O QUE VOCÊ VAI ENCONTRAR NESTE E-BOOK? · Um dos grandes problemas que os Ministros da Música...

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O QUE VOCÊ VAI ENCONTRAR NESTE E-BOOK? _________________________________

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INTRODUÇÃO _________________________________

Um dos grandes problemas que os Ministros da Música enfrentam é que eles não tem muito tempo

disponível para aprender tudo que precisam antes de escolher as músicas e cantam como se quisessem

enfiar qualquer música religiosa goela abaixo dos fiéis que foram à Igreja rezar a Santa Missa.

É ou não é verdade?

Você quando não canta e participa da Santa Missa já deve ter sentido isso mais de uma vez.

Na maioria das vezes isso acontece porque quem está escolhendo as músicas faz do jeito errado ou não faz

tão bem quanto poderia.

E, por falar nisso, existe um erro muito comum que os cantores cometem quando vão escolher os cantos

para missa e eu vou te contar logo mais adiante qual é.

Mais, voltando ao assunto, tenho certeza que você, quando estiver cantando a Santa Missa, não vai querer

que todos os presentes passem pelo sofrimento de ouvir um grupo mal preparado e que canta músicas

que não condizem com a Liturgia da Igreja, certo?

E, além do mais, você também não quer se sentir inconveniente e dar motivos para que as pessoas saem

da Igreja falando mal de você e dizendo que você mais atrapalha a Celebração Eucarística do que ajuda. E

acredite: isso acontece mesmo.

E se eu te dissesse que existe uma forma de escolher os cantos para missa, que não só vai fazer você se

sentir realizado como Ministro da Música, vai te dar uma sensação de missão cumprida, como vai ajudar

os fiéis realmente elevarem seus corações a Deus?

Preste atenção nas duas situações a seguir.

Imagine que você vai participar da Santa Missa (sem ser nos dias que você vai cantar) e o grupo canta

aquela música

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“Reunidos aqui só pra louvar o Senhor, novamente aqui em união. Algo bom há de acontecer, algo bom

Deus tem para nós. Reunidos aqui só pra louvar o Senhor.”

E aí todos começam a bater palmas e alguns arriscam até alguma “dancinha” nesse momento.

Muito provavelmente você já ouviu essa música e quem sabe até já cantou ela na Santa Missa.

Mas agora responda a seguinte pergunta: para que você vai a Santa Missa?

Só pra louvar ao Senhor? Pra que aconteça algo de bom durante a Celebração? Pra ver o que de bom Deus

tem pra você?

Será mesmo que é só isso que esperamos da Santa Missa? Pois é isso que esse canto nos diz.

Quer outro exemplo?

Eu também já ouvi músicas de comunhão sendo cantadas durante o ofertório, por exemplo.

Quando escuto isso eu tento me desvincular da música que está sendo cantada e procuro com todas as

minhas forças me concentrar para fazer a “minha oferta” ali sozinha no meu banco.

Isso porque a música que deveria me ajudar a elevar o coração a Deus e me oferecer a Ele como sacrifício

vivo está na realidade me atrapalhando, e muito!

Eu poderia aqui citar inúmeros exemplos onde o canto me atrapalha e, por vezes, até me impede de rezar

durante os momentos da Celebração.

Eu volto pra casa muito frustrada pois não consigo “aproveitar” tudo que a Santa Missa me oferece.

Agora pense em uma situação em que você vai a Santa Missa (ainda sem participar do canto) e a música de

entrada no domingo de Ramos, por exemplo, é

“Hosana Hey! Hosana Há! Hosana Hey! Hosana Hey! Hosana Há!

1. Ele é o Santo, é o Filho de Maria, é o Deus de Israel, é o Filho de Davi.

2. Vamos a Ele com as flores dos trigais, com os ramos de oliveira, com alegria e muita paz.

3. Ele é o Cristo, é o Unificador, é hosana nas alturas, é hosana no amor.”

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Todos se unem com ramos nas mãos, alegria e entusiasmo, acolhem o sacerdote que é como Cristo vindo

até nós.

Mas preste atenção numa coisa: eu disse “alegria e entusiasmo”, não bagunça. Mas isso é assunto pra

outra hora ...

Bem, esse canto do Domingo de Ramos nos coloca no ambiente da celebração, já nos diz sobre o que é a

Liturgia do dia, o que vai ser celebrado. Nos faz lembrar de Jesus naquele jumento entrando em Jerusalém

para cumprir sua Missão em que ...

“8 Muitos estenderam seus mantos pelo caminho, outros espalharam ramos que haviam apanhado nos

campos. 9 Os que iam na frente e os que vinham atrás gritavam: “Hosana! Bendito o que vem em nome do

Senhor! 10 Bendito seja o reino que vem, o reino de nosso pai Davi! Hosana no mais alto dos céus!”” [Mc

11, 8-10]

Agora pense: qual das duas situações te leva à oração? Sim porque a missa é toda oração.

Quando os cantos são adequados e bem cantados, você consegue rezar a missa com o coração em Cristo,

no amor que Ele tem por você, em tudo que sofreu por amor a você.

Você consegue desde a primeira música penetrar no mistério celebrado naquele dia.

Logo, o grupo de canto, juntamente com todo equipe e o ambiente da Celebração, ajudou elevar o seu

coração a Deus simplesmente sendo fiel aos ensinamentos da Igreja. Isso também é cumprir com a

vocação de ser um Ministro da Música.

E neste e-Book, eu vou te explicar como cumprir com a sua missão de evangelizador durante a Santa Missa

e assim inspirar as pessoas a elevarem os seus corações em oração a Deus.

Vou te mostrar como escolher os cantos de forma apropriada e como executá-los durante a missa.

Ou seja, vou te ensinar a ser fiel à sua vocação, ao chamado de Deus feito para que você sirva à Ele

cantando a Santa Missa. E, principalmente, vou te ensinar como ser fiel à Igreja. Afinal, de que adianta

querer servir a Cristo na Igreja sem ser fiel à ela?

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E sabe o que é legal em tudo isso? É que aqui você vai ter uma receita. Eu vou te passar o passo a passo pra

você seguir.

Ah, e antes que eu me esqueça, vou te falar agora qual é um dos maiores erros que os Ministros da Música

cometem ao escolherem os cantos para missa: pegar música na internet para cada parte da Celebração

Eucarística confiando que elas estão corretas e sem ao menos saber conferir se são litúrgicas.

O fato de você procurar alternativas na internet não é ruim, é até muito bom, facilita muito a vida do

ministro da música.

O problema é não saber avaliar se a música que tem nos sites estão de acordo com as orientações da

Igreja. E te digo uma coisa: geralmente elas não estão.

É preciso ter certeza que são litúrgicas e que estão em sintonia com o Tempo Litúrgico e com cada

momento da Celebração Eucarística.

E isso faz deste e-Book ainda mais importante, já que depois de estuda-lo você vai saber fazer isso muito

bem.

Agora chegou a hora então de começarmos a falar sobre os cantos para missa, certo?

