O POVO DE RIOTINTO

Publicação Mensal | Paróquia de Rio Tinto

Rua da Lourinha, 33 4435 - 308 Rio Tinto | martinsvidinha@sapo.pt/www.paroquiario Tinto

Ano 38 N.º 315/Outubro/2014

NOLITE TIMERE

Uma soma de indivíduos

De vez em quando ouvimos o Senhor Presidente da

República apelar ao consenso dos partidos e aos cida-

dãos em geral para que todos nos empenhemos em

prol duma causa comum: darmo-nos as mãos e mobili-

zarmo-nos no sentido de ultrapassarmos os gigantescos

problemas nacionais.

Cada partido diz o mesmo por outras palavras. Às ve-

zes até ficamos com a sensação de que alguns, sejam os

grandes, sejam os pequenos, têm no bolso uma receita

mágica.

Ora quem está cá em baixo, no rés do chão da vida,

onde se sujam as mãos e os pés, sabe que não é assim.

E nunca será.

Uma coisa é o Estado com as sua engrenagem fria e

sofisticada feita de leis, supostamente democráticas.

Outra coisa é uma nação inteira que se ergue para com-

bater, no sentido amplo desta palavra, se necessário

for, até ao heroísmo.

Ora esta nação não existe. Portugal, e não só, transfor-

mou-se numa soma de indivíduos. Mais ainda: numa

soma de individualistas cada um a puxar para seu lado.

Este individualismo apega-se aos diversos grupos pro-

fissionais. Aí cada grupo fecha-se no seu pequeno/

grande mundo.

Há vários sinais de que assim é. À partida este individu-

alismo é inerente à natureza humana. O fator económi-

co “ o homem económico” está sempre em primeiro

lugar. Na prática, queira-se ou não, o dinheiro é o se-

nhor todo poderoso.

Alguns sintomas não deixam de ser preocupantes:

Quarenta por cento dos jovens atualmente não casam

nem pelo civil nem pela Igreja.

É raro o dia em que o companheiro não mate a companhei-

ra ou vice-versa.

Os jovens internados em Instituições aumentam. E os

pais de tais jovens frequentemente criam aos respetivos

responsáveis mais problemas que os próprios filhos.

Que educação em bases sólidas se transmite na suposta

família e nos estabelecimento de ensino? Uma determi-

nada professora por altura do Dia da República reuniu

os alunos para comemorar em essa data. A encerar dis-

se: agora vamos cantar o hino nacional. Os alunos lá o

foram arranhando com a muleta da professora. Porem

continuaram sentados, num certo pagode, com pernas

para um lado e para o outro, completamente alheados.

E a professora encerou: vocês foram fantásticos…

Nota: Considero que grande milagre é haver ainda gente de coração de ouro

O deus todo poderoso do mundo

PANORAMA 2 IDADE MAIOR E SAÚDE

Dinossauro em Venezuela

Pela primeira vez, foram encontrados fosseis de um di-nossauro em Venezuela. O achado foi descoberto em La Grita, no estado Táchira, a cerca de 900 Km de Caracas. Alertado por alguém, uma equipa de paleontólogos, composta por venezuelanos, brasileiros, norte-americanos e alemães, deslocou-se àquele local, situado na cordilheira de Los Andes, localizando e identificando os fosseis de um dinossauro, ao qual deram o nome de Tachiraptor Admirábilis.

Drone Português para Inglaterra

Uma empresa portuguesa de aeronáutica, apresentou recentemente na feira internacional de Famborough, Inglaterra, um novo drone, de tecnologia portuguesa, com grande autonomia e vocacionado para a vigilância marítima. O administrador do grupo português Tekever, construtor do novo drone, espera que este aparelho seja um êxito no mundo da tecnologia.

Haiti – Morreu o Ex-Ditador “Baby Doc”

Jean-Claud Duvalier, mais conhecido por Baby Doc, fale-ceu na passada semana, vitima de um ataque cardíaco. O antigo ditador haitiano, de 63 anos, regressou ao seu país em 2011, após ter passado 25 anos no exilio

As Coreias em Diálogo de Alto Nível

Coreias do Norte e Sul voltaram ao diálogo oficial ao mais alto nível, após um encontro inesperado entre go-vernantes de ambos países. Este encontro aconteceu durante os Jogos Asiáticos, realizados na Coreia do Sul. Ficou definido agendar para breve uma reunião entre os dois governos.

