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Compositores

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  • newsletterNMERO 101MARO|2009

    A vez dosjovens

    compositores

  • A Fundao Calouste Gulbenkian uma instituio portuguesa de direito privado e utilidade pblica, cujos fins estatutrios so a Arte, a Beneficncia, a Cincia e a Educao. Criada por disposio testamentria de Calouste Sarkis Gulbenkian, os seus estatutos foram aprovados pelo Estado Portugus a 18 de Julho de 1956.

    nest

    e n

    mer

    o po

    de le

    r

    13Vamos fazer uma pera

    Um dia nas audiesMais ou menos nervosos, cerca de

    80 candidatos, dos 8 aos 15 anos, tentaram dar o seu melhor nas

    audies para a pera de Benjamin Britten, que a Fundao vai estrear

    em Junho. A adaptao de Lets make an opera fez soar algumas gargantas afinadas, entre muita

    agitao e o entusiasmo natural dos pequenos cantores.

    newsletter Nmero 101.Maro.2009 | ISSN 08735980 Esta Newsletter uma edio do Servio de Comunicao

    Elisabete Caramelo | Leonor Vaz | Sara Pais | Av. de Berna, 45 A, 1067001 Lisboa,

    tel. 21 782 30 00, fax 21 782 30 27, [email protected], www.gulbenkian.pt | Reviso de texto Rita Veiga [dito e certo]

    Design Jos Tefilo Duarte | Eva Monteiro | Tnia Reis [DDLX] | Impresso Euroscanner | Tiragem 10 000 exemplares

    4 A vez dos jovens compositoresSeis novas partituras que revelam outros tantos jovens compositores. Tm menos de 35 anos, a paixo pela msica e, durante duas semanas, vo trabalhar com Joana Carneiro e a Orquestra Gulbenkian no 7 Workshop para Jovens Compositores. A 19 e 20 de Maro as suas composies sero escutadas pelo pblico do Grande Auditrio. A histria de uma iniciativa que j revelou 25 novos compositores portugueses.

    7 O princpio da mudanaNuno Figueiredo acredita que h sinais de mudana na medicina em Portugal. O novo Programa Gulbenkian de Formao Mdica Avanada deu-lhe a oportunidade de prosseguir o caminho que h muito esperava investigar as doenas, sem deixar de exercer a clnica. Uma alternativa que pode, finalmente, reaproximar as cincias bsicas e as cincias mdicas.

    | newsletter

  • ndice

    em relevo

    4 A vez dos jovens compositores

    primeiro plano

    7 Nuno Figueiredo

    O princpio da mudana

    a seguir

    11 Festa desenho e paisagem

    1 Concerto de Cristal

    13 Um dia nas audies

    14 A Evoluo de Darwin

    16 (lugar da gua)

    de Rui Vasconcelos

    16 Heimo Zobernig

    17 Trienal na Tate Britain com

    apoio Gulbenkian

    17 Delegao do Reino Unido

    aposta na proactividade

    18 Catlogos de Exposies

    de Londres e Paris

    na Biblioteca de Arte

    19 breves

    0 novas edies

    1 projectos apoiados

    bolseiros gulbenkian

    Miguel Castelo-Branco

    Os portuguet do Sio

    uma obra

    4 Vtor Pomar

    Sem ttulo

    6 update

    7 agenda

    14 Os filmes de DarwinAlm da exposio que continua a atrair um pblico numeroso, Darwin foi recriado por oito artistas, de vrias nacionalidades, em curtas--metragens de trs minutos. O resultado desta produo britnica est vista de todos os que quiserem espreitar Darwin Originals, no Hall de congressos da Fundao.

    16(lugar da gua)Rui Vasconcelos expe, a partir de 6 de Maro, na galeria de exposies temporrias do Centro de Arte Moderna. Duas encusticas, de grandes dimenses, e cinco outros desenhos a guache, a acrlico, a grafite e a tinta-da-china integram esta mostra que nos convida a imaginar outros lugares.

    Os portuguet do SioEm 2011, Portugal e a Tailndia celebraro 500 anos de relaes diplomticas. No antigo reino do Sio, onde ainda hoje Portugal olhado como uma grande potncia, h velhos traos que no se apagam. Miguel Castelo-Branco, bolseiro Gulbenkian, rene os documentos e investiga esta relao materializada na comunidade de ascendncia portuguesa os portuguet , como ficaram conhecidos.

    newsletter | 3

  • P aisagens Reveladas de Joo Antunes, Um e Um de Sofia Sousa Rocha, Cubo de Slvia Mendona, Arrestare de Nuno Jacinto, Imagens para Orquestra de Vanessa Valrio e Concatenao de Diogo Alvim foram as seis partituras seleccionadas de um total de dez obras candidatas ao 7 Workshop da Orquestra Gulbenkian para Jovens Compositores Portugueses. Esta srie de workshops a iniciativa mais recente de dcadas de apoio da Fundao Gulbenkian msica contempornea. Este apoio, iniciado nos anos (19)60, tem assumido fundamentalmente trs vertentes: incentivo criao musical, formao de jovens compositores e presena regular de repertrio contemporneo no programa das temporadas. Para alm de garantir um plano anual de encomendas a compositores, a Fundao tem investido na formao, atribuindo regularmente bolsas de estudo de aperfeioamento artstico e, desde 1981, realizando Seminrios de Composio orientados por Emanuel Nunes. Os Encontros Gulbenkian de Msica Contempornea, programados entre 1977 e 2002, apresentaram anualmente e de modo sistemtico as tendncias estticas dominantes na msica erudita dos sculos XX e XXI.A partir de 2003, a Fundao apostou num outro modelo de programao e de divulgao da msica contempornea, que passou a ser apresentada de uma forma diluda ao longo de toda a temporada, quer em pequenas sries de concertos temticos, quer em concertos isolados, quer ainda inserida em programas com obras de diversos perodos da histria da msica. O objectivo desta nova orientao fazer chegar a msica contempornea a sectores mais vastos do pblico.Simultaneamente, naquele mesmo ano, e ainda na linha da reorientao geral no apoio msica contempornea, criouse um workshop para jovens compositores portugueses em que confluem estas trs linhas de aco do Servio de

    em r

    elev

    oA vez dos jovens

    compositores

    Pelo stimo ano consecutivo, o Servio

    de Msica da Fundao vai incluir na sua

    programao anual o Workshop da Orquestra

    Gulbenkian para Jovens Compositores

    Portugueses. Tal como nos anos anteriores, as

    partituras candidatas a esta aco foram

    seleccionadas por uma comisso de leitura

    presidida por Emanuel Nunes. Sero agora

    trabalhadas em conjunto, ao longo de duas

    semanas intensas de ensaios, pelos compositores,

    pelo maestro orientador e pela Orquestra

    Gulbenkian, culminando numa apresentao

    pblica no Grande Auditrio, a 19 e 20 de Maro.

    A Newsletter traa uma breve histria desta

    iniciativa, que desde a sua origem, em 2003,

    apresentou j, em primeira audio mundial,

    um total de 37 obras de 25 compositores, com

    idades compreendidas entre os 20 e os 33 anos.

    4 | newsletter

  • Msica: formao, criao e difuso. Ao longo de uma quinzena, os jovens seleccionados para o workshop trabalham as suas composies inditas sob orientao do maestro, antes de serem interpretadas pela Orquestra Gulbenkian numa apresentao pblica includa na programao da Temporada de Msica. Segundo Carlos de Pontes Lea, actual consultor do Servio de Msica e um dos responsveis pela programao de msica contempornea da Fundao, tratouse, na altura, de uma iniciativa pioneira em Portugal: Pela primeira vez, uma orquestra profissional passou a dedicar, anualmente, duas semanas da sua actividade a trabalhar peas de jovens compositores, muitos dos quais tinham, assim, uma primeira experincia de escrita para orquestra. O regulamento do concurso prev, alis, que, em igualdade de circunstncias, se d preferncia a compositores que no tenham ainda antecedentes de carreira profissional. Este workshop objecto de um concurso anual a que podem candidatarse compositores at aos 35 anos. A escolha das partituras feita por um jri presidido por Emanuel Nunes e que integra o director do Servio de Msica da Fundao e o maestro que dirige os ensaios e concertos. As obras devem adequarse formao base da Orquestra e s em casos excepcionais so admitidas obras que exijam msicos suplementares. Este workshop realizase em articulao com os Seminrios de Composio dirigidos por Emanuel Nunes, tambm anuais, e habitual que as partituras trabalhadas no workshop sejam objecto de anlise no seminrio do ano seguinte. Carlos de Pontes Lea recorda que as primeiras cinco edies do workshop tiveram como maestroorientador Guillaume Bourgogne, o qual dispunha de uma grande experincia de trabalho com orquestras juvenis, designadamente com a orquestra formada por alunos do Conservatrio Nacional Superior de Msica de Paris. que os ensaios acabam por

    ser, sublinha Pontes Lea, verdadeiras aulas superiores de composio prtica, onde desenvolvido um trabalho continuado de formao e de correco, no decorrer do qual as partituras vo sofrendo ajustamentos at apresentao pblica no concerto de encerramento. Para a maior parte destes compositores, esta a primeira oportunidade no s de escrever para orquestra, como de ouvir a sua criao. E o consultor do Servio de Msica acrescenta: com muito agrado que vemos muitos dos compositores que tm

    Pela primeira vez, uma orquestra profissional passou a dedicar, anualmente, duas semanas da sua actividade a trabalhar peas de jovens compositores, muitos dos quais tinham, assim, uma primeira experincia de escrita para orquestra.

    Joana Carneiro dirige o concerto final da 6 edio do Workshop da Orquestra Gulbenkian para Jovens Compositores Portugueses.

    newsletter |

  • passado pelos workshops prosseguirem e consolidarem as suas carreiras, recebendo inclusivamente encomendas de outras instituies e apresentando obras em contextos diferentes. Por exemplo, seis dos 25 compositores que frequentaram at hoje os workshops foram seleccionados para participar no Festival de Msica Portuguesa Hoje, promovido pelo Centro Cultural de Belm, em Julho de 2008 Bruno Gabirro, Carlos Miguel Marques, Lus Cardoso, Hugo Ribeiro, Rui Penha e Jaime Reis. O prprio Servio de Msica da Fundao fez, entretanto, encomendas de obras a dois destes compositores: Patrcia Sucena Almeida e Nuno Miguel Henriques. A edio do ano passado contou j com a participao de Joana Carneiro, maestrina convidada da Orquestra Gulbenkian, que este ano voltou a aceitar o desafio. Tratase, ainda nas palavras de Pontes Lea, de uma maestrina tambm ela jovem e muito interessada na promoo dos jovens compositores. Nas trs primeiras edies, apesar de os trabalhos terem decorrido na Fundao, os concertos foram apresentados na Culturgest, colaborao que voltar a acontecer em 2010. Carlos de Pontes Lea antecipa uma novidade para este ano: Um encontro prconcerto aberto ao pblico com os compositores, moderado pela maestrina, no dia 19, s 18h00, no Auditrio 3 da Fundao. Ser um momento privilegiado para preparar uma audio mais informada e uma maior fruio das obras.O programa dos concertos do dia 19 e 20 ser completado com algumas grandes obras de referncia do repertrio orquestral do sculo XX.No prximo ano ser reforada a tendncia para apresentar a msica contempornea ao longo da temporada, a par de obras dos perodos anteriores. A ideia , cada vez mais, criar programas mistos ao longo da temporada, familiarizando o pblico com as obras mais recentes da criao musical.

    com muito agrado que vemos muitos dos compositores que tm passado pelos workshops prosseguirem e consolidarem as suas carreiras

    Participantes no Worskhop da Orquestra Gulbenkian para Jovens Compositores Portugueses

    2003 Joo MadureiraRicardo RibeiroGonalo LourenoNuno Miguel HenriquesBruno Gabirrongela LopesLus CoutinhoBruno Aveiro

    2004Gonalo LourenoNuno Miguel HenriquesBruno GabirroBruno AveiroRui PenhaPatrcia AlmeidaJaime ReisHugo RibeiroJorge Campos

    2005Bruno GabirroBruno AveiroRui PenhaPatrcia AlmeidaJaime ReisKami (Carlos Miguel Marques)Lus Soldado

    Vasco MendonaTeresa Ferreira GilCsar de Oliveira

    2006Bruno AveiroPatrcia AlmeidaJaime ReisHugo RibeiroLus SoldadoTeresa Ferreira GilCsar de Oliveira

    2007Hugo RibeiroKami (Carlos Miguel Marques)Rogrio MedeirosJoo QuinteiroJoo AntunesLus Cardoso

    2008Nuno Miguel HenriquesBruno GabirroKami (Carlos Miguel Marques)Joo FernandesDiogo AlvimSlvia Mendona

    Guillaume Bourgogne no concerto de encerramento da 2 edio do Workshop da Orquestra Gulbenkian para Jovens Compositores Portugueses.

