COMPLICAÇÕES EM COLOSTOMIA E OS CUIDADOS DE ENFERMAGEM
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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE ALÉM PARAÍBA
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE ARCHIMEDES THEODORO
FACULDADE DE ENFERMAGEM
COMPLICAÇÕES EM COLOSTOMIA E OS CUIDADOS DE
ENFERMAGEM
Monografia submetida à avaliação do curso de graduação em enfermagem da
Faculdade de Ciências da Saúde Archimedes Theodoro, como parte dos
requisitos necessários para a obtenção do grau de enfermeiro.
AUTOR: Mayara Fernandes Junqueira.
PROFESSOR ORIENTADOR: Prof. Doutor Jurandyr Nascimento Silva Jr.
Professora Especialista Maria Laura Couto Fortes Araujo.
Além Paraíba
2010
Complicações de colostomia e os cuidados de enfermagem
Mayara Fernandes Junqueira.
Fundação Educacional de Além Paraíba
Faculdade de Ciências da Saúde Archimedes Theodoro
Faculdade de Enfermagem
Graduação em Enfermagem
Bacharel em Enfermagem
Orientador: Jurandyr Nascimento Silva Jr.
Professor Doutor
Maria Laura C. F. Araujo.
Professora Especialista
Além Paraíba
2010
Folha de Aprovação
Mayara Fernandes Junqueira.
Complicações de colostomia e os cuidados de enfermagem
Trabalho de conclusão de curso (Monografia)
submetida ao corpo docente do Curso de Graduação em
Enfermagem da Faculdade de Ciências da Saúde
Archimedes Theodoro, como parte dos requisitos
necessários à obtenção do título de Bacharel em
Enfermagem.
Aprovado por:
Profº. Drº. Jurandyr Nasc. Silva jr. (Orientador)
Profª. Espª. Maria Laura C. F. Araujo. (Orientador)
Profº. Convidado
Ficha catalográfica
JUNQUEIRA, Mayara Fernandes.
Complicações em colstomia e os cuidados de enfermagem. / Mayara
Fernandes Junqueira. Além Paraíba. FEAP/ FAC. SAÚDE ARTHE, graduação
em enfermagem, 2010.
Monografia (Bacharel em enfermagem) - Fundação Educacional de Além
Paraíba, Faculdade de Ciências da saúde Archimedes Theodoro, Além Paraíba.
2010.
Orientação: Profº. Drº. Jurandyr Nasc. Silva Jr. e Profº. Esp. Maria Laura Couto
Fortes Araujo.
1. Enfermagem 2. Colostomia 3. Complicações 4. Cuidados com colostomias.
- Monografia. I - Silva Jr., Jurandyr Nasc. (Orient.). II - Araujo, Maria Laura C.
Fortes (Orient.). III- Fundação Educacional de Além Paraíba, graduação em
enfermagem. IV- Título.
Dedicatória
Essa vitória é dedicada primeiramente a minha mãe Elisabeth, que sempre esteve ao
meu lado me incentivando e apoiando, ao meu irmão Patrick que mesmo não estando por
perto, sempre se fez presente na minha vida.
Aos meus amigos de Estrala Dalva e os do grupo de estágio que fizeram com que essa
caminhada fosse bem menos pesada e mais alegre. Agradeço também a Professora Michelly
Baganha Coelho, que me ajudou não só no estagio, mas também na construção da minha
monografia.
Mas agradeço principalmente ao meu namorado Alberto que se não fosse por ele talvez
hoje eu não estivesse formando em enfermagem, e por não ter me deixado desanimar, me
incentivando a sempre buscar por mais conhecimento.
Agradecimentos
Nesse momento alcanço uma grande vitória!
Obrigado meu Deus por estar presente em todos os momentos difíceis.
Aos meus orientadores, Profº. Drº. Jurandyr Nascimento Silva Júnior e Profª. Espª.
Maria Laura Couto Fortes Araujo, pelo trabalho firme e dedicado ao longo desse processo.
Agradeço também a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização
desse trabalho. Meu muito obrigado!
Resumo
JUNQUEIRA, Mayara Fernandes. Complicações em colostomia e os cuidados de
enfermagem. Além Paraíba, 2010. Monografia (Bacharel em Enfermagem) –
Faculdade de Ciências da Saúde Archimedes Theodoro da Fundação Educacional de
Além Paraíba.
O tema dessa pesquisa é “Complicações em colostomias e os cuidados de
enfermagem”. Sua relevância baseia-se na importância da assistência de enfermagem, para
atender as necessidades do paciente. Como problema: qual a importância dos cuidados de
enfermagem em pacientes colostomizados? A Hipótese será, a importância da especialização
do enfermeiro, no tratamento das colostomias para evitar os casos de complicações. O
objetivo é analisar, os cuidados de enfermagem prestados a pacientes colostomizados, a fim de
evitar complicações posteriores. Usou-se de pesquisa bibliográfica. No primeiro capítulo,
apresentou a anatomia, fisiologia e conceito de colostomia. No segundo abordo as
complicações e os cuidados direcionados as colostomias. Conclui-se que os pacientes
colostomizados, necessitam de um atendimento humanizado e especializado, devido à nova
situação de vida.
Abstract
JUNQUEIRA, Mayara Fernandes. Complicações em colostomia e os cuidados de
enfermagem. Além Paraíba, 2010. Monografia (Bacharel em Enfermagem) –
Faculdade de Ciências da Saúde Archimedes Theodoro da Fundação Educacional de
Além Paraíba.
