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FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DO PIAUÍ – FAESPI
CURSO DE BACHARELADO EM PSICOLOGIA
VALDENE DOS SANTOS SOUSA
ABORDAGEM FAMILIAR E SUA INFLUÊNCIA NO TRATAMENTO E
REABILITAÇÃO DE DEPENDENTES QUÍMICOS
TERESINA – PI
2018
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VALDENE DOS SANTOS SOUSA
ABORDAGEM FAMILIAR E SUA INFLUÊNCIA NO TRATAMENTO E
REABILITAÇÃO DE DEPENDENTES QUÍMICOS
Monografia apresentada à Faculdade de
Ensino Superior do Piauí – FAESPI, como
requisito parcial para a obtenção do grau
de Bacharel em Psicologia.
Orientador: Profº. Esp. Daniel Feitosa dos
Santos.
TERESINA – PI
2018
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VALDENE DOS SANTOS SOUSA
ABORDAGEM FAMILIAR E SUA INFLUÊNCIA NO TRATAMENTO E
REABILITAÇÃO DE DEPENDENTES QUÍMICOS.
Monografia apresentada à Faculdade de
Ensino Superior do Piauí – FAESPI, como
requisito parcial para a obtenção do grau
de Bacharel em Psicologia.
Aprovada em: _____/____/2018.
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________ Profº. Esp. Daniel Feitosa dos Santos
Orientador Faculdade de Ensino Superior do Piauí – FAESPI
____________________________________________ Profº. Me. Augusto Dantas Junior
1º Examinador
Faculdade de Ensino Superior do Piauí – FAESPI
____________________________________________ Profª. Esp. Fabiana Carla Bastos
2ª Examinadora Faculdade de Ensino Superior do Piauí – FAESPI
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Dedico este trabalho a meus pais em especial, a Deus, e toda minha família.
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AGRADECIMENTOS
À Deus, pois foi nele que sempre encontrei a vontade de vencer.
Aos meus filhos Olivia Sophya, Clara Orquídea e Enzo Davi, pois é neles e
por eles que procuro todos os dias ser melhor pensando unicamente no futuro.
Aos meus pais pela melhor educação que sempre procurou da aos filhos.
Aos meus irmãos Marciel Santos e Delmacir Carneiro, as minhas Irmãs
Valdéia Carvalho e Francisca santos, por estarem presentes na vida dos meus filhos
fazendo papel de mãe quando precisei estar ausente.
Ao pai dos meus filhos Olivan Mota que sempre me incentivou a estuar
cuidando dos nossos filhos.
Aos meus amigos de faculdade em especial as psicoamigas Auricélia,
Tatiana, Uliany e Cleire, e ao meu psicoamigo Adriano Meneses.
Aos meus professores e professoras, em especial ao meu professor e
Orientador Daniel Feitosa, qual sempre me deu incentivo na busca de ser melhor.
A minha amiga Gigi, você sabe da sua importância todos esses anos na
minha vida.
Aos meus avos maternos e paternos, em especial a minha avó paterna Julia
Maria.
A Igreja de Deus Missionária, lugar onde encontrei minha paz de espírito.
Aos meus amigos de trabalho por acreditar e me apoiar nessa luta.
Enfim aqueles que nunca acreditaram em mim e que eu chegaria até aqui.
Muito obrigada a todos! Eu venci!
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“Não ande apenas pelo caminho traçado, pois ele conduz somente até onde os outros já foram”.
Alexander Graham Bell
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RESUMO
Esta pesquisa apresenta como tema central a abordagem familiar e sua influência no tratamento e reabilitação de dependentes químicos e tem como finalidade abordar a importância da família no tratamento de um dependente químico dentro das mais variadas classes sociais, de um contexto urbano. Tem como objetivo geral analisar e compreender o papel e a importância da família no tratamento do dependente químico. Seus objetivos específicos são: caracterizar a Dependência Química, relacionar os impactos da dependência química para usuário e sua família, identificar e compreender os fatores relacionados ao processo de recaída e de sucesso de tratamento. O método de pesquisa escolhido foi, portanto, o qualitativo, adequado ao estudo de uma realidade que não pode ser compreendida somente através de dados quantificados. Trata-se de um estudo de revisão integrativa da literatura cientifica. A revisão integrativa é um método de revisão mais amplo, pois inclui literatura teórica e empírica bem como estudos com diferentes abordagens metodológicas (quantitativa e qualitativa). Palavras-chave: Família. Dependência química. Tratamento.
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ABSTRACT
This research presents as a central theme the family approach and its influence in the treatment and rehabilitation of chemical dependents and aims to address the importance of the family in the treatment of a chemical dependent within the most varied social classes of an urban context. Its main objective is to analyze and understand the role and importance of the family in the treatment of chemical dependents. Its specific objectives are: to characterize chemical dependency, to relate the impacts of chemical dependence to users and their families, to identify and understand the factors related to the relapse process and the success of treatment. The chosen research method was therefore the qualitative one, suitable for the study of a reality that cannot be understood only through quantified data. This is an integrative review of the scientific literature. Integrative review is a broader review method because it includes theoretical and empirical literature as well as studies with different methodological approaches (quantitative and qualitative) Keywords: Family. Chemical Dependency. Treatment.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................ 9
2 DEPENDÊNCIA QUÍMICA NA FAMÍLIA....................................................... 14 2.1 DEPENDÊNCIA QUÍMICA............................................................................. 20 2.2 A FAMILÍA...................................................................................................... 22 2.3 DEPENDENTE QUÍMICO............................................................................... 24 2.4 FATORES CONSEQUENTES DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA NO ÂMBITO
FAMILIAR....................................................................................................... 25
3 METODOLOGIA............................................................................................. 26
3.1 REVISÃO INTEGRATIVA DA LEITURA......................................................... 26 3.2 PESQUISA QUALITATIVA............................................................................. 26 3.3 PESQUISA EXPLORATÓRIA........................................................................ 27 3.4 DESCRIÇÃO DO MÉTODO........................................................................... 27
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES................................................................... 29
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................... 32
REFERÊNCIAS.............................................................................................. 33
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1 INTRODUÇÃO
A dependência química é um tipo de transtorno psiquiátrico, considerada
uma doença crônica que deve ser tratada e controlada simultaneamente como
doença e como problema social.
Segundo a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas-SENAD (BRASIL,
2012, p. 21):
Droga, pela definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), é qualquer substância não produzida pelo organismo que tem a propriedade de atuar sobre um ou mais de seus sistemas, produzindo alterações em seu funcionamento. O conceito atual de dependência química, é descritivo e baseado em sinais e sintomas, sendo uso de drogas um problema contemporâneo
As pesquisas realizadas sobre Dependência Química tiveram seu foco
principal com os dependentes químicos não sendo considerado o papel da família e
suas relações familiares no contexto e no processo de recaída da pessoa
dependente de drogas.
