendo esta a Escola Italiana, que ser abordada no segundo tpico desse artigo. A obra de Frei Luca Pacioli, denominada "Summa de Arithmetica, Geometrica, Proportioni et Proportionalit" era um tratado matemtico que inclua uma seo denominada "Tratactus de Computis et Scripturis" (Contabilidade por Partidas Dobradas). Nessa seo, Luca Pacioli apresenta o sistema de escriturao por partidas dobradas e o raciocnio dos lanamentos contbeis, tendo como base os dbitos e os crditos. O Principio das partidas dobradas um mtodo, segundo o qual, todo lanamento a crdito em uma conta, faz com que surja outra conta com a mesma importncia a dbito. Historicamente, Pacioli considerado o pai da Contabilidade, e muitos atribuem a ele a criao do mtodo das Partidas Dobradas. Porm esta no a realidade histrica dos fatos, viso que o mtodo da Partidas Dobradas j era utilizado na Itlia, principalmente em Toscana, desde o Sculo XIV.

FREI LUCA PACIOLI escreveu: Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidade por Partidas Dobradas), publicado em 1494. O quadro acima "Ritratto di Luca Pacioli", de Jacopo de' Barbari, atualmente no acervo do Museo di Capodimonte, em Npoles, na Itlia. Frade, matemtico e professor de aritmtica comercial italiano nascido em Sansepolcro, que escreveu (1487) e publicou (1494) Summa de arithmetica, geometrica, proportioni et proportionalita, a primeira e revolucionria obra sobre lgebra publicada na Europa. Filho de Bartolomeo Pacioli, foi criado pela famlia Befolci, em Sansepolcro. Discpulo de Piero della Francesca teve forte influncia deste mestre. Ainda jovem mudou-se para Veneza, onde empregou-se no comrcio de Antonio Rompiansi e tornou-se tutor dos filhos do patro, enquanto ampliava seus conhecimentos de matemtica com Domenico Bragadino. Assim, ao mesmo

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tempo, ganhou experincia como comerciante, professor, tutor e matemtico e escreveu seu primeiro trabalho em matemtica, que dedicou ao seu patro, em agradecimento ao apoio deste em suas atividades de estudante e pesquisador (1470). Logo depois Rompiansi morreu e ele deixou Veneza e foi para Roma, onde trabalhou temporariamente para o secretrio papal, Leone Battista Alberti. Alm de religioso, Alberti era um excelente professor de matemtica e durante a convivncia convenceu-o a estudar teologia, chegando a lev-lo para a Ordem Franciscana. Tambm trabalhou para Federico da Montefeltro, duque de Urbino, e desistindo da vida monstica (1477) comeou uma vida errante durante a qual escreveu outros trabalhos e ensinou matemtica em vrias universidades, particularmente aritmtica, dentro e fora da hoje Itlia, entre elas na Universidade de Perugia (1477-1480), Zara, hoje na Crocia, novamente Perugia, Npoles e Roma (1487-1489). Depois de Roma voltou para Sansepolcro, onde manteve-se em atividades e saa para trabalhos temporrios em outras localidades. L escreveu sua principal obra, Summa de arithmetica, geometria, proportioni et proportionalita, que ele dedicou a Guidobaldo, duque de Urbino, e publicou em Veneza (1494). Depois manteve contatos com Leonardo da Vinci e foi nomeado professor de geometria na Universidade de Pisa, em Florena (1500-1506). Deixou Florena, e voltou a Veneza onde publicou os trs volumes de Divina proportione (1509). Retornou para ensinar em Perugia (1510) e depois para Roma (1514). Com a sade abalada, retornou para Sansepolcro, onde morreu (1517) deixando pronto mas no publicado o que seria seu maior trabalho: De viribus amanuensis. no qual contou com a participao de Leonardo da Vinci.

4.4. Perodo Moderno O perodo moderno foi a fase da pr-cincia. Devem ser citados trs eventos importantes que ocorreram neste perodo: em 1453, os turcos tomam Constantinopla, o que fez com que grandes sbios bizantinos emigrassem, principalmente para Itlia; em 1492, descoberta a Amrica e, em 1500, o Brasil, o que representava um enorme potencial de riquezas para alguns pases europeus; em 1517, ocorreu a reforma religiosa; os protestantes, perseguidos na Europa, emigram para as Amricas, onde se radicaram e iniciaram nova vida. A Contabilidade tornou-se uma necessidade para se estabelecer o controle das inmeras riquezas que o Novo Mundo representava. A introduo da tcnica contbil nos negcios privados foi uma contribuio de comerciantes italianos do sc. XIII. Os emprstimos a empresas comerciais e os investimentos em dinheiro determinaram o desenvolvimento de escritas especiais que refletissem os interesses dos credores e investidores e, ao mesmo tempo, fossem teis aos comerciantes, em suas relaes com os consumidores e os empregados. O aparecimento da obra de Frei Luca Pacioli, contemporneo de Leonardo da Vinci, que viveu na Toscana, no sculo XV, marca o incio da fase moderna da Contabilidade. 4.5. Perodo Cientfico Nessa poca, na Itlia, a Contabilidade j chegara universidade e a Contabilidade comeou a ser lecionada juntamente com a aula de comrcio da corte, em 1809. O Perodo Cientfico apresenta, nos seus primrdios, dois grandes autores consagrados: Francesco Villa, escritor milans, contabilista pblico, que, com sua obra "La Contabilit Applicatta alle administrazioni Private e Plubbliche", inicia a nova fase; e Fbio Bsta, escritor veneziano. 4.5.1. Escolas do Pensamento Contbil Os estudos envolvendo a Contabilidade fizeram surgir trs escolas do pensamento contbil: a primeira, chefiada por Francisco Villa, foi a Escola Lombarda; a segunda, a Escola Toscana, chefiada por Giusepe Cerboni; e a terceira, a Escola Veneziana, por Fbio Besta. 4.5.1.1. Primeira Escola Escola Lombarda chefiada por Francisco Villa A Escola Lombarda, tambm chamada de Escola Administrativa, surgiu em 1840, com a publicao do livro La contabilit applicata alle amministrazioni private e pubbliche, de Francesco Villa, que era o principal representante desta escola de contabilidade, junto com Antonio Tonzig. O principal interesse da Escola Lombarda era o estudo da administrao das empresas. Com isto, a Contabilidade deixou de ser apenas escriturao, passando tambm a controlar a gesto das empresas. No

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se limitando somente s cifras, passando a abranger tambm idias e operaes mais abstratas. Uma grande inovao desta escola foi a avaliao de ativos permanentes por preos correntes. 4.5.1.2. Segunda Escola - Escola Toscana, chefiada por Giusepe Cerboni Giuseppe Cerboni distinguiu-se principalmente em 1873, atravs de sua tese Primi Saggi de Logismografia, que foi enviada para a o XI congresso de cientistas em Roma. Cerboni partiu do raciocnio que tudo o que ocorre na empresa, motiva direitos e obrigaes. Por esta razo, os personalistas definem o patrimnio como um conjunto de direitos e obrigaes. Cerboni tinha convico que as contas se referiam sempre a fatos que se ligavam s pessoas e como tal, deveriam ser estudados. Considerou-se como indicao que cada conta com direitos e obrigaes, estabelecendo uma doutrina de responsabilidade pessoal entre as pessoas que participam da administrao econmica da administrao das aziendas. 4.5.1.3. Terceira Escola - Escola Veneziana, chefiada por Fbio Bsta Em 1880, quando da abertura do ano acadmico 1880-1881, apresentou a cincia contbil como aquela que trazia como objeto de estudo o controle econmico das aziendas, dividindo este em trs funes a saber: controle antecedente, controle concomitante e controle subseqente. Um dos grandes pontos de divergncias entre as escolas de Besta e Cerboni era quanto delimitao do patrimnio aziendal. Como j dito, para Cerboni o patrimnio no era apenas os Bens, somando-se a estes os Direitos e as Obrigaes; para Besta, o patrimnio o agregado de valores atribuveis aos bens, negando o conjunto de direitos e obrigaes. As idias de Besta, apesar de seus seguidores, dentre eles Vittorio Alfieri, Pietro Rigobon, Francesco de Gobbis, Vincenzo Vianelo, Pietro DAlvise e o mais importante de todos, Carlo Ghidiglia, no encontraram grandes repercusses na Itlia, bero de todas suas argumentaes, nem em outros pases. 4.5.1.4. Escola Norte-Americana As escolas norte-americanas floresceram devido s suas teorias e prticas contbeis, favorecidas devido a uma ampla estrutura econmica e poltica e tambm pela pesquisa e trabalho srio dos rgos associativos. O surgimento do American Institut of Certield Public Accountants teve extrema importncia no desenvolvimento da Contabilidade e dos princpios contbeis hoje aceitos; diversas associaes e entidades empreenderam esforos e grandes somas em pesquisas nos Estados Unidos, com grande integrao entre acadmicos e profissionais da Contabilidade, fato que no se verificava nas escolas europias, onde as universidades foram decrescendo em nvel e em importncia. A causa principal do estabelecimento das teorias e prticas contbeis devido criao de grandes empresas, como as multinacionais ou transnacionais, por exemplo, com grandes capitais, diversos acionistas, passaram a requerer uma correta interpretao das informaes, por qualquer dos acionistas ou outro interessado, em qualquer parte do mundo. Comparao das Escolas Europia e Americana

