Experiência e perspectiva contemporânea do comportamento informacional humano

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EXPERIÊNCIA E PERSPECTIVA CONTEMPORÂNEA DO COMPORTAMENTO INFORMACIONAL HUMANO. Dra. Kelley Cristine Gonçalves Dias Gasque

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EXPERIÊNCIA E PERSPECTIVA

CONTEMPORÂNEA DO

COMPORTAMENTO

INFORMACIONAL HUMANO.

Dra. Kelley Cristine Gonçalves Dias Gasque

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AGENDA

• EXPERIENCIA

– Origens

– Conceito

– Experiência X razão

– Experiencia (Dewey)

• PARADIGMAS DE COMPORTAMENTO

INFORMACIONAL

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Se tivesse que

« projetar » um ET

para um filme, como

ele seria?

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• “o procedimento é realmente muito simples. Primeiramente, você organiza os itens em diferentes grupos. Naturalmente, uma coluna pode ser suficiente, dependendo de quanto há para fazer. Se você tiver de ir a outro lugar, devido à falta de recursos, esse é o próximo passo; do contrário, você está razoavelmente preparado. É importante não exagerar as coisas. Isto é, é melhor fazer pouquíssimas coisas ao mesmo tempo do que demais. A curto prazo, isso pode não parecer importante, mas facilmente podem surgir complicações. Um engano também pode ser dispendioso. A princípio, o procedimento total parecerá complicado. Logo, entretanto, se transformará em apenas outra faceta da vida. É difícil prever algum limite à necessidade dessa tarefa no futuro imediato, mas, por outro lado, nada se pode afirmar. Depois de completado o procedimento, organizam-se novamente os elementos em diferentes grupos. Então, podem ser colocados em seus devidos lugares. Finalmente, serão usados uma vez mais e o ciclo total terá, então de ser repetido. Entretanto, isso faz parte da vida.” (Sternberg, 2000, p. 228)

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LAVAGEM DE ROUPAS

• Ao tentar codificar a informação no texto

apresentado, você pode ter achado complicado

para codificar, dificultando também o

armazenamento e a recuperação da informação.

Entretanto um rótulo verbal pode facilitar a

codificação e, por conseguinte, o armazenamento

e a recuperação. A maioria das pessoas aceita

melhor o trecho se lhes for dado seu título

“Lavagem de roupas”.

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Processos da Memória

• A codificação refere-se ao modo como uma pessoa transforma a entrada de uma informação física e sensorial em uma espécie de representação que pode ser colocada na memória.

• O armazenamento refere-se à maneira como a pessoa mantém a informação codificada na memória.

• A recuperação refere-se ao modo como a pessoa obtém acesso à informação armazenada na memória.

• Estes processos interagem reciprocamente e são interdependentes.

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• As pessoas elaboram novos conhecimentos a partir

das experiências e vivências de mundo.

• O sentido das coisas surge das atividades

permanentes de intercâmbio de uma mente com um

corpo que vive em um ambiente.

• Assim, as ideias e o conhecimento científico

resultam de esquemas de pensamentos preliminares

e de interação atenta entre o sujeito e o mundo, no

qual ele busca e usa informações.

• A ciência é produto do sujeito e de seu inter-

relacionamento com o mundo.

Experiência

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“Tudo aquilo que sei do mundo, mesmo por

ciência, eu o sei a partir de uma visão minha

ou de uma experiência de mundo sem a qual

os símbolos da ciência não poderiam dizer

nada Todo o universo da ciência é construído

sobre o mundo vivido, e se queremos pensar a

própria ciência com rigor, apreciar exatamente

seu sentido e seu alcance, precisamos

despertar essa experiência do mundo da qual

ela é expressão segunda”.

Merleau-Ponty (1999, p.3)

Maurice Merleau-Ponty (Rochefort-sur-Mer, 14 de

março de 1908 — Paris, 4 de maio de 1961) foi um

filósofo fenomenólogo francês.

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• Ciência

• Aprendizagem

• Informação

• Experiência

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• Quanto mais experiência os

pesquisadores adquirirem com

a busca e uso da informação,

maior será o impacto no

conhecimento produzido.

• Experiência = aprendizagem

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CONSCIENCIA E

EXPERIENCIA

• A consciência da experiência pode ser uma forma de

tornar o ser humano responsável eticamente pelo

ciclo de produção científica, visto que as

modificações ou transformações propiciadas pela

ciência ocorrem em um mundo inseparável do ser,

parte do corpo humano, no qual se insere a mente.

