Monografia pronta- Mirelle Andrade
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UniAGES Centro Universitário
Bacharelado em Nutrição
MIRELLE ANDRADE DA SILVA
TRANSTORNOS DE ANSIEDADE E IMPACTOS NUTRICIONAIS: uma revisão integrativa
PARIPIRANGA 2021
MIRELLE ANDRADE DA SILVA
TRANSTORNOS DE ANSIEDADE E IMPACTOS NUTRICIONAIS: uma revisão integrativa
Monografia apresentada no curso de graduação do Centro Universitário AGES como um dos pré-requisitos para obtenção do título de bacharel em Nutrição
Orientador: Prof. Igor Macêdo Brandão
PARIPIRANGA 2021
MIRELLE ANDRADE DA SILVA
TRANSTORNOS DE ANSIEDADE E IMPACTOS NUTRICIONAIS: uma revisão integrativa
Monografia apresentada como exigência parcial para obtenção do título de bacharel em Nutrição à Comissão Julgadora designada pela Coordenação de Trabalhos de Conclusão de Curso do UniAGES. Paripiranga, ____ de __________ de ______.
BANCA EXAMINADORA
Prof. Igor Macedo Brandão UniAGES
Nome do Professor UniAGES
AGRADECIMENTOS
Começo sendo a mais clichê possível, agradecendo à Deus pelo dom da
vida e por não ter me deixado desistir durante esses longos 4 anos e meio, tenho
a plena certeza que sem a concessão dEle nada disso seria possível.
Aos meus pais José Gil, que com seu jeito prestativo nunca me deu um “não”
das diversas vezes que precisei de sua ajuda, e em especial a minha mãe Cláudia
Andrade que durante toda a minha graduação foi o meu ponto de luz e refúgio
mesmo que as vezes com nossas divergências, se manteve firme me ajudando a
prosseguir quando pensei inúmeras vezes que eu não ia conseguir ir adiante para
finalizar meu tão esperado sonho. O meu muito obrigada pela oportunidade a mim
concedida será eterno, eu amo muito vocês.
Agradeço ao meu pequeno companheiro de vida, meu irmão Gil Júnior que
apesar da sua pouca idade, possui uma maturidade extraordinária. Você foi ponto
chave importante quando eu não sabia o que fazer, quando me via triste, cansada
e sem ânimo. Com você ouvi as melhores palavras, tive o melhor abraço, e o
melhor conforto, e acredite, não sei o que seria de mim sem você. Eu te amo muito,
“Junin”.
Aos meus avós Lindinalva Andrade e José Francisco que mesmo com pouco
entendimento sempre tinham uma palavra de carinho e incentivo quando eu ia a
sua casa desabafar sobre os meus anseios. Se fôssemos eternos, desejaria a
eternidade para eles, mas, posso desejar longa vida, o meu maior agradecimento
e amor por eles dois.
Aos meus tios, em especial meu tio/padrinho Claudivan Andrade, com sua
paciência e sabedoria, me deu todos os melhores conselhos que eu poderia ouvir,
a frase “as coisas não são estáticas” ficará guardada em minha memória. Agradeço
também as minhas tias que de forma direta ou indireta contribuíram para a chegada
desse tão esperado momento. Deixo a vocês meu muito obrigada.
Ao meu melhor amigo Herbert Thiago, que conheci logo quando entrei na
Instituição, agradeço-lhe por todo carinho, amor, afeto, fidelidade e até pelas
brigas. Tudo que vivemos foi essencial para o crescimento da nossa amizade,
desde ser parceiro em participar de dança de São João, a ser meu paciente em
estágio. Você é muito especial para mim best, muito obrigada por tudo, eu amo
você.
Agradeço fielmente e eternamente a minha melhor amiga e irmã de alma
(como costumamos dizer) Janine Freitas, pela cumplicidade, amizade e fidelidade
desde que entrei na Instituição. Tenho plena certeza que fomos amigas em outras
vidas. Não mensuro o tamanho do carinho por você! Somente agradecer seria
pouco mana, eu te amo muito, obrigada.
Ao meu doce namorado e companheiro Anderson Macêdo que me conheceu
já no finalzinho de tudo, e acredito que na fase mais pesada do que se tivesse
chegado logo no início. Agradeço a você meu bem, por me suportar, compreender,
ajudar e me fortalecer quando eu mais precisei, sei que não é fácil lidar com essa
metamorfose ambulante que eu sou. Que Deus mantenha sempre a sua paciência.
Muito obrigada meu amor, eu te amo.
Agradeço as meninas que conviveram comigo na república em Paripiranga,
em especial Penelopy Laurêncio que esteve comigo e se tornou minha parceira e
amiga de quarto, obrigada pelos conselhos, ajuda e carinho. Sentirei saudades.
A todos os funcionários da Instituição Ages, meu muito obrigada pelos
serviços prestados.
Aos meus professores que agregaram na minha formação com sua
sabedoria e conhecimento, em ênfase Isis Lacrose e Viviane Portella na minha
curta caminhada pela Estácio. A Igor Brandão, Rôas Costa, Dalmo Moura, Augusto
Teixeira, Jamylle Araújo e todos os outros que aqui não foram citados, meu
muitíssimo obrigada.
Aos preceptores de estágio Jeovani Santana e Iris Patrícia, que transferiram
conhecimento de forma descomplicada mesmo que online, agradeço a vocês por
se tornarem essenciais para minha formação.
Aos meus colegas com quem dividi sala e trabalhos acadêmicos, em
especial Juliana Duarte, Analicia Souza, Karine Gomes, Daniela Duarte e todos os
outros que aqui não foram citados, agradeço-lhes de coração pela caminhada e
desejo-lhes sucesso.
Aos que não citei aqui de alguma forma, eu agradeço do fundo do meu
coração. Mais uma vez, muito obrigada! Para os sonhadores, não desistam do
sonho de vocês, pois quem acredita sempre alcança.
É a verdade que assombra, o descaso que
condena, a estupidez o que destrói. Vejo tudo
que se foi e o que não existe mais. Tenho os
sentidos já dormentes, o corpo quer, a alma
entende. Esta é a terra-de-ninguém, sei que
devo resistir (...). E nossa história não estará
pelo avesso assim, sem final feliz. Teremos
coisas bonitas pra contar, e até lá vamos viver.
Temos muito ainda por fazer, não olhe pra trás,
apenas começamos.
O mundo começa agora, apenas começamos.
Renato Russo
RESUMO
Objetivo: Realizar uma revisão integrativa com o intuito de analisar e identificar possíveis alterações que comprometem a modulação intestinal de pacientes com Transtorno de Ansiedade, verificando a funcionalidade intestinal, bem como as deficiências de determinadas vitaminas e nutrientes. Método: Efetuou-se a procura de termos que descrevessem função intestinal envolvendo fatores que alteram a comunicação entre o eixo cérebro-intestino e funções gastrintestinais de pacientes com Transtorno de Ansiedade. Posteriormente, realizou-se uma revisão de literatura nas bases de dados PubMed, SciELO, LILACS e Google Acadêmico. Foram inclusos estudos em português e inglês, publicados no período correspondente aos anos de 2011 a 2020, realizados com seres humanos e animais de laboratório, disponíveis em sua totalidade sendo compatíveis com o tema pesquisado. Resultados: Foram utilizados instrumentos específicos para identificação e avaliação do eixo cérebro-intestino, e alterações intestinais causadas por transtornos de ansiedade. Conclusões: Grande parte dos artigos identificou a presença de alterações tanto referentes à modulação intestinal, quanto à comunicação entre o eixo cérebro-intestino em pacientes que sofrem com Transtorno de Ansiedade, bem como alterações provenientes da ausência de nutrientes que entraram em evidência como Ácido Fólico, Ferro, Zinco e Vitamina B12. PALAVRAS-CHAVE: Alterações intestinais. Eixo cérebro-intestino. Transtorno de ansiedade. Deficiência de vitaminas e nutrientes.
ABSTRACT
Objective: To perform an integrative review in order to analyze and identify possible alterations that compromise the intestinal modulation of patients with Anxiety Disorder, verifying intestinal functionality, as well as deficiencies of certain vitamins and nutrients. Method: We searched for terms that described intestinal function involving factors that alter the communication between the brain-intestine axis and gastrointestinal functions of patients with Anxiety Disorder. Subsequently, a literature review was conducted in the PubMed, SciELO, LILACS and Google Scholar databases. Studies in Portuguese and English, published in the period corresponding to the years 2011 to 2020, conducted with humans and laboratory animals, available in their entirety, were compatible with the researched theme. Results: Specific instruments were used to identify and evaluate the brain-intestine axis, and intestinal changes caused by anxiety disorders. Conclusions: Most articles identified the presence of changes in both intestinal modulation and communication between the brain-gut axis in patients suffering with Anxiety Disorder, as well as changes from the absence of nutrients that came into evidence such as Folic Acid, Iron, Zinc and Vitamin B12. KEYWORDS: Bowel changes. Brain-gut axis. Anxiety disorder. Vitamin and nutrient deficiency.
LISTAS
LISTA DE FIGURAS
1: Vias envolvidas na comunicação bidirecional entre a microbiota intestinal e o
cérebro 15
2: Bases neurobiológicas da ansiedade 23
3: Os efeitos do estresse e dos glicocorticoides nas sinapses de glutamato e na
neurotransmissão 24
4: Medo e ansiedade 25
5: Modelo de esquemas emocionais 31
6:Estrutura conceitual da estrutura epigenética e alterada do cérebro como
mecanismos de psicopatologia 35
7: Diagrama do processo de obtenção do corpus 42
LISTA DE TABELAS
1: Síntese dos estudos relacionados: o eixo cérebro-intestino em relação ao
transtorno de ansiedade, microbiota intestinal e disbiose envolvendo distúrbios
psicológicos, deficiência e interação de vitamina B12, ferro, zinco e ácido fólico
em relação ao transtorno de ansiedade 46
LISTAS DE SIGLAS
GABA - ÁCIDO γ- AMINOBURÍTICO
GI - GASTROINTESTINAL
HCY - HOMOCISTEÍNA
HPA - HIPOTÁLAMO-PITUITÁRIA-ADRENAL
SNA - SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
SNC - SISTEMA NERVOSO CENTRAL
SNE - SISTEMA NERVOSO ENTÉRICO
TCAP - TRANSTORNO COMPULSIVO ALIMENTAR PERIÓDICO
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 12
2 METODOLOGIA 14
3 EIXO CERÉBRO-INTESTINO: como a microbiota influencia no transtorno de
ansiedade 15
4 TRANSTORNO DE ANSIEDADE: efeitos emocionais e patológicos 20
5 RELAÇÃO DO TRANSTORNO DE ANSIEDADE E DISTÚRBIOS ALIMENTARES
27
5.1 Relação Transtorno de Ansiedade e a compulsão alimentar periódica 29
6 CARÊNCIA DE VITAMINAS E NUTRIENTES EM INDIVÍDUOS COM
TRANSTORNO DE ANSIEDADE 34
6.1 Ácido fólico 37
6.2 Ferro 38
6.3 Vitamina B12 39
6.4 Zinco 40
7 RESULTADOS 42
8 DISCUSSÃO 47
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS 52
REFERÊNCIAS 53
12
1 INTRODUÇÃO
A ansiedade é um estado em que há uma maior observação e uma capacidade
de resposta que traz resultados de determinados comportamentos de defesa do
indivíduo, e através destes que tangem no quesito de prevenir e diminuir os danos ao
organismo de determinada situação de perigo, sendo totalmente essencial de defesa
para o mecanismo fisiológico adaptativo. Desse modo, é importante destacar os
neurotransmissores como responsáveis pela resposta de estímulos nervosos
presentes no cérebro e a partir destes ocorrem a inibição de neurônios através da
sinapse, e quando essa ansiedade se torna um problema recorrente, estes são
considerados alvos primários para o desenvolvimento não somente de transtornos de
ansiedade, mas também de transtornos psiquiátricos (KRUERGUER-BURG et al,
2018).
