Novo ano pastoral - agencia.ecclesia.pt · novo ano pastoral, D. Amândio Tomás destaca desafios...

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04 - Editorial: Octávio Carmo06 - Foto da semana07 - Citações08 - Nacional14 - Internacional20 - Opinião D. José Cordeiro Cónego António Rego Miguel Panão28 - Semana de... Sónia Neves30 - Dossier Fátima - Centenário dasAparições

60 - Multimédia62 - Estante64 - Concílio Vaticano II66 - Agenda68 - Por estes dias70 - Programação Religiosa71 - Minuto Positivo72 - Liturgia74 - Cristãos perseguidos76 - LusoFonias

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31 - Dossier2

Opinião

Novo ano pastoralem Bragança-Miranda[ver+]

Papa lamentatragédia comChapecoense[ver+]

Ano JubilarcelebraCentenário dasAparições emFátima[ver+] Octávio Carmo | D. José CordeiroAntónio Rego | Miguel Panão SóniaNeves | Fernando Cassola MarquesManuel Barbosa | Paulo Aido | TonyNeves

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31 - Dossier Centenário das Aparições em Fátima

Pós-verdade

Octávio Carmo Agência ECCLESIA

É a palavra do ano 2016 para os dicionáriosbritânicos Oxford. Vale a pena parar pensar nadefinição de 'post-truth', adjetivo que diz respeitoa “circunstâncias em que os factos objetivos têmmenos influência na formação de opinião públicado que os apelos emocionais e as opiniõespessoais".Do ponto de vista jornalístico, estamos a falar deum desastre. Objetivamente. Se, como se lianuma vinheta satírica, o vencedor não fordeterminado por quem dá a resposta correta maspor quem grita mais alto e mais rápido, mesmoque esteja errado, os factos não valem nada.É preocupante, por isso, que no debate públicose valorize cada vez mais o volume emdetrimento do conteúdo, o ruído em vez dasubstância e as circunstâncias em vez daverdade. E escusamos de apontar o dedo: nasnossas próprias navegações pelas caixas decomentários ou pelas redes sociais, mais do queuma vez teremos cedido à tentação daindignação cega, mais interessada emdesqualificar o outro do que em debaterargumentos e opiniões fundamentadas.A pós-verdade aparece muitas vezes de braçodado ao insulto. Não interessa se os argumentossão falsos. Se os factos contradizem o que sediz. Nada se sobrepõe, aparentemente, ao direitoà indignação, mesmo ao disparate. Contradizerfactos? Para quê? Só é necessário valorizar asemoções e as opiniões pessoais…

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Não posso deixar de pensar nissoquando algumas figuras políticas selembram de responder a trabalhosjornalísticos após estes terem sidopublicados, sem que antes tenhammanifestado qualquer intenção deatender às solicitações de quem osinterpelava. Ou pior, quando asredes sociais se inundam decomentários desumanos, cruéis,absurdos, perante dramas alheios.Se a humanidade pós-verdade foralgo parecido com isto, estamosclaramente a ir por um maucaminho.

Permitam-me uma nota final paraevocar as vítimas da queda doavião que transportava a equipa daAssociação Chapecoense deFutebol para o maior jogo dahistória do clube. Morreram muitaspessoas, incluindo muitos colegasde profissão que, por certo,estariam entusiasmados com aoportunidade de acompanhar esteevento. Respeitaremos a suamemória.Foi sensível e respeitadora a reaçãoda Igreja Católica a esta tragédia,na plena compreensão de que ofutebol nunca é “só futebol”.#ForçaChape.

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Queda de avião na Colômbia, em que seguia a equipa brasileira defutebol do Chapecoense, fez 71 mortos e seis feridos @ Agência

Lusa

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- “Tanto Espanha como Portugal sofreram uma criseeconómica que afetou gravemente os nossoscidadãos. Hoje, as nossas economias retomaram asenda do crescimento e continuar a trabalhar noaprofundamento da relação económica bilateral é amelhor maneira de consolidar a recuperação, acriação de emprego e a sustentabilidade do modelosocial que partilhamos”. Filipe VI, rei de Espanha,durante a sua visita a Portugal, Rádio TSF, 30.11.16 - “Ao tomar conhecimento da morte de dezenas depessoas no trágico acidente aéreo ocorrido estamadrugada na Colômbia, em que se perdeu também agrande maioria dos jogadores do Chapecoense, queroexpressar as minhas sinceras condolências aoPresidente Michel Temer, ao Povo Brasileiro, e deoutras nacionalidades, e a todos os familiares por estaperda inestimável”. Marcelo Rebelo de Sousa,presidente da República Portuguesa, 29.11.16 - “As mudanças que o mundo atravessou levaram-no amudar alguma coisa, a ser mais tolerante, e tevediálogos profundos com o Papa João Paulo II, BentoXVI. Mas não deixou de ser um ditador”. D. AntónioMarto, bispo de Leiria-Fátima, sobre a morte do antigopresidente cubano, Fidel Castro, Agência Ecclesia,26.11.16 - “Nos períodos de crise e até nas épocas mais fortes,como agora no Natal, vêm muitas campanhas e muitasatividades mascaradas porque não são da açãoquotidiana, são positivas, certamente, mas nãorespondem a estas inquietações mais profundas”. D.José Cordeiro, bispo de Bragança-Miranda, duranteum encontro com instituições de solidariedade socialda região, Agência Lusa, 25.11.2016

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Formação dos leigos e figura deMaria vão conduzir ano pastoral naDiocese de Bragança-Miranda

O bispo de Bragança-Mirandainaugurou este sábado o anolitúrgico-pastoral com a certeza deum caminho consolidado nos últimoscinco anos através da formação eda reorganização pastoral."Queremos

continuar os desafios a que nospropusemos há cinco anos,nomeadamente a reorganizaçãopastoral e a formação permanentedo clero e dos leigos", sublinha D.José Cordeiro à Agência ECCLESIAno dia

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em que a diocese abriu o anopastoral, pela primeira vez fazendocoincidir com o início do anolitúrgico.A Diocese de Bragança-Mirandaelegeu a figura de Maria paraconduzir o ano pastoral numterritório com 326 paroquias e 545comunidades, organizadas em 22unidades pastorais, visitadas pelobispo nos últimos quatro anos. "Estarealidade apresenta muitasdificuldades mas também muitasoportunidades. É com estaspessoas que estamos a fazer essecaminho e o dia de hoje, com apresença de todos, é já fruto destecaminho sinodal que fizemos", indicao prelado.O responsável quer envolver adiocese na "alegria de evangelizar",procurando no exemplo de Maria, "oauxílio aos que mais precisam" e aatitude certa para "fazer o que épreciso". "Como Maria queremos serdiscípulos missionários e viver,celebrar e testemunhar o evangelhoneste território e na nossa própriavida".Para que esse anúncio seconcretize, acredita D. JoséCordeiro, "a formação é decisiva"."Cada vez mais temos de estarpreparados para dar as razões danossa esperança a quem nosperguntar. E sozinhos não

o conseguimos fazer, temos de ofazer em Igreja", sustenta o preladopara quem o "Evangelhoconstantemente rezado, celebrado,aprofundado e consolidado" conduzo homem à realização "de todos epara todos".A abertura do ano litúrgico-pastoralna Sé da diocese pretendeu dar"visibilidade a este povo peregrino efiel".Já no domingo, a Igreja Católica emBragança-Miranda adotou um missale um lecionário próprios para asEucaristias, bem como um diretóriode música para a liturgia, depois deaprovados pela Santa Sé. D. JoséCordeiro destacou este passo dadopela diocese transmontana, depoisde “um longo caminho” que permitiua adoção de um “calendárioparticular” para a Igreja Católicalocal, com os santos e as festas ousolenidades que mais dizem àscomunidades paroquiais.“É com enorme satisfação que,depois da Congregação para oCulto Divino e a Disciplina dosSacramentos aprovar tanto ocalendário próprio como os textospróprios, eles se tornam tambémobrigatórios aqui na diocese”,disse.

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Patriarca de Lisboa vive Sínodo,primeiro desde 1640O Sínodo da Diocese de Lisboaestá a decorrer até domingo, noCentro Diocesano de EspiritualidadeImaculado Coração de Maria, noTurcifal. Esta assembleia consultiva,cujo percurso se iniciou em 2014,decorre até a domingo; conta com137 participantes, entre leigos,padres e religiosos, segundo dadosdo Patriarcado.“A caminhada sinodal pareceapontar alguns caminhos derenovação eclesial que se centramnas seguintes opções fundamentais- missionária e evangelizadora;comunitária; iniciática; familiar evocacional - cujas ações deconcretização apenas se apontamcomo pistas de ulterior reflexão”,explica o documento de trabalho,disponível na internet.O presidente da RepúblicaPortuguesa saudou esta quarta-feira a realização do SínodoDiocesano de Lisboa, que aconteceno contexto dos 300 anos daqualificação patriarcal da diocese e376 anos depois da realização doanterior, em 1640. Numa mensagemdivulgada na página da Presidênciada República, Marcelo Rebelo deSousa “saúda esta iniciativa, noquadro

da liberdade religiosa consagradona Constituição da República”.O Sínodo de Lisboa tem como lema‘O sonho missionário de chegar atodos’.O cardeal-patriarca de Lisboa vaielaborar posteriormente umdocumento com as linhasorientadoras para a ação pastoralda Igreja diocesana para ospróximos anos.O encerramento solene do Sínodo écelebrado na Solenidade daImaculada Conceição, a 8 dedezembro, pelas 15h30, na igreja doMosteiros dos Jerónimos, numacerimónia com ordenaçõesdiaconais.

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Bispo de Vila Real retoma setorespastorais da Família e da JuventudeO bispo de Vila Real retomou ossetores diocesanos da Família e daPastoral Juvenil, Universitária eVocacional para responder ao“eclipse de Deus” na sociedadeatual, que considera fazer-se sentira todos os níveis. Em entrevista àAgência ECCLESIA, no âmbito donovo ano pastoral, D. AmândioTomás destaca desafios como aperda de sentido da família, antes“lugar, escola de valores,propositora de princípios, berço nãosó da vida mas das convicções e dafé”, hoje cada vez mais fragilizada.“É preciso redescobrir esses valoresque a família perdeu. Além disso, asociedade vive num egoísmogeneralizado pois é muito hedonista,desacreditou no amor fiel,indissolúvel. A realidade dadificuldade no matrimónio égeneralizada, na nossa diocese nãotem uma dimensão tão grande comoem outras maiores, mas já severifica e de que maneira”, frisa oprelado.O bispo de Vila Real lembra que arealidade das famílias reflete-setambém nos jovens, na “educaçãodos filhos”, ameaçando transformar-se num ciclo difícil de quebrar, senão for devidamente cuidado. “Paraisso ela tem de ser evangelizada,

ajudada, formada”, acrescenta oresponsável católico.Neste momento, o reativadoSecretariado Diocesano da Famíliaestá a ocupar-se dos “centros depreparação para o matrimónio, daespiritualidade conjugal e doacompanhamento dos jovens para omatrimónio e do acompanhamentodos casais”.“Temos de imprimir e dar a conhecerao mundo, que é possível ummatrimónio manter-se fiel até àmorte”, sublinha D. Amândio Tomás,para quem é fundamental estarpróximo das famílias e dos casaisque convivem com problemas.Sobre os jovens, o prelado destacaque “muitos não sabem o que é umsacramento” nem tão pouco “têm umsentido de pertença à Igreja” efiguras que os poderiam ajudar,como os padrinhos, são hojeapenas “uma praxe social”.

