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Trabalho na Capital2011OrganizaoSadi Dal RossoColeo TrabalhoVol. 1 Condies de Trabalho no Limiar do Sculo XXI. 2008, Braslia: Epocca EditorialVol. 2 Trabalho na Capital, 2011Conselho Editorial Coleo Trabalho, Vol. 2 Trabalho na CapitalAldo PavianiBrasilmar Ferreira NunesMaria de Lourdes MollloCapawadrer Rar|rez - 0rlca e Ed|lora 8ras|| LldaEsta edio contou com o apoio do CNPq por meio de Bolsa de Produtividade em Pesquisa (2008-2010) para o organizador da obra.Dal Rosso, Sadi (org)Trabalho na Capital / Sadi Dal Rosso et alii Braslia: Ministrio do Trabalho e Emprego, 2011.ISBN: 978-85-88356-09-2204p.1. Cincias sociais. 2. Trabalho. 2. Emprego. 4. Desemprego. 5. Desenvolvimento. 6. Desigualdade. 7. Crise. 8. Processo de trabalho. I. Sadi Dal Rosso. II Ttulo.CDU 306F|c|a Cala|odrlcaSUMRIOAPRESENTAO............................................................................................. 7I Parte - DESENVOLVIMENTO E EMPREGO ................................................101.O fosso econmico e social entre o rico quadriltero e seu entorno empobrecido:A industrializao uma soluo - Jlio Miragaya ................................................................ 102.Estrutura e Dinmica do Mercado de Trabalho do Distrito Federal - Marcelo Lopes de Souza, Rosane de Almeida Maia, Tiago Oliveira..................................... 353. Polticas de Emprego, Trabalho e Renda M T E Adriana Maria Giubertti ....................... 46II Parte- TRABALHO E DESIGUALDADES ........................................................... 634.Questo Racial, Mundo de Trabalho e o Incio da Discusso Sobre Polticas de Promoo da Igualdade Racial no Brasil-Sales Augusto dos Santos. ................................................... 635.lrpaclos d|lererc|ados da cr|se ecorr|co-lrarce|ra para lraoa||adoras etrabalhadores - Berlindes Astrid Kchemann ........................................................................ 85III Parte - CRISE E TRABALHO .....................................................................966. Crise internacional e perspectivas do trabalho - Marcio Pochmann ..................................... 967.Crise Socioeconmica e processo de trabalho. busca de uma relao terica - Sadi DalRosso,FbioM.Bueno, Aldo A.de Azevedo,ErlandodaS.Rses,PerciC.de Souza, Zilda V. de S. Pfeilsticker, Isabel P. do Rego, Roberto H. S. Gonzalez, Robson S. C. Silva, Tiago Oliveira, Thiago Carneiro, Izabel C. I. Parente, Samuel Martins, Thamires Castelar, Natalia A. C. O. Silveira, Ariel M. C. Azevedo, Samuel N. Costa ........................ 1078.CriseetrabalhonoDistritoFederalSadiDalRosso,FbioMarvulleBueno,Aldo Antonio de Azevedo, Erlando da Silva Rses, Perci Coelho de Souza, Zilda Vieira de S. Pfeilsticker, Isabel Pojo do Rego, Roberto Henrique S. Gonzalez, Robson Santos C. Silva,TiagoOliveira,ThiagoCarneiro,IzabelCavalcantiI.Parente,SamuelMartins, ThamiresCastelar,NataliaAlvesC.O.Silveira,ArielMartinsC.Azevedo,Samuel Nogueira Costa .................................................................................................................. 124IV Parte - ESTUDOS SOBRE TRABALHO NO DISTRITO FEDERAL ...... 1509.ARelaoTrabalhoeEducaonaProduoAcadmicadaPs-Graduaoem Educaoda Universidade de Braslia - Olgamir Francisco de Carvalho e Luzia Costa de Sousa ................................................................................................................................. 15010.A Investigao do Tema Trabalho e Suas Mltiplas Dimenses nas Dissertaes e Teses emPsicologiadaUniversidadedeBraslia:TraosdeDuasDcadasdeProduo C|erlilca - Vr|o Csar Ferre|ra, Ararda Cava|carl|, Kar|a Lopo Pa|va ........................ 16311.A Capital e o Trabalho - As produes do Departamento de Servio Social da UnB sobre oMundodoTrabalhonoDistritoFederal-TalitaSantosdeOliveiraeSilviaCristina Yannoulas ......................................................................................................................... 183Manifesto do seminrio trabalho na capital presente e futuro ........................................... 202Sobre os autores .................................................................................................................... 203Trabalho na Capital7APRESENTAO TRABALHO, DESENVOLVIMENTO, DESIGUALDADES, CRISE E PESQUISA. Ottulodestelivro, TrabalhonaCapital,noocultaironias. Apenasdescrevesucintamenteseu contedo principal, o trabalho. O livro palco de debate para a questo do desenvolvimento de uma regio metropolitana estruturada comocidadedeservios.Cidadesadministrativasemgeralorganizamseudesenvolvimentocom base em atividades tercirias.Desta forma polarizam com cidades industriais, plos de exportao e cerlros lrarce|ros. As cuesloes da cerlra||dade dos serv|os ou da |rduslr|a radelr|ao do luluro da Regio Metropolitana do Distrito Federal, acresce um terceiro tema, o controle sobre a terra. Dominada pela especulao imobiliria, a urbanizao ocorre desprovida deuma infra-estrutura industrial ou de servios que gerem empregos e renda.Deve o Distrito Federal e o crculo de cidades que o cercam abrir suas portas para a industrializao?Ou deve continuar sua trajetria calcada na estrutura de servios?Ou expandir regies urbanas desprovidas de infra-estrutura industrial e de oportunidades de emprego, permitindo o crescimento de uma burguesia imobiliria cujas foras residem no controle dasterrasedoespaourbanoconstrudo?UmdosanseiosqueoshabitantesdoDistritoFederal cultivamaqualidadedomeioambiente.Damajoritariamentependeremparaodesenvolvimento do Distrito Federal como centro de servios educacionais,pesquisa, sade, artes e cultura, esporte, corur|caao,serv|osdeapo|o|rduslr|a|,oarcos,lraras,s|slerasde|rlorrl|caede|rlerrel, infra-estruturaurbana,construocivilecomrcio.Miram-seemNovaIorquequeseconverteude cidade industrial em cidade de servios, ganhando em qualidade de vida e empregos condio que aposiodecentrodoimpriocapitalistamundiallhepermitiu.Mascomo,Braslia,acapitaldos oras||e|ros, derar poslos de lraoa||o er cua||dade e rurero sulc|erle para seus |ao|larles? E|s o cerne do debate entre urbs industriae eurbs servitii que ocupa a parte inicial deste livro.Braslia,oDistritoFederal,osmunicpioseascidadesqueoscercamformandoumaunidade socioeconmica e por esta razo agregadamente chamados de Regio Metropolitana so resultado de um movimento maior de Marcha para o Oeste ou de interiorizao do desenvolvimento que deram origem a grandes cidades como Goinia e Palmas. A Marcha para o Oeste e para o Norte esgotou-se.Permanecemosproblemas.Odesenvolvimentoalcanadocaracteriza-seporaltastaxasde desemprego e fortssima desigualdade de renda. Pelas suas consequncias, a base do crescimento precisa ser questionada e redirecionada.Como toda cidade, Braslia, o Distrito Federal e as cidades prximas respondem a foras internas e externas (quase)unidade que compem. Braslia, a capital da repblica, representa arquitetnica, urbanstica e politicamente o pice do desenvolvimento capitalista brasileiro e sintetiza as contradies do modelo. Ao lado dos palcios, dos prdios administrativos suntuosos, das casas e das manses, brotam as favelas, os barracos de plstico e de madeira prensada. As regies urbanas so espaos paramendigos,pedintes,crianas,jovenseadultossemteto,semrecursos,semtrabalhoesem proteo. A renda mdia entre as mais altas das grandes cidades brasileiras esconde a pobreza e a distribuio desigualitria tpica da sociedade brasileira. Pobres consomem crack e drogas, enquanto administradorespblicoseprivadoscheiramcocana.Centrourbanomoderno,oDistritoFederal governado por polticos eleitos que representam o rural e o arcaico, o paternalismo e o nepotismo, os negcios realizados com o emprego do errio pblico, acorrupo nos cargos legislativos, executivos e judicirios Sntese de contradies, do Brasil rico e miservel, do Nordeste e do Sudeste, Braslia representa a unidade do Brasil desigual. Trabalho na Capital8Braslia uma cidade cindida. As cidades e as classes sociais separam-se uma das outras por grandes muralhas verdes e por imensos espaos vazios. Desigualdades encontram-se no emprego e desemprego, na remunerao diferenciada entre trabalhadoras e trabalhadores, no preconceito em funo da cor da pele, da raa e da etnia. O livro abre espao para estas questes todas, alm de oferecer anlise das pesquisas realizadas em torno das questes do trabalho, seus avanos e seus limites.No momento em que o livro est chegando s mos do leitor o mundo vive aos solavancos de uraerorrecr|se|r|c|a|rerlelrarce|racuesecorverleuerecorr|caeal|rd|uad|rersao socialexpressapelodesemprego,pelareduodesalrios,pelaperdadegarantiassociaise pelocrescimentodainstabilidade.Inicialmentepareciaqueagrandecrisequeatingiraoepicentro docapitalismomundial,apsfazerestragosgigantescosdurantedcadasnasperiferiasesemi-periferias, tinha sido controlada rapidamente, to forte foi a injeo de bilhes e trilhes de dlares queosgovernantesdasnaesafetadaslanaramlabaredaparaapagarafogueira.Doisanos apsaexploso,osimpactosdacriseprovocadapeladesregulamentaoneoliberalcontinuama fazervtimasagoranocontinenteeuropeueningumseatreveaprognosticarquenoretorne periferia ou ao centro do capitalismo mundial.Braslia, o Distrito Federal e as cidades circunvizinhas foram atingidos pelos efeitos da crise na medida da sua estrutura econmica, em que operam alm daadministraopblica,fortessegmentosdeempresasnacionaiseinternacionaiseconsoante composiodeempregos.ODistritoFederalconstituisituaofavorvelparaobservarimpactos dacrisesobreaorganizaodoprocessodetrabalho.Emparticular,averiguou-seseasformas contemporneasdeorganizarotrabalhopoderiamsofrerdesgastescomacrise,umavezqueela expressaaperdadacapacidadedeacumulaoetorna-seimperiosoparaosistemacapitalista encontrar mecanismos que possam aumentar a produo de valores. O trabalho o gerador de valor. Reorganiz-lo no sentido de aumentar a produtividade resulta num desses mecanismos de elevao da extrao da mais valia e, portanto, numa perspectiva de sada da crise.Asescolasdeadministraodotrabalhoconsistemnaconjugaodeprincpios,prticas, procedimentos e tcnicas que impem-se como meios mais efetivos para elevar a produtividade. Um determinado modelo terico de organizao do trabalho passa sempre pelo teste da prtica, no qual no apenas contam a preeminncia dos princpios gerais, como tambm a capacidade de organizar o trabalho mediante sua aplicao. A resistncia dos trabalhadores constitui o principal elemento de disputa sobre as condies de trabalho. Portanto, conseguir a adeso subjetiva dos trabalhadores a um projeto que eleve a produo da mais valia e que exija mais esforo no trabalho consiste na prova de fogo crucial. Desde que consiga se implantar e mostrar-se efetivo, um modelo ganha espao no mercado mundial e passa a ser chamado por determinada nomenclatura que designa uma escola ou uma forma de organizar o trabalho. Um pequeno nmero de modelosrege a organizao do trabalho em mbito mundial. Duascondiesregemalongevidadeeoocasodemodeloseescolasdeadministraodo trabalho.Primeiro,quandoummodeloseexpandeparatodoouniversodetrabalhoassalariado, eleperdeavantagemdodiferencialdeefetividade.Todoequalquertrabalhotorna-setoefetivo quantoooutro,porquantorealizadosobosmesmosprincpiosdeorganizao.Noexistemaiso efeito do diferencial de