Por isso, a discussão sobre experiência envolve os

aspectos cognitivos e a dimensão ética de como o

indivíduo se relaciona com a natureza e a

transforma.

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Razão X experiência

• A razão: fundada na especulação

matemática e filosófica, relaciona-se à

capacidade de pensar, formar

julgamentos, tirar conclusões.

• A experiência: instituída na tentativa e no

erro, não era passível de produzir

conhecimento verdadeiro.

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CONHECIMENTO PRÉVIO X

EXPERIÊNCIA • Dewey; Piaget; Ausubel; Meirieu; Carretero;

Pozo

• Conhecimentos prévios: experiências, informações sobre fatos, fenômenos, coisas, processos.

• Experiência: proveniente da vivência e da interação com o mundo.

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RAÍZES HISTÓRICAS

• Razão: ratio (calculo) (séc. VIII aC e VI aC):

Transição do mítico para a racionalidade.

• A humanidade estava impregnada pelo Mythos

• Escola de Mileto - Grécia

• Thales (625-562 aC) – água

• Anaximandro (611-546 aC) – apeíron

• Anaximenes (586-526 aC) – ar

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• Sócrates (469-399 a.c.), Platão (428/7-347 a.c.) e

Aristóteles (384-322 a.c.).

• Logos/episteme X doxa

Episteme: nova forma de racionalidade própria da

ciência e da filosofia, alicerçada na racionalidade,

discurso e demonstração (Vasconcellos, 2003).

• Idade Moderna: Cisão entre filosofia e ciência

• Bacon: precursor do método empírico-positivista –

Observação e a experimentação – raciocínio indutivo.

• Reflexo do movimento: empiristas e racionalistas

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• Pragmatismo: séc. XIX – conceito de experiência

como interação do organismo vivo com o meio.

• Peirce, W. James e John Dewey: A verdade

depende da cognição e do conhecimento

humano, construída sobre a noção de experiência

(Shook, 2002)

• Fenomenologia: Husserl; Merleau-Ponty

• Conclusão: pêndulo oscilante pelos extremos.

• Indíviduo (mente/corpo) ______> meio ambiente

experiência

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RESSIGNIFICANDO O CONCEITO

• Experiência: provar, verificar, testar ou a algo

vivido – sentir, sofrer

• Per – periculum - ensaio, tentativa, prova -

• Experiência se constrói a partir dos perigos que

enfrenta, processo que pode tornar o indivíduo

perito.

• Coordenação mente e corpo X atenção dividida

• Quais são as tarefas que fazemos

simultaneamente?

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• Pressuposto: atenção consciente, linguagem e

interação mente/corpo

Lembranças de tudo o que ocorreu ou

Atividades realizadas de forma automatizadas

Vivência consciência (dar-se conta)

Reflexão

Atenção

Interação

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Estrutura da cognição

Crenças e práticas biológicas, sociais e culturais

estrutura Cognição &

experiências

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• A experiência insere-se em um sistema, no qual

se pode atribuir estruturas cerebrais específicas a todas as

formas de comportamentos e experiências e,

inversamente, mudanças na estrutura cerebral manifestam-

se nos comportamentos e experiências.

• A estrutura cognitiva de um indivíduo reflete a relação de

interdependência entre a estrutura mental e as

experiências e comportamentos que se processam em um

contexto específico, no qual as crenças e práticas

biológicas, sociais e culturais condicionam essas

experiências (Varela; Thompson; Rosch, 2003).

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Experiência - Dewey

• Conceito complexo

• Reflexão: “ que nos liberta da influência

cerceante dos sentidos, dos apetites, da

tradição”

• Parte cognitiva da experiência: percepção das

relações

• Fato: criança coloca dedo na chama

• Experiência: o dedo no fogo provoca

queimadura.

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• Interação: relação entre as ‘condições objetivas’ e ‘condições internas’.

·A experiência ocorre na mente e em um contexto específico

· Experiência de uma criança do meio rural e urbana

• Continuidade: as experiências se sustentam na anterior e modificam a posterior.

· Inferência

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Princípos fundamentais da

Experiência - Dewey

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Experiência - Dewey

Kant: “se todo conhecimento começa com a

experiência, isso não prova que ele derive por

inteiro da experiência”

Dewey: conhecimento: experiência (inferência) +

informações + reflexão

Schön: reflexão sobre a experiência: desenvolver,

compreender e aprimorar a aprendizagem e

conhecimento.