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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram aatualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizadosem www.agencia.ecclesia.pt

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Viseu: Alunos de EMRC vivem «experiência» de um campo de refugiados

Fernando Santos é embaixador da operação «10 Milhões de Estrelas»

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Papa Francisco lamenta tragédiacom comitiva da Chapecoense

O Papa recordou no Vaticano atragédia aérea que esta terça-feiravitimou mais de 70 pessoas, naqueda de um avião na Colômbia, noqual seguia a equipa brasileira daChapecoense. "Também eu querolembrar hoje a dor do povobrasileiro pela tragédia da equipade futebol [a Chapecoense] e rezarpelos jogadores falecidos, pelassuas famílias", disse, no final daaudiência pública semanal.Francisco realçou que estassituações representam "tragédiasduras"

e pediu orações pelas vítimas, aosaudar os peregrinos de línguaportuguesa, um dos quais levantouuma camisola da AssociaçãoChapecoense de Futebol."Na Itália, sabemos bem o que issosignifica, pois lembramos o acidenteaéreo de Superga, em 1949",acrescentou o Papa, recordando oacidente que vitimou a equipa doTorino.Já esta terça-feira, Francisco tinhaenviado uma mensagem ao bispo

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da diocese colombiana de SonsónRionegro, D. Fidel Marín, em cujoterritório se deu o acidente quematou profissionais de futebol,elementos da tripulação ejornalistas."O Santo Padre, profundamenteentristecido ao saber da dolorosanotícia do grave acidente aéreo queprovocou numerosas vítimas, elevaorações para o eterno descansodos falecidos", refere o telegrama,divulgado pela ConferênciaEpiscopal da Colômbia.O documento enviado pelaSecretaria de Estado do Vaticanopede ao bispo que "transmita osentimento de pêsames de suasantidade aos familiares e a todosos que choram por tão sensívelperda, junto com expressões deafeto, solidariedade e consolo atodos os afetados pelo trágicoacidente".O avião transportava a delegaçãodo clube brasileiro, para a disputada final da Taça Sul-Americana.A Conferência Nacional dos Bisposdo Brasil (CNBB) divulgou uma cartaao bispo de Chapecó, D. OdelirJosé Magri, para manifestar o pesarda Igreja Católica pela tragédia atodas as famílias e comunidadesdesta diocese. “Nestes momentosde tristeza e dor,

renovamos, juntos, a nossa fé comosinal de consolação e de esperançano Senhor ressuscitado”, referem osbispos católicos.A Regional Sul 4 (Santa Catarina)da CNBB também divulgou uma notade solidariedade à família daAssociação Chapecoense deFutebol, na qual “lamenta o queocorreu e manifesta solidariedade,em especial para com os familiarese amigos mais próximos das vítimas”.As autoridades colombianasinformaram que o avião sedespenhou quando se dirigia para oaeroporto de Medellín; o últimobalanço oficial aponta para 71mortos e seis sobreviventes.

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Dia Mundial de Oração pelas Vocaçõesde 2017O Papa sublinhou a “dimensãomissionária da vocação cristã” namensagem para o Dia Mundial deOração pelas Vocações que se vaicelebrar a 7 de maio de 2017, como tema ‘Impelidos pelo Espírito paraa missão’. “O compromissomissionário não é algo que vemacrescentar-se à vida cristã comose fosse um ornamento, mas, pelocontrário, situa-se no âmago daprópria fé. A relação com o Senhorimplica ser enviados ao mundo”,escreve Francisco, no textodivulgado pelo Vaticano.A mensagem assinala que “todos oscristãos são constituídosmissionários do Evangelho”, algoque “vale de forma particular” paraas pessoas chamadas a uma“especial consagração e tambémpara os sacerdotes”.Francisco considera importante“aprender do Evangelho o estilo deanúncio” e alerta para quem sedeixa levar “por um certo frenesimde poder, pelo proselitismo ou ofanatismo intolerante”, “mesmo coma melhor das intenções”. “OEvangelho, pelo contrário, convida-nos a rejeitar a idolatria do sucessoe do poder, a preocupaçãoexcessiva pelas estruturas e umacerta ânsia que obedece mais a umespírito

de conquista que de serviço”,desenvolve.O Papa observa que o povo deDeus “precisa de ser guiado” porpastores que “gastam a sua vida aoserviço do Evangelho” e pede àscomunidades paroquiais,associações e grupos de oraçãoque peçam “ao Senhor que mandeoperários para a sua messe e nosdê sacerdotes enamorados doEvangelho”. “Com renovadoentusiasmo missionário, sãochamados a sair dos recintossagrados do templo, para consentirà ternura de Deus de transbordar afavor dos homens”, acrescenta,assinalando que a Igreja precisa desacerdotes “confiantes e serenos”.Segundo Francisco, hoje é possível“voltar a encontrar o ardor doanúncio e propor” o seguimento deCristo, sobretudo aos jovens.

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Dia Mundial de Luta Contra a Sida

O Papa Francisco recordou noVaticano a celebração do DiaMundial de Luta Contra a Sida, quese assinala anualmente a 1 dedezembro, por iniciativa das NaçõesUnidas, recordando as populaçõesmais pobres atingidas pela doença.“Milhões de pessoas convivem comesta doença e só 50% tem acesso aterapias que salvam vidas. Convido-vos a rezar por elas e pelos seusentes queridos e a promover asolidariedade para que também osmais pobres possam beneficiar dediagnóstico e tratamentosadequados”, disse, no final daaudiência pública semanal quedecorreu esta quarta-feira, na salaPaulo VI.Francisco deixou ainda um apelopara que “todos adotemcomportamentos responsáveis paraprevenir ainda mais a difusão destadoença”.A ONU espera atingir umaeliminação

da epidemia em 2030, tendoainda três objetivos até 2020: que90% das pessoas que vivem comVIH sejam diagnosticadas; atingir90% dos diagnosticados emtratamento; que 90% dos que estãoem tratamento atinjam carga viralindetetável.O Papa falou ainda da Conferênciainternacional sobre a proteção dopatrimónio em zonas de conflito, quese realizará nos dias 2 e 3 dedezembro em Abu Dhabi. “Trata-sede um tema que, infelizmente, éatual. Na convicção de que a tuteladas riquezas culturais constitui umadimensão essencial da defesa doser humano, faço votos de que esteevento marque um nova etapa noprocesso de aplicação dos DireitosHumanos”, referiu Francisco.A iniciativa é promovida pelosgovernos de França e EmiradosÁrabes Unidos, com a colaboraçãoda UNESCO.

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Líderes religiosos encontraram-se com representantes da ComissãoEuropeia

Sobriedade na preparação do Natal

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O Ano Litúrgico

D. José Cordeiro Bispo de Bragança Miranda

O ano é tido como a unidade mais longa dotempo dos homens, segundo o ritmo cíclico daterra à volta da sua fonte de luz. Partindo do diada Páscoa, como sua fonte de luz, o Ano litúrgiconão é um calendário de festas, mas o desenrolardos diferentes aspectos do único mistério deCristo. No seu conjunto, o Ano litúrgico é imageme “sinal sacramental” do plano eterno desalvação, que inclui o mistério de Cristo.Assim, em cada ano, com o tempo do Advento eda manifestação do Senhor inaugura-se o novoAno litúrgico, no qual a Igreja «considera seudever celebrar em determinados dias do ano, amemória sagrada da obra de salvação do seudivino Esposo. Em cada semana, no dia a que sechamou domingo, celebra a memória daRessurreição do Senhor, como a celebra tambémuma vez no ano na Páscoa, a maior dassolenidades, unida à memória da sua Paixão.Distribui todo o mistério de Cristo pelo correr doano, da Encarnação e Nascimento, à ascensão,ao Pentecostes, e à expectativa da felizesperança e da vinda do Senhor»(Sacrosanctum Concilium (=SC) 102; cf. Normasgerais sobre o Ano litúrgico e o calendário 17).Na sua estrutura temporal orgânica, segundo oslivros litúrgicos da liturgia romana, o Ano litúrgicocomeça no primeiro domingo do Advento etermina no Sábado posterior à solenidade deCristo Rei do universo. Antes, convém advertirque esta noção de Ano litúrgico como um tododesenvolveu-se lentamente, em torno de doiseixos fundamentais, primeiro a Páscoa e suapreparação (a quaresma), depois, a partir doséc. VI

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o Natal e sua preparação (advento),tendo, ainda, em conta os grandesciclos cósmicos lunar e solar,respectivamente. O Ano litúrgicointegra, portanto, em cada semana,o dia do Senhor (o Domingo) eanualmente a solenidade da Páscoae as restantes festas. Com efeito,nos diversos tempos do ritmo anualna liturgia, a Igreja recorda todo omistério de Cristo, venera a VirgemMaria e comemora os mártires e ossantos.O Ano litúrgico deve serconsiderado como uma autênticaliturgia, ou seja, o conjunto dosmomentos salvíficos, celebradosritualmente pela Igreja, mediante aEucaristia que é memorial dosacontecimentos do mistério dasalvação realizados na história. Oseu fundamento bíblico-teológicoradica na celebração e actualizaçãodo mistério de Cristo no tempo.Por conseguinte, acoordenada tempo é a categoriadentro da qual se opera a salvação.O facto de Deus ter entrado notempo, bafejou-o de eternidade. Otempo litúrgico não é uma noção,nem se entende em termos dacronologia, sendo antesconsiderado como manifestação dotempo propício dos eventossalvíficos (kairoí) que ritmam aexistência temporal, um

espaço vital do Espírito de Cristo,presente no quotidiano do cristão.Então, a história da salvaçãoritualizada nas acções litúrgicas é ocumprimento em nós, nummovimento aberto e ascensional atéà plenitude, do mistério de Cristo,que a Igreja celebra cada ano, nosseus diversos aspectos, para tornarpresente e comemorar o dom dasalvação, não segundo esquemassubjectivos mas através de umplano sacramental. O queaconteceu de uma vez para semprena vida histórica de Jesus, torna-sesacramentalmente presente à suaIgreja, cada vez que se cumpre oimperativo evangélico «fazei isto emminha memória» (Lc 22,19).Efectivamente, só na teologia domistério de Cristo, se entendecorrectamente como a liturgia épresença real deste único mistério,antes de tudo por ser o seumemorial, continuando a história dasalvação realizada em Cristo. Aconsciência da Igreja, no II Concíliodo Vaticano, redescobriu a liturgiade maneira verdadeiramente novacomo «meta, para a qual seencaminha a acção da Igreja e aomesmo tempo a fonte de ondepromana toda a sua força» (SC 10).Ao correr do Ano litúrgico proclama-se Cristo com toda a amplitude domistério pascal, por

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meio do anúncio da Palavra, acelebração ritual-sacramental emdeterminados dias e tempos defesta (ritmo diário, semanal e anual),especialmente ao Domingo, o

fundamento e centro de todo o Anolitúrgico e o dia de festa primordial,porque o cristianismo é, sobretudo,uma história, um acontecimentocelebrado e anunciado.