competitividade. A partir deste ponto abre-se uma busca por outros modelos, outros princpios e outras prticas mais efetivas. A segunda condio est no fato de que o trabalho res|sle cors|slerlererle a |rlers|lcaao e procura recuperar o lerrero perd|do por re|o de |r|c|al|vas Trabalho na Capital9individuais e coletivas. Os modelos, as escolas de gesto do trabalho perdem efetividade perante a |ula surda pe|o corlro|e das cord|oes de lraoa||o cue os lraoa||adores deladrar.Modelos e escolas de organizao do trabalho tm vida marcada, como se conhece da histria do carpo. Torra-se, po|s, cueslao re|evarle ver|lcar de cue lorras a cr|se alelou o lraoa||o. E|s o esforo realizado por equipe de pesquisa do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre o Trabalho GEPT - ao analisar resultados empricos sobre impactos da crise no trabalho no Distrito Federal. O livro propicia ainda anlise sistemtica de pesquisas levadas a efeito em vrios departamentos acadmicos da Universidade de Braslia sobre questes diversas do trabalho. Anlise e avaliao crtica de pesquisas constituem condioimprescindvel para orientar a gerao de futuros conhecimentos no campo do trabalho.Caro leitor, o livro contm debates de questes fundamentais para o futuro de Braslia e do Brasil, uma vez que o desenvolvimento de um no se separa do outro. Est aqui o convite para participar deles!OlivroresultadeiniciativadoGrupodeEstudosePesquisassobreoTrabalhoGEPT- DepartamentodeSociologia,InstitutodeCinciasSociais,UniversidadedeBraslia.Materializa debatestravadosduranteoSeminrioTrabalhonaCapital,realizadoem25e26deagostode 2009. Parl|c|parar dos deoales pescu|sadores da ur8, 0lEE3E, lPEA, C0REC0N, prolss|ora|s da CODEPLAN, TST, Secretaria das Mulheres e representantesde organizaes sindicais.Apoiaram o evento a UnB, a Comisso da UnB para os 50 anos de Braslia, o Conselho Regional de Economia, a Secretaria de Desenvolvimento Social e Transferncia de Renda e o Ministrio do Trabalho e Emprego.Braslia, 07 de setembro de 2010, comemorando os cinquenta anos de sua fundao.Sadi Dal Rosso1AorganizaodoSeminrioesteveacargodeRaphaelLanaSeabra,PerciCoelhodeSouza,ZildaMariaPfeilsicker,SandraJacqueline Barbosa, Mrcio Henrique de Carvalho, Iraci Lopes e Cristina Tidorio O. Seabra. Sadi Dal Rosso coordenou as atividades.Trabalho na Capital10I PARTE - DESENVOLVIMENTO E EMPREGO1. ALTERNATIVAS PARA SUPERAR O FOSSO ECONMICO E SOCIAL ENTRE O RICO QUADRILTERO E SEU ENTORNO EMPOBRECIDOJlio Miragaya O propsito deste artigo dissecar as causas estruturais do desemprego no Distrito Federal e em sua red|ao relropo||lara e corlr|ou|r para a |derl|lcaao de a|lerral|vas cue r|r|r|zer esle drave obstculoaoseudesenvolvimento.Aocompletar50anosdeexistncia,Braslia,almdeCapital da Repblica, tornou-se uma das principais metrpoles do pas. Sua regio metropolitana, com 3,5 r|||oesde|ao|larleser2009,apreserlaaresradaradeproo|erascueal|decua|cueroulra metrpole brasileira.Umdosindicadoresmaisdramticosocontingentededesempregadosnacidade,que, considerando apenas o Distrito Federal, saltou de 100 mil no incio dos anos noventa para os 220 mil em 2009, e, se considerarmos sua regio metropolitana, este total sobe para cerca de 320 mil. Esta elevada taxa de desemprego decorre principalmente da estrutura de sua economia e de seu mercado de trabalho, fortemente dependentes do setor pblico, e da relativa debilidade de seu setor privado.Esta debilidade mais marcante no setor industrial. Nas demais regies metropolitanas brasileiras, ele responde por entre 10 e 20% dos postos de trabalho, enquanto no Distrito Federal este percentual de apenas 4%, sendo tambm reduzido em sua periferia metropolitana. Oprocessodeindustrializaodasperiferiasmetropolitanasdasprincipaismetrpolesdopas, que se iniciaram notadamente a partir da dcada de setenta, proporcionaram uma forte gerao de postos de trabalho nestes municpios, conhecidos como cidades-dormitrio, o que permitiu no s a reduo da presso sobre os mercados de trabalho das capitais estaduais como aproximou de forma substancial a renda das periferias metropolitanas da observada nos ncleos. Diferentemente das demais periferias metropolitanas, contudo, a periferia de Braslia1, parcamente industrializada, acentuadamente dependente dos empregos gerados na Capital da Repblica, o que rao s press|ora o rercado de lraoa||o do 0F coro se relele ro verdade|ro ao|sro erlre sua rerda mdia e a do Distrito Federal.1Ex|slerduasdelr|oesdered|aorelropo||larade8rasi||a:ura|rsl|luidaolc|a|rerle,pe|aLe|Corp|ererlarr91de19/02/1998,e denominada Regio Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno - RIDE, constituda pelo Distrito Federal e 21 municpios goianos e mineiros. A outra, engloba o Distrito Federal e os municpios que preenchem os critrios selecionados para enquadramento em aglomerao metropolitana, e que so apenas dez (Luzinia, Valparaso de Gois, Cidade Ocidental, Novo Gama, Formosa, Planaltina de Gois, Santo Antnio do0escooerlo,AduasL|rdasde0o|s, A|exr|aePadre8errardo)erlreesses21rur|cip|os.Eslade||r|laao,raoolc|a|,lo||r|c|a|rerle apresentadanoSeminrioAlternativasdeGestoTerritorialparao AglomeradoUrbanodeBraslia,realizadoem19e20denovembrode 1997,atravsdoestudoDelimitaodoEspaoMetropolitanodeBraslia:estudopreliminarparasubsidiarapropostadecriaodaRegio Metropolitana de Braslia, elaborado por Jlio Miragaya e Luiz Alberto Cordeiro, da CODEPLAN. Em 1999, esta delimitao foi adotada no estudo do IPEA/IBGE/UNICAMP Caracterizao e Tendncias da Rede Urbana do Brasil assim como no estudo Estratgia para o Desenvolvimento Sustentvel de Braslia e seu Entorno, realizado em 2008 pelo IBRASE para o SEBRAE/DFTrabalho na Capital111 - PERFIL DA ECONOMIA E DO MERCADO DE TRABALHO DO DFA estrutura econmica do Distrito Federal est quase exclusivamente assentada no setor tercirio, responsvel por 93,3% do PIB local em 2007. Tal participao decorre, sobretudo, do enorme peso do setor pblico (administrao e servios pblicos), que representou nada menos que 53,8% do PIB, percentual quase quatro vezes superior mdia nacional, da ordem de 15%.Dessaforma,desdeafundaodeBraslia,osetorpblicotemfuncionadocomosegmento propulsor da economia local, responsvel pelo grau de dinamismo dos demais segmentos do setor tercirio no Distrito Federal, particularmente em funo dos elevados salrios pagos, para os padres brasileiros.Quantoaosdemaissetores,aconstruociviltemtidoumaparticipaodecrescente,embora tenha se estabilizado na ltima dcada, ao passo que a agropecuria e a indstria de transformao tm participaes marginais, muito abaixo da encontrada nas demais unidades da federao.Aexiguidadedoterritrionaturalmenteconcorreparaapequenadimensodaatividade agropecuria no Distrito Federal, notadamente em consequncia das presses urbanas, resultando em um elevado custo da terra para a produo agrcola.Em relao atividade industrial, a sua diminuta expresso no Distrito Federal tem razes na prpria concepo da cidade, visto ter sido planejada para desempenhar quase que exclusivamente funes de ralureza po|il|co-adr|r|slral|vas, coro pode ser ver|lcado ro prpr|o ed|la| do corcurso rac|ora| paraoPlanoPilotodanovacapitaldoBrasil,noqualaComissodePlanejamento,Construo eVudaradaCap|la|Federa|lorru|araosedu|rle|rlorreaoscard|daloserseu|lersoore indstriaecomrcio:deverprever-se(paraaindstriaecomrcio)desenvolvimentolimitado,em vista do carter poltico-administrativo da nova capital. Naosurpreerde,porlarlo,opilodeservo|v|rerlo|rduslr|a|ro0|slr|loFedera|,po|sdurarle muitos anos os investimentos industriais foram inclusive desestimulados. Deve-se destacar tambm asrestriesdecorrentesdosfatoresambientais,considerandoseroDistritoFederalberodetrs drardes oac|as ||drodrlcas oras||e|ras.Sustentado, portanto, pelo setor pblico, o PIB do Distrito Federal totalizou 99,95 bilhes de reais em 2007, correspondente a 3,8% do PIB nacional. A Tabela 01 apresenta a evoluo da composio do PIB do Distrito Federal entre 1980 e 2007. Observa-se em 2003 um aumento substancial no peso da administrao pblica, decorrente de mudanas na metodologia de clculo do PIB pelo IBGETrabalho na Capital12ANOS1980 1985 1990 1995 2003 (1) 2007 2007DISTRITO FEDERAL BRASILTOTAL 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0AGROPECURIA, SILVICULT. E PESCA0,7 1,0 0,5 0,4 0,5 0,2 5,5INDSTRIA17,6 12,9 10,4 9,3 7,1 6,5 27,8DE TRANSFORMAO/MINERAO3,9 4,6 3,8 2,9 2,3 1,5 19,3DA CONSTRUO CIVIL 12,2 6,6 5,2 4,7 3,7 3,6 4,9ENERGIA ELTRICA E GUA 1,5 1,7 1,4 1,7 1,1 1,4 3,6SERVIOS 81,7 86,1 89,1 90,2 92,4 93,3 66,7ADMINISTR. E SERV. PBLICOS (2) 33,0 36,8 38,2 30,3 54,2 54,2 15,5COMRCIO 10,2 8,3 8,7 8,8 5,8 5,8 13,2INTERM. FIN. / SERV. EMPR. 11,3 11,8 14,3 21,2 13,6 13,5 12,4TRANSP., ARMAZEN., COMUNIC. 5,8 4,4 3,5 4,7 2,1 2,3 4,8OUTROS SERVIOS 21,4 24,8 24,3 25,2 16,7 17,1 20,8Fonte: CODEPLAN e IBGE(1) houve mudana na metodologia de clculo do PIB(2) at 1995 no inclua os servios pblicos de sade e de educaoTABELA 01: Composio do PIB no Distrito Federal e no Brasil por setor de atividade econmica no perodo 1980 a 2007 (a custo de fatores) (em %)ComparativamentecomposiodoPIBbrasileiro,observam-sesituaesabsolutamente distintas,comvriossegmentosapresentandonamdianacionalumaparticipaomaiorqueno DistritoFederal,comdestaqueparaumaenormediferenanosetorindustrial(27,8%noBrasilem 2007 e 6,5% no DF). Em contrapartida, no DF o setor pblico (administrao e servios pblicos) com 53,8% supera amplamente a mdia nacional (15,5%).0uarlo ao perl| da ocupaao, o cuadro rao ru|lo d|sl|rlo, corlorre pode ser v|slo ra Taoe|a 02, com uma ampla predominncia das atividades do setor tercirio, que respondem por 90% dos postos de trabalho no Distrito Federal, igualmente com forte concentrao dos postos de trabalho na administrao pblica e nos servios pblicos. Observa-se uma sensvel reduo na participao da construo civil, que em 1980 ainda respondia por quase 10% dos postos de trabalho no Distrito Federal.Trabalho na Capital13TABELA 02: Composio da ocupao no Distrito Federal por setor de atividade econmica no perodo 1960 a 2009 (em %)Aestruturadesuaeconomiaedeseumercadodetrabalhotemumagranderesponsabilidade em um dos mais graves problemas sociais do Distrito Federal, o seu elevado nvel de desemprego, que um dos maiores entre as regies metropolitanas brasileiras. Ocorre que em face da absoluta incipinciadossetoresagropecurioeindustrial,osegmentoindutordodesenvolvimentolocaltem sidoosetorpblico,compreendendoaadministraopblicaeosserviospblicos,responsveis historicamente por cerca de um tero da ocupao na cidade. Foi com base na contnua gerao de erpredo ro selor puo||co al lrs da dcada de o|lerla, a||ado ao seu e|evado rive| sa|ar|a| cue se deu o forte incremento no comrcio, na construo civil e nos servios, particularmente os servios pessoais.Entretanto, a partir do incio dos anos noventa, com a complementao do processo de transferncia derdaosdaarl|dacap|la|para8rasi||aecoroadravarerlodacr|selsca|doEslado,esdolou-se a capacidade do setor pblico continuar funcionando como propulsor do crescimento econmico |oca|. Ta| s|luaao lca ev|derle ao se ara||sar a Taoe|a 03, cue apreserla a evo|uao do rercado de trabalho entre 1992 e 2009.ANOS 1960 1970 1980 1992 2000 2009PESSOAL OCUPADO TOTAL 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0AGROPECURIA 5,0 3,9 2,3 1,4 0,8 1,0INDSTRIA 59,6 24,9 16,4 9,8 8,1 9,0 TRANSFORMAO nd nd 5,2 4,3 3,8 3,9 CONSTRUO CIVIL nd nd 9,7 5,5 4,3 5,1 ENERG. ELT./GUA nd nd 1,6 nd nd ndSERVIOS 35,4 71,2 81,3 88,8 91,1 90,0 SETOR PBLICO 7,1 18,0 18,6 31,7 28,6 22,9ADMINISTR. PBL. 7,1 18,0 18,6 20,2 19,5 16,6SERV. PBLICOS (1) nd nd nd 11,5 9,1 6,3COMRCIO 6,3 9,5 11,1 15,0 14,8 16,0SERVIOS DIVERSOS 22,0 43,7 51,6 42,1 47,7 51,1TRANSP. / COMUNIC. 