FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... -...
Transcript of FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA ... -...
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
LORENA TIGRE LACERDA
FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA) ASSOCIADOS A PLANTAS EM
ÁREAS DE MATA ATLÂNTICA NA BAHIA, CEARÁ E PARAÍBA
ILHÉUS-BA
2014
LORENA TIGRE LACERDA
FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA) ASSOCIADOS A PLANTAS EM
ÁREAS DE MATA ATLÂNTICA NA BAHIA, CEARÁ E PARAÍBA
Dissertação apresentada para a obtenção do
título de mestre em Produção Vegetal, a
Universidade Estadual de Santa Cruz.
Área de Concentração: Proteção de Plantas
Orientador: Jadergudson Pereira
Co-orientador: José Luiz Bezerra
ILHÉUS-BA
2014
LORENA TIGRE LACERDA
FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA) ASSOCIADOS A PLANTAS EM ÁREAS
DE MATA ATLÂNTICA NA BAHIA, CEARÁ E PARAÍBA
ILHÉUS, 10 DE FEVEREIRO DE 2014.
______________________________________
Prof. Dr. Jadergudson Pereira
UESC
(Orientador)
______________________________________
Prof. Dr. Anibal Ramadan Oliveira
UESC
______________________________________
Prof. Dr. Elisandro Ricardo Drechsler-Santos
UFSC
Dedico a Deus, pelo infinito amor e misericórdia para comigo. Sem Ele não teria tido forças
para chegar até aqui.
A minha mãe, por me apoiar e acreditar em mim, até mesmo quando eu não acreditava.
AGRADECIMENTOS
A Deus, por me amar incondicionalmente, colocando pessoas maravilhosas ao meu
lado que me ajudaram a tornar o meu sonho possível.
Aos meus orientadores, que foram mais que mestres, foram como pais me ensinando,
incentivando e apoiando. Só tenho a agradecer a Deus todos os dias por colocá-los no meu
caminho.
À minha família, em especial à minha mãe, por todo o apoio incondicional durante
esses anos.
Aos meus colegas de laboratório, Isabela e Mateus, pela preciosa ajuda durante todo o
projeto.
Ao pessoal do Lamic/UEFS (Tascio, Davi e Loise), pelo auxílio e companhia durante
as coletas.
Ao professor Dr. Luís Gusmão, pela oportunidade trabalhar em um projeto em rede de
grande importância, como o PPBIO-Semiárido.
À minha Carniça (Thalles), por tudo! Sempre disponível para me ajudar durante todo o
período da minha dissertação. Sem você a minha vida de mestranda teria sido muito mais
difícil.
À Guidinho (Guidomar), pelo auxílio nas análises estatísticas, edição de fotos e por
todo carinho e amizade que ele tem para comigo.
À Yuri, pela amizade, apoio e auxílio nas traduções.
Aos meus amigos Suzam, Patrícia, Leonny, Carol, Letícia, Aline, Dis, Sabrina, Gaby,
Milena, Leyza, Everton, pelo incentivo, força e motivação nas horas mais difíceis.
Aos proprietários das unidades de conservação: RPPN Mãe da Mata e Serra do
Teimoso, pelo apoio durante as coletas.
A todos os funcionários do Parque Nacional de Ubajara e Parque Estadual Serra do
Conduru, onde fui muito bem recebida durante as coletas.
Ao pessoal do INEMA, pela autorização de coleta nos parques.
Aos componentes da banca de qualificação, Dr. Anibal e a Dra. Edna Dora, pela
grande contribuição.
À Universidade Estadual de Santa Cruz, pela oportunidade de realização do mestrado.
Ao programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal, pelo auxílio durante o projeto.
Aos professores do PPGPV, pelos ensinamentos valiosos.
A todos os funcionários da UESC, em especial aos profissionais da equipe de limpeza,
pelo imenso trabalho prestado no laboratório e herbário, tornando melhor as minhas
atividades.
A Kátia Bezerra, pelo auxílio durante o deposito dos espécimes coletados no Herbário
CEPEC.
Ao pessoal da Gerlab e a Marquinhos, pela liberação dos reagentes necessários para o
estudo.
À CAPES, pela concessão da bolsa para que o trabalho fosse desenvolvido.
A todos que, intencionalmente ou mesmo sem saber, contribuíram para a
concretização desse trabalho.
A todos vocês... muito obrigada.
"Deus não é homem, para que minta; nem
filho do homem, para que se arrependa;
porventura diria Ele, e não o faria? Ou
falaria, e não o confirmaria?"
Números 23:19
“Talvez não tenha conseguido fazer o
melhor, mas lutei para que o melhor fosse
feito. Não sou o que deveria ser, mas graças
a Deus, não sou o que era antes”.
Marthin Luther King
FUNGOS XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA) ASSOCIADOS A PLANTAS EM
ÁREAS DE MATA ATLÂNTICA NA BAHIA, CEARÁ E PARAÍBA
RESUMO
A família Xylariaceae pertence ao filo Ascomycota e é caracterizada pela formação de
estromas geralmente carbonáceos nos quais estão imersos peritécios contendo ascos com oito
ascósporos e anel apical iodo positivo, sendo os ascósporos usualmente marrons e com fenda
germinativa. Devido à insuficiência de informações que caracterizem as diferentes espécies de
Xylariaceae e o reduzido número de micologistas que se dediquem exclusivamente a este
grupo taxonômico, tornou-se necessária a realização deste trabalho. Foram realizadas duas
expedições de campo em períodos distintos do ano nas seguintes unidades de conservação:
Parque Estadual Serra do Conduru (Uruçuca-BA), Reserva do Patrimônio Natural Mãe da
Mata (Ilhéus-BA), Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra do Teimoso (Jussari-BA),
Parque Nacional de Ubajara (Ubajara-CE) e Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro (Areia-
PB). Foram coletados 206 espécimes, sendo encontrados doze gêneros: Annulohypoxylon,
Biscogniauxia, Camillea, Daldinia, Hypoxylon, Kretzschmaria, Leprieuria, Nemania,
Phylacia, Rosellinia, Stilbohypoxylon e Xylaria. Todos os relatos para o Parque Nacional de
Ubajara são novas ocorrências para o Ceará, pois até o momento não havia nenhum estudo
desta família no Estado. O gênero Leprieuria foi relatado pela primeira vez no Nordeste. Foi
descrita uma nova espécie nominada Phylacia cylindrica. Outrossim, foram relatados novas
ocorrências para o Nordeste e para o Brasil, demonstrando a necessidade de mais estudos
desta família.
Palavras-chave: Fungos sapróbios. Taxonomia. Xylariales. Xylaria.
FUNGI XYLARIACEAE (ASCOMYCOTA) ASSOCIATED WITH PLANTS IN AREAS
OF ATLANTIC FOREST IN BAHIA, CEARÁ AND PARAÍBA
ABSTRACT
The Xylariaceae family belongs to the phylum Ascomycota and is characterized by the
usually formation of carbonaceous stroma, in which perithecia are immersed containing asci
with eight ascospores and apical ring iodine positive, being usually brown with germinal slit.
Due to the lack of information characterizing the different Xylariaceae species and the lack of
mycologists exclusively dedicated to this taxonomic group, it becomes necessary to perform
this work. Two expeditions were undertaken at different times of the year in the following
protected areas: Parque Estadual Serra do Conduru (Uruçuca-BA), Reserva do Patrimônio
Natural Mãe da Mata (Ilhéus-BA), Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra do Teimoso
(Jussari-BA), Parque Nacional de Ubajara (Ubajara-CE) and Reserva Ecológica Mata do Pau
Ferro (Areia-PB). It were collected 206 specimens, being found in twelve genera
Annulohypoxylon, Biscogniauxia, Camillea, Daldinia, Hypoxylon, Kretzschmaria, Leprieuria,
Nemania, Phylacia, Rosellinia, Stilbohypoxylon and Xylaria. All reports at Parque Nacional de
Ubajara are new occurrences for Ceará, because until now there was no study of this family in
the state. The genus Leprieuria was reported for the first time in the Northeast. A new species
was named Phylacia cylindrica. Moreover, new cases were reported for the Northeast and for
Brazil, demonstrating the need for further studies on this family.
Keywords: Saprobe fungi. Taxonomy. Xylariales. Xylaria.
SUMÁRIO
RESUMO................................................................................................................ ...... iix
ABSTRAT.............................................................................................................. ...... ix
1. INTRODUÇÃO........................................................................................... ...... 1
1.1 Áreas de Mata Atlântica...................................................................... ...... 1
1.2 Fungos em Regiões Tropicais..................................................................... ...... 2
1.3 Características da família Xylariaceae………………………….…………... 3
1.4 Família Xylariaceae no Brasil…………………….…….…………..………. 4
2. JUSTIFICATIVA……………………………………………………..……... 7
3. OBJETIVO ……………………………………………………………..….... 8
3.1 Objetivo Geral………………………………………………………….…..... 8
3.2 Objetivos específicos………………………………………………………… 8
4. MATERIAL E MÉTODOS……………………………………………..….... 9
5.1 Locais de Coleta………………………………………………………..... 9
5.2 Coleta, preparação de espécimes e herborização…………………….……… 14
5.3 Caracterização………………………………………………………………... 15
5.4 Análise dos dados………………………………………………………..…… 16
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO………………………………………….…. 17
5.1 Taxonomia……………………………………………………………….…... 17
I. Annulohypoxylon……………………………………………………………... 18
II. Biscogniauxia………………..……………………………………………….. 26
III. Camillea……………………….………………………………………….….. 34
IV. Daldinia…………………………………………..………………………….. 37
V. Hypoxylon……………………………………………………..……………... 40
VI. Kretzschmaria…………………………………………………..……………. 45
VII. Leprieuria……………………………………………………………………. 53
VIII. Nemania………………………..……………………………………………. 55
IX. Phylacia………………………………………………………………………. 58
X. Roselinia…………………………………….…………………………… ....... 61
XI. Stilbohypoxylon………………………………….…………………………..... 63
XII. Xylaria……………………………………………………………………….... 65
5.2 Análise dos dados…………………………………………………………….. 81
6. CONCLUSÃO ……………………………………………………………….. 94
7. REFERÊNCIAS………..………………………… …………………………. 94
8. ANEXOS…..……………………………………………………................... 105
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Mapa de localização das áreas de estudo no Nordeste Brasileiro.
Figura 2 – Parque Estadual da Serra do Conduru. Fonte: PESC.
Figura 3 – RPPN Mãe da Mata.
Figura 4 – RPPN Serra do Teimoso.
Figura 5 – Parque Nacional de Ubajara.
Figura 6 – Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro.
Figura 7 – Coleta de estromas de Xylariaceae em tronco caído.
Figura 8 – A–F. Espécies de Annulohypoxylon. A–B. A. annulatum. A. Estroma. B. Ascósporo.
C–D. A. bovei var. microspora. C. Estroma. D. Ascósporo. E– F. A. moriforme. E. Estroma. F.
Ascósporo.
Figura 9 – A–F. Espémies de Annulohypoxylon. A–B. A. nitens. A. Estroma. B. Ascósporo. C–
D. A. stygium var. stygium. C. Estroma. D. Ascósporo. E–F. A. truncatum. E. Estroma. F.
Ascósporo.
Figura 10 – A–C. Biscogniauxia capnodes var. capnodes. A. Estroma. B. Peritécios tubulares.
C. Ascósporo.
Figura 11 – A–C. Biscogniauxia aff. waitpela. A. Estroma. B. Peritécios tubulares. C.
Ascósporo.
Figura 12 – A–F. Espémies coletadas de Biscogniaxia. A. Estroma de Biscogniauxia sp. 1. B–
C. Biscogniauxia sp. 2. B. Estroma. C. Peritécios. D. Estroma de Biscogniauxia sp. 3. E–F .E.
Biscogniaxia sp. 4. E. Estroma. F. Peritécios.
Figura 13 – A–E. Espémies de Biscogniaxia. A–B. Biscogniauxia sp. 5. A. Estroma. B.
Peritécios. C. Ascósporos. D–E. Biscogniauxia sp. 6. D. Estroma. E. Peritécios.
Figura 14 – A–C. Espécies coletadas de Camillea. A. C. cyclops. A. Estroma. B–C. C. sulcata.
B. Estroma. C. Ascósporo.
Figura 15 – Estroma de Daldinia eschscholtzii.
Figura 16 – A– E. Hypoxylon sp. 1. A. Estroma. B. Liberação de pigmento vinaceo em KOH a
10%. C. Peritécio. D. Perisporo deiscente. E. Ascósporo.
Figura 17 – A–E. Espécie coletadas de Hypoxylon. A–C. Hypoxylon sp. 1. A. Estroma. B.
Liberação de pigmento ferrugem em KOH a 10%. C. Ascósporo. D–F. Hypoxylon sp. 2. D.
Estroma. E. Liberação de pigmento laranjado em KOH 10%. F. Ascósporo.
Figura 18 – A–F. Espécie coletadas de Hypoxylon. A–C. Hypoxylon sp. 2. A. Estroma. B.
Peritécios C. Ascósporo. D–F. Hypoxylon sp. 2. D. Estroma. E. Peritécios. F. Ascósporo.
Figura 19 – A–F. Espécies coletadas de Kretzschmaria. A– B. K. cetrarioides. A. Estroma. B.
Ascósporo. C–D. K. clavus. C. Estroma. D. Ascósporo. E– F. K. micropus. E. Estroma. F.
Ascósporos.
Figura 20 – A–F. Espécies coletadas de Kretzschmaria. A–B. K. pavimentosa. A. Estroma. B.
Ascósporo. C–D. Kretzschmaria sp1. C. Estroma. D. Ascósporo. E–F.Kretzschmaria sp2. E.
Estroma. F. Ascósporos.
Figura 21 – A–B. Leprieuria bacillum. A. Estroma. B. Ascósporo.
Figura 22 – A– C. Nemania cf. diffusa. A. Estroma. B. Peritécios C. Ascósporo.
Figura 23 – A–F. Espécie coletadas de Nemania. A–C. Nemania sp.1. A. Estroma. B. Peritécios
C. Ascósporo. D–F. Nemania sp.2. D. Estroma. E. Peritécios. F. Ascósporo.
Figura 24 – A–F. Espécies de Phylacia. A–B. P. cylindrica sp. nov. A. Estroma. B. Ascósporo.
C–D. Phylacia globosa. C. Estroma. D. Ascósporo. E–F. Phylacia turbinata. E. Estroma. F.
Ascósporos.
Figura 25 – A–B. Rosellinia sp.1. A. Estroma. B. Ascósporo.
Figura 26 – A–D. Espécimes de Stilbohypoxylon. A–B. Stilbohypoxylon quisquiliarum var.
quisquiliarum.. A. Estroma. B. Ascósporo. C–D. Stilbohypoxylon quisquiliarum var.
microsporum . C. Estroma. D. Ascósporo.
Figura 27 – A–F. Espécies de Xylaria. A–B. X. cornimiformis var. cornimiformis. A. Estroma.
B. Ascósporo. C–D. Xylaria globosa var. globosa. C. Estroma. E. Ascósporo. E–F. Xylaria
griseo-olivacea. E. Estroma. F. Ascósporo.
Figura 28 – A–F. Espécies de Xylaria. A. Estroma de Xylaria ianthinovelutina. A. Estroma. B–
D. Xylaria mellissi. B. Estroma. C. Reação amiloide do anel apical. D. Ascopóro. E–F. Xylaria
telfairii. E. Estroma. F. Ascopóro.
Figura 29 – A–B. Xylaria aff. arbuscula. A. Estroma. B. Ascósporo.
Figura 30 – A–D. Xylaria sp.1. A. Estroma. B. Ostíolos papilados. C. Peritécios. D.
Ascósporos.
Figura 32 – A–C. Xylaria sp.3. A. Estroma. B. Peritécios. C. Ascósporos.
Figura 33 – A–C Xylaria sp.4. A. Estroma. B. Peritécios. C. Ascósporos.
Figura 34 – A–B. Xylaria sp.5. A. Estroma. B. Ascósporos.
Figura 35 – A–C. Xylaria sp.6. A. Estroma. B. Peritécios. C. Ascósporos.
Figura 36 – A–C. Xylaria sp.7. A. Estroma. B. Peritécios. C. Reação amiloide do anel apical. D.
Ascósporos.
LISTA DE TABELAS
1 Espécimes de Xylariaceae coletados………………………………………………………..….84
2 Espécimes de Xylaria coletados……………………………………………………………..…85
3 Táxons de Xylariaceae identificados a partir de espécimes coletados em áreas de Mata
Atlântica da Bahia, Ceará e Paraíba………………………………………………………….…..86
4 Índice de diversidade, riqueza e frequência do gênero Annulohypoxylon…………………..…89
5 Índice de diversidade, riqueza e frequência do gênero Biscogniauxia…………………………90
6 Espécimes de Hypoxylon coletados…………………………………………………………….91
7 Índice de diversidade, riqueza e frequência do gênero Kretzschmaria………………………..92
8 Espécimes de Nemania coletados………………………………………………………………93
9 Índice de diversidade, riqueza e frequência do gênero Phylacia…………………………...….94
10 Índice de diversidade, riqueza e frequência do gênero Stilbohypoxylon………………….…95
LISTA DE SIGLAS
ABNT AssociaçãoBrasileiradeNormasTécnicas
CAPES CoordenaçãodeAperfeiçoamentodePessoaldeNívelSuperior
CEPLAC ComissãoExecutivadoPlanodaLavouraCacaueira
UEFS Universidade Estadual de Feira de Santana
UESC Universidade Estadual de Santa Cruz
PESC Parque Estadual Serra do Conduru
PNU Parque Nacional de Ubajara
RE Reserva Ecológica
RPPN Reserva do Patrimonio Particular Natural
LISTA DE ANEXOS
1 Licença para coleta de material fúngico e vegetal – Instituto Chico Mendes/SisBIO.
2 Licença de coleta em Unidades de conservação libera pelo Instituto do Meio Ambiente e
Recursos Hídricos.
3 Manuscrito enviado para a revista Mycologia para publicação de Phylacia cylindrica sp. nov.
1
1. INTRODUÇÃO
1.1 Áreas de Mata Atlântica
As florestas tropicais apresentam a maior reserva de diversidade biológica de todo o
planeta, contudo, a destruição destes ecossistemas tem levado a extinções locais, regionais e
até mesmo globais. A Mata Atlântica possui, atualmente, cerca de 7,0% da sua cobertura
original, motivo pelo qual é classificada como a quinta área mais ameaçada e rica em espécies
endêmicas do mundo (MYERS et al., 2000). Este ecossistema é um dos principais hotspots do
planeta, ou seja, apresenta uma altíssima biodiversidade em que a extensão original foi
dramaticamente reduzida (GUEDES et al., 2005).
Apesar de séculos de devastação, a Mata Atlântica preserva a maior biodiversidade
por hectare entre as Florestas Tropicais (CONTI; FURLAN, 2003). Segundo Galindo-Leal e
Câmara (2005), a região da Mata Atlântica na América do Sul perdeu mais de 93% da área
original.
Com uma vasta extensão latitudinal, a Mata Atlântica é bastante heterogênea,
apresentando vários ecossistemas associados: Floresta Ombrófila Densa, Mista (mata de
araucárias) e Aberta; Floresta Estacional Decidual e Semidecidual; Mangues; Restingas;
Campos de Altitude; Brejos Interiorianos; Encraves Florestais do Nordeste; ilhas costeiras; e
oceânicas (LAGOS; MULLER, 2007).
Dos vários ecossistemas encontrados na Mata Atlântica, as florestas situadas em serras
e planaltos do semiárido, chamados popularmente de brejos de altitude, são os menos
conhecidos (TAVARES et al., 2000). Os brejos de altitude são encraves da Mata Atlântica,
que formam ilhas de floresta úmida dentro da região semiárida, no bioma Caatinga, formando
uma condição climática atípica. Segundo Andrade-Lima (1982), os brejos de altitude são
regiões de refúgio de flora e fauna, que sofreram isolamento geográfico durante o Pleistoceno
e Plioceno superior. O relevo cria uma barreira às massas de ar, com isso estas depositam
umidade nas vertentes a barlavento, grotões e vales de serras (ANDRADE-LIMA, 1982).
A Mata Atlântica no sul da Bahia é uma floresta tropical úmida muito rica em espécies
e com altísssimo grau de endemismo (SAMBUICHE, 2001). Esta região encontra-se reduzida
entre 1 a 10% da sua cobertura original (SAMBUICHE, 2006).
2
O sul da Bahia é relatado pelos ambientalistas como uma das regiões mais importantes
para a conservação da biodiversidade global devido ao elevado risco de eliminação dos
remanescentes. Uma das principais ameaças à biodiversidade é a redução de habitat,
especialmente em um ambiente com um alto grau de endemismo, como a Mata Atlântica
(TABARELLI et al. 2010).
Um fator que influencia na conservação da biodiversidade nesta região é o cultivo
tradicional do cacau sob a mata raleada, conhecido como cabruca (PARDINI et al., 2009),
(BOMFIM, 2012). Os sistemas agroflorestais são práticas de plantio de cultivos agrícolas
associados com espécies de árvore ou arbusto nativas (MAY et al. 2008; BOMFIM, 2012). As
agroflorestas são uma excelente oportunidade para aliar desenvolvimento agrícola e
conservação da biodiversidade (BOMFIM, 2012).
1.2 Fungos em Regiões tropicais
As florestas tropicais estão localizadas nas seguintes regiões: África (bacia do Rio
Congo e Libéria), América Central, América do Sul (Floresta Amazônica e Mata Atlântica),
Ásia (Vietnã, Laos, Camboja e Tailândia) e Oceania (Nova Guiné, Bornéo e costa norte da
Austrália) (PRIMACK; CORLETT, 2005).
Segundo Braga-Neto (2012) a maior parte dos fungos desconhecidos pela ciência está
em florestas tropicais. Devido as suas condições estruturais e climáticas, as florestas tropicais
são ecossistemas onde prolifera uma grande diversidade fúngica (CASTRO et al., 2011).
Embora estes microrganismos sejam relativamente mais estudados em regiões
temperadas em relação às tropicais, a diversidade acredita-se ser maior em regiões tropicais e
subtropicais do que em latitudes mais altas (LODGE et al., 1997).
Hawksworth (2012) destaca que a última estimativa de fungos de 5,1 milhões proposta
por Blackwell (2011) só pode ser comprovada com maiores estudos nos trópicos, pois a
evidência adicional de riqueza de espécies é proveniente de estudos de longo prazo em
florestas não tropicais. Hawksworth (1991, 2001) também reforça que a diversidade de fungos
em escalas globais deve ser estuda nos trópicos, em consideração ao grande número de
espécies de plantas e suas associações com fungos.
Arnold et al. (2005) revela que o número de espécies de fungos endófitos em florestas
tropicais é maior quando comparado com outras regiões do globo, entretanto há poucos dados
quantitativos disponíveis para avaliar a diversidade destes em florestas tropicais.
3
Smith e colaboradores (2011) demonstraram a alta diversidade e a importância de
ectomicorrizas nas florestas neotropicais, revelando a escassez de estudos nessas áreas.
A micobiota desempenha um importante papel na degradação das forragens tropicais,
pois produz enzimas com atividade para degradar celulose e lignina (CERDÀ, 2003).
Os fungos modificam nosso habitat e são essenciais para muitas funções do
ecossistema (KRUG et al., 2004). Eles são os principais agentes responsáveis pela
decomposição da matéria orgânica, devido a alguns aspectos morfológicos e fisiológicos,
como a forma filamentosa, o modo de crescimento apical e a capacidade enzimática e
metabólica (SOUZA, 2006). Sem a ação destes organismos, acredita-se que o meio ambiente
estaria comprometido devido ao aprisionamento de nutrientes na matéria orgânica morta
(CARLILE; WATKINSON, 1996).
1.3 Família Xylariaceae Tul. & C. Tul.
A família Xylariaceae foi proposta por Tulasne & C. Tulasne em 1861(ROBERT et al.
2005), entretanto desde épocas distantes micologistas estudavam espécies que atualmente
pertencem a este táxon (POROCA, 1976).
Person (1801) foi um dos primeiros a trabalhar com a família, estudando a forma, no
tamanho e no tipo de estroma e ostíolos dos peritécios do antigo gênero Shaperia, porém Fries
(1823) foi o primeiro a considerar este gênero, as espécies de antes aceitas de Pyrenomycetes,
sendo este o trabalho considerado como “ponto de partida” para as pesquisas destes
microrganismos (POROCA, 1976).
Xylariaceae (Ascomycota) é a família tipo da ordem Xylariales e possui
aproximadamente 85 gêneros e mais de 1.340 espécies, sendo encontrada em todos os
continentes, com exceção dos polos, sendo mais abundante nos trópicos (WHALLEY;
EDWARD, 1999; KIRK et al. 2008). A maioria das espécies é sapróbia, decompositora de
madeira, sementes, frutos e folhas, responsável pela ciclagem de nutrientes, degradando
celulose e lignina. Fungos da família Xylariaceae (Ascomycota) possuem como principais
características morfologia variada, formação de estroma e peritécios, ascos com anel apical
amiloide com oito ascósporos unicelulares, geralmente marrons e fenda germinativa
(ROGERS et al., 2008).
Espécies de Xylariaceae também são importantes endófitos comuns em plantas
tropicais (BAYMAN et al, 1998; FRÖHLICH et al, 2000), sendo que nas últimas decádas
4
trabalhos têm mostrado sua ocorrência em plantas no Brasil, inclusive em espécies de
importância agrícola (SILVEIRA; RODRIGUES, 1985; CAMATTI-SARTORI et. al. 2007;
OLIVEIRA et, al. 2008; SILVA, 2008; PEREIRA et al., 2009).
Algumas espécies de Xylariaceae provocam doenças em plantas, tais como: podridão
de raízes em craveiro-da-índia (OLIVEIRA et, al. 2008), podridão branca na raiz da macieira
(CAMATTI-SARTORI et. al. 2007), enegrecimento da raiz em cafeeiro (GODOY et. al.
1997) e depreciação da madeira em eucalipto (MAFIA et. al. 2003). Representantes desta
família constituem um grupo de microrganismos que biossintetizam metabólitos secundários
(MAGALHÃES et. al. 2008; RAKOTONIRIANA et. al. 2008; RODRIGUES, 2010;
SANTOS FILHO, 2010). Alguns estudos demonstraram estes metabólitos secundários
inibindo a ação de fungos fitopatogênicos (GUEDES et. al. 1997; SOUZA et. al. 2004;
TAKAHASHI e LUCAS, 2008). Além disso, Arnold et al . (2005) afirmaram que os fungos
endófitos de plantas tropicais representantes de Xylariaceae utilizam um mecanismo
complexo para o reconhecimento do hospedeiro que age rapidamente após o contato fungo-
planta.
