DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · na retórica quanto às pesquisas em semiótica literária e...
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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO – SUED
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ – UEM
PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NA
ESCOLA
O TEXTO PUBLICITÁRIO EM SALA DE AULA: UMA
PROPOSTA DE LEITURA E ANÁLISE DA
DIVERSIDADE DE GÊNEROS DO DISCURSO
MARIA APARECIDA DA COSTA VINCI
MARINGÁ – PR
2010
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL-PDE
CADERNO PEDAGÓGICO DE LÍNGUA PORTUGUESA
O TEXTO PUBLICITÁRIO EM SALA DE AULA: UMA PROPOSTA DE LEITURA E ANÁLISE DA DIVERSIDADE DE GÊNEROS DO
DISCURSO
TEMA: INCÊNTIVO À LEITURA PELO TEXTO PUBLICITÁRIO
TEMPO ESTIMADO PARA A APLICAÇÃO: 32 horas/aulas
PROFESSORA: MARIA APARECIDA DA COSTA VINCI
ORIENTADORA: PROF. Dra. SANDRA APARECIDA PIRES FRANCO
SUMÁRIO
1. Introdução ........................................................................................... 03
2. A propaganda ..................................................................................... 05
3. Desenvolvimento do Caderno Pedagógico ...................................... 10
1º Momento – Preparação de uma análise propagandística ............ 10
2º Momento – Análise das Propagandas ........................................... 12
3º Momento – As marcas mundiais: um vislumbre-se ..................... 14
4º Momento – O desejo exacerbado .................................................. 16
5º Momento – As propagandas dizem muito ..................................... 18
6º Momento – A propaganda: uma realidade .................................... 20
7º Momento – Ideologias políticas ..................................................... 22
8º Momento – Propaganda: reflexo social ......................................... 24
9º Momento – O consumo guiando o ser humano ........................... 26
10º Momento – A arte em análise ....................................................... 28
11º Momento – A imagem de análise educativa ................................ 30
4. Encerramento – sugestão de uma prática pedagógica ................... 32
5. Referências ........................................................................................... 33
“Publicidade vende sonhos, idéias, atitudes e valores para a sociedade inteira.
Mesmo quem não consome nenhum dos objetos alardeados pela publicidade como se
fosse a chave da felicidade, consome a imagem deles. Consome o desejo de possui-los. (...) O desejo é social. Desejamos o que os outros desejam, ou o que nos convidam a
desejar. Uma imagem publicitária eficaz deve apelar ao desejo inconsciente, ao mesmo tempo em que se oferece como
objeto de satisfação”.
(Maria Rita Kehl, 2003)
1. INTRODUÇÃO
A proposta dessa unidade didática é levar para sala de aula uma leitura
persuasiva do texto publicitário, procurando focar as implicações da
intencionalidade argumentativas utilizadas e destacar a ideologia que
caracteriza a linguagem da propaganda. É necessário que o professor crie
situações para que o aluno deixe fluir sua competência discursiva, podendo ser
sujeito capaz de utilizar a língua de modo variado e que produza diferentes
efeitos de sentidos e situações na prática oral e escrita.
Sandmann (1997) afirma que a linguagem da propaganda é até certo
ponto reflexo e expressão da ideologia dominante, dos valores em que se
acredita, pois nela se manifesta a maneira de ver o mundo de uma sociedade
em certo espaço da história.
Com essa afirmação torna-se clara a importância da analogia a ser
utilizada em sala de aula, no sentido de esclarecer a influência que um
determinado propósito gera e os efeitos causados naquela sociedade.
Com base na referência sugerida é intencional provocar no aluno o
discernimento avaliativo crítico para a sua formação educacional, fazendo
deste, um indivíduo que contribua efetivamente na evolução de uma sociedade
livre, com base em princípios e ideologias que levam a uma sociedade justa.
Nessa Unidade Didática, utilizar-se-á inicialmente a fase histórica da
Ditadura Militar em que houve uma repressão em face da humanização. Mas,
4
observando que algumas propagandas com ideologias globalizadas já estavam
presentes no contexto brasileiro. Na sequência, apresentar-se-á uma
diversidade de imagens, em que cada uma delas focará um assunto em que
demonstra um momento que possivelmente possa ser decisivo na tendência da
formação crítica do educando. Dessa forma, priorizar-se-ão propagandas que
demonstram ideologias que vão ao caminho da contraconsciência.
