Elenice Feuzer e Vania Regina Novotny
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ELABORAÇÃO DE UMA FICHA DE ANAMNESE NOS SERVIÇOS DE MANICURE
E PEDICURE
¹Elenice Feuzer - Acadêmica do Curso Superior de Tecnologia em Cosmetologia e Estética
da Universidade do vale do Itajaí – UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina.
²Vânia Regina Novotny - Acadêmica do Curso Superior de Tecnologia em Cosmetologia e
Estética da Universidade do vale do Itajaí – UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina.
³Elaine Watanabe – Tecnóloga em Cosmetologia e Estética; Professora do Curso Superior de
Tecnologia em Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI,
Balneário Camboriú, Santa Catarina.
Contatos:
[email protected] [email protected] [email protected]
Resumo
Os cuidados com as unhas vão muito além de simples aspectos estéticos de beleza e higiene. Pequenas alterações em sua forma, textura e cor podem nos revelar o estado de saúde das pessoas. As unhas sofrem muito com o processo de desidratação sendo seus principais agressores, mecânicos e químicos, são suscetíveis a infecções fúngicas e bacterianas, além de ser alvo da ansiedade na compulsão de roê-las. Por isso, é importante seguir as orientações dos profissionais da área. Para que os serviços de manicure e pedicure tenham, dentro de um estabelecimento, um mesmo padrão de atendimento, garantindo qualidade e segurança ao cliente/profissional, constatou-se a necessidade da elaboração de uma ficha de anammese padrão para que os profissionais de um mesmo estabelecimento tenham seus serviços padronizados, objetivando a coleta de informações sobre o cliente, relacionadas com o serviço oferecido, seus objetivos, expectativas e possíveis interferências nos resultados, além de cuidados especiais na execução dos mesmos. Após a elaboração, a ficha foi validada por 5 profissionais da área de manicure e pedicure, onde se constatou que 75% das respostas confirmaram a importância da elaboração da ficha, permitindo a construção do perfil do cliente, com dados pessoais, informações sobre alterações ungueais, estética e preferências, facilitando o trabalho do profissional e gerando maior qualidade e credibilidade no serviço prestado.
Palavras-chaves: Anamnese; Unhas; Onicopatias; Estética da Unha.
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1 INTRODUÇÃO
O cuidado com as unhas vai além da aparência estética, é também uma questão de higiene
pessoal e saúde. De acordo com Saggioro (1999, p.187) a arte de fazer as unhas teve origem
há 4.000 anos, no Sul da Babilônia. Naquela época, implantes de ouro sólido eram usados nas
unhas dos pés e das mãos. Manuscritos da dinastia chinesa, datados de 3000 anos a.C.,
descrevem o costume de pintar as unhas, as cores variavam de acordo com a classe social,
sendo o vermelho e o preto privilégio da realeza. Já no Egito, a bela Cleópatra preferia um
tom marrom-escuro, até mesmo os homens tinham o hábito de enfeitar as unhas. Acredita-se
que os comandantes militares do império romano costumavam pintá-las antes de sair para
batalhas mais decisivas.
Há um tempo, cuidar das unhas era considerado luxo e ostentação, isso se resumia a uma
limpeza significativa das mãos com as unhas bem aparadas e lixadas. Somente na década de
20, os brasileiros influenciados pelos europeus começam a ter o hábito de fazer as unhas e
surge então a figura da manicure, considerado um serviço supérfluo, onde só as damas da alta
sociedade usufruíam desses serviços (GRANDE ORIENTE DO BRASIL, 2008)
Na década de 50 esses serviços tornam-se populares e o hábito de fazer as unhas hoje é
normal e acessível a todos. As unhas bem feitas não são mais sinônimo de luxo e sim um
cuidado essencial para uma boa apresentação A procura pela beleza ganhou mais adeptos, o
que acabou gerando um movimento de busca por serviços especializados na área de manicure
pedicure e a preocupação com a saúde dos clientes.
