Dinâmica de Ekman

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6/26/10 1 DINÂMICA DE EKMAN 1. Turbulência cisalhante 2. O perfil logarítmico 3. Fricção e rotação 4. A camada de Ekman de fundo 5. Generalização para um fluxo não homogêneo. DINÂMICA FÍSICA DO OCEANO – AULA 5 CONTEÚDO DINÂMICA FÍSICA DO OCEANO – AULA 5 Sistemas de fluidos geofísicos são primariamente horizontais. a fricção entre o movimento horizontal e o limite de fundo um processo inevitável. A fricção reduz a velocidade na proximidade do fundo e cria um cisalhamento na velocidade vertical. Matematicamente, se u é a componente da velocidade na dimensão x e z a elevação acima do fundo, então u é uma função de z, pelo menos para pequenos valores de z. A função u(z) é chamado de perfil de velocidade e sua derivada du/dz é o cisalhamento da velocidade. TURBULÊNCIA CISALHANTE DINÂMICA FÍSICA DO OCEANO – AULA 5 Medidas em laboratório de fluxos turbulentos não rotacionais sobre superfícies planas lisas mostraram que a velocidade varia somente com o stress b exercido contra o fundo, a viscosidade molecular do fluido ν, a densidade do fluido ρ e a distância z acima do fundo A razão τ b /ρ possui dimensão de velocidade ao quadrado, o que permite definir que e chamada de velocidade de fricção ou velocidade turbulenta. Fisicamente, esse valor esta relacionado com a velocidade orbital dos vortices que criam trocas através do fluxo de partículas a a transferência de momentum. TURBULÊNCIA CISALHANTE DINÂMICA FÍSICA DO OCEANO – AULA 5 Depois de uma análise dimensional, chegou-se a conclusão que a estrutura da velocidade para um fluido irrotacional obedece uma relação do tipo: Na presença da rotação, a relação acima deve incluir no seu formalismo o parâmetro de Coriolis, e a equação fica: O PERFIL LOGARÍTMICO DINÂMICA FÍSICA DO OCEANO – AULA 5 Na ausência de rotação, a função F tem a forma de uma relação logarítmica entre u/u * e u * z/ν para valores de u * z/ν entre 10 1 e 10 3 Sendo A=2.44 e B=5.2. κ=0.41 e corresponde a constante de Von Kármán. O PERFIL LOGARÍTMICO

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Aulas do prof. Dr. Renato Ghisolfi1. Turbulência cisalhante2. O perfil logarítmico3. Fricção e rotação4. A camada de Ekman de fundo5. Generalização para um fluxo não homogêneo.

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DINÂMICA  DE  EKMAN  

1.  Turbulência  cisalhante  2.  O  perfil  logarítmico  3.  Fricção  e  rotação  4.  A  camada  de  Ekman  de  fundo  5.  Generalização  para  um  fluxo  não  homogêneo.  

DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  5  

CONTEÚDO

DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  5  

Sistemas de fluidos geofísicos são primariamente horizontais. a fricção entre o movimento horizontal e o limite de fundo um processo inevitável.

A fricção reduz a velocidade na proximidade do fundo e cria um cisalhamento na velocidade vertical.

Matematicamente, se u é a componente da velocidade na dimensão x e z a elevação acima do fundo, então u é uma função de z, pelo menos para pequenos valores de z.

A função u(z) é chamado de perfil de velocidade e sua derivada du/dz é o cisalhamento da velocidade.

TURBULÊNCIA  CISALHANTE  

DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  5  

Medidas em laboratório de fluxos turbulentos não rotacionais sobre superfícies planas lisas mostraram que a velocidade varia somente com o stress b exercido contra o fundo, a viscosidade molecular do fluido ν, a densidade do fluido ρ e a distância z acima do fundo

A razão τb/ρ possui dimensão de velocidade ao quadrado, o que permite definir

que e chamada de velocidade de fricção ou velocidade turbulenta. Fisicamente, esse valor esta relacionado com a velocidade orbital dos vortices que criam trocas através do fluxo de partículas a a transferência de momentum.

