GERENCIAMENTO DE RECURSOS HUMANOS: EQUIPES DE ALTO …

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THIAGO MARQUES DE OLIVEIRA GOES GERENCIAMENTO DE RECURSOS HUMANOS: EQUIPES DE ALTO DESEMPENHO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso MBA em Gerenciamento de Projetos, de Pós- Graduação lato sensu, Nível de Especialização, da FGV/IDE como pré- requisito para a obtenção do título de Especialista. Orientador: Arnaldo Lyrio Barreto Maringá PR 2019

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THIAGO MARQUES DE OLIVEIRA GOES

GERENCIAMENTO DE RECURSOS HUMANOS:

EQUIPES DE ALTO DESEMPENHO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso MBA em Gerenciamento de Projetos, de Pós-Graduação lato sensu, Nível de Especialização, da FGV/IDE como pré-requisito para a obtenção do título de Especialista.

Orientador: Arnaldo Lyrio Barreto

Maringá – PR

2019

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FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS

PROGRAMA FGV MANAGEMENT

MBA EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS

O Trabalho de Conclusão de Curso GERENCIAMENTO DE RECURSOS HUMANOS:

EQUIPES DE ALTO DESEMPENHO elaborado por Thiago Marques de Oliveira Goes

e aprovado pela Coordenação Acadêmica do curso de MBA em Gerenciamento de

Projetos, foi aceito como requisito parcial para a obtenção do certificado do curso de

pós-graduação, nível de especialização do Programa FGV Management.

Maringá, 20 de novembro de 2019.

André Barcaui

Coordenador Acadêmico Executivo

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RESUMO

A execução de um projeto depende diretamente das pessoas que trabalham no

mesmo, e o êxito ou fracasso deste projeto está nas mãos da equipe que o

desenvolve. Hoje é um grande desafio o gerenciamento de recursos humanos de um

projeto, o gestor além de suas atribuições deve estar atento a gestão das equipes.

Além disso, os projetos estão sendo inseridos em ambientes de crescente

competição, eficiência e qualidade. Neste trabalho, foi conduzido um estudo

bibliográfico sobre o gerenciamento de recursos humanos contemplando os principais

aspectos e boas práticas descritas no PMBOK, buscando conhecer os tipos de equipe,

suas características, etapas de formação, desenvolvimento e gestão. Dentre os tipos

de equipes descrito neste estudo, destacamos as equipes de alto desempenho,

apresentando suas características, formação e o desenvolvimento que é um tipo de

equipe muito desejada pelas organizações globalizadas.

Palavras-Chave: gestão; recursos; humanos; projetos; equipes; desempenho.

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ABSTRACT

A project execution depends directly on the people that work on it and the

success or failure is on the hands of the development team. A project's resource

management is a big challenge these days. The manager must be aware of teams

management besides his duties. Beyond that, the projects are being inserted in

environments of increasing competition, efficiency and quality. In this work, a

bibliographical study was conducted about resource management encompassing the

main aspects and good practices described in PMBOK. A study of teamwork was

carried out with the objective of knowing the types of team, their characteristics, stages

of formation, development and management. Among the types of team described in

this study, we highlighted the high performance teams with the purpose of

understanding their characteristics, their formation and their development, as this is a

type of team much wanted by the globalized organizations.

Keywords: management; resources; humans; projects; teams; performance.

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LISTA DE FIGURAS E TABELAS

Figura 1 - Ciclo de vida de um projeto ............................................................ 12

Figura 2 - Planejar o gerenciamento dos recursos humanos: entradas,

ferramentas e técnicas, e saída ................................................................................ 19

Figura 3 - Mobilizar a equipe do projeto: entradas, ferramentas e técnicas, e

saídas ........................................................................................................................ 22

Figura 4 - Desenvolver a equipe do projeto: entradas, ferramentas e técnicas,

e saídas ..................................................................................................................... 26

Figura 5 - Gerenciar a equipe do projeto: entradas, ferramentas e técnicas, e

saídas ........................................................................................................................ 30

Figura 6 - Etapas de transição da equipe ....................................................... 35

Figura 7 - Fases do desenvolvimento de equipes .......................................... 37

Figura 8 - O que fazer para liderar uma equipe durante as fases de

desenvolvimento ....................................................................................................... 39

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 9

1.1. O tema e o problema ..................................................................................................... 9

1.2. Objetivos ........................................................................................................................... 9

1.3. Delimitação .................................................................................................................... 10

1.4. Relevância....................................................................................................................... 10

1.5. Tipo de Pesquisa .......................................................................................................... 11

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................ 12

2.1. Projetos............................................................................................................................ 12

2.2. Gerenciamento de projetos ...................................................................................... 14

2.3. Gerente de projetos ..................................................................................................... 15

2.4. Gerenciamento dos recursos humanos do projeto .......................................... 16

2.4.1. Planejar o gerenciamento dos recursos humanos ...................................... 19

2.4.2. Mobilizar equipe do projeto ................................................................................ 21

2.4.3. Desenvolver a equipe do projeto ....................................................................... 25

2.4.4. Gerenciar a equipe do projeto ............................................................................ 29

2.5. Trabalho em equipe .................................................................................................... 32

2.5.1. Equipes e suas características ............................................................................ 33

2.5.2. Formação de equipes ............................................................................................. 34

2.5.2.1. Etapas de transição de uma equipe .................................................................. 35

2.5.2.2. Fases de desenvolvimento de equipe .............................................................. 37

2.5.3. Tipos de equipes ...................................................................................................... 39

3. Equipes de alto desempenho ............................................................................... 42

3.1. Características de EAD ............................................................................................... 43

3.2. Competências de um líder de EAD ......................................................................... 46

3.3. Competências dos membros de EAD ..................................................................... 47

3.4. Desenvolvimento de EAD .......................................................................................... 49

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3.4.1. Comunicação e feedback ....................................................................................... 49

3.4.2. Team Building .......................................................................................................... 51

3.4.3. Gestão de indicadores de resultados para EAD ............................................ 52

4. CONCLUSÃO .................................................................................................................... 54

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 56

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1. INTRODUÇÃO

1.1. O tema e o problema

Segundo Tonet (2009), com o acirramento da globalização as tradicionais

fronteiras setoriais vêm forçando cada vez mais as organizações a buscarem formas

de se manter inovadoras e competitivas. Atualmente, a melhoria de produtividade,

redução de custos, cumprimento de prazos, satisfação do cliente estão ancorados no

desempenho de pessoas, que podem estar reunidas em equipes.

De acordo com a pesquisa de Tendências de Capital Humano (SCHWARTZ,

2016), empresas com modelo tradicional de pirâmide para o desenvolvimento de

liderança não produzem líderes o suficiente para suprir as demandas de negócios. E

para atender as necessidades, muitas vezes líderes despreparados precisam assumir

ou formar equipes sem o devido conhecimento das boas práticas de gerenciamento

de recursos humanos.

Dessa forma, é evidente que o uso de metodologias para concepção de

equipes pode contribuir efetivamente em um projeto, pois este é um fator crucial para

o sucesso de uma organização, assim como um projeto.

1.2. Objetivos

O objetivo geral deste trabalho é realizar um estudo no âmbito do

gerenciamento de recursos humanos de um projeto e equipes de alto de desempenho

em projetos.

Para alcançar os objetivos gerais deste trabalho serão tratados os seguintes

objetivos específicos:

i) Estudo geral sobre o gerenciamento de recursos humanos sob a ótica do

PMI;

ii) Estudo sobre os conceitos, tipos e características de equipes;

iii) Estudo sobre características e formação de trabalho em equipe;

iv) Estudo sobre os tipos de equipes e características, habilidades de uma

equipe de alto desempenho;

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v) Estudo sobre a formação, desenvolvimento e gestão de equipes de alto

desempenho.

1.3. Delimitação

Este trabalho está delimitou-se à avaliação das boas práticas de gerenciamento

de recursos, com foco no desenvolvimento e gerenciamento de equipes de alto

desempenho. Para isto, será realizado um estudo do gerenciamento de recursos

humanos sob a óticas do PMI e desenvolvimento de equipes de alto desempenho.

1.4. Relevância

Segundo Finamor (2015), a valorização do trabalho em equipe nos ambientes

organizacionais não era comum até a metade do século passado, entretanto isso vem

mudando com o passar do tempo e com o aumento da maturidade das empresas, o

trabalho em equipe vem se tornando essencial para que empresas globalizadas

tenham sucesso em seus projetos.

De acordo com Mcdermott (1999), as estruturas das organizações vêm se

transformando ao longo das décadas, onde o trabalho em equipe está sendo cada

vez mais utilizado deixando em relação aos modelos de divisão de tarefas individuais.

Dessa forma, para se adaptarem ao aumento de competitividade no mercado,

as empresas perceberam a necessidade de se reinventar e encontraram nas equipes

uma forma de desenvolver e aproveitar melhor os potenciais de seus colaboradores

(FINAMOR, 2015).

E como explicar que no decorrer do tempo o trabalho em equipe foi sendo

adotado com uma maior frequência? Finamor (2015) atribui essa mudança na

complexidade das tarefas a serem realizadas, que exigem diversas competências e o

trabalho de uma equipe responde melhor que uma atuação individual.

Robbins (2011) destaca que o esforço coordenado de uma equipe resulta em

sinergia positiva. O todo é maior do que a soma das partes, ou seja, as contribuições

individuais integradas resultam em um desempenho maior do que a atividade de um

participante trabalhando isoladamente.

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1.5. Tipo de pesquisa

Este trabalho tem como método de pesquisa teórico, baseando-se em revisões

bibliográficas, contemplando, principalmente o estudo do gerenciamento de recursos

com foco em equipes de alto desempenho.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. Projetos

Segundo a norma ABNT NBR/ISO 10006 (2006, p. 2), projeto é “um processo

único, consistido em um grupo de atividades coordenadas e controladas com datas

para início e término, empreendido para alcance de um objetivo conforme requisitos

específicos, incluindo limitações de tempo, custo e recursos.”.

Independente do porte de uma organização, a todo o momento ela se depara

com projetos, sejam internos ou externos. Projetos são considerados um meio de

organizar atividades que podem ser abordadas dentro dos limites de uma

organização, e são utilizados em todos os níveis organizacionais como forma de

atingir as metas e objetivos. (SOTILLE et al, 2010).

De acordo com o PMBOK (PMI, 2013), independente da complexidade ou do

resultado a ser alcançado, todos os projetos possuem um ciclo de vida comum,

conforme apresentado na figura 1.

Figura 1 - Ciclo de vida de um projeto

Fonte: PMBOK (PMI, 2013, p. 39).