No desenvolvimento dessa Unidade Didática, na apresentação
composta por uma imagem, terá como abertura uma palestra com um
convidado habilitado no assunto em questão para posterior debate, envolvendo
todos os alunos da turma.
É relevante destacar a importante contribuição que o Programa de
Desenvolvimento Educacional - PDE - trouxe para a criação e desenvolvimento
desse trabalho, oferecendo os subsídios necessários a reforçar a
argumentação qualitativa dessa proposta, nas aulas de Língua Portuguesa,
com alunos das oitavas series do Ensino Fundamental no Colégio Estadual
Governador Adolpho de Oliveira Franco - Ensino Fundamental, Médio e
Profissional.
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2. A PROPAGANDA
Para que possamos analisar um texto publicitário, é importante
retomarmos os estudos de retórica da Antiguidade Clássica. Sabe-se que a
palavra “gênero” sempre foi bastante utilizada pela retórica e pela literatura
com acepção designadamente literária. Para Todorov (1978), essa palavra tem
sido usada por Platão, cujo objetivo era distinguir o lírico, em que apenas o
autor falava; o épico, em que o autor e personagem falam; o dramático, em
que apenas a personagem fala. Brandão (2001 apud Santos, 2004) dizia que o
estudo de gêneros foi uma constante temática, interessava aos antigos tanto
na retórica quanto às pesquisas em semiótica literária e teorias linguísticas.
Assim, os gêneros aparecem na perspectiva da fala e da escrita dentro de um
contínuo tipológico das práticas sociais de produção textual.
Quando se trata de gênero do discursivo, Marcuschi (2000) opta pela
expressão Gêneros Textuais, uma vez que se reporta aos aspectos que são
constituídos da natureza empírica, sejam inseparáveis ou extrínsecos da
língua. Tal denotação também é justificada por se tratar de algo realizado
numa situação discursiva, entretanto se a opção for a de gênero discursivo,
refere-se à situação realizada no campo do discurso, isto é, uma situação
discursiva, como o contexto alude o seu aspecto sócio-comunicativo.
Marcuschi (2000) defende que o ensino que focalize o aprendizado da Língua
Portuguesa, a exploração dos gêneros textuais nas modalidades da língua
falada e escrita serão presumidamente mais bem sucedidos, visto que os
alunos obtêm capacidade de se expressar distintamente nas manifestações às
quais sejam expostos. Ramos (1997) tem a mesma concepção quando
assume que a correlação entre fala e a escrita está num contínuo das práticas
sociais.
Diante do exposto, insta ressaltar a explicação de Bakhtin (1995) em
relação à enunciação como sendo um produto da relação social que completa
o enunciado pertencente a qualquer gênero. Bakhtin (1995) defende ainda
que, em todas as esferas da atividade humana, a utilização da língua realiza-
se em formas de enunciado (orais e escritos), concretos e únicos. Assim, para
Bakthin (1979), os gêneros são aprendidos no curso de nossas vidas como
participantes de determinado grupo social ou membro de alguma comunidade.
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Logo, tem-se que gêneros são padrões comunicativos, que, socialmente
utilizados, funcionam como uma espécie de modelos comunicativos globais
que representam em conhecimento social localizado em situação concreta.
Rojo (2000) acentua que a definição de gênero discursivo está relacionada a
uma esfera da comunicação. Para a autora, o falante estaria impossibilitado de
criar, modificar, alterar um gênero e apóia-se em Bakhtin (1997), o qual
defende que não pode haver conceitos preestabelecidos, ou modelos precisos
e que não necessitem de acabamento, tendo em vista que mesmo fixa a
inclusão de um determinado gênero em seu domínio discursivo sucinto, esse
será sempre incluso.
Nesse contexto, os estudos da Análise do Discurso1, de linha francesa,
de Michel Foucault, orientam que a linguagem não deva ser considerada
apenas no seu aspecto formal, linguístico, mas vinculada a formações sociais,
históricas e ideológicas. A língua é, portanto, o lugar em que se materializa o
discurso, objeto de estudo da AD, e onde se realiza a produção de sentido. É
preciso mencionar três conceitos básicos dessa teoria que serão fundamentais
nas aulas de Língua Portuguesa, tendo como prioridade a leitura e análise do
texto publicitário, que são: o discurso, o sentido e o sujeito.
