GAITA DIATÔNICA PARA INICIADOS

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GAITA DIATNICA PARA INICIADOS Altair Andrade

INTRODUO: DA NECESSIDADE DE UM NOVO MODELO PEDAGGICO O modelo atual de ensino e aprendizagem da gaita diatnica baseia-se em modelo emprico simplificador que faz com que o instrumento seja visto como uma curiosidade de um ou outro gnero musical, como o blues e o country, no valorizando nem explorando todas as

potencialidades meldicas e harmnicas, mesmo sabendo que elas so possveis e factveis. Talvez isso se d pelo fato de que a gaita diatnica tenha sido sempre considerada um brinquedo de fcil manipulao por crianas e jovens,o que no significa ser um instrumento de fcil execuo. Com o advento da Internet e o desenvolvimento tecnolgico do instrumento, houve uma maior divulgao de informaes, que fizeram que essa idia perdesse a consistncia e, a cada dia, somos tentados a concluir que a gaita diatnica est em nvel de igualdade com qualquer instrumento meldico (at mesmo com sua irm, a gaita cromtica), podendo executar a maioria das peas dedicadas a

instrumentos tradicionais e clssicos, desde que levadas em conta suas peculiaridades sonoras. Hoje j no se pergunta se esta ou aquela pea pode ser tocada na gaita, apenas tendo em vista o gnero musical. A escolha geralmente est ligada ao gosto e vontade do executante. De modo que a gaita hoje est inserida no blues, country, rock, jazz, gospell, clssico, MPB e qualquer gnero que se possa imaginar; No entanto, o modelo atual de ensino e aprendizagem, me parece, no tem conseguido acompanhar essa evoluo e faltam modelos adequados de mtodos que facilitem o ensino e aprendizagem do instrumento em um contexto de paridade com os que so aplicados aos outros instrumentos.

Em vista disso, a proposta deste trabalho visa buscar uma aproximao maior com os modelos de ensino tradicionais aplicado a instrumentos meldicos e harmnicos, de olho nas potencialidades do instrumento, bem como de suas caractersticas de timbre, de afinao e estrutura de harmonizao. Sendo esta tarefa de difcil consecuo, espero poder atender, pelo menos, aquelas pessoas que iniciaram seu processo de aprendizagem por algum meio, e , se encontram em um nvel que possa acompanhar um mtodo um pouco mais consistente em seu aspecto pedaggico. So essas pessoas que chamo aqui de iniciados da gaita diatnica. Como pr-requisito, necessrio que o aluno saiba os

fundamentos da msica e da harmonia funcional. Exponho aqui um esboo de contedo terico para que o aluno possa se situar e buscar complementos de sua formao musical. - Som musical: denominao e sua grafia - Origem, composio e afinao da tonalidade ocidental - Introduo formao grfica das escalas diatnicas Maiores - Formao grfica das escalas diatnicas Maiores com sustenidos - Formao grfica das escalas diatnicas Maiores com bemis - Relao entre dois ou mais sons - Graus tonais e graus modais - Escalas diatnicas modos menores

- Escalas relativas e escalas homnimas - Armadura de clave das escalas diatnicas - modos menores - Conscincia sonora dos fenmenos sonoros estudados - Ciclo tonal - Escalas cromticas -Compreenso e grafia da durao do som e do silncio - modificao da durao das figuras e pausas -Estudo do sistema mtrico musical - motivo - compasso simples - compasso composto - outros tipos de compasso -Compreenso e notao dos andamentos -Notao das repeties

-Dinmica - tempo - contratempo sncope - Relao meldica: "ascendente" e "descendente"; -Relao harmnica -Relaes entre os sons (intervalo) -Relao diatnica (relao tonal); -Relao cromtica e enarmnica (relaes politonais) - Sensao psico - fisiolgica das relaes; Consonncia; Dissonncia; Batimento; Afinao, desafinao. CAPTULO I A GAITA DIATNICA DIATNICA OU CROMTICA? Se conseguirmos executar todas as freqncias em pelo menos duas

