monografia - Hans Müller - maio - 2009 pronta
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁSUNIDADE UNIVERSITÁRIA DE IPAMERI
CURSO DE AGRONOMIA
MANEJO DA FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA
HANS MÜLLER MORAIS BORGES ARAÚJO
Ipameri – GO2009
HANS MÜLLER MORAIS BORGES ARAÚJO
MANEJO DA FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA
Relatório do Estágio Supervisionado apresentado à Universidade Estadual de Goiás – UEG, Unidade Universitária de Ipameri como parte das exigências para obtenção do título de Engenheiro Agrônomo.
Orientador: Prof. Dr. Adilson Pelá Co-orientador: Eng. Juliano de S. Santos
Ipameri – GO2009
Manejo da ferrugem asiática da soja
PorHans Müller Morais Borges Araújo
Relatório do Estágio Supervisionado apresentado como parte das exigências para obtenção do título de Agrônomo
Aprovado em: __/__/__
_________________________ ___________________________ Prof. Dr. Adilson Pelá Prof. Esp. Helio Gomes F. Filho Orientador Supervisor de Estágio UEG / UnU Ipameri UEG / UnU Ipameri
Dedico,
Aos meus pais, Jozelito Morais de
Araújo e Sebastiana Maria Borges
Araújo, e, em memória de meu
avô Ranulfo José Borges.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus pela minha vida.
Ao meu pai, Jozelito Morais de Araújo, pelo apoio e ajuda durante todo o
período acadêmico.
À minha mãe, Sebastiana Maria Borges Araújo, que sempre fez de tudo para
que seus filhos tivessem condições de realizar um curso superior.
Ao meu irmão, Jozelito Morais Borges Araújo, que sempre me motivou a
estudar e sempre me lembrou o que era o correto a fazer.
Aos meus avôs João Luis, Zenilda, Ranulfo e Delmira, que sempre me
deram amor e carinho, nunca serão esquecidos.
A todos os meus tios, tias e primos que sempre foram tão importantes na
minha vida e que sempre me ajudaram nos tempos de crise.
À minha namorada Rafaella, que sempre esteve disposta a me ajudar na
realização deste trabalho, dando suas opiniões e considerações.
A todos os companheiros e amigos de República que tive durante todo o
período acadêmico: Carlos, Edgar, Felipe, Guilherme, Guilherme Henrique, Thiago
Correia e Valter.
A todos os amigos que cultivei em Ipameri e na UEG durantes estes quatro
anos.
Aos meus grandes amigos: Antônio Leonardo (Tonim), Carol, Douglas
(Bobrinha), Elder (Mano), Fabrício (Rosinha), Gabriel (Frango), Henrique, João
Francisco (Tisco), Lorena, Pedro Vítor (CC), Rodrigo (Cuaiada), Rui (DJ JUNIOR),
Thiago Tupacity e tantos outros cujos nomes deixei de citar, mas que não foram
esquecidos.
A todos os amigos da 10ª turma de agronomia da UEG de Ipameri.
Ao meu orientador o professor Adilson Pelá, pela paciência e ajuda na
realização deste trabalho e ao meu co-orientador Juliano de Sousa Santos pelos
ensinamentos e amizade.
A empresa concedente do estágio, Cooperativa dos agricultores da Região
de Orlândia (CAROL), e aos seus funcionários que tanto me ajudaram e ensinaram:
Fernando, Fabiano, Juliano, Marcelo e Marra.
"A sabedoria não nos é dada. É preciso descobri-la por nós mesmos, depois de uma viagem que ninguém nos pode poupar ou fazer por nós".
(Marcel Proust)
RESUMO
O presente trabalho relata as atividades realizadas na empresa CAROL
(Cooperativa dos agricultores da região de Orlândia), no município de Catalão- GO,
nos meses de janeiro e fevereiro de 2009 e também apresenta uma revisão de
literatura sobre a ferrugem asiática da soja. As áreas de atuação foram nas culturas
de soja, milho e feijão, mas com ênfase na cultura da soja no monitoramento e as
práticas de controle da ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi). Foram realizadas
visitas técnicas acompanhadas dos engenheiros agrônomos da empresa, que
realiza a assistência técnica aos seus clientes e cooperados, na região de Catalão e
cidades vizinhas. Foram também realizadas outras atividades, como o
monitoramento de pragas, doenças, presença e sintomas de deficiência nutricional.
O objetivo deste trabalho foi alcançado permitindo a identificação de doenças, dando
maior ênfase à ferrugem asiática da soja neste trabalho, assim como os danos
causados e as respectivas medidas de controle, como a integração das medidas de
controle possíveis.
Palavras Chave: Phakopsora pachyrhizi, doença da soja, integração de medidas de
controle.
SUMÁRIO
Página
1.0. INTRODUÇÃO 11
2.0. REVISÃO DE LITERATURA 13
2.1. A cultura da soja....................................................................... 13
2.2. Aspectos botânicos.................................................................. 15
2.3. A ferrugem asiática da soja...................................................... 16
2.4. Disseminação da doença......................................................... 18
2.5. Ciclo de vida............................................................................. 19
2.6. Sintomas................................................................................... 21
2.7. Perdas ocasionadas pela ferrugem asiática............................. 23
2.8. Manejo da doença e medidas de controle integrado............... 24
2.8.1. Controle químico...................................................................... 24
2.8.2. Rotação de culturas.................................................................. 26
2.8.3. Adubação equilibrada............................................................... 27
2.8.4. Cultivar a ser semeada............................................................. 27
2.8.5. Época e período de cultivo....................................................... 28
2.8.6. Vazio sanitário.......................................................................... 29
2.8.7. Populações e espaçamento entre linhas.................................. 31
2.8.8. Cultivares com resistência........................................................ 31
2.9. Ferrugem asiática – perspectivas futuras................................. 32
3.0. ATIVIDADES DESENOVOLVIDAS 34
3.1. Informações gerais................................................................... 34
3.2. Descrição da empresa – objeto de estágio.............................. 34
3.3. Atividades desenvolvidas......................................................... 35
3.3.1. Monitoramento da ferrugem asiática da soja........................... 36
3.3.2. Determinação da época e número de aplicações de
fungicidas.................................................................................
38
3.3.3. Monitoramento de lagartas...................................................... 39
3.3.4. Regulagem de pulverizadores................................................. 40
3.3.5. Ensaios demonstrativos.......................................................... 41
4.0. CONSIDERAÇÕES FINAIS 43
5.0. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 45
1.0. INTRODUÇÃO
A soja (Glycine max (L) Merril) é uma espécie originária da Ásia, onde é
cultivada há milhares de anos. Devido suas características adaptativas, valores
nutritivos, utilizações industriais, bem como adaptações a diversas condições
climáticas, o seu cultivo se expandiu pelo mundo tornando-se a soja uma das
plantas mais cultivadas.