TURBULÊNCIA  CISALHANTE  

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  5  

Depois de uma análise dimensional, chegou-se a conclusão que a estrutura da velocidade para um fluido irrotacional obedece uma relação do tipo:

Na presença da rotação, a relação acima deve incluir no seu formalismo o parâmetro de Coriolis, e a equação fica:

O PERFIL LOGARÍTMICO

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  5  

Na  ausência  de  rotação,  a  função  F  tem  a  forma  de  uma  relação  logarítmica  entre  u/u*  e  u*z/ν  para  valores  de  u*z/ν  entre  101  e  103  

Sendo  A=2.44  e  B=5.2.  κ=0.41  e  corresponde  a  constante  de  Von  Kármán.  

O PERFIL LOGARÍTMICO

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DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  5  

O PERFIL LOGARÍTMICO

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  5  

A  porção  próxima  à  costa  onde  a  relação  logarítmica  falha  pode  ser  aproximada  para  uma  solução  laminar.  Resultados  mostram  que  a  espessura  da  camada  limite  laminar  δ  é  

 δ  =  11  (ν/u*)  

No  oceano,o  valor  da  viscosidade  molecular  ν  e  1.0    10-­‐6  m2/s  e  a  velocidade  de  fricção  raramente  e  menor  que  1  mm/s,  o  que  implica  que  δ  raramente  excede  a  alguns  cenametros.  

Quando  esse  é  o  caso,  o  perfil  de  velocidade  acima  das  asperidades  do  fundo  não  depende  da  viscosidade  molecular  do    fluido  mas  da  altura  da  rugosidade  (roughness  height)  de  tal  forma  que    

zo  e  da  ordem  de  1/10  da  altura  da  rugosidade  do  fundo.  

O PERFIL LOGARÍTMICO

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O PERFIL LOGARÍTMICO

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FRICÇÃO E ROTAÇÃO

 Quando  a  rotação  está  presente,  a  caracteríscca  da  camada  limite  muda  drasccamente.  

Pode-­‐se  analisar  a  importância  relacva  da  fricção  nos  termos  da  equação  do  momento  através  do  número  de  Ekman  

Onde  νE  é  a  viscosidade  turbulenta  e  H  e  a  escala  de  altura  do  movimento  (a  espessura  total  do  fluido  se  ele  for  homogêneo).    

Longe  das  bordas,  os  numeros  de  Ekman  são  pequenos  e  nas  bordas  os  termos  de  atrito  se  tornam  importantes.  De  acordo  com  a  teoria  geral  das  camadas  limites,  o  fluido  exibe  dois  comportamentos  discntos:  longe  das  bordas  (interior)  ou  região  invíscida,  a  fricção  é  usualmente  negligenciável,  enquanto  que  próximo  às  bordas  (nas  camadas  limites)  a  fricção  atua  para  trazer  a  velocidade  da  região  interior  a  zero  na  borda.  

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  5  

 A espessura d desta camada é tal de modo que o número de Ekman é de ordem unitária na escala, permitindo que a fricção seja uma força dominante:

Coriolis faz com que a camada limite friccional dos fluxos geofísicos, a camada de Ekman, seja muito diferente da camada limite dos fluidos não rotacionais. A existência da uma escala de espessura d nos fluidos em rotação sugere que a camada de Ekman possa ser caracterizada por uma espessura fixa.

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  5  

Considere  a  situação  ilustrada  abaixo:  

O  Desenvolvimento  da  camada  de  Ekman  de  fundo  a  parcr  da  influência  da  fricção  em  um  fluxo  uniforme  com  a  influência  da  rotação.  Fonte:  Cushman-­‐Roisin  e  Beckers,  2009.  

A CAMADA DE EKMAN DE FUNDO

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DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  5  

A CAMADA DE EKMAN DE FUNDO ANÁLISE DA ESTRUTURA DA CAMADA

 Não  havendo  gradientes  horizontais  e  de  variação  temporal,  a  equação  da  concnuidade  diz  que  a  divergência  horizontal  é  nula  e  w  =  0  na  camada  estreita  próxima  ao  fundo.  

