Introdução à Higiene Alimentar

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 !"#$%#!& ! HIGIENE E SEGURANÇA  ALIMENT AR Curso de Ciências da Nutrição 1. Introdução Objectivos ! Definir higiene alimentar, Boas Práticas de Fabrico, Boas Práticas Agrícolas e Boas Práticas de Higiene ! Conhecer os principais factores que levam a falhas na segurança alimentar ! Conhecer as consequências de falhas na higiene alimentar ! Conhecer os sistemas utilizados pela indústria alimentar actual para a garantia da segurança alimentar Objectivos ! Compreender o papel da higiene na garantia da segurança alimentar ! Conhecer os benefícios dum programa de Boas Práticas de Higiene ! Saber como se implementa um programa de Boas Práticas de Higiene ! Discutir as novas tendências do sector alimentar e o seu impacto sobre a segurança dos alimentos

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Diapositivos duma aula de licenciatura.

Transcript of Introdução à Higiene Alimentar

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    HIGIENE E SEGURANA ALIMENTAR Curso de Cincias da Nutrio

    1. Introduo

    Objectivos Definir higiene alimentar, Boas Prticas de Fabrico, Boas

    Prticas Agrcolas e Boas Prticas de Higiene Conhecer os principais factores que levam a falhas na

    segurana alimentar Conhecer as consequncias de falhas na higiene alimentar Conhecer os sistemas utilizados pela indstria alimentar

    actual para a garantia da segurana alimentar

    Objectivos Compreender o papel da higiene na garantia da segurana

    alimentar Conhecer os benefcios dum programa de Boas Prticas de

    Higiene Saber como se implementa um programa de Boas Prticas

    de Higiene Discutir as novas tendncias do sector alimentar e o seu

    impacto sobre a segurana dos alimentos

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    Contedos A Higiene e a Indstria Alimentar Higiene e Segurana na Produo de Alimentos

    Produo agrcola Processamento e fabrico dos alimentos Restaurao colectiva Venda a retalho de alimentos Consumidores

    O que a Higiene Alimentar? Porqu a Higiene Alimentar?

    Contedos Como garantir que os consumidores recebem alimentos seguros?

    Do prado ao prato Responsabilidades Globalizao e seu impacto Metodologias de trabalho: Boas Prticas Autocontrolo Rastreabilidade Implementao dos programas de higiene alimentar

    Questes para estudo Material adicional para consulta

    A Higiene e a Indstria Alimentar

    Produo de alimentos cadeia complexa, dinmica de actividades:

    Matrias-primas Processamento Venda Restaurao

    Cada um destes sectores tem as suas especificidades: Dimenso mbito Diversidade

    A Produo Agrcola

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    Dados do Eurostat

    Decrscimo do n. de exploraes agrcolas

    Na UE (2003 2010): Decrscimo de 19,8%

    Em Portugal: (2003 2010): Decrscimo de 15%

    Nos Aores (1999 2009): Decrscimo de 30% Mas aumento da rea mdia por explorao de

    41,3% - em 2009 era de 8,9 ha

    GASTOS COM ALIMENTAO NAS SOCIEDADES DESENVOLVIDAS

    Europa 15% dos gastos totais das famlias

    Portugal 13,3% dos gastos totais das famlias

    Aores 17,5% dos gastos totais das famlias

    EUA 10% dos gastos totais das famlias

    As estruturas e os modos de produo agrcola mudaram dramaticamente ao longo dos ltimos 50 100 anos

    Resultado desta mudana: aumento da diversidade e da segurana dos

    alimentos diminuio do seu preo relativo

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    Processamento e Fabrico de Alimentos (Indstria Alimentar)

    Processamento e Fabrico de Alimentos As unidades de processamento e fabrico de alimentos

    transformam as matrias-primas agrcolas em produtos alimentares intermdios ou em produtos comestveis.

    Nos EUA, existem cerca de 29000 unidades de processamento/fabrico de alimentos, que pertencem a 22000 empresas.

