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CAPACITAÇÃO DE PROFISSIONAIS EM SAUDE MENTAL NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO Dr. Valber Dias Pinto 15 de julho de 2017 08:00 às 17:00h - Histórico - Reforma Psiquiátrica (1978 – 1991)- Cenário atual e perspectivas - Implantação da rede de atenção psicossocial - Fundamentos da Psicopatologia / Saúde Mental - Doença Mental (síndromes – transtornos) - Classificação diagnóstica – CID-10 e DSM- IV/5 08:00h às 12:00h

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CAPACITAÇÃO DE PROFISSIONAIS EM SAUDE MENTAL NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Dr. Valber Dias Pinto 15 de julho de 2017

08:00 às 17:00h

- Histórico - Reforma Psiquiátrica (1978 –

1991)- Cenário atual e perspectivas - Implantação da rede de atenção psicossocial - Fundamentos da Psicopatologia / Saúde Mental - Doença Mental (síndromes – transtornos) - Classificação diagnóstica – CID-10 e DSM-IV/5

08:00h às

12:00h

CAPACITAÇÃO DE PROFISSIONAIS EM SAUDE MENTAL NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

- Deficiência Mental - Demências mentais orgânicas - Descrição dos principais quadros em saúde mental Transtornos (ansiosos, depressivos e de humor)

13:00h às

17:00h

Dr. Valber Dias Pinto 15 de julho de 2017

08:00 às 17:00h

Dr. Valber Dias Pinto Médico Psiquiatra – RQE 7703

CRM-ES 6408

• Psiquiatra Titular da ABP;

• Mestre em Ciências Fisiológicas pela UFES em 2002;

• Professor Adjunto VIII da Universidade Vila Velha;

• Coordenador do Módulo de Saúde Mental e Comportamento da Faculdade de Medicina da UVV.

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A REFORMA ”PSIQUIÁTRICA” BRASILEIRA.

Um ciclo histórico da Saúde Pública no

Brasil:

Início: aprovação do projeto de lei do Deputado

Paulo Delgado (PT-MG) – legalização

institucional de um movimento, a reforma

psiquiátrica – em 1989;

Final: sanção do presidente da República da

Lei 10.216 – em 06 de abril de 2001 – para

promover a reestruturação da assistência

psiquiátrica no país.

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Lei 10.216 – De 06 de abril de 2001

Dispõe sobre a proteção e os direitos das

pessoas portadoras de transtornos mentais e

redireciona o modelo assistencial em saúde

mental.

Art. 2O § IX – ser tratada, preferencialmente,

em serviços comunitários de saúde mental.

Art. 4O A internação, em qualquer uma de suas

modalidades, só será indicada quando os

recursos extra-hospitalares se mostrarem

insuficientes.

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Antecedentes da Psiquiatria Preventivista

1941 – Adauto botelho, discípulo de Juliano

Moreira, assume o então recém criado

Serviço Nacional de Doenças Mentais.

Naquela época predominavam os hospitais

públicos, responsáveis por 80,7% dos leitos

psiquiátricos do país;

Os famosos asilos, como o Hospital Nacional

dos Alienados, exerciam um papel orientador da

assistência psiquiátrica;

Sua administração (1941-1954) se caracterizou

pela expansão dos hospitais públicos;

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Antecedentes da Psiquiatria Preventivista

Essa expansão foi facilitada pelo decreto-lei de

03/01/1946 que autorizava o serviço a realizar

convênios com os governos estaduais para a

construção de hospitais psiquiátricos;

A nova legislação permitiu um surto de

construção de hospitais psiquiátricos em vários

estados, como Sergipe, Espírito Santo e

Alagoas, que criaram seus nosocômios com

características de hospitais colônias.

Adauto Botelho seguia assim a postura de

Juliano Moreira, que soba influência de

Oswaldo Cruz, entendia que o asilo teria uma

função preventiva, só devendo acabar quando a

doença mental fosse erradicada;

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Antecedentes da Psiquiatria Preventivista

Nesse período a psiquiatria buscava se

estabelecer na condição de

especializade médica;

Ao mesmo tempo o hospital psiquiátrico

se afirmava cada vez mais como espaço

de atuação;

Buscavam-se novas técnicas

terapêuticas: choque cardiozólico,

insulinoterapia e ECT;

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Antecedentes da Psiquiatria Preventivista

Ao deixar deixar a diretoria da SNDM em

1954, Adauto Botelho havia promovido

um aumento de mais de 16 mil leitos

psiquiátricos no Brasil;

O que não amenizava a situação caótica

vigente na década de 50: abandono e

excesso de pacientes;

A função social do hospital era então a

de exclusão;

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Vamos olhar mais além...

