CBP express - XXXVIII Congresso Brasileiro de Psiquiatria · > Chuteiras de Ouro Aos 65 anos,...

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CBP Natal • Sábado 13 de outubro de 2012 4 a EDIçãO express VEM AI XXXI CBP EM CURITIBA P>4 MAURÍCIO MATTAR ABRAÇA CAMPANHA CONTRA PRECONCEITO P>3 Luciano do Valle participa do XXX CBP e conta sua história de superação Luciano do Valle voltou ao CBP para apoiar luta contra o preconceito. www.cbpabp.org.br O penúltimo dia do XXX CBP contou com a presença de Luciano do Valle. A voz tranquila, mas marcante do locutor esportivo ecoou no auditório Lavoisier Maia com relatos da experiência desa- gradável que teve na África do Sul, às vésperas da Copa do Mundo de Futebol de 2010. É que Lucia- no teve problemas com quadros depressivos, síndrome do pânico e bipolaridade – o que o fez quase desistir da profissão. Mas como para boa parte dos problemas há solução, Luciano conseguiu o equi- líbrio mental após tratamento re- solutivo. Participando pela segunda vez no CBP, Luciano do Valle apoia as Campanhas da ABP “Craque que é Craque não usa Crack”, “A Socie- dade contra o Preconceito” e sua vertente, “Psicofobia é um Crime”. Junto com o presidente da ABP, Antônio Geraldo da Silva, Luciano falou, também, sobre importância de acompanhamento psiquiátrico para jogadores de futebol. “Assim como tem preparador físico, nutri- cionista e outros profissionais, os times precisam, também, de acom- panhamento com psiquiatra”. Antônio Geraldo falou aos con- gressistas sobre o lançamento do livro 50 anos de profissão de Lu- ciano do Valle. Trata-se de um livro com depoimentos de 50 pessoas que fizeram ou fazem parte do ce- nário esportivo – atletas que tive- ram participação essencial e foram protagonistas nas transmissões que o locutor fez ao longo da car- reira. “Iremos apoiar o lançamento desta grande obra”, disse Antônio Geraldo. Como comunicador nato, Lu- ciano criticou a imprensa por não divulgar a real necessidade de acompanhamento psiquiátrico que a população precisa. “Os veículos de comunicação estão distantes de uma realidade. Fico pensando se a informação está sendo passa- da para conhecimento da imprensa ou se não esta sendo recebida, por falta de experiência de como lidar com o assunto. Acredito que exis- te, por parte dos editores de dife- rentes mídias, um certo temor em falar sobre tratamento psiquiátri- co, talvez por certa dificuldade de compreensão da sociedade sobre o assunto”. Antônio Geraldo enfatizou que ainda existe muito preconceito da sociedade em procurar o psiquia- tra, mas Luciano não teve proble- mas em procurar atenção especia- lizada. Ele contou que até mesmo a filha de 15 anos, ao saber que ele iria para o XXX CBP, disse que pre- cisava de um psiquiatra. “Eu acho lindo isso, porque mostra que ela tem a preocupação com a saúde, e isso é uma forma de se encontrar”. > Chuteiras de Ouro Aos 65 anos, Luciano colecio- na amigos para vida toda. E foi de um jeito descontraído que contou sobre a amizade com o Embaixa- dor Honorário da Copa de 2014, o craque Pelé. Além de fazer inúme- ros elogios a Pelé, Luciano disse que fará o convite ao astro do fu- tebol para participar do XXXI CBP, que será realizado ano que vem em Curitiba, no Paraná.