Atualmente, unhas coloridas são igualmente comuns e ainda variam devido à moda e às
diferentes tribos sociais. Entretanto, mantê-las bem cuidadas, higienizadas e saudáveis deve
ser um hábito adquirido (GRANDE ORIENTE DO BRASIL, 2008).
Observa-se uma carência de profissionais habilitados em desenvolver corretamente os
serviços de manicure e pedicure, e para que esse serviço possa ser padronizado surgiu a
necessidade da elaboração de uma ficha de anammese para esse segmento, onde os
profissionais de um mesmo estabelecimento possam se orientar de maneira correta e precisa
antes do início do atendimento.
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Conforme Valdameri; Miranda (2007) anamnese é uma entrevista que tem por objetivo
coletar informações sobre o cliente que tenham relação com o serviço que está se propondo,
seus objetivos, expectativas e possíveis interferências nos resultados que deseja obter, além de
cuidados especiais na execução dos mesmos, com a máxima qualidade, eficiência e
segurança. É a parte mais importante para iniciar a relação profissional/cliente. A partir da
qual se apoiará todo o trabalho. Traz orientações para um plano de atendimento específico e
personalizado. Tem um objeto explícito, conduzido pelo profissional e cujo conteúdo foi
elaborado criticamente com as informações necessárias ao que se propõe. A anamnese em
qualquer área da saúde e beleza incluindo os serviços de manicure e pedicure dará inicio a
um relacionamento de confiança entre o cliente e o profissional, que neste momento tem a
oportunidade de demonstrar conhecimento, ética e profissionalismo.
Pode-se dizer que o processo de avaliação das unhas inicia-se pela aplicação deste
instrumento, pois é nesse momento que o avaliador obtém mais informações a respeito do
avaliado, para dar início à execução dos serviços. Tais informações possibilitarão a
identificação de algumas patologias relacionadas às unhas como onicomicose, onicocriptose,
bem como a aparência estética geral da unha.
A ficha desenvolvida nesse trabalho servirá como guia aos profissionais para registrar as
informações de todos os clientes, podendo incluir, excluir ou ignorar dados de acordo com as
características de quem se apresenta a ele naquele momento. Proporcionará maior
credibilidade ao profissional e segurança ao cliente, favorecendo o encaminhamento se
necessário a outros profissionais habilitados para realizar diagnóstico e sugestão de tratamento
condizente ao quadro.
O propósito desse estudo é desenvolver um instrumento de coleta de dados, que permita
avaliar de forma precisa as necessidades do cliente efetuando um trabalho diferenciado na
área de manicure e pedicure.
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2 METODOLOGIA
Esta pesquisa caracteriza-se de acordo com a forma de abordagem do problema como
qualitativa exploratória, que segundo Tobar e Romano Yalour (2001) a pesquisa exploratória
é aquela realizada em áreas e sobre problemas dos quais há pouco ou nenhum conhecimento
acumulado e sistematizado, sendo que exige do investigador familiarização com o assunto. E
de acordo com Minayo et al (2005, p.82) método qualitativo tem como objetivo compreender
as relações, as visões e o julgamento dos diferentes atores sobre a intervenção da qual
participam, entendendo que suas vivências e reações fazem parte da construção da
intervenção e de seus resultados.
O estudo foi realizado a partir de levantamento bibliográfico sobre unha, sua fisiologia,
estrutura, doenças específicas e estética. Após a revisão teórica foi desenvolvida uma ficha de
anammese (APÊNDICE A) para serviços de manicure e pedicure utilizando perguntas
fechadas e focadas e considerando fatores tais como: presença de patologias, doenças
específicas e estética.
Após a elaboração, foram consultado cinco profissionais, selecionados aleatoriamente,
solicitando informações a respeito do grau de dificuldade na leitura, o tempo, clareza nas
alternativas de respostas, e a extensão da ficha, além de sugestões de inclusão ou exclusão de
itens.