As  equações  restantes  seriam  

                                                                                                                         FUNDO  (z=0)  u=v=0                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                              INTERIOR  (z>>d)  u=uavg,  v=0,  p=pavg(x,y)  

                                                                                                                         Stress  horizontal  <<  termos  verccais                                                dentro  da  camada  de  Ekman.  E  esses                                  podem  ser  relacionados  com  as                                    velocidades  horizontais  via  viscosidade                                  turbulenta.  

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  5  A  CAMADA  DE  EKMAN  DE  FUNDO  

Claramente  há  dois  efeitos  combinados  que  podem  ser  separados    (V  =  VP  +VB)  porque  as  equações  que  os  descrevem  são  lineares.  

Para  o  gradiente  de  pressão  seria:  

Para  as  componentes  de  Ekman,  os  resultados  são:  

A CAMADA DE EKMAN DE FUNDO ANÁLISE DA ESTRUTURA DA CAMADA

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  5  A  CAMADA  DE  EKMAN  DE  FUNDO  

Alinhando-­‐se  os  eixos  x  e  y  de  forma  que  x  esteja  alinhado  na  direção  de  uP  (u  geostrófico  –  no  estado  constante),  as  condições  de  contorno  são:  

•  u=uG,  vB=0,  wB=0        para      z+H  >>  δB.  

•   δB  é  a  espessura  da  camada  de  Ekman  bêncca.  

A CAMADA DE EKMAN DE FUNDO ANÁLISE DA ESTRUTURA DA CAMADA

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  5  A  CAMADA  DE  EKMAN  DE  FUNDO  

Alinhando-­‐se  os  eixos  x  e  y  de  forma  que  x  esteja  alinhado  na  direção  de  uP  (ugeostrófico    no  estado  constante),  as  condições  de  contorno  são:  

•  u=0,  v=0                                        para    z=0  •  u=uG,  vB=0,  wB=0        para      z+H  >>  δB.  

•   δB  é  a  espessura  da  camada  de  Ekman  bêncca.  

A CAMADA DE EKMAN DE FUNDO A ESPESSURA DA CAMADA DE EKMAN

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  5  A  CAMADA  DE  EKMAN  DE  FUNDO  

Manipulando-­‐se  as  equações  apresentadas  anteriormente  é  possível  obter  uma  equação  diferencial  de  quarta  ordem  cujo  resultado,  após  aplicar-­‐se  as  condições  de  contorno,  é:  

Em  termos  de  velocidade  total,  as  soluções  são:  

A CAMADA DE EKMAN DE FUNDO VELOCIDADE E ESPESSURA DA CAMADA

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A velocidade se aproxima exponencialmente da velocidade geostrófica enquanto oscilando levemente em torno do valor da coordenada vertical (Figura a seguir).

A espessura da camada de Ekman é dada por:

A faixa de profundidade diretamente afetada pela fricção é de algumas vezes δB e a espessura aumenta com o aumento da difusividade turbulenta e dimimui com o aumento de f. Assim, a camada de Ekman é maior nos trópicos do que nos polos. Valores típicos da espessura da camada de Ekman de fundo está na faixa de 10 a 20 m de profundidade. Ja na atmosfera, a espessura equivalente é da ordem de 1 km.  

A CAMADA DE EKMAN DE FUNDO VELOCIDADE E ESPESSURA DA CAMADA

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DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  5  A  CAMADA  DE  EKMAN  DE  FUNDO  

A  distância  na  qual  se  acnge  a  solução  do  interior  é  da  ordem  de  d  ou  δB.  A  solução  também  confirma  que  na  camada  limite  há  um  fluxo  transversal  ao  fluxo  do  interior  (v  ≠  0).  Muito  próximo  do  fundo  (z    0)  esta  componente  é  igual  a  velocidade  da  componente  u    (u          v          uGz/d)  implicando  que  a  velocidade  próximo  do  fundo  está  a  45o  para  a  esquerda  da  velocidade  do  interior.  O  fluxo  na  borda  está  à  direita  do  fluxo  interior  (f  <  0).  Além  disso,  onde  u  acnge  o  primeiro  máximo    (z  =  3πd/4)  a  velocidade  na  direção  do  fluxo  é  maior  que  a  velocidade  do  interior  (u  =  1.07uG).  

