Micotoxinas seminario-ufla

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Universidade federal de lavras Departamento de agricultura Setor de sementes Micotoxinas: Importância na alimentação e na saúde alimentação e na saúde humana e animal Franciele Caixeta Prof. Dr. Renato Mendes Guimarães

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Universidade federal de lavrasDepartamento de agriculturap g

Setor de sementes

Micotoxinas: Importância na alimentação e na saúde alimentação e na saúde

humana e animalFranciele Caixeta

Prof. Dr. Renato Mendes Guimarães

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Sumário 1. Introdução2 Histórico 2. Histórico 3. Micotoxinas 4. Principais micotoxinas5 Regulamentação de Micotoxinas no 5. Regulamentação de Micotoxinas no

Brasil e no mundo6. Considerações finais

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Introdução

Micotoxinas → metabólitos secundários tóxicosd id i d d d fproduzidos por uma variedade de fungos,

especialmente por espécies dos gêneros:

Aspergillus spFusarium sp

Penicillium spAlternaria sp

Penicillium sp

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As micotoxinas → produzidas somente quando certasdi õ bi t i t i t tcondições ambientais, tais como temperatura e

umidade, além das características bioquímicas dosprodutos que servem como substrato são propíciasprodutos que servem como substrato, são propíciaspara a sua produção.

Integridade física do cereal → importante naprodução das micotoxinas. A contaminação poderáocorrer mesmo em material armazenado, porquelesões mecânicas ou provocadas por insetos oud t t t i itdurante o processamento, tornam os cereais muitosusceptíveis à proliferação de fungos.

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Os Fungos

• Cepas toxigênicas e nãot i ê i dtoxigênicas - presença dofungo não é um indicativo deque existe a toxina;que existe a toxina;

•Alguns mofos levam apenasl h d ialgumas horas para produzir

toxinas, enquanto outroslevam semanaslevam semanas.

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• Fungos de campo e fungos de armazenamento:• Fungos de campo e fungos de armazenamento:– As micotoxinas que se formam antes das colheitas

permanecem;permanecem;

– Depois da colheita - desaparecem associaçõesentre fungos e plantas - fatores físicosentre fungos e plantas fatores físicosdeterminam se fungos de armazenamento sedesenvolverão.

• As condições ótimas não são idênticas parafungos e micotoxinas e dependem de diferentesgfatores:

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• As condições ótimas não são idênticas parafungos e micotoxinas e dependem de diferentesfatores:

Fatores físicos:– umidade e água disponível;umidade e água disponível;

– Temperatura → 25ºC e 30ºC e o limite máximoentre 40 e 45ºC;;

– Integridade física dos grãos → os tegumentosintactos do grão dificultam o acesso do fungo aoamido endospérmico.

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Tabela 1. Temperatura mínima necessária para odesenvolvimento de alguns fungos e para adesenvolvimento de alguns fungos e para aprodução de micotoxinas.

Mofos ºC Micotoxinas ºC

Aspergillus flavus 10º Aflatoxinas 10º

Aspergillus clavatus 10º Patulina 12ºAspergillus clavatus 10 Patulina 12

Aspergillus ochraceus 10 - 12º Ocratoxina 12º

Penicillium expansum 0º Patulina 0 - 24º

Penicillium cyclopium 0º Ocratoxina 0 - 24º

Penicillium cyclopium 0º Acido penicílico 4º

Fusarium roseum 15º Zearalenona 10º

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Figura 1. Previsão dos períodos de armazenagem sembolores para a cevada a diferentestemperaturas e conteúdos de umidadetemperaturas e conteúdos de umidade

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Figura 2. Micotoxinas e o clima no BrasilFigura 2. Micotoxinas e o clima no Brasil

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Fatores químicos:Fatores químicos:– pH – na faixa 2,5 - 7,5 (são capazes de alterar o

pH);pH);

– Composição do substrato e nutrientes minerais →produção de micotoxina – Fe e Zn são osprodução de micotoxina Fe e Zn são oselementos mais importantes;

– Potencial de oxi-redução (O2/CO2) → A maiorç ( 2/ 2)parte é aeróbia – excesso de CO2 pode impedirdesenvolvimento fúngico.

