Estudo Das Angulações e Inclinações Dentárias Em Brasileiros
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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO
FACULDADE DE ODONTOLOGIA
ORTODONTIA
ESTUDO DAS ANGULAÇÕES E INCLINAÇÕES DENTÁRIAS EM
BRASILEIROS, LEUCODERMAS COM OCLUSÃO NORMAL NATURAL
ADRIANO CESAR TREVISI ZANELATO
São Bernardo do Campo2003
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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO
FACULDADE DE ODONTOLOGIA
ORTODONTIA
ESTUDO DAS ANGULAÇÕES E INCLINAÇÕES DENTÁRIAS EMBRASILEIROS, LEUCODERMAS COM OCLUSÃO NORMAL NATURAL
ADRIANO CESAR TREVISI ZANELATO
Orientadora: Profa. Dra. Liliana Ávila Maltagliati
São Bernardo do Campo2003
Dissertação apresentada à Faculdade deOdontologia da Universidade Metodista de SãoPaulo, como parte dos requisitos para obtenção doTítulo de MESTRE pelo programa de Pós-Graduação em ODONTOLOGIA, Área deConcentração – Ortodontia.
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DEDICATÓRIA
A DEUS, pela saúde.
A minha esposa Rosana,
pelo apoio, pela compreensão, pelo amor, pelo carinho, que foramfundamentais para a realização deste trabalho. Obrigado por terassumido o papel, em alguns momentos, de mãe, educadora, amiga epai.....dos nossos filhos.Dedico a você este trabalho e o meu amor.
Aos meus filhos Gabriel, Julia e Isabela,
motivos de estímulo e alegria. Tão pequenos, mas tão compreensivosem entender o motivo de minha ausência.
Aos meus pais, Reginaldo e Maria Clélia
a quem devo minha formação, pessoas que dedicam suas própriasvidas, para que seus filhos realizem seus sonhos.
A meu irmão Reginaldo
pessoa incansável em estimular-me a crescer e substituto na hora deminha ausência. Grande pessoa e grande caráter.
A meu irmão André
motivo de alegria e companheirismo nesta jornada, algo digno de umirmão. Pessoa com um futuro promissor e de grandes iniciativas.
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Ao Prof. Hugo J. Trevisi,
eterno professor, grande estimulador, exemplo a seguir na Ortodontia,pela sua dedicação e amor a essa ciência, a quem devo minha formaçãoprofissional.
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AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
Ao Coordenador,
Prof. Dr. Marco Antônio Scanavini, eternamente grato por meacolher no Curso de Pós-Graduação da Universidade Metodista,abrindo-me as portas para a pesquisa. Obrigado pelacompreensão, amizade demonstrada e orientação, dignas dosgrandes seres humanos.Meu eterno agradecimento e espero um dia ser útil o suficientepara lhe retribuir minha gratidão.
A Orientadora,
Profa. Dra. Liliana Ávila Maltagliati, além de mestre, amiga, egrande orientadora, sempre demonstrou muita competência edisponibilidade em ensinar e educar. Trata a ciência com rigor eseriedade. Seus trabalhos certamente ocuparão um belo lugar na
história. Com muita emoção, agradeço-lhe a amizade e aoportunidade de aprendizado na área da pesquisa. Grande partedeste trabalho só foi possível, graças a sua orientação.Minha eterna gratidão.
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AGRADECIMENTOS
Ao Reitor Prof. Dr. Davi Ferreira Barrospela oportunidade de freqüentar o Curso de Mestrado em Ortodontianesta conceituada Instituição.
Ao Vice-Reitor Acadêmico Prof. Dr. Clóvis Pinto de Castropela forma cordial que recebe os alunos, incentivando-os no caminho dapesquisa.
Ao Diretor da Faculdade de Odontologia Prof. Dr. Savério Mandettapelos ensinamentos na área da Oclusão Estática e Funcional, mostrandoa grande importância dessa disciplina na Ortodontia.
Leonora Maria Prado Novaes,pessoa de grande inteligência, capaz de tornar uma idéia em realidade,tornando assim um sonho real. Parabéns por esta capacidade einteligência.
Michelle Trevisi de Araújopela contribuição na correção do Português e da tradução dos textos emInglês. Sempre preocupada em fazer o melhor possível.
Aos professores,Dr. Savério Mandetta, Dra. Silvana Bommarito, Dra. Maria HelenaFerreira Vasconcelos, Dra. Cássia Lopes de Alcântara Gil obrigado pelasorientações e pela amizade.
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Aos colegas de turma,Osvaldo, Márcio, André Urbano, Rogério, Beto, Dudu, Fabio, Denise,Maria, Regina, Mary e André pela amizade e carinho que passamos juntos durante estes dois anos de sonhos, nervosismos, tensões,alegrias e engrandecimentos pessoais, e que todas estas lembranças eamizades sejam eternas.
Aos funcionários,Ana, Edilson, Célia, Marilene e Rosângela, obrigado por estarem sempredispostos a nos ajudar, tornando assim nossa caminhada mais
agradável.
Turma do paliteiro,Osvaldo, Márcio, André, Reginaldo e André Urbano as quartas-feirasforam de muitas alegrias.........
Ao Prof. Dr. José Roberto Pereira Lauris,Sempre mostrou disposição na orientação e realização do trabalhoestatístico presente nesta pesquisa.
Aos amigos Fernando e Diego,Responsáveis pela digitalização e formatação de parte desta obra. Emalguns momentos foram mais de simples funcionários, foram realmentegrandes amigos.
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VIII
LISTA DE TABELAS
TABELA 5.1 – Valores, em graus, das médias de angulação iniciais(T1) e repetidas (T2) dos dentes superiores, diferençadas médias, valor de “t”, valor de “p” para o errosistemático e valor do erro casual de Dahlberg................ 80
TABELA 5.2 – Valores, em graus, das médias de angulação iniciais(T1) e repetidas (T2) dos dentes inferiores, diferençadas médias, valor de “t”, valor de “p” para o errosistemático e valor do erro casual de Dahlberg................ 81
TABELA 5.3 – Valores, em graus, das médias de inclinação iniciais(T1) e repetidas (T2) dos dentes superiores, diferençadas médias, valor de “t”, valor de “p” para o erro
sistemático e valor do erro casual de Dahlberg................ 81
TABELA 5.4 – Valores, em graus, das médias de inclinação iniciais(T1) e repetidas (T2) dos dentes inferiores, diferençadas médias, o valor de “t”, o valor de “p” para o errosistemático e valor do erro casual de Dahlberg................ 82
TABELA 5.5 – Médias, em graus, dos valores da angulação einclinação, desvio padrão, valor máximo e valor
mínimo do arco dentário superior ................................... 83
TABELA 5.6 – Médias, em graus, dos valores da angulação einclinação, desvio padrão, valor máximo e valormínimo do arco dentário inferior ..................................... 83
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IX
TABELA 5.7 – Comparação, em graus, dos valores das angulações
das coroas dentárias superiores, da pesquisa deANDREWS com os valores encontrados, diferença,valor de “t” e valor de “p” .................................................84
TABELA 5.8 – Comparação, em graus, dos valores das angulaçõesdas coroas dentárias inferiores, da pesquisa deANDREWS com os valores encontrados, diferença,valor de “t” e valor de “p”.................................................. 86
TABELA 5.9 – Comparação, em graus, dos valores das inclinaçõesdas coroas dentárias superiores, da pesquisa deANDREWS com os valores encontrados, diferença,valor de “t” e valor de “p”.................................................. 88
TABELA 5.10 – Comparação, em graus, dos valores das inclinaçõesdas coroas dentárias inferiores, da pesquisa deANDREWS com os valores encontrados, diferença,valor de “t” e valor de “p”.................................................. 90
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XI
FIGURA 4.10 - Detalhe da Calibração da Haste em forma de “Cruz”A – Esquadro perpendicular à mesa em L e paralelo àponta ativa da haste em forma de “cruz”B – Haste em forma de “cruz” posicionada para a
medição da inclinação da coroa dentária............................ 71
FIGURA 4.11 – A – Garfo do articulador calibradoB – Modelo de gesso posicionado com o plano oclusalparalelo à mesa em L .........................................................72
FIGURA 4.12 – Marcação do longo eixo das coroas dentárias.................... 73
FIGURA 4.13 – A – Longo eixo da coroa dentária paralelo ao riscocentral da lente de aumentoB – Mesa em L rotacionada................................................73
FIGURA 4.14 – Detalhe da angulação positiva no canino e daangulação negativa no primeiro pré-molar e nosegundo molar.................................................................... 74
FIGURA 4.15 – A – Haste em forma de “cruz” posicionada paramedição da inclinaçãoB – Haste para a medição das inclinações das coroasdentárias............................................................................. 75
FIGURA 4.16 – A – Ponta ativa posicionada no centro da coroadentáriaB – Ponta paralela e tangente ao longo eixo da coroadentáriaC – Mesa em L rotacionada............................................... 76
FIGURA 4.17 – A – Inclinação dentária negativaB – Inclinação dentária positiva .......................................... 77
FIGURA 5.1 – Comparação dos valores das angulações das coroasdentárias do incisivo central, incisivo lateral e caninosuperiores com os valores propostos por ANDREWS........ 84
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XI I
FIGURA 5.2 – Comparação dos valores das angulações das coroasdentárias dos pré-molares superiores com os valorespropostos por ANDREWS ..................................................85
FIGURA 5.3 – Comparação dos valores das angulações das coroasdentárias dos molares superiores com os valorespropostos por ANDREWS ..................................................85
FIGURA 5.4 – Comparação dos valores das angulações das coroasdentárias do incisivo central, incisivo lateral e caninosinferiores com os valores propostos por ANDREWS.......... 86
FIGURA 5.5 – Comparação dos valores das angulações das coroasdentárias dos pré-molares inferiores com os valorespropostos por ANDREWS ..................................................87
FIGURA 5.6 – Comparação dos valores das angulações das coroasdentárias dos molares inferiores com os valorespropostos por ANDREWS ..................................................87
FIGURA 5.7 – Comparação dos valores das inclinações das coroasdentárias do incisivo central, incisivo lateral e caninosuperiores com os valores propostos por ANDREWS........ 88
FIGURA 5.8 – Comparação dos valores das inclinações das coroasdentárias dos pré-molares superiores com os valorespropostos por ANDREWS ..................................................89
FIGURA 5.9 – Comparação dos valores das inclinações das coroasdentárias dos molares superiores com os valorespropostos por ANDREWS ..................................................89
FIGURA 5.10 – Comparação dos valores das inclinações das coroasdentárias do incisivo central, incisivo lateral e caninoinferiores com os valores propostos por ANDREWS.......... 90
FIGURA 5.11 – Comparação dos valores de inclinação das coroasdentárias dos pré-molares inferiores com os valores
propostos por ANDREWS ..................................................91
FIGURA 5.12 – Comparação dos valores de inclinação das coroasdentárias dos molares inferiores com os valorespropostos por ANDREWS ..................................................91
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XI I I
LISTA DE ABREVIATURA
T1 - Medida inicial
T2 - Medida repetida
- Média
DP - Desvio Padrão
VMX - Valor Máximo
VMIN - Valor Mínimo
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ZANELATO, ADRIANO C. T. Estudo das angulações e inclinações dentárias embrasileiros, leucodermas com oclusão normal natural.
RESUMO
A presente pesquisa tem como objetivo estudar os valores numéricos da
angulação e da inclinação das coroas dentárias em brasileiros leucodermas e
compará-las com os valores médios apresentados por Andrews.
A amostra constituiu-se de 60 indivíduos, com faixa etária compreendida
entre 12 e 21 anos, de ambos os sexos. Estes indivíduos apresentam oclusão
normal natural e nunca foram submetidos a qualquer tipo de intervenção ortodôntica.
As medições de angulação (mésio-distal) e inclinação (vestíbulo-lingual)
foram obtidas com o auxílio de um dispositivo, especialmente desenvolvido para esta
pesquisa.
Após a coleta dos dados e aplicação do tratamento estatístico,
concluímos que a angulação das coroas dentárias, tanto superior, quanto inferior,
apresenta em sua grande maioria, angulação positiva, ou seja, a porção cervical
encontra-se mais distal em relação à porção incisal/oclusal. Somente o segundo
molar superior e o incisivo lateral inferior apresentaram angulação negativa. O grau
de angulação variou para cada tipo de dente.
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11 IINNTTRROODDUUÇÇÃOO
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2I N T R O D U Ç O
1 Introdução
A Ortodontia, uma especialidade da Odontologia, surgiu a partir de
atividades empíricas, com poucos fundamentos biológicos, no final do século
XIX, evoluindo para atividades apoiadas em evidências comprovadas
cientificamente na atualidade.
Alguns autores destacaram-se nessa evolução, dentre eles
EDWARD HARTLEY ANGLE11 que, em 1899, publicou, na “Revista Dental
Cosmos”, um artigo onde propôs um método para classificação das más
oclusões e que tornou os problemas ortodônticos melhor compreendidos e
explicados.
Em 1928, ANGLE12 viria novamente a se destacar, quando
apresentou o aparelho ortodôntico Edgewise, fato responsável pelo maior
impulso dado à evolução científica da Ortodontia. Recebeu a ajuda
incontestável de seu ex-aluno e amigo Charles H. Tweed, a quem foi
transferido a incumbência de aprimorar e divulgar o aparelho Edgewise.
Esse aparelho foi a base de várias pesquisas e aperfeiçoamentos da técnica
ortodôntica, até chegarmos ao aparelho ortodôntico pré-ajustado,
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3I N T R O D U Ç O
desenvolvido após uma pesquisa realizada por LAWRENCE F. ANDREWS3
em 1970. Andrews estudou a angulação, a inclinação, a proeminência, o
comprimento e a largura de cada coroa dentária, definindo desse modo, o
padrão ideal de cada dente para um paciente com uma boa oclusão natural.
Após analisar detalhadamente cada coroa dentária, a prescrição
de braquetes pré-ajustados foi definida, incorporando em cada peça todas
as informações colhidas em sua pesquisa, o que tornaria possível posicionar
cada dente, através de uma mecânica ortodôntica de arcos retos, em uma
boa oclusão. Esse novo aparelho foi denominado Straight-Wire. O aparelho
Edgewise não apresenta esses recursos, portanto o tratamento ortodôntico é
direcionado pelo arco, onde o profissional realiza dobras artísticas para
conduzir os dentes a uma boa posição. Dessa forma, o pensamento é
diferente, ou seja, o mais importante na mecânica é o arco, enquanto que
para o aparelho desenvolvido por ANDREWS3, os braquetes se tornaram a
chave do tratamento.
O aparelho pré-ajustado delega aos braquetes a incorporação das
angulações e inclinações inerentes de cada elemento dentário. As
prescrições ora existentes baseiam-se em dados coletados do trabalho de
ANDREWS3, em americanos e com metodologia simples.
A escassez de pesquisas sobre o tema na literatura, tanto nacional
como internacional, e desenvolvimento de meios mais precisos de
mensuração das angulações e inclinações dentárias, motivou-nos a realizar
um trabalho semelhante ao apresentado por Andrews, onde pesquisaremos
a angulação e a inclinação de cada coroa dentária de 60 indivíduos com
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oclusão normal natural, porém com outra metodologia. Para tal pesquisa
será utilizado um dispositivo especialmente desenvolvido para realizar as
mensurações.
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2I N T R O D U Ç O
22 RREEVVIISS OO DDAA LLIITTEERRAATTUURRAA
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2 Revisão da Literatura
Foi a obsessão pela ordem que motivou EDWARD HARTELY
ANGLE12 a introduzir em 1928 o aparelho tipo Edgewise. ANGLE12
acreditava que a Ortodontia estava sendo praticada de maneira bastante
individualista, havendo várias maneiras de se tratar um paciente, deste
modo, após algumas tentativas e experiências, mudou o desenho dos
aparelhos da época, colocando a ranhura no centro e na horizontal, tornando
o aparelho mais preciso e eficiente, principalmente no controle de torque. A
ranhura foi disposta horizontalmente e confeccionada em 0,022 X 0,028
polegadas, esse novo sistema foi denominado aparelho Edgewise. ANGLE12
preconizava que esse novo aparelho ortodôntico deveria apresentar algumas
propriedades: ser simples, estável, eficiente, delicado e discreto.
Quanto à movimentação ortodôntica, ANGLE13 em 1929, ensinava
que o movimento de segunda ordem ou o movimento de angulação distal de
todos os dentes, em um, ou em ambos os arcos dentários, deveriam ser
alcançados por forças elásticas derivadas de arcos metálicos finos, quando
inseridos nos braquetes, e que para fins fisiológicos e mecânicos, é
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aconselhável que as dobras de segunda ordem sejam feitas em conjunto
com as dobras de primeira ordem, afim de melhorar o controle de
ancoragem e diminuir o tempo ativo de tratamento. Preconizava que nenhum
mecanismo ativo do tratamento deveria permanecer passivo após iniciar a
movimentação dentária. Forças muito leves, que se tornam inoperantes,
deveriam ser evitadas pelos ortodontistas, pois tais forças, assim como a
passividade dos arcos, não permitem movimentos dentários. Considerou que
o torque que corresponde à força inserida no arco por meio de dobras de
terceira ordem, traria vários benefícios aos tratamentos, mas ainda era
pouca conhecida e utilizada e para que tais forças fossem conseguidas,
deveriam ser utilizados fios de boa qualidade.
Como pequeno indício do que seria a Ortodontia moderna em
relação aos braquetes, HOLDAWAY22 em 1952 visando diminuir as dobras
nos fios, pioneiramente preconizou uma leve angulação nos braquetes, com
o intuito de substituir as dobras de segunda ordem realizadas no fio
ortodôntico, simplificando o manuseio dos arcos e, conseqüentemente,
levando a bons resultados clínicos, com menores esforços. Finalizou citando
as vantagens do princípio das angulações nos braquetes: como auxiliar no
paralelismo das raízes próximas ao espaço das extrações, como um método
que estabelece uma unidade de ancoragem posterior por meio da angulação
distal dos seus componentes e como um meio de posicionamento artístico
dos dentes.
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8R E V I S O D A L I T E R A T U R A
JARABAK25 em 1960, salientou que os objetivos de um
tratamento ortodôntico são estética facial, harmonia funcional e estabilidade,
e que seus tratamentos ortodônticos almejam: movimentos dentários que
não agridem o ligamento periodontal e o osso alveolar, que posicionem os
dentes dentro do osso apical e que obtenham uma oclusão funcional que
estabilize o tratamento. Esses são, segundo o autor, os objetivos da filosofia
de Tweed. Salientou que segue essa filosofia, porém com algumas
exceções. A primeira delas corresponde à força de ancoragem, pois
preconizou forças leves e não intermitentes, obtidas com fios redondos,
bastante resilientes. A segunda relaciona-se ao movimento em grupo dos
incisivos superiores, na redução da classe II. Em seus pacientes, utilizou
braquetes angulados em dois planos no espaço, a angulação mésio-distal,
preconizada por HOLDAWAY22 (1952), que torna a mecânica de segunda
ordem possível nos arcos leves e, a angulação nas canaletas dos braquetes,
que torna a mecânica de terceira ordem (torque) possível com arcos
retangulares. Comentou que emprega, com freqüência, a mecânica de
terceira ordem para o posicionamento artístico dos dentes posteriores e para
retração dos incisivos superiores, preconizando uma inclinação de 22° para
os incisivos centrais superiores e 17° para os incisivos laterais, que auxilia
no tratamento da classe II, com o uso de elásticos. Para os caninos,
recomendou braquetes convencionais; para os pré-molares e molares, uma
inclinação de 7° e, para todos os dentes inferiores, uma inclinação de 7° com
exceção do segundo molar que propôs 15°.
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10R E V I S O D A L I T E R A T U R A
Segundo ANDREWS4 em 1972, tão importante quanto o novo
sistema de braquete, foi a observação de seis características, presentes nos
120 modelos normais não ortodônticos, que serviram de base para seus
estudos. Essas características presentes de maneira consistente, foram
denominadas de “Seis Chaves para uma Oclusão Normal” e serviram como
base para o desenvolvimento do aparelho Straight-Wire. São elas:
1) Relação Molar: A superfície distal da cúspide disto-vestibular
do primeiro molar permanente superior faz contato e oclui com a superfície
mesial da cúspide mésio-vestibular do segundo molar inferior. A cúspide
mésio-vestibular do primeiro molar permanente superior oclui com o sulco
entre as cúspides mesial e mediana do primeiro molar inferior. (Os caninos e
pré-molares desfrutam de uma relação cúspide-ameia vestibularmente, e
uma relação cúspide-fossa lingualmente).
2) Angulação da coroa: Em dentes que ocluem corretamente, a
porção cervical do longo eixo da coroa situa-se por distal da porção incisal
deste eixo. O grau de angulação varia para cada tipo de dente.
3) Inclinação da coroa: Considera-se a inclinação da coroa como
o ângulo formado entre uma linha perpendicular ao plano oclusal e outra
tangente ao centro da coroa clínica, variando em grau positivo ou negativo
de acordo com cada grupo de dente, assim, a inclinação das coroas dos
dentes anteriores superiores é positiva (porção incisal mais vestibular que a
porção cervical), e suficiente para permitir um posicionamento distal correto
dos pontos de contatos dos dentes superiores em sua relação com os
dentes inferiores, permitindo assim, uma oclusão correta das coroas
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11R E V I S O D A L I T E R A T U R A
posteriores. Em dentes superiores posteriores (de caninos até molares), há
uma inclinação lingual da coroa dentária (porção oclusal mais lingual que a
porção cervical). Essa inclinação é constante e similar de canino até
segundo pré-molar, e ligeiramente mais pronunciada nos molares. Em
dentes inferiores posteriores (de caninos até molares), a inclinação das
coroas é lingual, aumentando progressivamente dos caninos até os
segundos molares.
4) Rotação: os dentes não devem possuir rotações indesejáveis.
5) Contatos: na ausência de discrepâncias dentárias, a relação de
pontos de contato devem ser normais.
6) Curva de Spee: um plano oclusal reto é a meta de um bom
tratamento. Nos modelos normais, não tratados, a Curva de Spee não
ultrapassou 1,5 mm de profundidade quando medida a partir da cúspide
mais proeminente do segundo molar inferior até o incisivo central.
ROTH41 salientou em 1975, que alterou alguns valores da
prescrição de braquetes do sistema Straight-Wire original, para produzir uma
prescrição universal que poderia ser utilizada em um grande número de
pacientes. A prescrição eliminou a necessidade de se colocar dobras nos
fios finais para atingir uma leve sobrecorreção das posições dos dentes no
final da terapia com o aparelho. A partir dessas posições, levemente
sobrecorrigidas, os dentes se acomodarão nas posições normais não-
ortodônticas não-tratadas e com uma alta porcentagem de regularidade. Em
outras palavras, a prescrição foi idealizada para as posições dos dentes a
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12R E V I S O D A L I T E R A T U R A
serem obtidas na conclusão da terapia de aparelho fixo. Esse objetivo é
específico para posições de dentes sobrecorrigidos, antes da remoção do
aparelho e foi provado funcionar eficientemente.