O objetivo da AD é o “discurso”, porém é importante salientar que tipo
de discurso é esse. A princípio compara-se o discurso com mensagem,
informação, meras palavras pronunciadas em frases, que não corresponde ao
interesse básico da AD. Tomando como objeto da AD, o discurso não é a
língua, o texto e nem a fala, mas necessita de elementos linguísticos para ter
existência material.
Para AD, a situação sócio-histórico cultural, na qual se organiza um
discurso, é de essencial relevância na extração dos sentidos ou, melhor
dizendo, na constatação dos “efeitos de sentidos”, provocados pelo sujeito
discursante e nos sujeitos ouvintes ou interlocutores do discurso. Sendo assim,
os discursos não são imanentes, eles se movimentam e se modificam. Isso é
possível pelas transformações histórico-sociais.
Assim, à noção de discurso integra-se a de sentido, o qual se produz em
função dos diferentes lugares sócio-históricos e ideológicos, ocupados pelos
1 Para facilitar a produção deste texto, sempre que se for mencionar Análise do Discurso, essa apresentar-
se-á sob a sigla AD.
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sujeitos no processo discursivo. Diante disso, Pêcheux (1997, p.161) salienta o
seguinte: “O sentido de um enunciado se constitui nas relações que suas
palavras, expressões ou proposições mantêm com outras palavras,
expressões ou proposições de outra forma discursiva”.
Para a AD, é inconcebível a ideia de imanência do sentido, ou seja, a
palavra não traz consigo um núcleo de significância inerente, não há uma
essência da palavra, um significado primeiro, original, imaculado e capaz de
ser localizado no interior do significante, pois a linguagem, da qual o signo
linguístico faz parte, é polissêmica2.
O sujeito é marcado como (re)produtor do discurso, pelo desejo de
completude e pelo desejo de ver o novo. Sempre acredita que disse tudo e que
só poderia dizer da forma escolhida, mas essa completude é ilusória, pois o
sujeito está sempre desejando mais. Ele é visto ainda como representante de
posições em uma estrutura social, de onde fala, e pela qual é envolvido e
determinado ideologicamente no jogo discursivo. Ele deve ser visto como um
ser social e não como individualizado.
A AD se apresenta como algo não acabado, em constante construção,
problematização, em que o linguístico é o lugar, o espaço que dá materialidade
a ideias, conteúdos, temáticas de que o homem se faz sujeito; não um sujeito
ideal e abstrato, mas um sujeito concreto, histórico e porta voz de um amplo
discurso social.
Nesse sentido, outro conceito que deve ser analisado nesse Projeto de
Intervenção Pedagógica na Escola do Programa de Desenvolvimento
Educacional do Estado do Paraná – PDE é o de ideologia.
A ideologia é essencial para a construção do sujeito e dos sentidos. A
língua é a materialidade específica da ideologia. Assim, não há discurso sem
sujeito, nem sujeito sem ideologia e é, desse modo, que a língua faz sentido.
“O indivíduo é interpelado em sujeito pela ideologia para que se produza o
dizer”(ORLANDI, 2001, p.46).
De outra perspectiva, Bakhtin (1997, p.41), afirma que “as palavras são
tecidas a partir de uma multidão de fios ideológicos e servem de trama a todas
as relações sociais em todos os domínios”.
2 Polissêmica: é o fato de uma determinada palavra ou expressão adquirir um novo sentido além de seu
sentido original.
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A ideologia adquire outros sentidos no campo dos estudos da
linguagem, diferentemente da Sociologia3 e do Materialismo-Histórico4, em que
é definida de modo geral, como “ocultação”. Em termos discursivos, ela é
concebida como mecanismo fundamental do processo de significação, ou seja,
enquanto prática significante, a ideologia surge como resultado da relação
necessária do sujeito com a língua e a história para que exista sentido.
Essa relação é possível uma vez que não exista uma relação unívoca
entre linguagem/mundo/pensamento. Dessa forma, a ideologia “intervém com
seu modo de funcionamento imaginário” (ORLANDI,2001, p. 48).