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Fatores biológicos:– Presença de invertebrados → o metabolismo do

inseto eleva a quantidade de umidade dosubstrato e a ruptura do pericarpo permite ainfecção do interior do grão;

Li h ífi i– Linhagens específicas → mais ou menossusceptível

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Tabela 2. Produção de aflatoxina (ppm) por diferentesTabela 2. Produção de aflatoxina (ppm) por diferenteslinhagens de Aspergillus parasiticus emdiversos grãos

Semente NRRL 3000 NRRL 2999 NRRL 3145

Amendoim 107 104 0 8 50Amendoim 107 104,0 8,50

Soja 19 2,8 0,06

Milho 53 47,0 5,50, ,

Trigo 72 19,0 7,10

Arroz 107 185,0 10,60

Sorgo 72 88,0 57,60

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Por que elas preocupam?

• Substâncias estáveis e resistentes - atividadetóxica persiste por um longo tempo nos alimentos,mesmo após o desaparecimento dos fungos queas originaram;

• Não alteram aparência dos alimentos;p ;

• São compostos químicos de baixo pesomolecular que não são detectados pelosmolecular, que não são detectados pelosantígenos.

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Por que elas preocupam?• Contaminação aguda é mais freqüente emanimais domésticos - altos teores encontrados emrações;

• Efeitos crônicos no homem danos:Efeitos crônicos no homem, danos:– Nos rins;

N fí d– No fígado;

– Nos sistemas nervoso e imunológico;

– Trato gastrointestinal;

– Alterações estrogênicas, carcinogênicas, ê i ê imutagênicas e teratogênicas.

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• Em quase todas as matérias-primas destinadas agêneros alimentícios, tais como:

– Arroz;– Milho;

– Café;– Sorgo;

S t d l dã

g ,

– Feijão;– Trigo;

C d

– Semente de algodão;– Frutas;– Presunto;– Cevada;

– Soja;– Castanha-do-pará;

Presunto;– Queijo;– Leite;Castanha do pará;

– Nozes; – Vinho– Cerveja.

UM OU MAIS TIPOS DE MICOTOXINAS

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Cerca de 25% de todos os produtos agrícolas produzidos no mundo estão contaminados com produzidos no mundo estão contaminados com

alguma micotoxina.(BHAT e MILLER 1991; MANNON e JOHNSON 1985)(BHAT e MILLER, 1991; MANNON e JOHNSON, 1985)

• Legislação mais rígidas quanto aos níveismáximos de micotoxinas permitidos → paísesimportadores.

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Brasil → um dos líderes na produção de alimentos agrícolas e de commodities, com

di õ bi t i l t condições ambientais excelentes para o crescimento de fungos micotoxigênicos

Muitos alimentos, rações e ingredientes gapresentam níveis de contaminação por

micotoxinas muitas vezes superior ao permitido pela legislação brasileira, bem como pela

internacional.

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Micotoxinas → exemplos de "Envenenamento pori t i " t t ã ál àmeios naturais " e, portanto, são análogos às

patologias causadas pela exposição aosagrotóxicos ou resíduos de metais pesadosagrotóxicos ou resíduos de metais pesados.

• Toxicidade de uma micotoxina depemde:• Toxicidade de uma micotoxina depemde:– Tipo de micotoxinas;

– Quantidade e da duração da exposição;

– Idade, saúde e sexo do indivíduo exposto;

– Estado nutricional;

– Interações com outros insultos tóxicos.

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• A gravidade da intoxicação por micotoxinas podeser agravada por fatores como:

– Deficiência de vitamina A;

– Privação calórica;

– Alcoolismo;

– vulnerabilidade às doenças microbianas →çagravar os efeitos de desnutrição, e interagirsinergicamente com outras toxinas.