Conforme a Classificação Internacional de Doenças (CID-10), a dependência
química caracteriza-se pela presença de um agrupamento de sintomas cognitivos,
comportamentais e fisiológicos que indicam que o indivíduo continua utilizando uma
substância, apesar dos graves problemas relacionados a ela. Uma vez estabelecida
a dependência, o usuário acaba priorizando o uso da droga em detrimento de outras
atividades e obrigações (KAPLAN; SADOCK; GREBB, 2007).
A Secretaria Nacional Antidrogas – SENAD (2001) define o termo droga
psicotrópica ou psicoativa como toda e qualquer substância capaz de modificar o
funcionamento da atividade cerebral, podendo gerar distintas alterações no
comportamento, no humor, na cognição e na percepção (WASHTON; ZWEBEN,
2009).
Vale acrescentar que quando a utilização dessas substâncias se dá de
forma abusiva e repetitiva, sem que haja um controle do consumo, frequentemente
instala-se a dependência (CRAUSS; ABAID, 2012).
A dependência química seja ela em bebidas alcoólicas ou qualquer outra
substância, afeta drasticamente a vida do dependente, prejudicando ele em várias
esferas da sua rotina, seja no trabalho e na vida pessoal. A família também se sente
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afetada diante das agruras provocadas pelo vício de um ente querido, contudo, é
justamente a família que vai dar o primeiro passo que poderá incentivar o
dependente químico a lutar pelo seu processo de recuperação. (KAPLAN; SADOCK;
GREBB, 2007).
As causas da dependência são múltiplas. Atualmente os pesquisadores
admitem que o excessivo incentivo das mídias sociais ao consumo de bens e
serviços, prazeres imediatos e relações descartáveis, impacta negativamente a vida
de pessoas e consequentemente as despertam para o consumo de psicotrópicos,
alterando as relações sociais e refletindo intensamente nos vínculos de relação e
convívio, afetando notoriamente o núcleo familiar. (MATOS, 2017).
Muitas vezes percebe-se que tratamento da dependência química envolve
toda sua rede social: o indivíduo, a família, a comunidade, os serviços de saúde,
entre outros.
Tendo como comportamento do usuário onde pode ser descrito, na maior
dos casos, como:
Onipotência: o indivíduo acredita estar sempre no controle;
Megalomania: tendência exagerada a crer na possibilidade de realizar um
intento visualizando sempre o resultado;
Manipulação: mentalidade de que tudo se faz pela realização de seus
desejos, principalmente pela obtenção e uso de substâncias psicoativas;
Obsessão: atitudes insanas pelo desejo de consumir drogas;
Compulsão: atitudes desconexas, incoerentes com a realidade provocadas
pelo desejo intenso e necessidade de continuar a consumir a substância;
Ansiedade: necessidade constante da realização dos desejos;
Apatia: Falta de empenho para a realização de objetivos e metas;
Autossuficiência: mecanismo de defesa usado para afastar da consciência
os sentimentos de inadequação social gerando uma falsa sensação de
domínio;
Auto piedade: um tipo específico de manipulação que o dependente usa
para conseguir realizar algum propósito;
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Comportamentos anti sociais: repertório comportamental gerado pela
instabilidade emocional que o indivíduo desenvolve sem estabelecer
vínculos tendo sua imagem marginalizada pelo meio social;
Paranoia: desconfiança e suspeita exagerada de pessoas ou objetos, de
maneira que qualquer manifestação comportamental de outras pessoas é
tida como intencional ou malévola (CUNHA, 2006, p. 35).
Devido aos inúmeros fatores geradores quando um ou mais membro de uma
família faz uso problemático de substâncias químicas dependentes, a família é a
primeira a sofrer os danosos impactos. Os conflitos surgem e se tornam comuns,
gerando sentimento de tristeza, culpa e frustração.
É válido também salientar que, em vários casos, o paciente nega estar
passando por problemas e, dessa maneira, se recusa a se submeter a qualquer tipo
de tratamento e receber ajuda. Em tais situações é que a família aparece, com uma
atuação decisiva, uma vez que são os familiares que estarão aptos a possibilitarem
uma internação involuntária.
Para a Organização Mundial de Saúde, “droga é qualquer substância não
produzida pelo organismo humano, que introduzida no nosso corpo, interfere no seu
funcionamento. Quando usada sem controle, causa transtorno à saúde mental e/ou
física do usuário. Há drogas que trazem com o uso mais ou menos estigmas ou
preconceitos (OMS,1997).
Segundo Melo e Maciel (2016) os usuários de drogas estão revestidos de
imaginário e de práticas que remetem ao gozo, à irresponsabilidade, à delinquência
e à afronta aos hábitos e costumes sociais. Em virtude disso, não há muita
disponibilidade da sociedade em geral para ouvir sobre suas experiências e
vivências. Como consequência, seu sofrimento, suas demandas e todo o seu mal-
estar ficam invisíveis. Pode-se dizer que muito se fala sobre os usuários de drogas,
mas pouco se escuta e pouco se faz em prol da sua subjetividade e reinserção
social. Pode-se fazer em termos de cuidado e de propostas de mudanças, pois o
dependente químico ainda é tratado como marginal e como alguém que precisa não
só ser punido, mas excluído da sociedade (NUNES; SANTOS; FISCHER;
GUNTZEL, 2010).
O consumo das Substâncias Psicoativas percorre diferentes países,
contextos geográficos e culturais, classes sociais e faixas etárias provoca prejuízos
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pessoais, familiares e sociais, alto custo econômico, assim como retroalimenta a
violência urbana, familiar e interpessoal (COSTA et al., 2007).
O codependente pode ser qualquer indivíduo que esteja em contato direto
com o dependente químico, a saber: familiares, amigos, vizinhos, cuidadores etc.
(BEATTIE; MELODY, 2007).
Segundo Aragão (2009), a dependência de substâncias psicoativas sofre
influência de fatores psicológicos, sociológicos, culturais e espirituais. E que devido
a essa complexidade, a dependência química repercute além do usuário de drogas,
atinge também os familiares. O autor ainda acrescenta que, a evolução positiva de
um tratamento para dependentes químicos está relacionada com a participação
adequada dos familiares, pois a família é um sistema onde cada membro está
interligado, de forma que a mudança em uma das partes provoca repercussões nos
demais.
A dependência de álcool e outras drogas fundem aspectos biológicos,
psicológicos, sociais e comportamentais. O desregramento, a indisciplina, a
disfuncionalidade, a ausência de regras e limites no convívio da família e a
permissividade são comportamentos jungidos à adição. É comum a notícia que a
família do dependente é disfuncional, no sentido de ser permissiva e facilitadora de
comportamentos inadequados, que reforçam o vício.
