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GRAZIELE DIAS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO ESTUDO DOS PROCESSOS PRODUTIVOS DA EMPRESA TIJUVEL TIJUCAS 2007 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

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GRAZIELE DIAS

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO

ESTUDO DOS PROCESSOS PRODUTIVOS DA EMPRESA TIJUVEL

TIJUCAS

2007

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

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GRAZIELE DIAS

Trabalho de Conclusão de Estágio

ESTUDO DOS PROCESSOS PRODUTIVOS DA EMPRESA TIJUVEL

Trabalho de conclusão de estágio

desenvolvido para o estágio

supervisionado do curso de

administração da Universidade do

Vale do Itajaí – UNIVALI – Centro de

Ciências Sociais Aplicadas Gestão –

CECIESA – Tijucas

Orientador: Prof. Luciano Dalla

Giacomassa

TIJUCAS

2007

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, que me deu força e resistência para traçar este caminho e

por todos os momentos da minha existência.

Meus agradecimentos à minha família, pelo afeto e palavras de conforto. Em

especial meus pais, Eder e Isaura, meus maiores mestres e eternos ídolos, por

terem me guiado para o caminho certo e me ajudado a enfrentar os desafios que nele

surgiram.

Ao meu namorado Fábio, pela paciência, pelo consolo nas horas difíceis, pelo

carinho, compreensão e amor.

Agradeço aos meus amigos que de alguma maneira se interessaram, e

torceram pelo meu sucesso, aos colegas de curso, principalmente minhas amigas

Priscila, Juliana e Neiva pelo companheirismo, pelas alegrias multiplicadas e aflições

divididas durante estes anos.

Ao meu tio Antonio pela ajuda que foi de suma importância para que eu

pudesse realizar este trabalho.

Gostaria de agradecer a todos os meus professores, que estimularam meu

aprendizado, repassando grandes e valiosos conhecimentos. Agradeço ao meu

professor orientador, Luciano Dalla Giacomassa, pela colaboração, pelos

ensinamentos, e pelo esforço desprendido no intuito de tornar possível esta conquista.

Enfim, a todos que, direta ou indiretamente, com um sorriso, um exemplo ou

apenas um silêncio, me ajudaram a transpor mais esta etapa da minha vida.

Muito Obrigada!

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O valor das coisas não está no tempo

que elas duram, mas na intensidade com

que acontecem. Por isso existem

momentos inesquecíveis, coisas

inexplicáveis e pessoas incomparáveis.

Fernando Pessoa

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EQUIPE TÉCNICA

a) Nome do Estagiário

Graziele Dias

b) Área de Estágio

Administração Geral

c) Supervisor de campo

Antônio Luiz Dias

d) Orientador de Estágio

Prof° Luciano Dalla Giacomassa

e) Responsável pelos Estágios em Administração

Profª Jaqueline de Fátima Cardoso

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

a) Razão social

TIJUVEL Manutenção de Veículos LTDA

b) Endereço

Rua Pedro Andriani, nº. 235 – Joáia – Tijucas/SC

c) Setor de desenvolvimento do estágio

Administração Geral

c) Duração do estágio

240 horas

d) Nome e cargo do orientador de campo

Antônio Luiz Dias – Sócio

e) Carimbo e visto da empresa

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AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

TIJUCAS, 06 DE NOVEMBRO DE 2007

A empresa TIJUVEL MANUTENÇÃO DE VEÍCULOS LTDA, pelo presente

instrumento, autoriza a Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI – Campus III – SC, a

publicar, em sua biblioteca, o Trabalho de Conclusão de Estágio executado durante

o Estágio Supervisionado, pela acadêmica GRAZIELE DIAS.

________________________________

Antônio Luiz Dias

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RESUMO

Uma organização para sobreviver num ambiente altamente competitivo como o que se apresenta atualmente, deve ter como foco uma gestão direcionada para a satisfação dos clientes. Para isso, deve moldar seus processos de maneira a atender as necessidades dos clientes, mantendo sua produtividade e lucratividade. O estudo dos processos de produção é essencial para a organização, pois se eles não estiverem alinhados com os anseios dos clientes podem resultar em um produto que não lhes satisfaça, originando prejuízos à empresa. Deste modo, optou-se por realizar um estudo dos processos produtivos da empresa Tijuvel, descrevendo seus principais processos, sugerindo indicadores e identificando pontos de possíveis melhorias. A tipologia utilizada foi uma avaliação formativa e a abordagem utilizada foi qualitativa. Os dados coletados foram primários e secundários. Para o levantamento dos dados primários foi utilizada a observação participante e os dados secundários foram obtidos através de documentos da empresa. Por se tratar de um trabalho qualitativo, após coletados os dados, procurou-se interpretá-los, buscando a coesão entre os mesmos e suas possíveis relações com os objetivos do trabalho. Pelo estudo realizado, entende-se que a empresa ainda possui muitas possibilidades de crescimento, e que o estudo dos processos poderá acarretar uma produção mais rápida e um serviço diferenciado, com qualidade superior, destacando-se dos concorrentes. PALAVRAS-CHAVE: Processo Produtivo, Melhorias, Indicadores.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1 - Princípios da economia de movimentos............................................. 27

Figura 1 - Simbologia do fluxograma vertical. ...................................................... 29

Figura 2 - Simbologia do fluxograma parcial ou descritivo ................................... 30

Figura 3 - Simbologia do fluxograma global ou de coluna.................................... 30

Figura 4 - Diagrama de fluxo de informações para a central de atendimento de uma

companhia fornecedora de energia elétrica .................................................. 31

Figura 5 - Símbolos para diagrama de fluxo de processo .................................... 32

Figura 6 - Exemplo de um diagrama de fluxo de processo para um dia de atividades

nas férias....................................................................................................... 33

Figura 7 - Os critérios da avaliação da qualidade do serviço. .............................. 35

Figura 8 - Organograma da Estrutura atual da Tijuvel.......................................... 51

Figura 9 - Diagrama de fluxo de processo – entrada, orçamento, e desmontagem do

veículo........................................................................................................... 54

Figura 10 - Diagrama de fluxo de processo – recuperação das peças danificadas e

preparação da tinta. ...................................................................................... 56

Figura 11 - Diagrama de fluxo de processo – preparação e pintura..................... 57

Figura 12 - Diagrama de fluxo de processo – montagem e entrega do veículo ... 58

Quadro 2 - Proposta de indicadores para o processo produtivo. ......................... 64

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................12

1.1 Objetivo Geral ................................................................................................12 1.2 Objetivos específicos ....................................................................................13

1.3 Justificativa ....................................................................................................13

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................14

2.1 Conceito de Administração ..........................................................................14 2.2 Administração Financeira .............................................................................14 2.3 Recursos Humanos .......................................................................................15 2.4 Organização, Sistema e Métodos.................................................................16

2.5 Marketing........................................................................................................16 2.6 Produção ........................................................................................................19

2.6.1 Evolução histórica da Administração da Produção ...................................19

2.6.2 Planejamento e controle de Produção - PCP............................................20

2.6.3 Métodos e Procedimentos.........................................................................21

2.6.3.1 O ciclo PDCA......................................................................................22

2.6.4 Processos..................................................................................................22

2.6.5 Rotinas ......................................................................................................23

2.6.6 Responsabilidades e Tarefas....................................................................24

2.6.7 Arranjo físico ou Layout.............................................................................25

2.6.8 Posto de trabalho – aspectos ergonômicos ..............................................26

2.6.9 Fluxograma ...............................................................................................28

2.6.9.1 Simbologia de fluxograma ..................................................................29

2.6.9.2 Diagramas de fluxo.............................................................................31

2.6.10 Qualidade................................................................................................34

2.6.10.1 Qualidade em Serviços.....................................................................34

2.6.10.2 O modelo dos cinco Gaps.................................................................36

2.6.11 Manutenção.............................................................................................36

2.6.12 Melhoria da Produção .............................................................................38

2.6.12.1 Abordagens de melhoramentos........................................................39

2.6.13 Benchmarking .........................................................................................39

2.6.14 Indicadores..............................................................................................40

2.6.15 Características dos serviços....................................................................41

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2.6.16 Planejamento da produção em serviços .................................................43

2.6.16.1 Regras de seqüenciamento ..............................................................43

2.6.17 Tendências no setor de serviços.............................................................44

3 MÉTODO...............................................................................................................46

3.1 Delineamento .................................................................................................46 3.2 Participantes ..................................................................................................46 3.3 Coleta de dados .............................................................................................46 3.4 Análise de dados ...........................................................................................47

4 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA.....................................................................48

5 PROCESSOS DA EMPRESA................................................................................50

5.1 Financeiro.......................................................................................................50

5.2 Recursos Humanos .......................................................................................50 5.3 Marketing........................................................................................................52 5.4 Produção ........................................................................................................53

5.4.1 Entrada do Veículo....................................................................................53

5.4.2 Orçamento.................................................................................................53

5.4.3 Desmontagem do veículo..........................................................................54

5.4.4 Funilaria ....................................................................................................55

5.4.5 Laboratório de Pintura...............................................................................55

5.4.6 Preparação da Pintura ..............................................................................56

5.4.7 Pintura.......................................................................................................57

5.4.8 Montagem do veículo ................................................................................58

5.4.9 Entrega do Veículo....................................................................................58

5.4.10 Ordem de Serviço ...................................................................................59

5.4.11 Prazo de entrega.....................................................................................59

5.4.12 Clientes finais ..........................................................................................59

5.4.13 EPI’s........................................................................................................60

5.4.14 Qualidade................................................................................................60

5.4.15 Layout .....................................................................................................60

5.4.16 Aspectos Ergonômicos............................................................................61

6 INDICADORES PARA O PROCESSO PRODUTIVO............................................62

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7 SITUAÇÕES PROBLEMA NO PROCESSO PRODUTIVO DA EMPRESA ..........65

7.1 Falta de aderência da tinta automotiva........................................................65 7.2 Falha no isolamento das áreas não pintadas..............................................65 7.3 Erro na confecção da tinta automotiva........................................................66 7.4 Perda de peças desmontadas do veículo....................................................66

7.5 Montagem de peças com defeito do fornecedor.........................................66 7.6 Falta de acuracidade no estoque de ferramentas e componentes químicos...............................................................................................................67 7.7 Polimento em excesso ..................................................................................67 7.8 Baixa produtividade dos funcionários.........................................................67 7.9 Reclamações dos clientes na demora da entrega do serviço ...................68

8 SUGESTÕES DE MELHORIAS PARA AS SITUAÇÕES PROBLEMA IDENTIFICADAS NO PROCESSO PRODUTIVO.....................................................69

8.1 Falta de aderência da tinta automotiva........................................................69 8.2 Falha no isolamento das áreas não pintadas..............................................69

8.3 Erro na confecção da tinta automotiva........................................................70 8.4 Perda de peças desmontadas do veículo....................................................71 8.5 Montagem de peças com defeito do fornecedor.........................................72 8.6 Falta de acuracidade no estoque de ferramentas e componentes químicos...............................................................................................................72

8.7 Polimento em excesso ..................................................................................73 8.8 Baixa produtividade dos funcionários.........................................................73 8.9 Reclamações dos clientes na demora da entrega do serviço ...................75 8.10 Outras sugestões.........................................................................................76

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................78

10 REFERÊNCIAS....................................................................................................80

APÊNDICES .............................................................................................................84

ANEXOS ...................................................................................................................88

ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS ...................................................................107

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1 INTRODUÇÃO

O cenário atual exige uma rápida adequação das empresas ao ambiente

competitivo. Em função de vários fatores, entre ele a globalização e os avanços

tecnológicos, as organizações são obrigadas a enfrentar as mudanças de forma ágil

para defender seu espaço no mercado.

Os consumidores estão cada vez mais informados e exigentes. As empresas

não podem mais projetar produtos, desenvolver processos, elaborar mensagens de

marketing com pouca ou nenhuma interferência dos consumidores. Estes agora

querem influenciar e interagir com as empresas e seus produtos. Neste ambiente, a

busca por vantagens competitivas é um fator de sobrevivência e sucesso.

As organizações precisam ser orientadas pelo mercado, buscando apresentar

benefícios que atendam os desejos e necessidades dos clientes de maneira mais

completa e eficaz que a concorrência. Com este objetivo, os processos produtivos

precisam ser constantemente avaliados, de modo a agregar ao produto o valor que o

cliente realmente deseja. Assim como os processos produtivos, todas as outras

rotinas da empresa precisam estar de acordo com as expectativas do consumidor e

serem flexíveis às variações do mercado.

Também com esta preocupação, a empresa Tijuvel, localizada na cidade de

Tijucas, atua no mercado de reparação automotiva, atendendo toda uma linha de

veículos nacionais e importados. Há dez anos é especializada em reparo de colisão,

pintura e acabamentos, e os clientes provêm em sua maioria do credenciamento

com importantes empresas seguradoras de veículos.

Diante desse contexto, para não apenas atender as expectativas, e sim

surpreender os clientes com a qualidade dos serviços prestados, a empresa carece

de um estudo de seus processos produtivos para assim verificar possíveis

melhorias.

1.1 Objetivo Geral

Realizar um estudo descritivo dos processos de produção da empresa Tijuvel.

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1.2 Objetivos específicos

- Identificar as atividades da empresa;

- Descrever os processos da empresa;

- Propor indicadores para os processos produtivos;

- Identificar situações problema no processo produtivo da empresa;

- Apresentar sugestões de melhorias para essas situações.

1.3 Justificativa

A sobrevivência e o crescimento do negócio dependem do aprimoramento

dos processos, antecipando-se e reagindo tanto às iniciativas da concorrência,

quanto às novas necessidades e exigências dos clientes.

O estudo dos processos relativos à produção da empresa Tijuvel pode ser de

fundamental importância, pois poderá auxiliar no aperfeiçoamento dos mesmos e na

implementação de melhorias. Em virtude de ser uma empresa prestadora de

serviços, que é um segmento em grande expansão, este trabalho pode oferecer a

empresa grandes projeções de crescimento no mercado de reparações automotivas,

visando também importantes parcerias com empresas seguradoras, que é

atualmente a principal fonte de faturamento da empresa.

Visto que a empresa ainda não possui nenhum estudo nesse sentido, este

trabalho torna-se inédito. A viabilidade do mesmo se deve ao fato de a empresa ter

se colocado à disposição para oferecer todas as informações necessárias para que

possam ser averiguadas e analisadas.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para a realização deste trabalho, faz-se necessário um estudo geral da

administração que evidencie suas principais áreas e dê destaque àquilo que é de

importância para o trabalho. A seguir, ressaltam-se os temas abordados, a partir do

estudo dos diversos autores relacionados à área.

2.1 Conceito de Administração

Neste ambiente de alta concorrência, de consumidores exigentes, em que o

fator qualidade deixa de ser um diferencial para se tornar um requisito básico dos

produtos, uma boa administração é imprescindível para o alcance de resultados

satisfatórios.

Segundo Maximiano (1995, p. 03), “a administração é o processo que tem como

finalidade garantir a eficiência e a eficácia de um sistema”.

Para Kwasnicka (1993), administrar é um processo interativo pelo qual o

administrador, cria, dirige, mantém, opera e controla uma organização, buscando a

obtenção de resultados específicos.

