Era Clássica. Classicismo

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  • 8/17/2019 Era Clássica. Classicismo

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    MATÉRIA: LiteraturaPROFESSOR : Paulo Ricardo

     ALUNO:_______________________________________________ 

    LITERATURA PORTUGUESA - ERA CLÁSSICA – 

    Classicismo : 

    é a doutrina estética que dá ênfase à

    ordem, ao equilíbrio e à simplicidade. Os antigos gregosforam os primeiros grandes clássicos. Posteriormente, osromanos, os franceses, os ingleses e outros povos

     produziram movimentos clássicos. Cada grupodesenvolveu suas prprias características particulares,mas todos refletiam ideias comuns sobre a arte, o !omem,o mundo.

    O Classicismo confere maior importância às

    faculdades intelectuais do que às emocionais na

    criação da obra de arte, porque busca a expressão devalores universais acima dos particularismos

    individuais ou nacionais. "nspirando#se no modelo da$ntiguidade clássica greco#romana e no %enascentismoitaliano, estabeleceu princípios ou normas, como aharmonia das proporções, a simplicidade e equilíbrio

    da composição e a idealização da realidade, recusa,

    portanto, a emotividade e exuberância decorativa do

    barroco. &o período compreendido entre '()* e '+** surgiu

    na uropa, principalmente na "tália, um movimentoc!amado %enascimento, que foi o responsável por umaradical transforma-o do !omem no que diz respeito àreligio, à filosofia, ao amor, à política, enfim, à maneirade encarar a vida.

    /oi em /loren-a, terra natal de 0ante e 1iotto, queum grupo de artistas se disp2s a criar uma nova arte e aromper com as idéias do passado. /loren-a é considerada,

     portanto, o ber-o do %enascimento. O %enascimento temtrês significados que o definem3 a antiguidade, a

    !umanidade e a universalidade.$ antiguidade redescobriu as obras literárias,

    !istricas e filosficas da civiliza-o greco#romana, tendoo %enascimento traduzido, restaurado e e4plicado grande

     parte de obras literárias da $ntiguidade Clássica. 5asafinal, renascer o quê6 %enascer o modo de pensar, omodelo político, as formas estéticas, a mitologia, amaneira de viver. %enasceram as normas ditadas por $ristteles e 7orácio8 imitou#se 9irgílio. :uscou#se o

     belo na nobreza, que ditava o conceito de beleza.;ulgavam os renascentistas terem os gregos e romanosatingido o auge da civiliza-o < era importante restaurá#

    la. $ !umanidade valorizou o !omem, transformando#oem centro do universo. $ estátua de 0avid, de5ic!elangelo, no seria possível na "dade 5édia e voltou ao ponto de partida.

    O classicismo foi, no plano literrio, o retrato

    vivo da !enascença"  Os escritores clássicos do%enascimento seguiram de perto a literatura da$ntiguidade, cu?os modelos foram imitados ou adaptados

    à realidade da época. Como consequência, suas obrasrevelaram, na estrutura formal, a rigidez das normas decomposi-o de acordo com os padr@es consagrados pelatradi-o greco#latina. m seu conteAdo, mostravam o

     paganismo, o ideal plat2nico de amor e outras marcasespecíficas da tradi-o antiga. $s notas medievaisquin!entistas contêm um impulso que se tornou presente,e4plicitamente ou no, ao longo de toda a literatura

     portuguesa, cruzando os séculos.Beus lirismos tradicionais, caracterizados por ser 

    antimetafísico, popular, sentimental e individualista, irádialogar com as novas modas e sobreviverá. $ prpriafor-a da terra portuguesa, c!amando os escritores para oseu convívio, e4plica a permanência desse remoto lirismoatravés dos séculos. # definição do novo iderio est$ticoem %ortu&al deu'se em ()*+, com o re&resso de de

    -iranda da .tlia, trazendo uma valiosa ba&a&em

    doutrinria" ua influ/ncia foi decisiva na produção e

    promoção do novo &osto literrio.

