In Matris Corde

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Revista Institucional | 2011 | Paróquia Imaculado Coração de Maria | Curitiba - PR | Missionários Claretianos www.paroquiacoracaodemaria.com.br No coração da Mãe In Matris Corde “A Liturgia A importância da Palavra na Litúrgia | Pág. 10 Entendendo a Missa parte por parte | Pág. 24 Orientações litúrgicas e pastorais | Pág. 31 é o cume para o qual tende a ação da Igreja e, ao mesmo tempo é a fonte de onde emana toda a sua força” Crédito: Rosana Mottinha

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Revista da Paróquia Imaculado Coração de Maria

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Revista Institucional | 2011 | Paróquia Imaculado Coração de Maria | Curitiba - PR | Missionários Claretianoswww.paroquiacoracaodemaria.com.br

No coração da Mãe In Matris Corde

“A Liturgia

A importância da Palavra na Litúrgia | Pág. 10

Entendendo a Missa parte por parte | Pág. 24

Orientações litúrgicas e pastorais | Pág. 31

é o cume para o qual tende a ação da Igreja e, ao mesmo tempo é a fonte de onde emana toda a sua força”

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SumárioEditorialEditorial

Expediente

Presenteamos nossa comunidade paroquial com mais um nú-mero da Revista In Matris Corde, no Coração da Mãe. Neste nú-mero, diferente do primeiro, oferecemos aos fi éis uma autentica formação litúrgica, a fi m de que entendam e celebrem a Páscoa cotidiana do Senhor, com renovado ardor e entusiasmo.

A Liturgia da Igreja Católica é bela na sua essência, cheia de simbologia e ritos que nos aproximam do mistério divino, fonte de nossa fé. A poetisa Adélia Prado em um de seus es-critos afi rma que “missa é como poema, não suporta enfeite algum”. A beleza da Liturgia consiste em celebrar a vida e o amor de Deus que se encarnou na humanidade, por meio de Jesus Cristo, e sempre nos acompanha com seu Espírito. Fa-zemos memória da missão redentora de Cristo e assumimos o compromisso de testemunhá-lo, anunciando a Boa Nova como seus discípulos.

Liturgia e beleza se completam. A inadequada formação para celebrar a liturgia com vigor é o que nos distancia das ce-lebrações na Igreja. Muitos não sabem o que celebramos e, se não sabem, tampouco podem amar os sinais visíveis de nossa fé. Ao contrário do que muitos pensam, a Sagrada Liturgia da Igreja não é mecânica e nem morta, é sim viva e dinâmica. O rito é o mesmo em todas as partes do mundo, mas em cada celebração atualizamos, fazemos memória do amor de Deus que vem ao nosso encontro.

A Liturgia tem uma coerência e um signifi cado particular; deve ser celebrada com respeito e atitude orante, com digni-dade e louvor, em comunhão com a Igreja e as necessidades do povo. O fi el deve estar atento ao espaço litúrgico e à har-monia do local para bem celebrar.

Queremos mudar nossas atitudes em relação à Liturgia e nos envolvermos com o mistério central de nossa fé. A Liturgia

é expressão do amor de Deus por nós e de nossa entrega como comunidade Àquele

que nos chama para estar com Ele. Esta revista é mais um subsídio for-

mativo para você cristão que partici-pa de nossas celebrações e também a oportunidade de despertá-lo para

assumir a postura de agente pastoral, comprometido com a Palavra de Deus.

Está a vossa disposição para esclarecer sobre a importância da vivência litúrgi-

ca, sobretudo àqueles que ainda não participam, por não terem encon-

trado ainda a fonte da água viva. Seja um colaborador assíduo da

promoção da liturgia e busque cada vez mais conhecer o que se celebra para amar como Cristo.

In Matris Corde.

Pe. Nilton Cesar Boni, CMF – Pároco

[email protected]

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Liturgia e comunidade| O que se celebra? |

| Quem celebra? || Quando se celebra? |

| Onde se celebra? |

A importância da palavra na liturgia

Música sacra e liturgia

Entendendo a Missa parte por parte

Equipes de liturgia: funções e modo de atuação

Estética Litúrgica

Orientações litúrgicas e pastorais

Contatos com pastorais e movimentos

O que é liturgia?

Domingo, o Dia do Senhor

O que entendemos por...| Missa |

| Memória || Eucaristia e reconciliação |

Entender o Ano Litúrgico| Ciclo do Natal |

| Ciclo da Páscoa |

Símbolos litúrgicos| água | | vela |

| pão e do vinho | | fogo | | óleo |

| incenso || vestes litúrgicas |

As intenções de missa| Missa de sétimo dia | | Missa do trigésimo dia da morte || Intenções devem estar no coração |

| Dos Ritos Iniciais a bênção fi nal |

ProduçãoRua: Esteves Junior, 50, sala 404Edífi cio Top Tower - Centro - Florianópolis/SCTelefones: (48) 3364-1613 / 3365-1613 / 9942-0888www.dominuscomunicacao.com

Tiragem: 2 mil | Periodicidade: Anual | Impressão: Gráfi ca Radial

Direção Jornalista responsável RevisãoProjeto gráfi co e diagramação

Pe. Nilton Cesar Boni, Cmf Ketlin da Rosa - SC02821-JPPatrícia PrattsFilipe Candido

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Queremos mudar nossas atitudes em relação à Liturgia e nos envolvermos com o mistério central de nossa fé. A Liturgia

é expressão do amor de Deus por nós e de nossa entrega como comunidade Àquele

que nos chama para estar com Ele. Esta revista é mais um subsídio for-

mativo para você cristão que partici-pa de nossas celebrações e também a oportunidade de despertá-lo para

assumir a postura de agente pastoral, comprometido com a Palavra de Deus.

Está a vossa disposição para esclarecer sobre a importância da vivência litúrgi-

ca, sobretudo àqueles que ainda não participam, por não terem encon-

trado ainda a fonte da água viva. Seja um colaborador assíduo da

promoção da liturgia e busque cada vez mais conhecer o que se celebra para amar como Cristo.

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A participação na liturgia não é privilégio de alguns, mas direito e dever de todos os cristãos

Liturgia e comunidadePe. Valter Maurício Goedert | [email protected]

10). Por este motivo, a liturgia celebra com es-pecial intensidade a presença atuante de Cris-to na comunidade eclesial (SC 7).

Em relação ao Mistério Pascal de Jesus, comemoramos a vida dos santos e reco-mendamos- nos a sua intercessão, não como complemento ou acréscimo, como um culto independente, em competição ou em oposi-ção ao culto único devido a Cristo. O culto dos santos somente tem sentido quando integra-do e subordinado ao de Cristo. Ele, e somente

Ele, é o Sumo e Eterno Sacerdote da Nova e Eterna Aliança, o úni-co Mediador entre o Pai e a humanidade. “Ninguém vai ao Pai senão por mim” (Jo 14,6). Por Cristo, com

Cristo e em Cristo sobem ao Pai nossas preces e nossos louvores, inclusive os dos santos: “Na assembleia dos santos sois glorificado, coro-ando seus méritos, exaltai vossos próprios dons. Nos vossos santos e santas ofereceis um exemplo para nossa vida, a comunhão que nos une, a intercessão que nos ajuda” (Prefácio dos Santos).

Quem celebra?Liturgia é culto da Igreja; ação de Cristo con-

tinuada na comunidade eclesial. As ações litúr-gicas não são, portanto, atos privados; dizem respeito a toda a comunidade e a cada um de seus membros, ainda que de modo diferente, segundo a diversidade de ordem e de funções,

Normalmente, não há ação litúrgica sem a presença visível da comunidade, uma vez que a assembleia cristã é a reunião daque-les que creem em Cristo e foram batizados em seu nome. O Senhor Jesus está presente, onde dois ou mais estão reunidos em seu nome (Mt 18,20). A assembleia cristã se situa na ordem da salvação: ao mesmo tempo vi-sível e invisível. Neste sentido, constitui um “mistério”, isto é, um desígnio eterno de sal-vação, oculto em Deus, desde toda a eterni-dade e manifestado, no tempo, em Jesus Cristo (Ef 1,10). A par-tir de então, a Igreja jamais deixou de se reunir para celebrar o Mistério Pascal de Cristo (SC 6).

Analisaremos as relações entre liturgia e comunidade, respondendo, ainda que bre-vemente, a algumas perguntas essenciais: O que se celebra? Quem celebra? Quando se celebra? Onde se celebra?

O que se celebra?A liturgia celebra o mistério da Paixão, Mor-

te e Ressurreição de Jesus Cristo, através do qual se realizou, uma vez para sempre, a obra da nossa salvação. Este mistério, atualizado de modo particularmente pleno na celebração da Eucaristia, está igualmente presente em to-das as ações litúrgicas, como nos sacramentos e sacramentais, sempre relacionados à Euca-ristia, centro e cume de toda a vida cristã (SC

Liturgia é culto da Igreja; ação de Cristo continuada na comunidade eclesial.”

e da participação ativa dos fiéis (SC 26).A liturgia tem dimensão eclesial não só

porque se destina à comunidade dos fiéis, mas porque a Igreja é litúrgica por constitui-ção íntima. A liturgia celebra o momento ritu-al do povo de Deus. A Igreja existe no tempo e no lugar onde o povo de Deus responde ao chamado do Senhor, que o convoca, e se reúne concretamente em torno do Pai, por Cristo, com Cristo e em Cristo, na unidade do Espírito Santo.

A participação na liturgia não é, pois, privilégio de alguns, mas direito e dever de todos os cristãos, fundamentalmente uni-dos a Cristo pelo sacerdócio ministerial e o comum dos fiéis são explicitações do úni-co sacerdócio de Cristo, expressando, cada

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qual, uma diversa relação de participação desse único sacerdócio, diversidade não apenas de grau, mas de essência, de acordo com a especificidade de cada um (LG 10).

A participação de todos na liturgia exi-ge disposições pessoais e testemunho de vida (SC 11). Participação ativa, interna e externa (SC 19), com palavras, gestos e ati-tudes (SC 30), respeitando o que compete a cada um (SC 31), sem acepção de pes-soas (SC 32). Em vista da harmonia nessa participação, a hierarquia presta o serviço da organização e da regulamentação da sagrada liturgia (SC 22), zelando pela sã Tradição e admitindo o legítimo progresso (SC 23), promovendo as reformas que se fizerem necessárias (SC 26).

Evidentemente, a assembleia litúrgica, em sua diversidade complexa, apresenta dualismos que devem ser explicitados e administrados:• reunião dos que têm fé, mas simultanea-mente sentem dificuldades em atuar esta fé no cotidiano;

anual do tempo, nas várias circunstâncias de vida dos cristãos. A Igreja celebra, através do ano, os principais acontecimentos salvíficos, de sorte que cada ano proporciona a vivên-cia do mistério total de Cristo, ressaltando em cada festa um dos aspectos da Páscoa do Senhor. Desse modo, o tempo é santificado, tornando-se o meio da caminhada progres-siva para a união definitiva da humanidade com Deus.

Onde se celebra?As primeiras comunidades cristãs se reu-

niam em casas particulares. Aos poucos, apareceram os templos. As igrejas tornam--se, enfim, um local que responde não ape-nas a uma necessidade concreta de reunir a comunidade, mas também sinal da presen-ça de Deus entre os homens. Além de ser a casa da comunidade cristã, se transforma em símbolo da religiosidade de toda a hu-manidade, como ainda um espaço onde cada povo expressa sua dimensão artística e exprime sua cultura.

Além de suas funções práticas, o templo lembra sentimentos importantes, como o desenvolvimento do espírito de família e o aspecto místico do ser humano. Para os cris-tãos, de modo especial, o espaço “templo” reúne a comunidade convocada pela Palavra, acolhendo os irmãos, manifestando a orga-nização da assembleia, facilitando a partici-pação consciente, ativa e frutuosa de todos. Pelo anúncio e a escuta da palavra, mediante gestos, orações e cantos, a comunidade toma parte na ação redentora de Cristo.

ConclusãoA celebração litúrgica atualiza a Aliança

realizada por Cristo, desejada desde sempre pelo Pai e promovida permanentemente pelo Espírito Santo. As várias assembleias cultuais do Antigo Testamento prepararam a Aliança definitiva. O diálogo amoroso de Deus com a humanidade chega à plenitude em Cristo. A liturgia celebra essa plenitude e a torna pre-sente, quando a Igreja está em oração.

• povo pecador em busca da santidade;• grupo diversificado à procura da unidade;• corpo organizado, mas aberto aos carismas do Espírito;• assembleia que não é simples aglomerado de indivíduos, mas comunidade de pessoas livres e conscientes;• realidade histórica, aqui e agora, mas, ao mesmo tempo, transitória, a caminho da ple-na realização;• ato celebrativo e compromisso de vida, missão.

Quando se celebra?A partir da celebração dominical, e poste-

riormente diária do Mistério de Cristo, a Igreja faz memória, no decorrer do ano, dos vários as-pectos da obra da redenção. Atualizando esses mistérios, ela franqueia aos fiéis as riquezas do poder salvador e dos méritos do Senhor Jesus, venerando, de modo especial, a Bem-aventu-rada Mãe de Deus Maria, e comemorando os mártires e os outros santos (SC 102-105).

O Ano Litúrgico se insere na experiência

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“É a fonte primária do Verdadeiro espírito cristão” (Paulo VI)

O que é liturgia?

Liturgia é uma palavra da língua grega que quer dizer: ação do povo, ação em favor do povo. É a ação de um povo, reunido na fé, em comunhão com toda a Igreja, para cele-brar o Mistério Pascal – Morte e Ressurreição de Cristo, presente na Assembleia, oferecen-do-se ao Pai como culto perfeito.

Como o Concilio Vaticano II definiu a liturgia?