oitavas e uma quinta justa, poderamos responder de forma positiva e simples esta questo. No entanto, esta pergunta no fcil de responder de uma forma simples, sem considerar o objetivo da pergunta e ou a capacidade tcnica de seu executante. Vou tentar responder com base na minha capacidade tcnica e nas atuais tendncias de desenvolvimento tcnico do instrumento. Se eu pretender provar que a gaita diatnica pode tocar em todos os tons com a mesma qualidade de timbre, eu diria que ainda no possvel nas condies atuais. Contudo, na qualidade de instrumento de transposio (construdo em uma estrutura tonal em que cada instrumento afinado em um tom, de

forma a abranger todas as afinaes) em que determinados tons e modos podem ser executados de forma confortvel dentro de uma estrutura tonal hierrquica de vizinhanas, eu diria que possvel executar a maioria das peas com maestria. provvel que uma dificuldade que a gaita diatnica encontrou desde o incio, sua limitao no aspecto da politonalidade, seja hoje uma de suas maiores qualidades, desde que ns possamos ultrapassar algumas dificuldades de ordem tcnica, que impedem que o instrumento seja um completo instrumento transpositor: so necessrios ajustes que visem a adaptao embocadura do executante, pois o instrumento vem de fbrica com uma configurao que no

atende a necessidade de gaitistas mais experientes pois grande parte dos sons so impossveis de serem executados de uma forma adequada. Estes ajustes so explicados posteriormente no prximo captulo.

CAPTULO II-ESCALA DIATNICA GERAL A princpio, de fundamental importncia tocar todos os sons da escala diatnica nas trs oitavas a fim de desenvolver domnio sobre o sistema tonal, trabalhando o tom fundamental da gaita e seus modos. Neste trabalho, faremos meno a tons diferentes de gaita, como por exemplo, L maior:http://www.youtube.com/user/MRALTAND#p/a/u/1/nb_Xwl7rBH4

Toque na primeira oitava, ABC#DC#BA, EF#G#AG#F#E, e na terceira oitava EF#G#AG#F#E E nas trs oitavas, ABC#DEF#G#A BC#DEF#G#ABC#DEF#G#A

AGF#EDC#B AG# F#EDC#BAG# F#E D C#BA As notas D e F# na primeira oitava e G# na terceira oitava no so fceis de serem executadas, merecendo um cuidado especial para que o som fique na altura correta. O ideal que se treine esta escala nas trs oitavas e em todas as tonalidades de gaita at conseguir um bom resultado com relao ao timbre e afinao.

Para alunos que me pediram o exemplo no tom de C, acessem o linkhttp://www.youtube.com/watch?v=KpQ6Jd3g7BU

CAPTULO III-ASPECTOS MELDICOS E HARMNICOS DA GAITA DIATNICA Abordarei neste tpico algumas noes e conceitos meldicos e harmnicos que possam desenvolver a fluncia do aluno em aspectos que a gaita possibilita de uma forma razoavelmente fcil, mas que no so comumente abordadas. Procurarei tambm buscar exemplos de vrios gneros musicais dentro de uma viso pedaggica simples e o mais pertinente matria que eu possa conseguir. Exerccios diatnicos -so aqueles que trabalham a escala diatnica na extenso de trs oitavas, dando ao

aluno uma melhor percepo dos aspectos tonais e modais de seu instrumento. 4s4a5s5a a6s6a7a 9a8s8a7s s7a6a6s 5a5s4a4s a6a6s5a 7s8a8s9a s6a7a7s 4s6s4a6a a9a7s9s 9s7s9a7a a4a6s4s 4s6a4a7a a9s7s10a 4a5s5a6s 5s5a6s6a 5 8s8a7s7a 8a7s7a6a 7 6s5a5s4a 6a6s5a5s 7 7a7s8a8s 6a7a7s8a 6 5s7a5a7s 6s8a6a8s 7 8s6a8a6s 7s5a7a5s 6 5s7s5a8a 6s8s6a9a 7

10a7s9s7a 9a6a8s6s 8a5a7s5s 7a4a6a4s 4s5s4a4s 4a5a5s4a 5s6a5a5s a6a6s5a 8s7s8a8s 8a7a7s8a 7s6a7a7s a6s6a7a 4s5a6s4a 5s6a7a5a 6s7s8a6a a8s9a7s 9a7s7a8s 8a6a6s7s 7a5a5s6a s4a4s5a 4s6a7a4a 5s7s8a5a 6s8s9a6a a9s10a7s

5 7 7 6 7

Exerccios cromticos exigem que o aluno domine a cromatizao como um todo, ou parte dela,buscando integrar os semitons cromticos aos diatnicos j trabalhados.