Espécimes de Xylariaceae também podem ser encontrados associados a insetos,
Rogers (2005) relatou a presença de Xylaria em cupinzeiros, como simbiontes mutualistas de
insetos. Segundo Yuyama et al. (2013) os estromas de Daldinia eschscholtzii (Ehrenb.) Rehm,
servem de habitat para artrópodes, além de alguns fungos endófitos representantes deste táxon
possuírem metabólitos repelentes contra as larvas dos besouros vetores de doenças em plantas
do gênero Fagus (AZEVEDO et al., 2000).
Guarro et al. (2006) relataram espécies de Xylariaceae causando doenças em seres
humanos imunodeficientes.
1.4 Xylariaceae no Brasil
Os primeiros trabalhos sobre a família Xylariaceae no Brasil começaram no século
XIX, no estado de Santa Catarina por Adalberto de Chamisso, sendo a espécie Thamnomyces
chamissonis Ehrenb. (FIDALGO, 1968), considerada a primeira espécie de Xylariaceae
encontrada no Brasil (EHRENBERG, 1820). Em 1851, Berkeley fez sua primeira
contribuição micológica para o país, descreveu duas espécies de Hypoxylon (H. obovatum
5
Mont. e H. leprieuri Mont.) e uma espécie de Tamnomyces (Tamnomyces chamissonis
Ehrenb.) ao estudar a coleção de W. J. Hooker (POROCA, 1976).
Em levantamento de espécies fúngicas coletadas na Amazonia brasileira Berkeley e
Cooke dataram algumas espécies de Hypoxylon, Tamnomyces e Xylaria (BERKELEY;
COOKE, 1877). Berkeley realizou ainda mais dois trabalhos sobre a família Xylariaceae:
(1856) relatando taxa de Tamnomyces e Xylaria; e Berkeley (1880) publicou uma lista de
fungos no estado do Rio de Janeiro, onde incluem Hypoxylon placentiforme Berk. & Curt e
Xylaria hypoxylon (L. ex. Fr.) (POROCA, 1976).
Ainda no século XIX Patouillard (1885) e Winter (1897) descreveram novas espécies
de Xylariaceae coletadas no Brasil (POROCA, 1976).
Hennigs foi um dos micologistas que mais colaborou no estudo deste táxon no país,
relatando novas ocorrências e descrevendo novas espécies (HENNINGS, 1895; HENNINGS,
1897; HENNINGS, 1900; HENNINGS, 1902; HENNINGS, 1904a; HENNINGS, 1904b;
HENNINGS, 1904c).
Rehm também teve uma importante contribuição para o conhecimento de Xylariaceae
nos estados brasileiros, onde referiu aproximadamente 40 espécies para a região (REHM,
1901a; REHM, 1901b; REHM, 1904a; REHM, 1905; REHM, 1906; REHM, 1907a; REHM,
1907b).
Rick começou as atividades com Xylariaceae no país no Rio Grande do Sul em 1902,
onde elaborou diversos trabalhos, os quais deram um valioso subsidio a micologia brasileira
(RICK, 1905; RICK, 1906a; RICK, 1906b; RIC, 1907a; RICK, 1907b; RICK, 19031; RICK,
1932; RICK, 1935; POROCA, 1976)
Theissen produziu diversos trabalhos sobre micobiota brasileira, os quais fez
referencia a grande quantidade de espécimes de Xylariaceae no Rio Grande do Sul
(THEISSEN, 1908a; THEISSEN, 1908b; THEISSEN, 1909a; THEISSEN, 1909b;
THEISSEN, 1909c; THEISSEN, 1909d; THEISSEN, 19010.
Neste mesmo período Sampaio (1916) pesquisando a flora do Mato Grosso relatou
novas ocorrências de Xylariaceae para o Estado, inclusive espécies raras como: Daldinia
eschscholtzii.
Dennis (1957) estudou a família Xylariaceae em países Tropicais, inclusive no Brasil,
relatando nos táxons e novas ocorrências para o país. Neste mesmo período Batista e
colaboradores produziram numerosos trabalhos com os gêneros Camillea, Kretzschmaria,
Hypoxylon, Phylacia, Tamnomyces, e principalmente Xylaria (BATISTA; VITAL, 1948;
6
BATISTA, 1948; BATISTA, 1949; BATISTA, 1950; BATISTA; VITAL, 1956; BATISTA;
MAIA, 1958; BATISTA; OLIVEIRA, 1959; BATISTA et al., 1960a; BATISTA et al., 1960b;
BATISTA; MAIA, 1964; BATISTA et al., 1966; BATISTA; PERES, 1967) .
Na década de 70 Poroca estudou a família Xylariaceae no estado de Pernambuco,
fazendo um levantamento sobre este táxon no país (POROCA, 1976).
Silveira e Rodrigues realizaram um estudo da família Xylariaceae na Amazônia e
Mato Grosso, onde foram registrados nove gêneros e 31 espécies (SILVEIRA; RODRIGUES,
1985).
Rogers e Ju, dois dos micologistas que mais têm se dedicado a esta família nos últimos
anos, ao fazerem um levantamento de gênero Hypoxylon Bull., publicaram inúmeras
espécimes encontradas no país (JU e ROGERS, 1996).
Meijer (2006) fez um levantamento de macromicetes no Paraná e encontrou alguns
gêneros de Xylariaceae como: Camillea Fr., Daldinia Ces. & De Not., Hypoxylon,
Kretzschmaria Fr., Phylacia Lev., Thamnomyces Ehrenb.e Xylaria Hill ex Schrank.
Recentemente Pereira e colaboradores (2008abc, 2009, 2010, 2011, 2014) têm
estudado a ocorrência e aspectos taxonômicos de Xylariaceae no Brasil, especialmente na
Região Nordeste.
Alguns fungos Xylariaceae fitopatógenos têm sido estudados no país, como Rosellinia
De Not., foi relatado por alguns autores causando podridão de raiz em diversas culturas,
como: abacate roxo (KIMATI et al., 1997), caqui (KIMATI et al., 1997), soja (VALE;
ZAMBOLIM, 1997), macieira (BONETI et al., 1999), mandioca (KIMATI et al., 1997) e
rosas (BERGMANN; ALEXANDRE, 1995; MENDES, 2014).
7
2. JUSTIFICATIVA
Apesar da Mata Atlântica ser um tema bastante discutido na atualidade, há poucos
trabalhos relacionados com a taxonomia de fungos. Pouco se sabe sobre a família Xylariaceae
no Brasil, apesar de alguns trabalhos realizados por Batista e Maia (1958), Batista e Oliveira
(1959), Batista e Peres (1960), Batista et al. (1960) e mais recentemente, Pereira et al.
(2008a,b, 2009, 2010a,b) tem estudado a ocorrência desta família na Bahia, Paraíba e
Pernambuco. Considerando a riqueza de espécies vegetais na Mata Atlântica e remanescentes,
a insuficiência de informações que caracterizem as diferentes espécies de Xylariaceae e a falta
de micologista que se dediquem exclusivamente a este grupo taxonômico, faz-se necessária
esse trabalho.
8
3. OBJEIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Coletar e identificar espécimes de Xylariaceae em alguns remanescentes da Mata Atlântica no
Nordeste.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Coletar espécimes de Xylariaceae associadas a plantas em áreas de Mata Atlântica no sul da
Bahia, Ceará e Paraíba;
- Identificar, descrever taxonomicamente e ilustrar as novas ocorrências e novas espécies
encontradas;
- Contribuir para ampliação dos acervos dos herbários do CEPEC e da UESC, bem como das
informações acerca de Xylariaceae no Nordeste e no Brasil.
9
4. MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 LOCAIS DE COLETA
Para a coleta foram selecionadas cinco áreas de remanescentes da Mata Atlântica em
três estados do Nordeste brasileiro: Bahia, Ceará e Paraíba (Figura 1). Dentro do domínio
Mata Atlântica, foram escolhidas áreas com diferentes tipos de vegetação: brejos de altitude
apresentando a vegetação original e antropizada, com atividades de subsistência como
plantações e criação de gado e outros animais; floresta ombrófila densa, dentro dos principais
hotspot do planteta; floresta úmida semidecidua; e sistema agroflorestal cabruca.
Figura 1 – Mapa de localização das áreas de estudo no Nordeste Brasileiro.
10
3.1.1 Parque Estadual Serra do Conduru
O Parque Estadual Serra do Conduru foi criado em 21 de fevereiro de 1997 pelo
decreto n.º 6227 e está localizado entre os municípios de Ilhéus, Itacaré e Uruçuca, sul da
Bahia (14°20’S; 39°02’W), abrangendo uma área de Floresta Ombrófila Densa, com 9.275
hectares e até 700m de altitude, possuindo elevado índice de endemismo e cerca de 460
espécies arbóreas por hectare (Parque Estadual da Serra do Conduru-PESC, 2014). A
temperatura média anual é de 23ºC com clima tropical super-úmido e a precipitação anual é
em média a 1.300 mm (PESC, 2014).
Figura 2 – Parque Estadual da Serra do Conduru. Fonte: PESC.
3.1.2 Reserva Particular do Patrimônio Natural Mãe da Mata
A RPPN Mãe da Mata está localizada no município de Ilheús (14° 49' 59.89'' S, 39° 5'
54.28'' W), abrange uma área de 13 ha apresentando o sistema de produção agrossilvicultural
cacau-cabruca, com precipitação anual superior a 1.300 mm (comunicação pessoal). Este
11
sistema é a implantação da cacauicultura na vegetação natural de Mata Atlântica, conservando
grande parte da sua biodiversidade natural.
Figura 3 – RPPN Mãe da Mata.
3.1.3 Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra do Teimoso
A RPPN Serra do Teimoso está localizada no município de Jussari, sul da Bahia
(15º09’ S; 39º31’ W) com cerca de 1000 ha, atingindo 1.000 m de altitude. O local possui
Floresta Úmida nos topos de morro e semidecídua nas altitudes mais baixas. A precipitação
anual média é de 1.800 mm e a temperatura média de 24ºC (PEREIRA, 2011).
12
Figura 4 – RPPN Serra do Teimoso.
3.1.4 Parque Nacional de Ubajara
O Parque abrange uma área de 6.288 hectares, podendo atingir 870 m de altitude,
situado nas cidades de Ubajara, Tianguá e Frecheirinha, Ceará (Parque Nacional de Ubajara-
PNU, 2014). Apesar das coletas terem sido realizadas em Floresta Ombrófila Aberta (Mata
Atlântica), a unidade possui três ecossistemas: Mata Atlântica, Floresta Subperenifólia e
Caatinga (PNU, 2014). O clima é bem divido durante o ano, sendo úmido e com temperaturas
baixas de janeiro a junho, e seco e quente de julho a dezembro (PNU, 2014). A variação da
preciptação anual é muito elevada, possuindo uma de 1.436,32 mm (PNU, 2014).
13
Figura 5 – Parque Nacional de Ubajara
3.1.5 Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro
A Mata do Pau Ferro está localizada no município de Areia, Paraíba (6º 58’ 12" S; 35º
42’ 15" W), podendo chegar a 600 m de altitude (ANDRADE et al, 2006). O local é
considerado um brejo de altitude, apesar de estar inserido no Bioma Caatinga, apresenta uma
vegetação com matas perenifólias (ANDRADE et al, 2006). A temperatura média anual é de
22ºC (ANDRADE et al, 2006).
14
Figura 6 – Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro.
Todas as coletas foram realizadas com a Autorização para Atividades com Finalidade
Científica de número 38466-1, concedida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade – ICMBio do Ministério do Meio Ambiente – MMA e do Instituto do Meio
Ambiente e Recursos Hídricos – INEMA (ANEXO I).
4.2. COLETA, PREPARAÇÃO DE ESPÉCIMES E HERBORIZAÇÃO
Foi utilizada a metodologia adotada por Pereira (2011), na qual definiu-se um
transecto de 10 x 500 m ao longo de trilhas já existentes nas unidades de conservação, onde
foram realizadas duas coletas em cada local, com início em maio de 2012 e término em
dezembro de 2013.
Foram coletados estromas fúngicos em material vegetal, com o auxílio de um facão ou
canivete (Figura 7), acondicionados em sacos de papel e identificados com os seguintes
dados: localidade, coordenadas geográficas (GPS), data, substrato/hospedeiro, tipo de
vegetação, coletor, identificador e número de coleta. Os espécimes coletados foram
15
processados por meio de secagem a 45ºC, herborizados e depositados nos herbários CEPEC e
UESC.
Figura 7 – Coleta de estromas de Xylariaceae em tronco caído.
4.3 CARACTERIZAÇÃO
Para identificação morfológica da espécie, foram consideradas as seguintes
características do teleomorfo: forma; dimensão e cor dos estromas; substrato; morfologia dos
ostíolos; forma, disposição e dimensões das cavidades periteciais. Para cada espécime foram
feitas observações microscópicas de ascósporos em água para estudar sua morfologia,
16
considerando as medidas de 30 esporos. Foram excluídos os ascósporos aberrantes e
imaturos, sendo que para cada espécie o tamanho constou de valores extremos e o valor
médio (M). Os ascos foram observados em reagente de Melzer para verificar a condição
amilóide do anel apical. Solução de KOH a 10% foi utilizada para observar a deiscência do
perispório e a liberação de pigmentos estromáticos em alguns gêneros.
A presença de pigmentos foi verificada colocando-se um fragmento do estroma em
gota de KOH a 10% contida em lâmina de microscopia. Decorrido um minuto, a lâmina foi
colocada em uma folha de papel branco e os pigmentos liberados foram visualizados
rapidamente. O padrão de cores adotado foi de acordo com a carta de cores de Watling
(1969).
A identificação das espécies foi feita com a utilização de chaves analíticas e descrições
de táxons previamente publicadas.
4.4. Análise de Dados
Os dados quantitativos foram avaliados com o auxílio do programa Past. A
diversidade de espécies foi medida através do índice de diversidade de Shannon-Wiener
(H’=Spi x lnpi, onde p é a frequência relativa da espécie i).
A riqueza foi representada pela quantidade de espécies encontradas.
A representatividade da espécie na amostra foi analisada utilizando a metodologia
adotada por Pereira (2011).
As Classes de Frequência nas quais as espécies foram enquadradas são: Muito
Frequente: ≥ 60%; Frequente: < 60% ≥ 40%; Pouco Frequente: < 40% e ≥ 20%; Rara: < 20%
e ≥ 10%; Muito Rara: < 10%.
17
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 TAXONOMIA
Chave para os gêneros de Xylariaceae coletados.
1. Estroma uniperiteciado………………………………………………………….…Rosellinia
1. Estroma multiperiteciado……………………………………………………………………2
2. Estroma aplanado ……………………………………………………….…Biscogniauxia
2. Estroma de outra forma………………………………………………………….……….3
3. Estroma unipartido………………………………………………………………….Camillea
3. Estroma bipartido…………………………………………………………..………………..4
4. Estroma geralmente estipitado……………………………………………….…………..5
4. Estroma pulvinado a efuso-pulvinado………………………………..……………….….7
5. Ascósporos oliváceos…………………………………………………….………….Phylacia
5. Ascósporos marrons……………………………………………….………………………...6
6. Estroma geralmente clavado, cilíndrico, globoso a subgloso ou esférico………....Xylaria
6. Estroma com parte fértil convexa ou achatada, discóide, esférico a
hemisférico………………………………………………………….………...Kretzschmaria
7. Estroma com zonas concêntricas………………………………………..…….…….Daldinia
7. Estroma de outra forma……………………………………………….………..……………8
8. Estroma ereto, cilíndrico ………………………………………..……………..Leprieuria
8. Estroma de outra forma…………………………………………………….…………….9
9. Estroma peritecioide ……………………………………………...…..……..Stilbohypoxylon
18
9. Estroma de outra forma…………………………………………...………………………..10
10. Estroma sem pigmentos extraíveis em KOH a 10%..........................................Nemania
10. Estroma com pigmentos extraíveis em KOH a 10%....................................................11
11. Estroma com disco anular…………………………………….…………..Annulohypoxylon
11. Estroma sem disco anular…………………………………….………………….Hypoxylon
I. Annulohypoxylon
Chave para os táxons de Annulohypoxylon encontrados neste estudo.
1. Disco anular tipo bovei.……………………………………………………………………..2
1. Disco anular tipo truncatum………………….………………….…………………....…..…3
2. Fenda germinativa retilínea no comprimento do esporo…............…………..…..A. nitens
2. Fenda germinativa menor que o comprimento do esporo...........A. bovei var. microspora
3. Disco anular menor ou igual a 0.2 mm ……………………………...A. stygium var. stygium
3. Disco anular maior que 0.2 mm ………………………………….…………………………4
4. Estroma efusopulvinado a pulvinado, ascósporos medindo 7–10 × 4–5 µm, fenda
germinativa retilínea no comprimento do esporo ……………..…….………...A. truncatum
4. Estroma geralmente hemisférico…………………………..………….………….………5
5. Ostíolo marcadamente cônico-papilado……………………..…………………A. annulatum
5. Ostíolo papilado………………………………….…..………..………………. A. moriforme
19
Annulohypoxylon Y.-M. Ju, J.D. Rogers & H.-M. Hsieh, Mycologia 97: 855. 2005.
≡ Hypoxylon sect. Annulata J.H. Miller, A monograph of the world species of Hypoxylon, p
86. 1961; emend. Y.-M. Ju & J.D. Rogers, A revision of the genus Hypoxylon, p. 22. 1996.
Annulohypoxylon anteriormente pertencia à seção Annulata do gênero Hypoxylon,
sendo eregido à gênero por Hsieh et al. (2005), com base em análises de filogenia molecular
de anamorfos, além de outras características dos teleomorfos, como: disco anular, ostíolo
sempre acima do nível da superfície, perisporo, quando deiscente, apresentando uma região
espessa no centro (HLADKI, 2004; PEREIRA, 2011).
Annulohypoxylon annulatum (Schwein. : Fr.) Y.-M. Ju, J.D. Rogers & H.-M. Hsieh,
Mycologia 97: 857. 2005. Figura 8 A–B
≡ Hypoxylon annulatum (Schwein.: Fr.) Mont. apud C. Gay, Fl. Chilena VII, p. 445. 1850.
≡ Sphaeria annulata Schwein., J. Acad. Nat. Sci. Philadelphia 5: 11. 1825; Schwein.: Fr.,
Elench. Fung. II, p. 64. 1828.
≡ Sphaeria marginata Schwein., Trans. Amer. Philos. Soc., n. ser., 4: 190. 1832; non
Sowerby, 1803; nec Fr.: Fr., 1828; [nom. rejic., ICBN Arts. 13.1 (d), 63.1, & 64.1].
≡ Hypoxylon marginatum (Schwein.) Berk., Outl. Brit. Fung., p. 387. 1860.
= Hypoxylon vernicosum Ellis & Everh., Amer. Naturalist 31: 426. 1897; non (Schwein.)
Berk. & M. A. Curtis, 1867; [nom. rejic., ICBN Art. 64.1].
= Hypoxylon marginatum (Schwein.) Berk. var. emarginata Theiss., Ann. Mycol. 7: 156.
1909.
= Hypoxylon circumscribum C. G. Lloyd, Mycol. Writings 7: 1312. 1924.
Estroma hemisférico, superfície marrom escuro a negro, pigmentos extraídos em KOH
10% verde oliva, 1.0–1.2 cm diâm. × 2.8–3.8 mm de espessura. Peritécios esféricos a
obovóides, 0.4–0.6 mm diâm. × 0,5–0.6 mm de altura. Ostíolos cônico-papilados, com disco
tipo truncatum de 0.3–0.5 mm diâm. Ascos danificados. Ascósporos elipsóide-inequilaterais,
com extremidades arredondadas, marrons a marrom escuros, (7) 8 –10 × 5–6 µm, fenda
germinativa retilínea no comprimento do esporo; perispório deiscente em KOH A 10%, liso;
epispório liso.
20
Material examinado: PARAÍBA, Areia, Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro, 6º 58’ 12" S;
35º 42’ 15"W, em galho de dicotiledônea morta não identificada, 3-VII-2012, 18-III-2013,
Lacerda, L.T
Comentários: Annulohypoxylon annulatum difere de A. truncatum por possuir estromas
hemiesféricos esféricos, sendo consideradas por Miller (1961) espécies coespecíficas.
Relatado anteriormente por Pereira (2011) na Bahia, Paraíba e Pernambuco e no Sudoeste do
país (ROGERS; JU, 1996). O relato anterior de sua corrência na Paraíba deu-se no município
de João Pessoa, zona litorânea.
Annulohypoxylon bovei var. microspora Y.-M. Ju, J.D. Rogers & H.-M. Hsieh, Mycologia
97: 859. 2005. Figura 8 C–D
≡Hypoxylon bovei var. microsporum J.H. Mill., A Monograph of the World Species of
Hypoxylon: 95 (1961).
Estromas pulvinados, aglomerado, contendo aproximadamente dez peritécios,
superfície marrom escuro a negro, pigmentos extraíveis em KOH A 10% verde oliváceo a
âmbar, grânulos consistentes logo abaixo da superfície. Peritécios esféricos, 0.8–1.1 mm
diâm. Ostíolos papilados, disco anular tipo bovei de 0.5–0.7 mm diâm. Ascos danificados.
Ascósporos elipsóides-inequilaterais, marrons a marrons escuros, com extremidades
arredondadas, 7–9 × (3) 4–µ5 m, fenda germinativa retilínea menor que o comprimento do
esporo; perispório deiscente em KOH A 10%, liso, epispório liso.
Material examinado: BAHIA, Uruçuca, Parque Estadual Serra do Conduru, 14°20’S;
39°02’W; em galho de árvore dicotiledônea morta indeterminada, 28-IX-2012, Lacerda, L.T.
Comentários: Esta variedade difere da espécie tipo por possuir ascósporos menores, fenda
germinativa menor que o comprimento do esporo e pigmentos oliváceos extraíves em KOH a
10%.
Primeiro relato para o Brasil, sendo encontrado anteriormente na China, Filipinas e Taiwan
(JU; ROGERS, 1996).
21
Annulohypoxylon moriforme (Henn.) Y.-M. Ju, J.D. Rogers & H.-M. Hsieh, Mycologia 97:
859. 2005. Figura 8 E–F
≡ Hypoxylon moriforme Henn., Bot. Jahrb. Syst. 23: 287. 1896.
= Hypoxylon effusum Nits. var. viridarii Sacc., Bull. Orto Bot. Regia Univ. Napoli 6: 47.
1921.
= Hypoxylon heveae Joly, Bull. Soc. Mycol. France 81: 275. 1965.
Estroma hemisférico, aglomerado, pulvinado a efuso-pulvinado, geralmente
confluente, com elevações periteciais inconspícuas a 1/3 expostas, superfície negra,
pigmentos extraíveis em KOH verde oliva, 0.5–1.2 cm diam × (0.3) 0.5–1.2 mm espessura.
Peritécios esféricos, 0.4–0.6 mm diam. Ostíolos papilados, disco anular tipo truncatum 0.3–
0.5 mm diam. Ascos (83) 90–110 µm × 3.5–5 µm, parte esporífera (52.5) 55–67.5 µm
comprimento, estipe (20) 22.5–55 µm comprimento, anel apical J-. Ascósporos elipsóides-
inequilaterais, marrom a marrom escuro, com extremidades afiladas a arredondadas, 7–10 ×
3–5 µm, fenda germinativa retilínea no comprimento do esporo, perispório geralmente
deiscentes em KOH A 10%; epispório liso.
Material examinado: BAHIA; Uruçuca, Parque Estadual Serra do Conduru, 14°20’S;
39°02’W; em galho de árvore dicotiledônea indeterminada, 28-IX-2012, Lacerda, L.T.;
CEARÁ, Ubajara, Parque Nacional de Ubajara, 3° 46′ 0″ S, 40° 54′ 0″ W, em galho
indeterminado de árvore dicotiledônea, 13-III-2013, 1-VI-2013 , Lacerda, L.T.; PARAÍBA,
Areia, Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro, 6º 58’ 12" S; 35º 42’ 15"W, em tronco de
dicotiledônea não identificada, 3-VII-2012, Lacerda, L.T.
Comentários: Geralmente associado à Annulohypoxylon truncatum, entretanto podem ser
separados pela ausência de coloração avermelhada e possuir uma largura menor do ascósporo,
quando comparado com A. truncatum.
Espécie relatada anteriormente no Rio Grande do Sul (Rick, 1935), Acre (Ju e Rogers, 1996)
e na Bahia, Paraíba e Pernambuco (Pereira, 2011). Este é o primeiro relato desta espécie para
o Ceará.
22
Figura 9 – A–F. Espémies de Annulohypoxylon. A–B. A. nitens. A. Estroma. B. Ascósporo.
C–D. A. stygium var. stygium. C. Estroma. D. Ascósporo. E–F. A. truncatum. E.
Estroma. F. Ascósporo.
Annulohypoxylon nitens (Ces.) Y.-M. Ju, J.D. Rogers & H.-M. Hsieh, Mycologia 97: 861.
2005. Figura 9 A–B
≡ Hypoxylon nitens (Ces.) Y.-M. Ju & J. D. Rogers, A Revision of the Genus Hypoxylon, p.
220.1996.
≡ Rosellinia nitens Ces., Atti Accad. Sci. Fis. 5: 13. 1872.
= Hypoxylon chalybeum Berk. & Broome, J. Linn. Soc., Bot. 14: 121. 1873.
Estroma aglomerado, pulvinado a efuso-pulvinado, superfície negra brilhante,
pigmentos extraíveis em KOH verde oliva, com elevações periteciais 1/4 a 1/2 expostas, 0.5–
10 cm comprimento × 0.3–5 cm largura × 1–2 mm espessura. Peritécios esféricos, 0.8–1.2
mm diam. Ostíolos cônico-papilados, disco anular tipo bovei 0.5–0.7 mm diam. Ascos 137.5–
167.5 µm, parte esporífera 58–66.5 µm comprimento, estipe (72.5) 84.5–107.5 µm
comprimento, anel apical J+, discóide, 0.5–1 µm altura × 1.4–2 µm largura. Ascósporos
elipsóides-inequilaterais, marrons claros a marrons, com extremidade arredondada, 7–10 × 3–
23
4.5 µm, fenda germinativa retilínea no comprimento do esporo; perispório deiscente em KOH
a 10%; epispório liso.
Material examinado: BAHIA, Jussari, Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra do
Teimoso, 15º09’ S; 39º31’ W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 13-III-2013,
Lacerda, L.T.
Comentários: Difere de Annulohypoxylon purpureonitens por possuir pigmentos extraíveis
em KOH a 10% verde oliváceo e distingui de A. bovei pelo tamanho do disco anular (0.2–0.5
mm), ascósporos menores e fenda germinativa no comprimento do esporo ou próxima a ele.
Pereira (2011) relatou a primeira ocorrência de A. nitens para o Brasil, com um exemplar
coletado nesta área.
Annulohypoxylon stygium var. stygium (Lév.) Y.-M. Ju, J.D. Rogers & H.-M. Hsieh,
Mycologia 97: 861. 2005. Figura 9 E–D
≡ Hypoxylon stygium (Lév.) Sacc., Syll. Fung. I, p. 379. 1882.