A CAMADA DE EKMAN DE FUNDO PROPRIEDADES DA SOLUÇÃO

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Com  a   aproximação  do   fundo,   a   corrente  diminui  de  velocidade  devido  ao  atrito.  A  força   de   Coriolis   diminui,   pois   é  proporcional   à   velocidade.   Então   a   força  do   gradiente   de   pressão   não   é  compensada  e  o  escoamento  roda  para  a  esquerda   até   que   haja   balanço   entre   a  força   de   Coriolis,   a   força   do   gradiente   de  pressão  e  a  força  de  atrito  no  fundo,  o  que  ocorre   quando   a   velocidade   rodou   45º  para  a  esquerda  (HN).  

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Cálculo  do  transporte  de  volume  dentro  da  camada  de  Ekman  é  dado  por:  

Esse  fluxo  é  perpendicular  ao  fluxo  perpendicular  e  é  proporcional  à  velocidade  do  interior  invíscido  e  da  espessura  da  camada  de  Ekman.  

A CAMADA DE EKMAN DE FUNDO O TRANSPORTE NA CAMADA DE EKMAN

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As  equações  da  camada  limite  para  um  fluxo  espacialmente  não  uniforme  que  se  encontre  em  equilíbrio  geostrófico  são:  

Cujas  soluções  para  as  componentes  de  velocidade  são:  

A CAMADA DE EKMAN DE FUNDO GENERALIZAÇÃO PARA CORRENTES NÃO

UNIFORMES

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E  para  o  transporte  de  volume  dentro  da  camada  de  Ekman:  

Desde  que  o  transporte  não  é  necessariamente  paralelo  ao  fluxo  interior,  é  provável  que  o  divergente  seja  não  nulo.  Dessa  forma,    

A CAMADA DE EKMAN DE FUNDO GENERALIZAÇÃO PARA CORRENTES NÃO

UNIFORMES

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Fluxo  na  camada  limite  converge  ou  diverge  se  o  fluxo  no  interior  possuir  vorccidade  relacva.  

A CAMADA DE EKMAN DE FUNDO GENERALIZAÇÃO PARA CORRENTES NÃO

UNIFORMES

A  divergência  na  camada  de  Ekman  de  fundo  é  compensada  pela  subsidência  do    fluxo  do  interior.  Essa  situação  ocorre  quando  há  um  giro  ancciclônico  no  interior  (flechas  largas).  Da  mesma  forma,  o  um  giro  ciclônico  no  interior  causa  convergência  dento  da  camada  de  Ekman  de  fundo.  Fonte:Cushman-­‐Roisin  e  Beckers,  2009.  

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DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  5  A  CAMADA  DE  EKMAN  DE  FUNDO  

• O  fluxo  vem  e  vai  para  o  interior  através  da  velocidade  verccal.    

•   Não  há  divergência  da  velocidade  verccal    a  velocidade  deve  ocorrer  em  toda  a  profundidade  do  fluido.  

•   Velocidade  verccal  (w)  é  pequena  e  é  chamada  de  Ekman  pumping  ou  Bombeamento  de  Ekman.  

•  Quanto maior for a vorticidade do fluxo médio maior será o movimento vertical.

•  O efeito aumenta em direção ao equador, pois f diminui e δB aumenta.

•  A velocidade vertical será em direção ao interior num fluxo ciclônico e em direção ao fundo num fluxo anticiclônico.  

