JA Março 2011
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Transcript of JA Março 2011
jornalDirector ALVES JANA - MENSAL - Nº 5482 - ANO 111 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
abrantesde
MARÇO2011 · Tel. 241 360 170 · Fax 241 360 179 · Av. General Humberto Delgado - Ed. Mira Rio · Apartado 65 · 2204-909 Abrantes · [email protected]
No Ano Europeu do Voluntariado, fomos conhecer a decana das nossas voluntárias. Tem quase 91 anos, e mantém a alma jovem que sempre teve. E dá-nos uma lição exemplar. página 3
O cancro tem sempre o rosto humano de quem o sofre. As taxas de sobrevivência são já ele-vadas. Mas os tratamentos (quimioterapia na foto) são devastadores. Tanto no bem-estar fí-sico, como na imagem corporal que a pessoa tem de si. E prevê-se que uma em cada qua-tro de nós vai ter de enfrentá-lo. Por isso, em Abrantes, em Torres Novas e por todo o país, o lema continua. “Não paramos enquanto não encontrarmos a cura.”
No Tecnopolo do Vale do Tejo, ou TagusValley, em Abrantes, o Inov.Point é uma incubadora de empresas. Ali se ajudam a nascer e a crescer as empresas que hão de salvar a nossa economia. Fomos ver como é, para sabermos como pode ser. Especial nas páginas 17 a 24
EspecialCasamentos
páginas 9 a 16
CONTRA O CANCROA LUTA CONTINUA
À conversa com Mira Godinho
Inov.Point, a incubadora do Vale do Tejo
páginas 4 e 5
jornaldeabrantes
MARÇO20112 ABERTURA
Nesta época de crise está mais atento aos seus direitos de consumidor?
Samuel NetoAbrantes
É normal que esteja mais atento.
Mas é complicado recorrer às ins-
tituições que defendem os nossos
direitos como consumidores, pois
o país é feito de burocracias. Recla-
mar pode ser uma solução, mas os
estabelecimentos difi cultam a re-
clamação e na maioria das vezes
não há resultados práticos.
Dois anos
IDADE 30
RESIDÊNCIA Santa Margarida
PROFISSÃO Coordenador/Gestor
de Projectos e formador freelancer
UMA POVOAÇÃO Constância, San-
ta Margarida! Onde vivo e me sinto
bem.
UM BAR Naturalmente o MJBAR,
em Santa Margarida é a “loucura
controlada”, é a prova que se conse-
gue fazer grande em locais peque-
nos.
UM PETISCO Pimentos recheados
com soja e 4 queijos, embora não
seja o mais saudável...
PRATO PREFERIDO Os que cozi-
nho! Não pelo resultado, mas por-
que adoro o processo “cozinhar”!
UM LUGAR PARA PASSEAR Muito
difícil defi nir um... mas preferencial-
mente junto ao mar (talvez por ago-
ra viver longe)
UM RECANTO PARA DESCOBRIR
Caminhar junto à Ribeira da Foz... e
chegar à Pereira! É uma dádiva que
a natureza deixou em Constância.
UM DISCO Dois. “AENIMA” dos
TOOL, “Mellon Collie and the infi nite
Sadness” (dos Smashing Pumpkins,
técnicamente perfeitos!)
UM FILME Perfume…
UMA VIAGEM Aquelas que ainda
não fi z!
UM LEMA DE VIDA Não tenho um
lema, tenho valores que me vão
guiando no dia-a-dia e me dão o
“caminho” - verdade, seriedade, res-
peito e honestidade.
FICHA TÉCNICA
Director GeralJoaquim Duarte
DirectorAlves Jana (TE.756)
Sede: Av. General Humberto Delgado – Edf. Mira Rio,
Apartado 652204-909 Abrantes
Tel: 241 360 170 Fax: 241 360 179
E-mail: [email protected]
RedacçãoJerónimo Belo Jorge ([email protected]
Joana Margarida [email protected]
André Lopes
PublicidadeRita Duarte
(directora comercial)[email protected]
Miguel Ângelo [email protected]
Andreia [email protected]
Design gráfico e paginaçãoAntónio Vieira
ImpressãoImprejornal, S.A.
Rua Rodrigues Faria 103, 1300-501 Lisboa
Editora e proprietáriaJortejo, Lda.Apartado 355
2002 SANTARÉM Codex
GERÊNCIAFrancisco Santos,
Ângela Gil, Albertino Antunes
Departamento FinanceiroÂngela Gil (Direcção) Catarina Branquinho, Celeste Pereira,
Gabriela Alves e João [email protected]
MarketingPatricia Duarte (Direcção), Cata-
rina Fonseca e Catarina Silva. [email protected]
Recursos HumanosNuno Silva (Direcção)
Sónia [email protected]
Sistemas InformaçãoTiago Fidalgo (Direcção)
Hugo [email protected]
Tiragem 15.000 exemplaresDistribuição gratuitaDep. Legal 219397/04
Nº Registo no ICS: 124617Nº Contribuinte: 501636110
Sócios com mais de 10% de capital
Sojormedia 83%
jornal abrantesde
FOTO DO MÊS EDITORIAL
INQUÉRITO
SUGESTÕES
“A experiência é uma lanterna de-
pendurada nas costas que apenas
ilumina o caminho já percorrido”, diz
Confúcio há mais de 2.500 anos. Com
esta edição, o Jornal de Abrantes
cumpre o segundo ano desta nova
fase. Dá para ver o caminho percor-
rido. Em Abril de 2009 dissemos ser
nossa opção estratécia fazer “uma
informação que privilegia sobretu-
do o acontecer de média e longa
duração”, por nos ser “impossível co-
brir a actualidade fi na”, que deixáva-
mos aos semanários e às rádios. Ao
mesmo tempo, tivemos de procurar
garantir a sobrevivência económi-
ca. Porque um jornal só pode existir
se conseguir sobreviver do ponto de
vista económico. E nem todos temos
isso bem claro na cabeça. Passados
dois anos, satisfaz-nos ver como o
nosso trabalho tem sido apreciado e
requisitado de vários modos, e agra-
decemos os reparos e as insatisfa-
ções que também nos têm chega-
do. Também no jornalismo, o mais
importante não é o que já se fez,
mas o que ainda agora surge como
desafi o. Em cada mês. Assumimo-
nos claramente como parceiros do
desenvolvimento desta nossa zona
de implantação. A nossa forma de
participar é o jornalismo, o dar conta
das linhas de vida que nos alimen-
tam, com os seus êxitos e os nossos
problemas. Os desafi os são muitos.
Também para nós. Cá estamos, com
as mãos na massa. Hoje, com a mar-
ca do nosso tempo, como há 111
anos. Obrigado a todos os que nos
ajudam a fazer o nosso caminho.
ALVES JANA
Mário LopesSardoal
Já fui associado da DECO, que me
ajudou a resolver alguns proble-
mas de habitação. Os portugueses
não conhecem os seus direitos de
consumidores e várias vezes são
enganados sem que se percebam.
No supermercado, Já me aconte-
ceu algumas vezes o preço a pagar
ser mais elevado do que o da pra-
teleira.
Márcia SantosConstância
Nunca fi z nenhuma reclamação.
Contudo, costumo aceder ao site
da Deco, gosto de me manter in-
formada. Muitas vezes não existe
transparência na informação pres-
tada ao consumidor e a Deco reve-
la a “verdade escondida” em diver-
sas áreas.
DANIEL MARTINS, presidente da associação Quatro Cantos do Cisne
Abrantes, 2011Ao meio-dia, marca pou-co mais que 10 horas. Era um relógio de sol, o úni-co a nível nacional com ta-bela de conversão. Era um instrumento de precisão, embora da precisão neces-sária e possível nesse tem-po de outras exigências. E estava ainda funcional.Hoje, neste tempo tecno-lógico e da precisão nano-métrica, foi tratado como uma estátua, convertido em objecto decorativo. Hoje é um fóssil técni-co. Inutilizado. Testemu-nho de um certo modo de fazer as coisas.
S
u-ra -ta-
um o, ces-
em-s. al.o-no-
moo
-
jornaldeabrantes
MARÇO2011 ENTREVISTA 3
MIRA GODINHO
A decana do voluntariadoALVES JANA
Estamos, em 2011, no Ano Euro-peu do Voluntariado. Mira Godi-nho, ou Maria Ramiro Godinho, tem quase 91 anos e continua uma vida inteira de doação voluntária a quem precisa. Hoje, sobretudo no serviço de Oncologia do Hos-pital de Abrantes, mas desde há muito nas Conferências Vicentinas também de Abrantes. A sua vida é um exemplo e um grito a todos quantos podem em nome de to-dos quantos precisam. Não queria falar de si, mas acabou por aceitar pela causa do voluntariado.
Como começou o seu trabalho de voluntária?
Quando eu tinha 17 ou 18 anos,
fundei aqui a Juventude Católica.
Houve então uma epidemia de tu-
berculose e muitos jovens contri-
buíram a doença, alguns morreram
mesmo. Eu nunca me afastei de-
les. Desde esses 18 anos que eu te-
nho “isto”. Nasceu comigo. Não pos-
so ver ninguém a sofrer. Cada um
de nós foi colocado no seu lugar, o
meu é este – dar-me.
Admiro-me como há pessoas que
não têm nada que fazer e não se
preocupam em ser úteis aos outros.
E à noite conseguem dormir des-
cansadas. Há pessoas a sofrer, há
mães de família que têm de sair de
manhã e voltam ao fi m do dia e não
têm ninguém que as ajude, nem di-
nheiro para pagar.
Uma das suas linhas de trabalho voluntário vem das Conferências
de S. Vicente de Paulo.Tenho 17 camas articuladas em
movimento pelas aldeias. Um dia,
numa reunião das Conferências, foi
referido o caso de um homem que
passava o dia a gritar. Quando saí,
fui logo bater-lhe à porta. Porque eu
bato à porta das pessoas. Se me re-
ceberem mal, isso é lá com elas, eu
faço a minha parte. Bati à porta e vi
um sofrimento horrível. Disse logo
para mim mesma: “Tenho de com-
prar uma cama articulada para este
homem”. Hoje, a Conferência já aca-
bou, mas as camas continuam a cir-
cular por quem precisa.
E no Hospital de Abrantes?Quando foi criado o voluntariado
no Hospital e a minha fi lha [enfer-
meira] me perguntou se eu não
queria ir, eu disse logo que sim
[apesar de ter mais de 80 anos], dis-
se que queria ir trabalhar com os
cancerosos. Porque porque o meu
marido morreu com um cancro.
Eu estou a olhar para eles e estou
a lembrar-me do que passei. [Emo-
ciona-se.] É ali, com eles, que quero
estar. Não é nas enfermarias, por-
que ali as pessoas passam e não sa-
bemos mais delas, ao passo que em
oncologia acompanhamo-las du-
rante meses e mesmo anos. E nós
sentimo-nos afectuosamente liga-
das a essas pessoas.
O que faz como voluntária no hospital?
A minha vivência lá é integrar-me
completamente naquilo que os do-
entes estão a passar. Eles percebe-
rem que está ali uma amiga a viver
aquelas horas com eles. E as minhas
colegas fazem o mesmo. Servimos-
lhe chá ou um refresco no verão,
umas bolachas, e sobretudo con-
vivemos com eles falando. Porque
há momentos muito difíceis para as
pessoas, em que precisam de mui-
ta ajuda. Procuramos que a vida dos
doentes, ali, seja o mais suave pos-
sível para eles. Converso com eles,
rio, conto-lhes anedotas se vejo que
o momento é adequado. Vejo que
eles sentem muito a minha falta, si-
nal de que a minha presença é im-
portante.
E continua com um espírito jo-vem.
A vontade é a mesma. Mas o corpo
começa a dizer que já não pode ser.
Eu a pedir, e o corpo… é como um
motor cansado. Isto é que dói um
bocadinho. Os médicos dizem que
eu preciso de descansar, “está bem,
eu tenho tempo de descansar de-
pois”. O desgosto que tenho de ser
velha não é por morrer, é por querer
fazer e já não poder. Mas ainda faço.
[Risos] Mas queria fazer mais.
Quero dizer que somos uma equi-
pa extraordinária. Voluntários, en-
fermeiros, auxiliares, cada um com
o seu trabalho, somos todos uma
família que trabalha toda para o
mesmo. Nisso temos tido muita sor-
te. E eu quero agradecer, em nome
de todas as voluntárias, a maneira
como fomos recebidas. Sinto-me
muito honrada por isso.
Mensagem fi nal.Eu faço um apelo às pessoas. Ti-
rem um bocadinho, uma ou duas
horas por semana que seja. Nem
digo que vão para o voluntariado
do hospital. Sejam voluntárias das
suas vizinhas. Batam às portas, não
se envergonhem. Eu, o primeiro do-
ente que fui ver, fui mal recebida,
mas não me importei. E não me ve-
nham cá dizer que não são capazes,
que não podem. Todos podem e to-
dos são capazes. Basta querer.
E ninguém pense que vai dar al-
guma coisa. Nós recebemos. Eu te-
nho recebido ali lições extraordiná-
rias, de aceitação, de força.
Há uma frase na Bíblia que diz “Po-
dem rezar muito, mas se não tive-
rem caridade, não vale de nada”. E
o amor ao próximo não é escolher
este ou aquele. Não, é para todos,
porque todos somos fi lhos de Deus
e irmãos uns dos outros. Ser volun-
tário é isto. É dar-se a quem precisa,
seja lá quem for.
Maria Ramiro GodinhoNascimento: 1920Idade: (quase) 91 anosResidência: AbrantesFilhos: 2Netos: 6Bisnetos: 6
jornaldeabrantes
MARÇO20114 DESTAQUE
Cerca de 50 pessoas por mês são
atendidas em consultas de oncolo-
gia no Hospital de Abrantes e cerca
de 60 pessoas estão em tratamento
de quimioterapia às quais são minis-
tradas uma média de 15 sessões por
semana no “hospital de dia” do mes-
mo hospital. Isto no que respeita aos
chamados cancros sólidos. Estes va-
lores estão em baixo pelo facto de o
Hospital de Abrantes ter estado du-
rante dois anos sem primeiras con-
sultas, o que fez com que muitos do-
entes tivessem de dirigir-se para ou-
tros centros de atendimento, onde
agora são acompanhados.
Para lá daqueles, há ainda os can-
cros da bexiga e da próstata, que
são atendidos e acompanhados
pelo serviço de Urologia, que são
cerca de 500, e os cancros no san-
gue, os líquidos, que são atendidos
em Lisboa ou Coimbra, por falta de
especialista nesta zona. Não temos
também tratamento de radiotera-
pia. Para além do serviço médico,
há ainda um serviço específi co de
apoio social em próteses mamárias
e capilares para as doentes que pre-
cisarem deste apoio.
O Hospital de Abrantes es-teve dois anos sem primei-ras consultas em Oncolo-gia, por se ter reformado o médico que assegurava o trabalho neste sector, num processo que o JA foi acom-panhando.
Entretanto, foi contratado
um oncologista reforma-
do, José Albano, que vem
ao Hospital uma vez por se-
mana, normalmente às sex-
tas-feiras. E foi ainda encon-
trado um médico de me-
dicina interna, Pedro Pires,
para ser o “braço direito” do
oncologista e dar o apoio
continuado neste sector ao
longo da semana. É este o
esquema de trabalho que
está a ser seguido. Mais ou
menos o mesmo que nos
outros hospitais do Médio
Tejo.
Contudo, a situação ca-
minha para uma grave cri-
se. Os médicos reformados
estão na perspectiva, por
razões de contenção da cri-
se, de poderem continuar a
exercer. Ora o oncologista
que presta serviço no Hos-
pital de Abrantes está nes-
tas condições. Além disso, o
mesmo se passa com o on-
cologista de Torres Novas.