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E hoje, qual o panorama?

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Depende se o usuário possui ou não Plano de Saúde.

Contudo... Nem tudo são flores

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Neurociência e Psicofarmacologia:

uma outra Revolução de 1950 em diante...

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FUNDAMENTOS DE PSICOPATOLOGIA.

Conceitos de normalidade

•Subjetivo (sofrimento, sentir-se enfermo) - contradito pela

mania

•Estatístico ou quantitativo (freqüência, média) - cárie é

muito comum, mas não é normal

•Idealista (qualitativo ou de adequação; padrão ideal de

funcionamento ou morfológico) - relacionada a critérios

socioculturais arbitrários

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Conceitos de Anormalidade

•“O estado patológico expressa uma redução das normas de vida toleradas pelo ser vivo; o estado fisiológico pode admitir uma mudança para novas normas ” (Georges Canguilhem)

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O Diagnóstico Médico

•Diagnóstico: origem grega; significa conhecer (ou perceber) dois; distinguir ou reconhecer

•Doença: vem do latim dolentia; significa dor, sofrimento

•As doenças são apenas conceitos, abstrações criadas pelo homem, que podem ser a qualquer momento modificadas ou descartadas. Constituem condições relacionadas a desconforto, dor, incapacitação, ou morte, mas que só vão ser consideradas doenças em função de muitos fatores (sociais, econômicos, biológicos, etc.)

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O Diagnóstico Médico

•Objeções ao diagnóstico:

- Cada pessoa é uma realidade única e inclassificável (“Não existem doenças, mas doentes”)

- O diagnóstico é estigmatizante

- O diagnóstico apenas serviria para “rotular” as pessoas “diferentes”, permitindo e legitimando o “poder médico”, o “controle social” sobre o indivíduo desadaptado ou “questionador”

•Entre diagnosticar e reduzir a pessoa na qual se fez o diagnóstico ao rótulo, vai uma grande diferença

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O Diagnóstico Médico

•Embora possua algumas desvantagens e possa ser usado indevidamente, o diagnóstico é uma necessidade prática

•Finalidades principais do diagnóstico: comunicação (linguagem comum) e previsão (“diagnóstico é prognóstico”)

•Além disso, o diagnóstico favorece a investigação científica e fundamenta as medidas terapêuticas e preventivas

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Classificações Nosológicas em Psiquiatria: histórico

•Galeno, Celso, Areteus da Capadócia (séc. I e II), de Roma:

Melancolia: afecção mental crônica

Mania: excitação mental (crônica) sem febre

Frenite: excitação mental aguda e com febre

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Classificações Nosológicas em Psiquiatria: histórico

•Classificação de P. Pinel (séc. XVIII): melancolia, mania sem delírio, mania com delírio, demência, idiotismo

•Esquirol: loucura total, loucura parcial, enfraquecimento do intelecto

29

Classificações Nosológicas em Psiquiatria: histórico

•Kraepelin (1899):

•distingue a “loucura maníaco-depressiva” da “demência precoce”

•Influcencia a CID e o DSM

30

Classificações Nosológicas em Psiquiatria: histórico

•Psicanálise (Freud):

– Singularidade do indivíduo;

– Classificação:

• Neurose

• Psicoses

• Perversões

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Classificações comteporâneas

- Aparecimento dos psicofármacos: clorpromazina (1952)

- agente antiatonômico, usado em cirurgias de grande porte com um efeito colateral “favorável”;

- Necessidade de verificar a eficácia: os critérios de inclusão devem ser bem definidos;

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Classificações Nosológicas em Psiquiatria: histórico

•Critérios diagnósticos operacionais

RDC (Spitzer et al, 1978): Critérios Diagnósticos para Pesquisa

DSM-III (APA, 1980)

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Classificações psiquiátricas atuais

•Diagnóstico categorial (vs. dimensional) •Classificação: baseada nos sintomas ou então na etiologia (ideal) •O diagnóstico psiquiátrico é baseado na sintomatologia, possui baixa validade e fidedignidade (só esta aumentou) •“Transtorno”: termo encontrado na CID-10 e no DSM-IV para designar as entidades nosológicas. É bastante impreciso: é mais específico que “síndrome”, mas não representa “doença”

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Classificações Contemporâneas

A relação do DSM-IV-TR com a cid-10

• O DSM foi criado a partir de uma insatizfação da APA com a CID-6 (1948);

• O DSM-IV-TR (APA) foi projetado para corresponder à CID-10;

• A CID-10 (OMS) é o sistema de classificação oficial usado na Europa e no Brasil;

• Todas as categorias usadas no DSM-IV-TR são encontradas na CID-10, mas o contrário não é verdadeiro;

• Alguns termos e categorias usadas na CID-10 não são usados do DSM-IV-TR

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O que cabe a cada um?