Em decorrência disto, a reabilitação do adicto requer tratamento
concomitante ao de sua família. Afinal, a doença, ao menos em seu aspecto
comportamental, tem gênese em hábitos nocivos, por vezes, suportados e
adquiridos dentro do próprio seio familiar. Sabe – se que todo comportamento
reiterado gera hábito, que por sua vez pode ser viciante. O vício, desta perspectiva,
aflora de comportamentos nocivos, que, reproduzidos, tornam – se hábitos viciantes.
Tendo como justificativa o fato de que conviver diretamente com uso abusivo
de drogas de alguns membros da família faz com que os demais vivenciem
dificuldades ao lidar com essa problemática.
Considera-se que a família é importante para a rede de apoio ao dependente
químico e que o comportamento de codependência está presente na vida desses
familiares, interferindo na saúde mental, de seu grupo familiar.
Este trabalho tem como finalidade abordar a importância da família no
tratamento de um dependente químico dentro das mais variadas classes sociais, de
um contexto social urbano.
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Dentre as contribuições em que este trabalho poderá oferecer, destaca-se a
identificação das relaçõese temas mais estudados no contexto da relação família de
um dependente químico, bem como aqueles que ainda têm sido pouco explorados.
Esse estudo também fornecerá um panorama acerca das publicações na área,
recurso importante para os que desejam pesquisar ou desenvolver sobre o assunto.
Considera-se, nesse trabalho, portanto, a importância de analisar e
compreender o papel e a importância da família no tratamento do dependente
químico. Estima-se que o apoio e o acompanhamento da família são essenciais no
processo do tratamento do dependente químico. Baseando-se nos dados
apresentados previamente, busca-se melhor compreender no presente estudo: qual
o papel da família no tratamento de pessoas com dependência química?
Este estudo tem como objetivo geral analisar e compreender o papel e a
importância da família no tratamento do dependente químico. Seus objetivos
específicos são: caracterizar a Dependência Química, relacionar os impactos da
Dependência Química para usuário e sua família, identificar e compreender os
fatores relacionados ao processo de recaída e de sucesso de tratamento.
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2 DEPENDÊNCIA QUÍMICA NA FAMÍLIA
Para Schenker e Minayo (2004), a dependência pode ser compreendida
pelos problemas que o indivíduo carrega e as influências, tanto sociais como
cognitivas, e o uso abusivo de substâncias é um comportamento aprendido.
Portanto, focar o tratamento no indivíduo nem sempre será mais satisfatório, sendo
melhor que as intervenções sejam focadas da família para o indivíduo.
Segundo Lopes (1996, p. 78) “a família tem um papel de destaque no
processo de recuperação do dependente, buscando impedir que o problema avance
e auxiliando no tratamento mais adequado para a situação. Em alguns casos, isto se
torna particularmente difícil pela fragilidade com que todos os seus membros
chegam a este ponto.”
A dependência química é um grave problema de saúde que afeta muitas
pessoas em várias partes do mundo. Além disso, a dependência química atinge
pessoas das mais variadas classes sociais e idades distintas. No entanto, em
qualquer um desses casos, a atuação da família como uma base firme para o
paciente superar tais percalços é de extrema importância.
Existem motivações que levam a pessoa a começar a usar drogas, elas
podem ser externas ou internas, a pessoa pode começa a usar drogas para ser
aceito em um determinado grupo social ou porque está na moda, por questões
socioeconômicas, como a fome, a falta de informação. A droga dá uma sensação de
saciedade, fazendo com que o indivíduo não sinta fome e fraqueza,
temporariamente.
A droga também pode ser vista como um refúgio para a pessoa que se
encontra enganada, desgostosa, deprimida e malsucedida. Contudo, essa situação
social gera alguns sentimentos no indivíduo, tais como a angústia, o desânimo e a
tristeza, que supostamente serão amenizados pelo uso das drogas.
A dependência química não é percebida com facilidade em famílias que
possuem outras patologias. A origem da dependência está na falta de amor e na
negligência das famílias (FREITAS, 2002).
Segundo Souza, Kantorski, Mielke (2006), o âmbito de recuperação é
formado pela união da família, amigos e demais pessoas que são importantes para
usuário. É necessário que as famílias se livrem de preconceitos e busquem
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informações sobre assuntos relacionados à patologia e, com isso, saber lidar melhor
coma s articulações que poderão ocorrer por parte do usuário, A participação da
família no tratamento já é algo acordado e referido por vários autores que dão
ênfase e partilham um pensamento certificado de que todos, dentro do sistema
familiar, estão ligados e a mudança no comportamento do usuário provocará
melhora em todo o restante da família.
Barcelos (2000), afirma que a família pode influenciar na recuperação do
dependente químico. Somente através do resgate da autoridade parental se
consegue definir claramente os comportamentos adequados para o bem-estar da
família e as consequências que o filho sofrerá se optar por outros comportamentos.
Os sentimentos dos pais com relação ao filho é que lhes permitem
estabelecer os comportamentos que poderão ajudá-lo a escolher parar com o uso de
drogas. Para o autor, desempenhar a paternidade significa estabelecer limites,
clarificando o que é certo e o que é errado, é proteger, é prover as necessidades
básicas da família. Desempenhar a maternidade significa ter sentimentos de ternura,
cuidados com a nutrição, abrigo e atenção com a saúde e o bem-estar da família.
O que mais se espera da família, segundo Carvalho (2002), é o cuidado, a
proteção, o aprendizado dos afetos, a construção de identidades e vínculos afetivos,
visando uma melhor qualidade de vida a todos os seus membros e a inclusão social
em sua comunidade. É a família quem, primeiro encoraja o usuário a se tratar.
Muitas vezes o dependente não consegue entender o quanto a família o quer
recuperado, mesmo que ela tome partido da situação, a fim de ajudá-lo.
A família tem papel fundamental na recuperação do dependente químico.
Para isso é primordial que o diálogo seja sustentado, pois é através dele, que os
familiares saberão o que acontece com o indivíduo e assim poderão decidir qual a
melhor forma de ajudá-lo.
O modelo da doença entende que a inclusão da família no tratamento de
dependentes químicos tem sido consideravelmente estudada, no entanto, não existe
um consenso sobre o tipo de abordagem a ser utilizado, dentre as várias propostas.
A literatura tem concluído que a terapia familiar e de casal produzem melhor
desfecho quando comparada com famílias que não são incluídas no tratamento.
Dentro deste contexto, três modelos teóricos têm dominado a conceitualização das
intervenções familiares em dependência química: o modelo da doença familiar; o
sistêmico e o comportamental (O’FARREL, 1992).