The theme of this research is "Complications in colostomy and nursing care." Its
relevance is based on the importance of nursing care to meet patient needs. As a problem:
what is the importance of nursing care in patients colostomists? Hypothesis is the importance
of specialization of nurses in the treatment of colostomy to prevent cases of complications.
The goal is to examine the nursing care provided to patients colostomists in order to avoid
further complications. It used literature search. The first chapter presented the anatomy,
physiology and the concept of colostomy. In the second aboard the complications and care
directed the colostomies. We conclude that patients colostomists, require a humanized and
specialized due to the new life situation.
Sumário
Página
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 9
CAPÍTULO
I - COLOSTOMIA ............................................................................................................... 11
1.1 - Definição de colostomia ..................................................................................... 12
1.2 - Classificação e tipos de colostomias .................................................................. 14
1.3 - Irrigações da colostomia ...................................................................................... 16
II - COMPLICAÇÕES PÓS-COLOSTOMIA ..................................................................... 18
2.1 - Classificação das colostomias ............................................................................. 18
2.1.1 - Abscesso ................................................................................................ 19
2.1.2 - Dermatite ................................................................................................ 19
2.1.3 - Edema .................................................................................................... 20
2.1.4 - Estenose ................................................................................................. 20
2.1.5 - Foliculite ................................................................................................. 20
2.1.6 - Hemorragia ............................................................................................. 21
2.1.7 - Hérnia Perístomal.................................................................................... 21
2.1.8 - Necrose .................................................................................................. 22
2.1.9 - Prolapso .................................................................................................. 22
2.1.10 - Retração ............................................................................................... 23
2.2 - Cuidados de enfermagem .................................................................................... 23
2.2.1 - Colocação e cuidados com a bolsa de ostomia ...................................... 25
2.2.2 - Ação educativa em saúde da enfermagem ............................................. 26
CONCLUSÃO ............................................................................................................................... 31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS .......................................................................................... 33
ANEXOS ....................................................................................................................................... 36
9
______________________________________________________________________
INTRODUÇÃO
____________________________________________________
O tema dessa pesquisa é referente às complicações em colostomias e os cuidados de
enfermagem. Sua relevância baseia-se na importância da assistência de enfermagem, que
implica em intervenções para atender as necessidades do paciente, tais como: orientação sobre
os cuidados de higiene e troca das bolsas nos pacientes colostomizados a fim de reduzir as
complicações.
Durante o estágio¹ pude observar casos de pacientes que foram submetidos ao
procedimento de colostomia, e que na maioria dos casos havia a presença de complicações.
Pude então, compreender a importância e a necessidade da especialização dos profissionais de
enfermagem que estão diretamente ligados ao cuidado com pacientes colostomizados.
Remetendo a necessidade de compreender as modificações que ocorrem na vida do
paciente e a importância das intervenções na pratica, com o intuito de favorecer ao paciente, a
recuperação dos aspectos físicos, social e ambiental, a pesquisa propôs como problema: qual a
importância dos cuidados de enfermagem em pacientes colostomizados, para a redução da
incidência dos casos de complicações? Nesse sentido, a hipótese seria a importância da
especialização e atuação do enfermeiro, no tratamento das colostomias e do diagnóstico
antecipado para que se evitem os casos de complicações.
___________________________________ ¹ Estágio em questão sendo realizado no Hospital São Salvador localizado na cidade de Além Paraíba – MG, a
partir de abril de 2010, com supervisão da enfermeira Maria Luiza Ferreira Barbosa.
10
Tendo em vista a importância da assistência de enfermagem aos pacientes
colostomizados, os objetivos propostos foram: mostra a importância da abordagem técnica
pelo enfermeiro relacionada ao cuidado especifico e humanizado ao paciente colostomizado, a
fim de prevenir complicações relacionadas ao uso da bolsa de colostomia e a importância da
assistência educacional aos pacientes, no que se refere à proteção da pele ao redor do estoma e
higiene do estoma.
Para sustentar a hipótese e atender os objetivos propostos, a metodologia utilizada foi à
pesquisa bibliográfica em livros, artigos, bem como textos disponíveis na internet de autores
clássicos e contemporâneos que abordam o tema em questão. Após a revisão da literatura, foi
realizada análise dos textos relevantes à investigação. A pesquisa dividiu-se em dois capítulos.
No primeiro capitulo, inicialmente apresentou a anatomia, fisiologia do intestino
grosso, para melhor compreensão de seu funcionamento e, em seguida o conceito de
colostomia, os tipos e sua classificação, de acordo com sua localização. No segundo capitulo,
abordo os tipos de complicações, dando ênfase aos cuidados de enfermagem especializados e
humanizados direcionados a esses pacientes colostomizados.
Conclui-se a partir das literaturas consultadas, que cada vez mais aumenta a freqüência
de procedimentos de colostomias, e que os pacientes colostomizados, necessitam de um
atendimento humanizado e especializado, já que a assistência de enfermagem a esses pacientes
consiste nos cuidados direcionados ao estoma e nas orientações dadas ao paciente
colostomizado. Porém existem poucos profissionais capacitados, fazendo com que as
complicações em colostomias sejam tão comuns.
11
____________________________________________________
CAPÍTULO 1
Colostomia
Tendo em vista que este capítulo aborda colostomia, procedimento realizado quando a
parte inferior do intestino grosso está impossibilitado de funcionar normalmente ou quando
necessita de um repouso para as funções normais, verifica-se a necessidade de, inicialmente,
explanar a anatomia do intestino grosso, para melhor entendimento de seu funcionamento.
