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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Escola de Engenharia de Lorena EEL Marina Brandão Leoni O processo Tecnored frente ao alto-forno e às novas tecnologias de produção de ferro primário Lorena SP 2012

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U N I V E R S I D A D E D E S Ã O P A U L O

Escola de Engenhar ia de Lorena – EEL

Marina Brandão Leoni

O processo Tecnored frente ao alto-forno e às

novas tecnologias de produção de ferro primário

Lorena – SP

2012

Marina Brandão Leoni

O processo Tecnored frente ao alto-forno e às

novas tecnologias de produção de ferro primário

Trabalho de Conclusão de Curso I apresentado

à Escola de Engenharia de Lorena da

Universidade de São Paulo como requisito para

realização do Trabalho de Conclusão de Curso II

e conclusão do curso de graduação em

Engenharia Industrial Química, área de

concentração: produtividade e materiais.

Orientador: Prof. Dr. Fernando Vernilli Júnior

Lorena – SP

2012

DEDICATÓRIA

Aos nossos pais e irmãos,

Aos nossos amigos,

Aos nossos professores

...os quais serviram de alicerce para que pudéssemos concretizar mais uma etapa

de nossas realizações profissionais.

AGRADECIMENTOS

Á Deus que sempre me deu forças e iluminou minha vida.

Aos meus pais, que sempre foram a base de todos os passos que tomei em

minha vida, pelo carinho, dedicação e amor. Sem eles com certeza não

conseguiria chegar até aqui.

Ao meu namorado, Thomaz Pelegatti Viel Zanivan, que compartilhou comigo

tantos momentos de alegria durante minha vida universitária. Agradeço pelo

amor, companheirismo e paciência.

Às minhas amigas de república pelos momentos de alegrias durante toda a minha

graduação, fazendo com que esse tempo fosse um dos melhores da minha vida.

À Amanda Borges Rodrigues e Helena Ruiz Ramos de Oliveira pelas longas

horas de conversa nos momentos difíceis e pela valiosa e sincera amizade.

Ao Fernando Vernilli pela dedicada orientação, disponibilidade e profissionalismo.

À Tecnored pelo apoio e oportunidade.

Ao Vinicius Mendes e Rochelle Gontijo pelo imensurável apoio e contribuição para

o meu crescimento profissional.

Ao Marcos Contrucci pelo apoio, carinho e incentivo a trilhar o caminho para o

sucesso.

À Maira Elizabeth Vicente Gouvêa pela ajuda no desenvolvimento desse trabalho.

A todos que, de alguma forma, colaboraram para a realização deste trabalho, o

meu sincero agradecimento.

“O sucesso nasce do querer,

da determinação e persistência em se chegar a um objetivo.

Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos,

no mínimo fará coisas admiráveis.”

José de Alencar.

RESUMO

Leoni, M. B. O processo Tecnored frente ao alto-forno e às novas

tecnologias de produção de ferro primário. 2012. Monografia (Trabalho de

Graduação em Engenharia Industrial química) – Escola de Engenharia de

Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena, 2012.

A indústria siderúrgica tem se mostrado cada vez mais exigente em relação a

qualidade do minério de ferro, pois a demanda de aço tem aumentado cada vez

mais em diversos países. Porém o problema que essas indústrias têm enfrentado

é a diminuição na qualidade dos minérios, os quais apresentam teores cada vez

mais baixos de pureza além da constante degradação de suas reservas. Diante

dessa situação a solução encontrada é o uso de finos de minério, que necessitam

de tratamento prévio para adequação nos processos de redução convencionais

(Alto-forno), o que gera diversos impactos ambientais. Esse caminho abriu espaço

para o surgimento de novas rotas de redução para a produção do ferro-gusa,

como o processo Tecnored. Basta agora saber se ele é um processo viável.

Palavras chaves: Minério de ferro, Alto-forno, Novas tecnologias de redução,

Tecnored.

ABSTRACT

Leoni, M. B. The process Tecnored against the blast furnace and the new

technologies of primary iron production. 2012. Monografia (Trabalho de

Graduação em Engenharia Industrial química) – Escola de Engenharia de

Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena, 2012.

The steel industry has proven increasingly demanding about the quality of iron ore

as steel demand has grown increasingly in several countries. But the problem that

these industries have faced is the decrease in the quality of ores, which have

increasingly lower levels of purity beyond the steady degradation of its reserves.

Faced with this situation the solution is the use of ore fines, which require

treatment prior to adaptation processes in conventional reduction (Blast Furnace),

which generates many environmental impacts. This paved the way for the

emergence of new routes to reduce the production of pig iron, as the process

Tecnored. Just now whether it is a viable process.

Keywords: iron ore, blast furnace, new abatement technologies, Tecnored.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Classificação do minério de ferro por produto...................................... 20

Figura 2 - Demanda de minério de ferro e sua tendência..................................... 21

Figura 3 - Produção de aço por região em 2010............................................ 23

Figura 4 - Produção Mundial de aço com projeções de 2007-2021..................... 23

Figura 5 - Produção de aço no Brasil com projeções até 2021............................ 24

Figura 6 - Crescimento da produção de aço na China......................................... 25

Figura 7 - Briquetes e pelotas auto-redutoras....................................................... 28

Figura 8- Fabricação e cura das pelotas auto-redutora........................................ 29

Figura 9 - A mineração de ferro e a siderurgia..................................................... 30

Figura 10 - Estágio de evolução das tecnologias alternativas a fusão redutora em

alto-fornos............................................................................................................. 32

Figura 11- As zonas de um Alto-forno................................................................ 34

Figura 12 - Zonas de reação do Alto-forno........................................................... 36

Figura 13 - Força impulsora de um alto-forno....................................................... 39

Figura 14 - Perfil de temperatura num alto-forno.................................................. 40

Figura 15 - Fluxograma do processo FINEX......................................................... 47

Figura 16 - Fluxograma do processo HISMELT.................................................... 49

Figura 17 - Visão geral do fluxo............................................................................ 50

Figura 18 - Fluxograma do processo ITMK3…………………….....................…… 52

Figura 19 - ITmk3 nuggets………………………………………………...………….. 53

Figura 20 - O forno Tecnored................................................................................ 58

Figura 21 - Ciclo de geração e sequestro de CO2............................................................... 64

Figura 22 - Alimentação lateral de combustível no forno...................................... 65

Figura 23 - Conceito de modularidade.................................................................. 66

Figura 24 - Fatia modular do forno Tecnored ...................................................... 66

Figura 25 - Cinética do processo Tecnored em comparação com o alto-

forno...................................................................................................................... 67

Figura 26 - CAPEX dos processos de redução.................................................... 68

Figura 27 - OPEX dos processos de redução por parâmetros..............................69

Figura 28 - Comparativo do OPEX de cada processo.......................................... 71

Figura 29 - Taxa de emissão de gás carbônico por tonelada de ferro produzido,

por processo..........................................................................................................72

Figura 30 - Taxa de emissão de SOx por tonelada de ferro produzido, por

processo................................................................................................................ 72

Figura 31 - Taxa de emissão de NOx por tonelada de ferro produzido, por

processo................................................................................................................ 73

Figura 32 - Taxa de emissão de poeira por tonelada de ferro produzido, por

process.................................................................................................................. 73

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Teor de ferro contido nas reservas brasileiras.................................19

Tabela 2 - Exportação do minério de ferro brasileiro.........................................19

Tabela 3 - Comparativos entre as tecnologias de redução....................................45

Tabela 4- Combustíveis alternativos com potencial uso no forno

Tecnored................................................................................................... 63

Tabela 5 - Comparativo do OPEX de cada processo........................................... 70

Tabela 6 – Regras de classificação dos itens avaliados na comparação entre os

processos.............................................................................................................. 74

Tabela 7 – Pontuação geral.................................................................................. 76

Tabela 8 – Pontuação adicional............................................................................ 76

SUMÁRIO

1. OBJETIVOS 14

1.1. Objetivo Geral 14

1.2. Objetivos específicos 14

2. JUSTIFICATIVA 15

3. METODOLOGIA 16

4. REVISÃO DA LITERATURA 18

4.1. Premissas 18

4.2. Minério de Ferro 18

4.2.1. Aspectos Gerais 18

4.3. Aço 22

4.4. Beneficiamento do minério de ferro 25

4.5. Pelotização 26

4.6. Sinterização 26

4.7. Coqueria 27

4.8. Aglomerados auto-redutores 27

4.8.1. Pelotas auto-redutoras 28

4.8.2. Briquetes auto-redutores 29

4.9. Redução 29

4.10. Rotas siderúrgicas 33

4.11. Alto-Forno 33

4.11.1. Reações no alto-forno 40

4.11.2. A viabilidade do Alto-forno 41

4.12. Tecnologias Alternativas de Redução 44

4.13. FINEX 47

4.14. HISMELT 49

4.15. ITMK3 52

4.16. Tecnored 54

4.16.1. A história do processo Tecnored 55

4.16.2. O forno Tecnored 57

4.16.2.1. Cuba Inferior 58

4.16.2.2. Zona de Fusão 59

4.16.2.3. Zona Superior 59

4.16.3. Versões do Forno Tecnored 60

4.16.4. Características do processo Tecnored 61

4.16.5. Flexibilidade de Matéria-prima 62

4.16.5.1. Carga metálica 62

4.16.5.2. Combustível 62

4.16.6. O conceito de Modularidade 65

5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 68

6. CONCLUSÃO 77

7. REFERÊNCIAS 79

14

1. OBJETIVOS

1.1. Objetivo Geral

Estudar o processo Tecnored comparando-o com os processos convencionais

e com as novas tecnologias de produção de ferro-gusa.

1.2. Objetivos específicos

Analisar de forma geral as tendências do mercado de minério de ferro;

Discutir a viabilidade econômica do processo Tecnored;

Avaliar os impactos ambientais dos processos;

Verificar a adequação do processo Tecnored no cenário metalúrgico atual;

Estudar as matérias-primas e combustíveis usados nos processos.

15

2. JUSTIFICATIVA

A mineração vem experimentando uma expansão substancial nos últimos anos

devido ao aumento da produção e consumo do aço. Um exemplo são os países

asiáticos, que devido ao crescimento de suas economias, o consumo de produtos

siderúrgicos tem aumentado cada vez mais. Em destaque temos a China, que

impulsionada por investimentos na infra-estrutura e pelo aumento crescente do

consumo de bens duráveis vem exigindo uma demanda maior de ferro e aço.

Com isso, a necessidade crescente por produtos de aço na China e em todo o

mundo, seja sob a forma de matéria-prima para indústrias exportadoras, para

atendimento do mercado interno ou para um crescimento econômico, o que gera

uma demanda ainda maior para as siderúrgicas.

