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1
Luciana Coitinho José Aragão
ÉTICA: UMA ABORDAGEM NO COTIDIANO ESCOLAR
Rio de Janeiro
2004
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”
PROJETO VEZ DO MESTRE
ÉTICA: UMA ABORDAGEM NO COTIDIANO ESCOLAR
OBJETIVOS:
Analisar até que ponto a ética está sendo
colocada em prática e não um discurso.
Possibilitando assim, verificar o que está
valorizado em prol de uma educação cidadã,
dando condições de se criar um espaço
democrático onde professores, pais e alunos
possam interagir, criando assim uma socialização
com ampla visão e competência política no
espaço e fora dele.
3
AGRADECIMENTOS
À minha professora orientadora Maria Poppe, que
se dedicou em esclarecer minhas dúvidas,
colocando sempre à disposição para contribuir na
construção do meu trabalho. As instituições de
ensino e pessoas que envolvidas direta e
indiretamente, abriram as portas com boa vontade
e dedicação, e contribuíram com a pesquisa que
eu ali desenvolvia.
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a todos os profissionais de
educação, aos que atuam no ambiente escolar.
As instituições que foram receptivas e
contribuíram para a realização da minha
pesquisa. E os alunos de Ensino Médio do Curso
de Formação de Professores, pois estes devem
estar preparados para o ensino da prática
educativa.
5
RESUMO
Todo o trabalho aqui presente tem o intuito de servir como base à
uma auto-análise, sobre a nossa atuação, em quanto educadores é
destinada também, às instituições de ensino, possibilitando verificar a
educação que oferecem e se a prática vem ao encontro do discurso.
Através de pesquisa de campo, realizadas em escolas da rede pública
e privada de Ensino Fundamental 1º e 2º ciclos e Ensino Médio. Está contida
nesse trabalho uma abordagem e busca, do respeito ao educando e sua
autonomia; relacionamento entre profissionais e educandos. Esclarecendo e
constatando as condições que viabilizam e que propiciam a uma sociedade
de cidadãos críticos, onde haja respeito, democracia, socialização e visão
política da escola e fora dela.
Mas para que todas essas virtudes éticas transbordem nos
educadores e que não os deixem serem levados pela acomodação, se faz
necessário conhecer a ética desde os primórdios. Por isso iniciei meu
trabalho com um contexto histórico, requisitado entre os grandes filósofos, já
na Grécia antiga. O conhecimento do termo é de vital importância, para que
possamos saber como, onde e quando ela se faz presente.
Platão e Aristóteles, já falavam sobre a ética como a idéia do bem.
Para Platão o Bem voltado para virtudes como justiça, prudência ou
sabedoria, fortaleza ou valor e temperança e Aristóteles a ética é marcada
por fins que devam alcançar a felicidade, como: amizade, saúde e até a
riqueza.
Na verdade, depois de tantos séculos a antiga visão sobre ética, em
sua sociedade não foge do que desejamos em nosso século. Sempre
buscamos o bem e a felicidade e só conseguimos realizarmos se houver
uma doação, uma dedicação entre os seus semelhantes. Dessa forma a
sociedade se constrói, ocorrendo a universalização entre os povos nas
diferentes formações culturais e históricas, mas de forma humana; tornando
o ambiente cada vez melhor.
A tendência que a escola o educador se propõe a trabalhar em
momento algum, pode estar associada a uma politicagem de exploração,
alienação e mecanização. Pois é na educação depositada toda a
responsabilidade, para a transformação na sociedade.
6
METODOLOGIA Observar dentro do espaço escolar, rede pública e
privada de ensino, educadores em reuniões pedagógicas,
em reuniões pedagógicas, em sua prática em sala de aula e
no relacionamento com educando.
Buscar, informações observando e dialogando com profissionais da
escola, pais de alunos, sobre até que o ponto a comunidade participa como
seres atuantes e integrantes do espaço escolar.
Recolher todas anotações sobre o que foi observado e irei analisar se
a ética está sendo colocada em prática dentro do ambiente escolar e se
seus profissionais estão dispostos e cooperando para a realização de um
trabalho de crescimento de um indivíduo enquanto cidadão e se há interação
de todos que estão envolvidos no processo de ensino – aprendizagem, do
diretor ao educando e a comunidade o qual está inserido.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
01
CAPÍTULO I
03
ÉTICA NA GRÉCIA ANTIGA
03
CAPÍTULO II
10
ÉTICA: TEORIAS E VIVÊNCIAS SOCIAIS
10
CAPÍTULO III
33
ÉTICA DIFERENTE DE MORAL
33
CONCLUSÃO
43
BIBLIOGRAFIA
44
ÍNDICE 46
8
INTRODUÇÃO
Fiz minha escolha profissional, no ano de 1986, optando pelo curso
de Formação de professores, atuando em uma turma de 1ª série, do ensino
fundamental. Foi um sonho, porque aprendi muito mais com a pratica, já que
a experiência que possuía era como estagiária e agora era hora de caminhar
sozinha e a responsabilidade é enorme.
Conforme fui fazendo a minha trajetória, observei em diversas escolas
e em conversas com outros profissionais da área de educação, que estava
ocorrendo um certo descaso com nossos educandos. Muitas vezes as
instituições desconheciam esse fato, porque eram profissionais que
pregavam algo e praticavam outros. Também ouvi diretores, que me
assustavam, pois se preocupavam apenas com o lucro e tinham a
concepção que educação era vendida e deviam depositá-la em seu aluno,
transformando-se em “educação bancária”.
Ingressei na Universidade, no curso de Pedagogia, com o intuito de
aprimorar minha prática educativa e enriquecer meus conhecimentos. No
decorrer do curso, algumas mazelas na educação que eu tive o desprazer
de conviver, começam vir à tona, levando-me a desenvolver trabalhos e
projetos, no campo, com o tema “Ética no cotidiano escolar”. Daí ele
começa a crescer e ganhar forma e passa a ser assunto da minha
monografia.
O presente trabalho é feito de uma trajetória árdua. Tendo como
objetivo a observação e análise das práticas educacionais, com o intuito de
saírem do discurso. Possibilitando assim, verificar o que está sendo
valorizado em prol de uma educação cidadã.
Os textos enfatizam o respeito, democracia, humanização,
socialização, visão política, com levantamentos de pesquisas e observações
realizadas em instituições educacionais.
O capítulo I irá abordar uma visão histórica, e uma reflexão Grega
sobre ética. Embora sendo um período de muitas idéias e definições teóricas
9
sobre o assunto, darei destaque aos grandes pensadores Sócrates, Platão e
Aristóteles. Trazendo o assunto até o limiar do século XXI.
O capítulo II retrata as pesquisas de campo, com suas localidades,
anotações e discursos observados no decorrer do trabalho. Onde estão
sendo discutidas a educação e atuação em razão da ética.
Essas duas primeiras partes possuem citações dos autores como:
Valls, Paulo Freire, Rubem Alves, Charles Chaplin, Celso Antunes, Moacir
Gadotti e Aristóteles.
E finalmente o terceiro capítulo, tem uma abordagem política e
reflexiva, com o assunto ética diferente de moralidade. Onde a educação é
vista de forma critica e em busca da integração dentro das escolas, não
deixando levar-se por uma sociedade capitalista, mecanizando nossos
educandos. Com base em citações de alguns autores como Leonardo Boff,
John Drexel, Edgar Morin e Hebert de Souza.
