Dietoterapia -problemas[1]

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AULA 5- DIETOTERAPIA I Patologias GI – Estômago (II)

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AULA 5- DIETOTERAPIA IPatologias GI – Estômago (II)

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Sumário Patologias gástricas Indigestão ou dispesia Hipocloridria Gastrite aguda/crónica Úlcera péptica (gástrica e duodenal) Síndrome de Dumping

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Estômago

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Patologias GI Patologias gástricas Ácido clorídrico – segregado pelas

células parietais em resposta ao estímulo da acetilcolina, gastrina e histamina;

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Patologias GI Patologias gástricas Mucosa do estômago e do duodeno está

normalmente protegida da acção proteolítica do ácido gástrico e da pepsina por uma camada de muco segregado por glândulas nas paredes epiteliais desde o esófago (parte inferior) até à porção superior do duodeno;

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Patologias GI Patologias gástricas A mucosa é protegida da invasão bacteriana

pela acção digestiva da pepsina e do ácido clorídrico e também pela secreção de muco;

O muco contêm bicarbonato e é segregado pela mucosa (produção estimulada pela acção das prostaglandinas), mas o pâncreas também liberta suco pancreático para a neutralização ácida no lúmen intestinal;

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Patologias GI Patologias gástricas Fisiopatologia Indigestão ou dispepsia Termo indefinido usado frequentemente

para descrever qualquer desconforto epigástrico depois das refeições, que ocorre como uma consequência de uma desordem no trato digestivo;

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Patologias GI Patologias gástricas Indigestão ou dispepsia Causas Problemas psíquicos ou físicos (apendicite crónica,

úlcera, doenças da vesicular biliar, gastrite crónica, refluxo GE, atraso do esvaziamento gástrico, cancro, etc);

Maus hábitos alimentares, quer em qualidade quer em quantidade, excesso de alimentos de difícil digestão;

Comer rapidamente e mastigar inadequadamente;

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Patologias GI Patologias gástricas Indigestão ou dispepsia Dispepsia – pode ser benigna e com poucas

consequências ou pode indicar problemas mais graves;

Sintomatologia Dor abdominal vaga Inchaço Náuseas Regurgitação Arrotar

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Patologias GI Patologias gástricas Indigestão ou dispepsia Tratar a causa seja esta mental ou física

– Dieta equilibrada associada a hábitos alimentares correctos;

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Patologias GI Patologias gástricas Indigestão ou dispepsia Cuidados nutricionais Alimentos ou bebidas Gordura Cafeína Bebidas alcoólicas Açúcar Especiarias

Controlo simples Comer lentamente, mastigar bem os alimentos Não comer ou beber demasiado (ref. ligeiras e pequeno

volume) Evitar excessos alimentares

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Patologias GI Patologias gástricas Hipocloridria Diminuição da quantidade de ácido clorídrico (HCL) no

suco gástrico; Consequências Proteínas mal digeridas Fermentação acelerada dos HC Mucosa gástrica muito sensível Pode surgir fermentação ou putrefacção, pois as

bactérias mantêm a sua acção devido à alteração de pH, por diminuição da produção de ácido clorídrico;

Diarreias

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Patologias GI Patologias gástricas Hipocloridria Cuidados nutricionais Retirar Leite (evita a introdução de bactérias) Fibras (provocam estase gástrica e diminuição

do esvaziamento gástrico) Gorduras (diminuem a produção de HCL e o

esvaziamento gástrico) Bebidas e alimentos gelados

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Patologias GI Patologias gástricas Hipocloridria Cuidados nutricionais Dar Sopas com baixo teor de gordura e caldos

de carne (estimulam a secreção de HCL); Hidratos de carbono complexos (amido)

pois fermentam menos; Frutas e vegetais cozidos (sem casca)

