Biblia NT João Ferreira de Almeida 1903
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Transcript of Biblia NT João Ferreira de Almeida 1903
l^xtBtxdeb to
of ti|C
Mrs. H. S. Hunter
.7-^y(/t4>^/j-
NOVO TESTAMENTO
NOSSO SEMOR E EEDEMPTOR
JESUS CHRISTO:;^
TEADUZIDO E:I POETUGUEZ
PELO PADF.E
JOlO FEEEEIP.A D'ALIIEIDA.,
NOVA EDICAO
REVISTA E CORRECTA.
DEPOSITO: JAl^ELLAS YERDES, 32,
^y903-
LIBRARY759432
IINIVFRSITY OF TORONTO
SANTO EYAKGELHO
NOSSO SENHOR JESUS CHRISTO
SEGUNDO S. MATTHEUS.
CAPITULO I.
LIYRO da geragao deJesus Christo, filho de
David, filho d'Abrahao.2 Abrahao gerou a Isaac
;
e Isaac gerou a Jacob ; v-e
Jacob gerou a Judas e seiis
irmaos
;
3 E Judas gerou deTamar a Tares e a Zara;e Fares gerou a Esrom; e
Esrom gerou a Arao
;
4 E Arao gerou a Amina-dab; e Aminadab gerou aNaason ; e Naason gerou aSalmon
;
5 E Salmon gerou deEachab a Booz, e Boozgerou de Euth a Obed; e
Obed gerou a Jesse
;
6 E Jesse gerou ao rei
David ; e rei David geroua Salamao, da que foi mu-Iher de Urias
;
7 E Salamao gerou a Eo-boao; e Eoboao gerou aAbia ; e Abia gerou a Asa
;
8 E Asageroua Josaphat;e Josaphat gerou a Jorao ; e
Jorao gerou a Ozias
;
9 E Ozias gerou a Joa-
thao; e Joathao gerou aAchaz ; e Achaz gerou aEzequias
;
10 E Ezequias gerou aManasses ; e Manassesgerou,a, Amon; e Amongerou a Josias
;
HE Josias gerou a Je-chonias e a sens irmaos nadeporta^fio para a Babylo-nia.
12 E, depois da deporta-9ao para a Babylonia, Je-chonias gerou a Salathiel;
e Salathiel gerou a Zoro-babel
;
13 E Zorobabel gerou aAbiud ; e Abiud gerou aEliakim; e Eliakim geroua Azor
;
14 E Azor gerou a Sadoc
,
e Sadoc gerou a Achim ; e
Achim gerou a Eliud
;
15 E Eliud gerou a Elea-zar; e Eleazar gerou aMatthan ; e Matthan geroua Jacob
;
16 E Jacob gerou a Jose,
marido de Maria, da qualnasceu Jesus, que se chama
Christo.
6 S. MATTHEUS, I, II.
17 De sorte que todas as
geragoes, desde Abrahaoate David, sao quatorze
geragues; e desde Davidate a deporta(jao para a
Babylonia, quatorze gera-
<^oes; 6 desde a deporta-
^ao para Babylonia ate
o Cliristo, quatorze gera-
§oes.
18 Ora o nascimento deJesus Christo foi assim:
Estando Maria, sua mae,desposada com Jose, antes
de se ajuntarem, achou-se
gravida do Espirito Sancto.
19 Entao Jose, seu ma-rido, como era justo, e a
nao queria infamar, in-
tentou" deixal-a secreta-
inente.
20 E, projectando elle isto,
eis que n'um sonho llie ap-
pareceu um anjo do Senlior,
dizendo : Jose, filho de
David, nao temas receber a
Maria tua mullier, porqueo que n'ella esta gerado e
do Espirito Sancto
;
21 E parira um filho, e
cliamaras o seu nomeJesus 1
;porque elle salvara
o seu povo dos sens pecca-
dos.
22 Tudo isto aconteceu
para que se cumprisse o quefoi dito da parte do Senhor,
peio propbeta, que diz
:
* Q. e, Salvador.
23 Eis que a virgem con-
cebera e parira um filho, echamarao o seu nome Em-manuel, que traduzido e:
Deus comnosco. (-£«. 7.
M.)24 E Jose, despertando do
sonho, fez como o anjo doSennor Ihe ordenara, e re-
cebeu a sua mulher
;
25 E nao a conheceu ate
que deu a luz ao seu filho,
o primogenito; e poz-lhe
por nome Jesus.
CAPITULO II.
ETENDO nascido Jesusem Bethlehem de Ju-
dea, no tempo do rei
Herodes, eis-que, una ma-gos vieram do oriente aJerusalem,2 Dizendo: Onde estd a-
quelle que e nascido rei dosJudeus? porque vimos a
sua estrella no oriente, eviemos a adoral-o.
3 E rei Herodes, ouvindoistOy perturbou-se, e todaJerusalem com elle.
4 E congregados todos os
principes dos sacerdotes, e
OS escribas do povo, per-
guntou-lhes onde havia denascer o Christo.
5 E elles Ihe disseram:Em Bethlehem da Judea;porque assim esta escripto
pelo propheta
:
S. MATTHEUS, U. 7
6 E tu, Bethlehem, terra I para a sua terra por outrocaminho.13 E, tendo-se elles retira-
do, eis-que, o anjo do Se-
nhor appareceu a Jose emsonhos, dizendo: Levanta-te, e toma o meniiio e suamae, e foge para o Egypto,e demorate la ate que eu te
diga; porque Herodes hade procurar o meiiino parao matar.
14: i:., levantando-se elle,
tomou o menino e sua mae,de noite, e foi-se para oEgypto,15 E esteve la ate a morte
de Herodes, para que se
cumprisse o que foi dito
da parte do Senhor pelopropbeta que diz : Do E-gypto chamei o meu Eilho.(Eos. 11. 1.)
16 Entao Herodes, vendoque tinha sido illudido pe-los magos, irritou-se muito,e mandou matar todos osmeninos que havia emBethlehem, e em todos osseus contornos, de edade dedois annos e menos, segun-do tempo que diligeute-
mente inquirira dos magos.17 Entao se cumpriu o
que foi dito pelo prophetaJeremias, que diz
:
18 Em Kama se cuviuuma Yoz, lamenta9ao, choroe grande pranto ; Kachelchorando os seufi filhos^ e
de Judah, de modo nenhumes a menor entre as capi-
!
taes de Judah; porqne dei
ti saira o Guia que ha deapascentar o meu poYO deIsrael. (Mich. 5. 2.)
7 Entao Herodes, cha-
mando secretamente os ma-gos, inquiriu exactamented'elles dcerca do tempo emque a estrella Ihes appare-
cera.
8 E enviando-os a Beth-lehem, disse : Ide, e pergun-tae diljgentemente pelo me-nino, e, quando o achardes,
participae-m'o, para quetamlDem eu ya e o adore.
9 E, tendo elles ouvido orei, foram-se; e, eis-que, aestrella, que tinham visto
no oriente, ia adiante d"el-
les, ate que, chegando, se
deteve sobre o logar ondeestava o menino.10 E, Yendo elles a estrel-
la, alegraram-se muito comgrande alegria.
11 E, entrando na casa,
acharam o menino comMaria sua mae, e prostran-
do-se, o adoraram ; e,
abrindo os seus thesouros,Ihe offertaram dadivas
:
oiro, incenso e myrrha.12 pj, sendo por divina re-
velacao avisados em sonhosque nao voltassem por jun-to de Hercdes, partiram
8 S. MATTHEUS, U, HI.
nao quiz ser consolada, por-
que jd nao existem. {Jer.
31. 15.)
19 Morto porem Herodes,eis-que, o anjo do Senhorappareceu a Jose no Egypton'um sonho,
20 Dizendo : Levanta-te,
e toma o menino e suamae, e vae para a terra
,
d'Israel;
porqiie jd esiaoj
mortos OS que procurayama morte do menino.21 Entao elle se levanton,
e tomou o menino e sua
mae, e foi para a terra d'Is-
rael.
22 E, ouvindo que Ar-chelau reinava na Judeaem logar de Herodes, sen
pae, receiou ir para la ; masadmoestado em sonho pordivina revelacao, foi paraas partes da Galilea.
23 E cbegou, e habitonn'uma cidade chamadaNazareth, para que se cum-prisse o que fora dito pelos
prophetas: Que se chamaraNazareno.
CAPITULO ni.
Els'AQUELLES dias,
f appareceu Joao Bap-tista pregando no deserto
da Judea,2 E dizendo : Arrependei-
vos, porque e chegado oreino dos ceus
;
3 Porque e este o annnn-
ciado pelo propheta Isaias,
que disse : Yoz do que cla-
ma no deserto : preparae ocaminho do Senhor, e en-direitae as suas veredas.{Es, 40. 3.)
4 E este Joao tinha o senvestido de pellos de camelo,6 um cinto de coiro em tor-
no de sens lombos; e ali-
mentava-se de gafanhotose mel silvestre.
5 Entao ia ter com elle
Jerusalem, e toda a Judea,e toda a provincia adjacenteao Jordao,
6 E erara por elle bapti-zados no Jordao, confessan-
do OS sens peccados.
7 E, vendo elle muitosdos phariseus e dos saddu-ceus, que vinham ao senbaptismo, dizia-lhes : Ka9ade viboras, quem vos ensi-
nou a fugir da ira futura ?
8 Produzi pois fructos
dignos de arrependimento
;
9 E nao presumaes, di-
zendo para comvosco : Te-mos por pae a Abrahao;porque eu vos digo quemesmo d'estas pedras Deuspode suscitar filhos a Abra-hao.
10 E tambem agora esta
posto machado a raiz
das arvores ; toda a arvore,
pois, que nao produz bomfructo, e cortada e lanQadano fogo.
S. MATTHEUS, HI, IV.
11 E en, em verdade, yosbaptizo com agua, para o
anependimeuto ; mas a-
quelle que vem apos mim,e mais poderoso do que eu
;
cujas alparcas nao sou dig-
no de Ihe levar; elle yosbaptizara com o Espirito
Sancto, e com fogo.
12 Em sua mao tern a pa,
e iimpara a sua eira, e re-
colhera no celleiro o seu
trigo, e queimara a palhacom fogo que nunca se
apagara.13 Entao Yeiu Jesus da
Galilea a Joao, junto doJordao, para ser baptizado
por elle.
14 Joao oppunha-se Ihe,
porem, dizendo : Eu carego
de ser baptizado ]X)r ti, e
Yens tu para mim ?
15 Jesus porem, respon-
dendo, disse-lhe : Deixa poragora, porque assim nos
CAPITULO lY.
ENTAO foi levado Jesuspelo Espirito ao de-
serto, para ser tentado pelo
diabo.
2 E, tendo jejuado qua-renta dias e quarenta noites,
depois teve fome
;
3 E chegando-so a elle otentador, disse: Se tu es
Filho de Deus, mandaque estas pedras se facampaes.
4 Elle porem, respon-
dendo, disse : Esta escrip-
to : Nem so de pao Yivera
homem, mas de toda a
palaYra que sae da boca deDeus. {Deut. 8. 3.)
6 Entao o diabo o leYOU acidade eanta, e collocou-o
sobre o pinaculo do tem^jlo,
6 E disse-lhe: Se tu es
o Eilho de I)eus, lanya-te
couYem cumprir toda ai
deaquiabaixo; porque esta
justiga. Entao elle
deixou,
16 E, seudo Jesus bapti-
zado, saiu logo da agua, e
eis-que, se Ihe abriram os
ceus, e Yiu o Espirito deDeus descendo como pom-ba e Yindo sobre elle.
17 E eis-que uma yoz dosceus dizia: Este e o meuFilho amadOj em quem mecomprazo.
escripto : Que aos sens an-
jos ordenara a respeito deti ; e tomar-te-hao nas maos,
para que nunca tropeces
em alguma pedra. (Fs. 91.
11, 12.)
7 Disse-lhe Jesus: Tam-bem esta escripto : Nao ten-
taras o Senhor teu Deus{Deut. 6. 16.)
8 Novamente o levou odiabo a um monte muitoalto^ e mostrou-lhe todos
10 S. MATTHEUS, lY.
09 reinos do mundo, e a 1 to ao mar da Galilea, vin a
gloria d'elles,|
dois irmaos, Simao, chama-9 E disse-lhe : Tudo isto I do Pedro, e Andre, que
te darei se, prostrado, me ilan9avam as redes ao mar,
adorares,
10 Entao disse-lhe Jesns :
Tae-te, Satanaz, porqne|
apos mimesta escripto: Ao Senhorten Deus adoraras, e go a
elle serviras. {Deut. 6. 13.)
11 Entao diabo o de-
ixon; e, eis-que chegaramOS anjos, e o serviram,
porqne eram Pescadores
;
19 E disse-lhes: Yindee en vos farei
Pescadores de homens.20 Entao elles, deixando
logo as redes, segniram-n'o.21 E, adiantando-se d'ali,
vin OQtros dois irmaos, Thi-ago, filho de Zebeden, e
12 Jesus, porem, onvindo|
Joao, sen irmao, n'um barcoque Joao estava preso, vol-
ton para a Galilea
;
13 E deixando Xazareth,foi habitar em Capernaum,cido.de maritima, nos con-
fins de Zabnlon e Naph-tali:
com sen pae Zebeden, con-
certando as redes; e cha-mon-os
;
22 Elles, deixando imme-diatamente o barco e senpae, segniram-n'o.
23 E percorria Jesus todal-i Para que se cnmprisse ' a Galilea, ensinando nas
o que foi dito pelo propheta ! snas synagogas e pregandoIsaias, que diz
15 A terra de Zabnlon, e
a terra de Naphtali, junto
ao caminho do mar, alemdo Joidao, a Galilea dasnacSes
;
16 povo, assentado emtrevas. Tin grande Inz; e
para os que estavam as-
sentados na regiao e sombrada morte raiou a luz. (Es,
9. 1, 2.)
17 Desde entao come^onJesns a pregar, e a dizer:
Arrependei-Yos, porqne e
chegado o reino dos ceus.
18 E Jesns, andando jnn-
o Evangelho do reino, e cn-
rando todas as enfermida-des e molestias entre opovo.
24 E a sua fama correnpor toda a Syria, e traziam-Ihe todos OS que padeciam,accommettidos de varias
enfermidades e tormentos,OS endemoninhados, os In-
naticos, e os paralyticos, e
elle OS cnrava.
25 E segnia-o grande mn)-tidao de gente da Galilea,
de Decapolis, de Jerusalem,da Jndea, e d'alem do Jor-
dao.
S. MATTHEUS, Y. 11
CAPITULO Y.
E JESUS, Tendo a mnl-tidao, subiu a um
monte, e, assentando-se,
approximaram-se d'elle os
st^us discipulos
;
2 E, abrindo a sna bocca,
OS ensinava, dizendo
:
3 Bemayenturados os po-bres de espirito, porqued'elles e o reino dos ceus
;
4 BemaTenturados os quechoram, porque elles serao
consolados
;
5 Bemayenturados OS man-sos, porque elles herdaraoa terra; (Ps. 37. 11.)
6 Bemayenturados os quetem fome e sede de justi^a,
porque elles serao fartos
;
7 Bemayenturados os mi-sericordiosos, porque elles
alcan(;arao misericordia
;
8 Bemayenturados os lim-
pos de eoragao, porque elles
verao a Deus
;
9 Bemayenturados os paci-
ficadores, porque elles serao
chamados filhos de Deus
;
10 Bemayenturados os quesoffrem persegui^ao poroausa da justi^a, porqued'elles e o reino dos ceus
;
11 Bemayenturados sois
vos, quando vos injuriarem
e perseguirem, e, mentindo,fa 11arem todo mal contra
yos por minha causa.
12 Exultae e alegrae-vos,
porque e grande o vosso
,
jgalardao nos ceus; porquo! assim perseguiram os pro-! pbetas que foram antes de
I
yos.
j13 Y6s sois o sal da terra
;
se o sal for insipido, comque se ha de salgar ? paranada mais presta senao
' para se lan^ar fora, e ser
j
pisado pelos homens.
j
14 Yos sois a luz do
I
mundo : nao se pode escon-
1der uma cidade edificada
I
sobre um monte,
I
15 Xem se accende a can-deia e se colloca debaixo do
ialqueire, mas no yelador,
' e da luz a todos que estao
;na casa.
I 16 Assim resplandega a
I
yossa luz diante dos ho-! mens, para que yejam as
j
vossas obras boas, e glorifi-
;
quem a yosso Pae, que estd
nos ceus.
17 Xao cuideis que yimdestruir a lei ou os prophe-tas: nao yim a derogar,
mas a cumijrir.
18 Porque em yerdade yosdigo, que, ate que o ceu e aterra passem, nem um jota
nem um so til se omittira dalei, sem que tudo seja eum-prido.
19 Qualquer pois queyiolar um d'estes maispequenos mandamentos, e
assim ensinar aos homens,sera chamado o menor no
12 S. MATTHEUS. V.
reino dos cens ; aquelle
porem que os cumprir e
ensinar, sera cliamadogrande no reino dos ceus.
20 Porqne vos di.eo qne,
se a vossa justiga nao exce-
der a dos escribas e pliari-
seus, de modo nenbnmentrareis no reino dos ceus,
que de maneira nenhumasairas d'ali emquanto naopagares o ultimo ceitil.
27 Ouvistes que foi dito
aos antigos : Kao adultera-ras. (Ex. 20. U.)28 Eu Yos digo porem que,
qualquer que attentar n'uma mulber para a cobinar,
tenu com ella.
I
29 Portanto se o ten olbo
j
direito te escandalizar,
Ian-anca-o e atira-o para
21 Ouvistes que foi dito'ja em sen coragao adulaos antigos: Xao mataras;mas qualquer que matarsera reo de juizo.
22 Eu Tos digo porem que,
qualquer que, sem motivo,jlon^;e de ii, pois te e melhor
66 encolerisar contra seu 'que se perca um dos teus
irmao, sera reo de juizo;|
membros, do que todo o teue qualquer que disser a seu
;
corpo seja lan^ado no in-
irmao : Piaca, se-a reo do - ferno.
synbedrio;
qualquer que 1 30 E se a tua mao direita
Ihe disser : Louco, sera reo 1te escandalizar, corta-a, e
do fogo do inferno.
23 Portanto, se trouxeres
atira-a para longe de ti, por-
que te e melbor que um dosa tua offerta ao altar, e abi , teus membros se perca, dote lembrares que teu irmaotern alguma coisa contra ti,
24 Deixa ali diante doaltar a tua offerta, e vae,
que todo o teu corpo seja
lan^ado no inferno.
31 Tambem foi dito:
Qualquer que deixar suareconcilia-te primeiro com
\
mulber, de-lbe carta deteu irmao, depois vem e
appresenta a tua offerta.
2d Concilia-te depressa
com teu adversario, em-quanto estas no caminbocom elle, para que nao
desquite. (DeuL 24. 1.)
32 Eu porem vos digo,
que qualquer que repudiarsua mulber, sem ser porcausa do fornicaQao, faz
que ella adultere; e qual-
aconte^a que o adversarioj
quer que casar com a repute entregue ao juiz, e o juiz
te entregue ao ministro, e
te encerrom na prisao.
diada adultera.
33 Outrosim, ouvistes quefoi dito aos antigos: Nao
26 Em \eriade te digoj
perjuraras, mas cumpriras
S. MATTHEUS, Y, YI, 13
teus juramentos ao Senhor.|
43 Ouvistes que foi dito
:
{Lev. 19. 12; Z>ew^. 23. 23.)i
Amaras o teu proximo, e
34 EuYOsdigo, porem,quei aborreceras o tc-u inimigo.
de maneira nenhnma jureis:
nem pelo ceu, porque e othrono de Deus
;
35 Nem pela terra, porqnee o escabello de seus J)Gs;
nem por Jerusalem, por-
que e a cidade do grandeEei;
44 Eu Tos digo, porem :
Amae a vossos inimigos,bemdizei os que vos maldi-zem, fazei bem aos que yosodeiam, e orae pelos queYOS maltratam e yos perse-guem;45 Para que sejaes filhos
36 Nem juraras pela tua de yosso Pae que tstd noscabe^a, porque nas podes
\
ceus;porque faz que o seu
fazer um cabeilo branco ou\
sol se levante sobre os mauspreto.
I
e os bons, e a chuYa desga37 Seja porem o vosso sobre os justos e injustos.
fallar : Sim, sim : Nao, ! 46 Pois, se amardes os
nao; porque o que passa que YOsamam,que galardaod'isto e de procedencia
j
havereis ? nao fazem os
maligna. I publicanos tambem o mes-!mo?47 E, Be Baudardes
38 OuYistes que foi dito :
Olho por olho, e dente pordente. {Ex. 21. 24; Lev.
24.20; Deut 19.21.)
39 Eu vos digo, porem,que nao resistaes ao mal
; i
mas 66 qualquer te bater
uni-camente os yossos irmaos,que fazeis de mais? naofazem os publicanos tam-bem assim ?
48 Sede yos pois, perfei-
tos, como e perfeito vossoPae, que esta nos ceus.
na face direita, offerece-Uie
tambem a outra
;
40 E ao que quizer plei-
tear comtigo, e tirar-te o <^aii±lijU vi.
Yestido, larga-lhe tambem IpUAEDAE-YOS de fa-
a capa; |
VJ zer a Yossa esmola41 E se qualquer te obri- ' diante dos homens, para
gar a caminhar uma millia,|
serdes Yistos por elles :
Yae com elle duas.j
alias nao tereis galardao
42 Da a quem te pedir, e ijunto de yosso Pae, que
nao te deSYies d'aquelle|
esfd nos ceus.
que quizer que Iho empres- 2 Quando pois deres Ga-
tes. I mola, nao fa^as tocar trom-
14 S. MATTHEUS, YI.
beta adiante de ti, comofazem os hypocritas nassynagogas e nas ruas, paraserem glorificados pelos
homens. Em verdade vosdigo, que ja receberam osen galardao.
3 Mas qnando tu deres
esmola, nao saiba a tuarriao esqnerda o que faz a
tua direita
;
4 Para que a tua esmolaseja dada occultamente : e
teu Pae, que ve em segredo,
te recompensara publica-
raente.
5 E quando orares, naosejas como os hypocritas
;
pois se comprazem em orar
em pe nas synagogas, e as
esquinas das ruas, paraserem yistos pelos homens.Em verdade vos digo queja receberam o seu galar-
dao.
6 Mas tu quando orares,
entra no teu aposento, e,
fechando a tua porta, ora ateu Pae que estd em occulto
;
6 teu Pae, que ve secreta-
mente, em publico te recom-pensara.
7 E, orando, nao useis pa-lavras vas, como os gentios,
que pensam que por muitofallar, serao ouvidos.
8 Nao vos assimilheis pois
a elles;que vosso Pae sabe
o que vos e necessario,
antes de vos Ih'o pedirdes.
9 Portanto, vos orareip
assim: Pae nosso, que es-
ids nos ceus, sanctificado
seja o teu nome
;
10 Venha o ten reino,
seja feita a tua vontade,assim na terra como no ceu
;
11 pao nosso de cadadia nos da hoje
;
12 E perdoa-nos as nossasdividas, assim como nosperdoamos aos nossos de-vedores
;
13 E nao nos induzas atenta^ao ; mas livra-nos domal
;porque teu e o reino,
e o poder, e a gloria, parasempre. Amen.14 Porque se perdoardes
aos homens as suas offen-
sas, tamben vosso Paecelestial vos perdoara avos;
15 Se, porem, nao perdoar-des aos homens as suasoffensas, tamben vossoPae vos nao perdoara as
vossas offensas.
16 E, quando jejnaes,
nao vos mostreis contrista-
dos como OS hypocritas;porque desfiguram os seusrostos, para aos homensmostrarem que jejuam.Em verdade vos digo queja receberam o seu galar-
dao.
17 Porem tn, qnando je-
juares, unge a tua cabega,
e lava o teu rosto.
S. MATTHEUS, YI. 15
18 Para nao parecer aoshomens que jejuas, mas a
ten Pae, que estd occulto;
e teu Pae que ve occulto,
t« recompensara em pub-lico.
19 Nao ajunteis thesoiros
na terra, onde a tra^a e aferrugem tudo consome, e
onde OS ladroes minam e
roubam
;
20 Mas ajuntae thesoiros
no ceu, onde nam a tra^a
nem a ferrugem corrompe,e onde os ladroes nao mi-nam nem roubam.21 Porque aonde estiyer oosso thesoiro, ahi estara
tambem o vosso coragao.
22 A candeia do corpo eo olbo; de sorte que, se oteu olho for bom, todo oteu corpo tera luz
;
23 Se porem o teu olhofor mau, o teu corpo sera
tenebroso. Se portanto aluz que em ti ha sao trevas,
quao grandes serao as tre-
vas!
24 Niiiguem pode servir
a dois senhores;porque ou
ha de odiar um e amar ooutro, ou se dedicara a ume desprezara o outro. Naopodeis servir a Deus e amammon .1
25 Por isso vos digo:Nao andeis cuidadosos
* Ouj as riquezas.
emquanto a vossa vida,pelo que haveis de comerou pelo que haveis de be-ber ; nem emquanto aovosso corpo, pelo que haveisde vestir. Nao e a vidamais que o mantimento, e
o corpo mais que o vestido ?
26 Olhae para as aves doceu, que nem semeiam,nem segam, nem ajuntamem celleiros; e vosso Paecelestial as alimenta. Naotendes tos muito mais va-lor do que ellas ?
27 E qual de vos podera,com todos OS sens cuidados,accrescentar um covado asua estatura ?
28 E emquanto ao vesti-
do, porque andaes solicitos ?
Olhae para os lirios docampo, como elles crescem
:
nao trabalham nem fiam
;
j
29 E eu vos digo, que nemmesmo Salamao, em todaa sua gloria, se vestiu como
j
qualquer d'elles.
I
30 Pois se Deus assimenfeita a herva do campoque hoje existe, e amanhae lan^ada no forno, nao vosvestird muito mais a v6s,homens de pouca fe ?
31 Nao andeis pois inqui-etos, dizendo : Que comere-mos, ou que beberemos, oncom que nos vestiremos ?
32 Porque todas estascoisas OS gentios que pro-
16 S. MATTHEUS, YI, Vn.curam, pois vosso Paecelestial bem sabe quenecessitaes de todas estas
coisas
;
33 Mas buscae primeiroreino de Deus, e a sua
justiga, e todas estas coisas
vos serao accrescentadas.34 Nao vos inquieteis
pois pelo dia d'amanha,porque o dia d'amanha cui-
dara de si mesmo. Basta acada dia o seu mal.
^CAPITULO vn.
NAO julgueis, para quenao sejaes julgados
;
2 Porque com o juizo comque julgardes sereis jul-
gados, e com a medidacom que tiverdas medidohao de medir para tos.
3 E porque reparas tu noargueiro que estd no olhodo ten irmao, e nao ves atrave que estd no teu olho ?
4 Ou como diras a teuirmao: Deixa-me tirar oargueiro do teu olho ; e,
eis uma trave no teu olho ?
5 Hypocrita, tira primeiroa trave do teu olho, e entaocuidaras em tirar o argueirodo olho do teu irmao.
6 Nao deis aos caes ascoisas sanctas, nem deiteis
aos poreos as vossas pero-las, nao eeja caso que as
pizem com os pes, e, vol-
tando-se, vos despedacem.
7 Pedi, e dar-se-vos-ha
;
buscae, e encontrareis
;
batei, e abrir-se-vos-ha.
8 Porque, aquelle quepede, recebe ; e o que bus-ca, encontra; e au que bate,
se abre.
9 E qual d'entre vos e
o homem que, pedindo-lhepao o seu filho, Ihe darauma pedra ?
10 E pedindo-lhe peixe,
Ihe dara uma serpente ?
11 Se vos, pois, eendomaus, sabeis dar boas coi-
sas aos vossos filhos, quan-to mais vosso Pae, que estd
nos ceus, dara bens aosque Ih'os pedirem ?
12 Portanto, tudo o quevos quereis que os homensvos fagam, fazei-lh'o tam-bem vos, porque esta e alei 6 OS prophetas.
13 Entrae pela porta es-
treita;
porque larga i aporta, e espagoso o caminhoque conduz a perdi^ao ; e
muitos sao os que tntrampor elle
;
14 Porque estreita e a
porta, e apertado o caminhoque leva a vida, e poucoaha que.o encontrem.15 Acautelae-vos porem
dos falsos prophetas, queveem para vos vestidos comoovelhas, mas interiormente
sao lobos devoradores.
16 Por sens fructos os
S. MATTHEUS, YII, Vni. 17
conliecereis, Forventura\25 E desceu a chuva, e
colhem-se nvas dos espi- ' correram rios, e assopraramnheiros, ou figos dos abro- ventos, e combateram a-
Ihos ? qnella casa, e nao caiu, por-17 Assim, toda a arrore que estava edificada sobre
boa produz bons fructos, a rocha.
e toda a arvore ma produz I 26 E aquelle que onvefructos maus.
,estas Ujiuhas palavra.^, e
18 Nao pode a arvore boa as nao executa, comparal-dar maus fructos ; uem a ' o-hei ao homem inseusato,arvore ma dar fructos bons. que edificou a sua casa19 Toda a arvore que n3o sobre a areia;
da bom fructo, corta-se e
lau^a-se no fogo.
27 E desceu a chuva, ecorreram rios, e assopra-
20 E, assim, pelos seus i ram ventos, e combateramfructos OS conliecereis. aquella casa, e caiu, e foi
21 Nem todo o quo me i grande a sua quedadiz : Senhor, Senhor ! en- 1 28 E aconteceu que, con-trara no reino dos ceus, '
cluindo Jesus este discurso,mas aquelle que faz a von- a multidao se admirou datade de meu Pae, que estd
j
sua doutrina,nos ceus.
j29 Porque os ensinava
22 Muitos me dirao n*a-\
como tendo auctoridade, equelle dia : Senhor, Se-
j
nao como os escribas.
nlior,naoprophetizamosn6s ^^em teu nome ? e em teu CAPITTJLO Vlil.
nome naoexpulsamosdemo- ;"p DESCEXDO elle donios ? e em teu nome nao ,
J-J monte, seguiu-o umafizemos muitas maravilhas ?
' grande multidao
;
23 E entao Ihes direi j 2 E, eis-que vein um le-
abertamente : Nunca vos;
proso, e o adorou, dizendo
:
conheci : apartae-vos de\Senhor, se tu queres, podes
mim, vos que obraes e ini-
quidade.24 Todo aquelle, pois, que
escuta estas minhas pala-vras e as pratica, assimi-Ihal-o-hei ao homem pru-dente, que edificou a suacasa sobre a rocha
;
purificar-me.
3 E Jesus, estendendo amao, tocou-o, dizendo
:
Quero: se puro. E logoficou puriScado da lepra.
4 Disse-lho entao Jesus:Olha nao o digas a alguem,mas vae, mostra-te ao
18 S. MATTHEUS, VIII.
sacerdote, e apresenta a
oflferta que Moyses determi-
aou, para Ihes dar teste-
munho. (Lev. U. 3, 4, 10.)
5 E, entrando Jesus emCapernaum, chegou junto
d'elle um centuriao, rogan-do-lhe,
6 E dizendo: Senhor, o
meu creado jaz em casa
paralytico, e violentamente
atormentado.7 E Jesus Ihe disse: Eu
irei, e Ihe darei saude.
8 E o centuriao respon-
dendo, disse: Senhor, naosou digno de que entres
debaixo do meu telhado,
mas dize somente umapalavra, e o meu criado
sarara;
9 Pois tambem eu sou
homem sujeito ao poder, e
tenho soldados as minhasordens; e digo a este:
Vae, e elle vae ; e a outro
:
Vem, e elle vem ; e ao meucreado : Faze isto, e elle o
faz.
10 E maravilhou-se Jesus,
o-uyindo isto, e disse aos
que o seguiam: Em ver-
dade vos digo que nem emIsrael encontrei tanta fe.
11 Mas eu vos digo, quemuitos viruo do oriente e
do occidente, e assentar-
se-liao a mesa com Abra-hao, e Isaac e Jacob, noreino dos ceus
;
12 E OS filhos do reinoserao langados nas tre-
vas exteriores: ali haverapranto, e ranger de denies.13 Entao disse Jesus ao
centuriao : Vae, e, comocreste, te seja feito. En'aquella mesma hora o sencreado sarou.
14 E Jesus, entrando emcasa de Pedro, viu a sograd'este jazendo com febre,
15 E tocou-lhe na mao, ea febre a deixou; e levan-tou-se, e servia-os.
16 E chegada a tarde,
trouxeram-lhe muitos ende-moninhados, e com a pa-lavra expulsou d'elles osespiritos malignos, e curoutodos OS que estavam en-fermos
;
17 Para que se curaprisse
que fora dito pelo pro-pheta Isaias, que diz
:
Elle tomou solre si as nos-sas enfermidades, e levonas nossas doengas. (Es. 63.
4.)
18 E Jesus, vendo emtorno de si uma grandemultidao, ordenou que pas-
sassem para a banda d'a-
lem;19 E aproximando-se (fcZ-
le um escriba, disse-lhe:
Mestre, aonde quer quefores, eu te seguirei.
20 E disse Jesus: Asraposas teem sews covis, e as
S. MATTHEUS, Yin, IX.
&ve8 do ceu teem sens ni-
nhos ; mas o Filho do homemnao tern onde reclinar a
cabe^a.
21 E outro de sens disci-
puJos, Ihe disse: Senbor,
permitte-me que primeiro
va sepultar men pae.
22 Jesus porem disse-lhe
:
Segue-me, e deixa aos mor-tos sepultar os seus mortos.
23 E, entrando elle nobarco, seus discipulos o
seeuiram
;
24 E, eis-que, no mar se
levantou uma tempestadetao grande, que o barco era
coberto pelas ondas;porem
elle estava dormindo.25 E OS seus discipulos,
aproximando-se, o desper-
taram, dizendo : Senhor,ealva-nos, que perecemos.
26 E elle disse llies : Por-que temeis, homens depouca fe? Entao, levan-
tando-se, reprehendeu os
ventos e o mar, e seguiu-se
uma grande bonanza.27 E aquelles homens se
19
porguem podia passaraquelle caminlio.
29 E, eis-que clamaramdizendo : Que temos noscomtigo, Jesus Filho deDeus ? Yieste aqui a ator-
mentar-nos antes de tempo?30 E andava pastando
distante d'elles uma mana-da de muitos porcos.
31 E OS demonios roga-
ram Ihe, dizendo: Se nosexpulsas, permitte-nos queentremos n'aqueila manadade porcos.
32 E elle Ihes disse : Ide.
E, saindo elles, se introdu-
ziram na manada dos por-
cos ; e, eis-que toda aquella
manada de porcos se pre-
cipitou no mar por umdespenhadeiro, e morreramnas aguas.
33 E OS porqueiros fugi-
ram, e, chegando a cidade,
divulgaram todas aquellas
coisas, e o que acontecera
aos eridemoninhados.34 E eis-que toda aquella
cidade saiu ao encontro demarayilharam, dizendo :
[
Jesus, e, vendo-o, rogaram-Quem e este, que ate os
ventos e o mar Ihe obede-
cem?28 E, tendo chegado a
outra ban da, a proYincia
dos gergesenos, sairam-lhe
ao encontro dois cndemoni-nhados vindos dos sepul-
chres, tao ferozes, que nin-
Ihe que se retii'asse dos seus
termos.
CAPITULO IX.
E ENTRANDO no barco,
} passou para a outrabanda, e chegou a suacidade. E eis-que Ihe
20 S. MATTHEUS, IX.
trouxeram um paralytico
deitado n'wma cama.2 E Jesus, yendo a sna fe,
disse ao paralytico : Filho,
tern bom animo, perdoa-
dos te sao os tens peccados.
3 E eis-que algnns dosescribas diziam entre si
:
Elle blasphema.4 Mas Jesus, conbecendo
OS sens pensamentos, disse
:
Porque ajuizaes mal emvossos coragSes ?
5 Pois qual e mais facil
dizer: Perdoados te sao osteus peccados ; ou dizer
:
Levanta-te e anda ?
6 Ora, para que saibaes
que Filho do homem tern
na terra auctoridade paraperdoar os peccados, (disse
entao ao paralytico): Le-vanta-te ; toma a tua cama,e Tae para tua casa.
7 E, levantando-se, foi
para sua casa.
8 E a multidao, vendo istOy
maravilbou-se, e glorificou
a Deus, que dera tal aucto-ridade aos bomens.9 E Jesus, passando
adiante d'ali, viu assentadona alfandega um homemchamado Matthens. e disse-
Ihe : Segue-me. E elle, le-
vantando-se, seguiu-o.
10 E aconteceu que, es-
tando elle em casa assen-
tado a mesa, chegarammuitos publicanos e pec-
cadores, e assentaram-sejuntamente d mesa comJesus e sens discipulos.
11 E OS pbariseus, vendoisto, disseram aos sens dis-
cipulos : Porque come ovosso mestre com os publi-canos e peccadores ?
12 Jesus porem, ouvindo,disse-lhes : Nao necessitamde medico os saos, senao osdoentes.
13 Ide porem, e aprendefo que significa : Misericor-dia quero, e nao sacrificio.
{Hos. 6. 6.) Porque en naovim para chamar os justos,
mas OS peccadores ao arre-
pendimento.14 Entao chegaram ao
pe d'ella os discipulos deJoao, dizendo: Porque je-
juamos nos e os pbariseusmuitas vezes, e os teusdiscipulos r.ao jejuam ?
15 E disse-lhes Jesus
:
Podem porventura andartristes, os filhos das bodasemquanto o esposo esta
com elles? Bias poremvirao em que Ihes seratirado o esposo, e entaojejuarao.
16 E ninguem deita re-
mendo de panno novo emvestido velho, porque si-
milhante remendo rompeo vestido, e faz-se maiorrasgao
;
17 Nem deitam vinhc
S. MATTHEUS. IX. 21
novo em odres vellios; alias
rompem-se os odres, e en-
toma-se o vinho, e os odres
estragam-se ; mas deitamvinho novo em odres novos,
e ambos se conservam.18 Dizendo-llies elle estas
coisas, eis-qne chegou umprincipal da synogoga, e
o adorou, dizendo : Minhafilha falleceu agora mesmo
;
mas vem, imp3e-llie a tuamao, e ella vivera.
19 E Jesus, levaiitando-se,
segniu-o, elle e seus discipu-
los.
20 E eis-qne nma mu-Iher que havia ja dozeannas padecia de um fluxo
de sangne, chegando pordetraz a'elle, tocou a orla
do sen vestido
;
21 Porque dizia comsigo :
Se en tao somente tocar osen vestido, ficarei sa.
22 E Jesus, To!tando-se e
vendo-a, disse : Tern animo,filha, a tua fe te salvou. Eimmediatamente a mulherficou sa.
23 E Jesns, chegando acasa d'aquelle principal, e
vendo os instrumentistas,
e o povo em alvoro(;o,
24 Disse-lhes : Eetirae-Yos, que a menina cao esta
morta, mas dorme. E riam-se d'elle.
