Painel - edição 162 - set.2008

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Tecnologia de ponta, que usa concreto protendido, faz da arte de construir uma ação de montar peças fabricadas longe dos canteiros de obras painel Ano XI nº 162 setembro/2008 Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto 2008 anos Tecnologia de ponta, que usa concreto protendido, faz da arte de construir uma ação de montar peças fabricadas longe dos canteiros de obras ETANOL Especialistas dizem que biocombustível não é modismo. Como o Lego Como o Lego ENERGIA Tecnologia no combate das perdas comerciais. REPRESENTAÇÃO Ericson e Lanchoti estão no Conselho das Cidades.

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Revista oficial da Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto.

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Tecnologia de ponta, que usa concreto protendido, faz da arte de construir uma ação de montar peças

fabricadas longe dos canteiros de obras

painelAno XI nº 162 setembro/2008 Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto

2 0 0 8 a n o s

Tecnologia de ponta, que usa concreto protendido, faz da arte de construir uma ação de montar peças

fabricadas longe dos canteiros de obras

ETANOLEspecialistas dizem que biocombustível não é modismo.

Como o LegoComo o LegoENERgIATecnologia no combate das perdas comerciais.

REPREsENTAçãOEricson e Lanchoti estão no Conselho das Cidades.

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60Eng. Civil

Roberto Maestrello

A cada dois anos os cidadãos de todo o país são colocados diante de um desafio, talvez dos mais importantes e de grandes conseqüências: votar. Por mais banalizada e desacreditada que esteja a política, condição causada por enorme seqüência de escândalos de corrupção, envolvendo dirigentes de todas as esferas de poder, desmandos e ineficiência dos serviços públicos, está no DNA da AEAARP interferir, de forma apartidária - porém a favor e em defesa da cidadania -, nos rumos de nosso país, de nosso estado e principalmente de nossa cidade.

Quando foi fundada, a Associação tinha entre seus membros um engenheiro que era vereador: José do Carmo Guimarães Marques Ferreira, que encaminhou na Câmara Municipal importantes discussões e preocupações das primeiras reuniões de nossa diretoria. Ultimamente, um dos nossos mais eficientes instrumentos de intervenção na política municipal tem sido, além da participação ativa nos Conselhos municipais, como o Comur e o Comdema, o Fórum Permanente de Debates “Ribeirão Preto do Futuro”, que tem, através de suas discussões e trabalhos, encampado importantes propostas como as discussões do Plano Diretor, a destinação dos resíduos sólidos, trânsito, enchentes, aeroporto, transportes urbanos e meio ambiente.

A atual diretoria tem pautado sua atuação na promoção de importantes debates para que a nossa Associação seja protagonista ativa na vida da sociedade. O êxito é evidente. A Semana de Bioenergia realizada no ano passado promoveu debates essenciais sobre as tecnologias no campo e a viabilidade econômica desta atividade. Trouxemos na AEAARP, entre tantas personalidades, o ministro Paulo Bernardo, do Planejamento, que apresentou as obras do PAC-Programa de Aceleração de Crescimento, cujo impacto na sociedade e no exercício profissional de cada um de nós é gigantesco, tema de matérias desta revista Painel em várias edições.

As duas edições da Semana do Meio Ambiente foram coroadas de êxito, tanto pelo nível e a diversidade dos debates promovidos quanto pelo esmero na organização e o volume de participantes. Neste mês a Associação sediou um seminário das Cidades Solares, com participação e depoimento desta presidência na Câmara Municipal, além de fomentar discussões para o conhecimento e o uso das energias alternativas, notadamente a solar, numa cidade onde o sol é marca registrada tanto quanto o agronegócio.

São ações desta natureza que fazem de nós, associados da AEAARP, protagonistas da política municipal, no melhor sentido desta atividade: debater, propor e intervir na vida das pessoas, sem partidarismos e com soluções viáveis, tendo como fim único o bem estar coletivo, promovendo o cidadão e levando sempre em conta a valorização profissional.

Nas últimas décadas todos os governantes municipais tiveram associados da AEAARP nas suas equipes de secretários, além de numerosos diretores de autarquias e de departamentos, o que demonstra mais uma vez a nossa força e competência.

No próximo mês de outubro todos seremos chamados mais uma vez às urnas. É essencial que tenhamos consciência de que podemos ampliar ainda mais a nossa participação nas grandes decisões da cidade. As atividades da área tecnológica são afetadas pela política na mesma proporção que geram riquezas.

Por este motivo é essencial que todos nós façamos uma reflexão antes de 5 de outubro e que observando o quadro associativo unamos forças para elegermos, como nossos representantes, os candidatos da área tecnológica, associados desta casa, que tem tido, ao longo do tempo, participação incisiva nos nossos destinos e agora no processo eleitoral, abrindo mão de projetos pessoais e de privacidade em nome de um bem maior, dedicando vida, conhecimento e garra à disposição da população.

Apelamos para que em nome da consciência política, prestem bastante atenção no próprio voto, pois o mesmo estará definindo os próximos quatro anos de vida de Ribeirão Preto. Esta será com certeza uma boa maneira de enriquecer o Poder Legislativo com os inúmeros talentos de nossos técnicos cidadãos.

Eng. Civil Roberto Maestrello

Presidente da AEAARP

Editorial

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AssociAçãode engenhAriA ArquiteturA e AgronomiA de ribeirão Preto

Presidentes 05Conheça os homens que dirigiram a AEAARP

engenharia 06Muito além do canteiro de obras

blog 09Um país que cai de bunda e chora

Profissionais do ano 10AEAARP inicia processo de escolha dos homenageados

agronegócio 11O Brasil é um cofre de patrimônio químico inexplorado

artigo 12Bauhinia sp – da beleza como ornamental aos cuidados como medicinal

energia 14Tecnologia no combate ao “gato”

Wec 2008 15EXPOWEC exibe primeiros barcos movidos a energia solar do Brasil

oPinião 16Queimadas da cana incomodam

informática 17AEAARP investe em modernização

etanol 18Biocombustível não é modismo, veio para ficar garantem especialistas reunidos no Congresso da ABAG, em São Paulo

desenvolvimento Urbano 20Ericson e Lanchoti são eleitos para o ConCidades

clima 21Mudanças climáticas globais são tema de programa da FAPESP

PesqUisa 22IPT: centenário e moderno

Prêmio 23SIEMENS lança Prêmio de Inovação

crea 24Mulheres do Sistema se reúnem no CREA-SP para discutir Formação de Líderes

notas e cUrsos 25

integração 26Futebol society para engenheiros, arquitetos e agrônomos

Índice

ExpedienteRua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700Fax: (16) 2102.1700 - www.aeaarp.org.br / [email protected]

Roberto Maestrello José Roberto Hortêncio Romero Presidente Vice-presidente

DIRETORIA OPERACIONALDiretor-administrativo: Pedro Ailton GhideliDiretor-financeiro: Ronaldo Martins TrigoDiretor-financeiro Adjunto: Cecílio FráguasDiretor de Promoção da Ética de Exercício Profissional: José Aníbal Laguna

DIRETORIA FUNCIONALDiretor de Esportes e Lazer: Francisco Carlos FagionatoDiretora Comunicação e Cultura: Maria Inês CavalcantiDiretora Social: Luci Aparecida Silva

DIRETORIA TÉCNICAEngenharia, Agrimensura e Afins: Argemiro GonçalvesAgronomia, Alimentos e Afins: José Roberto ScarpelliniArquitetura, Urbanismo e Afins: Marcia de Paula Santos SantiagoEngenharia Civil, Saneamento e Afins: Luiz Umberto MenegucciEngenharia Elétrica, Eletrônica e Afins: Edson Luís DarcieGeologia e Minas: Caetano Dallora NetoEngenharia Mecânica, Mecatrônica, Ind. de Produção e Afins: Júlio Tadashi TanakaEngenharia Química e Afins: Denisse Reynals BerdalaEngenharia de Segurança e Afins: Edson BimComputação, Sistemas de Tecnologia da Informação e Afins: Giulio Roberto Azevedo PradoEngenharia de Meio Ambiente, Gestão Ambiental e Afins: Evandra Bussolo Barbin

DIRETORIA ESPECIALUniversitária: Onésimo Carvalho LimaDa Mulher: Maria Teresa Pereira LimaDe Ouvidoria: Geraldo Geraldi Junior

CONSELHO DELIBERATIVOPresidente: Marcos Vilela LemosAlexandre Sundfeld Barbin José Fernando Ferreira VieiraCarlos Alberto Palladini Filho Luiz Antonio BagatinEdes Junqueira Luiz Fernando CozacEdgard Cury Luiz Gustavo Leonel de CastroEricson Dias Mello Manoel Garcia FilhoHideo Kumasaka Marcos A. Spínola de CastroHugo Sérgio Barros Riccioppo Maria Cristina SalomãoInamar Ferraciolli de Carvalho Ricardo Aparecido DeBiagiJoão Paulo de S. C. Figueiredo Sylvio Xavier Teixeira Júnior

CONSELHEIRO TITULAR DO CREA-SP REPRESENTANTE DA AEAARPCâmara Especializada em Engenharia Civil: Ericson Dias Mello

REVISTA PAINELConselho Editorial: Maria Inês Cavalcanti, José Aníbal Laguna, Ericson Dias Mello e Hugo Sérgio Barros Riccioppo

Coordenação Editorial: Texto & Cia Comunicação – Rua Paschoal Bardaro, 269, cj 03, Ribeirão Preto-SP, Fone (16) 3916.2840, [email protected]

Editores: Blanche Amâncio – MTb 20907 e Daniela Antunes – MTb 25679 Colaboração: Luiza Pellicani

Publicidade: Promix Representações - (16) 3931.1555 - [email protected] Pajolla Júnior / Jóice Alves

Tiragem: 5.000 exemplaresLocação e Eventos: Solange Fecuri - (16) 2102.1718Editoração eletrônica: Mariana Mendonça Nader - [email protected] Impressão e Fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda.Fotos: Ezequiel Pereira e Texto & Cia.

Painel não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também não expressam, necessariamente, a opinião da revista.

Horário de funcionamentoAEAARP CREADas 8h às 12h e das 13h às 17h Das 8h30 às 16h30Fora deste período, o atendimento é restrito à portaria.

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Para ajudar a escrever esta história, a AEAARP solicita às pessoas que tiverem algum documento referente à trajetória da entidade, que colaborem cedendo cópia para auxiliar na reconstrução dos 60 anos da Associação. A diretoria

agradece as colaborações que já chegaram para a equipe de pesquisa.

Esta edição da Painel apresenta os presidentes do período compreendido entre 1992 e 2000, na virada do século.

