Jornal Novembro 2010

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ANO XXIX- Nº. 338 Mês de Outubro de 2010 O CONCELHO DE VILA VELHA DE RÓDÃO PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS Castelo Branco TAXA PAGA Redacção: Avª. Almirante Reis, Nº. 256 - 1º. esqº. 1000-058 LISBOA - [email protected] - www.ccvvrodao.no.sapo.pt - Telem. 967 018 215 - NIB: 003500630008193433011 Publica-se na última semana de cada mês Mensário Regionalista Fundador: DOMINGOS ALVES DIAS Director JOSÉ FAIA P. CORREIA Registo de Imprensa - Nº 108771 Depósito Legal Nº. 4032/84 29 Anos ao serviço do nosso Concelho Número Avulso: 0,80 VILA VELHA DE RÓDÃO Ministra da Educação inaugura Biblioteca Municipal N o próximo dia 1 de Dezembro, vai ser inaugurada, em Vila Velha de Ródão, a Biblioteca Municipal José Baptista Martins. Trata-se de um edifício de três pisos, que integra a Rede Nacional de Bibliotecas Públicas, e faz empréstimo domiciliário de documentos em vários suportes, acções de formação em TIC’s e línguas estrangeiras, feiras do livro, palestras, apresentação de livros, ateliers didácticos infantis, e promoção da leitura. O GAFOZ comemorou 44 anos Mais de 200 associados e amigos aderiram ao tradicional convívio de aniversario, e prestaram homenagem ao homem que ao longo dos anos tem sido a alma da associação e obreiro principal da sua obra emblemática, além de todo o seu esforço e acção em benefício da sua aldeia e conterrâneos: Octávio Sotana Catarino. HOMENAGEM AO COMBATENTE MAX MINE O ANTIGO DFE 12 GRITOU PRESENTE EM FRATEL O antigo Destacamento de Fuzileiros Especiais nº 12, que esteve em serviço na Guiné, entre Janeiro de 1970 e Dezembro de 1971, prestou, no passado domingo, 24 de Outubro, no Fratel, Vila Velha de Ródão, homenagem ao marinheiro telegrafista fuzileiro especial Ulisses Pereira Correia, por ocasião do 40º aniversário da sua morte em combate no Sambuiá, naquela antiga província portuguesa. Pág.3 Pág. 7 MAGUSTO 2010 da Casa do Concelho de Vila Velha de Ródão “Um salutar convívio e um “matar” saudades entre conterrâneos e amigos de longa data” Últ. Pág. “Aquele abraço” da Dr.ª Maria do Carmo Sequeira Editorial Pág. 2 Pág. 10 A propósito da Cimeira da NATO em Lisboa - Importância de outra cimeira em 1952 - Santa Casa da Misericórdia reuniu em Assembleia Geral Pág. 4 Cartas ao Director

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Jornal do Concelho de Vila Velha de Ródão, Fratel

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Page 1: Jornal Novembro 2010

ANO XXIX- Nº. 338 Mês de Outubro de 2010

O CONCELHO DEVILA VELHA DE RÓDÃO

PUBLICAÇÕESPERIÓDICAS

Castelo BrancoTAXA PAGA

Redacção: Avª. Almirante Reis, Nº. 256 - 1º. esqº. 1000-058 LISBOA - [email protected] - www.ccvvrodao.no.sapo.pt - Telem. 967 018 215 - NIB: 003500630008193433011

Publica-se na última semana de cada mês

Mensário RegionalistaFundador: DOMINGOS ALVES DIAS

DirectorJOSÉ FAIA P. CORREIA

Registo de Imprensa - Nº 108771 Depósito Legal Nº. 4032/84

29 Anos ao serviço do nosso Concelho

Número Avulso: 0,80

VILA VELHA DE RÓDÃO

Ministra da Educaçãoinaugura

Biblioteca MunicipalNo próximo dia 1 de Dezembro, vai ser inaugurada, em Vila Velha de Ródão, a Biblioteca Municipal José Baptista Martins. Trata-se de um

edifício de três pisos, que integra a Rede Nacional de Bibliotecas Públicas, e faz empréstimo domiciliário de documentos em váriossuportes, acções de formação em TIC’s e línguas estrangeiras, feiras do livro, palestras, apresentação de livros, ateliers didácticos infantis, epromoção da leitura.

O GAFOZcomemorou 44 anos

Mais de 200 associados e amigos aderiram ao tradicional convívio deaniversario, e prestaram homenagem ao homem que ao longo dosanos tem sido a alma da associação e obreiro principal da sua obraemblemática, além de todo o seu esforço e acção em benefício da suaaldeia e conterrâneos: Octávio Sotana Catarino.

HOMENAGEM

AO COMBATENTE MAX MINE

O ANTIGO DFE 12 GRITOUPRESENTE EM FRATEL

O antigo Destacamento de Fuzileiros Especiais nº 12, que esteveem serviço na Guiné, entre Janeiro de 1970 e Dezembro de

1971, prestou, no passado domingo, 24 de Outubro, no Fratel, VilaVelha de Ródão, homenagem ao marinheiro telegrafista fuzileiroespecial Ulisses Pereira Correia, por ocasião do 40º aniversário dasua morte em combate no Sambuiá, naquela antiga provínciaportuguesa.

Pág.3

Pág. 7

MAGUSTO 2010da Casa do Concelho de

Vila Velha de Ródão“Um salutar convívio e um “matar” saudadesentre conterrâneos e amigos de longa data”

Últ. Pág.

“Aquele abraço” da Dr.ª Maria do Carmo Sequeira

EditorialPág. 2

Pág. 10

A propósito daCimeira da NATO em Lisboa- Importância de outra cimeira em 1952 -

Santa Casa da Misericórdiareuniu em Assembleia Geral

Pág. 4

Cartas ao Director

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NOVEMBRO DE 2010O CONCELHO DE VILA VELHA DE RÓDÃO2

"O CONCELHO DE VILA VELHA DE RÓDÃO"Propriedade e editor: Casa do Concelho de Vila Velha de RódãoNº Registo Pessoa Colectiva: 502 377 003 - Registo de Imprensa: Nº108771 - Depósito Legal: Nº. 4032/84Director: José Faia P. Correia ([email protected]) - Presidente da Direcção da Casa do Concelho: Elísio Carmona ([email protected])Composição: João Luis Gonçalves Silva ([email protected]). Impressão: Jornal Reconquista - Castelo BrancoColaboradores: Alexandra Fernandes, Ângelo M. Duarte Ribeiro, Ana Martins Camilo, António Fernando Martins, António Silveira Catana, Elísio Carmona,Emílio B. Pereira Costa, Fabião Baptista, Joaquim Dias Caratão, Jorge Manuel Cardoso, José Carlos Belo, José Emílio Ribeiro, Luis Ribeiro Pires Correia,Manuel Antunes Marques, Mendes Serrasqueiro, Mónica Santo, e O. Sotana Catarino.Sede, Redacção e Administração: Av. Almirante Reis, 256 - 1º. Esqº. - 1000-058 LISBOA - Tel.: 218 494 565N.B. - Toda a correspondência deverá ser enviada para a redacção. As opiniões expressas nos textos publicados em "O Concelho de Vila Velha deRódão" apenas reflectem os pontos de vista dos seus autores. Assinatura anual:• Território nacional - 8,5 € •Estrangeiro -11 € - Tiragem mensal: 1 500 ex.

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EditorialE sta coisa de aprender até

morrer, é bem verdade. Somosmelhores em ditos do que em feitos,mas isso é pauta para outra música.

O que eu quero agora frisar éque no paraíso também há escola,no paraíso também se aprende, noparaíso também aparecem por láprofessores.

Nos meus tempos de estudante,para dizer a verdade, nunca fuimuito aplicado, diria mesmo quefui um cábula de primeira,entregando-me mais aos prazeresda vida que aos deveres do estudo.Mas está feito, está feito, não sepode voltar atrás.

Ai se a vida pudesse voltaratrás!

O meu vizinho no paraíso éhomem experiente, maduro, comuma vivência rica, começada detenra idade, no tempo em quetrabalhar era honra, e uma escolade vida, longe dos tempos em queo trabalho infantil é crime, o que ébom é ter os meninos entretidos nainternet, fechados em salas com arcondicionado.

De tenra idade lá ia ele, atrásdo pai ou do avô, ajudar nas lidesdo campo por montes e vales, aofrio dos dias de Inverno, ou suandosob os raios tórridos do sol deVerão.

Porque os diversos afazeres no

Exmo. Sr. Director,No editorial do último número donosso jornal apela-se para que “...todos os assinantes e leitores...colaborem mais connosco...sugerindo alterações e propondonovos conteúdos... “Dentro deste enunciado permito-me fazer um comentário eapresentar uma sugestão.Mas antes quero realçar, comagrado, o empenho e dedicação detodos aqueles que fazem com queo jornal exista.E vamos ao caso.Nós vemos no jornal elogios aotrabalho desenvolvido pela CâmaraMunicipal (algumas vezes até comum certo exagero).E se é verdade que esse trabalho é

paraíso pedem amiudadamente anossa presença, começámos adeslocar-nos em conjunto. Comoseria natural, durante o trajectofalamos dos mais variados temas,muitas vezes ao sabor da notícia domomento, mas o que mais mecativa nas nossas conversas é odesfiar das vivências do meuamigo.

Nasceu nos Cunqueiros, aldeiado meu concelho mas foi criado naIsna, uma aldeia próxima, maspertencente ao conselho de Oleiros,onde abundam castanheiros,habitada por gente que se dedicava,em especial, à agricultura. E éatravés desta vertente que muitasvezes se desenrola a nossaconversa, com o desfiar dememórias de tempos antigos, feitade uma forma cativante, para umaluno atento e interessado.

Agora ando na aprendizagem da

apanha da castanha; já sei que a demelhor qualidade, em calibre e sabor,é a Longal, pese embora cadaouriço, de um modo geral, apenasseja portador de uma única castanha.As que nada têm para comer, quegeralmente aparecem dos lados dado meio chamam-se Fanecas, as quevão caindo de maduras com osouriços ainda dependurados naárvore denominam-se de Lampeiras.

Tudo tem ciência, até na apanha,pois primeiro apanham-se as queestão no chão, retirando as que estãonos ouriços com a ajuda de um paucom uma moca na ponta a que sechama “Britão”. Depois se quiserapanhar mais, pode com ajuda deuma vara ir tombando os ouriçosque estiverem mais maduros,fazendo a mesma operação, de fortepancada, com o tal britão que farásaltar as castanhas.

Vão-se apanhando por fases,conforme a maturação, até sechegar às últimas, ao que se chama“escouçar o castanheiro”, ficandoeste, depois, à mercê daqueles queacham que vale a pena ainda darpor lá uma volta “ao rabusco”…

Alto, ainda não aprendeu tudo,pois não pense em pôr já ascastanhas no assador, nada disso,primeiro vão estar uns dias emrepouso para perderem um poucodaquela humidade que trazem e

apurar o sabor, só depois estarãoprontas para irem para o lume ou paraa panela.

Sim, sim eu disse panela, porquecastanha pilada cozida também é umpetisco, para já não falar numa sopaou como acompanhamento de carnes.

Aprendeu? Claro que é mais fácilir ao supermercado e comprá-las, masnão é a mesma coisa.

Coisas que o meu vizinho sabe.Já me explicou com que peças secompõe um carro de bois, mas aminha cabeça não deu para fixartudo, tenho de o apanhar bem-disposto para ver se consigoaprender isso, mas deixo-o comoutra que aprendi estes dias: Seprecisar arranjar um cabo para umaferramenta, opte pela madeira defreixo, pode não durar tanto como ade oliveira, ou não ser tão fácil dearranjar como a de eucalipto, mas émuito melhor para os braços, poisnão transmite tanta vibração.

Por hoje chega, já aprendeualguma coisa, ponha-se a trabalharque o país bem precisa do seutrabalho, nem que seja para alguns,poucos, gozar com o nosso dinheiro.

Ficamos por aqui. No paraíso aazeitona está na fase de maturação,na adega o vinho está a compor, ascastanhas estão apanhadas, vamos aelas que é hora do São Martinho…

bastante positivo e que o concelhoprogride e se desenvolve a olhosvistos, também é verdade que muitacoisa deixa de ser feita, estagna ese queda no esquecimento dos anos,parecendo receosa de ser realizada.Mas será altura de, também eu,enaltecer aqui o dinamismo danossa simpática presidente (que eubastante considero) na cúpula deuma equipa que, não sendo todaboa, é bastante positiva no seudesempenho.O jornal deve apontar os erros dequem governa e sobretudo chamara atenção das coisas que vãoficando por fazer. E não é isso queacontece.Até o meu particular amigo MendesSerrasqueiro, na sua habitual e

sempre bem elaborada crónicanoticiosa, deixou de anotar um casoou outro a precisar de solução parasó fazer coro das coisas boas quefelizmente vão acontecendo noconcelho.E a minha sugestão é a seguinte.Há que criar no jornal um“contraditório” àqueles elogiosmesmo merecidos. Alguém que,sem ser com o espírito de dizer mal,traga a terreiro aquilo que os nossosautarcas vão esquecendo fazer na

nossa terra. E infelizmente não sãoassim tão poucas essas situações.Alguém bem formado que cá viva eacompanhe dia-a-dia o evoluir dosacontecimentos.E assim o jornal deixará de ser, comoàs vezes parece, um orgão da CâmaraMunicipal.Com os melhores cumprimentospara V.ª Ex.ª,

Manuel João Estrela

1. Passados 40 anos sobre a morte emcombate na Guiné, o FuzileiroUlisses Pereira Correia, reuniu à suavolta, no Fratel, o Destacamento aque pertencia, em cerimóniasprofundamente sentidas, na missa eno cemitério. Noutra local, um ex-oficial descreve com notávelrealismo o que foi a homenagem aoUlisses, e, sobretudo, mostra-nos apersonalidade de um jovem quegostava da vida, considerado omelhor de todos eles.

2. Já em pleno funcionamento e comsucesso, a Biblioteca de Vila Velhade Ródão vai ser oficialmenteinaugurada. Estou certo que, naocasião, não deixará de ser evocadoo personagem que foi escolhido paralhe emprestar o nome, no meuentendimento muito acertadamentepor ter sido a figura maisrepresentativa da cultura que atéhoje se conheceu no nosso concelho– o Professor José Baptista Mar-tins.

3. A Casa do Concelho organizou o seutradicional magusto que, mais umavez reuniu em fraternal convívio osnaturais e amigos da nossa terra. ÀDirecção da Casa e, em particular,ao seu Presidente, senhor ElísioCarmona, se ficou a dever mais estainiciativa em prol do nosso Concelho.

4. Portugal vive momentos altos da suapolítica externa com a nomeaçãopara o Conselho de Segurança daONU e com a Cimeira da NATO.Incongruências do destino: cádentro, no presente, a vida dosportugueses é o que se sabe e sentena pele e, quanto ao futuro???...

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NOVEMBRO DE 2010E O CONCELHO DE VILA VELHA DE RÓDÃO 3

OS PORTUGUESESMERECIAM OUTROGOVERNO

Fabião Baptista

Creio bem que não será segredo,para ninguém, que governaruma Nação, uma Câmara ou

uma Junta de Freguesia, não será bema mesma coisa, que gerir um lugar dehortaliça, uma mercearia ou umsimples talho, com a devida vénia paraquem honradamente exerce taisfunções comerciais e de gestão deempresas familiares. A principal egrande diferença destesadministradores, reside no facto de osprimeiros, os governantes de um País,gastarem e gerirem os dinheiros quenão são seus, mas sim do povoanónimo, enquanto que os empresáriosprivados, têm de administrar o seupecúlio, os seus dinheiros. Para alémdisto, os negociantes privados, se nãosouberem orientar, devidamente, o seucomércio, correm risco de insolvência,e de sofrerem todas as nefastasconsequências inerentes a uma mágestão comercial.

Todavia, os gestores públicos, ospolíticos, estão imunes, nunca sendopenalizados por praticarem uma mágestão governativa, uma delapidaçãodos dinheiros públicos. Os Governantespodem esbanjar milhões de Euros nadalhe vindo a acontecer de mau. Não têmde prestar contas a ninguém, dosdinheiros desperdiçados,nomeadamente na compra de carros dosúltimos modelos, em banquetesfaustosos, em viagens desnecessárias,em mordomias de toda a espécie, emrepresentações, em campanhaspublicitárias, por vezes inúteis e comnítida chancela de propagandapartidária.