25 E, logo que o povo foi
posto tora, entrou, e pegou-
Ihe na mao, e a meninalevantou-se.
26 E espalhon-se aqnellanoticia por todo aqueUepaiz.
27 E, partindo Jesus d'a-
! li, Beguiram-o dois cegos,
I clamando, e dizendo : Tern1 compaixao de nos, filho dei David.! 28 E, quando chegou acasa, OS cegos se aproxi-
imaram d'eiie : e Jesus dis-
I
se-lhes : Credes vos que eu
I
posso fazer isto ? Disseram-
j
Ihe elles : Sim, Senhor.
!29 Tocou entiio os olhos
I
d'elles, dizendo : Seja-
|Vos feito segundo a vossaife.
I
30 E OS olhos Be Ihes
1 abriram. E Jesus amea-
j
(^ou-os dizendo : Olhae nao
j
saiba alnuem.
I31 Mas, tendo elles saido,
I
divulgarain a sua fama i)orI toda aquella terra.
!32 E, havendo-se elles
; retirado, trouxeram-lhe umi
homem mudo e endemoni-nhado.
j
33 E, expulso o demonio,! fallou o mudo ; e a multi-
j
diio se maravilhou, dizendo:
;
Nunca tal se viu em Israel.
34 Mas OS phariseus di-
; ziam : Elle expulsa os de-
j
monios pelo principe dos:demonios.
1 35 E percorria Jesus to-
22 S. MATTHEUS, IX, X.
das as cidades e aldeias,
ensinando nas synagogasd'elles, e pregando o evan-
gelho do reino, e curandotodas as enfermidades e
molestias entre o povo.
36 E vendo a multidao,
teve grande compaixao d'el-
les, porque andavam des-
garrados e errantes, comoovellias que nao teempastor.
37 Entao disse aos sens
discipulos : A ceifa e real-
mente grande, mas poucosOS ceifeiros.
38 Eogae pois ao Senhorda seara qne mande ceifei-
ros para a sna ceifa.
CAPITULO X.
ECHAMANDO os sens
^ doze discipulos, deu-Ihes poder sobre os espiritos
immundos, para os expnl-
sarem, e curarem toda aenfermidade, e todo omal.2 Ora OS nomes dos doze
apostolos sao estes :
primeiro, Simao, chamadoPedro, e Andre, sen irmao
:
Thiago, fillio de Zebedeu, e
Joao sen irmao
;
3 Philippe e Bartholo-
men : Thome e Mathens o
pnblicano ; Thiago, filho deAlpheu, e Lebbeu, appel-
lidado Thadden
;
I4 Simao Cananita, e Jn-das Iscariotes, o mesmo queo trahin.
5 Jesus envion estes doze,e Ihes ordenon, dizendo
;
Nao ireis pelo caminho dasgentes, nem entrareis emcidade de samaritanos
;
6 Mas ide antes as ovelha?perdidas da casa d'Israel
;
7 E, indo, pregae, dizendo:!E chegado o reino dos ceus.
8 Curae os enfermos,pnrificae os leprosos, resus-
citae os mortos, expnlsaeOS demonios: de graga orecebestes, dae de gra^a.
9 Nao possnaes oiro, nemprata, nem cobre, em vossoscintos,
10 Nem alforges para ocaminho, nem duas tunicas,
nem alparcas, nem bordao
;
porque digno e o operario
do sen alimento. (1 Tim. 5.
18.)
11 E, em qualquer cidadeou aldeia em que entrardes,
procurae saber quem n'ella
seja digno, e hospedae-vosahi ate que vos retireis.
12 E quando entrardesn'alguma casa, saudae-a
;
13 E, se a casa for digna,
des9a sobre ella a vossa
paz;
porem se nao for
digna, reverta para vos avossa paz.
14 E, se ninguem vos
receiver, nem escutar vossas
S. MATTHEUS, X. 23
palavras, saindo d'aquella
casa ou cidade, sacudi o p6dos vossos pes.
15 Em verdade vos digoque, no dia do juizo, haveramenos rigor para o paiz deSodoma e Gomorrah, quepara aquella cidade.
16 Eis-que vos enviocomo ovelhas em meio delobos; portanto sede pra-dentes como as serpentes e
simplices como as pombas.17 Acautelae-vos porem
dos homens; porqne elles
vos entregarao aos synhe-drios, e vos aQoitarao nassuas synagogas
;
18 E sereis ate conduzi-
sereis por causa do mennome ; mas aquelle que per-severar ate ao fim, serasalvo.
23 Quando pois vos per-seguirem n'esta cidade,fugi para outra
;porque
em verdade vos digo queuao acabareis de jjercorrer
as cidades d'Israel, sem quevenha o Filho do homem.24 Xao e o discipulo maisque o mestre, nem o servomais que o seu senhor.
25 Baste ao discipulo ser
como seu mestre, e ao servocomo seu senhor : se cha-maram Beelsebu ao pae defamiiia, quanto mais aos
dos a presen^a dos govema-j
sens domesticos ?
dores e dos reis por causa]
26 Portanto, nao osde mim, para ser teste- ; temaes
;porque nada ha
munho a elles e aos gentios. 1 encoberto que nao haja de19 Mas quando vos en- 1 revelar-se, nem occulto,
tregarem, nao estejaes|
que nao haja de saber-se.
cuidadosos de como, ou|
27 que vos digo emque haveis de fallar, por- , trevas, dizei-o em luz ; e oque naquella mesma hora que escutaes ao ouvido,vos sera ministrado o que i pregae-o sobre os telhados.haveis de dizer. 2y E nao temaes os que20 Porque nao sols vos , matam o corpo, e nSo p>o-
que faliaes, mas o Espirito ' dem matar a alma : temeide vosso Pae, que falla em ! antes aquelle quepodefazervos.
j
perecer no inferno a alma21 E o irmao entregara a
;e o corpo.
morte o irmao, e o pae o|
29 Isao se vendem doisfilho ; e OS filhos se levan- 1 passarinhos por um ceitil ?
tarao contra os paes, e os i e nenhum d'elles caira emmatarao.
22 E odiados deterra sem a vcmiade de yosso
todos Pae.
24
30 E ate mesmo os cabel-
los da vossa cabe^a estao
todos contados.
31 Xao temaes pois : maisvaleis yos que muitos pas-sarinhos.
32 Portanto, qnalqner qneme confessar diante doshomens, eu o confessarei
diante de meu Pae, que estd
DOS ceus.
33 Poremqnalqtierqnemenegar diante dos homens,en ne.crarei tambem diante
S. ilATTHEUS, X, XI.
40 Quern vos recebe, merecebe a mim ; e quern merecebe a mim, recebeaquelle que me enviou.41 Quern recebe urn pro-
pheta em qualidade de pro-pbeta, recebera galardao depropheta ; e quem recebeum justo em qualidade dejusto, recebera galardao dejusto.
42 E qualquer que tiver
dado so que seja um copod'agua fria a um d'estes
de meu Pae, que estd nos|
pequenos, em qualidade deceus.
^ _ _ ^
jdiscipulo, em verdade vos34 Nao cuideis que vim ' digo que de modo nenhum
trazer a paza terra; nao vim;
perdera sen galardao.trazer a i^slz mas a esr ada;35 Porque eu vim por em
dissen^ao o homem contrasen pae, e a filha contra E,
CAPITULO XI.
ACONTECEU que,acabando Jesus de
sua mae, e a nora contra i dar sens preceitos aos senssua sogra
;
doze discipulos, partiu d'ali
36 E serao os inimigos do ' a ensinar e pregar nashomem os
familiares.
que sao sens
mae mais donao e dignoquem ama o filho ou a filha
mais do que a mim, nao edigno de mim.38 E quem nao toma a
Kua cruz, e segue apos demim, nao e digno de mim.39 Quem achar a sua
vida, perdel-a-ha; e quem
cidades d'elles.
2 E Joao ouvindo, no car-
feitos dedois dos
37 Quem ama o pae ou a cere, fallar dos,
que a mim, ! Christo, envioude mim ; e !
sens discipulos,
3 Dizendo-lhe : ifcs tuaquelle que havia de vir,
ou esperamos outro ?
4 E. Jesus, respondendo,disse-lhes : Tde, e annun-ciae a Joao as coisas queouvis e vedes
:
5 Os cegos veem, e osperder a sua vida por amor ' coxos andam ; os leprosos
de mim, achal-a-ha. sao purificados, e os surdos
S. MATTHEUS, XL 25
onvem; os mortos s2o re-
Buscitados, e o eTangellio
e annunciado aos pobres,
6 E bemaTenturado e
aqueUe que se nao escanda-lizar em mim.7 E, partindo elles, come-
qovL Jesus a dizer as turbas,
a respeito de Joao : Quefostes ver no deserto ? umacana agitada pelo vento ?
8 Oq que fostes ver ? umhomem ricamente vestido ?
Os que trajam ricamenteestao nas casas dos reis.
9 Ou entao que fostes
ver ? um propheta ? sim, vosdigo eu, e muito mais doque propheta
;
10 Porque e este do qnemesta escripto : Eis-queadiante da tua face envioo meu anjo, que prepararaadiante de ti o teu caminho{Mai 3. 1.)
11 Em verdade vos digoque, entre os que de mu-Iheres teem nascido, nao ap-pareceu aJguem maior doque Joao Baptista ; mas a-
quellegif€ e o menornoreinodos ceus e maior do que elle.
12 E, desde os dias deJoao Baptista. ate agora, se
faz violencia ao reino dosceus, e os violentos se apo-deram d'elle.
13 Porque tcdos os pro-phetas e a lei prophetiza-ram ate Joao.
14 E,sequereisdarcr6dito,e este o Elias que havia devir.
15 Quem tem ouvidospara ouvir oi^a.
16 Mas a quem as?=,imi-
Iharei esta geracao ? E si
milhante aos meninos quese assentam nas pra(;as, e
clamam aos sens compa-nheiros,
17 E dizem. : Tocamos-vosflauta, e nao dan^astes
:
cantamos-vo3 lamentac^oes,
e nao pranteastes.
18 Pois veiu Joao, naocomendo nem bebendo, e
dizem : Tem demonio :
19 Veiu oFilho doHomem,comendo e bebendo, e di-
zem: Eis-ahi um homemcomilao e beberrao, amigode publicanos e peccadores.Mas a sabedoria e justifi-
cada per sens filhos.
20 Entao comerou elle alan^ar em rosto as cidades
onde se operou a maiorparte dos sens prodigios onao sehaverem arrependido,dizendo
:
21 Ai de ti, Corazin ! ai
de ti, Bethsaida I porque, se
em Tyro e em Sidonfossemfeitos OS prodigios que emvos se fizeram, ha muitoque se tcriam arrependido,com sacco e com cinza.
22 Porem eu vos digo quehavera mcnos r-gor jxira
26 S. JIATTHEUS, XI, Xll.
Tvro e Sidon, no dia dojuizo, que para tos.
23 E tu, Capernanm, quete ergues ate os ceus, seras
abatida ate os infernos;
j
porque, se entre os de So-j
doma fossem feitos os pro-
:
digios que em ti se fizeram,j
teriam permanecido atej
hoje.I
24 Porem en vos digo que \
havera nienos rigor para os'
de Sodoma, no dia do jnizo,j
qne para ti. !
25 X'aquelle tempo, res-
'
pondendo Jesns, disse
:
Gramas ta don, 6 Pae, Se-i
nhor do ceu e da terra, qne|
occnltaste estas coisas aosj
sabios e intelligentes e as
'
revelaste aos meninos.j
26 Sim, 6 Pae, porqne \
assim te apronve.i
27 Todas as coisas me
:
foram entregnes por men!Pae ; e ningnem conliece o
!
Filho tsenao o Pae, e nin-
!
gnem conhece o Pae senao >
o Fiiiio e aqnelle a qnemjo Filho o quizer revelar.
j
28 Yinde a mim todosOS qne estaes canc^ados e I
cpprimidos, e en vos alli-i
viarei.|
29 Tomae sobre vos oj
men jngo, e aprendei de|
mim, quo son manso e hn-j
milde de cora(;ao ; e encon-trareis descango para as
vos£as almas.
30 Porqne o men jngo e
suave e o men fardo e leve.
CAPITULO XII.
\rAQUELLE tempoi-N passon Jesns pelassearas, em nm sabbado;e OS sens discipnlos tinhamfome, e comegaram a colherespigas e a comer.2 E OS phariseos, vendo
isto, disseram-lhe : Eis-qneOS tens discipnlos fazem oqne nao e licito fazer n'umsabbado.3 Elie, porem, Ihes disse :
Nao tendes lido o qne fez
David quando teve fome,elle e os qne com elle tsta-
vamf4 Como entron na casa de
Dens, e comen os paes daproposigao, qne Ihe nao eralicito comer, nem aos qnecom elle estavam, mas soaos sacerdotes ? (1 Sam. 21.
6.)
6 On nao tendes lido nalei que aos sabbados ossacerdotes violam o sab-
bado no templo e licam hemculpa V
6 Pois en vos digo qneesta aqni uin maior que otemplo.7 Mas, se vos sonbesseis oque significa : Misericordia
quero, e nao sacrificio (Ose.
6. 6.) nao condemnarieis osinnocentes.
S. MATTHEUS, XIL 27
8 Porque o Filho do ho;
que escollii. o meu amado,mem ate do sabbado e Se-
j
em quern a minha abna se
nhor. compraz : porei sobre elle o9 E, partindo de alii, che- 1 meu espiiito, e annunciaragou a synagoga d'elles.
10 E estavaaili um homemaos gentios o julzo.
19 Nao contendera, nemque tinha uma das maos
|
clamara nem alguem ouTi-
mirrada; e elles, para o
accusarem. o interrogaram,ra pelas ruas a sua toz
;
20 Nao esma!:rara a canadizendo : !£ licito curar nos
|
quebrada, e nao apagara omurrao que fumega, ate quefa^a triumpbar o juizo
;
21 E no seu noma os gen-
sabbados.11 E elle Ihes disse : Qual
de entre vos sera o homemque tenha uma OYelha, e, se
;tios esperarao.
n'um sabbado a tal ovelha I 22 Trouxeram-lhe entaocair n'uma coya, nao lance . um endemoninhado cego e
mao d'ella, e a levante ?
12 Pois quanto mai3 vale
um homem do que uma ove-
lha? E,porconsequencia, li-
cito fazer bem nos sabbados.
mudo; e de tal modo ocurou que o cego e mudofallava e via.
23 E toda a multidao se
admirava e dizia: Nao e13 Entao disse aquelle este o Filho de David ?
homem : Estende a tua ! 2i Mas os phariseos, ou-mao. E elle a estendeu, e I vindo isto, diziam: Este naoficou sa como a outra. expulsa OS demonics senao14 E OS phariseos, tendo per Beelzebii, principe dos
saido, formaram conselho,
demonios.25 Jesus, porem, conhe-
cendo os sens pensamentos,disse-lhes : Todo o reino
contra elle, para o matarem,|
15 Mas, sabendo-o, re-
1
tirou-se d'alli, e acompa-\
nhou-o uma grande multi-j
dividido contra si mesmoe devastado, e toda a ci-
dade, ou casa, divididadao de gente, e eUe os curoutodos.
16 E recommendava-lhes|contra si mcsma nao sub-
rigorosamente que o naomanifestassem,
17 Para que se cumprisseo que fora dito pelo pro-phets Isaias, que diz
:
18 Eis-aqui o meu servo,
sistira.
26 E, se Satanaz expulsaa Satanaz, esta divididocontra si mesmo; como sub-sistira, pois, o seu reino ?
27 E, se eu expulso os d*-
S. MATTHEUS, XII.
DiOnios por Beelzebu, porqiiein OS expiilsam entao os
vossos filhos ? Portanto elles
mesmos serao yossos jiiizes.
28 Mas, se eu expulso os
demonios pelo Espirito deDeiis, e consegn internentechegado para yos o reino
de Dens.29 On, como pode algnem
entrar em casa do liomemYalente, e fnrtar os sensvasos, se primeiro nao ma-niatar o Yalente, e entaosaqnear a sua casa ?
30 Quern nao 8 commigo e
contra mim, e quern commi-go nao ajunta espalha.
31 Portanto eu yos digo
:
Todo o peccado e blasphe-
mia se perdoara aos ho-
mens, porem a blaspliemia
contra o Espirito nao seraperdoada aos homens.32 E, £e qnalquer fallar
alguma pala\Ta contra orilho do liomem, ser-lhe-lia
perdoado, mas, se algnemfallar contra o EspiritoSancto, nao Ihe sera per-
doado, nem n'este seculonem no future.
33 On fazei a arvore boa e
o sen fructo bom, on fazei
a arvore ma e o fructo
man; porqne pelo fructoi-e conliece a arvore.
34 Pva^a de Yiboras, comopodeis vos dizer boas coi-
tasj sendo mans? }X)is da
abundancia do coragao falla
a bocca.
35 homem bom tira
boas coisas do tbesonro doseu corac^ao, e o homemman do man thesouro tira
cohas mas.86 Mas en vos digo que de
toda a palavra ociosa queOS homens disserem hao dedar conta no dia do juizo.
37 Porqne por tuas pala-
vras seras justificado e portuas palavras seras condem-nado.38 Entao algnns dos es-
cribas e dos phariseos to-
maram a palavra, dizendo
:
Mestre, qnizeramos ver datua parte algum signal.
39 Mas elle Ihes respon-
den, e disse : A gera^ao mae adnltera pede um signal,
porem nao se Ihe darasenao o signal do pro-
pheta Jonas
;
40 Pois, como Jonas esteve
tres diasetres noitesnoven-tre da baleia, assim estara
oFilho do homem tres dias e
tres noites no seio da terra.
41 Os ninivitas resnrgi-
rao no juizo com esta gera-
(jao, e a condemnarao, por-
qne se arrependeram com!a pregagao de Jonas. Eeis-qne mais do que Jonasesta aqni.
42 A rainha do meio-dia
se levantara no dia do juizo
S. ilATTHEUS, XII, XIII. 29
que e>ita nos ceus este e
meu irinao, e irma e mae.
com esta gera^ao, e a con-| 50 Porque qualquer que
demnara, porque Teiu dos fizer a vontade de meu Paeconfius da terra a ouvir a
sabedoria do Salomao. Eeis-qu9 mais do que Salo-
mao estd aqui.
43 E quando o espirito
iminuiido tern saido do ho-mem anda por logares E
CAPITULO xin.JESUS, tendo saidode casa n'aquelle dia,
aridos, buscando repouso, e estava assentado junto aomar;2 E ajuntou-se mnita
gente ao pe d'elle, de sorte
que, entrando n'um barco,
S8 assentou ; e toda a mul-tidao estava em pe na
nao encontra
;
44 Entuo diz : Yoltarei
para a minha casa, de ondesahi. E, voltando, acha-adesoccupada, yarrida e a-
domada.45 Entao vae e leva com-
i
praia.
sigo outros sete espiritos
peiores do que elle, e, entran-
do, habitam alU : e sao os
ultimos ados d'esse homempeiores do que os primeiros.
Afisim acontecera tambema esta ma geraf;ao.
3 E fallou-lhe de muitascoisas por ij^^^^o^iis, di-
zendo : Eis-que o semeadorsain a semear.4 E, quando semcaya,uma parte di semente caiu
i
ao pe do caminho, e vieram46 E, fallando elle ainda ' as aves, e comeram-n'a
;
a muJtidao, eis-que estavamfora sua mae e sens irmaos,pretendendo fallar-lhe.
47 E disse-lhe alguem:Eis-que estao alii fora tua funda
;
5 E outra ^jar^e caiu empedregaes, onde nao haviaterra bastante, e logo nas-
ceu, porque nao tinlia terra
mae e tens irmaos, quequerem fallar-te.
48 Porem elle, responden-do, disse ao que Ihe fallara
Quem e minha mae?quem sao mens irmaos ?
49 E, estendendo a suamao para os sens discipulos,
disse : Eis-aqui minha maee meus irmaos
;
G Mas, vindo o sol, quei-
mou-se e seccou-se, porquenao tinha raiz.
7 E outra caiu em espi-
e '. nhos, e os espiuhos cresce-
ram e sulfocaram-n'a.
8 E outra caiu em boaterra, e deu fructo: umgydo produziu cem, outro
1 sessenta, e outro trinta.
B2
so S. MATTHEUS, XHI.
9 Quern tern ouvidos paraj
veem, e os vossos ouvidos.ouvir, OK^a.
10 E, acercando-se d'elle
OS discipulos, disseram-lbe
porqne ouvem.17 Porque em verdade vos
digo que muitos prophetasPorque Ihes failas por pa-
;ejustosdesejaramyer oqneTos vedes, e nao o viram,e ouvir o que yos ouyis, e
rabolas ?
11 E elle, responden-
do, disse-lhes : Porque a nao o ouviram.YOS e dado conhecer os i 18 Escutae vos, pois, a pa-mysterios do reino dos
j
rabola do semeador.
ceus, masdado;12 Porque aquelle que
|
tendendo, Yem o maligno,tem se dara e tera em e arrebata o que foi se-
abundancia, mas aquelle|
meado no seu coracao ; este
que nao tem ate aquillo , e o que foi semeado ao pe
elles nao e |19 Ouvindo alguem a pa-
lavra do reino, e nao a en-
que tem sera tirade.
13 Por isso llies fallo porparabolas
;porque elles,
Yendo,nao veem, e, ouvindo,
nao ouvem nem compre-hendem.
do caminho
;
20 Porem o que foi semea-do em pedregaes e o queouve a palavra e logo arecebe com alegria
;
21 Mas nao tem raiz em14 E n'elles se cumpre a ; si mesmo, antes e temporao
;
prophecia de Isaias, quej
e, cliegada a angustia e adiz : Ouvindo, ouvireis, persegui^ao por causa damas nao compreliendereis,
6, vendo, vereis, mas naopercebereis.
15 Porque o corac^ao
d'este povo esta endurecido,
palavra, logo se offende;
22 E o que foi semeadoem espinhos e o que ouvea palavra, mas os cui-
dados d'este mundo e a
e ouviram de mau grado|
seducgao das riquezas suf-
com sens ouvidos, e fecba- 1 focam a palavra, e fica in-
ram sens olhos; para que fructifera;
nao vejam com os olhos, e 23 Mas o que foi semeadooicam com os ouvidos, e , em boa terra e o que ouveco'mprehendam com o cora- 1 e comprehende a palavra
;
(jao, e se convertam, e eu i e da fructo, o um produzOS cure. cem, outro sessenta, e outro
16 Mas bemaventuradosI
trinta.
08 vossos olhos, porque! 2i Propoz-lhes outra pa-
S. ilATTHEUS, XIU.
rabola, dizendo: reino
do8 ceus e similliante aohomem que semeia boa se-
mente no sen campo
;
25 Mas, dormindo os ho-
mens, veiu o seu immigo e
semeon joio no meio dotrigo, e retiron-se.
26 E, quando a heryajresceu e fructincou, appa-receu taml>em o joio.
27 E OS eerros do pae defamilia, indo ter com tile,
disseram-llie ; Senhor, naosemeaste tu no teu campoboa semente ? Porque tern
entao joio ?
28 E elle Ihes disse : Umhomem inimigo e que fez
isso. E OS BerYos the dis-
seram: Queres, pois, quevamos colhel-o ?
29 Porem elle Ihes disse
:
Nao;para que, ao collier o
joio, nao arranqueis tambemo trigo com elle.
30 Deixae crescer ambosjuntos ate a ceifa; e, poroccasiao da ceifa, direi aos
ceifeiros: Colhei primeiroo joio, 6 atae-o em molhospara o queimar; mas otrigo ajuntae-o no meu cel-
leiro.
ul Outra parabola Ihes
propoz, dizendo : reinodos ceus e similhante aograo do mostarda que o
32 Que e realmente a
mais pequena de todas as
sementes; mas, crescendo,
e a maior das piantas, e
faz-se uma arvore, desorte que veem as aves doceu e se aninham nos sens
! ramos.38 Outra parabola Ihes
disse : reino dos ceus e
I
eimilhante ao fermentoque uma mulher, pegandon'dle, introduz em tres
medidas de farinha, ate
que tudo esteja levedado.
3i Tudo isio disse Jesnspor parabolas a muitidao, e
nao ihes failaya sem para-bolas
;
35 Para que se cumprisseo que fOra dito i)elo proplie-
ta, que disse : Abrirei emparabolas a minha bocca
;
publicarei coisas occuitas
desde a funda9ao do mun-do. (Psa. 78. 2.)
36 Entao Jesus, despedin.-
do a muitidao, foi pai-a acasa. E che;:aram ao ped"elle OS sens discipulos,
dizendo : Expiica-nos a pa-rabola do joio do campo.37 E elle, respondendo,
disse-lhes : que semeiaa boa semente e o Filho dohomem
;
38 campo e o mundo;e a boa semente sao os fi-
homem, pegando n'elle, se- ! Ihos do reino ; e o joio sao
meou no seu campo
;
OS filhos do maligno;
32 S. MATTnEUS, XIII.
o'd inimigo, que a se-
meou, e o diabo ; e a ceifa
e o fim do mundo ; e os
ceifeiros sao os acjos.
40 Como pois, o joio, e
colhido e qncircado no fogo,
assim sera na consummagaod'este muDdo.41 MandaraoFilhodolio-mem os sens anjos, e elles
colherao do seu reino todos
OS escandalos, e os quecommc-ttem iniquidado,
42 E lan^al-os-liao na for-
nalha de fogo: alii haverapranto e ranger de denies.
43 Enlao os justos res-
plandecerao como o sol, noreino de seu Pae. Quenitera ouyidos para ouTir,
oi^a.
44 Tambem o reino dosceus e similhante a nmthesouro escondido n'wmcampo, quo urn homemRchon e escondeu; e, pelo
gozod'elle, vae, vende tudoqnanto tem,e compra aquel-
le campo.45 Outrosim o reino dos
ceus e similhante ao homemnegociante que busca boasperolas
;
4G E, encontrando umaperola de grande valor, foi,
vendeu tudo quanto tinha,
e comprou-a.47 Egualmente o reino dosceus e similhante a umarede lan(;ada ao mar, e quo
prende toda a qualidade depeixes ;
48 E, estando chela, os
Pescadores a puxam paraa praia; e, assentando-se,
apanham para os cestos osbons ; os ruins, porem, lan-
^am fora.
49 Assim sera na con-summagao dos seculos
:
virao os anjos, e separaraoOS maus de entre os justos,
50 E lan(;al-os-hao na for-
nalha de fogo: alii haverapranto e ranger de dentes.
61 E disse-lhes Jesus:Entendestes todas estas
coisas f Disseram-lhe elles
.
Sim, Senhor.52 E clle disse-lhes: Per
isso, todo o escriba instrui-
do acerca do reino dos ceuse similhante a um pae defamilia que lira dos sens
thesouros coisas novas evelhas.
53 E aconteceu que Jesus,
concluindo estas palavras,
se retirou d'alli.
54 E, chegando a sua pa-tria, ensina-os na syna-goga d'elles, de sorte queso maravilham, e diziam:D'onde vein a este a sabe-
doria, e estas maravilhas ?
55 Nao e este o filho docarpinteiro ? e nao se cha-
ma sua mae Maria, e sensirniaos Thiago, e Jose, e
Simao e Judas ?
S. MATTHEUS66 E naa estao entre nostodasassuasinnas? Deon-de Ihe veiu pois tudoisto?
67 E escandalizavam-sen'eUe.
disBe:
XIII, XIV. 33
7 Pelo que proinetteu
com juramecto dar-lhe tu-
do o que pedisse;
8 E ella, insiruida pro-
Yiamente por 6ua laae,
n'umJoao
Jesus, porem, Ihes|
disse : Da-me aquiNao ha propheta
!prato a cabe^a de
sem hom^ sc-nao na sua ! Baptista.
patria e na sua casa.
58 E nao fez alii mnitasmaravilhas, por causa daincredulidade d'elies.
CAPITULO XIY.
N'AQUELLE tempo ou-Tiu Htrodes, o tetrar-
ca, a fama de Jesus
;
2 E disse aos sens crea-
dos : Este e Joao Baptista
;
resuscitou dos mortos, e
]X)r isso as maravilhasobram n'elle.
3 Porque Herodes tinhaprendido Joao, e tinha-o
maniatado e encerrado nocarcere, por causa de He-rodias, mulher de seu irmaoPhilippe
;
4 Porque Joao Ihe dissera
:
l^ao te e licito possuil-a.
5 E, querendo raatal-o,
temia o povo; porque otinham como propheta.6 Festejando-se, porem, o
dia natalicio de Herodes,dangou a filha de Herodiasdiante d'elle, e agradou aHerodes
;
9 E o rei affli^iu-se, maspor causa do juramento,e dos que estavam comeUe, mandou que se Ihe
de«se.
10 E mandoa degolarJoao no carcere,
HE a sua cabe^a foi
trazida n'um prato, e dadaa menina, e ella a levou a
sua mae.12 E chegaram os sens
discipulos, e levaram ocorpo, e o sepuitaram; e
foram annuncial-o a Jesus.
13 E Jesus, ouvindo isto,
retirou-se d'alli n'um barco,
para um logar deserto,
apartado; e, sabendo-o opovo, seguiu-o a pe desdeas cidades.
14 E Jesus, saindo, viauma grande multidao, e
foi possuido de intiraa
compaixao para com oUa,e curou os seus enfermos.15 E, sendo cbegada a
tarde, os seus discipulos
approximaram-se-lhe, di-
zendo : logar e deserto e ahora ejaavan^a ia; despedea muitidao, para que vao
34 S. MATTHEUS, XIV.
pelas aldeias, e comprem ! pelas ondas;porque o ven-
comida para si.
16 Jesus, porem, Ihes dis-
to era contrario
;
25 Mas, a qnarta yigilia
66 : Nao e mister que vao;
; da noite, dirigiu-se Jesusi para elles, caminliando por
dis- ciroa do mar.26 E 03 discipulos, Yendoaqm
dois
dae-lhes v6s de comer.17 Entao elies Ihe
seram : Nao temossenao cinco pa€s e
peixes.
18 E elle disse : Trazei-m'os aqui.
19 E, mandando qne amultidao se sentasse sobre
a herva, e tomando os
clnco paes e os dois peixes,
e ergiiendo os olhos ao
o caminhar sobre o mar,assiistaram-se, dizendo: E«mpbantasma. Egritaramcom medo.27 Jesus, porem, Ihes fal-
lou logo, dizendo: Tendebom auimo, sou eu, nSotenhaes medo.28 E respondeu-lhe Pe-
ceu, abencoou ; e, partindo ' dro, e disse : Senhor, se es
OS paes, deu-os aos disci-
pulos, e OS discipulos amultidao.
tu, manda-me ir t«r com-tigo por cima das aguas.
29 E elle disse: Vem. E20 E comeram todos, e Pedro, descendo do barco.
saciaram-se; e levantaram,dos pedacos que sobejaram,doze alcc'fas cheias.
andou sobre as aguas parair ter com Jesus
;
30 Mas, sentindo o vento21 E OS que comeram forte, teye medo ; e. come-foram quasi cinco mil ho-mens, alem das muiherese crean^as.
22 E logo ordenou Jesusque seus discipulos entras-
sem no barco, e fossemadiante d'eUe para a outra
gando a afundar-se, clamou,dizendo : Senlior, salva-me.
31 E logo Jesus, esten-
dendo a mao, segurou-o, e
disse-lhe : Eomem de poucafe, porque duvidaste?32 E quando subiram
banda, emquanto despedia|
para o barco acalmou o
vento.
33 Entao approximaram-a multidS'
23 E, despedida a multi-dao, subiu ao monte para ' se os que estavam no barco,
orar a parte. E, cliegada e adoraram-o, dizendo :
'^
jo. a tarde, estava alii so.
24 E o barco estava ja
uo meio do mar, agoitado
verdadeiramente o Filhode Deus.34 E, tendo passado para
S. MATTHEUS, XIV, XV. 85
ontra banda, chegaram\
ferta consagrada a ^ Deus
;
a terra de Genezareth.
35 E quando os homensd'aquello logar o conhe-
ceram mandaram por to-
das aquellas terras emredor,e tronxeram-lhetodosOS que estavam enfermos.
36 E rogavam-llie para
que ao menos tocassem a
orla do sen Testido; e to-
dos OS que a tocayam fica-
vam saos.
CAPITULO XV.
ENTAO chegaram ao pede Jesus escribas e
phariseus de Jerusalem,dizendo
:
2 Porque transgridem os
desohrigado fica ; e nao hon-
rara de modo algum seu
pae ou sua mae.6 E assim invalidastes,
pela vossa tradiQao, o man-damento de Deus.7 Hypocrita3,bemprophe-
tizou Isaias a yosso res-
peito, dizendo
:
8 Este poYO honra-mecom OS seus labios, mas oseucorarao esta longe de mim.9 Mas em Tao me vene-
ram, ensinando doutrinas
qite sfio preceitos dos ho-
mens. (Ji-a. 29. 23.)
10 E, chamando a si amultidao, disse-lhes : Ouvi,
e entendei
:
11 O que contamina oteus discipulos a tradi<^ao
; homem nao e o que entra
na bocca, mas o que sae dabocca isso e o que conta-
mina o homem.12 Entao, acercando-se
d'elle OS seus discipulos,
disseram-Ihe : Sabes que os
phariseus, ouvindo e.ssas pa-
lavras, se escandaUzaram ?
13 Elle, porem, respon-
dendo disse : Toda a plan-
ta que meu Pae celestial
dos anciaos? pois nao la-
vam as maos quando co-
mem pao.
3 Elle, porem, respondendo,disse-lhes : Porque trans-
gredis v6s tambem o man-damento de Deus pela Yossa
tradigao ?
d Porque Deus ordenou,dizendo : Honra a teu pae e
a tua mae ; e : Quern mal-disser ao pae ou a mae
jnao plantou sera arran
morra de morte. {Exo. 20.
12 ; 21. 17.)
5 Mas Yos dizeis: Qual-quer pode dizer ao pae oua mae : Tudo o que de mimpode aproYeitar-Yos e of-
cada.
14 Deixae-os: sao cegos,
conductores de cegos : ora,
se um cego guiar outro
cego, ambos cairao na cova.
15 E Pedro, tomando a
85 S. MATTHEUS, XV.
palavra, disse-lhe : Explica-nos essa parabola.
16 Jesus, poremAte v'os mesmos estaes
ainda sem entender ?
17 Ainda iiao compre-hendeis que tndo o queentra pela bocca desce para
24 E elle, respondendo,disss : Eu cao sou enviado
disse :\
senao as ovellias perdidasda casa de Israel.
25 Ji^ntao chegon ella, eadorou-o, dizendo : Senhor,soccorre-me.
26 Elle, porem, respon-o ventre e e evacuado na dendo, disse : Nao e bomprivada ?
18 Mas que sae da boccaprecede do coragao, e isso
contamina o homem.19 Porque do coragao pro-cedem os maus pensamen-tos, mortes, adulterios,
fornicagoes, furtos, falsos
test^munhos e biasr>hemias.
!
pegar no pao dos fi-
Ihos e deital-o aos cachor-rinli03.
27 E ella disse: Sim,Senbor; mas tambem oscachorrinhos comem dasmigalbas que caem dameza dos sens senbores.
^S Entao respcndea Je-20 Sao estas cohas que ! sus, e disse-lbe: Omulher!contammam o homem
;
comer, porem, sem lavar as
maos nao contamina o bo-mem.21 E, partindo Jesus d'alli,
foi para as partes de Tyroe de Sidon.
22 E eis-que uma mu-Iber cananea, que saira
de aquellas cercanias, cla-
mou-lbe, dizendo: Senbor,Filbo de David, tern mise-ricordia de mim, que mi-nba filba esta miseravel-mente eudemoninbada.23 Mas elle nao Ibe res-
pondeu palavra. E os sensdiscipulos, cbegando ao ped'elle, rogaram-lbe, dizen-do: Despede-a, que vemgritando apos nos.
grando e a tua fe; seja-te
feito como tu desejas. Edesde aqueiia mesma boraa sua fiiba ficou sa.
29 E Jesus, partindod'alli, cbegou ao pe domar da Gaiilea, e, subindoa um monte, assentou-sealii.
30 E veiu ter com elle
muito povo, que trazia
coxos, cegos, mudos, alei-
jados, e outros muitos; eOS pozeram aos pes deJesus, e elle os sarou :
31 De tal sorte que amultidao se maravilhou,vendo fallar os mudos, saos
OS aleijados, os coxos aandar, e os cegos a ver ; e
glorificava o Deus de Israel.
S. MATTHEUS, XV, XVI. 37
32 E Jesus, chamando os ' duceos, e tentandoo, pe-seus discipulos, disse : Te- ! diram-lbe que Ihes mos-nho intima compaixao da
,trasse algum signal do ceii.
multidao, porque ja estao ! 2 Mas elle, respondendo,comigo ha tres dias, e nao ' disse-lhes : Quando e che-quero despedil-a em jejum, ' gada a tarde, dizeis : Have-para, que nao destalle^a no I rd bom tempo, porque ocaminho. cell esta rubro.
33 E OS Beus discipulos\
3 E pela manha : Hojedisseram-lbe : De onde nos
;haverd tempestade, porque
viriam no deseito tantos|
o ceu esta de um vermelhopaes, para saciar tal mul- , sombrio. Hypocritas, sabeistidao? differen^ar a face do ceu,
3i E Jesus disse - Ihes : e nao sabeis diferengar osQuantos paes tendes ? E signaes dos tempos ?
elles disseram : Sete, e uns|
4 Uma gera(;ao ma e adul-poucos de peixinhos. tera pede um signal, e nao35 E mandou a multidao
,Ihe sera dado signal senao
que S6 assentass.3 no chao. o signal do propheta Jonas.36 E, tomando os sete E, deixando-os, retirou-se.
paes 6 OS peixes, e dando i 5 E, passando seus dLsci-
gragas, partiu-os, e deu-os pulos para a outra banda,aos seus discipulos, e os :
tinham-se esquecido dediscipulos a multidao.
|
fomecer-se de pao.
37 E todos comeram e sej
6 E Jesus disse - Ihes :
saciaram ; e levantaram,j
Adverti, e acautelae-vos dodo que sobejou dos peda- ! fermento dos phariseos e90s, sete cestos cheios.
38 Ora os que tinhamsadduceos.7 E elles arrasoavam
comido eram quatro mil ;entre si, dizendo : E por-
homens, alem de mulheres \ que nao noa fornecemose crean^as.
,
de pao.
39 E, tendo despedido a| 8 E Jesus, conhecendo-o,multidao, entrou no bar- i
disse : Porque arrasoaesCO, e dirigiu-se ao territorio entre vos, homens de pouca
fe, sobre o nao vos terdesfornecido de pao ?
9 Kao comprehendeis »in-da, nem vos lembraes doscinco paes para cinco mil
de Magdala.
CAPITULO XYI.