E em Tomar vai reformar-
se o “braço direito” do on-
cologista, o que assegura o
trabalho continuado. Este
talvez seja o problema de
mais fácil resolução, pelo
menos para quem vê de
fora, basta encontrar outro
médico de medicina inter-
na disposto a aceitar o de-
safi o. Mas, quanto aos casos
de Abrantes e Torres Novas,
continua a não haver onco-
logistas disponíveis, pois se
os houvesse já teriam sido
contratados. Aguardam-se
os próximos capítulos.
Os transportesOutro problema resulta
da alteração do sistema de
apoio aos transportes dos
doentes para tratamento.
Agora, o apoio fi nancei-
ro depende do cruzamen-
to de dados entre as Fi-
nanças e a Segurança So-
cial, ou seja, ninguém sabe
se um dado doente vai ser
apoiado ou não. Isto cria,
segundo Jorge Laíns, en-
fermeiro responsável pelo
Hospital de Dia do Hospi-
tal de Abrantes, “algum re-
ceio de estar a fazer pe-
didos de transporte que
depois as pessoas não pos-
sam pagar”. ́ ´E verdade que
“as orientações internas são
para se continuar a proce-
der do mesmo modo, mas
não sabemos os efeitos que
esse procedimento vai ter.
Os nossos doentes têm de
fazer muitos movimentos
entre casa-hospital e hospi-
tal-casa e em muitos casos
o ordenado mínimo não
chega para o transporte”.
Oncologia vai entrar em crise no Médio Tejo
O cancro no hospital de Abrantes
• Maria Emilia Silva, de Vila de Rei.
jornaldeabrantes
MARÇO2011 DESTAQUE 5
No dia 20 de março vai ser inaugura-do o Grupo de Apoio de Abrantes da Liga Portuguesa Contra o Cancro.
Nesse dia celebra-se o 1º aniver-
sário da realização em Abrantes do
Um Dia Pela Vida, um projecto da
Liga Portuguesa Contra o Cancro. Há
um ano, a 20 de março, milhares de
pessoas fi zeram no Tecnopolo, em
Alferrarede, uma caminhada simbó-
lica pela vida e contra o cancro. Era o
resultado de quatro meses de semen-
teira por todo o concelho de Abrantes
e pelos concelhos vizinhos, sobretu-
do Constância que também partici-
pou de modo formal. Este ano, a se-
mente então lançada germina novos
frutos. A sede do Grupo de Apoio de
Abrantes (GAA) fi ca na Rua D. Afonso
Henriques, num dos espaços do anti-
go quartel de bombeiros, hoje cedido
pela Câmara Municipal à Cruz Verme-
lha de Abrantes. Inicialmente, o GAA
funciona duas vezes por semana, para
prestar apoio ao doente oncológico e
sua família. Todo o trabalho será asse-
gurado por um grupo de voluntários
que vão receber formação específi ca
para essa função. A educação para a
saúde e prevenção do cancro é no-
vamente um dos objectivos a atingir.
Para isso o GAA vai dispor de folhe-
tos informativos sobre vários tipos de
cancro, editados pela LPCC, e vai ser
prestado apoio psicológico ao doente
oncológico. A inauguração deste Ga-
binete está prevista para as 11 horas
da manhã do dia 20 de Março, e con-
tará com a presença da Presidente do
Núcleo Regional Sul da Liga Portu-
guesa Contra o Cancro, Manuela Ril-
vas. Segue-se uma Caminhada até ao
Parque de S. Lourenço, onde se fará
um piquenique de convívio. O lema
desta jornada continua a ser “só para-
mos quando encontrarmos a cura”.
Alves Jana
Torres Novas
Pela Vida
já conta com
52 equipas
O concelho de Torres No-
vas aderiu ao projecto Um
Dia Pela Vida, que será a 4
de Junho no Palácio de Des-
portos daquela cidade. No
passado dia 29 de janeiro
decorreu a sessão de lança-
mento e a 23 de fevereiro
cerca de 90 pessoas partici-
param na primeira reunião
de capitães, isto é, dos líde-
res das já então 40 equipas
já registadas. O prazo de ins-
crição de novas equipas de-
corre até 29 de Abril, segun-
da reunião de capitães. Isa-
bel Correia, da organização,
faz o balanço do momento
dizendo que a Câmara mos-
trou “uma receptividade
muito boa” e a população
“está a aderir muito bem”,
embora seja necessário “um
trabalho muito grande no
terreno” até ao dia 4 de Ju-
nho.
Abrantes continua caminhar contra o Cancro• Marcha de encerramento de Um Dia Pela Vida, em 2010
jornaldeabrantes
6 ESPECIAL CASAMENTOS
O dia do casamento é singu-
lar. Marca uma opção de vida.
Por vezes uma mudança de
vida. Todos, noivos e ami-
gos, queremos que seja um
“dia feliz”. Para mais tarde re-
cordar. Mas, para isso, é pre-
ciso que seja marcado pela
qualidade – que não quer di-
zer luxo – tanto na prepara-
ção como no acontecimento.
Além de um acontecimento
pessoal e familiar, é um mar-
co social importante e tem
uma clara dimensão econó-
mica. Basta ver uma “feira do
casamento” para perceber
que é já signifi cativa a acti-
vidade empresarial que vive
do casamento e que trabalha
para que o casamento seja de
qualidade. Da qualidade que
os noivos e a família desejam
dar-lhe. Porque, se há expec-
tativas sociais, é importante
afi rmar que cada um sabe de
si, isto é, cada um é que sabe
até onde quer ir… e gastar.
Sim, o casamento é um mun-
do… tão grande que nele ca-
bem todos os sonhos.
O casamento é um mundo...para mais tarde recordar
Para casar é necessário tratar de uma serie de
situações como o local, a fl orista, o fotógrafo,
os fatos, os convites, as alianças, as lembran-
ças, enfi m… uma infi nidade de situações. Para
quem não tem o acompanhamento dos pais,
padrinhos, familiares e amigos, não é tarefa fá-
cil. Todo o processo tem um início. Primeiro é
necessário saber onde é local que vai realizar a
festa do casamento. Apesar da crise económi-
ca que está aí, esta é uma situação em que noi-
vos não deixam verdadeiramente de apostar.
Para “a festa” de casamento, 70 euros é o pre-
ço que algumas quintas da região pedem por
cada convidado. A tendência para proporcio-
nar um casamento com muito glamour e de
qualidade passa hoje pela redução do número
de convidados. Com o casal com quem esti-
vemos à conversa a Herdade dos Cadouços foi
palco de toda festa. “Foi amor à primeira vista.
Um lugar que é magnífi co pela natureza que o
envolve, pelo lago que o banha e pela paz que
transmite”. Se pretende casar deverá tratar do
local onde idealiza realizar a festa com um ano
de antecedência.
Casar um momento que não se esqueceO dia do casamento é um dos mais impor-tantes na vida de um casal, está sempre re-vestido de um simbolismo que refl ecte sen-timentos profundos, emoções e um sentido de partilha único. Ao longo das próximas 4 páginas o JA descreve os preparativos para este momento especial. Estivemos à conver-sa com um casal, que casou no ano passado e que nos contou como foi casar…
Joana Margarida Carvalho
Para casar é necessário “tirar um curso”
jornaldeabrantes
MARÇO2011 ESPECIAL CASAMENTOS 7
A aliança é um elemento muito importante no dia do ca-
samento, é esta que fecha o contrato, a união entre o casal.
As alianças lisas, fi nas e em ouro amarelo têm caído em de-
suso. A maioria dos casais opta por modelos mais largos,
anatómicos e arredondados por dentro para garantir um
maior conforto. Há ainda quem opte por colocar diaman-
tes na aliança da noiva, por misturar acabamentos (polido
e fosco), por colocar gravações externas, e misture o ouro
amarelo e branco. Hoje, os noivos têm tendência a perso-
nalizar esta peça essencial.
Aliança símbolo da união
O fotógrafo é um orientador no dia do casamento
O JA descobriu junto do casal que no início
do casamento ambos os noivos se encontram
nervosos e ansiosos com momento da união e
sobretudo gostam de dar atenção a todos os
convidados. O fotógrafo assume um papel de
organizador e orientador dos próprios noivos.
O fotógrafo é uma peça fundamental, pois é
ele que nos alerta para as horas, que nos acal-
ma, que nos canaliza para os locais, entre ou-
tras tarefas que deve assumir no dia. Ele está
a assistir de fora a tudo o que se está a passar,
logo tem uma maior facilidade para alertar. A
sensação de ser fotografada é um pouco abor-
recida, sobretudo no que diz respeito às típicas
fotografi as com os pais, os padrinhos, os ami-
gos, etc... Uma pessoa quase acaba por esbo-
çar um sorriso mecânico, porque são muitas fo-
tografi as. Mas são estas fotografi as que fi cam
para um dia mais tarde recordar. Sendo assim,
é um momento a que devemos dar especial
atenção”.
jornaldeabrantes
MARÇO20118 ESPECIAL CASAMENTOS
O vestido de noiva,
a peça chaveEste ano, as tendên-
cias dos vestidos de
noiva incidem nas
cores claras, na
aplicação de ren-
das e no formato
do vestido único.
Ou seja, não deve
optar pela separa-
ção do corpete e da
saia. Segundo a nos-
sa entrevistada, “hoje
em dia, o vestido de noi-
va ainda assume aquela im-
portância que todas as mulhe-
res lhe conferem. É principalmen-
te no dia do casamento que qualquer
mulher deve-se sentir bela, concretiza-
da, segura e, o mais difícil, calma! (risos)
A própria cor clara do vestido transmite
essa serenidade. Daí eu ter optado por
um vestido com uma cor pérola. As ten-
dências da moda acabam sempre por
infl uenciar a noiva. Eu segui as tendên-
cias do ano e senti-me verdadeiramente
especial com o que tinha vestido, e isso
também é muito importante para que o
dia corra bem”. Relativamente ao fato do
noivo, o preto está sempre na moda. Este
ano as tendências passam pela cor prata,
o castanho e o cinzento.
Ainda que o amor seja um dia de festa, há dias em que o amor se veste de gala
Esta pode ser a frase que compõe o convi-
te de casamento. Este tem tendência a per-
der o modelo clássico e tradicional para pas-
sar a ser uma peça que transmite uma men-
sagem e quanto casal está feliz. Existem
convites de vários estilos, padrões diferen-
tes, arrojados, divertidos, com um tipo de
letra diferente, enfi m… Se pretende casar,
tem muito por onde escolher. Mas segundo
o casal entrevistado, “esta peça que deve ter
alguma coerência com a decoração da fes-
ta, com o tema, os marcadores das mesas,
o menu, o placard, as lembranças, entre ou-
tros pormenores. Mas, mais importante, os
convites devem estar inteiramente ligados
ao gosto e à personalidade do casal.”
jornaldeabrantes
MARÇO2011 ESPECIAL CASAMENTOS 9
O estilo de uma noiva não está completo sem
uma maquilhagem adequada. O dia do casamen-
to é normalmente sempre longo e se a maquilha-
gem não for feita com os cuidados necessários,
pode nã o”aguentar” até ao fi nal da festa.
Sendo assim, opte por uma maquilhagem com
tons claros, o mais natural possível. Muitas noivas
caem no erro de optar por uma maquilhagem
pesada, com tons mais escuros, o que no fi nal
do dia pode resultar num rosto completamen-
te borrado. Peça conselhos ao seu cabeleireiro
ou ao seu centro de estética e teste a maquilha-
gem antes do dia da festa. Para o ano de 2011,
os penteados para noivas incidem sobretudo nas
tranças a cair de lado, de prefe-
rência com fi os de cabelo
soltos. Para quem sem-
pre pretendeu levar
o cabelo apanhado,
opte por um estilo
mais arrojado, com
madeixas e fi os de
cabelo soltos. Se
tem uma franja cur-
ta pode prendê-la com
acessórios.
Flores, um elemento essencial
As fl ores assumem um valor muito im-
portante no dia do seu casamento. São es-
tas que dão a vida à decoração que vai op-
tar por colocar na igreja ou no local onde
se celebra o casamento. As fl ores devem
estar ligadas ao estilo e à personalidade
dos noivos.
No caso do casal com quem o JA falou,
a noiva deu especial atenção ao seu ramo.
“Era constituído por uma orquídea roxa,
um conjunto de pequenos jarros, uma ver-
dura e um arame que juntava todas as fl o-
res. Na imensidão da cor pérola do vestido,
o ramo destacava-se bastante. Penso que
é assim que deve ser, o ramo é um elemen-
to que não deve passar despercebido, mas
algo que chame atenção de todos os con-
vidados. As cores e o formato foram inspi-
rados nas tendências do ano e a opinião
do fl orista também foi importante”. Sen-
do assim, escolha as suas fl ores preferidas
e associe as mesmas à temática do casa-
mento e à decoração envolvente. O ramo
deve estar em harmonia com o vestido da
noiva. Trate de uma fl orista com quatro
meses de antecedência.
Ramo elaborado pelo fl orista “O Canteiro”Maquilhagem
e penteado
da noivaOs noivos devem dirigir-se juntos à
Conservatória do Registo Civil com os
seus respectivos bilhetes de identida-
de ou cartão de cidadão. O casamen-
to civil propriamente dito pode ser re-
alizado em qualquer lugar, desde que
os noivos encontrem um representan-
te do Registo Civil que se disponha a
deslocar-se ao local escolhido. Quan-
do se dirigirem à Conservatória os noi-
vos não devem esquecer dos seguin-
tes documentos: Documento de iden-
tifi cação (Bilhete de identidade ou
cartão de cidadão) ou sendo estran-
geiros, certifi cado de nacionalidade e
de capacidade matrimonial, autoriza-
ção de residência, passaporte ou do-
cumento equivalente. Se um dos noi-
vos tiver menos de 18 anos, terá de
apresentar uma declaração assinada
pelos pais com o consentimento para
proceder à união. Se um dos noivos já
tiver sido casado, terá de apresentar
um documento que prove que está
divorciado ou viúvo. Convenção an-
tenupcial, quando quiserem optar por
um outro regime que não o da comu-
nhão de bens adquiridos.
O que tratar junto
da Conservatória
jornaldeabrantes
MARÇO201110 ESPECIAL CASAMENTOS
Planeie o seu casamentoSE VAI CASAR SAIBA O QUE TEM A FAZER!
Estas são algumas das tarefas e dos tempos sugeridos para uma boa or-ganização do seu casamento. Use a lista de forma inteligente, pois pode ser necessário fazer ajustamentos. Por exemplo, há restaurantes que exigem marcações com anos de an-tecedência. E seja feliz.
ATÉ 12 MESES ANTESDefi nam a data em que pretendem
casar.
Defi nam que tipo de cerimónia e de
festa querem ter: civil ou religiosa, for-
mal ou informal, almoço ou jantar,
grande ou pequena?
Reservem o local para boda.
Marquem uma reunião com a equi-
pa de fotógrafos e reserve o serviço.
Solicitem um orçamento detalhado e
contrato por escrito.
Defi nam a lista inicial de convidados.
Pensem no tipo de convites e lem-
branças que pretendem para o vosso
casamento.
OITO MESES ANTESNo caso de o casamento ser religioso,
falem com o padre da paróquia onde
pretendem casar.
Convidem os padrinhos.
Convidem os meninos das alianças.
Marquem as férias do casamento e
comecem a seleccionar potenciais
destinos para a vossa lua-de-mel.
A noiva deve iniciar a procura do ves-
tido de noiva.
SEIS MESES ANTESPensem no ramo da noiva e nas fl ores
para a decoração da igreja e do local
do copo-d´água.