3 REVISÃO DE LITERATURA
3.1 Fisiologia da Unha O aparelho ungueal, assim chamado por (Ribeiro; Novaes e Neves (1995 apud BARAN;
BERKER; DAWBER, 2000), desenvolve-se a partir da epiderme primitiva entre a nona e a
vigésima semanas de vida intra- uterina. Segundo Lima; Rego; Montenegro, 2007, as unhas
são compostas por queratina, proteína endurecida encontrada também na pele e nos cabelos e
produzidas pelas células da matriz da unha. Essa proteína da lâmina ungueal, bem como a
área que a rodeia - tecido sub e periungueal - podem ser facilmente colonizadas por uma
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imensa gama de germes, inclusive fungos. São várias as suas funções, entre elas a de
apreender e manejar objetos, proteger o tecido da ponta dos dedos, além de refletir, através de
suas alterações, doenças e condições graves cutâneas ou mesmo internas. As unhas garantem
firmeza dos dedos, sem elas não seria possível executar nem mesmo um movimento simples,
sem correr o risco de sentir dor. Steiner (2006, p.27) ressalta que além da função estética,
auxiliam na sensibilidade tátil e na manipulação fina.
�� aparelho ungueal é muito mais que apenas a unha, funciona como um sistema do
organismo, com características especiais. É formado por várias estruturas conforme descritas
por Bailey et al. (1973).
Figura 1 – Aparelho Ungueal Fonte: As autoras
� Raiz Ungueal: é quem forma a lâmina ungueal (unha), está na região superior e
inferior da base da lâmina, pode ser vista nos primeiros dedos, como um semicírculo
branco, a lúnula;
� Dobra proximal: é a borda de pele que está na base da lâmina ungueal;
� Dobras laterais: são as bordas de pele nas laterais das unhas;
� Borda livre: é a parte distal da lâmina ungueal, ou seja, a que cortamos;
� Leito ungueal: é a pele que está colada à lâmina ungueal, também participa da
formação da lâmina;
Dobra proximal
Lâmina ungueal
Dobra lateral Eponíquio
Raiz Ungueal
Borda Livre
Leito Ungueal
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� Lâmina ungueal: mais chamada de unha, é uma placa de queratina dura, aderida ao
leito ungueal e formada por ele e pela matriz ungueal. Recobre a extremidade
posterior da última falange dos dedos;
� Eponíquio: é a chamada cutícula, porção de pele aderida à lâmina ungueal na sua
porção proximal, que serve para proteger a raiz contra a entrada de umidade,
substâncias químicas e agentes infecciosos.
O crescimento das unhas é contínuo durante a vida, graças a um processo de proliferação e
diferenciação de células epiteliais da raiz da unha, que gradualmente se queratinizam para
formar a placa córnea (DÂNGELO; FATTINI, 1988).
É fundamental o conhecimento da anatomia da unha para entender seu funcionamento e suas
alterações.
3.2 Estética Geral da Unha
A arte e vaidade com as mãos e pés foram cruzando os tempos e chegaram aos dias atuais. A
preocupação das pessoas com a aparência, juventude, beleza e saúde cresce a cada dia e não
há como apresentar belas mãos com unhas descuidadas. O cuidado com as unhas assume
importância cada vez maior, exigindo em algumas circunstâncias muito mais do que um
aspecto minimamente asseado para que não comprometa todo o conjunto da aparência de
alguém (BENY, 2004).
É necessário observar as condições da unha, verificar seu comprimento, analisar o formato
dos dedos e escolher o que mais valorize a mão do cliente. Os formatos podem ser quadrados,
pontudos, arredondados e ovalados: unhas mais pontudas para dedos longos e finos,
quadradas para dedos longos e grossos, arredondadas para dedos curtos e ovaladas para dedos
curtos e finos em geral (BARAN; BERKER; DAWBER, 2000).
Conforme Mariana Rocha, consultora de moda da UOL Company, em entrevista a Fernanda
Schimidt sobre os esmaltes que acompanham a paleta de cores da moda “hoje o bonito é usar
unhas curtas. Unha muito comprida está fora de moda. Agora, elas vêm mais quadradas,
levemente arredondadas seguindo a linha da mão”
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A retirada do eponíquio não deve ser em excesso, pois sua função é manter a unha a aderida à
pele, agindo como uma barreira de proteção, para evitar a entrada de microorganismos
causadores de infecções e doenças. Silva (2007, p.63) reforça que o ideal é hidratá-las com o
auxílio de emolientes ou removedores de cutícula e empurrá-la em direção das próprias unhas.
