Mundo Universitáro Sénior - nº 2

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P6 UNIVERSIDADE Vantagens de estudar depois dos 50 anos P8 DANÇAS Fomos bailar ao Mercado da Ribeira P9 DESPORTO No mexer o corpo é que está o ganho P7 ENTREAJUDA Projectos Aconchego e Lado a Lado Segunda-feira, 14 de Março de 2011 | Mundo Universitário Sénior | Edição n.º 2 | Distribuição gratuita Alimentos que tratam da sua saúde Saber comer para saber viver P4-5 SAÚDE Hoje celebra-se o Dia Mundial da Incontinência Urinária: conheça os tratamentos disponíveis

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Edição de 14 de Março 2011

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P6Universidade Vantagens de estudar depois dos 50 anos

P8danÇasFomos bailar ao Mercado da Ribeira

P9desPortoNo mexer o corpo é que está o ganho

P7entreajUdaProjectos Aconchego e Lado a Lado

Segunda-feira, 14 de Março de 2011 | Mundo Universitário Sénior | Edição n.º 2 | Distribuição gratuita

alimentos que tratam da sua saúde

saber comerpara saber viver

P4-5saúdeHoje celebra-se o Dia Mundial da Incontinência Urinária: conheça os tratamentos disponíveis

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Mundo Universitário Sénior | Segunda-feira, 14 de Março de 2011

EDITORIALConversas de Primavera

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Laura Alves • [email protected]

Daqui a exactamente uma semana entramos naquela que é, permitam-me dizê-lo, a estação mais bonita do ano. A Primavera é, mais do que malmequeres e papoilas a brotar pelos campos, sinónimo de renovação. Tal como as árvores que reno-vam a sua folhagem e se embe-lezam de flores – e não se esqueça que o dia 21 de Março é também o Dia Mundial da Árvore – esta deve igualmente ser uma época de auto-análise no que diz respeito aos seus próprios há-bitos de vida. Falamos de alimentação, de actividade desportiva e cultu-ral, mas também da capacidade de agarrar e concretizar novos desafios. Diz a língua popular que «burro velho não aprende línguas», como quem pretende passar um atestado de incapacidade a quem, em contrapartida, beneficia dessa valiosa ferramenta que é a experiência. É que o saber do povo, tantas vezes certeiro e fruto da observação recorrente, nem sem-pre é representativo da realidade – ou de toda a realidade. Actualmente, basta-nos estar vivos para aprender. E digo aprender não necessariamen-te no sentido académico. Já pensou na quantidade de novos processos, objectos e palavras que lhe entraram pela casa dentro nos últimos anos? Viver é aprender, todos os dias, a todo o momento. Quer seja num passeio matinal para desenferrujar os ossos, quer seja num bailarico com os seus compinchas de domingo à tarde – a propósito, não deixe de espreitar a reportagem que fizemos no Mercado da Ribeira –, quer seja num dos cur-sos em que se inscreveu na Universidade Sénior que frequenta, quer seja numa conversa sobre os temas que marcam a actualidade...E as conversas, já se sabe, são como as cerejas: vêm umas atrás das outras. Razão pela qual gostaria de destacar um tema que merece ser abordado, falado, discutido, desmistificado, não só hoje, mas durante todo o ano. Assinala-se hoje, a 14 de Março, o Dia Mundial da Inconti-nência Urinária, uma doença que atinge cerca de 600 mil pessoas em Portugal, de acordo com dados da Associação Portuguesa de Urologia. Normalmente, assuntos de tamanha intimidade são postos para ‘debaixo do tapete’, como que dizendo que o que não se vê não faz diferença e não incomoda. Acontece que quem sofre desta doença sabe bem quão incómodo e limitador pode ser guardar um segredo tão grande, só por-que se tem vergonha de procurar auxílio, aconselhamento e tratamento. Angústias debaixo do tapete raramente dão bom resultado, acredite.Caso sofra ou conheça alguém que sofre de incontinência urinária, veja a chegada da Primavera como uma boa altura para pôr medos e precon-ceitos atrás das costas. Falamos-lhe deste tema nas páginas 4 e 5 desta segunda edição do Mundo Universitário Sénior – um jornal que é distri-buído nas Universidades Seniores e que o/a convida, desde já, a partilhar as notícias e acontecimentos que fazem parte do seu mundo.

Entre em contacto com o Mundo Universitário SéniorQueremos saber o que acontece de importante na sua universida-de. Se tem uma história interessante, deseja divulgar um evento ou tem uma opinião que gostaria de partilhar, contacte-nos:

Jornal Mundo Universitário Sénior – Moving MediaEstrada da Outurela, 118, Parque Holanda-Edifício Holanda, 2790-114 CarnaxideTel.: 214 201 350 | E-mail: [email protected]

ÍndicE

Editorial Conversas de Primavera ................................................................... 02

SaÚdEPEdir aJUda é o PriMEiro PaSSoDescubra como lidar com a incontinência urinária e saiba que tratamentos existem ....................................................... 04

EntrEviStaDr. Luís Abranches MonteiroAssociação Portuguesa de Urologia ................................................. 05

ForMaÇÃoHoraS E diaS coM MaiS valorOportunidades ao seu alcance nas Universidades Seniores........... 06

EntrEaJUdavivo coM UM EStUdantE E goSto Saiba como ter ajuda em troca de alojamento ................................ 07

laZEro MErcado daS danÇaSFomos dar um pezinho de dança ao Mercado da Ribeira .............. 08

dESPortoExErcÍcio dEPoiS doS 60 anoSConheça algumas modalidades desportivas que o ajudarão a ter maior qualidade de vida ................................. 09

aPEtitEcoMida SÃ Para corPo SÃoNa sua cozinha encontra alimentos que ajudam a prevenir algumas doenças. Saiba quais ........................................ 10

cUltUraMÚSica E livroSSugestões culturais para celebrar a Primavera ................................ 11

ficHa TécNica: Propriedade: Moving Media Publicações Lda | Empresa n.º 223575 | Matrícula n.º 10138 da C.R.C. de Lisboa | NIPC 507159861 | Conselho de Gerência: António Stilwell Zilhão, Francisco Pinto Barbosa, Gonçalo Sousa Uva | Directora: Laura Alves | Colaboradores: Andreia Arenga, Bruna Pereira, Emanuel Amorim, Magda Valente, Renata Lobo | Paginação: Filipa Andrade | Revisão: Catarina Poderoso | Marketing: Vanda Filipe | Publicidade: Margarida Rêgo (Directora Comercial), Elsa Tomé (Account Sénior), Mariana Jesus (Account Júnior) | Distribuição: José Magalhães | Sede Redacção: Estrada da Outurela n.º 118 Parque Holanda Edifício Holanda, 2790-114 Carnaxide | Tel: 21 420 13 50 | Tiragem: 7 500 | Distribuição: Gratuita | Impressão: Grafedisport; Morada: Casal Sta. Leopoldina – Queluz de Baixo 2745 Barcarena; ISSN 1646-1649.

Veja a chegada da Primavera como uma boa altura para pôr medos e preconceitos atrás das costas.

