DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORALEm 1974, temos o surgimento do Instituto Padre Reus e...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A IMPORTÂNCIA DA EAD NO CENÁRIO ATUAL DA EDUCAÇÃO
NO BRASIL
Por: Marcelo Lima da SIlva
Orientador
Prof. Marcelo Saldanha
Niterói
2015
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A IMPORTÂNCIA DA EAD NO CENÁRIO ATUAL DA EDUCAÇÃO
NO BRASIL
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Administração e Supervisão
Escolar.
Por: Marcelo Lima da Silva
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AGRADECIMENTOS
Agradeço especialmente aos meus
pais, ao meu tio-avô e a minha filha
que são as pessoas que estão sempre
me incentivando em qualquer momento
da minha vida e ao meu orientador
Prof. Marcelo Saldanha, que foi
fundamental para a conclusão deste
trabalho.
4
DEDICATÓRIA
Dedico aos meus pais, ao meu tio-avô e à
minha filha.
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RESUMO
Esta monografia foi escrita com o objetivo de mostrar a importância da
EAD, realizando a divulgação e fundamentação da manutenção desta
modalidade de ensino que tanto cresceu no Brasil nos últimos anos.
Além de demonstrar a importância da EAD, este trabalho também
pretende ser uma ferramenta na luta contra o preconceito sobre a EAD,
desenvolvendo de forma a levar o leitor a pensar sobre o assunto com
seriedade e conduzindo-o ao conhecimento dos formatos de EAD que podem
apresentar-se com um conjunto de ações para a melhora do ensino no Brasil.
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METODOLOGIA
Este trabalho será desenvolvido através de pesquisas bibliográficas,
páginas da internet e com a ajuda da opinião de alunos de dois cursos de EAD:
um de pós-graduação e outro de graduação. Desta forma, pretende-se
desenvolver a monografia que será apresentada ao final desta pesquisa.
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SUMÁRIO
Introdução 08
Capítulo I – A legislação sobre a EAD em vigor no Brasil 10
Capítulo II – Ser um aluno de um curso a distância no Brasil 16
Capítulo III – Principais teorias de aprendizagem e sua aplicação na EAD 21
Capítulo IV – Vantagens e desvantagens da EAD no Brasil 25
Capítulo V – Referenciais de qualidade para EAD 29
Conclusão 32
Referências bibliográficas 34
Índice 36
8
INTRODUÇÃO
Aprender de forma diferente da que estamos acostumados pode ser
um grande estímulo e ótima oportunidade, para quem busca alternativa e
deseja melhorar continuamente o seu processo de aprendizagem, visto que se
expondo a novas técnicas e ferramentas, a visão, ora acomodada e viciada em
determinados métodos, se diversifica e aumentamos as possibilidades de
criação de outros métodos que aumentem o interesse de todos os atores desse
processo que só poderá trazer benefício para a nossa sociedade, em especial,
num momento em que há a necessidade de profissionais cada vez mais
qualificados.
Hoje, temos uma sociedade cada vez mais conectada através dos mais
diversos meios, onde computadores e aparelhos de telefone celular possuem
acesso a incontáveis bancos de dados com inúmeras informações sobre
grande parte do conhecimento que a humanidade gerou e continua gerando a
cada segundo, a cada momento que um celular faz uma nova foto e a publica
em redes sociais ou até quando uma sonda nos transmite dados de Plutão nos
expandindo o conhecimento que temos do universo que habitamos, e usar
estas ferramentas de forma mais consciente e estruturada nos círculos
acadêmicos é um dos grandes desafios da nossa geração.
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Em meio a este contexto, há o advento da EAD, modalidade
educacional na qual alunos e professores estão separados, física ou
temporalmente e, por isso, faz-se necessária a utilização de meios e
tecnologias de informação e comunicação. Tal modalidade é regida por uma
legislação específica e pode ser implantada na educação básica (educação de
jovens e adultos, educação profissional técnica de nível médio) e na educação
superior.
E baseado no fato de que é possível aprender e ensinar a distância
com qualidade, compromisso, este trabalho mostrará a importância desta
modalidade de ensino no contexto atual da educação no Brasil.