Sendo assim, ROTH definiu a sua prescrição de braquetes com os
seguintes valores:
Arco Superior
Dente 1 2 3 4 5 6 7
Angulação 5° 9° 13° 0° 0° 0° 0°
Inclinação 12° 8° -2° -7° -7° -14° -14°
Arco Inferior
Dente 1 2 3 4 5 6 7
Angulação 2° 2° 7° -1° -1° -1° -1°
Inclinação -1° -1° -11° -17° -22° -30° -30°
Preocupado com a filosofia do aparelho Straight-Wire,
ANDREWS5 em 1975, realizou um outro estudo onde alertou que um
tratamento ortodôntico com o aparelho Straight-Wire, necessita englobar
mais que somente o aparelho original. Devido ao nome do aparelho, os
ortodontistas subentendem que o tratamento com o aparelho Straight-Wire
não apresenta dobras nos fios, entretanto, muitas vezes, dobras precisam
ser efetuadas. Comentou que o aparelho Straight-Wire foi desenvolvido para
casos sem extrações, situação que se aplica para mais ou menos metade
dos pacientes, no entanto, acabou sendo utilizado também, para casos com
extrações, demandando assim, a aplicação de dobras de primeira ordem,
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para evitar rotações e, dobras de segunda ordem, para que não ocorresse
excesso de angulações.
Os braquetes Straight-Wire também foram desenvolvidos para
casos com extração, dentro dos conceitos de angulação, torque e dobras de
primeira ordem. Foram adicionados a estes braquetes duas funções não
encontradas no aparelho Straight-Wire original, que são, os dispositivos anti-
angulação e anti-rotação.
ANDREWS, explicou que Steiner relatou muito bem que a
inclinação dos incisivos deve estar diretamente relacionada com o ANB do
paciente, e que este, após o tratamento, é facilmente previsto para a maioria
dos pacientes.
O novo desenho de braquetes do aparelho Straight-Wire vem ao
encontro destes conceitos, oferecendo aos ortodontistas três desenhos de
braquetes para os incisivos superiores e inferiores, em relação à inclinação
das coroas dentárias. Conjunto A, para ANB maior de 5°, conjunto S, para
ANB entre 0° e 5° e conjunto C, para ANB menor que 0°.
Conjunto A( ANB > 5° )
Conjunto S( ANB de 0 à 5° )
Conjunto C( ANB < 0° )
Dentes 2 1 1 2 2 1 1 2 2 1 1 2InclinaçãoSuperior
-2° 2° 2° -2° 3° 7° 7° 3° 8° 12° 12° 8°
Inclinação
Inferior
4° 4° 4° 4° -1° -1° -1° -1° -6° -6° -6° -6°
Também foram feitas modificações para os caninos superiores.
Aos braquetes modelo “minimum” foi adicionado 2° de angulação, obtendo-
se assim, angulação final de 13°, com 2° de anti-rotação. Este braquete foi
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aparelho, diminuem a manipulação do arco, possibilitando um movimento
dentário mais direto, diminuindo o tempo de correção e melhorando os
resultados finais.
Descreveu que a origem do aparelho Straight-Wire e as
“Seis Chaves de Oclusão Normal” estão inter-relacionadas, e a razão que o
levou a iniciar o pensamento de idealizar um novo aparelho ortodôntico foi
que, ao freqüentar reuniões de Ortodontia, passou a observar padrões
oclusais e posicionamentos dentários diversos nos modelos pós-tratamento.
Apesar de apresentarem melhora, quando comparados às condições iniciais,
ANDREWS não encontrava explicação para as variações entre os diversos
casos de um mesmo ortodontista, nem para as evidentes diferenças no
tratamento de um profissional para outro. Considerava muito fácil perceber
as diferenças, porém não podia perceber qual padrão oclusal estaria correto
e nem o melhor profissional. Dessa forma, um estudo sobre oclusão normal
e a situação da Ortodontia parecia-lhe um ótimo tema para uma tese.
Realizou um outro trabalho, comparando 1150 modelos de
pacientes tratados por renomados ortodontistas, entre os anos de 1965 e
1971, observando a presença das Seis Chaves. Concluiu que ocorriam
diferenças significantes entre o melhor da natureza e o melhor da
Ortodontia, e a ausência de qualquer uma das “Seis Chaves” pressagiava
outros problemas. O autor afirmou também que as seis características
passaram a constituir o objetivo do tratamento em mais de 90% dos
pacientes atendidos por ortodontistas americanos. Segundo o autor, o
aparelho Straight-Wire foi desenvolvido para conseguir as qualidades
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oclusais encontradas nos modelos normais não tratados ortodonticamente,
ou seja, o melhor da natureza.
Ainda em 1976, ANDREWS8 apresentou quatro casos clínicos
tratados sem extrações dentárias, utilizando o protótipo do aparelho padrão
Straight-Wire, sendo que, em cada braquete, já encontravam-se embutidas
características específicas que possibilitavam conduzir os dentes à obtenção
das seis chaves de oclusão ótima e permitindo o uso de fios ortodônticos
sem dobras. Concluiu que as metas foram atingidas e, principalmente, as
corretas posições dentárias, exigidas pela oclusão normal estática e
funcional. Portanto, o novo aparelho demonstrava excelentes perspectivas
para o uso clínico. Afirmou que a oclusão de dentes opostos pode ser
controlada e dirigida corretamente através das angulações e inclinações das
coroas dentárias.
Em outro trabalho ANDREWS9 em 1976, salientou que a técnica
Straight-Wire apresentava os braquetes “standard” que possuem angulação,
inclinação e as dobras de primeira ordem, na base ou na canaleta, e os
braquetes para o tratamento de casos com extrações, que além de possuir
os mesmos recursos dos braquetes “standard”, possuem os dispositivos
anti-angulação e anti-rotação. Isto é necessário porque não tem condições
de aplicar uma força no centro de resistência do dente. Os novos braquetes
para extração apresentaram uma situação que equilibra os efeitos durante o
movimento de translação. Além do mais, foi inserido nos braquetes
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sobrecorreção, pois quando se remove o aparelho, recidivas naturais
tendem a movimentar o dente para a posição final desejada.
Observou que, quando se utilizam braquetes de não extração,
em tratamentos com extrações dentárias, é necessária a inclusão de dobras
nos fios para finalização do tratamento.
A aceitação do aparelho Straight-Wire foi notória e um dos
profissionais que colaborou na sua divulgação e evolução foi ROTH42, que
em 1976 considerou que ANDREWS3 em sua pesquisa dos 120 modelos de
oclusão normal natural conseguiu desenvolver um aparelho Edgewise
híbrido. Depois de usar os protótipos do aparelho Straight-Wire em
aproximadamente 30 casos, alterou toda sua rotina de trabalho utilizando
somente o novo aparelho, pois avaliou que o aparelho Straight-Wire
apresentava várias vantagens que auxiliavam na obtenção de uma boa
oclusão funcional e uma boa finalização ortodôntica. As vantagens do
aparelho Straight-Wire seriam: fácil confecção e instalação dos arcos, menor
quantidade de procedimentos, melhor controle na posição dos dentes,
melhores resultados, menor tempo de tratamento, maior conforto para o
paciente, completo fechamento dos espaços, mais precisão no
posicionamento dos braquetes e maior controle nos casos cirúrgicos.
ROBERT MURRAY RICKETTS38 em 1976, idealizador da Terapia
Bioprogressiva explicou que essa terapia representa uma evolução da
técnica Edgewise pois as mudanças propostas tornariam a técnica mais
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flexível e versátil. Estudos realizados em pacientes e em crânios de oclusão
normal, associado à experiência clínica, determinaram a prescrição da
técnica Bioprogressiva.
RICKETTS apresentou a seguinte prescrição padrão em relação à
angulação:
- Incisivo Lateral Superior = 8°
- Canino Superior = 5°
- Canino Inferior = -5°
- Primeiro Molar Inferior = -5°
Para os demais braquetes, a angulação deverá ser de 0°.
Em relação à inclinação, RICKETTS prescreveu os seguintes
valores:
- Incisivo Central Superior = 22°
- Incisivo Lateral Superior = 14°
- Canino Superior = 7°
- Canino Inferior = 7°
Para o torque total e triplo controle da Bioprogressiva, com
exceção nos casos de extração dos primeiros pré-molares, recomendou:
- Segundo Pré-molar Inferior = 14°
- Primeiro Molar Inferior = 22°
Para os demais dentes, recomendou 0° de torque.
RICKETTS explicou sua prescrição salientando que 22° de torque
para o incisivo central superior pode parecer excessivo, entretanto, o torque
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só será totalmente expresso, se for utilizado um arco retangular ou quadrado
durante todo o tratamento, e recomendou que fosse realizada uma
sobrecorreção para pacientes com más oclusões classe II divisão 2, ou com
ângulo interincisivos de 125° ou menos. Quanto ao incisivo lateral superior,
inicialmente o torque recomendado era de 17° e a angulação de 5°, porém,
com a experiência, alterou essa prescrição para 14° de torque e 8° de
angulação.
No segmento posterior inferior, recomendou torque progressivo, de
forma que o primeiro pré-molar seja posicionado verticalizado em relação ao
plano oclusal e, a partir do segundo pré-molar, que a coroa encontra-se mais
para lingual. Na pesquisa encontrou de 20° a 25° de torque para o primeiro
molar inferior, recomendando a prescrição de 22°, havendo, em média, uma
diferença de 10° de torque entre o primeiro e o segundo molar. Considerou
que o torque nas raízes dos molares inferiores é muito importante para uma
ancoragem apropriada na técnica Bioprogressiva.
Definindo a relação da idealização do aparelho Straight-Wire com
as Seis Chaves de Oclusão Normal, ANDREWS7, em 1976, explicou que a
pesquisa nos 120 modelos foi realizada para conseguir um melhor
entendimento da oclusão. Originalmente não houve a intenção de se
desenvolver um novo aparelho, porém a necessidade se tornou evidente, e a
sua utilização serviu para melhorar os resultados, e facilitar o trabalho dos
ortodontistas. Porém, salientou que este não é um conceito novo,
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HOLDAWAY22 começou a angular os braquetes, Lee introduziu o torque e
JARABAK25 recomendou angulação e torque nos braquetes.
Enumerou algumas das vantagens de se utilizar os arcos retos
durante o tratamento: os dentes são automaticamente levados para a
posição desejada; mesmo que o paciente falte à consulta, não ocorre
movimentações indesejadas e, a angulação e a inclinação dos braquetes
simplifica o trabalho dos ortodontistas.
Entretanto, em 1977, ROTH43 , analisando os resultados
ortodônticos de seus últimos sete anos de clínica, cujos modelos foram
transferidos com exatidão ao articulador anatômico, constatou existirem
problemas de ordem funcional, mesmo em casos que pareciam bem
sucedidos ortodônticamente. Afirmou que essas discrepâncias não são
evidentes em apreciações estáticas dos modelos de estudos, mas são
detectadas em articuladores ou intra-oralmente. Sendo assim, promoveu
uma grande reformulação na prescrição original do aparelho Straight-Wire.
Apesar de todas as pesquisas realizadas para determinação do
desenho dos braquetes Straight-Wire, um trabalho com comparadores óticos
realizado por DELLINGER20 em 1978, em que utilizou 50 casos ortodônticos
tratados com os aparelhos ortodônticos atuais, mostrou que existem
variações anatômicas e, conseqüentemente, a adaptação do braquete na
superfície vestibular dos dentes leva a desvios indesejáveis nas inclinações
e angulações dos elementos dentários. Observou, ainda, que os aparelhos
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ortodônticos atuais são inadequados à realidade dos tratamentos e sugeriu
sua construção com base nas estruturas dentárias portadoras das más
oclusões.
Desde a sua introdução na Ortodontia, o aparelho Straight-Wire
passou a ser objeto de várias pesquisas e MEYER & NELSON34 em 1978,
avaliaram a aplicação dos princípios biomecânicos dos aparelhos pré-
ajustados. Concluíram que embora essas inovações signifiquem evoluções e
progressos na Ortodontia, o aparelho Straight-Wire dependia de uma série
de cuidados na montagem como, por exemplo, seguir as recomendações do
fabricante, usar fios compatíveis com o encaixe dos braquetes e atentar para
os recursos de ancoragem. Além disso, sua utilização depende da
experiência e perícia de cada profissional, pois cada posicionamento
incorreto dos braquetes utilizados, induzirá a erros nas angulações e
inclinações das coroas dentárias.
Uma preocupação relatada por MAGNESS28 em 1978, referiu-se à
suposta simplicidade e a eficiência dos aparelhos pré-ajustados. Questionou
a uniformidade das superfícies vestibulares, em função da padronização dos
braquetes, na busca de posições dentárias ideais. Segundo o autor, Angle
poderia chamar os aparelhos pré-ajustados de, “a última novidade e o
melhor”, mas considerou inevitável que o próprio aparelho pré-ajustado
necessitará de mudanças. Talvez essas mudanças virão no campo dos
materiais dos braquetes e fios, com arcos mais elásticos e forças leves e
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poderiam ser posicionados no início do tratamento. O segundo fator seria a
conseqüência do tamanho dos braquetes, referente ao controle mésio-distal
das raízes. Caninos e pré-molares depois do fechamento de espaços, em
casos com extrações, requeriam mecanismos eficientes de verticalização.
Como solução para este problema, preconizou o uso de canaletas verticais
para arcos auxiliares. O terceiro fator a ser considerado refere-se à
topografia da face lingual dos dentes. Por causa das superfícies côncavas e
convexas, a quantidade de torque imposta pelo braquete tem que ser muito
eficiente. Qualquer pequena mudança na colagem no sentido ocluso-
gengival, pode produzir grandes alterações no torque. Este problema no
posicionamento, segundo relatou, poderia ser resolvido com o uso da
colagem indireta. Porém, se uma peça se soltasse durante o tratamento, ou
se por algum motivo alguns dentes não puderem ser colados, o ortodontista
deveria efetuar a colagem direta.
O quarto e último fator a ser considerado é a instalação, e a
remoção dos arcos. Uma solução satisfatória que propôs é o posicionamento
incisal/oclusal dos arcos. O uso de canaletas verticais, permitiria o uso de
pinos para melhorar a retenção dos arcos. Recomendou a utilização dos
braquetes de Begg, porque satisfazem esses critérios, porém são muito
estreitos e com as canaletas na vertical. Com relação ao tempo de cadeira,
mesmo que no início a técnica lingual pareça ser mais demorada, com a
experiência, o tempo se reduz, tornando-se o mesmo da técnica vestibular.
A técnica lingual apesar de não ser indicada ainda para todos os pacientes,
pode se tornar uma rotina, na maioria dos consultórios.
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Retornando à Ortodontia vestibular, naturalmente outras prescrições
de braquetes foram desenvolvidas e ALEXANDER2 em 1983, idealizou uma
nova prescrição, relatando que em seus tratamentos já utilizava angulação
nos braquetes e selecionava as alturas das colagens das peças, desde
1968. Em relação ao torque, teria definido a quantidade a ser inserida aos
braquetes, quantificando o torque apresentado no arco retangular utilizado
nos tratamentos ortodônticos bem finalizados. A canaleta empregada é de
.018” e trabalha com fio retangular .017” X .025”. Dessa forma, há uma folga
de 4° entre o fio e o braquete, que pode resultar, ao final do tratamento, em
um torque 4° a mais a ou menos. O objetivo da angulação dos braquetes é
de posicionar as coroas numa posição axial ideal, buscando o paralelismo
das raízes, posicionando-as de maneira estética e funcional. Considerava
mais adequado posicionar os braquetes em referência ao longo eixo da
coroa, por ser mais simples, aumentando a possibilidade de acerto. Assim
ALEXANDER definiu sua prescrição de braquetes.
Arco Superior
Dente 1 2 3 4 5 6 7
Angulação 5° 8° 10° 10° 10° 0° 0°
Inclinação 14° 7° -3° -7° -7° -10° -10°
Arco Inferior
Dente 1 2 3 4 5 6 7
Angulação 2° 2° 6° 0° 0° -6° 0°
Inclinação -5° -5° -7° -11° -17° -22° 0° ou -27°
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Os braquetes da Ortodontia Lingual foram descritos por
ALEXANDER1 em 1982, como sendo de aço inoxidável, variando de largura
de acordo com cada dente e, como há grande variedade da anatomia
lingual, pode-se fazer uma adaptação adicional no laboratório em cada
dente, preparando-os para a colagem indireta. Os braquetes apresentam
uma canaleta de .018”, e deveriam permanecer paralelos ao plano oclusal,
com variados graus de torque, angulação e espessura, como exemplo:
- Incisivo Central Superior - Primeiro Pré-molar Superior
Torque: 68° Torque: 17°
Angulação: 5° Angulação: 0°
Em relação ao posicionamento dos braquetes, VIGORITO50 em
1984, salientou que os braquetes poderão ser posicionados paralelamente
às bordas incisais ou oclusais dos dentes, ou então, formando um ângulo em
relação a essas bordas (braquetes angulados). As angulações poderiam ser
disto-cervical e disto-oclusal.
Nos dentes anteriores, salientou que as angulações (disto-
cervicais) teriam por finalidade, permitir, ao final do tratamento, no sentido
mésio-distal, a obtenção das inclinações corretas do longo eixo das coroas
dentárias (posicionamento artístico), e que nos dentes posteriores, as
angulações (disto-oclusais), quando empregadas em todos os elementos
dentários, visam incliná-los em direção distal, durante a fase de nivelamento,
objetivando um preparo de ancoragem. Assim, os valores por ele
preconizados para a angulação dos dentes anteriores superiores foram de 3º
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posicionamento artístico, dessa forma, eliminando as dobras de segunda
ordem. Preconizou para o arco superior, a seguinte angulação: incisivo
central 3°, incisivo lateral 4
°, canino 6
°, pré-molares e molares -3
°. Para o
arco dentário inferior, o autor preconizou a angulação de: incisivos 0°, canino
5° e pré-molares e molares, 0° a -5°, dependendo do controle de ancoragem
inferior.
Um estudo realizado sobre as alterações no comprimento dos
arcos dentários utilizando braquetes com angulação e inclinação, foi
desenvolvido por HUSSELS & NANDA23 em 1987. Para isso, uma fórmula
matemática foi desenvolvida e os resultados demonstrados de forma
numérica e gráfica. Os autores concluíram que a altura e a largura de um
dente pode aumentar ou diminuir os efeitos da angulação e que o
posicionamento vertical dos braquetes tem papel importante no movimento
do torque. Concluíram, que a interação entre angulação e inclinação causam
pequenas mudanças no comprimento dos arcos dentários.
ROTH44 em 1987 descreveu que o aparelho Straight-Wire tornou
acessível comercialmente em 1970, e houve um excitamento muito grande
sobre este aparelho, em relação ao tempo de tratamento e aos resultados
obtidos, assim também, como o tempo de atendimento pelo ortodontista. Em
1973, estava claro que o aparelho Straight-Wire teria um grande impacto no
mercado ortodôntico, e mais e mais, as indústrias teriam que acompanhar
essa tendência, ou pelo menos não ficarem atrás, em uma situação que o
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aparelho Straight-Wire seria utilizado em um futuro próximo, pela maioria
dos ortodontistas.
O autor citou que isto contribuiu muito para o progresso do
aparelho Straight-Wire, e que encontramos o correto desenho dos
braquetes, necessário para levar os dentes para a posição desejada, pois as
canaletas alinhadas e paralelas umas às outras com o plano oclusal oferece
angulação, torque, rotação e as dobras de primeira ordem .
Provavelmente em 1973, os ortodontistas entendiam mais do
aparelho Straight-Wire, do que em 1987, o que o levou a utilizar o aparelho
Straight-Wire em 1970, quando Andrews forneceu o primeiro jogo de
protótipos dos braquetes.
Originalmente, o aparelho Straight-Wire foi desenhado para o
tratamento de casos sem extrações, com o ANB preferencialmente menor
que 5°. Mais tarde, ANDREWS5 introduziu diferentes séries e jogos de
braquetes para casos com extrações, ANB diferentes e casos que requerem
ancoragem. Desenvolveu uma classificação especial das más oclusões e
prescreveu várias séries de braquetes para o tratamento de cada dente
permitindo a translação sem a necessidade de dobras e também permitindo
sobrecorreções que evitariam recidivas.
Quando a série de braquetes para extração se tornaram
disponíveis, tornou-se claro que o estoque de material seria um problema.
Desde que a mecânica não estava de acordo com a prescrição
existente, ROTH começou a considerar a possibilidade de uma outra
prescrição, com uma série de peças que apresentavam sobrecorreções, que
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tornaria aplicável à maioria dos casos. Assim, preconizou um torque extra
para os incisivos superiores de 5°. Conseqüentemente, para o canino
superior, recomendou um torque menos negativo, devido ao off-set existente
entre o canino e os incisivos. O canino superior recebeu, também, uma
angulação a mais para distal de 2° e uma rotação de 2° para mesial. Para os
pré-molares, preconizou uma angulação de 0° e rotação de 2°. Os molares
superiores receberam prescrição de rotação de 14° (duas vezes o
encontrado em pacientes com oclusão normal) e um torque vestibular de raiz
de 14° ( 5° a mais que o normal).
Quanto aos incisivos inferiores, a prescrição foi a mesma que para
os pacientes com oclusão normal. Para os caninos inferiores, preconizou 7°
de angulação para mesial e 2° de rotação distal, para os molares e pré-
molares 3° de angulação para distal a mais que o normal e 4° de rotação.
Esses dentes são comumente posicionados mais para a mesial que os
superiores e simultaneamente, rotacionados mais para mesial, portanto,
necessitam uma rotação extra para distal.
Uma outra prescrição de braquetes surgiu em 1987, projetada por
HILGERS21 tendo como objetivo a simplificação da Terapia Bioprogressiva.
Os valores por ele preconizado foram:Arco Superior
Dente 1 2 3 4 5 6 7
Angulação 5° 8° 10° 0° 0° 0° 0°
Inclinação 22° 14° 7° -7° -7° -10° -10°
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Arco Inferior
Dente 1 2 3 4 5 6 7
Angulação 0° 0° 5° 0° 0° -5° -5°
Inclinação -1° -1° 7° -11° -17° -27° -27°
Em relação aos incisivos superiores, o autor explicou que o valor
do torque lingual da raiz, alguns clínicos julgavam excessivo, mas é
necessário para se conseguir um ângulo interincisivos de aproximadamente
126°. Entretanto, nem todos os casos devem ter este ângulo, mas o torque
se expressa quando um arco reto de calibre total é instalado. Se for
necessário diminuir o torque, considerou ser mais fácil instalar um fio menos
calibroso ou um fio redondo, em vez de reduzir o torque no fio retangular.
Definiu que, no braquifacial o torque é mais necessário, já nos
dolicofaciais, são casos que freqüentemente necessitam de extrações, e
portanto, é importante impedir a perda do torque durante o fechamento dosespaços e a acentuação do torque lingual das raízes são apropriados nas
maiorias dos casos.
