Capítulo 05 – Conclusões

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5.1 – Repercussão geomorfológica dos dobramentos de fundo e

evolução da drenagem – Revisitando Francis Ruellan.

O esquema básico e geral que nos leva conclusivamente a compreensão dos

acontecimentos que permitem elucidar os processos responsáveis pela evolução da

drenagem da bacia do Rio Benevente é a idéia de um conjunto de sistemas de redes

hidrográficas, evoluindo sob o controle litoestrutural condicionado pela organização

litectônica, oriunda dos eventos geotectônicos ocorridos no Proterozóico.

Trata-se de uma compreensão muito básica e clássica na história das pesquisas

geomorfológicas no Brasil, mas que é renovada pela incorporação de idéias novas,

na qual a evolução dessa rede hidrográfica sobre estruturas antigas, apresenta

características de processos de ordem local e regional combinados por um sistema

geral de evolução.

Do ponto de vista de uma conclusão mais ampla, se quisermos entender como é a

repercussão geomorfológica da participação do controle litoestrutural de estruturas

antigas, sob a evolução direta de uma rede hidrográfica, condicionando-a e ao

mesmo tempo permitindo que a mesma imprima suas características próprias de

evolução, devemos partir das idéias básicas lançadas por Francis Ruellan em seu

trabalho de 1952, que já citamos, anteriormente, mas que agora, conclusivamente,

precisam ser revisitadas.

Ruellan e outros autores, naquela altura das discussões, não sabiam que os

dobramentos de fundo eram derivados de eventos geotectônicos ocorridos no

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Proterozóico, quando da ocorrência da Orogênese Brasiliana, responsável pela

formação dos sistemas orogenéticos que compõem a Província Mantiqueira, e,

acreditavam que esses grandes sistemas de dobramentos, eram originados pelas

correntes de convecção do sima no interior da terra. A teoria da tectônica de placas,

ainda penetrava timidamente pelas escolas de geociências que estavam se

formando no Brasil, e, atualmente, conforme as referências apresentadas no sub-

capítulo 04, já se sabe que esses dobramentos de fundo estão associados aos

eventos orogenéticos do Proterozóico, conjugados às zonas de cisalhamento e

sistemas de falhas transcorrentes.

Tem existido uma forte negligência nos estudos de geotectônica e geomorfologia no

Brasil, para com a importância de se considerar as idéias básica de Ruellan e os

dobramentos de fundo, na interpretação da compartimentação topográfica da

fachada atlântica do país. Esta questão foi, e, realmente, vem sendo muito pouco

trabalhada pelas pesquisas de geomorfologia regional e tectônica.

A importância dessa organização litotectônica, formada em tempos antigos e

composta por dobramentos profundos, conjuntos de falhas transcorrentes e redes de

fraturas é a de atuar, através de sistemas de condicionamentos estruturais, no

controle das diversas fácies de dissecação fluvial dos sub-compartimentos de relevo

da bacia, em função dos processos ocorridos durante o Pleistoceno e Quaternário.

Devemos ter em mente, que há de certa forma uma descontinuidade temporal

geológica muito grande entre o Proterozóico e o Quaternário, partindo da idéia

conclusiva de que o relevo da bacia do Rio Benevente é oriundo, sem sombra de

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dúvida, dos processos ocorrentes neste período do tempo geológico, condicionados

por este arranjo antigo de litoestruturas. Todavia, o que queremos ressaltar é que o

arranjo litológico e estrutural-tectônico, formada no Proterozóico, continua a atuar de

forma decisiva através do condicionamento estrutural. Mesmo as reativações

geotectônicas do Mesozóico e Cenozóico, por ocasião da fragmentação do grande

continente de Gondwana, com formação do Oceano Atlântico Sul, não foram

capazes de obliterar, totalmente, a organização e o arranjo litológico e tectônico

formado no Proterozóico.

Não temos encontrados elementos para se acreditar na idéia de que os

compartimentos e sub-compartimentos regionais de relevo da região, assim como os

sistemas hidrográficos, possuem participação direta de uma tectônica de reativação

holocênica do tipo deslocamento de blocos falhados. Questão que vem sendo

estudada no Brasil por alguns autores como Saadi (1993, 2000), Hasuy (1990),

Gontijo (1999) e Mello (1998).

Todas as falhas por nós encontradas em cortes de estradas, nas estruturas

cristalinas do Proterozóico, não apresentaram indicadores cinemáticos de reativação

moderna, demonstrando uma provável “estabilidade”, que reforça a idéia de

morfogênese por erosão diferencial em estruturas antigas e de forte anisotropia,

como responsável pela diversidade de sub-compartimentos de relevo. Entretanto,

não se pode também deixar de perceber, que tal questão fica em aberto para

possíveis pesquisas futuras, uma vez que, no início do Cenozóico, por ocasião da

formação do Atlântico Sul, essas estruturas antigas e anisotrópicas sofreram

reativações significativas, como demonstra estes autores.

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Existem evidências que também possibilita confirmar, à idéia de fases de

soerguimento epirogenético da região, certamente, acompanhados por

deslocamento de blocos falhados, realizados durante o Cretáceo, pois os estudos de

litoquímica realizados em Féboli (1993a, 1993b), indicam uma gênese profunda para

as rochas que compõem as litoestruturas da região (> 30 – 20 Km de profundidade)

e, hoje, elas estão todas aflorando na superfície da paisagem. Os estudos de Vignol-

Lelarge et al (1994) e Gallagher et al (1994) realizados com traços de fissão em

apatita e, em outras regiões da fachada atlântica, vêm, também, confirmando os

processos de soerguimento da plataforma. Fato que também já tinha sido estudado

por Ab’Sáber (1965) e Almeida (1964).

Sobre o aspecto de participação de estruturas antigas, na evolução geomórfica da

paisagem, Ruellan apresenta uma interessante concepção (op. cit. p. 34), que nós,

através dessa pesquisa, conclusivamente endossamos,

O efeito, porém, dos dobramentos de fundo é durável. Dividindo o

Brasil em compartimentos de depressões e grabens separados por

abaulamentos de horsts, eles impõem quadros às retomadas de

erosão que acompanham a sobrelevação do escudo. Assim, os

níveis gerais vão se diferenciar em níveis locais, e cada

compartimento da encruzilhada de depressões dos dobramentos de

fundo vai evoluir por si mesmo, muitas vezes atrás de soleiras que

vem lembrar o papel dos alinhamentos de rochas duras,

testemunhos da estrutura dobrada antiga pré-devoniana, ...

Praticamente não há nada a acrescentar as palavras de Ruellan, podendo se

perceber que essa compartimentação do país, a qual ele trata, diz respeito aos

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domínios morfotectônicos dobrados (DAM – Domínio de Arco Magmático, DOR –

Domínio Oriental e DL – Domínio Litorâneo) que sofreram migmatização e

metamorfismo durante os eventos do pré-cambriano, gerando soleiras de rochas

duras e alinhamentos estruturais que controlam a hidrografia geral do planalto

brasileiro. Em nível de escala regional, na bacia do Rio Benevente, esses

alinhamentos de rochas duras, se referem aos vários setores de knickpoints e

soleiras tectônicas e anfibolíticas, encontradas nos diversos perfis longitudinais das

sub-bacias principais, referentes às unidades hidromorfológicas mapeadas e no

canal principal.

Em uma conclusão mais geral, Ruellan (op. cit. p. 32) enunciava,

São os dobramentos de fundo que dividem o Brasil numa série de

compartimentos limitados por falhas e frentes dissecadas de blocos

falhados. A hidrografia se adaptou à imposição das velhas estruturas

dobradas e às direções principais das dobras de fundo, havendo

também interferências dos efeitos dessas direções no relevo.

