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Sistema deGestão de Saúde e

SegurançaOcupacional

OHSAS 18001:2007

Todos os direitos de cópia reservados. Não é permitida a distribuição física ou eletrônica deste material sem a permissão expressa do autor.

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Objetivos do curso

Este curso é dirigido a todos os profissionais que querem conhecer os requisitos da norma OHSAS 18001:2007 e adquirir os conhecimentos necessários para implantar e manter um sistema de gestão de saúde e segurança ocupacional adequado e eficaz, conforme os requisitos desta norma.

Durante este curso iremos:

• Conhecer conceitos e fundamento de perigos e riscos para saúde e segurança ocupacionais• Compreender riscos que estão ocorrendo com os seres humanos no trabalho• Ter noções básicas das tecnologias utilizadas para minimizar riscos• Entender os objetivos da OHSAS 18001:2007• Compreender e manejar princípios, requisitos e controles da norma OHSAS 18001:2007• Conhecer o processo de certificação • Colocar em prática os conceitos apresentados

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� Implementação, operação, verificação e análise crítica do SGSSO, exercícios.

MÓDULO 5

� Identificando perigos e riscos, definindo controles, metas e programas para SSO, exercícios.

MÓDULO 4

� OHSAS 18001: requisitos gerais, política para SSO, identificação de perigos, análise de riscos, determinação de controles, exercícios.

MÓDULO 3

� Sistemas de gestão, as normas OHSAS 18001/2, benefícios, certificação, estrutura, objetivos, termos e definições da OHSAS 18001, exercícios.

MÓDULO 2

� Introdução à saúde e segurança ocupacional, OIT, legislação, acidentes do trabalho e sua prevenção, exercícios.

MÓDULO 1

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Módulo 1Introdução à saúde e segurança ocupacional, OIT, legislação, acidentes do trabalho e sua

prevenção, exercícios.

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• Os acidentes e doenças ocupacionais não são um problema recente. O homem primitivo teve sua integridade física ameaçada e sua capacidade produtiva diminuída pelos acidentes relacionados à caça, pesca e guerra.

• As primeiras referências escritas sobre estes problemas encontram-se em um papiro egípcio de 2360 a.C. chamado Papiro Seller II.

• Em 460 a.C., Hipócrates, considerado o pai da medicina, também fala dos acidentes e doenças do trabalho.

• Plínio (23 a 79 d.C.) descreve o aspecto dos trabalhadores expostos ao chumbo, ao mercúrio e às poeiras e menciona a iniciativa dos escravos de utilizar panos e membranas de bexiga de carneiro no rosto para atenuar a inalação de poeiras.

• Em 1556, um ano após a morte do autor Georgius Agricola, épublicado o livro “De Re Metallica”, que dedica o último capitulo as doenças do trabalho e às doenças mais comuns entre mineiros (asma dos mineiros devido à silicose).

• Onze anos mais tarde surge “Dos Ofícios e das Doenças da Montanha”, de Paracelso, que viveu muitos anos em um centro mineiro na Boêmia e relaciona métodos de trabalho, substâncias manuseadas e doenças, destacando-se a intoxicação pelo mercúrio e a silicose.

Introdução

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• Em 1700 é publicado na Itália o livro “De Morbis Artificum Diatriba”, do médico Bernardino Ramazzine, o pai da medicina moderna. Nesta obra ele descreve doenças que ocorrem com trabalhadores em mais de cinqüenta ocupações.

• A partir do século XVIII, com a revolução industrial as classes trabalhadoras trabalhavam em ambientes sub-humanos e os acidentes do trabalho geravam um grande número de mutilados. Além disso, passou-se a utilizar a mão-de-obra de mulheres e crianças, por serem mais baratas.

• Em 1802 foi aprovada a 1ª lei de proteção aos trabalhadores, a “ Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes”, que estabelecia o limite de 12h de trabalho por dia, proibia o trabalho noturno, obrigava os empregadores a lavar as paredes das fábricas duas vezes ao ano e obrigava haver ventilação nos ambientes.