4,0 5,0 5,7 nd nd ndATIV. SOCIAIS 2,2 11,8 10,6 nd nd ndPRESTAO SERV. 11,1 20,2 27,0 nd nd ndOUTRAS ATIV. 4,7 6,7 8,3 nd nd ndFonte: IBGE (1960, 1970 e 1980) e PED/DF (1992, 2000 e 2009)(1) at 1980, includo em servios diversosTrabalho na Capital14TABELA 03: Evoluo do mercado de trabalho no Distrito Federal no perodo 1992 A 2009 (mdias anuais).ANOSPOPULAOECONOMIC.ATIVAPESSOAL OCUPADOTOTALASSALAR.SETORPBLICOASSALAR. SETOR PRIVADOAUTN.DOMST. E OUTROSDESEMPREGADOSTAXA DESEMP. (em %)1992 730.400 618.900 196.700 211.200 211.000 111.500 15.31993 755.500 643.500 202.600 222.000 218.900 112.000 14,81994 778.500 667.800 212.300 227.400 228.100 110.700 14.21995 806.600 684.500 215.800 229.800 238.900 122.100 15.11996 840.100 699.400 214.500 236.100 248.800 140.700 16.71997 884.800 724.600 211.500 257.900 255.200 160.200 18.11998 916.700 738.100 212.700 272.100 253.300 178.600 19.51999 950.400 740.700 216.500 279.300 244.900 209.700 22,12000 994.100 793.400 226.200 312.000 255.200 200.700 20,22001 1.030.300 819.700 230.000 334.200 255.500 210.600 20.42002 1.084.300 859.900 224.500 353.200 282.200 224.400 20.72003 1.122.200 866.300 226.400 357.100 282.800 255.900 22,82004 1.160.100 915.500 232.700 384.900 297.900 244.600 21,02005 1.199.800 970.800 235.700 422.200 312.900 229.000 19,12006 1.242.700 1.009.100 235.900 442.600 330.600 233.600 18,82007 1.282.000 1.055.000 240.000 467.000 348.000 226.000 17,72008 1.341.000 1.119.000 251.000 510.000 358.000 222.000 16,62009 1.378.000 1.160.000 259.000 542.000 359.000 218.000 15,8Fonte: PED/DF - Secretaria do Trabalho/DF / DIEESEObserva-se que, enquanto a populao economicamente ativa (PEA) cresceu 88,7% entre 1992 e 2009 e a ocupao total cresceu 87,4% no mesmo perodo, o contingente ocupado no setor pblico cresceu apenas 31,7%. Dessa forma, sua participao no total do pessoal ocupado caiu de 31,8% em 1992 para 22,3% em 2009.Alacunadeixadapelosetorpbliconageraodepostosdetrabalhofezrecairquaseque exclusivamente sobre o setor tercirio privado a responsabilidade em gerar postos de trabalho em cuarl|dade sulc|erle para aosorver a PEA cue a cada aro |rcorpora-se ao rercado, parl|cu|arrerle devido debilidade dos setores agropecurio e industrial em compartilharem esta tarefa. Dessaforma,atmesmoporquesentebastanteoimpactodaestagnaodosetorpblico,o setor tercirio privado no consegue total sucesso, resultando numa economia com elevada taxa de desemprego e de emprego precrio.Trabalho na Capital15AanlisedaTabela03revelatambmquenosltimos17anosaPEAfoiacrescidade647,6 milpessoas(mdiade38,1mil/ano),umcrescimentomdiodaordemde3,81%aoano,bem ac|radocresc|rerlopopu|ac|ora|,daorderde2,Z9aoaro,relexodara|or|rcorporaaoao mercadodetrabalhodealgunssegmentos,comoapopulaofemininaeosjovens.Onmerode erpredosderados,erlrelarlo,lcouoeracur|511r||),lerdocororesu|ladoadup||caaodo contingente desempregado. Cabe destacar, contudo, que a situao no mercado de trabalho do DF vem melhorando sensivelmente nos ltimos seis anos. O segundo fator que concorre para a precria situao do mercado de trabalho a manuteno de ur v|doroso luxo r|dralr|o para a rea relropo||lara de 8rasi||a, cue ser oojelo de ar||se ra|s detalhada no item seguinte deste artigo.Em relao ao quadro do mercado de trabalho na periferia metropolitana de Braslia, em funo danorealizaodaPEDnestarea,recorreu-seaumaestimativadesuaPEAedocontingente ocupado. Para a PEA, tomou-se como referncia a relao PEA / populao total no Distrito Federal, queem2009foide52,5%,estimando-searelaoem50,0%paraoEntornoMetropolitanode Braslia, o que resultou em uma PEA estimada em 450 mil pessoas. Quanto ocupao, tomou-se comorefernciaastaxasdedesempregoapuradosparaostrsgruposderegiesadministrativas do DF (quanto mais baixo a renda mdia, mais elevada a taxa de desemprego), estimando-se a taxa dedesempregodoEntornoMetropolitanoemumteroacimadamdiadoDF,ouseja,em22%, resultando num total de 350 mil ocupados e 100 mil desempregados. Somando-se estes nmeros aos doDistritoFederal,aPEAnaregiometropolitanaseriade1,83milho,ocontingenteocupadode 1,51 milho e o de desempregados de 320 mil, resultando numa taxa de desemprego de 17,5%, uma das mais elevadas do Brasil.Porlr,cuarloaorerd|rerlord|o,aPE0/0Freve|acuee|eora|sa|loerlrelodasas metrpolespesquisadas,tantoemrelaoaorendimentomdiodototaldosocupadosquantodos assalariados. A elevada mdia de rendimentos do pessoal ocupado (R$ 1.866,00 em 2009) decorre do expressivo valor mdio auferido pelos assalariados do setor pblico (R$ 4.566,00), mais de quatro vezes superior ao dos assalariados do setor privado (R$ 1.080,00). precisamente o elevado rendimento mdio do pessoal ocupado no setor pblico o responsvel pelo peso excepcional que este segmento apresenta na massa de rendimentos do trabalho no Distrito Federa|. Esla parl|c|paao, cue c|edou a 5 ro |ric|o da dcada de roverla, relu|u para cerca de 50%entre1998e2002,recuperando-senosltimosanos,chegandoa54,6%em2009,conforme mostra a Tabela 04.Trabalho na Capital16TABELA 04: Participao do setor pblico no emprego e no rendimento do trabalho no Distrito Federal no perodo 1992 a 2009.ANOSPESSOAL OCUPADO(mil pessoas)RENDIMENTO MDIO MENSAL(R$)RENDIMENTO MENSAL TOTAL (mil reais)Total (A) Set. Pb.(B) (B) / (A) Total Set. Pb. Total Set. Pb. S Pb (%)1992 618.900 196.700 31,8 1.699 2.963 1.051.511 582.822 55,41994 667.800 212.300 31,8 1.803 3.175 1.204.043 674.053 56,01996 699.400 214.500 30,7 1.931 3.275 1.350.541 702.488 52,01998 738.100 212.700 28,8 1.805 3.143 1.332.271 668.516 50,22000 793.400 226.200 28,5 1.729 3.039 1.371.789 687.422 50,12002 859.900 224.500 26,1 1.692 3.262 1.454.951 732.319 50,32004 915.500 232.700 25,4 1.463 3.014 1.339.377 701.358 52,42006 1.009.100 235.900 23,4 1.525 3.453 1.538.878 814.563 52,92008 1.119.000 251.000 22,4 1.729 4.151 1.934.751 1.041.901 53,92009 1.160.000 252.000 22,3 1.866 4.566 2.164.560 1.182.954 54,6Fonte: PED/DF - Secretaria do Trabalho/DF / DIEESE(1) Valores a preos de novembro de 20082 MIGRAO E CRESCIMENTO DEMOGRFICO NAS PRINCIPAIS REGIES METROPOLITANAS DO BRASILAo c|edar ao seu c|rcuerlerr|o, o ace|erado r|lro de cresc|rerlo derodrlco, decorrerle do lorle luxo r|dralr|o |exp||cado pe|o lalor rerda), corl|rua serdo ur proo|era e ura oporlur|dade paraBrasliaesuaregiometropolitana.Comoamaiorpartedapopulaoocupadadaperiferia lraoa||aouprocuralraoa||oro0|slr|loFedera|,oluxor|dralr|o,cueesl|raroserlorrode15 a 50 mil / ano para o conjunto da rea metropolitana, tem sido um fator de presso constante sobre omercadodetrabalholocal.Deve-seressaltarqueosdadosapresentadosnorevelamtodaa gravidadedoproblemadomercadodetrabalholocal,poisdiferentementedasdemaismetrpoles, onde a pesquisa do DIEESE ou do IBGE realizada para o conjunto das reas metropolitanas, em Braslia ela no engloba a periferia metropolitana, sendo realizada apenas no DF. Se de um lado, este explosivo crescimento populacional seja responsvel pela elevada taxa de desemprego, anulando parcialmente os efeitos positivos da recuperao dos nveis de emprego, de outro tem contribudo para a emergncia de Braslia e regio como um dos principais mercados do pas. AsTabelas05e06apresentamaevoluopopulacionalemtermosabsolutoserelativosna regio metropolitana de Braslia desde a transferncia da capital. De pouco mais de 200 mil habitantes em 1960, a populao da regio metropolitana atingiu 3,51 milhesem2009. Aperiferiametropolitanaqueat1980respondiaporapenas13,2%dototalda populao metropolitana, em 2009 praticamente dobrava esta participao, representando 25,7% do total.Emrelaoaoritmodecrescimento,enquantoadesaceleraonoDistritoFederalocorreua partir da dcada de oitenta, quando caiu de 8,15% ao ano para 2,84%, mantendo-se estvel desde ento, na periferia metropolitana tal reduo s vem ocorrer na atual dcada.Trabalho na Capital17ANOS 1960 1970 1980 1991 2000 2009 (1)REA METR. BRASLIA 208.098 625.916 1.357.198 1.980.432 2.753.702 3.507.914DISTRITO FEDERAL 140.164 537.492 1.176.935 1.601.094 2.051.146 2.606.885PERIF. METR. BRASLIA 67.934 88.424 180.263 379.338 702.556 901.029GUAS LINDAS GOIS (2) (2) (3) (3) 105.746 143.179ALEXNIA 8.022 9.390 12.124 16.472 20.335 20.706CIDADE OCIDENTAL (2) (2) (2) (2) 40.377 52.380FORMOSA 21.708 28.874 43.296 62.982 78.651 96.284LUZINIA 27.444 32.807 80.089 207.674 141.082 210.064NOVO GAMA (2) (2) (2) (2) 74.380 88.835PADRE BERNARDO 4.637 8.381 15.857 16.500 21.514 28.012PLANALTINA DE GOIS 6.123 8.972 16.172 40.201 73.718 79.651STO ANT. DESCOBERTO (2) (2) 12.725 35.509 51.897 58.474VALPARASO DE GOIS (2) (2) (2) (2) 94.856 123.444Fonte: IBGE(1) estimativa (2) Includo em Luzinia (3) Includo em Santo Antnio do Descoberto.TABELA 05 : Evoluo da populao na regio metropolitana de Braslia no perodo de 1960 a 2009PERODOS 1960/70 1970/80 1980/91 1991/00 2000/09 (1)REA METR. BRASLIA 11,64 8,05 3,50 3,72 2,82DISTRITO FEDERAL 14,39 8,15 2,84 2,77 2,79PERIF. METR. BRASLIA 2,67 7,37 6,99 7,05 2,90GUAS LINDAS GOIS - - - - 3,55ALEXNIA 1,59 5,47 0,27 2,21 0,20CIDADE OCIDENTAL - - - - 3,04FORMOSA 2,89 4,14 3,46 2,50 2,35LUZINIA 1,80 9,34 9,04 - 4,70NOVO GAMA - - - - 2,06PADRE BERNARDO 6,10 3,49 2,92 3,19 3,08PLANALTINA DE GOIS 3,83 6,07 8,63 6,95 0,89STO ANT. DESCOBERTO - - 9,46 4,64 1,38VALPARASO DE GOIS - - - - 3,08Fonte: IBGE(1) estimativaTABELA 06: Taxas mdias anuais de crescimento demogrco na regio metropolitana de Braslia no perodo 1960 a 2009 (em %)Trabalho na Capital18As Taoe|as 0Z a 09 corparar a s|luaao derodrlca da RV de 8rasi||a cor as dera|s. Na Taoe|a 07, que apresenta a populao estimada discriminando ncleos e periferias, observamos que a RM de Braslia j a stima maior do pas, prxima da quinta posio. J as tabelas 08 e 09 apresentam a evoluo populacional das regies metropolitanas desde as suas efetivas formaes em 1940. REGIO METROPOLITANA TOTAL (A) NCLEO METROPOLITANO PERIFERIA METROPOLITANA (B)(B)/(A)(%)SO PAULO 19.777.129 11.037.593 8.739.536 44,2RIO DE JANEIRO 11.634.674 6.186.710 5.447.964 46,8B. HORIZONTE 5.110.593 2.452.617 2.657.976 52,0PORTO ALEGRE 4.126.909 1.436.123 2.690.786 65,2RECIFE 3.768.902 1.561.659 2.207.243 58,6SALVADOR 3.752.436 2.998.056 754.380 20,1BRASLIA 3.507.914 2.606.885 901.029 25,7Fonte: IBGETABELA 07: Populao nas principais regies metropolitanas em 2009.REGIOMETROP.1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2009 (1)SO PAULO 1.531.226 2.662.786 4.791.167 8.137.401 12.588.439 15.435.707 17.833.511 19.777.129RIO JANEIRO 2.227.245 3.177.304 4.869.103 6.893.286 8.776.753 9.796.496 10.871.960 11.634.674B.HORIZONTE(2)357.634 522.919 939.687 1.668.485 2.620.693 3.445.258 4.253.350 5.110.593P. ALEGRE (2) 434.276 623.287 1.061.116 1.574.161 2.280.891 3.050.747 3.507.624 4.126.909RECIFE 576.467 843.409 1.275.125 1.828.576 2.388.596 2.916.663 3.331.552 3.768.902SALVADOR 335.166 463.545 739.799 1.148.828 1.772.018 2.493.224 3.018.326 3.752.436BRASLIA - - 208.098 625.916 1.357.198 1.980.432 2.748.086 3.507.914Forle: Cersos 0erodrlcos/l80E.