Compreender a ideologia na relação com a produção de sentidos é
compreender que é ela que possibilita a relação do sujeito com o sentido e é
por meio dela que o sujeito se constitui e significa o mundo e a si mesmo.
Vale destacar que existem algumas divergências em relação aos termos
propaganda e publicidade. Sandmann (1993, p.10) esclarece que essa
confusão semântica só ocorre no Brasil, isto porque na Universidade Federal
do Paraná, há um curso chamado “Curso de Publicidade e Propaganda”, com
os dois termos coordenados, com que se dá a entender, de certo modo, que
são coisas diferentes, que um não compreende o outro, embora ambas serem
usadas como sinônimos.
Sant`Anna (1998, p.75) observa com propriedade que a palavra
publicidade significa, genericamente, divulgar, tornar público; e, propaganda
compreende a ideia de implantar, de incluir uma ideia, uma crença na mente
alheia.
Assim pode-se concluir que comercialmente falando, anunciar visa
promover vendas e para vender é necessário implantar na mente do leitor uma
ideia sobre o produto. Por isso, muitos preferem usar o termo publicidade, ao
invés de propaganda; sendo hoje ambas usadas indistintamente.
Nesse trabalho, será mencionado os dois termos, por se tratar de uma
linguagem criativa e que está sempre buscando recursos expressivos que
3 É o estudo da vida e do comportamento social, sobretudo em relação a sistemas sociais, como eles
funcionam, como mudam, as consequências que produzem a sua relação complexa com a vida de
indivíduos. (Dicionário de Sociologia, 2008, p.217).
4 Termo utilizado na filosofia marxista para designar a concepção materialista da “história, segundo a
qual os processos de transformação social se dão através o conflito entre os interesses das diferenças
classes sociais” (Dicionário Básico de Filosofia, 2008, p.187).
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chamem a atenção do leitor, que o faça parar e ler ou escutar a mensagem
que lhe é dirigida, nem que para isso se infrinjam as normas da linguagem
padrão ou passe por cima de convenções da gramática normativa tradicional.
Porém, o grande desafio dessa linguagem sempre será o de prender a atenção
do leitor ou ouvinte, usando de meios estilísticos que façam com que o público
alvo preste atenção ao texto, mesmo que isso o choque, se for necessário.
Para que isso tenha um resultado favorável de convencimento, podem-se usar
outros recursos como as funções da linguagem que darão maior ênfase no
aspecto criativo. É importante o uso dessas funções, pois o objetivo a priori do
texto propagandístico não é somente o de vender um bem de consumo, um
produto ou uma ideia; mas sim, persuadir alguém, levá-lo a um
comportamento. Para isso, faz-se necessário o uso dessas funções que estão
presentes com suas marcas linguísticas típicas. Em geral, pode-se dizer que
as figuras de linguagem são formas de expressões que fogem da linguagem
comum, emprestando à mensagem maior vivacidade, vigor e criatividade,
dependendo esta última qualidade naturalmente da maior ou menor
originalidade.
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3. DESENVOLVIMENTO DO CADERNO PEDAGÓGICO
“A gente se acostuma a andar nas ruas e ver cartazes.
A abrir revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançando na infalível catarata dos produtos.”
(Marina Colasanti)
1º MOMENTO
PREPARAÇÃO DE UMA ANÁLISE PROPAGANDÍSTICA
Nesse momento, dando início as atividades de análise das ideologias e
intencionalidades presentes nas propagandas, o professor deverá levar um
palestrante da área de história, para explicar sobre o contexto histórico ocorrido
no período da Ditadura Militar no Brasil, a fim de que os alunos possam
posteriormente analisar as propagandas trazidas pelo professor.
Nessa atividade, o professor da sala preparará juntamente com o auxílio
do palestrante, um vídeo ou imagens que retratará de forma bem consciente
aquela época, usando trechos da minissérie “Anos Dourados”, depoimento
crítico da obra literária “A festa” de Ivan Ângelo, e fragmento da música “Pra
não dizer que não falei das flores” de Geraldo Vandré, apresentando uma fase
da vida do cantor que também sofreu com as consequências da Ditadura
Militar.