Os materiais utilizados nos cosméticos para unhas podem ser considerados sob dois aspectos:
sua aplicação para a melhoria cosmética da unha; e seus efeitos colaterais, tanto na unidade
ungueal quanto em sítios distantes.
3.3 Alterações Ungueais
A pele e as mucosas possuem uma determinada permeabilidade, e este fator pode influenciar
o seu contágio por microorganismos, sendo que a chance de contágios será ainda maior se a
pele ou mucosas estiverem lesionadas, por exemplo, através da retirada do eponíquio que é
uma forma de agressão e pode facilitar a penetração do microorganismo (SCHMIDLIM,
2005).
As infecções fúngicas têm assumido uma grande importância devido ao aumento da
incidência em pessoas com comprometimento imunológico. Cerca de mil das cem mil
espécies de fungos descritos têm sido associadas a doenças em humanos e cerca de cem são
capazes de causar infecções em pessoas saudáveis (HIRATA; MANCINI, 2002). As micoses
são infecções causadas por dermatófitos, fungos que invadem apenas os tecidos
queratinizados da pele ou de seus anexos (extrato córneo, unhas e pêlo).
3.3.1 Onicomicose
De acordo com Lima; Rego; Montenegro (2007) onicomicose é a infecção fúngica que
acomete as unhas das mãos e dos pés. Esta patologia pode ocorrer na matriz, no leito e na
placa ungueal. Além de funcionar como porta de entrada para infecções disseminadas em
pacientes imunocomprometidos, esta pode causar dor, desconforto, limitações físicas e
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ocupacionais freqüentemente sérias. Os efeitos psicológicos e emocionais que resultam dos
aspectos clínicos da onicomicose são difundidos e têm um impacto significativo na qualidade
de vida dos portadores. As formas clínicas de onicomicose dependem da porta de entrada e
agente infectante. Entre os agentes etiológicos que causam estas lesões destacam-se as
leveduras, os dermatófitos. O fungo afeta as unhas, e faz com que esta apresente uma
coloração amarelada, e que com o tempo irá fazer com que a unha se separe do seu leito, e
ganhe uma massa (farinha), ficando espessa, é o tipo mais comum de micose de unha
encontrado nos salões de beleza, podendo ocorrer em uma ou mais unhas, com maior
freqüência nos pés, mas também nas mãos.
Lima; Rego; Montenegro (2007) ressaltam ainda que as onicomicoses podem ser transmitidas
de forma direta, por contato pessoa a pessoa, ou indiretamente, por roupas de cama,
vestuários, calçados e utensílios contaminados com propágulos fúngicos, que são originados
do solo, liberados juntos com pêlos ou material de descamação da pele.
Figura 2 - Onicomicose subungueal distal e lateral Fonte: Lima; Rego; Montenegro (2007)
Figura 4 - Onicomicose distrófica com apresentação de paroníquia. Fonte: Lima; Rego; Montenegro (2007)
Figura 3 - Onicomicose subungueal proximal Fonte: Lima; Rego; Montenegro (2007)
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3.3.2 Onicocriptose
É uma dolorosa afecção que aparece freqüentemente na altura da última falange do primeiro
dedo (hálux). Denomina-se, vulgarmente como "unha encravada" (BANEGAS, 2006). Um
dos problemas mais comuns encontrados pelo profissional manicure e pedicure é a
onicocriptose (unha encravada), que de acordo com Bega (2006) significa “unha em cripta”,
pode ser unilateral ou bilateral, e caracteriza-se pela incrustação de uma espícula (pedaço) da
lâmina ungueal na pele adjacente, podendo ocorrer nas pregas periungueais, nos sulcos
ungueais, no leito ungueal ou na extremidade distal do dedo (polpa digital). Tem diversas
causas: má formação da unha, seu corte inadequado, calçados apertados, bico fino, salto alto e
acidentes.
