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    Comit Gestor da Internet no BrasilBrazilian Internet Steering Committee

    PESQUISA SOBRE O USO DASTECNOLOGIAS DA INFORMAOE DA COMUNICAO NO BRASIL

    2005-2009

    SURVEY ON THE USE OFINFORMATION AND COMMUNICATION

    TECHNOLOGIES IN BRAZIL2005 - 2009

    Ncleo de Informao e Coordenao do Ponto BR

    Brazilian Network Information Center

    So Paulo2010

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    Ncleo de Informao e Coordenao do Ponto BRBrazilian Network Information Center

    DIRETOR PRESIDENTE / CEODemi Getschko

    DIRETOR ADMINISTRATIVO / CFO

    Ricardo Narchi

    DIRETOR DE SERVIOS / CTO

    Frederico Neves

    DIRETOR DE PROJETOS ESPECIAIS E DE DESENVOLVIMENTO / PROJECTS DIRECTOR

    Milton Kaoru Kashiwakura

    Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informao e da Comunicao - CETIC.br / Center of Studies onInformation and Communication Technologies

    Alexandre F. BarbosaCOORDENAO EXECUTIVA E EDITORIAL / EXECUTIVE AND EDITORIAL COORDINATION :Alexandre F. BarbosaCOORDENAO TCNICA / TECHNICAL COORDINATION:Juliano CappiEQUIPE TCNICA / TECHNICAL STAFF:Camila Garroux, Robson Tavares, Tatiana Jereissati e Winston OyadomariDESIGN E DIAGRAMAO / DESIGN AND DESKTOP PUBLISHING :DB Comunicao Ltda. e Everton Teles RodriguesTRADUO / TRANSLATION: Karen Brito SextonREVISO / REVIEW:rica de Freitas e Toms OlceseEQUIPE DE COMUNICAO NIC.BR / NIC.BR COMMUNI CATION STAFF:Caroline DAvo, Reinaldo Ferraz, EvertonTeles Rodrigues, Fabiana Araujo da Silva

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)

    (Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

    Pesquisa sobre o uso das tecnologias da informao e da comunicao no Brasil : 2005-2009

    = Survey on the use of information and communication technologies in Brazil : 2005-2009/

    [coordenao executiva e editorial/executive and editorial coordination, Alexandre F. Barbosa ;

    traduo/translation Karen Brito]. -- So Paulo : Comit Gestor da Internet no Brasil, 2010.

    Edio bilngue: portugus/ingls. ISBN 978-85-60062-36-2

    1. Internet (Rede de computadores) - Brasil

    2. Tecnologia da informao e da comunicao - Brasil - Pesquisa I. Barbosa, Alexandre F..II. Ttulo: Survey on the use of information and communication technologies in Brazil.

    10-12328 CDD-004.6072081

    ndices para catlogo sistemtico:

    1. Brasil : Tecnologias da informao e da comunicao : Uso : Pesquisa 004.6072081

    2. Pesquisa : Tecnologia da informao e comunicao : Uso : Brasil 004.6072081

    Esta publicao tambm est disponvel em formato digital em www.cetic.brThis publication is also available in digital format at www.cetic.br

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    PESQUISA SOBRE O USO DASTECNOLOGIAS DA INFORMAO

    E DA COMUNICAO NO BRASIL2005-2009

    SURVEY ON THE USE OFINFORMATION AND COMMUNICATION

    TECHNOLOGIES IN BRAZIL2005 - 2009

    COMIT GESTOR DA INTERNET NO BRASIL CGI.br

    BRAZILIAN INTERNET STEERING COMMITTEE

    Augusto Cesar Gadelha Vieira

    (COORDENADOR / COORDINATOR)

    Rogrio Santanna dos Santos

    (COORDENADOR DA CT /WORKING GROUP COORDINATOR )

    Adriano Silva Mota

    Alexandre Annenberg Netto

    Carlos Alberto Afonso

    Demi Getschko

    Flvio Rech Wagner

    Francelino Jos Lamy de Miranda Grando

    Gustavo Gindre Monteiro Soares

    Henrique Faulhaber

    Jaime Barreiro Wagner

    Jorge Santana de Oliveira

    Jos Roberto Drugowich de FelcioLisandro Zambenedetti Granville

    Marcelo Bechara de Souza Hobaika

    Marcelo Fernandes Costa

    Mario Luis Teza

    Nelson Simes da Silva

    Nivaldo Cleto

    Plnio de Aguiar Junior

    Renato da Silveira Martini

    DIRETOR EXECUTIVO / EXECUTIVE DIRECTOR: Hartmut Richard Glaser

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    Pesquisa sobre o uso das Tecnologias da Informao e da Comunicao no Brasil 2005-2009Edio Especial Comemorativa 5 anos

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    Agradecimentos

    As pesquisas do Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informao e da Co-municao - CETIC.br contam com a inestimvel contribuio de especialistasrenomados no somente pela competncia em metodologias de pesquisas, mastambm pelo conhecimento na investigao do uso e do impacto das TICs emnossa sociedade. Esse grupo de pessoas, amplamente dedicado ao projeto dedesenvolvimento das TICs no Brasil, tem participado ativamente, durante os lti-mos cinco anos, de vrias etapas do processo de pesquisa. Tal atuao ocorre deforma voluntria e permite o constante aperfeioamento do trabalho realizadopelo CETIC.br. Gostaramos, portanto, de agradecer aos especialistas e a todos

    aqueles que com muita dedicao contriburam direta ou indiretamente para aconstruo e aprimoramento das pesquisas TIC ao longo de toda a sua histria.

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    Sumrio

    9Pesquisa sobre o uso das Tecnologias da Informao e da Comunicao no Brasil 2005-2009Edio Especial Comemorativa 5 anos

    Sumrio

    AGRADECIMENTOS 7

    PREFCIO 11

    INTRODUO 15

    NOVA GERAO DIGITAL

    INCLUSO DIGITAL NA INFNCIA: O USO E A APROPRIAODAS TICS PELAS CRIANAS BRASILEIRAS 25

    INTERNET NA INFNCIA: UM RETRATO DO USO DAS TICSPELAS CRIANAS DE 5 A 9 ANOS NO BRASIL 37

    REDES SOCIAIS

    REDES SOCIAIS DITAM A NOVA TAXONOMIA DA WEB 47

    REDES SOCIAIS: REVOLUO CULTURAL NA INTERNET 51

    MOBILIDADE

    MOBILIDADE: O CRESCIMENTO DAS MDIAS MVEIS

    E O IMPACTO NAS RELAES SOCIAIS 61 MOBILIDADE NO SCULO XXI 67

    GOVERNO ELETRNICO

    GOVERNO ELETRNICO NO BRASIL: AVANOSE IMPACTOS NA SOCIEDADE BRASILEIRA 73

    INTERNET E CIDADANIA: A IMPORTNCIA DOS ESPAOSVIRTUAIS NO SEU EXERCCIO 77

    ACESSO UNIVERSAL & CONTROLE DA INTERNET

    OS DESAFIOS DO ACESSO UNIVERSAL:MODELOS E GESTO UM CONVITE PESQUISA 89

    ACESSO UNIVERSAL BANDA LARGA ALAVANCARO DESENVOLVIMENTO DO PAS 97

    VIGIAR E PUNIR: COMUNICAO E CONTROLENA INTERNET 99

    ENGLISH 105

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    Prefcio

    Nesta atual fase, o Centro de Estudos tem seu desafio ampliado, a fim de compreender comoas TICs podem contribuir para o desenvolvimento da sociedade nos seus mais diversos seg-mentos. Desse modo, alm de continuar exercendo seu papel como provedor de dados so-

    bre as TICs no Brasil, o Centro de Estudos passa a incorporar tambm a misso de contribuircom o acompanhamento de metas e com desenvolvimento de polticas e estratgias para auniversalizao do acesso Internet.

    O trabalho desenvolvido pelo CETIC.br cresce juntamente s perspectivas futuras. A inten-o que o Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informao e Comunicao contri-bua para a superao dos desafios e obstculos, com a finalidade de construir e desenvolveruma forte e slida sociedade da informao, integrada sociedade como um todo.

    Hartmut Richard Glaser

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    Pesquisa sobre o uso das Tecnologias da Informao e da Comunicao no Brasil 2005-2009Edio Especial Comemorativa 5 anos

    Prefcio

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    Prefcio - NIC.br

    H bastante luz para os que s desejam ver,

    e bastante obscuridade para os que tem posio contrria.

    Blaise Pascal - Pensamentos

    H uma frase que circula com desenvoltura entre o pessoal de cincias exatas: a Estatstica a arte de torturar os nmeros at que eles confessem o que queremos ouvir1. Posso dizercom tranquilidade que no o caso do CETIC.br. H cinco anos, o CETIC.br gera estatsti-cas, mas ouve os nmeros sempre com carinho e sem interferncia. Mais que isso, repassasua voz e sua linguagem aos que tm em mos as ferramentas e os meios para que essamensagem dos nmeros gere a ao adequada.

    O diagnstico do impacto que as tecnologias de informao e comunicao (TICs) tm noespao humano, seja ele econmico, sociolgico ou cultural, complexo e merece muitaateno e discusso. Na velocidade em que se percebe a absoro das novas tecnologias,do uso das redes sociais pelo cidado comum, do seu aggiornamento e aculturamento aos

    meios eletrnicos, detecta-se tambm, claramente, o imenso desafio de se tentar modelar oprocesso, prever os rumos do futuro, e contribuir para que se extraiam desse ambiente novoos melhores resultados.

    As pesquisas TIC Domiclios e TIC Empresas apresentam um panorama bastante completosobre a posse e uso dessas tecnologias em mbito nacional, e servem de fonte para infern-cias e anlises de seus impactos ao longo de cinco anos.