Então vamos lá!

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PASSO #1: TEMPO LITÚRGICO _________________________________

Escolher os cantos para Missa conforme o Tempo Litúrgico que se está vivendo é uma dúvida bem comum

e que muitas pessoas insistem em não levar em conta.

E o que são os Tempos Litúrgicos?

Os Tempos Litúrgicos fazem parte do Calendário Litúrgico da Igreja católica Apostólica Romana que, por

sua vez, cobre todo o Ano Litúrgico Cristão.

O nosso Calendário Litúrgico, que pertence ao Rito Romano, não coincide com o calendário civil que vai de

1° de janeiro até 31 de dezembro. Ele começa no 1° domingo do Advento (4 semanas antes do Natal) e

termina na última semana do 2° período do Tempo Comum (sábado antes do 1° Domingo do Advento).

Vou colocar abaixo pra você a divisão que está no Missal Romano1:

Tempo do Advento

Tempo do Natal

Tempo Comum: primeira parte

Tempo da Quaresma

Tríduo Pascal

Tempo Pascal

Tempo comum: segunda parte

Todo esse Calendário foi idealizado de forma que durante todo o ano, a Santa Igreja possa comemorar a

Obra Salvífica de Cristo “desde sua encarnação e nascimento até a ascensão, pentecostes e a expectativa,

cheia de esperança, da vinda do Senhor”. (Sacrosanctum Concilium)2

Mas a Obra Salvífica de Jesus não é lembrada e comemorada somente dentro da Igreja, ela deve ser vivida

por você e por todos nós o tempo todo.

1 Referência [5]. Normas universais sobre o ano litúrgico e o calendário, Capítulo I – O ano litúrgico, Título II – O ciclo anual, página 103. 2 Referência [3]. Capítulo V – O ano litúrgico, página 55, n° 102.

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É como se estivéssemos seguindo os passos de Jesus durante todo o ano.

Por isso você deve estudá-lo antes de escolher os cantos para Missa, para que haja sintonia das músicas

com o período do Ano Litúrgico que estamos vivendo.

No início isso pode parecer meio complicado, mas com o tempo e a prática tudo vai ficando muito mais

claro e fácil pra você.

A seguir você terá um resumo do que ensina a Santa Igreja a respeito de cada um dos Tempos Litúrgicos e

sobre o que você deve levar em conta para escolher os cantos para missa em todos os Tempos.

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“O Tempo do Advento possui dupla característica: sendo um tempo de preparação para as solenidades do

Natal, em que se comemora a primeira vinda do Filho de Deus entre os homens, é também um tempo em

que, por meio desta lembrança, voltam-se os corações para a expectativa da segunda vinda do Cristo no

fim dos tempos. Por este duplo motivo, o Tempo do Advento se apresenta como um tempo de piedosa e

alegre expectativa." (Missal Romano)3

Início: primeiras vésperas do domingo que cai no dia 30/novembro ou no domingo

que fica mais próximo a esta data. Este é o 1º domingo do advento (4 semanas antes

do Natal).

Fim: 24 de dezembro à tarde (antes das Primeiras vésperas do Natal do Senhor).

O QUE DEVE SER CANTADO

Segundo a CNBB, este é um canto de “[...] espera da vinda do Senhor, o Príncipe da Paz, o Emanuel, Deus-

conosco. Este canto, antes entoado pelos profetas, João Batista e Maria, continua ressoando no seio da

Igreja que clama: Vem, Senhor, nos salvar. Vem, sem demora, nos dar a paz.” (CNBB)4

É um tempo de piedosa e alegre expectativa, então você não deve cantar o Hino de louvor (Glória), porque

ele vai ser cantado no Natal.

Por outro lado, é permitido o uso de instrumentos musicais, porém com muita moderação.

3 Referência [5]. Normas universais sobre o ano litúrgico e o calendário, Capítulo I – O ano litúrgico, Título II – O ciclo anual, V. O tempo do advento, página 106, n° 39. 4 Referência [2]. Capítulo 3 – O canto e a música nos tempos do ano litúrgico, página 9, item 3.1.

TEMPO DO ADVENTO

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“A Igreja nada considera mais venerável, após a celebração anual do mistério da Páscoa, do que

comemorar o Natal do Senhor e suas primeiras manifestações, o que se realiza no tempo do Natal." (Missal

Romano)5

Início: primeiras vésperas do Natal do Senhor que é dia 24/dezembro

Fim: domingo depois da Epifania ou primeiro domingo a partir do dia 6/janeiro

O QUE DEVE SER CANTADO

As músicas aqui precisam passar uma sensação de acolhimento do Filho de Deus, de muita alegria pelo

seu nascimento.

“Neste tempo, cantamos, com a euforia dos profetas e evangelistas de todos os tempos, o mistério da

encarnação (Natal) e da manifestação (Epifania) do Verbo de Deus [...]. Os pobres, ao nos ouvirem,

acorrerão pressurosos até o presépio. A boa notícia é sobretudo para eles, embora seja de alegria para

todos os povos: “A luz resplandeceu em plena escuridão...”; “Vimos sua estrela no Oriente e viemos adorar

o Senhor””. (CNBB)6

5 Referência [5]. Normas universais sobre o ano litúrgico e o calendário, Capítulo I – O ano litúrgico, Título II – O ciclo anual, IV. O tempo do natal, página 105, n° 32. 6 Referência [2]. Capítulo 3 – O canto e a música nos tempos do ano litúrgico, página 9, item 3.2.

TEMPO DO NATAL

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Nestas 33 ou 34 semanas do ciclo anual e que incluem a primeira e a segunda parte do Tempo comum,

“[...] não se celebra nenhum aspecto especial do mistério do Cristo; comemora-se nelas o próprio mistério

de Cristo em sua plenitude, principalmente aos domingos” (Missal Romano)7.

É o Tempo em que “podemos desfrutar de outros aspectos da vida e da missão de Jesus e seus discípulos,

que não são contemplados nos Tempos do Natal e da Páscoa” (CNBB)8.

Primeira Parte:

Início: segunda-feira que segue ao domingo depois do dia 6/janeiro

Fim: terça-feira antes da quaresma, inclusive

Segunda Parte:

Início: segunda-feira após o domingo de Pentecostes

Fim: antes das Primeiras Véspera do 1º domingo do Advento

O QUE DEVE SER CANTADO

Cantamos músicas que nos trazem esperança, que nos estimulam a fé e a conversão.

Os cantos devem passar também sentimentos de perseverança, de constância, de caminhada.

7 Referência [5]. Normas universais sobre o ano litúrgico e o calendário, Capítulo I – O ano litúrgico, Título II – O ciclo anual, VI. O tempo comum, página 106, n° 43. 8 Referência [2]. Capítulo 3 – O canto e a música nos tempos do ano litúrgico, página 11, item 3.6.

TEMPO COMUM (1ª E 2ª PARTE)

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O Tempo da Quaresma “comporta dois aspectos: a memória ou preparação do batismo e a penitência.