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Patologias GI Patologias gástricas Acloridria Ausência de HCL livre no suco gástrico, mas ainda

existe algum HCL na forma combinada; Aquilia Ausência total de HCL e de pepsina no suco gástrico; É uma situação frequente após radioterapia que

destrói as células parietais do estômago produtoras de HCL;

Atenção nestas situações que também pode haver diminuição do factor intrínseco o que pode levar a def. de vitamina B12;

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Patologias GI Patologias gástricas Gastrite aguda Inflamação repentina e, por vezes

violenta, da mucosa gástrica, que não melhora com a ingestão de alimentos;

Sintomas Náuseas, vómitos, hemorragia, dor, mal

estar, anorexia e cefaleias;

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Patologias GI Patologias gástricas Gastrite aguda Causas Ingestão de alimentos específicos para os

quais o indivíduo apresenta sensibilidade; Comer muito rapidamente; Comer após emoções fortes ou quando o

indivíduo se encontra muito cansado; Excesso de álcool, tabaco ou alimentos muito

condimentados;

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Patologias GI Patologias gástricas Gastrite aguda Causas Ingestão de alimentos impróprios para consumo

ou de uma substância corrosiva; Medicamentos (aspirina ou AINES); Toxinas (infecção no dentes, nas amígdalas ou

nos seios nasais); Após radioterapia, trauma, queimadura, cirurgia,

hipoxia, choque, febre, icterícia ou falência renal;

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Patologias GI Patologias gástricas Gastrite aguda Tratamento Remover a causa e/ou substância

corrosiva o mais rapidamente possível; Lavagem ao estômago e/ou provocar o

vómito; Irrigação do cólon e administração de um

laxante;

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Patologias GI Patologias gástricas Gastrite aguda Tratamento Pausa alimentar durante 24-48h (nem água,

pois estimula a produção de suco gástrico); Líquidos são administrados por via

endovenosa; Re-alimentação após 24-48h; Líquidos incluindo leite; Caldos passados de legumes;

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Patologias GI Patologias gástricas Gastrite aguda Tratamento Papas (leite com amido de milho ou com

cevada/arroz) Fruta cozida; Evitar caldos de carne; Fazer refeições pequenas e frequentes;

Vai-se progredindo para uma dieta normal de acordo com a tolerância do doente;

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Patologias GI Patologias gástricas Gastrite crónica Definição Devido aos episódios repetidos de gastrite

aguda; Manifesta-se pela atrofia da mucosa e pela

diminuição da secreção gástrica com consequente má digestão, diminuição da secreção do FI e, portanto, da vitamina B12;

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Patologias GI Patologias gástricas Gastrite crónica Sintomas Indigestão, perda de apetite,

regurgitação, náuseas, sensação de repleção, dores epigástricas (vagas), vómitos;

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Patologias GI Patologias gástricas Gastrite crónica Causas As causas da gastrite crónica são

desconhecidas; Este tipo de gastrite pode preceder

úlceras e neoplasias gástricas;

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Patologias GI Patologias gástricas Gastrite crónica Causas Pensa-se que na sua origem podem estar: Excessos alimentares (como na gastrite aguda); Infecção no antro por Helicobacter pylori (organismo

Gram-negativo, flagelado, resistente ao ácido do estômago e que produz ureases que por sua vez produzem amónia facilitando a alcalinização imediata ao redor da bactéria);

Indirectamente relacionada com: tuberculose, insuficiência cardíaca e/ou nefrite;

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Patologias GI Patologias gástricas Gastrite crónica Existem 3 tipos de gastrite: Superficial Atrófica Hipertrófica

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Patologias GI Patologias gástricas Gastrite crónica Existem 3 tipos de gastrite: Superficial – inflamação na mucosa com

hemorragias e pequenas lesões;

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Patologias GI Patologias gástricas Gastrite crónica Existem 3 tipos de gastrite: Atrófica – ocorre em todas as camadas

do estômago, e resulta numa diminuição no número de células parietais e principais – úlcera gástrica, neoplasia gástrica e/ou anemia perniciosa;