    1 A frase atribuda ao professor e pesquisador da Universidade de So Paulo, Jos Juliano de Carvalho Filho, eco-nomista.

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    14 Pesquisa sobre o uso das Tecnologias da Informao e da Comunicao no Brasil 2005-2009Edio Especial Comemorativa 5 anos

    Prefcio

    O aumento da velocidade dos acontecimentos e avanos tecnolgicos a partir do surgimen-to da Internet foi espantoso, mais intenso do que aquele visto com tecnologias anteriores,como a televiso e o rdio. Apesar de a contagem de edies da Pesquisa sobre o Uso

    das Tecnologias da Informao e Comunicao caber em uma nica mo, seu espectro depesquisa abarca um grande leque de mudanas, desde aquelas relacionadas com a infra-estrutura da rede at mudanas comportamentais, tanto no uso da Internet como fora dela.Tome-se, como exemplo apenas, o surgimento das redes sociais e seu impacto nas relaeshumanas, ainda muito superficialmente analisados.

    medida que aumenta o importante avano da incluso e o crescimento significativo donmero de indivduos na rede mundial de computadores, a Internet desenvolve sua vocaode disseminar a democracia no acesso informao, cuja expanso abrange diferentes vari-veis sociais, como classe econmica, localizao geogrfica e a faixa etria; cada vez mais

    crianas utilizam o computador, Internet e o celular no Brasil e mundo afora.Para marcar os cinco anos de pesquisas realizadas pelo CETIC.br, nada mais interessante doque explorar a nova gerao de afluentes s TICs. Ainda segundo Pascal,

    (...) examine cada um os seus pensamentos, e h de encontr-los todos ocupados no

    passado ou no futuro. Quase no pensamos no presente; e, se pensamos, apenas para

    luz dele dispormos o futuro. Nunca o presente o nosso fim: o passado e o presente

    so meios, o fim o futuro2.

    Nesse sentido, comemoramos o quinto aniversrio da Pesquisa sobre o Uso das Tecnologiasda Informao e Comunicao no Brasil com trs novos estudos: TIC Crianas, realizadocom crianas de 5 a 9 anos; TIC Governo Eletrnico, que investiga a relao entre governoe sociedade no meio eletrnico; e TIC Lanhouses, que lana um olhar sobre esse agente deincluso digital. Boa leitura!

    Demi Getschko

    2 PASCAL, B. Pensamentos escolhidos, Lisboa: Verbo, p.45, 1972.

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    Introduo

    15Pesquisa sobre o uso das Tecnologias da Informao e da Comunicao no Brasil 2005-2009Edio Especial Comemorativa 5 anos

    Introduo

    Idealizamos a presente edio comemorativa dos cinco anos das Pesquisas TIC Domiclios eTIC Empresas no Brasil com o objetivo de permitir ao leitor visualizar um panorama dos te-mas mais relevantes sobre o desenvolvimento das Tecnologias de Informao e Comunicao(TICs) ao longo dos ltimos cinco anos, e de apresentar os primeiros resultados das novaspesquisas realizadas pelo Comit Gestor da Internet no Brasil CGI.br e pelo Ncleo deInformao e Coordenao do Ponto BR NIC.br.

    Nesse perodo, as pesquisas TICs no Brasil perseguiram o objetivo de produzir e divulgar in-dicadores e estatsticas relevantes sobre a posse e o uso das TICs nos domiclios e empresas

    brasileiras. A partir desta edio comemorativa, ampliamos o escopo de nossas pesquisaspara monitorarmos tambm os impactos das TICs em outros segmentos da sociedade.

    Esses cinco anos devem ser comemorados com muito entusiasmo, pois representam no ape-nas uma trajetria bem sucedida na realizao de pesquisas especializadas no campo dasTICs, mas sobretudo novas perspectivas de contribuio efetiva na construo da sociedadeda informao, em que o conhecimento e a informao constituem fontes fundamentaisde bem-estar e progresso econmico e social. Para que essa nova sociedade consolide-se eevolua para uma sociedade do conhecimento, imprescindvel que tenhamos indicadorescapazes de medir a efetiva apropriao, com um mnimo de proficincia, dos recursos dasTICs pelo cidado, dado que o desenvolvimento social, econmico e cultural na sociedade

    da informao passa pelo seu domnio. O simples acesso no garante que a informao sejaprocessada, assimilada, e que se transforme em conhecimento.

    O desenvolvimento de indicadores robustos e mtricas confiveis, capazes de identificar aevoluo da apropriao efetiva das TICs pela sociedade, necessrio para que os inves-timentos pblicos em iniciativas de incluso digital e em outros programas, como o PlanoNacional de Banda Larga, regulao das lanhouses, planos de introduo das TICs nas es-colas pblicas, entre outros, justifiquem-se e que, com o tempo, a sua contribuio paratransformaes sociais possa ser, de fato, avaliada.

    Nos seus cinco primeiros anos, as pesquisas retratam importantes mudanas do cenrio

    brasileiro, consequentemente foram eleitos cinco temas mais importantes no perodo para

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    Introduo

    Pesquisa sobre o uso das Tecnologias da Informao e da Comunicao no Brasil 2005-2009Edio Especial Comemorativa 5 anos

    mostrar, a partir de diferentes perspectivas e vises, sua importncia no avano futuro dasTICs no Brasil. Convidamos especialistas para exporem suas opinies sobre os temas maisrelevantes e esperamos que esse material seja valioso para a reflexo do leitor, a fim de

    orientar a ao daqueles frente de elaborao de polticas pblicas e tambm daquelesresponsveis pelo desenvolvimento tecnolgico em nosso pas.

    A pesquisa sobre o Uso das Tecnologias da Informao e Comunicao no Brasil, realizadaanualmente pelo CGI.br desde 2005, tornou-se a maior fonte de estatsticas e indicadoressobre a posse e o uso das TICs no Brasil, e representa um importante instrumento paraavaliar a transformao da sociedade brasileira em direo sociedade da informao edo conhecimento. Dentre os principais usurios dessa pesquisa, h rgos de governo res-ponsveis pela elaborao de polticas pblicas que incluem o uso das TICs, a comunidadecientfica e acadmica, e tambm empresas do setor privado interessadas no monitoramento

    da evoluo das TICs e na indicao de tendncias futuras.De 2005 para c, acumulamos muitas histrias e bons resultados: consolidamos os pro-cedimentos metodolgicos e operacionais, baseados nas melhores prticas internacio-nais, tornamo-nos referncia na produo de indicadores e estatsticas sobre o uso dasTICs no Brasil e ampliamos o leque de pesquisas para monitorar a evoluo do seu usoem outros setores da sociedade: educao, governo eletrnico, lanhouses, provedores,terceiro setor.

    Numa perspectiva histrica, o pensamento de conduzir pesquisas especializadas para mediro nvel de posse e uso das TICs no Brasil nasceu em outubro de 2004, em uma apresenta-

    o realizada pelo CGI.br para provedores de acesso, durante o Terceiro Evento Regionalde NAPs da Amrica Latina NAPLA (Network Access Point Latin America), em So Paulo,com apoio do prprio CGI.br, o qual possua um antigo projeto, cujo objetivo era produzirinformao sistemtica sobre o crescimento do acesso e do uso da Internet no pas. Esseprojeto havia sido retomado pouco tempo antes da realizao desse evento, que estimulouo que viria a ser concretizado dentro do CGI.br: oProjeto de Pesquisas TICs.

    Para a realizao daquela apresentao, utilizou-se alguns instrumentos de coleta de dados,tais como questionrios estruturados disponveis na Internet, criou-se uma lista preliminarde indicadores e desenhou-se um pr-projeto de pesquisa. Durante o NAPLA, fomos convi-dados a participar da primeira reunio do Observatrio para a Sociedade da Informao na

    Amrica Latina e Caribe (OSILAC), projeto da Comisso Econmica para a Amrica Latinae Caribe das Naes Unidas (CEPAL) cujo objetivo era produzir informaes comparveissobre o uso da Internet na Amrica Latina e Caribe por meio do fortalecimento de uma redede Institutos Nacionais de Estatstica.

    Nessa reunio, discutiu-se uma lista de indicadores-chave sobre as Tecnologias de Infor-mao e Comunicao (TICs) e, na mesma ocasio, iniciou-se a parceria do CGI.br com oInstituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE) para a incluso do primeiro mdulo TICna Pesquisa Nacional Por Amostra de Domiclio - PNAD 2005.

    Na ocasio, o CGI.br identificou a necessidade de aprofundar sua investigao sobre o

    impacto da rede em temas especficos, como governo eletrnico, comrcio eletrnico, bar-

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    reiras para o acesso e para o uso, habilidades, segurana, entre outros. Assim, estava criadaa primeira Pesquisa sobre o Uso das Tecnologias da Informao e da Comunicao no Brasil TIC Domiclios e TIC Empresas.A pesquisa foi iniciada em 2005 e a primeira publicaode seus resultados surgiu em abril de 2006, reunido artigos e resultados da pesquisa.

    CETIC.BR: CINCO ANOS EM DOIS TEMPOS

    O Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informao e da Comunicao (CETIC.br) foicriado em 2005 com o objetivo de conduzir o processo da pesquisa sobre o uso das TICs noBrasil e com o enorme desafio de produzir, sistematizar, analisar e divulgar dados peridicossobre o crescimento e uso da Internet brasileira. Inicialmente, as atividades operacionais deelaborao do desenho amostral, coleta de dados em campo, tabulao, validao e anlise

    dos dados das duas pesquisa TIC Domiclios e TIC Empresas foram realizadas pela IPSOSPublic Affairs, instituto de pesquisa dentre os lideres globais na conduo de pesquisas.Posteriormente, o IBOPE Inteligncia, uma das maiores empresas de pesquisa de mercadoda Amrica Latina, assumiu a conduo da Pesquisa TIC Empresas. Dessa forma, o CETIC.brmantm hoje esses dois principais institutos de pesquisas brasileiros como parceiros. Ambosatuam em todas as fases do processo de pesquisa, incluindo seu planejamento at a publi-cao dos resultados.

    Desde seu incio, o processo de produo e desenvolvimento da pesquisa do CETIC.br foi re-alizado em colaborao com o OSILAC da CEPAL no contexto do Partnership on Measuring

    ICT for Development, iniciativa multi-stakeholder, com o objetivo de melhorar a qualidadee a disponibilidade de dados e indicadores sobre a evoluo da sociedade da informaoem todo o mundo. A iniciativa do Partnership foi lanada durante a 11a reunio da UNC-TAD - Conferncia das Naes Unidas para o Comrcio e o Desenvolvimento, realizada emSo Paulo, em junho de 2004, e reuniu diversas entidades internacionais1: a ITU, a OECD, aUNCTAD, a UNDESA, o Instituto de Estatsticas da UNESCO, as agncias regionais das Na-es Unidas (CEPAL, CESPAP, CESPAO, CEPA e CEPE), o Banco Mundial e a Eurostat, assimcomo os institutos nacionais de estatsticas e as agncias nacionais de regulao.