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A experiência e a busca e uso da informação

• Busca da informação: modo como as pessoas procuram

informações para as suas necessidades.

• Ativa/passiva; autonomia; estratégias para atingir os

objetivos; monitoração das estratégias, conhecimento

dos canais e estruturas das fontes de informação;

conhecimento das tecnologias da informação.

• Uso da informação: capacidade de decodificação,

interpretação, controle e organização do conhecimento;

valores pessoais, crenças e atitudes ; controle e

monitoração dos próprios processos de usar a

informação.

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• Competências abrange, também, valores

pessoais, motivações, crenças, visão crítica e

atitudes como responsabilidade, ética e, ainda, a

capacidade do indivíduo de refletir, controlar e

monitorar os próprios processos de busca e de

uso da informação.

• Por isso, essas atividades implicam quase

sempre a aprendizagem de um conteúdo que

pode ser conceitual (fatos, situações, conceitos),

procedimental (procedimentos, habilidades,

destrezas, técnicas) ou atitudinal (postura,

valores, comportamentos).

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• O processo de construção e

desenvolvimento das competências de busca

e de uso da informação,

O LETRAMENTO INFORMACIONAL, é

fundamental para se viver em uma época de

rápidos avanços tecnológicos e de

propagação de grandes quantidades de

informação em que se suscitam

questionamentos sobre a sua autenticidade,

validade e confiabilidade.

Page 27: Experiência e perspectiva contemporânea do comportamento informacional humano

Impactos da experiência

• Estudo de Bartlet (1932): Pessoas distorciam a história

para torná-la mais compreensível.

• por que as pessoas buscam primeiramente as fontes ou

canais de informações que lhes estão mais próximos, em

detrimento, às vezes, da sua qualidade? (Gasque, 2003;

Giacometti 1990; Kremer, 1981). Por que as pessoas

usam mais especificamente um tipo de fonte ou canal de

informação? Por que as pessoas usam pouco as

bibliotecas? Por que a percepção que as pessoas

possuem do próprio conhecimento influencia o processo

de busca da informação? (Wilson, 1997).

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• A pesquisa da Medline mostra que o sucesso dos

resultados da busca pode interferir nas atividades

subseqüentes e na própria percepção dos

pesquisadores sobre como avaliam suas

competências.

• O estudo de Kremer (1981), mostra que a percepção

que os engenheiros têm a respeito da acessibilidade,

facilidade de uso, qualidade técnica e experiência

prévia determina o grau de uso do canal de

informação.

• http://www.youtube.com/watch?v=YbnsHX8e2OY

Impactos da experiência

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Paradigmas de Comportamento

INFORMACIONAL • Paradigma: forma como percebemos e atuamos no

mundo.

• Os paradigmas funcionam como filtros que ifnuenciam e

selecionam o que percebemos e reconhecemos e que nos

levam a recusar e distorcer dados que não combinam

com as expectativas.

• Os paradigmas influenciam nossa ação: influencia a

acreditar que o jeito de fazer determinada coisa é o certo.

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Tipos de contextos de pesquisa

(1)‘container’, no qual os elementos existem

objetivamente em torno dos atores;

(2) construção de significado, em que se analisa

o ponto de vista do autor;

(3)construção social, em que os atores elaboram

a informação por meio da interação social;

(4) relacional, em que o conceito de ator social e

contexto estão vinculados entre si.

Page 31: Experiência e perspectiva contemporânea do comportamento informacional humano

Importância do estudo de revisão

sobre Comportamento informacional

Os estudos de revisão sobre comportamento

informacional descrevem o cenário das

grandes questões tratadas desde as primeiras

pesquisas na área até os dias atuais.

Levando-se em conta esses estudos, podem-

se delinear as características principais de

cada década (paradigma).

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As pesquisas realizadas entre os anos de 1950 e meados da década de

1960, primeiro período dos estudos de usuários, concentravam-se nos

indivíduos que utilizavam informação científica e tecnológica.

Abrangência: conjunto relativamente limitado de assuntos com membros

de disciplinas específicas ou da comunidade científica como um todo.

A técnica de coleta de dados mais empregada: questionários

autoadministrados.

As investigações tinham natureza exploratória e os resultados eram

descritos em termos gerais a partir da reunião de dados sobre hábitos e

necessidades.

Permitiu o desenho de sistemas de informação de acordo com a maioria

das necessidades dos usuários. Entretanto, como os resultados às vezes

fossem contraditórios, muitos estudos falharam na tentativa de dar

suporte à estruturação dos sistemas de informação.