≡ Sphaeria stygia Lév., Ann. Sci. Nat. Bot., sér. III, 5: 258. 1846.
≡ Nummularia stygia (Lév.) C. G. Lloyd, Mycol. Writings 7: 1312. 1924.
= Sphaeria osculosa Pers. apud Gaudichaud in Freycincet., Bot. Voy. Aut. Mond. Uram.
Phys., p.180. 1826.
= Hypoxylon stigmoideum Ces., Atti Accad. Sci. Fis. 8: 17. 1879.
= Hypoxylon platystomum Ellis & Everh., N. Amer. Pyren., p. 649. 1892.
= Nummularia rufa Ellis & Everh. apud C. L. Smith, Bull. Lab. Nat. Hist Iowa State Univ. 2:
406. 1893.
= Hypoxylon bogoriense Höhn., Sitzungsber. Kaiserl. Akad. Wiss. Math.-Naturwiss. Cl., Abt.
1, 118: 341. 1909.
= Hypoxylon punctatum Petch, Ann. Roy. Bot. Gard. (Peradeniya) 8: 153. 1924; non (L.: Fr.)
Grev., 1828; [nom. rejic., ICBN Art. 64.1].
Estroma pulvinado a efuso-pulvinado, superfície marrom ou marrom escuro a negro,
pigmentos verde oliva extraíveis em KOH, elevações periteciais inconspícuas, 0.5–5 cm
comprimento × 0.5–1.5 cm largura × 0.3–0.7 mm espessura. Peritécios obovóides, 0.2–0.4
24
mm diam × 0.3–0.5 mm altura. Ostíolos papilados, disco anular tipo truncatum 0.1–0.2 (0.3)
mm diam. Ascos não observados ou, quando observados, danificados. Ascósporos elipsóides-
inequilaterais, extremidades arredondadas, marrons claros, 5–7 × 2–4 µm, fenda germinativa
retilínea no comprimento do esporo no lado ventral; perispório deiscente em KOH A 10%,
liso, epispório liso.
Material Examinado: BAHIA, Uruçuca, Parque Estadual Serra do Conduru, 14°20’S;
39°02’W; em galhos de árvore dicotiledôneas e monocotiledônea indeterminadas, 28-IX-
2012, 16-XII-2013, Lacerda, L.T; BAHIA, Jussari, Reserva Particular do Patrimônio Natural
Serra do Teimoso, 15º09’ S; 39º31’ W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 13-
III-2013, 1-VI-2013, Lacerda, L.T; BAHIA, Ilhéus, Reserva Particular do Patrimônio Natural
Mãe da Mata, 14° 49' 59.89'' S, 39° 5' 54.28'' W, em galho morto de dicotiledônea não
identificada, 15-VIII-2012, 31-V-2013, Lacerda, L.T.; CEARÁ, Ubajara, Parque Nacional de
Ubajara, 3° 46′ 0″ S, 40° 54′ 0″ W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 13-III-
2013, 1-VI-2013 , Lacerda, L.T.; PARAÍBA, Areia, Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro, 6º
58’ 12" S; 35º 42’ 15"W, em tronco de dicotiledônea não identificada, 3-VII-2012, 18-III-
2013, Lacerda, L.T.
Comentários: Difere de Annulohypoxylon atroroseum por possuir menor diâmetro do
peritécio, sendo este podendo atingir 0.3 mm. A. stygium var. annulatum se distingui da
espécie tipo por possuir peritécios e disco anular maiores (0.4 mm diam x 0.6-0.7 mm altura e
0.3-0.4 mm diam, respectivamente).
Este táxon foi o mais coletado e o mais representativo em todas as áreas. Pereira (2011)
também observou este espécime com frequência no Nordeste. Este é o primeiro relato para o
Ceará.
Annulohypoxylon truncatum (Schwein. : Fr.) Y.-M. Ju, J.D. Rogers & H.-M. Hsieh,
Mycologia 97: 861. 2005. Figura 9 – E–F
≡ Hypoxylon truncatum (Schwein: Fr.) J. H. Miller, Trans. Brit. Mycol. Soc. 17: 130. 1932.
≡ Sphaeria truncata Schwein., Schriften Naturf. Ges. Leipzig 1: 44. 1822; Schwein.: Fr., Syst.
Mycol. II, p. 442. 1823; non Bolton, 1789; nec (Pers.: Fr.) Fr., 1823.
25
≡ Hypoxylon annulatum (Schwein.: Fr.) Mont. var. truncata (Schwein.: Fr.) Starb., Bih.
Kongl. Svenska Vetensk.-Akad. Handl. 27, 3: 8. 1901.
Estroma aglomerado, pulvinado a efuso-pulvinado, superfície marrom escuro a
avermelhado, pigmentos extraíveis em KOH verde oliva, com elevações periteciais 1/2 a 1/4
expostas, (0.2) 0.5–1.2 cm diam × 0.3–1.5 mm espessura. Peritécios esféricos, 0.4–0.7 mm
diam. Ostíolos papilados, disco anular tipo truncatum 0.2–0.4 (0.5) mm diam. Ascos (83) 90–
110 µm, parte esporífera 55–67 µm comprimento, estipe (22.5) 23–55 µm comprimento.
Ascósporos elipsóides-inequilaterais, com extremidade arredondada, marrons a marrom
escuros, 7–10 × 4–5 µm, fenda germinativa retilínea no comprimento do esporo, perispório
deiscente em KOH A 10%, liso, epispório liso.
Material Examinado: CEARÁ, Ubajara, Parque Nacional de Ubajara, 3° 46′ 0″ S, 40° 54′ 0″
W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 13-III-2013, 1-VI-2013 , Lacerda, L.T.;
PARAÍBA, Areia, Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro, 6º 58’ 12" S; 35º 42’ 15"W, em
tronco de dicotiledônea não identificada, 3-VII-2012, 18-III-2013, Lacerda, L.T.; BAHIA,
Uruçuca, Parque Estadual Serra do Conduru, 14°20’S; 39°02’W; em galho de árvore
dicotiledônea indeterminada, 28-IX-2012, 16-XII-2013, Lacerda, L.T. BAHIA, Jussari,
Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra do Teimoso, 15º09’ S; 39º31’ W, em galho
indeterminado de árvore dicotiledônea, 13-III-2013, 1-VI-2013, Lacerda, L.T.
Comentários: Vide A. annulatum e A. moriforme.
Relatado anteriormente no Amazonas, na Bahia e na Paraíba por Pereira (2011), em
Pernambuco por Poroca (1976) e em São Paulo por Ju e Rogers (1996). Este é o primeiro
relato para o Ceará.
26
Figura 9 – A–F. Espémies de Annulohypoxylon. A–B. A. nitens. A. Estroma. B. Ascósporo.
C–D. A. stygium var. stygium. C. Estroma. D. Ascósporo. E–F. A. truncatum. E.
Estroma. F. Ascósporo.
II. Biscogniauxia
Chave para os táxons de Biscogniauxia encontrados neste estudo.
1. Estroma carbonáceo com crateras……..…………………………….Biscogniauxia sp.1
1. Estroma de outra forma……………….………………...………….……………………2
2. Estroma discóide, peritécios ovóides a tubulares, 0.1–0.2 mm diam. × 0.4–0.5 mm
altura…………………………………………………………………… Biscogniauxia sp.2
2. Estroma de outra forma…………………………...…………………..………………3
3. Estroma fende-se na maturidade, peritécios ovoides, 0.2–0.3 mm diam. × 0.4–0.5 mm
altura……………………………………………………………………Biscogniauxia sp.6
3. Estroma de outra forma………………………………………….……………..………….4
4. Peritécios tubulares……………………………………………………………...……5
4. Peritécios obovoides ………………………………………..…………………………6
27
5. Peritécios medindo 0.2–0.3 mm diam., ascósporos medindo 10–11.5 × 5–7 µm, fenda
germinativa retilínea no comprimento do esporo…Biscogniauxia capnodes var. capnodes
5. Peritécios medindo 0.2–0.5 mm diam. … ……………………..….…..…Biscogniauxia sp.3
6. Estroma medindo 5–1 cm diam., peritécios obovóides 0.3–0.4 mm
diam……………………………………………………….……….......…Biscogniauxia sp.4
6. Estroma e peritécios com outras dimensões………………….……….…………………7
7. Ascósporos medindo 7–9 × 3–4.5 µm, fenda germinativa
inconspícua…………………………………….. ……...……………Biscogniauxia aff. waitpela
7. Ascósporo 10–12.5 × 7–8 µm, fenda germinativa retilínea no comprimento do
esporo…………………………………….………………………………….Biscogniauxia sp.5
Biscogniauxia Kuntze, Revis. gen. pl. (Leipzig) 2: 398. 1891.
O gênero Biscogniauxia foi proposto para suportar as espécies do antigo gênero
Nummularia, erguido em 1863 pelos irmãos Tulasne, devido ao fato de Nummularia Tul. &
C. Tul. ser um homônimo posterior de Nummularia Hill, um gênero de uma angiosperma
Primulaceae, estabeleceu-se o gênero Biscogniauxia (JU et al., 1998). As principais
características deste táxon são: estroma bipartido; conidióforos robustos; lóculos carbonáceos
com peritécios papiráceos; estroma sem pigmentos extraíveis em KOH A 10%; ascósporos
não ornamentados e com coloração escura com fenda germinativa normalmente conspícua,
visível inclusive na parte escura de esporos com apêndice celular; ascos com estipe curto se
comparado à parte esporífera (JU et al., 1998).
Biscogniauxia capnodes var. capnodes (Berk.) Y.-M. Ju & J. D. Rogers, Mycotaxon 66: 23.
1998. Figura 10 – A–C
≡ Sphaeria capnodes Berk., Hooker's London J. Bot. 4: 72. 1845.
≡ Diatrype capnodes (Berk.) Curr., Trans. Linn. Soc. 22: Tab. 46, Fig. 73. 1858.
≡ Anthostoma capnodes (Berk.) Sacc., Syll. Fung. I, p. 298. 1882.
≡ Hypoxylon capnodes (Berk.) Berk. & Broome ex Cooke, Grevillea 11; 133. 1883.
= Sphaeria pachyloma Lév., Ann. Sci. Nat., Bot. III, 5: 259. 1846.
28
≡ Hypoxylon pachyloma (Lév.) Mont. ex Speg., An. Soc. Cient. Argent. 12: no. 132. 1881.
≡ Nummularia pachyloma (Lév.) Cooke, Grevillea 12: 8. 1883.
= Hypoxylon ramosum Schwein. ex Cooke, Grevillea 11: 132. 1883.
= Nummularia mauritanica Berk. & Cooke apud Cooke, Grevillea 12: 6. 1883.
= Hypoxylon intermedium Speg., An. Soc. Cient. Argent. 18: 274. 1884; non (Schwein.: Fr.)
Y.-M. Ju & J. D. Rogers, 1996; [nom. rejic., Art. 13.1 (d)].
= Hypoxylon pseudopachyloma Speg., Bol. Acad. Nac. Cienc. Cordoba 11: 203. 1887.
≡ Hypoxylon nummularium Bull.: Fr. var. pseudopachyloma (Speg.) J. H. Miller, Monogr. of
the World Species of Hypoxylon, p. 125. 1961.
≡ Numulariola pseudopachyloma (Speg.) P. Martin, J. S. African Bot. 35: 306. 1969.
≡ Biscogniauxia nummularia (Bull.: Fr.) Kuntze var. pseudopachyloma (Speg.) Whalley apud
Whalley, Hywel-Jones, Jones, & Whalley, Sydowia 47: 73. 1995.
= Nummularia alabatensis Yates, Philipp. J. Sci. 12: 378. 1917.
= Hypoxylon porteri Speg., Bol. Acad. Nac. Ci. 25: 54. 1921.
Estroma aplanado, 0.6–0.8 cm diam e 0.8–2.6 cm comprimento; superfície enegrecida
brilhante na maturidade; carbonáceo abaixo da superfície e entre os peritécios. Peritécios
ovóides a tubulares, 0.2–0.3 mm diam × 0.4–0.6 mm altura. Ostíolos levemente acima do
nível da superfície estromática com aberturas suavemente papiladas. Ascos colapsados.
Ascósporos elipsoides-inequilaterais, marrom escuro, 10–11.5 × 5–7 µm, fenda germinativa
retilínea no comprimento do esporo.
Material Examinado: BAHIA, Ilhéus, Reserva Particular do Patrimônio Natural Mãe da
Mata, 14° 49' 59.89'' S, 39° 5' 54.28'' W, em galho morto de dicotiledônea não identificada,
15-VIII-2012, 31-V-2013, Lacerda, L.T.
Comentários: É a espécie mais encontrada do gênero. Biscogniauxia capnodes var. capnodes
pode ser separada de B. nummularia, principalmente, por possuir um tecido carbonáceo
abaixo da superfície dos peritécios e pela menor largura dos ascósporos (JU et al., 1998).
Relatado anteriormente na Bahia, Paraíba e Pernambuco por Pereira (2011), em Minas Gerais
e Rio Grande do Sul (PEREIRA, 2014).
29
Figura 10 – A–C. Biscogniauxia capnodes var. capnodes. A. Estroma. B. Peritécios tubulares.
C. Ascósporo.
Biscogniauxia aff. waitpela Van der Gucht, Mycol. Res. 100: 704. 1996. Figura 11 – A–C
Estroma aplanado, superfície marrom escuro a enegrecido; carbonáceo abaixo da
superfície e entre os peritécios, 1–1.6 cm diam × 4–9 cm de comprimentos. Ostíolos
levemente acima da superfície, papilado. Peritecios obovoides, 0.1 cm diam × 0.2 mm altura.
Anel apical J+ discoide, 0.5–1 µm diam × 1.5–2 µm de comprimento. Ascósporos
elipsdoies, equilaterais, marrom escuro, uma extremidade mais ou menos arredondadas, com
apêndice hialino de 2 µm de comprimento × 1 µm comprimento diam, 7–9 × 3–4.5 µm, fenda
germinativa inconspícua.
Material Examinado: BAHIA, Jussari, Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra do
Teimoso, 15º09’ S; 39º31’ W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 13-III-2013,
1-VI-2013, Lacerda, L.T
Comentários: Difere de Biscogniauxia waitpela somente por possuir estroma com coloração
enegrecida e distingue das demais espécies pelo tamanho do ascósporo e presença de
apêndice.
Relatado anteriormente em Papua-Nova Guiné e Filipinas (JU et al., 1998). Este é o primeiro
relato de B. waitpela para o Brasil.
30
Figura 11 – A–C. Biscogniauxia aff. waitpela. A. Estroma. B. Peritécios tubulares. C.
Ascósporo.
Biscogniauxia sp. 1 Figura 12 A
Estroma aplanado, com crateras, erumpente, superfície negra, carbonáceo abaixo da
superfície e entre os peritécios. Ostíolo papilado. Peritécios tubulares 0.1–0.2 mm diam × 0.4–
0.5 mm altura. Ascos e ascósporos não observados.
Material Examinado: BAHIA, Ilhéus, Reserva Particular do Patrimônio Natural Mãe da
Mata, 14° 49' 59.89'' S, 39° 5' 54.28'' W, em galho morto de dicotiledônea não identificada,
31-V-2013, Lacerda, L.T.
.
Biscogniauxia sp. 2 Figura 12 B–C
Estroma discóide, 0.8–1 cm diam; superfície enegrecida brilhante na maturidade;
carbonáceo abaixo da superfície e entre os peritécios. Peritécios ovóides a tubulares, 0.1–0.2
mm diam × 0.4–0.5 mm altura. Ostíolos acima do nível da superfície estromática, papiladas.
Ascos e ascósporos imaturos.
Material Examinado: BAHIA, Uruçuca, Parque Estadual Serra do Conduru, 14°20’S;
39°02’W; em galho de árvore dicotiledônea indeterminada, 28-IX-2012, Lacerda, L.T;
BAHIA, Ilhéus, Reserva Particular do Patrimônio Natural Mãe da Mata, 14° 49' 59.89'' S, 39°
5' 54.28'' W, em galho morto de dicotiledônea não identificada, 31-V-2013, Lacerda, L.T.;
31
PARAÍBA, Areia, Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro, 6º 58’ 12" S; 35º 42’ 15"W, em
tronco de dicotiledônea não identificada, 18-III-2013, Lacerda, L.T.; ; BAHIA, Jussari,
Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra do Teimoso, 15º09’ S; 39º31’ W, em galho
indeterminado de árvore dicotiledônea, 1-VI-2013, Lacerda, L.T;
Biscogniauxia sp. 3 Figura 12 D
Estroma aplanado, superfície enegrecida brilhante na maturidade; carbonáceo abaixo
da superfície e entre os peritécios. Peritécios tubulares 0.2–0.5 mm diam × 0.4–0.6 mm altura.
Ostíolo levemente acima do nível da superfície estromática, papiladas. Ascos e ascósporos
não observados.
Material Examinado: BAHIA, Uruçuca, Parque Estadual Serra do Conduru, 14°20’S;
39°02’W; em galho de árvore dicotiledônea indeterminada, 28-IX-2012, Lacerda, L.T;
BAHIA, Ilhéus, Reserva Particular do Patrimônio Natural Mãe da Mata, 14° 49' 59.89'' S, 39°
5' 54.28'' W, em galho morto de dicotiledônea não identificada, 31-V-2013, Lacerda, L.T.
Biscogniaxia sp. 4 Figura 12 – E–F
Estroma aplanado, superfície enegrecida; carbonáceo abaixo da superfície e entre os
peritécios, 0.5–1 cm diam × 1.5–2.5 cm altura. Peritécios obovóides 0.3–0.4 mm diam × 0.5–
0.6 mm altura. Ostíolo levemente acima do nível da superfície estromática, papiladas. Ascos e
ascósporos colapsados.
Material Examinado: BAHIA, Uruçuca, Parque Estadual Serra do Conduru, 14°20’S;
39°02’W; em galho de árvore dicotiledônea indeterminada, 16-XII-2013, Lacerda, L.T;
BAHIA, Jussari, Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra do Teimoso, 15º09’ S;
39º31’ W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 1-VI-2013, Lacerda, L.T;
BAHIA, Ilhéus, Reserva Particular do Patrimônio Natural Mãe da Mata, 14° 49' 59.89'' S, 39°
5' 54.28'' W, em galho morto de dicotiledônea não identificada, 31-V-2013, Lacerda, L.T.;
32
Figura 12 – A– F. Espémies coletadas de Biscogniaxia. A. Estroma de Biscogniauxia sp.1. B–
C. Biscogniauxia sp.2. B. Estroma. C. Peritécios. D. Estroma de Biscogniauxia
sp.3. E–F .E. Biscogniaxia sp.4. E. Estroma. F. Peritécios.
Biscogniauxia sp. 5 Figura 13 – A–C
Estroma aplanado, superfície acinzentada, erumpente, carbonáceo abaixo da superfície
e entre os peritécios, 0.4–0.5 cm diam. × 0.4–1 cm de comprimento. Ostíolos levemente
acima da superfície estromática, pequenas papilas. Peritecios obovoides, 0.2–0.3 mm diam. ×
0.4–0.5 mm altura. Ascos colpsados. Ascósporos equilaterais, marrom escuro a claro,
extremidades agudas, 10–12.5 × 7–8 µm, fenda germinativa retilínea no comprimento do
esporo.
Material Examinado: CEARÁ, Ubajara, Parque Nacional de Ubajara, 3° 46′ 0″ S, 40° 54′ 0″
W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 14-XI-2012 , Lacerda, L.T.
Comentários: Este espécime está em processo de identificação.
33
Biscogniauxia sp. 6 Figura 13 – D–E
Estroma aplanado, superfície marrom a acinzentado, carbonáceo abaixo da superfície e
entre os peritécios, com rachaduras na maturidade. Ostíolos levemente acima do nível da
superfície estromática, papilado. Peritécios ovoides, 0.2–0.3 mm diam. × 0.4–0.5 mm altura.
Ascos e ascósporos não observados.
Material Examinado: CEARÁ, Ubajara, Parque Nacional de Ubajara, 3° 46′ 0″ S, 40° 54′ 0″
W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 14-XI-2012 , Lacerda, L.T.
Figura 13 – A–E. Espémies de Biscogniaxia. A–B. Biscogniauxia sp.5. A. Estroma. B.
Peritécios. C. Ascósporos. D–E. Biscogniauxia sp.6. D. Estroma. E. Peritécios.
34
III. Camillea
Chave para os táxons de Camillea encontrados no Brasil.
1. Estroma cilíndrico………………………………………………………….…………..2
1. Estroma discóide…………………………………………………………….…………4
2. Estroma com uma depressão circular apical…..….…………………………………3
2. Estroma com superfície côncava …………….…..……………………...C. bilabiata
3. Estroma com um estilete cônico saindo de dentro da depressão circular apical.
………………………………………………………………………………....… C. mucronata
3. Estroma sem estilete………………………..……………………………..….. C. cyclops
4. Estroma com sulcos profundos e estreito, com ascósporos > 15 µm …… C. sulcata
4. Estroma sem sulcos, com ascósporos ≤ 15 µm…....................………….C. labellum
Camillea Fr., Summa vegetabilium Scandinaviae 2: 382 (1849).
=Nummularioidea Cooke & Massee
=Bacillaria Mont., Annales des Sciences Naturelles Botanique 13: 352 (1840).
=Diatrypeopsis Speg., Anales de la Sociedad Científica Argentina 18 (6): 266 (1884).
=Diatrype subgen. Nummularoidea Cooke & Massee, Grevillea 21 (97): 4 (1892).
=Jongiella M. Morelet, Bulletin de la Société des Sciences Naturelles et d'Archéologie de
Toulon et du Var 196: 7 (1971).
O gênero Camillea foi proposto por Fries (1849), tendo como as principais
características estroma bipartido com um ectostroma deiscente, podendo ser cilíndrico,
aplanado ou discoide e ascósporos ornamentados sem fenda germinativa (ROGERS, et al.,
2014). Existem 35 táxons, dentre eles quatro são encontrados no Brasil, possuindo maior
ocorrência na região Amazônica: C. bilabiata Sepg, C. cyclops Mont., C. labelum Mont. e C.
mucronata Mont (PEREIRA, 2014). O gênero é essencialmente neotropical com a maioria
das espécies que ocorrem no Amazônia.
35
Este é um gênero extremamente carente de estudo no Brasil, uma vez que várias
espécies atualmente aceitas como válidas podem estar depositadas nos herbários nacionais
como Biscogniauxia (= Nummularia) ou mesmo ainda não ter sido coletadas.
Camillea cyclops (Mont.) Berk. & Curt., J. Acad. naf. Sci. Philad. 2,2 (4): 285 (1854).
Figura 14 – A–B
≡Hypoxylon cyclops Mont., Annales des Sciences Naturelles Botanique 13: 353 (1840).
≡Numulariola cyclops (Mont.) P.M.D. Martin, South African Journal of Botany 35: 288
(1969).
≡Numulariola cyclops (Mont.) P.M.D. Martin, South African Journal of Botany 42 (1): 76
(1976).
Estroma erumpente, cilíndrico, 2 a 5 cm de diam, com depressão circular apical,
carbonáceo, negro. Peritécios cilíndricos, situados na região central do estroma. Ostíolos
papilados abaixo do disco apical, cerca de 6 a 8 por estroma. Ascos e ascósporos não
observados.
Material Examinado: BAHIA, Ilhéus, Reserva Particular do Patrimônio Natural Mãe da
Mata, 14° 49' 59.89'' S, 39° 5' 54.28'' W, em Nectandra membranacea (Sw.) Graseb. morta,
15-VIII-2012, 31-V-2013 Lacerda, L.T.
Comentários: Camillea cyclops distingui de C. mucronata por não possuir um estilete cônico
dentro da cavidade apical do estroma. Difere das outras espécies de Camillea pela forma
cilíndrica do estroma, com deperessão circular apical.
Camillea cyclops é relatada no Amazonas, Bahia, Paraíba, Pernambuco e Rondônia
(PEREIRA, 2011, 2014), sendo este o primeiro relato associado a N. membranacea
(Lauraceae). Possui frequência rara.
Camillea sulcata (Starb.) Lloyd, Myc. Writ. S: 77 (1918) Figura 14 – A–C
≡Hypoxylon sulcatum Starb., Arkiv Bot. 2 (5): 20 (1904).
≡Nummulariola sulcata (Starb.) P. Martin, Jl 5. Afr. Bot. 42 (1): 79 (1976)
36
Estroma erumpente, aplanado, levemente côncavo, coloração marrom escuro a preto,
sulcos profundos e estreitos 0,5–0,85 diam. × 0,5– 0,7 altura mm . Ostíolo umbilicado. Ascos
não observados. Ascósporos marrons amarelados, levemente inequilaterais, elipsoides com
extremidade atenuada, fenda germinativa não visualizada, 27–30 × 9–10µm.
Material examinado: PARAÍBA, Areia, Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro, 6º 58’ 12" S;
35º 42’ 15"W, em tronco de dicotiledônea não identificada, 18-III-2013, Lacerda, L.T.
Comentários: Camillea sulcata é geralmente confundida com C. heterostoma (Mont.)
Laess0e et al. pela morfologia do estroma, Lloyd (1924) chegou a consideradas espécies
coespecíficas, no entanto são facilmente separadas pela morfologia dos ascósporos.
Este é o primeiro relato de C. sulcata para o Nordeste, sendo encontrado apenas no estado do
Amazonas e na Argentina e Peru (LAESS0E et al., 1989). Possui frequência rara.
Figura 14 – A–C. Espécies coletadas de Camillea. A. C. cyclops. A. Estroma. B–C. C.
sulcata. B. Estroma. C. Ascósporo.
IV. Daldinia
Chave para as espécies de Daldinia encontradas no Brasil
1. Estroma clavado a cilíndrico………………………………………..……………..D. clavata
1. Estroma esférico a hemisférico……………....………………………….…………………..2
2. Peritécios obovoides, ascósporos ≤ 11 µm ...………………………….....D. caldariorum
37
2. Peritécios tubulares, ascósporos > 11 µm ……….………...…………………………….3
3. Ascósporos > 14 µm ………………………………………………...…….… D. concentrica
3. Ascósporos ≤ 14 µm …..………………………………………..……….…. D. eschscholtzii
Daldinia Ces & De Not., Commentario della Società Crittogamologica Italiana 1 (4): 197
(1863).
=Peripherostoma Gray, A natural arrangement of British plants 1: 513 (1821).
=Stromatosphaeria Grev., Flora Edinensis: lxxiii, 355 (1824).
=Hemisphaeria Klotzsch, Nova Acta Acad. Caes. Leop.-Carol. German. Nat. Cur.: 241
(1843).