Por exemplo,na segunda oitava: CDEb, EbE F,EFF#, FF#G,Gab,ABbB,BbBC... Notas presas -a mobilidade e fluncia na gaita dependem de uma boa viso da localizao das notas, bem como do estudo de suas funes no contexto tonal considerado. Diz-se nota presa ou notas presas (clulas), algumas notas que dentro da melodia se relacionam com outras de forma alternada, em alguns casos,obstinadamente repetidas(ostinato). EXEMPLOS: 1-UM A ZERO (PIXINGUINHA)

F#5G6G3F5G3 GG ECG F#GG FG GG E GGFEA3 FFEDBG ABCEDCABCD GBA G BA G BA G BA G BA G C#4EGBb6AD#4EGF CDE ACEDCDACBAGC 2- SWEET CHILD O MINE (GRUNSNROSES)- INTRO RIFFhttp://www.youtube.com/watch?v=lhZIADgw7wM&feature=mfu_in_order&list=UL4 7 6 -5 -8 6 8 6

CCGF FGEG4 7 6 -5 -8 6 8 6

CCGF FGEG-4 7 6 -5 -8 6 8 6

DCGF FGEG-4 7 6 -6 -8 6 8 6

DCGF FGEG-5 7 6 -5 -8 6 8 6

FCGF FGEG-5 7 6 -6 -8 6 8 6

FCGF FGEG4 7 6 -5 -8 6 8 6

CCGF FGEG

4

7

6 -5 -8

6

8 6

CCGF FGEG Neste caso, observe como a nota sol na segunda clula se repete na mesma posio do ritmo, mas no s ela, visto que as duas clulas se repetem , havendo alternncia apenas das primeiras notas (notas de ataque)-do,re e fa. EXERCCIOS: CDCECFCGCACBCCCBCACGCFCEC DCC O ideal treinar com todos os modos da escala. EFEGEAEBEC...EDECEBEAEGEFE

CAPTULO IV - MODOS E ESCALAS POR VIZINHANA Com o intuito de desenvolver um melhor aproveitamento das potencialidades de nosso instrumento,, passamos a conceber os tom vizinhos com uma extenso um pouco mais ampliada. So vizinhos de um tom, ou gravitam ao seu redor, as escalas e modos que pertence ou se relacionam, hierarquizados pela quantidade (armadura de clave) e qualidade de alteraes (bemis e sustenidos).Assim se englobam neste conceito: Os modos da escala do tom considerado;

Os trs tipos de escala menor: natural, harmnica e meldica que so homnimas desta escala; Os tons maiores ou menores que possuem quantidades e qualidades de bemis e sustenidos prximos do tom considerado. Os demais tons em ordem hierarquizada Exemplo: Na tonalidade de C maior, so considerados vizinhos: -os modos jnio (C7M), drico (Dm7), frgio (Em7), ldio (F7M), mixoldio (G7), elio (Am7) e lcrio (Bm7b5). -as escalas menores harmnica, meldica, homnimas da relativa menor (Am)

-em ordem hierarquizada as tonalidades de F,Bb,Eb...nas escalas de bemis, e, G,D,A,E...nas escalas de sustenidos. Esta ampliao do foco para outras tonalidades deve dar uma maior autonomia ao instrumentista. Diante das dificuldades apontadas no cap.II, notamos que o ideal seria partir do princpio que a gaita um instrumento diatnico com possibilidades cromticas e em vista disso, a princpio, no devemos nos afastar muito do tom nominal nas relaes de vizinhana. Ou seja, se temos uma gaita em do maior, devemos comear explorando os tons de do maior, re menor, mi menor, f maior, etc.