Décadas de 50 e 60 Décadas de 50 e 60

Page 33: Experiência e perspectiva contemporânea do comportamento informacional humano

Em meados de 1960, os estilos mais generalistas começaram a

rarear.

Os levantamentos sobre usuário nem sempre eram de boa

qualidade.

Instrumentos utilizados: técnicas de observação indireta e análise

de citação.

Métodos sociológicos mais refinados possibilitaram a descrição

de colégios invisíveis e nomeação de gatekeeper, além da

compreensão mais profunda sobre modos de a informação ser

adquirida e usada.

Os estudos tiveram pouco impacto sobre os designers de

sistemas de informação.

Décadas de 50 e 60

Page 34: Experiência e perspectiva contemporânea do comportamento informacional humano

Behaviorista: sustentava-se na crença de que a metodologia empregada para

estudar o comportamento humano deveria dar ênfase à objetividade (estímulos e

respostas) e neutralidade. Muitos trabalhos, antes de meados da década de 1970,

estavam mais preocupados com o uso de sistemas, tais como catálogos e tipos de

informações usadas pelos cientistas e engenheiros, do que com o uso da

informação.

Tendência dos estudos em enfatizar o usuário e não mais o sistema per se.

Distinguia-se dois grupos de pesquisas: um de estudos orientados para a

biblioteca, com investigações sobre o uso da biblioteca ou centros de informação,

e outro de estudos orientados para os usuários, com investigações sobre como

grupos específicos de usuários obtêm a informação necessária para suas

atividades.

Paradigma predominante na

década de 1960 e 1970

Page 35: Experiência e perspectiva contemporânea do comportamento informacional humano

• Nos estudos orientados para os usuários, um tópico de estudos

importante desenvolvido pelo CRUS focalizava os não-usuários.

70% da população nunca havia usado a biblioteca ou centros de

informações e de que 50% a 60% nunca comprara um livro.

Portanto, necessitava-se descobrir quais eram as informações

necessárias e os meios usados para buscá-las. A hipótese era de

que essas pessoas usavam diferentes redes de informação

formadas por amigos, vizinhos ou colegas de trabalho, televisão,

jornais e as bibliotecas eram somente parte da estrutura de

informação da maioria das pessoas.

Paradigma predominante na

década de 1960 e 1970

Page 36: Experiência e perspectiva contemporânea do comportamento informacional humano

Embora muitos dos novos autores estivessem fundamentados na

abordagem cognitiva, em fins da década de 1980 surge a abordagem

social.

O eixo dos trabalhos situa-se nos significados e valores que os indivíduos

atribuem ao contexto sociocultural, dentre outros. A abordagem

pretendeu estudar os fenômenos que transcendiam a estrutura cognitiva.

O trabalho de vanguarda foi desenvolvido por Chatman (1999), que

propôs três estruturas para entender o comportamento informacional:

"teoria da pobreza de informações", "teoria do ciclo da vida" e "teoria do

comportamento normativo".

Outra teoria que cresceu intensamente desde o início dos anos 90 foi a

abordagem multifacetada, que percebe o comportamento informacional

como um sistema complexo em que é necessária a integração de várias

teorias para descrevê-lo (PETTIGREW; FIDEL; BRUCE, 2001).

Décadas de 80 e 90

Page 37: Experiência e perspectiva contemporânea do comportamento informacional humano

Meados da década de 90: interesse em discutir as pesquisas e o

desenvolvimento conceitual que fundamentavam os estudos se

intensifica, como pode se observar em pelo menos três iniciativas. A

primeira, em 1996, com a conferência intitulada Information Seeking in

Context, realizada, a partir de então, bianualmente, em vários países da

Europa. A segunda, em 1999, com o estabelecimento do grupo de

estudos Information Needs, Seeking and Use (Siguse) pela American

Society for Information Science (Asis), atual American Society for

Information Science and Technology (Asist). A terceira, a edição

especial do periódico Information Processing & Management sobre

Information Seeking in Context (PETTIGREW, FIDEL, BRUCE, 2001).

Institucionalização do tópico, devido à relevância que tais estudos

representam, sem dúvida alguma, para a ciência da informação.