O gênero Daldinia foi proposto por Ces. & De Not. em 1863, tendo como espécie tipo
D. concentrica (Bolton) Ces. & De Not. Possui aproximadamente 24 espécies aceitas
(STADLER et al., 2001) sendo que quatro são encontradas no Brasil: D. caldariorum Henn.,
D. clavata Henn., D. concentrica e D. eschscholtzii (Ehrenb.) Rehm (PEREIRA, 2014).
Este gênero possui como principal característica peritécios embutidos em grandes
estromas, os quais apresentam internamente zonas concêntricas (JU et al., 1997)
(JOHANNESSON, 2002). Além de apresentar metabolites com ações antimicrobianas e
nematicidas (ANKE et al. 1995). O estroma de Daldinia também pode servir como habitat
para artrópodes (YUYAMA et al., 2013).
Daldinia eschscholtzii (Ehrenb.) Rehm, Ann. Mycol. 2: 175, 1904. Figura 15
≡Sphaeria eschscholtzii Ehrenb.: Fr., Fung. Chamisso Coll., pl. 18, fig. 8. 1820.
≡Sphaeria concentrica Bolton: Fr. var. eschscholtzii (Ehrenb.: Fr.) Fr., Syst. Mycol. II, p.
331. 1823.
≡Daldinia concentrica (Bolton: Fr.) Ces. & De Not. var. eschscholtzii (Ehrenb.: Fr.) Starb.,
Bih. Kongl. Svenska Vetensk.-Akad. Handl. 27, 3: 5. 1901.
= Hypoxylon stratosum Sacc., Syll. Fung. IX, p. 544. 1891.
≡Daldinia stratosa (Sacc.) Sacc. & Trott., Syll. Fung. XXII, p. 327. 1913.
38
= Daldinia luzonensis Rehm, Philipp. J. Sci., Bot. 8: 260. 1913.
Estroma hemisférico, turbinado, séssil, tronco robusto, agregado, liso, coloração
marrom vináceo, com pigmento púrpura extraído em KOH A 10%, tecido abaixo da camada
de peritécio composto por zonas alternadas. Peritécios tubulares, medindo 1– 1.5 mm de
altura × 0.3– 0.4 mm diam. Ostíolos papilados. Ascos não observados. Ascósporo elipsoide-
inequilateral, com extremidades arredondadas, coloração marrom a marrom escuro, fenda
germinativa menor que o comprimento do esporo, medindo de 10–14 ×5–6µm. Perisporo
deiscente em KOH A 10%, episporo liso.
Material Examinado: BAHIA, Jussari, Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra do
Teimoso, 15º09’ S; 39º31’ W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 13-III-2013,
Lacerda, L.T.
Comentários: Daldinia eschscholtzii é bastante próximo de D. concentrica. Dennis (1963)
considerou D. eschscholtzii uma espécie a análoga a D. concentrica. Entretanto, a maioria dos
micologos Miller (1930, 1942), Child (1932), Martin (1969a), Petrini and Müller (1986),
Rogers et al. (1987), San Martín (1992), Van der Gucht (1994), consideraram duas espécies
distintas, por se diferenciarem no tamanho e dimensão dos ascósporos e por D. eschscholtzii
possuir um estroma mais achatado, comparada com D. concentrica.
Este táxon é encontrado nos Estados do Amazonas, Pará, Mato Grosso, Paraná e Rio Grande
do Sul, sendo este o primeiro relato para o Nordeste.
39
Figura 15 – Estroma de Daldinia eschscholtzii.
Daldinia eschscholtzii foi coletada apenas na RPPN Serra do Teimoso, durante o
período chuvoso, possuindo frequência rara.
V. Hypoxylon
Chave para os táxons de Hypoxylon
1. Liberação de pigmentos vináceos em KOH A 10% ………………………....Hypoxylon sp.1
1. Liberação de pigmentos alaranjados a ferrugem em KOH A 10%.........................................2
40
2. Ascósporo igual ou menor a 9 µm, com fenda germinativa
inconspoícua………………………………………………………..………..Hypoxylon sp.3
2. Ascósporo maior que 9 µm………………………………………………………………3
3. Estroma aglomerado, ascósporo medindo 10–12 × 4–6 µm, fenda germinativa
sigmoide………………………………………………..…………….……..…..Hypoxylon sp.2
3. Ascsporos de outra forma……………….…………….…………..…………………………4
4. Ascósporos medindo (10) 11–14 × 4–6, fenda germinativa próximo ao comprimento do
esporo…………………………………………………………………..……Hypoxylon sp.4
4. Ascósporos medindo (8) 9–12 (13) × (4) 5–6 µm, fenda germinativa menor que o
comprimento do esporo…………………………..……………………….…Hypoxylon sp.5
Hypoxylon Bull., Hist. Champ. France (Paris): 168. 1791.
≡ EuHypoxylon Füisting, Bot. Zeitung (Berlin) 25: 309. 1867.
= Perisphaeria Roussel, Fl. Calvados, ed. 2, p. 42. 1806.
= Sphaeria Haller, Hist. Stirp. Helv. III, p. 120. 1768; [nom. rejic., ICBN Art. 14].
= Discosphaera Dumort., Commentat. Bot., p. 91. 1822.
= Pyrenodermium Bonord., Handb. Mykol., p. 272. 1851.
= Epixylon Füisting, Bot. Zeitung (Berlin) 25: 309. 1867.
= Hypoxylina Starb., Ark. Bot. 5: 29. 1905.
= Pyrenopolyporus C. G. Lloyd, Mycol. Writings 5: 706. 1917.
Hypoxylon foi proposto por Bull em 1791, porém sua aplicação foi negligenciada
pelos micologistas da época em função de Sphaeria Haller. Em 1849 Fries restabeleceu este
táxon, tendo como espécie tipo H. coccineum Bull, creditado por Miller (1961) como
fundador do gênero (ROGERS et al. 2014). Hypoxylon Mentz ex Adanson e Hypoxylon
Jussieu são homônimos.
Possui distribuição cosmopolita e suas principiais características são: anamorfo como
Nodulisporium; estroma unipartido; altura menor que o comprimento e a largura; pigmentos
geralmente extraíveis em KOH A 10% (JU; ROGERS, 1996).
41
Hypoxylon sp. 1 Figura 16 – A–E
Estroma pulvinado a efuso-pulvinado, com elevações periteciais inconspícuas a
conspícuas; superfície marrom a avermelhada; pigmentos extraíveis em KOH A 10%
vinaceos. Peritécios esféricos a obovóides, 0.3–0.5 mm diam × 0.4–0.7 mm altura. Ostíolos
acima do nível da superfície estromática, levemente conicos-papilados. Ascos (112.5) 115–
150 × 4.5–6.5 µm, parte esporífera (65) 67.5–75 (77.5) µm comprimento, estipe (45) 47.5–70
(75) µm comprimento, sem aparente reação com o melzer. Ascósporos marrons a marrom
escuros, elipsoides-inequilaterais, 9–13 × 4–6 µm, fenda germinativa retilínea no
comprimento do esporo ou próxima a ele; perispório deiscente em KOH A 10%, episporo
liso.
Material Examinado: BAHIA, Jussari, Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra do
Teimoso, 15º09’ S; 39º31’ W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 13-III-2013,
1-VI-2013, Lacerda, L.T.
Comentários: Difere de Hypoxylon rubigineoareolatum por possuir pigmrntos extraíves em
KOH a 10% e por este possuir uma maior faixa de tamanho dos ascósporos. Pode ser
separado de H. rubiginosum pela coloração púrpura extraível do KOH a 10% e por possuir o
ostíolo acima da superfície estromática.
42
Figura 16 – A– E. Hypoxylon sp.1. A. Estroma. B. Liberação de pigmento vinaceo em KOH a
10%. C. Peritécio. D. Perisporo deiscente. E. Ascósporo.
Hypoxylon sp. 2 Figura 17 A–C
Estroma aglomerado, geralmente uniperiteciado, superfície marrom, pigmentos
extraíveis em KOH a 10% alaranjado a ferrugem. Ostíolo negro ao redor, umbilicado.
Peritécios esféricos a obovóides, 0.5–0.6 mm diam × 0.5–0.8 mm altura. Ascos (105) 110–
145 × 4.5–6.5 µm, parte esporífera 70–82.5 µm comprimento, estipe (27.5) 37.5–57.5 µm
comprimento, anel apical não observado. Ascósporos marrons a marrom escuros, elipsoides-
inequilaterais, 10–12 × 4–6 µm, fenda germinativa sigmóide no comprimento do esporo;
perispório deiscente em KOH A 10%, episporo liso.
Material Examinado: BAHIA, Jussari, Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra do
Teimoso, 15º09’ S; 39º31’ W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 13-III-2013,
Lacerda, L.T.
43
Comentários: Possui morfologia semelhante à Hypoxylon fendleri, entretanto difere deste,
por apresentar peritécios maiores e mais largos e pelo formato do estroma. Este espécime não
se assemelha a nenhuma espécie descrita. Provavelmente é uma espécie nova.
Hypoxylon sp. 3 Figura 17 D–E
Estroma pulvinado a efuso-pulvinado, com elevações periteciais inconspícuas a
conspícuas; superfície marrom avermelhado a enegrecido; pigmentos extraíveis em KOH a
10% alaranjado. Peritécios esféricos, 0.1–0.2 mm diam. Ostíolos levemente acima do nível da
superfície estromática, papilado. Ascos não observados. Ascósporos marrons a marrom
escuros, elipsoides-inequilaterais, 7–8 × 4–5 µm, fenda germinativa inconspícua; perispório
indeiscente em KOH A 10%.
Material Examinado: CEARÁ, Ubajara, Parque Nacional de Ubajara, 3° 46′ 0″ S, 40° 54′ 0″
W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 3-V-2012, 14-XI-2012, Lacerda, L.T.
Comentários: Possui morfologia semelhante à Hypoxylon rutilum, contudo, podem-ser
separados pelas características dos ascósporos, que são maiores e com fenda germitavia no
comprimento do esporo em H. rutilum. Difere de Hypoxylon erythrostroma pelo tamanho do
peritécio, sendo este maior (0.2–0.4 mm diam x 0.3–0.5mm de altura) e pela presença da
fenda germinativa no ascósporo deste.
44
Figura 17 A–E. Espécie coletadas de Hypoxylon. A–C. Hypoxylon sp.1. A. Estroma. B.
Liberação de pigmento ferrugem em KOH A 10%. C. Ascósporo. D–F.
Hypoxylon sp.2. D. Estroma. E. Liberação de pigmento laranjado em KOH
A 10%. F. Ascósporo.
Hypoxylon sp. 4 Figura 18 A–C
Estroma aglomerado, pulvinado a efuso-pulvinado, com elevações periteciais
inconspícuas a conspícuas; superfície marrom avermelhado a enegrecido; pigmentos
extraíveis em KOH A 10% alaranjado. Peritécios esféricos para obovoide, (0.35) 0.4–0.5 mm
diam. × (0.3) 0.4–0.6 mm de altura. Ostíolos levemente acima do nível da superfície
estromática, papilado. Ascos não observados. Ascósporos marrons a marrom escuros,
elipsoides-inequilaterais, (10) 11–14 × 4–6 µm, fenda germinativa retilínea no comprimento
do esporo ou próxima a ele; perispório deiscente em KOH A 10%; episporo liso.
Material Examinado: CEARÁ, Ubajara, Parque Nacional de Ubajara, 3° 46′ 0″ S, 40° 54′ 0″
W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 3-V-2012, 14-XI-2012, Lacerda, L.T.
45
Comentários: Difere de Hypoxylon lenormandii pela morfologia do ascósporo. Assemelha-se
a H. parksianum, distinguindo, principalmente, pela altura do peritécio.
Hypoxylon sp. 5 Figura 18 D–E
Estroma hemisférico, pulvinado a efuso-pulvinado, com elevações periteciais
inconspícuas a conspícuas; 0.5–1.8 cm diam; superfície negra; pigmentos extraíveis em KOH
A 10% laranja claro. Peritécios esféricos para obovoide, 0.3–0.5 mm diam. × 0.3–0.5 mm de
altura. Ostíolos levemente acima do nível da superfície estromática, cônico-papilado. Ascos
não observados. Ascósporos marrons a marrom escuros, elipsoides-inequilaterais, (8) 9–12
(13) × (4) 5–6 µm, fenda germinativa retilínea menor que o comprimento do esporo;
perispório indeiscente em KOH A 10%.
Material Examinado: CEARÁ, Ubajara, Parque Nacional de Ubajara, 3° 46′ 0″ S, 40° 54′ 0″
W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 3-V-2012, 14-XI-2012, Lacerda, L.T.
Comentários: Difere de Hypoxylon ochraceum porr apresentar o ostíolo acima do nível da
superfície estromática e ascósporos menores.
46
Figura 18 A–F. Espécie coletadas de Hypoxylon. A–C. Hypoxylon sp.2. A. Estroma. B.
Peritécios C. Ascósporo. D–F. Hypoxylon sp.2. D. Estroma. E. Peritécios. F.
Ascósporo.
VI. Kretzschmaria
Chave para os táxons de Kretzschmaria.
1. Estroma estipitado…………………………………………………….……………………..2
1. Estroma séssil……………………...…………….………………………………………..…3
2. Ascósporo com fenda germinativa muito menor que o comprimento do esporo, ostíolo
cônico,…………………...…………….……………………..….…………………K. clavus
2. Ascósporo com fenda germinativa pouco menor que o comprimento do esporo, ostíolo
papilado………..…………….…………..……….…………………………..K. cetrarioides
3. Estroma pulvinado a efuso-pulvinado ……….……………………….……...K. pavimentosa
A
47
3. Estroma de outra forma………………………….………………………..…………………4
4. Estroma subgloboso, ascósporos medindo 27–35 × 8–10 µm……......Kretzschmaria sp.1
4. Estroma de outra forma………………………………………………….……………….5
5. Estroma apresentando espinhos no topo, ascósporos maiores que 35
µm…………………………………………………………………...……….…..... K. micropus
5. Estroma sem espinhos no topo, ascósporos medindo 35 µm ou menores que 35
µm……….…………………………………………………………….…… Kretzschmaria
sp.2
Kretzschmaria Fr., Summa veg. Scand., Section Post. (Stockholm): 409. 1849.
≡ Sphaeria clavus Fr.: Fr., Linnaea 5: 543.1830.
≡ Rhopalopsis Cooke, Grevillea 11: 93. 1883.
TIPO: R. clavus (Fr.: Fr.) Cooke [≡ Sphaeria clavus Fr.: Fr.]
= Ascostroma Bonord., Handb. Allg. Mykol., p. 272. 1851.
LECTOTIPO [selected by Laessøe (1994)]: Sphaeria deusta Hoffm.: Fr. [≡ Kretzschmaria
deusta (Hoffm.: Fr.) P. Martin]
= Ustulina Tul. & C. Tul., Sel. Fung. Carp. II, p. 23. 1863.
TIPO: U. vulgaris Tul. & C. Tul. [= Sphaeria deusta Hoffm.: Fr. ≡ Kretzschmaria deusta
(Hoffm.: Fr.) P. Martin]
= Holttumia C. G. Lloyd, Mycol. Writings 7: 1285. 1924.
TIPO: H. congregata C. G. Lloyd [= Kretzschmaria macrosperma (Mont.) J. D. Rogers & Y.-
M. Ju]
Kretzschmaria é um gênero que possui a maioria dos táxons encontrada em regiões
tropicais (PEREIRA, 2011). No Brasil são relatadas doze espécies deste gênero:
Kretzschmaria albogrisea Jad. Pereira et al., Kretzschmaria aspinifera Jad. Pereira et al.,
Kretzschmaria cetrarioides (Welw. & Curr.) Sacc., Kretzschmaria clavus (Fr.) Sacc.,
Kretzschmaria curvirima J.D. Rogers & Y.M. Ju, Kretzschmaria deusta (Hoffm.)
P.M.D.Martin, Kretzschmaria guyanensis J.D. Rogers & Y.-M. Ju, Kretzschmaria lucidula
(Mont.) Dennis, Kretzschmaria micropus (Fr.) Sacc., Kretzschmaria pavimentosa (Ces.) P.
Martin, Kretzschmaria sandvicensis (Reichardt) J.D.Rogers & Y.-M.Ju e Kretzschmaria
sigmoidrima A.I.Hladki & A.I.Romero (PEREIRA, 2014).
48
Kretzschmaria cetrarioides (Welw. & Curr.) Sacc., Syll. Fung. II, p. xxix. 1883.
Figura 19 A-B
≡ Hypoxylon cetrarioides Welw. & Curr., Trans. Linn. Soc. London 26: 282. 1867.
≡ Rhopalopsis cetrarioides (Welw. & Curr.) Cooke, Grevillea 11: 94. 1883.
= Kretzschmaria proxima Pat., J. Bot. (Morot) 4: 63. 1890.
= Kretzschmaria pechuelii Henn., Bot. Jahrb. Syst. 14: 365. 1891.
= Kretzschmaria paradoxa Pat., Bull. Soc. Mycol. France 8: 51. 1892.
= Kretzschmaria lichenoides Rick apud Rehm, Hedwigia 44: 6. 1904; non (Berk. ex Cooke)
Sacc., 1883; [nom. rejic., ICBN Art. 64.1].
= Kretzschmaria botrites C. G. Lloyd, Mycol. Writings 6: 995. 1920.
= Kretzschmaria singaporensis Sacc., Bull. Orto Bot. Regia Univ. Napoli 6: 48. 1921.
= Kretzschmaria tonkiniana Pat., ined.?
Estroma com parte fértil convexa, carbonáceo, estipitado ou séssil, estipe, quando
presente, cilíndrica, multiperiteciado, coloração marrom escuro. Ostíolo cônico. Peritécios
obvóides 0,8–1 mm diam × 1–1.5 mm altura. Ascos não observados. Ascósporos elipsoides,
inequilaterias, marrom escuro a negro, fenda retilínea no comprimento do esporo medindo
(25) 27–31 × 8–11 µm.
Material Examinado: CEARÁ, Ubajara, Parque Nacional de Ubajara, 3° 46′ 0″ S, 40° 54′ 0″
W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 14-XI-2012, Lacerda, L.T.; BAHIA,
Jussari, Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra do Teimoso, 15º09’ S; 39º31’ W, em
galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 13-III-2013, Lacerda, L.T.; BAHIA, Ilhéus,
Reserva Particular do Patrimônio Natural Mãe da Mata, 14° 49' 59.89'' S, 39° 5' 54.28'' W, em
galho morto de dicotiledônea não identificada, 15-VIII-2012, Lacerda, L.T.
49
Comentários: Ketrzschmaria cetrarioides é bastante similar a K. clavus, difere desta por
apresentar ostíolo cônico, fenda germinativa nos ascósporos no comprimento do esporo
(ROGERS; JU 1998). Possui morfologia dos ascósporos similares a Kretzschmaria micropus.
Primeiro relato para o Ceará. Coletado anteriormente nos Estados, Amazonas, Bahia,
Pernambuco, Mato Grosso, São Paulo e Rio Grande do Sul (PEREIRA, 2014).
Kretzschmaria clavus (Fr.: Fr.) Sacc., Syll. Fung. II, p. xxix. 1883. Figura 19 C-D
≡ Sphaeria clavus Fr., Linnaea 5: 543. 1830; Fr.: Fr., Syst. Mycol. Index, p. 162. 1832.
≡ Hypoxylon clavus (Fr.: Fr.) Mont., Ann. Sci. Nat. Bot., sér. II, 13: 355. 1840.
≡ Rhopalopsis clavus (Fr.: Fr.) Cooke, Grevillea 11: 94. 1883.
= Sphaeria coenopus Fr., Linnaea 5: 542. 1830; Fr.: Fr., Syst. Mycol. Index, p. 162. 1832.
≡ Hypoxylon coenopus (Fr.: Fr.) Mont., Ann. Sci. Nat. Bot., sér. II, 13: 356. 1840.
≡ Xylaria coenopus (Fr.: Fr.) Berk. & M. A. Curtis apud Berk., J. Acad. Nat. Sci.
Philadelphia, ser. II, 2: 285. 1853.
≡ Rhopalopsis coenopus (Fr.: Fr.) Cooke, Grevillea 11: 93. 1883.
≡ Kretzschmaria coenopus (Fr.: Fr.) Sacc., Syll. Fung. II, p. xxix. 1883.
= Xylaria puiggarii Speg., Anales Soc. Ci. Argent. 12: 52. 1881.
≡ Rhopalopsis puiggarii (Speg.) Cooke, Grevillea 11: 94. 1883.
≡ Kretzschmaria puiggarii (Speg.) Sacc., Syll. Fung. II, p. xxix. 1883.
= ? Kretzschmaria novoguineensis Henn., Bot. Jahrb. Syst. 15, Beibl. 33: 7. 1892.
= Kretzschmaria pusilla Ellis & Everhart apud C. L. Smith, Bull. Lab. Nat. Hist. Iowa State
Univ. 2: 410. 1893.
= Kretzschmaria divergens Starb., Bih. Kongl. Svenska Vetensk.-Akad. Handl. 27, 3: 6. 1901.
50
= Kretzschmaria australiensis Henn., Hedwigia 42 (Beibl.): 83. 1903. Fide Dennis (1957).
= Kretzschmaria apoda C. G. Lloyd, Mycol. Writings 7: 1120. 1922.
Estroma com parte fértil convexa a achatada, estipitado ou séssil, estipe quando
presente geralmente cilíndrica, marrom a marrom escuro, carbonácea, multiperiteciado, com
2–4.5 mm diam., tecido coriáceo a lenhoso entre e abaixo dos peritécios. Ostíolos levemente
papilados. Peritécios obovóides, 0.5–1 mm diam × 1–1.4 mm altura. Ascos não observados.
Ascósporos elipsóides a fusóides, inequilaterais, com extremidades arredondadas, coloração
marrom a marrom escuro, fenda germinativa retilínea muito menor que o comprimento do
esporo, (24) 27–32 × 6–10µm.
Material Examinado: BAHIA, Uruçuca, Parque Estadual Serra do Conduru, 14°20’S;
39°02’W, em galho de dicotiledônea não identificada, 28-XI-2012, Lacerda, L.T.. PARAÍBA,
Areia, Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro, 6º 58’ 12" S; 35º 42’ 15"W, em árvore morta
não identificada, 18-III-2013, Lacerda, L.T.; BAHIA, Ilhéus, Reserva Particular do
Patrimônio Natural Mãe da Mata, 14° 49' 59.89'' S, 39° 5' 54.28'' W, em tronco de
dicotiledônea não identificada, 18-VIII-2012, Lacerda, L.T.L.
Comentários: Vide Kretzschmaria cetrarioides.
Primeiro relato para o Ceará. Coletado anteriormente nos Estados do Amazonas, Bahia,
Paraíba, Mato Grosso, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo
(PEREIRA, 2014).
Kretzschmaria micropus (Fr.) Sacc. Syll. Fung. 2, p. xxix, 1833. Figura 19 E-F
≡Sphaeria micropus Fr., Linnaea 5: 542 (1830).
≡Hypoxylon micropus (Fr.) Berk., Botanical Journal of the Linnean Society 10: 383 (1869).
≡Rhopalopsis micropus (Fr.) Cooke, Grevillea 11 (59): 94 (1883.
Estroma com a parte fértil convexa, carbonáceo, preto a marrom escuro, geralmente
contendo um ou dois peritécios, com espinhos no topo. Ostíolo cônico. Peritécios esféricos a
obovoides 0.9–2.3 × 1.2–2.5 mm. Ascos não observados. Ascósporos elipsoides,
51
inequilaterais, pinched, fenda germinativa retilínea pouco menor que o comprimento do
esporo, marrom escuro, medindo 36–42 × 8–11 µm.
Material Examinado: PARAÍBA, Areia, Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro, 6º 58’ 12"
S; 35º 42’ 15"W, em galho de dicotiledônea em decomposição não identificada, 18-III-2013,
Lacerda, L.T.
Comentários: Difere de Kretzschmaria macrosperma e K. megalospora pelo tamanho menor
do ascósporo e do comprimento fenda germinativa.
Primeiro relato para a região Nordeste. Coletado anteriormente por Shear em São Paulo em
1947 e no Rio Grande do Sul por Rick (PEREIRA, 2014).
Figura 19 A–F. Espécies coletadas de Kretzschmaria. A– B. K. cetrarioides. A. Estroma. B.
Ascósporo. C–D. K. clavus. C. Estroma. D. Ascósporo. E– F. K. micropus.
E. Estroma. F. Ascósporos.
52
Kretzschmaria pavimentosa (Ces.) P.M.D. Martin, South African Journal of Botany 42 (1):
74 (1976). Figura 20 A–B
≡Hypoxylon pavimentosum Ces., Atti dell´Accademia di Scienze Fisiche e Matematiche
Napoli 8 (8): 18 (1879).
≡Ustulina pavimentosa (Ces.) Cooke, Grevillea 12 (61): 3 (1883).
Estroma discóide, restrito pulvinado ou efuso-pulvinado, liso ou com rachaduras,
carbonáceo, superfície marrom, marrom escuro a castanho, anexado ao substrato com
conectivos. Ostíolo papilado. Peritécios tubulares a obovoides de 0.6–1.0 × 1.0– 1.8mm.
Ascos não observados. Ascósporos inequilaterais a fusóides com pontas agudas, marrom
escuro, fenda germinativa retilínea muito menor que o comprimento do esporo, medindo 32–
40 × 8–11µm.
Material Examinado: BAHIA, Uruçuca, Parque Estadual Serra do Conduru, 14°20’S;
39°02’W, em galho de dicotiledônea não identificada, 28-XI-2012, Lacerda, L.T.; BAHIA,
Jussari, Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra do Teimoso, 15º09’ S; 39º31’ W em
tronco caído de dicotiledônea não identificada, 13-III-2013, Lacerda, L.T.
Comentários: Difere de K. sandvicensis (Reichardt) J. D. Rogers & Y.-M. Ju e K. eriodendri
(Henn.) J. D. Rogers & Y.-M. Ju principalmente pelo tamanho da fenda germintativa do
ascósporo, que é bem menor comparada a estas espécies (ROGERS; JU 1998).
Primeiro relato para a região Nordeste. Coletado anteriormente por Dunn no Pará em 1980 e
no Paraná (PEREIRA, 2014). Também relatado no Amazonas (PEREIRA, 2014).
Kretzschmaria sp. 1 Figura 20 C–D
Estroma solitário ou gregário, subgloboso, esférico para hemisférico, carbonáceo,
tecido negro quando jovem e acinzentado na maturidade 0.5–1 diam. × 0.5–1.4 altura cm.
Ostíolo papilado. Peritécios esféricos a obovoides 0.5–1 diam × 0.6–1 altura. Ascos não
observados. Ascósporo marrom escuro, elipsoide, inequilateral, fenda germinativa retilínea
pouco menor que o comprimento do esporo, medindo 27–35 × 8–10µm.
53
Material Examinado: BAHIA, Uruçuca, Parque Estadual Serra do Conduru, 14°20’S;
39°02’W, em galho caído de dicotiledônea não identificada, 16-XII-2013, Lacerda, L.T.