Certamente, ninguém duvida quegovernar um País, exige para além detalento, saber, capacidade de gestão, terbom senso, sentido de estado, rigor,respeito pelo dinheiro do Povo,equilíbrio orçamental e ser verdadeiroe honesto. Para além destes atributos,um governante, sério e competente, nãodiz hoje uma coisa e amanhã outra, nãoadia decisões de interesse nacional, nãoamesquinha ninguém que lhe sejaopositor, com o único objectivo de seproteger de eventuais contestações; nãopromete este mundo e o outro, quandosabe que pouco do que anuncia podecumprir; não culpa permanentemente,terceiros, da sua má governamentação,dos seus constantes erros ou das suasincompetências; não veste a capa dobom samaritano, nem se arvora emvítima constante e inocente, a fim denão assumir as suas responsabilidadesgovernativas, nem se serve dacomunicação social para se promoverpessoal e politicamente.

No transcorrer deste consuladosocialista, todos quantos estão de boafé, decerto verificaram que o País real,não progrediu, mas sim regrediu,retrocedendo, especialmente nas áreasda saúde, com o fecho de muitasmaternidades e Centros de Saúde. NaJustiça, na segurança das pessoas ebens e no nível de vida que baixouassustadoramente. Para além disto foibem visível a indisciplina que campeianas escolas, a rebeldia que grassa nosector financeiro. Tornou-se tambémbem evidente a protecção que foidispensada aos mais ricos, à banca e aos

mais poderosos, em desfavor dos maiscarenciados e das classes média/baixa doPaís. Foi bem notório, como estão a serpenalizados os funcionários públicos eadministrativos, como tem aumentadoo trabalho precário, assim como o tráfegode droga. Tem sido sintomático e notória,a arrogância e o abuso do Poder, paracamuflar certos desmandos, para nãofalarmos de outras situaçõeslamentáveis, que tanto têm contribuídopara aumentar a despesa do eráriopúblico e para desacreditar o País, aosolhos do mundo...

Agora, com a continuação desteGoverno, à frente do Executivo, nãovislumbramos melhoria de situação. Eisto porque José Sócrates,obstinadamente, continua apostado naconstrução desastrosa do TGV, naedificação de um novo aeroporto, epreocupado em satisfazer todas asclientelas da família socialista. Por tudoisto, não acreditamos que este Governoseja capaz de nos tirar do atoleiroeconómico em que nos colocou, de fazermais e melhor pelo País, até porque nãomostra ter projectos dedesenvolvimento económico, nemestratégia que melhor defenda osinteresses e o futuro dos portugueses.Embora Portugal seja um país onde hápobreza, fome, miséria, construímosdez campos de futebol, de luxo, algunsdos quais estão em vias de seremdemolidos. Perdoámos dívidas decentenas de milhares de contos, apaíses africanos. Distribuímos milharesde Euros, a alguns clubes de futebolprofissional. Desperdiçámos centenasde milhares de Euros, para cobrirdesfalques financeiros em certosBancos, para manter projectos falidos,para custear as despesas de muitasempresas municipais, Fundações quenão servem para nada, parceriaspúblicas, duvidosas, institutospúblicos, que esbanjam centenas demilhares e Euros, para tapar buracosna saúde, na RTP, na TAP, na ex-Expo98... e o mais que nós não sabemos.

Será que Portugal não terágovernantes competentes, zelosos ehonestos?

Num futuro, que se adivinha sermuito breve, os portugueses vão ter,certamente, de pagar tudo isto, vãosofrer as consequências destesdesvarios, dos graves erros cometidospelos actuais governantes, que sãoincapazes de governar o País, emtempos de “vacas magras”.

Perante a actual situação, e aanunciada recessão económica, a curtoprazo, julgamos ter chegado a hora dosportugueses acordarem desteverdadeiro pesadelo. E isto porque osnosso netos e filhos, correm o risco deterem de emigrar, à procura de melhorvida ou então de se deixarem explorare humilhar, no seu próprio país, poraqueles que já hoje controlam a nossaactividade económica e financeira e quese preparam para tomar conta de tudo,com a aquisição da nossa dívidapública. É por tudo isto, leitor amigo,que nós dizemos que Portugal e osportugueses mereciam ter um outroGoverno, onde houvesse competência,responsabilidade, idoneidade e maissentido de Estado.

HOMENAGEM AO COMBATENTE MAX MINE

O ANTIGO DFE 12 GRITOU PRESENTE EM FRATEL

Contin. da 1ª. Pág.

Quando em Março passado, opessoal do antigo DFE 12

comemorou os 40 anos da sua chegada àGuiné, ficou decidido no encontro entãohavido, que, no dia 24 de Outubro,precisamente o dia do passamento doUlisses, que ficou conhecido entre nós,como o “Max Mine”, seria prestadauma homenagem condigna, que não foipossível efectuar anteriormente, emestreita ligação com familiares maispróximos que, entretanto, viemos asaber que existiam e foram contactados,ao longo dos últimos dois/três anos, porvários camaradas da unidade. Foinomeada, então, uma ComissãoOrganizadora, a mesma que levou aefeito o encontro de Março.

O Max morreu, precisamente,num domingo, dia 24, e a homenagemteve lugar, igualmente, num domingo, 40anos depois. Foi o único morto emcombate do DFE 12, no rol de mais demeia centena de refregas guerreiras,algumas de envergadura inusitadas, quea unidade se envolveu ou foi envolvidano Território Operacional da Guiné.Ulisses, na ocasião da sua morte, eramarinheiro e tinha o número 1681/67.(Um destacamento de fuzileirosintegrava, entre o seu pessoal, doismarinheiros telegrafistas, os quais eramindigitados, entre os da sua classe, pelaMarinha de Guerra Portuguesa, parafazerem um curso de fuzileiro especial.Ulisses teve a particularidade de tirar ocurso de FZE, precisamente, com o meucurso de cadetes e oficiais, curso esteque era feito em sintonia com os praças.Foi aqui que o conheci e com ele passeia privar. Estávamos em meados de1969.)

Deste modo, a ComissãoOrganizadora do evento, desde entãoencontrou-se com o seu irmão maisvelho, José, e com um primo, coronelFaia Correia, para procurar “abrircaminho” a um evento que estivesse deacordo com os sentimentos familiares.

Até, porque, para a família, emborajá tivessem decorridos 40 anos, a mortedo “Max Mine” continua fresca na suaconsciência e na sua vida. O pai do MaxMine, que ainda é vivo, aproxima-se dos100 anos.

O Ulisses era o mais novo de umconjunto de cinco irmãos, que estãotodos vivos. Todos eles ficaram muitomarcados pelo desaparecimento doirmão.

Em conjunto, e sempre atendendo àvontade da família, foi-lhes pedido umprograma, que eles elaboraram e nostransmitiram.

Como do programa elaborado,constava uma missa, contactamos o

capelão dos fuzileiros, que noscomunicou que, nesse dia, estaria emmissão religiosa em Fátima, jáestabelecida há tempos, de que era ocoordenador e não poderia faltar. Nessesentido, um nosso camarada solicitou aum antigo capelão militar, que,amavelmente, se prontificou a celebrara missa e, assim nos acompanhou nessee nos restantes actos previstos.

Depois da missa, seguiu-se umaromagem ao cemitério do Fratel, onderepousam os restos mortais do nossoamigo e camarada Max Mine.

Foi uma homenagem comovente emuito sentida, não só por nós, ospresentes do DFE, mas também poralguns antigos fuzileiros e marinheirosque o conheciam e fizeram questão deestar presentes, mas, essencialmente,pela família e por uma parte muitosignificativa da população do Fratel, emparticular com aqueles que com ele maisconviveram.

Ali foi colocada uma lápide, queperpetuará a ligação camaradil do DFE12à memória do falecido até aodesaparecimento do seu últimocombatente, cujos dizeres seassemelhavam a uma lápide que ficouna antiga base naval dos fuzileiros, emGanturé, à entrada do abrigo da secçãoem que ele estava integrado: “ Ao MaxMine/o melhor de todos nós/mortos emcombate em Sambuiá/Ulisses PereiraCorreia/ DFE 12-24/10/70”.A estes actos fez questão de estarpresente, em detrimento de outrassolicitações, o almirante CortesPicciochi.

A missa teve a participação de umcoro feminino local e teve a intervençãonas leituras das passagens dos livrosbíblicos do comandante e do imediatodo DFE 12, respectivamente,comandante Mendes Fernandes e odoutor João Costa Ruas, e do irmão José,do Max Mine.

No cemitério, em nome do antigoDFE 12, falou o sargento-mor JoséMaria Lopes Leal, que foi o últimomembro do Destacamento que seguiu acarreira militar a passar à reserva. Naaltura do falecimento do Max Mine, eragrumete FZE com o nº 860/69.

Leal frisou que a missão da unidadeera, justamente, a acção operacionalofensiva. “O Destacamento deFuzileiros Especiais nº 12 era umaunidade de elite da Marinha de GuerraPortuguesa. E, como unidade especial,que era, desenvolvia acções de guerra deacordo com as directrizes politico-militares da época em que se vivia. Anossa unidade, naquela dia, á semelhançade muitos outros, tinha a dura missão

de perseguir, desalojar e aniquilar osguerrilheiros que combatiam sob a égidedo movimento independentista,PAIGC”.

“Nós sabíamos, estávamos emcombate, e num combate, há sempre doislados”, explicou, precisando: “naqueledia, tratava-se de um numeroso grupode guerrilheiros, muito combativos,excepcionalmente bem armados para aépoca e bem organizados”.

Foi um confronto de gigantes, numlocal mítico, que a guerrilha procuravamanter a todo o custo, pois era zona,quase obrigatória, de cambança dematerial logístico e humano do Senegal– ali tão perto dois a três quilómetros -para o interior do TO. O local era míticopara o pessoal fuzileiro – a estrada deSambuiá, “o cemitério de fuzleiros”. ODFE aguentou um combate, quase corpoa corpo. No final da refrega, do nossolado, registamos uma baixa. O nossoMax Mine. Uma morte chorada porhomens duros, cuja vivência ficou, parasempre, na memória do DFE 12.

Na cerimónia, fez uma pequenaintervenção inicial o então comandantedo DFE 12, capitão de mar-e-guerraMendes Fernandes e o irmão do Ulisses,José, que fez questão de elogiar ocomportamento da Armada para com afamília e o apego que o Max Mine tinhaa Fratel, referido em gravações , feitasna Guiné, e que estão na sua posse.

(Para mim, ainda hoje recordo o argalhofeiro e alegre do Max Mine, queanimava com guitarradas a monotonia ea rotina que, por vezes, pairava sobre onosso quartel, em Ganturé, na margemnorte do rio Cacheu).

A finalizar, transcrevo o comentáriodo então comandante do COP 3 (regiãoonde o DFE 12 estava sedeado sob oseu comando operacional na região queia de Barro ate Guidage na antiga Guinée onde se situava a povoação de Ganturé,perto da qual se deu o combate a 24 deOutubro de 1970) sobre a acçãoexecutada, nesse dia, pelo DFE 12 coma designação “Carpa”, que foi enviadapara o Comandante-Chefe, na altura ogeneral António de Spínola: “Acção bemexecutada. O comportamento dodestacamento e muito especialmenteo do grupo de assalto, comandado pelo2º ten. Ruas, que seguia em 1º escalão,- precisamente onde estava o Max - foide modo a confirmar a opinião já tidapor este comando. Só uma unidadecom elevado espírito deagressividade e grande preparação sepoderia aguentar com tal IN, até àchegada do apoio aéreo”.

Serafim LobatoEx-oficial do DFE 12

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NOVEMBRO DE 2010O CONCELHO DE VILA VELHA DE RÓDÃO4

Mendes SerrasqueiroEcos de Ródão…Santa Casa da Misericórdia

Assembleia Geral da Misericórdia

No Ano da BiodiversidadeUm livrinho que é tributo ao“Sobreiro da Achada”

“Um caso de Amor e Morte”Representação teatralpor idosos da SCM

“Lavanderia Solidária” na Misericórdia de V.V. de RódãoEspalhadas pelo País e pelo Mundo, já são muitas as parcerias sem fins lucrativos, que estão emergindo da sociedade civil,desenvolvendo um conjunto de actividades que abrangem áreas muito pertinentes como o desemprego e a exclusão social.

Realizou-se, dia 13 de Novembro, aAssembleia Geral da Santa Casa da

Misericórdia (SCM) de Vila Velha deRódão, para apresentação da Conta deExploração Previsional de Investimentose Desinvestimentos e para análise deoutros assuntos do foro corrente daInstituição.

Antes desta assembleia, dia 11 deNovembro, foi prestada umahomenagem póstuma a Francisco PintoCardoso, no dia em que estaindividualidade completaria 100 anos deidade. Grande benemérito rodense, PintoCardoso foi médico municipal eparticularmente grande amigo da SantaCasa da Misericórdia e dos pobres doconcelho, pelos quais sempre evidenciouum grande afecto, sobretudo comomédico desinteressado.

Na base do seu busto esculpido embronze, que figura nos jardins da SantaCasa, foi colocada uma coroa de flores,tendo em sua memória sido celebrada,nas instalações do Lar, uma missasufragando a sua alma.

No salão nobre dos ServiçosAdministrativos realizou-se, dois diasdepois, a Assembleia-Geral supracitadaque foi presidida por David Jorge Durãoe secretariada por Adelaide Caçador.Tomaram lugar na Mesa o Provedor,Luís Miguel Ferro Pereira, e as titularesdo Conselho Fiscal, Fernanda MariaSilva Neves, Maria José SobreiraMendonça e Ana Paula Marques Pequito,e os membros da Mesa Administrativa,Olga Fernandes Pires, Jorge Gouveia,João Mendes e Alfredo Pires Lourenço.

Foi apresentado no documento quea instituição presta assistência a 133utentes da terceira idade, nas seguintesvalências: no regime de Lar, 90 idosos;em Centros de Dia 32 idosos; no ApoioDomiciliário,33 idosos; e recebe naCreche, diariamente 20 crianças.

A Conta de Exploração Previsional,com Memória Justificativa e o Quadroque descreve o Orçamento deInvestimentos, constituemdocumentação clara e precisa que osIrmãos da SCM podem consultarlivremente nos serviços da instituição.Foi lido, aliás, o seguinte parecerconcludente do Conselho Fiscal:

“Após análise detalhada à Conta deExploração Previsional e ao Orçamentode Investimentos para 2011, concluímosque a Mesa Administrativa se propõeexercer uma gestão rigorosa baseadanum orçamento realista e equilibrado.Prevê-se que os investimentos em cursoe a realizar irão trazer mais valiassignificativas para esta instituição, embenefício dos irmãos, salientando-se o

“Suber”, o sobreiro da Achadaconstitui um tributo que a Associaçãode Estudos do Alto Tejo e oAgrupamento de Escolas de Vila Velhade Ródão prestam, no Ano Internacionalda Biodiversidade, ao sobreiro, uma dasmais importantes espécies arbóreas domosaico paisagístico mediterrâneo, ondePortugal se insere.

Este sobreiro, nascido na serra daAchada em Vila Velha de Ródão, e queainda hoje se pode visitar no interior daescola sede do Agrupamento de Escolas,conta-nos um pouco da sua história devida, marcada pelas relações com oecossistema envolvente, mas extrapolaa sua imaginação para as experiênciasresultantes do contacto diário com ascrianças que frequentam aquela escola eque se habituaram, desde tenra idade, aconviver com tão nobre árvore.

“Suber” de seu nome, por sugestãodo nome científico de tal árvore“Quercus suber”, depois do choqueinicial de se ver cercado por grades quelhe limitavam, metaforicamente, aliberdade de movimentos, começou asentir que afinal a sua existência não era

tão má quanto inicialmente pensava pois,as crianças que o escolhiam para asbrincadeiras e para lhe confessar os seussonhos e desilusões, constituíamcompanheiros leais e respeitadores.

É esta dinâmica que marca a históriadeste livrinho, ilustrado pelos alunos doAgrupamento, e que proporciona umaviagem de recordações e de históriaspassadas naquele local e relacionadas como velho sobreiro que, ano após ano, vaidando vida a novas árvores que seencontram disseminadas pelo recintoescolar.