Na adaptação da rede de drenagem do Rio Benvente, sobre as estruturas antigas,

houve tempo para que através de condições hidráulicas e hidrogeomórficas muito

específicas, os canais com maior volume de carga sólida transportada como carga

de fundo, conseguissem originar processos de superimposição hidrográfica,

seccionando rochas mais resistentes, formando vales epigênicos e impondo novas

direções na orientação local e regional da rede hidrográfica. Um proto-canal do Rio

Benevente, basicamente na mesma linha de expansão do rio atual, e não sabemos

em que tempo, foi o grande eixo de superimposicão hidrográfica da região da bacia,

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seccionando epigenicamente todas as estruturas de orientação SW-NE e

controlando, por conseguinte, os seccionamentos dos sub-canais laterais e afluentes

que viriam a formar as sub-bacias, através dos vários níveis de base controlados por

esse proto-canal.

Conclusivamente, pode-se partir do princípio geral de que a drenagem da bacia do

Rio Benevente é o resultado da evolução de sub-sistemas de redes hidrográficas,

condicionadas pelo controle litoestrutural Proterozóico, caracterizada por situações

específicas de ocorrência e desenvolvimento de processos fluviais com

peculiaridades locais.

A superimposição hidrográfica de um proto-canal Benevente e sua proto-hidrografia,

partindo do Oceano Atlântico e ora encaixando e seccionando litoestruturas

orientadas para NE, é que definiu o “esqueleto” inicial de uma nervura hidrográfica,

que viria a se desenvolver configurando a rede de drenagem atual. Pode-se

considerar que esse “esqueleto” hidrográfico pretérito é algo muito parecido com a

hidrografia atual, considerando a disposição das falhas e sistemas de fraturas que

podem ser visualizadas pelo mapa da fig. (23), com o quadro litológico da bacia, e

por questões evolutivas de diminuição de elementos hidrográficos, tal como a Dd,

que nós trataremos em um sub-capítulo adiante.

Partindo deste contexto geral, para situações mais localizadas, podemos considerar

que três ordens de fatos, vão nos auxiliar em uma análise conclusiva mais

específica, sobre como entender os condicionantes morfológicos e estruturais na

dinâmica fluvial dessa bacia, a saber: o papel das falhas e dos dobramentos de

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fundo na evolução dos canais, os fatores litológicos no controle estrutural das formas

de relevo e as características semelhantes entre o modelo de evolução hidrográfica

de Glock e os sistemas de drenagem que compõem a hidrografia da bacia.

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5.2 – O papel das falhas e das estruturas de dobramento em

cinturões de cisalhamento da fachada Atlântica, na evolução

hidrográfica da bacia.

Parece uma coisa muito óbvia nas pesquisas geomorfológicas atuais, chegar a uma

conclusão sobre a importância do controle litoestrutural na drenagem de regiões de

embasamento cristalino, diante da qualidade dos mapeamentos geológicos e do

avanço da tecnologia de sensoriamento remoto que permitem, através de uma

rápida observação, aos pesquisadores traçarem as linhas de condicionamento

coincidentes com os eixos de expansão da drenagem.

O problema não reside, simplesmente, no fato de se reconhecer os setores em que

há controle estrutural nítido nas formas de relevo e na hidrografia da paisagem, mas

em compreender como este condicionamento atua, e porque em alguns locais a

drenagem foge ao encarceramento das litoestruturas.

Certamente, não podemos deixar de entrever que, quando falamos em controle

litoestrutural, estamos nos referindo a uma história geomórfica de evolução de

caráter muito singular, fundamentada no encaixamento de um conjunto de sistemas

de drenagem, sob uma complexa organização estrutural e litológica de sub-

superfície. Não se trata simplesmente de uma opinião factual, que pode ser

construída com a simples observação de documentos cartográficos (mapas

geológicos, cartas topográficas, etc). Até porque, esse condicionamento pode ser de

uma percepção muito acessível aos mais desavisados no assunto, conduzindo-os a

interpretações equivocadas sobre o controle da hidrografia. E para destruí-la,

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bastaria perceber que os rios da bacia, seccionaram no sentido SE – NW, todas as

estruturas que estão orientadas para SW – NE. Fato que comprova que o

condicionamento litoestrutural de uma hidrografia, neste caso a do Rio Benevente, é

factível em sua “apreensão” atual, mas relativo quanto à sua história geomórfica de

evolução. Então, deve ser tomar muito cuidado ao falar de condicionamento

litoestrutural. Pode-se até dizer, em alguns casos, que o rio não vai encaixar se

antes, ele não seccionar as estruturas contrárias a sua direção.

Pela observação da figura (107) se conclui, explicitamente, que as drenagens

laterais ao Rio Benevente foram se encaixando, ao longo de sua evolução e por

meio de canais de terceira, quarta e quinta ordem de hierarquia, nos principais

sistemas de falhas transcorrentes dextrais, correspondentes as ZCI – Zona de

Cisalhamento de Iconha e ZCB – Zona de Cisalhamento de Batatal que, por

conseguinte, separam os domínios morfotectônicos DOR, DAM e DL.

Os canais de maior nível hierárquico das respectivas sub-bacias, tais como o Rio

Batatal, Rio Corindiba, Rio Pongal, Rio Caco de Pote, Rio Maravilha, Rio Iriritimirim,

Rio Grande, Rio Joeba, Córrego Deserto e Ribeirão São Joaquim foram ao longo de

seus respectivos processos de evolução, se encaixando nas falhas transcorrentes

dextrais, ao tempo em que, concomitantemente, o Rio Benevente seccionava essas

estruturas se expandindo no sentido SE-NW, controlando-os através da evolução de

seus diversos níveis de base locais de erosão, sustentados pela sua própria

dinâmica hidrogeomórfica.

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Figura 107 MDT da bacia total com perfis

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A cada rebaixamento dos níveis de base local de erosão, ocasionado pelo

entalhamento fluvial do Rio Benevente, estes canais o acompanhavam, reativando

processos de erosão remontante. Exceção seja feita a alguns canais como o

Ribeirão São Joaquim e Rio Santa Luzia do Ipê, que não conseguiram acompanhar

todos os rebaixamentos ocasionados pelo mesmo.

É uma questão complexa definir os fatores que levaram o proto-canal do Benevente

a seccionar, quase que perpendicularmente, essas litoestruturas que definiram, de

maneira direta, a conformação da Unidade Rio Batatal, Unidade Rio Grande,

Unidade Rio Corindiba, parte da Unidade Rio Joeba, Unidade Rio Pongal, e está

definindo a conformação da Unidade Ribeirão São Joaquim, Unidade Rio Iriritimirim,

e definirá a da Unidade Rio Maravilha e Unidade Córrego do Redentor.

Os fatores que possibilitaram a este proto-canal fluvial seccionar essas litoestruturas,

imprimindo uma direção diferente da orientação regional das rochas, estão

relacionados às suas condições hidráulicas e hidrogeomórficas de entalhamento

fluvial que atuaram, com maior intensidade, no passado.

Por associação de processos e agentes geomórficos é possível perceber que os

fatores hidráulicos e hidrogeomórficos, que atuaram no passado, é algo similar aos

processos de superimposição ocasionados por este mesmo rio, sobre as estruturas

de gnaisses (Pps2) orientados para NE e E, que são cortadas de maneira ortogonal,

por este canal, nas imediações do distrito de Matilde. Esta zona de superimposição

pode ser observada na Unidade Rio Maravilha, a jusante da vila homônima, em

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setor de morros dissecados diretamente pelo Rio Benevente, visível nas figuras. (93

e 94).