Em relação aos caninos, do ponto de vista estético, a
inclinação vestibular do canino superior é importante em relação à comissura
labial. Outro dado que considerou importante foi o relacionamento do canino
com o incisivo lateral, que é influenciado pelo diferencial relativo do torque.
O torque diferencial entre os dois segmentos (14° e 7°) deve ser mantido
para a integridade do contorno da superfície labial.
A diferença do torque dos pré-molares em relação ao torque dos
molares assegura que as raízes dos pré-molares superiores se posicionem
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ligeiramente em direção lingual, sendo suportadas pelo osso cortical do
palato. Salientou que um braquete mais espesso para o segundo pré-molar
não se faz necessário em casos sem extração, já que a rotação do primeiro
molar posiciona o segundo pré-molar mais para vestibular.
Preconizou que o torque dos incisivos inferiores, assim como o
dos incisivos superiores deveriam variar com o tipo facial. Assim, um torque
de -1° reserva bastante flexibilidade para o aumento ou a diminuição do
torque, conforme seja necessário para o tipo dolicofacial ou braquifacial.
Por fim, verificou que a inclinação do canino inferior em relação
ao canino superior é suficiente para criar uma orientação preliminar para a
desoclusão. As faces vestibulares inclinadas, com um ligeiro torque lingual
da raiz, facilita este movimento.
No final do década de 80, RICKETTS e GUGINO39 apresentaram
uma evolução da técnica Bioprogressiva, desenvolvendo 3 conjuntos de
braquetes: um conjunto para o braquifacial, outro para o mesiofacial e outro
para o dolicofacial, pois cada um, segundo salientaram, apresenta arcos
dentários típicos. As novas fórmulas para esses tratamentos foram
denominadas de proversão, neutroversão e retroversão.
A fórmula proversão foi indicada para pacientes braquifaciais e
deveria ser utilizada para pacientes que apresentam mordida profunda
severa, más oclusões de classe II, divisão 2 e para algumas classe II,
divisão1.
Apresentaram a fórmula proversão com a seguinte prescrição:
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Arco Superior
Dente 1 2 3 4 5 6 7
Angulação 3° 10° 7° 0° 0° 0° -5°
Inclinação 22° 14° 7° 0° 0° 0° 0°
Arco Inferior
Dente 1 2 3 4 5 6 7
Angulação 0° 2° 2° 0° 0° -5° -5°
Inclinação 0° 0° 4° -6° -14° -24° -34°
A fórmula neutroversão foi indicada para pacientes mesofaciais
e deveria ser utilizada para casos de classe I com mordida profunda ou
mordida aberta anterior moderada.
Apresentaram a seguinte prescrição para essa fórmula:
Arco Superior
Dente 1 2 3 4 5 6 7
Angulação 3° 10° 7° 0° 0° 0° -5°
Inclinação 17° 11° 5° 0° 0° 0° 0°
Arco Inferior
Dente 1 2 3 4 5 6 7
Angulação 0° 2° 2° 0° 0° -5° -5°
Inclinação 0° 0° 2° -6° -14° -24° -34°
A fórmula retroversão foi elaborada para pacientes dolicofaciais,
ou seja, para produzir verticalização dos incisivos superiores. Também foi
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indicada para pacientes com maxilares atrésicos e portadores de classe II
divisão 1 com indicação para uso de elásticos.
Para essa fórmula prescreveram os seguintes valores:
Arco Superior
Dente 1 2 3 4 5 6 7
Angulação 3° 10° 7° 0° 0° 0° -5°
Inclinação 12° 8° 3° 0° 0° -5° -5°
Arco Inferior
Dente 1 2 3 4 5 6 7
Angulação 0° 2° 2° 0° 0° -5° -5°
Inclinação 0° 0° 0° -6° -14° -29° -39°
O desenvolvimento do aparelho Straight-Wire original como se
sabe, foi amplamente pesquisado e ANDREWS10 publicou um livro em 1989,
onde salientou que milhares de medidas foram realizadas nas coroas
dentárias da amostra de 120 modelos de oclusão normal, para o
desenvolvimento do primeiro aparelho pré-ajustado. A finalidade do estudo
foi determinar a posição correta dos dentes no arco dentário e, de certa
maneira, a forma constante de cada tipo de dente e o tamanho relativo
deste, dentro de cada arco. Sendo assim, essas descobertas forneceram
dados para o desenho do novo aparelho com as seguintes medidas: área do
braquete de cada tipo de dente, contorno vertical da coroa, angulação da
coroa, inclinação da coroa, compensação do molar superior, contorno
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horizontal da coroa, proeminência vestibular de cada coroa e profundidade
da curva de Spee.
Em cada coroa dentária, dos 120 modelos de oclusão normal,
foram marcados o eixo vestibular da coroa clínica (EVCC) e o ponto médio
do eixo vestibular (EV). O eixo vestibular da coroa clínica constituiu a linha
de referência da qual a angulação e a inclinação foram medidas.
Foram utilizados os seguintes equipamentos para se obter as
medidas nos 120 modelos de oclusão normal natural, visando facilitar a
construção do novo aparelho ortodôntico:
1) Dois templates planos de plástico rígido, com forma de arco de 2
mm de espessura, sendo o template do arco superior maior que o do arco
inferior. Esses templates foram empregados para representar o plano
oclusal, e as áreas dos caninos de cada template foram aliviadas, pois são
dentes de maior comprimento no arco dentário.
2) Um transferidor com braço de leitura ajustável para medir a
angulação e inclinação das coroas dentárias e a compensação do molar.
3) Um paquímetro com pontas finas para medir a área do braquete,
proeminência da coroa e profundidade da curva de Spee.
4) Um template com uma série de círculos variando de ¼” a 2” de
diâmetro com finalidade de medir o contorno vestibular vertical e horizontal
de cada coroa.
Mediu a área potencial do braquete na coroa clínica, no aspecto
vestibular, determinado pela medição da altura e da largura de cada dente
com o paquímetro, o que determinava os limites ocluso-gengival e mesio-
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distal para cada base do braquete. A determinação do contorno vertical
revelou a anatomia cérvico-oclusal de cada tipo de dente. Realizou essa
medida, sobrepondo o template de círculos nas coroas de cada dente e as
informações foram utilizadas para desenhar a anatomia vertical de cada
braquete. A angulação da coroa dentária constituiu o ângulo formado entre o
eixo vestibular da coroa clínica e uma linha perpendicular ao plano oclusal,
medido posicionando-se sob o modelo, o template de plástico, com alívio na
região dos caninos, utilizando para representar o plano oclusal. Ajustado
sobre o template de plástico, o transferidor com o braço de leitura foi
posicionado paralelo ao eixo vestibular da coroa clínica e assim a medida
obtida onde o braço de leitura marcou a escala do transferidor. A inclinação
da coroa dentária constituiu o ângulo formado entre uma linha perpendicular
ao plano oclusal e uma linha paralela e tangente ao eixo vestibular da coroa
clínica formada pelo posicionamento do braço de leitura do transferidor
tangente ao eixo vestibular da coroa clínica. A inclinação de cada coroa
dentária foi lida no transferidor no local onde o braço de leitura marcava a
escala do transferidor. O contorno horizontal da coroa clínica foi determinado
pelos segmentos circulares do template, nos modelos duplicados e
desgastados até a linha da ameia, determinando-se, assim, a superfície
vestibular de cada dente. A linha da ameia constitui um traço que unia os
pontos de contatos dos dentes desgastados. Essas medidas revelaram o
contorno horizontal mesio-distal de cada dente, e foram empregadas para
estabelecer o contorno horizontal da base de cada braquete. A proeminência
vestibular de cada coroa foi obtida nos mesmos modelos desgastados,
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medindo-se a distância da linha da ameia até o ponto mais vestibular de
cada coroa, com um paquímetro. Posteriormente, essas medidas
determinaram a proeminência de cada braquete, artifício que serviu para
substituir as dobras de primeira ordem. A profundidade da curva de Spee foi
obtida também com o template plástico, previamente aliviado na área dos
caninos, colocado sobre a superfície oclusal do modelo inferior. Geralmente,
o template tocou somente as bordas incisais dos incisivos inferiores e as
cúspides distais dos segundos molares. Em cada lado, a profundidade da
curva de Spee foi determinada em milímetros, olhando de perfil, a distância
entre o template e a cúspide mais distante dele. A profundidade da curva de
Spee foi importante para o desenho do braquete, pois as canaletas de um
aparelho totalmente programado deveriam estar coletivamente em uma
superfície quase paralela à superfície oclusal.
As medidas que estabeleceram a angulação da coroa,
determinaram o quanto as canaletas precisariam ser anguladas, e as
medidas relacionadas com a inclinação da coroa foram incorporadas, em
cada braquete, para cada tipo de dente. Assim, a necessidade das dobras
de segunda e de terceira ordem nos fios para se conseguir a angulação e a
inclinação correta dos dentes, seriam reduzidas ou eliminadas.
ANDREWS10 afirmou neste trabalho, que os braquetes do arco de
canto desenhados por ANGLE12 (1928) são “não programados” por causa de
seu desenho bilateralmente simétrico. Portanto, se localizados no ponto
médio do eixo vestibular, na linha do eixo vestibular da coroa clínica e
utilizados fios sem dobras, com calibres progressivamente maiores, os
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braquetes causariam a inclinação do plano vestibular de cada coroa de 90°
em relação ao plano oclusal. A posição ocluso-gengival de cada coroa seria
irregular, teriam igual proeminência vestibular e a angulação do longo eixo
de cada coroa dentária estaria em 90° com o plano oclusal. Por isso, seria
imperativo o uso de dobras nos fios, pois, em um arco dentário, a angulação
e a inclinação diferem para cada coroa.
Assim, salientou que o novo sistema de braquete padrão Straight-
Wire apresentava inúmeras vantagens em relação ao sistema Edgewise
convencional e enumerou algumas delas:
- O sistema Straight-Wire é pré-programado, com objetivos de
tratamentos sólidos e baseados em extensas pesquisas, e essa
característica tira da mão do operador o desafio de estimar ou adivinhar as
posições e os relacionamentos que formarão a futura oclusão.
- Com a angulação, o torque e o alinhamento inseridos no
aparelho, a manipulação do arco é grandemente reduzida, diminuindo
proporcionalmente os efeitos secundários indesejáveis.
Analisando as últimas páginas do seu livro, encontramos no
apêndice, os resultados de cada dente pesquisado e os valores médios de
angulação e inclinação das coroas dentárias dos 120 modelos de oclusão
normal natural. Esses valores apresentaram diferenças das preconizadas
nos braquetes Straight-Wire originais. As medidas médias de angulação
encontradas para as coroas dentárias do arco superior foram:
- Incisivo central: 3,59° (valor máximo 9°, valor mínimo -3°)
- Incisivo lateral: 8,04° (valor máximo 15°, valor mínimo -2°)
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- Canino: 8,40º (valor máximo 17°, valor mínimo 1°)
- Primeiro pré-molar: 2,65° (valor máximo 12°, valor mínimo -2°)
- Segundo pré-molar: 2,82° (valor máximo 12°, valor mínimo de 0°)
- Primeiro molar: 5,73° (valor máximo 16°, valor mínimo -7°)
- Segundo molar: 0,39° (valor máximo de 9°, valor mínimo -23°)
Já as medidas médias para a angulação das coroas dentárias
para os dentes inferiores foram:
- Incisivo central: 0,53° (valor máximo 3°, valor mínimo -4°)
- Incisivo lateral: 0,38° (valor máximo 3°, valor mínimo -5°)
- Canino: 2,48° (valor máximo 12°, valor mínimo -11°)
- Primeiro pré-molar: 1,28° (valor máximo 10°, valor mínimo -10°)
- Segundo pré-molar: 1,54° (valor máximo 7°, valor mínimo -5°)
- Primeiro molar: 2,03° (valor máximo 6°, valor mínimo -2°)
- Segundo molar: 2,94° (valor máximo de 30
°, valor mínimo de 0
°).
Em relação à inclinação das coroas dentárias, os valores médios
para o arco dentário superior foram:
- Incisivo central: 6,11° (valor máximo de 15°, valor mínimo de -7°)
- Incisivo lateral: 4,42° (valor máximo de 17°, valor mínimo -6°)
- Canino: -7,25° (valor máximo 10°, valor mínimo -17°)
- Primeiro pré-molar: -8,47 (valor máximo 5°, valor mínimo -20°)
- Segundo pré-molar: -8,78° (valor máximo 3°, valor mínimo -20°)
- Primeiro molar: -11,53° (valor máximo 2°, valor mínimo -25°)
- Segundo molar: -8,10° (valor máximo 12°, valor mínimo -25°).
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as cunhas removidas serem diagonalmente opostas) em relação ao arco
conforme o dente se inclina para mesial ou distal, facilitando o colocação dos
arcos, tanto inicial, .016” como os subseqüentes, com mais de .022” de
diâmetro.
Em 1995, surgiu a Terapia Bioeficiente desenvolvida por VIAZIS48,
considerando ser um sistema menos agressivo ao paciente e mais acessível
ao ortodontista. Desenvolvida para reduzir o tempo consumido na fase inicial
do tratamento, essa técnica atua mais rapidamente e de forma
individualizada na fase de acabamento, reduzindo as dificuldades para o
paciente e o ortodontista, produzindo resultados evidentes já no começo do
tratamento. Apresentou uma característica da técnica que corresponde à
presença de braquetes individuais (triangulares), em substituição aos
braquetes gêmeos. A finalidade foi apresentar uma distância inter-braquetes
maior que conferisse ao tratamento ortodôntico menor rigidez do fio, maior
ativação, e maior flexibilidade, comparando-se aos braquetes gêmeos.
Segundo ressaltou, os braquetes individuais convencionais não se
popularizaram tanto quanto os braquetes gêmeos porque, em geral, não têm
a capacidade de controlar as rotações ou inclinações. Essa foi a razão para
o desenvolvimento de braquetes individuais multifuncionais para a Terapia
Bioeficiente, com o objetivo de solucionar esse problema, ao mesmo tempo
em que propicia excelente movimento dentário. Enumerou suas vantagens
como sendo:
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- Adaptação à anatomia da coroa e contorno gengival:
característica extremamente útil no caso de pré-molares, onde os braquetes
podem ser posicionados mais para gengival se necessário, em função de
uma extremidade estreita e arredondada.
- Fácil utilização: pois as extremidades laterais estendidas dos
braquetes auxiliam na orientação de posicionamento mesiodistal uma vez
que a borda incisal do dente deve ficar paralela à porção horizontal do
braquete.
- Atrito mínimo: a canaleta é elevada na porção horizontal. O
contato em apenas parte da canaleta produz uma quantidade menor de
contato entre o fio e o braquete permitindo, um menor atrito.
- Controle de inclinação: o problema principal com os braquetes
individuais convencionais é a perda do controle da inclinação. No desenho
do novo braquete, assim que o dente começa a inclinar, o fio toca as
extremidades laterais, e a canaleta individual torna-se momentaneamente
uma canaleta semelhante a dos braquetes gêmeos (mais largo), produzindo
movimento radicular antes de qualquer outro movimento da coroa.
- Controle de rotação: a configuração estreita e alongada dos
braquetes com aletas dispostas em direção às superfícies mesio-distais dos
dentes, oferece o máximo de controle rotacional.
- Canaleta vertical: a canaleta vertical apresenta uma característica
útil mesmo para os ortodontistas que não a utilizam consistentemente,
porque pode ser utilizada com as novas molas de verticalização de níquel-
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titânio para reforçar e detalhar o movimento dentário durante o estágio de
acabamento.
- Maior torque anterior: tendo em vista que a maioria dos
ortodontistas finalizam seus casos com fios de diâmetro menores, é
necessário torque extra para neutralizar qualquer efeito de inclinação
produzido pela mecanoterapia ativa, especialmente durante o fechamento de
espaços.
A prescrição de braquete para o sistema Bioeficiente foi planejada
com o propósito de sobrecorrigir as más oclusões e tornar possível a
utilização de fios de maior diâmetro desde o início do tratamento. A
prescrição dos braquetes da Terapia Bioeficiente, segundo VIAZIS é:
Arco Superior
Dente 1 2 3 4 5 6 7
Angulação 5° 10° 10° 0° 0° 0° 0°
Inclinação 20° 10° 5° -5° -5° -10° -10°
Arco Inferior
Dente 1 2 3 4 5 6 7
Angulação 0° 0° 5° 0° 0° -5° -5°
Inclinação -5° -5° -5° -15° -20° -25° -25°
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Diante da propagação de várias prescrições, CREEKMORE18 em
1996, mencionou que ANDREWS3 foi o primeiro a criar um sistema de
braquetes que poderia eliminar as dobras de primeira, segunda e terceira
ordem, necessárias aos tratamentos ortodônticos. Necessariamente, esse
novo sistema não proporciona um melhor trabalho, porque não planeja o
tratamento, mas simplifica o trabalho, diminuindo a complexidade na
confecção dos arcos e, portanto, oferecendo maior comodidade do aparelho
ao paciente.
O autor sugeriu que se utilizasse a prescrição ROTH41 para os
casos de extrações dentárias. Para os casos sem extrações, salientou ser
mais conveniente a prescrição de ANDREWS3 para os dentes superiores e a
de ALEXANDER2 para os dentes inferiores. Já nos pacientes classe II,
divisão 2 dever-se-iam selecionar os braquetes de incisivo central de
ROTH41 com 12° de inclinação para aplicar o torque radicular lingual e os
braquetes dos incisivos laterais de ANDREWS3 com 3º para aplicar o torque
radicular vestibular e alinhar apropriadamente os incisivos, sem dobras no
arco.
Em 1997, os autores MCLAUGHLIN; BENNETT e TREVISI31
idealizaram a filosofia e o aparelho MBT, apresentando a seguinte
prescrição.
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Arco Superior
Dente 1 2 3 4 5 6 7
Angulação 4° 8° 8° 0° 0° 0° 0°
Inclinação 17° 10° -7° / 0º -7° -7° -14° -14°
Arco Inferior
Dente 1 2 3 4 5 6 7
Angulação 0° 0° 3° 2° 2° 0° 0°
Inclinação -6° -6
° -6
° / 0º -12
° -17
° -20
° -10
°
Segundo os autores, em relação a técnica Straight-Wire original e
a técnica de ROTH41, o aparelho MBT apresenta as seguintes
características:
- Reduziu a angulação anterior superior e inferior.
- Diminuiu a angulação posterior superior.
- Manteve a angulação posterior inferior.
- Aumentou o torque vestibular superior.
- Diminuiu o torque inferior posterior.
- Manteve o torque dos caninos superiores e pré-molares.
- Aumentou o torque dos molares superiores.
- Diminuiu o torque progressivo posterior do segmento inferior.
Os autores justificaram que a diminuição da angulação dos dentes
anteriores superiores e inferiores é possível, devido à mecânica ortodôntica
utilizada. Com o uso de amarrilhos e dobras distais durante o alinhamento e
nivelamento, e com o uso de módulos elásticos com amarrilhos distais
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durante o fechamento de espaços, observou-se pouca angulação adversa,
diferente do que previu ANDREWS3, na idealização do aparelho Straight-
Wire original. A diminuição da angulação dos caninos, provoca uma redução
significativa na ancoragem posterior, necessitando menor cooperação do
paciente.
Para os pré-molares superiores, foi selecionado 0º de angulação,
permitindo que a coroa destes dentes seja posicionada de forma levemente
mais verticalizada (Classe I), diminuindo a necessidade de ancoragem no
arco superior. Nos molares, também foi indicado 0º de angulação, pois a
referência para a angulação da coroa nos molares superiores é o sulco
vestibular, e este mostra uma angulação de aproximadamente 5º em relação
à linha perpendicular ao plano oclusal, mesma referência utilizada por
Andrews em seus estudos. Assim sendo, a própria adaptação da banda,
automaticamente, promove 5º de angulação, indicada para indivíduos de
oclusão normal natural.
Os autores mantiveram 2º de angulação nos pré-molares
inferiores. A angulação destes dentes levemente para mesial move esses
dentes em direção a classe I. Preferiram, também, 2º de angulação nos
primeiros e segundos molares inferiores, porém o braquete destes dentes
apresentam 0º. O 2º de angulação é conseguido de forma similar à
angulação colocada nos molares superiores pela adaptação das bandas.
Em relação ao aumento do torque dos incisivos superiores e à
diminuição do torque dos incisivos inferiores, a justificativa dada foi que
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promove melhor controle do trespasse horizontal anterior, necessário para o
tratamento da classe II e para o fechamento de espaços.
O torque dos caninos e pré-molares superiores foi mantido com
-7º, como a prescrição do aparelho Straight-Wire original e a de ROTH41,
pois provaram ser satisfatórios na maioria dos casos. Os molares superiores,
por outro lado, freqüentemente apresentam torque vestibular excessivo na
coroa, com cúspides palatinas mais baixa, criando interferências no lado de
balanceio. Por esta razão, os autores preferiram -14º de torque,
diferenciando-se de -9º de torque, existente no aparelho Straight-Wire
original. O torque dos caninos e pré-molares inferiores foram reduzidos em
decorrência de algumas más oclusões apresentarem os caninos e pré-
molares com recessão gengival. Reduzindo o torque, estes dentes são
beneficiados, pois posicionam-se mais perto do centro do processo alveolar.
Em relação ao torque dos molares inferiores, a diminuição foi preconizada
para auxiliar no aumento do perímetro transversal da mandíbula,
necessárias em algumas más oclusões que apresentam estreitamento do
arco mandibular.
A posição dos caninos constituiu-se em uma das preocupações
dos usuários do aparelho Straight-Wire, levando MESSIAS33 em 1998, a
salientar que os braquetes Tip-Edge, desenvolvidos para estes dentes,
apresentam alterações em seu desenho, no entanto, obedecem a mesma
prescrição que um braquete para fio contínuo, ou seja, 11° de angulação no
canino superior e 5° no inferior, torque na base de 4° no superior, e -11° no
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inferior, com espessura proporcional às dobras de primeira ordem. A
indicação desses braquetes nos caninos, nas fases iniciais e de retração do
tratamento ortodôntico com aparelhagem do arco reto, mostrou-se eficiente,
pois, evitou os efeitos indesejáveis, como aumento da sobremordida,
requerendo menor controle de ancoragem posterior.
ROTH45 em 1998, considerou que sua prescrição única e básica
está indicada para 85% a 90% dos casos a serem tratados, sem que haja
necessidade de confecção de dobras, independente desses casos requerem
ou não extrações, pois sua prescrição foi desenvolvida para permitir ao
ortodontista atingir as posições dentárias necessárias a uma boa função e
estética.
Retornando à idéia de ANDREWS5 sobre a individualização dos
braquetes de acordo com a relação inter-maxilar, CAPELOZZA FILHO16 em
1999, mencionou ser muito importante a escolha da prescrição dos
braquetes a serem trabalhados e, a relação maxilo-mandibular prevista para
o final do tratamento tem grande importância na escolha, quando se pensa
em individualização. Segundo o autor, em pacientes adultos, geralmente é
simples definir esta meta, porque se o caso não for cirúrgico, a relação das
bases do início será a mesma do final do tratamento. Em indivíduos em
crescimento, portadores de má oclusão, mas com relação de bases ótimas,
é perfeitamente razoável prescrever os braquetes com inclinação padrão.
