Ilu4 momentos memoráveis - o nu

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Momentos Memoráveis: O Nu (1946 – 1962) Amanda Petry, Angelo Bonini, Gisele Rossoni, Omar Nunes, Robson Alves e Samara Celi Iluminação IV: Fotografia Comercial – 2016/2 Curso Superior de Tecnologia em Fotografia – ULBRA Professor: Fernando Pires

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Momentos Memoráveis:O Nu

(1946 – 1962)

Amanda Petry, Angelo Bonini, Gisele Rossoni,Omar Nunes, Robson Alves e Samara Celi

Iluminação IV: Fotografia Comercial – 2016/2Curso Superior de Tecnologia em Fotografia – ULBRA

Professor: Fernando Pires

1946 – Edward Weston ganha uma retrospectiva de sua obra no Museum of Modern Art de Nova York, que inclui seus nus.

Em fevereiro de 1946, o Museu de Arte Moderna de Nova York inaugura uma grande retrospectiva de obras do fotógrafo americano Edward Weston (1886 – 1958), incluindo alguns de seus nus.

Ele e o fotógrafo Beaumont Newhall selecionaram 313 cópias para a exposição e, eventualmente, 250 fotografias foram exibidas juntamente com 11 negativos.

Weston realizou diversos estudos de nu de suas esposas e amantes ao longo de sua carreira. Começou a fotografar modelos nuas pelas primeira vez em 1920, aproximadamente. A fotógrafa italiana Tina Modotti foi uma das primeiras a aceitar posar nua para ele. Ela tornou-se sua principal modelo pelos anos seguintes.

Foi diagnosticado com a doença de Parkinson em 1947. Parou de fotografar logo depois e veio a falecer em 1958.

1946 – Imogen Cunningham fotografa Grávida nua, Happy Valley, numa época em que fotografias de gestantes nuas eram um tema incomum na cultura americana.

Quando Imogen Cunningham apresentou pela primeira vez suas fotos de nu, ela confrontou-se com o conservadorismo da era pós-vitoriana, com a qual lutou contra, através de suas observações do corpo humano de crianças querubim até as curvas volumosas de mulheres grávidas.

Com sua ousada liberdade, ela certamente tinha razão quando declarou: "você pode dizer que eu inventei o nu."

1947 – Harry Callahan começa a realizar estudos protagonizados por sua mulher, Eleanor, aos quais daria continuidade por toda a sua carreira.

Harry Callahan (1912 – 1999) era mais conhecido como fotógrafo de cenas urbanas, porém, ao longo de sua carreira, também criou uma série de estudos de sua esposa Eleanor – e, mais tarde, de sua filha Barbara. Eleanor posou nua para muitos desses estudos, tanto em ambientes fechados quanto ao ar livre.

A série fotográfica produzida em Aix-En-Provence volta grande parte de sua atenção para às paisagens, porém, em vários desses trabalhos, o corpo de Eleanor pode ser visto.

Sua figura lança uma sombra espectral sobre os atmosféricos estudos da natureza de seu marido; a série possui um ar quase surrealista e é prova do interesse de Callahan por experimentos técnicos que lhe permitissem alcançar novos tipos de efeitos e sobreposições.

1949 – No verão, entre encomendas de fotografias de moda, Irving Penn começa a produzir seus nus de mulheres com corpos flexíveis e opulentos.

Por volta de 1950, Irving Penn era fotógrafo de retratos e moda da Vogue, mas já tinha feito, privativamente, uma grande série de nudes experimentais - um trabalho mais pessoal e menos conhecido, em uma tentativa de diferenciar o comercial da arte.

Durante a semana, ele fotografava modelos para a revista, mas nos finais de semana e durante a noite ele fazia trabalhos com mulheres nuas. Criando fotografias não ortodoxas, ele fotografava mulheres encorpadas, relembrando das formas e espírito de antigos deuses da fertilidade.

Através de seus projetos independentes, ele mudou a imagem do corpo feminino com honestidade. O potencial erótico das imagens ficava em segundo plano, não por serem desprovidos de graça, mas pela técnica da câmera escura.