    6 | newsletter

  • Nuno Figueiredo escolheu trabalhar num

    hospital universitrio para no se afastar da

    formao contnua e da investigao. Interno

    no Servio de Cirurgia do Hospital de Santa

    Maria, em Lisboa, foi um dos escolhidos para

    frequentar o Programa de Formao Mdica

    Avanada. Os gestos seguros deste jovem cirurgio

    prenunciam uma determinao clara em levar

    por diante a vontade de conciliar a vertente

    clnica com a investigao. Confiante no futu-

    ro da medicina em Portugal, Nuno Figueiredo

    diz, nesta entrevista, que as mentalidades

    esto a mudar, mas que as cincias bsicas e

    as cincias mdicas precisam de se reaproximar.

    O princpio da mudana

    prim

    eiro

    pla

    no

    Criado no ano passado, o Programa Gulbenkian de

    Formao Mdica Avanada (PGFMA) destinase

    a mdicos internos de especialidade ou especia

    listas que pretendam conciliar a assistncia clnica

    aos doentes com a investigao cientfica. Como

    resultado do Programa de 2008, dez mdicos esto

    agora a iniciar a sua investigao, aps um perodo

    de seis meses em que assistiram a encontros, aulas

    e conferncias com cientistas do Instituto Gulbenkian

    de Cincia (Oeiras), IPATIMUP (Porto) e Instituto

    de Medicina Molecular (Lisboa). Um novo concurso

    ser lanado em breve.

    newsletter | 7

  • Como teve conhecimento deste Programa?Trabalho no Hospital de Santa Maria, sou interno no Servio de Cirurgia 1, e no meu hospital h bastante divulgao de programas de doutoramento, de mestrado, entre outros. Ao mesmo tempo que estava a ser publicada esta informao da Fundao Gulbenkian, o meu director de Servio faloume do Programa e, tendo em conta o meu perfil, aconselhoume a candidatarme. Foi assim que cheguei aqui.

    Candidatou-se desde logo a um lugar em part-time?Sim. Havia duas possibilidades. Uma implicava abandonar a clnica durante trs anos para fazer um projecto de investigao. Na outra, teria de suspender apenas durante os seis meses correspondentes ao perodo lectivo, no fim dos quais teria a hiptese de conciliar a permanncia no hospital com o desenvolvimento de um projecto de investigao, teoricamente durante os mesmos trs anos, embora seja um bocadinho mais complicado. Em concreto, estou no fim da especialidade e muito difcil para um cirurgio afastarse da clnica durante trs anos e depois voltar. Na minha fase de formao no faria muito sentido e, alm disso, a Cirurgia como outras profisses que exigem treino e destreza manual. Quando no praticamos e no temos acesso ao bloco operatrio, acabamos por perder a mo. Eu sempre tive interesse pela investigao clnica. Fui, alis, para um hospital universitrio para isso mesmo, para poder ter uma boa formao cirrgica, fazer investigao e eventualmente conciliar tudo isto com uma carreira docente. A candidatura ao Programa teve a ver com esta minha vontade.

    J pensou que tema vai escolher para a sua investigao?Tenho imenso interesse na rea da Spsis (uma resposta inflamatria exacerbada a uma infeco existente no organismo), j que em cirurgia geral muitos doentes desenvolvem esta situao. A peritonite, ou seja, uma inflamao ou infeco na cavidade peritoneal originada por vrios factores uma das indicaes mais frequentes para cirurgia e a principal razo que leva os nossos doentes s unidades de cuidados intensivos. uma situao dramtica porque atinge doentes em todas as faixas etrias, relativamente novos ou at muito idosos e com vrias patologias associadas. muito difcil entender a resposta do nosso organismo a esta agresso, porque muitas vezes, depois de conseguirmos eliminar o agente agressor, a resposta inflamatria desregulada mantmse e provoca inexoravelmente a morte do doente. Esta uma rea que est relativamente pouco estudada em cirurgia geral e qual me quero dedicar, embora reconhea que muito vasta.

    Talvez pelo acesso informao que temos tido nos ltimos anos, estes casos tm sido muito frequente nos hospitaisH casos dramticos e por isso muito publicitados, mas no nos podemos esquecer de que esta uma situao muito grave, que por si s pode deixar sequelas nos doentes. A parte da recuperao funcional fundamental e tambm tem de ser acompanhada a qualidade de vida que estes doentes vo ter depois da alta dos hospitais. O interessante na Spsis que, apesar de a maioria das causas serem tratveis, o grande desafio est na forma como conseguimos modular

    Eu sempre tive interesse pela investigao clnica.

    Fui, alis, para um hospital universitrio

    para isso mesmo, para poder ter uma

    boa formao cirrgica, fazer investigao

    e eventualmente conciliar tudo isto com uma carreira docente.

    A candidatura ao Programa teve a ver com

    esta minha vontade.

    8 | newsletter

  • a resposta do organismo a esse estmulo nocivo e em conduzirmos estes doentes a um novo estado de equilbrio. Este o grande problema! Hoje em dia, h imensa investigao a decorrer que pode ajudar uma vez que no nosso organismo tudo se encontra interligado. Mesmo em patologias que aparentemente no esto relacionadas com a infeco, a cincia tem vindo a demonstrar alguma correlao, como, por exemplo, na aterosclerose, na isqumiareperfuso e nas doenas autoimunes. No fundo, tratase de compreender melhor a resposta do organismo infeco um projecto para a vida.

    Este pode ser tambm um bom antdoto para evitar a frustrao de um mdico, por exemplo, quando perde um doente porque no conseguiu responder a determinadas interrogaes que surgiram no processo de doenaConcordo em absoluto. Na clnica, acabamos sempre por ter vontade de investigar e de tentar obter o mximo de conhecimento em relao a assuntos que nos angustiam, a situaes que nos marcam. Em cirurgia, tratamos e investigamos muito na rea oncolgica, mas, apesar de tudo, pesquisase pouco o problema da infeco grave, que acaba por ser uma das principais causas de morte. A verdade que

    a maioria da populao vem a sofrer uma situao de infeco pelo menos uma vez na vida, e algumas so muito graves. Aquilo que mais me preocupa na prtica clnica termos doentes em unidades de cuidados intensivos, em que conseguimos eliminar o agente patognico, sabemos o que fazer para suportar os rgos, mas, mesmo assim, e apesar de todos os nossos esforos, eles morrem. Ou seja, morrem de uma reaco descontrolada do prprio organismo ao agente agressor.

    Quanto s aulas, o mais interessante o cruzamento de saberes. Como a relao de um mdico hospitalar com as vrias interrogaes que lhe vo surgindo? Como que direcciona as suas questes?Beneficio do facto de estar num hospital universitrio, num servio que privilegia a formao e a investigao. uma realidade que, para desenvolver boa cincia, existem na Faculdade de Medicina de Lisboa muitos recursos disponveis, sobretudo em relao a ferramentas de trabalho, como, por exemplo, cursos de epidemiologia, de bioestatstica, entre outros. Mas o PGFMA trouxeme a possibilidade de ter um contacto com cientistas de excelncia (muitos deles mdicos) e isso tem sido uma experincia fantstica. Os nossos hospitais ainda no esto preparados nem moldados

    O interessante na Spsis que, apesar de

    a maioria das causas serem tratveis, o grande

    desafio est na forma como conseguimos

    modular a resposta do organismo a esse

    estmulo nocivo e em conduzirmos estes

    doentes a um novo estado de equilbrio.

    Este o grande problema!

    newsletter | 9

  • para conciliar assistncia e investigao. Idealmente teria de coexistir dentro de cada departamento uma rea dedicada assistncia ao doente e outra dedicada investigao, ambas disponveis aos profissionais de sade interessados. No meu servio, a direco tem feito um grande investimento nesta abordagem, porque, desde h muito tempo e mesmo com as limitaes existentes, temos sido incentivados a dedicarnos tambm investigao clnica.

    Mas, nesta altura, como possvel conciliar esta vertente com a necessidade de cumprir oramentos rigorosos nos hospitais?Com boa vontade, tudo possvel. Ainda no ano passado, o meu orientador de internato, o cirurgio responsvel pela minha formao no Internato Complementar, fez o seu doutoramento e defendeu a tese enquanto mantinha a sua actividade assistencial. Acho que muitos hospitais, nomeadamente os universitrios, esto a tentar fazer uma viragem, ou seja, as pessoas que esto na direco dos servios clnicos e os prprios administradores esto mais atentos a isso. O meu director de servio, talvez por formao, foi sempre uma pessoa que lutou para conciliar estas vertentes e, apesar das dificuldades e muitas vezes com sacrifcio pessoal, foi conseguindo conciliar a carreira docente, a investigao e a assistncia aos doentes. Por exemplo, quando assumiu a Direco do Servio um dos seus grandes projectos foi criar massa crtica nos seus internos, estimulandonos para o pensamento independente e para a problemtica da investigao. Do ponto de vista pessoal e cientfico beneficiei muito com essa estratgia. A ideia que este investimento pessoal seja o incio de um projecto global e duradouro. Em Portugal, as mentalidades esto a mudar e espero que assim continue. Mas, para que isso se verifique,

    so fulcrais os programas como o PGFMA, com uma qualidade cientfica e uma oportunidade de formao nicas.