Trata-se de um setor onde o rio secciona, perpendicularmente, litoestruturas (Pps2),

em um leito que apresenta um padrão de canal do tipo reto, com predomínio de

carga mista (classificação 2 da figura 30 e 31), mas com alguns trechos

apresentando ligeira sinuosidade. Em observações de campo, é possível perceber a

presença de pequenas barras arenosas de formação atual, com carga sedimentar,

predominantemente, de areia fina na época da seca e areia grossa na época da

vazante.

Essa areia é originada pelas rochas quartzíticas (Pps2qtxt) que sustentam os morros

pequenos de topos aguçados (Mpta) da Unidade Rio Maravilha. É provável que

essas rochas quartzíticas (Pps2qtxt) tivessem recobrindo todos os gnaisses (Pps1 e

Pps2), que estão amplamente distribuídos na região da bacia, pois na Unidade Rio

Batatal, as colinas elevadas que se situam sobre uma cota altimétrica que vai de 800

a 1.000 metros de altitude, são sustentadas por estas rochas quartzíticas, e, é

possível encontrar afloramentos destas rochas em vários locais muito restritos,

sempre nas mesmas altitudes nas Unidades Rio Batatal, Rio Corindiba e Rio

Grande.

A liberação dessa areia na calha do Rio Benevente, permitiu que o mesmo

mantivesse, neste setor, um padrão de canal do tipo reto, e sem muita sinuosidade,

em um passado geológico, provavelmente, recente, (Holoceno) com grande

quantidade de areia transportada como carga de fundo, que ao mesmo tempo

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respondia pelo rebaixamento dos leitos rochosos, através de processos de erosão

por corrasão fluvial mecânica.

Essa condição de maior transporte de areia, com predominância de carga de fundo

na calha, somente é possível ocorrer, tomando-se a partir de uma visão hidráulica,

sobre condições climáticas diferentes das atuais, em um clima mais rústico e de

características secas e torrenciais, em regime hidrológico muito definido entre um

período de seca e de vazante.

Nessa condição, o poder de seccionamento desse rio foi maior, comparando-se ao

que ocorre na dinâmica atual, onde havia um padrão de canal retilíneo, com

momentos de cheia e seca, e grande produção e transporte de sedimentos de maior

calibre, como carga de fundo, respondendo por essa maior capacidade de

seccionamento, de estruturas litológicas ortogonais ao sentido dos fluxos

preferenciais. Atualmente, se observa a ocorrência de uma carga mista, com

presença de areia fina e sedimentos argilosos, misturados com areias mais grossas,

que são predominantes na época das cheias. A descoberta no mapeamento

geomorfológico, do fato de que o Rio Benevente, neste setor, é responsável por

processos de superimposição hidrográfica e seccionamento de litoestruturas

tectônicas, aliado à presença de um padrão de canal do tipo reto, com ligeira

sinuosidade e carga mista, leva-nos a crer que em um tempo geológico pretérito,

este canal teve condições hidrológicas diferentes da atuais, muito provavelmente,

em outra condição climática.

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Não é possível saber detalhadamente como era essa condição climática, a não ser

através dos estudos de depósitos aluviais quaternários, circunscritos à região das

sub-bacias, em planícies alveolares. Do ponto de vista dos estudos geomorfológicos

fluviais, a nós somente é dado saber, que essas condições climáticas eram mais

secas e torrenciais do que as atuais, permitindo a produção de grandes quantidades

de sedimentos de maior granulometria, transportados nas calhas de canais que

tinham uma importante perenidade fluvial, mesmo que essas condições climáticas

fossem diferentes das atuais.

Pela observação da figura (107) é possível visualizar que atualmente, todos os

canais das respectivas sub-bacias já estudadas no capitulo 04, estão encaixados

sobre falhas transcorrentes dextrais, e por meio desses perfis morfogeológicos, se

nota a presença e disposição, em sub-superfície, dos dobramentos de fundo em

anticlinais e sinclinais, nos diversos setores das unidades hidromorfológicas

mapeadas.

A importância das falhas transcorrentes dextrais, foi a de definir os eixos de

encaixamento e desenvolvimento dos vales principais, a partir da dissecação linear

fluvial, projetando a gênese das escarpas erosivas e dissecadas, por entalhamento

da superfície, nestas linhas preferenciais de maior “fraqueza”.

Mais do que definir os eixos de encaixamento e desenvolvimento dos vales

principais, a essas falhas transcorrentes coube gerar, concomitantemente aos

sistemas de dobramentos de fundo, as estruturas transversais tal como é a falha

normal que encontramos na Unidade Rio Iriritimirim (figura 20), junto com outras,

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que foram, por seu turno, responsáveis pelos processos de abertura dos vales, com

canais obsequentes, posicionados em sentido lateral aos vales principais. Elas

condicionaram também os processos de seccionamento e festonamento.

Lateralmente aos vales principais, houve também o encaixamento de pequenos

canais fluviais afluentes dos rios e córregos principais. O Rio Batatal e seus

afluentes são o melhor exemplo desse processo, ou seja, se percebe um rio

principal se desenvolvendo remontantemente, por erosão regressiva e encarcerado

em uma falha transcorrente dextral, com seus tributários se encaixando em fraturas

e falhas normais, relacionadas a natureza tectônica desses sistemas de

transcorrência. Onde foram gerados os vales de festonamento mais abertos, é

provável que se tivesse a presença de pequenas falhas normais, como é o caso do

Córrego Santo Antonio e Ribeirão do Cristo, afluentes do Rio Batatal, ao passo que

nos locais em que houve a gênese de vales de seccionamento de menor abertura e

profundidade, houvesse a presença de redes de fraturas, tal é o caso do Córrego

São Vicente, afluente do Ribeirão São Joaquim na Unidade Ribeirão São Joaquim.

Esses são meros exemplos elucidativos de casos que se repetem em todo o espaço

da bacia , com diferentes estágios de evolução.

Esses vales laterais não se tornaram muito profundos, devido a natureza de

formação das falhas normais e fraturas, ou seja, elas também não deveriam ser

muito profundas, uma vez que, a energia tectônica responsável pela gênese dessas

estruturas, esta relacionada a uma dinâmica de alivio de tensão, em ambiente de

regime distensivo lateral, pertencente ao deslocamento dos blocos principais. Fato

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que não permite a elaboração de rupturas muito profundas nas rochas em sub-

superfície, como adverte os estudos de Ramsay (1987).

É preciso também lembrar, que a gênese dessas estruturas transversais, ocorrem

concomitantemente às redes de fraturas que se instalam lateralmente às falhas

transcorrentes, isto é, junto às falhas têm se, paralelamente, as redes de fraturas,

que se diferenciam das falhas pela ausência de deslocamentos significativos,

geradores de rejeitos. Em ambientes tropicais úmidos, torna-se difícil sistematizar e

mapear a ocorrência dessas estruturas tectônicas no campo, devido à rápida

alteração por processos geoquímicos.

Não somente falhas e fraturas estão associadas aos eventos geológicos,

responsáveis pela organização tectônica proterozóica, que condiciona a evolução

dos sistemas de drenagem da bacia, mas os grandes eixos dos dobramentos de

fundo, representados pelos sinclinais e anticlinais mapeadas, também participam de

maneira direta, nos condicionamentos dessa evolução hidrográfica.

