Capítulo VIII Lumen Gentium

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Capítulo VIII A BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA, MÃE DE DEUS, NO MISTÉRIO DE CRISTO E DA IGREJA I.Proêmio Maria no mistério de Deus Deus cheio de bondade e de sabedoria, querendo realizar a redenção do mundo, “enviou seu Filho, nascido uma mulher, na plenitude dos tempos, para que fôssemos adotados como filhos” (Gl 4, 4-5). Este por sua vez, “desceu do céu e se encarnou do Espírito Santo e da virgem Maria, por nós homens e para nossa salvação”. Divino mistério da salvação, que se revela e continua na Igreja, construída pelo Senhor como seu corpo e na qual os fiéis se unem a Cristo, cabeça, em comunhão com todos os que são por ele santificados, de que se deve venerar a memória, “a começar por Maria, gloriosa e sempre virgem, mãe de nosso Senhor Jesus Cristo”. Maria e a Igreja A virgem Maria é reconhecida e honrada como verdadeira mãe de Deus e do Redentor, pois recebeu em seu coração e em seu corpo a Palavra de Deus anunciada pelo anjo, e a deu à luz, como vida para o mundo. Em vista dos méritos de seu Filho, foi remida de maneira sublime, unida a ele por um vínculo estreito e indissolúvel e chamada ao papel e à dignidade suprema de mãe do Filho de Deus. [...] A Igreja católica, instruída pelo Espírito Santo e cheia de piedade filial, a saúda e a recebe como mãe amantíssima. Considerando seu lugar de membro eminente e especialíssimo da Igreja, assim como seu exemplo magnífico e modelar de fé e de amor. O objetivo do Concílio

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Captulo VIIIA BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA, ME DE DEUS, NO MISTRIO DE CRISTO E DA IGREJAI.Promio Maria no mistrio de Deus Deus cheio de bondade e de sabedoria, querendo realizar a redeno do mundo, enviou seu Filho, nascido uma mulher, na plenitude dos tempos, para que fssemos adotados como filhos (Gl 4, 4-5). Este por sua vez, desceu do cu e se encarnou do Esprito Santo e da virgem Maria, por ns homens e para nossa salvao. Divino mistrio da salvao, que se revela e continua na Igreja, construda pelo Senhor como seu corpo e na qual os fiis se unem a Cristo, cabea, em comunho com todos os que so por ele santificados, de que se deve venerar a memria, a comear por Maria, gloriosa e sempre virgem, me de nosso Senhor Jesus Cristo.Maria e a Igreja A virgem Maria reconhecida e honrada como verdadeira me de Deus e do Redentor, pois recebeu em seu corao e em seu corpo a Palavra de Deus anunciada pelo anjo, e a deu luz, como vida para o mundo. Em vista dos mritos de seu Filho, foi remida de maneira sublime, unida a ele por um vnculo estreito e indissolvel e chamada ao papel e dignidade suprema de me do Filho de Deus. [...] A Igreja catlica, instruda pelo Esprito Santo e cheia de piedade filial, a sada e a recebe como me amantssima. Considerando seu lugar de membro eminente e especialssimo da Igreja, assim como seu exemplo magnfico e modelar de f e de amor. O objetivo do Conclio Expondo a doutrina da Igreja, na qual o divino Redentor realiza a salvao, o Conclio quer manifestar o papel de Nossa Senhora no mistrio da encarnao do Verbo e do corpo mstico, ao mesmo tempo que os deveres dos seres humanos remidos, especialmente dos fiis, para com a me de Deus, me de Cristo e me dos seres humanos. No pretende, entretanto, propor uma doutrina completa a respeito de Maria, nem resolver questes que ainda no tenham sido completamente esclarecidas pelo trabalho teolgico. Respeitem-se pois as explicaes que de direito e livremente so propostas nas escolas catlicas a respeito daquela que ocupa, depois de Cristo, na Igreja, o lugar, ao mesmo tempo, mais alto e mais prximo de ns. II. O papel de Nossa Senhora na economia da salvaoA me do Messias no Antigo TestamentoAs sagradas Escrituras do Antigo e Novo Testamento, juntamente com a Tradio, de maneira cada vez mais clara, mostram e propem nossa considerao o papel da me do salvador, na economia da salvao.A anunciao O Pai de misericrdia quis a aceitao de ser me, por parte da mulher a isso predestinada, precedesse a encarnao. Assim como uma mulher trouxe a morte, outra traria a vida. Mais do que ningum, a me de Jesus trouxe a vida. Dotada de todos os dons que a tornaram digna de tal vocao, deu a vida, que tudo renova, ao mundo.Maria e a infncia de Jesus A unio da Me com o Filho se verifica desde o momento da concepo virginal at a morte de Cristo. Maria vai logo visitar Isabel, que a sada como bem-aventurada, quando o filho lhe salta no ventre (cf. Lc 1, 41-45). Maria, me de Deus, mostra exultante aos pastores e aos magos o Filho primognito, que consagrou a integridade de sua virgindade, sem feri-la de maneira alguma. Ao apresent-lo no templo, faz a oblao dos pobres e ouve a profecia de Simeo sobre o Filho, que, no futuro se tornar um sinal de contradio, e sobre a espada que lhe traspassar a alma de me, revelando os pensamentos de muitos coraes (cf. Lc 2, 34-35).Maria e a vida pblica de Jesus Maria aparece significativamente no incio da vida de Jesus, nas bodas de Can na Galilia,em que, movida pela compaixo, obtm, por sua intercesso, o primeiro dos milagres do Messias, Jesus (cf. Jo 2, 1-11).Maria depois da ascenso Deus decidira no manifestar solenemente ao mundo o mistrio da salvao humana, enquanto o Esprito no fosse enviado. Vemos ento os apstolos, antes do dia de Pentecostes, perseverando juntos na orao, tendo com eles as mulheres, Maria, me de Jesus e seus parentes (At 1,14). Maria implora o dom do Esprito, que j a havia coberto com sua sombra, no dia da anunciao. Finalmente a imaculada, preservada imune a toda mancha do pecado original, foi assumida ao cu com alma e corpo, depois de terminada a sua vida na terra. Foi exaltada como rainha pelo Senhor, para que se conformasse ao mximo com seu Filho, Senhor dos senhores (cf. Ap 19, 16), vencedor da morte e do pecado.