Compreender a realidade significa
compreender o que as coisas realmente
são e isto implica, por sua vez na recusa
de sua simples facticidade. (Marcuse).
10
CAPITULO I
ÉTICA NA GRÉCIA ANTIGA
A princípio, o trabalho está voltado à ética quanto aos costumes, para
partir do real e não do ideal propriamente dito. Ocorrem algumas restrições
em documentos que a humanidade reteve por escrito, porque as normas de
comportamentos (e teorias), só possuem registros nos últimos milênios,
embora os homens já existissem há muito mais tempo. Não possuímos uma
pesquisa sobre os homens das cavernas, que viveram a mais de trinta mil
anos. Sua ética sexual ou normas políticas vigoradas na pré-história são
difíceis de constatar, pois não estão registradas.
Quanto às grandes teorizações, há documentos importantíssimos
desde os gregos antigos, há mais de dois mil e quinhentos anos. As grandes
teorias gregas trazem as marcas de sua organização social. Estas reflexões
devem estar marcadas pala experiência de um povo, e de certa forma de
sua classe social.
Para não haver uma certa distância entre essas doutrinas éticas
escritas pelos filósofos e os costumes reais de um povo e suas diferente
classes, tanto no Egito quanto na Grécia, na Índia, em Roma ou na Judéia,
devem ser usados como apoio os documentos escritos, mas não descartar
aqueles não filosóficos, como a pintura, escultura, tragédia e comedia,
formulação jurídica e política, livro de medicina, relatório histórico, para
conseguirmos chegar a conclusão da ética vigente em uma sociedade.
1.1 O surgimento da Ética na Grécia Antiga
Entre os anos 500 e 300 a.C., aproximadamente, foi um período
importantíssimo, não só para os gregos, ou para os antigos, pois foi um
período de muitas idéias e muitas definições e teorias que nos acompanham
até hoje.
11
Tiveram muitos pensadores da época, mas iremos destacar Sócrates,
Platão e Aristóteles, que possuem uma grande concentração de saber,
análises e reflexões sobre o agir do homem.
A reflexão grega neste campo surgiu como pesquisa sobre a natureza
do bem moral, buscavam o principio da absoluta conduta e estava muito
voltado ao contexto religioso. Duas formulações mais conhecidas sobre ética
na época: “nada em excesso” e “conhece-te a ti mesmo”. Essas idéias estão
ligadas ao contexto do santuário de Delfos do deus Apolo.
Platão, um dos discípulos de Sócrates, parte da idéia de que todos os
homens buscam a felicidade. E as doutrinas gregas colocavam a busca da
felicidade, no centro das preocupações éticas.
Platão não pregava um egoísmo, mas ao pesquisar as noções de
prazer, sabedoria prática e virtude ele sempre levantava a questão do “Sumo
Bem”.
No diálogo “REPÚBLICA” ele condena a vida voltada exclusivamente
para os prazeres. Acreditando na imortalidade da alma, sugerida no dialogo
FÉDON é coerente uma preexistência da alma, ele espera a felicidade
principalmente para depois da morte.
Para ele, os homens deveriam procurar durante esta vida, a
contemplação das idéias e principalmente a idéia do bem. A partir deste
Bem superior, o homem deve procurar descobrir uma escala de bens, que o
ajude a chegar ao absoluto.
A virtude também é uma purificação, que ajuda o homem a
desprender-se do corpo e do mundo, do aqui e agora e contemplar o mundo
ideal, imutável e terno. Sendo o Sumo Bem, para Platão. A pratica da virtude
é a coisa mais preciosa para o homem.
O ideal que o homem virtuoso busca e a imitação ou assimilação de
Deus: aderi ao divino. “Deus é a medida de todas as coisas”. A norma da
virtude é a própria idéia do bem.
Platão organiza um quadro das diferentes virtudes, baseado em
pesquisas feitas dialeticamente em diversos diálogos. As principais são:
justiça, prudência ou sabedoria, fortaleza ou valor e temperança.
12
A ética platônica é a idéia do Sumo Bem, da vida divina, da
equivalência de contemplação filosófica e virtude, como ordem e harmonia
universal.
Aristóteles, além de grande pensador especulativo e profundo
psicólogo, levava muito a sério a observação empírica. Enquanto Platão
desenvolvia seu trabalho mais voltado para as teorias, Aristóteles
colecionava depoimentos sobre a vida das pessoas e das diferentes cidades
gregas. Fica claro o seu esforço para mostrar o analítico e comparativo, já
que estudava e pesquisava centenas de constituições políticas de cidades
gregas. Suas obras que abordam questões éticas explícitas são a Ética a
Eudemo e a Ética a Nicômaco, e escreveu também Magna Moral.
Aristóteles também parte da idéia entre o Ser e o Bem. Mas insiste
sobre a variedade dos seres, concluindo que os bens também devem
necessariamente variar. Em cada ser deve haver um bem, conforme a sua
natureza e também essência. De acordo com a natureza, estará o que é
bom para ele. Quanto mais complexo for o ser, mais complexo será o seu
respectivo Bem.
Enquanto Platão defende o Sumo Bem, Aristóteles pesquisa sobre os
bens em concreto para o homem. Desta forma a ética Aristotélica é marcada
pelos fins que devem ser alcançados para que o homem atinja a felicidade.
Para Aristóteles o homem não precisa do melhor dos bens, mas de
vários bens, de tipos diferentes, como amizade, saúde e até riqueza, para
contemplar a felicidade. Então o homem tem o seu ser no viver, no sentir e
na razão. Mas ele precisa viver racionalmente, de acordo com a razão. Para
a razão não se deixar desordena, necessita da virtude que é adquirida com
bons hábitos. O bem próprio do homem e uma via virtuosa dá-se com
dedicação ao estude e contemplação da inteligência.
Para Aristóteles, o pensamento é o elemento divino no homem e o
bem mais precioso. Por isso quem é sábio não precisa de outras coisas.
Para ele o homem necessita converter sua vida em bons hábitos, de acordo
com a razão (virtudes intelectuais). Esta auto-educação deve surgir de um
esforço voluntário, já que a virtude é uma espécie de segunda natureza,
adquirida por uma razão livre.
13
Deve ficar destacado, que os grandes filósofos gregos viviam numa
sociedade de classes, baseada no trabalho escravo, e seus trabalhos eram
destinados à aristocracia, aqueles que podiam dedicar-se à vida do
pensamento, pois estavam livres do trabalho duro e cotidiano.
Sócrates, filósofo que aparece nos Diálogos de Platão que foi
condenado a beber veneno, porque foi acusado de seduzir a juventude, não
honrar os deuses da cidade e desprezavam as leis da POLIS (cidade –
estado). Depois de milênios, ainda não se sabe se sua condenação foi justa,
pois Sócrates obedecia às leis, mas as questionava.
Sócrates abandonou seus estudos das ciências da natureza
(cosmologia) para se ocupar consigo mesmo e o seu agir. Sendo então, o
primeiro grande pensador da subjetividade. Este movimento de
interiorização da reflexão e de valorização da subjetividade ou da
personalidade começa por ele e culmina com Kant, pelo final do século
XVIII, que buscava uma ética de validade universal, apoiando-se numa
igualdade fundamental entre os homens.