A CAMADA DE EKMAN DE FUNDO EKMAN PUMPING

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  5  A  CAMADA  DE  EKMAN  DE  FUNDO  

Considere  um  fluxo  geostrófico  interior,  sem  uniformidade  espacial  e  sobre  um  terreno  irregular  (z=b(x,y))  (assuma  declividade  muito  pequena)  sobre  um  nível  de  referência  horizontal.  As  soluções  para  as  componentes  de  velocidade  são:  

A CAMADA DE EKMAN DE FUNDO GENERALIZAÇÃO PARA CORRENTES NÃO

UNIFORMES E DE FUNDO IRREGULAR

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  5  A  CAMADA  DE  EKMAN  DE  FUNDO  

A  espessura  da  camada  de  Ekman  concnua                                                        ,  mas    a  espessura  real  é  um  pouco  reduzida  devido  ao  cosseno  da  declividade  do  fundo.  

A  velocidade  verccal  será:  

A CAMADA DE EKMAN DE FUNDO GENERALIZAÇÃO PARA CORRENTES NÃO

UNIFORMES E DE FUNDO IRREGULAR

A  velocidade  no  interior  contém  duas  partes:  uma  componente  que  assegura  que  não  há  fluxo  normal  ao  fundo  e  a  contribuição  do  bombeamento  de  Ekman,  como  se  o  fundo  fosse  plano.  O  desaparecimento  da  componente  perpendicular  do  fluxo  no  fundo  deve  ocorrer  também  na  dinâmica  invíscida  do  interior,  o  que  dá  origem  ao  primeiro  termo  da  equação.  O  papel  da  camada  limite  é  trazer  a  velocidade  tangencial  para  zero  no  fundo.  Isso  explica  o  segundo  termo  da  equação.  Observe  que  o  bombeamento  de  Ekman  não  é  afetado  pela  declividade  do  fundo.  

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  5  

Considere  a  situação  ilustrada  abaixo:  

A camada de Ekman supercial gerada pela ação do estresse do vento na superfcie do oceano. Fonte: Cushman-Roisin e Beckers, 2009.

A CAMADA DE EKMAN DE SUPERFÍCIE

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  5  A  CAMADA  DE  EKMAN  DE  SUPERFÍCIE  

Na  superycie  há  a  atuação  do  stress  do  vento  (τx  e  τy)  e  u=umed  e  v=vmed  para  z-­‐∞    

A  solução  do  problema  é:  

A CAMADA DE EKMAN DE SUPERFÍCIE

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  5  A  CAMADA  DE  EKMAN  DE  SUPERFÍCIE  

PROPRIEDADES  DO  RESULTADO:  

1.  O  fluxo  na  camada  de  Ekman  não  depende  do  fluxo  interior  (invíscido)  

2.  O  fluxo  é  inversamente  proporcional  à  espessura  da  camada  de  Ekman  (d  ou  δB).  

3.  Fisicamente,  se  o  fluido  for  quase  invíscido  (pequenos  valores  de  viscosidade  molecular),  um  estresse  de  vento  moderado  pode  gerar  altos  valores  de  velocidade  de  deriva.  

A CAMADA DE EKMAN DE SUPERFÍCIE

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DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  5  A  CAMADA  DE  EKMAN  DE  SUPERFÍCIE  

NO  EXEMPLO  ANTERIOR  SUPONHA:  

1.  Que  não  há  fluxo  no  invíscido;  

2.  Somente  há  estresse  do  vento  na  direção  x;  

3.  Z=0  (superycie)  

A CAMADA DE EKMAN DE SUPERFÍCIE

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  5  A  CAMADA  DE  EKMAN  DE  SUPERFÍCIE  

RESULTADO:  

1.  A  corrente  superficial  está  a  45o  à  esquerda/direita  (HS/HN);  

2.  Abaixo  da  superycie,  a  velocidade  decai  exponencialmente  com  a  profundidade  

A CAMADA DE EKMAN DE SUPERFÍCIE

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  5  A  CAMADA  DE  EKMAN  DE  SUPERFÍCIE  

Considere  que  o  estresse  do  vento  possa  ser  escrito  por:  

             A  velocidade  superficial  escmada  por  Ekman  é:  

Espessura  da  camada  de  Ekman  (considerando  que  o  limite  inferior  ocorre  quando  a  velocidade  é  oposta  a  velocidade  de  superycie.  