Desporto

As nossas seleções de futebol, Sub 21 e AA, venceram os seus jogos nesta semana, relativos aos apuramentos para os campeonatos europeus.

Fernando Santos entrou da melhor maneira no apura-mento para o Europeu, como selecionador nacional, ven-cendo a Dinamarca no seu próprio reduto. Esta vitória foi muito importante, porque foi conseguida sobre o nosso adversário mais direto ao primeiro lugar na nossa série.

A seleção sub 21 venceu a Holanda em Paços de Ferreira, após ter vencido fora o primeiro jogo.

Vislumbram-se nesta seleção alguns jogadores de muito valor, que podem ser futuras estrelas, bem como o pró-prio selecionador, Rui Jorge, que está a fazer um ótimo trabalho com estes jovens.

Fernando Marçal

3 Movimento

Serafim Faria Prof. Educação Física

A atividade física, realizada com regularidade, é uma das principais bases para a manutenção da saúde em qualquer idade. No entanto, torna-se ainda mais importante para os idosos, porque no processo de envelhecimento, o corpo sofre algumas transfor-mações, nomeadamente, perda de força muscular, diminuição da flexibilidade, da agilidade e da coorde-nação. Todas estas alterações podem ser ameniza-das através da prática regular da atividade física.

Conheça os benefícios:

- Melhoria da força muscular e da flexibilidade;

- Manutenção do peso;

- Diminuição do risco de lesões musculares;

- Melhoria da capacidade cardio-respiratória e dimi-nuição do risco de doenças do coração como hiper-

tensão e enfarte;

- Melhoria do controlo da diabetes;

- Melhoria da coordenação motora e do equilíbrio,

diminuindo consideravelmente o risco de quedas;

- Melhoria da autoestima, do bem-estar social, dimi-nuindo o risco de aparecimento da depressão e da

ansiedade.

Seja qual for a atividade física escolhida, ela deve ser feita sob orientação de profissionais do movimen-to. É recomendado que todo programa de exercícios leve em consideração as possibilidades e limitações de cada idoso. As atividades devem ser feitas de forma regular e contínua, lembrando-se que a ativida-de física exagerada pode ser prejudicial. Entre as principais atividades recomendadas para os idosos, estão as atividades de baixo a moderado impacto. Evitando o risco de lesões musculares e a sobrecar-ga das articulações, estas atividades constituem-se como as ideais, estando entre elas a caminhada e a

hidroginástica.

Para que a atividade física não se torne um pro-

blema, é importante tomar alguns cuidados:

- Ingerir líquidos durante a prática da atividade físi-

ca, para promover a hidratação;

- Alongar os músculos antes e após os exercícios;

- Utilizar roupas e calçado adequados para cada atividade e em caso de dor ou mal-estar, suspender a

atividade e procurar um profissional da saúde.

A atividade física, quando bem orientada e moni-torizada, só traz benefícios para saúde do idoso. Afinal, quem não deseja chegar aos 75 ou 80 anos saudável e realizando as suas atividades diárias com

autonomia?

Portanto, não fique parado. Escolha a atividade

que mais lhe dê prazer e cuide da sua saúde!

“Atividade Física na Terceira Idade” – Unisaúde – Atitude para viver melhor -

www.atituderimacomsaude.com.br

4 * Silva Pinto NAS ASAS DA POESIA

* Médico

AS NOVAS EPIDEMIAS

De vez em quando acordamos com noticias bombásticas de epidemias que poem a nossa vida em risco.

A mais recente diz respeito á Febre Hemorrágica provocada pela infeção com o vírus ébola, assim chamado por ter sido descoberto por Peter Piot junto ao rio Ébola em 1976.

Mas os surtos atuais na Libéria, Serra Leoa, Guiné Conacri e Nigéria, são muito mais graves que os iniciais e já mataram cer-ca de 4000 pessoas.

A transmissão em humanos é feita através de contacto físico direto com os fluidos corporais infetados mas pode ser também transmitido indiretamente, através de contacto com objetos e superfícies contaminadas. Daí a facilidade de transmissão com as pessoas com quem convive diariamente, já que numa fase inicial de incubação o doente ainda não tem sintomas mas já está com capacidade de infetar os outros. A facilidade de deslo-cação entre os países e mesmo continentes, faz com que se espalhe rapidamente pelo mundo.