Aqui temos uma pequena amostragem, da seriedade e reflexão sobre
ética. E como vimos, o ideal ético para os gregos estava na busca teórica e
na prática da idéia de Bem, numa visão de Platão a ética estaca? Na
felicidade, como uma vida bem ordenada, virtuosa e suas preferências não
fossem desprezadas, sua vida deveria ser sintética e composta, já que o
homem necessitava de muitas coisas, numa visão de Aristóteles.
1.2 A Ética e suas variações.
Os grandes pensadores éticos buscavam uma teoria ética, que
deveria atender a universalidade, e ainda simultaneamente, explicarem as
variações de comportamento nas diferentes formações culturais e históricas.
14
“Não são apenas os costumes que variam,
mas também os valores que acompanham
as próprias normas concretas, os próprios
ideais, a própria sabedoria, de um povo a
outro”.(Álvaro Valls) 1
Em relação aos primeiros apanhados históricos, constatamos nas
palavras de Valls (professor e filosofo), que a ética não pode ser estudada
voltada apenas para uma reflexão ou registros de determinados
pesquisadores. Sua visão deve estar aberta, com qual? A um leque, para
vários fatores decorrentes na sociedade. Pois através deles se formam a
ética de um povo.
“O poder se aproveita do domínio, ele gera
o domínio. Mas estaria na essência do
poder ser diabólico, produzir essa espécie
de perversão? Ou isso corresponde à sua
forma histórica e seria possível produzir
relações de poder não-diabólicas?...
Teoricamente eu acredito no poder
democrático”. (Hebert de Souza e Carla
Rodrigues)2.
Será que a ética sempre foi igual para todos?
Max Weber, pensador alemão (inicio do nosso século XX), mostra que
a ética não era em todo caso simples, clara e acessível a todos. Os
protestantes, principalmente os alvinistas sempre valorizaram eticamente
muito mais o trabalho e a riqueza, enquanto os católicos davam um valor
maior a abnegação, ao espírito de pobreza e de sacrifício. Se dentro do
mesmo século, há tantas diversidades, podemos perceber as grandes
transformações que ocorrem de um século para o outro. Como o fator
político influi na sociedade! 1 VALLSs Álvaro L. M. 1994, p. 13 *Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Graduado em Filosofia na Faculdade de Medianeira, em São Paulo. Pós-graduado na Alemanha, em Heidelberg, dedicando seu trabalho de Mestrado a Adorno e Doutorado ao conceito de História em Kierkegaard. 2 SOUZA Hebert e RODRIGUES Carla, Ética e Cidadania 1994,P.20
15
Observemos um trecho de:
Os Bárbaros
“No ano 113 a C.; irrompendo do norte, um
povo estranho, quase desconhecido do
mundo mediterrâneo, aproximava-se das
gargantas alpinas.Eram
cimbros...Estupefatos, viram os povos
mediterrâneos abatarem sobre suas terras
aqueles estrangeiros de elevada estatura,
de olhos bem azuis e de cabelos louros...
submetiam-se também os cimbros a uma
impiedosa e rigorosa disciplina de combate,
segundo o qual, nas fileiras mais
avançadas, eram os combatentes, ligados,
para a vida e para a morte, com correias e
cordas.
Os costumes desses germanos eram
primitivos e rudes. Engoliam a carne crua e
suas mulheres não hesitavam, quando
necessário, em participar das batalhas...As
sacerdotisas vestidas de branco presidiam
sacrifícios e vaticinavam no sangue que
escorria dos ferimentos dos prisioneiros
abatidos.”(Lisser)3
Através desses relatos escritos, deixados pelos antepassados,
observamos que na Europa Mediterrânea já havia uma organização política
(com o Império Romano em construção) e os bárbaros eram vistos como
violentos e não civilizados, pelos seus costumes rudes. Quando eram
conquistados pelos povos romanos, para permanecerem com o povo
naquela região tinham que eliminar certos costumes. Só assim, poderiam
fazer parte da civilização.
3 LISSER, 1959, p.19-20 Unigranrio– Caderno de Educação 2 , Por uma ética da Inclusão, Wanderley da Silva
16
Tudo que aprenderam em sua cultura, por mais estranha que
parecesse, tinha que mudar da água pro vinho. Dessa forma participariam
da sociedade da época. Inclusão apenas com transformação, sem nenhum
esforço para se adequarem a esses povos considerados “não civilizados” e
respeitá-los com suas diferenças.
Por muitas vezes, apesar de tantos avanços tecnológicos e
esclarecimentos políticos e educacionais, muitos profissionais da educação
ainda atuam com o preconceito, o rótulo, o desrespeito aos diferentes
costumes e atitudes dos educandos. Deixando-se levar por questões
políticas, prevalecendo quem manda mais ou possui mais, o poder não “fala
mais alto” e sim “grita” dentro do nosso sistema de ensino.
Apesar de tanto tempo e cultura, ainda existem atitudes primitivas. Na
prática do educador o respeito deve prevalece, principalmente aos
educandos de classes populares, já que sua comunidade possui uma
realidade diferente que a habitual, seus costumes são outros, mas não os
inferiorizar em hipótese nenhuma.Sua realidade deve estar associada aos
conteúdos deixando claro o contexto que está inserido e sendo realista ao
esclarecer que muitos não convivem ali, mais aquela localidade faz parte do
mundo que todos pertencem. De certa forma, não convivem diretamente
com aquela realidade, mas indiretamente está presente na vida de cada um.
Os moradores da zona rural convivem com o plantio, os riachos, etc e todos
dependemos de tudo que há lá, as questões dos lixões em bairros menos
favorecidos e das políticas com o descaso à essas pessoas, a violência que
sai dos morros, mas atinge a toda sociedade, etc. Podemos não pertencer a
mesma localidade específica, mas estamos partilhando do mesmo contexto.
A prática exige a decência do educador em relação aos educandos,
mas não uma decência de rigor e moralismo, algo imposto. Essa decência
está na essência do ser humano, justo, fraterno, solidário, digno,
democrático e deve prevalecer a igualdade, acima de tudo.
Havendo um jardineiro, mais cedo ou mais tarde um jardim aparecerá. Mas havendo um jardim sem jardineiro, mais cedo ou mais tarde ele desaparecerá. (Rubem Alves).
17
CAPITULO II
ÉTICA: TEORIAS E VIVÊNCIAS SOCIAIS
O PAPEL BRANCO
Um sábio, depois de dedicar toda a sua
vida à compreensão do homem, chegou à
velhice sem ter certeza de haver entendido
a alma humana.
E quanto mais pensava, menos
compreendia.
Desesperado, pediu ajuda divina.
Os céus, então, enviaram uma folha de
papel em branco
Para que o sábio mostrasse a várias
pessoas.
E lá foi ele mundo afora, perguntando para
toda a gente o que via naquela folha de
papel.
Uns diziam ver o céu, outros a guerra,
outros ainda, o mar.
Assim, o papel branco sempre mostrava
diferentes imagens,
Para diferentes pessoas.
E o sábio começou a perceber que não se
pode
Compreender a todos como se fossem
iguais.
Por que cada um é único, diferente,
especial
Com sua maneira única e especial
De ver o mundo.
18
Aceitar essas diferenças é o primeiro passo
para a
Compreensão do homem.
Aceite os outros como eles são.
