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    JUDEUS: EXLIO BABILNICO

    Fabiano Luis Bueno Lopes[1] (b!"bo!#$o%#b&'

    IN)ODU*+O

    O artigo que segue proveniente dos resultados parciais obtidos apartir de uma extensa pesquisa bibliogrfca, empreendida paradesvendar, na Histria do povo de Israel, o que fcou conhecido como operodo do Exlio e!ou "ativeiro# $abil%nico dos &udeus' (retendeu)seelaborar um apanhado crtico deste acontecimento ) que *oi marcante n+os para o povo vtima do exlio, mas para os diversos povos prximos nossculos II e I a' "' ) a partir da utili-a.+o de diversos textos bblicos

    como *ontes primrias' /ovas concep.0es sobre mito, sobre as problemticas dareligiosidade e a aceita.+o das produ.0es literrias produ-idas na Histria,tem tornado prspero o trabalho de se desvendar o passado dos temposbblicos e da Histria de Israel' 1ps a pesquisa bibliogrfca de recentespublica.0es sobre o assunto, e da anlise de escritores clssicos dedcadas passadas, acrescido da anlise das *ontes primrias na grandemaioria textos bblicos#, *oi possvel organi-ar uma cronologia aproximadados *atos, e re2etir sobre a import3ncia do estudo deste episdio' (orm, oob&etivo maior n+o ser repetir as Histrias de todos os povos envolvidos

    egpcios, assrios, babil%nicos, medos, persas, etc''#, para explicar ocativeiro de Israel, e sim, partir da anlise dos principais problemasen*rentados pelos cativosou exilados#' 4ambm ser abordada a *ormacomo viveram ainda que se&a escassa a documenta.+o primria sobreisso#, e quais as novidades, as heran.as para a Histria, dos &udeus aps oepisdio'

    5rande parte da produ.+o histrico)literria da $blia, do chamadoelho 4estamento, destinada ao acontecimento6 percebe)se a todomomento, que os livros dos pro*etas alertavam o povo sobre anecessidade da obedi7ncia 8 lei de 9oiss' 1s vitrias alcan.adas eram

    atribudas ao *avor e gra.a divinos e 8 obedi7ncia 8s :uas ordens, osin*ort;nios e derrotas eram *rutos dos pecados do povo e dos reis' /o livrode

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    e o *ruto dos teus animais, e o *ruto da tua terra, at que se&as destrudoF e n+o tedeixar gr+o, mosto, nem a-eite, nem crias das tuas vacas, nem das tuas ovelhas, atque ha&as consumidoF e sitiar)te) em todas as tuas portas, at que venham a cair os teusaltos e *ortes muros, em que confavas em todas as tuas hortas, em toda a tua terra quete tem dado o :enhor teu

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    P nesse perodo que /abucodonosor da $abil%nia, por motivo de umarebeli+o por parte dos &udeus contra seu domnio tributrio, em N a' "',leva cativo o rei de Bud e parte do povo da terra' Em uma segundarebeli+o, Berusalm cercada por dois anos e num segundo cativeiro s+o

    levados mais de ?NNNN habitantes' Qma terceira rebeli+o *a- com queBerusalm se&a totalmente destruda, os muros s+o derrubados, o 4emplodestrudo e seus tesouros roubados que segundo relatos bblicos erammuitos#'

    Bovens, don-elas , velhos, crian.as s+o mortos pela *ome dos cercos etomadas da cidade' 1 tomada e a destrui.+o de Berusalm s+odetalhadamente contadas no fnal do segundo Rivro dos Meis'S

    CE)CO E O,ADA DA CIDADE

    4udo isso nos contado poeticamente pela $blia, porm podemossupor que as tomadas das cidades na 1ntigLidade v+o alm do queentendemos como trgico, sobretudo para um povo com os sentimentosde religiosidade que possua o povo &udeu>' Essa terra, que agora elesperdiam, havia sido conquistada com muitas lutas, muitas guerras, muitosangue, alm de ser um presente de