Psiquiatria Neurologia

PRINCIPAIS QUADROS EM NEUROLOGIA.

• Resultado de um processo patológico no cérebro

caracterizado por limitações nas funções

intelectual e adaptativa

• Sua causa em geral não é identificada, e as

consequências tornam-se evidentes pela

dificuldade no funcionamento e nas habilidades de

vida

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• CLASSIFICAÇÃO

• EPIDEMIOLOGIA

• CO-MORBIDADE

• ETIOLOGIA

• OUTROS TRANSTORNOS DE DEFICIÊNCIA ENZIMÁTICA

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• DIAGNÓSTICO

• CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS

• EXAME LABORATORIAL

• CURSO E PROGNÓSTICO

• DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

• TRATAMENTO

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RM - CLASSIFICAÇÃO

• O funcionamento intelectual geral é

determinado pelo uso de testes de inteligência

padronizados, e a expressão significativamente

abaixo da média é definida como um QI de 70

ou menos

• Graus: profundo (QI abaixo de 20 ou 25),

grave (QI 20-25 a 35-40), moderado (QI 35-40

a 50-55) e leve (QI 50-55)

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• A prevalência de retardo mental em qualquer

tempo é estimada como sendo de cerca de 1%

da população

• A incidência é maior em crianças em idade

escolar, com pico entre 10 e 14 anos

• É cerca de 1,5 vezes mais comum entre

homens do que entre mulheres

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RM – CO-MORBIDADE

• Prevalência: até dois terços de crianças e adultos com retardo mental têm transtornos mentais co-mórbidos

• Transtornos Neurológicos: em crianças e adolescentes com retardo mental e epilepsia, cerca de um terço também tinha transtorno autista ou uma condição do tipo autista

• Síndromes Genéticas: X frágil, Prader-Willi e Down, estão associadas a manifestações comportamentais específicas co-mórbidas

• Síndromes Psicossociais: dificuldades de comunicação (sentimentos de inaptidão e frustração), comportamentos inadequados (retraimento social), sentimentos de ansiedade, raiva, disforia e depressão

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• Genéticas: cromossômicas e hereditárias (Down, X-

frágil, Prader-Willi, Fenilcetonúria, Rett, Lesch-Nyhan)

• Adquiridos e do Desenvolvimento: período pré-natal

(infecções virais), rubéola, AIDS, síndrome alcoólica fetal,

exposião pré-natal a drogas, complicações da gestação

(toxemia gravídica e diabete materna não-controlada),

período perinatal (prematuro e baixo peso), transtornos

da infância adquirido (trauma físico específico), infecções

(encefalite e meningite), traumatismo craniano

47

• Ambientais e Socioculturais: privação significativa de alimento e carinho, gestações adolescência (complicações obstétricas), instabilidade familiar, pré e pós-natal insatisfatórios

• O conhecimento atual sugere que fatores genéticos, ambientais, biológicos e psicossociais atuam de maneira cumulativa

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RM – DIAGNÓSTICO

• História: gestação, trabalho de parto e parto da mãe; presença de

história familiar de retardo mental; consaguinidade dos pais; e

transtornos hereditários

• Entrevista Psiquiátrica: não orientar-se pela idade mental do paciente

(não caracteriza o funcionamento global), evitar perguntas

direcionadas (sugestionáveis ou agradar)

• Exame Físico: várias alterações físicas podem ter causas pré-natais e

ser encontradas com maior frequência em portadores de retardo

mental

• Exame Neurológico: raio X de crânio (craniossinostose, hidrocefalia,

toxoplasmose, esclerose tuberosa, angiomatose cerebral e

hipoparatireoidismo), tomografia computadorizada, ressonância

magnética

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RM – CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS

• Estes aspectos podem ocorrer isoladamente ou como parte de um transtorno mental e incluem hiperatividade, baixa tolerância à frustração, agressividade, instabilidade afetiva, movimentos repetitivos e estereotipados e vários comportamentos autodestrutivos (automutilações)

• Costuma ser difícil estabelecer se tais aspectos clínicos são transtornos mentais co-mórbidos ou sequelas diretas das limitações do desenvolvimento impostas pelo retardo mental

