Morango - Framboesa
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DI VULGAO AGRO 55 6
Novembr o , 2007
Ed io no m bi to do Pro j ecto PO AGRO DE& D N 556 Divers i f i cao da p rodu o f r u t co la com novas espciese tecno log ias que assegurem a qua l idade agro-a l im entar
Coordenao:
Pedro Brs de O li ve i ra ( I NRB / ex -EAN/ DPA)Com posio e Gra f ism o: Franc i sco Bar r e to ( I NRB / ex -EAN/ DPA)
I m presso e Encadernao: I N RB / e x - EA N/ D PA
T iragem - 50 exem p la res imp r essos100 exemp la res em fo rm a to d ig i ta l
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SEQUNCI A CULTURALMORANGO/ FRAMBOESA
Produo p recoce de mor ango
Folhas de Divulgao AGRO 556N 9
Autor: Pedro Brs de Oliveira (INRB / ex-EAN/DPA)
Co-autores: Ana Rita Albuquerque (ISA / INRB) Jacinta Campo (INRB / ex-EAN/DPA) Cristina Moniz Oliveira (ISA)
Responsvel pelos ensaios no campo: Anabela Reis Silva (INRB / HEF)
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Sequnc ia cu l tu ra l morango / f ram boesa
Produo p r ecoce de m orango
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n d i c e
pg .
1 I n t r o d u o ........................................................................... 3
2 Mate r i a l e M todos .............................................................. 5
2.1 Localizao do ensaio .............................................................. 5
2.2 Rega e fertilizao .................................................................. 5
2.3 Proteco fitossanitria ............................................................ 6
2.4 Caracterizao do material vegetal ............................................ 6
2.5 Descrio das tcnicas culturais ................................................ 10
2.5.1 Produo no solo .................................................................... 11
2.5.2 Produo em substrato ............................................................ 11
2.6 Preparao das plantas e plantao ........................................... 12
2.7 Delineamento experimental ..................................................... 13
3. Resultados e discusso ............................................................ 14
3.1 Anlise de crescimento e desenvolvimento ................................. 14
3.1.1 Coroas .................................................................................. 14
3.1.2 Folhas ................................................................................... 16
3.1.3 Inflorescncias e flores ............................................................ 18
3.2. Anlise quantitativa da produo .............................................. 20
3.2.1. Produo total ........................................................................ 20
3.2.2. Produo comercial ................................................................. 23
3.3. Anlise qualitativa da produo ................................................ 25
3.3.1. Refugo .................................................................................. 25
3.3.2. Tamanho comercial do fruto ..................................................... 28
4 Concluses .......................................................................... 29
5 Refernc ias b ib l iogr f i cas .................................................... 31
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Produo p r ecoce de m orango
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1 . I n t r o d u o
A contnua reduo do valor pago aos produtores pelos diferentes
produtos horto-frutcolas associada elevada especializao e
intensificao da produo, tornam necessrio o desenvolvimento e a
experimentao de novos sistemas produtivos. A intensificao cultural
tem sido uma das formas utilizada na obteno de maiores
produtividades, quer pelo aumento do nmero de plantas por unidade
de rea ou, pela reduo do ciclo das culturas, factor que permite a
sucesso de diferentes espcies num mesmo local de produo.No mbito do projecto AGRO 556 Diversificao da produo frutcola
com novas espcies e tecnologias que assegurem a qualidade
agroalimentar foi estabelecido um campo de experimentao e
demonstrao com o objectivo de avaliar a intensificao da produo
de duas espcies frutcolas de elevado valor comercial. Assim, foi
estudada a sequncia cultural morango precoce / framboesa tardia em
cultura protegida. O objectivo a atingir foi a maximizao do rendimento
do produtor uma vez que estas so duas culturas bem valorizadas
quando produzidas fora de poca.No sistema proposto a plantao do morangueiro realizada em Janeiro
para um perodo de produo que decorre de Abril a Junho. As plantas
de morangueiro so arrancadas na primeira quinzena de Junho, sendo
de seguida colocadas no campo as plantas de framboesa que produzem
durante os meses de Novembro e Dezembro. No final de Dezembro as
plantas de framboesa so arrancadas para se dar incio nova plantao
de morangueiros (Figura 1).
Figura 1 Sequncia das operaes culturais e do encadeamento dos ciclos de produo
de morango e framboesa[1].
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Em cada fase do ciclo cultural necessrio obedecer de forma precisa ao
calendrio das operaes culturais sendo este um dos factores crticos
deste sistema produtivo. As condies de sanidade do solo so, tambm
elas, um dos factores a ter em ateno dado que o morangueiro e a
framboesa pertencem mesma famlia botnica. Assim tornou-se
indispensvel avaliar a possibilidade e a viabilidade da produo num
sistema sem solo. O ensaio decorreu durante dois anos tendo sido
estudada a viabilidade desta sequncia na cultura em solo e substrato.
No segundo ano de ensaio (2006) foram utilizadas plantas de
morangueiro frescas, provenientes de viveiros de altitude enquanto que
na plantao de framboesa se utilizaram razes congeladas durante um
perodo de seis meses em cmara frigorfica a 2 C.
Nesta folha de divulgao descrita a metodologia e os resultados
obtidos na produo precoce de morango integrado na sequncia
cultural morango / framboesa durante a campanha de 2006[2](Figura 2).
Figura 2 Sequncia das operaes culturais e do encadeamento do ciclo de produo demorango.