    I- Contexto Histórico &o início do século "9, inAmeros fatores

    con?ugados e articulados criaram as condi-@es para oinício da nova arte. &o plano econ2mico, o renascimentocomercial reativou o intercDmbio cultural entre o Ocidentee o Oriente. &o plano social, a urbaniza-o gerou ascondi-@es de uma nova cultura, sendo as cidades o plode irradia-o do %enascimento. $ ascenso social eecon2mica da burguesia propiciou apoio e financiamento

    ao desenvolvimento cultural.O aperfei-oamento da imprensa por 1utenbergE;o!ann 1ensfleis!F, teve especial importDncia no século

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    9", embora no se?a considerado um fator direto do%enascimento, pois seus efeitos s come-aram a ser efetivamente sentidos no Altimo século do movimentorenascentista.m '()), foi publicado o primeiro livroeuropeu impresso com tipos mveis.

    $ obra, que era uma tradu-o latina da :íblia, levoumais de dois anos para ficar pronta e ficou con!ecida

    como a :íblia de 1utenberg, com uma tiragem de quaseduzentos e4emplares. m Portugal, verificou#se o fim domonoplio do clero em rela-o à cultura. 0. ;oo "", quereinou de ')G' a '))H, criou a Iniversidade de Coimbrae o Colégio das $rtes, também em Coimbra, ondeintroduziu o ensino do latim, do grego, da matemática, dalgica e da filosofia. Os fil!os dos burgueses come-arama frequentar as universidades, tomando contato com umacultura desligada dos vel!os conceitos medievais. $ novarealidade econ2mica gerada pela decadência do

    feudalismo e o fortalecimento da burguesia e4igiram umanova cultura, mais liberal, antropocêntrica e identificadacom o mercantilismo.

    O momento !istrico vivido pela dinastia de $vis,com a centraliza-o do poder, as 1randes &avega-@es e ocomércio, foi propício aos novos conceitos veiculados na"tália.

    =Os portugueses dos séculos 9 e 9" provaram pela e4periência e pela dedu-o científica3 que o oceano$tlDntico era navegável e estava livre de monstros8 que o

    mundo equatorial era !abitável e !abitado8 que era possível navegar sistematicamente longe da costa econseguir perfeita orienta-o pelo Bol e pelas estrelas8 quea Jfrica tin!a uma ponta meridional e que e4istia umcamin!o marítimo para a Kndia8 que as pseudo#Kndiasdescobertas por Colombo, eram, na realidade, um novocontinente separando a uropa da Jsia oriental e que astrês $méricas formavam um bloco territorial contínuo8que a $mérica do Bul tin!a um ponto meridional como a

    Jfrica e que e4istia um outro camin!o marítimo para aKndia por ocidente8 que os três oceanos comunicavamentre si8 que a Lerra era redonda e circunavegável>.

    II- Caractersticas

    • valores &reco'latinos  < os renascentistas

    adotaram a mitologia pag, prpria dos antigos,recorrendo a entidades mitolgicas para pedir inspira-o,simbolizar emo-@es e e4emplificar comportamentos.Consideravam que os antigos !aviam atingido a perfei-oformal, dese?ando os artistas da %enascen-a reproduzi#la e

     perpetuá#la.

    • busca do homem universal < passaram o

    mundo, o !omem e a vida a serem vistos sob o prisma darazo. O !omem renascentista procurou entender a!armonia do universo e suas no-@es de :eleza, :em e9erdade, sempre baseando seus conceitos no equilíbrioentre a razo e a emo-o.

    • stavam longe de aceitar a =arte pela

    arte0, ao modo parnasiano do século ", masapresentavam um alto ob?etivo ético3 o doaperfei-oamento do !omem na contempla-o das pai4@es!umanas postas em arte < a catarse grega.

    • novas medidas e formatos  < surgiram

    novas formas de composi-o, como o soneto, o versodecassílabo e a oitava rima, que foram introduzidas emPortugal por Bá de 5iranda.

    • consci/ncia da 1ação < no %enascimento

     português, além da consciência do !omem como um ser universal, surgiu uma forte consciência de &a-o, devidoàs grandes navega-@es, que transformaram o povo em!eroico.

