de verÉ BONITO

Contato com a natureza, esportes radicais e atitudes

de bem com o meio ambiente: conheça a cidade que

é referência em turismo sustentável no Brasil

TEXTO Débora Oliveira

no alto, o buraco das araras, um dos locais mais visitados de bonito. acima, curimbatás no rio da prata, perfeito para a prática de flutuação. na página ao lado, a gruta do lago azul: difícil não se encantar com a beleza do monumento natural

A cidade de Bonito, no Mato Grosso do Sul, faz jus ao nome. Repleta de belezas naturais, é perfeita

para relaxar e desfrutar do contato com o verde. Quem prefere dias mais agitados pode se aventurar

pelas trilhas ou apostar em programações que incluem esportes radicais. Os rios de águas cristalinas

também são atrações imperdíveis e permitem que os turistas vejam de perto a intensa e colorida vida

submarina. Esse cenário exuberante é complementado pelo aconchego da pequena cidade e das aco-

modações que se multiplicam pela região.

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Tudo isso está à disposição dos visitantes – e assim deverá permanecer

por muitos anos. O motivo? Bonito é considerado um exemplo quando

o assunto é sustentabilidade. Desmatamentos, lixo na rua ou quaisquer

outras atitudes que agridam a natureza não são permitidas por aqui. Orga-

nização é a palavra-chave para uma cidade que consegue receber milhares

de turistas por ano sem prejudicar seu ecossistema.

Para visitar o local, é preciso seguir algumas regras básicas. A maior

parte dos passeios deve ser feita com o acompanhamento de guias creden-

ciados. A compra de um voucher (ingresso) padronizado também é im-

prescindível. A dica é fazer as reservas com antecedência para não perder

nenhum detalhe, pois muitas atrações podem receber apenas um número

limitado de visitantes por dia.

Outra boa notícia é que o acesso à cidade é fácil. A maneira mais sim-

ples e rápida de chegar é viajar de avião até Campo Grande e, de lá, pegar

um ônibus ou alugar um carro para percorrer os 310 quilômetros que se-

param Bonito da capital do Mato Grosso do Sul. O aluguel de veículos é

uma boa opção, já que a maior parte dos pontos turísticos fica em fazendas

ou no meio da mata. Veja, a seguir, os principais passeios e aproveite!

flutuar nos rios

As águas de Bonito são tão cristalinas que a cidade tornou-se referên-

cia pela flutuação, experiência imperdível por aqui. O turista recebe uma

roupa especial, que protege da água fria, e um colete salva-vidas, que o

ajuda a boiar de barriga para baixo, com os olhos voltados para o fundo

do rio. As fazendas que realizam esse tipo de passeio fornecem todo o ma-

terial necessário, inclusive o snorkel, equipamento que facilita o percurso.

Desse modo, é possível relaxar e deixar a correnteza guiar seu corpo pelas

curvas do rio, observando a intensa vida animal e vegetal submarina.

Os cursos d’água mais conhecidos para a prática da flutuação são o

Rio da Prata e o Sucuri, ambos localizados em propriedades particulares.

A compra do passeio dá direito a usufruir das charmosas casas de estilo

colonial, antigas sedes das fazendas.

O Rio da Prata conta com uma grande variedade de peixes. São dois

quilômetros de descida em meio a dourados, pintados, pacus, curimbatás,

cascudos, piaus e piraputangas. Antes de começar a deslizar, o turista tem

de escolher uma roupa confortável e se preparar para fazer uma pequena

caminhada observando bromélias, orquídeas, macacos, cotias e quatis. A

acima e abaixo, detalhes do rio da prata, que atrai turistas do mundo inteiro. na página ao lado (em cima), o buraco das araras e, embaixo, visitantes fazem flutuação no rio sucuri

recepção fica na Fazenda Cabeceira do Prata, a 56 quilômetros de Bonito.

Na opção do rio Sucuri, os visitantes são conduzidos por um trecho

de quase dois quilômetros, que são percorridos em cerca de 50 minutos.