Comentários: Este espécime não se assemelha a nenhuma espécie já descrita. Provavelmente
trata-se de um novo táxon, devendo ser melhor estudado a posteriori.
Kretzschmaria sp. 2 Figura 20 E–F
Estroma parte fértil convexa, carbonáceo, séssil, multiperiteciado, coloração negra.
Ostíolo cônico. Peritécios esféricos a obovoides 0.7–2 diam × 1–2.3 altura. Ascos não
observados. Ascósporos elipsoides, inequilaterais, coloração marrom escuro, fenda
germinativa pouco menor que o comprimento do esporo, esporo medindo 27.5–35 × 7.3–10
µm.
Material Examinado: BAHIA, Uruçuca, Parque Estadual Serra do Conduru, 14°20’S;
39°02’W, em galho caído de dicotiledônea não identificada, 16-XII-2013, Lacerda, L.T.
Comentários: Este espécime não se assemelha a nenhuma espécie já descrita. Provavelmente
trata-se de um novo táxon.
54
Figura 20 A–F. Espécies coletadas de Kretzschmaria. A–B. K. pavimentosa. A. Estroma. B.
Ascósporo. C–D. Kretzschmaria sp1. C. Estroma. D. Ascósporo. E–
F.Kretzschmaria sp2. E. Estroma. F. Ascósporos.
VII. Leprieuria
Leprieuria J.D. Rogers & Whalley, Mycological Research 93: 152 (1989).
O gênero Leprieuria foi proposto por Læssøe et al (1989), sendo retirado de Camillea
por possuir ornamentações nos ascósporos e pela presença do anamorfo Genicolusporium
Chesters & Greenh (LÆSSØE et al., 1989).
Leprieuria bacillum (Mont.) Læssøe, J.D. Rogers & Whalley, Mycological Research 93: 152
(1989). Figura 21 A–B
≡Thamnomyces bacillum Mont., Annales des Sciences Naturelles Botanique 8: 358 (1837).
≡Hypoxylon bacillum (Mont.) Mont., Histoire physique, politique et naturelle de l'isle de
Cuba. Botanique, Plantes cellulaires: 343 (1842).
55
≡Camillea bacillum (Mont.) Mont., Annales des Sciences Naturelles Botanique 3: 113
(1855).
≡Numulariola bacillum (Mont.) P.M.D. Martin, South African Journal of Botany 35: 288
(1969).
≡Numulariola bacillum (Mont.) P.M.D. Martin, South African Journal of Botany 42 (1): 75
(1976).
Estroma cilíndrico, ereto, negro, com dois lóculos periteciais. Ascos deliquescentes.
Ascósporos marrons, fenda retilínea menor que o comprimento do esporo, 5.1– 6.5 × 2.8–
3.5µm.
Material Examinado: BAHIA, Ilhéus, Reserva Particular do Patrimônio Natural Mãe da
Mata, 14° 49' 59.89'' S, 39° 5' 54.28'' W, em árvore morta de dicotiledônea não identificada,
18-VIII-2012, 31-V-2013, Lacerda, L.T.
Comentários: O gênero Leprieuria é uma um gênero monoespécifico, difere do gênero
Camillea pela presença do anamorfo e por não apresentar ornamentações no ascósporo. Alem
de diferenciar-se de Poroleprieuria por possuir estroma e ascósporos maiores (GONZA´LEZ
et al., 2004).
Primeiro relato para o Nordeste Brasileiro. Coletado anteriormente nos Estados do Amazonas,
Pará e Minas Gerais (PEREIRA, 2014). Leprieuria bacillum foi coletado em árvore
dicotiledônea morta ainda em pé, não foi possível a sua identificação, devido ao estado de
decomposição da árvore.
56
Figura 21 A–B. Leprieuria bacillum. A. Estroma. B. Ascósporo.
VIII. Nemania
Chave para os táxons de Nemania encontrados neste estudo.
1. Ostiolo abaixo no nível da superfície estromática, fenda germinativa levemente sigmoide,
ascósporos medindo 10–13 × 4–5 (6) µm ………………………….…………….Nemania sp.2
1. Ostíolo acima do nível da superfície estromática…...………………...………………….…2
2. Ascos medindo (105) 107.5–130 (132.5), ascósporos medindo 12–14 (15) × (4) 5–6 µm
….……..……………………...………………………………….…………….Nemania sp.1
2. Ascos medindo (87) 95–150 × 5.5–7 µm, ascósporos medindo 10–13 × 4–5 (6) µm
……………………………...………………………………………….Nemania cf. diffusa
Nemania Gray, Nat. Arr. Brit. Pl. (London) 1: 508, 516. 1821.
≡ Sphaeria Pers. : Fr.
≡ Gamosphaera Dumort., Comment. Bot.: 90 (1822).
≡ Hypoxylon Bull. sect. Papillata J. H. Miller subsect. Primocinerea J. H. Miller, A
Monograph of the World Species of Hypoxylon: 57 (1961).
57
Nemania foi estabelecido por Gray em 1821, a primeira espécie escrita foi Nemania
deusta (Hoffm. : Fr.) S. F. Gray. Dony (1964) lectotipificou-o em Sphaeria, tendo como
espécie tipo Sphaeria serpens Pers. A aceitação generalizada de Nemania ocorreu após a
publicação de dois trabalhos de Pouzar (1985 a, b). Segundo Ju e Rogers (2002) as principais
características deste táxon são: estroma de coloração escura; sem pgmentos extraídos em
KOH a 10%; estroma geralmente pulvinados, preso ao substrato em toda a sua área;
multiperiteciado não facilmente separáveis; ascos cilíndricos com estipes longas, alguns
espécies possuem anel apical amiloide com coloração azul a avermelhada, usualmente na
proporção largura-altura; os ascósporos são amarelados a castanho escuro, com fenda
germinativa inconspícua a conspícua no lado ventral; perisporos indeiscentes; e anamorfo tipo
Geniculosporium Chesters & Greenh.
Nemania cf. difusa Figura 23 A–C
Estroma efuso-pulvinado, pulvinado, 1.2–1.6 cm diam; superfície marrom escura a
negra; tecido abaixo da camada peritecial incospícuo. Peritécios esféricos a obovóides, 0.3–
0.5 mm diam × 0.5–0.6 mm de altura. Ostíolos levemente acima do nível da superfície
estromática, cônico-papilado. Ascos (87) 95–150 × 5.5–7 µm, parte esporífera 70–87.5 µm
comprimento, estipe 25–70 (72.5) µm comprimento, anel apical não observado. Ascósporos
reniformes, marrom escuros, 10–13 × 4–5 (6) µm, fenda germinativa retilínea, conspícua, 2/3
no comprimento do esporo no lado ventral.
Material Examinado: BAHIA, Uruçuca, Parque Estadual Serra do Conduru, 14°20’S;
39°02’W; em galho de árvore dicotiledônea indeterminada, 28-IX-2012, Lacerda, L.T.
Comentários: É bastante similar a espécie Nemania difusa, no entanto, não foi possível
compara-lá com a chave original da espécie, proposta por Gray (1821).
58
Figura 23 A– C. Nemania cf. diffusa. A. Estroma. B. Peritécios C. Ascósporo.
Nemania sp. 1 Figura 23 A– C
Estroma efuso-pulvinado, 0.3–1.5 (1.8) cm diam × 0.3–2.8 cm espessura; superfície
marrom escura a vinácea; tecido abaixo da camada peritecial incospícuo. Peritécios esféricos,
(0.3) 0.4–0.5 mm diam. Ostíolos acima do nível da superfície estromática, com aberturas
cônicopapiladas, podendo ser envoltos em uma área levemente achatada. Ascos (105) 107.5–
130 (132.5) × (5) 5.5–7.5 (8.75) µm, parte esporífera 77.5–90 µm comprimento, estipe (25)
27.5–45 (50) µm comprimento, anel apical não observado. Ascósporos reniformes, marrom
escuros, 12–14 (15) × (4) 5–6 µm, fenda germinativa retilínea, conspícua, 2/3 no
comprimento do esporo no lado ventral.
Material Examinado: PARAÍBA, Areia, Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro, 6º 58’ 12"
S; 35º 42’ 15"W, em tronco de dicotiledônea não identificada, 3-VII-2012, 18-III-2013,
Lacerda, L.T.
Comentários: Distingui de Nemania confluens por apresentar ostíolo acima do nível da
superfície estromática e pela morfologia dos ascos (GRANMO, et. al. 1999). Difere de N.
bipapillata pelo tamanho bem menor do peritécio e pela ausência de disco anular (GRANMO,
et. al. 1999). Provavelmente uma nova espécie.
59
Nemania sp. 2 Figura 22 D– F
Estroma efuso-pulvinado, hemisférico, 0.8–1.5 cm diam; superfície marrom escura a
negro; tecido abaixo da camada peritecial incospícuo. Peritécios esféricos a obovóides, 0.3–
0.4 mm diam × 0.4–0.5 mm de altura. Ostíolos abaixo do nível da superfície estromática.
Ascos não observados. Ascósporos reniformes, marrom escuros, 10–13 × 4–5 (6) µm, fenda
germinativa retilínea, conspícua, 2/3 no comprimento do esporo no lado ventral, levemente
sigmoide.
Material Examinado: CEARÁ, Ubajara, Parque Nacional de Ubajara, 3° 46′ 0″ S, 40° 54′ 0″
W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 3-V-2012, 14-XI-2012, Lacerda, L.T.
Comentários: Difere de Nemania confluens apenas pelo tamanho menor do peritécio.
Provável nova variedade.
Figura 23 A–F. Espécie coletadas de Nemania. A–C. Nemania sp.1. A. Estroma. B. Peritécios
C. Ascósporo. D–F. Nemania sp.2. D. Estroma. E. Peritécios. F. Ascósporo.
60
IX. Phylacia
Chave para os táxons de Phylacia encontrados neste estudo.
1. Estroma cilíndrico, ascósporo medindo 11,5–14 × 6,5–9 µm............... P. cylindrica sp. nov.
1. Estroma piriforme ou globoso.................................................................................................2
2. Estroma piriforme a globoso, ascósporo medindo 8–14 × 5–8,5 µm
…………………………………………………………………………………….P. globosa
2. Estroma piriforme, ascósporo medindo 10,5–13 × 5–6 µm………….…….…P. turbinata
Phylacia Lev. , Annls Sci. Nat., Bot., ser. 3, 3: 61. 1845.
≡ Henningsina Moller, Bot. Mitt. Trop. 9: 309 (1901).
≡ Leveillea Fr., Summa veg. Scand., Section Post. (Stockholm): 409 (1849).
O gênero Phylacia foi proposto por Lev. em 1845, tendo como espécie tipo Phylacia
globosa. Este táxon possui 11 espécimes, sendo encontradas seis destes no Brasil: P. bomba,
P. bomba var. macrospora, P. globosa, P. poculiformis, P. surinamensis and P. turbinata.
Phylacia cylindrica L. T. Lacerda, Jad. Pereira & J.L. Bezerra, sp. nov. Figura 24 A– B
Estroma solitário ou gregário, erumpente, cilíndrico, coloração marrom escuro a
negro, 4–5 mm altura × 2–5 mm diam., superfície lisa, carbonáceo, séssil e estipitado, base
constrita, superfície levemente côncava. Peritécio cilíndrico, numerosos, 2.5 mm altura. Ascos
não observados. Ascósporos elípticos-cilíndricos, pálido oliváceo, liso 11.5–14 × 6.5–9 µm,
sem fenda germinativa.
61
Material Examinado: BAHIA, Uruçuca, Parque Estadual Serra do Conduru, 14°20’S;
39°02’W; em galho de árvore dicotiledônea indeterminada, 28-IX-2012, 16-XII-2013,
Lacerda, L.T.
Comentários: Phylacia cylindrica é uma espécie nova, caracterizada por possui estroma
cilindrico e base constrita. Ela difere de P. surinamensis, a qual tem estroma com o topo
claramente concava e base não constrita. Além de P. cylindrica possuir ascósporos mais
largos do que P. surinamensis. A discussão completa sobre P. cylindrica está no manuscrito
enviado para publicação em revista científica (Anexo 3).
Phylacia globosa Lév., Annales des Sciences Naturelles Botanique 3: 61 (1845).
Figura 24 C– D
Camillea globosa (Liv.) Lloyd in Mycological Notes, 5, Large Pyrenomycetes 8 (1917).
Estroma subgloboso para piriforme, gregários, séssil, erumpente. Peritécios
cilíndricos, numerosos. Ascos não observados. Ascósporos elípticos-cilíndricos, coloração
olivácea, liso, medindo 8–14 × 5 –8,5µm, sem fenda germinativa.
Material Examinado: PARAÍBA, Areia, Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro, 6º 58’ 12"
S; 35º 42’ 15"W, em tronco de dicotiledônea não identificada, 18-III-2013, Lacerda, L.T.
Comentários: Diferencia-se de Phylacia bomba (Mont.) Pat. pelo tamanho dos ascósporos,
que são memores comparados a este táxon e ditingui-se das outras espécies de Phylacia por
possuir um estroma subglobos.
Primeiro relato para o Nordeste. Coletado anteriormente na Amazonas, Rondônia, Roraima
(PEREIRA, 2014).
Phylacia turbinata (Berk.) Dennis 1957. Figura 24 E– F
Hypoxylon turbinatum Berk. in J. Linn. Soc. Bot. 15, 51 (1876).
Camillea turbinata (Berk.) Speg. in Bol. Acad. Nac. Cienc. Cordoba 11 (1889).
Hypoxylon turbinatum Berk. var. guaraniticum Speg. Fungi Guaranitici Pug. 1, 84 (1883).
Henningsinia durissima Maller in Schimper's Bot. Mitt. aus den Tropen 9, 309 (1901).
62
Estroma piriforme, erumpente, soltitário ou gregários em grupos pequenos, superfície
lisa, coloração preto brilhante. Peritécios cilíndricos, numerosos. Ascos não observados.
Ascósporos elípticos-cilíndricos, oliváceos, sem fenda germinativa, liso, medindo 10.5–13 ×
5–6µm.
Material Examinado: BAHIA, Jussari, Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra do
Teimoso, 15º09’ S; 39º31’ W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 13-III-2013,
Lacerda, L.T.
Comentário: Difere das outras espécies de Phylacia principalmente pelo formato do estroma.
Espécie anteriormente relatada na Bahia por Dennis (1957). Após quase seis décadas, veio a
ser novamente coletada. Tal fato pode indicar que trata-se de uma espécie rara, ou ainda, que
coletas deste gênero na Bahia não foram feitas nesse período. O Dr. Jadergudson Pereira não
encontrou espécimes de P. turbinata no Nordeste, mesmo fazendo coletas sistematizadas
durante quase quatro anos (comunicação pessoal).
63
Figura 24 A–F. Espécies de Phylacia. A–B. P. cylindrica sp. nov. A. Estroma. B. Ascósporo.
C–D.Phylacia globosa. C. Estroma. D. Ascósporo. E–F. Phylacia turbinata.
E. Estroma. F. Ascósporos.
X. Rosellinia
Rosellinia De Not., G. bot. ital. 1(1): 334. 1844.
≡ Byssitheca Bonord., Abh. naturforsch. Ges. Halle 8: 82, 156 (1864).
Rosellinia é gênero que possui espécies fitopatogênicas, causadoras de podridões de
raízes em plantas de interesse econômico como o cafeeiro (Coffea arabica) (GODOY et al,
1997).
Segundo Pereira (2014) são encontrados no Brasil 10 espécies de Rosellinia: R.
arcuata Petch, R. bunodes (Berk. & Broome) Sacc., R. desmazieri Berk. & Broome) Sacc., R.
griseocincta Starbäck, R. hyalospora Theiss., R. longispora Rick, R. necatrix Berl. ex Prill.,
R. pepo Pat., R. perusensis Henn., R. puiggari Pat., R. rickii Bres. e R. stenasca Rick.
64
Rosellinia sp. Figura 25 A–B
Estroma negro, solitário, uniperiteciado ou algumas vezes com dois ou três peritécios
por estroma, carbonáceo, 0.8–0.9 mm diam × 0.8–1.1 mm de altura. Ostíolos papilados.
Peritécios esféricos a subglobosos 0.7–0.8 mm diam × 0.6–0.8 mm de altura. Ascos não
observados. Ascósporos elipsóides-inequilaterais, marrom escuro, 40–50 μm × 7–10 μm,
fenda germinativa retilínea menor que comprimento do esporo.
Material Examinado: BAHIA, Jussari, Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra do
Teimoso, 15º09’ S; 39º31’ W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 13-III-2013,
Lacerda, L.T.
Comentários: Este espécime está em processo de identificação.
Figura 25 A–B. Rosellinia sp. A. Estroma. B. Ascósporo.
65
XI. Stilbohypoxylon
Chave para os táxons de Stilbohypoxylon encontrados no Brasil.
1. Estroma peritecióide, fenda germinativa retilínea no comprimento do esporo ou próxima a
ele ……………………………………………………………………………………S. moelleri
1. Estroma globoso a semigloboso, fenda germinativa sigmóide………...……………………2
2. Ascósporos menores que 26μm................................ S. quisquiliarum var. microsporum
2. Ascósporos maiores que 26µm................................ S. quisquiliarum var. quisquiliarum
Stilbohypoxylon Henn., Hedwigia 41: 16 (1902)
≡ Kretzschmaria Fr. section Stilbohypoxylon (Henn.) P. Martin, J. S. African Bot. 36: 78
(1970).
Stilbohypoxylon foi proposto por Hennings em 1902. As principais características do
gênero são: estroma peritecióide, com ou sem remanescentes de sinêmio, superfície lisa ou
rugosa; peritécio esférico; ostíolos papilados; asco amilóide; ascósporos marrons, elipsóides-
inequilaterais com ou sem bainha hialina, e fenda germinativa reta ou sigmoide (JU;
ROGERS, 1997). Este gênero possui 10 táxons, sendo encontrados três no Brasil:
Stilbohypoxylon moelleri Henn., Stilbohypoxylon quisquiliarum var. quisquiliarum (Mont.)
Rogers & Ju e Stilbohypoxylon quisquiliarum var. microsporum Jad. Pereira et al..
Stilbohypoxylon quisquiliarum var. microsporum Jad. Pereira, J.D. Rogers & J.L.Bezerra,
Sydowia 61(2): 322. 2009. Figura 26 A–B
Estroma globoso a semigloboso, geralmente gregário, carbonáceo, erumpente, 0.6–1.2
mm diam., superfície rugosa a sulcada, coloração marrom a marrom escuro, com tons
esbranquiçados. Ostíolos papilados. Peritécios esféricos, 0.6–0.9 mm diam, 1 a 8 por estroma.
Ascos não observados. Ascósporos elipsoides, inequilaterais, com extremidades
66
arredondadas, marrom escuro, 22–26 × 9–12.5 μm, fenda germinativa em espiral, no lado
ventral.
Material Examinado: BAHIA, Jussari, Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra do
Teimoso, 15º09’ S; 39º31’ W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 13-III-2013,
1-VI-2013, Lacerda, L.T..
Comentários: Stilbohypoxylon quisquiliarum var. microsporum difere da variedade tipo por
possuir ascósporos menores e por ter mais peritécios em cada estroma (PEREIRA et. al.,
2009). O holótipo deste táxon foi coletado no mesmo local por Pereira (2009).
Stilbohypoxylon quisquiliarum var. quisquiliarum (Mont.) J.D. Rogers & Y.M. Ju, Mycol.
Res. 101(2): 137.1997. Figura 26 C–D
Estroma globoso a semigloboso, geralmente gregário, carbonáceo, erumpente, 0.5–1
mm diam., superfície rugosa a sulcada, coloração marrom a marrom escuro, com tons
esbranquiçados. Ostíolos papilados. Peritécios esféricos, 0.6–0.9 mm diam, 1 a 8 por estroma.
Ascos não observados. Ascósporos elipsoides, inequilaterais, com extremidades
arredondadas, marrom escuro, 25–30 × 10–12.5 μm, fenda germinativa em espiral, no lado
ventral.
Material Examinado: BAHIA, Jussari, Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra do
Teimoso, 15º09’ S; 39º31’ W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 13-III-2013,
1-VI-2013, Lacerda, L.T.; CEARÁ, Ubajara, Parque Nacional de Ubajara, 3° 46′ 0″ S, 40° 54′
0″ W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 3-V-2012, 14-XI-2012, Lacerda, L.T..
Comentários: Stilbohypoxylon quisquiliarum var. quisquiliarum difere das outras espécies
do gênero, principalmente, por possui fenda germinativa sigmoide (ROGERS; JU, 1997).
Vide S. quisquiliarum var. microsporum
Este táxon foi relatado anteriormente em São Paulo por Miller (1961) e na Bahia, na RPPN
Serra do Teimoso por Pereira (2011). Porém, trata-se do primeiro relato para o Ceará.
67
Figura 26 A–D. Espécimes de Stilbohypoxylon. A–B. Stilbohypoxylon quisquiliarum var.
quisquiliarum.. A. Estroma. B. Ascósporo. C–D. Stilbohypoxylon
quisquiliarum var. microsporum . C. Estroma. D. Ascósporo.
XII. Xylaria
Chave para os táxons de Xylaria encontrados neste estudo.
1. Estroma em vagem…………..………..………………..……...Xylaria ianthinovelutina
1. Estroma em madeira ……………………...…………….……………….……………..2
2. Ascósporos medindo 15 µm ou maiores ………………...………..……..………………3
2. Ascósporos medindo menos que 15 µm…………..…………….………………………..8
68
3. Estroma globoso a esférico …………………………………………...…………………….4
3. Estroma clavado a cilíndrico………………………………………………...………………6
4. Estroma séssil, esférico, 26–30 × 6–8 µm, fenda germinativa retilínea muito menor que
o comprimento do esporo………………..…………………….Xylaria globosa var. globosa
4. Estroma estipitado……………………….………………….……………………………5
5. Estroma globoso, ascósporo medindo 34–36 × 11–12 μm, fenda germinativa retilínea no
comprimento do esporo ………………………..…………. …….Xylaria aff. griseo-olivacea
5. Estroma globoso a subgloso ascósporo medindo 25–35 × 5–7.5 µm, fenda germinativa
retilínea no comprimento do esporo, no lado ventral……. ………………………..Xylaria sp.6
6. Estroma cilíndrico, ascósporos medindo 8–35 x 7–8 μm, fenda germinativa retilínea no
comprimento do esporo…………..…………..………………………..Xylaria aff. mellissi
6. Estroma fende-se na maturidade……………………………...………………………….7
7. Estroma com coloração marrom claro a esbranquiçado, ascósporos medindo (15) 15.5–20 ×
5–7 µm, com fenda germinativa sigmoide……………………………..…….…Xylaria telfairii
7. Estroma com coloração negra a marrom escura, ascósporo medindo 15–21 × 6–9 µm, fenda
germinativa oblíqua no lado ventral………………………………………..………Xylaria sp.4
8. Estroma cilíndrico, viloso, estipitado 9–13 × 4–5 µm fenda germinativa retilínea no
comprimento do esporo…………………….…….…………………Xylaria aff. arbuscula
8.Estroma de outra forma……………………………….……………………..……………9
9. Estroma com superfície lisa………………………………….……………………….……10
9. Estroma com superfície rugosa………………….………………..………………………..13
10. Estroma solitário, clavado. Ascósporos medindo10–12 × 5–6 µm, fenda retilínea no
comprimento do esporo no lado ventral……………………………..………….Xylaria sp.2
10. Estroma e ascósporos de outra forma ………………………………..………….…….11
69
11. Ascósporos elipsoides-inequilaterais, marrons escuros, pinched, 7–9 × 4–5 µm, fenda
retílinia próximo ao comprimento do esporo………………………………...…….Xylaria sp.3
11. Ascósporos de outra forma…………………………………………………….…………12
12. Ostíolo umbilicado, ascósporos medindo 7–10 × 4–5 µm, fenda germinativa retilínea
menor que o comprimento do esporo, no lado ventral………………………… Xylaria sp.5
12. Ostíolo levemente papilado, ascósporos medindo 7–9 × 4–5 µm, fenda germinativa
retilínea no comprimento do esporo, no lado ventral. …………………….……Xylaria sp.7
13. Base pannosa, ascósporos medindo (8) 8.5–10 × 5–5.5 µm, fenda germinativa retilínea
menor que o comprimento do esporo……………………………….…………….. Xylaria sp.1
13. Base não pannosa, Ascósporos medindo 9–10 µm × 5–6 µm, fenda germinativa menor
que o comprimento do esporo…………………………....Xylaria corniformis var. corniformis
Xylaria Hill ex Schrank, Baier. Fl. 1: 200. 1789.
= Acrosphaeria Corda, Anleit. Stud. Mykol., Prag: 136 (1842)
= Carnostroma Lloyd, Mycol. Writ. 5(Syn. Large Pyrenomyc.): 27 (1919)
= Coelorhopalon Overeem, in Overeem & Weese, Icon. Fung. Malay. 11: 3 (1925)
= Hypoxylon Adans., Fam. Pl. 2: 9, 616 (1763)
= Lichenagaricus P. Micheli, Nova plantarum genera (Florentiae): 103, t. 54-55 (1729)
= Moelleroclavus Henn., Hedwigia 41: 15 (1902)
= Penzigia Sacc., in Saccardo & Paoletti, Atti Inst. Veneto Sci. lett., ed Arti, Sér. 6 6: 406
(1888)
= Porodiscella Viégas, Bragantia 4(1-6): 106 (1944)
= Pseudoxylaria Boedijn, Persoonia 1(1): 18 (1959)
= Sclerodermatopsis Torrend, (1923)
= Spirogramma Ferd. & Winge, Vidensk. Meddel. Dansk Naturhist. Foren. Kjøbenhavn 60:
142 (1909)
= Xylariodiscus Henn., Hedwigia 38(Beibl.): 63 (1899)
≡ Xylosphaera Dumort., Comment. bot. (Tournay): 91 (1822)
70
Xylaria foi proposto por Hill em 1773. Este táxon é o mais antigo e mais estudado
gênero da família Xylariaceae. Entretanto sua taxonomia é complexa (HLADKI; ROMERO,
2007). O numero atual de espécies deste gênero é incerto (HSIEH, et al. 2010). A diversidade
de cores, tamanhos e formas dos estromas, relacionados aos estágios de desenvolvimento
dificultam a identificação morfológicas dos espécimes (SILVA, 2008). Além do fato da
maioria das espécies serem cosmopolitas e relatadas em diferentes fases de desenvolvimento
(SILVA, 2008; ROGERS, 1986). Segundo Pereira (2011) estão registrados 730 nomes para
Xylaria, contudo, devido à dificuldade de informação, principalmente naquelas geradas entre
os séculos XIX e XX, muitos táxons foram sinonimizados. Conforme Hladki e Romero
(2005) existem aproximadamente 550 táxons pertencentes ao gênero.