Ainda dentro dessa mesma perspectiva, após a exposição do professor
convidado, os alunos poderão questionar sobre o assunto apresentado.
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VAMOS ÀS ATIVIDADES:
O professor deverá interagir com os alunos, partindo de
questionamentos como os exemplificados abaixo:
1) Quem de vocês, alunos, já tiveram conhecimento desse fato histórico
ocorrido no Brasil, por alguém de sua convivência?
2) Hoje, depois do discurso do professor de História, vocês têm ideia da
importância que foi a participação dos estudantes da época e quais eram suas
ideologias?
3) Quem sofreu mais, ricos ou pobres, intelectuais ou ignorantes acerca da
política?
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“A sala de aula de línguas talvez seja o melhor lugar para analisar, criticar e/ou avaliar as
várias instâncias de interação humana de culturas localizadas, nas quais a linguagem é usada para
mediar práticas sociais”.
(Motta-Roth, 2006, p.145)
2º MOMENTO
ANÁLISE DAS PROPAGANDAS
Nesse momento, o professor, após ter trabalhado as questões teóricas,
entrará com a apresentação das imagens, para que os alunos possam
visualizá-las e relacioná-las ou não com o momento anterior.
Importante mencionar que a imagem estará presente sempre no site
referendado abaixo da figura.
http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/Image/conteudos/image
ns/3historia/3repressao688.jpg
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VAMOS ÀS ATIVIDADES:
Para a análise dessa imagem, o professor poderá fazer os seguintes
questionamentos:
1) Qual a relação que poderemos fazer entre uma placa da Coca Cola que
sugere liberdade e os estudantes que aparecem na imagem demonstrando
indignação com a perda da liberdade com a repressão de seus direitos?
2) Com base na imagem apresentada acima, apresente uma análise que defina
o antes e o depois do golpe militar que leva a esse momento histórico.
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“A publicidade vende sonhos, ideais, atitudes e valores para a sociedade inteira. Mesmo quem não consome nenhum dos objetos alardeados
pela publicidade como fossem a chave da felicidade, consome a imagem deles. Consome
o desejo de possuí-los”.
(Maria Rita Kehl, 2003)
3º MOMENTO
AS MARCA MUNDIAIS: UM VISLUMBRE-SE
http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/Image/conteudos/imagens/soci
ologia/3glob.jpg
Nesse momento, o objetivo é despertar no aluno o senso crítico com
relação ao consumismo que é alvo daquilo que se veicula nas propagandas,
sejam televisionadas, escritas, faladas, placas ou outdoors. Assim sendo,
objetiva-se preparar o aluno, visando seu desenvolvendo no discernimento de
estabelecer seus próprios limites, não se tornando este, objeto de manipulação
do consumismo desenfreado. Mas, como nem tudo é totalmente ruim, é
importante ressaltar que além de motivá-lo a uma análise, algo de relevada
curiosidade acontece nesse processo, que é a leitura que ele fará por meio
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dessas imagens, ou seja, que as logomarcas se fazem leitura por si só. Com
isso, podemos perceber a importância do uso desse veículo - propaganda, no
processo ensino-aprendizagem, que além de se trabalhar aquilo que é o
objetivo principal do contexto, também se contabiliza o ganho na alfabetização
já ocorrida anteriormente em que, faz-se a leitura pelo simbologismo.
VAMOS ÀS ATIVIDADES:
1) Quantas dessas marcas da imagem apresentada fazem ou fizeram parte
de seu dia a dia?
2) Quais os critérios que você utiliza para adquirir determinado produto?
3) Você utiliza um produto somente pela marca sem analisar a qualidade
de outros produtos?
4) Em sua opinião, o que leva um produto de marca famosa ser mais caro
que um outro produto concorrente?
5) Qual a sua participação no valor de venda de um produto que usa os
meios de propagandas?
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“Propaganda é a arte de persuadir os outros sobre as coisas nas quais você não acredita.”