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CAPÍTULO I
A LEGISLAÇÃO SOBRE A EAD EM VIGOR NO BRASIL
Muito já foi debatido sobre a importância da EaD, mas sabe-se que
ainda se está longe do debate sobre EAD ter o devido engajamento por parte
de todas as entidades e pessoas envolvidas com os destinos da Educação em
nosso país. Desta forma, uma legislação espefífica e bem difundida é de
extrema importância para que potencialize-se de forma estruturada e
qualificada mais uma aliada na democratização do ensino e na consequente
geração de mais profissionais preparados para o exercício da EaD, fato tão
importante para o crescimento de um sistema de educação que almeja
melhores e mais confiáveis mecanismos de disseminação de seus resultados.
Os profissionais, estudantes e organizações envolvidos com a EaD
precisam de um legislação que seja clara e que os ampare de forma a não
deixar dúvida sobre as possibilidades que este tipo de educação oferece sem
que a qualidade seja afetada. Deste modo, todos os interessados no processo
poderão gozar de pleno respeito por uma atividade da qual não haverá
desconfiança ou preconceitos sobre a sua validade e seu processo de
aprendizagem, uma vez que "a metodologia da Educação a Distância possui
11
uma relevância social muito importante, pois permite o acesso ao sistema
àqueles que vêm sendo excluídos" (ALVES, 2011).
A educação a distância tem seu primeiro passo dado efetivamente
quando no século XVIII, um anúncio nos EUA, feito pela Gazeta de Boston, na
edição de 20 de março de 1728, referia-se à oferta de material para ensino e
tutoria por correspondência de Short Hand feitos pelo Prof. Caleb Philipps.
Deste momento em diante, tivemos vários outros marcos na EAD, passando
pela criação do Instituto Liber Hermondes na Suécia em 1829, pela criação da
primeira escola por corresponência da Europa na Faculdade Sir Isaac Pitman,
em 1840, no Reino Unido, até passarmos por Berlin, com o início do ensino de
idiomas por correspondência em 1856 na Sociedade de Línguas Modernas e
chegarmos ao Ensino por Correspondência para preparação de docentes na
Universidade de Chicago em 1892.
Ainda no final da primeira metade do século XX, em 1948, temos a
criação da primeira legislação para ensino por correspondência na Noruega e
logo em seguida, em 1951, há na África, a criação da primeira universidade
somente com o fim específico da EaD, a Sudáfrica.
Na TV, temos o surgimento das transissões de programas educativos
nos Estados Unidos, na Chicago TV College, em 1956, que pouco depois terá
como congênere na Argentina, em 1960, a Tele Escola Primária do Ministério
da Cultura e Educação. Após estes acontecimentos, há o aparecimento de
diversas universidades abertas, indo desde a criação, em 1969, da Fundação
da Universidade Aberta no Reino Unido, passando pela criação deste mesmo
tipo de instituição na Espanha em 1972, na Venezuela em 1977, na Costa
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Rica, em 1978, na Holanda em 1984, na India em 1985 e em 1987 o
Parlamento Europeu divulga uma resolução sobre Universidades Abertas na
União Europeia e deste momento em diante, se tornou cada vez mais
crescente o surgimento de instituições voltadas para a EaD no mundo.
No Brasil, esta história começa com um anúncio de 1904 no Jornal do
Brasil onde um curso de datilografia por correspondência é oferecido e em
1923, o ensino a distância tem o seu início no rádio através da criação da
Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Em São Paulo, surge em 1939, o Instituto
Monitor, primeiro instituto brasileiro que sistematicamente oferece cursos
profissionalizantes a distância.
Em 1974, temos o surgimento do Instituto Padre Reus e na TV Ceará
os cursos dos atuais 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental são iniciados com
material da TV, impresso e mnoitores e dois anos depois, é criado o Sistema
Nacional de Teleducação. E em 1979, sendo a pioneira na EaD no Brasil em
ensino superior, a Universidade de Brasília cria cursos veiculados por mídia
impressa e em 1989 é transformada no Centro de Educação Aberta,
Continuada, a distância.
O Centro Internacional de Estudos Regulares do Colégio Anglo-
Americano é fundado em 1981, com o objetivo de manter crianças,
temporariamente fora do Brasil, estudando pelo sistema educacional brasileiro.
