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CCDD Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Projeto Pós-graduação Curso Núcleo Comum - Educacional Disciplina Educação Inclusiva Tema O Professor Frente ao Processo de Inclusão Professor Liliane Salles Introdução Abordaremos no desenvolvimento desta disciplina temáticas importantes para seu conhecimento que irão contribuir junto ao entendimento do processo da educação inclusiva, que se apresenta com avanços na área educacional. Lembramos que a inclusão é um processo social, por isso, abordaremos o contexto educacional deste processo. Você está acessando a temática denominada de “O professor frente ao processo de inclusão”, onde se encontram os subtemas que entrelaçam a temática maior da educação inclusiva, como: o direito à educação; o processo inclusivo; a construção de práticas inclusivas e a importância das parcerias neste processo. Os objetivos são: Compreender a sua importância como professor diante da educação inclusiva; Entender que a inclusão fortalece o direito à educação, tornando-se necessário estabelecer parcerias familiares e educacionais para que o desenvolvimento do público da educação especial diante da aprendizagem se efetive; Analisar suas práticas pedagógicas se disponibilizando a construir novas possibilidades, dando mais oportunidades aos alunos com alguma necessidade específica. Assista à apresentação da professora Liliane disponível no seu material

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Projeto Pós-graduação

Curso Núcleo Comum - Educacional

Disciplina Educação Inclusiva

Tema O Professor Frente ao Processo de Inclusão

Professor Liliane Salles

Introdução

Abordaremos no desenvolvimento desta disciplina temáticas importantes

para seu conhecimento que irão contribuir junto ao entendimento do processo

da educação inclusiva, que se apresenta com avanços na área educacional.

Lembramos que a inclusão é um processo social, por isso, abordaremos o

contexto educacional deste processo.

Você está acessando a temática denominada de “O professor frente

ao processo de inclusão”, onde se encontram os subtemas que entrelaçam a

temática maior da educação inclusiva, como: o direito à educação; o

processo inclusivo; a construção de práticas inclusivas e a importância

das parcerias neste processo.

Os objetivos são:

Compreender a sua importância como professor diante da educação

inclusiva;

Entender que a inclusão fortalece o direito à educação, tornando-se

necessário estabelecer parcerias familiares e educacionais para que o

desenvolvimento do público da educação especial diante da

aprendizagem se efetive;

Analisar suas práticas pedagógicas se disponibilizando a construir

novas possibilidades, dando mais oportunidades aos alunos com

alguma necessidade específica.

Assista à apresentação da professora Liliane disponível no seu material

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on-line. Ela comentará mais detalhes sobre o que veremos neste tema e quais

são os objetivos.

Problematização

Você é graduado em Matemática, faz um concurso público para ser

professor e é aprovado. Assume a carga horária de 20 horas/aula de sua

disciplina para ministrar aulas numa escola pública. Como você não conhece a

escola a qual foi designado para atuar resolve, portanto, ir até lá para

conversar com a diretora e saber um pouco do histórico das turmas que irá

assumir. Na chegada, é muito bem recebido pela equipe da escola, mas não

consegue conversar com a diretora, pois a mesma estava em reunião, assim

sendo, agenda com a secretária um horário para voltar.

No dia combinado retorna, e a diretora já o aguardava. Conversaram um

pouco sobre os alunos e de repente, a diretora coloca que em uma das turmas

que irá assumir tem uma aluna de 12 anos que apresenta Síndrome de Down.

Você fica assustado e sai de lá preocupado!

No primeiro dia de aula, chega à sala e começa a se apresentar para os

alunos. Em seguida, pediu para que cada um dos alunos dissesse seu nome,

para se familiarizar, e quando chega a aluna que apresenta Síndrome de Down

percebe que terá problemas, pois a mesma não se apresentou e você não

sabe como trabalhar com esta questão. Nos outros dias, observa que a aluna

não consegue nem copiar os conteúdos. Bateu o desespero, o que fazer?

Agora, você como professor de sala de aula, diante do processo

inclusivo, como agiria? Que decisão você adotaria para exercer sua função de

professor diante de alunos que necessitam de um método diferenciado de

aprendizagem?

No final dos estudos deste tema voltaremos a falar sobre isso. Bons

estudos!