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2. Mater ia l e Mt odos
2.1 . Loca l i zao do ensa io
Os ensaios foram realizados na Herdade Experimental da Fataca (HEF),
localizada no concelho de Odemira. Os solos da herdade pertencem a
uma grande mancha de solos podzolizados no hidromrficos. A textura
arenosa com reduzida capacidade de campo, so solos cidos (4,6 a
5,5), com teores de matria orgnica muito baixos (0,4 a 1,0%) ereduzida capacidade de troca catinica[3].
O clima desta regio, situada numa estreita faixa litoral, mesotrmico
hmido, com estao seca no Vero, sendo este pouco quente mas
extenso[4].
2.2 . Rega e fer t i l i zao
A gua que abastece a herdade proveniente da barragem de Santa
Clara, atravs do sistema regado do Mira.
A rega foi efectuada atravs de um sistema de gota-a-gota por T-tape
com emissores de 1 l/h espaados 0,15 m. Para a cultura no solo foram
utilizadas duas fitas dispostas paralelamente ao longo do camalho,
antes da colocao do plstico de cobertura. No caso da produo em
substrato foi utilizada uma fita colocando-a no interior das bolsas,
depois destas estarem sobre a estrutura de suporte metlica e antes da
plantao.
O sistema de fertirrega foi comandado por um programador (AKBARverso 2C99). Foram programadas regas fixas e regas adicionais
sempre que o sumatrio da radiao atingia um determinado valor. No
entanto, o intervalo entre regas, a durao da rega e o nvel de radiao
acumulada para o incio de rega, foram determinados em funo do
sistema de produo. Desta forma pretendeu-se efectuar regas de maior
durao, mas pouco frequentes, na produo no solo e no sistema de
substrato regas mais frequentes de curta durao.
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Para monitorizar a rega no solo foram utilizadas duas sondas(EnviroSCAN) a 0,20 e a 0,40 m de profundidade, introduzindo-se
alteraes na rega sempre que se revelou necessrio.
Os nveis de nutrientes injectados no sistema de rega e o nvel de
condutividade elctrica foram ajustados no decorrer do ciclo de
desenvolvimento da cultura. Os adubos estavam distribudos em quatro
cubas, sendo injectados na gua de rega atravs de venturis de acordo
com a frmula programada.
2 .3 . P ro teco f i t ossan i t r i a
O ensaio foi conduzido segundo as normas de Proteco Integrada.
Foram efectuadas semanalmente observaes aleatrias de plantas
registando a ocorrncia de pragas, doenas e auxiliares. Desta forma foi
possvel averiguar da necessidade de efectuar uma interveno. Foram
realizados tratamentos qumicos, com substncias de sntese e de
origem natural, tratamentos biolgicos e largadas de auxiliares. Todas
as intervenes esto descritas em folha de divulgao prpria[5].
2 .4 . Carac te r i zao do m ate r i a l vege t a l
Foram utilizadas quatro cultivares de morangueiro: Albion, Candonga,
Galxia e Gariguette.
Cul t i var A lb ion
Obtentor: Universidade da Califrnia, USA.
Caractersticas:
Variedade indiferente ao fotoperodo. Planta ligeiramente compacta, mas erecta e vigorosa. Fruto de tamanho grande (aproximadamente 30 g) de forma cnica,boa qualidade e com bom sabor. Cor vermelha forte tanto na epiderme
como na polpa. um fruto firme e com boa capacidade de conservao
(Figura 3).
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relativamente precoce, mas de produo pouco cclica. Apresentauma fraco reduzida de refugo. um fruto que est apto tanto ao
consumo em fresco como indstria.
Relativamente resistente a Verticillium dahliae, Phytophtoracactorum e Colletotrichum acutatum. Quando tratada correctamente
tolerante a Tetranychus urticae, Xanthomonas fragariae e Ramularia
tulasnei.
Pode ser arrancada no viveiro de altitude mais tarde, porque umaplanta indiferente ao fotoperodo. Pode ser armazenada em cmara
frigorfica (1 C) durante 10 a 20 dias, antes da plantao.
Tem tendncia a maior desenvolvimento vegetativo, que se agravacom o excessivo perodo em cmara frigorfica.
Tem um pico de produo na Primavera mas estabiliza no Vero. Aproduo mdia obtida em Watsonville, foi de 2 390 g/planta.
Figura 3 Pormenor de um fruto da cultivar Albion e da planta em cultura
em substrato.
Cu l t i va r Gar i gue t te
Obtentor: INRA, Frana.
Caractersticas:
Planta de dias curtos. Folhagem abundante de cor clara; fololos com reticulado profundo.Flores pentmeras com pednculo fino.
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Fruto bicnico de calibre pequeno (13 a 15 g), de cor vermelho vivo,homogneo, muito brilhante, aqunios salientes, zona sem aqunios
junto do clice, as spalas do clice ficam reviradas, no esto junto do
fruto. Epiderme relativamente resistente, polpa firme de cor vermelho
claro, homognea. Fruto de bom sabor, com acidez forte. Boa a mdia
aptido para conservao, o clice frgil pode ser depreciativo do
aspecto do fruto (Figura 4).
Variedade precoce, com maturao agrupada. Rendimento mdio de400 a 700 g/planta. Colheita fcil.
Medianamente sensvel a Phytophthora cactorum, antracnose dacoroa, odio (na folhagem). Folhagem sensvel ao vento e s
manipulaes. No decorrer da conservao das plantas, pode surgir uma
necrose acastanhada no rizoma, de origem no parasitria.
Figura 4 Pormenor de um fruto da cultivar Gariguette e da planta emcultura em substrato.
