DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · científica, do Drº Augusto Cury sobre a...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTOS ESPECIAIS
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE DENTRO DO PROCESSO
DE APRENDIZAGEM ESCOLAR
POR: MARIA DAS VITÓRIAS DANTAS RODRIGUES
ORIENTADORA:
Prof.ª: PRISCILLA BARCELLOS
JOÃO PESSOA
OUTUBRO/2009
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTOS ESPECIAIS
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE DENTRO DO PROCESSO
DE APRENDIZAGEM ESCOLAR
POR: MARIA DAS VITÓRIAS DANTAS RODRIGUES
Trabalho monográfico apresentado como
requisito parcial para obtenção do Grau
de especialista em Psicopedagogia.
JOÃO PESSOA
OUTUBRO/2009
AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar a Deus o
autor da minha vida. Aos meus filhos –
Mariane e Davi - que aprimoram a
educadora que existe em mim. A meu
marido pelo o apoio dado em momentos
necessários. Também a cada um dos
meus familiares, em especial aos meus
pais que, com amor, fé e generosidade,
me ensinaram a enxergar a vida. A todos
os mestres que fizeram e fazem parte da
minha vida, Com eles aprendi a amar a
profissão escolhida. A minha orientadora
Priscilla Barcellos por seu profissionalismo
e amabilidade neste importante momento
acadêmico. A cada um que cruzou meu
caminho e me tornou mais rica, dando-me
um pouco de si.
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a duas educadoras
espetaculares que cruzaram minha vida
pessoal e profissional: Rita Maria Batista
e Jeane Severino da Silva, e, também, a
todos os meus colegas do Colégio
Santa Emília de Rodat que, de modo
muito significativo, tem compartilhado
comigo momentos singulares. Sonhamos
juntos e realizamos juntos a educação
que coletivamente acretidamos. A cada
um de vocês a minha gratidão.
RESUMO
A educação não pode diminuir ou mesmo ignorar o valor que a afetividade
exerce sobre ela. Esta pesquisa buscou refletir sobre essa importância para o
contexto da sala de aula, além de ressaltar os prejuízos subseqüentes caso
esse conceito – afetividade – não fosse considerado no viver escolar. A
qualidade nos relacionamentos é um requisito imprescindível para facilitar o
processo cognitivo, já que a organização do pensamento influencia o
sentimento e o sentir também influência a forma de pensar. Neste sentido, a
afetividade perpassa o funcionamento psíquico, assumindo, assim, o papel
organizativo nas ações e reações. As ações pedagógicas quando são
planejadas/pensadas levando em consideração a relação afetiva entre
educadores e educandos torna-se muito mais eficientes e propensas ao
sucesso. O funcionamento psíquico humano não é composto somente da
dimensão cognitiva, mas, também, por uma das suas dimensões fundamentais
que é a afetividade. Sob a luz de alguns pesquisadores -Tiba, Piaget, Sisto &
Martinelle, Freud, Vygotsky , Rego, Coll, Freud, Augusto Cury e outros, buscou-
se referendar o entendimento desta pesquisa.
Palavras-chave: Afetividade, relacionamentos, cognição.
METODOLOGIA
Este trabalho monográfico tem sua fundamentação teórica em autores
como Tiba, Piaget, Sisto & Martinelle, Freud, Vygotsky , Rego, Coll, Freud,
Augusto Cury, entre outros.
Após uma ampla leitura sobre o tema buscou-se uma escola que fosse
um referencial positivo no assunto em estudo, isso porque grande parte desses
referenciais são negativos.
Realizou-se a pesquisa de campo com o objetivo de analisar e visualizar
os conceitos estudados. O alvo era transpor o limite teórico. Desta forma os
conceitos se tornariam mais significativos e palpáveis.
A escola escolhida foi o Colégio Santa Emília de Rodat. Uma instituição
particular na cidade de Goiana – PE. Apesar desta instituição ter da Educação
Infantil ao Ensino Médio, nesta pesquisa fez-se a opção de ser interpelado
apenas um grupo de oito educadores/professores da Educação Infantil e
Ensino Fundamental I. Entendemos que a afetividade é importante em todas as
faixas etária, sendo imprescindível e marcante para o desenvolvimento da
personalidade essa etapa da vida infantil (0 a 10 anos).
Deu-se preferência a pesquisa qualitativa sob forma de um questionário
composto por cinco perguntas pertinentes ao assunto, e, também, o
recolhimento de alguns documentos, além de fotos do cotidiano escolar.