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    1 lei &udaica n+o permitia a mistura do sangue &udeuF o estrangeiroera aceito, era tolerado?K, mas havendo casamento contaminava alinhagem santa' :abendo disso o povo caminhava para uma terra estranhaonde muitos correriam o risco de perderem sua identidade, deixarem a

    pure-a religiosa, apesar de & parecer corrompida, pelo *ato de muitos n+oestarem observando a lei'?C

    O EXLIO

    /os tempos do episdio, a $abil%nia era bastante prspera6 possuaseus Bardins :uspensos, considerada uma das maravilhas do 9undo1ntigo#, a cidade tinha suas ruas as*altadas, possua grandiosos palcios,templos suntuosos' 4udo o que uma grande civili-a.+o podia produ-ir, lse encontrava nesta poca' :egundo Herdoto a cidade tinha cerca deK>N quil%metros quadrados, muralhas duplas, ?NN portas de bron-e sendo= de cada lado e o Mio Eu*rates passava pelo meio da cidade?'

    O povo levado cativo teve permiss+o para viver em col%nias, o queimpediu sua dispers+o total' 1 preocupa.+o evidente nos escritos dospro*etas contempor3neos em rela.+o ao exlio, di- respeito 8 perman7nciada identidade religiosa, tnica e cultural, mesmo longe da 4erra (rometida'Isso porque havia uma promessa, con*orme veremos a seguir, anunciadapelos prprios pro*etas, do retorno do povo' Qm retrato do in*ort;nio podeser percebido atravs do :almo a seguir6

    GBunto dos rios de $abil%nia, ali nos assentamos e choramos, quando nos lembramos de:i+o' :obre os salgueiros que h no meio dela, penduramos as nossas harpas'

    (ois l aqueles que nos levaram cativos nos pediam uma can.+oF e os que nosdestruram, que os alegrssemos, di-endo6 "antai)nos uma das can.0es de :i+o'

    "omo cantaremos a can.+o do :enhor em terra estranhaT

    :e eu me esquecer de ti, Berusalm, esque.a)se a minha direita da sua destre-a'

    :e eu n+o me lembrar de ti, apegue)se)me a lngua ao meu paladarF se eu n+o pre*erir

    Berusalm a minha maior alegria'''A:almo ?KS?

    O so*rimento evidenteF por certo havia saudades da ptria?S e dorito &udaico, havia a dor da perda' (orm, a generali-a.+o desta imagem perigosa, pois como & vimos, grande parte do povo & h muitoabandonara a religi+o' :endo assim, pouco importava estar ou n+o emBerusalm' Escritos dos pro*etas relatam que muitos adquiriram bens nanova terraF n+o eram escravos, eram apenas s;ditos, tinham liberdade deir e vir, construram casas, cultivaram planta.0es, praticavam o comrcio,tinham casas, *amlias e at escravos, alguns enriqueceram' (ortanto,pode)se imaginar uma certa indi*eren.a com rela.+o ao deslocamentogeogrfco'?>

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    A .)OFECIA

    Os pro*etas tinham papel *undamental neste contextoF mas paraalguns deles, o pre.o de ser mediador da vontade de

    Beremias levanta)se contra os pecados do povo e contra os abusosexercidos pelos reis de Bud, na Berusalm de antes do exlio' (redi-ia adestrui.+o da cidade e o cativeiro' (ara alguns prncipes ele *oiconsiderado um traidor, pois *a-ia por dividir a opini+o dos &udeus nosmomentos delicados das guerras' Joi enviado pelos sacerdotes para apris+o e mesmo sob tortura continuava acusando)os dos seus delitos' Joicondenado e condu-ido 8 morte, mas conseguiu *ugir com a a&uda dealguns amigos' Joi &ogado em um calabou.o de lama e depois trans*eridopara o palcio do rei, onde *oi encontrado por /abucodonosor quando esteinvadiu a cidade pela terceira ve-' /esta ocasi+o Beremias bem tratadopelo rei babil%nico, fcando isento das obriga.0es do exlio' 1lm disso, orei ordena para que cuidem dele e lhe concede livre arbtrio para decidiraonde ir'?D Beremias decide permanecer nos arredores, e /abucodonosornomeia um governador para a regi+o chamado 5edalias ) que aps uma

    conspira.+o assassinado, e com ele alguns &udeus' Os poucos que restaram, com medo de permanecerem na cidadeparcialmente destruda, decidem *ugir para o EgitoF v+o perguntar paraBeremias se deveriam ir e ele responde que n+o, que a ordem de