Cul t i var Candonga
Obtentor: Plantas de Navarra, S.A., PLANASA, Espanha.
Caractersticas:
Planta de dias curtos. Planta vigorosa e compacta, de folhagem verde escura,especialmente na pgina superior. Bom sistema radicular, resistente a
alguns patognios do solo.
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As flores aparecem ao mesmo nvel da folhagem ou ligeiramenteacima desta, com pednculos unitrios nas primeiras floraes. Plen de
boa qualidade.
Frutos de forma cnica e cor vermelho brilhante. Aqunios situadosna superfcie da epiderme. Epiderme e polpa firmes o que permite uma
boa conservao. Polpa vermelha e aromtica, com nveis elevados de
acar. Sabor e aroma intensos, boa relao acar cido (Figura 5).
No apresenta muitos problemas de deformaes devido a frio oufecundao deficiente. Calibre mdio a grande at ao fim da colheita.
Variedade relativamente precoce. Com plantao recomendada apartir de meados de Outubro.
uma variedade resistente a Botritis e a Odio.
Figura 5 Pormenor de um fruto da cultivar Candonga e da planta emcultura em substrato.
Cul t i var Galx ia
Obtentor: California Giant, Inc., USA.
Caractersticas:
Planta de dias curtos. Os frutos desenvolvem-se no exterior da folhagem. Fruto de tamanho mdio (28 g), de cor vermelho mdio, firme(facilitando a sua conservao), bom para consumo em fresco e para
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indstria. Com forma cnica e pontiaguda e epiderme ligeiramenterugosa (Figura 6).
Produo uniforme e reduzida percentagem de refugo. Podendoatingir 1000 g/planta em termos de produo comercial.
tolerante a Verticillium dahliae, Phytophthora spp., Rhizoctoniafragariae, Pyt hium spp., Sphaerotheca macularis, Mycosphaerella spp. e
Tetr anychus sp.
Figura 6 Pormenor de um fruto da cultivar Galxia e da planta em culturaem substrato.
2.5 . Descr io das tcn icas cu l tu ra is
Os tneis foram montados na HEF expressamente para os ensaios do
projecto AGRO 556, sendo constitudos por quatro baterias de trs
tneis, possuindo cada tnel uma rea de 130 m2. Os tneis foram
cobertos com polietileno trmico de longa durao.
Todas as operaes culturais foram realizadas de acordo com os
procedimentos em curso na HEF. O arejamento dos tneis foi realizado
manualmente, abrindo-se ao incio do dia e fechando-os ao fim da tarde.
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2.5 .1 . Prod uo no so lo
Nos tneis em que se efectuou a cultura no solo, foram recolhidas
amostras de solo antes da instalao da cultura, tendo-se efectuado as
correces recomendadas nos resultados das anlises de solo. Foi
aplicado estrume de vaca curtido, superfosfato de potssio a 18 %,
sulfato de potssio e sulfato de magnsio.
No foi realizada nenhuma desinfeco do solo durante os dois anos de
ensaio.
Os camalhes foram armados manualmente de forma a ser atingidauma largura de 0,50 m e uma altura de aproximadamente 0,40 m.
Foram preparados cinco camalhes de linha dupla em cada um dos
tneis. As fitas de rega foram colocadas antes da cobertura dos
camalhes com polietileno preto (Figura 7).
Figura 7 Sistema de produo do morangueiro no solo, ensaiado na Herdade Experimental daFataca.
2 .5 .2 . Produ o em subs t ra to
Nos tneis em que a cultura se desenvolveu em substrato, as bolsas
com a mistura foram colocadas sobre cavaletes metlicos espaados
3,0m entre linhas e a uma altura do solo de 1,2m. A fita de rega gota-a-
gota foi colocada no interior das bolsas, ao longo de cada linha. Em cada
tnel foram instaladas cinco linhas. O solo foi coberto com tela branca
(Figura 8).
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Figura 8 Sistema de produo do morangueiro em substrato, ensaiado na HerdadeExperimental da Fataca.
As bolsas de cultura utilizadas eram de polietileno negro com 150 m de
espessura e 1 m de comprimento, contendo um total de 30 litros de
substrato. O substrato utilizado foi uma mistura comercial (CH-M15)
constituda por 50 % de fibra de coco 60/40 e 50 % de hmus de pinho
compostado. As bolsas de substrato j tinham sido utilizadasanteriormente em duas campanhas de morango. No fim da campanha
anterior o substrato tinha sido desinfectado com metame sdio.
2.6 . Prepar ao das p lant as e p lant ao
No segundo ano de ensaio as plantas das cultivares Candonga e Galxia
foram disponibilizadas pelo viveirista em Novembro, antes da
possibilidade de plantao no local definitivo (os abrigos estavam
ocupados com as plantas de framboesa). Assim, os morangueiros foramplantados em substrato e mantidos no exterior do abrigo at ao incio do
ensaio. Na preparao das plantas foi efectuada uma limpeza geral da
planta, retirando algumas zonas de material vegetal j deteriorado. Foi
efectuada uma ligeira poda de razes quando estas se apresentavam
com grande desenvolvimento. Antes da plantao as plantas foram
mergulhadas numa soluo de fosetil de alumnio a 80 %.
Os compassos de plantao foram diferentes consoante o local de
plantao. Na cultura no solo a plantao foi efectuada em linhas
duplas, distribuindo-se as plantas de forma alternada, com compasso de
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0,30 x 0,20 m. Nas bolsas de substrato o compasso foi de 0,15 x 0,15 mem linhas duplas. Assim, as densidades de plantao foram de 5
plantas/m2 no solo (7 plantas/m), enquanto que em substrato se
utilizaram 10 plantas/m2 (14 plantas/m). As datas de plantao em local
definitivo ocorreram durante o ms de Janeiro (Quadro 1).