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No actual contexto cultural e peloritmo da sociedade é natural que oAno litúrgico sofra o impacto dosfenómenos característicos daindustrialização, urbanização,secularização, consumismo, tempolivre, férias... e em certos aspectoscausa uma verdadeira colisão decalendário. Hoje, que se sente tantoa necessidade de um calendáriopróprio e diferente a nível mundial,nacional, diocesano, paroquial, temainda sentido o Ano litúrgico?De acordo com a inteligência daliturgia como «culmen et fons» (SC10), o Ano litúrgico não é mais umano-calendário, mas marca acentralidade da vida cristã, quedeve ritmar toda a acção eclesial.Na realidade, as harmoniosasdisposições sobre o Ano litúrgiconão se expressam, porém, semdistorções nem choques culturaisnas distintas tradições litúrgicas,nas Igrejas particulares, noconfronto com a religiosidadepopular, com os planos pastorais eprogramação civil. Isto requer, cadavez mais, uma pastoral do Anolitúrgico, até porque se nota que,habitualmente, os tempos litúrgicos

são mais uma ocasião para realizariniciativas pastorais do queverdadeiras celebrações do mistériode Cristo.A relação das festas cristãs com asfestas cósmicas é muito intima comos quatro pontos cardeais do anosolar: o Natal (25 de dezembro)calha no solstício de inverno; aPáscoa tem data variável noequinócio da primavera, calculadaem função do sol e da lua; a festade S. João Batista (24 de junho)ajusta-se ao solstício do verão; afesta de S. Miguel (29 de setembro)ocorre alguns dias depois doequinócio do outono (PH. Rouillard).Com esta recordação dos mistériosda Redenção, a Igreja oferece a aosfiéis, as riquezas de todas asdimensões da vida de Cristo, com aqual se devem sempre confrontar,para que cresça neles a graça. Ocentro e o sentido último do Anolitúrgico radica no mistério de Cristo,o qual «é sempre igual e sempreigual na sua plenitude» (O.Casel), como momento da históriasalvífica, que se estende no âmbitoda comunidade humana.Por isso, podemos dizer que o Anolitúrgico é o mistério de Cristo.

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De novo a esperança

Cónego António Rego Jornalista

Poderá parecer uma banalidade a celebração doque chamamos “ciclo litúrgico”. À primeira vistaparece que se dá uma volta e toca o mesmo, talcomo chega o inverno a encerrar um ano e outrose começa a abrir com o crescimento dos dias ea promessa de um tempo novo que se chamaprimavera. E enquanto algum asteroide combrutalidade nuclear não embater na terra - comoinsinuam alguns cientistas - continuaremos arepetir essa espécie de monotonia reciclada. Ouentão se não continuarmos a degradar a terra eo ar de forma a que o nosso planeta se torneirreconhecível na regularidade e definição dasestações que nos vão aconselhando a mudar deroupa... e de hábitos de vida.Com tudo isto, o novo acontece. Num olharrápido à nossa volta próxima e distante notamosque o mundo mudou: as mentalidades, a família,a política, a média de vida, a natalidade, aconcepção de saúde, as formas deaprendizagem, as revoluções tecnológicas comos seus automatismos e sensores, os conceitosde pedagogia, a arte... E por aí adiante. Ou,melhor dizendo, tudo o que existe e respira.Podemos com verdade dizer que nada há quenão seja passível de mudança, ainda que oselementos mais estáticos – o mar, sempre o mar,e em mudança constante. Como os rochedos eas montanhas que parecem inamovíveis.A menos que um grande acontecimento nosimponha instantaneamente mudança de página,as transformações quase não se notam dum diapara o outro ou mesmo com o aparecimento dum

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ano novo. Há como que um serenorumor no magma das coisas que astransforma lenta e rapidamente.Como também nas pessoas.Como cristãos apetece-nosperguntar pela forma como semovimenta a fé neste contexto. Aresposta mais fácil e porventuramais banal, é que o mundo passa ea fé cristã fica.E é verdade. Mas não é tudo.Imutável permanece o essencial dafé após a revelação do últimoApóstolo. Nada mais certo. Mas aIgreja atravessa o tempo e o seudrama é a sua missão. Comoanunciar a cada tempo novo oJesus de sempre? Temos agarantia

da palavra na cátedra de Pedro ena vivência do povo de Deus a quechamamos tradição. Mas temos oimplacável da mudança da história –de que somos agentes, e nãopuramente arrastados por ela, poisela não se move, nós é que amovemos.Muito longe poderíamos ir nestacontemplação. Mas fiquemos poraqui: outra vez o Natal. Igual einteiramente diferente. Porque Jesusentrou na história e tem umaparábola para cada tempo. A Igrejatem por missão viver a tensão entrecontinuidade e renovação. Por issoa esperança de cada Advento ésempre nova.

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Estruturas E/Ou Vida

Miguel Oliveira Panão Professor Universitário

Recentemente numa entrevista ao jornal italianoAvvenir , o Papa Francisco afirmou que

Certos rigorismos nascem de uma falha,do querer esconder dentro de umaarmadura a própria insatisfação triste.

Há que distinguir rigor de rigorismo. Em ciência,o rigor é muito importante para assegurar que oresultado final que obtemos numa experiênciaproveio das condições que estabelecemos àpartida no desenvolvimento do métodoexperimental. O rigorismo é o ato de manter amente fechada à possibilidade do novo, abertapelo "fluxo da vida". Isto faz-me lembrar umateoria que serve de base a alguma da minhainvestigação em ciência. A teoria construtal.Afirma esta que "para um escoamento detamanho finito persistir no tempo (sobreviver), asua configuração deve-se alterar (evoluir), de talmodo que providencie um acesso cada vez maisfácil às correntes impostas que fluem atravésdele". Com base neste princípio construtal,consegue-se explicar o design observado nanatureza, mas não só. Explica-se também a razãopela qual atletas como Usain Bolt e MichaelPhelps possuem a estrutura física ideal paraserem os melhores no seu desporto, ou porquedispomos os paus em pirâmide quando fazemosuma fogueira, e um sem número de muitas outrasconfigurações.

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O interessante é que a própriaciência aponta para uma realidadeincontornável nestemundo: as estruturas surgem davida. Pelo contrário, quandopretendemos gerar vida em algumarealidade focando nas estruturas -aparentemente bem montadas -corremos o risco de impor umcaminho de ideas que não respondeaos desafios.Disse recentemente o PapaFrancisco que “a Igreja é oEvangelho, não um caminho deideias, um instrumento para asafirmar ."Desculpem a franqueza, mas faz-mecada vez mais confusão quandoqueremos responder aos desafiospastorais de hoje com estruturas.Parece-me um erro tremendo. Ésemelhante a uma pedagogia deensino através de resoluções bemestruturadas, mas que nãoestimulam o desejo de conhecer amatéria. São muitos os desafios sociais quevivemos atualmente. Que respostasdamos no mundo da família? Comotestemunhamos um relacionamentodiferente com o meio ambiente?Que valor damos aos bensrelacionais no mundo da economia?As respostas, testemunhos e osvalores provêm

da vida, não de estruturas. Essassurgirão como os ramos de umaárvore que levam a seiva às folhas,as veias que levam o sangue àscélulas mais distantes, mas apenasporque servem a vida e vivem paraservir. As estruturas que alimentam o fluxoda vida, apagam-se (no sentidohumilde do termo). Quase nemdamos conta que estão presentes.Pelo contrário, quando queremosiniciar o fluxo da vida comestruturas, arriscamos a que, afinal,a vida fluiria melhor com uma outraconfiguração que oferece menosresistência e, assim, as estruturaspassam a ser um peso e em vez degerar vida, asfixiam-na. O quefazer?Estar no terreno. Desenvolver osrelacionamentos. Identificar osdesafios e ir ao encontro daquelesque os vivem. O fluxo da vida é bemmais importante do que a estruturapor onde flui, pois, sem fluxo, denada serve a estrutura.

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O (louco) Advento

Sónia Neves Agência ECCLESIA

Há dias as imediações do Meo Arena, emLisboa, estavam polvilhadas de cor. Nãoeram as iluminações de Natal que essasficam pela baixa da cidade e, por muito quesejam “cavalos voadores”, não saem dali.Eram algumas dezenas de pessoas ali adormir com os seus cobertores, mantas esacos camas coloridos. Não eram sem-abrigo, eram jovens que vieram ali dormirpara conseguir o melhor lugar para ver o seucantor preferido, Justin Bieber.O direto de um canal televisivo anunciava, 48horas antes do concerto, que estavamdezenas de jovens a resistir aos 10ºc que sefaziam sentir em Lisboa, “um reflexo dosucesso universal do cantor”, justificava ojornalista.São rapazes e raparigas, alguns com 13 ou14 anos, que dormiram na rua e faltaram àsaulas para conseguir o melhor lugar, ”aquelesítio onde ele toca nas mãos das fãs”,explicavam entre risinhos trémulos elágrimas de ansiedade (ou frio). Algunsadolescentes assumiram mesmo que nãovinham só pela música mas pelo exemplo docantor canadiano.Mas que juventude é esta? Faltam às aulase dormem ao relento num “louco advento”?Onde estão os pais destes jovens?Desistiram

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de educar ou “têm de oscompensar”, como agora por aíse diz?Os pais já não sabem dizer não?Que valores etéreos tem estamalta nova?Não quero acreditar que ajuventude está perdida porquevejo a esperança e creio no que

realmente importa. (ver vídeo quepartilho, pensar e olhar emvolta…)Acredito no Amor a que nos levaeste Advento verdadeiro, que jános deu a primeira semana, enos faz olhar em volta; desejarque o Mundo acalme as guerrase volte a sorrir… Porquesabemos o caminho: bastaseguir a verdadeira Estrela.

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O Santuário de Fátima iniciou o Ano Jubilar do Centenáriodas Aparições, celebrações em destaque nesta edição doSemanário ECCLESIA, que apresenta as várias iniciativaspromovidas até outubro de 2017. As declarações do reitor do Santuário e a homilia deabertura deste ano de júbilo, pelo bispo da Diocesede Leiria-Fátima, inauguram páginas em que se podeainda encontrar a apresentação do novo Pórtico Jubilar,a exposição ‘As cores do Sol’, e a apresentação do temapastoral, entre outras informações.