O tratamento consiste em identificar a causa, orientar o paciente, remover a espícula fazer
curativos até a cicatrização. Esse processo é feito por um podólogo. À manicure e pedicure
cabe identificar, orientar e encaminhar para um profissional capacitado, o podólogo.
Figura 5 – Unha encravada: pré e pós tratamento cirúrgico Fonte: Dermatologia.net (2008)
3.3.3 Onicofagia
É o impulso irresistível de roer as unhas (Lâmina Ungueal). O ato de roer as unhas envolve o
lado físico, estético e emocional de quem pratica. Pessoas que roem as unhas encontram nesse
hábito, uma maneira de tentar controlar a ansiedade diante de situações difíceis, que envolvam
tensão ou medo. Esse hábito geralmente é adquirido na infância, entre os 4 e 5 anos de idade.
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O ato de roer unhas na infância pode manifestar-se como alívio da ansiedade, solidão,
inatividade, em crianças sem sentimento de segurança, amor e proximidade em seus
relacionamentos. Muitos adultos que apresentam onicofagia sofrem de outras doenças
psiquiátricas que não são diagnosticadas. Há diferentes sintomas clínicos, dependentes do
grau de acometimento da unha pela injúria (DALANORA et al. 2007).
Segundo Dalanora et al (2007), o indivíduo que teve esse hábito por muitos anos e conseguiu
superá-lo de alguma maneira, provavelmente, tem o efeito ungueal comprometido.
Geralmente, ele é mais curto que o normal e há o deslocamento permanente da lateral das
unhas (onicólise) e como conseqüência disso, a fragilidade das mesmas em relação aos
agentes externos. As unhas frágeis também pela pressão contínua sobre as mesmas, devido à
força exercida sobre ela no ato de roê-las. A matriz também pode ser comprometida.
O ato de roer unhas, por ficarem constantemente úmidas e com o leito e bordas lesionadas,
tornam-nas portas abertas para infecções e fungos (DALANORA et al. 2007). Saber
identificar e orientar o cliente a procurar ajuda de um profissional especializado
Figura 6 - Distrofia ungueal, encurtamento do segundo dprimeiro e terceiro dedos e amputação da ponta do edo da mão E Fonte: Dalanora; Uyeda; Empinotti et al (2007)
Figura 7 - Radiografia das mãos – ausência da falange distal do segundo dedo e reabsorção óssea quase total das falanges distais do primeiro e terceiro dedos da mão E Fonte: Dalanora; Uyeda; Empinotti et al (2007)
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3.3.4 Alergias
Alergias podem se tornar manifestas através do uso de substâncias químicas. Existe uma
ampla variedade de substâncias que produzem diversas mudanças na unidade ungueal.
Substâncias acrílicas são perigosas por causa de seu solvente, o qual pode causar problemas
para dentistas, cirurgiões ortopédicos, manicures e pedicures (unhas esculpidas). (BARAN;
BERKER; DAWBER, 2000).
3.3.5 Pé diabético
O pé diabético é um termo muito utilizado na prática médica diária e traduz sucintamente
alterações que ocorrem nos pés decorrentes de complicações do diabetes. Segundo Kuhn
(2006 p.1) Diabetes é uma doença transmitida geneticamente. Geralmente ocorre após os 35
anos, mas pode acometer crianças e adolescentes com obesidade severa. O diagnóstico é,
freqüentemente, feito pelas complicações tardias degenerativas. O diabetes é uma doença
associada a uma ampla gama de comorbidades e complicações, entre as quais se encontra o pé
diabético, que foi uma das primeiras complicações crônicas do diabetes a ser reconhecida nos
anos que se seguiram à descoberta da insulina. Joslin, em 1934 reconheceu que a gangrena
diabética era uma ameaça para os pacientes diabéticos.