Já para Drucker (1998), a administração, como quase todo o aspecto da vida é

sistêmico. A organização depende de seus administradores para alcançar seus

objetivos, satisfazer suas necessidades e responsabilidades. Somente com o

trabalho bem executado pelos administradores, a empresa alcançará suas metas. A

administração e os administradores constituem necessidades específicas de todas

as entidades, da menor à maior.

2.2 Administração Financeira

A administração financeira é a área de uma empresa na qual são tomadas as

decisões em relação ao controle de ganho ou lucratividade da empresa. Sem capital

não se pode realizar as operações do dia-a-dia, desenvolver novos projetos,

investimentos e muitas outras funções.

Conforme Hoji (2000), administração financeira é uma função relativa ao

planejamento, captação, orçamento e gestão de recursos financeiros, incluindo os

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registros contábeis das operações realizadas nas empresas. O autor destaca a

importância de analisar, planejar e controlar as finanças, coordenando, monitorando

e avaliando todas as atividades da empresa por meio dos dados financeiros.

É uma área fundamental em qualquer empresa, pois, segundo Gitman (1997),

ela envolve todo o capital da empresa e se as decisões de investimento forem ruins,

o negócio não terá sucesso.

De acordo com Kwasnicka (1993), a administração financeira é o processo

decisório e a ação que afeta diretamente a valorização do negócio.

2.3 Recursos Humanos

As organizações funcionam por intermédio das pessoas, e a administração de

RH produz profundo impacto nas pessoas e nas próprias organizações. A maneira

como as pessoas são geridas é um aspecto fundamental no ambiente de

competitividade organizacional.

Chiavenato (1999) comenta que a administração de recursos humanos é o

meio pelo qual a empresa lida com seus funcionários e busca atingir os objetivos da

organização e conseqüentemente, os objetivos de cada funcionário. É como uma

troca de favores, a organização ajuda na realização profissional e as pessoas

trabalham para cumprir a missão da organização.

De acordo com Milkovich e Boudreau (2000), o modo como as pessoas são

administradas faz a diferença, e conhecer as habilidades e as experiências de cada

funcionário é de suma importância para decidir a abordagem de trabalho a ser

aplicada.

Os cinco processos básicos na gestão de pessoas, segundo Chiavenato

(2002), são: prover, aplicar, manter, desenvolver e monitorar.

Provisão: Procura quem irá trabalha na organização. Ex: pesquisa de

mercado, recrutamento e seleção de pessoas.

Aplicação: Define o que as pessoas farão na organização. Ex: integração de

pessoas, descrição e análise de cargos e avaliações de desempenho.

Manutenção: Pretende manter as pessoas trabalhando na organização. Ex:

remuneração e compensação, benefícios e serviços sociais, higiene e

segurança no trabalho.

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Desenvolvimento: Prepara e desenvolve as pessoas. Ex: treinamento e

desenvolvimento organizacional.

Monitoração: controlar o que são e o que fazem as pessoas. Ex: banco de

dados, controles de freqüência, produtividade e balanço social.

Esses processos são intimamente inter-relacionados e interdependentes, e

qualquer alteração em um deles provoca influência sobre os demais.

Complementando a idéia anterior, para Kwasnicka (1993) a área de recursos

humanos prepara, adapta, desenvolve e incorpora os funcionários para adequarem-

se ao cargo de que a organização necessita.

2.4 Organização, Sistemas e Métodos

Outra abordagem que se destaca na administração é organização, sistema e

métodos (OSM).

Segundo Oliveira (1991), organização é o estudo cuidadoso da estrutura

organizacional da empresa para que esta seja bem definida e possa atender as

necessidades e alcançar os objetivos estabelecidos pela empresa. Sistema é um

conjunto de atividades interligadas de forma que todas estejam em uma relação

direta, possibilitando uma atuação conjunta. E método é o caminho ordenado e

sistemático para se chegar a um fim. .

De acordo com Alvarez (1990), OSM é a função de planejamento e

organização que se desenvolve na construção da estrutura de recursos e de

operações de uma empresa, bem como na determinação e definição dos

procedimentos, rotinas ou métodos, para se obter a minimização dos esforços e a

maximização dos resultados.

2.5 Marketing

O entendimento do conceito de marketing, bem como de sua função, é de

grande importância para todas as organizações. Para Kotler e Armstrong (2003, p.

03), marketing pode ser definido como “um processo administrativo e social pelo

qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam, por meio da criação,

oferta e troca de produtos e valor com os outros”.

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Segundo Levitt (1990), o marketing busca atender as necessidades do

comprador, ou seja, preocupa-se com a idéia de satisfazer as necessidades do

consumidor com o produto.

Ainda quanto ao que é Marketing, este corresponde a: Uma atividade humana dirigida a satisfazer as necessidades e desejos através de um processo de troca que respeite os recursos naturais exauríveis, buscando o aprimoramento da qualidade de vida das pessoas (COBRA, 1993, p. 26).

O marketing deve estar completamente impregnado na organização, afinal ele

não é uma função específica e sim uma forma de fazer negócios. Conforme Las

Casas (1991), o marketing engloba todas as atividades referentes às relações de

troca, buscando satisfazer os desejos e as necessidades dos consumidores, levando

em conta o meio ambiente de atuação e o impacto que este causa na sociedade,

visando sempre alcançar os objetivos da organização.

A empresa, para ter estratégia clara de marketing, precisa planejar os

detalhes do seu mix de marketing, que, conforme Kotler e Armstrong (2003, p. 47),

“pode ser definido como um conjunto de ferramentas de marketing táticas e

controláveis que a empresa utiliza para produzir a resposta que deseja no mercado-

alvo”.

Essas ferramentas, também segundo Kotler e Armstrong (2003) podem ser

agrupadas em quatro grupos de variáveis conhecidas como os 4Ps: produto, preço,

praça e promoção.

Produto: É algo que possa ser oferecido a um mercado para

apreciação, aquisição, uso ou consumo e para satisfazer um desejo ou

uma necessidade do consumidor. Os produtos de consumo podem ser

classificados como produtos de conveniência, aqueles que o

consumidor compra com freqüência e rapidez e geralmente têm preço

baixo e distribuição ampla. Existem também os produtos de compra

comparada, que são comprados com menor freqüência e, antes da

compra, o consumidor compara cuidadosamente itens como qualidade,

adequação, preço e estilo. Os produtos de especialidade são produtos

ou serviços que possuem características singulares, fidelidade à

marca, preço alto e distribuição exclusiva. Por último, temos os

produtos não procurados, dos quais o consumidor possui pouca

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conscientização e conhecimento e, quando conhece, não há interesse

em comprar.

Preço: é a quantia em dinheiro que é cobrada por um produto ou

serviço, ou a soma dos valores que os consumidores trocam pelo

benefício de obter ou utilizar um produto ou serviço. O estabelecimento

do preço pode ser baseado em custos, baseado no valor ou baseado

na concorrência.

Praça: envolve as atividades da empresa que tornam o produto

disponível aos consumidores-alvos. Os canais de distribuição podem

ser canais de marketing direto, não possuindo nenhum intermediário,

ou indireto, possuindo um ou mais níveis intermediários.

Promoção: envolve as atividades que comunicam os pontos fortes dos

produtos e convencem os clientes-alvo a comprá-los. As mais

importantes ferramentas de promoção são cinco: a promoção de

vendas, que são incentivos de curto prazo para estimular a compra ou

a venda de um produto ou serviço. A propaganda, que é qualquer

forma paga de apresentação e promoção não pessoal de idéias, bens

ou serviços por um patrocinador identificado. As relações públicas, que

consistem no desenvolvimento de boas relações com os diversos

públicos da empresa para obtenção de publicidade favorável. A venda

pessoal, que corresponde à apresentação pessoal feita pela força de

vendas da empresa com o propósito de concretizar negócios e

desenvolver relacionamentos com clientes. E, por último, o marketing

direto, que são contatos diretos com consumidores individuais,

cuidadosamente definidos como alvo, com o objetivo de cultivar

relacionamentos duradouros.

As ferramentas dos 4Ps também servem para os serviços, pois eles não

deixam de ser produtos, são chamados de produtos de serviços. Os clientes não

estão interessados apenas no preço e, sim, nos custos totais de obtenção e

utilização dos bens ou serviços, querendo que os mesmos sejam os mais

convenientes possíveis.

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2.6 Produção

A função produção é o centro das organizações, pois é nela que a empresa

produz seus bens e serviços, que são a razão de sua existência.

Segundo Slack et al (1996), a função da produção representa a reunião de

recursos destinados à produção de seus bens e serviços. Qualquer organização

possui uma função produção, mesmo que às vezes não tenha esse nome.

Para Oishi (1995), a produção é qualquer processo ou procedimento que tem

por objetivo transformar um conjunto de entradas (matéria-prima) em um conjunto

específico de saídas (produto).

Para os objetivos deste trabalho, foi utilizado o conceito de Slack et al (1996)

que trata produção como qualquer processo de transformação que dá origem ao um

bem ou serviço.

A essência do processo de produção é a forma como as informações e os

materiais fluem na empresa. De acordo com Zacarelli (1990), a produção requer

habilidades administrativas, conhecimento e entendimento dos processos de

manufatura e envolve fluxo de materiais e informações. Esses fluxos devem ser

utilizados da melhor maneira possível, visando controlar o processo produtivo.

2.6.1 Evolução histórica da Administração da Produção

A função produção acompanha o homem desde sua origem, quando ele

começou a realizar um conjunto de atividades que levavam à transformação de um

bem tangível em um outro com maior utilidade.

Conforme Martins e Laugeni (2006), quando o homem polia a pedra a fim de

transformá-la em um utensílio mais eficaz, estava executando uma atividade de

produção, porém não existia comércio de ferramentas, ou seja, os utensílios eram

utilizados somente por quem os produzia.

Mais tarde surgiram os primeiros artesãos, pessoas que se revelavam

extremamente habilidosas na produção de certos bens e os faziam conforme

solicitação e especificação de terceiros, dando início à primeira forma de produção

organizada. A produção artesanal entrou em decadência com o advento da

Revolução Industrial e a descoberta da máquina a vapor. Com ela os artesãos que

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trabalhavam em suas próprias oficinas, começaram a ser agrupados nas primeiras

fábricas, o que trouxe algumas exigências como a padronização dos produtos e

seus processos de fabricação, o treinamento e a habilitação de mão-de-obra direta,

a criação e o desenvolvimento de quadros gerenciais e de supervisão e, por último,

o desenvolvimento de técnicas de planejamento e controle financeiros, da produção

e de técnicas de vendas.

A produção em massa aumentou de maneira incrível e a produtividade e a

qualidade tornaram-se bem mais uniformes. Ao longo desse processo, cresceu a

importância da figura do consumidor e sua satisfação, o que leva a empresa a se

atualizar sempre com novas técnicas de produção cada vez mais eficazes, eficientes

e de alta produtividade.

2.6.2 Planejamento e controle de Produção - PCP

Qualquer operação produtiva precisa de planos e controles, pois nela existe

alto nível de imprevisibilidade, que requer dos administradores um estudo das

variáveis antes de iniciar qualquer produção.

Por causa disso, é que dentro da área da produção está o planejamento e o

controle da produção que, segundo Slack et al (1996, p. 318), é a atividade de

“gerenciar as atividades da operação produtiva de modo a satisfazer a demanda dos

consumidores”.

Conforme Pires (1995), planejamento e controle de produção é um conjunto

de atividades gerenciais a serem executadas e que são fundamentais para a

concretização da produção de um produto.

Muitos autores já tratam como PPCP (Planejamento, programação e controle

de produção) que, segundo Martins e Laugeni (2006), correspondem a uma função

que vai desde o planejamento até o gerenciamento e controle de suprimentos de

matérias e atividades de processo de uma empresa, a fim de que produtos

específicos sejam produzidos por métodos específicos para atender a um programa

de venda preestabelecido. Ela deve informar a situação corrente dos recursos

(pessoas, equipamentos, instalações, materiais) e das ordens (de compra e de

produção). Essas informações devem estar atualizadas e disponíveis tanto aos

clientes como ao chão-de-fábrica.

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De acordo com Moreira (1998), depois de definidos quais produtos e quanto

de cada um será produzido, inicia então o problema de programar e controlar a

produção para que tudo saia conforme o desejado. Os objetivos da programação da

produção são os seguintes:

Permitir que os produtos tenham a qualidade especificada;

Fazer com que máquinas e pessoas operem com os níveis desejados de

produtividade;

Reduzir os estoques e os custos operacionais;

Manter ou melhorar o nível de atendimento ao cliente.

Existe uma diferença entre planejamento e controle. Para Slack et al (1996), o

primeiro se refere a um plano, que é uma formalização do que se pretende que

aconteça, mas não garante que o evento vá realmente acontecer. Há diferentes

variáveis que podem tornar o plano não executável. Já o controle, é o processo de

lidar com essas variáveis. O controle faz os ajustes que permitem que a operação

atinja os objetivos que o plano estabeleceu.

Algumas operações requerem um cronograma detalhado, mostrando quando

os trabalhadores devem começar e quando eles devem terminar. Isso é um

programa. Segundo Slack et al (1996), a programação é uma das tarefas mais

complexas no gerenciamento da produção, pois os programadores têm de lidar com

diversos tipos diferentes de recursos simultâneos.

A programação e o controle da produção podem reduzir o potencial de

insatisfação do consumidor, pois evita que algo aconteça fora do esperado,

atendendo todos os requisitos inicialmente negociados com o cliente.

2.6.3 Métodos e Procedimentos

O estudo dos métodos e procedimentos pode auxiliar o desenvolvimento de

seqüências operacionais mais simples e eficazes, proporcionando maior rendimento

com menos esforço. Campos (1999) mostra que método é uma palavra de origem

grega, que significa caminho para se chegar a um ponto além do caminho.

Na visão de Luporini e Pinto (1995, p.25), “método é um conjunto de

procedimentos ordenados e lógicos para obter-se a melhor performance

operacional”.

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Já para Lacombe (2004, p.212), “método é um procedimento, técnica ou

processo utilizado para alcançar fins determinados.”

Também para Lacombe (2004), procedimentos são formas de atuação onde

são estabelecidos critérios predeterminados e detalhados para orientar decisões.

Esses critérios devem ser definidos por normas próprias, e todos os procedimentos

devem ser coerentes com os objetivos principais e as políticas da empresa.

2.6.3.1 O ciclo PDCA

O ciclo PDCA é um método para o controle de processos. Campos (1999)

mostra o Ciclo PDCA (Plan, Do, Chek, Action), composto por quatro fases básicas:

Planejamento: Consiste em estabelecer metas sobre os itens de controle e a

maneira para se atingir essas metas;

Execução: É a execução de tarefas exatamente como foi prevista no plano e

coleta de dados para a verificação dos processos;

Verificação: Compara-se o resultado alcançado com a meta planejada;

Atuação corretiva: É a etapa para fazer as correções definitivas dos desvios

identificados para que o problema não volte mais a acontecer.

Para a organização se tornar competitiva, todos os membro devem ser exímios

solucionadores de problemas. E essa é uma arma muito importante da alta direção

para melhorias e para a realização das diretrizes da empresa.