Antonio Gilberto Pinhata - Gestão 1992-1994 Pinhata enumera três pontos importantes em sua gestão. O início da segunda fase das obras na sede da AEAARP que se seguiram até a cobertura do prédio. O aumento do número de associados – de 311 para 1.680 aproximadamente –, trabalho encabeçado por Paulo Pinho. “Com o aumento do número de associados da UNIMED e o fluxo de caixa advindo desta situação, foi possível acelerar as obras de construção”. Por fim, “nós pedimos e o prefeito da época, Welson Gasparini, criou o COMUR e, além disso, discutimos a ampliação do aeroporto, inclusive com vereadores locais; tivemos uma imensa participação na discussão do poliduto e trouxemos toda a cúpula ambiental da Petrobras para uma audiência pública, a primeira da história da nossa cidade, com a participação de mais de duas centenas de pessoas; demos início às palestras e cursos, hoje ampliados com sucesso; lançamos a idéia do coral da AEAARP, proposto pela maestrina Regina e instalado na gestão seguinte; criamos junto à Prefeitura vários modelos de plantas populares que até hoje são distribuídas

gratuitamente à população carente; assinamos convênio com a Prefeitura em que o engenheiro destacado pela AEAARP acompanhava estes processos de plantas populares junto aos moradores e recebia para isso, colaborando assim não só com o aprendizado, mas sobretudo com os engenheiros que não tinham trabalho; participamos efetivamente de gestões junto ao CREA que possibilitaram a colaboração do órgão junto a AEAARP, inclusive financeiramente; nossa sede foi palco de lançamentos de candidatos vitoriosos ao CREA e FABARP; apresentamos proposta ao Executivo municipal para o pagamento do salário mínimo exigido pelo CREA para os engenheiros da Prefeitura e fomos atendidos pelo prefeito, sendo Ribeirão Preto a segunda cidade do país a realizar tal procedimento, após a capital São Paulo, entre outros tantos”.

Genésio Abadio de Paula e Silva - Gestão 1994-1996 Por duas vezes presidente da AEAARP, Genésio Abadio de Paula e Silva - “mineiro graças a Deus” - como ele próprio gosta de lembrar, voltou de Piracicaba em 1960, onde estudou agronomia na Escola Superior de Agricultura Luis de Queiróz. Iniciou sua carreira profissional na Divisão de Sementes da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, em Ribeirão Preto, e já nesse mesmo ano começou também a freqüentar a AEAARP. Assim, durante mais de quatro décadas vem participando das diferentes fases da Associação, desde aquelas em que ele precisava sentar num banquinho, em espaços emprestados, para discutir assuntos do interesse das classes com outros associados – pois não contavam com um local próprio – às primeiras reuniões nas salas do Edifício Padre Euclides, quando todos precisavam comprar rifas para custear a nova sede própria. Genésio gosta de ser lembrado por algumas conquistas, como a de ter ajudado a concluir a segunda fase das obras da sede atual. E, ainda, a participação em uma negociação com uma prestadora de serviços médicos que beneficiou mais de 4.000 associados. Sempre próximo às questões da agricultura e do ambiente, o engenheiro agrônomo tem atuado, por muito anos, como funcionário público estadual e municipal. Atualmente é diretor da Associação Rural e do Sindicato Rural de Ribeirão Preto, vice-presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural e vice-presidente no exercício da presidência do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo. Em maio de 2008 foi escolhido para assumir a Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Ribeirão Preto.

José Batista Ferreira - Gestão 1996-1998 Em sua gestão, e mesmo antes dela, José Batista Ferreira lembra que sempre defendeu que a AEAARP fizesse uma política embasada na ética e competência técnica dos profissionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. “Propus, para isso o ‘tripé’: 1. conquistar um espaço físico que espelhasse nossas profissões; 2. praticar na entidade uma gestão empresarial seqüenciada, independente das diretorias, e 3. estimular o convívio freqüente, do estudante aos mais experientes, num ambiente simples e acolhedor. O vetor resultante seria o surgimento de ‘lideranças políticas’ que contribuiriam com ações efetivas para o cumprimento da nossa missão de estimular a gestão púbica continuada da cidade”, resume. Na época, foi formada na AEAARP a primeira turma de Gerentes de Cidades do Brasil, no inovador curso de pós-graduação da FAAP. “Desde o início das minhas vivências na nossa AEAARP, senti necessidade de influenciarmos com idealismo na gestão pública da cidade. Temos avanços neste sentido, mas ainda é necessária a conscientização iniciando por transformar a entidade num ambiente fraterno de profissionais colegas e amigos que convivam sem preconceitos, com ideais coletivos tendo como base, o diálogo”, conclui.

Helcio Elias Filho - Gestão 1998-2000Engenheiro civil, com especialização em Qualidade e Teologia, pós-graduação em Gestão Empresarial, ex-diretor e conselheiro da AEAARP. É diretor de Engenharia da Jabali Aude Construções. Durante sua gestão, mensalmente os associados recebiam a prestação de contas para tomarem conhecimento da saúde financeira da Associação. Desta forma, segundo Hélcio, a AEAARP dava satisfação do que fazia e apresentava liquidez nas contas. Também na sua gestão foram realizadas exposições culturais apresentando obras de pinturas e esculturas dos profissionais associados. Na época, o então presidente contratou um Instituto de Pesquisas que levantou as opiniões e sugestões dos associados para subsidiar discussões e planejamento de ações da AEAARP.

Conheça os homens que dirigiram a aeaarP

presidentes

Revista Painel 5

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enGenHAriA

AEAARP6

muito além doGaragem da Rápido D’Oeste: pré-fabricado nas vigas, lajes, telhas e acabamento

Eduardo Salata

Antonio Carlos Pedro Silva

Gustavo Leonel

Tempo é dinheiro. A expressão que sintetiza a necessidade de agilidade e eficiência nos tem-pos modernos está aquecendo o mercado de pré-fabricados de concreto no país, um reflexo que é sentido nos canteiros das obras industriais em Ribeirão Preto. Com a tecnologia é possível re-duzir em até 50% o tempo de exe-cução. As peças são industriali-zadas longe dos canteiros, aonde chegam prontas para serem en-caixadas conforme o projeto.

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Revista Painel 7

canteiro de obrasO engenheiro Luiz Gustavo Leonel afirma que a tecnologia

dos pré-fabricados está aprimorada. As vigas têm se tornado mais esbeltas, longas e resistentes. O aquecimento da eco-nomia, que reflete em toda a cadeia de produção e, conse-qüentemente, no consumo, tornou as empresas fabricantes de pré-fabricados cada vez mais requisitadas para obras in-dustriais. A competitividade e a necessidade das empresas de ampliarem – ou instalarem – estruturas com mais agilida-de impulsionam estas obras.

Leonel afirma que ficou encantado com a tecnologia há 15 anos, quando a conheceu. Ele observa que atualmente é mais requisitado para este tipo de obra. Recentemente entregou um galpão de 4,5 mil m2 erguido em cinco meses. Neste caso, a construção convencional consumiria um ano de trabalho, além, é claro, de o negócio permanecer fechado sem fatura-mento. Porém consumiria 20% menos recursos.

O engenheiro diz que as peças estão usando tecnologia de concreto protendido, e o aprimoramento tem permitido a viabi-lização de peças maiores, que permitem construções com vão livre de até 36 m. “Há economia na execução da fundação e na própria estrutura, com a utilização de menor quantidade de peças”, diz. Atualmente ele tem quatro obras em andamento.

Dos pés à cabeçaÉ possível erguer uma obra com estruturas pré-fabricadas

de concreto desde a fundação até o acabamento. A decisão por utilizar todas as peças disponibilizadas pela indústria é de ordem econômica. Em Ribeirão Preto a construção da nova garagem da empresa Rápido D’Oeste, que está em fase de acabamento na avenida Bandeirantes, usa pilares, vigas, la-jes, paredes, escadas e telhas trazidas de uma indústria insta-lada na região de Campinas.

O engenheiro Antônio Carlos Pedro Silva é responsável pela obra. Segundo ele, somente a fundação e alguns detalhes (como paredes que não atendiam a algumas especificações de tamanho) foram construídos no modo convencional. São mais de 200 blocos de concreto na fundação que sustentam vigas de até 17 metros. A construção tem 9 mil m2 construída

em pré-fabricados, em um terreno com 45 mil m2. Silva afirma que, além da rapidez, os pré-fabricados permi-

tem também maior estabilidade da estrutura e economia em revestimento e pintura, no caso de obras industriais. Depois de instalada, a estrutura já está bonita. “Precisamos é tomar cuidado para não sujar”, brinca o engenheiro. Entusiasmado, Silva lista como vantagem adicional o fato de a obra não usar madeira e, portanto, ser ecologicamente correta e eliminar desperdícios.

O arquiteto Eduardo Salata afirma que em canteiros con-vencionais a perda de materiais chega a 32%. Em uma obra de pré-fabricados esta perda é reduzida a 3%. O setor, em sua avaliação, está “superaquecido” e em expansão. “A constru-ção civil precisa de rapidez e qualidade”, analisa.

O fato de a execução da obra ser eminentemente industrial – com a utilização de maquinário pesado – também reduz o risco de acidentes no local. “O futuro do Brasil é o pré-fabri-cado”, diz Silva.

A ABCIC-Associação Brasileira da Construção Industria-lizada de Concreto lista mais de uma dezena de vantagens competitivas nas obras pré-fabricadas. Além da redução do tempo de execução, as peças permitem soluções inovadoras e projetos de arquitetura personalizados. Além disso, segun-do estudos da entidade, há mais resistência ao fogo e os ma-teriais e componentes podem ser reutilizados e reciclados.

A primeira fábrica brasileira de estruturas pré-moldadas de concreto protendido foi fundada em 1957, segundo a ABCIC. O cimento chegou ao país alguns anos antes, em 1924, com a implantação pela Companhia Brasileira de Cimento Por-tland de uma fábrica em Perus, (SP). O mercado começou a receber o produto somente em 1926. Antes de o país produzir, o consumo dependia exclusivamente de importações. A ori-gem do cimento, entretanto, remonta há cerca de 4.500 anos e o grande avanço na tecnologia data de 1756.

O atraso brasileiro em relação ao uso do cimento não é proporcional à utilização da tecnologia de pré-fabricados de concreto na construção civil no Brasil. Segundo o arquiteto Salata, a indústria e o mercado nacional em nada perdem

para países como a Itália, Japão e Alemanha. Entretanto, o engenheiro Leonel afirma que há uma barreira cultural que separa o país das peças pré-fabricadas, ainda que nos últimos anos tenha ocorrido um sensível avanço no setor industrial.

Na Europa, no período do pós-guerra, os pré-moldados foram usados para reconstruir o que as bombas fizeram transformar em pó. Os países precisavam se reerguer com rapidez, e a tecnologia foi usada em favor desta necessi-dade. Dos canteiros de pré-moldados surgiu a indústria dos pré-fabricados que temos hoje no mercado. A reconstrução no pós-guerra pode ser comparada ao período de aquecimento da economia brasileira nos últimos anos, o que não deixa de ser uma “reconstrução” do setor produtivo depois de anos de recessão.