    Dessa maneira, o CGI.br, por meio do CETIC.br, tem participado dos debates nacionais einternacionais para a definio de indicadores-chave para a medio das TICs, aprovados

    na Cpula Mundial da Sociedade da Informao (CMSI), em 2005, em Tnis. As pesquisas

    1 ITU International Telecommunications UnionOECD Organization for Economic Co-operation and DevelopmentUNCTAD United Nations Conference on Trade and DevelopmentUNDESA United Nations Department of Economic and Social Affairs

    UNESCO Organizao das Naes Unidas para a Educao, a Cincia e a CulturaCEPAL Comisso Econmica para a Amrica Latina e CaribeCESPAP Comisso Econmica e Social para a sia e PacficoCESPAO Comisso Econmica e Social para a sia OcidentalCEPA Comisso Econmica para a fricaCEPE Comisso Econmica para a Europa

    Eurostat Instituto de Estatstica da Comisso Europeia

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    realizadas pelo CETIC.br seguem, portanto, o padro metodolgico da OECD e do Eurostat,assim como as referncias internacionais estabelecidas pelo Partnership, permitindo a com-parabilidade internacional entre a realidade brasileira e a de outros pases.

    Nos seus cinco primeiros anos de histria, o CETIC.br passou por duas importantes fases: aprimeira entre 2005 e 2008, em que o pensamento inicial, surgido em 2004, foi concretiza-do, desenvolvendo-se toda a estrutura de suporte operacional e de recursos humanos parase criar um processo de pesquisa de alta qualidade. Nessa fase, as duas pesquisas TIC Do-miclios e TIC Empresas consolidaram-se e puderam testemunhar avanos significativos noscampos da incluso digital, do crescimento acentuado da penetrao do acesso Internetnos domiclios brasileiros, da apropriao das novas tecnologias no setor produtivo brasi-leiro, das tendncias das tecnologias mveis, da exploso das lanhouses, do surgimento dasredes sociais baseadas na Internet, entre outros fenmenos relevantes.

    A segunda fase iniciou-se em 2009, por meio da consolidao do processo de planejamentoe de execuo das pesquisas, que permitiu a melhora contnua da qualidade dos indica-dores, das estatsticas e das anlises produzidas, com a ampliao da interao entre oseleto grupo de especialistas, cuja valiosa contribuio nos diversos temas abordados pelapesquisa e, sobretudo, na abordagem metodolgica reforou a transparncia dos procedi-mentos e deu legitimidade ao processo desde o seu incio. Renomados pela competnciae conhecimento na investigao do desenvolvimento das TICs, esses profissionais, filiadosa instituies acadmicas, instituies governamentais, organizaes do terceiro setor einstitutos de pesquisas, so hoje um dos slidos pilares do nosso processo de pesquisa.Essa segunda fase marcada tambm pela ampliao do leque de pesquisas para atender

    outras demandas da sociedade. O CETIC.br iniciou, em 2009, o planejamento de cinconovos projetos de pesquisas e criou publicaes peridicas que tratam de temas relativos evoluo da Internet no Brasil, como o Panorama Setorial da Internet e os Cenrios Futurosda Internet.

    A ampliao de escopo das pesquisas para alm dos limites das Pesquisas TIC Domiclios eTIC Empresas teve como objetivo medir o impacto das TICs em diferentes setores da socie-dade; foi orientado por um conceito mais amplo, a fim de se criarem indicadores voltadospara o desenvolvimento socioeconmico do pas. Inspirado no conceito ICT4DEV (Informa-tion and Comunnication Technologies for the Development), que surgiu, principalmente,

    de motivaes provenientes do conjunto de metas do Programa Metas para o Milnio, daONU, e da viso da sociedade da informao e declaraes de princpios da Cpula Mun-dial sobre a Sociedade da Informao (WSIS World Summit on the Information Society),o CETIC.br tem empreendido esforos com o objetivo de criar indicadores sobre o uso dasTICs para o desenvolvimento socioeconmico e incluso social no Brasil, a fim de que pos-sam ser amplamente utilizados para a elaborao de polticas pblicas no Pas.

    Em 2010, esses novos projetos transformaram se em cinco novas pesquisas: TIC Educao,TIC Governo Eletrnico, TIC Lanhouses, TIC Provedores e TIC Terceiro Setor. Incorporamostambm outras abordagens metodolgicas que pudessem se aprofundar em questes maiscomplexas, difceis de serem capturadas apenas por meio de mtodos quantitativos, tpicosem pesquisas amostrais: abordagens qualitativas complementares, utilizando-se tcnicas de

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    grupo focal, entrevistas em profundidade e observao dirigida. O resultado desse tipo deabordagem j se mostrou bastante rico no entendimento dos fenmenos decorrentes do usoe apropriao das TICs pela sociedade. Em sua maioria, as novas pesquisas adotam aborda-

    gens qualitativas complementares aos procedimentos exclusivamente quantitativos.

    PESQUISAS TICS: CINCO ANOS TESTEMUNHANDOO DEBATE DA INCLUSO DIGITAL NO BRASIL

    Nos ltimos cinco anos, o CETIC.br vem testemunhando o debate em torno da temticada incluso digital no pas: o discurso dos setores pblico e privado tem sido, ao longodesse ltimo periodo, carregado de grande potencial transformador e de promessas de seviabilizarem polticas pblicas e/ou programas de desenvolvimento nacional com vistas

    transformao social e econmica. Os indicadores e estatsticas produzidos pelo CETIC.brcontribuem, de forma consistente, no s para a produo de informao pertinente sobrea evoluo do uso da rede no pas, como principalmente para a anlise de seu impacto nodesenvolvimento socioeconmico brasileiro, resultante do debate nacional sobre a inclusodigital. Contudo, revelam, por um lado, que esse debate trouxe avanos significativos; poroutro, que ainda existe um enorme desafio de minimizar a excluso digital no pas.

    Com a informao produzida, principalmente por meio da realizao anual das pesquisasTIC Domiclios e TIC Empresas, tanto o Governo como a sociedade civil passaram a contarcom informaes detalhadas sobre diferentes aspectos referentes ao desenvolvimento de

    uma sociedade em rede no Brasil, tais como o uso efetivo de aplicaes de governo eletr-nico, de comrcio eletrnico, de servios nas reas da sade, educao, cultura etc. Almdisso, as novas pesquisas, como a TIC Educao, TIC Governo Eletrnico e a TICLanhouses,permitem um aprofundamento na realidade brasileira, servindo como insumo para a elabo-rao de polticas pblicas que estimulem o uso qualificado da rede (imprescindvel hojepara a incluso social, o desenvolvimento econmico e uma maior distribuio da renda),e o fomento, por parte de organizaes no-governamentais e empresas do setor privado,de programas, produtos e aplicaes especficas para incluir segmentos determinados dasociedade nesse novo cenrio digital.

    Desde que o CETIC.br passou a produzir suas pesquisas peridicas, tornou-se possvel iden-

    tificar o forte crescimento do acesso e uso das TICs no Brasil, nesses ltimos cinco anos. Seconsiderarmos a presena de tecnologias, como computador e Internet, observamos que,em 2005, apenas 17% domiclios brasileiros em rea urbana possuam um computador,percentual que cresceu em 2009 para 36%; no caso de uso da Internet, o salto foi de 13%para 27% no mesmo perodo. Em nmero absolutos, mais de 18 milhes de lares brasileirospossuem um computador para uso familiar atualmente e, desse total, 13,5 milhes acessama Internet.

    O uso individual dessas mesmas tecnologias tambm apresentou crescimento significativode 2005 para 2009. Na primeira pesquisa, 30% dos brasileiros em reas urbanas informa-

    ram ter usado um computador nos 3 meses anteriores, e 24% haviam navegado na Internet,enquanto em 2009 esse percentual passou para 47% e 43%, respectivamente. Se conside-

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    Introduo

    Pesquisa sobre o uso das Tecnologias da Informao e da Comunicao no Brasil 2005-2009Edio Especial Comemorativa 5 anos

    rarmos o total Brasil (rea urbana e rural) hoje, 39% da populao brasileira com mais de 10anos de idade usuria de Internet, ou seja, 63,9 milhes de brasileiros.

    Alm disso, a TIC Domiclios apresenta tambm o crescimento do nmero de usurios detelefone celular que acessam a rede por meio de seus equipamentos mveis, uma tendnciaglobal que se reflete tambm em nosso pas.

    De uma forma geral, os resultados sobre o avano das TICs no Brasil so seguramente pro-missores. Alm da grande expanso do acesso rede, h um uso desta mais qualificado eusurios com mais habilidades na interao entre o computador e a rede: uma melhora emtodos os aspectos em relao educao digital. Alm disso, h um percentual maior deinternautas usando a rede para educao continuada, a fim de obterem informao quali-ficada. S o uso de servios de governo eletrnico saltou de 14% em 2005, para 30% em2009, em reas urbanas, mostrando que a populao j se apropriou da tecnologia para

    ascenderem seus direitos como cidado, por meio de servios on line que agilizem procedi-mentos, economizem tempo, alm daqueles que facilitem a participao cidad.

    Entretanto, o acesso e uso da rede concentram-se em parcelas da populao com maiorpoder aquisitivo, maior nvel educacional, vivendo em reas urbanas e, em geral, mais jo-vens. Todos os anos, os resultados da pesquisa reforam o cenrio no qual a excluso digitalacompanha a excluso social; portanto, o governo precisa continuar investindo tanto emeducao, sade e em uma melhor distribuio de renda, para que a populao possa aces-sar de forma qualificada a rede, como tambm deve voltar-se extenso da infraestrutura deacesso, visando o barateamento dos equipamentos e da conexo a Internet.