ECHEGANDO-SE os
> phariseos e os sad-
38 S. MATTHEUS, XVI.
liomens, e quantas alcofas
levantastes ?
10 Inem dos sete paes ; contra ella
:
nha egreja, e as portas
Ido inferno nao prevalecerao
para quatro mil, e quantoscestos leyantastes ?
19 E eu te darei as cha-Tes do reino dos ceus; e
11 Como nao entendestes tudo o que ligares naque nao vos disse a respei-
to do pao, mas que vosterra sera ligado nos ceus,
e tudo o que desLigares naguardasseis do fermento dos , terra sera desligado nosphariseus e sadduceus ?
12 Entao comprehende-ram que nao dissera quese guardassem do fermento
ceus.
20 Entao mandou aosseus discipulos que a nin-
guem dissessem que elle
do pao, mas da doutrina I era Jesus, o Christo.
dos phariseus e saddu-ceus.
13 E, chegando Jesus as
partes de Cesarea de Philip-
po, interrogou os seus disci-
pulos, dizendo: Quern di-
zem OS homens que sou eu,
Filho do homem ?
14 E eiles disseram: UnsJoao Baptista, outros
Elias, e outros Jeremiasou um dos prophetas.
15 Disse-]hes elle : E vos,
quern dizeis que eu sou ?
16 E Simao Pedro, respon-
dendo, disse : Tu es o Chris-
to, o Filho do Deus vivo.
17 E Jesus, respondendo,
21 Desde entao comeQOuJesus a mostrar aos seusdiscipulos que convinha ir
a Jerusalem, e padecermuito dos anciaos, e dosprincipaes dos sacerdotes e
dos escribas, e ser morto, e
resuscitar ao terceiro dia.
22 E Pedro, tomando-o departe, comegou a repre-
hendel-o, dizendo : Senhor,tem compaixao do ti; demodo nenhum te acont^qaisso.
23 Elle, j)orem, vcltandose, disse a Pedro : Arreda-te de diante de mim, Sata-
naz, que me serves de es-
disse-lhe : Bemaventurado candalo;porque nao com-
es tu, Simao Barjonas,|
prehendes as coisas quaporque t'o nao revelou a
|
sao de Deus, mas so as quecarne e o sangue, mas
Isew dos homens.
meu Pae, que esta nos ceus.j
24 Entao disse Jesus aos
18 E tambem eu te digo ! seus discipulos : Se alguemque tu es Pedro, e sobre
!
quizer vir apos de mim, re-
esta pedra edificarei a mi-i
nuncie-se a si mesmo, tome
S. MATTHEUS, XVI, XVnsobre si a saa cruz, e siga
me;25 Pornne aqnelle que
iaqui
paiavraSenhor,
39
disse a Jesnu
:
bom e estarmoase queres, fa^amoa
quizer Ealvar a sua vida\aqui tres tabernaculos, um
perdel-a-ha, e quern perderj
para ti, um para Moyses, ea sua vida por amor de um para Elias.
mim achal-a-ba. 5 E, estando elle ainda a26 Pois que aproveita ao
|fallar, eis-que uma nuvem
homem, se ganliar o mun- ' luminosa os cobriu. Edo inteiro e perder a sua i eis uma voz que da nuvemalma ? ou que dara o ho-mem em recompensa dasua alma ?
27 Porque o Filho do ho-mem vira na gloria de seuPae, com os seus anjos, e
entSo rendera a cada mnsegundo as suas obras.
2S Em verdade vos digoque alguns ha, dos queaqui estao, que nao gostarao
a morte ate que yejam vir
disse : Este e o meu amadoFilho, em quern me com-
i
prazo : escutae-o.
!6 E OS discipulos, ouyiu-
;
do isto, cairam sobie seusrostos, e tiveram grande
I
medo.I 7 E Jesus, approximaudo-' se-lhes, tocou-os, e disse
:
Levantae-Yos, e nao tenhaesmedo.
! 8 E, ergoiendo elles oso Filho do homem em seu
iolhos, ninpruem viram se-
remo.
CAPiTULo xvn.
S
nao unicameute Jesus.
9 E, descendo elles domonte, Jesus Ihes ordenou,
EIS dias depois Jesusj
dizendo : A ninguem con-
leYou comsigo a Pedro,, teis a visao, ate quo o Fi-
e a Thiago e a Jouo, seu;
Iho do homem seja resusci-
tado dos mortos.
10 E os seus discipulos
interrogaram, dizendo
:
irmao, e os conduziu emparticular a um alto monte,2 E transfigurou-se diante
d'elles ; o o seu rosto res-' Porque dizem entao os es-
plandeceu como o sol, e os
seus Yestidos se tornarambrancos como a luz.
3 E eis-que Ihes appare-
cribas que e mister queEiias yenha primeiro ?
11 E Jesus, respondendo,disse-lhes : Em Yerdade
ceram Moyses e Elias, fal- i Elias yira primeiro, e res-
lando com elle.
i E Pedro, tomandotaurara todas as coisas
12 Mas digo-YOS que Elias
40
ja veiu, e nao o conlie-
ceram, mas fizeram-lhe tu-
do o que quizeram. Assimpadecera tambem d'elles oFilho do homem.13 Entao entenderam os
discipulos que llies dissera
isto de Joao Bapiista.
14 E, quando chegaram amultidao, approximou-se-
1
Ihe um homem, pondo-se dejoelhos diante d*elle, e di-
zendo
;
15 Senhor, tem misericor-
dia de meu filho, que e lu-
natic© e soffi'e muito;pois
muitas vezes cae no fogo, e
muitas vezes iia agua;
16 E trouxe-o aos teus
discipulos, e nao poderamcural-o.
17 E Jesus, respondendo,disse : gera^ao incredula
e perversa ! ate quando es-
tarei eu comvosco, e ate
quando yos soffrerei ? Tra-
zei-m'o aqui.
18 E reprehendeu Jesusdemonio, e saiu d'elle, e
desde aquella hora o meninosarou.
19 Entao os discipulos,
approximando-so de Jesus
em particular, disseram
:
Porque nao pudemos nosexpulsal-o ?
20 E Jesus Ihes disse:
Por causa da vossa poucafe
;porque em verdade yos
digo que, so tivesseis fe
S. MATTHEUS, XYII.
como um grao de mostarda,dirieis a este monte : Passad'aqui para acola : e haviade passar ; e nada vos seria
impossivel.'21 Mas este genero nao se
expulsa senao pela oracjao e
por jejum.22 Ora, achando-se elles
na Galilea, disse-lhes Jesus
:
Filho do homem sera en-
tregue nas maos dos ho-
mens;23 E matal-o-hao, e ao
terceiro dia resuscitara.
E elles se entristecerammuito.
24 E, chegando elles a
Capernaum,approximaram-se de Pedro os que cobra-
vam as didrachmas, e disse-
ram : vosso mestre nSopaga as didrachmas?25 Disse elle: Sim. E, en-
trando em casa, Jesus se
Iheanticipou, dizendo: Quete pareee, Simao ? Do quemcobram os reis da terra os
tributes ou o censo ? Dossens filhos ou dos alheios ?
26 Disse-lhe Pedro : Dosalheios. Disse-llie Jesus :
Log;o, sao livres os filhos :
27 Mas, para que os naoescandalizemos, vae ao mar,lan(;a o anzol, tira o primei-
ro peixeque subir, e, abrin-
do-lbe a bocca, t-ncontraras
um stater; toma-o, e da-opor mim e per ti.
S. MATTHEUS, XVni.longe de ti
41
NCAPiTULO -^vni.
.J'AQUELLA mesmaii bora chegaram os
discipalos ao pe de Jesus,
dizendo : Qnem e o maiorno reino dos ceus ?
2 E Jesus, cLamando um.
menino, o poz no meiod'elles,
3 E disse: Em verdadevos digo que, se nao yds con-
verterdes e fizerdes conio
meninos, de mode algumentrareis no reino dos ceus.
4 Portanto, aquelle que se
liunnLhar como este meni-no, esse e o maior no reino
dos ceus
;
5 E qualquer que receber
em men noma um simi-
Ibante menino a mim merecebe.
6 Mas qualquer que es-
candalizar um d'estes pe-queninos que creem emmim melbor Ihe lora quese Ihe pendurasse ao pesco-
90 uma mo de atafona, e se
submergisse na profundezado mar.7 Ai do mundo, por causa
dos escandalos; porquo e
mister que venham escan-dalos ; mas ai de aquelle ho-
mom por quern o escandaloYem!8 Portanto, se a tua maoou o teu pe to escandalizar,
corta-03, e atira-os para
melhor te e
entrar na Yida coxo ou alei-
jado, do que, tendo duasmaos ou dois pes, ser lan-
^ado no fogo etemo.9 E, so o teu olbo te
escandalizar, arranca-o, e
atira-o para longe de ti.
Melhor te e entrar na Yida
j
com um so olho, do que,
I tendo dois olhos, ser lan^a-
j
do no fogo do inferno.
I
10 Olhae, nao desprezeis
algum d'estes pequeninos
;
porque en yos digo que os
sens anjos nos cer.s sempre
I
veem a face de men Pae,
Ique estd nos ceus.
i
11 Porque o Filho dohomem Yaiu a salYar o quese tinha perdido.
12 Que Yos parece? Sealgum homem tiver cemOYelhas, e uma d'ellas se
desgarrar, nao ira pelos
montes, deixando as noYen-ta e noYC, em busca da quese desgarrou ?
13 E, se, porYen+ura, a en-
contra, em Yerdade yos digo
que mais prazer tem poraquella do que pelas no-Ycnta e noYe que 66 naodesgarraram.14 Assim tambem nao e
a Yontade do yosso Pa©,
que estd nos ceus, que umd'estes pequeninos se perca.
15 Ora, se teu irmjlo pec-
car contra ti, Yae, e repre-
42 S. MATTHEUS, XVin.
irmao;16 Se U nao onvir, porem.
hende-o entre ti e elle f6 ;' ceus pode comparar-se a nm
se te onvir, ganliaste o ten,certo rei que quiz fazer
' contas com sens servos
;
2i E, come^ando a fazer
leva ainda comtigo nm ou contas, foi-lhe apresentad'-»
dois, para qne pela bocca nm qne Lhe devia dez mil
de dnas on ties teste- talentos;
mnnhas tcda a palavra seja^
25 E, nao tendo elle comconfirmada. (J)eu. 17. 6.) !
qne pagar, o sen senhor o17 E, se OS nao escntar,
imandon vendel-o, e a sna
dize-o a egreja ; e, se tarn-',mnlher e filhos, com tndo
bem nao escntar a egreja, ' qnanto tinba, para qne a
considera-o como nm gentioj
divida se pagasse.
e pnbiicano. 26 Entao aquelle servo,
18 Em verdade vos digo;
prostrando-se, o adorava,
qne tndo o qne ligardes na\dizendo : Senhor, se gene-
terra sera ligado no cen,\
roso para comigo, e tndoe tndo qne desligardes te pagarei.
na terra sera desligado noj
27 Entao o senhor de a^
cen. qnelle servo, movido de in-
19 Tambem vos digo qne ! tima compaixao, soltou-o, e
se dois de vos concordarem\perdoon-lhe a divida.
na terra acerca de qnalqner| 23 Saindo, porem, aqnelle
coisa qne pedirem Ihes \ servo, encontron nm dos
sera feito per men Pae, qnetsta EOS cens.
20 Porqne aonde estive-
rem dois on tres rennidos
em men nome ahi eston enno meio d'elles.
sens conservos, qne lhe de-
via cem dinheiros, e, lan-
9ando mao d'elle, snffoeava-
0, dizendo : Paga-me o qneme deves.
29 Entao o sen conserve,
21 Entao Pedro, approxi- prostrando-se aos pes d'elle,
mando-se d'elle, disse : Se- implorava-lhe, dizendo : Senhor, ate qnantas vezes . generoso para comigo, e
peccara men irmao contrajtndo te pagarei.
mim, e en lhe perdoarei ? 30 Elle, porem, nao qniz,
Ate sete ?|antes foi encerral-o na pri-
22 Jesns lhe disse : Nao : sao, ate qne pagasse a di-
te digo : Ate sete, mas,Ate setenta vezes sete.
vida.
I
31 Vendo,pois,os:senscon-
23 Por isso o reino dos I servos o que acontecia, con
S. MATTHEUS, XVni, XIX. 43
tristaram-se muito, e fo-
ram declarar ao seu senlior
tudo o que se passara.
32 Entao o seu senhor,
chamando-o a sua presen-
9a, disse-lhe : Servo roalva-
do, perdoei-te toda aquella
divida, porque me suppli-
caste:
33 Nao devias tu egual-
des lido que aquelle que os
fez no principio macho efemca os fez ?
5 E disse: Portanto dei-
xara o homem pae e mae,e se unira a sua mulher,
serao dois n'uma carne.
(Gen. 2. 24.)
6 Assim nao sao maiadois, mas uma so came.
mente ter compaixao do tan Portanto o que Deus ajuncompanbeiro, como eu tam- '. tou nao separe o homem.bem tive misericordia deti?
34 E, indignado, o sen se-
nhor o entregou aos ator- erepudial-a?mentadores, ate que pa-gasse tudo o que devia.
35 Assim vos fara tam-bem meu Pae celestial, se
do cora<;ao nao perdoardes,
cada um a seu irmao, as
suas oSfensas.
7 Disseram-lhe elles : Entao porque mandou Moy-ses dar-lhe carta dediyorcio^
ECAPITULO XIX.ACONTECEU que,
coDcluindo Jesus estes
discursos, saiu da Galilea, e
dirigiu-se aos confins daJudea de alem do Jordao
;
2 E seguiram-o muitasgentes, e curou-as ali.
3 Entao chegaram ao ped'elle OS phariseus, tontan-do-o, e dizendo-lhe: E li-
cito ao homem repudiarsua mulher por qualquercoisa ?
4 Elle, porem, respon-dcndo, djsse-lhes : Nao ten-
8 Disse-lhes elle : Moyses,por causa da dureza doaTossos coragces, vos per-
mittiu repudiar vossag
mulheres; mas ao princi-
pio nao foi assim.
9 Porem eu yos digo quequalquer que repudiar suamulher, nao sendo por cau-
sa de fomica(;ao, e casarcom outra, adultera; e oque casar com a repudia^datarahem adultera.
10 Disseram-lhe sens dis-
ci pulos: Se assim e a con-di'^ao do homem relativa-
mente a mulher, nao con-vC-m casar.
11 Eile, porem, Ihes dlsse
:
Nem todos podem receboresta paiavra, mas so aqudlea
a quern foi concedido.12 Porque ha eunuchos
que assim nasceram do
44 S. MATTHEUS, XIX.
ventre da mae ; e ha eunu-clios que foram castradospelos homens; e ha ennu-chos qne se castraram a si
mesmos por causa do reino
dos ceus. Quern pode re-
ceber isto receba-o.
13 Tronxeram-lhe ectaodlguns meninos, para queIhes impozesse as maos e
orasse, idas os discipulos
OS reprehendiam.14 Jesus, porem, disse :
Deixae os meninos, e naoOS estorTeis de vir a mim,porque de taes e o reinodos ceus.
15 E, tendo-lhes impostoas maos, partiu d'alli.
16 E eis-que, approximan-do-se d'elle um mancebo,disse-lhe : Bom Mestre,que bem farei, para conse-guir a vida eterna ?
17 E elle disse-lhe: Por-que me chamas bom? Naoha bom senao um, que e
Deus. Se queres, porem,entrar na vida, guarda os
mandamentos.18 Disse-llie elle : Quaes ?
E Jesus disse: Nao ma-taras, nao adulteraras, naofurtaras, nao diras falso
testemunho
;
19 Honra teu pae e tuamae, e amaras o teu proxi-mo como a ti mesmo. {Lev.
19. 18.)
20 Disse-lhe o mancebo:
i Tudo isso tenho guardadoI
desde a minha mocidade
;
I
que me falta ainda?
I
21 Disse-lhe Jesus : Sequeres ser perfeito, vae,
j
Yende tudo o que tens, daj
aos pobres, e teras um the-
souro no ceu ; e yem, c se-
I
gue-me.' 22 E o mancebo, onvindoesta palavra, retirou-se
triste, porque possuia mui-tas propriedades.
23 Disse entao Jesus aossens discipulos: Em ver-
dade vos digo que difScil-
mente entrara um rico noreino dos ceus.
24 E outra vez vos digo
j
que e mais facil passar nmcamelo pelo fundo de umaagulha do que entrar umrico no reino de Deus.25 Os sens discipulos, on-
Tindo isto, admiraram-semuito, dizendo : Quernpodera, pois, salvar-se ?
26 E Jesus, olhando paraelks, disse-lhes : Aos ho-mens e isso impossivel,
mas a Deus tudo e possivel.
27 Entao Pedro, tomandoa palavra, disse-ihe: Eis-
que nos deixamos tudo, e
te seguimos; qual sera
entao o nosso galardao ?
28 E Jesus disse-lhes
:
Em verdade vos digo quevos, que me seguistes,
na regeneragao, quando o
S. MATTHEUS, XIX, XX. 45
Filho do homem se assentar|
6 E, saindo perto da hora
no throno da sua gloria ! nndecima,encontrououtro?tambem vos assentareis ' que €stavam ocioso^, e
Bobre doze thrones, para ' diz-llies : Porque estae?
iTilgar as dozede Israel.
29 E todo aqtiere qnetiver deixado casa^^, oniriraos, on irmas, on pae,
on mae, on mulher, on M-
ihoB, on terras, per amor domen nome, recebera cemvezos tanto e heriara a yidaeterna.
30 Porera mnitrs primeiros serao os derradeiros, e
mvMos derradeiros serdo os
primeiros.
CAPITULO XX.
POEQUE o reino do . ceus
e similijante a nmhomem, pae de fami]ia,qnr
pain de madrujrada a assa-
tribus;
aqni ociosos todo o dia ?
7 Dizem-lheelles: Porqnaningnem nos assa anon.Diz-lhes elle : Ide tos tam-bem para a vinha, e rece-
bereis o qne for jnsto.
8 E, approximando-se anoite, diz o senhor davinha ao sen mordomo
:
Chama os trabaihadores, e
paga-lhes o jornal, come-gando desdv os derradeiros
ate aos primeiros.
9 E, chegando os qne
I
ti'nham ido perto da boraivindeima, receberam nm' dinbeiro cada nm.!10 E, chegando os pri-
meiros, cnidarara qne ha-
i
Tiam de recebtr mais ; ^
; I
lariar trabaihadores para a|
tambem r cebtram nm di-
sua Tiuha,
2 E, aju? ando rom os
nheiro cada nm11 E, receberdo-o. mnr-
trabalhadoresanmdinhtiro, muraram contra o pae depor dia, mandon-os paraa sna vir;ha.
familia,
12 Dizendo: Estes derra-
3 E, saiiido pert da bora ' deiros trabalbaram so umaterceira, vm outros qneestavani ociosos na pra^a,
j
4 E disse-lhes : Ide vos
tambem par;i a vinha, e
flar-vos-1 ei o que lor justo.
E elles foram.
hora, e tn os egiialaste
comnosco, qne snpporta-mos a fadiga e a calma dodia.
13 Elle, porem, responden-do, disse a nra d'elles:
5 iSaimlo outra vez, perto I Aniigo, fjiio te fa^o aggra-da ] ora seita e nona, tez o
j
vo ; nao ajustaste tn comi-mesmo. ! go por nm dinheiro ?
46
14 Toma o que
MATTHEUS, XX.'. ten, e
I
dendo, dis?.e : Nao sabeis oretira-te ; eu quero dar a que pedis
; podeis voseste derradeiro tanto como ! beber o calix que eu liei dea ti.
15 Ou nao me e licito
fazer o que quizer do que e
men ? Ou e man o ten olho
porque eu sou bom ?
16 Assim OS derradeirosserao primeiros, e os pri-
I
beber, e ser baptizados como baptismo com que eusou baptizado ? Dizem-lheelles : Podemos.23 E diz-lhes elle : Na
verdade bebereis o mencalix, e sereis baptizados
meiros derradeiros; porque i com o baptismo com que enmuitos sao chamados, mas ' son baptizado, mas assenpoucos escolbidos.
17 E Jesus, subindot tar-se a minha direita ou aIminha esquerda nao me
Jerusalem,chamoude parte ipertence concedel-o, poremOS sens doze discipnlos, e
DO caminho disse-lhes
:
18 Eis-que subimos a
Jerusalem, e o Filho dohomem sera entregue aosprincipes dos sacerdotes e
aos escribas, e condemnal-o-hao a morte,
19 E o entregarao aosgentios, para que d^elle
escarne^am, e o a9oitem e
crucifiquem; e ao terceiro
dia resuscitara.
20 Entao se approximond'elle a mae dos filhos deZebedeo, com sens filhos,
adorando-o e pedindo-lhealcuma coisa.
21 E elle diz-lhe : Queqneres ? Diz-lhe ella
:
Dize que este^ mens dois
filhos se assentem, um a tuadireita e outro a tua es-
querda, no ten reino.
22 Jesus, porem, respon-
serd para aquelles a quernmen Pae o tem preparado.
24 E quando os dezouviram isto indipnaram-se contra os dois irmaos.
25 Entao Jesus, chaman-do-os para junto de si^
disse : Bem sabeis que os
principes dos gentios os
dominam, e os grandesexercem anctoridade sobreelles.
26 Nao sera assim entre
vos; mas todo aquelle quequizer entre vos fazer-se
grande seja vosso ser-
vente
;
27 E qualqner qne entre
vos quizer ser o primeiroseja vos.-o servo
;
28 Assim como o Filho dohomem nao vein para ser
servido, mas para servir e
para dar a sua vida emresgate por muitos.
S. MATTHEUS, XX, XXI. 47
saindo elles de ! alguma coisa, direis quegrande ! o Senhor os ha de mister
;
': e logo OS enviara.
4 Ora tudo isto aconteceupara que se cumprisse oque foi dito pelo propheta,que diz
:
5 Dizei a filha de Siao:
Eis-que o teu Eei ahi te
Yem, manso, assentadosobre uma jumenta. e sobreum jumentinho, filho de
29 E.
Jerico, seguiu-omultidao,
30 E eis-que dois cegos,
assentados junto do cami-
nho, ouvindo que Jesuspassava, clamaram, dizen-
do: Senhor, Filhode David,
tern misericordia de nos.
31 E a multidao os repre-
hendia, para que se calas-
sem ; elles, porem, cad a vez
clamavam mais, dizendo : ianma^sM;Vi^oaojugo. (Zac.
- - •- '9. 9.)
6 E, indo os discipulos, efazendo como Jesus Ihes
Senhor, Filho de David,tern misericordia de nos.
32 E Jesus, parando,chamou-os, e disse : Que ordenara.
quereis que vos fa^a ?
33 Disseram-lhe ellos : Se-
nhor, quj 08 nossos olhos
sejam abertos.
34 Entao Jesus, movidode intima compaixao, tocou-Ihes nos olhos, e logo viram
;
e o seguiram.
E
7 Irouxeram a jumentae o jumentinho, e sobre elles
pozeram os sens vestidos,
e fizeram-n'o assentar emcima.
8 E muitissima genteestendia os sens vestidospelo caminho, e outroscortavam ramos de arvorese OS espalhavam peio ca-
QUA^DO Be approxi-|
minho.9 E a multidao que ia
CAPITTJLO XXI.
maram de Jerusalem,e chegaram a Bethphage, ao ' diante e a que seguiaMonte das Oliveiras, enviou clamavam, dizendo : Ho-entao Jesus dois discipulos, sanna ao Filho de David;dizendo-lhcc
jbemdito o que vem em
2 Ide a aldeia que estd\ncme do Senhor : Hosanna
defronte de vos, e logo encontrareis uma jumenta
i
nas alturas.
10 E, eiitrando elle empresa, e um jumentinho com Jerusalem, toda a cidade s ?
ella; despreudei-a, e trazei- , al voro<;ou, dizendo: Querne este
3 E, se algaem tos disserI
11 E a multidao dizia
;
48 S. MATTHEUS, XXI.
Este e Jesus, o propheta deNazareth da Galilea.
12 E entrou Jesus notemplo de Deus, e expulsoutodos OS que venaiam e
compravam no templo, e
derribou as mesas doscambistas e as carleiras dosque veudiam pombas
;
13 E disse-lhes : Estaescripto: A minha ca>a
sera cbamada casa de ora-
9ao ; mas vos a teudes
convertido em covil de la-
droes. (Isa. 66. 7; Jer. 7.
11.)
14 E foram ter com elle
ao templo cegos e coxos, e
curou-os.
15 Vendo entao os prin-
cipaes dos sacerd tes e os
escribas as maravilhas quefazia, e os meninos cla-
mando no temxjlo Ho-sanna ao Filho de David
;
indignaram-se,
16 E dis^eram-lhe : Ouveso que estes dizem? EJesus Ihes disse : Sim
;
nunca lestes : Pela boccados meninos e das crean-
cinbas de peito aperfei-
Qoasteo louvor ? (Psa. 8. 2.)
17 E, deixando-os, saiu
da cidade para Betbania, e
alii passou a noite.
18 E de manba, voltandopara a cidade, teve feme
;
19 E, avistando uraafigneira perto do caminho,
dirigiu-se a ella, e naoacbou n'ella senao foihas.
E disse-lhe : Nunca raais
nas^a fructo de ti. E afigueira seccou immediata-mente.20 E os discipulos, vendo
isto, maravilbaram-se, di-
zendo : Como seccou im-mediatamente a figueira ?
21 Jesus, porem, respon-dendo, disse-lhes : Em ver-
dade vos digo que. se ti-
verdes fe e nao duvidardea,nao so fareis ist ) a figueira,
mas ate se a este montedisserdes, Ergue-te e pre-
cipita-te no mar, assim sera
feito
;
22 E tudo o que pedirdesna oragao, crendo, o rece-
bereis.
23 E, cbegando ao templo,acercaram-se d'elle, estandojd ensinando, os jjrincipes
dos sacerdotes e os anciaos
do povo, dizendo : Comque auctoridade lazes isto ?
e quern te deu essa auctori-
dade ?
24 E Jesus, respondendo,disse-lhes : Eu tambem vosperguntarei uma coisa, que,
se m'a disserdes, tambemeu vos direi com queauctoridade fa(;o isto.
25 O baptismo de Joaode onde era ? Do ceu oudos homens ? E pensavamcntre si, dizendo: Se dis-
S. MATTHEUS, XXI. 4S>
sermos: Do ceu, elle nosi 33 Ouvi ainda ontralira: Entao porque nao o parabola: Houve nm ho-crestes ? i mem, pae de fam ilia, que26 E se dissermos: Dosiplantou nma vinha, e cir-
homens, tememos o povo,' cumdou-a de urn yallado, e
porque todos consideramJoao como propheta.
construiu n'ella um lagar, eedificou uma torre, e arren-
27E,respondendoa Jesus, dou-a a uns Javradores, edisseram: Nao eabemos. ausentou-se para Ionge
:
Elle disse-lhes : Nem euTos digo com que auctori-
dade fa^o isto.
28 Mas que yds parece?Umhomem tinhadois filbos,
3i E, cbegando o tempodos fructos, enviou os seusserYOs aos lavraJores, parareceberem os seus fructos.
I 35 E 03 lavradores, apo-6, dirigindo-se ao primeiro, ' derando-se dos servos, feri-
disse : Filho, vae trabalbar|
ram um, mataram outro, eboje na miuba vinba. a]3edrejaram outro.
29 E elle, porera, respon-\
36 Depois enyiou outrosdendo, disse : Nao quero. , serYos, em maior rmmeroMas depois, arrependendo-
jdo que os primeiros ; e fize-
se, foi.I
ram-lhes o mesmo
;
30 E, dirigindo-se ao se- 1 37 E por ultimo euYiou-gundo, fallou-lbe de egual Ihes seu filbo, dizendo :
modo ; e, respondendo elle,
disse : Eu vou, senhor. Enao loi.
Terao respeito a meu filho.
38 Mas os laYradores,
Yendo filho, disseram31 Qual dos dois fez a : entre si : Este u o herdeiro
;
vontade do pae ? Disse-,Yinde, materuol-o, e apode-
ram-lhe elles : primeiro.' remo-nos da sua heran^a.
Disse-lhes Jesus: Em ver-i 39 E,lai]9andomaod''elle,dade yos digo que os pu- o arrastaram para fora dablicanos e as meretrizes yos
j
Yinba, e o mataram.precedem no reino de Deus. I 40 Quando pois Yier o32 Porque Joao Yeiu paraj senhor da Yinha, que faraYOS ao caminho de justi-| a^uelles laYradores?^a, e nao o crestes ; mas os
|
41 Dizem-lhe elles : DarapubUcanos e as meretrizes affrontosa morte aos maus,o creram : yos, porem. Yen- 1 e arrendara a Yinha a ou-do isto, nera depois yos ' tros laYradores, que a seusarrependestes para o crer.
itempos Ihe deem os fructos.
50 S. MATTHEUS, XXI, XXII.
42 Diz-lhes Jesus : Nuncatestes nas Escripturas : Apedra, que os edificadores
rejeitaram, essa foi posta
por cabega do angulo ?
Pelo Senhor isto, foi feito,
Q e maravillioso aos nossos
elhos? (Ps. 118. 22, 23.)
43 Portanto eu yos digo
que o reino de Deus vos
!
sera tirado, e sera dadoa gente que de os seusfructos.
44 E quern cair sobre esta
pedra despedagar-se-ha ; e
sobre quern ella cair es-
magal-o-ha.45 E OS principes dos sa-
cerdotes e os phariseus, ou-vindo estas palavras, enten-deram que fallava d'elles
;
46 E, pretendendo pren-del-o, receiaram do povo,porquanto o tinham porpropheta.
CAPITULO XXII.
ENTAO Jesus, toniandoa palaTi-a, tornou a
fallar-lhes em parabolas,
dizendo
:
2 reino dos ceus e simi-
lliante a um certo rei quecelebrou as bodas de seufilho;
3 E enviou os seus servos
a cliamar os convidadospara as bodas; e nao qui-aeram vir.
4 Depois enviou outrosservos, dizendo : Dizei aosconvidados: Eis-que tenhomeu jantar preparado, os
mens bois e cevados ja mor-tos, e tudo jd prompt©
;
vinde as bodas.
5 Porem elles, nao fazendocaso, foram um para o seucampo, outro para o seutrafico
;
6 E OS outros, apoderando-se dos servos, os ultrajarame mataram.7 E o rei, tendo noticia
d'tsto, encolerisou-se ; e, en-
viandoosseusexercitos,des-truiu aquelles bomicidas,e incendiou a sua cidade.
8 Entao diz aos servos :
As bodas, na verdade, estao
preparadas, mas os convi-
dados nao eram dignos.
9 Ide pois as saidas doscaminhos, e convidae paraas bodas a todos os que en-
contrardes.
10 E OS servos, saindopelos caminhos, ajuntaramtodos quantos encontraram,tanto maus como bons; e
as bodas encheram-se deconvidados.11 E o rei, entrando para
ver OS convidados, viu ali
um bomem que nao estava
trajado com vestido debodas,
12 E disse-lbe: Amigo,como entraste aqui, nao
S. MATTHEUS, XXII. 51
tendo vestido de bodas ? E de Cesar, e a Dens o que e
de Deus.22 E elles, onvindo i&to.
elle emmudeceu.13 Disse entao o rei aos
servos : Amarrae-o de pes marayilharam-se, e^deixan-
6 maos, levae-o, e lan^ae-^^|
do-o, se retiraram.
nas trevas exteriores : ali|
23 Xo mesmo dia chega-havera pranto e ranger de
\
ram junto d'elle os saddu-dentes
:
|
ceus, que dizem nao hayer14 Porqne mnitos sao resurreigao, e o interroga-
ram,24 Dizendo: Mestre, Moj-
ses disse: Semorreralguem,
chamados, mas poucos es-
colhidos.
15 Entao, retirando-se ospharisens, consultaram en-
]
nao tendo filhos, easara o
tre Bi como o surprehen-deriam n'alguma palavra
:
sen irmao com a mulhe?d'elle, e suscitara descen-
16 E enviaram-lhe os sens,
dencia a sen irmao.
discipulos, com os Hero-j
25 Ora honve entre nosdianos, dizendo : Mestre, sete irmaos; e o primeiro,
bem Babemos que es verda-deiro, e ensinas o caminhode Deus, segiindo a ver-
dade, e de ninguem se te
da, porqne nao olhas aapparencia dos homens
;
17 Dize-nos, pois, qne te
parece ? E licito pagar otribnto a Cesar, on nao ?
tendo casado, morren, e,
nao tendo descendencia,
deixon sua mullier a seuirmao.
26 Da mesma sorte o se-
gnndo, e o terceiro, ate aosetimo
;
27 Por fim, depois de to-
dos, morren tambem a18 Jesns porem, conhe- mnlher,
cendo a sna malicia, disse
:
Porqne me experimentaes,hypocritas ?
19 Mostrae-me a moedado tribnto. E elles Ihe
apresentaram nm dinheiro.
20 E elle diz4hes : Deqnem e esta effigie e esta
inscrip<;ao ?
21 Dizem-lhe elles : DeCesar. Entao elle Ihes diz
:
28 Portanto na resnrrei-
^ao, de qnal dos sete sera
a mnlher, visto que todos apossuiram V
29 Jesus porem, resjwn-
dendo disse-lhes: Erraes,
nao conhecendo as Escrip-turas, nem o poder deDeus;30 Porqne na resnrreirao,
nem casam, nem sao dadasDae pois a Cesar o qne e em casamento ; mas serao
52 R. MATTHEUS,COmo OS aiijos de Deus nocen.
31 E, acerca da restirreigao
dos mortos, nao tendes lido
o que Deiis vos declarou,
dizendo
:
32 Eu son o Dens d'Abra-hao, o Deus d'Isaac, e oDeus de Jacob ? Deus Daoe Dens dos mortos, mas dosvivos.
33 E, as tnrbas, ouvindoisto ficaram maravilhadasda sua doutrina.
34 E OS pliariseus, ou-vindo que fizeraemmudecer03 sadducens, renniram-seno mesmo logar
;
35 E um d'elles, doutorda lei, interrogou-o para o
experimentar, dizendo :
36 Mestre, qual e o grandemandamento na lei ?
37 E Jesus disse-lhe :
Amaras o Senhor ten Deusde todo o teu coraeao, e detoda a tua alma, e cle todo o
teupensamento. {Deut.&.b.)
38 E.ste e o primeiro e
grande mandamento.39 E o segundo, simi-
Ihante a este e : Amaraso teu proximo como a ti
mesmo. (Zev. 19. 18.)
40 D'estes dois mauda-mentos depende toda a lei
e OS proi^lietas. I
41 E, estando reunidosOS phariseus, interrogou-os
;
Jesus,i
XXII, XXIII.
42 Dizendo : Que pensaesvos do Christo ? De querne filho ? Elles disseram-lhe
:
De David.43 Disse-lhes elle : Como
e entao que David, noEspirito, Ihe chama Senhor,dizendo
:
44 Disse o Senhob aomen Senlior: Assenta-te aminha direita, ate que euponha OS tens inimigos porescabello de tens pes. {Ps.
110. 1.)
45 Se David pois Ihe cha-ma Senhor, como e senfilho?
46 E ningnem podia res-
ponder-lhe uraa palavra
;
nem desde aqnelle dia
ouson mais alguem interro-
gal-o.
CAPITULO XXIII.
ENTAO fallen Jesus amnltidao, e aos seus
discipulos,
2 Dizendo : Na cadeira de
Moyses estao sentados os
escribas e phariseus.
3 Observae pois, e prati-
cae tudo o que vos disse-
rem que obsorveis ; mas naoprocedaes em conformidade
com as suas obras, porquedizem e nao praticam :
4 Pois lijrara fardos pesa-
dos e difficcis de supportar,
e OS pCem aos Lombros
S. MATTHEUS, XXIII. 53
dos homens; elles poremnem com o dedo queremmovel-os
;
5 E fazem todas as obrasa fim de serem vistos pelos
homens;pois trazem largas
phylacterias, e estendem asfranjas dos sens Testidos,
6 E amam os primeiroslogares nas ceias, e as pri-
meiraa cadeiras nas syna-gogas,
7 E as sandapo-es nas pra-gas, e serem charnados pe-los homens—Rabbi, Eabbi.8 Yos porem nao sejaes
charnados Eabbi, porqueum e6 e o vosso Mestre, asaber, o Cbristo : e todos y6ssois irmaos.
9 E a ningnem na terra
chamois yosso pae, porqueum so e vosso Pae, o qualestii nos ceus.
10 Nem sejaes charnadosmestres, pc>rque um so e ovosso Mestre, (lue i oOhristo.
11 Porem o maior d'entrevos sera vosso servo.
12 E que a si mesrao se
exaltar, sera humilhado ; e
o que a pi mesmo se humi-Ihar, sera exaltado.
i
13 Mas ai de vos, escribas'
6 phariscns, hypocritas ! I
pois que feehaes aos ho-
1
mens o reino dos ecus;pois
,
nem vos entraes, nem dei-
xaes entrat aos que entram.
;
14 Ai de v6.=?, escribas e
phariseus, hypocritas ! pois
que devoraes as casas das
j
viuvas, e isto com pretextode prolongadas ora9oes,
por isso soffrereis mais ri-' goroso juizo.
I
15 Ai de vos, escribas eI phariseus, hypocritas ! poisI que percorreis o mar e a!terra para iazer um prose-
1
lyto ; e, depois de o terdesfeito, fazeis filho do in-
ferno, duas vezes mais quevos.
i
16 Ai de vos, conducto-res cegos ! pois que dizeis
:
;Qualquer que jurar pelo
j
templo, isso nada e ; masj
qualquer que jurar pelo
:oiro do templo, e deve-
: dor.
I 17 Insensatos e cegos!
i
Pois qua! e maior : o oiro,
I
ou o templo, que sanctifica
j
o oiro ?
I
18 E aquelle que jurar
I
pelo altar isso nada e ; masaquelle que jurar pela of-
I
ferta que esta sobre o altar,
e devedor.
I 19 Insensatos e cegos!
j
Pois qual e maior : a offerta,
ou o altar, que sanctifica aofferta ?
20 Portanto, o que jurarpelo altar, jura por elle, epor tudo o que sobre elle
esta/
21 E que jurar pelo
c3
54
templo, jura por elle, e poraqiielle que n'elle balDita
;
22 E que jurar pelo ceu,
jura pelo throno de Dens,e por aquelle que esta sen-
tado n'elle.
23 Ai de vos, escribas e
phariseus, hvpocritas ! poisque diziniaes a ortela, oendro e o cominlio, e des-
prezaes o mais importanteda lei, o juizo, a misericor-dia e a fe : devieis poremfazer estas consas, e naoomittir aquellas.
24 Conductores cegos
!
que coaes o mosquito, e en-gulis o camelo.25 Ai de vos, escribas e
phariseus, hypocritas ! poisque limpaes o exterior docopo e do prato, ma? o in-
terior esta cheio de rapinae iniquidade.