2.6.4 Processos

A definição dos processos auxilia na estruturação da organização. Conforme

Dellaretti e Drumond (1994), processo é um conjunto de causas tendo como objetivo

produzir um efeito, que será o produto do processo. Dentro de uma organização,

cada pessoa produz alguma coisa que resulta em um efeito, no entanto, cada

pessoa opera um processo.

Cury (2000) define processo como uma série de tarefas ou etapas que

recebem insumos (materiais, informações, métodos) e geram produtos ou serviços

com valor agregado.

Complementando a idéia anterior:

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Processo é a forma pela qual um conjunto de atividades cria, trabalha ou transforma insumos com a finalidade de produzir bens ou serviços, que tenham qualidade assegurada, para serem adquiridos pelos clientes (CRUZ, 1998, p.84).

Mapear os vários processos na organização se torna necessário a fim de

apurar suas realizações nas diversas tarefas configuradas na organização. Para isto,

deve-se adotar o desdobramento dos macro-processos nos vários grupos de tarefas

e atividades executados na organização, subdividindo em subprocessos para poder

escolher aquele que deve ser melhorado ou redesenhado.

Takashina e Flores (1996) ressaltam que todo processo é subprocesso de um

processo maior e, por sua vez, todo processo pode ser dividido sucessivamente em

subprocessos até chegar ao nível de tarefa individual.

Chiavenato (2000) assegura que repensar fundamentos e reestruturar

radicalmente os processos empresariais visando alcançar melhorias no desempenho

de custos, qualidade, atendimento e velocidade são meios que garantem à

organização minimizar seus gastos e maximizar seus ganhos.

Os processos precisam ser analisados tendo como base promover a

satisfação das pessoas. Dellaretti e Drumond (1994, p.16) comentam sobre este

assunto e afirmam que “um processo existe numa empresa, se ela tiver, pelo menos,

um cliente, assim sendo ele tem os mesmos objetivos da empresa, em particular:

produzir um produto que tenha a preferência do cliente”.

2.6.5 Rotinas

Para avaliar cada processo de uma organização é necessário que sejam

conhecidas as rotinas que o envolvem. Para Cruz (1998), rotina é a descrição de

como as pessoas interagem dentro das empresas, ou entre elas e os clientes.

O gerenciamento da rotina é à base da administração da empresa, devendo

ser conduzida com o máximo cuidado. Segundo Campos (1998, p. 21), o

gerenciamento da rotina do trabalho do dia-a-dia são “ações e verificações diárias

conduzidas para que cada pessoa possa assumir as responsabilidades no

cumprimento das obrigações conferidas a cada indivíduo e a cada organização”.

Campos (1998) também comenta que não existe um método rígido de

melhoria do gerenciamento da rotina. Cada empresa é diferente, tem uma cultura

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diferente, então é preciso ir trabalhando simultaneamente na padronização, nos

itens de controle e na eliminação de anomalias.

Segundo Cury (2000), existem quatro etapas distintas no levantamento das

rotinas. A primeira é a revisão de literatura, que compreende a identificação, coleta e

análise de todos os instrumentos escritos internos e externos; a segunda é o

questionário utilizado na eminência de tempo para serem aplicadas entrevistas; e a

terceira é relacionada com a entrevista que busca resgatar as informações que estão

contidas na memória das pessoas.

O verdadeiro objetivo em estudar as rotinas é o de garantir que o processo

seja ágil, definido, e com o intuito de assegurar os limites de decisão dentro dos

princípios que não permitam a ineficiência e ineficácia de todo o processo.

Conclui-se então que o gerenciamento da rotina deve ser conduzido de forma

a proporcionar o melhoramento contínuo na empresa, e deve ser gerenciada a nível

individual por todas as pessoas, desde o presidente até o operador. Todos devem

gerenciar a rotina de seu próprio processo.

2.6.6 Responsabilidades e Tarefas

Na divisão do trabalho das organizações, dois conceitos devem ficar bem

definidos: responsabilidades e tarefas. Para Lacombe (2004), tarefa é uma atividade

ou qualquer ação rotineira e simples executada pelas pessoas de uma organização.

Segundo Maximiano (1995), responsabilidades são deveres ou obrigações

em relação a resultados. Elas são abrangentes e conceituais, indicam grandes

compromissos e definem os problemas que o ocupante de um cargo deve resolver.

Assumir uma responsabilidade significa garantir que o resultado será atingido e

responder pelas conseqüências das atividades e decisões.

No entanto, embora os conceitos de responsabilidades e tarefas estejam

intimamente ligados, são as tarefas que permitem a realização das

responsabilidades. Tarefas são atividades operacionais que os gerentes podem

realizar individualmente ou junto com outras pessoas. Elas são mais específicas e

operacionais e indicam atividades intelectuais ou físicas.

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2.6.7 Arranjo físico ou Layout

O arranjo físico seria uma das primeiras coisas que as pessoas notam quando

entram pela primeira vez em uma unidade de operação. Segundo Slack et al (1996),

o arranjo físico de uma operação produtiva preocupa-se com a localização física dos

recursos de transformação. É definir onde colocar todas as instalações, máquinas,

equipamentos e pessoal da produção. Ele determina a forma e aparência de uma

unidade produtiva e como os recursos transformados fluem através da operação.

Cury (2000) conceitua que layout corresponde ao arranjo dos diversos postos

de trabalho nos espaços existentes na organização. Além da arrumação de móveis,

máquinas, equipamentos e matérias-primas, o layout se preocupa também com a

melhor adaptação das pessoas ao ambiente de trabalho, conforme a natureza da

atividade desempenhada.

Por sua vez, Rocha (1995) afirma que layout é a disposição física de

máquinas, postos de trabalho, equipamentos, homens, áreas de circulação e tudo

mais que ocupa espaço na fábrica. Eles devem ser distribuídos de forma a otimizar o

ambiente de trabalho e maximizar o desempenho da produção.

De acordo com Slack et al (1996), existem quatro tipos básicos de arranjo

físico:

Arranjo físico posicional: Os recursos transformadores se movem entre os

recursos transformados. Isso acontece quando o produto ou serviço é muito

grande ou delicado para ser movido de forma conveniente.

Arranjo físico por processo: Mantém todos os processos similares ou

processos com necessidades similares juntos. Os materiais e as pessoas

movem-se de um centro a outro de acordo com a necessidade. Os diferentes

tipos de recursos percorrerão seus roteiros de acordo com suas necessidades

de processamento. Na indústria, esse tipo de arranjo físico indica que as

máquinas de uma mesma função são agrupadas em departamentos e o

produto caminha até a máquina adequada à próxima operação. Assim um

mesmo grupo de máquinas serve a produtos diferenciados, aumentando a

flexibilidade do sistema a mudanças no projeto do produto e/ou processo.

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Arranjo físico celular: Os recursos necessários para uma classe particular de

produtos são agrupados juntos de alguma forma, onde os recursos

transformadores necessários para atender suas necessidades se encontram.

Depois de serem processados na célula, os recursos transformados podem

prosseguir para outra célula.

Arranjo físico por produto: Os recursos de transformação estão configurados

na seqüência específica para a melhor conveniência do produto ou do tipo de

produto. Este tipo de arranjo físico também é chamado de arranjo físico em

“fluxo” ou em “linha”.

Muitas operações combinam elementos de alguns ou de todos os tipos

básicos de arranjo físico, ou usam tipos de arranjo físico de forma “pura”, em

diferentes partes da operação. Nesse caso, são chamados de arranjos físicos

mistos.

2.6.8 Posto de trabalho – aspectos ergonômicos

O trabalho e o local de trabalho devem se adequar ao homem, e não o

contrário. Devem-se analisar quais as características do posto de trabalho e as

condições do ambiente de trabalho.

Conforme Martins e Laugeni (2006), existem 22 regras básicas dos princípios

da economia de movimentos, conforme tabela abaixo:

Princípios para o uso do corpo humano

Princípios para o local de trabalho

Princípios para as ferramentas e para os equipamentos

As mãos devem iniciar os

movimentos ao mesmo

tempo

Deve haver um local

determinado para todos os

materiais e ferramentas

Devem ser utilizados gabaritos e

suportes para livrar as mãos de

segurar objetos

As mãos não devem

permanecer paradas ao

mesmo tempo

Os objetos devem ser dispostos

obedecendo aos aspectos

antropométricos do operador

Duas ou mais ferramentas devem ser

combinadas

Os braços devem ser

movimentados

simetricamente em

sentidos opostos

Deve ser utilizada a alimentação

de peças por gravidade

Os objetos devem estar disponíveis

para o uso

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O movimento das mãos

deve ser o mais simples

possível.

Devem ser utilizados

alimentadores de peças que

possibilitem retirada fácil da

peça pelo operador

Em trabalhos que utilizam força dos

dedos, a carga de trabalho de cada

dedo deve ser distribuída de acordo

com a força de cada um deles

Deve-se utilizar o impulso

Os objetos devem ser

posicionados de maneira a

permitir uma seqüência

adequada de utilização

Os cabos das ferramentas devem

seguir um projeto ergonômico

As mãos devem executar

movimentos suaves e

contínuos.

Deve haver boas condições

ambientais (luz, ruído,

temperatura, umidade)

As alavancas e demais acionadores

de máquinas devem seguir um projeto

ergonômico.

Devem ser utilizados

movimentos balísticos.

O assento deve seguir os

conceitos ergonômicos

Deve-se manter o ritmo

do trabalho.

O conjunto mesa-assento deve

permitir que o operador possa

trabalhar alternadamente

sentado e em pé

Quadro 1 - Princípios da economia de movimentos Fonte: Martins e Laugeni (2006, p. 103 e 104)

Há ainda outros aspectos a serem destacados:

Assentos: devem ter medidas adequadas ao usuário e devem ser observados

alguns princípios gerais como a largura do assento, que deve estar de acordo

com a largura torácica da pessoa, e o encosto, que deve permitir uma postura

de relaxamento. O assento ainda deve ser reto, com braços ajustáveis, e

possuir rodízios para facilitar o deslocamento.

Ambiente de trabalho: as principais condições que um bom ambiente de

trabalho deve possuir é uma temperatura entre 20°C e 24°C; umidade entre

40% e 60%, ruídos até 80 decibéis e uma iluminação adequada a cada tipo

de função (recomendado no mínimo 300 lux).

Postos de trabalho em escritórios: corresponde ao local onde se executam as

atividades do trabalho, tanto administrativo como operacionais. Ele deve

obedecer às mesmas recomendações de um posto de trabalho em uma

empresa industrial. Os terminais de computador são uma grande fonte de

lesões por esforços repetitivos, devendo ter teclado ergonômico, ajustável e

monitores com tela anti-reflexiva e inclináveis. As impressoras, conforme o

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tipo, podem necessitar de isolação acústica, e a iluminação recomendada

para escritórios é de 500 lux.

2.6.9 Fluxograma

O fluxograma é uma representação gráfica mostrando todos os passos de um

processo. Segundo Oliveira (1997, p. 242), “fluxograma é a representação gráfica

que apresenta a seqüência de um trabalho de forma analítica, caracterizando as

operações, os responsáveis e/ou unidades organizacionais envolvidos no processo”.

De acordo com Cury (2000), os efeitos na análise administrativa,

racionalização de métodos e processos ou na implementação de novos sistemas

trouxeram a necessidade de substituir os relatórios por uma apresentação

esquemática na qual a visualização dos eventos se torna racional e sistematizada.

Esses gráficos são construídos por símbolos representativos e textos elucidativos

que proporcionam um aumento no grau de detalhamento e facilitam a compreensão.

Ainda Cury (2000) afirma que o analista deve procurar demonstrar como as

coisas são realmente feitas, através de uma pesquisa detalhada perante as

unidades em análise. Deve-se operar um levantamento das etapas que envolvem o

trabalho do início até o fim da operação, passando pelos formulários envolvidos no

processo.

Para Slack et al (1996), o fluxograma dá uma compreensão detalhada das

partes do processo onde algum tipo de fluxo ocorre. Eles registram estágios na

passagem de informação, produtos, trabalho ou consumidores. Ou seja, qualquer

coisa que flua através da operação.

Oliveira (1997) identifica três tipos principais de fluxogramas:

Fluxograma vertical: Destinado à representação de rotina simples no seu

processamento analítico dentro de uma unidade organizacional. Ele é de fácil

leitura e tem clareza na apresentação.

Fluxograma parcial ou descritivo: É mais utilizado para rotinas que envolvam

poucas unidades organizacionais, descreve o curso de ação e os trâmites dos

documentos e é de elaboração um pouco mais difícil que o fluxograma

vertical.

Fluxograma global ou de coluna: Permite demonstrar com maior clareza o

fluxo de informações e documentos, dentro e fora da unidade organizacional

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considerada. Apresenta maior versatilidade, principalmente pela sua maior

diversidade de símbolos.

Dessa forma, o fluxograma se torna uma ferramenta vantajosa para uma

descrição detalhada do processo da organização. A aplicação de símbolos

convencionais facilita a leitura, permitindo evidenciar possíveis falhas na execução

das atividades.

2.6.9.1 Simbologia de fluxograma

Conforme Oliveira (1997, p. 245), “os símbolos utilizados nos fluxogramas têm

por objetivo evidenciar a origem, processo e destino da informação escrita e/ou

verbal componente de um sistema administrativo.”

A tendência cada vez mais generalizada é para a padronização desses

símbolos que representam elementos ou situações correntes. Os símbolos mais

comuns são apresentados nas figuras a seguir:

Símbolos utilizados no fluxograma vertical:

Figura 1 - Simbologia do fluxograma vertical. Fonte: Oliveira (1997, p. 248)

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Símbolos utilizados no fluxograma parcial ou descritivo:

Figura 2 - Simbologia do fluxograma parcial ou descritivo Fonte: Oliveira (1997, p. 251)

Símbolos utilizados no fluxograma global ou de coluna:

Figura 3 - Simbologia do fluxograma global ou de coluna Fonte: Oliveira (1997, p. 254)

Segundo Oliveira (1997), a combinação dos símbolos apresentados com uma

série de outros símbolos complementares permite ampliar, esclarecer ou interpretar

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os diferentes passos dos sistemas administrativos. É possível utilizar símbolos

diferentes dos convencionais desde que não ofereçam dificuldade de compreensão

para o leitor e desde que sejam definidos previamente.

2.6.9.2 Diagramas de fluxo

Há muitas técnicas que podem ser usadas para documentar processos. Slack

et al (1996) destaca quatro tipos de técnicas de documentação de processos:

Diagramas de fluxo simples: São usados para identificar os principais

elementos de um processo. Podem ser usados para fluxos de materiais ou

informações.

Figura 4 - Diagrama de fluxo de informações para a central de atendimento de uma companhia fornecedora de energia elétrica Fonte: Slack et al (1996, p. 158)

Folhas de Roteiro: Também conhecidas como diagrama de processo de

operações, elas fornecem mais informações sobre as atividades envolvidas

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no processo, incluindo uma descrição da atividade e as ferramentas ou

equipamentos necessários.

