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DIREÇÃO E VELOCIDADE DO VENTO EM UM RECORTE URBANO DA
CIDADE DE JOÃO PESSOA – PB
Manuela de Luna Freire Duarte (1); Solange Maria Leder (2);
(1) Mestranda em Arquitetura e Urbanismo – Universidade Federal da Paraíba, Brasil. E-mail: [email protected]
(2) Departamento de Arquitetura e Urbanismo – Universidade Federal da Paraíba, Brasil. E-mail: [email protected]
RESUMO
Sabe-se que a constante modificação da morfologia e a falta de planejamento urbano implicam em
significativa alteração da ventilação natural, que por sua vez tem como conseqüência alterações no
comportamento térmico de uma determinada parcela urbana. Estudos que buscam caracterizar como as
variáveis ambientais se comportam no meio urbano geram conhecimento que pode ser utilizado no
planejamento urbano apropriado ao aproveitamento dos recursos naturais. Este trabalho consiste na análise
do comportamento da ventilação em um recorte urbano na cidade de João Pessoa. A área em estudo
compreende uma praça e o seu entorno, doze pontos de medição foram escolhidos: um ponto fixo no centro
da praça e doze pontos no entorno, medidos através de percurso móvel. As medições compreendem o
intervalo de uma semana no período de verão, os dados observados em campo da direção e velocidades dos
ventos foram correlacionados com mapas temáticos da área em estudo. Confirma-se que a forma urbana
encontrada na área, principalmente o gabarito das edificações, influencia significativamente no deslocamento
das massas de ar incidentes na cidade.
ABSTRACT
It’s known that the constant change in the morphology and the lack of a proper urban planning for cities
condition significantly the ventilation, and has the effect of changing the thermal behavior of a urban area.
Studies that seek to characterize how the environmental variables behave in an urban environment can give a
more specific view of the site and contribute to a more suitable urban planning. This paper presents partial
results of the dissertation objects "Behavior of a cutout urban microclimate: Case Study Silvio Porto Square
and its surroundings in Joao Pessoa – PB”, under development at the Graduate Program in Architecture and
Urbanism in UFPB. Thus, the ventilation features found in a clipping of the city of João Pessoa - PB,
through the methodology Katzschner (1997), using thematic maps that define the chosen urban area and the
methodology for measuring microclimate of outdoor furniture. Correlate thematic maps with observed data
of direction and speed of the winds. It is confirmed that the way urban area, particularly the feedback of the
buildings, greatly influence the displacement of air masses incidents in the city.
1 INTRODUÇÃO
Em João Pessoa, a predominância dos ventos é a 150º sofrendo mudança em alguns meses do ano para 120º
(SILVA, 199). As mudanças de direção dos ventos e das precipitações de uma região se verificam na camada
limite da atmosfera (CLA), então a altura da CLA aumenta com o incremento da rugosidade do solo e as
velocidades do ar aumentam com a altitude, até a camada limite, a partir da qual permanecem mais ou menos
constantes.
A direção e a velocidade do vento sofrem modificações na cidade principalmente por causa do atrito
acrescido provocado por uma rugosidade maior na superfície urbana (OKE, 1987). O aumento desta
rugosidade da superfície da terra, provocado pela urbanização, faz com que sua velocidade de deslocamento
inicial do vento seja reduzida, devido à perda de energia no atrito, e seu modelo de circulação seja alterado.
Neste caso, quanto mais rugoso é o solo maior o atrito e menor a velocidade do ar próxima à superfície.
No entanto, podem também ocorrer acelerações em ruas por onde o vento é canalizado ou por turbilhões que
se formam a barlavento ou a sotavento dos obstáculos, como os edifícios, presentes no meio urbano. De
acordo com GIVONI (1998). Em relação à ventilação, quando as ruas são paralelas à direção do vento se cria
uma passagem livre de obstáculos através do qual os ventos predominantes podem penetrar na área intra-
urbana.