O intestino grosso² divide-se em ceco, cólon e reto, sendo responsável pela absorção de
água e é o principal órgão de eliminação intestinal. O cólon é dividido em: ascendente,
transverso, descendente e sigmóide. A primeira é o ceco, segmento de maior calibre, que se
comunica com o íleo. Para impedir o refluxo do material proveniente do intestino delgado,
existe uma válvula localizada na junção do material proveniente do intestino delgado, existe
uma válvula localizada na junção do íleo com o ceco, válvula ileocecal (iliocólica). No fundo
do ceco, encontramos o apêndice vermiforme. A porção seguinte do intestino grosso é o cólon,
segmento que se prolonga do ceco até o ânus (GOFFI, 1997).
O intestino grosso tem como característica própria uma quantidade grande de bactérias
que auxiliam na absorção de certos elementos e na formação do bolo fecal, e que em princípio,
não causam dano ao organismo. Os alimentos e materiais de secreção atravessam o intestino,
movidos por contrações rítmicas ou movimentos peristálticos de seus músculos, que produz
sete vezes por minuto. Com a continuação dos movimentos intestinais, as fezes passam para o
___________________________________ ² Conforme figura 1, em anexo.
12
reto sendo em seguida libertadas para o exterior através do ânus. Aqui existe um músculo,
esfíncter anal, que depende da nossa vontade. Portanto, a distensão do reto implica em
contrações do cólon, do reto e relaxamento do ânus. A partir de então, o ato de evacuar pode
ser efetuado mediante ao relaxamento voluntário do esfíncter externo, controlando assim, a
saída das fazes (SILVA, 2010).
O intestino grosso não possui vilosidades nem segrega sucos digestivos, normalmente
só absorve água, em quantidades bem consideráveis. Como o intestino grosso absorve muita
água, o conteúdo intestinal se condensa até formar detritos inúteis, que serão evacuados. O
intestino grosso tem como função: absorção de água e de certos eletrólitos, síntese de
determinadas vitaminas pelas bactérias intestinais, armazenagem temporária dos resíduos e
eliminação de resíduos do corpo (POSSO, 1999).
1.1 Definição de colostomia
De acordo com Barbutti, Silva e Abreu (2008), colostomia refere-se a uma abertura
feita cirurgicamente no abdômen, onde se exterioriza parte dos intestinos, através de um
orifício. A proposta dessa cirurgia é o desvio do conteúdo do intestino (gazes e fezes) para
uma bolsa externa. A colostomia³ é utilizada, quando o paciente apresenta qualquer problema
que o impede de evacuar normalmente pelo ânus. Esse desvio pode ser temporário ou
definitivo.
O estoma caracteriza-se por uma coloração vermelho vivo, semelhante à mucosa da
boca. O estoma não tem terminações nervosas, por isso não dói ao se tocado, no entanto, é
___________________________________ ³ Conforme figura 2, em anexo.
13
sensível e pode sangrar ao ser tocado ou esfregado. (NOGUEIRA et al, 1994).
“Os estomas permanentes são realizados quando não é possível manter a função
normal da evacuação de maneira definitiva. Normalmente acontece nos casos de neoplasia no
cólon ou reto cuja conseqüência é a amputação do trato intestinal comprometido” (SONOBE
et al, 2002, p.341).
A colostomia temporária é realizada por qualquer problema transitório no trato
intestinal ou urinário, para evitar que as fazes passem pelo local operado antes de uma
cicatrização completa. Por exemplo, na cirurgia para tratamento do câncer de reto, os estomas
temporários são fechados depois da cicatrização da cirurgia, que ocorre geralmente após um
mês da cirurgia. Após o fechamento do estoma, o paciente volta a evacuar pelo ânus (idem,
ibidem).
De acordo com Silva (2009), “o tecido sadio do intestino é preso no abdômen
(colostomia). Em seguida, uma bolsa adesiva para drenagem (dispositivo para o estoma0 é
posicionada em torno da abertura. A incisão abdominal é fechada”. A colostomia começará a
funcionar de 2 a 3 dias do pós-operatório.
Existem vários fatores que podem levar as pessoas a serem submetidas a uma cirurgia
para a construção de uma ostomia. Seguem alguns destes fatores: Câncer de cólon e reto,
retocolite ulcerativa, doença de Crohn, doença de chagas e perfurações causadas por armas de
fogo ou objetos pérfuro-cortantes entre outros. A característica desses pacientes é a perda da
continência intestinal, resultando em saída constante das eliminações intestinais pelo estoma, e
isso leva ao uso da bolsa de colostomia (OLIVEIRA, 1991).
14
A colostomia pode ser indicada, também para descomprimir, drenar, aliviar tensões de
anastomoses intestinais, união de parte do intestino com outra região do intestino, e proteger
suturas de um órgão danificado, no caso, o intestino grosso.
1.2 Classificação e tipos de colostomias
Quando o cólon é ligado à pele, diz-se que temos uma colostomia. E como o cólon está
dividido em quatro partes, que são denominados: Colostomia ascendente, colostomia
transversa, colostomia descendente e sigmoidostomia (SONOBE et al, 2002,).
As colostomias podem ser dispostas em: Colostomia ascendente quando o estoma
é feito na alça ascendente, no lado direito do abdômen e as fezes têm consistência
semi-líquida; Colostomia transversa quando o estoma é feito na alça transveso, no
lado esquerdo ou direito do abdômen e as fezes têm consistência pastosa;
Colostomia descendente quando o estoma é feito na alça descendente, no lado
esquerdo do abdômen e as fezes têm consistência semi-sólida; Colostomia
sigmóide quando envolve o cólon sigmóide e as fezes são firmes e sólidas
(NETTINA, 2003, p.1694).