Algumas razes da Queda da Escola Europia (especialmente italiana) 1. Excessivo Culto Personalidade: grandes mestres e pensadores da Contabilidade ganharam tanta notoriedade que passaram a ser vistos como orculos da verdade Contbil.

Algumas razes da Ascenso da Escola Norte-Americana 1. nfase ao Usurio da Informao Contbil: a Contabilidade apresentada como algo til para a tomada de decises, evitando-se endeusar demasiadamente a Contabilidade; atender os usurios o grande objetivo. 2. nfase Contabilidade Aplicada: principalmente Contabilidade Gerencial. Ao contrrio dos europeus, no havia uma preocupao com a teoria das contas, ou querer provar que a Contabilidade uma cincia.

2. nfase a uma Contabilidade Terica: as mentes privilegiadas produziam trabalhos excessivamente tericos, apenas pelo gosto de serem tericos, difundindo-se idias com pouca aplicao prtica.

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3. Pouca Importncia Auditoria: principalmente na legislao italiana, o grau de confiabilidade e a importncia da auditagem no eram enfatizados.

3. Bastante Importncia Auditoria: como herana dos ingleses e transparncia para os investidores das Sociedades Annimas (e outros usurios) nos relatrios contbeis, a auditoria muito enfatizada. 4. Universidades em busca de qualidade: grandes quantias para as pesquisas no campo contbil, o professor em dedicao exclusiva, o aluno em perodo integral valorizaram o ensino nos Estados Unidos.

4. Queda do nvel das principais faculdades: principalmente as faculdades italianas, superpovoadas de alunos.

FONTE: IUDICBUS, Srgio de, MARION, Jos Carlos. Introduo teoria da contabilidade. So Paulo: Atlas, 1999, p. 36

4.6. A Contabilidade no Brasil A Contabilidade no Brasil historicamente iniciada na poca colonial e vem ao decorrer dos anos evoluindo burocrtica e cientificamente. Sob novas normas, cdigos no procedimento contbil, e mudanas desde a Escola Politcnica do Rio de Janeiro, em 1890 at as Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Cincias Contbeis institudo em 2004. A Influncia das escolas do pensamento contbil no Brasil tem enorme influncia da escola Italiana. Com a vinda da Famlia Real Portuguesa incrementou a atividade colonial, exigindo devido ao aumento dos gastos pblicos e tambm da renda nos Estados um melhor aparato fiscal. Para tanto, constituiu-se o Errio Rgio ou o Tesouro Nacional e Pblico, juntamente com o Banco do Brasil. Embora j existissem formas de Contabilidade no Brasil, a primeira manifestao oficial data de 1808, com a vinda da Famlia Real ao Brasil. Dom Joo VI publicou um alvar que obrigava a adoo do mtodo das partidas dobradas. Para que o mtodo de escriturao e frmulas de contabilidade de minha real fazenda no fique arbitrrio maneira de pensar de cada um dos contadores gerais, que sou servidor criar para o referido Errio: - ordeno que a escriturao seja mercantil por partidas dobradas, por ser a nica seguida por naes mais civilizadas, assim pela sua brevidade para o manejo de grandes somas, como por ser mais clara e que menos lugar d a erros e subterfgios, onde se esconde a malcia e a fraude dos prevaricadores. Para atender as determinaes do alvar, a contabilidade foi organizada pelo contador Alves Branco, no perodo de 1830 a 1840, com base no mtodo das partidas dobradas. Em 1964 o mtodo norte-americano, que apontava para a contabilidade mais pratica, assim a padronizando, com o apoio de varias associaes de classe contbil para discusso de padronizao e regulamentao contbil, com grande destaque para a doutrina italiana Patrimonialista, e norte-americana. Em 1770, surge a primeira regulamentao da profisso contbil no Brasil, quando Dom Jos, expede a carta de lei a todos os domnios. Nela, fica estabelecida a necessidade de matrcula de todos os guarda-livros na Junta do Comrcio, em livros especficos, ficando claro que a no incluso do profissional no referido livro o tornaria inapto a obter empregos pblicos, impedindo-o tambm de realizar escrituraes, contas ou laudos. A lei proibia que os escritrios das casas de negcios contratassem guarda-livros sem matrcula e ainda exigia que, na Contadoria Pblica, s fossem aceitos profissionais que tivessem cursado as aulas de comrcio. Desde aquela poca se podia verificar a ntima relao e a forte influncia da educao no mercado de trabalho, na medida em que a freqncia s aulas de comrcio garantia melhores condies e status profissional.

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Atualmente as funes do contabilista no se restringem meramente ao mbito fiscal, tornando-se, devido ao mercado complexo de economia, pea vital para empresas em relao ao oferecimento de informaes mais precisas possveis para tomada de decises. 5. SIMBOLOGIAS DA CONTABILIDADE 5.1. O Caduceu Smbolo da Cincia Contbil O Smbolo da Contabilidade representado por um basto entrelaado com duas serpentes, que na parte superior tem duas pequenas asas ou um elmo alado. Sua origem se explica racional e historicamente pela suposta interveno de Mercrio diante de duas serpentes que lutavam, as quais se enroscavam em seu basto. Os romanos utilizaram o caduceu como smbolo do equilbrio moral e da boa conduta; o basto expressa o poder; as duas serpentes, a sabedoria; as asas, a diligncia; o elmo emblemtico de pensamentos elevados. O caduceu na atualidade a insgnia do bispo catlico ucraniano. Do ponto de vista dos elementos, o caduceu representa sua integrao, correspondendo o basto terra, as asas, ao ar; as serpentes gua e ao fogo (movimento ondulante da onda e da chama). A antigidade do smbolo muito grande e encontra-se na ndia gravado nas lpides de pedra denominadas "nagakals", uma espcie de exvotos que aparecem entrada dos templos. Erich Zimmer deriva o caduceu da Mesopotmia, onde o v no desenho da taa sacrifical do rei Gudea de Lagash (2.600 a.C.). Apesar da longnqua data, o autor mencionado diz que o smbolo provavelmente anterior, considerando os mesopotmicos as duas serpentes entrelaadas como smbolo do Deus que cura as enfermidades, sentido que passou Grcia e aos emblemas de nossos dias. Do ponto de vista esotrico, a vara do caduceu corresponde ao eixo do mundo e suas serpentes aludem fora Kundalini que, segundo os ensinos tntricos, permanece adormecida e enroscada sobre si mesma na base da coluna vertebral (smbolo da faculdade evolutiva da energia pura). Segundo Schneider, os dois S formados pelas serpentes correspondem doena e convalescena. Em realidade, o que define a essncia do caduceu menos a natureza e o sentido de seus elementos que sua composio. A organizao por exata simetria bilateral, como a balana de Libra, ou na triunidade da herldica (escudo entre dois suportes) expressa sempre a mesma idia de equilbrio ativo, de foras adversrias que se contrapem para dar lugar a uma forma esttica e superior. No caduceu, este carter binrio equilibrado duplo: h serpentes e asas, pelo que ratifica esse estado supremo de fora e autodomnio (e, conseqentemente, de sade) no plano inferior (serpentes, instintos) e no superior (asas, esprito). A Antigidade, inclusive a grega, atribuiu poder mgico ao caduceu. H lendas que se referem transformao em ouro de tudo o que era tocado pelo caduceu de Mercrio (observe-se a antecipao que a associao dos nomes determina, com respeito alquimia) e a seu poder de atrair as almas dos mortos. Mesmo as trevas podiam ser convertidas em luz por virtude desse smbolo da fora suprema cedida a seu mensageiro pelo pai dos deuses.