    Logo, muita ateno deve ser dirigida a regies mais desfavorecidas, como as Norte e Nor-deste, com frequente desempenho abaixo da mdia nacional no que diz respeito ao acesso rede. Essa desigualdade digital, como sabemos, reflexo da desigualdade social, j que soregies com mais dificuldades econmicas do pas. Nos ltimos anos, a estabilidade eco-nmica e o relativo aumento do poder aquisitivo da populao, principalmente das classesC, D e E, aliados a programas de governo de iseno de impostos, que baratearam o custode equipamentos, trouxe um crescimento significativo de usurios dessas regies, ou seja, aestratgia aparentemente tem dado certo.

    Em um pas com desigualdades econmicas e sociais to extremas, e com uma parcela to

    alta da populao vivendo em situao de indigncia, o elevado custo do equipamentoe da conexo sero sempre uma barreira determinante para o acesso rede, limitando aabrangncia e alcance das aes de incluso digital. De qualquer maneira, o crescimentosignificativo no acesso a computadores e Internet nos domiclios brasileiros, principal-mente nos dois ltimos anos, d mostras de que a situao comea a melhorar. Em 2009,pela primeira vez o local de uso da Internet mais frequente passou a ser o prprio domiclio,realidade que at ento ocorria preponderantemente nas lanhouses. A reduo de impostosnos equipamentos, concedida no passado como uma estratgia governamental, tambm foiuma ao importante para o aumento da penetrao do computador nos domiclios. Hoje, orecm anunciado Plano Nacional de Banda Larga deve estender o acesso rede s regies

    ainda desprovidas de conexo, assim como estimular a competio no setor e, consequen-temente, reduzir a barreira do elevado custo do acesso. Alm disso, no devemos esquecer

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    Introduo

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    que o acesso rede no domiclio fundamental para que o usurio desenvolva maior ha-bilidade e tenha tempo de uso qualificado; todavia, o acesso comunitrio em telecentrose lanhouses, com custos muito baixos ou mesmo gratuitos, ainda um importante instru-

    mento de incluso, visto que possibilita a participao da populao de baixa renda no quechamamos sociedade da informao, alm de ter seu valor como espao de colaborao,de aprendizagem e de troca social.

    AS NOVAS PESQUISAS TICS NO BRASIL: TICS PARA O DESENVOLVIMENTO

    Empenhado na misso de ser um centro de referncia na produo de estatsticas e indicado-res sobre a posse e uso das TICs no Brasil, alm das j tradicionais Pesquisas sobre o Uso dasTecnologias de Informao e Comunicao no Brasil TIC Domiclios e TIC Empresas, cujo

    objetivo relatar os desdobramentos contextuais do acesso s TICs, bem como sua posse eseu uso pelos cidados e pelas empresas brasileiras, o CGI.br aprovou cinco novas pesquisas:

    TIC EducaoObjetivo: Identificar usos e apropriaes daInternet banda larga na rotina escolar de es-colas pblicas, a partir da prtica docente eda gesto administrativa.

    TIC Governo EletrnicoObjetivo: Identificar as necessidades de ci-dados e empresas com relao a serviospblicos de governo eletrnico.

    TIC LanhousesObjetivo: Conhecer a realidade nacional da gesto de negcio da lanhouse, carente dedados oficiais no que diz respeito a infraes-trutura oferecida, servios prestados, preospraticados e perfil do consumidor.

    TIC ProvedoresObjetivo: Fomentar a expanso do setor de provedores de Internet, apresentando um pa-norama completo do mercado no Brasil a par-tir da construo de um Cadastro Nacional deProvedores de acesso Internet.

    TIC Terceiro SetorObjetivo: Compreender o uso das TICs emorganizaes do terceiro setor e avaliar seuimpacto na relao entre as organizaesdesse setor e a sua comunidade de atuao.

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    Introduo

    Pesquisa sobre o uso das Tecnologias da Informao e da Comunicao no Brasil 2005-2009Edio Especial Comemorativa 5 anos

    CINCO ANOS, CINCO TEMAS, DIFERENTES PERSPECTIVAS

    Ao longo dos cinco anos, destacaram-se cinco grandes temas, cujas repercusses ainda

    esto longe de serem ignoradas: nova gerao digital, redes sociais, mobilidade, governoeletrnico e acesso universal e controle da Internet.

    Esta edio comemorativa da Pesquisa sobre o Uso de Tecnologias de Informao e

    Comunicao no Brasil divide- se em quatro partes:

    Parte 1 Artigos: textos escritos por especialistas acadmicos, pesquisadores e repre-sentantes do governo, que abordam, sob diferentes perspectivas, cinco temas relevantesidentificados nos ltimos cinco anos.

    Parte 2 Suplemento Especial com os resultados da Pesquisa TIC Crianas.

    Parte 3 Suplemento Especial com os resultados da Pesquisa TIC Governo Eletrnico.

    Parte 4 Suplemento Especial com os resultados da Pesquisa TIC Lanhouses.

    Esperamos que a leitura desta edio comemorativa de cinco anos das Pesquisas TICs noBrasil promova importantes reflexes e debates entre a sociedade civil e o poder pblico,visando no s a construo efetiva da sociedade da informao no Brasil, mas tambm acriao de vises mais crticas no mbito da adoo das TICs por cidados e empresas.

    Alexandre F. BarbosaMariana Balboni (OSILAC/CEPAL, Gerente do CETIC.br at 2008)

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    Nova Gerao Digital

    Governo Eletrnico

    Redes Sociais

    Acesso Universal &Controle da Internet

    Mobilidade

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    NOVA GERAO DIGITAL

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    Incluso digital na infncia:o uso e a apropriao dasTICs pelas crianas brasileirasDilmeire Santanna Ramos Vosgerau e Ludhiana Bertoncello *

    fato que o nosso tempo vivencia uma revoluo da tecnologia, da comunicao e da in-formao, a qual tem afetado e modificado as relaes sociais de adultos, jovens e tambmdas crianas.

    O desenvolvimento e a possibilidade de acesso crescente a essas tecnologias pelas crianasna Amrica do Norte levaram, em 2001, ao nascimento de novos termos, como ImigrantesDigitais e seu oposto Nativos Digitais, utilizados por Marc Prensky1(2001, 2005), con-sultor de tecnologias voltadas para o desenvolvimento de jogos, que sugere que os nascidosaps 1982, crescidos envoltos pela evoluo da web e das tecnologias digitais, so os nati-vos digitais que necessitam de escolas, professores, recursos e estratgias de ensino distintasdaqueles que nasceram no sculo precedente, pois aprendem, trabalham e se socializamde forma diferente. J os imigrantes digitais so aqueles que, tendo nascido em perodo an-terior, necessitam de muito esforo e investimento pessoal para se adaptarem era digital.

    Essa classificao, no sustentada ainda em pesquisas, tem causado muita polmica nomeio acadmico. Diferentes pesquisadores, como Bennett, Maton e Kervin (2008), aps

    * Dilmeire SantAnna Ramos Vosgerau Mestre em Educao pela PUC-PR e Doutora em Cincia da Educao pelaUniversit de Montral - UM. Professora do Programa de Ps-Graduao em Educao da PUC-PR.

    Ludhiana Bertoncello Mestre em Educao pela UNIP e pela PUC-PR. Doutoranda em Educao pela PUC-PR.1 Marc Prensky um pensador, conferencista, escritor, consultor e designer de jogos mundialmente famoso nas

    reas de educao e aprendizado. Autor do livro Digital Game-Based Learning (McGraw-Hill, 2001), fundador eCEO da Games2train, empresa de aprendizado baseado em jogos, e fundador da The Digital Multiplier, organiza-o dedicada a eliminar o abismo no aprendizado digital ao redor do mundo (fonte: ).

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    realizarem revises tericas sobre os impactos das tecnologias no contexto educacional,concluem que existem poucas evidncias que suportem essa diviso, e que seriam necess-rias pesquisas empricas a longo prazo para que se pudesse efetivamente verificar o impacto

    dessas tecnologias na aprendizagem de adultos e crianas.No obstante, o estudo realizado por Bullen et al. (2009), abarcando alunos de graduaode uma Escola Politcnica no Canad, conclui que o conhecimento e a apropriao dastecnologias para aprendizagem no se associa a geraes ou idades, mas importnciaacordada s tecnologias pelo professor ou organizadas para o curso.

    Essas proposies sobre a relao dos jovens da Amrica do Norte com as tecnologiaslevam-nos a indagar sobre a relao que as nossas crianas brasileiras, nossos jovens, nas-cidos em um contexto digital, estabelecem com as tecnologias, primeiro retrato que a pes-quisa TIC Crianas 2009 oferece-nos.

    No Brasil, o resultado dessa pesquisa aponta que o uso do computador pelas crianas (57%) superior ao uso feito pelos adultos (53%), contudo pode erroneamente ser interpretadocomo o preldio de uma nova ordem social, pois a tecnologia remete hoje, no a algunsaparelhos, mas sim, a novos modos de percepo e de linguagem, a novas sensibilidadese escritas (MARTN-BARBERO, 2006, p. 54), ou seja, uma nova cultura, a da tecnologiadigital. No entanto, na passagem para essa nova ordem social, h uma questo crucial: aincluso digital, iniciada com o acesso aos recursos tecnolgicos; no Brasil, avana lenta-mente, ainda devido aos custos elevados, motivo pelo qual 77% dos entrevistados adultosna pesquisa TIC Domiclios de 2009 afirmam no ter computadores de mesa.

    O que poderia ento explicar o alto acesso das crianas aos computadores? O GovernoFederal, com a realizao do Programa Nacional de Informtica na Educao ProInfo ,implantando desde 1997, tem apoiado a aquisio de computadores pelas escolas, per-mitindo sua incluso. Tal ao pode justificar a diferena de uso a favor das crianas que,mesmo no tendo acesso ao computador em casa, podem ter contato com essa tecnologiano ambiente escolar, contato que poderia ser estendido aos adultos, ampliando ou incenti-vando a criao de novos programas de formao continuada oferecidos comunidade aosfinais de semana (FREIRE, 2006).