Os diabéticos têm motivos muito especiais para cuidar de seus pés. Níveis elevados de glicose
no sangue por um longo tempo podem levar à perda de sensibilidade e dificuldades na
circulação do sangue nos pés, podendo resultar também em danos severos nos nervos
periféricos. Com isso, é possível não perceber um sapato apertado ou mesmo não sentir
queimaduras, cortes e machucados, facilitando o aparecimento de infecções (ORTO
PAUHER, 2008).
As infecções, por sua vez, interferem no bom controle do Diabetes. O cuidado diário dos pés é
meticuloso e a escolha de um calçado pode ajudar a prevenir esses problemas. É necessária a
inspeção diária dos pés, procurando rachaduras, bolhas, inchaços, feridas entre os dedos,
inflamações ou qualquer mudança de cor. Recomenda-se a busca de auxílio de outra pessoa,
caso não consiga realizar o auto-exame (ORTO PAUHER, 2008).
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Em virtude disto, é de fundamental importância o papel da manicure e pedicure que deverá
orientar e encaminhar o cliente a fazer a higienização e cuidado de suas unhas dos pés e mãos
com um profissional especializado, o podólogo.
4 FICHA DE ANAMNESE
A palavra anamnese origina-se de ana = trazer de novo e mnesis = memória. Significa,
portanto, trazer de volta à mente todos os fatos relacionados à doença e à pessoa doente. Em
essência, a anamnese é uma entrevista, e o instrumento no qual nos valemos, é a palavra
falada, que pode ser substituída em situações especiais por meio de gestos e da palavra escrita.
Ela é desdobrada classicamente em identificação, queixa principal, história da doença atual,
informação sobre os diversos aparelhos e sistemas, história mórbida pregressa e história
familiar (PORTO, 2001).
4.1 Objetivos da Anamnese
• Estabelecer a relação profissional/cliente
• Obter os elementos essenciais da história clínica.
• Conhecer aspectos e características pessoais relacionados á saúde/estética.
Figura 8 – Pé Diabético Fonte: Ortho Pauher (2008)
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• Obter os elementos para guiar o profissional nos serviços de manicure e pedicure
• Definir plano de atendimento para dar qualidade e segurança nos serviços de manicure
e pedicure.
• Direcionar o profissional para o atendimento, respeitando a individualidade de cada
cliente.
Conforme Valdameri; Miranda (2007) as questões abordadas na anamnese que dizem respeito
às diversas patologias não tem nenhuma pretensão de invadir a área médica ou outra área da
saúde pública, nem a intenção de substituir estes profissionais, mas obter conhecimentos e
discernimento para sugerir ao cliente que procure orientação especializada.
4.2 Elementos da Anamnese
4.2.1 Identificação
A identificação é o início do relacionamento com o cliente. Adquire-se o nome, idade, sexo,
cor (raça), estado civil, profissão atual, profissão anterior, local de trabalho, naturalidade,
nacionalidade, residência atual e residência anterior.
4.2.2 Questionário
As perguntas a serem feitas ao pacientes dividem-se em 3 tipos: abertas, focadas e fechadas.
• Perguntas Abertas - As do tipo abertas devem ser feitas de tal maneira que o paciente
se sinta livre para expressar-se, sem que haja nem um tipo de restrição. Ex: "O que o
Sr. está sentindo?"
• Perguntas Focadas - As focadas são tipos de perguntas abertas, porém sobre um
assunto específico, ou seja, o paciente deve sentir-se à vontade para falar, porém agora
sob um determinado tema ou sintoma apenas. Ex: "Qual parte dói mais?”.
• Perguntas Fechadas - As perguntas fechadas servem para que o entrevistador
complemente o que o paciente ainda não falou, com questões diretas de interesse
específico. Ex: "A perna dói quando o Sr. anda ou quando o Sr. está parado?".
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Para Santos (1999) mais do que o exame físico e os exames complementares, a anamnese é
essencial para a formulação diagnóstica e para o estabelecimento das condutas profissionais
que irão beneficiar o cliente. A anamnese é, ainda, o melhor caminho para o estabelecimento
da boa relação profissional/cliente, indispensável na prestação do serviço de manicure e
pedicure. A anamnese deve ser realizada de acordo com determinadas etapas, necessárias ao
estabelecimento de ordem nas informações. A obtenção de uma boa anamnese requer certas
qualidades e uma atitude primordialmente ética do entrevistador.