À luz da Constituição litúrgica “Sacros-sanctum Concilium” – que foi o primeiro documento conciliar, publicado em Roma no dia 4 de dezembro de 1963 -, podemos dizer que é: “ uma ação sagrada pela qual através de ritos sensíveis se exerce, no Espí-rito Santo, o múnus sacerdotal de Cristo, na Igreja e pela Igreja, para a santifi cação do homem e a glorifi cação de Deus” (cf SC, 7).

Aprofundando melhor no conceito do “Sacrossanctum Concilium” veremos:

a) Ação sagrada – quer dizer: ação de

uma comunidade – Igreja onde Cristo age. É sagrada, pois comunica Deus e por ela nos comunicamos com ele. E ai entra a fé e o amor.b) Ritos sensíveis – esta comunicação com Deus, por Cristo e em Cristo se faz através de sinais e símbolos, isto é, de for-ma sacramental.c) O múnus sacerdotal de Cristo - é ele (Cristo) quem age e continua a realizar a obra da salvação de modo que todos possam realizar a sua vocação sacerdotal recebida no Batismo. A ação sagrada é de Cristo. É ele o sacerdote principal – o ofe-rente e a oferta.d) Na Igreja e pela Igreja – Cristo não age sozinho, mas se faz presente na e pela ação da Igreja toda.e) Para a santificação do homem e a glorificação de Deus – Estes são os dois movimentos de cada ação litúrgica: o mo-vimento de Deus para o homem – a san-tificação. E o movimento do homem para

Deus – a glorificação.

Outra definição que possuímos da liturgia é, conforme o documento de

Medellín?“A liturgia é a ação de Cristo Cabeça

e de seu corpo que é a Igreja. Contém, portanto, a iniciativa salvadora que vem do Pai pelo Verbo e no Espírito Santo, é a resposta da humanidade naqueles que se enxertam, pela fé e pela caridade, no Cristo, recapitulador de todas as coisas. A liturgia, momento em que a Igreja é mais perfeitamente ela mesma, realiza indis-soluvelmente unidas a comunhão com Deus entre os homens, e de tal maneira que a primeira é a razão da segunda. Se antes de tudo procura o louvor da Glória e da Graça, também está consciente de que todos os homens precisam da Glória de Deus para serem verdadeiramente ho-mens” (Medellín –lit. 9,2)

Fonte deste artigo: www.catequisar.com.br

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O queentendemos por...

Missa, memória, eucaristia e reconciliação

Fração do pão, Eucaristia, Ceia do Se-nhor, Sinaxe, Liturgia, Memorial, Sacrifício, Coleta, Oblação, etc. Toda esta variedade de nomes é utilizada para fazer referência ao ato litúrgico no qual fazemos memória do sacrifício de Jesus. Mas o nome mais comum e popular é mesmo missa.

A palavra missa tem sua origem no la-tim: missa, o particípio passado do verbo mittere, que significa enviar. Portanto, em latim, a palavra missa equivale a “enviada”. (O verbo mittere também está na raiz de palavras como missão, missionário, emis-sário, demissão, dentre muitas outras).

De acordo com o Dicionário Etimológi-co da Língua Portuguesa, de Antonio Ge-raldo da Cunha (Lexikon, 2007), a palavra missa foi retirada da última frase dita pelo sacerdote ao final da celebração: “Ite, mis-sa est” – Ide, (as preces) foram enviadas. A celebração eucarística recebeu esse nome no século XIII.

No entanto, o “Ite, missa est”, não signi-fica apenas que a missa acabou, mas sim, que se inicia uma longa jornada para os cristãos que se alimentaram da Palavra e da Eucaristia. Dessa forma, a missa é

entendida como missio, o início de uma missão. A missão de todos os cristãos de ser sinal da presença de Deus que age nas atividades cotidianas.

No Catecismo da Igreja Católica pode-mos ler o seguinte sobre o nome missa: “Santa missa, porque a liturgia na qual se realizou o mistério da salvação termina com o envio dos fiéis (“missio”: missão, en-vio) para que cumpram a vontade de Deus em sua vida cotidiana” (CIC, 1332).

No Novo Testamento também en-contramos “fração do pão” (Lc 24,35; At 2,42.46). Este gesto, próprio da refeição judaica, foi utilizado por Jesus quando abençoava e distribuía o pão na Última Ceia (CIC, 1329).

Num escrito da Igreja primitiva, chama-do Didaqué, aparece pela primeira vez o termo “Eucaristia”, porque a celebração é ação de graças a Deus pela criação, reden-ção e santificação (CIC, 1328).

O termo “sinaxe” significa “assembleia”. A celebração recebe este nome devido ao aspecto comunitário da Eucaristia. A co-munidade se reúne para celebrar, expres-são visível da Igreja (CIC, 1329).

Outro nome utilizado para se referir à missa é “memorial”: na celebração se atu-aliza, se faz memória do único sacrifício de Cristo (CIC, 1330).

Como se pode notar, durante a histó-ria da Igreja surgiram muitas formas para fazer referência à celebração eucarística. No entanto, essa riqueza e variedade não são suficientes para expressar tão grande mistério. Qualquer um dos nomes que uti-lizarmos, faz referência apenas a alguns aspectos do ritual. Por isso, muito mais im-portante que qualquer nome é a estrutura e o significado da celebração.

Pe. Maciel M. Claro (Revista Ave-Maria)[email protected]

MissaCrédito: Rosana Mottinha

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As celebrações litúrgicas se distinguem entre solenidade, festa e memória, de acordo com a im-portância que cada celebração tem. Uma memória pode tornar-se “festa” ou “solenidade” de acordo com a relação que o santo celebrado tem com a comunidade que o celebra, podendo ser memória para uma comunidade e festa ou solenidade para outra.

No contexto litúrgico, uma “memória” é muito mais do que uma simples lembrança ou recordação. Liturgicamente, a memória é a atualização de um acontecimento salvífi co. O sentido da celebração da memória de um santo foi expresso pelo Concílio Vaticano II no documento: Sacrossantum Concilium: “A Igreja, segundo a tradição, venera os santos e as suas relíquias autênticas, bem como as suas ima-gens. É que as festas dos santos proclamam as gran-des obras de Cristo nos seus servos e oferecem aos fi éis os bons exemplos a imitar”. (SC 111)

O Concílio Vaticano II afi rma: “Ao celebrar o ‘dies natalis’ (dia da morte) dos santos, proclama o mis-tério pascal realizado na paixão e glorifi cação deles com Cristo, propõe aos fi éis os seus exemplos, que conduzem os homens ao Pai por Cristo, e implora pelos seus méritos as bênçãos de Deus”. (SC, 104).

A decisão de celebrar a memória dos santos den-tro da Missa tem sua raiz histórica nas primeiras comunidades. Desde o princípio a Igreja celebrou a memória dos mártires durante a eucaristia. A “me-moria martyrum” (“a recordação dos mártires”) não podia ser celebrada sem referência à “memória do Senhor” dentro da eucaristia.

Ao celebrar o mistério de Cristo durante o ano litúrgico, a Igreja venera e dá um destaque especial à Virgem Maria, aos mártires e a todos os santos do Calendário Romano, pois eles viveram uma vida de comunhão intensa com Deus e hoje no céu cantam os louvores eternos e intercedem por nós.

Mas nem todas as memórias recebem o mesmo tratamento. Os santos que têm importância uni-versal são celebrados nas igrejas do mundo inteiro. Essas memórias são chamadas de “memórias obri-gatórias”. Os demais santos, que são conhecidos apenas localmente, dentro de um país ou famílias religiosas, estão inscritos no Calendário Romano como “memórias facultativas”. Em alguns dias do ano existem vários santos inscritos no calendário. Nesse caso, é permitido escolher apenas um, omi-tindo-se as demais memórias.

Para saber mais:Missa: mistério, celebração, organização.

Pe. Mauro Odorisio. Editora Ave-Maria.Catequese Litúrgica: A missa explicada.

Pe. Guilhermo Micheletti. Editora Ave-Maria.

Memória

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Eucaristia e reconciliaçãoNo mês de junho acontece o Corpus

Christi, de Eucaristia. Mistério da presen-ça do Senhor entre nós. Em cada celebra-ção, várias vezes o ministro interpela a comunidade, dizendo: “O Senhor esteja convosco”. E ela responde. “Ele está no meio de nós”.

Realizamos naquele momento a pro-messa de Jesus de estar no meio quando dois ou três estiverem reunidos em seu nome (Mateus 18, 20). Em cada celebra-ção, somos mais que um pequenino gru-po. Aí, ele se fará realmente presente.

E como ele está presente? “Pois eu es-tou no meio de vós como quem serve” (Lucas 22, 27) e na forma de quem entrega a vida. Ele nos traz a grande reconciliação que se torna premente no meio a tanta confusão ética e dilaceramento dos teci-dos desde o interior da família até o cora-ção da sociedade.

O âmago do plano salvífi co de Deus se traduz bem pela reconciliação da huma-nidade consigo por meio de Jesus, dos povos entre si, simbolizados pelos judeus e gregos, e de Jesus Cristo com todas as potências do céu e da terra. A reconcilia-ção cobre a totalidade dos indivíduos, dos povos e das coisas.

A Eucaristia recorda-nos que, como pecadores, “ainda inimigos, fomos re-conciliados com Deus pela morte de seu Filho” (Romanos 5,10). Ele rompeu defi ni-tivamente as barreiras de etnia, de gêne-ro, de estamento social, pois “já não há judeu nem grego, nem escravo nem livre, nem homem nem mulher, pois todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gálatas 3, 28). O preço da reconciliação foi caro para Deus, custando o sangue, a paixão e a morte de Jesus, “pacifi cando pelo sangue de sua cruz todas as coisas, assim as da terra como as do céu” (Colossenses 1, 20).

A Eucaristia realiza-se sob a forma de refeição. Relembra a realidade fundamen-tal e revolucionária da comensalidade de Jesus. No mundo judaico, de modo espe-cial, a comida e a mesa discriminavam as pessoas. Judeus e pagãos se distinguiam por aquilo que comiam. À mesa judaica, não se assentava qualquer um.

Jesus provoca uma revolução nesse campo por sua prática de vida e por pa-rábolas. Senta-se com os publicanos e

pecadores para a refeição (Mt 9, 10s; Mc 2, 15s, Lc 5, 29,30). Não rechaça a mulher da vida que irrompe sala adentro e põe-se a banhar-lhe os pés com as lágrimas. Antes a elogia (Lc 7, 36-49).

A parábola do banquete encerra o en-sinamento revolucionário. Em vez dos convidados de praxe que se escusaram de vir, o rei manda os servos chamarem para a festa todos os que encontrarem pelas encruzilhadas dos caminhos (Mt 22, 9). Na leitura realista de Lucas, eram os pobres, aleijados, cegos e coxos que estavam nas praças e ruas da cidade (Lucas 14, 21). Je-sus subvertia toda a hierarquia, diferença, desigualdade que a mesa implicava. A praça e a rua simbolizam o lugar da mis-tura, da indistinção de raça, religião, nível social ou cultural.

Essa comensalidade da parábola retrata como Jesus vivia no cotidiano. Algo abso-lutamente insólito no seu tempo. Era uma “comensalidade aberta, um ato de comer em conjunto sem usar a mesa como mapa em miniatura das discriminações verticais e separações laterais da sociedade” (John Dominic Crossan).

Mais profundamente: Jesus tinha um projeto radical de que a comensalidade igual e igualitária se fazia sinal. Era o Rei-no de Deus anunciado como processo de comensalidade aberta e de uma mesa não discriminatória. São Paulo universalizou tal experiência afi rmando que “então não haverá nem judeu nem grego, nem bárba-ro nem cita, nem escravo nem livre, mas somente Cristo que será tudo em todos” ( Colossenses 3, 11). Esse projeto igualitário traduz, em outros termos, a reconciliação entre as pessoas, rompendo as barreiras.

A Eucaristia, memorial da vida e práti-ca de Jesus, teologizada por Paulo, evoca a reconciliação. Toda a história de Jesus, marcada pela missão reconciliadora, vem à mente de quem celebra os mistérios eu-carísticos. Não se trata de uma pura lem-brança. Tudo o que se recorda, se realiza.

Por: J. B. Libânio, é professor emérito da Faculdade de Teologia do Centro de Estudos Superiores dos Jesuítas (CES), Belo Horizonte, MG. (Revista Ave-Maria junho 2007)

Foto: Rosana Mottinha

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Nota do autor: O objetivo deste artigo não é produzir uma exaustiva refl exão sobre o Ano Litúrgico, mas e simplesmente despertar em cada um o desejo de se aprofundar mais na fé “vivida” e “celebrada” em nossa liturgia, como também valorizar o Ano Litúrigico, o Tempo de Deus em nossa vida, o nosso “Kairos”.

Ele recapitula toda a história da salvação, fazendo-nos reviver nas celebrações o

“impacto” da eternidade no tempo e do tempo com a

eternidade

Entender o Ano Litúrgico

O fl uir da existência humana se acha ritmado pelos segundos, minutos, horas e dias; dias, semanas e anos; décadas, sécu-los, milênios... Não tenho dúvidas de que uma das grandes verdades que marcam e delimitam profundamente a existência e a essência humana seja a sua “temporali-dade”: nascemos, crescemos, amadurece-mos e morremos. Mas atenção, para nós cristãos, a realidade do tempo não pára e nem se resume a este esquema, que soa “fatalismo”; não, para nós ela vai além, muito além! Foi no tempo que Deus nos encontrou e continua a nos encontrar, nos salvou e continua a nos salvar por meio do gesto humilde, amoroso e obediente de Jesus Cristo, o eterno que aceitou entrar e transformar a temporalidade: “É somente em Cristo que o homem vive, já que ele, o Senhor, é a estrutura e a orientação interior da própria história”.