Neste tempo dediquem-se os fiéis, com maior afinco, a ouvir a palavra de Deus e à oração” (Sacrosanctum

Concilium)9.

Início: na quarta-feira de Cinzas.

Fim: quinta-feira antes da Missa na Ceia do Senhor.

O QUE DEVE SER CANTADO

“Cantar a Quaresma é, antes de tudo, cantar a dor que se sente pelo pecado do mundo, que, em todos os

tempos e de tantas maneiras, crucifica os filhos de Deus e prolonga, assim, a Paixão de Cristo. É um canto

de penitência e conversão, um canto sem “glória” e sem “aleluia”, um canto sem flores e sem as vestes

da alegria, um canto “das profundezas do abismo” em que colocaram nossos pecados (Sl 130); um grito

penitente de quem implora e suplica: “Tende piedade de mim, Senhor, segundo a vossa bondade, e

conforme a vossa misericórdia, apagai a minha iniquidade (Sl 50)”” (CNBB)10.

Os cantos devem ser introspectivos. A música deve ser calma e moderada, bem como o comportamento

do ministério durante a Santa Missa. O uso de instrumentos musicais aqui é bem mais moderado do que

o de costume.

“Do início da Quaresma até a Vigília Pascal não se diz o Aleluia” (Missal Romano)11. E, além do Aleluia,

neste Tampo também não se canta o Glória pois, essas músicas serão cantadas com muita alegria e louvor

na Páscoa.

9 Referência [3]. Capítulo V – O ano litúrgico, página 58, n° 109. 10 Referência [2]. Capítulo 3 – O canto e a música nos tempos do ano litúrgico, página. 9, n° 3.3. 11 Referência [5]. Normas universais sobre o ano litúrgico e o calendário, Capítulo I – O ano litúrgico, Título II – O ciclo anual, III. O tempo da quaresma, página 105, n° 28.

TEMPO DA QUARESMA

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Neste período temos a Campanha da Fraternidade e seu hino “explicita o compromisso dos fiéis na vivência

concreta da quaresma. Ele pode ser entoado em algum momento da homilia [...] ou nos ritos finais, no

momento do “envio” (CNBB)12.

No caso de se cantar o hino em algum momento da homilia, isso deve ser autorizado pelo sacerdote

celebrante. O motivo é que esse canto, neste momento da Santa Missa, só seria conveniente se o

sacerdote quisesse reforçar a homilia sintonizando a mensagem litúrgica da Liturgia da Palavra com o tema

da Campanha da Fraternidade.

Se o sacerdote não ver essa necessidade, o tema da Campanha pode ser cantada no momento do “envio”

como coloca a CNBB logo acima.

12 Referência [2]. Capítulo 3 – O canto e a música nos tempos do ano litúrgico, página. 9, n° 3.3.

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"O sagrado Tríduo pascal da Paixão e Ressurreição do Senhor resplandece como o ápice de todo o ano litúr

gico". (Missal Romano)13

Início: missa vespertina na Ceia do Senhor.

Fim: vésperas do Domingo da Ressurreição.

O QUE DEVE SER CANTADO

A Missa na Ceia do Senhor tem um canto de entrada que nos mostra, nos faz entender o que se celebrará:

“é na glória dessa cruz que brilha o mandamento do amor (lava-pés); é no brilho dessa cruz que

resplandece o sacramento do amor (eucaristia); é no resplendor dessa cruz que podemos cumprir o pedido

do Mestre: “fazei isto em memória de mim”. (CNBB)14

“Na celebração da Paixão do Senhor, cantamos a confiança do Servo Sofredor que se entregou, sem

reservas, nas mãos d’Aquele que o pode livrar “do poder do inimigo e do opressor” (Sl 30, 16) e aguarda

com ânimo forte e resistente a sua salvação. Abandonando-nos com Cristo nas mãos do Pai, cantamos a

esperança da vitória de seus fiéis seguidores, os “crucificados” de nossos dias”. (CNBB)15

“Na noite do Sábado Santo cantamos o esplendor de uma luz que jamais se apagará. Proclamamos as

maravilhas de Deus que nos libertou das trevas da morte e nos devolveu a vida. Revigoramos nosso

compromisso batismal. E, enquanto nos alimentamos da ceia eucarística, cantamos: “Celebremos nossa

páscoa, na pureza, na verdade, Aleluia!”.” (CNBB)16

13 Referência [5]. Normas universais sobre o ano litúrgico e o calendário, Capítulo I – O ano litúrgico, Título II – O ciclo anual, I. O tríduo pascal, página 103, n° 18. 14 Referência [2]. Capítulo 3 – O canto e a música nos tempos do ano litúrgico, página. 10, n° 3.4. 15 Referência [2]. Capítulo 3 – O canto e a música nos tempos do ano litúrgico, página. 10, n° 3.4. 16 Referência [2]. Capítulo 3 – O canto e a música nos tempos do ano litúrgico, página. 10, n° 3.4.

TRÍDUO PASCAL

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“Os cinquenta dias entre o domingo da Ressurreição e o domingo de Pentecostes sejam celebrados com

alegria e exultação, como se fossem um só dia de festa, ou melhor, “como um grande domingo”.” (Missal

Romano)17

Início: primeiro Domingo da Páscoa - Domingo da Ressurreição.

Fim: Domingo de Pentecostes.

O QUE DEVE SER CANTADO

“O canto da Igreja no Tempo Pascal é de exultação e de alegria. Ressuscitados com Cristo, cantamos sua

glória, sua vitória sobre a morte. O “aleluia” volta a ressoar em nossos lábios, invadindo todo o nosso ser

com ardor sempre crescente, pois “as coisas antigas já se passaram, somos nascidos de novo!”. (CNBB)18

17 Referência [5]. Normas universais sobre o ano litúrgico e o calendário, Capítulo I – O ano litúrgico, Título II – O ciclo anual, II. O tempo pascal, página 104, n° 22. 18 Referência [2]. Capítulo 3 – O canto e a música nos tempos do ano litúrgico, página 11, n° 3.5.

TEMPO PASCAL

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PASSO #2: LITURGIA DO DIA _________________________________

Bem, com o Tempo Litúrgico já entendido no seu aspecto global, agora é hora de estudar sobre o que a

Liturgia vai falar no dia que você vai cantar.

Claro que tem algumas partes da Santa Missa que não dependem da Liturgia pois são fixas e em hipótese

alguma podem ter suas letras alteradas. Os cantos mais comuns que fazem parte desse grupo são o Santo,

Hino de Louvor, Cordeiro de Deus e Senhor, tende piedade. Mais pra frente falaremos deles.

A Liturgia do dia deve ser estudada para escolher os outros cantos, como o canto de entrada, ofertório,

comunhão, ação de graças (se for conveniente) e “envio”.

Esses cantos devem ser selecionados levando-se em conta o Tempo Litúrgico e também a mensagem da

Litúrgica da Palavra e das antífonas do dia que você vai cantar.