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Existem uma infinidade de projetos de diversas áreas com ciclos de vida e fases

totalmente distintos. Os ciclos de vida e fases, geralmente, são determinados de

acordo com as práticas da indústria na qual está inserido o projeto e da organização

patrocinadora do projeto (VALLE et al, 2010).

E um projeto pode ser dividido em qualquer número de fases, e esse número é

aderente à natureza do trabalho a ser realizado, onde as fases são um conjunto de

atividades relacionadas de maneira lógica que conduza na conclusão de uma ou mais

entregas (PMI, 2013).

Não existe uma estrutura única e ideal que se aplica em todos os projetos.

Segundo o PMBOK (PMI, 2013, p. 42), “Embora práticas comuns no setor

normalmente levem à utilização de uma estrutura preferida, projetos no mesmo setor,

ou mesmo dentro da mesma organização, podem apresentar variações

significativas.”.

O PMBOK (PMI, 2013), define um conjunto de processos que podem ser

aplicados no gerenciamento de projetos. Esses processos se destacam por serem

boas práticas, e não significam que os processos podem ser aplicados de forma

uniforme em todos os projetos, entretanto a aplicação desses processos de acordo

com sua necessidade, podem aumentar as chances de sucesso em diversos tipos de

projetos.

Valle et al (2010), destaca que os processos estabelecem um ciclo, que pode

ser repetido muitas vezes ao longo do projeto. O autor apresenta de maneira

simplificada esse conjunto de processos que são agrupados em cinco categorias,

conhecidas como grupos de processos de gerenciamento de projetos. São eles:

• Grupo de processos de iniciação: São processos que formalizam a

existência de um projeto, o início do projeto, de uma fase, mobilização

de recursos mediante a autorizações da organização e o gerente de

projetos.

• Grupo de processos de planejamento: São processos que determinam

com um grau de precisão maior, o que deve ser feito, atividades como

definição do escopo, refinar os objetivos e definir a linha de base do

projeto, ou seja, são os processos de planejamento para a execução do

trabalho necessário para alcançar os objetos do projeto.

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• Grupo de processos de execução: São processos realizados para

executar o trabalho definido no planejamento. Esta etapa é executada

por meio de integração de pessoas, organizações e recursos materiais

para satisfazer as especificações do projeto.

• Grupo de processos de monitoramento e controle: São processos que

auxiliam o acompanhamento e controle do progresso do projeto. Este

processo busca identificar desvios de escopo, desempenho e mudanças

necessárias, e quando constatadas, ações corretivas devem ser

tomadas.

• Grupo de processos de encerramento: São os processos que formalizam

o encerramento das atividades do projeto, validação dos critérios de

aceite das atividades, encerramento de contratos e desmobilização de

pessoas.

2.2. Gerenciamento de projetos

O gerenciamento de projetos é um conjunto de ferramentas gerenciais que

permitem que uma organização desenvolva um conjunto de habilidades, incluindo

conhecimentos e capacidade para controle de eventos únicos dentro de um cenário

de tempo, custo e qualidade predeterminados (VARGAS, 2005).

O PMBOK (PMI, 2013) define que o gerenciamento de projetos é a aplicação

de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades de um projeto

com a finalidade de atender os seus requisitos.

O gerenciamento de projetos proporciona inúmeras vantagens sobre as demais

formas de gestão, umas das principais vantagens, é que não existem restrições, o

gerenciamento de projetos pode ser aplicado a qualquer empreendimento de qualquer

complexidade, tamanho e linha de negócios (VARGAS, 2005).

De acordo com o PMBOK (PMI, 2013), as características e circunstâncias de um

projeto podem influenciar nas atividades que a equipe de projetos realmente precisa

se concentrar, e desta forma inclui alguns fatores, que não se limita apenas a:

• Identificação dos requisitos;

• Abordagem das diferentes necessidades, preocupações e expectativas das

partes interessadas no planejamento e execução do projeto;

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• Estabelecimento, manutenção e execução de comunicações ativas, eficazes e

colaborativas entre as partes interessadas;

• Gerenciamento das partes interessadas visando o atendimento aos requisitos

do projeto e a criação das suas entregas;

• Equilíbrio das restrições conflitantes do projeto que incluem, mas não se

limitam, a:

o Escopo;

o Qualidade;

o Cronograma;

o Orçamento;

o Recursos;

o Riscos.

Esses fatores possuem uma relação de tal forma que quando algum for

alterado, o outro terá grandes chances de ser afetado. E devido ao potencial das

mudanças em projetos, o desenvolvimento de um plano de gerenciamento deve ser

uma atividade contínua durante todo o ciclo de vida do projeto. E a elaboração

constante do plano, permite ao gerente de projetos e sua equipe de gerenciamento

de projetos um trabalho com nível de detalhes maior à medida que o projeto evolui

(PMI, 2013).

2.3. Gerente de projetos

Para que esse esforço temporário a ser empreendido gere o resultado

esperado, surge o papel do gerente de projetos, onde é necessário que seja

disponibilizada uma pessoa exclusivamente para liderar a equipe que será

responsável por alcançar os objetivos do projeto (PMI, 2013).

Para que o sucesso de um projeto seja alcançado, o gerenciamento de

recursos humanos desempenha um papel fundamental. Conforme Raj (2010. p. 39)

“os gerentes de projetos carregam um fardo pesado de responsabilidades e, para dar

conta de todas elas, requer-se uma combinação de habilidades administrativas,

gerenciais, analíticas e interpessoais.”

Ainda citando Raj (2010), as competências de um gerente de projetos podem

ser distribuídas em três áreas:

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• Conhecimento: ter conhecimentos referente aos aspectos técnicos da

área de negócio do projeto, para que possa compreender o produto ou

serviço a ser entregue. Além disso, conhecimentos de domínio geral,

práticas, processos e metodologias de gerenciamento de projetos;

• Habilidades: é a capacidade de aplicar seus conhecimentos buscando

atender os objetivos do projeto de forma eficiente e eficaz. Essas

habilidades são definidas de acordo com o tamanho do projeto,

complexidade e contexto organizacional. Ainda assim, um gerente de

projetos pode não possuir todas habilidades necessárias para execução

do projeto, no entanto, ele irá depender de outras pessoas para

execução de tarefas específicas;

• Atitudes: é a predisposição do gerente de projetos decidir se irá aplicar

ou não suas habilidades e conhecimentos. Incluindo motivação e

dedicação frente as atividades e situações decorrentes de um projeto. É

importante que o gerente de projetos demonstre as atitudes esperadas

perante as partes interessadas no projeto.

Em todos os projetos, desde o mais simples até os mais complexos, são

realizados em diversas linhas de negócios, o gerente de projetos deve promover

continuamente a integração dos recursos humanos e materiais para alcançar um

objetivo (VALLE et al, 2010).

2.4. Gerenciamento dos recursos humanos do projeto

Segundo o PMBOK (PMI, 2013), o gerenciamento dos recursos humanos do

projeto inclui processos que permitem organizar, gerenciar e conduzir a equipe do

projeto. A equipe do projeto consiste em pessoas com papéis e responsabilidades

designadas para o planejamento e execução do projeto, onde os membros dessa

equipe possuem determinados conhecimentos, habilidades e atitudes. Os integrantes

podem atuar em tempo integral ou parcial, assim como ser acrescentados ou

removidos da equipe à medida que o projeto progride.

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A área de gerenciamento de recursos humanos do projeto é complexa e

subjetiva, seu principal objetivo é alocar os recursos de forma eficiente de acordo com

as necessidades do projeto (RAJ, 2010).

Para Vargas (2005, p. 85), “o gerenciamento de recursos humanos tem como

objetivo central fazer o melhor uso dos indivíduos no projeto. Como se sabe, as

pessoas são o elo central dos projetos e o seu recurso mais importante.”. São as

pessoas que definem metas, realizam o planejamento, organizam o trabalho,

produzem os resultados, coordenam e controlam as atividades de um projeto

utilizando seus conhecimentos, habilidades técnicas e sociais.

Os processos de gerenciamento de recursos humanos apresentados pelo

PMBOK (PMI, 2013), permitem que o gerente de projetos desenvolva o planejamento,

desenvolvimento e a gestão das pessoas de um projeto, são eles:

• Planejar o gerenciamento dos recursos humanos: É o processo que

identifica e documenta os papéis, responsabilidades, habilidades

necessárias e relações hierárquicas, além da criação de um plano de

gerenciamento do pessoal.

• Mobilizar a equipe do projeto: É o processo que confirma a

disponibilidade dos recursos humanos e obtenção da equipe necessária

para terminar as atividades do projeto.

• Desenvolver a equipe do projeto: É o processo de melhoria das

competências, da interação e do ambiente geral da equipe com o fim de

aprimorar o desempenho do projeto.

• Gerenciar a equipe do projeto: É o processo que acompanha o

desempenho dos membros da equipe, fornece feedback, resolve

problemas e gerencia mudanças para otimizar o desempenho do projeto.

Vargas (2005) defende que o plano de gerenciamento dos recursos

humanos deve conter os procedimentos que serão utilizados no decorrer do projeto

para todos os recursos humanos empregados, onde devem ser documentados:

• Título do projeto;

• Nome da pessoa que elaborou o documento;

• Organograma do projeto mostrando a estrutura hierárquica do time do

projeto, incluindo os elementos das estruturas matriciais relacionados;

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• Diretório do time do projeto contendo todas as informações dos recursos

humanos do projeto, incluindo cargo, área de atuação e contrato;

• Matriz de responsabilidades relacionando os elementos da EAP com os

integrantes do time;

• Políticas com relação a novos recursos, realocação e substituição de

membros do time;

• Políticas de treinamento;

• Critérios de avaliação de resultados;

• Critérios de bonificação da equipe;

• Frequência de avaliação consolidada dos resultados do time;

• Alocação financeira para o gerenciamento dos recursos humanos;

• Administração do plano de gerenciamento dos recursos humanos;

• Nome do responsável pelo plano;

• Frequência de atualização do plano de gerenciamento dos recursos

humanos;

• Outros assuntos relacionados ao gerenciamento de recursos humanos

não previstos no plano;

• Registro de alteração no documento;

• Aprovações.

Para assegurar que o gerenciamentro de recursos humanos garanta o sucesso

de um projeto, Galbraith (1995), citado por Vargas (2016), apresenta duas premissas

que asseguram afirmativa:

• Pessoas influenciam o sucesso ou fracasso do projeto;

• Os problemas do projeto somente podem ser resolvidos por pessoas.

É fato que o gerenciamento de pessoas é um processo complexo e subjetivo,

e o principal objetivo é estimar, organizar, alocar e gerenciar os recursos possibilitando

sua utilização da maneira mais efetiva (RAJ, 2010).