Diagramas de fluxo de processo: É o mais comum para documentar

processos em gestão de produção. Ele documenta o fluxo e as diversas

atividades, usa diversos símbolos diferentes para identificar diferentes

atividades e permite detalhar mais o projeto e sua avaliação. Podem ser

aplicados para o fluxo de matérias ou informações através de um trabalho ou,

alternativamente, podem ser usados para esquematizar a seqüência de

atividades feitas pela pessoa.

Figura 5 - Símbolos para diagrama de fluxo de processo Fonte: Slack et al (1996, p. 160)

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Figura 6 - Exemplo de um diagrama de fluxo de processo para um dia de atividades nas férias Fonte: Slack et al (1996, p. 161)

Estrutura de processamento de clientes: É um método de diagramação que

visa especificamente os fluxos de clientes. Identifica algumas atividades-

chave que podem ocorrer durante o processamento de clientes através da

operação. As atividades são: a seleção, o ponto de entrada, o tempo de

resposta, o ponto de impacto, a prestação, o ponto de partida e o

acompanhamento.

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2.6.10 Qualidade

As empresas devem perseguir a qualidade, independente de qualquer esforço

ou obstáculo que deva ser transposto. A busca da qualidade precisa ser contínua e

estar incorporada ao dia-a-dia da empresa.

De acordo com Faria (1997), qualidade é um conjunto de atributos que

caracterizam determinado produto ou serviço, demonstrando sua parcela de

adequação ao fim para o qual foi destinado. Ela reflete o nível de compatibilização

do processo produtivo com a expectativa do usuário.

Já para Araújo e Redi (1997, p.18), “qualidade é tudo o que alguém faz ao

longo de um processo para garantir que um cliente, fora ou dentro da organização,

obtenha exatamente aquilo que deseja”.

Segundo Rocha (1995), a qualidade na empresa deve se estender por todas

as áreas e pessoas, atingindo todas as fases do processo e todos os níveis

hierárquicos. Não podem ficar de fora desse contexto os fornecedores e os clientes

e suas necessidades.

Entende-se, então, que qualidade não é somente seguir as especificações e

sim superar as expectativas dos clientes para que eles permaneçam fiéis à marca e

tragam outras pessoas para fazer novos negócios.

2.6.10.1 Qualidade em Serviços.

Identificar os critérios que os clientes utilizam para avaliar os serviços é uma

forma de compreender melhor as suas expectativas. Segundo Gianesi e Corrêa

(1996), esses critérios devem refletir os fatores que determinam a satisfação do

cliente, ou seja, a qualidade da prestação de serviço. Os critérios de avaliação da

qualidade do serviço podem ser observados na figura 7 apresentada a seguir:

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Figura 7 - Os critérios da avaliação da qualidade do serviço. Fonte: Gianesi e Corrêa (1996, p. 91)

Tangíveis: referem-se à qualidade e/ou aparência de qualquer evidência física

do serviço, ou seja, equipamentos, instalações, pessoal e/ou ainda outros

consumidores.

Consistência: significa conformidade com experiência anterior, ou seja,

ausência de variabilidade no resultado ou no processo.

Competência: refere-se à habilidade e ao conhecimento do fornecedor para

executar o serviço, relacionando-se às necessidades técnicas dos

consumidores.

Velocidade de atendimento: tempo que o cliente tem que despender para

receber o serviço e é, geralmente, considerado tempo perdido, a menos que o

serviço envolva algum tipo de lazer para o cliente.

Atendimento/Atmosfera: refere-se a quão agradável é a experiência que o

cliente tem durante o processo de prestação de serviço.

Flexibilidade: significa ser capaz de mudar e adaptar rapidamente a operação,

devido a mudanças nas necessidades dos clientes, no processo ou no

suprimento de recursos.

Credibilidade / Segurança: refere-se à formação de uma baixa percepção de

risco ao cliente e à habilidade de transmitir confiança.

Critérios de Avaliação da Qualidade do

Serviço

Velocidade de Atendimento

Atendimento/ Atmosfera

Credibilidade/ Segurança

Flexibilidade Consistência

Acesso

Custo Tangíveis

Competência

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Acesso: avalia a facilidade que o cliente tem em entrar em contato com o

fornecedor de serviço.

Custo: é o critério que avalia quanto o consumidor irá pagar, em moeda, por

determinado serviço. Importante ressaltar que, por falta de melhores

informações sobre qualidade, os clientes tendem a associar níveis de preço

mais altos a níveis de qualidade mais altos No entanto, em alguns casos, o

cliente poderá avaliar mal um serviço de preço baixo pela falta de informações

a respeito dos outros critérios.

2.6.10.2 O modelo dos cinco Gaps

Gap é uma palavra inglesa, que significa diferença ou divergência entre duas

coisas. Para que um serviço apresente os elementos de qualidade desejados,

devem ser removidos os cinco gaps dos serviços, que segundo Martins e Laugeni

(2006, p. 531), “são as divergências quem existem dentro da empresa e entre a

empresa e o cliente e que resultam em má qualidade do serviço”.

Os cinco gaps são:

Gap 1: divergência entre a expectativa do cliente e o que a empresa ou o

prestador do serviço entendeu como sendo a expectativa do cliente;

Gap 2: divergência entre o entendimento da empresa e as especificações que

elabora para atender o cliente.;

Gap 3: divergência entre o serviço prestado e as especificações elaboradas;

Gap 4: divergência entre o serviço gerado e a comunicação externa ao

cliente;

Gap 5: divergência entre o serviço esperado e o serviço fornecido.

As principais razões para a ocorrência dos gaps podem ser: a má investigação

das necessidades do cliente, a comunicação deficiente, a falta de compromisso com

a qualidade, a falta de conhecimento para realizar o serviço ou o desconhecimento

quanto ao andamento do trabalho.

2.6.11 Manutenção

Manutenção é o termo usado para abordar a forma pela qual as organizações

tentam evitar as falhas cuidando de suas instalações físicas. Segundo Slack et al

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(1996), a manutenção é uma parte importante da maioria das atividades de

produção, especialmente aquelas cujas instalações físicas têm um papel

fundamental na produção de seus bens e serviços.

São inúmeros os benefícios proporcionados pela manutenção. Dentre eles,

pode-se citar:

Segurança melhorada: instalações bem mantidas tendem a apresentar um

menor desvio do comportamento previsto e a proporcionar menores riscos ao

pessoal;

Confiabilidade aumentada: menos tempo perdido com consertos e menores

gastos com interrupções da produção;

Maior qualidade: representada pelo melhor desempenho dos equipamentos

que se comportam segundo um padrão determinado, de modo a não

comprometer a qualidade dos produtos ou serviços;

Tempo de vida mais longo: os cuidados direcionados aos equipamentos

permitem uma redução de problemas de operação, desgastes, deterioração e

outros que podem reduzir o tempo de vida das instalações;

Custos de operação mais baixos: instalações que recebem manutenção

regularmente funcionam de forma mais eficiente.

Também para Slack et al (1996), existe, três abordagens básicas para a

manutenção. Na primeira delas, chamada corretiva, o trabalho de manutenção só

ocorre após a falha ter acontecido, sendo empregada em condições onde as falhas

não são catastróficas nem tão freqüentes.

A segunda, manutenção preventiva, procura eliminar ou reduzir as

probabilidades de falhas por manutenções em intervalos pré-planejados e, diferente

da primeira, é aplicada quando as falhas decorrentes são consideradas mais sérias.

A última delas, a manutenção preditiva, é realizada de acordo com a

necessidade das instalações, calculadas com base na monitoração contínua de

cada componente do sistema produtivo.

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2.6.12 Melhoria da Produção

Toda a operação, não importa quão bem gerenciada, é capaz de

melhoramento. Mas antes de idealizar uma abordagem de melhoramento, é preciso

saber quão boa ela já é. Para Slack et al (1996), a urgência, direção e prioridades de

melhoramento serão determinadas parcialmente pela identificação do seu atual

desempenho. Portanto, todas as operações produtivas precisam de alguma forma de

medida de desempenho.

Medida de desempenho é o processo de quantificar a ação, onde a medida

significa o processo de quantificação e o desempenho da produção é presumido

como derivado de ações tomadas por sua administração. O desempenho é definido

como o grau em que a produção preenche os cinco objetivos – qualidade,

velocidade, confiabilidade, flexibilidade e custo – de modo a satisfazer seus

consumidores.

Conforme Martins e Laugeni (2006), a melhoria dos processos se compõe de

quatro estágios e um preliminar conforme descritos a seguir:

Estágio preliminar: uma nova maneira de pensar – nesse estágio, é

importante ver as coisas sob todos os aspectos. Elas devem ser relacionadas

em quatro categorias: causa e efeito, oposição, similaridade e proximidade.

Estágio 1: Conceitos básicos para as melhorias – deve-se identificar

claramente o problema e entender que sempre pode haver uma melhoria.

Estágio 2: Conceitos básicos para as melhorias – para se ter uma melhoria

em um processo devemos entendê-lo, e para isso recorremos a

representações gráficas e a modelos conceituais. Um dos modelos

conceituais é o 5W1H que traduzido para o português significa: O quê? –

objeto, Quem? – sujeito, Como? – método, Onde? – local, Quando? – tempo,

e Por quê? – razão, objetivo, motivo.

Estágio 3: Planejamento das melhorias – o primeiro passo para que sejam

obtidas as melhorias é o envolvimento do problema, entendendo-o claramente

e sentindo-o para depois gerar idéias para a solução.

Estágio 4: Implementação das melhorias – toda mudança, mesmo que seja

para melhor, tende a causar problemas, por isso deve-se entender o cenário e

tomar diferentes ações para que a implantação dê resultado. São elas ações

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de prevenção (prevenir possíveis problemas), proteção ( impedir que o

problema se alastre) e correção (remover os efeitos gerados pelo problema

ocorrido). Todas elas devem ser estudadas antes que o problema ocorra.

2.6.12.1 Abordagens de melhoramentos

Uma vez que a prioridade de melhoramento tenha sido determinada, é

preciso considerar a abordagem ou estratégia para levar avante o processo. Slack et

al (1996) define duas estratégias de melhoramento:

Melhoramento revolucionário: É algumas vezes chamado de melhoramento

baseado em inovação. Presume que o principal veículo para melhoramento é

uma mudança grande e dramática na forma como a operação trabalha. Elas,

com freqüência, incorporam novos e radicais conceitos ou tecnologias que

podem mudar o desempenho da operação significativamente.

Melhoramento Contínuo: Presume uma série sem fim de pequenos mas

incrementais passos de melhoramento. Ele é gradual, constante e

freqüentemente utiliza soluções coletivas de problemas baseadas em grupos.

No entanto os melhoramentos revolucionários e contínuos não são

mutuamente exclusivos. As organizações podem utilizar melhoramentos

revolucionários ocasionais, mas utilizar uma abordagem mais incremental entre

essas mudanças de maior porte.

2.6.13 Benchmarking

As ligações entre processos e pessoas precisam ser inteiramente

compreendidas, pois são elas que direcionam os resultados da empresa. Segundo

Zairi (1995), as pessoas que trabalham na empresa são uma contribuição de valor

agregado humano ao processo de gerar produtividade. Estas pessoas precisam ser

constantemente encorajadas a continuar buscando oportunidades de melhoria em

suas atividades. Um exemplo disso são os empregados japoneses, que sabem quais

são as metas a buscar, esforçam-se para atingi-las e sabem que terão problemas se

elas não forem atingidas. Eles sabem que devem fazer algo internamente para

proteger a organização. À medida que a expectativa dos consumidores cresce, as

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pessoas dentro da organização esperam mudanças sistemáticas. Quando esse

estágio é atingido, a organização torna-se mais flexível.

Ainda segundo Zairi (1995), benchmarking é a ferramenta que permite atingir

esse estágio. É a ferramenta para educar, comunicar, dar às pessoas a liberdade de

questionar, aumentar seu poder e construir confiança e lealdade. É um instrumento

totalmente abrangente, não somente usado para melhorar um conjunto de práticas,

mas também tem potencial suficiente para ser usado em ritmo muito mais acentuado

ou mesmo causar mudanças radicais na direção de uma empresa.

Outra definição desse processo é: Benchmarking é um processo contínuo e sistemático para avaliar produtos, serviços e processos de trabalho de organizações que são reconhecidas como representantes das melhores práticas, com a finalidade de melhoria organizacional (SPENDOLINI, 1993, p.10).

Desde que foi criado, o termo bechmarking ampliou seu significado de

diversas formas. De acordo com Slack et al (1996), ele não é mais restrito somente

às operações de manufatura, mas também tem sido aplicado a outras áreas

funcionais, como compras e marketing, e em outros tipos de organização como

hospitais e bancos. Também não é mais somente praticado por especialistas e

consultores, mas pode envolver todo o pessoal da organização.

Ainda Slack et al (1996) relata que o benchmarking preocupa-se, entre outras

coisas, com ver quanto bem vai a operação. Pode ser visto como uma abordagem

para o estabelecimento realístico de padrões de desempenho. Ele também se

preocupa com a pesquisa de novas idéias e práticas.

O bechmarking trata essencialmente de estimular a criatividade e

proporcionar um estímulo que possibilite as pessoas entenderem como as

operações poderiam melhor servir seus consumidores.

2.6.14 Indicadores

Indicadores são essenciais ao planejamento e controle dos processos de uma

organização. Eles possibilitam o estabelecimento de metas e facilitam a tomada de

decisões.

Sob a ótica de Takashina e Flores (1996, p.19), “indicadores são formas de

representação quantificáveis das características de produtos e processos.” Eles são

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utilizados pela organização para controlar e melhorar a qualidade e o desempenho

dos seus produtos e processos ao longo do tempo.

Ainda segundo Takashina e Flores (1996), os indicadores devem ser gerados

a partir das necessidades dos clientes, traduzidas através da qualidade do produto

ou serviço. Eles devem estar sempre associados às áreas do negócio em que o

desempenho causa maior impacto no sucesso da organização. A apuração dos seus

resultados permite a avaliação do desempenho da organização no período, em

relação à meta e a outros referenciais, ajudando na tomada de decisões e no

replanejamento. O acompanhamento dos indicadores deve mostrar níveis, (patamar

em que os resultados se situam) tendências (variação do nível do resultado) e

comparações (outros indicadores como parâmetros de referência).

De acordo com Gil (1992) trabalhar com indicadores da qualidade facilita o

processo de qualidade organizacional. Eles permitem a comparação através de

séries históricas, da evolução dos indicadores, registram a intensidade da

efetividade da ação da qualidade, facilitam o planejamento e o controle da qualidade

e viabilizam a análise comparativa da qualidade ocorrida em ambientes/linhas de

negócios diversificados.

O indicador da qualidade é um termômetro que permite à alta administração e

aos acionistas conhecerem o diálogo entre ambiente externo e empresa. Desta

maneira, os executivos tomam decisões com mais consciência e objetividade.

Enfim, os indicadores buscam a melhoria contínua, aumentando a satisfação

dos clientes e a competitividade. Eles contribuem para a identificação de melhorias e

podem encorajar tanto melhorias incrementais como revolucionárias.

2.6.15 Características dos serviços

Ao longo do tempo, a administração da produção vem sendo confundida com a

atividade fabril, entretanto essa imagem é incompleta, pois atividades classificadas

como serviço também tem a ver com os conceitos e técnicas da administração da

produção. Nem sempre a adaptação é perfeita, porém vem se processando

gradativamente.