Defi nam a lista fi nal de convidados e
recolham os seus contactos.
Encomendem ou comecem a fazer
todo o material gráfi co, nomeada-
mente os convites, livros de igreja,
menus e cartões de agradecimento.
Encomendem ou comecem a fazer as
lembranças.
A noiva deve escolher o vestido de
noiva e todos os acessórios.
QUATRO MESES ANTESContratem a animação para o copo d’
água. Caso optem por uma cerimónia
religiosa, defi nam se vão ter coro ou
acompanhamento musical.
Escolham a fl orista para o ramo e para
os arranjos fl orais.
Escolham a(s) loja(s) onde vão colo-
car a vossa lista de casamento e co-
mecem a defi nir o que querem que
contenha.
Pensem onde vão passar a noite de
núpcias.
Marquem a lua-de-mel.
Obtenham as certidões de nascimen-
to no registo Civil, loja do cidadão ou
internet.
O noivo deve procurar o seu fato e os
respectivos acessórios.
A noiva deve escolher o penteado e a
maquilhagem com a ajuda da sua ca-
beleireira e esteticista.
A noiva deve comprar meias e lingerie
de acordo com o vestido de noiva.
TRÊS MESES ANTESA entrega dos convites já deve estar
concluída.
Encomendem o bolo de noiva.
Defi nam a viatura a utilizar.
Comprem as alianças.
Iniciem o processo no Registo Civil.
Ajudem os vossos pais a escolher os
respectivos vestidos e fatos.
A noiva deve fazer uma prova do ves-
tido e acessórios.
DOIS MESES ANTESOrganizem a distribuição dos convi-
dados pelas mesas.
Escolham o menu e discutam todos
os pormenores com a quinta.
Confi rmem: animação, fl orista, convi-
dados, reservas, lua-de-mel, cabelei-
reiro e esteticista.
Escolham as músicas pretendidas .
Confi rmem se todos os documentos
para a viagem estão prontos.
Caso optem por uma cerimónia reli-
giosa, conversem com o pároco que
irá celebrar a cerimónia e escolham as
leituras.
Marquem, se necessário, o ensaio da
cerimónia.
Escolham os respectivos fatos do dia
seguinte ao casamento.
UM MÊS ANTESPlaneiem as respectivas festas de sol-
teiros.
Marquem uma limpeza de pele ou
outros tratamentos de beleza.
Confi rmem tudo: local do copo-de-
água, catering, fotógrafo, animação,
fl orista, convidados que ainda este-
jam em dúvida, reservas, lua-de-mel,
cabeleireiro e esteticista.
Comecem a comprar o que vão preci-
sar de levar para a lua-de-mel (nome-
adamente malas, roupa apropriada
ao clima, lingerie e roupa de dormir e
protectores solares), fazendo uma lis-
ta do que vão precisar de levar con-
vosco.
A noiva deve ensaiar o penteado e a
maquilhagem.
QUINZE DIAS ANTESReconfi rmem tudo o que foi anterior-
mente referido.
Confi rmem número de convidados
com o local do copo d ́água.
Preparem a casa onde vão viver de-
pois do casamento: comece a arru-
mar os presentes de casamento que
já foram entregues e comecem a le-
var os vossos objectos pessoais para
a vossa nova casa preparando-a para
quando chegarem de lua-de-mel.
Façam a marcação dos locais para as
despedidas de solteiros.
A noiva deve fazer a prova fi nal do
vestido, com os sapatos, lingerie e to-
dos os acessórios que pretende usar.
A noiva deve começar a andar com os
sapatos em casa, para se ir habituan-
do a eles. Se o noivo também vai usar
sapatos que nunca usou, poderá fa-
zer o mesmo.
UMA SEMANA ANTESFaçam as despedidas de solteiros.
Façam as malas para a lua-de-mel.
Confi rmem o transporte para a igreja
e cerimónia.
A noiva deve ir buscar o vestido de
noiva.
A noiva deve fazer a depilação, a ma-
nicura e a pedicure.
A noiva deve confi rmar a hora com o
cabeleireiro para o dia do casamento,
tendo em atenção os horários, para
que o fotógrafo disponha do tempo
previamente acordado para realizar
as fotografi as da noiva em casa.
Façam uma revisão geral de todos os
aspectos e acertem os últimos por-
menores que possam ter escapado.
NO PRÓPRIO DIARelaxem e aproveitem ao máximo
este é o vosso dia!
jornaldeabrantes
MARÇO2011 ESPECIAL CASAMENTOS 11
Antes, começávamos por arranjar a casa para onde íamos com os pou-cos tarimbecos que tínhamos. Ago-ra, na noite de casamento põem o melhor que têm. Mas nós, não. Pú-nhamos o mais ruim que tínhamos, por mor de usarmos. As coisas me-lhores, as mais bem feitas, fi cavam, eram só para vista.
Na véspera do casamento, os cacho-
pos iam levar os pratos de arroz doce
e um bolozito comprido [aos vizinhos
e amigos que não iam ao casamento],
e as mulheres davam algum dinheiri-
to, ou um litro de azeite, um bocado
de feijão, coisas que tinham das hor-
tas.
O casamento eram quatro dias, sex-
ta, sábado, domingo e segunda. Era a
boda. Eu casei num sábado do mês
do Natal, ao sol-posto, era quase de
noite.
O meu vestido era muito lindo. Foi a
ti Mari’ Gaiata que mo fez. Era creme. E
já levei véu. Os véus eram empresta-
dos. As pessoas que tinham é que em-
prestavam. Ou então eram alugados
em Abrantes, no Manelzinho.
No dia do casamento, a noiva saía de
casa com os seus convidados e junta-
va-se ao noivo na igreja. Casavam-se e
depois iam comer. Os convidados da
noiva iam comer para casa da noiva e
os do noivo para casa do noivo. Não
havia copo-de-água, ninguém sabia o
que era isso. Os noivos, depois de ca-
sados, comiam uma refeição na casa
do noivo e outra na casa da noiva.
Antes de casarem, o noivo comia em
casa dele com os seus convidados e a
noiva em casa dela com os seus. A ti
Isaltina Clementina era a cozinheira. A
comida era arroz com tripas. E “carne
fresca”, carne de borrego: quem podia
matava um borrego, quem não podia
comprava um pouco de carne. Na se-
gunda-feira, ao almoço, era já para co-
mer os restos.
Nos dias a seguir ao casamento, à tar-
de, íamos correr as casas. Os noivos e
os convidados todos passavam pelas
casas de cada um dos convidados. As
pessoas tinham na sala de fora a mesa
posta com pão, queijo, azeitonas, tre-
moços, laranjas cortadas aos quartos
com sal, o que as pessoas tinham, e vi-
nho… Aqui comia-se um meguelho
de pão com queijo, além três tremo-
ços… dançava-se um bocado… e ía-
mos para casa doutro convidado. Era
“correr as casas”. E o meu tio Soutenho
é que tocava concertina.
O baile era à noite. Na sexta-feira já
havia baile. E era em casa, dançava-se
na casa de fora.
Naquele tempo, e o casamento...FLOREANA GOMES CONTA COMO ERAM OS CASAMENTOS NO PEGO
• Floreana Gomes, 88 anos, conta como, no seu tempo, eram os casamentos no Pego.
jornaldeabrantes
MARÇO201112 ESPECIAL CASAMENTOS
1. O casamento é como tudo o mais,
está a mudar a grande velocidade. Não
se sabe para onde, mas sabe-se de onde
vem.
2. Até há pouco, era fácil responder à
pergunta “o que é o casamento?”. O casa-
mento é o contrato, sagrado ou raramen-
te profano, de um homem e uma mulher
que constituem família até que a morte
os separe. Assim era e assim devia ser.
3. Mas apenas entre nós. Sempre houve
povos com outras modalidades de casa-
mento. Entre os muçulmanos, talvez o
caso mais conhecido, um homem pode
casar-se com até quatro mulheres. Mas
há povos em que uma mulher pode ca-
sar com vários homens e outros, embora
mais raros, em que mais que duas pesso-
as casam com outras formando um gru-
po fechado. E ultimamente, vários países,
incluindo Portugal, reconhecem o casa-
mento entre dois homens ou duas mu-
lheres.
4. No nosso modelo tradicional, a coabi-
tação e a exclusividade da relação sexual
entre os membros do casal era a norma.
Mas também aí há mudanças. Hoje, é fá-
cil encontrar casamentos em que cada
um vive na sua casa e em que há um re-
lacionamento aberto ou liberdade de re-
lacionamentos sexuais.
5. Mas sobretudo, depois de ser prati-
camente não admitido, o divórcio tem
vindo a aumentar e é já hoje a “solução”
para mais de metade dos casamentos.
Além disso e ao mesmo tempo, aumen-
ta o número de casais que vive em união
de facto, sem pensar sequer em casar-se.
E multiplicam-se os homens e mulheres
que optam por viver sozinhos, o que não
signifi ca que não tenham vários “amigos
coloridos”.
6. A um tempo em que “nenhum rapaz
queria uma rapariga em segunda mão”
ou, como cantava Paco Bandeira, “A mu-
lher é como um livro (…) depois do livro
lido / o livro não presta mais”, sucede-
se um tempo de maior liberdade sexu-
al tanto para as mulheres como para os
homens.
7. O que não admira mesmo é que tan-
tas pessoas sintam que “o casamento
está em crise”.
Alves Jana
Tudo muda... e o casamento também
jornaldeabrantes
jornaldeabrantes
MARÇO201114 ABRANTES
Rodeada de uma beleza natu-ral, com uma vista panorâmica sobre a barragem do Castelo de Bode e em plena harmonia com a água, o ar puro e as ár-vores encontra-se a ABES Pou-sada.
António Lourenço dos Santos
e Ana Vian Costa, naturais de
Abrantes e Tomar respectiva-
mente, são os proprietários do
equipamento inovador.
Até ao ano de 2004, este es-
paço dava vida à antiga estala-
gem de São Pedro, que era en-
tão propriedade da ENATUR.
Quatro anos mais tarde, no dia
8 de Agosto de 2008, o equi-
pamento abre ao público com
uma nova identidade, um lar
para seniores. Pessoas que a
partir dos seus 65 anos de ida-
de, pretendam viver onde ape-
nas imaginaram passar umas
férias.
A ABES Pousada surge devi-
do à falta de espaços para alojar
idosos que necessitam de cui-
dados permanentes, conforme
conta ao JA António Lourenço
dos Santos. � Quando senti a
necessidade de alojar a minha
mãe num lar, a oferta aqui na
região era muito reduzida e as
poucas casas que visitei não me
agradaram, devido a uma serie
de carências que detectei ao
nível de condições básicas. Foi
neste sentido que decidimos
comprar este espaço, e torná-
lo num estabelecimento onde
o envelhecimento é vivido com
a máxima qualidade”.
Uma aposta na qualidadeConhecida como um “ho-
tel para seniores”, este espaço
é destinado a quem necessita
de cuidados continuados e te-
rapêuticos e de muito repou-
so. A ABES Pousada benefi cia
de uma série de serviços, como
enumera Ana Vian Costa. “Tem
um serviço de assistência de
enfermagem permanente, cui-
dados médicos duas vezes por
semana e fi sioterapia. Promo-
ve terapia ocupacional, activi-
dades ao ar livre, programas in-
dividualizados de recuperação,
hidroginástica e hidroterapia, e
por último, benefi cia ainda de
um serviço de estética e mas-
sagem. Animação e ocupação
de tempos livres, com jogos de
mesa, sessões de leitura e con-
vívio são também outras activi-
dades promovidas”.
Relativamente ao alojamento,
a Pousada dispõe de 18 quar-
tos. Todos estes climatizados,
com WC individual, amplos e
soalheiros, e uma capacidade
para 30 pessoas.
O edifício oferece ainda salas
de estar, salas de refeições, bi-
blioteca, acesso a internet, gi-
násio, jardim interior e exterior
e um terraço sobre a albufeira
do Castelo de Bode.
A cerca de dez minutos da ci-
dade de Tomar e de Abrantes
este equipamento tem actual-
mente instalado 16 idosos. Se-
gundo os proprietários a ade-
são por parte dos clientes tem
sido razoável e a procura incide
sobretudo no concelho de To-
mar e nos concelhos limítrofes.
HistóriaO edifício nasceu nos anos 50,
como residência dos engenhei-
ros que trabalhavam na barra-
gem do Castelo de Bode. Mais
tarde, até aos anos 70, o espa-
ço foi transformado em estala-
gem, que foi depois adquirida
por uma família que a mante-
ve por 5 anos. Em 1992, a ENA-
TUR fi ca responsável pelo equi-
pamento e transforma-o numa
pousada. Em 2004, fecha ao pú-
blico e reabre em 2008 como
uma pousada para seniores, a
actual ABES Pousada.
Joana Margarida Carvalho
Foram seis as empresas de Abrantes, uma de Mação e outra de Sardoal que conquistaram o galardão PME Excelência, relativo ao ano 2010. Ao todo, foram 42 distinguidas do distrito de Santarém e 1.105 no País.
Abranfrio (Comércio), Abranlimpa (serviços), Cre-
milcar (Comércio), F. do Vale (Construção), Isabel Pi-
nhão (Comércio), J C Bartolomeu (Construção), foram
as empresas do concelho de Abrantes distinguidas.
Em Mação a Distrimação (Comércio), e em Sardoal a
Rodrigues e Vermelho (Construção) também recebe-
ram o diploma do IAPMEI.
Os galardões PME Excelência são um estatuto de
qualifi cação empresarial criado pelo IAPMEI (Instituto
de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao Inves-
timento), numa parceria com o Turismo de Portugal,
o Barclays, o Banco Espírito Santo, o Banco Espírito
Santo dos Açores, o Banco BPI, a Caixa Geral de Depó-
sitos, o Millenium bcp e o Santander Totta.
As PME Excelência são o subconjunto das PME Líder,
que manifestaram interesse junto do seu banco e que
cumprem adicionalmente vários critérios. Um desses
critérios é pertencerem aos dois primeiros níveis de
rating, baseado no relatório de contas de 2009 para
além do cumprimento critérios fi nanceiros, suporta-
dos nas demonstrações fi nanceiras também do ano
de 2009.
O IAPMEI entendeu fl exibilizar os critérios de acesso
ao Estatuto PME Excelência, podendo ser incumprido
apenas um dos indicadores, de acordo com: cresci-
mento do volume de negócios, autonomia fi nancei-
ra, rendibilidade dos capitais próprios, rendibilidade
do activo. Resta dizer que o estatuto PME Excelência
tem a validade de um ano.
Os empresários consideram que este estatuto con-
seguido revela o bom desempenho das suas empre-
sas, apesar da crise económica e fi nanceira interna-
cional, e pode constituir uma mais valia para as me-
sas, quer no marketing associado quer do ponto de
vista da gestão. José Eduardo Carvalho, à altura pre-
sidente da direcção do Nersant, considerou curioso
que 20% das PME Excelência de 2010 sejam do sector
da construção civil, um dos mais afectados pela crise,
mas sublinha não saber o que acontecerá em 2011, já
que pode haver uma retracção na economia.
No País o IAPMEI distinguiu empresas que se evi-
denciaram pelos melhores desempenhos do univer-
so das PME Líder nacionais.
Em conjunto, as 1.105 PME Excelência geram mais
de 37 mil postos de trabalho directos e foram respon-
sáveis por um volume de negócios superior a 4,5 mil
milhões de euros no último ano, com uma taxa média
de crescimento de 11%.