Por fim, a luz dos teóricos que fundamentaram essa pesquisa, analisou-
se os dados coletados.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
O que dizem alguns teóricos sobre este tema 11 CAPÍTULO II
As afirmações de Augusto Cury sobre afetividade 13
CAPÍTULO III A criança e a afetividade no contexto escolar 16
CAPÍTULO IV
O processo consciente do professor como mediador 19
CAPÍTULO V Análise dos dados coletados no Colégio Santa Emília de Rodat 20
CONCLUSÃO 31
BIBLIOGRAFIA 33
ANEXOS 34
8
INTRODUÇÃO
O tema desse estudo fala sobre a importância da afetividade dentro
do processo de aprendizagem escolar. Entende-se que a aprendizagem é
um conceito bastante amplo e complexo. Portanto, dentre os muitos focos que
poderia ser dado a esse trabalho, será privilegiado a pertinente e significativa
relação – AFETIVIDADE E APRENDIZAGEM - no âmbito escolar.
Pretende-se destacar e analisar o pensamento de alguns pesquisadores
sobre este tema, e, de modo particular, o que afirma o Drº Augusto Cury1 sobre
o assunto.
A afetividade é importantíssima á vida, sem ela algumas características
essenciais dos seres humanos são perdidas, e conseqüentemente, arruina-se
parcialmente, o significado do que seja humanidade. É até mesmo complicado
imaginar essa espécie – homo sapiens - sem uma de suas mais peculiares
características - AFETIVIDADE.
É do conhecimento de todos que muitos educadores limitam, impedem,
dificultam... A sua prática educacional porque ignoram, porque não dizer, NÃO
valorizam a afetividade no seu dia a dia em sala de aula. Sabe-se que uma
relação afetiva equilibrada faz toda diferença na vida dos seres humanos, na
hora de aprender essa relação não é menos importante.
Existem profissionais na área da educação, e estes não serão
denominados educadores, porque de fato não o são, onde o ponto principal da
1 1Cury, Augusto é psiquiatra, cientista e a autor de vários livros na área de Psicologia e Educação.
9
sua vivência escolar continua sendo a transmissão do conhecimento e não o
sujeito que interage com esse conhecimento.
São, portanto, objetivos desta monografia, examinar a fundamentação
teórica que rege o tema abordado, - A importância da afetividade dentro do
processo de aprendizagem escolar. Sendo apreciadas também as
afirmações de Cury sobre o assunto em questão. Na seqüência, e, objetivando
um melhor aprofundamento, analisaremos os dados da pesquisa realizada
entre os profissionais da instituição escolhida à luz dos autores selecionados
para referendar este trabalho monográfico. Esta pesquisa de campo foi
realizada no Colégio Santa Emília de Rodat - PE, onde foram entrevistados
professores da educação Infantil e Fundamental I.
No primeiro capítulo será encontrada uma abordagem geral sobre o
tema – Afetividade no contexto escolar - do ponto de vista de alguns teóricos:
Vygotsky, Rego, Piaget, Coll, Freud, entre outros.
No segundo capítulo encontra-se alguns afirmações, com aceitação
científica, do Drº Augusto Cury sobre a influência da afetividade para vida
escolar e, também, o papel IMPORTANTÍSSIMO do professor na construção
de uma sociedade emocionalmente equilibrada.
No terceiro capítulo far-se-á um breve passeio pelo universo da criança
e suas vivências escolares. A influência e relevância dessas experiências para
a formação da sua personalidade e auto-estima.
O quarto capítulo é destinado ao processo consciente do professor como
mediador da aprendizagem significativa. Uma reflexão acerta da influência que
esse profissional exerce nas mentes humanas.
10
Por último dedicaremos um capítulo aos dados coletados na entrevista
com os professores da Educação Infantil ao Fundamental I do Colégio Santa
Emília de Rodat.2
Este colégio está há 28 anos no mercado e é referência em educação e aprovação em vestibulares, sendo a qualidade nos relacionamentos inter-pessoais seu grande diferencial. Instituição privada. Todos os professores são devidamente habilitados para o exercício do magistério.
11
CAPÍTULO I
O que dizem alguns teóricos sobre este tema
Sabe-se que a afetividade é uma peculiaridade da espécie homus
sapient. Somos sentimento em ação. Por esta razão não se pode menos
desprezar um elemento tão valioso – AFETIVIDADE - a vida humana, e,
conseqüentemente, a vida escolar. Vygotsky (apoud. REGO, 1995) afirma que
o homem como é um ser que pensa, raciocina, deduz e abstrai, mas também
como alguém que sente, se emociona, deseja, imagina e se sensibiliza.