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Conforme Moreira (1998), enquanto na atividade industrial um produto é tangível,

o serviço é prestado e a prestação desse serviço implica uma ação, embora meios

físicos possam estar presentes para facilitar ou justificar o serviço.

Segundo Martins e Laugeni (2006), os serviços têm uma série de

características:

Alto contato com o cliente: na prestação do serviço, a presença do cliente é

parte do processo.

Participação do cliente no processo: a participação do cliente no processo é

tão importante que suscita um tipo específico de análise. De acordo com o

grau de participação, os serviços podem ser divididos em cliente participante,

no qual o cliente participa do processo como em uma loja de departamentos,

nos bancos, pelos caixas eletrônicos ou até pela internet, e o cliente como

produto, que sofre a ação do prestador de serviço, como em uma barbearia.

Pericibilidade: o serviço é altamente perecível, se não consumido na hora, se

perde.

Não estocável: não se pode armazenar serviço, deve ser consumido assim

que fornecido.

Mão-de-obra intensiva: o termo serviço está intimamente ligado a pessoas.

Embora já seja grande o número de sistemas automatizados de prestação de

serviços, o custo da mão-de-obra ainda predomina sobre os demais.

Curtos lead times: o tempo de atendimento não pode ser longo.

Output variável e não padronizável: o mesmo serviço prestado por diferentes

pessoas pode ter uma variabilidade maior do que um mesmo produto

fabricado por diferentes máquinas. É muito mais difícil obter a padronização

quando se trata de pessoa.

Intangibilidade: o serviço é um bem intangível.

Dificuldade de se medir produtividade: a medida da produtividade em serviços

é mais difícil em decorrência da maior dificuldade de se avaliar os outputs e

inputs dos sistemas envolvidos.

Dificuldade em se medir qualidade: qualidade em serviços é altamente

subjetiva.

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2.6.16 Planejamento da produção em serviços

Conforme Martins e Laugeni (2006), o atendimento à demanda, em tempo e

hora, com excelente qualidade, é um dos objetivos do planejamento da produção de

serviços. Como a demanda é muito variada e o serviço não pode ser armazenado,

pode-se atuar de forma a encontrar um melhor equilíbrio entre oferta e demanda.

Algumas estratégias podem ser alterações adequadas de preços – preços

diferenciados por horário e/ou dia de semana – ou distribuição de senhas, ou até

mesmo o sistema de filas, formando um critério de atendimento predeterminado.

Pode-se também estabelecer estratégias de oferta, como trabalhar em horas extras,

subcontratar mão-de-obra ou trabalhar em dois ou mais turnos durante os picos de

demanda.

2.6.16.1 Regras de seqüenciamento

De acordo com Martins e Laugeni (2006), existem várias formas de programar

a ordem de execução dos serviços a fim de atender melhor os clientes. São elas:

a) Menor tempo de processamento (METP): programa-se na seqüência

crescente das durações totais (somam-se as durações das operações

intermediárias)

b) Maior tempo de processamento (MATP): programa-se na seqüência

decrescente das durações totais.

c) Primeiro a entrar, primeiro a sair (PEPS): programa-se na seqüência

crescente das datas de entrada dos serviços.

d) Data de entrega (DE): programa-se em função das datas de entregas

previstas. Quando existem atrasos já concretizados, procura-se

resolvê-los prioritariamente.

e) Folga até a entrega (FE): programa-se na seqüência crescente de

folgas, que é definido por FE = (t – p), em que t é o tempo até a

entrega e p é a duração do serviço ainda a executar.

f) Razão crítica (RC): é definida como RC = (t/p). Se o valor for menor

que 1, já está configurado como atraso na entrega.

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g) Urgência (UR): é calculada pela razão entre a folga e a entrega (FE) e

o número de operações restantes.

h) Algoritmo de Johnson: Visa determinar o menor tempo total de

processo necessário para executar todos os trabalhos. É aplicável

quando vários trabalhos precisam ser feitos em dois ou mais postos de

trabalho.

i) Método de designação: pode ser utilizado quando cada trabalho

somente pode ser alocado a um e somente um posto de trabalho.

j) Menor custo de mudança (MCM): utiliza-se quando a seqüência de

execução de duas atividades tem custos diferentes, ou seja, quando

fazer o serviço A, e em seguida o serviço B, tem um custo diferente de

se fazer o B, para depois o A.

k) Importância do cliente: a ordem de execução dos serviços é função da

importância atribuída a cada um dos clientes.

l) Valor do pedido: o valor do pedido impõe a ordem se execução.

Não existe um método que seja melhor, existem apenas alguns critérios de

avaliação que dependerá do administrador, como por exemplo, o tempo médio de

processamento, o número médio de ordens e o atraso médio. Se o administrador

deseja o menor tempo médio de processamento possível, o método da razão crítica

seria mais adequado. Se o objetivo for um menor número médio de ordens de

serviço no sistema ou de atrasos, o melhor método seria o de menor tempo de

processamento.

2.6.17 Tendências no setor de serviços

Conforme Martins e Laugeni (2006) algumas tendências no setor de serviços são:

Aumento na competitividade internacional: é cada vez maior a participação de

empresas prestadoras de serviços na economia globalizada. As

multinacionais estão tomando espaço, algumas são exclusivamente

prestadoras de serviços.

Melhoria da produtividade em serviços: os softwares de gestão integrada têm

trazido significativas melhorias na qualidade e presteza dos serviços,

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eliminando retrabalhos e melhorando o atendimento ao cliente com respostas

em tempo real.

Tecnologia e automação em serviços: cada vez mais as fábricas estão

automatizando seus processos fabris. Esses equipamentos automatizados,

controlados por computador, deverão ter assistência permanente de

especialistas em automação, que são prestadores de serviços às máquinas.

Adequação de trabalhos em serviços: os trabalhos em serviços estão exigindo

cada vez mais qualificação e capacitação superior dos funcionários. Assim,

tornam-se mais freqüentes programas de qualidade total em prestadoras de

serviços, buscando atender sempre melhor o cliente com uma organização de

desempenho sempre superior.

As empresas precisam estar atentas às tendências no setor e usá-las em seu

planejamento. Somente desta maneira poderão se antecipar e ter uma vantagem

competitiva em relação à concorrência.

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3 MÉTODO

Neste capítulo encontram-se definidos os procedimentos adotados para a

execução deste trabalho. Podem ser aqui identificados: o delineamento do trabalho,

os participantes e como foram coletados e analisados os dados do trabalho.

3.1 Delineamento

Este trabalho se caracteriza como avaliação formativa que, segundo Roesch

(2006), implica um diagnóstico do sistema atual com o propósito de melhorar ou

aperfeiçoar sistemas ou processos. Deste modo justifica-se esta caracterização,

visto que este trabalho teve como objetivo realizar um estudo dos processos

produtivos da empresa Tijuvel e, a partir dos resultados, indicar possíveis melhorias.

A abordagem adotada foi a qualitativa que, de acordo com Roesch (2006), é

apropriada para a avaliação formativa quando se trata de melhorar a efetividade de

um programa, selecionar as metas e construir uma intervenção.

3.2 Participantes

Os participantes envolvidos foram os sócios e todos os colaboradores da

empresa Tijuvel.

Segundo Roesch (2006, p. 138), “uma população é um grupo de pessoas ou

empresas que interessa entrevistar para o propósito específico de um estudo”.

3.3 Coleta de dados

A coleta de dados foi desenvolvida através de fontes primárias e secundárias.

Segundo Mattar (1996, p. 134), “são fontes primárias ou diretas de dados as que são

portadoras de dados brutos, ou seja, dados que nunca foram coletados, tabulados

ou analisados”.

Já os dados secundários estão disponíveis em algum lugar. Conforme Mattar

(1996, p. 134), esses dados “são aqueles que já foram coletados, tabulados,

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ordenados e, às vezes, até analisados, com propósitos outros ao de atender as

necessidades da pesquisa em andamento [...]”.

Os dados primários foram coletados através da observação participante.

Segundo Roesch (2006, p. 162), “a observação participante de forma aberta ocorre

quando o pesquisador tem permissão para realizar a pesquisa na empresa e todos

sabem a respeito de seu trabalho”.

A observação participante foi feita através de contato com o sócio da empresa.

Esse contato normalmente se dava no período da tarde, de acordo com a

disponibilidade da empresa. Alguns funcionários também auxiliaram na coleta de

dados que foram sendo registrados através de anotações para o desenvolvimento

do trabalho.

3.4 Análise de dados

Os dados foram analisados de forma qualitativa, pois, segundo Roesch (2006),

este método é adequado para os casos em que se pretende trabalhar com

elementos não quantificáveis, onde os números por si não respondem aos

interesses da pesquisa.

Também nesse método, o pesquisador, após coletar os dados, necessita

organizá-los para uma melhor interpretação, e foi o que ocorreu neste trabalho após

a coleta de dados feita com observação.

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4 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

Em março de 1996, em um terreno adquirido na Rua Pedro Andriani, no bairro

XV de novembro, surgiu a Tijuvel, fruto de uma sociedade entre dois amigos, os

empresários Antônio Luiz Dias e Osmar Wietkoski. Com a união de esforços e

recursos, os dois deram início à idéia, porém começaram aos poucos: primeiro um

pequeno galpão e apenas um funcionário.

A especialidade da empresa é a revisão, o reparo e a pintura de veículos que

sofreram colisão e também conta com um serviço de guincho e reboque 24 horas

com equipamentos próprios. (Anexo A)

Com o passar dos anos, a Tijuvel foi construindo um cadastro razoável de

clientes particulares que procuravam a empresa por conta própria e também, aos

poucos formou parceria com grandes empresas de seguro de automóveis.

Em 2002 a empresa passou por uma grande ampliação e, em 2006, adquiriu

um equipamento pioneiro na região: uma câmara DMC pressurizada que, com

tecnologia italiana, livra a pintura de automóveis de qualquer sujeira ou impureza e

possui um sistema de aquecimento a diesel, o que possibilita a realização do serviço

a uma temperatura interna de 80°C (Anexo B). As condições de luminosidade são

asseguradas por meio de 80 lâmpadas fluorescentes. A empresa também utiliza um

sistema de soldagem de última geração, a Solda Mig, que mantém o padrão original

das soldas feitas quando da montagem do veículo na fábrica. (Anexo C)

Atualmente a empresa opera em um amplo espaço de 1.200 m² de área

construída (Anexo D), possui oito funcionários, e recupera em média mais de 40

automóveis por mês. A maior parte da clientela concentra-se em Tijucas, Canelinha,

Governador Celso Ramos, Bombinhas, Itapema e Porto Belo. Além de atender

clientes particulares, a empresa está credenciada a empresas seguradoras como a

Bradesco Seguros, Sul América, Real Seguros, Unibanco Seguros e Previdência,

HDI Seguros, Itaú Seguros, entre outras.

Entre os principais concorrentes, estão a Oficina Sabino e Oficina Latoaria e

Pintura Messias, ambas localizadas em Tijucas, e Oficina e Latoaria Mazera, situada

no município de São João Batista.

Os fornecedores estão sempre atentos às necessidades da empresa,

formando assim uma parceria que satisfaz ambas as partes. Entre eles destacam-se

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Disapar Comercio de Ferramentas e Acessórios Industriais, Ford Center, Phipasa,

Dicape Distribuidora Catarinense de Peças, Breitkopf, e Glasurit Tintas Automotivas,

que viabiliza a participação dos profissionais em cursos de treinamento e

aperfeiçoamento, oferece assistência direta da fábrica para sanar eventuais dúvidas

e presta assessoria ao laboratório de tintas da Tijuvel. Esse laboratório possibilita a

produção e elaboração de mais de 20.000 diferentes cores e tonalidades utilizadas

em veículos nacionais e importados (Anexo E).

A empresa Tijuvel não possui missão e visão formalizada e os dados para

caracterização da empresa foram obtidos em entrevista com o responsável pela

organização.

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5 PROCESSOS DA EMPRESA

Este capítulo descreve os processos e rotinas da empresa da área financeira,

de recursos humanos, de marketing e de produção.

5.1 Financeiro

O controle financeiro é efetuado por um dos sócios que faz todo o controle de

caixa e registros de entrada e saída, ou seja, pagamentos e recebimentos do que é

fechado a cada 30 dias com os respectivos resultados.

Assim que os serviços contratados são executados, as notas fiscais são

emitidas na própria empresa e remetidas para as companhias seguradoras via

correio.

Como o faturamento é de 95 % proveniente de companhias seguradoras, os

pagamentos são de crédito em conta corrente, os quais são acompanhados

diariamente com extratos de conta bancária. O pagamento pelas seguradoras é feito

30 dias após o faturamento do serviço e as peças dos veículos reparados são

adquiridas de vários fornecedores e pagas em 30, 60 e 90 dias.

Quando necessário, os recursos de capital de giro são captados juntos aos

bancos como forma de adiantamentos dos serviços de seguradora e os recursos

para investimentos são captados junto aos órgãos ligados ao BNDS.

A empresa não possui nenhum processo registrado de orçamentos e

planejamento financeiro. Todos os registros contábeis são terceirizados pela

empresa de assessoria contábil Alinor Furtado.

Para esta descrição, considerou-se o conceito de Hoji (2000), na qual

administração financeira é uma função relativa ao planejamento, captação,

orçamento e gestão de recursos financeiros.

5.2 Recursos Humanos

Nesta descrição, foram considerados os cinco processos básicos na gestão de

pessoas de Chiavenato (2000) que são: provisão, aplicação, manutenção,

desenvolvimento e monitoração.

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A empresa possui poucos funcionários e não há muita rotatividade do quadro.

Quando há necessidade de contratação, a provisão é feita através de currículos e

entrevistas com cada candidato. A empresa apresenta o seguinte organograma:

Figura 8 - Organograma da Estrutura atual da Tijuvel. Fonte: Elaborado com base em informações da empresa

Para Chinelato (1997, p.59), “organograma é o gráfico que representa a

estrutura formal da empresa, ou seja, a disposição e a hierarquia dos órgãos”.

A empresa Tijuvel possui o organograma do tipo “linear”. Segundo Cury (2000),

é um tipo de estrutura baseada na organização dos antigos exércitos, tendo as

características: direção singular, não valoriza a especialização, a chefia é fonte

exclusiva de autoridade: as ordens seguem pela via hierárquica; cada empregado

recebe ordens de um só chefe imediato.

Após a contratação do candidato, para o processo de aplicação ele recebe o

acompanhamento de funcionários mais experientes até que se adapte ao novo

trabalho, enquanto a avaliação de desempenho é efetuada pela gerência de

produção.

Com relação ao desenvolvimento, a empresa realiza treinamentos em

parceria com fornecedores, como por exemplo, a Glasurit do Brasil, que fornece tinta

automotiva e possui um laboratório instalado na própria empresa. Ela promove

treinamentos semanais, dentro e fora da empresa, entre eles, novas técnicas e

procedimentos, lançamentos de novos produtos, etc.

Outros cursos, também de área gerencial e produtiva, são realizados

bimestralmente junto ao NAVAT, Núcleo de Automecânicos do Vale de Tijucas.