Décadas de 80 e 90

Page 38: Experiência e perspectiva contemporânea do comportamento informacional humano

COMPORTAMENTO

INFORMACIONAL: POR UMA

PERSPECTIVA COMPLEXA

pesquisas mais centradas no indivíduo;

• inclusão de outros grupos estudados, além de cientistas e tecnólogos;

• abordagem multifacetada, englobando os aspectos sociocognitivo e

organizacional;

• compreensão do comportamento informacional como processo em

que os indivíduos estão constantemente buscando e usando

informações;

• ampliação dos estudos qualitativos, assim como do uso de múltiplos

métodos;

• maior consistência teórica com aumento de fundamentação

interdisciplinar,

• crescimento do número de pesquisas, em todas as partes do mundo.

Page 39: Experiência e perspectiva contemporânea do comportamento informacional humano

Tais mudanças paradigmáticas começaram a germinar com a

percepção das limitações impostas pelo instrumental teórico-

metodológico na esteira da contestação dos principais postulados da

concepção científica vigente em meados do século passado. A

evolução conceitual dos 'estudos de usuários' para 'estudos de

comportamento informacional' reflete a necessidade de se

compreenderem os processos em uma perspectiva multidimensional.

Isso porque ocorre profunda imbricação na tessitura dos fenômenos,

em que vários fatores desempenham papéis decisivos na produção do

conhecimento.

Essa multidimensionalidade, no entender de Morin (2000), considera

a realidade antropossocial em várias dimensões: individual, social e

biológica. Mais que isso, compõe-se de disciplinas especializadas, por

exemplo, economia, psicologia e demografia como as diferentes faces

e mesma realidade. Logo, as disciplinas precisam ser diferenciadas e

tratadas como tais, não isoladas e incomunicáveis.

Page 40: Experiência e perspectiva contemporânea do comportamento informacional humano

Como observado por Courtright (2007), os indivíduos vivem

em um ambiente complexo, múltiplo, sobreposto e dinâmico,

que requer novas metodologias e uso de múltiplos métodos.

Nesse sentido, é importante destacar que tal contexto norteia

tanto a construção teórica necessária aos estudos de

comportamento informacional quanto o modo de se delinear a

investigação.

O comportamento informacional é compreendido como

processo natural do ser humano no papel de aprendiz da

própria vida, requer visão ampla do pesquisador. Exige, ainda,

o entendimento das relações estabelecidas em determinado

espaço-tempo em que ocorrem ações de busca, uso e

transferência de informação. Os indivíduos se engajam nessas

ações quando têm necessidade de informação.

Page 41: Experiência e perspectiva contemporânea do comportamento informacional humano

CONCLUSÕES

• Valoração da experiência como ponto de partida da aprendizagem, para orientar as atividades usuais de pensamento e ação, para subsidiar a reflexão, a responsabilidade e a ética.

• Qualidade e relevância da experiência

• Equilíbrio entre experiência e teoria

• Conhecimento científico = busca e uso da informação.

• A busca e uso da informação é indissociável da aprendizagem do conteúdo.

• Experiência, reflexão e conhecimento: expertise

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Page 42: Experiência e perspectiva contemporânea do comportamento informacional humano

Referencias • GASQUE, Kelley Cristine Gonçalves Dias; COSTA, Sely Maria de

Souza. Evolução teórico-metodológica dos estudos de comportamento

informacional de usuários. Ciência da Informação, Brasília, v. 39, n.1,

p. 21-32, jan./abr. 2010. Disponível em:

<http://revista.ibict.br/ciinf/index.php/ciinf/article/view/1206/1355>.

Acesso em: 2 mar. 2011.

• GASQUE, Kelley Cristine Gonçalves Dias. O papel da experiência na

aprendizagem : perspectivas na busca e no uso da informação.

TransInformação, Campinas, v. 20 n. 2, p. 149-158, maio/ago., 2008.

Disponível em: <http://revistas.puc-

campinas.edu.br/transinfo/viewissue.php?id=19> Acesso em: 31 ago.

2011.

Page 43: Experiência e perspectiva contemporânea do comportamento informacional humano

•Dois melhores amigos, um peixinho e um

girino, são praticamente inseparáveis até que o

girino cresce pernas e decide explorar o mundo

além da lagoa. Quando o girino, agora um sapo,

retorna para contar sua amiga das coisas

extraordinárias que ele viu, o peixinho, agora

um peixe, tenta seguir seus passos, mas

rapidamente descobre que a terra não é o que

ele esperava. Amizade realmente salva o dia

neste conto imaginativo de um peixe fora

d'água.

Page 44: Experiência e perspectiva contemporânea do comportamento informacional humano

Obrigada!

[email protected]

Universidade de Brasilia

Faculdade de Ciência da Informação