Isto no impede que determinadas msicas sejam executadas em tons mais distantes na regio grave, por meio de bends. Com o intuito de familiarizar o aluno na execuo dos modos de escalas em seus diversos contextos harmnicos, darei dois tons de referncia para que em seguida possa se estender para outros tons vizinhos. Ao invs de estudar nos diversos tons, faremos este estudo sobre os prprios modos vizinhos a do maior, uma vez que, procedendo assim ,fechamos as possibilidades de explorao na escala diatnica modelo, nos valendo da caracterstica de instrumento de transposio apresentada pela gaita. MODOS EM FA

FGABCDEF (LIDIO) F G A BbC D E F (JNIO) F G ABb C D Eb F (MIXOLDIO) F G A B C D Eb F (LDIO b7) F G Ab Bb C D Eb F (DRICO) F G AbBb C Db Eb F (ELIO) FGb AbBbC Db Eb F (FRIGIO) F Gb Ab Bb Cb Db Eb F(LCRIO) MODOS EM SOL G A B C D E F G (MIXOLDIO) G A B C D E F# G (JNICO) G A B C# D E F G (LDIO B7) G A B C# D E F# G (LDIO) G A Bb C D E F G (DRICO) G A Bb C D Eb F G (ELIO) G Ab Bb C D Eb FG (FRGIO) G Ab Bb C Db Eb F G(LCRIO)

O estudo sistemtico de msicas que guardem uma relao de vizinhana com o tom fundamental de seu instrumento indica que daremos preferncia em tocar no tom nominal que consta na sua gaita. No caso da gaita em d Maior, daremos como exemplo a msica de Tom Jobim e Vinicius de Morais, Eu sei que vou te amar, disposio no youtube, podendo ser acessado pelo linkhttp://www.youtube.com/user/MRALTAND#p/a/u/0/QKKrQR0FQlE...

Nesta gravao, aparece uma alterao (Eb),que omitido na tablatura, a fim de facilitar a execuo por parte de alunos que ainda no dominam a tcnica de bemds e overblows. O objetivo, contudo justamente treinar e desenvolver a tcnica para

executar notas que no pertenam as escalas nominais. Neste sentido, outros temas vo sendo colocados disposio, contendo outros exemplos que contemplaro a necessidade de executar msicas com as notas F#, Bb,Ab e Db etc. Corta-jaca de Chiquinha Gonzaga http://www.youtube.com/watch?v=iFgn08Y4hzQ um exemplo no tom de D menor que pode trazer novidades interessantes (e at chocantes para alguns) como a nota executada em overdraw,C# ou Db no orifcio 7, que a princpio pode parecer muito difcil de ser alcanada, mas que com o treino e exerccios direcionados passa a ser totalmente dominada. Sugiro fazer passagens desta nota para graus conjuntos e disjuntos nos dois sentidos (ascendentes e descendentes)

at conseguir uma passagem confortvel dessa nota para as vizinhas, como por exemplo: -DbCDbDDbC -CC# DDbC -BCC#DC#CB -BbBCC#DDbCBBb -... -AAbA C# E C# AAbA Blue Bossa um tema de jazz que pode ajudar na consecuo de firmeza nos modos menores (principalmente drico, frigio e elio) ,aquisio de fluncia por meio da percepo sonora de semitons cromticos e diatnicos que so possveis de serem trabalhados na regio da primeira oitava da gaita.http://www.youtube.com/watch?v=3Ykx_6plli0&feature=channel_video_title

CAPTULO VA COMPLEXA CONSTRUO DA EMBOCADURA A embocadura aquisio e manuteno de um tnus muscular funcional ao uso e /ou estudo de um instrumento de sopro, por meio de prtica reiterada.O msculo, mesmo em repouso, possui um estado permanente de tenso que conhecido como tono ou tnus muscular. O tnus muscular est presente em todas as funes motrizes do organismo como o equilbrio, a coordenao, o movimento, entre outros (ibidem, 2001). Para Le Boulch (apud OLIVEIRA, 2001, p. 27):

o tnus muscular o alicerce das atividades prticas.http://www.efdeportes.com/efd128/subsidios-para-a-compreensao-do-tono-comolinguagem-corporal.htm

O pragmatismo da cultura americana no que diz respeito ao ensino de gaita no atual modelo, utilizando, principalmente a Internet, valorizou temas especficos como: bends, wahwah, blue notes, legatto, termos advindos principalmente do blues e da pop music , omitindo temas e conceitos mais tradicionais e abrangentes,como ornamentos, escalas, nodos e harmonia funcional,por exemplo. Alm disto, a qualidade dos instrumentos no facilitava a execuo de sons de qualidade para um estudo