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RM – EXAME LABORATORIAL

• Estudos de Cromossomo

• Análise de Urina e Sangue

• Avaliação NeuroPsicológica

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RM – CURSO E PROGNÓSTICO

• Na maioria dos casos o prejuízo intelectual

subjacente não melhora

• O nível de adaptação da pessoa afetada pode ser

influenciado de forma positiva por um ambiente

enriquecedor e sustentador

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RM – DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

• Diversas incapacidades sensoriais, em especial surdez

e cegueira

• Déficits de fala e paralisia cerebral

• Doenças crônicas e debilitantes de qualquer tipo

• Transtornos convulsivos

• Condições cerebrais crônicas

• Transtornos de aprendizagem

• Retardo mental e transtornos globais do

desenvolvimento podem ser comórbidos

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• Avaliação das necessidades sociais e

ambientais do paciente, bem como em

atenção a condições comórbidas

• As abordagens farmacológicas para o

tratamento dos transtornos co-mórbidos em

pacientes com retardo mental são quase as

mesmas utilizadas nos pacientes sem essa

condição

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PRINCIPAIS QUADROS EM NEUROLOGIA.

As Demências

Histórico

• Na Antigüidade: “demência” sinônimo de loucura • Celsus (séc. I): usava os termos “delirium” e “demência” • Pinel e Esquirol (início séc. XIX): descrevem a demência senil • Sutton (1813): descreve o delirium tremens • Final do séc. XIX: Korsakoff descreve o estado amnéstico;

Broca e Wernicke, as afasias • Alois Alzheimer (1907): descreve a doença que recebeu seu

nome – Auguste D, paciente de 51 anos Descreveu os emaranhados neurofibrilares (as placas senis já tinham

sido descritas, em 1892, por Blocq e Marinesco)

A síndrome demencial

Características gerais

• Causa orgânica: em geral, lesão cerebral difusa, que pode ser irreversível

• Curso crônico, em geral

• Há comprometimento global da cognição, particularmente da memória, com lucidez de consciência

Quadro clínico • Hipomnésia de fixação (e de

evocação)

• Desorientação alopsíquica

• Capacidade de abstração e raciocínio

• Perda do controle ou inibição dos impulsos

• Afasia, agnosia e apraxia

• Alt. funções executivas (julgamento, flexibilidade, planejamento, monitoramento)

• Fabulação

• Hipotenacidade

• Pensamento empobrecido, prolixo, perserverante

• Capacidade de autocrítica

• Apatia ou incontinência afetiva

• Alt. habilidades visuoespaciais

• “Reação catastrófica de Goldstein”

Definição

• DSM-IV: alt. memória + [afasia, agnosia ou apraxia, ou alt. funções executivas]

• CID-10: perturbação de múltiplas funções corticais superiores – memória, pensamento, orientação, compreensão, cálculo, aprendizagem, linguagem e julgamento

• Tr. Cognitivo Leve: definição não uniforme, está entre o envelhecimento normal e a demência

Demência: cortical vs. subcortical

• Cortical temporoparietal: alt. da memória (de fixação), afasia, agnosia, apraxia, dist. visuoespaciais; com preservação da personalidade Mal de Alzheimer

• Demências corticais frontotemporais: alterações precoces da personalidade, da linguagem e da atenção, mas memória e habilidades visuoespaciais relativamente preservadas D. Pick

Demência: cortical vs. subcortical

• Subcortical: amnésia de evocação, apatia, concentração, alentecimento dos processos cognitivos; alt. da motricidade, tremores, parkinsonismo, ataxia, incontinência urinária

D. cerebrovasculares, Parkinson, Huntington, Wilson, AIDS

Prevalência

• > 60 anos: 10% leve ou moderada e < 5% grave

• > 80 anos: 20% moderada ou grave

Causas

• d. degenerativas (Alzheimer, Huntington, Parkinson, com corpúsculos de Lewy)

• d. vasculares

• dist. metabólicos, endócrinos ou nutricionais

• tumores cerebrais

• TCE

• Epilepsia

• meningoencefalites (neurossífilis, AIDS)

• intoxicações (álcool, chumbo, barbitúricos)

• hidrocefalia de pressão normal

Exames complementares

• Hemograma, bioquímica sang., sorologia p/ Lues e AIDS, ex. toxicológicos, horm. tireoidianos, vit. B12 e ác. fólico, função renal, Rx tórax, ECG