Os vírus têm uma capacidade de mutação grande o que faz com que se altere logo que o organismo cria anticorpos e é a causa de epidemias que no século passado e neste já mataram muitos milhões de pessoas.

No início do século passado, a gripe espanhola em 1918 durante a I Guerra Mundial, matou perto de 40 milhões de pessoas!

A gripe asiática em 1957-1958, com origem na China, em 10 meses espalhou-se pelo mundo e provocou cerca de um milhão de mortes; de referir que não havia nessa altura a facilidade de comunicações atuais.

Em 1968-69 a gripe de Hong-Kong transmitida por aves, matou cerca de um milhão de pessoas em todo o mundo e foi travada pelo abate de cerca de 1,5 milhões de aves em Hong- Kong.

Em 2003, todos nos lembramos dos asiáticos com máscaras devido ao Síndrome Respiratório Aguda Severo, com início na Ásia sendo detetados cerca de 8.000 casos e 800 mor-tos.

Em 2009, foi a vez da gripe A que infetou cerca de 6000 pesso-as de 33 países com 60 mortes.

Isto para não falar na SIDA que apareceu nos anos 80 com um meio de transmissão completamente diferente e que já matou mais de 36 milhões de pessoas em todo o mundo desde 1981.

Há que prevenir comportamentos de risco e seguir as indica-ções das autoridades de saúde.

Perante um caso suspeito, não hesite, ligue para “Saúde 24” 808 24 24 24 e será esclarecido por um técnico especializa-do.

Selecção

de D.ra Rita Sá Ferreira

VIDA CRISTÃ

NOVOS FILHOS DE DEUS

(durante o mês de setembro )

Afonso João Castro Fontes

Miguel Couto dos Santos

Ruben Miguel Sousa Ribeiro

Pedro Miguel Moreira Trindade

Mariana Filipa Pires Pimenta

Tiago Pereira da Silva

Rafael Monteiro Pinto

Gustavo Monteiro da Costa

Constança Alexandra Santos da Silva

Bianca da Silva Almeida

Yara Beatriz Neves Alves

Carolina Brandão Correia

André Filipe Guimarães Lourenço

Elin Sol Mota da Silva

Diogo Duarte Monteiro dos Santos Oliveira

Pedro Filipe Pinto Ribeiro

Lecticia Ferreira Velace

Leonor Maria Canela Gil

Vicente Henriques das Neves

Carolina Pereira Ferreira

Francisco José Soares Pinto

Vitória Costa Martins

Bárbara Cardoso Couto

Carolina Cardoso Couto

NOVOS LARES

(durante o mês de setembro )

Carlos Jorge Rodrigues Fontes Pattricia Isabel Castro Ferreira José Miguel Ventura Ferreira Marcia Filipa Ribeiro Gonçalves Bar-roso Sérgio Paulo Sousa Vieira Patricia Raquel Silva Nogueira Luis Miguel Cunha Ribeiro Virginia da Fonseca Botelho João Pedro Serra Maia Ana Isabel Leal Couto Carlos Manuel Lopes da Cunah Susana Cristina Correia de Sousa Nuno André da Silva Geraldes Dina Raquel da Silva Fernandes

PARTIRAM PARA O PAI

(durante o mês de setembro )

Lisete Fernanda Loureiro - de 84 anos

Amadeu Augusto Pereira – de 73 anos

Paulo Jorge de Sousa Martins de Castro – de 51 anos

António de Oliveira Vieira – de 64 anos

Maria Leonor Martins de Castro – de 52 anos

Manuel faria – de 89 anos

Ana Patricia Colim Fernandes – de 43 anos

Margarida de Jesus – de 86 anos

Alberto José de Jesus Pereira – de 75 anos

Filomena Maria Salgado Bragança Dias – de 63 anos

Acácio Ângelo dos Santos – de 79 anos

António Carlos Ludovino Raimundo Moreira – de 85

anos

João de Deus Seixas – de 92 anos

Miguel António de Castro Balio e silva – de 80 anos

Raimundo Manoel da Costa – de 90 anos

Branca Amélia Jorge dos Santos – de 86 anos

Mensagem do Papa Francisco

Queridos irmãos e irmãs!

Ainda hoje há tanta gente que não conhece Jesus Cristo.

Por isso, continua a revestir-se de grande urgência a mis-

são ad gentes, na qual são chamados a participar todos os

membros da Igreja, pois esta é, por sua natureza, missio-

nária: a Igreja nasceu «em saída».