Trata-se de uma participação que nos leva automaticamente a perceber que, através

dos grandes eixos de dobramentos das anticlinais e sinclinais, as rochas se

migmatizaram, influenciadas pelas intrusões sin-a tardi-tangenciais e tardi-a pós-

trancorrentes, que paralelamente criaram ambientes de anatexia, responsáveis por

fusão parcial dos litótipos das unidades litológicas (Pps2, Pps1, P gl, Pلا ,1cلا

P 1b, Pلا 1a e Pلا gerando as diversas fácies metamórficas, propiciando uma ,(1لا

litologia mais resistente a dissecação linear fluvial dos canais que se encaixavam.

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É desta forma que se criaram os vários níveis de linhas e fácies de rochas duras,

que após haver dissecação da superfície pela própria rede de drenagem, deu origem

aos knickpoints, encontrados nos leitos rochosos dos rios, e que foram

representados no mapeamento geomorfológico, sendo classificados em dois tipos,

com base no que era possível observar nos trabalhos de campo, isto é, os

designamos de knickpoint em zona de litologia dobrada e knickpoint em zona de

contato litológico.

Essa classificação é meramente formal, uma vez que a gênese das rochas que

sustentam essas feições, estão associadas aos mais variados e complexos sub-

ambientes de formação geotectônica.

Eles estão amplamente presentes nas calhas de todos os rios, a partir do momento

em que os mesmos passam a escoar, em níveis altimétricos que estão fora das

cotas das planícies fluviais. Nos perfis longitudinais confeccionados, referentes aos

canais das sub-bacias principais, eles representam os inumeráveis pontos de

ruptura da linha do perfil.

Pelos perfis morfogeológicos da figura (107) é possível perceber a localização

espacial dos anticlinais e sinclinais, notando-se que os sinclinais condicionam os

amplos processos de alçamento, implicando diretamente na gênese das escarpas

erosivas e dissecadas, posicionadas lado a lado, nos vales dos canais

subseqüentes. Os exemplos mais notáveis são os vales do Rio Batatal e o do Rio

Caco de Pote.

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Pela observação dos perfis, ainda é possível visualizar as diferenças altimétricas de

vales, em canais que se encaixaram por entalhamento fluvial linear, como é o caso

do Rio Benevente no perfil R – R’ – URM da figura (93), e vales, que a despeito de

estarem com seus canais encaixados, não conseguem ter seus fundos de vales

dissecados tão linearmente, como é o caso do vale do Rio Maravilha no mesmo

perfil, posicionado em cota mais alta que o vale do Benevente.

Neste caso, uma rápida observação nos perfis longitudinais dos rios Batatal,

Iriritimirim, Córrego do Cedro, Rio Santa Maria, Rio Joéba e Rio Crubixa leva-nos a

conclusão de que os mesmos possuem perfis escalonados, devido à resistência

imposta pela presença de knickpoints nas suas calhas. Essas feições estão

localizadas nestes setores de maior dificuldade de entalhamento fluvial. Eles

impõem aos rios a gênese de um perfil escalonado, devido ao fato dos mesmos,

apresentarem forte dificuldade para realizar processos de entalhamento, através da

dissecação vertical dos canais.

A resistência oferecida por essas soleiras rochosas à dissecação linear do

entalhamento fluvial, se associa as zonas que acreditamos ser os “miolos” dos eixos

dos dobramentos de fundo, onde as rochas por refusão parcial, migmatização e

outras condições físicas relacionadas a ambientes de compressão, tornaram-se

mais resistentes, imprimindo sérias dificuldades a essa dissecação linear fluvial.

Os leitos rochosos das figuras (85, 89 e 94) nos rios Iriritimirim e Benevente,

representam muito bem essa concepção conclusiva. Pode-se falar até em

verdadeiros sistemas de knickpoints, que por fatores anisotrópicos, reológicos e de

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evolução hidráulica fluvial dos rios, peculiar a cada ambiente hidrológico da

paisagem e as litoestruturas que as sustentam, acabam por condicionar evolução

diferencial nos leitos dos canais. A cada interrupção do perfil longitudinal destes,

haverá evolução de vales e vertentes, situados à montante dessas rupturas, que vão

evoluir, morfogeneticamente, conforme os processos de canais que ai se instala.

Não temos muitos elementos para se chegar a uma conclusão definitiva, sobre qual

o papel da dinâmica hidráulico-erosiva dos fluxos fluviais, nesses trechos de

knickpoints com o reafeiçoamento das planícies alveolares, posicionadas à

retaguarda desses pontos de interrupção da declividade dos canais. Embora

tenhamos um sub-capítulo (3.2) que trate de processos de geometria hidráulica de

rios, tal questão exige outros métodos e técnicas de estudo, que não seja o da

simples associação empírica de fatos observados.

O que podemos conclusivamente aventar é que a montante dessas interrupções, os

canais vão apresentar zonas de fluxos fluviais de escoamento subcrítico a

supercrítico, que não apresentam grande poder de erosão, por serem de baixas

velocidades, menores turbulências e zonas de deposição sedimentar. Contexto que

é diferente das áreas a jusante, onde os canais se encontram com fluxos de

escoamento supercrítico a crítico, apresentando grande poder de erosão por

unidade de área na calha fluvial.

Quanto maior a presença desses setores de escoamento supercrítico a crítico, a

jusante dos knickpoints, melhor vai ser a capacidade de entalhamento erosivo linear

dos mesmos, desde que as condições litológicas e tectônicas do terreno favoreça a

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gênese dessas rupturas, como é o caso do Rio Batatal, Corindiba e Caco de Pote,

só a título de exemplo, que apresentam o traçado de seus perfis fortemente

escalonados.

Esse poder erosivo é aumentado na época de cheia, quando há chegada nos leitos

dos canais de carga arenosa de maior granulometria, que ao ser transportada como

carga de fundo, provoca corrasão mecânica, abaixando a superfície rochosa dos

knickpoints, originando reafeiçoamento a montante nos canais. Fato que não ocorre

com muita intensidade na época de vazante.

Na época da vazante, os canais nestes setores de corredeiras, rápidos e

knickpoints, são capazes de transportar a carga sólida em suspensão e saltação,

não ocasionando, por conseguinte, corrasão fluvial na superfície rochosa dos leitos.

Não há nesta ocasião, erosão com rebaixamento dos níveis de base. É dessa forma

que os rios irão, através das situações hidráulicas de busca de equilíbrio, atuar no

sentido de impedir o reafeiçoamento de suas calhas. Quanto mais definido for o

regime hidrológico, ou seja, quanto maior for a diferença entre cheia e vazante, mais

eficiente será esse processo de erosão linear. Fato que não caracteriza o canal Rio

Benevente, pois o seu regime hidrológico configura-se como razoavelmente definido,

como nos demonstra os gráficos do sub-capítulo 2.2. Entretanto, não se pode deixar

de aventar que ele deve ter sido predominante no passado.

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5.3 – Os Sistemas de captura fluvial e o controle litoestrutural dos

grupos de formas de relevo.

Assim como podemos falar de sistemas de knickpoints, condicionando o controle

dos níveis de base de erosão, em cada interrupção da evolução longitudinal dos

canais fluviais principais, devemos, também, falar da existência de um sistema de

captura fluvial, atuante no meio tropical úmido, conjugado com o desenvolvimento da

rede de drenagem.

Três processos principais vão responder por aquilo que estamos chamando de

sistemas de captura fluvial: os processos de seccionamento, festonamento e a

expansão linear dos canais fluviais das sub-bacias principais. Ambos ocorrem de

forma inteiramente relacionada.

O processo de expansão longitudinal linear, diz respeito ao dissecamento – por

parte de rios que tem sua história evolutiva ligada às zonas de falhas transcorrentes

– de setores com maior grau de fraqueza, permitindo o encaixamento e, provocando,

consequentemente, o encarceramento da drenagem destes canais de hierarquia

maior. Os melhores exemplos desse processo são os rios Batatal, Caco de Pote e

Corindiba.