A partir desta introdução, podemos co-meçar a falar do e sobre o “Ano Litúrgico”, e gostaria de começar recorrendo às afi rma-ções da “Sacrosanctum Concilium”: “A San-ta Igreja julga seu dever celebrar em certos dias no decurso do ano, com piedosa recor-dação, a obra salvífi ca de seu divino Espo-so. Em cada semana, no dia que ela chamou Domingo, comemora a Ressurreição do Se-nhor, celebrando-a uma vez também, na solenidade máxima da Páscoa, juntamente

com a sua sagrada Paixão. No decorrer do ano, revela todo o Mistério de Cristo, desde a sua Encarnação e Natividade até a Ascen-são, o dia de Pentecostes e a expectação da feliz esperança e vinda do Senhor” (SC 102).

Com estas palavras fi ca claro o que dá sentido e o que celebramos no Ano Litúr-gico: os acontecimentos da vida de Jesus, principalmente sua Paixão, Morte e Ressur-reição, como momentos salvífi cos ofereci-dos a todos nós. Com outras palavras: “O Ano Litúrgico comemora o próprio Cristo em movimento no tempo e no espaço, a continuar sua obra salvífi ca”. A partir des-ta belíssima verdade, o nosso tempo se transforma numa esperançosa história de salvação que revela o amor e a misericórdia de nosso Deus providente; o nosso tempo adquire sentido interno e externo e a única exigência para entrar, fazer parte e celebrar é aquela que brota do próprio Evangelho: “convertei-vos e crede”.

Dando continuidade ao nosso estudo,

vamos agora dar mais um passo e respon-der as seguintes perguntas: quando come-ça e termina o Ano Litúrgico? Como está estruturado e ou dividido o Ano Litúrgico? Assim como o ano civil começa no primeiro dia de janeiro e termina no dia trinta e um de dezembro, o ano da Igreja, ou Litúrgico, tem seu início no Primeiro Domingo do Ad-vento e seu término na festividade de Jesus Cristo, Rei do universo.

E como se divide ou se estrutura? A Igre-ja estrutura o seu ano em Três ciclos, a sa-ber: o Ciclo Pascal, que contempla o Tempo da Quaresma, o Tríduo Pascal e o Tempo Pascal; o Ciclo do Natal, que contempla o Tempo do Advento e o Tempo do natal e o Ciclo do Tempo Comum. Este último é composto por 33 ou 34 semanas. Como sua vivência e celebração se intercalam às dos dois primeiros, tem seu início na segunda--feira seguinte ao domingo depois do dia 6 de janeiro, se estendendo até a terça-feira antes da quarta-feira de cinzas. Recomeça na segunda-feira depois do Domingo de Pentecostes e termina antes das primeiras vésperas do Primeiro Domingo do Adven-to. Além destes grandes Ciclos, fazem par-te do ano da Igreja, as comemorações da Virgem Maria, dos santos e a celebração do Domingo. Ao observar o desenho pode-mos entender melhor a divisão do ano da e na Igreja.

Pe. Marcos Aurélio Loro, [email protected] O Ano Litúrgico come-

mora o próprio Cristo em movimento no tempo e no espaço, a continuar sua obra salvífi ca.

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Entender o Ano LitúrgicoTempo do Advento:

Este Tempo, que é ponto de partida e de chegada de Ano Litúrgico é formado por quatro Domingos; e apesar da sua cor litúrgica ser a roxa, não se caracteri-za pela penitência, mas sim pela alegria e piedosa gratidão pela nossa salvação. Advento signifi ca vinda, chegada e é dentro desta perspectiva que a Igreja afi rma que o Advento apresenta a trípli-ce vinda de Cristo: veio (histórico), vem (na minha conversão) e virá (no último dia, na escatologia); por este motivo, o refrão que perpassa todo tempo do Ad-vento é: “Vinde, Senhor Jesus!” A Igreja nos convida a vivermos o Mistério desta tríplice vinda do Senhor, no sentido e na prática de tornar toda nossa existência uma para a vinda de Cristo, “para que o Senhor, ao chegar, a cada hora, a cada dia, a cada ano, nos encontre preparados para acolhê-lo”. Um outro aspecto bonito deste Tempo, faz referência às três gran-des fi guras que guiam e acompanham os cristãos nesta preparação para a vinda do Senhor: o Profeta Isaías, João Batista e nossa Mãe, Maria, a “Senhora da Expec-tação”. Em fi m, o Advento deve despertar em nós o desejo de que Cristo se mani-feste na história da humanidade!

Tempo do Natal: Este Tempo vai das vésperas do Natal

até a festa do Batismo do Senhor e a sua cor litúrgica é o branco. Com o Tempo do Natal, a Igreja reza e celebra o alegre Mistério “da troca de dons entre o céu e a terra”. Deus torna-se humano para que o humano se torne divino; a eternidade pe-netrou no tempo, para que pudéssemos mergulhar na eternidade. Para reforçar esta idéia, transcrevo aqui uma parte do Prefácio do Natal: “Por ele, realizou-se neste dia o maravilhoso encontro que nos faz renascer, pois, enquanto o vosso Filho assume a nossa fraqueza, a natu-reza humana recebe uma incomparável dignidade; torna-se de tal modo um de

Ciclo do Natal

nós que nos tornamos eternos”. A salvação entra defi nitivamente em nossa história através do menino que nasceu em Belém e que se revela ao ser visto pelos pastores, magos e ao ser batizado nas águas do Jor-dão. A fi nalidade da encarnação não pode ser outra senão a redenção do ser humano. O verbo feito homem é a luz que nos leva ao conhecimento de Deus! A transforma-ção que a Igreja contempla no mistério do Natal é o fato de Deus possibilitar à humani-dade a participação na vida divina por meio da fi liação adotiva que Jesus nos concedeu: “Deus enviou seu Filho, nascido de mulher (...) para todos recebermos a dignidade de fi lhos” (Gl 4,4).

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Entender o Ano LitúrgicoTempo da Quaresma:

São quarenta dias dedicados à prepa-ração para a celebração da Páscoa do Se-nhor. Um Tempo marcado pela escuta da Palavra de Deus, pela vivência do Sacra-mento da Penitência e da Reconciliação; Tempo de oração, de jejum e de carida-de (Cf. MT 6,1-6.16-18), enfi m, Tempo de conversão! Tempo propício para a prepa-ração e a iniciação na vida da Igreja da-queles que irão receber os Sacramentos da iniciação à vida cristã (Batismo, Euca-ristia e Crisma), ou seja, os catecúmenos. A cor litúrgica própria é o roxo e não se canta o glória e o aleluia. Em fi m, é um Tempo em que o cristão percebe clara-mente que é preciso orientar os ânimos para as realidades que verdadeiramen-te contam. Nota importante o fato de a Igreja do Brasil escolher este Tempo para refl etir, por meio da Campanha da Frater-nidade, temas contundentes e geradores de conversão pessoal e social.

Tempo Pascal: Compreende os cinquenta dias entre

o Domingo da Páscoa da Ressurreição e o Domingo de Pentecostes. A cor litúr-gica é o branco e retoma-se o canto do glória e do aleluia; é Tempo de alegria e exultação! É importante também lem-brar, que este Tempo está relacionado com a experiência que os Apóstolos fi ze-ram da Ressurreição e do Ressuscitado. Assim como os Apóstolos, também nós somos chamados a sermos testemunhas da Ressurreição para todos aqueles que se aproximarem de nós; por isso costu-mamos afi rmar, que a Páscoa se dá não só no rito da liturgia, mas principalmen-te em cada instante da vida que está em busca da “Terra prometida”. Podemos ainda acrescentar: “Cristo ressuscita nos que vivem os acontecimentos à luz das

Tríduo Pascal: A Quaresma só pode ser entendida e vivida à luz do Tríduo Pascal da Paixão,

Sepultura e Ressurreição de Cristo. Atualmente o Tríduo inicia com a Missa ves-pertina da Ceia do Senhor, que dá início à celebração da Sagrada Paixão.

Ciclo da Páscoa

Escrituras; Cristo ressuscita nos que aco-lhem e nos que servem; Cristo ressuscita nos que sabem repartir o pão. Na medida em que existir entre os homens a atitude hospitaleira, isto é, de serviço, a exemplo dos discípulos de Emaús, Cristo vai ressus-citando através da história dos homens”.

Para concluir, podemos afi rmar, então, que o Ano Litúrgico traz para o fi el, por meio de sua celebração, a riqueza insondá-vel de Cristo, pois recapitula toda a história da salvação, fazendo-nos reviver nas cele-brações o “impacto” da eternidade no tem-po e do tempo com a eternidade. A vida do fi el é, assim, levada a seguir o modelo das manifestações de cada um dos Mistérios celebrados, para chegar profundamente, embora nunca de modo adequadamente perfeito, a transformar-se em Cristo.

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Ciclo da Páscoa Domingo, o Dia do SenhorO primeiro dia da semana é a espinha dorsal dos ciclos litúrgicos

A celebração dominical é a mais anti-ga festa cristã, e durante muito tempo foi também a única. É, pois, a “mãe de todas as festas”. Começa no mesmo dia da Res-surreição de Jesus.

“No entardecer daquele mesmo dia”, os discípulos estavam reunidos, e Jesus “veio e pôs-se no meio deles. Disse-lhes ele: A paz esteja convosco!” (Jo 20,19). Exatamente sete dias depois a cena se repete (v.26). Isto indica que quando o evangelho foi escrito o domingo era já o dia em que os discípulos se reuniam, em lembrança daqueles dois primeiros do-mingos, e sabiam que Jesus se fazia pre-sente no meio deles.

Os Atos dos Apóstolos contam como Paulo e seus companheiros, chegados à cidade de Trôade, no “primeiro dia da semana”, isto é no domingo, se reuniram para “partir o pão”, a celebração própria dos cristãos, que Jesus tinha instituído em memória de si, isto é, a Eucaristia (At 20,7). E ainda aos cristãos de Corinto São Paulo pede que “cada domingo” eles re-colham um dinheiro para ele poder levá--lo a Jerusalém em solidariedade com a “Igreja-Mãe”, que passava por dificulda-des (1Co 16,2).

No fim do século I, o autor do Apoca-lipse, não fala mais do “primeiro dia da se-mana”, mas do “Dia do Senhor”, e é nesse dia que ele recebe a inspiração do livro, que deverá ser lido na assembleia (Ap 1,3.10). Isto não quer dizer que os primei-ros cristãos, nascidos na fé judaica, aban-donassem de vez a prática de observar o sábado. O sábado era o dia consagrado ao Senhor: “Porque em seis dias o Senhor fez o céu, a terra, o mar e tudo o que con-têm, e repousou no sétimo dia; e por isso o Senhor abençoou o dia de sábado e o consagrou” (Ex 20,11). O sábado era dia de descanso, como uma participação no descanso divino, uma vez que Deus dei-xou a criação completa, e viu que “era tudo muito bom” (Gn 1,31).

Assim como durante a semana o ho-mem trabalha e colabora com a obra de Deus, ele também é associado ao descan-so divino no sétimo dia, o sábado. Mas no “oitavo dia” acontece a grande novidade: Jesus ressuscita. É a nova vida, a nova cria-ção. A criação estava completa do ponto de vista natural, mas agora é a vida divina que se manifesta e se comunica ao ser hu-mano. O domingo celebra a Ressurreição, por isto é chamado “Páscoa da semana”. Todas as outras festas nascem dai: se nós comemoramos o nascimento e os demais momentos da vida de Jesus, é porque nos falam do Ressuscitado. Se celebramos

Jaime Sánchez Bosch, [email protected]

as festas de Nossa Senhora, é porque ela trouxe ao mundo o Autor da Vida, que nos comunica a vida nova. Se lembramos e ve-neramos os santos, é porque eles viveram de modo eminente essa nova vida.

Os cristãos, pois, independentemente de outras celebrações, civis ou judaicas (no caso dos judeu-cristãos), tinham os seus próprios momentos de encontro fraterno, nos quais Jesus se fazia presen-te “no meio deles”. Era a “fração do pão”, a Eucaristia. Era o domingo, mas não era necessariamente um dia festivo. Eles não tinham a força social de mudar os costu-mes do meio onde habitavam.

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Santo Inácio de Antioquia (morto mártir no ano 110), segundo sucessor de São Pedro na importante sede de Antioquia, escreve: “...Portanto, não pre-cisamos mais manter o sábado, como fa-zem os judeus ... Mas deixe todo aquele entre vós que ainda mantém o sábado por motivo espiritual ... Porém, após a observância do sábado, deve todo ami-go de Cristo observar o Dia do Senhor como festa, o dia da Ressurreição, a rai-nha e comandante de todos os dias [da semana]” (IgnMagn 9). Isto mostra como aos poucos o sábado perde importân-cia entre os cristãos e a celebração do domingo prevalece. Jesus mesmo tinha tirado do sábado a ideia exagerada do repouso absoluto: “É lícito curar em dia de sábado?”; “O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado” e prossegue ainda mais claramente: “O Filho do Homem é Senhor mesmo do sábado” (Mc 2,27-28).

Santo Irineu (+202) diz que no do-mingo ora-se em pé, por ser o dia da Ressurreição e neste dia não se pratica o jejum. São Justino (+162) faz até uma descrição da celebração do domingo que inclui: liturgia da Palavra, pregação, oração da comunidade e Eucaristia (Jus-tApol I, 67).

Em resumo: assim como no judaísmo o aspecto principal era o descanso, ao qual se acrescentou posteriormente a celebração sinagogal, no cristianismo se dá o contrário: o essencial foi primei-ro a celebração da memória de Cristo, e só depois passou a ser também dia de descanso. Isto aconteceu só no século IV, com o fim das perseguições e a Paz de Constantino (312). Desde as origens, pois, a santificação do domingo para o cristão é a participação na celebração eucarística. Foi propriamente a lei civil que, a partir de Constantino, instituiu o descanso dominical, fazendo neste aspecto o domingo ser o “sucessor” do sábado judaico.

