ELEONORA ABAD STEFENSON
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ELEONORA ABAD STEFENSON
ORGANIZAES POLTICAS E ELEIES EM
ANGOLADa Guerra Colonial s disputas eleitorais.
Monografia apresentada ao Departamento de Histria da Universidade Federal Fluminense como requisito para obteno de grau de Bacharel/Licenciatura em Histria.
Orientador:
Prof. Dr. Marcelo Bittencourt
NITERI
2009
ELEONORA ABAD STEFENSON
ORGANIZAES POLTICAS E ELEIES EM
ANGOLADa Guerra Colonial s disputas eleitorais.
Monografia apresentado ao Departamento de Histria da Universidade Federal Fluminense como requisito para obteno de grau de Bacharel/Licenciatura em Histria.
Aprovada em de 2009.
LEITOR CRTICO
Prof. Alexsander Lemos de Almeida Gebara Doutor em Histria Social (USP)
Universidade Federal Fluminense - UFF
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No creio que haja falta de cultura poltica. O verdadeiro problema consiste na
maneira de conceber o poltico na frica. O perodo colonial no foi uma boa
preparao para a democracia. O regime colonial era paternalista e autoritrio,
ou mesmo totalitrio. Enquanto as pessoas se consideravam como sditas e
obedeciam, os colonizadores mantinham a antiga organizao dos chefes e dos
reinos africanos, servindo-se dessas estruturas para implantar o seu prprio
poder. E todos aqueles que gravitavam em torno do poder colonial - intrpretes,
guardas, funcionrios subalternos africanos tinham aprendido a comportar-se,
no como representantes democraticamente eleitos, mas como homens do poder.
Ki-Zerbo, J. 2006.
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SUMRIO
NDICE DE ILUSTRAESSIGLASRESUMO MAPASINTRODUO.......................................................................................................... 15
I O COLONIALISMO SALAZARISTA E A FORMAO DOS MOVIMENTOS DE LIBERTAO EM ANGOLA.
1.1 O COLONIALISMO SALAZARISTA EM ANGOLA ........................................... 171.2 A FORMAO DOS MOVIMENTOS DE LIBERTAO DE ANGOLA............ 20
1.2.1 UPNA/ UPA/ FNLA ................................................................................................. 211.2.2 MPLA......................................................................................................................... 241.2.3 UNITA....................................................................................................................... 261.3 A GUERRA COLONIAL E O ACORDO DE ALVOR........................................... 28
II A EXPLOSO DA GUERRA CIVIL E OS ACORDOS DE BICESSE: AS TRANSFORMAES DAS ORGANIZAES POLTICAS (1975-1992)
2.1 O FRACASSO DOS ACORDOS DE ALVOR: O ANO DE 1975............................. 382.2 O PS-INDEPENDNCIA E A GUERRA CIVIL .................................................. 422.3 OS ACORDOS DE BICESSE (1991- 1992)............................................................ 47
2.3.1 AS ELEIES DE 1992............................................................................................ 50III CAOS, ESPERANA E NOVAS PERSPECTIVAS: DA CRISE DOS
ACORDOS DE BICESSE S ELEIES DE 20083.1 DA ESPERANA AO CAOS: O FRACASSO DOS ACORDOS DE BICESSE E
A RETOMADA DA GUERRA.................................................................................54
3.2 DO CAOS ESPERANA: A LTIMA FASE DA GUERRA CIVIL E AS TRANSFORMAES NA SOCIEDADE ANGOLANA AO LONGO DO FINAL DO SCULO XX........................................................................................................ 59
3.3 ELEIES LEGISLATIVAS DE 2008 E AS NOVAS PERSPECTIVAS DA POLTICA ANGOLANA............................................................................................ 66
3.4 CONSIDERAES FINAIS....................................................................................... 72ANEXOS
I GRFICOS DAS ELEIES DE 1992 E 2008......................................................... 74II GRFICOS DOS RESULTADOS DA MONITORIZAO DOS MEIOS DE
COMUNICAO SOCIAL DURANTE AS ELEIES LEGISLATIVAS ANGOLANAS EM 2008...........................................................................................
77III MAPAS ELEITORAIS DOS PLEITOS DE 1992 E 2008 POR PROVINCIAS....... 81IV LISTA DE VDEOS E DVD....................................................................................... 86
REFERNCIAS......................................................................................................... 90
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ndice de Ilustraes
01 Casa dos Estudantes do Imprio em Lisboa.
02 Embarque das tropas portuguesas durante o perodo da guerra colonial.
03 Populao portuguesa festeja o 25 de abril de 1974.
04 Populao portuguesa festeja o 25 de abril de 1974.
05 Os Acordos de Alvor.
06 Colonos portugueses aguardam com seus pertences a parida no porto de Luanda.
07 Painel pintado no largo do 1 de maio em Luanda, em razo da visita de Fidel Castro em 31 de maro de 1977.
08 Imagem publicada no jornal de Angola 31 de maio de 1977 na qual esto retratadas as principais lideranas do golpe de 27 de maio de 1977.