O consumo mundial de soja e seus derivados têm apresentado crescimentos
expressivos, sendo o grão utilizado para produção do óleo vegetal, na alimentação
humana e animal. Portanto, a soja e os seus derivados estão presentes em vários
produtos utilizados no comércio mundial, sendo que foi o grão que mais cresceu em
produção nos últimos 35 anos (DALL’’ AGNOL, 2002).
O Brasil é o segundo maior produtor mundial, perdendo apenas para os
Estados Unidos, apresentando uma produção aproximada de58milhões de
toneladas para a safra 2008/2009 (CONAB, 2009). Mesmo com o grande do
aumento de produção da soja e o expressivo desenvolvimento de sua tecnologia de
produção, existem ainda os fatores limitantes que diminuem o rendimento e a
lucratividade da lavoura. Entre estes fatores as doenças estão entre os mais
importantes. São conhecidas mais de cem doenças que atacam a soja em todo o
mundo (HARTMAN et al., 1994), sendo que algumas não necessitam ser
controladas por não atingirem os níveis de dano econômico ou por passarem
despercebidas. Entre essas doenças, aproximadamente 40, causadas por fungos,
bactérias, nematóides ou vírus, já foram identificadas no Brasil, sendo que este
número continua a aumentar, com a expansão da soja para novas áreas e com a
utilização do monocultivo (YORINORI e PAIVA, 2002).
Dentre as doenças identificadas no país, destaca-se a Ferrugem asiática da
soja, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi Syd. & P. Syd. (JULIATTI et al.,
2005), que já causou grandes perdas na produtividade da soja desde o seu
aparecimento. O primeiro relato da doença foi feito em 1902, no Japão. A doença,
desde então, causa grandes perdas em diversos países do continente asiático
(BROMFIELD, 1984). Em 2001, na América do Sul, foram observadas epidemias em
campos de produção de soja safrinha e em plantas voluntárias de soja (guaxa ou
tigüera) em lavouras no Paraguai e no Brasil (YORINORI e PAIVA, 2002; YORINORI
et al., 2005). Até a safra 2005/06 praticamente todas as áreas produtoras de soja no
Brasil apresentaram focos da doença. A rápida expansão e o grande potencial de
perdas fazem da ferrugem asiática uma das mais importantes doenças da cultura da
soja, com perdas de 10 a 80% da produtividade (YORINORI et al., 2005).
O controle da ferrugem asiática deve compreender diversas medidas conjuntas.
Quando a doença já está presente na área, o controle químico com fungicidas é,
até o momento, o principal método de controle.
Este trabalho teve como objetivo relatar as práticas de estágio, correlacionando-
as com a revisão de literatura, relacionada ao monitoramento e controle da
ferrugem em lavouras de soja.
2.0. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. A cultura da soja
A soja (Glycine max (L.) Merrill) é originária do continente asiático, mais
precisamente da China, onde foi adaptada, sendo bastante cultivada em regiões da
Europa, Estados Unidos e, mais recentemente, no Brasil. É considerada uma planta
exótica em nosso país. Sua importância na alimentação chinesa, segundo relatos,
data de épocas remotas, podendo chegar a 5.000 aC.
O cultivo da soja na América foi registrado pela primeira vez nos Estados
Unidos, no ano de 1804, no estado da Pensilvânia. Após várias experiências
realizadas neste país, foram reconhecidos o seu potencial produtivo, e, o seu cultivo
recomendado a partir de 1880, mas sua grande expansão como cultura produtora de
grãos somente ocorreu a partir de 1930 (MYSAKA e MEDINA, 1981).
No Brasil a soja foi introduzida somente em 1882 no estado da Bahia por
Gustavo Dutra, mas seu cultivo não teve sucesso. No estado de são Paulo, foi
cultivada pela primeira vez pelo Instituto Agronômico de Campinas no ano de 1892.
Mas os melhores resultados obtidos desta época foram nos cultivos dos imigrantes
japoneses, a partir de 1908, e em 1923, quando Henrique Lobbe trouxe cerca de
cinqüenta variedades norte-americanas (BONATO e BONATO, 1987).
Mas, foi no estado do Rio Grande do Sul, que a cultura apresentou uma
evolução consistente, sendo deste estado, que ocorreu a primeira exportação de
soja produzida no Brasil. Em 1949 foi exportado 18 mil toneladas do grão
(MYASACA e MEDINA, 1981).
Segundo o mesmo autor, quando foram constatadas as boas possibilidades
de produção no sul do país, as pesquisas foram intensificadas, onde observou-se o
crescimento de participação brasileira na produção mundial, que saltou de 0,5%
1954/58 para 16% em 1976. Este salto na produção somente foi possível pelo
elevado valor da soja no mercado internacional da época e pelo grande trabalho de
pesquisa realizado por instituições nacionais para tornar a cultura competitiva,
equiparando a produtividade da soja brasileira dos países de maior tradição no seu
cultivo.
A partir do início dos anos 1970, a medida que foram descobrindo-se novas
utilizações para a soja, os bons preços e sua adaptação às mais variadas regiões
brasileiras, associando a boas cotações no mercado,a soja começou a expandir-se
pelo Centro-Oeste. Pouco a pouco, foi tomando áreas de cultivos comerciais já
existentes, como o do arroz, substituindo as lavouras de subsistência, a pecuária
extensiva e incorporando espaços até então não utilizados ou pouco utilizados para
o uso agrícola. Essa expansão, em sua maioria, foi realizada por experientes
empresários do Centro-Sul do Brasil, entre eles se destacavam a presença dos
gaúchos (BONATO e BONATO, 1987).
Os baixos preços das terras no Centro-Oeste e as linhas de crédito criadas
pelo governo federal facilitaram o processo de expansão nessa região. Juntamente a
isso devemos ressaltar as excelentes condições naturais do cerrado, com sua
topografia plana, que facilita o uso da mecanização e as boas condições climáticas,
em que se destaca a intensa insolação (ARANTES e MIRANDA, 1993).
Atualmente, o Mato Grosso é o estado maior produtor de soja, com 17
milhões de toneladas, o que equivale aproximadamente a 30% da produção
brasileira, na safra 2008/2009. O estado de Goiás vem na quarta colocação atrás
dos estados do Paraná e do Rio Grande do Sul, com uma produção de 6,5 milhões
de toneladas (CONAB, 2009).