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2.4.1. Planejar o gerenciamento dos recursos humanos

De acordo com o PMBOK (PMI, 2013, p. 258), “planejar o gerenciamento de

recursos humanos é o processo de identificação e documentação de papéis,

responsabilidades, habilidades necessárias e relações hierárquicas do projeto, além

de um plano de gerenciamento pessoal.”.

Vargas (2005) contextualiza que no passado a maioria dos projetos se

preocupavam exclusivamente com os aspectos técnicos, entretanto os aspectos

humanos, que poderiam conduzir o projeto aos mesmos ganhos do desenvolvimento

técnico, eram deixados em segundo plano.

Todo projeto necessita de pessoas para sua execução e controle, e uma equipe

mal dimensionada representa uma ameaça. Por isso o gerente de projetos deve

buscar apoio dos patrocinadores para que a equipe seja constituída e desmobilizada

nos momentos adequados (XAVIER et al, 2009).

O objetivo do processo de planejar o gerenciamento de recursos é relacionar

todas as atividades do projeto ao ciclo de vida dos recursos humanos. Ele é composto

por estimativas, definições de aquisições, como serão gerenciados, alocados e

quando serão desalocados. A figura 2, ilustra as entradas, ferramentas e técnicas, e

saídas do processo (PMI, 2013).

Figura 2 - Planejar o gerenciamento dos recursos humanos: entradas, ferramentas e técnicas,

e saída

Fonte: PMBOK (PMI, 2013, p. 258).

Raj (2010), destaca em seu livro que no momento da execução deste processo

surgem diversas questões, por exemplo, serão fornecidos recursos da própria

organização ou serão novas contratações? Serão necessários treinamentos? Os

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membros da equipe precisarão trabalhar em um único local ou poderão trabalhar

distribuídos? Quais serão os custos associados a cada perfil requerido?

As entradas que o PMBOK define para este processo, tem o objetivo de

apresentar respostas para as questões que surgirem durante o planejamento dos

recursos, segundo PMBOK (PMI, 2013), devem ser utilizadas as seguintes entradas:

• Plano de gerenciamento do projeto: é a principal referência, pois

descreve junto com seus planos auxiliares, o ciclo de vida do projeto, as

linhas de base, como os processos serão executados, controlados,

monitorados e encerrados, assim como todo o trabalho que será

executado para completar os objetivos do projeto (PMI, 2013).

• Requisitos de recursos das atividades: é a fonte para determinar as

necessidades de recursos humanos do projeto, ou seja, todo recurso

necessário para a realização de cada atividade dos pacotes de trabalho.

Nela pode incluir a base de estimativa para cada recurso, as premissas,

disponibilidades e quantidades necessárias (PMI, 2013).

• Fatores ambientais da empresa: são os fatores que podem influenciar o

processo de planejamento dos recursos. O PMBOK (PMI, 2013),

destaca alguns, mas não se limita, a: Cultura e estrutura da empresa;

Recursos humanos já existentes; Dispersão geográfica dos membros da

equipe; Infraestrutura; Políticas de administração pessoal e condições

do mercado.

• Ativos de processos organizacionais: são ativos relacionados aos

processos da empresa que podem impactar o processo de planejamento

dos recursos. O PMBOK (PMI, 2013), destaca alguns, mas não se limita,

a: Processos e políticas padronizadas da organização; Descrição de

cargos e papéis; Requisitos de comunicação; Procedimentos de

qualidades e regras em gerais para diversas áreas.

Com as entradas, o planejamento dos recursos humanos pode ser iniciado, e

para auxiliar na sua execução, o PMBOK (PMI, 2013) propõe o uso das seguintes

ferramentas, mas não se limitam, a:

• Organograma e descrição de cargos: organograma é a forma gráfica de

apresentar uma estrutura organizacional hierárquica do projeto. É

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indicado que seja complementado em formato texto, listas ou formulários

das responsabilidades, autoridade, competências e qualificações dos

membros da equipe (PMI, 2013).

• Rede de relacionamentos/Networking: é uma interação formal ou

informal com outras pessoas da organização, seja no setor ou no

ambiente profissional, essa é uma forma construtiva de coletar

informações que podem afetar o gerenciamento das pessoas. O

networking efetivo deve ser feito de forma natural, podendo ser útil no

início, assim como durante e após o encerramento do projeto (PMI,

2013).

• Opinião especializada: pode ser realizada por meio de consultas, como

pesquisa de opinião e grupos de discussões. Também é recomendado

a procura de uma especialista no assunto quando não tiver domínio de

como realizar o planejamento (PMI, 2013).

Alguns resultados que podem ser obtidos utilizando essas ferramentas, são:

requisitos e habilidades necessárias; descrições de papeis e responsabilidades,

quantidade de recursos para alcançar os objetivos, entre outros (PMI, 2013).

E por fim, como resultado deste processo, surge o plano de gerenciamento dos

recursos humanos, que irá fornecer as orientações, definições, quando mobilizar,

como gerenciar e por fim, quando liberar (PMI, 2013).

Os benefícios deste processo, são o estabelecimento dos papeis,

responsabilidades e organização da equipe, organograma do projeto, plano de

gerenciamento do pessoal, cronograma de mobilização e liberação do pessoal. Pois

um planejamento de recursos humanos eficaz deve considerar a disponibilidade ou a

concorrência por recursos escassos dentro da organização e até mesmo no mercado

de trabalho (PMI, 2013).

2.4.2. Mobilizar equipe do projeto

O processo de mobilizar a equipe do projeto é o momento de confirmação da

disponibilidade e obtenção dos recursos humanos necessários para concluir as

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atividades do projeto. A figura 3 ilustra as entradas, ferramentas e técnicas assim

como suas saídas (PMI, 2013).

Figura 3 - Mobilizar a equipe do projeto: entradas, ferramentas e técnicas, e saídas

Fonte: PMBOK (PMI, 2013, p. 267).

O principal objetivo deste processo, consiste na elaboração de um plano que

orienta a seleção dos membros da equipe assim como suas responsabilidades e

papéis, com a finalidade de obter uma equipe de sucesso (PMI, 2013).

O PMBOK (PMI, 2013) apresenta fatores importantes que devem ser

considerados no processo de mobilização da equipe do projeto, são eles:

• O gerente de projetos ou a equipe do projeto deve negociar com eficácia

e influenciar outras pessoas na posição de fornecer os recursos

necessários para o projeto (PMI, 2013).

• Deixar de mobilizar os recursos necessários para o projeto, pode afetar

o cronograma, orçamento, satisfação do cliente, entre outros fatores.

Recursos humanos ou capacidades insuficientes aumentam a

probabilidade de não atingir o objetivo ou levar ao cancelamento do

projeto (PMI, 2013).

• A falta de disponibilidade devido a restrições, fatores econômicos ou

designações anteriores para outros projetos. O gerente de projetos deve

considerar em seu planejamento a obtenção de recursos alternativos,

desde que não ocorra infrações de requisitos jurídicos, regulatórios,

obrigatórios ou outros critérios específicos do projeto (PMI, 2013).

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Conforme definido no PMBOK (PMI, 2013), as entradas deste processo têm o

objetivo de auxiliar a mobilização da equipe necessária para a execução das

atividades do projeto, são elas:

• Plano de gerenciamento dos recursos humanos: fornece orientações

sobre como os recursos humanos devem ser identificados, mobilizados

e liberados. Neste plano está incluso definições de papéis,

responsabilidades, competências, habilidades, organograma, plano de

gerenciamento das pessoas entre outras informações importante para o

engajamento dos membros da equipe (PMI, 2013).

• Fatores ambientais da empresa: são os fatores que podem influenciar o

processo de planejamento dos recursos PMBOK (PMI, 2013). Exemplos:

Cultura e estrutura da empresa; Recursos humanos já existentes e

Políticas de administração pessoal e de contratação.

• Ativos de processos organizacionais: são ativos relacionados aos

processos da empresa que podem impactar o processo de planejamento

dos recursos (PMI, 2013). Exemplos: Processos e políticas

padronizadas da organização; Descrição de cargos, papéis e regras em

gerais para diversas áreas.

Com as entradas, o processo de mobilização das pessoas pode ser iniciado, e

para auxiliar na sua execução, o PMBOK (PMI, 2013) propõe o uso das seguintes

ferramentas e técnicas, mas não se limitam, a:

• Pré-designação: Quando os membros da equipe são selecionados com

antecedência por serem considerados essenciais ou críticos para o

sucesso do projeto (PMI, 2013).

• Negociação: a capacidade para influenciar outras pessoas tem um papel

importante durante uma negociação, assim como questões políticas das

organizações envolvidas. A designação de pessoas é negociável, e

neste caso, o gerente de projeto irá negociar com:

o Gerentes funcionais;

o Demais equipes de gerenciamento de projetos da organização;

Page 24: GERENCIAMENTO DE RECURSOS HUMANOS: EQUIPES DE ALTO …

24

o Fontes externas a organização, como prestadores de serviços,

fornecedores, contratados externos, para então obter os recursos

humanos necessários. É necessária atenção especial ao

negociar políticas, práticas, processos, diretrizes, normas

técnicas entre outros critérios com partes externas (PMI, 2013);

o Contratação: por diversas razões, as organizações executoras,

pode não fornecer os recursos necessários para a execução do

projeto, dessa forma, os serviços poderão ser contratados de

fontes externas (PMI, 2013).

• Análise de decisão envolvendo critérios múltiplos: são critérios

desenvolvidos para classificar ou pontuar possíveis membros da equipe,

esses critérios são determinados de acordo com a importância relativa

das necessidades dentro das equipes. O PMBOK (PMI, 2013) apresenta

os seguintes critérios:

o Disponibilidade: Identificar se o membro da equipe estará

disponível para trabalhar dentro do prazo exigido.

o Custo: Verificar se existe acréscimo de custo e se está dentro do

orçamento recomendado.

o Experiência: Verificar se o membro da equipe possui experiência

relevante que irá contribuir no projeto.

o Capacidade: Verificar se o membro da equipe possui

competências necessárias para o projeto.

o Conhecimento: Considerar se o membro da equipe possui

conhecimentos aderentes ao negócio do cliente, tipo de projeto

entre outros conhecimentos essenciais.

o Habilidades: Determinar se o membro da equipe possui

habilidades relevantes a execução do projeto, implementações e

outras habilidades relevantes.

o Atitudes: Determinar se o membro da equipe possui habilidades

para trabalhar em equipe coesa.