(1) estimativa do IBGE(2) houve incorporao de novos municpios RM aps 2000TABELA 08: Evoluo da populao nas regies metropolitanas brasileiras no perodo 1940 a 2009Trabalho na Capital19REGIO METROP. 1940/50 1950/60 1960/70 1970/80 1980/91 1991/002000/09(1)SO PAULO 5,69 6,05 5,44 4,46 1,87 1,62 1,16RIO DE JANEIRO 3,62 4,36 3,54 2,44 1,00 1,16 0,76B. HORIZONTE 3,87 6,04 5,91 4,62 2,52 2,37 2,06P. ALEGRE 3,68 5,46 4,02 3,78 2,68 1,56 1,82RECIFE 3,88 4,22 3,67 2,71 1,83 1,49 1,38SALVADOR 3,30 4,79 4,50 4,43 3,15 2,15 2,45BRASLIA - - 11,64 8,05 3,50 3,72 2,75Forle: Cersos 0erodrlcos/l80E.(1) estimativa do IBGETABELA 09: Taxas mdias anuais de crescimento demogrco nas regiesmetropolitanas brasileiras no perodo 1940 a 2009 (em %)Otraocomumatodasaacentuadadesaceleraonoritmodecrescimentonasltimas dcadas, em algumas a partir de 1970, e em outras, a partir de 1980. O fato que no perodo entre 1991 e 2000, nenhuma cresceu alm de 2,5% ao ano, exceto Braslia, que apresentou uma taxa de 3,72%. Deve-se registrar que, nos casos de Belo Horizonte e Porto Alegre, o crescimento no perodo 2000/06 maior que no perodo precedente (1991/00) decorreu da incorporao de novos municpios s respectivas regies metropolitanas.3 - REGIO METROPOLITANA DE BRASLIA: FOSSO ENTRE O DF E O ENTORNO METROPOLITANOOBrasilconviveudurantemuitotempocomumadistribuiodesuasatividadesprodutivas fortementeconcentradasnasgrandescidades,principalmentenassuasregiesmetropolitanas,e, particularmente,nosncleosdestas,osmunicpiosdascapitais,desempenhandoosmunicpios perifricos a funo de cidades-dormitrio.Nos u|l|ros aros esla s|luaao ver se rod|lcardo, de lorra cue |ouve ur espra|arerlo das atividadeseconmicas,particularmenteaindstria,paraascidadesdeportemdio,e,dentrodas regies metropolitanas, seu deslocamento para seus municpios perifricos. Este processo se deu em tal magnitude que hoje o Produto Interno Bruto (PIB) per capita das periferias de algumas metrpoles chegamesmoasuperarodosncleosmetropolitanos,casosdeBeloHorizonteeSalvador,enos demais casos se aproximam bastante.A notvel exceo a esta realidade a regio metropolitana de Braslia. Aqui existe um verdadeiro fossoentreoDistritoFederaleosmunicpiosquecompemoseuentornometropolitanotantoem relaoaotamanhodoPIBquantoaovalordoPIBpercapita. Acausaprincipaldestasituaofoi umexcepcionalcrescimentopopulacionalnaperiferiasemocorrespondentedesenvolvimentode atividades produtivas, particularmente, da atividade industrial.Trabalho na Capital20As Tabelas 10 e 11 apresentam o PIB total e per capita das sete principais regies metropolitanas do pas em 2006, e que so tambm aquelas em que se realizam pesquisas de emprego. Observa-sena Tabela10queoPIBdaRMdeBrasliatotalizouR$93,7bilhes,sendooterceiromaiordo pas,jsuperioraosdasregiesmetropolitanasdeBeloHorizonteedePorto Alegre.Ocorreque, diferentementedasdemaisRMs,eleseencontrafortementeconcentradonoseuncleo,oDistrito Federal.Dessaforma,enquantoasdemaisperiferiasmetropolitanasapresentamumaenorme participao no PIB metropolitano, no mnimo de 30% (Rio de Janeiro), chegando em alguns casos, como Porto Alegre e Belo Horizonte a se aproximar de 60%, na regio metropolitana de Braslia esta parl|c|paao ||r|la-se a pilos 1,3.Quanto ao PIB per capita, a Tabela 11 revela que a regio metropolitana de Braslia apresenta o maior entre todas as principais RMs, sendo 23,0% superior ao da segunda maior, So Paulo. Tratando-se |so|adarerle o Pl8 per cap|la dos ruc|eos das RVs, ver|lca-se cue a varlader de 8rasi||a a|rda maior, 46,4% superior a da capital paulista, a segunda colocada.0eve-se a|rda cors|derar a espec|lc|dade ooservada ra RV de 3a|vador, dev|do ao excepc|ora| peso dos setores petrolfero e petroqumico nos municpios de So Francisco do Conde e Camaari. REGIOMETROPLITANATOTAL (A)NCLEOMETROPOLITANO (B)PERIFERIA METROPOLITANA (C)(C) / (A) (%)SO PAULO 450.604.630 282.852.338 167.752.293 37,23RIO DE JANEIRO 184.373.438 127.956.075 56.417.363 30,60BELO HORIZONTE 74.163.708 32.725.361 41.438.347 55,87PORTO ALEGRE 72.608.508 30.116.002 42.492.506 58,52RECIFE 36.123.989 18.318.451 17.805.538 49,29SALVADOR 48.130.796 24.072.400 24.058.396 49,99BRASLIA 93.671.344 89.630.109 4.041.235 4,31Fonte: IBGETABELA 10: Produto Interno Bruto (PIB) nas principais regies metropolitanas em 2006 (em milhes de reais)Trabalho na Capital21Porsuavez,analisando-seosnmerosnasperiferiasmetropolitanas,asituaoseinverte completamente. O PIB per capita do Entorno Metropolitano de Braslia de forma disparada o menor, serdo |rler|or a relade dos ver|lcados ras per|ler|as relropo||laras do Rec|le e do R|o de Jare|ro e de quatro a cinco vezes inferior aos encontrados nas periferias de So Paulo, Porto Alegre, Salvador e Belo Horizonte.A causa principal desta situao a no ocorrncia na RM de Braslia de um processo que se deu em todas as demais RMs: a industrializao das periferias metropolitanas. AtalgumasdcadasatrspraticamenterestritosaoconhecidoABCpaulista,esteprocesso sepropagouapartirdadcadade1970,comafortssimaindustrializaodeinmerosmunicpios metropolitanos.Pode-sedestacarmunicpioscomoGuarulhos,OsascoeMogidasCruzes(RMde So Paulo); Canoas, Triunfo e Novo Hamburgo (RM de Porto Alegre); Contagem e Betim (RM de Belo Horizonte); Duque de Caxias e Nova Iguau (RM do Rio de Janeiro); Cabo e Jaboato (RM do Recife) e Camaari e Candeias (RM de Salvador). Deve-se destacar que a implantao de plantas industriais estimulounessesmunicpiosodesenvolvimentodosserviosdeapoioindstria.Masaperiferia relropo||lara de 8rasi||a lcou aoso|ularerle a rarder desle processo. REGIOMETROPOLITANATOTALBSB=100NCLEOMETROP.(A)BSB=100PERIFERIAMETROP.(B)BSB=100(A) / (B) (%)SO PAULO 22.899 60,9 25.675 68,3 19.369 51,5 132,6RIO DE JANEIRO 16.078 42,8 20.851 55,5 10.584 28,1 197,0BELO HORIZONTE 14.907 39,6 13.636 36,3 16.091 42,8 84,7PORTO ALEGRE 17.431 46,4 20.900 55,6 15.597 41,5 134,0RECIFE 9.907 26,3 12.091 32,2 8.355 22,2 144,7SALVADOR 14.122 37,6 8.870 23,6 34.654 92,2 25,6SALVADOR (1) 10.037 26,7 8.870 23,6 16.833 44,8 52,7BRASLIA 28.156 74,9 37.600 100,0 4.285 11,4 877,5Fonte: IBGE(1) excluindo os municpios de Camaari e So Francisco do CondeTABELA 11: PIB per capita nas principais regies metropolitanas em 2006 (em reais)Trabalho na Capital22TABELA 12: Evoluo da PEA, pessoal ocupado e contingente desempregado nas principais regies metropolitanas entre 2003 e 2008 (em mil pessoas).REGIESMETROPOLITANASPEAPESSOALOCUPADODESEMPREGADOSTAXA DESEMPREGO2003 2008 2003 2008 2003 2008 2003 2008SO PAULO 9.888 10.467 7.998 9.064 1.890 1.403 19,1 13,4RIO JANEIRO (1) nd nd nd nd nd nd nd ndB. HORIZONTE 2.144 2.621 1.705 2.364 439 257 20,5 9,8PORTO ALEGRE 1.787 1.992 1.503 1.769 284 223 15,9 11,2RECIFE 1.537 1.707 1.187 1.372 350 335 22,8 19,6SALVADOR 1.697 1.834 1.255 1.462 442 372 26,1 20,3BRASLIA (2) 1.146 1.341 901 1.119 245 222 21,4 16,6BRASLIA (3) 1.511 1.781 1.162 1.462 349 319 23,1 17,9Fonte: Pesquisa de Emprego e Desemprego DIEESE e Pesquisa Mensal de Emprego - IBGE(1) dados referentes a Pesquisa Mensal de Emprego PME/IBGE(2) dados referentes apenas ao Distrito Federal, no incluindo o Entorno Metropolitano.(3) estimativa para a regio metropolitana de Braslia4 - O MERCADO DE TRABALHO DA RM DE BRASLIA FRENTE S DEMAIS REGIES METROPOLITANASATabela12apresentaaevoluodaPEAedaocupaonasseteprincipaisregies metropolitanas do pas entre 2003 e 2008.OBrasilvemdesde2004experimentandoumaexpressivarecuperaonosnveisde erpredo, relel|rdo ura sersive| recuperaao da al|v|dade ecorr|ca. A laxa de deserpredo ver decrescendo,segundotodasaspesquisasrealizadas(PED/DIEESE,PME/IBGE,PNAD/IBGE),e, consequentemente, ocorreu uma sensvel reduo do contingente desempregado em todas as RMs.A Tabela 13 apresenta essas variaes em termos absolutos e relativos, revelando que Braslia apresentou o segundo pior desempenho quanto reduo do contingente desempregado. Enquanto o nmero de desempregados teve uma reduo de 41,5% na RM de Belo Horizonte e entre 15,8% e5,8%emSoPaulo,Porto AlegreeSalvador,naRMdeBrasliaaquedafoideapenas8,6%, superando apenas a observada na RM do Recife.Trabalho na Capital23Muito embora tenha tido o segundo maior incremento em termos de ocupao, que cresceu 25,8% no perodo, superado apenas pela RM de Belo Horizonte, com expanso de 38,7%, tal resultado foi parcialmente anulado pela grande expanso da populao economicamente ativa (PEA) no perodo, a segunda maior entre todas as regies metropolitanas. Deve-se destacar que o aumento de 270 mil pessoas na PEA no perodo de cinco anos (54 mil pessoas/ano ou crescimento de 3,34% ao ano) a estimativa referente ao total da regio metropolitana deBraslia.ParaoDistritoFederalapenas,avariaodaPEAfoide195milnoperodo(39mil pessoas/ano).REGIESMETROPOLITANASPEAPESSOALOCUPADODESEMPREGADOS(mil) Var. (%) (mil) Var. (%) (mil) Var. (%)SO PAULO 579 5,86 1.066 13,33 - 487 - 25,77RIO DE JANEIRO (1) nd nd nd nd nd ndBELO HORIZONTE 477 22,25 659 38,65 - 182 - 41,46PORTO ALEGRE 205 11,47 266 17,70 - 61 - 21,48RECIFE 170 11,06 185 15,59 - 15 - 4,29SALVADOR 137 8,07 207 16,49 - 70 - 15,84BRASLIA (2) 195 17,02 218 24,20 - 23 - 9,38BRASLIA (3) 270 17,87 300 25,82 - 30 - 8,60Fonte: Pesquisa de Emprego e Desemprego PED/DIEESE(1) dados da PME/IBGE ajustados metodologia da PED/DIEESE(2) dados referentes apenas ao Distrito Federal, no incluindo o Entorno Metropolitano.(3) Estimativa para a regio metropolitana de Braslia.TABELA 13: Variao absoluta (em mil pessoas) e relativa (%) da PEA, pessoal ocupado e contingente desempregado nas principais regies metropolitanas entre 2003 e 2008Trabalho na Capital245 - OCUPAO E DESEMPREGO: NCLEO X PERIFERIA.A Tabela 14 apresenta a situao do mercado de trabalho nas sete principais regies metropolitanas, apresentando os nveis de desemprego total, nos ncleos e nas periferias. Uma anlise apurada torna evidente dois aspectos: a) as regies metropolitanas da regio mais desenvolvida do pas (o Centro-Sul) tm taxa de desemprego menor que as do Nordeste; b) as taxas de desemprego das periferias metropolitanas superam as dos ncleos entre 15% e 30%. Braslia, entretanto, escapa s duas regras. No obstante possuas o mais elevado PIB per capita erlre as pr|rc|pa|s RVs, sua laxa de deserpredo aprox|ra-se das laxas ver|lcadas ras relrpo|es nordestinas e a diferena entre a taxa de desemprego do ncleo e da periferia reduzida em todas as principais regies metropolitanas, exceto em Braslia e tambm em salvador. OEntornoMetropolitano,cujaPEAestimadaem440mil,almdoelevadocontingente desempregado,estimadoem22,1%(quase100milpessoas),temcercademetadedopessoal ocupado residente trabalhando no Distrito Federal. A fragilidade da economia do Entorno Metropolitano pressiona fortemente o mercado de trabalho do Distrito Federal, que se v obrigado a gerar postos de trabalho para absorver no somente as cerca de 39 mil pessoas residentes no DF que se incorporam anualmente PEA, mas tambm a maior parte dos 15 mil novos integrantes do mercado de trabalho residentes no Entorno Metropolitano.DISCRIMINAO2003 2007RM NM PM RM NM PMSO PAULO 19,12 17,82 20,86 13,52 13,17 14,03RIO DE JANEIRO nd nd nd nd nd ndB. HORIZONTE 20,47 17,35 24,40 11,41 10,68 12,45PORTO ALEGRE 15,88 14,58 16,77 11,29 9,67 12,27RECIFE 22,80 21,92 23,50 17,87 17,69 18,03SALVADOR 26,05 25,54 28,43 20,26 19,23 24,19BRASLIA (1) 23,10 21,39 28,50 17,90 16,47 22,10Fonte: DIEESE(1) dados estimados para a