Em que Era sua empresa está?

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Em que Era sua empresa está? Oscar Dalfovo Alex Sandro Steinheuser Vilvert Norberto Tamborlin Cristian von der Heyde RESUMO Na evolução social as eras se sucedem. Inicialmente a era da agricultura, posteriormente a era industrial, em seguida a era da informação, depois a era do conhecimento, e entramos na era da sabedoria. Neste contexto buscou-se realizar uma pesquisa com empresários da cidade de Blumenau, Santa Catarina, para responder a seguinte questão de pesquisa: Em que era sua empresa está? Para este estudo, realizou-se uma pesquisa quantitativa, de caráter descritivo, por meio de levantamento. Para a coleta dos dados, foi desenvolvido um instrumento de pesquisa com questões fechadas e aplicado a 51 empresários. Utilizaram- se porcentuais médios obtidos para as percepções e estatística multivariada. Como principais resultados, foi identificado que as Eras da agricultura e industrial, representam ainda uma parcela considerável da frequência das respostas, denotando que estas empresas necessitam acelerar seu desenvolvimento não no sentido de crescimento físico, mas no sentido de desenvolvimento administrativo. A Era da informação foi a que apresentou a maior frequência nas repostas de pergunta deste artigo, com isso podemos afirmar que muitas das empresas pesquisadas estão nesta Era. Chama a atenção, positivamente, que um percentual considerável de frequência nas respostas coloca as empresas na Era do Conhecimento e na Era da Sabedoria. É importante frisar que neste momento vive-se o final da Era do Conhecimento, e se avizinha a Era da Sabedoria. Assim a maioria, que encontrasse na Era da Informação, não traz uma vantagem competitiva, mas denota um crescimento, porém, estas empresas que já estão com ações voltadas para a Era da Sabedoria poderão obter no curto prazo uma vantagem competitiva maior.

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Na evolução social as eras se sucedem. Inicialmente a era da agricultura, posteriormente a era industrial, em seguida a era da informação, depois a era do conhecimento, e entramos na era da sabedoria.

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Em que Era sua empresa está?

Oscar DalfovoAlex Sandro Steinheuser Vilvert

Norberto TamborlinCristian von der Heyde

RESUMO

Na evolução social as eras se sucedem. Inicialmente a era da agricultura, posteriormente a era industrial, em seguida a era da informação, depois a era do conhecimento, e entramos na era da sabedoria. Neste contexto buscou-se realizar uma pesquisa com empresários da cidade de Blumenau, Santa Catarina, para responder a seguinte questão de pesquisa: Em que era sua empresa está? Para este estudo, realizou-se uma pesquisa quantitativa, de caráter descritivo, por meio de levantamento. Para a coleta dos dados, foi desenvolvido um instrumento de pesquisa com questões fechadas e aplicado a 51 empresários. Utilizaram-se porcentuais médios obtidos para as percepções e estatística multivariada. Como principais resultados, foi identificado que as Eras da agricultura e industrial, representam ainda uma parcela considerável da frequência das respostas, denotando que estas empresas necessitam acelerar seu desenvolvimento não no sentido de crescimento físico, mas no sentido de desenvolvimento administrativo. A Era da informação foi a que apresentou a maior frequência nas repostas de pergunta deste artigo, com isso podemos afirmar que muitas das empresas pesquisadas estão nesta Era. Chama a atenção, positivamente, que um percentual considerável de frequência nas respostas coloca as empresas na Era do Conhecimento e na Era da Sabedoria. É importante frisar que neste momento vive-se o final da Era do Conhecimento, e se avizinha a Era da Sabedoria. Assim a maioria, que encontrasse na Era da Informação, não traz uma vantagem competitiva, mas denota um crescimento, porém, estas empresas que já estão com ações voltadas para a Era da Sabedoria poderão obter no curto prazo uma vantagem competitiva maior.

Palavras-chave: Era da agricultura, Era Industrial, Era da Informação, Era do Conhecimento e Era da Sabedoria.

1. INTRODUÇÃO

Já passamos pela era agrícola, pela era industrial, era da informação, vivemos a

era do conhecimento e projeta-se agora a era da sabedoria. Nesta nova Era a

predominância será o SER, e não o TER, será uma nova visão da vida. Alguns indícios

já acontecem, a geração épsilon é uma geração que não possui os mesmos conceitos que

estamos acostumados.

Desta forma esta nova sociedade influenciará nas organizações, estas deverão

ser repensadas para poderem absorver esta nova mão de obra que aí estará. Mas, foi

deste ensaio acadêmico que surgiu a grande pergunta: Em que era a sua empresa está?

Sim, a resposta não é tão simples como parece, as empresas possuem “idades”

diferentes, são administradas por pessoas diferentes, cada uma com seus conceitos de

vida, cada uma com sua cultura, e é esta cultura que cria a cultura de cada organização.