    III-Prosa

    $ produ-o em prosa desse período literário foi bastante limitada. -erece destaque a novela -enina e-oça, cu2a autoria $ atribuída a 3ernardim !ibeiro.:em diferente das novelas medievais, apresenta um

    diálogo triste e sentimental entre duas personagens. &essanovela, pode#se perceber o sentimentalismo, o bucolismoe o interesse pela natureza que, tempos depois, seriamretomados por outras escolas literárias.

    I!- Poesia

    $o lado das novas formas e dos versos decassílabose dos sonetos, pode#se observar a permanência dos versosredondil!os e de certas formas medievais integradas à

    tradi-o do lirismo medieval, tais como a glosa e ovilancete.

    $ epopeia, nos moldes greco#latinos, foi consagradano classicismo Musitano, através de Cam@es, com OsMusíadas, que consagrou a aspira-o suprema da almacoletiva de Portugal, marcada pelo ?usto sentimento deorgul!o despertado pelos descobrimentos.

    !-Cam"es 

    “Chamar-te gênio é justo, mas é pouco.Chamar-te herói, é não te conhecer.

     Poeta dum império que era louco,

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     Foste louco a cantar e louco a combater.!"iguel #orga$

    Muís 9az de Cam@es foi e ainda é grande por sua poesia, dentro e fora dos quadros literários. &a realidade,o classicismo português se abre e se fec!a com um poeta3Bá de 5iranda e Cam@es que, numa viso de con?unto foi

    o grande poeta. Os demais podem ser considerados como poetas menores, presos às propostas renascentistas eofuscados pelo bril!o camoniano.

     &o prlogo dNOs Musíadas, Cam@es apela para aarte e o talento, assim dizendo3 =Cantando espal!arei por toda a parte, Be a tanto me a?udar engen!o e arte>, tendoo con!ecimento de que ambos devem estar associados demaneira indissolAvel, para o alcance do intento poético.Bua grandeza está no apenas na perfei-o com que criouuma obra de cun!o pessoal, mas também no fato de ter 

    sintetizado numa obra !armoniosa todos os elementosformais e temáticos que andavam dispersos ou

     parcialmente trabal!ados por seus antecessores. Podemoscitar o e4emplo do soneto, que desde Bá de 5iranda vin!asendo cultivado em Portugal e que encontrou em Cam@esum artífice e criador má4imo. 0e certa forma, Cam@esseria clássico mesmo que no e4istisse o classicismo.

    !I- A Lrica Camoniana

    Considerado o maior poeta lírico português detodos os tempos, sua poesia lírica é marcada por umadualidade3 ora revela te4tos de nítida !eran-a tradicional

     portuguesa, ora sua poesia se enquadra na medida novarenascentista. Podemos notar, ainda, a fuso dessascaracterísticas em outros te4tos.

    Beus sonetos foram produzidos em medida nova.Buas poesias escritas em medida vel!a compreendiamredondil!as tanto maiores como menores, a maior partedelas estruturadas a partir de um mote, isto é, umas

    sugest@es iniciais, que era desenvolvida pelo poema nasestrofes seguintes, sob o título de volta.

    m Cam@es, a !eran-a das cantigas trovadorescasaparece principalmente nas redondil!as. O mar, as fontese a natureza surgem em diálogos, lembrando as cantigasde amigo, apenas no se colocando no lugar da mul!er e,sim, falando sobre ela.

    Percebe#se, em alguns te4tos da lírica camoniana, ainfluência da filosofia plat2nica, sobre o mundo sensível eo mundo inteligível, principalmente em alguns sonetos

    como nas redondil!as de :abel e Bio.4m dos temas mais ricos da lírica de Camões $ o

    #mor, ora visto como ideia 5neoplatonismo6, ora como

    manifestação de carnalidade. &esse $mor como ideiaou essência, nota#se uma nítida influência da poesia dePetrarca e 0ante, sendo a mul!er amada retratada deforma ideal, como um ser superior e perfeito. m outrosmomentos, talvez em fun-o de sua vida atribulada,Cam@es no canta mais o amor espiritualizado, mas umamor terreno, carnal, ertico. Pela impossibilidade de

    obter uma síntese desses dois amores, nota#se, às vezes, ouso abusivo de antíteses.