• Em 1833 foi baixado o Factory Act na Inglaterra, considerada a 1ª legislação realmente eficiente. Aplicava-se a todas as empresas têxteis, proibia o trabalho noturno a menores de 18 anos, restringia as horas de trabalho destes a 12h por dia, e estabelecia que as fábricas precisavam ter escolas e que a idade mínima para o trabalho era de 9 anos.

Introdução

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• No fim da 1ª Guerra Mundial, em 1919, foi assinado o Tratado de Versailles, que traz a sua parte nº XIII toda dedicada à saúde e educação, a qual resultou na criação da OIT – Organização Internacional do Trabalho.

• A OIT procura harmonizar a legislação entre os países-membros através da criação de uma base jurídica que enseje um código internacional do trabalho. Éo maior fórum tripartite (governo, empregados e empregadores) do mundo. Incorpora-se ao direito a noção ética de que o ambiente de trabalho estáinserido no meio ambiente, de modo que é impossível alcançar qualidade de vida sem qualidade de vida no trabalho.

• Exemplos de convenções da OIT:

Nº 081 – Inspeção do trabalho na indústria e no comércioNº 139 – Câncer profissional Nº 148 – Proteção dos trabalhadores contra riscos profissionais devido à contaminação do ar, ao ruído e às vibrações no local de trabalhoNº 155 – Segurança e saúde dos trabalhadores e o meio ambiente de trabalhoNº 161 – Serviços de saúde no trabalhoNº 170 – Segurança no uso de produtos químicosNº 174 – Prevenção de acidentes maioresNº 182 – Piores formas de trabalho infantil e ação para sua eliminaçãoEtc.

Introdução

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No Brasil – alguns marcos importantes

•1917 – primeira greve operária em SP•1919 – primeira lei de seguro de acidente do trabalho•1923 – caixas de aposentadorias e pensões•1930 – criação do Ministério do Trabalho•1943 – promulgação da CLT•1960 – lei orgânica da previdência social•1966 – INPS•1966 – fundação da FUNDACENTRO, que só iria operar em 69•1967 – estatização e monopólio do seguro de acidente de trabalho•1972 – plano nacional de valorização do trabalhador e criação dos profissionais ocupacionais•1977 – revisão da CLT•1978 – regulamentação da lei 6514 e criação das Normas Regulamentadoras

Legislações trabalhistas e previdenciárias

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No Brasil

• Na Constituição da República Federativa do Brasil de 5/10/1988 existem vários capítulos que tratam das relações com o trabalho. De forma mais específica temos a CLT –Consolidação das Leis do Trabalho – revisada em 22 de dezembro de 1977 e que trata das responsabilidades relativas aos orgãos públicos, empresas e empregados, fala de inspeção, embargo e interdição, orgãos de saúde e medicina do trabalho nas empresas, equipamento de proteção individual, medidas preventivas de medicina do trabalho, conforto térmico, instalações elétricas, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais, máquinas e equipamentos, atividades insalubres ou perigosas, prevenção da fadiga, penalidades, etc.

• No Brasil temos uma estrutura para desenvolvimento de novas legislações:

SSST – Secretaria de Segurança e Saúde no TrabalhoCTPP – Comissão Tripartite Paritária PermanenteGTT – Grupo de Trabalho TripartiteGT – Grupo Técnico

Legislações trabalhistas e previdenciárias

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Legislações trabalhistas e previdenciárias

Segurança do Trabalho

Pode-se definir Segurança do Trabalho como a ciência que, através de metodologia e técnicas apropriadas, estuda as possíveis causas de acidentes do trabalho, objetivando a prevenção de suas ocorrências.

No Brasil a entidade responsável por pesquisar assuntos de Segurança e Medicina do Trabalho é a FUNDACENTRO, entidade governamental vinculada ao Ministério do Trabalho.

O dispositivo legal que disciplina a Segurança e Medicina do Trabalho está assegurado em nível de legislação ordinária, disciplinada pela CLT – Consolidação das Leis do Trabalho / Decreto-lei n. 5.452, de 1943, regulamentada no Título II, Capítulo V, artigos 154 a 201, destacando que os referidos artigos têm sua redação atual através da Lei n. 6.514/77. Tais artigos estipulam os direitos e obrigações do governo, quer municipal, estadual ou federal e, inclusive dos empresários e dos trabalhadores no campo da segurança e da medicina do trabalho, e foram regulamentados através da Portaria n. 3.214/78 que institui as NRs – Normas Regulamentadoras.