    Em seu entender, qual o caminho?Aquilo que para mim faz sentido, para que haja um salto qualitativo na Medicina que se pratica em Portugal, que se concilie a assistncia aos doentes e a investigao. um desperdcio de recursos se um cirurgio, um oncologista, um hematologista, seja quem for, no conseguir conciliar o esforo que tem ao ver doentes com o aproveitamento do manancial de informao e com todo o conhecimento e experincia que consegue reunir para fazer avanar a cincia, esteja ou no ligado a institutos. Apesar de ser uma tarefa rdua e complicada, penso que, atravs de protocolos, colaboraes e consrcios, esta seja relativamente mais facilitada e muito mais produtiva. E, portanto, isso que espero poder fazer no futuro, conjugar a investigao e a cirurgia. Alm disso, apesar da mudana nas mentalidades, as cincias bsicas e as cincias mdicas tm andado um pouco afastadas ao longo do tempo. preciso reaproximlas, construir pontes e iniciar projectos

    Mas nota mesmo que h mudana?H pequenas mudanas e uma grande vontade de fazer uma reaproximao entre as cincias acima mencionadas. Com esta exploso das revistas e dos jornais cientficos, houve uma grande presso para publicar, publicar Com as restries oramentais e o controlo econmico, h uma grande presso para apresentar resultados tambm na Medicina operar muitos doentes, fazer muitas consultas. Pode no estar errado, mas tem de haver aqui um momento de reflexo e tem de se perceber muito bem para onde nos estamos a dirigir.

    Na clnica, acabamos

    sempre por ter vontade

    de investigar e de tentar

    obter o mximo de

    conhecimento em relao

    a assuntos que nos

    angustiam, a situaes

    que nos marcam.

    10 | newsletter

  • a se

    guir Festa Desenho

    e Paisagem

    P ara celebrar a chegada da Primavera, a 21 de Maro, o Programa Gulbenkian Educao para a Cultura DESCOBRIR preparou uma festa no Jardim com diversas propostas e actividades relacionadas com o desenho. Dos quatro aos 100 anos, todos os que gostam de desenhar, de experimentar ou de descobrir novas formas de ver e representar, so convidados a participar nas oficinas criativas de 50 minutos. Dirigida a famlias, esta festa pretende proporcionar o convvio entre diferentes geraes, no meio da natureza, com as rvores, os sons e os cheiros. Iro decorrer

    em simultneo, entre as 10h30 e as 17h00, as seguintes oficinas: Este sou eu! (silhuetas), Habitantes do bosque (modelagem em barro), A gua e a floresta no mundo e na arte, O grande jardim (desenho colectivo), Jogo da paisagem (desenho colectivo), Com olhos de ver (desenho vista) e Poemas e postais. De entrada livre, as actividades realizamse em diferentes pontos do Jardim e so orientadas por monitores que explicam os processos e as tcnicas a desenvolver. Os resultados ficam expostos no Jardim, em local preparado para o efeito.

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    newsletter | 11

  • Concerto de Cristal4 de Maro, 19h

    E ste vai ser um concerto diferente. No palco do Auditrio 2 estar um teclado feito de varetas de cristal, que so esfregadas com os dedos humedecidos para produzir som. A vibrao causada pelos dedos molhados sobre as varetas transmitese s lminas de ao, cada uma das quais afinada graas a uma massa metlica fixada na extremidade. Estas lminas, encastradas num painel de metal pesado, propagam as suas vibraes aos difusores que, por sua vez, propagam os sons no ar. Estes difusores podem ter formas, tamanhos e materiais diversos, como ao, inox, fibra de vidro ou de carbono. O tipo de material utilizado nos difusores determina o timbre do instrumento. Finalmente, uma surdina accionada com a ajuda de um pedal permite controlar o comprimento das ressonncias metlicas da grande folha de inox. A partir das 19h, integrado na programao do Descobrir, o msico Michel Deneuve tocar obras suas, mas tambm de Bach, Mozart e Satie. Michel Deneuve compositor, intrprete de cristal e professor. Comeou por se interessar, como autodidacta, pelo rgo e pelo piano. Aos 18 anos decidiu ingressar no Conservatrio de Dijon. Depois de cinco anos de aulas de percusso, estudou composio e acabou por se formar em direco de orquestra. Em 1975 Michel Deneuve encontra Bernard Baschet e as estruturas sonoras Baschet. assim que descobre o cristal. Este instrumento tinha trs qualidades que lhe pareceram essenciais: a profundidade das sonoridades; o teclado de vidro onde as mos entram em contacto directo com os sons; ser um instrumento acstico, sem qualquer interveno de electricidade ou electrnica.

    Histria do instrumentoO Cristal foi inventado por Bernard e Franois Baschet, ambos artistas de nacionalidade francesa, construtores de instrumentos e pais da chamada escultura sonora. Nasceu do desejo de ambos de partir de uma anlise da acstica para inventar um novo sistema de produo sonora e foi baptizado de cristal por analogia, devido pureza e ao brilho do seu som. Os irmos Baschet comearam as suas pesquisas por volta de 1952: Ns no queramos modificar ou transformar os mecanismos acsticos existentes. Queramos analisar, desconstruir as fontes sonoras nos seus elementos para depois as reconstruir tocando e brincando. Se certo que lemos tudo o que havia sobre o assunto na poca, tambm tnhamos vontade de fazer experincias. Um construtor de instrumentos criativo deve ter a mo hbil, os ouvidos completamente abertos e, entre os dois, deixar crescer uma relao um pouco misteriosa. Foi assim que chegmos a uma montagem acstica nova, ainda no utilizada nos instrumentos musicais existentes. E acrescentam: Em 1977, Michel Deneuve descobriu o nosso trabalho e concordou em dedicar o nmero de anos necessrio ao desenvolvimento de uma tcnica prpria para o cristal. Podemos dizer que o cristal em que ele toca foi construdo por ele e com ele. Foi em conjunto que escolhemos o timbre e fixmos o teclado. As nossas experincias musicais abriramnos vrias vias. O Michel Deneuve escolheu uma delas e desenvolveua at aqui, at construo do seu prprio instrumento.

    1 | newsletter

  • Vamos fazer uma pera Um dia nas

    audiesC om coragem! Queremos ouvir o vosso melhor!, dizia s crianas o encenador Paulo Matos, no primeiro dia de audies para seleccionar o elenco infantil da nova verso portuguesa de Lets Make an Opera, cuja estreia est prevista para Junho no Grande Auditrio da Fundao Gulbenkian. A adaptao do espectculo que Benjamin Britten criou em 1949, dirigido aos mais novos, vai contar com a participao de vrias crianas solistas e de um coro infantil. s audies acorreram ao todo cerca de 80 candidatos, com idades compreendidas entre os 8 e os 15 anos. Vinham do Coro Infantil da Universidade de Lisboa, do Instituto Gregoriano de Lisboa, da Fundao Musical dos Amigos das Crianas, do Externato da Nossa Senhora da Penha de Frana, da Academia de Amadores de Msica, da Academia de Msica de Santa Ceclia e do Conservatrio Nacional. Entre os candidatos adolescentes mais velhos, alguns no estavam associados a nenhuma escola em particular.Na sala onde o Coro Gulbenkian costuma fazer os seus ensaios, os jovens cantores iam entrando em grupos de quatro, cinco ou sete de cada vez, com as partituras e os textos na mo. O jri, constitudo por Paulo Matos (encenador), Vtor Paiva (maestro que ir dirigir os ensaios musicais) e Catarina Molder (directora artstica do projecto), aguarda. O primeiro passo a apresentao, depois lhes explicado que a audio ter duas partes, tal como o espectculo: primeiro iro representar uma pea de teatro, depois iro cantar pera. O jri preparase para tirar notas. Durante uns momentos as crianas juntamse e cochicham, em grande agitao: tm de se organizar aos pares e escolher algumas deixas para a prova. A cena passase numa escola secundria e os dilogos foram escritos pelo encenador em linguagem vernacular, o que causa risos entre os pequenos candidatos. Com uma desenvoltura surpreendente, Joana, de 10 anos, das primeiras a avanar. Saise muito bem. (Mais tarde confessanos que gostaria de vir a ser actriz ou cantora.) J o par dela mostrase mais tmido e fala demasiado baixinho. Sempre na melhor das disposies, o jri intervm e d algumas orientaes para que projectem a voz. Todos ouvem atentamente.

    Quando chega a altura de realizar a segunda parte da prova o canto , algumas crianas so tradas pelos nervos. Esto habituadas a cantar no coro da escola, muitas vezes vo representla no exterior, mas, afinal, uma audio uma audio. Com o piano a acompanhlos, comeam a cantar todos juntos, com entusiasmo:Est ferido? Vai-nos perdoar!Que menino to pequenino, di-te muito, di-te muito?Nosso intuito era ajudar!De seguida o maestro pede para ouvir cada um individualmente. H um rapaz de 12 anos que reincidente. Tinha participado em Uma Pequena Flauta Mgica, adaptao de Mozart para o pblico infantil, que a Fundao apresentou em 2006. Como est crescido e a mudar de voz! No final da audio, a pensar no longo prazo, o jri especula e discute as possibilidades da sua voz para uma carreira futura.Aos que no tiveram oportunidade de estudar as partituras com tempo, pedese que cantem qualquer coisa que lhes agrade, que j tenham cantado na escola ou que saibam de ouvido. Uma cano do Mamma Mia, os Xutos e Pontaps!, graceja o encenador. Enquanto uns j vinham preparados para esta eventualidade, outros acabam por improvisar. Mas h uma adolescente com os olhos cheios de lgrimas. Adivinhamoslhe um n na garganta. No quer cantar O jri desdramatiza, pede que as coisas no sejam levadas to a srio e confortaa. Mas no insiste com ela. Voltou a acontecer noutro grupo: dois gmeos, um soprano, outro contralto, de 10 anos. Com a garganta irritada desde o dia anterior (tnhamolo ouvido queixarse ainda antes de entrar na sala), o primeiro deles foge para o corredor quando se aproxima a sua vez. O irmo pede para ir atrs, preocupado. Passados uns minutos, traziao de volta e a prova concluda, para satisfao de todos.Antes de sair, perguntam, ansiosos, quando vai chegar o resultado. Ainda que este espectculo seja um divertimento para jovens (Lets Make an Opera An Entertainment for Young People, no original), eles sabem que apenas trs raparigas e trs rapazes sero seleccionados.

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  • I naugurada a 12 de Fevereiro, a exposio A Evoluo de Darwin continua a apresentar um programa paralelo de conferncias, com entrada livre e ainda a mostra de oito filmes encomendados a vrios artistas e inspirados na vida, obra e legado de Charles Darwin. Os Darwin Originals tm cerca de trs minutos cada e foram produzidos por Artsadmin e DVDance para o Channel 4, com o apoio do Wellcome Trust e da Fundao Calouste Gulbenkian. Podem ser vistos, gratuitamente, no Hall da zona de congressos da Fundao. A exposio, que continua a atrair centenas de pessoas por dia, estar aberta at 24 de Maio, de tera a domingo.

    Lemn Sissay What If? (E Se?) (legendado em portugus) What If? uma anlise impressionante da direco tomada pela evoluo da raa humana, nos 150 anos que se seguiram publicao d A Origem das Espcies. Executada em estdio pelos msicos

    Gary Crosby e Peter Edwards, e pondo em contraste vistas da vida na cidade e imagens de regies rcticas em vias de rpido desaparecimento, o filme pergunta: E se tivssemos percebido mal?

    Ackroyd & Harvey Bookworms (Bichos de Biblioteca) (legendado em portugus) Uma conversa entre os artistas e coleccionadores de livros antigos, Chris e Michelle Kohler, num filme time-lapse que se desenrola lentamente, enaltecendo a capacidade

    de digesto das minhocas, o legado que representa o coleccionar livros e a simples imprevisibilidade da vida.