26 Pliariseu cego! limpaprimeiro o interior do copoe do prato, para que tam-bem exterior fique limpo.
27 Ai de yos, escribas e
phariseus, hypocritas ! pois
que sois similhantes aossepulchros caiados, que porfora realmente parecem for-
mosos, mas interiomenteestao cheios d'ossos demortos e de toda a im-mundicia.28 Assim tambem vos ex-
teriormente pareceis justos
aos homens, mas interior-
S. MATTHEUS, XXIH.mente estaes cheios de hy-pocrisia e iniquidade.29 Ai de vos, escribas e
phariseus, hypocritas! poisque edificaes os sepulchrosdos prophetas e adornaesOS monumentos dos justos,
30 E dizeis : Se existisse-
mos no tempo de nossospaes, nunca nos associaria-
mos com elles para derra-mar sangue dos prophe-tas.
31 Assim, vos mesmostestificaes que sois filhos
dos que mataram os pro-phetas.
32 Ecchei vos pois amedida de vossos paes.
33 Serpentes, raga deviboras ! como escapareis
da condemnagao do infer-
no?34 Portanto, eis-que eu
vos envio prophetas, sa-
bios, e escribas; e a unsd' elles matareis, e crucifi-
careis; e a outros d'elles
agoutareis nas vossas syna-gogas, e OS perseguireis decidade em cidade
;
35 Para que sobre voscaia todo o sangue justo,
que foi derramado sobre aterra, desde o sangue d'A-bel, o justo, ate o sanguede Zacharias, filho de Ba-raquias, que matastes entre
o templo e o altar.
36 Em verdade vos digo
S. MATTHEUS, XXHI, XXIV. 65
[He todas estas coisas hao I signal haverd da tna vindade vir sobre esta gera^ao.
37 Jerusalem, Jerusalemque matas os prophetas, e
j
disse-lhes
apedrejas os que te saoj
para quo
e do fim do mundo ?
4 E Jesus, respondendo,Acautelae-vos,ninguem vos
enviados ! quantas vezes;engane
:
quiz eu ajuntar os teus|
5 Porque muitos viraofilhos, como a gallinha ;em meuuome, dizendo: Euajunta os seus pintos de-
;sou o Ckristo ; e seduzirao
baixo das azas, e yos naoj
muitos.quizestes! 6 E ouvireis de guerras, e38 Eis-que a vossa casa ! de rumores de guerra>s
;
vae ficar-vos deserta
;
i olhae nao vos assusteis,poi-39 Porque eu vos digo
\
que e mister que isso tud,>que, desde agora, me nao ;
acontega, mas ainda nao evereis mats, ate que di-
gaes: Bemclito o que vemem nome do Senhor (Fs.
118. 26).
ECAPITULO XXIY.
QUANDO Jesus ia
saindo do templo,
o fim.
7 Porque se levantaiAna^ao contra na^ao, e reino[contra reino, e havera fo-mes, e pestes, e terremotos,em varios logares.
8 Mas todas estas coisftasa.o principio de dores.
9 Entao vos hao de entre-approximaram-se d'elle os
Igar para serdes atorraen-
seus discipulos para Ihe tados, e matar-vos-hao ; emostrarem a estructura do i sereis odiados de todas' astemplo. Igentes por causa do mea2 Jesus porem Ihes disse
:! nome.
Nao vedes tudo isto ? Emverdade vos digo que naoficara aqui pedra sobrepedra, que nao seja derri-
3 E, estando assentadono monte das Oliveiras,chegaram-se a elle os eeusdiscipulos em particular,dizendo: Dize-nos quando
10 Entao muitos seraoescandaiizados, e traliir-se-
haj uns aos outros, e unsaos outros se aborrecerao,11 E surgirao muitos
falsos proplietas, e engana-rao muitos.12 E, por se multiplicar
a iniquidade, o amor demuitos esfriani.
serao essas coisas, e quej 13 Mas aquelle que per-
56 S. MATTHEUS. XXIV.seTerar ate ao fim, sera-
salvo.
11 E este evacgelho doreino sera pregado em todoo mundo, em testemunho atodas as gentes, e entao7ira o fim.
15 Quando pois virdes qnea abominagao da desola^ao,
de que fallou o prophetaDaniel, esta no logar sancto
;
quern le, attenda
;
16 Entao, os que estiverem
na Judea, fujam para osmontes
;
17 E qnem estiver sobre otelhado, nao des^a a tirar
alguma coisa da sua casa;
18 E, quern estiver nocampo, nao volte atraz abuscar seus vestidos.
19 Mas ai das gravidas, e
das que amamentaremn'aqueiles dias
!
20 E orae para que a vossafuga Lao aconte9a no iu-
verno, nem em sabbado
;
21 Por'iue havera entaogrande afi3ic!;iIo,comonunca
houve desde o principio domundo ate agora, nem taopouco ha de iiaver.
22 E se aquelles dias naofossem abreviados, nenhumacarno se salvaria ; mas porcausa do^ escolliidos se-
rao abre viados aquellesdias.
23 Entao, se alguem vosdisser: Eis-que o Christo
estii aqui, ou ali, nao dels
credito
;
21: Porque surgirao falsos
cliristos e falsos prophetas,e farao tao grandes signaese prodigies que, se possi-
vel fora, enganariam ate os
escolhidos.
25 Eis-que eu vol-o tenhopredito.
26 Portanto, se vos disse-
rem : Eis-que elle estd nodeserto, nao saiaes ; Eis-que
I
elle estd nas camaras; naoacrediteis.
27 Porque, como o relam-pago sae do oriente e appa-rece ate ao occidente, assimsera tambem a vinda doFilho do homem.28 Pois onde estiver o ca-
daver, ahi se ajuntarao aa
aguias.
29 E, logo depois daafflic(;ao d'aquelles dias, osol escurecera, e a lua naodara o seu resplendor, e asestrellas cairao do ceu, e aspotencias dos ceus seraoabaladas.
30 Entao apparecera noceu o signal do Filho dohomem ; e todas as tribus
da terra se lamentarao, e
verao o Filho do homem,vindo sobre as nuvens doceu, com poder e grandegloria.
31 E enviara os seus anjoecom rijo clamor de trom-
S. MATTHEUS, XXIY. 57
beta, e ajnntarao os sens ' 40 Entao, dois estarao noescoliiidos desde os quatro ; campo ; sera levado tun,
ventos, de nma a oatra ex- ; e deixado outro.
tremidade dos cens.
32 Aprendei pois esta
parabola da figneira : Quan-do ja o sen ramo se
I41 Duas estarao moendono moinho ; sera levada
I
lima, e deixada outra.I 42 Yiciae. pois, porqne
torna tenro e brota folhas, nao sabeis a que hora hasabeis que esta proxima o , de vir o vosso Senhor
;
I
43 Mas considerae isto :
q^ando que se o pae de familia sou-virdes todas estas coisas, sa-
jbesse a que Tigilia da noite
bei que elle /a esta proximo i havia de vir o ladrao, vigia-
veraa33 Egualmente,
as portas. |ria e nao deixaria minar34 Em verdade vos digo
Ia sua casa.
que nao passara esta gera-
(;ao sem que todas estas
coisas acontecam.
4r4 For isso, estae tosapercebidos tambem
;por-
que o Filho do homem ha35 ceu e a terra passa- 1 de vir a hora que cao pen-
rao, mas as minhas pala-
vras nao hao de passar.
36 Porem d'aquelle dia e
hora ninguem sabe, nemOS anjos do ceu, mas uni-camente meu Pae.
saes.
45 Quern e pois o serTofiel e prudente, que o Se-
nhor constituiu sobre os
sens servos, para lit^s dar osustento a seu tempo ?
37 E, como foi nos diasj
46 Eemaventurado aquelle
de Noe, assim sera tambem ' servo que o Senhor, quan-a vinda do Filho do ho- i do vier, achar fazendo as-
niem.|
38 Porque como, nos dias
anteriores ao diluvio, co-i
miam, bebiam, casavam e
davam em casamento, ate
ao dia em que Koe entrouna area,
39 E nao o conheceram,ate que veiu o diluvio, e os
levou todos,—assim sera ; mer e beber com os temu-tambem a vinda do Filho ; lentos.
Sim.
47 Em verdade vos digo
que o pora sobre todos os
sens V)ens.
48 Porem se aquelle manservo disser comsigo : Omeu senhor tarde vira
;
49 E come^ar a espancaros s«w5 conserves, e a co-
do homem. 50 Vira o senhor d'aquelle
58 S. MATTHEUS, XXIV, XXV.
servo n'um dia em que o
nao espera, e a hora emque elle nao sabe,
51 E Beparal-o-lia, e pora
a sna parte com os hypo-critas : ali liavera pranto e
ranger de denies.
CAPITULO XXV.
ENTAO o reino dos ceus
sera simiihante a dezyirgens que, tomando as
suas lampadas, sairam ao
encontro do esposo.
2 E cinco d'ellas erampmdentes, e cinco loucas.
3 As loucas, tomando as
suas lampadas, nao levaramazeite comsigo
;
4 Mas as prudentes leva-
ram azeite em seus vasos,
com as suas lampadas.5 E, tardando o esposo,
tosquenejaram todas, e a-
dormeceram,6 Mas a meia noite ouviu-
se nm clamor: Ahi vemo esposo, salii-lhe ao en-
contro.
7 Entao todas aquellasvirgens se levantaram, e
prepararam as suas lampa-das.
8 E as loucas disseramas prudentes : Dae-nos dovosso azeite, porque as nos-eas lampadas se apagam,9 Mas as prudentes res-
ponderam, dizendo : Nao
seja caso que nos falte anos e a vos ; ide antes aos
que vendem, e comprae-opara vos.
10 E, tendo ellas ido acomprar, chegou o esposo,
e as que estavam prepara-das entraram com elle paraas bodas, e fechou-se aporta.
11 E depois chegaramtambem as outras virgens,
dizendo : Senhor, Senhor,abre-nos.
12 E, elle, respondendodisse : Em verdade vos di-
go, que vos nao conhego.
13 Vigiae pois, porque naosabeis o dia nem a horaem que o Filho do homemha de vir.
14 Porque, e como nmhomem que, partindo parafora da stia terra, chamouOS seus servos, e entregou-Ihes OS seus bens
;
15 E a um deu cinco ta-
lentos, e a outro dois, e
ao outro um, a cada umsegundo a sua capacidade,
ausentou-se logo paralonge.16" E, tendo elle partido,
o que recebera cinco ta-
lentos negociou com elles, e
grangeou outros cinco ta-
lentos.
17 Da mesma sorte, oque recebera dois, grangeoutambem outros dois;
S. MATTHEUS, XXV. 59
18 Ma*s o que recebera ' 25 E, ateraorisado, fui
um foi enterral-o no cbao, i esconder na terra o ten ta-
6 escondeu o diaheiro do ilento ; aqui tens o que e ten,
sen senhor. 26 Eespondendo porem o
19 E mnito tempo depois ! sen senhor, disse-lhe : Manvein o senhor d'aquelles e negligente serTo; sabesservos, e fez contas com , qne ceifo onde nao semeei,
elles. I e ajnnto onde nao espa-
20 Entao approximon-se o 1 Ihei
;
qne recebera cinco talen-j 27 Por isso te cnmpriatos, e tronxe-lhe ontros
|
dar o men dinheiro ao3
cinco talentos, dizendo : Se- banqueiros, e, quando ennhor, entregaste-me cinco
:viesse, receberia o men com
talentos ; eis-aqni ontros ' os jnros.
cinco talentos qne gran-
geei com elles.
21 E o sen senhor Ihe
disse : Bem estd, servo bom
28 Tirae-lhe pois o talen-
to, e dae-o ao qne tem osdez talentos.
29 Porqne a qnalqner6 fiel. Sobre o ponco foste : qne tiver, sera dado, e tera
fiel, sobre mnito te consti- em abundancia ; mas aotnirei; entra no goze do qne nao tiver, ate o queten senhor. tem sera tirado.
22 E, chegando tambem o 30 Lan^ae pois, o servo
qne tinha recebido dois ta- inntil nas trevas exteriores :
lentos, disse : Senhor, en- 'ali havera pranto e ranger
tregaste-me dois talentos
eis-que, com elles grangeei
ontrois dois talentos.
23 Disse-lhe sen senhor
:
de dentes
31 E quando o Filho dohomem vier em sua gloria,
e todos OS sanctos anjos
Bem estd^ bom e fiel servo, com elle, entao se assentaraSobre o ponco foste fiel,
|
no throno da sua gloria
:
sobre mnito te constituirei
entra no gozo do ten se-
nhor.24 Mas, chegando tambem
o qne recebera um talento,
disse: Senhor, en conhe-
32 E todas as nat^^es se-
rao rennidas diante d'elle,
e apartara uns dos ontros,
como pastor aparta dosbodes as ovelhas.
33 E pora as ovelhas &cia-te, qne es um homem
jsua direita, mas os bodes a
duro, que ceifas onde nao esquerda.
espalhaste
;
34 Entao dira o Eel aos
60 S. MATTHEUS, XXY, XXVI.
que (stive-rera a sua direita:
' me destes de coined ; tire
Yinde, bemditos de meu\sede, e nao me destes de
Pae, possui por heracna olbeber;reino que tos esta prepa-
rado desde a fuudacao domundo
;
35 Porque tive fome, e
destes-me de comer; tiye se- i visitastes.
43 Sendo estrangeiro, nao
I
me recolhestes ; esiando
! Eu, nao me vestistes ; en-
fermo, e na prisao, nao me
de, 6 destes-me de beber; era
estrangeiro, e hospedastes
me;
44 Eutao elles tambemIbe responderao, dizendo :
Senlior, quando to vimos36 Estava nu, e vestistes-
;com fome, on com sede, ouestrangeiro, ou mi, ou en-
, fermo, ou na prisao, e te
I
nao serTimos ?
I 45 Eiitao lhesresp®ndera,pondei ao, dizendo : Se- dizendo : Em verdade vosnbor, quando te vimos com digo que, quando a nm
me; adoeci, e visitastes-
me; estive na prisao, e
testes ver-me.
37 Entao os justos ibe res-
fome, e te demos de comer ?
ou com sede, e te demos debeber r
. 38 E quando te vimosestrangeiro, e te hospeda-mos ? ou nu, e te vestimos ?
39 E quando te vimos en-
fermo, ou na prisao, e fo-
mos ver-te ?
40 E, respondendo o Rei,
Ihes dira : Em verdade vos
digo que quando o fizes-
d'estes pequenmos o naofizestes, nao o fizcstes amim.46 E estes irao para o tor-
mento eterno, mas os justos
para a vida eterna.
CAPITULO XXYI.EACONTECEU que,
quando Jesus concluiutodos estes discursos, disse
aos sens discipulos
:
tes a um d'estes mens pe- I2 Bern pal eis que d'aqui
quenmos irmaos, a mim o
fizestes.
a dois dias e a Pascboa ; e
o Filho do bomem sera en-
41 Entao dira tambem\
tregue para ser crucificado.
aos que estiverem a sua es- ! 3 Entao os principes dos
querda : Apartae-vos de|
saccrdotes, e os escribas, e
mim, malditos, para o fogo i os anciaos do povo, reuui
eterno, T)reparado para o
diabo e sens anjos
;
42 Porque tive fome, e nao mava Caip
ram-se na sala do summosacerdote, o qual se cba-
S. MATTHEUS, XXVI. 61
4 E consultaram junta-j
dito o que ella fez para me-mente para preuderem Je- 1 moria sua.
BUS por engano, e matal-o ;i 14 Entao um dos doze,
5 Porem diziam : Nao du- chamado Judas Iscariotes,
rante a festa, para que nao foi ter com os principes doshaja alvoro(;o entre o povo,
6 E, estando Jesus emBethania, em casa de Simao,o leproso,
7 Approximou-se d'elle
sacerdotes,
i 15 E disse : Que me que-i reis dar, e eu vol-o en-
I
tregarei? E elles Ibe arbi-
traram trinta raoedas deuma mulher com um vaso prata.
dalabastro, com ungnentode grande valor, e derramou-lli'o sobre a cabe^a, estando
;entregar.
16 E, desde entao, bnsca-va opportunidade para o
elle gentado a, mesa. 17 E, no primeiro dia da8 E OS seus discipnlos,
\
festa dos paes asmos, che-vendo isto, indignaram-se, i garam os discipulos juntodizendo : Porque se faiefite desperdicio ?
9 Pois este nnguento podia1
necessario para comervender-se por grande prego, paschoa ?
e dar-se o dinheiro aos ''
~
pobres.
de Jesus, dizendo: Ondejqueres que ta preparemos
;18 E elle disse : Ide a
!cidade, a nm certo homem.
10 Jesus, porem, conhe- 1 e dizei-lhe : Mestre diz :
cendo isto, disse-lhes : Por- i meu tempo esta proxi-que affligis esta mulher ? . mo ; em tua casa celebro apois praticou uma boa ac-
1
paschoa com os meus dis-
9ao para commigo
;
11 Porquanto serapret^ndes comyo>co os pobres,
mas, a mim, nao me haveisde ter sempre.
I cipulos.
! 19 E OS discipulos fizeram
I
como Jesus Ihes ordenara,: e prepararam a paschoa.20 E, chegada a tarde,
12 Ora, derramando ella ! assentou-se a mesa com os
este un^uento sobre o meucori)o, fel-o preparando-mepara o meu cnterramento.18 Era verdade vos digo
que, onde quer que este
l^vangelho for pregado, emtijdo o II) undo, tambein sera
doze.
21 E, comendo elles, dis-
se: Em verdade vos digoque um de vos me ha detrahir.
22 E elles, entristecendo-
se muito, comegaram cada
62 S. MATTHEUS, XXVI.
um adizer-lhe: Forventurason en, Senkor ?
23 E, elle, respondendo,disse: O que mette a maono prato commigo, esse meha de trahir.
24 Em verdade o Filho
do homem vae, como acercad'elle esta escripto, mas ai
d'aqnelle homem por qnemo Filho do homem e tra-
hido ! bom seria a esse
homem se nao houvera nas-
cido.
25 E, res]X)ndendo Jndas,o que o trahia, disse : Por-ventura sou eu, Eabbi ?
Elle disse : Tu o disseste.
26 E, quando comiam,Jesus tomou o pao, e, aben-Qoando-o, o partiu, e o deuaos discipulos, e disse : To-mae, comei, isto e o meucorpo.
27 E, tomando o calix,
9 dando graQas, deu-lh'o,
dizendo: Bebei d'elle to-
dos;
28 Porque isto e o meuBangue, o sangue do NovoTestamento, que e derra-
mado por muitos, para re-
missao dos peccados.29 E digo-vos que, desde
agora, nao beberei d'este
fructo da vide ate aquelledia em que o beber de novocomvosco no reino de meuPae.
30 E. tendo cantado o
hymno, sairam para o men-te das Oliveiras.
31 Entao Jesus Ihes disse
:
Todos vos esta noite vo3!escandalizareis em mim
;
I
porque esta escripto : Feri-irei o pastor, e as ovelhasdo rebanho se dispersa-
rao.!
32 Mas, depois de enresuscitar, irei adiante devos para a GaUlea.33 Pedro, porem, respon-
dendo, disse-lhe : Aindaque todos se escandalizemem ti, eu nunca me escan-dalizarei.
34 Disse-lhe Jesus : Emverdade te digo que, n'esta
mesma noite, antes que ogallo cante, tres vezes menegaras.
35 Disse-lhe Pedro: Ain-da que me seja mister mor-rer comtigo, nao te negarei.
I
E mesmo todos os dis-
cipulos disseram.
36 Entao chegou Jesus' com elles a um logar cha-mado Gethsemani, e disse
aos discipulos : Assentae-vos aqui, emquanto voualem, a orar.
37 E, levando comsigoPedro e os dois filhos deZebedeo, come90u a entris-
1
tecer-se e a angustiar-se
muito.38 Entao Ihes disse: A
I minha alma esta cheia de
S. MATTHEUS, XXVL 63
tristeza ate a morte ; ficae mos ; eis one e chegado o
aqni, e velae commigo. que me trahe.
39 E, indo um pouco mais 47 E, estando elle ainda
para diante, prostrou-se ' a fallar, eis que chegou8obre o sen rosto, orando e Judas, um dos doze, e comdizendo: Meu Pae, se e elle uma grande multidao
possivel, passe de mim este com espadas e varapaus,
calix ;porem, dSo como enviada pelos principes dos
en quero, mas como tu sacerdotes e pelos anciaos
queres.\
do poYO.
40 E volton para os sens 48 E o que o trahia tinha-
discipnlos, e achon-os ador- Ihes dado signal, dizendo
:
mecidos; e disse a Pedro: O que en beijar, e elle;
Entao nem nma liora po- prendei-o.
destes velar commigo ? 49 E logo, approximando-
41 Vigiae e orae, para que se de Jesus, disse : En te
nao entreis em tenta^ao:
na verdade, o espirito estd
saudo, Eabbi. E beijou o.
50 Jesus porem Ihe dis-
prompto, mas a came i se: Amigo, a que yieste?' Entao, approximando - 68,
lan^aram mao de Jesus, efraca.
42 E, indo segunda tgz,
oron, dizendo : Meu Pae, se prenderam-n'o.
este calix nao pode passar 51 E eis-que nm dos quede mim sem eu o beber, estavam com Jesus, esten-
fa9a-se a tua vontade. dendo a mao, puxou da es-
43 E, voltando, achou-os pada e, ferindo o servo doontra vez adormecidos
;
porqne os sens olhos esta-
vam carregados.
44 E, deixando-os, volton.
summo sacerdote, corton-
Ihe nma orelha.
52 Entao Jesus disse-lhe:
Mette no sen logar a tuae oron terceira vez, dizendo • espada
;porqne todos os
as mesmas palavras. que lan^arem mao da es-
45 Entao chegou junto;pi da, a espada morrerao.
dos sens discipnlos, e disse- ' 53 On pensas tu que naoIhes : Dormi ja, e repon-
1
poderia eu agora orar asae ; eis que e chegada a
^
men Pae, e elle nao mehora, e o Eilho do homem ! daria mais de doze legioes
sera entregne nas maos dos I d'anjos ?
peccadores.j
54 Como pois se cnmpri-46 Levantae-vos, parta- , riam as Escripturas, qu«
64 S. MATTHEUS, XXVI.dizem que assim convemque acontega ?
55 Entao disse Jesns amultidao: Saistes, como aum salteador, com espa !as
e varapaus para me pren-der ? todos os dias meassenta-va junto de yos,
ensinando no templo, e naome prendestes.
56 Mas tudo isto aconte-
ceu para que se cumpramas Escripturas dos prophe-tas. Entao todos os disci-
pulos, deixando-o, fugiram.57 E, 03 que preuderam
a Jesus, o conduziram aosummo sacerdote, Caiphas,onde OS escribas e os anciaosestavam reunidos.
58 E Pedro o seguiu deloDge ate ao pateo do sum-mo sacerdote: e, entrandodentro, assentou-se entre
OS creaJos, para ver o fim.
59 E OS principes dossacerdotus, e os anciaos, e
todo conselho, buscavamfalso testemunho contraJesus, para o poderemmatar,GO Mas nao o achavam,
apezar de se apresentaremmuitas falsas testemunhas
;
mas por fim cbegaram duasfalsas testemunhas,61 E disseram : Este dis-
se ; Eu posso derribar otemplo do J)eus, e reedifi-
cal-o em tres dias.
62 E, levantando-se osummo sacerdote, disse-
Ibe: Nao rcspondes coisa
alguma ao que estes de-poem contra ti ?
63 Jesus porem, guardaTasilencio. E, iusistindo osummo sacerdote, disse-
Ihe: Conjuro-te pelo Deusvivo que nos digas se tu es
o Christo, o Filho de Deus.6-i Disse-lbe Jesus : Tu o
disseste ; digo-vos, porem,que vereis em breve o Fi-
lho do homem assentado adireita da mages ade divi-
na,e vindo sobre as nuvensdo ceu.
65 Entao o summo sacer-
dote rasgou OS sens vesti-
dos, dizendo ; Blasphemou
;
para que precisamos aindade testemunhas ? Eis-quebem ouvistes agora a suablasphemia.66 Que vos parece? E
elles, respondendo, disse-
ram : E reo de morte.67 Entao cuspiram-Uie
no rosto ; e uns Iho davampunhadas, e outros o esbofe-
teavam,6S Dizendo : Prophetiza-
nos, Christo, quern e o quete bateu ?
69 E Pedro estava assen-
tado fora, no pateo, e appro-ximou-se d'elle uma creada,
dizendo : Tu tambem esta-
ivas com Jesus, o galileu.
S. MATTHEUS,70 Mas elle negon diante
|
de todos, dizendo : Nao sei
;
o que dizes.I
71 E, saindo para o ves-
tibulo, viu-o ontra, e disse'
ao8 que ali estavam : Este
,
tambem estava com Jesus, I
o nazareno.72 E elle negou outra vezcom juramento, dizendo
;
Nao conhe^o tal homem.73 E, d'ahi a pouco, appro-
ximando-se os que ali esta-
vam, disseram a Pedro :\
Verdadeiramente tambemj
tu es urn d'elJes, pois a tuafalla te denuucia.
'
74 Entao comerou elle a '
imprecar e a jurar, dizendo
:
Nao conheQo esse homem. '
E immediatamente o gallo
cantou.I
75 E lembrou-se Pedro!das palavras de Jesus, que :
Ibe dissera : Antes que o|
gallo cante, tres yezes me\
negaras. E saindo d'ali, i
chorou amargamente.
ECAPITULO XXYILCHEGANDO a ma-
9 L ha, todos OS princi pes
dos sacerdotes, e os anciaos
do povo, formavam junta-
mente conselho contraJesus, para o matarem
;
2 E levaram-n'o mania-tado, e entregaram-n'o aopresidente Poncio Pilatos.
XX\^, XXVII. 65
3 Entao Judas, o que otrabira, vendo que eracondemnado, devolveu, ar-
rependido, as trinta moe-das de prata aos principes
dos sacerdotes e aos anciaos,
4 Dizendo: Pequei, tra-
hindo sangue innocente.Porem elles disseram : Quenos importa ? Isso e com-tigo.
5 E elle, atirando para otemplo as moedas de prata,
retirou-se, e, indo, enfor-
cou-se.,
6 E 08 principes dossacerdotes, tomando asmoedas de prata, disseram :
Nao e Ucito mettel-as nocofre da3 ollertas, porquesao pref;o de sangue.
7 E, tendo deliberado jun-tamente, compraram comellas campo do oleiro, parasepultura dos estrangeiros.
8 Por isso foi cbamadoaquelle campo, ate o diari'hoje, Campo de sacgue.
9 Entao se realisou o quevaticinara o propheta Jere-
mias : Tomarara as trinta
moedas de prata, pre90 doayaliado, que os filhos d'ls-
rael avaliaram,
10 E deram-n'as pelocampo do Oleiro, segundoo que o Senhor determinou.{Zach. 11. 12, 13.)HE foi Jesus apresen-tado ao presidente, e o
66 S. MATTHEUS. XXVH.presidente , o interrogon, ! qne pedisse Barrabas, e
dizendo : Es tu o Eei dos . matasse Jesus.
Jndeos ? E disse-lhe Jesus : I 21 E, respondendo o pre-Tu dizes. sidente, disse-lhes : Qual12 E, sendo accusado pelos
|
d'esses dois quereis vosprincipes dos sacerdotes e
j
que eu solte ? E elles dis-
pelos anciaos, nada respon- I seram : Barrabas.den.
I
22 Disse-lhes Pilatos
:
13 Disse-ihe entao Pila- Que farei entao de Jesus,
tos : Xao ouves quanto iehamado Christo ? Disse-ram-llie todos : Seja cruci-ficado.
23 presidente por^mdisse : Pois que mal tern
feito? E elles clamavammais, dizendo: Seja cruci-ficado.
24 Entao Pilatos, vendo
testificam contra ti ?
14 E nem uma palavra
Ihe respondeu, de sorte queo presidente estava muitomaravilliado.
15 Ora, "por occasido dafesta, costumava o presi-
dente soltar um preso,
escolhendo o poYO aquelle que nada aproveitava, an-
que quizesse.
16 E tinliam entao umpreso bem conbecido, eha-mado Barrabas.
17 Portanto, reunindo-se
tes o tumulto crescia,
tomando agua, lavon asmaos diante da multidao,dizendo: Estou innocentedo sangue d'este justo
;
elles, disse-lhes Pilatos :jconsiderae-o vos.
Qual quereis que vos solte?j
25 E, respondendo todo oBarrabas, ou Jesus, cha- ' povo, disse : sen sanguem;ido Christo ? seja sobre nos e sobre nossos
26 Entao soltou-lhes Bar-rabas, e, tendo mandado
18 Porque sabia que por !filbos^
fnveja o haviam entregado.
19 E, estando elle sen-
tado no tribunal, mandouiagoitar a Jesus, entregou-o
sua mulher dizer-lhe: Kao ! para ser crucificado.
entres na questao d'esse\27 E logo os soldados do
justo, porque n'um sonho : presidente, conduzindo Je-
muito soffri por causa!
sus a audiencia, reuniramd'elle.
20 Mas OS principes dossacerdotes e os anciaospersuadiram 4 multidao ;
carlata;
junto d'elle toda a cohorte.
28 E, despindo-o, o cobri-
ram com uma capa de es-
29 E,
S. MATTHEUS, XXYII. 67
tecendo nma coroa a sna causa : ESTE £d'espinlioSjpozeram-lli'ana JESUS, REI DOS JUcabe9a, e em sua moo direita DEOS.uma cana; e, ajoelhando '^''
—
diante d'elle, o escarneciam,
dizendo: Salve, Eei dosJndeos.30 E, cuspindo n'elle, ti-
raram-llie a cana, e batiam-Ihe com ella na cabega.
31 E, depois de o liaverem
escamecido, tiraram-ihe a
38 E foram cmcificadoscom elle dois salteadores,
um a direita, e outro a es-
querda.
39 E OS que passavamblasphemayam d'elle, me-neando as cabecas,
4.0 E dizendo ; Tu, quedestroes o templo, e em tres
capa, yestiram-lhe os seus :dias o reedificas, salva-te a
vestidos e o levaram a cru- : ti mesmo ; se es Filho deciflcar.
32 E, quando saliiam,
encontraram nm homemcyreneo, chamado Simao:
Deus, desce da cruz.
41 E da mesma maneiratambem os principes dossacerdotes, com os escribas,
a este constrangeram a levar e anciaos, e phariseos, escar
a sua cruz.
33 E, chegando ao logar
chamado Golgotha, que se
diz, logar da Caveira,
34 Deram-lhe a bebervinagre misturado com fel
;
mas, provando-o, nao quizbeber.
35 E, havendo-o crucifi-
cado, repartiram os seus
vestidos, lan9ando sortes
:
para que se cumprisse oque foi dito pelo propheta
:
necendo, diziam
:
42 Salvou a outros, a si
mesmo nao pode salvar-se.
Se e Ttei d'Israel, desfaagora da cruz, e creremosn'elle
;
43 Confiou em Deus
;
livre-o agora, se o ama;porque disse : Sou Filho deDeus.44 E mesmo Ihe lan^a-
ram tambem em rosto os
salteadores que estavamEepartiram entre si os crucificados com eUe.
meus vestidos, e sobreminha tunica lan9aramsortes.
36 E, assentados, o guar-davam ali.
37 E por cima da sua
45 E desde a hora sexta
houve trevas sobre toda aterra, ate a hora nona.46 E perto da hora nonaexclamou Jesus em alta
voz, dizendo : Eli, Eli, lamacabe^a pozcram escripta sabachthani; isto e, Deus
G8 S. MATTHEUS, XXVII.meu, Deus meu, porque medesamparaste ?
•il E alguns dos qne ali
estayam, ouTindo isto, di-
ziam : Este chama porElias.
48 E logo nm d'elles, cor-
rendo, tomou iLma espocja,
e eccheu-a de vinagre, e,
poiido-a n'uma cana, daya-Ihe de beber.
•i9 Os outros porem diPL-
ziam : Deixa, vejamos se
Elias Tern iivral-o.
50 E Jesus, clamandoOTitra Yez com grande toz,
renden o espiiito.
51 E eis-qiie o ven dotemple se rasgon em dois,
d'alto a baixo : e tremeu aterra, e fenderam-se aspedras,
52 E abriram-se os sepnl-chros, e muitos coipos desanctos que dormiam, foramresuscitados,
53 E, saindo dos eepul-cbros, depois da resurrei-
cao d'ejle, entraram nacidade sancta, e apparece-ram a muitos.5i E o centuriao e os quecom elle guardavam a Je-sus, vendo o terremoto, e as
coitus que haviam succe-dido, tiveram grande temor,e disserara : Verdadeira-meute este era o Filho deDeus.65 E estavam ali olhando
de longe muitas mulheresque tinham seguido Jesusdesde a Galilea, servindo-o.
56 Entre as quaes estavamMaria Magdalena, e Maria,mae de Tbiago e de Jose, ea mae dos filhos de Zebedeo.
' 57 E, Tinda ja a tarde,chegou um bomem rico deArimathea, por uome Jose,que tambem era discipnio
: de Jesus.' 58 Este cbegou a Pilatos,
e pediu-lhe o corpo de Je-sus. Entao Pilatos mandouque o corpo lue fosse dado.
\59 E Jose, tomando o
corpo, envolyeu-o n'um fino
e limpo lencol,
60 E poz no seu sepul-
.cbro novo, que bavia layra-
jdo liuina rocba, e, revol-
ivendo uma grande pedrapara a porta do sepulchro,foi-se.
I
61 E estayam aU ^faria' Magdalena e a outra Maria,assentadas defronte dosepulckro.
j
62 E no dia seguinte, que
I
e depois da preparacao, re-' uniram-se os principes doesacerdotes e os pbariseos
em casa de Pilatos,
;
63 Dizendo : Senbor, lem-' bramo-nos de que aquelle
enganador, vivendo ainda,
disse : Depois de tres dias
resuscitarei.
: 64 Manda pois, que o s^
S. MATTHEUS, XXVII, XXYIII. 69
pulchro seja guardado comEegnran^a ate o terceiro
dia, nao seja caso que os
seus discipulos Tao denoite, e o furtem, e digam
Dao tenliaes medo;pois eu
sei que buscaes a Jesus, quefoi crucificado.
6 Nao esta aqui, porquej<i resuscitou, como bavia
ao povo : Eesuscitou dos|
dito. Yinde, vede o logarmortos ; e assim o ultimo ' onde o Senhor jazia.
crro sera peior do que o I 7 E ide immediatamente,primeiro. e dizei aos seus discipulos
65 E disse-lhes Pilatos :|
que ja resuscitou dos mor-Tendes a guarda ; ide, guar-dae-o como entenderdes.
€6 E, indo elles, segura-ram o sepulcbro com a
guarda, sellando a peJra.
CAPITULO XXYIII.
tos. E, eis-que elle vaeadiante de yos para a Gali-
lea; ali o vereis. Eis-queeu vol-o tenho dito.
8 E, saindo elks pressu-rosamente do sepulchro,com temor e grande alegria,
coiTc-ram a annuncial-o aosNA tarde do sabbado,
' seus discipulos
fquando ja come9aYa 1 9 E, indo ellas annun-E
a esclarecer para o pri-1 cial-o aos ser.s discipulos,
meiro dia da semana, Maria eis-que Jesus Ibes F.ae aoMagdalena, e a outra
,encontro, dizendo : Eu tos
Maria foram Yer o sepul-|
saudo. E ellas, cbegando.chro
Iabragaram os seus pes, e o
2 E, eis-que houYera um\
adoraram.grande terreraoto, porque
j10 EntaoJesus disse-lhes:
o anjo do Senhor, descendo i Nao temaes ; ide, e annun-do ceu, chegou, e rcYolYeua pedra da porta, e estavaa^sentado sobre eila.
3 E o seu aspecto era
ciae a mens irmaos queYao a Galilea, e la me ve-
rao. (Ps. 22. 23.)
HE, indo ellas, eis-quecomo o relampapo, e o seu alguns da guarda, chegan-vestido branco como ncYe4 E OS guardas, com me-do d'elle, ficaram muitoassombrados, e tornaram-secomo mortos.5 ^las o anjo, fallacdo.
do a cidade, annunciaramaos princip&s dos Bacer-
dotes todas as coisas quebaviara acontecido.
12 E, congregados elles
com OS anciaos, e tomandodis8e as mulh^res: Yds i conselbo entre si, deram
70 S. MAECOS, I.
miiito dinheiro aos solda-
dos, dizendo :
13 Dizei que viercam deDoite OS sens discipulos, e
dormindo nos, o furtaram;M E, 60 isto chegar a ser
ouvido pelo presidente, noso persuadiremos, e vos po-remos em seguranga.15 E elles, recebendo o
dinheiro, fizeram como es-
tavam instruidos. E foi di-
vulgado este dito entre os
judeos, ate o dia (i'hoje.
16 E OS onze discipulospartiram para a Galilea, aomonte, onde Jesus Ihestinha ordenado.
17 E, quando o viram, oadoraram ; mas alguns du-vidaram.18 E, cliegando-se Jems,
fallou-lhes, dizendo : E'-medado todo o poder no ceu ena terra.
19 Portanto ide, ensinaetodas as na(;oes, baptizan-do-as em nome do Pae, e doFilho, e do Espirito Sancto
;
20 Ensinando-as a guar-dar todas as coisas que envos tenho mandado ; e eis-
que eu estou comTOSCOtodos OS dias, ate a con-summa^ao do mundo.Amen.
SANCTO EVANGELHO
DE
NOSSO SENHOR JESUS CHRISTOSEGUNDO S. MAECOS.
CAPITULO I.
PRIXCIPIO do Evan-gelho de Jesus Chris-
to, Filho de Deus
;
2 Como esta escripto nosprophetas : Eis-que eu en-
vio o meu anjo diante
da tua face, o qua! prepa-
rara o teu caminho diante
de ti. {Mai. 3. 1.)
3 Yoz do que clama nodeserto : Preparae o cami-nho do Senhor,endireitae as
suas veredas. {Isa. 40. 3.)
4 Estava Joao baptizan-
do no deserto, e pregandoo baptismo do arrependi-
S. MAECOS, I. 71
mento, para remissao dos I Satanaz. E estava com as
peccados.
5 E toda a provincia daferas, e 03 anjos serviam.M E, depois qua Joao foi
Judea, e OS de Jerusalem entregue a prisao, veiusahiam a elle ; e todos eram Jesus para a Galilea, pre-baptizados por elle no rio gando Evangellio do reinoJordao, confessando os seus
j
de Deus,peccados. 15 E dizendo: tempo6 E Joao andava vestido esta cumprido, e o reino de
de pellos de camello, e com Deus esta proximo. Ar-um cinto de coiro em redor rependei-vos, e crede node seus lombos, e comia Eyangellio.
gafanhotos e mel silvestre. 1 16 E, andando junto do7 E pregava, dizendo :
' mar de Galilea, viu Simao,Apos de mim vem aquelle e Andre, seu irmao, queque e mais forte que eu, ;
langavam a rede ao mar,ao qual nao sou digno de,
Iporque eram Pescadores.
encurvando-me, desatar acorreia das suas alparcas.