Uma edificação isolada é suficiente para interferir no comportamento dos ventos em um local. As
edificações próximas relacionam-se entre si, gerando as chamadas zonas de calmaria, que podem ser
resultado, além das edificações, de acidentes geográficos ou massas vegetais. Peregrino (2005) afirma que as
zonas de calmarias adicionadas a outros atributos da forma urbana podem provocar elevação da temperatura
nas cidades e gerar o fenômeno “ilha de calor”, capaz de dificultar ou até impedir a troca de ar entre a cidade
e o entorno não urbanizado, acarretando assim um processo interno viciado de circulação de ar.
Estudos antecedentes já comprovaram que o processo de urbanização altera o escoamento dos ventos,
elevando a CLA e reduzindo a velocidade próxima a superfície (CHANDLER, 1976). VIDAL (1991)
identificou ilhas de calor no tecido urbano de Natal, chamando atenção para a necessidade do incremento da
ventilação natural como forma de amenização dos seus efeitos. SAMPAIO (1981), SILVA (1999),
CORBELLA E YANNAS (2003), CARVALHO (2005) comprovam em suas pesquisas que a forma urbana
condiciona o efeito da ventilação nas cidades, influenciando diferentemente no comportamento térmico de
cada recorte urbano. Com isso, este estudo tem como objetivo caracterizar o comportamento da direção e
velocidade do vento em um determinado recorte urbano da cidade de João Pessoa – PB, correlacionando-o
com as características morfológicas encontradas na área.
2 METODOLOGIA
A metodologia utilizada está estruturada em quatro etapas de trabalh
tem-se a caracterização da área, em seguida o planejamento das medições das variáveis climatológicas, e a
análise dos dados observados.
2.1 Objeto de estudo
Corresponde a um recorte urbano no entorno imediato da Pra
em João Pessoa – PB. Sob a coordenada 7°6'20"S
Zona Leste que conta hoje com uma área total de 2,3km2, abrigando 70 ruas e uma população de
aproximadamente 23.000 pessoas.
Figura 1 - (A) Mapa da cidade de João Pessoa com destaque para o bairro de Manaíra. (B) Mapa do bairro de Manaíra
com destaque para a Praça Silvio Porto.
A definição do recorte urbano resulta de variáveis como área total, tipologia do entorno imediato, quantidade
de massa vegetal e uso predominante. Dentre as opções existentes, no bairro de Manaíra, a Praça Silvio Porto
apresenta maior área e quantidade de
2.2 Caracterização da área de estudo.
Para a delimitação do recorte espacial da área de entorno da praça, optou
centro da Praça. De modo que esta delimitação
pesquisadores. Em seguida, fez-se a caracterização do sítio urbano escolhido, baseando
de Oliveira (1988) e Katzschner (1997)
representados através de mapas, utilizando
desta área as componentes físico-ambientais e morfológicas analisadas são: topogra
das edificações, áreas verdes e tipo de recobrimento do solo.
está estruturada em quatro etapas de trabalho. Após a definição do objeto de estudo,
se a caracterização da área, em seguida o planejamento das medições das variáveis climatológicas, e a
orresponde a um recorte urbano no entorno imediato da Praça Silvio Porto, localizada no bairro de Manaíra
PB. Sob a coordenada 7°6'20"S 34°50'4"W, a 3km do centro. Manaíra é um bairro da
Zona Leste que conta hoje com uma área total de 2,3km2, abrigando 70 ruas e uma população de
(A) Mapa da cidade de João Pessoa com destaque para o bairro de Manaíra. (B) Mapa do bairro de Manaíra
com destaque para a Praça Silvio Porto. (Fonte: PMJP e LEPAN – UFPB)
A definição do recorte urbano resulta de variáveis como área total, tipologia do entorno imediato, quantidade
de massa vegetal e uso predominante. Dentre as opções existentes, no bairro de Manaíra, a Praça Silvio Porto
apresenta maior área e quantidade de vegetação.
Caracterização da área de estudo.