    Bobby Baker Emma (legendado em portugus) Darwin sofreu de problemas crnicos de sade durante a maior parte da sua vida. Rebuscando entre os segredos da cozinha para doentes da poca vitoriana, Bobby Baker presta uma homenagem dedicao de Emma Darwin ao bemestar do marido e, recorrendo aos ingredientes que descobre em livros de cozinha antigos, propenos uma receita prpria.

    Curious Fit to Survive? (Apto para Sobreviver?) (legendado em portugus) Estendendose ao longo do Norte do Pacfico, uma lixeira calculada em 100 toneladas, mantida no local por correntes submarinas, cobre uma rea mais vasta do que os Estados Unidos. Obcecado pela chocante ironia deste oceano de plstico flutuando num oceano que Darwin descreveu como cheio de inumerveis formas das mais belas e das mais maravilhosas, Curious interrogase sobre as espcies que se mostraro aptas para sobreviver no novo ambiente que estamos a criar.

    A Evoluo de Darwin

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  • Graeme Miller The Thinking Path (A Vereda do Pensamento) (legendado em portugus) Filmado ao longo da vereda que Darwin tomava no seu passeio dirio com Polly, o seu co, The Thinking Path interroga a dificuldade em combinar coragem

    intelectual e compaixo. Enquanto Darwin caminha, o mecanismo da evoluo, ao realizarse atravs de mltiplas e repetidas mortes, cristalizase no seu pensamento, tal como a mgoa pungente que ele sente face a uma nica morte, a da sua amada filha Annie.

    Henry Montes Out Look (Perspectiva) Inspirase nas palavras finais da obra de Darwin A Origem das Espcies: interessante contemplar a margem luxuriante de uma ribeira, atapetada com plantas de numerosas espcies insectos variados que

    volitam em torno, vermes que rastejam na terra hmida, e pensar que estas formas to admiravelmente construdas, to diferentes entre si, e dependentes umas das outras de maneira to complexa, foram todas produzidas por leis que actuam nossa volta.

    Lucy Cash Requiem for the Redhead? (Requiem pelos Ruivos?) (legendado em portugus) A recente investigao gentica determinou que a ocorrncia de cabelo ruivo se deve a um nico gene mutante recessivo. Os ruivos parecem constituir uma prova darwiniana particularmente interessante: apenas quatro por cento no Reino Unido tm cabelo ruivo; os ruivos surgem em aglomerados e a migrao causa o seu declnio evolutivo. Como seria o Reino Unido sem ruivos? A quem se poderia chamar na brincadeira Cenoura ou provocar, at exploso, o mau gnio que lhes atribudo?

    Anne Bean Origin (Origem) Origem utiliza um simples dispositivo visual, um filme em time-lapse mostrando a decadncia da matria, com uma banda sonora que inclui voz, orquestra e palavras do ltimo pargrafo d A Origem das Espcies, com vista a exprimir a ideia de Darwin da extino e sobrevivncia: de um princpio to simples, tm evoludo, e evoluem ainda, uma quantidade infinita de formas das mais belas e mais admirveis.

    A exposio comemorativa de Charles Darwin, patente na

    sede da Fundao Calouste Gulbenkian, recebeu 10 mil

    visitantes na primeira semana. Devido grande afluncia

    de pblico, o horrio de abertura foi alargado quintafeira

    e ao sbado, dias em que poder ser visitada at s 21h.

    Nos restantes dias (tera, quarta, sexta e domingo) o hor

    rio mantmse, das 10h s 18h, at 24 de Maio. A imagem

    mostra a inaugurao oficial, no dia 12 de Fevereiro, pelo

    Presidente da Repblica. Na foto, o presidente da Fundao

    e o comissrio, Jos Feij, apresentam a exposio ao Pre

    sidente da Repblica, ao ministro da Cincia e ministro

    da Cultura.

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  • (lugar da gua)

    A expor desde 1998 e presente na exposio ltimos Dias, realizada no CAM em 2000, Rui Vasconcelos tem tido um percurso discreto, ritmado por uma forma lenta e muito minuciosa de desenhar e colorir. Nesta exposio, mostra duas encusticas de grandes dimenses, e cinco outros desenhos a guache, a acrlico, a grafite e a tintadachina. A paisagem, construda progressiva e modularmente, repete um arqutipo a que o artista se fixou e que reconhecvel em todas as obras presentes, apesar das variaes introduzidas. O artista escreveu num texto editado no catlogo da exposio Arte Contempornea na Assembleia (2004): Os registos funcionam na esfera da intensidade, em termos de maior ou menor densidade, em profundidade e ao longo da superfcie. O que que est l e no se v, mas de alguma forma se pressente, o ressoar, um conjunto de pequenos momentos. No seu trabalho, o detalhe e a profuso so associados num mesmo esforo de inteligibilidade.

    Nas manchas florestais compactas destas pinturas, as rvores serram fileiras na expresso conjunta de uma linguagem que se esconde e esconde segredos, como todos os bosques, ao mesmo tempo que nos prope a sua exuberncia: cada rvore um monumento e cada floresta um patrimnio vivo, quase impenetrveis. O deliberado hiperrealismo desta representao advm duma necessidade ficcional: a de conseguir a iluso fotogrfica de um lugar que apenas pictrico. Por momentos estas florestas parecem ser encontradas na nossa memria como sob um efeito de reconhecimento e, apesar de nunca l termos estado, assumem o contorno de um arqutipo familiar. O papel, deixado bem presente nas margens em torno da imagem, acolhe a encustica ou as tintas com a eficcia de um absorvente, mas assinala que este o palco da fico do artista. Rui Vasconcelos est representado nas coleces do CAM e da FLAD.

    Pablo Picasso, Edgar Degas, Victor Vasarely, Jean Arp, Frank

    Stella, Marcel Broodthaers, Oskar Kokoschka e Henry Moore

    so alguns dos artistas actualmente em exposio no Centro

    de Arte Moderna, a par de Amadeo de SouzaCardoso,

    Almada Negreiros, Vieira da Silva, ngelo de Sousa e Vtor

    Pomar, entre outros. O que os une a exposio Heimo Zobernig e a Coleco do Centro de Arte Moderna da Fundao Calouste Gulbenkian que confronta obras do artista, da coleco da Tate e do Centro de Arte

    Moderna, num contexto original criado por uma inter

    veno na arquitectura do espao expositivo. Comissariada

    por Jrgen Bock, esta exposio de um dos artistas euro

    peus mais destacados da actualidade, pode ser visitada at

    dia 24 de Maio.

    6 de Maro a 31 de Maio na Sala de Exposies Temporrias do CAM

    de Rui Vasconcelos

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  • (lugar da gua)

    Trienal naTate Britaincom apoio Gulbenkian

    A Trienal 2009 de arte contempornea da Tate foi inaugurada em Londres, na Tate Britain, a 3 de Fevereiro. Apoiada pela Fundao Calouste Gulbenkian, esta exposio prope altermodern (alternative modern) para definir uma nova forma de arte que celebra a energia e o esprito da cultura contempornea na GrBretanha.Com uma longa histria de associao com a Tate, desde o psGuerra, e depois de ter apoiado a Trienal em 2006, a Fundao Gulbenkian convidou desta vez Nicolas Bourriaud, um dos mais respeitados curadores de arte contempornea da Europa, para conceber a 4 edio desta mostra, onde se incluem trabalhos realizados em vrios suportes: fotografia, instalao, filme e vdeo. Algumas obras so apresentadas ao pblico pela primeira vez. Altermodern defende que o perodo histrico definido pelo psmodernismo est a chegar ao fim e que no sculo XXI est a emergir uma nova forma de arte, que se expressa atravs da linguagem da cultura global. Os artistas altermodern trabalham sobre as redes sociais e tecnolgicas proporcionadas pelo rpido crescimento dos meios de comunicao.Nesta Trienal so exibidas obras recentes, algumas inditas, de artistas que vivem e trabalham na GrBretanha e que se encontram na linha da frente da sua gerao. O conjunto de artistas seleccionados para exibir as suas obras inclui Franz

    Ackermann, Darren Almond, Charles Avery, Walead Beshty, Spartacus Chetwynd, Marcus Coates, Peter Coffin, Matthew Darbyshire, Shezad Dawood, Tacita Dean, Ruth Ewan, Loris Graud, Subodh Gupta, Rachel Harrison, Joachim Koester, Nathaniel Mellors, Gustav Metzger, Mike Nelson, David Noonan, Katie Paterson, Olivia Plender, Seth Price, Navin Rawanchaikul, Lindsay Seers, Bob and Roberta Smith, Simon Starling, Pascale Marthine Tayou e Tris VonnaMichell.

    Delegao do Reino Unido aposta na proactividadeD ilogo intercultural, capacitao dos indivduos e proteco do ambiente so as trs vertentes que passam a orientar a aco da Fundao Gulbenkian no Reino Unido e na Repblica da Irlanda, a partir de 2009, atravs da sua delegao em Londres. Na apresentao do Plano Estratgico para este ano, que define uma nova abordagem para maximizar o impacto positivo do trabalho da Fundao, Andrew Barnett, director da delegao do Reino Unido, afirma que a crise econmica torna ainda mais crticos os desafios que enfrentamos e, agora mais do que nunca, temos de assegurar que os nossos financiamentos so eficazes. Assim, sero apoiadas menos organizaes, mas os montantes distribudos sero superiores, numa perspectiva

    proactiva, identificando necessidades e colaborando em parcerias, com um trabalho que se quer inovador, internacional e independente, sem deixar de ser envolvente. A forma como pessoas de diferentes culturas se relacionam, com especial ateno aos grupos mais vulnerveis, e a forma como nos relacionamos com o ambiente tornamse reas prioritrias, para promover uma sociedade criativa, inclusiva e ambientalmente sustentvel. Para cumprir estes objectivos, j est em marcha um novo programa de financiamento para apoiar ideias genuinamente inovadoras e parcerias invulgares que sejam transversais a interesses culturais, educativos e sociais. Mais informaes: http://www.gulbenkian.org.uk

    Marcus Coates, Firebird, Rhebok, Badger and Hare, 2008

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  • D epois de recentemente ter encerrado em Paris, onde ocupou diversos locais expositivos e onde foi um sucesso de pblico, uma variao da exposio Picasso et les matres est disponvel na capital britnica, nas salas da National Gallery, at ao dia 7 de Junho. Em Londres, a exposio intitulase Picasso: Challenging the past e apresenta um total de 60 obras do pintor catalo. Aqui se convida o pblico a (re)descobrir os mestres que o inspiraram El Greco, Goya, Rembrandt, Velazquez, Ingres, Delacroix, Manet, Czanne , (re)visitandoos na coleco permanente da National Gallery.

    O catlogo, com responsabilidade editorial de Elizabeth Cowling (historiadora de Arte da Universidade de Edimburgo), apresenta textos de vrios especialistas, onde se abordam aspectos da relao criativa que Picasso estabeleceu ao longo da sua produo artstica com algumas das obras de arte referenciais da Arte oci

    dental, como Las Meninas (ca. 1656) de Velazquez e Djeuner sur lherbe (1863) de Manet. A Biblioteca de Arte disponibiliza, no seu fundo documental, os catlogos de ambas as exposies: a francesa, Picasso et les matres, e a inglesa, Picasso: Challenging the past.