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O Professor Frente ao Processo de Inclusão

Falar sobre igualdade de condições educacionais é fácil? Muitos são os

documentos que trazem o direito à educação, inclusive a Constituição Federal

(1988) afirma sobre esse direito, mas na prática, em sala de aula, será que

conseguimos dar ao aluno o real direito para aprender? E diante dos alunos

com deficiência, existe o direito à educação com real aprendizagem?

Diante disso, vamos refletir um pouquinho mais sobre o assunto.

O direito à educação

É notório que a educação é proposta central na sociedade

contemporânea desde a Constituição Federal de 1988, a qual defende

explicitamente a “igualdade de condições para o acesso e permanência na

escola” (BRASIL, 1988) assim, muito se tem buscado diante de erros e acertos,

a construção de uma educação de qualidade, que ofereça aos cidadãos o seu

direito à educação.

No processo educacional é grande a busca para manter o direito à

educação e ainda construir uma escola inclusiva que respeite as diferenças e

traga uma qualidade social a todos os envolvidos, considerando a

universalização de acesso e permanência de todos na educação básica, como

real direito à educação.

Trazendo a legitimidade do direito à educação que se efetivou

enfaticamente na CF de 1988, elenca-se então, nesse contexto, a continuidade

do direito quando se argumenta acerca da educação inclusiva, que visa o

direito de oportunidade, oferecendo a todos a possibilidade de conviver com os

demais alunos no mesmo espaço chamado escola, criando-se assim uma

participação efetiva na sociedade. Diante disso, torna-se interessante ressaltar

o que nos mostra a Declaração de Salamanca:

[...] as escolas comuns com esta orientação inclusiva são o meio mais eficaz de combater atitudes discriminatórias, criando comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e conseguindo educação para todos; além do mais, elas oferecem uma educação eficaz para a maioria das crianças e melhora a eficiência e em última

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análise o custo-benefício de todo o sistema educacional. (SALAMANCA, 1994, p. 9).

Assim sendo, a escola e seus professores precisam refletir e discutir

para aproximar os sujeitos de seu real direito, que além de ter o acesso à

educação devem permanecer nesta trajetória apropriando-se dos

conhecimentos já construídos. Portanto, hoje, a busca é estabelecer um novo

olhar diante das diferenças, promovendo um trabalho novo, repleto de desafios

com uma aprendizagem efetiva diante das diferenças.

Saiba Mais: Conhecer as discussões que se firmam neste meio é importante,

por isso, acesse outros materiais para aprofundar o seu conhecimento, lendo

os artigos a seguir.

Direito à Educação: direito à igualdade, direito à diferença

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-

15742002000200010&script=sci_arttext

Diferenças culturais, interculturalidade e educação em direitos humanos

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-

73302012000100015&lng=pt&nrm=iso

O direito à educação é sempre um tema atual, pois o mundo garante a

todos o acesso à educação, em que cada cidadão busca sua participação

efetiva em todos os espaços, sejam sociais ou políticos. Esse direito é um

instrumento de luta, que ainda precisa incrementar condições para além da

democratização do saber, voltando-se para uma sociedade mais justa,

igualitária e inclusiva.

Observe o que argumenta Pierucci:

Somos todos iguais ou somos todos diferentes? Queremos ser iguais ou queremos ser diferentes? Houve um tempo que a resposta se abrigava segura de si no primeiro termo da disjuntiva. Já faz um quarto de século, porém, que a resposta se deslocou. A começar da segunda metade dos anos 70, passamos a nos ver envoltos numa atmosfera cultural e ideológica inteiramente nova, na qual parece generalizar-se, em ritmo acelerado e perturbador, a consciência de

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que nós, os humanos, somos diferentes de fato (...), mas somos também diferentes de direito. E o chamado ‘direito à diferença’, o direito à diferença cultural, o direito de ser, sendo diferente. The right to be different! Como se diz em inglês, o direito à diferença. Não queremos mais a igualdade, parece. Ou a queremos menos, motiva-nos muito mais, em nossa conduta, em nossas expectativas de futuro e projetos de vida compartilhada, o direito de sermos pessoal e coletivamente diferentes uns dos outros. (PIERUCCI, 1999, p. 7)

Portanto, queremos ser respeitados com nossas diferenças e também

adquirir conhecimentos suficientes para participar socialmente das atuais

conjunturas.

Ensinar não é tarefa fácil e a formação acadêmica também não tem

fórmula pronta que mostre exatamente o que cada professor deve aplicar

diante de diferentes situações de aprendizagem, mas é preciso buscar

sempre.