Já os processos de seccionamento e festonamento, estão relacionados à

dissecação, também linear, das estruturas transversais às falhas transcorrentes,

pelos canais tributários destes rios que, em menor escala, também se encaixam e

ficam encarcerados. São também, por seu turno, setores preferenciais de fraqueza.

Page 23: Capítulo 05 – Conclusões

446

Trata-se de um esquema que se repete em todos os vales formados por rios

encaixados em falhas transcorrentes na bacia, mas que, no entanto, apresenta

particularidades distintas em cada região.

A atuação conjugada destes três processos, que podem ser melhor observados nas

zonas de cabeceiras dos vales destes rios citados, é o que responde pela gênese

daquilo que estamos denominando de sistemas de captura fluvial.

Tomando o vale do Rio Batatal, como exemplo fig. (70), é possível ver que a cada

avanço remontante de sua zona de cabeceira, foi ocorrendo rebaixamento gradual

dos níveis de base de jusante, que por sua vez, provocaram processos de re-

entalhamento dos tributários de vales de seccionamento e festonamento, que ao se

expandirem longitudinalmente e ortogonalmente ao vale principal, acabaram por

capturar as cabeceiras de drenagens que, outrora, tinham toda a hidrografia

escoando para NE.

Esse mesmo esquema ocorreu nos vales dos rios Caco de Pote e Corindiba,

entretanto, com peculiaridades relacionadas a natureza evolutiva desses canais.

Não se deve deixar de perceber que, a cada processo de captura que acontecia,

havia, automaticamente, reversão da drenagem e aumento do poder erosivo fluvial

do canal, além de alterações no comportamento hidrológico do mesmo, que passava

a receber maiores volumes de água e sedimentos, devido à nova rede que era

incorporada.

Page 24: Capítulo 05 – Conclusões

447

Algumas capturas provocaram uma reversão da drenagem de forma tão acentuada,

que os rios principais tiveram sua zona de cabeceira principal modificada, passando

da antiga zona de avanço remontante, no final dos vales longitudinais, para o setor

das nascentes das drenagens que foram capturadas. Esse é o caso do Rio

Corindiba, que teve sua zona de avanço principal, orientada para as nascentes das

drenagens que foram capturadas por um de seus tributários. O caso da captura do

Córrego São Sebastião pelo Rio Maravilha, também é exemplar desse processo.

Nesta condição, a antiga zona de avanço principal das cabeceiras, passou a ter

importância apenas secundária, não conseguindo, em alguns casos, acompanhar o

rebaixamento do vale, abrindo espaço para formação de terraços por reafeiçoameto

do fundo de vale. Tal é o caso do Rio Corindiba.

É provável que esses sistemas de capturas que atuaram na evolução da hidrografia

do Benevente, tenham ocorrido em outros setores, em menor amplitude, escala e

com outras características, provocando muitos casos de reversão da drenagem.

Entretanto, devido à velocidade dos processos fluviais de dissecação do terreno, as

evidências que nos possibilita uma interpretação de suas ocorrências, foram todas

obliteradas, restando apenas vestígios na paisagem que permitem fazer meras

especulações. No entanto, cinco processos de captura puderam ser, devidamente,

documentados.

Com relação ao controle litoestrutural das formas do relevo, fica muito claro que dois

fatores vão responder fortemente por este condicionante na morfologia dos terrenos

da bacia: a textura e o mergulho das litologias que compõem as unidades Pps1,

Page 25: Capítulo 05 – Conclusões

448

Pps2 e a P 1c e Єلا 3ic e as formas de contato que há nas rochas que compõemلا

essas unidades.

Os gnaisses Pps1 são os que têm o controle estrutural mais nítido, devido às

condições de textura, foliação e metamorfismo, ou seja, são rochas muito

resistentes, que quando são erodidas formam vários grupos de formas de relevo,

sendo os morros dissecados, o mais importante. É possível perceber a nitidez desse

controle, nas vertentes que acompanham o mergulho da foliação, como é o contexto

que pode ser visualizado pelos perfis das figuras (57, 71 e 73).

Esses gnaisses também vão estar associados aos processos de movimentos de

massa que registramos em vários setores. Não sabemos qual é a gênese desses

processos, mas eles estão associados a uma rocha que apresenta forte foliação,

geralmente mergulhando para NE, SE, NNE, zonas onde os canais estão com

eficiente atividade de entalhe da superfície rochosa dos leitos e, foram registrados

ocorrendo em épocas de intensa pluviosidade. Trata-se, aliás, de verdadeiros

processos espasmódicos1.

Os gnaisses Pps2 vão estar associados aos grupos de formas que possuem suas

cristas orientadas para NE, pois são rochas que recobrem os gnaisses Pps1 e não

foram totalmente erodidas, apresentando controle topográfico destas cristas, nesta

direção. São rochas foliadas e bem metamorfizadas, que apresentam profundos

sistemas de dobramentos de fundo, com anticlinais e sinclinais, que ao serem

realçadas, formam-se grandes morros alinhados e dissecados. As figuras (78 e 81)

1 Expressão introduzida no Brasil por Francis Ruellan, para significar eventos processuais que fogem as condições normais de sua ocorrência dinâmica e regular, segundo Ab’Sáber (informação verbal).

Page 26: Capítulo 05 – Conclusões

449

demonstram tal condição. Mesmo as vertentes que se desenvolvem no sentido

contrário ao do mergulho da foliação dessas rochas, vão ser controladas pelas

mesmas.

As P 1c são um conjunto de ortognaisses metamorfizados na fácie granulito queلا

por resistência residual vai sustentar as escarpas dissecadas e erosivas, distribuídas

nas unidades Rio Grande, Rio Corindiba e Rio Batatal. Apresentam-se ora com

ligeira foliação de mergulho e ora com sistemas de dobramentos de fundo que vai

refletir fortemente na topografia, como é o caso da anticlinal e sinclinal que

aparecem na fig. (59). Em alguns setores essas rochas apresentam alta densidade

de fraturas que ao serem dissecadas pela drenagem, responde pela gênese de

colinas convexas, como é o caso das colinas que se asilam internamente as morros

residuais da Unidade Córrego do Pabuçú.

As intrusivas Є 3ic constituem corpos elípticos, visto em planta, que na paisagemلا

vai responder pela gênese de morros de morfologia convexas, com orientação de

cristas para NE, como são os morros de topos alinhados da Unidade Rio Joéba.

Possuem um caráter de textura altamente massiva, com distribuição mineral caótica,

mas com incipiente foliação. São corpos intrusivos que passaram por processos de

cristalização fracionada, o que vai provocar em seu interior mudanças na faciologia,

respondendo por núcleos de rochas com diferentes graus de resistência aos

processos geoquímicos de superfície. Esta característica é a que explica a gênese

de vales mais abertos no interior dessas rochas intrusivas, ou seja, são rochas

dioríticas, granodioríticas e mozodioríticas que por terem conteúdos predominantes

Page 27: Capítulo 05 – Conclusões

450

de feldspato plagioclásio na sua composição, tornam-se mais suscetíveis a

processos geoquímicos. Questão trabalhada por Vervloet (2006 e 2008).

O outro fator diz respeito às formas de contato entre essas rochas. A conclusão que

se tira é que as formas de contato através de falhas transcorrentes, vão ser zonas

de maior fraqueza, portanto, mais preferenciais aos processos geoquímicos e de

dissecação mecânica pelos canais fluviais. Entretanto, essa condição é relativa, pois

tais processos de dissecação, somente irão ocorrer, se houver um contexto em que

um canal de maior ordem de hierarquia (acima de terceira ordem) conseguir entalhar

essas zona preferenciais, rebaixando os níveis de base e permitindo a instalação

desses processos. Sem um rebaixamento sistemático do nível de base local não há

como instalar os processos de dissecação.