    Catlogos de exposies de Londres e Paris na Biblioteca de Arte

    N o dia 12 de Fevereiro foi inaugurada na Tate Modern, em Londres, uma exposio onde se aborda a relao artstica entre Aleksandr Rodchenko (18911956) e Liubov Popova (18891924), dois nomes fundamentais do Construtivismo e da vanguarda russa das primeiras dcadas do sculo XX. Cocomissariada por Vincent Todoli e Margarita Tupitsyn, a exposio rene mais de 350 peas entre pinturas, desenhos, cartazes, objectos, fotografias , grande parte das quais se encontra em coleces russas, sendo agora reunidas e expostas pela primeira vez. Sublinhese que as obras de Rodchenko e Popova so apresentadas numa base de igualdade, sem subalternidade de gnero, reconhecendose assim o papel fundamental terico e formal que ambos desempenharam na elaborao do Construtivismo.O catlogo, cuja responsabilidade editorial pertenceu a Margarita Tupitsyn, assumese como um complemento importante da exposio e contm, para alm de alguns textos que contextualizam o pensamento terico e a produo artstica de Rodchenko e Popova, a reproduo de uma parte substancial das obras expostas. Todos os que no puderem deslocarse a qualquer um dos trs museus que mostrar a exposio Tate Modern, Londres (12 Fevereiro17 Maio); State Museum of Contemporary Art, Tessalnica (18 Junho20 Setembro); Museo Nacional Centre de Arte Reina Sofia, Madrid (20 Outubro31 Janeiro 2010) podem, em alternativa, consultar o catlogo que a Biblioteca de Arte disponibiliza no seu fundo documental.

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  • Fundao apoia Aliana das Civilizaes

    A Fundao Gulbenkian foi, durante o dia 18 de Fevereiro, a anfitri da Aliana das Civilizaes. Realizouse uma reunio com personalidades de diversas nacionalidades, coordenada pelo altorepresentante das Naes Unidas para a Aliana, Jorge Sampaio, em que participou tambm o presidente da Fundao, Emlio Rui Vilar. Nesta sesso de trabalho foi debatida a operacionalizao de um projecto sobre o conflito IsraeloPalestiniano, que faz parte do mandato da Aliana das Civilizaes, baseado nas narrativas que as duas partes em confronto fazem da sua histria e a forma como esta influencia as percepes presentes, contribuindo para perpetuar e/ou resolver o conflito. Os participantes, com uma experincia e formao muito diversas, debruaramse sobre as dificuldades polticas do projecto, a sua mais valia e a possibilidade de recorrer a solues inovadoras, como seja a utilizao das novas tecnologias da comunicao e da linguagem cinematogrfica, como forma de atingir um pblicoalvo to alargado quanto possvel.

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    Mtodo para aprendizagem da lngua armnia em DVD

    O mtodo completo de aprendizagem da lngua armnia ocidental acaba de ser lanado em DVD. Este curso, transmitido inteiramente em armnio, inclui desde o alfabeto at ao estudo dos grandes escritores e poetas da literatura armnia, passando por noes de gramtica indispensveis morfologia, fontica, sintaxe, composio e lxico. O DVD apresentado em trs nveis, correspondendo cada um deles a trs anos de ensino escolar, desde o primeiro ano da primria at ao nono ano. igualmente destinado a todos os adultos que desejem adquirir um bom conhecimento da lngua e da sua cultura. O mtodo simples e permite

    uma aprendizagem gradual da lngua e da escrita, ao ritmo do seu utilizador, atravs de jogos e de adivinhas, contribuindo para a descoberta de novo vocabulrio, melodias, pessoas clebres, monumentos e paisagens armnias. Esta obra vem colmatar uma lacuna na produo de manuais escolares de ensino da lngua nas escolas da dispora armnia.

    Duro Barroso recebe Centro Europeu de Fundaes

    U ma delegao do Centro Europeu de Fundaes, chefiada pelo seu presidente, Emlio Rui Vilar, reuniuse com Jos Manuel Duro Barroso, presidente da Comisso Europeia, para discutir questes relacionadas com o estatuto e a actividade das fundaes na Europa. Foi debatida a necessidade de criao de um estatuto europeu de fundaes que torne mais fcil a sua aco no espao da Unio Europeia, bem como o regime do IVA aplicado s fundaes, o que representa uma considervel sobrecarga financeira que se reflecte no desenvolvimento das respectivas actividades.

    Novo director do Servio de Sade e Desenvolvimento Humano

    J orge Soares vai ser o novo director do Servio de Sade e Desenvolvimento Humano da Fundao Gulbenkian, sucedendo a Manuel Rodrigues Gomes, que cessa funes depois de 14 anos a dirigir este Servio. Jorge Soares , actualmente, Professor Catedrtico de Anatomia Patolgica na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e Director do Servio de Anatomia Patolgica do Instituto Portugus de Oncologia de Lisboa. Entre vrios cargos que desempenhou, foi Presidente da Sociedade das Cincias Mdicas de Lisboa (200305), Director do Instituto de Medicina Legal de Lisboa (200103), Presidente do Steering Committee, Pathology Group, Organization of European Cancer Institutes (199799) e Membro do Executive Board da Organization of European Cancer Institutes (19952000). Jorge Soares inicia as novas funes no dia 15 de Maro.

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  • Programa Gulbenkian Criatividade e Criao Artstica

    R etrospectiva das actividades do Programa Gulbenkian Criatividade e Criao Artstica (PGCCA), que decorreu entre Janeiro de 2004 e Dezembro de 2008. Com coordenao de Antnio Pinto Ribeiro e Catarina Vaz Pinto, no mbito deste Programa realizaramse, ao longo de cinco anos, 16 cursos intensivos de formao artstica avanada, abrangendo as reas de cinema, pera, teatro, coreografia, artes plsticas, fotografia, animao 3D, artes de performance e videoarte, com 178 alunos, 83 professores estrangeiros e 17 nacionais.O livro apresenta um balano exaustivo do PGCCA, nomeadamente a avaliao dos cursos, as biografias dos participantes e informao sobre todos os professores, colaboradores e jris. Podem encontrarse ainda nesta retrospectiva comentrios crticos e um relatrio sobre a circulao, dentro e fora do pas, das obras realizadas.Os coordenadores consideram que os aspectos mais positivos deste projecto se prendem com o suprimento de lacunas existentes em Portugal ao nvel da formao de criadores, com o ambiente saudvel de discusso e crtica, mas tambm de cumplicidade e entrea

    juda que se gerou entre os alunos e com a internacionalizao e abertura de horizontes que resultou do contacto com profissionais de vrias nacionalidades. A publicao deste livro pretende dar um testemunho dessa experincia.

    nova

    s ed

    ie

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    Esttica e Crtica Literria (Tomo V - Vol.I) Padre Manuel Antunes Obra Completa

    ReediesPsicologia (8 Edio)Henri Gleitman, Alan J. Fridlund, Daniel Reisberg

    Introduo Antropologia Cultural (10 Edio)Mischa Titiev

    Constituio dos Atenienses ( Edio)Aristteles

    Neurofisiologia sem lgrimas (4 Edio)William A.Mackay

    Projecto de rgos de mquinas ( Edio)C. Moura Branco, J. Martins Ferreira, J. Domingos da Costa, A. Silva Ribeiro

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  • proj

    ecto

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    osTcnica inovadora em oncologia

    O Servio de Radioterapia do Instituto Portugus de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil (IPOLFG) o primeiro hospital pblico em Lisboa a implementar a IMRT (Intensity Modulated Radiotherapy). Tratase de uma tcnica inovadora que permite optimizar a irradiao do tumor, limitando os efeitos adversos habituais do tratamento de radioterapia externa.O projecto beneficia do financiamento da Fundao Calouste Gulbenkian, o que permitiu trazer a Portugal uma equipa de fsicos belgas especializada no lanamento de sistemas de IMRT, que realizou, de uma forma integrada a implementao desta tcnica, incluindo a forma

    o dos profissionais do Servio. Este apoio da Fundao Calouste Gulbenkian possibilitou ainda a aquisio de software inovador para verificao de distribuio de dose, o qual est ainda em fase experimental, mas capaz de converter o Servio de Radioterapia num centro de referncia nesta rea. O empenho colocado pelo Instituto na implementao deste projecto vai beneficiar a populao portuguesa com uma tecnologia de excelncia no tratamento do cancro, posicionando o IPOLFG ao nvel dos melhores centros de Oncologia do mundo.

    Outros apoiosProjecto Educao no Meio Rural Instituto de Educao e Cidadania Renovao da atribuio de subsdio ao projecto que promove o combate ao insucesso e abandono escolares, atravs da mobilizao e capacitao dos pais para o apoio educao dos seus filhos. Este projecto promove ainda a formao, em servio, dos professores, de forma a enfrentarem as dificuldades do contexto escolar, social e cultural onde exercem a sua actividade.

    Associao Portuguesa Contra a Leucemia Programa de Formao Avanada em Hemato-oncologiaApoio a trs planos de formao avanada para mdicos, no mbito do protocolo assinado entre a Fundao e a Associao Portuguesa contra a Leucemia.

    Diocese da Guarda Arquivo HistricoAtribuio de um novo subsdio para comparticipao nas despesas com o pagamento do trabalho, a desenvolver por tcnicos e auxiliares especializados, de organizao e tratamento tcnico do esplio documental do Arquivo Histrico da Diocese da Guarda.

    Royal Society of Arts e Human Scale Education Apoio Royal Society of Arts, a ttulo de comparticipao nas despesas com o lanamento da organizao Open Source Alliance for 21st Century Education, vocacionada para divulgar e manter novas prticas educacionais nas escolas;Apoio Human Scale Education, para suportar os custos administrativos com a iniciativa da Fundao Human Scale Schools, em 2009.

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    eiro

    s gu

    lben

    kian

    Qual a sua formao acadmica?Licenciatura em Histria pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Curso de Especializao em Cincias Documentais pela mesma faculdade e Mestrado em Cultura e Poltica pela Faculdade de Cincias Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

    Que tema o levou a viajar at Tailndia?As Relaes entre Portugal e o Sio/Tailndia no perodo Ratanakosin (Banguecoque), entre 1782 e 1940, com particular incidncia sobre a minoria catlica lusosiamesa (os portuguet). A presena de tal comunidade de ascendncia portuguesa permitiu ao Sio estabelecer as pontes necessrias transio da monarquia budista patrimonial e o Estado moderno e preparar uma elite informada para arrostar os desafios da presena imperialista europeia na regio.Portugal, como potncia histrica, manteve grande influncia na regio, mesmo aps o declnio do imprio no Oriente e a transio para o espao atlntico. At meados do sculo XIX, o portugus manteve o estatuto de lngua franca para as relaes diplomticas e comerciais entre as potncias asiticas e ocidentais. Por outro lado, um forte vector na missionao religiosa permitiu aos portugueses reclamarem relaes no estritamente comerciais com o Sio, o Camboja, o Vietname e a Birmnia, potncias em crescente luta pela sobrevivncia ante as arremetidas

    francesa e britnica. O facto de as relaes portuguesas com este espao assumirem uma natureza cultural, mais que de relaes formais de Estado a Estado, est patente na permanncia de traos ainda visveis no quotidiano das pessoas, da gastronomia arquitectura, da titulao dos cargos pblicos linguagem corrente. Aqui, Portugal ainda olhado como uma grande potncia.