De acordo com o PMBOK (PMI, 2013), o resultado deste processo irá gerar

três saídas:

Page 25: GERENCIAMENTO DE RECURSOS HUMANOS: EQUIPES DE ALTO …

25

• Designações dos membros da equipe: a documentação das

designações, memorandos para os membros da equipe, e inclusão dos

nomes em outras partes do gerenciamento do projeto, como

organogramas e cronogramas (PMI, 2013).

• Calendário de recursos: o calendário dos recursos deve apresentar a

disponibilidade cada membro da equipe para trabalhar no projeto. Pois

essa informação é essencial para a área de gerenciamento de tempo

calcular o prazo do projeto. Para um cronograma confiável, são

necessárias informações atualizadas das disponibilidades e restrições

de cada pessoa, incluindo fusos horários, horários de trabalho, férias,

feriados locais, compromissos com outros projetos, entre outras

indisponibilidades (PMI, 2013).

• Atualização do plano de gerenciamento do projeto: é necessário incluir

a atualização dos planos de gerenciamento do projeto, não se limitando

somente ao plano de gerenciamento de recursos humanos, pois podem

ter designações que alteram a estrutura, custos, cronograma entre

outros impactos que podem alterar o planejamento do projeto (PMI,

2013).

Para Xavier (2008), a mobilização dos membros da equipe deve considerar a

disponibilidade, qualificação, experencia específica, interesse pessoal e custo da mão

de obra. Destaca-se que o gerente de projetos deve atuar para minimizar os riscos

decorrentes de ausências por parte dos membros da equipe.

2.4.3. Desenvolver a equipe do projeto

Para Xavier (2008), o processo de desenvolver a equipe do projeto “significa

atuar sobre as competências individuais e sobre o relacionamento da equipe, de modo

a obter um desempenho mais adequado do projeto.”.

Desenvolver a equipe do projeto é considerado um processo de melhoria de

competências dos membros da equipe, assim como suas interações no ambiente

global do projeto e seu propósito é aprimorar o desempenho do mesmo, a figura 4,

ilustra as entradas, ferramentas e técnicas, e saídas do processo (PMI, 2013).

Page 26: GERENCIAMENTO DE RECURSOS HUMANOS: EQUIPES DE ALTO …

26

Figura 4 - Desenvolver a equipe do projeto: entradas, ferramentas e técnicas, e saídas

Fonte: PMBOK (PMI, 2013, p. 267).

Segundo o PMBOK (PMI, 2013), o objetivo deste processo é estimular o

trabalho em equipe eficiente, aprimorar habilidades interpessoais e competências dos

membros da equipe, motivação, diminuir taxas de rotatividade, entre fatores que

afetam o desempenho do projeto. Xavier (2008) cita que o objetivo é melhorar o

desempenho global da equipe, e que pode ser aferido por meio de indicadores, tais

como: contribuição das habilidades técnicas dos membros para a eficácia da equipe;

coesão; redução da rotatividade dos membros da equipe.

Conforme definido no PMBOK (PMI, 2013), as entradas deste processo têm o

objetivo de auxiliar no desenvolvimento da equipe do projeto, são elas:

• Plano de gerenciamento dos recursos humanos: fornece orientações

sobre como os recursos humanos devem ser identificados, mobilizados

e liberados. Neste plano está incluso definições de papéis,

responsabilidades, competências, habilidades, organograma, plano de

gerenciamento das pessoas entre outras informações importante para

engajamento dos membros da equipe (PMI, 2013).

• Designações do pessoal do projeto: fornece nomes, informações

referentes as designações de cada membro da equipe (PMI, 2013).

• Calendário de recursos: fornece a quantidade, disponibilidade,

restrições dos membros da equipe (PMI, 2013).

Page 27: GERENCIAMENTO DE RECURSOS HUMANOS: EQUIPES DE ALTO …

27

Com as entradas, o processo de desenvolver a equipe do projeto pode ser

iniciado, e para auxiliar na sua execução, o PMBOK (PMI, 2013) propõe o uso das

seguintes ferramentas e técnicas, mas não se limitam, a:

• Habilidades interpessoais: são competências essenciais para o

desenvolvimento de uma equipe, o PMBOK (PMI, 2013) apresenta

algumas competências sociais que podem ser utilizadas pelo gerente de

projetos, mas não estão limitas a: habilidades de comunicação,

inteligência emocional, técnicas de resolução de conflitos, negociação,

persuasão, influência e facilitação de trabalho em grupos.

• Treinamento: pode ser formal ou informal, o seu objetivo é aprimorar as

competências dos membros da equipe para que sejam produtivas e os

prazos sejam cumpridos. O gerente de projetos deve identificar a

necessidades de capacitação de sua equipe, este trabalho pode ser feito

em todas as fases do projeto. Essa necessidade, pode ser identificada

com técnicas simples, por exemplo, conversar com pessoas que não

estão cumprindo prazos identificar necessidade de capacitação dessas

pessoas (PMI, 2013).

• Atividades de grupo: são atividades que buscam aprimorar as relações

interpessoais dos membros da equipe, ajudando membros individuais

da equipe a trabalhar juntos eficientemente. Essa ferramenta ajuda no

aperfeiçoamento do trabalho em equipe promovendo a integração e

sintonia das pessoas (PMI, 2013).

• Regras básicas: são um conjunto de regras básicas e procedimentos

das expectativas claras a respeito do comportamento aceitável dos

membros da equipe. Quando são bem definidas, em consenso com

entre todos, podem motivar a equipe e gerar resultados positivos para o

projeto. A responsabilidade por aplicar a regras definidas é de todos os

membros da equipe (PMI, 2013).

• Reconhecimento e recompensas: faz parte do processo de

desenvolvimento da equipe, reconhecer e recompensar o

comportamento desejável. As formas de reconhecimento e

Page 28: GERENCIAMENTO DE RECURSOS HUMANOS: EQUIPES DE ALTO …

28

recompensas são desenvolvidas no processo de planejar o

gerenciamento dos recursos humanos. O gerente de projetos deve estar

atento ao desempenho da equipe para saber reconhecer e recompensar

o indivíduo ou a equipe, levando em consideração as regras descritas

no plano. Uma recompensa concedida a qualquer indivíduo ou para a

equipe só será eficaz se atender a uma necessidade dessas pessoas

(PMI, 2013).

• Ferramentas e avaliação dos funcionários: existem diversas ferramentas

disponíveis, como testes de habilidades, avaliações especificas,

entrevistas, dinâmicas em grupo. O importante é entender que a

aplicação dessas ferramentas irá fornecer informações para o gerente

de projetos entender as preferências, aspirações, motivações, elencar

os pontos fortes e fracos dos membros da equipe possibilitando criar um

plano de ação para o desenvolvimento das pessoas (PMI, 2013).

De acordo com o PMBOK (PMI, 2013), o resultado deste processo irá gerar duas saídas:

• Avaliação de desempenho: à medida que esforços de desenvolvimento

da equipe são realizados, tais como treinamento, o gerente de projetos

deve realizar constantes avaliações da eficácia das ações

implementadas. Para isso, deve-se usar indicadores objetivos de

desempenho para suporte na tomada de decisão. Dessa maneira será

possível identificar desvios da performance esperada, e com essas

informações o gerente de projetos poderá atuar para garantir que o time

esteja motivado e com boa performance (PMI, 2013).

• Atualizações nos fatores ambientais da empresa: o resultado deste

processo, incluem entre outros, administração de pessoal, registros de

treinamentos e avaliações de habilidades, quem podem ser

incorporadas nos fatores ambientais da empresa (PMI, 2013).

O PMBOK (PMI, 2013), destaca que para a formação de um trabalho em equipe

eficiente, é necessário fazer uso de uma comunicação adequada e transparente, criar

oportunidades de crescimento, incentivar a confiança entre os membros da equipe,

Page 29: GERENCIAMENTO DE RECURSOS HUMANOS: EQUIPES DE ALTO …

29

administrar conflitos de forma construtiva, estimular soluções de problemas e tomadas

de decisões colaborativas.

É uma das responsabilidades do gerente de projetos, desenvolver equipes

eficazes, pois este é um fator essencial para o êxito do projeto. Para isso deve possuir

ou adquirir habilidades para identificar, construir, manter, motivar, liderar e inspirar a

equipe do projeto, criando um ambiente que integrado e que facilite o trabalho em

equipe (PMI, 2013).

Para Xavier (2008, p. 80), “À medida que o projeto avança, o gerente de

projetos deve utilizar recompensas, fornecer feedback, treinamentos adicionais e

ações disciplinares, de acordo com o resultado das avaliações de desempenho

individuais e outras formas de verificação dos membros da equipe.”. Os esforços no

desenvolvimento da equipe produzem resultados no início do projeto, entretanto,

devem ser mantidos durante todo o ciclo de vida do projeto.

2.4.4. Gerenciar a equipe do projeto

Segundo o PMBOK (PMI, 2013, p. 279), “Gerenciar a equipe do projeto é o

processo de acompanhar o desempenho dos membros da equipe, fornecer feedback,

resolver problemas e gerenciar mudanças para otimizar o desempenho do projeto.”.

Este processo de acompanhamento é realizado pelo gerente de projetos e sua equipe

de gerenciamento.

De acordo com Xavier (2009), este processo envolve o acompanhamento do

desempenho dos membros da equipe, e assim surge um grande desafio para o

gerente de projetos manter o plano de gerenciamento de recursos humanos

atualizado. O autor também destaca que as avaliações de desempenho individuais

associadas ao relatório de desempenho do projeto, permitem ao gerente de projetos

elencar os pontos fortes e de melhoria da equipe, assim como o gerenciamento de

conflitos, naturais em projetos.

Ainda citando o PMBOK (PMI, 2013, p. 279), “O principal benefício deste

processo é que ele influencia o comportamento da equipe, gerencia conflitos,

soluciona problemas, e avalia o desempenho dos membros da equipe.”. A figura 5,

ilustra as entradas, ferramentas e técnicas, e saídas do processo.

Page 30: GERENCIAMENTO DE RECURSOS HUMANOS: EQUIPES DE ALTO …

30

Figura 5 - Gerenciar a equipe do projeto: entradas, ferramentas e técnicas, e saídas

Fonte: PMBOK (PMI, 2013, p. 279).

Conforme definido no PMBOK (PMI, 2013), as entradas deste processo têm o

objetivo de auxiliar no gerenciamento da equipe do projeto, são elas:

• Plano de gerenciamento dos recursos humanos – fornece

orientações sobre como os recursos humanos devem ser identificados,

mobilizados e liberados. Neste plano está incluso definições de papéis,

responsabilidades, competências, habilidades, organograma, plano de

gerenciamento das pessoas entre outras informações importante para o

engajamento dos membros da equipe (PMI, 2013).

• Designações do pessoal do projeto – fornece nomes, informações

referentes as designações de cada membro da equipe (PMI, 2013).