Quadro 1
Datas de plantao das cultivares de morangoutilizadas no ensaio
Cul t i v ar So lo Subst ra t o
Alb ion 19 Janeiro 25 Janeiro
Candonga 12 Janeiro 13 Janeiro
Galxia 12 Janeiro 12 Janeiro
Gar igue t te 12 Janeiro 12 Janeiro
2 . 7 . D el i n ea m e n t o e x p e r i m e n t a l
O ensaio foi instalado em duas baterias de multitneis semelhantes,
tendo sido utilizados dois tneis para a cultura no solo e dois para a
cultura em substrato.
Foram estabelecidas oito modalidades definidas por variedade e sistema
de produo. Em cada modalidade foram marcadas quatro repeties
onde foi monitorizada a colheita de frutos, deixando a restante rea
para a colheita de amostras de plantas de forma aleatria. Em cada
repetio foi utilizada como unidade base o metro linear de cultura, oque conduziu a 6 plantas/m de camalho no solo, enquanto em
substrato foram marcadas 14 plantas/m. As diferenas do nmero
plantas amostrado devem-se densidade populacional de cada sistema
de plantao.
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3. Resul t ados e d iscusso3 .1 . An l i se de c rescim en to e d esenvo l v im en to
No ensaio de 2006 foi acompanhado o crescimento e desenvolvimento
das plantas ao longo do ciclo cultural (Figura 9).
Figura 9 Pormenor de uma planta demorangueiro preparada para anlise biomtrica.
3.1 .1 . Coro as
O nmero mdio de coroas por planta foi diferente entre variedades mas
no entre sistemas de produo (Quadro 2). O valor mais elevado de
coroas foi registado na cultivar Candonga, sucedendo-se a Albion, a
Galxia e por fim a Gariguette. O maior nmero de coroas foi
registado no solo com a cultivar Candonga com 6 coroas por planta.
Quadro 2
Valores mdios por planta obtidos por modalidade: nmero de coroas, nmero de folhas e reafoliar. Mdia de 8 repeties erro padro da mdia
N . c o r oa s/ p l N . f o l h as / p l r e a f o l ia r / p l ( d m 2)
Solo Subst ra t o Solo Subst ra t o Solo Subst ra t o
Alb ion 3,4 0,4 2,8 0,4 22,9 1,9 22,5 2,9 41,0 4,0 36,7 5,3
Candonga 5,8 0,5 4,9 0,4 42,6 4,8 34,8 2,9 39,2 4,8 32,6 3,0
Galxia 2,8 0,4 2,6 0,5 22,1 2,7 17,5 3,0 9,1 1,0 7,8 1,3
Gar igue t te 2,3 0,3 2,3 0,3 32,1 2,7 31,0 2,7 19,7 2,2 21,9 4,2
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Ao longo do ensaio o nmero mdio de coroas foi aumentandosensivelmente da mesma forma nos dois sistemas de produo em
todas as cultivares. Assim, verifica-se que no sistema de produo em
substrato, apesar da maior densidade populacional, o nmero de coroas
no difere dos valores registados no solo. O maior acrscimo do nmero
mdio de coroas por planta, ocorreu na cultivar Candonga, as restantes
cultivares apenas sofreram um aumento ligeiro (Figura 10).
Figura 10 Evoluo do nmero mdio de coroas por planta, ao longo do ensaio, no solo e em substrato,das cultivares Albion, Candonga, Galxia e Gariguette. As barras em cada ponto representam oerro padro da mdia de 8 repeties.
De acordo com Savini et al. (2005)[6], o maior nmero de coroas pode
ser utilizado como indicador de maior potencial produtivo da planta.
Assim, de considerar que a cultivar Candonga pode ter exibido um
maior desenvolvimento vegetativo e vantagens produtivas relativamente
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s restantes cultivares, dado o maior nmero de coroas que apresentou plantao (Quadro 2).
3.1 .2 . Fo lhas
O nmero mdio de folhas foi diferente entre cultivares mas variou
pouco entre cada sistema de produo (Figura 11). O maior nmero de
folhas ocorreu na cultivar Candonga no solo com 43 folhas por planta,
enquanto que a Galxia em substrato registou o menor valor de todo o
ensaio (18 folhas/planta).
Figura 11 Evoluo do nmero de folhas por planta ao longo do ensaio, no solo e em substrato, relativos cultivares Albion, Candonga, Galxia e Gariguette, com plantao em Janeiro. As barrasem cada ponto representam a mdia de 8 repeties erro padro da mdia.
O nmero de folhas variou pouco com o sistema de produo, sendo as
diferenas encontradas entre cultivares. O maior aumento foi registado
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na Candonga uma vez que sofreu um acrscimo progressivo e sempremaior que as restantes cultivares, quer no solo quer em substrato. A
menor evoluo do nmero de folhas verificou-se na cultivar Galxia. Na
ltima data de amostragem (16 de Maio), a cultivar Gariguette,
aumentou acentuadamente o nmero de folhas. Isto pode dever-se ao
facto desta cultivar ter terminado o seu ciclo produtivo no final do ms
de Abril promovendo desta forma o crescimento vegetativo da planta
(Figura 12).
Figura 12 Aspecto do vigor vegetativo das plantas de morangueiro, cultivar Albion,cultivadas no solo e em substrato.