Portanto, tudo deve estar em sintonia: o Tempo e a Liturgia do dia.

Veja agora o que você precisa estudar:

1ª e 2ª Leituras

Salmo Responsorial

Evangelho

Antífonas do dia

Para ver as leituras, salmo e Evangelho, recomendo que você visite um dos dois sites:

--> CNBB: http://liturgiadiaria.cnbb.org.br/

--> Canção Nova: http://liturgia.cancaonova.com/

Se você preferir, pode adquirir o livro Liturgia Diária ou Deus Conosco. Neles têm toda a liturgia do dia que

você precisa ver, inclusive as antífonas.

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Aconselho também que você veja a homilia do dia. Dá pra encontrar homilias na internet. A minha

recomendação é que seja do Padre Paulo Ricardo (www.padrepauloricardo.org) e do Papa Francisco, claro.

Acredite, elas ajudam muito!

Outra informação que você pode procurar também é sobre o santo do dia. A Canção Nova tem um site que

fala um pouco sobre eles (http://santo.cancaonova.com/)

Talvez dê pra acrescentar alguma música que fale dos valores principais que lembram aquele santo, em

especial, no momento de “envio”. Mas muito cuidado com isso. É raro encontrar músicas desse tipo que

sejam litúrgicas.

Um erro muito comum é quando a celebração é sobre Nossa Senhora. Daí o grupo de canto escolhe todas

as músicas da Santa Missa que falam de Nossa Senhora. Mas esses cantos não se encaixam nas partes da

Santa Missa e por vezes nem são litúrgicas.

Nossa Mãe do Céu é muito amada e queremos sempre lembra-la em todos os momentos, mas a Santa

Missa é em Memória de Cristo e são os Mistérios de Cristo que devem ser celebrados e lembrados! Por

isso, avalie muito bem as músicas!

Cantos que falam de santos, em especial de Nossa Senhora, podem ser colocados na Celebração

Eucarística desde que sejam litúrgicos e se encaixem em cada momento da Santa Missa.

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PASSO #3: PARTES DA MISSA _________________________________

Vou começar este capítulo com uma pergunta: não é no mínimo curioso que alguém queira cantar a

Santa Missa sem ao menos conhecer as partes da Celebração Eucarística?

Como uma pessoa vai escolher uma música de comunhão, por exemplo, se ela não sabe o que deve

cantar no momento da comunhão? Se ela nem sequer entende o que é o momento da comunhão?

Conhecer cada parta da Santa Missa é de uma importância enorme. E não é só pra você que canta mas pra

todos nós católicos.

E você, Ministro da Música do Senhor, não pode deixar que a falta de conhecimento atrapalhe o

cumprimento da sua missão de evangelizador dentro da Santa Missa.

O despreparo não pode impedir você de exercer o seu Ministério com eficiência, responsabilidade e

fidelidade à Igreja de Cristo.

Pensando nisso, fiz um resumo bem legal do que você precisa saber para escolher os principais cantos para

cada parte da Missa, ok?

E, além disso, nesse resumo tem também várias outras informações importantes!

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“A finalidade desse canto é abrir a celebração, promover a união da assembleia, introduzir no mistério do

tempo litúrgico ou da festa, e acompanhar a procissão do sacerdote e dos ministros." (Missal Romano)19

Início: ao se iniciar a procissão do sacerdote, diácono e ministros para o altar

Fim: quando o sacerdote já está em sua cadeira, depois de beijar e incensar

(se for o caso) o altar

COMO COMPOR O CANTO DE ENTRADA

(Instrução Geral do Missal Romano. Referência [e], página 70, n° 48)

Você tem 2 opções para compor o seu canto de entrada. Escolha 1 delas.

Antífona + salmo (do Gradual Romano ou do Gradual Simples)

“Outro canto condizente com a ação sagrada55 e com a índole do dia

ou do tempo, cujo texto tenha sido aprovado pela conferência dos

bispos.”

55 Cf. João Paulo II. Carta apostólica Dies Domini, n° 50, 31 de maio de 1998. AAS 90 (1998),

página 745.

Aqui você pode ver a importância em se conhecer a antífona de entrada, que é diferente para cada missa

celebrada.

Ela vai te ajudar a entender o tema litúrgico da missa que você vai cantar, além de ser uma peça chave na

composição do canto de entrada.

19 Referência [5]. Capítulo II – Estrutura, elementos e partes da missa, III – As partes da missa, A) Ritos iniciais, página 37, n° 25.

CANTO DE ENTRADA

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E se você preferir escolher um canto conhecido pra não precisar compor, é a segunda opção da tabela

acima que te autoriza a fazer isso. E como a antífona de entrada te dá uma introdução do tema litúrgico,

ela vai também te auxiliar na escolha desse canto.

Mas veja bem, não é qualquer canto que pode ser levado para dentro da Celebração Eucarística e, até

mesmo, para dentro da Igreja.

E além de serem escolhidos de forma adequada para cada Celebração Eucarística, uma coisa super

importante é que os cantos de entrada, bem como todos os outros cantos para missa, devem ser litúrgicos

e aprovados pela CNBB.

ESTE CANTO PODE SER EXECUTADO POR 1 DAS TRÊS FORMAS SEGUINTES

(Instrução Geral do Missal Romano. Referência [e], página 70, n° 48)

Pelo grupo de cantores e pelo povo, de forma alternada

Pelo cantor e pelo povo

Pelo grupo de cantores

QUANDO NÃO HÁ CANTO DE ENTRADA, A ANTÍFONA QUE ESTÁ NO MISSAL

ROMANO DEVE SER RECITADA POR 1 DAS TRÊS OPÇÕES SEGUINTES

(Instrução Geral do Missal Romano. Referência [e], página 70, n° 48)

Pelos fiéis ou por alguns deles

Pelo leitor

Pelo sacerdote (que pode adaptá-la a modo de exortação inicial)

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Trata-se de um “canto em que os fiéis aclamam o Senhor e imploram a sua misericórdia." (Missal

Romano)20

Início: depois do Ato Penitencial ou no próprio Ato Penitencial

QUANDO SE CANTA O SENHOR, TENDE PIEDADE DEPOIS DO ATO PENITENCIAL:

Saiba que o canto Senhor, tende piedade jamais pode ser substituído por músicas de conteúdo

sentimentalista ou qualquer outra.

FÓRMULA DO SENHOR, TENDE PIEDADE

(Missal Romano, página 398, n° 4)

Senhor, tende piedade de nós

Cristo, tende piedade de nós

Senhor, tende piedade de nós

Kyrie Eleison

Christe Eleison

Kyrie Eleison

ESTE CANTO PODE SER EXECUTADO POR 1 DAS DUAS FORMAS SEGUINTES

(Instrução Geral do Missal Romano, página 73, n° 52)

Pelo cantor e pelo povo

Pelo grupo de cantores e pelo povo

20 Referência [5]. Capítulo II – Estrutura, elementos e partes da missa, III – As partes da missa, A) Ritos iniciais, página 38, n° 30.