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Mundo Universitário Sénior| Segunda-feira, 14 de Março de 2011

Pedir ajuda é o primeiro passo

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Saúde

Vergonha e medo são alguns dos sentimentos comuns a pessoas que sofrem de incontinência urinária. Mas actualmente há vários tratamentos eficazes e 90 por cento dos casos têm cura. Carminda Vaz, de 80 anos, e José Monteiro, de 69 anos, procuraram ajuda médica e hoje levam uma vida normal.

Sempre foi uma pes-soa activa, mas há cerca de 30 anos

Carminda Vaz deparou-se com a doença. «Tive um traumatismo craniano e co-mecei a perder urina sem dar por isso», conta. Esta é, aliás, uma das causas da incontinência urinária (IU). Apesar de este ser um pro-blema que se desenvolve sobretudo nas mulheres, após a menopausa e devi-do a problemas obstétricos graves, esta doença pode também surgir associada a problemas neurológicos. «Muitas destas incontinên-cias têm por trás problemas como os AVC, traumatismos da coluna, a esclerose múl-

tipla, entre outros», explica Luís Abranches Monteiro, médico urologista no Hospi-tal Curry Cabral e secretário--geral da Associação Portu-guesa de Urologia.

Um problema socialAlém de ser um problema de saúde, muitas vezes a per-da de urina afecta também a vida familiar e social des-tas pessoas. Mas no caso de Carminda isso não acon-teceu. A doença nunca inter-feriu com a sua vida social e nunca a impediu de sair de casa. Sempre levou uma vida normal. «É uma situa-ção que me incomoda, mas na relação com os outros nunca me afectou. Nun-

ca me fechei em casa por causa disso. Sempre que é necessário resolver algum assunto vou onde for preci-so, saio. Nunca tive esse tipo de problemas», descreveHoje tem 80 anos, fez trata-mento por fisioterapia e con-segue levar uma vida normal apesar de não ter recupera-do totalmente. «Claro que antes parava no meio da rua com vontade de urinar e, hoje em dia, isso já não acontece com essa intensi-dade, mas ainda continuo a perder urina», explica.

Um homem em cada três mulheresApesar de a maioria dos casos de IU afectarem as

mulheres – cerca de 40 por cento da população femini-na – em algumas circuns-tâncias os homens também podem desenvolver este problema. Estima-se que em cada três mulheres exis-ta um homem afectado pela doença. É o caso de José Monteiro (nome fictício), de 69 anos. «Fui operado à próstata em 2005 e não recuperei da incontinência com que fiquei. Se mexia em água ou ficava muito tempo de pé era uma des-graça», relembra.Ao contrário de Carminda, o problema acabou por afec-tar bastante a vida de José, tanto a nível psicológico como social. Deixou de sair,

evitava falar com os amigos e no local de trabalho tam-bém se sentia constrangido. «Não me sentia à vontade para sair. Tinha que colo-car sempre um penso, mas mesmo assim ficava com receio, e nunca bebia nada fora de casa. Não gosto de falar nisto aos meus amigos e, por isso, ia poucas vezes ao café. No trabalho, tenta-va ir às vezes à casa de ba-nho mas era um problema», recorda.Começou por tomar medi-cação, mas como não se sentia melhor, pediu ajuda à Associação de Doentes da Bexiga. Começou a fazer fisioterapia duas vezes por semana e aprendeu alguns

exercícios para controlar a bexiga. «Já estou bem e no trabalho já passo muito melhor. Mas a fisioterapeu-ta diz que devo fazer mais algumas sessões. Ainda tenho algum receio, mas já não molho o penso.»Durante quase seis anos, José Monteiro tentou ocul-tar a doença e hoje acredita que, se tivesse sido tratado mais cedo, tinha sido mais fácil controlar o problema. De acordo com a Associa-ção Portuguesa de Urologia, a IU corresponde a uma situ-ação clínica com tratamen-to, sobretudo se for detec-tada logo numa fase inicial. A taxa de cura desta doença é de cerca de 90 por cento.

ContaCtos úteis

assoCiação PortUgUesa de UrologiaRua Nova do Almada 95 - 3ºA 1200-288 LisboaTel.: 213 243 590E-mail: [email protected]

assoCiação de doentes Com disfUnção da BexigaApartado 30144716-909 BragaTel.: 967 338 293

o qUe deve saBer soBre a inContinênCia Urinária

• A incontinência urinária é a incapacidade de armazenar e controlar a saída de urina;• As mulheres têm mais probabilidades de serem afectadas do que os homens;• Existem dois tipos de incontinência urinária: Incontinência urinária de esforço: perda involuntária de urina ao tossir, fazer esforços, espirrar, levantar objectos pesados. As principais causas deste tipo de

problema são perturbações do aparelho urinário associadas à idade, gravidez ou parto, problemas obstétricos pós-parto ou menopausa; Incontinência urinária de urgência: grandes perdas de urina e vontade súbita e incontrolável de urinar. As principais causas são: traumatismos neurológicos causados por AVC, traumatismos da coluna, esclerose múltipla, intervenções cirúrgicas na extração de tumores da próstata no caso dos homens.

TRATAMENTo. A incontinência urinária é um problema que atinge 600 mil pessoas em Portugal

‘‘ ‘‘Nunca me fechei em casa por causa disso. Sempre que é necessário resolver algum assunto vou onde for preciso.

Carminda Vaz, 80 anos

Texto: Andreia Arenga

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CComo Combater a InContInênCIa urInárIa• Não sinta medo, este não é um problema raro e 90 por cento dos casos têm cura;

• Procure um médico e fale com ele abertamente. Há tratamentos eficazes no combate à doença;

• Há duas formas de tratamento, medicação ou cirurgia, dependendo do tipo de incontinência. O seu médico pode também ajudá-lo a controlar os sintomas e a conhecer o seu organismo através de pequenos exercícios;

• Não sinta vergonha. Tente não se isolar em casa, procure os amigos mais próximos e familiares. Eles podem ajudá-lo a levar uma vida normal.

Segunda-feira, 14 de Março de 2011 | Mundo Universitário Sénior

Dr. Luís Abranches Monteiro

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SaúdeENTrEvisTa

Como é que uma pessoa pode detectar que está

perante a doença?Por definição, a incontinên-cia urinária (iU) é a per- da involuntária de urina e quem faz o diagonóstico é o próprio doente. Ou seja, desde que a pessoa esteja a perder urina assume-se desde logo que está com uma iU. isto não quer dizer de maneira nenhuma que saibamos logo à partida qual é o mecanismo que está a provocar isso porque há muitas formas diferentes de isso acontecer e aí é que nós, médicos, entramos.