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Legislações trabalhistas e previdenciárias

Brasil NR’s – Normas regulamentadoras NR1 Disposições Gerais NR2 Inspeção Prévia NR3 Embargo ou Interdição

NR4 Serviços Especializados em Eng. de Segurança e em Medicina do Trabalho

NR5 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA NR6 Equipamentos de Proteção Individual - EPI NR7 Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional NR8 Edificações NR9 Programas de Prevenção de Riscos Ambientais NR10 Instalações e Serviços em Eletricidade NR11 Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais NR12 Máquinas e Equipamentos NR13 Caldeiras e Vasos de Pressão NR14 Fornos NR15 Atividades e Operações Insalubres NR16 Atividades e Operações Perigosas NR17 Ergonomia NR18 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção NR19 Explosivos NR20 Líquidos Combustíveis e Inflamáveis NR21 Trabalho a Céu Aberto

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Legislações trabalhistas e previdenciárias

Brasil NR’s – Normas regulamentadoras NR22 Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração NR23 Proteção Contra Incêndios NR24 Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho NR25 Resíduos Industriais NR26 Sinalização de Segurança NR27 Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no MTb NR28 Fiscalização e Penalidades NR29 Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário NR30 Segurança E Saúde No Trabalho Aquaviário

NR31 Norma Regulamentadora De Segurança E Saúde No Trabalho Na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal E Aqüicultura

NR32 Segurança E Saúde No Trabalho Em Serviços De Saúde NR33 Segurança E Saúde Nos Trabalhos Em Espaços Confinados NRR1 Disposições Gerais

NRR2 Serviço Especializado em Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural - SEPATR

NRR3 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural - CIPATR

NRR4 Equipamento de Proteção Individual - EPI NRR5 Produtos Químicos

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• Quando da divulgação das primeiras estatísticas de Acidentes do Trabalho pelo então Instituto Nacional de Previdência Social – INPS – tem-se conhecimento da gravidade da situação da segurança do trabalho no Brasil: 16,75% de trabalhadores acidentados no ano de 1970.

• Diante desses dados, uma série de medidas foi tomada para tentar reverter a situação. Dentre elas, ressaltamos a obrigatoriedade da existência de Serviços de Medicina do Trabalho e Engenharia de Segurança nas Empresas (1972).

Legislações trabalhistas e previdenciárias

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• A evolução institucional da CIPA tem demonstrado que ela pode ser de grande utilidade na prevenção dos acidentes do trabalho, não tanto pela sua existência institucional mas pelo interesse das empresas e pela dedicação de seus membros junto aos empregados, visando a segurança de todos.

• Amplo programa de formação de profissionais nas áreas de segurança e medicina do trabalho.

• Desenvolvimento de programas de orientação à prevenção de acidentes e de formação de cipeiros (obrigatório a partir de 1978).

• E, mais recentemente, o aparecimento de um empresariado progressista, com uma visão prevencionista que associa a qualidade de produtos e serviços à qualidade de vida do trabalhador. Esta medida tem colaborado para a redução do número de acidentes e doenças do trabalho oficialmente divulgado.

• Porém, a complexidade das questões relativas ao registro de acidentes e doenças profissionais torna difícil precisar o índice dessa redução, pois uma quantidade muito grande de trabalhadores não é registrada e, portanto, seus acidentes e doenças não são comunicados ao INSS e à unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego.

Legislações trabalhistas e previdenciárias

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• Diante da persistência de elevados índices de acidentes de trabalho, com grandes perdas humanas e econômicas, surge o Mapa de Riscos Ambientais, o PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – e o PCMSO – Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional. Em fevereiro de 1999, a Portaria 8, modifica a redação NR–5 –Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA.

• Estes instrumentos representam a busca do comprometimento e o envolvimento dos empresários e dos trabalhadores na solução de um problema cuja superação interessa a todos.