O processo inclusivo

Com um olhar voltado a novas buscas, novos roteiros e também novas

possibilidades, é que muitos documentos foram sendo delineados e publicados

para auxiliar tanto no entendimento de um trabalho diferente, como no auxílio

para a construção da práxis pedagógica que atenda mais proximamente o

direito à educação e as diferenças que possuímos.

Muito simplistamente, coloca Rodrigues (2008), que poderíamos resumir

o conceito de uma Educação Inclusiva como um sistema que assegura o

acesso e permanência de todos os alunos na escola, porém, lança que muitas

injustiças sociais e conflitos podem aumentar, onde o cotidiano pode se tornar

desigual e transformar a inclusão em um mero respeito às diferenças, sem a

preocupação de que esse processo se efetive nas escolas, sejam elas públicas

e/ou privadas. Esse contexto traz também outro alerta, que o mesmo autor

aponta: “[...] quanto mais a exclusão social efetivamente cresce, mais se fala

em inclusão” (2008, p. 300).

Entender a complexidade do processo inclusivo nos faz retomar o olhar

à formação do docente e diretamente para a realidade da inclusão de pessoas

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com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas

habilidades/superdotação, pois raras são as universidades no país que ofertam

cursos de licenciaturas em educação especial. Após a LDB nº 9394/96, hoje,

em sua reescrita, chamada de Lei nº 12.796, de 4 de abril de 2013, houve

acréscimo de disciplinas referentes à educação especial em alguns cursos de

licenciaturas.

A autora Mendes (2012) pontua que, pela escassez de discussões,

reflexões e até mesmo uma revisão aprofundada, as grades curriculares que

versam sobre a educação especial na perspectiva da educação inclusiva são

múltiplas, com objetivos e conteúdos diversos, resultando em profissionais, que

aqui diretamente são os professores, sem adquirir uma práxis pedagógica

necessária para viabilizar propostas inclusivas que venham a se efetivar no

contexto educacional.

Inicialmente, é importante, diante da proposta inclusiva, superar os

preconceitos, se disponibilizar a mudanças e acreditar que existem outros

caminhos a trilhar, lembrando sempre que a mudança começa em você

professor.

Saiba Mais: Agora, assista ao vídeo disponibilizado a seguir, para entender um

pouco mais sobre as mudanças e a manutenção da motivação perante novas

realidades.

https://www.youtube.com/watch?v=aJtm1_dHTqE

Interessante, não acha? Agora, vamos ouvir o que a professora Liliane

tem a dizer sobre o vídeo que acabamos de ver. Para isso, acesse seu material

virtual e acompanhe!

Torna-se necessário, diante do processo inclusivo, mudar, ousar e

acreditar que nossos avanços enquanto professores serão alcançados,

embora como nos esclarece Rodrigues (2011), existem ainda muitas

resistências e preconceitos que se voltam à educação inclusiva e, assim, a

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operacionalização desse processo no interior de nossas escolas ainda trazem

indicativos de que a inclusão não é aceita normalmente, pois na prática os

deficientes são inferiorizados e rejeitados, são alvos de chacotas e

preconceitos, embora esse processo tenha sido legislado amplamente pela

Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva

(2008). Rodrigues (2003, p. 91) aponta, ainda, que é importante “[...]

compreender as razões que fazem da inclusão mais um campo em debate do

que um desígnio inquestionável e inevitável”.

Pensar nos professores é nossa tarefa agora, pois não poderá existir

passividade por parte destes profissionais diante da proposta de Educação

Inclusiva e nem tão pouco, também, pode-se aceitar uma falsa postura,

mantendo-se camuflados pelos discursos de aceitação simplesmente por

considerarem politicamente corretos. Torna-se necessário e urgente rever

nossa postura como professores e entender o processo inclusivo.

Você já refletiu como se sente alguém que dá a luz a uma criança

que apresenta uma deficiência? Como são as dificuldades enfrentadas?

Será que as pessoas desistem? O processo da educação inclusiva

também não é fácil, mas é possível, podemos entender as necessidades

dos sujeitos e buscar novas possibilidades para auxiliá-los e dar a todos

o seu direito à educação.

Saiba Mais: O link a seguir mostra um relato muito especial sobre o assunto

que estamos estudando. Confira!

http://pt.slideshare.net/analuciah/bem-vindo-a-holanda

Assim, encontrar alguém diferente em seu trabalho não é desesperador

e sim desafiador, possibilita enxergar de forma diferente as dificuldades que

possam surgir e então buscar novas leituras, realizar novos planejamentos e

manter uma constante leitura dialética das situações que se apresentam

quando temos sujeitos com deficiências em nossa sala de aula.