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De acordo com Gonçalves e Tavares (2007), droga é toda substância que,
ao ser introduzido, inalado, ingerido ou injetado, provoca alterações no
funcionamento do organismo, modificando suas funções. Há um grupo de drogas
que possui a capacidade de atuar no psiquismo, as denominadas psicotrópicas, que
provocam alterações do humor, percepção, sensações de prazer e euforia, alívio,
medo, dor etc.
Sobre o estudo da ação das drogas no organismo humano, Patrício, já em
1999, dizia que todas as substâncias chamadas de drogas psicotrópicas têm efeitos
no sistema nervoso, produzindo no homem resultados psicoativos. Estas podem ser
classificadas em: psicolépticos (sedativos), psicoanalépticos (estimulantes),
psicodislépticos (perturbadores), ou, ainda, efeitos combinados ou potenciados
Monteiro (2001) relata que a ampliação desse olhar se faz necessária, para
que ocorra a superação da apreensão fragmentada do dependente, na proposição
de uma visão ampliada sobre o problema, que inicialmente é a droga.
Compreendemos o fenômeno da dependência como a manifestação de um sintoma
que reflete e esconde uma intrincada rede de relações, na qual o indivíduo se insere.
Significa entender o dependente como parte integrante de um sistema - o familiar -
do qual a dependência, como sintoma, é resultante das interações recíprocas entre
seus membros, e, ainda, entender a família como parte de um universo ainda mais
amplo, que é a sociedade.
Beattie (2005) aponta que a codependência presentes na vivência do
familiar do dependente químico que é assistido em um grupo, certamente ficarão
mais fáceis interferir na rede de relações familiares e no processo de adoecimento e
tratamento dos envolvidos com a dependência química. Nessa realidade, afirma a
importância da família ao se envolver na recuperação do dependente químico, mas,
para que isso ocorra, é necessário conhecermos essa instituição, na busca de
melhor apreensão de sua dinâmica com atenção para o problema vivenciado.
Na visão de Bertolote e Ramos (1997) também, uma determinação sócio -
cultural, onde os fatores interpessoais, como a influência dos pares e o
comportamento da família, também são muito importantes na determinação do
padrão de uso de drogas.
Para Medeiros, Maciel, Souza, Dias (2013), devido à relação simbiótica com
a droga, marcada por perdas e destruições, esta questão atinge não apenas o
dependente, mas todos que, direta ou indiretamente, têm relações com ele, toda a
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sociedade sofre com as questões que envolvem o uso abusivo das drogas,
especialmente os dependentes e seus familiares, pois sofrem perdas e prejuízos em
sua saúde física, mental e social. Os familiares, especificamente, sofrem por terem
um laço afetivo muito forte e por serem vistos como corresponsáveis pela formação
dos filhos, estando diretamente atrelados ao seu desenvolvimento saudável ou
doentio.
A família conta com um elo muito forte de união e, graças a isso, é um
elemento essencial para fazer com que o dependente químico não se sinta sozinho
em um momento tão conturbado. Pois por meio do apoio da família ele terá o
incentivo para seguir em frente e não se entregar de uma vez por todas ao vício.
De acordo com Aragão, Milagres e Figlie (2009), a convivência dos
familiares com o usuário de drogas é uma via de membros, que são levados a
vivenciar profundas mudanças em suas vidas. Nesta situação, tornam-se comuns os
conflitos emocionais, a depressão, o sentimento de medo e as incertezas
relacionadas ao prognóstico e ao tratamento.
De acordo com Maruiti e Galdeano (2008), a sobrecarga familiar pode ser
definida como o estresse emocional e econômico ao qual as famílias se submetem
quando estão imersas em situações extremas, como é o caso do adoecimento dos
filhos. A sobrecarga familiar pode atingir várias dimensões da vida, como a saúde, o
lazer, o trabalho, o bem-estar físico e psicológico e o próprio relacionamento entre
os membros da família.
Schenker e Minayo (2004), em seu estudo bibliográfico sobre a importância
da família no tratamento do uso abusivo de drogas, verificou que os tratamentos de
dependentes químicos que incluem a participação e o envolvimento da família,
obtêm maior possibilidade de sucesso do que aqueles que trabalham com o foco
apenas no indivíduo, demonstrando a contribuição que a família pode oferecer no
resultado do tratamento do dependente: 80% dos pacientes responderam que a
família é importante em todos os momentos da recuperação.
Segundo Aragão (2009), a evolução positiva de um tratamento para
dependentes químicos está relacionada com a participação adequada dos
familiares, pois a família é um sistema onde cada membro está interligado de forma
que a mudança em uma das partes provoca repercussões nos demais.
Desta forma, a afirmação do autor justifica o relato das internas, sendo que a
maioria considera a família essencial em todas as etapas da recuperação, ou seja,
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antes, durante e após o tratamento: 35% dos pacientes afirmaram que os motivos
pelos quais começaram a usar drogas, foram problemas emocionais e com a família.
Isso comprova que a família teve grande importância na decisão dos mesmos, ao
decidirem começar a usar drogas.
Para Blefari (2002), o indivíduo que cresce em um ambiente familiar sem
amor, sem limites, sem atenção pode tornar-se um sujeito sem estrutura emocional
para lidar com os problemas que vão surgindo em sua vida e, muitas vezes, acaba
tornando-se usuário de drogas.
Assim, pode-se dizer que a teoria desse autor, confirma os resultados, pois
um ambiente familiar desestruturado pode trazer problemas emocionais, motivando
o indivíduo a iniciar o uso de drogas.
O problema da dependência química não deixa de ser do próprio
dependente e do meio em que vive. A falta de amor e a negligência também são
fatores que devem ser levados em consideração para o surgimento da dependência
química.
Até o presente, momento a produção científica é limitada neste tipo de
abordagem. No entanto, as intervenções familiares baseadas neste modelo são
muito comuns em programas de tratamento em dependência química e produzem
forte impacto na opinião pública. O modelo sistêmico considera a família como um
sistema, em que se mantém um equilíbrio dinâmico entre o uso de substâncias e o
funcionamento familiar.
Em meados de 1970 a 1980, este modelo passou a exercer grande influência
entre profissionais de saúde no tratamento da dependência química. Na perspectiva
sistêmica, um dependente químico exerce uma importante função na família, que se
organiza de modo a atingir uma homeostase dentro do sistema, mesmo que para
isso a dependência química faça parte do seu funcionamento e muitas vezes, a
sobriedade pode afetar tal homeostase.
O terapeuta utiliza várias técnicas para clarificar o funcionamento familiar e
promover mudanças de padrões e interações familiares. Pesquisas sobre esta
abordagem têm mostrado efeitos benéficos na interação familiar e
consequentemente no comportamento aditivo (ZAMPIERI, 2004).