O Dia Mundial das Missões é um momento privilegiado

para os fiéis dos vários Continentes se empenharem, com

a oração e gestos concretos de solidariedade, no apoio às

Igrejas jovens dos territórios de missão. Trata-se de uma

ocorrência permeada de graça e alegria: de graça, porque

o Espírito Santo, enviado pelo Pai, dá sabedoria e fortale-

za a quantos são dóceis à sua acção; de alegria, porque

Jesus Cristo, Filho do Pai, enviado a evangelizar o mun-

do, sustenta e acompanha a nossa obra missionária. E,

justamente sobre a alegria de Jesus e dos discípulos missi-

onários, quero propor um ícone bíblico que encontramos

no Evangelho de Lucas (cf. 10, 21-23).

Em muitas regiões,

escasseiam as voca-

ções ao sacerdócio e à

vida consagrada. Com

frequência, isso fica-se

a dever à falta de um

fervor apostólico con-

tagioso nas comunida-

des, o que faz com as

mesmas sejam pobres

de entusiasmo e não

suscitem fascínio. A

alegria do Evangelho

brota do encontro com

Cristo e da partilha

com os pobres. Por

isso, encorajo as co-

munidades paroquiais,

as associações e os

grupos a viverem uma

intensa vida fraterna,

fundada no amor a

Jesus e atenta às ne-

cessidades dos mais

carecidos.

Queridos irmãos e irmãs, neste Dia

Mundial das Missões, dirijo o meu

pensamento a todas as Igrejas locais:

Não nos deixemos roubar a alegria

da evangelização! Convido-vos a

mergulhar na alegria do Evangelho e

a alimentar um amor capaz de ilumi-

nar a vossa vocação e missão. Exor-

to-vos a recordar, numa espécie de

peregrinação interior, aquele

«primeiro amor» com que o Senhor

Jesus Cristo incendiou o coração de

cada um; recordá-lo, não por um

sentimento de nostalgia, mas para

perseverar na alegria.

5

Conceição Gonçalves… Do outro lado 6

”Como a própria definição o diz, o vazio é um lugar onde não existe nada, mas no interior do qual se espera que venha a acontecer tu-do” Lídia Jorge

Assim, começa Lídia Jorge o seu livro - O ORGANISTA – do qual recomendo a sua leitura !...

…Por aí encontrei no Jornal do Fundão este escrito de Paula Cas-telar que vou partilhar convosco.

O bêbado da aldeia

“É o bêbado da aldeia, figura quase invisível na pequena comuni-

dade, e esquecida pelos familiares residentes em França. Também lá esteve uns meses… Adoeceu na alma e o corpo fraquejou, sem que alguém o entendesse no infortúnio do seu exílio. Nèlito, ainda assim é chamado, não crescera além do diminutivo, não era ho-mem capaz de se alimentar de outros sabores. Regressou à al-deia, com a saudade por dentro a minguar-lhe o vulto. Nas cerca-nias nem um parente lhe restava. Franzino, cada vez mais dimi-

nuto, trabalhava de sol a sol. Durante décadas, até à reforma, partiu pedra que serviu para construir lares pobres e casebres de animais. Há um pouco dele em muitas das paredes por onde pas-sa e que nunca o acolheram. Não sabe quando se entregou ao álcool, aconteceu sem dar conta. O isolamento meteu-lhe uma garrafa na mão. Os solilóquios tornaram-se diálogos entre ele e o

vinho, e a solidão abandonou-o. Mais vale bêbado que doido. A sanidade não resiste á solidão, qualquer ser humano precisa de companhia. Por isso se vai à igreja, Deus não segrega, acompa-nha todos. A pedreira deu-lhe rotinas que mantém. Acorda com o galo, últimamente desorientado, dá-lhe para cantorias muito an-tes de amanhecer. Lava a cara e trata da horta, com gestos sua-ves, como quem cuida de uma criança. No silêncio da aldeia, sen-

ta-se à beira da estrada e espera que o Adérito abra a taberna. Bebe uns copitos… troca dois dedos de conversa. Depois sobe à serra, a sua casa, onde todos sabem que o encontram, com a ve-lha garrafa de água atestada de vinho tinto e a merenda… Por lá vagueia, como um cão sem dono nem matilha, cambaleante, mas sem tropeçar; as suas pernas sabem de cor as pedras daqueles caminhos. Ali não há recantos secretos… A posição do sol é que