Jerónimo Belo Jorge
Oito empresas são PME Excelência 2010
ABRANTES, MAÇÃO E SARDOAL
ABES POUSADA - ASSISTÊNCIA E BEM-ESTAR DE SERVIÇOS A SENIORES
Um “hotel para seniores” num recanto do céu
• Os proprietários António dos Santos e Ana Costa
jornaldeabrantes
MARÇO2011 ABRANTES 15
Comemorou no dia 16 de
fevereiro o seu 100º aniver-
sário, a resistente de cinco
irmãs. E está para fi car. De-
pois do falecimento de suas
irmãs, Laura Paulo, Aurora
Marques, Júlia Damião e Ma-
ria Guilhermina Velez, Maria
da Piedade de Jesus, cega
de uma vista desde muito
cedo, e agora com um ele-
vado grau de surdez, conti-
nua a não dispensar umas
horinhas diárias em sua casa,
onde lê o jornal, faz malha e
panos de cozinha.
Diariamente, o seu fi lho
ou a sua nora vão deixá-la
em casa pelas 10 da manhã,
e depois vão buscá-la pelas
17h00 para passar a noite
em casa deles, e ver um pou-
co de televisão.
Já é vulgar chegar-se aos
100 anos, mas Maria da Pie-
dade é um exemplo de gos-
to pela vida, pois mesmo
cega de uma vista, muito sur-
da, e já a andar bem devagar,
cá continua com uma luci-
dez digna de relevo, e a fazer
a sua vidinha como gosta. E
pelo que observamos diaria-
mente, atrevemo-nos a dizer:
até para o ano, Ti Maria. Esta-
mos certos de que com a sua
vida pausada, ainda nos fará
companhia.
O Jornal de Abrantes regis-
ta e associa-se ao aniversário
desta resistente centenária.
Fernando Velez
Depois de no ano passo o Rosé
Casal da Coelheira ter sido con-
siderado o melhor rosé do mun-
do, a colheita de 2010 conquis-
tou este mês a medalha de ouro
no Vinales Internatonales, um sa-
lão que se realiza em Paris.
Nuno Falcão, enólogo do Casal
da Coelheira, revelou que a co-
lheita de 2010 não repetiu o feito
de 2009 mas estava a contar com
isso, porque aquele prémio só foi
conquistado por três vezes por
vinhos portugueses, sendo um
deles o Rosé Casal da Coelheira.
Por outro lado, há sempre uma
expectativa, depois do galardão
de 2009, saber o que acontece-
ria com a colheita de 2010, e esta
deu medalha de ouro.
Nuno Falcão sublinhou que
esta nova medalha vem dar re-
conhecimento “pelo trabalho
que foi feito não só na vinha mas
também na adega”.
Estes prémios do Rosé têm
constituído para o Centro Agrí-
cola de Tramagal um mediatis-
mo que nunca tinha sido conse-
guido com os outros vinhos e o
Casal da Coelheira já tem no seu
portfólio uma grande quantida-
de de medalhas de ouro.
Ainda segundo o enólogo, es-
tes prémios podem constituir
uma nova forma dos portugue-
ses olharem para os rosés, já que
têm mais consumo na Europa
Central e do Norte.
Apesar de ter conquistado
nova medalha de ouro, o Casal
da Coelheira Rosé 2010 já está
esgotado no produtor, podendo
ser apenas encontrado em três
distribuidores, um no Algarve,
outro na zona de Fátima e outro
em Lisboa.
Nuno Falcão revelou ainda que
há capacidade para no próximo
ano aumentar a produção do vi-
nho rosé.
Jerónimo Belo Jorge
ROSÉ 2010
Casal da Coelheira ganha medalha de ouro em Paris
MARIA DA PIEDADE DE JESUS
Comemorar 100 anos
jornaldeabrantes
MARÇO201116 ACTUALIDADE
O até há pouco e durante 17
anos presidente da direcção da
Nersant, José Eduardo Carva-
lho, foi eleito no passado dia 3
presidente da AIP, onde já era
vice-presidente. Como sem-
pre, este dirigente associativo
do sector empresarial não pre-
tende ser apenas fi gura decora-
tiva. Por isso, iniciou a sua acti-
vidade com a afi rmação de que
são necessárias medidas que
compensem a impossibilidade
da descida dos salários.
Entretanto, a nova presiden-
te eleita do Nersant, Salomé
Rafael, toma posse no próximo
dia 22 deste mês.
A Associação Portuguesa
de Técnicos de Comunicação
Autárquica, APTECA, foi cons-
tituída no dia 9 de Fevereiro
e tem a sua sede nacional em
Mação. O objectivo é promover
a profi ssão e os profi ssionais de
comunicação autárquica. Vera
Dias, técnica de comunicação
na Câmara de Mação, é a pre-
sidente. À Antena Livre, Vera
Dias destacou algumas inicia-
tivas que a Associação vai pro-
mover já este ano, como o En-
contro (nacional) de Comuni-
cação Autárquica, a realizar no
Entroncamento, a criação de
um Fórum para os técnicos de
comunicação autárquica, a cria-
ção de manuais de comunica-
ção autárquica e iniciar o servi-
ço de assessoria a câmaras mu-
nicipais, e criar o prémio anual
“autarca pela comunicação”,
que visa premiar um autarca
que se tenha distinguido “pela
sua atenção ao problema da co-
municação nas autarquias”.
No dia 25 de Fevereiro, os 157 militares que entretanto já partiram para o Kosovo receberam a Bandeira Nacional no castelo de Abrantes. Estes militares, que são comandados pelo abrantino tenente-coronel Amaral Lopes, vão integrar as forças da Kfor durante cerca de meio ano.
157 MILITARES NO CASTELO DE ABRANTES
A caminho do Kosovo
Técnicos de comunicação
autárquica criam associação
de âmbito nacional
José Eduardo Carvalho eleito
presidente da AIP
jornaldeabrantes
Uma das estruturas decisivas do Tagus Valley, ou Tecnopo-lo do Vale do Tejo, é o Centro de Ino-vação Incubação e Desenvolvimento de Empresas. Ali se joga muito do futu-ro tecnológico das nossas empresas e da sustentabilidade da nossa economia. E também da inser-ção do nosso en-sino superior poli-técnico no mundo empresarial que ele deve servir. O JA foi ver como é, num trabalho de Joana Margarida Carva-lho e Alves Jana.
ESPECIAL
Centro de Inovação Incubação e Desenvolvimento de Empresas
jornaldeabrantes
MARÇO201118 ESPECIAL iNOV.POINT
O Inov.Point é uma incubado-ra do Médio Tejo, ou seja, uma estrutura, associada a uma equipa de pessoas, que pres-ta serviços a empreendedores empresariais do Médio Tejo.
Esses serviços são de apoio
à estruturação de um negócio
a partir de uma ideia, à consti-
tuição de uma empresa, e de-
pois, no máximo durante os
primeiros quatro anos, ao de-
senvolvimento dessa empre-
sa. A ideia é que a empresa, ao
fi m desses quatro anos, possa
sair para o mercado e compe-
tir autonomamente e em pé
de igualdade com as outras.
O período de quatro anos é,
actualmente, um pouco alar-
gado, segundo Homero Car-
doso, responsável pelo de-
partamento de incubaçlão de
novos projectos, “porque há
ainda espaço disponível e por-
que não temos ainda criada a
infraestrutura de aceleração
de empresas, e porque há in-
teresse mútuo nesta situação.
Mas em 2012, quando tiver-
mos o acelerador de empre-
sas construído, as empresas,
ao fi m de quatro anos vão ter
de mudar-se para o outro edi-
fício”.
Os serviçosSão essencialmente três os
serviços do Inov.Point aos em-
preendedores e às empresas
nele sediadas. Um serviço aos
empreendedores que ainda
não constituíram a empresa,
ou seja, a pré-incubação, que
tem um custo de 30€ por mês.
Depois da constituição da
empresa, há duas opções.
Uma com a incubação física,
em que a empresa se instala
num espaço dentro do edifí-
cio, usufruindo da electricida-
de, limpeza, internet, telefone,
das salas de reuniões do audi-
tório e dos espaços comuns e
do apoio da equipa. Esta op-
ção tem um custo dependen-
te da dimensão do espaço que
a empresa ocupa, com um pa-
gamento que tem um descon-
to inicial que vai sendo redu-
zido até ao pagamento total
no fi nal do prazo de incuba-
ção. Se não tiver incubação fí-
sica, por a empresa não neces-
sitar de ocupar um espaço fí-
sico de escritório, o Inov.Point
disponibiliza o serviço de do-
miciliação onde, por um va-
lor de 50€ por mês, a empresa
tem o apoio de acompanha-
mento pela equipa do Inov.
Point e o acesso aos espaços
comuns, mas não tem um es-
paço físico da empresa.
Durante este ano, vamos lan-
çar uma opção que é ter, não
um espaço físico exclusivo,
mas ter acesso a um posto de
trabalho, um espaço que será
dividido com outras pessoas.
Para além da cedência do es-
paço, o Inov.Point há ainda o
apoio dado às empresas pelos
técnicos do Inov.Point. Pode
dizer-se que, no essencial, a
equipa está de posse de conh-
cimento que pode ser muito
útil à empresa. Esta, muitas ve-
zes não suspeita de que tal co-
nhecimento exista ou lhe será
útil ou então tem difi culdade
de acesso a ele.
Por exemplo, o “gabinete de
inserção profi ssional” dá infor-
mação sobre programas de
estágio, e fá-lo não apenas às
empresas instaladas no Inov.
Point. Ou o apoio à procura de
fi nanciamento. Ou mediação
no contacto com outras em-
presas ou instituições.
O que o Inov.Point não faz é
contabilidade, nem dá forma-
ção específi ca. Para isso há ou-
tras instituições.
A inovaçãoUm dos requisitos para uma
empresa se poder instalar no
Inov.Point é ter uma dimen-
são de inovação naquilo que
a empresa faz, sejam produtos
ou serviços. “
A inovação é um conceito re-
lativo”, explica Homero Cardo-
so, “pois o que hoje e aqui é
inovador já não o é amanhã e
pode não o ser no concelho ao
lado, mas, mesmo assim, pro-
curamos que sejam empresas
inovadoras”. Não são admi-
tidas, porém, “empresas que
não acrescentam nada ao pro-
duto, por exemplo que façam
apenas armazenagem, ou seja,
compra e venda”, explica.
Posto isto, importa dizer que
o Tagus Valley, de que o Inov.
Point faz parte, tem quatro
áreas preferenciais, a metalo-
mecânica, o agro-alimentar, as
TIC ou tecnologias de informa-
ção e comunicação, e a ener-
gia. E todas estas áreas estão já
representadas através de em-
presas sedeadas no Inov.Point.
Algumas actividadesO núcleo duro da actividade
do Inov.Point é a captação de
empresas e o apoio a projec-
tos empresariais. Mas tem de-
senvolvido outras actividades
complementares, como labo-
ratórios de ideias para possí-
veis projectos, dinamização do
projecto do empreendedoris-
mo nas escolas de vários con-
celhos do Médio Tejo e apoio
a outras incubadoras noutros
territórios (Caldas da Rainha,
Marinha Grande e Aveiro). É
também dinamizado o Con-
curso de Projectos Empresa-
riais Inov.Point, que terá a se-
gunda edição este ano.
Entretanto, o Inov.Point sub-
meteu-se já a uma auditoria
a fi m de ser certifi cado como
BIC – Business Innovation
Center pela European BIC Ne-
twork, encontrando-se na fase
fi nal do processo de reconhe-
cimento.
Alguma históriaO actual edifício do Inov.Point
foi inaugurado em Outubro de
2009 e arrancou a actividade
em Abril de 2010. Mas já exis-
tia, em instalações mais mo-
destas desde 2006, onde hoje
se encontra sedeada o núcleo
de Abrantes da Nersant.
AssociadosO Inov.Point assenta numa
estrutura associativa, a do Ta-
gus Valley, culos associados
são o Município de Abrantes,
o Instituto Politécnico de To-
mar, o Instituto Politécnico de
Santarém, o Nersant e a Tejo
Energia.
UtilizadoresPresentemente, o Inov.Point
abriga oito empresas e três
instituições não empresariais,
que dão trabalho a cerca de
quarenta pessoas.
INOV.POINT
Semear ideias, colher empresas e construir um futuro sustentável
O Inov.Point é um Centro de Inovação e
Incubação com capacidade para 28 em-
presas, que inclui uma área para o aloja-
mento de laboratórios e oferece meios lo-
gísticos e humanos a empresas de base
tecnológica e/ou inovadoras que preten-
dam instalar-se.
Objectivos• Tornar ideias de projectos tecnológicos
em sucessos de mercado, em empresas
de base tecnológica bem sucedidas no
mercado;
• Incentivar o empreendedorismo;
• Promover o aparecimento de novas em-
presas;
• Promover o desenvolvimento integrado
da região;
• Promover a cooperação com universi-
dades, enquanto parceiros geradores de
projectos spin-off e start-ups inovadores;
• Contribuir para a fi xação na região de in-
vestimento nacional e estrangeiro.
Critérios para a entrada de empresas na incubadora1 – A base tecnológica do projecto;
2 – A viabilidade económico-fi nanceira ;
3 – O potencial de impacto na economia
regional.
O que é o Inov.Point
jornaldeabrantes
MARÇO2011 ESPECIAL iNOV.POINT 19
A Agência Ofi cial Optimus Negó-cios de Abrantes surgiu no mês de maio de 2010, numa parceria com a empresa Sonae com.
Instalada no Inov.Point, em
Alferrarede, esta empresa foi criada
devido a uma carência de agências
da rede Optimus Negócios na re-
gião. Por isso, Edgar Ferreira lançou
a LedCom Negócios na qualidade
de representação local da Optimus
Negócios.
Laetitia Fernandes, parceira do
projecto, explicou ao JA que “antes
da nossa existência, alguns agentes
da Optimus Negócios provenientes
de Lisboa e outras zonas do país ti-
nham de se dirigir à nossa região
para resolver problemas e dar as-
sistência aos nossos clientes. Desde
a entrada da LedCom Negócios no
mercado, essa necessidade desapa-
receu. Nós agora garantimos os ser-
viços que uma agência de negócios
Optimus garante”.
A Agência Ofi cial Optimus Negó-
cios de Abrantes tem como objec-
tivo estabelecer contractos de tele-
comunicações, prestar um serviço
permanente, acompanhar a cartei-
ra de cliente, desde o inicio do con-
tracto ao fi nal, ou seja, não só no
momento decisivo da venda. Ela-
bora as melhores propostas ten-
do em atenção os diferentes servi-
ços que cada pessoa pode usufruir,
apresenta planos de telecomunica-
ções, completamente moldáveis, e
estuda o perfi l do cliente de forma
ajustar-lhe o melhor tarifário. Ainda,
apresenta uma solução de tarifários
de roaming e tarifários internacio-
nais, mediante a área de actuação
do cliente e por último, expõe no-
vas campanhas empresariais.
Estes serviços são destinados a
empresários em nome individual,
pequenas e médias empresas e en-
tidades públicas.
Com seis funcionários, a Agên-
cia Ofi cial Optimus Negócios de
Abrantes pretende ser o rosto do
cliente promovendo um acompa-
nhamento permanente. Laetitia
Fernandes explica. �Habitualmente,
quando um agente de telecomuni-
cações se dirige às empresas, o em-
presário sente que o intuito é ape-
nas a venda do serviço. A nossa
missão é muito mais que isso. Nós
garantimos todo acompanhamen-
to. Se o empresário tiver um proble-
ma técnico, não tem necessidade de
contactar Lisboa ou o Porto. Nós es-
tamos sempre em contacto duran-
te os anos de contrato. Vamos à em-
presa e reunimos frequentemente
com o cliente. Devido a este acom-
panhamento, bastante presente, já
criámos laços e já temos uma cartei-
ra de clientes, apesar da nossa curta
existência”. Além disso, �alguns dos
nossos clientes já trouxeram empre-
sários amigos para se tornarem nos-
sos clientes. Isto é sinal que estamos
a fazer um bom trabalho e estamos
no caminho certo”. A LedCom Ne-
gócios é agora a Agência Ofi cial da
Optimus Negócios em Abrantes.