Castells (1999) comenta da nova ordem econômica e social, cujo centro das

transformações está na revolução tecnológica concentrada nas tecnologias da

informação e comunicações. Pode-se afirmar que algumas empresas ainda não

terminaram de cruzar a linha divisória da era industrial, outras mal estão adentrando a

era da informação, poucas estão na era conhecimento, o que dizer da era da sabedoria?

Mas, em qual era sua empresa está?

Castells (1999. p. 23) afirma: “Em um mundo de fluxos globais de riqueza,

poder e imagens, a busca pela identidade, coletiva ou individual, atribuída ou

construída, torna-se a fonte básica de significado social”.

É esta questão que a pesquisa realizada teve como objetivo responder. A

pesquisa foi desenvolvida na cidade de Blumenau SC, e pesquisou 51 empresas entre

pequena, média e grande, dentro dos segmentos da indústria, serviço e comércio. Para

realização da pesquisa foi adaptado o questionário de Armstrong (2001), originalmente

criado para a investigação das Inteligências Competitivas. Desta forma foi criado o

questionário com cinco partes, na primeira parte (era agrícola), parte dois (era industrial,

parte três (era da informação), parte quatro (era do conhecimento) havia 10 afirmativas

possíveis e parte cinco (era da sabedoria) havia doze afirmativas possíveis. Cada

respondente pode escolher mais de uma opção dentro das frases afirmativas que

compunham o questionário.

2.REVISÃO DA LITERATURA

Neste capítulo é desenvolvida a base teórica dos temas pertinentes que

possibilitam sustentação da discussão sobre o tema desenvolvido. Buscou-se embasar o

assunto, percorrendo inicialmente a Era agrícola, passando pela Era industrial, seguindo

pela Era da informação, do conhecimento e da sabedoria. É sabido que no momento

vive-se a Era do conhecimento, porém, esta se encontra no seu final, visto que se

avizinha a Era da sabedoria.

2.1 ERA AGRÍCOLA

Na Era Agrícola, as informações do mundo giravam em torno da figura do

camponês, do artesão. Nesse período, o núcleo familiar numeroso vivia em torno do

cultivo e da troca. As relações sociais eram mais simples e os sistemas de educação e

informação extremamente rudimentares: quem tinha terras tinha dinheiro e pagava um

professor para educar as crianças da casa. Se a mãe quisesse comemorar fazer uma festa

de aniversário, ela pegava alguns ovos no  galinheiro e alguma farinha na própria

moenda, caso tivesse. Ou trocava ovos por farinha com algum vizinho ou nos vilarejos,

que circundavam os centros de onde emanava o poder. A massa era batida em casa e os

primos, tios e avós, que dividiam a vida conosco, reuniam-se para cantar parabéns. Foi

assim até a agricultura tornar-se um commodity (ZUGAIB, 2010).

Corazza e Martinelli Jr (2002) afirma que para François Quesnay, o fundador da

Escola Fisiocrata, a riqueza das nações dependeria da agricultura, o único setor

produtivo da economia, uma vez que só a terra teria a capacidade de multiplicar

alimentos. Por isso, logicamente, era em torno dela que deveria se organizar toda a

atividade econômica do país. A agricultura deveria receber também todos os favores do

governo, pois de seu desenvolvimento dependeriam todo desenvolvimento econômico,

as finanças do Reino e o bem-estar social. O próprio comércio e a manufatura tinham

seu desenvolvimento atrelado ao desenvolvimento agrícola. “Nessa economia, só a

agricultura tem poder de gerar produto líquido, um excedente em relação aos custos

agrícolas, o qual, transferido aos proprietários fundiários na forma de renda da terra, é a

causa ou o motor do desenvolvimento econômico” (CORAZZA E MARTINELLI JR,

2002 p. 14).

Porém, Corazza e Martinelli Jr (2002) ressaltam ainda que para Smith, toda riqueza

das nações é fruto do trabalho humano. Desta forma, não apenas do trabalho agrícola,

que é produtivo fundamentalmente porque usufrui da fertilidade natural da terra, como

afirmava Quesnay, mas todo o trabalho produtivo, submetido à divisão do trabalho e à

especialização, produz um excedente de produto superior a seus custos. Por um lado,

Smith considera ainda o trabalho agrícola mais produtivo do que o trabalho dos artesãos

e comerciantes, pois os trabalhadores agrícolas produzem não só para sua subsistência e

para o lucro dos seus empregadores, mas também uma renda para os proprietários da

terra.

No entanto, apesar de o setor agrícola deixar de ser o centro dinâmico da economia,

conforme Corazza e Martinelli Jr (2002) na estrutura da análise clássica, o status que a

agricultura ocupa como produtora de alimentos e matérias-primas para a indústria,

mesmo em posição subordinada, seu comportamento tem efeitos que afetam toda

dinâmica econômica, ou seja, a expansão agrícola depende da demanda de alimentos,

motivada tanto pelo crescimento demográfico como pelo próprio crescimento

econômico. O fundamental é que esse aumento da demanda de produtos agrícolas tem

efeitos distributivos sobre as classes sociais, fato que também afeta a dinâmica do

próprio crescimento económico.