Legislações trabalhistas e previdenciárias

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Aqui na parte de baixo do Equador, especificamente no Brasil, as estatísticas do INSS mostram que temos anualmente quase 4.000 óbitos e 15.000 inválidos ou incapacitados como conseqüência de acidentes do trabalho. Isso é o correspondente a uma catástrofe como a do World Trade Center a cada 18 meses em termos de vidas perdidas, e uma a cada 4 meses em termos de inválidos e incapacitados.

A diferença é que ocorre de maneira disseminada, e a frieza dos números e das estatísticas não causam o mesmo impacto e nem recebem atenção da mídia com a mesma intensidade que merecem os episódios catastróficos de conseqüências concentradas.

Será que esse fato não merece uma parcela da atenção que está sendo dedicada a tantas outras catástrofes que acontecem mundo afora?

Será que não dispomos de meios e instrumentos adequados para minimizar essa dor que chora em todos os cantos desse país, sem carpideiras, sem honrarias, sem a cobertura da mídia, sem manchetes de jornais, sem shows beneficentes de arrecadação de fundos de auxílio às famílias das vítimas, sem coalizões e alianças internacionais?

Acidentes do trabalho:catástrofe em doses homeopáticas

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Façamos um exercício aritmético e vamos contabilizar o quanto se pode fazer com o equivalente a 4% do PIB brasileiro, que pode ser uma das medidas da perda por acidentes e doenças do trabalho no país. São R$ 400 milhões anualmente!

Quanto se pode fazer pela educação, pela moradia, pela saúde pública, pelo saneamento, pela diminuição da miséria e da pobreza, pelo combate à subnutrição, pelo combate à fome?

Campanhas, movimentos, greves, medidas de cunho estratégico, político e econômico são noticiadas, ações são iniciadas por parte de setores organizados da sociedade na briga pela ampliação da oportunidade de trabalho e pela garantia do emprego. Porém, além de perseguir a garantia de emprego, precisamos garantir a vida e a integridade das pessoas no trabalho, sem o qual não precisaremos sequer do emprego!

Acidentes do trabalho: catástrofe em doses homeopáticas

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100,01.315.235Total de mortes

25,5 334.870Lesões

74,5980.365Sub Total

1,013.100Desordens renais

0,912.080 Doenças do sistema nervoso

2,736.000Pneumoconiose

20,9275.000 Doenças respiratórias crônicas

15,2 200.025Doenças cardiovasculares e cerebrovasculares

34,7456.240Câncer

% Número de mortes Fatores causais

Fonte: Takala J. Global Estimates of Fatal Occupational Accidents. Epidemiology 1999.

Vítimas de acidentes e de doenças do trabalho

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O artigo 19 da lei n. 8.213/91 determina que o conceito legal seja:

“Acidente do trabalho é o que ocorre peloexercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade laborativa.”

Acidente de trabalho

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Para que uma lesão ou moléstia seja considerada acidente de trabalho é necessário que haja entre o resultado e o trabalho uma ligação, ou seja, que o resultado danoso tenha origem no trabalho desempenhado e em função do serviço.

Assim, por exemplo, se um empregado for assistir a um jogo de futebol, e a arquibancada onde ele sentou cair, não se tratará de acidente de trabalho. Todavia, se com ele cair o empregado do clube que estava a efetuar a limpeza da arquibancada, a legislação referida protegerá o funcionário do clube.

Por lesão corporal deve ser entendido qualquer dano anatômico. Por exemplo: uma fratura, um machucado, a perda de um membro.

Lesão corporal

l

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Por perturbação funcional deve ser entendido o prejuízo ao funcionamento de qualquer órgão ou sentido, como uma perturbação mental devido a uma pancada ou o prejuízo ao funcionamento de um órgão como o pulmão, por exemplo.

§ 1º A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador.

§ 2º Constituem contravenções penais, puníveis com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de segurança e higiene do trabalho.

§ 3º É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da operação a executar e do produto a manipular.

§ 4º O Ministério do Trabalho e da Previdência Social fiscalizará os sindicatos e entidades representativas de classe e acompanharão o fiel cumprimento do disposto nos parágrafos anteriores, conforme dispuser o regulamento.