Caduceu 5.2. Anel do Contabilista Pedra: Turmalina Rosa Clara, ladeada de Diamantes. Aro: De um lado, o Caduceu de Mercrio, que a insgnia do Deus do Comrcio (basto que representa o poder, com duas Serpentes entrelaadas, simbolizando a sabedoria; e o capacete com duas Asas que representam Atividade e Diligncia); do outro, as Tbuas da Lei, com a legenda "LEX". Essa escolha decorre da influncia do Direito sobre a Contabilidade, que foi muito grande nos sculos passados; sendo a pedra do advogado vermelha, a do Contador deveria ter a mesma colorao, em outra tonalidade, pois entendia-se a profisso mais atada ao ramo do conhecimento jurdico (at hoje as legislaes fiscal, previdenciria, trabalhista, comercial, civil e administrativa muito ocupam a ao profissional quotidiana

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e prtica dos Contabilistas). Essa hiptese relacionada com a prpria tbua da lei que se inseriu tambm como smbolo em nosso anel. S a partir das idias da doutrina contbil materialista que se entendeu que a Contabilidade e o Direito possuem, bem distintos, mtodos e finalidade de estudos, justificando, pois, tambm, simbologias distintas. O CFC, ao adotar como recomendvel o uso da pedra rosada para o anel, prendeu-se s origens, fato que se entende compatvel com o que simblico, pois, em realidade, as cores, as figuras, como associao de fatos, esto todas atadas a uma tradio. O importante era que se definisse a questo e isso foi feito pelo CFC com respeito tica e a uma histria muito prpria.Fonte: Conselho Federal de Contabilidade. Mensagem a um futuro contabilista. - 6.ed. - Brasilia: CFC, 2002.

5.2.1. A Simbologia do Anel de Grau Smbolos so lembranas de conceitos. Diz um antigo ditado que um smbolo vale mais que cem palavras. Nas profisses os anis representam os graus que conseguimos, ou seja, evidenciam que nos qualificamos em determinado campo do conhecimento. Como a aliana representa a constituio matrimonial, e os escudos representam as agremiaes ou entidades, da mesma forma, os anis so peas representativas, e enquanto "anis de grau", eles identificam as profisses que dependem de estudos. Atuando em uma das mais antigas profisses do mundo (a Contabilidade j era exercida na Sumria h quase 6.000 anos), o contabilista tambm criou o seu anel. No Brasil, ele vem desde o tempo dos "peritoscontadores" (h mais de 50 anos), e desde seu aparecimento possui as seguintes caractersticas:

a. estrutura em ouro; b. pedra principal cor de rosa forte (rubislite); c. ladeando a pedra principal, dois brilhantes, um em cada flanco; d. em uma lateral a tbua da lei em platina ou ouro branco; e. em outra lateral o caduceu estilizado em platina ou ouro branco.Todos esses componentes formam um agregado e possuem um significado, ou seja, eles so simblicos. As interpretaes variam, mas as que conhecemos e admitimos, passam a prevalecer. Em verdade tudo vem de uma tradio, de um costume, e no de um dever ou obrigao. Smbolos no so normas compulsrias, a no ser, quando integrantes de um complexo interpretativo como os idiomas e os teoremas. 5.3. Padroeiro dos Contabilistas O evangelista So Mateus, nascido em Cafarnaum, foi autor de Evangelho de Mateus, era arrendatrio de tributos assim sendo um contabilista da rea da contabilidade pblica em Cafarnaum. Ele escriturava e auditava e levava m fama pelo fato de ser um cobrador e arrecadador de tributos. Os cobradores eram conhecidos como publicanos e por este motivo no era bem visto pela sociedade, sendo considerado um pecador. O local onde se efetivava o pagamento dos tributos chamava-se telnio e onde tambm se trocava moeda estrangeira, portanto se tratava de um misto de casa de cmbio e de pagamento dos tributos. Dia 21 de setembro comemorado o Dia de So Mateus, Padroeiro dos Contabilistas.

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Orao em louvor a So Mateus:Orao a So Mateus So Mateus que deixastes a riqueza para seguir com entusiasmo o chamado do Mestre, fazendo da pobreza um hino de louvor a Jesus, intercedei por mim, que me encontro em aflio. Vs que ouvistes do Mestre as palavras: "No ajunteis para vs os tesouros da terra, a onde a traa e o caruncho os destroem, e onde os ladres arrombam e roubam, mas ajuntai para vs os tesouros dos cus!". Ensinai-me So Mateus o verdadeiro valor das coisas terrenas e no permiti que a ganncia e a soberba dirijam meus atos. Protegei o que meu e de minha famlia da ganncia e do alcance alheio, para que as minhas posses no lhes causem cobia nem ensejem atos ilcitos desvairados. Ensinai-me por fim, a ajuntar tesouros no cu e a servir a Deus e no ao dinheiro. Amm.

5.4. Datas Comemorativas da Classe - 12 de Janeiro - Dia do Empresrio Contbil - 25 de Abril - Dia do Contabilista - 22 de Setembro - Dia do Contador 6. Exerccios de fixao 1. O que podemos definir como fatos primordiais para o surgimento da conta Contabilidade? 2. Quantas e quais foram as escolas do pensamento contbil que contriburam para o desenvolvimento da Cincia Contbil na Itlia? 3. Quais fatos fizeram com que a Escola Norte Americana superasse a Escola Italiana no desenvolvimento do Pensamento Contbil? 4. Quais fatos permeiam o inicio da Contabilidade no Brasil? 5. Quais so as trs simbologias mais conhecidas da Contabilidade? 7. A CONTABILIDADE NA TOMADA DE DECISO A Contabilidade existir em qualquer lugar onde existam transaes econmicas a serem mensuradas para a obteno da medida do lucro e tambm do desempenho da organizao. Tem como objetivo ou principal preocupao produzir informaes adequadas para a tomada de deciso. Nos dias atuais, no mundo dos negcios existe uma freqente mudana e com ela surgem Contabilidade Estratgica, Oramentria, Ambiental, entre outras. Tambm observamos a Contabilidade Gerencial, tendo como variao a Controladoria. A Contabilidade est inserida em um grande dinamismo, passando por transformaes constantes. Neste ponto, existe a necessidade de atentar-se aos aspectos relevantes de uma organizao, que deve passar por questionamentos e troca das idias convencionais por atitudes cada vez mais prticas. O mercado busca administradores prticos, dinmicos e bem estruturados. Pois as fontes de decises muitas vezes so descentralizadas exigindo muito mais coerncia nas tomadas de decises. As mudanas nos sistemas e na estrutura empresarial fazem com que o profissional desta rea no seja um