Os conceitos de aprendizagens tratam a motivação e o desejo como
instrumentos de apropriação da inteligência. Diferentes autores também
atribuem à afetividade imprescindível valor para o desenvolvimento psíquico do
ser humano.
Piaget em 1954 diz, “a afetividade não modifica a estrutura no
funcionamento da inteligência, porém é a energia que impulsiona a ação de
aprender”. Este pensamento destaca a relevância que exerce a afetividade no
processo de aprendizagem, e, também, chama a atenção para um ponto
importante: dependendo de como esteja à afetividade do indivíduo poderá ter
ou não um prejuízo no desenvolvimento deste.Segundo Coll (2004), os
sentimentos, as emoções e os desejos correspondem à afetividade que dá
sustentação ás emoções do sujeito.
Para psicanálise, a afetividade é um conjunto de fenômenos psíquicos
manifestos sob forma de emoções ou sentimentos e acompanhados da
impressão de prazer ou dor, agrado ou desagrado. Pulsão é um impulso
inerente á vida orgânica. Esta afirmação corrobora o pensamento de que a
12
afetividade é inerente aos seres humanos. E uma das suas mais essenciais
características.
Em “O mal estar na civilização” Freud (1930) relata que o que decide o
propósito da vida é simplesmente o programa do princípio do prazer que
domina o funcionamento do aparelho psíquico desde o início. Desta afirmação
podemos considerar, entre outras coisas, que se não houver “prazer” na
atividade escolar ela não ocorrerá de modo amplo e significativo.
O afeto e a inteligência são dois pontos inseparáveis da atividade
humana, nenhuma atividade por mais intelectual que seja suprime a
afetividade. Apesar de serem conceitos distintos – afetividade e inteligência –
ambos estão intimamente ligados, e, impossível seria, ocorrerem de modo
independente.
Um dos maiores teóricos na área de cognitiva – Vygotsky – é
contundente quando diz:“.. Á relação entre intelecto e afeto é inseparável. A
sua separação enquanto objeto de estudo é uma das principais deficiências da
Psicologia Tradicional”. (apud: REGO, 1995, pág.121)
Piaget (apud: FARIA, 1989) afirma que não há estados afetivos sem
elementos cognitivos, assim como não existe comportamentos puramente
cognitivos.Conclui-se, portanto, que afetividade e aprendizagem são irmãs
gêmeas, não devendo, por conseguinte, serem vistas ou estudadas de forma
isolada. Ambas se auxiliam e, seu equilíbrio, cria as condições ideais para uma
APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA.
13
CAPÍTULO II
As afirmações de Augusto Cury sobre afetividade
Entre muito estudiosos, queremos destacar as importantes
considerações deste pesquisador. Em toda sua obra há um chamamento aos
educadores para cuidarem dos corações e das mentes dos educados em
primeiro lugar. Afirma que se não houver uma preocupação sincera e genuína
nesse sentido a humanidade corre sérios riscos.
A sua teoria Multifocal, que é explicada detalhadamente no
livro Revolucione sua Qualidade de Vida, investiga múltiplas áreas da
inteligência humana e das relações do ser humano consigo mesmo e com o
mundo. Por exemplo, você sabia que os registros das experiências vividas são
automáticos e que é impossível deletá-los ou apagá-los? Segundo Augusto
Cury, tudo que vivemos de bom ou ruim jamais poderá ser apagado, apenas
reeditado. E qual a relação desta afirmação com o nosso objeto de estudo?
TODA. Se os registros - bons ou ruins – permanecem, precisamos cuidar da
qualidade desses registros e também dessa reedição. Segundo Cury a
reedição da memória é feita automaticamente pelo cérebro. Precisa-se
duvidar, criticar e determinar esses registros. Como assim? É necessário
proteger a emoção dessa memória negativa. De que forma? Duvidando desses
registros acumulados, criticando-os e reelaborando-os de forma a construir
uma auto-imagem positiva e equilibrada desses pensamentos.
Desenvolver a inteligência multifocal é uma forma eficiente de
proteger a emoção. Ela promove meios para enfrentar as pressões e desafios
que serão encontrados no caminho. Entrar no palco da vida para ser AUTOR
da própria história e não coadjuvantes a mercê das tempestades e intempéries
14
emocionais e sociais. É preciso filtrar o lixo que tenta invadir a mente humana,
somente trabalhando conscientemente a nossa emoção, e, conseqüentemente,
a afetividade, essa autonomia se torna possível.“ Os pais e professores
deveriam ser vendedores de sonhos. Deveriam plantar as mais belas sementes
no interior dos jovens para fazê-los intelectualmente livres e brilhantes”.