O modelo comportamental baseia-se na teoria da aprendizagem e assume
que as interações familiares podem reforçar o comportamento de consumo de álcool
e drogas. O princípio é que os comportamentos são apreendidos e mantidos dentro
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de um esquema de reforçamento positivo e negativo nas interações familiares. Inclui
a teoria da aprendizagem social, modelo do comportamento operante e
condicionamento clássico, incluindo os processos cognitivos (HANDS, 1994).
Este modelo tem propiciado a observação de alguns padrões típicos
observados nas famílias, tais como: reforçamento do beber como uma maneira de
obter atenção e cuidados; amparo e proteção do dependente de álcool quando
relata consequências e experiências negativas decorrentes do hábito de beber;
punição do comportamento de beber.
O tratamento tem como objetivo a modificação do comportamento da esposa
ou das interações familiares que podem servir como um estímulo para o consumo
nocivo de álcool ou desencadeadores de recaídas, melhorando a comunicação
familiar, a habilidade de resolver problemas e fortalecendo estratégias de
enfrentamento que estimulam a sobriedade. Vários estudos referentes a este
modelo descreveram desfechos melhores e redução na utilização da substância de
abuso.
Já a abordagem cognitiva-comportamental mescla técnicas da escola
comportamental e da linha cognitiva. Esta abordagem reza que o afeto e o
comportamento são determinados pela cognição que a família tem acerca da
dependência química, sendo esta cognição disfuncional ou não. O foco é
reestruturar as cognições disfuncionais através da resolução de problemas,
objetivando dotar a família de estratégias para perceber e responder as situações de
forma funcional (BEATTIE, 1997).
Caracteriza-se, portanto, inúmeros aspectos clínicos e etiopatogênicos e de
tratamento. E as causas configuram – se em um vasto conjunto de componentes,
atuando fatores genéticos e ambientais, entre outros. Passando a existir todo
isolamento social e familiar dentro de um contexto da perda da qualidade de vida. Já
o termo dependência é definido também como uma doença crônica, caracterizada
pela a busca e uso compulsivo de determinada substância, onde o de substâncias
psicoativas despreza qualquer tipo de efeitos e prejuízos referentes ao seu uso
(ANDRADE et al, 2010).
A organização familiar mantém uma posição de saliência no desenvolvimento
e prognóstico do quadro de dependência química. Neste sentido, a abordagem
familiar deve ser considerada como parte integrante do tratamento e de um
programa bem-sucedido.
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2.1 DEPENDÊNCIA QUÍMICA
A dependência química nos dias de hoje corresponde a um fenômeno
extremamente divulgado e discutido, devido ao uso abusivo de substâncias
psicoativas que se tornou um grave problema social e de saúde pública na
sociedade.
A dependência química é definida pela 10ª edição da Classificação
Internacional de Doenças (CID-10), da Organização Mundial da Saúde (OMS):
Como um conjunto de fenômenos comportamentais, cognitivos e fisiológicos que se desenvolvem após o uso repetido de determinada substância. A dependência pode dizer respeito a uma substância psicoativa específica (por exemplo, o fumo, o álcool ou a cocaína), a uma categoria de substâncias psicoativas (por exemplo, substâncias opiáceas) ou a um conjunto mais vasto de substâncias farmacologicamente diferentes (BRASIL, 2005, p. 1).
É uma doença crônica e multifatorial, isso significa que diversos fatores
contribuem para o seu desenvolvimento incluindo a quantidade e frequência de uso
da substância, a condição de saúde do indivíduo e fatores genéticos, psicossociais e
ambientais.
O uso de substâncias que causam dependência não surge na
contemporaneidade; mais sim, vem de tempos atrás conforme afirma Santos e
Pratta (2009, p. 11):
O consumo de drogas sempre existiu ao longo dos tempos, desde as épocas mais antigas e em todas as culturas e religiões, com finalidades específicas. Isso porque, o homem sempre buscou, através dos tempos, maneiras de aumentar o seu prazer e diminuir o seu sofrimento.
O uso das substâncias para provocar os estados de êxtase também está
associado à devoção em tradições religiosas, que atribuíam às manifestações do
sagrado em ritualísticas sobrenaturais a partir das drogas.
Estudos relacionados à dimensão e a complexidade do problema com a
dependência química indicam que as causas geradoras são múltiplas; e a própria
dependência em si já é o efeito de vários fatores atuando concomitantemente;
porém, às vezes, uns são mais predominantes em determinada pessoa ou situação.
21
As pesquisas realizadas pela SENAD afirmam que:
Há uma predisposição física e emocional para a dependência, própria de cada indivíduo. Além disso, vivendo como um dependente, o dependente tende a ter uma série de problemas sociais, familiares, sexuais, profissionais, emocionais, religiosos etc., considerando que as causas são diversas, tornam-se involuntárias e internas na dimensão do eu, do ego e não externas, como as correntes sociológicas que afirmam ser a influência do meio, ou de pessoas (BRASIL, 2012, p. 18).
Estudiosos afirmam que problemas de vida não geram dependência química,
o que pode ainda ser muito discutido na comunidade científica aos poucos a droga
vai modificando o funcionamento do cérebro, levando o indivíduo ao uso compulsivo
e abusivo da substância, seja ela psicoativa ou não, provocando, muitas vezes,
escolhas como priorizar a busca pela droga e deixar em segundo plano todas as
outras atividades que lhe eram importantes, instalando-se o chamado vício (MATOS,
2017)..
Dessa forma, mesmo que o dependente deseje parar de usar a droga por
conta própria, dificilmente conseguirá, precisando, na maioria das vezes, de ajuda
conforme evidenciam Kaplan, Sadock e Grebb (2007, p. 1169), quando afirmam que
“O indivíduo dependente prioriza o uso da droga em detrimento de outras atividades
e obrigações”, transcendendo o modelo de caráter ou o padrão antigo
comportamental.
Pesquisas afirmam que para o dependente e usuário, o uso das substâncias
químicas inicialmente, significa fonte de prazer e de satisfação momentânea ou
como uma forma de esquecer as dificuldades da vida. Com o tempo, muitas pessoas
continuam a consumir com a finalidade de evitar os efeitos indesejáveis de sua
abstinência.
Atualmente, dados da SENAD indicam a incidência das substâncias, onde
cerca de 10% das populações dos centros urbanos de todo o mundo consomem
abusivamente substâncias psicoativas, independentemente de sexo, grau de
instrução, idade e poder aquisitivo. Casos de dependência química vêm crescendo,
constituindo na atualidade uma das falhas sociais e enfermidades psíquicas de mais
intensidade da humanidade.
As consequências são, também, mais drásticas e a dependência mais séria e
difícil de sanar. A política de atenção ao tratamento da dependência química não é
22
fácil, as reincidências são altas, sendo possível afirmar que praticamente metade
dos usuários têm recaída nos primeiros seis meses e grande parte aindano primeiro
ano. A dependência pode ser classificada como uma enfermidade de natureza
crônica e, assim, seu acompanhamento deve ser contínuo.