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Portanto, professores, retomem que as diferenças individuais não podem

ser consideradas como medidas de incapacidades, pois assim estaríamos

sendo excludentes e preconceituosos. Uma nova leitura deve ser realizada

pela escola e pelos professores para que se avance no processo da educação

inclusiva.

Trabalhar com as diferenças dos seres humanos é bom, possibilita

avanços pessoais e profissionais, onde a busca de novas metodologias, novos

guias práticos nos enriquece e faz com que avancemos diante deste

entendimento primordial frente à inclusão. Dizer que: “não estamos preparados

para o trabalho com as diferenças” é fácil, mas o contexto é outro, pois a

inclusão está posta e pronto, independente de como é a sua formação,

independente de sua aceitação ou não, pois o aluno com necessidade

educacional especial continuará chegando às escolas, respaldado pela Política

Nacional, estejam os professores ou escolas preparados ou não.

Voltar-se para as universidades dizendo que as mesmas não estão

disponibilizando a atenção necessária junto aos cursos de formação inicial não

resolve o problema em sala de aula, pois as ações do ensinar e aprender

devem continuar e precisam efetivamente dar a todos os alunos condições de

aprendizagem.

Como poderíamos medir as dificuldades para trabalhar com a

educação especial? Com qual deficiência é mais difícil desenvolver o

trabalho em sala de aula?

Saiba Mais: Você pode ler mais sobre o assunto nos seguintes artigos.

Autismo e ensino de habilidades acadêmicas: adição e subtração.

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-

65382007000300004

Práticas pedagógicas inclusivas.

http://books.scielo.org/id/rp6gk/pdf/diaz-9788523209285-13.pdf

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Muitos são os questionamentos: o que ensinar? Será que aprendem?

Qual é a deficiência com maior dificuldade para a aprendizagem? Sabe-se que

a demanda na escola mudou e novas atribuições estão destinadas aos

professores e gestores, portanto investigações e pesquisas de referenciais

teóricos que venham contribuir com o trabalho educativo precisam ser

conhecidos e aplicados em cada realidade educacional conforme as

necessidades que se apresentam dentro delas.

Professor, você é extremamente importante diante do processo de

aprendizagem e também junto aos grupos de alunos que ali se encontram, pois

a construção do conhecimento requer sua participação ativa neste processo.

Temer a entrada de alunos com deficiências em sala de aula tem sido uma

constante hoje em nossos dias, mas é preciso reverter o processo e enfrentar

as diferentes situações que são vivenciadas no contexto escolar para

podermos avançar. Você irá se sentir desafiado, mas é preciso enfrentar esse

desafio e mudar a trajetória dessa história.

Não existe maior ou menor dificuldade para o trabalho inclusivo com

deficientes, o que deve existir é disponibilidade dos profissionais envolvidos no

processo para construir novas maneiras de repassar os conteúdos.

Construindo Práticas Pedagógicas Inclusivas

Novas práticas pedagógicas podem contribuir para compreender a

questão da deficiência, embora não exista uma fórmula pronta a ser

desenvolvida, pois cada aluno com uma deficiência pode trazer um diferente

trabalho a ser desenvolvido, e em cada realidade existente há uma demanda

diferente a ser aplicada. É importante saber que quando nos dirigimos às

pessoas deficiência, transtorno global do desenvolvimento e altas

habilidades/superdotação, não descartamos o respeito e a valorização que

devemos oferecer e assumir, sim, a responsabilidade no trabalho a ser

desenvolvido.

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Assim, é preciso entender quem são os sujeitos que estamos elencando

como pessoas com necessidades educacionais especiais, portanto o grupo do

qual nos referimos é heterogêneo, traz características diferentes e próprias,

enfim, singularidades específicas que os diferem um dos outros.

A política de inclusão que se volta aos alunos com necessidades

educacionais especiais1 constitui-se em uma política nacional, onde alunos

com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas

habilidades/superdotação estão assegurados para o seu desenvolvimento

educacional no ensino regular.

Diante do agrupamento elencado na política nacional, observamos que

os três grupos (deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas

habilidades/superdotação) não apontam os níveis de comprometimento de

cada deficiência, como em anos anteriores eram utilizados terminologias como

leve, moderado e grave, com isso a escola poderá receber alunos com

qualquer nível de comprometimento, o que pode dificultar o trabalho em sala de

aula.