(Abba Eban)
4º MOMENTO
O DESEJO EXACERBADO
http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/File/imagens/2010/sociologia/c
onsumismo.jpg
O quadro acima mostra com muita clareza a forma que as propagandas
deixam “a cabeça” do consumidor. Isso é comum a todos, afinal, fazemos parte
de um mesmo sistema, somos todos atingidos involuntariamente por essa
chuva constante de propostas que nos induz ao consumismo. Portanto, o aluno
tem nesse momento, a oportunidade de entrar nessa brincadeira mostrada na
imagem e discutir a importância que cada objeto representa na sua rotina e
enumerar quantas coisas já foram compradas, influenciadas pelas
propagandas veiculadas pelos meios de comunicação.
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VAMOS ÀS ATIVIDADES:
1) Você consegue perceber com clareza a intencionalidade existente nas
propagandas?
2) Que papel a propaganda desempenha em nossa vida nos tornando
muitas vezes instrumentos da própria divulgação de marcas sem
participação nos rendimentos, mas ao contrário, contribuindo ainda mais
com o consumismo?
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“A educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre toda a vida”.
(Rubem Alves)
5º MOMENTO
AS PROPAGANDAS DIZEM MUITO?
http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/File/imagens/2portugues/6mis
eria.jpg
Nesse quadro, o objetivo é mostrar ao aluno os efeitos resultantes que
podem decorrer do consumismo excessivo e indiscriminado, levados pela falsa
sensação de conforto e segurança a que objetiva os meios de comunicação,
quando voltados a vender uma ideia consumista. Involuntariamente, o
consumidor adquire determinadas dependências que em alguns casos pode
levá-lo a perder a noção dos limites e mergulhar num labirinto de difícil volta.
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Portanto, a importância desse momento, deverá levar o educando a fazer uma
análise reflexiva para ter como subsídio a argumentação necessária para
desenvolver em grupo, o debate que deverá levá-lo ao amadurecimento e
crescimento educacional, capaz de colocá-lo em condição de avaliar situações
em que o discernimento é fundamental para uma tomada de decisão.
VAMOS ÀS ATIVIDADES EM GRUPO:
1) Analisando a imagem, faça uma analogia entre o produto rotulado na garrafa
e na camiseta e o motivo que levou o rapaz a essa situação.
2) Você concorda que o consumismo também é um vício e pode levar uma
pessoa a viver uma situação como essa apresentada?
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“Como professores temos que acreditar na mudança, temos que saber que é possível, do
contrário não estaríamos ensinando, pois a educação é um constante processo de
modificação”.
(Rubem Alves)
6º MOMENTO
A PROPAGANDA: UMA REALIDADE
http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/Image/conteudos/imagens/arte
/2infancia.jpg
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Nesse momento, objetiva-se levar o aluno a refletir sobre as causas que
motivam a existência da violência no meio infantil. Sem dúvida, esta questão
tem sido literalmente uma sombra no encalço dos educadores que procuram as
causas desse fantasma que abre um leque de fatores e que levam os jovens e
infanto-juvenis a cometerem e também serem vítimas da violência urbana.
Nessa figura, o aluno poderá analisar a questão por diversos aspectos.
Poderá começar pela vida fácil mostrada em diversos programas de televisão,
ou pelo uso de drogas e também pela desestruturação familiar. Para tanto, é
preciso que a escola esteja muito atenta, afinal, é nela, que todos os problemas
acabam se afunilando.
A figura abre um grande espaço para uma rica discussão, oportunizando
uma interpretação em grupo que deverá ser considerada e estimulada pelo
professor, de modo que as conclusões levem os alunos a perceberem que o
fantasma do consumismo indiscriminado tem sido a principal origem de muitas
insatisfações que atormentam os jovens com baixo poder aquisitivo e
consequentemente, abre as portas para a violência.
VAMOS ÀS ATIVIDADES:
1-Qual deve ser o melhor caminho para não ceder à sombra dos vícios de
consumo?
2-Quando percebemos que algo nos incomoda como se fosse uma sombra nos
“tentando” a comprar mais do que podemos. Como devemos agir?
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“Analisar o discurso é fazer com que desapareçam as contradições; é mostrar o jogo que nele elas
desempenham; é manifestar como ele pode exprimi-las, dar-lhes corpo, ou emprestar-lhe uma fugidia
aparência.”