• EEG, TC, RM, líquor, PET scan, SPECT, angiografia cerebral

Mal de Alzheimer

Epidemiologia

• 55% das demências

• 7% da pop. > 65 anos

• + freq. em mulheres

• Fatores de risco: idade avançada, hist. familiar (concordância gêmeos MZ > DZ; 40% têm hist. fam. positiva), TCE e síndr. Down, alelo da ApoE no cromossoma 19, baixa escolaridade, colesterol, fumo, diabete

Etiologia

• Degeneração neuronal: placas senis e emaranhados neurofibrilares • Placas senis: são extracelulares; contêm ptn -amilóide e são ricas em

sílica e alumínio • Emaranhados neurofibrilares: decorrem da hiperfosforilação da proteína

tau e do conseqüente colapso do citoesqueleto • Ptn -amilóide

É codificada no cromossoma 21 (cuja trissomia está relacionada à síndr. de Down)

É insolúvel e neurotóxica; a forma não solúvel se origina de uma clivagem anormal da ptn precursora de amilóide

Ativa macrófagos e a micróglia, produzindo inflamação É removida pela apolipoproteína E (Apo-E), que é codificada pelo alelo

ε4 do cromossoma 19

Etiologia • Atrofia cortical difusa e simétrica

Sensibilidade razoável (80%), mas especificidade baixa (envelhecimento normal e outros tr. mentais orgânicos)

• PET scan Início: atividade temporal e parietal

Depois: atividade frontal (com preservação das áreas sensoriomotoras primárias e do cerebelo)

• Alargamento ventricular discreto no início (atrofia subcortical) O hipocampo é logo afetado

São afetados o núcleo basal de Meynert (ACh), a rafe dorsal (5-HT) e o locus ceruleus (NE)

Etiologia

• Há diminuição da síntese de acetil-colina

ACh DA

Atividade muscarínica (in vitro) formação da ptn -amilóide e fosforilação da ptn tau

• Hipótese do colesterol: hipercolesterolemia

• Hipótese dos radicais livres

Glutamato Ca++ intracel. formação de radicais livres morte celular

Curso e quadro clínico

• Comprometimento cognitivo leve: possível pródromo

• Início insidioso e curso deteriorante progressivo

• Demência temporoparietal (no início): alt. memória; dif. visoconstrutivas; com freq. há afasia, agnosia e apraxia

• Ausência de sinais motores

• Alterações não-cognitivas comuns: depressão, retraimento social, ansiedade, insônia, ideação delirante, irritabilidade, agitação.

• Depressão: mais freq. nos casos leves. Psicose: mais freq nos casos moderados ou graves.

Tratamento

• Anticolinesterásicos: inibição da acetilcolinesterase (AchE); eficácia comprovada Tacrina: muitos ef. col., hepatotóxico; também inibe a

butirilcolinesterase [função desconhecida]

Donepezil: também bloq recaptação 5-HT; não é hepatotóxico [1x/d]

Rivastigmina: inibição pseudo-irreversível da AchE; também inibe a butirilcolinesterase [2x/d]

Galantamina: também atividade dos receptores nicotínicos [2x/d]

Efeito colaterais (colinérgicos): náusea, desconforto abdominal, vômito, diarréia, câimbras, fraqueza muscular, sudorese, bradicardia.

Tratamento

• Memantina Antagonista dos receptores glutamatérgicos N-metil-D-aspartato

(NMDA); ação neuroprotetora

Usado como coadjuvante, em casos moderadamente graves e graves; superior ao placebo

• Antioxidantes: evidências positivas, mas uso ainda não recomendado Gingko Biloba: o mais prescrito; possivelmente útil em casos leves ou

moderados, mas eficácia não demonstrada (inferior aos anticolinesterásicos)

Vit. E: poderia ser útil como coadjuvante

Selegilina: IMAO-B

Demência Vascular

Demência Vascular • AVC ou microinfartos • Mais comum em homens • 10% das demências • 20% das demências são mistas: Alzheimer + Vascular • Curso deteriorante escalonado, início abrupto • Prejuízo cognitivo desigual, sinais neurológicos focais e

transitórios • Hist. de d. vascular, d. cardíaca, hipertensão,

hipercolesterolemia, diabetes • Freq. episódios de delirium, convulsões • Dois tipos: cortical e subcortical. Subcortical: D. de

Binswanger. • Neuroimagem: atrofia assimétrica. • Trat.: controle da hipertensão, colesterol, diabetes; anti-

agregantes plaquetários, melhorar função card.