Afinal, já que a normalidade só existe em caráter absoluto, eles são
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candidatos a terem dentes perfeitamente posicionados, uma vez que suas
bases ósseas guardam relação normal.
Em casos de má oclusão classe II, considerou que a compensação
no arco superior deveria ser realizada por diminuição da angulação dos
dentes anteriores, incluindo os caninos, o que seria eficiente para diminuir o
perímetro do arco e permitir menor protrusão desses dentes, minimizando a
sobressaliência. Na Classe III, a compensação por angulação é
naturalmente mais expressiva no arco inferior. Portanto, a angulação distal
do canino, contrariando frontalmente o padrão, permitiria que os incisivos
inferiores pudessem assumir uma posição mais verticalizada, melhorando o
trespasse anterior. Assim, CAPELOZZA FILHO sugeriu 3 sistemas de
braquete de acordo com o padrão esquelético do paciente:
Arco Superior
Padrão CL II CL III
Dente Torq. Ang. Rot. Torq. Ang. Rot. Torq. Ang. Rot.
1 7° 5° 14° 5°
2 3° 9° 10° 9°
3 -5° 8° -5° 5° -2° 11°
4 -7° 0°
5 -7° 0°
6 -10° 0° 10° -10° 0°
7 -10° 0° 10° -10° 0°
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51R E V I S O D A L I T E R A T U R A
Arco Inferior
Padrão CL II CL III
Dente Torq. Ang. Rot. Torq. Ang. Rot. Torq. Ang. Rot.
1 -1° 2° 4° 2° -6° 0°
2 -1° 2° 4° 2° -6° 0°
3 -11° 5° -11° 0°
4 -17° 2°
5 -22° 2°
6 -25° 0° 5°
-25° 0° 5°
SAKIMA46 em 2000, afirmou que os conceitos mecânicos da
técnica do arco segmentado podem ser aplicados nos aparelhos pré-
ajustados Straight-Wire ou mesmo em aparelhos Edgewise convencionais,
com canaleta .022” x .028”. Entretanto, para um melhor aproveitamento do
potencial dos dispositivos mecânicos, faz-se necessária a utilização de
alguns acessórios, pois essa técnica não utiliza a mesma mecânica para
todos os casos, como na maioria das técnicas.
Como MESSIAS33 em 1998, que relatou sobre sua preocupação
sobre a posição dos caninos, BARBOSA14 em 2000, afirmou que a filosofia
de Roth introduziu algumas modificações à técnica Straight-Wire
preconizada por Andrews, considerando que a inclinação dos caninos
produz efeitos colaterais durante a fase de alinhamento e nivelamento.
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Notou um aprofundamento da sobremordida anterior e abertura da mordida
na região dos pré-molares, em função da inclinação de 13° da canaleta estar
incorporada em sua totalidade. Essa angulação consumiu muita ancoragem,
mesmo com o recente lançamento do braquete com 9° de angulação,
portanto, afirmou que a individualização na angulação dos caninos assegura
um melhor resultado, diminuindo significativamente a ancoragem.
Em relação à estética e à função oclusal, ZACHRISSON52 em
2000, descreveu que o torque das coroas dos dentes deve ser
individualizado e correlacionado ao tamanho da base apical. Por exemplo,
dentes em base apical superior estreita, devem ter torque reto de coroa ou
até mesmo vestibular nas áreas dos caninos e pré-molares. Por outro lado,
um paciente com maxila larga pode necessitar de torque lingual nas coroas.
Ainda segundo o autor, há somente necessidade de se ter braquetes pré-
torqueados para os incisivos centrais superiores, segundos molares
superiores e caninos inferiores. Para os primeiros e segundos molares
inferiores, onde a maioria dos sistemas pré-ajustados apresenta torque
lingual marcante na coroa, recomenda braquetes com torque zero. A razão
para esta decisão é que os braquetes não-torqueados na realidade irão agir
como um freio à inclinação lingual das coroas dos molares. Também, por
razões funcionais, mencionou que é melhor ter os pré-molares e molares
inferiores verticalizados para que o risco de indução a interferências de
balanceio seja reduzido. Os caninos inferiores também podem apresentar
uma tendência à lingualização durante o tratamento, o que levou a
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53R E V I S O D A L I T E R A T U R A
experimentar braquetes com diferentes graus de torque vestibular na coroa
destes dentes. Considerou que os aparelhos pré-ajustados apresentam
torque lingual na coroa, definido para os caninos inferiores, que algumas
vezes pode servir para aumentar a tendência de lingualização destes
dentes.
Um estudo cujo objetivo foi medir a angulação e a inclinação das
coroas dentárias foi desenvolvido por WATANABE e KOGA51 em 2001, em
125 jovens pacientes japoneses que procuraram tratamento ortodôntico. O
universo de pacientes foi distribuído em dois grupos: 26 pacientes do sexo
masculino e 96 do feminino. A idade média foi de 15 anos e 3 meses.
Nenhum dos pacientes apresentava, ao início dos exames, severa
discrepância esquelética. Foram excluídos, da pesquisa e do tratamento
estatístico, os indivíduos que apresentavam restaurações ou prótese não
anatômicas e dentes com má formação congênita. O objetivo do estudo foi
obter dados básicos para o desenvolvimento de braquetes específicos para
pacientes asiáticos, baseado nos moldes do trabalho realizado por Andrews.
Um técnico de laboratório experiente montou os modelos em articuladores
semi-ajustáveis com os pacientes em relação cêntrica, e relação oclusal de
um dente contra dois dentes. As medidas da angulação e da inclinação da
coroa dentária, do contorno vertical e horizontal da coroa e off-set dos
molares superiores foram medidos obtendo às seguintes conclusões: não
foram observadas diferenças de angulação entre os grupos de dentes; a
inclinação da coroa dos incisivos central e lateral e canino inferior foi maior
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54R E V I S O D A L I T E R A T U R A
no grupo de pacientes classe II e o resultado dos pacientes em classe I,
mostrou-se semelhante aos trabalhos de outros pesquisadores.
Recomendou a seguinte prescrição:
Angulação Superior
DentesPlano de Tratamento N 1 2 3 4 5 6 7
Modelos sem extração 33 2,97° 3,67° 7,64° 4,67° 4,91° 4,57° 3,09°
Extração somente de pré-molares superiores, comos modelos em CL II
33 3,57° 5,10° 7,76° 5,42° 5,47° 3,93°
Extração de 4 primeirospré-molares como osmodelos em CL I
47 3,21° 4,21° 7,79° 5,40° 5,17° 4,68°
Modelos com extraçõesatípicas
12 3,50° 4,75° 8,64° 5,15° 4,87° 4,87° 4,79°
Total 125 3,27° 4,33° 7,81° 4,75° 5,23° 5,07° 4,13°
Inclinação Superior
Dentes
Plano de Tratamento N 1 2 3 4 5 6 7
Modelos sem extração 33 13,91° 11,64° -4,64° -6,0° -7,18° -9,72° -10,16°
Extração somente de pré-molares superiores, com osmodelos em CL II
33 12,54° 9,97° -6,67° -7,65° -10,41° -11,0°
Extração de 4 primeirospré-molares como osmodelos em CL I
47 12,06° 9,45° -5,74° -7,18° -9,77° -9,21°
Modelos com extraçõesatípicas 12 11,42° 11,38° -3,64° -7,08° -7,78° -10,04° -11,11°
Total 125 12,61° 10,32° -5,51° -6,18° -7,36° -9,95° -10,05
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55R E V I S O D A L I T E R A T U R A
Angulação Inferior
Dentes Plano de Tratamento N 1 2 3 4 5 6 7
Modelos sem extração 33 1,88° 2,12° 5,27° 3,80° 4,18° 4,19° 4,30°
Extração somente de pré-molares superiores, com osmodelos em CL II
33 1,88° 2,15° 4,94° 3,55° 4,06° 4,44° 4,59°
Extração de 4 primeirospré-molares como osmodelos em CL I
47 2,04° 2,38° 5,49° 3,72° 3,34° 3,61°
Modelos com extraçõesatípicas
12 2,04° 2,26° 5,17° 4,92° 4,50° 4,58° 4,71°
Total 125 1,96° 2,24° 5,26° 3,78° 4,01° 3,98° 4,12°
Inclinação Inferior
Dentes Plano de Tratamento N 1 2 3 4 5 6 7
Modelos sem extração 33 2,0° 1,67° -9,27° -18,38° -23,38° -32,60° -33,75°
Extração somente de pré-molares superiores, comos modelos em CL II
33 6,18° 5,91° -6,39° -15,67° -21,97° -31,38° -33,34°
Extração de 4 primeirospré-molares como osmodelos em CL I
47 -0,19° -0,28° -12,43° -20,72° -30,23° -32,39°
Modelos com extrações
atípicas
12 0,78° 0,43° -10,50° -16,46° -22,42° -31,42° -32,90°
Total 125 2,17° 1,94° -9,82° -16,97° -21,91° -31,29° -32,99°
MCLAUGHLIN, BENNETT e TREVISI32, em 2002, salientaram que
Andrews, logo após à publicação de seus estudos em 1972, projetou um
novo aparelho, que exigiria um novo programa de mecânica de tratamento,
bem como níveis de forças que viabilizassem o desenvolvimento de seu
potencial. Por outro lado, a nova mecânica de tratamento e os níveis de
força resultaram na necessidade de modificar esse sistema de braquetes.
Basicamente, são a mecânica e os níveis de força que determinam a
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56R E V I S O D A L I T E R A T U R A
elaboração do aparelho, e não o contrário. Sendo assim, há uma íntima
inter-relação entre o tipo de aparelho e a mecânica de tratamento. Até certo
ponto, a elaboração dos braquetes pode se basear em pesquisas científicas
e, como resultado, os braquetes podem ser produzidos em apenas alguns
meses. Entretanto, o desenvolvimento e o aprimoramento de uma mecânica
adequada pode levar anos e têm como base, a experiência obtida nos
tratamentos de vários casos. Conseqüentemente, as informações sobre a
mecânica de tratamento originam-se no histórico dos fatos, baseando-se em
recomendações de clínicos experientes. Mesmo as pesquisas bem
estruturadas na eficiência dos tratamentos podem ser pouco conclusivas.
De acordo com sua prescrição, segundo os autores, a expressão
da angulação se dá quase que na totalidade nos braquetes pré-ajustados,
por isso os dados obtidos pela pesquisa de ANDREWS3 foram incorporados
no desenho do sistema de braquetes MBT, embora tenham sido feitas
pequenas modificações na especificação da angulação para os pré-molares
e molares superiores. Em relação à inclinação, prescreveu também 0° de
torque para os caninos, em algumas mecânicas ortodônticas e algumas
más-oclusões, como: forma da arcada dentária, proeminência vestibular da
raiz do canino, decisão de extração (controle de inclinação), sobremordida,
expansão da maxila e agenesia do incisivo lateral onde for necessário fechar
os espaços.
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33 PPRROOPPOOSSIIÇÇÃOO
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58P R O P O S I O
3 Proposição
O tratamento ortodôntico, com a técnica Straight-Wire depende quase
que exclusivamente, das angulações e inclinações dentárias para definir
prescrições e, portanto, os posicionamentos dentários do final do tratamento
ortodôntico.
Em face da importância dessas prescrições e com base na revisão da
literatura realizada, propusemo-nos a determinar, em uma amostra de
jovens, brasileiros, leucodermas com oclusão normal natural:
3.1 As angulações mésio-distais das coroas dentárias superiores e
inferiores.
3.2 As inclinações vestíbulo-linguais das coroas dentárias superiores e
inferiores.
3.3 Comparar estas medidas, com os valores médios encontrados por
ANDREWS.
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59P R O P O S I Ç O
44 MMAATTEERRIIAALL EE MMÉTTOODDOO
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60M A T E R I A L E M T O D O
4 Material e Método
4.1 Seleção da Amostra
Para a seleção da amostra foram examinados 6118 indivíduos,
procedentes de várias escolas de ensino médio e fundamental da região do
ABC paulista, dos quais 60 indivíduos foram selecionados, portadores de
oclusão normal natural, de acordo com os seguintes critérios pré-estabelecidos, com o intuito de obter um grupo mais homogêneo e criterioso
possível. Todos deveriam:
- Ser brasileiros, leucodermas, com faixa etária compreendida
entre 12 e 21 anos de idade;
- Apresentar todos os dentes permanentes na cavidade bucal,
exceto os terceiros molares;
- Nunca terem sido submetidos a qualquer tipo de intervenção
ortodôntica.
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61M A T E R I A L E M T O D O
Para determinar a oclusão normal natural, buscou-se encontrar
oclusões que apresentassem aspectos de normalidade tanto estáticos, como
funcionais, entre eles:
- A oclusão deveria apresentar, no mínimo, quatro das Seis
Chaves de Oclusão Ótima definidas por ANDREWS4 em 1972,
sendo que a relação inter-arcos (1a chave de ANDREWS4)
deveria estar obrigatoriamente presente em todos os casos;
- A oclusão foi analisada funcionalmente, checando os
movimentos mandibulares de protrusiva e lateroprotrusiva do
lado direto e esquerdo, de forma que não deveriam apresentar
interferências oclusais em nenhum dos movimentos funcionais;
- Sob manipulação mandibular, o fechamento da mandíbula
deveria apresentar contatos posteriores simultâneos e bilaterais,
apresentando também contatos nos caninos. Não deveria haver
diferença significativa entre a posição de máxima
intercúspidação (MIH) e a posição de relação cêntrica (RC).
Sessenta (60) indivíduos obedeceram aos critérios propostos,
constituindo a amostra final desse trabalho, sendo 25 do sexo
masculino e 35 do sexo feminino.
Cada indivíduo foi submetido a uma documentação ortodôntica para a
constituição de uma amostra mais completa possível, fazendo parte
do acervo do departamento de Pós-Graduação em Odontologia, área
de concentração Ortodontia, disponível para os projetos de pesquisas
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62M A T E R I A L E M T O D O
desenvolvidos neste departamento. Os seguintes exames foram
realizados:
- fotografias faciais frente e perfil com a presença da vertical
verdadeira;
- fotografia facial frente com o paciente sorrindo;
- diapositivos faciais de frente e perfil;
- diapositivos intrabucais de frente, lateral direita e esquerda e
oclusal superior e inferior;
- radiografia panorâmica;
- 2 telerradiografias em posição natural da cabeça, de acordo com
as especificações de MOORREES; KEAN34 e ROCABADO39
(modificado), associado à vertical verdadeira;
- telerradiografia com contraste de bário, estando o paciente em
máxima intercuspidação;
- telerradiografia com contraste de bário, estando o paciente com
a mandíbula em repouso;
- radiografia carpal em indivíduos até 15 anos;
- radiografia frontal com presença da vertical verdadeira;
- 2 moldagens superior e inferior, para confecção de um modelo
de gesso de trabalho e um modelo de gesso de arquivo.
Para a presente pesquisa, foram utilizados os modelos de trabalho
superior e inferior de cada indivíduo da amostra.
4.2 Obtenção dos Modelos de Estudo e de Trabalho
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63M A T E R I A L E M T O D O
Foram realizadas duas moldagens superior e duas inferior, de cada
indivíduo selecionado, obtendo-se um modelo de estudo e outro de trabalho.
Para a realização das moldagens, foram utilizados os seguintes
materiais:
- moldeiras de estoque tipo Vernes, de aço inoxidável, da marca
comercial Tecnident, adaptadas em suas extremidades com cera nº 7 para
melhor moldagem dos sulcos gêngivo-labiais;
- gral de borracha;
- espátula;
- hidrocolóide irreversível para moldagem da marca comercial
Jeltrate;
- dosadores de pó e água;
Para a obtenção dos modelos de estudo e de trabalho, foram
utilizados os seguintes materiais:
- espatulador de gesso a vácuo (Vacomatic II);
- aparelho vibrador de gesso (Knebel 7200 v/min);
- gesso pedra Tipo II, da marca comercial Mossoró;
- gral de borracha;
- espátula para gesso;
- bases de borracha.
Foram utilizadas placas de mordida confeccionadas com cera rosa
nº 7 para articular os modelos em máxima intercuspidação. Posteriormente,
foram executados os recortes no gesso, obedecendo a técnica preconizada
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64M A T E R I A L E M T O D O
por VIGORITO50, em 1977, com a finalidade de obter modelos com bases
proporcionais às áreas dento-alveolares.
A figura 4.1 exemplifica um par de modelos utilizado na amostra.
FIGURA 4.1 – Exemplo do modelo utilizadoA – Vista FrontalB – Vista Lateral DireitaC – Vista Lateral Esquerda
4.3 Mensurações das Angulações e Inclinações Dentárias
O trabalho foi desenvolvido com a finalidade de obter as medidas de
angulação e inclinação das coroas dentárias, de dentes permanentes, em
pacientes de oclusão normal natural. Para a realização dessas
mensurações, propusemo-nos desenvolver um dispositivo nunca antes
utilizado em pesquisas anteriores. Trabalhando conjuntamente com uma
aluna do curso de graduação da Faculdade de Engenharia da Escola
A
B
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66M A T E R I A L E M T O D O
FIGURA 4.2 – A – Engrenagem de 360 dentesB – Lente de aumentoC – Suporte articulado esféricamenteD – Mesa em LE – Manivela para o acionamento do dispositivo
FIGURA 4.3 – A – Engrenagem de 360 dentesB – Parafuso-sem-fim
A
B
A
E
D
B
C
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FIGURA 4.4 - Vista da lente de aumento, utilizada para medir a angulação eda haste em forma de “cruz”, utilizada para medir a inclinaçãodas coroas dentárias
4.3.2 Calibração do Dispositivo
O dispositivo foi calibrado para permanecer paralelo ao solo, graças
ao uso de um nível apoiado em várias partes do dispositivo, checando
realmente a posição de paralelismo com o solo. A base do dispositivo
apresenta pés giratórios o que facilitou o procedimento (figura 4.5).
FIGURA 4.5 - A – Detalhe dos pés giratóriosB – Calibração do dispositivo
B
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68M A T E R I A L E M T O D O
O segundo passo na calibração do dispositivo foi posicionar a mesa
em L, que se situa do lado oposto da roda de 360 dentes, paralela à base
que suporta o dispositivo e, automaticamente, paralela ao solo (figura 4.6).
Estando a mesa em L paralela ao solo, definiu-se o ponto zero na roda de
360 dentes. O garfo que posiciona o plano oclusal do modelo paralelo ao
solo, foi indiretamente calibrado, por estar fixado na mesa em L (figura 4.7).
FIGURA 4.6 - Calibração da mesa em L
FIGURA 4.7 – Calibração do garfo do articulador
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69M A T E R I A L E M T O D O
4.3.3 Calibração da Lente de Aumento
No centro da lente de aumento utilizada para as medições dos valores
da angulação das coroas dentárias, foi realizada uma marcação (risco)
posicionada perpendicularmente ao solo (figura 4.8). Para a calibragem,
utilizamos um esquadro, colocando sua base paralela à mesa em L,
ajustando o risco central da lente de aumento de forma a coincidir com a
haste perpendicular do esquadro (figura 4.9).
FIGURA 4.8 - Vista da lente de aumento
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FIGURA 4.9 – Detalhe do esquadro paralelo ao risco central da lente deaumento
4.3.4 Calibração da Haste em “Cruz” do Dispositivo
A haste lateral em forma de “cruz” do dispositivo, utilizada para medir
a inclinação das coroas dentárias, foi ajustada de modo que sua ponta, que
está em contato com os dentes do modelo de trabalho, esteja perpendicular
ao solo. O ajuste também foi realizado com o auxílio de um esquadro,
apoiado na mesa em L, de forma que a ponta da haste fique paralela ao
esquadro (figura 4.10).
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FIGURA 4.10 - Detalhe da Calibração da Haste em forma de “cruz”A – Esquadro perpendicular à mesa em L e paralelo à ponta
ativa da haste em forma de “cruz”B – Haste em forma de “cruz” posicionada para a medição da
inclinação da coroa dentária
4.3.5 Fixação do Modelo de Gesso
O modelo é fixado à mesa em L por meio de um suporte articulado
esfericamente (figura 4.11B). Podendo ser movimentado em todas as
direções até estar com seu plano oclusal paralelo à mesa em L e,
automaticamente paralelo ao solo. Para esse procedimento necessita-se do
auxílio de um garfo, semelhante ao garfo do articulador semi-ajustado, fixadona parede vertical da mesa em L e dotado de movimento vertical guiado.
Com a calibração da mesa em L, o garfo também fica calibrado,
perpendicularmente ao solo (figura 4.11A).
A
B
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FIGURA 4.11 – A – Garfo do articulador calibradoB – Modelo de gesso posicionado com o plano oclusal
paralelo à mesa em L
4.3.6 Medição da Angulação Dentária
Para a medição da angulação das coroas dentárias, o instrumento
utilizado foi a lente de aumento (Figura 4.8). Essa lente, como já explicado,
está fixada perpendicularmente à referência fixa e localizada na parte frontal
do dispositivo. A referência para a medição é o encontro do risco central da
lente de aumento com o longo eixo vestibular da coroa de cada elemento
dentário.
4.3.7 Procedimento de Medição
As medidas foram realizadas nos modelos de gesso e, com o auxíliode uma lapiseira 0.5 mm, o longo eixo de todas as coroas dentárias foi
marcado, determinando o eixo vestibular da coroa clínica (EVCC),
procedimento que serviu como referência para a determinação da angulação
de cada coroa, conforme utilizado por Andrews para o desenvolvimento do
AB
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73M A T E R I A L E M T O D O
aparelho Straight-Wire em 1970 (figura 4.12). Com o plano oclusal do
modelo posicionado paralelo ao solo e fixado à mesa em L, que também
está paralela ao solo, faz-se a rotação de grau em grau da mesa em L, até
que o longo eixo da coroa clínica (EVCC) coincida com a linha central da
lente de aumento. O valor do ângulo medido corresponde ao número de
dentes da engrenagem rotacionados a partir do seu ponto zero, ou seja, a
quantidade de rotação da mesa em L (figura 4.13)
FIGURA 4.12 - Marcação do longo eixo das coroas dentárias
FIGURA 4. 13 – A – Longo eixo da coroa dentária paralelo ao risco centralda lente de aumento
B – Mesa em L rotacionada
A B
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74M A T E R I A L E M T O D O
4.3.8 Definição do Valor da Angulação da Coroa Dentária
As angulações dos eixos vestibulares das coroas dentárias foram
avaliadas em graus positivos ou negativos. A leitura foi considerada positiva
quando a porção cervical do eixo vestibular da coroa dentária encontrava-se
mais para distal em relação à porção incisal/oclusal, e considerada negativa,
quando a porção cervical do eixo vestibular da coroa dentária encontrava-se
mais para a mesial em relação a porção incisal/oclusal (figura 4.14).