17 E Jesus Ihes disse:Yinde apos de mim, e eu
8 Eu, em verdade, tenho- farei que sejaes Pescadoresvos baptizado com agua ; de homens.elle porem vos baptizara
: 18 E, deixando logo ascom o Espirito Sancto.
9 E acont^ceu n'aquelles
suas redes, o seguiram.19 E, passando d'ali um
dias que Jesus, tendo ido pouco mais adiante, viude Nazareth, da Galilea, ; Thiago, filho de Zebedeo, efoi baptizado por Joao, no Joao, seu irir,ao, que esta-
Jordao vam no barco concertando10 E, logo que saiu da as suas redes,
agua, viu os ceus abertos, e I 20 E logo os chamou. Eo Espirito que como pom-
|
elles, deixando seu pae Zeba descia sobre elle. bedeo no barco com os jor-
11 E ouviu-se uma vozj
naleiros, foram apos d'elle.
dos ceus, que dizia : Tu es I 21 E entraram em Cai)er-o meu Eilho amado em
\naum, e, logo no sabbado.
quem me comprazo.12 E logo o Espirito o
impelliu para o deserto,
jentrando na synagoga, en-sin ava.
22 E maravilharam-se da13 E esteve ali no deserto ' sua doutrina, porque os
quarenta dias, tentado por i ensinava como tendo au-
72 S. MAECOS, I.
ctoridade, e nao como 03
escribas.
23 E estava na synagogad'elles um homem com umespirito imraundo, e excla-
rcou, dizendo
:
24: Ah! que temos com-t]"go,Jesnscazareno? Viests
destruir-nos? Bern sei quern
es : o Sancto de Deus.25 E reprebendeu-o Jesns,
dizendo : Cala-te, e sae
d'elle.
26 Entao o espirito im-muiido, despedagando - o,
clamando com grande voz,
saiu d'elle.
27 E todos se adrairaram,
a ponto de perguntarementre si, dizendo : Que e
isto ? que nova doutrina e
esta ? pois ate com aucto-
ridade ordena aos espiritos
immundos, e elles Ihe obe-
decem
!
28 E logo correu a suafama por toda a provincia
da Galilea,
29 E logo, saindo dasynagoga, foram a casa deSimao e de Andre, comTbiago e Joao.
30 E a sogra de Simaoestava deitada com febre;
e logo Ibe fullaram d'ella.
31 Entao, cbegando-se aella, toraou-a pela mao, e
levantou-a ; e logo a febre
a deixou, e servia-os.
32 E te, ndo cbegado a
tarde, quando ja se estavapondo o sol, trouxeram-lhetodos OS que se achavamenfermos, e os endemoni-nhados.33 E toda a cidade se
ajuntou a porta.
34 E curou muitos que se
achavam enfermos dediver-sas enfermidades, e expul-sou muitos demonios; jx)-
rem nao deixava fallar os
demonios, porque o conbe-ciam.
35 E, levantando-se demanlia muito cedo, fazendoainda escuro, saiu, e foi
para um logar deserto, eall oraya.
36 E seguiram-n'o Simaoe OS que com elle estavam.37 E, achando-o, Ihe dis-
seram : Todos te buscam.38 E elle Ibes disse : Va-mos as aldeias visinbas, paraque eu aii tambem pregue
;
porque para isso sai.
39 E pregava nas synago-gas d'elles por toda a Gali-
lea, e expulsava os demo-nios.
40 E approximou-se d'elle
um leproso, rogando-lhe, e
pondo-se de joelbos dianted'elle, dizendo-lbe : Se que-res, podes limpar-rae.
41 E Jesus, movido degrande compaixao, estendeua mao, e tocou-o, e disse-
Ihe: Quero; se limpo.
S. MARCOS, I, n. 73
42 E, tendo elle dito isto, ! mar-se d'elle, por causa dalogo a lepra desappareceu,
\
multidao, descobriram oe ticou limpo.
I
teliiado onde cstaya, e,
43 E defendeudo-lhe rigo-j
fazendo "um buraco, baixa-rosamente, logo o despedin
;ram o Jeito em que jazia o
de si. ! paralytico,
44 E disse-lhe : Olha, nao 5 E, Jesus, vendo a fe
digas nada a niDguem ; d'elles, disse ao paralytico
:
porem vae, mostra-te ao Filho, e.stao perdoados os
sacerdote, e offerece pela|
teus peccados.
tua purifica<;ao o que Mov- 6 E estavam ali assenta-
ses determinou, para que dos alguns dos escribas
Ihes seja testemunho. {Lev. que arrazoaYam em seus14. 3, 4, 10.) coracoes, dizendo
:
45 Mas, tendo elle saido, i 7 Porque falla este assimcomegou a apregoar muitas
'blasphemias ? Quern pode
coisas, e a divulgar o que perdoar peccados, senaoacontecera ; de soiie que i Dens ?
Jesus ja nao podia entrar|8 E Jesus, conhecendo
publicamente na cidade,j
logo em seu espirito quemas conservava-se fora emlogares desertos : e de todas
as partes iam ter com elle.
assim arrazoavam entre si,
ihes disse : Porque arra-
zoaes Eobre estas coisas emvossos coracoes
.
CAPITULO n.
E
9 Qual e mais facil dize?
}
ao paralytico : Estao perdo-ALGUNS dias depois, < ados os teus peccados ; ouentrou outra vez em ! dizer-ZAe ; Levanta-te, e to-
Capemaum, e ouviu-se que ! ma o teu leito, e anda ?
estava em casa. 10 Pois para que saibaes
2 E logo se ajuntaram que o Filho do homem temtantos, que nem ainda nos na terra poder pnra perdoarlogares junto a porta, ca- ' peccados (disse ao paraly-biam; e fallava-lhes a pa-
"
lavra.
3 Entao foram ter comelle tins que conduziam
;
para tua casaum paralytico, trazido per
j12 E levantou-se
quatro,"4 E,naopodendoapproxi-
tico)
:
11 A ti te digo : Levanta-te, e toma o tea leito, e vae
e, to-
mando logo leito, sain empresen(;a de todos, do sorte
74 S. MAECOS, 11.
que todos se admiraram, e
glorincaram a Deus, dizen-
do : Xunca tal vimos.13 E tornou a gair para o
Djar, e toda a multidao ia
ter com elle, e elle os ensi-
nava.14 E, passando, vin Levi,
/iUio d'AlpliGO, sentado naalfandega, e disse-lhe : Se-
giie-me. E, ieyantando-se,
o segiiiu.
15 E aconteceu que, es-
tando elie sentado d mesaem casa d'elle, tambem es-
tavam sentados a mesa comJesus e seus discipulos, mui-tos publicanos e peccadores
;
porque eram muitos, e otinliam seguido.
16 E OS escribas e phari-seos, Tendo-o comer com os
p ablicanos epeccadores, dis-
seram aos seus disciijulos
:
Porque come e bebe com os
publicanos e peccadores ?
17 E Jesus, teudo ouvidoisto, disse-lhes: Os saos
nao necessitam de medico,senao os que estao doentes
;
eu nao vim chamar os
justos, mas sim os pecca-dores, ao arrej^endimento.
18 Ora os discipulos deJoao e OS dos phariseos je-
juavam; e foram e disse-
ram-lhe : Porque jejuam os
discipulos de Joao e os dosphari«^ccs, e iiiio jejuam os
U)us discipulos ?
19 E Jesus disse-lhes:
Podem porventura os filhos
das bodas jejuar emquantoesta com elles o esposo?Emquanto teem comsigo o
i esposo, nao podem jejuar
;
20 Mas dias virao em queIhes sera tirado o esposo, e
entao jejuarao n'aquelles
dias.
21 E ninguem deita re-
mendo de panno novo emvestido velho ; d'outra sorte
o mesmo remendo novorompe o velho, e a roturafica maior
;
22 E ninguem deita vinhonovo em odres velhos;
d'outra sorte o vinho novorompe os odres, o vinhoentoma-se e os odres estra-
gam-se; porem o vinhonovo deve ser deitado emodres novos.
23 E aconteceu que, pas-
sando elle n'um sabbadopelas searas,os seus discipu-
los, caminhando,come5arama colher espigas.
2i E OS phariseos Ihe dis-
seram: Yes? porque fazemno sabbado o que nao e
licito ?
25 Mas elle disse-lhes:
Nunca lestes o que fez
David quando estava emj
necessidade e tevo fome,elle e os que com elle es-
iavam ?
I 26 Como entron na casa
s.
de Dens no tempo de Abia-thar, summo Bacerdote, e
comeu OS pacs da proposi-
rao, dos quaes Dao e licito
comer, serao aos sacerdotes,
MAECOS, II, III. 75
;
6 E, tendo saido os phari-
^
sens, tiveram logo conselbo' com OS herodianos, contra
el1e, como o matariam.
i7 E retirou-se Jesns com
e tambem den aos qne com Ios sens discipnlos para o
elle estavam ?
27 E disse-lhes : sabba-(io foi feito por cansa dohomem, e nao o homem porcansa do sabbado.28 Assim qne o Filho dohomem e Senhor ate do sab-
bado.
E
CAPITULO IIL
OUTEA vez entron nasynagoga, e estava ali
mar, e seguia-o nroa grandemultidao de Galilea e deJudea,8 E de JemFalem, e daIdumea, e c^'alem do Jor-
dao; e dos de perto deTyro e Sidon nma grand
e
multidao, onvindo quSograndes couas fazia, veemter com elle.
9 E disse aos sens discipn-
loR qne llie tivessem sempreprompto um barqninho
nm homem que tinha nma ! junto d'elle, por cansa dadas maos secca.
2 E estavam obserrando-o se curaria no sabbado,para o accnsarem.3 E disse ao homem qne
tinha a mao secca : Levanta-te para o meio.
4 E disse-lhes: Iil licito
no sabbado fazer bem, on
mnltiduo, para qne o naoopprimisse,
10 Porqne tinha cnrado amnitos, de tal maneira quetodos quantos tinham algura
mal se arrojavam sobre elle,
para o tocar.
11 E OS espiritos immnn-dos, vendo-o, prostravam-
fazer mal? salvar a vida,|
sediante d'elle, eelamavamon matar?vam-se.5 E, olhando para elles
E eiles calla- i dizendo : Tn cs o Filho deDeus.12 E eWe os amea^ava
em redor com indigna^ao,jmnito, qne nao o manifestassem.condoendo-se da dureza do
sen corar-ao, disse ao ho-
!
13 E snbin ao monte, emem : Estendo a tna mao.
! chamon para si os que elle
E elle a estenden, e foi-ihe
restituida a sua mao, sa|
como a ontra.!
quiz ; e vieram a elle.
14 E ordenon os dcxepara qne estivessem com
7G S. MAKCOS, III.
elle, e para que os mandassea pregar,
15 E para que tivessem opoder de curar as enfermi-dades e expulsar os demo-nios
;
16 A Simaa, a quern poznome de Pedro,17 E a Thiago, filho de
Zebedeo, e a Joao irmao deThiago, aos quaes poz onome de Boanerges, quesignifica : Filhos do trovao
;
18 E a Andre, e a Philippe,
e a Bartholomeu, e a Mat-theus, e a Thome, e a Thiago,
filho de Alpheo, e a Thadeo,e a Simao, o Cananeo,19 E a Judas Iscariotes, oque entregou.20 E foram para casa. E
ajuntou-se outra vez amultidao, de tal maneiraque nem ainda podiamcomer pao.
21 E, quando os seus ou-v.ram isto, sairam para oprender
;porque diziam
:
Esta fora de si.
22 E OS escribas, que ti-
nham descido de Jerusalem,diziam: Tern Beelzebu, e
pelo pdncipe dos demoniosexpulsa OS demonios.23 E, chamando os a si,
disse-!hes por parabolas:Como pode Satanaz expul-sar Satanaz ?
24 E, se nm reino se
dividir contra si mesmo,
tal reino nao pode subsistir.
25 E, se uma casa se divi-
dir contra si mesma, tal
casa nao pode subsistir.
26 E, se Satanaz se levan-tar contra si mesmo, e for
dividido, nao pode subsistir,
antes tern fim.
27 Ninguem pode roubaras alfaias do valente, en-trando-lbe em sua casa, sj
primeiro nao manietar ovalente ; e entao roubara asua casa.
28 Na verdade vos digoque todos os peccados seraoperdoados aos filhos doshomens, e toda a sorte deblasphemias, com que blas-
phemarem
;
29 Qualquer, porem, queblasphemar contra o Espi-rito Sancto, nunca obteraperdao para sempre, massera reu do eterno juizo.
30 (Porque diziam: Temespirito immundo.)31 Chegaram entao seus
irmaos e sua mae, e estandode fora, enviaram a elle,
chamando-o.32 E a multidao estava
assentada ao redor d'elle, e
disseram-lhe : Eis que tuamae e teus irmaos te buscamla fora.
33 E elle Ihes respondeu,dizendo : Quern e minhamae e mens irmaos ?
31 E, olhando em redor
S. MAECOS, in, IV. 77
para os qne estavam assen-j8 E outra cain em boa
tadcs junto d'elle, disse : terra e deu fructo, queEis aqui minlia mae e meus vingou e ciesceu; e uminnaos. produziu trinta, outro ses-
35 Porque qualquer que senta, e outro cem.fizer a Tontade de Deus, , 9 E disse-ihes : Quern ternesse e men iruiao, e minha ouvidos para ouyir, ou^a.ixma, e minha mae.
i
10 E quando se achou
PAPTTrro TV •!?'m^^"1^® estavam junto
v^^ijr±j.LJ^u XV. idede com os doze interro
E OUTRA vez come(;on a garam-n'o a^jerca da paraensinar junto do mar, ; boia.
ejuntou-seaellez/magrandej
11 E elle disse-lhes: Amultidao, de sorte que elle,
| yos e dado saber os mvs-entrando em um barco, se ^ terios do reino de Deus,assentou dentro no mar; e
toda a multidao e.stava emterra junto do mar.2 E ensiuava-Lhes mnitas
coisas, e Ibes dizia na suadoutrina
:
3 Onvi : Eis-quo saiu o
semeador a semear
;
mas aos que estao de foratodas esias coisas se dizempor parabolas,
12 Para que, vendo, vejam,e nao percebam ; e, ouvindo,ouram, e cao entendam;
' para que se Lao convertam,,e Ihes sejam perdoados os
•4 E aconteceu que, seme- seas peccados.ando elle, im^a parte da se-
1
13 E disse-lhes : Xaosabeis/7iert^ecaiujuntodocaminho, esta parabola? como poise vieram as aves do ceu, e ' entendereis todas as para-a comeiam
;
boias ?
5 E outra cain sobrej 14 que semeia, semeia
pe.iregaes, onde Lao havia;
a palavra
;
muita terra, e nasceu logo,|
15 E os qne estao juntoi5Grque uao tinha terra pro- : do caminho, sao aquelleslunda
\ ;em quern a palavra e seme-
6 Mas, saindo o sol, quei-'ada; mas, tendo-a ouvido,mou-se ; e, porque nao vem logo Satanaz e tira atinha raiz, seccou-se. palavra que foi semeada7 E outra cain entre nos sens cora^ues.
espinhos, e, crescendo osI16 E da mesma sorte estes
espinhos,^ a suiFocaram, e ' sao os que se semeiam sobrenao deu fructo.
,pedregaes ; os quaes, ou-
78 S. MAE COS, IV.
vindo a palavra, logo comj
que ouvis ser-vos-lia accres
prazer a recebem,
17 Mas nao teem raiz emcentado.
25 Porque ao que tem,
si mesmos, antes sao tem- 1ser-lhe-ha dado ; e, ao que
poraes; depois, sobrevindo!nao tem, ate o que tem Ihe
tribulacao ou perseguigao —"^-^—j-
por causa da palavra, logo
se escandalizam.
18 E estes sao os que se
semeiam entre espinhos, os
quaes ouyem a palavra,
19 Mas OS cuidados d'este
mundo, e os enganos das
riquezas, e as ambigoesd'outras coisas, entrando,
suffocam a palavra e fica
infructifera.
20 E estes sao os que
sera tirado.
26 E dizia : 'reino deDeus e assim como se umhomem lan9asse semente aterra,
27 E dormisse, e se leyan-tasse de noite e de dia, e asemente' brotasse e cres-
cesse, nao sabendo elle
como.28 Porque a terra por si
mesma fructifica, primeiroa herva, depois a espiga, e
foram semeados em boa\
por ultimo o gi'ao cheio naterra, os quaes ouvem a
palavra e a recebem, e daofructo, um trinta, outrosessenta, outro cem.21 E disse-lhes : Yem por-
ventura a candeia para se
metter debaixo do alqueire,
ou debaixo da cama? naovein antes para se coUocarno velador ?
22 Poique nada ha enco-
berto, que nao haja de ser
manifesto; e rada se faz
para ficar occulto, mas paraser descoberto.
23 Se alguem tem onvidospara ouvir, ouca.
24 E disse-lhes : Attendeiao que ides ouvir. Com a
espiga.
29 E, quando jd o fructose mostra, mette-lhe logo afoice, porque esta chegadaa ceifa.
30 E dizia : A que assimi-
Iharemos o reino de Deus ?
ou com que parabola o com-pararemos ?
31 E' como um grao demostarda, que, quando se
semeia na terra, e a maispequena de todas as se-
mentes que ha na terra
;
32 Mas, tendo sido se-
meado, cresce, e faz-se amaior de todas as hortali9as,
e cria grandes ramos, detal maneira que as aves do
medida com que medirdes ' ceu podem aninhar-se de-
ser-vos-ha medido, e a vosibaixo da sua sombra.
S. MAECOS, IV, V.
33 E com muitas para-'
lx)las taes llies fallava apalavra, segundo o que podiatn onvir.
79
ECAPITULO V.
CHEGAEAM a outrabanda do mar, a pro-
3A E sem parabolas nnnca vincia dos fradarecos.
Ihes fallava; porem tudodeclarava em particular aosseus discipulos.
35 E, n'aquelle dia, sendoja tarde, disse-lhes: Pas-semos para a outra banda.36 E elles, deixando a
multidao, o levaram com-sigo, como estava no barco
;
e havia tambem com elle
outros barquinhos.37 E levantou-se umagrande tempestade de vento,
2 E, saindo elle do barco,Ihe eaiu ao seu encontrologo, dos sepnlcliros, umhomem com espixito im-mundo;3 qual tinha a suamorada nos sepnlcnros, e
nem ainda com cadeias opodia alguem prender
;
4 Porque, tendo sido mui-tas vezes preso com grilhoes
e cadeias, as cadeias forampor elle feitas em pedacos.
e subiam as ondas por cima e os grillioes em migalhas,do barco, de maneira que eninguemo podia amansar.ja se encbia.
38 E elle estava na popaE andava sempre, de dia
e de noite, clamando pelosdormiado Bobre uma almo- montes, e pelos sepulchros,fada, e despertaram-n'o, e e ferindo-se com pedras.disseram-lhe : Mestre, naose te da que pere^amos ?
39 E elle, despertando,reprebendeu o yento, edisse ao mar : Cala-te,
aquieta-ts. E o vento se
aquietou, e houve grandebonanza.40 E disse-lhes: Por que
6 E, quando yiu Jesus aolonge, correu e adorou-o.
7 E, clamando com grandevoz, disse: Que tenho eucomtigo, Jesus, Filho doDeus Altissimo ? conjuro-te
por Deus que nao me ator-
mentes.8 (Porque Ihe dizia: Sae
Bois tao timidos ? Porque d'este homem, espiiito im-nao tendes fe ?
41 E sentiram nm grandemundo.)9 E xjerguntou-lhe : Qual
temor, e diziam uns aos ' e o teu nome ? E Ihe res-
outros: Mas quem e este, pondeu, dizendo : Legiaoque ate o vento e o mar Ihe
|
e o meu nome, porque Eomosobedecem?
Immtos.
80 S. MAECOS. V.
10 E rogaya-llie muito i
que OS cao enviasse para]
fora d'aquella provincia. |
11 E andava ali pastando|
no monte uma grandemanada de porcos.
12 E todos aqueUes de-
monios Ihe rogaram, di-j
zendo : Manda-nos paraaquelles porcos, para queentremos n'elJes.
13 E Jesus logo Ih'o per-
mittiu. E, saindo aquelles
espiritos immundos, entra-
ram nos porcos ; e a ma-nada se precipitou por urndespenliadeiro nomar(eramquasi dois mil), e aibgarani-
se no mar.14 E OS que apascentayain
05 porcos fugiram, e deramaviso na cidade e nos cam-pos ; e sairam a ver o queera aquillo que tinha acon-tecido.
15 E foram ter com Jesus,
6 viram o endemoninbado,que tivera a legiao, assen-
tado, vestido e em perfeito
juizo, e temeram.16 E OS que aquillo ti-
nham visto contaram-lhes oque acontecera ao endemo-uinhado, e acerca dos por-cos.
17 E comec^aram a rogar-
Ihe que Be losse dos senstermos.
18 E, entrando elle nobarco, rogara-lhe o que
fora endemoninLado que odeixa^se estar com elle.
19 Jesus porem nao ih'o
permittiu, mas disse-lhe:
Vae para tua casa, para osteus, e annuncia-lhes quaograndes coisas o Senhor te
lez, e como teve misericor-dia de ti.
20 E foi, e comegou a an-nunciar em Decapolis quaograndes coisas Jesus Ihe
fizera; e todos se marayi-ihavam.21 E, passando Jesus ontra
vez n'um barco para a outrabanda, ajuntou-se a elle
uma grande multidao; eelle estava junto do mar.22 E eis-que cliegou um
dos principes da synagoga,por nome Jairo, e, vendo-o,
pro5trou-se aos sens pes,
23 E rogava-lhe muito,dizendo: Minha filha esta
moribunda ; rogo-te quevenbas e Ihe imponhas as
maos para que sare, e vi-
vera.
2i E foi com elle, e segui-
a-o uma grande multidao,que apertava.
25 E uma certa mulhcr,que, havia doze annos tinhaum fiuxo de sangue,26 E que havia padecidomuito com muitos medicos,
e despcndido tudo quantotinha, nada Ihe aprovei-
tando, antes ia a peior
;
S. MAECOS, V. 81
27 On\mdo foliar de Je-
sus, Tciu por detraz, entre
a mnltidao, e tocou o seuvestido.
28 Porque dizia: So tao
Bomente tocar os seus tgs-
tidos. sararei.
36 E Jesus, tendo onvidoesta palavra que se dizia,
disse ao principe da syiia-
goga : Nao temas, cr« so-
mente.37 E Eao pennittiu quealguem o seguisse, FP-ca^)lal
29 E logo se Ihe seccon a ' Pedro, e Thiago, e Joao,
fonte do seu sangue; e "
sentiu no seu corpo estar
}d curada d'aquelle a^oite.
30 E logo Jesus, conhe-cendo que a virtude de si
mesmo saira, voltando-se
para a multidao, disse:
Quern tocou os meus vesti-
dos?31 E disseram-lhe os seus
discipulos : Yes que a mul-tidao te aperta, e dizes
:
Quern me tocou ?
32 E elle olhava em re-
dor, para Ter a que isto
fizera.
33 Entao a mulher, quesabia o que Iho tinha acon-tecido, temendo e tremendo,approximou-se, e prostrou-se diante d'elle, e disse-lhe
toda a vcrdade.34 E elle Ihe disse : Filha,
a tua fe te saivou ; vae empaz, e se curada d'este teua<;oite.
35 Estando elle ainda fal-
lando, chegaram alguns doprincipe da synagoga, di-
zendo: A tua fiiha esta
morta; para que enfadasmais o Mestre ?
irnnao de Tbiago.38 E, tendo chegado a
casa do principB da syna-
goga, viu o alvoro<;'0, e os
que chor-ivam muito e
pranteavam.39 E, entracdo, disse-
Ihes: Porque vos alvoro-
raes e choraes ? a me-ni
dorme.49 E riam-se d'elle; po-rem elle, tendo-os posto a
todos fora, tomou comsigoo pae e a mae da menina, e
OS que com elle estavam, e
entrou aonde a menina es-
tava dcitada.
41 E, tomando a mao damenina, disse-lhe : Talitha
cumi : que, traduzido, e :
Fiihinha, a ti te digo, le-
vanta-te.
42 E logo a menina se le-
vantou, e andava, pois Jdtinha doze annos : e a?sora-
braram-se com gi-ande es-
panto.
43 E mandou-lhes erpres-
samente que ninguem oKoubesse : e disse que lk«
dessem de comer.
82
CAPITULO VI.
EPAETIU d'ali, e chegona sua patria, e os sens
discipulos o seguii-aiD.
2 E, chegado o sabbado,comegou a ensinar na syna-goga ; e mnitos, ouvindo-o,
so admiraYam, dizendo
:
D'onde liie ve7n a este estas
coisasf e que sabedoria e
esta que Ihe foi dada? e
taes maraTilhas, que porsnas maos se fazem ?
3 Nao e este o carpinteiro,
filho de Maria, e irmao deThiago, e de Jose e de Ju-das e de Simao ? e nao es-
tao aqui comnosco Buas ir-
mas ? E escandalizaTam-sen'elle.
4 E Jesus Ihes dizia : Naoha propheta sem lionra
senao na sua patria, entre
03 seus parentes, e na suaj
sem.casa.
S. MAECOS, YI.
tomassem para o caminho,senao somente um bordao
;
nem alforge, nem pao, nemdinheiro no cinto
;
9 Mas que cal^assem al-
parcas, e que nao yestissemduas tunicas.
10 E dizia-lhes: Aondequer que entrardes n'al-
guma casa, ficae all ate qued'ali saiaes.
HE, quando alguns vosnao receberem, nem vosouvirem, saindo d'ali, sa-
cudi o p6 que estiver de-baixo dos vossos pes, emtestemunho contra elles.
Em verdade vos digo quemais toleravel sera no dia
de juizo para Sodoma e
Gomorrah do que para os
d'aquella cidade.
12 E, saindo elles, pre-
gavam que se arrependes-
13 E expulsavam muitos5 E nao podia fazer mara- ! demonios, e ungiam muitos
vilha alguma ; somente cu- ' enfermos com azeite, e os
rou alguns poucos enfer- curavam.mos, impondo-lhes as maos. i 14 E ouviu isto o rei He-G E estava maravilhado
|
rodes (porque o seu nomada incredulidade d'elles.
Ise tornara notorio), e disse
:
B percorreu as aldeias vi-|
Joao, o que baptizava, re-
sinhas, ensinando.7 E cbamou a si os doze,
e come(;ou a envial-os a dois
e dois, e deu-lhes poderBobre 03 espiritos immun-dos;
8 E ordenou-ihes qne nada
suscitou dos mortos, e porisso estas maravilhas ope-
ram n'elle.
15 Outros diziam: £Elias. E diziam outros
:
E' um propheta, ou ccmoum dos prophetas.
S. MAECOS, YL 83
16 Herodes, porera, ou-vindo isto, djsse : Este e
Joao, que mandei degolar :
resnscitou dos mortos.17 Porque o mesmo He-
rodes mandara prender a
Joao, e encerral-o mania-Tado no careere, por causade Herodias, mulher dePhilippe, seu irmao, por-
quanto tiaha casado comeUa.
18 Porque dizia Joao aHerodes: Nao te e licito
possnir a mulher de teuirmao.
19 E Herodias o espiava,
e queria matal-o, mas naopodia
! darei, ate metade do meuj
reino.
I
24: E, saindo ella, disse a
j
sua mae : Que pedirei ? E; ella disse : A cabega de' Joao Baptista.
i25 E, entrando logo apres-
,
sura;]amente, pediu ao rei,
I
dizendo : Quero que im-1 mediatamente me des n'um' prato a cabega de Joao!Baptista.
I
26 E o rei entristeceu-se
\muito ; todavia, por causa
, do juramento e dos que
I
estavam com elle a mesa,nao Ih'a quiz riegar.
I
27 E, euviando logo o rei
o esecutor, mandou que Ihe
20 Porque Herodes temia ; trouxessem ali a cabega dea Joao, sabendo que era
Tarao justo e sancto ; e es-
timava-o, e fazia muitascoisas, attendendo-o, e deboamente o ouvia.
21
Jorjo. E elle foi, e degolou-ona prisao
;
28 E trouxe a cabega n'umprato, e deu-a a menina, e
a menina a deu a sua mae.E, chegado um dia op- i 29 E os reus discipulos„— — — TT-_..i-_
^qjj(Jq Guvido isto foram,.
tomaram o seu corpo, e o
portuno em que Herodesno dia de seu nascimentodava uma ceia aos sens pozeram n'um sepurchro.grandes, e tribunes, e prin-
cipes da Galilea,
30 E OS apostolos ajunta-
ram-se a Jesus, e contaram-22 E, tendo entrado a filha : Ihe tudo tanto o que tinhamda mesma Herodias, e dan-(jando, e agradando a He-rodes e aos que estavamcom elle a mesa, o rei disse
a menina: Pede-me o quequizeres, e eu t'o darei.
j
23 E jurou-lhe, dizendo
:
feito como o que tinhamensinado.
31 E elle disse-lhes: VindeYos, aqui a parte, a umlogar desert 1, e repousaeum pouco. Porque haviamuitos que iam e Tinham, e
Tudo o que me pedires te ! nao tinha vagar para comer.
84 S. MAECOS, YL32 E foram n'um barcopara um logar deserto, aparte
;
33 E a multidao viu-os
partir, e muitos o conhe-ceram ; e concorreram la
a pe todas as cidade> e ali
cliegaram primeiro do queelks, e approximavan-sed'elle.
34 E Jesns, Eaindo, viuuma grande multidao, e
teve compaisao d'elles, por-
qne eram como OYelhas quenao teem pastor; e come-gou a ensiuar-lhes muitas
35 E, como o dia fosse ja
muito adiantado, os seus
liscipulos se approximaramd'elle, e Ihe disseram:logar e deserto, e o dia estd
ja muito adiantado
;
36 Despede-os, para quevao aos logares e aldeias
circumvisinhas, e comprempao para si
;porque nao
teem que com.er.
37 Ell6 porem, respon-
dendo, Ihes disse : Dae-lhesvos de comer. E elies dis-
seram-lhe : Iremos uos, e
compraremos duzentos di-
nbeiros de pao para llies
darmos de comer ?
38 E elle disse-lhes: Quan-tos paes tendes ? Ide ver.
E,sabendo-o elles, disseram:
Ciucoe d)is peixes.
30 E ordenou-lhes que
fizessem assentar a todos,
em ranches, sobre a hervaTerde.
I
40 E assentaram-se re-
partidos de cem em cem, e
;
de cincoenta em cincoenta.
I
41 E, tomandoelleoscinco
I
paes e os dois peixes, levan-
!tou OS olhos ao ceu, aben-
j
(^oou e partiu os paes, e
i
deu-os aos seus discipulos
I
paraque os pozessem adiante: d'elles. E repartiu os dois
peixes pr.r todos;I 42 E todos comeram, e' ficaram fartos
;
i
43 E leTautaram doze
I
cestos cheios de peda(;os de
\pao e de peixes.
!44 E OS que comeram os
I
paes er im quasi cinco mil
1homens.
I
45 E logo obrigou os seusi discipulos a subir para o
j
barco, e ir adiante para a
; outra banda, defronte de' Bethsaida, eutretanto que1elle despedia a multida \
I
46 E, tendo-os despedido,foi ao monte a orar.
47 E, sobrevindo a tarda,
estava o barco no meio domar, e elle sosinho emterra.
48 E viu que se fatigavamremando muito, porqne ovento Ihes era contrario e
perto da quarta vigil ia danoite, approximou-se d'elles,
andando sobre o mar, o
qnenad'elles.
S. MAECOS, YI, VII.
passar adiante|
85
CAPITULO YII.
49 Mas, qaando o viram "H AJU^^TAEAM-SEandar sobre o mar, cuida- ,
-Li elle os pliariseos.
ram que era um phantasmae neram grandes gritos.
50 Porque todos o viam,e turbai;am-se ; mas logo
algnns dos escribas quetiuham yindo de Jerusa-lem,
2 E, vendo que alguns de
com as n;ao3 impuras, isto
e, por lavar, os reprehen-
falIoucomelles,edisse-llies: seus discipulos comiam paoTende bom am"mo ; sou eu,
nao temaes.61 E subiu para o barco ' diam,para estar com elles, e o 3 Porque os pliariseos, e
Tento se aquietou ; e entre todos os judeos, conser-
si ficaram muito assombra-dos e maravilhados
;
vando a tra.licaD dos anti-
gos, rao coraem sem lavar
52 Pois ainda nao tinham as maos muitas vezes
;
comprehendido o milagre 4 E, quando voltam dodos paes
;porque o seu
1mercado, se nao se lavarem.
coragao estava endurecido.53 E, quando ja estavamna outra banda, dirigiram-
se a terra de Gennezareth,e all tornaram porto.
54 E,saindo Giles do barco,
logo conheceram
;
nao comem. E muitas ou-tras coisas ha que se encar-
regaram de observar, comolavar os copos, e os jarros,
e OS vazos de metal, e as
camas.5 Depois perguntaram-lbe
55 E, correndo toda a terra ' os pliariseos e os escribas
:
era redor, comegaram a ! Porque naD andam os tens
trazer-lbe em leitos, aonde d.'scipulos conforme a tra-
quer que sabiam que estava,i
di(;a J dos antigos, mas co-
os que se achavam enfer- mem o pao com as maospor lavar ?
6 E elle, respondendo,disse-lhes : Bern propbeti-
zou Isaias acerca de vos,
hypocritas, como esta es-
mi-'S.
56 E, aonde quer que
;
eiitrava, em cidade, ou
:
aldcias, ou logares, apre-
1
sentavam os enfermos nas|
pra^as, e rogavam-lhe que cripto : Este povo honra-
s;6mente tocarssem a orla do I me com os labios, mas o
seu vestido ; e todos os queihe tocavam, ?aravam.
seu corarao esta loDge de
Imim;
86 s. MAEcos, yn.7 Em vao porem me hon-
j
ram, ensinando doutrinas,i
mandamentos de homens.j
8 Porque, deixando ol
mandamento de Dens, re- \
tendes a tradi^ao dos ho-
'
mens ; como o lavar dosjarros e dos copos ; e fazeis :
muitas uutras crAsas simi-\
Ihantes a estas.
9 E dizia-lhes: Bern in-
validaes o mandamento deDens para gnardardes avossa tradi^ao.
10 Porque Movses disse:
Honra a ten pae e tua mae
;
e qnem maldisser, on opae on a mae, morrera demort?.11 Porem vos dizeis: Sehomem disser ao pae on
a mae : Corban (que qnerdizer, e offerta) tndo o quede mim te poder aproveitar,
desohrigado fica ;
12 E naila mais Ihe deixaes
fazer ror sen pae on porsua mai*,
13 Inva^idando assim apalavra de Dens pela vossa
tradical,que vos ordenastes.E muitas coisas fazeis simi-1! -antes a estas.
14 E, chamando a si todaa mnltioao, disse-llies : Ou-vi-me vos todos, e compre- i
hendei,
15 Nada ha, fora do ho-
'
mem, que, enirando n'elle,
'
D possa contaminar ; mas o
que sae d'elle, isso e quecontaniiEa o homem.16 Se alguem tem onvi-
dos para onvir, on^a.
17 Depois, quando deixona multidao, e entron emcasa, OS sens discipnlos ointerrogavam acerca d'esta
parabola.
18 Eelledisse-lhes: Assimtambem vos estaes sem en-
tendimento ? Is ao com-prehend eis que tndo o quede fora entra no homem naopode contaminar
;
19 Porque nao entra nosen cora^ao, mas no esto-
mago, e vae depois para aprivada, pnrgando todas as
comidas.20 E dizia : que sae dohomem, isso contamina ohomem.21 Porque do interior do
coraf;ao dos homens saemOS mans pensamentos. os
adulteries, as fornica^ues,
OS homicidios,
22 Os furtos, a avareza,
as maldade-:, o engano, a
dissolu^ao, a inveja, a blas-
phemia, a Boberba, a lon-
cura.
23 Todos estes males pro-
cedem de dentro, e contami-nam o homem.24 E, levantando-se d'ali,
foi para os termos de Tyroe de Sidon, E, entrandon'uma casa, nao queria que
S. MAECOS, YIl, YIII. 87
algiiem o soubesse : masnao pode esconder-se,
25 Porque uma mulher,filha tinha nm espirito
immundo, ouvindo fallar
d'elle, foi, e lanQou-se aos
Beus pes;
26 E esta mulher era
grega, syrophenicia de na-cao, e rogaya-lhe que ex-
pulsasse de sua filha o de-
monio.27 Mas JesiLS disse-llie:
Dersa primeiro saciar os
filhos, porque nao convemtomar o pao dos filhos, e
lanral-o aos cachorrinhos.
28 Ella porera respondeu,e disse-lhe: Sim, Senhor;mas tambem os cachorri-
nhos comem, debaixo damesa, as migalhas dosfilhos.
29 Entao elle disse-lhe:Por essa palavra, vae; o
demonio ja. saiu da tuafilha.
30 E, indo ella para snacasa, achou a filha delta' i
a
sobre a cama, porque o de-monio ja tinha saido.
31 E elle, tomando a sair
dos termos de Tyro e deSidon, foi para o mar daGalilea, pelo meio dos ter-
mos de Decapolis.
32 E trouxeram-lhe nmBurdo, que fallava diflScil-
mente; e rogaram-lhe quepozesse a mao sobre elle.
1 33 E, tirando-o a parte, deentre a mnltiduo, metteu-
\Ihe OS dedos nos ouyidos
;
e cuspindo, tocou - Ihe a:lingua,
:31 E, levantando os olhos
; ao ceu suspirou, e disse
;
Eohphatha ; isto e, Abre-te.
35 E logo se abriram os
sens ouvidos, e a prisao dalingua se desfez, e fallava
: perfeitamente.
I
36 E ordenon-Ihes que a' ninguem o dissessem ; mas,quanto mais Ih'o prohibia,
tanto mais o divulgavam.' 37 E, admirando-se so-
bremaneira, diziam : Tudofaz bem : faz ouvir os sur-
dos e fallar os mudos.
CAPITULO Yin.
TPAQUELLES dias, ha-i^ Tendo mui graiide
multidao, e nao tendo quecomer, Jesus cliamou a si
, 03 seus discipulos, e disse-
Ihes
:
I
2 Tenho compaixao da
imultidao, porque ja ha tres
\dias que estao commigo, e
Euo teem que comer.
.3 E, se OS deixar ir em
I
jejum para suas casas, des-
j
fallecerao no carainho, por-
que alguns d'eUes yieram; de Jonge.
I 4 E OS seus discipTilos res-
!
ponderam-lhe : D'onde po-
S. MAECOS, yiii.
dera alguem saciar estesdepao aqui no deserto ?