(Fábula Japonesa – Dayse Bruni)
Como foi abordado anteriormente, nos séculos passados, ética
referia-se ao universal, com uma formulação filosófica e com virtudes
políticas, sociais e religiosas para o bem comum.
E hoje? Como conceituamos ética?
Ética [Feminino substantivado do adjetivo
ético] S. F. Estudo dos juízos de que
apreciações referentes à conduta humana
suscetível de qualificação do ponto de vista
do bem e do mal, seja relativamente a
determinada sociedade, seja de modo
absoluto. 4
Etchos ética em grego designa a morada humana. De acordo com
essas conceituações e o texto de referência, pode-se chegar a conclusão
que o ser humano procura separar uma parte do mundo, daí molda-o ao seu
jeito, construindo um abrigo permanente e protetor. Por sua vez, essa
morada não é construída de uma só vez, pois o ser humano estará sempre
tornando habitável a casa que construiu para si. Cada um com suas
diferenças, tornando o seu ambiente bem melhor.
Então, refletindo sobre ética, constata-se que é um conjunto de
princípios e disposições voltadas para ação, historicamente produzidos, e
seu objetivo é limitar as ações dos seres humanos. Funciona como um
marco, um ponto de referência dos mesmos em sociedade, para que esta
torne-se cada vez mais humana.
4Novo dicionário da Língua Portuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira.
19
A ética está presente no cotidiano de cada um podendo e sendo
incorporada em forma de atividades pelos indivíduos. Como ressalta Paulo
Freire:
Não preciso de um professor de ética para
me dizer isto.
Meu bom senso me diz. (Paulo Freire).5
Na verdade, não há como aprender ética, ela deve estar dentro de
cada um de nós. Se escolhemos a profissão de educador, com certeza
devemos agir com amor, compromisso e respeito, não podendo faltar na
nossa vida, a ética. Ela deve estar entrelaçada a esses pontos.
Encontramos sempre nos livros conceituações sobre ética, e conforme
vamos desenvolvendo esse comportamento em nossa prática, observamos
não há como falar em educação cidadã, integrada, atuante e critica sem
pensar sobre ética.
Ética é o conjunto de princípios e valores
que guiam e orientam as relações
humanas. Esses princípios devem ter
características universais, precisam ser
válidos para todas as pessoas e para
sempre. Acho que essa é a definição mais
simples: um conjunto de valores, princípios
universais, que regem as relações das
pessoas. 6
O primeiro código de ética de que se tem notícia, principalmente para
quem possui formação católica, cristã, são os dez mandamentos. Regras
como “não matarás”, “ não desejaras a mulher do próximo”, “ não roubarás”
são apresentadas como propostas fundadoras da civilização ocidental e
cristã” as ética, através dos nossos atos, deve ser criticamente julgada por
cada um de nós. Já que a ética não é um conjunto de verdades fixas e
5 FREIRE Paulo. Pedagogia da Autonomia – Saberes Necessários a Pratica Educativa. 14ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 2000, p.68-69. 6 SOUZA Hebert (Betinho) e RODRIGUES Carla. Ètica e Cidadania. São Paulo: Moderna, 1994. p. 13
20
imutáveis. Com o decorrer dos tempos ela se adensa, conforme a história da
humanidade, tal como a escravidão, que já foi considerada normal um dia.
Nos tempos dos grandes filósofos, a justiça e demais virtudes éticas,
referiam-se sempre ao universal, sendo virtudes políticas e sociais. Nessa
formulação de grande, o lema máximo de ética é o bem comum.
Sendo assim, a ética deve ser universal e não se restringir ao
particular, o privado.
2.1 Educação e atuação em razão da ética.
* Oração de São Francisco
Senhor fazei de mim, instrumento de vossa
paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a
união;
Onde houver duvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a
esperança;
Onde houver tristeza que eu leve a alegria;
Onde houver trevas que eu leve a luz;
Oh mestre! Fazei que eu procure mais
Consolar que ser consolado;
Compreender que ser compreendido;
Amar que ser amado;
Pois é dando que se recebe;
É perdoando que se é perdoado;
E é morrendo que se vive para a vida
eterna.
A ética não deve ser imposta ou estar voltada para poucos, já que
educar deve tratar-se de contato e valores humanos e humanizadores,
envolvendo igualdade, justiça, fraternidade, solidariedade, dignidade,
21
democracia e desenvolvimento individual e do grupo. Sendo assim, ela não
se coloca como um discurso ou uma imposição cheia de regras, mas tem que
ser despertada de forma prazerosa, aguçando bom senso.
Se o educador se distancia de sua prática e do seu educando, se
coloca de uma forma onde só interagem os iguais, nunca estarão disponíveis
às diferenças. Irá se distanciar da comunidade e de todos os outros que
compõe o sistema escolar. Esse fato de colocar-se em uma redoma, de se
achar auto-suficiente, impede que coloque em prática a ética. Deixa de ter
humildade, respeitar a autonomia do educando, compromete o ensino
aprendizagem, criando uma barreira que possibilita o acesso ao elo entre
educador e educando.
Quando estamos resgatando valores em nossa prática, devemos nos
desprender de qualquer preconceito e chegarmos até a realidade de cada
um, enriquecer a sua vivencia e não sufocar e transformar suas origens, mas
respeitá-las.
Como Freinet propõe, a prática do educador tem que ser fruto de suas
investigações a respeito da maneira de pensar da criança e de como ela
constrói seu conhecimento.
Ensinar é um exercício de imortalidade.
De alguma forma continuamos a viver
naqueles cujos olhos, aprenderam a ver o
mundo pela magia de nossas palavras.
(Rubem Alves)
O educador deve procurar ser o professor na vida de seus educandos
e não mais um professor em suas vidas.
Muitos autores definem a ética profissional como sendo um conjunto
de normas de conduta que deverão ser postas em pratica no exercício de
qualquer profissão. Seria a ação “reguladora” da ética agindo no desempenho
das profissões, fazendo com que o profissional respeite seu semelhante
quando no exercício da sua profissão.
O desempenho em fazer um bom trabalho, nos deixa vivo na
lembrança de cada aluno que passa por nossas mãos, ao longo da nossa
22
caminhada. Por isso temos uma responsabilidade enorme, já que podemos
enaltecer esse aluno, também podemos desestimular o mesmo, com o
trabalho sem compromisso e respeito.
Humanidade
Todos nós desejamos ajudar uns aos
outros.
Os seres humanos são assim.
Desejamos viver para a felicidade do
próximo, não para o seu infortúnio.
Por que havemos de odiar e
desprezar uns aos outros? Nesse
mundo há espaço para todos.
A terra, que é boa e rica, pode prover
a todas as necessidades.
O caminho da vida pode ser o da
liberdade e da beleza, porém, nos
escravizamos. A cobiça envenenou a
alma dos homens... levantou no
mundo as muralhas do ódio... e tem-
nos feito marchar, a passo de ganso,
para a miséria e os morticínios.
Criamos a época da velocidade, mas
nos sentimos enclausurados dentro
dela. A máquina, que produz
abundância, tem-nos deixado em
penúria. Nossos conhecimentos
fizeram-nos céticos; nossa
inteligência, empedernidos e cruéis.
Pensamos em demasia e sentimos
bem pouco. Mais do que de
máquinas, precisamos de
humanidade. Mais do que de
inteligência, precisamos de afeição e
doçura. Sem essas virtudes, a vida
será de violência e tudo será perdido.