mais efetivo, voltado para a Msica como um todo. A embocadura, neste contexto, tornase tcnica de extrair sons e efeitos (ou segredos como dizem alguns professores),ao invs de treinamento para aperfeioamento de sons e timbres. Com a melhoria da qualidade tcnica de instrumentos e instrumentistas propiciados pelo incremento da tecnologia e a difuso da informao, torna-se possvel um ensino mais ecltico e democrtico, voltado a todos os gneros musicais. Para consecuo deste intento,a msica deve ser estudada de uma forma geral e as limitaes do instrumento devem ser encaradas com coragem e devem cair preconceitos

com relao aos aspectos tcnicos e/ ou estticos como por exemplo:este gnero pega bem na gaita?Esta sonoridade est esquisita! bom lembrar que estas impresses, na maioria das vezes, dizem respeito ao estranhamento do que inusitado. A proposta aqui tocar todos os sons da gaita, cromatizando, por assim dizer a gaita diatnica, de modo a reduzir a diferena de timbre, tornando sua sonoridade mais homognea possvel resultado disso a embocadura, que caracterstica de cada aluno, impossibilitando de se falar em embocadura de bico ou de U,ou qualquer uma que no seja aquela que permita produzir o melhor som. A embocadura construda e no aprendida.

A fim de buscar uma excelncia na qualidade sonora, acentuando as caractersticas bsicas, sugiro que o aluno iniciado se atente para alguns pontos que so interessantes e que podem passar desapercebido. Sistema de raias vou denominar de raia a linha imaginria que liga sons de mesma intensidade executados com tnus semelhante, como no caso das freqncias de F#,A# e C# na primeira oitava. As palhetas da gaita so afinadas de tal maneira que sons possam formar acordes fundamentais como o do tipo maior e o dominante em suas posies de sopro e aspirao. Esta estrutura permite possibilidades harmnicas que identificam o instrumento. Contudo, quando o aluno iniciado faz modificaes no pitch

(bends, overblows) de uma dessas palhetas, o timbre apresenta uma qualidade esttica inferior. Para minorar esta dificuldade, sugiro fazer os exerccios de inflexes(curvas, bends),destacando(stacatto) os sons e inferindo como acorde os sons que possuam a mesma intensidade de sopro ou aspirao, como por exemplo: -no conjunto das notas da escala diatnica geral: tocar as notas F,A (do registro grave). -na raia de sons aspirados C#(1)F#(2)A#(3)C#(4)E(5) =F#7 -Ou de sons soprados com a devida tcnica de overblow: Eb(4) F# (5) A(6) =Ebdim -No orifcio 3,ainda, o Ab deve ser executado em uma intensidade homognea aos outros sons(Bb e A)

Estes exerccios aliados aos de escala cromtica, devem ajudar o aluno a melhorar a qualidade de som, e o seu fundamento, que executando sons de intensidades iguais, estes passem a ter um lugar na percepo do aluno (como som isolado e como acorde) e at mesmo no instrumento, que se amacia e se molda a embocadura, tanto quanto o inverso tambm ocorre. Alm disso, devemos ficar atentos em tentar executar os bends e overblows de forma to estvel quanto os sons soprados e aspirados. Esta estabilidade pode ser conseguida com a audio do pitch correto em gravaes. Em resumo, como j foi dito, tocar de forma homognea deve ser o objetivo do aluno nesta fase de seu

desenvolvimento tcnico. E para isto, muito exerccio... Recomendo msicas de gnero cromtico a fim de desenvolver a uniformidade dos sons e a percepo da escala cromtica. Por exemplo: Eu te amo de Antnio Carlos Jobim e Chico Buarque de Hollandahttp://www.youtube.com/watch?v=dEHm97s-ySc&feature=channel_video_title

e chorinhos como Apanhei -te cavaquinho, de Ernesto Nazareth , onde as notas alteradas da segunda oitava (Eb, F# e Bb), importantes no estudo da gaita podem ser valorizadas e treinadas.http://www.youtube.com/watch?v=-RG96KdlaS0&feature=channel_video_title

EU TE AMO Composio: Antnio Carlos Jobim e Chico Buarque de Hollanda

B A B CBBb AAbG F#AA Ah, se j perdemos a noo da hora G A Bb AAbG #F F E GG Se juntos j jogamos tudo fora F GG# GGb F E Eb D F Eb Me conta agora como hei de partir E F# Se, ao BC tantos A B Rompi B A G# B D C D E D C te conhecer, dei pra sonhar, fiz E GBB desvarios C Eb E F# G A com o mundo, queimei meus

navios G A B A Ab G F#F E G Me diz pra onde que inda posso ir F E D E F E Eb D Db C Se ns, nas travessuras das noites BD D eternas C D Eb DDb C B Bb A C C J confundimos tanto as nossas pernas