A partir desse pressuposto, em determinada fase da vida, a maioria dos
indivíduos possuem algum transtorno alimentar causado pela má qualidade da saúde
mental. E dentre estes transtornos alimentares que geralmente são causados pelo
sentimento de ansiedade, que diferentemente da que é ocasionada comumente, ou
seja, aquela que logo passa após um acontecimento importante, o transtorno de
ansiedade traz situações recorrentes que diferem entre si quando se relaciona ao
medo, recusa, esquiva e pensamentos negativos (COSTA et al, 2019).
Desta forma é possível observar como o comportamento alimentar pode estar
associado a questões sociais, demográficas e culturais em que a percepção do
indivíduo em relação aos alimentos vem de experiências já existentes e pelo estado
nutricional. É válido salientar que o transtorno alimentar pode ser desenvolvido através
dessas questões que envolvem vínculo familiar bem como a mídia social que muitas
vezes se torna algo compulsório a ponto de gerar aflição ao indivíduo que se submete
a tais perspectivas, sejam elas em busca do corpo perfeito, da compulsão alimentar,
da distorção de imagem, causando distúrbios psicológicos em grande escala
(GONÇALVES et al, 2013).
Faz-se necessário apresentar fatores que a depender do nível de estresse, a
angustia e medo em pessoas com transtorno de ansiedade pode estar relacionado
com a alimentação, levando a deficiência de nutrientes, afetando na sua absorção e
assim tornando-se fatores que trazem malefícios a saúde do indivíduo.
13
A partir destas informações, este estudo tem como objetivo realizar uma revisão
integrativa na qual mostra-se pertinente ressaltar as alterações do comportamento
alimentar devido ao transtorno de ansiedade, e no que tange ao impacto na qualidade
de vida dos indivíduos.
14
2 METODOLOGIA
Refere-se a uma revisão integrativa, realizada na Universidade Integradas
Ages, em Paripiranga-BA.
Para a realização deste estudo, foram utilizados os seguintes descritores:
“transtorno de ansiedade”, “compulsão alimentar”, “comportamento alimentar”,
“transtorno alimentar e ansiedade”, “deficiência de nutrientes e ansiedade”, “functional
gastrointestinal disorders”, “cerebro-instinct axis and anxiety” limitando do português
ao inglês, aos estudos realizados com seres humanos, aos textos na integra e aos
temas compatíveis ao pesquisados neste trabalho com limitadores temporais no
período de publicação de 2011 até 2020, consultados nas bases de dados:
Medline/Pubmed (12), Scielo (4) e LILACS (5).
A primeira seção foi retirar a duplicidade nas bases de dados de modo que
restaram: 305 artigos. Em seguida, ocorreu a escolha pelos títulos, que resultou em
220 publicidades selecionadas. Após a leitura dos resumos foram excluídos 80 que
não abordavam o tema compatível com o pesquisado. Restaram 45 artigos, que foram
lidos na íntegra e, posteriormente, houve a exclusão daqueles que não atendiam o
objetivo. O estudo foi finalizado com inclusão de 21 artigos.
15
3 EIXO CERÉBRO-INTESTINO: como a microbiota influencia no transtorno de ansiedade
Mediante as pesquisas, é possível observar que o cérebro se conecta ao
intestino através de neurotransmissores que possibilitam a passagem de sinais
sinápticos fazendo a ligação do eixo cérebro-intestino. E, a partir desta premissa,
destaca-se que o sistema intestinal através da microbiota existente se conecta a
psique do sistema nervoso com o intestino, fazendo com que haja as funções
metabólicas, neuroendócrinas e imunológicas. (MOSER et al 2018). Os autores
destacam ainda que através da microbiota intestinal é definido as condições em que
há uma maturação no eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA) no qual acontecem um
impacto nos circuitos cerebrais de cognação social, recompensa e processamento
emocional nos quais indica uma adaptação comportamental ao estresse.
É importante observar que a microbiota intestinal do indivíduo, para se
desenvolver adequadamente, depende do tipo de parto ao nascer, bem como a
predisposição genética, idade, nutrição, atividade física, fatores ambientais, estresse
e infecções. A partir desse pressuposto, a função cerebral e a composição psicológica
possuem uma relação recíproca com o intestino. (PETRA et. al, 2015).
Segundo Kim et al. (2018) o Sistema Nervoso Central (SNC) pode alterar a
composição da microbiota intestinal e a biomassa total por meio da regulação da
saciedade, como por exemplo, as mudanças nos padrões dietéticos podem afetar a
capacidade da microbiota intestinal de acessar os nutrientes necessários,
influenciando em última instância sua composição. Além disso, o sistema nervoso
desempenha um papel importante na regulação das funções intestinais, como a
mobilidade gastrointestinal, bem como a secreção de ácido, bicarbonato e muco,
todos os quais são proeminentes na manutenção da camada mucosa e assim, ao
alterar o habitat normal da mucosa, o sistema nervoso central pode afetar a
composição da microbiota intestinal.
Mediante essas informações anteriormente destacadas, é possível apresentar
segundo Crayan et al. (2011) que a complexa comunicação existente entre a
microbiota intestinal e o cérebro abrange o sistema nervoso central (SNC) e ramos
simpático e parassimpático dos neurotransmissores do sistemas nervoso autônomo
16
(SNA) e entérico (SNE), bem como as fibras aferentes que fazem parte da projeção
do intestino para o centros corticais em exemplo o córtex cerebral, cingulado anterior
e posterior e amigdala que possuem as fibras efetoras que se projetam para o músculo
liso do intestino e sendo estas as principais vias de comunicação bidirecional ao longo
do eixo cérebro-intestino. E a partir desta junção que forma o eixo que se comunica
não somente por meio de rotas neuronais, mas também por meio de moléculas que
fazem a sinalização humoral e de componentes hormonais que em conjunto exercem
o efeito que alteram a função gastrointestinal (GI) e função cerebral (MAYER, 2011).
Ainda se tratando de vias neurais, é importante ressaltar que o intestino é
inervado pelo SNE possuindo uma rede complexa de neurônios que é composta de
nervos sensoriais, motores e interneurônios em que tem a possibilidade de regular de
forma independente as funções GI consideradas básicas, como por exemplo a
motilidade, secreção de muco e fluxo sanguíneo (MOLONEY et al., 2013).
Os autores ainda discorrem que a adrenalina, noradrenalina e acetilcolina são
os principais neurotransmissores do SNA, bem como os neurônios eferentes e
aferentes desse sistema se inervam no intestino, interagindo com SNE, em que o
nervo vago é o principal nervo da divisão parassimpática do SNA e demonstra-se ser
uma via importante para a comunicação entre o intestino e o cérebro como será
demonstrada na figura 1.
Figura 1: Vias envolvidas na comunicação bidirecional entre a microbiota intestinal e o cérebro. Adaptado: Cryan e Dinan (2013).
17
Ao exposto da figura 1, é possível identificar que a comunicação bidirecional
está relacionada as vias multiprepotenciais diretas e indiretas por meio das quais a
microbiota intestinal pode modular o eixo cérebro-intestino. Nelas estão incluídas as
vias endócrinas (cortisol), imune (citocinas) e neural (sistema nervoso vago e
entérico). Para melhor entendimento, é perceptível observar que o cérebro recruta
esses mesmos mecanismos para influenciar a composição da microbiota intestinal,
por exemplo, em condições de estresse. O eixo hipotálamo-hipófise-adrenal regula a
secreção de cortisol, e este pode afetar as células imunológicas (incluindo a secreção
de citocinas) tanto localmente no intestino quanto sistemicamente (CRYAN e DINAN,
2013).
Os autores destacados anteriormente explicam que o cortisol também pode
alterar a permeabilidade intestinal, a função de barreira, e a composição da microbiota
mutualmente, por outro lado, a microbiota intestinal e os agentes probióticos podem
alterar os níveis de citocinas circulantes e isso pode ter um efeito negativo na função
cerebral, que tanto o nervo vago quanto a modulação dos níveis sistêmicos de
triptofano como visto na figura 1, estão fortemente implicados na transmissão da
influência da microbiota intestinal para o cérebro. Além disso, os ácidos graxos de
cadeia curta (SCFAs) são metabólitos bacterianos neuro ativos das fibras dietéticas
que também podem modular o cérebro e o comportamento. Dessa forma é compreensível que o eixo cérebro-intestino se estende para
microbiota intestinal devido ao seu complexo círculo de comunicação entre o intestino
e o cérebro que irão modular as funções tanto imunológicas bem como
gastrointestinais e do SNC (BORRE et. al, 2014). De acordo com os autores, a partir
da relação bidirecional dita anteriormente entre a microbiota intestinal e o SNC que
fazem com que influenciem na reatividade ao estresse bem como na percepção de
dor, a neuroquímica e vários distúrbios do eixo cérebro-intestino.
Em observação dos mecanismos de sinalização, além das vias neurais,
endócrinas e metabólicas há alguns mecanismos imunológicos que podem afetar o
neurodesenvolvimento tornando-se assim resultado de uma disbiose, que podem ter
um efeito profundo que ocorrem também através de fatores endógenos e exógenos
ocasionando uma síndrome metabólica e transtornos mentais (BORRE et. al, 2014).
Segundo Saulnier et al. (2014), a disbiose microbiana está associada a
distúrbios gastrointestinais e metabólicos, quando um crescente corpo de evidências
18
sugere que a interação hospedeiro-microbiana pode resultar em funções neuro
imunes desreguladas, afetando o comportamento. Ainda assim, os autores fazem
menção de muitos fatores relacionados ao eixo cérebro-intestino em que se referem
que a conexão entre a função cognitiva e os aspectos fisiológicos existentes, possuem
características e fatores dos mecanismos neurais, ou as estratégias adotadas no
processo de digestão e condução de sinais.
Além disso, o processo de absorção ainda é parte integrante da rede de vias
neurais no qual essas ligações ainda são necessárias para entender melhor a relação
desse eixo e como se estabelecem as correlações entre outras funções importantes
do metabolismo e as mudanças bioquímicas necessárias para a comunicação básica
no processo de administração e distribuição de funções determinantes para que a
ação efetiva correspondente as ações deste eixo sejam feitas de forma adequada
(SAULNIER et al, 2014).
A partir dessas perspectivas, como foi visto anteriormente, é possível salientar
que a resposta de estresse é gerada pela integração complexa de uma série de
regiões cerebrais que estão interconectadas e que participam da entrada modulatória
de regiões corticais e sendo a principal saída do circuito central de estresse consiste
no eixo neuroendócrino HPA e SNA (COLLINS et al., 2012).