A paz de Constantino trou-xe consigo a possibilidade de construir igrejas (às vezes grandes basílicas) e desenvol-ver a liturgia. Organiza-se en-tão a celebração diferenciada

dos domingos com leituras próprias, assim como os ciclos litúrgicos (Adven-to, Natal, etc.), mas sempre em torno do domingo como coluna dorsal (pri-meiro domingo do Advento, segundo, etc.). Na Idade Média no domingo não se fazia memória dos defuntos, pois acreditava-se que nesse dia as almas do purgatório não sofriam. Um elemento importante da celebração dominical tornou-se, a partir o século IX, a asper-são do povo com água benta, em lem-brança do batismo.

O Concílio Vaticano II destaca bem a importância do domingo para os cris-tãos de hoje: “Por tradição apostólica, que nasceu do próprio dia da Ressur-reição de Cristo, a Igreja celebra o mis-tério pascal todos os oito dias, no dia que bem se denomina dia do Senhor ou domingo. Neste dia devem os fiéis reunir-se para participarem na Euca-ristia e ouvirem a palavra de Deus, e assim recordarem a Paixão, Ressurrei-ção e glória do Senhor Jesus e darem graças a Deus que os «regenerou para uma esperança viva pela Ressurreição de Jesus Cristo de entre os mortos» (1Pe 1,3). O domingo é, pois, o principal dia de festa a propor e inculcar no espírito dos fiéis; seja também o dia da alegria e do repouso. Não deve ser sacrificado a outras celebrações que não sejam de máxima importância, porque o domin-go é o fundamento e o centro de todo o ano litúrgico” (SC 106).

Atualmente a santifi cação do domin-go é prevista pelo Código de Direito Canônico: “O domingo, dia em que, por tradição apostólica, se celebra o misté-rio pascal, deve ser guardado em toda a Igreja como o dia e festa por excelência” (cân. 1246, §1).

A alegria, a liberdade e o descanso do domingo têm seu fundamento no fato da presença de Cristo ressuscitado “no meio de nós”, como os discípulos o expe-rimentaram no primeiro dia de Páscoa.

a santifi cação do domingo para o cristão é a participação na celebração eucarística

A alegria, a liberdade e o descanso do domingo têm seu fundamento no fato da presença de Cristo ressuscitado ‘no meio de nós

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Símbolos litúrgicosDeus fala com cada um através de pequenos detalhes, uma simbologia

especial, com profundo signifi cado. É preciso estar atento!

Todos nós que fazemos parte da Igreja celebramos com símbolos. O símbolo é uma realidade universal, ou seja, nós o usamos em várias atividades da nossa vida. Um grande símbolo que todos estamos acos-tumados a usar é a bandeira nacional. Ela aglutina representações que vão da forma, passando pelas cores, pelas inscrições e demais itens que estão ali colocados, tudo com um sentido que vem a representar a nação na qual é hasteada.

Como o homem é um ser que se comunica, ele usa os símbolos para transmitir suas ideias. Na liturgia acontece essa comunicação. Neste caso, o diálogo é entre nós, na assembléia e Deus. Como nossas palavras são incapazes de expressar toda a grandeza do amor de Deus neste diálogo, os símbolos complementam nossa limitação.

Com esta introdução, gostaria de aprofundar os signifi cados de al-guns dos símbolos que a Igreja adotou ao longo de sua história para que nós, ao olharmos para eles, possamos verdadeiramente entendê--los e buscar um aprofundamento no nosso diálogo com o Senhor. Precisamos saber como celebrar com os símbolos.

Claudio Titericz – Pastoral litúrgica | [email protected]

Todos nós que fazemos parte da Igreja celebramos com símbolos. O símbolo é uma realidade universal, ou seja, nós o usamos em várias atividades da nossa vida. Um grande símbolo que todos estamos acos-tumados a usar é a bandeira nacional. Ela aglutina representações que vão da forma, passando pelas cores, pelas inscrições e demais itens que estão ali colocados, tudo com um sentido que vem a representar a nação na qual é hasteada.

Como o homem é um ser que se comunica, ele usa os símbolos para transmitir suas ideias. Na liturgia acontece essa comunicação. Neste caso, o diálogo é entre nós, na assembléia e Deus. Como nossas palavras são incapazes de expressar toda a grandeza do amor de Deus neste diálogo, os símbolos complementam nossa limitação.

Com esta introdução, gostaria de aprofundar os signifi cados de al-guns dos símbolos que a Igreja adotou ao longo de sua história para que nós, ao olharmos para eles, possamos verdadeiramente entendê--los e buscar um aprofundamento no nosso diálogo com o Senhor. Precisamos saber como celebrar com os símbolos.

Foto: Rosana Mottinha

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Podemos iniciar com a ÁGUA. Diz à ciência que sem água não há vida. Sem ela morremos. Nosso corpo tem em sua constituição a maior parte composta por água. Nós a usamos para a limpe-za de praticamente tudo, sendo funda-mental para toda a nossa existência. Por isso, a água lembra-nos do Batismo. Fo-mos lavados de uma vida errante e sai-remos do banho batismal revigorados, “limpos” de todos os pecados, renasci-dos para uma nova existência junto à família de Deus.

A água está presente na missa quan-do há a aspersão, aí temos uma memória dominical do batismo, uma recordação agradecida por essa água salvífica nos ter atingido sem mérito algum de nossa parte. A água está, também, na pequena gota colocada no cálice, simbolizando a humanidade mergulhada na infinita di-vindade do vinho, que é Cristo. Uma vez colocada a gota d’água no vinho, não se pode mais separá-los, estamos assim unidos com Jesus, seremos comunhão (comum+união) junto com Ele. O sacer-dote usa a água, também, para purificar seus pecados quando lava suas mãos an-tes da oração Eucarística.

A VELA. Esta lembra Jesus, pois Ele disse: “Eu sou a luz do mundo.” O Círio Pascal, que é a grande vela preparada na noite santa do Sábado de Aleluia, é a representação do Crucificado. Dese-nha-se sobre ela uma cruz, inscreve-se o ano em curso e as letras A e Z, a pri-meira e última do alfabeto, pois o Cristo é o princípio e o fim. O Círio é aceso no fogo da Páscoa e a pequena chama é erguida na escuridão da noite, quando o ministro clama: “Eis a luz de Cristo!”. Todos acendem suas velas a partir desta que é o nosso foco principal, de onde vem toda a nossa luz, tirando-nos da es-curidão do pecado.

Se a água nos sacia a sede, os ali-mentos do PÃO e do VINHO nos nutrem o corpo para não termos fome. A Eucaristia é um banquete aonde o próprio Deus vem sentar-se à mesa co-nosco. Nesta mesa o alimento humano é “divinizado”. A procissão do ofertório simboliza o gesto de oferta da comuni-dade que pegou o trigo e a uva e, com o trabalho humano, transformou em pão e vinho e agora com o trabalho de Deus tornar-se-á o corpo e sangue de Cristo. Dessa maneira, Jesus quis que nós tam-

bém tivéssemos a participação neste banquete com o nosso labor e suor. O cristão católico ao alimentar-se desta comida tem a vida eterna. Cristo se fez carne para inserir a nossa carne no seu corpo santo. É o símbolo máximo da li-turgia, por isso é chamado de o maior sacramento da Igreja, é o “Santíssimo Sacramento”.

O FOGO tem um duplo significado, pois aquece e ilumina, mas pode quei-mar e destruir. É o fogo purificador de Deus que agora é animado pelo fogo do Espírito Santo, por isso rezamos: “Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fieis, e acendei neles o ‘fogo’ do vosso amor.” Este fogo queima os peca-dos do mundo. O ouro para ficar puro deve passar pelo fogo para se livrar de todas as suas impurezas. O fogo do Es-pírito vem nos iluminar e limpar de to-das as nossas faltas, mantendo-nos pu-ros como o ouro.

Aplicar o ÓLEO sobre o corpo sem-pre foi, no mundo antigo como hoje, uma forma de proporcionar alívio sobre as fe-ridas do doente. Este é o sentido da un-ção com o óleo na Unção dos Enfermos,

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ou seja, aliviar as dores e fortalecer em sua fraqueza, conformando sua doença às dores de Cristo. O óleo pode, também, ser utilizado para preparar os músculos do atleta para um grande esforço. Assim, o óleo é usado para os catecúmenos e crismandos a fim de prepará-los para a jornada dura e difícil como peregrino nesta terra. O óleo santo do Crisma tem um aroma, um bálsamo, para que o cris-tão exale um odor característico, o odor de Cristo. Para o judeu, a oliveira era sím-bolo do Pai, o fruto era símbolo do Filho e o extrato refinado do fruto, o óleo, era símbolo do Espírito. Com a unção do óleo somos marcados eternamente pelo Espírito Santo.

Nossa participação na liturgia não seria completa sem colocarmos todos os nossos sentidos em direção a Deus. Dessa maneira, o INCENSO vem completar nossa união com Jesus. A na-veta, recipiente com os grãos de incen-so, representa a grande nave da Igreja. Os grãos de incenso são pequenos e re-presentam a nós mesmos que estamos na nave da Igreja. Quando os grãos são colocados no turíbulo com brasas, so-mos queimados e a fumaça, as nossas

orações, sobem a Deus. Assim o sacer-dote realiza o incensamento do altar e das oferendas para que elas sejam acei-tas por Deus Pai e venham a ser trans-formadas em Deus Filho. “Que minha oração suba à tua presença”(Sl 141,2).

As VESTES LITÚRGICAS completam a cerimônia. Nunca vamos a uma festa com qualquer roupa. De-terminados locais exigem vestimentas adequadas. Na liturgia isso também é necessário. Elas devem refletir algo que está no coração. O sacerdote está sendo o Cristo na cerimônia e precisa se reves-tir como Cristo que é o “Sumo Sacerdo-te”, isso ajuda a fazer memória de Jesus.

Dentro da vestimenta é preciso en-tender o uso das cores. O branco é a cor da Páscoa, simboliza a ressurreição,

vitória, pureza e alegria. É a cor dos ba-tizados, usado na Páscoa, Natal e festas. O vermelho lembra o fogo do Espírito Santo, por isso é a cor de Pentecostes. Lembra também o sangue, por isso é usado na memória dos mártires e na sexta-feira da Paixão.

Verde significa esperança e é a cor das plantas, sendo usado no Tempo Co-mum, no dia-a-dia, simbolizando nossa labuta diária como a natureza que cres-ce e trabalha sem que ninguém veja. O roxo é o sinal de penitência. Usado na Quaresma e no Advento, dois tempos que exigem do cristão a introspecção e a expectativa. O preto é a cor oficial do luto. E o rosa é uma cor alegre que vem aparecer na expectativa da vinda de Je-sus (advento) e na tristeza de Sua morte (quaresma), lembrando a ressurreição.

Depois desta rápida passagem sobre a signifi cação de alguns símbolos litúrgicos, vemos que existe uma linguagem simbólica que acrescenta muita informação à lingua-gem racional. Com estes conhecimentos poderemos viver mais profundamente cada momento da celebração, engajando-nos com todo o nosso ser. Dessa forma, nenhuma missa, texto bíblico, festa pascal, advento ou natal será igual ao anterior. Cristo nos falará sempre coisas novas por meio das palavras e símbolos que ouvimos e vemos na liturgia.

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A importância da palavra na

liturgiaEntenda a ligação entre estes dois conceitos do título e

como eles se complementam

Em primeiro lugar, se faz necessário es-clarecer dois conceitos presentes no título anunciado: Palavra e Liturgia. O termo Pala-vra pode ter diversas colorações conforme o contexto em que for utilizada.

Num primeiro momento seria o texto bí-blico, tirado da Sagrada Escritura, que é pro-clamado. Assim acontece nas leituras bíbli-cas que são lidas nas diversas celebrações litúrgicas, no final se diz “Palavra do Senhor ou de Salvação”. Outro sentido brota do prólogo do Evangelho de São João em 1,1 que diz: “No princípio era a Palavra e a Pala-vra estava com Deus e a Palavra era Deus”. Em Jo 1,14 diz: “E a Palavra se fez carne e habitou entre nós...”. Aqui o sentido é Jesus Cristo, o Filho de Deus. Jesus manifestou--Se como Palavra nova, Boa-Nova, a Eterna Aliança. Num terceiro sentido seria a nossa proclamação e/ou pregação. Proclamamos a Palavra. Esta Palavra é o Antigo Testamen-to e o Novo Testamento, portanto, textos da Sagrada Escritura.

O segundo conceito é Liturgia. Liturgia é uma das realizações fundamentais do agir de Cristo e da Igreja. Portanto, Palavra e Liturgia se compenetram numa urgente reciprocidade.

A partir de agora tomo como base de minha reflexão a Exortação apostólica pós--sinodal “Verbum Domini” (“A Palava do Se-nhor”) sobre a Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja, publicada pelo Papa Ben-to XVI, no dia 11 de novembro de 2010. Na segunda parte do documento, o primeiro capítulo tem como título “Verbum in Eccle-sia” (“A Palavra na Igreja”) que compreen-

Pe. Alceu Luiz Orso, [email protected]

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dem os números 50 a 89.Lendo estes números encontramos duas

afi rmações de suma importância sobre o tema que estamos desenvolvendo: a) O número 52, começa: “Considerando a Igre-ja como ‘casa da Palavra”’; b) E o primeiro capítulo desta segunda parte da “Verbum Domini” tem como título: “Liturgia, lugar privilegiado da Palavra de Deus”.