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mero historiador passivo, sendo visto como um consultor, um analista e at mesmo um fornecedor de informaes acertadas para a correta tomada de decises. A Contabilidade at o advento da Controladoria tinha como finalidade principal, apenas a gerao de relatrios financeiros, que tm uso limitado, pois as informaes geradas eram feitas a partir de fatos j ocorridos. Com a sistematizao da Contabilidade em relao Controladoria, passou-se a fornecer informaes sobre a performance da empresa no mercado, tais como produtividade, liderana do produto, desenvolvimento de pessoal, entre outras, passando ento a Contabilidade, ser um participante importante nos resultados da empresa e impacto direto na sociedade. As novas responsabilidades assumidas pela Contabilidade podem ser conceituadas como o conjunto de princpios, procedimentos e mtodos oriundos das Cincias de Administrao, Economia, Psicologia, Estatstica e principalmente da Contabilidade, que se ocupam da Gesto Econmica das empresas, com o fim de orient-las para a eficcia. Nessa eficcia nos negcios cabe a Controladoria que um dos braos da Contabilidade Gerencial, propor e assegurar por meio de instrumentos capazes que iro controlar, informar, influenciar, de maneira ativa a eficincia das aes administrativas. A Contabilidade Gerencial lastreia-se na escriturao regular dos documentos legais bem como, outros fatos que influenciam o patrimnio empresarial. Dentre as ferramentas utilizadas pela contabilidade, para fins gerenciais, destacam-se, entre outros: Projeo do Fluxo de Caixa Anlise de Indicadores Clculo do Ponto de Equilbrio Determinao de Custos Padres Planejamento Tributrio Elaborao do Oramento e Controle Oramentrio 8. FUNO DO CONTADOR A principal funo do contador desenvolver e prover dados para mensurar a performance da empresa, avaliando sua posio financeira perante os impostos, contabilizando todo seu patrimnio, elaborando suas demonstraes, reconhecendo as receitas no momento em que so incorridos os gastos - este o chamado regime de competncia. O que diferencia as atividades financeiras das atividades contbeis prende-se no sentido da administrao financeira enfatizar o fluxo de caixa, que nada mais do que a entrada e sada de dinheiro, que demonstrar realmente a situao e capacidade financeira para satisfazer suas obrigaes e adquirir novos ativos classificados como bens ou direitos de curto ou longo prazo a fim de atingir as metas da empresa. J os contadores admitem a extrema importncia do fluxo de caixa, assim como o administrador financeiro se utiliza do regime de competncia, mas cada um tem formas diferentes de interpretar os dados, bem como diferentes maneiras de descrever a situao da empresa. 9. OBJETIVOS E FINALIDADES DA CONTABILIDADE A Contabilidade tem no patrimnio das empresas seu objeto de estudos. O foco principal revelar como se encontra e quais os fatores que proporcionaram mutaes neste patrimnio, fornecendo assim, informaes teis tomada de decises. Nos Estados Unidos, por exemplo, as informaes contbeis so produzidas principalmente para os pequenos e mdios investidores, enquanto que no Brasil, na maioria dos casos, so destinadas principalmente ao Fisco.

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Iudicibus leciona que: ... o estabelecimento dos objetivos da contabilidade pode ser feito na base de duas abordagens distintas: ou consideramos que o objetivo da contabilidade fornecer aos usurios, independentemente de sua natureza, um conjunto bsico de informaes que, presumivelmente, deveria atender igualmente bem a todos os tipos de usurios, ou a contabilidade deveria ser capaz e responsvel pela a apresentao de cadastros de informaes totalmente diferenciados, para cada tipo de usurio. A Contabilidade , objetivamente, um sistema de informao e avaliao destinado a prover seus usurios com demonstraes e anlises de natureza econmica, financeira, fsica e de produtividade, com relao entidade objeto de contabilizao. Compreende-se por sistema de informao um conjunto articulado de dados, tcnicas de acumulao, ajustes e edio de relatrios que venham a permitir: a) tratar as informaes de natureza repetitiva com o mximo possvel de relevncia e o mnimo de custo; b) ter condies, atravs da utilizao de informaes primrias constantes do arquivo bsico, juntamente com tcnicas derivadas da prpria Contabilidade, contando ainda com o auxilio de outras disciplinas, fornecer relatrios de exceo para finalidades especficas, em oportunidades definidas ou no. O dever de demonstrar a situao do patrimnio e o resultado do exerccio de forma clara e precisa, e rigorosamente de acordo com os conceitos, princpios e normas bsicas da contabilidade, que norteiam a profisso. Este resultado apurado deve ser economicamente exato, sendo o objetivo bsico dos demonstrativos financeiros, proverem o usurio de informaes teis para a tomada coerente de decises econmicas. Observe a matria publicada no jornal O POVO, publicado em 10 de junho de 2005, tratando da importncia da profisso do contador face s mudanas que ocorreram nas ltimas dcadas.PRINCIPAL OBJETIVO DA CONTABILIDADE: INFORMAES CONTBEIS A Contabilidade, desde a mais remota existncia, vincula-se sociedade e evoluem juntas medida que a sociedade demanda da Contabilidade as mais variadas informaes, o que importa em se afirmar que, sem quaisquer dvidas, a Contabilidade um componente social. Por ser uma cincia social, a Contabilidade sofre influncias do meio em que opera e deve ser adaptada ao contexto das mudanas sociais, polticas e econmicas, sem prejudicar seu propsito de atender bem a todos os vrios usurios da informao contbil. Tem, portanto, o compromisso e a necessidade de bem informar. Trata-se de uma cincia to antiga quanto a civilizao. Tem passado por fases de progresso, literrio e doutrinrio, como mostra o passado, a histria. No obstante, apenas no Sculo XX, pressionada pela necessidade de bem informar, os estudiosos e pesquisadores preocuparam-se em identificar e formalizar, de uma maneira prtica e objetiva, os Princpios que a regem e fixar normas e regras para a efetiva aplicao. Tal acontecimento ocorreu em face da exigncia dos usurios das informaes contbeis e representa um grande avano no estudo e na aplicao dos conhecimentos tcnicos-contbeis, possibilitando a identificao e fixao de normas. Tem sido, portanto, preocupao universal e generalizada por doutrinadores, pesquisadores ou lderes da classe contbil. O trabalho pioneiro, editado pelo American Institute Certified Public Accountants - AICPA, em 1934, General Accepeted Accounting Principles GAAPs, bem como o trabalho do Professor William Paton, da Universidade de Michigan, nos Estados, Unidos, de 1922, sob o ttulo Teoria Contbil, demonstram a preocupao de pesquisadores com a Teoria Contbil e com os Princpios. O Brasil foi dos primeiros pases a reconhecer oficialmente os Princpios Fundamentais de Contabilidade, tendo o Conselho Federal de Contabilidade, em 1981, atravs da Resoluo CFC n. 530-81, identificado dezesseis Princpios,

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atualmente reduzidos, pela Resoluo CFC n. 750-93, a seis. Os Princpios Contbeis so inerentes prpria Cincia Contbil e existem independentemente do desejo ou da escolha por parte daqueles estudiosos. Precisam ser identificados e respeitados para que a Contabilidade possa atingir os objetivos colocando disposio dos usurios informaes contbeis teis e relevantes, capazes de suprir as necessidades dos que delas tm carncia. As Informaes e Demonstraes Contbeis devem ser elaboradas rigorosamente de acordo com as legislaes e normas vigentes subordinadas aos Princpios Contbeis, de forma sinttica e, para um melhor entendimento, devero ser divulgadas de forma analtica, atravs de notas explicativas que devero prestar esclarecimentos contemplando, no mnimo, os princpios, legislaes e normas adotadas; eventuais mudanas de critrios, que alterem a uniformidade da aplicao das normas, em relao ao exerccio anterior, justificando-as. A Contabilidade realiza os seus objetivos por meio de informaes aos usurios das Demonstraes Contbeis. Tais informaes possuem caractersticas prprias, que as definem e as tornam teis as reais finalidades de informar. Para tanto, tais caractersticas devem assemelhar-se s dos Princpios e normas contbeis sendo, portanto, componentes que tornam til a informao no momento de se fazer a opo quanto a divulgao de um fato contbil. O principal objetivo da Contabilidade o seu usurio, interno e externo quer sejam acionistas, scios, proprietrios, credores, financiadores, investidores, fornecedores, governos, empregados quer seja a sociedade. Pouca importncia ter uma informao contbil se a utilidade a que se destina nula. A informao contbil um instrumento para a tomada de decises, portanto, deve atender a todos os objetivos a que se destina. A moderna Contabilidade deve ser estruturada visando ser um instrumento de informao, deciso e controle, fornecendo informaes capazes de atender plenamente os objetivos dos usurios. Vale pela necessidade de prover o usurio de forma tempestiva com informao correta e til. Para que a caracterstica de utilidade seja mantida ao longo do tempo nas mais diversas prticas, torna-se necessrio que todos os envolvidos com a cincia contbil tenham em mente a figura do usurio como o grande objetivo. (matria escrita por Teresinha Maria Cavalcanti Cochrane - Mestre em Controladoria e Contabilidade pela USP Contadora, Advogada e Professora da UFC ) Publicado no Jornal O POVO, de 10 de junho de 2005.