Da mesma forma, de acordo com o artigo 20 da Lei n. 8.213/91, consideram-se acidentes do trabalho as seguintes entidades mórbidas:

Perturbação funcional

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I - Doença profissional, assim entendida, produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério da Previdência Social.

Assim, o saturnismo (intoxicação provocada em quem trabalha com chumbo), e a silicose (pneumoconiose provocada em quem trabalha com sílica) são doenças tipicamente profissionais.

II - Doença do trabalho, assim entendida, adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente.

Como exemplo, poderia ser citada a surdez como doença do trabalho tendo em conta o serviço executado em local extremamente ruidoso.

Porém, estipula o inciso 1º do artigo 20 da lei n. 8.213/91 que não são consideradas como doenças profissionais ou do trabalho: a doença degenerativa, a inerente a grupo etário, a que não produza incapacidade laborativa, a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.

Doenças profissionais e do trabalho

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Equipara-se também ao acidente do trabalho o artigo 21 para efeito desta lei.

I – O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação.

II – O acidente sofrido pelo segurado no local e no horário de trabalho, em conseqüência de:

a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalhob) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada com o trabalhoc) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalhod) ato de pessoa privada do uso da razãoe) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior

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IV – O acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário de trabalho:

a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresab) na prestação espontânea de qualquer serviço àempresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveitoc) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por estar dentro de seus planos para melhoria da capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do seguradod) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado

III – A doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade.

Contaminação

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Nos períodos destinados à refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local de trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho.

Conforme artigo 22 desta lei, a empresa deverá comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário-de-contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social.

O acidente de trabalho, portanto, em sentido amplo, é aquele que causa lesão corporal, perturbação funcional ou doença que provoque morte, perda ou redução permanente ou temporária da capacidade para o trabalho, ocorrido nas condições anteriormente enunciadas.

Acidente de trabalho

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Acidente de trabalho no conceito legal só é caracterizado quando dele decorre uma lesão física, perturbação funcional ou doença levando à morte, perda total ou parcial, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

Os prevencionistas não devem se ater somente ao conceito legal, mas procurar conhecer o acidente de trabalho em toda a sua extensão e principalmente em suas possibilidades de prevenção.

Os acidentes que não causem ferimentos pessoais devem ser considerados acidentes de trabalho do ponto de vista técnico–prevencionista, visando evitar os danos físicos que possam por eles ser provocado.

Conceito de prevenção

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“Toda ocorrência não programada, estranha ao andamento normal do trabalho, da qual possa resultar dano físico e/ou funcional, ou morte do trabalhador, e/ou danos materiais e econômicos à empresa”.

Nessa definição, o acidente não fica condicionado à lesão física. Sob o aspecto prevencionista, todo acidente deve ser considerado importante, pois não é possível prever se ele provocará ou não lesões no trabalhador.

Esta conceituação ampla leva ao registro de todos os acidentes de trabalho ocorridos, permitindo a exploração de suas causas e conseqüente prevenção.

Um exemplo seria o caso de uma ferramenta que cai do alto de um andaime. Fica caracterizado o acidente (normalmente chamado de incidente) sob o enfoque prevencionista, mesmo que ela não atinja ninguém.

Assim, o conceito de prevenção caracteriza o acidente de trabalho como:

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Para a empresa, o acidente de trabalho gera problemas com o desempenho dos empregados, comprometimento na produção, atraso na entrega dos produtos, gastos com o acidentado, tensão nas relações inter-pessoais, danos materiais, comprometimento com a imagem pública da empresa, etc.

Para a comunidade, o acidente de trabalho ocasiona aumento do custo de vida e dos impostos, desperdício ou perdas irreversíveis da produtividade das pessoas. Esses problemas representam prejuízos graves para a sociedade.

Podemos concluir que os acidentes de trabalho são nocivos sob todos os aspectos. O lado humano deve ser evidenciado, por atingir o elo mais importante de todos os que o acidente pode prejudicar: o trabalhador.