Quais são as maiores dificuldades que os pacientes sentem ao lidar com a doença?Há vários tipos de iU, mas há dois que talvez sejam os principais. O primeiro, a que chamamos incon-tinência de esforço, são perdas de pouca magnitu-de provocadas por algum esforço maior que a pessoa faça como tossir ou espir-rar. Esse é o mais frequen-te, o mais fácil de identificar e de tratar, e aquele que causa menos perturbação às pessoas. Claro que é muito aborrecido, mas não tem nada a ver com um outro tipo de inconti-nência, a incontinência por

urgência, que já é uma espécie de desregulação do funcionamento da bexi-ga que se começa a con-trair sem a pessoa querer. E aí acontece sem aviso, em que o paciente não tem tempo para reagir nem se defender. socialmente isso é terrível porque a pessoa nunca sabe quando é que isso pode acontecer. Faz com que as pessoas não saiam de casa, não invis-tam em viagens, em espec-táculos. a incontinência por urgência é aquela que tem mais influência no trabalho, ou seja, as pessoas che-gam a ter medo de ir para reuniões e chegam, inclusi-vamente, a recusar empre-gos que obriguem a estar em contacto com o público. É uma limitação maior em termos sociais e médicos. Este tipo de incontinência é diferente da outra porque também não se trata com operações, é controlada com medicação.

Qual a população mais atingida?as mulheres. a incontinên-cia de esforço, que tem mui-to a ver com esta fraqueza muscular e tendinosa, afec- ta fundamentalmente a mu- lher pós-menopausa, entre os 45 e os 65 anos, muitas vezes com traumatismos obstétricos. Os homens nor- malmente não são muito atingidos por este proble-ma, a não ser que tenham sido submetidos a uma operação para retirar algum tumor na próstata e aí ficam

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com uma situação muito parecida à das mulheres provocada por essa inter-venção médica.

ainda existem estigmas sociais associados à incontinência urinária?aqui há muitos anos era in-crível como as pessoas es-tavam décadas sem fazer a sua vida social, sem fazer viagens, e usar fraldas para tentar ocultar o problema sem pedir ajuda a ninguém. isto de certa maneira tinha alguma razão de ser porque tinham vergonha e como não se falava disso as pes-soas pensavam que era uma doença rara. aliando o medo à descofiança e ao pudor, estas pessoas pre-feriam não dizer nada. Hoje em dia é diferente por várias razões: uma delas porque

Médico urologista no Hospital Curry Cabral e secretário-geral da Associação Portuguesa de Urologia

as pessoas começaram a ouvir falar deste problema e já não é tão dificil tratá-lo. Por outro lado, o tratamento que os media têm dado a este assunto também veio contribuir para que se fa-lasse mais do problema. acho que o tabu e a vergo-nha estão a desaparecer pela interferência benéfica da comunicação social ao nível deste tema.

o que devem fazer para ter uma vida normal?as pessoas que sofrem de incontinência de esfor-ço levam uma vida normal. Quanto às pessoas que têm incontinência por urgência a melhor solução, de facto, é a pessoa fazer a medicação, embora haja alguns truques que nós ensinamos aos doentes para se protegerem

e para lidarem melhor com aquelas grandes perdas e conseguirem socializar. as pessoas aprendem a lidar com a sua bexiga, a reter um pouco mais a urina e a contrair determinados mús-culos. isso aliado à medi-cação funciona para que a pessoa possa levar uma vida normal, sair com os ami- gos, com a familia, sociali-zar.

Quais são as vantagens da cirurgia?Nós tentamos explicar que é realmente muito simples. Muitas vezes é feita em am-bulatório e a eficácia é quase total. Portanto, obviamente que as pessoas optam por isso. É uma coisa quase sem internamento e que de um dia para o outro ficam com o problema resolvido.

Texto: Andreia Arenga‘‘

‘‘acho que o tabu e a vergonha estão a desaparecer.

‘‘ ‘‘ Há pessoas que nunca tiveram

oportunidade de passear, de ir ao teatro, de pintar,

de ter informática, e procuram a universidade com esse sentido,

de fazer coisas que nunca fizeram antes.

Mundo Universitário Sénior | Segunda-feira, 14 de Março de 2011

Horas e dias com mais valor

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forMação

Maria do Céu tem 58 anos e há dois que frequenta a Univer-

sidade Sénior de Benfica. É enfermeira, está reformada e decidiu inscrever-se para se manter activa. «É extrema-mente importante uma pes-soa continuar activa. Há um ditado popular que diz ‘parar é morrer’ e as depressões, e o que se tem falado por aí sobre as pessoas que aca-bam por morrer sozinhas, acontece precisamente por-que já chegaram a uma fase de isolamento que é muito difícil quebrar. Acho que não nascemos para viver sozi-nhos e, por essa razão, acho que este tipo de dinâmicas é fundamental», diz.

Combater a solidãoEssa é, aliás, uma das ra-zões pelas quais as pessoas com mais de 50 anos optam por integrar estas escolas, para combater a solidão.

«Temos imensos casos de pessoas que lá chegam já em pré-depressão porque não sabem o que fazer às horas e aos dias. A universi-dade coloca-as em contacto com outras pessoas, novas actividades. No fundo vem animá-las. O primeiro objec-tivo é tirá-las de casa», con-ta Luís Jacob, presidente da Rede de Universidades da Terceira Idade (RUTIS).Por outro lado, a procura de conhecimento é também uma das motivações. Aqui, os alunos podem escolher as disciplinas que querem fazer consoante os seus in-teresses. Informática, Inglês e Cidadania parecem ser as preferidas da maioria, mas há também História, Saúde, Artes Decorativas e Ginástica.

Aprender por gosto«Todas as pessoas querem aprender. E aqui a grande vantagem é que se aprende

por gosto. Um dos segredos do sucesso das Universi-dades Seniores é precisa-mente essa informalidade», diz Luís Jacob. Ao contrário das outras universidades, a RUTIS não atribui nenhum grau académico aos alunos. O objectivo é manter estas pessoas activas e combater o isolamento típico destas faixas etárias. «Há grupos de pessoas predominan-temente domésticas que nunca tiveram oportunidade de passear, de ir ao teatro, de pintar, de ter informática, e procuram a universidade com esse sentido, de fazer coisas que nunca fizeram antes.»

Uma rede sempreem crescimentoO projecto da RUTIS ar-rancou em 2001 e, na altu-ra, apenas a população de Lisboa e Porto tinha acesso às Universidades Seniores.

CMaria do Céu Portugal, 62 anos

Há quanto tempo frequenta as aulas aqui?Este é o segundo ano.Porque decidiu inscrever-se?Para não estar parada, para conviver, para aprender.E o que fazia antes?Era técnica de laboratório.E o que é que os seus familiares acharam de vir para

Acharam bem. (risos)O que é que gosta mais aqui?Gosto de Pintura, gosto de História de Lisboa e da Ginástica.E acha que é importante haver estas actividades?É muito importante. Tanto pelo convívio como por aquilo que se vai aprendendo. Como a minha área de estudos era muito específica, com Química e Matemática, muitas disciplinas como História de Arte ou Pintura passaram-me ao lado. E agora nesta universidade tenho oportunidade de aprender sobre essas matérias. É mais cultura geral, portanto estou a gostar muito.

MMaria Graciosa Martins, 60 anos

Há quanto tempo frequenta as aulas aqui?Há dois anos.Porque decidiu inscrever-se?Porque uma amiga disse que estava a gostar muito e eu vim também. E gosto.E o que fazia antes?Estava a trabalhar em contabilidade.O que é que gosta mais aqui?Gosto muito de Ginástica e Informática.E acha que é importante haver estas actividades?Acho importantíssimo. Para ocupar o tempo e a mente.