FIGURA 4.14 - Detalhe da angulação positiva no canino e da angulaçãonegativa no primeiro pré-molar e no segundo molar
4.3.9 Medição da Inclinação Dentária
Para medir a inclinação dentária, utilizou-se a haste em forma de
“cruz” fixada perpendicularmente à mesa em L e localizada na parte lateral
do dispositivo (Figura 4.8). A ponta da haste foi utilizada como um plano de
referência.
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75M A T E R I A L E M T O D O
FIGURA 4.15 - A – Haste em forma de “cruz” posicionada para mediçãoda inclinação
B – Haste para a medição das inclinações das coroasdentárias
4.3.10 Procedimento de Medição
Após traçar o longo eixo da coroa dentária, o modelo é
posicionado na mesa em L, colocando-o em contato com a ponta da haste
em forma de “cruz” (Figura 4.15A). A haste deve tocar o modelo no ponto
médio vertical da coroa dentária, ou seja, como o ponto EV (eixo vestibular),
ponto este, utilizado por Andrews para o desenvolvimento do aparelho
Straight-Wire em 1970. O valor do ângulo é medido com a rotação
provocada na mesa em L, até que a ponta da haste fique tangente e paralela
ao longo eixo da coroa dentária. O número de dentes da engrenagem
rotacionados a partir do seu ponto zero, determina o ângulo medido.
A
B
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76M A T E R I A L E M T O D O
FIGURA 4.16 - A – Ponta ativa posicionada no centro da coroa dentáriaB – Ponta paralela e tangente ao longo eixo da coroa
dentáriaC – Mesa em L rotacionada
B
A
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4.3.11 Definição do Valor da Inclinação da Coroa Dentária
As inclinações dos eixos vestibulares das coroas dentárias são
expressas em graus positivos ou negativos. A leitura é considerada positiva
quando a porção cervical do eixo vestibular da coroa dentária encontra-se
mais para a lingual em relação à incisal/oclusal (Figura 4.17B), e
considerada negativa, quando a porção cervical do eixo vestibular da coroa
dentária se encontra mais para vestibular em relação à incisal ou oclusal
(Figura 4.17A).
FIGURA 4.17 – A – Inclinação dentária negativa
B – Inclinação dentária positiva
A
B
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78M A T E R I A L E M T O D O
4.4 Análise Estatística
4.4.1 Avaliação do erro intra-examinador
Para obtenção do erro intra-examinador, foram medidos novamente
12 (doze) pares de modelos de gesso, ou seja, 20% da amostra. Esses
modelos foram selecionados aleatoriamente após um período mínimo de 3
(três) meses da primeira medição. A repetição das medidas aconteceu para
todos os dentes do modelo, do segundo molar do lado direito até o segundo
molar do lado esquerdo, tanto superior, quanto inferior. Aplicou-se o teste “t”
pareado, para verificação do erro sistemático adotando nível de significância
de 5% e a fórmula de DAHLBERG18, para estimar a ordem dos erros
casuais.
4.4.2 Avaliação dos resultados estatísticos
Para a comparação dos resultados obtidos com os valores médios
encontrados por Andrews, utilizou-se o teste “t” de Student adotando nível
de significância de 5% (ZAR54,1996).
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55 RREESSUULLTTAADDOOSS
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5 Resultados
5.1 Erro intra-examinador
Para avaliar a confiabilidade dos valores obtidos, que demonstram as
médias da angulação e inclinação das coroas dentárias superiores e
inferiores, aplicou-se o teste estatístico para avaliar os erros sistemático e
casual intra-examinador, como demonstrado nas tabelas 5.1, 5.2, 5.3 e 5.4.
TABELA 5.1 – Valores, em graus, das médias de angulação iniciais (T1) erepetidas (T2) dos dentes superiores, diferença das médias,valor de “t”, valor de “p” para o erro sistemático e valor doerro casual de Dahlberg
Angulação dos Dentes Superiores
Variáveis Valores em T1 Valores em T2 Dif. das
médias
t Erro
sistemático (p)
Erro
causal
Incisivo Central 3,45 4 -0,55 2,091 0,066 0,680
Incisivo Lateral 7 7,70 -0,70 1,709 0,122 1,000
Canino 7,15 7,9 -0,75 1,893 0,091 0,9931° Pré-molar 4,35 4,95 -0,6 1,908 0,089 0,790
2° Pré-molar 5,4 6,1 -0,7 1,210 0,257 1,322
1° Molar 6,6 6,6 0 0,000 1 0,612
2° Molar -1,15 -1,5 0,35 1,049 0,322 0,750
Diferença estatisticamente significantep < 0,05
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81R E S U L T A D O S
TABELA 5.2 – Valores, em graus, das médias de angulação iniciais (T1) erepetidas (T2) dos dentes inferiores, diferença das médias,valor de “t”, valor de “p” para o erro sistemático e valor doerro casual de Dahlberg
Angulação dos Dentes Inferiores
Variáveis Valores em T1 Valores em T2 Dif. das
médias
t Erro
sistemático (p)
Erro
casual
Incisivo Central -0,05 -0,1 0,05 0,361 0,726 0,300
Incisivo Lateral 0,05 -0,4 0,45 2,077 0,068 0,560
Canino 3,6 2,85 0,75 1,330 0,216 1,310
1° Pré-molar 2,1 1,95 0,15 0,580 0,576 0,560
2° Pré-molar 4,2 4,65 -0,45 0,987 0,350 1,020
1° Molar 3,85 3,85 0 0,000 1 1,332
2° Molar 8,45 8,2 0,25 0,510 0,622 1,054
Diferença Estatisticamente Significantep < 0,05
TABELA 5.3 - Valores, em graus, das médias de inclinação iniciais (T1) erepetidas (T2) dos dentes superiores, diferença das médias,valor de “t”, valor de “p” para o erro sistemático e valor doerro casual de Dahlberg
Inclinação dos Dentes Superiores
Variáveis Valores em T1 Valores em T2 Dif. das
médias
t Erro
sistemático (p)
Erro
casual
Incisivo Central 6,75 7,6 -0,85 1,566 0,152 1,300
Incisivo Lateral 6,05 6,75 -0,7 1,709 0,122 1,000
Canino -7,9 -6,95 -0,95 1,653 0,133 1,391
1° Pré-molar -13,05 -12,01 -1,04 1,980 0,079 1,220
2° Pré-molar -9,6 -9,2 -0,4 0,621 0,550 1,400
1° Molar -9,55 -8,75 -0,8 1,319 0,220 1,410
2° Molar -8,8 -7,9 -0,9 1,890 0,091 1,193
Diferença estatisticamente significantep < 0,05
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TABELA 5.4 – Valores, em graus, das médias de inclinação iniciais (T1) erepetidas (T2) dos dentes inferiores, diferença das médias, ovalor de “t”, o valor de “p” para o erro sistemático e valor doerro casual de Dahlberg
Inclinação dos Dentes Inferiores
Variáveis Valores em T1 Valores em T2 Dif. das
médias
t Erro
sistemático (p)
Erro
Casual
Incisivo Central 1,6 2,4 -0,8 1,500 0,168 1,264
Incisivo Lateral -2,25 -1,7 -0,55 1,316 0,221 0,970
Canino -12 -11,75 -0,25 2,236 0,052 0,300
1° Pré-molar -22,1 -21,35 -0,75 1,649 0,134 1,101
2° Pré-molar -25,5 -25,1 -0,4 0,694 0,505 1,254
1° Molar -28,75 -28,2 -0,55 1,408 0,193 0,920
2° Molar -30,55 -29,95 -0,6 1,152 0,279 1,183
Diferença estatisticamente significantep <0,05
Os modelos de gesso mostram-se como um grande recurso para
diagnóstico e planejamento ortodôntico, mas tratando-se de uma pesquisa
científica, torna-se necessária a determinação do erro dos procedimentos
das medidas avaliadas. Além disso, a utilização de um dispositivo para
realizarmos as medidas, nunca utilizado em trabalhos anteriores torna a
análise do erro sistemático e erro casual essenciais. Após a análise das
tabelas 5.1, 5.2, 5.3 e 5.4, observou-se que nenhuma medida obteve
diferença de significância estatística do erro sistemático.
Na interpretação do erro casual, o maior valor encontrado para o
índice de DAHLBERG18 foi de 1,41°, para a medição da inclinação do
primeiro molar superior, resultado que pode ser considerado sem
implicações clínicas. Assim, as tabelas 5.1, 5.2, 5.3 e 5.4, apresentam
resultados dentro dos parâmetros aceitáveis não comprometendo os
resultados e as conclusões desta pesquisa.
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5.2 Determinação dos valores médios das angulações e inclinaçõesdas coroas dentárias.
TABELA 5.5 – Médias, em graus, dos valores da angulação e inclinação,desvio padrão, valor máximo e valor mínimo do arcodentário superior
TABELA 5.6 – Médias, em graus, dos valores da angulação e inclinação,desvio padrão, valor máximo e valor mínimo do arcodentário inferior
Arco Inferior
Dente Angulação InclinaçãoDP VMX VMIN DP VMX VMIN
1 0,03 2,92 6 -10 0,10 5,51 19 -16
2 -0,58 3,24 9 -10 -2,03 5,18 14 -14
3 2,43 4,33 15 -9 -10,13 4,73 1 -22
4 1,88 3,25 13 -9 -20,74 5,26 -6 -32
5 3,43 2,91 12 -4 -24,38 5,54 -11 -37
6 3,39 2,24 10 -4 -28,66 5,59 -15 -44
7 6,24 3,39 17 -2 -32,10 5,93 -15 -53
Arco Superior
Dente Angulação InclinaçãoDP VMX VMIN DP VMX VMIN
1 2,21 3,05 9 -7 5,28 4,89 18 -5
2 6,19 3,91 19 -2 4,99 4,48 17 -5
3 7,13 4,28 21 -3 -6,70 4,84 6 -21
4 3,43 2,39 12 -2 -10,83 5,99 1 -27
5 4,33 2,84 14 -2 -9,95 5,87 4 -24
6 5,55 2,28 13 1 -10,99 5,12 1 -27
7 -0,24 4,73 9 -12,5 -9,88 5,84 6 -27
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84R E S U L T A D O S
5.3 Comparação da angulação das coroas dentárias da pesquisa deANDREWS com os resultados encontrados, no arco superior e inferior.
TABELA 5.7 – Comparação, em graus, dos valores das angulações dascoroas dentárias superiores, da pesquisa de ANDREWScom os valores encontrados, diferença, valor de “t” e valorde “p”
Angulação das Coroas Dentárias SuperioresDente Andrews Pesquisa Diferença t p
1 3,59 2,21 -1,38 -5,579 0,000
2 8,04 6,19 -1,85 -5,146 0,000
3 8,40 7,13 -1,27 -3,283 0,001
4 2,65 3,43 0,78 3,551 0,000
5 2,82 4,33 1,51 6,589 0,000
6 5,73 5,55 -0,18 -0,791 0,429
7 0,39 -0,24 -0,63 -1,041 0,298
Diferença estatisticamente significantep<0,05
0.00
1.00
2.00
3.00
4.00
5.00
6.00
7.00
8.00
9.00
Incisiv o Central Incisiv o Lateral Canino
Andrews
Pesquisa
A
n g u l a ç ã o
S u p e r i o r
( g r a u s )
FIGURA 5.1 – Comparações dos valores das angulações das coroasdentárias do incisivo central, incisivo lateral e caninosuperiores com os valores médios encontrados porANDREWS
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85R E S U L T A D O S
0.00
0.50
1.00
1.50
2.00
2.50
3.00
3.50
4.004.50
Primeiro Pré-molar Segundo Pré-molar
Andrews
Pesquisa
-1.00
0.00
1.00
2.00
3.00
4.00
5.00
6.00
Primeiro Molar Segundo Molar
Andrews
Pesquisa
A n g u l a ç ã o
S u p e r i o r
( g r a u s )
A n g u l a ç ã o
S u p e r i o r
( g r a u s )
FIGURA 5.2 – Comparações dos valores das angulações das coroas dentáriasdos pré-molares superiores com os valores médios encontradospor ANDREWS
FIGURA 5.3 – Comparações dos valores das angulações das coroas dentáriasdos molares superiores com os valores médios encontrados porANDREWS
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86R E S U L T A D O S
TABELA 5.8 – Comparação, em graus, dos valores das angulações dascoroas dentárias inferiores, da pesquisa de ANDREWS com
os valores encontrados, diferença, valor de “t” e valor de “p”
Angulação das Coroas Dentárias InferioresDente Andrews Pesquisa Diferença t p
1 0,53 0,03 -0,50 -2,239 0,026
2 0,38 -0,58 -0,96 -3,848 0,000
3 2,48 2,43 -0,05 -0,134 0,893
4 1,28 1,88 0,60 2,217 0,027
5 1,54 3,43 1,89 8,441 0,000
6 2,03 3,39 1,36 7,642 0,000
7 2,94 6,24 3,30 11,481 0,000
Diferença estatisticamente significantep<0,05
-1.00
-0.50
0.00
0.50
1.00
1.50
2.00
2.50
Incisivo Central Incisivo Lateral Canino
Andrews
Pesquisa
FIGURA 5.4 – Comparação dos valores das angulações das coroasdentárias do incisivo central, incisivo lateral e caninoinferiores com os valores médios encontrados porANDREWS
A n g u l a ç ã o
I n f e r i o r
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87R E S U L T A D O S
0.00
0.50
1.00
1.50
2.00
2.50
3.00
3.50
Primeiro Pré-molar Segundo Pré-molar
Andrews
Pesquisa
FIGURA 5.5 – Comparação dos valores das angulações das coroasdentárias dos pré-molares inferiores com os valoresmédios encontrados por ANDREWS
0.00
1.00
2.00
3.00
4.00
5.00
6.00
7.00
Primeiro Molar Segundo Molar
Andrews
Pesquisa
FIGURA 5.6 – Comparação dos valores das angulações das coroas
dentárias dos molares inferiores com os valores médiosencontrados por ANDREWS
A n g u l a ç ã o
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89R E S U L T A D O S
-12.00
-10.00
-8.00
-6.00
-4.00
-2.00
0.00
Primeiro Pré-molar Segundo Pré-molar
Andrews
Pesquisa
FIGURA 5.8 – Comparação dos valores das inclinações das coroas
dentárias dos pré-molares superiores com os valoresmédios encontrados por ANDREWS
-12.00
-10.00
-8.00
-6.00
-4.00
-2.00
0.00
Primeiro Molar Segundo Molar
Andrews
Pesquisa
FIGURA 5.9 – Comparação dos valores das inclinações das coroas
dentárias dos molares superiores com os valores médiosencontrados por ANDREWS
I n c l i n a ç ã o
S u p e r i o r
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I n
c l i n a ç ã o
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91R E S U L T A D O S
-25.00
-20.00
-15.00
-10.00
-5.00
0.00
Primeiro Pré-molar Segundo Pré-molar
Andrews
Pesquisa
FIGURA 5.11 – Comparação dos valores das inclinações das coroasdentárias dos pré-molares inferiores com os valoresmédios encontrados por ANDREWS
-40.00º
-35.00º
-30.00º
-25.00º
-20.00º
-15.00º
-10.00º-5.00º
0.00º
Primeiro Molar Segundo Molar
Andrews
Pesquisa
FIGURA 5.12 – Comparação dos valores das inclinações das coroas
dentárias dos molares inferiores com os valores médiosencontrados por ANDREWS
I n c l i n a ç ã o
I n f e r i o r
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I n c l i n a ç ã o
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92R E S U L T A D O S
66 DDIISSCCUUSSSSÃOO
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93D I S C U S S O
6 Discussão
Desde 1928, quando ANGLE12 idealizou o aparelho Edgewise, nota-
se que os trabalhos desenvolvidos, subseqüentemente, tinham o objetivo de
aperfeiçoar o controle das movimentações dentárias. Os trabalhos
desenvolvidos por HOLDAWAY22 em 1952 e por JARABAK25 em 1960,
introduziram a angulação e a inclinação aos braquetes, mostrando um
grande aperfeiçoamento dos recursos utilizados. Entretanto, em seu
trabalho, introduzido em 1970, ANDREWS3 pesquisou modelos de gesso,
extraindo deles, a angulação, inclinação e espessuras de cada coroa
dentária e transferiu essas informações aos braquetes, revolucionando a
Ortodontia. A partir de então, as pesquisas que surgiram, procuraram avaliar
e modificar os dados obtidos por Andrews, com a intenção de melhorar as
prescrições, simplificar a mecânica e reduzir a necessidade de dobras nos
fios.
Este trabalho teve o objetivo de verificar, em uma amostra brasileiros,
leucodermas, com oclusão normal natural, as angulações e inclinações
dentárias, analogamente ao trabalho de Andrews e comparar os valores
obtidos neste trabalho com os por ele encontrados.
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94D I S C U S S O
Dividiremos, então, a discussão em tópicos, de acordo com as
proposições estabelecidas neste trabalho.
6.1 Angulação mésio-distal das coroas dentárias
6.1.1 Angulação das coroas dentárias superiores
Em relação à angulação das coroas dentárias, PICOSSI37, em 1977,
relatou que na arcada dentária superior, todos os dentes têm seu longo eixo
desviado para a distal. Esse fato pode ser claramente evidenciado no
primeiro molar superior, onde, devido a essa angulação, a cúspide disto-
vestibular localiza-se em um plano inferior à cúspide mésio-vestibular.
6.1.1.1 Incisivos
Os incisivos, tanto o central quanto
o lateral superior, apresentaram
uma angulação positiva menor que
os valores encontrados na
pesquisa de Andrews.
FIGURA 6.1 – Foto demonstrativa da mediçãoda angulação dentária
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95D I S C U S S O
Encontramos para o incisivo central e lateral 2,21° e 6,19°,
respectivamente, e a pesquisa realizada por Andrews encontrou os valores
de 3,59° e 8,04°, para o incisivo central e lateral, diferenças estatisticamente
significantes. Acreditamos que o motivo da menor angulação do incisivo
central deve-se ao fato de termos encontrado muitos incisivos centrais com
0° de angulação, assim, como preconizado por RICKETTS38 (1976) e, para o
incisivo lateral, o valor menor deve ter ocorrido pelo acompanhamento de
uma tendência de diminuição da angulação de todos os dentes superiores
anteriores na amostra empregada. Esse fato é interessante clinicamente,
pois está relacionado com o aumento do perímetro do arco dentário.
Segundo BARBOSA14 em 2000, a angulação apresentada pelos braquetes
anteriores superiores da técnica Straight-Wire (incisivo central 5°, incisivo
lateral 9° e canino 11°), causa efeitos colaterais na fase de alinhamento e
nivelamento como, por exemplo, aumento da sobremordida e protrusão dos
incisivos superiores. Assim, analisando os resultados das angulações
encontradas, o emprego de braquetes com menor angulação
proporcionariam melhoras na mecânica ortodôntica. Outro fato interessante
relacionado com a diminuição da angulação dos incisivos superiores
consiste no movimento de protrusiva mandibular, ou seja, os incisivos
superiores com menor angulação apresentam as bordas incisais mais
paralelas entre si e com as bordas incisais dos incisivos inferiores. Assim, o
movimento de protrusiva passa a ser mais efetivo, por aumentar a área de
contato entre as bordas incisais dos incisivos superiores e dos inferiores. A
angulação do incisivo central superior de 5°, como preconizado pelo
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96D I S C U S S O
aparelho Straight-Wire original provoca, clinicamente, um ângulo disto-incisal
mais baixo, o que pode prejudicar o movimento de protrusiva. No trabalho de
monografia realizado por ZANELATO53
em 1998, avaliou-se funcionalmente
em articuladores semi-ajustáveis a eficiência dos movimentos mandibulares
em pacientes tratados pela técnica Straight-Wire, segundo a prescrição de
braquetes preconizada por ANDREWS3 (1970) e constatou-se que a guia
anterior apresentou deficiência em 60% dos pacientes avaliados. O motivo
dessa deficiência foi creditada ao excesso de angulação, tanto dos incisivos
superiores quanto dos incisivos inferiores.
Outro problema que podemos encontrar é a presença de um espaço vazio
(negro) na região cervical entre os incisivos centrais, podendo prejudicar a
estética do tratamento ortodôntico.
Entre os autores pesquisados, encontramos uma diversidade nas
prescrições de angulação desses dentes. ROTH41 (1975) e CAPELOZZA
FILHO16 (1999) mantiveram em suas prescrições os mesmos valores
idealizados por ANDREWS3 (1970). Entretanto, ALEXANDER2 (1983) e
HILGERS21 (1987) diminuíram somente o valor do incisivo lateral para 8° e
mantiveram o valor do incisivo central. MCLAUGHLIN; BENNETT e
TREVISI31 (1997) diminuíram a angulação tanto do incisivo central como do
incisivo lateral, preconizando 4° e 8°, respectivamente e VIAZIS48 (1995) foi
o único autor pesquisado que aumentou a angulação do incisivo lateral para
10°, porém mantendo, para o incisivo central 5°, como o preconizado por
ANDREWS3 (1970).
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6.1.1.2 Caninos
Quanto ao canino superior, encontramos que a angulação foi
significantemente menor, em relação ao valor encontrado na pesquisa de
Andrews, o que fortalece a suposição de que o canino realmente não
apresenta muita angulação positiva, como se observa nos tratamentos
ortodônticos finalizados com os braquetes preconizados pela técnica
Straight-Wire original. O canino com menor angulação é clinicamente
interessante, pois, segundo, MESSIAS33 (1998) e BARBOSA14 (2000), em
casos onde existe a necessidade de retração dos incisivos, o excesso de
angulação do canino favorece a perda da ancoragem posterior pelo
fortalecimento da ancoragem anterior, ou seja, provoca ancoragem reversa,
além de provocar sobremordida, protrusão dentária anterior e mordida
aberta na região dos pré-molares. Apesar de ANDREWS3 (1970) ter
encontrado em sua pesquisa 8,4°, preconizou para o canino superior 11° de
angulação, baseando-se no que ele chamou de “roda de trem”, pois
acreditava-se que a angulação era perdida, à medida que se adicionava
inclinação aos dentes anteriores, acrescentando angulação extra aos
braquetes do dentes anteriores. A literatura é unânime em preconizar um
valor menor para a angulação dos caninos, em relação ao valor inicial
idealizado pela técnica Straight-Wire original, com exceção de CAPELOZZA
FILHO16 (1999), que em sua prescrição para más oclusões classe III, indica
a mesma prescrição de ANDREWS3 (1970), alegando favorecer o
tratamento, com a compensação das angulações dos dentes superiores nas
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98D I S C U S S O
más oclusões de classes III, quando o erro esquelético de classe III não for
corrigido.