(Charles Chaplin)7
7 Chaplin, Charles. “ O último discurso” de O grande ditador.
23
O educador tem que ser humilde o suficiente e saber que não é o dono
da verdade, que a inteligência e o bom senso são virtudes de um grande
número de pessoas e não se restringe apenas a si. A sua pratica deve estar
voltada para colaboração do outro, se dispor a aprender coisas novas, pois o
educando tem muito o que ensinar na nossa pratica. Concordando com
Sócrates que diz “ Só sei que nada sei.” A auto análise é muito importante
nessa profissão, pois não somos enciclopédias e nem detentoras de todo
saber. Temos muito o que praticar e aperfeiçoar em nossa vida profissional.
Em minha pesquisa de campo, em instituições públicas e privadas de
Ensino Fundamental - 1º e 2º ciclos e Ensino Médio, recolhi algumas falas e
atuações (através de fotos) de alguns profissionais da área de Educação.
Observemos esse caso:
Uma aluna, deixa de entregar mais um
trabalho no prazo estipulado:
O professor vira pra mim e diz:
-Um caso perdido. Eu balanço a roseira pra
ela. Mais um trabalho, ou menos um, não
vai mudar a sua situação em minha
disciplina.8
Creio que a aluna tenha escutado a sua afirmação relacionada á ela.
Pois depois, quando nos duas conversamos, ela me falou que fazia o curso
de Formação de Professores, por vontade dos pais e não por interesse
próprio.
Nesse momento, esse educador deixa toda a sua humanidade de
lado. Não procurou saber as limitações desse educando e foi simplesmente
taxativa.
Educador não é apenas trazer conteúdos ou informações. Deve
possibilitar a conscientização sobre si mesmo sabendo que depende dele a
escolha do seu futuro e suas dimensões são múltiplas.
8 Fala de um professor da rede privada do Ensino Médio – Curso de Formação de Professores
24
Se esse professor tivesse um contato maior com seu aluno, ele não
iria simplesmente “balançar a roseira” para ele. Mas teria ajudado a se
adaptar no que havia escolhido, mostrando-lhe o lado bom e os encantos da
educação, ou ajudando-lhe a escolher o que ele achava melhor e iria se
sentir realizado ao praticar.
Talvez aquela aluna, que até então afirma que faz o curso por escolha
dos seus pais, não consegue se encontrar dentro do curso devido ao
preconceito que sofre. De repente está se perdendo uma grande profissional
da área.
O professor, ao invés de dar a matéria,
expondo oralmente o saber como
propriedade pessoal que se transfere, deve
ao contrario organizar ao trabalho dos
alunos, como um facilitador, explicando,
propondo habilidades diferentes e desse
modo levando o aluno a se construir como
agente de sua própria aprendizagem.9
E a tal “humildade” da qual falamos não é a humildade, depreciativo:
Fulano é tão humilde! Muito simples! Nesse caso, que aceita qualquer
coisa. Mas a humildade de reconhecer suas falhas, buscar o novo através de
uma atualização profissional, não se colocar limitações para aprender com o
meio que convive para que ocorra um constante aperfeiçoamento. Como
Sócrates já afirmava: “Conhece-te a ti mesmo”. Só nos conhecendo a fundo
estamos predispostos a ir ao encontro do outro.
9 Antunes Celso. Como transformar informação em conhecimento, 2001: p.19
25
Desencontros
É uma data especial...
Maria quer algo de José
Algo que demonstre que José a ama.
Ela espera ansiosamente tal gesto de
amor.
José é um homem bom e trabalhador.
Pensou no que agradaria à Maria.
Deu-lhe um ventilador.
Maria queria flores.
Ganhou um ventilador.
Expressou sua dor.
Jose não a compreendeu.
Esperava alegria e sorriso
Recebeu um desagradável mau humor.
É sempre assim, pensam ambos.
Novamente não se conversam.
Maria na sua carência de amor espera que
da próxima vez José satisfaça seus
silenciosos desejos.
Gosta de ganhar presentes de surpresa,
perde a chance de explicar o que deseja.
É obrigação de José perceber o que ela
quer.
José não entendeu a frustração de Maria.
Honesto, responsável e dedicado marido .
No que foi que ele errou?
Não consegue falar a linguagem dos
sentimentos.
Talvez nunca tivesse olhado no fundo dos
olhos de Maria.
Ambos sofreram fundo, cada um, as suas
próprias carências...
Maria por amor a José, continua esperando
flores...
José por amor a Maria, continua trazendo
ventiladores... (Içami Tiba)
26
A comunicação entre educador e educando é imprescindível, para que
o seu trabalho esteja voltado a sua realidade e saber o que pretende cada
educando, qual o contexto que está inserido, precisa ser pesquisador.
A educação é uma ação interativa se dá através de informações,
comunicação e dialogo entre seres humanos.
Nesse momento a ética profissional esta sendo aplicada, onde o
educando é respeitado e tem noção disso, pois tem a liberdade de se
entregar ao processo de ensino-aprendizagem, interagindo com o contexto
educacional que está inserido.
A ética profissional não deve ficar apenas no discurso, possibilitando a
valorização e respeito à autonomia do aluno, em prol de uma educação
cidadã. Pois é a partir dessa abertura de espaço dentro da escola, que ele
será um cidadão atuante e questionador dentro da sociedade.
Houve uma época em que eu pensava que
as pequenas mudanças impediam a
realização de uma grande mudança. Por
isso, no meu entender as pequenas
mudanças deveriam ser evitadas e todo o
investimento deveria ser feito em uma
mudança radical e ampla. Hoje, minha
certeza e outra: penso que, no dia-a-dia,
mudando passo a passo, com pequenas
mudanças numa certa direção, podemos
operar a grande mudança, a qual poderá
acontecer como resultado de um grande
esforço continuo, solidário: isso poderá ser
feito já. Não é preciso esperar mais para
mudar. (Moacir Gadotti) 10
O profissional precisa ser prudente ao realizar seu trabalho e é um
exercício continuo, que leva a plenitude. Pois é passo a passo que irá
conquistar o todo.
10Gadotti Moacir
27
O compromisso e a competência com que se faz, também é de suma
importância. A função de um citarista é tocar cítara e a de um bom citarista é tocá-
la bem. (Aristóteles)11
O professor que se recusa a entender, a barreira criada pelo aluno
para aprender, muitas vezes não procura interar da sua localização para que
sua pratica seja condizente.
Em situações mais complexas, tem que ser mais cauteloso e agir de
forma profunda e minuciosa, se despindo de qualquer preconceito religioso,
radical ou sócio-economico e evitar julgamentos. Só assim será um grande
professor.
Deve haver coragem e vontade de realizar seu trabalho docente, pois
a sua prática deve ser dinâmica, para que o aprendiz possa construir seu
conhecimento.
Saber que ensinar não é transferir
conhecimento, mas criar as possibilidades
para a sua própria produção ou a sua
construção. (Paulo Freire).12
O caminho da prática deve ser democrático, não fugir dos
questionamentos do educando, sua atividade deve ser enfrentada e se
desprender do tradicional se interando e participando de uma pratica
progressista.