Por isso, precisamos pensar sobre a adaptação curricular ou até

mesmo a flexibilização curricular, mas como elaborar esta prática pedagógica?

Veja, no material on-line, o que a professora Liliane nos ensina.

Não somos hipócritas em dizer que somente a boa vontade de cada

professor será suficiente para o desenvolvimento de um bom trabalho com as

pessoas que apresentam deficiência e ainda que isso já garante uma escola

inclusiva, precisamos concordar com Marchesi (2004) que apresenta uma

visão semelhante ao comentar que criar escolas inclusivas requer muito mais

que boas intenções, declarações e documentos oficiais, requer que a

sociedade, aqui em especial, escolas e professores tomem consciência das

tensões e organizem condições para criação de escolas inclusivas de

qualidade.

1 A terminologia utilizada “alunos com necessidades educacionais especiais” é decorrente do documento do Governo Federal – MEC: Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008).

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Além disso, sabemos que:

É muito difícil avançar no sentido das escolas inclusivas se os professores em seu conjunto, e não apenas professores especialistas em educação especial, não adquirirem uma competência suficiente para ensinar todos os alunos. (MARCHESI, 2004, p. 44)

Professores, são os saberes, valores, saberes cotidianos além de

crenças, experiências e culturas que levam à prática, assim, trabalhar com o

ser humano não é tarefa fácil mesmo, independente de ser especial ou não.

Uma adaptação curricular, uma flexibilização curricular, demanda

enxergar a capacidade que o sujeito tem, mesmo que limitada, e assim

possibilitar atividades que possam ser respondidas no contexto da sala de aula,

concorda? Adaptar atividades ou conteúdos é saber o limite que o aluno tem

para desenvolver e assim proporcionar ao sujeito as devidas adequações de

cada conteúdo.

Então, mudanças são necessárias para que as pessoas com que

apresentam deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas

habilidades/superdotação sintam-se acolhidas e para que você possa enxergar

o grupo diferente, mantendo-se os princípios éticos, igualitários e solidários,

estabelecendo o vínculo necessário para você ensinar e o outro aprender.

Segundo Martins (2006, p. 44-45), “o educador ético é reflexivo, analisa

os porquês da sua ação, por isso sabe o que faz, para que faz, por que o faz,

para o que faz e analisa, seleciona e escolhe os meios de concretizar o seu

fazer”.

Logicamente sua formação e seu preparo são importantes, mas a sua

disponibilidade para enfrentar as diferenças é a essência deste processo

inclusivo, só assim “a escola inclusiva será realmente aberta a todos e o seu

desempenho será adequado, com uma práxis pedagógica acertada, trazendo

com certeza uma educação de qualidade que favoreça a heterogeneidade do

grupo” (FREITAS, 2006, p. 40).

Diante disso, é claro que mudar também não é tarefa fácil, mas também

não é impossível, ter ousadia nos remete a novas descobertas, portanto refletir

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sobre a nossa atuação para que possamos promover a aprendizagem a este

grupo de alunos que possui limitações, mas também tem potencialidades, é

nosso dever, pois simplesmente realizar a sociabilidade do sujeito não nos

completa.

A escola tem sim uma função social e sabemos que as relações sociais

são essenciais para aprender, mas para isso é preciso entender que a

deficiência não pode ser vista como debilidade, mas pode ser vista como

potencialidade que gera força e potência. Você deve perceber diante de suas

habilidades que lhe são próprias, que nesse processo educacional podem

existir compensações possíveis que irão extrapolar as dificuldades com saldo

positivo, gerando uma nova aprendizagem mais direcionada às necessidades

do grupo.

É preciso desencadear em nós o entendimento de que também temos

fraquezas, mas podemos compensá-las, assim sendo, evidenciar as

capacidades das pessoas que apresentam deficiência, transtornos globais de

desenvolvimento e altas habilidades/superdotação é nossa tarefa, por isso,

exerça a lei da compensação.

Vigotsky (1998) defende a lei da compensação, o qual coloca que a

compensação é algo intrínseco e faz com que a pessoa torne-se mais criativa

para compensar uma fraqueza existente, assim, consegue realizar a mesma

aprendizagem por caminhos diferentes, demonstrando na prática a lei de

compensação.