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Fátima: Os sinais que vão marcareste ano jubilar rumo ao Centenáriodas Aparições Agência Ecclesia (AE) - O Santuáriode Fátima deu início a um anojubilar rumo ao Centenário dasAparições. Que sinais é que sãopropostos para a vivência destetempo?Padre Carlos Cabecinhas (CB) –Certamente que um ano importantecomo este, como é um ano jubilar,vive também de sinais e de gestosque propomos aos peregrinos. Háum conjunto vasto de atividades quetemos, mas a marcar todo este anojubilar temos antes de mais ogrande pórtico jubilar, o pórtico doCentenário, um pórtico que seinspira no arco festivo que assinalouo lugar das Aparições logo em 1917e portanto, nos inspirou para aprodução deste pórtico. Temtambém o sentido de porta, de portasanta, está no alto do recinto mastambém nas outras entradas doSantuário de Fátima.Temos também outro elemento queé uma oração de consagração quepropomos a todos os peregrinosque visitam este lugar, e temosenfim um itinerário orante que éproposto a todo aquele que vem aoSantuário de Fátima como caminhoespiritual

e de oração, para visitar os várioslugares e para entrar em sintoniacom o espírito jubilar, com esta datafestiva que queremos assinalar. AE- Este será um ano fundamentalaté para o reforço do contextointernacional, da dimensãointernacional de Fátima?CB – Eu diria que a dimensãointernacional de Fátima já estábastante cimentada. O queacontece é que a vivência de umano importante, de um ano jubilarcomo este, permitirá que Fátimachegue ainda mais longe.Nós temos muitos ecos,nomeadamente já de vários paísesque se estão a organizar para viremem peregrinação oficial, nacional, aoSantuário de Fátima, com os seusbispos, com as suas respetivasconferências episcopais. Temosgrupos de todo o mundo que nosvão manifestando a vontade de vir aFátima nesta data tão particular.

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AE - De quantos países?CB – Peregrinações nacionais diriaque temos quatro a cinco jáconfirmadas, mas há outras queestão ainda a estudar apossibilidade de vir de forma oficialaqui ao Santuário de Fátima.Mas temos muitos outros gruposque já vêm habitualmente e quequerem marcar presença de formaainda mais especial neste anojubilar aqui em Fátima. AE - Está tudo preparado para ascomemorações do centenário, paraa vinda do Papa?CB – Para a celebração docentenário,

aquilo que depende do Santuárioestá preparado, obviamente quemuitas das ações nos exigem umapreparação mais imediata e próximados acontecimentos, masestamos preparados para acolheros peregrinos que venham.Em relação à vinda do Papa,obviamente há muitas coisas apreparar mas que só poderão serpreparadas quando conhecermos oprograma, e ainda não o temos.Por outro lado, há um conjunto deaspetos que compete ao Estadoportuguês garantir, numa visita doPapa, uma vez que o Papa étambém

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chefe de Estado e por isso há umconjunto de deveres que competemao Estado português quandoaceitou convidar o Papa para vireste ano a Fátima. AE - E esse diálogo entre oSantuário e o Governo está aacontecer?CB – Mais do que um diálogo com oSantuário de Fátima, é um diálogoentre a Santa Sé e o Governoportuguês, e não nos competeconhecer esses meandros a não serquando o programa oficial forcomunicado.

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Hora de Júbilo na abertura do AnoJubilar“Vamos com alegria para a casa doSenhor” - o refrão do salmo exprimebem a atitude com que hojeconvergimos em peregrinação aesta basílica para celebrar o iníciodo ano litúrgico e o início do anojubilar das aparições de NossaSenhora em Fátima. Um abre-nos aporta santa do Advento; outro opórtico do centenário, a lembrar aporta santa dos peregrinos. Doisacontecimentos que se iluminam eenriquecem mutuamente e são paranós motivo de particular alegria ejúbilo. Deixemo-nos guiar pelaPalavra de Deus proclamada paracompreendermos a atualidade doAdvento e da Mensagem daSenhora nos tempos modernos. É Hora de despertar!O tempo do Advento é bem maisque a simples espera e preparaçãodo dia do Natal. Por sua vez, o Natalcristão não se reduz à recordaçãoromântica de um acontecimentolongínquo do passado como é onascimento do menino Jesus. OAdvento introduz-nos no coração domistério cristão: a vinda de Deus ànossa vida, o mistério grande efascinante de Deus connosco! Étempo de alegria

porque Deus vem ao nossoencontro.Um célebre teólogo escreveu: “Adoença do nosso século é oesquecimento do Advento de Deus”(J. B. Metz), isto é, a perda dosentido, da beleza e da esperançaque contém o mistério daIncarnação, o qual nos revela:“Deus é Aquele que vem” e entra nanossa história, assumindo a nossacarne, para fazer connosco umahistória de salvação e não deperdição.Por isso, a palavra chave, a palavrade ordem do primeiro domingo doAdvento é: vigiai, despertai do sono,para não deixar afogar a vida nabanalidade dos dias como nostempos de Noé. Também hojepodemos viver adormecidos,distraídos, anestesiados pelo“ramram” do dia a dia: comemos,bebemos, trabalhamos, casamos,fazemos a nossa vida de família e anossa atenção reduz-se a estehorizonte estreito. Ficam de fora, napenumbra ou excluídas, outrasrealidades tão importantes e belas:a fé em Deus, o amor de Deus emnós, a vida espiritual, os valoresmorais. É hora de despertar!Foi esta advertência que NossaSenhora fez ecoar aqui em Fátima,com uma urgência impressionante,para a

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humanidade que esquecera Deus,que vivia de costas voltadas paraEle e caminhava para a catástrofeda guerra e da destruição.“Com afamília humana pronta a sacrificaros seus laços mais sagrados noaltar de mesquinhos egoísmos denação, raça, ideologia, grupo,indivíduo, veio do céu a nossabendita Mãe oferecendo-se paratransplantar no coração de quantosse lhe entregam o Amor de Deusque arde no seu” (Bento XVI).

Ela oferece-nos coração e olharpara contemplarmos e saborearmosa ternura e a misericórdia de Deusque põe limite à força destruidora domal.Também hoje nos chama auma vigilância interior, a despertarda indiferença, a voltarmo-nos paraDeus, a abrir o nosso coração aoseu amor e a descobrir os sinais dasua vinda ao nosso mundo. ComDeus ou sem Ele a nossa vida e avida do mundo serão diferentes!

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Caminhar para o reino daJustiça e da Paz: ohorizonte da esperançaOutra palavra de ordem do Adventoé “caminhemos à luz do Senhor”que se aplica também ao AnoJubilar. O profeta Isaías oferece-nosum olhar profundo sobre o sentidoda história. Convida-nos aredescobrir a beleza de estarmostodos a caminho: o Povo de Deuscom a sua vocação e missão, ahumanidade inteira, os povos, asculturas, todos a caminho atravésdo tempo. É a imagem de umaperegrinação universal para umameta comum, como uma subida aomonte do Senhor, ao templo deDeus, onde surge a revelação doseu rosto e se escuta a sua lei, asua Palavra como farol que irradialuz de orientação para toda ahumanidade.À sua luz todos os povos podemcaminhar para o Reino da justiça eda paz. Escutai bem o que diz oprofeta: “Converterão as espadasem relhas de arado e as lanças emfoices. Não levantará a espadanação contra nação, nemaprenderão mais a arte da guerra”.Este caminho nunca está concluído.Há sempre necessidade derecomeçar, de se erguer de novo,de reencontrar

e reavivar o sentido da meta, derenovar sempre o horizonte comumpara o qual caminhamos, detransformar os instrumentos deguerra e de morte em instrumentosde progresso, de paz e de vida. É ohorizonte da esperança que noschama a fazer um bom caminho.O Advento restitui-nos estehorizonte da esperança que nãodesilude porque Deus é fiel. NossaSenhora veio a Fátima trazer econfirmar esta esperança firme depaz. É impressionante o seu apelo àoração e ao empenho pela paz epela defesa da dignidade dosoprimidos e dos inocentes, vítimasde guerras e genocídios semprecedentes nahistória. Poderíamos resumir amensagem no apelo feito na terceiraaparição: “Se fizerem o que eu vosdisser, salvar-se-ão muitas almas eterão paz”. Apelo a mudar de atitudede vida: a conversãoPor fim, a terceira indicação doadvento é um apelo a mudar deatitude de vida e a revestir-se dasarmas da luz, como que a umrearmamento espiritual e moral dasconsciências para viver a paz

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de Deus, a paz do coração, a pazcom os outros: “Andemosdignamente em pleno dia, evitandocomezainas e excessos de bebida,as devassidões e libertinagens, asdiscórdias e os ciúmes..., masrevesti-vos de Jesus Cristo”.Santo Agostinho confidencia-noscomo um dia, na sua inquietaçãointerior, ouviu uma voz que lhe disse“toma e lê”. Abriu a bíblia e leuprecisamente esta página. E aseguir confessa: “Não quis ler mais,nem fazia falta. De facto, malterminei a leitura desta frase, umaluz penetrou no meu coração etodas as trevas da dúvida sedissiparam”.Começou assim o seu despertar, asua passagem das trevas à luz, asua conversão como início de umavida nova em Cristo. Foi este apeloà conversão que Nossa Senhora fezem Fátima quando pedia penitência.O milagre mais importante deFátima não é propriamente a dançado sol, mas antes a conversão docoração e da vida de tanta gente,que aqui acontece sem dar nasvistas, e que podemos chamartambém a “dança da conversão” aoritmo da música de Deus que ressoano Magnificat da Virgem e enche dealegria.

Vivamos, pois, o Ano Jubilar com aalegria e a esperança do Advento,como “tempo favorável” de ação degraças pelo dom da visita e damensagem da Senhora e pelasgraças recebidas; de experiência daternura e da misericórdia de Deus;de devoção terna ao ImaculadoCoração de Maria; de conversão ede compromisso com Deus e a favordos outros e da paz no mundo, aexemplo dos pastorinhos.Façamos do Magnificat o cântico doPovo de Deus peregrino e de todosos homens e mulheres que esperamem Deus e no poder da suamisericórdia. A passagem peloPórtico do Jubileu seja o sinalexterior de que entramos emperegrinação interior e queremosdeixar-nos guiar pela Virgem Santaque é mãe e sabe como conduzir-nos até Deus. Deixemo-nos, pois,guiar por Ela neste tempo deperturbação e de esperança!Fátima, 27 de novembro de 2017

D. António MartoBispo de Leiria-Fátima

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Um especial ano de graçaIntervenção na

Jornada de Abertura do Ano Jubilar Em finais de 2010, acolhendo umexplícito desafio do Papa Bento XVI,o Santuário de Fátima iniciou umitinerário celebrativo do centenáriodas Aparições de 7 anos.Chegamos, agora, ao sétimo ciclo,que corresponde ao auge dacelebração do Centenário, ao AnoJubilar, aberto solenemente.O Ano Jubilar é um especial ano degraça. Os peregrinos que, duranteeste período, visitarem o Santuário,aí participarem em algumacelebração ou rezarem, poderãoreceber a Indulgência de Deus,expressão da Sua misericórdia paraconnosco.O Ano Jubilar é um ano decompromisso com Deus e com osirmãos, acolhendo os desafios damensagem de Fátima e do exemplode vida dos Pastorinhos.O Ano Jubilar é um ano festivo. Poreste motivo, serão primeiramente ascelebrações a marcar o ritmo davivência deste Jubileu do PrimeiroCentenário das Aparições. Aocelebrarmos o grandeacontecimento de Fátima, damosgraças a Deus por todas asbênçãos que Ele derrama sobre nósem Fátima, através da mensagemtransmitida neste lugar e dos seusprotagonistas.