(CURY, 2007, p. 161)
Precisamos ir muito além dos conteúdos curriculares. Os jovens “gritam”
por escolas mais emocionantes e envolventes. Eles não acham a menor graça
na forma como a escola tem apresentado os seus “importantes e
imprescindíveis conteúdos programáticos”. Eles precisam ser
instrumentalizados para vida presente, não apenas futura.
É vital educar a emoção dos alunos. Muitos são inteligentíssimos, mas
incapazes de lidar com pequenas frustrações, egocêntricos, não consegue
reconhecer o valor do outro, conseqüentemente, quando atuam socialmente –
trabalho ou pessoal - perdem muitas oportunidades porque não exercitaram de
maneira consciente e equilibrada essas relações sociais tão fundamentais a
sua saúde emocional e psíquica.
É necessário refletir criticamente sobre os valores da sociedade atual.
Fortalecer o “músculo moral” de cada indivíduo que chega a escola. Nunca é
demais lembrar: os educadores são os profissionais mais importantes na
construção de uma sociedade e ela será do tamanho dos sonhos coletivos
destes profissionais.
Este capítulo será encerrado com um trecho do livro: Nunca desista dos
seus sonhos de Augusto Cury pag. 151 que diz:
“Professores, vocês não precisaram de sonhos para ter
eloqüência, metodologia e conhecimento lógico (...), Mas
15
precisarão de sonhos para transformar a sala de aula num
ambiente prazeroso e atraente que educa a emoção dos seus
alunos, que os retira da condição de expectadores passivos para
se tornarem ATORES do teatro da educação”
16
CAPÍTULO III
A criança e a afetividade no contexto escolar
Sabe-se que crianças que acumulam experiências negativas, por falta
de amor, incompreensões ou vivem em ambientes opressivos e hostis podem
adotar a agressividade como forma de se defender,
Pode-se observar que a criança por não entender alguns fatos da vida
pode criar diferentes interpretações em sua imaginação e algumas destas
podem desencadear estado de medo e ansiedade.
Alguns tipos de medo estão ligados ás experiências de aprendizagem:
ser ridicularizado, de fracassar na frente dos colegas de classe ou mesmo de
que alguém perceba a sua dificuldade e isso se torne motivo de escárnio. Tais
situações acabam por prejudicar as crianças e jovens no desenvolvimento da
sua aprendizagem.
Os professores podem oportunizar a estas crianças atividades e
situações em que elas possam recuperar a sua autoconfiança. É preciso
revitalizar o solo da emoção. Um professor com sensibilidade, conhecimento e
vontade, pode revolucionar a vida escolar de alunos, aparentemente, sem
nenhum futuro acadêmico.
Briggs (2000, p. 7) afirma: “Ajudar as crianças a desenvolver a sua
auto-estima é a chave de uma aprendizagem bem sucedida”. Pode-se verificar
a grande importância que esses autores tem dado a afetividade. É preciso
lembrar também que as crianças trazem para o ambiente escolar toda carga
afetiva do seu ambiente familiar e que esse fato traz conseqüência á vida
escolar.
17
Sabe-se que os conflitos emocionais surgirão nos contatos que se
estabelecerá, e, aquelas que tenham desenvolvido a inteligência emocional
saberão lidar com as frustrações que ambiente escolar e suas relações lhes
proporcionarão. Cabe ao professor e demais profissionais envolvidos nesta
relação proporcionar um ambiente acolhedor, respeitoso e de compreensão
afim de que possam desenvolver suas potencialidades amplamente. Saltini
(1999, p. 15) Orienta-nos:
“As escolas deveriam entender mais de seres humanos e de amor do que de conteúdos e técnicas educativas. Elas tem contribuído em demasia para a construção de seres neuróticos por não entenderem de amor, de sonhos, de fantasias, de símbolos e de dores”.
É primordial reavaliarmos os nossos valores e costumes. A sociedade
atual está muito centrada no ter, colocando em segundo ou terceiro plano o
SER, daí a sociedade sucumbir, agonizar em suas mazelas psíquicas. Não
seja escravo, nem torne suas crianças consumidoras de uma ideologia
capitalista e débil. “O que as crianças mais precisam não é de roupas de grife,
grandes presentes, internet, mas de alegria, simplicidade, brincadeiras ao ar
livre e do carinho e dedicação dos pais”. (CURY, 2002, p.73)
É necessário lembrar que a qualidade da carga afetiva que
recebemos é fundamental e decisiva no que se refere ao armazenamento dos
registros que ficarão em nossa psique, e, que, por conseguinte, influencia as
nossas escolhas presentes e futuras.