(Michel Foucault)
7º MOMENTO
IDEOLOGIAS POLÍTICAS
http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/File/imagens/4portugues/5ang
eli_coisapublica.jpg
Nesse quadro, pretende-se focar a forma com que muitos políticos
tratam o dinheiro do povo arrecadado através de impostos que representam um
peso muito grande para o consumidor. Portanto, é importante que o aluno ao
fazer a leitura da imagem, perceba a necessidade de analisar o discurso feito
pelo candidato no momento da propaganda política.
É nesse período que devemos prestar atenção nas propostas, para que
objetive conscientizar o aluno dos efeitos da propaganda enganosa tentar
evitar eleger pessoas com comportamento que se identifiquem com a figura.
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O trabalho em grupo deve convergir para a análise de questões que
possam vir de pessoas mal intencionadas que conduzam o destino do país de
modo a ser uma sociedade cada vez mais empobrecida e dependente.
VAMOS ÀS ATIVIDADES:
1- Por que é importante a discussão em família, das propostas feitas pelos
candidatos por ocasião das eleições?
2- O quadro em estudo nos fala de políticos corruptos, portanto, qual o papel
da escola nesse contexto?
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“Vivemos em um mundo, marcado por
tragédias, violências e desigualdades, onde muito se fala e pouco se faz, onde muitos
fecham os olhos para tudo que está acontecendo a sua volta e olha somente para seu umbigo”.
(Rubem Alves)
8º MOMENTO
Propaganda: reflexo social
http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/Image/conteudos/imagens/6so
ciologia/6H5.jpg
O quadro ora apresentado deve contemplar um momento em que o
aluno possa ser levado a interpretar as formas de pobreza que podem atingir o
ser humano e quais fatores concorrem para os mais diversos resultados. Nesse
caso específico, o aluno poderá observar, entre outros aspectos, que fica
bastante evidenciado a falta que a escola fez para aquela pessoa num
determinado momento de sua vida e que apesar de sua total desnutrição física,
a sua fome hoje, é a fome do saber.
O trabalho em grupo deve abrir a discussão sobre o longo e árduo
caminho que a pessoa, muitas vezes, iludida pela ideologia imposta pelo
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consumismo, acabou perdendo a oportunidade de ter uma formação
profissional próspera.
VAMOS ÀS ATIVIDADES EM GRUPO:
1- Analisando a figura, o que significa a mordida no livro?
2- Faça uma analogia entre a fragilidade física do jovem e a inutilidade do livro
naquele momento.
3- Identifique os fatores que possam levar uma pessoa a se colocar alheia a
frequentar uma escola.
4- Partindo do pressuposto de que a escola é fundamental para a formação das
pessoas, como você se sentiria fora dela?
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“A publicidade é uma fábrica de perfeitos fregueses, ávidos e estúpidos; a educação, que lhe é paralela, fabrica cidadãos civis e
crentes”.
(Agostinho Silva)
9º MOMENTO
O CONSUMO GUIANDO O SER HUMANO
http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/File/imagens/2010/sociologia/g
uiados_para_consumo.jpg
Nesse quadro podemos observar com muita clareza, a verdadeira
intencionalidade das propagandas que pretendem levar as pessoas ao êxtase
do consumismo. Deve ser valorizada nessa figura, a oportunidade para que o
aluno perceba a intensidade dos efeitos causados pelos comerciais na vida
das pessoas. Sem dúvida, fica muito evidente a robotização que os
consumidores, involuntariamente acabam assimilando, e que, sem perceber
passam a consumir produtos desnecessariamente, comprometendo o
orçamento e, consequentemente na maioria das vezes, causando um
desequilíbrio financeiro familiar.
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VAMOS ÀS ATIVIDADES:
1) Discutam em grupo:
Com base na figura, quais as consequências do consumismo exagerado?
2- O que leva as pessoas, de um modo geral a gastar mais do que ganham?
3- O consumo excessivo leva as pessoas a se comprometerem em créditos
parcelados. Qual a intenção do Capitalismo em ofertar essa modalidade de
crédito?
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“Educação gera conhecimento, conhecimento gera sabedoria, e, só um povo sábio pode mudar seu
destino”.