E após a criação de vários órgãos para o fomento da EaD, temos em 2009 a
entrada em vigor da Portaria nº 10, de julho de 2009, dando várias providências
para a Educação a Distância no Ensino Superior no Brasil.
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Após tantos passos em direção à democratização do ensino em
nosso país através do aumento considerável que estamos tendo em EaD,
podemos usar o Capítulo I - Das Disposições Gerais, do Decreto nº. 5.622/05,
que regulamentou o art. 80 da LDB, para ressaltar o seu caráter "protetivo da
norma e a intenção do legislador de, ao conferir credibilidade à educação a
distância, transmitir a segurança necessária a todos que queiram ofertá-la ou
estejam envolvidos em processos dessa natureza" (LESSA, 2011).
Se de certa forma, as novas tecnologias revolucionaram a EAD, em
determinada ótica, há quem afirme que a legislação que a respalda, apenas
limita a ação dessa modalidade de ensino, ao invés de torná-la mais
abrangente e com maior possibilidade de penetração em todas as camadas e
possibilidades educacionais.
Todas as pessoas possuem suas leis, visto que são necessárias para
regular suas relações e capacidade de estabelecer seus direitos e deveres
perante a sociedade e partindo desse princípio de que as leis são essenciais,
derivam da natureza do objetivo e são importantes à medida que regularizam
atos, processos e procedimentos, a legislação relacionada à modalidade de
EAD visa regulamentá-la e é extremamente necessária para que possa ganhar
todas as características elementares de processo em que todo cidadão possa
confiar em todos os atores envolvidos, incluindo as instituições provedoras
desta modalidade de ensino.
Um dos grandes desafios é compreender da forma mais adequada
essa legislação objetivando conceder a segurança e garantir a qualidade a
todos os processos, segundo a vontade do responsável por legislar sobre todo
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este processo sem incluir todos os mecanismos necessários para que tal
modalidade siga um padrão de instituição baseada em lei específica e
totalmente aderente às necessidades da sociedade brasileira que precisa se
desenvolver e pode encontrar neste tipo de movimento grandes chances de
criação de um grande projeto para a educação.
Sabe-se que a legislação descortina caminhos para interpretações, o
que pode ser analisado como algo extremamente válido e muito positivo, mas
para que ela seja satisfatória e integrada ao contexto educacional, é essencial
o conhecimento dos direitos, deveres e das consequências das violações de
determinado eixo, cometidas por aqueles que, de alguma forma, devem segui-
la e optam por não realiza-lo.
Para os especialistas em Direito, interpretar é confrontar o texto da lei
com o caso concreto, ou seja, com os fatos e litígios com os quais a lei deve
ser aplicada e sempre usada como uma referência por todos os envolvidos
neste processo. Para uma justa e perfeita aplicação de uma norma, não se
pode prescindir da interpretação, pois, interpretar e aplicar a legislação são
tarefas distintas, visto que a segunda pressupõe o conhecimento do sentido e
alcance da norma jurídica.
Entende-se que a regulamentação da EAD é uma questão ainda
incipiente. A primeira menção oficial ocorreu em 1996, na Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (LDB). Com a definição apresentada do que seria
a modalidade a distância, muitos outros decretos, normativas e diretrizes foram
sancionados.
15
Alguns acreditam que tais documentos são limitantes à ação da
modalidade de ensino; em contrapartida, também é possível encontrar quem
defenda que a legislação é atual, clara e específica.
Nesse contexto, em que se sabe da necessidade e especificidade de
legislação específica, torna-se apropriado que se realize uma reflexão crítica
muito bem fundamentada em grandes estudos sobre a necessidade e a im-
portância da interpretação mais razoável da legislação, uma vez que ela
ultrapassa a definição de normas e procedimentos, objetivando respaldar a
credibilidade do processo sem deixar cair no esquecimento quais os reflexos
nas Instituições de Ensino Superior (IES) que adotam a EAD, objetivando
atingir ao pressuposto apresentado de que ela seria uma possível solução para
inclusão social e para melhoria quantitativa e qualitativa de todo o processo
educacional do Brasil.