]
“As pesquisas também indicam que, quanto maior a
aceitação social menor será a dificuldade de aprendizagem e o
baixo desempenho e quanto maior a rejeição maior será a
dificuldade de aprendizagem e o baixo desempenho”. (SISTO &
MARTINELLE 2000, p. 26)
18
Para ilustrar essa idéia, este capítulo será concluído com um trecho da
música Caçador de Mim de Milton Nascimento:
“... Por tanto amor
Por tanta emoção
A vida me fez assim
Doce ou atroz
Manso ou feroz
Eu, “caçador de mim...”
19
CAPÍTULO IV
O processo consciente do professor como mediador
Espera-se mudanças na educação a partir da concretização de novas
metodologias que insiram cada vez mais o aluno em uma vida escolar útil a sua
vivência, que instrumentalize a sua realidade, que trabalhe conteúdos “vivos” e
necessários ao seu meio social. Lembra-nos Rogers:
“Por aprendizagem significativa entendo uma aprendizagem que é mais do que acumulação de fatos. É uma aprendizagem que provoca modificações (...). É uma aprendizagem penetrante, capaz de alcançar todas as parcelas da sua existência”. (Apud CARVALHO, 2002, p. 10)
Faz-se necessário rever o currículo escolar. Precisa-se de ousadia na
sala de aula. Necessitamos de professores que amem o seu ofício, ainda que
em alguns momentos “briguem” para ser respeitado, reconhecidos e
valorizados social e financeiramente, mas que jamais se permitam boicotar o
seu viver acadêmico tendo como justificativa os baixos e vergonhosos salários
que são oferecidos a categoria. É preciso paixão, compromisso, sentido de
missão para transformar essa realidade educacional que ai estar.
Para Tiba (1999) cuidar é mais que um ato, é uma atitude, portanto
abrange mais que um momento de atenção, de zelo e desvelo. Representa
uma atitude de ocupação, preocupação, responsabilidade e envolvimento
afetivo.
Mais do que de aulas mornas e mortas, os alunos precisam de resposta sobre
quem são, qual o seu papel na sociedade. Ambicionam que a escola os ajudem
a torná-los consciente da sua cidadania e capazes de atuar a partir dela.
Porém o que se vê, na grande maioria das vezes, são professores que não
20
sabem sequer o primeiro nome dos seus alunos. Distantes demais dos anseios
e necessidades desses alunos. Saltine (1999, p.49) afirma o seguinte: “Na
educação o aluno é obrigado a fazer e fazer sem o menor interesse, sendo que
seus interesses nunca são considerados”.
Sabe-se que muitos profissionais trabalham em inúmeras escolas e são
extremamente cobrados em nome de um currículo vazio e pobre que
impossibilita, por vezes, essa aproximação tão necessária.
Acredita-se que se não houver uma reformulação no sistema educacional que
priorize as relações interpessoais, que der condições dignas de trabalho e
salariais aos educadores, o processo de aprendizagem vai continuar sofrendo
grande prejuízo. A verdade é que grande parte desses profissionais correm de
escola em escola, mal tem tempo de preparar um material adequado e isto
exatamente porque ganham muito pouco e precisam está vinculados a várias
instituições de ensino para poder conquistar o mínimo de dignidade financeira
para sua família.
A afetividade está muito presente na nossa vida em todos os campos.
Somos seres sociais, e, como tal, necessitamos uns dos outros para nos
desenvolvermos de modo amplo e equilibrado. Os educadores tem muito mais
que uma profissão, uma missão a ser executada. Deles depende em grande
parte o destino da humanidade, afinal são eles que a instruem.
Todos deveriam se questionar: qual a razão da minha prática
profissional? O que de fato tenho ajudado a construir? Quem não faz essa
reflexão inutiliza seu viver e é escravo do sistema. Apenas cumpre obrigações
e sobrevive. Faz-se necessário lembrar que sobreviver é bem diferente de
VIVER. Viver de modo significativo dá sentido real à existência e nos torna
muito importante socialmente, além de elevar a auto-estima pessoal e
profissional. Leonardo Boff nos lembra:
21
“Cada um hospeda dentro de si uma águia, sente-se portador de um projeto infinito. (...). Há movimentos na política, na educação que pretendem reduzir-nos a simples galinhas”. Porém essa pesquisa ousa perguntar-lhe, quem é você profissionalmente, ÁGUIA OU GALINHA?