Demência alcoólica

Demência alcoólica

• 10% dos alcoolistas

• mais freq. em mulheres

• Relacionada à tiamina (def. nutricionais), TCE e disfunção de outros órgãos (fígado, pâncreas, rins)

• Atrofia principalmente frontal

• Associada a alt. org. da personalidade

PRINCIPAIS QUADROS EM PSIQUIATRIA.

Principais Causas de Incapacitação

no Mundo projetadas para 2020 (OMS)

1. Depressão Maior

2. Anemias por insuficiência de ferro 3. Quedas

4. Abuso de álcool

5. Doenças pulmonares obstrutivas crônicas 6. Transtorno Bipolar

7. Anomalias congênitas 8. Osteoartrites 9. Esquizofrenia

10.Transtorno Obsessivo-compulsivo

The global Burden of Disease: A Comprehensive Assessment of Mortality and Disability from Diseases,

injuries, and risk factors in 1990 and Projected to 2020 . Harvard School of Public Health, 1996

GONÇALVES, B. (2009) Revista do Congresso

brasileiro de Psiquiatria. São Paulo.

Dependência Química

Critérios de diagnóstico para dependência de substâncias (DSM-IV)

3 ou +

1. Tolerância

2. Abstinência

3. A substância consumida em quantidades superiores ou por um período mais longo do que se pretendia.

4. Desejo persistente ou esforços – em vão - para reduzir ou controlar a utilização da substância.

5. Dispêndio de grande quantidade de tempo em atividades necessárias à sua obtenção e utilização, bem como a recuperação dos seus efeitos.

6. Prejuízo em atividades sociais, ocupacionais ou recreativas

7. A utilização da substância é continuada apesar da existência de um problema persistente ou recorrente

Estágios do uso

Abstinência

Experimentação

Uso regular

Uso problemático

Abuso

Dependência

Abstinência secundária

Recuperação Tratamento

uso de drogas

Consequências

negativas

Uso continuado

apesar de prejuízo

Perda de controle;

Tolerância/ abstinência uso social

Knight, 1997

Dependência Química Danos Físicos

Danos Cerebrais

Danos Psíquicos

Danos Familiares

Danos Organizacionais

Danos Sociais

KAPLAN & SADOCK. (2008) Manual Conciso de Psiquiatria Clínica. Artmed

Mudar é um processo

Estágios

de Mudança (para cada

uma das drogas)

Preparação

Ação

Manutenção

Pre

Contemplativo

Contemplativo

Recaída

Ansiedade … para quê serve

Quando a ansiedade é útil?

A Ansiedade como uma emoção normal.

• A ansiedade é uma emoção normal em circunstâncias de ameaça e é considerada como fazendo parte da reação de sobrevivência evolutiva de “luta ou fuga”.

Quando a ansiedade é um problema?

Quando a ansiedade é uma emoção exagerada e não nos permite uma adaptação adequada.

Quando a ansiedade é um problema?

Quando a ansiedade é crônica e mal adaptada.

Quando a ansiedade é um problema?

Quando a é uma preocupação recorrente.

O Processo de Estresse

• O processo de estresse passa por 3 fases: alerta (alarme),

resistência e exaustão (SELYE, 1936).

• Na fase de exaustão a capacidade do indivíduo de conviver com

o estresse foi ultrapassada: associação com diversos problemas.

• É uma reação intensa de adaptação do organismo frente a

qualquer evento bom ou mal (CALAIS et al, 2003).

• Segundo Lazarus (2004) o evento entendido como estressor

depende da percepção do indivíduo como tal.

Fase de Alarme

Fase de Resistência

Fase de exaustão

O Processo de Estresse

• Segundo Lazarus (2004)

o evento entendido como

estressor depende da

percepção do indivíduo

como tal.

O Processo de Estresse

• Segundo Lazarus (2004)

o evento entendido como

estressor depende da

percepção do indivíduo

como tal.

Quando a Ansiedade é um Transtorno?

• Enquanto pode ser normal ou mesmo adaptativo ficar ansioso ao ser atacado por um mamute (ou seu equivalente na era moderna), há muitas circunstâncias nas quais a presença da ansiedade não é adaptativa e constitui um transtorno psiquiátrico.

Quando a Ansiedade é um Transtorno?

109

Depressão é normal?

110

Significados para o termo “depressão”

• O termo depressão, na linguagem corrente, tem sido empregado para designar tanto um estado afetivo normal (a tristeza), quanto um sintoma, uma síndrome e uma (ou várias) doença(s).

111

Depressão enquanto sintoma

• Enquanto sintoma, a depressão pode surgir nos mais variados quadros clínicos, entre os quais: transtorno de estresse pós-traumático, demência, esquizofrenia, alcoolismo, doenças clínicas, etc.