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CAPÍTULO II
SER UM ALUNO DE UM CURSO A DISTÂNCIA NO
BRASIL
Atualmente, tem-se visto aumentar muito o número de instituições
voltadas para a EAD no Brasil e como consequência, vê-se um cenário
promissor, com muitas oportunidades para todos os seguimentos da
sociedade, facilitando a democratização da educação e fazendo com que ela
possa chegar a lugares antes inimagináveis. E como ator de extrema
importância neste processo, o aluno deve ser o grande foco desta modalidade
de ensino e “ser um aluno num curso a distância" é algo que deve ser mais
detalhadamente analisado, visto que não se trata somente de chegar a lugares
antes inimagináveis, mas também de fazer com que muitos alunos que não
poderiam frequentar cursos regulares por conta de compromissos em horários
convencionais, façam desta modalidade , a modalidade da inclusão de um sem
número de pessoas que não teriam como continuar seus estudos.
Seguindo o senso comum, há uma linha de raciocínio que entende a
EAD como uma forma de educação mais fácil para quem a pratica em
comparação com a educação presencial, entretanto, de acordo com estudos
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realizados por renomados pesquisadores, já foi constatado que, muito pelo
contrário, o aluno da EAD precisa ser auto-estimulado e ter um senso de
disciplina bem aguçado e um comportamento autônomo onde "os erros são
contribuições preciosas para agregarem novos conhecimentos e, através de
descobertas, os alunos identificarem os seus erros sendo conduzidos de forma
prazerosa aos acertos" (SILVA, 2004).
Seguindo o caminho da autonomia e da vontade de dialogar e trocar
informações com os demais companheiros de determinado curso feito através
de EAD em busca de conhecimento, o aluno se prepara como um cidadão em
sua plenitude, tendo a real noção de seus direitos e suas obrigações em
relação ao contexto no qual está inserido quando se propõe ser um aluno de
EAD, visto que "precisa-se preparar o aluno para o exercício da cidadania e
realizar opções conscientes na vida." (SILVA, 2004).
Grandes vantagens o aluno de EAD, que vai ao encontro de uma
aprendizagem autônoma, consegue obter, uma vez que há uma grande
abertura para aprofundar-se no que lhe for de maior interesse, e o professor
voltado para este processo, via de regra, possui uma postura mais aberta ao
diálogo, proporcionando o desenvolvimento de novas ideias e mecanismos de
aprendizagem. E além destas vantagens, temos uma vantagem ímpar e que
não podemos deixar de fazer uma alusão especial diante do contexto que nos
é apresentado com todos os elementos que a EAD vem proporcionando: a
independência que o aluno acaba criando em relação ao professor.
Pela TV, pelo rádio e nos mais diversos meios de comunicação como
através de cartas dos correios ou em ferramentas com suporte tecnológico, o
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aluno de EAD tem que superar a cada dia e a cada ensinamento as situações
que podem o deixar abatido, como por exemplo, o fato de se sentir sozinho,
mas o que parece ser um problema ou uma ameaça, acaba sendo superado
por quem tem fé no saber e no que ele proporciona.
Ser um aluno de EAD requer que em muitos cursos o aluno dite o seu
próprio ritmo, fazendo com que possa acelerar o cumprimento de disciplinas,
em outros cursos o ritmo é ditado através de um cronograma mais justo, onde
todos os componentes da turma, caminham juntos participando de fóruns e
realizando determinadas tarefas de acordo com o que ficou estabelecido pelo
corpo docente da instituição que oferece tal curso.
Muitas vezes, há a possibilidade de um planejamento entre aluno e
professor sobre as características de determinado período e cronograma a ser
formulado, entretanto via de regra, a necessidade de previsibilidade para que
alunos cheios de compromissos fora da sala de aula, ainda que esta seja
virtual, possam se planejar antes de realizar a inscrição em qualquer disciplina
durante um semestre letivo, por exemplo, faz com que a adoção deste tipo de
modalidade por qualquer instituição seja extremamente bem planejada para
que o aluno consiga ser sempre incluído em todo o processo, podendo
começar a decidir pelo seu destino, já no momento em que seleciona as
disciplinas que poderá se inscrever.