5 DESENVOLVIMENTO DO INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
O instrumento foi denominado Ficha de anamnese para pedicure e manicure, desenvolvido no
período de 01 a 29 de abril 2008 e submetido ao processo de validação por 5 profissionais da
área.
6 RESULTADOS
Os resultados mais importantes obtidos após a aplicação da ficha de anamnese serão descritos
a seguir:
Dos cinco (05) profissionais consultados:
• Três (03) consideram relevantes as questões abordadas, pois possibilita traçar um
perfil do cliente, coletando dados pessoais, informações sobre alterações ungueais,
estética e preferências, facilitando dessa forma o trabalho do profissional, oferecendo
um serviço de qualidade e segurança.
• Dois (02) não concordaram com a aplicação da ficha por manicures e pedicures, pois
além da demanda de tempo para a aplicação, consideram procedimentos específicos
para profissionais da área de podologia.
• Foi citado por um dos profissionais consultados que a ficha de anamnese auxiliará em
eventos como datas comemorativas, promoções e marketing, oferecendo um serviço
diferenciado.
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• Outro ponto destacado por um dos profissionais, é que a aplicação da ficha de
anamnese pelas manicures e pedicures torna o seu trabalho mais profissional,
valorizando-o e impondo maior respeito pela classe.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Atualmente a busca pela qualidade de vida tem aumentado diariamente, as pessoas estão cada
vez mais preocupadas com a saúde e o bem estar. Nos estabelecimentos de beleza onde
diversos serviços são oferecidos, não é diferente. A busca pelo aperfeiçoamento profissional
juntamente com a constante reciclagem de conhecimentos e novas técnicas visam oferecer ao
cliente e ao profissional uma qualidade de vida, com mais segurança e confiabilidade nos
serviços prestados.
Dentre estes serviços está o de manicure e pedicure, e neste segmento constatou-se a
necessidade de aperfeiçoamento dos serviços com uma padronização de atendimento. Para
que o profissional esteja preparado a atender o seu cliente com segurança e precisão foi
elaborada a Ficha de Anamnese para o segmento Manicure\Pedicure. Dados de relevante
importância fazem parte desta investigação e registro em seus aspectos pessoais, estéticos e de
possíveis alterações do aparelho ungueal.
É de fundamental importância, nos dias de hoje, com todos os recursos que são oferecidos
(cursos técnicos, cursos de tecnólogos a nível superior, crescimento na área da pesquisa
científica, literatura, etc) que os profissionais manicure e pedicure tenham conhecimento mais
aprofundado em anatomia, fisiologia, patologia e alterações do aparelho ungueal. Isto vai
permitir não apenas ao profissional manicurista realizar seu trabalho, mas também ser um
agente de saúde, identificando possíveis doenças, e alterações do aparelho ungueal, podendo
fazer o encaminhando do cliente a um profissional adequado para tratá-lo. Os profissionais
que tiverem este conhecimento e bom senso, sem dúvida, vão se destacar e ajudar mais seus
clientes, que em muitas situações desconhecem a origem e como cuidar de disfunções e
alterações do aparelho ungueal.
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Conhecimento de tendências de moda, com cores, formas e estilos para serem utilizados em
cada cliente devem ser reciclados e atualizados constantemente. Entender as necessidades e
ansiedades do cliente faz parte da rotina diária do profissional manicurista.
A resistência dos profissionais às mudanças é muito grande, visto termos antigos,
ensinamentos e conceitos, mas a conscientização e a divulgação das formas corretas e atuais
de manipulação e cuidado com os pés e as mãos dos clientes proporcionará a qualidade no
atendimento, e crescimento na formação do profissional chamado atualmente de manicure e
pedicure.
REFERÊNCIAS BAILEY, F. R. et al. Histologia. São Paulo: ED Edgar Blücher, 1973.