Para a delimitação do recorte espacial da área de entorno da praça, optou-se por adotar um raio de 250m do
entro da Praça. De modo que esta delimitação fosse uma distância que pudesse ser percorrida a pé pelo
se a caracterização do sítio urbano escolhido, baseando
Katzschner (1997). Segundo o último autor, os principais atributos da forma urbana são
representados através de mapas, utilizando-os na análise qualitativa da área escolhida.
ambientais e morfológicas analisadas são: topogra
das edificações, áreas verdes e tipo de recobrimento do solo.
o. Após a definição do objeto de estudo,
se a caracterização da área, em seguida o planejamento das medições das variáveis climatológicas, e a
ça Silvio Porto, localizada no bairro de Manaíra
34°50'4"W, a 3km do centro. Manaíra é um bairro da
Zona Leste que conta hoje com uma área total de 2,3km2, abrigando 70 ruas e uma população de
(A) Mapa da cidade de João Pessoa com destaque para o bairro de Manaíra. (B) Mapa do bairro de Manaíra
A definição do recorte urbano resulta de variáveis como área total, tipologia do entorno imediato, quantidade
de massa vegetal e uso predominante. Dentre as opções existentes, no bairro de Manaíra, a Praça Silvio Porto
se por adotar um raio de 250m do
uma distância que pudesse ser percorrida a pé pelos
se a caracterização do sítio urbano escolhido, baseando-se nas metodologias
Segundo o último autor, os principais atributos da forma urbana são
os na análise qualitativa da área escolhida. Na caracterização
ambientais e morfológicas analisadas são: topografia, uso do solo, altura
2.3 Planejamento das medições
A escolha dos períodos e horários de medição tem como base a análise dos resultados encontrados em Silva
(1999) e Carvalho (2001). Escolhendo-se assim os meses de Fevereiro, como característico da estação seca e
Maio/Junho como da estação chuvosa. Ainda baseado em Silva (1999) e Carvalho (2001), utiliza-se o
sistema de transectos móveis, com percursos urbanos delimitados pelos pontos escolhidos durante oito dias
consecutivos em três horários específicos: 8h as 9h – 14h as 15h – 20h as 21h.
Considerando o número de equipamentos disponíveis e o número de pontos de medições, adicionando alguns
minutos intervalo de tempo para deslocamento de um ponto a outro entre as tomadas das medidas,
determinou-se o número de pontos que cada percurso faria, no caso foram quatro pontos para cada transecto.
Tendo as medições um tempo determinado de 10 minutos por ponto, calcularam-se mais vinte minutos de
deslocamento, de um ponto a outro, já que este seria feito a pé e chegou-se a um tempo final de uma hora de
medição, em cada período. Com os dados de direção e velocidade dos ventos de 10 minutos em cada ponto,
foi possível se utilizar, para a análise dos dados, a moda dos valores observados em cada período para todos
os pontos. Ao mesmo tempo em que uma estação meteorológica fixa instalada no interior da praça, munida
de datalogger, registra medidas de velocidade e direção do vento a cada dez minutos. Como controle será
também observado as medições efetuadas, no mesmo período, na estação do INMET, localizada no bairro
Bessa, vizinho à área desse estudo.
2.4 Equipamentos de medição
Foram utilizadas três estações climatológicas, da marca La Crosse/Technology, além de uma Estação Davis
do tipo WeatherLink® for Vantage Pro®. As primeiras foram utilizadas nas medições móveis de direção e
velocidade dos ventos. A segunda foi instalada no interior da Praça Silvio Porto para a coleta das mesmas
variáveis de dez em dez minutos.
Nas medições das variáveis microclimáticas, em cada ponto do transecto, faz-se registro de dez medidas de
velocidade e direção dos ventos. Sendo registrada também a condição de céu no momento da medição e se o
ponto encontrava-se exposto à radiação solar ou à sombra de algum elemento da forma urbana.
Para o posicionamento dos tripés em cada ponto foi marcado no piso da rua, com ajuda de uma bússola, o
norte de cada local. A marcação deve ser realizada alguns dias antes do período das medições, com objetivo
de facilitar a locação dos equipamentos. No momento das medições a locação é aferida através do
alinhamento do norte geográfico do cata-vento da estação (instalada nos tripés) sobre o vetor indicado no
piso de cada ponto do transecto. Dessa forma, fica garantida a precisão da orientação e da repetição da
medição no ponto. Para a estação fixa, usa-se o mesmo procedimento, porém apenas no momento de sua
instalação. O uso da bússola em todas as medições móveis demandaria um tempo maior disponibilizado para
cada ponto, o que inviabilizaria a tomada de todos os pontos em uma hora.