• Ferramentas e avaliação dos funcionários – fornece informações

para o gerente de projetos entender as preferências, aspirações,

motivações, elencar os pontos fortes e fracos dos membros da equipe

possibilitando criar um plano de ação para o desenvolvimento das

pessoas (PMI, 2013).

• Registro de questões – fornece informações das questões ou

problemas identificados no monitoramento, assim como os responsáveis

e o prazo para resolução (PMI, 2013).

• Relatórios de desempenho do trabalho – fornece informações sobre

a situação atual do projeto em relação as previsões do projeto (PMI,

2013).

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31

• Ativos de processos organizacionais – fornece informações

relacionadas aos processos da empresa que podem impactar o

processo de planejamento dos recursos (PMI, 2013).

Com as entradas, o processo de gerenciamento da equipe do projeto pode ser

conduzido e para auxiliar na sua execução, o PMBOK (PMI, 2013) propõe o uso das

seguintes ferramentas e técnicas, mas não se limitam, a:

• Observações e conversas: são utilizadas observações e conversas para

manter-se atualizados em relação ao andamento do projeto, atitudes dos

membros da equipe, conquistas e questões interpessoais (PMI, 2013).

• Avaliações de desempenho do projeto: avaliações ao longo de um

projeto podem incluir esclarecimentos de papeis e responsabilidades,

gerar informações para feedbacks, descoberta de questões

desconhecidas ou não resolvidas, estabelecimento de metas entre

outros benefícios (PMI, 2013).

• Gerenciamento de conflitos: conflitos são inevitáveis no ambiente de

projetos, e suas origens são de diversas fontes, tais como: recursos

escassos, prioridades de cronogramas, estilos de trabalhos pessoais.

Técnicas como: regras básicas, práticas sólidas de gerenciamento de

projetos, definição de papéis e planejamento de comunicação reduz a

quantidade de conflitos (PMI, 2013).

• Habilidades interpessoais: são competências comportamentais e sociais

essenciais que podem ser utilizadas para o desenvolvimento de uma

equipe (PMI, 2013).

De acordo com o PMBOK (PMI, 2013), o resultado deste processo irá gerar cinco saídas:

• Solicitações de mudança: As mudanças na equipe, seja por opção ou

por eventos incontroláveis, podem afetar o plano de gerenciamento do

projeto. É necessário um controle integrado de mudanças, assim como

ações preventivas para reduzir a probabilidade e/ou o impacto dos

problemas conhecidos antes que eles ocorram (PMI, 2013).

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32

• Atualizações no plano de gerenciamento do projeto: ao longo do projeto,

os elementos do plano de gerenciamento do projeto e o plano de

gerenciamento dos recursos humanos podem ser atualizados conforme

surgem as mudanças (PMI, 2013).

• Atualizações nos documentos do projeto: assim como os planos de

gerenciamento devem ser atualizados, documentos como registros de

questões, descrições de papeis, designação dos membros da equipe

entre outros documentos (PMI, 2013).

• Atualizações nos fatores ambientais da empresa: fatores que poderão

requerer atualizações como resultado deste processo são: informações

das avaliações de desempenho e atualizações das habilidades, porém

não se limitam somente aos aqui citados (PMI, 2013).

• Atualizações nos ativos de processos organizacionais: ativos que

poderão requerer atualizações como resultado deste processo são:

informações históricas, documentação de lições aprendidas, modelos e

processos padronizados da empresa, porém não se limitam somente

aos aqui citados (PMI, 2013).

Para o PMBOK (PMI, 2013), este processo requer diversas habilidades de

gerenciamento para estimular o trabalho em equipe e integrar os esforços. Exige do

gerente de projetos e de sua equipe de gerenciamento uma combinação de

habilidades, com ênfase especialmente em comunicação, gerenciamento de conflitos,

negociação e de liderança.

2.5. Trabalho em equipe

A formação, desenvolvimento, gerenciamento de equipes é um grande desafio

para os gestores e líderes e pode não ser uma tarefa bem-sucedida na maioria dos

casos. Nos tópicos a seguir, serão apresentados o que é o trabalho em equipe,

diferenças entre equipes e grupos de trabalho, equipes e suas características,

formação de equipes e quais são os tipos de equipes.

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33

Há quase meio século, o trabalho em equipe em não era tão comum nas

empresas, com o passar do tempo, esse cenário mudou e as equipes se tornaram

imprescindíveis para sobrevivência de empresas globalizadas (FINAMOR, 2015).

Goldbarg (1995, p. 46), define que o “o trabalho em times é uma ferramenta de

treinamento para o processo de gestão participativa.”. Robbins (2011), afirma que o

esforço coordenado de uma equipe resulta em sinergia positiva. O todo é maior do

que a soma das partes, ou seja, contribuições individuais integradas resultam em um

desempenho maior do que a atividade de um participante trabalhando isoladamente.

Segundo Senge (1990), com o decorrer do tempo, nunca houve uma

necessidade tão grande para adquirir novos conhecimentos, e este processo de

mudança só é possível através de trabalho em equipe. E com conhecimentos

diversificados dos membros de uma equipe é possível obter uma melhor performance

na solução de problemas.

2.5.1. Equipes e suas características

Katzenbach e Smith (1994, p. 42) define: "equipe é um pequeno número de

pessoas com conhecimentos complementares, compromissados com propósito,

metas de performance e abordagem comuns, e pelos quais se mantêm mutuamente

responsáveis”.

Finamor (2015, cap. 1) destaca que “o que caracteriza uma equipe, além do

objetivo em comum, é a cumplicidade, a divisão de tarefas com a ajuda mútua entre

os participantes, a troca de informações sobre experiências, privilegiando os

resultados e a melhoria do desempenho, sendo todos corresponsáveis pelo trabalho

concluído.”.

Robbins, Decenzo e Wolter (2013) citado por Finamor (2015), realizaram

estudos para identificar as principais características de uma equipe, a seguir algumas

que destacamos neste trabalho:

• Tamanho da equipe: Segundo os autores, boas equipes tem um número

reduzido de integrantes. Eles recomendam que o tamanho da equipe

não ultrapasse de 10 pessoas, grandes equipes podem encontrar

dificuldades na resolução de tarefas e relacionamento interpessoal

(FINAMOR, 2015).

Page 34: GERENCIAMENTO DE RECURSOS HUMANOS: EQUIPES DE ALTO …

34

• Habilidades complementares: São necessárias habilidades distintas e a

mistura dessas habilidades em conjunto com o equilíbrio é essencial

para o desempenho da equipe (FINAMOR, 2015). O autor destaca que

para o sucesso de um projeto, algumas habilidades são indispensáveis

para os membros da equipe, como:

o Conhecimento técnico adequado para o trabalho a ser executado;

o Capacidade para solução e decisão, perceber problemas, criar

opções de solução, ponderar e decidir de forma adequada;

o Habilidades interpessoais, aptidão para lidar com pessoas, saber

escutá-las e ainda administrar e solucionar conflitos;

• Propósito comum: faz com que os membros da equipe assumam

compromisso com os objetivos e metas (FINAMOR, 2015).

• Objetivos específicos: são necessários para alcançar o propósito

comum, ou seja, é necessária a definição de objetivos específicos

mensuráveis e aderentes a realidade do projeto (FINAMOR, 2015).

• Responsabilidade mútua: além da necessidade de cada indivíduo fazer

o que lhe cabe, também existe a responsabilidade da equipe. E com

cooperação e esforço mútuo para que o desempenho coletivo seja

fortalecido.

2.5.2. Formação de equipes

Robbins (2011) destaca que no início do trabalho, nem sempre todos os

membros da equipe possuem todas as habilidades complementares citadas, e isso

não é um problema. O importante é avaliar o potencial das pessoas para que possam

ser desenvolvidas. Portanto, a formação, desenvolvimento e gerenciamento de uma

equipe devem ser um ponto chave para que o projeto seja conduzido ao seu objetivo

a qual foi concebido.

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35

2.5.2.1. Etapas de transição de uma equipe

Ilustrada pela figura 6, Boyett (1999), citado por Raj (2010, p. 80), apresenta

quatro etapas de transição de uma equipe.

Figura 6 - Etapas de transição da equipe

Fonte: Boyett e Boyett (1999, p. 163-166).

• Etapa 1 - equipe inicial

Este é o momento onde as equipes interfuncionais são criadas, e para o

gerenciamento e supervisão dos trabalhos, é designado um líder de equipe ou até

mesmo o gerente de projetos pode exercer este papel. Nesta etapa espera-se que os

membros da equipe compartilhem parte da responsabilidade do sucesso ou fracasso

da equipe. Inicialmente os deveres do líder/supervisor da equipe são delegados para

alguns membros e gradativamente para todos eles. É esperado do gerente de projetos

assumir a responsabilidade de ensinar, treinar, moldar seus propósitos, desenvolver

e fortalecer as habilidades, relacionamentos interpessoais e criar oportunidades de

crescimentos (BOYETT, 1999).

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36

• Etapa 2 - equipe de transição

Com a evolução, os membros da equipe passam a ter mais responsabilidades

pela gerência das atividades do projeto, então o papel do gerente de projetos se

modifica, aproximando-se mais da coordenação do que supervisão. Neste momento,

os membros da equipe começam a assumir a responsabilidade de tarefas específicas,

desenvolvimento do senso de grupo, na tomada de decisões e resolução de conflitos

sem a interferência do gerente de projetos. Enquanto o líder, atua na gerência do

grupo, coordenando habilidades e atividades individuais. O gerente de projetos, pode

focar seus esforços na captação de recursos para a equipe, entre outras atividades

esperadas do seu papel (BOYETT, 1999).

• Etapa 3 - equipe experiente

Nessa etapa o gerente de projetos é afastado do grupo e deixa de ter o controle

direto sobre eles. Os membros da equipe tornam-se responsáveis pelas decisões do

dia a dia em relação ao gerenciamento e execução de suas atividades. O líder tem o

papel de coletar informações sobre a produtividade, qualidade, custos e as demais

variáveis, assim como proporcionar à equipe o feedback e direcionamento para

aumentar a eficiência do time. Neste momento, o gerente de projetos se concentra na

formação de outras equipes conforme a necessidade do projeto, ou seja, passa a agir

como mediador entre as equipes e os clientes externos (BOYETT, 1999).

• Etapa 4 - equipe madura

Com o resultado das experiências anteriores, a equipe chega à etapa final. Ela

adquire total autonomia e responsabilidade integral sobre o seu trabalho. O papel do

líder desaparece, e os membros da equipe assumem o controle, planejam suas

próprias atividades, atribuem papéis, acompanham o seu desempenho e resolvem os

problemas técnicos e gerenciais com pouca ou nenhuma intervenção externa. O

gerente de projeto passa a ser um ponto de apoio que fornece ou busca ajuda externa

quando a equipe julgar necessário (BOYETT, 1999).