Em situações quando acontece ao indivíduo casos de um evento adverso ou
estressor, seja por uma ameaça real (estressor físico) seja por a antecipação de uma
ameaça (estressor psicológico) em que ambos irão provocar uma sequência de
reações fisiológicas, emocionais e comportamentais que permitem lidar
adequadamente com a situação, e então, quando esses estressores se tornam graves
ou crônicos e muitas das vezes incontroláveis, podem desencadear mudanças
desadaptativas na estrutura e função do cérebro que podem ter consequências de
longo prazo no bem-estar físico e mental de uma pessoa (MCEWEN, 2012). Portanto,
a importância do estado emocional e do processamento de estresse no cérebro tem
recebido reconhecimento crescente no estudo de distúrbios gastrointestinais, como
também a desregulação do eixo cérebro-intestino quando há distúrbios no SNC
relacionados à ansiedade é de bastante relevância.
Com base nos achados de Holtmann et al. (2017), a ansiedade e os transtornos
depressivos comórbidos são altamente prevalentes em pacientes com doenças
gastrointestinais funcionais como a Síndrome do Intestino Irritável (SII) , e de acordo
19
com os estudos em amostras em seres humanos, foi especulado que o aumento da
prevalência de comorbidades psiquiátricas em pacientes com doenças
gastrointestinais funcionais reflete no fato de que estas podem ser uma manifestação
primária de disfunção cerebral ou mesmo uma somatização primária entre o cérebro
dirigindo para as manifestações intestinais. Os autores descrevem que em pelo menos
metade dos casos, os sintomas de doenças gastrointestinais surgem, inicialmente,
nos transtornos de humor incidentes, já outros estudos, enfatizam o papel da
inflamação intestinal e da resposta das citocinas no microbioma intestinais
responsáveis em conduzir o intestino a alterações cerebrais.
Consequentemente, há evidências crescentes de que o microbioma intestinal
pode influenciar e modular o comportamento emocional. Assim, uma microbiota
intestinal saudável é essencial para sua manutenção fisiológica e contribui para a
correta transmissão dos sinais ao longo do eixo cérebro-intestino, o que permite a
inalteração da saúde mental do indivíduo.
Portanto, é necessário investigar as alterações intestinais nas quais estas são
identificadas no cérebro conjuntamente ao sistema nervoso central e as glândulas
intestinais, que traz consequências a longo prazo como os distúrbios gastrointestinais.
Porém, para isso, é preciso entender como o transtorno de ansiedade se manifesta
no organismo do indivíduo, ou seja, os efeitos emocionais e patológicos nos quais
serão vistos mais adiante.
20
4 TRANSTORNO DE ANSIEDADE: efeitos emocionais e patológicos
A palavra ansiedade vem do latim anxius, que significa inquietação e angústia,
conhecida por acelerar o pensamento e antecipar ameaças potenciais. Pacientes com
transtornos de ansiedade costumam apresentar alterações no apetite, excesso ou
supressão, mas a forma de ingestão alimentar não condiz com os principais sintomas
do diagnóstico. Além disso, o estado de ansiedade está relacionado a alterações
fisiológicas relacionadas à atividade do sistema de defesa neurobiológico e a resposta
ao estresse, que pode afetar a imunidade e a função com distúrbios metabólicos
individuais (ANDRADE et al., 2019).
Sendo assim, mediante uma perspectiva e de acordo com a evolução de
estudos, os transtornos de ansiedade refletem nas falhas do funcionamento de
circuitos neurais responsáveis por detectar, organizar e expressar um conjunto de
reações de defesa. Então, diferencia-se o sentimento de medo como uma emoção
que faz parte de um sistema adaptativo, que corresponde a forma adequada de perigo.
A ansiedade por sua vez, caracteriza-se por seu aspecto patológico tendo em vista
que esse estado subjetivo decorre de um conjunto de reações ativadas na ausência
de qualquer situação de perigo ou por uma ativação desproporcional em relação a
uma situação provocada (LANDEIRA et al., 2011).
Conforme as informações expostas anteriormente, é possível ainda destacar
que os indivíduos com transtorno de ansiedade emitem sinais de inquietação, como
por exemplo andar de um lado para o outro; movimentar pés e mãos sem motivo para
fazer essas reações, agindo apenas por nervosismo. Porém, quando se trata de
reações fisiológicas, estas são mediadas pelo sistema nervoso autônomo ou pelo
hormonal que vão desencadear vários sintomas e estas reações são as que preparam
o indivíduo para situações de perigo que os torna mais eficaz no mecanismo de defesa
(LANDEIRO et al., 2016).
As atitudes compensatórias mais comuns apresentadas por excesso de medo
são comportamentos de fuga e esquiva resultantes de situações importantes na vida
acadêmica, social e profissional, ou seja, no caso de um evento perigoso o indivíduo
emite uma resposta que elimina, atenua ou atrasa o evento. Esse padrão de
comportamento característico surge do fato de que o indivíduo superestima a
21
probabilidade de ameaças, considerando-as desproporcional ao risco real
(LENHARDTK et al., 2017).
Aponta-se ainda, de acordo com os autores, que aumentou a vulnerabilidade
pessoal dos indivíduos que sofrem de transtornos de ansiedade dos que afirmam que
não conseguem controlar ou se sentem incapazes de enfrentar determinadas
situações. Dessa forma, a pessoa acaba interpretando mal eventos ou sinais neutros
como ameaças, acreditando que essas situações afetarão sua segurança e bem-
estar.
De acordo com o DSM-5 (2014), os transtornos de ansiedade estão incluídos
juntamente com os distúrbios que repartem praticamente as mesmas características
como o medo excessivo e confusões comportamentais. Portanto, os transtornos de
ansiedade são classificados por diagnóstico de categoria, que são agrupados em
cinco distúrbios: ansiedade generalizada, pânico, transtorno obsessivo-compulsivo,
fobias e estresse pós-traumático.
Como os indivíduos com transtornos de ansiedade em geral superestimam o
perigo nas situações que temem ou evitam, a determinação primária do quanto o
medo ou a ansiedade são excessivos ou fora de proporção é feita pelo clínico, levando
em conta fatores contextuais culturais. Entretanto o medo e ansiedade se sobrepõem,
mas se diferenciam porque o medo é uma resposta a uma ameaça real ou percebida
e a ansiedade é a antecipação de uma ameaça futura. (DSM-5, 2014).
Ainda em concordância com o DSM-5 (2014) é importante destacar que:
Muitos dos transtornos de ansiedade se desenvolvem na infância e tendem a persistir se não forem tratados. A maioria ocorre com mais frequência em indivíduos do sexo feminino do que no masculino (proporção de aproximadamente 2:1). Cada transtorno de ansiedade é diagnosticado somente quando os sintomas não são consequência dos efeitos fisiológicos do uso de uma substância/medicamento ou de outra condição médica ou não são mais bem explicados por outro transtorno mental (p. 189).
Mediante os expostos de Costa et al. (2019), as comorbidades são frequentes
nos transtornos de ansiedade, variando entre outros transtornos psiquiátricos até
doenças cardiovasculares e renais. Vale salientar que os transtornos de ansiedade
geralmente prejudicam a vida diária dos indivíduos, pois muitos deixam de realizar
atividades rotineiras por medo das crises ou sintomas, pelas situações que provocam
ansiedade que, algumas vezes, são suportadas com grande sofrimento e muitas das
22
atividades exigem a participação de outras pessoas para que sejam realizadas, o que
pode afetar a qualidade de vida e diminuir o grau de independência.
De acordo com os autores, situações como rompimentos sociais e de
relacionamentos e abandono de atividades consideradas prazerosas também podem
acontecer. Dessa forma, a identificação desses acontecimentos pode direcionar ao
tratamento precoce, diminuindo a gravidade desses quadros ao longo do
desenvolvimento de alguma doença patológica.
De acordo com Reyes e Ferman (2017), a forma como o indivíduo lida com os
pensamentos recorrentes ao medo o leva a mudar a maneira como lida com todo o
processo patológico da própria ansiedade, por isso, vale lembrar que o cérebro
processa informações e emoções com minúsculos circuitos que transmitem impulsos
e sensações dentro de si que viajam pela rede neural do indivíduo.
É necessário também enfatizar a importância de identificar essas alterações,
não só psicossomáticas, mas também comportamentais. Ainda assim, torna-se
relevante verificar o processo patológico de forma crônica e persistente, bem como
prescrever fatores do meio externo ou interno do indivíduo, que possam ter
ocasionado o desenvolvimento do transtorno em quadros clínicos e sintomáticos,
trazido pelo indivíduo para que possa abordar precisamente no decorrer dos fatos
(REYES; FERMAN, 2017).
Dong et al. (2015) explicam ainda que o transtorno de ansiedade pode implicar
com ações psicossociais nas quais há também os efeitos fisiológicos, que através das
vias neurais fazem o processamento de dor visceral no qual fazem parte igualmente
da regulação da resposta ao estresse, ansiedade, humor e função gastrointestinal.
Ressalta-se ainda que no SNC encontram-se os principais mediadores dos sintomas
de transtorno de ansiedade que denominam ser a serotonina, norepinefrina, dopamina
e ácido γ- aminoburítico (GABA), bem como o neurotransmissor hormônio liberador
de corticotrofina (HLC) em que estes podem estar envolvidos tanto na ativação
simpática excessiva, quanto na alteração da resposta inflamatória, inclusive no
rompimento do Eixo HPA no que contribui para que indivíduos possam aumentar o
risco de desenvolver o transtorno de ansiedade, que pode ser exemplificada abaixo
com a figura 2. (DONG et al.,2015).
23
Figura 2: Bases neurobiológicas da ansiedade. Adaptado: Magrinelli et al. (2014).
De acordo com a figura 2, Magrinelli et al., (2014) evidenciam que os neurônios
hipotalâmicos que secretam o hormônio liberador de corticotrofina (CRH) são
regulados pela amígdala e pelo hipocampo, assim quando o núcleo central da
amígdala é ativado, interfere no eixo HPA e a resposta ao estresse é emitida, sendo
que a ativação inapropriada tem sido relacionada aos transtornos de ansiedade. O
hipocampo contém receptores para glicocorticoides que são ativados pelo cortisol e
com altos níveis de cortisol circulante participa da regulação por retroalimentação do
eixo HPA, inibindo a liberação de CRH e consequentemente de hormônio
adrenocorticotrófico (ACTH) e cortisol, que quando exposto continuamente, em
períodos de estresse crônico, pode levar à disfunção e à morte dos neurônios
hipocampais. Assim, o hipocampo começará a apresentar falhas em sua capacidade
de controlar a liberação dos hormônios do estresse e de realizar suas funções de
rotina.
24
Outro ponto importante seria entender o funcionamento de resposta ao
estresse em relação ao transtorno de ansiedade, no qual este apresenta um contínuo
entre os mecanismos fisiológicos de plasticidade e mudanças mais desenvolvidas na
estrutura e função, levando as alterações patológicas. Esse mecanismo é bem
destacado por apresentar concentrações extracelulares de glutamato maiores do que
o normal que causam excitotoxicidade, degeneração neuronal e morte, tornando-se
um dos marcadores centrais para a fisiopatologia das doenças neurodegenerativas.
Diante disso, esse mecanismo pode ser exemplificado abaixo na figura 3
(SANACORA et al, 2012).
Figura 3: Os efeitos do estresse e dos glicocorticóides nas sinapses de glutamato e na neurotransmissão. Adaptado: Sanacora et al. (2012).
