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Sobre a Viso

A VISO O INCIO E O FIM DA FOTOGRAFIA. aquilo que leva voc

a pegar a cmera e determina para o que voc olha e o que voc v

quando o faz. Ela determina como voc fotografa e por qu. Sem a viso,

o fotgrafo perece.

u Canon 5D, 40mm, 1/50 em f/5.6, ISO 640

Hani, Vietn. Tenho uma atrao por muros e coisas decadentes feitas pelo homem, talvez porque elas falem da natureza temporria de tudo que fazemos. Ou pode ser simplesmente pela textura e pela cor.

CAPTULO UM

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4 A FOTO EM FOCO: Uma Jornada na Viso Fotogrf ica Sobre a Viso 5

A viso tudo, e a jornada fotogrfica sobre descobrir sua viso, permitindo que ela evolua, mude e encontre a expresso por meio de sua cmera e da impresso. No algo que voc encontre e se ajuste de uma vez por todas; algo que muda e cresce com voc. As coisas pelas quais voc se apaixona, ou que irritam e comovem voc so parte de sua viso nica. sobre o que voc um ser nico entre bilhes acha belo, feio, certo, errado ou harmonioso neste mundo. E na medida em que voc experimenta a vida, sua viso muda. As histrias que voc quer contar, as coisas que ressoam em voc, mudam, e assim tambm muda sua viso. Encontrar e expressar sua viso uma jornada, no um destino.

Voc pode passar a vida toda perseguindo sua viso, aprendendo no apenas a ver com mais clareza, mas a expressar aquela viso de maneiras ainda mais fortes. importante lembrar-se disso, pois evita o desencorajamento que todos os artistas inevitavelmente enfrentam. A sensao de que no estamos vendo nada novo, no temos nada a dizer ou criamos nossa ltima boa fotografia. Quando isso acontece, til lembrar que a jornada ainda no acabou. Enquanto estivermos vivos e interagirmos com a vida, com o mundo e com as pessoas ao nosso redor, teremos algo a dizer. E conforme aprendemos e praticamos nosso ofcio, teremos formas mais fortes at mesmo melhores de expressar tudo isso.

A viso pode ser esquiva. Podemos nem sempre ter uma reao consciente imediata ao mundo ao nosso redor, podemos no compreender nossos sentimentos em relao histria diante de ns. nessas horas que a cmera se torna mais que um meio para registrar nossa viso; ela se torna um meio de ajudar a esclarec-la. O ato de olhar atravs do visor, de excluir outros ngulos e elementos ou de trazer caos ordem, pode trazer sua viso tona. Essa capacidade de nos ajudar a ver significa, de certo modo, que a cmera uma parceira no processo e o que separa os fotgrafos dos pintores. Trata-se de uma relao simbitica no com a tecnologia da cmera, mas com o enquadramento, o qual,

u Canon 20D, 17mm, 1/60 em f/10, ISO 800

O Chambar um dos melhores restaurantes em Vancouver, Canad. Todos os dias a equipe de cozinha senta-se no lado de fora do local e faz a refeio antes de abrir para o movimento ao anoitecer.

Sem a viso, o fotografo perece.

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apesar de todas as mudanas tecnolgicas pela qual a fotografia passou, permanece constante. Nossa viso geralmente cresce para acompanhar nossa habilidade. Na medida em que ganhamos novas ferramentas e habilidades com as quais melhor expressamos nossa viso de forma mais profunda e completa nossa viso tambm encontra mais espao para crescer de forma mais profunda e completa. Alm do mais, creio que nossa viso sempre supera um pouco nossas ferramentas. Por essa razo, ficaremos um pouco frustrados pela incapacidade de nossas ferramentas, ou nossa tcnica, de se equiparar nossa viso. Essa a jornada do artista e a razo pela qual nosso ofcio algumas vezes parece to difcil de dominar. Se voc no ama a fotografia pelo puro ato de tentar se expressar e encontrar prazer apenas quando finalmente chegar l sua jornada ser desapontadora. No apenas voc provavelmente nunca chegar l, mas tambm no saber quo bela e extasiante a jornada.

A viso em si, como nossa viso ocular, pode ser negligenciada e permitir que se degenere; ou pode ser afiada, aperfeioada com mais clareza. Quanto mais nos engajamos com o mundo e examinamos nossos prprios pensamentos e sentimentos sobre ele, mais clara se torna nossa viso. Tornamos-nos capazes de descrever sentimentos e pensamentos que uma vez foram inconscientes. Para aqueles de ns cuja mdia a fotografia, fazemos isso visualmente. Quanto mais clara nossa viso se torna, mais capazes somos de encontrar meios de express-la por meio da escolha de lentes, exposio, composio ou salas escuras digitais.

Perseguindo a VisoA vida fotogrfica trata de descobrir sua viso e express-la em termos puramente visuais. Algumas vezes nossa viso nos encontra; outras temos de persegui-la.

No caso deste livro, um pouco de ambas. As imagens e histrias expostas aqui vm dos ltimos quatro anos, enquanto viajei e fotografei ao redor deste planeta, bem como de uma viagem de um ms pelo mundo que fiz em janeiro de 2009. Visitei cinco pases Cuba, Egito, Nepal, Tailndia e Vietn em busca de encontros com pessoas, lugares e culturas, e a chance de encontrar e expressar minha viso em um nico e longo esforo criativo. O livro sobre encontrar e expressar a viso, e no sobre o fato de eu ter viajado ao redor do mundo para faz-lo. Poderia ter acontecido com a mesma facilidade se eu permanecesse em minha cidade natal, Vancouver.

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Minha prpria viso global; fico mais extasiado com pessoas, lugares e culturas que ainda no tenham sido sobrepujadas pela assustadora hegemonia ocidental. Eu amo as cores e texturas desses lugares; a vitalidade da vida, o ritual e o simbolismo das culturas que ainda no foram tiranizadas pela necessidade de se vestir o mesmo jeans e acreditar nas mesmas coisas. Minhas imagens, tambm, so afetadas por essa aparncia e essa paixo e, eu espero, reflitam-nas. Se alguma outra pessoa tivesse escrito este livro, poderia ter sido fotografado inteiramente em Nova York ou Praga. Mas estou perseguindo minha prpria viso e voc perseguir a sua em lugares mais adequados. O que importante que voc persiga sua viso intencionalmente e com paixo, recusando-se que ela seja algo alm de sua e apenas sua.