Este trabalho foi apresentadopublicamente e oferecido a todas ascrianças do Agrupamento, durante asactividades do mês da Biblioteca Escolarque decorreram na escola sede doAgrupamento de Escolas. A suapublicação foi possível com os apoiosdo Instituto Português de Juventude, doMunicípio de Ródão e da Junta deFreguesia local, podendo ser adquiridojunto da Associação de Estudos do AltoTejo.

Associação de Estudos Alto TejoAgrupamento de Escolas de V.V. de Ródão

facto de esse investimento ser realizadosem qualquer recurso a capitaisalheios (empréstimos). Merece esteorçamento o parecer favorável por partedo Conselho Fiscal da Santa Casa daMisericórdia de Vila Velha de Ródão”.

Depois de todos os membros daMesa terem proferido palavrasdemonstrativas da sua grande dedicaçãoe empenho a uma causa muito nobre,falou, por último o Provedor, LuísMiguel Pereira para exaltar a Irmandadea continuar a prestar o apoio que lhetem vindo a dedicar, afirmando asua satisfação por estar a encontrar nestaSanta Casa “… um trabalhoverdadeiramente sério e muito capazque tem estado a produzirexcelentes resultados visando odesenvolvimento que já se reconhecea favor desta grande obra de

solidariedade social”.O provedor focou depois o esforço

financeiro que tem sido necessário levara cabo para se empreenderem as obrasde valorização que presentementedecorrem para assegurar novasvalências, sobretudo mais quartos, e maisconforto para os idosos, referindo que aMisericórdia tem contado comimportantes apoios, destacando,nomeadamente, uma colaboração maisefectiva da Câmara Municipal.

No final deste dia, o grupo de idososdo Centro de Dia de Perais (SCM),representou no salão do Lar, a peçateatral “Em nome do Amor”, a que onosso Jornal também se refere nestenúmero. Seguiu-se um magusto deconvívio entre todos os utentes efuncionários dos Lar e Centro de Dia daInstituição.

A Mesa que presidiu à Assembleia

Cont. Pág. 7

O Provedor quando falava ao Concelho de V.V. de Ródão

Em tempo oportuno a Santa Casa daMisericórdia de Vila Velha de Ródão

formalizou uma candidatura ao ProgramaEDP Solitária - Barragens 2010, referenteao projecto denominado “LavanderiaSolidária”, que tem como objectivo aconstituição de uma empresa deinserção, cuja principal função é

assegurar o funcionamento de mais umavalência de solidariedade social naquelainstituição.

Para reforçar a importância doprojecto, aquela Santa Casa propôs àCâmara Municipal uma parceria, ficandoa caber à autarquia o processo deidentificação dos casos sociais quenecessitem dos serviços de lavanderia e

que, implicitamente, reúnam uma dascondições previstas no nº. 3 do artigo 3º.da Portaria 348-A/98 de 18 de Junho,como candidatos a serem integrados naempresa de inserção “LavanderiaSolidária”.

A Câmara deliberou, porunanimidade, aceitar a condição deparceria no projecto apresentado.

Conforme já referimos no nossonúmero anterior, um grupo de

idosos do Centro de Dia de Perais,inspirados num verídico drama queocorreu no início do século XX emSarnadas de Ródão, representou umahistória de amores proibidos queenvolveu dois jovens – José Pina eMaribela, ambos que foram naturais eresidentes naquela pequena aldeia doconcelho de Vila Velha de Ródão.

A escritora Maria Adelaide NetoSalvado, professora universitária,estudou o drama que abalou a região deRódão em Setembro de 1914 edescreveu-o no seu livro. Sem serespeculativa, cingindo-se com realismoao drama vivido por José Pina eMaribela, ele de 18 anos, estudante noliceu de Castelo Branco, filho de umabastado proprietário, ela de 21 anos,pobre e órfão de pai. Para além de umabela e trágica história de amor, o livrofala do que foi um amor mais forte que otemor da morte, exactamente como opovo de Sarnadas de Ródão o cantoupelo fio do tempo, descrevendo

emotivamente esse casal de jovens quese amavam loucamente.

A edição de “Em nome do Amor” éde 2001 e é a partir daí que os mais jovensmanifestam interesse por conhecermelhor “…um caso de Amor e Morte”,onde a dra. Adelaide Salvado procuraencontrar por base uma reflexão sobresete versões do trágico e verídicoromance. Versões de onde se destacamas do dr. Francisco Henriques, conhecidoestudioso da história do concelho de VilaVelha de Ródão e, também, as recolhasfeitas por Jorge e Carla Reis, um jovemcasal rodense que, igualmente,conseguiu trabalho importante depesquisa, nomeadamente parapublicação em “Vozes da Memória –Poesia Popular do Concelho de Vila Velhade Ródão, em 1999”, composta por 29quadras e a mais longa e pormenorizadadas versões sobre o drama vivido poraquele infortunado par de namorados.

Naturalmente que não somos osúnicos que motivamos a leitura doexcelente trabalho de Adelaide Salvado.

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NOVEMBRO DE 2010E O CONCELHO DE VILA VELHA DE RÓDÃO 5

O Concelho de Vila Velha de Ródão- Notícias da Câmara Municipal - Drª. Ana Martins Camilo

Biblioteca MunicipalJosé Baptista Martins

Em DezembroDias 17, 18 e 19

Mix RepúblicaWorkshop de cinema de animação a partir de motivos republicanos do concelho deVila Velha de RódãoOrg: Monstra – Festival de Animação de Lisboa e Comissão para as Comemoraçõesdos 100 anos da República.Para todas as idades

Dia 20

“À noite na Biblioteca”Destinatários: A partir dos 8 anosInscrições até dia 15 de Dezembro

De 25 de Novembro a 16 de Dezembro

Feira de jogos didácticosJogos didácticos para todas as idades a preços convidativos.

Ao longo do mês

Sábados de manhãVisitas guiadas à exposição o tempo da República no concelho de Vila Velha deRódãoPara grupos escolares poderão ser organizadas visitas guiadas noutros dias, mediantemarcação prévia.

Desfile de Moda na Casa de Artes e Cultura do Tejo

VILA VELHA DE RÓDÃO

Ministra da Educação inauguraBiblioteca Municipal

Contin. da 1ª. Pág.

Em AgendaExposição Arte Rupestredo Vale do Tejo em Castelo Branco

De 26 de Novembro a 12 de Dezembro vai estar patente no Museu FranciscoTavares Proença JR, em Castelo Branco, a Exposição Arte Rupestre do Vale

do Tejo, no âmbito das comemorações do I Centenário do Museu.

Às 15h dá início o programa com arecepção e inauguração da BibliotecaMunicipal na presença da Ministra deEducação, Isabel Alçada, de seguida seráfeita uma visita guiada ao edifício e às16h será inaugurada a exposição, Notempo da implantação da República –Quadros da vida rural. Às 16h30 terálugar, no auditório da Casa de Artes eCultura do Tejo, a sessão solene com asintervenções da presidente da CâmaraMunicipal de Ródão, Maria do CarmoSequeira, do presidente da AssembleiaMunicipal António Carmona e daMinistra da Educação, Isabel Alçada.

No final será apresentado a todo opúblico presente um documentário queirá descrever a vida e obra de JoséBaptista Martins assente numaperspectiva factual mas também deconhecimento da personalidade doretratado. Pretende-se divulgar as

particularidades de José BaptistaMartins, pois a sua vida pautou-se poruma actividade cívica sempre presente,por um papel fundamental no sector daEducação em Portugal e por um políticovisionário que dedicou o seu tempo aoconcelho de Vila Velha de Ródão.

A autarquia de Vila Velha de Ródãoconvida toda a população e amigos deJosé Baptista Martins a estarempresentes, no próximo dia 1 deDezembro, em Vila Velha de Ródão, noâmbito da inauguração da BibliotecaMunicipal José Baptista Martins.

No próximo dia 27 de Novembro, às21h30, a autarquia de Vila Velha de

Ródão e a Associação Comercial eIndustrial de Castelo Branco, Idanha-a-Nova e Vila Velha de Ródão promovema II edição do TEJO FASHION.

O nome deste evento está

directamente ligado a todo o cenárionatural que envolve o concelho de VilaVelha de Ródão. Assim, o rio Tejo serviude mote e fez nascer, aquela que foi a1ªedição de muitas do Tejo Fashion.

Este evento vai contar com aparticipação de crianças e jovens, e tem

o apoio de diversas lojas do concelho deRódão e de Castelo Branco.

Durante a iniciativa o grupo musicalTons de Fado irá estrear-se em palco eao som desta sonoridade os modelos irãodesfilar na Casa de Artes e Cultura doTejo.

Exposição itinerante de pinturaUntitle na Casa de Artes

A Associação Nacional de Arte e Criatividade de e para Pessoas com Deficiênciavai promover na Casa de Artes e Cultura do Tejo, de 15 de Dezembro a 10 de

Janeiro, a exposição colectiva e itinerante de pintura Untitle. Através de um conjuntode 15 obras sem título, pretende-se levar os visitantes da exposição a apreciar e acomparar diferentes estilos e técnicas de pintura, desafiando-os a explorar e ainteragir com a criação artística, dando títulos e /ou tecendo comentários sobre asobras expostas.

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NOVEMBRO DE 2010O CONCELHO DE VILA VELHA DE RÓDÃO6

NOTÍCIAS DE SARNADASDE RÓDÃO

Amarelos

Associação localpromoveu passeio cultural

MELHORAMENTOSMAGUSTO

A Junta de Freguesia deSarnadas, como é habitual,

ofereceu à população destafreguesia o tradicional magustode S. Martinho.

Para evitar deslocações daspessoas para a sede de freguesia,foi decisão da Junta realizar cincomagustos, em localidadesdiferentes, sendo que o primeiroocorreu no dia 31 em Cebolais deBaixo, no Largo de Nossa Senhora

do Carmo e contou também coma colaboração da AssociaçãoDesportiva Recreativa e Culturaldaquela localidade.

No primeiro dia deNovembro, e pelas 15 horas, foina sede de Freguesia e no Largoda Escola.

Seguiu-se no dia 7, um noLargo da Capela do Cristo Reique teve também o apoio daAssociação Desportiva e Cultural

dos Amarelos, e no dia 13 omagusto teve lugar no recinto dafesta de Nossa Senhora da Paz,em Rodeios.

Em todos estes magustosnada faltou, desde as castanhas,jeropiga e outras bebidas habituaisneste tipo de evento e onde a boadisposição e confraternizaçãoestiveram sempre presentes.

MONTARIAN o passado dia 23 de

Outubro a Associação deCaçadores de Sarnadas de Ródãolevou a efeito a primeira montariada época 2010/2011 na zona doBrejo e Varzinha, tendo

cerca de 20 tiros, que não tiveramêxito, atendendo ao grau dedificuldade do terreno, uma vezque a zona é acidentada e de matomuito alto.

participado na mesma 40caçadores auxiliados por 4matilhas e batedores, sendoabatidos 3 animais.Segundo informação daorganização foram disparados

PASSAGEM DE ANO

A Junta de Freguesia deSarnadas mandou tapar o

buraco existente entre o final daRua Nova e o centro da estrada,

na entrada para o IP2.Foram colocadas manilhas paraescoamento das águas e foi aindaarranjado o pavimento, por forma

a permitir que o trânsitoautomóvel seja feito de formadigna.

A Comissão de festas, 2010/2011, em honra de S.

Sebastião, convida toda apopulação desta freguesia aparticipar na festa de passagemde ano que se realizará no salão

polivalente da Junta de Freguesiade Sarnadas.Além do jantar a passagem de anoserá abrilhantado por umespectáculo de variedades, ondeactuarão Jonne Mágico e a

cantora Daniela, e naturalmenteo tradicional baile com muitassurpresas, alegria e animação.As inscrições são efectuadas nocafé “O adro”, até dia 20 deDezembro.

Pereira da Costa

ANIVERSÁRIOSFoi no dia 6 de Novembro

que Joaquim FaustinoDuarte e Vitor Filipe Marques,assinante e patrocinador dojornal, que, respectivamente,

festejaram os seus aniversários,na companhia de familiares eamigos, que para o efeito sejuntaram no salão da Junta deFreguesia, onde se realizou o

almoço, e o convívio prolongou-se pela tarde dentro. Parabéns aosaniversariantes.

AAssociação Desportiva eCultural dos Amarelos,

presidida por Sebastião Canelas,está activa e recomenda-se. Nocumprimento do seu Plano de

Acção, acabou de realizar umPasseio Cultural ao Mosteiro daBatalha, a Fátima e às Grutas daMoeda. Como nos comunicou opresidente da Instituição, o

Passeio traduziu-se num diaenriquecedor, em cheio, como écostume dizer-se, tal foi oconvívio dos 44 ocupantes daviatura, cedida pela Câmara

Municipal.Mas a associação, que tem

também nas suas tarefaspreservar as tradições locais,apoiou o grupo de petizes que

no Dia de Todos os Santoscumpriu a tradição de pedir osSantoros, porta-a-porta, naAldeia, como documento a foto.

O nosso Jornal apoia,

naturalmente, todas as iniciativasdas nossas terras, e saúda maisuma vez o presidente da ADCdos Amarelos, Sebastião Canelas,que lançou recentemente o livro“Amarelos, Minha Terra”. OC

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NOVEMBRO DE 2010E O CONCELHO DE VILA VELHA DE RÓDÃO 7

Contin. da Pág. 4

_____Mendes SerrasqueiroEcos de Ródão…

Na Estalagem “Portas de Ródão”Noite de Fados e Poesia

Simulacro em RódãoPara testar resposta da Protecção Civil

“Um caso de Amor e Morte”A Santa Casa da Misericórdia de VilaVelha de Ródão, apoiou a iniciativa defazer subir à cena uma peça teatral queversa a representação cénica do caso deamor e morte que foi verídico e no séculoXX apaixonou a opinião pública, e deum modo especial terá dominado todasas atenções no concelho de Vila Velha deRódão. Tão emocionante que, sem custoalgum, poderíamos imaginar porque teriaFernando Pessoa, escrito a seu tempoescrito “Podemos morrer se apenasamámos”…

Duas sessões de teatro,apresentadas pelo enternecedor grupode idosos do Centro de Dia de Perais,pólo da Santa Casa da Misericórdia,foram emocionantes: recreou-se a relaçãotrágica de amor entre uma jovem plebeia(protagonizada por Alexandrina de JesusAntunes) com o filho de um abastadolavrador de Sarnadas (protagonizadopor Joaquim Pires Esteves) com outrosfigurantes de entre os idosos da SantaCasa da Misericórdia.

As apresentações decorreram porocasião de duas jornadas de convíviocom os idosos das comunidades dePerais e Vila Velha de Ródão, quecompareceram em grande número,valorizando a representação.

Em conclusão: levar à cena esta peçafoi o culminar de um intenso trabalho deencenação desenvolvido pela Técnica deAnimação Sócio-Cultural da Santa Casade Vila Velha de Ródão, dra. GraçaRabaça, inserido no Programa deDesenvolvimento e Valorização deCompetências, que os idosos, face aoapoio da SCM e ao estímulo dado poraquela técnica responsável,responderam com um empenho,demonstrando capacidades dignas deprofissionais do palco, secundados deforma muito meritória e empenhadapelos restantes colaboradores que maisdirectamente se envolveram nesteprograma de actividades, todoscontribuindo para o reforço das relações

entre pessoas de diferentes gerações.Esta iniciativa faz parte de um

programa que desenvolveu já outrasacções, igualmente dignas de registo, eque constitui mais uma evidência dorumo que a instituição Santa Casa da

Cena final - o suicídio

Os protagonistas

Misericórdia está a adoptar, para melhorcorresponder à promoção de uma atitudeactiva durante o natural processo deenvelhecimento dos utentes e que visaproporcionar as melhores condições deestadia.

Mendes Serrasqueiro/ com SCM

Realizou-se dia 5 de Novembro, umaAssembleia Geral do Centro

Desportivo, Recreativo e Cultural(CDRC) de Vila Velha de Ródão, quedecorreu no seu salão de festas. PresidiuLeonel Figueiredo Mota, secretariadopor Maria Teresa Louro Duarte, tendoainda tomado lugar na Mesa o presidenteda Direcção Administrativa, AntónioCarmona e o outro secretário, JoãoPequito.