09 Cartaz referente ao 1 Congresso do MPLA em 1977.
10 Os Acordos de Bicesse.
11 - Moradores da Samba danificam conduta de gua.
12 Congestionamento na Avenida dos Combatentes em Luanda.
13 Campanha da UNITA para as Eleies Legislativas de 2008
14 Campanha do MPLA para as eleies Legislativas de 2008.
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Siglas
AD-Coligao Coligao Angola Democrtica
CIA Central Intelligence Agency
CNE Comisso Nacional Eleitoral
ELA Exrcito de Libertao de Angola
FAA Foras Armadas Angolanas
FAPLA Foras Armadas Populares de Libertao de Angola
FNLA Frente Nacional de Libertao de Angola
FOFAC - Frum Fraternal Angolano Coligao
FpD Frente para a Democracia
GRAE Governo Revolucionrio de Angola no Exlio
MFA Movimento das Foras Armadas
MIA Movimento de Independncia de Angola
MINA Movimento de Independncia Nacional de Angola
MLA Movimento de Libertao de Angola
MLN Movimento de Libertao Nacional
MLNA - Movimento de Libertao Nacional de Angola
MPLA Movimento Popular de Libertao de Angola
MPLA-PT Movimento Popular de Libertao de Angola Partido do Trabalho
ND - Nova Democracia Unio Eleitoral
ONU Organizao das Naes Unidas
ONG Organizao No Governamental
OUA Organizao da Unidade Africana
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PADEPA - Partido de Apoio Democrtico e Progresso de Angola
PAJOCA - Partido da Aliana da Juventude Operria-Camponesa de Angola
PCA Partido Comunista Angolano
PCP Partido Comunista Portugus
PDA Partido Democrtico Angolano
PDPANA - Partido Democrtico para o Progresso de Aliana Nacional Angolana
PIDE Polcia Internacional e de Defesa do Estado
PLD Partido Liberal Democrtico
PLUA Partido da Luta Unida dos Africanos de Angola
PPE - Plataforma Poltica Eleitoral
PRD - Partido Renovador Democrtico
PRS Partido de Renovao Social
PSD Partido Social Democrata
RNA Rdio Nacional Angolana
SIC Sociedade Independente de Comunicao
TPA Televiso Pblica Angolana
UNAVEM II United Nations Angola Verification Mission II
UNITA Unio Nacional para a Independncia Total de Angola
UPA Unio das Populaes de Angola
UPNA Unio das Populaes do Norte de Angola
URSS Unio das Repblicas Socialistas Soviticas
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Resumo
A monografia tem como foco a anlise do desenvolvimento do espao poltico angolano,
desde a formao dos movimentos de libertao nacional durante a luta anticolonial, at o recente
processo eleitoral em 2008. Neste sentido, foi possvel perceber a permanncia destes atores no
seio do espao poltico ao longo de todo o recorte, atentou-se para as transformaes e
permanncias dos discursos destas organizaes polticas com o passar dos anos, e
principalmente, durante as duas experincias eleitorais angolanas, em 1992 e 2008. Para tal,
investiguei a trajetria destas organizaes polticas, percebendo como, muitas vezes, a sua
trajetria se confunde com a trajetria do prprio espao poltico angolano ps- independncia:
limitado e profundamente marcado pela guerra.
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MAPAS
Mapa 1 frica continental Poltico
Fonte: www.mre.gov.br
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Mapa 2 Sudoeste africano poltico
Fonte: /www.merriam-webster.com
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MAPA 3 Angola poltico
Fonte: http://www.eisa.org.za
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http://www.eisa.org.za/
Mapa 4 Angola Etnolingustico
Fonte: http://kantoximpi.blogspot.com/
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Mapa 5 Regies poltico militares (RPM) do MPLA
Fonte: TALI, 2001.
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Introduo
A vitria certa e a luta continua!, ao ouvir esta frase ser repetida inmeras vezes em
showmcios promovidos pelo Movimento Popular de Libertao de Angola (MPLA) ao longo de
sua campanha eleitoral em 2008, acompanhadas de fotos de seu antigo presidente, Agostinho
Neto, sempre estendidas ao lado de imagens do atual presidente, Eduardo dos Santos,
impossvel