As características das fezes são diferentes nas diversas colostomias. Quanto maior for à
atividade funcional do intestino grosso, mais sólidas são as fezes, porque mais água foi
absorvida pelo organismo. Portanto, a consistência da evacuação, que vem de uma colostomia,
depende da região em que o intestino foi interrompido (SONOBE et al, 2002).
Na colostomia ascendente as fazes apresentam-se semi-líquidas nos primeiros dias
após a cirurgia e pastosas após a readaptação intestinal. Na colostomia transversa as fezes são
15
semi-líquidas a pastosas. Na colostomia ascendente ocorrem fezes pastosas a sólidas,
semelhante às fazes eliminadas pelo ânus (idem, ibidem).
Na colostomia transversa ou sigmóide não é necessário um esvaziamento freqüente,
porque os movimentos peristálticos ocorrem algumas vezes ao dia, a média de funcionamento
intestinal ocorre de duas a três vezes ao dia. Alguns pacientes optam em não usar a bolsa todo
o tempo. O controle dos movimentos intestinais depende da alimentação e do intervalo entre
as refeições, que constituem aspectos que o próprio paciente pode aprender a observar e
controlar (BRITO, 2010).
Segundo Santos e Bandeira (2010), os tipos de colostomia dependem da exteriorização
no abdômen de uma parte do intestino grosso para a eliminação de fezes e denominam-se:
colostomia em alça, colostomia terminal e colostomia de duplo barril;
A colostomia em alça geralmente é realizada em uma emergência médica, que envolve
lesão ou trauma de alça intestinal, e o transito pode ser reconstruído com o fechamento de uma
colostomia. Normalmente esses estomas são temporários e situados no cólon transverso. O
cirurgião fixa a alça do intestino transverso no abdômen e comum dispositivo externo, como
uma vareta de plástico ou de inox, para que o intestino não volte para a cavidade abdominal,
por sete dias até que ocorra a maturação da sutura. A ostomia em alça possui duas aberturas, a
extremidade proximal drena fezes e a porção distal drena muco (SMELTZER; BARE, 2005);
A colostomia terminal consiste de um estoma formado a partir da porção término
proximal do intestino, o que torna a condição definitiva. Para muitos pacientes as colostomias
terminais são um resultado de tratamento cirúrgico de câncer colo-retal. Nesses casos o reto
sempre tem que ser removido (POTTER; PERRY, 2006);
16
Colostomia de duplo barril: o intestino é totalmente separado e as duas porções finais
são trazidas para a parede abdominal. A colostomia de duplo barril é a construção de dois
estomas distintos, o estoma de funcionamento proximal e o estoma distal, que não funciona.
Imediatamente após a cirurgia, o tratamento do estoma intestinal é irregular, podendo
eliminar fezes várias vezes ao dia, em momentos diferentes. Na medida em que o tempo passa,
o estoma irá funcionar deforma mais regular, no entanto, não é possível controlar a saída das
fezes.
1.3 Irrigações da colostomia
Este procedimento permite ao paciente colostomizado a recuperação do controle da
eliminação fecal, contribuindo para uma melhor qualidade de vida. O paciente terá maior
liberdade para realizar suas atividades, pois com a irrigação, não será necessário o uso
continuo de uma bolsa de ostomia, ou se preferir, poderá fazer uso de uma bolsa menor entre
uma irrigação e outra.
Segundo Brito (2010), “Para que a irrigação tenha êxito, é necessário realizar o
procedimento todos os dias, no mesmo horário. A irrigação estimula a peristalse, possibilita a
eliminação de gases e de odor”.
A irrigação age como um enema, o paciente deve sentar-se no vaso ou em uma cadeira
de frente para o vaso e então adaptar na colostomia um equipamento com uma extensão
plástica (manga drenadora), e através do estoma o paciente deve injetar de 500 a 700 ml de
água. A água deve ser infundida lentamente, o paciente deve aguardar de 30 a 45 minutos para
que a água juntamente com o efluente drene pela manga drenadora. Ao termino do
17
procedimento o paciente recoloca a bolsa ou oclui o estoma com um protetor próprio (idem,
ibidem).
Existem contra-indicações para a irrigação da colostomia como nos casos em que o
paciente apresenta limitação física ou mental, formação recente do estoma, doença no restante
do cólon, um estoma com complicação como prolapso e estenose, tratamento quimioterápico
ou radioterápico, crianças e lactantes devido ao risco de perfuração do intestino. (COF, 2003).
18
____________________________________________________
CAPÍTULO 2
Complicações pós-colostomia
As complicações locais podem ocorrer tanto no pós-operatório imediato, precoce ou
tardio, apresentando incidência variável de 15 a 30%. O paciente que se submete a cirurgia
torna-se portador de estoma e com isso a possibilidade de desenvolver complicações. Uma das
maneiras de se minimizar essas complicações e com a demarcação do local exato do estoma,
adequando-se a técnica cirúrgica e os cuidados no pré e pós-operatório.
Segundo Wright (2009), “embora as colostomias sejam procedimentos cirúrgicos
relativamente simples, apresentam várias complicações, desde simples irritações cutâneas até
problemas potencialmente letais”.