A ordem dos trabalhos incluía, entreoutros assuntos do foro normal daassociação, a análise e votação dosseguintes pontos:

a) Exclusão dos sócios com quotasem atraso de cinco anos, aos quais seráainda dada ainda a oportunidade de umaliquidação dentro de um prazo aestabelecer.

b) Aumento das quotas anuais. Porproposta da Direcção, de 6.00 € para8.00 €. Surgiu depois, por proposta da

Assembleia, que as quotas deveriampassar para 10.00 € anuais. Foi votadafavoravelmente por maioria, esta últimaproposta.

c) Revisão dos Estatutos: Foidistribuído um exemplar da proposta derevisão, após ter sido feita uma anteriorafixação do documento. Esta propostafoi aprovada com uma abstenção.

d) Deliberação sobre a actualcondição dos sócios com mais de 65 anosde idade que depois de terem beneficiadoda isenção do pagamento de quotas, logoque completados os 65 anos de idade,regressam agora à condição de sócioscontribuintes. Isto é, esse grupo deassociados deixam de beneficiar das suascondições de “reformados”, aplicáveisdesde início da associação, e passam apagar, como todos os restantes, a quotaanual única, cessando o benefício dolimite de idade.

Numa primeira análise ao expresso

na alínea d), estes pontos, poderiamocasionar quaisquer discordâncias, epoderiam mesmo vir a ser consideradosmal aplicados. Todavia isso nãoaconteceu, pautando-se a assembleia pelaconcordância com a proposta dadirecção, com excepção para algumasobservações produzidas, tal como seobservou quanto à revisão dos novosEstatutos.

Por último, também foi apresentadauma opinião para que o tempo dosmandatos nos cargos directivos passassede dois para três anos, Esta sugestãonão foi aprovada.

António Carmona, presidente daDirecção Administrativa apelou aossócios para que fosse criado um climade moralização a favor do CDRC,sobretudo para que uma maioraproximação à colectividade possaresultar numa forma de realização defundos necessários para reparaçõesurgentes a fazer no edifício-sede.

Assembleia no CDRC. Votado um aumento de quotas. Revisão dos Estatutos. Sócios com mais de 65 anos voltam a pagar quotas

Portugal e Espanha realizaram dias2 e 3 de Novembro, um exercício

de simulacro para testar a resposta daProtecção Civil no caso de eventual

ocorrência de um acidente nuclear naCentral de Almaraz (província de

Cáceres).Tratou-se de um primeiro exercício

transfronteiriço conjunto que, do ladoportuguês, se centrou, sobretudo, noconcelho de Vila Velha de Ródão.O simulacro teria por base a ocorrênciade um hipotético terramoto quemotivaria a implementação dosrespectivos sistemas de alerta, segurançae emergência de ambos os lados dafronteira.

Um simulacro de sismo, levou aoexercício sobre uma “ruptura” dabarragem de Valedecanás, naEstremadura espanhola, quecausaria inundações em Vila Velhade Ródão e levariam a Protecção Civilportuguesa e espanhola adesenvolverem testes aos seus meiospara a eventualidade de terem queacudir a situações de emergência.

Alguns residentes na área de VilaVelha de Ródão, que num passadodistante, se viram confrontados comcheias do rio Tejo, participaram nosinquéritos estabelecidos durante osimulacro, apreciando odesenvolvimento das acções realizadaspelos membros da Protecção Civil, deentre as quais sobressaíram osexercícios, que levariam ao “salvamento”no Tejo, de onde, por helicóptero, foram“socorridas” pessoas.

De referir que estes exercícios,segundo Rui Esteves, comandantedistrital da Protecção Civil, demoraramcerca de dois anos a preparar emobilizaram 400 homens e 115viaturas, saldando-se por um excelenteteste para os meios de Portugal eEspanha, no âmbito do MecanismoEuropeu de Protecção Civil.

As acções começaram em Espanha,quando um sismo com epicentro pertoda barragem de Valdecanás, naEstremadura Espanhola, provocou arotura da infra-estrutura, libertandocinco mil metros cúbicos de água porsegundo, que seria suficiente parainundar a central nuclear de Almaraz.

Segundo o estudo feito para osimulacro, a “catástrofe” atingiria oterritório português, nomeadamenteIdanha-a-Nova, Castelo Branco e VilaVelha de Rodão, “onde se registariam asinundações”, no espaço de 26 a 28 horasapós ter ocorrido a descarga de água emEspanha.

O secretário de Estado de ProtecçãoCivil, a governadora civil do distrito eos autarcas de Vila Velha de Ródãoassistiram a uma parte dos exercícios,mostrando satisfação pelos trabalhosdesempenhados pelas forças daProtecção Civil desta região.Entretanto, para o comandanteoperacional distrital de Castelo Branco,os principais problemas detectadosestiveram relacionados com a falha decomunicações no primeiro dia,rectificando-se depois algumassituações, ficando, porém, o destaquedestes exercícios, para a “excelenteorganização em termos de cumprimentode horários e planeamento”.

As operações de socorro e resgatede “vítimas” envolveram a ForçaEspecial de Bombeiros, os Bombeirosde Vila Velha de Ródão e de CasteloBranco, o Núcleo Distrital de Mergulho,GNR, PSP, INEM e um helicópteropesado Kamov.

A população local seguiu cominteresse o desenvolvimento das acções.

Na linha de continuidade que NunoCoelho, da empresa “Incentivos

Out Door” agora também na EstalagemPortas de Ródão, em Vila Velha deRódão, têm estado a apresentarregularmente aos fins de semana, foiagora a vez, sábado, dia 20 de Novembro,de uma Noite de Fados e Poesia,preenchida por um elenco de grandevalor artístico, com os excelentesfadistas Isabel Bicho, José Juvenal eJoana Gonçalves e o apreciadodeclamador Fernando Serra que actuounos momentos de poesia. Foram, defacto, quatro grandes do espectáculo quetiveram acompanhamento musical de

Machado Júnior, na guitarra portuguesa,e Luís Aparício, na viola deacompanhamento. Extra programa aindaactuaram com idêntico êxito, os fadistasHélder Machado e Ana Júlia.

Para além destas noites clássicasdedicadas à canção nacional e,implicitamente, à cultura, aqueleestabelecimento hoteleiro, actualmentecom um novo visual e a servir dentro deuma aposta de qualidade, tem estado aproporcionar “fins de semana”versáteis, particularmente com serviçode jantares com música ao vivo que estãoa suscitar interesse

Vamos AJUDAR o Pedro

Sirva-se do nosso Jornal ou da conta daCGD 0915 008570200 -

NIB 0035 0915 0000857020007

Page 8: Jornal Novembro 2010

O CONCELHO DE VILA VELHA DE RÓDÃO8 NOVEMBRO DE 2010

MAGUSTO

N o passado dia 12 deNovembro realizou-se, na

escola sede do Agrupamento, otradicional magusto de SãoMartinho. Como habitualmente,tratou-se de um agradávelmomento de convívio entre todos

Jornal Gente em Acçãoganha prémio distrital de jornais escolares

O jornal Gente em Acçãovenceu o prémio “Jovens

Repórteres”, evento inserido noâmbito do projecto “Educaçãopara os Média no Distrito deCastelo Branco”.

De acordo com o júri queprocedeu à análise de conteúdodos 24 jornais de Agrupamentosou Escolas Não Agrupadas dodistrito de Castelo Branco queparticiparam no projecto, o jornal“Gente em Acção” foi, juntamentecom o jornal “O Teixo”(Agrupamento de Escolas doTeixoso), aquele que melhorcumpriu os seguintes critérios:

a) mais de metade dos artigosdo jornal produzidos e assinadospor alunos;

b) diversidade de génerosjornalísticos;

c) diversificação de fontes;d) diversidade de temas;

e) inserção do jornal escolar

no projecto pedagógico dasescolas;

f) artigos que resultem deactividades organizadas de acordocom o método de projecto.

O prémio foi entregue aoSubdirector do Agrupamento, LuísCosta, que agradeceu a todos ospromotores e patrocinadores doconcurso, destacando o facto de oprémio “ser um incentivo paracontinuar a trabalhar, sobretudoquando se trata de umAgrupamento com apenas cercade 200 alunos, do pré-escolar ao9ºano”. Referiu ainda que “esteprémio mostra que o trabalho queé feito nos meios maisdesfavorecidos e desertificadostem, por vezes, a mesma oumelhor qualidade daquele que érealizado nos grandes centros.”

O prémio foi entregue duranteo seminário de apresentação deresultados finais do projecto

“Educação para os Média noDistrito de Castelo Branco”, quecontou com a participação de 24Escolas/Agrupamentos, cerca de50 professores e 600 alunos. Nesteseminário estiveram presentesvários investigadores eobservadores oriundos de váriospaíses, como Aguáded-Gomes(Espanha) e Evelyne Bévort(França), bem comorepresentantes de váriasUniversidades portuguesas.

De referir, finalmente, que ojornal “Reconquista” recebeu umprémio da Associação Mundial deJornais e de Editores de Notíciaspela sua participação nesteprojecto. A menção honrosa “TheWorld Young Readers” foiatribuída na categoria de Jornais eEducação, ex-aequo com o jornalaustraliano “The Age”.

Mês Internacional da Biblioteca Escolar – Outubro de 2010

“Diversidade, desafio, mudança – tudo istona Biblioteca Escolar”

No presente ano lectivo,como vem sendo hábito de

anos anteriores, pretende-sededicar, no mês de Outubro, umaespecial atenção ao papel que asBibliotecas Escolaresdesempenham na formação dosseus utilizadores e, com estainiciativa, pretende-se tambémque os alunos se tornemutilizadores cada vez maisautónomos dos vários (muitos)recursos que a Biblioteca põe aoseu alcance. Não só livros, comoDVDs, recursos multimédia,Internet, música, jogos…

Um dos principaisobjectivos destas acções queforam levadas a cabo com osalunos do 1º ao 9º anos doAgrupamento é que conheçammelhor a organização efuncionamento da suaBiblioteca, os recursos e serviçosque dispõe e as suas actividades,

estimulando nos alunos o gostopelo conhecimento. Lembrar-lhes igualmente que a BibliotecaEscolar é um espaço sempreaberto a todos os que nelapretendam trabalhar ou aindaocupar os seus tempos de lazerde forma criativa, num ambientede sã camaradagem. Têm naBiblioteca os recursosnecessários, humanos emateriais, para a realização dosseus trabalhos e não só. NaBiblioteca funciona igualmenteo cantinho da Matemática e osalunos podem, neste espaço,desenvolver o raciocínio atravésde jogos bastante motivadores.

Foi também através de umjogo que, no presente anolectivo, partimos à descoberta danossa Biblioteca. Com arealização de um “Bibliopaper”envolvemos todos os alunos quenele participaram e que nos

pareceram bastante motivados,para a descoberta activa daBiblioteca. No final e graças àparceria com a Associação deEstudos do Alto Tejo que, nesteano em que comemoramos aBiodiversidade, publicou maisuma obra infantil, ilustrada pelosalunos do nosso Agrupamento,intitulada “Suber, o sobreiro daAchada”, foi distribuído umlivrinho a todos os alunos eprofessores que osacompanharam nesta iniciativa.

Para terminar, lembramosque a Biblioteca Escolar é umespaço activo e diversificado detrabalho e a sua equipa estásempre pronta a colaborar comtodos os membros dacomunidade educativa para queusem os seus recursos,motivando os alunos para o usodeste espaço e das suaspotencialidades.

1ª Eliminatória das Olimpíadas Portuguesas da Matemática

Realizou-se no dia 10 deNovembro de 2010 a

primeira eliminatória dasOlimpíadas Portuguesas daMatemática. Na nossa Escolaparticiparam 47 alunos, dosquais, na Categoria A, 11 são do9ºano e 13 do 8º ano; naCategoria Júnior 6 são do 6º anoe 6 do 7º ano e nas Pré-Olimpíadas 11 alunos do 5ºano.

Os alunos evidenciaraminteresse por este tipo deactividade, cujo objectivoprimordial é incentivar edesenvolver o gosto peladisciplina. Para além disso,pretende-se também despertarnos alunos a curiosidade pelaresolução de problemas, uma vezque estes fazem sobretudo apeloà qualidade de raciocínio, àcriatividade e à imaginação.Os alunos que participaram nascategorias A e Júnior, poderão vira apurar-se para participar napróxima eliminatória dasOlimpíadas, se conseguirem

resultados satisfatórios.Os alunos melhor

classificados serãocontemplados com um diplomade participação e no final do ano

lectivo, aos três melhores decada categoria, será entregueuma pequena lembrançarelacionada com a disciplina.

O grupo de Matemática

agradece a participação de todosos alunos que participaram nestaprova, felicitando-os por teremaceite o desafio que estadisciplina lhes propôs.

os elementos da comunidadeescolar. Durante a tarde e comoforma de abrir o apetite para ascastanhas, realizaram-se jogostradicionais, numa organizaçãodo grupo de Educação Física.

AGENDA – DEZEMBRO10/12/2010 - Corta-Mato Escolar – Campo de Feiras de Vila Velhade Ródão10/12/2010 - Demonstração de Jogos Matemáticos – Escola sededo Agrupamento13 a 17/12/2010 - XIX Feira do Livro – Biblioteca do Agrupamentode Escolas17/12/2010 - Festa de Natal do Agrupamento – CACTEJO22/12/2010 - Reunião com Pais e Encarregados de Educação: - Entrega da Avaliação do 1º Período e conversa com a Direcção.29/12/2010 – Reunião Geral de Professores

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O CONCELHO DE VILA VELHA DE RÓDÃO 9NOVEMBRO DE 2010E

Foz do Cobrão

CRÓNICA INCOMPLETAO GAFOZ comemorou 44 anos em fim de semana prolongado, por isso e também pela dinâmica da própria

associação aderiram mais de 200 associados e amigos ao tradicional convívio de aniversario.

Fernando Fernandes Presidente da AG do GAFOZ Elísio Carmona Presidente da Direcção daCasa do Concelho de V. V. Ródão

Octávio Catarino junto de Luis Pereira, Vice-Presidente da Câmara, José Manuel Alves, Vereador, do presidente daAssembleia Municipal, António Carmona e da presidente da Junta, Adelaide Caçador

fotos: Célia Carmona

Antes da partilha do bolo de anos, foi prestada homenagem ao AMIGODO ANO, cabendo a apresentação e elogio do “eleito” ao presidente

da assembleia - geral, Prof. Fernando Fernandes. Aliás, este ano foi seguidametodologia diferente para a escolha do Amigo do Ano, na medida emque, normalmente, é a própria Direcção que o designa. Mas como destavez a escolha partiu de uma proposta de um sócio apresentada aos órgãosAssembleia e Conselho Fiscal, sendo contactados os restantes membrosdos órgãos sociais, com excepção do presidente da Direcção, OctávioCatarino, escolhido este ano pelos seus pares, que recusaria o galardãocomo já o havia feito, aliás, noutras ocasiões, daí o segredo bemguardado… até ao momento em que foi tornada pública!

Não tendo havido convites formais, causou alguma surpresa apresença de todo o Executivo camarário, Drª. Maria do Carmo Sequeira,Luis Pereira e José Manuel Alves; do presidente da Assembleia Municipal,António Carmona e da presidente da Junta, Adelaide Caçador, queentregou uma linda placa alusiva ao aniversário da colectividade, entreos duzentos e tal convivas… Afinal, a organização da homenagem haviaendereçado convites “confidenciais” aos autarcas que honraram emprimeiro lugar com a sua presença a Instituição!

Quem esteve também na cerimónia, foi o presidente da Casa doConcelho de Vila Velha de Ródão, Elísio Carmona, com uma missãoespecial, fazer entrega de uma Obra de Arte ao GAFOZ a pedido do seuautor, Manuel Ribeiro, natural de Carregais (Montes da Senhora): umabela escultura que representa o Santo António. A par da obra, ManuelRibeiro enviou a seguinte mensagem: À Direcção do GAFOZ e a todosos amigos, bem como ao grande Povo da Foz, os meus sincerosparabéns pelo vosso aniversário.

É evidente, estas cerimónias mereceram fartos aplausos dos convivaspresentes.