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Histórico

• Desde há muito tempo - cogumelos(macrofungos) → sérios riscos à saúde humana;(macrofungos) → sérios riscos à saúde humana;

• Recentemente - metabólitos produzidos porf fil t ( i f ) tfungos filamentosos (microfungos), ao entraremna cadeia alimentar → epidemias em humanos eanimais;animais;

•10 pragas do Egito (Êxodo e Jó) - evidências dad i i lipresença de micotoxinas nos alimentos.

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E i F d S A ô i• Ergotismo - Fogo de Santo Antônio– morte de milhares de pessoas na Idade Média,

lséculos XI e XVI, na Europa;

– provocava a sensação de queimação na pele nal ã i i t i dpopulação que consumia cereais contaminados

por Claviceps purpúrea;

A doença era decorrente das propriedades– A doença era decorrente das propriedadesvasoconstritoras da ergotamina.

(MATOSSIAN 1981)(MATOSSIAN, 1981)

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• Doença do arroz amarelo (séculos XIX e XX) noJapão:

– morte por consumo de arroz mofado. A doença foipatribuída a citreoviridina, toxina cardiotóxica(beribéri cardíaco) produzida por fungos do genêroPenicillium;Penicillium;

• A staquibotriotoxicose → causou a morte destaqu bot oto cose causou a o te dedezenas de milhares de eqüinos na antiga URSS,1930-1940.

(MOREAU, 1979)

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• Aleucia Tóxica Alimentar (ATA) (1941-1945):Aleucia Tóxica Alimentar (ATA) (1941 1945):– 100.000 russos enfermos levando a óbito,

causado por tricotecenos, micotoxinas produzidascausado por tricotecenos, micotoxinas produzidaspor Fusarium;

•A aflatoxicose → matou 100.000 perus jovens -Reino Unido em 1960 sendo tambémReino Unido, em 1960, sendo tambémresponsabilizada pela morte de outros animais eaté, provavelmente, de humanos., p ,

(RODRICKS et al., 1977; PITT e HOCKING,1986)

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• A nefropatia dos Bálcãs(1957-1958), lesteeuropeu:europeu:

– ingestão de alimentos contaminados comocratoxina A produzida por Aspergillus ochraceusocratoxina A produzida por Aspergillus ochraceusPenicillium;

• Noroeste da Índia (1974) → surto de aflatoxina• Noroeste da Índia (1974) → surto de aflatoxinaB1 em 397 pessoas, após a ingestão de milhocontaminado. Cerca de 108 pessoas morreram;contaminado. Cerca de 108 pessoas morreram;

• Quênia (1982) → surto devido à ingestão dealimento contaminado com aflatoxina B1 20alimento contaminado com aflatoxina B1 - 20pessoas adoeceram e 12 delas morreram.

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Micotoxinas

• Toxinas produzidas por fungos filamentosos →micotoxinas

•Micotoxinas (do grego, mykes = fungo) →Micotoxinas (do grego, mykes fungo)compostos policetônicos resultantes das reaçõesde condensação que ocorrem quando seç q qinterrompe a redução dos grupos cetônicos nabiossíntese dos ácidos graxos realizada pelosfungos.

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E t t b lit dá i i d õ• Estes metabolitos secundários induzem reaçõestóxicas em vertebrados mesmo quando ingeridosem ↓[ ];em ↓[ ];

• Encontrados em alguns gêneros alimentícios,i l iespecialmente em cereais;

• Micotoxinas → fungos de alimentos e de rações,excluindo aquelas toxinas produzidas porcogumelos.

(FAO, 2003)

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Moléculas um tanto quantodiferentes - estruturas que variamde simples anéis heterocíclicos(peso molecular - 50 Da) a gruposd 6 8 éi h í lide 6 a 8 anéis heterocíclicosirregularmente dispostos (pesomolecular >500 Da)molecular - >500 Da).