Porém em contrapartida a esse crescimento encontram-se teores de ferro cada

vez mais baixos, necessitando da concentração desses minérios. A degradação

das reservas e a diminuição da produção de ferro granulado vem exigindo um

aumento da utilização de finos de minérios para produção de ferro-gusa.

Essa necessidade de uso de finos de minério é incompatível com o processo

convencional mais utilizado para produção de gusa, o alto-forno, pois a matéria-

prima utilizada na alimentação desse forno necessita de uma granulometria maior,

sendo necessário então aglomerar finos de minério, por sinterização ou

pelotização.

Esses processos juntamente com a redução em alto-fornos, apesar de sua alta

produtividade, geram um forte impacto ambiental, pois são processos poluentes.

Além do que, esses processos são caros, acarretam em impactos nos custos de

produção e exigem uma planta de produção com dimensões cada vez maiores.

A cada dia crescem as exigências por melhoramentos nos custos operacionais,

na qualidade dos produtos e principalmente em medidas que reduzam os

impactos ambientais causados pelos processos siderúrgicos. Devido a esses

fatores novas tecnologias de redução vem surgindo em diversas partes do

mundo, como rotas alternativas de produção de ferro-gusa, a fim de reduzir

minérios de forma limpa e com menor custo.

16

3. METODOLOGIA

Para a realização desse trabalho serão utilizadas técnicas de investigação

bibliográfica.

A motivação para esse trabalho foi o estágio realizado de março à novembro na

empresa Tecnored Desenvolvimento Tecnológio S.A. Como é uma empresa de

desenvolvimento tecnológico o sigilo industrial é muito importante. Portanto, neste

tarbalho só serão apresentados dados de fontes públicas como fontes eletrônicas

em sítios da internet relacionadas ao tema, livros, artigos, seminários, e também

outras dissertações e teses.

Após a realização da pesquisa bibliográfica e o levantamento de todo o referencial

teórico relevante para esse trabalho, as informações serão analisadas, discutidas

e por fim, trazidas para este trabalho para comporem o conjunto de informações

que servirão de subsídios para a confecção da conclusão deste.

Este trabalho teve como objetivo fazer um estudo comparativo do processo

Tecnored com as demais tecnologias de redução e com o alto-forno. Porém

muitas dessas tecnologias são emergentes e possuem valores e resultados pouco

concretos e sedimentados. Então só será apresentado um estudo das

concorrentes mais diretas do Tecnored como o processo FINEX, HIsmelt, ITmk3 e

o clássico Alto-forno.

Primeiramente para compor esse trabalho será apresentado um breve estudo do

mercado do minério de ferro e do aço, analisando importações, exportações e

consumo, tanto brasileiro quanto mundial.

Em seguida será explicado brevemente o processo de beneficiamento do minério

e os processos de aglomeração (pelotização e sinterização) à fim de proporcionar

um certo embasamento ao leitor.

Finalmente será contextualizado as exigências da siderurgia moderna com as

tecnologias de redução, então, serão mostradas as tecnologias de redução

existentes e as possíveis concorrentes diretas do processo Tecnored.

Para cada tecnologia será apresentado uma breve explicação técnica do

processo e suas características segundo a visão de vários autores estudados.

17

Após essa análise das tecnologias (inclusive a do Alto-forno) será feita uma

análise mais aprofundada do processo Tecnored, mostrando suas vantagens e

desvantagens.

Então, depois de todo esse embasamento teórico será possível comparar os

processos através de dados estatísticos de várias fontes e chegar a uma

conclusão sobre a adequação do processo Tecnored no cenário metalúrgico e

siderúrgico atual.

18

4. REVISÃO DA LITERATURA

4.1. Premissas

Para facilitar o entendimento de certos parâmetros apresentados no decorrer

desta monografia, algumas informações são importantes conhecer:

CAPEX: é a sigla da expressão inglesa capital expenditure ( em português,

despesas de capital ou investimento em bens de capital) e que designa o

montante de dinheiro dispendido na aquisição (ou introdução de melhorias) de

bens de capital de uma determinada empresa. O CAPEX é, portanto, o montante

de investimentos realizados em equipamentos e instalações de forma a manter a

produção de um produto ou serviço ou manter em funcionamento um negócio ou

um determinado sistema.

OPEX: é a sigla inglesa operational expenditure - refere-se ao custo associado à

manutenção dos equipamentos e aos gastos de consumíveis e outras despesas

operacionais, necessários à produção e à manutenção em funcionamento do

negócio ou sistema.

Por exemplo, a aquisição de uma máquina é CAPEX, enquanto o custo com a sua

manutenção é (OPEX).

4.2. Minério de Ferro

4.2.1. Aspectos Gerais

O ferro é um dos elementos mais abundantes na crosta terrestre e de maior

aplicação na vida do homem, desde a antiguidade.

19

O ferro ocorre na forma de óxidos, hidróxidos, carbonatos e sulfetos. Os minerais

mais importantes economicamente são hematita (Fe2O3), magnetita (Fe3O4),

alumina (Al2O3), limonita (FeO.OH.nH2O), goethita (FeO.OH) e siderita (FeCO3)

(DERR et all, 1981; FLEISCHER 1983; ABREU, 1973; BALL, 1973; ALECRIM,

1982; LIMA, 1995; MAZON, 2006).

Os principais produtos gerados com a exploração do minério de ferro são os

granulados e os finos, divididos em “sinter feed” e “pellet feed”, sendo esses dois

últimos mais direcionados para alto-forno ou redução direta.

De acordo com o sumário mineral de 2011, feito pelo departamento nacional de

produção mineral (DNPM) a reserva mundial de minério de ferro é de cerca de

180 bilhões de toneladas e os países que apresentam as maiores reservas são:

Rússia, Ucrânia, China, Austrália e Brasil. O Brasil se destaca por ter minério de

ferro com uma alta taxa de pureza, mais ou menos 60% nas hematitas.

No Brasil as reservas estão localizadas em Minas Gerais (63%), Pará (18%) e

Mato Grosso do Sul (17%) como é mostrado na Tabela 1.

Tabela 1 - Teor de ferro contido nas reservas brasileiras

Estado Teor de ferro

Mato Grosso do Sul 55,6% Minas Gerais 43,6%

Pará 67,6%

Fonte: Sumário Mineral – 2011.

O sumário mineral de 2011 indicou que a produção mundial de minério de ferro

em 2010 foi de 2,4 bilhões de toneladas, com 15% representado pelo Brasil, e

este valor indica um aumento de 24,5% de aumento comparado com 2009.

O Brasil exporta minério de ferro e finos de minério totalizando 310,9 mt e os

países consumidores são: China, Japão, Alemanha, Coréia do Sul e França,

como mostra a Tabela 2.

20

Tabela 2 - Exportação do minério de ferro brasileiro

Destino da exportação brasileira Porcentagem de exportação

China 46%

Japão 11% Alemanha 7%

Coréia do Sul 4% França 3%

Fonte: Sumário Mineral – 2011.

A importação chinesa foi de extrema importância para o crescimento do comércio

de minério de ferro.

O minério de ferro se divide em 3 grupos segundo sua granulometria: granulado,

sinter feed e pellet feed, como mostrado na figura 1.

Figura 1 - Classificação do minério de ferro por produto ( Apresentação Samarco 2008 apud SOUZA, 2010).

A indústria siderúrgica é a maior e mais importante consumidora de minério de

ferro, absorvendo em torno de 95% das vendas de minério de ferro para a

produção de ligas. O principal processo de produção de aço é o alto-forno, sendo

que o processo de redução direta responde apenas a 5% da produção mundial de

minério de ferro. (SlDERURGIA NO BRASIL, 2010).

Porém o processo de redução direta vem crescendo devido aos seguintes fatores:

21

Busca de meios de produção mais limpo devido às pressões ambientais;

Necessidade do aproveitamento de finos de minério vindos da mineração;

Necessidade de módulos de produção mais compactos, de menores custos

de investimento, ao contrário das grandes siderúrgicas integradas.

Segundo Mourão (2007), devido à grande demanda e consequente produção de

aço, principalmente na China, há um aumento expressivo na mineração de ferro.

O aumento do PIB (Produto Interno Bruto) chinês estimula o mercado do aço, já

que o governo investe muito em infraestrutura, desenvolvimento da indústria de

bens de capital, consumo de bens duráveis, entre outros.

Como o país não produz todo o minério que necessita, sua alta demanda

fomentou o mercado mundial de minério de ferro. (SIDERURGIA NO BRASIL

2010).

A China produz muito minério, porém seu teor de ferro é muito baixo, o que faz

com que seja necessária a importação. Em 2010, a China importou cerca de 60%

de todo o minério exportado mundialmente e produziu cerca de 60% de todo o

ferro-gusa produzido no mundo (Mineral Commodity Summaries, 2012).

A Figura 2 apresenta a demanda de minério de ferro e sua tendência até 2035,

evidenciando a necessidade de métodos de produção de ferro primário mais

eficientes que possam suprir essa necessidade futura.

Figura 2 - Demanda de minério de ferro e sua tendência (CRU ANALYSIS, 2011b).

22

4.3. Aço

A demanda por aço aumentou consideravelmente nos últimos anos devido à sua

inegável importância na vida humana. Mas o seu desenvolvimento também teve

alguns momentos de baixa da história.

A partir dos anos 1970 até o início de 2000, a indústria siderúrgica teve baixas

taxas de crescimento, resultado da substituição do aço por outros metais, como o

alumínio (construção). No século 21, o mercado de aço se recuperou , pois

aumentou a demanda por aço, o que fez com que o preço aumentasse e a

rentabilidade das empresas também (FONSECA et al., 2007).

De acordo com Fonseca et al. al (2007), os movimentos responsáveis pelas

tendências atuais do mercado de aço são:

O crescimento acelerado do mercado chinês desde 2003;

Processo de consolidação do setor, com a formação de grandes grupos

internacionais e a privatização do sector;

A distribuição internacional da produção, objetivando a racionalização da

logística da produção.

Por muitos anos as estatais dominaram o cenário mundial de aço. Porém com

privatização e a liberalização do comércio em diversas economias, a concorrência

no setor aumentou. Com o aumento da demanda por aço, do preço do aço e das

matérias-primas devido à participação da China no mercado, as empresas foram

obrigadas a agilizar o processo e criar novas estratégias de marketing (Fonseca

et al., 2007).

A Figura 3 mostra o destaque da Ásia com aproximadamente 900 milhões de

toneladas de aço produzido, o que representa 65% da produção mundial total. A

China representa em torno de 68% do total produzido na Ásia.

23

Figura 3 - Produção de aço por região em 2010 (CRU ANALISYS, 2011a)

A Figura 4 mostra projeções da produção mundial até 2021, e de 2007 até 2021 a

produção mundial de aço terá um crescimento médio anual de 3,2%.