    Todavia, apesar de parte das interpretaes de incluso digital pressupor, de um modo geral,que incluir digitalmente colocar computadores frente das pessoas e ensin-las a utilizar pro-gramas, sabemos que isso no suficiente. A preocupao com o uso que as crianas fazem efaro da tecnologia leva-nos a apresentar duas interpretaes falsas sobre a incluso digital, quepodem representar uma armadilha para pais, educadores e gestores educacionais.

    O primeiro deles associa fundamentalmente a incluso digital insero de computadores.Para Lvy (2006, p.101), est destinada ao fracasso toda e qualquer anlise da informati-zao fundada sobre uma pretensa essncia dos computadores. Comprar computadores einclu-los em sala de aula, em uma empresa ou mesmo em uma residncia, no se configurauma ao de incluso digital. Incluso digital no uma simples questo que se resolvecomprando computadores para a populao de baixa renda e ensinando as pessoas a utili-

    zar esse ou aquele software (SILVA et al., 2005, p. 33).

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    O segundo pressuposto define como digitalmente includo aquele que faz uso do computa-dor. Entretanto, os que somente subutilizam as TICs no podem ser considerados includosdigitalmente. preciso estar preparado para usar estas mquinas, no somente com capa-

    citao em informtica, mas com uma preparao educacional que permita usufruir seusrecursos de maneira plena (CRUZ, 2004, p. 13).

    O QUE INCLUSO DIGITAL?

    A incluso digital, na sua essncia, diz respeito ao acesso dos cidados s tecnologias di- gitais, em condies favorveis de apropriao do seu potencial, para o desenvolvimentopessoal e coletivo (SANTOS, 2006, p. 117).

    Segundo Dewan e Riggins (2005), essa incluso apresenta-se em trs diferentes dimenses 2:individual, organizacional e global.Na dimenso global, verifica-se, num mbito governamental, de que forma as polticas p-blicas tm promovido a universalizao do acesso e uso das TICs.

    Na dimenso organizacional, o foco est no uso das TICs nos variados segmentos da socie-dade, a saber: a sociedade civil organizada (SCO), o mercado, as universidades, as escolas.

    Na dimenso individual, a questo central assegurar o acesso informao, para a cons-truo de uma cidadania plena, a cidadania ativa (SILVA et al., 2005).

    Por isso, outro aspecto a ser relacionado a essa ltima dimenso parte do princpio de que

    a incluso digital um movimento para a gerao e produo de conhecimento, bem comopara o exerccio da cidadania, tanto na fase adulta como na infncia. Assim, a dimensoindividual tambm se presentifica na incluso digital da criana, principalmente se consi-derarmos que essa gerao ir conviver com um mundo cada vez mais digital, tendo aindasuas escolhas a fazer, posies a tomar, lideranas a assumir, em um meio cada vez maisvirtual e miditico.

    Dessa forma, o acesso ao mundo e s informaes torna-se essencial desde a infncia. Overbo acessar um neologismo tcnico aplicado especificamente ao mundo das redes decomputadores, utilizado para explicar quando se estabelece comunicao com o computa-

    dor, ou dispositivo a ele ligado, a fim de se utilizarem seus recursos e seus servios. Para seter acesso Internet, por exemplo, so necessrias especificaes tcnicas para se ingressarna web. Pelo lado tcnico, preciso ter um modem.

    Desse modo, quando se indica o acesso s TICs, faz-se referncia quelas que convergempara a aplicao e utilizao de atividades em redes e em computadores, independente-mente do recurso miditico utilizado. Para Silva et al. (2005, p.30),o ponto de partida

    2 No texto original, em ingls, os autores usam a expresso level of analysis que, em portugus, traduziramos por nvel deanlises, entretanto optamos pela palavra dimenso, que tem o mesmo vis semntico e no compromete o signicadoda palavra nvel, que remete a diferentes estgios ou categorias de anlise o qual Dewan e Riggins (2005) propem.

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    do conceito de incluso digital est no acesso informao que est nos meios digitais(grifo nosso).

    Pelos dados levantados na Pesquisa TIC Crianas 2009, observamos que o acesso infor-mao ainda muito reduzido para as crianas de 5 a 9 anos. Mesmo tendo alto ndicede acesso ao computador, apenas 29% dessas crianas j utilizaram a Internet; conformeapresentado no Grfico 1, o lugar onde mais acessam em casa (49%).

    O acesso na escola relativamente baixo (27%), o que permite inferir que essa tecnologiaainda no est presente como recurso pedaggico no ensino fundamental, e que a forma-o crtica para o uso adequa-do do acmulo de informaesque trafegam na rede torna-sequase exclusivo dos pais, con-

    forme o Grfico 5, que apontao local de aquisio das habili-dades para uso da Internet.

    No obstante o uso de tecno-logias, como a televiso e ordio analgicos, equipamen-tos de reproduo de vdeo e/ou retroprojetores, as TICs quepossibilitam incluso digital

    so aquelas que compem umconjunto de tecnologias de informao e comunicao, reunindo e conectando os pro-cessos de aquisio, produo, armazenamento e transmisso em redes informticas e osmecanismos que interagem com seus recursos.

    Atualmente, o celular congrega todos esses requisitos. Entretanto, o Grfico 1 tambm apre-1 tambm apre-tambm apre-senta o uso nfimo dessa tecnologia como meio de acesso Internet (apenas 1%), apesar dogrande acesso das crianas a esse equipamento (65%), mesmo sem possurem seu prprioaparelho celular (86%).

    Observa-se, assim, que um dos primeiros entraves para a incluso digital, no quesito doacesso Internet em nvel individual, esbarra no baixo poder aquisitivo da populaobrasileira, que, em sua maioria, no dispe de recursos suficientes para a aquisio de umcomputador de uso pessoal ou de celulares que permitam o acesso Internet, alm do altocusto da manuteno de um servio de provedor de Internet fixa ou mvel.

    Por outro lado, mesmo aqueles que no sofrem excluso pela renda nem sempre so, defato, digitalmente includos. A incluso digital como um processo deve levar o indivduo aprendizagem no uso das TIC e ao acesso informao disponvel nas redes, especial-mente aquela que far diferena para a sua vida e para a comunidade na qual est inse-rido (SILVA et al.,p. 32). Dessa forma, ter acesso e conhecimento tcnico das TICs no suficiente.

    Crianas: Total Brasil

    49

    27

    35

    25

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    1

    Em casa Na escola Na casa de outra

    pessoa (amigo,

    vizinho ou familiar)

    Em algum

    outro lugar

    Qualquer outro

    lugar por

    telefone celular

    Grfico 1: LOCAL DE ACESSO INDIVIDUAL INTERNET (%)

    Percentual sobre o total de usurios de Internet entre 5 e 9 anos

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    Ter acesso tecnologia de informao e comunicao e utilizar seus recursos com certa

    proficincia para obter informaes tanto pode indicar ao de um usurio consumidor

    passivo como de um usurio crtico. Assim, ler telas, apertar teclas, utilizar programas

    computacionais com interfaces grficas, dar ou obter respostas do computador, estpara a incluso digital de forma alfabetizao no sentido de identificao das letras

    (ALMEIDA, 2005, p. 173).

    Especialmente na fase da infncia, os valores so antecipadamente formados. Logo, nemapenas o conhecimento tcnico ou o uso da tecnologia para atividades de lazer sero sufi-cientes para que a criana torne-se um cidado consciente e crtico das potencialidades datecnologia, com vistas qualidade de vida. Quando Papert 3 props o uso do computadorpara o desenvolvimento cognitivo da criana, previu essa situao por meio de atividadespropostas, planejadas e orientadas para essa finalidade.

    A utilizao da tecnologia pela tecnologia no tem sentido de ser e acaba por no gerara construo e a aquisio do conhecimento, no oportunizando o pensamento crtico. Oprocesso de incluso digital deveria levar o indivduo includo produo de informaese conhecimentos, participao social ativa, insero em mltiplas culturas nas redes,introduzindo-o em um processo de alfabetizao em todas as reas, em todas as linguagens.

    A insero ao mundo digital, ento, pode levar a criana a estabelecer uma interao permanen-te com a tecnologia, adquirindo competncias para:

    a) selecionar a informao adequada;

    b) reconhecer informao e conhecimento;

    c) escolher o que ler e como interpretar as informaes geradas;

    d) utilizar a informao no seu dia-a-dia para resoluo de problemas;

    e) contextualizar-se ante s diversidades individuais e culturais;

    f) situar-se na pluralidade dos diferentes mundos que se entrelaam na esfera digital .

    Essa concepo e a preocupao de que a tecnologia pode trazer benefcios vida da crian-a remetem-nos proposta de alfabetizao digital e de letramento digital, condies que

    podem ser verificadas na dimenso individual da incluso digital.

    ALFABETIZAO DIGITAL

    O conceito de alfabetizao digital, no Brasil, emergiu com base no Livro Verde do Pro-grama Sociedade da Informao, relacionando-a aquisio de habilidades bsicas para o

    3 Pesquisador americano que, desde a dcada de 1960, desenvolve estudos sobre o uso do computador para o desen-volvimento cognitivo da criana.

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    Nova Gerao Digital

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    uso de computadores e da Internet [...] em favor dos interesses e necessidades individuais ecomunitrios, com responsabilidade e senso de cidadania (TAKAHASHI, 2000, p. 31).

    Nesse documento, o conceito de alfabetizao digital atrela-se viabilizao de acesso sTICs e s oportunidades de aquisio das noes bsicas de informtica. Remete, alm dis-so, familiaridade no uso da Internet e nfase no treinamento em TIC.

    Para Bonilla (2001), o Programa SocInfo vincula a alfabetizao digital a um processo decompreenso de informaes, apresentando a noo de fluncia como a capacidade dereformular conhecimentos, expressar-se criativa e apropriadamente, bem como produzire gerar informao. No entanto, apesar de definir o termo, o programa no explora essaquesto, transparecendo a associao da incluso digital alfabetizao digital, por exigirdo usurio competncias bsicas para o uso das tecnologias numa perspectiva de consu-midor. No caso das crianas, essas habilidades esto ilustradas no Grfico 2, Grfico 3 e

    Grfico 4, a seguir.