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A Tijuvel ainda possui um contrato com a CBM – Clínica de Segurança e

Medicina no trabalho, que realiza exames periódicos, palestras, instruções e

fiscalização quanto ao uso de EPI.

A monitoração de todos os registros fiscais e de pessoal, a empresa realiza

em conjunto com a empresa Alinor Furtado Assessoria Contábil.

5.3 Marketing

Na definição de Kotler e Armstrong (2003), as ferramentas do marketing podem

ser agrupadas em quatro grupos de variáveis: produto, preço, praça e promoção.

O produto oferecido se refere à prestação de serviços relativa ao reparo de

veículos que sofreram colisão, juntamente com um serviço de leva e traz para os

clientes através de um guincho plataforma.

Os preços dos serviços são definidos através de contratos com as companhias

seguradoras, que tendem a estabelecer os preços de acordo com os praticados

pelos concorrentes no Brasil. Com os preços já estabelecidos, a empresa informa

apenas a quantidade de horas que irá levar para prestar cada etapa do serviço

(anexo H), baseado em medições e experiências anteriores.

A empresa possui fácil localização em umas das ruas principais da cidade, com

prédio próprio e há 11 anos no mesmo endereço, e ainda estão sempre disponíveis

aos clientes também através de telefone, site, e-mail e indicação de corretoras e

seguradoras, com as quais possuem contrato de referenciamento.

Como intermediário, a empresa conta com apenas um nível: o corretor de

seguros que indica a empresa ao segurado. Quando o atendimento não é feito

através das seguradoras, o cliente vai até a loja através do marketing direto.

A divulgação da empresa é realizada juntamente com as corretoras de Seguros.

Os serviços são oferecidos aos segurados através de visita e mala-direta remetida

pelas seguradoras. Com menos freqüência são utilizados meios como mídia

impressa e rádio.

A empresa também possui uma relação constante com o público através da

participação de eventos em diversos setores que abrangem a classe automotiva com

o objetivo de manter a marca sempre na lembrança dos consumidores.

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5.4 Produção

A seguir estão descritos os processos de produção realizados na empresa

Tijuvel. A visualização geral dos mesmos pode ser observada no apêndice A.

Observa-se que a empresa é uma prestadora de serviços, porém da mesma

forma há transformação de bem, neste caso representado pelo veículo recuperado.

5.4.1 Entrada do Veículo

Ao acionar a companhia seguradora do seu veículo, o segurado recebe a

indicação da oficina para a qual deve levar seu veículo a fim de efetuar os reparos.

Para que a oficina responsável possa dar início à prestação do serviço, o proprietário

do veículo, juntamente com seu corretor de seguros, deve preencher um documento

chamado Aviso de Sinistro. Esse aviso consiste em um registro de comunicação

exigido pela seguradora, através do qual ela é avisada do acidente ocorrido com o

segurado. As informações são fornecidas pelo cliente juntamente com a oficina e a

entrada de dados pode ser feita on-line através do site da seguradora, por telefone

ou através de um formulário preenchido na própria oficina. Cada seguradora possui

seu modelo próprio de Aviso de Sinistro (Anexo F e G).

5.4.2 Orçamento

Após o aviso de sinistro, o setor administrativo da empresa agenda a visita de

um perito regulador de seguros. Com a presença desse perito, é feito o orçamento

para reparo do veículo sinistrado, juntamente com um responsável da oficina. Nesse

orçamento são acordadas todas as peças que serão trocadas, recuperadas ou

pintadas, e o perito, juntamente com um responsável pela empresa, estabelece a

quantidade de horas trabalhadas necessárias e o prazo de entrega do serviço.

(Anexo H). O preço de cada hora trabalhada para cada tipo de serviço é

estabelecida através de contrato com as companhias seguradoras. A vistoria é

controlada através de um programa informatizado chamado Audatex Molicar, que

possui dados de todos os veículos, preços das peças, quantidade de horas para

substituição das mesmas, valor de mercado de veículo, entre outros. Com o

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orçamento pronto, o responsável pelo setor administrativo da empresa envia o

mesmo para a companhia seguradora responsável e aguarda a autorização do

serviço.

5.4.3 Desmontagem do veículo

Após a autorização do orçamento pela seguradora, o responsável administrativo

da oficina realiza a compra das peças necessárias para a reparação do veículo.

Paralelo a esse processo o veículo é encaminhado para o setor de montagem, no

qual trabalham dois funcionários: o mecânico, responsável por toda parte de motor e

mecânica do carro, e o montador. Este realiza as demais desmontagens como farol,

vidros, portas, tapeçaria etc. Ambos retiram todas as peças danificadas, e

identificam as que deverão ser substituídas e as que não sofreram danos e serão

usadas novamente na montagem do carro. As peças descartadas ficam guardadas

no depósito de sucata e cada seguradora é responsável por recolher o material de

seus clientes.

Figura 9 - Diagrama de fluxo de processo – entrada, orçamento, e desmontagem do veículo. Fonte: Elaborado com base em informações da empresa

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5.4.4 Funilaria

O veículo desmontado é encaminhado para o setor de funilaria onde será

executado o processo de reparo pelo funileiro soldador, que recupera as partes

danificadas. Se o veículo necessitar de estiramento na parte da carroceria, o mesmo

será instalado no esticador hidráulico e será esticado até as medidas padrão do

veículo, conforme catálogo de medidas de cada fabricante. Dependendo da região

afetada, as peças poderão ser soldadas através da solda Mig, que é um tipo de

solda que mantém o padrão original das peças, pois não há o superaquecimento das

peças substituídas.

Neste setor trabalham dois funcionários, sendo que um deles também é

responsável pelo laboratório de pintura.

Após a realização de todos os reparos, o funileiro soldador monta as peças

provisoriamente para assegurar-se de que elas irão encaixar perfeitamente no final

do processo. Nesse momento o gerente da oficina avalia o serviço, liberando ou não

o veículo para a preparação da pintura.

5.4.5 Laboratório de Pintura

O funcionário responsável identifica a cor do veículo que está informada na

carroceria ou no manual do proprietário e providencia a preparação da tinta

automotiva que mais tarde será usada na pintura do mesmo. As tintas, antes de

serem preparadas, são testadas em cartelas de acerto de cor (Anexo I) que são

comparadas com a cor do carro, para que não ocorra nenhum problema de

tonalidade. Após os testes realizados, o funcionário responsável utiliza um programa

computadorizado, fornecido pelo próprio fornecedor de tinta, com o qual é possível

obter as informações sobre todas as cores e quantidades que serão utilizadas na

mistura. Com essas informações, o funcionário responsável pelo laboratório de

pintura pesa as quantidades, faz a mistura e confecciona a quantidade de tinta

necessária estabelecida pelo responsável pela pintura do veículo.

Uma vez por semana a empresa recebe um representante da empresa que

fornece a tinta automotiva para auxiliar na preparação e esclarecer eventuais

dúvidas que surgiram no processo.

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Figura 10 - Diagrama de fluxo de processo – recuperação das peças danificadas e preparação da tinta. Fonte: Elaborado com base em informações da empresa

5.4.6 Preparação da Pintura

No setor de preparação de pintura, três funcionários são responsáveis pelo

processo. Primeiro, as áreas afetadas do veículo passam por um processo de

lixamento com lixa grão 80. Depois é feita a aplicação de fundo e massa poliéster.

Novamente o carro é lixado, agora com lixa grão 150. Em seguida os funcionários

aplicam uma substância chamada de poliuretano catalisado. Após isso, o veículo é

mais uma vez lixado com lixa grão 400. Terminado esse processo, será isolada a

parte do veículo que não necessita de pintura, com papel ou plásticos de isolamento,

deixando o veículo pronto para a pintura.

Novamente o gerente faz a vistoria no veículo que será encaminhado para a

cabine de pintura. Todos os implementos utilizados: lixas, fundos, solventes, são

anotados na Ordem de Serviço para controle de custos.

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5.4.7 Pintura

Depois de finalizada a preparação da pintura, o veículo é encaminhado para a

cabine de pintura, onde é responsabilidade do pintor automotivo a pintura final do

veículo realizada em uma câmara pressurizada. Na cabine, as partes afetadas do

veículo serão desengraxadas através da solução desengraxante. Em seguida, o

pintor automotivo aplica, com uma pistola, duas camadas de tinta. Após 15 minutos,

aplica-se mais duas camadas de verniz, a uma temperatura de 30° a 35°C. Depois

de terminada a pintura, o funcionário responsável programa a secagem do veículo a

uma temperatura de 80°C por um período de 30 minutos. Aguarda-se mais 30

minutos para resfriamento do veículo e o mesmo é removido da cabine de pintura e

encaminhado novamente ao setor de montagem.

Figura 11 - Diagrama de fluxo de processo – preparação e pintura Fonte: Elaborado com base em informações da empresa

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5.4.8 Montagem do veículo

Na montagem, o mesmo funcionário que efetuou a desmontagem do veículo

fará a remontagem do mesmo e os respectivos testes de funcionamento: elétrica

(regulagem e funcionamento de faróis e setas); mecânica (motor, suspensão, exceto

alinhamento e balanceamento que é terceirizado) e por fim será feito o polimento da

pintura e a limpeza geral do veículo.

5.4.9 Entrega do Veículo Terminado todo o processo, antes da entrega do veículo, o gerente de produção

realiza o controle de qualidade final. Ele faz as vistorias necessárias, confere e

assina a ordem de serviço e passa o veículo ao setor administrativo, que fará o

preenchimento do termo de quitação (Anexo J) e a entrega do veículo para o

proprietário. Na seqüência é realizado o faturamento para a companhia seguradora

responsável.

Figura 12 - Diagrama de fluxo de processo – montagem e entrega do veículo Fonte: Elaborado com base em informações da empresa

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5.4.10 Ordem de Serviço

Todo esse processo é acompanhado por uma ordem de serviço na qual são

descritos todos os tipos de serviços, materiais e peças aplicadas, e o nome dos

funcionários responsáveis (Anexo L). Na ordem de serviço também existe um campo

chamado de avaria pré-existente do veículo, no qual o montador, no início do

processo, anota todas as partes que já estavam danificadas antes do aviso de

sinistro, e todos os opcionais do veículo que estão presentes (estepe, extintor,

tapetes, rádio automotivo etc.) Esse processo é para evitar que mais tarde o cliente

alegue que algo foi perdido ou quebrado durante o conserto. O proprietário do

veículo assina esta ordem para comprovação de que está ciente da análise feita.

O processo também é acompanhado pelo perito responsável da seguradora,

que visita a oficina em dias esporádicos ou solicita o envio de fotos para a

verificação dos processos.

5.4.11 Prazo de entrega

O prazo de entrega determina a seqüência dos serviços realizados. Esse prazo

é estabelecido no orçamento e informado na ordem de serviço, podendo sofrer

alterações quando algum item comprado sofre demora no fornecimento. Qualquer

reprogramação é avisada ao cliente com antecedência.

5.4.12 Clientes finais

Quando a prestação de serviço não é realizada através de seguradoras, o

processo é o mesmo, porém não é necessária a realização do aviso de sinistro nem

é agendada a visita de um perito. O orçamento e o faturamento são realizados

diretamente com o cliente final.

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5.4.13 EPI’s

Conforme sua área de atuação, cada funcionário recebe seu kit de EPI

necessário. Com o passar do tempo, eles são substituídos de acordo com a

inoperância dos mesmos.

Periodicamente um técnico de medicina no trabalho realiza vistorias, oferece

instruções de usos de EPIs e agenda exames médicos periódicos.

No setor de Funilaria, os seguintes equipamentos de segurança são

obrigatórios: máscara de solda, luvas de raspa de couro, protetor auricular e avental

de couro. Já nos setores de preparação e pintura, os EPI’s obrigatórios são a

máscara de pó (lixamento), a máscara de filtro de carvão ativado (pintura), protetor

auricular, luvas látex e óculos de proteção.

5.4.14 Qualidade

Na empresa, a maior atenção com a qualidade está na parte química da

pintura.

Por este motivo, a Tijuvel mantém uma parceria com a Glasurit do Brasil, que

dispõe de técnicos que visitam a empresa regularmente, apresentando estudos da

indústria de tintas automotivas, lançamentos de produtos e avaliação da durabilidade

e resistência da tinta junto a ambientes de poluição, radiação solar, e outros agentes

agressores.

5.4.15 Layout

Na empresa, a disposição e alocação das ferramentas estão organizadas em

um arranjo físico por processo, no qual todos os processos similares ou processos

com necessidades similares se mantêm juntos. Os materiais e as pessoas movem-

se de um centro a outro de acordo com a necessidade e as máquinas de uma

mesma função são agrupadas em departamentos.

No apêndice B e C, pode-se observar o desenho do layout da empresa.

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5.4.16 Aspectos Ergonômicos

Atualmente a empresa não possui nenhum estudo formalizado dos aspectos

ergonômicos, ou seja, das características do posto de trabalho e das condições do

ambiente de trabalho.

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6 INDICADORES PARA O PROCESSO PRODUTIVO

A empresa atualmente não dispõe de nenhuma análise de indicadores. Ela

possui algumas informações de controle, porém não as utiliza com o objetivo de

analisar e melhorar a qualidade dos processos.

Para efeitos deste trabalho, será utilizado o conceito de Takashina e Flores

(1996, p.19) que afirmam que “indicadores são formas de representação

quantificáveis das características de produtos e processos.” Eles são utilizados pela

organização para controlar e melhorar a qualidade e o desempenho dos seus

produtos e processos ao longo do tempo.

Porém, não adianta apenas medir. A medição serve para: controle, previsão,

estimativa, tomada de decisão, identificação e solução de problemas, avaliação de

melhoramentos e feedback contínuo. Ela pode dizer onde o processo precisa de

melhoria e ajudar a priorizar os alvos de energias e recursos. A medição é

necessária também para confirmar que os esforços dispendidos na melhoria tiveram

efeito.

Considerando seus principais processos produtivos, no quadro abaixo está

uma proposta de indicadores que a empresa poderia utilizar e seus respectivos

processos:

Processo Indicador Objetivo Possíveis aplicações

e benefícios

Entrada do

Veículo

Tempo de

espera até

iniciar o

processo

-Medir o tempo médio

que um veículo tem que

aguardar na fila até que

o processo de produção

se inicie.

-Tomar decisões para

agilizar o processo,

buscando reduzir o

tempo de espera do

cliente.

Orçamento

Tempo

previsto X

Tempo

realizado

-Comparar o tempo

previsto de um

determinado serviço

estabelecido no

orçamento e o tempo

real que foi gasto para

realizar o mesmo.

-Evitar orçamentos

equivocados, onde a

empresa pode ter

prejuízos por levar mais

tempo que o previsto

para realizar um serviço

e também criando uma

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expectativa no cliente

que não pode ser

cumprida.

Desmontagem

do Veículo

Extravio de

peças

-Conhecer o índice de

peças extraviadas

durante o processo

-Buscar o índice zero

de extravio e perda de

peças.

Funilaria

Preparação da

Pintura

Pintura

Retrabalhos

-Quantificar os

retrabalhos de serviços

em um determinado

período de tempo, ou

seja, cada vez que um

trabalho tem que ser

refeito por alguma falha

no processo.