6.1.1.3 Pré-molares
O primeiro e o segundo pré-molares superiores apresentaram uma
angulação positiva de 3,43° e 4,33°, respectivamente. Andrews em seu
trabalho encontrou os valores de 2,65° e 2,82° para o primeiro e segundo
pré-molares. O aumento significativo da angulação desses dentes
encontrado nesta pesquisa demonstra uma tendência dos pré-molares de se
posicionarem em relação de classe II, quando comparado com os valores
encontrado por Andrews, este achado, clinicamente, facilita a perda de
ancoragem. A prescrição original de ANDREWS3 (1970) indica, para os pré-
molares superiores, 2° de angulação, o que obriga maior atuação da
mecânica ortodôntica para a relação normal dos pré-molares e maiores
cuidados com o controle de ancoragem posterior. As prescrições de
RICKETTS38 (1976); ROTH41 (1975); HILGERS21 (1987); VIAZIS48 (1995);
MCLAUGHLIN; BENNETT; TREVISI31 (1997) e CAPELOZZA FILHO16
(1999) preconizaram que esses dentes devam apresentar 0° de angulação,
a fim de posicionar os pré-molares mais facilmente em relação de classe I e
automaticamente fortalecer a ancoragem posterior. ALEXANDER2 (1983)
discorda e indica para os pré-molares superiores, 10° de angulação,
utilizando-se como referência o longo eixo da coroa clínica, com o objetivo
de se obter paralelismo com a raiz do canino.
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6.1.1.4 Primeiros molares
O aparelho Straight-Wire original preconiza para o primeiro molar
superior 5° de angulação. Nossa pesquisa encontrou um resultado de 5,55°,
demonstrando, assim, uma semelhança inclusive com o resultado da
pesquisa de Andrews que encontrou 5,73°. Os resultados apresentam uma
diferença não significante e a menor diferença de angulação do arco
dentário superior entre as pesquisas. Avaliando clinicamente, devemos
considerar que a adaptação da banda do primeiro molar já coloca o tubo
com aproximadamente 5° de angulação, pois a porção distal da banda tende
a se adaptar mais para cervical que a porção mesial. MCLAUGHLIN;
BENNETT e TREVISI31 (1997), descreveram que, com 5° de angulação
previsto na prescrição, o primeiro molar superior chegaria a uma angulação
de aproximadamente 10° após a adaptação da banda, o que posicionaria
esse dente com uma forte angulação positiva, favorecendo a perda da
ancoragem posterior e, em alguns tratamentos, pode causar interferências
oclusais com o segundo molar inferior. A literatura pesquisada mostra que as
todas prescrições2,16,21,32,38,41,48 recomendam o primeiro molar superior com
0° de angulação.
6.1.1.5 Segundos molares
O segundo molar superior foi o único dente que se apresentou,
na média, com angulação negativa, ou seja, com a coroa angulada para
distal. Já na pesquisa de Andrews nenhum dente mostrou-se com angulação
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100D I S C U S S O
negativa no arco dentário superior. A comparação dos resultados entre as
pesquisas mostrou-se estaticamente não significante, apesar de
encontrarmos -0,24° e Andrews, 0,39
° de angulação. Acreditamos que essa
angulação negativa reflete a idade dentária, pois a maioria dos indivíduos
analisados não apresentavam os terceiros molares erupcionados. Porém,
após a erupção dos terceiros molares, os segundos molares superiores
provavelmente tenderão a apresentar angulação positiva, como
demonstrado por ANDREWS3 (1970), que preconizou para o aparelho
Straight-Wire original, 5° de angulação. O demais autores ROTH41 (1975),
RICKETTS38 (1976); ALEXANDER2 (1983); HILGERS21 (1987); VIAZIS48
(1995); MCLAUGHLIN; BENNETT; TREVISI31 (1997) e CAPELOZZA
FILHO16 (1999) indicaram em suas prescrições, 0° de angulação para o
segundo molar superior, devido as mesmas considerações feitas sobre a
adaptação da banda.
Ao analisarmos os resultados de nossa pesquisa e os de Andrews, podemos
considerar que, mesmo sem o uso de bandas no segundo molar, o
posicionamento do braquete com 0º de angulação parece correto, pois essa
será a angulação desse dente em oclusão normal.
6.1.2 Angulação mesio-distal das coroas dentárias inferiores
Observando-se a anatomia dentária, PICOSSE37, em 1977,
descreveu que na arcada dentária inferior com exceção dos incisivos que,
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102D I S C U S S O
motivo pelo qual, CAPELOZZA FILHO16 (1999) ao desenvolver a prescrição
para indivíduos portadores de má oclusão classe III, indicou braquetes para
os incisivos inferiores com 0° de angulação. ROTH
41
(1975) e ALEXANDER2
(1983) prescreveram o mesmo valor de angulação para o incisivo central
que ANDREWS3 em 1970.
6.1.2.2 Incisivos laterais
A angulação do incisivo lateral inferior mostrou-se significativamente
discrepante considerando-se o resultado encontrado por Andrews, isto é, o
incisivo lateral inferior apresentou-se, em média, ligeiramente angulado para
distal, ou seja, com angulação negativa de -0,58°, porém um valor próximo a
zero grau. Alguns autores como HILGERS21 (1987); VIAZIS48 (1995);
MCLAUGHLIN; BENNETT e TREVISI31 (1997) preconizaram 0° de
angulação, por motivos funcionais e mecânicos, a exemplo do incisivo
central. Acreditamos que o valor negativo seja decorrente do comportamento
de alguns incisivos laterais da amostra que apresentaram posicionamento
em forma de “leque”. No trabalho de Andrews, esse dente foi o que se
apresentou mais verticalizado, com valor de 0,38° o que se aproxima da
média por nós encontrada. Mesmo assim, indicou 2° de angulação para o
incisivo lateral. Autores como ROTH41 (1975) e ALEXANDER2 (1983)
seguiram a prescrição do aparelho Straight-Wire original. CAPELOZZA
FILHO16 (1999) indicou 2° de angulação para a prescrição de braquete
padrão e para os tratamentos compensatórios da classe II, com o objetivo de
causar aumento da protrusão anterior inferior. Na prescrição de braquetes
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103D I S C U S S O
para o tratamento compensatório das más oclusões de classe III foi indicado,
0° de angulação para os braquetes do incisivo lateral inferior, pois neste
caso, o intuito é de diminuir, ao máximo essa protrusão.
Ao considerarmos o perfil facial ósseo e dentário da população
brasileira, conforme considerações feitas para angulação dos incisivos
superiores, poderíamos supor que a prescrição de 2º, conforme preconizou
Andrews poderia ser benéfica. Entretanto, não podemos deixar de
considerar os aspectos funcionais, como o movimento de protrusiva e o
aspecto da mecânica ortodôntica, pois a angulação positiva consome o
trespasse horizontal entre os incisivos.
6.1.2.3 Caninos
O comportamento da angulação do canino inferior foi de 2,43°, muito
semelhante ao apresentado na pesquisa de Andrews, porém suavemente
menos angulado, mais uma vez, seguindo o padrão das angulações dos
dentes anteriores da amostra estudada. Esse resultado sugere que a
prescrição original do aparelho Straight-Wire, com 5° de angulação para os
caninos inferiores, pode ser considerada exagerada e clinicamente, tende a
aumentar a protrusão dos incisivos inferiores, conforme salientado por
CAPELOZZA FILHO16 (1999), contra-indicando essa prescrição no
tratamento de indivíduos que apresentam classe III, sendo, no entanto,
favorável para os tratamentos das más oclusões de classe II.
A literatura mostrou uma diversidade grande em relação à angulação do
canino. Por exemplo, HILGERS21 (1987) e VIAZIS48 (1995) mantiveram em
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104D I S C U S S O
suas prescrições os mesmos valores preconizados para o aparelho Straight-
Wire original. ROTH41 (1975) e ALEXANDER2 (1983) aumentaram ainda
mais esse valor, preconizando 7° e 6
°, respectivamente. MCLAUGHLIN;
BENNETT e TREVISI31 (1997) prescreveram um valor próximo ao resultado
encontrado na pesquisa de Andrews, ou seja, 3° de angulação, salientando
que o valor por ele preconizado poderia causar protrusão dos incisivos,
dificultando a mecânica de classe I, II e III.
6.1.2.4 Pré-molares
O primeiro e o segundo pré-molares inferiores apresentaram angulação de
1,88° e 3,43°, respectivamente e assim como os pré-molares superiores,
apresentaram-se mais angulados que o valores da pesquisa de Andrews.
Estes resultados apresentaram-se estatisticamente significantes. Entretanto,
o segundo pré-molar apresentou-se com maior angulação em relação ao
primeiro, tendência também verificada nos achados de Andrews.
Essa angulação das coroas dos pré-molares inferiores para mesial é
interessante clinicamente, pois posiciona os pré-molares mais facilmente na
obtenção da classe I, principalmente porque no arco superior a angulação foi
maior também. Essa maior angulação superior e inferior dos pré-molares
pode ter relação com a maior protrusão dentária de brasileiros, porém
devemos considerar a falta de trabalhos científicos conclusivos sobre esse
assunto.
ANDREWS3 (1970) preconizou em seus braquetes, 2° de angulação,
indicação seguida por MCLAUGHLIN; BENNETT e TREVISI31 (1997),
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105D I S C U S S O
entretanto ROTH41 (1975) preconizou -1° de angulação, como artifício para
o preparo de ancoragem. RICKETTS38 (1976); ALEXANDER2 (1983);
HILGERS21 (1987) e VIAZIS48 (1995) preconizaram 0° de angulação para os
pré-molares inferiores, e CAPELOZZA FILHO16 (1999) indicou 2° de
angulação, não fazendo distinção à compensação dentária.
6.1.2.5 Primeiros molares
O primeiro molar inferior apresentou-se com angulação mesial de
3,39° e, comparado com a pesquisa de Andrews, o valor foi
significativamente maior, o que, assim como no casos dos pré-molares,
predispõe uma tendência de relação interarcos de classe II. ANDREWS3
(1970) preconizou 2° de angulação para o primeiro molar inferior, valor
rejeitado por RICKETTS38 (1976); ROTH41 (1975); ALEXANDER2 (1983);
HILGERS21 (1987) e VIAZIS48 (1995), que preconizaram angulações
negativas, como recurso para preparo de ancoragem. MCLAUGHLIN;
BENNETT e TREVISI31 (1997) preconizaram 0°, baseando-se nas mesmas
recomendações para os tubos dos molares superiores, ou seja,
posicionando os tubos paralelamente às cúspides vestibulares, devido à
angulação de aproximadamente 2° dos molares inferiores, que ocorre pela
forma em que a banda é adaptada. CAPELOZZA FILHO16 (1999) também
preconizou para o molar inferior 0° de angulação.
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6.1.2.6 Segundos molares
A maior diferença entre os resultados das duas pesquisas em relação à
angulação da coroa dentária ocorreu com o segundo molar inferior, que se
apresentou com angulação de 6,24°, contra 2,94° de Andrews. A diferença
apresentada entre os dois trabalhos foi de 3,3°. Podemos sugerir que essa
diferença ocorreu em função da presença de curva de Spee, em alguns
pacientes, o que não ocorreu na amostra de ANDREWS4 (1972). Voltando
para o critério de seleção da amostra (página 61), considerando que os
pacientes deveriam apresentar, no mínimo 4 das 6 chaves. Portanto é
provável que a curva de Spee seja uma das chaves que mais esteve
ausente. Observando o trabalho realizado por BRANGELI15 em 2001, que
analisou a prevalência das seis chaves de oclusão em uma amostra de 97
brasileiros de oclusão normal, verificamos nos resultados, que nenhum dos
indivíduos da amostra apresentaram satisfatoriamente a presença das seis
chaves. Também assim foi em nossa amostra, onde alguns indivíduos
apresentaram uma curva de Spee mais acentuada. A curva de Spee
expressa maior alteração angular no segundo molar inferior, pelo fato de ser
esse o dente localizado na extremidade do arco dentário. ANDREWS3 (1970)
praticamente seguiu seus achados e indicou em sua prescrição, 2° de
angulação. ROTH41 (1975); HILGERS21 (1987) e VIAZIS48 (1995)
preconizaram valores negativos de -1°, -5° e -5° respectivamente.
RICKETTS38 (1976); ALEXANDER2 (1983); MCLAUGHLIN; BENNETT;
TREVISI31 (1997) e CAPELOZZA FILHO16 (1999) preconizaram 0° de
angulação para o segundo molar inferior, fazendo-se considerações para a
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107D I S C U S S O
adaptação da banda, que posicionada paralelamente às cúspides
vestibulares, posicionaria o segundo molar com, aproximadamente 2° de
angulação, conforme já mencionado anteriormente.
6.2 Inclinação vestíbulo-lingual das coroas dentárias
6.2.1 Inclinação das coroas dentárias superiores.
A anatomia da face vestibular de todos os dentes apresenta uma
determinada inclinação para lingual, sendo muito mais acentuada nos dentes
inferiores que nos superiores. Os pré-molares e molares inferiores mostram,
com exuberância, essa inclinação. A inclinação lingual começa na união do
terço cervical, com o terço médio da face vestibular, de modo que os dois
terços incisais ou oclusais se inclinem e o terço cervical, não. Essa anatomia
tem a função de proteger a gengiva marginal. Todos os dentes apresentam
lobos de desenvolvimentos, que são centros primários de formação do dente
durante a embriogênese, porções que depois se fusionam deixando sulcos
como vestígios de sua independência. Dessa maneira, os dentes podem
apresentar variações anatômicas que obedecem a um plano de construção,
tendo um padrão morfogenético próprio e individual. Segundo MADEIRA27
em 1997, as variações anatômicas podem não ser disfuncionais, podem ser
discretas e não prejudicar a função oclusal.
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FIGURA 6.2 – Foto demonstrativada medição da inclinação dentária
6.2.1.1 Incisivos centrais
O incisivo central superior apresentou-se
com inclinação vestibular, semelhante aos
resultados apresentados por Andrews,
apesar de em nossos resultados o incisivo
central ter se apresentado com inclinação
levemente mais para lingual. Clinicamente,
a inclinação mais para lingual é pouco
interessante quando se relaciona com
biomecânica ortodôntica, pois em casos onde há necessidade de retração,
há uma tendência de os incisivos perderem inclinação nesse processo, pelo
pequeno contato do fio retangular com o encaixe do braquete. Entretanto,
pode ser vantajoso para o estabelecimento de uma guia anterior eficiente.
Andrews, encontrou em sua pesquisa o valor de 6,11° de inclinação para o
incisivo central e preconizou para o aparelho Straight-Wire original, 7° de
inclinação. Os resultados encontrados nessa pesquisa (5,28°) e na pesquisa
de Andrews, parecem estar indicados para indivíduos portadores de classe I.
Observando as prescrições de braquetes dos autores ROTH41(1975);
RICKETTS38 (1976); ALEXANDER2 (1983); HILGERS21 (1987); VIAZIS48
(1995); MCLAUGHLIN; BENNETT; TREVISI31 (1997) e CAPELOZZA
FILHO16 (1999) para más oclusões de classe III, verificamos que a
recomendação é para um aumento significativo no valor da inclinação
superior, para diminuir a tendência dos incisivos em perder inclinação
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109D I S C U S S O
durante a mecânica ortodôntica de retração e para a compensação das más
oclusões esqueléticas.
6.2.1.2 Incisivos laterais
O incisivo lateral superior apresentou uma inclinação positiva de 4,99°, mais
vestibularizado, quando comparado com a pesquisa de Andrews e menor
em relação ao incisivo central. O aparelho Straight-Wire original preconiza 3°
de inclinação para o incisivo lateral. Devemos salientar entretanto que a
diferença não foi significante estatisticamente, o que mostra similaridade
entre as amostras no que diz respeito às inclinações dos incisivos
superiores. Esse valor, em algumas circunstâncias, leva o aparelho a
apresentar uma deficiência de torque na região anterior. Essa é uma
dificuldade apresentada para o tratamento de pacientes com necessidade de
retração dos incisivos. As prescrições atuais apresentam um valor maior
para a inclinação do incisivo lateral; assim, ROTH41 (1975) indicou 8° de
inclinação, RICKETTS38 (1976) e HILGERS21 (1987) preconizaram 14°,
ALEXANDER2 (1983) preconizou 5°, VIAZIS48 (1995), MCLAUGLIN;
BENNETT; TREVISI31 (1997) e CAPELOZZA FILHO16 (1999) em sua
prescrição para compensação das más oclusões de classe III preconizaram
10° de inclinação. Na prescrição padrão e nos tratamentos das más
oclusões de classe II, CAPELOZZA FILHO16 (1999) seguiu a mesma
preconização sugerida por ANDREWS3 (1970).
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6.2.1.3 Caninos
A literatura mostra uma grande diversidade entre as prescrições atuais para
os caninos superiores. ROTH41
(1975), ALEXANDER2
(1983) e CAPELOZZA
FILHO16 (1999) indicaram valores negativos, RICKETTS38 (1976),
HILGERS21 (1987) e VIAZIS48 (1995), indicaram valores positivos com o
propósito de promover mais liberdade entre os caninos. O aparelho MBT
(1997) prescreveu 2 braquetes para os caninos, com diferença na inclinação.
Um, segue a prescrição sugerida por ANDREWS3 (1970) com -7º e o outro
com 0º é indicado para os casos de tratamento com extrações de pré-
molares e pacientes que apresentam maxila atrésica ou que necessitam de
disjunção palatina.
A inclinação apresentada pelo canino superior em nossa pesquisa foi de -
6,7°, mostrando um valor discretamente menor em relação a pesquisa de
Andrews que foi de -7,25. Esses valores mostraram concordância com as
pesquisas revisadas.
6.2.1.4 Primeiros pré-molares
Na arcada dentária superior foi o dente que apresentou a maior diferença de
inclinação, comparando a presente pesquisa com os achados de Andrews.
O primeiro pré-molar superior mostrou uma inclinação negativa de -10,83°,
significantemente maior que o encontrado na pesquisa de Andrews (-8,47°).
Em nossos resultados, o primeiro pré-molar mostrou-se mais inclinado para
lingual que o segundo. Entretanto, na pesquisa de Andrews, foi o segundo
pré-molar que demonstrou maior inclinação negativa em relação ao primeiro.
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ANDREWS3 (1970) preconizou para o aparelho Straight-Wire original -7° de
inclinação para o primeiro pré-molar, idêntico à inclinação do canino, devido
à relação de estética entre os dois dentes. Há uma unanimidade entre os
autores pesquisados2,16,21,31,41 em seguir a prescrição de ANDREWS3
(1970). Segundo ZACHRISSON52 (2000), quando os pré-molares superiores
são visíveis no sorriso, o torque deve ser diminuído para que não haja
impressão de corredor bucal aumentado pela inclinação lingual excessiva.
Somente VIAZIS48 (1995) alterou para -5°, alegando que seus braquetes
foram planejados para sobrecorrigir más oclusões.
6.2.1.5 Segundos pré-molares
O segundo pré-molar apresenta, na prescrição original de ANDREWS3
(1970) -7° de inclinação, valor menor do que o encontrado nesta pesquisa.
ANDREWS3 (1970) subcorrigiu o valor por finalidade estética permitindo aos
pré-molares superiores posicionarem-se de maneira clinicamente
satisfatória. O valor encontrado para o segundo pré-molar superior foi de
-9,95°, apresentando um aumento na inclinação negativa em relação ao
resultado da pesquisa de Andrews que foi de -8,78°, embora com menor
intensidade que o primeiro pré-molar. Entretanto, vale notar que os valores
de inclinação dos pré-molares superiores foram maiores que os de Andrews.
Como na discussão do primeiro pré-molar, somente VIAZIS48 (1995)
preconizou -5° de inclinação e os demais autores2,16,21,31,41 seguiram a
prescrição de ANDREWS3 (1970).
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6.2.1.6 Primeiros molares
Quanto ao primeiro molar superior, encontramos que não houve diferença
estatisticamente significante quando comparados nossos resultados com os
de Andrews. O resultado encontrado foi de -10,99° e o de Andrews -11,53°,
uma diferença suavemente menor. Das diferenças de inclinação das coroas
dentárias superiores entre as pesquisas, a do primeiro molar superior foi a
menor, de somente 0,54°.
ANDREWS3 (1970) preconizou para o tubo do primeiro molar -9° de
inclinação, ou seja, o autor subcorrigiu o valor encontrado. É interessante
comentar que essa diminuição da inclinação lingual preconizada pode
posicionar os primeiros molares superiores com a cúspide palatina baixa,
provocando interferências oclusais durante os movimentos mandibulares em
alguns tratamentos. Quando em 1975, ROTH41 propôs uma modificação no
aparelho Straight-Wire original, motivado por problemas funcionais, alterou a
prescrição do braquete do primeiro molar de -9° para -14° de inclinação, com
o objetivo de promover um movimento de torque palatino da coroa, e assim
promover a intrusão da cúspide palatina do primeiro molar superior,
prevenindo interferências oclusais. A prescrição do aparelho MBT (1997)
seguiu a mesma indicação sugerida por ROTH41 (1975). As prescrições de
ALEXANDER2 (1983), HILGERS21 (1987), VIAZIS48 (1995) e CAPELOZZA
FILHO16 (1999) alteraram para -10° a inclinação do primeiro molar, valor
muito semelhante ao desta pesquisa.
6.2.1.7 Segundos molares
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O segundo molar superior apresentou inclinação negativa
significativamente maior em relação ao encontrado na pesquisa de Andrews.
Encontramos o valor de -9,88° e Andrews, em sua pesquisa, -8,1
°.
Entretanto, observamos que ambos os trabalhos obtiveram os primeiros
molares mais inclinados para lingual em relação ao segundo. A prescrição
do aparelho Straight-Wire original preconizou para o segundo molar -9° de
inclinação, valor muito próximo do encontrado nesta pesquisa. Clinicamente,
em virtude da possibilidade de posicionamento mais baixo da cúspide
palatina, provocando interferências oclusais em alguns tratamentos, ROTH41
(1975) preconizou para o segundo molar superior, -14° de inclinação,
baseado nos mesmos conceitos utilizados para a alteração sugerida na
inclinação do primeiro molar superior. A prescrição do aparelho MBT (1997)
seguiu a indicação de ROTH41 (1975). As prescrições de ALEXANDER2
(1983); HILGERS21 (1987); VIAZIS48 (1995) e CAPELOZZA FILHO16 (1999)
alteraram para -10° a inclinação do segundo molar, seguindo a mesma
prescrição para o primeiro molar superior e novamente apresentando um
valor mais próximo dos nossos resultados.
6.2.2 Inclinação das coroas dentárias inferiores
6.2.2.1 Incisivos centrais
O incisivo central inferior, foi o único dente inferior pesquisado, que
apresentou inclinação positiva. Na pesquisa de Andrews todos os dentes
inferiores apresentaram inclinação negativa, apresentando, supostamente
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um resultado bastante divergente. Entretanto, apesar da diferença ter
alcançado nível estatístico a inclinação positiva foi de somente 0,1° e, no
trabalho de Andrews o valor foi de -1,71° de inclinação. A prescrição,
entretanto, foi de -1º, mais próximo do valor por nós encontrado.
Clinicamente, poderíamos considerar torque neutro para os incisivos
inferiores e destacar que esses dentes são mais vestibularizados na amostra
de brasileiros, o que vem ao encontro do trabalho de MARTINS29 em 1982,
que encontrou em uma amostra de jovens brasileiros, leucodermas, de
oclusão normal, um valor médio do IMPA (ângulo do incisivo inferior com o
plano mandibular) de 93,85°.