Para melhor compreender a figura 3, os autores Sanacora et al. (2012)
dissertam que a transmissão do glutamato é rigidamente regulada no cérebro, e que
se um ou mais de seus aspectos regulatórios estiverem ameaçados pelo estresse, e
por sua vez, pode produzir alterações nas conexões e circuitos sinápticos que
particularmente na presença de um fundo genético de vulnerabilidade, podem
desempenhar um papel relevante na fisiopatologia dos transtornos de humor e
ansiedade.
Outrora mediante os efeitos emocionais, a conexão entre o início da crise de
ansiedade e a aceleração dos pensamentos, leva à incapacidade dos indivíduos em
25
estabelecer uma boa relação entre o processamento de informações precisas e as
informações que envolvem gatilhos emocionais, em que atribuem crenças limitantes
aos indivíduos. Portanto, embora o indivíduo acredite fielmente no contexto de
autossabotagem, ou seja, que acredita ser insuficiente em suas obrigações do dia a
dia fazendo com que interceda em todo o ambiente em que se vive, o que leva à
interferência nas atividades rotineiras da vida do indivíduo na qual a mesma define
uma crença limitadora para além da veracidade das ocasiões. (COSTA et al., 2019).
Andrade et al. (2019) explicam que a sintomatologia voltada para a ansiedade
pode se manifestar a nível físico, podendo elencar dentre elas a sensação de aperto
no peito e tremores, enjoo, náuseas, tonturas ou sensação de desmaio, falta de ar ou
respiração ofegante, diarreia, tensão muscular, irritabilidade e dificuldade para dormir.
Já a nível emocional, manifesta-se a presença de pensamentos negativos,
preocupação ou medo, nervosismo, dificuldade de concentração, descontrole sobre
os próprios pensamentos e preocupação exagerada em relação à realidade e que
geralmente acontecem simultaneamente, em que o indivíduo se sente preso dentro
dos próprios pensamentos, e estas afirmações podem ser comparadas abstratamente
na figura 4 demonstrada abaixo (ANDRADE et al., 2019).
Figura 4: Medo e ansiedade. Adaptado: Andrade et al. (2019).
Portanto, todos esses sentimentos desagradáveis, sensação desconfortável de
medo iminente ocorre principalmente quando o indivíduo é julgado de acordo com seu
desempenho, necessitando ser avaliado em algo específico e passa a ser patológico
26
quando a duração dos sinais e sintomas são constantes e prolongam-se por mais de
seis meses. Toda essa gama de sensações pode afetar o bem-estar social do
indivíduo, levando-o ao isolamento afim de evitar constrangimentos a si mesmo e se
não tratado corretamente, a ansiedade pode gerar outros transtornos psicológicos,
como a depressão (RUA et al., 2017).
Ainda assim, segundo Serson (2016), é preciso investigar as causas da
ansiedade, as quais deve-se suspeitar de algum problema corporal, como anemia ou
ligado ao consumo de substâncias como remédios ou drogas. O autor explica que em
determinada situação o indivíduo pode sentir dores estomacais devido ao longo
período de ansiedade causado pelas simples mudanças de residência, por exemplo,
logo após acontecer a tal situação, os sintomas podem passar, porém, se permanecer,
pode chegar até mesmo na forma de úlcera no estômago, que gera uma dor contínua
e que por sua vez causa mais mal-estar.
Sendo assim, é possível afirmar que o comportamento alimentar sofre
alterações de acordo com estado emocional, e como anteriormente destacado, que
um dos estados emocionais que mais tem influência sobre tal comportamento é a
ansiedade que surge quando o indivíduo entende que voltado para sua cognição, se
encontra perante a uma ameaça ou perigo, visto que o sujeito pode recorrer à comida
como mecanismo compensatório para lidar com o seu estado psicológico decorrente
a suas emoções (DE SOUZA et al., 2017).
27
5 RELAÇÃO DO TRANSTORNO DE ANSIEDADE E DISTÚRBIOS ALIMENTARES
Emoções extremas podem causar o famoso “frio na barriga” e acabar
provocando até diarreias e vômitos. Mediante esse contexto, no que se refere a função
do eixo anteriormente destacado, não está somente associada a limitação da
regulação central da saciedade, mas também as doenças no trato GI como a
Síndrome do Colón Irritável que geralmente se associa com transtornos de humor e
estresse (LACH et al., 2017).
Os autores relatam que o transtorno de ansiedade é caracterizado pelas
perturbações mentais e que se associa ao medo, e que o estresse e a ansiedade têm
sido comumente associados com disfunções intestinais e de diferentes intensidades.
No entanto, demonstra que a ausência da microbiota intestinal ou a introdução de
bactérias especificas, comensais ou patogênicas podem influenciar a reatividade ao
estresse e emocionalidade, demonstrando que há ligação entre o trato GI e o SNC.
É possível salientar ainda, quando se trata de alterações intestinais decorrentes
de modificações no comportamento emocional, relaciona-se ao eixo cérebro-intestino
com fator de desregulação pela indução ao estresse, que leva a uma elevada relação
de doenças gastrointestinais. De acordo com achados de Konturek et al. (2011),
expõe que a maioria das doenças gastrointestinais é causada pela má absorção de
carboidratos devido a permeabilidade da sacarose na barreira intestinal e na função
da motilidade intestinal. Os autores evidenciam que o estresse pode ter efeito
profundo na flora bacteriana, que pode levar o aumento da adesão de translocação
de bactérias devido ao aumento da permeabilidade da barreira, que pode se tornar
um fator de bastante importância no que se trata da ativação do sistema imunológico.
Quando se fala em alimentação, observa-se a forma que a dieta se relaciona
nos fortes evidencia sobre a capacidade de induzir alterações de forma mais rápida
na composição do microbioma. Portanto, existem os probióticos que atuam como
organismos vivos nos quais produzem funções que trazem benefícios para o corpo do
indivíduo (OPIE et al., 2017). A partir desse pressuposto, o probiótico é considerado
como um componente fermentado especificamente pelo fato de trazer mudanças
especificas em sua composição que em geral influência sobre a microbiota intestinal
favorecendo para uma microbiana saudável, porém, quando expostos a níveis
28
elevados de estresse tornam-se ineficientes, gerando assim transtornos no trato
gastrointestinal (LIU et al., 2015).
Gomes (2012) relata que a ansiedade é mediada por contribuições de ordem
biopsicossociais, as quais vão desde o estresse da vida cotidiana, até ser influenciada
pela desregulação de neurotransmissores, bem como pode ser herdada
geneticamente, fatores esses nos quais podem ativá-la. Os desvios alimentares, são
fatores de risco para o surgimento da ansiedade intensa, que causam transtornos
alimentares como a anorexia e bulimia nervosa, bem como se encontra presente em
casos de obesidade, sendo um problema significativo para a saúde do indivíduo.
Uma vez que o intestino pode ser considerado um fator importante na
manutenção da saúde do corpo, seu funcionamento regular é essencial para sua
função fisiológica, que contribui para o fluxo de sinais entre o eixo intestino-cérebro e
gerencia o estado saudável do indivíduo. Estresse e hábitos alimentares inadequados,
portanto, têm um impacto significativo na microbiota, que pode ser influenciado por
uma dieta de baixa qualidade, o que pode afetar a fisiologia do intestino, levando a
sinalização insuficiente do eixo intestino-cérebro e, consequentemente, desregulação
na transmissão dos sinais nervosos. (LOSS et al., 2019).
De acordo com Vitor et al. (2014), indivíduos que possuem maus hábitos
alimentares e escolhas nutricionais influenciam negativamente no organismo como
excesso de peso, magreza excessiva e doenças metabólicas, com consequências ao
nível comportamental e emocional tanto em crianças como em adultos. Outros fatores
como o jejum prolongado, saltar feições, horários desregulados e ingestão de
quantidades excessivas em pouco tempo, estão associados à fadiga, à ansiedade,
sintomatologia associada à hiperatividade, falta de concentração e de memória.
Pode-se destacar que a ansiedade pode estar relacionada diretamente a
compulsões alimentares e uma delas em casos mais excessivos que influencia
diretamente na autoestima das pessoas, principalmente das mulheres. No entanto,
essas compulsões acabaram tornando-se um fator psicológico e de grande risco a
saúde mental e física e é compreendida como uma doença multifatorial que envolve
componentes genéticos, psicológicos, sociais, metabólicos e endócrinos que está
atingindo proporções alarmantes, tanto em países desenvolvidos como em
desenvolvimento (DE SOUZA et al., 2017).
29
Os episódios de determinados tipos de compulsão alimentar e os seus
sintomas principais costumam surgir no decorrer de uma dieta para emagrecer, na
qual, no início, pode-se achar relacionado à fome, mas posteriormente, quando o ciclo
compulsão alimentar já está instalado, ocorre em todo tipo de situação, gerando
sentimentos negativos (frustração, tristeza, ansiedade, tédio, solidão). Esses
episódios acontecem às escondidas na maioria das vezes e são acompanhados de
sentimentos de intensa vergonha, culpa e desejos de autopunição (GONTIJO et al.,
2011).
Ainda de acordo com Gontijo et al. (2011), várias complicações clínicas podem
surgir em decorrência da desnutrição e dos comportamentos purgativos, tais como
anemia, alterações endócrinas, osteoporose e alterações hidroeletrolíticas
(especialmente hipocalemia, que pode levar a arritmia cardíaca e morte súbita), entre
outras. A associação dos transtornos alimentares com outros quadros psiquiátricos é
bastante frequente, especialmente com transtornos do humor, transtornos de
ansiedade e/ou transtorno de personalidade, mesclando os seus sintomas com os da
condição básica e complicando a evolução clínica.
De um modo geral, os transtornos alimentares têm suas primeiras
manifestações ainda na infância, mas podem ocorrer mais tardiamente, como nos
casos de compulsão alimentar como anteriormente destacado: bulimia e anorexia
nervosa (FERREIRA, 2018). Os indivíduos que sofrem com essas patologias muitas
vezes perdem a qualidade de vida por se privarem de ambientes sociais ou até mesmo
atividades rotineiras. A soma de uma dieta equilibrada, prática de atividades físicas e
padrões de sono adequados são fatores importantes no tratamento dos transtornos
de ansiedade e depressão, visto que o equilíbrio da microbiota intestinal está
relacionado à melhora na resposta ao estresse físico e psicológico.
5.1 Relação Transtorno de Ansiedade e a compulsão alimentar periódica
Pode-se afirmar que a compulsão alimentar é um transtorno provocado pela
necessidade de comer sem sentir fome, consequentemente leva o indivíduo ao
excesso ou a perda de peso. Observa-se que a compulsão alimentar é mais
30
prevalente em mulheres, porém, de acordo com estudos, há uma prevalência em que
os homens têm sido atingidos. Em ordem cronológica, a compulsão começa na
infância, por questões de genéticas ou familiares, que pode ser visto em proeminência
em caso de adolescentes que se manifesta nas crises de identidade ou por algum
acontecimento traumático, e já na fase adulta desponta por perdas ou forma de lidar
com o estresse (BELO et al, 2019).
Blanchet et al. (2018) dizem que a prevalência do Transtorno de Compulsão
Alimentar (TCA) acaba sendo maior do que a anorexia e bulimia nervosa ao longo da
vida e chega atingir 3,5% entre mulheres e 2,0% entre homens. Além dos dados
existentes, há uma preponderância que cerca de 5,7% das pessoas não preenchem
os critérios diagnósticos, mas já experimentaram episódios de compulsão alimentar
acompanhado de sofrimento emocional ao longo da vida. Ainda, a literatura aponta
que o TCA está amplamente associado à obesidade, à compulsão alimentar e a outras
comorbidades médicas e psiquiátricas, como: depressão (aproximadamente 40%),
ansiedade (41%) e abuso de substâncias (22%).