‘Corpos Terrestres’, projeto que realizou em 1949, mostrava a realidade e diversidade do corpo. Executado durante intensas sessões de modelagens, Penn mostrou figuras distorcidas e em poses estranhas. Longe da perfeição das capas de revistas, a série surgiu como uma surpresa.

Destacando a feminilidade e a fertilidade, Penn usou sua câmera para capturar os corpos como esculturas bem moldadas, sozinhas no espaço, centralizadas no universo. Nenhuma face podia ser visto, nenhum retoque era necessário.

As fotos foram consideradas problemáticas por muitos, que não viam razão para fugir da beleza padrão existente. Mesmo sendo exposto em galerias apenas em 1980, ‘Corpos Terrestres’ ainda continuou cercado de controvérsia.

1950 – Josef Breitenbach dá início à sua série de nus intitulada This Beautiful Landscape (Esta bela paisagem).

1952 – Cunningham imprime seu trabalho Após o banho, que mostra uma figura feminina nua – um tema recorrente ao longo de sua carreira.

Imogen Cunningham foi uma fotógrafa dos Estados Unidos, conhecida pelas suas fotografias de temas botânicos, de nus e de cenas urbanas. Ela fotografou por diversas vezes seu marido Roi Partridge, trabalho que escandalizava a conservadora sociedade.

Cunningham passou a se concentrar na forma feminina após uma série de nus de seu marido serem considerados obscenos.

1953 – Um dos nus fotográficos da atriz Marilyn Monroe realizados por Tom Kelley em 1949 é publicado na primeira edição da Playboy.

A sessão fotográfica com Marilyn Monroe, feita pelo fotógrafo Tom Kelley (1914 – 1984), teve seu início em um acidente de carro entre os dois. Tom emprestou 5 dólares para a gasolina e deu um cartão de visitas para Marilyn. Meses após o acidente, Marilyn foi até o estúdio do fotógrafo para realizar as fotos.

As imagens ficaram em um arquivo durante algum tempo, e foram vistas pela primeira vez em um calendário que não obteve grande sucesso. Em 1953, Hugh Hefner comprou os negativos para que fosse lançada a revista Playboy, sendo Marilyn Monroe a primeira musa da capa.

54.000 exemplares da revista foram vendidos em apenas 3 semanas.

Com apenas 22 anos, Marilyn se tornou o símbolo sexual do século XX e recebeu 45 dólares pela sessão de fotos, sendo que devolveu os 5 que Tom havia lhe emprestado.

1960 – Jean-Philippe Charbonnier fotografa artistas nuas nos camarins da casa de espetáculos Folies Bergére, em Paris.

O fotógrafo francês Jean-Philippe Charbonnier (1921-2004) viajou pelo mundo fotografando grandes eventos, pessoas famosas e a realidade e cotidiano da população.

Suas fotografias são consideradas documentos históricos que mostram a transformação da sociedade francesa entre 1945 e 2004.

Em 1950, foi nomeado repórter da revista Réalités , se especializando em histórias cotidianas do modo de vida francês.

Em 1960, Charbonnier fotografou dançarinas nuas nos camarins da casa de espetáculos Folies Bergére, em Paris.

1960 – O artista Yves Klein dá início a uma série de performances nas quais utiliza mulheres nuas como pincéis vivos para criar suas “antropometrias” (corpos pintados).

A forma de Yves Klein fazer arte se resume em três palavras: cor, corpo e imaterial.

Paralelamente às suas pinturas convencionais, Klein, em um dos seus momentos mais emblemáticos, usou três modelos como pincéis. As três mulheres nuas se besuntavam com a tinta - azul Klein - e se esfregavam na tela para formar imagens, tudo isso acompanhado de uma pequena orquestra que executava a “Sinfonia Monótona”: uma sinfonia de uma única nota criada por ele mesmo em 1949.

Mais do que questionamentos filosóficos acerca da arte e da vida, Klein anunciava um novo tipo de fazer artístico que estava de acordo com as mudanças do seu tempo. Instalações artísticas, performances e a mescla de diversas artes representavam melhor o inicio da pós-modernidade e do seu vazio.