periferia metropolitana e para a regio metropolitana TABELA 14: Taxas de Desemprego nas principais regies metropolitanas, segundo ncleos e periferias entre 2003 e 2007 (em %)Trabalho na Capital256 - OCUPAO NO SETOR INDUSTRIALSeosetorpblicoexplicaoelevadoPIBdoDistritoFederal,aelevadataxadedesempregoe a baixa gerao de postos de trabalho explicada pela reduzida gerao de emprego na atividade industrial. A Tabela 15 mostra que a atividade industrial gera um nmero muito reduzido de empregos no Distrito Federal (46 mil), ou to somente 4,1% do total do pessoal ocupado. Estimando-se o mesmo percentual para o Entorno Metropolitano, seriam pouco mais de 50 mil postos na atividade industrial em toda a regio metropolitana.Observa-sequeestepercentualsubstancialmenteinferioraoobservadonasdemaisregies metropolitanas.SeaRMdeBrasliativesseomesmograudeocupaonaindstriadeRecifee Salvador (cerca de 10% do pessoal ocupado total), o nmero de postos de trabalho na indstria aqui seriaemtornode120mil.SeessegraudeocupaonaindstriafosseequivalenteaosdeBelo Horizonte e Porto Alegre (de 15% a 18%), esse contingente superaria os 200 mil.Deve-seressaltarqueparacadaempregonaatividadeindustrial,sogerados,emmdia, 0,8empregoemserviosdeapoioindstria.Pareceevidentequeaindustrializaodaregio metropolitana, particularmente de sua periferia, uma questo vital para o seu futuro.A concluso central de que o diminuto PIB da periferia metropolitana de Braslia, assim como a sua reduzida gerao de emprego (e elevada taxa de desemprego) decorre de seu baixo nvel de atividade econmica. O caminho percorrido pelas periferias metropolitanas do pas para a elevao donveldeatividadeeconmica(econsequentementedoPIBedageraodeemprego)foioda industrializao.REGIOMETROPOLITANAPESSOALOCUPADOPESSOAL OCUPADO INDSTRIAPESSOAL OCUPADO SETOR PBLICO(mil) (mil) (%) (mil) (%)SO PAULO 9.064 1.722 19,0 707 7,8RIO DE JANEIRO - - - - -B. HORIZONTE 2.364 362 15,3 307 13,0PORTO ALEGRE 1.769 317 17,9 214 12,1RECIFE 1.372 136 9,9 181 13,2SALVADOR 1.462 129 8,8 275 18,8BRASLIA 1.119 46 4,1 251 22,4Fonte: IBGE e DIEESETABELA 15: Pessoal ocupado total, na indstria e no setor pblico em 2008Trabalho na Capital267 O FUTURO DE BRASLIA E SUA REGIOO retardamento do equacionamento dos problemas que atingem Braslia representa um srio risco paraacidadeeparaasuapopulao. Apenascomoilustrao,ocontingentededesempregados nacidade,daordemde100milnoinciodosanosnoventa,atingiucercade220milem2009.Se considerarmosareametropolitana,estetotalsobeparacercade320mil.Acompreensodos problemas locais, contudo, implica no reconhecimento do quadro regional em que Braslia se encontra inseridaequemarcaasuaevoluodesdeasuacriao,poisocontextoregionalexerceforte |rlurc|a soore a Cap|la| da Repuo||ca.O Centro-Oeste tem sido a regio de maior crescimento econmico nas ltimas dcadas. Muito embora esta expanso acelerada tenha se iniciado no incio do sculo XX, o movimento ganhou outra dimenso aps a fundao de Braslia.0o |ric|o do scu|o XX al o lra| da dcada de 1950, cor o 'espra|arerlo da ecoror|a pau||sla para alm das barrancas dos rios Paran e Paranaba, ocorreu uma forte acelerao da ocupao da regio, com sua populao saltando de 370 mil em 1900 para 3,0 milhes em 1960. De outro lado, a atividade econmica ampliou-se enormemente, com a produo de gros saltando de 210 mil para 1,46 milho de toneladas entre 1920 e 1960 e a criao de gado passando de 5,85 milhes para 10,75 milhes de cabeas no mesmo perodo.Foi a partir da fundao de Braslia em 1960, contudo, que a ocupao do Oeste Brasileiro ganhou uma dimenso ainda maior, tendo ela cumprido a funo de fora motriz do processo de interiorizao da economia brasileira, inclusive por ter funcionado como ponto de recepo de migrantes das distintas red|oes ||lorreas e de d|slr|ou|ao ruro as lerras desocupadas do oesle, oerelc|ardo-se do lalo de ser o epicentro da malha rodoviria nacional, ento em estruturao, e que passou por exponencial expanso nas dcadas seguintes.Dessa forma, entre 1960 e 2009, a populao da regio mais que quintuplicou de tamanho, para 17,34 milhes; a produo de gros cresceu 3.650%, de 1,46 milho em 1960 para 54,7 milhes de toneladas em 2010 (37,5% do total nacional); o rebanho bovino cresceu 714%, de 10,75 para 87,5 milhes de cabeas de 1960 a 2008 (43,3% do total nacional) e a produo de leite aumentou 1.790%, passando de 250 milhes para 5,0 bilhes de litros entre 1960 e 2008 (18,1% do total produzido no pas).Excepcionalcrescimentotevetambmosetordeservios,impulsionadopelodinamismodo setor agrrio e apenas na atividade industrial a regio no apresentou expanso semelhante, embora nas duas ltimas dcadas tenha havido um forte crescimento da atividade agroindustrial.A taxa de urbanizao na regio de 84%, a segunda mais elevada do pas, embora seja ainda umaregiodefronteiraagrcola.Istoocorredevidoaomodeloagrriopredominante,baseadono agronegcio.Suasduasgrandesmetrpoles,BrasliaeGoinia,respectivamentecom3,5milhes e2,1milhesdehabitantesemsuasreasmetropolitanas,alinham-seentreasmaioresdoBrasil. Incluindo-se a aglomerao urbana de Anpolis, com cerca de 400 mil habitantes, o Eixo Braslia Anpolis - Goinia totaliza uma populao de 6,0 milhes de habitantes, a terceira maior aglomerao urbana do pas. Esta grande aglomerao representa 45% da populao urbana regional e expressa a lrad|||dade da rede uroara do Cerlro-0esle, corldurardo ura lip|ca s|luaao de racrocela||a uroara e relel|rdo o oa|xo drau de |rduslr|a||zaao da red|ao.Trabalho na Capital27AparticipaodaregionoPIBnacionaltambmvemcrescendodeformaacentuada,tendo passado de 3,8%, em 1970 para 9,0% em 2007, superando a barreira dos R$ 262 bilhes, despontando como a regio de melhor desempenho entre as macrorregies brasileiras.No obstante os graves problemas que tm atingido a economia de Braslia nos ltimos anos, preciso destacar a capacidade que esta metrpole tem apresentado na superao desses obstculos. ProvavelmenteabasedestavitalidadesejaodinamismoqueaeconomiadaRegioCentro-Oeste ler derorslrado reslas u|l|ras dcadas, e cue ler derado lu|dos pos|l|vos para as duas relrpo|es regionais.PoisestaescaladastransformaesocorridasnaRegioCentro-Oestenoltimosculo,e, particularmentenassuascincoltimasdcadas,foramdetalmagnitudequecolocaramaregio ruras|luaaodedelr|aodeseusruros,delrerleparacuesloescuedeversererlrerladas para que se abram possibilidades de se iniciar um novo ciclo em seu desenvolvimento, e isto inclui necessariamente uma discusso mais aprofundada sobre as possibilidades para o desenvolvimento da atividade industrial no Centro-Oeste e na regio metropolitana em particular.A discusso sobre a industrializao do Distrito Federal vem sendo travada desde a fundao de Braslia, tendo razes na prpria concepo da cidade, visto que esta foi planejada para desempenhar exclusivamente funes de natureza poltico-administrativas.Durante muitos anos os investimentos industriais no somente deixaram de ser estimulados no Distrito Federal, mas foram mesmo desestimulados. E deve-se observar que este perodo (dcadas desessentaesetenta)correspondeuprecisamenteafasedemaisaceleradaindustrializaodo pais.0eve-sedeslacarlarorcuelaloresaro|erla|sl|verarlaror|rlurc|adec|s|varesla orientao.AausnciadeestmuloatividadeindustrialnoatingiuapenasBraslia,maspraticamente todaaRegioCentro-Oeste,emboraemmenorintensidade.Expressodistofoiqueentretodasas superintendncias de desenvolvimento regionais criadas (e que tinham um forte objetivo de promoo da industrializao) a da Regio Centro-Oeste (SUDECO) foi a ltima a ser criada, a que disps de menor estrutura e suporte por parte do Governo Federal e a primeira a ser extinta. Mais do que isto, enquanto as dera|s red|oes lorar corlerp|adas cor |rsl|lu|oes lrarce|ras ledera|s de lorerlo, la|s coro o 8N8 |Nordesle), 8A3A |Norle) e 8R0E |3u|), o Cerlro-0esle lcou pr|vado de la| |rslrurerlo, de lurdarerla| importncia para a promoo do desenvolvimento econmico, particularmente o industrial.Certamentequeobaixograudeindustrializaoregionalestrelacionadoinegvelvocao doCentro-Oesteparaaatividadeagropecuriaeformaomuitorecentedesuaeconomia.Mas talvez o fator decisivo seja o fato de o Estado Brasileiro, na fase mais importante do desenvolvimento |rduslr|a| do pais, cuardo leve pape| al|vo ra delr|ao da |oca||zaao dos |rvesl|rerlos |rduslr|a|s, no ter dedicado ao Centro-Oeste a mesma ateno dada s demais regies.Portanto,noobstanteoavanodaindustrializaoocorridonasduasltimasdcadas, particularmente a agroindstria, o Centro-Oeste permanece com um baixssimo grau de industrializao de sua economia, situando-se no ltimo posto entre as cinco macrorregies do pas, respondendo por pouco mais de 3,0% da produo industrial nacional, percentual muito inferior participao da regio ro Pl8 rac|ora| |9,0). 0essa lorra, rao surpreerde o pilo deservo|v|rerlo do selor |rduslr|a| ro Distrito Federal.Trabalho na Capital28Masaspossibilidadesnoestoencerradas.OPasvemexperimentandodesdeadcadade oitentaumprocessodedesconcentraodesuaatividadeindustrial,queseachavafortemente concentradanasreasmetropolitanasdeSoPauloedoRiodeJaneiro.Estedeslocamentotem ocorridoprincipalmentenadireodointeriordeSoPaulo,dostrsestadosdaRegioSulede MinasGeraiseEspritoSanto,formandoumpolgonoquepassapelaGrandeVitria,RMdeBelo Horizonte,asaglomeraesurbanasdeUberlndia,SoJosdoRioPretoeLondrinaeaRMde PorloA|edre,lcardooCerlro-0eslee8rasi||aprec|sarerlero||r|leexlerrodeslepo|idoro.0 desalo para a red|ao se |rser|r ro 'rovo rapa da |oca||zaao |rduslr|a| oras||e|ra e cap|la||zar parle desseprocessodedesconcentraoindustrialaindaemcurso.Deve-sedestacaraindaarelativa proximidade do eixo Braslia-Anpolis-Goinia com o eixo dinmico da economia nacional.Algumascondiesparaalmejaresteobjetivoestodadas,comoaexistnciadeumamplo mercado consumidor (e, no caso do Distrito Federal, com uma renda mdia acima do dobro da mdia nacional), o alto grau de instruo da populao, uma razovel infra-estrutura econmica, uma variada disponibilidade de insumos industriais e ampla base produtiva no setor agro-pecurio.Somente a regio metropolitana de Braslia representa hoje um mercado superior a 3,5 milhes de pessoas, com renda disponvel para consumo de cerca de R$ 70 bilhes (o equivalente a quase 3% do lola| rac|ora|), corldurardo-se coro o 3 ra|or rercado corsur|dor do pais. 3e cors|derarros oeixoBraslia-Anpolis-Goinia,estemercadoascendeaseismilhes,comrendadisponvelpara consumo em torno de 100 bilhes de reais. Deve-se ressaltar, contudo, que alguns gargalos persistem e entravam as perspectivas de um efetivo desenvolvimento industrial, e eles se localizam principalmente na rea de infra-estrutura econmica. Dessa forma, a realizao de investimentos em infra-estrutura uma condio bsica para a Regio dar um salto em seu processo de desenvolvimento.Emsuma,ascondiesparaodesenvolvimentoindustrialnoDistritoFederalsoamplamente favorveis, devendo a sociedade local se armar de uma estratgia para a sua efetiva promoo. E a industrializaodaregiometropolitanadeBraslia,particularmentedesuaperiferiametropolitana, pode ser um dos caminhos, talvez o principal, para a resoluo dos graves problemas que a atingem.Se no caso do Distrito Federal a estratgia de industrializao deve focar os segmentos intensivos emcapitaletecnologia(informtica,porexemplo),nocasodoEntornoMetropolitano,aestratgia devevisaratrairossegmentosintensivosemmo-de-obra(alimentaoebebidas,caladose