No Concílio Vaticano II, na promulgação da Constituição Dogmática Sacrosanctum Concilium, (sobre a Liturgia) no número 24 afi rma: “Na celebração litúrgica tem uma importância primordial a Sagrada Escritu-ra. Pois dela são tiradas as leituras que são explicadas na homilia e cantam-se nos sal-mos... E, é dela também que os atos e sinais (símbolos) tomam a sua signifi cação”. E no número. 52 da “Verbum Domini” diz: “Por isso, para a compreensão da Palavra de Deus, é necessário entender e viver o valor essencial da ação litúrgica”.

É importante ressaltar a importância da Palavra nos sacramentos de maneira parti-cular o da Eucaristia, dado que a Liturgia da Palavra constitui a primeira parte da Missa. Devemos mencionar também os sacra-mentos da Reconciliação e da Unção dos Enfermos.

A Sagrada Escritura, principalmente os Evangelhos narram os momentos intensos de conforto, apoio e cura vividos por Jesus a favor dos sofredores, demonstração de como Ele assumiu o sofrimento humano,

dando sentido à dor e à morte.Na vida de oração da Igreja, a Liturgia

das Horas, como oração quotidiana pública da Igreja, ocupa um lugar privilegiado, por-que mostra o ideal cristão de santifi cação do dia-a-dia cadenciado pelas diversas ho-ras. Neste lugar o Espírito do Senhor ressus-citado sugere aos fi éis palavras e gestos de louvor, súplica, adoração, ação de graças na escuta da Palavra que é proclamada, ouvida e transformada em oração.

Também devemos mencionar o Lecio-nário como depósito físico da Palavra, favo-recendo assim a compreensão da unidade do plano divino, mediante a correlação en-tre as leituras do Antigo Testamento e as do Novo Testamento.

Após a leitura da Palavra segue-se a ho-milia, como atualização da Palavra procla-mada. A homilia tem inúmeros objetivos, menciono apenas dois: a) Favorecer aos fi -éis uma compreensão da Palavra, levá-los a

descobrir a presença e a efi cácia da Palavra no hoje da própria vida; b) Levá-los a com-preensão do mistério que se está celebran-do naquele momento, ajudá-los à missão, decorrente do Batismo e à comunhão.

Depois de ter mencionados estes “luga-res” privilegiados na proclamação da Pala-vra: sacramentos, liturgia das horas, lecio-nário, não podemos esquecer o elemento da fé, para que tudo isso atinja a sua efi cá-cia. A necessidade e a natureza da fé são apresentados várias vezes no transcorrer da Verbum Domini.

A Deus que se revela é devido à obedi-ência da fé. Pela fé, o homem se entrega total e livremente a Deus. É precisamente a pregação da Palavra divina que faz surgir a fé, pela qual aderimos de coração à verdade que nos foi revelada e entregamos todo o nosso ser a Cristo. A fé exige tanto a esco-lha interna quanto a comunhão externa. Ela não é meramente uma questão de crença pessoal, diz o número 25 da Verbum Domi-ni “Cristo Jesus continha hoje presente, na história, no seu corpo que é a Igreja, por isso, o ato da nossa fé é um ato simultanea-mente pessoal e eclesial”.

Um último elemento é a benção. Há um verdadeiro vínculo entre benção e Palavra de Deus. O gesto da benção não deve ser isolado, mas relacionado com a vida litúr-gica do povo de Deus. A benção, como verdadeiro sinal sagrado, alcança sentido e efi cácia na proclamação da Palavra.

a favor dos sofredores, demonstração de como Ele assumiu o sofrimento humano,

menciono apenas dois: a) Favorecer aos fi -éis uma compreensão da Palavra, levá-los a

verdadeiro sinal sagrado, alcança sentido e efi cácia na proclamação da Palavra.

É precisamente a pre-gação da Palavra divina que faz surgir a fé, pela qual aderimos de coração à verdade que nos foi re-velada

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Música sacra e liturgia

Não apenas falar de Deus, mas revelar o Mistério de Cristo para o mundo

“A tradição musical de toda a Igreja é um tesouro de inestimável valor, que se sobres-sai entre todas as outras expressões de arte, sobretudo porque o canto sagrado, intima-mente unido com o texto, constitui parte necessária ou integrante da liturgia solene.” (Sacrosanctum Concilium, 112)

Falar de música nos dias de hoje é as-sunto amplo e complexo devido à diversi-dade cultural propagada tão velozmente por diversos meios. Os mais variados esti-los com suas respectivas ideias proporcio-nam uma gama imensa de opções aos ou-vintes e às diversas circunstâncias em que os mesmos se encontram. Sendo assim, muitas correntes culturais acabam por vezes se chocando na tentativa de defi nir novos conceitos de arte e estética, fazen-do do homem o centro de tudo.

Mas falar de música sacra não fi ca difí-cil porque ela está vinculada à Palavra de Deus. A Igreja é estável porque tem toda a sua base e direção em Jesus Cristo, o cen-tro de toda a doutrina. Sendo assim, não há dúvidas no modo como a música cristã deve ser executada porque a mesma deve sempre ser o fi el refl exo do próprio Cristo.

Então, a música que não revela o Mistério do Cristo não pode ser considerada cristã. Parece redundante, mas o que temos visto e escutado ultimamente nos leva a ques-tionar o verdadeiro signifi cado da música cristã porque muitas músicas falam Dele, mas não O revelam. E, a Palavra, é pala-vra revelada. Assim foi desde os primeiros cristãos e sempre será o canto cristão: um canto mergulhado no Espírito da Palavra. Conhecer a Palavra de Deus é fundamen-tal, isto é, o ponto de partida para a música sacra cristã.

Outro ponto extremamente importante é o conhecimento da história do cristianis-mo e a música que o acompanha, para não corrermos o risco de transformar a evolu-ção da Igreja em criação de uma igreja que não existe e nunca existiu musicalmente.

“Na arte da celebração, ocupa lugar de destaque o canto litúrgico (Instrução Ge-ral do Missal Romano, 319-351). O povo de Deus, reunido para a celebração, can-ta os louvores de Deus. Na sua história bimilenária, a Igreja criou, e continua a criar, música e cânticos que constituem

Prof. Ricardo Abrahão - [email protected]

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um patrimônio de fé e amor que não se deve perder. Verdadeiramente, em litur-gia, não podemos dizer que tanto vale um cântico como outro; a propósito, é neces-sário evitar a improvisação genérica ou a introdução de gêneros musicais que não respeitem o sentido da liturgia. Enquanto elemento litúrgico, o canto deve integrar--se na forma própria da celebração; conse-quentemente, tudo – no texto, na melodia, na execução – deve corresponder ao senti-do do mistério celebrado, às várias partes do rito e aos diferentes tempos litúrgicos. Enfi m, embora tendo em conta as distintas orientações e as diferentes e amplamente louváveis tradições, desejo – como foi pe-dido pelos padres sinodais – que se valo-rize adequadamente o canto gregoriano, como canto próprio da liturgia romana.” (Exortação Apostólica Pós-Sinodal SACRA-MENTUM CARITATIS do Sumo Pontífi ce BENTO XVI, 44)

A música litúrgica segue o ritmo e o contexto da Palavra, sendo sua fi el servi-dora e reveladora da verdade intrínseca. A Igreja nos dá critérios sufi cientes para reconhecermos o canto litúrgico através de três aspectos fundamentais: a beleza expressiva da oração, a participação unâ-nime da assembleia nos momentos pre-vistos e o caráter solene da celebração. Ou seja, o encontro fraterno na Igreja se

Conhecer a Palavra de Deus é fundamental, isto é, o ponto de partida para a música sacra cristã

concretiza através da música, a qual deve cumprir sua fi nalidade em uma tríplice di-mensão: a sintonia do homem com Deus, consigo mesmo e com os demais irmãos. Sem uma das três características o canto cristão fi ca mutilado.

“...quando os cantos sacros que resu-mem as mais santas verdades prepararam harmoniosamente nossas almas para os mistérios que um pouco mais tarde deve-mos celebrar, quando nos colocaram no uníssono dos cantos divinos e nos sinto-nizaram não somente com as realidades divinas, mas também com nós mesmos e mutuamente entre nós, de tal forma que já não constituímos mais do que um coro único e homogêneo de homens santos...” (Pseudo-Dionísio: De Ecclesiastica Hierar-chia, III, 3,5).

Cabe aos responsáveis pela Liturgia e pela música o conhecimento de todo o processo para que a celebração atinja sua fi nalidade: Jesus Cristo, o único “liturgo” (Catecismo, 1069). Que os músicos sejam bem prepa-rados, sobretudo, os compositores que de-verão possuir o conhecimento necessário e adequado ao catolicismo. As melodias para o canto cristão devem estar adequadas, isto é, devem ser dotadas de certas caracterís-ticas para que possam prestar um serviço adequado no culto cristão.

Entre as muitas condições que refl etem o frescor da vida do cristianismo primitivo, uma delas é esta: é um povo que canta, e canta um canto novo, porque seu coração se acha renovado. Toda mística, no sentido amplo da palavra, precisa expressar-se em um canto. O canto, por sua vez, para ma-nifestar todo o seu poder secreto, precisa de uma massa afervorada. De certa forma, a sonoridade externa da voz (encarnação da voz), deve ser subordinada à expressão interna da mente e do coração do homem.

Que a música encontre os corações cheios de fé, esperança e caridade para o fi el cumprimento da Palavra. Que Jesus seja agora e para sempre o Maestro dos nossos corações. “..., caminha à frente de-las e as ovelhas o seguem, pois conhecem a sua voz”. (João 10, 4)

“Onde há um coro, existe uma reunião de diversas vozes em um canto. Assim como as diversas cordas realizam uma mesma melodia, assim também, quando se juntam as vozes diversas, formam o coro do Senhor.” (São Jerônimo)

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As intenções de missa

Os pedidos a Deus são sempre válidos se moram em nossos corações, mas é bom lembrar que o centro da Celebração é Cristo

Pe. Nilton César Boni [email protected]

É comum no cotidiano paroquial pesso-as nos procurarem para marcar intenções de missas pelos falecidos, casamentos, aniversários, pedindo saúde, em ação de graças por alguma situação, entre outros. Muitos querem exclusividade e que a mis-sa seja especificamente por sua intenção; chegam até a pagar determinadas somas em dinheiro para essa finalidade. Esse cos-tume vem desde os primórdios da Igreja, inclusive o ato de contribuir com oferen-das e depois com dinheiro para a manu-tenção das obras eclesiais.

Esse hábito foi se solidificando e mui-tas comunidades ao longo dos séculos sobreviveram com esses benefícios. Essa prática continua nos dias atuais, mas nem sempre os fiéis estão esclarecidos sobre o real valor das intenções de missa. É bom ter sempre presente que as intenções não se compram e não se vendem; a contribui-ção para com as obras eclesiais deve ser espontânea, salvo determinadas situações prescritas pelo Código de Direito Canôni-co e pelas Conferências Episcopais.

Primeiramente, a palavra missa signifi-ca despedida, é o verdadeiro e único culto de ação de graças que faz memória do sa-crifício de Cristo pela salvação do mundo; é o sacrifício eucarístico, fonte e ápice de toda a vida da Igreja. Começa aqui nossa catequese: sendo a missa o evento que atualiza a Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor ela deve ser celebrada por todos e não em nome particular ou por uma única

como celebramos nosso aniversário natalício anualmente, assim o dia da morte é lembrado como um novo nascimento para a vida plena

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situação. Nós oferecemos na sagrada Li-turgia às diversas intenções que trazemos no coração e lembramos nomes e fatos pelos quais queremos rezar, porém, sem substituir o real sentido da celebração. A missa por excelência é a única intenção tanto para os vivos quanto para os faleci-dos. É a grande comunhão universal onde os pedidos da comunidade são reunidos e levados ao altar do Senhor.

A própria palavra Eucaristia signifi-ca ação de graças, agradecimento. Por exemplo, quando rezamos por um fale-cido nós estamos agradecendo pela vida dele, pelo que realizou e pedindo sua in-tercessão uma vez que ele está na glória eterna em comunhão com os santos e a Trindade. Rezar pelos mortos é essencial e nos aproxima de quem amamos. Mas, devemos saber que a missa não é rezada só por aquele fiel, ele é apenas lembrado, ele não é o centro do mistério que cele-bramos e sim Cristo. Muitos não enten-dem essa verdade e acabam por substi-tuir Deus pelas intenções celebradas. O centro de nossa fé é Cristo Ressuscitado, tudo gira em torno dele. Portanto, as in-tenções só tem sentido quando o evento Cristo ilumina nossa ação.

Após a morte de quem amamos que-remos lembrá-lo em várias circunstâncias. É comum as famílias celebrarem o sétimo dia, o primeiro mês e o primeiro ano. Mas o que essas datas simbolizam?

Missa de sétimo diaA missa de sétimo dia lembra a criação

do mundo em seis dias, sendo que no sé-timo Deus descansou. Celebramos, por-tanto o descanso eterno de quem nos dei-xou. A missa faz memória do que aquela pessoa signifi cou para nós, de tudo o que

ela gerou em vida, da herança que nos dei-xou. No sétimo dia, a família se reúne para se despedir defi nitivamente de seu ente querido e entregá-lo totalmente a Deus, sendo assim, a comunidade faz memória na celebração de quem nos deixou. Adé-lia Prado em um de seus poemas afi rma: “o que a memória amou fi ca eterno” e al-guém escreveu que “a saudade é o amor que fi ca”. Portanto, no sétimo dia celebra-mos também o amor que é o sacramento de nossa fé.