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CBP

Natal • Sábado13 de outubro de 2012

4a edição

expressvEM AI xxxI cbp EM cURITIbA p>4

MAURÍcIO MATTAR AbRAÇA cAMpANHA cONTRA pREcONcEITO p>3

Luciano do Valle participa do XXX CBP e conta sua história de superação

Luciano do Valle voltou ao CBP para apoiar luta contra o preconceito.

www.cbpabp.org.br

O penúltimo dia do XXX CBP contou com a presença de

Luciano do Valle. A voz tranquila, mas marcante do locutor esportivo ecoou no auditório Lavoisier Maia com relatos da experiência desa-gradável que teve na África do Sul, às vésperas da Copa do Mundo de Futebol de 2010. É que Lucia-no teve problemas com quadros depressivos, síndrome do pânico e bipolaridade – o que o fez quase desistir da profissão. Mas como para boa parte dos problemas há solução, Luciano conseguiu o equi-líbrio mental após tratamento re-solutivo.

Participando pela segunda vez no CBP, Luciano do Valle apoia as Campanhas da ABP “Craque que é Craque não usa Crack”, “A Socie-dade contra o Preconceito” e sua

vertente, “Psicofobia é um Crime”. Junto com o presidente da ABP, Antônio Geraldo da Silva, Luciano falou, também, sobre importância de acompanhamento psiquiátrico para jogadores de futebol. “Assim como tem preparador físico, nutri-cionista e outros profissionais, os times precisam, também, de acom-panhamento com psiquiatra”.

Antônio Geraldo falou aos con-gressistas sobre o lançamento do livro 50 anos de profissão de Lu-ciano do Valle. Trata-se de um livro com depoimentos de 50 pessoas que fizeram ou fazem parte do ce-nário esportivo – atletas que tive-ram participação essencial e foram protagonistas nas transmissões que o locutor fez ao longo da car-reira. “Iremos apoiar o lançamento desta grande obra”, disse Antônio

Geraldo.Como comunicador nato, Lu-

ciano criticou a imprensa por não divulgar a real necessidade de acompanhamento psiquiátrico que a população precisa. “Os veículos de comunicação estão distantes de uma realidade. Fico pensando se a informação está sendo passa-da para conhecimento da imprensa ou se não esta sendo recebida, por falta de experiência de como lidar com o assunto. Acredito que exis-te, por parte dos editores de dife-rentes mídias, um certo temor em falar sobre tratamento psiquiátri-co, talvez por certa dificuldade de compreensão da sociedade sobre o assunto”.

Antônio Geraldo enfatizou que ainda existe muito preconceito da sociedade em procurar o psiquia-

tra, mas Luciano não teve proble-mas em procurar atenção especia-lizada. Ele contou que até mesmo a filha de 15 anos, ao saber que ele iria para o XXX CBP, disse que pre-cisava de um psiquiatra. “Eu acho lindo isso, porque mostra que ela tem a preocupação com a saúde, e isso é uma forma de se encontrar”.

> Chuteiras de OuroAos 65 anos, Luciano colecio-

na amigos para vida toda. E foi de um jeito descontraído que contou sobre a amizade com o Embaixa-dor Honorário da Copa de 2014, o craque Pelé. Além de fazer inúme-ros elogios a Pelé, Luciano disse que fará o convite ao astro do fu-tebol para participar do XXXI CBP, que será realizado ano que vem em Curitiba, no Paraná.

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Tenho muito orgulho porque foi um amor à primeira vista. Um casamento. Não tem explicação. É uma escolha afetiva, depois é que passa a ser uma escolha profissional, de estudar e de se formar. Não tem explicação. Tem 35 anos de profissão e, no dia-a-dia, esse amor é mantido, continuado, é um casamento que perdura. Um bom casamento.Nelson Nunes Pereira, psiquiatra, Ilhéus/BA

Tenho muito orgulho porque, além do charme da profissão - todo mundo pensa que a gente sabe tudo do mais íntimo do ser humano -, nós conseguimos trazer o conforto, a qualidade de vida, o bem-estar de toda a sociedade e nosso também. É uma profissão muito gratificante e eu sou apaixonada por ela.Simone Muciolo Vieira, psiquiatra, Rio de Janeiro/RJ

o p i N i õ e s CarTa da direToria

sem limites para o orgulho

e X p e d i e N T eCBp eXpress

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Há muitas décadas as famílias esperavam que seus filhos

seguissem três profissões: En-genharia, Direito ou Medicina. As mulheres tinham, também, a opção de se formar em Pedago-gia e serem professoras acumu-lando a profissão de mãe e dona de casa.