2.5 Medições na Estação de Referência
Simultaneamente às medições nos pontos selecionados na ár
medidos em uma estação de referência. A estação mais próxima da área de estudo se situa no Ministério da
Agricultura e é operada pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), trata
meteorológica de observação de superfície convencional. Os dados são disponibilizados no site do INMET
(http://www.inmet.gov.br).
2.6 Escolha dos pontos de medição
A partir da definição das características da área de estudo e com os dados levantados em campo, procedeu
a eleição dos pontos para o levantamento dos dados climáticos. A escolha dos pontos foi feita através do
levantamento de campo, análise dos mapas qualitativos, fotos aéreas, entre outros. A quantidade de pontos
foi estipulada em função da disponibilidade d
pontos os seguintes critérios foram adotados: localização nos vetores de ventilação predominante
barlavento e sotavento, características similares de piso (concreto no revestimento da via) e co
entorno, um ponto no interior da praça.
Foram escolhidos treze pontos de medição, sendo um fixo com as estações Davis no interior da Praça Silvio
Porto, nomeado de ponto D e doze pontos em três transectos móveis. Os pontos móveis foram nomea
acordo com seu transecto (figura 2). Procurou
distâncias gradativas relativamente parecidas em relação à praça comparando
posicionados a barlavento e a sotavento. Todas as informações coletadas nos pontos selecionados foram
anotadas numa ficha de caracterização do po
Figura 2
Medições na Estação de Referência
Simultaneamente às medições nos pontos selecionados na área de estudo, foram tomados os registros
medidos em uma estação de referência. A estação mais próxima da área de estudo se situa no Ministério da
Agricultura e é operada pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), trata
de observação de superfície convencional. Os dados são disponibilizados no site do INMET
Escolha dos pontos de medição
A partir da definição das características da área de estudo e com os dados levantados em campo, procedeu
a eleição dos pontos para o levantamento dos dados climáticos. A escolha dos pontos foi feita através do
levantamento de campo, análise dos mapas qualitativos, fotos aéreas, entre outros. A quantidade de pontos
foi estipulada em função da disponibilidade de equipamento e pessoal para executá
pontos os seguintes critérios foram adotados: localização nos vetores de ventilação predominante
barlavento e sotavento, características similares de piso (concreto no revestimento da via) e co
entorno, um ponto no interior da praça.
Foram escolhidos treze pontos de medição, sendo um fixo com as estações Davis no interior da Praça Silvio
Porto, nomeado de ponto D e doze pontos em três transectos móveis. Os pontos móveis foram nomea
acordo com seu transecto (figura 2). Procurou-se localizar os pontos de forma que eles pudessem representar
distâncias gradativas relativamente parecidas em relação à praça comparando-os os dois transectos que foram
avento. Todas as informações coletadas nos pontos selecionados foram
anotadas numa ficha de caracterização do ponto em relação ao espaço urbano.
Figura 2 - Mapa de localização dos pontos de medição
ea de estudo, foram tomados os registros
medidos em uma estação de referência. A estação mais próxima da área de estudo se situa no Ministério da
Agricultura e é operada pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), trata-se de uma estação
de observação de superfície convencional. Os dados são disponibilizados no site do INMET
A partir da definição das características da área de estudo e com os dados levantados em campo, procedeu-se
a eleição dos pontos para o levantamento dos dados climáticos. A escolha dos pontos foi feita através do
levantamento de campo, análise dos mapas qualitativos, fotos aéreas, entre outros. A quantidade de pontos
e equipamento e pessoal para executá-las. Para a seleção dos
pontos os seguintes critérios foram adotados: localização nos vetores de ventilação predominante –
barlavento e sotavento, características similares de piso (concreto no revestimento da via) e configuração do
Foram escolhidos treze pontos de medição, sendo um fixo com as estações Davis no interior da Praça Silvio
Porto, nomeado de ponto D e doze pontos em três transectos móveis. Os pontos móveis foram nomeados de
se localizar os pontos de forma que eles pudessem representar
os os dois transectos que foram
avento. Todas as informações coletadas nos pontos selecionados foram
2.7 Tratamento dos dados
Os dados observados foram transferidos para o
gerar a rosa dos ventos e o gráfico de distribuição de freqüência da velocidade dos ventos para cada um dos
pontos escolhidos. Estes facilitaram a leitu
mapas morfológicos produzidos na segunda etapa desta metodologia.