A Classe A+ é uma empresa que presta serviços na área da arqui-tectura, engenharia e certifi ca-ção energética de edifícios.
Jovem, com uma forte dinâmi-
ca e com um crescimento consi-
derável desde a sua criação, ac-
tua principalmente na zona do
Médio Tejo.
Quando se instalou no Inov.
Point, em 2008, centrava o seu
trabalho essencialmente no do-
mínio da certifi cação energética.
Aproveitando esse impulso, sem
nunca descurar as suas valências
na área da arquitectura e enge-
nharia. A Classe A+ consolida a
sua posição no mercado, procu-
rando distinguir-se da concor-
rência através da qualidade, do
rigor e da proximidade com o
seu cliente.
Actualmente, com cerca de
1800 certifi cados energéticos
emitidos e diversos processos
de licenciamento de edifícios,
oferece um serviço integrado e
com acompanhamento.
Qualidade para o seu bem-estar
Desde a concepção ao licen-
ciamento dos edifícios, com
uma compatibilização das dife-
rentes especialidades, a empre-
sa consegue a optimização das
soluções. Ao nível da utilização,
a Classe A+ procura o conforto
térmico e acústico e privilegia o
bem-estar dos utilizadores com
menores custos, para uma me-
lhor qualidade de vida no seu
dia-a-dia.
A equipa da Classe A+ é com-
posta por quatro engenheiros,
um arquitecto e uma adminis-
trativa.
Indirectamente possui uma
rede multidisciplinar de parcei-
ros que permite dar resposta às
várias solicitações do mercado
de uma forma coerente e coor-
denada.
A Agência Optimus de Negócios com
garantia de bom acompanhamento
Um serviço especializado
em Arquitectura,
Engenharia e Certifi cação
Energética
CLASSE A+, PROJECTOS E CERTIFICAÇÃO ENERGÉTICA
LEDCOM NEGÓCIOS
• Edgar Ferreira e Laetitia Fernandes
jornaldeabrantes
MARÇO201120 ESPECIAL iNOV.POINT
A Médio Tejo 21 é uma agência re-gional de energia e ambiente do Médio Tejo e do Pinhal Interior Sul. Tem como missão contribuir para a sustentabilidade energética da re-gião.
Fundada no dia 29 de maio de
2009, dia em que se celebra a Ener-
gia, a associação nasceu da vonta-
de de empresas e de municípios. Os
municípios que hoje são associados
são Abrantes, Alcanena, Ferreira do
Zêzere, Mação, Oleiros, Proença-a-
Nova, Sardoal, Sertã, Tomar, Torres
Novas, Vila Nova da Barquinha, Vila
de Rei e o Entroncamento. A presi-
dência da associação cabe à Câma-
ra Municipal de Abrantes.
Em Fevereiro de 2010 foi quando a
Médio Tejo 21 arrancou a sua activi-
dade. Instalada no Inov.Point, a As-
sociação marca uma presença regu-
lar em cada um dos municípios as-
sociados.
“A nossa preocupação final é a eficiência energética”
Mónica Martins, técnica da agên-
cia, referiu ao JA que a principal ta-
refa da Médio Tejo 21 é garantir a
efi ciência energética do meio do-
méstico, empresarial e municipal.
Em janeiro passado, a Associa-
ção lançou o Gabinete de Energia,
que garante uma análise da factu-
ra energética pessoal, aconselha o
munícipe em técnicas para raciona-
lização de energia e propõe alterna-
tivas para o contracto que a pessoa
estabelece com a empresa fornece-
dora de energia. Por exemplo, a Mé-
dio Tejo 21 pode aconselhar-lhe a
optar por um ciclo bi-horário. “Este
ciclo baliza o dia em vários preços,
ou seja, numa parte do dia o pre-
ço da energia eléctrica é mais caro,
noutra parte é mais barato. Com
isto, tentamos que o munícipe pa-
gue menos pela energia eléctrica
e opte por um ciclo que melhor se
adapte à sua habitação”, explicou
Mónica Martins.
Estes serviços que o Gabinete de
Energia promove são assegurados
por telefone ou, caso a pessoa ne-
cessite, pode deslocar-se ao gabi-
nete da Médio Tejo 21. Na prática a
pessoa envia a sua factura electróni-
ca para a Agência, que depois será
analisada de forma pormenorizada.
A responsabilidade social é uma
das outras valências da Agência,
que desenvolve campanhas de sen-
sibilização energética junto da po-
pulação e de Instituições Particula-
res de Solidariedade Social.
A Médio Tejo 21 é uma associa-
ção sem fi ns lucrativos que preten-
de promover tecnologias mais efi -
cientes de conversão e utilização de
energia, melhorar o desempenho
do tecido económico, social e insti-
tucional. Além disso, procura reduzir
custos para consumidores empresa-
riais, públicos, sociais e domésticos,
apoiar e aconselhar os agentes eco-
nómicos sobre temáticas do am-
biente e optimização do consumo
energético, entre outros objectivos
energéticos.
O Grupo Incentea presta servi-ços no sector das Tecnologias de Informação e Comunicação. Fundado em 2010, o grupo con-ta com 201 colaboradores, for-mados, certifi cados e com expe-riência.
Um serviço em áreas de negócio distintas
Consultadoria e Gestão. A in-
Centea implementa sistemas de
informação para a gestão (Gexor,
PHC, Primavera e SAP), incluin-
do na reengenharia e digitaliza-
ção de processos. Desenvolve
módulos específi cos, autónomos
ou integrados com as soluções
implementadas nas plataformas:
Microsoft SharePoint, OutSytems
Agile, entre outras. Integra solu-
ções de recolha de dados, mobi-
lidade, gestão documental, Bu-
siness Intelligence e portais em-
presariais. Por último, apresenta
soluções Web empresariais, inclu-
ídos webdesign e alojamento.
Redes e Comunicações. O
grupo desenvolve projectos de
consultadoria, implementação
e suporte a redes informáticas,
de comunicação e seguran-
ça. Faz ainda um trabalho de
consultadoria e gestão de comu-
nicações fi xas e móveis, voz e da-
dos e interface na relação com
operadores, incluindo o acompa-
nhamento na implementação.
Sistemas e Segurança. A in-
Centea garante um serviço de
consultadoria, implementação
e suporte de redes informáticas,
nomeadamente em servidores e
soluções de protecção e seguran-
ça interna.
Engenharia e Desenvolvi-mento do Produto. O grupo de-
senvolve um trabalho na área da
consultadoria e implementação
de soluções para o desenvolvi-
mento e gestão de produto CAD/
CAM/CAE e PLM, bem como de
criação de desenhos em moldes
3D e estudos reológicos de peças
de plástico injectadas. Promo-
ve ainda, soluções para a criação
de modelos e pequenas séries
de peças plásticas e de soluções
de engenharia inversa, (scanners
3D).
Inovação, Satisfação, Sustentabilidade
Estas são as linhas que defi nem
a estratégia do grupo. Para além de Abrantes, a incentea tem dele-gações, Lisboa e Porto, e sede em Leiria, apostando ainda no merca-do internacional, nomeadamen-te, em Angola, em Moçambique e Cabo Verde. Com uma forte apos-
ta na inovação e na satisfação do
cliente, o grupo inCentea é um
parceiro qualifi cado para as tec-
nologias de gestão.
A sua agência de energia
MÉDIO TEJO 21
• “Acção de divulgação do GABENERGIA em Ferreira do Zêzere, promovida pela Médio Tejo 21”
Líder na implementação
de sistemas de informação
e gestão
INCENTEA • António Poças, presidente do Conselho de Aministração do Grupo inCentea.
jornaldeabrantes
MARÇO2011 ESPECIAL iNOV.POINT 21
A Inforuje foi pioneira no país, ao desenvolver e instalar uma primeira versão da aplica-ção informática de gestão de autarquias locais (GAL), base-ada no POCAL. Foi devido a este serviço que, desde o dia 1 de Janeiro de 2000, a empre-sa começou a garantir o cum-primento, em tempo real, do Plano Ofi cial de Contabilida-de das Autarquias Locais no município de Abrantes.
“Temos um enorme or-
gulho por ter contribuído
com as nossas aplicações
informáticas, de forma a me-
lhorarmos a qualidade dos
serviços prestados aos cida-
dãos abrantinos”, afi rmou
José Leitão. Acrescentando
que “para melhorar a qualida-
de do serviço prestado, resol-
vemos instalar-nos no conce-
lho de Abrantes”.
O primeiro projecto desen-
volvido a partir do Inov.Point,
a aplicação informática de
Gestão de Águas do Gal.Net,
foi instalado nos Serviços Mu-
nicipalizados de Abrantes em
setembro de 2010, coroado
de êxito, prevendo-se para os
próximos dias a instalação do
portal SMA online.
O GAL.Net é um dos
software concebidos pela
empresa que tem como fi nali-
dade, promover uma solução
global de gestão autárquica
personalizada.
Rui Dias, disse que “com es-
tas efi cazes ferramentas e so-
luções informáticas interacti-
vas, permitimos ao cliente um
aumento da sua produtivida-
de e uma resposta mais rápi-
da ao seu público-alvo”.
Para além do trabalho com
autarquias a Inforuje traba-
lha com empresas de várias
áreas de negócio, provenien-
tes de diversas zonas do país.
Na prática a empresa desco-
la-se à organização em ques-
tão, faz uma análise da neces-
sidade do cliente, desenvolve
e instala-lhe o software mais
indicado para o seu negó-
cio e por fi m, garante-lhe um
acompanhamento e manu-
tenção do serviço. “Para cada
organização apostamos na
personalização e adaptamos
projectos com todas as parti-
cularidades que o cliente ne-
cessita. Pois, cada empresa ou
entidade tem a sua própria
identidade e objectivo”, re-
feriu José Leitão. A equipa é
composta por seis elementos
e acredita que personalização
é “a chave para o sucesso,
marca que pretende deixar
na história da informática”.
Com objectivos bem defi ni-
dos, os proprietários afi rma-
ram ao JA que pretendem
dar continuidade ao serviço
de gestão do município de
Abrantes e garantir o mesmo
serviço a outros municípios
do Médio Tejo. Têm também
como missão desenvolver
software para outras empre-
sas do país.
A Inforuje foi fundada em
1995 com sede em Lisboa.
Em 2008, no mês de fevereiro,
José Leitão e Rui Dias, proprie-
tários da empresa, aceitando
o convite de responsáveis do
município de Abrantes com
vista à criação em conjunto
de vários projectos de ges-
tão, instalaram o seu centro
de desenvolvimento no Inov.
point, em Alferrarede. A em-
presa desenvolve, a partir da-
qui, software para qualquer
género de empresa e entida-
de, e garante toda a manu-
tenção e evolução do serviço
informático.
A Bioqual, empresa especiali-zada em Qualidade, Higiene e Segurança Alimentar abriu um escritório no InovPoint em Agosto de 2009.
A empresa disponibiliza vá-
rios serviços, nomeadamente
a implementação de Sistemas
de Segurança alimentar, HAC-
CP, NP EN ISO 22000:2005, ISO
9001:2008; ERS 3002:2006; Au-
ditorias, Sistema de Gestão da
Qualidade nas Respostas So-
ciais, análises laboratoriais, Se-
gurança e Higiene no Traba-
lho, controlo de pragas e a co-
mercialização de produtos de
higienização e equipamentos
consumíveis de apoio ao HAC-
CP, Hazard Analysis Critical Con-
trol Point.
A aposta na qualidade do seu serviço
Presente em todo o país atra-
vés de uma rede de escritórios,
a Bioqual promove um serviço
com consultores especializa-
dos e de larga experiência no
ramo da Segurança Alimentar.
No Inovpoint, a Bioqual é re-
presentada por Nuno Duarte
que assegura o trabalho
de consultoria em qualida-
de, higiene e segurança ali-
mentar em todo o distrito de
Santarém.A consultadoria nes-
te sector que tem sido fei-
ta no concelho de Abrantes
“tem sido muito fraca”, na opi-
nião de Nuno Duarte, justifi -
cando, “as empresas que pres-
tam o serviço de consultadoria
só disponibilizam o HACCP. Ao
contrário da Bioqual que faz
um acompanhamento ao clien-
te e está a atenta às necessida-
des do mesmo. Porque, para a
nossa empresa, cada cliente é
um cliente. Assim, adequamos
o nosso sistema de qualidade à
realidade do estabelecimento
em questão”.
No concelho de Abrantes, ao
nível da qualidade e segurança
alimentar, o sector da restaura-
ção é o que ainda está a neces-
sitar de uma maior sensibiliza-
ção, admitiu Nuno Duarte. “As
pessoas que trabalham na res-
tauração têm de ter consciên-
cia que devem ter tempo para
nós. Pois somos nós que ten-
tamos garantir a máxima qua-
lidade do produto fi nal. A falta
de tempo, de formação e de co-
nhecimento das exigências ac-
tuais para o controlo da segu-
rança alimentar, são carências
que constatamos com alguma
frequência”.
A Bioqual tem como objectivo
garantir que o cliente aumente
a qualidade do seu serviço, que
trabalhe com maior efi ciência
e que melhore a relação entre
o preço e a qualidade do pro-
duto. Em Abrantes, a empresa
pretende ser uma referência no
mercado, nas suas áreas de ne-
gócio, pela excelência de solu-
ções que apresenta.
A prevenção é o caminho para o sucesso
BIOQUAL ABRANTES
• Nuno Duarte, da Bioqual.
Pioneira na informática de gestão autárquica
INFORUJE
jornaldeabrantes
MARÇO201122 ESPECIAL iNOV.POINT
A OTIC.ipt é a entidade mediado-ra nas relações entre o IPT, Instituto Politécnico de Tomar, as instituições parceiras, o mundo empresarial e a sociedade em geral.
A ofi cina é coordenada por Clara
Amaro, directora executiva, que re-
feriu ao JA que “a OTIC.ipt tem como
objectivo promover a transferên-
cia e o desenvolvimento de ideias
e projectos inovadores, contribuin-
do para a competitividade e o de-
senvolvimento económico, social e
empresarial da região e do país”.
É através da OTIC.ipt que são de-
fi nidos e contratualizados os pres-
supostos dos projectos e parcerias
e é da sua responsabilidade a ges-
tão dos projectos e o relacionamen-
to entre as empresas e o IPT. Um
exemplo é o caso do Laboratório de
Inovação, Industrial e Empresarial,
Line.ipt.
A OTIC.ipt gere os projectos e o re-
lacionamento com o tecido empre-
sarial, deixando aos investigadores
a resolução dos problemas técni-
co-científi cos. A OTIC.ipt assume-
se também como uma rede de con-
tactos, garantindo um serviço de
procura dos parceiros adequados
para o desenvolvimento de projec-
tos, tanto para a comunidade aca-
démica do IPT como para outras en-
tidades ou empresas. Clara Amaro
dá um exemplo. “Uma empresa na
área da bioquímica tem um proble-
ma e vem falar com a OTIC. Nós en-
caminhamos a empresa para a área
tecnológica ou investigador especí-
fi cos, que consigam a resolver situ-
ação”.
A OTIC.ipt trabalha com empre-
sas de diversas áreas, desde as en-
genharias informática e mecânica
até às tecnologias de informação e
comunicação, por exemplo. Empre-
sas localizadas, na sua maioria, na
região do Médio Tejo, mas que vêm
também um pouco de todo o país.