A CAMADA DE EKMAN DE SUPERFÍCIE

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  5  A  CAMADA  DE  EKMAN  DE  SUPERFÍCIE  

O  Transporte  horizontal  na  camada  de  Ekman  é  escmado  por:  

A CAMADA DE EKMAN DE SUPERFÍCIE

O  Transporte  é  orientado  perpendicularmente  ao  estresse  do  vento  (à  esquerda  no  HS).  

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  5  A  CAMADA  DE  EKMAN  DE  SUPERFÍCIE  A CAMADA DE EKMAN DE

SUPERFÍCIE

A  estrutura  da  camada  de  Ekman  superficial  gerada  pela  ação  do  estresse  do  vento  na  superycie  do  oceano.  O  sencdo  de  giro  é  válido  para  o  HN.  O  oposto  é  válido  para  o  HS.    

Fonte:  Cushman-­‐Roisin  e  Beckers,  2009.  

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  5  A  CAMADA  DE  EKMAN  DE  SUPERFÍCIE  A CAMADA DE EKMAN DE

SUPERFÍCIE EKMAN PUMPING

Da  mesma  forma  que  para  a  camada  de  Ekman  de  fundo,  para  se  escmar  a  velocidade  de  bombeamento  de  Ekman  é  preciso  determinar  a  divergência  do  fluxo  integrado  dentro  da  camada  limite:  

Para  um  valor  de  f  invariável,  a  divergência  depende  somente  do  rotacional  do  estresse  do  vento  e  independe  do  valor  da  viscosidade.  

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DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  5  A  CAMADA  DE  EKMAN  DE  SUPERFÍCIE  A CAMADA DE EKMAN DE

SUPERFÍCIE EKMAN PUMPING

Caso  o  divergente  seja  diferente  de  zero,  então:  

A  velocidade  w  é  denominada  de  Ekman  pumping.  

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  5  A  CAMADA  DE  EKMAN  DE  SUPERFÍCIE  A CAMADA DE EKMAN DE

SUPERFÍCIE EKMAN PUMPING

No  HS:  

•   padrão  ciclônico  (rotacional  do  vento  negacvo)    upwelling  

•   padrão  ancciclônico  (rotacional  do  vento  posicvo)    downwelling.  

IMPORTÂNCIA?

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  5  A  CAMADA  DE  EKMAN  DE  SUPERFÍCIE  

HIPÓTESES  DE  EKMAN:  

1.  Sem  bordas:  válido  longe  da  costa;  

2.  Água  profunda:  válido  para  profundidades  >>  200  m;  

3.  Plano-­‐f:  válido  

4.  Oceano  homogêneo:  Ok,  mas  isso  tem  efeito  sobre  a  estabilidade.  

5.  Estado  constante:  soprar  o  vento  por  tempo  maior  que  o  tempo  inercial;  

6.  Viscosidade  turbulenta  independente  da  profundidade:  não  é  válido.  Az  mudará  rapidamente  no  fundo  da  camada  de  mistura  porque  a  mistura  é  função  da  estabilidade.  

A CAMADA DE EKMAN DE SUPERFÍCIE AS HIPÓTESES DE EKMAN

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  5  A  CAMADA  DE  EKMAN  DE  SUPERFÍCIE  

OBSERVAÇÕES:  

1.  DeSzoeke  e  Niller  (1981)  

2.  Weller  e  Plueddmann  (1996)  

3.  Ralph  e  Niiler  (2000):  

RESULTADOS:  

1.  Correntes  inerciais  são  o  maior  componente  do  fluxo;  

2.  O  fluxo  mediado  sobre  muitos  períodos  inerciais  é  praccamente  igual  ao  previsto  pela  teoria  de  Ekman.  Ralph  e  Niller  encontraram:  

A CAMADA DE EKMAN DE SUPERFÍCIE VALIDAÇÃO DA TEORIA DE EKMAN

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  5  A  CAMADA  DE  EKMAN  DE  SUPERFÍCIE  

RESULTADOS:  1.  O ângulo entre o vento e o fluxo na superfície depende da

latitude. (ângulo entre o vento e o fluxo superficial. Maximenko e Niiler.)