As escolas precisam desenvolver uma prática inclusiva, respaldada nos

direitos humanos diante de uma cultura inclusiva que envolva a todos que

pactuam de um processo educacional inclusivo para que assim o benefício de

um ensino de qualidade seja o pressuposto básico ao princípio de igualdade.

Dessa forma, é necessário que os envolvidos se conscientizem de que a

educação inclusiva veio para propiciar que todos participem da escola sem

discriminações ou preconceitos. Esse é nosso desafio e não é nada fácil.

Seguindo nossas reflexões, Beyer (2006) acrescenta que:

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O desafio é construir e pôr em prática no ambiente escolar uma pedagogia que consiga ser comum ou válida para todos os alunos da classe escolar, porém capaz de atender os alunos cujas situações pessoais e características de aprendizagem requeiram uma pedagogia diferenciada. Tudo isso sem demarcações, preconceitos ou atitudes nutridoras dos indesejados estigmas. Ao contrário, pondo em andamento na comunidade escolar, uma conscientização crescente dos direitos de cada um. (BEYER 2006, p. 76)

Portanto Professor, você faz parte desta história e deve contribuir para

que as escolas se transformem e atendam as necessidades de seus alunos,

mantendo um comprometimento com a proposta da educação inclusiva. Para

Lima (2005, p. 100), “assumir o compromisso de organizar uma escola

inclusiva está longe de ser uma tarefa fácil, cômoda ou simples”, pois nossas

escolas sempre apresentaram limitações, assim como o sistema educacional,

que estabelece uma pseudoautonomia concreta para as mesmas, dificultando

assim o desenvolvimento da criação de uma cultura escolar inclusiva.

É preciso estabelecer neste processo inclusivo parcerias,

concorda?

Saiba Mais: Leia mais sobre o assunto acessando o artigo a seguir:

A relação família-escola: intersecções e desafios

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-

166X2010000100012

Parcerias no Processo Educacional Inclusivo

As práticas pedagógicas inclusivas devem estar imbuídas em novos

valores na escola, que superficialmente podemos elencar como sendo: aceitar

a educação inclusiva que está em Lei; conhecer o aluno especial; buscar

conhecimentos sobre a deficiência deste aluno; ler o laudo que deve chegar à

escola; conversar com a família e dialogar com os demais professores. Assim,

juntos podemos atender as necessidades educacionais especiais que o aluno

apresenta, sendo necessário um trabalho de conquista com todos os

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envolvidos, despertando que a colaboração de todos é importante e

necessária.

Com certeza a família pode nos auxiliar nesse processo, trazendo

informações das limitações e possibilidades de avanço de seu filho, então,

essa é uma parceria indispensável, mas devemos ter cuidado para não quebrar

esse vínculo. Família é um bem maior, que deve agregar valores e não

dispensá-los, mas muitas vezes a família transfere para a escola essa tarefa.

Hoje, a escola tem assumido outras funções além do conhecimento,

como socializar, organizar e até estabelecer regras que não são impostas no

âmbito familiar e o professor acaba sendo o único apoio que o aluno tem.

Os desafios ainda são muitos diante da inclusão, mas para um bom

professor, todos são superáveis e com certeza buscaremos as melhores

estratégias para prosseguir nesta caminhada.

Observe que são muitos os desafios que a escola tem pela frente para

que se torne inclusiva, precisamos desenvolver estratégias instrucionais que

tragam respostas às diferentes situações de aprendizagem. Portanto, realizar a

leitura diagnóstica das necessidades dos alunos e mergulhar profundamente

nesse processo da educação inclusiva pode fazer com que encontremos

alternativas viáveis e contribuições para a aprendizagem dos alunos.

Professor, a sua parceria é essencial, o aluno que apresenta deficiência,

transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades/superdotação quer

respeito e respostas adequadas às suas dificuldades e limitações, também

quer que você demonstre que conhece até onde ele pode chegar, sem cobrá-lo

para além de seus limites. Esse aluno só vai responder aquilo que ele sabe e

que muitas vezes não é muito, mas é o que ele tem para entregar ao processo

da aprendizagem, entenda as limitações desses alunos.

Embora todo esse contexto seja complexo, precisamos sim criar um

ambiente escolar participativo, com planejamentos e estratégias bem

estruturadas para atender a nova demanda que se encontra nas escolas

públicas ou privadas, portanto o trabalho deve ser direcionado ao coletivo.

