O gip da escrita
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Da autoria de Ivone Niza, Joaquim Segura e Irene Mota
Dividido em duas partes
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Parte I 1. A Escola e produção escrita: evolução de
concepções 2. O papel da produção da linguagem escrita
no Programa de Português 3. O que os professores devem saber sobre
o processo de produção da linguagem escrita
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Parte II Propostas para o desenvolvimento da
linguagem escrita: Escrever para contar/ narrar Escrever para expor informação Escrever para dar opiniões
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“ Ao longo da tradição escolar supunha-se que os alunos escreviam por intuição ou dom ou por uma espécie de transferência automática da leitura e do estudo formal da gramática.”(pág. 5)
“Neste novo Programa de Português, os professores são desafiados a ultrapassar as concepções do ensino da língua escrita incluídas nos Programas anteriores à década de noventa do século XX.” (pág. 6)
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“Preconizava-se, até aí, a leitura e transmissão de regras de escrita segundo exemplos de bons autores, a prática de exercícios de aplicação, o reconhecimento de aspectos parcelares da morfologia e da sintaxe, a identificação de figuras de retórica, a verificação e avaliação de todos estes aspectos nos textos escritos dos alunos.” (pág.6)
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“ Muitos docentes lamentam, ainda hoje, o tempo de vida gasto a assinalar incorrecções nos textos dos alunos fora da sua presença, por contraponto com as fracas melhorias obtidas na qualidade dessa mesma escrita.” (pag.7)
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Na tarefa de correcção, os docentes reproduzem, frequentemente, os seguintes comportamentos: redigem, em cima ou ao lado da forma incorrecta(ortograficamente, morfologicamente,sintacticamente), a forma correcta; suprimem repetições ( riscando a escrita do aluno); acrescentam letras, palavras, expressões (nos interstícios das palavras já escritas);
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substituem letras, palavras, expressões do aluno, pela escrita de outras ( sem que o seu sentido, intencionalidade, adequação, sejam clarificados com o autor-aluno);
Atribuem menções qualitativas a que, muitas vezes, acrescentam recados-opiniões.
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“Nós não estamos muito interessados naquilo que o aluno está a escrever; estamos é muitíssimo interessados naquilo que ele já escreveu” ( Zoellner, 1969)
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“Às perspectivas atomizadas, mecanicistas e descontextualizadas, opõem-se, hoje, as concepções da escrita como:
actividade cognitiva; apropriação continuada de uma forma
particular da linguagem e do seu uso; processo comunicativo; actividade contextualizada e
intencional (Frederiksen & Dominic, 1981). (pág.8)
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É importante não esquecer que a produção da linguagem escrita é uma actividade intrínseca à comunicação e à aprendizagem.
Assim, “ escrever pode servir como um veículo para pensar melhor, ao mesmo tempo que permite que os alunos explorem as diversas áreas curriculares e desenvolvam a sua literacia cultural”. (pág.16)
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A produção da linguagem escrita é encarada, hoje, como a competência mais complexa e a mais potente ( Agamben, 2007) dado que inclui e integra as restantes. (pág.19 adapt.)
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Perfil do bom escritor
Tem consciência da audiência (leitores). Quando escrevem, os escritores competentes dedicam tempo a pensar sobre o que querem dizer, em como o hão-de dizer, naquilo que os hipotéticos leitores já conhecem.
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• Perfil do bom escritor
Planifica o texto. Os escritores constroem um esquema mental do texto que vão escrever, uma imagem daquilo que querem escrever e também de como vão trabalhar. Marcam objectivos para si próprios.
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• Perfil do bom escritor
Relê os fragmentos escritos. À medida que redige, o escritor relê os fragmentos do que já escreveu para comprovar se realmente se ajustam ao que quer dizer e também para os relacionar com o que deseja escrever a seguir.
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• Perfil do bom escritor
• Revê o texto. Enquanto escreve, o autor relê o texto, revê e introduz modificações e melhoramentos. Estas mudanças incidem sobretudo, no conteúdo do texto: o seu significado.
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• Perfil do bom escritorUtiliza processos recursivos de escrita.
O processo de escrita é cíclico e flexível.O autor poucas vezes se satisfaz com o
primeiro esboço ou plano do texto; mas vai alterando esse esboço durante a produção, à medida que lhe ocorrem novas ideias e as incorpora no texto.
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• Perfil do bom escritor• Mobiliza estratégias de apoio. Durante a
escrita, o autor também utiliza estratégias de apoio para resolver algumas dificuldades. Costuma consultar gramáticas e dicionários para obter informações de que necessita.
Cassany, D., Luna, M. & Sanz, G. (2002). Enseñarlengua. Barcelona: Ed. Graó (adaptação)
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“O papel do professor consiste em reduzir a complexidade da tarefa e proporcionar estratégias que, de acordo, com a idade e as capacidades dos alunos, lhes permitam escrever com êxito”. (pág. 21)
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“É aos professores que compete a criação de ambientes que encoragem a produção escrita e o trabalho de revisão.” (pág. 32)
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“Pensar e planificar, esboçar ou estruturar, compor, rever, aperfeiçoar para publicação constituem uma série de processos que se interrelacionam na actividade de escrever.” (pág. 36)
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O GIP valoriza ainda:
a escrita colaborativa; a revisão do texto feita a pares ou
colectivamente.
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Ver proposta da página 42 e seguintes.
![Page 24: O gip da escrita](https://reader034.fdocuments.net/reader034/viewer/2022042700/559739561a28ab54118b45d9/html5/thumbnails/24.jpg)
O professor deve ser um redactor, mediador e modelo e não um capataz , que fica de fora à espera do resultado para o classificar.
O professor funciona como um treinador de aprendizes da escrita.