3 ANÁLISE DE RESULTADO
3.1 Caracterização da área de Entorno da Praça Silvio Porto
Foram produzidos mapas temáticos
fornecidas pelo governo municipal e levantamentos
gabarito das edificações, áreas verdes,
apresenta diversos tipos de uso (residencial, comercial, serviço e institucional), além de alguns terrenos sem
edificações e/ou em processo inicial de constr
residências térreas a edificações com até 33 pavimentos. Fato a se destacar é a concentração de edifícios
altos nas vias perimetrais à praça. A massa vegetal, encontrada no entorno da praça, é com
de pequeno e médio porte. No perímetro da praça e no seu interior, além da vegetação de pequeno e médio
porte, observa-se a presença de vegetação rasteira do tipo grama e árvores de grande porte, como Oitis, Ipês
e Castanholas. As vias são revestidas com materiais impermeáveis, como concreto ou asfalto. A topografia
do local é regular, pois o bairro encontra
3.2 Caracterização dos pontos de medição
Os pontos dos transectos móveis fo
variáveis observadas em cada um dos pontos
pode-se constatar o fator de céu visível e
de caracterização ainda é possível localizar o ponto em relação á área total de estudo,
o uso predominante no entorno imediato do ponto.
Localização: Av. Sapé, Manaíra (Rua de entorno
Dist. Linear centro da Praça: 54 metros
Os dados observados foram transferidos para o software Wrplot View (Lakes Enviromental)
gráfico de distribuição de freqüência da velocidade dos ventos para cada um dos
pontos escolhidos. Estes facilitaram a leitura dos dados de ventilação possibilitando correlacioná
mapas morfológicos produzidos na segunda etapa desta metodologia.
ANÁLISE DE RESULTADOS
Caracterização da área de Entorno da Praça Silvio Porto
temáticos de caracterização da área, através de dad
pelo governo municipal e levantamentos in loco. Produziu-se mapas de uso das edifica
, áreas verdes, recobrimento do solo e topografia. O entorno da praça escolhida
apresenta diversos tipos de uso (residencial, comercial, serviço e institucional), além de alguns terrenos sem
edificações e/ou em processo inicial de construção considerado aqui como terrenos vazios
residências térreas a edificações com até 33 pavimentos. Fato a se destacar é a concentração de edifícios
altos nas vias perimetrais à praça. A massa vegetal, encontrada no entorno da praça, é com
de pequeno e médio porte. No perímetro da praça e no seu interior, além da vegetação de pequeno e médio
se a presença de vegetação rasteira do tipo grama e árvores de grande porte, como Oitis, Ipês
o revestidas com materiais impermeáveis, como concreto ou asfalto. A topografia
do local é regular, pois o bairro encontra-se situado em área plana.
terização dos pontos de medição
Os pontos dos transectos móveis foram caracterizados em uma ficha, onde pode-se
em cada um dos pontos, exemplificada pela figura 3. Pela máscara solar do ponto,
e céu visível e quantas horas o ponto recebe de insolação durante o dia. Pela ficha
é possível localizar o ponto em relação á área total de estudo,
o uso predominante no entorno imediato do ponto.