O homem que evita e teme a tudo, não enfrenta coisa alguma, torna-se um
covarde.(Aristóteles)13
O educador deve possibilitar a intervenção do educando, pois assim
estará se tornando capaz de comparar e decidir ações em sua vida social.
O trabalho do educador tem que estar cercado de amorosidade, pois
deve gostar do que faz, caso contrário irá desrespeitar seu educando e a sua
11 Aristóteles, p.24 12 Freire Paulo, Pedagogia da Autonomia Saberes Necessários à Pratica Educativa, Paz e Terra, 1920:p.52 13 Aristóteles,p.37
28
própria prática. Suas mágoas, familiares ou profissionais, principalmente
questões relacionadas a salário, não podem ser descontadas em seus
alunos.
O educador deve desenvolver em sua prática uma qualidade e
coragem virtuosa, não se colocar em um patamar e implantando na sua
pratica, mesmo que de forma obscura, a hierarquia. Acabará reproduzindo o
sistema capitalista dentro desse sistema escolar, não sendo condizente a
educação que deve ser democrática.
Certa vez, assistindo a um seminário do Ensino Médio sobre poluição
dos rios e mares e eu lá atuando como estagiária de Orientação Educacional;
fiquei perplexa com o professor de Geografia que estava avaliando os
integrantes do grupo. Ele levou a família (a esposa e os dois filhos) para
assistir e ficava conversando com a família durante a apresentação. De
repente a mulher começa a amamentar seu filho em uma turma de
adolescentes, onde o maior número de alunos eram rapazes..
Notei que os alunos, já não estavam se preocupando em realizar o
trabalho com tanto desempenho como no início. Já estavam lendo o material
e nem se preocupavam tanto com uma boa atuação, porque lá já se percebia
que o professor tinha uma opinião formada e uma nota pré-estabelecida,
mesmo antes da apresentação. É impressionante o descaso de alguns
profissionais com a própria educação.
Comentei no relato anterior, sobre a esposa do professor amamentado
seu filho. Amamentar e algo muito natural, mas tem que ser levado em
consideração, o grupo que ali está. Eles são rapazes e nessa idade, gesto
por mais natural que sejam, tiram a atenção. E gesto esse, que pode passar
como obsceno aos olhos.
Profissionais do magistério, não podem e não devem se integrar ao
tédio, pois isso irá promover uma atitude de relaxamento na profissão e em
sua atuação. Onde esta o estímulo à aprendizagem ? Já que houve, um
desempenho do grupo em realizar um bom trabalho (o seminário proposto
pelo orientador educacional). Estavam munidos até de fita cd e vídeo, com as
agressões ambientais da sua localidade sofrida através dos tempos, pelo
homem. Onde está o professor colaborador e facilitador, para expandir e
29
explorar o próprio instrumento que a turma trouxe para a sala de aula? Está
simplesmente acomodado, que cumpre seu dever de profissional, limitando-
se e podando seus alunos, porque fazer a mais, seria uma exigência acima
do cabível, segundo a sua concepção.
É possível
Não existe nada mais horrível
Do que gente que diz “É impossível”.
Com sua postura ativa
Reprovam qualquer tentativa;
Não vêem a menor validade
Na historia da humanidade.
Por eles não haveria invenção
O carro, o rádio, a televisão,
o computador e sua memória.
Viveríamos na pré-história.
O mundo seria um lugar bem sem-graça
se gente que diz “Impossível” governasse.
(Claudia Roquete Pinto)14
Esse educador, que relatei uma de suas atitudes na sua atuação,
necessita refletir e muita sobre a sua prática e procurar inovar em respeito ao
outro e a si próprio.
A educação, que relatei uma de suas atitudes na sua atuação,
necessita refletir e muito sobre a sua prática e procurar inovar em respeito ao
outro e a si próprio.
A educação deve ser desvendada junto ao educando e suas
descobertas transformadas em conquistas.
Olhar do educador deve ir além estar ao longe. Procurando novos
horizontes, se valer de leituras e informações e uma constante reciclagem.
Só assim, irá prepará-lo ir em busca do novo.
14 PINTO, Roquete Claudia - Tradução
30
Será
Dado Vila Lobos/ Renato Russo/ Marcelo
Bonfá
Tire suas mãos de mim
Eu não pertenço a você
Não é me dominando assim
Que você vai me entender
Eu posso estar sozinho
Mas eu sei muito bem aonde estou
Você pode até duvidar
É só que isso não é amor
Será só imaginação?
Será que nada vai acontecer?
Será que é tudo isso em vão?
Será que vamos conseguimos vencer?
Nos perdemos entre monstros
Da nossa própria criação
Serão noites inteiras
Talvez por medo da escuridão
Ficamos acordados
Imaginando alguma solução
Pra que esse nosso egoísmo
Não destrua nosso coração
Brigar pra quê
Se é sem querer
Quem é que vai nos proteger?
Será que vamos ter que responder
Pelos erros a mais
Eu e você? 15
A escola, não deve reproduzir o sistema capitalista de nossa
sociedade. Os educadores devem assumir uma postura progressiva e não de
autoritarismo e tradicional, reprimindo e sufocando nossos educandos.
Enquanto educadores somos políticos e devemos caminhar para
democracia. Para que ocorra tal democracia devemos provocar a criticidade
em nossos alunos, para que acordem e não vivam em uma eterna escuridão. 15 Compositores = Dado Vila Lobos / Renato Russo / Marcelo Bonfá
31
Deve haver um encorajamento, para que se possa transformar a atual
situação e todo o seu trabalho não ser em vão.
Toda questão ideológica dentro da escola deve ser clara e
transparente, para toda comunidade educativa, de maneira nenhuma pode
ser incoerente, para não estabelecer uma confusão na cabeça dos alunos, os
deixando pedidos, sem saber para quê e onde caminhar duvidando da sua
capacidade de sucesso devido sua classe social.
Para que seus alunos não respondam pelos erros da escola, ela deve
agir de forma reflexiva, não propiciando nenhuma política partidária, sim ficar
neutra, investindo em um sistema que propícia a análise de ocasiões, valores
e contra valores, evitando uma aceitação cega, desenvolvida por alguns
livros e programas de ensino. O que se propõem e o desenvolvimento com
tolerância e sinceridade, através de debates onde os educadores sejam
capazes de participar e criar em nossa sociedade, desenvolvendo sua
autonomia.
É.. .