Os valores da primeira amostragem de plantas relativos ao nmero de
coroas e de folhas por planta so maiores nas cultivares Candonga eGalxia. Estas diferenas devem-se ao facto destas cultivares terem sido
plantadas em substrato no exterior do tnel, ou seja, no incio do ensaio
estas plantas j tinham iniciado o crescimento dos seus rgos
vegetativos (coroas e folhas) e sistema radicular, facto que se traduziu
nos maiores valores da primeira amostragem.
SOLO SUBSTRATO
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3 .1 .3 . I n f l o rescnc ias e f l o res
O nmero mdio de inflorescncias por planta foi diferente entre
cultivares mas no variou entre sistemas de produo (Quadro 3). As
cultivares Albion e Gariguette registaram valores de duas inflorescncias
por planta, tendo o maior nmero de inflorescncias sido registado na
cultivar Candonga no solo com 8,5 inflorescncias por planta. O menor
nmero de inflorescncias por planta registou-se na Albion em
substrato.
Quadro 3
Valores mdios por modalidade: nmero de inflorescncias por planta, nmero de flores porinflorescncia e matria seca total por planta. Mdia de 8 repeties erro padro da mdia
N. i n f l o rescnc ias / p l N . f l o res / i n f l o r Ma t r i a seca / p l (g )
Solo Subst r a to Solo Subst ra t o Solo Subst ra t o
Alb ion 2,1 0,6 1,3 0,5 6,1 0,8 4,3 0,7 54,1 5,4 45,7 6,6
Candonga 6,3 1,1 8,5 1,3 6,7 0,6 5,0 0,4 46,0 6,4 43,3 4,3
Galxia 5,0 0,8 5,0 0,8 5,9 0,5 4,2 0,3 15,4 1,8 13,5 1,6
Gar igue t te 1,5 0,4 2,0 0,3 4,4 0,5 4,1 0,8 22,5 2,3 24,7 2,5
Na cultivar Candonga verificou-se um acentuado aumento do nmero de
inflorescncias a partir de Maro, ligeiramente mais marcado em
substrato do que no solo (Figura 13). O facto do nmero de
inflorescncias, na Albion e Gariguette no ter aumentado parece
indiciar que aps a plantao (Janeiro) no se verificou diferenciao
floral. Assim, o nmero de inflorescncias desenvolvido pelas plantas foi
apenas o diferenciado no viveiro. O maior nmero de inflorescncias na
Candonga e Galxia pode dever-se ao facto destas plantas terem sidocolocadas em substrato no exterior do abrigo (15 de Dezembro) at ao
incio do ensaio (plantao no interior dos abrigos). Durante este
perodo as plantas estiveram sujeitas a condies de dias curtos e
temperaturas baixas condies ambientais favorveis induo floral.
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Figura 13 Evoluo do nmero de inflorescncias ao longo do ensaio de produo no solo e emsubstrato, relativo s cultivares Albion, Candonga, Galxia e Gariguette. As barras emcada ponto representam a mdia de 8 repeties erro padro da mdia.
Na produo no solo o nmero de flores por inflorescncia foi maior nas
cultivares Albion, Candonga e Galxia (Figura 14). A Candonga no solo
foi a que apresentou o maior valor do ensaio com 6,7 flores porinflorescncia, enquanto que a Gariguette em substrato registou o
menor valor com 4,1 flores por inflorescncia (Quadro 3).
Solo Substrato
0
12
3
456
7
8
910
11
14-Fe
v
28-Fe
v
14-M
ar
28-M
ar
1
1-Ab
r
2
5-Ab
r
9-M
ai
N.deiflorescncia
01
2345
6789
1011
14-Fev
28-Fev
14-Mar
28-Mar
11-Abr
25-Abr
9-M
ai
N.deiflorescncias
0
1
23
4
5
6
7
89
10
11
14-Fev
28-Fev
14-Mar
28-Mar
11-Abr
25-Abr
9-M
ai
N.
deinflorescncia
0
12
34
56
78
910
11
14-Fev
28-Fev
14-Mar
28-Mar
11-Abr
25-Abr
9-M
ai
N.deinflorescncia
Albion
Galxia
Candonga
Gariguette
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Figura 14 Pormenor de uma inflorescnciade morangueiro, cultivar Candonga.
Dado que no se verificaram diferenas no desenvolvimento vegetativo
das plantas entre solo e substrato, a maior densidade populacional no
substrato pode ter conduzido a um menor arejamento e a uma menor
intensidade luminosa no interior da vegetao. Desta forma, no
substrato, as condies de luminosidade favorveis diferenciao floral
podem ter sido afectadas.
De acordo com os resultados anteriores o maior potencial reprodutivo
(nmero de flores por planta) verificou-se na cultivar Candonga em
ambos os sistemas de produo.
3 .2 . An l ise quan t i t a t i va da p rodu o
3 .2 .1 . Produo t o ta l
No que se refere produo total (g/planta) notam-se diferenas no
comportamento das cultivares e uma tendncia para uma maiorproduo por planta no solo (Figura 15). Estes resultados esto de
acordo com os verificados para o nmero de frutos vingados por planta.
A maior produo verificou-se na Candonga produzida no solo com 380
g/planta, enquanto que a Gariguette em substrato apenas atingiu 82
g/planta.
Relativamente produo por unidade de rea (kg/m2), verificou-se
uma maior produo em substrato, para todas as cultivares (Figura 15).