PONTO A1
Av. Sapé, Manaíra (Rua de entorno leste da praça)
54 metros
software Wrplot View (Lakes Enviromental) com objetivo de
gráfico de distribuição de freqüência da velocidade dos ventos para cada um dos
ra dos dados de ventilação possibilitando correlacioná-los com
de dados cadastrais e plantas
se mapas de uso das edificações,
O entorno da praça escolhida
apresenta diversos tipos de uso (residencial, comercial, serviço e institucional), além de alguns terrenos sem
ução considerado aqui como terrenos vazios. O gabarito é de
residências térreas a edificações com até 33 pavimentos. Fato a se destacar é a concentração de edifícios
altos nas vias perimetrais à praça. A massa vegetal, encontrada no entorno da praça, é composta por árvores
de pequeno e médio porte. No perímetro da praça e no seu interior, além da vegetação de pequeno e médio
se a presença de vegetação rasteira do tipo grama e árvores de grande porte, como Oitis, Ipês
o revestidas com materiais impermeáveis, como concreto ou asfalto. A topografia
se observar as principais
Pela máscara solar do ponto,
recebe de insolação durante o dia. Pela ficha
é possível localizar o ponto em relação á área total de estudo, o recobrimento da via e
FCV = 0,79
Uso Predominante entorno: Residencial
Revestimento do piso da via: Calçamento (paralelepípedo)
Revestimento do Muro: ( x ) Inexistente ( ) Concreto ( ) Pintura ( )
Fluxo de Pedestres: ( )Fraco ( ) Médio (x) Intenso
Fluxo de veículos: ( )Fraco ( ) Médio (x) Intenso
Vegetação Pública: ( ) Inexistente ( ) Rala ( ) Média (x) Densa
Sentido da via: (x) Norte
Largura da via: ( ) 5m (x) 7m
Horas de Insolação: Pela Manhã: 10
Figura 3 - Ficha de Caracterização do Ponto A1.
3.3 Tratamento dos dados de ventilação
Para cada ponto de medição, incluindo
gráfico de distribuição de freqüência de velocidade dos ventos. São três períodos e oito dias de observação
no entorno da Praça Silvio Porto, em Manaíra, João Pessoa
comparados com a direção da ventilação predominante em João Pessoa (figura 05).
Figura 4 – Rosa dos Ventos para cidade de João Pessoa (Fonte: Peregrino, 2005).
Na figura 5, a seguir, tem-se a rosa dos ventos e o grá
referencia do INMET.
Figura 5 – Rosa dos Ventos e gráfico de distribuição de freqüência da velocidade dos ventos no ponto A1
Residencial
Calçamento (paralelepípedo)
( x ) Inexistente ( ) Concreto ( ) Pintura ( ) Pedra ( ) Cerâmica
( )Fraco ( ) Médio (x) Intenso
( )Fraco ( ) Médio (x) Intenso
( ) Inexistente ( ) Rala ( ) Média (x) Densa
(x) Norte-Sul ( ) Leste-Oeste
( ) 5m (x) 7m
Pela Manhã: 10-12hrs A Tarde: 12-17:30hrs Total no dia: 7:30hrs
Ficha de Caracterização do Ponto A1.
Tratamento dos dados de ventilação
Para cada ponto de medição, incluindo-se a estação de referência do INMET, gerou-
gráfico de distribuição de freqüência de velocidade dos ventos. São três períodos e oito dias de observação
no entorno da Praça Silvio Porto, em Manaíra, João Pessoa – PB. Os resultados das medições foram
entilação predominante em João Pessoa (figura 05).
Rosa dos Ventos para cidade de João Pessoa (Fonte: Peregrino, 2005).
a rosa dos ventos e o gráfico de freqüência do ponto A1 e do ponto de
Rosa dos Ventos e gráfico de distribuição de freqüência da velocidade dos ventos no ponto A1
-se a rosa dos ventos e o
gráfico de distribuição de freqüência de velocidade dos ventos. São três períodos e oito dias de observação
PB. Os resultados das medições foram
Rosa dos Ventos para cidade de João Pessoa (Fonte: Peregrino, 2005).
fico de freqüência do ponto A1 e do ponto de
Rosa dos Ventos e gráfico de distribuição de freqüência da velocidade dos ventos no ponto A1.
Figura 6 – Rosa dos Ventos e gráfico de distribuição de freqüência da velocidade dos ventos
A Figura 7 apresenta um resumo do comportamento da ventilação
das edificações, no recorte urbano em análise, nos oito dias de medição, as principais observações são:
a) Segundo estudos anteriores a direção dos ventos predominante para a cidade de João Pessoa é Sudeste.