    Grfico 2: HABILIDADES RELACIONADAS AO USO DO COMPUTADOR (%)

    Percentual sobre o total de usurios de computador entre 5 e 9 anos

    No Grfico 2, observa-se que a predominncia das atividades relaciona-se ao entretenimen-2, observa-se que a predominncia das atividades relaciona-se ao entretenimen-, observa-se que a predominncia das atividades relaciona-se ao entretenimen-to (ouvir msicas 60%, e desenhar 80%). Mesmo que aparea o percentual de 64% paraa escrita no computador, estas podem estar muito mais associadas a atividades de lazer doque de aprendizagem, visto que as habilidades de mandar e-maile conversar com amigos efamiliares esto presentes no Grfico 3.

    Silva et al. (op. cit., p.33) trazem a expresso alfabetizao em informao, e concluemque,

    (...) a alfabetizao em informao deve criar aprendizes ao longo da vida, pessoas

    capazes de encontrar, avaliar e usar informao eficazmente, para resolver problemas

    Crianas: Total Brasil

    Us ou um m ou se Fe z d ese nh os

    no computador

    U so u p ara e sc re ve r Fe z c ont a

    no computador

    Usou o microfone

    para falar com

    outra pessoa

    Escutou msica

    no computador

    Outros

    0

    20

    40

    60

    80

    10099

    80

    64

    24

    8

    60

    17

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    ou tomar decises. Uma pessoa alfabetizada em informao seria aquela capaz de

    identificar a necessidade de informao, organiz-la e aplic-la na prtica, integran-

    do-a a um corpo de conhecimentos existentes e usando-a na soluo de problemas

    (IBIDEM, p. 33).

    Nessa perspectiva, necessrio refletir so-bre a importncia empreparar as crianaspara o uso da Internettambm com finalida-de de aprendizagem.O que observamos no

    Grfico 3 um ind-3 um ind- um ind-cio positivo de queesse uso comea aocorrer em casa, poisconforme observadono Grfico 1, o lar o local de onde ascrianas mais acessam.

    Por meio da anlise dos dados no Grfico 4, observamos que o telefone celular ainda no

    um recurso utilizado pelas crianas para o acesso Internet; ele cumpre seu papel comoinstrumento de comunicao e entretenimento.

    Para apresentar as formas de obteno dos conhecimentos para uso do computador pelascrianas, importante resgatar os trs tipos de alfabetizao apresentados por Hernndez eMoreno (2003): alfabetizao computacional, alfabetizao informacional e alfabetizaodigital.

    A alfabetizao computa-cional relaciona-se s habi-lidades para usar e manejar

    computadores, e concerneao conhecimento iniciale abrangente para realizartarefas bsicas de operaodo sistema.

    A alfabetizao informacio-nal requer que o usurio co-nhea e utilize os diferentesservios de comunicao(correio eletrnico, chat,grupos e comunidades),

    Crianas: Total Brasil

    Brincou em

    sites que tm

    desenho como na TV

    Jogou

    joguinhos

    J ligou para

    algum do

    computador

    Conversou com

    amigos ou parentes

    (por msn, chat, etc.)

    Mandou

    e-mail

    Procurou coisas

    para a escola

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    46

    19

    31

    5

    97

    56

    Grfico 3: ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NA INTERNET (%)

    Percentual sobre o total de usurios de Internet entre 5 e 9 anos

    Grfico 4: ATIVIDADES REALIZADAS PELO TELEFONE CELULAR

    Percentual sobre o total de pessoas entre 5 e 9 anos que utilizam telefone celular

    Crianas: Total Brasil

    Ligou

    para algum

    Mandou

    mensagem

    / torpedo

    Escutou

    msica

    Brincou

    com os

    joguinhos

    Entrou

    na Internet

    Outra

    Atividade

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    64

    15

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    como tambm tenha conhecimentos sobre a navegao em sites e diretrios de busca paralocalizar, recuperar, compreender a informao de que necessita, em qualquer formato (gr-fico, textual, audiovisual), e integrar essa informao ao seu dia-a-dia.

    A alfabetizao digital o estgio superior na escala de aprendizagem. Requer uma basemais slida de conhecimento das TICs e uma alfabetizao no aspecto computacional e in-formacional. Implica tanto uma leitura de compreenso da informao em formato multim-dia, quanto o uso efetivo dos servios postos em ambientes digitais disposio do cidado.Assim, o alfabetizado digital precisa de:

    a) conhecimentos avanados para acessar os servios ofertados nas redes de comunica-o, por meio do computador;

    b) conhecimento para compreender a informao de que necessita, de forma crtica;

    c) habilidade para realizar processos e localizar informaes;d) capacidade para reutilizar a informao em qualquer formato e usar os servios de que

    precise com garantia de segurana necessria para cada operao.

    Portanto, o indivduo digitalmente alfabetizado aquele que l com significado, que com-preende o que l e que se utiliza dessa leitura para fins pessoais ou profissionais, facili-tando as atividades em seu cotidiano. Esses requisitos abre um questionamento: de quemseria a responsabilidade por essa alfabetizao?

    Ao se analisar oGrfico 5, constata-

    se que o local ded e s e n v o l v i m e n t odas habilidades deuso do computa-dor apontado pelascrianas apresentauma diversificaode fontes de apren-dizagem: escola(20%) e famlia (pais 16% e parentes 19%), autoaprendi-zagem (16%), entreoutros.

    Essas fontes de aprendizagem poderiam auxiliar o desenvolvimento de habilidades para aalfabetizao digital. Contudo, com o vertiginoso avano do mundo digital, importantesalientarmos que o conhecimento e o uso das tecnologias por essas crianas, de formasignificativa e consciente, poder lev-las a outra dimenso da incluso digital, para assimse tornarem digitalmente letradas.

    Grfico 5: FORMA DE OBTENO DAS HABILIDADES PARA USO DO COMPUTADOR

    Percentual sobre o total de pessoas entre 5 e 9 anos que usaram um computador

    Crianas: Total Brasil

    Na escola Com parentes Com os pais S ozinho Com os irmos Com os amigos De outra forma

    0

    5

    10

    15

    2020

    19

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    LETRAMENTO DIGITAL

    Para definir letramento digital, apropriamo-nos do conceito de letramento apresentado por

    Soares (2002). Para a palavra letramento, tem-se o seguinte significado: o resultado da aode ensinar ou aprender a ler e a escrever. Como consequncia, o indivduo estaria apto parao uso da leitura e da escrita, cultivando-as no sentido de se dedicar s atividades de ler eescrever, e praticando-as, respondendo s demandas sociais de leitura e escrita.

    Letrado, por conseguinte, o indivduo que no s sabe ler e escrever: tambm usa socialmentea leitura e a escrita e as exerce, conseguindo transformar o seu lugar social, seu modo de viverna sociedade, sua insero na cultura, sua relao com os outros, com o contexto e com os bensculturais. O letrado aquele que, entre outras competncias, sabe como redigir um ofcio, umrequerimento, uma carta; sabe preencher um formulrio; consegue encontrar uma informaonum catlogo telefnico ou numa bula de remdios; l livros, jornais e revistas criticamente.

    Subjacentes a essa definio, surgem as diferentes prticas de letramento em funo dosdistintos espaos de escrita e leitura e das diversas tecnologias de escrita. Soares (IBIDEM,p.156) reconhece que diferentes tecnologias da escrita criam letramentos igualmente varia-dos:

    (...) prope-se o uso do plural letramentos para enfatizar a ideia de que diferentes tec-

    nologias da escrita geram diferentes estados ou condies naqueles que fazem uso

    dessas tecnologias, em suas prticas de leitura e de escrita: diferentes espaos de escrita

    e diferentes mecanismos de produo, reproduo e difuso da escrita resultam em

    diferentes letramentos (IBIDEM, 2002, p.156).

    Assim, observa-se o letramento digital relacionado a algumas questes dentre elas:

    a) s novas situaes de comunicao com tecnologias computacionais, como chat, f-runs eletrnicos, correio eletrnico;

    b) leitura e produo de textos pelo computador;

    c) leitura e escrita na Internet;

    d) ao contexto da linguagem por meio das mdias;

    e) anlise do hipertexto (BUZATO, 2001) (KENSKI, 2003).

    O letrado digital , portanto, aquele que sabe ler e escrever os cdigos, os sinais verbais eno-verbais (incluindo imagens, mapas conceituais, grficos, tabelas e desenhos) nos tex-tos digitais, em contextos digitais. Por exemplo, um letrado digital teria a competncia deescrever e ler na tela, manipular textos, editar partes do texto, selecionar textos, transportarfrases, pargrafos ou captulos inteiros. Tambm teria o conhecimento de como funcionamos sistemas de navegao na Internet, e de como se situar nas infovias. Por ltimo, a congru-ncia dessas competncias serviria s necessidades desse indivduo, de forma a transformar

    seu dia-a-dia (XAVIER, 2005).

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    CONSIDERAES FINAIS

    Essa primeira iniciativa da pesquisa TIC Crianas em investigar o uso das tecnologias digitais

    pelas crianas de 5 a 9 anos assegura dados relevantes, com referncia para pesquisas futu-ras. A anlise desses dados permitiu-nos refletir sobre a importncia do acompanhamentodo uso das TICs na fase da infncia, para que possamos ter, no futuro, adultos letrados.Outrossim, leva-nos a refletir e a pensar nas aes preventivas para a no proliferao dadesigualdade digital hoje vigente.

    Quando a tecnologia digital torna-se uma cultura e ocupa a centralidade na concepoe formao de uma sociedade, ir gerar, paralelamente, desigualdades e diferenas antesno existentes entre aqueles conectados aos computadores e Internet e aqueles que noo esto. E, como a Internet est no cerne do novo padro sociotcnico de organizao, esseprocesso global de desenvolvimento desigual talvez seja a expresso mais dramtica da di-viso digital(CASTELLS, 2003, p. 217).

    O baixo acesso Internet tanto pelas crianas (23%) quanto pelos adultos (39%) ilustra oquadro de excluso brasileiro. Por isso, ocorre o aumento da brecha digital, principalmenteem pases em que o crescimento da desigualdade assola a sociedade, deteriorando seusdispositivos de comunicao, isto , de coeso cultural e poltica. Como observa Castells(2003, p.225), um processo de transformao multidimensional que , ao mesmo tempo,includente e excludente em funo dos valores e interesse dominantes em cada processo,em cada pas, em cada organizao social.