(FAO, 2003)

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Cerca de 400 diferentes micotoxinas (BETINA 1984)

• A definição de micotoxina é difícil:

(BETINA, 1984)

– Diversidade de sua estrutura química– Origens de sua biossíntese;– Amplos efeitos biológicos;– Produzidas por uma enorme variedade de espécies

fúngicas;fúngicas;

• Definição correlacionada ao grupo deespecialista envolvido no seu estudo (médicosespecialista envolvido no seu estudo (médicos ,especialista em biologia celular, bioquímico emicologistas).micologistas).

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• Todos os pesquisadores concordam →micotoxinas estão amplamente incorporadas aosp palimentos e seus derivados - problema de saúdepública;

(BENNETT e KLICH, 2003)

• Micotoxinas em alimentos e derivados não é umproblema apenas de países em desenvolvimento.

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• Micotoxinas - afetam o agronegócio:g g– Interferindo ou até mesmo impedindo a

exportação;p ç ;

– Reduzindo a produção animal e agrícola;

(JELINEK et al 1989; MILLER 1995; LEUNG et al 2006)(JELINEK et al., 1989; MILLER, 1995; LEUNG et al., 2006)

• Países em desenvolvimento – o problema é sério:

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Produtos de boa qualidade → exportados

Produtos de qualidade inferior (níveis de micotoxinas superiores aos permitidos nos países importadores) → consumidas no mercado interno, com riscos evidentes para a saúde da população

(DAWSON, 1991)

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• Micotoxinas → entram nas cadeias alimentareshumana e animal por meio de duas maneiras:

Contaminação indireta de alimentos e rações

- um ingrediente qualquer foi previamentecontaminado por um fungo toxigênico, e mesmo

f h id li i d dque o fungo tenha sido eliminado durante oprocessamento, as micotoxinas aindapermanecerão no produto finalpermanecerão no produto final.

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Contaminação direta de alimentos e rações.

- ocorre quando o produto, o alimento ou a ração,se torna contaminado por um fungo toxigênico,com posterior formação de micotoxinas.

Alimentos e rações podem permitir o crescimento Alimentos e rações podem permitir o crescimento e o desenvolvimento de fungos toxigênicos, tanto

durante a produção, quanto durante o durante a produção, quanto durante o processamento, o transporte e o armazenamento.

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Toxicidade

AGUDA → resultando em danos aos rins ou fígado;fígado;

CRÔNICA → resultando em câncer de fígado;g ;

MUTAGÊNICA → causando danos no DNA;

TERATOGÊNICA → causando câncer em TERATOGÊNICA causando câncer em crianças por nascer.

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Mecanismos de ação dasmicotoxinas : efeitos biológicos

• Interrompem o metabolismo celular → potentesinibidores da síntese protéica em eucariotas;p ;

• Bloqueio das vias metabólicas – lesões → inibeas atividades mitocondriais;as atividades mitocondriais;

• Interagem com o DNA e RNA – Síntese protéica.

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• Alteram a estrutura e a função da membranal l i t t t d bcelular → interrompem o transporte da membrana

celular;

• Reagem com enzimas → inativa certas enzimascom grupos Tiol e inibe a síntese lipídica;

• Reagem com co-fatores como as vitaminas.

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Principais micotoxinasAFLATOXINAS

São micotoxinas produzidas por Aspergillus flavus e p p g fAspergillus parasiticus

Aspergillus flavus

Regiões tropicais e subtropicais → ótimas condições d t t id d

Aspergillus flavus

• Principais = AFB1 AFB2 AFG1 AFG2 e AFM1

de temperatura e umidade

• Principais = AFB1, AFB2, AFG1, AFG2 e AFM1

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Figura 3. Estruturas químicas das aflatoxinas B1, B2, G1 e G2.

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• São encontradas como contaminantes em:Amendoim Nozes Castanhas;– Amendoim, Nozes, Castanhas;

– Amêndoas;

ilh– Milho;

– Algodão, Centeio, Cevada, Sorgo;

– Trigo, Aveia, Arroz;

– Feijão;

– Frutas secas;

– Leite.