Assim, apesar da menor produo por planta em substrato, o facto de
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se utilizar uma densidade populacional maior permitiu obter maior deproduo por unidade de rea.
Figura 15 Produo total unitria (g/planta) e por unidade de rea (kg/m2), no solo e em substrato obtidanas cultivares Albion, Candonga, Galxia e Gariguette. As barras em cada coluna representam amdia de 4 repeties erro padro da mdia.
Produ o m ensa l
Ao longo do ensaio o comportamento entre cultivares foi muito
diferente, sendo tambm evidente a menor produo registada em
Maro no sistema de produo em substrato comparativamente ao solo
(Figura 16). A cultivar Albion, no ms de Abril, registou o maior volume
de produo em ambos os sistemas, com maior expresso em
substrato.
Solo Substrato
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
A lbion Candonga Galx ia Gar iguette
Prod
uoTotal(g/planta)
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
A lbion Candonga Galx ia Gar iguette
Pro
duoTotal(kg/m2)
-
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Figura 16 Produo mensal (g/planta) no solo e em substrato, relativamente s cultivares Albion, Candonga,Galxia e Gariguette. As barras em cada coluna representam a mdia de 4 repeties erro padroda mdia.
A cultivar Candonga apresentou uma evoluo positiva ao longo do
ensaio alcanando maior produo por planta no ms de Maio, sendo
esta maior no solo. A Galxia apresentou um comportamento crescenteno solo com a mxima produo no ms de Maio, enquanto em
substrato a produo mxima foi atingida em Abril. A Gariguette
apresentou uma produo concentrada no perodo de registo de Maro a
Abril, com o mximo em Abril nos dois sistemas.
Na Galxia verificou-se que as diferenas de produo entre solo e
substrato ocorreram no ms de Maio. Esta diferena pode ser justificada
pelo menor nmero de inflorescncias desenvolvidas no ms de Abril na
plantao em substrato (Figura 13).
Maro Abril Maio
0
50
100
150
200
250
Solo Substrato
Produo(g)
0
50
100
150
200
250
Solo Substrato
Produo(g)
0
50
100
150
200
250
Solo Substrato
Produo(g/planta)
0
50
100
150
200
250
Solo Substrato
Produo(g/planta)
Albion Candonga
Galxia Gariguette
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3 .2 .2 . P roduo comer c ia l
No que se refere produo comercial, o comportamento das cultivares
foi semelhante ao registado para a produo total. A produo comercial
unitria (g/planta) foi significativamente afectada pelo sistema de
produo, sendo maior no solo (Quadro 4).
Quadro 4
Produo comercial mdia e quantidade mdia de refugo registadas por planta (g/planta) e peso mdiodo fruto (g) no solo e em substrato, nas cultivares Albion, Candonga, Galxia e Gariguette.
Produo comerc ia l ( g / p l an t a )
Quan t i dade de re fugo ( g / p l an t a )
Peso md io dof r u t o ( g )
S is tema de produo
Solo 223,7 a 20,8 16,6
Subs t ra to 195,4 b 20,9 16,8
Sig. * N.S. N.S.
Cul t i var
Alb ion 144,9 c 5,4 b 21,8 a
Candonga 344,6 a 24,7 a 19,9 a
Galxia 284,4 b 25,8 a 16,3 b
Gar igue t te 64,2 d 28,2 a 8,7 c
Sig. *** *** ***
Sig. nvel de significncia; N.S. no significativo ao nvel de 0,05 pelo teste de F; * significativoao nvel de 0,05; *** significativo ao nvel de 0,001. Em cada coluna os valores seguidos da mesmaletra no diferem significativamente ao nvel de 0,05 pelo teste de Scheff.
A produo comercial obtida neste ensaio para as cultivares Albion,Candonga e Galxia foram baixas quando comparadas com os
resultados obitos por Aranda (2005)[7] num ensaio de plantao outonal
no solo com abrigo (592, 847 e 889 g/planta respectivamente).
Relativamente Gariguette, Risser e Navatel (1997)[8], indicam valores
de potencial produtivo muito superiores aos registados (entre 400 e 700
g/planta). Assim, pode concluir-se que as produes unitrias
alcanadas no presente ensaio, foram menores do que as alcanadas
num sistema de produo intensiva de plantao outonal no solo. Estas
diferenas de produtividade podem ter origem no sistema de produo
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ensaiado, com material vegetal de raiz nua e plantao em Janeiro, umavez que as plantas so colocadas no tnel em condies pouco
favorveis diferenciao dos rgos produtivos. Desta forma as
maiores produtividades da Candonga e Galxia podem dever-se ao facto
destas plantas terem sido plantadas em substrato aproximadamente um
ms antes do ensaio, no exterior dos tneis.
Figura 17 Produo comercial por unidade de rea (kg/m2), no solo eem substrato obtida nas cultivares Albion, Candonga, Galxiae Gariguette. As mesmas letras em cada coluna indicam asmdias que no so significativamente diferentes.
Relativamente produo comercial por unidade de rea (kg/m2),
verificou-se que havia interaco entre os sistemas de produo e as
cultivares ensaiadas. A maior produo por unidade de rea foi obtida
na Candonga e Galxia em substrato, enquanto que na Albion solo,Gariguette solo e Gariguette substrato se registaram os menores valores
(Figura 17).