2.2. Aspectos botânicos
A soja cultivada comercialmente hoje (Glycine max (L) Merrill) é uma planta
herbácea, incluída na classe Dicotyledoneae, ordem Rosales, família Leguminosae,
subfamília das Papilionoideae, gênero Glycine L.. É uma planta com grande
variabilidade genética, tanto no ciclo vegetativo (período compreendido da
emergência da plântula até a abertura das primeiras flores), como no reprodutivo
(período do início da floração até o fim do ciclo da cultura), sendo também
influenciada pelo meio ambiente (GOMES, 1990).
Há grande diversidade de ciclo. De modo geral, os cultivares brasileiros têm
ciclos entre 100 e 160 dias, e podem ser classificados em grupos de maturação
precoce, semiprecoce, médio, semitardio e tardio, dependendo da região. A altura da
planta depende da interação da região (condições ambientais) e do cultivar
(genótipo) (BORÉM, 2005).
Segundo Borém (2005), como acontece com outras leguminosas, por
exemplo o feijão-comum, a soja pode apresentar três tipos de crescimento,
diretamente correlacionados com o porte da planta: indeterminado, semideterminado
e determinado. A planta de soja é fortemente influenciada pelo comprimento do dia
(período de iluminação). Em regiões ou épocas de fotoperíodo mais curto, durante a
fase vegetativa da planta, ela tende a induzir o florescimento precoce, e apresentar
conseqüentemente decréscimo da produção. Para controlar este problema, alguns
melhoristas utilizam o artifício do uso do período juvenil longo para retardar o
florescimento em dias curtos. Pois, na fase juvenil, a soja não floresce, mesmo
quando submetida ao fotoperíodo indutivo, permitindo assim maior crescimento
vegetativo e evitando quebra na produção.
2.3. A ferrugem asiática da soja
O primeiro relato da ferrugem da soja deu-se no Japão, em 1902 e, por volta
do ano de 1934, o patógeno já era encontrado em vários outros países asiáticos
(BROMFIELD e HARTWIG, 1980).
No Brasil, a ferrugem na cultura da soja foi relatada, pela primeira vez, em
1979, em Lavras, Minas Gerais (DESLANDES, 1979). Na época, por não haver
conhecimento da existência de duas espécies de Phakopsora, o relato foi
erroneamente feito como P. pachyrhizi, o que foi motivo de preocupação por uma
década, pelo seu alto potencial de danos nos países asiáticos. Somente em 1992
ficou evidenciada a presença de duas espécies de Phakopsora: a Phakopsora
pachyrhizi, proveniente das regiões da Ásia e Austrália, hoje denominada ferrugem
asiática e Phakopsora meibomiae, proveniente dos Estados Unidos, conhecida
como ferrugem americana (ONO et al., 1992).
O fungo P. pachyrhizi A. Sydow & R. Sydow, pertence ao filo Basidiomicetes,
Ordem Uredinales e família Phakopsoraceae. Essa doença tem como agentes
etiológicos duas espécies de fungo do gênero Phakopsora: 1- a Phakopsora
meibomiae (Arth) Arth., que causa a ferrugem “americana” e ocorre naturalmente em
diversas leguminosas desde Porto Rico, no Caribe, ao sul do Paraná (Ponta
Grossa). 2- a Phakopsora pachyrhizi causadora da ferrugem “asiática”, presente na
maioria dos países que cultivam a soja (YORINORI e LAZARROTO, 2004).
Entre essas duas doenças, a ferrugem asiática apresenta um dano maior,
sendo considerada uma doença muito importante. Essa doença, que era comumente
encontrada em países asiáticos e na Austrália até a safra de 1999/00, onde causou
sérios problemas, chegou ao sul do continente americano, em 2002, Brasil e
Paraguai, em 2001 pela Argentina. Rapidamente, espalhou-se por quase toda a área
de plantio do Paraguai e em cerca de 80% de toda área de soja plantada nas
lavouras brasileiras (YORINORI, 2003).
No continente americano, a ferrugem asiática teve sua primeira identificação
em março de 2001, na localidade de Pirapó, em Itapúa, Paraguai. Já no Brasil, o
primeiro foco foi detectado na fazenda Não-Me-Toque, no município de Bom Jesus
do Piauí. A ferrugem da soja foi constatada, inicialmente, nos estados do Rio Grande
do Sul, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás, Mato Grosso e Bahia
(JULLIATTI, 2002).
Até a safra de 2003/04, o único país produtor de soja no mundo onde a
ferrugem ainda não havia sido detectada era os Estados Unidos (MOREL e
YORINORI, 2002), mas, na safra de 2004/05 já foi relatada no estado de Louisiana
(SOUZA, 2005).
A única região brasileira produtora de soja, onde essa doença ainda não foi
relatada é em Boa Vista, em Roraima. Nessa região, ao norte do Equador, o cultivo
da soja é feito entre abril e o final de maio. Essa doença é uma ameaça constante
ao cultivo de soja no Brasil e no mundo e exige uma atenção redobrada da
pesquisa, assistência técnica e dos produtores (YORINORI, et al., 2004).
2.4. Disseminação da doença
Os uredosporos (esporos) desse fungo são facilmente e rapidamente
disseminados, principalmente pelo vento, sendo levados a grandes distâncias, em
curto espaço de tempo (YORINORI e LAZZAROTO, 2004).
Imagina-se que os primeiros focos de ferrugem registrados na América do
Sul, em 2001, tenham sido provenientes de esporos que tenham atravessando o
Oceano Atlântico ou o Pacífico, vindo de países do sul da África, como Zimbabwe e
Zâmbia, em meados de 1998. Ou da África do Sul, por volta de 2001, onde causou
perdas severas, ou ainda da Austrália, onde a ferrugem ocorre a várias décadas
(YORINORI et al., 2003).
Comparações das reações efetuadas no Brasil pela EMBRAPA Soja e no
Paraguai, por meio de isolados do fungo da safra 2002, através da inoculação em
quatro tipos de germoplasmas de maior resistência, mostraram que estes são muito
semelhantes, comportando-se resistentes. No entanto, em comparação a quando
foram inoculados com isolados do Cerrado, mostraram-se susceptíveis, um
comportamento idêntico ao alcançado em testes nos Estados Unidos com um
isolado do Zimbabwe. Isso reforça mais ainda a provável hipótese de que a doença
tenha vindo da África, por meio do vento, cruzando o Oceano Atlântico (YORINORI
et al., 2004).
Na safra brasileira de 2003/04 a ferrugem asiática da soja foi encontrada em
cerca de 90% da área plantada, o que equivale aproximadamente a mais de 16
milhões de hectares atingidos. Os estados mais afetados foram o MT, GO e BA. Na
Bahia, quase 100% das lavouras foram infectados pela ferrugem e a quebra de
rendimento foi de 25%. Mas atualmente com a ajuda nas pesquisas, monitoramento,
assistência técnica mais preparada e com a utilização de fungicidas mais eficientes,
o prejuízo causado pela doença vem diminuindo gradativamente com o decorrer dos
anos (EMBRAPA, 2006).