Trigésimo dia da morte

O trigésimo dia é uma referência ao mês de luto que Israel guardou pela mor-te de Moisés. Desde a morte de alguém entramos em luto que significa estabe-lecer um novo vínculo com quem se foi, uma nova identidade, é também um tem-po de fé e esperança, de reflexões e busca de sentido para a morte. Quando Moisés morreu o povo sentiu e chorou sua au-sência, silenciou e buscou em Deus a con-solação para seu sofrimento. É também o que fazemos. E como celebramos nosso aniversário natalício anualmente, assim o dia da morte é lembrado como um novo nascimento para a vida plena junto de Deus. É por isso, que celebramos um ano de falecimento.

E depois destas datas podemos conti-nuar rezando pelos falecidos? É evidente que sim, mas cada um deve observar em sua comunidade paroquial como é feita a prática das intenções. Em muitas Igre-jas, hoje em dia, já se aboliu aquela lista enorme de nomes e se optou por colocar uma urna ao lado do altar, onde todas as intenções são oferecidas. Cada lugar tem

um costume e isto não tira de modo al-gum o valor das intenções, pois o Pai que está nos céus ouve o que está no coração, esta é a oração mais agradável que pode-mos oferecer.

Intenções devem estar no coração

Até aqui falamos sobre a oração pelos mortos, mas sempre rezamos pelos vivos em suas diversas circunstâncias. Também é oportuno esclarecer que na missa, no momento da oração da coleta elevamos a Deus todos os nossos pedidos, as nossas reais intenções. Na verdade a missa é a oração mais plena e cheia de beleza, mais democrática e perfeita onde todos os pe-didos de oração são incluídos. Rezar é uma arma poderosa contra o desânimo e a falta de fé; é também uma força transformado-ra que nos aproxima de Deus, do próximo e de nós mesmos.

Com essa refl exão fi ca mais fácil en-tender que as intenções de missa devem antes de tudo estar em nosso coração e devem ser celebradas com amor. Deus acolhe as orações em todas as circunstân-cias e abençoa seu povo com generosida-de. Ao participar da Missa lembre-se que a oferta de Cristo pela redenção do mundo é o centro do mistério. A Deus a honra, o louvor e a glória para sempre.

É bom ter sempre presente que as intenções não se compram e não se vendem

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Ritos iniciais Entrada do Celebrante

Durante o canto de entrada, o padre acompa-nhado dos ministros, dirige-se ao altar. O ce-lebrante faz uma inclinação (vênia) e depois beija o altar. Este ato não é para o mármore ou a madeira do altar, mas para o Cristo, que é o centro de nossa piedade.

SaudaçãoO padre dirige-se aos fi éis fazendo o sinal da cruz. A expressão “em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”, tem um sentido bíblico, pois nome quer dizer a própria pessoa. Isto é, iniciamos a Missa colocando a nossa vida nas mãos da Santíssima Trindade.

Fonte: Baseado em informações do site: www.catequisar.com.br

Entendendo a Missa parte por parte

Ato penitencialÉ um convite para olhar dentro de si mesmo, reconhecer e confessar os seus pecados, de forma sincera. É um pedido de perdão que parte do coração com um sentido de mudan-ça de vida e reconciliação com Deus e os ir-mãos. E quando recitamos o Rito Penitencial, fi camos inteiramente receptivos a graça cura-tiva do Senhor.

Hino de louvor O Glória é um hino de louvor à Trinda-de: Pai, Filho e Espírito Santo. Nele – que foi um dos primeiros cânticos de louvor da Igreja -, entramos no louvor de Jesus diante do Pai. Nós temos a tendência de nos voltar para a súplica, ou seja, perma-

necemos no centro da oração. No louvor, ao contrário, Jesus é o centro de nossa oração.

Oremos (oração da coleta)

Há aqui uma breve pausa, momento que o celebrante nos convida a oração pessoal. Durante este tempo de silêncio cada um faz mentalmente o seu pedido a Deus. Em seguida, o padre eleva as mãos e profere a oração, ofi cialmente, em nome de toda a Igreja. O ato de levantar as mãos do ce-lebrante afi rma que ele assume e eleva a Deus todas as intenções dos fi éis. Após a oração todos respondem amém, para dizer que aquela oração também é a sua.

Crédito: Rosana Mottinha

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Liturgia da PalavraNa sequência a comunidade senta, mas deve esperar o celebrante dirigir-se à cadei-ra. A Liturgia da Palavra tem um conteúdo de maior importância, pois é nesta hora que Deus nos fala solenemente. Fala a uma comunidade reunida como “Povo de Deus”.

Primeira leituraE quando se inicia a Liturgia da Palavra. A Primeira Leitura geralmente é tirada do An-tigo Testamento, onde se encontra o passa-do da história da Salvação.

Salmo responsorial Antecede a segunda leitura, é a nossa res-posta a Deus pelo que foi dito na primeira leitura. Ajuda-nos a rezar e a meditar na Pa-lavra que foi proclamada. Pode ser cantado ou recitado.

Segunda leituraÉ tirada dos das Cartas, Atos ou Apocalipse.

Canto de aclamação ao Evangelho

Em seguida vem a monição ao Evangelho, um breve comentário que motiva a Assem-bleia a ouvir o que será proclamado. O can-to de Aclamação é uma espécie de aplauso para o Senhor que vai falar.

EvangelhoToda a Assembleia deve estar de pé. A Pa-

lavra de Deus solenemente anunciada, não pode estar “dividida” com nada: nenhum barulho, distração ou preocupação. É como se Jesus, em Pessoa, se colocasse diante de nós para falar.

HomiliaÉ a interpretação de uma profecia ou a ex-plicação de um texto bíblico. A Bíblia não é um livro de sabedoria humana, mas de ins-piração divina. Jesus tinha encerrado sua missão na terra, mas sua obra de Salvação não podia parar, devia continuar até o fi m do mundo. Por isso, passou aos Apóstolos o poder recebido do Pai e lhes deu ordem para que pregassem o Evangelho a todos os povos. O sacerdote é esse “homem de Deus”. Na homilia ele “atualiza o que foi dito há dois mil anos e nos diz o que Deus está querendo de nós hoje”. É o próprio Jesus quem nos fala e nos convida a abrir nossos corações ao seu amor.

Profi ssão de féEm seguida, os fi éis se levantam e recitam o Credo. Nessa oração professamos a fé do nosso Batismo.

Oração da comunidade (Oração dos fi éis)

É quando colocamos nas mãos de Deus as nossas preces de maneira ofi cial e coletiva. Mesmo que o meu pedido não seja pro-nunciado em voz alta, posso colocá-lo na grande oração da comunidade. Assim, se torna oração de toda a Igreja. E ainda de

pé rogamos a Deus pelas necessidades da Igreja, da comunidade e de cada fi el em particular. Nesse momento fazemos tam-bém nossas ofertas a Deus.

Liturgia EucarísticaNa Missa ou Ceia do Senhor, o Povo de Deus é convidado e reunido, sob a pre-sidência do sacerdote, que representa a pessoa de Cristo para celebrar a memória do Senhor. Vem a seguir o momento mais sublime da missa: é a renovação do Sacri-fício da Cruz. Pela ação do Espírito Santo, realiza-se um milagre contínuo: a trans-formação do pão e do vinho no Corpo e no Sangue de Jesus Cristo. É o milagre da Transubstanciação, pelo qual Deus man-tém as aparências do pão e do vinho (ma-téria) mesmo que tenha desaparecido a substância subjacente (do pão e do vinho). Ou seja, a substância agora é inteiramente o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, embora as aparências sejam a do pão e do vinho.

Procissão das oferendasAs principais ofertas são o pão e vinho, le-vados para o altar, signifi cam que saem das mãos do homem que trabalha. O sacerdote oferece o pão a Deus, depois coloca a hóstia sobre o corporal e prepara o vinho para ofe-recê-lo do mesmo modo. Ele põe algumas gotas de água no vinho, o que simboliza a união da natureza humana com a natureza divina. O celebrante lava as mãos, é uma pu-rifi cação espiritual do ministro de Deus.As demais ofertas representam igualmen-te a vida do povo, a coleta do dinheiro é o fruto da generosidade e do trabalho dos fi -éis. A nossa oferta é um sinal de gratidão e contribui na conservação e manutenção da casa de Deus.

SantoPrefácio é um hino de “abertura” que nos introduz no Mistério Eucarístico. Por isso, o celebrante convida a Assembleia para ele-var os corações a Deus, dizendo: “corações ao alto!” É um hino que proclama a Santi-dade de Deus e dá graças ao Senhor. O fi nal do Prefácio termina com a aclamação San-to, Santo, Santo. É tirado do livro do profeta Isaías (6,3), e a repetição pretende expres-sar o máximo de santidade.

Liturgia da PalavraNa sequência a comunidade senta, mas

lavra de Deus solenemente anunciada, não pode estar “dividida” com nada: nenhum barulho, distração ou preocupação. É como

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Consagração do pão e vinho

O celebrante estende as mãos sobre o pão e o vinho e pede ao Pai que os santifi que enviando sobre eles o Espírito Santo. Por ordem de Cristo e recordando o que o pró-prio Jesus fez na Ceia. O celebrante faz uma genufl exão para adorar Jesus presente so-bre o altar. Em seguida, recorda que Jesus tomou o cálice em suas mãos, deu graças novamente, e o deu a seus discípulos dizen-do: “tomai... e “fazei isto”. Aqui se cumpre a vontade expressa de Jesus, que mandou celebrar a Ceia. “Eis o mistério da fé”.

Orações pela igreja A Igreja está espalhada por todo mundo e além dos limites geográfi cos: está na terra, como Igreja peregrina e militante; está no purgatório, como Igreja padecente; e está no céu como Igreja gloriosa e triunfante. Entre todos os membros dessa Igreja, que está no céu e na terra, existe a intercomu-nicação da graça ou comunhão dos San-tos. Uns oram pelos outros, pois somos todos irmãos, membros da grande Família de Deus. A primeira oração é pelo Papa e pelo bispo Diocesano, são os pastores do rebanho. Rezar pelos mortos é um ato de caridade, a Igreja é mais para interceder do que para julgar, por isso na Missa rezamos pelos falecidos. Finalmente, pedimos por nós mesmos como “povo santo e pecador”.

Por Cristo, com Cristo e em Cristo

Neste ato de louvor o celebrante levanta a Hóstia e o cálice e a assembléia responde amém.

RITO DA COMUNHÃOPai nosso

Jesus nos ensinou a chamar Deus de Pai e assim somos convidados a rezar o Pai-Nos-so. É uma oração de relacionamento e de entrega. Não é uma simples fórmula para rezar, nem um ensinamento teórico de doutrina. Antes de ser ensinado foi vivido plenamente por Cristo. Com o Pai-Nosso começa a preparação para a Comunhão Eucarística.

A pazApós o Pai-Nosso, o sacerdote repete as palavras de Jesus: “Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz”. A paz é dom de Deus, o maior bem que há sobre a terra. A paz foi o que Jesus deu aos seus Após-tolos, como presente de sua Ressurreição. Que paz é essa da qual fala Jesus? É o amor para com o próximo.

Fração do pão O celebrante parte a hóstia grande e co-loca um pedacinho da mesma dentro do cálice, que representa a união do Corpo e do Sangue do Senhor num mesmo Sacrifí-cio e mesma comunhão.

Cordeiro de Deus Tanto no Antigo como no Novo Testamen-to, Jesus é apresentado como o “cordeiro de Deus”. Os fi éis sentem-se indignos de receber o Corpo do Senhor e pedem per-dão mais uma vez.

Comunhão A Eucaristia é um tesouro que Jesus dei-xou como Mistério da Salvação para todos os que nele crêem. A hora da Comunhão merece nosso mais profundo respeito, pois nos tornamos um só em Cristo. E sa-bemos que essa união com Cristo é o laço de caridade que nos une ao próximo. O

fruto de nossa Comunhão não será ver-dadeiro se não vemos melhorar a nossa compaixão, paciência e compreensão para com os outros.

Modo de comungar A hóstia deve ser entregue na palma da mão esquerda, e imediatamente o comun-gante deve pegá-la com a mão direita e levá-la a boca, ainda na frente do ministro ou sacerdote.Também é possível recebê-la diretamente na boca, especialmente, quando a comunhão é nas duas espécies, ou seja, pão e vinho.

Pós-comunhãoDepois de comungar temos alguns pre-ciosos minutos abraçados com Cristo. Perguntemos corajosamente: Senhor, que queres que eu faça? E estejamos abertos para ouvirmos a resposta.

Rito fi nal Seguem-se a Ação de Graças e os Ritos Fi-nais. Despedimo-nos, e é nessa hora que começa nossa missão: a de levar Deus àqueles que nos foram confi ados, a teste-munhar Seu amor em nossos gestos, pala-vras a ações. Como receber a benção: É preciso valori-zar esse momento e receber com fé a ben-ção solene dada no fi nal da Missa, pois é assim que a celebração é encerrada.

bemos que essa união com Cristo é o laço de caridade que nos une ao próximo. O assim que a celebração é encerrada.

Crédito: Rosana Mottinha

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Equipes de liturgia: funções e modo de

atuaçãoIntegrar uma Pastoral Litúrgica, em seus diferentes ministério de atuação, é assumir seu papel como

membro do corpo de Cristo

Em nosso dia a dia, de uma forma ou de outra, estamos sempre envolvidos em equi-pes. Mas o que é mesmo uma equipe? Po-demos dizer que é um conjunto de pessoas que se dedicam à realização de um mesmo trabalho. São pessoas que lutam juntas por um objetivo, de modo que possam alcançá--lo com maior rapidez. É preciso ter objeti-vos e metas comuns para alcançar os resul-tados esperados.

O papa João XXIII solenemente deu iní-cio ao Concílio Vaticano II, atendendo à voz do Espírito que impelia à abertura de por-tas e janelas para a entrada de novos ven-tos na Igreja. Esse grande acontecimento do Espírito do Senhor, seguido pelas Con-ferências de Medellín (1968), Puebla (1979), Santo Domingo (1992) e Aparecida (2007), marcou a vida e a missão da Igreja.