Um conceito bastante usado sobre contabilidade ser um sistema de informao capaz de orientar aos donos de empresas, acionistas ou investidores de uma empresa a tomarem decises apoiados em nmeros que venham a mensurar ou at antever, a ttulo de planejamento, a situao financeira e patrimonial do seu negcio. O objetivo principal da contabilidade o de CAPTAR todos os fatos que esto ocorrendo na empresa, REGISTRAR estes fatos em um sistema de informao, ACUMULAR OS FATOS nesse sistema, RESUMIR os acontecimentos relativos a certo perodo de tempo, criando e emitir um resumo nomeado de Balano que servir de suporte para INTERPRETAR todo o processo e resultados.

10. CENRIOS CONTBEIS A competitividade empresarial assunto bastante comum nos dias atuais. De maneira geral, existe grande

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preocupao por parte das empresas na permanncia ou na insero nesse mercado competitivo, que cada vez mais competitivo. Toda a empresa precisa de informaes em tempo real para o seu bom gerenciamento. Quando falamos em empresas, falamos no sentido geral de organizao. Ainda no separamos as categorias, mas entenda o conceito de empresa como qualquer tipo de organizao de pessoas ou grupos de pessoas que queiram explorar uma atividade econmica. 10.1. Contabilidade Como Profisso As sociedades, em se tratando de empresrios e investidores, concentram sua ateno em um novo recurso a informao. Neste ponto a Contabilidade, por excelncia, sendo a cincia da informao traz grandes perspectivas para o profissional contbil, considerando que as empresas sempre se interessam por profissionais com boa experincia principalmente na rea fiscal, custos, auditoria etc. Alm disso, por ser um profissional liberal ele pode prestar servios s pequenas empresas. Observa-se que no h um limite de idade para o exerccio desta profisso, sendo apenas um requisito necessrio ao bom profissional, a constante aprimorao de seus conhecimentos. Podemos contar, cerca de aproximadamente 30 especializaes para a profisso contbil, onde se abre um leque bastante amplo, conforme o dom de cada profissional. Alm de contador, o formado em contabilidade, pode ser auditor interno, perito, consultor, controller, planejador tributrio, auditor independente, analista financeiro, empresrio contbil, investigador de fraudes, professor, pesquisador, conferencista, agente fiscal de renda, arbitragem, dentre outras profisses. ORGANOGRAMA DE DISTRIBUIO DAS POSSVEIS PROFISSES DO CONTADOR

10.2. reas Emergentes e Novas Perspectivas Alm das reas citadas anteriormente importante destacar algumas reas emergentes onde existe uma grande perspectiva de crescimento profissional. Estas reas podero vir a ser um grande campo de trabalho para o novo contador. Contabilidade Atuarial responsvel pela contabilidade de fundos de penso e empresas de previdncia privada. Trabalha no estudo dos regimes de capitalizao que possibilitam a cobertura de sinistros e o

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pagamento de aposentadorias e penses. Investiga o processo evolutivo das distribuies etrias, salariais e de ocorrncia de sinistros, visando o estabelecimento dos prmios mdios - preo de contribuio ou pagamento de seguro - que oferea cobertura aos beneficirios dos planos. Contabilidade Ambiental responsvel por informaes sobre o impacto ambiental da empresa no meioambiente. A Contabilidade Ambiental tem se convertido em uma ferramenta chave para as empresas com polticas ecolgicas avanadas. Objetivando a transparncia e oferecendo maiores informaes ao investidor. A necessidade de conservao do meio ambiente obriga a contabilidade a assumir alguns controles em torno de fornecimentos de recursos mnimos e uso extensivo de materiais reciclados ou renovveis, processos produtivos e investimentos em imobilizado, promovendo o mnimo consumo de gua e energia, mnima emisso de poluentes na atmosfera e mnima quantidade de resduos. Trabalha tambm nas caractersticas do produto, diminuindo vasilhames e embalagens, melhorando a reciclagem e reutilizao. A aplicao da Contabilidade Ambiental pode potencializar grandes poupanas de custos na gesto de resduos, dado que os custos de manuseio e de deposio de resduos so relativamente fceis de definir e de imputar a produtos especficos. A informao da Contabilidade Ambiental utilizada internamente pela empresa nas suas tomadas de deciso. A nvel interno, os procedimentos incluem medies fsicas do consumo de materiais e energia, fluxos de deposio e deposio final, avaliao monetria de custos, poupanas e receitas relacionadas com atividades que apresentam potenciais impactos ambientais. Contabilidade Social necessidade da empresa na busca de informaes para a tomada de decises inteligentes, relacionados a gesto social, medindo o impacto da entidade na sociedade. sendo necessrio por parte da entidade a adoo de gesto participativa, envolvente e comprometida com todas as camadas que formo o sistema social e organizacional, dimensionando o impacto social da empresa, com sua agregao de riqueza e seus custos sociais, profundidade, distribuio da riqueza etc. Contabilidade de Empresas Transnacionais As perspectivas so as melhores possveis. A informtica contribuiu, contribui e contribuir muito na velocidade, qualidade e apresentao dos informativos contbeis, gerenciais e de auditoria. Os softwares contbeis esto cada vez mais integrados e facilitando a operacionalidade dos registros contbeis, destaca-se tambm a internet, na qual os rgos governamentais disponibilizam aplicativos tributrios e toda a legislao pertinente, alm de facilitar o cumprimento das obrigaes das empresas cadastros, informaes, guias, declaraes, etc. So ferramentas alavancadoras no processo de qualidade.

10.3. Principais interessados nas Informaes Contbeis Scios, Acionistas e Proprietrios de Participaes Societrias em Geral: Necessitam de informaes acerca da Rentabilidade e Segurana de seus investimentos. Administradores, Diretores e Executivos dos Mais Variados Escales: Preocupam-se com as informaes concernentes a gesto financeira para a tomada de deciso. Bancos Capitalistas e Emprestadores de Dinheiro: De maneira anloga aos scios, acionistas, e proprietrios, necessitam de informaes que visem rentabilidade e segurana de seus investimentos, diferenciando-se destes quanto a razes de natureza sentimentais. Governo e Economistas Governamentais: Necessitam de informaes concernentes arrecadao de Tributos e dados que permitam anlises globais e setoriais das diversas unidades Microeconmicas (Empresas), os quais convenientemente agregados e tratados estatisticamente, podem fornecer bases para anlises Macroeconmicas.

11. Exerccios de fixao 1. Quais argumentos voc utilizaria para definir que a Contabilidade importante na tomada de deciso para uma empresa? 2. Conceitualmente, qual seria a principal funo do contador? 3. Sabemos que a Contabilidade tem no patrimnio das empresas seu objeto de estudos. Qual seria o foco principal dos estudos contbeis? 4. Qual seria o principal objetivo da Contabilidade, de maneira conceitual?