(Samuel Lima)
10º MOMENTO
A ARTE EM ANÁLISE
http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/Image/conteudos/imagens/arte
/2munch.jpg
A figura destacada na pintura vem traduzir o ápice da inconformidade ao
atingir o gargalo da consciência. É sob essa ótica que se pretende que o aluno
inicie a sua interpretação, analisando uma situação de desespero de alguém
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que há muito tempo tem sido vítima de uma sociedade consumista, sem
limites, e envolvida em hábitos, costumes e regras que o capitalismo tem
pretendido estabelecer como normalidade e que as pessoas não conseguem
sustentar. Portanto, muitas pessoas vivem hoje num constante grito pela
liberdade que já perderam há muito tempo, mas não consegue recuperá-la,
afinal, o consumismo já está impregnado na vida das pessoas, de forma que
ninguém consegue ouvi-la.
VAMOS ÀS ATIVIDADES:
1-O que significa o grito traduzido na figura na sociedade em que vivemos?
2-Como devemos administrar nossos impulsos consumistas de modo a não
chegar a esse extremo?
3-Discutir em grupo:
Como deve ser a “vacina” para controlar ou evitar o exagero no consumismo?
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“A cultura forma sábios; a educação, homens”.
(Louis Bonald)
11º MOMENTO
A IMAGEM DE ANÁLISE EDUCATIVA
http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/File/imagens/4portugues/886.j
pg
Partindo do princípio de que uma sociedade somente poderá ser justa a
partir da formação cultural do seu povo, com distribuição de rendas equivalente
e respeito aos direitos adquiridos concluímos que o quadro acima, nos mostra
efetivamente o caminho.
Esse deve ser o ponto de partida que dará ao aluno a direção para uma
análise consciente e coerente, a respeito da fundamental importância dos
conteúdos científicos trabalhados na sala de aula pelo professor. Deve ser
essa a essência inerente a esse trabalho, o ponto fundamental a ser atingido
de forma a levar o aluno ao estado de compreensão do verdadeiro papel do ser
humano no contexto social.
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Essa análise deve ser relevante aos alunos no fechamento dos
momentos trabalhados em sequência, culminando na formação de uma
ideologia voltada ao crescimento educacional, tendo como resultado um
educando crítico e consciente de sua importância na sociedade.
VAMOS ÀS ATIVIDADES:
1-Com base nas aulas trabalhadas em que o tema em foco foi o Consumismo
veiculado pelos meios de comunicação, elabore um texto expondo a
importância da escola na conscientização das pessoas no controle da
aquisição de produtos divulgados nas propagandas.
2. O livro didático ao seu ver possibilita uma análise da sociedade real?
3. Com base nas imagens trabalhadas nessa Unidade Didática, você enquanto
aluno pode percebeu se o livro assume um caráter de análise do real?
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3. ENCERRAMENTO - SUGESTÃO DE UMA PRÁTICA PEDAGÓGICA
Após o trabalho com a análise das propagandas e sua ideologias, o
professor poderá fazer uma encerramento com produções de propagandas
criadas pelos próprios alunos, em grupo, deixando fluir a criatividade e o senso
crítico.
Para concretizar o trabalho dessa Unidade Didática e proporcionar aos
alunos uma visão social, propõe-se uma preparação para produção do trabalho
com propagandas, com imagens e texto originais, em que o aluno possa
demonstrar o conhecimento apropriado durante as aulas.
Será necessário primeiramente que esboce sua criação em papel sulfite
ou canson após a preparação de um roteiro, de forma que os outros grupos
possam analisar e fazer uma leitura percebendo a ideologia do grupo autor.
Logo em seguida deverão editar a propaganda usando os recursos visuais e
auditivos necessários para uma produção artística e apresentá-la no Projetor
de Imagens ou TV Pendrive.
Todo trabalho deverá ser supervisionado pela equipe pedagógica da
escola, e poderá ser aberto aos pais e comunidade escolar como forma de
conscientização em relação ao consumismo.
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5. REFERÊNCIAS
SANDMANN, Antonio José. A linguagem da propaganda. Coleção
Repensando a Língua Portuguesa. 2. ed. São Paulo: Contexto, 1993.
Disponível em: http://diaadi.pr.gov.br/tvpendrive-tvmultimidias/ (historia/lingua
portuguesa/arte/sociologia)
Portal dia a dia
Acesso: 18/05/2010