dita as horas. Lá pelas cinco, depois da sesta nos lençóis de caru-ma… a passarada começa a chegar, e ele tira do pano uma côdea de broa que divide com os pássaros… Por vezes a noite surpreen-de-o e dorme num casinhoto que serve de refúgio a pastores… O único que lhe sente a falta é o Adérito, e já começou a preocupar-se… Nélito não apareceu e o litro e meio de vinho que levou não

chega para tanto tempo… Quando o presidente da junta chegar Adérito dará o alerta. Tem que se fazer uma busca. O homem não tem ninguém mas é gente! Pelo meio dia todos sabiam do desa-parecimento… Subiram à serra. Encontraram-no, lá bem no alto, caído junto a um carvalho. Dormia o último sono ao relento, com migalhas de broa na mão e a sua família de andorinhas a velá-lo.”

7 “O Povo de Rio Tinto”

19/10/2014

A UNIÃO EUROPEIA CONTINUA SEM RUMO AUMENTANDO RISCOS DE DESAGREGAÇÃO

M. Pinto Teixeira*

1 – A União Europeia está cada vez mais enredada no meio da tempestade das suas próprias divisões e contradições. As

eleições para o Parlamento Europeu, no início do verão, não consagraram nem uma ruptura com o seu figurino anterior,

nem tão pouco reforçaram a linha de rumo que vinha sendo seguido nos últimos anos. O PE ficou mais dividido, mais frag-

mentado, e tornou-se mais difícil conseguir acordos alargados, verdadeiramente mobilizadores.

A pulverização de votos pela enorme diversidade de partidos políticos que hoje têm lugar no Parlamento de Estrasburgo

veio acentuar ainda mais as divisões e as fraquezas que, nos últimos anos, se têm vindo a tornar cada vez mais preocupan-

tes. É certo que a direita e o centro- direita, em torno do Partido Popular Europeu, mantiveram a sua hegemonia naquele

areópago. Mas este bloco perdeu força, sem que a esquerda e o centro-esquerda tivessem conseguido afirmar-se como alter-

nativa.

2 – Por seu turno, a formação da nova Comissão Europeia (o verdadeiro Governo da União), liderado pelo luxemburguês

Jean-Claude Juncker, tem-se mostrado um parto difícil, com vários candidatos a comissários a esbarrarem na prova de fogo

a que foram submetidos no Parlamento Europeu. Estamos, por isso, longe de podermos dizer que a União Europeia tem

criadas as condições para um novo rumo, a curto prazo.

E como se ainda não bastassem estas divisões internas, assistimos na prática a uma espécie de “desobediência civil” de vá-

rios países membros da união, que têm vindo a desafiar Bruxelas e a afirmar que não aceitam a “ditadura” dos défices, e

que não respeitarão o tratado orçamental. A França foi o primeiro país, verdadeiramente poderoso, a fazer a sua declaração

de guerra. Outros lhe seguiram os passos, de forma mais ou menos tímida ou afirmativa.

3 – Ora, é neste cenário que Portugal caminha para o último ano da presente legislatura, com o actual líder do Governo –

até aqui sempre obediente a Bruxelas – a dar um pequeno sinal de rebeldia, ao deixar que na proposta de orçamento para o

próximo ano o défice resvale para os 2,7 por cento, em vez dos 2,5 a que Portugal se havia comprometido. Ao mesmo tem-

po foi o próprio Passos Coelho que veio apregoar pela primeira vez que não podemos deixar-nos sufocar pelo “fanatismo”

do défice orçamental… Um espanto para a ortodoxia reinante!

Sabe-se, por outro lado, que o novo líder do Partido Socialista, António Costa, é um discípulo da teoria sampaísta, segundo

a qual “há mais vida para além do défice”. Ou seja, por este andar quando, no próximo ano, como tudo indica, António

Costa chegar ao poder, Portugal pode engrossar o rol de países para quem o défice não é mais do que uma simples referên-

cia das políticas públicas. Então, a velha pergunta de sempre troará, há de ouvir-se cada vez com mais força: Mas, quem é

que vai pagar a gigantesca dívida pública?