O Concílio propôs uma volta às origens, redefi nindo a liturgia como cume e fonte e como lugar privilegiado da experiência de

salvação realizada pelo mistério pascal de Cristo Senhor, centro e mediador da histó-ria salvífi ca. Uma liturgia celebrada de for-ma ativa, plena, consciente e frutuosa por todo o povo de Deus, povo sacerdotal (sa-cerdócio comum e ordenado) que possui costumes, língua e riquezas culturais muito próprias (d. SC 5-8; 10.14).

O Concílio Vaticano II mudou também o conceito e o jeito de ser da Igreja. Lembrou à Igreja que ela é povo de Deus, corpo de Cristo, do qual Ele é a cabeça. A Igreja é en-tão constituída por um povo de batizados. O Concílio valorizou ainda o sacerdócio co-mum dos fi éis, ressaltando que todo o povo de batizados participa do sacerdócio de Cristo. Também destacou a diversifi cação dos ministérios litúrgicos como expressão da Igreja comunhão, Igreja corpo de Cris-to, em que cada membro tem a sua tarefa específi ca em função do bem comum da comunidade.

Ir. Veronice Fernandes,pddm - [email protected]

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As mudanças provocadas pelo Vaticano II nos princípios teológicos das mais diver-sas áreas da vida eclesial (teologia litúrgi-ca, eclesiologia, etc.) tiveram repercussão na prática da Igreja. Por exemplo, sendo a Igreja todo o povo de Deus, nas celebra-ções todos devem participar. O Concílio pede: “Nas celebrações litúrgicas, cada qual faça tudo e só aquilo que pela nature-za da coisa ou pelas normas litúrgicas lhe compete” (SC 28). Ninguém deve acumular funções na liturgia (SC 28-29). Cada mem-bro é sujeito e tem a sua função específi ca em favor do bem comum da comunidade.

Primeiramente, vale dizer que, para o bom funcionamento de um trabalho, é preciso haver organização. A liturgia não foge à regra, pois necessita de uma equi-pe de liturgia dedicada, atenta e disposta a servir. Em segundo lugar, sendo a litur-gia uma ação comunitária, pressupõe uma assembleia reunida com uma diversidade de ministérios exercidos por pessoas com dons e carismas distintos e complementa-res. Por sua natureza comunitária, a litur-gia necessita do serviço de equipes que, em nome da comunidade eclesial, plane-jem sua vida litúrgica, preparem e avaliem as celebrações e qualifi quem os ministros e servidores para efi ciente e efi caz desem-penho de suas funções.

Supõe trabalho comunitário e partici-pativo na comunidade. A equipe não é “ta-refeira”, mas de refl exão, estudo e ação. A marca registrada da equipe é o serviço de-dicado, abnegado, inteligente e gratuito. Uma ação concreta em favor do bem co-mum, numa verdadeira mística de serviço.

A equipe de liturgia é, então, o coração e o cérebro da pastoral litúrgica da vida da Igreja (regional, diocesana, paroquial e comunitária). Em primeira mão, as res-ponsáveis pela Pastoral Litúrgica. Essa ação eclesial tem por objetivo imediato a participação ativa, consciente e frutuosa dos fi éis na celebração e por fi nalidade, a edifi cação do corpo de Cristo mediante a santifi cação das pessoas e o culto a Deus.

Na edifi cação do corpo de Cristo, a pastoral litúrgica colabora com a edifi ca-ção de toda a humanidade e da criação inteira, conforme afi rma a Conferência de Medellín: “A celebração litúrgica coroa e comporta um compromisso com a realida-de humana... e com a promoção” (9,4). Isso signifi ca que também os membros da pas-toral litúrgica devem visar à transformação

do mundo em Reino de Deus!A liturgia é celebração da história da

salvação, que tem como centro e pleni-tude o mistério pascal de Cristo (d. SC 5-6). “Deus quer salvar e fazer chegar ao conhecimento da verdade todos os ho-mens...” (SC 5).

A pastoral litúrgica no Brasil é organiza-da em três setores: o setor da celebração propriamente dito (mais conhecido como pastoral litúrgica), o setor de canto e mú-sica litúrgica, o setor do espaço litúrgico e da arte sacra. Esta pastoral implica ainda cuidados com a preparação, a realização e a avaliação das celebrações, com a for-mação do povo e dos ministros e também com a organização da vida litúrgica nos vários níveis eclesiais.

As equipes de celebração são encar-regadas diretamente das celebrações da Palavra de Deus, da eucaristia (missas), do batismo, do matrimônio, das exéquias e das bênçãos nas paróquias e comunida-des. Dessas equipes, especialmente, fazem parte os leitores, os ministros da sagrada comunhão eucarística, os recepcionistas, os salmistas, os cantores e instrumentistas, os animadores, o comentarista e os minis-tros que presidem, entre outros. Podemos afi rmar que os principais serviços de uma equipe de liturgia são: animação da vida litúrgica, planejamento, coordenação, for-mação, assessoria e avaliação.

Primeiramente, a equipe deve ser cons-tituída por pessoas que de fato amam e vi-vem a liturgia. Exige carisma e dom. Exige ainda conhecimento, uma formação bási-ca ou mais aprofundada.

A formação litúrgica é um processo pe-dagógico, tendo por objetivo fi nal a par-ticipação ativa, exterior e interior, cons-ciente, plena e frutuosa de todo o povo de Deus nas celebrações litúrgicas, ou seja, a vivência do mistério de Cristo através da participação na ação ritual. Para atingir a pessoa humana como um todo, é preciso operar com a dimensão corporal, relacio-nal, intelectual, afetiva, intuitiva, imaginá-ria, simbólica e experiencial da mesma.

Para uma formação litúrgica efi caz, é preciso levar em conta a metodologia, neste caso a mais indicada é a participa-tiva, sobretudo se está claro que tipo de liturgia se quer reforçar ou alcançar.

A nossa celebração se tornará sempre mais verdadeira e autêntica se for expres-são de uma vida agradável a Deus. Di-zendo “sim” a Deus, à sua vontade e à sua obra, e, sobretudo celebrando na liturgia esse nosso “sim” vivido, estamos levando a efeito a salvação. E dessa forma, anteci-pamos o gozo da liturgia celeste, vivendo, celebrando e contribuindo para a transfor-mação do mundo em Reino de Deus, até a vinda defi nitiva do Senhor Jesus (d. SC 8).

Entendemos “pastoral” como atividade do pastor, que leva seu rebanho as verdes pastagens, as águas frescas, que defende as ovelhas contra os perigos, os lobos e os ladrões, assim como fez Jesus, o “Bom Pastor”. Ter esse espírito “pastoral”, ou seja, de “pastor” que dá a vida por suas ovelhas, é próprio de todos os seguidores de Jesus Cristo, principalmente de quem está ser-vindo em uma pastoral.

Venha fazer parte da Pastoral Litúrgica!

*Nota: Este artigo é um resumo do origi-nal que está na revista VIDA PASTORAL. PAULUS. ANO 50, N. 267, JULHO-AGOSTO 2009.

todo o povo de batiza-dos participa do sacerdó-cio de Cristo

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Estética LitúrgicaDemonstrar a profundidade dos ritos e ao mesmo tempo, de maneira simples e sóbria, exaltar a presença do Ressuscitado na comunidade

por diversos lugares para ver como os po-vos viviam suas religiões e prestavam cul-to aos seus deuses a fi m de escolher para si uma delas. Quando seus embaixadores regressaram deram testemunho do que presenciaram na Igreja de Santa Sofi a: “Nós não conseguíamos entender se estávamos no Céu ou na Terra. Pois, não existe, aqui na Terra, um espetáculo como aquele, nem ta-manha beleza. Nós não somos capazes de defi nir tal magnifi cência. Sabemos, apenas, que é lá que Deus vive com os homens e que sua cultura ultrapassa a de todos os outros países. Jamais esqueceremos o que vimos em beleza e compreendemos que, doravante, será impossível, para nós, viver de forma diferente!”.

Após escutar este relato o príncipe con-verteu-se ao cristianismo e com ele todo o seu Reino. Não se sabe da historicidade des-te relato, no entanto, o que deve importar é a mensagem que ele traz em si. A beleza e a harmonia da liturgia foram fundamentais para a conversão deste Reino porque ela possibilitou ao povo uma experiência com a própria beleza, com o Belo. E onde está o ápice da beleza, o Belo em si? Em Deus.

O próprio Santo Tomás de Aquino, dou-tor da Igreja, quando quer provar a existên-cia de Deus fala na quarta prova (também chamada, quarta via) dos graus do ser. Ele diz que algumas coisas do mundo são mais belas, mais perfeitas, mais bondosas do que outras. E que para isso acontecer é ne-cessário haver uma plenitude para o Belo, para Bom, para o Perfeito, e esta plenitude tem sua causa no Criador que é Deus.

As coisas são belas à medida que partici-pam da beleza de Deus, são boas na medi-da em que participam da bondade de Deus. Aplicando isto à Liturgia: esta é bela na me-dida em que transparecem nos seus atos e ritos as propriedades de Deus na existência humana, fazendo sempre este elo entre Criador e Criatura. Muitas expressões artís-ticas humanas devem ser colocadas a servi-ço da liturgia, como por exemplo: a música, a pintura, a arquitetura, entre outras. Todas elas vão revelar a grande dignidade daqui-lo que se está celebrando, demonstrando a harmonia do homem com Deus, o desejo do homem de agradar a Deus, “fazer vossa vontade meu Deus é o que me agrada” can-ta o salmista. (Sl 142,9)

Rodrigo Castro CMF - Missionário Claretiano | [email protected]

“Grandes são as obras do Senhor, [...] elas têm glória e majestade” (Sl 111,2-3). Muito inspiradoras são as palavras do sal-mista ao exaltar as obras do Senhor. Um, dentre os muitos objetivos da liturgia, sem dúvida, é demonstrar a presença e a atu-ação da glória de Deus. Parenti, sublinha que ‘na Liturgia há dois movimentos em realidade, o primeiro que busca apresen-tar ao Pai a economia salvífi ca realizada pelo Filho no Espírito Santo, servindo-se dos textos litúrgicos para o cumprimento deste seu objetivo, e a segunda de repre-sentar os mesmos acontecimentos para a assembleia reunida, servindo-se dos ritos e gestos’. A liturgia, portanto, é, desde esta perspectiva, a soma destes elementos in-terdependentes. E é justamente a harmo-nia destes atos que dá vida e dinamicidade à liturgia, fazendo dela um ato celebrativo, cuja ordem aponta para o Belo.

Um conto medieval diz que um príncipe que levava uma vida distante dos valores cristãos, após testemunhar a fortaleza de fé de uma família martirizada, foi tocado na sua consciência para mudar de vida. E pediu a seus embaixadores que viajassem

Crédito: Rosana Mottinha

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Talvez alguém possa questionar esta apo-logia da teologia da beleza como sendo uma apologia a pomposidade e a ostentação. Ao contrário, a beleza da liturgia consiste na le-veza dos gestos, na simplicidade e na alegria. A própria Igreja no Concílio Vaticano II mudou a sua maneira de celebrar (Lex orandi) , não o conteúdo (lex credendi), reformando todos os ritos, simplifi cando o secundário e valorizando o essencial. Piero Marini, ex-cerimoniário do Papa, salienta que ‘a liturgia, é, antes de tudo, obra de Deus, adoração, acolhida, gratuidade, [...] um erro seria aplicar simplesmente à litur-gia os parâmetros profanos de beleza’. Quão comum é em algumas comunidades se utili-zar objetos não sacros na liturgia, feitos com outros fi ns, ‘aproveitados’; se utilizar ornamen-tos que destoam da sacralidade do ambiente, ou mesmo quando estes chamam a atenção para si, ao invés de apontarem para o essen-cial que é o mistério celebrado. Para evitar exageros há que se buscar uma profunda fi -delidade às recomendações da Igreja através dos seus inúmeros documentos sobre a litur-gia, além de estar sempre em constante processo de formação. Ninguém ama o que não conhece, já diz o provérbio popular.

Observando aten-tamente o conceito de Igreja apresentado logo no primeiro número da Constituição Dogmática Lumen Gentium que as-sinala ‘o ser da Igreja em Cristo como que o sacramento ou o sinal e instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo gênero humano’ chega-se à conclusão de que missão da Igreja é “sinal” tornando possível a compreensão do Cristo como sacramento do Pai da salvação. É mis-são da Igreja repetir as ações de Jesus, como Ele mesmo determinou: “Fazei isto em memó-ria de mim.” (Lc 22,19) Piero Marini com rela-ção a isso diz: “Antes de qualquer secundária beleza que possamos acrescentar, os gestos da liturgia têm em si a beleza e a estética dos gestos de Jesus”.

Para ser fi el ao espírito da liturgia há que observar alguns elementos fundamentais para que ela seja de fato expressão dos gestos salvífi cos de Cristo: a preparação das celebra-ções, procurando seu signifi cado, a origem do rito, a sua evolução histórica, elegendo pesso-as aptas para colaborar, formando uma equi-pe articulada com o que se está celebrando;

não se trata de inovar, acrescentar elementos externos, antes disso, trata-se de valorizar os momentos, os gestos e as palavras do próprio rito para que os participantes sintam-se envol-vidos e encantados pela celebração.