2.5. Ciclo de vida
De acordo com Del Ponte (2007) a infecção se inicia quando esporos
(uredinósporos) germinam e produzem um tubo germinativo, que cresce na
superfície da folha até que se forma um apressório, a penetração e a infecção
ocorrem em um período de 10 a 12 horas. Esta ferrugem é única por ter a habilidade
de também penetrar diretamente através da epiderme, ao contrário das outras
ferrugens que penetram através dos estômatos. Urédias (pústulas) podem se
desenvolver de 5 a 10 dias após a infecção e os esporos do fungo podem ser
produzidos por até 4 semanas. Em uma infecção inicial, estima-se que uma primeira
geração de pústulas pode manter a esporulação por até 15 semanas, mesmo sob
condições de baixa umidade. Se as condições para re-infecção são esporádicas
durante a estação, pode haver potencial de inóculo suficiente para restabelecer a
epidemia.
A ferrugem-asiática possui diversos hospedeiros alternativos e assim há uma
grande quantidade de fontes de inóculo. Os esporos são disseminados pelo vento,
podendo viajar grandes distâncias. Por serem sensíveis à radiação ultravioleta,
provavelmente estas viagens ocorrem em sistemas de tempestade, aonde as
nuvens protegem os esporos do sol (suspeita-se que a ferrugem-asiática foi
introduzida nos EUA pelo furacão Ivan) (REIS, 2006).
O sucesso da infecção é dependente da disponibilidade de molhamento na
superfície da folha. Pelo menos 6 horas de água livre parece ser necessária para
promover a infeccção. O fungo pode infectar a planta em temperatura variando de
15 e 28°C, com ótimo de 22 a 24°C. Chuvas abundantes e freqüentes durante o
desenvolvimento da doença têm sido associadas com epidemias mais severas. Após
a infecção, as primeiros pústulas com esporos maduros surgem em 7 a 8 dias e este
curto ciclo de vida da doença significa que, sob condições favoráveis, epidemias de
ferrugem-asiática podem progredir de baixos níveis de detecção para desfolhações
dentro de um mês, lembrando também que a ferrugem é uma doença policíclica ou
de ciclo secundário que significa a secessão do ciclo primário e se desenvolve a
partir do inóculo nele produzido, sem a interposição de uma fase de repouso ou
dormência entre eles (DEL PONTE, 2007).
O fungo causador da ferrugem é parasita obrigatório ou biotrófico porque vive
apenas em hospedeiros vivos. Portanto, para sobreviver, depende de hospedeiros
alternativos ou da própria soja, através das plantas voluntárias, guaxas ou tigüeras.
2.6. Sintomas
Os primeiros sintomas da ferrugem asiática podem ser confundidos com
sintomas de outras doenças, como a septoriose ou a cercosporiose. A diferença
básica entre elas é a presença de um halo amarelado, ao redor das pontuações, que
está presente nas duas doenças e ausente na ferrugem (KIMATI, 1995). Essas
pontuações são visíveis na face inferior da folha com o auxílio de uma lupa de bolso,
quando colocada contra uma superfície clara, como o céu. Esses pontos
minúsculos, de até 1 mm de diâmetro, são as pústulas do fungo. As lesões podem
ser mais facilmente visualizadas quando formam pústulas de cor castanha a
marrom-escura, na parte inferior da folha, nas quais observaram-se as urédias
(pústulas), caracterizadas por elevações que se rompem, liberando os uredosporos
(esporos). Nesse estágio, o fungo já infectou a planta, está se reproduzindo e
disseminando seus esporos, pelo vento, para outras plantas (YORINORI et al.,
2003).
Segundo Yang citado por Juliatti, Silva e Silva (2007) o monitoramento
constante da lavoura constitui-se num método preventivo que identifica
precocemente a ferrugem, pelo fato de os sintomas aparecerem em qualquer fase
do desenvolvimento da planta. Caso a doença ocorra nos primeiros estádios de
desenvolvimento, maiores serão os danos. Sua presença está condicionada em
folhas com molhamento de, no mínimo, seis horas, o que pode ser encontrado em
dias nublados, chuvas finas e ar com umidade relativa alta, associada à temperatura
média em torno de 18°C a 26°C.
Uma forma de observar os sintomas da ferrugem é coletar as folhas da parte
inferior da planta e colocá-las contra um fundo claro. A folha infectada contém
pequenas manchas, lesões em forma de pontos escuros pequenos e salientes
(YORINORI et. al., 2003).
As lesões têm tendência a aparecer com formato angular de 2 a 5 mm de
diâmetro, podendo ocorrer também em pecíolos e caules (OLIVEIRA et al., 2005).
Com o aumento das lesões, as folhas ficam amareladas e, conseqüentemente, em
condições favoráveis para seu desenvolvimento, ocorre uma desfolha prematura
acelerada. Como reflexo, teremos uma redução na produção de fotoassimilados,
prejudicando o número de vagens, o número de sementes por vagem e o
enchimento de grãos, causando uma redução no peso de sementes por planta,
interferindo diretamente na produtividade, prejudicando o rendimento e a qualidade
dos grãos (YORINORI et al., 2004).
2.7. Perdas ocasionadas pela a ferrugem asiática
Há registros de perdas no Paraguai tão severas que puderam chegar a mais
de 1.100 kg/ha, no ano agrícola de 2000/01. Na safra de 2001/02, a forte estiagem
que atingiu o país na segunda metade do ciclo impediu maiores perdas. No Brasil,
as perdas em rendimento variaram de 30% a 75% no mesmo ano, em estados como
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul (YORINORI
et al., 2004).
Essas variações podem acontecer por influência da intensidade da doença de
modo geral, como também da fase de desenvolvimento da cultura em que ocorre a
infecção da doença (OLIVEIRA et al., 2005).
As perdas ocasionadas pela ferrugem asiática podem ser bastante elevadas,
percebendo-se deste modo que o controle desta doença é muito importante para
que a produtividade e conseqüentemente a lucratividade se mantenham em um
patamar considerável para que os produtores possam continuar a produzir, e para
que possam prosseguir com o manejo de suas lavouras, ou seja, manter o cultivo da
soja viável. As perdas provocadas pela ferrugem da soja no Brasil, desde a safra de
2001/02 até a safra de 2007/08, chegam ao número de 10 bilhões (considerando o
custo médio dos produtos e da operação de aplicação, somados à perda em grãos e
arrecadação) de dólares aproximadamente (EMBRAPA, 2008).