Para destacar o carácter festivodeste Ano Jubilar, propomos algunssinais e gestos aos peregrinos:- Antes de mais, o Pórtico doJubileu. Inspirado no arco festivoque, em 1917 assinalou o lugar dasaparições, e sob o qual foramfotografados Francisco, Jacinta eLúcia, o Pórtico Jubilar pretendeassinalar o Centenário e marcar aritualidade da peregrinação a esteSantuário ao longo do ano doCentenário. O pórtico evoca a portasanta ou porta jubilar: é passagemque nos permite aceder aoSantuário e às graças que Deus aínos dispensa. - Profundamente ligado ao PórticoJubilar está o Itinerário Jubilar doPeregrino: um itinerário espiritual;uma proposta orante feita aosperegrinos. Nessa proposta deoração na visita aos lugares maissignificativos do Santuário, opercurso começa no Pórtico Jubilare é aí que os peregrinos sãoconvidados a recitar o símbolo dosapóstolos e, em atitude batismal, areafirmar as verdades da fé cristã. - Em terceiro lugar, destaco aindaa Oração Jubilar de Consagração a Nossa Senhora. Trata-se daoração oficial deste Jubileu, que serezará

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no final de cada celebração, aolongo deste ano festivo. É umaoração de entrega a Maria para,com ela, nos consagrarmos a Deus. Como os outros ciclos desteseptenário, também o Ano Jubilartem um tema próprio. O itineráriotemático no seu conjunto tem comofrase inspiradora e tema geral: “Omeu Coração Imaculado conduzir-vos-á até Deus”. Entendemos darespecial destaque a esse temageral durante o último ano desteseptenário, na formulação porextenso da promessa de NossaSenhora à vidente Lúcia, naaparição de 13 de junho: “O meuImaculado Coração será o teurefúgio e o caminho que teconduzirá até Deus”.Como nos anteriores seis ciclos doseptenário, o ponto de partida dotema deste ano pastoral é umaaparição: a aparição de outubro de1917. Nessa ocasião, como tinhaprometido aos Pastorinhos, NossaSenhora “apresenta-se”, diz quemé: “Sou a Senhora do Rosário”.Partindo desta frase inspiradora,somos convidados, ao longo desteano pastoral, a refletir sobre o lugarde Maria na história da salvação, areconhecer que “o Senhor fez

maravilhas” em Maria e atravésdela, a deixarmo-nos conduzir porela até Deus e a darmos graças aDeus pelo dom das aparições deNossa Senhora em Fátima.Na aparição de outubro, NossaSenhora apresenta-se como a“Senhora do Rosário”, mostra-serevestida de luz e espargindo a luzde Deus, e revela-nos o mistério doseu Imaculado Coração. D. AntónioMarto, na Carta Pastoral sobre“Maria, Mãe de ternura emisericórdia”, afirma que “uma dasheranças espirituais mais preciosasde Fátima é a devoção ao CoraçãoImaculado de Maria, Mãe deMisericórdia” (n. 23). No ImaculadoCoração de Maria temos a “alma damensagem de Fátima” (J.M. Alonso)e o elemento que une as suasdiversas dimensões. O centro deste grande Ano Jubilar é,sem dúvida, a celebração daPeregrinação InternacionalAniversária de 12 e 13 de maio, coma presença do Papa Francisco.No dia 11 de dezembro daremosinício ao ciclo de conferências que,com ritmo mensal e até abril, nosajudará a aprofundar o tema desteano; associado a este ciclo deconferências estará também umciclo musical.

Padre Carlos CabecinhasReitor do Santuário de Fátima

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Outras atividades no Ano Jubilar- Um Centenário de Vozes: 100personalidade são convidadas afazer um breve depoimento sobreFátima, para passar na rádio e serdisponibilizado online. - Mural online de testemunhos:criação de uma plataforma em quecada peregrino de Fátima podedeixar breve declaração, em vídeoque pode ser partilhado nas redessociais. - Primeiros sábados: programapara a vivência dos primeirossábados no Santuário. - Iniciativas de difusão daMensagem de Fátima: Palavrasde Fátima – série de artigos sobre aMensagem de Fátima; passo-a-rezar | série sobre Fátima;aplicações para dispositivoseletrónicos móveis. - Revista Cultural “Fátima XXI”: prossecução do projeto editorial“Fátima XXI”, iniciado em maio de2014, com publicação de duasedições em 2017. - Literatura infanto-juvenilinspirada em Fátima: nasequência da publicação da obra “Amissão do Francisco”, destinada aopúblico juvenil, em 2016, estáprevista a

publicação de uma outra obra, parao público infantil, em 2017. - Exposições: para além daexposição sobre o novo anopastoral, está prevista uma outrasobre fotografias do Centenário. -Visitas temáticas à exposiçãotemporária, nas primeiras quartas-feiras de cada mês. - Realização da 2.ª edição dosCursos de verão do Santuário deFátima sob o título “Os papas eFátima” (De 10 a 12 de julho de2017). - Realização do ColóquioComemorativo dos 100 Anos dasAparições de Fátima sob o título“Fátima – História e Memória”, emparceria com a AcademiaPortuguesa da História (26 e 27 demaio de 2017). - Video Mapping: Fátima – Tempode Luz12-14 de maio de 2017, 21h30 -Recinto de Oração - Congresso Internacional doCentenário de FátimaPensar Fátima. Leiturasinterdisciplinares21-24 de junho de 2017 - Salão doBom Pastor | Centro Pastoral dePaulo VI

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Fátima: D. António Couto destacamensagem mariana que continua aapontar «páginas novas» àhumanidadeD. António Couto, bispo de Lamegoe responsável pela conferência deabertura do ano jubilar do Santuáriode Fátima, no contexto doCentenário das Aparições em 2017,diz que o local de culto marianosubsiste hoje como sinal e alertapara uma sociedade que, sem aperspetiva de Deus, cai em “guerrassem fim”.Em entrevista à Agência ECCLESIA,D. António Couto recorda que “estaluz de Fátima” que começou abrilhar em 1917 com as apariçõesde Nossa Senhora na Cova da Iriachegou num contexto em que“primeira vez surge o ateísmo nahistória da humanidade”.“E esse mundo sem Deus deu noque deu, em guerras sem fim, valascomuns sem fim como nunca houve,foi o século mais dramático dahistória da humanidade”, frisa obispo de Lamego, recordando asduas guerras mundiais quemarcaram o século XX.Uma mensagem que hojepermanece muito atual e que, deacordo com o responsável católico,“mostra, diz ao ser humano que elenão pode viver

fechado sobre si, na sua pequenarazão”.“As provas estão à vista para quemquiser ver e abrir os olhos. Portantonós precisamos dessa luz nova quevem de fora, que nos alumia deforma diferente e que nos faz ver ascoisas de forma diferente”,acrescenta.O jubileu do Centenário dasAparições, que vai decorrer aténovembro de 2017, tem como tema“O Meu Imaculado Coração será oteu refúgio e o caminho que teconduzirá até Deus”.D. António Couto sublinha aimportância da “temática daSenhora da Luz que em Fátima éuma temática de fundo” e que surgiu“numa altura dramática” mas que“alumia já o século XXI”.“Se nós quisermos ser cegos nósnão vemos a luz de Fátima, que nãoé nada das nossas luzes, é bemdiferente; se quisermos ter os olhose sobretudo o coração abertos,seremos capazes de ver páginasnovas a abrirem-se”, aponta oprelado, referindo-se a umamensagem mariana que propõe

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um futuro diferente para ahumanidade.Sobre este jubileu, D. António Coutomostra-se convicto de que elepermitirá “sobretudo atransformação” de “um eu fechado”sobre si próprio num “nós”, ou seja,será uma oportunidade de construirmais “comunidade”.“O essencial deste jubileu é fazernascer pessoas reunidas à volta

de Maria e deste Pão que é Jesus.Isso é fundamental e seconseguirmos isso neste ano jubilar,conseguimos muito”, salienta obispo de Lamego.O ano jubilar do Centenário dasAparições foi oficialmente aberto noúltimo domingo, com a passagempelo pórtico jubilar no alto doRecinto de Oração, e missa naBasílica da Santíssima Trindade.

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Itinerário do Peregrino no AnoJubilarComo termo do percurso celebrativo de sete anos, neste ano jubilar doCentenário das Aparições de Fátima propõe-se que o peregrino desteSantuário configure a sua peregrinação a partir de orações que ajudem arecentrar a vida na espiritualidade própria deste lugar: o enraizamento na fécristã que professamos no credo, a unidade com a comunidade eclesial aque pertencemos expressa na oração pelo Sucessor de Pedro, a devoçãomariana através da oração do rosário, a oração pela paz como sinal doempenho pela construção de um mundo segundo a vontade de Deus e aconsagração da vida a Nossa Senhora em atitude de entrega confiante noamor misericordioso de Deus.

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Durante este ano jubilar (de 27 denovembro de 2016 até 26 denovembro de 2017), por concessãoda Santa Sé, pode obter indulgenciaplenária quem visitar piedosamenteeste Santuário, nomeadamente aCapelinha das Aparições, local damemoria das aparições da VirgemMaria, e a Basílica de NossaSenhora do Rosário de Fátima,onde estão sepultados os BeatosFrancisco e Jacinta Marto e aVidente Irmã Lúcia de Jesus e doCoração Imaculado. As condições associadas àobtenção da indulgência preveemque se faça a confissão sacramental(por ocasião da visita ou em diapróximo), que se receba a SagradaComunhão e que se reze pelasintenções do Santo Padre.

1Símbolo dos Apóstolos | Pórticoprincipal, alto do Recinto deOração«“Meu Deus eu creio”. Creio quesois o único Deus verdadeiro, oCriador de tudo quanto existe, oúnico Senhor do Ceu e da terra, oúnico digno de ser servido, adoradoe amado».(Irmã Lúcia, Como vejo a mensagematravés dos tempos e dosacontecimentos)

2Rosário | Capelinha das Aparições«– Rezem o terço todos os dias,para alcançarem a paz para omundo e o fim da guerra».(Irmã Lúcia, Memorias)Neste lugar, recordo o pedido deNossa Senhora para que aqui fosseconstruída uma capela e o seuapelo para não ofender a Deus. Sobo olhar solicito da Senhora doRosário, que me ensina a seguir oSenhor, medito nos mistérios da vidade Jesus Cristo, procurandoconfigurar a minha vida com Ele,contemplando-O na recitação dorosário.

3Oração pelo Papa | Junto aostúmulos dos Pastorinhos«A Jacinta ficou com tanto amor aoSanto Padre que, sempre queoferecia os seus sacrifícios a Jesus,acrescentava: e pelo Santo Padre.No fim de rezar o Terço, rezavasempre três Ave-Marias pelo SantoPadre [...]».(Irmã Lúcia, Memorias)Junto aos túmulos dos Pastorinhos,apresento ao Senhor a minhaoração pelo Santo Padre, façominhas as suas intenções e, comele, uno-me a toda a Igreja.