• Pode ainda ocorrer como resposta a situações estressantes, ou a circunstâncias sociais e econômicas adversas.

112

Depressão enquanto Síndrome

• Enquanto síndrome, a depressão inclui não apenas alterações do humor (tristeza, irritabilidade, falta da capacidade de sentir prazer, apatia), mas também uma gama de outros aspectos, incluindo alterações cognitivas, psicomotoras e vegetativas (sono, apetite).

113

Enquanto Doença

• Enquanto doença, a depressão tem sido classificada de várias formas, na dependência do período histórico, da preferência dos autores e do ponto de vista adotado.

• Entre os quadros mencionados na literatura atual encontram-se: transtorno depressivo maior, melancolia, distimia, depressão integrante do transtorno bipolar tipos I e II, depressão como parte da ciclotimia, etc.

114

TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR

Transtornos do Humor: Importância • Prevalência para o tempo de vida

• •

Depressão = 17,1% Transtorno Bipolar = 1,6%

• Risco de suicídio ao longo da vida de 15 a 19% (30 vezes maior que na população

geral)

Epidemiologia e Evolução • Transtorno Depressivo

• • • •

Idade de Início: 23 -26 anos Transtorno de fenótipo heterogêneo com curso

variável Recorrente em 60% dos casos

Distribuição entre os sexos: Masc : Fem = 1:2

O TRANSTORNO BIPOLAR: MANIA E DEPRESSÃO

122

Significados para o termo “mania”

• O termo mania é popularmente entendido como tendência a fazer várias vezes a mesma coisa;

• Mania em psiquiatria significa um estado exaltado de humor;

• Essa exaltação pode comparecer como uma alegria contagiante ou uma irritação agressiva.

• Junto a essa elevação encontram-se alguns outros sintomas como elevação da auto-estima, sentimentos de grandiosidade

• Pode chegar a manifestação delirante de grandeza considerando-se uma pessoa especial, dotada de poderes e capacidades únicas como telepáticas por exemplo.

127

Anorexia Nervosa

128

• Def: perda deliberada de peso (15% abaixo do esperado), preocupação excessiva com a forma e o peso.

• Hist: primeiros relatos por Morton (1689), Gull (UK, 1868) e Lasègue (França, 1873).

• Epidemiologia Mulheres jovens (5% homens). Prevalência: < 1%; incidência anual: 5 / 10 mil. Países ocidentais industrializados. Modelos e bailarinas: maior risco. Hist. obesidade anterior: 1/3 dos casos. Relação com tr. humor: hist. pessoal e familiar. Relação com tr. ansiedade: alta comorbidade com TOC, fobia social e

fobia simples.

Anorexia Nervosa

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ESSENCIAL

restrição persistente da

ingesta calórica

medo intenso de ganhar peso ou de engordar

perturbação na percepção do

próprio peso ou da própria forma

ANOREXIA NERVOSA: DSM-5

• A. Restrição da ingesta calórica em relação as necessidades, levando a um peso corporal significativamente baixo no contexto de idade, gênero, trajetória do desenvolvimento e saude fisica.

• Peso significativamente baixo e definido como um peso inferior ao peso minimo normal ou, no caso de crianças e adolescentes, menor do que o minimamente esperado.

• B. Medo intenso de ganhar peso ou de engordar, ou comportamento persistente que interfere no ganho de peso, mesmo estando com peso significativamente baixo.

• C. Perturbação no modo como o próprio peso ou a forma corporal são vivenciados, influência indevida do peso ou da forma corporal na autoavaliação ou ausência persistente de reconhecimento da gravidade do baixo peso corporal atual.

Bulimia Nervosa

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• Etimologia: bous = boi; limos = fome. • Def: ataques de hiperingestão alimentar, seguidos de

comportamento compensatório. • Hist: Binswanger (1944) relatou caso; descrição de

Russel (1979). • Epidemiologia

Mulheres jovens (em homens 10x menos comum). Comorbidade com tr. Humor e de ansiedade. Em 30% dos casos havia anorexia nervosa previamente.

Bulimia Nervosa

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• Quadro clínico

Ataques de hiperfagia (“orgias” alimentares), com sensação de perda do controle (impulsividade). Grande quantidade e rapidez. Sentimentos de vergonha ou culpa.

Comportamentos compensatórios: vômito auto-induzido (90%) [às vezes, > 10 ep./dia], laxativos, diuréticos, anorexígenos, horm. tireoidianos, enemas, jejum ou dietas, exercícios físicos.