SENHOR, TENDE PIEDADE

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COMO O SENHOR, TENDE PIEDADE DEVE SER CANTADO?

(Instrução Geral do Missal Romano, página 73, n° 52)

Se repete 2 vezes cada aclamação. Mas ela pode ser repetida mais vezes “por

causa da índole das diversas línguas, da música ou das circunstâncias”.

Quando não for cantado, o Senhor, tende piedade deve ser recitado.

QUANDO SE CANTA O SENHOR, TENDE PIEDADE COMO PARTE DO ATO PENITENCIAL:

A primeira coisa muito importante que você deve se lembrar aqui é que o Ato Penitencial e o Senhor, tende

piedade são momento distintos. Eles correspondem a realidades diferentes durante a Santa Missa.

E um erro muito comum é substituir o Ato Penitencial pelo Senhor, tende piedade. De forma alguma isso

pode ocorrer.

O que a Igreja admite é a união desses dois momentos e não a substituição e um pelo outro.

Segundo o Sr. J. Aldazábal, que faz os comentários da Instrução Geral do Missal Romano21, o Senhor, tende

piedade “não é, primordialmente, penitencial, porém tem um tom de súplica, além do de aclamação”.

É por esse motivo que ele pode ser cantado ou rezado como parte do Ato Penitencial. E para que fique

tudo mais claro a seguir, vamos recordar como fazemos esse momento conforme a Instrução Geral do

Missal Romano22:

O sacerdote nos convida ao Ato Penitencial e se faz um momento de silêncio

O Ato Penitencial se faz por meio da realização da fórmula de confissão geral por toda a assembleia

A conclusão desse momento é dada pelo sacerdote por meio da absolvição

21 Referência [4]. Capítulo II – Estrutura, elementos e partes da missa, III – As partes da missa, A) Ritos iniciais, página 73, comentário sobre o n° 52. 22 Referência [4]. Capítulo II – Estrutura, elementos e partes da missa, III – As partes da missa, A) Ritos iniciais, página 72, n° 51.

22

Agora, o que se faz quando se une o Ato Penitencial como o Senhor, tende piedade, é que no lugar da

realização da fórmula de confissão geral, canta-se uma música onde cada aclamação deve ser antecedida

por um “tropo”23, que, segundo o Sr. Aldazábal, é uma espécie de “intenção”.

Então, a música tem a seguinte sequência:

“intenção” + Senhor, tende piedade

“intenção” + Cristo, tende piedade

“intenção” + Senhor, tende piedade

E o momento integrado do Ato Penitencial com o Senhor, tende piedade, fica então com uma nova

sequência:

O sacerdote nos convida ao Ato Penitencial e se faz um momento de silêncio

Canta-se a música como definida acima

A conclusão desse momento é dada pelo sacerdote por meio da absolvição

Entendeu como fica esse momento, agora?

Eu já participei de inúmeras Missas em que, depois que o sacerdote nos convida ao Ato Penitencial, o

Ministério de Música canta: “Senhor, tende piedade de nós. Cristo, tende piedade de nós. Senhor, tende

piedade de nós”.

Terminando o canto, o sacerdote, depois da absolvição, passa para o próximo momento da Santa Missa,

como de costume.

Você pode perceber o erro grave do Ministério de Música cometido aqui?

A fórmula “Senhor, tende piedade de nós. Cristo, tende piedade de nós. Senhor, tende piedade de nós.”

deve ser usada só quando se faz os momentos do Ato Penitencial e Senhor, tende piedade separadamente.

Ao integrar o Ato Penitencial com o Senhor, tende piedade, você deve fazê-lo conforme previsto nos

documentos da Igreja, como foi mostrado acima, está bem? Então, muito cuidado com isso!

23 Referência [4]. Capítulo II – Estrutura, elementos e partes da missa, III – As partes da missa, A) Ritos iniciais, página 73, comentário sobre o n° 52.

23

“O Glória, hino antiquíssimo e venerável, pelo qual a Igreja, congregada no Espírito Santo, glorifica e

suplica a Deus Pai e ao Cordeiro." (Missal Romano)24

Início: depois do Senhor, tende piedade

“O TEXTO DESTE HINO NÃO PODE SER SUBSTITUÍDO POR OUTRO” (Instrução Geral do Missal Romano)25

FÓRMULA DO HINO DE LOUVOR

(Missal Romano, página 398, n° 5)

Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens por Ele amados.

Senhor Deus, Rei dos Céus, Deus Pai todo poderoso:

nós vos louvamos, nós vos bendizemos, nós vos adoramos, nós vos glorificamos, nós vos

damos graças por vossa imensa glória.

Senhor Jesus Cristo, Filho unigênito, Senhor Deus, Cordeiro de Deus, Filho de Deus Pai.

Vós que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós.

Vós que tirais o pecado do mundo, acolhei a nossa súplica.

Vós que estais à direita do Pai, tende piedade de nós.

Só vós sois o Santo, só vós, o Senhor, só vós, o Altíssimo, Jesus Cristo, com o Espírito Santo,

na glória de Deus Pai.

Amém.

24 Referência [5]. Capítulo II – Estrutura, elementos e partes da missa, III – As partes da missa, A) Ritos iniciais, página 38, n° 31. 25 Referência [4]. Capítulo II – Estrutura, elementos e partes da missa, III – As partes da missa, A) Ritos iniciais, página 73, n° 53.

HINO DE LOUVOR

24

ESTE HINO PODE SER ENTOADO (INICIADO) POR 1 DAS TRÊS FORMAS SEGUINTES

(Instrução Geral do Missal Romano, página 73, n° 53)

Pelo sacerdote

Pelo cantor

Pelo grupo de cantores

ESTE HINO PODE SER CANTADO POR 1 DAS TRÊS FORMAS SEGUINTES

(Instrução Geral do Missal Romano, página 73, n° 53)

Pela assembleia

Pelo grupo de cantores e o povo, de forma alternada

Pelo grupo de cantores

QUANDO ESTE HINO NÃO FOR CANTADO, ELE DEVE SER RECITADO POR 1 DAS DUAS

OPÇÕES A SEGUIR

(Instrução Geral do Missal Romano, página 73, n° 53)

Por todos juntos

Por dois coros dialogando entre si

25

ESTE HINO É CANTADO OU RECITADO NOS SEGUINTES DIAS

(Instrução Geral do Missal Romano, página 73, n° 53)

Aos domingos, menos nos domingos do Advento e da Quaresma

Nas solenidades e festas

Em celebrações especiais mais solenes

26

A finalidade do salmo responsorial é ”favorecer a meditação da Palavra de Deus” (Instrução Geral do

Missal Romano)26.

Início: logo depois da primeira leitura

O salmo responsorial é uma resposta à leitura, está diretamente ligado a ela. É normalmente retirado do

Lecionário e, de preferência, deve ser cantado.