Cultura de inovação tecnológica
A OTIC.ipt é uma entidade pro-
motora da cultura de inovação
tecnológica e da sociedade de infor-
mação, promovendo a transferên-
cia do conhecimento gerado nos la-
boratórios do IPT para as empresas.
Das áreas tecnológicas do IPT, po-
dem destacar-se Design e Desen-
volvimento do Produto, Engenha-
ria Civil, Engenharia Electrotécnica,
Engenharia Mecânica, Gestão Tu-
rística e Território, Instrumentação
e Automação Industrial, Engenha-
ria Informática, Marketing e Comu-
nicação, Tecnologias de Informação
e Comunicação, entre outras.
Outro dos seus objectivos é pro-
mover o empreendedorismo e
apoiar a criação de novas empresas
de serviços ou produtos inovado-
res, que venham a acrescentar valor
ao panorama económico regional.
“Criamos tecnologia”
LINE.IPT
O Line.ipt é um laboratório de inovação in-dustrial que está inteiramente direccionado para o trabalho com o sector empresarial. Nasceu de uma parceria entre o IPT, a Tagus Valley e a Câmara Municipal de Abrantes, com a colaboração da Nersant.
O laboratório assume-se como catalisador
da inovação e do desenvolvimento tecnoló-
gico da região. Promove o desenvolvimento
de novos produtos tecnológicos e melhora
e adapta produtos já existentes ou proces-
sos industriais.
Além disso, procura fomentar a incorpora-
ção de tecnologia e a inovação nas empre-
sas, desenvolver as competências nas áreas
das engenharias e promover a criação de
empresas de base tecnológica.
O Line.ipt desenvolve a sua actividade
maioritariamente nas áreas de mecânica
e electrotecnia, recorrendo às outras com-
petências disponíveis no IPT (Engenharia
Informática, Design Industrial, por exem-
plo) sempre que necessário. Segundo Bru-
no Chaparro, um dos coordenadores do la-
boratório, “a ideia de construir o laboratório
passou pela necessidade de juntar diferen-
tes áreas tecnológicas, por exemplo mecâ-
nica e electrónica, permitindo desenvolver
os mais diferentes projectos, destinados ao
sector industrial”. Na prática, o Line.ipt é um
laboratório do IPT que desenvolve projec-
tos para as empresas. A procura pelo sector
empresarial tem sido satisfatória, “chega ao
Line.ipt em média uma solicitação por se-
mana”, afi rmou Pedro Granchinho, outro co-
ordenador do laboratório.
Instalado no Inov.Point há cerca de cinco
meses, o Line.ipt já foi solicitado por empre-
sas da região do Médio Tejo, empresas espa-
lhadas pelo país e mesmo empresas inter-
nacionais.
“O objectivo é aumentar a competiti-vidade das empresas, através da ino-vação tecnológica”
Este é objectivo principal do laboratório,
referido por Bruno Chaparro ao JA.
O Line.ipt, entre outros objectivos, pre-
tende fortalecer as competências científi -
cas e tecnológicas regionais, promovendo
a formação e requalifi cação profi ssional dos
quadros técnicos das empresas. Os projec-
tos desenvolvidos no Line.ipt, de carácter
científi co e tecnológico, poderão ser de ori-
gem académica, empresarial ou resultantes
Promover a tecnologia
e o conhecimento
OTIC.IPT
• Clara Amaro, directora executiva da Otic.ipt
jornaldeabrantes
MARÇO2011 ESPECIAL iNOV.POINT 23
A Now What? é uma empresa que desenvolve software para o sector empresarial. Iniciou a sua actividade em 2005 e ins-talou-se um ano depois no Inov.Point.
A partir da ideia de dois co-
legas, Alves Vieira e Nuno
Abreu, que juntaram as suas
competências nas áreas de
gestão empresarial e no de-
senvolvimento de sistemas
informáticos, surgiu a Now
What?.
A ideia deu lugar a um pro-
jecto coeso e, hoje em dia, a
empresa dedica-se, funda-
mentalmente ao desenvol-
vimento e fornecimento de
“software” de suporte à ges-
tão operacional das empre-
sas.
Com várias aplicações já de-
senvolvidos e com valências
diferentes, “a empresa tem
sido bastante solicitada, em
particular no que diz respeito
às aplicações disponibilizadas
através da internet”, afi rmou
Alves Vieira.
O “software” denominado
“Legislação What” tem como
função dar todo o suporte à
gestão da conformidade le-
gal das organizações, forne-
cendo não só a legislação
aplicável em cada caso parti-
cular, como também campos
estruturados para análise da
aplicabilidade e da conformi-
dade, entre outras funcionali-
dades.
“Provas What” é outro
software, que se destina à
gestão de salas de prova or-
ganoléptica de azeites. Vítor
Guedes é uma das empresas
utilizadoras deste serviço.
Por último, “HACCP What”
que se destina a empresas do
sector alimentar, tem como
objectivo a gestão de siste-
mas de segurança alimentar.
O acesso a estas três apli-
cações informáticas, é
disponibilizado pela a Now
What? através da internet me-
diante um aluguer que, além
do serviço, assegura toda a
correspondente assistência
técnica.
Segundo, Alves Vieira, “qual-
quer tipo de problema que
o nosso cliente tenha, é por
nós rapidamente resolvido
pelo telefone, uma vez que
o software está instalado no
nosso servidor, isto sem pre-
juízo de uma assistência local
sempre que necessário”.
A aposta na formaçãoA Now What? pretende fi -
xar-se em outros segmentos
de mercado e aumentar a sua
posição no mercado nacional.
Ambiciona, ainda, manter a
fi delização dos clientes já reu-
nidos, através de uma relação
sólida e estável e perspectiva
aumentar o número de cola-
boradores da empresa.
Com clientes espalhados
pelo país e sobretudo aqui
na região do Médio Tejo, esta
empresa desenvolve softwa-
res “à medida” para as empre-
sas, no estrito cumprimen-
to dos princípios éticos e dos
requisitos legais aplicáveis às
actividades desenvolvidas.
A Hipermerd é uma empresa que disponibiliza ao sector da saúde produtos de elevada qua-lidade, cientifi camente testados e com garantia internacional de fabrico.
Fundada em 2005, a Hipermed
distribui produtos e equipa-
mentos para todas as especiali-
dades de medicina, bem como
também para a área da estética
corporal.
Iniciou o seu ciclo de distri-
buição comercial com a área
de medicina dentária. Passados
cinco anos, desenvolveu o seu
sector administrativo, de produ-
ção, logística e formação, e as-
sim, submeteu toda actividade
ao processo de certifi cação de
qualidade. Além disso, alargou
a distribuição para outras áre-
as de negócio, como a estética
corporal, medicina veterinária e
urologia.
Para além da mediação co-
mercial, a Hipermed tem a sua
própria linha de produção de
equipamento para medicina
dentária e garante formação
na mesma área. Formação que
promove para todos os especia-
listas dessa área da saúde, como
médicos, assistentes e técnicos
de laboratório.
Idalécio Sousa de Jesus é o
proprietário da empresa e re-
feriu ao JA que as pessoas ain-
da não apostam o sufi ciente na
saúde dentária sobretudo, na
prevenção. “Só vão ao dentista
quando já não há muito a fazer.
Cada vez mais devemos ter es-
pecial atenção com a nossa saú-
de oral”, afi rmou o empresário.
“Queremos estar perto de si, sempre e quando precisa”
Este é um dos lemas da Hiper-
med para os profi ssionais aos
quais se dirige. A empresa reú-
ne nove funcionários e trabalha
com mais de 19 fabricantes in-
ternacionais.
Os clientes são cerca de dois
mil e estão espalhados do nor-
te a sul do país. A Hipermerd re-
presenta todo o tipo de material
médico.
Equipamentos
de qualidade
HIPERMED - REPRESENTAÇÃO DE MATERIAL MÉDICO, LDA
A criação de softwares à medida
das suas necessidades
NOW WHAT? CONSULTADORIA, LDA
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MARÇO201124 ESPECIAL iNOV.POINT
A Tagus é uma associação resul-tante de uma parceria de vinte e seis entidades, públicas e priva-das, que representam as principais forças vivas da região, que vão dos municípios e associações dos vá-rios sectores de actividade até es-tabelecimentos de ensino e algu-mas empresas privadas. São enti-dades colectivas que têm algum papel e alguma preponderância no desenvolvimento da região.
E a Tagus é a associação destas
entidades que tem como princi-
pal objectivo promover o desen-
volvimento integrado do Ribatejo
Interior, no caso os concelhos de
Abrantes, Constância, Sardoal, Ma-
ção e Vila Nova da Barquinha. Para
os concelhos de Abrantes, Cons-
tância, Sardoal, a Tagus é gesto-
ra de uma linha de fi nanciamen-
to do PRODER que é a abordagem
LEADER, destinada ao desenvol-
vimento rural. Mas noutros pro-
jectos, a Tagus trabalha também
com os concelhos de Mação e Vila
Nova da Barquinha, por exemplo,
no âmbito do QREN e em conjun-
to com outros parceiros, está a de-
senvolver uma estratégia de efi ci-
ência colectiva.
As actividadesAs actividades dividem-se em
três linhas de trabalho, o apoio às
pequenas empresas e pequenas
iniciativas empresariais, o apoio
à preservação do património e à
identidade da região, e a promo-
ção da qualidade de vida das po-
pulações rurais.
Uma outra área de trabalho é
a promoção dos produtos e dos
produtores locais, tal como das
potencialidades turísticas. Nes-
te trabalho contam-se iniciativas
como os projectos na área do vi-
nho e do azeite ou as feiras de do-
çaria e do fumeiro. Outra linha de
acção consiste em organizar e es-
truturar rotas e assim captar mais
visitantes para a região. Aqui, por
exemplo, a Tagus está a promover
a defi nição de um percurso pedes-
tre e de BTT com os municípios de
Abrantes, Constância e Vila Nova
da Barquinha, que deverá ir desta
última vila até Belver. Além disso,
organiza eventos, como o AQUA-
paper, uma prova que visa a pro-
moção das potencialidades da al-
bufeira do castelo de Bode e dos
outros recursos turísticos da re-
gião. Pedro Saraiva, técnico supe-
rior da Tagus, resume o trabalho
da associação. “O nosso trabalho
é o de organizar e promover, por
um lado, e, por outro, o de apoiar
os agentes que estão no terreno.”
A Tagus e o Inov.PointA Tagus assinou um “protocolo
de articulação funcional” em que a
associação presta alguns serviços e
cede algum pessoal à Tagus Valley
com vista ao bom funcionamento
do Inov.Point. A partir da experi-
ência adquirida pela Tagus no do-
mínio da organização de eventos
e dos processos de comunicação,
bem como da experiência já de-
monstrada na realização de candi-
daturas a fundos de fi nanciamen-
to, e ainda pelo facto de Pedro Sa-
raiva ter funções de coordenação
ao nível da Tagus Valley, “conside-
rou-se que não fazia sentido dupli-
car serviços e competências, pelo
que se decidiu utilizar os da Tagus,
rentabilizando os recursos exis-
tentes”, explica o próprio Pedro
Saraiva. Além disso, “a presença
da Tagus no Inov.Point é para nós
importante, por um lado, por es-
tarmos associados a local de pro-
moção do empreendedorismo e
da inovação, e, por outro, por atra-
vés do Centro de Transferência da
Tecnologia Agro-Alimentar poder-
mos fazer uma aproximação do
conhecimento às nossas empre-
sas, pois nós lidamos muito com
os produtos tradicionais”, explica
ainda Pedro Saraiva.
Os desafiosPedro Saraiva faz a síntese, em
poucas palavras. “Temos uma es-
tratégia local de desenvolvimen-
to rural até 2013 aprovada, temos
um plano estratégico para os Mer-
cados do Tejo também aprova-
do e e somos promotores de um
projecto de animação dos portos
fl uviais de Abrantes, Constância e
Vila Nova da Barquinha em articu-
lação com a promoção dos produ-
tos locais. São estes os próximos
grandes desafi os que se colocam
à Tagus.”
TAGUS
Ao serviço do desenvolvimento ruralTAGUS Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo InteriorContactos: Tel. 241 372 180
Web: www.tagus-ri.pt
ASSOCIADOSCâmara Municipal de Abrantes
Câmara Municipal de Constância
Câmara Municipal de Mação
Câmara Municipal de Sardoal
Câmara Municipal da Barquinha
Ass. Comercial de Abrantes,
Constância, Mação e Sardoal
Ass. de Agricultores de Abrantes,
Constancia, Mação e Sardoal
NERSANT – Ass. Empresarial - Núcleo
de Abrantes
ADIMO – Ass. de Desenv. Integrado
das Mouriscas
Associação “Os Quatro Cantos do Cisne”
Montepio Abrantino “Soares Mendes”
Palha de Abrantes
EPDRA – Esc. Prof. de Desenv. Rural
de Abrantes
Instituto Politécnico de Tomar
Turismo de Lisboa e Vale do Tejo
ABRANFLÔR – Gestão de Espaços Verdes
ALFGAB – Cont. Gestão, Lda
Caixa de Credito Agrícola Mútuo
de Tramagal
Casario Ribatejano
Centro Agrícola de Tramagal
Gabinete de Advogados - J. C. Rufi no
Ribeiro
Mendes Transportes e Construções, Lda
Soc. Agro Almada e Melo Furtunato Men-
donça, Lda.
Sociedade Agrícola da Mascata, Lda
STI - Sist. Técnicas Ind.
Victor Guedes S.A
Edifício Inov´Point
ENTIDADE PESSOA RESPONSÁVEL CONTACTO E-MAIL
Tagusvalley Dr. Pedro Saraiva 241 330 330 / 914 909 819 [email protected]
Tagus Dr. Pedro Saraiva 241 372 180 / 914 909 819 [email protected]
Classe A +Eng.º Filipe Rodrigues Eng.º Pedro Rito
241 330 336 / 962 885 242241 330 336 / 963 007 002
ND Consultores - Bioqual Nuno Duarte 241 330 330 / 938 242 906 [email protected]
InforujeRui DiasJosé Leitão
241 330 333 / 919 667 463241 330 333 / 919 667 463
OTIC Dr.ª Clara Amaro 241 330 330 / 916 164 197 [email protected]/[email protected]
Line Eng.º Bruno Chaparro 241 330 330 / 962 782 447 [email protected]
Incentea Flávio Pereira 241 330 330 / 925 660 095
Hipermed Dr. Idalécio 241 362 369 / 962 051 984 [email protected]
Optimus Negócio Edgar Ferreira 241 330 330 / 938 040 711 [email protected]
Priconsulting Dr. Paulo Gomes 241 330 330 / 938 413 125 [email protected]
Now What Eng.º Alves Vieira 241 330 334 / 938 045 789 [email protected]
Agência Médio Tejo 21Dr.ª Maria Do Céu AlbuquerqueEng.ª Mónica Martins
241 330 330914 408 842
jornaldeabrantes
MARÇO2011 OPINIÃO 25
Neste momento encontro-me a es-crever a mais de 3000km de distân-cia da nossa cidade fl orida, mas a escrever-vos com o coração e sau-dade.
Já se passaram três anos desde
a minha despedida da cidade e,
como tal, penso ser uma boa altu-
ra para vos enviar uma carta a parti-
lhar esta experiência pessoal de dei-
xar (e vê-la bem de longe) a cidade
que me viu nascer e crescer.
Dizem que o sonho comanda a
vida e eu sou um desses exemplos -
até porque penso mesmo que uma
vida sem sonhos não faz sentido e
não pode ser recompensadora.