Figura 4 - Produção Mundial de aço com projeções de 2007-2021 (CRU ANALISYS, 2011a).

24

A produção brasileira de aço, em 2011, foi de 35,16 milhões de toneladas de aço

como mostrado na Figura 5. O crescimento verificado nos últimos dois anos deve-

se, principalmente, à entrada em operação da CSA.

Minas Gerais lidera a produção de aço com 33,2% e 94% da produção brasileira

de aço está concentrada no Sudeste.

Figura 5 - Produção de aço no Brasil com projeções até 2021 (CRU ANALISYS, 2011a).

Antes de 2003, a China era grande importadora de aço. Em 2003, a China

aumenta sua capacidade de produção e passa a repor suas importações, como é

evidenciado na Figura 6. Em 2005, o país já era o maior produtor, contribuindo

com quase 1/3 da produção total mundial.

25

Figura 6 - Crescimento da produção de aço na China (Steel Statistical Yearbooks 2011).

4.4. Beneficiamento do minério de ferro

O processamento mineral pode ser conceituado como o conjunto de operações

básicas que são realizadas no minério bruto com o objetivo de obter sua

adequação, ou seja, produtos comercializáveis. As principais operações unitárias

do beneficiamento analogicamente aos conceitos colocados por Chaves (2002) e

Luz et al (2004) são:

1. Lavra do minério – operações de extração do minério

2. Cominuição – etapa de redução do tamanho do minério com a finalidade de

adequar seu tamanho para as operações seguintes. É composta pela

britagem e moagem.

3. Concentração – Etapa responsável por tornar o minério mais puro. Que

visa separar as partículas, não só por diferentes espécies minerais, mas

também por diferentes níveis de pureza. Os principais são a concentração

gravítica, concentração magnética e a flotação.

4. Aglomeração – Etapa de transformação de finos de minérios em

aglomerados mais resistentes para posterior redução. Tem como finalidade

Crescimento acelerado

26

a agregação de valor ao minério de ferro. Os dois principais processos são

a pelotização e a sinterização.

5. Operações auxiliares de armazenamento e transporte entre uma operação

e outra.

4.5. Pelotização

É a etapa de aglomeração dos finos de minério para posterior utilização em

fornos para produção do gusa. Os finos de minérios mais os aditivos necessários

são colocados em discos de pelotização para a formação de pelotas cruas, com

influência da ação do Roller Press. Então essas pelotas com a granulometria

apropriada e resistência mecânica suficiente são transportadas até os fornos de

endurecimento. Os aditivos são os aglomerados e ligantes, o carvão mineral e

calcário, sendo a bentonita o principal aglomerante utilizado.

A principal finalidade do carvão é a introdução de energia térmica no processo

de sinterização da pelota, diminuindo o consumo de óleo combustível do forno. O

carvão também gera uma distribuição ótima de calor na pelota durante a queima,

aumentando a produtividade do processo. Já o calcário é importante para que a

pelota sinterizada adquira resistência mecânica e características metalúrgicas

para os processos seguintes.O produto final, denominado pelota, é utilizado tanto

em altos-fornos como em reatores de redução direta, dependendo da composição

química, das propriedades físicas e características metalúrgicas.

4.6. Sinterização

Consiste em aglomerar finos de minério de ferro, finos de coque, fundentes e

aditivos. A carga é aquecida por intermédio de queimadores e com o auxílio de

fluxo de ar. A temperatura que se desenvolve durante o processo atinge 1.300 a

1500oC, suficiente para promover a ligação das partículas finas do minério,

resultando num produto uniforme e poroso chamado sínter, que é um material

sólido, poroso, sendo que a granulometria necessária para os alto-fornos pode

ser conseguida por britagem.

27

4.7. Coqueria

Coqueria é a unidade industrial que transforma mistura de carvões minerais em

coque. O coque metalúrgico é empregado nos altos fornos, onde pode atuar

como combustível, redutor, fornecedor de carbono ao gusa e permeabilizador da

carga. No custo de produção do ferro gusa, a fatia do coque supera 40%, daí a

importância que lhe é conferida na siderurgia (BRAGA 2009).

A produção brasileira de carvão e equivalente a 0,1% do total mundial. No pais,

o maior consumo de carvão é justamente na produção de coque de alto-forno

(SlDERURGIA NO BRASIL, 2010).

4.8. Aglomerados auto-redutores

Segundo Noldin (2002), “a auto-redução caracteriza-se pelas rápidas reações

químicas que ocorrem através do contato dos reagentes, em um ambiente livre de

gases inertes, logo com alta pressão parcial dos gases redutores”. Os

aglomerados auto-redutores são assim chamados por apresentarem em sua

composição o agente redutor, não dependendo da ação de um agente redutor

externo, como nos processos clássicos.

Os aglomerados auto-redutores são curados a frio, usualmente produzidos a

partir de uma mistura de finos de minério de ferro ou resíduos e um agente

carbonoso que pode ser “in natura” ou derivados/subprodutos de outros

processos. A Figura 7 apresenta a documentação fotográfica de dois tipos de

aglomerados, pelota e briquete. O ambiente interno dos aglomerados propicia

elevadas taxas de redução (extração do oxigênio do minério) (NOLDIN, 2007).

28

Figura 7 - Briquetes e pelotas auto-redutoras (NOLDIN, 2007).

4.8.1. Pelotas auto-redutoras

As pelotas auto-redutoras são esféricas e produzidas da mesma forma que as

convencionais utilizadas em processos metalúgicos, ou seja, em discos de

pelotização ou tambores de pelotamento. O que difere uma da outra é a fase de

sinterização, ou seja, a pelota auto-redutora não necessita dessa etapa de

processo já a pelota convencional sim. Ela dispensa esse tipo de etapa pois não

precisa de um nível elevado de resistência mecânica. A Figura 8 mostra

esquematicamente o processo de fabricação de pelotas auto-redutoras.

29

Figura 8- Fabricação e cura das pelotas auto-redutoras (CONTRUCCI et al, 1992).

4.8.2. Briquetes auto-redutores

Os briquetes, cujo o processo de endurecimento foi realizado à temperatura

ambiente, apresentam baixa resistência mecânica quando submetidos à

temperatura elevada. O seu uso fica restrito aos processos onde se utiliza baixa

pressão. No processo de briquetagem, a mistura passa entre rolos estampados

que possuem forma de meio briquete. Esta mistura ao passar pelos rolos é

prensada dando forma ao briquete.

A principal diferença entre o briquete e a pelota é a faixa granulométrica, o

briquete apresenta uma faixa muito mais abrangente do que a pelota, pois esta

exige uma faixa estreita de tamanho (NOLDIN, 2007).

4.9. Redução

É o processo de obtenção do ferro primário e consiste na redução dos seus

óxidos por meio de um combustível de carbono redutor, em geral coque, carvão

vegetal e carvão mineral. Para que as reações de redução ocorram em

velocidades rápidas, é necessário temperaturas acima de 1000ºC, obtendo assim,

o ferro por redução direta ou indireta (MACHADO, 2006)..

30

De acordo com Machado (2006) redução direta consiste na redução do minério a

ferro metálico sem que ocorra a fusão da carga, diferentemente da redução

indireta que é a utilizada no convencional Alto-forno.

Essencialmente para a obtenção do ferro primário existe duas rotas de obtenção.

Uma via Alto-forno onde o produto final é o ferro-gusa e outra via redução direta

onde o produto final pe p ferro-esponja (KEMPKA, 2008).

A Figura 9 mostra o esquema de obtenção do aço desde às minas até o aço

líquido.

Figura 9 - A mineração de ferro e a siderurgia (SIDERURGIA NO BRASIL, 2010).

Também existe uma terceira rota denominada Redução/Fusão, que vem sendo

desenvolvida ao longo dos anos. São tecnologias mais modernas, flexíveis à

utilização de matérias-primas, ambientalmente sustentáveis e estão ganhando

espaço no mercado devido a redução do custo de instalação (CAPEX) e de

produção (OPEX) (SIDERURGIA NO BRASIL, 2010).

31

Os processos tradicionais apresentam algumas desvantagens. O clássico Alto-

forno, por exemplo, por mais consolidada que essa tecnologia esteja, ele depende

de fontes de carvão coqueificável, processos de sinterização/pelotização

(preparação da carga), deve ter uma elevada escala de produção e seu custo de

implantação é elevado. Já os processos de redução direta operados gás natural

apresentam desvantagem pelo fato de dependerem da disponibilidade de gás

natural, o que dificulta a instalação de uma planta e eleva seu CAPEX

(NOGUEIRA, 2010).

Esses fatos somados com as exigências da siderurgia moderna e do estudo

apresentado acima do mercado de minério de ferro e aço, fica evidente a

necessidade de desenvolvimento de tecnologias alternativas.

De acordo com Noldin et al (2003a) tanto as tecnologias tradicionais quanto as

novas tecnologias devem oferecer uma solução à lista de exigências da siderurgia

moderna, tais como:

Baixo custo de investimento (CAPEX);

Baixo custo operacional (OPEX);

Flexibilidade de escala, uso de matérias-primas e de produto;

Uso de combustíveis sólidos alternativos;

Uso de finos de minério;

Compatibilidade ambiental (com aproveitamento de resíduos, menores

emissões, etc);

Alta eficiência energética;

Eliminação de etapas de processo caras e que não são ambientalmente

viáveis (sinterização e coquerias).

A Figura 10 mostra o estágio de evolução das tecnologias alternativas a fusão

redutora em alto-fornos.

32

Figura 10 - Estágio de evolução das tecnologias alternativas a fusão redutora em alto-

fornos (NOLDIN et al, 2009).

Para uma melhor compreensão da metodologia adotada, notamos na Figura 10

que a única tecnologia de redução em estágio de maturidade é o Alto-forno. Então

iremos à partir do próximo capítulo apresentar um estudo sobre o alto-forno e o

Tecnored e suas possíveis tecnologias concorrentes.

O alto-forno é a única tecnologia em estágio de maturação que apresenta

conceitos de processo e eficiência de produção já comprovados à mais de 100

anos que servem de modelo para uma comparação mais concreta e real da

verdadeira viabilidade do Tecnored.

A Figura 10 mostra a localização do processo Tecnored, que se encontra no início

do estágio de consolidação comercial. Comparado com seus concorrentes mais

expressivos como Hismelt e Finex, que já estão neste estágio há mais de 3 anos,

fica claro a necessidade de um desenvolvimento mais acelerado do Tecnored

para comprovação de sua viabilidade comercial. Tornando-o assim, um forte

concorrente tanto para essas tecnologias em evolução quanto para o Alto-forno

(SIDERURGIA NO BRASIL, 2010)

Um fator que merece destaque é o declínio que o Alto-forno apresentou em 2000,

se mostrando para os estudiosos em estágio de declíneo tecnológico eminente.