    Estas unidades empregam cerca de 1,7 milhes de trabalhadores, o que representa um pouco mais de 1% dos postos de trabalho disponveis no pas

    Nos ltimos tempos, a indstria do processamento alimentar tem-se tornado mais concentrada e consolidada, devido a fuses e aquisies de empresas

    Entre 1993 e 2002, ocorreram mais de 5800 fuses e aquisies de empresas do sector alimentar

    Para continuar a atrair consimidores e aumentar as vendas, os lucros e as suas fatias do mercado, as empresas de processamento alimentar tm vindo a reestruturar-se e a expandir as suas oportunidades de negcio, reduzindo custos e desenvolvendo novos produtos com maior valor acrescentado

    O principal foco para o desenvolvimento de novos produtos tem sido os alimentos de convenincia, e esta tendncia dever continuar

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    Restaurao colectiva (Restaurantes e instituies) Existem cerca de 878 000 restaurantes nos EUA, qu do

    emprego a uns 12 milhes de pessoas, ou seja, quase 9% da populao activa dos EUA

    Desde os anos 80, tem sido uma actividade em crescimento contnuo

    Factores responsveis pelo crescimento do sector da restaurao colectiva Demografia Organizao dos servios Tendncias culinrias Tecnologia

    Como estes factores continuam a actuar, prev-se que a tendncia para o crescimento deste sector continue.

    Os dois sectores da restaurao colectiva que tm maior peso so os restaurantes e os estabelecimentos de fast food

    A maior parte dos estabelecimentos de restaurao so pequenas empresas

    Principal dificuldade no sector da restaurao Recrutamento e treino dos empregados

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    Venda a retalho de alimentos Tambm tem sido afectada pelos mesmos factores que o

    processamento, por isso verificam-se as mesmas tendncias: empresas maiores devido a fuses e consolidaes Ambiente empresarial competitivo

    Resposta das empresas ao aumento da competio Tentam aumentar o grau de satisfao dos consumidores:

    Desenvolvimento e expanso dos produtos de convenincia Panificao de fabrico prprio Takeout Peixaria e talho

    Fornecimento de pordutos e servios que tradicionalmente no contemplavam

    Cuidado acrescido com a higiene muito importante para atrair consumidores, que atribuem uma pontuao elevada a este item ao classificar os pontos de venda

    Consumidores Alteraes demogrficas muito acentuadas nos ltimos anos

    no tamanho e na estrutura das populaes Aumento e envelhecimento das populaes Efeito das migraes Mulheres que trabalham e tm filhos mais tarde Alteraes na composio das famlias (menos numerosas,

    famlias no tradicionais) Alteraes na estrutura dos gastos familiares menor peso da

    alimentao

    Importncia da higiene e segurana neste contexto de mudana

    Esta dinmica do sistema alimentar, com alteraes profundas em todos os seus componentes no decorrer das ltimas duas dcadas, vem realar a importncia de se fornecer s populaes alimentos que so ntegros e seguros

    Todos os componentes do sistema alimentar tm que trabalhar em consonncia para atingir este objectivo

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    A tendncia para uma maior dimenso das empresas e para uma maior diversificao alimentar traz novos desafios em termos de higiene e segurana

    Neste contexto, a higiene e a segurana alimentar tornam-se elementos fundamentais da garantia da sade pblica

    O que a higiene alimentar?

    Criao e manuteno de condies sanitrias e que promovam a sade ao longo de todo o sistema alimentar

    Requer a aplicao de princpios cientficos para obter alimentos

    ntegros, que foram processados, preparados, comercializados e vendidos num ambiente limpo, por pessoas saudveis, assegurando que no foram contaminados por microrganismos ou substncias que possam comprometer a sade e que no se permitiu a proliferao de microrganismos deteriorantes

    Higiene Alimentar no s limpar bem o equipamento e as instalaes em que os alimentos so produzidos

    ainda necessrio prestar ateno a muitos outros aspectos:

    higiene do pessoal, ausncia de contaminaes cruzadas, controlo da temperatura...