Cumprindo calendário, realizou-se no dia a seguir o Passeio Pedestre,durinho, que só os mais bem preparados, resistentes ao mau tempo quese fez sentir, fizeram. Mas ao almoço, excelentemente servido norestaurante Vale Mourão, não faltou nenhum dos 45 inscritos!

A Assembleia-Geral com a presença de mais de 40 filiados aprovoupor unanimidade o Plano de Acção e Orçamento de 192.500€ para 2011.Houve debate, perguntas e respostas entre a Direcção e os sócios quecumpriram o seu papel, questionando para melhor esclarecimento decertos pontos da ordem de trabalhos, como foi o caso “Lar para Idosos”que continua a ser o grande sonho das gentes locais. Porque faleceurecentemente, antigo e prestigiado dirigente e Sócio Honorário do GAFOZ,Carlos Mora, foi guardado um minuto de silêncio em sua memória. Aencerrar os trabalhos da assembleia, o seu titular, Fernando Fernandes,deu conhecimento de duas mensagens de felicitações enviadas pelosamigos de sempre, Cor. Faia e Dr. Nicolau Eduardo, desejando por últimoas maiores prosperidades e Feliz Natal.

A culminar o programa das comemorações, realizou-se a 5 deste mêsum Passeio Cultural a Campo Maior, Grupo Nabeiro – Cafés Delta,com a colaboração da nossa Câmara Municipal que cedeu a viatura de55 lugares que foram todos ocupados. A visita programada às três unidadesdo Grupo, Fábrica do Café, Museu e Adega Mayor, esta desenhada peloarq. Siza Vieira, foi do agrado geral, mas por observação do “repórter” aAdega, o Museu e a Fábrica, por esta ordem, mereceram as preferênciasda maioria, embora a Fábrica do Café tenha impressionado peloautomatismo da laboração comandada por computadores e alto rigortécnico. É devida, a terminar, como nos foi sugerido, uma palavra deagradecimento e simpatia para com as guias que mostraram o complexoe para o presidente do Grupo, Comendador Manuel Nabeiro quecumprimentou simpaticamente a comitiva, interrompendo mesmo umareunião de trabalho.

Crónica incompleta, porquê? Porque muito mais haveria para dizer…como por exemplo chamar a atenção das entidades oficiais e dos nossos

empresários para a falta que está fazendo na Foz ummini mercado, ou Loja de Aldeia do estilo das lojasde aldeias do xisto, onde se possam adquirir bens deprimeira necessidade, ou mesmo algum “souvenir”,pois quem nos visita, e são cada vez mais, e os própriosresidentes reclamam por este “serviço publico” hámuito tempo…

Vem aí a barragem…

Há dias, a pedido da direcção da Barragem doAlvito, realizou-se na Foz do Cobrão uma

reunião de trabalho com o GAFOZ, na qual osresponsáveis do empreendimento quiseram saber daspotencialidades locais no tocante à oferta de casaspara alugar porque, segundo salientaram, de acordocom a experiencia de outras obras análogas, o

concelho de Vila Velha não tem casas alugáveis pararesponderem à procura.

O GAFOZ disponibilizou-se para colaborar, comonos foi comunicado pela sua Direcção que chamou aatenção para o perigo de a terra poder perder a razãoda sua existência: o nascente do olho d’água! Adirecção da obra tem consciência da situação,prometendo a máxima atenção durante a construçãodo túnel que, como é sabido, localiza-se a montanteentre o nascente e o Vale do Cobrão…

Nesta reunião, os responsáveis da EDPchamaram também a atenção para a necessidade deaumentar a oferta da restauração local, pois segundoa sua análise, os restaurantes existentes hoje noconcelho não vão chegar para as encomendas.

OC

DE PASSAGEM PELA NOSSA TERRAQuando me desloco ao nosso

concelho - um paraíso àbeira do Tejo, como lhe chama oamigo e colaborador deste jornal,José Emílio Ribeiro - ocorre-mesempre partilhar algunspormenores da viagem com osnossos leitores.

Há dias estive na Foz deCobrão, na festa comemorativados 44 anos de vida do GAFOZ -Grupo dos Amigos de Foz doCobrão. Apesar da chuvaintensa que caíra durante toda aminha viagem, primeiro pela A1e depois pela A 23, quando vireipara o Perdigão e me aproximavajá do meu destino, o tempocomeçou a melhorar e o solespreitava de vez em quando porentre algumas nuvens brancasque se deslocavam sobre osmontes que rodeiam as duasaldeias vizinhas (Foz e SobralFernando), separadas pelas águasserenas e límpidas do rio Ocreza.Já na aldeia, detive-me durantealguns instantes a apreciar apaisagem em redor e,naturalmente, demorei um poucomais o olhar no local onde aságuas do rio rasgaram a serra do.....para seguirem o seu curso atéao rio Tejo e pude contemplarcalmamente o geomonumentodas Portas de Almourão, que,imponentes e altivas pareciammurmurar baixinho: olhem queno concelho existem mais portaspara além das Portas de Ródão.

Durante a tarde, a partir das

17 horas, efectuou-se a cerimóniado aniversário, no salão do Centrode Dia gerido pela direcção doGafoz. Primeiro foi servido umlanche, com as mesas bemrecheadas de petiscos eguloseimas, apreciado por cerca deduas centenas de associados efamiliares daquela colectividade ealguns convidados. Ospreparativos, a cargo do própriopessoal que trabalha no Centro deDia, foram efectuados comprofissionalismo e rigor, captando,por isso mesmo o aplauso ereconhecimento de todos ospresentes.

Ainda antes do final dobeberete, o Professor Fernando,Presidente da Assembleia Geral daAssociação, usou da palavra paraagradecer a presença das entidadesautárquicas e dos senhoresassociados e regozijar-se pela

bonita idade do Gafoz e da suaobra realizada. De seguida, com aplateia em expectativa, avisou queia anunciar o nome do sócio doano, tradição mantida pelo Gafozdesde há muitos anos já, mas queeste ano se revestiu de algumsecretismo, uma vez que a escolharecaiu na pessoa do próprioPresidente da Associação, Sr.Octávio Catarino, e o própriodesconhecia ser ele o agraciado.Foi um momento bonito, cheio dealegria e muitos aplausos. Orecém-nomeado sócio do anoagradeceu, bastante emocionado etodas as pessoas presentes, creioque também com alguma emoção,aplaudiram a escolha durantelargos instantes.

Penso que foi umreconhecimento justo prestado aoSr. Octávio Catarino, por tudoaquilo que tem feito pela sua terra

e pelo seu concelho.Regressei ainda nesse dia a

Lisboa, no Inter Cidades, quepassa em Vila Velha de Ródão às19,39 horas. O comboio, comaviso prévio da chegadaefectuado pelos altifalantesinstalados na estação, chegourigorosamente à hora marcada,na linha nº 2, uma das quatro viasférreas servidas por dois cais deembarque bem equipados efuncionais. Antes, porém, euainda tivera tempo de apreciar onovo Viaduto Rodoviário,inaugurado recentemente, queliga a EN 18 e o Porto do Tejo aocentro da vila e ao norte doconcelho e apreciar as obras,recentes também, efectuadasjunto da estação do caminho deferro. Um acesso perfeito emasfalto e um parque paraestacionamento de automóveis,táxis e até um espaço paracondutores deficientes.

Mas, naqueles brevesinstantes, enquanto aguardava ocomboio, eu pude constatartambém, com algum desconforto,que, para além de mim, não haviaali rigorosamente ninguém, nemdentro nem fora da estação.Nenhuma pessoa desembarcoudo comboio e eu fui o únicopassageiro a entrar. É pena, poisumas estruturas e umequipamento assim, mereciam ejustificavam uma maiorutilização.

Elísio Carmona

Aobra

de arteda

autoriade

ManuelRibeiro

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NOVEMBRO DE 2010O CONCELHO DE VILA VELHA DE RÓDÃO10

A propósito da Cimeira da NATO em Lisboa- Importância de outra cimeira em 1952 -

PORTUGAL ELEITOPELA 3ª. VEZ PARA O

CONSELHO DESEGURANÇA DA ONU

I – O que é a NATO

AOrganização do Tratadodo Atlântico Norte (OTAN

ou NATO), também chamadaAliança Atlântica, é umaorganização internacional decolaboração militar, estabelecidaem 1949 na continuação doTratado do Atlântico Norte,assinado em Washington a 4 deAbril daquele ano. Os seus nomesoficiais são: North Atlantic TreatyOrganization (NATO), eminglês, e Organisation du Traitéde l’Atlantique Nord (OTAN) emfrancês. Em Portugal utiliza-semais frequentemente a palavraNATO (sigla em inglês) a qual,paradoxalmente, se parecer maiscom uma palavra portuguesa.

A Organização foi criada nocontexto da Guerra Fria, com oobjetivo de constituir uma frenteoposta ao bloco socialista,liderado pela URSS, o qual, aliás,poucos anos depois, lhe haveriade contrapor o Pacto deVarsóvia, a aliança militar doBloco Leste que se desfez com aqueda do Muro de Berlim em1989.

Os Estados signatários doTratado do Atlântico Norte,estabeleceram um compromissode cooperação estratégica emtempo de paz e contraíram aobrigação de auxílio mútuo emcaso de ataque a qualquer dospaíses-membros. A OTAN temassim, na sua génese, um carizessencialmente de defesa.

Foram membros fundadoresos seguintes Estados: Bélgica,Canadá, Dinamarca, EstadosUnidos, França, Islândia, Itália,Luxemburgo, Noruega, PaísesBaixos, Portugal e Reino Unido(4 de abril de 1949).Durante a “Guerra Fria” aderiramos Estados a seguir indicados:Grécia e Turquia (18 de Fevereirode 1952), Alemanha Ocidental (9de maio de 1955) e Espanha (30de maio de 1982).

Com o desmoronamento doBloco de Leste, no final da décadade 80, surgiu a necessidade deredefinição do papel da NATOno contexto da nova ordeminternacional, pois o motivo quedeu origem ao aparecimento daorganização e o objetivo que anorteou durante quatro décadasdesapareceram subitamente ealguns dos países que pertenciamao Pacto de Varsóvia são hojemembros da Aliança Atlântica:Alemanha Oriental (reunificadacom a Alemanha Ocidental, 3 deoutubro de 1990), RepúblicaCheca e Polónia (12 de março de1999), Bulgária, Eslováquia,Eslovénia, Estónia, Letónia,Lituânia e Roménia (29 de marçode 2004), Albânia e Croácia (1 deAbril de 2009).

Ficou assim completa a listados 28 Estados que,presentemente, integram aNATO e que estiveramrepresentados na Cimeira deLisboa.

II - Cimeira de Lisboa(3 em 1)

A Cimeira que teve lugar nosdias 19 e 20 do corrente mês

inaugura uma nova era para aNATO, e bem podemos afirmarter-se tratado de 3 cimeiras, faceà natureza e à importância dostemas discutidos e aprovados nosdiversos encontros: um novoConceito Estratégico, a relaçãocom a Rússia e o processo detransição para a segurança noAfeganistão.Esta não foi, porém, a primeiracimeira da NATO que se realizouem Portugal.

III - A outra cimeira deLisboa

Em 1952, Lisboa recebeu a IXSessão do Conselho do

Atlântico, encarada como aderradeira oportunidade paraeuropeus e americanos meditaremsobre: a política interna dos EUA,a nova ordem mundial em tempode guerra fria e o futuro daAlemanha (Ocidental).

A 20 de Fevereiro de 1952,em S. Bento, a AssembleiaNacional inaugurava a IX Sessãodo Conselho do Atlântico, na qualtomaram figuras proeminentes davida política internacional,sobretudo “os três grandes”:Robert Schuman (ministro dosNegócios Estrangeiros francês),Anthony Eden (primeiro-ministro britânico) e DeanAcheson (secretário de Estadodos EUA).

Aquela cimeira de Lisboa foiencarada como a derradeiraoportunidade para europeus eamericanos meditarem sobre apolítica interna dos EUA, sobrea nova ordem mundial em tempode “guerra fria” e sobre o futuroda Alemanha (Ocidental), assuntopotenciado pelos receios daFrança, que temia que Bonaquebrasse compromissos ereconstituísse o Wehrmacht, e

apresentou, em alternativa, aconstituição de um exércitoeuropeu.Por outro lado, havia o medo dopoder de Estaline, vindo de Leste.A Grécia e a Turquia participaramna Cimeira de Lisboa comdelegações dos respectivospaíses, ou seja, sete meses antesde aderirem oficialmente àNATO. Mas é a integração daAlemanha na Aliança que centraas discussões e as negociações.Desde 1950 que a diplomaciaamericana vinha orientando osseus propósitos para a integraçãoda República Federal daAlemanha (RFA) no Pacto doAtlântico, utilizando os recursosdeste país na defesa da Europa, oque provocava algumnervosismo, sobretudo à Françaque temia esta aproximação entrevencedor e vencido. Eram, afinal,as feridas da II Guerra Mundialainda não saradas…

Esta primeira reunião daNATO em Lisboa ganhava,assim, grandes repercussõesinternacionais. O jornal americano“New York Times” escreveu emeditorial que a sessão doConselho Atlântico principiavaem Lisboa num momento em quea Comunidade Atlânticaatravessava uma crise eenfrentava problemas delicadose complexos, lembrando que aNATO surgira para defesa daComunidade Atlântica e não parase ocupar das relações franco-alemãs, dando à Alemanha aimpressão de que não se podiapassar sem ela e despertando naFrança o receio de umaressurreição germânica.

Estava criado um dilema:enquanto Bona reclamava aigualdade e a soberania, ao mesmotempo Paris exigia que aAlemanha fosse sujeita arestrições e mantida fora daNATO. É importante recordarque o Pacto de Varsóvia nasceucom a justificação da UniãoSoviética de que a inclusão daAlemanha Ocidental na NATOpermitiria o rearmamento alemão,

daí ser necessário uma aliançadefensiva. Ou seja, neste pontoos franceses comungam dasmesmas dúvidas de soviéticos!Sublinhe-se o facto dosrepresentantes franceses naCimeira de Lisboa de 52 pediremaos EUA e ao Reino Unido, comomentores da criação da Aliança,garantias formais contra orenascimento do militarismoalemão, bem como aosespecialistas militares querevejam o seu projecto de exércitoeuropeu de tal forma que asunidades nacionais ficassemenglobadas nas formaçõeseuropeias.

IV – Criação do Pactode Varsóvia

O receio dos francesessituava-se desde a

assinatura do acordo em 1949 -no acto de assinatura do Tratadode Washington a própria bandamilitar tocou uma música muitoconhecida chamada “It ain’tnecessarily so”. Um ano depois,em 1950, com a guerra da Coreia,os EUA aceleraram a formaçãode um exército alemão, paraestabelecer uma presençapermanente no âmbito do tratadodo Atlântico Norte. Paris opõe-se e defende a formação de umexército europeu que incluaunidades alemãs no quadro deuma Comunidade Europeia deDefesa (CED), reiterando, ainda,a necessidade de a Grã-Bretanhaparticipar nesta formação,embora se considere poucocredível que o governo britânicoqueira modificar a sua política deestreita cooperação e não departicipação activa. A URSS vaireagir mal e em 1955 cria o “seu”Pacto de Varsóvia.

V– Importância da Icimeira de Lisboa naadmissão da Alemanhana NATO

A Cimeira de Lisboa de 1952vai desenrolar-se assim num

cenário bastante complexo,embora com algum optimismo,quando um comunicado deLondres mostra que Schuman e ochanceler alemão Adenaueraceitam as recomendações dosrespectivos parlamentos paraalcançarem um acordo, “certos deque não havia outra políticapossível”. Apesar de os britânicoscontinuarem a achar“imprudente” a história doexército europeu.

A Inglaterra e França tinhamassinado entre si o Tratado deDunquerque, em 1948, de aliançae assistência mútua contra oressurgimento de uma ameaçagermânica. Uma das decisõeshistóricas da Cimeira deLisboa de 1952 é a aprovação

do projecto da CED, que criacondições para o regresso daAlemanha à cooperação com ospovos ocidentais.