33

Porém desde 2002 o Alto-forno vem sofrendo inúmeras mudanças positivas em

seu processo, devido a estudos inovadores que foram desenvolvidos, o que

acabou recolocando-o em posição de destaque novamente e ficou denominado

como Alto-Forno Moderno (SIDERURGIA NO BRASIL, 2010 e ESTUDO

PROSPECTIVO DO SETOR SIDERÚRGICO, 2009).

4.10. Rotas siderúrgicas

As usinas siderúrgicas são classificadas de acordo com seu processo produtivo:

Integrada: Ocorrem os processos de redução em que o minério de ferro e o

carvão após serem processados, são carregados no alto-forno para

produção do gusa. Depois ocorre o refino na aciaria, onde o gusa líquido

se transforma em aço e por último a laminação.

Semi-integrada: É utilizado o ferro já reduzido, proveniente do pão de gusa

(gusa sólido), DRI/HBI (ferro esponja) e sucata. Ocorrem as fases de refino

e laminação.

4.11. Alto-Forno

O alto-forno é um reator que funciona em contra corrente com troca de calor e

oxigênio entre a carga sólida descendente e os gases ascendentes (CASTRO,

2006).

Tem o formato similar a uma chaminé, e tem estrutura interna de um material

cerâmico e refratário (resistente a altas temperaturas) para que o forno possa

atingir a temperatura necessária para que ocorram as reações.

Segundo Castro (2006) o objetivo do processo é reduzir os óxidos de ferro para a

produção de ferro metálico (gusa) em condições de baixo custo e alta

produtividade.

34

Um alto-forno em operação contém, do topo para a sua base,conforme mostrado

na Figura 11 :

Camadas de minério e coque.

Uma área onde o minério começa a se amolecer e fundir (zona de

amolecimento–fusão).

Uma área onde existe apenas coque e ferro/escória líquidos a qual é

chamada de zona de “coque ativo” ou zona de gotejamento.

O homem morto: o coque no cadinho do forno.

O alto-forno possui uma forma cônica típica. As seções do topo para a base são:

• Goela, onde se encontra a superfície da carga.

• A cuba.

• A rampa paralela ou ventre.

• A rampa.

• O cadinho.

Figura 11- As zonas de um Alto-forno (GUEERDES et al 2004).

35

LU, W-K (1990) descreveu o alto-forno como sendo dividido em regiões como

mostra a Figura 11. Em cada uma destas regiões ocorrem reações físico-

químicas e condições termoredutoras distintas que agem de maneira diferenciada

sobre os materiais carregados.

Para o bom desempenho do reator, são exigidas determinadas características de

qualidade para a carga metálica e o coque, é necessário que eles apresentem

propriedades específicas.

Zona Granular:

É a região superior do alto-forno onde encontra-se a carga metálica sólida, livre

de escória ou metal líquido. É constituída por camadas alternadas de carga

metálica e coque, como mostra a Figura 12 (CASTRO, 2006).

A carga metálica juntamente com o redutor (coque ou carvão vegetal) desce em

contracorrente com os gases. As camadas de minério se tornam mais finas à

medida que descem no forno, sofrendo elevada degradação (GOMES, 2004).

O contato do gás redutor produzido nas regiões inferiores com os óxidos de ferro

promove a sua redução direta ou indireta. O fator permeabilidade é essencial para

a efetividade do processo, portanto, todas as ações que levem a geração de finos

devem ser evitadas. Na zona granular a carga metálica é submetida a inúmeros

esforços mecânicos como abrasão e impacto, crepitação e degradação

(CASTRO, 2006).

36

Figura 12 - Zonas de reação do Alto-forno (Editada de CASTRO, 2006).

Zona coesiva:

É onde a carga metálica amolece e funde em vários graus de redução. É

constituída por uma série de anéis empilhados formando um cone, onde cada

anel é a camada metálica em estado de fusão (GOMES, 2004).

As camadas permeáveis do coque permite que o gás ascendente atravesse a

região. O O2 remanescente combinado com a carga metálica é removido pelo

coque por redução direta (CASTRO, 2006).

É nessa região que ocorre a maior parte da redução dos óxidos, dusão do metal e

escória e é também nessa região que ocorre a reação de Boudouard

37

(CO2 + C→2 CO). Além disso é uma zona de grande absorção de calor.

De acordo com Gomes (2004) uma boa redução dos minérios depende da

distribuição adequada dos gases na Zona Coesiva.

Zona de Gotejamento:

O metal e a escória líquidos descem sob o leito poroso de coque em

contracorrente com o gás redutor. Nessa zona está presente as fases sólida,

líquida e gasosa e pode ser dividida em 2 regiões: zona de coque ativo e zona de

coque inativo (homem morto). O homem morto pode ser consumido à medida que

o carbono do coque incorpora o gusa. A zona de combustão (“raceway”) é a

região localizada em frente as ventaneiras, onde ocorre a combustão do carbono

do coque com o oxigênio do ar soprado. O “raceway” pode ser descrito como uma

cavidade formada pelo efeito do jato de ar soprado, na qual as partículas de

coque estão em alta turbulência, como mostra a Figura 13. O gusa e a escória

gotejam em contracorrente com os gases quentes e então os líquidos se

acumulam no cadinho juntamente com o empilhamento do coque. Nesta etapa o

metal líquido absorve silício, enxofre e impurezas, completando assim, a redução

completa dos óxidos (GOMES, 2004 e CASTRO, 2006).

Zona de combustão:

O ar quente soprado pelas ventaneiras faz o coque entrar em combustai elevando

a temperatura e os gases resultantes sobem aquecendo a carga (MACHADO,

2006), equação 1.

C + O2 → CO2 e mais calor...................................................................................(1)

Em presença de muito carbono (atmosfera redutora) e em temperaturas acima

de1000º C o gás CO2 resultante da combustão do coque com o ar, reage com o

carbonoformando o gás redutor CO (MACHADO, 2006), equação 2.

38

CO2 + C → 2CO....................................................................................................(2)

O CO em ascenção é o principal agente redutor do minério de ferro.

No que diz respeito à operação do alto-forno dois fatores devem ser observados:

a eficiência da queima e a taxa de substituição de carvão/coque (SILVA et al,

1999).

Para que a queima seja eficiente os seguintes fatores devem ser controlados:

taxa de injeção (t carvão injetado/ t gusa), temperatura de sopro, concentração de

O2 e o tipo de carvão. Quanto maior a taxa de injeção, maior deve ser a

temperatura do sopro e maior a concentração de O2 para que a queima seja

eficiente (GOMES, 2004).

Cadinho:

Esta região localiza-se na base do reator onde ficam armazenados a escória e o

ferro gusa produzidos na forma líquida, até que sejam removidos através dos

furos de corrida.

39

Figura 13 - Força impulsora de um alto-forno (GUEERDES et al, 2004).

Sistema de limpeza de gases

O gás que sai no topo do alto fomo arrasta consigo poeiras que não podem ser

lançadas na atmosfera, por isso, todo o material é submetido a um sistema de

controle ambiental que separa todas as partículas sólidas, formando uma lama

que é aproveitada na sinterização.

A limpeza do gás é geralmente feita por um coletor de pó, venturis, lavador de gás

(bischoff), precipitador eletrostático e separador de neblina (MACHADO, 2006).

40

4.11.1. Reações no alto-forno

Figura 14 - Perfil de temperatura num alto-forno (GUEERDES et al, 2004).

As reações químicas que ocorrem no alto-forno estão citadas a seguir:

Zona Granular:

Para temperatura entre 200ºC e 950ºC.

3 Fe2O3 + CO → 2Fe3O4 + CO2.............(3) ΔH = - 10,33 Kcal/mol

Fe3O4 + CO → 3FeO + CO2…………..(4) ΔH = + 8,75 Kcal/mol

Para temperatura entre 950ºC e 1000ºC.

FeO + CO → Fe + CO2........................(5) ΔH = - 3,99 Kcal/mol

Zona coesiva:

Redução direta.

FeO + CO → Fe + CO2 ΔH = - 3,99 Kcal/mol

CO2 + C → 2 CO ΔH = + 41,21 Kcal/mol

FeO + C→ Fe + CO...............................(6) ΔH = + 37,22 Kcal/mol

41

Formação da escória primária.

SiO2 + 2FeO → 2FeO.SiO2...........................................................................................(7)

Al2O3 + FeO → FeO.Al2O3............................................................................................(8)

SiO2 + MnO → MnO.SiO2..............................................................................................(9)

SiO2 + 2CaO → 2CaO.SiO2........................................................................................(10)

Zona de gotejamento:

FeO(l) + CO → Fe(l) + CO2…………………………………………………………….…….(11)

CO2 + C → 2CO………………………………………………………………………………(12)

P2O5 + 5CO → 2P + 5CO2…………………………………………………………………(13)

P2O5 + 5C → 2P + 5CO…………………………………………………………………….(14)

SiO2 + 2C → Si + 2CO........................................................................................(15)

FeS + CaO + C → CaS + CO + Fe.....................................................................(16)

FeS + MnO + C → MnS + Fe + CO…………………………………………………(17)

MnS + CaO + C → Mn + CaS + CO………………………………………………(18)

4.11.2. A viabilidade do Alto-forno

A usina integrada via alto-forno é a rota mais utilizada para a produção de aço e

atualmente vem sofrendo contínua modernização devido às exigências

operacionais e ambientais, já mencionadas, tais como:

Baixos níveis de emissões de gases poluentes;

Maior compatibilidade ambiental;

Maior eficácia no tratamento e reciclagem de resíduos;

Flexibilidade de matéria-prima;

Baixo OPEX e CAPEX.

42

O alto-forno opera em larga escala e produz cerca de 600 kg de resíduos por

tonelada de aço produzido, isso sem falar nos processos extremamente poluentes

necessários para essa rota de produção como sinterização e coqueria (SÁVIO,

2012).

A operação do alto-forno requer uso de aglomerados de minério de ferro, fonte

significativa de SOx, NOx e dioxinas. Assim como requer uso de aglomerados de

carvão, fonte significativa de SOx, NOx e benzeno. Além do que o alto-forno

requer elevado custo de capital e extensa área para implantação – larga escala

(CURSO ABM, 2009).

De acordo com o Relatório Interno da Tecnored (2012), o alto-forno é uma

tecnologia já dominada que necessita de elevados investimentos tanto no alto-

forno em si, mas também nas coquerias e plantas de sinterização. Depende de

fontes não-renováveis (carvão mineral) e apresenta custo de produção elevados

devido ao preço das matérias-primas (carvão e minério de ferro).