* Jornalista

e Professor Universitário

Consultório Jurídico – “O quê de Justiça?” – O programa de rescisões na Administração Local Autárquica A Portaria 209/2014, publicada no passado dia 13 de outubro, veio regulamentar o programa de redução de efetivos ao serviço de Municípios, Serviços Municipalizados e Serviços Intermunicipais, de Freguesias, de Entidades Intermunicipais, de Assembleias Distritais e de Associações de fins específicos de municípios e de freguesias. Quem pode aceder ao Programa de Rescisões por Mútuo Acordo com essas Entidades?

Quem tiver idade igual ou inferior a 59 anos;

For detentor de contrato de trabalho em funções públicas;

E se encontre, pelo menos a cinco anos de atingir o limite de idade legal para aposentação;

E manifeste intenção de aderir ao programa de rescisões. Os trabalhadores que, à data da entrada em vigor da presente portaria, se encontrem a aguardar decisão de pedido de aposentação ou de reforma antecipada ou se encontrem numa situação de licença sem remuneração por período igual ou superior a 12 meses, não são abrangi-dos por este programa. Qual o montante a atribuir ao trabalhador que pretenda rescindir? Esse montante corresponde à remuneração base mensal, acrescida dos suplementos remuneratórios atribuídos de forma permanente, quando for o caso, calculados após as reduções que se encontrem em vigor no momento da sua determinação, nos moldes seguintes: - Para os trabalhadores das carreiras gerais de assistente técnico e de assistente operacional ou que desempenhem funções para as quais seja exigida a titularidade da escolaridade obrigatória, ainda que acrescida de formação profissional adequada ou a titularidade do 12.º ano ou de curso que lhe seja equiparado, a compensação é a seguinte:

Se o trabalhador tiver idade inferior a 50 anos, 1,5 meses de remuneração base e suplementos remuneratórios de caráter permanente, por

cada ano de serviço;

Se o trabalhador tiver idade compreendida entre os 50 e os 54 anos de idade, 1,25 meses de remuneração base e suplementos remunerató-

rios de caráter permanente, por cada ano de serviço; Se o trabalhador tiver idade compreendida entre os 55 e os 59 anos de idade, 1 mês de remuneração; - Para os trabalhadores de carreiras para cujo ingresso seja exigido a titularidade de licenciatura ou de grau académico superior a este a com-pensação é a seguinte:

Se o trabalhador tiver idade inferior a 50 anos, 1,25 meses de remuneração base e suplementos remuneratórios de caráter permanente, por

cada ano de serviço; Se o trabalhador tiver idade compreendida entre os 50 e os 59 anos de idade, 1 mês de remuneração base e suplementos remuneratórios de caráter permanente, por cada ano de serviço. Para os efeitos atrás elencados a idade relevante é a detida pelo trabalhador à data de entrada do requerimento em que manifeste intenção de aderir ao programa de rescisões.

Manuela Garrido

CAVALA NO FORNO

2 cavalas

1 cebola grande

6 colheres de sopa de azeite

Azeitonas pretas

1 limão, sal. Pimento e verde ou ver-

melho, manjericão , tomilho , salva.

Pique a cebola e leve-a ao lume a

refogar com duas colheres de sopa

de azeite até ficar translúcida. Regue

com o restante azeite o fundo de

uma assadeira. Coloque por cima as

cavalas, na cavidade de cada uma

coloque uma folha de salva. Retire o

caroço das azeitonas e corte-as em

pedaços. Por cima do peixe disponha

a cebola refogada as azeitonas, o

mangericão, o tomilho, também com

sal e pimenta. Cubra com uma folha

de alumínio e leve ao forno, a 180º,

durante 30 minutos.

Glória Branco

Marido e esposa

Diz o marido ao despedir-se da esposa:

-Querida, enquanto eu estiver em viagem, como

queres que te mande noticias? Por telefone,

telegrama, correio eletrónico ou fax?

Ó querido, de preferencja por transferencia

bancarária

Queixa-se o cliente: - Pedi-lhe que me trouxesse

um frango tenro e trouxe-me um galo velho.

-Mas como ć que o senhor sabe que é um galo

velho?

-Pelos dentes...

-Desculpe. Os galos nao têm dentes.

-Mas tenho eu!

Um candidato a deputado fazia o seu primciro

discurso de campanha, dizendo muito

inflamadamente:

O Gverno prometeu muitíssimas coisas, mas não

cumpriu nenhuma.

Nós não faremos asslm, pelo contrário; não vos

prometemos nada e juramos que seremos fiés à

nossa palavra.