Essa direção foi encontrada nas medições da estação do INMET e nos pontos B1, B3 e B4. Porém, nos
outros pontos do recorte urbano em análise, essa direção é alterada para:
Direção predominante Sudoeste = pontos A1, A2, A3, A4, C1 e C3.
Direção predominante Sul = ponto B2
Direção predominante Sul - Sudoeste
Direção predominante Sul-Sudeste = ponto D (centro da praça).
b) Os pontos com direção dos ventos predominante a Sudoeste, A1, A2, A3, A4, C1 e C3, estão em vias com
sentido norte-sul ou no entorno a sotav
c) O único ponto no entorno imediato
alterada, em relação à predominante de João Pessoa, B4, está
d) Os três pontos que estão locados em
exceto C1, no entorno imediato da Praça (na via que margeia) e
e) Verifica-se que do transecto a barlavento da Praça, três pontos mantiveram a direção encontrada no ponto
de referência do INMET. A barlavento da Praça Silvio,
menor gabarito - casas térreas e edificações
transectos A e C, pode-se perceber uma grande variação
entorno imediato da Praça, a influência dessa configuração é observada na direção dos ventos nesses pontos,
alterada em relação à direção predominante e registrada na estação de referência do INMET.
Rosa dos Ventos e gráfico de distribuição de freqüência da velocidade dos ventos do ponto de referência do INMET
apresenta um resumo do comportamento da ventilação relacionando-o com o mapa de gabarito
, no recorte urbano em análise, nos oito dias de medição, as principais observações são:
a) Segundo estudos anteriores a direção dos ventos predominante para a cidade de João Pessoa é Sudeste.
foi encontrada nas medições da estação do INMET e nos pontos B1, B3 e B4. Porém, nos
outros pontos do recorte urbano em análise, essa direção é alterada para:
Direção predominante Sudoeste = pontos A1, A2, A3, A4, C1 e C3.
o B2
Sudoeste = ponto C4
Sudeste = ponto D (centro da praça).
Os pontos com direção dos ventos predominante a Sudoeste, A1, A2, A3, A4, C1 e C3, estão em vias com
sul ou no entorno a sotavento da praça.
imediato da praça (ou seja, nas vias que a margeiam) que não teve sua direção
alterada, em relação à predominante de João Pessoa, B4, está a barlavento da Praça Silvio Porto.
Os três pontos que estão locados em vias leste-oeste não sofreram modificações na direção dos ventos,
no entorno imediato da Praça (na via que margeia) e a sotavento da praça.
barlavento da Praça, três pontos mantiveram a direção encontrada no ponto
de referência do INMET. A barlavento da Praça Silvio, transecto B, é onde se localiza
casas térreas e edificações até dois pavimentos. A sotavento e alinhamento da Praça,
erceber uma grande variação no gabarito das edificações, principalmente no
entorno imediato da Praça, a influência dessa configuração é observada na direção dos ventos nesses pontos,
em relação à direção predominante e registrada na estação de referência do INMET.
ponto de referência do INMET.
o com o mapa de gabarito
, no recorte urbano em análise, nos oito dias de medição, as principais observações são:
a) Segundo estudos anteriores a direção dos ventos predominante para a cidade de João Pessoa é Sudeste.
foi encontrada nas medições da estação do INMET e nos pontos B1, B3 e B4. Porém, nos
Os pontos com direção dos ventos predominante a Sudoeste, A1, A2, A3, A4, C1 e C3, estão em vias com
que não teve sua direção
barlavento da Praça Silvio Porto.
oeste não sofreram modificações na direção dos ventos,
a sotavento da praça.
barlavento da Praça, três pontos mantiveram a direção encontrada no ponto
, é onde se localizam as edificações com
A sotavento e alinhamento da Praça,
das edificações, principalmente no
entorno imediato da Praça, a influência dessa configuração é observada na direção dos ventos nesses pontos,
em relação à direção predominante e registrada na estação de referência do INMET.
e) Utilizando-se da escala de Beautfort, verifica
freqüência de brisas leves (de 1,8 a 3,3 m/s). Situação encontrada também em A1, A2, A3, B2, B3 e B4.