Corazza e Martinelli Jr (2002) finalizam a ideia afirmando que nos autores

clássicos, com o deslocamento da origem do excedente da terra para o trabalho, a

agricultura perde a supremacia real e começa a subordinar-se à lógica do capital

industrial, mas detém, ainda, a supremacia teórica e analítica. No pensamento

econômico neoclássico, a agricultura perde toda especificidade, figurando como um

setor ao lado do capital e do trabalho.

2.2 ERA INDUSTRIAL

A Era Industrial trouxe o aperfeiçoamento da tecnologia, que alçou no produto

a figura central. A produção em série marcou seus quase três séculos. As relações

sociais tornaram-se mais complexas e os sistemas de educação e informação se

aperfeiçoaram. A escola, o hospital, o presídio, o asilo adotaram o mesmo modelo

coletivo das indústrias. (ZUGAIB, 2010).

Shackel e Palus (2006) afirmam que as técnicas de gestão industrial passaram

de fortes controles paternalistas às formas de propriedade no final do século 19 e início

do século 20.

Para Shackel e Palus (2006) a industrialização foi moldando a sociedade e

alterou significativamente o crescimento da economia. No início do século 20, os

Estados Unidos tinham se transformado a partir de uma maioria rural e agrícola em uma

grande sociedade urbana e industrial. A rápida industrialização levou à deterioração das

condições de vida do trabalho urbano e os trabalhadores pobres, e uma mudança na

maneira de a classe trabalhadora viver suas vidas domésticas. Era uma época na história

caracterizada pela febre da ambição, em que a riqueza era consolidada através da

operação de novas tecnologias e empresas inovadoras e arranjos de capital.

Ugarte (2005) afirma que os homens quando não estavam trabalhando na

agricultura, que dependia das estações do ano, participavam do tecer junto com o resto

da família e da comunidade. Teares e artesãos alimentavam o comércio local por todo o

interior da Grâ-Bretanha, assim como por toda a Europa. Desta forma, Ugarte (2005)

sustenta que foi justamente através desse artesanato doméstico, que se iniciou a

transformação dos processos produtivos, na Inglaterra do séc. XVIII. O capitalismo na

Inglaterra começou no lar, com o trabalho do pai, da mãe, do filho e da filha, a favor do

empreendedor. Nessas circunstâncias o sistema capitalista doméstico tomou um impulso

que prevaleceria até fins do séc. XVIII. Quase todas as casas tornaram-se fábricas em

miniatura. Os hábeis empreendedores detinham o capital, compravam matéria prima e

as distribuíam às famílias, depois compravam os produtos por preços ínfimos e vendiam

o mais alto possível.

Afirma ainda Ugarte (2005) que a industrialização capitalista, que se inicia no

final de século 18, caracterizou-se por uma explosão da economia capitalista que se dispersa

pelo mundo de maneira inconfundível a partir de 1830. Assim, A Revolução Industrial foi

um choque e a transformação mais radical da vida humana já registrada em documentos escritos, com resultados foram irreversíveis, até agora. O discurso se transforma, novas palavras são cunhadas : fábrica, indústria, classe trabalhadora, classe média (ou burguesia), “pauperismo”, “capitalismo”, “socialismo” e raça são algumas delas.

Para Ugarte (2005), chega-se no século XXI, a época da big science, da

tecnociência, que desenvolveu “poderes titânicos”. As pesquisas determinam as

relações de poder, hoje na mão de empresas globalizadas que submetem o Estado, que por

sua vez controla as universidades e portanto, as pesquisas. A aceleração das transformações

da sociedade contemporânea a partir dos últimos cinquenta anos está de tal ordem , que pode-se falar em mais uma Revolução, desta vez, da informação.

2.3 ERA DA INFORMAÇÃO

Castells (1999) afirma que a era da informação é um evento histórico da

mesma importância da revolução industrial do século XVIII induzindo um padrão de

descontinuidade nas bases materiais da economia, sociedade e cultura. Nas palavras do

autor, percebe-se a importância da informação para a atual sociedade. Prossegue

Castells (1999) afirma que diferentemente de qualquer outra revolução, o cerne da

transformação que estamos vivendo na revolução atual refere-se às tecnologias da

informação, processamento e comunicação.

Uma vez que o conjunto de tecnologias, integrado e estruturado, compõe o que

se chama de arquitetura da informação, faz-se necessário apresentar alguns aspectos

principais da Tecnologia da Informação (TI). Em linhas gerais, de acordo com Dalfovo

(2004, p. 115), a TI pode ser entendida “como sendo os recursos, tanto tecnológicos

como computacionais que priorizam e geram informação e o seu uso adequado”.