Contexto que é relativo para as formas de contato aproximado e inferida também

onde, devido a migmatização e/ou metamorfismo de contato entre rochas de

composição diferentes, haverá uma fácies mais resistente a erosão mecânica dos

canais fluviais e aos processos geoquímicos de superfície. Nesta condição, os

processos genéticos de formação de vales são de muito menor nível de

pronunciamento, devido à resistência faciológica oferecida pelas rochas.

Page 28: Capítulo 05 – Conclusões

451

5.4 – Evolução hidrográfica da bacia: do encaixamento da

drenagem sobre estruturas proterozóicas versus o modelo de

Glock.

Do encaixamento dos canais que compõem as sub-redes de drenagem da bacia do

Benevente, sobre os sistemas de falhas e fraturas das estruturas proterozóicas,

resultam aspectos de evolução da malha hidrográfica, que nos remete a aceitar o

modelo de Glock, como explicativo de alguns fatos dessa evolução.

Pela observação da fig. (108) é possível perceber a diminuição da concentração da

drenagem nas sub-bacias das unidades Rio Pongal, Rio Grande, Rio Batatal e Rio

Joéba, assim como no espaço da unidade, vista em seu todo. Percebe-se também a

presença de interflúvios com maior amplitude espacial e áreas de drenagem direta

(ADD) que ocupam menores áreas territoriais.

Essas são as principais unidades onde é possível perceber de forma mais direta,

essa diminuição da concentração da drenagem, mas essa característica também

ocorre nas outras unidades.

Nas unidades Rio Maravilha e Córrego do Redentor a concentração da drenagem é

maior, com interflúvios mais reduzidos e, visualmente, uma maior ramificação da

hidrografia e maior presença, em proporção, de áreas de drenagem direta.

Page 29: Capítulo 05 – Conclusões

452

Page 30: Capítulo 05 – Conclusões

453

Essa diferença de densidade de drenagem, em que pese as condições litológicas e

tectônicas do terreno, é o produto de estágios diferenciais de desenvolvimento

desses sistemas hidrográficos que tende, com o processo de evolução, a ter a

concentração da drenagem diminuída, o rebaixamento e a supressão de espaços

interfluviais. Trata-se, na verdade, da principal característica do modelo de evolução

hidrográfica de Glock (1931).

Partindo do principio de que a hidrografia que compõe toda a drenagem da bacia do

Rio Benevente teve a sua gênese, a partir de um proto-canal e uma proto-rede de

drenagem, certamente, similar ao que vemos hoje, saindo do oceano atlântico e se

expandindo para o interior, ora seccionando e ora encaixando nas litoestruturas.

Houve naquela ocasião, maior concentração da densidade de drenagem, nas

unidades e sub-bacias que estão mais próximas ao litoral (Unidade Rio Grande e

Rio Pongal), vindo a ter diminuição dessa concentração, à medida que a rede foi

avançando sobre novos espaços, suprimindo maior quantidade de interflúvios, áreas

de drenagem direta, rebaixando divisores, formando colinas convexas nas partes

mais baixas e provocando desconcentração da densidade da drenagem. Houve

aumento individual dos espaços dos interflúvios.

Dentro do modelo Glockiano esse processo se caracterizaria pelos estágios de

iniciação, extensão, extensão máxima e integração (vide figura 36). Se as unidades

Rio Pongal e Rio Grande tem suas redes de drenagem no estágio de integração,

com processos de absorção por rebaixamento do relevo e abstração, devido a

migração lateral dos canais meandrantes, as unidades Rio Maravilha e Córrego do

Redentor estariam no estágio de extensão máxima, com completa elaboração e

Page 31: Capítulo 05 – Conclusões

454

máximo crescimento da rede de canais que compõem essa drenagem, como é

possível ver pela fig. (108).

O principal processo responsável pela gênese dessa extensão máxima, seria o de

avanço remontante da rede de canais de primeira ordem sobre espaços verticais e

horizontais.

É de todo modo, conveniente lembrar que, quando falamos em diminuição da

densidade de drenagem, através do avanço da rede de canais sobre espaços

horizontais, saindo do litoral em direção ao interior, estamos partindo do princípio de

que as condições litotectônicas do terreno influenciaram fortemente este processo,

e, na medida em que havia desconcentração da drenagem, era porque os canais

estavam se encaixando sobre as falhas e fraturas, como já aventamos

anteriormente.

Cumpre lembrar que no modelo de Glock, o nascimento e crescimento da drenagem

ocorre, inicialmente, através de um padrão dendrítico, vindo com o tempo, a

desenvolver um padrão de drenagem, com maior comprimento total dos canais e

menor densidade de drenagem. A fase final teria uma hidrografia parecida com a

proto-rede que deu início a expansão da drenagem. Daí dizermos que a proto-rede

hidrográfica inicial do Rio Benevente deveria ser algo parecido com o que vemos

hoje.

Devemos lembrar também que as unidades Rio Maravilha e Córrego do Redentor,

fazem parte de uma unidade de padrão de drenagem do tipo dendrítico e complexo

Page 32: Capítulo 05 – Conclusões

455

(mistura de dendrítico com treliça falhado), com maior presença de áreas de

drenagem direta que serão, futuramente, incorporadas a drenagem principal por

supressão dos interflúvios. Esta é a importância das áreas de drenagem direta, que

havíamos especulado no sub-capítulo 3.1, ou seja, o desenvolvimento da hidrografia

por expansão horizontal e, principalmente, vertical, tende a eliminar estas áreas

incorporando-as à rede principal de drenagem. Elas são indicadoras da evolução da

rede hidrográfica, quanto menor essas áreas mais desenvolvida será a hidrografia.

Esse processo seria algo similar ao de absorção do estágio de extensão máxima de

Glock. A diferença é que aqui, ele não ocorre no estágio de extensão máxima, e, sim

no de extensão.

Não é só o aspecto visual da fig. (108) que vai comprovar a capacidade evocativa da

proposta de Glock, para explicar a evolução do conjunto de redes hidrográficas que

compõem a bacia do Rio Benevente, pois a compilação numérica dos parâmetros

hidrográficos nos permite tratar acuradamente as diferenças evolutivas que existem

na configuração das mesmas, permitindo confirmar as características desse modelo

com a bacia estudada.

É dessa forma que as unidades Rio Grande e Rio Pongal vão ter menores índices

de Dd (2,499 e 2,588) e Dh (3,51 e 3,28), comparando-se com as unidades Rio

Maravilha e Córrego do Redentor que possuem Dd (3,786 e 3,310) e Dh (8,04 e

5,68) respectivamente, ou seja, há muito maior quantidade e comprimento total de

canais por área, nestas unidades do que nas anteriores, revelando, também, que

elas estão no estágio de extensão máxima, quando a rede atinge o máximo de

crescimento e número de canais.

Page 33: Capítulo 05 – Conclusões

456

Essa distinção nos estágios de evolução da drenagem, para esses sistemas

hidrográficos que compõem a rede dessas unidades, vão ser corroborados também

por um importante índice que é o C (índice de circularidade), pois se as unidades

Rio Grande e Rio Pongal estão com valores de C (0,276 e 0,279), que indicam redes

hidrográficas longe do formato circular, as Unidades Rio Maravilha e Córrego do

Redentor possuem valores de C (0,329 e 0,353) que revelam um formato mais

próximo de um círculo. Portanto, são bacias que ao desenvolverem o estágio de

extensão máxima de Glock irão apresentar, consequentemente, um formato mais

próximo de um círculo, apesar de apresentarem um inicial controle estrutural que

começa a determinar a evolução da rede.