2.1 Classificação das complicações
As complicações são classificadas de acordo com o tempo, contando a partir da
intervenção cirúrgica podem ser imediatas, precoces e tardias. As complicações imediatas
aparecem nas primeiras 24 horas de pós-operatório, dentre essas se destacam as
isquemias/necrose e edema. As complicações precoces aparecem entre o 1º e 7º dia no pós-
operatório, que corresponde ao pós-operatório mediato: destas se destacam afundamento ou
retração e separação muco-cutâneo e as complicações tardias, que se manifestam após a alta
hospitalar, ou seja, quando os familiares ou a pessoa colostomizada assume os cuidados com o
19
estoma: destacam-se estenose, retração, prolapso de alça e hérnia ou dermatites (WRIGHT,
2009).
Dentre os tipos de complicações, estão dispostos os seguintes eventos: abscesso,
dermatite alérgica, dermatite irritativa, dermatite por trauma mecânico, edema, estenose,
foliculite, hemorragia, hérnia periestomal, necrose, prolapso, retração e varizes peristomais.
2.1.1 Abscessos
Os abscessos podem surgir no estoma ou no orifício de exteriorização da alça
intestinal. A infecção da mucosa é geralmente provocada por fungos ou germes anaeróbicos,
podendo ser decorrente ou não de isquemia parcial do estoma, já a infecção que ocorre em
torno do estoma pode acometer todo o trajeto da parede abdominal, freqüentemente decorre da
contaminação no momento da passagem da alça pelo trajeto ou da contaminação no momento
da manutenção (SONOBE et al, 2002).
2.1.2 Dermatite
A dermatite irritativa á causada pelo contato com efluente ou produtos utilizados no
pele perístoma, estes agentes causam distúrbios nos mecanismos de defesa da pele, permitindo
a penetração de substancias nocivas e desenvolvendo processo inflamatório. Já a dermatite
alérgica, se da pela aplicação de produtos contínuos e ou produtos errôneos nos cuidados com
estomas, que podem provocar uma reação alérgica. As causas mais comuns de dermatite por
trauma mecânico incluem; técnicas de limpeza ou retirada traumática do dispositivo, fricção
20
ou pressão continua de dispositivos mal adaptados, ou traça freqüente de bolsa coletora
(MIGUEL JR., 2009).
2.1.3 Edema
Uma das complicações mais comuns no pós-cirúrgico imediato. É causado pela
mobilização da alça intestinal, por trauma local, e principalmente pela passagem através de um
trajeto estreito da parte abdominal para exteriorização da alça. O enfermeiro responsável deve
acompanhar a evolução, uma vez que a mesma pode provocar o aparecimento de necrose
devido à diminuição da irrigação sanguínea. (OLIVEIRA, 1991).
2.1.4 Estenose
É o estreitamento da luz do estoma, pode ser observada tanto em nível cutâneo como
da fascia, surge geralmente no terceiro mês de pós-operatório. Na fase inicial observa-se
afiladas, ocorrendo também dificuldade crescente para eliminar o conteúdo intestinal podendo
levar a quadro de sub-oclusão. A correção desta complicação é feita pelo médico e poderá
necessitar de tratamento cirúrgico. (MIGUEL JR., 2009).
2.1.5 Foliculite
A foliculite é formada pela inflamação do folículo piloso causado pela remoção
traumática dos pelos da região periestomal ou remoção inadequada da bolsa, causando lesão
21
na epiderme ao redor do folículo piloso. Pacientes colostomizados, portadores de cirrose e
hipertensão portal, têm tendência a desenvolver varizes periestomais, complicações devido à
dilatação das veias cutâneas ao redor do estoma de cor roxo-azulado (OLIVEIRA, 1991).
2.1.6 Hemorragia
Segundo Cruz e Monteiro (2008), a hemorragia pode ocorrer já nas primeiras horas
após a confecção do estoma, nesse caso, provem da borda, do mesmo estoma, o intestino que
esta preso na parede do abdômen, ou de ambos, ou até da parede abdominal como músculos
ou subcutâneo, geralmente em decorrência da hemostasia inadequada durante a construção do
estoma. Com elação a necrose, ela pode ser parcial ou total, ocorrendo por deficiência da
circulação sanguínea no estoma, geralmente esta relacionada com o inadequado preparo da
alça intestinal.
2.1.7 Hérnia periestomal
A hérnia periestomal é uma das complicações que está relacionada à confecção de um
orifício abdominal grande ou, em caso de pacientes obesos e com mau estado geral ou, ainda
pelo aumento da pressão intra-abdominal e localização do estoma em incisão operatória
anterior.
A hérnia surge quando existe um espaço entre o segmento intestinal que forma o
estoma e o tecido circundante, configurando um defeito facial e o resultado é uma saliência
total ou parcial na base do estoma. Quando associada à fragilidade muscular periestomal de
22
menor intensidade, o que ocorre em muitos pacientes com colostomia, esses podem
permanecer sem correção cirúrgica (AGUIAR, 2010).
Segundo Meirelles e Ferras (2001) o aparecimento de hérnia periestomal é tão comum
que pode ser considerada como inevitável. Indica-se cirurgia corretiva apenas quando a hérnia
está causando muitos problemas. Nesses casos, prioriza-se mudar a colostomia de lugar e
corrigir a fraqueza abdominal.
2.1.8 Necrose
Pode vir a ocorrer por isquemia arterial (Insuficiência na chegada de sangue), ou por
isquemia venosa (drenagem venosa do segmento exteriorizado). Pode ocorrer mais
freqüentemente em pacientes obesos e com distensão abdominal (WRIGHT, 2009).