Obras pré-moldadas exigem mão-de-obra industrial e equipamento pesado

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enGenHAriA

DilataçãoO efeito da dilatação do concreto nestas obras pode ser arrasador. Trincas e rachaduras comprometem toda a estrutura. Entre as peças na garagem na Rápido D’Oeste foram utilizadas placas de borracha de um centímetro, que recebem acabamento de silicone.

Borracha entre as estruturas e acabamento em silicone garante

a segurança das estruturas

Composição de uma estrutura pré-fabricada

Fonte: Galleon Estruturas Pré-fabricadas Fundações: Os blocos e vigas baldrames poderão ser executados in loco ou pré-fabricados. As fundações poderão ser sapatas, blocos apoiados sobre estacas ou tubulões – definidos após análise do solo. Pilares: Poderão ser executados em seção retangular, quadrado ou em “I”, podendo ter consolos em qualquer das faces. Os pilares podem ser dimensionados com esperas para futuras ampliações.Estrutura para mezanino: Composta por pilares e vigas dimensionadas de acordo com a sobrecarga, vão livre e modulação entre pilares, definidos em projeto.Vigas de cobertura: As coberturas podem ser executadas em 2 águas, 1 água ou planas, podendo atingir vãos livres de até 36 m.Terças: Podem ser de concreto ou metálicas galvanizadas.Telhas: Podem ser em fibrocimento, galvanizadas, de alumínio ou em concreto – com ou sem revestimento térmico ou pintadas.Painéis de fechamento: Executados em concreto armado ou protendido, proporcionam agilidade, estética e segurança à estrutura pré-fabricada.Estrutura para ponte rolante: Composta por pilares e vigas de rolamento, dimensionadas de acordo com especificações.Escadas: Executadas em concreto armado. Entregues prontas para uso.Lajes: Em painéis de concreto armado ou protendido, podendo receber sobre-cargas de até 2 mil kg/m2.

Gustavo Leonel: obra com pré-fabricado tem pelo menos 50% de ganho de tempo

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Revista Painel 5

BLOG

Um país que cai de bunda e choraJames Pizarro *

A partir desta edição, a Painel vai destinar uma página para textos interessantes que circulam pela internet, assim como comentários dirigidos a

eles. Encaminhe sua sugestão para [email protected]

Sou tomado de profunda melancolia ao contemplar o desempenho do Brasil nas Olimpíadas e constatar nossa colocação no quadro de medalhas, comparar nosso país com os países que estão à nossa frente.Fico triste ao ver que na nossa seleção olímpica de futebol existem jogadores que ganham milhões e milhões de dólares, enquanto representantes do nosso judô choram e são humilhados por não terem dinheiro para pagar o exame de faixa preta.Fico irado ao ver o Galvão Bueno, nas transmissões da Globo, enaltecer delirantemente ‘o gênio mágico’ do ‘fenômeno’ Phelps, nadador norte-americano e não falar no mesmo tom do nosso nadador Cielo, este sim, um fenômeno. Fenômeno porque treinou seis horas por dia nos três últimos anos, numa cidade do interior dos EUA, sustentado pelos próprios pais e pela generosidade de alguns amigos, pois não recebe um auxílio oficial.Fico depressivo ao contemplar na TV nossas minguadas medalhas de bronze.E fico pensando que, de cada mega-sena e outras loterias oficiais, o governo paga apenas 30 % do arrecado ao ganhador e propaga que os outros 70 % são destinados a isso ou aquilo, sem que a gente possa fiscalizar com nitidez essa aplicação.Estou por completar 66 anos. E desde pequenino tem sido assim. Lembro do Ademar Ferreira da Silva, nosso bicampeão olímpico do salto tríplice que foi competir tuberculoso!

E jamais me sairá da mente o olhar de estupor de Diego Hipólito caindo de bunda no chão no final da sua apresentação, quando, por infelicidade e questão de dois segundos, deixou de subir ao pódio. E de suas lágrimas pedindo desculpas, quando ele não tem culpa de nada. Das lágrimas de outros atletas brasileiras dizendo que não deu. Pedindo desculpas aos familiares e ao povo.Meus Deus !Será que vou morrer vendo um povo que só chora e pede desculpas? Será que vou morrer num país que se estatela de bunda no chão, enquanto os políticos roubam descadaradamente e as CPIs não dão em nada? Será que vou morrer num país que se contenta com o assistencialismo e o paternalismo oficiais, um povo que vende seu voto por bolsa-família e por receber um botijão de gás de esmola por mês?Até quando, meu Deus.

* Engenheiro Agrônomo e professor universitário. Mantém o blog professorpizarro.blogspot.com

Comentário: Infelizmente o Sr. e todos nós vamos morrer vendo e sofrendo tudo isso e muito mais. É uma piada!!Eng° Civil Roberto Maestrello

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prOfissiOnAis dO AnO

AEAARP inicia processo de escolha dos homenageados

AEAARP10

No mês de agosto o regulamento para a escolha dos profissionais que serão homenageados pela AEAARP foi

divulgado no site da Associação e distribuído entre os associados. O prazo para a indicação dos profissionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia expira no dia 10 de

setembro. No dia 29 do mesmo mês, em reunião plenária, acontecerá a votação. Associados poderão indicar profis-sionais para serem homenageados e a votação é direta e

secreta entre membros da direção da entidade e do Conse-lho Deliberativo. Em 2007, Marcos Spínola de Castro, Carlos

Gabarra e Mônika Bergamaschi foram os homenageados.

REGULAMENTOPRÊMIO AEAARP PROFISSIONAIS DO ANO DE 2008

•Artigo1º - Fica instituído o prêmio AEAARP “PROFISSIO-NAIS DO ANO” aos profissionais de nível superior que es-tejam regulamentados e com situação regular no sistema CONFEA-Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, sendo homenageados três profissionais, um em Engenharia, um em Arquitetura e um em Agronomia.

•Artigo2º - A Comissão será constituída e nomeada até o dia 11 de agosto pelo presidente da AEAARP, formada por 6 (seis) membros, sendo 3 (três) do Conselho Deliberativo, 2 (dois) da Diretoria Operacional e o diretor social.

Parágrafo Único: É de responsabilidade e competência da Comissão provi-

denciar a triagem dos currículos e divulgação dos mesmos junto à Diretoria e ao Conselho Deliberativo, 15 (quinze) dias antes da votação.

• Artigo3º - A escolha do profissional será feita por vota-ção direta e secreta pelos membros da Diretoria e Conse-lho Deliberativo na 2ª quinzena do mês de setembro em reunião plenária. Na(s) ausência(s) justificada(s) do(s) Conselheiro(s) titular(es), caberá ao presidente do Conse-lho Deliberativo, convocar o(s) conselheiro(s) suplente(s) imediato(s) para participação desta votação, conforme ca-pítulo 40°, parágrafo único, do estatuto da Associação.

• Artigo4º - Poderão concorrer ao prêmio AEAARP “PRO-FISSIONAIS DO ANO”, os profissionais que forem in-dicados por pelo menos um associado da AEAARP, cuja indicação será efetivada através de carta de apresentação acompanhada do respectivo curriculum vitae.

Parágrafo Único: Não poderão ser indicados profissionais integrantes da Di-

retoria e Conselho Deliberativo em vigência de mandato.

•Artigo 5º - Para efeito de critérios básicos que deverão nortear a escolha do prêmio AEAARP “PROFISSIONAIS DO ANO”, deverão ser necessariamente observados as se-guintes condições:

A - Exemplar e dignificante atuação técnica e de ética pro-fissional.

B - Exemplar e dignificante conduta moral e comprovada participação junto à comunidade.

ParágrafoÚnico:CRITERIOSPARADESEMPATE 1 - Ser sócio da AEAARP 2 - Efetiva atuação e participação junto à AEAARP 3 - Não ter sido ainda homenageado pela AEAARP 4 - Profissional cuja categoria não foi homenageada nos

últimos dois anos, desta premiação. 5 - Residir em Ribeirão Preto 6 - A comissão terá o poder para decidir o desempate.

Fica estabelecido o seguinte calendário: - Dia 10/09/08 ás 17h - Prazo final para recebimento e protocolo da documentação. - Dia 15/09/08 - Análise dos currículos pela comissão Responsável. - Dia 29/09/08 - Escolha dos profissionais em reunião plenária.

Observação A apuração dos votos será imediatamente após o térmi-

no da votação, com a presença (apenas e tão somente) da comissão responsável, do presidente da AEAARP e do presidente do Conselho Deliberativo.

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Revista Painel 11

O Brasil é um cofre de patrimônio químico inexplorado

AGrOneGÓCiO

Só na Amazônia são 20 mil espécies

registradas

Questão alimentar Aumentar a produção de recursos alimentícios sem o aumento da

área cultivada é, aliás, um dos melhores resultados da aplicação do conhecimento científico, devidamente protegido pela Lei de Propriedade Intelectual, para resolver um problema mundial emergente: a escassez de alimentos em função do dobro do número de habitantes no planeta até 2050, de acordo com a previsão de especialistas.

A mesma tecnologia responsável pela variação genética da cana-de-açúcar e tornar sua produtividade maior numa área menor cultivada pode ser responsável pela resolução de problemas macroeconômicos como a escassez de alimentos que pode acometer o mundo. É o que afirma Fernando Reinach, que acredita que as inovações no agronegócio são um sinal claro de que o Brasil pode equilibrar a balança de relações comerciais estrangeiras aliando o tradicional hábito de importar novas tecnologias com o novo potencial de exportar conhecimento – e suas próprias tecnologias. “Isso nos deixa muito excitados e é o que faz com que os nossos acionistas invistam a quantidade de recursos que vêm investindo em novas idéias”, revela.

Segundo o executivo não haveria possibilidade de inovação no território nacional sem a proteção às patentes e ao direito do inventor. “A visão do Brasil sobre o conceito de propriedade intelectual ainda é deturpada. Já foi internalizada a crença de que não há investimento se não houver proteção ao patrimônio intelectual. Falta, porém, a sociedade se conscientizar de que a dinâmica da inovação é uma espécie de troca com benefícios que também afetam diretamente o próprio indivíduo.

“A concessão do direito de uso de uma patente por uma empresa tem o retorno direto na medida em que, além de estimular a própria competitividade interna no ambiente econômico gerando crescimento, contribui para a melhor qualidade de vida da própria população”, explica.

Detentor de 23% das espécies de cultivares de todo o planeta, com 20 mil registradas apenas na Amazônia, o Brasil é um cofre de patrimônio químico inexplorado. Além de ser responsável pelo crescimento econômico nacional, a variedade de recursos genéticos aliada ao desenvolvimento de uma tecnologia de ponta pode resolver grandes problemas sociais como a necessidade de se multiplicar os insumos alimentícios para dar conta da duplicação do número de pessoas que habitará o planeta até 2050.