2.2 A FAMILÍA
A primeira célula elementar social é a família, onde o indivíduo desenvolve
habilidades, intelecto, emoções e valores. É a família, também, a primeira a sentir as
consequências das mazelas que a droga faz. A dependência química pode ser
considerada uma doença familiar, pois afeta diretamente a família. As substâncias
encurtam a vida do usuário e prejudica a qualidade de vida de si e dos seus.
O dependente sofre diferentes formas de dependência; desde a dependência
física pela presença de sintomas físicos extremamente desagradáveis que surgem
quando o indivíduo interrompe ou diminui de forma abrupta o uso da droga, o que
constitui na síndrome de abstinência e provoca a busca pelo uso continuado da
mesma. E dentre esta luta interior entre o vencer o vício e continuar está à família
como representante da primeira alternativa de intervenção diante da problemática.
O que mais se espera da família:
Muitas vezes do Dependente não consegue perceber o quanto a família busca por melhor qualidade de vida do mesmo, procurando uma qualidade de vida e sua inclusão social dentro da comunidade qual está inserido (ARAGÃO, 2009, p. 117).
A família vem evoluindo, passando por mudanças consideráveis e, assim, é
preciso enfatizar que:
É possível perceber que nas últimas décadas o reconhecimento dos pesquisadores quanto a relação afetiva familiar para os Dependentes químicos, na prevenção e influencia positivas e negativas para o usuário (MOREIRA, 2004, p 117).
Os familiares são essenciais no processo de tratamento do doente, onde tem
de saber como lidar com as situações estressantes, evitando diversos tipos de
situações como comentários críticos ao paciente ou se tornando exageradamente
superprotetor; dois fatores que reconhecidamente provocam recaídas. Conhecendo
23
melhor a doença e tendo um diagnóstico claro, a família passa a ser uma aliada
eficiente, em conjunto com a medicação e profissionais especializados.
A Política Nacional sobre Drogas estabelece também as seguintes diretrizes
paras as áreas do Tratamento, Recuperação e Reinserção Social: Promover e
garantir a articulação e integração em rede nacional das intervenções para
tratamento, recuperação, redução de danos, reinserção social e ocupacional
(Unidade Básica de Saúde, ambulatórios, Centro de Atenção Psicossocial, Centro
de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas, comunidades terapêuticas, grupos de
autoajuda e ajuda mútua, hospitais gerais e psiquiátricos, hospital- dia, serviços de
emergências, corpo de bombeiros, clínicas especializadas, casas de apoio e
convivência e moradias assistidas) com o Sistema Único de Saúde e Sistema Único
de Assistência Social para o usuário e seus familiares, por meio de distribuição
descentralizada e fiscalizada de recursos técnicos e financeiros.
Desenvolver, adaptar e implementar diversas modalidades de tratamento,
recuperação, redução de danos, reinserção social e ocupacional dos dependentes
químicos e familiares às características específicas dos diferentes grupos: crianças e
adolescentes, adolescentes em medida socioeducativa, mulheres, gestantes, idosos,
pessoas em situação de risco social, portadores de qualquer co-morbidade,
população carcerária e egressos, trabalhadores do sexo e populações indígenas,
por meio da distribuição descentralizada de recursos técnicos e financeiros [...]
(BRASIL, 2003).
Tais diretrizes são muito importantes além de propiciar sobretudo às
familiares condições de dosar o grau de exigências em relação ao paciente, exigindo
assim mais do que ele pode realizar em dado momento, porém sem deixá-lo
abandonado, ou sem participação na vida familiar.
O acompanhamento familiar nas dinâmicas da atenção propostas pelas
políticas públicas quando há uma visão da família da sua importância na
recuperação do indivíduo torna-se mais fácil para que ele perceba e sinta os
vínculos afetivos familiar (MATOS, 2017).
Apesar de serem muitas vezes as pessoas que mais sofrem com a
dependência química do dependente químico, os laços de amor fraternal são em
muitos casos maiores que as lembranças de destruição.
Tem um papel de destaque no processo de recuperação do dependente,
buscando impedir que o problema avance e auxiliando no tratamento mais
24
adequado para a situação. Em alguns casos, isto se torna particularmente difícil pela
fragilidade com que todos os seus membros cheguem a este ponto (LOPES, 1996,
p. 78)
Não obstante, as intervenções familiares levam a resultados positivos, tanto
para os usuários de substâncias psicoativas quanto para os membros da família
(COPELLO 2006), evidenciado nas pesquisas recentes sobre a temática que têm
mostrado que intervenções na família e/ou rede social melhoram os resultados se
comparados a intervenções individuais.
2.3 DEPENDENTE QUÍMICO
O dependente químico quer a satisfação imediata do desejo e, assim,
encontra-se sempre sob um sentimento de urgência. A dependência química baixa a
auto-estima e consequentemente, leva o dependente a uma necessidade
inesgotável de amor e aprovação, tornando-o sensível a críticas e constantemente
inseguro, desenvolvendo extrema falta de confiança em si mesmo.
As substâncias químicas produzem uma sensação de imortalidade, levando o
dependente a viver em uma contínua fantasia, o que gera acentuada frustração
quando ele percebe que não é real. Esse indivíduo não consegue aceitar sem
conflitos fatos, situações ou comportamentos que estejam fora das próprias
expectativas ou desejo, e não consegue lidar com o não, ou com resultados
inesperados.
Os prejuízos neurológicos, cognitivos e relacionais causados pelas substâncias são em sua maioria irreversíveis, progressivos e passam despercebidos pelo indivíduo. Os danos físicos e sociais quando percebidos impulsionam, ainda mais, o dependente químico a uma insaciável busca pelos efeitos da droga (SILVA, 2000, p. 14).
O indivíduo quando começa a usufruir de substâncias químicas, não percebe
os danos que está causando a sua saúde, até mesmo porque demora um pouco
para que a droga comece a fazer efeito em seu organismo, mais depois de um
tempo de uso, o mesmo começará a se sentir dependente do uso da droga, e nesse
momento que a substância química começa a causar danos neurológicos, cognitivos
e relacionais e até mesmo irreversíveis.
25
É nesse momento que o usuário começará se distanciar da família, agredindo
fisicamente, roubando as mesmas para que possa se sustentar. Até chegar o
momento que ela não sentirá fome, sede, não cuidará de sua higiene e etc.
2.4 FATORES CONSEQUENTES DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA NO ÂMBITO
FAMILIAR
Os familiares adquirem enorme importância no procedimento de tratamento
do dependente, porém, a família deve saber como estar a par das situações
conflitantes, evitando dessa maneira comentários demasiadamente críticos ao
paciente ou agindo de maneira super protetora, pois essas são duas ações que
geralmente desencadeiam as indesejadas recaídas.