A característica principal da ingestão alimentar compulsiva é a ocorrência de
episódios recorrentes, que acontecem num curto espaço de tempo, na qual há
ingestão de uma elevada quantidade de comida e em que o sujeito tem a sensação
de perda de controle sobre o ato de comer durante o episódio. Estes episódios
encontram-se associados a uma ingestão muito mais rápida do que é habitual, a
ingerir alimentos até o sujeito se sentir desagradavelmente cheio, a ingestão de
imensas quantidades de comida, mesmo quando não sente fome, a comer sozinho
por vergonha da sua voracidade e a sentir-se desconsolado relativamente a si próprio,
deprimido ou com sentimentos de grande culpa após os episódios (DSM-5, 2014).
Com base ainda nos achados do DSM-5 (2014) onde aponta que existem
variados fatores que podem fazer com que o sujeito desenvolva este tipo de
perturbações. Ao nível temperamental, o indivíduo pode desenvolver uma perturbação
de ansiedade ou apresentar alguns traços obsessivos, desenvolvidos ao longo da
infância, potenciando o risco de desenvolver anorexia nervosa. Quanto às questões
ambientais, encontram-se associações com a cultura e com o ambiente onde a
magreza é valorizada, havendo profissões e ocupações que encorajem a magreza,
como a moda, aumentando assim o risco de o sujeito desenvolver esta perturbação.
31
A partir de outras perspectivas, é notório que a contemporaneidade está
marcada por mudanças aceleradas em várias áreas da vida das pessoas. A
industrialização dos alimentos, a aceleração do cotidiano e a maior inserção da mulher
no mundo do trabalho, contribuem para mudanças na forma que as pessoas se
relacionam com a alimentação. No entanto, identifica-se uma preocupação pela
alimentação saudável, dietas e corpos idealizados em contraponto com o aumento
dos índices de sobrepeso e obesidade. Diante do contexto descrito acima, o
comportamento alimentar é um fenômeno aprendido e não está relacionado apenas à
ingestão de alimentos, pois fatores psicológicos e sociais envolvem o ato de comer e
a relação com a comida (SILVA, 2015).
Figura 5: Modelo de esquemas emocionais. Adaptado: Dos Santos et al. (2020).
A partir do modelo apresentado na figura 5, Dos Santos et al. (2020) discorrem
que o funcionamento emocional apresenta dois componentes: a regulação emocional,
que se refere à capacidade de modular estados internos, de acordo com as exigências
ambientais, e a consciência emocional, que é a capacidade de reconhecer e
32
diferenciar sentimentos e emoções. Os indivíduos costumam não saber identificar os
pensamentos que têm em determinadas situações, nem nomear as emoções que os
incomodam. Geralmente eles agem impulsivamente sem realizar uma análise da
situação, repercutindo comportamentos desadaptativos que geram mais sentimentos
negativos e ruminação, reiniciando todo ciclo.
Sendo assim para melhor entendimento, a descrição do Transtorno de
Compulsão Alimentar Periódica (TCAP) surgiu devido à necessidade de se diferenciar
indivíduos obesos que possuem compulsão alimentar dos indivíduos bulímicos. Há
critérios bem definidos que possibilitam o diagnóstico de TCAP, para este é
necessário que os episódios de compulsão alimentar ocorram pelo menos dois dias
por semana nos últimos seis meses, que sejam associados a algumas características
típicas da perda de controle da ingestão de alimentos e que tal comportamento não
seja acompanhado de comportamentos compensatórios dirigidos para evitar o ganho
de peso (CORTEZ et al, 2011).
Acredita-se que distúrbios alimentares podem ser causados ou agravados por
dietas restritivas ou períodos mais longos, sem ingerir alimentos. Porém, essa ideia
foi contraposta em outro estudo, o qual revelou que indivíduos com compulsão
alimentar e/ou bulimia, e sem qualquer transtorno, comiam o mesmo montante quando
separados em grupos, tanto com alimentação a cada 01 hora, como a cada 06 horas,
ou seja, sem diferença significativa de ingestão calórica entre os grupos (DOS ANJOS,
2020).
Ainda assim de acordo com os achados dos autores anteriormente destacados,
a depressão e a ansiedade são a forma mais comum de distúrbios afetivos
relacionados com a anorexia nervosa. Essa associação é mantida em todas as fases
do tratamento, podendo serem agravados os sintomas de depressão, de acordo com
o ganho de peso no decorrer do tratamento. A insatisfação corporal, definida pela
diferença entre uma silhueta desejada por um paciente, e sua silhueta atual, é mais
comum em meninas do que em meninos e aumenta com a progressão da idade.
A partir de outras percepções Do Desterro et al. (2014), discorrem que os
transtornos de ansiedades relacionados a obesidade vêm sendo relacionados ao
longo dos anos por razões individuais, biológicas ou ambientais mediante esta relação
que pode ser explicada devido a fatores endócrinos, através da produção de
substâncias químicas. Portanto, a ansiedade está ligada ao estresse, sendo agudos
33
ou crônicos, podendo gerar mudanças no comportamento do indivíduo a respeito das
escolhas alimentares, indução ao álcool e fumo também. A literatura aponta que
àqueles expostos a situações de estresse crônico buscam, em resposta de alguns
hormônios liberados nestas condições, na maioria das vezes, a ingestão de alimentos
com maior densidade calórica.
Observando pelo o ponto de vista clínico, a obesidade é uma doença crônica,
caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, de difícil tratamento e
redicivante. As inúmeras complicações, tais como doenças cardiovasculares, diabetes
mellitus tipo 2, hipertensão arterial, dislipidemias, alguns tipos de câncer, problemas
respiratórios, osteoartrite, problemas emocionais e pior qualidade de vida são
responsáveis pela alta morbimortalidade (DO DESTERRO et al, 2014).
Os mesmos autores ressaltam ainda que um dos fatores psíquicos que
contribuem para a piora do quadro de obesidade é a ansiedade. Em relação aos
indivíduos obesos, a prevalência da ansiedade e dos transtornos de humor é bem
maior do que os indivíduos não obesos. Então, fica evidente que os altos níveis de
ansiedade podem causar com a obesidade, a qual possivelmente escondem as
dificuldades emocionais e relacionais, requerendo ajuda psicológica, e quando se
relaciona ao comportamento alimentar, é observado que no ato de comer de pacientes
obesos torna-se uma forma de se acalmar, e a utiliza como um “ansiolítico”, uma
compensação ou uma possível maneira de localizar a ansiedade e a angústia no
corpo, o que demonstra a dificuldade que têm para lidar com frustrações e limites.
Assim, a partir dos contextos aqui mencionados, fica compreensível como os
distúrbios alimentares são fortemente interligadas com o transtorno de ansiedade
gerando um transtorno de compulsão alimentar periódica (TCAP) que implicam no
comportamento do indivíduo, pois trazem a estes um misto de emoções e quando
desencadeada de forma exacerbada fazem com que os indivíduos apresentem em
estado avançado comorbidades como a anorexia nervosa, bulimia nervosa e
obesidade.
34
6 CARÊNCIA DE VITAMINAS E NUTRIENTES EM INDIVÍDUOS COM TRANSTORNO DE ANSIEDADE
O aumento do número de casos de mudança saúde mental, como casos de
depressão, por exemplo, pode estar associada a mudanças dietéticas ocorridas ao
longo dos anos. Queda de consumo frutas e vegetais, devido a vários fatores, é
apresentado como um fator provável relacionadas à ocorrência desses casos,
sugerindo que algumas pessoas podem se apresentar sensível a mudanças na dieta,
quanto ao consumo de alguns nutrientes que serão destacados no decorrer deste
trabalho (ARAÚJO et al, 2017).
Segundo Pedraza; Queiroz (2011) discorrem que na maioria dos países em
desenvolvimento, e também em alguns grupos populacionais de países
desenvolvidos, a alimentação habitual é insuficiente para suprir 100% dos
requerimentos de micronutrientes principalmente em crianças, em decorrência dos
principais estão os minerais como ferro, zinco e cálcio, isso também é válido, embora
em menor grau, para algumas vitaminas, incluindo a vitamina A. Este fato alerta para
a necessidade da administração de suplementos nutricionais para otimizar o potencial
genético de crescimento físico, além do desenvolvimento, assim como prevenir o
surgimento de doenças infecciosas.
Resumidamente, Liu et al. (2015) relatam que o primeiro componente na
deficiência nutricional, pode ser atribuído a fatores de risco ambientais ou genéticos
durante os períodos em que o feto ainda está na barriga da mãe e logo após o seu
nascimento. No segundo componente, as deficiências de macro e micronutrientes na
suplementação predispõem aos indivíduos à psicopatologia por meio de dois
mecanismos inter-relacionados que são as mudanças epigenéticas e alteração da
estrutura e função do cérebro.
Em se tratando de mudanças epigenéticas que na conceituação seria um termo
que se refere a mudanças na atividade do gene que não envolvem alteração no DNA,
e sendo estas que podem levar à psicopatologia por meio da modificação da estrutura
e função do cérebro por pelo menos três vias: mudando o crescimento e o
desenvolvimento do cérebro; alteração nos processos bioquímicos das moléculas de
sinalização; e aumentando os efeitos tóxicos dentro do campo cerebral.
35
Para melhor entendimento, pode-se observar logo abaixo a partir do esquema
da figura 6.
Figura 6: Estrutura conceitual da estrutura epigenética e alterada do cérebro como mecanismos de psicopatologia. Adaptado: Liu et al. (2015).
A deficiência nutricional pode ocorrer tanto no nível macro quanto no micro,
embora seja mais comum que várias deficiências nutricionais existam
simultaneamente e esta deficiência pode estar associada a problemas de
comportamento psicológicos aumentados e dada a mesma ingestão alimentar, o efeito
da deficiência de nutrientes varia entre os indivíduos com base na capacidade do
corpo de utilizar nutrientes específicos.
Este fenômeno é conhecido como biodisponibilidade, que é definido como a
proporção de um nutriente ou medicamento ingerido que é realmente absorvido pela
corrente sanguínea, e esta biodisponibilidade de nutrientes é, portanto, muito
influenciada por fatores genéticos e ambientais, e pode ser explicado por exemplo,
pela baixa (ou alta) absorção do trato gastrointestinal e pode ser devido ao programa
genético ou aos efeitos de inibidores de alimentos exógenos. Além disso, qualquer
diferença genética, como diferenças hormonais, afetam o metabolismo de macro ou
36
micronutrientes e também podem contribuir para essas diferenças individuais
cognitivas observadas (LIU et al, 2015).
A partir destes pontos destacados, salienta-se que os minerais podem trazer
melhoria ao desenvolvimento cognitivo, o zinco, por exemplo participa da síntese de
proteínas e ácidos nucleicos, semelhante ao ferro, tem funções cruciais no
desenvolvimento do cérebro humano, incluindo a formação de sinapses, arborização
dendrítica, formação do hipocampo e estabelecimento de conexões do hipocampo e
o córtex pré-frontal, porém quando há uma deficiência pode causar diminuição do
desempenho motor, letargia, distúrbios neuropsicológicos e prejuízo da memória e
capacidade mental (MOURA, 2013).