A NATO, de acordo comalguns historiadores e analistas,é salva quando o primeiro-ministro britânico, AnthonyEden, faz entrar a RFA naAliança, através do tratado deBruxelas modificado, ou seja,aproveitando o acordo assinadopela Alemanha em 1948, numaprimeira tentativa parareorganizar os estados doocidente após a II GuerraMundial.

Por tudo isto, a Cimeira de1952 é muito importante sob oponto de vista estratégico,incluindo a questão do exércitoeuropeu, tema actual passadosmais de 60 anos. Até porque, a

Portugal foi eleito pela 3ª. vez para um mandato de doisanos como membro não permanente para o Conselho deSegurança da ONU, tendo esta sido a 4ª. vez queconcorre.

O Conselho de Segurança da ONU é o órgão responsável pelamanutenção da paz e da segurança internacionais, por quinzemembros: cinco permanentes com direito de veto - China, EstadosUnidos, França, Reino Unido e Rússia - e dez não-permanentes.

Em cada ano, em Outubro ou Novembro, são eleitos pelaAssembleia-Geral cinco membros não-permanentes para mandatosde dois anos os quais se iniciam a 1 de Janeiro seguinte. Nestaeleição, a cada um dos 192 países representados na AssembleiaGeral corresponde um voto.

Os membros não-permanentes, ou eleitos, distribuem-se porgrupos regionais: África (3), América Latina e Caraíbas (2), Ásia(2), Europa Ocidental e Outros (2) e Europa de Leste (1). O grupoa que Portugal concorreu inclui, além dos países da EuropaOcidental, o Canadá, a Austrália e a Nova Zelândia.

A presidência do Conselho de Segurança é exercidarotativamente pelos seus 15 membros, por períodos de um mês,seguindo a ordem alfabética dos países na língua inglesa.

A partir de 1 de Janeiro de 2011, o grupo dos dez membrosnão-permanentes passa a integrar: Brasil, Bósnia-Herzegovina,Gabão, Líbano e Nigéria, eleitos em outubro de 2009, e a África doSul, Alemanha, Brasil, Índia e Portugal.

Como atrás se refere, esta será a terceira vez que Portugal temassento no Conselho de Segurança, depois de ter sido eleito paraos biénios de 1979-80 e de 1997-98 e, na opinião do ProfessorFreitas do Amaral (Presidente da 50ª Assembleia Geral da ONU -1995-96) *, a eleição portuguesa é fruto de respeito e consideraçãona ONU.

história repete-se. Já em 1952 seperguntava, tal como hoje, “quemfinancia?” o projecto. Esteassunto, aliás, voltou a serabordado numa reunião daAssembleia da Associação doTratado do Atlântico, no Funchal,em 1980, na qual se afirmou, porexemplo, que “uma NATO coesajá não resolve todos osproblemas”, duvidando-se da“eficácia americana” face à entãoestratégia de Moscovo. Oproblema resolveu-se,aparentemente, a 9 de Novembrode 1989 com a queda do muro deBerlim e o fim da URSS. Masoutros se levantaram, voltando-se, de novo à ideia do exércitoeuropeu.

A pergunta é a mesma:“Quem paga?”

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NOVEMBRO DE 2010E O CONCELHO DE VILA VELHA DE RÓDÃO 11

IMPLANTAÇÃO DA REPUBLICA EM PORTUGALO 5 DE OUTUBRO DE 1910

Joaquim Baptista Caratão

Cap. IX - A Família Real em fuga para o exílio,a Republica é proclamada

Cap. VIII – Queda da Monarquia e emergência da República

Como foi referido a montante, em Maio de 1910 acontece o desfalque de meio milhão de libras noCrédito Predial Português. Esta situação seria praticamente o fim politico do director do banco e

líder dos progressistas José Luciano de Castro, provocando o comentário do sempre cáustico GuerraJunqueiro: - Foi então que os burgueses vendo-se roubados, nos deixaram fazer a Republica. Começavaa perceber-se que a monarquia não podia durar muito mais, quer por erros acumulados, quer por decisõesreais menos certas ou ainda pelos actos dos políticos. No decurso de vários anos, nem os regeneradoresconseguiram regenerar fosse o que fosse, nem os progressistas progrediram em nada, os interessespartidários e pessoais a tudo se opuseram. D. Carlos não conseguiu ou não pode impor a sua influênciae o seu traquejo político e D. Manuel II sem experiência e mal aconselhado foi completamente incapaz desuster a rebelião em marcha. Parece claro que a generalidade do povo português não se opunha de formaclara à monarquia tendo como prova desta afirmação a recepção dispensada ao rei na visita que recentementetinha efectuado pelo norte do País. O País político estava pulverizado. Nas eleições de 28 de Agosto osrepublicanos conseguirão a eleição de catorze deputados, dez por Lisboa, três por Setúbal e um por Beja.As adesões à causa republicana iam crescendo inclusivamente nos meios militares de forma particular nosoficiais da marinha. O movimento republicano tinha o epicentro em Lisboa, não possuindo uma claraadesão na província. O recrutamento da maioria dos oficiais à causa republicana foi levado a cabo peloAlmirante Cândido dos Reis. Seria da acção conjunta deste no Comité Militar Republicano e do SegundoTenente Machado Santos na Carbonária, que se tornou possível a infiltração em diversas unidadesmilitares da guarnição de Lisboa. Estas tentativas de aliciamento na capital intensificam-se nos primeirosdias de Outubro. No dia três de Outubro, O Drº Miguel Bombarda, médico psiquiatra e político (deputadorepublicano) é assassinado no seu consultório no hospital de Rilhafoles (hoje Hospital Miguel Bombarda)por um tenente do exército, antigo doente deste hospital. A morte do médico veio atiçar mais umarevolução já em movimento. Em quatro de Outubro, o Marechal Hermes de Oliveira, recém-eleito presidentedo Brasil, de visita a Portugal, oferece ao rei um banquete no palácio de Belém onde se encontrava. Doscerca de quarenta convidados para este repasto, muitos faltaram, inclusivamente alguns ministros dogoverno de Teixeira de Sousa. A revolução estava na rua! Com as forças revolucionárias não muitosignificativas, mal organizadas e mal armadas, barricaram-se na praça Marquês de Pombal. O AlmiranteCândido dos Reis perante as muitas deserções de militares descrentes e julgando a causa perdida, suicida-se. O segundo tenente Machado Santos auxiliado por nove sargentos na organização revolucionária eacreditando sempre na possibilidade de sucesso assume o comando destas forças, fazendo frente aos

Cap. VII – Reinado de D. Manuel II

No atentado às vidas do rei D. Carlos e dos Príncipes, quis a sorte que o Príncipe D. Manuel escapassepraticamente ileso ao assassinato que vitimou o Rei e o Príncipe Real. Nascido para a vida calma de

um filho segundo, o Príncipe D. Manuel viu inesperadamente cair-lhe em cima a exigência de garantir apermanência da coroa. Da esperança de uma serena juventude é rapidamente confrontado com aresponsabilidade extrema de reinar, para dois anos depois e com apenas 20 anos ver encerrado com a suadeposição um ciclo longo de quase nove séculos de monarquia. Nasceu no dia 15 de Novembro de 1889.À data do regicídio D. Manuel tinha dezoito anos de idade, sem ter sido preparado para reinar. No dia 2de Fevereiro, por sugestão de João Franco, foi convocado o Conselho de Estado, Conselho que como jáafirmei, apenas confirmou D. Manuel como rei. João Franco colocou-se à disposição do soberano comojá o fizera a D. Carlos mas, perante a gravidade da situação e as insinuações de responsabilidade pelasmortes do rei e do Príncipe Real, o Primeiro-Ministro não resistiria pedindo demissão do Ministério.Com a mulher gravemente doente, aconselhado, partiu para o exílio no dia 5 de Fevereiro pondo fim à suacarreira política. O novel monarca, perante a sua inexperiência política procurou nomear novo Ministériona tentativa de recuperar a confiança do reino. Depois de convidar primeiro o progressista José Lucianoe depois o regenerador Júlio Vilhena e estes terem declinado o convite para formar governo, a escolhaincidiu no Almirante Francisco Joaquim Ferreira do Amaral. Este aceitou, formando um Gabinete queficou conhecido por governo de «acalmação». Em face dos acontecimentos recentes o governo tentou oapaziguamento do país tomando de imediato medidas nesse sentido: Amnistiou os revoltosos e desertoresdo exército e da marinha, libertou os presos políticos, os deportados e exilados puderam regressar, foilevantada a censura à imprensa, aos republicanos foi dada a liberdade de desenvolverem a propagandapara a sua causa, situação que em particular nas cidades trouxe a estes muitas adesões pelo manifesto deconfiança que o povo ambicionava. D. Manuel entendia que a monarquia só poderia sobreviver commudanças radicais no sistema político vigente fazendo apelo a uma «Nova Monarquia». Numa tentativade melhor conhecer o reino decidiu efectuar uma visita por várias cidades e vilas do norte sendo recebidocom muito entusiasmo por onde passava. Perante as entusiásticas recepções e tanta simpatia dispensadaao jovem rei, não faria sentido manifestar receio a qualquer alteração do sistema monárquico. Pura ilusão,não iria durar muito o governo em exercício, como não iriam durar os cinco que a este se seguiram até àqueda da monarquia. No dia 5 de Abril realizam-se eleições para as Cortes «estavam encerradas desde oregicídio». Os republicanos conseguem eleger 7 deputados, manifesto claro do crescimento deste partidono contexto político da época. O acto eleitoral foi vivido em Lisboa com grande alvoroço, situação queacabaria por causar graves confrontos entre populares e a policia provocando uma dezena de mortos. Empouco tempo verificava-se que a classe política continuava a enfermar dos mesmos vícios, cometendoerros, mantendo a mesma incapacidade de se entenderem e mudarem o rumo da vida nacional. Escândalosde toda a espécie sucediam-se, (No Crédito Predial Português presidido por José Luciano de Castrodescobriu-se um desfalque de meio milhão de libras) estas situações foram sempre muito bem exploradaspela imprensa em nada ajudando a estabilidade política. No dia 1 de Novembro, nas eleições municipais,os republicanos vencem na Câmara de Lisboa e noutros municípios do Vale do Tejo, O Almirante Ferreirado Amaral era acusado de ter favorecido os republicanos nestas eleições, o governo em Dezembro estáfragilizado, a pressão é grande e após 326 dias de governação, Júlio Vilhena, em face do fracasso eleitoralno município de Lisboa decide retirar o apoio dos regeneradores ao governo provocando-lhe a queda. D.Manuel nem sempre bem aconselhado, não consegue consensos políticos duradouros. Sucedem-se osgovernos presididos por Campos Henriques, (108 dias) Sebastião Teles, (34 dias) Wenceslau de Lima,(223 dias) Veiga Beirão 187 (dias) e Teixeira de Sousa, (102 dias) por ser este o ultimo governo damonarquia, julgo ser interessante mencionar o seu elenco ministerial: Na Fazenda Anselmo Andrade, nosNegócios Estrangeiros José de Azevedo Castelo Branco, Obras Públicas Capitão José Gonçalves Pereirados Santos, Justiça Manuel Joaquim Fratel, Marinha e Ultramar José Ferreira Marnoco de Sousa e daGuerra General José Nicolau Raposo Botelho. Todos estes presidentes de governo terão tido maispreocupações com querelas partidárias do que com os reais interesses do reino. D. Manuel viu-seconfrontado por um lado com a oposição monárquica que tudo fazia para provocar a queda dos governose por outro lado os republicanos que tentavam tirar vantagens das divisões contidas no regime.

frágeis ataques por forças leais à monarquia, de forma particular as comandadas por Paiva Couceirovindas de Queluz e colocadas no alto do Parque Eduardo VII. (Machado Santos viria a ser assassinado em19 de Outubro de 1921 na trágica noite sangrenta). Após a descrença muito generalizada quer por partedos militares quer por parte dos civis revolucionários, a revolução acabou por triunfar. Consumava-se aimplantação da Republica em Portugal com uma perda de vidas mínima e sem o banho de sangue que setemia.

MAIS UMA ACHEGA HISTÓRICAMANUEL BUÍÇA ERA DE VINHAIS

Nunca será de mais realçar e ter rasgados e merecidos encómios, ao bem documentado e excelenteapontamento jornalístico, de que é autor o dr. Joaquim Baptista Caratão, feito com inexcedívellabor intelectual, talento e conhecimento de causa, exarado nas laudas deste mensário, verdadeiro

estereótipo literário de singular e sugestiva leitura.Porém, há sempre uma conjunção adversativa, mas que desta vez, nem ao de leve vem beliscar o

brilho descritivo da peça e a excelência semântica do texto do preclaro dr. Joaquim Caratão.No último apontamento, refere-se que o facínora Manuel Buíça era natural de Bouçais, Vale de

Paços. Todavia, Manuel do Reis Silva Buíça, de seu nome completo, assassino do príncipe D. LuizFilipe d’Orleans e Bragança, nasceu em Vinhais, em 1876. Veio para Lisboa, incorporado nas fileiras doExército Português, tendo chegado a segundo sargento, no regimento de Cavalaria de Bragança, onde setornou notória a sua habilidade para o manejo de armas de fogo, tendo-se notabilizado como exímioatirador, com pistola e carabina. Abandonou a carreira castrense, para se dedicar ao ensino, tendo sidoprofessor do ensino secundário.

Contactando com alguns dos seus familiares, em Vinhais, eles revelaram-me que seus pais lhecontavam que o Manuel Buíça era uma pessoa deveras cordata, muito reservado, de carácter sereno e,aparentemente, muito pouco politizado, pelo que, em 1908, causou enorme estranheza e grandeadmiração, o Manuel Buíça ter praticado tão hediondo crime, deixando-se envolver no repugnanteregicídio do Terreiro do Paço, que teve lugar no dia 1 de Fevereiro de 1908. E isto porque o Buíçaadvogava sempre a tolerância, o paternalismo, a complacência, o perdão, a justiça social, a fraternidade,repudiando sempre a agressividade e a violência física. Era quilo que se pode chamar um verdadeirohumanista.

Também tenho em meu poder, alguns textos que considero de fidedignos onde se afirma que oManuel da Silva Buíça, professor do ensino secundário, alvejou com extraordinária eficácia, o príncipeLuiz Filipe, enquanto que o seu cúmplice, o caixeiro Alfredo Costa, disparou com perícia e crueldadee à queima roupa, sobre o rei D. Carlos, ferindo-o de morte.

Terá sido assim?...Fabião Baptista

Como já mencionado, na noite de quatro paracinco de Outubro de 1910 enquanto decorria

o banquete oferecido pelo presidente do Brasil ecom as movimentações revolucionarias já na rua,do conhecimento de todos e perante a incapacidadedas forças monárquicas de lhes fazerem frente, ofim de banquete seria muito precipitado. D. Manuelfoi retirado por uma porta lateral do Palácio e levadoaté ao Palácio das Necessidades de onde sairádisfarçado num automóvel para o paço de Mafraonde aguardou a chegada das rainhas D. Maria (avódo rei) que se encontrava no palácio da Vila emSintra e D. Amélia que se encontrava no palácio daPena. O iate real Amélia que estava fundeado emCascais recebeu ordem para se dirigir à Ericeiracom a reduzida tripulação que tinha a bordo. Asrainhas chegam a Mafra e a Família Real sai deimediato para a Ericeira acompanhados por algunsmonárquicos que acompanharam o rei para o exílio.O iate já os aguarda, o embarque é imediato. Terásido neste momento que D. Manuel afirmou:«Desgraçado do que nasceu nesta terra» Será numambiente muito dramático e carenciado de viveres,que o iate real se faz ao mar rumo ao exílio emInglaterra com passagem por Gibraltar. No dia cincode Outubro pelas nove horas da manhã, José Relvasna varanda do município de Lisboa acompanhadopelos membros do directório e de outraspersonalidades, proclama Republica. No dia seispelas nove horas da manhã no salão nobre dos Paçosdo Concelho, a Republica é formalmenteproclamada em Portugal. Constitui-se o GovernoProvisório que será presidido por Teófilo Bragasurgindo desde logo na rotunda e em Artilharia um,criticas à escolhas ministeriais feitas pelo directóriopara o governo. Esta discordância pela composiçãodo governo era o prenúncio das dificuldadespoliticas que a recém-nascida republica iriaenfrentar durante vários anos. Em 19 de Junho de1911 é proclamada a Republica na Assembleia

Nacional Constituinte sendo ainda aprovados oHino Nacional e a Bandeira. Foi votada a novaconstituição com apenas 87 artigos. O artº3 daconstituição defendia os seguintes princípios:Liberdade, segurança individual e a propriedade. Asupremacia religiosa católica sobre outras religiõesé abolida, transformando-se Portugal num estadolaico. Não tardaria muito que os problemas malresolvidos no regime anterior ressurgissem, os ditosheróis da República eram uns meses depoisenxovalhados na rua. Nos 16 anos seguintesexistiram 45 governos e todo um rol de problemasassociados à constante instabilidade governativa.O atravessamento e participação activa na 1ª grandeguerra, foram deixando Portugal num estadodepauperado, não só no aspecto económico mastambém social problemas a que a chamada SegundaRepublica com a ditadura terá posto fim. Noentanto, outros problemas surgiram, problemasesses de que alguns dos leitores certamente serecordarão.