Enquanto o restante dos pontos apresentou maiores freqüências de aragens (de 0,6 a 1,7m/s).
g) A Praça Silvio Porto, não favoreceu
sotavento, que tiveram uma freqüência maior de aragens. Enquanto os três pontos nas ruas perimetrais (a
barlavento e no alinhamento) da praça, A1, A2 e B4 apresentaram uma freqüência maior de brisas leves.
Figura 7 – Mapa com o comportamento predom
edificações no recorte urbano em análise.
4 CONCLUSOES
Na análise do comportamento da v
compreende uma praça e o seu entorno,
praça e doze pontos no entorno, medidos através de percurso móvel.
período de verão, os dados observados foram
edificações, gabarito das edificações
perceber que a direção do vento predominante em João Pessoa é Sudeste
medições na estação do INMET, tomada como referência para este trabalho. Analisando a condição da
ventilação no recorte urbano escolhido pode
da ventilação predominante, os locais onde o gabarito é menor e no centro da praça a direção do vento
permanece a predominante, enquanto nos pontos próximos as edificações de ga
se da escala de Beautfort, verifica-se que no ponto de referencia do INMET, há uma maior
reqüência de brisas leves (de 1,8 a 3,3 m/s). Situação encontrada também em A1, A2, A3, B2, B3 e B4.
Enquanto o restante dos pontos apresentou maiores freqüências de aragens (de 0,6 a 1,7m/s).
não favoreceu como elemento acelerador da ventilação para os pontos localizados
que tiveram uma freqüência maior de aragens. Enquanto os três pontos nas ruas perimetrais (a
barlavento e no alinhamento) da praça, A1, A2 e B4 apresentaram uma freqüência maior de brisas leves.
Mapa com o comportamento predominante da direção da ventilação relacionado com o mapa de gabarito de altura das
a análise do comportamento da ventilação em um recorte urbano na cidade de
compreende uma praça e o seu entorno, escolheram-se treze pontos de medição: um ponto fixo no centro da
praça e doze pontos no entorno, medidos através de percurso móvel. Medidos durante
período de verão, os dados observados foram correlacionados com mapas temáticos
edificações, áreas verdes, recobrimento do solo e topografia
direção do vento predominante em João Pessoa é Sudeste – direção confirmada com
, tomada como referência para este trabalho. Analisando a condição da
ventilação no recorte urbano escolhido pode-se claramente confirmar a influência do gabarito
da ventilação predominante, os locais onde o gabarito é menor e no centro da praça a direção do vento
permanece a predominante, enquanto nos pontos próximos as edificações de gabarito maior a direção do
se que no ponto de referencia do INMET, há uma maior
reqüência de brisas leves (de 1,8 a 3,3 m/s). Situação encontrada também em A1, A2, A3, B2, B3 e B4.
Enquanto o restante dos pontos apresentou maiores freqüências de aragens (de 0,6 a 1,7m/s).
elemento acelerador da ventilação para os pontos localizados a
que tiveram uma freqüência maior de aragens. Enquanto os três pontos nas ruas perimetrais (a
barlavento e no alinhamento) da praça, A1, A2 e B4 apresentaram uma freqüência maior de brisas leves.
inante da direção da ventilação relacionado com o mapa de gabarito de altura das
urbano na cidade de João Pessoa, que
: um ponto fixo no centro da
Medidos durante uma semana do
orrelacionados com mapas temáticos produzidos (uso das
recobrimento do solo e topografia). Assim, pode-se
direção confirmada com as
, tomada como referência para este trabalho. Analisando a condição da
influência do gabarito sobre a direção
da ventilação predominante, os locais onde o gabarito é menor e no centro da praça a direção do vento
barito maior a direção do
vento não segue a direção predominante. E ainda que a Praça Silvio Porto, como espaço livre (aberto) no
recorte urbano estudado, não é suficiente para permitir que a ventilação, ao atravessar esse espaço, possa
“retornar” à direção predominante do vento. Em relação à velocidade do ar encontrada nos pontos escolhidos
dentro do recorte urbano analisado, viu-se que a Praça Silvio Porto não favoreceu como elemento acelerador
da ventilação para os pontos localizados a sotavento, que tiveram uma freqüência maior de aragens
(utilizando-se da escala de Beautfort).
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