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• Causas:C id d d li DNA d él l– Capacidade de se ligarem ao DNA das células -afetam a síntese protéica;

Contrib em aplasia tímica (a sência congênita– Contribuem → aplasia tímica (ausência congênitado timo e das paratireóides - deficiência daimunidade celular; também conhecida comosíndrome de Di George)

(RAISUDDIN, 1993)

– Propriedades oncogênicas e imunosupressivas -infecções em pessoas contaminadas;

– Contribuem → patologias em viciados em heroína,bem como em recém-nascidos de mães viciadas.

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– Perus, frangos e suínos alimentados com raçõescontaminadas com aflatoxinas apresentam umapnítida redução de imunidade, ocasionando sériosproblemas econômicos aos produtores;

(SMITH et al., 1995)

– Diminuição da produção de leite e ovos.

Figura 4. Peito de frango congesto - aflotoxinag g g

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OCRATOXINA A

São micotoxinas produzidas São micotoxinas produzidas Aspergillus ochraceus

e Penicillium spe Penicillium sp.Penicillium sp.

Fator desencadeante → Deficiências no

Armazenamento.

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• São encontradas como contaminantes em:– Milho, Cevada, Centeio;, , ;

– Trigo, Aveia, Sorgo;

– Café Feijões Arroz;Café, Feijões, Arroz;

– Cacau;

U as S co de as e Vinhos;– Uvas, Suco de uvas e Vinhos;

– Cerveja;

– Frutas secas;

– Carne suína e derivados.

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• Causas:– Nefropatias, Hepatóxica, Imunossupressora;p , p , p ;

– Teratogênica, Cancerígena;

– Nefropatia suína - doença é endêmica em suínosNefropatia suína doença é endêmica em suínosda Dinamarca, onde também está associada àmorte de aves;

(KROGH, 1987; BURNS e DWIVEDI, 1986; HAMILTON et al., 1982)

•50% das amostras de arroz feijão milho e trigo (Brasil) →•50% das amostras de arroz, feijão, milho e trigo (Brasil) →níveis de ocratoxina A;

(CALDAS et al., 2002)

b f d f d d•Presença também confirmada em café torrado e moído, eem café solúvel.

(PRADO et al., 2000)(PRADO et al., 2000)

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FUMONISINAS

São micotoxinas produzidas F i ti illi id Fpor Fusarium verticillioides e F.

proliferatum

Fusarium verticillioides

O ê i di l ilh d d i d Ocorrência mundial no milho e produtos derivados, no Brasil especialmente no milho para ração animal.

São bastante estáveis durante o processamento de alimentos.p

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•As fumonisinas - grupo de 16 substâncias: B1(FB1, FB2,FB3 e FB4), A1, A2, A3, AK1, C1, C3, C4, P1, P2, P3, PH1ae PH1b

(MUSSER e PLATTNER, 1997; AH-SEO e WON LEE, 1999)

Figura 5. Estrutura química da fumonisibaB1 R1 R2 R3 OHB1:R1= R2= R3 = OH.

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• Causas:– Câncer de esôfago (Transkei Sul da África; China eCâncer de esôfago (Transkei, Sul da África; China e

nordeste da Itália;(PERAICA et al., 1999)

– Leucoencefalomácia em equinos e coelhos; (MARASAS et al., 1988; BUCCI et al., 1996; FANDOHAN et al., 2003);

d l h d– Edema pulmonar e hidrotórax em suínos;(HARRISON et al., 1990)

– Efeitos hepatotóxicos, carcinogênicos e apoptosee tos epatotó cos, ca c ogê cos e apoptose(morte celular programada) em fígado de ratos;

(GELDERBLOM et al., 1988; 1991; 1996; POZZI et al., 2000)

– Estas toxinas inibem a síntese de esfingolipídios; (SHIER, 1992)

Edema pulmonar em suínos – Edema pulmonar em suínos.