    Com o advento das TICs, facilitou-se a busca pela informao, todavia o problema para a

    educao, na atualidade, em relao ao modo de se oferecer acesso informao a todose, ao mesmo tempo, ensinar-lhes a selecionarem, avaliarem, interpretarem e classificaremessa informao para assim us-la (BRUNNER, 2004).

    Conforme nos aponta Burbules e Callister, alm das questes de quantidade de acesso rela-cionadas incluso digital, preocupao legtima e relevante das polticas pblicas, misterarrolar as questes de qualidade de acesso, que implicam o acesso tcnico e o acesso prti-co, ou seja, a compreenso e o conhecimento adequados da forma de organizao dos con-tedos disponibilizados pelas TICs, e a conscincia crtica do uso desses contedos. Logo, importante refletirmos sobre o papel da escola como formadora e base na fase da infncia,

    para realmente formarmos futuros jovens e adultos digitalmente letrados que possam, comsuas aes, contribuir para a melhoria da qualidade de vida e igualdade para todos.

    REFERNCIAS

    ALMEIDA, M. E. B. Letramento digital e hipertexto: contribuies educao. In: PELLANDA, N. M. C.;

    SCHLNZEN, E. T. M.; SCHLNZEN JUNIOR, K. (Org.). Incluso digital: tecendo redes afetivas/

    cognitivas. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2005.

    BENNETT, S.; MATON, K; KERVIN, L. The Digital Natives Debate: A Critical Review of the Evidence.

    British Journal of Educational Technology, 39, No. 5, 2008.

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    35Pesquisa sobre o uso das Tecnologias da Informao e da Comunicao no Brasil 2005-2009Edio Especial Comemorativa 5 anos

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    Disponvel em: . Acesso em: 22.06.2006.

    BRUNNER, J. J. Educao no encontro com as novas tecnologias. In: TEDESCO, J. C. Educao e novas

    tecnologias: esperana ou incerteza? So Paulo: Cortez Editora, Buenos Aires: Instituto Internacio-nal de Planeamiento de la Educacion, Braslia: UNESCO, 2004.

    BULLEN, M.; MORGAN, T.; BELFER, K.; QAYYUM, A. The Net Generation in Higher Education: Rheto-

    ric and Reality. International Journal of Excellence in E-Learning, 2(1), 2009.

    BURBULES, N. C.; CALLISTER, T. A. Educacion: riesgos y promesas das las nuevas tecnologas de la

    informacin. Buenos Aires: Granica, 2008.

    BUZATO, M. E. K. Sobre a necessidade de letramento eletrnico na formao de professores: O Caso

    Tereza. In: CABRAL, L. G. et al.Lingustica e ensino: novas tecnologias. Blumenau: Nova Letra,

    2001.

    CASTELLS, M. A galxia da Internet: reflexes sobre a Internet, os negcios e a sociedade . Rio deJaneiro: Jorge KAHAR Editor, 2003.

    CRUZ, R. O que as empresas podem fazer pela incluso digital. So Paulo: Instituto Ethos, 2004.

    DEWAN, S.; RIGGINS, F. J. The digital divide: currentand future research directions. Georgia: Journal

    Of The Association For Information Systems. v. 6, n. 12, 2005. Disponvel em: . Acesso em: 29.01.2008.

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    e Letramento: conceitos e relaes. 1. ed. Belo Horizonte: Autntica, 2005, v. 1.

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    37Pesquisa sobre o uso das Tecnologias da Informao e da Comunicao no Brasil 2005-2009Edio Especial Comemorativa 5 anos

    Internet na infncia: Um retratodo uso das TICs pelas crianasde 5 a 9 anos no BrasilMaria Elizabeth Bianconcini de Almeida eMaria da Graa Moreira da Silva1*

    Os impactos da sociedade digital so facilmente identificados em diferentes setores de ati-vidades, ainda que o acesso s Tecnologias de Informao e Comunicao - TICs, espe-cialmente ao computador e Internet, seja uma realidade para parcela significativa dasociedade. A pesquisa realizada pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias de Informaoe Comunicao (CETIC.br) do Comit Gestor da Internet no Brasil (CGI.br, 2009) intituladaTIC Domiclios, realizada no ano de 2009, indica crescimento considervel da populaoem relao posse de dispositivos das TICs no Brasil; mais especificamente, que 78% dapopulao possui telefone celular e 30% possui computador de mesa em sua residncia (em2008, era 23%) e 5% tem computador porttil (era 3% em 2008). O uso de computadoraumentou de 53% em 2008, para 58% em 2009.

    Em relao s atividades realizadas por meio da Internet, merece destaque o crescimento

    em relao troca de mensagens instantneas, busca de informaes sobre bens e servi-os, inclusive aquelas sobre sade, o acesso a filmes, vdeos, msicas e software.

    Interessante pontuar que as atividades desenvolvidas por meio do uso da Internet no Brasil,segundo a pesquisa, so prioritariamente voltadas para o uso comunicacional (90% do total

    * Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida Mestre e Doutora em educao pela PUC-SP e Ps-doutora em educa-o pela Universidade do Minho. professora da PUC-SP.

    Maria da Graa Moreira da Silva Mestre em educao pela UNICAMP, Doutora em Educao pela PUC-SP e professora dessa mesma instituio.

    E

    DI

    O E S PE

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    de usurios de Internet), a busca de informaes e de servios online (89%) e o lazer (86%),ao passo que as atividades voltadas ao treinamento e educao correspondem a 71% dototal dos usurios pesquisados. Esses dados indicam usos mais relacionados busca de in-

    formaes e navegao sem, no momento, privilegiar a autoria de contedos.Para esse estudo, importante analisar o uso do computador pela populao infantil, vistoque se realizou pela primeira vez uma pesquisa especialmente dedicado s crianas de 5 a9 anos de idade, que responderam as questes da entrevista sempre acompanhadas pelospais ou responsveis. O fato que a maior parte das crianas pesquisadas, 57%, afirma usaro computador e 29% cita usar a Internet. , portanto, importante ressaltar que a criana temacesso e usa as TICs e, em especial celulares, computadores e Internet, conforme mostra apesquisa.

    O estudo sobre o uso de TIC pelas crianas entre 5 a 9 anos visto como uma investigao

    intricada e envolve o olhar para suas atividades em diversas situaes relacionadas, tanto avivncia em sua casa, com sua famlia, como no interior da escola e na comunidade ondevive, pois na cultura das mdias, segundo Girardello (2005), esse uso permeia as situaes- familiares, escolares e sociais - por onde a criana transita. Essa faixa etria coincide como perodo inicial de escolarizao da criana, incluindo os anos finais do ensino infantil(abrange de zero a seis anos) e toda a permanncia da criana no Ensino Fundamental I, ou,de modo mais adequado, de 1 ao 5 ano, quando a relao entre idade e srie correspondeao esperado.

    Gadotti (2005), por sua vez, ressalta que as crianas iniciam sua escolaridade j com um

    vasto repertrio de contato com as tecnologias e mdias, pois a cultura miditica constituia primeira cultura do aluno por fora da sociedade em que vive. Em geral, independenteda regio do pas, os alunos passam, em menor ou maior grau, por experincias anterioresao ingresso na escola com uma multiplicidade de mdias, como: horas frente TV, contatocom rdio, exposio s peas promocionais de mdia exterior (outdoors, cartazes etc.),alm dos vdeos, CDs e DVDs, do uso de computadores, celulares, games e da prpriaInternet.

    O estudo TIC Crianas 2009 informa que, do total de crianas entrevistadas, 65% j utilizouum telefone celular e 14% possui um. As crianas usam esses dispositivos principalmentepara jogarem (88%), para ligarem para algum (64%) ou ouvirem msica. Esses dados

    podem indicar que a porta de acesso da criana ao uso de computadores e Internet seja,atualmente, o telefone celular, tomando o lugar dos equipamentos de jogos eletrnicos.

    No somente os alunos, mas tambm os educadores entram em contato com uma mul-o somente os alunos, mas tambm os educadores entram em contato com uma mul-uma mul-tiplicidade de mdias no meio em que vivem, porm, por diversos motivos, nem semprechegam s escolas como meios para o desenvolvimento dos processos de ensino e deaprendizagem, e

    ...em concorrncia com as diferentes mdias, a escola tende a perder terreno e prestgio

    no processo mais geral de transmisso da cultura e particularmente no processo de

    socializao das novas geraes, que sua funo especfica (BELLONI, 1998, s/p.).

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    No que se refere ao local onde acriana usa o computador com maiorfrequncia, a pesquisa indica o uso

    do computador em casa (36%), naescola (24%), na casa de outra pes-soa (24%), em lanhouse (13%) ou emoutro lugar (2%).

    As respostas indicam que quantomaior a idade, mais frequente setorna o uso de computadores na es-cola e em outros locais, como emlanhouse, conforme ilustra o grfico

    a seguir:

    Grfico 2: LOCAL DE USO INDIVIDUAL DO COMPUTADOR - MAIS FREQUENTE (%)

    Percentual sobre o total de usurios de computador entre 5 e 9 anos

    As formas de desenvolvimento das habilidades de uso do computador so diversas e obser-va-se a proximidade entre tal desenvolvimento na escola, com parentes ou com os pais, comuma oscilao entre 20 e 16%, enquanto que o aprender sozinho explicitou-se em 16% dasrespostas das crianas.

    Grfico 3: FORMA DE AQUISIO DE HABILIDADE PARA USO DO COMPUTADOR

    Percentual sobre o total de crianas que usaram um computador

    Grfico 1: LOCAL DE USO INDIVIDUAL DO COMPUTADOR MAIS FREQUENTE (%)

    Percentual sobre o total de usurios de computador entre 5 e 9 anos

    Crianas: Total Brasil

    36

    24 24

    2

    13

    1

    E m c as a N a e sc ol a Na casa de

    outra pessoa

    (amigo, vizinho

    ou familiar)

    Em algum

    outro lugar

    Lanhouse Telecentro

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    10

    33

    10

    48

    2022

    9

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    11

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    25

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    14

    2927

    23

    18

    Em casa Na escola

    5 anos 6 anos 7 anos 8 anos 9 anos

    Na casa de outra pessoa (amigo, vizinho ou familiar) Lanhouse

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    1615

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    1920

    2

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    5

    10

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    20

    Crianas: Total Brasil

    EscolaParentesPais SozinhoIrmos Amigos Outra forma

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    Diante desses percentuais de uso do computador em casa e na escola pelas crianas, evi-dencia-se a importncia de se investigarem os tipos de atividades realizadas quando uti-lizam o computador na escola, nos diferentes ambientes, quando esto ss ou com seus

    pares. Ressalta-se, porm, a importncia do papel de um mediador adulto na relao entre acriana e as TICs, seja algum membro da famlia, o professor ou outro mediador.