BARAN, R.; BERKER, D.; DAWBER, R. Doenças da unha: tratamento clínico e cirúrgico. Rio de Janeiro: Revinter, 2000. BANEGAS, C.A. Tratamento podologico não invasivo da onicocriptose e sua elevada eficácia. Revista Podologia.com, n.6, p.4-23, fev. 2006. BEGA, A. Tratado de podologia. São Caetano do Sul, SP: Yendis, 2006. BENY, M.G. Fisiologia das unhas. Cosmetics & Toiletries, v.16, p.54-59, set./out. 2004. DALANORA, A. et al. Destruição de falanges provocada por onicofagia. Rev. Bras. Dermatol., v.82, n.5, p.475-6, 2007. DÂNGELO, J. G.; FATTINI, C. A.; Anatomia humana: sistêmica e segmentar. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 1988. DEMATOLOGIA.net. Atlas de imagens. Disponível em: <http://www.dermatologia.net/neo/base/fototipos.htm>. Acesso em: 21 abr. 2008. DERMIS. Dermatology Information System, Disponível em: <http://www.dermis.net/dermisroot/en/26900/diagnose.htm>. Acesso em 21 abr. 2008.
16
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PORTO, N. Diagnóstico pneumológico. Diagnóstico e Doença. In: SILVA, L. C. C. Condutas em pneumologia. Rio de Janeiro: Revinter, 2001. p. 47-49. vol. I. SAGGIORO, K. Bella: guia prático de beleza e boa forma. 2. ed. São Paulo: SENAC, 1999. 240 p. SANTOS, J.B. Ouvir o paciente: a anamnese no diagnóstico clínico. Revista Brasileira Médica, v.36, n.3/4, 1999. SCHIMIDT, F. Esmaltes acompanham a paleta de cores da moda: conheça as tendências do inverno. Disponível em: < http://estilo.uol.com.br/ultnot/2008/04/21/ult3617u4120.jhtm>. Acesso em 27 abr. 2008. SCHMIDLIM, K. C. S. Biossegurança na estética: Equipamentos de proteção individual- EPIs. Revista Personalité. São Paulo, ano VIII, n. 44, p. 80-101, dez.2005/ jan. 2006. SILVA, C.C. Produtos para cuidado com as unhas. Cosmetics & Toiletries, v.19, p.63, jul./ago. 2007. STEINER, D. A proteção das unhas: como se pega micose de unha? Machas brancas significam mentiras? Roer unhas faz mal? Cosmetics & Toiletries, v.18, p.27, jan./fev. 2006.
17
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APÊNDICE A
FICHA DE ANAMNESE
Nome:
Idade: Data de Nascimento: / / Sexo: M ( ) F ( )
Endereço: Bairro: Cidade: UF:
Tel. Res.( ) Tel. Com. ( ) Cel. ( ) E-mail: Profissão:
Indicação: Data da avaliação: / /
ESTÉTICA DA UNHA
Com que freqüência usa os serviços de:
Manicure:_____________________________ Pedicure: ___________________________________ Costuma retirar o eponíquio (cutícula): Sim ( ) Não ( ) Qual o formato de preferência: Redondo ( ) Quadrado ( ) Ovalado ( ) Pontudo ( )
Qual a durabilidade média de seu esmalte: _____________________ Qual a tonalidade de sua preferência: Claro ( ) Escuro ( ) Tem costume de lixar os pés: Sim ( ) Não ( )
ALTERAÇÕES UNGUEAIS
( ) Já teve ou tem algum tipo de Onicomicose (micoses, fungos...).
( ) Faz o uso de algum medicamento específico para Onicomicose. Qual? Quem indicou? ( ) Onicocriptose (unha encravada) ( ) Onicofagia (hábito de roer unhas)
( ) Algum tipo de alergia Qual? _______________________________
( ) Diabetes
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OBSERVAÇÕES GERAIS
DATA COR UTILIZADA
( ) Descamações na Lâmina Ungueal
( ) Estrias na Lâmina Ungueal
( ) Descolamento na Lâmina Ungueal
( ) Manchas na Lâmina Ungueal