-Tomar decisões que

diminuam a chance de

erros de processo e

aumentem a

produtividade dos

funcionários.

Laboratório de

Pintura

Desperdício

de matéria-

prima

-Identificar a quantidade

de matéria-prima, que

não foi aproveitada por

algum erro no processo.

-Buscar o índice zero

de desperdício de

matéria-prima e

amenizar o prejuízo ao

ambiente.

Montagem do

Veículo

- Qualidade de

peças do

fornecedor

- Acuracidade

do Estoque

- Avaliar os principais

fornecedores,

considerando a

qualidade e o prazo de

entrega dos bens e

serviços.

- Conhecer o Índice de

acuracidade do estoque

de peças e ferramentas.

- Auxiliar a empresa a

selecionar seus

melhores fornecedores

- Buscar o máximo de

acuracidade de estoque

possível.

Entrega do

Veículo

- Entregas

com atraso

- Reclamações

dos clientes

- Número de atrasos ou

reprogramações nas

datas de entregas dos

veículos.

- Número de

- Tomar decisões que

evitem os imprevistos e

os atrasos nos

serviços.

- Atender as

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reclamações de clientes

referentes ao serviço

prestado pela empresa.

solicitações dos

clientes, aumentando

sua satisfação.

Quadro 2 - Proposta de indicadores para o processo produtivo. Fonte: Elaborado com base em informações da empresa

É fundamental, para a utilidade dos indicadores, a facilidade com que

qualquer colaborador obtenha suas conclusões a partir dos mesmos. Eles também

precisam ser constantemente atualizados, compatíveis com os métodos de coleta

disponíveis, e compreendidos e aceitos pelos usuários do sistema.

Uma maneira de aumentar a compreensão e aceitação é envolver os usuários

no seu desenvolvimento. A medição permite que as pessoas saibam como está seu

desempenho, tornando-se também um componente importante do processo de

motivação.

Poderia haver mais indicadores, porém a opção por esses aconteceu devido à

possibilidade de coleta dos dados e, sendo os primeiros indicadores da empresa,

não convêm exageros nos números e controles.

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7 SITUAÇÕES PROBLEMA NO PROCESSO PRODUTIVO DA

EMPRESA

Nesta parte do trabalho o objetivo é apresentar algumas situações problema no

processo produtivo da empresa Tijuvel, localizando-as em qual etapa do processo se

encontram e as possíveis conseqüências que podem trazer ao serviço prestado.

7.1 Falta de aderência da tinta automotiva

Após a secagem da tinta, no momento da pintura do carro, processo abordado

no tópico 5.4.7, poderão aparecer bolhas, evidenciando que a tinta não aderiu

adequadamente naquele local provavelmente por alguma contaminação na área

pintada. Essa contaminação pode ocorrer por alguma sujeira que um funcionário

deixou por descuido enquanto o carro aguardava a pintura, ou mesmo a própria

pistola de pintura, se não estiver bem limpa, pode jogar sujeira junto com a tinta

prejudicando a aderência da mesma. Reações químicas também são possíveis de

acontecer no caso de carros que já passaram por alguma pintura com substâncias

diferentes, em outros estabelecimentos. Na ocorrência desse problema, o carro

precisará passar novamente por todo processo de preparação e pintura, gerando um

atraso no serviço e custos adicionais de insumos e mão-de-obra na ordem de 35% a

40%, dependo da área afetada.

7.2 Falha no isolamento das áreas não pintadas

Na preparação da pintura, descrito no tópico 5.4.6, todas as áreas que não

receberão a tinta têm de ser isoladas com papel ou plástico para que não manchem

com a névoa que sai da pistola de tinta na hora da pintura. Porém se ocorrer alguma

falha no isolamento, por alguma ruptura no papel ou algum plástico mal fixado,

algumas dessas partes ficarão manchadas de tinta e terão que ser descontaminadas

com solventes ou até polidas para a remoção da tinta.

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7.3 Erro na confecção da tinta automotiva

Na elaboração da tinta, processo descrito no item 5.4.5, ocorrida no laboratório

de pintura, o funcionário responsável deve seguir as instruções de um programa

computadorizado que indica quais os códigos de tinta e as quantidades que devem

ser misturadas para obter uma cor específica. Qualquer erro na leitura do código ou

na pesagem da quantidade da tinta resulta em uma mistura não conforme, que não

pode ser aproveitada para a pintura do carro. A tinta também precisa ser misturada a

uma quantidade correta de catalisador, pois se houver algum erro pode demorar

mais a secar ou mesmo nunca secar, obrigando o funcionário a refazer todo o

processo. Observa-se também que a tinta não aproveitada deverá ser descartada,

podendo gerar prejuízos econômicos e ambientais.

7.4 Perda de peças desmontadas do veículo

No setor de montagem, durante a montagem ou desmontagem do veículo,

(expostas nos tópicos 5.4.3 e 5.4.8) as peças não são identificadas individualmente

e ficam armazenadas em locais diferentes, o que pode levar a eventuais extravios

que geram perda de tempo no teste e montagem das peças e dificultam a finalização

do serviço. Um caso extremo acontece quando uma peça, ou até mesmo uma

ferramenta, não é mais encontrada, obrigando a empresa a comprar uma nova e

cobrir os custos.

7.5 Montagem de peças com defeito do fornecedor

Após a colisão, algumas peças do veículo precisam ser substituídas. Desta

maneira o responsável administrativo solicita as peças ao fornecedor e aguarda o

prazo de entrega. Após a chegada da peça ela é encaminhada ao setor de funilaria,

e aguarda o veículo para o teste e encaixe provisório das peças, que é feito para

assegurar que as avarias foram corrigidas corretamente. Durante os testes, se a

peça apresentar algum defeito, ela é reprovada, impossibilitando o carro de seguir

para a preparação da pintura. Isso poderá acarretar um atraso no serviço, pois a

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peça precisará ser reposta pelo fornecedor com urgência para a realização dos

encaixes provisórios, dando assim, seqüência ao processo.

7.6 Falta de acuracidade no estoque de ferramentas e componentes

químicos

Algumas vezes, por falta de um controle de estoque adequado de ferramentas e

componentes químicos, os estoques ficam equivocados, gerando uma situação

inesperada que obriga a empresa a providenciar com urgência o item que deveria ter

em estoque. A situação se agrava quando algum item que foi utilizado durante o

processo de reparos de um veículo não é anotado devidamente na sua ordem de

serviço. Desta maneira, o item não é baixado do estoque, o responsável

administrativo não consegue controlar as entradas e saídas de materiais, o que irá

gerar mais estoques errados. Outra conseqüência é quando o item já possui

estoque, mas por falta de controle, ele é comprado novamente, gerando custos

desnecessários.

7.7 Polimento em excesso

No final do processo, após a montagem do veículo, este passa por um

polimento para dar brilho à lataria, processo abordado do item 5.4.8. Porém se o

polimento for feito em excesso, ou de maneira incorreta, a pintura pode ser

prejudicada. Desta maneira, o defeito precisa ser retocado com urgência para não

prejudicar o cliente e aumenta também em 35% a 40% os custos com insumos e

mão-de-obra.

7.8 Baixa produtividade dos funcionários

Durante todo o processo observam-se possíveis perdas de produtividade de

alguns funcionários que perdem muito tempo com a falta de ordem no ambiente de

trabalho, com manobras de veículos no pátio da oficina para encaminhá-los aos

vários setores, com equipamentos obsoletos que exigem uma regulagem manual e

trabalhosa, com a manutenção de ferramentas e máquinas que falham

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inesperadamente no decorrer do processo e com a interrupção do trabalho para a

realização de pequenos consertos que atrapalham a seqüência dos serviços

previstos.

7.9 Reclamações dos clientes na demora da entrega do serviço

Quando a avaria é muito grande, ela exige um tempo maior de processo, e essa

demora é umas das principais causas de insatisfação do cliente. Na maioria das

vezes ele reclama porque depende do carro para suas atividades e compromissos

diários.

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8 SUGESTÕES DE MELHORIAS PARA AS SITUAÇÕES PROBLEMA

IDENTIFICADAS NO PROCESSO PRODUTIVO

Em virtude dos problemas detectados no processo produtivo da empresa,

descritos no capítulo anterior, o objetivo desta etapa do trabalho é apresentar

sugestões de melhorias que possivelmente possam eliminar ou amenizar os

problemas encontrados.

8.1 Falta de aderência da tinta automotiva

Após a preparação da pintura, o veículo segue para a cabine, onde deve

acontecer a limpeza final da área afetada com soluções desengraxantes somente

pouco antes no início da pintura, evitando assim possíveis sujeiras que possam

danificar o serviço. Pode-se também criar uma rotina de que sempre quando o

funcionário for utilizar a pistola de pintura, esta deve ser limpa e descontaminada de

qualquer resíduo de pinturas anteriores. Para que esta rotina não fique esquecida,

no local de armazenamento da pistola, essa informação deve estar escrita de

maneira clara e bem visível, fixada na parede. Nos casos de carros já pintados

anteriormente em outros estabelecimentos, deve ser realizado um teste em uma

pequena área, para verificar a possibilidade de uma reação química. Se esta

hipótese estiver descartada, a pintura pode ser realizada, caso contrário deve-se

investigar a origem da pintura anterior e pesquisar substâncias que possam

neutralizar reações que levem à não aderência.

8.2 Falha no isolamento das áreas não pintadas

O mascaramento, ou seja, a proteção das áreas que não serão pintadas, para

que não recebam resíduos de tintas ou verniz, é uma operação de extrema

importância da pintura do veículo, pois se houver alguma falha, o custo do serviço

pode aumentar em até 40%. Buscando amenizar os problemas nessa área, a

empresa poderia utilizar, ao invés de um simples plástico ou papel para proteger as

áreas, material próprio para mascaramento de veículos.

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Existem papéis e fitas adesivas próprios para o mascaramento que facilitam o

trabalho do pintor automotivo e melhoram o nível do acabamento final do trabalho. O

papel para mascaramento, é mais resistente e protege o veículo contra a passagem

de tintas e vernizes. É de fácil aplicação, tem boa resistência à água e não libera

fibras. Um rolo com 200 metros de comprimento custa de R$15,00 a R$30,00,

dependendo da largura do mesmo, e o seu rendimento dependerá do tipo de veículo

e da área afetada. Assim como o papel, há fitas adesivas exclusivas para este tipo

de trabalho, que não deixam a tinta transpassar, possuem boa flexibilidade e

elasticidade, não deixam resíduos, e resistem a temperaturas de até 93°. Essas fitas

custam em torno de R$2,00 a R$4,00, um rolo com 50 metros, e podem ser

utilizadas tanto para fixar algum papel ou plástico, como para isolar aberturas e

frestas do veículo, evitando a pulverização de tintas onde esta não deva ocorrer.

(Anexo M)

Outra alternativa seria o líquido para mascaramento, ou máscara mágica, que

consiste em um líquido aplicado por uma pistola de pintura que após 25 a 40

minutos forma uma película semitransparente resistente a thinners, névoa de tinta,

verniz e outras impurezas. Pode ser aplicado sobre vidros, pintura, cromados,

plásticos e borracha sem nenhuma agressão a esses materiais. (Anexo N). Além

disso, também pode ser usado na proteção das paredes da cabine de pintura, ou

qualquer outro equipamento que permaneça na área. Após a finalização da pintura,

essa película pode ser facilmente puxada com a mão ou removida com água. Um

galão de 5 litros custa entre R$20,00 a R$40,00, e proporciona a proteção, em

média, de 7 veículos.

A melhor solução, porém, poderia ser a combinação de todos esses métodos,

dependendo do tamanho e da localização da área a ser protegida. Desta maneira, a

empresa economizaria tempo, garantiria mais qualidade ao trabalho e reduziria

retrabalhos ligados a contaminantes.

8.3 Erro na confecção da tinta automotiva

Buscando amenizar os erros durante a confecção da tinta automotiva e, levando

em consideração que qualquer variação na pesagem da quantidade de cada cor

pode resultar em uma mistura não conforme, a empresa poderia melhorar seu

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equipamento de pesagem adquirindo uma balança de precisão, com a qual se

consegue uma maior exatidão na pesagem, possibilitando a redução do desperdício

de materiais e de retrabalho por diferença entre as cores das peças.

Uma balança de precisão com a sensibilidade de 0,01g custa, em média,

R$2000,00, e com sensibilidade de 0,1g pode custar de R$700,00 a R$1500,00.

Usando essa balança a empresa conseguiria pesagens mais precisas e facilitaria o

trabalho no laboratório de pintura.

A empresa também pode optar por um investimento em treinamentos e

capacitação do responsável pelo laboratório, reduzindo a possibilidade de uma falha

humana.

Um treinamento interessante seria o curso de colorimetria, que abrange

informações e técnicas para o acerto de tonalidades, eliminando a diferença

perceptível entre a cor original e a repintura do veículo e, dependendo da

abrangência do mesmo, pode custar de R$150,00 a R$500,00.

8.4 Perda de peças desmontadas do veículo

Para evitar eventuais extravios de peças durante a montagem e desmontagem

do veículo, as peças deveriam ser identificadas individualmente e armazenadas de

maneira mais organizada.

Para a otimização de tempo e um melhor aproveitamento do espaço físico, o

ponto de partida é a organização. É necessário que o profissional de reparação

possa contar com facilidades que lhe permitam executar um bom trabalho,

organizando seu material diário para evitar desperdício de tempo e extravio de peças

e ferramentas.

Uma das formas de evitar essa situação é contar com suportes, carrinhos e

armários que possam facilitar a organização das peças e ferramentas.

Alguns armários específicos para guardar ferramentas são móveis e possuem

uma série de gavetas e prateleiras que podem ser organizadas de acordo com cada

tipo de trabalho, nos diversos setores da empresa. Eles podem custar entre

R$500,00 a R$1000,00 e os armários fixos custam de R$200,00 a R$300,00

dependendo de seu tamanho e tipo de material fabricado.

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A maioria dos carrinhos e suportes é fácil de construir e de baixo investimento.

Como não seguem nenhum padrão de medidas, a própria oficina pode construí-los

da forma como achar conveniente (Anexo O). Desta maneira as peças podem ser

separadas por veículo, em suportes e carrinhos diferentes, sempre identificadas de

forma clara e visível, melhorando a rentabilidade e produtividade dos serviços.

8.5 Montagem de peças com defeito do fornecedor

Tentando evitar possíveis atrasos de processo, devido a defeitos nas peças

de terceiros, a empresa pode criar um rigoroso controle de qualidade na chegada

das peças, reprovando imediatamente e solicitando reposição caso a mesma

apresente algum defeito. Desta maneira o fornecedor pode repor a peça antes da

sua utilização para testes de encaixe, evitando a paralisação e o atraso do processo.

No caso de peças que apresentam defeitos perceptíveis somente durante a sua

utilização, a empresa pode realizar uma seleção de fornecedores, analisando os que

podem lhe fornecer maior garantia de não variabilidade das peças e maior

velocidade de reposição, caso a peça apresente algum problema.