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5. O que faz com que o profissional formado em contabilidade venha a ter grandes chances no mercado de trabalho? 6. Existem reas emergentes em Contabilidade? Se sim, cite alguns exemplos. 7. Quais seriam os principais interessados nas informaes contbeis? 8. Com base na pergunta anterior indique quais fatores fariam com que estes interessados queiram as informaes contbeis. 12. PRINCPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE NO BRASIL Os Princpios de Contabilidade so os preceitos resultantes do desenvolvimento da aplicao prtica dos princpios tcnicos emanados da Contabilidade, de uso predominante no meio em que se aplicam, proporcionando interpretao uniforme das demonstraes financeiras. Em relao observncia dos princpios, constituem Princpios de Contabilidade (PC) os princpios enunciados pela Resoluo CFC n. 750 de 1993, sendo que a observncia dos Princpios Fundamentais de Contabilidade obrigatria no exerccio da profisso contbil e constitui condio de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) Para aplicao dos Princpios Fundamentais de Contabilidade a situaes concretas, a essncia das transaes deve prevalecer sobre seus aspectos formais. Conforme o CFC, a conceituao, amplitude e enumerao dos princpios, podemos entender que os Princpios Fundamentais de Contabilidade representam a essncia das doutrinas e teorias relativas Cincia da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos cientfico e profissional de nosso Pas. Concernem, pois, Contabilidade no seu sentido mais amplo de cincia social, cujo objeto o Patrimnio das Entidades. Os princpios fundamentais de contabilidade que trata a Resoluo CFC n. 750 de 1993, sofreu algumas alteraes pela Resoluo CFC n. 1.282 de 28.05.2010, publicada no Dirio Oficial de 02.06.2010 que Atualiza e consolida dispositivos da Resoluo CFC n. 750/93, que dispe sobre os Princpios Fundamentais de Contabilidade. So Princpios Fundamentais de Contabilidade: I - o da ENTIDADE; II - o da CONTINUIDADE; III - o da OPORTUNIDADE; IV - o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL; V - Revogado pela Resoluo CFC n. 1.282 (02.06.2010) vigncia a partir de 02.06.2010 VI - o da COMPETNCIA e VII - o da PRUDNCIA. Nota: No item V deste princpio, constava o princpio da Atualizao Monetria. 12.1. Principio da Entidade O Princpio da ENTIDADE reconhece o Patrimnio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciao de um Patrimnio particular no universo dos patrimnios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituio de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por conseqncia, nesta acepo, o patrimnio no se confunde com aqueles dos seus scios ou proprietrios, no caso de sociedade ou instituio. O PATRIMNIO pertence ENTIDADE, mas a recproca no verdadeira. A soma ou agregao contbil de patrimnios autnomos no resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econmico-contbil. 12.2. Principio da Continuidade O Princpio da Continuidade pressupe que a Entidade continuar em operao no futuro e, portanto, a mensurao e a apresentao dos componentes do patrimnio levam em conta esta circunstncia. 12.3. Principio da Oportunidade

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O Princpio da Oportunidade refere-se ao processo de mensurao e apresentao dos componentes patrimoniais para produzir informaes ntegras e tempestivas. A falta de integridade e tempestividade na produo e na divulgao da informao contbil pode ocasionar a perda de sua relevncia, por isso necessrio ponderar a relao entre a oportunidade e a confiabilidade da informao. 12.4. Principio do Registro Pelo Valor Original O Princpio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do patrimnio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transaes, expressos em moeda nacional. As seguintes bases de mensurao devem ser utilizadas em graus distintos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas: I - Custo histrico. Os ativos so registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que so entregues para adquiri-los na data da aquisio. Os passivos so registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigao ou, em algumas circunstncias, pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais sero necessrios para liquidar o passivo no curso normal das operaes; e II - Variao do custo histrico. Uma vez integrado ao patrimnio, os componentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variaes decorrentes dos seguintes fatores: a) Custo corrente. Os ativos so reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no perodo das demonstraes contbeis. Os passivos so reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, no descontados, que seriam necessrios para liquidar a obrigao na data ou no perodo das demonstraes contbeis; b) Valor realizvel. Os ativos so mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passivos so mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, no descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes obrigaes no curso normal das operaes da Entidade; c) Valor presente. Os ativos so mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de entrada lquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operaes da Entidade. Os passivos so mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de sada lquida de caixa que se espera seja necessrio para liquidar o passivo no curso normal das operaes da Entidade; d) Valor justo. o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transao sem favorecimentos; e e) Atualizao monetria. Os efeitos da alterao do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contbeis mediante o ajustamento da expresso formal dos valores dos componentes patrimoniais. So resultantes da adoo da atualizao monetria: I - a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, no representa unidade constante em termos do poder aquisitivo; II - para que a avaliao do patrimnio possa manter os valores das transaes originais, necessrio atualizar sua expresso formal em moeda nacional, a fim de que permaneam substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por consequncia, o do Patrimnio Lquido; e III - a atualizao monetria no representa nova avaliao, mas to somente o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicao de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a variao do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado perodo. 12.5. Principio da Competncia O Princpio da Competncia determina que os efeitos das transaes e outros eventos sejam reconhecidos nos perodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento. O Princpio da Competncia pressupe a simultaneidade da confrontao de receitas e de despesas correlatas. 12.6. Principio da Prudncia

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O Princpio da PRUDNCIA determina a adoo do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente vlidas para a quantificao das mutaes patrimoniais que alterem o patrimnio lquido. O Princpio da Prudncia pressupe o emprego de certo grau de precauo no exerccio dos julgamentos necessrios s estimativas em certas condies de incerteza, no sentido de que ativos e receitas no sejam superestimados e que passivos e despesas no sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensurao e apresentao dos componentes patrimoniais. A inobservncia dos Princpios Fundamentais de Contabilidade constitui infrao s alneas "c", "d" e "e" do art. 27 do Decreto-Lei n 9.295, de 27 de maio de 1946 e, quando aplicvel, ao Cdigo de tica Profissional do Contabilista. (...) DECRETO LEI N. 9.295, DE 27 DE MAIO DE 1946. Cria o Conselho Federal de Contabilidade, define as atribuies do Contador e do Guarda-livros, e d outras providncias. O Presidente da Repblica, usando da atribuio que lhe confere o artigo 180 da Constituio, DECRETA: (...) CAPTULO V DAS PENALIDADES

Art. 27. As penalidades aplicveis por infrao do exerccio legal da profisso sero as seguintes: (...) c) multa de Cr$ 200,00 a Cr$ 500,00 aos infratores de dispositivos no mencionados nas alneas precedentes ou para os quais no haja indicao de penalidade especial; d) suspenso do exerccio da profisso aos profissionais que, dentro do mbito de sua atuao e no que se referia parte tcnica, forem responsveis por qualquer falsidade de documentos que assinarem e peIas irregularidades de escriturao praticadas no sentido de fraudar as rendas publicas (Decreto-lei n. 5.844, de 23-9-1943, artigo 39, pargrafo primeiro); e) suspenso do exerccio da profisso, pelo prazo de seis meses a um ano, ao profissional que demonstrar incapacidade tcnica no desempenho de suas funes, a critrio do Conselho Regional de Contabilidade a que estiver sujeito, facultada, porm, ao interessado a mais ampla defesa por si ou pelo Sindicato a que pertencer. (...) 13. PATRIMNIO DA EMPRESA Patrimnio um conjunto de Bens, Direitos e Obrigao, mensurvel em dinheiro, pertencentes a uma pessoa fsica ou jurdica. Independente de sua finalidade, podendo ou no incluir o lucro. Especificamente, o patrimnio institudo, deve ter independncia dos demais patrimnios existentes, podendo a empresa ou instituio, dispor dele livremente, sempre na busca de benefcios para a entidade. O patrimnio busca alm de vivenciar e relatar os processos de contabilizao de uma azienda, sendo considerado azienda, o patrimnio sofrendo constantes aes, de natureza econmica, do elemento humano. Procura transformar os dados em informaes, mediante procedimentos prprios, originando toda nfase dos procedimentos contbeis, que depois de compilados, so apresentados aos usurios por intermdio de relatrios. Um dos objetivos principais do patrimnio, buscar a partir de fatos, dados que nos dem suporte para avaliao de seus Bens, Direitos e Obrigaes, os quais so processados mediante tcnica prpria e transformados em informaes para os usurios, visando atender seus interesses. O Patrimnio a parte impessoal da azienda, tendo como consistncia, seus dois aspectos principais, sendo: Aspecto quantitativo, visto como um fundo de valores, ou seja, consiste em atribuir aos seus respectivos elementos. Aspecto qualitativo, reunindo um conjunto de bens, crditos, dbitos, ou seja, consiste em qualificar, dar nomes aos elementos componentes.