Há diferenças nítidas com relação aos processos hidrológicos também, pois os

dados de Cm e Eps se diferenciam muito para as mesmas. Enquanto que nas

unidades Rio Grande e Rio Pongal os Cm e Eps são de (401,60 m² e 222 m.) e

(390,90 m² e 195 m.), respectivamente, nas unidades Rio Maravilha e Córrego do

Redentor são de (264,13 m² e 132 m.) e (302 m² 151 m). São diferenças,

absolutamente significativas, que demonstram como os distintos estágios de

evolução dos sistemas hidrográficos, respondem por processos hidrológicos e

fluviais diferenciais. Há, com essa evolução diferencial, aumento do espaço

necessário para manutenção da perenidade de 1 metro de canal fluvial (Cm), na

medida em que a rede de drenagem disseca e, se expande, sobre a superfície dos

terrenos. Desnecessário dizer que, neste caso, os compartimentos e morfologia do

relevo dessas unidades, também são, significativamente, diferentes, embora não

necessariamente devido aos distintos estágios de crescimento hidrográfico.

Page 34: Capítulo 05 – Conclusões

457

Esse foi o mais importante resultado, em relação à compilação de dados numéricos

hidrográficos de parâmetros combinados, que nós encontramos nesta pesquisa, ou

seja, demonstrar que não somente do ponto de vista visual, mas principalmente com

relação aos elementos hidrográficos e hidrológicos, as sub-redes que constituem os

estágios distintos de evolução, irão apresentar diferenças numéricas nos dados

calculados. Diferenças que podem ser bruscas ou graduais, fazendo-nos perceber

que pode não haver muita distinção entre a evolução de uma sub-rede e outra.

Os estudos experimentais de Schumm (1987), já haviam encontrado em modelos

matemáticos e de experimentos de laboratório, essas mesmas características do

modelo Glockiano que nós encontramos na bacia do Rio Benevente.

No Brasil, as pesquisas de Coelho Netto (2003), realizadas na bacia do Rio Bananal,

região do médio vale do Rio Paraíba do Sul, também encontraram estes mesmos

aspectos do modelo de Glock, isto é, o de crescimento da rede de drenagem por

avanço remontante de canais de primeira ordem, rebaixando divisores e,

consequentemente, reduzindo o relevo.

Para concluir, podemos afiançar que a evolução dos sistemas hidrográficos que

estão nos estágios de extensão máxima de crescimento da rede, do modelo de

Glock, que são as unidades Rio Maravilha e Córrego do Redentor, só para citar

como exemplo, deverão com os processos de evolução da drenagem, apresentar os

mesmas características que as unidades Rio Pongal e Rio Grande possuem

atualmente, ou seja, tendência de diminuição da Dd, rebaixamento dos divisores e

aumento em área dos espaços interfluviais, porém com diminuição em quantidade, e

Page 35: Capítulo 05 – Conclusões

458

aumento do Cm e Eps, devido ao encaixamento sobre as litoestruturas de complexa

organização, resultando em relevos não muito distintos aos das unidades

rebaixadas. Tal fato só acontecerá, é óbvio, se as condições de ambiente das

paisagens permanecerem estáveis.

Page 36: Capítulo 05 – Conclusões

459

5.5 – Análise crítica e proposições para estudos mais avançados.

É preciso discorrer alguns comentários críticos sobre esta pesquisa de forma a não

se cometer equívocos que foram cometidos e, ao mesmo tempo, lançar proposições

aos interessados em fazer estudos mais avançados sobre problemas levantados

pela mesma.

A primeira questão que precisa ser corrigida é com relação à apresentação dos

dados numéricos dos índices compilados. Alguns parâmetros, tal como a Rb, Rlm e

Rlb precisam vir acompanhados dos dados que possibilitaram os seus cálculos, de

forma a permitir uma análise mais acurada do porque das variações tão sutis dos

mesmos, para sistemas hidrográficos que possuem estágios e configurações tão

distintas de evolução. Embora a apresentação destas informações na forma de

tabela, torna onerosa a leitura do trabalho, elas precisam aparecer, seja em anexo

ou de outra forma no texto.

Não conseguimos fazer a correlação entre os sub-compartimentos de formas de

relevo e os dados hidrográficos compilados. Pensamos no início da pesquisa, que tal

procedimento operacional fosse oferecer informações, tendências ou algum tipo de

comportamento padrão, sobre os processos de evolução das sub-redes

hidrográficas, conjugados aos dados da compartimentação morfológica. Fato que a

princípio poderia auxiliar o método da associação e indeterminação geomorfológica.

Entretanto, tal situação acabou não acontecendo. Mesmo com o estudo de um

quadro comparativo dos dados numéricos das unidades, em um capítulo separado

(que almejamos fazer), não foi capaz de proporcionar uma tendência e/ou

comportamento padrão de processos. Questão que nos causou uma grande

Page 37: Capítulo 05 – Conclusões

460

frustração. Todavia a compartimentação geomorfológica executada ofereceu um

grande conjunto de conhecimentos, que possibilitou fazer, plenamente, a associação

de fatos geomórficos. Alguns inclusive são indeterminados. Fica, no entanto, o

desafio lançado, no sentido de se poder tentar resolver no futuro, o problema da

compartimentação e análise de parâmetros hidrográficos.

Alguns parâmetros que não foram aplicados omitiram na pesquisa, informações que

poderiam ser de grande valor geomorfológico e metodológico, como é o caso da

curva hipsométrica de bacias, que forneceria melhores conhecimentos sobre a

história e o nível de dissecação dos canais e sub-bacias pelos processos erosivos.

Embora nossa bacia estivesse desembocando diretamente no mar, as informações

pertinentes as oscilações eustáticas, não foram levadas em consideração, devido a

complexidade desse tema. Sobrecarregaria em muito nossa pesquisa, ter que

trabalhar com evolução dessa rede hidrográfica, levando-se em consideração

variáveis relacionadas às oscilações no nível marinho. Tudo complicado ainda pelo

fato de que o canal do Rio Benevente, desemboca diretamente no Oceano Atlântico,

em uma região de soleira rochosa que, provavelmente, interferiu em sua dinâmica

remontante, quando o nível do mar desceu durante as oscilações eustáticas do

Quaternário. Questão que preferimos não tratar nesta pesquisa, buscamos a todo

custo, trabalhar somente com o que era palpável por meio da observação de fatos e

evidências atuais.

Consideramos que os critérios de compartimentação permitiram conjugar o cálculo

dos parâmetros hidrográficos, com o estudo de sub-compartimentos de formas de

Page 38: Capítulo 05 – Conclusões

461

relevo, mas seu entendimento, através da leitura da legenda do mapa

geomorfológico é complexa do ponto de vista pedagógico, podendo estimular

interpretações conceituais equivocadas.

Devido ao problema da escala, as vertentes não receberam o grau de importância a

que lhes devem ser atribuídas em estudos de bacias hidrográficas. Trata-se de um

tema tão capital dentro da geomorfologia, que tem custado muito caro às pesquisas

sobre bacias e canais fluviais. Em pesquisas deste tipo, tal questão precisa, de uma

forma ou de outra, ser incorporado ao corpo de temáticas principais do trabalho.