Porém, “se o salmo não puder ser cantado, seja recitado do modo mais apto para favorecer a meditação

da Palavra de Deus”27.A CNBB, de forma mais clara e prática nos diz que “o salmo responsorial é o canto

mais importante da liturgia da Palavra, por isso, além do pré-requisito de uma boa voz, o(a) salmista

deverá executá-lo com o máximo de expressividade e clareza, numa atitude orante, como convém a todos

que exercem o ministério de proclamar a Palavra de Deus” (CNBB)28.

Além disso, “Evite-se quaisquer artifícios que venham dificultar a assembleia na compreensão do texto, por

exemplo, o uso de uma segunda voz ou contracanto” (CNBB) 29.

O QUE PODE SER CANTADO?

(Instrução Geral do Missal Romano, página 79, n° 61)

Salmo proposto no Lecionário

Responsório gradual do Gradual romano

Salmo responsorial ou Aleluiático do Gradual simples

26 Referência [4]. Capítulo II – Estrutura, elementos e partes da missa, III – As partes da missa, B) Liturgia da palavra, página 79, 27 Referência [4]. Capítulo II – Estrutura, elementos e partes da missa, III – As partes da missa, B) Liturgia da palavra, página 79, n° 61. 28 Referência [1]. Capítulo 3 – Orientações pastorais, 3.3 Ministérios e serviços do canto, 3.3.6 O(a) salmista, página 49, n° 249. 29 Referência [1]. Capítulo 3 – Orientações pastorais, 3.3 Ministérios e serviços do canto, 3.3.6 O(a) salmista, página 49, n° 250.

SALMO RESPONSORIAL OU

GRADUAL

27

O SALMO É CANTADO/RECITADO POR UMA DAS DUAS FÓRMULAS A SEGUIR?

(Instrução Geral do Missal Romano, página 79, n° 61)

O salmista, ou cantor do salmo, canta ou recita os versículos do salmo.

A assembleia escuta sentada e geralmente participa pelo refrão.

O salmista, ou cantor do salmo, canta ou recita o salmo de modo

contínuo, ou seja, sem refrão.

OBS.: Essa segunda forma, segundo o Sr. Aldazábal por meio da Instrução Geral do Missal

Romano, vale especialmente para o caso do salmo não ser cantado. Nesse caso, o salmista

pode recitar “de modo direto, sem intercalar a resposta quando não se canta, porque o

intercalar essa resposta sem canto não favorece o clima de meditação que aqui se pede”30.

A CNBB lembra também que em hipótese alguma a Igreja deve contratar cantores profissionais para dar

“show” na Celebração Eucarística porque isso “desmerece totalmente o trabalho das equipes de

celebração, além de transformar a própria celebração em mera formalidade “social”, sem significado

litúrgico verdadeiro, mais “comércio” que liturgia” (CNBB)31.

30 Referência [4]. Capítulo II – Estrutura, elementos e partes da missa, III – As partes da missa, B) Liturgia da palavra, página 79, comentário sobre o n° 61. 31 Referência [1]. Capítulo 3 – Orientações pastorais, 3.3 Ministérios e serviços do canto, 3.3.6 O(a) salmista, página 49, n° 251.

28

“Tal aclamação constitui um rito ou ação por si mesma, através do qual a assembleia dos fiéis acolhe o

Senhor que lhe vai falar no Evangelho, saúda-o e professa sua fé pelo canto.” (Instrução Geral do Missal

Romano)32.

Início: após a primeira ou segunda leitura, conforme o caso

É CANTADO POR TODOS DE PÉ, PORÉM ...

(Instrução Geral do Missal Romano, página 80, n° 62)

É INICIADO POR 1 DAS DUAS OPÇÕES

(pode ser repetido se for o caso)

Pelo cantor

Pelo grupo de cantores

O VERSÍCULO É CANTADO POR 1 DAS

DUAS OPÇÕES

Pelo cantor

Pelo grupo de cantores

E só pra te lembrar: não pode cantar aqui qualquer música só porque tem a palavra Aleluia. Siga as regras

exigidas pela Igreja, tá bem?

O Missal Romano nos dá 2 opções para que este canto seja executado. Uma quando na Santa Missa se

proclama apenas a primeira leitura e outra quando se proclamam as duas leituras da Liturgia da Palavra.

Veja a seguir como ele fica ...

32 Referência [4]. Capítulo II – Estrutura, elementos e partes da missa, III – As partes da missa, B) Liturgia da palavra, página 80, n° 62.

ACLAMAÇÃO ANTES DA

PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO

29

INÍCIO DO ALELUIA: APÓS A PRIMEIRA LEITURA

(Instrução Geral do Missal Romano, página 81, n° 63)

EM TODOS OS TEMPOS MENOS NA QUARESMA

Você pode cantar uma das 2 opções abaixo

NA QUARESMA

Você pode cantar uma das 2 opções abaixo

Salmo aleluiático (retirado do Gradual

Simples)

Salmo + Aleluia com seu versículo retirado

do Lecionário ou do Gradual

Salmo

Salmo + Versículo (corresponde ao

versículo antes do Evangelho que se

encontra no Lecionário)

Obs.: O aleluia ou o versículo antes do Evangelho podem ser omitidos quando não são cantados.

INÍCIO DO ALELUIA: APÓS A SEGUNDA LEITURA

(Instrução Geral do Missal Romano, página 80, n° 62)

EM TODOS OS TEMPOS MENOS NA QUARESMA

NA QUARESMA

Você pode escolher uma das 2 opções abaixo

Aleluia, com seu versículo retirado do

Lecionário ou do Gradual

Versículo (corresponde ao versículo antes

do Evangelho que se encontra no

Lecionário)

2° salmo ou trato (como se encontra no

Gradual)

30

“O canto de ofertório acompanha a procissão das oferendas e se prolonga pelo menos até que os dons

tenham sido colocados sobre o altar." (Missal Romano)33

Início: logo depois de terminada a oração universal

Saiba que as normas de execução do canto de ofertório são as mesmas colocadas para o canto de entrada

e mesmo que não se tenha a procissão dos dons, ele pode ser cantado.

COMO COMPOR O CANTO DE OFERTÓRIO

(Instrução Geral do Missal Romano. Referência [e], página 70, n° 48)

Você tem 2 opções para compor o seu canto de ofertório. Escolha 1 delas.

Antífona + salmo (do Gradual Romano ou do Gradual Simples)

“Outro canto condizente com a ação sagrada55 e com a índole do dia

ou do tempo, cujo texto tenha sido aprovado pela conferência dos

bispos.”

55 Cf. João Paulo II. Carta apostólica Dies Domini, n° 50, 31 de maio de 1998. AAS 90 (1998),

página 745.

33 Referência [5]. Capítulo II – Estrutura, elementos e partes da missa, III – As partes da missa, C) Liturgia eucarística, página 43, n° 50.