Também se entende a TI como “todo e qualquer dispositivo que tenha capacidade de

tratar dados e ou informações, tanto de forma sistêmica como esporádica, quer esteja

aplicada ao produto, quer esteja aplicada no processo”. (CRUZ, 1998 apud DALFOVO,

et al., 2004, p. 115)

No cotidiano das organizações, algumas questões problemáticas procuram ser

resolvidas, por meio da utilização da TI. Entre estes problemas, encontram-se fatos

como: grande volume de dados e informações existentes, bem como o gradativo

aumento desta quantidade; necessidade de diminuir o tempo de resposta aos clientes,

sejam estes internos ou externos; o custo operacional da TI, que não pode inviabilizar a

sua utilização; manutenção da qualidade dos produtos e serviços, mesmo com o

aumento da produtividade; entre outros.

Castells (1999) comenta da nova ordem econômica e social, cujo centro das

transformações está na revolução tecnológica concentrada nas tecnologias da

informação e comunicações.

2.4 ERA DO CONHECIMENTO

Pinho (2006) em sua dissertação, afirma que uma análise histórica revela que a

gestão do conhecimento é uma questão antiga, que interessou tanto a filósofos

ocidentais como a orientais. Os filósofos orientais, Tzu e Confúcio e seus

contemporâneos indianos, enfatizavam o papel do conhecimento e da compreensão para

a condução da vida espiritual e secular. Porém, o conhecimento prático ou o “saber

como” sempre foi importante, apesar da gestão do conhecimento ter sido, e muitas

vezes ainda continuar a ser, uma tarefa implícita. Pinho (2006) enfatiza ainda que o

último século tem sido caracterizado pela redescoberta do debate sobre o conhecimento,

começando com os teóricos da economia (Hayek, 1945; Arrow, 1962; Marshall, 1965),

bem como com a contribuição das teorias organizacionais (March e Simon, 1958) e

ainda da filosofia (Polanyi, 1966) . Estas diversas perspectivas sobre as características

do conhecimento e do seu papel na organização provocam um vigoroso debate entre os

acadêmicos e os práticos oriundos de outras disciplinas. Da análise econômica feita por

Alfred Marshall (1965) vem o argumento que o capital consiste, em grande medida, em

conhecimento e que este é o motor mais potente das organizações produtivas.

Os economistas consideram que a Sociedade do Conhecimento ou Sociedade

da Informação apresenta uma nova correlação de forças entre os recursos em que se

baseia a economia mundial.

Pinho (2006) frisa que tradicionalmente a evolução econômica tem sido

sustentada em quatro fatores: a terra, o capital, o trabalho e o conhecimento. A

importância de cada um tem variado consideravelmente. A Figura 1 ilustra, de um modo

simples, como a mudança da preponderância destes recursos tem evoluído ao longo dos

tempos.

Figura 1: Preponderância dos recursos ao longo do tempo

Fonte: Adaptado de Gorey y Dorat, p. 54, 1996

Citando ainda o trabalho de Pinho (2006), na era agrícola o trabalho e a terra

eram os recursos com maior peso, relativamente aos outros fatores. Com o decorrer do

tempo o fator terra foi sendo reduzido face ao fator capital e, por sua vez, o fator

trabalho sofreu uma ligeira redução enquanto que o conhecimento começa a ser mais

utilizado. Este novo arranjo caracteriza a denominada era industrial. Atualmente

considera-se que estamos na era do conhecimento, onde os fatores econômicos mais

importantes são o conhecimento e o capital. Ao notar que o capital, apesar de

necessário, não se torna determinante para o êxito das organizações.

Para Edwards, Shaw e Collier (2005) uma das principais questões da gestão do

conhecimento é qual o papel mais adequado para a tecnologia da informação no

contexto do conhecimento das organizações. Pode-se fazer vários questionamentos: A

tecnologia da informação é apenas uma parte deste conjunto do sistema de gestão do

conhecimento? Ou a tecnologia da informação não é uma questão chave neste

processo? O sistema de gestão do conhecimento de uma empresa é apenas uma parte de

um sistema da informação? Estes questionamentos são levantados pelos autores.

Inseridas em um contexto onde o ciclo de vida dos produtos é decrescente, as

empresas clamam por estratégias sustentáveis, uma vez que segredos industriais e

exclusividades, fatores que antigamente garantiam resultados excelentes, não são mais

comuns. De acordo com Davenport; Prusak (1999) é o conhecimento a vantagem

competitiva mais sustentável, uma vez que, quanto mais ele é usado, mais resultados

trazem à empresa ao permitir que novos rumos possam ser tomados, de acordo com as

necessidades e realidades organizacionais (internas) e ambientais (externas, como

mercado, fatores econômicos e políticos, entre outros), sendo este – o conhecimento – o

bem intangível que mais agrega valor aos produtos e serviços da empresa. Em linhas

gerias, a gestão do conhecimento reside na transformação dos ativos intangíveis em

resultados e vantagens competitivas. Ao agregar valor à informação, a gestão do

conhecimento propõe-se, por meio da utilização dos recursos disponíveis na empresa, a

criar vantagens competitivas que se originam da adoção de novos processos,

incentivando a criatividade e a tomada de iniciativa por parte dos colaboradores

internos.