5 E pergimtou - Ihes :
Qiiantos paes teudes? Edisscram-lhe : Sete.
6 E ordenou a mnltidaoque se assentasse no chao.
E, tomando os sete paes, e
t^ndo dado gramas, partiu-
os, e deu-os aos sens disci-
pulos, para que ZA'os po-
zessem adiante, e pozeram-n'os adiante da multidao.
7 Tinham tambem unspoucos de peixinlios; e,
tendo dado gramas, ordenouque tambem Ih'os pozessemadiante.
8 E comeram, e saciaram-se; e dos pedac^os que so-
bejaram levantaram sete
a'cofas.
9 E OS que comeram eramquasi quatro mil ; e despe-diu-os.
10 E, entrando logo nobarco com os seus disci-
jHilos, foi para as partes deDalmanutha.HE sairam os phariseos,
e comeoaram a disputarcom elle, pedindo-lhe, parao tentarem, u>n signal doceil.
12 E, Buspirando profun-damente em seu espirito,
disse : Porque pede esta ge-
rarao u?n signal? Em ver-dude vos digo que a esta
geragHo nao se dara signal.
13 E, deixando-os, tomona entrar no barco, e foi paraa outra banda.14 E OS seus discipulos Be
esqueceram de tomar pao,
6 no barco nao tinham com-sigo senao um pao.
15 E ordenou-lhes, dizen-do : Olhae, guardae-vos dofermento dos phariseos e
do fermento de Herodes.16 E arrazoavam entre si,
dizendo : iJ porque nao te-
mos pao.
17 E Jesus, conhecendoisto, disse-lLies : Para quearrazoaes, que nao tendespao? nao considerastes, nemcomprehendestes ainda ?
tendes ainda o vosso co-
ra^ao endurecido ?
18 Tendo olhos, nao ve-
des ? 6, tendo ouvidos, naoouYJs ? e nao vos lembraes ?
19 Qaando parti os cinco
paes entre os cinco mil,
quantos cestos cheios dopeda^os leyantastes ? Dis-
seram-lhe: Doze.20 E, quando parfi os sete
entre os quatro mil, quan-tas alcofas cheias de peda-
90s levantastes? E dis-
seram-lhe: Sete.
21 E elle Ihes disse : Comonao entendeis ainda?22 E chegou a Bethsaida
;
e trouxeram-lhe nm cego, e
rogaram-lhe que o tocasse.
23 E, tomando cego pela
S. MAECOS, VIII. 89
mSo, levon-o para fora da [muito, e fosse rejeitado pe-
aldeia : e, cnspindo-lhe nosolhcs, e impondo - Ihe as
maos, perguntou-lhe se Tia
algnma coisa.
24 E, levantando elle os
olhos, disse: Vejo os ho-
mens; pois os vejo comoarvores qne andam.25 Depois tornou a por-
Ihe as maos nos olhos, e
Ih'os fez levantar; e ficou
restabelecido, e viu ao longe
e distinctamente a todos.
26 E mandou-o para suacasa, dizendo: Xao entres
na aldeia, e a ninguem daaldeia o digas.
27 E saia Jesns e os sens
discipulos para as aldeias
de Cesarea de Philippo; e
no caminho perguntou aos
seua discipulos, dizendo
:
Quern dizem os homens queeu sou ?
28 E elles responderam:Joao Baptista; e outros,
Elias; e outros, um dosprophetas.29 E eUe Ihes disse: Po-rem tos, quern dizeis qneeu sou? E, respondendoPedro, Ihe disse: Tu es oChristo.
30 E admoestou-os que aninguem dissessem aquillo
d'elle.
31 E come^ou a ensinar-Ihes que importava que o
los anciaos e principes dossacerdotes, e pelos escribas,
e que fosse morto, e, depoisde tres dias, resuscitasse.
32 E dizia abertamenteestas palavras. E Pedro otomou a parte, e comecoua reprehendel-o.
33 Masolhando para os sens dis-
cipulos, reprehendeu a Pe-dro, dizendo: Pietira-te dediante de mim, Satanaz;porque- nao comprehendesas coisas que sao de Deus,mas so as que sdo dos ho-mens.31 E, chamando a si a
multidao, com os sens dis-
cipulos, disse -Ihes: Qual-quer que quizer vir aposde mim, negue-se a si mes-mo, e tome a sua cruz, esiga-ir.e.
35 Porque qualquer quequizer salvar a sua Tida,
perdel-a-ha, mas quaL|uerque perder a sua vida poramor de mim e do evange-Iho, esse a salvara.
36 Pois que aproveitaria
ao homem, se ganhasse to-
do mundo e perdesse asua alma ?
37 Ou que dara o homempelo resgate da sua alma?33 Porque qualquer que,
entre esta gera^ao adulteraFilho do homem padecesse ; epeccadora, se envergonhar
90 S. MAECOS, VIII, IX.
de mim e das minhas pala-
vras, tambem o Filho doliomem se envergonharad'elle, qnando vier na gloria
de sen Pae, com os sanctos
anjos.
CAPITULO IX.
DIZIA-LHES tambem:Em verdade vos digo
que, dos que aqui estao, al-
guns ha que nao proyarao
a morte, ate que vejam queo reino de Deus vem compoder.
2 E seis dias depois Jesustomou comsigo a Pedro, a
Thiago e a Joao, e os levou
BOS, a parte, a um alto mon-te ; e transfigurou-se diante
d'elles
;
3 E 03 seus vestidos torna-
ram-se resplaudecentes,muibrancos como a neve, taes
como nenhum lavadeiro
sobre a terra oa podia
branquear.4 E appareceu-lhes Elias
com Moyses, e fallavam
com Jesus.
5 E Pedro, tomando a pa-
lavra, disse a Jesus : Mestre,
bom e que nos estcjamos
aqui, e fa9amos tres caba-
nas, uma para ti, uma paraMoyses, e uma para Elias.
6 Pois uao sabia o quedizia, porque estavam as-
Gombrados.7 E desceu uma nuvera
que os cobriu com a suasombra, e saiu da nuvemuma Toz que dizia: Estee o meu Filho amado; aelle ouvi.
8 E, tendo olhado em roda,
ninguem mais viram, senaoso Jesus com elles.
9 E, descendo elles domonte, ordenou-lhes que aninguem contassem o quetinham visto, ate que oFilho do homem resusci-
tasse dos mortos.10 E elles retiveram o
caso entre si, perguntandouns aos outros que seria
aquillo : resuscitar dosmortos.HE interrogaram-n'o, di-
zendo : Porque dizem osescribas que e necessario
que Elias venha primeiro ?
12 E, respondendo elle,
disse-lhes : Em yerdade,Elias vira primeiro, e to-
das as coisas restaurara:
e, como esta escripto doFilho do homem, convemque pade^a muito, e seja
aviltado.
13 Digo -vos porem queElias ja yeiu, e fizeram-lhe
tudo o que quizeram, comod'elle esta escripto.
14 E, quando se approxi-mou dos discipulos, yiu aoredor d'elles grando multi-dao, e alguns escribas quedisputayam com elles.
S. MAECOS, IX. 91
15 E logo toda a multi- tu pedes crer ; tndo e pos-dao, vendo-o, ficou espan-
:sivel ao que ere.
tada, e, correndo para elle, 24 E logo o pae do me-o saudaram.
i
nino, clamando com la-
16 E perguntcn aos es-1
grimas, disse : Eu creio,
cribas : Que porfiaes com|
Senhor ! ajuda a miiilia in-
credulidade.
25 E Jesus, vendo que amultidao concorria. repre-
elles?
17 E nm da multidao,
respondendo, disse : Mestre,
trouxe-te o meu filho, que hendeu o espirito immundo.tern um espirito mudo18 E onde quer que o
apanha, despedaga-o, e es-
CMina. pe7.a bocca, e range os n'elle.
dizendo-lhe: Espirito mu-do e surdo, eu te ordeno:Sae d'elie, e nao entres mais
dentes, e vae-se seccando:
e eu disse aos teus disci-
26 E elle, clamando, eagitando-o com violencia,
pulos que o expulsassem, e;
saiu ; e ficou o menino comonao poderam. morto, de tal maneira que19 E elle, ^resix)ndendo- 1 muitos diziam que estava
Ihes, disse: O gera(;ao in-
credula ! ate quando estarei
morto.27 Mas Jesus, tomando-o
sofiterei ainda ? Trazei-
m'o.
20 E tronxeram-lh'o ; e.
comvosco '? ate quando vos pela mao, o ergueu, e elle
se levantou.
28 E, quando entrou emcasa, OS sens discipulos Ihe
quando o yiu, logo o espi- perguntaram a parte : Por-rito o agitou com violencia, que o nao podemos nos ex-e, caindo por terra, revolvia-
;
pulsar ?
Be, escumando pela bocca. ' 29 E disse-lhes : Este ge-21 E perguntou a seu pae: nero nao pode sair por coisaQuanto tempo ha que Ihe alguma, senao pela ora^aosobreveiu isto ? E elle dis
se-lhe : Desde a infanciae jejum.80 E, tendo partido d'ali,
22 E muitas vezes o tem caminharam pela Galilea,
lanQado no fogo, e na agua, ' e nao queria que alguempara o destruir ; mas, se tu o soubesse
;
pedes fazer alguma coisa,;31 Porque ensinaya os
tem compaixao de nos, e seus discipulos, e Ihes di-
ajuda-nos. zia : Filho do homem23 E Jesus disse-lhe : Se . sera entregue nas maos doa
92 S. MAECOS, IX.
homems, e matal-o-hao; e, ' ninguein ha qne fara mila-
morro elle, resuscitara ao gre em meu. noma e possaterceiro dia.
j
logo fallar mal de mim,32 Mas elles nao enten- 1 iO Porqiie quern nao e
diam esta palayra, e temiam , contra nos e por nos.
interrogal-o.j
41 Porqiie qnalquer qne33 E chegon a Capernaum,
^
yos der a Leber um copoe, entrando em easa, per- d'agnaemmeunome.porquegtmton-lhes : Que arrazoa- : sois discipulos de Christo,
veisentreYospelocaminho? : em verdade vos digo que34 Mas elles calaram-se
; \
nao perdera o sen gaiardao.
porqne pelo caminbo ti- 42 E qualquer que escan-
nham disputado entre si dalizar um di!estes peque-qual cTelles havla de ser o\ ninos que creem em mim,maior.
j
melhor Ihe fora que Ihe po-
35 E elle, assentando-se,j
zessem ao pescogo uma mochamou os doze, e disse-
jde atafona, e que fosse lan-
Ihes : Se alguem quizer ser ^ado no mar.o primeiro, sera o derra- ; 43 E, se a tua mao te es-
deiro de todos e o seryo de candalizar, corta-a : melhortodos. te e entrar na yida aleijado,
36 E, lan^ando mao de um,
do que, tendo duas maos,menino, p61-o no meio d'el-
j
ir para o inferno, para o
les, e, tomando-o nos seusj
fogo que nunca se apaga;brar'os, disse-lhes
:
44 Onde o seu bicho nao37 Qualquer que receber { morre, e o fogo nunca so
um d'estes meninos em meujapaga.
nome a mim me recebe ; ej
45 E, se o ten pe te escan-
qualquer, que a mim me|
dalizar, corta-o ; melhor te
receber, recebe, nao a mim, ' e entrar coxo na vida, domas ao que me enviou. que, tendo dois pes, ser
38 E Joao Ihe respondeu,j
lan^ado no inferno, no fogo
dizendo : Mestre, yimos um i que nunca se apaga
;
que em teu nome expnlsava 46 Onde o seu bicho naodemonios, o qual nao nos i morre, e o fogo nunca se
segue ; e nos Ih'o pro-hibimos, porque nao nossegue.
39 Jesus, porem, disse
apaga.47 E, se teu olho te es-
candalizar, lan(;a-o fora
;
melhor te e entrar no reino
Nao Ih'o prohibaes;porque de Deus com um olho, do
S. MARCOS, IX, X.
que, tendo dois olhos, ser
lancjado no fogo do inferno
;
48 Onde o seu bicho naomorre, e o fogo nunca se
apaga.49 Porque cada nm sera
93
cipio da crea(;ao Deus osfez macho e femea.7 Por isso deixara o ho-mem seu pae e sua mae, eunir-se-ha a sua mulber,8 E serao os dois uma so
salgado com fogo, e cada sa- 1 carne : assim que ja naocrificio sera salgadocom sal. serao dois, mas uma so50 Bom e o sal ; mas, se carne.
o sal so tornar insulso, comque o adubareis? tende sal
em Yos mesmos, e paz unscom 03 outros.
CAPITULO X.
TJ^ LEVANTANDO-SE d'-J-^ all, foi para os termos I
da Judea, d'alem do Jordao,\
a multidao se reuniu em[
torno d'elle ; e tornou aensinal-os, como tinha porcostume. I
2 E, approximando-se de!
elle OS phariseos, pergunta- !
ram-lhe : E licito ao homemrepudiar sua mulher ? ten-
:
tando-o.j
3 Mas elle, respondendo
9 Portanto o que Deusajuntou nao separe o ho-mem.10 E em casa tornaram os
discipulos a interrogal-oacerca d'isto mesmo.11 E elle Ihes disse : Qual-
quer que deixar sua mu-lher, e casar com outra,adultera contra ella.
12 E se a mulher deixarseu marido, e casar comoutro, adultera.13 E traziam-lhe meninos
para que os tocasse, masOS discipulos reprehendiamaos que Ih'os traziam.14 Jesus, porem, vendo
isto, indignou-se, e disse-
Ihes : Deixae vir os meninosdisse-lhcs : Que vos mandou a mim, e nao os empe^aes
;
MoYses ?
4 E elles disseram : Moy-ses permittiu escrever-ZAecarta de divorcio, e repu-dial-a.
5 E Jesus, respondendo,disse-lhes : Pela dureza dosvossos coracoes vos escreveuelle esse mandamento
;
6 Porem, desde o prin-
porque dos taes e o reinode Deus.15 Em verdade vos digo
que qualquer que nao re-
ceber o reino de Deus comomenino, em maneira ne-
nhuma entrara n'elle.
16 E, tomando-os nos seusbra<;os, e impondo-lhcs asmaos, os aben^oou.
94 S. MAECOS,17 E, saindo para o cami-
nlio, correu para elle um,e, pondo-sede joelhos dianted'elle, pergnntou-lhe : BomMestre, qne farei paraherdar a vida eterna ?
18 E Jesus Uie disse:
Porque me chamas bom?ninguem ha bom senao um,que e Dsus.19 Tu sabes os manda-
mentos: Nao adulteraras;
nao mataras ; nao furtaras
;
nao daras falsos testemu-
nhos; nao defraudaras al-
guem : honra teu pae e tua
mae.20 Elle, porem, respon-
dendo, llie disse : Mestre,
tudo isso guardei desde aminha mocidade.21 E Jesus, olhando para
eUe, o amou e Ihe disse:
Falta-te uma coisa: Tae,
venda tudo quanto tens, e
da-o aos pobres, e teras umthesouro no ceu; e vem,segue-me, tomando sobre ti
a cruz.
22 Mas elle, pezarosod'esta palavra, retirou-se
triste;porque possuia mui-
tas propriedades.
2c) Entao Jesus, olhandoem redor, disse aos seus
discipulos : Quao diflacil-
mente entrarao no reino deDeus OS que teem riquezas!
24 E OS discipulos se ad-
miraram d'estas suas pala-
vras ; mas Jesus, tomandoa responder, disse-lhes
:
Filhos, quao difficil e, paraOS que confiam nas riquezas,entrar no reino de Deus
!
25 E' mais facil passarum camelo pelo fundo deuma agulha, do que entrar um rico no reino deDeus.26 E elles ee admiravam
ainda mais, dizendo entresi; Quern podera pois sal-
var-se ?
27 Jesus, porem, olhandopara elles, disse : Para oshomens e impossivel, masnao para Deus, porque paraDeus todas as coisas saopossiveis.
28 E Pedro come^ou adizer-ihe : Eis-que nos tudodeixamos, e te seguimos.29 E Jesus, respondendo,
disse : Em verdade vos digoque ninguem ha, que tenhadeixado casa, ou irmaos, onirmas, ou pae, ou mae, oumulher, ou filhos, ou cam-pos, por amor de mim e doEvangelho,30 Que nSo receba cem
vezes tanto, agora n'este
tempo, casas, e irmaos, e
irmas, e maes, e filhos, e
campos, com ] erseguicjues
;
e no seculo futuro a vidaeterna.
31 Porem muitos dos pri-
meiros serao os derradeiros.
S. MAKCOS, X. 95
e muifos dos derradeiros os
primeiros.
32 E iam de caminho,Bubindo a Jerusalem; e
Jesus ia adiaute d'elles. Eelles maravilhavam-se, e
seguiam-n'o atemorisados.
E, tornando a tomar com-sigo OS doze, come^ou a
dizer-lhes as coisas que Ihe
deviam sobrevir,
33 Dizendo : Eis-que nossnbimos a Jerusalem, e oFilho do homem sera entre-
gue 'aos principes dossacerdotes, e aos escribas,
e o condemnarao a morte, e
o entregarao aos gentios.
;j4 E o escarnecerao, e
a^oitarao, e cuspirao n'elle,
e o matarao ; e ao terceiro
dia resuscitara.
35 E approximaram-sed'elle Thiago e Joao, filbos
de Zebedeo, dizendo : Mes-tre, quizeramos que nosfizesses o que pedirmos.36 E elle Ihes disse : Que
querela que yds faca ?
37 E el'es Ihe disseram:Coiioede-nos que na tuagloria nos assentemos, uma tua direita, e outro a tuaesquerda.38 Mas Jesus Ihes disse
:
Nao sabeis o que pedis
:
podeis vos beber o calix
que eu bebo, e ser baptiza-dos com o baptismo comque eu sou baptizado ?
39 E elles Ihe disseram:'
Podemos. Jesus, porem,disse-lhes : Em verdade,
vos bebereis o calix que eubeber, e sereis baptizados
,
com o baptismo com que1 eu sou baptizado
;
I 40 Mas assentar-se a' minha direita, on a minhaesquerda, nao me pertence
i a mim concedel o, senao' dquelles para quem esta
j
preparado.I 41 E OS dez, tendo ouvido
I
isto, comecaram a indignar-
Ise contra Thiago e Joao.
42 Mas Jesus, chamando-os a si, disse-lhes : Sabeisque OS que julgam ser prin-cipes das gentes d'ellas se
!assenhoream, e os sens
I
grandes usam de anctori-
dade sobre ellas :
43 Mas entre vos nao seraassim ; antes, qualquer queentre tos quizer ser grande,sera vosso servo ;
44 E qualquer que d'entre
vos quizer ser o pr:meiro,sera servo de todos.
45 Porque o Eilho dohomem tambem nao veiupara ser servido, mas paraservir e dar a sua vida emresgate por muitos.46 Depois foram para
Jerico. E saindo elle deJerico com sens discipulos,
' e uma grande multidao,IBartimeo, o cego, filho de
m S. MAECOS, X, XI.
Timeo, estava assentadojunto do caminlio, mendi-gando.47 E, onvindo qne era
Jesus de Nazareth, comegoua clamar, e a dizer : Jesusfilho de David! tern miseri-
cordia de mim.48 E muitos o reprehen-diam, para que se calasse
;
mas elle clamaya cada vezmais : Fillio de David, tern
misericordia de mim.49 E Jesus, parando, disse
que chamassem; e cha-maram o cego, dizendo-lhe:
Tem bom animo; levanta-
te, que te chama.50 E elle, lan^ando de si
a sua capa, leyantou-se, e
foi ter com Jesus.51 E Jesus, fallando,disse-
Ihe : Que queres que te faca?
E cego llie disse : Mestre,que recupere a vista.
52 E Jesus llie disse
:
Yae, a tua fe te salvou. Elogo viu, e seguiu a Jesuspelo caminho.
ECAPITULO XI.
LOGO qne se approxi-
j maram de Jerusalem,de Bethphage e de Betha-nia, junto do monte dasOliveiras, enviou doia dosseus disc pulos,
2 E djs-e-lhes : Ida aaldeia que esta defronte de
v6s ; 6, logo que all entrar-des, encontrareis presoum jumentinho, sobre oqual ainda nao montouhomem algum; soltae-o, etrazei-?7i'o.
3 E, se aiguem vos dipser
:
Porque fazeis isso? dizei-
Ihe que o Senlior precisad'elle, 6 logo o deixaratrazer para aqui.
4 E foram, e encontraramo jumentinho preso fora
da porta, entre dois cami-nhos, e o so.taram.
5 E akuns dos que ali
estavam Ihes disseram
:
Que fazeis, soltando ojumentinho?6 Elles porem disseram-
i
Ihes como Jesus Ihes tinhamandado, e deixaram-n'osir.
7 E levaram o jumentinhoa Jesu?, e lan^aram sobreelle OS seus vestidos, e
assentou-se sobre elle
:
8 E muitos estendiam osSeus vestidos pelo caminho,e outros cortavam ramosdas arvoies, e os espalha-
vam pelo caminho.9 E aquelles que iam adi-
ante, e os que seguiam,clamavam, dizendo : Ho-sanna, bemdito o que vemem nome do Senhor
:
10 Bemdito o reino donosso pae David, que vemem nome do Senlior; Ho-sanna nas alturas.
S. MARCOS, XI. 97
HE Jesus entrou emJerusalem, no templo, e,
tendo yisto tudo em redor,
e sendo ja tarde, saiu paraBethania com os doze.
Ii2 E no dia segninte,
quando sairam de Bethania,tf-ve fome,
casiao para o matar; pois
elles o temiam, porque todaa multidao estava admiradaacorca da sua doutrina.
19 E, sendo ja tarde, sainfora da cidade.
20 E elles, passando pelamanlia, viram que a figrueira
13 E, vendo de longe uma,
se tinha seccado desde as
figueira que tinha foihas,
foi ver se n'ella a'-haria
raizes.
21 E Pedro, lembrando-se,
alguma coisa : e, chegando ' disse-lhe : Mestre, eis-que a
nao achou senaoporque nao era
a ella
foihas,
tempo de figos.
14 'E Jesus, fallando, disse
a figueira: Nunca maisalguem coma fructo de ti,
para sempre. E os sens
discipulos ouviram isto.
15 E vieram a Jerusalem;
e Jesus, entrando na templo,
figueira, que tu amaldi^o-aste, seccou-se.
22 E Jesus, respondendo,disse-lhes : Tende fe emDeus;23 Porque em verdade tos
digo que qualquer que dis-
ser a este monte : Ergue-tee lan^a-te no mar; e naoduYidar em seu coragao,
comegou a cxpulsar os que ; mas crer que se fara aquillo
vendiam e comprayam no|
que diz, tudo o que disser
templo; e derrilx)U as mesasdos caml)iadores, e as ca-
deiras dos que vendiampombas.16 E nao consentia quealguem levasse algum yasopelo templo.
17 E OS ensinava, dizendo
:
Nao esta escripto : A minhacasa sera chamada por to-
das as na^ucs casa de ora-
(;ao? mas vos a tendes feito
covil de ladrijes.
18 E os escril)as e prin-
eipes dos sacerdotes, tendoouvido isio, buscavam oc-
Ihe sera feito.
24 Portanto vos digo qtre
tudo que pedirdes, orando,
crede que o recebeis, e tei-
o-heis
;
25 E quando estiyerdes
orando, perdoae, so tendesalguma coisa contra alguem,para que yosso Pae, queestd nos ceus, vos perdoe as
vossas offcnsas
;
26 Mas se vos nao perdoar-des, tambcm yosso Pae, c/uo
estd nos ceus, yos nao jer-
doara as yossas ofifensas.
27 E toruaram a Jjru-
S. MAECOS, XI, XII.
salem ; e, findando.. elle pelotemplo, OS principes dossacerdotes, e os escribas, e
OS anciaos se aproximaramd'elle,
28 E Ihe disseram: Comqne anctoridade fazes tu€stas cohas ? e qiiem te deuesta anctoridade para fazerestas coisas ?
29 Mas JesTis, respon-deudo, disse-Ihes : Tambemen Yos perguutarei umapalavra, c respondei-me, e
vos direi coai que auctori-
dado fat^o estas coisas
:
30 baxjtismo de Joaoera do ceu, on dos liomens ?
respondei-me.31 E elles arrazoavam en-
tre si, dizendo : Se disser-mos : Do ceu ; elle nos dira
:
Pois porque o nao crestes ?
_32 Se porem dissermos
:
Dos homeiis : tememos oj)ovo. Porque todos julga-vam que Joao verdadeira-iuente era proplieta.
33 E, respondendo, disse-
ram a Jesus : Kao sabemos.E Jesus, respondando, Ihesdisse : Tambem eu vos naodirei com que auctoridadefago estas coisas.
CAPITULO XII.
ECOMEpOU a fallar-lhes
por parabolas : Um bo-
1
Qism phnton uma yiulia, ej
! cercou-a de um Tailado, e
I
fundou n'ella nra lagar, e
I
edificou uma torre, e ar-
rendou-a a nns lavradores,e partiu pai*a fora daterra
;
2 E, cbegado o tempo,mandou um servo aos la-
vradores para que recebes-sem, dos lavradores, dofructo da vinba.
3 Mas elles, apoderando-se d'eUe, o feriram e o man-daram embora vasio.
4 E tornou a eDviar-lbesoutro servo; e elles, ape-drejando-o, o feriram nacabeya, e o mandaram em-bora, tendo-o affrontado.
6 E tornou a enviar-lbes
outro, e aquelle mataram,e outros muitos, e feriramnns, e mataram outros.
6 Tendo elle pois aindaum sen filho amado, envion-o tambem a estes por derra-deiro, dizendo: Ao menosterao respeito ao men filho.
7 Mas aqnelles lavradoresdisseram entre si: Este e
o berdeiro; vamos, mate-mol-o, e a heranga seranossa.
8 E, pegando d'elle, a ma-taram, e o langaram fora
da vinba.
9 Que fara pois o Senhorda vinba? Yira, e destruiraOS lavradores, e dara a viuhaa outros.
s. MAEcos, xn.
10 Ainda nao lestes esta
Escriptura: A pedra, queOS edificadores rejeitaram,
esta foi posta por cabeya daesqniua
:
11 Isto foi feito pelo Se-
Dbor, e e'coisa maravilhosaaos nossos olhos?
12 E bnscaYam prendel-o
99
o que e de Dens. E mara-Yilharam-se d'elle.
18 Entao os sadduceos,que dizem qno nao ha re-
surrei(;ao, approximaram-sed'elle, 6 perguutaram-Ihe,dizendo
:
19 Mestre, Moyses nos es-
creveu qne, se morresse omas temiam a mnltidao,
, irmao de algnem, e deixasse
porqne entendiam que demnlliere nao deixasse filhos,
elles dizia esta parabola :\
sen innao tomasse a mnlhere, deixando-o, foram-se.
13 E enyiaram-lhe algnnsd'elle, e snscitasse sementea sen irnjao.
dos phariseos e dos hero- 1 20 Cra havia seta iraiaos.
dianos, pnra qne o apa-nhassem TxoJguma palavra.
1-i E, chegando elles, dis-
seram-lhe : Mestre, sabemosqne es homem de verdade,
e de ningnem se te da, por-
e primeiro tomon ninlher^
e morreu sem deixar se-
mente
;
21 E o segnndo tambema tomon, e niorren, e nemeste deixou semente; e o
qne nao olhas a apparencia terceiro da mesma maneirados homens, antes com yer-
dade ensinas o caminho deDens : e licito dar o tribnto
22 E tomaram-n'a todos os
sets, sem comtndo deixaremsemente. Einalments, de-
a Cesar, on nao ? Daremos,1
pois de todos, morren tam-on nao daremos ?
15 Entao elle, conhecendoa sna hypocrisia, disse-lhes
:
bera a mnlher.23 Na resnrreiQao, pois,
qnando resnscitarem, dePorqne me tentaes ? tiazei- ! qnal d'estes sera a mnlher
?
me uma moeda, para que a\
porqne os sete a tiyeramveja.
16 E elles ?A'a tronxeram.E disse-lhes : Ee quern e
esta imagem e inscrip(;ao?
E elles Ihe disseram: EeCesar.
17 E Jesns, respondendo,
por mnlher.I 2i E Jesus, respondendo,' disse-lhes : Poryentura nao
,
erraes yos, porquanto nao
j
sabeis as Escriptui-as nemi
o poder de Dens ?
25 Porqne, qnando resns-
disse-lhes: Daej90isa Cesar ' citarem dos mortos, nemque e de Cesar, e a Dens , casarao, nem se daruo em
100 S. MAECOS, XII.
casamento, mas serao comoOS anjos que estdo nos ceus.
26 E, acerca dos moitosque houYerem de resus-
citar, nao tendes lido nolivro da Moyses como DeusIhe fallou na sar^a, dizen-
do: En sou o Deus deAbrabao, e o Deus de Isaac,
e o Deus de Jacob?27 Ora Dens nao e dos
mortos, mas sim Deus dosvivos. Por isso vos erraes
muito.28 E, approximando-se
d'elle um dos escribas, queOS tinha ouvido disputar,
sabendo que ihes tinba res-
pondido bem, perguntou-Iho: Qual e o primeiro detodos OS mandameutos ?
29 E Jesus respondeu-lhe:
O priineiro de todos os
mandameutos /; Ouve, Is-
rael, o Senhor nosso Deuse o unico Senhor.
30 Amaras, pois, o Senhorteu Deus do todo o teu
cora(^ao, o de toda a tuaalma, e de todo o teu en-
tendiraento, e do todas as
tuas forgas : este e o pri-
meiro mandamento.31 E o segundo, similhante
a este, e : Amards o teu
verdade disseste que ha nmso Deus, e que nao ha outroalem d'elle;
33 E que amal-o de todocora^ao, e de todo o en-
tendimento, e de toda aalma, e de todas as forgas,
e amar o proximo como asi mesmo, e mais do quetodos OS holocaustos e sa-
crificios.
oi E Jesus, vendo quehavia respondido sabia-
mente, disse-lhe : Nao estaslonge do reino de Deus. Eja ninguem ousava pergun-tar-lhe mais.
35 E, fallando Jesus, dizia,
ensinando no templo: Co-mo dizem os escribas que oChristo e filho de David ?
36 Porque o mesmo Daviddisse pelo Espirito Sancto
:
Senhor disse ao meuSenhor : Assenta-te a minhadireita, ate que eu ponhaOS teus inimigos por esca-
bello dos teus pes.
37 Pois se David mesmo ochama Senhor, como e logoseu filho? E a grandomultidao o ouvia de boavontade.
38 E, ensinando-os, dizia-
Ihes: Guardae-vos dos es-
proximo como a ti mesmo. cribas, que tblgam de andariS'ao ha outro mandamentomaior do que estes.
32 E o escriba Ihe disse:
Muito bem, Mestre, o com
com vestidos compridos, e
das sauda^oes nas prat^as,
39 E das primciras ca-
deiras nas synagogas, e dos
S. MAECOS, XII, XIII. 101
primeiros assentos nasceias
;
40 Que doYoram as casas
das yiuvas, e isso com pre-
te:sto de largas oragGes.
Estes rcceberao mais gravecondemna'jaa.41 E, estando Jesus as-
eentado defronte da area
do thesouro, observava amaneira como a miiltidao
langava o dinheiro na areado thesouro ; e muitos ricos
deitavam muito.42 E, chegando nma pobre
viuva, deitou duas peque-nas moedas, que gao dois
reis.
43 E, chamando os seusdiscipulos, disse-lhes: Emyerdade tos digo que esta
pobre viuva deitou mais doque todos OS que deitaramna area do thesouro.
44 Porque todos ali dei-
taram do que Ihes sobejava,
mas esta, da sua pobreza,deitou tudo o que tinha,
todo o seu sustento.
CAPITULO XIII.
1;^ SAIXDO elle do tem--h plo, disse-lhe um dos
geus discipulos : Mestre,olha que pedras, e queediticios
!
2 E, respondendo Jesus,disse-lhe: Ves estes grandesedilicics ? Nao ficara pedra
sobre pedra que nao sejaderribada.
3 E, asseatando-se elle nomonte das Oliveiras, de-fronte do templo, Pedro, eThiago, e Joao e AndreIhe pergontaram em par-ticular :
4 Dize-nos, quando seraoessas coisas, e que signalhaverd quando todas essascoisas se houverem de cum-prir ?
5 E Jesus, respondendo-Ihes, comegou a dizer
:
Olhae, que ninguem vosengane
;
ti Porque muitos virao emmeu nome, dizendo : Eusou Christo : e enganaraoa muitos.
7 E, quando ouvirdes deguerras e de rumores deguerras, nao vos turbeis;porque assim importa fazer-
se; mas ainda nao sera ofim.
8 Porque se levantarana^ao contra na(;ao, e reinocontra reino, e havera terre-
motos em diversos logares,
e havera fomes e alvoro(j03.
Estas coisas serao o prin-cipio de dores.
9 Mas oihae por vos mes-mos, porque vos entregaraoaosconciUos e as synagogas;sereis agoitados, e sereis
apresentados ante presi-
dentes e reis, por ^^raor de
i02 S. ilAECOS, XIU.
jnim, para llies servir detestemunho.10 Mas importa que o
eYiingelho se pregue i^ri-
meiro entre todas as gentes.
11 Q'jando pois vos con-
duzirem para vos eutre-
garem, naj estejaes solicitos
d'antes pelo que haveis dedizer, nem o penseis ; mas,o que vos for dado n'aquella
hora, isso fallae; porquenao sois vos os que fallaes,
mas Espirito Sancto.
12 E irmao entregara amorte o irmao, e o pae aofillio : e levantar-se-bao os
filiios contra os paes, e os
matarao.13 E sereis aborrecidos
IDor todos por amor do meunome; mas quern perse-
verar ate o fim esse sera
Balvo.
li Ora, quando vos virdes
a abominagao do assola-
mento, que foi dito pelo
propheta Daniel, estandoonde nao deve (quern le,
entenda), entao os que esti-
verem na Judca fujam paraOS montes,15 E o que estiver sobre
o telhado, nao desga paracasa, nem entre a tomarcaisa alguma de sua casa
;
16 E o que estiver nocaiupo nao volte atraz, paratoinar o sea vestido.
17 Mas ai das gravidas, e
das que criarem n'aqueilesdias
!
18 Orae pois, para que avossa fugida nao succedano inverno
!
19 Porque n'aquelles diasbavera uma afflic9ao tal,
qual nunca houve desde opriucipio da creagao, queDeus creou, ate agora, nemtao pouco liavera.
20 E, se o Senbor naoabreviasse aquelles dias,
I
nenbuma carne se salvaria
,
mas por causa dos esco-
I
Ibidos, que escolbeu, abre-
I
viou aquelles dias.
21 E entao, se alguem vosdisser : Eis-aqui, estd oChristo: ou, Eil-o ali estd:
nao acrediteis.
22 Porque se levantarao
I
falsos cbristos, e falsos pro-• pbetas, e farao signaes e' prodigios, para enganar, se
[for possivel, ate os esco-
Ibidos.
23 Masvosolbae; eis-que
I
vos tenlio dito tudo d'antes.
I
21 Ora, n'aquelles dias,
depois d'aquella afflic9ao, osol se escurecera, e a luaDao dara o sen respleudor,
25 E as estrellas do ceucairao, e as forras que estdo
nos ceus serao abaladas.
26 E ontaa verao vir oFilbo do bomem nas nu-vens, com grande i^odcr e
gloria.
S. MAECOS27 E entao enviara OS sens
anjos, e ajuntara os sensescolhidos, desde os qnatroventos, da extremidade daterra ate a extremidade doceu.
28 Aprendei pois a para-bola da figueira: Quandoja o sen ramo ge tornatenro, e brota folMas, bemeabeis que jd esta proximoo verao.
29 Assim tambem v6s,quando yirdes succederostas coisas, sabei que jdesta junto as portas.30 Na verdade vos digoque nao passara esta gera-gao, ate que todas estascoisas aconte^am.31 Passara o ceu e a terra,mas as minbas palaTras naopassarao.
32 Porem d'aquelle dia ehora ninguem sabe, nem osanjos que estdo no ceu, nemo Filbo, senao o Pao.33 Olhae, vigiae e orae;porque nao sabeis quandochegara o tempo.34 Como homem, que,
partindo para fora da terra,deixou a sua casa, e deuauctoridade aos sens servo?,6 a cada um a sua obra, emandou ao porteiro quevigiasse
;
35 Vigiae pois porque naosabeis quando vira o senborda casa
J se a tarde, se a I
,XIII, XIY. 103mefa noite, se ao cantar dogallo, se pela manba.36 Para que nao venba de
improvise, e tos ache dor-mindo.37 E as coisas que vos
digo, digo-as a todos
:
Vigiae.
CAPITULO XIY.
ED'ALI a dois dias era aDasp.lion. e a festa dospascbor
Ijpaes asmos, e os principesdos sacerdotes e os escribasbuscavam como o prende-riam por engano, e o ma-tariam.
2 Mas elles diziam: Kaona festa, para que porven-tura se nao fatja alvoro<;oentre o povo.
3 E, estando elle em Be-thania, assentado a mesa,em casa de Simao, o leproso,vein uma mulber, quetraziaum vaso de alabastro, deunguento e nardo puro, demuito pre<;o, e, quebrandoo vaso, Ih'o derramou sobrea cabe(;a.
4 E alguns houve que emsi mesmos se indignaram, edisseram : Para que se fezeste desperdicio de un-guento?5 Porque podia isto w.n-
der-se por mais de trezcntosd!nheiros,e dal-o aospobres.E bramavam contra ella.
101 S. MAKCOS, XIV.
6 Jesus, porem, disse:
Deixae-a, para que a mo-lestaes? Ella fez-mo umaobra boa.
7 Porque sempre tendes
OS pobres comyosco, e po-
deis fazer-lhes bem, quandoquizerdes; porcm a mini
nem sempre me tendes.
8 Esta fez o que podia;
anticipou-se a ungir o meucorpo para a sepultura.
9 Em verdade vos digo
que, em todas as partes domundo onde este evangelhofor pregado, tambem o queella fez sera contado parasua memoria.10 E Judas Iscariotes, nm
dos doze, foi ter com os
principes dos sacerdotes
para Ih'o entregar.
11 E ellcs, ouvindo-o, fol-
garam, e prometteram dar-
Ihe dinbeiro; e buscavacomo o entregaria a tempoopportuno.12 E, no primeiro dia dos
jjdes asmos, quando sacriti-
caTam a paschoa, disseram-Ihe OS discipulos: Aondequeres que vamos preparar-
te necessario para comer apaschoa ?
13 E enyiou dois dos seus
discipulos, e disse-lhes : Idea cidade, e um homem, queleva um cantaro dagua, vosencontrard ; segui-o
;
14 E, onde quer que entrar,
dizei ao senhor da casa :
Jtlestre diz : Onde esta oaposento em que hei decomer a paschoa com os
meus discipulos ?