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O patrimnio um elemento rico em itens que o compe, absorve praticamente todos os atos, fatos integrantes da azienda. Ele relata desde a sua constituio at o encerramento de uma entidade, em seus componentes patrimoniais. Nota: O principal campo de aplicao da Contabilidade so as Aziendas. Azienda o patrimnio somado pessoa que tem sobre ele poderes de administrao e disponibilidade. O conceito de azienda rene o patrimnio mais a pessoa que o administra, sofrendo este patrimnio constante mutao por parte da pessoa que o administra: Azienda = Patrimnio + Gesto Gesto seria o ato de administrar, de gerir os bens, direitos e obrigaes, alm dos recursos humanos. Considerando o patrimnio de uma determinada empresa, a partir do momento em que passe a ser administrado, com o objetivo de lucro, ele ir sofrer modificaes significativas. Surge, ento, a figura da Contabilidade, como instrumento necessrio ao controle das informao e dos efeitos provocados pelos fatos decorrentes da gesto patrimonial. O patrimnio da empresa composto por capital, que pode ser prprio ou de terceiros. 13.1. Capital prprio Podemos entender como Capital Prprio, o dinheiro que de propriedade dos scios ou de determinada pessoa que a abriram determinada empresa. Por exemplo: se uma pessoa tem R$ 100.000,00 e pretende iniciar um negcio, o Capital Prprio desta pessoa de R$ 100.000,00. Considerando que esta seja a quantia necessria para comear as atividades. 13.2. Capital de terceiros Como Capital de Terceiros, a definio mais comum a que o dinheiro emprestado para abrir uma empresa ou para aplicar nesta empresa algum recurso para melhoria de sua estrutura. Como exemplo, temos: A pessoa tem R$ 50.000,00 para iniciar um negcio. Porm, este valor no suficiente para a concretizao do sonho, sendo necessrio recorrer ao um emprstimo para iniciar o negcio. Se a pessoa toma esta quantia atravs de um emprstimo bancrio, por exemplo, diz-se que tal quantia o Capital de Terceiros. Podemos assim, interpretar que a pessoa pegou o dinheiro de terceiros. Mas o que melhor para o empresrio. Capital prprio ou capital de terceiros? Depois de conceituado os dois termos, surge uma questo interessante: o que melhor para o empresrio? Capital Prprio ou Capital de Terceiros? Ambos so importantes e necessrios para o desenvolvimento uma empresa ou para quem a administre, tornando-se relevante saber a melhor ocasio para se adquirir o emprstimo ou para usar o recurso prprio. Nem sempre a utilizao de Capital de Terceiros ser ruim, principalmente se esta aquisio ocorrer atravs de uma boa negociao, onde a taxa de juros aplicada venha a compensar este emprstimo. Observe o exemplo de um empresrio que recebe uma oferta de desconto de 15% se pagar a mercadoria vista. Caso o empresrio tome um emprstimo com taxa de 2%, dependendo do prazo estipulado para a quitao do emprstimo, torna-se bastante vivel o emprstimo. O capital de Terceiros bastante utilizado no caso de investimento em estrutura, equipamentos, aquisio de outros bens, na ampliao e incremento de atividades, pois esta aplicao bem planejada ter retorno garantido. A utilizao do Capital de Terceiros deve ser evitada quando em freqncia ou se tiver finalidade de pagamento de outras dvidas. O Capital Prprio, por sua vez, de suma importante sendo encarado tambm como investimento por parte do empresrio, a partir do momento que ele possa fomentar o crescimento da empresa atravs de uma nova integralizao de capital, por exemplo. necessrio salientar importncia dos dois tipos de recursos, devendo atentar-se para o momento adequado de usar um ou outro, sendo indicada a prudncia na anlise dos dados envolvidos, antes das negociaes para que o capital prprio no seja perdido ou a empresa venha a se atolar em dvidas, seguindo uma doce iluso de um bom negcio quando adquirir um emprstimo.

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14. Exerccios de fixao 1. Assinale V para Verdadeiro e F para Falso nas assertivas abaixo. ( ) So cinco os princpios fundamentais de contabilidade, conforme a Resoluo CFC n. 1.282 de 28.05.2010. ( ) O Princpio da ENTIDADE reconhece o Patrimnio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciao de um Patrimnio particular no universo dos patrimnios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas. ( ) O Princpio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do patrimnio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transaes, expressos em moeda nacional. ( ) O Princpio da Competncia determina que os efeitos das transaes e outros eventos sejam reconhecidos nos perodos a que se referem. Caso o pagamento ocorra em data posterior poder ser postergado o reconhecimento. ( ) O Princpio da PRUDNCIA determina a adoo do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente vlidas para a quantificao das mutaes patrimoniais que alterem o patrimnio lquido. ( ) No h penalidades legais quando no se observa os Princpios Fundamentais de Contabilidade.

2. Responda aos questionamentos a) O que podemos entender como patrimnio de uma empresa? b) O que voc entendeu por Azieda? c) Conceitue Capital Prprio e Capital de Terceiros. 15. CONTAS CONTBEIS A finalidade destas contas de registrar as movimentaes a serem transcritas no livro dirio (que ser tratado em momento oportuno), com expresso monetria. No dirio, cada fato contbil ser transportado para as respectivas contas, com sua data, histrico e valor. Como exemplo de contas contbeis, temos: Contas de Ativo, Contas de Passivo, de Contas de Resultado e Contas de Compensao. Sucintamente, as contas contbeis registram: Contas Ativas: registram bens e direitos, por exemplo, numerrio (caixa), valores depositados em banco (contas de movimento), bens para revenda (estoque de mercadorias), imveis de utilizao (terrenos e edificaes), entre outros. Contas Passivas: registram as obrigaes da entidade e os recursos de capital desta entidade, por exemplo: contas a pagar e obrigaes (fornecedores, impostos), emprstimos de terceiros (instituies financeiras), capital social, lucros acumulados, reserva de lucros, entre outros. Contas de Resultado: So contas que registram contrapartidas das mutaes patrimoniais, so as contas de receita (venda de mercadorias) e as contas de custos e despesas (CMV, despesas de vendas). Contas de Compensao: as Contas de Compensao so utilizadas exclusivamente para controle, sem fazer parte do Patrimnio, as contas esto alocadas abaixo do grupo do ATIVO e abaixo do grupo do PASSIVO e englobam o sistema patrimonial. Assim, as contas de compensao nada tm a ver com o sistema de contas patrimoniais, sendo um conjunto de contas de uso optativo e destinado a finalidades internas da empresa, podendo servir, como fonte de dados para transmitir determinadas informaes a terceiros. O uso das contas de compensao recomendvel, para as finalidades de controle interno, para registro de possveis alteraes patrimoniais futuras e como fonte de dados para a elaborao de notas explicativas.