Robinson et. al (2001) afirmam que está sendo desenvolvida uma metodologia

denominada “Melhoria do Conhecimento”, para buscar a tomada de decisões estratégias

através de um modelo de simulação e para representá-los usando as técnicas da

inteligência artificial, porém, concordam que a modelagem da interação humana e de

tomada de decisão dentro de uma simulação apresenta um desafio especial.

Encontrar diferentes soluções para os diferentes contextos da organização deve

ser a chave do sucesso. Existem vária abordagens que devem ser levadas em

consideração com relação a tecnologia adotada para a gestão do conhecimento. Estas

abordagens são citadas por Edwards, Shaw e Collier (2005): a) Definição entre a

quantidade e a qualidade da informação / conhecimento. b) Se a organização é

centralizada ou descentralizada. c) Se é um processo de “empurrar” ou

“ puxar processos''.

Edwards, Shaw e Collier (2005) finalizam afirmando que encontra uma das

principais questões da gestão do conhecimento o melhor caminho e fazer o melhor uso

de softwares disponíveis seja talvez o maior desafio. Afirmam ainda que qualquer

solução tecnológica adotada não poderá ser desprezada a questão humana.

Em 2007, Alvin e Heidi Tofller publicam um novo livro, “Riqueza

Revolucionária: O Significado da Riqueza no Futuro”, onde os autores discorrem sobre

o futuro da riqueza, tanto visível como invisível. Esta riqueza não está relacionada

apenas com dinheiro, ela é muito mais abrangente do que isso. Tofller (2007) afirma

“Estamos realizando a transição para a chamada economia do conhecimento”. Em outro

ponto Tofller (2007) volta a afirmar “Uma verdadeira revolução está em andamento, e a

civilização que emerge com ela desafia e contradiz tudo o que pensamos ou acreditamos

saber sobre riqueza”. Porém, este novo sistema precisa ser bem compreendido e

administrado, assim ele poderá ajudar a erradicar a pobreza extrema e a solucionar

inúmeros impasses. Porém, os autores voltam a firmar que “[...] é preciso ajustar todas

as nossas instituições para que elas operem em sincronia com a nova realidade”.

No capítulo três, “O Choque de Velocidades”, Tofller (2007) afirma que as

nações do mundo todo se esforçam, em ritmo e velocidades diferentes, para construir

economias avançadas e prósperas. No entanto, o que a maior parte dos homens de

negócio, políticos e líderes civis ainda não entendeu claramente é um fato muito

simples: uma economia avançada precisa de uma sociedade também avançada para

sustentá-la, pois toda economia é produto da sociedade na qual está inserida e depende

de suas instituições-chave. Em todo o planeta, por exemplo, as instituições feudais

impediram o progresso da era industrial. Da mesma forma, hoje as burocracias da era

industrial estão emperrando o progresso do sistema de riqueza baseado em

conhecimento.

Desta forma, não só o conhecimento será importante para as novas gerações,

mas, o saber utilizar este conhecimento de maneira a poder contribuir com o progresso

da sociedade como um todo. É com esta visão que pode-se afirmar também que a Era do

conhecimento está no final, e se avizinha a Era da sabedoria.

2.5 ERA DA SABEDORIA

Como ainda é vivo na mente das pessoas o filme Tempos Modernos de Charles

Chaplin, uma crítica a era industrial onde na época as pessoas foram comparadas a

máquinas. Porém, se observamos nosso momento histórico poder-se-á perceber que não

houve alterações com o fato em si, somente com a tecnologia utilizada.

Fava (2007) lembra que o RG ou o cargo ou a instituição que a pessoa trabalha

é seu nome. Reforça afirmando que as pessoas fazem necessariamente coisas que a

deixam infelizes, pessoas que desenvolvem atividades somente pelo salário ou para

“sobreviver”.

FAVA (2007) reforça ainda que as pessoas estão cansadas, há necessidade de

transformações pessoais e sociais. Serão estas transformações que caracterizarão a

quinta era, a era da sabedoria,

“Corpo, mente e espírito manterão uma relação integral e permanente, onde a

cultura do TER (materialismo, status) dará lugar à cultura do SER (auto-conhecimento)”

(FAVA, 2007, p.1). Esta nova pessoa, o Ser da era da sabedoria, terá muito mais

controle sobre seus pensamentos e aprenderá a escolhê-los melhor. O Ser da era da

sabedoria será muito mais completo e aberto. As pessoas deverão ser mais pacientes e

menos impulsivas, mais participativas e menos omissas, mais assertivas e menos “em

cima do muro”. Passando do “ser dono da verdade” (arrogância) para o “quanto mais eu

sei, mais eu sei que nada sei” (humildade). Mudanças que nos levarão a uma nova

consciência e que tornarão as pessoas bem melhores, mesmo convivendo com o

desenvolvimento da tecnologia e com o volume cada vez mais crescente da informação,

enfim, aprenderemos a viver COM máquinas e não COMO máquinas, (FAVA, 2007).