    O desconcerto do mundo foi um dos temas que

    mais preocuparam o poeta portu&u/s, manifestando#seem poemas sobre as in?usti-as, a recompensa aos maus eo castigo aos bons8 sobre a ambi-o e a inAtil tentativa deacumular bens que acabam no nada da morte8 sobre ossofrimentos constantes que aniquilam prováveisconquistas8 enfim, sobre o conflito violento entre o ser e odever ser. Convocando saber, e4periência, imagina-o,

    memria, razo e sensibilidade, o autor sondava osombrio mundo do u, da mul!er, da pátria, da vida e de0eus. O poeta mergul!ou em verdadeiro labirinto de=escava-o> do u, marcada por estágios de angAstiacrescente.

    !II- A E#o#eia Camoniana

    Os Musíadas, que narra a aventura marítima de9asco da 1ama, é a grande epopeia do povo lusitano.

    Publicada em ')HG, é considerada o maior poema épicoescrito em língua portuguesa, no por conter oito mil eoitocentos e dezesseis verbos decassílabos distribuídos em''*G estrofes de oito versos cada, mas pelo seu valor 

     poético e !istrico. Obedecendo com rigor às regras da$ntiguidade clássica apresentam em suas estrofes osaspectos formais Emétrica, ritmo e rimaF com e4tremaregularidade, demonstrando o engen!o e a arte do poeta.Lodas as estrofes apresentam o esquema con!ecido comooitava#rima, com três rimas cruzadas seguidas de uma

    emparel!ada E$: $: $: CCF. $ palavra lusíadassignifica =lusitanos>, e Cam@es foi buscá#la numa epístolade $ndré de %esende. Os Musíadas so os prprios lusos,tanto em sua alma como em sua a-o. O !eri da epopeiaé o prprio povo português e no apenas 9asco da 1ama,como pode parecer a uma leitura superficial da obra. $ocantar =as armas e os bar@es assinalados> que navegaram=por mares nunca dantes navegados>, Cam@es englobatodo o povo lusitano navegador, que enfrentou a morte

     pelos mares descon!ecidos. Pode#se afirmar, ento, que o

     poema épico apresenta um !eri coletivo.O poeta dei4ou e4presso o tema da epopeia ?á nas

    duas primeiras estrofes3 a glria do povo navegador 

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     português, que conquistou as Kndias e edificou o "mpérioPortuguês no Oriente, bem como a memria dos reis

     portugueses, que tentaram ampliar o "mpério. Portanto,Cam@es cantou as conquistas de Portugal, a glria de seusnavegadores e os reis do passado. Cantou, enfim, a7istria de Portugal.

     &uma época de profundo antropocentrismo, éfortemente marcado o significado de um poema que fi4ouum dos raros momentos em que o !omem e4perimentoucom ê4ito a magnitude de sua for-a física e moral, numembate de propor-@es csmicas. 0aí decorre ser Cam@esum dos maiores, seno o maior, dos poetas de todos ostempos, pela representa-o universal de seu pensamento,fruto de um singular poder de transfigura-o poética,típica do visionário e do eleito.

    !III- CLACISSIS$O %o&' RE(ASCI$E(TOO !umanismo ?á tin!a revelado uma nova posi-o

    do !omem diante das novas realidades scio econ2micasocorridas nos séculos 9 e 9", quando surgiu a novaclasse social denominada burguesia. ssa concep-o vaise solidificar no %enascimento, nome que designa o

     período das grandes transforma-@es culturais, políticas eecon2micas, ocorridas nos séculos 9" e 9"".

    ssas transforma-@es trou4eram profundas

    mudan-as para toda a sociedade da época, oestabelecimento definitivo do capitalismo, criou novasrela-@es de trabal!o, firmou o comércio e este passou a ter grande importDncia, introduziu novos valores, tais como odin!eiro e a vida nas cidades, que no e4istiam no períodomedieval, várias inven-@es e mel!oramentos técnicosforam criados em fun-o da crescente procura demercadorias.