Segundo Bates (2012) o alto-forno é inflexível, operando com um carregamento

metálico e de coque com especificações definidas, o que acarreta em impactos

nos custos de produção. Além do que altos preços são pagos por essas

matérias-primas, para que as mesmas cumpram com as especificações

desejadas. O custo para construir um novo alto-forno ou reformar um já existente

é muito alto e o custo para manter coquerias e plantas de sinterização nos

padrões atuais de controle de emissões podem não compensar.

O alto-forno também vem se modificando para entrar nos novos padrões da

siderurgia. Como é o caso do alto-forno moderno que utiliza técnicas de melhor

“convivência” com teores mais elevados de fósforo, sílica e alumina; menores

emissões líquidas de CO2, reciclagem de resíduos, baixa utilização da água, uso

de minérios mais finos (através de técnicas de micro-aglomeração) e reciclagem

do gás de topo (CURSO ABM, 2009).

A utilização do mini alto-forno a carvão vegetal também se mostra uma opção

mais vantajosa que o alto-forno a coque por apresentar (SIDERURGIA NO

BRASIL, 2010):

43

Menor desgaste do alto-forno;

Inexistência de contaminantes danosos ao aço;

Menor produção de escória;

Menor consumo energético.

No entanto, é limitado por restrição da capacidade de carga no alto-forno. Outro

aspecto negativo é a necessidade de elevados investimentos em terra.

Antigamente apresentava problemas de cunho sócio-ambiental, pelo uso

inadequado de carvão vegetal de florestas nativas.

O mini alto-forno não difundiu no Brasil porque é necessário investir em coquerias

ou importar o coque (ficando preso ao preço do mercado). O mini alto-forno a

carvão vegetal e não a coque também é uma outra alternativa e apresenta como

principais características (RELATÓRIO INTERNO TECNORED, 2012):

Uso de fonte Renovável de energia;

Não há riscos tecnológicos;

Baixa escala de produção;

Necessidade de um maior controle da origem do carvão vegetal;

Exige investimentos em terra (devido ao carvão vegetal necessitar áreas

para plantação);

Baixo controle ambiental.

Devido ao fato do mini alto-forno ser de baixa escala de produção ele não será

estudado detalhadamente e nem entrará no estudo comparativo entre os

processos.

É sabido que o alto-forno é bastante eficiente para produção do gusa e que sua

substituição não acontecerá de uma hora para a outra. Mas como o alto-forno

não atende às novas exigências da siderurgia moderna, ele acaba abrindo espaço

para a inserção de novas rotas tecnológicas de redução, já que essas são

alternativas mais sustentáveis. O Mini Alto-forno também entra como uma outra

alternativa pois apresenta baixo CAPEX, flexibilidade na preparação e

composição da carga, mas faz uso do coque como combustível. (NOLDIN et al,

2008).

44

4.12. Tecnologias Alternativas de Redução

As novas tecnologias alternativas de redução têm se mostrado fundamentais no

processo de renovação da siderurgia, principalmente no fornecimento de ferro

primário para mini-mills e na reciclagem de resíduos siderúrgicos (Noldin et al,

2003b).

Essas tecnologias podem seguir 3 vertentes (Noldin et al, 2003b):

Fusão redutora Os óxidos de ferro são dissolvidos em banhos metálicos

ou escórias líquidas, reduzidos pelo carbono dissolvido, produzindo metal

líquido. (Ex: HIsmelt, Ausiron, AISI, Romelt).

Redução sólida: Os reatores de leito fluidizado fazem uso da interação

gás-sólido, para reduzir as partículas suspensas de finos de minérios de

ferro, por gases redutores, produzindo ferro-esponja. (Ex: HyL, Midrex,

etc).

Auto-redução: Utiliza uma mistura de finos de minério de ferro ou de resíduos

ferrosos, com finos de materiais carbonosos, como o carvão mineral,

aglomerados na forma de pelotas ou briquetes que são reduzidos pelo

modelos de reação sólido-sólido, via intermédiários gasosos, com alta

velocidade de redução, produzindo metal líquido ou ferro-esponja. (Ex: Oxycup

e Tecnored).

Com os dados mostrados na Tabela 3 somados com os dados presentes na

Figura 10 fica mais fácil de observar as principais tecnologias concorrentes com o

Tecnored.

45

Tabela 3 - Comparativo entre as tecnologias de redução

CARGA DE FERRO

REDUTOR PRODUTO

CARVÃO GÁS NATURAL

Pelotas/ Lump AISI

COREX

HOT METAL OR

FULLY REDUCED IRON

Aglomerados auto-redutores

TECNORED OXICUP ITMK3

Finos HISMELT, DIOS,

ROMELT, AUSIRON FINEX

Pelotas/ Lump SL/RN, DRC,

ACCAR HYL

MIDREX

DRI Aglomerados

auto-redutores

FASTMET, MAUMEE IDI,

INMETCO, REDSMELT

Finos CIRCOFER PRIMUS

CIRCORED, IC (FE₃C), FINMET

FONTE: Adaptado de NOLDIN, 2011.

A primeira é o Alto-forno que é ainda o principal processo para produção de gusa

e a única tecnologia consolidada, portanto, principal concorrente do Tecnored.

Mas fazendo uma análise somente das novas tecnologias, nota-se que a as

tecnologias que estão no mesmo estágio de evolução que o Tecnored, segundo a

Figura 10 são: ITMK3, HISMELT, OXYCUP, PRIMUS, COREX, MINI- AF (mini

alto-forno), FINEX, FINMET, RHF (FASTMET, REDSMET) e CIRCORED.

Porém nem todas essas tecnologias apresentam o mesmo produto final que o

Tecnored, as que apresentam como produto o metal líquido são: COREX,

OXICUP, ITMK3, HISMELT e FINEX.

Todas essas tecnologias usam carvão não-coqueificável como combustível,

menos o processo OXYCUP, que utiliza coque.

Os processos COREX e FINEX são muito parecidos, diferem entre si apenas pela

data de desenvolvimento, pelo tipo de matéria-prima usada e pela granulometria

do combustível. O processo COREX utiliza como matéria-prima pelotas ou lump e

46

como combustível ele utiliza diretamente o carvão não-coqueificável granulado. Já

o processo FINEX utiliza diretamente como matéria-prima finos de minério e como

combustível utiliza diretamente finos de carvão não-coqueificável. Com isso pode-

se concluir que entre esses dois processos, o FINEX é mais flexível do que o

COREX, além de ser uma tecnologia mais recente.

Então para simplificar o estudo das novas tecnologias de redução, concorrentes

do Tecnored, só será mostrado nesse trabalho um breve estudo das seguintes

tecnologias: ITMK3, HISMELT e FINEX.

Como já mencionado anteriormente, o mini alto-forno não será estudado nesse

trabalho para efeito comparativo com o Tecnored, pois apresenta pequena escala

de produção e seu controle ambiental ainda é insuficiente, pois não atende as

atuais exigências ambientais.

A etapa de redução é a que mais necessita de capital e energia e é responsável

pela produção de unidades de ferro-virgem ou ferro-primário. E por isso a

crescente necessidade de aprimorar e desenvolver os processos de redução.

Apesar dos inegáveis avanços de otimização dos alto-fornos, houve pouco

sucesso nas tentativas de substituição destes por outras tecnologias.

Porém esses processos alternativos têm apresentado melhoras significativas em

seus processos e com esse desenvolvimento acelerado, buscam sim, substituir o

clássico alto-forno que, apesar de eficiente vem sofrendo diversas pressões

ambientais, técnicas e econômicas.

De uma maneira geral, os processos alternativos buscam oferecer às siderúrgicas

as seguintes características (Noldin et al, 2003b):

Flexibilidade de matéria-prima;

Dispensa de uso de unidades de coqueria e sinterização;

Maior eficácia para a reciclagem dos resíduos gerados pela unidade e por

terceiros;

Baixos custos fixos;

Maior flexibilidade de produção para atender às variações de demanda;

Maior compatibilidade ambiental;

47

Baixo custo operacional, mesmo para escalas de produção mínimas

(OPEX);

Baixo custo de instalação, ampliação ou reforma (CAPEX);

Boa adequação às instalações e procedimentos existentes;

Uso otimizado da área disponível;

Maior eficiência energética.

4.13. FINEX

Figura 15 - Fluxograma do processo FINEX (PASSOS, 2009).

Foi desenvolvido pela POSCO e VAI-SIEMENS à partir do COREX. O reator

utilizado no processo COREX foi substituído por uma série de reatores de leito

fluidizado (CURSO ABM, 2009).

Carga metálica: finos de minério (pré-reduzidos em leito fluidizado)

Redutor: finos de carvão (compactados à quente e injeção de carvão pulverizado)

(CURSO ABM, 2009).

48

Neste processo o minério é carregado em uma série de reatores de leito

fluidizado no sentido descendente, onde é aquecido e reduzido, produzindo ferro-

esponja. Ao final da redução o ferro esponja é briquetado à quente e transferido

por gravidade até o reator onde acontece a fusão. É nessa etapa que o carvão é

adicionado simultaneamente com o oxigênio (SIEMENS VAI, 2012).

De acordo com Passos (2009) o gás que é gerado pela gaseificação do carvão

(CO +H₂) flui em contracorrente com o minério.

De acordo com Siemens Vai (2012) o processo apresenta as seguintes

características:

Utiliza matéria-prima de baixo custo;

Apresenta CAPEX e OPEX mais baixos que o Alto-forno;

Emissões mais baixas de SOx e NOx mais baixas que o Alto-forno.

De acordo com os estudos realizados sobre o processo FINEX pelo U.S

DEPARTMENT of ENERGY (2000), esse processo é ambientalmente

sustentável e apresenta a vantagem econômica de ter flexibilidade

operacional e dispensar coqueria e sinterização.

Siemens Vai (2007), contudo, afirma que o FINEX é um processo

economicamente favorável se comparado com o Alto-forno, apresenta

baixas taxas de emissão de poluentes e a exportação do gás de processo

para várias aplicações metalúrgicas e produção de energia, agrega valor ao

processo.

Após vários testes em laboratórios e em plantas pilotos, em Agosto de 2004 foi

assinado o contrato com a Siemens Metals & Mining Technologies, para construir

uma planta oficial na Coréia do Sul, E, finalmente, em 30 de Maio de 2007, iniciou

a sua primeira corrida com capacidade de 1,5 milhões de toneladas de metal

fundido ao ano (LEE, 2008).

49

4.14. HISMELT

É uma tecnologia desenvolvida pela HISMELT ® CO., subsidiária da Rio Tinto. É

um processo baseado na fusão redutora (Smelting reduction), em

desenvolvimento desde a década de 80 (CURSO ABM, 2009). A Figura 16 mostra

esquematicamente o fluxograma do processo HISMELT e a Figura 17 mostra

esquematicamente o vaso de redução.