    E depois do doutoramento?O doutoramento no obrigatoriamente um ponto de chegada no trajecto acadmico, mas uma prova de robustez que permite apresentar com exaustividade, rigor, certeza e inovao, vasta massa informativa compilada ao longo de anos. Contudo, ao chegar a Banguecoque, acedendo a esplios e catlogos inacessveis noutras bibliotecas e centros de documentao europeus, foime exigido rever, alterar ou completar e clarificar aspectos relevantes do projecto inicial. Possuo hoje mais de duas mil pginas de apontamentos, que alargarei na leitura de fontes documentais primrias e secundrias e que proporcionar, estou certo, um trabalho final que poder ser publicado em 2011, por ocasio das celebraes dos quinhentos anos de relaes diplomticas entre Portugal e a Tailndia.

    * bolseiro do Servio de Educao e Bolsas na Biblioteca Nacional e Arquivos da Tailndia

    Os portuguet

    do SioMiguel Castelo-Branco*

    36 anos

    Relaes Internacionais

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  • Como viver numa cidade como Banguecoque?

    Banguecoque uma megalpole com uma populao

    de 15 milhes de habitantes, capital carregada de con

    trastes e de pujante vida cultural, riqueza para a qual

    concorre a grande diversidade tnica e religiosa thais

    e chineses budistas, indianos hindus, malaios muul

    manos, expatriados ocidentais e o facto de ser, desde

    h quase dois sculos, o mais importante plo de acti

    vidade econmica e comercial da regio. Conhecendo

    a lngua, que tenho aprofundado desde o dia da minha

    chegada agora j falo, escrevo e leio thai , integreime

    sem grandes dificuldades, tendo feito boas e teis amiza

    des na universidade, arquivos e bibliotecas onde desen

    volvo investigao. O trabalho at agora realizado pers

    pectiva uma dissertao multidisciplinar, que estimo

    inovadora no domnio da histria das relaes interna

    cionais.

    newsletter | 3

  • uma

    obra

    A escala imponente e a sensao talvez evocativa da experincia de olhar um fiorde de pedra e gua gelada.Na sua absoluta e geometrizante negao da figurao, a pintura representa, mesmo assim, uma queda em cascata, afirma a densidade de uma acumulao, o corpo cerrado de uma parede de blocos mveis.Dirseia que, conforme o modo e o tempo da sua queda, se tornam opacos e negros ou claros e translcidos. Vm do escuro absoluto e sideral ou so absorvidos nele. Nesse sentido, nascem e morrem e, por isso, tambm definem contornos com maior ou menor nitidez, conforme ela lhes permitida no lugar e no prazo da sua constituio.A condio espacial da composio tripla e nessa sobreposio reside a sua fora: convoca uma dimenso cosmolgica; ela prpria um lugar de grande escala e de territrios mltiplos em deslize e sobreposio: pedras, ecrs de luz, placas tectnicas; finalmente, o movimento, o preto e branco e as diferenas de densidade, criam profundidade na superfcie.Vtor Pomar parte para a Holanda trs anos depois de concluir BelasArtes no Porto. Ali permanece de 1970 a 1985. Ao longo desse tempo, e sobretudo a partir de 1977, pintou grandes telas abstractas prximas do registo da que aqui nos ocupa, frequentemente com um traado mais liberto e informal, outras vezes reduzindo superfcies e geometrizando, num esforo mais minimalista. Mas o gesto largo que povoa muitas delas e sobrevive at hoje em telas de cores vivas (a coleco do CAM tem ainda uma tela de 1978, outra de 2000 e uma tapearia de 1983 em que esta gestualidade ampla e informal se repete) est presente e implcito no leque aberto destes blocos, na sua passagem permanente a potenciais dissolues, podendo fazer p e fumo do seu peso compacto.Esta forma de fragilidade que a imponncia pode trazer consigo tributria de uma disposio para o entendimento complementar das coisas, na assimilao dos contrrios

    e na anulao da dualidade que enforma o trabalho de Vtor Pomar, a partir do seu interesse por princpios filosficos orientais.Tambm o eterno retorno de um movimento ou transformao se projecta nos modos de fazer do artista, que parece inscrever no trabalho uma voluntria sujeio ao grito explosivo de cada momento presente e queda simultnea no inexorvel infinito.Num texto seu publicado no catlogo Ilha do Tesouro (exposio do mesmo nome realizada na Galeria Antiks, em 2007) o artista escreve a certa altura: A experincia inicitica est presente neste preciso momento e nada pode ser feito para facilitar o seu evento. Reconhecer a nossa experincia vivida, tal como , na sua milagrosa iminncia e beleza, sem o mnimo iota de modificao. A crena no desenvolvimento e aperfeioamento pessoal, progresso em direco a um ideal social, evoluo moral da espcie, etc., um desvio do puro prazer do momento intemporal e sem pensamento. (P. 23.)Com um percurso muito ligado pintura, o artista tem trabalhado tambm com suportes como a gravura, a escultura, o filme e a fotografia. No caso desta ltima, realiza sries em espaos interiores, sobretudo de ateli, e exteriores, encontrados ou criados em viagem. A coleco do CAM conta com quatro fotografias de 197273 e ainda com vrias gravuras. Leonor Nazar

    Vtor Pomar, S/ Ttulo, 1982Acrlico sobre tela220x158cmN inv.: 96P368

    Sem TtuloCentro de Arte Moderna

    4 | newsletter

  • newsletter |

  • upda

    teMaio m

    s de Beethove

    n na Fundao,

    com a apresenta

    o da integral

    das sin

    fonias e dos con

    certos para pian

    o e orques

    tra. Lawrence F

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    itular da

    Orquestra Gulbe

    nkian, dirige a t

    otalidade

    do programa co

    m excepo da

    segunda

    sinfonia que se

    r dirigida por

    Pinchas

    Zukerman.

    Melvyn Greaves, professor de Biologia Celular no Institute of Cancer Research, profere uma conferncia sobre Darwin e Narrativas Evolucionrias na Leucemia Infantil, no mbito do ciclo Medicina: Modos de Vida. No dia 14 de Maio, s 18h, no Auditrio 2.

    Depois da exposio sobre os

    50 anos de Arte Portuguesa, a

    Fundao apresenta em Outubro

    Anos 70. Atravessar frontei-

    ras. Uma retrospectiva da produ

    o artstica portuguesa da dcada

    de 70, comissariada por Raquel

    Henriques da Silva. Organizao

    conjunta do Centro de Arte Moderna

    e do Servio de BelasArtes.

    Imagens de Vida e de Poder. O Antigo Egipto no Museu Calouste Gulbenkian o tema de um ciclo de conferncias que o Museu vai apresentar no ms de Abril, no Auditrio 3 da Fundao, sempre s 18h. Em foco estaro temas como os Emblemas do Poder Faranico, as Estatuetas Funerrias Egpcias e a Mulher na Arte Figurativa.

    6 | newsletter

  • exposiesHorrio de abertura das exposies, 10h s 18h

    (excepto Darwin) [encerradas s segundasfeiras]

    Inauguram...

    (lugar da gua) de Rui VasconcelosDe 6 de Maro a 29 de MaioCentro de Arte Moderna,

    Sala de Exposies Temporrias

    A expor desde 1998 e presente na exposio ltimos

    Dias, realizada no CAM em 2000, Rui Vasconcelos

    mostra, nesta exposio, duas encusticas de grandes

    dimenses, e cinco outros desenhos a guache, a acrlico,

    a grafite e a tintadachina.

    Entrada livre

    Continuam...

    Heimo Zobernigat 24 de MaioCentro de Arte Moderna

    Exposio realizada em colaborao com a Tate St Ives

    dedicada a um dos mais destacados artistas europeus

    da actualidade, que tem apresentado por todo

    o mundo um extenso corpo de trabalho incluindo

    escultura, vdeo, pintura, instalao, interveno

    arquitectnica e performance. Em exposio estaro

    importantes projectos criados nos ltimos vinte e cinco

    anos, vrias obras de referncia da coleco do CAM,

    especialmente seleccionadas por Zobernig e, ainda,

    obras da Tate.

    Comissrio: Jrgen Bock

    4

    A evoluo de Darwinat 24 de MaioGaleria de Exposies Temporrias da Sede

    da Fundao Calouste Gulbenkian

    A exposio celebra os 150 anos da publicao do livro

    fundador da Teoria Evolutiva, A Origem das Espcies.

    Os mil metros quadrados da galeria de exposies

    temporrias mostram como a evoluo se tornou o

    princpio organizador da nossa compreenso da

    natureza: do estado das cincias naturais, no final do

    sculo XVIII, biologia e medicina contemporneas.

    A exposio funciona como um todo interactivo,

    destinada a pblicos de todas as idades.

    Tera, Quarta, Sexta e Domingo das 10h00 s 18h00

    Quinta e Sbado das 10h00 s 21h00

    Em colaborao com o Museu de Histria Natural

    de Nova Iorque | 4

    uma obra em focoAs 53 estaes do TokaidoAt 31 MaioGaleria de exposio permanente do Museu

    4 (entrada no museu)

    eventos

    Instituies financeiras internacionais e desenvolvimento sustentvel3 Maro, Tera, 18h00Auditrio 3

    Korinna Horta

    Directora da Unidade de Finanas Internacionais e

    Desenvolvimento do Environmental Defense Fund

    ciclo de conferncias: A Evoluo de Darwin18h00, Auditrio 2

    Ainda bem que evolumos 11 Maro, quartaOlivia Judson, Imperial College, Reino Unido

    Antes de Darwin: o conceito de espcie em meados do sc. xix 25 Maro, quartaPietro Corsi, Oxford University, Reino Unido

    Evoluo no Planeta Gaia: o legado de darwin14 Abril, TeraLynn Margulis, Universidade de Massachussets,

    Amherst, EUA

    o professor de darwin, de Hlder CostaGrupo de teatro A Barraca14 e 28 Maro, 4 e 18 Abril e 9 Maio,15h00 s 16h00Auditrio 3

    M/12 anos

    4 (inclui bilhete de entrada na exposio A Evoluo

    de Darwin)

    ciclo de confernciasMedicina: Modos de VidaA descoberta do HL-A ou as mulheres na minha vida de cientista 12 Maro, quinta, 18h00Auditrio 3Jon van Rood, Holanda

    msica

    Comentrio pr-concertoPedro Amaral 1 Maro, Domingo, 18h00Auditrio 3

    Ensemble Intercontemporain1 Maro, Domingo, 19h00Grande Auditrio

    FranoisXavier Roth Maestro

    Em Busca do OrienteUnsuk Chin, Saed Haddah, Jonathan Harvey

    Jerusalem Chamber Music Festival2 Maro, Segunda, 19h00Grande Auditrio

    Elena Bashkirova Piano

    Guy Braunstein Violino

    Amichai Grosz Viola

    Kyril Zlotnikov Violoncelo

    Karheinz Steffens Clarinete

    Robert Schumann, Paul Hindemith, Gyrgy Kurtg

    Jerusalem Chamber Music Festival3 Maro, Tera, 19h00Grande Auditrio

    Elena Bashkirova Piano

    Guy Braunstein Violino

    Amichai Grosz Viola

    Kyril Zlotnikov Violoncelo

    Karheinz Steffens Clarinete

    Igor Stravinsky, Wolfgang Amadeus Mozart, Alban Berg, Ludwig van Beethoven

    maro | abril agenda

    newsletter | 7

  • Orquestra Gulbenkian5 Maro, Quinta, 21h006 Maro, Sexta, 19h00 Grande Auditrio

    John Axelrod Maestro

    Alisa Weilerstein Violoncelo

    Richard Wagner, William Walton

    Concertos de Domingo8 Maro, Domingo, 12h00trio da Biblioteca

    Trio Euterpe

    Eldevina Materula Obo

    Vera Dias Fagote

    Ins Mendes Piano

    Francis Poulenc, Theodore Lalliet, Jean Franaix

    Orquestra de Cmara da Europa8 Maro Domingo, 19h00Grande Auditrio

    Paavo Berglund Maestro

    Lisa Batiashvili Violino

    Jean Sibelius, Johannes Brahms

    Orquestra de Cmara da Europa9 Maro, Segunda, 19h00Grande Auditrio

    Thomas Hengelbrock Maestro

    Mojca Erdmann Soprano

    Gioacchino Rossini, Joseph Haydn

    Orquestra de Cmara da Europa e Coro Gulbenkian13 e 14 Maro Sexta e Sbado, 19h00Grande Auditrio