corlecoes, rela|urd|a, roo|||r|o, elc), ra|s adecuados ao perl| da rao-de-oora |oca|, e derar|a pe|o menos quatro consequncias diretas e positivas para o DF: a) reduziria a presso sobre o mercado detrabalhodoDF;b)atrairiainvestimentosematividadesdeapoioaosetorindustrial(serviosde rarulerao, lrarce|ros, de lrarsporle, corerc|a||zaao, elc) cue er ooa parle se |rsla|ar|ar ro 0F, c) aumentaria o poder aquisitivo da populao local, que em boa parte seria dispendido no DF; e d) aumentaria a capacidade de arrecadao das prefeituras locais e, consequentemente, a capacidade de investimento na ampliao e melhoria dos servios e equipamentos urbanos, reduzindo a presso sobre os mesmos do DF.Desse modo, torna-se premente para o Distrito Federal, e no somente o Governo, se conscientizar que o Entorno Metropolitano uma questo afeita ao DF, to ou mais que a Gois. A elaborao de umaestratgiadedesenvolvimentoparaaregiometropolitana,envolvendooGDF,oGovernode Gois e o Governo Federal o primeiro passo para a superao dos graves problemas que atingem a regio.Trabalho na Capital29Referncias BibIiogrcasIBGE. Contas Regionais, vrios anos, Rio de Janeiro, IBGE.MIRAGAYA, J.EstratgiaparaodesenvolvimentodeBrasliaesuaRegioinDFemQuesto, Braslia, Editora UnB, 2006.MIRAGAYA, J.Dos Bandeirantes a JK: a ocupao do Planalto Central Brasileiro anterior fundao de Braslia, Braslia 50 anos: de capital a metrpole. Braslia, Ed. UnB, 2010.MIRAGAYA, J.Diretrizes para uma poltica industrial para o Distrito Federal e Entorno Metropolitano.InstitutoBrasileirodeEstudosdeEconomiaRegional(IBRACE)/Federaodas Insdstrias do Distrito Federal (FIBRA). Braslia, 2010.. Cdigo MunicipalMunicpioPopulao Residente Estimada, 2009PIBmun2006correntePIB PER CAPITA 2006Total RM So Paulo 19.777.129 450.604.630 22.8993550308 So Paulo - SP 11.037.593 282.852.338 25.675Periferia Metropolitana 8.739.536 167.752.293 19.3693505708 Barueri - SP 270.173 25.483.663 95.9663506607 Biritiba-Mirim - SP 29.650 195.718 6.5913509007 Caieiras - SP 88.212 1.118.083 11.7713509205 Cajamar - SP 63.675 2.260.078 35.6793510609 Carapicuba - SP 392.701 2.172.619 5.5763513009 Cotia - SP 182.045 3.712.470 20.6613513801 Diadema - SP 397.738 7.746.815 19.5963515004 Embu - SP 248.722 1.944.942 7.9113515103 Embu-Guau - SP 62.137 416.293 5.7683515707 Ferraz de Vasconcelos - SP 179.231 945.173 5.3543516309 Francisco Morato - SP 157.294 581.670 3.4103516408 Franco da Rocha - SP 131.366 1.309.235 10.4893518305 Guararema - SP 26.974 485.951 19.5813518800 Guarulhos - SP 1.299.283 25.663.706 19.9993522208 Itapecerica da Serra - SP 161.983 2.099.273 12.9393522505 Itapevi - SP 205.881 1.865.266 9.2033523107 Itaquaquecetuba - SP 359.253 2.068.062 5.8633525003 Jandira - SP 112.130 1.093.362 9.6483526209 Juquitiba - SP 29.335 182.875 5.8513528502 Mairipor - SP 79.155 696.634 9.286ANEXO 01: PIB, Populao e PIB per capita dos municpios integrantes das regies metropolitanas de So Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador e Braslia.Trabalho na Capital303529401 Mau - SP 417.458 5.102.039 12.3253530607 Mogi das Cruzes - SP 375.268 4.833.610 12.9793534401 Osasco - SP 718.646 17.796.629 24.8923539103 Pirapora do Bom Jesus - SP 15.706 108.984 6.9523539806 Po - SP 112.481 1.946.027 17.6573543303 Ribeiro Pires - SP 112.011 1.275.912 10.7343544103 Rio Grande da Serra - SP 41.602 291.473 6.8743545001 Salespolis - SP 16.041 149.511 9.0213546801 Santa Isabel - SP 46.902 409.063 8.5223547304 Santana de Parnaba - SP 114.321 2.486.539 24.3243547809 Santo Andr - SP 673.396 11.674.559 17.3413548708 So Bernardo do Campo - SP 810.979 20.572.084 25.5903548807 So Caetano do Sul - SP 152.093 9.375.788 70.3673549953 So Loureno da Serra - SP 18.319 120.576 7.6963503901 Aruj - SP 80.922 1.078.084 14.3513552502 Suzano - SP 284.356 4.839.383 17.2643552809 Taboo da Serra - SP 227.343 3.183.048 14.1213556453 Vargem Grande Paulista - SP 44.754 467.098 10.355CdigoMunicipalMunicpioPopulao Residente Estimada, 2009PIBmun2006correntePIB PER CAPITA 2006Total RM Rio de Janeiro 11.634.674 184.373.438 16.0783304557 Rio de Janeiro - RJ 6.186.710 127.956.075 20.851Periferia Metropolitana 5.447.964 56.417.363 10.5843301702 Duque de Caxias - RJ 872.762 22.565.282 26.3923301850 Guapimirim - RJ 49.748 316.268 6.9893301900 Itabora - RJ 228.996 1.372.946 6.2133302270 Japeri - RJ 101.690 418.573 4.3513302502 Mag - RJ 244.334 1.342.204 5.6633302858 Mesquita - RJ 190.056 1.080.703 5.8243303203 Nilpolis - RJ 159.408 1.079.865 7.1763303302 Niteri - RJ 479.384 7.460.317 15.6513303500 Nova Iguau - RJ 865.089 6.264.736 7.4183303609 Paracambi - RJ 45.016 297.252 6.8393304144 Queimados - RJ 139.378 896.065 6.4413300456 Belford Roxo - RJ 501.544 2.923.281 5.978Trabalho na Capital313304904 So Gonalo - RJ 991.382 6.887.923 7.0763305109 So Joo de Meriti - RJ 469.827 2.893.083 6.1953305554 Seropdica - RJ 78.819 448.157 5.8363305752 Tangu - RJ 30.531 170.707 5.672CdigoMunicipalMunicpioPopulao Residente Estimada, 2009PIBmun2006correntePIB PER CAPITA 2006Total RM Belo Horizonte 5.110.593 74.163.708 14.9073106200 Belo Horizonte - MG 2.452.617 32.725.361 13.636Periferia Metropolitana 2.657.976 41.438.347 16.0913105004 Baldim - MG 8.582 40.792 5.1083106705 Betim - MG 441.748 18.731.824 46.0243109006 Brumadinho - MG 34.391 584.165 18.2473110004 Caet - MG 41.043 178.691 4.6353112505 Capim Branco - MG 9.276 37.148 4.1053117876 6onns - HC 6.072 646.337 111.3993118601 Contagem - MG 625.393 11.241.163 18.6303124104 Esmeraldas - MG 59.408 209.759 3.2813126000 Florestal - MG 6.199 37.643 6.1853129806 Ibirit - MG 157.438 741.490 4.2713130101 Igarap - MG 33.773 184.650 5.8573132206 Itaguara - MG 12.956 88.724 7.5393133709 Itatiaiuu - MG 9.364 179.998 19.2143134608 Jaboticatubas - MG 16.513 73.495 5.2013136603 Nova Unio - MG 5.653 29.520 5.0533136652 Juatuba - MG 20.978 491.350 22.8403137601 Lagoa Santa - MG 48.213 480.866 10.3403140159 Mrio Campos - MG 12.029 53.531 3.7203140704 Mateus Leme - MG 26.862 243.666 8.4033141108 Matozinhos - MG 35.233 387.087 11.0563144805 Nova Lima - MG 76.608 1.755.384 23.9653149309 Pedro Leopoldo - MG 59.064 564.118 8.9413153905 Raposos - MG 15.521 44.167 3.0833154606 Ribeiro das Neves - MG 349.307 1.012.107 3.1343154804 Rio Acima - MG 8.685 65.909 8.1413155306 Rio Manso - MG 5.266 22.971 4.803Trabalho na Capital323156700 Sabar - MG 126.195 770.676 5.7393157807 Santa Luzia - MG 231.607 1.264.473 5.7553162922 So Joaquim de Bicas - MG 23.986 196.158 8.5333162955 So Jos da Lapa - MG 19.234 208.702 9.9363165537 Sarzedo - MG 25.583 133.911 5.7633168309 Taquarau de Minas - MG 3.950 20.315 5.6893171204 Vespasiano - MG 101.846 717.556 7.364CdigoMunicipalMunicpioPopulao Residente Estimada, 2009PIBmun2006correntePIB PER CAPITA 2006Total RM Salvador 3.752.436 48.130.796 14.1222927408 Salvador - BA 2.998.056 24.072.400 8.870Periferia Metropolitana 754.380 24.058.396 34.6542906501 Candeias - BA 81.699 2.236.080 26.8452910057 Dias dvila - BA 57.708 1.332.575 23.9252916104 Itaparica - BA 20.796 75.078 3.4422919207 Lauro de Freitas - BA 156.936 1.770.347 12.1132919926 Madre de Deus - BA 16.783 132.896 9.4012905701 Camaari - BA 234.558 9.534.300 48.3622930709 Simes Filho - BA 116.662 2.152.731 19.5832933208 Vera Cruz - BA 37.539 150.723 4.2632929206 So Francisco do Conde - BA 31.699 6.673.667 217.150CdigoMunicipalMunicpioPopulao Residente Estimada, 2009PIBmun2006correntePIB PER CAPITA 2006Total RM Porto Alegre 4.126.909 72.608.508 17.4314314902 Porto Alegre - RS 1.436.123 30.116.002 20.900Periferia Metropolitana 2.690.786 42.492.506 15.5974300604 Alvorada - RS 213.894 854.695 3.9764300877 Araric - RS 5.181 39.047 8.099Trabalho na Capital334301107 Arroio dos Ratos - RS 14.181 104.874 7.2574303509 Camaqu - RS 62.723 695.443 10.8094303103 Cachoeirinha - RS 118.089 2.040.613 16.7434303905 Campo Bom - RS 59.366 1.099.010 18.7684304606 Canoas - RS 332.056 9.607.235 28.8234304689 Capela de Santana - RS 11.617 72.630 6.0934305355 Charqueadas - RS 36.045 771.435 22.8184306403 Dois Irmos - RS 26.421 455.309 16.1724306767 Eldorado do Sul - RS 33.668 754.083 21.9614307609 Estncia Velha - RS 43.906 491.285 12.2024307708 Esteio - RS 81.170 1.686.721 19.3724309050 Glorinha - RS 7.531 125.445 19.3144309209 Gravata - RS 269.446 3.879.258 14.3274309308 Guaba - RS 96.603 1.488.010 14.0634310801 Ivoti - RS 20.160 295.221 16.0634312401 Montenegro - RS 59.557 1.064.507 17.5804313060 Nova Hartz - RS 17.772 230.556 12.1574313375 Nova Santa Rita - RS 22.818 217.779 10.8394313409 Novo Hamburgo - RS 257.746 3.897.297 15.0624314050 Parob - RS 51.634 437.733 8.0734314803 Porto - RS 30.802 507.466 17.8204317608 Santo Antnio da Patrulha - RS 39.500 319.678 8.2354318408 So Jernimo - RS 21.289 229.938 11.4844318705 So Leopoldo - RS 211.663 2.390.931 11.2524319901 Sapiranga - RS 78.045 840.093 10.6354320008 Sapucaia do Sul - RS 126.316 1.468.189 10.7994321204 Taquara - RS 55.473 437.647 7.2364322004 Triunfo - RS 25.374 4.564.996 180.4204323002 Viamo - RS 260.740 1.425.387 5.441CdigoMunicipalMunicpioPopulao Residente Estimada, 2009PIBmun2006correntePIB PER CAPITA 2006Total RM Recife 3.768.902 36.123.989 9.9072611606 Recife - PE 1.561.659 18.318.451 12.091Periferia Metropolitana 2.207.243 17.805.538 8.3552601052 Araoiaba - PE 17.484 48.822 2.728Trabalho na Capital342602902 Cabo de Santo Agostinho - PE 171.583 2.838.063 16.4862603454 Camaragibe - PE 143.210 468.805 3.1182606804 Igarassu - PE 100.191 664.465 7.1872607208 Ipojuca - PE 75.512 4.307.573 61.9592607604 Ilha de Itamarac - PE 18.658 75.925 3.9962607752 Itapissuma - PE 24.406 405.552 17.7432607901 Jaboato dos Guararapes - PE 687.688 4.736.433 7.2722609402 Moreno - PE 55.659 199.355 3.5192609600 Olinda - PE 397.268 2.005.665 5.1762610707 Paulista - PE 319.373 1.221.365 4.0752600054 Abreu e Lima - PE 96.266 548.084 5.5982613701 So Loureno da Mata - PE 99.945 285.430 3.044CdigoMunicipalMunicpioPopulao Residente Estimada, 2009PIBmun2006correntePIB PER CAPITA 2006Total RM Braslia 3.507.914 93.671.344 28.1565300108 Braslia 2.606.885 89.630.109 37.600Periferia Metropolitana 901.029 4.041.235 4.2855200258 guas Lindas de Gois - GO 143.179 393.027 2.3275200308 Alexnia - GO 20.706 289.600 12.7645205497 Cidade Ocidental - GO 52.380 170.356 3.4925208004 Formosa - GO 96.284 490.529 5.3135212501 Luzinia - GO 210.064 1.415.893 7.5615215231 Novo Gama - GO 88.835 262.748 2.7245215603 Padre Bernardo - GO 28.012 106.306 4.2155217609 Planaltina - GO 79.651 270.603 2.7475219753 Santo Antnio do Descoberto - GO 58.474 192.594 2.4385221858 Valparaso de Gois - GO 123.444 449.578 3.628Fonte: IBGETrabalho na Capital352. ESTRUTURA E DINMICA DO MERCADO DE TRABALHO DO DISTRITO FEDERAL*Marcelo Lopes de SouzaRosane de Almeida MaiaTiago OliveiraIntroduoO mercado de trabalho do Distrito Federal possui caractersticas que o dotam de uma estrutura e uma dinmica mpar em relao aos demais espaos metropolitanos brasileiros. A centralidade do setorpbliconaeconomiaenomercadodetrabalholocal,aelevadaparticipaodotrabalhopor conta prpria e a acentuada desigualdade de rendimentos so alguns dos traos marcantes dignos de nota.lderl|lcar o corporlarerlo do rercado de lraoa||o do 0|slr|lo Federa| ao |ordo dos aros 1990 e da presente dcada, ressaltando as novas tendncias da evoluo recente e seus impactos sobre a estrutura trabalhista local, constitui o principal objetivo do presente artigo. Para tanto, dividiu-se o texto emmaisduaspartes,excetuandoessabreveintroduo.Naprimeiraparte,analisa-seaevoluo do mercado de trabalho do DF, com destaque para a dinmica ocupacional e setorial, trajetria dos rerd|rerlos e do deserpredo. Por lr, a lilu|o de corc|usao, apreserla-se ura sudeslao de aderda que poder nortear a elaborao de novas pesquisas.O mercado de trabalho do DF nas dcadas de 1990 e 2000As anlises do mercado de trabalho do Distrito Federal no podem relegar a um plano secundrio ofatodeaestruturaprodutivalocaltersedesenvolvidodeformabastanteconcentradaaolongo dolerpo.Cororelexo,corldurou-seurrercadodelraoa||oexlrerarerledeperderledas atividades econmicas ligadas administrao pblica, aos servios e ao comrcio, alm da relao muito incipiente com o setor industrial2.Isso de um lado. De outro, recomendvel ter sempre em mente as mudanas macroeconmicas do perodo recente. bom lembrar que os anos 1990 interromperam a trajetria alicerada em altas taxasdecrescimentoeconmicoenaforteregulaoestataldaeconomia(nocontextodoregime autoritrio). No limiar da dcada passada, portanto, face ao esgotamento de tal modelo, precipitado pelacrisedadvidadosanos1980,adotou-se,deformaacrticaesubordinada,oarcabouo liberalizante reinante nos mercados internacionais na expectativa de recuperar o dinamismo perdido.