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Para continuar nossa reflexão nesse sentido, trazemos Tezani (2010)

para nos respaldar quanto ao trabalho na instituição escolar:

O primeiro passo, segundo suas recomendações, é construir uma comunidade inclusiva que englobe o planejamento e o desenvolvimento curricular; o segundo passo do processo é a preparação da equipe para trabalhar de maneira cooperativa e compartilhar seus saberes, a fim de desenvolver um programa de equipe em progresso contínuo; o terceiro envolve a criação de dispositivos de comunicação entre a comunidade e a escola; o quarto abrange proporcionar a criação de tempo para reflexão sobre a prática desenvolvida. (TEZANI, 2010, p. 292)

Como podemos observar, ainda há muito a avançar no contexto

educacional, mas, como professores, sempre enfrentamos grandes desafios e

sabemos que nossa profissão sempre foi respaldada nos desequilíbrios.

Apesar disso, é preciso que isso ocorra para que o nosso crescimento teórico e

prático se fortaleça e avance, ou seja, para que nossas práticas atendam as

necessidades de nossos alunos.

Ainda pensando na profissão de ser professor, Pimenta (2010, p. 28)

argumenta com propriedade que:

O exercício de qualquer profissão é prático nesse sentido, na medida em que se trata de fazer ‘algo’ ou ‘ação’. A profissão de professor é também prática. E se o curso tem por função preparar o futuro profissional para praticar, é adequado que tenha a preocupação com a prática. Como não é possível que o curso assuma o lugar da prática profissional (que o aluno exercerá quando for profissional), o seu alcance será tão somente possibilitar uma noção da prática, tomando-a como preocupação sistemática no currículo do curso.

Com isso, o processo da inclusão na prática diária da sala de aula, ainda

traz muitas discussões no interior da escola, pois faltam entendimentos por

parte dos profissionais da escola quanto ao desenvolvimento dos conteúdos

para este aluno, ou melhor: como trabalhar com aluno que não acompanha os

conteúdos do ano em que está matriculado? Além disso, ainda temos falhas no

diálogo familiar e na nossa formação continuada.

Diante de tantas fragilidades que o processo de inclusão ainda nos

deixa, Demo apud (MACIEL, NETO, 2004, p. 73) esclarece que é “fundamental

na vida do profissional da formação: manter-se bem formado. Isso implica

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primeiro em ter uma boa formação; segundo, alimentar de modo continuado

sua formação”. Assim, caso não tenhamos boa formação acadêmica, a

alimentação deve ser uma constante no processo que complementa e ou

enriquece nossos conhecimentos.

A inclusão traz em seu contexto uma busca constante de conhecimentos

pelos professores, para que consigam entender na teoria o processo

educacional dos alunos que apresentam deficiência, transtornos globais de

desenvolvimento e altas habilidades/superdotação e, assim, colocar em prática

o conhecimento, mesclando também um pouco de afetividade para com os

alunos.

É preciso enxergar que chegou um novo processo nas escolas, que

nessa nova trajetória é o ser humano que está em sala de aula e não

simplesmente sua deficiência. Sem medo do novo, a busca continua e o direito

à educação é direito de todos como assegura a Constituição Federal de 1988.

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Revendo a Problematização

Agora que você já estudou e tem base teórica sobre o processo de

inclusão na escola, escolha a alternativa apropriada para responder à

problematização que vimos no início deste tema.

a. Eu poderia buscar informações sobre o assunto. Em todo caso, acredito que

buscar ajuda para realizar o processo de inclusão desse aluno seria

fundamental. Quem sabe meus próprios colegas de trabalho tenham alguma

experiência e possam me ajudar.

b. Como eu não sei como agir com uma aluna que apresenta deficiência, vou

dar aulas normalmente e espero que ela aprenda como os demais.

c. Inclusão é tarefa da escola, e não só do professor. Creio que a escola deva

oferecer as condições necessárias para a aprendizagem da aluna especial.

Para consultar o feedback de cada uma das alternativas, acesse o material on-line.

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Síntese

Chegamos ao final desta temática em que a leitura do material diante

dos subtemas escolhidos apresentou o quanto o professor é importante no

processo inclusivo e com isso cria possibilidades de fortalecer a construção de

uma educação de qualidade, que ofereça aos cidadãos o seu direito à

educação.

Entender a complexidade do processo inclusivo é tarefa do professor,

pois só assim podemos subsidiar o desenvolvimento qualitativo diante das

singularidades de cada pessoa especial.