    7ouve uma crise religiosa, pois a "gre?a teve queenfrentar os protestantes liderados por 5artin!o Mutero,

    que contava com o apoio da burguesia.ssa foi também a época dos grandes

    descobrimentos, que levaram o !omem a encarar oIniverso e o prprio !omem de maneira diferente daquela

     pregada pela "gre?a./oi inventada a imprensa, que possibilitou uma

    maior circula-o de escritos e, portanto de cultura.Copérnico formulou a teoria do !eliocentrismo que

     propun!a o Bol como centro do Iniverso e 1alileucomprovou o duplo movimento da Lerra. Lodos esses

    fatores levaram a vel!a ordem feudal a um desgaste econsequente desmoronamento, sendo necessária umanova organiza-o nos planos político, econ2mico e social.

    $s produ-@es artísticas desse período refletem essas profundas mudan-as.

    EXERCÍCIOS_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    7(6  I&"9%B"0$0 BL$0I$M 0 MO&0%"&$EIMF # &a obra Os lusíadas, o canto " é con!ecido

    como aquele que contém o episdio da "l!a dos $mores.Observe a pintura abai4o de ater!ouse que mostra umlugar idílico, onde as ninfas acol!em sedutoramente7Qlas, um ?ovem grego muito belo, pertencente aos$rgonautas, que nunca mais foi visto. O te4to camonianotambém retrata um ambiente recon!ecido como locusamoenus, local ameno e protegido onde !á águaslímpidas, relvas e árvores frondosas.

    $ "l!a dos $mores é o momento de recompensa aosnavegadores, ofertada por 9ênus, que tem a incumbênciade proteger a $rmada portuguesa.

    Considerando a quantidade de referências àantiguidade clássica na obra Os lusíadas, observado oquadro, e com base nos con!ecimentos da literatura do

     período, é correto afirmar3

    aF Muís de Cam@es é poeta neoclássico, pois usa do locusamoenus e de figuras mitolgicas.

     bF $ obra de Cam@es traz em si o conflito entre ocon!ecimento clássico e a influência da igre?a.cF $ obra épica serviu para que seu autor obtivesse emvida o recon!ecimento internacional.dF Cam@es usa da tradi-o épica, contrapondo#se o poetaaos mandamentos da igre?a crist.eF $ presen-a da mitologia grega a au4iliar 9asco da1ama é licen-a poética usada por Cam@es.

    7*6 I&"9%B"0$0 0$ $5$RS&"$ EInamaF

    LLO "“%sta&as, linda 'nês, posta em sossego, (e teus anos colhendo doce )ruto,

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     *aquele engano da alma, ledo e cego,+ue a )ortuna não deia durar muito, *os saudosos campos do "ondego, (e teus )ermosos olhos nunca enuto, os montes ensinando e /s er&inhas0 nome que no peito escrito tinhas. !...$!Fragmento do episódio 'nês de Castro, em 0s 1us2adas, deCam3es$ "ondego4 nome de um rio de Portugal5 )ermosos 6 

     )ormosos.

     LLO ""

     (a triste, bela 'nês, inda os clamores ndas, %co chorosa, repetindo5 'nda aos piedosos Céus andas pedindo 7usti8a contra os 2mpios matadores5 0u&em-se inda na Fonte dos mores (e quando em quando as n9iades carpindo5

     % o "ondego, no caso re)letindo, :ompe irado a barreira, alaga as )lores4  'nda altos hinos o uni&erso entoa  Pedro, que da morte )ormosuraCon&osco, mores, ao sepulcro &oa4  "ilagre da bele;a e da ternura< bre, desce, olha, geme, abra8a e c=roa  mal)adada 'nês na sepultura.