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4Oração pela Paz | Capela doSantíssimo Sacramento «Mandou-nos rezar pela paz, para acabar aguerra».(Irma? Lúcia, Memórias)A paz e? um elementovincadamente presente namensagem de Fátima. NossaSenhora anuncia-a e insiste naimportância de rezar para aalcançar.Acolhendo o convite da Rainha daPaz, unindo-me a todos os homense mulheres que desejam econstroem a paz, adoro o Senhorem silêncio e, nesta capela que foiinstituída para alcançar a paz, dirijo-Lhe a minha prece.

Concerto deencerramentoCoro e Orquestra Gulbenkian |direção de Joana Carneiro13 outubro de 2017 - 18h30 -Basílica Nossa Senhora doRosário de Fátima

TemáticaNo âmbito do itinerário temático para o centenário das aparições deFátima, que teve início no Advento de 2010 e tem como meta o ano de2017, o ano pastoral de 2016-2017 vai ser dedicado à aparição deOutubro.Frase inspiradora: Sou a Senhora do Rosário.Núcleo teológico: O Deus da Aliança.Elemento catequético: Maria na História da Salvação.Atitude crente: Devoção marianaTema do ano: “O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e ocaminho que te conduzirá até Deus”

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Oração Jubilar de Consagração«O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduziráaté Deus». (Irmã Lúcia, Memórias)Durante a minha peregrinação, em festiva atitude de louvor e em jubilosaação de graças, entrego-me à Virgem Maria para, como ela, me consagrarao Senhor da vida, da alegria e da bênção, oferecendo-Lhe quanto sou etenho pelas mãos da Virgem de Fátima, refúgio e caminho para Deus:Salve, Mãe do Senhor, Virgem Maria, Rainha do Rosário de Fátima! Benditaentre todas as mulheres, és a imagem da Igreja vestida da luz pascal, és ahonra do nosso povo, és o triunfo sobre a marca do mal.Profecia do Amor misericordioso do Pai, Mestra do Anúncio da Boa-Nova doFilho, Sinal do Fogo ardente do Espírito Santo, ensina-nos, neste vale dealegrias e dores, as verdades eternas que o Pai revela aos pequeninos.Mostra-nos a força do teu manto protetor. No teu Imaculado Coração, sê orefúgio dos pecadores e o caminho que conduz até Deus.Unido/a aos meus irmãos, na Fé, na Esperança e no Amor, a ti me entrego.Unido/a aos meus irmãos, por ti, a Deus me consagro, ó Virgem do Rosáriode Fátima.E, enfim, envolvido/a na Luz que das tuas mãos nos vem, darei glória aoSenhor pelos séculos dos séculos. Ámen.

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Medalha Comemorativado Centenário das Aparições

O reitor do Santuário de Fátimaapresentou a ‘MedalhaComemorativa do Centenário dasAparições de Fátima’, da autoria domestre Avelino Leite.A medalha é de forma circular e “fazuso de um acabamento dourado eprateado, de acordo com asolenidade da efeméride”, eapresenta no centro “três elementosdourados, a sugerirem o triânguloque remete para a SantíssimaTrindade”, refere o documentodescritivo.

O anteverso da medalha apresentaum coração, o Imaculado Coraçãode Maria, “escavado no centrogeométrico”, que é o “elementocentral da mensagem que namedalha cria um espaço comcaráter de moradia, de lugar onde epor onde se entra, de ninho e derefúgio”.“O conjunto de linhas douradas,cuja trajetória se desenha entre aforma circular e a forma oval, é, aum tempo, resplendor e expressãodo dinamismo de convergência quea legenda

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inscrita [‘O meu coração Imaculadoconduzir-vos-á até Deus’] sublinha",refere o documento.Na apresentação do reverso damedalha indica-se que tem a cor doouro, que “a simbologia associa aosagrado”, e mostra um coração degrande dimensão aludindo a Deus“como centro de toda a existência”.

Com o mesmo movimento de luz eas mesmas linhas, o reverso da amedalha comemorativa tem ologótipo do Centenário dasAparições.A ‘Medalha Comemorativa doCentenário das Aparições deFátima’ foi divulgada na Jornada deapresentação do Ano Jubilar.

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Ano Jubilar de Fátima

Concessão de Indulgência Plenária

A fim de dignamente celebrar o centésimoaniversário das Aparições de Fátima, pormandato do Papa Francisco é concedido,com a inerente indulgência plenária, umAno Jubilar, do dia 27 de novembro de2016 até ao dia 26 de novembro de 2017. A indulgência plenária do jubileu éconcedida:a) Aos fiéis que visitarem em peregrinaçãoo Santuário de Fátima e aí participaremdevotamente em alguma celebração ouoração em honra da Virgem Maria, rezarema oração do Pai-Nosso, recitarem o símboloda fé (Credo) e invocaremNossa Senhora de Fátima; b) Aos fiéis piedosos que visitarem comdevoção uma imagem de Nossa Senhorade Fátima exposta solenemente àveneração

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pública em qualquer templo, oratório ou localadequado, nos dias das aparições aniversárias (dia 13de cada mês, desde maio a outubro de 2017), e aíparticiparem devotamente em alguma celebração ouoração em honra da Virgem Maria, rezarem a oraçãodo Pai-Nosso, recitarem o símbolo da fé (Credo) einvocarem Nossa Senhora de Fátima; c) Aos fiéis que, pela idade, doença ou outra causagrave, estejam impedidos de se deslocarem, se,arrependidos de todos os seus pecados e tendo firmeintenção de realizar, assim que lhes for possível, astrês condições abaixo indicadas, frente a umapequena imagem de Nossa Senhora de Fátima, nosdias das aparições se unirem espiritualmente àscelebrações jubilares, oferecendo com confiança aDeus misericordioso através de Maria as suas precese dores, ou os sacrifícios da sua própria vida. Para obter a indulgência plenária, os fiéis,verdadeiramente penitentes e animados de caridade,devem cumprir ritualmente as seguintes condições:confissão sacramental, comunhão eucarística eoração pelas intenções do Santo Padre.

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A luz de Fátima no mundocontemporâneo

Sob o título “As cores do Sol: a luzde Fátima no mundocontemporâneo”- Exposiçãotemporária evocativa da aparição deoutubro de 1917 - no ano Jubilar doCentenário das Aparições deFátima, está patente ao público noConvivium de Santo Agostinho, pisoinferior da Basílica da SantíssimaTrindade, até 31 de outubro de2018, todos os dias das 09h00 às19h00.Tomando como matéria histórica odia 13 de outubro de 1917 e osrelatos diretos e indiretos sobre oMilagre do Sol, a exposiçãopretende recriar,

através de vários mecanismossensoriais, cenários relacionadoscom a paisagem do dia da últimaaparição da Virgem Maria emFátima. A partir desta memória, ovisitante terá consciência de que oMilagre do Sol não foi o momento declausura da história das aparições,mas o dia inicial de uma história emque o peregrino passa a serverdadeiro protagonista.A exposição, que está patente noano do centenário, é a maisambiciosa que o Santuário deFátima já promoveu e conta compeças cedidas, em regime

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de empréstimo, por colecionadoresparticulares e por instituiçõeseclesiais (paróquias e museusdiocesanos) e do mundo civil, entreas quais o Museu da FundaçãoCalouste Gulbenkian e o Núcleo deDocumentação e Arquivo da Direçãode Serviços de Documentação,Comunicação e Relações Públicasdo Ministério da Economia.Através da linguagem damuseologia, obras de arte e outrostestemunhos materiais, dediferentes épocas históricas,dialogam em ordem a um discursoque levará a interpretar o papel deFátima no mundo contemporâneo. A exposição está organizada comoum itinerário espiritual dosperegrinos em sete núcleos:I. O eclipse do Sol: Deus jazapartado da humanidade II. A Lua preside à noite: osdiscursos e as figuras dos céus deFátima III. O brilho da Lua manifesta a luzdo Sol: em Fátima, Maria apresentaCristo IV. A forma da Lua: a sintéticalinguagem do coração V. A luz configura o lugar: oSantuário como perímetro paratodas as periferias

VI. Uma constelação de luzeiros: aexperiência de Fátima como ardenteclareira VII. O astro que não tem ocaso: oser humano, lugar íntimo (=sacrário)de Deus Com produção do Santuário deNossa Senhora do Rosário deFátima, comissariado e museologiaa cargo de Marco Daniel Duarte,arquitetura de Joana Delgado edesign de Inês do Carmo, aexposição tem entrada livre.

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Laboratório da Féhttp://labfe.pt/ No passado domingo, dia 27 deNovembro, iniciamos um novo anolitúrgico e com ele deu-se início aotempo de preparação para o Natal,que denominamos de Advento.Palavra que no “mundo antigoindicava a visita do rei ou doimperador a uma província; e quena linguagem cristã se refere àvinda de Deus, à sua presença nomundo”, como nos explicou BentoXVI.O evangelho desse domingolembrava-nos que deveremos vigiare orar em todo o tempo, paraestarmos preparados para a vindado Senhor, que se apresenta comoSalvador.Assim como forma de nos dispormospara essa segunda vinda, estasemana

apresento uma proposta pensadapara quem, como tantos de nós,utiliza os meios tecnológicos pararezar e meditar.O projeto Laboratório da Fé nasceuhá quatro anos na Arquidiocese deBraga no contexto do ano da Fé,continuando bem vivo e compropostas bem interessantes. Aodigitarmos oendereço www.labfe.pt encontramosum espaço extraordinariamente bemconcebido quer ao nível gráfico bemcomo dos conteúdos que apresenta.Em “sobre mim” descobrimos asrazões para a existência de umprojeto nesta área, nomeadamenteque o grande inspirador foi S. JoãoPaulo II.Na opção “Fé”, dispomos de umtrabalho de reflexão semanal (42

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temas) que foi realizado a partir daExortação Apostólica do PapaFrancisco sobre o anúncio doEvangelho no mundo atual(Evangelii Gaudium), dividido emtrês partes (evangelizar, discípulosmissionários e paróquiasmissionárias).Por último em “liturgia” abrimos ummanancial de meditações que nostransportam pelos vários temposlitúrgicos. Para o ano pastoral2016/17 a proposta passa por“aprofundar a temática da fécontemplada, tendo Maria deNazaré como modelo prioritário defé e de contemplação”. Destaconaturalmente o item tempo doAdvento onde nos é sugerido que

o vivamos como uma “oportunidadepara encontrar «um tempodiferente», um tempo preenchidopelo silêncio”, numa época em que a“predominância digital quecaracteriza o nosso tempo carecede silêncio e, por conseguinte, decontemplação”.Fica então aqui a sugestão paraassim podermos viver melhor estaépoca, pois, como nos disse o PapaFrancisco, “com o Advento todosnós nos colocamos em caminho,através do tempo, em direção aJesus, ao seu Reino de justiça e depaz".

Fernando Cassola [email protected]

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Cinema: Cristóvão Ferreira, o jesuítaportuguês que inspirou MartinScorsese

O jesuíta português CristóvãoFerreira (1580-1650) está no centrono novo filme ‘Silêncio’, dorealizador Martin Scorsese,relatando os dramas daperseguição religiosa contra oscristãos no Japão do século XVII. “Égrande a expectativa em torno destefilme que se baseia na adaptaçãodo livro do japonês Shusaku Edo eque

conta a história de CristóvãoFerreira, um jesuíta português queteve uma missão importante noJapão, bem como de outros jesuítasque foram à sua procura quandochegou à Europa a notícia sobre asua eventual apostasia”, explicauma nota dos jesuítas portuguesesenviada à Agência ECCLESIA.