OUNIVERSIDADES SENIORES Maiores de 50 anos optam por voltar à escola para recuperar o tempo perdidoOOndE EstãO As UnivErsidAdEs sEniOrEs?

De Norte a Sul do País. Desde Viana do Castelo, passando pelo Porto, Aveiro, Coimbra, Lisboa, Santarém, Portalegre, Setúbal, Évora, Beja e Faro. Procure aquela que está mais próxima da sua área de residência em www.rutis.pt.

Luís Jacob, presidente da RUTIS

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[email protected]

Neste momento contam-se 170 escolas em todo o País, desde os grandes centros urbanos, passando por zo-nas mais rurais como Pe-namacor, Borba ou Ilha do Pico na Região Autónoma da Madeira. Há cerca de 35 mil alunos e 80 por cento das pessoas que frequen-tam estas universidades são mulheres entre os 60 e os 80 anos. Mas o presidente da RUTIS diz que a aluna mais velha tem 96 anos e, no que diz respeito às habilitações, a população é extremamen-te heterógenea. «Este é um projecto claramente transna-cional. Tem mais a ver com as habilitações das pessoas do que propriamente com o sítio onde estão. A maioria terá a antiga 4.ª classe ou o 5.º ano de escolaridade, mas há pessoas que têm desde a 4.ª classe até ao doutoramento.»

Combater o isolamento e dar conhecimento são os principais objectivos das universidades seniores, que estão espalhadas um pouco por todo o País. De Norte a Sul, nas grandes cidades ou nas aldeias, pessoas com mais de 50 anos encontram nestas escolas uma porta aberta para o mundo com actividades que nunca antes tiveram oportunidade de desenvolver. Texto: Andreia Arenga

a escola novamente?

‘‘PPrograma Lado a lado, em Coimbra

Se conhece alguém que vive em Coimbra e que poderá estar interessado, não hesite em pedir mais informações junto da Direcção Geral da Acção Social Académica de Coimbra, através do telefone 239 410 400, ou ainda junto do Centro de Acolhimento João Paulo II, através do número 239 404 483.

Programa Aconchego, no Porto

Sabia que o Programa Aconchego foi distinguido, em Novembro passado, com o prémio ‘This is European Social Innovation’? Das 100 candidaturas iniciais, foram escolhidas pela Euclid Network, em parceria com a Co-missão Europeia, a Social Innovation Exchange e o Bilbao Social Innovation Park, 10 projectos de 23 países que são exemplo de iniciativas sociais e solidárias inovadoras.Se está interessado em obter mais informações sobre o Programa Aconchego pode contactar a Fundação Porto Social, através do telefone 225 899 260, e a Federação Académica do Porto, pelo telefone 226 076 370.

Segunda-feira, 14 de Março de 2011 | Mundo Universitário Sénior

Vivo com um estudante e gosto

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entreajuda

Mafalda Guedes tem 21 anos e Maria José 87. Ambas

moram na mesma casa no Porto desde Setembro de 2010, graças ao Programa Aconchego, e nem uma nem outra se imagina a vol-tar a viver sozinha depois desta espécie de ‘amor à primeira vista’. «Gosto mui-to da Maria José, porque é uma espécie de avó, mas também amiga. Fazemos limpezas juntas, cozinha-mos o almoço juntas, vemos os mesmos programas de TV juntas e se tenho algum problema sei que posso de-sabafar com ela», diz Mafal-da Guedes, aluna do Curso de Solicitadoria no Instituto Superior da Maia (ISMAI) e natural de Santa Marta de Penaguião, Vila Real. A diferença de idades, nem se dá por ela, acrescenta a estudante. «Eu e a Maria José já fomos ver concertos de rock juntas e, recente-mente, vimos ‘O Turista’, o

filme em que entra o Johnny Depp e a Angelina Jolie e ela gostou muito! (risos)», contou Mafalda, acrescen-tando que esta experiência tem sido muito enriquece-dora para ela, já que poupa dinheiro com a habitação e os pais até ficam mais des-cansados, porque ela não vive sozinha. Para Maria José, a expe-riência também não podia estar a ser melhor, ou não fosse já o quarto ano a ter jo-vens lá em casa. «Soube do Programa Aconchego atra-vés de uma amiga, que me disse que eu podia deixar de viver sozinha se fizesse como ela e aderisse à inicia-tiva. A Mafalda é já a quarta pessoa que tenho comigo, porque os estudantes che-gam, vão para ERASMUS, formam-se e depois vão embora. Mas enquanto cá estão são a melhor compa-nhia que se pode ter. Já não me imagino a voltar a viver sozinha.»

Troca vantajosaDesde 2004, ano em que começou a dar os primeiros passos, o Programa Acon-chego já juntou mais de 40 outros pares bem-sucedidos de jovens/seniores na Cida-de Invicta. Esta iniciativa da Câmara Municipal do Porto, desenvolvida em parceria com a Fundação Porto So-cial e a Federação Acadé-mica do Porto assenta numa perspectiva inter-geracional, onde o sénior disponibiliza casa ao estudante e o es-tudante contribui, através da sua companhia, para a diminuição do sentimento de solidão e de isolamento do sénior. «Aconselho vi-vamente esta experiência a todas as pessoas de idade que se sintam sozinhas. Te-nho conhecido jovens muito educados, cultos e sérios e é com eles que tenho dividi-do a minha vida nos últimos anos, sem que se perca a privacidade de cada um», refere Maria José.

Se ficou interessado de-pois de ler esta história real, saiba que podem aderir ao programa seniores com mais de 60 anos residentes no concelho do Porto que vivam sozinhos ou com o cônjuge e com condições na sua casa para o acolhimen-to de um estudante. Quanto aos candidatos, estes serão obrigatoriamente estudan-tes do ensino superior, com idade entre os 18 e 35 anos, não residentes no concelho do Porto e que anseiem por uma troca de experiências entre gerações, ao mesmo tempo que poupam dinheiro na renda da casa.