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    4 reas importantes: Definio prtica de Higiene Alimentar Clean food being handled by clean people using clean

    equipment whilst working in clean premises

    Porqu a higiene alimentar?

    Tendncias que acentuam a necessidade de reforar as medidas de higiene alimentar Pequenas unidades de processamento dentro da prpria

    explorao agrcola Produtos de convenincia e com vidas de prateleira

    prolongadas Dificuldades em recrutar e treinar pessoal Preocupao crescente dos consumidores com a qualidade

    e segurana dos alimentos Aumento da presso regulamentar

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    A higiene no uma palavra feia!

    Programa de higienizao = forma planeada de praticar a higiene

    Tem com resultado benefcios significativos quer para o pblico em geral, quer para a empresa

    A higiene no traz custos acrescidos, traz lucro acrescido

    Benefcios dum programa de higiene

    Evita problemas com as inspeces pelas autoridades competentes Controla:

    Doenas alimentares Reclamaes devidas deteriorao dos produtos

    Melhora: Qualidade dos produtos Vida de prateleira

    Reduz: Custos relacionados com produto defeituoso Custos de reparao do equipamento

    Benefcios adicionais Melhoria da aceitabilidade do produto Aumento do grau de satisfao dos consumidores Reduo dos riscos para a sade pblica Reduo dos desperdcios Melhoria das condies de trabalho para os empregados

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    A Higiene a pedra-base da Garantia da Segurana Alimentar

    Exemplos de falhas na Higiene Alimentar com consequncias na segurana dos alimentos Salmonella enteriditis em gelados (EUA)

    Contaminao cruzada da mistura pasteurizada para o fabrico dos gelados Transportada da fbrica para o local onde a congelao se fazia em

    camies cisterna que tinham sido usados para transportar ovos lquidos e que no tinham sido lavados convenientemente

    Cerca de 224 000 pessoas doentes Retirada de mais de 6,3 milhes de ton de gelado por todo o pas No teria acontecido se a higienizao dos camies tivesse sido

    adequada

    Exemplos de falhas na Higiene Alimentar com consequncias na segurana dos alimentos Escherichia coli O157:H7 em hamburguers (EUA)

    Carne contaminada na fbrica onde era moda + cozedura pouco eficiente no restaurante de fast food

    723 pessoas adoeceram, 4 morreram A empresa teve um prejuzo de 610 milhes de USD Desenvolveu um program de segurana avanado e recuperou a

    sua reputao

    Exemplos de falhas na Higiene Alimentar com consequncias na segurana dos alimentos gua mineral contaminada com benzeno (internacional)

    Filtros de carvo contaminados + lmpada de aviso avariada Foi preciso retirar do mercado 160 milhes de garrafas,

    espalhadas por 120 pases A companhia teve um prejuzo de 263 milhes de USD

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    Exemplos de falhas na Higiene Alimentar com consequncias na segurana dos alimentos Listeria monocytogenes em salsichas de cachorro quente

    (EUA) 21 estados atingidos 101 pessoas doentes 21 pessoas morreram Havia obras de grande vulto na fbrica quando a contaminao

    ocorreu Foi preciso fazer uma retirada das salsichas por todos os EUA

    Exemplos de falhas na Higiene Alimentar com consequncias na segurana dos alimentos Lascas de vidro em cerveja (UE, incio dos anos 90)

    Foi usado vidro inadequado, que lascava, para fazer as garrafas Transportar ou abrir as garrafas podia fazer soltar lascas no

    interior das mesmas A empresa procedeu a uma retirada de 15,4 milhes de garrafas

    antes que algum se magoasse Custou cerca de 50 milhes de euros

    Factores que podem conduzir a uma falha na segurana alimentar:

    Matrias-primas contaminadas Erros no transporte, processamento, preparao, manipulao ou

    armazenagem Problemas de embalagem Adulterao voluntria/contaminao voluntria dos alimentos

    terrorismo alimentar Manipulao inadequada Alteraes da frmula ou do processamento Manuteno inadequada das instalaes ou do equipamento Adio de ingredientes incorrectos