Importante também é a escolha da música litúrgica, onde se valoriza mais a voz do que os instrumentos musicais. Cuidar para que a assembleia tenha uma participação ativa (actuosa participatio). Isto não quer dizer que deve haver a invenção de ritos para fazer um maior número de pessoas “aparecer”, desta-car-se dos demais. “Pode ser útil lembrar que a participação ativa na mesma não coincide, per se, com o desempenho de um ministério particular; sobretudo, não favorece a causa da participação ativa dos fi éis uma confusão gerada pela incapacidade de distinguir, na comunhão eclesial, as diversas funções que cabem a cada um.” (SC 53)

A assembleia deve sentir-se como partíci-pe, sendo transformada a cada ação, moldan-do-se à vontade do Pai, deixando-se conduzir pelas palavras e gestos litúrgicos. É um entre-

gar-se, um despojamento com o único objetivo de ser de Cristo, ser de Deus, deifi car-se.

Outro elemento a ser observado é o da presi-dência dos atos litúrgicos, onde o protagonismo é de Cristo, e não daquele que preside, pois presi-de “in persona Christi”; o presidente deve apontar,

como toda ação litúrgica para o plano salví-fi co do Pai. Deve ocupar-se da preparação das vestes litúrgicas com dignidade como recomendam as rubricas dos livros litúrgicos. E nisto também a comunidade deve ajudar e até mesmo se empenhar. Além da preparação espiritual e intelectual.

Uma frase de Goethe expressa bastante o signifi cado da beleza na liturgia: “a beleza ideal está na simplicidade calma e serena”. É esta a razão da estética litúrgica: demonstrar a profundidade dos ritos e ao mesmo tem-po, de maneira simples e sóbria, exaltar a presença do Ressuscitado na comunidade. Assim ‘a liturgia continuará sendo, graças a sua beleza, fonte e cume, escola e norma da vida cristã’. (P. Marini)

* Trechos do artigo: The Russian Primary Chronicle. Cambridge: Medieval Academy, 1953.pp. 110-111.

Antes de qualquer secundária beleza que possamos acrescentar, os gestos da liturgia têm em si a beleza e a estética dos gestos de Jesus

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Orientações litúrgicas e pastorais

Para amar algo é preciso conhecer. Portanto, só compreende os mistérios da liturgia aquele que busca conhecer e se envolver com ela

Pe. Nilton César Boni cmf – pároco [email protected]

A Celebração da Eucaristia e dos demais Sacramentos sempre foi e será o elemento de unidade de toda a vida cristã. Por meio da Liturgia da Igreja nós mergulhamos no mistério da Vida, Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo. A Li-turgia antes de ser uma ação da Igreja para Deus é a ação de Cristo na Igreja. Ela faz a Igreja enquanto a Igreja celebra a Sagrada Liturgia.

O Concílio Vaticano II na Constituição Apostólica Sacrossanctum Concilium afirma que a Sagrada Liturgia é fonte e cume para o qual tende toda a ação da Igreja. É uma ação Sagrada pela qual através de ritos sensíveis se exerce no Espírito Santo, o múnus sacerdotal de Cristo, na Igreja e pela Igreja para a san-tificação do homem e glorificação de Deus. Toda celebração litúrgica é uma ação sagrada por excelência. O documento de Medellín diz que a Celebração Litúrgica é a coroação do compromisso com a realidade humana, com o desen-volvimento e com a promoção.

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1. A partir de 2011 não teremos mais o folheto da missa “O Domingo”. Sabemos que muitos estão acostumados e até mes-mo condicionados a ele. Queremos que as celebrações na Paróquia sejam mais bem elaboradas, por isso, constituímos a Pas-toral Litúrgica com membros de diversas pastorais e movimentos que animarão a vida litúrgica na comunidade. Nas missas de semana não há folheto e a participação é sempre fecunda.

2. Instituiremos o Ministério do Leitor para que as pessoas aprendam a procla-mar e amar a Palavra. Não mais farão lei-tura e comentários nas celebrações os fi éis que não forem instituídos. Portanto, pedi-mos que fi quem atentos ao chamado para participar deste grupo de leitores e façam parte da Pastoral Litúrgica, a fi m de exer-cerem este importante serviço na comuni-dade. Por ser um serviço, queremos evitar

amadorismo no exaltar a Palavra de Deus. Muitos têm boa vontade, mas não sabem se comportar diante da Palavra. Com isto evitaremos erros, mau uso do microfone, vestimentas inadequadas e facilitaremos a participação dos fi éis.

3. Aos que estão acostumados com os folhetos podem adquiri-los pessoal-mente nas Livrarias Católicas, bem como os demais subsídios litúrgicos: livro Deus Conosco e Liturgia Diária. Todos contêm a liturgia para cada dia do mês e se quise-rem podem fazer assinatura.

4. A Paróquia pos-suirá um Livro de Can-tos; nele também con-terá orações, as partes fi xas da missa, as ora-ções eucarísticas e uma breve formação sobre a Liturgia. Queremos

que cada fi el adquira o seu exemplar e o traga em todas as missas e celebrações com o objetivo de participar bem destes preciosos momentos. Cada um deverá cui-dar e zelar pelo seu patrimônio.

5. Vamos fazer de tudo para melhorar a qualidade do som. Apesar da mudança nos equipamentos ainda há um longo ca-minho a percorrer por causa da acústica de nossa igreja. Faremos um investimento nos grupos de canto a fi m de que eles fa-voreçam a participação.

6. As equipes litúrgicas fi carão encar-regadas da preparação dos comentários, dinâmicas, acolhida, escala de leitores e organização do templo, a fi m de que a casa de Deus esteja em perfeita harmonia para o culto.

7. Pedimos que não tragam � ores arti� ciais (plástico, papel, etc) e outros or-namentos desneces-sários para o templo. A beleza é natural,

algo que transmite vida. Sempre fl ores na-turais, pois para Deus o melhor.

8. Evitem vir às celebrações com rou-pas que agridem a celebração: mini saias, bermudas acima do joelho, camisetas ca-vadas, blusas de alcinha e muito decota-das aparecendo as costas e os seios, chi-nelo, shorts, roupas transparentes, entre outros. O respeito e a postura revelam o interior de cada um. Temos visto muita gente seminua nas celebrações, e com isto se constata que as pessoas vêm perdendo o sentido do sagrado confundindo moda praia, moda rua, moda clube com a igreja.

9. Para uma fe-cunda participação nas celebrações é preciso chegar com antecedência. Gran-de parte dos fi éis se atrasa. Com raras ex-ceções, é uma falta de respeito para com aquele que nos chama a estar com Ele e com os demais irmãos. Não é válida a mis-sa para quem chega atrasado e principal-mente é falta de respeito ir para a � la da comunhão. A celebração tem uma estru-tura e deve ser vivida na íntegra. Vejo que muitos não têm senso de espaço e de tem-po sagrado. É preciso disciplina nas coisas de Deus. Assim como chegamos pontual-

Diante desta pequena introdução aos mistérios que celebramos, que-remos esclarecer alguns pontos que sem dúvida melhorarão muito nossa participação na Sagrada Liturgia na comunidade:

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mente para o trabalho devemos chegar às celebrações. Em nossa comunidade não esperamos ninguém para começar os ser-viços litúrgicos, prezamos pela pontuali-dade. Mas deixo claro que a consciência é de cada um com Deus e é o que há de mais sagrado no ser humano. Bons cristãos são cristãos conscientes! O mandamento da igreja é claro: “participar da missa inteira nos domingos e festas de guarda” e não pela metade.

10. Ao entrar no templo deixe lá fora a correria, a bagunça, a agitação e os pro-blemas da vida cotidiana. A Igreja é lugar para estar com Deus. Por isso, é importan-te chegar com antecedência e se preparar bem para a celebração. Tire alguns mo-mentos para oração pessoal e se houver barulhos indesejáveis no templo com os grupos de canto, pessoas na porta da igre-ja, vocês tem o dever de chamar a atenção dos mesmos exigindo silêncio.

11. Os grupos de canto deverão parar o ensaio 20 minutos antes das missas e se for necessário executar somente músicas que levem o fi el à oração e contemplação.

12. Desligue o celu-lar ou coloque na posi-ção silencioso ou vibrar ao entrar na igreja para que não haja dispersão durante a celebração e se precisar atendê-lo saia discretamente.

13. Pais e mães com crianças peque-nas fi quem atentos; é importante que vocês tragam os fi lhos desde cedo para a igreja. Mas, se a criança chorar ou estiver inquieta podem levá-la na sacristia ou em algum espaço que não atrapalhe os fi éis. Às vezes o simples fato de andar com ela já resolve o problema.

14. Pessoas portadoras de defi ciên-

ção silencioso ou vibrar

discretamente.

cia, locomoção, pais com carrinho de bebê temos uma rampa na entrada lateral da igreja, se esti-ver fechada solicite ao guarda para abri-la.

15. Pessoas que por algum motivo não se sentirem bem durante as cerimô-nias devem ser levadas à sacristia para maior conforto, solicitação de médicos (se precisar) e caixa de primeiros socorros.

16. Pedimos a gentileza de não entrarem com animais dentro da igreja e nem mascan-do chicletes, balas, doces, comidas e bebidas

em geral. Disponi-bilizamos lixeiras no interior da igreja para que não grude chi-cletes em baixo dos bancos e nem deixe lixo espalhado.

Estas orientações são para facilitar nossa pertença às coi-

sas de Deus e celebrarmos com dignidade os Santos Misté-

rios. O amor está na raiz de todas as coisas, sem ele relaxa-

mos e perdemos o sentido do sagrado. Acredito que vamos

à Igreja para nos abastecer de Deus e assim orientarmos com

renovado ardor nossa vida.

Uma liturgia mal preparada mata o sagrado, bem como

pessoas desconectadas e sem disciplina não conseguem ce-

lebrar com amor. Muitos criticam as celebrações das missas

e os ritos dizendo que são frias e sem sentido, mas também

não conhecem suas partes e não fazem nada para mudar

suas atitudes. Para amar é preciso conhecer, se envolver, bus-

car formação e não apenas se contentar com o básico. Um

bom cristão aprofunda sua fé e vai de encontro com as ori-

gens do mistério que se celebra.

Fiquem atentos aos momentos de formação que a paró-

quia proporciona e seja um cristão ativo; os passivos só cri-

ticam e nunca estão contentes, pois são vazios. Estes são os

cristãos católicos de nome, descomprometidos e frustrados.

Espero que tenhamos novas posturas em relação ao nos-

so comportamento na igreja e nas celebrações. Conto com a

preciosa contribuição e sugestão de cada um para dinami-

zarmos nossa liturgia. Juntamente com a Pastoral Litúrgica

estou aberto a ouvi-los e atendê-los e corresponder ao que

estiver ao meu alcance para ser um bom pastor.

Agradeço por vocês participarem de nossa comunidade e

pelo testemunho generoso de cada família que vem ao Cora-

ção de Maria em busca de Cristo Ressuscitado. Deus os aben-

çoe e os proteja sempre.

In Matris Corde.

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Contatos com as pastorais e movimentos da Paróquia Coração de Maria:

Catecumenato | [email protected]

Centro Social | [email protected]

Pastoral da Juventude | [email protected]

Legião de Maria | [email protected]

Leigos Claretianos | [email protected]

Movimento Familiar Cristão | [email protected]

Movimento de Irmãos | [email protected]

Pastoral da Comunicação | [email protected]

Pastoral Catequética | [email protected]

Pastoral da Liturgia | [email protected]

Pastoral do Batismo | [email protected]

Pastoral do Dízimo | [email protected]

Pastoral dos Enfermos | [email protected]

Pastoral Familiar | [email protected]

Renovação Carismática Católica | [email protected]

Rosário Perpétuo | [email protected]

Ofi cina de Oração e Vida | [email protected]

Pastoral do Canto | [email protected]

Ministros Extr. da Sagrada Eucaristia | [email protected]

Movimento das Capelinhas | [email protected]

Apostolado da Oração | [email protected]

Comunicação Secretaria Paroquial | [email protected]

Comunicação com o pároco | [email protected]

Av. P. Getúlio Vargas, 1193 - Rebouças – Curitiba/PR

www.pjvcmf.com.br

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In Matris Corde | Paróquia Imaculado Coração de Maria 35

Imaculado Coração de Maria?Você quer ser um fi lho do

Av. P. Getúlio Vargas, 1193 - Rebouças – Curitiba/PR

www.pjvcmf.com.br

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As vestes sagradas fazem parte de um rico contexto de símbolos litúrgicos, que de uma maneira implícita, enriquecem e contribuem para a participação do homem na vivência litúrgica.

A eficácia simbólica das vestes em relação ao culto é testemunhada já na primeira aliança; o livro Eclesiástico descreve o sumo sacerdote no ato de apresentar as oferendas: “quando vestia os paramentos solenes, quando se paramentava com os ornamentos mais bonitos, ao subir os degraus do santo altar dos sacrifícios enchia de glória o Santuário” (Eclo 50, 11-12). A beleza das vestes deve estar de acordo com uma vivência concreta no ministério, para que não se torne vaidade ou ostentação. O Missal Romano (335) evidencia uma dupla função das vestes litúrgicas: manifestar exteriormente a distinção dos deveres dos membros do corpo místico de Cristo e contribuir para a beleza da Celebração.

O amor a Liturgia nos conduz a uma constante busca pela beleza, que se concretiza nas vestes confeccionadas com amor, cuidado, zelo e dedicação. A confecção destas vestes sagradas não é uma tarefa fácil, pois pede sensibilidade, conhecimento histórico, compreensão do valor revelativo dos paramentos, ou seja, a realidade ministerial e a beleza que sempre acompanham as obras de Deus. Isto é o que coloca nosso atelier a serviço da beleza do celebrar cristão.

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As linhas verticais fazem referência a Ressureição

e a Ascensão de Jesus Cristo.

Os sete traços bordadosem prata retratam a

dimensão de perfeição.

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e a Ascensão de Jesus Cristo.

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Família Arte Sacro e Papa Bento XVI em sua visita ao Brasil.

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