15 E elle yos mostraraum grande cenaculo mobi-lado e preparado : ali apreparae.
16 E, snindo os eeus dis-
cipulos, foram a cidade, e
acharam como Ihes tinhadito, e prepararam a pas-choa.
17 E, chegada a tarde, fai
com OS doze,
18 E, quando estayam as-
sentados a mesa, e comendo,disse Jesus : Em yerdadeYOS digo que um de yos,
que comigo come, ha detrahir-me.
19 E elles comecaram aentristecer-s9 e a dizer-lhe
um apos outro : Forventurasou eu, Senhor? e outro:Porventura sou eu, Senhor ?
20 Porem elle, responden-do, disse-lhes: E* um dosdoze que molha comigo noprato.
21 Na yerdade o Filho dohomem yae, como d'elle
esta escripto, mas ai d'a-
quelle homem, por quem oFilho do homem e trahido!bom seria ao tal homemnao hayer nascido.
22 E, comendo elles, tomonJesus pao, e. aben^oando-o.
S. MAECOS. XIV. 105
o partiu e deu-lh'o, e disse
:
Tomae, comei, isto e o mencorpo.
23 E, tomando o ca'ix, e
dando gragas, deu-lh'o; e
todos beberam d'elle.
2-i E disse-lhes: Isto e o
men sangue, o sangue doNovo Testameuto, que pormuitos e derramado.25 Em verdade vos digo
que nao beberei mais dofructo da Yide, ate aquelle
dia quando o beber novo noreino de Deus.26 E, tendo cantado ohymno, sairam parao monte
|
maisdas Oliveiras.
27 E disse-lhes Jesus : To-
E da mesmamaneiradiziamtodos tambem.32 E foram a um logarchamado Gethsemane, edisse aos seus discipulos :
Assentae-vos aqui, ate queore.
33 E tomou comsigo aPedro, e a Thiago, e a Joao,e come^ou a ter pavor, e aangustiar-se.
3i E disse-lhes : A minhaalma esta profundamente
I aqui, e vigiae.
I
35 £, tendo ido um poucoadiante, prostrou-se
em terra ; e orou que, se
fosse possivel, passasse d'elle
dos vos esta, noite vos es-I aquella hora,
candalizareis em mira;por-
1 36 E disse : Abba, Pae,que escripto esta : Ferirei
, todas as coisas te sao possi-
o pastor, e as ovelhas se
dispersarao.
28 Mas, depois que euhouver resuscitado, irei
adiante de vos para aGalilea.
29 E disse-lhe Pedro:Ainda que todos se escan-dalizem, nunca porem eu.
30 E disse-lhe Jesus : Emverdade te digo que hoje,
n'esta noite, antes que ogallo cante duas vezes, tres
vezes me negaras.
31 Mas elle dizia cadavezmais: Ainda que me seja
necessario morrer comtigo,de modo nenhum te nejiarei.
veis ; traspassa de mimeste calix; pororn nao o quoeu quero, mas o que tuqueres.
37 E, chegando, achou-osdormindo ; e disse a Pedro
:
Simao, dormes? nao pedesvigiar uma hora ?
38 Yigiae e orae, para quenao entreis em tentagao ; oespirito, na verdade, esta
prompto, mas a carne e
fraca.
39 E, tornando a ir, oron,dizendo as mesmas pala-vras.
40 E, tornando, achou-osoatra vez dormindo, porqne
106 S. MAECOS, XIV.
OS sens olhos estaram carre-
gados; e nao sabiam queresponder- Ihe.
-11 E Yoltou terceira vez,
e disse-lhes : Domd ja, e
descan^ae. Basta : e che-
gada a liora. Eis-qne oFiUio do homem vae ser
entregue nas maos dos pec-cadores.
42 Levantae-vos, vamos:eis-qne esta perto o que metrahe.
43 E logo, fallando elle
aiuda, veiu Judas, que eraum dos doze, da parte dosprincipes dos sacerdotes, edos escribas e dos anciaose com elle v.ma grande mul-tidao com espadas e yara-paus.
44 Ora, o que o trahia,
tinha-lhes dado um signal
commum,dJzendo : Aquelleque en beijar, esse e
;pren-
dei-o, e levas-o com segn-ranga.
45 E, logo que cbegon,approsimou-se d'elle, e
disse-lhe: Eabbi, Eabbi, e
beijou-o.
46 E lauoaram-llieasmaos,e o prenderam.47 E um dos que ali esta-
vam presentes, puxando daespada, ferin o servo dosummo sacerdote, e cortou-Ihe a orelha.
48 E, respondendo Jesus,disse-lhes : Saistes com es-
padas e Tarapans a prender-me, como a um salteador ?
49 Todos OS dias estavacomTOScoensinando no tem-plo, e nao me prendestes;mas assim se faz para queas Escripturas se cumpram.50 Entao, deixando-o, to-
dos fugiram.51 E um certo mancebo o
seguia, envolto em um len-
gol sobre o corpo nu. E osmancebos o prenderam
;
52 E elle, largando o len-
qo\, fugiu mi d'entre elles.
53 E levaram Jesus aosummo sacerdote, e ajun-taram-se a elle todos os
principes dos sacerdotes, e
OS anciaos e os escribas.
54 E Pedro o seguin delonge ate dentro do pateodo summo sacerdote, e es-
tava assentado com os ser-
vidores, e aquentando-se aofogo.
65 E 03 principes dossacerdotes e lodo o concilio
buscavam algum testemu-nho contra Jesus, para omatar, e nao o achavam.56 Porque muitos testifi-
cavam falsamente contra
elle, mas os testemunhosnao eram conformes.
57 E,levantando-sealguns,testiScavam falsamente con-
tra elle, dizendo
:
58 Nos ouvimos-lhe dizer
:
Eu derribarei e^te temple.
S. MAECOS, XIV, XV. lOT
constmido pelas maos, e !se estava aquentando, ollioii
em tres dias edificarei ou-!para elle, e disse : Tu tam-
tro, feito sem maos. i bem estavas com Jesus59 E nem assim o sen
j
Nazareno.testemnnho era conforme. 68 Mas elle negon-o, di-
60 E, levantando-se o ' zendo : Nao o conhe{;o, nemsummo sacerdote no meio,
j
sei o que dizes. E saiu fora
ao'alpendre, e o gallo cantou.
69 E a creada, vendo-ooutra vez, come^ou a dizer
perguntouaJesus, dizendoNada respondes ? Que testi-
ficam estes contra ti ?
61 Mas elle calou-se, e
nada respondeu. summo8acerdote Ihe tornou a per-
guntar, e disse-lhe : Es tn
o Cliristo, Filho do DeusBemdito ?
62 E Jesus disse-lhe : Eu
aos que ali estavam: Estee d'elles.
70 Mas elle o negou outravez. E pouco depois os queali estavam dis^eram outravez a Pedro: Verdadeira-mente tu es um d'elles,
o sou, e vereis o Filho do\porque es tambem galileo,
liomem assentado a direita\e a tua falla e similhante.
do poder de Deus, e vindoj
71 E elle come90u a im-sobre as nuvens do ceu. precar, e a jurar, dizendo :
63 E o summo sacerdote,j^'ao conheco esse homem
rasgando os seus vestidos,Ide quera fal'laes.
disse: Para que necessita-
mos de mais testemunhas?6^ Vos ouvistes a blas-
phemia; que vos pareee?E todos o condemnaramcorao culpodo de morte.
65 E alguns comegaram. acuspir n'elle, e a cobrir-lhe
o rosto, e a dar-lhe punha-das, e a dizer-lhe : Prophe-tiza. E OS servidores da-
vam-lhe bofetadas.
66 E, estando Pedro embaixo, noatrio, chegouuma lescribas, e todo o concilio,
das creadas do summo tiveram conselho ; e, amar-sacerdote
;
rando a Jesus, o levaram e
67 E, vendo a Pedro, que ' entregaram a Pilatos.
72 E gallo cantou segun-da vez. E Pedro lembrou-se da palavra que Jesus Ihe
tinha dito: Antes que ogallo cante duas vezes, tres
vezes me negaras tu. E,retirando-se d'ali, chorou.
CAPITULO XV.
ELOGO ao amanhecer, os
principes dos sacer-
dotes, com os anciaos, e os
108 S. MAECOS, X^2 E Pilatos Ihe persrnntou
:
Tu es o Eei dos Judeos?E elle, respondendo, disse-
Ihe : Tu o dizes.
3 E OS principes dos sacer-
dotesoaccusavam de nrnitas
coisas; porem elle nadarespondia.
4 E Pilatos o interrogonoutra vez, dizendo : Nadarespondes? Olba quantascoisas tcstificam contra ti.
5 Mas Jesus nada maisrespondeu, de maneira quePilatos se naaravilhaya.
6 E no dia da festa solta-
va-lbes um prcso, qualquerque elles pedissem.
7 E havia um cbamadoBarabbas que, preso comoutros amotinadores, tinha
n'um motim commettidouma morte.
8 E a multidao, dandogritos, come^ou a pedir que
fizesse como sempre ihes
tinha feito.
9 E Pilatos Ihes respondeu,dizendo: Quereis que vossoite o Eei dos Judeos ?
10 Porque elle bem sabia
que por inveja os principes
dos sacerdotes o tinhamentregado.
11 Mas 03 principes dossacerdotes incitaram amultidUo para que Ihes
soltasse antes Barabbas.12 E Pilatos, respondendo,
lues disse outra toz: Que
quereis pois que faf?a
d'aquelle que chamaes Eeidos Judeos ?
13 E elles tornaram aclamar: Crucifica-o.
11 Mas Pilatos Ihes disse
:
Pois que mal fez ? E elles
cada vez clamavam mais:Crucifica-o.
15 Porem Pilatos, queren-do satisfazer a multidao,soltou-lhes Barabbas, e
entregou a Jesus, aroitado,
para que fosse cruciticado.
16 E OS soldados o levaramdentro a sala, que e a daaudiencia, e convocaramtoda a cohorte
;
17 E vestiram-n'o de pur-pura, e, tecendo uma coroa
de espinhos, Ih'a pozeram7ia cahega.
18 E come9aram a saudal-
o, dizendo : Salve, Eei dosJudeos
!
19 E feriram-n'o na cabeoa
com uma cana, e cuspiramn'elle, e, postos de joelhos,
o adoraram.20 E, havendo-o escarne-
cido, despiram-lhe a pur-pura, e o vestiram com os
sens proprios vestidos, e
levaram fora para o cru-
cificar.
21 E constrangeram umcerto Simao Cyreneo, pae deAlexandre e de Eufo, queX>or ali passava, vindo docampo, a que levasse a cruz.
S. MARCOS22 E levaram-n'o ao logar
!
do Golgotha, que e, tradu-
'
zido, logar da Cayeira.
23 E deram-lbe a beber
vinho com myrrha, m.selle nao o tomou.24 E, havendo-o cmcifi-
cado, repartii'am os sens
vestidos, lan9ando Bobre
elles sortes, 'para saber o quecada nm levaria.
25 E era a bora terceira,
e o crucificaram.
26 E xx)r cima d'elle estava
escripto o titiilo da suacausa : EEI DOSJUDEOS.27 E cmcificaram com
elle dois salteadores, nm a'
sua direita, e outro a es-
qnerda. I
28 E cumpriu-se a Es-
1
criptura que diz : E comj
OS malfeitores foi con- i
tado.
29 E OS que passavam,blasphemavam d'elle, me-
!
neando as suas cabegas, e
!
dizendo : Ah ! tu que der-
ribas o tempio, e em tres
dias edificas,
30 Salva-te a id mesmo, e
desce da cruz.
31 E da mesma maneiratambem os principes dossacerdotes, com os escribas,
diziam nns para os outros,
zombando: Salvou os ou-tros, e nao pode salvar-se asi mcsmo
;
XV. 109
32 Christo, o Eeid'Israel, des(ja agora dacruz, para que o vejamos e
acreditemos. Tambem os
que com elle estavam cru-
cificados o injuriavam.
33 E, chegada a horasexta, foram feitas trevas
sobre toda a t^rra ate ahora nona.
34 E, a hora nona, Jesns
exclamou com grande voz,
dizendo: Eloi, Eloi, lamasabachthani? que, tradu-
zido, e: Dens w.qu, Deusmeu, porque me desampa-raste ?
35 E alguns dos que ali
estavam, ouvindo isto,
diziam : Eis-que chamaElias.
36 E Tim d'elles correu aencher uma esponja devinagre, e, pondo-<x n'umacana, deu-lh'a a beber,
dizendo: Deixae, yejamosse vira Elias tiral-o.
37 E Jesus, dando nmgrande brado, expirou.
38 E yen do tempio se
rasgou em dois, d'alto abaixo.
39 E o centnriao, queestava defronte d'elle, vendoque assim clamando expi-
rara, disse : Verdadeira-
raente este homem era o
Filho de Deus.40 E tambem ali estavam
aljum'jLs mulheres, olhando
110 S. MAECOS, XY, XYI.
de longe, entre as qnaesestayam tambem MariaI\Iagdalena, e Maria, rnae
de Thiago, o menor, e deJose, e Salome
;
41 As quaes tambem osegidam, e o serviam,
qnando estava na Galilea;
e miiitasontras, que tinbamsnbido com elle a Jerusa-
lem.42 E, cbegada a tarde,
porqr.anto era o dki da pre-
paracao, isto e, a vigilia doBabbado,43 Chegon Jose d'Arima-
thea. senador bocrado, quetambem esperava o reino
de Dens, e ousadamente foi
a Pilatos, e pediu o corpode Jesus.
44 E Pilatos se maravilhonde que ja estivesse morto.E, cbamr.Ldo o centuriao,
perguntou-lhe se ja haviamnito que tinba mor-rido.
45 E, tendo-se certificado
pelo centuriao, deu o corpoa Jose,
46 O qual compron tunlen(;ol fico, e, tirando-o dacruz, o euTolven no len^ol,
e depositou n'um sepul-
cbro larrado Ji'uma rocha
;
e reyolveu uma pedra paraa porta do sepulchro.
47 E Maria Magdalena, e
Maria, mae de Jose,olhavamonde punham.
CAPITULO XVI.
EPASSADO o sablado,
JMaria Magdalena, e
Maria, mde de Thiago, eSalome, compraram aromaspara irem ungil-o.
2 E, no primeiro dia dasemana foram ao sepulchro,de manha cedo, ao nascerdo sol
;
3 E diziam nmas as ou-tras : Quem nos revolveraa pedra da porta do sepul-chro?4 E, olbando, viram que
jci a pedra estava revol-
!vida; porque era muitogrande.
;
5 E, entrando no sepul-
i chro, viram um manceboI assentado a direita, vestido' de uma roupa comprida,branca ; e ficaram espanta-das.
6 Porem elle disse-lhes:
Xao voQ assusteis ; buscaesa Jesus Kazareno, que foi
' crucificado;jd resusciton,
|nao esta aqui; eis-aqui o
I
logar onde o pozeram.
I
7 Porem ide, dizei a sensjdiscipulos, e a Pedro, queelle vae adiante de vos para
I
a Galilea ; ali o vereis, comej
elle vos disse.
8 E, saindo ellas apressu-' radamente, fngirara do' sepulchro, porqne estavamIpossuidas de temor e as-
S. MAECOS, XYI. Ill
sombro; e rada diziam a
a]giiem, porquo temiam.9 E Jesus, tendo resusci-
tado na manlia do primeiroda semaua, appareceu pri-
meiramente a Maria Mag-dalena, da qnal tinha ex-
pnlsado Bete demonios.10 E, partindo ella, annnn-
cion-o aqnelles qne tinham
rem crido aos que o tinbamYisto ja resuscitado.
15 E disse-lhes : Ida portodo o mimdo, pregae oevangelho a toda a crea-
tnra
:
16 Quern crer e for bapti-
zado sera salvo ; mas quernnao crer sera condemnado.17 E estes signaes segui-
estado com elle, os quaes rao aos que crerem: Emestavam tristes, e cho- ' men nome expuls:arao os
rando.11 E, onvindo elles que
vivia, e que tinha sido yisto
por ella, nao o creram.12 E deiDois se manifeston
demonios ; fallarao noTaslinguas
:
18 Pegarao nas serpentes
;
e se beberem alguma coisa
mortifera, nao Ibes fara
n'outra forma a dois d'elles,\
damno algum ; e porao as
que iam de caminho para o ; maos sobre os enfermos, e
campo.13 E, indo estes, annun-
os sararao.
19 Ora o Senhor, depois
ciaram-n'o aos outros, de Ihes ter fall ado, foi rece-
mas nem ainda estes cre-
ram.14 Finalmente se mani-
bido acima no ceu, e as-
sentou-se a direita de Deus.20 E elles, tendo partido,
festou aos onze, estando ' pregaram por todas as
elles assentadosjuntamente, Ipartes, cooperando com elle3
e lan<jon-lhes em rosto a o Senhor, e confirmando asua increaulidade e dureza palavra com os signaes quede corai^cXo, por nao have- 1 se seguiam. Amen,
U2 S- LLXAS. I.
SAXCTO EYAXGELHO
DE
NOSSO SENHOK JESUS CHRISTOSEGUXDO S. LUCAS.
CAPITULO I.
TENDO pois muitos em-prehendido por em
ordem a Darra(;ao das coisas
que entre nos tiveram com-pleta certeza,
2 Segnndo nos transmit-tirara os mesmos que as
viram desde o principio, eforam ministros da palavra,
3 Pareceu-me tambem amim conveniente escrevel-
as a ti, 6 excellente Theophilo, por sua ordem, ha-vendo-me ja informadominuciosamente de tudodesde o principio
;
4 Para que conhe^as acerteza das coisas de quej'd estas informado.5 Existiu, no tempo de
Herodes, rei da Judea, nmsacerdote chamado Zaclia-
rias, da or lem de Abias, e
sua mulher das filhas d'Aa-rao ; e o seu nome era Isa-
bel.
6 E eram ambos justos pe-
rante Dens, andando semreprehensao em todos os
mandamentos e preceitos doSenhor.7 Enaotinbamfil]io8,por-quanto Isabel era esteril, e
ambos eram ayan^ados emedade.
8 E acontecen que, exer-
cendo elle o sacerdocio di-
ante de Deus, na ordem dasua turma,9 Segundo o costume Ba-
cerdotal, coube-lhe em sorte
entrar no templo do Sennora ofTei-ecer o incenso.
10 E toda a multidao dopovo estava fora, orando, ahora do incenso.
11 E urn anjo do SenhorIhe appareceu, posto em pe,
a direita do altar do in-
censo,
12 E Zac-^a^ias, vendo-o,
turbou-se, e caiu temor so-
bre elle.
13 Mas o anjo Ihe disso:
Zacharias, nao temas, por-
que a tua ora9ao foi ouvida,
S. LUCASe IsuIxjI, ttia mnlher, te pa-
rira um filho, e Ihe poras o
Dome de Joao
;
14 E teras prazer e ale-
gria, e muitos se alegrarao
no sen nascimento
:
113
21 E poTO estara espe-rando a Zacharias, e mara-YilhaYam-se de que tantose deraorasse no templo.22 E, saindo elle, nao Ihespodia fallar ; entenderam
15 Porque sera grande di- que tinha visto alguma vi-
sao no templo. E lallaya
por acenos, e ficou mudo.23 E, succedeu que, termi-
Sancto, ate desde o ventre nados os dias do seu minis-
ante do Senhor, e nao beberavinho, nem bebida forte,
e sera cbeio do Espirito
do sua mae
;
16 E convertera muitosdos filhos de Israel ao Se-
nhor seu Deus
;
17 E ira adiaate d'elle no
terio, voltou pftra sua casa.
2i E depois d'aquellesdias Isabef, sua mulher,concebeu, e por cinco me-zes se occultou, dizendo
:
espirito e Tirtude d'Elias, i 25 Porque isto me permit-para converter os corayOes tiu o Senhor, nos dias emdos paes aos filhos, e os que attentou em mim, pararebeldes a prudencia dos destruir o men opprobriojustos
;para preparar ao entre^os bomens.
Senbor mn povo hem dis-
posto.
18 Disse entao Zacbariasao anjo : Como eonhece-rei isto? pois eu jci souvelho,e minba mulber avan-^ada em edade.
26 E, no sexto mez, foi oanjo Gabriel enviado porDeus a uma cidade da Ga-lilea, chamada Nazaretb,27 A uma virgem despo-
sada com um varao, cujanome era Jose, da casa de
19 E, respondendo o anjo, ; David ; e o nome da virgemdisse-lhe : Eu sou Gabriel,
que assisto diante de Deus,e fui enviado a fallar-te e
dar-te estas alegres novas
;
20 E eis que ficaras mudo,e nao poderas fallar ate odia em que estas coisas a-
conte^am;porquanto nao
era Maria.
28 E, entrando o anjoaonde ella estava, disse
:
Salve, agraciada ; o Senhorecomtigo: I emdita tu entieas mulheres.29 E, vendo-o ella, turbon-
se muito das suas palavra5=,
creste nas minhas palavras, i e considerava que saudagaoque a seu tempo se Lao de
\
seria esta.
cumpnr. 30 Disse-lhe entao o anjo:
114 S. LUCAS, I.
Maria, nao temas, porqneachaste graga diante deDeus;31 E eis-qne em ten ven-
tre conceberas, e daras aiuz nm filho, e por-lhe-haso nome de Jesns.
32 Este sera grande, e
Gera chamado filho do Altis-simo ; e o Senhor Densihe dara o throno de David,sen pae
;
33 E reinara etemamentena casa de Jacob, e o senreino nao tera fim.
34 E disse Maria ao anjo
:
Como se fara isto? pois
nao conheQo varao.
35 E, respondendo o anjo,
disse-lhe: Descera sobre ti
o Espirito Sancto, e a vir-
tude do Altissimo te co-
brira com a sna sombra;pelo qne tambem o Sancto,
qne de ti ha de nascer, serachamado Filho de Deus.36 E eis-que tambem Isa-
bel, tna prima, concebenum filho em sna Telhice ; e
e este o sexto mez paraaquella que era chamadaesteril
;
37 Porque para Dens na-da sera impossivel.
3S Disse entao Maria;
Eis-aqui a serva do Senhor
;
cumpra-se em mim segundoa tua palavra. E o anjoansentou-se d'ella.
31) E n'aqnolles dias, le-
vantando-se Maria, foi pres-surosamente as montanhas,a uma cidade de Juda,40 E entron em casa de
! Zacharias,e saudon a Isabel.
I
41 E acontecen qne, ao
I
ouvir Isabel a saudagao de' Maria, a creancinha salton
I
no sen ventre ; e Isabel foi' cheia do Espirito Sancto.
42 E exclamon com grandeYoz, e disse: BemcUta tuentre as mnlheres,ebemditofructo do ten ventre,
43 E d'onde me vem isto amim, que a mae de menSenhor venha a mim ?
44 Pois eis-qne, ao chegaraos mens onvidos a voz datna saudagao, a creancinhasalton ("
ventre
;
45 E bemaventnrada a qnecren, pois hao de cumprir-se as coisas qne da parte doSenhor Iho foram ditas.
46 Disse entao Maria : Aminha alma engrandece ao
' Senhor,
47 E o men espirito se
alegra em Deus meu Sal-
vador;
48 Porque attenton nabaiseza de sua serva
;pois
eis-que desde agora todasas gera^oes me chamaraobemaventurada
:
49 Porque me fez grandescoisas Poderoso ; e sancto6 sen noni©.
S. LU50 E a sua misericordia e
de gera^ao em geragao sobre
OS que o temem.51 Com o seu bra^o obrou
valorosarcente : dissipou os
6oberbos no pensaiuento deeeus coraQues.
52 Depoz dos thronos os
poderosos, e elevon os hn-mildes.
53 Eucheu de bens os
faminto-, e despediu vasios
OS ricos.
54: Auxiliou a Israel senservo, recordando-se da svxi
misericordia
;
55 Como fallou a nossospaes, a Abrabao e a snaposteridade, para sempre.56 E Maria ficou com eila
quasi tres mezes, o depoisvolton para sua casa.
57 E completou-se paraIsabel o tempo de dar aluz, e teve um filho.
58 E OS seus visinhos e
parentes ouviram que tinhaDeus usado para com ella
de grande misericordia e
alegraram-se com ella.
59 E aconteceu que, aooitavo dia, vioram circum-cidar o menino, e Ihe cha-mavam Zacharias, do nomede seu pae.
60 E, respondendo suamae, disse: Nao, poremsera chaiuado Joao.
61 E disserara-lhe : Nin-guem ba na tua parente-a
CAS, L 115
que se chame por esto
nome.
I
62 E pcrguntaram poriacenos a sen pae comoqueria que Ihe cbamassem.
• 63 E, pedindo elle uma, taboinJia de escrever, es-
\creveu, dizsndo : seu
I
nome e Joao. E todos se
Imaravilliaram.
\
ei E iogo a bccca se Ihe
abriu, e a lingua se Ihe
;
soltou ; e fallava louvandoa Deus.65 E vein temor sobre
\ todos os seus circumvi-sinhos, e em todas as mon-tauhas da Judea foram
I
divulgadas todas estas
,coisas.
;66 E todos OS que as ou-
I
viam as con??ervaTam emseus cora(;3c-s, dizendo
:
Quern sera pois esto me-niEo ? E a mao do Senhorestava com elle.
67 E Zicharias, sen pae,
I
foi cheio do Espirito Sancto,. 6 prophetizou, dizendo
:
I
6S Bemdito o Senhor Deus\
d'Israel, porque yisitou oremiu ao seu povo,69 E nos levantou nma
I
salva(;ao poderosa .na casade Da\'id seu servo,
1 .70 Como fallou pek boc-|Ca dos seus sanctos pro-
! phetas, desde o principiodo mundo
;
71 <^''e nos livraria dos
116 S. LUCAS, I, II.
nossos inimigos e da maode todos OS que nos abor-recem
;
72 Para manifestar mise-ricordia a nossos paes, e
lembrar-se do sen Banctoconcerto,
73 E do juramento qnejuron a Abrahao nosso pae,
74 De conceder-nos que,
libertados da mao de nossos
inimigos, o serviriamos Bern
temor,75 Em sanctidade e jns-
tica perante elle, todos os
dias da nossa vida.
76 E tu, 6 menino, seras
chamado propheta do Al-tissimo, porque has do ir
diante da face do Senhor,a preparar os seus ca-
minhos;77 Para dar ao sen povo
conhecimento da salvacao,
na remissao dos seus pecca-dos;
78 Pelas entranbas damisericordia do nosso Dens,com que o Oriente do alto
nos Yisitou
;
79 Para alumiar aos queestao assentn.dos em trevas
e Bombra de morte ; a fimde dirigir os nossos pespolo caminho da paz.
80 E o menino crescia, ese robustecia em espirito.
E esteve nos desertos ateao dia em que havia demostrar-se a Israel.
CAPITULO II.
EACOXTECEU n'aquel-les dias que saiu um
decreto da parte de CesarAugusto, para que todo omundo ss alistasse.
2 (Kste primeiro alista-
mento foi feito sendo Cyre-nio presidente da Syria.)
3 E todos iam alistar-se,
cada um a sua propriacidade.
4 E Bubiu tambem Josede Galilea, da cidade deNazareth, a Judea, a cidadede David, chamada Bethle-hem (porque era da casa efamilia de David),
6 Para alistar-se comMaria, sua mulher, queestava gravida.
6 E aconteceu que, estan-
do elles ali, se cumpriramOS dias em que havia deparir,
7 E pariu a sen filho pri-
mogenito, e envolveu-o empannos, e deitou-o n'wmamangedoura, porque naohavia logar para eiles naestalagem.
8 Ora havia n'aquella
mesma comarca pastores
que estavam no campo, e
guardavam as vigilias danoite sobre o sen rebanho.9 E eis-que o anjo doSenhor veiu sobre elles, e agloria do Senhor os cercoYi
S. LUCAS, II. 117
de resplendor, e tiveram i 19 Mas Maria gnardavagrando temor. todas estas coisas, confe-10 E o anjo Ihes dlsse :
j
rindo-a.s em seu cora9ao.
Nao temaes, porque, eis I 20 E voltaram os pastores,aqui, Yos dou novas de glorificando e louvando agrande alegria, que sera
|Deus por tudo o que ti-
para todo o povo
:
1 nham ouvido e visto, como11 Que hoje, na cidade de
j
Ihes havia sido dito.
David, vos nasceu o Saiva- 1 21 E, quando os oito diasdor, que e Christo, o Senhor.
12 E isto vos sem porBignal : Achareis o meninoenvolto em pannos, e dei-
tado n'uma maugedoura.13 E, no mesmo instante,
appareceu com o anjo umamultidao dos exercitos ce-
lestiaes, louvando a Deus,e dizendo
:
14 Gloria a Deus nasalturas, paz na terra, boavontade para os homens.15 E aconteceu que, au-
sentando-se d'elles os anjospara o ceu, disseram os
pastores uns aos outros
;
Vamos pois ate Bethlehem,e vejamos isso que aeon-
foram cumpridos, para cir-
cumcidar o menino, foi-lhe
dado o nome de Jesus, quepelo anjo Ihe fora posto,antes de ser concebido.22 E, cumprindo-se os
dias da sua purificagao,
segundo a lei de Moyses,o levaram a Jerusalem, paraapresentarem ao Senhor,23 Segundo o que esta
escripto na lei do Senhor :
Todo macho primogenitosera consagrado ao Senhor
;
24: E para darem a offerta
segundo o disposto na lei
do Senhor: um par derolas ou dois pombinhos.25 E eis-que havia em
teceu, e que o Senhor nos ' Jerusalem um homem, cujonotificou.
16 E foram apressada-mente, e acharam Maria, e
Jose, e o menino deitado namangedoura.17 £, vendo-o, divulgaram
a palavra quo acerca domenino Ihes fora dita :
18 E todos OS que os ouvi-ram se maravilharara doque OS pastores Ihes diziam.
nome era Simtao; e estehomem era justo e tementea Deus, e esperava a con-solarao d'lsrael ; e o Espi-rito Sancto estava sol ire elle.
26 E fora-lhe divinamenterevelado pelo EspiritoSancto que elle nao mor-reria ant<:8 de ter visto aoChristo do Senhor.27 E pelo Espirito foi ao
118 S. LUCAS, n.
templo, e, qnando os paesintroduziram o meninoJesus, para com elle pro-cederem segnndo o uso dalei,
28 Elle entao o tomon emsens bragos, e louvou a
Dens, e disse
:
29 Agora, Senhor, despe-
des em paz o teu servo,
'segnndo a tna palavra.
30 Pois ja OS mens olhos
viram a tna salvagao,
31 A qual tu preparaste
perante a face de todos os
povos
;
82 Lnz para alnmiar as
nagoes, e para gloria de teupoYo Israel.
33 E Jose, e sna mae, se
maraTilharam das coisas
qns d'elle se diziam.
84 E Simeao os abengoone disse a Maria, sna mae
:
"Els qne este e posto paraqneda e elevagao de mnitosem Israel, e para signal quesera contradicto
;
85 E uma espada traspas-
sara tambem a tna propriaalma; para qne se mani-festem os pensamentos demnitos coragoes.
36 E estava ali a pro-phetiza Anna, filha deEanuel, da tribu do Aser.Esta era ja avan^ada emedade, e tinha vivido como marido sete annos, desdea sua Yirgindade,
37 E era viuya, de quasioitenta e qnatro annos, enao se affastava do templo,servindo a Deus em jejunse ora9oes, de noite e dedia.
38 E »fsta, sobrevindo namesma hora, dava gracas aDeus, e fallava d'elle a to-
dos OS que esperavam aredemp9ao em Jerusalem.39 E, qnando acabaram decumprir tudo segundo a lei
do Senhor, voltaram a Gal-lilea, para a sua cidade deNazareth.40 E o menino crescia, e
se fortalecia em espirito,
cheio de sabedoria ; e agra?a de Deus estava sobreelle.
41 Ora, todos os annos,iam sens paes a Jerusalem,a festa da pascboa
;
42 E, tendo elle Jd dozeannos,subiram a Jerusalem,segundo o costume do dia
da festa.
43 E, regressando elles,
terminados aquelles dias,
ficou o menino Jesus emJerusalem, e nao o BoubeJose, nem sua mae.44 Pensando porem ellefl
que viria de companhiapelo caminho, andaram ca-
i minho de um dia, e busca-' vam-n'o entre os conheci-
j
dos
;
I45 E, como o nao encon-
S. LUCAS, II, III. 119
trassem, voltaram a Jeru- i Herodes tetrarca da Gali-
salem em busca d'elle.|
lea, e seu irmao Philippe
46 E acontecen que, pas- : tetrarca da Iturea e dasados tres dias, o acharam provincia de Traconites, e
no templo, assentado no.
Lysaneas tetrarca da Aby-meio dos doutores, ouvindo- linia,
OS, e interrogando-os. i 2 Sendo Annas e Caipbas,
47 E todos 03 que o on- summos sacerdotes, vein noviam admiravam a sua in- deserto a jjalaTra de iJous a
teHigencia e respostas. !Joao, filho do Zacbarias.
48 E elles, vendo-o, mara- ; 3 E percorrou toda a terra
vilharam-se, e disse-lhe sua ao redor do Jordao, pre-
mae : Filho, porqne fizeste gando o baptismo de arre-
assim para comnosco ? Eis- pendimento, para o perdaoqne ten pae e eu anciosos dos peccados
;
te buscavamos. 4 Segnndo o que esta es-
49 E elle Ihes disse : Por cripto no liyro das palavras'
que e que me buscaveis ? do propheta Isaias, que diz
:
Nao Babeis que me convem Yoz do que clama no de-
estar nos negocios de meu serto : Preparae o caminhoPae ? do Senbor ; endireitae as
50 E elles nao compre- suas veredas.
henderam as palavras que 5 Todo o yalle se enchera,
Ihes dizia.,e todo o monte e outeiro se
51 E descen com elles, e abaixara ; e os caminhos
foi para Nazareth, e era- tortos se endiroitarao, e os
Ihes sujeito. E sua niae caminhos ^cabrosos Be
guardava no sou corafao aplanarao
;
todas e.stas coisas. ! 6 E toda a came vera a52 E crescia Jesns em salva^ao de Deu:--.
sabedoria, e em estatura,i
7 Lizia pois Jo^ioamulti-e em gra<;a para com Deus dao que sahia a ser baptiza-
e OS homens.|
da por elle : Ptaga do viboras,
quem vos ensinou a fugir
l^AriiUi.U ill.I
8 j)ae pois fructos dignos
ENO anno qninze do \ de arrcpendimento, e naoimperio de Tiberio
\
comecels a dizer em tusCesar, sendo Poncio Pilatos
j
mesmos : Temos Abrahaopresident© da Judea, e
i
por pis : poraue ea voa
120 S. LUCAS, III.
digo que ate d'estas pedraspode Deus suscitar filhos aAbrahao.9 E tambem ja esta posto
o machado a raiz das ar-
Tores; toda a arvore pois,
que nao da bom fructo,
corta-se e lan^a-se no fogo.
10 E a multidao o inter-
rogava, dizendo : Que fare-
mos pols ?
11 E, respondendo elle,
disse-lhes : Quern tiver duastunicas, reparta com o quea nao tem, e quern tiyer
alimentos fa?a da mesmamaneira.12 E cliegaram tambemuns pubb'canos, para serembaptizados, e disseram-lhe
:
Mestre, que devemos fazer ?
13 E elle Ihes disse : Kaopecaes mais do que yds esta
omenado.14 E uns soldados o inter-
rogaram tambem, dizendo
:
E nos que faremos ? E elle
llies disse : Kao trateis mal,nem defraudeis alguem, e
contentae-Yos com o vossosoldo.
15 E, estando o povo emexpecta(^ao, e pensando to-
dos de Joao, em sens cora-Qoes, se porventura seria oChristo,
16 Eespondeu Joao a to-
dos, dizendo : Eu, na Ter-
dade, baptizo-vos'com agua,mas vem um mais poderoso
que eu, a quem eu nao soudigno de desatar a correia
das alparcas ; esse yos bap-tizara com o Espirito Sanctee com fogo.
17 Cuja pa esta em suamao ; e limpara a sua eira,
ajuntara o trigo no seu cel-
leiro, porem queimara apalha com fogo que nuncase apaga.18 E assim, admoestando,
muitas outras coisas tam-bem annunciava ao poYO.19 Sendo porem o tetrarca
Herodes reprebendido porelle por causa de Herodias,muiher de seu irmao Phi-lippe, e por todas as mal-dades que Herodes tinhafeito,
20 Accrescentou a todasas outras ainda esta, deencerrar Joao n'um car
cere.
21 E aconteceu que, comotodo o poYO fosse baptizado,
e sendo baptizado tambemJesus, e orando, abriu-se oceu,
22 E o Espirito Sanctodesceu sobre elle em formacorporea, como uma pomba
;
e ouYiu-se uraa yoz do ceu,
que dizia : Tu es o meufilho amado, em ti me tenbocomprazido.23 E o mesmo Jesus co-
me9aTa a ser de quasi trinta
annos. sendo (como se cui-
S. LUCAS, in, lY. 121
dava) fillio de Jose, e Jose
de Heli,
24 e Etli de Mattliat, e
Matthat de Levi, e Levi deMelchi, e Jlelchi de Joanna,e Joanna de Jose,
25 e Jose de Mattathias, e
Mattathias de Amos, e ^wosdo Naum, e Naum de Essi,
« Zssi de Naggai,26 e Nagrjai de Maath, e
Maath de Mattathias, e J/a?-
tathias de Semei, e Semei deJose, e Jo.s6 de Juda,27 e t/wcZa de Johanna, e
Johanna de Ehesa, e lihesa
de Zorobabel, e Zorolalel
de Salathiel, e Salatkiel deNeri,
28 e A«ri de Melchi, c
Melchi de Addi, c ^ricZt deCozain, e Cozam de Elmo-dam, e Elmodam de Er,
29 e £'r de Jose, e Jose deEliezer, « Eliezer de Jorim,c tTorim de Matthat, e il/a^-
iAa< de Levi,
30 e ieyj de Simeon, e
Simeon de Juda, e Jwc^a deJose, e Jose de Jonan, e
Jonan de Eliakim,31 e Eliakim de Melea, e
3fe?ea de Mainan, e Mainonde Matthata, e Matthata deNathan, e Nathan de David,32 e David do Jesse, e t/esse
do Obed. c Ote-i de Booz, e
-So-'^z de Salmon, e Salmonde Naasson,33 c Naubson de Amina-
i/<
! dab, c Aminadah de Arao,1e olrao de Esrom, e Esrom
I
de Fares, e i-'-zj-es de Juda^
I
34 e t/wcZa de Jacob, «
I
Jaco6 de Isaac, e Isaac de
I
Abrahao, e Abrahao dai Thare, e Thare de Nachor,35 e Nachor de Saruch, e
Saruch de Eagau, e Eagaude Faleg, e i^a% de Heber,e ife&er de Sala,
3G c >S'a?a de Cainan, e
Cainan de Arfaxad, e ^r-ax«d de Sem, e Sem deNoe, e Noe de Lamech,37 e Lamech de !»Iathusala,
e Mathusala de Henoch, c
Henoih de Jared, e Jaredde Maloleel, e Maleleel deCainan,33 « Cainan de Henos, e
//enos de Scth, e >Sei^ deAdaD, e ^Jao de Deus.