    Segundo a pesquisa TIC Crianas 2009, as atividades mais frequentes com o uso do compu-tador so as de desenhar, escrever e ouvir msica. Quando se trata das habilidades de usoda Internet, 46% das crianas informam que as possuem no que se refere ao item procurarcoisas para a escola, porm 97% das respostas dizem respeito a jogar, 58% a brincar emsites de desenhos da televiso, e 31% a conversar.

    O grfico a seguir ilustra a distribuio dessas habilidades pela idade da criana, indicandoque jogar a atividade predominante em todas as idades:

    Grfico 4: ATIVIDADES QUE J FORAM REALIZADAS NA INTERNET

    Percentual sobre o total de crianas que usaram a Internet

    Tais informaes evidenciam que as crianas esto entrando no mundo digital pelas ati -

    vidades de entretenimento e pelas prticas sociais cotidianas, contrapondo a via pelasatividades educacionais. Girardello (2005) ressalta em seus estudos que o computadorpara crianas pequenas pode ser comparado a um dentre varios brinquedos: Para ascrianas hoje recm-chegadas ao mundo, com acesso fcil ao computador, desde j este, primordialmente, um brinquedo, ou um espao onde se brinca (IBIDEM, p. 7). Essebrinquedo, por sua vez, permite a comunicao, interao e construo do conhecimen-to, e pode se configurar, dependendo de sua forma de uso, como uma poderosa mquinapara se pensar com (PAPERT, 1985).

    24

    15 16

    3

    99

    55

    2

    17

    5

    29

    1

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    59

    4

    40

    12

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    5

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    6

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    27

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    6

    96

    51

    6

    Procurou coisas para a escola

    Mandou e-mail

    Conversou com amigos ou parentes

    (por MSN, chat, etc)

    J ligou para algum do computador

    Jogou Joguinhos

    Brincou em sites que tm desenho como na TV

    Outros

    5 anos 6 anos 7 anos 8 anos 9 anos

    0

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    Barra (2004) destaca que a ao da criana na Internet no se configura apenas com o do-no se configura apenas com o do-apenas com o do-mnio da mquina, mas

    A ideia da criana sujeitada ao domnio do tecnolgico e dos poderes da rede cede

    lugar a uma mais complexa e densa constatao: as crianas intervm na rede, fazem e

    refazem as suas interaes e os seus saberes, nas condies propiciadas e constrangidas

    pelo meio, mas acrescentando-lhe a sua dimenso de sujeitos ativos e de atores sociais

    (IBIDEM, p.1).

    Os resultados da pesquisa em tela sugerem que os usos das TICs pelas crianas de 5 a 9 anosrelacionam-se, sobretudo, a prticas de brincar, de entretenimento e da comunicao, osquais influenciam seus modos de pensar e de agir, que, por sua vez, interferem nas relaes

    estabelecidas com o conhecimento em diferentes situaes, inclusive nas atividades escola-res, devendo se considerar mesmo nas situaes em que no h a presena de tecnologiasnas escolas. Ou seja, no basta o acesso s TICs nas escolas, preciso qualificar os usos quese faz delas. Nesse sentido, Martn-Barbero (1996) alerta que:

    A simples introduo dos meios e das tecnologias na escola pode ser a forma mais en-

    ganosa de ocultar seus problemas de fundo sob a gide da modernizao tecnolgica.

    O desafio como inserir na escola um ecossistema comunicativo que contemple ao

    mesmo tempo: experincias culturais heterogneas, o entorno das novas tecnologias

    da informao e da comunicao, alm de configurar o espao educacional como um

    lugar onde o processo de aprendizagem conserve seu encanto (IBIDEM, p.12).

    Ao tratar de crianas de 5 a 9 anos, importante ressaltar de que modo se constitui aeducao formal para essa faixa etria. Aps a promulgao da Constituio Brasileira(1988) e a aprovao da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) em 1996, a educao infantiltornou-se responsabilidade dos sistemas municipais de educao que mantinham a pr-escola para crianas de 4 a 6 anos, os quais foram compelidos a absorver as crechesmantidas por diferentes rgos da sociedade civil e rgos pblicos de bem-estar so-

    cial. No ano de 1998, foi publicado pelo MEC o Referencial Curricular Nacional Paraa Educao Infantil RCNEI (BRASIL, 1998), contendo orientaes para os projetospedaggicos de prefeituras e de unidades de educao infantil. No entanto, ao se buscarnos trs volumes do RCNEI alguma meno sobre o uso de computadores e tecnologias,constata-se que o computador citado como um recurso para o trabalho do professor,do mesmo modo que mimegrafos, vdeos, projetores de slides, retroprojetores, mesasde luz, fotografias, filmadoras, que possibilitam o uso da tecnologia atual na produoartstica e enriquecem a quantidade de recursos de que o professor pode lanar mo(BRASIL, 1998:104). Segundo o documento

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    Nova Gerao Digital

    Pesquisa sobre o uso das Tecnologias da Informao e da Comunicao no Brasil 2005-2009Edio Especial Comemorativa 5 anos

    Ainda so poucas as instituies infantis que utilizam computadores na sua prtica,

    mas esse recurso, quando possvel, oferece oportunidades para que as crianas tenham

    acesso ao manuseio da mquina, ao uso do teclado, a programas simples de edio de

    texto, sempre com a ajuda do professor (IBIDEM, p.156).

    Estudos sobre a situao das escolas que atendem os alunos antes da sua entrada no Ensi-no Fundamental (CAMPOS et al., 2006) apontam que as instalaes inadequadas, a faltade material pedaggico apropriado, a desatualizao dos programas de formao dos pro-fessores, a excessiva carga horria da jornada de trabalho, a estrutura e o funcionamentodas turmas de alunos em turnos e a orientao oferecida aos profissionais no favore-cem o acesso a materiais e equipamentos necessrios ao desenvolvimento das crianas.Observa-se um descompasso entre o que preconizado nos documentos oficiais e aquiloque realmente ocorre nas prticas escolares. A par disso, as autoras citadas constatam que

    a integrao com o incio do ensino fundamental ainda incipiente, embora haja um au-mento no nmero de crianas de seis anos no 2 o ano do Ensino Fundamental.

    Assim, o uso de mdias e tecnologias no se esgota na democratizao do acesso aos meiosde comunicao e s TICs. necessrio, sobretudo, investir em iniciativas que propiciema insero do sistema educativo na sociedade digital, criando condies para que a escolae os sujeitos que nela atuam possam interagir com essas tecnologias e incorpor-las aosprocessos de aprender, ensinar e gerir a escola. Isto significa criar condies para que osestudantes, professores e gestores utilizem as TICs como instrumentos culturais estruturantesdos modos de pensar, aprender e desenvolver o currculo, por meio do acesso a distintos

    dispositivos tecnolgicos, bancos de dados, notcias atualizadas e materiais de apoio did-tico, com abertura para o uso de ferramentas de comunicao para o dilogo com os paresou com especialistas em reas de interesse, a participao em comunidades de estudostemticos, o desenvolvimento de projetos colaborativos, a construo de conhecimentos eo compartilhamento de experincias.

    Quando se refere a estudantes mais jovens e, especialmente a crianas de 5 a 9 anos, necessrio considerar que o estudo do CGI.br abarcou dois nveis de ensino diferentes Educao Infantil e Ensino Fundamental I, sendo ambos de responsabilidade dos munic-pios. Em qualquer dos dois nveis, h em comum a criana, sujeito histrico e social de seutempo, sociedade e cultura, portanto um ser que simultaneamente produtor e produto dahistria e da cultura (BRASIL, op. cit., p.13).

    REFERNCIAS

    BARRA, S. M. M. Infncia e Internet interaces na rede. In: Atas dos ateliers do V Congresso Portu-

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    43Pesquisa sobre o uso das Tecnologias da Informao e da Comunicao no Brasil 2005-2009Edio Especial Comemorativa 5 anos

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    Redes Sociais

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    Redes sociais ditam a novataxonomia da webPollyana Ferrari1

    Entender a cibercultura e seus mecanismos de trocas de informaes, sensaes, imagense conhecimento nas redes sociais torna-se cada dia mais fundamental para quem pretendecompreender a sociedade atual, seja um cidado comum, uma empresa ou um governo. A

    mdia social ajudou a criar um novo modo de indexar contedos, com sua taxonomia pr-pria (tags) e suas correlaes culturais. Hoje, absorvemos contedo gerado por uma lista dediscusso, um scrap (palavra inglesa que significa recado) no Orkut ou uma palavra digitadano Google, com a mesma desenvoltura com que escolhemos o gnero de filme ao qual as-sistiremos na sesso das 22h no cinema.

    Um exemplo da falta de compreenso da taxonomia do sculo XXI o Portal Brasil (http://www.brasil.gov.br), chamado pelo presidente Lula de Google Brasileiro. A informao,no mnimo, no procede, visto que o mais correto seria cham-lo de espao institucionaldo governo brasileiro. Alis, o portal nem figura no primeiro item de busca do Google. Aodigitar Brasil na ferramenta, surge um link para o verbete Brasil na Wikipdia. Comoexplicar que Gilberto Gil, ex-ministro da Cultura e artista consagrado, tenha apenas umaincidncia no Portal Brasil, num link genrico sobre Estilos Musicais, que comea cro-nologicamente na chegada da coroa brasileira, passa por Carlos Gomes e, de raspo, pelotropicalismo, enquanto o PAC tinha, at 15.3.2010, 298 resultados?

    O nome