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Estas Contas Contbeis so expressas com ttulos que devem estar em concordncia com os atos e fatos administrativos provocados, devendo figurar num Plano de Contas de acordo com as caractersticas individuais, similaridades com demais contas ou eventos econmicos produzidos. Dizemos que a conta contbil deve representar facilmente cada operao realizada por uma entidade. Diversas correntes de pensamentos sobre a doutrina ou teoria da Contabilidade colaboraram para a definio do que hoje aceito em relao s contas contbeis. A caracterizao das doutrinas feita de acordo com os objetos e fins que se atribuem Contabilidade. Dentre as principais doutrinas, encontram-se: Conforme ensina Antonio Lopes de S, em Dicionrio de Contabilidade. Na edio n. 09 do ano de 1995 editado pela editora Atlas, temos: Patrimonialismo: a mais importante escola nas Amricas; corrente de pensamento contbil que considera o patrimnio Aziendal como objeto da Contabilidade, observado sob o aspecto da finalidade Aziendal; criador e chefe desta corrente o Prof. Vincenzo Masi. Aziendalismo: corrente doutrinria que tem por base a economia Aziendal. De acordo com os seus adeptos, os fenmenos a estudar so os Aziendais, admitindo a Contabilidade apenas como levantamento de fatos patrimoniais, restringindo-lhe o campo. Foi chefe desta escola, na Itlia, o Prof. Pietro Onida, Prof. Cralo Masini, Prof. Cuddini, Prof. Mazzini etc.; o aziendalismo tem as suas razes em estudos desenvolvidos h alguns decnios por Sombart, Gromberg, Schmalenbach, Nicklish, Hoffmann e outros. Controlismo: doutrina da Contabilidade que teve a sua origem na segunda metade do sculo XIX e que considera como objeto da Contabilidade o controle da riqueza administrada. O mtodo seguido no desenvolvimento da doutrina foi o histrico. Classificou as funes do controle em: Antecedentes, Concomitantes e Subseqentes. Esta escola serviu de base a toda doutrina contbil de nossos dias e s mais vigorosas correntes do pensamento contbil: o Aziendalismo e o Patrimonialismo.Teve ilustres seguidores, como: Alfieri, Rigobon, Ghidiglia, Vianello, Gobbis e muitos outros estudiosos. Personalismo: corrente do pensamento contbil que adota como teoria fundamental a personificao das contas, o patrimnio como conjunto de direitos e obrigaes e as relaes dos fatos contbeis apenas sob o prisma de direitos e obrigaes. Contismo: doutrina da Contabilidade que reconhecia esta cincia como tendo por objeto as contas. Definiam a Contabilidade como a cincia das contas. O Contismo deu origem ao Personalismo, pois, segundo, o Prof. Vincenzo mais os esforos de Vannier e de Marchi se fizeram sentir na direo de teorizar sobre contas. Grande foi a repercusso do contismo na literatura mundial de Contabilidade, e at hoje, por incrvel que parea, ainda encontramos autores que definem a Contabilidade sob as influncias contistas. O contismo foi uma das formas inconscientes do patrimonialismo. Grandes contistas foram: Parmetler, Massa, Gitti, que formam o trio forte dessa corrente doutrinria. Neocontismo: doutrina do pensamento contbil que teve o seu mximo vigor nos fins do sculo XIX e no incio do sculo XX, trazendo com novos coloridos a velha doutrina que considerava a Contabilidade como cincia das contas. Surgiu com caractersticas um pouco mais aprimoradas, pois, nas contas o que se observava no era apenas seu aspecto formal, mas sim o Valor. O trs expoentes mais importantes da poca do contismo foi Fabio Besta, Giuseppe Cerboni e Giuseppe Rossi. Universalismo: foi a nica escola nascida nas Amricas; doutrina que apresenta a Sistemologia e que foi criada pelo Prof. Francisco D'Auria. Doutrina que visa a universalizar o objeto da Contabilidade fazendo-o extensivo a todos os sistemas. Reditualismo: corrente do pensamento contbil que considera o rdito como objeto central de estudo da cincia da Contabilidade. De acordo com tal corrente, o objeto de estudo da Contabilidade conhecer a perda ou o lucro de uma empresa ou de uma entidade. Tais pensadores estribam seus estudos: em teorias de rdito, desejando proclam-la como a teoria de toda a doutrina contbil. 16. EXEMPLOS DE CONTAS CONTBEIS As Contas Contbeis constituem a essncia da Contabilidade devido ao fato de ser atravs delas que controlamos as movimentaes na entidade e constituem representaes escrituradas dos bens, dos direitos, das obrigaes, do capital, da entidade. A contabilidade j foi chamada de "Cincia das Contas", pela doutrina Contista, doutrina da Contabilidade que reconhecia esta cincia como tendo por objeto as contas. Estas contas, so preferencialmente organizadas na forma cartesiana ou racional (entende-se por organizao cartesiana aquela que tem idias claras e modo de proceder rigoroso) sendo escrituradas pelo mtodo das partidas.

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As contas contbeis so indispensveis para que se possam efetuar os lanamentos contbeis e so classificadas em dois tipos, a saber: Contas patrimoniais Contas de resultados Contas patrimoniais - Como o prprio nome indica, so contas destinadas a representar o patrimnio da empresa, ou seja, o conjunto de bens, direitos, obrigaes e patrimnio lquido, reunidas em dois grandes grupos: Grupo do Ativo e Grupo do Passivo. Contas de resultado - So as contas destinadas ao registro das despesas e receitas realizadas pela empresa durante um perodo, sendo tambm reunidas em dois grandes grupos: Grupo das Receitas e Grupo das Despesas. 16.1. Contas Patrimoniais Caixa: esta conta registrar a movimentao de numerrio na tesouraria da entidade. Banco Conta Movimento: esta conta registrar a movimentao de cheques, depsitos e deemais transaes e movimentos na conta corrente bancria da entidade. Duplicatas a Receber: esta conta registrar valores relativos contrapartida dos crditos de vendas. Estoque de Mercadorias: esta conta registrar a movimentao de mercadorias em estoque. Duplicatas a Pagar: esta conta registrar valores devidos a terceiros devido a compras efetuadas pela empresa. Emprstimos e Financiamentos: esta conta registrar valores devidos pela empresa mediante emprstimos e financiamentos. Capital Social: esta conta registrar o montante aportado pelo titular, scios ou acionistas de uma entidade, para formao do respectivo capital. Lucros Acumulados: esta conta registrar os valores acumulados dos lucros apurados pela empresa. 16.2. Contas de Resultado Receita de Vendas: esta conta registrar os valores havidos pelo faturamento de vendas da empresa. Despesas de Propaganda: esta conta registrar as despesas gastas em marketing e propaganda. Salrios: esta conta registrar as remuneraes de empregados da empresa. Os exemplos acima citados no so exaustivos. As contas contbeis sero analisadas no decorrer do tempo nas demonstraes da contabilidade. 17. BALANO PATRIMONIAL - GRUPOS DE CONTAS Balano Patrimonial a demonstrao que apresenta todos os bens e direitos da empresa (Ativo), assim como as obrigaes (Passivo), em determinada data. As diferenas entre Ativo e Passivo chamada Patrimnio Lquido e representa o capital investido pelos proprietrios da empresa, quer atravs de recursos trazidos de fora da empresa (capital prprio ou de terceiros), quer gerado por esta em suas operaes e retidos internamente. O balano apresenta a posio patrimonial e financeira de uma empresa em dado momento. A informao que esse demonstrativo fornece totalmente esttica e, muito provavelmente, sua estrutura se apresentar relativamente diferente algum tempo aps seu encerramento. Balano Patrimonial a demonstrao contbil destinada a evidenciar, qualitativa e quantitativamente, numa determinada data, a posio patrimonial e financeira da Entidade. No balano patrimonial, as contas devero ser classificadas segundo os elementos do patrimnio que registrem e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a anlise da situao financeira da empresa. De acordo com o 1 do artigo 176 da Lei 6.404/76, as demonstraes de cada exerccio sero publicadas com a indicao dos valores correspondentes das demonstraes do exerccio anterior, para fins de

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comparao. 18. NOES INTRODUTRIAS SOBRE BALANO PATRIMONIAL 18.1. Grupos de Contas Conforme previsto no art. 179 da Lei 6.404 de 1976, no balano, as contas sero classificadas segundo os elementos do patrimnio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a anlise da situao financeira da companhia. 18.1.1. Ativo O Ativo compreende os bens e os direitos da entidade, expressos em moeda: Caixa, Bancos (ambos constituem disponibilidades financeiras imediatas), Imveis, Veculos, Mquinas e Equipamentos, Estoques de Mercadorias, Tributos a Receber e Clientes devedores da entidade em virtude de transaes de crdito ou vendas a prazo - Esses so alguns bens e direitos que a maioria das empresas normalmente possui. Os elementos do Ativo so discriminados do lado esquerdo do Balano Patrimonial. No ativo, as contas sero dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos: I - ativo circulante; e II - ativo no circulante, composto por ativo realizvel a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangvel. As contas sero classificadas do seguinte modo: I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizveis no curso do exerccio social subseqente e as aplicaes de recursos em despesas do exerccio seguinte; II - no ativo realizvel a longo prazo: os direitos realizveis aps o trmino do exerccio seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou emprstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo 243), diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que no constiturem negcios usuais na explorao do objeto da companhia; III - em investimentos: as participaes permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, no classificveis no ativo circulante, e que no se destinem manuteno da atividade da companhia ou da empresa; IV - no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpreos destinados manuteno das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operaes que transfiram companhia os benefcios, riscos e controle desses bens; V no intangvel: os direitos que tenham por objeto bens incorpreos destinados manuteno da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comrcio adquirido. Obse