2.  O transporte é a 90° a esquerda do vento no HS e concorda bem com a teoria de Ekman.

A CAMADA DE EKMAN DE SUPERFÍCIE VALIDAÇÃO DA TEORIA DE EKMAN

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  5  A  CIRCULAÇÃO  DE  LANGMUIR  

Observações  do  efeito  do  vento  sobre  a  superycie  do  oceano  mostra  que  ele  é  capaz  de  gerar  mais  do  que  a  dinâmica  de  Ekman  e  correntes  inerciais.  

Em  1938  Irving  Langmuir  observou  e  descreveu  a  ocorrência  de  uma  corrente  que  se  espirala  em  torno  de  um  eixo  paralelo  a  direção  do  vento.  A  essas  células  foi  dado  o  nome  de  CÉLULAS  DE  LANGMUIR  e  a  circulação  correspondente  de  CIRCULAÇÃO  DE  LANGMUIR.  

A CIRCULAÇÃO DE LANGMUIR

Page 8: Dinâmica de Ekman

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DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  5  A  CIRCULAÇÃO  DE  LANGMUIR  

Weller  et  al.  (1985)  observou  este  fluxo  durante  um  experimento  para  mensurar  a  circulação  dirigida  pelo  vento    nos  primeiros  50  metros  da  coluna  de  água.  

A CIRCULAÇÃO DE LANGMUIR DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  5  A  CIRCULAÇÃO  DE  LANGMUIR  

1.  O  aparecimento  da  circulação  em  um  fluido  parado  é  observada  quando  Re  =  530  +-­‐  10  e  depois  das  ondas  superficiais  em  Re=  370+-­‐20.  A  circulação  parece  se  formar  a  parcr  de  uma  instabilidade  que  afeta  a  estrutura,  estabilidade  e  transporte  na  camada  mais  superficial  do  oceano  (cool  skin).    

2.  Ventos  soprando  constantemente  sobre  a  superycie  do  oceano  provocam  pequenas  ondas  que,  então,  se  ajustam  em  longas  linhas  de  células  em  rotação;  

3.  As  células  formam  colunas  alinhadas  na  direção  do  vento;  

4.  Nos  locais  de  convergência  de  células  há  o  acúmulo  de  detritos,  espuma  etc;  

5.  Nas  zonas  de  divergência  as  áreas  se  mantém  limpas  (isto  é,  sem  acúmulo  de  material);  

6.  A  camada  de  mistura  dos  oceanos  pode  ser  afetada  pela  circulação  de  Langmuir,  pois  elas  estão  associadas  à  turbulênciaque  afeta  a  mistura  na  camada  de  mistura;  

7.  Normalmente  restrita  nos  primeiros  50  m  da  coluna  de  água.  

A CIRCULAÇÃO DE LANGMUIR CARACTERÍSTICAS

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•  Escala  horizontal  de  espaçamento  entre  as  células  (grosseiro)  –  B  

B  ~  5  W  (sendo  W  –  velocidade  do  vento  –  length/s  e  B  em  unidades  de  length  

•  Escala  verccal  

 Aparentemente  limitada  a  profundidade  da  camada  de  mistura  

•  Velocidade  de  subsidência  (grosseira)  

 ~  1%  de  W    

A CIRCULAÇÃO DE LANGMUIR ESCALAS ESPACIAIS

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  5  A  CIRCULAÇÃO  DE  LANGMUIR  A CIRCULAÇÃO DE LANGMUIR

Figure  9.13.  Langmuir  circulacon.  A  sketch  showing  the  circulacon  pa�ern  with  enhanced  downwind  flow  in  the  surface  convergence  regions  and  including  a  ‘Y  junccon’,  where  neighbouring  windrows  join  together.