Essas são informações reveladas pelo Diretor Executivo da Votorantim Negócios, Fernando Reinach, durante o Painel “Bionectnologia e Propriedade Intelectual no Agronegócio”, que aconteceu no segundo dia do XVIII Seminário Nacional da Propriedade Intelectual, no WTC Hotel, em São Paulo. Promovido pela ABPI – Associação Brasileira de Propriedade Intelectual no final do mês de agosto.

Os executivos da Votorantim foram responsáveis pelo investimento de 300 milhões de dólares em empresas nacionais inovadoras, com capacidade de gerar novos conhecimentos. “O Brasil é líder mundial em culturas que até então não tinham investimento de nenhuma empresa, como a laranja, o eucalipto e a cana-de-açúcar”, explica o executivo. A Alellyx e CanaVialis, empresas incentivadas pelo grupo, são responsáveis pelo desenvolvimento e comercialização de variedades genéticas da cana-de-açúcar e produção de germoplasmas. “Três milhões de variedades ingressam no pipeline da seleção todos os anos”, revela Fernando sobre as empresas, que possuem uma base de clientes detentora de 1.320.00 hectares de cana-de-açúcar em território brasileiro.

“Com a modificação genética da cana é possível deixá-la mais grossa e macia, rendendo 80% mais sacarose por hectare e praticamente dobrando a produção de álcool sem a necessidade de dobrar a área plantada”, finaliza o Diretor Executivo da Votorantim.

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Quando semeadas, as mudas ficam prontas para a transferên-cia definitiva aos 5 meses. Aos dois anos, as árvores florescem e frutificam pela primeira vez. No Brasil, essa espécie pode ser encontrada na composição paisagística de parques e praças, ou então na floresta estacional semidecidual, floresta ombrófila densa, floresta de araucária e no cerrado, nos estados da BA, CE, ES, MG, MS, PB, PE, PI, PR, RJ, RO, RS, SC e SP.

Existem relatos sobre propriedades calmantes, hipoglice-miantes (que estimulam a ação da insulina no corpo), purga-tivas, diuréticas, contra elefantíase, contra afecções renais e urinárias, males do estômago, do fígado, dos intestinos, gases, vermes, entre outros...

Os estudos mais intensos estão direcionados ao diabetes, uma doença que eleva as taxas de açúcares presentes no san-gue. Isto ocorre quando o pâncreas produz pouca ou nenhuma quantidade de insulina (substância que estimula as células a absorverem e armazenarem glicose), em conseqüência des-ta doença, problemas como excesso de urina, sede, fraqueza, distúrbios circulatórios e renais, infecções por baixa imunida-de, cegueira, impotência sexual masculina, cãibras e infarto podem acontecer.

O diabetes pode ser do tipo I ou do tipo II, no primeiro caso, geralmente a pessoa nasce com uma quantidade menor de cé-lulas produtoras de insulina ou elas são destruídas por algum tipo de reação auto-imune. No segundo caso, o problema pode surgir após os 40 anos ou se desenvolver, sem que se perceba, em pessoas que estão acima do peso ou naquelas em que se desenvolve uma sensibilidade ou resistência à insulina. Nesse caso, a pessoa não necessita na verdade de insulina e sim de substâncias que estimulam a ação desta no corpo.

Pesquisando sobre o assunto, verifica-se que alguns estudos mencionam que o chá de B. forficata pode ser usado na com-plementação dos medicamentos, tomando-se cuidado quando ingerido por gestantes e por pessoas com baixa taxa de açú-car no sangue, e sempre sob orientação médica, uma vez que várias receitas podem ser encontradas na mídia, de maneira aleatória, sem especificação de quantidades e usos.

Procurando informações sobre o assunto, é possível verifi-car que o processo de preparo do chá é simples e pode ser feito por qualquer pessoa, que deve colocar algumas partes da planta como as folhas, flores ou frutos triturados em água fervente por alguns segundos deixando a mistura descansar de 10 a 15 minutos. Em geral recomendam que o chá seja

A Bauhinia sp., é uma planta popularmente conhecida como pata-de-vaca, mororó, unha de vaca, ou mesmo bauínia. Per-tencente à família das leguminosas, subfamília Caesalpinace-ae, espalhou-se pela zona tropical do planeta tendo mais de 300 espécies no mundo todo, sendo que 100 destas são nativas e encontram-se distribuídas em todo território nacional.

Na história é observado o uso da pata-de-vaca em vários tipos de atividades, desde fitoterápicas, pois algumas espécies possuem propriedades medicinais, até trabalhos de decoração e ornamentação. Grãos de pólen datados de milhares de anos da Bauhinia cheilanta, que não são degradados pelo intestino humano, foram encontrados em amostras de fezes fossilizadas, num sítio arqueológico no Piauí, por pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública/Fiocruz. A literatura especializada do começo do século relatava também que os curandeiros do interior usavam o cozimento dessas folhas em formas de chá e banhos para curar lepra, furúnculos e picadas de cobra. Nes-sa mesma época, mesas, bandejas, caixas e outros utensílios decorados com cipó-florão – variedade trepadeira de pata-de-vaca – eram considerados artigos de luxo.

Atualmente podem ser encontrados trabalhos desta espécie de planta como forrageira na alimentação animal, uma vez que essas possuem folhas ricas em proteínas e hidratos de carbono, planta de reflorestamento por ser uma árvore pio-neira, no paisagismo, e nesse caso a espécie mais conhecida é a Bauhinia variegata, com flores de coloração brancas ou ro-sas. Por causa da quantidade de pólen de suas flores, tem sido recomendada para apicultores. Sua madeira é utilizada em caixotes, como carvão, para extração de celulose, e também como peça decorativa, que é o exemplo da escada-de-macaco, uma das variedades trepadeiras desta planta.

Em se tratando de estudos na área da saúde, surge o nome da Bauhinia forficata, que é uma planta de porte arbóreo, com a copa globulosa, que raramente ultrapassa 10 metros de al-tura, possui folhas ovaladas, em forma de um casco de vaca, caule com espinhos e casca com cerca de 7 mm de espessura, podendo ser utilizada como cerca viva. Floresce no final do verão, dando origem a uma flor de coloração branca, e pos-teriormente a frutos do tipo vagem, que de dependendo da espécie pode ter de 1 a 15 sementes, e dependendo do grau de amadurecimento, variam da cor verde ao marrom. Quando o fruto está totalmente seco, este se abre em 2 partes, espalhan-do suas sementes, que possuem alta taxa de germinação.

“Bauhinia sp – da belezaaos Cuidados

ArtiGO

AEAARP12

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Referência bibliográficaMELO, J.G. de; NASCIMENTO, V.T. do; AMORIM, E.L.C. de; ANDRA-DE-LIMA, C.S. de; ALBUQUERQUE, U.P. de. Avaliação da quali-dade de amostras comerciais do boldo (Peumus boldus Molina), pata-de-vaca (Bauhinia spp.) e ginco (Ginkgo biloba L.). Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 14, n. 2, p. 111-120, 2004.

Danilo Barroso Vercesi – Aluno de Graduação do curso de Agronomia do Centro Universitário ‘Moura Lacerda’.

Eduardo Suguino – Pesquisador Científico da APTA - Ribeirão Preto – Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

Autores:

consumido logo após o preparo, tomado três xícaras ao dia antes das refeições, porém, esta bebida pode ser armazenada na geladeira, em um recipiente fechado, mas nunca por mais de 24 horas após o preparo, pois pode ocorrer fermentação.

Vale lembrar que um acompanhamento médico sempre é importante, visto que o consumo excessivo dessa bebida pode apresentar efeitos co-laterais, como a baixa taxa de açúcar no sangue e após três meses de uso a ingestão do chá deve ser interrompida por um mês, para evitar que a taxa de glicose de algumas pessoas abaixe demais. No caso específico das raízes, existem exemplos de que sua utilização possa ser nociva ao organismo.

Como já é costume de acontecer quando se fala em plantas medicinais, a falta de informação gera alguns problemas como os citados por Melo et al. (2004) que relatam que alguns compostos comerciais à base de B. forficata vendidos em farmácias estão fora dos parâmetros contidos na farmacopéia brasileira, e das nove amostras comerciais diferentes ana-lisadas, todas as amostras foram reprovadas! Dentre os motivos desta reprovação, destacam-se dois medicamentos, que estavam em estado de decomposição, e outros cinco que apresentavam elementos indesejáveis em sua composição, tais como gramíneas, palha, pequenas pedras e principalmente estruturas lenhosas.

Grande parte dos fitoterápicos é oriunda da produção caseira, sem um rígido controle sanitário exigido para as indústrias, portanto recomenda-

Como ornamental Como medicinal”

se cautela na sua aquisição. Pesquisadores que coordenam estudos com esta planta relatam que dentro de três anos deve ser lançado um produto mais específico contra diabetes à base de B. forficata. Esta demora se deve em parte à descoberta de que em alguns testes com o uso de extrato de B. forficata, mostraram que há a ativação de alguns receptores, como o estrógeno, um hormônio feminino, que pode aumentar o risco de cân-cer de útero e mama, além da transcrição genética, que pode alterar o funcionamento da renovação celular. Estes estudiosos acreditam que o efeito obtido nas células com o extrato pode ser semelhante ao do chá, porém, isso ainda está em estudo.

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enerGiA

TeCnologia

A Abrade-Associação Brasileira das Distribuidoras de Energia Elétrica adverte: cerca de 5% de toda energia elétrica produzida no país são consumidos de forma irregular, sem o devido pagamento. Em números reais, significa que 21 mil gigawatts/hora são furtados por ano por pessoas que se utilizam de “gatos” para ter energia em suas instalações. Na área de atuação da CPFL Paulista, que compre-ende 234 municípios no interior do Estado de São Paulo – incluindo Ribeirão Preto –, a perda é 700 GWh por ano. O emaranhado de fios é uma cena comum nas periferias das grandes cidades. A tecnologia avança

tanto na prática da “gambiarra” quanto na fiscalização. “Muitos tentam esconder o desvio de energia elétrica dentro de paredes revestidas de concreto. Mas nossos equipamentos localizam a derivação dos fios em qualquer situação”, garante Ronaldo Borges Franco, gerente de Recuperação de Receita da CPFL Paulista.Em Ribeirão Preto, de janeiro de 2006 a julho de 2008, foram vistoriados 75.967 (32%) dos 235.136

imóveis cadastrados na empresa. Foram encontradas 9.244 fraudes nos medidores, o que representa 12 % das unidades fiscalizadas. “A assertividade aumentou muito após a implantação do software Clementine, que analisa automaticamente a curva de consumo de todas os clientes da empresa e emite alertas indicativos de possibilidades de fraudes”, afirma Franco. Além do software, as equipes utilizam desde equipamentos de radiofreqüência até sondas microscópicas, como as utilizadas em cirurgias hospitalares. O Brasil é o quarto país em perdas comerciais no mundo, atrás apenas do Paquistão, Índia e Tailân-

dia, respectivamente. Somando-se a esses números as perdas naturais nas linhas de transmissão, subestações e redes de distribuição, que chegam a 12%, a perda total de energia elétrica no Brasil, anualmente, é em média de 17%. Em algumas regiões, como Pará, este índice chega a 20%.