    Consequncias das falhas na higiene para as empresas: Perda de vendas Reduo dos lucros Diminuio da aceitabilidade do produto Perda da confiana dos consumidores Publicidade negativa Eroso da imagem da marca Reduo da fatia do mercado Aco judicial

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    Prticas adequadas de higiene e o recurso a um programa eficaz de garantia da segurana podem evitar estes problemas

    Os consumidores tm o direiro de receber alimentos ntegros e seguros

    Como garantir que os consumidores recebem alimentos seguros?

    Segurana e salubridade dos alimentos tm preocupado o Homem ao longo de toda a sua histria

    Botulismo na Roma antiga

    Preocupao acrescida no mundo industrializado Muito tem sido feito para garantir a segurana e a qualidade

    alimentar Confiana do consumidor na qualidade dos alimentos

    ainda frgil O que pensam as pessoas que conhecem?

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    A cadeia alimentar no mundo desenvolvido do incio do sculo XXI

    Sc. XIX revoluo industrial Sc. XX industrializao, globalizao Sc. XXI:

    Concentrao das populaes nos grandes centros urbanos Mudanas na forma de adquirir os alimentos Globalizao do mercado de alimentos

    Como garantir a segurana na cadeia alimentar moderna? Esforo de coordenao e controlo por parte de todos os

    intervenientes:

    do prado ao prato

    A cadeia alimentar Produo primria:

    Obteno de matrias-primas alimentares Produo agrcola Produo pecuria Colheita, recolha, abate

    Tratamento e distribuio ps-colheita Transformao Embalagem Distribuio Comercializao Manipulao pelo consumidor Consumo

    Tecnologias de conservao e preparao dos alimentos No houve grandes alteraes nas tecnologias alimentares propriamente ditas

    Quase todos os processos que mantm a segurana na cadeia alimentar so baseados em: Controlo da temperatura (aquecimento ou

    arrefecimento) Secagem Adio de sal Adio de acar mtodos que o Homem conhece j h muito

    tempo.

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    Tecnologias do frio A cadeia de frio, como conceito, existe desde o princpio do sc.

    XIX Actualmente, muito sofisticada permite o controlo preciso da

    temperatura, evitando-se as flutuaes deste parmetro

    Principais avanos tecnolgicos na rea alimentar Modo de aplicar estes tratamentos e modo de controlar a

    sua aplicao Tecnologias de anlise:

    Deteco de microrganismos prejudiciais (patognicos), substncias potencialmente perigosas

    Estudar tratamentos mais suaves, que conservem melhor os nutrientes, o sabor e o aroma dos alimentos

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    Tecnologias de informao Permitem seguir os ingredientes dum produto alimentar desde a

    sua origem ao consumo - se for detectado um problema num dos componentes, podem retirar-se da cadeia alimentar todos os produtos que possuem este componente

    Avanos nas tecnologias de produo Irradiao Pascalizao Tratamentos com luz pulsada Aquecimento hmico Novas tecnologias de embalagem (ex.: embalagem em

    atmosfera modificada)

    Avanos cientficos Biotecnologia e produo de alimentos

    OGMs teis ou perigosos? Utilizao de sistemas computacionais para prever

    as alteraes sofridas pelos alimentos ao longo da cadeia alimentar e antever se so seguros para o consumidor

    Melhoramento dos mtodos de deteco de microrganismos patognicos patogenes emergentes de agentes qumicos perigosos melhores limites de

    deteco Vigilncia, investigao e controlo das doenas

    alimentares

    Responsabilidades Fornecer alimentos que sejam seguros (quando utilizados da forma correcta) sade pblica

    Criar e manter um ambiente em queos operadores comerciais (agricultura, pecuria, indstria, distribuio, retalhistas, restaurao, etc.) possam actuar de forma financeiramente saudvel