1961 – Eikoh Hosoe publica Otoko to Onna (Homem e Mulher), contendo retratos nus.

O fotógrafo japonês Eikoh Hosoe é conhecido por suas imagens de forte carga psicológica, explorando temas como a morte, a obsessão erótica e irracional. 

Em 1961, Hosoe cria a obra Otoko to Onna, que trata o corpo humano como um objeto nu, que representa de maneira viva o drama da rivalidade entre os dois sexos em igualdade de condições.

1961 – É lançado o livro fotográfico de nus femininos de Bill Brandt, Perspective of Nudes (Perspectiva de nus). Ao utilizar uma câmera antiga, ele distorce as formas femininas.

Entre 1945 e 1960, o fotógrafo Bill Brandt (1904 – 1983) trabalhou em uma série de nus que culminou no livro fotográfico Perspective of Nudes (1961). Por meio desses nus, Brandt pôde explorar seu interesse pelo surrealismo, que surgiu quando foi assistente no estúdio de Man Ray, em Paris.

O trabalho marca uma nítida ruptura em relação a suas fotografias documentais de cunho social, realizadas antes e durante a Segunda Guerra Mundial.

Brandt utilizava uma câmera antiga de lente grande-angular para tirar suas fotografias de nu, pois o aparelho oferecia uma distorção visual das formas femininas.

Tiradas de ângulos inesperados, as fotografias desse período envolvem a anatomia feminina em jogos de luz e sombra em alto contraste e sempre em preto e branco. Muitas vezes os corpos adquirem a aparência de esculturas ou se camuflam na paisagem.

1962 – Ruth Bernhard realiza Dentro da caixa, horizontal, mostrando uma mulher nua deitada dentro de uma caixa de papelão.

A ideia para a foto Dentro da caixa – horizontal surgiu quando Ruth adquiriu um novo ampliador fotográfico, pouco antes de sua modelo chegar ao estúdio. Ela decidiu então colocar a modelo na caixa de papelão do ampliador. O resultado é um nu sensual, escultural e idealizado, onde há uma interação entre a geometria rígida da caixa e as linhas suaves e sensuais do corpo feminino. A obra foi criada com objetivo de isolar, simplificar e dar ênfase à forma com a maior clareza possível.

Ruth Bernhard (1905 – 2006) foi uma das poucas fotógrafas do século XX a demonstrar que o nu feminino poderia ser um gênero em que artistas mulheres também poderiam se destacar.

Foi por acaso que esse se tornou seu tema de estudo, quando ela, em 1934, fotografou uma amiga nua, sentada dentro de uma grande bacia de aço. Tal imagem, chamada Embryo, despertou seu interesse pelo estudo das formas femininas. Tal forma de arte a acompanhou por toda a vida e a tornou reconhecida mundialmente.

As obras de Ruth Bernhard retratam suas modelos em poses modestas, não havendo expressões faciais. Suas obras tem o intuito de mostrar a forma feminina como algo repleto de graça, inocência e beleza.

Fontes:

http://edward-weston.com/edward-weston/

https://www.1stdibs.com/creators/edward-weston/art/photography/nude-photography/

http://theredlist.com/wiki-2-16-601-784-view-nude-body-profile-cunningham-imogen.html

https://pt.wikipedia.org/wiki/Imogen_Cunningham

http://www.artnews.com/2009/10/01/when-irving-penn-shot-real-women/

https://en.wikipedia.org/wiki/Jean-Philippe_Charbonnier

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-47142015000100011

http://blog.olhares.com/10-fotografias-de-nus-que-fizeram-historia/

http://obviousmag.org/archives/2011/06/yves_klein_-_o_vazio_em_cada_um.html

http://www.cadadiaunfotografo.com/2009/12/eikoh-hosoe.html

http://foto.espm.br/index.php/sem-categoria/mestres-da-fotografia-bill-brandt/

http://collections.vam.ac.uk/item/O144634/in-the-box-horizontal-photograph-ruth-bernhard/

Livro Tudo sobre Fotografia, Juliet Hacking. Rio de Janeiro: Sextante, 2012. Páginas 360 à 363.