Rodrigues et al. (2020) discorrem que o consumo e os comportamentos
alimentares decorrentes, na maioria das vezes, na adolescência, são determinados
com base em valores socioeconômicos e socioculturais, imagem corporal, situação
financeira familiar, dieta alimentar, alimentação fora de casa, preferência por lanches
e produtos com excesso de açúcar e gordura e a influência do mídia, e pode haver
micronutrientes, como ferro (Fe), que é um nutriente essencial na vida que está
envolvido na síntese de hemoglobina, transporte de elétrons, síntese de DNA e outras
reações enzimáticas importantes. Sua função como cofator de enzimas envolvidas na
síntese de DNA torna os tecidos com atividade proliferativa suscetíveis à deficiência,
principalmente tecidos com forte atividade de divisão celular, como o sistema
hematopoiético facilitando o desenvolvimento infeccioso do indivíduo a uma possível
anemia.
Vitaminas do complexo B são essenciais para manter um equilíbrio saudável
no SNC com importante papel na via metabólica, devido seu processo de síntese dos
neurotransmissores, serotonina e tirosina e sua participação no metabolismo da
homocisteína. A deficiência de vitaminas do complexo B, tem sido associada como
um fator de risco para tais transtornos, seja devido a diminuição na síntese de
neurotransmissores ou no aumento de homocisteína (ZHAO et al, 2011).
Belo et al. (2019) dizem que durante o desenvolvimento do transtorno, como
dito no tópico anterior, o indivíduo passa a restringir cada vez mais a ingestão de
alimentos, diminui seu campo de interesse para o que se passa ao seu redor, começa
a se isolar socialmente, permanece longos períodos do dia sem alimentação,
demonstra arrependimento ao se alimentar (chegando a provocar vômito para expelir
37
os alimentos do organismo), e em razão da fraqueza que pode ocorrer com o passar
do tempo, devido a insuficiência de vitaminas e nutrientes e uma má alimentação e
muitas vezes uma internação pode ser necessária para equilíbrio dos nutrientes
corporais.
Em breve comentário, é visto em outros casos que a terapia nutricional entra
como um importante tratamento alternativo ou complementar, visto que determinados
nutrientes possui um papel fundamental para pacientes com distúrbios psicológicos.
É válido destacar que além de ser livre de efeitos colaterais, a intervenção nutricional
se torna mais barata quando comparada a medicamentosa, além de ser mais fácil de
administrar, e deste modo propiciaria uma melhora na saúde mental e emocional do
indivíduo. Em contrapartida, alguns pacientes ficam um tanto sem ânimo, pois essa
opção acaba sendo mais lenta para o tratamento dos transtornos e muitas vezes
acabam optando por ansiolíticos e antidepressivos, e não dando tanta atenção para
uma suplementação necessária (SEZINI et al, 2014).
Visto todas essas informações é importante compreender como o transtorno de
ansiedade pode acarretar a uma carência de vitaminas e nutrientes quando o
indivíduo não possui uma alimentação adequada, como em casos de restrições ou
por compulsão alimentar, seja por médio ou a longo prazo. Tendo isso em vista é
preciso entender como as vitaminas e nutrientes selecionados neste trabalho, onde
serão vistos mais adiante como o ácido fólico, ferro, vitamina B12, e zinco atuam no
organismo do indivíduo quando não ingeridos em quantidades necessárias para a
manutenção da saúde mental.
6.1 Ácido fólico
As evidências sugerem que a deficiência de ácido fólico está causativamente
ligada a sintomas de ansiedade e depressão porque o folato desempenha um papel
importante na via metabólica de um carbono envolvido nos processos de mutilação
na síntese de neurotransmissores do sistema nervoso central. Vale-se considerar que
os níveis elevados de homocisteína que é um marcador de deficiência de ácido fólico
bem como na deficiência de vitamina B12 também pode ocasionar a oxidação
38
causando estresse bem como pode resultar no dano vascular cerebral e na deficiência
de neurotransmissores (ZHAO et al., 2011).
Ainda de acordo com os estudos dos autores é possível destacar que os baixos
níveis de ácido fólico foram associados a transtornos graves de ansiedade e maior
duração dos episódios depressivos, além de analisar que pessoas deprimidas têm a
probabilidade significativamente menor de responder alguns medicamentos
antidepressivos e de suplemento vitamínicos devido a carência do folato tornando-se
ainda maior a probabilidade de recaída durante o tratamento.
Não há relatos que garantam que a suplementação de ácido fólico em longo
prazo possa reduzir os níveis depressivos. Estudos mostraram que a suplementação
diária de ácido fólico, bem como de vitamina B6 e B12 em altas dose não podem
reduzir em nível avançado de estresse, ou seja, depressão relacionadas a mulheres
de meia idade e mais velhas (ZHOU et al., 2020). Ainda assim é possível compreender
que o ácido fólico está intimamente interligado à síntese de neurotransmissores no
sistema nervoso central como a serotonina (5-HT), a norepinefrina (NE) e a dopamina
(DA), além disso os valores de fator neurotrófico derivado do cérebro que são
marcadores úteis para a resposta clinica ou melhora de sintomas depressivos.
6.2 Ferro
Quando o indivíduo possui uma alimentação deficiente em Ferro, pode alterar
significativamente o desenvolvimento do sistema nervoso central como um resultado
de alterações na morfologia, neuroquímica e bioenergética, porém dependendo do
estágio em que a carência do nutriente ocorre ou quanto mais precocemente essa
deficiência nutricional é corrigida, maiores são as oportunidades de fazer uma
reversão nos efeitos adversos decorrentes dessa alimentação (MACHADO; LEONE;
SZAEFARC, 2011).
A deficiência de Ferro resulta na má mielinização do cérebro e
comprometimento do metabolismo das monoaminas, no entanto quando a
homeostase do glutamato e do GABA é modificada por alterações no status do Ferro
no cérebro e a partir disso tais mudanças não só produzem déficits na memória
39
/capacidade de aprendizagem e habilidades motoras, mas também atuam em
problemas emocionais e psicológicos. Além disso, a monoamina e o GABA estão
envolvidos na regulação de humor, atividade neuronal e ansiedade, onde pode-se
supor que os comportamentos emocionais são fortemente afetados pelo nível de Ferro
no cérebro e especialmente na deficiência deste (KIM; WESSLING-RESNICK,2014).
Ainda assim, através do exposto trazido pelos autores anteriormente
destacadas, há um conjunto crescente em evidências que indica que tanto no
metabolismo energético quanto na homeostase do neurotransmissor, influenciam no
comportamento emocional e ambas funções são influenciadas pelo estado de Ferro
no cérebro. Dada a uma certa suscetibilidade do desenvolvimento cerebral, em
crianças quando há uma carência de ferro no organismo causa atrasos no seu
crescimento e também apresentam aumento de ansiedade, problemas sociais e de
atenção, outro ponto que pode ser associado em alterações cognitivas em
adolescentes embora que essa carência possa ser corrigida posteriormente pela
suplementação, mas ainda assim as alterações comportamentais persistem (KIM;
WESSLING-RESNICK,2014).
6.3 Vitamina B12
A cobalamina ou vitamina B12 é essencial no metabolismo de ácidos graxos
por ser substrato da enzima metilmalonil-CoA mutase que participa do metabolismo
do ácido propiônico, interferindo na síntese normal de ácidos graxos e mielinização
sendo responsável por alterações neurológicas quando deficientes (VIUDES;
BRECAILO, 2014).
Para melhor explicar quimicamente de acordo com as perspectivas de Santos
et al. (2016), quando há deficiência de vitamina B12 há interrupção na metilação ou
remetilação da homocisteína (HCY), o organismo, afim de evitar o acúmulo de HCY
faz metabolização pela via da transulfuração. A homocisteína combina-se com serina
para formar cistationina, pela ação da enzima cistationina-β-sintase onde
posteriormente, a cistationina é hidrolisada para formar cisteína e α-cetobutirato. O α-
cetobutirato é convertido a propionil-CoA, que será utilizado em outra reação
40
dependente de vitamina B12, devido à enzima L-metilmalonil-CoA mutase. Dessa
forma, o déficit desse nutriente impede a cascata de reações e desvia o substrato para
a formação de ácido metilmalônico (MMA), que é suspeito de contribuir para danos
neurológicos. Sendo assim, a ingestão insuficiente da vitamina B12 é um fator de risco para
o transtorno de ansiedade e também da depressão que pode contribuir em uma queda
na síntese de neurotransmissores ou gerando um aumento na concentração de
homocisteína (ZHAO, 2011).
No entanto, a propriedade da vitamina B12 e o ácido fólico estão conjuntamente
intercaladas com as moléculas precursoras de monoaminas tais como a serotonina, a
noradrenalina e a dopamina poderiam ser explicadas em alguns contextos na
fisiopatologia dos transtornos de humor associados a sua deficiência, além das
monoaminas a síntese de S-adenosil-metionina (SAM) é responsável por várias
reações de metilação no cérebro e com possíveis efeitos no humor que também
dependem dessas vitaminas (FÁBREGAS et. al, 2011). Os autores ainda ressaltam
que a relação da deficiência da vitamina B12 e o transtorno de ansiedade e da
depressão por si só não é um fator considerativo de desencadear esses distúrbios, já
que estes podem causar inapetência e desnutrição.
6.4 Zinco
O zinco atua como um metal essencial que desempenha um papel importante
no funcionamento do cérebro e no metabolismo energético. O metal está envolvido no
controle do comportamento emocional, e os transtornos de humor e a depressão estão
associados a concentrações reduzidas de zinco no soro, e deste modo quando o
indivíduo possui uma suplementação suficiente desse nutriente contribui para a
melhora da ansiedade e da depressão (KIM; WESSLING-RESNICK,2014).
Ainda assim, de acordo com Machado et al. (2019), destacam que no cérebro
o zinco é o segundo mais abundante dentre os metais de transição, depois do ferro,
atuando como cofator necessário para o bom funcionamento de muitas enzimas que
desempenham papéis importantes na função cerebral e, está localizado dentro de
41
vesículas sinápticas de neurônios específicos, de modo a modular a transmissão
sináptica.
De acordo ainda com os estudos de Yary et al. (2011), a diminuição de ingestão
de zinco e níveis de elevados de estresse como a depressão na maioria em indivíduos
do sexo feminino estão envolvidos em vários componentes estruturais das proteínas
e é um cofator necessário para o funcionamento adequado de enzimas com papéis
vitais na função cerebral. Por conseguinte, está o eixo hipotálamo – pituitária adrenal
(HPA) que desempenha um papel importante nos transtornos de humor, porém,
quando há uma provável deficiência de zinco em pacientes com os transtornos
depressivos pode trazer alterações na função hipocampal resultando em
anormalidades na secreção de corticosteroides (YARY et al., 2011).
Neste sentido, a suplementação de zinco, aliada à terapia com antidepressivos,
pode ser benéfica, reduzindo os sintomas da patologia em pacientes clinicamente
diagnosticados com transtornos psicológicos. Ainda assim, de acordo com os autores,
foi constatado que o metal reduz escores de sintomas de depressão por exemplo, em
pacientes suplementados que antes não tinham resposta ao tratamento, no entanto
como o zinco está presente na maioria dos alimentos ingeridos pela população em
geral, como exemplo, carnes, leite, e alguns cereais, o seu consumo se torna
suficiente para a maioria dos indivíduos (MACHADO et al, 2019).