Xylaria corniformis var. corniformis (Fr.) Fr., Summa vegetabilium Scandinaviae 2: 381
(1849). Figura 27 A–B
≡Sphaeria corniformis Fr., Elenchus Fungorum 2: 57 (1828)
Estroma solitário, clavado, simples, ápice arredondado, curvado ou ereto, estipe curta
ou longa, enrugado, superfície marrom enegrecido, tecido interno esbranquiçado, 1–1.3 cm
diam × 4–4.5 cm de altura. Ostíolo papilado, discoide. Peritécios esféricos, 0.3–0.6 mm diam.
Ascos danificados. Ascósporos elipsoides-inequilaterais, marrom escuro 9–10 µm × 5–6 µm,
fenda germinativa menor que o comprimento do esporo.
Material Examinado: CEARÁ, Ubajara, Parque Nacional de Ubajara, 3° 46′ 0″ S, 40° 54′ 0″
W, em galho indeterminado de árvore dicotiledônea, 3-V-2012, 14-XI-2012, Lacerda, L.T.
Comentários: Difere de Xylaria cubensis por possuir superfície rugosa e ascósporos mais
largos e de X. feejensis, principalmente, pelo tamanho da fenda germinativa do ascósporo,
sendo em Xylaria corniformis var. corniformis menor.
Relatada anteriormente em Pernambuco por Batista (1948) e no Rio Grande do Sul. Este é o
primeiro relato para o Ceára.
71
Xylaria globosa var. globosa (Spreng.) Mont. (1855). Figura 27 C–D
≡Hypoxylon globosum (Spreng. ex Fr.) Fr., Nova Acta Regiae Societatis Scientiarum
Upsaliensis 1: 130 (1851).
Estroma esférico, geralmente séssil ou apresentando estipe curta, carbonáceo,
superfície marrom acinzentado com pontuações enegrecidas, tecido interno esbranquiçado a
creme, medindo 4–8 mm diam. Peritécios totalmente imersos, subglosos a esféricos, 0.4–0.8
mm diam × 0.5–0.7 mm de altura. Ascos não observados. Ascósporos elipsoide-inequilaterais,
marrons escuros, extremidades agudas, algumas vezes comprimidas, 26–30 × 6–8 µm, fenda
germinativa retilínea muito menor que o comprimento do esporo.
Material Examinado: BAHIA, Uruçuca. Parque Estadual Serra do Conduru, 14°20’S;
39°02’W, em galho de dicotiledônea não identificada. 28-IV-2012. Lacerda, L.T.
Comentários: Xylaria globosa var. globosa difere das outras espécies de Xylaria,
principalmente, pela morfologia do estroma.
Relatada pela primeira vez no Brasil 1991 no Rio Grande do Sul (PEREIRA, 2014). Primeiro
relato para o Nordeste.
Xylaria aff. griseo-olivacea J.D. Rogers & Rossman, Mycotaxon 31 (1): 132 (1988).
Figura 27 E–F
Estroma globoso, 2–4 mm, com estipe geralmente maior que a parte fértil, cilíndrica a
filiforme; superfície enegrecida a acinzentada, internamente creme. Ostíolo inconspícuo.
Peritécios totalmente imersos, esféricos 1–1.2 mm. Ascos danificados. Ascósporos elipsoides-
inequilaterais, marrons escuros, 34–36 × 11–12 μm, fenda germinativa retilínea no
comprimento do esporo.
Material Examinado: BAHIA, Uruçuca. Parque Estadual Serra do Conduru, 14°20’S;
39°02’W, galho caído de dicotiledônea em decomposição. 28-IX-2012. Lacerda,L.T.
72
Comentários: Xylaria griseo-olivacea difere apenas por possuir ascósporos um pouco
menores de 23.5–31 × 9.5–11 μm e mais claros. Relatada por anteriormente por Rogers e
Rossman na Venezuela em 1987. Relatada pela primeira vez no país.
Figura 27 A–F. Espécies de Xylaria. A–B. X. cornimiformis var. cornimiformis. A. Estroma.
B. Ascósporo. C–D. Xylaria globosa var. globosa. C. Estroma. E. Ascósporo.
E–F. Xylaria griseo-olivacea. E. Estroma. F. Ascósporo.
Xylaria ianthinovelutina (Mont.) Fr.,Nova Acta Regia Soc. Sci. Upsal., Ser. 3, 1: 128 (1851).
Figura 28–A
= Hypoxylon ianthinovelutinum Mont., Annls Sci. Nat., Bot., sér. 2, 13: 348. 1840.
= Xylaria aemulans Starbäck, Bihangtill K. Svenska Vetensk.-Akad. Handl., Afd. 3, 27: 23.
1901.
= Xylosphaera ianthinovelutina (Mont.) Dennis, Kew Bull. 13: 104. 1958.
73
Estromas solitários ou gregários, cilíndricos, simples ou ramificados, ápice agudo, 5–
10 × 1 mm; estipe cilíndrica a filiforme, vilosa, 14–16 × 3 mm; surperfície rugosa, vilosa,
marrom escura a enegrecido, internamente creme. Peritécios subglobosos a globosos, 0.3–0.6
mm diam. Ascos e ascósporos não observados.
Material examinado: CEARÁ, Ubajara, Parque Nacional de Ubajara, 3° 46′ 0″ S, 40° 54′ 0″
W, em vagem em decomposição de Fabaceae indeterminada, 06-V-2012, Lacerda,L.T.
BAHIA, Ilhéus, Reserva Particular do Patrimônio Natural Mãe da Mata, 14° 49' 59.89'' S, 39°
5' 54.28'' W, em galho morto de dicotiledônea não identificada, 15-VIII-2012, Lacerda, L.T.;
Comentários: Difere de Xylaria oxyacanthae por esta, não apresentar superfície vilosa e
possuir base pannosa.
Segundo Pereira (2014), Xylaria ianthinovelutina ocorre no Norte (Amazonas e Acre), no
Nordeste (Bahia, Paraíba e Pernambuco), Sudeste (Rio de Janeiro e São Paulo) e no Sul (Rio
Grande do Sul e Santa Catarina). Este o primeiro relato para o Ceará.
Xylaria aff. mellissii (Berk.) Cooke, Grevillea 9 (no. 51): 85. 1883. Figura 28 B–D
= Hypoxylon mellissii Berk., in Melliss, St. Helena: 379. 1875.
= Xylaria biceps Speg., (1881)
= Xylosphaera mellissii (Berk.) Dennis, Kew Bull. 13(1): 104 (1958)
= Xylosphaera mellissii (Berk.) Dennis, Kew Bull. 13(1): 104 (1958) var. mellissii
= Xylosphaera apiculata (Cooke) Dennis, Kew Bull. 13(1): 102 (1958).
Estromas solitários, cilíndricos, com ápice agudo, apículo, 1.5–2 cm x 4–5 mm;
estipes cilíndricos a filiformes 2.5– 3 cm ×1 mm, simples, superfície levemente rugosa,
marrom escura a enegrecida, internamente esbranquiçado a creme. Ostíolos levemente
papilados. Peritécios imersos esféricos a subglobosos, 0.4–0.6 mm diam. Ascos com anel
apical amiloide 7.5–10 x 5–6 μm. Ascósporos elipsoides-inequilaterais, pinched,
extremidades agudas, marrons escuro a claros, 28–35 x 7–8 μm, fenda germinativa retilínea
no comprimento do esporo.
74
Material Examinado: BAHIA. Uruçuca, Parque Estadual Serra do conduru, 14°20’S;
39°02’W, em tronco caído de dicotiledônea em decomposição não identificada. 28-IX-2012.
Lacerda, L.T.
Comentários: Difere de Xylaria melissi apenas por possuir ascósporos maiores. Xylaria
melissi foi relatada anteriormente na Paraíba por Bezerra em 1960 (SILVA, 2008) e no Rio
Grande do Sul (PEREIRA, 2014). Sendo este o primeiro relato para a Bahia.
Xylaria telfairii (Berk.) Sacc., Sylloge Fungorum 1: 320 (1882) Figura 28 E– F
≡Sphaeria telfairii Berk., Annals and Magazine of Natural History 3: 397 (1839).
= Xylaria tabacina (J. Kickx f.) Berk., Nova Acta R. Soc. Scient. upsal., Ser. 3 1: 127. 1851.
= Xylaria fissilis Ces., Atti Accad. Sci. fis. mat. Napoli 8: 16. 1879.
= Xylaria telfairii (Berk.) Sacc., Syll. fung. (Abellini) 1: 320. 1882.
= Xylaria leprosa Speg., Boletín de la Academia Nacional de Ciencias de Córdoba 11: 515.
1889.
≡Xylosphaera telfairii (Berk.) Dennis, Kew Bulletin 13 (1): 106 (1958).
Estromas solitários, simples, clavados, com ápice arredondado, perde o endostroma na
maturidade deixando o estroma oco, que fende-se longitudinalmente, 3–4.5 × 0.5–1 cm; estipe
longa ou curta; superfície lisa, marrom claro a esbranquiçado, internamente creme. Peritécios
imersos, 0,5–0,6 mm diam. Ostíolos papilados escuros. Ascos não observados. Ascósporos
elipsóides-inequilaterais, marrom-claros, (15) 15.5–20 × 5–7 µm, com fenda germinativa
sigmóide.
Material Examinado: BAHIA, Uruçuca. Parque Estadual Serra do Conduru, 14°20’S;
39°02’W, em galho caído de dicotiledônea não identificada. 28-IX-2012. Lacerda,L.T.
Comentários: Difere de Xylaria euglossa, principalmente, por esta possuir endostroma
persistente.
Xylaria telfairii ocorre no Amazonas, Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro, Paraná e Santa
Catarina (PEREIRA, 2014). Relatado na Bahia por Pereira (2010) em Una, cidade próxima a
Uruçuca.
75
Figura 28 A–F. Espécies de Xylaria. A. Estroma de Xylaria ianthinovelutina. A. Estroma. B–
D. Xylaria mellissi. B. Estroma. C. Reação amiloide do anel apical. D.
Ascopóro. E–F. Xylaria telfairii. E. Estroma. F. Ascopóro.
Xylaria aff. arbuscula Figura 29 A–B
Estroma solitário, cilíndrico, ápice agudo, estipe filiforme com pêlos, simples, marrom
escuro a enegrecido, internamente esbranquiçado a creme, viloso, levemente rugoso a liso.
Ostíolos cônicos a papilados. Peritécios totalmente imersos no estroma, esféricos, 0.4–0.5
76
mm. Anel apical 0.8 diam × 2 µm de altura. Ascósporo elipsoide-inequilateral, pinched, 9–13
× 4–5 µm fenda germinativa retilínea no comprimento do esporo.
Material Examinado: CEARÁ. Ubajara. Parque Nacional de Ubajara, 3° 46′ 0″ S, 40° 54′ 0″
W, em galho de dicotiledônea em decomposição. 6-V-2012. Lacerda, L.T.
Comentários: Difere de Xylaria mellissi pelo tamanho menor do estroma. Relatado
anteiormente em Recife por Bezerra em 1960 (SILVA, 2008) e no Rio Grande Sul.
Figura 29 A–B. Xylaria aff. arbuscula. A. Estroma. B. Ascósporo.
Xylaria sp.1 Figura 30 A–D
Estroma solitário, clavado, enrugado, simples, ápice arredondado, ereto 0.7–1 cm diam
× 4.2–4.5 cm; estipe longa ou curta, base panosa; superfície marrom enegrecido, tecido
interno creme a esbranquiçado. Ostiolo papilado. Peritécios imersos, esféricos 0.3–0.5 mm.
Ascos imaturos. Ascósporos elipsoides-inequilaterais, marrons, (8) 8.5–10 × 5–5.5 µm, fenda
germinativa retilínea menor que o comprimento do esporo.
77
Material Examinado: CEARÁ. Ubajara. Parque Nacional de Ubajara, 3° 46′ 0″ S, 40° 54′ 0″
W, em galho de dicotiledônea em decomposição. 6-V-2012. Lacerda, L.T.
Comentários: Difere de Xylaria allantoidea por possuir ascósporos menores e base panosa e
de Xylaria corniformis, principalmente, por possuir base panosa.
Figura 30 A–D. Xylaria sp.1. A. Estroma. B. Ostíolos papilados. C. Peritécios. D. Ascósporos.
Xylaria sp.2 Figura 31 A–C
Estroma solitário, clavado, cilíndrico, simples, ápice agudo a arredondado, 2.1–2.5
altura × 0.8–0.9 diam. cm; estipe curto, base panosa; perde o endostroma na maturidade, o
estroma fende-se longitudinalmente; superfície lisa, marrom escura a negra, tecido interno
creme a branco. Ostíolo papilado. Peritécios imersos, 0.6–0.65 altura × 0.5–0.7 diam.
Ascósporos elipsoides-inequilaterais, marrom escuro, 10–12 × 5–6 µm, fenda retilínea no
comprimento do esporo no lado ventral.
78
Material Examinado: CEARÁ. Ubajara. Parque Nacional de Ubajara, 3° 46′ 0″ S, 40° 54′ 0″
W, em galho de dicotiledônea em decomposição. 6-V-2012. Lacerda, L.T.
Comentários: Foi coletado apenas uma menor quantidade de estroma, o que dificultou a
identificação.
Xylaria sp.3 Figura 32 A–C
Estroma solitário, simples, clavado, cilíndrico, ápice arredondado; perde o endostroma
na maturidade, o estroma fende-se longitudinalmente; estipe curta, base panosa; superfície
lisa, marrom clara, tecido interno branco a creme. Ostíolo cônico. Peritécios globosos a
subglobosos, imersos, 0.4–0.55 mm diam. Ascos não observados. Ascósporos elipsoides-
inequilaterais, marrons escuros, pinched, 7–9 × 4–5 µm, fenda retílinia próximo ao
comprimento do esporo.
Material Examinado: CEARÁ. Ubajara. Parque Nacional de Ubajara, 3° 46′ 0″ S, 40° 54′ 0″
W, em galho de dicotiledônea em decomposição, 6-V-2012, Lacerda, L.T.
79
Figura 32 A–C. Xylaria sp.3. A. Estroma. B. Peritécios. C. Ascósporos.
Xylaria sp.4 Figura 33 A–C
Estroma gregário, clavado, cilíndrico, simples ou bifurcado; estipe longa ou curta,
cilíndrica a filiforme; perde o endostroma na maturidade, o estroma fende-se
longitudinalmente; superfície marrom escura, tecido interno amarronzado. Ostíolo
umbilicado, totalmente imersos 0.4–0.5 mm. Ascos não observados. Ascósporos elipsoides-
inequilaterais, pinched, marrons escuros, pontas arredondadas, 15–21 × 6–9 µm, fenda
germinativa oblíqua no lado ventral.
Material Examinado: PARAÍBA. Areia. Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro, 6º 58’ 12"
S; 35º 42’ 15"W, em galho de dicotiledônea. 7-VII-2012. Lacerda, L.T.
Comentários: Difere de Xylaria laevis por possuir ostíolo umbilicado e fenda germinativa
retilínea menor que o comprimento do esporo.
Este espécime está em processo de identificação.
80
Figura 33 A–C Xylaria sp.4. A. Estroma. B. Peritécios. C. Ascósporos.
Xylaria sp.5 Figura 34 A–B
Estroma gregário, simples, clavado a espatulado, ápice agudo a arredondado 1.5–2.1
altura × 0.5–0.8 diam. cm; perde o endostroma na maturidade, o estroma fende-se
longitudinalmente; estipe cilíndrica, base panosa; superfície lisa, marrom, tecido interno
creme. Ostíolo umbilicado. Peritécios totalmente imersos, esféricos 0.2–0.4 mm. Ascos
danificados. Ascósporos elipsoides-inequilaterais, pinched, marrom claro, 7–10 × 4–5 µm,
fenda germinativa retilínea menor que o comprimento do esporo, no lado ventral.
Material Examinado: PARAÍBA. Areia. Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro, 6º 58’ 12"
S; 35º 42’ 15"W, em galho de dicotiledônea. 7-VII-2012. Lacerda, L.T.
81
Comentários: Difere de Xylaria laevis por possuir ostíolo umbilicado e fenda germinativa
oblíqua.
Figura 34 A–B. Xylaria sp.5. A. Estroma. B. Ascósporos.
Xylaria sp. 6 Figura 35 A–C
Estroma solitário, simples, globoso a subgloboso, enrugado, ápice agudo a
arredondado 3.2–4 cm diam.; perde o endostroma na maturidade, o estroma fende-se
longitudinalmente; estipe cilíndrica a filiforme; superfície negra, tecido interno branco a
creme. Ostíolo levemente papilado. Peritécios imersos, esféricos a subglobosos 0.5–0.8 mm.
Ascos danificados. Ascósporos elipsoides-inequilaterais, pinched, marrom escuro, 25–35 × 5–
7.5 µm, fenda germinativa retilínea no comprimento do esporo, no lado ventral.
82
Material Examinado: CEARÁ. Ubajara. Parque Nacional de Ubajara, 3° 46′ 0″ S, 40° 54′ 0″
W, em tronco caído de dicotiledônea em decomposição não identificada. 6-V-2012. Lacerda,
L.T.
Figura 35 A–C. Xylaria sp.6. A. Estroma. B. Peritécios. C. Ascósporos.
Xylaria sp. 7 Figura 36 A–D
Estroma solitário, simples, cilíndrico a clavado, liso, ápice agudo; perde o endostroma
na maturidade, o estroma fende-se longitudinalmente; estipe curta ou sem estipe, base panosa;
superfície marrom escura a negra, tecido interno branco a creme. Ostíolo levemente papilado.
Peritécios imersos, globoso a subglobosos 0.4–0.6 mm. Ascos anel apical amiloide discoide
1–2 µm . Ascósporos elipsoides-inequilaterais, pinched, marrom escuro a claro, 7–9 × 4–5
µm, fenda germinativa retilínea no comprimento do esporo, no lado ventral.
83
Material Examinado: CEARÁ. Ubajara. Parque Nacional de Ubajara, 3° 46′ 0″ S, 40° 54′ 0″
W, em tronco caído de dicotiledônea em decomposição não identificada. 6-V-2012. Lacerda,
L.T.
Figura 36 A–C. Xylaria sp.7. A. Estroma. B. Peritécios. C. Reação amiloide do anel apical. D.
Ascósporos.
84
4.2 ANÁLISE DOS DADOS
São relatados para o Brasil, até o momento, 21 gêneros de Xylariaceae (Pereira, 2014).
Destes foram coletados 12 durante a execução do trabalho, sendo um novo relato para o
Nordeste, demonstrando a importância dessa Região para o estudo da família.
Para os gêneros Hypoxylon, Nemania e Xylaria não foi possíveil identificar todos os
espécimes coletados, pois são gêneros maiores e mais complexos, possuindo um grande
número de espécies, além de em alguns casos os estromas estarem deteriorados.
Foram coletados 206 espécimes de Xylariaceae (Tabela 1). As áreas de brejo de
altitude apresentaram um numero bem maior de espécies coletadas no período chuvoso em
relação ao seco (Tabela 1).
Tabela 1 – Espécimes de Xylariaceae coletados.
Áreas de Coleta
Época de coleta/ Nº de espécimes
Total
Período Chuvoso Período de Estiagem
RPPN Mãe da Mata 10 14 24
RPPN Serra do Teimoso 14 20 34
Reserva Ecológica Mata do
Pau Ferro 43 14 57
PESC 32 13 45
Parque Nacional de Ubajara 24 22 46
Total 123 83 206
Apesar de ser uma área antropizada, com um período seco e chuvoso bem definido, a
Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro apresentou o maior número de espécimes coletadas.
Segundo Begon e colaboradores (2008) é de se esperar que um ambiente sazonal apresente
mais espécies do que um ambiente comum, pois devido à alteração de modo sazonal,
85
previsível, as espécies existentes neles podem possuir adaptações que permitem a vivencia em
épocas distintas do ano. Entretanto, em ambientes não-sazonais existem condições para
especialização, que não são encontradas em ambientes sazonais, geralmente observado em
ambientes tropicais (BEGON et al., 2007), o que justifica o número de espécimes encontradas
no PESC similar ao número de espécimes encontrados no Parque Nacional de Ubajara.
A RPPN Mãe da Mata apresentou o menor numero de espécimes, podendo estar
relacionado a redução espécies vegetais, devido a retirada do sub-bosque, da mata nativa para
a implantação do cacueiro. Contudo, a lavoura cacaueira, em relação aos impactos ambientais,
quando comparada com outras atividades que degradam o ecossistema, é considaderada uma
atividade de baixo impacto (CARVALHO, 2013).
O maior número de espécimes na RE Mata do Pau Ferro, também se deve a
quantidade de táxons de Xylaria encontrados durante o período chuvoso, que foi maior em
relação às outras áreas de coleta (Tabela 2). As coletas do período chuvoso foram realizadas
no período em que o estado da Paraíba, apresentou pelo segundo mês consecutivo, o maior
total mensal de chuva (Boletim Climatológico Anual da Estação Meteorológica do IAG/USP/,
2012). Houve um número bem mais elevado espécimes de Xylaria coletadas no período
chuvoso, em relação ao período seco (Tabela 2), o que também foi observado por Batista et al.
(1948) em Pernambuco. Foi encontrado na Mata do Pau Ferro, nove, dos doze gêneros
coletados.
Tabela 2 – Espécimes de Xylaria coletados.
Áreas de coleta Período de Coleta/ Nº de Espécimes Total
Período chuvoso Período de estiagem
RPPN Mãe da Mata 3 0 3
RPPN Serra do
Teimoso
2 2 4
Reserva Ecológica
Mata do Pau Ferro
32 0 32
PESC 15 1 16
PNU 20 5 25
TOTAL 72 8 80
86
Todos os espécimes coletados no Parque Nacional de Ubajara são novos relatos para o
Ceará, pois não havia nenhum relato de Xylariaceae para aquela localidade anteriormente.
Em relação à riqueza de espécies, o Parque Estadual Serra do Conduru apresentou
maior riqueza de espécies, sendo localizado em uma área de floresta ombrófila densa, com um
alto grau de endemismo de espécies, o que confirma a maior riqueza de espécies (Tabela 3).
Tabela 3. Táxons de Xylariaceae identificados a partir de espécimes coletados em áreas de
Mata Atlântica da Bahia, Ceará e Paraíba.
Taxóns Nova
Ocorrência
Nova espécie
ou provável
nova espécie
Ocorrência
anterior
Referência
Annulohypoxylon
annulatum
- - Bahia, Paraíba e
Pernambuco
Pereira, 2011
Annulohypoxylon bovei
var. microspore
Brasil -
Annulohypoxylon
moriforme
Ceará - Rio Grande do
Sul, Acre, Bahia,
Paraíba e
Pernambuco
Rick, 1935
Ju e Rogers,
1996
Pereira, 2011
Annulohypoxylon
nitens
- - Bahia, Paraíba e
Pernambuaco
Pereira, 2011
Annulohypoxylon
stygium var. stygium
Ceará - Bahia, Paraíba e
Pernambuaco
Pereira, 2011
Annulohypoxylon
truncatum
Ceará - Bahia, Paraíba,
Pernambuco
Poroca, 1976
Pereira, 2011
Biscogniauxia
capnodes var.
capnodes
- - Bahia, Paraíba,
Pernambuco,
Minas Gerais e
Rio Grande do Sul
Ju et al., 1998
Pereira, 2011
Continua...
87
Continuação da Tabela 3.
Taxóns Nova
Ocorrência
Nova espécie
ou provável
nova espécie
Ocorrência
anterior
Referência
Biscogniauxia waitpela Brasil - Nova Guiné e
Filipinas
Rogers et al.,
2014
Camillea Cyclops - - Amazonas, Bahia,
Paraíba,
Pernambuco e
Roraima.
Pereira, 2014
Camillea sulcata Nordeste Amazonas,
Argentina e Peru
Laess0e et
al., 1989
Daldinia Nordeste - Amazonas, Pará,
Mato Grosso,
Paraná e Rio
Grande do Sul
Pereira, 2014
Kretzschmaria
cetrarioides
Ceará - Amazonas, Bahia,
Pernambuco, Mato
Grosso, São Paulo
e Rio Grande do
Sul
Dennis, 1957
Silveira, e
Rodrigues,
1985
Pereira, 2014
Kretzschmaria clavus Ceará - Amazonas Bahia,
Paraíba, Mato
Grosso, Paraná,
Pernambuco, Rio
de Janeiro, Rio
Grande do Sul e
São Paulo
Dennis, 1957
Silveira, e
Rodrigues,
1985
Pereira, 2014
Kretzschmaria
micropus
Nordeste - São Paulo e Rio
Grande do Su
Pereira, 2014
Continua...
88
Continuação da Tabela 3.
Taxóns Nova
Ocorrência
Nova espécie
ou provável
nova espécie
Ocorrência
anterior
Referência
Kretzschmaria
pavimentosa
Nordeste - Pará e Paraná Pereira, 2014
Kretzschmaria sp.1 - * - -
Kretzschmaria sp.2 - * - -
Leprieuria bacillum Nordeste - - Denis, 1957
P. cylindrica - SIM
P. globosa Nordeste
P. turbinata - - Bahia Dennis, 1957
S. quisquiliarum var.
microsporum
- - Bahia Pereira et al.,
2009
S. quisquiliarum var.
quisquiliarum
Ceará - Bahia,
Pernambuco e São
Paulo
Miller, 1961
Xylaria corniformis
var. corniformis
Ceará - Pernambuco e Rio
Grande do Sul
Batista, 1948
Silva, 2008
Xylaria globosa var.
globosa
Nordeste - Rio Grande do Sul
Xylaria griseo-
olivacea
Brasil - Venezuela Rogers e
Rossman,
1987
Continua...
89
Contiuação da Tabela 3.
Taxóns Nova
Ocorrência
Nova espécie
ou provável
nova espécie
Ocorrência
anterior
Referência
Xylaria
ianthinovelutina
Ceará - Amazonas, Acre,
Bahia,
Paraíba,
Pernambuco, Rio
de Janeiro,
Rio Grande do
Sul, Santa
Catarina, São
Paulo
Pereira, 2014
Xylaria aff. Mellissii Bahia - Paraíba e Rio
Grande Sul
Silva, 2008
Xylaria telfairii - - Amazonas, Bahia,
Pernambuco, Rio
de Janeiro, Paraná
e Santa Catarina
Pereira, 2014
*= Provável nova espécie, ainda em análise.
Annulohypoxylon
Annulohypoxylon stygium var. stygium foi o táxon mais coletado, independente da área
e do período do ano. Pereira (2011) também observou a alta frequência desta espécie em todas
as suas áreas de coleta. Os locais com maior riqueza e índice de diversidade do gênero foram:
Reserva Ecológica Mata do Pau ferro e Parque Estadual Serra do Conduru, possuindo 1.2 e
1.6 respectivamente, sendo mais observado em períodos chuvosos (Tabela 4).
90
Tabela 4– Índice de diversidade, riqueza e frequência do gênero Annulohypoxylon.