2.1.9 Prolapso
O prolapso é a exteriorização inesperada total ou parcial do segmento da alça
intestinal pelo estoma. Sendo uma das complicações, que ocorre mais freqüentemente em
situações de emergência. Esta complicação não é letal, mas causa problemas de pele e grande
dificuldade no cuidado do estoma (MENDONÇA, 2009).
23
2.1.10 Retração
É o deslocamento da alça intestinal para a cavidade abdominal. É uma das
complicações mais freqüentes. Ocorre devido à má fixação da alça intestinal ou pela
exteriorização insuficiente da mesma. (WRIGHT, 2009).
2.2 Cuidados de enfermagem
Ao assistir o paciente colostomizado, o enfermeiro utiliza o processo de enfermagem
que, segundo Horta (1997) “é a dinâmica das ações sistematizadas e interrelacionadas, visando
à assistência ao ser humano”. Caracteriza-se pelo interrelacinamento e dinamismo de suas
fases ou passos, que são o histórico de enfermagem, o diagnostico de enfermagem, o plano
assistencial, o plano de cuidados ou prescrição de enfermagem, a evolução e o prognóstico.
Ao prestar assistência de enfermagem ao portador de um estoma, o enfermeiro irá
deparar-se com naturezas diversas de problemas enfrentados por estes pacientes. Tais
problemas encontram-se enraizados em dimensões físicas, sociais, psicológicas e espirituais
(PICCOLI; GALVÂO, 2001).
Os aspectos físicos estão relacionados com as mudanças da anatomia e fisiologia
intestinal que repercutem nos aspectos sociais, psicológicos e espirituais do
paciente. A auto-rejeição, insegurança, sentimento de incapacidade e descrença
em valores espirituais são sentimentos que comumente acompanham os
ostomizados durante seu processo de adaptação à sua nova condição. Os aspectos
psicossociais determinam o grau de suas respostas frente à doença e a busca de
ajuda ou negação dessa situação, uma vez que há dois impactos para o paciente: a
doença e a ostomia. Essa situação implica em sofrimento, dor, deterioração de
corpo ou da vida incertezas quanto ao futuro (GEMELLI; ZAGO, 2002).
24
Como profissional engajado com o cuidado humano e na abordagem integral do ser
humano, o enfermeiro pode iniciar precocemente sua assistência, objetivando a reabilitação do
paciente e minimizando seu sofrimento, especialmente ao incentivar o auto-cuidado que
contribui precocemente para inserir o paciente nos cuidados com seu estoma (PICCOLI;
GALVÃO, 2001).
A respeito do portador de ostomia e suas necessidades físicas especiais encontram-se a
avaliação clínica do enfermeiro, que deve ser pormenorizada, a fim de identificar alterações de
pele já existentes, ou em risco de acontecer. A avaliação de tipo estoma e do uso adequado do
dispositivo, a bolsa para colostomia são condições necessárias para determinação de riscos
potenciais, que são aqueles que demandam medidas de observação e controle, e cuja
intervenção se dará quando houver alteração da situação, ou seja, quando o problema potencial
for modificado para ativo (GEMILLI; ZAGO, 2002).
Cabe a enfermeira trocar o curativo do estoma quantas vezes sejam necessárias, a fim
de manter o paciente limpo e sua pele livre de material fecal. É importante que a pele que
circunda o estoma, seja protegida da irrigação utilizando lubrificante protetor. (idem, ibidem).
É competência da enfermagem a observação das características do estoma, assim como
possíveis sinais de infecções, para que estas não venham a evoluir para complicações. Além de
usar técnica asséptica no momento da troca da bolsa de colostomia, mantendo a área limpa e
seca para evitar contaminação do periestoma ou das áreas subjacentes (ESMELTZER; BARE,
2004).
Nesse sentido, o diagnostico de enfermagem enquanto um julgamento clinico, sobre as
respostas atuais ou potenciais, que indivíduos, famílias ou comunidades apresentam, permite a
25
elaboração de intervenções adequadas e oportunas. Porém requer extrema capacidade de
raciocínio e interpretação de achados semiológicos.
2.2.1 Colocação e cuidados com a bolsa de ostomia.
Para um paciente com estoma realizado recentemente, a troca da bolsa deve ser
realizada pelo enfermeiro, pois assim assegura-se o ensino para o auto-cuidado direcionado ao
paciente ou familiar/cuidador.
Para pacientes com ostomias há mais tempo, é possível que o enfermeiro delegue a um
auxiliar de enfermagem, desde que este tenha sido capacitado (identificar sinais de alteração
na pele peristomal ou qualquer modificação quanto às características, consistência e volume
do efluente) para esse tipo de cuidado e que o enfermeiro avalie e determine a bolsa de
ostomia e a barreira cutânea a ser utilizada pelo paciente.
Um sistema de bolsa coletora é formado por uma bolsa de ostomia e uma base, que
constitui a barreira cutânea. Existem vários sistemas de bolsas. Para a escolha adequada da
bolsa de ostomia, o enfermeiro deve considerar a localização, o tipo e o tamanho do estoma,
além da condição da pele ao redor do estoma. (POTTER; PERRY, 2006).
Os sistemas de bolsas4 de ostomias em sua maioria são produzidos por empresas
multinacionais, possuem uma grande diversidade de modelos. As bolsas podem conter uma ou
duas peças, serem drenáveis ou fechadas, descartáveis ou reutilizáveis. Algumas bolsas são
pré-cortadas pelo fabricante, outras são cortadas sob medida, conforme o tamanho do estoma e
do paciente. (COSTA; SANTOS, 2006).