2.8. Manejo da doença e medidas de controle integrado
O manejo de doenças envolve uma integração de várias medidas de controle,
que devem ser realizadas de forma correta e ordenada, para que sua realização
tenha o efeito desejado. Doenças complexas, como a ferrugem asiática da soja,
necessitam de alternativas para o seu combate, diferentes doenças mais simples,
além do manejo correto (ZAMBOLIM, 2006).
A utilização do controle químico de forma isolada não é suficiente para
garantir o potencial produtivo da lavoura, ainda levando em conta que o excesso de
sua utilização poderá ocasionar resistência ao fungicida, e, também poderá provocar
danos ambientais, por isso devem ser adotadas estratégias de controle combinadas
(controle integrado) de manejo cultural, adubações equilibradas, escolha de cultivar,
época de plantio, população e espaçamento entre linhas, vazio sanitário, entre
outros (SILVA, CAMPOS e SILVA, 2008).
2.8.1. Controle químico
Por se tornar a única ferramenta para combater a ferrugem depois de seu
estabelecimento na lavoura, o uso de fungicidas têm sido cada vez mais
intensificado. O conhecimento da eficiência de produtos utilizados no controle das
diferentes doenças é cada vez mais necessário para assim, permitir seu correto
manejo e utilização no campo (BALARDIN, 2003).
Atualmente, existem apenas dois grupos químicos registrados junto ao
ministério da agricultura, pecuária e abastecimento (Mapa) para o controle da
doença, os triazóis e as estrobilurinas, sendo usados puros ou em misturas. O uso
de misturas contendo grupos químicos diferentes apresenta vantagens importantes
para o agricultor, como, o amplo espectro de ação, economia nas aplicações e
redução no risco de resistência dos fungos aos fungicidas, pelo fato de que com a
mistura os fungicidas podem atacar sítios de ação diferentes (GODOY e CANTERI,
2004).
Ainda segundo os autores a utilização das misturas entre os triazóis e as
estrobilurinas nas primeiras aplicações, realizadas na forma preventiva, pode
aumentar a efetividade do controle químico, pelo fato de que o as estrobilurinas
agem inibindo a germinação dos esporos, e, os triazóis nas fases iniciais de
desenvolvimento das hifas de eventuais esporos não controlados pelas
estrobilurinas.
Eventualmente ocorrem falhas no controle químico, mas no caso da ferrugem
tais falhas são normalmente provenientes do manejo inadequado, como por
exemplo: perda do momento de aplicação, de aplicações com a presença da doença
já verificada (aplicações curativas), sob alta pressão do patógeno, tecnologia de
aplicação inadequada, utilização de sub doses, problemas oriundos da aplicação
sob chuva ou logo depois de sua ocorrência (SILVA et al., 2008).
O momento de aplicação do fungicida é algo controverso, mas a maioria das
instituições recomenda as aplicações de forma preventiva. Deve-se considerar o
estágio fenológico da planta, mas não deixando o monitoramento de lado, pois a
verificação da época em que a doença atingiu a lavoura é muito importante. As
aplicações após a constatação dos primeiros sintomas representam um risco muito
elevado, pelos problemas que podem surgir para o agricultor no controle desta
doença, como dificuldade de aplicação em toda área e a impossibilidade de
pulverização devido às condições ambientais, principalmente nos períodos de chuva
(SILVA et al., 2008).
Deve se realizar o monitoramento da lavoura e realizar aplicações preventivas
nos estágios R1 (Início da floração) e ou R2 (Floração plena), deste modo, agindo
antes do período onde a ocorrência da doença ocorre em maior pressão, que é na
fase R5 (Enchimento dos grãos). No caso de constatação da doença antes desses
estágios realizar as aplicações o mais rápido possível. Já que em trabalhos
realizados, ficou demonstrado que a perda causada pela ferrugem, podem chegar a
1,37 sacos por hectare (um saco igual a 60 kg) por dia de atraso na aplicação,
(SILVA et al., 2008).
Diante desse quadro, pode-se observar que o controle da ferrugem asiática
tornou-se uma das mais importantes práticas de manejo da lavoura de soja.
2.8.2. Rotação de culturas
A rotação de culturas não apresenta efeito direto no controle da ferrugem,
uma vez que o fungo apenas sobrevive em tecidos vegetais vivos, ou seja, é um
ser biotrófico. Por outro lado a rotação de culturas pode contribuir no manejo da
doença de forma indireta, proporcionando melhorias nas qualidades químicas,
físicas e biológicas do solo. Deste modo a planta se desenvolve em condições
melhores do solo, se tornando menos suscetível ao ataque das doenças (SILVA et
al., 2008).
2.8.3. Adubação equilibrada
A adubação equilibrada fornece os nutrientes necessários para o bom
desenvolvimento da planta e torna-a naturalmente mais resistente a doenças.
Levando em consideração a teoria da Trofobiose, que mostra que a suscetibilidade
da planta ao ataque de pragas e doenças é uma questão de nutrição ou de
intoxicação, considerando que uma planta bem alimentada e saudável, apresenta
uma composição equilibrada, formando uma estrutura compacta que dificilmente
será atacada por pragas e doenças. O efeito da adubação equilibrada no manejo de
doenças apresenta maior efeito perceptível em áreas novas (CHABOUSSOU, 1999).
2.8.4. Cultivar a ser semeada
A escolha da cultivar a ser usada pode ser um dos mais importantes passos
para o bom estabelecimento da cultura contra a ferrugem asiática. Cultivares de
ciclo muito longo permanecem muito tempo expostas ao possível ataque do
patógeno, e com isso são mais suscetíveis ao ataque da doença e
conseqüentemente a perdas de produtividade causas por ela (ANDRADE e
ANDRADE, 2002). O porte e arquitetura da cultivar também são importantes para o
manejo da doença, pois cultivares de porte alto, estão sujeitas ao acamamento e as
que apresentam folhas largas e grandes contribuem para a formação de um micro
clima favorável ao desenvolvimento do patógeno. Além disso, cultivares altas com
grande quantidade de folhas dificultam o molhamento das folhas mais baixas no
processo de pulverização, dificultando a entrada da calda do fungicida pode ficar
comprometida (SILVA et al., 2008).
Portanto é aconselhável o uso de cultivares de ciclo precoce, porte baixo e
folhas eretas para auxiliar no bom manejo da ferrugem.
2.8.5. Época e período de cultivo
A escolha da época do início do cultivo é muito importante para evitar o
período de alta pressão do patógeno, normalmente verificado no final da safra. A
semeadura é indicada logo que as condições ambientais permitirem, respeitando o
período do vazio sanitário (ANDRADE e ANDRADE, 2002).