Para que entenda-se melhor o papel do aluno e como o processo de
aprendizagem se dá num contexto de EAD, é importante ter em mente que
diferentemente do que mostra o senso comum, "o papel do professor como
repassador de informações deu lugar a um agente organizador, dinamizador e
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orientador da construção do conhecimento do aluno e até da sua auto-
aprendizagem." (MACHADO & MACHADO, 2013) e seguindo esta premissa,
sabemos que este papel desempenhado pelo professor de EAD está
diretamente ligado ao que o aluno se propõe.
O professor desta modalidade deve estar sempre se colocando nmo
lugar do aluno e pensando um material e um planejamento de aulas
completamente voltados para um aluno que terá a necessidade de realizar
atividade de forma assíncrona e ainda assim estar e se sentir integrado a um
grupo que poderá caminhar em conjunto através de fóruns, chats e até mesmo
atividades em grupo, visto que toda ferramenta que facilite a aprendizagem do
aluno deve ser levada em conta neste momento.
Após várias leituras de textos especializados, sessões de vídeo,
observações cotidianas e principalmente sendo um aluno de EAD, é possível
afirmar que este papel está demarcado por autonomia, disciplina, senso de
urgência e auto-estímulo para quem deverá caminhar muitas vezes
solitariamente.
O aluno de EAD é antes de tudo, um aluno determinado, dono do seu
próprio destino e que tem no professor um orientador e não um catalisador de
dependência crônica. O aluno de EAD é acima de tudo, um praticante da auto-
gestão, pois o tempo das disciplinas, os conteúdos e as formas de pesquisar e
realizar suas observações e entregas periodicamente, exigem um senso
aguçado de auto-gestão que priorize a aprendizagem sem deixar de lado o a
criatividade e sua capacidade de inovar no contato com seus companheiros de
20
turma virtual, tão importantes para que a caminhada seja mais agradável e
geradora de bons resultados.
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CAPÍTULO III
PRINCIPAIS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E SUA
APLICAÇÃO NA EAD
Há várias teorias comportamentais relacionadas ao conhecimento e
que estão intimamente ligadas à educação e antes de estudarmos suas
aplicações (ou não) em EAD, assim como na educação presencial, é
importante saber contextualizá-las.
Esta contextualização, é de extrema necessidade para que se tenha
um entendimento mais adequado de cada uma delas no que diz respeito ao
processo de construção do conhecimento e sua relação com a educação de
forma holística para depois chegar-se aos seus aspectos mais ligados a EAD,
com todas as suas particularidades e melhor forma de alcançar as necessidade
de seus alunos.
Dentre as teorias relacionadas ao comportamento e suas incluência no
processo de aprendizagem, falar-se-á sobre: empirismo, inatismo,
behaviorismo, cognitivismo, construtivismo, interacionismo, maiêutica e
autopoiese.
22
No empirismo, pode-se afirmar que "o conhecimento se daria, assim,
fundamentalmente, na leitura da realidade via sentidos, partiria de uma ação
sobre o sujeito" (PRETI, 2013), ou seja, tem-se a figura central do professor
influenciando a aprendizagem com seus conteúdos pré-estabelecidos,
competindo ao aluno a sua cópia mental, sem interações mais críticas em
relação ao estabelecido.
Sobre o inatismo, pode-se dizer que trata o conhecimento como inato,
ou seja, seria uma dádiva divina e diferentemente do empirismo, o
conhecimento viria das idéias e não da experiência, isto é, muitos
conhecimento já viriam com o aluno desde a sua gênese.
O behaviorismo, desenvolvido pelos russos Vladimir Mikhailovich
Bechterev e Ivan Petrovich Pavlov, fornece um modelo de comportamento
baseado em estímulos, onde há um condicionamento para determinadas
situações e muitas ações relacionando o condicionamento à recepção de
conhecimentos através de sinais externos que influenciam no modo com o
aluno operará a sua relação com a aprendizagem conforme desenhado por
seus professores.
O cognitivismo enfatiza os processos mentais do ser humano de forma
científica e como se percebe, se processa e se compreende as informações
que são recebidas e decodificadas.