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Scorsese encontrou-se com o Papa,em audiência privada, um dia depoisde ter mostrado o filme em Roma,na terça-feira, a um grupo dejesuítas, entre os quais algunsportugueses.Cristóvão Ferreira, jesuítaportuguês protagonizado no filme‘Silêncio’ pelo ator Liam Neeson,ficou conhecido no Japão porSawano Chuan; entrou naCompanhia de Jesus aos 17 anosde idade e, três anos depois, em1600, foi enviado para trabalhar nasmissões do Oriente.Estudou Teologia em Macau e foiordenado padre em 1608, tendopartido para o Japão em maio de1609.Hubert Cieslik, jesuíta e especialistana história das Missões no Japão,assinou em 1974 o texto "The caseof Christovão Ferreira" [O caso deCristóvão Ferreira], que apresenta oportuguês como uma das “figurasmais controversas” do trabalho daCompanhia de Jesus no paísasiático.Num contexto de perseguiçãoreligiosa, o padre Ferreira esteveem Nagasáqui e depois em Quioto,onde vivia escondido, saindoapenas de noite para visitar oscristãos.

De regresso a Nagasáqui, em 1617,foi secretário do provincial, Mattheusde Couros, cargo que o levou aviajar frequentemente pelo Japão,tendo mais tarde assumido aadministração da província nipónica,por ser ali o jesuíta mais antigo.Cristóvão Ferreira seria preso a 18de outubro de 1633, juntamentecom outros religiosos, missionáriosestrangeiros e japoneses, aos quaisfoi aplicada a “tortura da fossa”,método exclusivamente destinadoaos cristãos para que negassem asua fé.Cristóvão Ferreira terá cedido “aofim de algumas horas” e a notícia dasua apostasia “chocou” a Europa.Apesar de não se conhecerem ascircunstâncias da sua morte, sabe-se que o português passou o restoda sua vida no Japão, servindo deintérprete para as autoridadeslocais.Algumas fontes relatam queCristóvão Ferreira se teráarrependido de renegar a sua fé eque viria a morrer, na referida fossa,em novembro de 1650.

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II Concílio do Vaticano: Sá Carneirovia as horas no relógio de Mounier

O II Concílio do Vaticano (1962-65) e o seu contextoajudaram a formar e a inquietar muitos cristãos nasegunda metade do século passado. Um deles foiFrancisco Sá Carneiro (1934-80) nascido no Porto efalecido no fatídico acidente de aviação na noite de 04de dezembro de 1980.Este advogado e político português, antes daassembleia magna realizada na Basílica de SãoPedro, já pertencia aos Cursilhos de Cristandade eintegrava as Equipas de Nossa Senhora. Convivia emcírculos de amigos empenhados na renovação docatolicismo e encontra a filosofia de EmmanuelMounier (1905-1950).Francisco Sá Carneiro estuda e debate o MagistérioSocial da Igreja e acompanha o II Concílio doVaticano. Escuta o apelo conciliar de participação navida pública. No Porto, Sá Carneiro encontra-se, “pelamão de frei Bernardo Domingues, com o personalismoEmmanuel Mounier. Encontro determinante: para a fé,para o pensamento, para a ação. Torna-se seuseguidor. Sim. Seguidor de Mounier e das suas ideias,em torno das quais estrutura muito do seupensamento” (In: Fernando Gomes Perpétua;«Francisco Sá Carneiro – Um Católico na Política»;Lisboa, Aletheia Editores).O filósofo francês oferece a Sá Carneiro as pautasessenciais para o encontro que ele realiza entre oevangelho e a participação cívica e política, para arejeição dos totalitarismos de esquerda e de direita,para a opção personalista em todos os domínios davida.Mounier condena o “fascismo, o nazismo, ocomunismo e todos os sistemas políticos totalitários”.Na Revista «Esprit», que Francisco Sá Carneiroacompanha, como

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noutras obras, o filósofo francêscoloca “a pessoa no centro dopensamento e da atividade política”(In: Fernando Gomes Perpétua;«Francisco Sá Carneiro – UmCatólico na Política»).Como frei Bernardo Domingues éum estudioso do personalismocristão e é “amigo íntimo” de SáCarneiro dá-lhe a conhecer afilosofia de Emanuel Mounier. “SáCarneiro sente por ela uma atraçãoimediata” e o frade dominicanoempresta-lhe, uma a uma, as obrasdo filósofo francês. Segundo

a obra citada anteriormente,Francisco Sá Carneiro lê-as “comum entusiasmo apaixonado.Devolve-as. Lidas. Discute-as.Assimiladas. A obra de Mounierfascina Sá carneiro”.As ideias deste filósofo oferecem-lhe“as pautas essenciais de quenecessita” porque têm “umfundamento consistente” e uma“relação direta com a vida”. Opersonalismo de Mounier passa aser âncora do pensamento e daação política de Sá Carneiro.

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dezembro 201603 de dezembro. Viana do Castelo – Melgaço -Exposição «Natal Ecológico» emMelgaço (Diocese de Viana doCastelo) com o objetivo de viver aquadra natalícia e promover apreservação do meio ambiente.(termina a 13 de janeiro de 2017) . Campanha dos BancosAlimentares Contra a Fome –termina a 04 de dezembro . Porto - Casa de Vila, 09h00 - Aassembleia dos responsáveis dosInstitutos Religiosos e Seculares daDiocese do Porto realiza-se, dia 03de dezembro, na Casa de Vilar etem como tema o ano pastoral «Aalegria do Evangelho é a nossamissão». . Lamego - Seminário maior deLamego, 09h30 - Workshop sobre a«Lectio Divina» para catequistasorientado por Maria Isabel Azevedode Oliveira, diretora do SecretariadoDiocesano da Educação Cristã doPorto . Lamego – Tarouca, 14h30 -Encontro de preparação para oNatal com o tema «À procura de...»

. Évora - Auditório da DGest, 15h00- Encontro celebrativo do DiaInternacional das Pessoas comDeficiência com o tema «O que tefaz feliz?» e promovidopela Comunidade Fé e Luz deNossa Senhora de Fátima. . Coimbra - Figueira da Foz, 15h00 - O Museu municipal Santos Rocha,na Figueira da Foz, acolhe, estesábado, a segunda sessão do ciclo«Visitas Comentadas» com umaconferência sobre «A Família naArte – Nossa Senhora Mãe dosHomens». . Santarém - Convento de SãoFrancisco, 21h30 - Concerto deAdvento e Natal . Santarém – Almeirim, 21h30 - Encontro de Cantares ao Meninopromovida pela Associação Culturale Etnográfica «Gentes de Almeirim» 04 de dezembro. Eleições para o Corpo Nacional deEscutas . Açores - Ilha de São Miguel(Museu Carlos Machado), 15h00 - Ateliêr para ajuda as famílias aconstruir um «Altarinho do MeninoJesus»

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05 de dezembro. Dia Internacional do Voluntariado . Fátima - Domus Carmeli, 10h30 - Ação de formação do SecretariadoNacional para os Bens Culturais daIgreja sobre «Normalização eTerminologia». . Braga - Sé de Braga, 11h00 - Representação do «Milagre daFruta» no Dia de São Geraldopromovida pelo Serviço Educativodo Tesouro-Museu da Sé de Braga,em colaboração com a Escola EB1da Sé. . Lisboa - Igreja de São José, 19h00- Festa de Natal da FederaçãoPortuguesa Portuguesa pela Vida presidida por D. Manuel Clemente,Patriarca de Lisboa. 06 de dezembro. Lamego - Museu diocesano - Exposição fotográfica sobre oacolhimento de crianças austríacasna II Guerra Mundial promovida pelaCáritas Diocesana de Lamego – até31 janeiro de 2017

. Portalegre - Auditório da EscolaSuperior de Educação e CiênciasSociais - A Cáritas Diocesana dePortalegre – Castelo Branco, com acolaboração de algumas entidadesparceiras, vai assinalar o «DiaInternacional do Voluntariado», 6 deDezembro, no auditório da EscolaSuperior de Educação e CiênciasSociais, naquela cidade. . Porto - Centro de Cultura Católica,21h00 - O Centro de CulturaCatólica do Porto encerra, dia 06 dedezembro, o ciclo «A Misericórdia:Jubileu(s), lugares e testemunhas»com uma conferência sobre avenerável Sílvia Cardoso. 07 de dezembro. Lisboa - Academia Portuguesa deHistória - Entrega do «PrémioLusitania» à obra «História daDiocese de Viseu» pela AcademiaPortuguesa de História

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05 de dezembro. Dia Internacional do Voluntariado. Fátima - Domus Carmeli, 10h30 - Ação de formação do Secretariado Nacional para osBens Culturais da Igreja sobre «Normalização e Terminologia». . Braga - Sé de Braga, 11h00 - Representação do «Milagre da Fruta» no Dia de SãoGeraldo promovida pelo Serviço Educativo do Tesouro-Museu da Sé de Braga, emcolaboração com a Escola EB1 da Sé.. Lisboa - Igreja de São José, 19h00 - Festa de Natal da Federação PortuguesaPortuguesa pela Vida presidida por D. Manuel Clemente, Patriarca de Lisboa. 06 de dezembro. Lamego - Museu diocesano - Exposição fotográfica sobre o acolhimento de criançasaustríacas na II Guerra Mundial promovida pela Cáritas Diocesana de Lamego – até 31janeiro de 2017. Portalegre - Auditório da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais - A CáritasDiocesana de Portalegre – Castelo Branco, com a colaboração de algumas entidadesparceiras, vai assinalar o «Dia Internacional do Voluntariado», 6 de Dezembro, noauditório da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais, naquela cidade.. Porto - Centro de Cultura Católica, 21h00 - O Centro de Cultura Católica do Portoencerra, dia 06 de dezembro, o ciclo «A Misericórdia: Jubileu(s), lugares e testemunhas»com uma conferência sobre a venerável Sílvia Cardoso. 07 de dezembro . Lisboa - Academia Portuguesa de História - Entrega do «Prémio Lusitania» à obra«História da Diocese de Viseu» pela Academia Portuguesa de História

- O Papa Francisco vai acolher em Roma váriosresponsáveis económicos mundiais, numa iniciativa daRevista ‘Time’ sobre economia global edesenvolvimento. O encontro decorre nos dias 2 e 3de dezembro e conta com os diretores-gerais das 500empresas mais bem-sucedidas do momento, membrosda lista das 100 pessoas mais influentes do mundo,segundo a revista ‘Fortune’, e vários lídereseconómicos, académicos e religiosos. - No fim de semana de 3 e 4 de dezembro decorre a50ª campanha promovida pelos Bancos Alimentares,que comemoram 25 anos. Cerca de 42 mil voluntáriosvão estar espalhados em mais de duas milsuperfícies comerciais, convidando a quem vai àscompras possa partilhar alimentos com quem precisade ajuda. - O Secretariado da Pastoral da Cultura de Bragançavai dinamizar concertos de Advento a decorrer naigreja matriz de Torre de Moncorvo e na igreja daantiga Sé. O primeiro realiza-se em Torre deMoncorvo, no dia 8, pelas 21h, onde Pedro Monteirovai tocar no “valioso” órgão de tubos ibérico, do séculoXVIII. No dia 10 de dezembro o convidado é TadeuFilipe, que vai tocar na igreja da antiga Sé. - A Árvore de Natal que vai decorar a Praça de SãoPedro nas próximas semanas vai ser inaugurada nodia 9 de dezembro, às 16h30 locais (menos uma emLisboa), juntamente com o presépio, que este ano vemda ilha de Malta. A árvore de Natal foi decorada comesferas em barro, criadas por crianças tratadas emunidades oncológicas de vários hospitais italianos.