Para Pupo (2008) a Era da Sabedoria será psicológica, será invisível. Ela fará

com que as pessoas tenham atitude mental, capacidade de escolha e de dirigir a própria

vida, estimulando-lhes o senso de possibilidade e de potencial, ampliando os horizontes

em relação à capacidade de descobrir a sua verdadeira vocação, frente às várias

oportunidades que o mundo lhes ofereça. A Era da Sabedoria consiste em descobrir o

próprio talento e fazer aquilo que realmente lhe causa prazer. O segredo é sair da zona

de conforto e de comodismo para conquistar a autonomia dirigida; é criar seu foco e

com ele a descoberta de caminhos.

Pupo (2008) reforça ainda que nessa Era é bom evitar reclamações, críticas ou

atitudes negativas, pois ela exige visão, um padrão a ser atingido ou o aprimoramento de

alguma coisa. Exige disciplina no pensar e no realizar. Para que isso aconteça, é preciso

decidir dentre o que é mais importante na vida e o que é supérfluo; quais os valores

vitais mais altos; que tipo de serviços se deseja prestar à comunidade; de como fazer a

diferença no trabalho, enfim, qual é o planejamento pessoal ideal.

3. DELINEAMENTO METODOLÓGICO

Para a realização deste estudo, utilizou-se uma pesquisa quantitativa de caráter

descritivo por meio de levantamento survey. De acordo com Hair Jr (2005), as

pesquisas descritivas têm como objetivo a descrição das características de determinada

população ou fenômeno, ou então o estabelecimento de relações entre variáveis. Já os

levantamentos consistem na solicitação de informações a respeito do problema estudado

a um grupo significativo de pessoas, para que, na sequência, ocorra a realização das

análises quantitativas. A pesquisa foi realizada na cidade de Blumenau, Santa Catarina,

envolvendo 51 empresas divididas entre os setores de serviço, comércio e indústria

através de escolha aleatória. Para a coleta de dados, foi utilizado um instrumento

desenvolvido de pesquisa desenvolvido para este fim com questões fechadas. Para

Lakatos e Marconi (2001), o questionário é um instrumento de coleta dados formado

por uma série ordenada de perguntas que devem ser respondidas por escrito e sem a

presença do entrevistador. Foi obtido apoio da Associação Comercial e Industrial de

Blumenau para aplicação das pesquisas. Realizou-se o teste de homogeneidade das

variâncias por meio do teste de Levene (Leven’s Test for Equality of Variances) para

identificar qual teste post hoc utilizar. Dancey e Reidy (2006) destacam que o teste de

Levene verifica se as séries testadas têm variâncias iguais, para a obtenção da chamada

“homogeneidade de variâncias”, e que o teste, em si, não depende da suposição de

normalidade.

4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Para iniciar a análise de dados, é importante caracterizar a população

pesquisada. Foram pesquisadas 51 empresas de forma aleatória. Destas, 66,7% foram

empresas de pequeno porte, 25,5% empresas de médio porte e 7,8% empresas de grande

porte. Com relação a este fator, pode-se inferir que a economia do município tem uma

forte participação da pequenas empresas. Da mesma forma, quando analisado o fator

tipo de empresas, as empresas do setor de serviço representaram 70,6% da pesquisa,

seguido por 19,6% do comércio e 9,8% da indústria, podendo-se também inferir que a

parte do serviço e comércio tem uma forte representação na economia do Município.

Foi pesquisado também a questão do sexo dos dirigentes, neste quesito verificou-se que

ainda há uma predominância do sexo masculino na direção das organizações, sendo que

60,8% dos respondentes são do sexo masculino e 39,2% do sexo feminino. A cultura

germânica fortemente presente na cidade pode ter influencia neste resultado. Uma

limitação da pesquisa, que pode ser explorado nas próximas pesquisas deste tipo, é

incluir a faixa etária dos respondentes, uma vez que este fator poderá contribuir para

caracterizar se a diferença das idades influenciará nos resultados, ou não.

Para identificar em qual Era a empresa se encontra de acordo com as respostas

dadas pelos respondentes da pesquisa, calcularam-se as porcentagens relativas em

relação à frequência média de cada uma das Era, conforme apresentado na figura 2.

Figura 2: Porcentuais médios de frequência das Eras

Agrícola Industrial Informação Conhecimento Sabedoria30,20% 34,60% 60,40% 41,40% 40,17%

Observando-se a figura 2, pode ser identificado que a Era de maior frequência

foi a Era da Informação, que de certa forma pode ser considerada normal em função da

disseminação dos computadores, sistemas, ferramentas eletrônicas, entre outros

recursos, porém, há de ser considerado que já nos encontramos no limiar da Era do

Conhecimento, e a grande maioria das empresas se encontram ainda na Era da

informação. Há de se ressaltar também que se somarmos as frequências da empresas

que se encontram na Era do Conhecimento, 41,40% e a frequência das empresas que se

encontram na Era da sabedoria, 40,17%, obteremos um total de 81,57% da frequência,

denotando que houve um avanço considerável, principalmente com relação a Era da

Sabedoria que na realidade é um conceito recente e pode-se inferir que muitas empresas

começam a trabalhar com conceitos desta Era mesmo sem ter o conhecimento real de

que o estão fazendo. Por outra forma de análise é preocupante quando observamos a

somatória das frequências das empresa que ainda se encontram na Era agrícola, 30,20%

com as empresas que ainda se encontram na Era Industrial, 34,60%, obtém-se um total

de 64,80% evidenciando que muitas empresas ainda empregam conceitos já superados.