Em Coimbra, Lado a ladoCom objectivos semelhan-tes, é em Coimbra, cidade dos estudantes por tradição, que podemos encontrar o Projecto Lado a lado, cujo mote solidário é ‘Ajudar e ser ajudado’. A iniciativa, que vai já no seu terceiro ano de existência, é uma

SOLIDARIEDADE. Dar alojamento em troca de ajuda e companhia

Tem dias em que as paredes lá de casa lhe pesam mais do que os anos? Gostava de ter alguém com quem falar sobre tudo e nada em particular? Alguém que lhe aviasse a receita médica, que o levasse ao cinema, que lhe regasse as plantas ou que lhe fizesse apenas companhia à hora de jantar? Com os programas Aconchego e Lado a lado poderá beneficiar da companhia e da ajuda de estudantes universitários sem ter de pagar nada por isso. Texto: Bruna Pereira

versão do Programa Acon-chego moldada ao contexto demográfico coimbrão e pre-tende ser «um compromisso inter-geracional, no qual um estudante universitário recebe alojamento grátis, em troca de acompanha-mento diário a um idoso.» O projecto recebe qualquer estudante da Universidade de Coimbra que seja des-locado, com comprovadas carências económicas e com aproveitamento esco-lar, disposto a apoiar um idoso nas mais variadas tarefas, desde ir ao super-mercado, até acompanhá--lo a uma consulta médica. Se está a ler este artigo e já fez cara de desconfiado, tenha calma, porque como explica Francisco José Guerra, coordenador-geral do Pelouro da Acção Social Académica de Coimbra, este processo de recrutamento e selecção dos alunos é bas-tante demorado, minucioso e conta com a colaboração do

Centro de Acolhimento João Paulo II, enquanto intermedi-ário com os seniores. «A As-sociação Académica explica as condições aos alunos in-teressados e encaminha-os para o Centro João Paulo II, onde passam por um acom-panhamento psicológico de forma a perceber se são ou não compatíveis com os idosos interessados em fazer parte do programa.» O que se procura é «um ca-samento perfeito», garante Francisco José Guerra, pois mais do que um encontro inter-geracional, o Projecto Lado a lado é uma lição de vida. «Muitos idosos do pro-jecto foram estudantes de Coimbra em tempos e sabem muitas coisas sobre como era a cidade na época. Gostam de partilhar essas memórias e são muito carinhosos. Os estudantes aprendem com eles coisas que não estão nos currículos académicos e que são uma mais-valia pes-soal sem preço.»

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enquanto cá estão são a melhor companhia

que se pode ter.Maria José, 87 anos

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Mundo Universitário Sénior| Segunda-feira, 14 de Março de 2011

O mercado das danças

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lazer

Nos dias de baile não há peixeiras a apregoar o peixe mais fresco ou a couve mais tenra, nem se ouve o burburinho dos fregueses. Ouve-se, sim, a música ao vivo que incentiva a dar uns pezinhos de dança. O Mercado da Ribeira, no Cais do Sodré, tem-se enchido para os bailaricos de outrora, servindo de convívio, passatempo ou mesmo terapia.

Uma sala ampla aco-lhe os muitos dan-çarinos que decidi-

ram vir até à Ribeira. Todas as quartas, sextas, sába-dos, domingos e feriados há baile. E não há melhor desculpa para sair de casa. Deslizam leves e soltos, conversam, fazem amigos, cantam e convivem como se o tempo tivesse parado numa tarde de mil novecen-tos e troca o passo quando ainda eram jovens.

Dançar e namorarIrene, 73 anos, e Antero Cardoso, 76 anos, po-diam ser a Rita peixeira e o Chico pescador que Amália Rodrigues cantava. A história é mais ou menos semelhante. Namoriscavam de formas diversas, dois caixotes de sardinha, dois dedos de conversa. E foi assim que conheceram

o baile. Ainda são «do tem-po em que esta sala só abria aos fins-de-semana.» Sempre gostaram de dan-çar, namoravam ao som das melodias e dizem que esse é o segredo de um ca-samento sem ‘zaragatas’. É isso que os faz vir to-das as semanas ao baile do Mercado da Ribeira. Isso, e o facto de se en-contrarem com os amigos que já fizeram por lá e com quem partilham estas ma-tinés. «É o que mais gos-tamos de fazer nesta altura da vida. Dançar, comunicar com o corpo um do outro e observar os nossos ami-gos que também dançam bem.» Dizem que o con-vívio é do melhor e já não passam sem ir ao baile. «Incentivamo-nos um ao outro para virmos e termos uma tarde diferente. Se não viermos já nem é a mesma

coisa. Até procuramos um lugar todos juntos porque gostamos da presença das pessoas.» Antero confessa que a ideia está aprovada pela médica de família que lhe diz para «não parar porque movimentarmo-nos ao som das músicas faz-nos muito bem.» Não são dançarinos profissionais e nem pre-tendem sê-lo. «Fazemos o que gostamos e a mais não somos obrigados. O tango é o nosso favorito.»Irene faz um convite a to-dos os que nos estão a ler: «venham conviver, gozar a vida, conhecer pessoas e conversar. Não fiquem dentro de casa, porque para isso já basta o resto dos dias.»

Espantar as tristezasOs grupos musicais variam. Há músicas de diferentes gé-

neros para agradar a todos. Se quer dançar e não tem par, não é preciso chamar o Antó-nio. É esperar que um qual-quer cavalheiro com este ou outro nome venha ter consigo e a convide para um pezinho de dança. São muitas as se-nhoras que estão sentadas à conversa com as amigas e outras que até dançam sozinhas. Foi assim que en-contrámos Olinda Leite, 75 anos. Só há três anos é que soube dos bailes no Cais do Sodré; veio ao primei-ro e desde então não falha nenhum. «Sou viúva, tenho uma família enorme, mas os meus filhos estão espalha-dos e esta foi a forma que eu encontrei para combater a solidão.» Já fez muitas ami-gas: «há muitas senhoras viúvas que também vão ao baile. Elas conversam muito comigo e quando não venho elas estranham logo e até

telefonam para minha casa a perguntar o que é que se passa.» Quando querem dançam umas com as outras e ou- tras vezes dançam sozi-nhas. «Não danço com homens. Os homens que cá vêm e costumam vir ter comigo já sabem», diz Olin-da, recordando a primeira vez que foi ao baile. «Vinha de kispo vestido, encostei- -me à parede e fiquei a ver. Depois vieram-me buscar para dançar e a partir daí fi-quei mais à vontade.» Já gostava de o fazer quan-do era mais nova mas cedo deixou bailar. «Um dos meus maridos não gostava de dançar e o outro que-ria ir aos bailes sozinho. Eu ficava em casa. Agora, eles os dois já morreram e eu estou a viver a minha vida. Os meus filhos sabem e apoiam-me porque es-

tou a fazer o que eu gosto. Venho aqui para esque-cer tudo o que me chateia durante a semana e aliviar o stress.»

Tempo bem passadoA festa na Ribeira não é só para quem gosta de dançar. Entre um e ou-tro pé de dança pode ir ao bar pesticar um sal-gadinho e matar a sede. Há lugar para todos, in-cluindo os pés de chumbo. Que o diga Alberto João, de 58 anos, que decidiu vir aos bailes por «sim- ples distracção, para con-viver com as pessoas, be- ber uma imperial e passar o tempo.» Considera que a iniciativa «é saudável, uma forma de descontrair e não pensar nos proble- mas.» E além disso ainda «é uma forma económica de nos divertirmos.»

F

AcTiviDADE bArATA E sAuDávEl

Licínio de Carvalho, responsável pelos bailes no Mercado da Ribeira, afirma que o sucesso da iniciativa se deve «à localização central, à forma como é gerida, à amplitude do espaço e à arte de bem acolher.» O público está, maioritariamente, acima dos 50 anos. «É um espaço de convívio, um ponto de encontro para pessoas que estão muito sós e isoladas em casa. Vêm aqui, fazem o seu lanche de aniversário com os seus amigos e conhecidos e combatem à solidão. E, até mesmo do ponto de vista da saúde, é um óptimo exercício físico e faz-lhes muito bem dançar.» Os preços são convidativos. «Durante os dias de semana são 2,50 euros, aos sábados 3 euros e aos domingos 3,50 euros.»