Carga metálica: finos de minério

Redutor: finos de carvão de baixos voláteis (CURSO ABM, 2009).

Produto: ferro-gusa.

Figura 16 - Fluxograma do processo HISMELT (BATES, 2012).

50

Diferentemente dos demais processos bath smelting a redução dos óxidos e a

gaseificação do carvão ocorrem no banho metálico (NOLDIN et al, 2003b).

Segundo Passos (2009) os finos são injetados por lanças submersas e não pelo

topo do reator.

Figura 17 - Visão geral do fluxo (RIO TINTO, 2012a).

Neste processo o minério de ferro é pré-aquecido em um sistema de ciclone

semelhante a fornos de cimento. Depois de aquecido o minério de ferro

juntamente com o carvão e fundentes são injetados num banho fundido à

temperatura de 1450ºC (U.S DEPARTMENT of ENERGY, 2000).

Ocorre uma rápida dissolução e fusão do metal e os gases resultantes

produzidos (H₂ e CO) retornam ao banho através da interface escória-metal

(PASSOS, 2009 and U.S. DEPARTMENT of ENERGY, 2000).

De acordo com Passos (2009) duas reações importantes ocorrem durante o

processo:

C (carvão) = C (dissolvido no ferro)

3C (dissolvido no ferro) + Fe2O3 = 2 Fe + 3CO (g)

51

Caso seja necessário remover o enxofre do produto final, o gusa passará por um

processo de dessulfuração e caso este sistema seja implantado a planta poderá

produzir como subproduto o gesso (CaSO4). Outro ponto importante é que o gás

de topo apresenta baixo poder calorífico, porém quando enriquecido com gás

natural ele é equivalente ao gás de topo de um alto-forno e pode ser utilizado no

pré-aquecimento do minério e do combustível (PASSOS, 2009).

A Hismelt® é uma alternativa de menor custo, mais eficiente e mais limpa em

relação à tecnologia convencional de fabricação

de ferro (RIO TINTO, 2012b).

De acordo com Noldin (2011) o processo HIsmelt apresenta às seguintes

características:

Elevado CAPEX;

Elevados teores de FeO na escória resultando em menor rendimento

metálico;

Produção excessiva de escória e com índices de ganga elevados;

Fundamentos de processo concretos e fortes;

Gás de saída pode ser utilizado no pré-aquecimento do minério, o que

torna o processo mais eficiente.

Porém para Bates (2012) o processo apresenta outros diferenciais como:

Engenharia simples e robusta;

Baixo impacto ambiental;

Flexibilidade de matéria-prima (incluindo resíduos de aciarias e

minérios fosforosos).

52

4.15. ITMK3

ITmk3 representa a próxima geração em produção de ferro, processando finos de

minero em gusa – ITmk3 nuggets em apenas 10 minutos (MC CLELLAND, 2008).

Seu desenvolvimento começou em 1996, servindo-se as operações de teste em

uma instalação piloto e depois em uma em larga escala. Sua primeira planta

industrial foi construída em Minessota, EUA (KIKUSHI et al, 2010). A Figura 18

mostra esquematicamente o fluxograma do processo ITMK3.

Matéria-prima: finos de minério de ferro

Redutor: finos de carvão não-coqueificável

Produto final: Gusa – Itmk3 nuggets.

Figura 18 - Fluxograma do processo ITMK3 (SBB STEEL MARKETS LATIN AMERICA, 2009).

53

Este processo trabalha com finos de minérios e finos de carvão não-coqueificável

que são aglomerados formando pelotas auto-redutoras. Porém esse processo

requer um combustível adicional como óleo ou gás natural.

Essas pelotas são peneiradas para 17-19 mm de diâmetro e são então

distribuídas para o forno RHF (forno de soleira rotativa). Enquanto se desloca os

aglomerados são aquecidos até 1350°C. Durante o processo de aquecimento

ocorre a redução do óxido de ferro e a desvolatilização do carvão. O contato

íntimo entre o óxido de ferro e carbono a uma alta temperatura resulta em uma

rápida reação (U.S. DEPARTMENT of ENERGY, 2000).

Depois da redução o ferro e a escória são separados no forno e descarregados

na forma de escória e nuggets de ferro. A Figura 20 mostra a documentação

fotográfica dos nuggets. O produto final não requer manuseamento especial

durante o transporte e pode ser continuamente alimentado a um EAF.

De acordo com U.S. DEPARTMENT of ENERGY (2000) as principais

características dos processo são:

Usa finos de minério;

Menor tempo de redução;

Completa separação do metal e da escória

Figura 19 - ITmk3 nuggets (SBB Steel Markets Latin America, 2009).

54

Já de acordo com o SBB (Steel Markets Latin America, 2009) os principais pontos

são:

Operação flexível em matéria-prima e em uso (EAF e BOF)

Produz gusa em uma só etapa

Alimentação contínua

- Reduz tempo de redução

- Aumento da produtividade

- Reduz consumo de energia

E de acordo com o ponto de vista do Curso da ABM (2009), os principais pontos

são:

Simplicidade do processo

Energeticamente eficiente

Ambientalmente amigável

Tem-se mostrado superior na fabricação de produto de ferro pois este é

continuamente carregado em forno elétrico a arco, EAF’s, o que aumenta a

produtividade e diminui o gasto energético.

Para KOSUKE et al (2012) o processo é atraente para as mineradoras pois

agrega valor ao minério devido a facilidade de manuseio e transporte.

4.16. Tecnored

O processo Tecnored é uma tecnologia emergente desenvolvida no Brasil para

produção de ferro-gusa, que se processa através da redução de aglomerados

auto-redutores (pelotas ou briquetes) de cura a frio, produzidos a partir de

misturas compostas de unidades de ferro (finos de minério de ferro, resíduos de

mineração, resíduos siderúrgicos) e unidades de carbono (finos de carvão

mineral, carvão vegetal, coque verde de petróleo ou resíduos industriais contendo

carbono). Esses materiais são misturados com fundentes e ligantes e

aglomerados em briquetadoras ou em discos tradicionais de pelotização, na forma

de briquetes e pelotas, respectivamente (NOLDIN, 2002).

55

Os aglomerados produzidos são então reduzidos e fundidos em um forno de

geometria diferenciada e de alta eficiência, o forno tecnored, que por suas

características únicas, permite o uso variado de combustíveis sólidos de baixo

custo, como coque verde de petróleo, coque siderúrgico, carvão mineral ou semi-

coques, produzindo metal líquido e escória com características similares aos

produzidos pelos processos convencionais (NOLDIN et al, 2006b).

Ao contrário dos processos convencionais, o processo Tecnored foi concebido e

desenvolvido para ser uma tecnologia “coke-less”, ou seja, que dispensa o uso de

coque durante o processo produtivo, seja como agente térmico ou redutor;

evitando assim o investimento e operação de coquerias, e qualquer emissão

oriunda dessas unidades (CONTRUCCI et al, 2004).

Uma característica importante do processo é a formação de uma atmosfera

redutora dentro das pelotas, que resulta em elevadas taxas de redução dos

óxidos de ferro, independentemente da natureza da atmosfera presente dentro do

forno (CONTRUCCI et al, 1992).

O processo está baseado então em duas fases: no uso de aglomerados auto-

redutores e a na operação do forno Tecnored.

4.16.1. A história do processo Tecnored

O desenvolvimento do processo resultou de um esforço conjunto entre teoria e

prática, por meio da compilação continuada de resultados obtidos em planta

piloto, através da realização de repetidas corridas experimentais em um módulo

de verdadeira grandeza do forno, e através de modelamentos matemáticos,

estudos exploratórios, desenvolvimento em bancada, etc (NOLDIN et al, 2003b).

O forno Tecnored foi concebido em 1985. Seu desenvolvimento foi impulsionado

pela necessidade de um novo modelo de forno mais adaptado à auto-redução. De

1979 a 1985 foram desenvolvidas pelotas auto-redutoras de resíduos piritosos,

como carga metálica em fornos. Assim, surgiu a necessidade de adequar as

pelotas auto-redutoras em outros tipos de forno de redução, evitando assim, o

56

elevado consumo de combustível, problemas de permeabilidade e qualidade das

pelotas (NOLDIN et al, 2005).

De 1985 a 1990 foi desenvolvido um forno circular para comprovar a viabilidade

do conceito proposto anteriormente. A operação se mostrou estável e contínua, o

que estimulou um projeto para aumentar a escala do forno (NOLDIN et al, 2005),

Em escala maior começaram os controles de processo, melhorias, mapeamento

de processos e uma definição da geometria do forno. Depois de diversos testes e

operações, ficou evidente a necessidade de uma geometria retangular para o

forno, construindo uma fatia “modular” do forno industrial. Com esse conceito de

modularidade foi possível ampliar o forno na escala desejada e assim, aumentar a

capacidade sempre que desejado. Então, em 2000, foi decidido que seria

construída a primeira planta de demonstração industrial (NOLDIN et al, 2005).

Desde o surgimento da ideia até hoje, o projeto Tecnored passou por várias

fases. A planta piloto foi construída pela Aço Villares no ano 2000 e depois

assumida pela Gerdau, que terminou vendendo o projeto à VALE.

A VALE entrou no projeto no final de 2009 ao desembolsar R$80 milhões e

assumindo 37% da Tecnored Desenvolvimento Tecnológico S.A., empresa cujo

principal ativo é a planta piloto em Pindamonhangaba. Em Julho de 2011, a VALE

aumentou a fatia para 43,04%. Os outros acionistas são a BNDESPar, braço de

participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

(BNDES), com 31,79%, e a Logos Tecnocom, com 25,17%. A Logos reúne

pesquisadores que desenvolveram a tecnologia e é a detentora de sete patentes

com alcance em 35 países (ROTA METAL MECÂNICA, 2011).

57

4.16.2. O forno Tecnored

O forno Tecnored possui 4 versões que apresentam pequenas variações entre

elas, mas que irão ser detalhadas mais à frente.

A principal diferença entre o forno Tecnored e o forno de cuba clássico é a

alimentação lateral do combustível sólido separada da alimentação central da

carga metálica. O propósito desse conceito de alimentações individuais é evitar a

reação endotérmica de Boudouard na cuba central (CO2 + C↔ 2CO), região onde

ocorre o pré-aquecimento e fusão da carga. Em alto-fornos esse tipo de

configuração é inviável pois nele a alimentação é feita em camadas alternadas de

coque e carga (CONTRUCCI, 2001).

Como nos fornos convencionais, no forno Tecnored a carga descendente troca

calor com o gás em contra-corrente, o que gera altos índices de troca térmica e

aproveitamento do calor sensível dos gases.