8.6 Falta de acuracidade no estoque de ferramentas e componentes

químicos

Para garantir uma maior acuracidade de seus estoques, a empresa deve ter um

melhor controle dos materiais utilizados nos processos. O ideal seria a implantação

de um sistema de gestão de estoques. Porém, considerando o porte da empresa, e

levando em conta que ela possui poucos itens de estoque e fornecedores que a

abastecem frequentemente, a empresa poderia optar por um controle mais simples e

barato em uma planilha de Excel que também resolveria os problemas identificados

na área. A gestão de estoques seria centralizada em apenas um funcionário, que

controlaria todos os itens de estoque nessa planilha, com a ajuda de algumas

fórmulas que automatizariam as entradas, saídas e deixariam históricos de

consumo.

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8.7 Polimento em excesso

A empresa poderia limitar a utilização do equipamento polidor a apenas alguns

funcionários mais especializados e também substituir as boinas sintéticas, utilizadas

na politriz, e que têm pouca durabilidade, por boinas de dupla-face de pele de

carneiro que asseguram um melhor acabamento com um menor esforço. Para o

enceramento, a mais indicada é a boina de espuma, que retira algumas marcas

deixadas pelas boinas de polimento. As boinas dupla face custam cerca de 6,5

vezes mais, porém rendem até 10 vezes mais que as simples de material sintético.

As boinas de espuma, indicadas para enceramento, custam apenas 2,5 vezes mais,

porém seu rendimento pode ser até 25 vezes maior.

8.8 Baixa produtividade dos funcionários

Várias mudanças poderiam contribuir para aumentar a produtividade dos

funcionários. Entre elas:

Disposição dos carros dentro da oficina, na ordem em que eles serão

trabalhados durante o dia. Respeitando uma seqüência de prioridades, os

veículos, no início da manhã, já seriam distribuídos no pátio da empresa,

e nos setores específicos, dependendo da programação daquele dia;

Realização de um programa de manutenção preventiva, procurando

eliminar ou reduzir as probabilidades de falhas através de manutenções

nos equipamentos em intervalos pré-planejados. Alguns equipamentos

merecem uma atenção especial nesse programa: um deles é a Solda

Mig/Mag, que com a manutenção preventiva ganha uma maior vida útil e

aumenta a produtividade da funilaria. Alguns elementos da Solda como a

pistola, gás de proteção, cilindro e mangueira da pistola exigem cuidados

constantes. Além disso, a limpeza e o estado de isolamento da máquina

são essenciais para a segurança dos funileiros. Os equipamentos

pneumáticos, a cabine, e as pistolas de pintura também necessitam de

regulagem periódica, evitando o gasto excessivo de insumos e a perda

de qualidade do serviço e de produtividade.

A empresa também poderia adotar uma prática de reservar períodos

semanais para a organização e limpeza, pois mantendo sempre um

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ambiente de trabalho arrumado e limpo, os funcionários não desperdiçam

tempo procurando objetos ou limpando peças e ferramentas somente

antes da sua utilização. Além disso, a empresa passa aos clientes que a

visitam uma imagem positiva, através de ambiente agradável e cortês.

Como a interrupção dos serviços para consertos menores prejudica a

produtividade da empresa, ela também poderia reservar períodos

programados, após o acúmulo de alguns pequenos serviços, para que

esses fossem realizados todos de uma vez e de maneira mais rápida e

eficaz. Um exemplo são os serviços de funilaria, no caso de veículos com

pequenas avarias, cujo conserto é bem mais fácil e exige menos tempo

do funileiro.

No processo de funilaria, é comum deparar-se com peças sem acesso

pela parte interna, o que torna o processo de reparo muito mais complexo

e demorado. Nesses casos, recomenda-se o uso de um equipamento

chamado repuxadeira elétrica, que a empresa poderia adquirir, pois sem

ele, muitas vezes a solução é adotar o método convencional, que pode

exigir corte de chapa atrás do dano, para gerar acesso, seguido do

reparo em si e da soldagem. A repuxadeira utiliza um ponto de solda,

através do qual a chapa é repuxada até chegar à sua forma original. As

peças que podem ser reparadas são soleiras, colunas, entre outras que

oferecem difícil acesso para o reparo. O preço desse equipamento varia

entre R$1200,00 e R$1600,00, dependendo se for um modelo mais

convencional ou mais avançado tecnologicamente. Como a empresa não

possui esse equipamento, adquirindo-o, ela pode reduzir em até 41% o

tempo do reparo.

Se a empresa desejar investir na troca de equipamentos obsoletos, o que

traria mais benefícios na atual situação seria uma mesa alinhadora mais

moderna e avançada tecnologicamente. Alguns modelos de mesa

alinhadora para carros e pick-up possuem sistema de elevação hidráulico

e sistema de medição por geometria, que acompanha CD-ROM com

informações de medidas de vários modelos de carros, garantindo maior

agilidade, qualidade ao serviço, e medidas mais exatas, deixando o

veículo danificado com todas as medidas originais de fábrica. Um

equipamento com essa qualidade e tecnologia, pode exigir da empresa

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um investimento de até R$70.000,00. Porém existem ainda algumas

opções de equipamentos também com uma ótima qualidade, porém com

uma tecnologia mais simples. Possuem sistema de elevação hidro-

pneumático e sistema de medição por simetria, ou seja, as medidas dos

veículos precisam ser consultadas em um catálogo e reguladas

manualmente. Este tipo de equipamento custa em torno de R$ 22.000,00

(Anexo P).

8.9 Reclamações dos clientes na demora da entrega do serviço

Para amenizar a insatisfação de alguns clientes com a demora na entrega dos

serviços, em casos de grandes avarias, quando o carro passa um longo tempo na

oficina, são feitas duas sugestões: a primeira é que a empresa poderia estabelecer

uma parceria com empresas locadoras de automóveis.

Através dessa parceria, um cliente que alugar um carro em uma locadora

parceira, após ter deixado seu veículo para reparação na Tijuvel, teria um desconto

na diária, acertado entre a oficina e a própria locadora. Além de gerar conforto e um

diferencial positivo para os clientes, a promoção ainda poderia contemplar a oficina

com uma comissão sobre o valor das diárias de locação.

Uma outra sugestão que poderia agilizar o processo de reparos e diminuir o

tempo de entrega dos carros, seria a utilização de um sistema que integra

companhias seguradoras, reguladoras, peritos e oficinas, deixando os trabalhos

mais rápidos por acessar um único canal com recursos diferenciados, para atender

todas as necessidades ligadas a sinistros de veículos.

Esse sistema consiste em um conjunto de módulos que funciona na internet e

que contribui na melhoria da gestão dos processos que envolvem a oficina. Suas

principais características são:

Gerencia a distribuição dos sinistros para peritos e oficinas;

Gera estatística do tipo: custo médio dos orçamentos, peças mais

substituídas, peças mais reparadas, veículos mais sinistrados etc;

Cria uma interface facilitada para o envio, recebimento e verificação de

informações dando rapidez e agilidade ao processo de aprovação pela

seguradora;

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Permite a empresa obter alguns preços de peças entre um universo de

distribuidores previamente cadastrados.

O sistema possui um custo de R$300,00 mensais, dispensa a instalação de um

software e permite que o trabalho seja feito de qualquer lugar que tenha acesso a

internet, na hora em que o profissional desejar.

8.10 Outras sugestões

Abaixo estão descritas outras sugestões, que não estão necessariamente

ligadas às situações problemas identificadas, porém visando a melhoria contínua, a

empresa poderia ainda analisar as seguintes propostas:

A utilização de equipamentos de segurança coletivos, além dos individuais já

usados na empresa. Ao contrário dos EPI’s que apenas isolam o risco,

evitando ou minimizando eventuais lesões físicas, os EPC’s neutralizam os

riscos, evitando as circunstâncias perigosas. Um exemplo de EPC pode ser

um biombo para soldagem, utilizados em trabalhos de lixamento e soldagem,

e o cabo de aço para bancada de estiramento que tem o objetivo de proteger

os operadores de possíveis problemas na desconexão do mordente no

veículo. Além disso, a empresa poderia realizar treinamentos e campanhas de

conscientização em relação ao uso de equipamentos de segurança,

diminuindo a resistência de alguns funcionários ao uso dos mesmos.

Realização de parcerias com outras empresas, visando obter vantagens

comerciais na terceirização de serviços como balanceamento, geometria e

manutenção de ar condicionado automotivo.

Descarte adequado de resíduos químicos, utilizando sobras ou tintas mal

confeccionadas como fundos em outras pinturas, desde que as cores sejam

compatíveis. E os demais produtos como thinners e outras substâncias

químicas seriam recolhidas por uma empresa de reciclagem da região.

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Confecção de um manual do processo de produção da empresa e do

funcionamento e regulagem de equipamentos essenciais.

Realização de um estudo de aspectos ergonômicos e postos de trabalho,

visando melhorar cada vez mais as condições de trabalho dos funcionários,

evitando assim possíveis acidentes e doenças originadas do ambiente de

trabalho.

Reconhecimento da oficina como “oficina com capacitação técnica” pela Cesvi

Brasil (Centro de experimentação e segurança viária). Ao obter essa placa, a

oficina passa a ser olhada de uma forma diferente pelo mercado. Proprietários

de veículos e companhias de seguros procuram a relação de oficinas

capacitadas do Cesvi como uma referência de bons serviços em funilaria e

pintura. Essas oficinas ganham também e divulgação de mídias importantes

na área e uma placa de capacitação técnica, no formato do sinal de trânsito

“dê a preferência”, para que os clientes saibam que a oficina é certificada pela

Cesvi Brasil. Para realizar o cadastro, os consultores do Cesvi realizam uma

primeira visita para levantamento de dados e uma segunda, após três meses,

para reavaliação. Durante as visitas, são observados os processos utilizados

pela empresa, os equipamentos usados, a estrutura do local e a capacitação

dos profissionais. A partir das conclusões dos consultores, a oficina é

classificada, de “C” a “A”, em quatro diferentes quesitos: Atendimento,

Funilaria, Pintura e Estiramento. A classificação que a oficina recebe tem

validade de um ano. Após esse período, a oficina deve pedir sua

reclassificação, que pode confirmar seu grau de qualidade ou demonstrar que

evoluiu desde a última análise.

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9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dado o acirramento da concorrência, e a exigência cada vez maior por parte

dos consumidores, a gestão da produção está se tornando um dos quesitos

indispensáveis na formulação das estratégias de competitividade das empresas, pois

pode garantir processos mais produtivos e lucrativos. Para qualquer organização

que deseja ser bem-sucedida a longo prazo, a função produção é essencial.

Com essa visão, o presente trabalho buscou desenvolver um estudo dos

processos produtivos da empresa Tijuvel, descrevendo seus principais processos e

identificando pontos de possíveis melhorias. Embora, na primeira análise, a empresa

aparentasse ter processos eficazes, no decorrer do estudo, surgiram várias

possibilidades de melhoria.

A acadêmica, por desconhecer totalmente os processos da empresa,

primeiramente levantou todas as suas atividades e descreveu os principais

processos produtivos da empresa. Depois, através da identificação das principais

situações problema, buscou apresentar sugestões, baseadas em conhecimentos

teóricos e práticos adquiridos durante a elaboração do trabalho. Essas sugestões

buscaram, na maioria das vezes, o aumento da produtividade e lucratividade da

empresa e, principalmente, a garantia de satisfação do cliente com o serviço e o

atendimento prestado.

Espera-se que as organizações tenham como objetivo fazer com que o seu

sistema de gestão melhore continuamente, visando sempre aperfeiçoar o

atendimento a seus clientes. A empresa Tijuvel, também interessada em seu

aperfeiçoamento, dispôs uma abertura de informações, o que facilitou à acadêmica o

entendimento das atividades e possibilitou o estudo dos processos.

Longe de representar uma ampla solução para todos os tipos de problemas

existentes na empresa, as propostas devem ser vistas como uma tentativa de

melhorias de alguns processos principais, tanto para quem os executa quanto para a

empresa, muitas vezes com mudanças simples, mas que se gerassem resultados,

poderiam se tornar diferenciais competitivos.

Seria bastante útil também, se as melhorias obtidas no processo com a

conseqüente redução dos problemas encontrados na produção, pudessem ser

traduzidas em economia e redução de custo para a empresa.

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Acredita-se que o trabalho possa auxiliar a empresa, que ainda tem muitas

possibilidades de crescer no mercado em que atua, primeiro por ter organizado e

descritos seus processos que antes só existiam “na cabeça” dos funcionários e dos

gerentes, e também por ter trazido à empresa, que nunca havia passado por

nenhum tipo de análise, propostas e novos conhecimentos em tecnologia e gestão

de processos, tornado possível uma reciclagem de velhos métodos e rotinas, tendo

sempre como foco a satisfação dos clientes.

É importante ressaltar também que a empresa já aderiu a algumas propostas

durante a realização deste trabalho, como a aquisição de novos equipamentos e a

mudança de alguns processos que já estão trazendo bons resultados. Espera-se,

com o tempo, alcançar os benefícios desejados.

Para a acadêmica, o presente trabalho serviu não apenas para ampliar sua

experiência, mas também para atuar com os conhecimentos adquiridos ao longo do

curso, trazendo a oportunidade e o desafio de conhecer e acompanhar os detalhes

de um processo de produção e prestação de serviços, antes totalmente

desconhecido pela mesma. Isso possibilitou também, perceber a vital importância da

busca contínua por soluções para os desafios e de se ter uma organização voltada

para o mercado e atenta aos desejos e necessidades dos clientes.

Espera-se que este trabalho possa também servir como fonte de pesquisa

para novos acadêmicos que por esta etapa também irão passar e como incentivo

para outros trabalhos na empresa.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A

Fluxograma geral do processo produtivo da Tijuvel

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APÊNDICE B

Layout – 1° Piso

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APÊNDICE C

Layout – 2° Piso

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ANEXOS

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ANEXO A

Serviço de guincho e reboque 24 horas

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ANEXO B

Câmara de pintura

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ANEXO C

Solda Mig

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ANEXO D

Fachada e pátio coberto

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ANEXO E

Laboratório de Pintura

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ANEXO F

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Modelo de aviso de Sinistro – Sul América Seguros

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ANEXO G

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Modelo de aviso de Sinistro – Unibanco AIG

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ANEXO H

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99

Modelo de Orçamento da Liberty Seguros

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100

ANEXO I

Cartelas de acerto de cor

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101

ANEXO J

Modelo Termo de Quitação

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102

ANEXO L

Modelo Ordem de Serviço

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103

ANEXO M

Aplicação de fitas adesivas para mascaramento

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104

ANEXO N

Aplicação e remoção do líquido para mascaramento

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105

ANEXO O

Modelo de Suporte que pode ser construído pela própria empresa

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ANEXO P

Modelos de mesa alinhadora: com medição por geometria e por simetria.

Page 108: ESTUDO DOS PROCESSOS PRODUTIVOS DA EMPRESA …siaibib01.univali.br/pdf/Graziele Dias.pdf · Figura 1 - Simbologia do fluxograma vertical. ... 5 PROCESSOS DA EMPRESA.....50 5.1 Financeiro

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ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS

Graziele Dias

Estagiária

Antônio Luiz Dias

Supervisor de Campo

Prof ° Luciano Dalla Giacomassa

Orientador de Estágio

Profª Jaqueline de Fátima Cardoso

Responsável pelos Estágios em Administração