    Globalizao

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    Globalizao Permitir que se possa comprar e vender alimentes entre empresas em pases (e at blocos econmicos) diferentes, sem deixar de garantir que a sade pblica no afectada e que os mecanismos normais de comrcio se mantenham

    Para um mercado global justo, as questes de segurana alimentar devero ser tratadas de igual modo em todos os pases globalizao dos critrios de segurana alimentar

    Globalizao das normas de segurana alimentar Fruns internacionais que debatem a problemtica da

    segurana alimentar a todos os nveis, p. ex.: Quantidade de aditivos permitidos Tipo de legislao que os governos de cada pas devem aplicar

    para controlar a cadeia alimentar

    Fruns internacionais dedicados segurana alimentar FAO (promovido pelas Naes Unidas, atravs da Organizao Mundial de Sade) Comisso do Codex Alimentarius (CCA) o mais importante Participam nele: Todos os pases membros da ONU Peritos cientficos em representao das zonas

    econmicas (CE, NAFTA, etc.) As decises da CCA servem de orientaes a nvel

    mundial Podem ser adoptadas voluntariamente pelos pases,

    zonas econmicas e empresas A Unio Europeia reconhece a autoridade da CCA

    Em Portugal Seguem-se as normas europeias As empresas de Portugal tm, por lei, a obrigao de

    cumprir os princpios estabelecidos pela CCA

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    Como faz a indstria para controlar a segurana dos alimentos? A responsabilidade pela segurana alimentar recai, em maior

    ou menor grau, sobre todos os intervenientes da cadeia alimentar, desde o produtor primrio ao consumidor

    A indstria (produtor) tem um papel fundamental na segurana

    A transformao das matrias-primas em alimentos um processo complexo, que envolve muitas instalaes e pessoal, durante a qual os alimentos podem estar sujeitos a contaminao, que pode provir: Das pessoas que manipulam os alimentos Dos equipamentos e utenslios Do ar Da gua Das prprias matrias-primas Contaminaes cruzadas

    A indstria alimentar tem que ter instrumentos que lhe permitam controlar a segurana ao longo de todo o processo produtivo: Boas Prticas de Higiene Boas Prticas de Fabrico Sistema de autocontrolo

    Boas Prticas de Higiene So um conjunto de condies e medidas necessrias para

    garantir a segurana e a higiene em todas as etapas da cadeia alimentar

    BPH

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    Boas Prticas de Fabrico So normas definidas para o funcionamento e gesto das

    empresas alimentares, de modo a garantir o fabrico de alimentos seguros

    BPF

    Boas Prticas Agrcolas Aplicam-se produo primria

    As BPH e as BPF constituem os requisitos mnimos que as empresas do sector alimentar devem ter implementados para poderem funcionar com segurana na produo e transformao de alimentos

    So a base da implementao e do bom funcionamento dum sistema de autocontrolo programas pr-requisito

    Sistema de autocontrolo Os sistemas de autocontrolo destinam-se a garantir a

    segurana dos alimentos no contemplam os restantes aspectos da qualidade alimentar

    So uma forma sistematizada, preventiva, de eliminar os perigos que podem afectar os alimentos, de modo a evitar que estes possam prejudicar a sade dos consumidores

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    Sistema de autocontrolo A existncia dum sistema de autocontrolo um requisito

    legal Todas as empreas do sector alimentar so obrigadas por lei

    a controlar os perigos associados aos alimentos que produzem

    Sistema de autocontrolo O sistema que ganhou reconhecimento mundial e que se encontra contemplado na legislao do sector chama-se HACCP

    Hazard Analysis and Critical Control Points Sistema de anlise dos perigos que um alimento pode conter e estabelecimento de pontos crticos (etapas da produo) onde estes perigos podem ser controlados

    Rastreabilidade Crucial para que se possa manter a segurana da cadeia alimentar

    Identificao do precurso de todos os ingredientes e componentes dos alimentos

    Permite que um componente de qualquer alimento da cadeia possa ser seguido at s suas origens

    Permite identificar e excluir perigos em qualquer parte da cadeia alimentar

    Rastreabilidade Ex.:

    Rotulagem de produtos de origem bovina na CE Pode seguir-se o precurso de cada pea de

    carne at ao animal de onde provm A maioria dos instrumentos da rastreabilidade no so visveis para o consumidor

    As novas tecnologias informticas facilitam muito os procedimentos necessrios

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    Numa empresa, a quem compete estabelecer um programa de Boas Prticas de Higiene?