Para muitos de nós, nesta época distante no calendário, dava orgulho se vestir de bran-co, pois todos sabiam que ali estava o “Doutor”. O Médico era bem remunerado pelas famílias, no atendimento particular e ser-viços de saúde.

Hoje muita coisa mudou. No cenário atual, precisamos, a todo o momento, ser despertados para a verdade de que se não fomos nós a tomar conta da especialidade serão a Anvisa, o Ministério da Saúde, o Governo Federal, outras profissões da área de saúde e muitos ‘curiosos’ e experts em alguma coisa.

Está em nossas mãos e em nossa união o caminho de valorização e reconhecimento. Se nós estudamos tantos anos - 6 anos de graduação, mais 3 anos de Residência - não podemos jogar tudo isso fora.

Também está no nosso ‘plano de vôo’ a busca incessante pela qualidade da saúde mental da sociedade.

Somos 10 mil no Brasil e 6.500 associados a ABP. Somos Psiquiatras.

Desde que esta Diretoria assumiu a condução da Associação Brasileira de Psiquiatria, em 2010, nos pauta-mos pela defesa intransigente da especialidade. Não por vaidade ou por ser destaque nas matérias de jornais, revistas ou programas de televisão, mas porque temos orgulho de ser médicos e de ser psiquiatras. Nós fazemos a diferença.

A Medicina tem, na Psiquiatria, uma das maiores representatividades, com um alcance social expressivo e uma missão de garantir a saúde mental da população.

Cabe a nós combater o estigma, mostrar para a população e para as autoridades que podemos e devemos agir preventivamente.

Podemos desmistificar, quebrar barreiras e diminuir o sofrimento dos milhares de brasileiros que padecem de doenças mentais e de suas famílias que acabam reféns de todo preconceito e intolerância.

Neste último dia do XXX CBP queremos deixar uma mensagem importante a todos os colegas.Não há limites para o orgulho de ser médico.Não há limites para o orgulho de ser Psiquiatra.

Diretoria da ABP

CBP Express é uma publicação da

ABP para o XXX Congresso

Brasileiro de Psiquiatria

Redação

Lucia Fernandes

Luana Karen

Paulo Lima

Fotografia

Cristiano Eduardo

Editoração e projeto gráfico

Lavinia Goes

Thiago Perrone

Conselho Editorial

Antonio Geraldo da Silva

Itiro Shirakawa

Luiz Illafont Coronel

Mauricio Leão

João Romildo Bueno

Alfredo Minervino

Produção

Luan Comunicação

Impressão

Top Gráfica

Tiragem

3 mil exemplares

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9h às 10h Conferência

Tema: Transtorno Bipolar de início

precoce é um fenômeno recente?

Conferencista: Frank Bellivier

(France)

9 às 11h atividade especial |

dependência Química Tema: Uso da Maconha, crack e

cocaína no Nordeste brasileiro.

Coordenador: Antônio Geraldo da

Silva

10 às 11h Conferência

Tema: Controvérsia atual sobre a

eficácia dos antidepressivos: O que

há de verdade?

Conferencista: José Luis Ayuso-

Gutiérrez (Spain)

11h30 às 13h30 Campanha aBp

a sociedade Contra o preconceito

Conversando com Luciana Vendramini sobre ToC

Coordenador: Antônio Geraldo da

Silva

d e s T a Q U e s

H o j eVida aberta: Maurício Mattar fala sobre quadro de bipolaridade

depoiMeNTo

Centenas de pessoas acompanha-ram, na tarde dessa quinta-feira,

a presença de Maurício Mattar, que veio ao XXX CBP apoiar a Campa-nha da ABP “A Sociedade Contra o

Preconceito”. O presidente da Asso-ciação, Antônio Geraldo da Silva, con-versou com o ator, que contou aber-tamente os detalhes da descoberta de ter Transtorno Bipolar.