A gente quer viver todo respeito
A gente quer viver todo direito
A gente quer é ser uma nação
A gente quer é ser um cidadão (Luiz
Gonzaga Jr.)16
2.2 – Trabalho em equipe – rumo ao sucesso
COMO NOSSO PAIS
Não quero lhe falar, meu grande amor, das cosias que aprendi nos discos. Quero lhe contar como eu vivi, e tudo, que aconteceu comigo. Viver é melhor que sonhar,
16 Luiz Gonzaga Jr.
32
Eu sei que o amor É uma coisa boa. Mas também sei, que qualquer canto é menor que a vida de qualquer pessoa. Por isso, cuidado, meu bem! Há perigo na esquina. Eles venceram o sinal está fechado para nós que somos jovens. Para abraçar seu irmão e beijar sua menina, na lua. É que fez O seu braço, o seu lábio E a sua voz. Você me pergunta pela minha paixão. Digo que estou encantada com uma nova invenção.Eu vou ficar nessa cidadenão vou voltar pro sertão;pois vejo vir vindo, no vento, o cheiro de uma nova estação. Eu sei de tudo Na ferida viva do meu coração. Já faz tempo, Eu vi você na rua, Cabelo ao vento, gente jovem reunida. Na parede de memória, essa lembrança é o quadro que dói mais. Vim agora perceber, que apesar de termos feito tudo que fizemos. Ainda somos os mesmos, ainda somos os mesmos, e vivemos, Como nossos pais. Nossos ídolos Ainda são os mesmos e as aparências não enganam, não. Você diz que depois deles Não apareceu mais ninguém. Você pode até dizer Que eu estou fora, Ou então que estou inventando. Mas é você que ama o passado e que não vê. É você que é mal passado
33
e que não vê, que o novo sempre vem. Hoje eu sei de quem me deu a idéia de uma nova consciência e juventude. Ta em casa, guardado por Deus e comprando vil metal. E agora é perceber que apesar de termos feito tudo que fizemos, ainda somos os mesmos, ainda somos os mesmos, ainda somos os mesmos, e vivemos como nossos pais 17
Célestin Freinet18 desde os anos 20 do século passado, já propunha
uma mudança na escola, que considerava teórica, desligada da vida.
A prática educativa não pode ser transmitida, mas vivida de forma
ativa e prazerosa. O educador precisa desprender-se do passado e inovar,
não proceder de forma repetitiva, encantando-se com o seu novo amor “o
novo”.
O que é proposto por Freinet e uma prática voltada para investigação
e construção do conhecimento. Observando os alunos para perceber onde
tem de intervir e como despertar neles à vontade de aprender.
A cooperação está como um dos pontos, fundamentais do trabalho de
Freinet. A interação entre professor e o estudante, também é essencial na
aprendizagem.
Para ele os professores devem levar a turma a aulas-passeios e não
ignorar aspectos políticos e sociais, promovendo um trabalho de cidadania, e
de democratização do ensino, afirmando que o sucesso da criança é o
produto do seu trabalho, sendo apresentando, ao final do dia aos seus
colegas. “Isso eleva a auto-estima da turma”.
17 Compositor = Belchior 18 FREINET, Célestin. Nascido em 1896 em Gars, ao sul da França, professor primário concluído na Escola Normal de Nice. Com início da 1ª Guerra, alistou-se e participou dos combates. Iniciou a carreira docente em 1920.
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Caiu no chão uma laranja e rolou pelo
chão a fora.
Vamos apanhá-la juntos? E o melhor é se agora. (Fernando Pessoa)
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CAPITULO III
ÉTICA DIFERENTE DE MORAL
A sociedade não se constrói apenas por estruturas econômicas e
políticas e pelo dinamismo ligado ás classes em conflito. Nela há espaços,
tempos e relações que passam subjetividade pessoal e coletiva e que
deixam sua marca na configuração social. Nelas identificamos também a
estrutura águia/galinha e o dia-bólico / sim-bólico.
Assim, em todas as sociedades, os
cidadãos organizam suas vidas dentro de
duas lógicas: a da casa (o privado) e a da
rua (o público). (...)
Por estes dois espaços, da rua e da casa,
navega socialmente cada cidadão. (...)
(Leonardo Boff)19
A moral é uma regulação dos valores e comportamentos
considerados legítimos por uma determinada sociedade, uma religião, uma
certa tradição cultural, etc. Tendo por objetivo o estudo e a direção dos atos
humanos com finalidade de conseguir a perfeição integral para atingir a
felicidade. Sendo uma ciência pratica para atender o particular. Há morais
especificas em grupos sociais mais restritos: instituição, partido político, etc.
Conclui-se, então que há muitas e diversas morais que são regras
impostas pela sociedade e por determinados grupos. Estimulando o
individualismo, aumentando a competividade e o desinteresse.
19 BOFF Leonardo, O despertar da águia: o dia-bolico e o sim-bolico na construção da realidade. 16ªed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998. p.102 e 103
41
Enquanto a ética tem como prioridade o desenvolvimento e a
preocupação com a autonomia moral do individuo e visa o coletivo. Este
individuo procura agir de acordo com sua razão natural, do que ele acha
melhor para si e para sua interação co o grupo. O individuo pratica ações de
acordo com que reflete e julga melhor, descartando imposições que a
sociedade ou grupos defendem ser o melhor para cada um. É o agir de
acordo com a nossa natureza, consultando nossa consciência individual, por
isso é de suma importância a escola contribuir para o desenvolvimento
critico em cada cidadão.
Já que o comportamento humano sofre influencias dos grupos
privados e públicos, é perfeitamente possível que por trás desses discursos
éticos e universais, possam estar interesses econômicos, político e
particulares.
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44
(...)Individuo/sociedade/espécie sustentam-se, pois, em sentido pleno:
apóiam-se, nutrem-se e reúnem-se.
Assim, individuo/sociedade/espécie são não
apenas inseparáveis, mas co-produtores um
do outro. Cada um destes termos é ao
mesmo tempo, meio e fim dos outros. Não se
pode absolutizar nenhum deles e fazer de um
só o fim supremo da tríade; esta é, em si
própria, rotativamente, seu próprio fim. Estes
elementos não poderiam, por conseqüência,
ser entendido como dissociados: qualquer
concepção do gênero humano significa
desenvolvimento conjunto das autonomias
individuais, das participações comunitárias e
do sentimento de pertencer a espécie
humana. No seio desta tríade complexa
emerge a consciência. (Edgar Morin)
Os educadores, por sua vez devem ter consciência e discernimento,
para não reproduzir em seus educandos a massificação de uma politicagem,
que visam apenas seus próprios interesses.
Apelo aos homens
Tenho muita pena, mas não quero ser um
imperador. Não é esse o meu desejo. Não
quero dirigir nem conquistar seja o que for
gostaria de ajudar um por um, se possível;
os cristãos, os judeus...os negros, assim
como os brancos. Todos temos o desejo de
nos ajudarmos uns aos outros. As pessoas
civilizadas são assim. Queremos gozar a
nossa felicidade mútua... não nosso mútuo
desgosto. Não queremos desprezar-nos e
odiar-nos mutuamente. Neste mundo há
lugar para todos. A boa terra é rica e pode
oferecer alimento para cada um de nós. O
45
caminho da vida pode ser livre e magnífico,
mas nós perdemos esse caminho.
A voracidade envenenou a alma dos
homens, apertou o mundo num círculo de
ódio e obrigou-nos a entrar passos de
ganso na miséria e no sangue.
Aumentamos a velocidade, mas somos os
seus escravos. A mecanização que produz
a abundância gerou o desejo. A nossa
ciência tornou-nos cínicos. As nossas
inteligência fez-nos duros e brutos.
Pensamos muito, mas sentimos pouco.
Temos mais necessidade de espírito
humanitário do que de mecanização. Mais
do que de inteligência, precisamos de
amabilidade e de gentileza. Sem essas
qualidades, a vida não será mais do que
violência e tudo se perderão.
Aos que podem compreender-me, direi:
não desprezeis. A infelicidade que cai
sobre nós não é mais do que o resultado de
um apetite feroz, o azedume de homens
que temem a via do progresso humano. O
ódio dos homens passará e os ditadores
morrerão; o poder que usurparam ao povo,
voltará ao povo. E quanto mais os homens
souberem morrer, menos a liberdade
desaparecerá.