O forno Tecnored essencialmente gera a energia necessária para o processo, e o

faz em dois estágios. O primeiro ocorre através da queima do combustível sólido

pelas ventaneiras primárias, localizadas na cuba inferior do forno e o segundo

pela queima do monóxido de carbono (CO) oriundo das regiões inferiores, nas

ventaneiras secundárias, localizadas na cuba superior do reator. Essa queima

secundária ocorre de maneira que não possibilite uma nova geração de CO

devido à ausência de combustível sólido nessa região, o que evita a reação

endotérmica de Boudouard (CO2+C ↔2CO) (CONTRUCCI, 2001)

Dependendo da intensidade da queima esta irá resultar em maiores ou menores

teores de CO no gás de topo e por consequência maiores ou menores “Fuel-

rate”. Além disso caso haja queima externa de gás de topo (se rico em CO) esse

pode ser utilizado para pré-aquecimento do ar primário, na versão do forno que

utiliza ar quente, reduzindo assim, o “Fuel-rate”.

O metal líquido produzido pelo forno apresenta rendimento metalúrgico da ordem

de 98%.(CONTRUCCI, 2001).

O forno pode ser dividido em 3 zonas distintas, conforme mostra a Figura 20:

58

Cuba Superior:

Compreendida entre o nível de carregamento das pelotas e as ventaneiras

secundárias.

Zona de Fusão:

Compreendida entre as venatneiras secundárias e o topo da cama de

combustível.

Cuba inferior:

Compreendida entre o topo da Câmara de combustível e as bicas de vazamento

de metal.

Figura 20 - O forno Tecnored (NOLDIN, 2007).

4.16.2.1. Cuba Inferior

A cuba inferior recebe material da cuba central (metal primário e escória primária)

e o combustível dos alimentadores laterais.

As primeiras funções da cuba inferior são garantir a queima do combustível

através do sopro primário e promover reduções de óxidos de ferro residuais,

59

remoção do enxofre pela escória e a redução e incorporação do silício no banho

metálico (NOLDIN, 2007).

Para a queima do combustível utiliza-se ar pré-aquecido a cerca de 850º C e

sobre o combustível a ser queimado deve-se ressaltar que este deve apresentar

boa permeabilidade para que haja um bom fluxo das fases gasosas e líquidas, e

também, deve apresentar uma resistência suficiente para suportar a carga acima

formada (NOLDIN, 2007). É importante deixar claro que essa exigência mecânica

é baixa se comparada aos processos convencionais de redução que necessitam

de uma elevada resistência mecânica, utilizando combustíveis coqueificados,

emitindo substâncias extremamente nocivas durante o processo.

Portanto o forno Tecnored oferece uma gama de opções de combustíveis, de

baixo custo e ampla oferta, garantindo extrema flexibilidade e competitividade

tecnológica.

4.16.2.2. Zona de Fusão

Ocorre a fusão dos briquetes reduzidos, formação da escória, redução dos óxidos

de ferro residuais e também parte da carburação do metal.

A carga é aquecida pelos gases provenientes da cuba inferior até a temperatura

de amolecimento e fusão.

Tal como no alto-forno é necessário ter uma diferença mínima entre o

amolecimento e a fusão da carga de maneira a minimizar o tamanho da zona

coesiva e consequentemente a perda de carga na região (NOLDIN, 2007).

4.16.2.3. Zona Superior

É a zona onde são carregados os aglomerados auto-redutores, outros agentes e

uma parte dos combustíveis (NOLDIN, 2007).

Também na zona superior ocorre a queima secundária, gerando energia.

Quase todas as reações de redução dos óxidos ocorrem na cuba superior.

A alimentação lateral garante que na região da cuba ocorra a eliminação de

matérias voláteis e posteriormente a reação de gaseificação (Boudouard), como

será mostrado na Figura 22.

60

4.16.3. Versões do Forno Tecnored

Em todas as versões o processo utiliza o mesmo tipo de forno e combustíveis de

baixo custo.

SMELTER

De acordo com Noldin et al (2003b) esta versão do processo compreende a

redução e posterior fusão dos aglomerados. Um dos maiores diferenciais do

processo é a sua rapidez (tresidência= 20 à 30 minutos contra 6 à 8 horas no

processo de Alfo-Forno) e isso é devido aos seguintes fatores:

A concepção e o projeto do reator permite um aproveitamento substancial

da energia disponível no processo.

O ambiente interno dos aglomerados e a alta reatividade das partículas

finamente divididas de carvão e minério favorecem a cinética das reações,

resultando em altas taxas de redução.

FINISHER

Esta versão utiliza DRI/HBI (ferro diretamente reduzido/ ferro quente briquetado) e

disponibiliza ferro líquido para as aciarias elétricas, reduzindo o consumo de

energia elétrica e aumentando a substancialmente a produtividade dos fornos

elétricos a arco. Deste modo pode operar upstream a fornos elétricos antes

carregados com DHI/HBI de mercado ou de plantas cativas de redução direta

(NOLDIN et al, 2003b).

MELTER

Esta versão tem como finalidade otimizar a utilização de cargas metálicas usuais

e não usuais em aciarias e fundições, tais como sucatas de baixa qualidade e

cavacos de usinagem. É um processo bastante vantajoso pois utiliza

61

combustíveis de baixo custo ao invés do coque e possui alta eficiência (NOLDIN

et al, 2003b).

É importante ressaltar que o uso de reatores compactos possui uma série de

vantagens como:

Melhor controle da fluidodinâmica do processo

Menor perda de carga através do leito

Parâmetros como resistência mecânica e porosidade de carga apresentam

menor influência no processo.

4.16.4. Características do processo Tecnored

De acordo com Noldin et al (2008) o processo apresenta as seguintes

características:

Forno de cuba com geometria diferenciada, otimizada em função da

utilização (alta concentração de sólidos);

Flexibilidade de matéria-prima, produção, produto e escala;

Metal líquido com química similar ao alto-forno

Simplicidade operacional ( Start-up, shut down, etc);

Projeto modular (construção modular e seção retangular);

Alta eficiência energética (contra-corrente, carvão agindo como

distribuidor dos gases, permeabilidade)

Matérias-primas não convencionais (minérios de baixo teor, carvões

de baixo rank, resíduos, etc)

Não depende do uso de coque

Cura a frio dos aglomerados

Uso de periféricos simples e comuns de mercado

Forno simples (metal líquido em uma etapa)

Sem partes móveis ou transferência entre reatores

62

4.16.5. Flexibilidade de Matéria-prima

4.16.5.1. Carga metálica

Como já foi comentado anteriormente, o processo Tecnored utiliza aglomerados

auto-redutores como carga metálica que são aglomerados em discos de

pelotização ou em máquinas de briquetar, sem a necessidade de forno para a

queima (endurecimento). No forno Tecnored foram testados diversos tipos de

matéria-prima, e mesmo fontes com baixos teores de ferro ou mesmo resíduos

com baixo teor de ferro e alta quantidade de ganga, foram reduzidos rapidamente.

Isso é devido às excelentes condições cinéticas presentes no interior dos

aglomerados (materiais finos em contato íntimo e na ausência de atmosfera

inerte) (NOLDIN, 2006a).

Na planta piloto foram testados minérios com teor de ferro da ordem de 58% ,

obtendo sucesso na redução, enquanto que nos testes de bancada minérios com

teor de ferro da ordem de 52% e 55% apresentaram sucesso (NOLDIN, 2006a).

4.16.5.2. Combustível

O material combustível utilizado no forno Tecnored deve criar a permeabilidade

necessária para um bom fluxo das fases gasosa e líquida. Para isso o

combustível deve apresentar no fim dos alimentadores laterais uma resistência

suficiente para aguentar a carga acima (NOLDIN, 2006a). A Tabela 4 mostra os

combustíveis alternativos com potencial uso no forno Tecnored.

De acordo com Noldin (2006a) o “char” formado deve ter reatividade adequada

para promover uma boa temperatura adiabática e garantir a relação CO/CO2

desejada no topo da cama de combustível. A Figura 21 mostra esquematicamente

o ciclo de geração e sequestro de CO2.

63

Tabela 4- Combustíveis alternativos com potencial uso no forno Tecnored (NOLDIN, 2007)

Classe Tipos de Combustíveis

Carvão mineral não-coqueificável Carvão semi-antracítico Briquetes de

finos de carvão

Coque verde de petróleo CVP (Tipo "esponja")

Briquete de finos de CVP

Coque metalúrgico

Coque chinês de baixa- resistência Semi-coque (coque indiano de alto-

cinza) Briquetes de finos de coque

Biomassas

Madeira seca (Até 20% do total) Madeira anidra (tiço)

Carvão vegetal Briquetes de finos de carvão vegetal

Resíduos Pedaços de pneu (até 20% do total) Resíduos automotivos (até 20% do

total)

O uso de biomassas no processo trazem grandes vantagens, tais como (NOLDIN

et al, 2008):

Baixas emissões de SOx;

Uso de biomassa de crescimento rápido, tipo capim elefante;

Uso de madeira anidra como combustível.

64

Figura 21 - Ciclo de geração e sequestro de CO2 (NOLDIN, 2006a).

Um ponto que deve ser destacado é em relação as exigências mecânicas dos

aglomerados usados no forno Tecnored. Eles não necessita, de uma resistência

mecânica elevada igual aos utilizados em processos convencionais (Alto-forno).

Para garantir essa resistência exigida pelo alto-forno, os combustíveis precisam

ser coqueificáveis o que gera ainda mais substâncias poluentes durante o

processo. A Figura 22 mostra o percurso realizado pelo combustível nas laterais

do forno Tecnored.

65

Figura 22 - Alimentação lateral de combustível no forno (NOLDIN, 2006a).

4.16.6. O conceito de Modularidade

Por ser retangular o forno Tecnored permite a instalação de etapas sucessivas,

respondendo aos planos de expansão das empresas ou demanda do mercado.

A modularidade do equipamento é suportada pela possibilidade de aumento do

comprimento do forno e consequente volume permitindo o aumento da produção

linearmente ao acréscimo no comprimento. As Figuras 23 e 24 mostram

esquematicamente o conceito de modularidade dos fornos Tecnored.

66

Figura 23 - Conceito de modularidade (Relatório interno Tecnored, 2012).

Figura 24 - Fatia modular do forno Tecnored (Relatório interno da Tecnored, 2012).

Aumento do comprimento do

forno resulta em maiores

capacidades.

Módulos

67

A Figura 25 mostra a alta cinética do processo Tecnored. O alto-forno apresenta

um tempo de residência de 6 a 8 horas, enquanto o Tecnored apresenta um

tempo de 0,5 horas. Portanto o Tecnored é mais rápido e de menor escala

(CONTRUCCI, 2008).