    !7osé "anuel "aria >arbosa de >ocage$

    n9iades4 nin)as dos rios.  "ondego4 nome de um rio de Portugal 

     LLO """

     6 'nês, 'nês, quem sobre&i&e, quem,nos )ilhos que )abrica?ut-re-mi-t2lias ao &ento soltas sussurrando 6 !...$ @ino ou&ido entre ne&es4ulti... multi ... &enturas, a&enturas,

    &ento ululando, &ento urrando 6 &ê,multid3es precipitam-se !...$0u&e, repara, 9&ida 12dia, os sinos,os )abricados sinos se partiram, !...$os generados )ilhos se quebraram,todos )alhamos, tudo,ai todos )ar)alhamos, sinos, )olhas4 s )abulosas na&es passam prenhes. !...$

    !"9rio Faustino,0 homem A sua hora e outros poemas. Fragmentos$

     

    LLO "9Bma musa matri; de tantas msicasmelindrosa mulher e linda e nica

    como o lado da lua que se ocultaescondia o mistério e a sedu8ão.Como&ida com a re&olu8ão de Due&ara,Camilo e Eão (imas,escutou meu espelho cristalino&iajou nosso sonho libert9rio. >ela 'nês com seu peito de oper9rioa burguesa que ama&a o capitão.

    !:omance da >ela 'nês, poema-can8ão de lceu alen8a$ 

    O verso, do poema#can-o de $lceu 9alen-a Ete4to"9F ?á sugere o diálogo que !á entre o episdio de "nês deCastro, de Cam@es, e os te4tos poéticos como os de:ocage, 5ário /austino e este mesmo de $lceu 9alen-a.sse recurso e4pressivo tem o nome de3 aF ambiguidade.

     bF metalinguagem.

    cF interte4tualidade.dF compara-o.

    786 I&"9%B"0$0 /0%$M 0O %"O 1%$&00O BIM EI/%1BF Com rela-o ao episdio que trata dovel!o do %estelo Ecanto "9F, um dos mais importantes dees Musíadas, considere as afirma-@es abai4o. " T O episdio mostra que o avan-o marítimo, cantado no

     poema, refere#se à e4panso das Coroas portuguesa eespan!ola."" T O vel!o amaldi-oa o primeiro !omem que, nomundo, lan-ou uma embarca-o a vela ao mar.""" T O vel!o, ao enumerar as possíveis consequências dasnavega-@es, manifesta temor pelo despovoamento dePortugal. Uuais esto corretas6 E$F $penas ". E:F $penas "". ECF $penas " e """.

    E0F $penas "" e """. EF ", "" e """.796 I&"9%B"0$0 0$ $5$RS&"$ EInamaF Meia aestrofe a seguir para responder à questo.

    G tu, que tens de humano o gesto e o peito!Ee de humano é matar uma don;ela

     Fraca e sem )or8a, só por ter sujeito0 cora8ão a quem soube &encê-la$,  estas criancinhas tem respeito,

     Pois o não tens / morte escura dela5

     "o&a-te a piedade sua e minha, Pois te não mo&e a culpa que não tinha.

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    !Canto ''', %pisódio 'nês de Castro, 0s 1us2adas, deCam3es - )ragmento$

    0 drama de 'nês de Castro 6 escultura4 :ui "iragaia 7armelo,Duarda. Portugal, )otogra)ada em HIIJ, por 1eonel >ras,http4KKolhares.aeiou.ptKoLdramaLdeLinesLdeLcastroK)otoMNOQM.ht ml .

    Coimbra do choupal  inda és capital 

     (o amor em Portugal, ainda

    Coimbra onde uma &e;Com l9grimas se )e;  história desta 'nês tão linda !...$

    !Coimbra - msica :aul Ferrão A 7osé Dalhardo, gra&ada por :oberto Carlos$ 

    Cam@es no é o Anico, nem foi o primeiro e nem oAltimo a dar tratamento literário à !istria de "nês deCastro, mas a sua verso paira sobre todas as outras F.""". encanto lírico de que Cam@es cercou a figura de "nês,a quem atribui longo e eloquente discurso dentro doepisdio."9. bravura dos portugueses ao defender sua rain!a,narrada neste episdio, um dos mais valorosos dacoloniza-o brasileira. O correto está em3

     aF ", apenas. bF "" e "9, apenas.cF ", "" e """, apenas. dF ", "", """ e "9.