CANTO DE OFERTÓRIO

31

ESTE CANTO PODE SER EXECUTADO POR 1 DAS TRÊS FORMAS SEGUINTES

(Instrução Geral do Missal Romano. Referência [e], página 70, n° 48)

Pelo grupo de cantores e pelo povo, de forma alternada

Pelo cantor e pelo povo

Pelo grupo de cantores

QUANDO NÃO HÁ CANTO DE OFERTÓRIO, A ANTÍFONA QUE ESTÁ NO

GRADUAL ROMANO DEVE SER RECITADA POR 1 DAS TRÊS OPÇÕES SEGUINTES

(Instrução Geral do Missal Romano. Referência [e], página 70, n° 48)

Pelos fiéis ou por alguns deles

Pelo leitor

Pelo sacerdote

32

“Para concluir o Prefácio da Oração Eucarística ou então para cantar o louvor de Deus na Celebração da

Palavra, o povo todo aclama o Senhor com as palavras que Isaías ouviu os Serafins cantarem no Templo, na

sua visão (Is 6, 3 e Mt 21, 9)" (CNBB)34

FÓRMULA DO SANTO

(Missal Romano, página 405, n° 5)

Santo, Santo, Santo,

Senhor, Deus do universo!

O Céu e a terra proclamam a vossa glória.

Hosana nas alturas!

Bendito o que vem em nome do Senhor!

Hosana nas alturas!

Sanctus, Sanctus, Sanctus,

Dominus Deus Sabaoth.

Pleni sunt coeli et terra gloria tua.

Hosanna in excelsis.

Benedictus qui venit in nomine Domini.

Hosanna in excelsis.

POR QUEM ESTE HINO DEVE SER CANTADO?

(Instrução Geral do Missal Romano, página 91, n° 79)

Por todo o povo com o sacerdote

A CNBB35 nos dá orientações importantes para a execução desse canto. Veja só:

O ideal seria se o “Santo” estivesse no mesmo tom em que o Prefácio foi cantado.

Por este canto pertencer à comunidade toda, eventuais arranjos de vozes para o coro nunca

impeçam a participação do povo, mas antes a favoreçam e a reforcem.

34 Referência [1]. Capítulo 3 – Orientações pastorais, 3.4 O canto na liturgia, 3.4.7 As aclamações, página 57, n° 303. 35 Referência [1]. Capítulo 3 – Orientações pastorais, 3.4 O canto na liturgia, 3.4.7 As aclamações, página 57, n° 303.

SANTO

33

Recomenda-se que o canto se atenha à própria Aclamação, sem se introduzir alterações no texto,

mediante paráfrases.

34

O Cordeiro de Deus “acompanha o partir do pão, antes de se proceder à sua distribuição. Não deve ser

usado como se fosse uma maneira de encerrar o movimento criado na assembleia durante o abraço da

paz." (CNBB)36

Início/fim: deve ser cantado durante a fração do pão e sua mistura no cálice

“NÀO É LÍCITO SUBSTITUIR OS CANTOS COLOCADOS NO ORDINÁRIO DA MISSA, POR EXEMPLO, O

CORDEIRO DE DEUS, POR OUTROS CANTOS.” (Instrução Geral do Missal Romano)37

FÓRMULA DO CORDEIRO DE DEUS

(Missal Romano, página 502, n° 131)

Cordeiro de Deus,

que tirais o pecado do mundo,

tende piedade de nós.

Cordeiro de Deus,

que tirais o pecado do mundo,

tende piedade de nós.

Cordeiro de Deus,

que tirais o pecado do mundo,

dai-nos a paz.

Agnus Dei,

Qui tollis peccata mundi,

Miserere nobis.

Agnus Dei,

Qui tollis peccata mundi,

Miserere nobis.

Agnus Dei,

Qui tollis peccata mundi,

Dona nobis pacem

36 Referência [1]. Capítulo 3 – Orientações pastorais, 3.4 O canto na liturgia, 3.4.8 Cantos do ordinário, página 59, n° 310. 37 Referência [4]. Capítulo VII – A escolha da missa e de suas partes, II. A escolha das partes da missa, página 211, n° 366.

CORDEIRO DE DEUS

35

ESTA SÚPLICA PODE SER CANTADA OU DITA EM VOZ ALTA POR 1 DAS DUAS FORMAS

(Instrução Geral do Missal Romano, página 95, n° 83)

Pelo cantor

Pelo grupo de cantores

Como já dito anteriormente, o Cordeiro de Deus é cantado durante a fração do pão e sua mistura no cálice.

Neste tempo, a invocação pode ser repetida quantas vezes for necessário. Mais o canto tem que terminar

com as palavras dai-nos a paz.

Além do mais, “o ritmo e o modo de execução sejam condizentes com o sentido de invocação e súplica,

próprio do canto do Cordeiro de Deus" (CNBB)38.

38 Referência [1]. Capítulo 3 – Orientações pastorais, 3.4 O canto na liturgia, 3.4.8 Cantos do ordinário, página 59, n° 310.

36

O canto de comunhão “exprime, pela unidade das vozes, a união espiritual dos comungantes, demonstra

a alegria dos corações e realça mais a índole “comunitária” da procissão para receber a Eucaristia”

(Instrução Geral do Missal Romano)39.

Início: quando o sacerdote comunga

Fim: quando todos os fiéis recebem o Corpo de Cristo

COMO COMPOR O CANTO DE COMUNHÃO

(Instrução Geral do Missal Romano, página 99, n° 87)

Você tem 4 opções para compor o seu canto de comunhão. Escolha 1 delas:

Antífona do Gradual Romano

Antífona do Gradual Romano + salmo

Antífona do Gradual Romano + salmo do Gradual Simples

Outro canto adequado aprovado pela Conferência Episcopal

ESTE CANTO PODE SER EXECUTADO POR 1 DAS TRÊS FORMAS

(Instrução Geral do Missal Romano, página 99, n° 87)

Pelo grupo de cantores

Pelo cantor como o povo

Pelo grupo de cantores com o povo

39 Referência [4]. Capítulo II – Estrutura, elementos e partes da missa, III. As partes da missa, C) Liturgia eucarística, página 99, n° 86.

CANTO DE COMUNHÃO

37

QUANDO NÃO HOUVER CANTO DE COMUNHÃO, A ANTÍFONA QUE ESTÁ NO MISSAL

ROMANO DEVE SER RECITADA POR 1 DAS TRÊS OPÇÕES

(Instrução Geral do Missal Romano, página 99, n° 87)

Pelos fiéis ou por alguns deles

Pelo leitor

Pelo sacerdote (depois de ter comungado e antes de distribuir a comunhão

aos fiéis)

Agora, veja algumas orientações muito importantes da CNBB a respeito desse canto de comunhão:

“O Canto de Comunhão visa, muito especialmente, a fomentar o sentido de unidade. É canto que

expressa o gozo pela unidade do Corpo de Cristo e pela realização do Mistério que está sendo celebrado.