Taxon MM1 MM2 ST1 ST2 PB1 PB2 SC1 SC2 SI1 SI2 Freq.
Annulohypoxylon
annulatum 0 0 0 0 2 3 0 0 0 0 PF
Anulohypoxylon
bovei var.
microspora 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 R
Annulohypoxylon
moriforme 0 0 0 0 0 1 2 0 0 1 PF
Annulohypoxylon
nitens 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 R
Annulohypoxylon
truncatum 0 0 0 0 2 1 3 1 0 4 F
Annulohypoxylon
stygium var.
stygium 1 1 9 2 7 4 2 2 7 6 MF
Riqueza 1 1 2 1 3 4 4 2 1 3
Shannon_H 0 0 0,5 0 1 1,2 1,3 0,6 0 1
SC1= Parque Estadual Serra do Conduru (Uruçuca-BA) coleta no período chuvoso; SC2=
Parque Estadual Serra do Conduru (Uruçuca-BA) coleta no período de estiagem; ST1 =
RPPN Serra do Teimoso (Jussari-BA) coleta no período chuvoso; ST2 = RPPN Serra do
Teimoso (Jussari-BA) coleta no período de estiagem; SI1= Parque Nacional de Ubajara
(Ubajara-CE) coleta no período chuvoso; SI2= Parque Nacional de Ubajara (Ubajara-CE)
coleta no período de estiagem; PB1= Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro (Areia-PB)
coleta no período chuvoso; PB2= Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro (Areia-PB) coleta no
período de estiagem; MM1= RPPN Mãe da Mata coleta no período chuvoso; MM2= RPPN
Mãe da Mata coleta no período de estiagem; Freq.= Frequencia; R= Raro; PF= Pouco
Frequente; F= Frequente; MF= Muito Frequente.
91
Biscogniauxia
O gênero Biscogniauxia foi mais coletado na RPPN Mãe da Mata, no período de
estiagem, apresentando maior riqueza e índice de diversidade de 1.3.
Tabela 5 – Índice de diversidade, riqueza e frequência do gênero Biscogniauxia.
Táxons MM1 MM2 ST1 ST2 PB2 SC1 SC2 SI2 Freq.
Biscogniauxia
capnodes var.
capnodes
1 0 0 0 0 0 0 0 R
Biscogniauxia
waitpela 0 0 1 1 0 0 0 0 R
Biscogniauxia sp1 0 1 0 0 0 0 0 0 R
Biscogniauxia sp2 0 2 0 1 1 1 0 0 F
Biscogniauxia sp3 0 1 0 0 0 2 0 0 R
Biscogniauxia sp.4 0 1 0 1 0 0 1 0 PF
Biscogniauxia sp.5 0 0 0 0 0 0 0 4 R
Biscogniauxia sp.6 0 0 0 0 0 0 0 1 R
Riqueza 1 4 1 3 1 2 1 2
Shannon_H 0 1,33 0 1,1 0 0,64 0 0,5
SC1= Parque Estadual Serra do Conduru (Uruçuca-BA) coleta no período chuvoso; SC2=
Parque Estadual Serra do Conduru (Uruçuca-BA) coleta no período de estiagem; ST1 =
RPPN Serra do Teimoso (Jussari-BA) coleta no período chuvoso; ST2 = RPPN Serra do
Teimoso (Jussari-BA) coleta no período de estiagem; SI2= Parque Nacional de Ubajara
(Ubajara-CE) coleta no período de estiagem; PB2= Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro
(Areia-PB) coleta no período de estiagem; MM1= RPPN Mãe da Mata coleta no período
chuvoso; MM2= RPPN Mãe da Mata coleta no período de estiagem; Freq.= Frequencia; R=
Raro; PF= Pouco Frequente; F= Frequente.
Camillea
O gênero Camillea foi coletado apenas na RPPN Mãe da Mata e na Reserva Ecologica
Mata do Pau Ferro, possuindo frequência rara, sendo mais coletado no período chuvoso.
92
Daldinia
Foi coletada uma espécie Daldinia, durante período chuvoso na RPPN Serra do
Teimoso.
Hypoxylon
O gênero Hypoxylon foi coletado em todas as áreas de coleta, com 27 espécimes,
entretanto foi mais bem representado na RPPN Mãe da Mata e sendo mais encontrado no
período de estiagem (Tabela 6).
Tabela 6 – Espécimes de Hypoxylon coletados.
Áreas de coleta Período de Coleta/ Nº de Espécimes Total
Período chuvoso Período de estiagem
RPPN Mãe da Mata
0 3 3
RPPN Serra do
Teimoso
0 10 10
RE Mata do Pau Ferro 7 4 11
PESC
2 4 6
PNU 2 6 8
TOTAL 11 27 38
93
Kretzschmaria
Kretzschmaria foi coletado em todas as áreas de coleta, sendo que o Parque Estadual
Serra do Conduru apresentou o maior índice de diversidade (1.3) no período de maior
umidade, possuindo também maior riqueza, comparada com as outras localidades (Tabela7).
Tabela 7 – Índice de diversidade, riqueza e frequência do gênero Kretzschmaria.
Taxon MM1 MM2 ST1 ST2 PB1 PB2 SC1 SC2 SI1 SI2 Freq.
Kretzschmaria
pavimentosa 0 0 1 0 0 0 2 0 0 0
R
Kretzschmaria
micropus 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
R
Kretzschmaria
cetrarioides 1 0 0 1 0 0 0 0 0 1
PF
Kretzschmaria
clavus 1 0 0 0 1 2 3 0 0 0
PF
Kretzschmaria
sp1 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0
R
Kretzschmaria
sp2 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0
R
Riqueza 2 0 1 1 1 2 4 1 0 1
Shannon_H 0,7 - 0 0 0 1 1,3 0 - 0
SC1= Parque Estadual Serra do Conduru (Uruçuca-BA) coleta no período chuvoso; SC2=
Parque Estadual Serra do Conduru (Uruçuca-BA) coleta no período de estiagem; ST1 =
RPPN Serra do Teimoso (Jussari-BA) coleta no período chuvoso; ST2 = RPPN Serra do
Teimoso (Jussari-BA) coleta no período de estiagem; SI1= Parque Nacional de Ubajara
(Ubajara-CE) coleta no período chuvoso; SI2= Parque Nacional de Ubajara (Ubajara-CE)
coleta no período de estiagem; = Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro (Areia-PB) coleta no
período chuvoso; PB2= Reserva Ecológica Mata do Pau Ferro (Areia-PB) coleta no período
de estiagem; MM1= RPPN Mãe da Mata coleta no período chuvoso; MM2= RPPN Mãe da
Mata coleta no período de estiagem; Freq.= Frequencia; R= Raro; PF= Pouco Frequente.
94
Leprieuria
Leprieuria é um gênero monoespecífico. Encontrado anteriormente nas Antilhas,
Equador, México, Guiana Francesa, Peru, Porto Rico, Trindade e Venezuela (LaessØe et al.,
1989) (GONZALEZ; ROGERS et al., 1993) e no Brasil, nos estados: Amazonas, Pará e
Minas Gerais (PEREIRA, 2014). Este é o primeiro relato para o Nordeste. O espécime foi
coletado na RPPN Mãe da Mata, em uma dicotiledônea morta, ainda em pé, não identificada,
outrora, tinha sido coletada em galhos e troncos de dicotiledôneas.
Nemania
O gênero Nemania foi coletado em todas as áreas de coleta, entretanto foi mais bem
representado no Parque Estadual Serra do Conduru, sendo mais encontrado no período de
estiagem com 15 espécimes (Tabela 8).
Tabela 8 – Espécimes de Nemania coletados.
Áreas de coleta Período de Coleta/ Nº de Espécimes Total
Período chuvoso Período de estiagem
RPPN Mãe da Mata 1 4 5
RPPN Serra do
Teimoso
3 3 6
Reserva Ecológica
Mata do Pau Ferro
0 1 1
PESC 4 3 7
PNU 0 4 4
TOTAL 8 15 23
95
Phylacia
O gênero Phylacia foi coletado em três áreas de coleta. O índice de diversidade é zero,
pois foi coletada apenas uma espécie em cada área. Pereira (2011) coletou Phylacia
poculiformis em Una, na Bahia (Tabela 9).
Tabela 9 – Índice de diversidade, riqueza e frequência do gênero Phylacia.
Táxons SC1 SC2 ST1 PB2 Freq.
Phylacia cylindriformis 2 1 0 0 R
Phylacia globosa 0 0 0 1 R
Phylacia turbinata 0 0 2 0 R
Riqueza 1 1 1 1
Shannon_H 0 0 0 0
SC1= Parque Estadual Serra do Conduru (Uruçuca-BA) coleta no período chuvoso; SC2=
Parque Estadual Serra do Conduru (Uruçuca-BA) coleta no período de estiagem; ST1 =
RPPN Serra do Teimoso (Jussari-BA) coleta no período chuvoso; PB2= Reserva Ecológica
Mata do Pau Ferro (Areia-PB) coleta no período de estiagem; Freq.= Frequencia; R= Raro.
Rosellinia
Foi coletado um espécime de Rosellinia na RPPN Serra do Teimoso, em uma árvore
de dicotiledônea morta caída não identificada. O gênero Rosellinia possui espécies
fitopatogênicas, podendo este táxon ser o causador da morte da planta.
Stilbohypoxylon
Stilbohypoxylon foi coletado no Parque Nacional de Ubajara e RPPN Serra do
Teimoso, neste último o índice de diversidade foi similar no período chuvoso e de estiagem
(Tabela 10).
96
Tabela 10- Índice de diversidade, riqueza e frequência do gênero Stilbohypoxylon.
Táxons SI1 SI2 ST1 ST2 Freq.
Stilbohypoxylon quisquiliarum var. microsporum 0 0 1 1 R
Stilbohypoxylon quisquiliarum var. quisquiliarum 1 1 2 1 PF
Riqueza 1 1 2 2
Shannon_H 0 0 0,64
0,6
9
ST1 = RPPN Serra do Teimoso (Jussari-BA) coleta no período chuvoso; ST2 = RPPN Serra
do Teimoso (Jussari-BA) coleta no período de estiagem; SI1= Parque Nacional de Ubajara
(Ubajara-CE) coleta no período chuvoso; SI2= Parque Nacional de Ubajara (Ubajara-CE)
coleta no período de estiagem; Freq.= Frequencia; R= Raro; PF= Pouco Frequente.
Xylaria
O gênero Xylaria foi o mais coletado, sendo mais bem representado na Reserva
Ecológia Mata do Pau Ferro, durante o período chuvoso (Tabela 11).
Tabela 11 – Espécimes de Xylaria coletados.
Áreas de coleta Período de Coleta/ Nº de Espécimes Total
Período chuvoso Período de estiagem
RPPN Mãe da Mata 3 0 3
RPPN Serra do
Teimoso
2 2 4
RE Mata do Pau Ferro 32 0 32
PESC 15 1 16
PNU 20 5 25
TOTAL 72 8 80
97
6. CONCLUSÃO
Todos os espécimes de Xylariaceae coletados foram identificados quanto ao gênero.
As coletas efetuadas em períodos de maior precipitação mostraram-se mais produtivas
em número de espécimes do que as coletas realizadas nos meses mais secos.
O gênero Xylaria foi pouco observado durante os períodos de baixa precipitação, ou,
quando observado, apresentou estromas deteriorados.
A ocorrência de diversos táxons de Xylariaceae ainda não registrados para as áreas de
coleta, bem como de uma nova espécie, demonstra a necessidade de se intensificar os estudos
para conhecimento da diversidade desses fungos.
98
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXOPOULOS, C.J., MIMS, C.W., BLACKWELL, M. Introductory Mycology. Fourth
ed. John Wiley & Sons, New York. 1996.
ANDRADE, A. L. et al. Análise florística e estrutural de matas ciliares ocorrentes em brejo de
altitude no município de Areia, Paraíba. Revista Brasileira de Ciências Agrárias. v.1,
n.único, p.31–40, 2006.
ANDRADE-LIMA, D. de. Present-Day Forest refuges in northeastern Brazil. In: PRANCE,
G.T. (Ed.). Biological diversification in tropics. Columbia Univ., New York. 245–251.
1982.
ARNOLD, A. E. et al. Diversity and ecology of fungal endophytes in tropical forests. In:
Biodiversity of fungi: their role in human life, p. 49–68, 2005.
AZEVEDO, J.L.; MACCHERONI Jr., W.; PEREIRA, J.O.; ARAÚJO, W.L. Endophytic
microorganisms: a review on insect control and recent advances on tropical plants. Eletronic
Journal of Biotechnology, Valparaíso, v. 3, n. 1, p. 40–65, 2000.
BATISTA. A.C. Kretzschmaria novo-guineensis P. Henn. Revista Agrícola. 1 (5–6) 57.
1948.
BATISTA, A.C.; VITAL, A.F. O gênero Xylaria no Jardim Zôo Botânico do Recife. Boletim
Secretaria Agricultura Ind. Com. de Pernambuco 15: 166–178. 1948.
BATISTA, A.C. Um pugilo de fungos. Bolm. Secr. Agric. 16 (3–4): 203–211. 1949.
BATISTA, A.C. Cinco novos Ascomicetos de Pernambuco. Boletim Secretaria Agricultura
Ind. Com. de Pernambuco 17: 58–65. 1950.
BATISTA, A.C.; VITAL, A.F. Novos fungos Xylaria de Pernambuco. Revista de Biologia
Lisboa 1: 41–48. 1956.
BATISTA, A.C.; MAIA, H.S. Estudo iconográfico de alguns fungos Valsaceae e Xylariaceae.
Revista de Biologia Lisboa 1: 325–332. 1958.
BATISTA, A.C.; OLIVEIRA, T.J. Algumas espécies de Ascomycetes. Anais da Sociedade
de Biologia de Pernambuco 16: 161–174. 1959.
BATISTA, A.C.;PERES, G.E.P. Didymosphaeria Fuckel e outros Ascomycetes.
Publicações.Instituto de Micologia da Universidade do Recife 279: 1–30. 1960a.
BATISTA, A.C.; PERES, G.E.P., BEZERRA, J.L., TALTASSE, M.A. Taxonomia de alguns
Ascomycetes. Publicações. Instituto de Micologia da Universidade do Recife 213: 1–34.
1960b.
99
BATISTA, A.C.; MAIA. H.S. Alguns Xylosphaera do Amazonas e de Pernambuco. Instituto
Micológico. Recife. 365: 484–494. 1964.
BATISTA, A.C.; FALCÃO, R.G.S.; PERES, G.E.P.; MOURA, N.R. Fungi Paraenses.
Revisão da coleção de Paul Hennings, do Museu Paraense Emílio Goeldi. Publicações.
Instituto de Micologia da Universidade do Recife 506: 1–290. 1966.
BAYMAN, P.; ANGULO-SANDOVAL, P.; BÁEZ-ORTIZ, Z.; LODGE, D.J. Distribution
and dispersal of Xylaria endophytes in two tree species in Puerto Rico. Mycologia Research.
v.102, 944–948 p. 1998.
BATISTA, A.C.; PERES, G.E.P. Xylosphaeraceae: estudo de algumas espécies. Atlas do
Instituto de Micologia. Universidade Federal de Pernambuco, Recife 5: 115–130. 1967.
BEGON, M.; TOWNSEND, C. R.; HARPER, J. L. Ecologia: de indivíduos a ecossistemas.
Artmed, 2007.
BERKELEY, M.J. Decades of Fungi. XXXI. Hook. J. Bot. 3: 14–21.1851.
BERKELEY, M.J. Decades of Fungi. LXII. Hook. J. Bot. 8: 272–280. 1856.
BERKELEY, M.J., COOKE, M.C. The fungi of Brazil, including those collected by J.W.H.
Trail, Esq., M.A., in 1874. J. Lihn. Soc. 15: 363–398. 1877.
BERKELEY, M.J. Fungi Brasiliensis in província Rio de Janeiro a clar. Dr. A. Glaziou lecti.
In: WARMING, E. Symbolae and floram brasiliae centralis cognoscedam. Vidensk.
MedD. Dansk. Naturh. Foren Kbh., KjØbenhavn, 31:32, 31–34. 1880.
BERGMANN, E. C.; ALEXANDRE, M. A. V. Aspectos fitossanitários da roseira. São
Paulo: Instituto Biológico, 1995. (Boletim Técnico, n. 2).
BEZERRA, J.L.; MAIA, L.C. Filo Ascomycota. In: Diversidade e Caracterização dos
Fungos do Semi–Árido Brasileiro (eds.: Gusmão LFP & Maia LC). Associação Plantas do
Nordeste II: 127–139. 2006.
BLACKWELL, M. The Fungi: 1, 2, 3… 5.1 million species?. American Journal of Botany,
v. 98, n. 3, p. 426–438. 2011.
BOMFIM, J.A. Efeitos do sistema agroflorestal de cabrucas no consumo de frutos por
aves em duas paisagens contrastantes do Sul da Bahia, Brasil. 2012. 41 f. Dissertação
(Mestre em Ecologia e Conservação da Biodiversidade). Universidade Estadual de Santa
Cruz, Ilhéus, 2012.
BONETI, J. I. S.; RIBEIRO, L. G.; KATSURAYAMA, Y. Manual de identificação de
doenças e pragas da macieira. Florianópolis: EPAGRI. 149 p. 1999.
BRAGA NETO, R. Novas espécies de fungos comprovam riqueza da Amazônia. 2012.
Acesso <http://revistaecoturismo.com.br/turismo-sustentabilidade/novas-especies-de-fungos-
comprovam-riqueza-da-amazonia/>. Acessado em 18 de janeiro de 2014.
100
CABI Bioscience. The CABI Bioscience and CBS Database of Fungal Names.
<http://www.indexfungorum.org/Names/Names.asp>. Acessado em: 30 de janeiro de 2014.
CAMATTI-SARTORI, S. V.; VALDEBENITO-SANHUEZA, R. M.; RIBEIRO, R. T. S.
Desenvolvimento de Pantoea agglomerans em diversas temperaturas, pH e concentrações de
carboxi-metil-celulose e o seu impacto no controle de Rosellinia necatrix. Summa
Phytopathologica, Botucatu, v. 34, n. 1, p. 13–17, 2008.
CARLILE, M.J.; WATKINSON, S.C. The fungi. London: Academic Press. 482 p. 1996.
CASTRO, C. C.; GUTIÉRREZ, A. H.; SOTÃO, H. M. P. Novos registros de fungos
anamorfos (hifomicetos) para o Neotrópico e América do Sul. Revista Brasileira de
Botânica, v. 34, p. 515–521. 2011.
CARVALHO, D., L. (2013) Mata Atlântica e o cacau..
http:\\www2.uol.com.br/aregiao/art/mataatl.htm . Acessado em: 31 de maio de 2013.
CERDÁ, R. A. Fermentación ruminal, degradación proteica y sincronización energía-
proteína en terneras en cebo intensivo. 208 h. 2005. Tese de Doutorado. (en opción al
grado científico de Doctor en Producción animal). Faculdade de Ciências Veterinárias.
Universidade de Barcelona, Espanha. 2005.
CHILD, M. The genus Daldinia. Ann. Missouri Bot. Gard. 19: 429–496. 1932.
CONTI, J.B.; FURLAN, S.A. Geoecologia: o clima, os solos e a biota. In: ROSS, J.L.S.
(org.). Geografia do Brasil. São Paulo, EDUSP. 2003.
DENNIS, R.W.G. Fungus flora of Venezuela and adjacent countries. Kew Bull. Additional
Series III. XXXIV. J. Cramer, London. 1970.
DENNIS, R.W.G. Xylarioideae and Thamnomycetoideae of Congo. Kew Bull. Jardim.
Botanico. État 31, 109 –154. 1961.
DENNIS, R.W.G. Further notes on tropical American Xylariaceae. Kew Bull. 2: 297–332.
1957.
EHRENBERG, C.G. Fungos a viro claríssimo Adalberto de Chamisso rule auspiciis
Romanzoffianis in itinere circe tevrarum globum collectos. In: NEES, A.B.; ESENBECK,
C.G. Horae Physicae Berolinenses, Bonnae, 77-90 p., 1820.
FIDALGO, O. Introdução à história da micologia brasileira. Rickia 3:1–44. 1968.
FRIES, E. M. Systema Mycologicum. New York: Johnson Reprint Corporation, Reprinted
ed. Vol. 2, 621 p. 1823.
FRÖHLICH, J.; HYDE, K.D. Biodiversity of palm fungi in the tropics: are global fungal
diversity estimates realistic? Biodiversity and Conservation. v. 8: 977–1004 p. 1999.
101
GALINDO-LEAL, C.; CÂMARA, I. G. Mata Atlântica: Biodiversidade, ameaças e
perspectivas. Fundação SOS Mata Atlântica- Conservação internacional. Belo horizonte. 471
p. 2005.
GODOY, C.V.; BERGAMIN FILHO, A.; SALGADO, C.L.. Doenças do cafeeiro (Coffea
arabica L.). In: KIMATI, H.; AMORIM, L.; BERGAMIN FILHO, A..; CAMARGO, L.E.A.;
REZENDE, J. A. M., Manual de Fitopatologia vol. II.1997.
GRANMO, A.; LÆSSØE T.; SCHUMACHER, T.. The genus Nemania s.l. (Xylariaceae) in
Norden. Sommerfeltia . 27: 1–96. 1999.
GUARRO, J.; SEVERO, L.C.; GENE, J.; OLIVEIRA, F.M.; CANO, J.; FRANCHE, G.;
CANTARELLI, V.V.; SCHELL, W.A.. Sinusitis caused by the fungus Xylaria enteroleuca in
a lung transplant recipient. Diag. Microb.Inf. Dis. v. 56, p. 207–212, 2006.
GUEDES, M.L.S.; BATISTA, M.A.; RAMALHO, M.; FREITAS, H.M.B.; SILVA, M.E.
Breve incursão sobre a biodiversidade da Mata Atlântica. In: FRANKE, C.R., ROCHA,
P.L.B., KLEIN, W., GOMES, S.L.. Mata Atlântica e biodiversidade, 2005.
GUEDES, V.R.; SANTOS, R.M.G.; MARTINS, D.; CRUZ, F.G.. Metabólitos secundários
produzidos pela espécie Xylaria sp. (Xylariaceae). Sociedade Brasileira de Química.
Resumo espandido. 1997.
HAWKSWORTH, D.L. Global species numbers of fungi: are tropical studies and molecular
approaches contributing to a more robust estimate? Biodiversity and Conservation. 2012.
doi:10.1007/s10531-012–0335-x.
HAWKSWORTH, D. L. The magnitude of fungal diversity: The 1.5 million species estimate
revisited. Mycological Research. v. 105, p. 1422 – 1432. 2001.
HAWKSWORTH, D.L. The fungal dimension of biodiversity: Magnitude, significance, and
conservation. Mycological Research 95: 641– 655. 1991.
HENNINGS, P. Fungi goyazensis. Hedwigia. 34: 88–116. 1895.
HENNINGS, P. Beiträge zur Pilzflora von Sudamerika II. Hedwigia 36: 190–246. 1897.
HENNINGS, P. Fungi Paraensis I. Hedwigia 39: 76–80. 1900.
HENNINGS, P. Fungi blumenaviensis. II. Hedwigia 41: 1–33. 1902.
HENNINGS, P.. Fungi fluminensis. Hedwigia 43: 78–95. 1904a
HENNINGS, P. Fungi amazonici II. Hedwigia 43: 242–273. 1904b.
HENNINGS, P. Fungi S. Paulensis III. Hedwigia 43: 199–209. 1904c.
HSIEH, H–M.; JU, Y-M.; ROGERS, J.D. Molecular phylogeny of Hypoxylon and closely
related genera. Mycologia 97: 844–865. 2005.
102
HLADKI, A. I.; ROMERO, A. I. Taxonomic and nomenclatural aspects of Hypoxylon taxa
from Southern South America proposed by Spegazzini. Mycologia, v. 101, n. 5, 733 –744 p.
2009.
HLADKI, A.I.; ROMERO, A.I. Revisión de las espécies de Hypoxylon propuestas por
Spegazzini. Lilloa 43: 45–60. 2006.
HLADKI, A.I.; ROMERO, A.I. Contribución al studio de las Xylariaceae de la República
Argentina. III) Nuevos registros del género Xylaria. Lilloa 42: 47–68. 2005.
HLADKI, A. I. Contribución al estudio de las Xylariaceae de la República Argentina. II) Los
géneros Daldinia, Entonaema y Phylacia para Tucumán. Lilloa-Fundación Miguel Lillo
(Tucumán-Argentina). v. 41, n. 1–2, p. 9–22, 2004.
HLADKI, A.I.; ROMERO, A.I. Two new species of Stilbohypoxylon and the taxonomic
positions of Hypoxylon cyclopicum, H. chionostomum and Anthostoma chionostoma.
Sydowia 55: 65–76. 2003.
HLADKI, A.I.; ROMERO, A.I. The genus Kretzschmaria from Tucuman, Argentina.
Mycotaxon 79: 481–496. 2001.
Boletim Climatológico Anual da Estação Meteorológica do IAG/USP/ Seção Técnica do
Serviço Meteorológico – Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da
Universidade de São Paulo – v 16, 2012 – São Paulo: IAG/USP, 2012.
JU, Y-M.; ROGERS, J.D.; HSIEH, H-M. New Hypoxylon species and notes on some names
associated with or related to Hypoxylon. Mycologia 96: 154–161. 2004a.
JU, Y-M.; ROGERS, J.D.; HSIEH H-M; VASILYEVA L. AmphiRosellinia gen. nov. and a
new species of Entoleuca. Mycologia 96:1393–1402. 2004b.
JU, Y-M.; ROGERS, J.D. The genus Nemania. Nov. Hedw. 74: 75–120. 2002.
JU, Y-M.; ROGERS, J.D. Xylariaceae of Taiwan (excluding Anthostomella). Mycotaxon
73:343–440. 1999.
JU, Y.-M.; ROGERS, J.D. The genus Biscogniauxia. Mycotaxon 66: 1–98. 1998.
JU, Y.-M. ; ROGERS, J. D.; MARTÍN. F. S. A revision of the genus Daldinia. Mycotaxon
61: 243–294. 1997.
JU, Y.-M. The genus Stilbohypoxylon. Mycologia Research. 101 (2): 135–138.1997.
JU, Y-M.; ROGERS, J.D. A revision of the genus Hypoxylon. Mycologia Memoir no. 20. St.
Paul, MN, APS Press. 365 p. 1996.
JU, Y-M.; TZEAN, S.S. Investigations of Xylariaceae in Taiwan I. The teleomorph of
Hypoxylon. Trans. Mycol. R. O. C. 1: 13–27. 1985.
103
KIMATI, H. et al. Manual de fitopatologia: doenças das plantas cultivadas. Agronômica
Ceres, 1997.
KIRK, P.M.; CANNON, P.F.; DAVID, J.C.; STALPERS, J.A. Ainsworth and Bisby´s
Dictionary of the Fungi. 10th
ed. CABI. Wallingford. 2008.