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TRICOTECENOS

São micotoxinas produzidas por Fusarium sp., M th i Ph i St h b t Myrothecium, Phomopsis, Stachybotrys,

Trichoderma, Trichotecium, Verticimonosporium

Fatores desencadeantes → temperatura baixa alta Fatores desencadeantes → temperatura baixa, alta umidade e problemas de armazenamentos

Presentes em milho, trigo, cevada, aveia, arroz e outros cereais de inverno.

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Figura 5. Estrutura química do tricotecenos dptipo A e B.

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• Tricotecenos mais importantes:– Desoxinivalenol (DON);

– Nivalenol (NIV);( )

– Toxina T2;

– Toxina HT2;Toxina HT2;

– Diacetoxiscirpenol (DAS)

O DON é uma das micotoxinas mais comumente encontradas em grãos Quando ingerido em doses elevadas encontradas em grãos. Quando ingerido em doses elevadas por animais, ela causa náuseas, vômitos, diarréia e recusa

de alimentos.

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• Causas:inibição da síntese protéica eucariótica interferindo– inibição da síntese protéica eucariótica, interferindonos estágios inicial, de alongamento e do terminal dasíntese protéica;

– Os tricotecenos foram os primeiros compostoscomprovadamente envolvidos na inibição daatividade da transferase peptídica

(STAFFORD e McLAUGHLIN, 1973; WEI et al., 1974).

• O T-2 → lesões na pele e nos olhos de gado e humanos; alergia alimentar tóxica em humanos; e é 10x mais tóxica alergia alimentar tóxica em humanos; e é 10x mais tóxica

que DON.

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ZEARALENONA

São micotoxinas produzidas porF. graminearum e F. culmorum

F graminearum

Fatores desencadeantes temperatura baixa e

F. graminearum

Fatores desencadeantes → temperatura baixa e problemas de armazenamentos

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• São encontradas como contaminantes em:– Milho, cevada/malte, sorgo;, / , g ;

– Centeio;

– Aveia arroz;Aveia, arroz;

– Banana, nozes, soja;

Cer eja;– Cerveja;

– Resíduos em ovos, leite e carne.

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• Causas:hiperestrogenismo em suínos causa feminidade em– hiperestrogenismo em suínos – causa feminidade emanimais a 1 ppm;

– Em suínos → pode provocar distúrbios na concepçãoEm suínos → pode provocar distúrbios na concepção,aborto e outros problemas;

(KURTZ e MIROCHA, 1978)

– Em vacas e ovinos têm sido observados problemasreprodutivos

(EL-NEZAMI et al., 2002)

No Brasil, essa toxina já foi encontrada em cereais e em No Brasil, essa toxina já foi encontrada em cereais e em aveia em flocos.

(OLIVEIRA et al., 2002)( )

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• Causas:

Figura 6. Suíno afetado pela micotoxina zearalenona.

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CITRININA

São micotoxinas produzidas porp pAspergillus e Penicillium

Sí d d “ l ” J ã 1971 Síndrome do “arroz amarelo” no Japão, em 1971, em virtude da constante presença de Penicillium

citrinum nesse alimentocitrinum nesse alimento.(SAITO et al., 1971)

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• São encontradas como contaminantes em:Arroz;– Arroz;

– Trigo, farinha;

d ilh– Cevada, milho;

– Centeio, aveia;

– Amendoin.

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• Causas:– Nefropatia suína e de outros animais - toxicicidade

aguda varia com a espécie de animal;

(CARLTON e TUITE, 1977)

No Brasil - nefropatia suína, após ingestão de grãos de p p g gcevada mofada.

(ROSA et al., 1985)

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PATULINA

São micotoxinas produzidas porP i illiPenicillium

Era utilizada como spray para nariz e garganta no tratamento do resfriado comum, e como pomada

para o tratamento de infecções da pele (CIEGLER, 1977; CIEGLER et al., 1971)

Micotoxina (BENNETT e KLICH 2003)(BENNETT e KLICH, 2003)

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• São encontradas como contaminantes em:– Maçã;ç ;

– Pera;

– Cereja;Cereja;

– Outros frutos.