D. Manuel

Page 12: Jornal Novembro 2010

NOVEMBRO DE 2010O CONCELHO DE VILA VELHA DE RÓDÃO12CRÓNICA DOS

LUSÍADAS piquininos

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Poetas do nosso Concelho

Beirão isento

A Torre de Belém

Ó velha Torre de Belém Padrão de glória invulgar É ali que Portugal contém Toda a história de Além-Mar

Popular

1Desde o mundo ser criadoNão há outro monumentoQue represente um eventoComo tu tens consagradoTodo o mar fora retraçadoDescobrindo terra tambémFomos sempre mais alémAté vencemos o AdamastorFomos à China e até TimorÓ velha Torre de Belém2Estivemos anos no IndustãoVencemos a rota da pimentaEssa luta foi uma tormentaE a nada dissemos que nãoNavegando até ao JapãoPara com este comerciarAcabamos por conquistarA Goa, Malaca e OrmuzCom Jesus Cristo na CruzPadrão de Glória invulgar

3Navegando para OcidenteO Brasil fora encontradoEste país foi tão amadoAtraindo logo a lusa genteO ouro foi uma enchenteA terra e o clima tambémFundámos a linda BelémO vasto império brasileiroA glória do mundo inteiroÉ ali que Portugal contém4Confirmando tanta vitóriaDa Cruz de Cristo no mundoNavegando no mar profundoEnchemos Portugal de GlóriaEsta epopeia tão notóriaQue Camões viria a cantarE pelo oriente a navegarEscrevendo lutou tambémPorque os Lusíadas contémToda a história de Além-Mar

Manuel Antunes Marques

MAGUSTO NO PERDIGÃO

Foi no passado dia 30 quecomo estava anunciado, os

Amigos de Perdigão conviverammais uma vez.

Serviu de pretexto o magustoporque da ementa fazia parte osenchidos e os doces.

Muita coisa sobrou, osconvivas ficaram saciados.

Mas ficaram saciados não sóda comida e bebida mas tambémda alegria de poderem estar comfamiliares e amigos, compessoas que já não viam hámuito tempo, de poderem teruma tarde diferente, e depoderem esquecer algunsproblemas que a vida nos podetrazer.

Os convivas mostravam-sesatisfeitos por estarem ali emanifestavam o desejo darealização de mais convívios.

Mas, para que nos convíviostudo decorra bem, haja ambienteagradável, é preciso que haja aoserviço dos convivas aqueles quenão chegam a conviver, porquetêm que permanecer na azáfamada preparação dos acepipes paraaqueles deglutirem.

Assim a organização tem odever de agradecer o esforçodaqueles que proporcionaram osmomentos agradáveis.Agradecer aos que até suaram àvolta do braseiro para assar osenchidos e as castanhas, e foramprincipalmente os nossos amigosFernando Manuel, do Vale daBezerra e os conterrâneos Raule Joaquim António Pires. Para omomento da dança, lá esteve onosso conterrâneo CarlosBarateiro, sempre disponívelpara nos ajudar. Tivemos aindaa grande ajuda, no fornecimentoe oferta do pão, do nossoconterrâneo Victor Barreto(filho).

Tanto na sardinhada, emJunho, como agora no magusto,os nossos conterrâneos padeiros,João Calado e Victor Barreto,têm dado benéfica contribuição.

E como os convívios sãomomentos de alegria, causamsempre um certo entusiasmo emuitas vezes despertam, naspessoas, sentimentos deesperança e de benevolência queas levam a gestos dignos degratidão peça parte doshabitantes das aldeias e dasAssociações aí radicadas. Foi oque acontece neste convívio emPerdigão.

No convívio estava presenteo conterrâneo Major João AlvesRodrigues e sua esposa que semostraram muito satisfeitos como ambiente ali vivido. No dia aseguir ao convívio, estebenemérito casal fez chegar àAssembleia do Grupo de Amigosa agradável notícia de que doavauma das suas casas, para sededesta Associação.

Escusado será dizer que foipara todos nós uma surpresamuito gratificante.

É verdade que o grupo játinha tido a oferta de outrosbeneméritos, relativamente auma outra casa, cujo espaçotambém é pequeno para o efeitodesejado.

Felizmente que as ofertasvão surgindo e o Grupo deAmigos um dia terá asinstalações necessárias pararealizar os convívios, quer chovaou faça sol.

Não gostaria de deixar derealçar algumas qualidades donosso conterrâneo Major JoãoAlves Rodrigues. Ele sempremanifestou o gosto pela suaterra, Perdigão. Foi aqui que elenasceu, assim como seus irmãos,depois seus pais fixaramresidência em Vila Velha deRódão mas, ele mais que seusirmãos, manifestou sempre maisamor pela sua terra natal. Tantoassim é, que, ele e um grupo deelementos onde me incluo,formámos o Núcleo de Amigosde Perdigão, em Lisboa, em queele era Presidente. Este Núcleo

teve como objectivo a construçãoda capela da nossa aldeia.

Este núcleo funcionou desde1972 até 1975 altura em que acapela foi inaugurada. Depois,João Alves Rodrigues, esteveintegrado em comissões defestas e tem ajudado noutroseventos.

Tudo isto para dizer que oMajor João Alves Rodrigues temmostrado sempre interesse peloengrandecimento da sua terra.Estou convicto de que este seuinteresse pela aldeia vaicontinuar, e muitas coisas aindaele poderá ajudar a fazer. O seudinamismo, a sua perseverançae o seu poder económico, sãopilares essenciais para aconcretização dos desejos dequalquer Associação oucomunidade.

Penso que as condições parao progresso do Grupo de Amigosde Perdigão está a criar raízes.O meu desejo é que a juventude,embora pouca, comece a sentirinfluência e a interessar-se pelasua terra ou terra de seus pais eavós, e aproveite a ajuda dosmais idosos. Neste momento, háalguns elementos nos CorposGerentes do grupo a atingir os80 anos. Estes não deverãocontinuar após este mandato.Eles deverão dar lugar aosnovos. O futuro é dos jovens. Porisso convém que os mais novosse vão mentalizando epreparando, criando assim odesejo de continuar aAssociação. Se assimprocederem será bom para todosos habitantes da aldeia edeixarão felizes os que, pelaidade, entregarem o mandato,porque verão o seu trabalhocontinuado.

A todos os que mostramvontade de bem fazer, o BEMHAJA da Direcção.

Pela Direcção Luis PiresRibeiro Correia.

A CRUZ QUEEU ABRACEI

Foi-me dada uma cruzE essa cruz abracei,Peço perdão a JesusSe nalguma coisa falhei

Cresci no meio da pobrezaNão hesito em o dizerTenho pena d’hoje em diaNão poder assim viver

Foi um tempo do passadoVivido com harmoniaTodos tínhamos muito poucoMas existia muita alegria

Foi assim que eu aprendiE já não irei mudarEra uma vida saudávelE fácil de equilibrar

Ser pobre sem arrogânciaE toda a gente a viver bemÉ preciso fazer contasCada um daquilo que tem

Hoje a vida já é outraTodos gastam sem pensarSó depois de cair no chãoCusta mais a levantar

Pelo ódio ou a ganânciaMuitos estavam envolvidosE a mexer assim na bancaFicamos desprotegidos

Já nem os médicos tentamCurar a actual doençaE o povo é quem começaA perder paciência

O mesmo já foi unidoMas já está revoltadoAo continuarmos assimPode dar mau resultado

São os que menos têmAqueles que mais vão pagarComo isto vai d´hoje em diaÉ só para nos arrasar

Já são muitos os partidosTornou-se uma confusãoComeçam por ser amigosE acabam sempre em discussão

Há um que diz mal do outroO atingido ainda diz piorCerto é que o “Zé Povinho”Não vai desta para melhor

Em jeito final...Ninguém perca a paciênciaAinda pode haver controloA continuar tudo como vaiDão-nos cabo do miolo!...

Arminda M. Sequeira

CENAS DAMINHA ALDEIA

O tilintar dos chocalhos, do rebanhoNo seu aproximar, em notas mais fortesNaquelas tardes cálidas, de antanhoAnunciava o gado, regressando ás cortes.

Findo assim, o trabalho de mais um diaSeguia-se o ritual da preparação da ceiaE a família, toda se reuniaEm alegres conversas de aldeia.

Na bacia funda, de barro antigoFeijão ratinho, misturado com almeirãoFraca manja, como que castigoPara quem nasceu pobre, sem razão.

Agradecia-se, a Deus, mesmo assimO pão de centeio, que na arcaAcabava por ficar duro, bem ruímMas o complemento, de refeição, parca.

No lume de chão (chama sempre avivada)A púcarinha, já tisnada pelo fumoAquecia a água que com a cevadaSe fazia, num cafézinho, em resumo.

Dadas as bençãos, se ia prá deitaAmanhã, novos trabalhos, novo dia”Já tendes a caminha feita””A candeia de azeite, vos “alumia”...

”Boa noite, mulher;Até amanhã, se Deus quizer!E Deus, queria;Viveríamos outro dia...

Cheio de ervas, ao desdémSem cruz, sem flores, sem nadaUma campa abandonadaQue hoje não é de ninguém...

Pus lh’as flores que traziaE rezei, sei lá por quemEsperando que tambémAssim rezem por mim um dia...

Fabião Baptista

Silvério Pires Dias(Beirão por inteiro)

EM DIA DEFINADOS

No cemitério, alémÀs vezes paro sozinhoOlhos postos no caminhoA ver quem vai e não vem...

Hoje fui lá tambémCom flores tristes na mãoFiquei entre a multidãoSei lá por quê e por quem

Em cada campa uma florUma luz, uma oraçãoE nos rostos expressãoDe muita saudade e dorE notei, triste, ao ladoD’uma roseira braviaAo qual ninguém atendiaUm coval abandonado...

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NOVEMBRO DE 2010 O CONCELHO DE VILA VELHA DE RÓDÃO 13

haja

SAÚDE

Alexandra Fernandes(Médica de Família)

Mónica Santo - (Dietista)

Jogos Olímpicos

A CONSTIPAÇÃO COMUM

PERAIS

Caçadores Caçados

OS JOGOS DA “COMMONWEALTH”e o caso bicudo de Smeneya

*David Sequerra

No muito complexo âmbito do Comité Olímpico Internacional, englobando 206 países de 5continentes, tem vindo a tomar posições de destaque os jogos subsidiários de inspiraçãogeográfica e, por vezes de raízes históricas como é o caso dos IBERO AMERICANOS, com

Portugal incluído.De todos esses JOGOS, o mais antigo e de muito elevado prestígio é o da COMMONWEALTH,

com uma 1ª. edição em 1930, em HAMILTON, no Canadá. Presentemente congrega 53 países entreeles (quase nos apetece dizer infelizmente) Moçambique, de intensa conexão à África do Sul, muito“british” e não tanto lusitano.

Há, também, os JOGOS MEDITERRÂNICOS, onde Portugal devia estar incluído apesar dessaespécie de capricho do “Maré Nostrum” que não chega exactamente ao litoral algarvio.

É longa – e pouco agradável – a história das tentativas de acesso de Portugal aos JogosMediterrânicos, de bitola competitiva, de muito interesse para o Desporto português. O ComitéOlímpico não se tem poupado a esforços, mas… outros valores (??) mais altos se levantam!

Estão para breve os Jogos da Commonwealth, onde Moçambique, falando português,evidentemente, se apresentará sob a significativa “capitania” de Lurdes MUTOLA, a campioníssimade há 2 décadas, já veterana mas altamente prestigiada, a diversos níveis.

Uma figura desses Jogos que referimos em antecipação será a jovem Smeneya, cidadã da Áfricado Sul, agora com 21 anos de idade, super especialista dos 800 metros, de regresso à ribalta doAtletismo após um complicado período de dúvidas, querelas e exames quanto ao sexo que se lheverificava. Depois dos Jogos de Pequim – 2008, Smeneya, sofreu os terríveis efeitos de uma densasuspeita, como já acontecera com Lurdes Mutola há 20 anos, se seria mulher ou homem? Onde sefixavam os limites? A incerteza pairou por mais de um ano e só em Julho/2010 é Smeneya voltoua competir – e a ganhar, perfilando-se desde logo como uma aclamada vedeta dos Jogos daCOMMONWEALTH, onde vão competir atletas a falar português, como Maria de LurdesMUTOLA e outros valores moçambicanos. Coisas da vida…

*Membro da Academia OlímpicaEx-Secretário Geral da Academia Olímpica de Portugal

ALIMENTAÇÃO EM TEMPO DE CRISE“Alimentação é alvo de corte nos gastos das famílias portuguesas em crise”!

A constipação comum é umainfecção leve das vias

respiratórias causada por vírus eque se contagia de pessoa parapessoa pelas gotículas da tosseou dos espirros e, também,através das mãos.

Produz muco e congestãonasal, dores de garganta e decabeça, tosse e febre não muitoalta e lacrimejo. Normalmentecomeça pelo nariz, podendodescer até aos brônquios. Curasem tratamento em poucos dias,mas a tosse pode persistir pormais algum tempo.

Considera-se normal nosadultos ter 2 a 5 constipaçõespor ano e, nas crianças em idadeescolar ou no infantário, é vulgarterem mais.

As pessoas que fumam, quesofrem de renite alérgica, que sealimentam mal, stressadas outristes ou que contactam comcrianças pequenas correm maiorrisco de ter constipações.

Seguem-se algumas

recomendações para quem estejaconstipado:

- Para dor de cabeça oufebre, os adultos podem tomarparacetemol de 500 mg, a cada 4ou 6 horas sendo a dose para ascrainças de 15 mg/kg de peso. Aaspirina também alivia a dor decabeça e reduz a febre, mas temmais efeitos secundários e não érecomendada nas crianças.

- Descanso e nãoapanhar frio nem vento.

- Não fumar.- Beber água e infusões

amiudadas vezes. Não beberálcool.

- Inspirar vapores deágua, porque ajudam a hidrataras mucosas.

- Pôr no nariz sorofisiológico ou água do mar.

- Evitar tossir para nãoirritar a garganta e chuparrebuçados sem açúcar.

- Lavar as mãos comfrequência e utilizar lenços depapel para não contagiar os

outros.- Quem tem asma deve

utilizar inalador e não deve tomaraspirina nem rebuçados deeucalipto.Se a constipação durar mais de10 dias ou se a febre for muitoalta, ou se sofrer de asmadeve consultar o médico defamília.

A fonte é da agência lusa epublicado num jornal.

É do conhecimento geral quemuitas famílias estão a passarpor dificuldades, e colocar umprato na mesa parece muitasvezes uma tarefa dificil. Tambémé certo que os gastos surpérfluosditam um descontrolo economicona hora da ida ao supermercado.

Assim, deixo-vos aquialgumas dicas que podem ajudara “emagrecer” a conta nosupermercado:

1 – Faça uma lista dosprodutos que precisa. Assim, iráapenas às zonas alvo sem passarpor promoções aliciantes.

2 – Não saia de casa para iràs compras com fome. Este factoirá atraí-lo para produtosalimentares que têm poucointeresse.

3 – Opte por produtos delinha branca. São bem maiseconómicos que os de “marca” ese tiver em atenção ao rótulo,adquira aquele que se assemelhamais ao original. Muitas vezes,os produtos de linha branca sãofeitos nas mesmas fábricas dosprodutos de marca, ou seja, sãoiguais;

4 – Compare os preços deprodutos em promoção comprodutos que não estão empromoção. Por vezes adquiriruma promoção pode não servantajoso.