FEcho AnunciADo

Infelizmente, por estes dias o Mercado da Ribeira vai fechar portas. «A Câmara Municipal de Lisboa promoveu um concurso público para a concessão do piso superior do mercado e naturalmente vão fazer-se obras no espaço para o adaptar aos novos pro-jectos que aí vêm.» Os bailes vão funcionar até ao final de Março, todas as quartas, sextas, sábados, domingos e feriados das 15h00 às 19h00. Depois dessa data «ain-da não se sabe o que vai acontecer. A intenção é reabrir os bailes da ribeira noutro espaço próximo, mas ainda não sabemos qual é.» Licínio de Carvalho garante que a alteração será devidamente anunciada.

MATINÉ. Fomos espreitar os bailes do mercado da Ribeira, em Lisboa

Texto: Magda Valente

Incentivamo-nos um ao outro para virmos

e termos uma tarde diferente. Se não viermos já nem é a mesma coisa.

Irene Cardoso, 73 anos

©Mónica Moitas

conTAcTos úTEis

Segunda-feira, 14 de Março de 2011 | Mundo Universitário Sénior | 09

deSporto

CConCeição de SouSa Pereira 65 anoS

Há muitos anos que, sempre que pode, faz caminhadas com o ma-rido na Serra do Gerês, Serra da Cabreira ou na Serra Amarela. Costumam ficar entre 15 a 20 dias, caminhan-do dia sim, dia não, ou fazendo percursos mais curtos todos os dias. Quando não estão a res-pirar o ar da serra, optam por fazer caminhadas à beira-mar. «Gostamos mais da Serra por causa das subidas, mas não só. Assim os nossos cães também podem correr à vontade. E enquanto tiver forças vou continuar.»

Maria JoSé PonteS, 68 anoS

Engenheira química reformada, pratica ioga numa escola na zona da Foz, no Porto. «Comecei a fazer exercício há quatro anos pela primeira vez na minha vida. Tive necessi-dade, porque senti a minha postura com algumas incorrec-ções. Escolhi o ioga porque não queria modalidades mais violentas. O que faço é mais interiorizado, faz-se exercício, mas com controlo de respiração.»

Exercício depois dos 60 anos

o aquecimentoSe está destreinado, não convém atirar-se ao exercí-cio como se não houvesse amanhã. Primeiro precisa de uma fase de aquecimento, de cinco a dez minutos, estican-do suavemente os músculos e respirar fundo, fazendo ligeiras flexões. Assim não corre tanto risco de se lesio-nar. Movimentos circulares com os braços, rotação de ombros e cabeça e exercícios de respiração podem ser fei-tos em casa. E fica mais uma sugestão para o dia-a-dia: todos os dias ao acordar… espreguice-se!

determine o ritmo cardíacoPara calcular o ritmo cardíaco adequado ao exercício físico subtraia a idade a 220 e mul-

tiplique o resultado por 0,65. Para saber o seu ritmo cardí-aco actual é só medir as ‘bpm’ (batidas por minuto) no pulso ou pescoço. Conte as pulsa-ções durante dez segundos e multiplique por seis.

Caminhadas, para que vos queroTodos sabemos que o sol a bater num banco do jardim é sempre um excelente convi-te para nos sentarmos. E que tal primeiro dar umas voltas ao jardim? As caminhadas são um dos exercícios mais recomendados, até porque se adaptam com mais facili-dade à condição física de cada um, e pode andar com o seu próprio tempo e veloci-dade. Uma coisa é fundamen-tal: ter calçado adequado.

Caminhar não exercita ape-nas as pernas. Costas e abdo-minais são também usados, além de melhorar a circulação sanguínea e aumentar o equi-líbrio. Em termos psicológicos é uma excelente ajuda. Um bom passeio alivia o stress enquanto se observa o meio ambiente.

os benefícios do iogaSabia que a quantidade de oxigénio que respiramos nor-malmente ocupa apenas um quarto da capacidade pulmo-nar? Na prática do ioga são levados a cabo uma série de exercícios respiratórios que aumentam a circulação de oxigénio nos vasos san-guíneos. É importante respi-rar pelo nariz e expirar pela boca, libertando maior quan-

tidade de dióxido de carbono do corpo. O ioga é benéfico também para a melhoria da mobilidade das articulações e traz a vantagem de traba-lhar a meditação. Há cada vez mais locais onde pode encontrar ioga direccionado para a terceira idade.

Meter água é bomPode, também, optar pela natação ou pela hidroginás-tica. Quando estamos dentro de água o nosso corpo fica mais leve, tirando muito peso das costas, braços e pernas. Também aqui há cada vez mais oferta direccionada, no sentido de exercício de manutenção e prevenção de doenças, num ambien-te normalmente agradável. Ao contrário do ioga, este tipo

de ginástica tem um impacto menos elevado nas articula-ções, apesar de as trabalhar, e reforça o sistema cardio-vascular.

e dançar, porque não?Não precisa de ser um grande bailarino, mas a dança aque-ce o corpo e o espírito e isso parece suficiente. Da dança rítmica à dança de salão, es-timula o corpo e permite me-lhorar o equilíbrio, bem como a coordenação motora. Além disso, pode sempre transpor-tar o que aprendeu para fora das aulas quando for dar um pezinho de dança ao bailari-co mais próximo. Ou mesmo, quem sabe, participar na Gala de Dança Sénior, organizada pela Universidade Sénior da Nazaré.

Texto: Renata Lobo

FAÇA DESPORTO. Mexer-se um pouco todos os dias só lhe vai fazer bem à saúde e ao espírito

Quem disse que a idade é incompatível com o exercício físico? Não só pode fazer desporto, como deve! Claro que, adaptando sempre a sua condição física à actividade escolhida, e sempre com a supervisão de especialistas do desporto, fisioterapeutas e médicos. A par de uma boa alimentação, o exercício físico é fundamental para combater a falta de energia e ter maior qualidade de vida. Nunca é tarde para começar.

BeneFÍCioS do eXerCÍCio FÍSiCo rui BarroSinStrutor da Cadeia WoManFit www.womanfit.pt

Os benefícios de um estilo de vida fisicamente activo incluem uma redução da incidência de diversos tipos de doenças, nomeadamente as doenças vasculares, a diabetes, a obesidade e a osteoporose. Além disso, são vários os benefícios psicológicos e sociais inerentes à prática de actividades físicas e desportivas. Está cien-tificamente provado que quando associada a uma boa condição cardiorespiratória, a actividade física verifica uma diminuição da taxa de mortalidade. No entanto, para se obterem os efeitos benéficos descritos é necessário que a actividade física seja praticada de forma regular.