Bb C Db C B Bb AAb G Bb Diz com que pernas eu devo seguir B A B CG# A B C EG B Se entornaste a nossa sorte pelo cho A B C B A E F GAG Se na baguna do teu corao F G A G FE F A C E Meu sangue errou de veia e se perdeu E E D E F E Eb D C# C Como, se na desordem do armrio B D D embutido C D D# D C#C B Bb A C C Meu palet enlaa o teu vestido Bb C C#C B Bb A AbG Bb E o meu sapato inda pisa no teu B B A B CG# A B C E Como, se nos amamos feito dois G B pagos A BC BA E F G F G Teus seios inda esto nas minhas mos F G A G F E F A CE Me explica com que cara eu vou sair

E DE F EEb D DbC B No, acho que ests s fazendo de D D conta C D D# D Db CB Bb A C C Te dei meus olhos pra tomares conta BbCC#CB Bb A Ab G Bb B Agora conta como hei de partir... Link do compositor:http://www.youtube.com/watch?v=cHptK8k8VkQ

Ajuste do ngulo das palhetas-com o intuito de conseguir uma melhor sonoridade dos overblows, possvel modificar o ngulo das palhetas. Eu fao isto de uma maneira relativamente simples, em seu aspecto tcnico: com o auxlio de um clipe de papel, introduzindo sua ponta pelo slot da palheta da gaita, do lado das notas aspiradas, e reduzindo o ngulo ao

mximo possvel sem que o som emudea. O mesmo tambm feito do lado das notas sopradas. Isto ocorre porque o som soprado ou aspirado encontrando obstculo passa a ser produzido tambm na palheta de baixo ou de cima, conforme o caso. Esta dupla entrada de ar modula o pitch do som para freqncias inferiores ou superiores. Ajuste da intensidade -ao fazer reduo no ngulo das palhetas, natural que a quantidade de ar tenha que ser reduzida, reduzindo tambm a intensidade do som. Estas modificaes tornam o som da gaita menos agressivo e mais jazzstico, por assim dizer. evidente que a adaptao a este modo de executar o instrumento demora um certo tempo,

contudo, o resultado acaba sendo muito bom. A embocadura passa a funcionar como embocadura de estudo, onde todas as notas da gaita podem ser executadas e, com o tempo, as palhetas devem voltar um pouco ao seu estado original, em funo do prprio uso ou por opo do aluno.Altair Andrade, 50 anos, gaitista, Musicoterapeuta pela Universidade Federal de Gois, compositor - professor de gaita desde a dcada de 90-tem aprofundado seus estudos no aperfeioamento de tcnicas e materiais que permitam a integrao da gaita com instrumentos harmnicos como o violo e o teclado. VER EM: http://www.youtube.com/watch?v=277AvpC60IA

Neste sentido, foi criador de um sistema de suporte para gaitas que permite a execuo

simultnea de um instrumento harmnico que funciona com um pedal que aciona o registro de cromatismo da gaita cromtica. Estudioso da tcnica de bends , overblows e overdraws da gaita diatnica , buscando melhores qualidades sonoras e de timbre, tem hoje como sua maior preocupao, a insero da gaita diatnica nos vrios gneros musicais As referidas tcnicas permitem a cromatizao da chamada gaita de blues, permitindo a execuo de outros gneros tornando-a um instrumento mais ecltico O msico teve aulas com o gaitista brasiliense Engels Espritos nos fundamentos do blues e participou de vrios cursos de Harmonia e Improvisao, dos quais o mais importante, uma semana de Jazz com o grande trombonista e diretor de Jazz John Rapson , de Iowa, EUA, ministrado em 2004 na EMAC Escola de Msica e Artes Cnicas da UFG.

O professor Altair Andrade pe-se a disposio dessa instituio para troca de informaes, aulas e recital informativo, tanto com relao a gaita diatnica quanto cromtica. Acesse vdeos: http://www.youtube.com/user/MRALTAND Telefone (62) 32420731 Email:[email protected]