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37

Para Raj (2010), existem diversos fatores que afetam a velocidade em que as

equipes percorrem essas etapas, tais como: grau de dependência entre os membros

da equipe, tamanho da equipe, diversidade funcional, rotatividade, experiência,

habilidades técnicas entre outros.

2.5.2.2. Fases de desenvolvimento de uma equipe

Segundo Finamor (2015), existem diversos desafios na formação e

desenvolvimento de equipes e que é razoável considerar que ela não atinja o padrão

de alto desempenho de maneira espontânea ou voluntária.

Para Zannelli (2004), citado por RAJ (2010, p. 83), as equipes passam por cinco

fases diferentes, conforme apresentado na figura 7.

Figura 7 - Fases do desenvolvimento de equipes

Fonte: Zannelli, Borges-Andrade e Bastos (2004, p. 374)

• Fase 1 - formação - Nesta fase surgem muitas perguntas, tais como:

“O que se espera de mim?”, “O que devo fazer?”, “Quais são as regras?”.

Além disso é uma fase nova na vida dessas pessoas e que carregam

consigo alguns sentimentos, como insegurança, ansiedade e até

confusão. O novo é desconfortável e animador ao mesmo tempo, e neste

momento os membros da equipe estão comparando suas habilidades e

conhecimentos uns aos outros. São sugeridas algumas atividades, como

reuniões para entendimento do projeto e suas necessidades,

experiência externa com facilitadores profissionais, atividades em grupo,

como apresentação ou desenvolvimento da EAP do projeto, o qual não

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38

são atividades da formação da equipe, entretanto podem ajudar a

aumentar a coesão e engajamento dos membros da equipe (RAJ, 2010).

• Fase 2 - confusão/conflito – Nesta fase, na visão dos membros da

equipe tudo parecem ir de mal a prior, as pessoas começam a ficar

impacientes com a falta de progresso, percebem que o trabalho em

equipe é mais complicado do que imaginavam. Neste momento, é

comum identificar comportamentos defensivos, culpar uns aos outros,

surgem períodos de confrontos, desunião e tensão. É importante que o

líder atue de forma imediata estimulando a comunicação e atividades

informais para o grupo estabelecer boas relações de trabalho e

consequentemente o desenvolvimento da confiança entre os membros

do time (RAJ, 2010).

• Fase 3 - normatização – Nesta fase, a equipe desenvolve algumas

regras básicas para o trabalho em grupo, então as coisas começam a

melhorar, e aos poucos são desenvolvidas ligações entre os membros

da equipe. As pessoas começam a cooperar ao invés de competir entre

si, entretanto a produtividade ainda continua baixa. Com as diretrizes

criadas, diminuem os mal-entendidos e pode elevar a produtividade, pois

todos os membros da equipe compartilham a responsabilidade de impor

as regras que já foram estabelecidas (RAJ, 2010).

• Fase 4 - desempenho – RAJ (2010) pressupõe que nessa fase ocorra

uma revolução, pois é nesse momento em que a equipe ganha

confiança. As pessoas chegam a um consenso sobre o que é a equipe

e qual o seu propósito. Então, são desenvolvidos processos e

procedimento estruturados para comunicação, resolução de conflitos,

alocação de recursos entre outros necessários para o desenvolvimento

das atividades da equipe. As pessoas adotam uma postura de

compartilhamento de informações e pontos de vistas de forma

construtiva, então o que antes gerava conflitos, agora levam a

descoberta de soluções criativas para problemas relacionados ao

trabalho. E a equipe começa valorizar suas conquistas (RAJ, 2010).

• Fase 5 - desintegração – Esta fase ocorre somente para equipes

temporárias quando seus objetivos são alcançados. Já para equipes

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39

permanentes, é necessário buscar evoluções de seus processos, metas,

tecnologias e até troca de membros quando necessário (RAJ, 2010).

As fases apresentadas podem não ocorrer de maneira transparente, e mesmo

que uma equipe estabelecida, com processos, normas e que esteja na fase de

desempenho, os papeis podem ser negociados e as metas serem ajustadas de acordo

com seus recursos. O quadro apresentado na figura 8, apresenta algumas ações que

o GP pode adotar em cada uma das fases do desenvolvimento da equipe.

Figura 8 - O que fazer para liderar uma equipe durante as fases de desenvolvimento

Fonte: Adaptado de Scholtes Joiner e Streibel (1996)

Por fim, é necessário que sejam criadas estratégias de atuação de acordo com

cada fase em que a equipe se encontra, e para a evolução do time, também é preciso

realizar acompanhamentos e medição para validar se as estratégias estão levando-

os para sua próxima fase (RAJ, 2010).

2.5.3. Tipos de equipes

Equipes são formadas com a finalidade de alcançar diversos objetivos, que são

definidos de acordo com o contexto organizacional de cada empresa (FINAMOR,

2015). Neste contexto, foram observados tipos diferentes de equipe. Raj (2010),

apresenta três tipos básicos de equipe:

• Equipes de trabalho – São compostas por pessoas que excutam as atividades

do projeto, desenvolvendo novos produtos e prestando serviços. Neste

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40

universo incluem-se as equipes de produção de produtos/prestação de

serviços, equipes de desenvolvimentos, equipes de consultoria, equipes de

vendas, entre outras (RAJ, 2010).

• Equipes de melhoria – São equipes temporárias e compostas por pessoas

capacitadas para lidar com problemas ou projetos específicos. São equipes

capazes de fazer recomendações de mudanças de processos, tecnologias para

melhorar a qualidade, custo e cumprimento dos prazos. São consideradas

equipes de melhorias, equipes de projetos, qualidade, auditoria, entre outras

(RAJ, 2010).

• Equipes de integração – São compostas por membros de equipes

interdependentes com a finalidade de coordenar e integrar os trabalhos de

melhorias de um objetivo em comum, como um cliente, uma linha de produtos

ou serviço prestado. Equipes de integração promovem um vínculo entre as

equipes de trabalho e de melhoria (RAJ, 2010).

Para Wagner e Holllenbeck (2012), citado por Finamor (2015), diz que

dependendo do ramo de atuação do projeto, a formação do grupo pode seguir duas

abordagens:

• Agrupamento por função – são grupos funcionais de trabalho que

executam tarefas semelhantes compartilhando informações sobre os

procedimentos adotados. Neste modelo, pessoas que não executam o

mesmo trabalho são separadas, evitando que esse fluxo de trabalho

possa ser prejudicado quando há um problema em algum dos grupos

(FINAMOR, 2015).

• Agrupamento por fluxo de trabalho – são grupos que executam

atividades integradas, e o fluxo de trabalho é encerrado entre os

membros da equipe. De acordo com Finamor (2015), a vantagem é da

independência do grupo, que quando tem o seu trabalho interrompido,

não causa impactos em outros grupos.

Heller (1999), divide as equipes em informais, onde normalmente são temporais

e são reunidas quando necessário para a execução de atividades especificas, como

uma força tarefa para redução de bugs de um sistema ou melhorias em um

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41

determinado produto. O autor também apresenta as equipes formais, são aquelas

equipes que são permanentes, multidisciplinares e com um propósito definido.

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42

3. EQUIPES DE ALTO DESEMPENHO

Segundo Finamor (2015, cap. 2), o conceito de equipe de alto desempenho (EAD):

É uma formação de profissionais com competências técnicas e

comportamentais diversificadas, motivados em nível muito elevado para a

concretização das estratégias organizacionais, liderada ou autogerida para buscar com

sinergia e ética a excelência dos resultados e restruturação dos processos.

As organizações buscam recursos de equipe para executar tarefas complexas

ou de alguma natureza urgente, principalmente em situações que precisam agilizar

processos para alavancar mudanças ou obter mais desempenho em suas atividades

organizacionais. Este cenário desafiador inspira gestores a mobilizar equipes que

tenham um desempenho acima dos níveis convencionais, assim surge a necessidade

de uma equipe de alto desempenho (TONET, 2019). Dyer et al. (2011, p. 23), define

que:

As equipes de alto desempenho são aquelas compostas de membros cujas

habilidades, atitudes e competências lhes permitem atingir as metas da equipe. Nestas

equipes de alto desempenho, os membros definem as metas, tomam decisões,

comunicam-se, administram os conflitos e solucionam problemas em uma atmosfera de

incentivo e confiança para atingir seus próprios objetivos.

Dentre os conceitos apresentados, vale a pena destacar que as competências

devem ser complementares entre os membros da equipe, pois a soma das

experiências juntamente com a construção de ações com ideias distintas resulte

em uma solução otimizada para os problemas (FINAMOR, 2015).

Outro aspecto que Finamor (2015) destaca é a motivação profissional, ele

apresenta como um fator determinante para a melhoria dos processos e execução

das atividades. Pois na visão dele, somente pessoas que tem prazer no

desempenho de suas atividades são capazes de integrar e consolidar uma equipe

de alto desempenho.

No capítulo anterior foi apresentado o conceito de equipe e que para sua

formação e desenvolvimento é necessário um grande esforço, competências,

habilidades e atitudes de seus membros. Então, é razoável considerar que elevar

o nível de excelência de uma equipe para o padrão de alto desempenho não é um

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43

processo rápido, espontâneo ou involuntário. Este processo deve ser conduzido

primeiramente pelas lideranças e na fase seguinte pelos integrantes da equipe.

Através de estágios sucessivos será solidificada a maturidade de trabalho, também

é necessária a manutenção que deverá ser monitorada e assim evitar a

acomodação, desmotivação e a falta de comprometimento dos membros da equipe

(FINAMOR, 2015).

3.1. Características de EAD

Finamor (2015) destaca em seu livro um conjunto mínimo de características

comportamentais que devem ser avaliadas constantemente para a construção e

manutenção do alto grau de desempenho, são elas:

• Crescimento contínuo – é necessário que a liderança da equipe

estimule o crescimento pessoal e processional dos membros da equipe,

tornando-se um processo contínuo. O estímulo deve ser feito com todos

os membros do time, entretanto é natural esperar que a equipe também

apresente crescimento quando há um integrante em evolução

(FINAMOR, 2015).

• Compartilhamento das competências – Quando um integrante do

time adquire um novo conhecimento, habilidade ou comportamento que

irá agregar ao seu trabalho, essa nova competência só terá utilidade

para um trabalho em equipe, quando compartilhada com os demais

membros do time (FINAMOR, 2015).