E o construtivismo e o interacionismo são correntes cognitivistas, visto
que no construtivismo há o estudo de como as pessoas constroem suas
estruturas cognitivas para a obtenção de conhecimento e os processos que
estão relacionados à história do homem desde a sua gênese até sua fase mais
23
madura e no interacionismo, há uma importância muito grande dada a
incorporação de experiência dos indivíduos convergindo para a ideia central do
cognitivismo.
A maieutica está preocupada com a possibilidade de através de
perguntas extrairmos o que o individuo pode apresentar de conhecimento com
respostas que até então ele não saberia que poderia dar para determinadas
questões.
Na autopoiese, a autonomia e a possibilidade de gerar auto
organização e adquirir conhecimento através desses mecanismos são as suas
principais características.
Após passar por tantas teorias, pode-se afirmar que na EaD, há a
possibilidade de emprego e de adaptação, assim como na educação da forma
presencial, de quaisquer teorias do conhecimento e do comportamento, visto
que não há como separá-las do que aguarda a relação entre os alunos e seus
tutores e professores.
Pode-se ter professores que acreditam no empirismo, no behaviorismo
e que atuam na EAD, assim como é possível haver educadores que acreditam
numa pedagogia construtivista mais voltada para a construção do
conhecimento de forma ampla e na troca de informações e ideias entre as
realidades de todos os integrantes de uma turma.
Entretanto, a atuação mais próxima da ideal na EAD, seria uma
atuação construtivista, uma vez que o aluno irá construir o seu conhecimento
em contato com o que pode ser uma via de mão dupla entre o seu contexto e
experiências e o de seus professores e colegas de classe que serão
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fundamentais na construção do conhecimento como uma forma de
aprendizagem mais duradoura e consistente num contexto cada vez mais
dependente das trocas de experiências e conhecimento entre todos os atores
envolvidos neste processo.
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CAPÍTULO IV
VANTAGENS E DESVANTAGENS DA EAD NO BRASIL
Hoje em dia, há númeras instituições dedicadas à EAD no Brasil e
como efeito, há um futuro promissor, vasto em oportunidades para todos os
atores desta modalidade de educação e além dos que veem grandes
vantagens nesse tipo de educação em solo brasileiro, há também os que veem
esta modalidade com muita desconfiança e pouco conhecimento de causa e é
adotando uma postura qualitativamente comparativa que serão apresentadas
neste as vantagens e as desvantagens deste tipo de educação.
Uma desvantagem para a EAD no cenário atual do Brasil é a falta de
conhecimento sobre este tipo de educação, onde apesar do volume crescente
de estudantes, ainda há um desconhecimento muito grande sobre esta
modalidade, fazendo com que o preconceito em nosso país aflore em algumas
reduções simplistas para o mal entendimento da EAD e neste caso específico,
a introdução de disciplinas on line bem estruturadas em forma e conteúdo em
cursos presenciais, pode ser uma boa solução para que todos os estudantes
brasileiros experimentem a educação de forma não presencial e tenham
conhecimento de que é possível aprender com EAD e novas gerações de
estudantes serão criadas com mais facilidade e instituições renomadas
26
oferecerão cursos a distância sem problemas relacionados à desconfiança de
boa parte da sociedade quando o assunto for EAD.
Outra desvantagem na EAD, é a falta de contato presencial com os
colegas de classe, tão importante para que os laços entre os componentes de
uma turma sejam aprofundados e se crie maior cumplicidade e a sensação do
caminhar acompanhado e neste caso, uma boa solução para minimizar os
efeitos da falta do "olho no olho" ou da falta de sair com os amigos de turma
depois de uma aula qualquer, seria a existência de eventos presenciais em
domingos ou feriados sem obrigação de presença, mas que seriam agendados
com uma certa periodicidade que poderia ser bimestral ou trimestral, fazendo
com que as pessoas se conhecessem melhor e criassem maior afinidade e
sensação de estarem caminhando acompanhados.