Investir em tecnologiaOs avanços tecnológicos trabalham a favor do combate destas perdas de energia. “Investir em sof-

twares que mapeiam as regiões e buscam identificar as fraudes é uma saída para ajudar a controlar estas perdas”, diz Michael Wimert, presidente da Elucid, empresa especializada em sistemas para o setor de energia. Ele explica que as soluções são tecnologias inteligentes (da sigla BI, em inglês – Business Intelligence) que detectam com detalhes os prováveis pontos de furto. A empresa colocou no mercado um software chamado e-Revenue Assurance, voltado para a fiscali-

zação e gestão destas perdas. “O software analisa os históricos de consumo, apontando as áreas mais propensas ao crime”, afirma Wimert. A tecnologia, que vem sendo utilizada em diversas concessioná-rias, aumentou significativamente a assertividade na identificação dos fraudadores em companhias como Celpa-Centrais Elétricas do Pará, Celtins-Companhia de Energia Elétrica do Estado do Tocantins e Cemat-Centrais Elétricas Matogrossenses. Nestas empresas, os controles manuais foram eliminados. A Ampla Energia & Serviços, concessionária de energia, há menos de cinco anos registrava 25% em

perda de energia, mais que a média da indústria inteira. As fraudes e roubos significavam um rombo de R$ 250 milhões anuais à companhia. Para reverter a situação, a distribuidora adotou uma tecnolo-gia sem fio, com transmissão de dados via rede celular e similar à utilizada por companhias telefôni-cas: um medidor eletrônico de energia – que substitui o instrumento mecânico comum, vulnerável a interferências –, construído com base no conceito M2M (machine-to-machine) e instalado acima dos fios de alta tensão dos postes de tranformadores. O novo medidor é dota-do de um chip que transfere, ao fim de cada dia, todas as informações de consumo à Ampla, permitindo o controle da energia enviada a 460 mil do total de clientes da concessionária, entre comerciais e residenciais. Desenvolvido pela V2COM, o sistema é considerado um dos cinco

maiores projetos de medição do mundo – segundo estudos do mercado especializado. Atualmente em expansão, o projeto já exigiu investimento da ordem de R$ 450 milhões – mas conseguiu baixar para 19,5% a taxa de furtos de energia. Os “gatos” são um crime previsto em lei, com punição de até quatro anos de reclusão.

no combate ao “gato”

AEAARP14

Brasil é o 4º país em perdas de energia elétrica

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exPoweCexibe primeiros barcos movidos a energia solar do Brasil

Revista Painel 13

WeC 2008

Meios de transportes utilizando tecnologia de ponta. Fontes alternativas de energia. Conceito ecologicamente correto. Barcos movidos a energia solar serão destaque na Expowec, exposição tecnológica que acontecerá si-multaneamente ao Congresso Mundial de Engenheiros - WEC 2008.

Desenvolvidos pela Seisui Tecnologias Ambientais Ltda., localizada no Amazonas, os catamarãs que irão para Bra-sília, de 2 a 6 de dezembro de 2008 estão inseridos no contexto de inovação, responsabilidade social e energia definidos pela WEC e Expowec.

O catamarã Seisui I foi o primeiro barco movido a ener-gia solar. “Com capacidade para quatro pessoas, navegou pela primeira vez em 5 de janeiro de 2008, realizando um percurso de 16 quilômetros, atravessando o rio Negro e cruzando o encontro das águas com o rio Solimões”, conta Fernando Garcia, sócio-proprietário da empresa Seisui.

Além do Seisui I, que já atingiu 25 km/h, está em cons-trução o Seisui II. Este deverá atingir 35 km/h e será um

híbrido de energia solar e etanol, destinado ao ecoturis-mo, com capacidade para 10 pessoas. A previsão é de que ele esteja em funcionamento a partir de novembro.

Durante a Expowec, a intenção é de que o Seisui I fique exposto no Centro de Convenções “Ulysses Guimarães” e o Seisui II permaneça no Lago Paranoá. No Seisui II “se-rão realizados passeios para convidados participantes da feira”, explica Garcia.

A empresa, em parceria com o governo do Estado do Amazonas, irá participar da exposição não apenas com embarcações solares. “Pretendemos apresentar nossas tecnologias desenvolvidas para estações de tratamento de esgoto – ETEs –, para embarcações, canteiro de obras, frentes avançadas de serviço, ETEs auto-portantes, uni-dades sanitárias equipadas com ETE e sistema de trata-mento de água por ionização”, explica. “Enfim, teremos muitas novidades para o público que se fizer presente à feira”, ressalta.

Fonte: www.wec2008.org.br

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OpiniãO

Queimadas da cana incomodam

*Luiz Gonzaga Bertelli

Reiteradamente, organismos internacionais têm criticado a queima da palha da cana-de-açúcar em nosso país. As denúncias acontecem quando a cana ultrapassa a energia hidráulica como fonte de energia da nação. Dados recentes comprovam que, para

a expansão do vegetal, há terra disponível, e outras culturas não serão atingidas. Ademais, a cana não é invasora de terras cultivadas, e as áreas de plantio estão muito distantes da região amazônica.

O processo de produção da cana, do açúcar e do álcool no Brasil é comprovadamente intensivo na absorção de mão-de-obra, especialmente quando da colheita. Tradicionalmente, a fim de facilitar o corte da cana, é efetuada a queima da palha, inclusive diante das exigências dos trabalhadores agrícolas nas convenções coletivas.

Em 2002, o governo paulista fixou prazos para a erradicação da queima: 2021 (áreas mecanizáveis) e 2031 (áreas não mecanizáveis). O protocolo prevê a demarcação das áreas produtoras, a proteção das nascentes, a redução do consumo de água, além de boas práticas trabalhistas e sociais.

As indústrias sucroalcooleiras que aderirem à determinação governamental receberão um selo ambiental, o que servirá de credencial para a futura comercialização do álcool fabricado. São conhecidos os efeitos indesejáveis da queima da palha nas redes elétricas, nas rodovias, nas reservas florestais e na produção dos particulados. A palha da cana seca possui 45% de carbono. Ao ser queimada, vira CO2, que vai para a atmosfera, contribuindo para o aquecimento global.

No que concerne às repercussões na geração de empregos no setor canavieiro (cerca de 1 milhão de pessoas, sendo 80% na área agrícola), haverá sérios impactos sociais, com

A palha da cana seca possui 45% de carbono;

ao ser queimada, contribui para o aquecimento global

a substituição de um grande contingente de cortadores de cana pelas máquinas. A questão é complexa, quando o Brasil já apresenta uma das maiores taxas de desempregados do mundo, especialmente entre os jovens.

Hoje, com exceção da soja, a cana é a que mais bem remunera os trabalhadores da agricultura. Consoante as avaliações do CTC-Centro de Tecnologia Canavieira, com a total mecanização das lavouras canavieiras no Estado de São Paulo, haverá a forçosa redução de 165 mil empregos em relação ao atual sistema de corte manual.

Na safra em curso (2008/9), mais de 40% da área de cana do Estado paulista já utilizam modernas máquinas colhedoras. Dessa forma, quando a colheita é estimada em 500 milhões de toneladas de cana, com crescimento de 16% sobre a safra anterior, em torno de 200 milhões serão recolhidos pelas máquinas.

É difícil prever como será recolocada a mão-de-obra canavieira, devido ao seu baixo nível de capacitação. Daí, a imprescindibilidade de políticas governamentais, voltadas ao setor da agroindústria, a fim de que não tenhamos graves problemas sociais, decorrentes da substituição humana pela mecanização.

As vendas de máquinas de cortar cana bateram recorde no ano de 2007, com 645 unidades comercializadas - aumento de mais de 100% em relação ao período de 2006.

Dessa forma, a frota brasileira de colhedoras de cana eleva-se para 2.263 unidades, sendo que a grande maioria opera no centro-sul. Os investimentos financeiros na compra das colheitadeiras é considerado, ainda, muito alto para a atividade canavieira e não há a pronta entrega das máquinas pelos fabricantes.

*Luiz Gonzaga Bertelli , jornalista e advogado, é diretor dos departamentos de Infra-Estrutura e Meio Ambiente da Fiesp-Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, membro dos conselhos superiores de Energia e do Agronegócio e presidente-executivo do Ciee-Centro de Integração Empresa-Escola e da Academia Paulista de História.

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anúncio gráfica

infOrMÁtiCA

aeaarP

Conectada com o futuro, a AEAARP está ampliando a oferta de serviços aos associados. Os computadores da sede começaram a ser trocados por máquinas mais potentes (veja configuração no quadro nesta página). Cinco máquinas foram trocadas e monitores de LCD – num total de 14 – foram instalados em todos os computadores.

Daniel Antunes, responsável pelo suporte de informática na sede, afirma que a freqüência de utilização da sala de informática é de aproximadamente 150 associados por mês. Todas as máquinas foram equipadas com Windows Vista Business e pacote Office 2007.

Giulio Roberto Azevedo Prado, diretor de Computação, Sistemas de Tecnologia da Informática e afins, afirma que a troca das máquinas integra o conjunto de ações desta diretoria que busca incrementar e modernizar os serviços prestados aos associados. A AEAARP é dotada de rede de internet sem fio, que permite o acesso à internet dos computadores pessoais dos sócios. Para atender às necessidades dos

usuários, o horário de funcionamento também foi ampliado (veja quadro).

O engenheiro José Fernando Ferreira Vieira usa a Sala dos Associados pelo menos duas vezes por semana. Ele elogia a troca dos equipamentos e afirma que usá-los facilita o cotidiano de seu trabalho. “Não preciso ir ao escritório e tem sempre alguém aqui para ajudar”, diz.

Configuração das 5novasmáquinasHD de 80 gigasMemória RAM de 2 gigasProcessador de 4.6Gravador de DVD e CDMonitor LCD de 17”

investe em modernização

Horário de funcionamento e serviços8hàs12h13hàs18hÉ possível navegar na internet, usar o pacote Oficce e a impressora gratuitamente.

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A energia renovável não é um modismo trazido pelas cota-ções recordes do petróleo. É uma fonte que veio para ficar, e isso significa uma oportunidade imperdível para o Brasil, país que tem o maior potencial bioenergético do planeta. A conclusão é de alguns dos principais especialistas no as-sunto ‘energia’ presentes no 7º Congresso de Agribusiness da Abag-Associação Brasileira de Agribusiness, sob o tema Agronegócio e Sustentabilidade, que aconteceu em agosto, em São Paulo.