Analisando a literatura, notamos uma tendência de as prescrições
apresentarem os incisivos inferiores com valores mais negativos que o
prescrito por ANDREWS3 (1970). Exemplo disso são as prescrições
idealizadas pelos autores ALEXANDER2 (1983); VIAZIS48 (1995);
MCLAUGLIN; BENNETT e TREVISI31 (1997) que indicaram para os seus
braquetes, o valor de -5°, -5° e -6°, respectivamente. ROTH41 (1975) e
HILGERS21 (1987) não alteraram o valor preconizado por ANDREWS3
(1970). CAPELOZZA FILHO16 (1999) idealizou três prescrições para o
incisivo central inferior, de acordo com a relação intermaxilar. O braquete
padrão de CAPELOZZA FILHO16 (1999) é prescrito com o mesmo valor de
ANDREWS3 (1970). Para a compensação dos tratamentos das más
oclusões de classe II, preconizou 4°, sendo o único autor consultado a
preconizar um valor positivo para o incisivo inferior, com o propósito de
compensação da má oclusão esquelética. Para a compensação das más
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115D I S C U S S O
oclusões de classe III, o autor indicou -6°, valor próximo ao indicado pela
maioria dos autores pesquisados.
6.2.2.2 Incisivos laterais
A inclinação do incisivo lateral inferior foi de -2,03°, menor que o valor
encontrado por Andrews que foi de -3,24°, assim como ocorreu com o
incisivo central. Suspeitamos que o menor valor encontrado na pesquisa
seja creditado a tendência dos indivíduos brasileiros, apresentar-se mais
protrusão dentária. A prescrição do aparelho Straight-Wire original para os
incisivos inferiores é de -1° de inclinação. As prescrições segundo
ALEXANDER2 (1983); VIAZIS48 (1995); MCLAUGHLIN; BENNETT e
TREVISI31 (1997), indicam uma quantidade de torque negativo maior para os
incisivos laterais, assim como para os centrais, com a finalidade de resistir
aos efeitos colaterais da mecânica ortodôntica, como, por exemplo, a
protrusão dos incisivos, durante a fase de alinhamento e nivelamento, além
da perda de parte do torque causado pela relação entre o tamanho da
canaleta do braquete e o calibre do fio retangular. Outro argumento dos
autores2,32,48 para as modificações propostas consiste na relação entre o
incisivo lateral e o canino. ANDREWS3 (1970) indicou para o canino inferior -
11º deixando uma diferença de 10º entre os dois dentes, algo que tende a
provocar um degrau no ponto de contato. ROTH41 (1975) e HILGERS21
(1987) mantiveram a mesma prescrição indicada por ANDREWS3 (1970).
CAPELOZZA FILHO16 (1999) preconizou três prescrições de braquetes,
sendo -1° para o braquete padrão, 4° para o tratamento compensatório das
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más oclusões de classe II e -6° para o tratamento compensatório das más
oclusões de classe III.
6.2.2.3 Caninos
O aparelho Straight-Wire original preconizou -11° de inclinação para o canino
inferior, apesar de Andrews ter encontrado em sua pesquisa, o valor de -
12,73°. Em nossa pesquisa, encontramos os caninos inferiores com -
10,13°, ou seja, mais verticalizados e a diferença foi significativa do ponto de
vista estatístico. ZACHRISSON52, em 2000, descreveu que durante a
mecânica ortodôntica, há a tendência de os caninos inferiores apresentarem
lingualização, e os aparelhos pré-ajustados apresentam torque lingual
definido, o que pode servir para aumentar a tendência de lingualização,
comprometendo os objetivos estéticos e funcionais. Revendo a literatura,
ROTH41 (1975) e CAPELOZZA FILHO16 (1999) seguiram a mesma
prescrição original de ANDREWS3 (1970). Os autores ALEXANDRE2 (1983),
VIAZIS48 (1995) e MCLAUGHLIN; BENNETT e TREVISI31 (1997)
preconizaram valores menores de inclinação para o canino inferior, sendo
-7°, -5° e -6° respectivamente. Contrariamente, RICKETTS38 (1976) e
HILGERS21 (1987) preconizaram um valor positivo de 7° para a inclinação
do canino inferior, com o propósito de que o torque lingual da raiz é mais
vantajoso mecanicamente e, além de que toda mecânica ortodôntica
apresenta uma tendência de inclinação para lingual.
6.2.2.4 Primeiros pré-molares
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Observamos nos dentes posteriores, em ambas as pesquisas, a
presença de um torque lingual progressivo. Os pré-molares apresentaram
uma inclinação lingual significativamente maior que os valores propostos por
Andrews, e nas duas pesquisas, o segundo pré-molar esteve mais inclinado
para lingual que o primeiro. Andrews encontrou em sua pesquisa o valor de
-18,95° e o presente estudo encontrou -20,74°. Acreditamos que a maior
inclinação lingual dos pré-molares inferiores, dessa pesquisa seja devido à
relação desses dentes com os seus antagonistas, que também
apresentaram um aumento na inclinação para lingual.
O aparelho Straight-Wire original preconizou -17° de inclinação para o
primeiro pré-molar. ROTH41 (1975) e CAPELOZZA FILHO16 (1999)
mantiveram em suas prescrições o mesmo valor preconizado por
ANDREWS3 (1970), que foi muito próximo do valor por nós encontrado. Os
demais autores como ALEXANDER2 (1983); HILGERS21 (1987); VIAZIS48
(1995); MCLAUGHLIN; BENNETT e TREVISI31 (1997) indicaram em suas
prescrições -11°, -11°, -15°, -12°, respectivamente, ou seja, valores
menores, que proporciona um posicionamento do primeiro pré-molar mais
verticalizado, pois em alguns tratamentos, essa conduta pode diminuir
interferências oclusais e no caso de fechamento de espaços essas
prescrições promoverão um torque resistente à tendência de lingualização
provocada pela mecânica ortodôntica.
6.2.2.5 Segundos pré-molares
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O comportamento do segundo pré-molar inferior mostrou uma
diferença estatisticamente não significante, comparado com o valor
apresentado por Andrews que foi de -23,63°. Entretanto, novamente, a
inclinação foi ligeiramente maior para lingual (-24,38°). Entretanto,
ANDREWS3 (1970) preconizou -22° para o segundo pré-molar, valor menor
que o encontrado, mostrando novamente uma preocupação em manter a
verticalização dos dentes posteriores. ROTH41 (1975) e CAPELOZZA
FILHO16 (1999) seguiram a mesma prescrição de ANDREWS3 (1970). Os
autores ALEXANDER2 (1983); HILGERS21 (1987); MCLAUGHLIN;
BENNETT e TREVISI31 (1997) preconizaram -17° e VIAZIS48 (1995) -20° de
inclinação para o segundo pré-molar inferior, ressaltando os mesmos
comentários realizados para o primeiro pré-molar.
Mais uma vez salientamos que os pré-molares superiores
apresentaram uma maior inclinação lingual e, portanto, os inferiores
seguiram o mesmo comportamento para a correta intercúspidação.
6.2.2.6 Primeiros molares
A inclinação do primeiro molar inferior para a mostra estudada foi
negativa de -28,66°, valor estatisticamente menor que o encontrado na
pesquisa de Andrews. Por outro lado, nossos resultados estão de acordo
com a tendência dos trabalhos atuais, como ALEXANDER2 (1983);
HILGERS21 (1987); VIAZIS48 (1995); MCLAUGHLIN; BENNETT; TREVISI31
(1997) e CAPELOZZA FILHO16 (1999) de prescreverem valores menores de
inclinação para esses dentes que o originalmente preconizado por
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ANDREWS3 em 1970, ou seja, de -30°, mantido na prescrição de ROTH41
(1975).
Clinicamente, o menor torque dado ao primeiro molar parece
interessante, pois propicia o aplainamento da curva de Wilson, com
abaixamento das cúspides vestibulares, diminuindo o risco de interferências
na oclusão no lado de balanceio, em várias más oclusões. Além disso,
muitas más oclusões apresentam o arco mandibular estreito e diminuindo o
valor da inclinação, permitimos um aumento transversal do arco dentário
inferior. ZACHRISSON52 (2000) salientou que nos primeiros e segundos
molares inferiores não deveriam ser utilizados braquetes pré-torqueados,
pois durante a mecânica, já existe a tendência de inclinação lingual desses
dentes.
6.2.2.7 Segundos molares
O segundo molar inferior foi o dente analisado que apresentou a
maior diferença entre as duas pesquisas, no que concerne à inclinação
dentária inferior. A diferença foi de 3,93° estatisticamente significante.
Encontramos -32,1° de inclinação e Andrews encontrou -36,03°.
Clinicamente, essa diferença é considerável, pois como já descrevemos, as
prescrições atuais mostram tendência de posicionar os dentes posteriores
inferiores com maior inclinação vestibular, em relação ao preconizado pelo
aparelho Straight-Wire original que foi de -35°. Comparativamente, a
inclinação dos segundos molares inferiores desta pesquisa foi ainda menor
que a prescrita pelo aparelho Straight-Wire original. Podemos supor que
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esse achado demonstra uma compensação de ordem funcional, em resposta
ao aumento da inclinação negativa dos molares superiores, ou seja, a
cúspide palatina dos molares superiores estando mais alta e a vestibular
mais baixa, as cúspides vestibulares dos molares inferiores ficariam mais
baixas e as linguais mais altas. Conseqüentemente, as interferências
oclusais são eliminadas no lado de balanceio. Consultando a literatura,
notou-se, novamente, que os autores2,16,21,31,41,48 prescreveram uma
inclinação menor para esses dentes, porém, a prescrição recomendada pela
técnica MBT (1997) foi a mais discrepante, com indicação de -10° de
inclinação. Segundo os autores, o segundo molar inferior tende a inclinar-se
para lingual com maior intensidade durante a mecânica, portanto, o menor
torque lingual funcionaria como um torque resistente.
A prescrição de ALEXANDER2 (1983) mostrou dois valores de
inclinação para o segundo molar inferior, e a explicação está na mecânica
ortodôntica. Comentou que é comum o uso de ômega na mesial do segundo
molar. Para que essa dobra não se posicione com possibilidade de ferir a
mucosa ou reter alimentos, recomendou um torque no arco de forma a
afastar o ômega do rebordo alveolar. Teremos então, automaticamente
introduzido torque negativo no segundo molar. Quando esta manobra não for
necessária aconselhou usar tubo com -27º de inclinação. Entretanto, quando
o ômega for empregado, considerou conveniente o uso de tubos com 0º de
inclinação.
6.3 Considerações finais
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Comparando-se nossa pesquisa com o trabalho executado por Andrews,
verificamos que o resultado de angulação e inclinação de alguns dentes são
bem semelhantes, porém, algumas diferenças são estatisticamente
significantes. Tal fato deve-se, provavelmente ao grande tamanho das
amostras utilizados em ambos estudos. Sabemos que algumas destas
diferenças, clinicamente, não apresentariam diferenças significantes.
Se fizermos esta mesma comparação aos trabalhos que originaram
várias prescrições de braquetes, baseadas na experiência clínica dos
autores como ROTH41 (1975), RICKETS38 (1976), ALEXANDER2 (1983),
HILGERS21 (1987), VIAZIS48 (1995), MCLAUGHLIN; BENNETT e TREVISI31
(1997), CAPELLOZZA FILHO16 (1999), e outros, verificamos que em alguns
dentes, a diferença dos resultados é grande. O motivo é bastante simples,
pois quando um aparelho é desenvolvido, baseado em experiências clínicas,
o que os autores pensam em colocar na prescrição dos braquetes é uma
mistura do comportamento morfológico das más oclusões com a tentativa
dos braquetes de neutralizarem os efeitos colaterais causados pela
mecânica ortodôntica.
Por exemplo, quando se trata uma má oclusão de classe II, divisão 2,
onde temos os incisivos centrais superiores verticalizados, com pouca
inclinação vestibular, temos que trabalhar com um braquete que apresenta
uma inclinação maior que o encontrado em nossa pesquisa e maior também
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122D I S C U S S O
que a inclinação encontrada por Andrews. Devido ao efeito da mecânica de
classe II que tende a verticalizar os incisivos superiores na fase de retração,
o braquete com excesso de inclinação proporciona um torque resistente. Já
no arco inferior, o efeito dos elásticos de classe II, tendem a proclinar os
incisivos, por isso, necessitamos de braquetes para os incisivos inferiores,
com maior inclinação negativa que o encontrado em ambas as pesquisas,
para que este efeito seja controlado.
No tratamento da má oclusão de classe III, a idealização de uma
prescrição de braquetes deve-se mais à morfologia da má oclusão. Por
exemplo, os braquetes dos incisivos superiores devem apresentar uma
inclinação e angulação maiores, que o valor encontrado em ambas as
pesquisas. Já os braquetes dos incisivos inferiores deveriam apresentar
maior inclinação negativa e menos angulação. Desta maneira, temos
condições de compensar os incisivos afim de tratar uma má oclusão
esquelética.
A dificuldade de não encontrarmos trabalhos que realizaram a
medição da angulação e inclinação das coroas dentárias em brasileiros,
trouxe-nos dificuldades de comparação. Assim, comparando nossos
resultados com uma amostra norte-americana, onde possivelmente deve
existir diferenças anatômicas entre as amostras, as diferenças algumas
vezes, apresentaram-se estatisticamente significante.
A pesquisa mostrou uma tendência de apresentar os dentes
anteriores com menor angulação; já os dentes posteriores, mostraram-se
com uma angulação maior, quando comparado com os resultados
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apresentados por Andrews. Julgamos ser um achado interessante e é
importante que novas pesquisas sejam desenvolvidas para confirmar esses
resultados.
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77 CCOONNCCLLUUSSÃOO
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7 Conclusão
De acordo com a metodologia empregada e após a obtenção dos
resultados, parece-nos lícito concluir que:
7.1 Em relação à angulação das coroas dentárias, os valores encontradosforam:
Angulação das Coroas DentáriasDentes Superior Inferior
1 2,21° 0,03° 2 6,19° -0,58° 3 7,13° 2,43° 4 3,43° 1,88° 5 4,33° 3,43° 6 5,55° 3,39° 7 -0,24° 6,24°
7.2 Em relação à inclinação das coroas dentárias, os valores encontrados
foram:
Inclinação das Coroas DentáriasDentes Superior Inferior
1 5,28° 0,10° 2 4,99° -2,03° 3 -6,70° -10,13° 4 -10,83° -20,74° 5 -9,95° -24,38° 6 -10,99° -28,66° 7 -9,88° -32,10°
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7.3 Em relação à comparação com os valores encontrados por Andrews:
As angulações e as inclinações dentárias superiores e inferiores,
apresentaram-se, em sua maioria, discordes dos valores descritos por
Andrews, sendo que, em relação à angulação das coroas dentárias
superiores, os incisivos e o canino apresentaram valores menores e
estatisticamente significantes. Os pré-molares apresentaram valores maiores
e também estatisticamente significantes. Os molares apresentaram valores
menores, porém não significantes estatisticamente.
A angulação das coroas dentárias inferiores, apresentou o seguinte
comportamento: os incisivos apresentaram valores menores e
estatisticamente significantes. Os pré-molares e molares apresentaram
valores estatisticamente maiores. O canino foi o único dente a apresentar
angulação sem diferença significante
Em relação à inclinação das coroas dentárias superiores, o incisivo
central e o canino apresentaram valores suavemente menores, os pré-
molares e o segundo molar valores estatisticamente maiores e o incisivo
lateral e o primeiro molar, apresentaram valores maiores e menores,
respectivamente, porém sem diferença estatisticamente significante.
A inclinação das coroas dentárias inferiores, apresentou o seguinte
comportamento: os dentes anteriores apresentaram valores estatisticamentemenores. O primeiro pré-molar apresentou valor estatisticamente maior. Os
molares apresentaram valores estatisticamente menores e o segundo pré-
molares apresentou valor maior, sem significância estatística.
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136REFERÊNCIAS
SSUUMMMMAARRYY
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137S U M M A R Y
ZANELATO, ADRIANO C. T. Study of the dental crown tipping and angulationin leukoderm Brazilian individuals.
SUMMARY
This research paper aims at studying the numerical values of the
angulation and tipping of dental crowns in leukoderm Brazilian
individuals, comparing these values with the ones presented by Andrews.
The sample comprised 60 individuals, from both sexes, between 12 and
21 years of age, presenting normal occlusion and who had never undergone
orthodontic treatment previously.
Angulation (mesiodistal) and tipping (buccolingual) measurements were
taken by means of a device specially manufactured for this research study.
After data gathering and application of the statistic treatment, it wasverified that, in its majority, dental crowns presented positive angulation for both
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138S U M M A R Y
upper and lower arches, e.g., the cervical portion was more distal oriented thanthe incisal/occlusal portion. Second upper molars and lower lateral incisors werethe only teeth to present negative angulation. The amount of angulation varied
for each one of the teeth.
As for the inclination, the great majority of dental crowns presented
negative inclination, e.g., the cervical portion was more buccal oriented than the
incisal/occlusal portion, except upper incisors and lower lateral incisors. The
amount of inclination varied for each one of the teeth.
Significative statistic differences have been found in some dental crowns
regarding teeth angulation and tipping, comparing the values found in this
research study with the ones presented by Andrews.
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139S U M M A R Y
AANNEEXXOOSS
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140A N E X O S
ANEXO A
FICHA DE AVALIAÇÃO CLÍNICA
Data: ____/____/____
Nome:__________________________________________________________
Idade:______________ D.N. ____/____/____ Gênero [ ]
Endereço Residencial______________________________________________
Fone Resid.: (___)______-_______ Fone Referência.: (___)______-_______
Celular: (___)______-_______
Filiação: Nome do Pai___________________________________________
Fone: (___)______-_______
Nome da Mãe__________________________________________
Fone: (___)______-_______
Ascendência:
Pai _____________________ Avô Pat.___________________
Avó Pat.___________________
Mãe ____________________ Avô Mat.___________________Avó Mat.___________________
Curso:_________________________ Período/Ano ________________
Colégio _________________________________________________________
Dados Clínicos
Chave1 Sim[ ] Não [ ] Chave4 Sim[ ] Não [ ]
(Relação molar) (Rotação)
Chave2 Sim[ ] Não [ ] Chave5 Sim[ ] Não [ ]
(Angulação da coroa (inclinação)) (Contatos justos)
Chave3 Sim[ ] Não [ ] Chave6 Sim[ ] Não [ ]
(Inclinação da coroa(Torque)) (Plano oclusal)
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141A N E X O S
Relação Molar. A superfície distal da cúspide disto-vestibular do primeiro molarpermanente superior faz contato e ocluí com a superfície mesial da cúspide mésio-vestibular do segundo molar inferior. A cúspide mésio-vestibular do primeiro molarpermanente superior cai dentro do sulco entre as cúspides mesial e medial do primeiro
inferior.Angulação da coroa. Refere-se inclinação mésio – distal.Inclinação da coroa. Refere-se inclinação mésio-lingual do longo eixo da coroa.Rotações. Ausências de rotações.Contato Justo. Ausência de espaço; ponto de contato fechado.Plano Oclusal. O plano da oclusão para uma suave curva de spee.
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142A N E X O S
ANEXO B
TERMO DE CONSENTIMENTO
TERMO DE CONSENTIMENTO
Eu, _________________________ portador do R.G. nº ___________________
Residente à ___________________________________________ nº ________
cidade_______________________________ no Estado de São Paulo
responsável pelo (a) menor__________________________________________
de uma seleção realizada para pesquisa científica de análise oclusal, facial e
cefalométrica desenvolvida pelos alunos do Curso de Mestrado em Ortodontia
da Universidade Metodista de São Paulo. Permito que o menos supra referido,
uma vez selecionado para a pesquisa, seja submetido aos exames
complementares, dentre os seguintes: radiografias, fotografias faciais e
moldagem das arcadas dentárias, de acordo com as normas preconizadas pela
Vigilância Sanitária.Concedo à UMESP totais direitos quanto ao uso do material coletado com afinalidade de ensino e divulgação, dentro das normas vigentes, bem comopublicação em jornais e/ou revistas científicas do país e do exterior.
São Bernardo do Campo, ____ de _____________________ de 200___.
____________________________________
Responsável
ANEXO C
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143A N E X O S
CARTA INFORMATIVA AOS PAIS
São Bernardo do Campo, de novembro de 2001.
Prezados pais,
Tem esta a finalidade de vir à presença dos senhores, a fim de informa-
los sobre o teor da pesquisa científica que está sendo realizada na
Universidade Metodista de São Paulo, através de seu Centro de Pós-
Graduação.
Os alunos do curso de Mestrado em Ortodontia deste Centro, sendo
todos profissionais qualificados, estão desenvolvendo uma pesquisa para
avaliar a freqüência de casos de oclusão normal (mordida correta) em
estudantes de 12 a 21 anos de idade da região do Grande ABC.
Para tanto, estamos entrando em contato com algumas escolas
selecionadas e solicitando a colaboração de alunos, professores e pais, no
sentido de permitirem uma rápida e simples avaliação bucal dos estudantes.
Aqueles que se enquadram nos critérios de seleção (mordida perfeita e
que não tenham usado qualquer dispositivo ortodôntico) serão solicitados para
uma avaliação mais apurada, com realização de estudos complementares.
Tais estudos serão realizados na Universidade Metodista de São Paulo,
setor de Ortodontia, sem qualquer custo.
Esclarecemos ainda, que o transporte para o local referido, quando
necessário, dar-se-á por conta dos profissionais envolvidos.
No momento, aguardamos somente a autorização necessária dos
senhores, enviada em anexo, que deverá ser assinada para darmos
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144A N E X O S
continuidade aos trabalhos; e de posse dela, entraremos em contato telefônico
para agendarmos a realização dos exames mencionados.
Aproveitamos o ensejo para agradecermos a atenção e a colaboração detodos, comprometendo-nos a enviar posteriormente o relatório conclusivo das
informações colhidas ao longo do trabalho.
Atenciosamente,
____________________________Dr. Marco Antônio ScanaviniCoordenador do Curso de MestradoEm Ortodontia da UMESP
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145A N E X O S
AAPPÊNNDDIICCEE
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146A P N D I C E
Apêndice
No apêndice, são apresentados as medidas de todos os 60 indivíduos
que participaram da amostra. Ainda apresenta o valor da média, desvio padrão,
valor máximo e o valor mínimo.
Observa-se que para a realização do teste estatístico foi utilizado como
contagem o valor de 120 dentes, ou seja, contou-se a medição do lado direito e
o lado esquerdo. Isto foi necessário para se conseguir obter o valor máximo e
mínimo, pois se houve-se medido o lado direito e o esquerdo e fizesse uma
média, os valor encontrados seriam menores.