O processo inclusivo é desafiador, mas possibilita que uma nova busca

de conhecimentos seja realizada para superar nossos preconceitos e também

apresentar uma forma diferente de agir diante das dificuldades que possam

surgir. A construção de práticas inclusivas torna-se possível quando

entendemos as limitações do outro e ainda quando sabemos que as parcerias

familiares e educacionais fortalecem o trabalho.

Vamos assistir à síntese que a professora Liliane fez do que foi visto

neste tema. Confira em seu material virtual!

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Referências

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Atividades

A educação especial é uma modalidade de ensino organizada

transversalmente, perpassando da educação infantil ao ensino superior

e hoje todas as pessoas que apresentam deficiências, transtornos

globais do desenvolvimento e/ou altas habilidades/superdotação devem

ser atendidas em um contexto único, ou seja, no ensino regular ou

escola comum. Estes grupamentos foram definidos pela Política

Nacional da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva

(2008).

Agora responda: Os saberes, os valores, as experiências levam à prática

pedagógica, portanto, professor, diante de alunos que apresentam

deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas

habilidades/superdotação, qual é sua principal função no processo

ensino-aprendizagem considerando o processo inclusivo?

a. Realizar adaptação curricular.

b. Manter os conteúdos estabelecidos para o ano em que o aluno está

matriculado e não realizar nenhuma adaptação curricular.

c. Estabelecer notas às atividades, mesmo que o aluno que apresenta

deficiência não realize.

d. Minha função como professor é informar ao aluno que ele não precisa

realizar as atividades, pois não conseguirá finalizá-la.

Refletindo sobre o processo da educação inclusiva, como se deve

entender a inclusão?

a. O entendimento sobre a inclusão vem do significado de incluir, seja

no ensino comum ou na escola especial, alunos com deficiências.

b. A inclusão deve ser entendida como o direito de oportunidade, que

oferece a todos a possibilidade de conviver com os demais alunos no

mesmo espaço chamado escola, criando-se assim uma participação

efetiva na sociedade.

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c. O entendimento diante da inclusão vem do respeito às diferenças,

mantendo assim espaços segregados, onde os deficientes só

convivem com seus pares.

d. A inclusão não existe é ilusória.

As parcerias precisam ser realizadas diante da educação inclusiva, pois

auxiliam o desenvolvimento do trabalho com as deficiências. Com isso,

qual seria a função de uma parceria familiar?

a. No processo inclusivo é impossível estabelecer parcerias, pois só

complica o trabalho pedagógico.

b. Uma parceria familiar faz com que os pais determinem o nosso

trabalho na escola.

c. Não observo nenhum tipo de parceria para a inclusão, isso seria uma

estratégia negativa para a educação.

d. Trazer informações das limitações e possibilidades de avanço de seu

filho.

O que podemos chamar de uma atitude inclusiva?

a. Acreditar que as diferenças não podem ser trabalhadas na escola

comum.

b. Uma atitude inclusiva significa demonstrar respeito ás pessoas que

apresentam deficiência.

c. O desenvolvimento de estratégias instrucionais que tragam respostas

às diferentes situações de aprendizagem diante dos alunos especiais.

d. Manter respostas tradicionais aos alunos que apresentam deficiência,

transtornos globais de desenvolvimento e altas

habilidades/superdotação demonstra uma atitude inclusiva.

Uma escola inclusiva precisa refletir e discutir para aproximar os sujeitos

de seu real direito, que além de ter o acesso à educação, devem

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permanecer nessa trajetória apropriando-se de conhecimentos, portanto,

hoje a busca é estabelecer um novo olhar perante as diferenças. Diante

disso, como deve ser seu trabalho nesta escola?

a. O trabalho deve ser novo, enfrentando os desafios, buscando uma

aprendizagem efetiva, desprovidos de preconceitos, mas lembrando

sempre que a busca constante de conhecimentos sobre as diferentes

situações que possam surgir é essencial.

b. Não se pode modificar o trabalho pedagógico para atender a poucos,

em sala de aula só existe uma metodologia para cada conteúdo.

c. Por enquanto não existe nenhuma possibilidade de um trabalho na

escola inclusiva, pois não fomos preparados.

d. Não existe escola inclusiva, pelo mesmo motivo que não existem

universidades inclusivas.

Para consultar o gabarito das questões, acesse o material on-line.