Como as desvantagens da EAD podem ser minimizadas facilmente e o
que a sociedade brasileira tem a ganhar com ela é consideravelmente
importante, visto que a democratização do ensino é de extrema relevância para
um país emergente e ávido por crescimento econômico, uma grande vantagem
a ser ressaltada é o fato de que "na educação à distância o professor prioriza
documentos em formato eletrônico e de acesso livre" (PUERTA & AMARAL,
2013), ou seja, pode-se dizer que na EAD, não só a forma de se tornar
presente nas aulas é mais democrática, como até mesmo a forma de acessar
os conteúdos das disciplinas fica mais passível de ser usada pelas camadas
menos favorecidas, uma vez que não há a necessidade de fazer cópias e mais
cópias de páginas e mais páginas de livros ou até mesmo a obrigatoriedade da
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compra de um livro. Na EaD, este tipo de situação é minimizada como exposto
por PUERTA & AMARAL, 2013.
Conforme o texto Educação a distância vale a pena? da Revista Nova
Escola, os formandos em EaD "estão entre os mais disputados. Os motivos são
simples. Eles se dedicam mais aos estudos, são autônomos, sabem se
organizar melhor, resolvem problemas inesperados com mais agilidade e estão
em busca de oportunidades para crescer", ou seja, temos aqui uma grande
vantagem da EAD, isto é, a possibilidade de termos cidadãos mais autônomos
e com senso de organização bem apurado, características muito convenientes
para o mercado, que vê nesse tipo de comportamento a oportunidade de ter
em seus quadros funcionais pessoas que não aguardam a tarefa e sim, correm
ao encontro delas.
Outra grande vantagem da EAD, é o fato de que mesmo pertencendo a
uma turma, os alunos desta modalidade, não precisam freqüentar o ambiente
virtual de aprendizagem ao mesmo tempo e se comunicam de forma
assíncrona, tornando muito mais fácil a comunicação entre todos, visto que a
ausência de horários pré-estabelecidos, faz com que todos possam participar
sem a obrigação de estarem ao mesmo tempo como num curso presencial,
num mesmo espaço, ainda que seja um espaço virtual e esta é uma vantagem
e tanto, visto que o aluno de EAD, na maioria das vezes, opta por este tipo de
educação por não ter condições de freqüentar da forma tradicional um curso
por conta de incompatibilidade de agenda.
Ainda que haja vantagens e desvantagens nesta modalidade de
educação, é possível concluir que não há mais caminho de volta e que a EAD
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no Brasil está se tornando uma realidade cada vez mais ativa e formadora de
gerações de profissionais que provarão a todos a sua eficácia, acabando com o
preconceito e se tornando cada vez mais um elo entre a democratização do
conhecimento e as novas tecnologias facilitadoras de grande parte do que
temos a realizar e compartilhar para que a educação esteja dia após dia ao
alcance de inúmeros brasileiros, ávidos por conhecimento e novas
oportunidades que passam a vislumbrar ao terem acesso ao que antes era
impossível pelos mecanismos ortodoxos.
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CAPÍTULO V
REFERENCIAIS DE QUALIDADE PARA EAD
Há várias possibilidades de análise da qualidade de uma disciplina de
EAD e neste capítulo, serão apresentadas duas categorias de uma lista de oito
feita pelo MEC, como referenciais de qualidade em EAD no Brasil,
demosntrando a grande importância de termos esta modalidade de ensino bem
estruturada e com padrões de qualidade definidos.
A concepção de educação e currículo no processo de ensino e
aprendizagem é o primeiro referencial que aparece na lista do MEC e também
aqui, será o primeiro a ter uma relação elucidada, uma vez que no início de
todo curso de EAD, deve ser apresentada de forma muito eficaz uma pré
disciplina que remeta a um ambiente de acolhimento, onde todos os alunos
tenham a oportunidade de conhecer melhor o ambiente usado no curso e como
realizar as atividades que teriam que ser entregues e debatidas nesta
plataforma. Tal ambiente, deve contar com com uma tarefa nos moldes das
que serão solicitadas ao longo da disciplina em questão de tal forma que
depois desta tarefa do ambiente de acolhimento, não sobrará dúvida alguma de
como deverão ser realizadas as atividades no ambiente do curso, numa
relação muito próxima com "um módulo introdutório que leve ao domínio de
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conhecimentos e habilidades básicos, referentes à tecnologia utilizada e/ou ao
conteúdo programático do curso, prevendo atividades de acolhimento do
estudante, assegurando a todos um ponto de vista comum" (BRASIL. MEC,
2013).