KRUG, J. C.; BENNY, G. L.; KELLER, H. W. Coprophilous fungi. In: Biodiversity of
Fungi. Elsevier, Amsterdam. 468–499 p. 2004.
MYERS, N.; MITTERMEIER, R.A.; MITTERMEIER, C.G.; FONSECA, G.A.B.; KENT, J.
Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature 403: 853–858. 2000.
LÆSSØE T.; ROGERS, J.D.; WHALLEY, A.S. Camillea, Jongiella and dlight–spored
species of Hypoxylon. Mycologia Research. 93:121–155. 1989.
LAGOS; A. R.; MULLER, B. L. A.. Hotspot Brasileiro-Mata Atlântica. Saúde & Ambiente
em Revista, v. 2, n. 2, 2009.
LODGE, D.J. Factors related to diversity of decomposer fungi in tropical forests.
Biodiversity and Conservation. v. 6, 681–688 p. 1997.
MAFIA, R. G.; ALFENAS, A. C.; ZARPELON, T. G.; NASCIMENTO, E. M.. Estromas
Negros de Hypoxylon spp. em toras de eucalipto como fator negativo da qualidade da madeira
para celulose. Fitopatologia brasileira, v. 28, n. 6, p.689, 2003.
MAGALHÃES W. C. S.; MISSAGIA, R. V.; COSTA, F. A. F.; COSTA, M. C. M..
Diversidade de fungos endofíticos em candeia Eremanthus erythropappus (DC.) MacLeish.
Cerne, Lavras, v. 14, n. 3, p. 267–273, 2008.
MARTIN, P. Studies in the Xylariaceae: I. New and old concepts. J. S. African Bot. 33:
205–238. 1967a.
MARTIN, P. Studies in the Xylariaceae: II. Rosellinia and the Primo-cinerea section of
Hypoxylon. J. S. African Bot. 33: 315–328. 1967b.
MARTIN, P. Studies in the Xylariaceae: III. South African and foreign species of Hypoxylon
sect. Entoleuca. J. S. African Bot. 34: 153–199. 1968a.
MARTIN, P. Studies in the Xylariaceae: IV. Hypoxylon, sections Papillata and Annulata. J. S.
African Bot. 34: 303–330. 1968b.
MARTIN, P. Studies in the Xylariaceae: VI. Daldinia, Numulariola and their allies. J. S.
African Bot. 35: 267–320. 1969a.
MARTIN, P. Studies in the Xylariaceae: V. Euhypoxylon. J. S. African Bot. 35: 149–206.
1969b.
MARTIN, P. Studies in the Xylariaceae: VIII. Xylaria and its allies. J. S. Afr. Bot. 36: 73–
138. 1970.
104
MAY, P. H., C. M. M. et al. Manual agroflorestal para a Mata Atlântica. Ministério do
Desenvolvimento Agrário, Brasília. 196 p. 2008.
MEIJER A.A.R. de. Preliminary list of the macromycetes from the Brazilian State of Paraná.
Bol. Mus. Bot. Mun. v.68, 1–55 p. 2006.
MENDES, M. A. S.; URBEN, A. F.; Fungos relatados em plantas no Brasil, Laboratório
de Quarentena Vegetal. Brasília, DF: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia.
Disponível em: http://pragawall.cenargen.embrapa.br/aiqweb/michtml/fgbanco01.asp. Acesso
em: 17/1/2014.
MILLER, J. H. Xylariaceae. In: C. E. Chardon and R. A. Toro, eds. Mycological
explorations of Colombia. J. Dept. Agric. Univ. Puerto Rico 14: 271–275. 1930.
MILLER, J. H. South African Xylariaceae. Bothalia. 4: 251–272. 1942.
MILLER, J.H. A monograph of the world species of Hypoxylon. Univ. Georgia Press,
Athens. 158 pp. 1961.
OLIVEIRA, M. L.; MELO, G. L.; NIELLA, A. R. R.; SILVA, V. R. Podridão-negra causada
por Rosellinia pepo, uma nova doença do craveiro-da-índia no Brasil. Tropical Plant
Pathology, v. 33, n. 2, p. 90–95, 2008.
PARDINI, R. 2001. Pequenos mamíferos e a fragmentação da Mata Atlântica de Una, sul
da Bahia: Processos e conservação. Dissertaçao de Mestrado. Universidade de São Paulo,
São Paulo. 2001.
PARDINI, R. et al. The challenge of maintaining Atlantic forest biodiversity: A multi–taxa
conservation assessment of specialist and generalist species in an agro–forestry mosaic in
southern Bahia. Biodiversity and Conservation. 142: 1178–1190. 2009.
PATOUILLARD, N. Catalogue raisonné des plantes cellularies de la Tunisiae. Paris:
Imprimerie Nationale, 158 p., 1897.
PESC. PARQUE ESTADUAL DA SERRA DO CONDURU. URUÇUCA-BA. Disponível
em: http://parquedoconduru.org/. Acesso em 10/01/2014.
PNU. PARQUE NACIONAL DE UBAJRA. Ubajara-CE. Disponível em:
http://www.icmbio.gov.br/parnaubajara/quem-somos.html. Acesso em 10/01/2014.
PEREIRA, J. Xylariales in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio
de Janeiro. Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB121070.
Acesso em 19/01/2014.
PEREIRA, J. Xylariaceae (Ascomycota) em áreas de Mata Atlântica nordestina e em
herbários brasileiros. 2011. 223f. Tese de doutorado (Doutor em Biologia de Fungos),
Universidade Federal de Pernambuco, Recife 2011.
PEREIRA, J.; ROGERS, J.D.; BEZERRA, J.L. New Annulohypoxylon species from Brazil.
Mycologia. 102: 248–252. 2010.
105
PEREIRA, J.; ROGERS, J.D.; BEZERRA, J.L. New Xylariaceae taxa from Brazil. Sydowia
61: 321–325. 2009.
PEREIRA, J.; BEZERRA, J.L.; MAIA, L.C. The genus Thamnomyces in Brazil.. In:
Congreso Latinoamericano de Micologia, 2008, Mar del Plata. VI CLAM Congreso
Latinoamericano de Micologia. Buenos Aires, p. 178. 2008a.
PEREIRA, J.; BEZERRA, J.L.; MAIA, L.C. Revision of taxa of the URM Herbarium two
Hypoxylon species described by A.C. Batista. Mycotaxon. 104: 405–408. 2008b
PEREIRA, J.; BEZERRA, J.L.; MAIA, L.C. Kretzschmaria albogrisea sp. nov. and K.
curvirima from Brazil. Mycotaxon. 106: 237–241. 2008c.
PERSON, C.H. Synopsis Methodica Fungorum. Paris: Gottingae, Pars I–II, 706 p. 1801.
PETRINI, L. E.; MÜLLER, E. Haupt- und nebenfruchtformen europäischer Hypoxylon-
Arten (Xylariaceae, Sphaeriales) und verwandter pilze. Mycologia Helv. 1: 501–627. 1986.
PRIMACK, R. B.; CORLETT, R. Tropical rain forests: an ecological and biogeographical
comparison. Blackwell Pub., 2005.
POROCA, D.J.M. Revisão histórica das Xylariaceae do Brasil. Bol. Micol. v.15, p. 41–53.
1986.
POROCA, D.J.M. Xylariaceae do Recife e áreas limítrofes. Dissertação de Mestrado.
Universidade Federal de Pernambuco. 203 p. 1976.
RAKOTONIRIANA, E. F. et al. Endophytic fungi from leaves of Centella asiatica:
occurrence and potential interactions within leaves. Antonie van Leeuwenhoek,v. 93, p. 27–
36, 2008.
REHM, H. Beiträge zur Pilzflora von Sudamerika. XII. Hedwigia 40: 100–124. 1901a.
REHM, H. Beiträge zur Pilzflora von Sudamerika. XIII. Hedwigia 40: 141–149. 1901b.
REHM, H. Beiträge zur Pilzflora von Sudamerika. XIX. Hedwigia 44 (1): 1–13. 1904.
REHM, H. Ascomycetes exs Fasc. 35. Annls. Mycol. 3: 409–417. 1905.
REHM, H. Ascomycetes exs Fasc. 36. Annls. Mycol. 4: 64–71 1906.
REHM, H. Ascomycetes exs Fasc. 40. Annls. Mycol. 5: 465–473. 1907a.
REHM, H. Ascomycetes novi. Annls. Mycol. 5: 516–546. 1907b.
RICK, J. Pilze aus Rio Grande do Sul. Annls. Mycol. 3: 235–240. 1905
RICK, J. Fungi austro–americani. Fasc III–IV. Annls. Mycol. 4: 309–312. 1906a.
RICK, J. Pilze aus Rio Grande do Sul. Brotéria. 5 (5): 5–53. 1906b.
106
RICK, J. Fungi austro-americani. Fasc V–VI. Annls. Mycol. 5: 28–31. 1907a.
RICK, J. Fungi austro-americani. Fasc VII–VIII. Annls. Mycol. 5: 335–338. 1907b.
RICK, J. Fungi austro-americani. Fasc IX–X. Annls. Mycol. 6: 105–108. 1908.
RICK, J. Monographia das Hypoxyleas riograndenses. Brotéria, sér. Bot., 25: 21–50. 1931.
RICK, J. Monographia das Rosellinias riograndenses. Brotéria, sér. Bot., 1 (28): 183–192.
1932.
RICK, J. Monographia das Xylariaceas riograndenses. Arch. Mus. Nac. 36: 41–71. 1935.
ROBERT, V.; STEGEHUIS, G.; STALPERS, J. The MycoBank engine and related
databases. 2005. Acesso:http://www.mycobank.org 11de janeiro de 2014.
RODRIGUES, R.L. Fungos endofíticos associados à Vellozia compacta Mart. ex. Schult.
F. (Velozzeaceae) presente em afloramentos rochosos nos estados de Minas Gerais e
Tocantis. 2010. 70f. Dissertação (Mestrado em Ecologia de Biomas Tropicais). Universidade
Federal de Ouro Preto. Ouro Preto, 2010.
ROGERS, J.D.; JU, Y-M.; ADAMS, M.J. Home of the Xylariaceae. 2014.
<http://mycology.sinica.edu.tw/xylariaceae/default.asp> Acesso em: 31 de janeiro 2014.
ROGERS, J.D.; MILLER, A.N.; VASILYEVA, L.N. Pyrenomycetes of the Great Smoky
Mountains National Park. VI. Kretzschmaria, Nemania, Rosellinia and Xylaria (Xylariaceae).
Fung. Div. 29: 107–116. 2008.
ROGERS, J.D.; JU, Y-M.; EMMES, D.E. Hypoxylon subdisciforme sp. nov., Nemania
abortive sp. nov., and Xylotumulus gibbisporus gen. et sp. nov. from Hawaii, Hawaiian
Islands. Sydowia 58: 290–299. 2006.
ROGERS, J.D.; JU, Y-M; LEHMANN, J. Some Xylaria species on termite nests. Mycologia
97: 914–923. 2005.
ROGERS, J.D.; JU, Y-M. Kretzschmaria varians sp. nov., Xylaria coremiifera sp. nov. and
Xylaria umbonata sp. nov. from Costa Rica. Mycol. Prog. 3: 37–40. 2004.
ROGERS, J.D.; SAN MARTÍN GONZALES, F., JU, Y-M. Three new taxa of Camillea from
Costa Rica. Sydowia 54: 84–90. 2002.
ROGERS, J.D.; JU, Y-M; LEHMANN, J.. Some Xylaria species on termite nests. Mycologia,
v. 97, p. 914–923, 2005.
ROGERS, J. D.; JU. Y.M. The genus Kretzschmaria. Mycotaxon. 68: 345–393. 1998.
ROGERS, J. D.; CALLAN, B. E.; SAMUELS. G. J. The Xylariaceae of the rain forests of
North Sulawesi (Indonesia). Mycotaxon 29: 113–172. 1987.
107
SAMBUICHE, R.H.R. Estrutura e dinâmica do componente arbóreo em área de cabruca na
região cacaueira do sul da Bahia, Brasil. Acta Botanica Brasilica. v. 20, n. 4, 943–954 p.
2006.
SAMBUICHE, R.H.R. Fitossociologia e diversidade de espécies arbóreas em cabruca (mata
atlântica raleada sobre plantação de cacau) na Região Sul da Bahia, Brasil. Acta Botanica
Brasilica. v. 16. n. 1. 89–101 p. 2001.
SAMPAIO, A.J. A flora de Mato Grosso. Arq. Mus. Nac. Rio de Janeiro.v. 19, 1–25 p.
1916.
SAN MARTÍN, F. G. A mycofloristic and cultural study of the Xylariaceae of Mexico. 560
pp. 1992. Ph.D. dissertation. Washington State University, Pullman. 1992.
SILVA, M.L.O. Nomenclatura e taxonomia de Xylaria de Pernambuco depositados no
herbário URM. 2008. 59 f. Monografia (Graduação em Ciências Biológicas) – Universidade
Federal de Pernambuco, Recife, 2008.
SILVEIRA, V.D.; RODRIGUES, K.F. Levantamento preliminar de Xylariaceae da
Amazônia. Acta Amazonica, Supl., v.15, 7–27 p. 1985.
SANTOS FILHO, F.C. Análise dos constituintes fixos e voláteis de fungos endofíticos dos
gêneros Penicillium e Xylaria e de suas plantas hospedeiras. Dissertação (Mestrado em
Ciências). Universidade Federal de São Carlos. São Carlos, 2010.
SMITH, M. E., et al. Ectomycorrhizal fungal diversity and community structure on three
co‐occurring leguminous canopy tree species in a Neotropical rainforest. New Phytologist. v.
192.3, p. 699–712. 2011.
SMITH, G.J.D.; HYDE, K.D. Fungi from palms, XLIX. Astrocystis, Biscogniauxia,
Cyanopulvis, Hypoxylon, Nemania, Guestia, Rosellinia and Stilbohypxylon. Fung. Divers. v.,
n. 7, 89–127 p. 2001.
SOUZA, J. I. Mucorales de solo contaminado com metais pesados na região do Pólo
Cerâmico De Santa Gertrudes, SP: Ocorrência E Capacidade De Biossorção De
Chumbo E Zinco. 221 f. 2006. Universidade Estadual de São Paulo. Rio Claro – SP. 2006.
SOUZA, A. Q.; SOUZA, A. D. L.; ASTOLFI, S. F.; PINHEIRO, M. L. B.; SARQUIS, M. I.
M., PEREIRA, J. O. Atividade antimicrobiana de fungos endofíticos isolados de plantas
tóxicas da amazônia: Palicourea longiflora (aubl.) rich e Strychnos cogens bentham. Acta
Amazonica, v. 34, n. (2), p. 185 – 195. 2004.
STADLER, Marc et al. Molecular chemotaxonomy of Daldinia and other Xylariaceae.
Mycological Research. v. 105, n. 10, p. 1191–1205, 2001.
108
TABARELLI, M. A. V. ;AGUIAR, M. C.; RIBEIRO, J. P.; METZGER, A.; C. A. PERES.
Prospects for biodiversity conservation in the Atlantic Forest: Lessons from aging human-
modified landscapes. Biologia da Conservação. v. 143, p. 2328–2340. 2010.
TAKAHASHI, J. A.; LUCAS, E. M. F.. Ocorrência e diversidade estrutural de metabólitos
fúngicos com atividade antibiótica. Química Nova. v. 31, n. 7, p. 1807–1813, 2008.
TAVARES, M.C.G.; RODAL, M.J.N.; MELO, A.L.; ARAÚJO, M.F. Fitossociologia do
componente arbóreo de um trecho de Floresta Ombrófila Montana do Parque Ecológico João
Vasconcelos Sobrinho, Caruaru, Pernambuco. Naturalia. v. 25, 17–32. 2000.
THEISSEN, F. Novitates riograndes. Annls. Mycol. 6: 341–352. 1908a.
THEISSEN, F. Fragmenta brasilica I. Annls. Mycol. 531–535. 1908b.
THEISSEN, F. Xylariaceae austro-brasilienses. Annls. Mycol. 7: 1–18. 1909a.
THEISSEN, F. Xylariaceae austro-brasilienses II. Annls. Mycol. 7: 141–167. 1909b.
THEISSEN, F. Fragmentis brasilienses II. Annls. Mycol. 7 (1): 343–353. 1909c.
THEISSEN, F. Xylariaceae austro-brasilienses I. Xylaria. Denkschr. Akad. Wiss. Wien, 78:
47–86. 1909d.
THEISSEN, F. Fungi riograndenses. Botanisch. Cent. Beih. 27:384–411. 1910.
VALE, F. X. R. do; ZAMBOLIM, L. (Ed.). Controle de doenças de plantas: grandes
culturas. Viçosa, MG: Universidade Federal de Viçosa, 1997.
VAN DER GUCHT, K. The Xylariaceae of Papua New Guinea. 359 pp. 1994.Ph.D.
dissertation. Unversiteit Gent, Belgium. 1994.
WHALLEY, A.J.S.; EDWARDS, R.L. The Xylariaceae: a case study in biological and
chemical diversity. In: International Conference on Biodiversity and Bioresources:
Conservation and utilization. 23–27 November, Phuket, Thailand. 1999.
WINTER, G. Introduction to fungi. Cambrige: University Press, 424 p.1970.
YUYAMA, K.T. ; PEREIRA, J.; MAKI, C.S.; ISHIKAWA, N.K.. Daldinia eschscholtzii
(Ascomycota, Xylariaceae) isolated from the Brazilian Amazon: taxonomic features and
mycelial growth conditions. Acta Amazonica. 43: 1–8. 2013.
109
ANEXOS
110
Anexo 1. Licença para coleta de material fúngico e vegetal – Instituto Chico
Mendes/SisBIO.
111
Anexo 2. Licença de coleta em Unidades de conservação libera pelo Instituto do
Meio Ambiente e Recursos Hídricos.
112
113
Anexo 3 – Manuscrito enviado para publicação na Mycologia (USA).
Short title: Phylacia cylindrica sp. nov.
Phylacia cylindrica: a new species of Xylariaceae from Brazil
Lorena Tigre Lacerda
Universidade Estadual de Santa Cruz, Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal,
Rod. Jorge Amado, km 16, 45662-900, Ilhéus, Bahia, Brazil
José Luiz Bezerra
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e
Biotecnológicas, Rua Rui Barbosa 710, 44380-000, Cruz das Almas, Bahia, Brazil, and;
Universidade Estadual de Santa Cruz, Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal,
Rod. Jorge Amado, km 16, 45662-900, Ilhéus, Bahia, Brazil
Jadergudson Pereira1
Universidade Estadual de Santa Cruz, Departamento de Ciências Agrárias e Ambientais,
Rod. Jorge Amado, km 16, 45662-900, Ilhéus, Bahia, Brazil
Abstract: A new species of Phylacia was found in the Southern region of the State of Bahia
named Phylacia cylindrica, which is characterized by cylindrical stromata with constricted
base. This species differs from other congeneric species as shown in the presented key.
Key words: Ascomycota, Brazilian mycota, systematics.
INTRODUCTION
The genus Phylacia was proposed by M. J. H. Léveillé (1845) with the type species P.
globosa. The main characteristics of the genus are carbonaceous stromata, single layer of
embedded, closely packed, elongated perithecia, without ostioles and the powdery spore mass
(Dennis 1957). Phylacia belong to family Xylariaceae (Ascomycota) and is found mostly in
114
the American tropics. Actually, 10 species are accepted (CABI 2013), and five are found in
Brazil (Pereira 2013): P. bomba, P. globosa, P. poculiformis, P. surinamensis and P.
turbinata being represented in eleven Brazilian States (Amazonas, Bahia, Mato Grosso, Pará,
Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima and Santa
Catarina). Although it is well represented in the tropics there are few studies about this genus
in Brazil. Studies with other genera of Xylariaceae in Brazil were made recently by Pereira et
al. (2008a, 2008b, 2009, 2010) and Yuyama et al. (2013).
MATERIALS AND METHODS
In November 2012 a specimen of Phylacia was collected during a field trip to Parque
Estadual Serra do Conduru (PESC), a protected area of Atlantic Rainforest located in the
municipalities of Ilhéus, Itacaré and Uruçuca, Bahia, Brazil (FIG. 1). The specimen was
analyzed according to Dennis (1957), Speer (1980), Rodrigues and Samuels (1989) and
Mendel et al. (2005). The exsiccate was deposited in the mycological collection of CEPEC
Herbarium and the description registered in MycoBank. A taxonomic key is provided based in
the descriptions of the valid species.
TAXONOMY
Phylacia cylindrica L. T. Lacerda, J.L. Bezerra & Jad. Pereira, sp. nov.
MYCOBANK MB 805788 FIGS. 2–5
Stromata solitaria vel gregaria, erumpentibus, fusca vel nigra, sessilia vel stipitata,
carbonacea, 4–5 mm alta × 2–5 mm diam., cylindracea cum ambitibus rotundatis praeditae.
Apex stromatis latus. Ascus non visis. Perithecia 2.5 µm longitudine, multa, compacta.
Ascosporae lutae, oblong-ellipsoideae, laeves, 11.5–14(–15)× 6.5–9 µm, rima germinativa
absentis.
Stromata solitary or gregarious, erumpent through bark, cylindrical, dark brown to black, 4–5
mm high × 2–5 mm diam., surface smooth, carbonaceous, sessile or stipitate, base constricted,
115
apex flat to slightly concave. Perithecia cylindrical, 2.5 mm high, numerous. Asci not seen.
Ascospores elliptical to sub-cylindrical, pale olive, 11.5–14(–15) × 6.5–9 µm, smooth, lacking
germ slit.
Etymology. The epithet refers to the cylindrical form of the stroma.
Specimen examined. BRAZIL. BAHIA: Uruçuca, Parque Estadual Serra do Conduru
(14°20’S 39°02’W). On dead wood, 28-XI-2012, L.T. Lacerda and Jad. Pereira. HOLOTYPE,
CEPEC 2388.
Notes: Phylacia cylindrica is characterized by cylindrical stromata and constricted base. It
differs from P. surinamensis which has clearly concave stromata and non-constricted base. In
addition, the ascospores from P. cylindrica are larger and wider than P. surinamensis (11.5–
14(–15) × 6.5–9 µm vs. 12–13 × 6–7 µm).
Key to species (adapted from Mendel et al. 2005)
1. Stromata sessile………………………………………………………………………….…..2
1. Stromata stipitate or pseudostipitate……………………………………………………...…4
2. Stromata hemispherical…………………...…...P. bomba (=P. bomba var. macrospora)*
2. Stromata cylindrical with concave center……..…………...…………………………….3
3. Stromata cylindrical, with ascospores less 10 µm……...………………..…………P. pusilla
3. Stromata cylindrical with ascospores more 10 µm………………………….P. surinamensis
4. Stromata pyriform or obpyriform…………………………………..…………………….5
4. Stromata of other shape…....………………………………………………………..……6
5. Stromata pyriform, ascospores 10–15 × 5.5–7.5 µm………...………............P. poculiformis
5. Stromata slightly obpyriform, ascospores 9.5–11 × 4.5–5.5 µm…...……...……..P. sagrana
6. Stromata cylindrical or more or less cylindrical…..……………………………………..7
6. Stromata of other shape…………………………………………………………………..8
116
7. Stromata cylindrical with constricted base, ascospores 11.5 –14 × 6.5–9
µm…………………………………………………………………………………P. cylindrica
7. Stroma more or less cylindrical without constricted base, ascospores 14–15 × 4.5–5
µm……………………………………………………………………….....P. pseudohypoxylon
8. Stromata subglobose to pseudoturbinate…………………………………………………9
8. Stromata turbinate or glanduliform……………………………...……………………...10
9. Stromata subglobose................................................................................................P. globosa
9. Stromata pseudoturbinate.........................……………………………………….P. mexicana
10. Stromata turbinate ……………...……………………...……………………P. turbinata
10. Stromata glanduliform…………...………………………………………...P. glandulina
*Rodrigues and Samuels (1989) established Phylacia bomba var. macrospora, but recently
this variety was synonymized to P. bomba (CABI 2013).
ACKNOWLEDGMENTS
The authors thank CAPES and CNPq for financial support and the Universidade Estadual de
Santa Cruz by technical support. Further thanks to the administration of Parque Estadual Serra
do Conduru by cooperation and permission for field trip.
LITERATURE CITED
CABI Bioscience. <http://www.indexfungorum.org.br>. Accessed 30 Sep 2013.
Dennis RWG. 1957. Further notes on Tropical American Xylariaceae. Kew Bull. 12: 297–
332.
Léveillé JH. 1845. Champignons exotiques. Annales des Sciences NaturellesBotanique. 33:
38–71.
117
Mendel R, Rogers JD, Guzmán G. 2005. Phylacia mexicana sp. nov. and consideration of
other species with emphasis on Mexico. Mycotaxon 97: 279–290.
Pereira J. 2013. Xylariales in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de
Janeiro. (http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB95526)
Pereira J, Rogers JD, Bezerra JL. 2009. New Xylariaceae taxa from Brazil. Sydowia 62: 341–
345.
________, ________, ________. 2010. New Annulohypoxylon species from Brazil.
Mycologia 102: 248–252.
Pereira J, Bezerra JL, Maia LC. 2008a. Revision of taxa of the URM Herbarium 2. Hypoxylon
species described by A.C. Batista. Mycotaxon 104: 405–408.
________, ________, _______. 2008b. Kretzschmaria albogrisea sp. nov. and K. curvirima
from Brazil. Mycotaxon 106: 237–241.
Rodrigues KE, Samuels JG. 1989. Studies in the genus Phylacia (Xylariaceae). Mem. New
York Bot. Gdn. 49: 290–297.
Speer EO. 1980. Recherches sur la position sistêmatique du genre Phylacia (Phylaciaceae,
fam. nov.) et description de deux èspeces nouvelles. Bull. Soc. Myc. Fr. 96: 135–143.
118
Silveira VD, Rodrigues KE. 1985. Levantamento preliminar de Xylariaceae na Amazônia.
Acta Amazonica 15: 7–28.
Yuyama KT, Pereira J, Maki CS, Ishikawa NK. 2013. Daldinia eschscholtzii (Ascomycota,
Xylariaceae) isolated from the Brazilian Amazon: taxonomic features and mycelial growth
conditions. Acta Amazonica 43: 1–8.
119
LEGENDS
FIG. 1. Geographical location of the Parque Estadual Serra do Conduru, Bahia, Brazil.
FIGS. 2 5. Phylacia cylindrica. 2. Stromata. 3. Stromata presenting constricted base. 4.
Cross section showing inside of the stroma. 6. Cylindrical perithecia. 7. Ascospore
sub-cylindrical without apparent germ slit. Bars: 2 = 5mm; 3 = 5mm; 4 = 3mm; 5 =
8µm.
FOOTNOTES
1Corresponding author. E-mail: [email protected]
120
121