A chamada ‘janela de oportunidades’ não passou desper-cebida à Petrobras, justamente a gigante do petróleo brasi-leiro. “Não há nada de estranho nisso. A Petrobras está in-vestindo firme em biocombustíveis e não há volta para este projeto dentro da empresa. Ele vai em frente, seguindo o que manda o futuro”, disse Paulo Canabrava, consultor de Negó-cios de Abastecimento da Petrobras.

O biodiesel levará algum tempo para se consolidar como combustível em larga escala, mas o etanol já é uma reali-dade prestes a se tornar alternativa mundial ao petróleo. “O que precisamos é levar o etanol ao grupo das commodities (matérias-primas com distribuição e cotação mundiais). Es-tamos investindo na compra de 26 navios em curto prazo para levar o etanol brasileiro a todos os lugares do mundo”, revelou Canabrava.

Mas há um fator que ainda emperra a globalização do eta-nol: a produção concentrada. Brasil e Estados Unidos divi-dem atualmente a liderança no mercado de etanol. Juntos, produzem 70% do álcool combustível no mundo. “Nenhum país quer comprar de um ou dois fornecedores porque é pe-rigoso como estratégia, disse Luiz Carlos Corrêa Carvalho,

etAnOL

garantem especialistas reunidos

Biocombustível não é

Especialistasapontamasvantagensdoetanol,queseconsolidounomercado interno e está a caminho de tornar-se commodity. Petrobrás investepesadonoálcooledizqueocaminhonãotemvolta.Executivodefenderevisãonoprojetodebiodiesel.Temasforamdebatidosno7º.

CongressoBrasileirodeAgribusiness,emSãoPaulo.

Paulo Canabrava: “Estamos investindo na compra de 26

navios em curto prazo para levar o etanol brasileiro a todos os

lugares do mundo”.

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presidente do Comitê Nacional de Agroenergia da Abag. “Por isso precisamos que outros países se tornem fortes no etanol também, para ampliar o mercado, que é muito promissor”.

No mercado interno, o etanol já ultrapassou a gasolina nos postos de combustíveis neste ano. E a produção não pára de crescer. Hoje são 20 bilhões de litros por ano, volume 14% su-perior ao do ano passado e quase 100% maior em relação a 2002. Até mesmo a indústria química, que havia abandona-do o álcool na década de 1980 em favor da nafta (derivado de petróleo) vem retomando o combustível. “Vale a pena usar o etanol como base para a produção de plástico. E não só pelo preço astronômico do petróleo, mas também porque é uma tecnologia menos poluente”, afirmou Weber Porto, presidente da Evonik Degussa Brasil, empresa química de origem alemã que adotou a matéria-prima vegetal.

Outra prova da versatilidade da natureza é a geração de bio-eletricidade. A partir de resíduos da cana-de-açúcar que nor-malmente são queimados, como bagaço e palha, é possível produzir energia elétrica a custo e impacto ambiental mais baixos do que as complexas hidrelétricas ou as poluentes ter-melétricas. “O que iria poluir a natureza pode servir para gerar energia limpa”, disse Carlos Roberto Silvestrin, consultor da UNICA-União da Indústria da Cana-de-Açúcar.

Para ele, com pouco tempo e investimento essa opção de energia renovável pode passar dos atuais 3% da matriz energé-tica brasileira para 15%. Silvestrin afirma que o esmagamen-to da cana produz um terço de caldo (que geram o açúcar e álcool), um terço de bagaço e um terço de palha. “Ou seja, dois terços da planta são inutilizados quando poderiam virar energia”.

REVISÃO NO BIODIESEL

Se o etanol só traz otimismo, o biodiesel deveria ser revisto como política de energia renovável no Brasil. A opinião é de Marcello Brito, diretor comercial do Grupo Agropalma, para quem “às vezes, é melhor dar dois passos atrás e retomar a jor-nada a insistir num caminho errado”. Brito afirmou que mais da metade do biodiesel fabricado hoje no Brasil vem da soja, o que não condiz com a idéia de aproveitamento ideal de cul-turas para transformação em combustível. “O Brasil critica os Estados Unidos por estarem usando milho para fazer etanol, mas nós estamos usando soja, que é também um alimento

Revista Painel 19

no Congresso da abag, em são Paulo

modismo, veio para ficar

Weber Porto: “Vale a pena usar o etanol como base para

a produção de plástico.”

importante, para fazer biodiesel. Isso pressiona os preços dos alimentos desnecessariamente”, disse ele.

Para ele, há um problema sério na escolha das matérias-pri-mas para o biodiesel, fomentado sobretudo pelo governo fede-ral. “O dinheiro público tem financiado projetos para a produ-ção da mamona, por exemplo, e ninguém usa essa planta para fazer biodiesel. Mas o governo insiste”. Há ainda projetos para o aproveitamento do girassol, que seria um desperdício, pela nobreza do óleo desta semente.

Brito, cuja empresa produz a palma para o biodiesel, disse que até com esta planta o governo atua errado. “Há um investi-mento público em plantação de palma no interior da Amazônia em uma área de 100 mil hectares, mas ali não há mão-de-obra suficiente para tocar o projeto e a planta precisa ser levada de barco por 650 quilômetros até Manaus. É esse tipo de proble-ma que precisa ser sanado”.

Pelo lado dos produtores, Brito criticou a ausência de estu-dos de impacto ambiental na maioria dos empreendimentos de produção de biodiesel. Numa pesquisa com duas dezenas de empresas que se dispuseram a responder a um questionário, Brito concluiu que mais da metade não tem estudo de impacto sobre água, flora e fauna e nem mesmo sabe qual o nível de emissão de carbono do próprio ciclo de produção. “Isso quer dizer que o produtor não sabe se está contribuindo para redu-zir ou aumentar a poluição ambiental”, finalizou.

CAMPANHA DO ETANOL

A UNICA lançou durante o Congresso da Abag uma

campanha especial para facilitar o entendimento sobre a importância

do etanol brasileiro. A campanha, criada pela Talent, apresenta a

nova marca para o etanol brasileiro associando o uso do combustível a outras atitudes sustentáveis. Com a assinatura “Etanol: uma atitude inteligente”, a campanha circulará nos principais mercados nacionais e ficará no ar até novembro. A campanha terá apoio do site www.etanolverde.com.br.

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eriCson e lanChoTi

desenvOLviMentO UrBAnO

ConCidadesCombater as desigualdades sociais, transformando

as cidades em espaços mais humanizados, amplian-do o acesso da população à moradia, ao saneamento e ao transporte. Esta é a missão dos 86 conselheiros do ConCidades-Conselho Nacional das Cidades, órgão vinculado ao Ministério das Cidades. Eles to-maram posse no último mês, em cerimônia realizada em Brasília, presidida pelo presidente da República, e cumprirão um mandato de três anos.

A eleição dos novos conselheiros aconteceu em novembro do ano passado, por ocasião da 3ª Con-ferência Nacional das Cidades, em processo que envolveu também conferências municipais e esta-duais. Os conselheiros eleitos representam diversos segmentos da sociedade, como o Poder Público Federal, Estadual e Municipal, o Legislativo, movi-mentos sociais, empresários, trabalhadores, entida-des do terceiro setor, entre outros. No segmento das

entidades profissionais, acadêmicas e de pesquisa, foram eleitos, representando respectivamente a ABEA-Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e a ABENGE-Associação Brasileira de Educação em Engenharia, os professores José Antonio Lanchoti e Ericson Dias Mello.

O arquiteto e urbanista José Antônio Lanchoti é coordenador do curso de Arquitetura e Urba-nismo do Moura Lacerda; conselheiro do CONFEA-Conselho Federal de Engenharia, Arquite-tura e Agronomia e também Presidente da ABEA. Ericson Dias Mello, engenheiro civil, é coor-denador do curso de Engenharia Civil e dos Cursos Superiores de Tecnologia do Moura Lacerda, além de ser conselheiro do CREA-SP, onde coordena a Comissão de Educação e Atribuições Profissionais, assessor do INEP/MEC, diretor regional da ABENGE e conselheiro da AEAARP, além de coordenar o Fórum Permanente de Debates “Ribeirão Preto do Futuro”.

“Nas reuniões trimestrais temos a compreensão das políticas públicas adotadas pelo governo e trazemos as informações para nosso município e para a comunidade acadêmica que represen-tamos”, explica Lanchoti. O arquiteto estará participando do Comitê Técnico de Transporte e Mobilidade Urbana do ConCidades e do Grupo de Trabalho que tratará da Campanha Nacional pela Agenda do Conselho das Cidades.

O engenheiro Dias Mello foi eleito para o Comitê Técnico de Saneamento do ConCidades e estará participando do Grupo de Trabalho que estabelecerá o PlanSab-Plano Nacional de Sa-neamento e também do grupo que trata dos eventos comemorativos ao Ano Internacional do Saneamento, no Brasil.

O ConCidadesO Conselho Nacional das Cidades acompanha a Política Nacional de desenvolvimento urbano

e as setoriais de Habitação, Saneamento Ambiental, Transporte Urbano e Trânsito. O Ministério trabalha de forma articulada com estados e municípios, além dos movimentos sociais, organi-zações não governamentais, setores privados e demais segmentos da sociedade. “O papel do conselheiro é acompanhar e participar do desenvolvimento das políticas públicas relacionadas às questões urbanas, incluindo-se aí as políticas habitacionais, de desenvolvimento urbano, sanea-mento, transporte e mobilidade”, afirma Dias Mello.

Os conselheiros também fiscalizarão a utilização dos recursos do PAC-Programa de Aceleração do Crescimento – projeto do governo federal que engloba um conjunto de políticas econômicas, com investimentos na ordem de R$ 503 bilhões até 2010, com prioridade nas aplicações para solução dos problemas de infra-estrutura nacional.

AEAARP20

são eleitos para o

Ericson

Lanchoti

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16 [email protected]

- Estacas moldadas “in loco”: • tipo raiz em solo e rocha. • tipo Strauss. • escavadas com perfuratriz hidráulica. • escavadas de grande diâmetro (estacões). • hélice contínua monitoradas.

- Estacas pré-moldadas de concreto.

- Estacas metálicas (perfis e trilhos).

- Tubulões escavados à céu aberto.

- Sondagens à percussão SPT-T.

- Poços de monitoramento ambiental.

- Ensaios geotécnicos.

QuASE6.000OBRASDEfunDAçõESEM

27AnOSDEATIvIDADES.

Mudanças Climáticas Globais

CLiMA

A FAPESP-Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo está destinando R$ 100 milhoes para o Programa FAPESP de Pesquisa em Mudanças Climáticas Globais. A proposta é estimular e coordenar estudos sobre o clima para ampliar o conhecimento sobre sinais, causas e impactos das mudanças climáticas e ambientais sobre a vida no planeta.