22
CAPÍTULO V
Análise dos dados coletados no Colégio Santa Emília de Rodat
Ao iniciarmos a análise pretende-se destacar algumas peculiaridades
desta instituição. Essa escola conta com uma equipe multidisciplinar:
coordenadores, supervisão e psicopedagogo, além de encaminhamento,
quando necessário, para atendimento com psicólogo clínico. Existe também um
plantão pedagógico – atendimento de pais e alunos - desta equipe
multidisciplinar todas as segundas-feiras. Os Encontros de Pais acontecem a
cada final de bimestre. Evidências de uma grande valorização a importância do
diálogo na educação.
Toda equipe técnica tem formação acadêmica se nível superior. Dos
sete professores que participaram da pesquisa, apenas dois já concluíram o
ensino superior. Os demais estão cursando e já possuem o magistério.
Este trabalho tem o objetivo de observar mais de perto uma experiência
positiva sobre o objeto de estudo – AFETIVIDADE NO PROCESSO ESCOLAR.
Para isso privilegiamos a pesquisa qualitativa, recolhemos algumas
informações complementares como: Critérios Professor Destaque, Guia do
Aluno, fotos de atividades escolares e do ambiente físico, fotos que de alguma
forma estavam relacionadas ao tema. A análise dos dados coletados será
realizada sob a ótica dos pesquisadores contemplados neste trabalho
Desde o momento da nossa chegada pela primeira vez a esse colégio
alguns detalhes nos chamaram a atenção. Um deles foi à maneira gentil e
carinhosa com que fomos recepcionados pela equipe técnica. Na porta da
coordenação havia alguns dizeres:
23
Figura 1 – Porta da sala da coordenação - Educação Infantil e Fund I
Fonte: Vitórias Dantas
Sem dúvidas, esses dizeres eram reflexos da pessoa gentil e afetuosa
dentre aquelas que nos receberam – “Tia Mary”. Em muitos outros recantos
havia inscrições carinhosas e calorosas como: “você faz parte da grande e
unida família Santa Emília de Rodat”. Paulo Freire (1979) há muito já nos dizia:
“não há educação sem amor”. E aquela escola reflete muito bem essa frase. A
coordenadora nos levou em algumas salas. Em todas elas fomos recebidos
com a frase: “seja bem vinda a nossa sala”. No intervalo percebemos que no
momento da organização das filas para voltar ás salas de aula, em todas elas,
as meninas estavam à frente, perguntamos então: Qual a razão? A
coordenadora nos informou que: “há um tratamento diferenciado ás mulheres e
isso acontece não porque sejam melhores, apenas diferentes”. O cavalheirismo
é estimulado desde os primeiros anos.
Outro ponto foi o ambiente rico e acolhedor, conforme podemos
perceber na figura 2
24
Figura 2 – Hall da Educação Infantil e Fundamental I
Fonte: Vitórias Dantas
Podemos ver, na figura 3, que havia uma preocupação em comunicar
valores em cada um dos recantos da escola. Percebemos que essas palavras eram usadas de fato no cotidiano escolar, não eram palavras mortas.
25
Figura 3 – Hall do Fundamental I
A relação afetiva estabelecida ali era bem intensa. Tanto na recepção
(chegada 7:00 h) dos alunos quanto na despedida (11:30h) havia a presença
da direção e coordenação pelos corredores dando uma saudação carinhosa,
um abraço, um beijo na cabeça... Os alunos eram chamados pelo nome. O
início da aula começou com algumas canções, história bíblica e também
orações: Pai-nosso e Santa Emília de Rodat. Este procedimento é parte da
rotina diária.
26
Outro ponto a ser destacados é o Prêmio Professor destaque (anexos).
Veja alguns critérios para conquistar esse prêmio:
1. Inovação e metodologia
2. Trata afetuosamente alunos, colegas e pais
3. Realiza orações no 1º e no último horário
4. Envolvimento da disciplina com o projeto “SABER COM SABOR”.
5. Linguagem de educador (não uso de gírias, apelidos, brincadeiras
inadequadas).
Todo aluno matriculado participa de uma conversa com a direção e sua
respectiva coordenadora. Uma forma carinhosa de fazê-lo se sentir parte
importante (recebidos pelos líderes) e integrante “família Santa Emília de
Rodat”. Além disso, existem plantões pedagógicos para pais e alunos todas as
segundas-feiras para tratar sobre qualquer assunto.