    7)6  I&"9%B"0$0 /0%$M 0 9"VOB$ EI/9FMeia o soneto a seguir, de Muís de Cam@es3

     %u cantarei de amor tão docemente, Por uns termos em si tão concertados,

    +ue dois mil acidentes namorados Fa8a sentir ao peito que não sente.

     Farei que amor a todos a&i&ente, Pintando mil segredos delicados, >randas iras, suspiros magoados,#emerosa ousadia e pena ausente.

    #ambém, Eenhora, do despre;o honesto (e &ossa &ista branda e rigorosa,

    Contentar-me-ei di;endo a menor parte.

     Porém, para cantar de &osso gesto

      composi8ão alta e milagrosa, qui )alta saber, engenho e arte.

    !C"R%E, 1u2s de. 12rica. Eão Paulo4 Cultri, NNS. p.IS.$

    W CO%%LO afirmar que o soneto é metalinguístico porque o eu lírico3

    aF descreve a amada. bF idealiza o amor.cF canta seus sentimentos. dF fala sobre poesia.

    7:6 I&"9%B"0$0 /0%$M 0O P$%J EI/P$F. &oepisdio =O gigante $damastor> Ecanto 9, estrofes XH#+*F,de Os Musíadas, de Cam@es,

    E$F descreve#se, dramaticamente, a c!egada de umatempestade provocada pelos deuses marin!os.E:F descreve#se a batal!a em que 0. $fonso 7enriquesderrotou cinco reis mouros, depois de ter tido uma visode 0eus, interpretada por ele como a vitria da fé cristcontra o mouro infiel.ECF registram#se as palavras de um vel!o, cu?a figura,destacando#se da multido reunida na praia, levanta a voz

     para condenar a e4pedi-o de 9asco da 1ama, que está prestes a partir de Misboa para a grande viagem.E0F narra#se o surgimento de uma monstruosa figura,símbolo dos perigos enfrentados pelos portugueses, que,depois de anunciar em tom profético e amea-ador oscastigos reservados aos aventureiros, acaba por contar#l!es suas prprias desventuras de amor.EF conta#se como :aco, que era desfavorável à viagem

    dos portugueses, desceu ao fundo do mar para pedir a &etuno que convocasse um concílio dos deuses marin!os. &esse concílio, :aco conseguiu convencer os deuses da

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    necessidade de afundar a armada portuguesa antes que elac!egasse a seu destino.

    7+6  I&"9%B"0$0 /0%$M 0 P%&$5:ICOEI/PF. $ poesia lírica é o espa-o ideal para a temáticado amor, desde a antiguidade clássica até a atualidade.5udam#se os tempos, as ideologias, e o amor continuaum sentimento indecifrável e parado4al. 0aí ser motivo

    dos dois poemas que seguem. Meia#os e analise as proposi-@es que a eles se referem.

     Sete anos de pastor Jacó servia

    Eete anos de pastor 7acó ser&ia 1abão, pai de :aquel, serrana bela5 "as não ser&ia ao pai, ser&ia a ela,

     % a ela só por prêmio pretendia.

    0s dias, na esperan8a de um só dia,

     Passa&a, contentando-se com &ê-la5 Porém o pai, usando de cautela, %m lugar de :aquel lhe da&a 1ia.

    endo o triste pastor que com enganos 1he )ora assim negada a sua pastora,

    Como se não a ti&era merecida,

    Come8a de ser&ir outros sete anos, (i;endo4 - "ais ser&ira se não )ora

     Para tão longo amor tão curta a &ida<!Cam3es$

     Soneto de Fidelidade

     (e tudo, ao meu amor serei atento ntes, e com tal ;elo, e sempre, e tanto+ue mesmo em )ace do maior encanto

     (ele se encante mais meu pensamento.