Por um período fixado em 10 anos, serão financiados projetos de pesquisa interdisci-plinar, básica e voltada para aplicações, sobre efeitos das mudanças globais, impactos em ecossistemas naturais e agrícolas, medidas de adaptação e mitigação de emissões de gases. As pesquisas também deverão contribuir para a formulação de políticas públicas de avaliação de riscos e adaptação a essas mudanças.

O programa é inédito em sua abrangência e no estudo do papel do Brasil nessas mu-danças, já consideradas inevitáveis. A grande extensão territorial do país e sua cobertura vegetal – já muito modificada nos biomas Mata Atlântica e Cerrado e sofrendo mudanças recentes na Amazônia por alterações no uso do solo – justifica a continuidade e avanço em pesquisas sobre a influência do país nas mudanças climáticas globais.

“A FAPESP espera intensificar a contribuição de pesquisadores em São Paulo para o avanço do conhecimento sobre mudanças climáticas globais e que os resultados sejam competitivos internacionalmente”, afirma Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor cientí-fico da FAPESP. “Espera-se ainda que a originalidade e relevância desses resultados aju-dem o Brasil a ganhar espaço no debate mundial sobre o tema e que as pesquisas também focalizem aspectos de interesse específico para São Paulo e para o Brasil”, completa.

Informações sobre as chamadas do Programa estão disponíveis no site da FAPESP: www.fapesp.br

são Tema de Programa da FaPesP

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iPT: pesQUisA

centenário e moderno

Quando completar 110 anos, em 2009, o IPT-Instituto de Pesquisas Tecnológicas estará passando por uma grande ação moderniza-dora.

De acordo com o diretor-presidente do Instituto, João Fernando Gomes de Oliveira, professor titular da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo, o projeto de modernização é uma iniciativa do governo estadual, que alocará a maior parte dos recursos estimados em R$ 150 milhões, incluindo participações de instituições como o BNDES-Banco Nacional de Desenvolvimen-to Econômico e Social, a Finep-Financiadora de Estudos e Projetos e a FAPESP, além de empresas como Petrobras e Embraer.

O IPT, que conta atualmente com instala-ções distribuídas em 67 prédios, ocupando mais de 96 mil m2 em São Paulo, Guarulhos e Franca, ganhará novas unidades no interior paulista: um laboratório de gaseificação de biomassa, em Piracicaba, e um laboratório de pesquisas e estruturas leves – material utilizado especialmente na indústria aeroes-pacial – em São José dos Campos.

Gomes de Oliveira afirma que o projeto tem o objetivo de estimular a estrutura de pesqui-sa e desenvolvimento, ampliar os serviços com alto conteúdo tecnológico e aprofundar o trabalho como centro de pesquisa pré-com-petitiva. O Instituto passará a atuar em novas áreas, como microssistemas, nanobiotecno-logia, estruturas leves e simulação numéri-ca.

A estrutura do IPT, que conta com 13 cen-tros, 30 laboratórios e 10 seções técnicas, ga-nhará sete novos laboratórios. O plano inclui também o investimento em formação de re-cursos humanos, com envio de pesquisado-res ao exterior. O Instituto tem hoje cerca de 500 pesquisadores e mais de 400 técnicos.

O ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, visitou o IPT no dia 19 de agosto para conhecer o projeto, que em breve será lançado oficialmente. “O IPT está dando o exemplo para os demais institutos que pa-decem de problemas comuns, pois, além de criar novos desafios e objetivos, é preciso que as pessoas não se acomodem”, disse Rezen-de.

Gomes de Oliveira, que tomou posse do car-go de diretor-presidente no início de janeiro, disse à Agência FAPESP que o projeto de mo-dernização do instituto está estruturado so-bre quatro princípios: promoção da pesquisa para inovação; estímulo às estruturas de pes-quisa e desenvolvimento (P&D) nas empre-sas; expansão e fortalecimento das áreas de atuação, e ampliação da presença regional.

O objetivo é mudar, além da estrutura física, a relação do Instituto com o mercado. “O IPT tem um forte componente de atendimento às demandas tecnológicas das empresas. Uma das metas é seguir nesse caminho, fortale-cendo a pesquisa pré-competitiva, ou seja, trabalhar com capacidade própria no desen-volvimento tecnológico para depois negociar com a indústria, em vez de partir apenas de demandas específicas dela”, disse. Uma das possibilidades é implantar escritórios de P&D das empresas dentro do IPT, e até mesmo fa-zer do Instituto uma incubadora de departa-mentos de P&D.

O orçamento de R$ 150 milhões para o pro-jeto de modernização vai até 2010. “Esses re-cursos estruturantes, em grande parte, estão sendo alocados pelo governo paulista. Mas a nova unidade de São José dos Campos, por exemplo, tem aporte do BNDES, Finep, FA-PESP e da Embraer”, explica Gomes de Oli-veira.

Ainda segundo a Agência FAPESP, a progra-mação do projeto de modernização inclui 34 reformas no IPT, incluindo sete grandes labo-ratórios e o centro de simulação numérica.

O projeto de modernização terá aporte de recursos da Petrobras. Inicialmente a empresa vai investir R$ 5 milhões na área da bioenergia e R$ 8 milhões em um laboratório de ensaios de estruturas pesadas, para apoiar o trabalho em plataformas para águas profundas.

AEAARP22

bioenergiabioenergia

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prêm

ioSIEMENS

prÊMiO

A Siemens lançou a terceira edição do Prêmio Werner von Siemens de Inovação Tecnológica, que leva o nome do fundador do conglomerado alemão. As incrições podem ser feitas até 10 de outubro.

O prêmio tem duas categorias e três modalida-des: “Indústria”, “Energia” e “Saúde”. Na catego-ria “Estudante – Novas Idéias”, o prêmio é aberto à participação de estudantes dos cursos de nível técnico e superior em tecnologia, graduação e pós-graduação (lato sensu).

Já a categoria “Ciência & Tecnologia” destina-se à participação de pesquisadores e empresas incubadas, com os seguintes perfis: pesquisado-res formados a partir de 2006 ou estudantes nos níveis mestrado, doutorado ou pós-doutorado e empresas incubadas.

O programa também concederá o prêmio es-pecial Contribuição Socioambiental para todos

os trabalhos inscritos nas duas categorias e três modalidades que, além de apresentar em sua proposta o caráter inovação tecnológica, este-jam associados a uma contribuição à sociedade e ao meio ambiente

Os primeiros colocados receberão prêmios em dinheiro (R$ 10 mil para a categoria Estudante e R$ 15 mil para a categoria Ciência & Tecnologia), além de telefones Gigaset Siemens para segun-do e terceiro lugares e para professores orien-tadores nas duas categorias. O prêmio especial Contribuição Socioambiental será de R$ 10 mil.

O terceiro Prêmio Werner von Siemens de Ino-vação Tecnológica é uma contribuição da empre-sa ao desenvolvimento de inovações no Brasil e faz parte do programa mundial Siemens Genera-tion 21, voltado para a educação.

Mais informações: www.siemens.com.br/premioinovacao

lança Prêmio de inovação

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AEAARP24

devidos espaços e agora é tratar da sua valorização profissional, para o lançamento de novas lideranças, seja dentro ou fora do Sistema”, afirmou.

Também durante a abertura do evento, o engenheiro Hélio Secco homenageou o GT Participação da Mulher do CREA-SP, presenteando sua coordenadora com um poster de uma constru-ção do pássaro joão-de-barro, alusivo ao prêmio conquistado pelo GT paulista no ano passado.

Em sua fala, o presidente do CREA-SP lembrou que a luta das mulheres dentro do Sistema já vem de muito tempo. “Em 1937 um grupo de abnegadas fundou a Associação Brasileira de Engenheiras e Arquitetas. Se hoje vocês ainda sofrem algu-ma discriminação, imaginem naquela época – e nem por isso essa associação deixou de existir”, afirmou o engenheiro. José Tadeu criticou o dito popular que afirma haver, atrás de todo grande homem, uma grande mulher. “Está errado, pois é ao lado dos grandes homens que elas se encontram, desmentindo a mi-tologia de que são o sexo frágil”. O presidente do CREA-SP ainda forneceu algumas estatísticas animadoras em relação às mulheres do Sistema. “Hoje temos mais de 30 conselheiras no nosso Regional e cerca de 180 inspetoras. Das 218 associações de classe que hoje temos no Estado, cerca de 40 são presididas por mulheres. Mas não podemos nos esquecer de que o mer-

cado exige, tanto dos homens como das mulheres, um nível de capacitação cada vez mais alto. Agora que os governos acenam com recursos para as diversas áreas da atividade tecnológica, é hora da mulher, ao lado do homem, capacitar-se cada vez mais, para parti-cipar mais das decisões e, na-turalmente, produzir grandes líderes”, concluiu.

As palestras do Fórum Te-mático foram ministradas pela

arquiteta e urbanista Célia Buccolo Ballario (“Capacitar para fortalecer a participação da mulher em cargos de lideranças”), pela arquiteta e urbanista Ângela Canabrava (“Valorização profissional e desenvolvimento sustentável com inclusão so-cial”), pela coordenadora da Comissão Especial CREA-Jr. do CREA-SP, engenheira de alimentos Iracema de Oliveira Moraes (“Inserção no mercado de trabalho”), e pela assessora do GT Mulher do CONFEA, engenheira eletricista Cláudia Machado, representando a presidente do CREA-DF, engenheira civil Lia Sá (“Fórum da Mulher na WEC 2008”).

Segundo a coordenadora do GT Participação da Mulher do CREA-SP, “esse tipo de encontro, que deve ser regular, visa incentivar as profissionais mulheres a assumirem mais cargos de liderança”. Segundo ela, “nossas características femininas só favorecem a capacidade de liderar, pois a mulher tem uma natureza mais agregadora, ouve o que os outros têm para dizer e consegue atender suas reivindicações com humanidade – e isso só gera satisfação e sucesso”.

No dia 29 de ju-lho, o GT Mulher do CONFEA-Con-selho Federal de Engenharia, Arqui-tetura e Agronomia realizou, em parce-ria com o GT Parti-cipação da Mulher do CREA-SP, o Fórum Temático Regional Sudeste

“Formação de Líderes”, no Auditório Eng. Hélio de Caires, na Unidade Nestor Pestana do Conselho paulista, na capital.