Soldados, não vos entregueis a esses
homens desnaturados, a esses homens-
máquinas de coração mecânico. Vós não
sois máquinas! Não sois animais! Vós sois
homens! Trazeis o amor e a humanidade
em vossos corações! Não tenhais ódio!
Somente os que não são amados tem
raiva, odeiam. Os que não são amados e
os anormais...Soldados, não combateis
pela escravidão! Combatei pela liberdade.
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Unamo-nos todos, utilizando esse
poder! Combatamos por um mundo novo
que dê a cada homem a possibilidade de
trabalhar, à juventude um futuro e coloque
os velhos a coberto das necessidades.
Combatamos por um mundo
equilibrado...um mundo em que o
progresso conduza à felicidade de todos.
Soldados! Em nome da democracia,
unamo-nos! (Charles Chaplin)20
A escola não deve reproduzir uma atitude classificadora, sendo
opressiva. Freire já afirmava que “a sociedade é produto de interações e que
a escola e a educação não são partes isoladas que podem funcionar como
independência do conjunto”. Mas para que essa interação ocorra, a escola
não pode de forma alguma deixar que haja reprodução da mesma, onde
dominantes oprimem dominados, já que escola e sociedade caminham
juntas. Todo nossos educandos são cidadãos que atuam na sociedade. Para
esse fim, que os preparamos.
É com humanização, consenso, liberdade, igualdade, respeito à
diversidade, direitos das minorias, livre expressão, amabilidade, gentileza,
humildade e democracia que podemos transformar nossas escolas e assim
será refletido na sociedade. Os educadores devem estar paltados nesses
itens, para buscar uma liberdade e não a mecanização. Indivíduos que
possuam ações de acordo com que são conduzidos a fazer. Com estes
aspectos, tentaremos podar a violência que toma conta do mundo e cria
possibilidades para as próximas gerações. A primeira semente deve ser
semeada e seus frutos colheremos com êxito e satisfação, no futuro, mesmo
que longínquo.
20 CHAPLIN Charles, Carlitos.
47
3.1 Qual sociedade buscamos?
Guerreiro Menino (Um homem também
chora)
Um homem também chora
Menina morena
Também deseja colo
Palavras amenas
Precisa de ternura
Precisa de um abraço
Da própria candura
Guerreiro são pessoas
São fortes, são frágeis
Guerreiro são meninos
No fundo do peito
Precisam de um descanso
Precisam de um remanso
Precisam de um sonho
Que os tornem perfeitos
É triste ver este homem
Guerreiro menino
Com a barra de seu tempo
Por sobre seus ombros
Eu vejo que ela berra
Eu vejo que ele sangra
A dor que traz no peito
Pois ama e ama
Um homem se humilha
Se castram seu sonho
Seu sonho é sua vida
E a vida trabalho
E sem o seu trabalho
Um homem não tem honra
E sem a sua honra
Se morre, se mata
Não dá pra ser feliz
Não dá pra ser feliz.21
21 Compositor: Luis Gonzaga júnior
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Por isso o gesto de solidariedade, por
menor que seja, é tão importante. É um
primeiro movimento no sentido oposto a
tudo que se produziu até agora.(Hebert de
Souza)22
As crianças brasileira não precisam de piedade, ela necessitam, é
que as devolvam seu direito de ser cidadão. A solidariedade é o puro
empenho em transformar a nossa prática com visão progressista.
Muitas vezes, seus atos violentos são reflexos de atos sofridos, pela
família, escola ou sociedade.
Nossas crianças não necessitam de lágrimas, promessas ou
discursos, elas necessitam de ação na educação. Não podemos jogar a
culpa para o Estado, mas assumir a nossa parcela de responsabilidade, para
remediar a sociedade em que estamos inseridos.
Tudo que existe necessita de cuidados principalmente nossos
educandos.
Vamos ter a responsabilidade de desenvolver um trabalho limpo,
esclarecedor e digno, pois nossas crianças merecem respeito.
22 SOUZA Hebert e RODRIGUES Carla, Ética e cidadania. São Paulo: Moderna, 1994- Coleção polêmica.
52
CONCLUSÃO
Ao observar dentro do espaço escolar educadores em sua prática e
seu convívio com o “outro”.
Procurei analisar se a ética está sendo colocada em prática dentro do
ambiente escolar, e se seus profissionais estão dispostos e cooperando para
a realização de um trabalho de crescimento de um indivíduo, enquanto
cidadão e se há interação de todos que envolvem a educação!
Apesar das rivalidades políticas e intelectuais, imposições e
hierarquia (status), que é um fator agravante pode refletir na sala de aula, há
poucos educadores atuando como tal, que se preocupam, lutam e brigam
pelos seus educandos e por um espaço digno para cada indivíduo na
sociedade.
Essa maioria consegue fazer grandes estragos no aluno e na
sociedade.
Com esse trabalho busco parabenizar a todos que muito aprendi
como jamais devemos atuar ou praticar, mas tenho certeza que esta jornada
não acabou ainda, podemos transformá-los através de muita insistência,
trabalhos, diálogos, reciclagens e acima de tudo, fundamentos teóricos , aos
que se colocam em uma redoma e se recusam a atuar com respeito que
cada um merece.
53
BIBLIOGRAFIA
ALVES, Rubem. Entre a ciência e a sapiência: O dilema da
educação. 3ª edição. São Paulo: Loyola, 1999.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários a
prática educativa. 14ª edição. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do
futuro. Rio de Janeiro: Cortez/UNESCO, 1999.
LUCK, Heloisa. Ação integrada: Administração, supervisão e
orientação educacional. 15ª edição. Rio de Janeiro: Vozes, 2000.
LUCKESi, Cipriano. Filosofia da educação. São Paulo: Olho d’água,
2001.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1970.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1995.
RODRIGUES, Carla e SOUZA Hebert. Ética e cidadania. 19ª edição.
São Paulo: Moderna, 1994.
BOFF, Leonardo. Saber cuidar: Ética do humano – compaixão
pela terra. 5ª edição. Rio de Janeiro: Vozes.
54
BOFF, Leonardo. O despertar da águia: O dia-bólico e o sim-
bólico na construção da realidade. 16ª edição. Petrópolis -Rio de
Janeiro: Vozes, 2001.
SHIROMA, Eneida Oto, MORAES, Célia M. e EVANGELISTA, Olinda.
O que você precisa saber sobre...Política Educacional. Rio de
Janeiro: DP&A, 2000.
DREXEL, John e IANNONE, Leila Rentroia. Criança e miséria: Vida
ou morte? 3ª edição. São Paulo: Moderna, 1989.
ALBOM, Mitch. A última grande lição: O sentido da vida. 16ª edição.
Rio de Janeiro: Sextante, 1998.
55
ÍNDICE
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I ÉTICA NA GRÉCIA ANTIGA
1.1 – O surgimento da ética na Grécia Antiga
1.2 – A ética e suas variações
CAPÍTULO II ÉTICA: TEORIAS E VIVÊNCIAS SOCIAIS
2.1 – Educação e atuação em razão da ética
2.2 – Trabalho em equipe – rumo ao sucesso
CAPÍTULO III ÉTICA DIFERENTE DE MORAL
3.1 – Qual sociedade buscamos? Ao sucesso
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
01
03
03
03
06
10
10
13
24
33
33
38
43
44