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APÊNDICE 1
Dados dos Resultados das Medidas dos 60 Modelos de Oclusão NormalNatural
Angulação do Arco Superior Angulação do Arco Inferior
Paciente 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7
1 Esquerdo 0 11 4 5 5 5 0 -3 -3 3 1 1 3 3Direito -7 7 10 1 2 6 -1 3 1 6 4 3 3 7
2 Esquerdo 5 6 3 0 0 6 -3 1 0 2 0 2 4 5Direito 0 3 7 5 4 3 -12.5 3 -1 4 2 2 5 3
3 Esquerdo 5 10 15 3 2 4 -3 -4 -5 -3 2 2 2 4Direito 2 6 11 0 3 3 1 5 2 2 4 4 2 2
4 Esquerdo 0 0 1 4 2 5 2 -3 0 -4 -3 0 3 5Direito 7 12 6 4 5 6 3 -2 -2 -5 0 0 0 2
5Esquerdo
3 6 11 7 8 6 0 0 -3 -3 0 3 3 3Direito 2 2 8 7 2 5 2 0 -4 2 4 3 2 5
6 Esquerdo 6 4 8 8 3 4 -8 1 -6 1 0 0 0 3Direito 0 -2 4 4 6 6 -12 0 -3 2 2 2 2 2
7 Esquerdo 8 8 6 5 5 4 -6 0 0 0 -3 5 0 0Direito 0 4 0 -2 -2 2 -9 4 1 5 0 2 3 8
8 Esquerdo 3 7 7 2 3 4 5 0 0 4 0 2 3 6Direito 3 4 -1 -1 1 2 1 0 2 13 2 3 2 2
9 Esquerdo 3 7 10 8 9 6 1 0 -2 8 5 3 2 8Direito 0 5 8 6 3 6 2 3 5 -2 6 3 3 6
10 Esquerdo 0 4 9 3 4 6 3 -5 -9 4 4 3 4 4Direito -5 3 1 3 3 7 -3 4 -4 0 5 6 4 6
11 Esquerdo 2 7 21 2 5 7 4 3 2 1 0 3 2 5Direito -5 4 10 4 3 5 2 -3 -1 0 0 -4 0 4
12 Esquerdo 2 0 4 6 4 8 3 0 2 0 1 3 5 8Direito 5 5 5 5 10 5 1 0 3 1 2 5 7 9
13 Esquerdo 3 5 3 1 4 9 2 3 -3 0 0 3 4 10Direito -5 16 1 0 0 1 -6 3 2 4 -2 5 10 7
14 Esquerdo 3 6 6 5 5 5 5 0 0 3 4 3 4 5Direito 1 3 5 1 2 5 1 4 1 6 5 7 5 5
15 Esquerdo 9 8 7.5 1 3 7 2 -5 3 8 6 5 6 5Direito 0 2 5 3 3 5 2 0 4 9 1 3 3 5
16 Esquerdo 4 11 8 2 4 4 3 0 0 0 3 1 3 6Direito 3 3 5 3 5 6 0 0 -2 0 5 3 4 5
17 Esquerdo -2 11 5 1 2 3 -1 -1 -2 2 2 6 6 8Direito -4 7 14 3 6 6 -1 4 -1 -1 6 6 4 9
18 Esquerdo 0 7 7 3 1 4 -6 0 -8 0 0 0 3 8Direito 0 0 6 0 -1 2 -8 0 0 6 0 -4 1 8
19 Esquerdo 0 2 3 3 4 9 4 0 -3 3 -5 3 4 7Direito 3 6 5 5 8 6 -2 0 0 5 3 1 3 6
20 Esquerdo 6 12 8 5 10 8 6 -1 0 7 3 4 1 1Direito 6 8 15 5 5 8 8 -1 -1 0 -3 1 3 5
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148A P N D I C E
Angulação do Arco Superior(continuação) Angulação do Arco Inferior(continuação)
Paciente 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7
21 Esquerdo 6 11 6 3 3 5 1 2 1 5 6 4 2 4Direito 1 9 7 4 6 5 -2 1 1 11 6 8 2 5
22 Esquerdo 5 8 10 5 9 8 6 0 -2 0 3 2 2 1Direito 2 3 3 1 5 7 5 2 -1 -2 1 3 3 3
23 Esquerdo 2 3 4 4 3 5 3 0 0 0 0 4 4 5Direito 0 2 2 2 3 4 -2 0 0 -3 2 5 3 10
24 Esquerdo 0 0 4 5 6 7 5 0 0 -2 1 3 2 5Direito 0 3 2 2 3 6 3 0 0 -1 0 0 0 -2
25 Esquerdo 3 6 7 5 3 4 4 -4 -5 -9 -9 5 2 6Direito -4 3 1 0 2 4 -2 2 -2 -3 -1 10 8 6
26 Esquerdo 2 10 15 5 7 8 2 -5 -2 0 0 4 4 3Direito 0 12 11 5 7 5 -5 0 -4 0 0 5 4 5
27Esquerdo 0 9 8 4 7 7 1 3 1 -2 1 0 2 9Direito 3 7 6 3 4 5 -2 0 4 8 2 2 2 7
28 Esquerdo 2 9 15 2 6 7 5 0 0 7 1 9 3 7Direito 2 2 1 1 5 4 3 3 0 9 1 5 5 9
29 Esquerdo 3 15 11 3 8 6 3 0 -5 5 6 4 5 7Direito 3 9 5 4 6 6 2 0 0 0 5 5 5 5
30 Esquerdo 7 10 9 2 5 5 3 -2 -5 3 1 1 1 8Direito -1 3 8 2 1 1 -8 2 1 9 3 5 3 4
31 Esquerdo 1 8 7 3 8 4 2 -4 -1 0 6 1 -4 0Direito 2 1 2 1 -2 1 -3 -10 2 4 2 3 2 6
32 Esquerdo 2 7 11 6 8 10 2 -2 -4 3 3 6 3 8Direito 0 0 -3 4 5 5 3 4 8 8 3 8 6 5
33 Esquerdo 8 11 12 2 4 8 7 -3 -6 -3 -2 3 2 5Direito 1 8 8 2 5 5 7 2 -2 3 3 3 3 4
34 Esquerdo 0 19 7 3 4 5 -8 0 4 2 2 3 3 2Direito 0 4 10 3 3 4 -6 -2 0 9 3 2 3 5
35 Esquerdo 3 8 1 3 7 11 3 -3 -5 1 0 0 4 3Direito 0 5 2 0 5 7 3 2 0 3 4 2 2 3
36 Esquerdo 5 10 13 3 2 3 -4 -2 -2 3 0 0 5 12Direito 1 4 11 1 5 5 1 0 0 13 9 10 6 16
37 Esquerdo 0 15 12 3 4 7 2 0 -7 -3 -4 3 2 9Direito 2 5 5 3 3 7 -1 0 0 0 -4 0 3 8
38 Esquerdo 8 13 8 4 7 5 6 0 1 8 5 3 9 8Direito 3 8 7 2 5 5 3 0 0 3 5 4 8 9
39 Esquerdo 0 5 8 5 3 3 -5 -2 -2 -1 0 4 4 7Direito 3 6 14 0 2 3 -7 0 1 -2 1 3 5 6
40 Esquerdo 6 8 9 5 -2 6 -12 3 -2 -4 2 10 8 4Direito 0 2 11 4 6 6 0 -3 -3 -3 1 6 4 9
41 Esquerdo 2 0 -3 1 1 3 -11 0 -3 2 -3 4 6 8Direito 5 6 4 3 -1 5 -11 0 -3 -1 -3 0 4 8
42 Esquerdo -4 10 10 7 12 6 -3 3 -5 3 3 6 6 13Direito 3 9 13 12 14 8 0 0 0 4 5 7 6 7
8/19/2019 Estudo Das Angulações e Inclinações Dentárias Em Brasileiros
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149A P N D I C E
Angulação do Arco Superior(continuação) Angulação do Arco Inferior(continuação)
Paciente 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7
43 Esquerdo 5 9 9 7 10 12 -4 3 3 10 7 7 4 6Direito 2 6 5 1 9 6 1 0 -6 6 8 9 5 7
44 Esquerdo 6 9 7 4 6 7 -5 0 0 5 1 2 5 11Direito 4 1 11 6 8 4 -3 -2 5 5 3 6 6 14
45 Esquerdo 6 9 12 5 7 10 5 0 0 2 1 7 5 10Direito 0 6 8 3 7 7 3 2 2 8 6 12 5 10
46 Esquerdo 7 9 3 6 5 5 -4 3 3 5 1 -4 0 13Direito 5 8 8 5 4 4 -4 4 3 15 6 5 2 12
47 Esquerdo 3 11 6 -1 4 5 -11 -8 0 0 -1 4 1 6Direito 2 2 2 1 1 2 2 6 6 7 5 8 5 8
48 Esquerdo 3 6 9 4 3 10 3 -5 -5 3 0 0 0 7Direito 0 6 3 3 2 9 3 4 4 4 3 0 1 5
49Esquerdo 7 10 11 6 5 10 9 0 3 2 1 3 7 7Direito 5 1 9 4 5 6 9 -9 0 -4 -3 3 3 7
50 Esquerdo 5 13 9 6 3 8 1 -2 -10 -4 -1 0 2 5Direito 3 9 7 4 3 5 1 0 0 2 5 5 4 5
51 Esquerdo 6 9 6 6 6 7 1 -4 -6 -4 -5 0 3 10Direito 0 0 5 2 -1 3 -5 3 2 0 0 2 7 13
52 Esquerdo 2 5 13 3 2 4 1 -7 -5 3 0 0 2 12Direito 0 0 1 3 1 4 0 0 5 7 7 10 1 8
53 Esquerdo 2 4 9 5 8 13 -4 6 -4 4 3 4 3 3Direito -3 4 8 3 5 10 1 2 1 8 9 8 1 0
54 Esquerdo 0 4 8 4 4 2 4 0 0 0 3 3 0 0Direito 0 7 5 0 3 4 1 0 3 7 5 5 3 3
55 Esquerdo 5 7 16 12 11 4 3 2 0 7 5 7 3 7Direito 0 3 3 0 2 3 -5 0 9 12 13 6 10 17
56 Esquerdo 7 12 16 8 3 5 2 0 -2 -4 -4 0 0 10Direito 0 5 10 6 5 4 -4 3 2 -2 2 2 3 11
57 Esquerdo 4 2 13 6 4 5 5 -2 -2 0 0 0 0 0Direito 5 5 11 3 4 4 2 4 2 0 0 1 3 3
58 Esquerdo 7 9 6 5 3 8 -6 -3 -1 -3 0 4 6 7Direito 0 5 4 2 5 2 -8 6 2 4 3 1 3 6
59 Esquerdo 2 4 3 1 4 5 3 -1 -1 1 0 2 0 2Direito 2 3 6 1 2 3 -4 3 0 0 2 2 6 8
60 Esquerdo 5 4 8 5 5 9 3 0 0 0 0 3 3 9Direito 5 0 0 0 4 7 1 -4 0 5 5 7 5 5
Contagem 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120Média 2,21 6,19 7,13 3,43 4,33 5,55 -0,24 0,03 -0,58 2,43 1,88 3,43 3,39 6,24
Desvio Padrão 3,05 3,91 4,28 2,39 2,84 2,28 4,73 2,92 3,24 4,33 3,25 2,91 2,24 3,39Valor Máximo 9 19 21 12 14 13 9 6 9 15 13 12 10 17Valor Mínimo -7 -2 -3 -2 -2 1 -12,5 -10 -10 -9 -9 -4 -4 -2
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150A P N D I C E
APÊNDICE 2
Inclinação do Arco Superior Inclinação do Arco InferiorPaciente 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7
1 Esquerdo 18 16 -4 0 -3 -7 -10 3 4 -7 -12 -19 -27 -34Direito 17 17 1 1 -1 -5 -11 2 -1 -7 -13 -23 -24 -37
2 Esquerdo 8 9 -15 -18 -18 -19 -12,5 2 -1 -17 -22 -25 -30 -26Direito 6 4 -13 -18 -14 -19 -8 -2 -1 -11 -17 -23 -25 -21
3 Esquerdo 9 8 -4 -7 -6 -6 -7 -1 -5 -13 -20 -23 -30 -35Direito 9 4 -18 -12 -8 -10 -10 -4 -5 -8 -19 -22 -29 -35
4 Esquerdo 4 8 -11 -2 -7 -8 -8 -8 -11 -9 -17 -24 -30 -35Direito 5 7 -6 0 -7 -11 -9 -8 -8 -13 -22 -23 -27 -32
5 Esquerdo 9 7 3 -8 -8 -15 -6 -6 -11 -15 -25 -30 -35 -33,5Direito 8 9 -1,5 -15 -14 -17 -15 -10 -9 -11 -23 -26 -30 -31
6 Esquerdo 5 3 -3 -15 -11 -16 -11 5 -14 -15 -24 -32 -26 -31Direito 2 3 -8 -13 -12 -17 -17 7 -12 -11 -27 -33 -33 -38
7 Esquerdo 7 3 -9 -12 -9 -13 -13 -7 -5 -14 -20 -20 -27 -35Direito 7 2 -7 -5 -6 -9 -13 -5 -5 -21 -26 -24 -29 -36
8 Esquerdo 4 5 -5 -8 -8 -13 -15 6 5 -3 -11 -21 -21 -29Direito 5 3 -6 -8 -7 -7 -9 5 3 -8 -15 -24 -20 -29
9 Esquerdo 5 10 -7 -13 -6 -14 -6 10 8 -5 -10 -13 -22 -22Direito 6 6 -8 -8 -3 -16 -4 5 6 1 -7 -12 -22 -31
10 Esquerdo -4 1 -11 -18 -10 -9 -13 -16 -13 -15 -32 -28 -35 -37Direito -4 -4 -13 -18 -16 -9 -15 -9 -7 -12 -32 -35 -33 -29
11 Esquerdo -2 -2 -2 -12 -15 -14 -17 1 0 -7 -19 -30 -18 -30Direito 2 -4 -9 -18 -16 -13 -18 0 0 -11 -23 -23 -23 -30
12 Esquerdo 5 16 -2 0 0 -6 -2 -2 -6 -16 -23 -23 -36 -38Direito 5 3 -6 -10 3 -6 -2 0 -2 -10 -18 -14 -29 -34
13 Esquerdo 7 -2 -6 -18 -23 -21 -21 1 -4 -10 -30 -36 -38 -38Direito 7 1 -2 -11 -21 -13 -25 0 -4 -14 -28 -37 -44 -53
14 Esquerdo 8 7 -2 -6 0 -9 -14 6 5 -4 -21 -18 -26 -30Direito 9 8 -4 -3 -3 -6 -10 9 6 -2 -15 -13 -21 -29
15 Esquerdo 5 4 -10 -6 -8 -13 -15 4 0 -12 -20 -28 -33 -38Direito 7 4 -12 -7.5 -10 -15 -14 -2 -2 -10 -19 -25 -31 -38
16 Esquerdo -2 -1 -6 -10 -9 -8 -10 3 0 -5 -20 -23 -28 -36Direito -4 3 -8 -8 -10 -9 -7 1 -2 -3 -15 -23 -24 -31
17 Esquerdo 7 5 -7 -11 -12 -8 -8 -1 -1 -6 -19 -21 -18 -28Direito 6 10 -12 -8 -11 -14 -8 -2 3 -7 -23 -25 -21 -32
18 Esquerdo 2 5 -7 -12 -9 -15 -3 -3 1 -10 -23 -30 -38 -27Direito 0 5 -4 -15 -15 -15 -12 2 -2 -9 -22 -30 -39 -41
19 Esquerdo 1 5 -3 -14 -13 -17 -27 1 2 -1 -17 -29 -37 -38Direito -2 3 -4 -12 -10 -7 -11 3 4 -1 -14 -25 -30 -33
20 Esquerdo 5 -1 -17 -14 -16 -15 -12 -5 -8 -17 -26 -28 -32 -36Direito 7 1 -14 -10 -12 -15 -13 -5 -4 -10 -24 -32 -25 -34
21 Esquerdo 9 7 -6 -7 -8 -9 -6 15 14 -6 -14 -22 -33 -36Direito 9 3 -5 -2 -4 -6 0 19 9 -8 -14 -20 -24 -24
22 Esquerdo 6 8 0 -7 -8 -14 -19 -1 -4 -11 -23 -26 -30 -36Direito 4 5 -2 -6 -4 -15 -9 1 -2 -9 -20 -29 -32 -37
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151A P N D I C E
Inclinação do Arco Superior(continuação) Inclinação do Arco Inferior(continuação)
Paciente 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7
23 Esquerdo -5 2 -12 -8 -9 -15 -9 2 3 -8 -22 -20 -26 -35Direito -3 5 -7 -6 -8 -17 -11 3 2 -7 -18 -24 -30 -37
24 Esquerdo 7 4 3 -8 -9 -7 -10 0 -2 -13 -21 -27 -21 -36Direito 3 5 -1 -9 -8 -4 -5 -2 -2 -7 -17 -19 -19 -36
25 Esquerdo -1 9 -4 -15 -15 -3 1 -4 -6 -15 -21 -26 -18 -24Direito 3 8 -1 -12 -9 1 -1 -8 -2 -15 -27 -33 -21 -37
26 Esquerdo 12 7 -6 -11 -11 -7 -2 -1 1 -7 -21 -33 -37 -37Direito 10 7 -6 -14 -12 -8 -6 1 -1 -8 -21 -31 -34 -37
27 Esquerdo 0 3 -6 -12 -9 -11 -15 -2 0 -14 -21 -24 -30 -35Direito -2 2 -1 -10 -7 -13 -18 -2 -2 -8 -16 -23 -27 -35
28 Esquerdo -1 -5 -13 -20 -15 -15 -11 2 1 -17 -25 -29 -34 -44Direito -1 1 -11 -11 -9 -11 -11 3 3 -8 -20 -25 -28 -35
29 Esquerdo -2 -4 -11 -15 -10 -9 -4 5 1 -9 -17 -16 -26 -24Direito -3.5 2 6 -8 -8 -15 -8 2 2 -5 -16 -13 -15 -21
30 Esquerdo 12 6 -8 -5 -5 -13 -3 3 -2 -11 -24 -25 -39 -36Direito 12 6 -7 -11 -10 -12 -7 1 -3 -15 -23 -26 -43 -37
31 Esquerdo 3 1 -5,5 -17 -21 -16 -13 0 -4 -10 -21 -20 -25 -22Direito 2 -3 -8 -25 -16 -18 -16 0 -2 -6 -17 -20 -30 -35
32 Esquerdo 5 4 -5 -7 -4 -10 0 -9 -11 -14 -24 -26 -35 -41Direito 9 16 4 -4 4 -5 3 -6 -9 -13 -28 -22 -39 -45
33 Esquerdo 5 3 -10 -6 -13 -13 -10 -1 0 -9 -21 -24 -31 -37Direito 4 -2 -10 -14 -10 -6 -10 -2 -2 -17 -27 -29 -31 -41
34 Esquerdo 11 3 -11 -14 -17 -11 -6 -4 -5 -14 -28 -30 -37 -29Direito 6 7 -12 -16 -13 -16 -13 -2 -8 -22 -26 -31 -36 -33
35 Esquerdo -4 0 -6 -16 -11 -14 -8 -3 1 -8 -19 -25 -23 -29Direito -2 -2 -7 -15 -12 -9 -5 -1 -2 -8 -25 -30 -32 -35
36 Esquerdo 5 10 -10 -11 -5 -8 -12 -1 -3 -11 -23 -19 -21 -29Direito 8 10 -3 -8 -2 -6 -8 1 -4 -18 -27 -29 -31 -28
37 Esquerdo 8 5 -21 -18 -14 -12 -12 -5 -5 -10 -25 -30 -33 -31Direito 8 4 -14 -18 -15 -16 -16 -2 -5 -13 -25 -27 -34 -29
38 Esquerdo 5 6 -3 -4 -9 -5 -5 -6 -6 -3 -14 -11 -23 -25Direito 5 8 -3 -2 -3 -11 -13 -4 -6 -7 -19 -17 -30 -30
39 Esquerdo 15 10 -2 -10 -9 -6 -9 -1 -3 -9 -22 -29 -29 -35Direito 11 7 -1 -8 -3 -6 -9 -3 -4 -8 -21 -23 -24 -24
40 Esquerdo 6 8 -5 -5 -8 -12 -12 -7 -7 -15 -25 -31 -31 -34Direito 4 5 -6 -11 -11 -12 -20 -7 0 -4 -21 -29 -29 -34
41 Esquerdo 9 0 -18 -27 -19 -16 -15 7 5 -16 -31 -25 -23 -23Direito 9 1 -13 -27 -23 -18 -18 5 5 -16 -25 -25 -25 -23
42 Esquerdo 6 9 -9 -18 -11 -15 -2 -1 -3 -12 -21 -16 -29 -29Direito 6 10 -5 -14 -9 -14 -14 1 -1 -11 -20 -23 -28 -27
43 Esquerdo 9 5 -7 -18 -12 -9 -5 1 -7 -13 -26 -26 -33 -26Direito 9 5 -8 -8 -12 -10 -4 1 3 -6 -19 -26 -31 -33
44 Esquerdo 4 0 -6 -12 -9 -9 -6 -5 -7 -18 -24 -26 -28 -24Direito 3 2 -5 -9 -7 -10 -7 -4 -7 -15 -22 -25 -36 -32
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152A P N D I C E
Inclinação do Arco Superior(continuação) Inclinação do Arco Inferior(continuação)
Paciente 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7
45 Esquerdo -4 -3 -14 -15 -20 -13 -9 2 -3 -12 -24 -26 -27 -37Direito -1 3 -11 -15 -12 -10 -6 1 -1 -19 -26 -35 -29 -38
46 Esquerdo 6 8 -5 -17 -17 -9 -9 6 -1 -11 -20 -28 -22 -31Direito 6 7 -8 -16 -16 -6 -8 2 -1 -12 -20 -26 -26 -35
47 Esquerdo 11 13 0 -3 0 -3 4 14 8 -4 -15 -26 -27 -33Direito 10 10 -6 -6 -3 -6 -11 12 5 -8 -17 -25 -22 -29
48 Esquerdo 12 -3 -3 -27 -17 -21 -15 0 -4 -8 -18 -25 -28 -37Direito 9 -1 -10 -19 -20 -19 -15 -1 -6 -7 -21 -25 -29 -40
49 Esquerdo 7 9 -5 0 -4 -3 -7 0 -6 -14 -22 -27 -31 -27Direito 11 7 -5 0 -2 -7 -11 1 -4 -11 -20 -20 -31 -27
50 Esquerdo 7 5 -10 -8 -10 -6 -9 -5 -10 -18 -27 -27 -36 -30Direito 6 5 -10 -6 -6 -6 -6 -5 -10 -15 -24 -28 -34 -30
51 Esquerdo 0 0 -1 -3 2 -6 -9 -8 -4 -9 -18 -20 -28 -37Direito 0 2 -4 -9 -9 -13 -13 -10 -10 -12 -29 -27 -33 -38
52 Esquerdo 2 3 -13 -22 -24 -18 -17 6 3 -10 -20 -20 -25 -19Direito 2 5 -9 -19 -19 -15 -12 7 0 -14 -25 -28 -28 -28
53 Esquerdo 15 11 -3 -8 -4 -8 -5 4 2 0 -10 -19 -23 -15Direito 13 11 2 -6 -4 -4 -8 8 4 -2 -9 -22 -30 -34
54 Esquerdo 4 4 -17 -12 -14 -19 -16 4 2 -6 -19 -26 -31 -27