O acidente de trabalho, portanto, apresenta múltiplas conseqüências que, muitas vezes, tornam-se invisíveis ao trabalhador, à empresa e à sociedade. É necessário conceber o acidente como uma grave forma de violência, exigindo de todos uma intensa participação na sua prevenção.

Acidente do trabalho

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A prevenção de acidentes é o objetivo fundamental da gestão da saúde e segurança no trabalho. Analisando-se resultados dos acidentes de trabalho podemos concluir que eles podem provocar muitos prejuízos ao trabalhador, à empresa e à comunidade.

A extensão e gravidade dessas conseqüências justificam todo o empenho da prevenção de acidentes dentro das organizações.

Vamos começar nossa análise com a vítima do acidente: o trabalhador. A real dimensão do acidente de trabalho determina que a violência das conseqüências não se limita ao momento do acidente, mas prolonga-se, marcando profundamente o trabalhador.

A primeira conseqüência é o sofrimento físico que pode levar àincapacidade temporária ou permanente para o trabalho. A partir daí começa um caminho para a desagregação social e profissional que atinge a família, deixando-a desamparada economicamente e abalada social e psicologicamente.

O acidente de trabalho pode representar para o trabalhador e suafamília a suspensão de seus direitos à integridade física, à saúde, ao trabalho, à sobrevivência digna ou mesmo à própria vida.

Benefícios da prevenção ao acidentado de trabalho

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Indique se é verdadeiro ou falso:

1 - ( ) Acidente de trabalho, dentro do conceito de prevenção, pode ser descrito como: “Toda ocorrência não programada, estranha ao andamento normal do trabalho, da qual possa resultar dano físico, e/ou funcional, ou morte do trabalhador e/ou danos materiais e econômicos à empresa”.2 - ( ) PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, e PCMSO – Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional são documentos obrigatórios por lei para empresas.3 - ( ) CLT significa Consolidação das Leis do Trabalho. 4 - ( ) A OIT procura harmonizar a legislação entre os países-membros através da criação de uma base jurídica que enseja um código internacional do trabalho. É o maior fórum bipartite (empregados e empregadores) do mundo. 5 - ( ) Em 1883 foi baixado o Factory Act na Inglaterra, considerada a 1ª legislação realmente eficiente. 6 - ( ) Se um empregado for assistir a um jogo de futebol e cair na arquibancada onde sentou, isto poderá ser considerado um acidente de trabalho.7 - ( ) Em 1700 é publicado na Itália o livro “De Morbis Artificum Diatriba”. 8 - ( ) Acidente de trabalho no conceito legal só é caracterizado quando dele decorre uma lesão física, perturbação funcional ou doença, levando à morte, perda total ou parcial, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

Exercícios

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Indique se é verdadeiro ou falso:

1 - ( V ) Acidente de trabalho, dentro do conceito de prevenção, pode ser descrito como: “Toda ocorrência não programada, estranha ao andamento normal do trabalho, da qual possa resultar dano físico, e/ou funcional, ou morte do trabalhador e/ou danos materiais e econômicos à empresa”.2 - ( V ) PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, e PCMSO – Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional são documentos obrigatórios por lei para empresas.3 - ( V ) CLT significa Consolidação das Leis do Trabalho. 4 - ( F ) A OIT procura harmonizar a legislação entre os países-membros através da criação de uma base jurídica que enseja um código internacional do trabalho. É o maior fórum bipartite (empregados e empregadores) do mundo. (maior fórum tripartite: deve ser incluído o governo)5 - ( F ) Em 1883 foi baixado o Factory Act na Inglaterra, considerada a 1ª legislação realmente eficiente. (1833)6 - ( F ) Se um empregado for assistir a um jogo de futebol e cair na arquibancada onde sentou, isto poderá ser considerado um acidente de trabalho.7 - ( V ) Em 1700 é publicado na Itália o livro “De Morbis Artificum Diatriba”. 8 - ( V ) Acidente de trabalho no conceito legal só é caracterizado quando dele decorre uma lesão física, perturbação funcional ou doença, levando à morte, perda total ou parcial, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

Resposta dos exercícios

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Fim do Módulo 1