Guiada pelo sonho e pela força do
destino, a minha vida deu uma vol-
ta de 180º graus em Setembro de
2007. Para trás tive de deixar o con-
forto do status quo: família, amigos
e escuteiros, bem como todos os
locais, cheiros e comidas que até aí
eram a minha vida.
Parti, então, rumo a Brno e à Uni-
versidade de Masaryk, com uma
grande desarrumação interior de
sentimentos. Mas, pouco a pou-
co, fui organizando-os; assim, com
muito para fazer e com a ajuda dos
novos amigos e colegas mais expe-
rientes, a caminhada foi feita a pas-
sos de gigante.
Avaliando o meu percurso nes-
tes três anos e meio como estudan-
te de Medicina em Brno (Repúbli-
ca Checa), não mudaria nada. En-
tre momentos de alegria, saudade,
sucesso e fraqueza, hoje sei que foi
“o melhor” que me aconteceu na
vida. Para além de uma grande ex-
periência académica, com óptima
qualidade de ensino e de infra-es-
truturas disponíveis, não posso es-
quecer o bom sistema de saúde em
vigor neste país e a autonomia que
os nossos professores nos confi am
apesar da barreira linguística.
Esta experiência ensinou-me a ser
emigrante e cidadã do mundo, mas
principalmente portuguesa - é bem
verdade que só na ausência damos
valor às coisas boas da vida e por-
tanto é com sotaque de emigrante
que hoje em dia dou mais valor a
tudo o que tinha em Portugal, prin-
cipalmente em Abrantes. Cada fa-
chada tipicamente abrantina, a pa-
lha de Abrantes, as lojas, os cafés, os
cheiros, mas principalmente as pes-
soas, são agora mais bonitas.
Com as fronteiras resumidas a pra-
ticamente nada, hoje sou uma cida-
dã com mente e espírito abertos a
novas culturas e pessoas. Em três
anos conheci mais de 30 naciona-
lidades, tornei-me vice-presiden-
te da Associação de Estudantes de
Medicina da Universidade de Masa-
ryk (MIMSA) e, muito sinceramente,
posso referir que sair do nosso habi-
tat natural e da nossa zona de con-
forto nem sempre é mau ou pre-
judicial… de facto, pode abrir-nos
muitas portas e horizontes, não só
para outras culturas, mas também
para nos conhecermos melhor a
nós próprios.
Como todos sabemos, quem faz o
lugar são as pessoas, portanto não
podia terminar esta carta sem re-
ferir a força da união e da amizade
que existem na comunidade portu-
guesa, a qual encarnou o papel do
emigrante no seu todo, defenden-
do o nosso país e os nossos com
todas as forças, quer mantendo
inalteradas algumas das tradições
portuguesas, quer adaptando-as à
cultura checa. (Por exemplo, a tradi-
cional praxe que todos os anos em
Setembro recriamos e melhoramos
como forma de recepção ao caloiro
masaryko que, assim como eu che-
guei, vem numa confusão de sen-
timentos e de dúvidas.) At last but
not the least (Por último mas não
menos importante) o meu grupo
de amigos.
Amigos que estiveram presen-
tes em cada momento, como canta
Mariza: gente que fi ca na história da
história da gente. Partilhámos ale-
grias e tristezas, sucessos e derrotas,
foram e são a minha família nesta
minha nova cidade.
Na esperança de um reencontro
para breve, despeço-me agradecen-
do a todos os abrantinos que me re-
cebem sempre com tanto carinho a
cada regresso e que partilham com
a minha família e amigos a dor da
saudade. Mas principalmente um
especial agradecimento aos meus
pais, irmã e amigos, pois sem o vos-
so apoio nada disto seria possível.
QUERIDOS CONTERRÂNEOS
From Czech Republic whit love
RITA MATOS
jornaldeabrantes
MARÇO201126 ABRANTES
CONVOCATÓRIAASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA DO
A.D.S.A.C - AGRUPAMENTO DE DEFESA SANITÁRIA DE ABRANTES E CONSTANCIA
Ao abrigo do art. 12º dos Estatutos do seu nº5, convoco os produtores associados que se encontrem em pleno gozo dos seus direitos, a reunirem em Assembleia Geral a realizar no dia 29 de Março de 2011, pelas 14:30 horas, na sede do A.D.S.A.C, sita na Av. Dr. Solano de Abreu, n.º 38 em Abrantes, com a seguinte ordem de trabalhos:
1. – Apresentação para apreciação e votação do Relatório e Contas da Direcção e Parecer do Concelho Fiscal;
2. – Proceder à eleição dos novos Corpos Sociais da A.D.S.A.C. para o triénio 2011/2013.
Não havendo número sufi ciente de produtores associados para a Assembleia funcionar à hora indicada, a mesma funcionará uma hora depois, com qualquer número de produtores associados presentes.
Abrantes, 3 de Março de 2011
O Presidente da Mesa da Assembleia GeralVictor Manuel Bastos Silva
CARTÓRIO NOTARIAL DE VILA DE REIJUSTIFICAÇÃO
- Nos termos do artigo 100º do Código do Notariado, certifi co que por escritura de 17 de Fevereiro de 2011, lavrada a folhas 101 do Livro de notas para escrituras diversas n.º 62 – E, deste CARTÓRIO PÚBLICO, na qual, CUSTÓDIO LOPES PEREIRA e mulher, MARIA CRISTINA DO CARMO SEABRA, casados sob o regime da comunhão geral, naturais, ele da freguesia de Alcaravela, concelho de Sardoal, ela da freguesia de Rio de Moinhos, concelho de Abrantes, residentes no lugar de Aldeinha, freguesia de Rio de Moinhos, concelho de Abrantes,declararam que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio rústico, sito em “VALADARES” freguesia de Rio de Moinhos, concelho de Abrantes, composto de terra de mato, pinhal, construção rural, terreno estéril e cultura arvense, com área de setenta e quatro mil oitocentos e vinte e nove metros quadrados, que confronta pelo norte com Maria Fernanda Pereira Gonçalves e outro, pelo sul com Herdeiros de Serafi m Álvaro Pereira, pelo nascente com a Estrada Municipal e outros e pelo poente com Maria Teresa Cordeiro Moura Neves, inscrito na matriz sob o artigo 43 Secção L.- Que o mencionado prédio, com a indicada composições, veio à sua posse, por volta do ano de mil novecentos e oitenta, por compra verbal a José da Costa Oliveira Falcão, solteiro, maior, residente na Rua Capitão Renato Batista, 94, cave Esquerda, em Lisboa, não tendo sido reduzida a escritura pública a referida compra.- Que desde essa data, em que se operou a tradição material do prédio, passaram a cortar o mato e os pinheiros, a cultivá-lo, a limpá-lo, a usufruir de todos os seus frutos e rendimentos, a suportar os seus encargos, agindo com a convicção de serem proprietários daqueleimóvel e como tal sempre por todos foram reputados.- Que nos termos expostos, vêm exercendo a posse sobre o mencionado prédio, com a indicada composição, ostensivamente, à vista detodos, sem oposição de quem quer que seja, em paz, continuamente, há mais de vinte anos.- Que tais factos integram a fi gura jurídica da USUCAPIÃO, que invocam, para efeitos da primeira inscrição no registo predial, por não poderem provar a alegada aquisição pelos meios extrajudiciais normais.Está conforme o seu original.
Vila de Rei, 17 de Fevereiro de 2011O Escriturário Superior - Manuel Rosa Dias
(em Jornal de Abrantes, edição 5482 – Março de 2011)
35 MIL EUROS PARA DESENVOLVER PROJECTOS
FimSocial apoia projectos de associaçõesSão oito projectos de seis asso-ciações do concelho de Abrantes que vão receber da autarquia uma subvenção de 35 mil euros para desenvolverem projectos de âmbito social. É a primeira vez que a autarquia abrantina desen-volve estes apoios para projec-tos sociais, tendo já outros pro-gramas para apoio ao desporto, à cultura e a eventos.
Neste primeiro ano, o FinSocial
apoia projectos de associações
que vão desde o apoio aos jovens,
idosos ou à inclusão étnica. Um
dos projectos, da associação Cres.
Ser, pretende ter uma interven-
ção “dirigido à comunidade cigana
existente no concelho”.
Ana Rita Santos, vice-presidente
da associação, revelou que a ideia
está muito no início mas preten-
de trabalhar com as mulheres e
mães da comunidade de etnia ci-
gana de
Abrantes no sentido de aumen-
tar o conhecimento sobre esta
etnia por forma a poder criar uma
melhor integração com a restante
comunidade.
É um trabalho, segundo Ana Rita
Santos, que trará resultados a mé-
dio e longo prazo e para o qual de-
verá existir uma parceria forte com
outras instituições da cidade.
Por outro lado, esta associação
vai continuar a desenvolver o Vi-
ver.Sénior, um programa de apoio
e trabalho cultural com a popula-
ção mais idosa de diversas fregue-
sias do concelho.
A Associação Cultural Os Amigos
de Martinchel pretende criar con-
dições para o desenvolvimento
de acções de mobilidade dos seus
idosos. Para isso pretende criar ac-
ções que minimizem a solidão de
muitos dos idosos da freguesia, se-
gundo Hélder Ramos, presidente
da colectividade.
Já em Barreiras do Tejo, o Cen-
tro Recreativo e Cultural preten-
de criar um ponto de internet para
ocupar os mais jovens com forma-
ção nas novas tecnologias.
Paulo Almeida, presidente do
Centro, explicou que as acções de
formação do ano passado foram
muito positivas e por isso avan-
çam agora com este projecto.
Já a Universidade da Terceira Ida-
de de Abrantes (UTIA) pretende
criar acções de combate ao isaola-
mento social da população sénior
através da etnografi a e dança.
A Palha de Abrantes continua
com as fi lmArtes infantil e juvenil,
com actividades de artes plásticas
e recolhas antropológicas.
O Clube Desportivo Os Patos
quer trabalhar a inclusão pela arte
com actividades destinadas aos
mais novos.
Jerónimo Belo Jorge
jornaldeabrantes
MARÇO2011 ABRANTES 27
A escola primária de Bioucas, fregue-
sia do Souto, no Norte do concelho de
Abrantes, é uma das muitas que fechou
portas devido à falta de alunos.
Entre portas fechadas, as escolas pro-
priedade da Câmara de Abrantes têm
vindo, na maior parte, a ser cedidas para
o funcionamento de associações. No
caso de Bioucas, a antiga escola primária
vai ser uma capela e casa mortuária.
A Câmara de Abrantes e a Fábrica da
Igreja Paroquial do Souto assinaram, no
dia 11 de Fevereiro, a escritura de cons-
tituição e doação de direito de superfície
relativa à cedência do edifício da antiga
escola primária de Bioucas.
O documento foi outorgado pela Pre-
sidente da Câmara, Maria do Céu Al-
buquerque e pelo pároco do Souto, na
qualidade de representante da Fábrica
da Igreja Paroquial da freguesia, padre
Pedro Tropa.
Maria do Céu Albuquerque sublinhou a
importância do acto, por se tratar de “de-
volver a escola à comunidade para uma
função social. É um fi m muito digno que
permite ao edifício continuar a ter uma
função social”, sublinhou Maria do Céu
Albuquerque adiantando que existe um
projecto novo para ocupar algumas es-
colas, mas tem de ser dado um passo de
cada vez.
O pároco Pedro Tropa revelou que este
acordo permite dar às pessoas de Biou-
cas um espaço “que sentem seu e próprio
para a oração, para a sua fé”. O pároco dis-
se que agora há que pôr mãos à obra,
elaborar o projecto que permita introdu-
zir no edifício as alterações necessárias a
torná-lo num espaço para a oração.
A ocupação de escolas primárias
devolutas no concelho de Abrantes não
é novidade. Neste momento existem
35 edifícios que foram escolas do pri-
meiro ciclo que estão cedidos a associa-
ções. Muitos dos edifícios são colocados
ao serviço das comunidades locais e ga-
nham novas funcionalidades.
ASSEMBLEIA MUNICIPALDE SARDOAL
EDITAL N.º 03/2011MIGUEL JORGE ANDRADE PITA MORA ALVES
PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE SARDOAL
FAZ PÚBLICO que, para efeitos do art.º 91º da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, na redacção dada pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro, se publica as deliberações da Assembleia Municipal, tomadas em sessão ordinária, realizada no dia 28 de Fevereiro de 2011:
- Proposta de Regulamento do Arquivo Municipal;(Deliberado por unanimidade aprovar a Proposta de Regulamento do Arquivo Municipal).
- Centro de Associativismo;(Deliberado por maioria, com treze votos a favor e seis abstenções, aprovar a Proposta para transformar o edifício municipal, em Centro do Associativismo.)
E para constar se lavrou o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afi xados nos lugares públicos de estilo.
Paços do Município de Sardoal, 09 de Março de 2011
O Presidente da Assembleia MunicipalMiguel Jorge Andrade Pita Mora Alves
NOTARIADO PORTUGUÊSCARTÓRIO NOTARIAL DE SÓNIA
ONOFRE EM ABRANTESA CARGO DA NOTÁRIA SÓNIA MARIA ALCARAVELA ONOFRE.
- Certifi co para efeitos de publicação que por escritura lavrada no dia dezasseis de Fevereiro de dois mil e onze, exarada de folhas cento e sete a folhas cento e dez, do Livro de Notas para Escrituras Diversas OITENTA E SETE – A, deste Cartório Notarial, foi lavrada uma escritura de JUSTIFICAÇÃOna qual os Senhores MANUEL AMARO e mulher ILDA DIOGO SOUSA, casados no regime da comunhão geral, ambos naturais da freguesia de Pego do concelho de Abrantes, residentes na Rua da Alagoa, número 47, primeiro andar esquerdo, em Almeirim, DECLARARAM que, com exclusão de outrém, são donos e legítimos possuidores dos seguintes prédios:UM) Prédio Rústico, sito em Tendeiros, na freguesia de Pego, do concelho de Abrantes, composto de fi gueiras, olival e solo subjacente de cultura arvense com olival, com a área de mil setecentos e cinquenta metros quadrados, a confrontar de Norte e Nascente com Constâncio da Silva Amaro, de Sul com Joaquim Vicente Serrano Moedas e de Poente com Caminho Público, omissona Conservatória do Registo Predial de Abrantes, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 10 da secção A.- DOIS) UM SEXTO do Prédio Rústico, sito em Concelhos, na freguesia de Pego do concelho de Abrantes, composto de oliveiras, fi gueiras, pinhal, sobreiros e solo subjacente de cultura arvense com olival, descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes sob o número SEISCENTOS E TRÊS/PEGO, sem inscrição quanto ao sexto que ora se justifi ca, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 11 da secção O.- TRÊS) UM SEXTO do Prédio rústico, sito em Concelhos, na freguesia de Pego, do concelho de Abrantes, composto de olival e fi gueiras, descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes sob o número SEISCENTOS E DOIS/PEGO, sem inscrição quanto ao sexto que ora se justifi ca, inscrito na respectiva matriz o artigo 220 da secção C. Que os prédios ora justifi cados estão inscritos na matriz, em nome dele justifi cante marido e que são possuidores dos prédios acima identifi cados por lhes terem sido doados, verbalmente, por sua mãe e sogra Emília Joaquina,viúva de Daniel Dias Amaro, residentes que foi em Pego, Abrantes, antes do ano de mil novecentos e sessenta, logo há mais de vinte anos.- Que, desde a referida data, vêm exercendo continuamente a sua posse, à vista de toda a gente, usufruindo de todas as utilidades dos prédios, amanhando-os, na convicção de exercer direito próprio, ignorando lesar direito alheio, sendo reconhecidos como seus donos por toda a gente da freguesia e de freguesias limítrofes, pacifi camente, porque sem violência, continua e publicamente, de forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, sem a menor oposição de quem quer que seja e pagando os respectivos impostos, verifi cando-se assim todos os requisitos legais para que a aquisição dos citados imóveis seja por usucapião.Está conforme ao original e certifi co que na parte omitida nada há em contrário ou além do que nesta se narra ou transcreve.