Compuseram a mesa de abertura do evento a coordenadora do GT Mulher da Região Sudeste, engenheira de minas Maria Martha de Magalhães Gameiro; a coordenadora do GT Mulher do CONFEA, arquiteta e urbanista Ângela Canabrava; o dire-tor geral da Mútua Caixa de Assistência dos Profissionais do CREA-SP, engenheiro agrimensor Miguel Prieto; o presidente reeleito do CREA-SP, engenheiro civil José Tadeu da Silva; o presidente da FAEASP-Federação das Associações de Enge-nharia, Arquitetura e Agronomia do Estado de São Paulo, enge-nheiro civil Hélio Rodrigues Sêcco; a presidente da ABEA-Associação Bra-sileira de Engenheiras e Arquitetas, arquiteta e urbanista Duaia Vargas da Silveira; e a coordenadora do GT Par-ticipação da Mulher do CREA-SP, ar-quiteta e urbanista Alessandra Curadi Joazeiro Cucorocio.

Em breve depoimento que antecedeu o ciclo de palestras e debates, a arqui-teta Ângela Canabrava destacou a par-ticipação de profissionais das mais di-ferentes regiões brasileiras, com suas características e problemas próprios. “Quando sistematizamos esses problemas temos soluções glo-bais, que se aplicam às necessidades de todo o Sistema CON-FEA/CREA”, lembrou a arquiteta. A coordenadora nacional do GT Mulher disse que “temos de ser reconhecidas não só como executivas da área tecnológica, mas também como agentes na concepção de políticas públicas, principalmente dentro dos nos-sos municípios, onde desenvolvemos nossa vida profissional”. Ângela admitiu que falta mobilização entre as mulheres pro-fissionais, sugerindo que, “quando as portas são abertas para nós, devemos mostrar toda a nossa criatividade e dar a nossa contribuição à sociedade”.

Na seqüência, o engenheiro Miguel Prieto disse que as mu-lheres são mais sensíveis que os homens em relação às opor-tunidades, lembrando uma das iniciativas contemporâneas à criação do primeiro GT Mulher em São Paulo. “Aquelas mulhe-res produziram uma publicação técnica que conseguiu enorme repercussão no meio. De lá para cá, elas trataram de ocupar seus

Mulheres do Sistema se reúnem no Crea-sP para discutir Formação de Líderes

CreA

“Mas não podemos nos esquecer de que o mercado

exige, tanto dos homens como das mulheres, um

nível de capacitação cada vez mais alto”,

José Tadeu – presidente do CREA-SP

Homens e mulheres lado a lado no Fórum promovido no CREA-SP

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nOtAs e CUrsOs

NO

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CIA

DO

S

NOTAS AGENDA

ARQUITETO(A) E URBANISTAMaria Goretti Cardoso GiaquintoHenrique Aguiar CalboRonaldo Lopes de Oliveira ENGENHEIRO AGRôNOMOCesar Natal Cerri Eduardo Jose Sía ENGENHEIRO CIVILJose Luiz Camarero Neto Luiz Antonio Pavanelli Mauro Roberto Zanettin Zuriel Almeida de Oliveira Junior ENGENHEIRO ELETRICISTAAdemir Destro Roberto Lopes

AlimentosPedro Sanchéz, um dos mais respeitados

estudiosos sobre a produção de alimentos e coordenador de programas mundiais de erradi-cação da fome, afirmou para as platéias brasi-leiras na capital paulista e em Lavras (MG), que a crise mundial dos alimentos tem solução. Um dos fatores que influencia a crise é o uso de alimentos para a fabricação de combustível, como faz os EUA em relação ao milho. “O pro-duto poderia estar sendo utilizado no combate à fome ao invés de ser destinado à fabricação de combustível. Existem outros produtos, como a cana-de-açúcar, que podem ser utilizados para esse fim”, complementa. A redução das tarifas de importação e também da exportação desenfreada de alimentos, o aumento da pro-dução e a priorização à agricultura tropical são soluções apontadas por Sanchéz, que é cuba-no e dirige o Programa de Agricultura e Meio Ambiente Rural da Universidade de Colúmbia.

EmpregoTradicionalmente dominado pelos homens,

o setor da construção civil vem absorvendo cada vez mais mao-de-obra feminina, e está pagando bem para isso. Segundo informações do Caged-Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho, o salário inicial das mulheres supera em até 35% os vencimentos de admissão de trabalhadores em alguns setores. Há predominância femini-na nos cargos que exigem os maiores salários, de acordo com declarações do ministro Carlos Lupi divulgadas pela imprensa. Na maior parte dos setores investigados, o salário inicial dos homens é superior ao das mulheres, com exce-ção de setores que vêm contratando mais, como a indústria extrativa mineral (petróleo e gás, mineração) e construção civil. Nesses casos, explicou Lupi, as mulheres vêm ocupando os cargos que exigem maior nível de escolaridade, e conseqüentemente, pagam os melhores salá-rios. O levantamento mostra que na construção civil, as mulheres foram admitidas com salário médio inicial de R$ 887,09, superior 19,3% ao rendimento dos homens, de R$ 743,10.

ConstrumetalA ABCEM-Associação Brasileira da Construção Metálica realiza, entre os dias

9 e 11 de setembro, a 3ª edição do Construmetal-Congresso Latino-Americano da Construção Metálica no Frei Caneca Shopping & Convention Center (rua Frei Caneca, 569 - São Paulo). O Congresso vai promover conferências, cursos, reuniões plenárias e palestras com especialistas dos mercados nacional e internacional com o intuito de mostrar o desenvolvimento dos processos construtivos, a aplicabilidade e utilização de componentes, elementos e produtos de aço na construção civil, industrial, naval e pesada.

SeminárioA AESAS-Associação Brasileira das Empresas de Diagnóstico e Remediação de Solos

e Águas Subterrâneas realizará, nos dias 24 e 25 de setembro, a 6ª edição do Seminário de Políticas de Gestão da Qualidade do Solo e das Águas Subterrâneas, no Centro Britâ-nico (rua Ferreira Araújo, 741 - São Paulo). Um dos temas a ser debatido durante os dois dias do seminário são os chamados brownfields (campos marrons), ou seja, terrenos ou instalações abandonadas ou subutilizadas cuja revitalização é dificultada devido às con-taminações no seu espaço pelo lixo tóxico ou poluição. Como em todas as questões que remetem à sustentabilidade, trata-se de um tema primordialmente ambiental, mas que tem reflexos econômicos e sociais. Mais informações no site www.aesas.com.br.

ConcursoA Lafarge Gypsum lança o concurso “Coloque um carro dentro de casa”. A empresa

vai premiar os autores dos 20 melhores projetos arquitetônicos que tenham empregado o sistema drywall para criar soluções funcionais, estéticas e de bom desempenho técni-co. A tecnologia deverá ter sido utilizada em forros, paredes, revestimentos, mobiliários integrados e shafts. O acesso ao regulamento do concurso e as inscrições dos projetos só poderão ser feitos através do hotsite www.lafargegypsum.com.br/concurso2008, entre os dias 1° de agosto e 30 de setembro de 2008. Podem participar empresas e profissionais que atuem na área de arquitetura. O primeiro lugar será contemplado com um automó-vel Peugeot 206. Os demais projetos escolhidos receberão laptops, máquinas digitais e ipods. A premiação acontecerá no dia 26 de novembro no MAM-Museu de Arte Moderna – Ibirapuera – SP.

A Leão Engenharia venceu a licitação para dar início às obras de alargamento do ribeirão Preto, a primeira etapa da ação anti-enchente que vai culminar em um projeto de revitalização da área central.

O ribeirão passa pelo centro velho de Ribeirão Preto, na avenida Jerônimo Gonçalves.

Até o fechamento desta edição da revista Painel não havia iniciado, ainda, o prazo para recursos.

Seis empresas apresentaram propostas em resposta à licitação lançada pelo município. A Leão Engenharia venceu com um valor proposto de R$ 9.883.747,14. O teto para a obra era de R$ 12.606.820,45.

Ench

ente

s

ENGENHEIRO DE ALIMENTOSJoao Paulo Brandao ENGENHEIRA FLORESTALMaria Fernanda Magioni MarcalENGENHEIRO QUíMICORoberto Andres Villarroel GuerreroESTUDANTE - ARQUITETURA E URBANISMOAna Carina de Sousa Carlos Eduardo Floriano Felipe Manoel Pasqua de AndradeVivian PoscaESTUDANTE - ENGENHARIA DE PRODUçãOCirleide Francisca Ramos

ESTUDANTE - AGRONOMIA E AFINSBruno Cesar Stocco Lucas Remolli Soares ESTUDANTE - ENGENHARIA CIVIL E AFINSAna Maria Villas Boas Nogueira Andre Luiz Moretti Lucas Buzanello Figueiredo Marlon Cesar Scorselini JuniorRafaela Parada de Paula Wendel Douglas de MelloESTUDANTE - ENGENHARIA ELETRôNICAHugo Biazibetti Reis

Revista Painel 25

Page 26: Painel - edição 162 - set.2008

inteGrAÇãO

para engenheiros, arquitetos e agrônomos

A AEAARP está disputando o XII Torneio de Futebol Society da FA-EASP 2008. O Torneio é realizado com partidas dentro dos próprios grupos de acordo com a tabela, valendo 3 pontos por vitória, 1 ponto por empate e nenhum por derrota. A conpetição será disputada em várias regiões do estado e divididas em grupos.

Os critérios de desempate definidos no regulamento são: nú-mero de vitórias, daldo de gols, gols prós, confronto direto entre as equipes, sorteio (a critério da Federação). Em caso de WO a equipe vencerá pelo placar de 2 x 0. No caso de ter havido WO no grupo, está estabelecido para desempate o confronto direto das equipes que estiverem empatadas no final da fase classificatória e em permanecendo o empate o critério de gols. Para a semifinal estarão classificados os vencedores de cada grupo.

O regulamento completo está disponível no site da FAE-ASP: www.faeasp.com.br.

AEAARP26

XII TORNEIO DE FUTEBOL SOCIETY DA FAEASP - 2008

TABELA DA UNACENGRUPO IAraraquara, Ribeirão Preto, Franca, Pirassununga e São Carlos

1ª RODADA RIBEIRÃO PRETO X ARARAQUARA Folga 30/Ago/08 FRANCA X SÃO CARLOS Pirassununga 2ª RODADA SÃO CARLOS X PIRASSUNUNGA Folga06/Set/08 ARARAQUARA X FRANCA Ribeirão Preto 3ª RODADA PIRASSUNUNGA X RIBEIRÃO PRETO Folga20/Set/ 08 SÃO CARLOS X ARARAQUARA Franca 4ª RODADA RIBEIRÃO PRETO SÃO CARLOS Folga11/Out/08 PIRASSUNUNGA X FRANCA Araraquara 5ª RODADA FRANCA X RIBEIRÃO PRETO Folga26/Out/08 ARARAQUARA X PIRASSUNUNGA São Carlos

EQUIPES P.G. G.P. S.G. Observações

Araraquara

Franca

Pirassununga

Ribeirão Preto

São Carlos

P.G.- Pontos Ganhos G.P.- Gols Pró S.G.- Saldo de Gols

Recorte a tabela

Futebol society

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Painel de bons negócios

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