Maurício disse que conheceu a bipolaridade através da depressão. Ele afirmou que foi encaminhado pela Rede Globo para uma psicóloga, pois tinha situações de humor oscilantes. “Na época estava gravando uma novela do amigo Miguel Falabella e fui à psicóloga para me desintoxicar, pois me automedicava para tratar a depressão. Foi aí que o psiquiatra, re-comendado pela psicóloga, diagnos-ticou o quadro bipolar - que me fez resgatar todo um passado de irrita-bilidade e pouca paciência para lidar com situações adversas. Tudo isso aconteceu após um acidente que so-fri em outubro de 2011”, contou.

O ator relembrou o passado que não mais o incomoda, mas que hoje o faz ter a percepção das coisas que vi-

CoMo eU TraTo

psiquiatras e profissionais de saúde discutem comportamento suicida

Cerca de 300 pessoas lotaram o auditório Genipabu para

conferir a sessão “Como eu trato pacientes com ideação suicida”, comandada pelo professor titular de Psiquiatria da Universidade Federal de Minas Gerais e pesqui-sador do CNPq, Humberto Corrêa.

A apresentação começou com uma abordagem histórica e cultu-ral do suicídio.

> TabuEstudo revela que, em 2009,

nos Estados Unidos, 37 mil pesso-as cometeram suicídio. O grande número de casos, segundo o pro-fessor, não é acompanhado de in-vestimento em pesquisa para des-vendar as causas do problema. “Ainda varremos o assunto para debaixo do tapete. Ele é tratado como tabu”, afirmou.

> Abordagem psiquiátricaEm termos conceituais, o suicí-

dio é hoje definido em três dimen-sões: o pensamento, a tentativa e o suicídio - que é todo ato execu-tado pelo próprio indivíduo, cuja intenção seja a sua morte, usando um meio que acredita resultar no fim da sua vida.

Vários transtornos psiquiátri-cos estão relacionados ao com-portamento suicida. “Praticamente

100% dos suicidas têm transtorno psiquiátrico”, afirmou o profes-sor. Entre os diagnósticos mais comuns estão os transtornos de humor, de abuso de substâncias, de personalidade e esquizofrenia.

> DadosSegundo a Organização Mun-

dial de Saúde, as mortes por sui-cídio representam cerca de 1,8% de todas as mortes no mundo - em torno de um milhão de casos por ano. O suicídio está entre as dez principais causas de morte na maioria dos países.

Ainda de acordo com a OMS, em 2020, se mantidas as proje-ções atuais, o suicídio represen-tará 2,4% de todas as mortes, o que significa cerca de 1,5 milhões de pessoas suicidando em todo o mundo.

O Brasil encontra-se em um grupo com taxas baixas de morta-lidade por suicídio. Por outro lado, como é um país de população numerosa, em termos absolutos, está na lista dos dez mais em re-gistros de suicídio, com cerca de nove mil casos por ano.

> Fatores de riscoOs principais fatores de risco

para o suicídio são: ser homem, jovem ou idoso, ter sido hospita-

lizado, estar no início de doença mental, a gravidade da doença, as comorbidades, o tabaco e o histórico familiar de comporta-mento suicida, sendo que o prin-cipal preditor para um novo com-portamento suicida é a tentativa anterior.

Do ponto de vista sociológico, quanto mais os laços sociais são fortes, menores são as chances de que o indivíduo cometa suicídio.

É preciso considerar, ainda, fatores estressores, como perdas recentes e graves, e eventos hu-milhantes, como falência, ser pre-so ou despedido.