O trecho abaixo é parte do Guia do Aluno 2009 (anexo 1)
Plantão Pedagógico
27
Todas as segundas-feiras nossa equipe técnico-pedagógica esta a disposição dos senhores. Pronta a atendê-los.
Horário: 15:00 às 16:30 h.
Esperamos vocês!
Podemos ver a afetividade em cada recanto daquela escola. Apesar de
todas essas minúcias... Lá também existem problemas de comportamentos
inadequados. Dando uma olhada no boletim qualitativo (anexos) dos alunos,
onde são anotadas pela coordenação as ocorrências do bimestre, podemos
constatar essa realidade.
A afetividade é REAL entre educadores e educandos daquela escola.
Existe uma preocupação constante com o emocional de cada aluno. Veja a
categorização dos trechos da pesquisa de campo (apêndices) realizada com as
oito professoras e sua respectiva coordenadora (Educação Infantil e
Fundamental I):
Entrevista realizada com os professores
Em relação à primeira questão, verificamos que 100% dos entrevistados
consideram fundamental a relação entre afetividade e aprendizagem.
Quando perguntados sobre os desafios para uma aprendizagem
significativa (questão 2), diversas foram as respostas, como podemos citar
abaixo:
• Comprometimento da família falta de maturidade
• Ensinar brincando
• Os alunos alcançarem os conteúdos
28
• Os jogos eletrônicos
• A fragilidade das relações afetivas
• A desobediência de alguns alunos
• A falta da capacidade leitora
Percebe-se, entre as respostas, que apenas um entrevistado citou a
fragilidade das relações afetivas como um desafio para uma aprendizagem
significativa. Não se sabe se porque esse lado afetivo é bem desenvolvido no
seu ambiente de trabalho, e, portanto, enumeraram outros desafios
educacionais ou porque de fato consideram as questões citadas acima como
mais relevantes. Embora haja uma dúvida neste sentido, ainda assim podemos
afirmar que, para esse grupo de professores, a afetividade é um aspecto
fundamental (questão 1), porém não é o único ponto a ser considerado em se
tratando de aprendizagem significativa. Esses professores revelam que
possuem uma visão mais ampla e menos simplista do seu viver pedagógico.
Também há uma menção a importância da família como co-participante
nas atividades da escola. Sabemos que deve acontecer uma sintonia entre o
trabalho da escola e o contexto familiar da criança, além da participação direta
dos responsáveis no processo de desenvolvimento escolar. A escola fica muito
limitada em sua atuação se não tiver o apoio da família. “Muitos querem o
perfume das flores, mas não querem sujar suas mãos para cultivá-las. Muitos
querem lugar no pódio, mas desprezam a labuta dos treinos” (CURY, 2007).
Outra questão abordada no questionário se referia as relações afetivas
entre os alunos (questão 3). Sobre essa vivência 75% deles afirmam que os
alunos geralmente se tratam de maneira respeitosa e solidária. Um dos
entrevistados relaciona este fato às “sementes plantadas todos os dias no
coração de cada aluno. Confirma-se, portanto, a força que o exemplo exerce
na vida das pessoas.
29
Quando pedimos para citar uma empresa referência em relações
interpessoais 50% dos educadores afirmaram que, das instituições em que
trabalhou, essa é que revelou maior eficiência na gerência dos seus
relacionamentos. Apenas duas citaram outras empresas.
É um dado bem expressivo, isso porque quando avaliamos alguns
questionários dos educadores que emitiram opiniões diferentes, percebemos
que não entenderam o que fora solicitado e, por isso, emitiram respostas
equivocadas. O que de certa forma nos faz pensar que também poderiam citar
essa instituição, já que em diversos trechos dos seus respectivos questionários
elevam o nome da instituição.
Vejam a forma que esses educadores avaliam o Colégio Santa Emília de
Rodat:
• Nesta empresa há um relacionamento bastante amistoso (dois
entrevistados)
• É uma verdadeira família
• Está sempre voltada para o bom atendimento e sinto-me a vontade
para realizar os meus serviços
• Bastante preocupação com o próximo
• Escola preocupada em unir-se a sociedade
• Olhar singular para cada pessoa que forma
Verificamos ainda que 100% dos entrevistados emitem uma avaliação
positiva da instituição, embora reconheçam que, apesar do esforço coletivo,
ainda assim, há problemas: falta de capacidade leitora, ausência da família...