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    primeiros cativos em N a' "'' :eu livro relata que /abucodonosorseparou os mais nobres de Bud, para serem educados com osconhecimentos babil%nicos e para, em seguida, servirem)no em seupalcio' O livro conta diversas situa.0es di*ceis pelas quais passam os

    cativos, mostrando muito da cultura, costumes e peculiaridades destemomento na vida em $abil%nia' Outro importante pro*eta contempor3neoao cativeiro *oi E-equiel, que parece ter vivido exilado prximo ao rioWuebar, em terras mesopot3micas'==

    A.E)FEI*OA,ENO OU ASSI,ILA*+O CULU)AL/

    /+o admirvel que muitos &udeus tenham trans*erido suasadora.0es aos deuses de $abil%nia' (ara um povo preservar suaidentidade em sua prpria terra era *cil, mas quando conquistados, asrealidades mudavam e as in2u7ncias de outros deuses tornava estamanuten.+o uma tare*a complicada=K' (or certo o processo deassimila.+o cultural ocorreu, mas um remanescente permaneceu fel 8stradi.0es ) o que se percebe quando analisadas as medidas tomadas poraqueles que n+o se con*ormavam com a situa.+o, e que tinham comopromessa o retorno para Berusalm'

    erifcam)se atitudes tomadas, com positivo resultado, em prol dapreserva.+o religiosa6 apesar da indi*eren.a de muitos, torna)se notvel apreocupa.+o com o ensino da doutrina &udaica 8s *uturas gera.0es, dos

    nascidos em terras mesopot3micas' E provvel que muitos tenham ouvidoacerca da promessa de restaura.+o, e realmente tinham como meta esseretorno' :urgiu, portanto, a necessidade de se organi-ar estudos, ministraro ensino das leis, preocupar)se com a preserva.+o da lngua e da culturahebraica' Jalava)se o aramaico em $abil%nia, lngua tambm de origemsemita, porm distinta do hebraicoF que no entanto teve grandeassimila.+o por parte dos &udeus, & que documentos do sc' II e ? a' "'registram o uso do aramaico na (alestina'

    O 4emplo, antes elemento centrali-ador da religi+o, agora precisavade algo que o substitusse, e esse ensino, provavelmente, *oi o

    determinador de tal substitui.+o' 1 preserva.+o da Histria e da legisla.+oprecisava de grupos que as transmitissem e os mais velhos, por certo,eram usados para esse ensino'

    Essa tradi.+o *oi ensinada e pode ser considerada como as primeirasmani*esta.0es do que mais tarde tornaram)se as primeiras escolasrabnicas=C' 9uitos n+o sabiam ler, havendo assim a necessidade deuma padroni-a.+o desse ensino6 dessa necessidade surgem asexplica.0es orais e alguns comentrios escritos dessas explica.0es'=Essas orienta.0es, sculos mais tarde, *oram compiladas e evoluram parao que se chamou 4almudim ) catlogos de escritos, anota.0es, regras, leis

    tradicionais, necessrios tanto para as gera.0es *uturas que retornariam ecultuariam novamente a

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    produ-idos6 um *eito pelos cativos em $abil%nia, e outro pelos que fcaramem Berusalm' (or isso existem dois 4almudes ) os quais os &udeus atho&e, se ocupam em estudar' Os locais de reuni+o para essesensinamentos *oi o que posteriormente chamou)se de sinagogas, local que

    n+o substitua o 4emplo, mas que servia para o ensino da lei, da tradi.+o epara as insurgentes discuss0es'