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Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00RTP1, 10h00Transmissão damissa dominical

11h00 -Transmissão missa

Domingo:10h00 - Porta Aberta;11h00 - Eucaristia;23h30 - Entrevista deAura Miguel Segunda-feira:12h00 - Informaçãoreligiosa Diariamente18h30 - Terço

RTP2, 13h00Domingo, 04 de dezembro-Diocese de Beja Segunda-feira, dia 05,15h00 - Entrevista ao padre JoséManuel Pereira de Almeira e aEugénia Quaresma sobre oacolhimento aos refugiados. Terça-feira, dia 06, 15h00 - Informação e entrevistaao padre João Caniço sobre os mártires jesuítas noJapão Quarta-feira, dia 07, 15h00 - Informação e entrevistaa Rita e António Pimenta de Brito sobre o livro "Casarcom sucesso" Quinta-feira, dia 08 de dezembro, 15h00 -Imaculada Conceição. Reportagem em Vila Viçosa eentrevista a Alberto Júlio Silva Sexta-feira, dia 09, 15h00 - Análise à liturgia dedomingo com o frei José Nunes e padre VitorGonçalves Antena 1Domingo, dia 04 - 06h00 - As Irmãzinhas de Jesus eo carisma do beato Carlos de Foucould Segunda a sexta-feira, dias 05 a 09 de dezembro - 22h45 - O advento: Pastoral Familiar de Famalicão; Ainterioridade; Maternidade e Natal; Sra. da Conceição- Vila Viçosa; A experiência da maternidade

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Ano A – 2.º Domingo do Advento Arrependei-vos, convertei-vos, preparai-vos...

No Evangelho deste segundo domingo do Advento,surge o profeta João Baptista a anunciar que o Reinode Deus está próximo de se concretizar. O Reinoacontece em Jesus Cristo, a quem aderimos na fé,pelo batismo no fogo do Espírito. O acolhimento doReino exige de nós preparação e arrependimento,mudança de mentalidade e atitudes, conversão devida.«Convertei-vos! Acreditai na Boa Nova!». Temosnecessidade de ouvir palavras novas, como ternura,amor, misericórdia, perdão, solidariedade, respeito...,que façam calar as palavras antigas como violência,ódio, vingança, indiferença, racismo… Temosnecessidade de ver gestos novos, como assinatura depaz, reconciliação, dom, partilha… que façamdesaparecer os gestos antigos, como declaração deguerra, rancor, crispação, egoísmo…Viver o Advento no acolhimento do Reino implica quenos disponhamos a assumir uma linguagem nova enovas ações. Essa poderá ser a nossa maneira deacolher no nosso coração Aquele que nos converte etransforma.O exemplo de vida de João Baptista obriga-nos, pois,a questionar as nossas prioridades e valoresfundamentais. João Baptista é alguém para quem aprimazia está no anúncio do Reino dos céus. UmReino que é despojamento, simplicidade, amor total,partilha, dom da vida… São esses valores que eleprocura anunciar, com palavras e com atitudes.Questiona-nos quanto aos valores e prioridades danossa existência. Estão mesmo centrados no Reinoque é Jesus Cristo ou deixamo-nos levar por valoresefémeros e fúteis a que a civilização ocidental dá tantaimportância, mas que não trazem nada de duradouro ede verdadeiro à nossa vida?

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As outras leituras sintonizamtambém com esta saliência doEvangelho. Na primeira leitura, oprofeta Isaías apresenta um enviadode Deus, sobre quem repousa aplenitude do Espírito de Deus; a suamissão será construir um reino dejustiça e de paz sem fim, de ondeestarão definitivamente banidas asdivisões, as desarmonias, osconflitos.A segunda leitura dirige-se àquelesque receberam de Jesus a propostado Reino: sendo o rosto visível deCristo no meio dos homens,devemos dar testemunho de união eamor, de partilha e entreajuda, deperdão e misericórdia, de harmoniaentre

nós e de acolhimento dosirmãos mais descartados, sempre aexemplo de Jesus.Converter-se! Reconhecer opecado! Preparar o caminho doSenhor! Deixar o fogo do Espíritoqueimar-nos e transformar-nos! É apartir de cada um de nós quecomeça o mundo novo. É a partir docoração novo de cada um de nósque o mundo poderá ter um novocoração! Mais uma semana pararezar e praticar a conversão! Nãoadiemos esta essencial urgência!

Manuel Barbosa, scjwww.dehonianos.org

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Síria: Pequenos gestos de solidariedadeque fazem toda a diferença

Amar até ao fim…

Vivem-se tempos muito duros naSíria. A guerra civil, de que airmã Guadalupe nos veio falar, aconvite da Fundação AIS, nãodestruiu apenas a cidade deAlepo. As suas marcas estão emtodo o lado, revelando feridasabertas e uma multidão depessoas que precisam, mais doque nunca, de ajuda. Uma delasé o Padre Paul Khoury A Síria é um país sem segredospara o Padre Paul Khoury. Aos 85anos, ele dedicou toda a sua vida aeste país que se encontraactualmente mergulhado numatemível guerra civil. Quando decidiuentregar toda a sua vida a Deus, oPadre Paul já sabia que ia passaros seus dias a rezar, dedilhando ascontas do Rosário que traz sempreconsigo, no bolso das calças, masnunca terá imaginado

que seria agora, na fragilidade dosseus 85 anos, quando o país parecemais necessitar de si, das suasorações, que se veria impedido decelebrar a Santa Missa, acamadoque está desde que sofreu umAVC… O Padre Paul Khoury éexemplo para todos nós. Rezou semdescanso, ensinou os caminhos dapaz, foi mensageiro de amor esofreu, como poucos, sempre queas guerras tomaram conta do país.Desde 2011, com a Síria a caminhoda destruição, com a cidade deAlepo em ruínas, o seu coração nãoaguentou tanta dor. Um AVC atirou-opara uma cama e impediu-o decontinuar a fazer aquilo

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que sempre deu sentido aos seusdias: a celebração eucarística.Agora, tal como a própria Síria,também o Padre Khoury dependede nós. Como ele, há imensossacerdotes que sofrem duplamentepela tragédia em que o país estámergulhado. A FundaçãoAIS assumiu o dever de ossustentar. Esta é também uma Obrade Misericórdia. Ajudar asubsistência de sacerdotes ereligiosas na Síria e no MédioOriente é uma responsabilidadeindeclinável para todos nós. Milagres de vidaQuando se fala na Síria, todos osolhares se voltam para a cidademártir de Alepo. A tragédia aí é detal forma

intensa que parece ofuscar todos osdramas que se vivem no resto dopaís. Porém, todos os dias chegamà Fundação AIS pedidos concretosde ajuda. Há populações inteirascercadas pela guerra e pelapobreza e que precisam da nossaajuda. Os cristãos da Síria pedem-nos para não serem esquecidos.Pedem que rezemos por eles. OPadre Paul Khoury passa agora osdias acamado, num sofá velho,totalmente dependente de ajuda. Danossa ajuda. No entanto, os seusdedos dedilham ainda as mesmasave-marias do seu rosário, comosempre fez ao longo da sua vida.Quando decidiu entregar os seusdias a Deus, Paul Khoury soubelogo que aquela era a decisão maisimportante que alguma vez iriatomar. Nem podia ser de outramaneira: era para sempre. Era atéao fim. Até ao Céu. Falta menos deum mês até ao Natal. Vamos ajudaro Padre Paul Khoury?

Paulo Aidowww.fundacao-ais.pt

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Partimos, Vamos, Somos!

Tony Neves Espiritano

Quem o disse foi Sebastião da Gama, há muitotempo. E disse-o quando falou de sonhos que éimportante converter em realidades. É o queacontece com a Missão hoje e Lisboa percebeu-o bem ao lançar um Sínodo sobre o ‘o sonhomissionário de chegar a todos’, como pediu epede o Papa Francisco.A arte e a cultura também se quiseram embrulharnesta manta e, com texto do P. Hugo Gonçalvese encenação de Matilde Trocado, o Tivoli, emplena Avenida da Liberdade, tornou-se espaçode testemunho de fé. O Musical ‘Partimos,Vamos, Somos’ pretendeu celebrar os 300 anosda Diocese de Lisboa como Patriarcado. Estivena sessão inaugural (18 novembro) e fiqueiespantado, antes de mais, porque o grande eemblemático Tivoli estava á pinha de gente. E,nas três sessões seguintes, repetiu-se a proeza,considerada inédita até pelos donos destahistórica casa de espectáculos.Os ‘actores’ eram cerca de uma centena, entrejovens e crianças, quase todos pertencentes aparóquias da grande Lisboa. Havia profissionaisque garantiam a qualidade do espectáculo. Oscenários, a encenação, as coreografias tiveramtanto de simples como de criativo e bemsucedido. A história da Lisboa católica passoupor ali e encheu as medidas de quem sedeslocou ao centro histórico da capital numanoite fria de inverno.O P. Hugo Gonçalves, autor do guião, valorizou adimensão missionária, ele que já fez diversas

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experiências de Missão fora deportas. Gostei de escutar e verrepresentada a história de grandesfiguras missionárias de Lisboa comoS. João de Brito ou S. António.Apreciei a actualidade da propostamissionária com o aparecimento dajovem Irmã em Missão na Índia, oudos jovens voluntários em Missãona África. Também me tocou apartilha das experiênciasmissionárias que vão acontecendodentro de Portugal, como é o casoda ‘Missão País’, que não é muitodiferente daquelas que os JovensSem Fronteiras e outrosmovimentos missionários juvenisrealizam em Portugal (e fora dele)há muitos anos, com grandeenvolvimento, mobilização fácil eavaliação muito positiva.Apreciei, no guião, o recurso agrandes textos como ‘os Lusíadas’de Camões, poemas de FernandoPessoa e até o emblemático‘poema-oração’

de D. Hélder Câmara,’Missão épartir!’. Foi um pegar numpatrimónio literário de valorreconhecido que, na minha opinião,valorizou muito o guião do Musical.Expressar a Fé pela Cultura éimportante e rasga caminhos aofuturo do anúncio do Evangelho. Porisso, este Musical aponta, comoutros olhares, diferentes dohabitual, para uma Igreja aberta,simples, em saída, com esperançanos novos tempos que sedesenham. Como diz Sebastião daGama,’pelo sonho é que vamos!’.

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