    Cabe entidade empregadora a responsabilidade de estabelecer e manter condies e prticas de higiene, de maneira a garantir a proteco da sade pblica e a proteger a imagem da empresa

    O objectivo dos programas de higiene garantir que os perigos de baixo risco no chegaro a constituir problemas para a sade dos consumidores

    Numa empresa de maiores dimenses, poder existir um departamento de segurana alimentar, situado ao mesmo nvel hierrquico que a produo, e que responsvel pela segurana alimentar de todas a unidades de produo da empresa

    O departamento ou equipa de segurana alimentar dever ser uma unidade orgnica parte da produo e da manuteno mecnica, porque assim poder exercer melhor vigilncia sobre as prticas higinicas de toda a empresa, manter o estado geral de alerta para a segurana alimentar, coordenar e sincronizar todos os esforos de garantia da segurana em todos os locais e departamentos da empresa Nas empresas de menores dimenses, o ideal seria haver

    pelo menos um indivduo dedicado higene e segurana alimentar, que poder ser supervisionado por um tcnico exterior empresa, caso seja necessrio

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    Consideraes finais fundamental a implementao dum programa bem feito de

    higiene alimentar para que as empresas possam cumprir requisitos legais, proteger a sua imagem e a reputao dos seus produtos, bem como garantir a qualidade e segurana dos mesmos

    Todas as fases da vida do produto e todos os locais da empresa devem estar contemplados no programa de higiene alimentar

    A implementao dum programa de higiene alimentar deve comear com uma auditoria s conformidade de todas as instalaes da empresa

    A auditoria dever ser abrangente e crtica Para cada problema constatado, dever ser apontada a

    melhor soluo, independentemente do seu custo

    Depois de completar a auditoria, devero ser estabelecidas prioridades e dever ser preparado um plano de interveno

    Neste plano, a ateno dever incidir sobre as mais crticas das deficincias detectadas

    Medidas que tm um carcter exclusivamente esttico no devem ser adoptadas a no ser que tragam dividendos sob a forma de aumento das vendas ou por serem necessrias para fazer face presso competitiva

    Questes para estudo O que entende por higiene alimentar? Como procede a indstria alimentar actual para garantir a

    segurana dos alimentos? Que papel desempenha a higene alimentar na garantia da

    segurana dos alimentos? O que so Boas Prticas de Fabrico? E Boas Prticas de

    Higiene? Como deve iniciar-se a implementao dum programa de

    higiene alimentar numa empresa?

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    Questes para estudo Que factores podem conduzir a uma falha na segurana alimentar? Quais so as consequncias que as falhas na higiene alimentar podem

    ter para as empresas? Discuta o impacto da globalizao sobre a segurana alimentar. Enumere os benefcios que um programa de higiene alimentar pode

    trazer para uma empresa. Numa empresa, a quem compete estabelecer um programa de Boas

    Prticas de Higiene?

    Material adicional de consulta Principles of Food Sanitation, 5th Ed. Marriott & Gravani, 2006. Springer, USA www. fao.org/DOCREP/005/Y1579E00.HTM

    Codex Alimentarius Food Hygiene Basic Texts 2nd Ed., 2001 ec.europa.eu/food/food/biosafety/hygienelegislation/index_en.htm

    Princpios bsicos e estrutura da legislao europeia sobre higiene alimentar

    www.who.int/foodsafety/consumer/5keys/en A segurana alimentar na perspectiva do consumidor

    chef21blog.com/what-is-food-hygiene/ O ponto de vista dum chefe de cozinha...