Verificou-se tambm que a produo inicial por planta no substrato foi
sempre menor em todas as cultivares. Assim, a maior quantidade colhida
no solo pode dever-se a melhores condies de antecipao da maturao
dos frutos neste sistema de plantao. Como a maturao do fruto est
muito dependente da temperatura, a maior densidade populacional em
substrato, associada ao maior desenvolvimento vegetativo das plantas,
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
Albion Candonga Galxia Gariguette
Produocomercial(kg/m
2)
Solo Substrato
f h
c d e f
g hh
a b c
c d
a b
b c d e
-
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pode ter conduzido a maiores condies de ensombramento dos frutos,retardando o seu amadurecimento (Figura 18).
Figura 18 Pormenor da marcao de umainflorescncia de morangueiro para obtenodo nmero de dias entre os diferentes estadosde desenvolvimento.
3 .3 . An l i se qua l i t a t i va d a p rod uo
3.3 .1 . Refug o
A quantidade de refugo por planta no apresentou diferenassignificativas entre sistemas de produo, no entanto, foi distinta entre
cultivares (Figura 19).
0%
5%
10%
15%
20%
25%
Albion Candonga Galxia Gariguette
Refugo
Solo Substrato
Figura 19 Proporo de refugo em relao produo total obtida nosolo e em substrato relativamente s cultivares Albion,
Candonga, Galxia e Gariguette.
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No que se refere proporo de refugo, a Albion foi a que apresentoumenores perdas relativas no decorrer do ensaio. No caso das cultivares
Candonga e Galxia, as perdas em substrato tambm foram superiores
s perdas no solo diferindo aproximadamente trs pontos percentuais
entre elas. Na Gariguette registaram-se as maiores propores de
refugo do ensaio, sendo os valores registados no solo superior aos
obtidos em substrato.
Nas cultivares Albion, Candonga e Gariguette a produo no solo
apresentou maiores propores de refugo devido a deformaes. No
caso da Galxia, no solo, as maiores perdas registaram-se em termosde frutos com calibre reduzido (Figura 20).
Figura 20 Causas relativas de refugo para as cultivares Albion, Candonga, Galxia e Gariguette, naproduo em solo e em substrato.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Solo Substrato
R
efugo
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Solo Substrato
R
efugo
Albion Candonga
Galxia
S ub -c ali bre D efo rma do s P od ri d es
Gariguette
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Solo Substrato
Refug
o
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Solo Substrato
Refug
o
-
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No que se refere produo em substrato, a Albion e a Candongaregistaram maiores perdas devido ocorrncia de frutos deformados.
A deformao do morango ocorre quando vrios vulos contguos no
so fecundados o que inibe o engrossamento do receptculo nessa
regio. Ou seja, est relacionada com problemas de polinizao que
podem ter origem em vrias condicionantes como por exemplo, um
reduzido nmero de insectos polinizadores, esterilidade das flores
femininas ou plen insuficiente[8]. Neste ensaio a deformao dos frutos
pode ter sido originada em flores que se desenvolveram no interior da
canpia, ficando pouco expostas aos agentes polinizadores; ou pelaocorrncia de certas pragas (Afdeos) e doenas (Odio e Podrido
cinzenta), que prejudicam o correcto desenvolvimento dos rgos
florais; ou ainda, pelas temperaturas inferiores a 12 C durante o ms
de Fevereiro, pouco propicias maturao do plen (Figura 21).
Figura 21 Pormenor da deformao do fruto nacultivar Gariguette.
Nas cultivares Albion, Candonga e Galxia verificaram-se perdas devido
a podrides no solo menores do que em substrato (Figura 20). Este
resultado refora os j apresentados relativos ao nmero de frutos e ao
atraso da produo na cultura em substrato. Este sistema de plantao
parece apresentar algumas deficincias de arejamento no interior da
folhagem nas densidades utilizadas. Assim, as maiores perdas por
deformaes no sistema de plantao em substrato podero estar
relacionadas com o menor arejamento entre plantas consequncia da
maior densidade populacional deste sistema.
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Figura 22 Pormenor de um fruto de morangocom podrido.
Na Gariguette os valores de podrides foram os mais baixos quer no
solo quer em substrato. Isto pode dever-se ao facto de nesta cultivar as
inflorescncias serem longas e, com o amadurecimento dos frutos, ficam
suspensas em melhores condies de arejamento. Alm disso, esta
cultivar terminou o ciclo produtivo antes das condies de temperatura e
arejamento se tornarem crticas (Figura 22).
3 .3 .2 . Tam anho com erc ia l do f ru t o
O tamanho do fruto com aptido comercial no foi significativamente
afectado pelo sistema de produo, sendo significativamente diferente
entre cultivares. A Albion e a Candonga apresentaram frutos com peso
aproximado de 20 g, a Galxia produziu frutos com cerca de 16 g, e a
Gariguette produziu frutos de 9 g (Quadro 4).
De acordo com os resultados obtidos em ensaios com plantao outonal
sob abrigo, as cultivares Albion, Candonga e Galxia apresentam frutos
com peso unitrio de aproximadamente 27 g[7]. Tambm na Candonga,
em 2005 no ensaio do projecto AGRO 556 de produo em substrato
com plantao outonal, o tamanho do fruto foi cerca de 25 g. A cultivar
Gariguette tambm apresenta normalmente um peso mdio unitrio
menor que o normal, 13 a 15 g[8]. Assim, os valores observados so
ligeiramente inferiores aos observados por outros autores.
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4 . Conc lu ses
Com este ensaio, foi possvel demonstrar que possvel integrar a
produo de morango na sequncia cultural morango/framboesa, uma
vez que o ciclo cultural das diferentes cultivar termina a tempo de se dar
incio ao ciclo das framboesas. No entanto, detectaram-se algumas
limitaes na produtividade obtida em ambos os sistemas de produo
ensaiados, no solo e em substrato.