Além disso, é imprescindível que os familiares tenham uma exata noção do
grau de exigências em relação ao dependente químico, conhecendo melhor a
doença e se informando cada vez mais acerca desse assunto, tendo também a
certeza de que a internação é o melhor caminho. (KAPLAN; SADOCK; GREBB,
2007).
Isso faz com que essa situação venha causar alguns sentimentos no
codependente, deixando marcas emocionais, físicas, morais, sociais e psicológicas.
Segundo Sharanck e Olschowsky (2007, p.129):
A família consiste em uma unidade cuidadora, nas situações de
saúde e doença de seus membros. Assim o tratamento não se
restringe a internações e medicamentos, mas em ações e
procedimentos que visem à reintegração familiar, bem como uma
melhoria na qualidade de vida do doente e do familiar.
A família é um fator muito importante nesse momento de desespero do
dependente químico, pois o tratamento não servirá sem a ajuda dos familiares. É
muito importante que a família participe desse momento, incentivando, orientando,
cuidando para que não haja danos irreversíveis no futuro do dependente.
Os familiares ficarão frustrados, envergonhados de tal situação, é difícil, a
negação, a impotência de ver seu familiar naquela situação, e não poder fazer nada.
Porque quando a pessoa chega ao fundo do poço somente ela poderá se reerguer.
26
3 METODOLOGIA
3.1 REVISÃO INTEGRATIVA DA LEITURA
Trata-se de um estudo de revisão integrativa da literatura cientifica acerca da
abordagem familiar e sua influência no tratamento e reabilitação de dependentes
químicos e suas representações sociais. A revisão integrativa é um método de
revisão mais amplo, pois inclui literatura teórica e empírica bem como estudos com
diferentes abordagens metodológicas (quantitativa e qualitativa). Os estudos
incluídos na revisão são analisados de forma organizada em relação aos seus
objetivos, materiais e métodos, permitindo que o leitor analise o conhecimento pré-
existente sobre o tema investigado (POMPEU; ROSSI; GALVÃO, 2009).
Os métodos para elaboração de revisões integrativas prevêem: (1) escolha
de definição do tema (elaboração da questão); (2) busca na literatura (amostragem);
(3) critérios para categorização dos estudos (coleta de dados); (4) avaliação dos
estudos incluídos nos resultados; (5) discussão dos resultados; (5) discussão dos
resultados; (6) apresentação da revisão integrativa (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO,
2008).
3.2 PESQUISA QUALITATIVA
O método de pesquisa escolhido foi, portanto, o qualitativo, adequado ao
estudo de uma realidade que não pode ser compreendida somente através de dados
quantificados. Através dele, se pretende alcançar a compreensão de dados
subjetivos como, significados, aspirações, valores, atitudes e experiências a partir da
fala do sujeito que as vivencia. (MINAYO, 2008).
A pesquisa qualitativa está mais relacionada no levantamento de dados
sobre as motivações de um grupo, em compreender e interpretar determinados
comportamentos, a opinião e as expectativas dos indivíduos de uma população. É
exploratória, portanto não tem o intuito de obter números como resultados, mas
insights – muitas vezes imprevisíveis – que possam nos indicar o caminho para
tomada de decisão correta sobre uma questão-problema.
27
A pesquisa qualitativa é ótima para aprofundar conhecimentos já
quantificados ou quando se deseja criar uma base de conhecimentos para só depois
quantificá-los.
Neste tipo de pesquisa, a atuação de um especialista é outra característica
fundamental para lapidar o grande volume de informação bruta recebida e interpretar
da melhor maneira possível.
3.3 PESQUISA EXPLORATÓRIA
Como o próprio nome indica, a pesquisa exploratória permite uma maior
familiaridade entre o pesquisador e o tema pesquisado, visto que este ainda é pouco
conhecido, pouco explorado. Nesse sentido, caso o problema proposto não
apresente aspectos que permitam a visualização dos procedimentos a serem
adotados, será necessário que o pesquisador inicie um processo de sondagem, com
vistas a aprimorar ideias, descobrir intuições e, posteriormente, construir hipóteses.
Por ser uma pesquisa bastante específica, podemos afirmar que ela assume
a forma de um estudo de caso, sempre em consonância com outras fontes que
darão base ao assunto abordado, como é o caso da pesquisa bibliográfica e das
entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema
pesquisado.
Um exemplo prático de tal modalidade pode estar relacionado ao objetivo de
um determinado pesquisador, cuja intenção se manifesta pela busca de uma
resposta acerca da queda de um determinado produto no mercado. Assim sendo, de
modo a concretizar seu objetivo, o pesquisador terá de aprofundar suas
especulações e encontrar as reais causas da ocorrência de tal fenômeno.
3.4 DESCRIÇÃO DO MÉTODO
O estudo foi realizado pela busca de dados com os seguintes descritores:
transtornos relacionados ao uso de substâncias; psicologia; reabilitação; terapia e
família, combinados com operadores booleanos (AND e OR). Esses descritores
foram baseados no vocabulário estruturado e trilíngue DeCS – Descritores em
Ciências da Saúde. As bases de dados em que se utilizou os descritores foram
SciELO e Lilacs.
28
Os critérios de inclusão foram os artigos que apresentavam texto completo e
em português, os quais se encontravam no período de 2003 a 2018 e que estavam
relacionados ao tema. E os critérios de exclusão foram textos que não apresentaram
relação com a temática, revisões, livros e os artigos fora do recorte temporal e em
línguas estrangeiras.
29
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A busca nas bases de dados resultou em um total de 10 artigos para serem
analisados no estudo. Em seguida, apresenta-se no Quadro 1 informações básicas
referentes aos artigos selecionados, tais como sua procedência, títulos, autores e
algumas considerações sobre a temática abordada nos mesmos.
Quadro1: Artigos Levantados nas bases de dados Pepsic, Revista de APS, LILACS,
SCIELO, Realyc.org, Biblioteca Digital de Periódico, Encontro revista de psicologia.
Procedência
Título do Artigo
Autores
Considerações/ Temática
Pepsic Sintomas depressivos em
familiares de Dependentes
Químico.
Silvana Carneiro Maciel
Juliana Rízia Félix de Melo et
al.
O objetivo deste estudo foi a sintomatologia depressiva em
familiares de dependentes químicos e sua relação com variáveis sociodemográficos
dos participantes. Revista de
APS Consequências e Dificuldades
da Dependência Química no
âmbito Familiar: Uma Revisão de
Literatura.
Luciana Dagmar Maciel, Sonia
Regina Zerbetto et al.
Descrever as consequências da dependência química no
âmbito familiar e identificar as dificuldades enfrentadas pela família durante o tratamento
do dependente químico.
SCIELO Representação Social do
Usuário de Drogas na
Perspectivas de Dependentes
Químicos.