(respostas questões 3)
30
Educar é um ato que exige AMOR E CONHECIMENTO e esta escola
releva esses dois fundamentos imprescindíveis ao ato pedagógico. Para nós
isto fica claro nas respostas emitidas pelo grupo entrevistado.
Confrontando os conceitos dos teóricos contemplados neste
trabalho – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA - e as definições dadas pelas
educadoras, vemos que ambos os grupos (educadores e pesquisadores)
reconhecem a relevância da afetividade no contexto escolar e o
comprometimento que pode ocorrer caso a prática educativa ignore tal relação.
Outro ponto a ser destacado é que se faz necessário VIVER o
que se fala, não basta gargantear palavras. O exemplo é uma arma poderosa
para construir referenciais positivos ou negativos, por esta razão devemos está
atentos ao nosso viver pedagógico. EDUCAMOS não apenas com palavras... O
que somos grita aos tímpanos daqueles que nos cerca e muitas vezes se torna
impossível sermos “ouvidos”, pois nossos alunos sabem quando são APENAS
PALAVRAS.
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CONCLUSÃO
Nesta pesquisa constatou-se que a afetividade faz toda diferença na
vida das pessoas. Não ser amado compromete todo desenvolvimento humano.
O amor é um bálsamo do viver, é o ingrediente básico para que a vida tenha
significado. O afeto funciona como um energético importante que nos
impulsiona para frente, que nos torna mais confiante apesar das intempéries
que possam vir.
O que a criança sente em relação a si mesma afeta o seu modo de viver.
Uma auto-estima elevada baseia-se na convicção que a criança precisa ser
amada e valorizada. Ao sentir-se competente para lidar consigo mesma e com
o ambiente que a cerca, a criança percebe que tem algo para oferecer aos
outros, por isso mesmo a autoconfiança se fortalece é se torna mais tranqüila a
sua auto-aceitação.
Ter como características pessoais a manutenção de estados emocionais
positivos, alegres, satisfeitos e felizes podem trazer conseqüências benéficas
para educação e para os alunos de maneira específica. Por outro lado,
pessoas infelizes, tristes, tendem a demonstrar maior vulnerabilidade em sua
forma de resolver seus conflitos pessoais e profissionais.
Percebe-se, hoje, que educar significa também preocupar-se com a
construção e organização da dimensão afetiva das pessoas, afinal a escola,
para cumprir o seu papel, deve ser um lugar de vida e, sobretudo, de sucesso e
realizações pessoais para alunos e professores. As relações interpessoais
entre esse dois grupos – educadores e educandos – determinam, em parte, o
resultado da educação formal.
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Diante do estudo, observou-se que uma auto-estima elevada afeta o
modo pelo qual a criança utiliza as habilidades de que dispõe. Outro aspecto
importante a ser considerado é o aspecto dialógico que está presente em todos
os momentos da vida, neste caso particular, das vivências escolares. Refletir
criticamente sobre a vida é uma maneira de reconstruí-la a cada dia.
Desenvolver um ambiente democrático e recheado de co-responsabilidades
facilita o exercício e o entendimento do que seja cidadania.
A escola pesquisada é um bom exemplo do que os livros apontam como
um ambiente propício ao desenvolvimento humano. Seu espaço físico é
bastante limitado, porém a criatividade, o dinamismo e a vontade dos
educadores em oferecer o melhor, transpõem as barreiras da estrutura física. A
sensação que se tem é que aquele espaço é gigantesco, já que os espaços
suscitados coletivamente e dentro de cada um... São INFINITO.
Fique registrada, neste trabalho, a nossa alegria em saber que o Colégio
Santa Emília de Rodat EXISTE. Ele tem feito e fará a diferença na vida de
muitos. Essa referência não é apenas com relação aos alunos, mas também
aos brilhantes profissionais que compõem o quadro funcional daquela
instituição. A eles o nosso mais sincero reconhecimento
Que sejamos capazes de sonhar e de lutar por um mundo melhor para
nós e as futuras gerações. Que jamais nos esqueçamos que existe um
INFINITO EMOCIONAL dentro de cada ser humano. Que é preciso cuidar
desse tesouro imensurável que influencia todas as decisões. Que é preciso
investir tempo para nos conhecermos melhor. Os conteúdos programáticos são
importantes, mas não há nada mais importantes e belo que a pessoa humana.
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BIBLIOGRAFIA
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2000
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Rego, Tereza Cristina. Vygotsky: Uma perspectiva histórico-cultural da
Educação.. Rio de Janeiro. Editora Vozes 11ª edição, 1995
TIBA, Içami. Disciplina: limites na medida certa. São Paulo: Gente, 1999