Outro fator relevante que de-nota risco de suicídio é o fato de a pessoa ter sofrido abuso físico ou sexual na infância.

> MitosEntre os mitos mais comuns

que existem em relação ao suicida está o de que quem fala não faz. Segundo o professor Humberto Corrêa isso é mentira. “A maioria dos que cometem suicídio falam, avisam que vão fazer”.

Outras mentiras são: quem quer se matar, se mata; a melhora após a crise significa que o risco passou; nem todos os suicídios podem ser evitados; e uma vez suicida, sempre suicida.

veu até descobrir a doença. “Eu criei muitas máculas, com brigas e confu-sões que me fizeram ter várias perdas profissionais. Todo o meu humor ia ‘água a baixo’ e isso afetava minhas relações sociais”.

Durante o bate papo, que teve interação do público com muitas perguntas, uma das que o poderiam deixar constrangido, mas não aconte-ceu, foi com seu envolvimento com as drogas. De forma clara, Maurício res-pondeu prontamente: Usei cocaína e maconha há muitos anos, também fazia uso de bebida alcoólica descon-troladamente, mas isso era uma fuga. Hoje, após descobrir a doença, estou na normalidade.

Aos 48 anos, Maurício encontrou o equilíbrio que precisava. Toma me-dicações, faz acompanhamento com o psiquiatra e encontrou na religião budista a calma que sempre buscou. A melhor noticia é que ainda este ano voltará a atuar em telenovelas.

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estou ainda na residência, mas não há outra parte da medicina que me interesse tanto, que me satisfaça tanto como a psiquiatria. eu tenho muito orgulho. a maneira como a gente lida com os pacientes, a maneira como a gente vê a doença, a maneira como a gente vê os doentes, o ser humano acima de tudo, eu acho que isso faz parte da característica da profissão e, com certeza, é o que torna isso mais mágico e mais especial.Tiago Medeiros Sales, residente do 2º ano em psiquiatria, Fortaleza/CE

o p i N i õ e s

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sim, muito! porque eu acho que a gente ajuda muito as pessoas, principalmente pelo preconceito que as pessoas tem em relação à doença psiquiátrica. isso acaba ajudando muito as pessoas a viverem melhor. ser psiquiatra tem uma função social embutida.Carla Cristina Leocádio Magela, psiquiatra, Niterói/RJ

Liga aCadÊMiCa

adiada eleição para diretoria da aBLap

Estudantes de ligas acadêmicas de todo o país participaram

nesta sexta-feira, durante o XXX CBP, do I Encontro Nacional das Li-gas Acadêmicas de Psiquiatria. O intuito da reunião era eleger a dire-toria definitiva da recém-criada As-sociação Brasileira das Ligas Aca-dêmicas de Psiquiatria (ABLAP).

Levando em conta a falta de informações sobre a ABLAP e tendo em vista que só houve uma chapa registrada para concorrer à eleição, os alunos decidiram, em votação, adiar a eleição da direto-ria definitiva para 2013, durante o XXXI Congresso Brasileiro de Psi-quiatria, em Curitiba.

Enquanto isso, permanece na diretoria, de modo provisório, o grupo atual, formado por repre-sentantes de quatro faculdades do Distrito Federal. Em Curitiba, além

de eleger a diretoria definitiva, os alunos irão votar sobre mudanças no Estatuto da Ablap.

> AbLApCoube ao presidente provisó-

rio da ABLAP, Valmir Hilário, expli-car o trabalho da Associação.