___________________________________ 4 Conforme figura 3, em anexo.
26
As barreiras cutâneas podem ser de diferentes matérias; As do tipo hóstia, por
exemplo, ficam aderidas a bolsa da ostomia, são chamadas de “bolsa de uma peça”. Quando a
bolsa pode ser desconectada da base, que se encontra aderida a pele para esvaziamento ou
troca, são chamadas de “sistema de duas peças”. Se a base do equipamento coletor (barreira
cutânea) não for pré-aberta, deve-se ter maior atenção ao se medir o tamanho do estoma. As
bolsas de colostomia sem vazamento, não tem a necessidade de serem trocadas todos os dias,
podendo ser trocadas a cada sete dias, em pacientes com colostomias e a cada cinco dias para
os portadores de ileostomias (idem, ibidem).
2.2.2 Ação educativa em saúde da enfermagem
As enfermeiras devem reconhecer a necessidade de privacidade do paciente, bem como
a importância da ação educativa em saúde. Isso requer uma abertura para discutir questões
criticas e sensíveis com o paciente, bem como o histórico efetivo, tratamento e comunicação
da enfermagem.
Com a ação educativa em saúde, o enfermeiro informa aos membros da família os
procedimentos envolvidos no cuidado do estoma e dos ajustes que precisarão fazer nos seus
hábitos diários quando o paciente retornar ao lar. Os familiares precisam ser encorajados a
verbalizar suas preocupações e, segundo Silva (2010), “entender a importância de fazer os
ajustes necessários para capacitar o paciente a lidar com a mudança da sua imagem corporal e
mostrar-lhe a necessidade de tomar o devido cuidado com a ostomia”.
De acordo com Gas (1998), desde os primeiros momentos após a cirurgia, quando o
paciente toma conhecimento de sua nova condição, ele próprio tende a decretar a sua
27
existência autônoma, pois o que tem pela frente é uma forma de evacuação por dispositivos, o
que é considerado por muitos colostomizados, vergonhoso e alienante, podendo conduzir ao
isolamento social. Segundo Nogueira et al (1994, p.312) “a preocupação com os gases, odor
de fezes eliminadas, vazamento e desconforto físico, dificulta o convívio social, o que
evidencia a visão de si”.
A partir do terceiro dia pós-operatório, é que se preconiza o ensino gradativo do auto-
cuidado que envolve inicialmente, a visualização e o toque precoces do estoma pelo paciente.
No entanto devesse reconhecer que o paciente pode encontrar-se experimentando uma fase de
luto pela perda de parte corporal, que implica fundamentalmente, em perda de controle sobre
as eliminações, considerada como básicas do ponto de vista social e fisiológico, distorção da
imagem corporal e da identidade previas (POSSO, 1999).
A colostomia começa a funcionar 3 a 6 dias depois da cirurgia. A enfermeira controla a
colostomia e ensina o paciente sobre o seu cuidado até que ele possa realizá-lo. A enfermeira
ensina o cuidado cutâneo e como aplicar e remover a bolsa de drenagem. O cuidado da pele
peristomal é uma preocupação continua, porque escoriação ou ulceração podem desenvolver-
se com rapidez (REIS et al, 2008).
A presença de irritação dificulta a aderência do dispositivo de ostomia, e a adesão do
dispositivo de ostomia na pele irritada pode agravar a condição cutânea. Outros problemas
cutâneos incluem as infecções fúngicas e dermatites alérgicas. Esvaziar, irrigar e limpar a
bolsa de colostomia com base regular, com solução própria não somente remove bactérias e
fezes que causam odor e flatos, mas também desodoriza (NETTINA, 2003).
Os primeiros meses que se sucedem a cirurgia são considerados os mais difíceis, pelo
fato do paciente e/ou da família estar em processo de aquisição de independência relacionada
28
ao estoma. Para tanto, é necessário que o paciente, a família e os profissionais da equipe de
saúde, desenvolvam uma comunicação eficaz, de modo que, dúvidas relacionadas à aquisição
e manuseio de bolsas, cuidados com o estoma e pele perístoma, dieta e relações intra e
interpessoais, sejam esclarecidas (REIS et al, 2008).
A colostomia leva ao individuo novas percepções e alterações de hábitos de vida para o
enfrentamento dos problemas relacionados à falta de controle voluntário das eliminações de
fezes e gases intestinais, produzindo maus odores e requerendo a utilização de equipamentos,
adaptados ao abdômen, como recipiente das eliminações (SILVA, 2010).
Antes que o paciente tenha alta, uma rotina individualizada para o cuidado com o
estoma e a irrigação é revista com o paciente e a família. Literatura suplementar ajuda, porque
as pessoas podem ter perguntas a fazer quando o paciente estiver de volta pra casa
(SMELTZER; BARE, 2004).
A alta hospitalar para o cliente colostomizado e pessoas a ele relacionados é critica, por
implicar no enfrentamento domestico, envolvendo significados como: distanciados recursos
humanos e materiais do hospital, aquisição de autonomia e independência diante da nova
condição de vida. Por isso é relevante manter o paciente e o familiar/acompanhante como
centros da atenção e decisão, conferindo-lhes recursos e alternativas que os tornem seguros e
confiantes para a alta hospitalar (REIS et al, 2008).
O ser humano se reconstrói o tempo todo para se adaptar de forma
criativa, sendo capaz de autonomia relativa quando se vê privado
de certas disponibilidades. Adaptação então significa ajustar toda
uma vida em um novo contexto, onde algumas coisas importantes
têm, muitas vezes, que serem abandonadas, substituídas ou
reduzidas (SONOBE et al, 2002).