Havíamos no primeiro sub-capítulo deste trabalho, levantado uma polêmica com

relação às pesquisas que tratam do tema bacia hidrográfica, sem, necessariamente,

saber do que se trata este conceito, sendo que nós mesmos, não apresentamos,

naquela ocasião, uma definição conceitual deste tema. Não se trata de

esquecimento, e sim, de conduta precavida de pesquisador, pois passado algum

tempo e todo o processo de investigação, fica mais fácil apresentar nossa definição,

ainda que corramos o risco de em nossa própria pesquisa, ter feito mal uso do

mesmo.

Neste sentido, podemos dizer que para nós, uma bacia hidrográfica foi e sempre

será, um espaço territorial de circulação vertical e horizontal das águas em canais de

drenagem que em conjunto, compõem uma rede hidrográfica hierarquizada ou não

e, que responde pela hidrografia em superfície e sub-superfície dos terrenos

inseridos no conjunto desse espaço territorial. Trata-se de uma definição que

Page 39: Capítulo 05 – Conclusões

462

intenciona a tentativa de evocar todas as situações geomórficas de bacias

hidrográficas que são encontradas na natureza.

Com relação às proposições para estudos mais avançados, aos interessados em

adotar uma linha de pesquisa similar a esta, fica a nossa dica para algumas

questões.

É preciso definir melhor os tipos de captura fluvial encontrados na bacia, em

comparação com o que já foi estudado pela literatura acerca do tema, ou seja, quais

as suas verdadeiras implicações hidrográficas, fluviais, geomórficas, evolutivas e

ecológicas. Há participação de variáveis advindas de uma tectônica moderna, ou

são somente processos de erosão diferencial? Haveria a possibilidade de datá-las

conforme a morfologia das coberturas pedológicas que se instalam nos colos de

relevo das drenagens abortadas? Em outras palavras, ao serem capturados, alguns

canais de leitos rochosos, tiveram suas drenagens abortadas, e a partir deste

momento, uma cobertura pedológica se instalou nesta superfície rochosa, formando

um colo de relevo. A datação e o estudo desta cobertura pedológica, possibilitaria

prever com mais precisão o evento de captura?

As planícies alveolares que estão sofrendo re-afeiçoamento. Quais as implicações

hidráulicas e hidrogeomórficas? Por que estas planícies alveolares a montante de

sistemas de knickpoints, estão sofrendo ligeiro processos de reafeiçoamento?

Tratar-se-ia de problemas tectônicos, ou seria uma dinâmica de evolução processual

inerente a própria hidráulica dos canais, uma vez que, algumas apresentam tais

situações e outras não.

Page 40: Capítulo 05 – Conclusões

463

Estas são só algumas das questões que levantamos ao longo do tempo deste

processo de pesquisa e esperamos que em um futuro próximo elas possam ser

todas elucidadas. Já passamos da época de tal feito.

Page 41: Capítulo 05 – Conclusões

464

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Page 56: Capítulo 05 – Conclusões

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Índice

C apitulo 01 – Introdução aos estudos de geomorfologia fluvial. 1

.1 – Bacias hidrográficas: problemas conceituais e características gerais................

21

1.2 – Da teoria, do método e do procedimento técnico na investigação

geomorfológica de processos fluviais. Um breve apanhado histórico...................

34

1.2.1 – A investigação dos processos hidráulicos e hidrodinâmicos em canais fluviais........................

38

1.2.2 – A classificação dos fatos da paisagem e os processos fluviais.................................................

47

1 .2.3 – A época da experimentação e de estudo dos processos.......................................................... 64

1

.2.4 – O período das integrações........................................................................................................ 70

1 .3 – Da base teórica e metodológica adotada...........................................................

1

76

.4 – Do procedimento técnico-operacional utilizado e dos objetivos da pesquisa.....

83

C apítulo 02 – A área em estudo: bacia hidrográfica do Rio Benevente.

2 .1 - A bacia fluvial do Rio Benevente: uma das redes de drenagem lateral na

achada atlântica Espírito Santense............................................................................ f

96

2 .2 – Dinâmica hidrológica do Rio Benevente......................................................................... 101

2 .3 – Aspectos climáticos da bacia.............................................................................. 114

2 .4 - Os atributos litológicos e tectono-estruturais da região da bacia........................

2

124

.4.1 – o quadro tectônico e os elementos estruturais........................................................................ 2

132

.4.2 – O quadro litológico diverso e sua distribuição. ......................................................................... 155

2 .4.2.1 – As rochas do Complexo Paraíba do Sul................................................................................. 156

2 .4.2.2 – As Intrusicas Sin a Tardi Tangenciais.................................................................................... 2

161

.4.2.3 – As Intrusivas Ácidas a Básicas Tardi-a Pós-Transcorrentes.......................................... 2

165

.4.2.4 – As Intrusivas Ácidas Pós-Transcorrentes............................................................................... 2

169

.4.2.5 – O Grupo Barreiras...................................................................................................................

170

2.4.2.6 – Os Depósitos Sedimentares....................................................................................................

171

Page 57: Capítulo 05 – Conclusões

480

C apítulo 03 – Compartimentação geomorfológica e propriedades

luviais da rede hidrográfica. f

3 .1 – Problemas na compartimentação de bacias hidrográficas. ............................... 174

3 .2 – O trabalho e o poder dos rios na dinâmica da paisagem................................... 195

3 .3 – Os padrões de canais e os processos correspondentes....................................

223

3 .4 – Os modelos de evolução da rede hidrográfica na literatura geomorfológica......

232

C apitulo 04 – Os compartimentos de relevo e a projeção dos

arâmetros hidrográficos. p 4

.1 - Os compartimentos de relevo gerados e os parâmetros hidrográficos............... 243

4 .2 – Domínio Morfotectônico Litorâneo (Fragmento de Crosta Inferior).................... 4

243

.2.1 – Unidade Estuarina...................................................................................................................... 4

243

.2.2 – Unidade Rio Pongal – 01 (URP)................................................................................................ 4

244

.2.3 – Unidade Rio Grande (URG).......................................................................................................

255

4 .3 – Domínio Morfotectônico Oriental – DOR............................................................

268

4 .3.1 – Unidade Córrego do Pabuçu (UCP)...........................................................................................

268

4 .3.2 – Unidade Rio Corindiba (URC)....................................................................................................

281

4 .3.3 – Unidade Rio Joeba (URJ)...........................................................................................................

301

4 .3.4 – Unidade Rio Batatal (URB).........................................................................................................

318

4 .3.5 – Unidade Ribeirão São Joaquim (URSJ).................................................................................... 338

4 .3.6 – Unidade Rio Iriritimirim (URI).....................................................................................................

4

362

.4 – Domínio Morfotectônico de Arco Magmático – DAM..........................................

384

4.4.1 – Unidade Rio Maravilha (URM)................................................................................................... 4

384

.4.2 – Unidade Córrego do Redentor (UCR)........................................................................................

408

Page 58: Capítulo 05 – Conclusões

481

Capítulo 05 – Conclusões gerais 5.1 - Repercussão geomorfológica dos dobramentos de fundo e evolução da

drenagem – Revisitando Francis Ruellan....................................................................

425

5.2 – O papel das falhas e das estruturas de dobramento em cinturões de

cisalhamento da fachada Atlântica na evolução hidrográfica do Rio Benevente........

432

5.3 – Os sistemas de captura fluvial e o controle litestrutural dos grupos de formas relevo. .........................................................................................................................

445

5.4 – Evolução hidrográfica da bacia: do encaixamento da drenagem sobre estruturas proterozóicas versus o modelo de Glock....................................................

451

5.5 – Análise crítica e proposições para estudos mais avançados............................. 459

Page 59: Capítulo 05 – Conclusões

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