Segundo ainda os autores, o mau manejo da ferrugem em cultivares precoces
vem trazendo o aumento do inóculo da doença nas variedades de ciclos médios e
longos. Tem se verificado que os produtores usuários das sojas de ciclo precoce
vem atrasando o momento da aplicação com o propósito de realizar uma única
aplicação. A utilização de apenas uma aplicação de fungicida seria interessante
tanto do ponto de vista financeiro como ambiental, se não fossem os problemas
verificados com o aumento da ocorrência da ferrugem nos estados fenológicos mais
tardios da cultura R6 (Vagens com 100% de granação) e R7 (Amarelecimento de
folhas e vagens). Embora o aumento da presença da ferrugem não cause perdas
significantes nos estados fenológicos mencionados, as cultivares de ciclo médios e
tardios estarão sujeitas ao maior ataque do patógeno, pelo fato de que o fungo não
foi controlado corretamente, dificultando o controle da doença nestas cultivares de
ciclos mais longos. Isso acaba por aumentar o custo de produção pela necessidade
de mais aplicações de fungicidas, além de comprometer o manejo de outras
doenças eficientemente controladas pelos fungicidas utilizados no controle da
ferrugem, como a septoriose, o crestamento de cercospora, a antracnose e a
mancha alvo.
2.8.6. Vazio sanitário
O vazio sanitário consiste principalmente em duas medidas, a eliminação da
soja tigüera e a regulamentação de um período sem cultivo de soja no país. A
eliminação da soja voluntária ou tigüera é muito importante para que a prática do
vazio sanitário funcione, porque muitos agricultores não realizam a eliminação
destas plantas, principalmente as situadas perto de matas, córregos e represas. As
plantas de soja das margens de estradas também devem ser eliminadas. A presença
destas plantas representa um grande risco para a produção das próximas safras,
pelo fato de que elas são hospedeiras do fungo, perpetuando o patógeno próximo da
área a ser cultivada (SILVA, et al., 2008).
O período em que cada região está proibida de cultivar a soja é determinado
por cada estado, e tem o objetivo de reduzir o inóculo do fungo Phakopsora
pachyrhizi nos primeiros cultivos. Desta forma, é possível diminuir a possibilidade de
incidência da doença no período vegetativo e, conseqüentemente, reduzir o número
de aplicações de fungicidas para o controle (EMBRAPA, 2007).
De acordo com a Embrapa (2007), a realização de um vazio sanitário total
para a ferrugem é impossível, uma vez que outros países do continente cultivam
soja em épocas diferentes do Brasil, a chamada ‘ponte-verde’ presente entre os
paises vizinhos, já que o fungo não respeita as fronteiras. Além disso, o fungo
causador da ferrugem apresenta ampla gama de hospedeiros que permanecem no
campo multiplicando-o. A fiscalização do vazio sanitário é realizada pelas agências
da Agrodesfesa de cada estado participante. Os estados que realizam o vazio
sanitário é Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, Tocantins, São Paulo, Minas
Gerais, Maranhão, Bahia e Paraná.
Período do vazio sanitário é definido por estado. Em Mato Grosso vai de
15/06 a 15/09; em Goiás de 01/07 a 30/09; em Mato Grosso do Sul de 01/07 a
30/09; em Tocantins de 01/07 a 30/09; em São Paulo de 01/07 a 30/09; em Minas
Gerais de 01/07 30/09; no Maranhão de 15/08 a 15/10; na Bahia de 15/08 a 15/10; e
no Paraná de 15/06 a 15/09 (EMBRAPA, 2008).
2.8.7. População e espaçamento entre linhas
O microclima proporcionado pela maior população e pela redução do
espaçamento entrelinhas favorece a incidência prematura da ferrugem asiática. A
condição de maior adensamento é responsável por dificultar a passagem de vento,
mantendo o molhamento foliar por um período de tempo maior, proporcionando
maior favorecimento das condições ambientais para infecção. Além de o maior
adensamento, principalmente no espaçamento entre linhas, dificultar a penetração
da calda fungicida desde as fases iniciais de aplicação (ELMORE, 2004).
Como não existe espaçamento ideal entre linhas, deve-se respeitar a
população de plantas recomendada pela empresa de sementes para a região.
2.8.8. Cultivares com resistência
A utilização de cultivares resistentes, mesmo as cultivares que apresentem
uma resistência parcial, representa uma das principais medidas de controle em
patossistema. Mas a utilização de cultivares com esta característica não deve ser a
única media de controle, ela deve estar estabelecida juntamente com outras
técnicas, inclusive para manter a resistência de tais cultivares (SILVA et al., 2008).
A introdução do gene de resistência à ferrugem em uma cultivar, confere à
planta melhores condições para conviver com a doença no campo. Caso o controle
cultural e o químico “escapem das mãos” a planta estará protegida pelo gene. Esta
proteção extra é o que proporciona maior tranqüilidade e segurança ao produtor
(FUNDAÇÃO MT, 2009).
Conforme vem sendo apresentado pela Fundação Mato Grosso e pela
Embrapa, a resistência genética à ferrugem asiática irá contribuir essencialmente no
manejo da doença, embora não descarte a necessidade das aplicações de
fungicidas. O grande benefício das cultivares será a possível redução do número de
aplicações de fungicidas, minimizarem o risco de perda de momento de aplicação e
diminuir o risco de epidemias da doença.
A Fundação Mato Grosso irá disponibilizar comercialmente para a safra
2009/10 cultivares com a tecnologia INOX®, apresentando resistência à ferrugem
sem perda de produtividade, o que irá possivelmente proporcionar ao produtor maior
segurança em relação ao manejo, pois caso ocorram problemas no controle
químico, o controle genético protegerá a planta de possíveis danos (FUNDAÇÃO
MATO GROSSO, 2009).
2.9. Ferrugem asiática - perspectivas futuras
A ferrugem asiática é uma doença cuja ocorrência inicial apresenta maior ou
menor severidade de acordo com as condições climáticas, e com a proximidade da
fonte de inóculo, podendo apresentar variação de ano para ano. Portanto é uma
doença imprevisível. Por isso é fundamental que a assistência técnica e produtores,
estejam atentos, realizando um bom manejo da lavoura, utilizando todas as medidas
possíveis de controle à ferrugem, realizando monitoramento constante para que
com a detecção da presença da doença ela já seja combatida (YORINORI e
LAZZAROTTO, 2004).
Ainda segundo os autores com o aumento do número de pesquisas sobre o
controle da ferrugem e utilizando-se de forma integrada todas as estratégias de
manejo que visam retardar ou conter o progresso da doença, como a utilização de
variedades resistentes e produtos químicos, a tendência é que os prejuízos
causados pela a ferrugem asiática diminuam, mas a doença continuará em foco,
sendo mantendo-se como a doença mais importante da sojicultura mundial.