29
A família é o elemento mais próximo do paciente colostomizado e deve ser envolvida
no processo terapêutico, com o consentimento do mesmo, já que conhecem quais são os
hábitos, gostos e preferências do paciente, fornecendo informações importantes na execução
de um plano terapêutico de reabilitação e de reinserção (SILVA, 2009).
Entretanto vale informar que as reações de negação, revolta, aceitação e negociação
são vividas, quer pela família, quer pelo paciente, tendo razões suficientes para sentir angustia.
Por isso, a família deve ser informada sobre os aspectos mais comuns, como as características
do problema e a forma de manejo com o mesmo (Idem, Ibidem).
É necessária a apresentação da assistência de enfermagem ao paciente a fim de
compensar a perda da função normal, de tal maneira, que ele possa continuar a ser um membro
participante e contribuinte de sua família e da sociedade. Essa integração pode ser um dos
objetivos da equipe, como ta, requer tanto a participação do paciente e de sua família quanto à
participação do grupo profissional. Sendo importante então, avaliar a capacidade emocional
cognitiva e física do paciente. Esses fatores afetam a capacidade do paciente para dominar as
tarefas de cuidado e o desejo de reassumir suas responsabilidades nos cuidados com a ostomia
(SMELTZER; BARE, 2004).
O temor da rejeição pelo meio social faz com que, freqüentemente, a pessoa com
colostomia busque diferentes estratégias para controlar, reprimir e ocultar, obsessivamente, o
ato evacuatório, impondo auto-proibições. Quando sai de casa, priva-se de se alimentar e
muda o estilo de vestuário com intuito de ocultar o estoma. O receio de tornar pública a sua
condição de pessoa deficiente e ser rejeitado, em decorrência da produção de gases e odores,
leva a restrição ou a eliminação do contato com os membros da comunidade, resultando em
isolamento social. (OLIVEIRA, 1991).
30
A busca por formas eficazes de gerenciar o cuidado à saúde, tem relação com as
políticas de atenção a essas pessoas, as instituições, os profissionais de saúde e os contextos
socioculturais nos quais cada pessoa esta inseridos. Nesta perspectiva, o cuidado de
enfermagem direcionado as pessoas com ostomias deve ter por objetivo a qualificação da sua
vida, ampliando as ações de maneira a promover a sua reinserção social e o desenvolvimento
das suas potencialidades (SILVA, 2009).
O processo de ensino para cuidar da colostomia é uma experiência desafiadora para a
equipe de enfermagem, pois requer encorajamento, apoio e orientação para aprender a lidar no
cuidado do estoma em seu dia-a-dia. Considerar as potencialidades e as limitações de cada
pessoa com colostomia no ato de informar e educar é imprescindível para que a participação
do paciente seja realmente efetiva (Idem, Ibidem).
O paciente deve ser encorajado a verbalizar os sentimentos e preocupações sobre a
imagem corporal alterada e a discutir a cirurgia e o estoma. Uma atitude de apoio por parte da
enfermagem é primordial na promoção da adaptação do paciente, as alterações geradas pela
cirurgia.
31
____________________________________________________
CONCLUSÃO
A colostomia é um procedimento cirúrgico, possuindo várias indicações que visam não
só a correção, mas também a redução e até mesmo o tratamento permanente ou definitivo de
processos patológicos do aparelho gastrointestinal onde se observa a necessidade de um
período de repouso ou até a ausência das suas funções normais.
Verificou-se nessa pesquisa que exames clínico-dermatológicos antecipados, assumem
principal destaque na avaliação do paciente portador de colostomia. E o enfermeiro que possui
domínio das técnicas semiológicas de inspeção e palpação, aliados ao raciocínio clinico,
poderá implementar ações de enfermagem que garantam a recuperação da integridade da pele
e a prevenção de complicações futuras.
O profissional de enfermagem deve também, estabelecer metas e resultados a serem
alcançados, para que durante o processo o profissional possa perceber a evolução do
tratamento. Não pode esquecer-se da necessidade da interação da família, assim como o
retorno das atividades cotidianas e a auto-aceitação por parte do paciente, visto que são de
estrema importância para a melhora na vida do paciente colostomizado.
Contudo, a implementação, de um plano de cuidado especializado e humanizado
desenvolvido de forma qualificada, poderá ser útil em aplicações no ensino e na pratica de
enfermagem direcionada aos indivíduos colostomizados.
Assim o enfermeiro é o profissional mais indicado e capacitado a prestar cuidados aos
pacientes colostomizados, tanto no ponto de vista técnico como psicológico, podendo fornecer
32
informações e orientações ao cliente e sua família, tirando suas duvidas e, sobretudo ouvir e
entender os medos e ansiedades do colostomizado, para que esse paciente possa se tornar
progressivamente independente no seu auto-cuidado.
A enfermagem assume um papel fundamental na promoção do cuidado ao paciente
colostomizado, uma vez que é necessário oferecer apoio e conhecimento para que
desenvolvam suas potencialidades, sua autonomia, desempenhando novamente suas atividades
cotidianas das quais se afastaram pelas limitações impostas por essa condição.
33
____________________________________________________
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ANEXO 1
Intestino Grosso
Figura - 1
Fonte: Dias (2010).
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ANEXO 2
Colostomia e tipos de bolsas de colostomia
Figura - 2
Fonte: Golder (2007).
Figura - 3
Fonte: Golder (2007).