Relativamente produo comercial unitria, esta foi 12,6 % maior no
solo comparativamente ao substrato devido ao maior nmero frutosvingados e menor proporo de refugo por planta no solo. Para
aumentar a produo por planta, melhorar a precocidade e a qualidade
dos frutos no sistema de produo em substrato seria vivel a reduo
da densidade populacional para 10 a 12 plantas por metro.
A maior densidade populacional em substrato no afectou o
desenvolvimento vegetativo das plantas uma vez que, de uma forma
geral, no se registaram diferenas entre o nmero de coroas, nmero
de folhas e rea foliar registados por planta em cada sistema de
produo, para cada cultivar.
O maior nmero de inflorescncias registado na Candonga e Galxia
conduziu a uma maior produo unitria. Este maior nmero de
inflorescncias poder ter-se verificado devido s plantas destas
cultivares terem sido antecipadamente colocadas a enraizar em
substrato no exterior dos tneis. Assim, quando se procedeu
plantao, estas plantas apresentavam um maior desenvolvimento
vegetativo sendo capazes de responder s condies de temperaturas
baixas, favorveis induo floral. Devido ao tipo de material vegetal
utilizado (plantas de raiz nua, sem desenvolvimento vegetativo inicial)
as cultivares Albion e a Gariguette obtiveram uma produo unitria
muito reduzida. Assim, verificou-se que a utilizao de plantas de raiz
nua com plantao em Janeiro foi limitativa da produo por planta.
Torna-se importante a eleio, de entre as cultivares ensaiadas, daquela
que melhor desempenho apresentou ao longo do ensaio. Tendo em
conta os vrios resultados obtidos, podemos eleger a cultivar Candonga
uma vez ter sido a mais produtiva e apresentar um fruto de boa
dimenso.
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O tamanho reduzido, associado ao aroma intenso, torna o fruto daGariguette muito apreciado pelo consumidor francs. No entanto, a sua
reduzida firmeza tornam-na pouco apta ao transporte e conservao.
Aps alguns estudos de avaliao de qualidade, integrados neste
projecto[9], verificou-se que esta cultivar no apreciada pelo
consumidor portugus devido sua elevada acidez. Todas estas
condicionantes, aliadas reduzida produtividade, especialmente no
perodo ensaiado, tornam a Gariguette uma cultivar pouco indicada
para a produo em condies semelhantes s do ensaio.
Verificou-se que o sistema em substrato no evidenciou maiorprecocidade relativamente ao solo. No entanto, os melhores resultados
por unidade de rea no sistema de produo em substrato indicam que
este dever ser o sistema a adoptar. Assim, apesar do maior
investimento inicial em infra-estruturas e na aquisio de plantas, a
amortizao dos custos pode ser mais rpida. Para alm disso as
condies de trabalho so mais ergonmicas o que torna a realizao
das operaes culturais mais eficiente, traduzindo-se em menores
encargos com mo-de-obra. No entanto, para aferir da viabilidade
econmica de cada sistema de produo ensaiado, ser necessrioefectuar um estudo mais aprofundado dos custos dos vrios de factores
de produo, considerando ainda que este sistema de produo
pressupe a realizao da sequncia cultural morango/framboesa, cujo
objectivo precisamente optimizar a rentabilizao das infra-estruturas.
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5. Refernc ias B ib l iogr f icas
1. Oliveira, P.B., Baptista, M.C., Lopes-da-Fonseca, L., Palha, M.G., Sousa, M.B.,
Curado, T.C. e Campo, J.L. 2004. Produo intensiva de morangos e
framboesas em cultura no solo e em substrato. II Colquio Nacional da
Produo de Morangos e Outros Pequenos Frutos. Actas n. 2 da Associao
Portuguesa de Horticultura. Oeiras, Portugal. pp. 209-212.
2. Albuquerque, A.R.S. 2006. Comparao do desenvolvimento e produo do
morangueiro (Fragaria x ananassa Duch.) em cultura forada no solo e em
substrato. Instituto Superior de Agronomia. 50pp.
3. Pires, F.P. e Oliveira, A.V. 1989. Cartografia de pormenor de solos da Herdade
da Fataca. Pedologia 24: 1-64.
4. Reis, R.M.M e Gonalves, M.Z. 1987. O Clima de Portugal. Fascculo XXXIV.
Caracterizao Climtica da Regio Agrcola do Alentejo. Instituto Nacional de
Meteorologia e Geofsica, Lisboa. 226 pp.
5. Campo, J. L. 2007. Ocorrncia de diversos inimigos das culturas de
morangueiro e framboesa. Folha de Divulgao N 5. Projecto Agro 556,
Oeiras. 32 pp.
6. Savini, G., Neri, D., Zucconi, F. e Sugiyama, N. 2005. Strawberry Growth and
Flowering an Architectural Model. International Journal of Fruit Science 5: 29-
49.
7. Aranda, J.M.L. 2005. Ensaios de variedades de fresa. Campaa 2005.
R.A.E.A. Fresas. Consejera de Agricultura y Pesca, Junta de Andaluca,
Espaa. 56 pp.
8. Risser, G. e Navatel, J.C. 1997. Ie Partie La Fraise: Plant et Varits. Paris,
France. Ctifl, Ciref. 2me ed. 103 pp.
9. AGRO 556. 2006. Morango produtividade e qualidade em solo e substrato.
4 Aco de demonstrao do projecto AGRO 556. Odemira e Grndola,
Portugal. Folheto 5.