Em suas águas, é possível observar uma vasta quantidade de dourados,

pintados, pacus e piraputangas. Além dos peixes, as diferentes espécies de

plantas aquáticas se destacam. A base do passeio é a Fazenda São Geraldo,

a 16 quilômetros do centro da cidade.

buraco das araras

Uma cratera de arenito que abriga grande diversidade de pássaros, so-

bretudo de Araras Vermelhas, chama a atenção e divide espaço com um

lago repleto de jacarés-de-papo-amarelo. Para chegar até o Buraco das

Araras, é preciso percorrer uma trilha ecológica de 900 metros de exten-

são em meio ao cerrado. Esse caminho leva os visitantes a dois mirantes

instalados estrategicamente para a contemplação do ponto turístico.

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a partir do alto, turistas mergulham no abismo anhumas; gastam energia com a prática de boia-cross; e ainda podem saborear as iguarias do restaurante casa do joão: o filé de jacaré está entre as mais pedidas. à direita, a queda-d’água boca da onça, com 156 metros de altura

acima, gruta do lago azul, considerada a maior galeria submersa do mundo

É comum o guia estar munido de binóculos para emprestar aos turistas

e, assim, deixar a experiência ainda mais completa.

A área de recepção do Buraco das Araras, que fica a 53 quilôme-

tros do centro de Bonito, oferece bar, loja e sanitários. Na maioria das

vezes, o passeio é realizado junto com a flutuação no Rio da Prata, pois

os atrativos estão a apenas 5 quilômetros de distância um do outro.

gruta do lago azul

Considerada a maior galeria submersa do mundo, a 20 quilômetros

de Bonito, a Gruta do Lago Azul é uma caverna com 100 metros de

largura. O passeio inclui a descida até o lago por uma escada rústica.

Durante o percurso, um guia conta diversas curiosidades sobre o local

e explica suas formações geológicas. Entre as histórias, está a origem

desconhecida do lago: ninguém sabe ao certo de onde vêm suas águas,

embora a aposta seja na existência de um rio subterrâneo.

À beira do lago, sua coloração azul intensa confunde os turistas. É

possível ver o fundo, o que faz com que a profundidade pareça bem

menor do que realmente é – 90 metros. O número de visitantes diá-

rios é rigorosamente controlado na gruta.

e tem mais!

Além dos passeios famosos, nos arredores de Bonito é possível fa-

zer rafting e boia-cross nas águas calmas do rio Formoso ou passar o dia

curtindo as cachoeiras dos rios Peixe e Prata ou do Balneário Municipal.

Hotéis-fazenda, pousadas e restaurantes com comida típica – os peixes de

rio, claro – completam o passeio. O restaurante Casa do João oferece ain-

da porções de filé de jacaré para quem quiser provar a iguaria exótica. Para

os que gostam de ir às compras, o artesanato produzido pelos índios das

tribos terena e kadiwéu são os destaques do comércio local, assim como

os móveis rústicos feitos com madeiras nobres reaproveitadas.

abismo anhumas

Situado a 23 quilômetros de Bonito, o abismo é uma caverna cujo

acesso se dá somente por rapel em uma fenda existente na rocha. A

descida – de 72 metros até o deque sobre o lago de água cristalina –

oferece uma visão única e panorâmica da caverna. O lago tem 80 me-

tros de profundidade e, para mergulhadores certificados, é possível

descer até 18 metros. Para os demais, a dica é embarcar em um bote

e observar os cones de calcário que preenchem o entorno do lago. A

aventura exige preparo físico e treinamento prévio.

boca da onça

O recanto ecológico é conhecido por seus atrativos naturais, com

dezenas de cachoeiras de águas cristalinas. O passeio principal inclui

uma trilha feita pela mata preservada, passando por cachoeiras, pelo

cênico rio Salobra, por pontos em que é possível se banhar em pis-

cinas naturais e pela mais alta cachoeira do estado: a Boca da Onça,

com 156 metros de altura. Localizada a 55 quilômetros de Bonito, a

fazenda que propicia o passeio oferece ainda a opção de praticar rapel,

para os amantes desse esporte radical.

Prefeitura Municipal de Bonito: Tel. 67 3255-1351 Site: www.bonito.ms.gov.brAgência AR: Tel. 67 3255-1008 Site: www.agenciaarbonito.com.br

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