Trazendo novamente os contextos de Yary et al (2011) que por outro lado em
observação a pesquisas de animais em laboratório é analisado que quando há
deficiência de zinco, ocorre a percepção de sinais de ansiedade, alterando o
comportamento destes, porém, quando ativam o tratamento deste metal é possível
obter uma atividade ansiolítica no que se refere no papel deste nutriente dentro do
comportamento cognitivo e emocional é mediado pela sinalização de glutamato e
glicocorticoide em circunstâncias estressantes. Ainda assim, para os autores, a
deficiência de zinco com sintomas depressivos seja desconhecida, existem vários
mecanismos que possam explicar tal reação, dentre eles está o mecanismo
imunológico que sugerem que o zinco é necessário para regulação de hormônios e
respostas imunes celulares.
42
7 RESULTADOS
A figura 7 exemplifica, de forma ilustrada, a apresentação dos resultados
obtidos, tendo como objetivo sintetizar as principais características metodológicas
e os resultados dos artigos elegíveis.
Figura 7: Diagrama do processo de obtenção do corpus. Fonte: Elaboração da autora (criado em 2021).
IDENTIFICAÇÃO 523– Bases de Dados: Medline (PubMed), LILACS, SciELO.
305 artigos após a remoção de duplicidade
TRIAGEM
220 artigos identificados pelo título
ELEGEBILIDADE
80 artigos não abordavam tema compatível com o pesquisado após a leitura dos
resumos
INCLUSÃO
45 artigos foram lidos na íntegra e excluídos aqueles que não atendiam ao objetivo
21 artigos foram incluídos pelos critérios de seleção
43
Autor/Ano Características do estudo
Instrumentos de pesquisa
Resultados da pesquisa
Borre et al., 2014
Implicações para distúrbios cerebrais envolvendo a microbiota e neurodesenvolvimento
A revisão integrativa que compara o desenvolvimento inicial paralelo da microbiota intestinal e do sistema nervoso
Ficou evidente como as perturbações da microbiota podem contribuir para o desenvolvimento de transtornos psiquiátricos no início da vida (ainda dentro da barriga da mãe) podendo afetar nas demais fases da vida do individuo
Blanchet et al., 2018
Intervenções de atividade física em indivíduos com transtornos de compulsão alimentar periódica em evidência a anorexia e bulimia nervosa
Revisão sistemática
Constatou-se que que atividade física apresentou benefícios no tratamento da compulsão periódica reduzindo os efeitos negativos e suas reações anorexígenas
Cortez et al., 2011
Relação do transtorno de compulsão alimentar periódica e obesidade
Revisão bibliográfica
Entendeu-se que os sinais fisiopatológicos envolvidos na compulsão alimentar estão interligados a etiopatogenia dos transtornos alimentares envolvendo condições psicossociais e consequentemente a uma elaboração de novas estratégias terapêuticas
Cryan e Dinan, 2012
O impacto da microbiota intestinal no cérebro e no comportamento através da alteração de microrganismos
Análise em estudos em animais livres de germes e expostos a contaminação bacteriana
Obteve o resultado de que alguns microrganismos são capazes de trazer energia e na função da motilidade intestinal e influenciam no desenvolvimento do sistema imunológico, valendo elucidar que influenciam nos mecanismos da microbiota que se comunica com o eixo cérebro- intestino
Fábregas et al, 2011
Análise da deficiência de vitamina B12 no transtorno depressivo
Relato de caso
Foi analisado que a ausência de vitamina B12 está associada a distúrbios neurológicos e psiquiátricos. Após o paciente fazer ingestão da vitamina obteve uma significativa melhora para esses distúrbios
Foster et al, 2013
A analogia entre o estresse trazendo alterações a influenciam os comportamentos conexos ao estresse
Estudo clinico e em animais
Avalia-se que o estresse influencia a composição da microbiota intestinal e que a comunicação bidirecional entre a microbiota e o SNC influencia a reatividade ao estresse
44
França et al., 2012
Contribuições da psicologia e da nutrição para a mudança do comportamento alimentar
Estudo de caso
O estudo demonstrou o impacto dos aspetos nutricionais e psicológicos de um grupo psicoeducativo com o foco na mudança do comportamento alimentar evidenciando que a tristeza, baixo autoestima, depressão, ansiedade, motivação e alegria interferem na mudança do comportamento alimentar
Holtmann et al., 2017
Fisiopatologia funcional e problemas gastrointestinais
Revisão de artigos e estudos a respeito dos distúrbios envolvendo o eixo cérebro- intestino.
Ficou evidenciado que os problemas gastrointestinais mesmo com uma gama de fatores definidos para sua causa ainda podem ter outras variedades diferentes quanto a sua causa, sendo necessário outras abordagens, afim de entender as consequências para as patologias determinadas pelos distúrbios psicológicos nos indivíduos
Kim e Wessling-Resnick,
2014
Ferro e mecanismos de comportamento emocional
Estudos em animais e seres humanos
Chegou à conclusão de que ausência de Ferro está presente em indivíduos com distúrbios psicológicos, sugerindo que os mesmos possuem alterações emocionais devido a insuficiência
Kim et al., 2018
Alterações correspondentes ao eixo cérebro-intestino
Revisão integrativa de acordo com pesquisas em modelos animais e em humanos
A microbiota possui importante papel na sinalização de estímulos e mecanismos de ação voltados ao eixo cérebro-intestino
Lach et al., 2017
Papel do microbioma intestinal associado ao transtorno de ansiedade e depressão
Revisão de artigos
Observações mostraram a atuação do microbioma intestinal em associação à atuação de peptídeos
Liu, Cao e Zhang, 2015
Características relacionadas ao eixo cérebro-intestino e modulação da microbiota intestinal
Revisão de artigos
Ressaltou-se que as alterações cerebrais derivadas de aspectos comportamentais podem ser influenciadas pela qualidade da microbiota intestinal, refletindo também na comunicação no eixo cérebro-intestino
Machado et al., 2011
Análise da deficiência de Ferro no desempenho cognitivo
Estudo sobre a deficiência de Ferro na fase inicial de vida da criança dentro do âmbito escolar
Analisou-se que a deficiência de ferro pode ser identificada nas fases iniciais da vida da criança afetando o desenvolvimento cognitivo, bem como a sua capacitação social
45
Moloney et al., 2013
Microbioma, estresse e doença
Pesquisa sobre a comunicação da microbiota com o SNC através de estudos em animais e seres humanos
Os estudos mostraram que a microbiota intestinal influencia diretamente nos aspectos do comportamento e da responsividade ao estresse que pode contribuir para a psicopatologia particularmente na genética de indivíduos vulneráveis
Moser et al., 2018
Relação da microbiota, eixo cérebro- intestino e síndrome do intestino irritável
Revisão de estudos sobre correlatos microbianos intestinais e características psicológicas e clinicas, dentre eles a ansiedade.
Conclui-se que a microbiota intestinal quando sofre alterações devido ao sofrimento psicológico pode trazer infecções no trato gastrointestinal contribuindo para o desenvolvimento da Síndrome do Intestino Irritável ocasionando uma disbiose. O estudo foi evidenciando com mais prevalência em animais do que para humanos
Rieder et al., 2017
Estudos relacionados à saúde mental e aos microrganismos
Revisão integrativa
Verificou-se a importante função dos microrganismos na modulação intestinal e saúde mental
Reyes e Fermann,
2017
Avaliação da Terapia Cognitivo Comportamental para o Transtorno de Ansiedade
Revisão de literatura
Observou-se uma eficácia considerável para o tratamento do transtorno de ansiedade na utilização de avaliações psicoterápicas.
Santos et al., 2016
Análise da Vitamina B12 em relação a transtornos depressivos
Revisão integrativa
Os estudos demonstraram que a deficiência de vitamina B12 está associada diretamente com pessoas depressivas, havendo uma correlação entre os níveis em relação ao risco de adquirir a patologia ou pela perda de apetite
Yary e Aazami,
2011
Examinar a relação entre a ingestão alimentar de zinco e a depressão em estudantes de pós-graduação.
Estudo com estudantes de pós graduação
Os resultados demonstraram que após a ingestão de zinco houve uma melhora nos níveis depressivos, mas quando havia a deficiência não se pode afirmar que haja aumento de níveis depressivos, porém, em animais como camundongos pode-se observar o aumento de comportamentos semelhantes para tal patologia
Zhao et al., 2011
Utilização de ácido fólico entre adultos com depressão e ansiedade
Estudo transversal
Concluiu-se que a grande probabilidade de aderir a suplementação variaram no diagnóstico da ansiedade e não pelo fato de possuir sintomas da patologia
Zhou et al., 2020
A ingestão de ácido fólico na melhora do comportamento
Estudo em animais
Observou-se que o ácido fólico exibiu efeitos semelhantes aos antidepressivos em testes de campo
46
Tabela 1: Síntese dos estudos relacionados: o eixo cérebro- intestino em relação ao transtorno de ansiedade, microbiota intestinal e disbiose envolvendo distúrbios psicológicos, deficiência e interação de vitamina B12, ferro, zinco e ácido fólico em relação ao transtorno de ansiedade. Fonte: Elaboração da autora (criado em 2021).
semelhante a transtornos depressivos
aberto e de preferência de sacarose, ocorridos na avaliação destes animais
47
8 DISCUSSÃO
A partir da análise dos estudos avaliados, observou-se que há uma
comunicação através do eixo existente entre o cérebro e o intestino, as quais estão
diretamente relacionadas por transmissões nervosas, que ainda implicam em
alterações decorrentes aos meios de informação desenvolvidos, devido ao fato de que
os indivíduos possam apresentar um transtorno de ansiedade, com um estado
hormonal, emocional, e imunológico onde é influenciado pela manutenção de uma
enorme carga de mecanismos estressores, também direcionados ao ambiente
comportamental.
Portanto, a comunicação neste eixo principalmente através do nervo vago e
através de alguns hormônios existentes no SNC e SNE que podem entrar em
contraposição no que se refere a liberação de cargas hormonais excessivas, sendo
estas responsáveis pelo desencadeamento do estado de estresse e de alerta no que
se refere as condições do Transtorno de Ansiedade. No entanto, essa estrutura é
constituída para a obtenção da regulação intestinal que também pode ocorrer de
forma inadequada o que pode indicar que a qualidade da flora intestinal que se altera
quando ocorre um desequilíbrio nesses mecanismos tornando-a suscetível a outras
patologias.
É valido destacar que o estresse impacta na composição da microbiota
intestinal, no entanto, descobertas recentes sugerem que os microrganismos
intestinais podem afetar o funcionamento do eixo HPA, autonômico e neurobiológico
relacionado ao estresse, constituindo assim mecanismos fundamentais pelos quais a
microbiota pode influenciar ações neurológicas no Sistema Nervoso Central (SNC).
Holtmann et al (2017) relatam a partir de dados epidemiológicos de 3 estudos
prospectivos que em alguns casos, os sintomas gastrointestinais surgem em primeira
instância no indivíduo e os transtornos de humor mais incidentes ocorrem
posteriormente. Sendo assim, como já dito anteriormente, esses mesmos estudos
enfatizaram o papel da inflamação intestinal com a resposta das citocinas e do
microbioma intestinal em conduzir para o intestino às alterações cerebrais, entrando
em evidência que a inflamação da mucosa em baixo grau em decorrência da ativação
imunológica e permeabilidade alterada comprovam com os estudos de base
48
populacional demonstraram uma ligação entre a eosinofilia da mucosa em pacientes
com disfunção gastrointestinal.