    Douglas Boyd Maestro

    Sarah Tynan Soprano

    Ed Lyon Tenor

    Darren Jeffrey Baixo

    Joseph HaydnDie Schpfung (A Criao), Hob.XXI:2

    Quarteto Talich16 e 18 Maro, Segunda e Quarta, 19h00Grande Auditrio

    Jan Talich Violino

    Petr Macecek Violino

    Vladimir Bukac Viola

    Petr Prause Violoncelo

    Felix Mendelssohn-BartholdyMsica para Quarteto de Cordas

    Pr-concerto: Encontro com os compositores19 Maro, Quinta, 18h00Auditrio 3

    Joana Carneiro Moderadora

    Orquestra Gulbenkian7. Workshop da Orquestra Gulbenkian para Jovens Compositores Portugueses19 e 20 Maro, Quinta e Sexta, 19h00Grande Auditrio

    Joana Carneiro Maestrina

    Coro GulbenkianMsica no Brasil Colonial22 Maro, Domingo, 21h00Academia das Cincias

    Jorge Matta Direco

    Lus lvares Pinto, Andr da Silva Gomes, Jos Maurcio Nunes Garcia

    Comentrio pr-concerto com Pedro Carneiro23 Maro, Segunda, 18h00Auditrio 3

    Quarteto Arditti e Pedro Carneiro23 Maro, Segunda, 19h00Grande Auditrio

    Irvine Arditti Violino

    Ashot Sarkissjan Violino

    Ralf Ehles Viola

    Lucas Fels Violoncelo

    Pedro Carneiro Percusso

    Iannis Xenakis, Joo Rafael, Akira Nishimura

    Werner Gra TenorChristoph Berner Piano25 Maro Quarta, 19h00Grande Auditrio

    Robert Schumann, Hugo Wolf

    Concertos para a FamliaO carnaval dos animais, de Camille Saint-Sans, e Brincadeiras Orquestrais, de Rodion Chtchedrin27 Maro, Sexta, 19h0028 Maro Sbado, 16h00Grande Auditrio

    Orquestra Gulbenkian

    Osvaldo Ferreira Maestro

    Catarina Molder Comentadora

    Akademie fr Alte MusikCollegium Vocale Gent29 Maro, Domingo, 19h00Grande Auditrio

    Marcus Creed Maestro

    Brigitte Geller Soprano

    Sophie Karthuser Soprano

    HansJrg Mammel Tenor

    Sebastian Noack Bartono

    Georg Friederich HndelBrockes Passion (Paixo de Brockes), HWV.48

    Juliane Banse SopranoAleksandar Madzar Piano30 Maro, Segunda, 19h00Grande Auditrio

    Johannes Brahms, Karl Amadeus Hartmann, Robert Schumann

    Raquel Reis ViolonceloJoo Crisstomo Piano31 Maro, Tera, 19h00Auditrio 2

    Ludwig van Beethoven, Igor Stravinsky, Fernando Lopes-Graa, Sergei Prokofiev

    Orquestra Gulbenkian1 Abril, Quarta, 19h002 Abril, Quinta, 21h00 Grande Auditrio

    Christopher Seaman Maestro

    Sequeira Costa Piano

    Mikhail Glinka, Sergei Rachmaninov, Ralph Vaughan-Williams

    Ciclo de Msica AntigaMsica no Brasil Colonial3 Abril, Sexta, 21h00Academia das Cincias

    Calope

    Julio Moretzsohn, Direco

    Jos Joaquim Emrico Lbo de Mesquita

    Ciclo de Msica AntigaMsica no Brasil Colonial4 Abril, Sbado, 21h00Academia das Cincias

    Calope

    Julio Moretzsohn Direco

    Jos Joaquim Emrico Lbo de Mesquita, Jos Maurcio Nunes Garcia, Joo de Arajo Silva, Manoel Dias de Oliveira

    Concertos de DomingoCiclo de Bolseiros da Fundao Calouste Gulbenkian5 Abril, Domingo, 12h00trio da Biblioteca

    Vladimir Pavtchinski Clarinete

    Dmitri Demiashkin Piano

    Carl Maria von Weber, Francis Poulenc, Witold Lutoslawski, Luigi Bassi

    Coro GulbenkianOrquestra Gulbenkian7, 8 e 9 Abril, Tera, Quarta e Quinta, 19h00Grande Auditrio

    Michel Corboz Maestro

    Soledad de La Rosa Soprano

    Sophie Koch Contralto

    Vsevolod Grivnov Tenor

    Alexander Vinogradov Baixo

    Felix Mendelssohn-Bartholdy, Gioacchino Rossini

    Ciclo de Canto15 Abril, Quarta, 19h00Grande Auditrio

    Olga Borodina MeioSoprano

    Dmitrii Efimov Piano

    Piotr Ilitch Tchaikovsky, Sergei Rachmaninov

    8 | newsletter

  • agenda janeiro

    descobrir...Programa Gulbenkian Educao para a CulturaOs bilhetes para as actividades podem ser adquiridos atravs da bilheteira online e no requerem marcao prvia, excepto onde assinalado. Ver Informaes.

    domingos com arteIsto arte? Cruzamentos na exposio de Heimo Zobernig1 Maro, domingo, 12h00 s 13h30Centro de Arte Moderna

    Visita | Gratuito

    Paisagens sonoras2 a 6 Maro, segunda a sexta 14h00 s 15h30Msica Edifcio Sede

    Visita Musical | 5

    O Mundo Sonoro do Instrumentarium Baschetfuncionamento, possibilidades e metodologias2, 3, 5 e 6 Maro, segunda, tera, quinta e sexta, 18h30 s 20h30 (Srie II) Msica Edifcio Sede

    Curso | 40

    percursos temticosCalouste Gulbenkian, Coleccionador3 Maro, tera, 15h00 s 16h00Museu Calouste Gulbenkian

    Visita | 5

    Requer marcao prvia

    uma obra hora de almoo no museu gulbenkianTaa armnia, sc. XVIII4 Maro, quarta, 13h30 s 14h00Museu Calouste Gulbenkian

    Visita | Gratuito

    uma obra em focoAs 53 Estaes de Tokaido5, 12, 19 e 26 maro, quinta, 15h00 s 16h00 Museu Calouste Gulbenkian

    Visita | 4 [preo de entrada no Museu]

    Rasga, corta e cola! Tcnicas de colagem em 3 dimensescomo que se faz? tcnicas artsticas para no artistas 7 Maro, sbado, 10h00 s 13h00 e das 14h30 s 17h30Centro de Arte Moderna

    Curso | 40

    domingos com arteExposio de Heimo Zobernig8 maro, domingo, 12h00 s 13h30Centro de Arte Moderna

    Visita | Gratuito

    Interpretao de um sonhocontgios irreversveis filosofia e msica11 e 12 Maro, quarta e quinta, 18h30 s 20h30Sala 1 Edifcio Sede

    Curso | 20

    Arte Oriental (1 e 2 partes)11 e 13 maro, quarta e sexta, 10h30 s 12h00Museu Calouste Gulbenkian

    Aco de sensibilizao s coleces do museu

    Para guias, tradutores, intrpretes, alunos de Cursos

    Superiores de Turismo e alunos de Histria de Arte

    Curso | Gratuito

    Requer marcao at 8 dias antes

    uma obra hora de almoo no camExposio de Rui Vasconcelos13 Maro, sexta, 13h15 s 13h30Centro de Arte Moderna

    Visita | Gratuito

    o horror ao excesso?um olhar contemporneo sobre o barroco 14 e 15 maro, sbado e domingo, 10h00 s 13h00 e das 14h30 s 17h30Sala 3 Edifcio Sede

    Curso | 50

    domingos com arteExposio de Rui Vasconcelos15 Maro, domingo, 12h00 s 13h30Centro de Arte Moderna

    Visita | Gratuito

    Arte Europeia (1 e 2 partes)18 e 20 Maro, quarta e sexta, 10h30 s 12h00Museu Calouste Gulbenkian

    Aco de sensibilizao s coleces do museu

    Para guias, tradutores, intrpretes, alunos de Cursos

    Superiores de Turismo e alunos de Histria de Arte

    Curso | Gratuito

    Requer marcao at 8 dias antes

    Jardim Gulbenkian: arte, natureza, paisagismo22 Maro Domingo 12h00 s 13h30 Centro de Arte Moderna

    Visita | Gratuito

    Hndel e o universo do barroco23 e 24 Maro, Segunda e Tera, 18h30 s 20h30Sala 1 Edifcio Sede

    Curso | 20

    O mundo de Haydn, Mozart e Beethovenmsica no classicismo vienense25 e 26 Maro, Quarta e Quinta, 18h30 s 20h30Sala 1 Edifcio Sede

    Curso | 20

    uma obra hora de almoo no camRetrato de Mrio Ribeiro de Antnio Soares na exposio de Heimo Zobernig27 Maro, sexta, 13h15 s 13h30Centro de Arte Moderna

    Visita | Gratuito

    Problemticas em torno do corpo e da sua representao na arte 28 e 29 Maro, Sbado e Domingo, 10h00 s 13h00 e 14h30 s 17h30Sala 3 Edifcio Sede

    Curso | 50

    domingos com arteA escrita que imita o mundo29 Maro, Domingo, 11h00 s 12h00 Museu Calouste Gulbenkian

    Visita | 5

    Requer marcao prvia

    newsletter | 9

  • descobrir...Programa Gulbenkian Educao para a Cultura

    Escrever tambm desenharpelos caminhos do museu1 Maro, Domingo, 10h30 s 12h30Museu Calouste Gulbenkian 4 aos 7 anos | 8 aos 12 anosVisita Oficina | 7,5

    Requer marcao prvia

    Cores, iluses e muitas outras questes1 Maro Domingo, 10h30 s 12h30Centro de Arte Moderna4 aos 6 anos + adultoOficina | 7,5 [criana e um adulto] 3 [cada criana adicional por famlia]

    Em torno do Cristalconcerto conferncia 4 Maro, Quarta, 19h00Auditrio 2

    Com Michel Deneuve

    Impromptu | Obras do reportrio estudos curtos

    Obras originais para Cristal

    M/ 6 anos 7, 5

    Por terra e por mar at ndia7 Maro, Sbado, 14h30 s 16h30 Palcios fechados com o mundo l dentropelos caminhos do museu8 Maro, Domingo, 10h30 s 12h30 Museu Calouste Gulbenkian4 aos 7 | 8 aos 12 anosVisita Oficina | 7,5