A ABLAP é uma associação ci-vil, sem fins lucrativos, que reúne e coordena as ligas acadêmicas de psiquiatria. Ela surgiu de uma conversa durante a Jornada Brasi-liense de Psiquiatria, entre o presi-dente da Associação Brasileira de Psiquiatria, Antônio Geraldo da Sil-va, e Valmir Hilário, que também é presidente da LAPs/DF. Nessa reu-nião, ficou decidida a necessidade de criação de uma Associação das Ligas Acadêmicas de Psiquiatria. A partir de então, foi formada uma comissão organizadora com repre-

sentantes das quatro faculdades de medicina do Distrito Federal. Após um ano e meio, em junho de 2012, foi fundada a ABLAP e eleita sua diretoria provisória.

Entre os objetivos da Associa-ção está a relização de encontros entre as ligas, permitir a troca de experiências, incentivar a criação de novas ligas e estender serviços para a comunidade.

> AbpRepresentando a ABP, o psi-

quiatra Eduardo Pimentel apre-sentou aos estudantes algumas das atividades desenvolvidas pela Associação, como o ABP Comuni-dade, um endereço eletrônico que fornece informações sobre trans-tornos mentais para a população em geral. Ainda foram apresenta-das outras ferramentas de comu-nicação da ABP, como o twitter, o facebook e o wikipédia.

Também representante a ABP, o psiquiatra Géder Grohs falou aos alunos sobre a importância de a ABLAP ter representatividade, com participação das ligas de todo o país.

Segundo Grohs, a “ABP não pretende, nem tem como intervir nas normas internas das ligas ou de uma Federação que venha a ser constituída”. O psiquiatra tam-bém afirmou que a ABP vai abrir mais espaço nos próximos con-gressos, premiando os estudantes na medida da efetiva participação dos associados.

XXXi CBp

durante o XXX CBp, a chance de agendar a participação no Congresso de 2013

Quem gostou do XXX CBP vai ter ainda mais motivos para

participar da próxima edição do Congresso. É que, de 23 a 26 de outubro de 2013, acontecerá, em Curitiba, no Paraná, o XXXI CBP. E a escolha se justifica. Nas últimas edições, mais de 40% dos inscritos vieram da região Sul do país.

Outra boa notícia é a disponi-bilização das inscrições durante o XXX CBP. As pré-inscrições e inscrições para o grande evento estão sendo feitas presencialmen-te e online em estande específico, no Pavilhão Morton e, após o XXX CBP, os valores sofrerão reajustes.

O local escolhido para o XXXI CBP é o “Expotrade Convention Center”. De acordo o presidente da Sociedade Paranaense de Psiquia-tria, Federada da ABP, André Rotta, o local conta com uma área total de

quase 25 mil metros quadrados. “O CBP vai ocupar dois pavilhões in-teiros, climatizados, com auditórios e sessões de pôsteres integrados ao centro de convenção”, disse.

André Rotta explicou que em 2006 houve uma visibilidade muito grande com o Congresso. A partir daí, alcançaram o maior número de psiquiatras interessados em atuali-zar-se profissionalmente. “Em 2013, teremos a participação de especia-listas renomados que contribuirão para o conhecimento científico e a prática clinica. São esperados cer-ca de oito mil congressistas”.

A comissão científica já está trabalhando para oferecer um pro-grama que seja condizente com as expectativas dos participantes. A psiquiatra Karla Kurquievicz explica que já tem três conferencistas in-ternacionais. “Estamos adiantando

toda a programação, que contará com especialistas expressivos em suas áreas de atuação”, afirmou.

> Um pouco de CuritibaA cidade oferece vários luga-

res de visitação, destacando-se o teatro Ópera de Arame e o Jardim Botânico. A gastronomia é variada por ser uma cidade de várias cul-turas, como a polonesa, japonesa e ucraniana – diferente de outros lugares do país, que oferecem co-midas regionais.

Perguntada sobre o que as pessoas poderão ver de melhor em Curitiba, Karla Kurquievicz é enfática: “sem dúvida é a ecologia, porque têm os parques com apare-lhos de atividade física e os ônibus com biodiesel, que poluem 90% menos. Então, a parte ecológica de Curitiba continua linda”, finalizou.