Preocupação excessiva com peso e forma física.

BULIMIA – DSM-5

• A. Episodios recorrentes de compulsao alimentar. Um episódio de compulsão alimentar e caracterizado pelos seguintes aspectos: – Ingestão, em um periodo de

tempo determinado (p. ex., dentro de cada periodo de duas horas), de uma quantidade de alimento definitivamente maior do que a maioria dos individuos consumiria no mesmo periodo sob circunstancias semelhantes.

– Sensacao de falta de controle sobre a ingestao durante o episodio (p. ex., sentimento de não conseguir parar de comer ou controlar o que e o quanto se está ingerindo).

BULIMIA – DSM-5

• B - Comportamentos compensatorios inapropriados recorrentes a fim de impedir o ganho de peso, como vômitos autoinduzidos; uso indevido de laxantes, diureticos ou outros medicamentos; jejum; ou exercicio em excesso.

• C - compulsão alimentar e os comportamentos compensatórios inapropriados ocorrem, em media, no minimo uma vez por semana durante tres meses.

• D - A autoavaliação e indevidamente influenciada pela forma e pelo peso corporais.

• E- A perturbação não ocorre exclusivamente durante episódios de anorexia nervosa.

PSICOSES E ESQUIZOFRENIA

Sintomas Psicóticos

A psicose e uma sindrome associada a uma queixa do paciente (espontaneamente referida ou obtida mediante entrevista) de vivencias alucinatorias e/ou delirantes ou a uma observacao, feita pelo medico, de comportamentos sugestivos.

No primeiro caso, diz se que alucinacao e delirio ocorrem como sintomas. No segundo caso, como sinais.

Tambem a desorganizacao do discurso e do comportamento deve ser considerada quando do diagnostico de psicose.

Etiologia

Transtorno mental primario (como esquizofrenia)

Condicao medica geral, como traumatismo, infeccao, alteracao toxico-metabolica, epilepsia

Uso de medicacoes ou substancias psicoativas

Uma combinacao desses fatores.

Neurobiologia da psicose

• Manifestacoes psicoticas podem ser grosseiramente

explicadas por meio do que se chama hipotese

dopaminergica da esquizofrenia.

Condições neurológicas associadas à psicose

Condições Médicas Gerais Associadas à Psicose

Condições Médicas Gerais Associadas à Psicose

Substâncias Associados à Psicose

Principais Transtornos Psicóticos

Esquizofrenia;

Transtorno esquizofreniforme: quadro sintomatico equivalente a esquizofrenia, porem durando mais de um mes e menos de seis meses. Ha ainda ausencia da exigencia de declinio global no funcionamento do paciente.

Transtorno esquizoafetivo: quadro clinico no qual um episodio do humor e sintomas da fase ativa da esquizofrenia ocorrem juntos e foram precedi dos ou seguidos por pelo menos duas semanas de delirios ou alucinacoes sem sintomas proeminentes do humor.

Principais Transtornos Psicóticos

Transtorno delirante: caracteriza-se por pelo menos um mes de delirios nao bizarros sem outros sintomas da fase ativa da esquizofrenia.

Transtorno psicotico breve: perturbacao psicotica com duracao maior que um dia e menor que um mes.

Transtorno psicotico compartilhado: desenvolve-se em um individuo influenciado por outra pessoa com um delirio estabelecido e de conteudo similar.

Transtorno psicotico devido a uma condicao medica geral: os sintomas estao associados a consequencia fisiologica direta de uma condicao medica geral.

Transtorno psicotico induzido por substancia: os sintomas psicoticos sao considerados uma consequencia fisiologica direta de uma droga de abuso, um medicamento ou exposicao a toxina.

ESQUIZOFRENIA

• A esquizofrenia e um transtorno psiquiatrico grave, complexo e muitas vezes debilitante, que ocorre em cerca de 1% da população mundial'.

• Caracteriza-se por incidir predominantemente em adultos jovens, entre 20 e 30 anos.

ESQUIZOFRENIA ao longo da vida

Evolução Longitudinal

Dr. Valber Dias Pinto Médico Psiquiatra – RQE 7703

CRM-ES 6408

• Psiquiatra Titular da ABP;

• Mestre em Ciências Fisiológicas pela UFES em 2002;

• Professor Adjunto VIII da Universidade Vila Velha;

• Coordenador do Módulo de Saúde Mental e Comportamento da Faculdade de Medicina da UVV.

Dr. Valber Dias Pinto Médico Psiquiatra – RQE 7703

CRM-ES 6408

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