Cuidados a seguirAntes de iniciar qualquer modalidade existente no fitness, desenhadas para alcançar os objectivos desejados, é necessário que tenha em conta o seu estado de saú-de e condição física. Através de uma avaliação funcional de qualidade, os treinadores recolhem dados que serão fundamentais na prescrição das actividades indicadas e adequadas para o objectivo pretendido. Numa avalia-ção séria e cuidada, é necessário medir a pressão arte-rial, medir o Vo2 máx, medir a percentagem de massa gorda para cruzar com o índice de massa corporal, medir os perímetros, a força e flexibilidade. Só através da reco-lha destes dados é possível orientar para um exercício adaptado ao seu estado de condição física e ajudá-lo a melhorar a sua qualidade de vida, dando mais vida aos seus anos. Se os leitores estiverem em algum ginásio que não siga este procedimento, ‘desconfie’, ou só por mero acaso conseguirá atingir os seus objectivos!

Mundo Universitário Sénior | Segunda-feira, 14 de Março de 2011 10|

Apetite

Comida sã para corpo sãoA prática de uma alimentação saudável é essencial em qualquer etapa da vida. O que propomos hoje é que troque a sua ida à farmácia por uma ida ao mercado, feira ou supermecado mais próximo. Conheça, a seguir, alguns dos melhores aliados da sua saúde e faça dos seus alimentos os seus medicamentos.

Texto: Magda Valente

TOMATE

É uma boa fonte de vitaminas A,B e C e de sais mine-rais como o fósforo, ferro, potássio e magnésio. Entre alguns dos seus benefícios destaca-se o facto de ser um excelente revigorante do organismo e purificador do sangue. Ajuda a prevenir doenças do fígado, do estômago, cancro da próstata, a controlar a tensão e as contracções musculares. Rico em licopeno, ajuda a prevenir doenças cardiovasculares. O licopeno é uma substância lipossolúvel que é melhor absorvida quando cozinhada com o azeite. É um alimento de baixo teor calórico e deve ser consumido diariamente.

MAÇÃ

É um fruto que, que além de saboroso, é muito rico nutri-cionalmente. As vitaminas do complexo B regulam o sistema nervoso e o aparelho digestivo. O seu consu-mo é recomendado a quem tenha problemas intestinais, obesidade, reumatismo, diabetes e patologias nervosas, devendo ser feito com o aproveitamento da casca, em que se encontra a maioria das vitaminas e minerais. Contém ainda fibras solúveis que facilitam a eliminação de toxinas juntamente com as fezes, ajudando a manter os níveis de colesterol.

ANANÁS

Contém uma poderosa enzima, a bromelina, que facilita a digestão. Actua como anti-inflamatório, antialérgico, antibiótico e antitumoral, além de ajudar na recuperação de doenças cardiovasculares. Destaca-se, ainda, o seu conteúdo em potássio, magnésio e vitamina C, que lhe confere uma acção antioxidante. É um forte aliado em patologias em que exista dor, inflamação (doenças reumáticas, dores osteoarticulares e musculares) e edema. É, ainda, importante em patologias respirató-rias como sinusite, asma, rinite e bronquite crónica.

ESPINAFRES

São um excelente antioxidante. Fortalecem o sistema imunitário, auxiliam no combate às infecções e neutrali-zam as toxinas presentes no organismo, como o stress, o tabaco e a automedicação. A par com os lacticínios (leite e derivados) e outros vegetais verde escuro (os bróculos) são dos mais fortes aliados na prevenção da osteoporose uma vez que são ricos em cálcio. Con-tribuem também para a redução do risco de doenças cardíacas e de enfarte, bem como algumas formas de cancro, sobretudo de estômago e da pele. Alivia os sintomas de prisão de ventre. É um alimento especial para o sistema nervoso e para o cérebro, ajudando a combater a fadiga prolongada.

CONSElhOS DRA. TERESA ANDRADENuTRICIONISTA

• Nesta fase da vida deve fazer uma alimentação menos calórica e mais rica nutricionalmente;

• As refeições devem ser pouco abundantes e repar-tidas em intervalos de cerca de três horas para não sobrecarregar demasiado o estômago;

• Confeccione as refeições de forma a facilitarem a mastigação. Pode optar por alimentos alimentos cozidos, picados ou ralados;

• Como o apetite tende a diminuir, é importante que a refeição seja atractiva em termos de paladar e consis-tência. Experimente usar ervas aromáticas, especiarias ou sumo de limão;

• Procure consumir alimentos ricos em fibra que asse-guram um bom funcionamento intestinal, auxiliam na prevenção e tratamento do colesterol;

• Coma duas a três peças de fruta por dia;

• Ingerir leite e derivados diariamente já que as neces-sidades de cálcio e vitamina D são superiores nesta idade;

• Faça exercício físico. Pode caminhar, dançar, fazer hidroginástica ou alongamentos.

FEIJÃO

É uma importante fonte de proteína e fibra solúvel, que pode ajudar a baixar os níveis de colesterol e a evitar a prisão de ventre. Rico em ferro, tem um papel crucial na produção de energia, no sistema imunitário e no transporte de oxigénio no organismo. É um alimento que tem um índice glicémico muito reduzido, ou seja, os seus açúcares são libertados mais lentamente para a corrente sanguínea. Esta é uma característica espe-cialmente benéfica para diabéticos ou para pessoas em risco de desenvolver diabetes.

PEIXE

Uma fonte rica em proteínas, ferro e outros minerais. Contém ómega 3, um ácido gordo que, não sendo produzido pelo organismo, precisa de ser obtido através dos alimentos. Está presente em peixes de água fria como o salmão, atum, sardinha, e revela-se fundamen-tal para o bom funcionamento do coração: aumenta o HDL, o colesterol bom, prevenindo enfartes, derrames e aterosclerose. Além disso diminui o risco de doenças degenerativas do cérebro como o Alzheimer e o nível de insulina, impedindo o desenvolvimento da diabetes. Reduz a celulite e ajuda a aliviar diversos problemas de pele como a psoríase, eczema, e dermatites. O consu-mo regular de peixe ajuda à boa coagulação do sangue, protegendo o organismo de inflamações.

ÁGuA, ESSA GRANDE AlIADA

À medida que a idade avança, a sensação de sede diminui, contribuindo para um estado de desidratação comum e frequente na 3.ª idade. Nesta fase da vida as reservas hídricas são menores e o funcionamento dos rins menos eficiente. Desta forma, oconsumo adequado de líquidos previne um conjunto de problemas de saúde. Existe uma grande variedade de bebidas disponíveis para além da água: chá, infusões, sumos de fruta, leite e sopa, para além do consumo de alimentos ricos em água tais como os hortícolos frescos, fruta, queijo fresco e os iogurtes. Manter-se hidratado previne e evita as infecções urinárias, pedras nos rins, pedra na vesícula e doenças respiratórias. A recomendação média de 1,5 litros de água por dia é válida também para esta idade.

ARROZ INTEGRAl

Este tipo de arroz é uma fonte de proteínas, hidratos de carbono e fibra. Mais saudável do que o comum arroz branco. A sua casca contém propriedades benéficas na redução dos níveis de colesterol sanguíneo. O seu con-sumo é importante para o bom estado psíquico e físico devido ao seu elevado teor energético. É desintoxicante e ajuda a regular as funções intestinais, aumentando a qualidade sanguínea, a resistência orgânica e o sis-tema imunológico. É aconselhado na recuperação da mucosa intestinal aquando de alterações por diarreia e gastrenterites, por exemplo.