Silvana Carneiro Maciel
Juliana Rízia Félix de Melo.
Objetivou-se conhecer e analisar o conteúdo e a
estrutura da representação social do usuário de drogas.
Lilacs O Papel da Família na
Prevenção ao uso de
substancias psicoativas
Irlan de Almeida Freires
Edézia Maria de Almeida Gomes
O uso abusivo das substancia psicoativas (SPA),
constitui um dos mais importantes problemas de
saúde pública mundial.
Lilacs Relações Familiares e Dependência Química:Uma Revisão de Literatura
AntonioCleano Mesquita
Vasconcelos Lamara
Nogueira Araújo et alt.
Objetivo buscar na literatura as relações familiares no contexto da dependência
química e assim identifica-las como fator de risco ou de
proteção, possível causa ou consequência do uso de
drogas.
30
Realyc.org Configurações e Dinâmicas
Familiares de Mulheres-Mães
durante trajetória na Dependência
Química
Ana Karla da Silva freire
Mônica Cecilia Pimental de Melo et al.
Analisar a dinâmica familiar de mulheres-mães, antes, durante e após o convívio
com as drogas.
Biblioteca Digital de Periódico
O cotidiano das relações
familiares com individuo
dependente químico.
Keity Laís Siepmann
Soccol Marlene Gomes
Terra, et al.
Objetivou-se conhecer o cotidiano das relações
familiares com um individuo dependente químico.
Pepsic Dependência Emocional:Uma
revisão sistemática da
literatura.
Denise Catricala Butin
Amanda Muglia Wechsler
A dependência emocional é um transtorno por
comportamentos aditivos em relacionamentos amorosos.
Encontro revista de psicologia
A Importância da Família no
Tratamento do Dependente
Químico
Carolina Santos de Azevedo,
Rodrigo Sinnott Silva
Objetivo de analisar a importância que o familiar exerce no tratamento do
usuário, sob olhar do próprio dependente e do familiar.
Revista Fafipe
A
Codependência
dos familiares do
dependente
químico: revisão
da literatura
Carlos Alberto Sobral e Paulo Celso Pereira
Tem como objetivo conhecer o estado atual da literatura
científica sobre dependência química.
Fonte: Própria (2018).
Considerando os objetivos propostos por este estudo, elaborou-se a
caracterização da produção do conhecimento sobre a importância da família no
tratamento do dependente químico, assim como, as dificuldades encontradas pela
família durante o processo de recuperação do tratamento.
As causas da dependência são múltiplas. Atualmente os pesquisadores
admitem que o excessivo incentivo das mídias sociais ao consumo de bens e
serviços, prazeres imediatos e relações descartáveis, impacta negativamente a vida
de pessoas e consequentemente as despertam para o consumo de psicotrópicos,
alterando as relações sociais e refletindo intensamente nos vínculos de relação e
convívio, afetando notoriamente o núcleo familiar.
31
As famílias tornam-se dependentes do próprio problema instalado. Sentem-
se culpadas e sobrecarregadas, não acreditam em mudanças e melhorias
qualitativas de vida (“Ele está bem. Só bebe. Não está trabalhando. Na rua, ele pode
até pode até usar droga”), acostumam-se com o que está “ruim” (“Ainda bem que ele
só fuma maconha”), não identificam nem reconhecem o problema (“Meu filho, é
menino muito bom, de coração bom. Não sei por que caiu nisto”), vitimam-se e
empregam boas doses de auto piedade.
Essas famílias são designadas codependentes. Por fim ainda defende que
comportamentos típicos de familiares codependentes vão desde a negação da
doença (“Meu filho não usa droga quando está comigo. Só usa quando está em má
companhia. Ele não é drogado.”), até atitudes mais ousadas e graves, como a
mentira, a desonestidade e a manipulação. O padrão comportamental do
dependente é muito semelhante ao de seu familiar, codependente (SILVA, 2014).
Percebe-se através dos resultados desta pesquisa, que a dependência
química é um dos fatores da desestrutura familiar, onde não se consegue haver uma
relação familiar concisa, afastando cada membro ligado ao dependente. Há um
sofrimento psíquico e emocional, passando pela exclusão social, preconceitos e
estigmas da sociedade, causando por sua vez um isolamento. Percebendo se que
há uma dificuldade encontrada nas relações familiares.
A família é um dos fatores primordiais antes, durante e pós tratamento do
usuário, pois é através da família que há uma interação dos membros, onde são
transmitidos todos os valores culturais, morais e familiar. Foi identificado que as
famílias com membros dependentes químicos se tornam vulneráveis a diversos
adoecimentos dentre eles a codependência. A família também precisa ter um
acompanhamento terapêutico, pois durante o processo de adoecimento do usuário a
família sofre uma sobrecarga ao ter que cuidar do dependente químico.
As famílias tornam-se dependentes do próprio problema instalado. Sentem-
se culpadas e sobrecarregadas, não acreditam em mudanças e melhorias
qualitativas de vida (“Ele está bem. Só bebe. Não está trabalhando. Na rua, ele pode
até pode até usar droga”), acostumam – se com o que está “ruim” (“Ainda bem que
ele só fuma maconha”), não identificam nem reconhecem o problema (“Meu filho, é
menino muito bom, de coração bom. Não sei por que caiu nisto”), vitimam-se e
empregam boas doses de auto piedade.
32
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste estudo procurou-se revisar produções cientificas sobre o tema
dependência química. Os resultados desta pesquisa evidenciaram que a
dependência química é um grande elemento de desestruturação e de afastamento
dos membros familiares. Passando todos os membros envolvidos a se tornarem
escravos das drogas, sofrendo com os preconceitos, estigmas e exclusão social.
Identificou-se que há vários fatores que as famílias de dependentes químicos
possam estar susceptíveis, entre várias doenças, sendo entre elas co-dependência,
fator este que leva os membros da família a viver da mesma forma que o
dependente químico.
A organização familiar é um aspecto importante no prognóstico do quadro de
dependência química. A abordagem com foco na família deve ser fundamental em
programas bem-sucedidos. Porém alguns serviços existentes que oferecem grupos
de orientação, não levam em consideração a necessidade de investigar, aprofundar
ainda mais o detalhamento do funcionamento familiar e o impacto. Durante o
processo de reabilitação, o dependente químico deve estar preparado para realizar
mudanças de vida e de comportamento associados ao consumo de drogas no
transcorrer de toda a vida. Além disso, necessita de vontade para sustentar o
esforço empreendido nas mudanças, bem como ter as habilidades cognitivas,
afetivas e comportamentais necessárias para as mudanças almejadas. A presença
da família favorece positivamente o processo de reabilitação do dependente
químico, no auxílio de mudanças afetivas, cognitivas e comportamentais.
33
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