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Suco não fermentado de maçã. ç(MOSS e LONG, 2002)

• Os estudos sobre sua toxicidade à saúde humanasão inconclusivos → Organização Mundial dasão inconclusivos → Organização Mundial daSaúde - dose provisória diária de 0,4 mg/kg depeso corporal como limite máximo de absorçãopeso corporal como limite máximo de absorçãopara essa micotoxina.

(TRUCKSESS e TANG, 2001)

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Regulamentação de micotoxinas no Brasil e no mundo

• Fatores elaboração da legislações:• Fatores - elaboração da legislações:– Aspectos científicos → disponibilidade de informações

toxicológicas; conhecimento acerca da distribuiçãodas micotoxinas nos alimentos; metodologia analítica;das micotoxinas nos alimentos; metodologia analítica;

– Aspectos políticos e econômicos → interessescomerciais; impactos na disponibilidade da oferta dealimentos;;

(VAN EGMOND e DEKKER, 1995;VERARDI e FROIDMONT-GORTZ, 1995; VAN EGMOND e JONKER, 2004).

As legislações mais conhecidas são aquelas que regulamentam os níveis de aflatoxinas.

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Regulamentação de micotoxinas • 2003 100 í l i l ã• 2003 → 100 países - legislação pararegulamentar os limites de micotoxinas emalimentos rações e commodities;alimentos, rações e commodities;• 30% a mais que 1995;• 90% da população mundial;90% da população mundial;

(FAO, 2003)

Europa - mais completa e detalhada legislação sobre Europa mais completa e detalhada legislação sobre micotoxinas em alimentos.

América Latina - 19 países dispõem de legislação para micotoxinas (91% da população continental); Para aflatoxinas encontra-se harmonizada no Mercosul aflatoxinas encontra se harmonizada no Mercosul.

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Figura 6. Percentagem da população global coberta pela legislação de micotoxinas em 2003.

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Figura 7. Legislação para micotoxinas em alimentos e rações na América Latina (FAO, 2003).

Page 67: Micotoxinas seminario-ufla

Considerações finais Considerações finais

• A contaminação de alimentos e rações pormicotoxinas → sério problema de saúde parahumanos e animais - obstáculo à economia depaíses da África, Ásia e da América Latina, nos

i b l i l b iquais a balança comercial se baseia nasexportações de commodities.

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No Brasil • Alimentos para o consumo humano estãosujeitos ao limite máximo:sujeitos ao limite máximo:

– Aflatoxinas (B1+B2+G1+G2) de 20μg/kg(20ppb);

– Leite fluido é de M1= 0,5μ/kg;, μ g;– Leite em pó é de M1= 5,0μg/kg.

Resolução RDC no 274 da ANVISA (Ministério da Saúde)(Diário Oficial Resolução RDC no 274, da ANVISA (Ministério da Saúde)(Diário Oficial

da União, de 16/10/2002)

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No Brasil • Alimentos para consumo animal (matérias-primas e rações):primas e rações):

– Aflatoxinas (B1+B2+G1+G2) de 50 μg/kg.Portaria MA/SNAD/SFA nº 183, do Ministério da Agricultura (Diário Oficial da Portaria MA/SNAD/SFA n 183, do Ministério da Agricultura (Diário Oficial da

União, de 09/11/1988)

Nossa legislação contemple apenas as aflatoxinas -pesquisas com outras importantes micotoxinas, como acitrinina as fumonisinas a ocratoxina A a patulina oscitrinina, as fumonisinas, a ocratoxina A, a patulina, ostricotecenos e outras menos freqüentes.

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– O reconhecimento dos problemas causados pelasmicotoxinas nos alimentos e rações → primeiro passopara a implementação de programas - para a prevenção ea redução do problema;a redução do problema;

– Também o uso de métodos para sua remoção oudescontaminação;descontaminação;

– Rotina de inspeção, legislação para controlar o fluxo decommodities contaminadas com micotoxinas no comércionacional e internacional;

– Desenvolver atividades de informação, comunicação e,principalmente, de educação.

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Ob i d Obrigada

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