Por meio do resultado do teste ANOVA, exposto na figura 3, percebe-se que

não há diferença estatisticamente significante entre os tipos de empresas analisados,

serviço, comércio e indústria, visto apresentarem significâncias maiores que 0,05.

Figura 3: Teste ANOVA nas Eras pesquisadasEras Soma de

quadrados Graus de liberdade

Média ao quadrado

F Sig.

Agrícola

Entre os grupos 4,224 2 2,112

,833 ,441Dentro dos grupos

119,156 47 2,535

Total 123,380 49

Industrial

Entre os grupos 1,220 2 ,610

,154 ,858Dentro dos grupos

186,400 47 3,966

Total 187,620 49

Informação

Entre os grupos 1,848 2 ,924

,204 ,816Dentro dos grupos

212,872 47 4,529

Total 214,720 49

Conhecimento

Entre os grupos 1,670 2 ,835

,167 ,847Dentro dos grupos

235,150 47 5,003

Total 236,820 49

Sabedoria

Entre os grupos 10,680 2 5,340

,827 ,444Dentro dos grupos

303,500 47 6,457

Total 314,180 49

Antes de verificar a origem das diferenças na frequência das Eras, constatou-se

a homogeneidade de variâncias por meio do teste de Levene, apresentado na Figura 4.

Figura 4: Teste de Levene para os tipos de empresa pesquisadas

Eras Estatística de Levene

Grau de liberdade 1

Grau de liberdade 2

Sig

Agrícola 12,566 3 49 0,000

Industrial 11,780 3 49 0,000

Informação 19,727 3 49 0,000

Conhecimento 12,673 3 49 0,000

Sabedoria 12,790 3 49 0,000

A figura 4 deixa perceptível que o teste de Levene apontou significância nos

resultados, visto que todos os resultados foram inferiores a 0,05, o que indica que as

variâncias não são equivalentes e, portanto, podem-se usar, neste caso, os testes de

Tahane em vez do teste de Scheffé ou Tukey HSD.

Por esse motivo, optou-se pela utilização do teste de Tahane, apresentado na

Figura 5.

Figura 5: Teste de Tahane para a Era Agrícola em relação às outras Eras.Eras Serviço Comércio Indústria

Agrícola 0,915 0,698 0,993Industrial 0,953 0,994 0,979

Informação 0,995 0,979 1,000Conhecimento 0,996 0,939 0,994

Sabedoria 0,671 0,708 0,983

Fonte: Dados da pesquisa

Na Tabela 5, observa-se que a intensidade da presença da Era da Informação na

indústria (1,000) em relação aos outros tipos de empresa é maior, porém, não se

encontram diferenças estatisticamente relevantes entre as diversas Eras e os tipos de

empresa analisados. Comprova-se que a Era da informação é a que possui maior

frequência entre os tipos de empresas pesquisadas. Ressalta ainda que a frequência

também é alta da Era agrícola na Indústria (0,993), como também a Era da Sabedoria

(0,983) deixando aqui uma dicotomia, necessitando aprofundar esta pesquisa, estando

nesta questão sendo considerada uma limitação da pesquisa.

Utilizou-se o teste para avaliar conjuntos homogêneos de Tukey HSD para

comparar conjuntos entre as empresas de serviço com os demais tipos de empresa

(comércio e indústria), nos quais não foram observadas diferenças estatisticamente

significantes, conforme apresentado na Tabela 6. Diante da não existência de diferenças

estatisticamente significantes entre esses conjuntos, deduz-se que os diferentes tipos de

empresa estão em patamares semelhantes em relação à Era que cada uma se encontra.

Figura 6: Teste de conjuntos homogêneos para administração em relação aos outros cursos

Eras Serviço Comércio Indústria

Agrícola 2,63 2,80 3,30Industrial 3,10 3,25 3,61

Informação 5,72 5,80 6,10Conhecimento 3,60 3,80 4,00

Sabedoria 4,00 4,33 5,50Fonte: Dados da pesquisa

De acordo com a Tabela 6, a análise de conjuntos homogêneos não encontrou

diferença estatisticamente significante, no que se refere às diversas Eras e os tipos de

empresas analisados, percebe-se uma maior presença da Era da Informação entre os

tipos de empresa, conclui-se que este fator está mais relacionado à questão da ampla

utilização de hardware e software dos mais diferentes tipos desenvolvidos para as

empresas. É na realidade uma consolidação desta Era, porém, pode-se inferir ainda que

as empresas estão atrasadas em relação a esta Era, em função de que a Era da

informação já é passado e a Era do Conhecimento que veio a seguir, também se

encontra no final. Os resultados dos testes de conjuntos homogêneos de Tukey HSD,

figura 6 e de Tahane figura 5, demonstram, por sua vez, que, no que se refere à

intensidade da presença da Era da Sabedoria nos diversos tipos de empresa, serviço