Segunda-feira, 14 de Março de 2011 | Mundo Universitário Sénior | 11

culturaA Primavera já chegou e com ela chegaram também os dias mais longos, as temperaturas mais amenas e o canto dos pássaros. Para o ajudar a melhor aproveitar a beleza desta estação do ano, escolhemos quatro discos e quatro livros para apreciar enquanto as andorinhas fazem o ninho debaixo da varanda.

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Cristina BranCo não Há só tangos em Paris

Com uma carreira de sucesso lá fora, Cristina Branco só mais recentemente viu reconhecida a beleza da sua voz em Por-

tugal. ‘Não Há Só Tangos em Paris’ é o nome do seu novo disco, em que cruza o fado com tango, mostrando

que é mais aquilo que os une do que aquilo que os sepa-ra. Para conseguir esse cruzamento, convocou escrito-

res como Manuela de Freitas, António Lobo Antunes ou Carlos Tê. Na parte musical conta com composições de Mário Laginha, Pedro da Silva Martins (Deolinda), entre

outros.

mariza Fado tradiCional

Depois de algumas experiências de fusão do fado com outras sonoridades, Mariza

volta às composições tradicionais da canção portuguesa. Esse regresso às raízes resulta num

disco mais despojado, em que a voz e a guitarra portu-guesa assumem o protagonismo. Mariza, essa, mostra-

se ao seu melhor nível, em interpretações muito suas de fados que outrora foram cantados por outros.

márCia dá

O nome singelo casa na perfeição com a voz também ela singela e cristalina de Márcia, uma revelação da música portu-guesa que muito merece a nossa atenção. Canta, toca

viola e escreve letras inteligentes, demonstrando domínio perfeito da arte da canção. Tem aquela rara qualidade

de nos fazer sentir confortáveis ao ouvi-la pela primeira vez, como se já a conhecêssemos bem. ‘Dá’ é um disco

para ouvir sentado no cadeirão enquanto anoitece lá fora.

Carlos do CarmoBernardo sassetti

Quando dois músicos geniais de dife-rentes gerações se encontram em disco,

nem sempre o resultado corresponde às expectativas geradas. A história está

recheada de exemplos que o comprovam, mas este encontro entre o veterano Carlos do Carmo e Bernardo Sassetti não é um desses exemplos. O cantor e o pia-

nista revisitam alguns clássicos, celebrizados por nomes como Sérgio Godinho, Zeca Afonso ou Leo Ferre. A voz de Carlos do Carmo junta-se ao delicado piano de Sas-

setti, num ambiente intimista que apetece ouvir vezes sem conta.

mÚsiCa liVrosalexandra luCas CoelHo Caderno aFegãoA editora Tinta-da-China tem vindo a ga-nhar o seu espaço no panorama editorial graças à excelência do seu catálogo. Uma das colecções que mais tem contribuído para esse reconhecimento é a colecção de literatura de viagens, em que se inclui

a obra de Alexandra Lucas Coelho, jornalista, que escre-veu várias reportagens sobre o médio-oriente para o jornal Público. ‘Caderno Afegão’ é baseado nessas reportagens. Um importante documento para melhor compreender o Médio Oriente, as várias culturas e as tensões existentes. Obrigatório.

isaBel Freireamor e sexo no temPo de salazarO Antigo Regime foi alicerçado num ideal de família e de valores morais que trans-formava em tabu tudo o que se relacionas-se com o amor, com corpo e com o sexo. Isabel Freire desmistifica algumas ideias

que ainda perduram, com o recurso ao depoimento de 12 homens e mulheres que viveram aquele tempo. Uma obra rigorosa, mas acessível a todos, que ajuda a perceber não só como era o amor e o sexo no tempo de Salazar, mas também o papel da mulher na sociedade.

aida gomes os Pretos de PousaFloresAida Gomes é uma angolana que se es-treia na escrita com este romance que con-ta a história de Silvério, que aos 18 anos partiu para Angola em busca de uma vida melhor. Passados 40 anos, a guerra civil explode em Angola e Silvério vê-se obriga-

do a regressar à aldeia portuguesa de Pousaflores com os seus três filhos. Com o coração em Angola, Silvério e os filhos têm que aguentar as desconfianças de uma aldeia beata e pouco habituada a lidar com a diferença. Ao mes-mo tempo divertido e profundo, ‘Os Pretos de Pousaflores’ é um romance sobre a memória colonial.

nigella lawson delíCias da nigellaQuem já assistiu aos programas televisi-vos de Nigella Lawson sabe que a inglesa não complica a arte de cozinhar. Descom-prometida e divertida, Nigella reinventa receitas tradicionais de forma inovadora e

apetitosa. ‘Delícias da Nigella’ está dividido em secções como Pequenos-Almoços Tardios ou Jantares diante da TV. Perfeito para todos aqueles que gostam de se divertir a cozinhar e de saborear refeições e sobremesas irresis-tíveis.

Dina isabelDirectora de antena

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Os seniores de hoje têm agenda, viajam, vão ao teatro,

fazem exercício.

APRENDER TODOS OS DIASA Rádio Sim transformou as nossas vidas desde há mais de dois anos a esta parte. Mas mudou principalmente a nossa forma de olhar para as pessoas mais velhas.Definitivamente, os seniores de hoje não se con-tentam com uma vida inactiva que os empurra para um canto sem possibilidade de intervir socialmente. São homens e mulheres com uma qualidade de vida bastante considerável e disponíveis para tomar as rédeas do seu tempo livre. As Universidades Seniores são disso um bom exemplo. Crescem em número e em qualidade. Despertam interesse nas mais diversas áreas: da informática às línguas, da literatura à músi-ca, dos trabalhos manuais à História.Em Ano Europeu do Voluntariado é bom lembrar que muitos dos voluntários que prestam serviço e apoio ao próximo são seniores.O nosso site (www.radiosim.pt) e a nossa página do Facebook têm uma adesão acima do inicialmente expectável. As nossas actividades (concertos e chás dançantes) esgotam com facilidade. Os seniores de hoje têm agenda, viajam, vão ao teatro, fazem exercí-cio e interpelam cada vez mais o mercado.O Censos deste ano comprovará certamente o aumento de cidadãos portugueses acima dos 50 anos. Se neste momento são mais de 30 por cento da população (com dados de há 10 anos) o número aumentará seguramente.A Rádio Sim, a mais jovem rádio do grupo r/com renascença comunicação multimédia acredita nisso, melhor, sabe disso! Trabalhamos com orgulho para um público cada vez mais vasto. Tocamos a música que marcou esta geração. Fazemos rádio com tempo, sem correrias, com espaço para ouvir e conversar. Fazemos uma rádio positiva, que cria laços, que informa e que distrai.Os nossos ouvintes são cada vez mais exigentes, que bom! A exigência deles motiva-nos e surpreende--nos. Tal como em qualquer Universidade Sénior… Aprendemos todos os dias!É por isso que somos a Rádio Sim.

Texto: Emanuel Amorim

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