Por isso, a maior parte dos hinos eucarísticos utilizados tradicionalmente na Adoração ao Santíssimo

Sacramento não é adequada para este momento, pois ressaltam apenas a fé na Presença Real, carecendo

das demais dimensões essenciais do Mistério da Fé. (CNBB)40

“O texto não se reduza a expressão excessivamente subjetiva, individualista, intimista e sentimentalista

da comunhão. Que ele projete a assembleia como um todo, e cada uma das pessoas que participam,

para a constituição do Corpo Místico de Cristo. Em certas oportunidades, favoreça mais ao recolhimento, a

fim de evitar um comungar puramente rotineiro e inconsciente. Em outras, sobretudo por ocasião de festas

maiores, faça desabrochar a alegria e a exultação, como se diz da experiência eucarística das primeiras

Comunidades Cristãs (cf. At 2,46).” (CNBB)41

“O fato de a Antífona da Comunhão, em geral, retomar um texto do Evangelho do dia, revela a profunda

unidade entre a Liturgia da Palavra e a Liturgia Eucarística e evidencia que a participação na Ceia do

Senhor, mediante a Comunhão, implica um compromisso de realizar, no dia-a-dia da vida, aquela mesma

entrega do Corpo e do Sangue de Cristo, oferecidos uma vez por todas (Hb 7,27).” (CNBB)42

40 Referência [1]. Capítulo 3 – Orientações pastorais, 3.4 O canto na liturgia, 3.4.9 Os cantos processionais, página 61, n° 314. 41 Referência [1]. Capítulo 3 – Orientações pastorais, 3.4 O canto na liturgia, 3.4.9 Os cantos processionais, página 61, n° 315. 42 Referência [1]. Capítulo 3 – Orientações pastorais, 3.4 O canto na liturgia, 3.4.9 Os cantos processionais, página 61, n° 316.

38

ORIENTAÇÃO 1: sobre o canto após a comunhão

E o que a Instrução Geral do Missal Romano43 prevê sobre o canto após a comunhão é o seguinte:

“Terminada a distribuição da comunhão, se for oportuno, o sacerdote e os fiéis oram por algum tempo em

silêncio. Se desejar, toda a assembleia pode entoar ainda um salmo ou outro canto de louvor ou hino.”

Já a CNBB44 nos informa que “a “Didaqué” - documento da segunda metade do primeiro século do

cristianismo, que recolhe instruções e práticas das Igrejas de então, testemunha o uso de uma ação de

graças após a comunhão. Sobretudo se durante o repartir do Pão Eucarístico houve música instrumental ou

canto polifônico do coro, um canto da assembleia em seguida poderia ser expressão apropriada de unidade

no Senhor Jesus.”

E nos diz ainda que “Este canto não é necessário, e às vezes nem desejável, quando já houve um Canto de

Comunhão, com participação do povo, que se prolongou por algum tempo após a distribuição do

alimento eucarístico. Recomenda-se, então, o silêncio sagrado, um momento de interiorização após a

movimentação ou exultação que poderá ter caracterizado a procissão de comunhão.” (CNBB)45

ORIENTAÇÃO 2: sobre o canto final

O canto final da Santa Missa, chamado também de canto de despedida ou “envio” não é de forma alguma

previsto no Missal Romano e nem na Instrução Geral do Missal Romano.

A CNBB nos orienta o seguinte:

“Deve haver canto final?... Normalmente, não tem sentido. A reforma conciliar pôs o “Ide em paz” como

última fórmula da celebração, e seria ilógico um canto neste momento, pois a assembleia está dispensada.

O ideal seria o próprio “Ide em paz”, ou fórmula que lhe corresponda, ser cantado pelo diácono ou cantor e

respondido pelo canto da assembleia que se vai. Durante a saída do povo, o mais conveniente seria um

43 Referência [4]. Capítulo II – Estrutura, elementos e partes da missa, III. As partes da missa, C) Liturgia eucarística, página 100, n° 88. 44 Referência [1]. Capítulo 3 – Orientações pastorais, 3.4 O canto na liturgia, 3.4.11 Cantos suplementares, página 63, n° 320. 45 Referência [1]. Capítulo 3 – Orientações pastorais, 3.4 O canto na liturgia, 3.4.11 Cantos suplementares, página 63, n° 320.

ORIENTAÇÕES FINAIS

39

acompanhamento de música instrumental. Se em alguma ocasião parecer oportuno um “canto final”, por

exemplo o hino do Padroeiro ou Padroeira na sua festa, ou um hino em honra da Mãe do Senhor em

alguma de suas comemorações, que ele seja cantado com a presença de todo o mundo, logo após a

bênção, antes do “Ide em paz”.” (CNBB)46

46 Referência [1]. Capítulo 3 – Orientações pastorais, 3.4 O canto na liturgia, 3.4.11 Cantos suplementares, página 64, n° 324.

40

CONCLUSÃO _________________________________

Agora que você leu esse e-Book, tenho certeza que está convencido de que não basta querer cantar a

Santa Missa escolhendo “mais ou menos” qualquer música bonita para a Celebração Eucarística.

Assumir a sua vocação requer muito mais que isso. É preciso ser fiel aos ensinamentos da Igreja, afinal,

suas normas estão aí para serem obedecidas. Imagine se todos pudessem fazer tudo conforme a sua

própria vontade dentro da Igreja?

Mas com esse material você poderá escolher e executar as músicas durante a Santa Missa com fidelidade

às orientações da Santa Igreja e com isso cumprir com o seu papel de Ministro da Música.

E para isso basta seguir os passos mostrados:

A primeira coisa é se situar no Tempo Litúrgico

A segunda tarefa é estudar a Liturgia do dia em que você vai cantar

E a última tarefa é escolher as músicas levando em conta os dois passos anteriores e para cada

momento específico da Santa Missa

Com tudo o que eu coloquei nesse e-Book pra você, escolher corretamente as músicas para missa torna-se

uma tarefa simples.

Mas nem tudo que é simples é também fácil, não é mesmo? Principalmente para quem está iniciando

como Ministro da Música.

Apesar disso, se seguir todas as orientações da Igreja colocadas acima, você verá que valerá muito a pena.

Então, mãos à obra!

41

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS _________________________________

[1] Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), 1999. A música Litúrgica no Brasil. Um subsídio para

quantos se ocupam da música litúrgica na Igreja de Deus que está no brasil. Estudos da CNBB n° 79. Acesso

em 30 de janeiro de 2017. Disponível no site CNBB.

[2] Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), 2007. Canto e música na liturgia. Acesso em 30 de

janeiro de 2017. Disponível no site CNBB.

[3] Constituição Sacrosanctum Concilium sobre a Sagrada Liturgia – Concílio Ecumênico Vaticano II. 4ª

Reimpressão, 2014. Editora Paulinas.

[4] Instrução Geral do Missal Romano – comentários de J. Aldazábal, 2012. Terceira edição. Editora

Paulinas.

[5] Missal Romano. Tradução portuguesa da 2ª edição típica para o Brasil realizada e publicada pela

Conferência Nacional dos Bispos do Brasil com acréscimos aprovados pela Sé Apostólica. 18ª reimpressão,

2014. Editora Paulus.