    (ara alguns autores, em $abil%nia houve um aprendi-ado e umamelhora nas condi.0es de vida X o exlio representando um ensino quepoderia ser deixado para as gera.0es *uturas' (or exemplo, h quemencontre positividades no *ato de que at ent+o os &udeus n+o possuamcomo costume a profss+o de comerciantes, de mercadores, alguns textosbblicos re*erem)se ao comrcio como uma atividade despre-vel, tidocomo usura# e encontram na prtica comercial uma *orma desobreviverem longe de suas prprias produ.0es' "omo camponeses, em

    outras terras, teriam poucas chances de prosperarem'=S

    1pesar do cuidado que *oi tomado, as in2u7ncias das religi0esmesopot3micas f-eram com que o &udasmo adquirisse diversas *aces''

    O *ato que as medidas tomadas a partir do cativeiro provocam n+oum pre&u-o para a religi+o &udaica, mas um aper*ei.oamento, uma

    sofstica.+o das liturgias'=D

    AS .E)DAS

    9uito mais do que uma perda material, o cativeiro representou umaperda interna moral e individual na vida de muitos' 1lguns valores eramextremamente signifcativos para os &udeus6 os t;mulos dos antepassadoseram sagrados' /+o havia um culto propriamente dito, mas havia, alm danecessidade de se ter uma sepulturaKN, um grande respeito e 8 tradi.+ode se ser enterrado &unto ao t;mulo dos paisK? e na 4erra :anta#F deixartudo isso para tra-, para alguns, por certo representou uma perda'

    O que realmente representou, o *ato de estarem longe de suas terras,das vinhas e demais planta.0es, das heran.as dos pais, da tambmesplendorosa cidade de BerusalmT "omo entender porque aquilo estavaacontecendo diante de uma tradi.+o que in*ormava)lhes constantementesobre os milagres operados por

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    mediterr3nicos, a no.+o de ptria con*undia)se com tudo o que o cidad+opossua, seus cultos, seus antepassados, indo alm das suas possesmateriais' O exlio era o pior castigo que se poderia aplicar a umindivduoK=, e essa puni.+o *a-ia parte da legisla.+o de Israel, sendo

    aplicada para vrios delitos' emos isso em diversas passagens da lei&udaicaKK' O que parecia estar acontecendo agora, era que

    [;]:enaqueribe e :arg+o II empreendem diversas investidas

    [

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    [=]Me*' er II )eis=

    [>]@E *arei cessar nas cidades de Bud, e nas ruas de Berusalm' a vo- dego-o' e a OZ de alegria, a vo- do esposo e a vo- da esposaF porque a

    terra se tomar em desola.+oA Bcremias S6KC#'[?]er !a%en6a@es 3e Je&e%ias?6?N @Estendeu o adversrio a suam+o a todas as coisas mais preciosas delaF pois ela viu entrar no seusanturio os gentios' acerca dos quais mandaste que n+o entrassem natua congrega.+oA

    [1]er Le6i$o'

    [11]Rv ?D6=S' @/+o cortareis o cabelo, arredondando os cantos da vossacabe.a' nem danifcareis as extremidades da tua barba'''A

    [10]@'''a edi.+o' Rivraria "lssica' Risboa, sd'

    [1>]

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    BO:EJO, Jlvio' 5is67&ia 3os 5eb&eus' :+o (aulo 6 Ed' ) DS Beoiaquim, Mei de Bud

    N ) ? /abucodonosor na $abil%nia

    N ) (rimeiro "ativeiro de Bud, por motivo de rebeli+o contra osdominantes'

    NN ) :egunda rebeli+o contra $abil%nia

    DS ) Boaquim, Mei de Bud ) cerco de Berusalm ) :egundo "ativeiro

    DS ) > Zedequias, Mei de Bud

    D= ) SN (ro*eta E-equiel

    >> ) Outra revolta contra $abil%nia e incio do cerco da cidade

    > )

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    K> ) KN "iro II, Mei da (rsia )

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