* Este artigo tambm foi publicado na Revista de Conjuntura, n 37, jan./mar. 2009.2 De acordo com o IBGE, em 2006, o segmento da administrao, sade e educao pblica respondia por 54,84% do PIB do Distrito Federal. Em contraposio, naquele ano, a indstria de transformao era responsvel por somente 1,71% do PIB local.Trabalho na Capital36Er verdade, as rudaras |evadas a caoo ao |ordo da dcada passada lcarar oaslarle acur dosoojel|vosdec|arados.Arorladerdeuraarcu|leluraecorr|co-lrarce|racorv|slasao coroale |rlac|orr|o e a reor|erlaao ro rode|o de deservo|v|rerlo, cerlrado er e|evadas laxas dejuros,desregulamentaodosmercados,privatizaesecmbiosobrevalorizado,sancionou um regime de baixo crescimento econmico e altas taxas de desemprego que aprofundou o quadro brasileiro de desigualdades sociais alarmantes.Comadesvalorizaocambialem1999,umaguinadanagestomacroeconmicafoi implementada, sob os auspcios do Fundo Monetrio Internacional FMI, sem, contudo, abrir mo de aprofundar o processo de insero neoliberal do pas ordem global vigente. No plano interno, alm da rudara do red|re caro|a|, ura po|il|ca lsca| ra|s dura, asserlada ra deraao de superv|ls pr|rr|os, assoc|ada a ur prodrara de relas |rlac|orr|as, |raudurarar oulra lase para a ar||se do desempenho da economia brasileira.Entretanto, a retomada de um ciclo de crescimento s se fez sentir a partir de 2004. A partir desse ano foi possvel observar a recuperao mais consistente da atividade econmica, especialmente do mercadodetrabalho,impulsionadapelocenrioexternoextremamentefavorvele,paralelamente, pelaadoodealgumasmedidasimportantes,comoadiminuiodastaxasdejuros,aampliao docrdito,ainstitucionalizaodeumapolticanacionaldevalorizaodosalriomnimoea rass|lcaao dos prodraras de lrarslerrc|a de rerda. 0 cresc|rerlo ra|s ace|erado do Pl8 e da massa salarial, a reduo das taxas de desemprego acompanhada de um processo de formalizao das relaes trabalhistas e uma melhor distribuio da renda do trabalho revelam uma combinao mais propcia ao desenvolvimento com incluso social.No Distrito Federal, o mercado de trabalho acompanhou, em maior ou menor medida, a depender do aspecto analisado, as mudanas recentes do mercado de trabalho e da economia brasileira. Entre 1992e1999,decada100pessoascue|rdressararraPEA,aprox|radarerle15olzerarra condiodedesempregado.Comisso,ataxadedesempregoaumentoude15,4%em1992para 22,1% sete anos mais tarde, ao passo que a participao dos ocupados na PEA declinou 6,7 pontos percentuais nesse mesmo intervalo de tempo (Tabela 01).Analisandoocomportamentodaocupao,observa-sequedecada100postosdetrabalho geradosnoDistritoFederalentre1992e1999,aproximadamente71eramassalariados,oque raolo|sulc|erleparasuslerlaraparl|c|paaodeslecorl|rderledorercadodelraoa||oraPEA. Interessantenotaraindaqueoritmodecrescimentodotrabalhoporconta-prpria(1,8%),inferior aoaumentodaPEA(3,8%)edaocupao(2,6%),implicounareduodaparticipaorelativa destaformadeinseroprodutiva,tantonaPEAquantonouniversodostrabalhadoresocupados (Tabela 01). Este movimento pode ser visto como uma peculiaridade do mercado de trabalho local, uma vez que foi justamente o trabalho por conta prpria, aliado ao trabalho domstico e ao emprego sem carteira assinada, que ajudaram a evitar que o desemprego alcanasse propores ainda mais alarmantes no Brasil dos anos 19903.3BALTAR,P.Estruturaeconmicaeempregourbanonadcadade1990.In:PRONI,M.W.;HENRIQUE,W.(Orgs.).Trabalho,mercadoe sociedade: o Brasil nos anos 90. So Paulo: Editora Unesp; Campinas: Instituto de Economia da Unicamp, 2003.Trabalho na Capital37Dentre os assalariados, constata-se que, no Distrito Federal, entre 1992 e 1999, o setor privado registrou um ritmo de crescimento da ocupao mais acelerado do que o setor pblico: 4,1% contra 1,3%, respectivamente. Ainda assim, o peso do emprego pblico na PEA do Distrito Federal era de 22,6%em1999,umpercentualquepodeserconsideradoelevadoquandocomparadosdemais regiesmetropolitanasbrasileiraspesquisadaspelaPED4. Atendo-seaosetorprivado,observa-se que o crescimento do emprego sem registro em carteira foi superior ao do emprego com registro (4,7% e3,9%,respectivamente).Noobstante,nointervalodetempoanalisado,decada100empregos criados no setor privado, em mdia, 75 possuam registro em carteira, ao passo que 25 trabalhavam margem da legislao trabalhista vigente no pas (Tabela 01).4 De acordo com a PED, em 1999, o peso do emprego pblico, comparativamente PEA, nas regies metropolitanas era de 10,4% em Belo Horizonte; 9,7% em Porto Alegre; 10,5% em Recife; 11,1% em Salvador e 6,9% em So Paulo.ITENS 1992 1999VARIAO ABSOLUTAANUALVARIAO RELATIVAANUALPEA733.181(100%)952.644(100%)31.352 3,8%PEA OCUPADA 84,6% 77,9% 17.388 2,6%CONTA PRPRIA 11,9% 10,4% 1.626 1,8%DOMSTICOS 10,0% 9,0% 1.853 2,4%OUTRAS POSIES 6,9% 6,5% 1.600 2,9%ASSALARIADOSetor PrivadoCom RegistroSem RegistroSetor Pblico55,8%28,9%22,7%6,2%26,8%52,0%29,4%22,8%6,6%22,6%12.3139.7357.2722.4632.6622,8%4,1%3,9%4,7%1,3%DESEMPREGADO 15,4% 22,1% 13.964 9,3%Fonte: PED-DF Convnio STRAB-GDF, SEADE-SP e DIEESE.Obs.: quaisquer pequenas diferenas nos dados apresentados devem-se a arredontamentos.Tabela 1Distrito Federal: evoluo da populao economicamente ativa, da condio de ocupao e do desemprego entre 1992 e 1999Trabalho na Capital38Jnoperodoentre1999e2008,emoposioaoperodoanterior,omercadodetrabalhodo Distrito Federal apresentou sinais de recuperao sob vrios aspectos, acompanhando as mudanas vividaspelaeconomiabrasileira.Emprimeirolugar,cabedestacarquedecada100pessoasque ingressaram no mercado de trabalho no perodo em tela, 97 conseguiram alguma ocupao e somente 3lcarardeserpredadas. Ass|rserdo,orive|deocupaaoealaxadedeserpredo,er2008, atingiram, respectivamente, 83,4% e 16,6%. Vale lembrar que, em 1999, o nvel de ocupao era de quase 78% e a taxa de desemprego situava-se ao redor de 22% (Tabela 02).Em termos qualitativos, o mercado de trabalho local apresentou sinais contraditrios entre 1999 e 2008. 3e, de ur |ado, o erpredo assa|ar|ado cresceu de lorra ra|s ace|erada do cue o ver|lcado ro perodo precedente (4,9% contra 2,8%, respectivamente), com destaque para os contratos de trabalho comregistroemcarteira(7,3%),poroutrolado,oassalariamentosemoamparodaleicontinuou crescendoemritmoelevado(5,3%),almdotrabalhoporcontaprpriaterexperimentadouma expanso ainda mais rpida (6,5%) (Tabela 02).Nesse perodo, o crescimento do emprego pblico foi um pouco superior ao registrado entre 1992 e 1999, sendo o setor privado, de longe, o principal responsvel pela gerao de postos de trabalho assalariados no Distrito Federal entre 1999 e 2008 (Tabela 02).ITENS 1999 2008VARIAO ABSOLUTAANUALVARIAO RELATIVAANUALPEA952.644(100%)1.341.078(100%)43.159 3,9%PEA OCUPADA 77,9% 83,4% 41.862 4,7%CONTA PRPRIA 10,4% 13,0% 8.427 6,5%DOMSTICOS 9,0% 7,6% 1.714 1,8%OUTRAS POSIES 6,5% 6,1% 2,199 3,1%ASSALARIADOSetor PrivadoCom RegistroSem RegistroSetor Pblico52,0%29,4%22,8%6,6%22,6%56,8%38,1%30,6%7,5%18,7%29.52325.58921.4334.1563.9284,9%6,9%7,3%5,3%1,7%DESEMPREGADO 22,1% 16,6% 1.279 0,6%Fonte: PED-DF Convnio STRAB-GDF, SEADE-SP e DIEESE.Obs.: quaisquer pequenas diferenas nos dados apresentados devem-se a arredontamentos.Tabela 2Distrito Federal: evoluo da populao economicamente ativa, da condio de ocupao e do desemprego entre 1999 e 2008Trabalho na Capital39AmenordependnciadomercadodetrabalhodoDistritoFederalemrelaoaosetorpblico pode ser atestada ainda pela anlise das informaes apresentadas nas tabelas 03 e 04. Nelas, v-se que, apesar de o setor pblico ostentar nos dois perodos analisados uma taxa de crescimento da ocupao positiva, esta vem ocorrendo de forma relativamente estvel e sempre abaixo do ritmo de crescimento da PEA ocupada. Entre 1992 e 1999, a administrao pblica no Distrito Federal reduziu a sua participao na ocupao de 20,2% para 19,5%. No perodo subsequente, a queda foi ainda mais expressiva, alcanando em 2008 o patamar de 16,1%. No obstante, a administrao pblica, ao lado do comrcio, o segundo maior empregador do Distrito Federal, atrs somente do setor de servios e bem frente da indstria e da construo civil.Como sabido, o cenrio econmico dos anos 1990 foi bastante desfavorvel para a produo e o emprego uma vez que dois dos principais preos da economia a taxa de juros e de cmbio prejudicaram a expanso do crdito (e, consequentemente, dos investimentos) e das exportaes e, portanto, o crescimento econmico. Nesse contexto, natural que a indstria, a construo civil e o comrcio tenham registrado uma retrao relativa no nmero de postos de trabalho na dcada passada. Aconstruocivil,emparticular,contabilizouumareduoemtermosabsolutosnocontingentede trabalhadores ligados ao setor (Tabela 03). A desvalorizao cambial e a trajetria descendente das taxas de juros bsica da economia (SELIC) iniciada em meados de 2003 deram novos estmulos a estes setores que, acompanhado do crescimento da massa salarial, puderam voltar a ampliar a oferta de postos de trabalho (Tabela 04).Comrelaoaosetordeservios,percebe-sequesuaimportnciacomooprincipalsetorda atividade econmica em termos de absoro de mo-de-obra consolidou-se ao longo dos anos 1990 e dos 2000. Somente na presente dcada, de cada 100 ocupaes geradas, cerca de 60 foram neste setor.Assim sendo, percebe-se que o mercado de trabalho do Distrito Federal ainda encontra-se muito dependente do setor de servios, da administrao pblica e do comrcio, enquanto a construo civil e a indstria de transformao possuem uma importncia secundria. O fato que as mudanas em curso desde a dcada passada pouco contriburam para alterar esse quadro.Trabalho na Capital40ITENS 1992 1999VARIAO ABSOLUTAANUALVARIAO RELATIVAANUALPEA OCUPADA620.524(100%)742.239(100%)17.338 2,6%INDSTRIA 4,3% 3,9% 392 1,4%CONSTRUO CIVIL 5,5% 4,1% -587 -1,8%COMRCIO 15,0% 14,5% 2.067 2,1%SERVIOS 53,7% 57,2% 13.032 3,5%ADMINSTRAO PBLICA 20,2% 19,5% 2.776 2,1%OUTROS SETORES 1,4% 0,9% -291 -3,9%Fonte: PED-DF Convnio STRAB-GDF, SEADE-SP e