Em contrapartida aos autores anteriores, Moser et al (2018), descrevem através
de um conceito amplamente aceito, que a disbiose bacteriana ainda não foi algo
estabelecido, uma vez que uma grande proporção de pacientes com alterações
gastrointestinais como a Síndrome do Intestino Irritável (SII), obteve a exibição de um
perfil de microbiota "normal" demonstrando que as associações entre os parâmetros
clínicos e os perfis da microbiota avaliados por métodos ecológicos clássicos
permaneceram bastante elusivas.
Em ênfase, o microbioma fecal de pessoas que possuem a SII é semelhante
para aquelas que possuem transtornos depressivos, podendo-se comparar as
patologias no mesmo quesito quando se trata de microbiota intestinal e distúrbios
psicológicos. Ainda assim, de acordo com esses estudos, foi observado que o
microbioma fecal estava associado além da SII, mas também com o sofrimento
psicológico.
Por finalidade, é observado que as intervenções terapêuticas são, portanto,
passiveis de ambas as extremidades do espectro cerebral e do microbioma intestinal,
sendo assim, os antidepressivos, a psicoterapia e a hipnose são direcionadas ao
intestino como eficazes para o tratamento especialmente para SII e transtorno
depressivo, porém, esses resultados são limitados e necessitaria de uma avaliação
mais especifica acerca da dieta, o uso de prebióticos e antibióticos para tais pacientes.
É possível identificar ainda, de acordo com os estudos analisados que os
fatores psicológicos estão em correlação com os aspectos emocionais provendo da
manutenção de hábitos alimentares adequados, assim, como os sentimentos
avaliados como negativos possibilitaram uma adesão negativa referente ao sentirem
tristeza, raiva, depressão, ansiedade, dificuldades no relacionamento familiar, além
da baixa autoestima e avaliação negativa da imagem corporal.
As pesquisas encontradas a partir de questionários relataram que os
indivíduos quando encaravam o fato de estarem passando pela situação se
desestimulavam a continuar a fazer dieta, praticar exercícios físicos e cuidar de si
mesmos. Isso pode ser analisado através do modo de vida dessas pessoas, como
diversos hábitos e dentre eles o mais equivalente é a compulsão alimentar de forma
49
que comiam exageradamente e acabavam engordando, trazendo sentimento de
frustração, medo e recusa levando ao transtorno de ansiedade.
Por conseguinte, compreende-se que toda carga de sentimentos negativos
pode ocasionar ao indivíduo transtornos alimentares e dentre o abordado está o
transtorno de compulsão alimentar periódica que de acordo com os estudos de Cortez
et al. (2011) discorrem que a TCAP possui características imprecisas e até mesmo
conflitantes que seria necessário de análise minuciosa para que possa estabelecer
sinais e critérios afim de categorizar o diagnóstico. Foi analisado também a presença
de hormônios que funcionam como sinais metabólicos periféricos promovendo a
ativação dos circuitos neuronais homeostáticos, sendo o hipotálamo grande
responsável pelos estímulos sensoriais que agem sobre o centro da fome,
influenciando o apetite e consequentemente para uma compulsão que deixaria nesse
caso o indivíduo mais propenso para a obesidade.
Partindo de outro ponto de vista, Blanchet et al (2018) apontaram em suas
discussões que o Transtorno Compulsivo alimentar (TCAP) é causado por uma
combinação de fatores psicológicos e biológicos. Os mecanismos subjacentes do
TCAP estão relacionados à disfunção do sistema de recompensa, desejos,
desregulação emocional, impulsividade, restrição alimentar e preocupações com a
forma e o peso corporal sendo estas que implicam no surgimento da anorexia e
bulimia nervosa.
Segundo os autores, a restrição alimentar pode ser um componente que
contribui para o TCAP como uma tentativa fracassada de controlar ou superar o ganho
de peso relacionado ao consumo de alimentos. Os indivíduos expostos no estudo
apresentavam preocupações com a forma e o peso corporal que podem ser
percebidas como um mecanismo causal e/ou como consequência da compulsão
alimentar. E ainda assim, evidenciaram de acordo com as análises abordadas,
chegando à conclusão que a TCC (Terapia Cognitiva Comportamental) e a adequação
alimentar juntamente com a prática de exercícios físicos, particularmente os
aeróbicos, entrariam como estratégias benéficas para a melhora dos níveis
anorexígenos e bulímicos em indivíduos que possuem tais patologias em decorrência
do Transtorno Compulsivo Alimentar Periódico.
Mediante aos achados sobre a deficiência de vitaminas e nutrientes em relação
ao Transtorno de Ansiedade fica evidenciado que em a vitamina B12 possui
50
características que podem ser associadas de certo a fisiopatologia dos transtornos de
humor associados à sua deficiência, porém é ressaltado ainda que não há evidências
comprovadas que a deficiência da vitamina possa desencadear os transtornos
psicológicos, mas que contribui para agravos para tal transtorno. Em contrapartida, de
maneira benéfica segundo a literatura, é apontado que a propriedade da vitamina B12
tende a reverter quadros depressivos, mesmo que não haja sintomas psicóticos,
podendo afirmar em observação a partir dos resultados dos estudos que os indivíduos
que possuíam a deficiência de vitamina B12 regrediam os sintomas psiquiátricos, no
período de uma a quatro semanas.
Trazendo os achados sobre a deficiência de Ácido Fólico, pode-se enfatizar a
correlação sobre os estudos de Zhao et al. (2011) que em uma grande amostra
representativa com indivíduos norte-americanos de ambos os sexos demonstraram
que existem variações substanciais na prevalência e na probabilidade de tomar ácido
fólico e suplementos vitamínicos mediante a recordatórios de depressão e ansiedade
previamente diagnosticadas, mas não pela presença de sintomas depressivos
elevados, ou seja, que tendenciosamente alguns já faziam o uso da suplementação
principalmente mulheres grávidas, portanto, segundo os autores afirmam que essa
interação do transtorno de ansiedade e baixos níveis do ácido é um tanto vaga.
Outrora, mediante os dados de Zhou et al. (2020) em estudos em animais, onde
trazem que a suplementação do ácido fólico teve comportamento semelhante à de
antidepressivos, ocasionando um bom resultado para o estresse dos animais, mas,
em relação aos seres humanos seria preciso investigar o efeito do mesmo, afim de
determinar a ação central por trás do efeito antidepressivo.
Em relação a deficiência de Ferro e Zinco foram analisados que há evidências
de que se pode demonstrar que o metabolismo, quando alterado, modifica os
comportamentos emocionais, mesmo que em alguns casos o Ferro possa estar em
estado reduzido em trazer malefícios em indivíduos com distúrbios psicológicos. Mas,
não se pode deixar de dar importância a esta mesma deficiência, tendo em vista que
os indícios demonstrados em seres humanos destacam que o comportamento da
ansiedade pode estar associado aos níveis baixos de Ferro, tendo início no primeiro
ciclo de vida do indivíduo ainda como feto, logo após na fase infantil ocasionando uma
anemia, e quando não tratada corretamente, pode ser levado para fase adulta.
51
No entanto, através dos estudos entre a deficiência de Zinco e os sintomas
depressivos e de ansiedade é desconhecida, porém, existem vários mecanismos
hipotéticos que podem explicar tal relação, sendo o primeiro que envolve o sistema
imunológico, trazendo evidências onde sugerem que o zinco é necessário para a
regulação de hormônios e respostas imunes celulares que pode desempenhar papéis
importantes, por exemplo, para a fisiopatologia da depressão. Por outro lado, a
suplementação de zinco em humanos foi associada a reduções significativas em
vários marcadores de inflamação, em contrapartida, quando aplicados em animais,
obteve uma reação ansiolítica, fazendo com que diminuísse os níveis de estresse e
alterando beneficamente o comportamento dos mesmos.
52
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com o presente trabalho pode-se evidenciar que o Transtorno de
Ansiedade não deve ser considerado somente uma patologia isolada, sendo
também relacionada a fatores que envolvem as funções intestinais e imunológicas
do indivíduo, e esta pode ser exemplificada através do eixo cérebro- intestino.
Assim tal contexto é apresentado por meio da microbiota intestinal devido ao
conjunto de bactérias que estão presentes na constituição da flora intestinal,
trazendo funções essenciais para um funcionamento correto do trato
gastrointestinal. Em contrapartida, quando há uma disfunção nesta mesma
microbiota pode ocasionar uma disbiose dessas bactérias, no qual irá afetar o
funcionamento de tal eixo.
No que se refere aos efeitos emocionais e patológicos deste transtorno aos
autores aqui apresentados correlatam que estes afetam a vida do indivíduo no qual
o impede de desenvolver suas atividades de rotina, visto que pode influenciar nas
suas funções cognitivas sendo especificamente apresentadas por excesso de
medo, fuga e esquiva, nos quais são comportamentos característicos que
aparecem em decorrência de acontecimentos em que o indivíduo superestima a
perspectiva a ameaças.
Em análise da Compulsão Alimentar Periódica ficou esclarecido que esta
tem relação relevante com o Transtorno de Ansiedade, onde em estados mais
agravantes ocorrem ao indivíduo episódios de Obesidade, Anorexia e Bulimia
Nervosa que trazem insatisfações a imagem corporal, tristeza e raiva e fazendo
com que seja um fator de frustração quando relaciona-se ao ato de comer.
Ademais, conclui-se que em decorrência a análise da deficiência de
vitaminas e nutrientes escolhidas e demonstradas nesta presente revisão de forma
abrangente, onde os autores mencionados correlatam que estes ingeridos em
menor quantidade recomendada pode ser um fator que contribua para o aumento
dos sintomas de ansiedade e estresse, mas não os torna precursores para tal.
Analisou-se que necessitaria de novos estudos para que se pudesse fazer novas
comprovações e explorar outros meios de pesquisa acerca do assunto.
53
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SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DE SENHOR DO BONFIM ESCOLA MUNICIPAL ABIGAIL FEITOSA CNPJ: 03.227.103/0001-87 CEP: 48970000 - SENHOR DO BONFIM-BA INEP: 29359309 Autorização de Funcionamento: Resolução 03/2005 - CME
DECLARAÇÃO
Declaramos para os devidos fins que o (a) servidor (a) ROSINEIDE MARIA DE
ARAÚJO PINHO inscrita no CPF 63821826568 e RG 6402011-80, Código
professor INEP 1.046, pertencente ao quadro de servidores efetivos da Prefeitura
Municipal de Senhor do Bonfim, lotada na Secretaria Municipal de Educação,
exercendo suas atividades laborativas como Professora, com nível superior,
formação Licenciatura em Pedagogia pela Universidade do Estado da Bahia
(UNEB), leciona as disciplinas de Língua Portuguesa e Língua Estrangeira (Inglês)
com ampla experiência e habilidade nas áreas de atuação.
Em testemunho da verdade, assino a presente declaração.
Senhor do Bonfim, 04 de junho de 2021.
SILVANIA SIMÕES SOARES DE FREITAS
Diretora
_________________________________________________________________________________ E-mail institucional: [email protected] Contato: (74) 9 9927-5557
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