Abrantes, 16 de Fevereiro de 2011
A NotáriaSónia Maria Alcaravela Onofre
(em Jornal de Abrantes , edição 5482 – Março de 2011)
Urb. Vila das Taipas. Lt.4 – r/c Drt. 2080-067 AlmeirimE-mail: [email protected]
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P A U L O N I Z A
Escola primária de Bioucas vai ser capela
jornaldeabrantes
MARÇO201128 CULTURA
Abrantes Até 18 de março – Exposição – “Enciclopé-
dia, um projecto de Desenho”, de Engrácia
Cardoso – Galeria Municipal de Arte
Até 29 de abril – Exposição “A I República na
Génese da BD e no olhar do século XXI” – Bi-
blioteca António Botto
18 de março – Concerto de Rodrigo Leão
“Instrumental” – Cine-teatro São Pedro, às
21h30
24 de março – “Entre nós e as palavras” com
o escritor Luís Carmelo - Biblioteca António
Botto, às 21h30
26 de março a 6 de maio – Exposição de
cerâmica de Ilda Bragança – Galeria Munici-
pal de Arte
6 a 9 de Abril – Djelem, Djelem - Semana da
Cultura Cigana
CINEMA16 de março – “Norte”
23 de março – “Canino”
30 de março – “China, China”, “Rapace” e
“Canção de Amor e Saúde”
6 e 7 de Abril – Djelem, Djelem - Semana da
Cultura Cigana
Barquinha Até 31 de março - 1 mês, 1 escritor, expo-
sição bibliográfi ca de José Jorge Letria - Bi-
blioteca Municipal, das 9h às 12h30 e das
14h às 18h
Até 22 de abril - Exposição de pintura da
Associação Pint´arte - Centro Cultural da
Barquinha
Constância Até 31 de março - Mostra Bio-bibliográfi ca
sobre Ana de Castro Osório – Biblioteca Ale-
xandre O’NeillAté 31 de março - Exposição de ves� dos de Noiva do século XX - An� ga Cadeia de Cons-tância
Sardoal 26 de março - Teatro “Um Casal Moder-
no”, pela TEIA - Alvarim - Centro Cultural Gil
Vicente, às 21h30
Cinema - Centro Cultural Gil Vicente, às
16h00
13 de março – “Megamaind”
3 de abril - Entrelaçados.
AGENDA DO MÊS
Semana da Cultura Cigana, em Abrantes
Vila Nova da Barquinha recebe,
até ao dia 3 de Abril, mais uma edi-
ção do Mês do Sável e da Lampreia.
Realizada pelo 17º ano consecuti-
vo, esta mostra gastronómica tem
como objectivo “promover o con-
celho e acarinhar a cozinha típica da
região, que vai buscar os seus recur-
sos aos três rios que banham o con-
celho, o Tejo, o Zêzere e o Nabão”.
Conforme referiu ao JA Fernando
Freire, vereador na Câmara Munici-
pal de Vila Nova da Barquinha.
Pratos típicos como a açorda de
sável e o arroz de lampreia vão a ser
servidos à mesa de sete restauran-
tes daquele concelho. O Almourol,
o Chico, a Palmeira, a Platina, o Sol-
tejo, o Stop e a Tasquinha da Adélia
são os restaurantes que aderiram à
iniciativa.
Para além desta mostra do Sável
e da Lampreia, pode ainda aprovei-
tar para visitar o Castelo de Almou-
rol. Pois, ao sentar-se num dos res-
taurantes aderentes, ganha bilhe-
tes para os passeios de barco que
o transportam até ao monumento
histórico, uma das 21 maravilhas de
Portugal.
De 6 a 9 de Abril, a Palha de Abrantes
leva a efeito uma Semana de Cultura
Cigana com o objectivo de promover
“um ponto de encontro multifacetado,
um espaço de diálogo e coesão social”
e “promover o conhecimento desta mi-
noria étnica”. A Semana pretende as-
sumir uma dimensão de “festa” e trazer
a Abrantes “fi guras importantes e rele-
vantes na área do cinema e da cultura
cigana”. Destaques. Dias 6 e 7 de Abril,
cinema com a presença dos realizado-
res no dia 6. Dia 8, teatro. Dia 9, espec-
táculo musical. Às 21h30, no cine-teatro
de S. Pedro. Esta iniciativa assume um
particular signifi cado face aos confl itos
resultantes da presença de várias comu-
nidades ciganas entre nós. Promover o
conhecimento é o primeiro passo para
a compreensão.
Sável e lampreia na Barquinha
Luís Caramelo na Biblioteca António Botto
Rodrigo Leão em Abrantes
Luís Carmelo vai estar na Biblioteca António
Botto, em Abrantes para a iniciativa “Entre nós
e as palavras”. Romancista, ensaística, dramatur-
go, poeta e autor multifacetado, o escritor de
“Entre o eco do espelho”, “O inventor de lágri-
mas” e “ E Deus pegou-me na cintura” vai estar
em destaque no dia 24 de Março. A apresenta-
ção estará a cargo de José Alves Jana. Luís Car-
melo doutorou-se em Línguas e Literaturas Mo-
dernas na Holanda, é também bloguer e cronis-
ta do Expresso Online. O encontro com o autor
acontece às 21h30.
Rodrigo Leão anda a percorrer o país com uma nova
série de espectáculos, num registo diferente daquele
com que tem brindado o público. A digressão “Instru-
mental” que começou no dia 20 de Janeiro vai passar
por Abrantes a 18 de Março. Desta vez o compositor
será acompanhado pelo grupo Ensemble, de dimen-
sões mais reduzidas - um quinteto com o próprio
Rodrigo Leão em teclados e ainda um trio de cordas e
um acordeão. Os concertos vão ser apenas instrumen-
tais, sem voz. Contudo o músico quer, posteriormente,
desenvolver estes temas em versões vocais e lançar um
novo disco. O concerto tem lugar no Cine-teatro São
Pedro, às 21h30. Os bilhetes já se encontram à venda no
Posto de Turismo (15€).
O encontro está marcado, na pri-
meira quinta-feira de cada mês, na
Biblioteca António Botto. A Univer-
sidade Popular de Abrantes, numa
parceria da Galena, Associação Cul-
tural, e da própria Biblioteca, leva ali
a efeito uma conferência “sobre as
grandes questões do nosso tempo”.
O “conferencista residente” é Alves
Jana e a organização pretende que,
depois de uma exposição inicial, se
abra a conversa ao modo de tertú-
lia. Na primeira sessão, neste mês
de Março, o tema foi “Portugal 2011:
como é que chegámos a isto?”. Para
Abril o tema já anunciado para o dia
7, às 21h30, será “Isto é o caos! Viva
a liberdade”.
Não vai ser uma abordagem liber-
tária, mas uma análise que vai da fí-
sica contemporânea à discussão do
estatuto da liberdade.
Verdade e consequências
jornaldeabrantes
MARÇO2011 CULTURA 29
Situou-se este Convento na zona onde hoje fi ca a torre das telecomu-nicações, entre o Hotel de Turismo e o Edifício Pirâmide e foi o terceiro da Ordem de S. Francisco, construído na região de Abrantes.
O primeiro foi fundado em 1526,
na Ribeira da Abrançalha, junto à ca-
pela de Nossa Senhora da Luz. Reina-
va então D. João III e os gastos esti-
veram a cargo de D. Lopo de Almei-
da, 3º Conde de Abrantes. Enquanto
decorreram as obras, os frades fun-
dadores recolheram-se nas depen-
dências da ermida de Nossa Senho-
ra da Ribeira, em Alferrarede, onde
também viveram as freiras, que fo-
ram depois para o Convento de Nos-
sa Senhora da Esperança.
Os frades estiveram na Ribeira da
Abrançalha durante quarenta e cin-
co anos, mas “obrigados por muitas
doenças”, acabaram por pedir licen-
ça a D. Duarte de Almeida, fi lho de
D. Lopo, para vender o convento e
suas terras e, com o dinheiro daí re-
sultante, poderiam contribuir para
a construção de um segundo, este
agora situado em Vale de Rãs, sí-
tio onde havia água em abundân-
cia. Deste mosteiro já falámos mais
detalhadamente, num Jornal de
Abrantes anterior e dele ainda se
encontram alguns vestígios visíveis,
num edifício bastante degradado,
hoje pertencente à Câmara Munici-
pal de Abrantes.
Os frades viveram ali apenas du-
rante vinte cinco anos, pois o lugar
era húmido e os frades continua-
vam “atacados de morrinha”. Então,
em 1953, pediram autorização a Fi-
lipe I, para construírem um terceiro
convento, sendo a primeira pedra
lançada em 15 de Maio de 1601. O
sítio, conhecido por Fonte do Ouro,
agora já bem próximo da vila, era
seco e muito arejado, pelo que os
frades se mantinham bem mais sau-
dáveis que nos anteriores. O dinhei-
ro para a sua construção proveio da
venda do de Vale de Rãs, das esmo-
las do povo e o rei Filipe II contri-
buiu também, revertendo a favor do
convento alguns impostos que lhe
eram devidos. D. António de Almei-
da, neto do conde fundador, D. Lopo,
ofereceu o produto da venda de al-
guns imóveis.
A igreja da Ordem Terceira de S.
Francisco fi cava quase anexa ao
mosteiro, mas foi construída mais
tarde, tendo sido iniciada apenas em
1717 e a primeira missa foi ali reza-
da em 14 de Abril de 1721. Segundo
testemunhos da época, “embora pe-
quena, era muito bonita e asseada”.
O convento e a igrejas fecharam
em 1834, quando da extinção das
ordens religiosas. Em 1859 já estava
tudo em ruínas que foram, por essa
data, compradas pela Câmara Muni-
cipal. Passado pouco tempo, foi tudo
arrasado, tendo a Câmara, no local da
igreja, construído, em 1860, o Mata-
douro Municipal e é onde se encon-
tra hoje o Edifício Pirâmide. As duas
colunas, que podemos ver na parte
central do edifício, pertenceram a
esse matadouro. Em consequência
de tudo isto, deste património anti-
go nada resta, a não ser uma cisterna
que as crianças coloriram e que está
junto ao eléctrico da Telepizza. Con-
tinua, no entanto, vivo na memória
da toponímia, pois o local ainda se
chama Largo de Santo António, mas
já poucos sabem porquê.
Bibliografi a:Morato, António Manuel, Memória
Histórica da Notável Vila de Abrantes”
, edição da Câmara Municipal de
Abrantes, 1981
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Carmina da CruzN. 15-05-1921 F. 20-02-2011
AgradecimentoSeus familiares, vêem por este meio agradecer, a todas as pessoas que lhe manifestaram solidariedade nos mo-mentos dolorosos que viveram e a todas as que acom-panharam a sua ente querida até à sua última morada.A todos um muito obrigado.
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Francisco Lopes RodriguesN. 30-05-1941 • F. 01-02-2011
AgradecimentoMaria Adélia Dias Lopes Carreira vem por este meio agradecer a todas as pessoas que acompanharam o seu ente querido à sua última morada.A todos um Bem Haja.
A cargo de: Funerária Momentos Solenes Rua 5 de Outubro, 54 A-2230 Sardoal • Telem. 964 589 223 - 968 887 137
António AlvesN. 23-04-1931 F. 04-02-2011
AGRADECIMENTOA sua família agradece a todas as pessoas que o acom-panharam até à sua última morada ou que por qualquer forma manifestaram o seu pesar. Um agradecimento es-pecial a todos quantos o apoiaram e se interessaram pela sua doença.A todos o seu bem haja.
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Ana Luísa CamposN. 01-08-1930 • F. 21-02-2011
AgradecimentoSeu marido e fi lhos vem por este meio agradecer a todas as pessoas que acompanharam o seu ente querido à sua última morada.A todos um Bem Haja.
A cargo de: Funerária Momentos Solenes Rua 5 de Outubro, 54 A-2230 Sardoal • Telem. 964 589 223 - 968 887 137
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AgradecimentoSua esposa, fi lhos, genro e netos vem por este meio agradecer a todas as pessoas que se interessaram pelo estado de saúde de seu marido, pai, sogro e avô e acompanharam o seu ente querido à sua última morada.
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AgradecimentoSeu fi lho, nora e netos vem por este meio agradecer a todas as pessoas que acompanharam o seu ente querido à sua última morada.A todos um Bem Haja.
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Manuel de Jesus Beirão21/03/1933 – 08-02-2011
AgradecimentoEsposa, fi lhos, netos, genro e nora na impossibilidade de o fazerem pes-soalmente, vem por este meio agradecer a todos quantos manifestaram a sua solidariedade e amizade, durante a sua doença e no seu funeral.Agradecem também a todos os profi ssionais do Serviço de Cirurgia 2 do Hospital de Abrantes, especialmente às Drªs Cristina Duarte e Luiza Gonzales, bem como a todos os profi ssionais do Hospital de Dia da mesma Unidade Hospitalar.A Todos o nosso Bem Hajam.
jornaldeabrantes
MARÇO2011 SAÚDE 31
Cancro do colo do útero, prevenir é o melhor remédio
SAÚDE É ... Secção da responsabilidade da Unidade de Saúde Publica do ACES do Zêzere
O cancro do colo do útero é uma do-
ença evitável e uma das mais frequentes
nas mulheres entre os 35-50 anos. A vaci-
nação contra o HPV – Papilomavirus Hu-
mano – preferencialmente, antes do iní-
cio das relações sexuais, constitui um efi -
caz meio de prevenção primária.
A realização de uma Citologia Cervi-cal/Teste Papanicolau, é a melhor for-
ma de detecção precoce (fase inicial) de
células alteradas do colo do útero e por
isso, de prevenir este cancro.
Comparativamente com a Europa, Por-
tugal apresenta um número elevado de
novos casos de cancro de colo do úte-
ro (CCU). A infecção por HPV é uma in-
fecção sexualmente transmissível muito
frequente. Existe uma forte relação entre
esta infecção e o cancro do colo do útero.
Alguns tipos deste vírus, chamados papi-
lomavirus de alto risco, infectam as células
do colo do útero e transformam-nas, cau-
sando lesões que, após um longo perío-
do de tempo, podem progredir para le-
sões cancerígenas.
O início da actividade sexual em idades
muito jovens, um maior número de par-
ceiros sexuais, o tabagismo (baixa imu-
nidade celular), a imunodefi ciência, a
contracepção hormonal e a presença de
outras infecções sexuais anteriores, au-
mentam o risco de evolução desta infec-
ção. A maioria das vezes, o cancro não dá
sintomas. A mortalidade está fortemente
associada ao diagnóstico tardio e às fases
avançadas da doença. A vacinação con-
tra HPV, introduzida no Programa Nacio-
nal de Vacinação e efectuada gratuita-
mente às raparigas com 13 anos, permite
a prevenção de infecções pelo papiloma-
virus humano e a longo prazo, do cancro
do colo do útero. Hábitos de vida sau-dáveis como a alimentação equilibrada
(rica em fruta), a ausência de tabagismo e
evitar comportamentos sexuais de risco,
são outras “armas” que cada um dispõe
para prevenir a doença. A realização de
citologia cervical, é a melhor forma de
detectar precocemente alterações das
células do colo útero e prevenir este can-
cro. Zelar pela saúde está nas suas mãos -
lembre-se que mais vale prevenir que re-
mediar!
Paula GilEnfermeira