5 – Atenção ao iva de algunsprodutos. P.ex. o queijo em barratem iva 6% enquanto que o queijoralado tem iva 21%. Casonecessite de incluir queijo raladona receita do jantar, prefiracomprá-lo em barra e ralar emcasa.

6 – Evite os gastossurperfluos em produtos quenormalmente não tem qualquerinteresse nutricional, tais comosnacks, bolachas, bolos,aperitivos, refrigerantes. Guardeestes produtos para épocasfestivas.

7 – Verifique o preço de carnee peixe embalado. Em algunssupermercados o preço por kiloé mais caro se comprar o produtojá embalado em caixas deesferovite que ao chegar a casavão para o lixo. O mesmoacontece com o queijo echarcutaria.

8 – Se o supermercado ondevai cobra pelos sacos, então leve

os seus de casa ou opte por umcarrinho de compras.

9 – Tem váriossupermercados perto de suacasa? Então compare os preçose escolha o mais económico.

Ir ao supermercado fazercompras parece ser uma tarefarotineira e simples, mas não ébem assim! É uma atividade querequer muita atenção por partedos consumidores.

Está lançado o desafio para ocarrinho de supermercado comcompras inteligentes, agora é sóseguir as dicas!

Ataque a gado

No dia 3 de Outubro, foi diade abertura de caça às lebres,

coelhos e perdizes na zona decaça municipal de Perais, o diacomeçou a ameaçar chuva, mesmoassim a expectativa era grande enada demoveu o grupo a dirigir-se para as zonas sorteadas.Praticamente assim que se inicioua caça, a chuva surgiu comvontade e logo após, surgiu umgrupo de agentes da GNR que

começaram a fiscalizar todos oscaçadores que encontravam edesta forma, ao fim da manhã, oscaçadores pouco ou nada tinhamcaçado, porque além de se revelarque a caça era pouca, as estratégiasde deslocação no terreno foramgoradas pelas interrupções dosagentes da autoridade, maspraticamente todos foram alvode contra-ordenações, porquenão tinham com eles a alguma da

documentação necessária, nem ajustificação que em virtude dachuva terem deixado osdocumentos na viatura que seencontrava próximo, nem ahipótese de ir buscar odocumento em falta a casa, serviupara desculpar a aplicação dacoima.Desta vez, os caçadores …

Em 24 de Outubro nasequência de uma montaria

realizada no Monte Fidalgo,alguns cães de matilha,provavelmente em perseguiçãodesviaram-se cerca de 2,5 Km dazona de caça, indo atacar umasovelhas que pastavam numterreno vedado junto aos Perais.A proprietária Maria DiasCarepo, nossa assinante, foisurpreendida com um cenáriodesagradável, com animaismortos e feridos com o dorsopraticamente esfolado e bocados

de lã espalhados por todo o lado.Prontamente chamou o piqueteda GNR que verificou no local apresença ainda de dois dos cães.Foram contactados os

proprietários que os foramrecolher e o veterinário queacompanhava a montaria.

O desfecho saldou-se portrês ovelhas que já seencontravam mortas, mais duasque foram abatidas por indicaçãodo veterinário devido ao estadoem que se encontravam e outrasduas que apresentavam algumasferidas de mordeduras e exigemtratamento.

Este episódio vem salientara imprevisibilidade, a insegurançae os prejuízos económicos comque os proprietários de gado sedeparam no seu dia a dia.

JCBelo

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Page 15: Jornal Novembro 2010

NOVEMBRO DE 2010 O CONCELHO DE VILA VELHA DE RÓDÃO 15

PRISMA

TERMO-VIGILÂNCIAO Bastão Electrónico de uso manual, que divulgamos desde a décadade 50, é o mais simples e eficaz meio de localizar à distância, dossubtis focos ou braseiros ocultos, invisíveis e sem sinal denunciadoresda sua existência: nos rescaldos, ou quando se desconheça o que se

passa no interior de densos mantos de nevoeiro ou fumo, queimpossibilitem o combate às chamas, pelo que, nessas funções, épontual o uso directo de B.E., e com rigor de pontaria, assegura alocalização de focos ou micro-fogachos, sem fumo nem camas!

Termo vigilância permanente

Nesta nova versão, o sensorIV tem movimento

rotativo, permanente ou cíclico,nos 3600 de varrimento dohorizonte, revelando a presençade ínfimas fontes de calor, ocultaspelos tais mantos de nevoeiro oufumo, de adormecidos e ocultos,só o calor interessa localizar desdea ignição, e nunca sinais visíveisde fumo ou chamas, dos quais os“cientistas” teimam em servir-se,para desbaratar milhões de anos(1)!

Fizemos na década de 50,ensaios de propagação dos IV(raios infra-vermelhos) entre aPortela de Sintra e Monsanto,com resultados fundamentais emnovos projectos, tais como:Lombas químicas, Furãoelectrónico, Trovoadas secas,etc.

Foi com este tipo deirradiações térmicas que maistarde (e só em Abril de 2010 nosfoi relatado) Che Guevara foitraído, quando esperava oamainar das coisas, e se sentiaseguro no seu ermitério,embrenhado na densa floresta.Não pelo fumo ou chamas, nempela sua presença física, masapenas pelo ínfimo calor da mini-lareira improvisada, cujos IV

irradiados por um simples tição,foram a denúncia pela qualconseguiram localizá-lo eeliminar tão controversa eincómoda figura! É que, qualquerestímulo: térmico, sonoro,químico, luminoso, pode seramplificado milhões de vezes,franqueando ilimitadoshorizontes nos domínios daFísica.

O Bastão Electrónicorotativo, nesta versão devigilância permanente eautomática nos meses de riscode incêndios florestais, é auto-suficiente em energia, dispensaqualquer assistência e mantémum elo permanente (via R.F.) de“contacto” com a central/bombeiros; num eventualcolapso por acidente, cansaço dematerial ou vandalismo, dá oalarme da sua inactividade.

Instalado no topo de umasingela torre metálica triangular,esta tem uma calha/guia aocentro, por onde desliza aunidade ao ser içada (ou trepapelos próprios meios) até aotopo, e arreada apenas pararendição ou assistência. A torre éfixada num ponto estratégico, deonde a unidade B. E. cubra a maiorárea de vigilância, sem grandes

lóbulos de sombra, e avise deimediato a Central, da existênciae o local exacto de cada fontetérmica invisíveis pelo serhumano, ao qual a percepção estálimitada a uma ínfima margem doespectro luminoso, apenasvisível entre os IV e UV.

Este super-vigilante éconstituído por um tubometálico (tipo torpedo), compainéis foto-voltaicos nasuperfície exposta à luz solar,para a sua auto-suficiênciaenergética; imóvel no cimo datorre , tem no topo o guia deondas rotativo, que aloja o sensor(célula receptora de IV), e acimadeste, a antena de serviço, pelaqual, via R.F., são trocados dadose feitas as manobras. Do cimo datorre, o guia de ondas varre ohorizonte, nas 24 horas do dia,em toda a época de risco deincêndios. Daqui se infere doarcaísmo e ineficácia de tantoesforço, ao se aterem apenas àtardia visão do fumo ou chamas!E a tragédia de 2010 em S. Pedrodo Sul, irá repetir-se!

As ínfimas variações ouíndices de temperatura (os IV),

NECROLOGIAPERAISFaleceu no passado dia 25 deOutubro João José GonçalvesBelo de 50 anos de idade,natural de Perais e residente emCastelo Branco, era filho deJoão Dias Belo Carepo jáfalecido e de Ivone GonçalvesCalcinha.Era esposo de Teresa MariaRibeiro Belo e pai de JoãoCarlos, Fátima Mafalda e Luís

Filipe.À família enlutadaapresentamos os nossospêsames.

Torres de vigia

ao actuarem nos sensorestérmicos, produzem variaçõeseléctricas, cuja amplitude relativadepois de amplificada, pode sercomodamente avaliada, apenaspela deflexão do ponteiro de umsimples galvanómetro, ou pelaintensidade de um sinal sonoro;assim, um elementar conjuntotermo-sensível dá a presença, agrandeza, e daí, a direcção erigorosa localização do focotérmico, invisível pelo serhumano, mas ao qual, muitoscorpos opacos são permeáveis.

Por outra, a Vídeo-vigilância“serve para tudo”, segundo aobstinada imposição de alguns“pasternak´s”. Porém, cada coisano seu lugar! Nós diremos queapenas se justifica o seu uso naobservação e recolha de imagensque sirvam de prova de litígios etestemunho de ilícitos, recursoeste por nós sugerido desde 1949,e no combate aos fogos, apenasserve para, à distância e bemrecostados, os impostorespoderem ver, sempre a más horas,o fulgurante colorido das jáindomáveis chamas!

Com algumas horas por diade actividade, de nada

servem ante os grandes mantosde fumo ou nevoeiro! E os custosda construção e manutençãodestes postos?

E os novos postos de vigia(2) prontos à dois anos e commelhores condições, continuam“às moscas”, junto dos antigos,só porque não foram

oficialmente entregues…

(1) Jornal Público – 6/8/2010 –Financiamento do FundoFlorestal, tem orçamento de 24,1milhões.(2) Deste jornal , “O Concelhode VVRódão”, de 9/2010, naexcelente mini-rubrica: “Portugalno seu melhor”…

João Dias Caninas

O ESTADO SOCIAL

A recente discussão do orçamento do Estado (OE) para2011 possibilitou que ouvíssemos amiudadasreferências ao Estado Social, sobretudo por parte

daqueles que assumem a defesa do mesmo comotentativa de reduzir as desigualdades sociais.

Para avivar a memória dos estimados leitores da minha geração,ou seja daqueles que nasceram no decurso da II Grande Guerra ounas duas décadas seguintes, faço 3 ou 4 perguntas: 1) Quem nonosso tempo tinha recursos para frequentar um curso superior

ou mesmo o liceu, sobretudo se vivesse fora das cidades? 2)Quem é que tinha direito à assistência médico-medicamentosa ouquem é que a podia pagar? 3) Quem recebia subsídio dedesemprego? 4) Quem é que tinha direito a pensão de reforma navelhice?

Estes são exemplos de responsabilidades inerentes ao Estado,

porque só o governo tem capacidade para dar resposta às mesmas,já que nenhuma empresa, nem mesmo o sector privado, têmcapacidade para tratar os problemas relativos àquelas situações enem sequer conseguem compreendê-los!

A ideia de ser o Estado a assumir a proteção social, desde oberço até ao túmulo, generalizou-se na Europa a partir da IIª.

Guerra Mundial (1939-1945). Contudo, a história de talpreocupação é longa de séculos.

A legislação mais antiga data de 1572, quando a Inglaterrapublica a lei sobre os pobres, instituindo um sistema de ajuda aosmais desfavorecidos, a qual seria modificada em 1834, tornando osistema mais restritivo e estigmatizante.

Na Alemanha e na década de 1880, o chanceler Bismark cria osistema de segurança social obrigatório, cujo financiamento eragarantido por empregados e empregadores, sistema que foi seguidopor vários países europeus.

A França, entre o final do século XIX e os primeiros anos doséculo XX, publica diversas leis sobre a assistência médica gratuita

e sobre o apoio aos idosos e aos indigentes, aos enfermos e aosdoentes incuráveis.

A Suécia, em 1940, institui um Estado social alargado e a Grã-Bretanha, em 1942 cria um sistema de solidariedade nacional quepossibilitasse combater os grandes flagelos da sociedade.

Em 1945, a França generaliza a segurança social que passa a

ser gerida pelos parceiros sociais.Em Portugal, a generalização só foi assegurada depois da

Revolução de Abril de 1974, embora, em boa verdade, se deva aogoverno de Marcelo Caetano um passo importante com a chegadada reforma social também ao mundo rural.

Page 16: Jornal Novembro 2010

NOVEMBRO DE 2010O CONCELHO DE VILA VELHA DE RÓDÃO 16

MAGUSTO 2010 DA CASA DO CONCELHO

Realizou-se no passado dia 13 deNovembro, nas instalações da Casa

das Beiras, na Av. Almirante Reis, otradicional magusto, organizado pelaCasa do Concelho de Vila Velha de Ródãoe pelo Jornal “O Concelho de Vila Velhade Ródão”

Como tem sido habitual, estesmomentos de reencontro de naturais doConcelho de Vila Velha de Ródão, quese revestem sempre de um salutarconvívio e de um “matar” saudades entreconterrâneos amigos de longa data,tiveram a organização da Direcção daCasa do Concelho e do Jornal e opatrocínio da Padaria do Fratel e deManuel Rodrigues e Herdeiros, Lda., deRódão, que fizeram questão de nos enviaros bolos tradicionais da nossa terra e ossaborosos fumados e enchidos –chouriço, morcela, de boa e saudosamemória que, assada, tinha o gosto deantigamente e presunto – tudo de sabor

autêntico. O pão e broa foram oferecidospelo nosso conterrâneo de Foz do Cobrão,José Tomé. Só faltaram umas azeitonascordovil retalhadas, mas a perfeição nãoé possível e ainda não é o tempo...

Como é habitual nestascircunstâncias, o Sr. Presidente daDirecção da Casa do Concelho de VilaVelha de Ródão, Sr. Elísio Carmona,acolheu e deu as boas vindas aospresentes, no que foi secundado pelo Sr.Coronel Faia Correia, que também fezquestão de dar as boas vindas a todos ospresentes e dar alguns esclarecimentossobre a situação actual do Jornal que nosmantém ligados ao Concelho de VilaVelha de Ródão, donde somosoriginários.

Não se pode calar também, acontribuição do acordeonista, Sr. JoséCarmona Dias, que fez questão de tocaralgumas peças musicais no seu acordeão,da Sra. Maria do Livramento Pereira, do

Dr. Adérito Carmona Dias e do Dr.Manuel Antunes Marques, quecolaboraram com ofertas destinadas aserem sorteadas no decorrer do magustoe cujo produto se destinou a satisfazer asdespesas não cobertas pelos patrocínios,nomeadamente as castanhas e a“pomada”, que era da D. ErmelindaFreitas, da região de Palmela/Terras doSado.

Por último, o convívio foi fraternal,e como a jeropiga foi de oferta (do nossoamigo Andorra) e o vinho era bom, e todoe só da D. Ermelinda, não havendomisturas, também não houvecomparações, nem confusões, discussõese desaguisados, como costumavaacontecer no final do dia de S. Martinho,e das provas, como era hábito nas nossasaldeias.

E para o ano …. Há mais certamente.

Jorge Saraiva Ribeiro

Magusto e teatro noCentro de Dia de Perais

técnica responsável, responderam comum empenho e um rol de capacidadesdignas de profissionais do palco,secundados de forma muito meritória eempenhada pelos restantes colaboradoresque mais directamente se envolveramneste programa de actividades e queassim contribuem para o reforço dasrelações entre as pessoas de diferentesgerações.

Esta interligação entre gerações foivisível, especialmente, durante omomento musical proporcionado pelocoro e que se seguiu à apresentação dapeça de teatro.

Esta iniciativa faz parte de umprograma que desenvolveu já outrasacções igualmente dignas de registo e queconstitui mais uma evidência do rumoque a instituição Santa Casa está aadoptar, para melhor corresponderàpromoção de uma atitude activa duranteo natural processo de envelhecimento dosnossos utentes e que visa o proporcionardas melhores condições de estadia.

A trágica história dos amoresproibidos de José Pina e Maribela,

ocorrida no início do século XX, constituiuma das mais ricas e entusiasmanteshistórias de amor que a literatura populardo concelho de Vila Velha de Ródão noslegou. A relação de amor, trágica, entreuma jovem plebeia e o filho de umabastado lavrador de Sarnadas deRódão, foi recriada pelos idosos doCentro de Dia de Perais e apresentada àpopulação no passado dia 6 deNovembro, por ocasião de um magustoque a Santa Casa da Misericórdiaproporcionou aos idosos e à comunidadede Perais que compareceu em grandenúmero, valorizando o evento.

A representação da peça foi oculminar de um intenso trabalho deencenação desenvolvido pela técnica deanimação sociocultural da Santa Casa deVila Velha de Ródão e insere-se noprograma de desenvolvimento evalorização de competências dos nossosidosos que, face ao estímulo dado pela