    +uero &i&ê-lo em cada &ão momento % em seu lou&or hei de espalhar meu canto

     % rir meu riso e derramar meu pranto

     o seu pesar ou seu contentamento.

     % assim, quando mais tarde me procure+uem sabe a morte, angstia de quem &i&e

    +uem sabe a solidão, )im de quem ama

     %u possa me di;er do amor !que ti&e$4+ue não seja imortal, posto que é chama

     "as que seja in)inito enquanto dure.!in2cius de "oraes$

    *#*F &os dois poemas, pertencentes, respectivamente, ao

    Classicismo e ao %omantismo, o tema do amor étrabal!ado numa forma fi4a.

    '#'F Bo dois sonetos que mantêm rela-o deinterte4tualidade, pois o segundo retoma o primeiro emsua forma e em seu conteAdo.G#GF &os dois poemas, a concep-o de amor é diversa,

     pois o primeiro e4pressa a finitude desse sentimento, e osegundo, ao contrário, apresenta#o como eterno.X#XF &o Altimo verso de seu poema, Cam@es usa uma

    antítese para dar conta da idealiza-o do amor. 9iniciusde 5oraes, nos dois Altimos versos do segundo quarteto,recorre também a oposi-@es, que e4pressam o dese?o deviver o sentimento amoroso em todos os momentos.(#(F nquanto o segundo soneto apresenta umaconcep-o do amor mais fiel à vivência dos afetos noséculo , o primeiro traz uma viso plat2nica idealizadado sentimento amoroso, prpria do Classicismo do século9".

    7;6 I&"9%B"0$0 0 :%$BKM"$ EIn:F

     "udam-se os #empos, "udam-se as ontades

     "udam-se os tempos, mudam-se as &ontades, "uda-se o ser, muda-se a con)ian8a4

    #odo o mundo é composto de mudan8a,#omando sempre no&as qualidades.

    Continuamente &emos no&idades, (i)erentes em tudo da esperan8a4

     (o mal )icam as m9goas na lembran8a,

     % do bem !se algum hou&e$ as saudades.0 tempo cobre o chão de &erde manto,

    +ue j9 coberto )oi de ne&e )ria, % em mim con&erte em choro o doce canto.

     % a)ora este mudar-se cada dia,0utra mudan8a )a; de mor espanto,

    +ue não se muda j9 como so2a.

    Muís 9az de Cam@es, in YBonetosY#er por costume, habitualmente.

    Considerando o te4to poético, ?ulgue os itens Ecerto ouerradoF a seguir, relativos a aspectos linguísticos eliterários.

    Z $ repeti-o do verbo mudar e do substantivo mudan-aque se observa na primeira e na Altima estrofes é umrecurso de linguagem que confere ênfase ao te4to poético.Z O esquema de rimas das estrofes do te4to poético acimaé3 $::$ < $::$ < $:$ < :$:.Z $ eliso da vogal em =espNran-a> Ev. +F ?ustifica#se

     porque mantém a métrica dos versos com dez sílabas.Z $ntes de =as saudades> Ev. [F, subentende#se a formaverbal ficam.

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    Z O desenvolvimento das atividades !umanas éinfluenciado pela sucesso das esta-@es do ano,referenciadas nos versos \ e '*.

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    do racionalismo, do !omem e da vida terrena8 dese?o de perfei-o na estrutura poéticas a partir de novas formas emedidas.cF ^nfase na efemeridade do tempo8 valoriza-o da vidaterrena8 presen-a de figuras de linguagem8 conflitos entrerazo e emo-o.dF Bentimentalismo8 e4alta-o da religio e da fé8

    desiluso e tédio8 valoriza-o da nobreza8 presen-a desímbolos que remetem à cultura clássica.eF quilíbrio entre razo e emo-o8 presen-a de símbolosque remetem à cultura clássica8 valoriza-o da vidaterrena8 dese?o de poesias acompan!adas de mAsicas8ênfase da efemeridade do tempo.

    GA)ARITO *+E *,C *-. */C *0.

    *1. *23!3!! *4CECCC *5E +*)

    ++. +,) +-) +/) +0)

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