4,00, comércio 4,33 e indústria 5,50. Não há parâmetros suficientes para inferir do

motivo deste resultado, é possível que as pessoas dentro das empresas estejam buscando

uma nova forma de relacionamento que não seja tão fria, tão dependente somente das

máquinas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após a Era agrícola, onde o país destacou-se na produção da cana-de-açúcar,

café e outros produtos, adveio a Era da indústria com a expansão desta modificando o

cenário social da época. Continuando o desenvolvimento social, cresce a quantidade de

informações geradas e a necessidade de armazenamento e disseminação desta se torna

um fator chave de sucesso, com o desenvolvimento da informática, adentramos então a

Era da informação, porém, somente ter a informação não mais era o diferencial, mas,

como utilizar esta informação para trazer para as empresas novos fatores chave de

sucesso, desta forma surge então a Era do conhecimento, onde as pessoas passam a

interagir de forma inteligente com os sistemas, esta Era também está no final. Estamos

prestes a adentrar a Era da Sabedoria, onde as pessoas começam a ter ciência de que o

excesso de consumo de bens materiais, não as tem levado a encontrarem o bem estar

desejado, embora possuam uma quantidade razoável de bens materiais, sentem a

necessidade do “algo mais”, que não está ligado à questão material, mas, está muito

mais relacionado a outras questões de fórum íntimo.

Desta forma, este estudo buscou analisar dentre os três tipos diferentes de

empresa, serviço, comércio e indústria, a posição de cada uma em relação a uma das

cinco Eras e atingir ao objetivo da pesquisa que é responder a pergunta: Em que era sua

empresa está? Respondendo a esse objetivo, não observou-se a existência de diferenças

estatisticamente significantes na intensidade da frequência das Eras Agrícola, Industrial,

Informação, Conhecimento e Sabedoria. Há uma predominância da Era da informação

em relação às outras eras com uma frequência de 60,40%. Este valor chama a atenção se

for considerado que no momento vive-se o fim da Era do Conhecimento e já se avizinha

a Era da sabedoria, ou seja, pode-se considerar que as empresas estão atrasadas em seus

conceitos. Por outro lado, mais preocupante é o resultado de 30,20% para a Era

Agrícola e 34,60% para a Era industrial, entre estas duas Eras a diferença não é

relevante, porém, somando-se estes dois valores, constatou-se que há uma frequência de

64,80% das empresas que ainda se encontram nas primeiras Eras. Se comparada esta

somatória com a maior frequência que é a Era da Informação com 60,40% e ainda

considerando que a Era da Informação também já terminou, percebe-se como muitas

empresas ainda necessitam evoluir em seus conceitos de gestão. Em outra análise, em

41,40% da frequência das respostas as empresas estão na Era do Conhecimento e

40,17% estão já na era da Sabedoria. Este é um fator torna-se relevante quando somada

as duas frequências, 81, 57%. Pode-se inferir que há um grupo de empresas que está

acompanhando o processo evolutivo das Eras. Na realidade o que está mudando são as

pessoas, pois, as empresas são na realidade organizações “humanas”, elas existem

porque há pessoas trabalhando nelas. Desta forma a mudança na forma de pensar das

pessoas também moldará as empresas. Nas palavras de Fava (2007), “Corpo, mente e

espírito manterão uma relação integral e permanente, onde a cultura do TER

(materialismo, status) dará lugar à cultura do SER (auto-conhecimento)”. Esta mudança

deverá levar as pessoas terem uma nova consciência da “vida”, e isto tornará as pessoas

bem melhores, mesmo convivendo com o desenvolvimento da tecnologia e com o

volume cada vez mais crescente da informação, nas palavras de Fava (2007),

aprenderemos a viver COM máquinas e não COMO máquinas.

Houve duas limitações nesta pesquisa, a primeira com relação a falta da faixa

etária dos respondentes da pesquisa, a segunda com relação a dicotomia encontrada em

relação a Era da Sabedoria e a Era agrícola no tipo de empresa indústria.

Este estudo foi relevante considerando este momento de transição da Era do

Conhecimento para a Era da Sabedoria e foi gratificante perceber que uma parcela das

empresas já possuem estes novos conceitos significando que realmente há uma mudança

social acontecendo e que este modelo do consumismo exacerbado pode estar

caminhando para uma drástica redução. Este fator também deve servir de alerta para as

próprias organizações, uma vez que a busca do lucro pelo aumento do consumo por si

só poderá não mais ser um modelo sustentável a longo prazo, da mesma forma estas

considerações podem ser feitas a nível de país.

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