3.0 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
3.1. Informações gerais
O estágio curricular obrigatório que deu origem a este trabalho foi realizado
no município de Catalão-GO, no período de 05/01/2009 à 20/02/2009. O estágio foi
conduzido sob a supervisão do engenheiro agrônomo Juliano de Sousa Santos,
responsável pela administração da filial da Cooperativa dos agricultores da região de
Orlândia (CAROL), na divisão de insumos agrícolas da cidade de Catalão, que atua
prestando assistência técnica aos cliente e cooperados nas propriedades presentes
nos municípios de Catalão, sede da filial, Goiandria-GO, Campo Alegre-GO,
Ouvidor-GO, Três Ranchos-GO, Paracatu-MG e Guarda-Mor-MG, e pela
coordenação da equipe técnica da empresa na filial de Catalão, constituída pelos
engenheiros agrônomos Marcelo Moraes e Fabiano Adorno.
3.2. Descrição da empresa – objeto do estágio
A empresa CAROL é uma cooperativa formada pelos agricultores da região
de Orlândia-SP, fundada em 28 de fevereiro de 1963 por um grupo de 59 produtores
da região. A empresa foi fundada com o objetivo de ajudar os cooperados na área de
assistência técnica e serviços agrícolas. Após anos de mercado, com a empresa
passando por um bom momento financeiro e bem estruturado, na década de 90 deu-
se início a um programa de expansão, da empresa aonde ela começou a abrir novas
fronteiras saindo do estado de origem, e estabelecendo inicialmente filias em outros
estados como em Mina Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul e, posteriormente no
início deste século, se estabelecendo também nos estados do Mato Grosso e
Tocantins. Além da expansão nacional a empresa também se expandiu nas áreas de
atuação, com a criação de novos centros de distribuição, lojas estruturas de
armazenagem entre outras. A CAROL se tornou uma grande empresa no ramo de
comercialização de produtos como: defensivos, farelo de soja, fertilizantes e
corretivos, forrageiras, produtos industrializados ligados a agricultura e pecuária,
lojas, nutrição animal e sementes.
A metodologia empregada no estágio foi baseada nos trabalhos práticos
juntamente com a parte teórica transmitida pelo co-orientador e outros
colaboradores da empresa.
3.3. Atividades desenvolvidas
As práticas realizadas no período de estágio foram principalmente
direcionadas à assistência técnica aos cooperados e clientes da empresa na região
de abrangência da filial de Catalão, sendo realizadas visitas às propriedades rurais,
sempre com a presença de algum engenheiro agrônomo da empresa.
3.3.1. Monitoramento da ferrugem asiática da soja
A ferrugem asiática da soja constitui-se numa das maiores preocupações
atuais dos produtores de soja de todo o país, o seu monitoramento é muito
importante para evitar perdas e orientar a tomada de decisão quanto ao seu
controle.
O monitoramento foi realizado nas propriedades dos clientes e cooperados da
empresa, da seguinte forma: as áreas das propriedades foram divididas por talhões
de acordo com sua geografia, para auxiliar a identificação das pústulas foram
utilizadas lupas de bolso de capacidade de aumento de 20 a 30 vezes. É sabido que
é difícil encontrar as primeiras pústulas, mas identificá-las com a lupa é fácil, pois
ainda apresentam minúsculos pontos, com correspondente protuberância (urédia) na
parte abaxial da folha.
As amostras de folhas foram coletadas na região do terço inferior das plantas,
onde a doença costuma atacar inicialmente. Após isto, com o auxílio da lupa e com a
folha depositada sobre algum fundo claro, no caso podendo se utilizar a luz solar,
era observado a parte abaxial da folha para verificar a presença de alguma urédia ou
pústulas, uma peque protuberância semelhante a uma ferida. Esta protuberância
(urédia ou pústula) adquire coloração castanho-escura, com um minúsculo poro
expelindo os uredosporos, isso no estágio mais avançado de ação do patógeno.
Mesmo com estes métodos de identificação citados, ocorriam situações onde
a determinação da presença do patógeno era duvidosa, nos casos onde o patógeno
estava em estágio inicial ou pelo fato da doença se assemelhar a doenças de final
de ciclo, como mancha parda ou pústula bacteriana, entre outras. Nestes casos
foram utilizados produtos novos para a confirmação da presença do patógeno como,
por exemplo, o Conjunto de Diagnóstico para Ferrugem da Soja “Kit Quick Stix’
produzido pela EnviroLogix, fabricado para a Milenia Agrociências S/A. O Kit
EnviroLoxis QuickStix para ferrugem em soja diagnostica a presença em campo da
ferrugem asiática em folhas de soja. As tiras presentes no kit junto com a solução
tampão de extração EB6, são capazes de detectar a presença do patógeno
precocemente nos estágios iniciais da infecção, que vão desde lesões cloróticas
(antes da formação das pústulas) até a formação de pústulas imaturas (sem
liberação de esporos). Durante este período é muito difícil a diferenciação dos
sintomas da ferrugem de outras doenças causadas por outros patógeno, como já foi
dito anteriormente, podendo também ser utilizado para a detecção de sintomas
avançados da doença (urédias e teliosporos) sendo dessa forma um complemento
para as inspeções visuais.
Mesmo com a aplicação de todos os métodos citados não foram dispensados
as análises laboratoriais, que no caso foram realizadas pelo departamento de
fitopatologia da Universidade Federal de Uberlândia.
Após a confirmação de alguma área com a presença do patógeno, o
monitoramento era realizado de forma mais criteriosa, com o objetivo de manter o
controle da doença, sabendo-se assim o momento correto para a aplicação do
controle químico com fungicidas, que é o método de maior eficácia no controle da
doença.
3.3.2. Determinação de época e número de aplicações de fungicidas
De acordo com o ciclo das cultivares escolhidas e com a época da primeira
aplicação, surge a possibilidade de se realizar apenas uma aplicação de fungicida
para o controle da ferrugem. Foi constatado que cultivares que apresentam ciclo
precoce e com a semeadura realizada no início do período da safra, final de
setembro início de outubro, podem ter menor necessidade de aplicação de
fungicidas, pois as variedades precoces quando semeadas mais cedo, sofrem
menor pressão da doença, podendo desse modo ter menor necessidade do controle
químico, ocorreram casos em que as lavouras completaram o ciclo com apenas uma
aplicação. Mas para a maioria das áreas avaliadas foram utilizadas duas aplicações
com fungicidas e em cultivares de ciclo longo ou com semeadura tardia foram feitas
em média três aplicações.
Mesmo não sabendo como o fungo da ferrugem irá se comportar em cada
safra observou-se que os agricultores devem estar atentos e terem ao seu lado uma
boa assistência técnica, para que sua lavoura seja monitorada de forma correta para
uma melhor efetividade do controle. No controle químico o recomendável é agir
preventivamente, principalmente nas fases R1 (Início da floração) e R2 (Floração
plena).