Um outro referencial importante, a avaliação, que é o quarto item da
lista feita pelo MEC, é algo de fácil identificação em qualquer curso em EAD,
visto que, toda avaliação realizada ao longo de qualquer disciplina feita nesta
modalidade de educação, deve ser pautada por processo que estimule o auto
desenvolvimento do aluno ao propor debates com seus companheiros e deixá-
lo trazer novos elementos para a turma, como por exemplo, novos vídeos,
textos e até mesmo charges que agregam muito valor aos temas sobre os
quais podem ser realizadas as tarefas. Neste caso específico, quando há uma
tabela mensurando a quantidade mínima de comentários que cada aluno deve
realizar sobre seus companheiros e sobre quais temas deverá ser a
abordagem de seu trabalho, há a introdução do mínimo necessário para que
todos fiquem alinhados sobre o processo no qual serão avaliados e todos
acabam estimulados a pesquisarem cada vez mais. E ao final de cada semana
e cada ciclo, cada aluno, por conta das pesquisas que é levado a fazer,
desenvolve sua auto gestão, crescendo em conjunto com o grupo que caminha
com auto disciplina e que se completa, deixando evidente que "na educação a
distância, o modelo de avaliação da aprendizagem deve ajudar o estudante a
desenvolver graus mais complexos de competências cognitivas, habilidades e
atitudes, possibilitando-lhe alcançar os objetivos propostos." (BRASIL. MEC,
2013)
31
Desta forma, é possível perceber que em disciplinas e cursos em EAD
que fazem uso eficaz dos referenciais de qualidade estabelecidos pelo MEC,
com um jeito moderno de ensinar, é fomentada a vontade de auto
desenvolvimento de seus alunos e há a preparação destes para o exercício
pleno de suas atividades.
32
CONCLUSÃO
Ainda que haja vantagens e desvantagens, pontos positivos e pontos
negativos, nesta modalidade de educação, é possível concluir que não há mais
caminho de volta e que a EAD no Brasil, está se tornando uma realidade cada
vez mais ativa e formadora de gerações de profissionais que provarão a todos
a sua eficácia, acabando com o preconceito e se tornando cada vez mais um
elo entre a democratização do conhecimento e as novas tecnologias
facilitadoras de grande parte do que temos a realizar e compartilhar para que a
educação esteja dia após dia ao alcance de inúmeros brasileiros, ávidos por
conhecimento e novas oportunidades que passam a vislumbrar ao terem
acesso ao que antes era impossível da forma tradicional.
Sua importância, num cenário nacional cada vez mais povoado por
esta modalidade de ensino, vem aumentando e demonstrando que a missão da
EAD é ser a grande parceira no desenvolvimento da educação em solo
brasileiro e consequentemente do nosso país como nação mais desenvolvida e
provedora de mais e melhores maneira de formar seus cidadãos.
Não é possível esquecer que através da EAD, a educação brasileira
poderá chegar a todos os cantos desta nação e que seu grande ganho é a
democratização do ensino em um país tão carente de educação, mas que não
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é menos voluntarioso quando o assunto é a vontade e vocação de mudar a sua
realidade para melhor e com a EAD, não há dúvidas, de que como nação, o
Brasil só terá a ganhar.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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mundo. Disponível em
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como sujeito de sua própria aprendizagem. Disponível em
<http://www.abed.org.br/congresso2004/por/htm/012-tc-a2.htm>. Acesso em 01
out. 2013.
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ÍNDICE
Folha de rosto 02
Agradecimentos 03
Dedicatória 04
Resumo 05
Metodologia 06
Sumário 07
Introdução 08
Capítulo I – A legislação sobre a EAD em vigor no Brasil 10
Capítulo II – Ser um aluno de um curso a distância no Brasil 16
Capítulo III – Principais teorias de aprendizagem e sua aplicação na EAD 21
Capítulo IV – Vantagens e desvantagens da EAD no Brasil 25
Capítulo V – Referenciais de qualidade para EAD 29
Conclusão 32
Referências bibliográficas 34
Índice 36