DIEESE.Obs.: quaisquer pequenas diferenas nos dados apresentados devem-se a arredontamentos.ITENS 1999 2008VARIAO ABSOLUTAANUALVARIAO RELATIVAANUALPEA OCUPADA742.239(100%)1.118.998(100%)41.862 4,7%INDSTRIA 3,9% 4,1% 1.900 5,2%CONSTRUO CIVIL 4,1% 4,5% 2.278 5,9%COMRCIO 14,5% 16,0% 7.984 5,8%SERVIOS 57,2% 57,2% 13.032 3,5%ADMINSTRAO PBLICA 19,5% 16,1% 4.000 2,5%OUTROS SETORES 0,9% 1,1% 682 7,8%Fonte: PED-DF Convnio STRAB-GDF, SEADE-SP e DIEESE.Obs.: quaisquer pequenas diferenas nos dados apresentados devem-se a arredontamentos.Tabela 3Distrito Federal: evoluo daocupao segundo setor de atividade entre 1992 e 1999Tabela 4Distrito Federal: evoluo da ocupao segundo setor de atividade entre1999 a 2008Trabalho na Capital41Da anlise do comportamento dos servios, constata-se que, entre 1992 e 1999, o crescimento do setor foi sustentado, principalmente, pelos servios comunitrios (9,2%), especializados (8,0%) e pessoais(7,9%),muitoemboraosserviosdomsticosaindatenhampermanecidocomoprincipal empregador do setor: 2 em cada 10 ocupados nos servios exerciam, em 1999, atividades domsticas (Tabela 05).Por outro lado, no perodo em tela, tanto o segmento de reparao (-329, por ano), quanto o ramo creditcio(-67,porano),assinalaramumasupresso,emtermosabsolutos,depostosdetrabalho (Tabela 05).ITENS 1992 1999VARIAO ABSOLUTAANUALVARIAO RELATIVAANUALOCUPADOS NOS SERVIOS333.058(100%)424.279(100%)13.032 3,5%OFICINA 3,6% 3,2% 242 1,9%REPARAO 10,6% 7,8% -329 -1,0%TRANSPORTES 6,8% 5,8% 273 1,2%ESPECIALIZADO 5,2% 7,1% 1.790 8,0%CREDITCIO 6,1% 4,7% -67 -0,3%ALIMENTAO 7,9% 8,5% 1.400 4,6%EDUCAO 12,2% 12,9% 1.989 4,3%SADE 7,8% 8,5% 1.450 4,8%AUXILIARES 2,8% 3,3% 701 6,3%SERVIOS DOMSTICOS 22,0% 20,3% 1.850 2,4%SERVIOS PESSOAIS 2,6% 3,5% 866 7,9%SERVIOS COMUNITRIOS 2,9% 4,2% 1.157 9,2%OUTROS SERVIOS (1)9,5% 10,3% 1.713 4,7%Fonte: PED-DF Convnio STRAB-GDF, SEADE-SP e DIEESE.Nota:(1) servios de comunicao; diverses; radiodifuso e televiso; comrcio e adm. de valores imobilirios e de imveis; servios de utilidade pblica; e outros servios.Obs.: quaisquer pequenas diferenas nos dados apresentados devem-se a arredontamentos.Tabela 5Distrito Federal: evoluo da ocupao segundo setor de atividade de servios entre1992 e 1999 Trabalho na Capital42Entre1999e2008,porsuavez,osetordeservioscresceudeformaaindamaisexpressiva: 4,8% contra 3,5% do perodo anterior. Tal crescimento alicerou-se, fundamentalmente, na excelente performance dos servios auxiliares (17,8%), nos servios pessoais (9,4%) e, em menor medida, no ramo alimentcio (5,6%) e no agregado outros servios (5,5%). Juntos, estes setores responderam por 52 de cada 100 postos de trabalho criados nos servios. Na outra ponta, apresentaram crescimentos bem mais modestos os servios domsticos (1,8%), reparao (2,7%) e transportes (2,7%).ITENS 1999 2008VARIAO ABSOLUTAANUALVARIAO RELATIVAANUALOCUPADOS NOS SERVIOS424.279(100%)649.314(100%)25.004 4,8%OFICINA 3,2% 3,2% 796 4,8%REPARAO 7,8% 6,5% 1.009 4,8%TRANSPORTES 5,8% 4,8% 722 2,7%ESPECIALIZADO 7,1% 6,9% 1.685 4,7%CREDITCIO 4,7% 4,7% 1.190 4,9%ALIMENTAO 8,5% 9,1% 2.539 5,6%EDUCAO 12,9% 11,5% 2.224 3,5%SADE 8,5% 8,5% 2.106 4,8%AUXILIARES 3,3% 9,5% 5.312 17,8%SERVIOS DOMSTICOS 20,3% 15,6% 1.714 1,8%SERVIOS PESSOAIS 3,5% 5,1% 2.019 9,4%SERVIOS COMUNITRIOS 4,2% 3,6% 662 3,3%OUTROS SERVIOS (1)10,3% 10,9% 3.026 5,5%Fonte: PED-DF Convnio STRAB-GDF, SEADE-SP e DIEESE.Nota:(1) servios de comunicao; diverses; radiodifuso e televiso; comrcio e adm. de valores imobilirios e de imveis; servios de utilidade pblica; e outros servios.Obs.: quaisquer pequenas diferenas nos dados apresentados devem-se a arredontamentos.Tabela 6Distrito Federal: evoluo da ocupao segundo setor de atividade de servios entre 1999 a 2008 Trabalho na Capital43OssalriosnomercadodetrabalhodoDistritoFederalacompanharamatendncianacional. Primeiramente, percebe-se que a estabilizao dos preos a partir de meados de 1994 trouxe consigo benefciossalariaisnodesprezveisparaoconjuntodostrabalhadores.Entre1992e1995,por exemplo,osocupadoscontabilizaramumaexpansodosrendimentosdeaproximadamente7,4% ac|ra da |rlaao, sa|rdo de RS 1.99 para RS 1.821. Nesse resro |rlerva|o de lerpo, o pr|rc|pa| destaque foi a ampliao do poder de compra dos trabalhadores autnomos, com um ganho real de quase 25,0% (Tabela 07).Entretanto, a evoluo real dos rendimentos na segunda metade da dcada passada apresentou resu|lados d|arelra|rerle oposlos ao ver|lcado erlre 1992 e 1995. A rarulerao das laxas de juros entre as maiores do mundo combinada com uma sobrevalorizao da moeda nacional, entre outros fatores,minaramacapacidadedeinvestimentoprivadofazendocomqueastaxasdedesemprego exp|od|sser.Noselorpuo||co,oerorreeslorolsca|corv|slasaro|aderdadiv|dapuo||ca, alimentadopelasexorbitantestaxasdejuros,tambmdeixoupoucamargemdemanobraparaa ampliao dos investimentos pblicos.A|r d|sso, a ausrc|a de ura po|il|ca de e|evaao dos sa|r|os de oase da ecoror|a d|lcu|lou sobremaneiraoprocessodeexpansodossalriosnaeconomiabrasileiraeacentuouaindamais aconcentraoderenda.Nadefensiva,omovimentosindicalviuseupoderdebarganhareduzido s|dr|lcal|varerle.Ao lra| da dcada passada, o resu|lado, porlarlo, rao poder|a ler s|do oulro: er lerros rea|s, os rendimentos dos ocupados registraram um recuo superior a 5,0%, atingindo, em 2000, o patamar de R$ 1.729. No mesmo sentido, os assalariados contabilizaram um decrscimo dos rendimentos em cuase 10, relel|rdo a cueda ver|lcada larlo ro selor pr|vado cuarlo ro selor puo||co. No erlarlo, os trabalhadores autnomos foram os mais prejudicados, assinalando, no ano 2000, um rendimento mdio real quase 20,0% inferior ao vigente em 1995 (Tabela 07).A tabela 07 mostra ainda que a tendncia baixista dos salrios no Distrito Federal aprofundou-se entre2000e2003. Apartirda,norastrodeumcrescimentoeconmicomaisrobusto,comojfoi rerc|orado arler|orrerle, os sa|r|os vo|lar a corlao|||zar laxas de cresc|rerlo super|or a |rlaao. Entre 2003 e 2008, o rendimento mdio real dos ocupados aumenta aproximadamente 16,4% e dos assa|ar|ados, 18,Z. Nesse u|l|ro caso, o cresc|rerlo ra|s express|vo lcou por corla do rerd|rerlo dos trabalhadores do setor pblico (43,4%), uma vez que o rendimento no setor privado apresentou umaelevaobemmaismodesta(8,8%).Osautnomos,porseuturno,registraramem2008um rerd|rerlo rd|o er lerros rea|s 10, super|or ao ver|lcado er 2003 |Taoe|a 0Z).Interessantenotar,entretanto,quearecuperaorecentedossalriosnomercadodetrabalho do 0|slr|lo Federa| rao lo| o sulc|erle para relorrar ao palarar sa|ar|a| v|derle er 1995, excelo ro caso dos trabalhadores do setor pblico. A ttulo ilustrativo, cabe citar que o rendimento mdio real dos ocupados er 2008 represerlava cerca de 95,0 dacue|e ver|lcado er 1995 |Taoe|a 0Z).Trabalho na Capital44 Guisa de Concluso: Uma Proposta de Agenda Futura de PesquisasOmercadodetrabalhonoDistritoFederalsedistinguedasdemaisRegiesMetropolitanas brasileiraspesquisadaspelaPesquisadeEmpregoeDesempregoPEDdevidoasuaestrutura ocupac|ora|, cue apreserla espec|lc|dades d|dras de rolas, derlre e|as: ura parl|c|paao s|dr|lcal|va da administrao pblica na ocupao total, uma expressiva concentrao de renda entre setores de atividade e regies administrativas e uma dinmica ocupacional determinada pelo setor de servios, imprimindo caractersticas tpicas das chamadas economias terciarizadas.Nesse sentido, cumpre investigar com mais profundidade, nas pesquisas a serem realizadas nos prximos anos, os seguintes aspectos do mercado de trabalho local:MULHERES - Desde 1992, quando se iniciou a PED no Distrito Federal, o mercado de trabalho passouporgrandestransformaes,decorrentes,principalmente,dafortepresenadasmulheres, cuja laxa de parl|c|paao cresceu a ur r|lro ru|lo super|or ao ver|lcado para os |orers. A ra|or participao das mulheres no mercado de trabalho pode estar associada a vrios fatores, dentre eles a cueda do rerd|rerlo lar|||ar e ao prpr|o perl| do rercado de lraoa||o do 0F, ro cua| se corslala a reduzida participao da indstria de transformao, alm da maior escolaridade da mo de obra femininaemrelaoadeoutrasmetrpolesbrasileiras5.Erlerderoslalorescue|rluerc|aresse comportamentoeasimplicaessobreademandaporserviospblicospareceserdeextrema importncia para os formuladores de polticas locais.5 MARQUES, L. A. e IBARRA, A. O mercado de trabalho no DF entre 1992 e 2004. Revista de Conjuntura. CORECON DF, ano VI, n. 21, Jan-Mar de 2005. P. 11 a 16.R$POSIO NA OCUPAOANO1992 1995 2000 2003 2008OCUPADOS 1.669 1.824 1.729 1.485 1.729ASSALARIADOSSetor PrivadoSetor Pblico1.9971.0952.9622.1161.1283.2141.9081.0693.0391.6759242.8931.9881.0054.150AUTNOMOS 980 1.222 983 796 880Fonte: PED-DF Convnio STRAB-GDF, SEADE-SP e DIEESE.Nota:(1) Em reais. Valores atualizados at novembro/08.Tabela 7Distrito Federal: rendimento(1)mdio real por posio na ocupao nos perodos de selecionados entre 1992 a 2008Trabalho na Capital45ADMINISTRAO PBLICA Entre 1992 e 2004 o forte ajuste sobre o setor pblico provocou umasensvelreduodaparticipaodaadministraopblicanaocupaototal.Jnosanos sedu|rles|ouveur|rcrererlodoerpredo,|rsulc|erle,erlrelarlo,pararecuperarsuapos|ao anterior na estrutura ocupacional. Contudo, o rendimento real da administrao pblica cresceu a taxas superiores s da iniciativa privada implicando em um fortalecimento da massa salarial responsvel por grandepartedadinamizaorecentedaeconomiadoDistritoFederal.Portanto,medianteestudos comparativos com estruturas ocupacionais distintas, h que se buscar entender melhor os impactos decorrentesdasmedidasdepolticaeconmicaassociadasconjunturaeconmica,notadamente aspo|il|casdecrd|lo|espec|a|rerleocors|drado),lsca|serorelr|as,cors|derardo-seas caractersticas do emprego e da negociao coletiva na administrao pblica. TRABALHADORESPORCONTA-PRPRIAOcomportamentodonveldeempregodos trabalhadoresporconta-prpriapareceserpr-ccliconocontextodomercadodetrabalhodistrital. lsso s|dr|lca d|zer cue, ro periodo de desace|eraao ecorr|ca da dcada de 90, a evo|uao dessas ocupaesfoitmidaenochegouacompensaradecadadoempregoformal,implicandoem maior desemprego para os trabalhadores brasilienses. Em sentido contrrio, a partir da recuperao observadadosanos2000,oritmodecrescimentodoempregodosautnomospassatambma seacelerar,oquepodeestarassociadoaoincrementodaterceirizaoemaiornecessidadede contratao dos servios de trabalhadores por conta-prpria pelas empresas. Esse fato, que parece paradoxalcomasanlisesrealizadasparaasdemaisregiesmetropolitanasdoPas,decrucial interesseparaoaprofundamentodoentendimentoacercadascaractersticasedadinmicado mercado de trabalho local.DESIGUALDADEDERENDIMENTOS Asprincipaisinformaesestatsticassobremercado detrabalhomostramqueoDistritoFederalostentaapiordistribuioderendadopas.Comose produziram e se reproduzem essas desigualdades ao longo do tempo constitui um importante tema para estudos futuros.OUTROS TEMAS: desemprego juvenil, questo racial e discriminao no mercado de trabalho, informalidade e precariedade (emprego em setores de baixa produtividade, reconhecida instabilidade laboral,baixasremuneraesefaltadeacessoseguridadesocial).Segundoasestatsticas conhecidas, nas regies metropolitanas, pelo menos 40% dos ocupados trabalham por conta prpria, no servio domstico ou em micro e pequenas empresas de baixa produtividade e renda - problemas estruturaisdoPasqueexigemumaprofundamentoanaltico