3.3.3. Monitoramento de lagartas
O monitoramento das lagartas foram feitos constantemente durante todas as
fases da cultura da soja, onde foram detectas com mais freqüência a presença das
lagartas da soja (Anticarsia gemmatalis) e falsa-medideira (Pseudoplusia includens).
Observou-se que nesta safra a lagarta falsa-medideira foi a principal praga da
cultura onde sua presença foi detectada em praticamente todas as lavouras da
região, e constatando-se sua presença desde o início, até o final do ciclo da planta.
Em algumas regiões o ataque da falsa-medideira ocorreu de forma severa,
com dificuldade para seu controle químico, principalmente nas lavouras que estavam
no estágio reprodutivo, por apresentarem maior estatura, engalhamento e
quantidade de folhas, o que dificultam a penetração do inseticida, uma vez que elas
atacam o terço médio da planta, dificultando o controle.
Os monitoramentos foram feitos com a utilização do pano de batida, realizado
de forma aleatória nos talhões, sendo verificado por ponto amostral 1 metro linear,
batendo-se apenas uma linha. Foram observados a quantidade de lagartas
presentes no pano, o tamanho e a espécie, para que posteriormente fosse
determinada a medida de controle.
3.3.4. Regulagem de pulverizadores
Foi necessário em algumas propriedades rurais a realização da regulagem
dos pulverizadores.
A regulagem dos pulverizadores foi realizada da seguinte maneira:
conhecendo-se uma determinada área a ser percorrida e a largura da barra de
pulverização, aplicou-se uma fórmula pré-estabelecida. O pulverizador deve estar
em funcionamento pleno e com a velocidade já determinada para a aplicação.
A fórmula utilizada para a determinação da velocidade real é:
Velocidade (km/h) = distância percorrida (m) X 3,6
Tempo (seg)
Após a determinação da velocidade real determinar a vazão do bico em l/min.
Utilizando-se da seguinte fórmula:
l/min = l/ha X km/h x W =
60000
Aonde:
W – espaçamento entre bicos
60000 – constante da fórmula
Após estes procedimentos é realizada a verificação da vazão por bicos bem
com a uniformidade de vazão dos bicos. É coletado o volume de pulverização no
bico por minuto na jarra coletora, os ajustes são realizados até que consiga uma
média com a vazão desejada entre os bicos por minuto. Desta forma o pulverizador
estará nas condições necessárias para começar o trabalho.
A medição da vazão dos bicos são realizadas com os copos dosadores que já
apresentam as medidas corretas para a regulagem.
3.3.5. Ensaios demonstrativos
Foram realizados ensaios demonstrativos de fungicidas e inseticidas,
acompanhados dos representantes técnicos das empresas fabricantes dos produtos.
Fungicidas – DuPont e Basf avaliando os produtos Aproach®Prima (principio ativo:
picoxistrobina + ciproconazol) e Opera® (principio ativo: pyraclostrobin + epoxiconazole)
respectivamente. Os ensaios demonstrativos foram realizados nas propriedades
rurais com a utilização dos produtos adquiridos pelos próprios produtores. As
avaliações foram realizadas após a colheita comparando-se a produtividade de cada
campo estabelecido lado a lado.
Inseticidas – os ensaios demonstrativos como inseticidas foi promovido, com
o objetivo de divulgação de um produto novo no mercado. Foram realizados campos
experimentais para a determinação da eficácia do produto e para a sua divulgação
junto aos produtores antes do seu lançamento no mercado. O produto é registrado
pela Dupont com o nome comercial de Prêmio, ainda não-disponível para
comercialização. O inseticida foi desenvolvido com base em uma molécula de última
geração, chamada Rynaxypyr®, e está sendo aplicado em áreas específicas para
testes.
Os ensaios demonstrativos foram montados nas lavouras dos produtores da
região, os ensaios do produto foram realizados em todas as regiões do país. O
fabricante recomenda a dose de 50 ml/ha. Foram usadas para essa finalidade, áreas
de 3 hectares por propriedade, sendo realizadas duas aplicações do produto durante
o ciclo da cultura, com o produto fornecido pela empresa fabricante. As avaliações
do produto foram feitas antes e após a aplicação, num ensaio demonstrativo lado a
lado com outro inseticida para comparação. Foram avaliados 5 pontos amostrais por
hectare e as avaliação foram realizadas no dia da aplicação, um dia após a
aplicação e em 5 dias após a aplicação. Nas avaliações foram levadas em
consideração as quantidades de lagartas, a espécie das lagartas encontradas,
tamanho das lagartas e se os insetos apresentaram algum tipo de reação pertinente
à ação do produto.
O produto começará a ser comercializado na safra 2009/2010.
4.0. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As informações obtidas no estágio, assim como as atividades realizadas,
foram de grande importância para a minha formação de engenheiro agrônomo, pelo
fato de relacionar a teoria, presente nas aulas, com a prática presente no dia a dia
do exercício da profissão.
Com este estágio conclui-se que para um engenheiro agrônomo estar
preparado para o mercado de trabalho a parte prática é essencial em sua formação,
tornando os estágios de grande importância para a possibilidade de conseguir o
primeiro emprego, que é o grande desafio presente da vida de todos os recém
formados.
A cultura da soja, de grande importância mundial, apresenta manejo
complexo, sendo necessária uma boa formação teórica e prática para realizar seu
manejo correto. Além disso, o estudo das novidades sempre presentes na cultura é
de grande importância para o profissional se manter atualizado. O conhecimento
sobre as pragas e as doenças presentes no cultivo da soja é essencial para poder
realizar a assistência técnica de forma correta.
O objetivo principal deste trabalho foi mostrar que o monitoramento e o controle
da ferrugem asiática são extremamente importantes para que a produtividade da
lavoura de soja não sofra decréscimo. As práticas para evitar o estabelecimento
da doença nas lavouras e o uso de produtos químicos quando for detectada a
doença, são os melhores métodos de controle para a ferrugem asiática da soja.
Os conhecimentos adquiridos foram de grande importância para minha formação
como profissional da área.
No término deste estágio percebi que na área da assistência técnica
trabalhar-se de forma ativa e em contato direto com o campo, tornando o trabalho
prazeroso de ser realizado. Estar aberto às novidades presentes a cada dia, não
esquecer dos ensinamentos transmitidos pelos professores, saber respeitar a
opinião dos produtores, ser educado, justo, ser humilde e ao mesmo tempo
transmitir confiança, são algumas das características que um engenheiro agrônomo
deve apresentar para se tornar um bom profissional.
5.0. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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