Outro ponto que merece destaque é o tamanho do forno Tecnored em relação ao

alto-forno, enquanto o primeiro possui uma altura de 5m e o segundo tem altura

de 20 a 100m.

Figura 25 - Cinética do processo Tecnored em comparação com o alto-forno

(CONTRUCCI, 2008).

68

5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Neste capítulo serão avaliadas as principais características de cada processo, ou

seja, suas vantagens e desvantagens, através de dados numéricos compilados

em gráficos e também de informações proveniente de várias fontes e autores

mostradas na revisão bibliográfica.

Depois de estudo e análise de dados provenientes de fontes como Noldin (2011)

e alguns relatórios internos da Vale (2012), U.S. Department of energy (2000),

Gordon (2012) e Tanaka (2010) foi possível compilar todos esses dados

aproximados em gráficos de Capex, Opex e emissões que serão mostrados

adiante.

Analisando a Figura 26 fica evidente que o Tecnored é o processo que apresenta

o menor CAPEX, ou seja, o menor custo de investimento. Esse número de

CAPEX reduzido é devido a ausência de sinterização e coquerias para o

processo, a aglomeração à frio dispensa a etapa de endurecimento das pelotas e

é um processo que pode ser implantado em diversas escalas, não necessitando

de elevados investimentos em terra.

Figura 26 - CAPEX dos processos de redução ( NOLDIN, 2011).

Menor CAPEX

69

Na Figura 27 pode ser analisado o OPEX de cada processo, dividido em custo

capital, conversão e matéria-prima:

Figura 27 - OPEX dos processos de redução por parâmetros ( NOLDIN, 2011).

De acordo com a Figura 27 é possível notar o destaque do Tecnored, perante os

processos HIsmelt e Finex. Esse gráfico é interessante pois mostra que o

Tecnored se destaca no baixo custo em matéria-prima e de capital perante as

outras duas tecnologias. Porém perde para o processo HIsmelt no quesito de

conversão.

A partir dos dados mostrados na Tabela 5 é possível chegar ao gráfico mostrado

na Figura 27, que é um comparativo do OPEX de cada processo:

Menor OPEX

70

Tabela 5 - Comparativo do OPEX de cada processo (NOLDIN, 2011).

Tecnored ITmk3 Alto-forno a coque Hismelt FINEX

Unidade USD/unidade Unidade/Mt USD/ Mt Unidade/Mt USD/ Mt Unidade/Mt USD/ Mt Unidade/Mt USD/ Mt Unidade/Mt USD/ Mt

Carga metálica

Finos (65% Fe) T 110,73 1,55 171,63 1,55 171,63

Sinter feed T 123,03 0,80 97,93 1,55 190,70 1,55 190,70

Lump T 151,09 0,16 24,02

pelotas para alto-forno T 184,01 0,64 117,21

Carga de carbono

Carvão pulverizado T 250 0,75 188,70 0,37 92,50 0,16 40,00 0,66 165,00

Carvão LV T 250 0,80 200,00

Gás natural, óleo,etc Gcal 50 1,67 83,33

Coque cativo T 466,67 0,32 149,33 0,14 66,67

Ligantes

Ligantes $ 40,00 40,00 10,00 10,00 10,00

Outros

Oxigênio Nm³ 0,30 1,00 0,30 1,00 0,30 50,00 15,00 280,00 84,00 500,00 150,00

Manutenção $ 28,00 30,00 40,00 35,00 35,00

Energia MWh 70,00 0,16 11,20 0,20 14,00 0,10 7,00 0,35 24,50 0,20 14,00

Utilidades, ect $ 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00

Créditos

Créditos de gás Gcal -10,00 2,00 -20,00 1,00 -10,00 0,90 -9,00 4,00 -40,00

Escória a T -10,00 0,21 -2,10 0,25 -2,50 0,27 -2,70

Escória b T -4,00 0,20 -0,80 0,30 -1,20

Opex TOTAl 422,73 435,96 493,00 539,00 593,66

71

A Figura 28 nos mostra mais uma vez que o processo Tecnored se destaca

perante os outros processos no quesito OPEX, custo de produção.

Figura 28 - Comparativo do OPEX de cada processo (ADAPTADO DE NOLDIN, 2011).

Na Figura 29 está a taxa de emissão de CO2 por processo, sendo que o

processo que se destaca nesse quesito é o ITmk3 pois é o que possui menor

taxa de emissão de CO2.

Já com relação às emissões de SOx o processo que merece destaque é o

FINEX, que apresenta taxas de emissões baixíssimas, comparada com os

outros processos, como mostrado na Figura 30. Outro ponto importante da

Figura 29 é a diferença brusca entre o Processo FINEX e o Alto-forno. Nesse

caso o alto-forno apresenta valores elevados pois os processos de sinterização

e coquerias também estão presentes.

Menor OPEX

72

Figura 29 - Taxa de emissão de gás carbônico por tonelada de ferro produzido, por

processo.

Figura 30 - Taxa de emissão de SOx por tonelada de ferro produzido, por processo.

73

O Finex se destaca mais uma vez quando comparamos as taxas de emissão

de NOx entre os processos, como é mostrado na Figura 31. Porém nesse

quesito o Tecnored também apresenta em destaque.

O alto-forno mais uma vez apresenta valores mais altos, pois os processos de

sinterização e coqueria também estão presentes, como também na emissão de

poeira, conforme pode ser observado na Figura 32.

Figura 31 - Taxa de emissão de NOx por tonelada de ferro produzido, por processo.

Figura 32 - Taxa de emissão de poeira por tonelada de ferro produzido, por processo.

74

Agora todos esses dados serão avaliados e compilados em uma única tabela

que mostrará a pontuação para cada parâmetro. Os parâmetros mostrados

anteriormente são parâmetros comuns a todos os processos Tecnored,

HIsmelt, ITmk3, FINEX e o alto-forno.

Foi então estabelecida uma regra para classificação de cada item, conforme é

mostrado na Tabela 6, que exibe as regras de classificação dos itens avaliados

na comparação entre os processos:

Tabela 6 – Regras para classificação dos itens avaliados na comparação entre os

processos

Quantidade de estrelas preenchidas

Pontuação

Muito Bom

Bom

Regular

Ruim

OBS: Pode haver intermediários entre esses valores, então a estrela

aparecerá preenchida apenas pela metade.

Foram estabelecidos como comum a todos os processos os seguintes

parâmetros:

CAPEX;

OPEX;

Flexibilidade de matéria-prima;

Emissões de CO2;

75

Emissões de SOx;

Emissões de NOx;

Emissões de poeira.

Depois de analisados todos esses parâmetros comuns aos processos foi

estabelecido uma pontuação adicional para os parâmetros que só alguns

processos apresentam (um diferencial de cada processo).

Se um processo possui esse diferencial, recebe uma estrela e se não possui,

não recebe nenhuma.

Depois de estabelecidos os parâmetros comuns e adicionais foi realizada a

somatória de estrelas por processos, para assim determinar o ranking parcial e

total de todos os processos. A Tabela 7 mostra a pontuação geral e a Tabela 8

mostra a pontuação adicional.

76

Tabela 7 – Pontuação geral

Tabela 8 – Pontuação Adicional

77

6. CONCLUSÃO

O processo convencional para a produção de aço vem sofrendo inúmeras

adaptações e melhorias ao longo dos últimos anos, para atender às questões

ambientais e econômicas impostas. Tais como, baixo custo de investimento

(CAPEX), baixo custo operacional (OPEX), flexibilidade de escala, uso e

matérias-primas e menores taxas de emissões de poluentes.

A indústria siderúrgica de uma maneira geral está preocupada e comprometida

com a manutenção e melhoria da saúde humana e do meio ambiente. A

eliminação no meio ambiente de substâncias poluidoras pela indústria

siderúrgica mundial foi reduzida em mais de 90% em relação aos anos 70,

após maiores investimentos para o controle ambiental. No entanto há muito

mais a se fazer.

É nesse contexto que o alto-forno busca se adaptar às novas exigências da

siderurgia, modernizando seus processos e minimizando seus impactos

ambientais. Ao mesmo tempo, surgem as tecnologias alternativas, que visam

uma maior compatibilidade ambiental, uma diminuição do CAPEX e OPEX,

maior flexibilidade para atender às variações de demanda e eliminar etapas

como coquerias e plantas de sinterização que são extremamente nocivas ao

meio ambiente. Porém mesmo em escala de desenvolvimento tecnológico elas

apresentam um forte potencial para desenvolvimento em escala industrial.

Deve-se levar em consideração o volume de resíduos sólidos, principalmente

escória, dependendo do teor de ferro contido na matéria-prima utilizada. Isso

mostra que a flexibilidade da matéria-prima tem um ponto negativo que merece

atenção.

Através do método comparativo adotado neste trabalho, o processo Tecnored

se mostrou como a tecnologia alternativa mais promissora e favorável às novas

exigências do mercado siderúrgico e às questões ambientais.

78

O processoTecnored apresentou os menores valores de CAPEX e OPEX, o

que é um atrativo para o ramo metalúrgico e siderúrgico. Mostrou-se um

processo simples e robusto que oferece flexibilidade de matérias-primas,

flexibilidade de uso e escala. Essa flexibilidade de uso permite que o processo

forneça metal líquido para mini-mills e a pra projetos greenfield de unidades em

larga escala.

O processo Tecnored apresenta o conceito de modularidade, o que permite

sua adequação à inúmeras situações, de pequena a larga escala de produção.

Essa implantação pode ser alinhada ao plano de expansão de mercado da

empresa ou adaptada a demanda de produtos. É um processo que apresenta

alta compatibilidade ambiental e permite o uso de biomassa.

Á partir da análise de todos os parâmetros pode-se dizer que o processo

Tecnored se mostra como a melhor tecnologia alternativa para produção de

ferro primário, mas ainda não possui a robustez necessária nem a

comprovação de sua tecnologia em escala verdadeiramente industrial para

poder substituir o alto-forno, pois ainda está em escala piloto e em fase de

muitos testes e comprovações. É uma tecnologia ainda incipiente e que

necessita de desenvolvimento técnico para torná-la economicamente

sustentável e competitiva no mercado.

79

7. REFERÊNCIAS

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Editora Edgar Blucher Ltda, v. 2, p. 451 – 492. 1973.

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Minas Gerais S/A – METAMIG, p. 131 – 136, Belo Horizonte – MG. 1982. In:

APRESENTAÇÃO SAMARCO, 2008. In: Souza, N. A. F. Análise crítica de

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<http://www.riotintoironore.com/documents/HIsmelt_meeting_the_global_steel_i

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REDEMAT, 2006.

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