• Elevado nível de criatividade – Com o aumento da competividade

organizacional, as empresas são obrigadas a passar por

transformações, adaptações e restruturação de processos. A

criatividade das equipes tem sido uma solução estratégia para enfrentar

esses desafios e mudanças impostas pelo mercado. Então é necessário

estimular os membros da equipe a utilizarem suas competências

diversificadas e complementares, elevando as chances de surgirem

soluções otimizadas aos problemas da organização (FINAMOR, 2015).

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44

• Comprometimento sistêmico – Incentivar uma cultura interna que vai

muito além do senso de responsabilidade com suas tarefas individuais,

é esperado para equipes de alto desempenho comprometimento com os

processos que afetam o trabalho de outros membros da equipe, metas

e estratégias institucionais (FINAMOR, 2015).

• Efetividade nos processos – É esperado de uma EAD a efetividade, e

para alcançar esse status, é necessário associar eficiência com a

eficácia, ou seja, fazer o que deve ser feito mantendo uma rotina de

aperfeiçoamento dos processos de aprimoramento de técnicas e

qualidade (FINAMOR, 2015).

• Liderança compartilhada – Com o amadurecimento da equipe, a

responsabilidade da gestão do trabalho, processos decisórios e

comportamento laborais podem ser compartilhados com seus membros

da equipe. Em sua essência, este processo é uma forma de

empoderamento da equipe, entretanto deve ser conduzido com cautela

e monitoramento. Uma EAD certamente pode se habilitar para esse

modelo de liderança, e vale a pena ressaltar que isso é uma conquista

da equipe, e não uma escolha do gestor para resolver problemas de

rotina (FINAMOR, 2015).

O autor ainda apresenta um quadro onde é possível de maneira prática avaliar

os fatores característicos de uma EAD, e quando respondido sim para a maioria das

perguntas-chave, é possível que você esteja liderando uma equipe de alto

desempenho ou vivenciando o desenvolvimento de uma equipe voltada para

excelência. Na tabela 1, é possível realizar a avaliação proposta por Finamor (2015).

Tabela 1 - Características de uma EAD e perguntas-chave

Características de uma EAD Pergunta-chave

Os membros da equipe...

Crescimento contínuo Têm aumentado sus competências nos

últimos projetos que conduzimos?

Compartilhamento das competências Aprimoram suas competências a partir

das experiências de seus colegas?

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Elevado nível de criatividade Apresentam soluções criativas para as

diferentes situações e desafios que nos

chegam?

Comprometimento sistêmico Compreendem amplamente as metas e

os objetivos estratégicos da empresa?

Efetividade nos processos Adoram uma cultura de trabalhar com

efetividade (eficácia + eficiência)?

Liderança compartilhada Compartilham a execução das

responsabilidades que costumam ser

atribuídas aos líderes?

Fonte: Finamor (2015, cap. 2)

Finamor (2015) destaca que quando assumido o desafio de construir uma EAD,

o foco do gestor deve ser eminentemente prático, transformando seus aprendizados

em forma de processos de melhoria contínua.

Ahrens (2010), apresenta 5 características fundamentais para uma equipe de

alto desempenho:

• Objetivo claro – Os membros da equipe devem estar cientes dos

objetivos e engajados com o seu propósito.

• Empowerment – Enfatizar o comportamento de experiência, técnicas e

habilidades com os membros da equipe.

• Diversidade – Membros da equipe com talentos complementares e

áreas diferente de atuação.

• Relacionamento e Feedback – Compartilhamento de ideias,

colaboração e respeito entre os membros da equipe.

• Interdependência – Quando alinhados, os membros da equipe devem

se unir em prol do objetivo, ou seja, entender que o mérito do sucesso

ou responsabilidade pela falha é atribuído à equipe.

Ahrens (2010), reforça que o líder é o responsável por estimular e desenvolver

essas 5 características dentro da equipe, então dessa maneira poderá conduzir o seu

time para o status de alto desempenho.

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46

3.2. Competências de um líder de EAD

Segundo Finamor (2015), são necessárias algumas competências para o líder

de EAD, são elas:

• Inovar em pessoas – As empresas demandam aos seus líderes o olhar

crítico aos seus processos e buscar soluções inovadoras, é um fato que

todas as empresas precisam estar em constante evolução para que se

mantenham competitivas e sejam cada vez mais eficientes. Então é

adotada a abordagem de remodelagens adaptativas e que requer

criatividade de quem conduz as transformações (FINAMOR, 2015).

• Planejar e monitorar – Um líder deve saber o que fazer, como fazer e

quando realizar intervenções estratégicas em sua equipe. Em um

processo de constante crivo transformacional, o líder deve ajustar metas

e as rotas, e para que tenha sucesso é necessário monitorar indicadores

de execução de seus planos, pois a eficácia de um planejamento está

no monitoramento dos resultados (FINAMOR, 2015).

• Delegar atividades e responsabilidade – Conforme mencionado nas

características de uma EAD, o líder deve identificar membros habilitados

para receber tarefas, e de maneira intrínseca, deve delegar a

responsabilidade de conduzir as tarefas aos seus objetivos

estabelecidos. É importante que o líder leve em consideração a

competência dos membros da equipe e a qualidade com que esses

profissionais possam realizar uma tarefa ou função (FINAMOR, 2015).

• Gerir processos motivacionais – Motivação é um fator interno a cada

indivíduo, entretanto é algo que um líder não pode deixar despercebido,

ou seja, deve estar atendo aos processos motivacionais de sua equipe,

pois em determinados momentos ele pode promover condições para que

seus liderados identifiquem fontes de motivação. Outros fatores de

satisfação que não podem passar despercebidos são: frustração,

comprometimento, engajamento ocupacional dentre outros fenômenos

psicológicos que caracterizam a relação com o trabalho (FINAMOR,

2015).

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47

• Comunicar-se de maneira eficaz – Este é um item primordial e que

deve ter constante preocupação. Uma comunicação eficaz irá contribuir

com a gestão dos processos e a condução para eventuais mudanças,

ou seja, o líder deve sempre priorizar para que o foco da comunicação

seja a garantia de resultados, controlar ruídos e evitar conflitos

(FINAMOR, 2015).

• Estimular a prática de feedback – No âmbito da comunicação, está

associado a prática de feedback, por ser uma estratégia que os líderes

têm para promover melhorias e provocar o aumento da eficiência dos

membros da equipe. Na prática o feedback fomenta as mudanças que

irão gerar crescimento pessoal e organizacional. É importante que seja

uma via dupla, ou seja, os líderes devem dar o feedback, bem como

receber feedback de seus liderados, estimulando entender como as

intervenções estão sendo recebidas entres os membros da equipe

(FINAMOR, 2015).

• Ter escuta empática – Escuta empática vai além de disponibilizar o seu

tempo para ouvir outra pessoa, para isso, é necessário quando a

receptividade ao problema se transforma no comprometimento em

resolver aquele problema que foi exposto. Juntamente com a

comunicação, a escuta empática são características indispensáveis de

um líder (FINAMOR, 2015).

3.3. Competências dos membros de EAD

Segundo Finamor (2015), são necessárias algumas competências para os

membros de EAD, são elas:

• Empatia – Para a construção de resultados efetivos, é necessário que

os membros da equipe tenham capacidade de compreender a

necessidade dos outros, em decorrências a suas atividades, e ajudar

outras pessoas quando necessário. Quando nos colamos no lugar do

outro para avaliarmos a situação, a colaboração e a sinergia do

relacionamento das pessoas promove aumento de qualidade no

ambiente do trabalho e de interação humana (FINAMOR, 2015).

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48

• Autoeficácia – É “a percepção do indivíduo sobre suas capacidades

para alcançar os objetivos que se propõe (BANDURA, 2008 citado por

FINAMOR, 2015). A motivação, comprometimento, perseverança e

autoconfiança tem relação direta ao potencial do indivíduo acreditar em

suas competências que possa atingir o sucesso em suas atividades

(FINAMOR, 2015).

• Transparência – Essa característica não é referente a transparência

institucional, como ações honestas, corretas e associadas a juízo de

valor, pressupondo que o indivíduo já tenha esse padrão ético de

comportamento, que é um pré-requisito básico para o profissionalismo.

No âmbito da EAD o entendimento deve ser em torno dos padrões de

comunicação, sinceridade e intenções relacionadas aos membros da

equipe, ou seja, é necessário que haja uma transparência na

comunicação entre os integrantes de uma EAD (FINAMOR, 2015).

• Inteligência emocional – É a capacidade que cada indivíduo possui

para lidar com suas próprias emoções durante suas atividades e

responsabilidades e em relação aos membros da equipe (FINAMOR,

2015).

• Autogestão – a conduta de autogestão do seu desempenho é uma

característica fundamental para o profissional que deseja compor uma

EAD. Ações como proatividade na solução de problema,

responsabilidade aos prazos, comprometimento com a organização e

com os membros da equipe devem ser o seu foco comportamental, isso

requer valorização na autonomia, empoderamento e confiança nos

membros da equipe (FINAMOR, 2015).

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49

3.4. Desenvolvimento de EAD

Neste tópico será abordada a estratégia apresentada for Finamor (2015), onde

serão tratados os aspectos de desenvolvimento de EAD.

3.4.1. Comunicação e feedback

Conforme descrito nas características de um líder de EAD, a comunicação é

um tema constante e recorrente dentro das organizações que investem na gestão de

pessoas para alavancar seus resultados (FINAMOR, 2015).

De acordo Passadori (2013) citado for Finamor (2015), a comunicação é muito

mais que o ato de transmitir uma mensagem, é necessário envolvimento, empatia,

escuta ativa para que seja alcançado a eficácia neste processo que aparentemente

parece ser simples, porém é complexo.

Boyes (2013) citado por Finamor (2015), destaca que enquanto a comunicação

em uma equipe é um elemento de incentivo fundamental, assim como, dependendo

da maneira que for utilizada também é um elemento desmotivador, podemos estimular

mal-entendidos e conflitos.

O principal desafio da comunicação é transmitir a mensagem diminuindo o

máximo suas barreiras, e segundo Tonet et al (2009) citado por Finamor (2015),

existem vários fatores ligados ao emissor e ao receptor que podem interferir na

produção, interpretação e respostas das mensagens. Os autores classificam em três

espécies, são elas:

2. Conhecimentos – refere a todo o conhecimento sobre o assunto objeto da

comunicação, assim como as características de si próprio, do receptor e o meio

de transmissão da mensagem a ser produzida.