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Patologias GI Patologias gástricas Gastrite crónica Existem 3 tipos de gastrite: Hipertrófica – provoca o aparecimento de

uma mucosa inerte, nodular e irregular com hemorragias frequentes;

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Patologias GI Patologias gástricas Gastrite crónica Cuidados nutricionais O plano alimentar deve ser adequado em

energia e nutrientes, adaptado à hipersensibilidade do doente;

Deve ser de consistência mole; Refeições muito repartidas e pouco de

cada vez;

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Patologias GI Patologias gástricas Gastrite crónica Cuidados nutricionais Mastigar bem os alimentos; Identificar e evitar alimentos causadores

de desconforto e/ou muito condimentados; Não ingerir quantidade excessiva de

líquidos durante as refeições (pode provocar distensão gástrica);

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Patologias GI Patologias gástricas Úlcera péptica Definição Lesão erosiva da mucosa gástrica (úlcera

gástrica) ou da mucosa duodenal (úlcera duodenal);

A localização da úlcera determina a sua nomenclatura; Frequentemente, ambos os tipos são agrupados com um termo comum – úlcera péptica;

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Patologias GI Patologias gástricas Úlcera péptica Frequência/Incidência A úlcera duodenal é mais comum do que a

gástrica; Ambos os tipos ocorrem mais

frequentemente nos homens; As úlceras gástricas são menos frequentes,

no entanto estão mais associadas a malignidade e a mortalidade;

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Patologias GI Patologias gástricas Úlcera péptica Sintomas Dor epigástrica Indigestão (dispesia) Mal-estar; Hemorragia;

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Patologias GI Patologias gástricas Úlcera gástrica Parece ser provocada por factores que

rompem a barreira da mucosa, permitindo assim a difusão dos iões H+ (do HCL) no tecido da mucosa, onde causam danos que eventualmente conduzem à destruição celular e à subsequente ulceração (mais frequente no antro do estômago), tais como:

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Patologias GI Patologias gástricas Úlcera gástrica Função pilórica anormal; Refluxo duodeno-gástrico; Defesas alteradas da mucosa gástrica; Diminuição do fluxo sanguíneo na mucosa; Diminuição da produção de prostaglandinas

– diminuição da produção de bicarbonato;

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Patologias GI Patologias gástricas Úlcera gástrica Diminuição da camada gel da mucosa; Infecção por Helicobacter Pylori; Maus hábitos alimentares (comer depressa,

horário irregular,…) Stresse e ansiedade; Excesso de álcool, café, chá, refrigerantes com

cafeína; Cigarros e medicação (ácido acetilsalicílico);

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Patologias GI Patologias Úlcera duodenal A sua localização mais frequente é 3 cm

abaixo do piloro, no bolbo duodenal onde a acidez gástrica é ainda elevada (baixo pH), pois o suco gástrico ainda não foi totalmente neutralizado;

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Patologias GI Patologias Úlcera duodenal Causas mais frequentes Aumento da capacidade de secreção de HCL; Aumento da secreção basal de HCL; Aumento do número de células parietais e da

sua sensibilidade à gastrina – aumento de HCL;

Aumento da secreção nocturna de suco gástrico;

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Patologias GI Patologias Úlcera duodenal Causas mais frequentes Aumento da velocidade de esvaziamento

gástrico (não havendo neutralização do HCL);

Hipersecreção de gastrina após a refeições; Defesa anormal da mucosa duodenal (por

diminuição do suco pancreático);

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Patologias GI Patologias Úlcera duodenal Causas mais frequentes Incapacidade de inibir a libertação de gastrina quando

o pH gástrico baixa muito; Excesso de ingestão de AINES e/ou corticóides; Stresse emocional e/ou ansiedade prolongada –

estimulação do nervo vago – aumento da produção de acetilcolina – aumento da produção de HCL;