    Requer marcao prvia

    Herbrioideias irrequietas8 e 22 Maro, Domingo, 10h00 s 11h00 e 11h30 s 12h30Centro de Arte Moderna2 aos 4 anos + adultoOficina | 7,5 [criana e um adulto] 3 [cada criana adicional por famlia]

    Sonoridades aquticas14 e 21 Maro, Sbado, 10h00 s 12h00Msica Edifcio Sede6 aos 9 | 10 aos 12 | 13 aos 17 anos Oficina | 7,5

    O retrato e a paisagem Inglaterra no sculo XVIII14 Maro, Sbado, 14h30 s 16h30Instrumentos musicais?pelos caminhos do museu15 Maro, Domingo, 10h30 s 12h30Museu Calouste Gulbenkian4 aos 7 | 8 aos 12 anosVisita | 7,5

    Requer marcao prvia

    Cores, iluses e muitas outras questes14 Maro, Sbado, 15h30 s 17h306 aos 10 anos | 7,5 criana15 Maro, Domingo, 10h30 s 12h304 aos 6 anos + adultoCentro de Arte Moderna Oficina | 7,5 [criana e um adulto] 3 [cada criana adicional por famlia]

    Especial primavera no jardimfesta desenho e paisagemPara crianas e adultos

    Entrada livre

    21 Maro, Sbado10h30 s 11h45, 11h45 s 13h0015h00 s 16h15, 16h15 s 17h30As oficinas decorrem em simultneo20 participantes por sesso por ordem de chegada

    Jogo da paisagemM/ 8 anos

    Local: Clareira do Museu Gulbenkian

    Poemas e postaisPara todas as idades [crianas dos 4 aos 9 anos

    devem ser acompanhadas por adulto]

    Local: Clareira do Museu Gulbenkian

    Este sou euPara todas as idades [crianas dos 4 aos 9 anos

    devem ser acompanhadas por adulto]

    Local: Pinhal

    Habitantes do bosquePara todas as idades [crianas dos 4 aos 9 anos

    devem ser acompanhadas por adulto]

    Local: Bosque

    O grande jardimPara todas as idades [crianas dos 4 aos 9 anos devem ser acompanhadas por adulto]

    Local: Clareira junto ao lago

    Com olhos de verPara todas as idades [crianas dos 4 aos 9 anos devem ser acompanhadas por adulto]

    Local: Zona dos eucaliptos

    A gua e a floresta no mundo e na arte14h30 s 16h304 aos 7 e dos 8 aos 12 anosLocal: Museu Gulbenkian e Jardim

    Da Macednia ndia: as conquistas de Alexandrepelos caminhos do museu22 Maro, Domingo, 10h30 s 12h30Museu Calouste Gulbenkian4 aos 7 | 8 aos 12 anos Visita Oficina | 7,5

    Requer marcao prvia

    O carnaval dos animais, de Camille Saint-Sans, e Brincadeiras Orquestrais, de Rodion Chtchedrinconcerto comentado27 Maro, Sexta, 19h0028 Maro, Sbado, 16h00Grande Auditrio

    Orquestra Gulbenkian

    Osvaldo Ferreira, Maestro

    Catarina Molder, ComentadoraM/ 6 anos5

    para os mais novosdomingos com arteModernismo: Cruzamentos na exposio de Heimo Zobernig29 Maro, Domingo, 12h00 s 13h30 Centro de Arte Moderna

    Visita | Gratuito

    uma obra em focoAs 53 Estaes de Tokaido2 Abril, quinta, 15h00 s 16h00Museu Calouste Gulbenkian

    Visita | 4 [preo de entrada no Museu]

    uma obra hora de almoo no camna Exposio de Heimo Zobernig3 Abril, Sexta, 13h15 s 13h30 Centro de Arte Moderna

    Visita | Gratuito

    Tintas, pigmentos e outros unguentos! Pintar com materiais tradicionaiscomo que se faz? tcnicas artsticas para no artistas4 Abril, Sbado, 10h00 s 13h00 e das 14h30 s 17h30Centro de Arte Moderna

    Curso | 40

    domingos com arteExposio Heimo Zobernig e a Coleco do Centro de Arte Moderna5 Abril, Domingo, 12h00 s 13h30Centro de Arte Moderna

    Visita | Gratuito

    percursos temticosMuseu Calouste Gulbenkian: cinco mil anos de histria7 Abril, tera, 15h00 s 16h00Museu Calouste Gulbenkian

    Visita | 5

    Requer marcao prvia

    uma obra hora de almoo no museu gulbenkianHlne Fourment de Rubens8 Abril, Quarta, 13h30 s 14h00 Museu Calouste Gulbenkian

    Visita | Gratuito

    exposioA Evoluo de Darwinat 24 Maio, tera a sexta, 13h30 e 16h30, sbado e domingo, 11h00, 12h00, 14h30 e 16h30Edificio 7

    Visitas | 4

    DESCOBRIR Programa Gulbenkian Educao para a CulturaOs bilhetes para as actividades podem ser adquiridos atravs da bilheteira online e no requerem marcao prvia, excepto onde assinalado. Ver Informaes.Ver Informaes. De Segunda a SextafeiraTel: 21 782 3800 / Fax: 21782 3014email: [email protected] online: www.bilheteira.gulbenkian.ptMais e outras informaes: www.gulbenkian.pt

    30 | newsletter

  • agenda janeiro

    Os meus primeiros sons28 Maro, Sbado10h00 s 11h00 e 15h00 s 16h00 1 aos 2 anos + adulto11h00 s 12h00, e 16h00 s 17h002 aos 3 anos + adultoMsica Edifcio Sede

    Requer marcao prvia

    Visita Musical | 7, 5 beb e adulto

    15 beb e 2 adultos

    Escrita hieroglficaa escrita que imita o mundomuseu em famlia28 Maro, Sbado, 14h30 s 16h30Museu Calouste Gulbenkian 4 aos 7 | 8 aos 12 anos + adultoRequer marcao prvia

    Visita Oficina | 7,5 criana e um adulto

    3 cada criana adicional por famlia

    Livros com muita iluso para habitar para alm da viso28 Maro, Sbado, 15h30 s 17h306 aos 10 anos7,5 criana

    29 Maro, Domingo, 10h30 s 12h304 aos 6 + adultoOficina | 7,5 criana e um adulto 3 cada criana adicional por famlia

    Centro de Arte Moderna

    Especial Pscoa

    Ns, o bosque e o cu30 Maro a 2 Abril, 14h30 s 16h30 Jardim Edifcio Sede6 aos 10 anos Oficina | 20 [4 sesses de 2h]

    Sonoridades luminosas30 Maro a 3 Abril, 10h00 s 13h007 aos 11 anos30 Maro a 3 Abril, 14h30 s 17h309 aos 13 anosCentro de Arte Moderna

    Oficina | 38 [5 sesses de 3h]

    Espelho meu, espelho meu quem s tu e quem sou eu?30 Maro a 3 Abril, 10h00 s 13h007 aos 11 anos30 Maro a 3 Abril, 14h30 s 17h304 aos 6 anosCentro de Arte Moderna

    Oficina | 38 [5 sesses de 3h]

    Gavetas de memrias e ideias de encaixar30 Maro a 3 Abril, 10h00 s 13h004 aos 6 anos 30 Maro a 3 Abril, 14h30 s 17h307 aos 11 anosOficina | 38 [5 sesses de 3h]

    Centro de Arte Moderna

    Pscoa no Museucelebrar a vida31 Maro e 1 Abril [Mdulo I] 7 e 8 Abril [Mdulo II] 10h00 s 13h00 | 14h30 s 17h00Museu Calouste Gulbenkian4 aos 7 | 8 aos 12 anosOficina | 35 [2 dias consecutivos]

    Requer marcao prvia

    Mundos a preto e branco!6 a 9 Abril, 10h00 s 13h00 4 aos 6 anos6 a 9 Abril, 14h30 s 17h307 aos 11 anosCentro de Arte Moderna

    Oficina | 30 [4 sesses de 3h]

    O que uma instalao? Essa que a questo!6 a 9 Abril, 10h00 s 13h007 aos 11 anos6 a 9 Abril, 14h30 s 17h304 aos 6 anosCentro de Arte Moderna

    Oficina | 30 [4 sesses de 3h]

    Os meus primeiros sons4 Abril, Sbado10h00 s 11h00 e 15h00 s 16h00 1 aos 2 anos + adulto11h00 s 12h00, e 16h00 s 17h002 aos 3 anos + adultoMsica Edifcio Sede

    Visita Musical | 7, 5 [beb e adulto]

    15 [beb e 2 adultos]

    Requer marcao prvia

    Do Japo Frana: piqueniques no museupelos caminhos do museuMuseu Calouste Gulbenkian

    4 Abril, Sbado, 14h30 s 16h304 aos 7 | 8 aos 12 anos Visita oficina | 7,5

    Requer marcao prvia

    Cozinheiras de histriasideias irrequietas5 Abril, Domingo, 10h00 s 11h00 e 11h30 s 12h30 Centro de Arte Moderna2 aos 4 anos + adultoOficina de Contos | 7,5 [criana e um adulto] 3 [cada criana adicional por famlia]

    Tartarugas do jardimjardins que o jardim contm11 Abril, Sbado, 15h00 s 17h00 Jardins Edifcio Sede4 aos 10 anos + adultoOficina | 7,5 [criana e um adulto]

    EXPERINCIAS NO PARASOMalas de actividades com jogos, histrias e materiais para

    experimentar o jardim, seguindo diferentes mapas/

    percursos [sem orientador]. As malas so utilizadas pelas

    famlias e so requisitadas na livraria da Sede da

    Fundao.

    5 [mx. de 3 horas]

    newsletter | 31

  • entrada livre

    21 de Maro de 2009

    Festejar o Equincio da Primavera a Desenhar!crianas e adultos

    Festadesenho e paisagem

    edifcio sede

    museugulbenkian

    centro de arte moderna

    anfiteatro

    d

    d dd

    Av. de Berna

    Av.

    Ant

    nio

    Aug

    usto

    Agu

    iar

    Av.

    Mar

    qus

    S

    da B

    ande

    ira

    Rua

    Dr.

    Nic

    olau

    de

    Bett

    enco

    urt

    (A) Habitantes do bosque

    (B) Este sou eu!

    (C) Com olhos de ver

    (D) O Grande jardim

    (E) Jogo da paisagem

    (F) Poemas e postais

    (G) A gua e a floresta no mundo e na arte*

    informaesinscries no prprio dia, nos locais das actividades mximo 20 participantes por oficinasesses 10:30-11:45 / 11:45-13:00 / 15:00-16:15 / 16:15-17:30tel. 217 823 800 / no prprio dia ligar para 217 823 627 / 474www.gulbenkian.pt

    coordenao servios Centraisequipa educativa jardins gulbenkian

    6 oficinas a decorrer ao mesmo tempo em diferentes locais do jardim Para todos os que gostam de desenhar, para todos os que nunca experimentaram e para aqueles

    que querem descobrir novas formas de ver, imaginar e representar, desenhando.

    Proporcionar o convvio entre diferentes geraes, partilhar experincias do olhar e do traar, no

    meio da natureza, rodeados de rvores, sons e cheiros.

    *sesso nica das 14:30 s 16:30

    no prximo nmero Orquestra Gerao: uma outra forma de integrao social