3. Habilidades – refere ao desenvolvimento da comunicação, de ambas as

partes, emissor e receptor. O emissor desempenha o papel de codificador,

como a escrita e a palavra, deve-se preocupar com a escolha das palavras e

com a objetividade na transmissão da mensagem, seja escrita ou oral. O

receptor desempenha o papel de decodificador, como leitura e audição,

mantendo um comportamento cauteloso ao interpretar uma escrita ou uma

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comunicação oral, evitando interrupções e julgamentos precipitados. E o

pensamento e raciocínio são habilidades necessárias para ambos os papéis.

4. Atitudes – refere a forma de apresentação ou comunicação não verbal, como

será o impacto em que a outra parte irá perceber a mensagem transmitida.

Neste caso existem três focos: o quando acredito em mim e nas minhas

capacidades; o quanto eu acredito no que está sendo comunicado para o

receptor; o quanto eu acredito no receptor e em suas capacidades.

De acordo com Finamor (2015) a todo momento podem surgir barreiras de

comunicação, e que a habilidade de saber ouvir deve ser desenvolvida

constantemente, pois a ausência dessa capacidade pode se tornar um dificultador da

comunicação, ela é uma troca de mensagens e se uma das partes não demonstra

interesse no que o outro está dizendo, isso irá interferir na continuidade da

comunicação.

O feedback é fundamental para o processo de desenvolvimento das pessoas,

entretanto as pessoas podem ser reativas a receber o feedback, porque suas

experiências anteriores podem remeter à critérios de julgamentos da parte que

forneceu, e as pessoas podem não estar preparadas psicologicamente ou não

estarem preparadas para receber um feedback. Para a efetividade de um feedback, é

fundamental habilidades de comunicação interpessoal, tais como: paráfrase,

descrição de comportamento, verificação de percepção e a descrição de sentimentos

(MOSCOVICI, 2011 citado por FINAMOR, 2015). Ainda citando os autores, é

apresentado a explicação das habilidades mencionadas:

• Paráfrase – consiste na explicação do seu entendimento em relação ao

assunto, validando o seu entendimento sobre a mensagem recebida.

• Descrição de comportamento – Identificar ações de outras pessoas de

forma isenta, ou seja, sem julgar ou acusar os motivos de suas atitudes.

• Verificação de percepção – Descrever o que foi percebido em relação

ao sentimento da outra pessoa, demonstrando o que foi compreendido,

além das palavras.

• Descrição de sentimento – relatar o que foi observado em relação ao

sentimento que levou a outra pessoa a tomar aquela ação.

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51

Os autores ressaltam que nas duas últimas habilidades, o líder deve se

envolver é uma oportunidade para ser transparente com o que sente, o feedback é

fundamental para a comunicação e condução de uma equipe, sendo uma ferramenta

de aprendizagem e desenvolvimento do time.

3.4.2. Team Building

O team building ou construção de equipes traduzindo literalmente, apresenta

métodos e técnicas para a melhoria de desempenho e aumento do espírito de equipe

(FINAMOR, 2015). Moscovici (2011) citado por Finamor (2015), destaca que o

desenvolvimento de equipes é um conjunto de estratégias com o intuito de eliminar

conflitos que impedem a execução de tarefas colaborativas.

Segundo Finamor (2015), com a complexidade dos desafios organizacionais,

são necessárias a criação de soluções de natureza multidisciplinar e construídas

coletivamente. O team building busca incentivar e proporcionar soluções voltadas a

este aspecto por meio do aperfeiçoamento do espírito em equipe. Essa metodologia

possui as seguintes fases:

• Diagnóstico – identificação da origem dos problemas que causam

conflitos e diminuem o seu desempenho.

• Planejamento – avaliação e definição de métodos e técnicas de acordo

com cada tipo de problema identificado, buscando propostas que

incentivem a colaboração e o espírito de equipe.

• Execução – aplicação dos métodos e técnicas planejadas, que devem

ser comunicadas e alinhadas com a equipe por meio de reuniões,

palestras e seminários onde serão levantadas as questões, definidas

metas e objetivos esperados.

• Acompanhamento – a metodologia leva em consideração fatores como

dinamismo e resistência a processos de mudanças que existem

naturalmente nas pessoas. Dessa forma, as mudanças acontecem ao

longo do tempo, e em alguns casos podem surgir divergências mesmo

em equipes harmoniosas e ocasionando redução de produtividade em

algum momento. Então é imprescindível o acompanhamento e a revisão

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52

da execução do planejamento de acordo com as necessidades da

equipe.

O autor ainda ressalta que a aplicação de metodologia e técnicas de team

building devem ser adaptativas aos objetivos a serem alcançados pela equipe, como

aumento de produtividade, relacionamentos interpessoais, eficiência, qualidade, entre

outros fatores desejados pela gestão e pela a equipe.

3.4.3. Gestão de indicadores de resultados para EAD

Empresas que possuem políticas de gestão de pessoas voltadas a EAD têm

maiores chances de se destacar, entretanto a construção de uma EAD não é um

projeto que tem um tempo determinado para acabar, mas sim um processo, que como

tal, merece acompanhamento em todas suas etapas. E ao longo desse processo é

necessário coletar informações para que os gestores possam tomar decisões corretas

(FINAMOR, 2015).

Para que este processo tenha objetividade, é necessário a criação de

indicadores confiáveis que possam retratar quantitativamente ou qualitativamente os

resultados. Finamor (2015) apresenta um processo de 4 passos que devem ser

conduzidos de forma cíclica:

• Gestão de indicadores – é o momento de criar e implantar as

ferramentas de controle.

• Monitoramento dos processos – coletar e registrar as métricas dos

indicadores.

• Tomada de informações – acompanhamento das métricas para tomadas

de decisão com base nos indicadores.

• Decisão estratégica – definir e implementar ações estratégicas que

deverão ser acompanhadas com os atuais e novos indicadores.

De acordo com Finamor (2015), a proposta deste processo é estabelecer uma

rotina cíclica de melhoria contínua, que elevará o desempenho de uma equipe. O autor

ainda ressalta a dificuldade de avaliar o desempenho, pois iniciado este processo,

surgem perguntas como “é possível avaliar?” e “o que avaliar?”, entretanto a pergunta

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53

correta seria “como avaliar?”. E para ajudar nesta questão, é destacada a abordagem

ipsativa para avaliação de desempenho.

A avaliação ipsativa é um método que toma como parâmetro o próprio indivíduo

e sua capacidade de mudança, ou seja, são identificados parâmetros mensuráveis em

sua situação atual em relação às anteriores de um mesmo sujeito (FINAMOR, 2015).

Este modelo de avaliação, diferente do comparativo, onde indivíduos, equipes

ou empresas são comparadas entre si, a avaliação ipsativa busca comparar o mesmo

sujeito. O autor destaca que o ato de comparar produtividade de indivíduos pode ser

uma medida ilusória, além de causar impactos na motivação das pessoas. A evolução

contínua de uma EAD tem muitas chances de sucesso quando adotada uma a gestão

de pessoas com metodologia de avaliação ipstativa, estimulando desafios, superação

de seus próprios limites e os motivando (FINAMOR, 2015).

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54

4. CONCLUSÃO

Neste trabalho foi apresentada a abordagem de gerenciamento de recursos

humanos com base no PMBOK, o trabalho em equipe assim como suas

características, o papel do gerente de projeto e por fim, apresentamos os aspectos de

formação e desenvolvimento de alto desempenho.

Observou-se neste estudo que o gerenciamento de recursos humanos é

complexo e as ações a serem tomadas são baseadas em informações subjetivas. E

sem um planejamento para o desenvolvimento e a gestão das pessoas, o gestor tem

grandes chances de não alcançar os objetivos do seu projeto.

Vargas (2016) destaca que são as pessoas que irão influenciar o sucesso ou

fracasso do projeto, assim como somente elas podem resolver os problemas do

projeto. Dessa maneira, fica evidente que o planejamento, desenvolvimento e

gerenciamento de uma equipe irá determinar o sucesso de um projeto.

O trabalho em equipe é um fator essencial para o êxito do projeto, e

desenvolver equipes eficazes é uma das responsabilidades primárias do gerente de

projetos. Os gerentes de projetos devem criar um ambiente que facilite o trabalho em

equipe. E segundo Finamor (2015), a vantagem do trabalho em equipe é que seus

integrantes se motivem mais facilmente que pessoas trabalhando individualmente.

O trabalho em equipe tem a vantagem de carregar consigo um conjunto de

percepções, avaliações e experiências de seus integrantes para a resolução de

problema de diversas naturezas. O gestor deve estimular constantemente a exposição

de ideias, assim como implementar, fortalecendo o ambiente colaborativo

aumentando o engajamento dos membros da equipe. E o uso adequado dessas

competências que os membros da equipe possuem, permite que a empresa se torne

mais competitiva (FINAMOR, 2015).

Os autores sugerem que com o aumento da competitividade, globalização,

níveis de interações, mudanças de hábitos de consumo, as empresas estão buscando

maneiras de se adequarem a essa nova realidade, e encontram nas equipes de alto

desempenho resultados que as ajudam atender a nova realidade em que estão

inseridas.

A formação de equipes de alto desempenho não é um processo rápido ou que

ocorre espontaneamente, envolve planejar e desenvolver pessoas com

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competências, habilidades e atitudes complementares aos membros da equipe e que

também sejam aderentes aos objetivos do projeto. É viável que este trabalho inicie

pelas lideranças e posteriormente trabalhar os integrantes da equipe.

Observou-se que para a liderança, algumas características são essenciais para

que o líder possa conduzir uma equipe para o nível de alto desempenho, por exemplo,

iniciando por planejamento e controle, ter atenção aos processos motivacionais de

sua equipe, ter uma comunicação eficaz, estimular feedback, envolver as pessoas em

suas decisões promovendo a liderança compartilhada.

Contudo, para o desenvolvimento de uma EAD, um dos principais desafios

encontrados é a comunicação, é necessário transmitir as mensagens para a equipe

diminuindo o máximo de barreiras, ser transparente, pois este é um elemento

essencial de incentivo assim como mal utilizado pode ser um grande desmotivador,

estimulando conflitos e mal-entendidos.

Neste trabalho foram apresentados um estudo no âmbito do gerenciamento de

equipes na visão de autores renomados, e com base no que foi apresentado, conclui-

se que o essencial para o êxito de um projeto é a elaboração de plano de

gerenciamento de recursos humanos, e para os gestores que buscam formar,

desenvolver e gerenciar equipes de alto desempenho, é indispensável ter um plano

assim como buscar a evolução continua tanto das lideranças assim como dos

membros da equipe, pois quando uma equipe alcança o status de alto desempenho,

seus membros precisam ser estimulados a superarem seus próprios limites e assim

os motivando, caso contrário, o status de alto desempenho pode ser perdido e até

mesmo a equipe se desmanchar.

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56

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