Diminuição da produção de suco pancreático pela acção da nicotina – diminuição da produção de bicarbonato;

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Patologias GI Patologias gástricas Úlcera péptica Tratamento Elevar o pH gástrico (antiácidos); Diminuir a motilidade gástrica; Administrar anticolinérgicos; Evitar o stresse; Cuidados nutricionais adequados;

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Patologias GI Patologias gástricas Úlcera péptica Cuidados nutricionais Fazer pelo menos 3 ref/dia; Refeições com pouco volume (para evitar

distensão gástrica de 3 em 3 horas); Evitar consumir café, chá, chocolate, bebidas

alcoólicas, refrigerantes com cafeína, tabaco, temperos excessivos, fritos…

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Patologias GI Patologias gástricas Úlcera péptica Cuidados nutricionais Evitar usar com frequência aspirina ou AINES; Evitar alimentos e/ou bebidas que provoquem

desconforto; Comer em ambiente calmo, se possível; Tomar anti-ácidos 1 a 3 horas depois das

refeições e antes de deitar;

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Patologias GI Patologias gástricas Tratamento liberal da úlcera Podem utilizar-se todos os alimentos, a

gordura deve ser ingerida crua, deve privilegiar-se o consumo de ómega 3 e ómega 6;

Evitar: fritos, assados com gordura, bebidas alcoólicas, café, chá e refrigerantes;

Temperos picantes; Stresse;

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Patologias GI Patologias Síndrome de Dumping É a resposta fisiológica complexa à

presença de alimentos indigeridos no jejuno;

Pode aparecer após cirurgia gástrica (ou vagotomia) em que alguns doentes com 2/3 do estômago removido podem apresentar Síndrome de Dumping quando retomam uma alimentação normal;

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Patologias GI Patologias Síndrome de Dumping Nesta situação, os alimentos após

deglutição são descarregados 10 a 15 minutos depois da ingestão, em vez de serem gradualmente libertados em pequenas quantidades;

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Patologias GI Patologias Síndrome de Dumping Sintomas (principais) Pirose (azia) Náuseas Dores abdominais com cólicas Diarreia (15 minutos aproximadamente

após a ingestão)

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Patologias GI Patologias Síndrome de Dumping Sintomas (outros) Fraqueza, calor, vertigens, desmaios, taquicardia e

suores frios; Provocados pela entrada rápida dos alimentos

ingeridos no jejuno, com consequente hidrólise, resultando em conteúdo intestinal hipertónico que é rapidamente diluído por fluidos retirados do plasma e do líquido extracelular, conduzindo a uma brusca diminuição do débito cardíaco e à dilatação do jejuno – reflexo simpático vasomotor que provoca sudorese, taquicardia e alterações no ECG;

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Patologias GI Patologias Síndrome de Dumping Consequências Hipoglicemia (1 a 2 horas após a refeição

devido à rápida digestão e absorção); Malabsorção devido à esteatorreia; Anemia (hemorragias, diminuição da absorção

do Fe devido à não transformação do Fe2+ em Fe3+, ou diminuição da produção de FI resultando numa diminuição da absorção da vitamina B12;

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Patologias GI Patologias Síndrome de Dumping Cuidados Nutricionais Plano alimentar hiperenergético (35 a 45

kcal/kg de peso de ref); Plano alimentar hiperproteico (1,5 a 2 g/kg

de peso de ref); Plano alimentar moderadamente lipídico; Utilizar TCM se a esteatorreia estiver

presente;

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Patologias GI Patologias Síndrome de Dumping Cuidados Nutricionais Deitar pelo menos 1 hora após as refeições

com a cabeça um pouco mais alta que o corpo;

Refeições com pouco volume (120 a 150 ml); Evitar alimentos que provoquem mal estar

(esta identificação é individual); Proibir a utilização de líquidos durante as

refeições, sopas, fritos e condimentos;

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