CAPITULO IV.
E JESUS, cheio do EspiritoSancto, voltou do Jor-
dao e foi levado pelo Espi-rito ao deserto
;
I
2 E quarenta dias foi ten-
Itado pelo diabo, e n'aqnel-
! les dias nuo comeu coisa
algnma; e,terminadoselles,teve fome.3 E disse-lho o diabo : So
tu es o Filho de Dens, dizea esta pedra que se trans-
fprme em puo.
4 E Jesus" Ihe responden,
122 S. LUCAS, lY.
dizencTo : Escripto esta quenem so de pao Yivera o lio-
mem, mas de toda a iDalavi'a
de Deus.5 E o diabo, levando-o amn alto monte, mostron-llie n'um momenta de tem-po todos OS reinos domundo.6 E disse-lhe o diabo:
Dar-te-liei a ti todo este
poder, e a sna gloria;por-
que a mim me foi entre-
gne. e doii-o a qnem quero
;
7 Portanto, se tu me ado-rares, tndo sera ten.
8 E Jesus, respondendo,disse-lhe : Yae-te, Satanaz
;
porqne esta escripto : Ado-raras o Senhor leu Deus, e
GO a Elle servii-as.
9 Levou-o taml^em a Je-rusalem, e p61-o sobre opinaculo do templo, e disse-
lhe: Se tu es o Filho deDeus, lauQa-te d'aqui a-
baixo
;
10 Porquo esta escripto:
Mandara aos seus anjos,
acerca de ti, que te guar-dem,11 E que te sustenham
nas maos, para que nuncatropeces com o teu pe ema'guraa pedra.12 E, Jesus respondendo,
disse-lhe: Dito esta: Naotentaras ao Senhor t-eu
Deus.13 E, acabando o diabo
toda a tenta9ao, ausentou*se d'elle por algum tempo.14 Entao, pela virtude do
I
Espirito, voltou Jesus para< a Galilea, e a sua fama
j
saiu por todas as terras emI
derredor.
! 15 E ensinava nas suasi synagogas, e por todos era! louTado.
I
16 E, chegando a Naza-reth, onde fora criado, n'umdia de sabbado, segundo oseu costume, entrou nasynagoga, e leyantou-sepira ler.
17 E foi-lhe dado o livro
do propheta Isaias ; e quan-do abriu o livro, achou ologar em que estava es-
cripto :
18 Espirito do Senhorestci sobre mim, porquantome nngiu para evangeHsaraos pobres, enviou-me acurar aos quebrantados docoragao
;
19 A apregoar liberdade
aos captivos, e dar vista
aos cegos; a por em hber-
dade os opprimidos ; aannunciar o anno acceitavel
do Senhor.20 E, cerrando o livro, a
tornando-o a dar ao minis-
tro, assentou-se ; e os olhos
de todos na synagoga esta-
vam fitos n'elle.
21 Entao come^ou a dizer-
Ihes : Iloje se cumpriu esta
S. LUCAS, lY. 123
Escriptnra em vossos ouvi-dos.
22 E todos Ihe dayam tes-
temunho, e se marayiliia-
29 E, leyantando-se, o ex-pulsaram da cid?ide e olevaram ate ao cume domonte em qne a cidade
vam das palavras de gra^a\
d'ellesestayaedifieada^para
que eahiam da sna bocca;
, d'ali o precipitarem.
e diziam : Nao e este o filho i SO Elie porem, passandode Jose?23 E elle Ibes disse : Sem : se.
pelo meio d'elles, retirou-
duvida me direis este pro- 1 31 E descen a Capernaum,yerbio : Medico, cm-a-te a ' cidade da Galilea, e ali osti mesmo : faze tambem
[ensinaya nos sabbados.
aqui na tna patria todas i 32 E admiirayam a s^messas coisas que ouyimos
^
doutriua, porque a suaterem sido feitas em Caper-
]
palayra era com auctori-
Daum.2i E disse: Em yerdade
yos digo que nenhum pro-pheta e bem recebido nasua patria
,
25 Mas em verdade yosdigo que muitas yiuyasexistiam em Israel nos dias
de Elias, quando o ceu se
cerrou por tres annos e seis
mezes, de sorte que emtoda a terra houye grandofome;26 E a nenhuma d'ellas
foi enyiado Elias, senao a
Sarepta de Sidon, a umamulher yiuya.
27 E muitos leprosos ha-
dade.
33 E estaya na synagogaum homem que tinba umespirito de um demonioimmundo, e exclamou emalta voz,
34 Lizendo: Ah! que fe-
mes nos comtigo, JesusNazareno? yieste a des-
truir-nos? Bem sei quernes : Sancto de Deus.35 E Jesus o reprehenden,
dizendo : Cala-te, e eae
d'el'e. E o demonio, lan-
^ando-o por terra no meio.
saiu d'eile sem Ihe fazer
mal algum.)6 E yeiu espanto sobre
via em Israel no tempo do|
todos, e fallayam entre bI
propheta Eliseu, e nenhum ! uns e outrcs, dizendo : QueI'elles foi purificado, senao palayra e esta. que ate aos
espiritos immundos mandacom auctoridade e poder, e
elles saem ?
37 E a sua fama divulgaya-
Xaaman o syro,
28 E todos, na synagoga,ouvindo estas coisas, se
encheram de ira
;
124 S. LUCASse por todos os logares, em I
redor d'aquelia comarca._j
38 Ora, levantando-se Je- i
BUS da synagoga, entrou|
em casa de Simao : e a so-\
gra de Simao estava en-ferma com muita febre, e
rogaram-lhe por ella.
39 E, inclinando-se paraella, reprehendeu a fehre,
e a deixou. E, levantando-se logo, servia-os.
4D E, ao por do sol, todosOS que tinham eufermos devarias doen^as Ih'os tra-
ziam ; e, pondo as maossobre cada um d'elles, os
curava.
41 E tambem de muitossahiam demonios, clamaudoe dizendo : Tu es o Christo,
Filho de Dens. E elle,
reprebendeudo-os, nao os
deixava fallar, porquesabiam que elle era oChristo.
4:2 E, senclo ja dia, sain, e
foi para um logar deserto;
e a multidao o buscava, e
cbegon junto d'elle; e odetinbam, para que nao se
ausentasse d'elle.-.
43 Porem elle Ibes disse
:
Tambem e necessario queeu annuncie a outras cida-
des o evangelho do reino
de Deus;porque para isso
sou enviado.
44 E pregava nas synago-gas da Galilea.
IV, V.
CAPITULO V.
P AGONTECEUque,aper--j^ tando-o a multidao,para ouvir a palavra deDeus, estava elle junto aolago de Genezareth
;
2 E viu estar dois barcosjunto dpraia do lago : e os
Pescadores, havendo desci-
do d'elles, estavam lavandoas redes.
3 E, entrando n'um doabarcos, que era o de Simao,pediu-lhe que o affastasse
um pouco da terra; e, as-
sentando-se, ensinava dobarco a multidao.4 E, quando acabou de
fallar, disse a Simao : Faze-te ao alto mar, e langao as
vossas redes para pescar.
6 E, respondendo Simao,disse-lhe: Mestre, havendotrabalhado toda a noite,
nada apanhamos ; mas, so-
bre tua palavra, lan(jarei arede.
6 E, fazendo assjm, colhe-
ram uma grande quanti-
dade de peixes, e rompia-se-lhes a rede.
7 E fizeram signal aos
companheiros que estavamno outro barco, para que os
fossem ajudar. E foram, e
encheram ambos os barcos,
de maneira tal que quasi
iam a pique.
8 E Simao Pedro, yendo
S. LUCAS, V. 125
h*o, prostrou-se aos pes deJesus, dizendo : Senhor, au-senta-tG de mim, 'que souum homem peccador.
9 Porque espanto se apo-
ilerara d'elle, e de todos os
que com elle estavam, porcausa da pesca de peixes
que baviam feito
;
10 E, de egual mode, tam-bem de Thiago e Joao, filhos
de Zebedeo, que eram cora-
panheiros de Simao. E dis-
se Jesus a Simao: Kao te-
mas: de agora em diante
fceras pescador de homens.11 E, levando os barcos
para a terra, deixaudo tudo,
o seguiram.12 Eaconteceuque,estan-
do n'uma das cidades, eis
que um homem cheio delepra, vc;n(^o a Jesus, pros-
trou-se sobre o rosto, e
rogou-llie dizendo : Senhor,se quizeres, bem pedes lim-
par-me.13 E elle, estendendo a
mao,tocou-o, dizendo: Que-ro; se b'mpo. E lo.,';o ai'.pra desappareceu d'elle.
1-1 E ordenou-lhe que aningr.fjm o dissesse : Poremvae, <//.«,s6, mo3tra-te ao sa-
cerdote e ofiferece, pela tuapurifica(;ao, o que Mojsesdeterminou, para que Ihes
Beja teHtemuiiliO.
15 Porem a sua fama se
dilatava ainda mais. e
ajuntavarn-ssmuitas gentespara o ouvirem e para se-
rem por eile curados dassuas enfermidades.16 Porem elle retirava-se
para os desertos, e all
oraTa.
17 E aconteccu que, n'umd'aquelles dias, estava ensi-
nando, e estavam aU assen-tados phariseos e doutoresda lei, que tinham vindode todas as aldeias da Gali-
lea, 6 da Judea, e de Jeru-salem, e a virtude do Se-
nhor estava com elle para oscurar.
18 E, eis-que uns homenstransportavam n'uma camaum homem que estava para-lytico, e procuravam intrc-
duzil-o,ep61-o diante d'elle;
19 E, nao achando poronde podessem introduzil-o,
por causa da multidao, su-biram ao telbado, e pelas
telbas o baixaram com acama, ate ao meio, diantede Jesus.
20 E, vendo elle a fe d'el-
les, disse-lhe: Homem, ostens poccados te sao per-
doados.21 E OS e.'cribas e os pha-
riseos corac(;aram a arra-
zoar, dizendo: Quem e este
quodizblasphemias? Quempode perdoar peccados, se-
nile so Deus?2J Jesus porem, conhe-
125 S. LUCAS. V.
cendo os sens pensamentos,responden, e disse - llies
:
coDtra OS sens discipiilos,
dizendo : Porqne comeis e
Que arrazoaes em vossos i bebeis com publicanos e"-^O J o
coracoes
.
23 Qual e mais facil dizer
:
Os tens peccados te saoper-doados ; on dizer : Levanta-te, e auda ?
24: Ora para qne saibaes
qne o Filho do homem tern
peccadores?81 E Jesns, respondendo,
disse-ibes: Kao necessitamde medico os qne estao 6aos,
mas, sim, os qne estao en-
feiTDos
;
32 En nao vim para cha-sobre a terra poder de per- ! mar os jnstos, mas, sim,
doar OS peccados : (disse ao i peccadores ao arrependi-paralytico) A ti te digo:|mento.
33 Disseram - Ihe entaoelles: Porqne jejnam os
discipnlos de Jcao mnitasvezes, e fazem ora^oes, co-
mo tambem os dos pbari-
seos;porem os tens comem
e bebem ?
26 E todos ficaram mara-i
34 j\Ias elle Ibes disse
:
vilhados, e glorificaram a\Podeis vos fazer jejnar os
Levanta-te, toma a tna ca-
1
ma, e Tae para a tna casa. !
25 E, levantando-se logo
;
diante d'elles, e tomando a !
cama em qne estava deitado,
foi para sua casa, glorifi-
;
cando a Dens. I
Dens; e ficaram cbeios detemor, dizendo : Hoje vimosprodigios.
27 E, depois d'estas cotsas,
sain, e via nm pnblicano.
cbamado Levi, assentado : jejuarao.
filhos das bodas, eniqnantoesposo es<-a com elles ?
35 Dias virao, porem, emqne o esposo Ibes sera tira-
de, e entao, n'aquelles dias.
na recebedoria, e disse-lbe :
Segne-me.o6 E disse -Ibes tambemnma parabola : Ningnem
28 E elle, deixando tndo, ; delta remeEdo de pannokvantou-se e segnin.
29 E fez-lbe Levigrande banqnete em sua pera
; novo em vestido velho
;
nm;d'outra raaneira o novorom-
e o ren^endo
casa ; e bavia ali nma mnl-|
lidao de publicanos, e on-
:
tros qne estavam com elles|
a mesa.i
novo nao condiz com ovelbo.
37 E ninc:nem delta vinbonovo em odres velbos: d'ou-
30 E OS escribas d'elles, e ' tra maneira o vinho novoOS pbarisfcos, mnrmuravam
irompera os odres, e entor-
S. LUCAS, Y, YL 127
nar-se-ha o vinho, e os odres \ na synagoga, e estava ensi-
ee estragarao
;
i
38 Mas o vinho noyo deve
:
deitar-se em odres noYOS,|
e ambos juntamente se con-
eervarao. !
39 E ninguem que beber
o yelho quer logo o novo,
porqne diz : Melhor e oI
velho.j
CAPITULO YI. !
EACONTECEU que, no
'
sabbado segnndo-pri-
meiro, passou pelas searas,
e 08 seus discipulos iam ar-
!
rancando espigas, e, esfre-
:
gando-as com as maos, as^
comiam.2 E algnns dos pbariseors
Ihes disseram : Porqne fa-
Zeis que nao e licito fazerI
nos sabbados ?'
nando; e estava ali nmhomem qne tinha a mao di-
reita mirrada.
7 E OS e-cribas e phariseosattentavam n'elle, se o cura-
ria no sabbado, para acha-rem de que o accusar.
8 Mas elie bem conheciao^seus pensamentos ; e dis-
se ao homem que tinha amao mirrada : Levanta-te, e
poe-te em pe no meio. E,
levantando-se elle, poz-se
em pe.
9 Entao Jesus Ihes disss
:
Urna coisa vos hei-de per-
guntar : E licito nos sabba-dos fazer bem, on fazer
mal? salvar a vida, onmatar?10 E, olhando para todcs
em derredor, disse ao ho-3 E Jesus, respondendo- mem : Estende a tua mao.
Ihes, disse : Nunca lestes o;E elle assim o fez, e a mao
que fez David quando teve . Ihe foi restituida sa como afome, elle, e os que com elle
estavam ?|
4 Como entron na casa deDcus, e tomou os paes daproposi'jao, e os comeu, e
,
deu tambem aos que esta-j
vam com elle, os quaes naoe Licito comer, senao so aoseacerdotes ?
5 E dizia-lhes: Filhodo homem e Senhor ate dosabbado.
outra.
11 E ficaram cheios de fu-
ror, e uns com cs outi'os
praticavam sobre o que fa-
riam a Jesus.
12 E acontecen que n'a-
quelles dias subiu ao montea orar, e passou a noito
orando a Deus.13 E, quando jd era dia,
chamou a si os sens disci-
pulos, 6 escolheu doze d'el-
6 E acontecen tambem i les. a quem tfimljem nomeoun'outro sabbado que entrou i aix)stolos : a saber,
128 S. LUCAS. VLli Simao, ao qual tambemchamou Pedro, e Andre,sen irrcao; ThiagoeJoao;Philippe e Bartholomeo
;
15 Matthens e Thome;Thiago, filho, d'Alfeo, Si-
mao, ehamado o zelador
;
16 Jndas, irmao de Thia-go ; e Judas Iscariotes, quefoi traidor. «
17 E, descendo com elles,
paron n'um logar piano, e
tambem uma grande turbado sens discipulos, e grandemultidao de povo de toda a
Jndea, e de Jerusalem, e
da costa maritima de Tyroe de Sidon,
18 Que tinham vindo paraouvir, e serem curados das
snas enferixiidades, comotambem os atormentadosdos espiritos immundos: e
eram curados,19 E toda a multidao pro-
curaTa tocal-o;porque sa-
hia d'elle yirtude, e curaTaa todos.
20 E levantando elle os
olhos para os seus discipu-
los, dizia : Bemaventuradosvos, OS pobres, porque tossoe o reiuo de Dous.21 Bemaventurados vos,
quo agora teudcs fome, por-que sereis fartos. Bema-venturados vos, que agorachoraes, porque haveis derir.
22 Bemaventurados sereis
quando os homens vos abor-recerem, e quando vos sepa-rarem, e injuriarem, e rejei-
tarem o vosso nome, comomau, por causa do Filhodo homem.23 Folgaen'essedia, exnl-
tae; porque, eis-que, egrande o vosso galardao noceu, porque assim faziamaos seus prophetas.
21 Mais ai de vos, ricos!
porque ja tendes a vossaconsolarao.
25 Ai de vos, que estaes
fartos ! porque tereis fome.Ai de vos, que agora rides,
porque lamentareis e cho-rareis.
26 Aide vos quando todosOS homens de vos disserembem, porque assim faziamseus paes aos falsos pro-
phetas.
27 Mas a vos, que ouvisisto, digo: Amae a vossos
inimigos, fazei bem aos quevos aborrecem
;
28 Bemdizei os que vosmaldizem, e orae pelos quevos caluraniam.
29 Ao que te ferir n'umaface, offerece-lhe tambem aoutra ; e, do que te hou-ver tirado a capa, nem atunica defendas;
30 E da a qualquer quete pedir ; e, ao que tomar oqti,e e teu, uao tornes a pe-
dil-o.
S. LUCAS, AX 129
61 E, como vos quereis I cndida e trasbordando, voa
que OS homens yos fa9am, ' deitarao no yocso rega^o
;
tambem da mesma maneira|
porque com a mesma me-Ihes fazei yos. dida com que medirdes tos
32 E, se amardes aos que tomarao a medir.
vos amam, que recompensa I 39 E dizia-lhes uma para-bola: Pode porTentura ocego guiar o cego ? nao cai-
rao ambos na cova ?
40 discipulo nao e sobre
i
o seu mestre, mas todo o
tereis ? Porque tambem os
peccadores amam aos queOS amam.33 E, Be fizerdes bem aos
que TOS fazem bem, querecompensa tereis ? Porque
j
que for perfeito sera comotambem os peccadores fa-
j
o seu mestre.
zem mesmo.|
41 E porque attentas tu
34 E, Be emprestardes : no argueiro que esta noaquelles de quern esperaes ! olho de teu irmao, e naotornar a receber, que re- ; reparas na trave que esta
compensa tereis ? Porquejno teu proprio olho ?
tambem os peccadores em- 1 42 Ou como podes dizer a
prestam acs poccadores,|
teu irmao : Irmao, deixa-
para tornar a receber outro me tirar o argueiro que esta
tanto.
35 Amaepois avossos ini-
migos, e fazei bem, e em-prestae, sem nada esperar-
des, e sera granie o vosso
galardao, e sereia filhos doAltissimo
;porque e be-
nigno ate para com os in-
gratos e maus.36 Sede pois misericor-
diosos, como tambem tossoPae e mi.selicordioso.
37 E nao julgueis, e naosereis julgados: nao con-
demneis, e nao sereis con-demnados : Boltae, e soltar-
vos-hao.
38 Daf^, e ser-vos-ha dado;\K)a medida, recalcada, sa-
no teu olho; nao atten-
tando tu mesmo na trave
que esta Eo teu Olho? Hy-pocrita, tira primeiro a
trave do teu olho, e entfio
veras bem para tirar o ar-
gueiro que esta no oUlo deteu irmao.
43 Porque nao ha boa ar-
Yore que de mau fructo,
nem ma arvore que de bomfructo.
4-i Porque cada arvore se
conhece pelo seu proprio
fructo;pois nao se colhem
figos dos espinheiros, nemse vindimam uvas doe
abrolhos.
45 homem bom do borf
130 s. LUCAS, Yi, vn.thesonro do sen cora(;ao
tira o bem, e o homem mando mau thesouro do sencora(;ao tira o mal
;porque
da abundancia do seu cora-
^ao falla a sua bocca.
46 E porque me cliamaes,
Senhor, Senhor, e nao fazeis
que en digo?47 Qnalqner que vera pararaim e ouve as minlias pa-lavras, e as observa, ea vosmostrarei a quern e simi-
Ihante
:
48 E' similbante ao ho-mem que e:lificou uma casa,
e cavou, e abriu bem fundo,e poz OS alicerces sobre ro-
cha, e, vindo a enchente,baten com impeto a cor-
rente n'aquella casa, cao apoude abalar, porque estavafandada sobre rocha.
49 Mas o que ouve e naoobra e similliante ao ho-mem que edificou uma casasobre terra, sem alicerces,
na qnal bateu com impetoa corrente, e logo caiu ; e
foi grande a queda d'aquellacasa.
CAPiTULo vn.
EDEPOIS de concluir
J todos estes discursosaos ouvidos do povo, entrouem Capernaum.2 E o servo de um certo
centuriao, a quern muito
estimava.. estava doente, emoribundo.3 E, quando ouvln/a7?ar
de Jesus, cnviou-lbe nnsauciaos dos judeos, rogan-do-Uie que viesse e curasseseu servo.
4 E, cbegando elles junto
j
de Jesus, rogaram - Ihe
I
muito, dizendo T E' digno1de que Ihe concedas isto.
! 5 Porque ama a nossaInacao, e elle mesmo nos
I
edilicon a synagoga.I 6 E foi Jesus com elles;
! mas, quando ja nao estavai longe da casa, enviou-lhe o
j
centuriao uns amigos, di-
zendo-lhe : Senlior, nao te
I
incommodes, porque naosou digno de que entresdebaixo do meu telhado
;
7 Pelo que nem ainda mejulguei digno de ir a ti;
dize porem uma palavra, emeu creado sarara.
8 Porque tambem eu sonhomem sujeito a auctori-
dade, e tenho soldados sobo meu poder, e digo a este
:
Vae ; e elle vae ; e a outro
:
Vem ; e elle vem : e ao meuservo: Faze isto; e elle ofaz.
9 E Jesus, onvindo isto,
maravilhou-se d'elle, e,vol-
: tando-se, disse a multidaoque seguia : Digo-vos qiie
nem ainda em Israel tenhoachado tanta fe.
S. LUCAS, YII. 131
10 E, voltando para casa
OS que foram enviados, a-
charam sao o servo enfermo.
11 E acontecen, no dia
segtdnte, qne Jesus ia a
uma cidade chamada Nairn,
e com elle iam muitos dos
seus discipulos, e nmagraude multidao
19 E Joao, chamando dois
dos seus discipulos, enyiou-os a Jesus, dizendo : E's tnaquelle que havia de vir,
ou esperamos outro ?
20 E, quando aquelleshomens chegaram juntod'elle, disseram : Joao Ea-ptista enviou-nos a dizer-te:
12 E quando chegou pertoiEs tu aquelle que havia de
da porta da cidade, eis quej
vir, ou esperauDos outro?levavam um defunto, filho
j
21 E, na mesma hora,
unigenito de sua mac, que I curou muitos de enfermi-
era viuva ; e com ella ia 1 dades, e males, e espiritos
uma grande multidao da maus, e deu vista a muitoscidade.
13 E, vendo-a, o Senhormoveu-se de intima com-paixik) por ella, e disse-lhe :
Nao chores.
14 E, chegando-se, tocou
o esquife (e os que a leva-
vam pararam), e disse:
Mancebo, a ti te digo : Le-vanta-te.
15 E o defunto assentou-
6e, e comegou a fa'.lar; e
entregou-o a sua mae.16 E de todos se apoderon
o temor, e glorificavam a
Deus, dizendo : Um grandepropheta se levantou entre
BOS, 6 Deus visitou o seupOYO.
17 E correu d'elle
farna por toda a Judea,e portoda a terra circumvisinha.
lo E OS discipulos de Joaoj
vestidos
oiniunciaram-lhe todas es
tus coisas.
cegos.
22 Ecspondendo entaoJesus disse-lhes: Ide, eacuunciae a Joao as coisaa
que tendes visto e ouvido:Que OS cegos veem, oscoxos andarri, os leprosos
sao puriBcados, os surdosouvem, OS morios resusci-
tam e o Evangelho annun-cia-se aos pobres.
23 E bemaventurado a-
quelle que em mim se naoescandalizar.
24 E, tendo-se retirado
OS mensageiros de Joao,
comegou a dizer a multidaoacerca de Joa ) : Que paistes
I
a ver ao deserto ? uma canaesta abalada pelo vento ?
25 Mas que saistes a ver?um homem trajado de
delicados ? Eisque OS que andam comprecior.os vestidos, e em
132 S. LUCAS. VII.
delicias, estao nos pagosleaes.
26 Mas que saistes a ver ? i Eem bebia Yinlio, e dizeis
:
o3 Porqne veiu Joao Ba-ptista, que nem comia pao
lun propheta? sim, tosdigo, e muito mais do quepropheta.
27 Este e aquelle de quernesta eschpto : Eis - queenvio o meu anjo adianteda tua face, o qual pre-
parara diante de ti o tencaminlio.
28 Porque eu vos digoque, entre os nascif]ps demulberes, nao ha Inaior
propheta do que Joao Ba-ptista ; mas o menor noreinode Deus e maior do queejle.
29 E todo povo que oouYiu eospublicanosjusti-ficaram a Deus, sendo bapti-
zados com o baptismo deJoao.
30 Mas OS phariseos e osdoutores da lei rejeitaramo conselho de Deus contrasi mesmos, uao sendo bapti-
zados per elle.
31 E disse o Senhor : Aquern pois compararei oshomens d'esta gera9ao, e aquem sao similhantes ?
32 Sao similhantes aosrapazes que, assentados naspragas, clamam uns aosoutros, e dizem: Tocamos-vos flauta, e nao dan(;astes
;
cantamos-Yos lamentagues,e nao chorastes.
Tem demonio34 Yeiu o Filho do ho-mem, que come e bebe, e
dizeis : Eis-ahi um homemcomilao, e bebedor de Tinlio,
amigo dos publicanos e dospeccadores.
35 Mas a sabedoria ejustificada por todos os sensfilhos.
36 E rogou-lhe nm dosphariseos que comesse comelle; e entrando em casa
do phariseo, assentou-se amesa.37 E eis-que nma mulherda cidade, que era pecca-dora, sabendo que elle
estava a mesa em casa dophariseo, levou um yaso dealabastro com unguento
;
38 E, estaudo detraz, aossens pes, chorando, come-gou a regar-lhe os pes comlagrimas, e cnxugava-lh'oscom OS cabellos da suacabega; e beijava-lhe os
pes, e ungia-lh'os com ounguento.39 E, quando isio viu o
phariseo que o tinha convi-
dado, fallava comsigo, di-
zendo: Se este fora pro-
pheta, bem saberia quem equal e a niulher que o to-
cou, porque e peccadora.
40 E Jesus, respondendo,
S. LUCAS,disse-lhe : Simao, uina coisa
\
tenho a dizer-te. E elle
disse : Dize-a, Mestre.41 Um corlo credor tinha
dois devedores : tim devia-
te quiahentos dinlieiros, e
ontro cincoenta.
42 E, nao tendo elles comque pagar, perdoou-lhes a
ambos a divida. Dize poisqnal d'elles o amara mais ?
,
43 E Simao, respondendo,disse : Tenho para mim queaquelle a quern mais per-
doon. E elle Ihe disse
:
Julgaste bem.i
44 E, Yoltando-se para amulher, disse a Simao : i
Ves tn esta mnlher ? En-
1
trei em tua casa, e nao me i
deste agua para os pes ; mas,
esta regou-me os pes comlagrimas, e m'os enxugoucom OS seus cabellos.
45 Nao me deste osculo,
mas esta, desde que entrou,nao tem cessado de mebeijar os pes.
,
46 Nao me ungiste a ca-
;
be<;a com oleo, mas esta
ungiu-me os pes com un-guento.
47 Por isso te digo que os \
Beus muitos peccados Ihe
sao perdoados, porquemuitoamou ; mas aquelle a qiiemporico so perdoa pouco ama.48 E disse-lhe a ella : Os
teus peccados te sao per-dcados.
I
Vn, Vni. 133
49 E OS que estavam amesa comer^aram a dizer
entre si : Quern e este, queate perdoa peccados ?
50 E disse a mulher: Atua fe te salTou ; Tae-te empaz
CAPITULO Yin.
EACONTECEU, depoisd'isto, que andava de
cidade em cidade, e dealdeia em aldeia, pregandoe annunciando o evaugelhodo reino de Deus: e os
doze andavim com elle,
2 E tanibem algumas mn-Iheres que haviam sido cn-radas de espiritos malignose de enfermidades : Maria,chamada Magdalena, daqual sairam seie dc-monios,
3 E Joanna, mulher deChuza, procurador d'He-rodes, e Suzana, e muitasoutras que o seryiam comsuas fazendas.
4 E, ajuntando-se mnagrande multidao, e vindoter com elle de todas as
cidades, disse por parabola:
5 Um semeador saiu a se-
mear a sua semente, e,
quando semeaya, caiu umafarte junto do caminho, e
foi pisada, e as aves do ccua comeram
;
6 E outra ^arfe caiu sobro
pedra, e, na^cida, seccou-se,
131 S. LUCAS, YIII.
porqnanto nao tinlia humi-clade
;
7 E outra parte coin entreespinhos, e, nascidos comella OS espinhos, a snffo-
caram
;
8 E outra ;parte cain emboa terra, e, nascida, pro-
duziu fructo, cento por urn.
Dizendo elle estas coi?as,
clamaya: Quern tern ouvi-
dos para ouvir, ouca.
9 E OS seus disc'ipulos ointerrogaram, dizendo: Queparabola e esta ?
10 E elle disse: A vos e
dado conhecer os mysteriesdo reino de Deus, mas aosoutros por parabolas, paraque, vendo, nao vejam, e,
ouvindo, nao entendam.11 Esta e pois a parabola
:
A semente e a palavra deDeus;12 E OS qne estdo junto do
camintio, estes sao os queouyem; dcpois yem o diabo,
e tira-lhesdo corac^ao a pala-
Yra, para que se nao sal-
vem, crendo
;
13 E os que estao sobrepedra, estes sao os que,ouvindo a palavra, a rece-
bem com alegria, mas estes
nao teem raiz, pois creempor algum tempo, e notempo da tentagao se des-viam;14 E a que cain entre
espinhos, estes sao os que
ouviram, e, indo por diante,
se sufibcam com os cuida-dos, e riquezas e deleites
da vida, e nao dao fructocom perfeigao
;
15 E a que caiu em boaterra, estes sao os que, ou-vindo a palavra, a conser-vam n'um cora9ao honestc
bom, e dao fructo emperseveranca.
16 E nisguem, accenden-do uma candeia, a cobrecom algum vaso, ou a poedebaixo da cama; porempoe-n'a no velador, paraque OS que entram vejama luz.
17 Porque nao ha coisa
occulta que nao haja domanifestar - se, nem coisa
escondida que nao haja desaber-se e vir a luz.
18 Olhae pois como ouvis
;
porque a qualquer que li-
ver Ihe sera dado, e a qual-
quer que nao tiver ate oque par^ce que tem Ihe seratirade.
19 E foram ter com elle
sua mae e seus irmaos, e naopodiam chegar a elle, porcausa da multidao.
20 E foi-lhe annunciadopor alguns, dizendo: EstaoId fora tua mae e teusirmaos, que querem ver-te.
21 Porem, respondendoelle, disse-lhes ; Minha maee mens irmaos sao aquelles
S. LUCAS, Yin. 135
qne onvem a palavra deDeus e a executam.22 E aconteceu qne, n*iim
d'aqueiles dias, entrou n'umbarco, e com tile os seus
discipulos, e disse-lhes
:
Passemoa para a ontra
banda do lago. E parti-
ram.23 E, navegando elles,
adormecen ; e sobreTein
uma tempestade de ventono lago, e enchia-se d^agua,
e perigavam.24 E, chegando-se a elle,
o despertaram, dizendo
:
Mestre, Mestre, perecemos.E elle, levantando-se, repre-
hendeu o vento e as ondasd"agna ; e cessaram, e fez-se
bonanga.25 E dkse-Lhes : Onde
esta a vossa fe? E elles,
temendo, marayilliaram-se,dizendo ims aos ontros
:
Quern e este, que ate aosventos e a agna manda, e
Ihe obedecem ?
26 E navegaram para aterra do3 gadarenos, queesta defronte da Galilea.
27 E, quando desceu para
trou-se diante d'elle, excla-
mando, e disse com grandevoz : Que tenho eu comtigo,Jesus, Filho do Deus Altis-simo ? Pego-te que nao meatormentes.29 Porque mandava ao
espirito immundo que sa-isse d'aquelle homem
; por-que ja havla muito tempoque o arrebatava. E guar-davam-n'o preso com gri-
Ihoes e cadeias; ma^, que-brando as prisoes, era im-pellido pelo demonio paraOS desertos.
30 Eperguntou-lbe Jesus,dizendo : Qnal e o teu no-me ? E elle disse : Legiao
;
porque tinham entradon'elle muitos demonios.31 E rogaYam-lhe que osnao mandasse ir para oabysmo.32 E andava all pastandono monte uma manada demuitos por^os ; e rogaram-Ihe que Ihes concedesseentrar n'elies ; e concedeu-Ih'o.
33 E, tendo saido os de-monios do homem, entra-
terra, saiu-lbe ao encontro, \ ram nos porcos, e a manadavindo da cidade, um homem ! arrojou-se de um despenha-que desde muito tempo era ; deiro no lago,'e afogaram-se.I)ossesso de demonios, e
|34 E aquelles que os
nao andava vestido, e nao|
guardavam, vendo o quehabitava em casa, mas nos : acontecera,fagiramjeforamsepuiciiros.
28 E, vendo a Jesus, pros- ! campos.annuncial-o na cidade e noa
136 S. LUCAS, YIII.
35 E sairam a yer o qnetinba acontecido, e Tieramter com Jesus ; e acharamliomem, de quern haviam
saido OS demonios, vestido, e
em sen juizo, assentado aos
pes de Jesus ; e tea:eram/.
36 E OS que o tinhamj
yisto contaram-llies tambem \
como fora salvo aquelle
endemoninhado.37 E toda a multidao da
terra dos gadarenos ao re-
dor llie rogou que se reti-
rasse d'elles; porque esta-
vam pos-uidos de grandetern or. E, entrando elle nobarco, voltou.
38 E aquelle homem, de
quem haviam saido os de-
monios, rogou-lhe que o
deixasse estar com elle;
porem Jesus o despediu,
dizendo
:
39 Torna pard tua casa, e
couta quao grandes coisas
te fez Deus. E elle foi
apregoando por toda a ci-
dade quao grandes coisas
Jesus Ihe tinba feito.
40 E aconteceu que, vol-
tando Jesus, a multidaoo recebeu, porque todos o
estavam esperando.
41 E eis-que cbegou nmvarao, cujo nome era Jairo,
e era principe da synagogj^
;
e, prostrando-se aos pesde Jesus, rogava-Ihe queentrasse em sua casa
:
42 Porque tinha nma filha
unica, quasi de doze annos,e estava a morte. E, iudoelle, apertava-o a multidao.43 E nma mulher, qne
tinba um fluxo de sangue,havia doze annos, e gastaracom 03 medicos todos ossens haveres, e jjor nenbnmpodera ser curada,44 Cbegando por detraz
d'elle, tocou a orla do seuvestido, e o fluxo do seusaugue logo estancou.
45 E disse Jesus: Queme que me tocou? E, ne-gando todos, disse Pedroe OS que estavam com elle
:
Mestre, a multidao te apertae opprime, e dizes: Queme que me tocou ?
46 E disse Jesus: Algnemme tocou, porque bem co-
nbeci que de mim saiu vir-
tude.
47 Entao a mulber, vendoque nao se Ihe occultava,
approximou-se tremendo,e, prostrando-se ante elle,
dec!arou-lbe diante de todopovo a causa por qne o
havia tocado, e como logosarara.
48 E elle Ihe disse: Ternbom animo, filha, a tua fe
te salvou : vae em paz.
49 Estando elle ainda fal-
lando, chesfou um dos dopriucipe da synagoga, di-
zendo-lbe : A tua filha jd
S. LUCAS,
esti morta, nao incommodeso Mestre.
50 Jesus porem, onyindo-
0, respondeu-lhe, dizendo:Nao temas ; ere somente, e
eera salva.
61 E, entrando em casa, aninguem doixou entrar, se-
nao a Pedr ), e a Tliiago, e
a Joao e ao pae e a mae damenina. I
52 E todos choravam, e a !
pranteavam ; e elle disse :
!
Nao choreis; nao esta morta,\
mas dorme. i
53 E riam-se d'elle, saben-do que estava morta.54 Porem elle, pondo-os
todos fora, e pegando-lhena mao, cl-imou, dizendo
:
Levanta-te, menina.|
55 E o se!i espirito vol-
tou, e logo 66 leyanton ; e
mandou que ihe dessem decomer.56 E sens paes ficaram i
maravilbados : e elle Ibe.sj
mandou que a ninguemdissessem o que liavia sue-
;
cedido.
CAPITULO IX.
ECONYOCANDO ossens doze discipulos,
deu-lhes virtude e po lerj
eobre todos os demonios,|
e para curarem enfermi- i
dades
:
I
2 E enviou-os a pregarj
YIII, IX. 137
o reino de Dens, e a curaros enfermos.3 E disse-llies: Nada le-
vels ccmYoseo para o ca-
minlio, nem bordoes, nemalforge, nem pao, nem di-
nheiro; nem tenliaes doiavestidos.
4 E, em qualquer casa emque eutrardes, ficae ali, e dela sa^ii. •
5 E, se quaesquer vos naoreceberem, saindo vosd'aqueila cidade, sacudiate o p6 dos vossos pes, emtestemunho contra elles.
6 E, saindo elles, percor-reram todas as aldeias, an-nunciando o evangelho, ecurando por toia a parteOS enfermos.
7 E o tetrarca Herodesouvia todas as coisas queJesus fazia, e estava emduvida, porquanto diziamalguns que Joao resuscitara
dos mortos,
8 E outros que Elias tinhaapparecido, e outros queurn propbeta dos antigosliavia resuscitado.
9 E disse Herodes: AJcao mandei eu degolar:quem e pois este de quemougo dizer taes coisas f Eprocurava vel-o.
10 E, regressando os apos-tolos, contaram-lbe todas ascoisas que tinbam feito. E,tomando-os comsig« >, re-
138 S. LUCAS, IX.
tirou-se & parte para umlogar deserto de uma cidadechamada Bethsaida.
HE, sabendo-o a mnlti-dao, o segniu; e elle os
receben, e failava-lbes doj
reino de Dens, e sarava os
que necessitayam de cura.
12 E jd o dia comegaya adeclinar, e cbegando-se aelle OS doze, disseram-lbe :
Despede a nmltidao, paraqne, indo aos logares e al-
deias em redor, se agasa-
Ibem, e acbem qne comer
;
porque aqni estamos emlogar de?erto.
13 Mas elle Ibes disse:
Dae-lbes vos do comer. Eelles disseram : Nao temossenao cinco paes e dois
peixes ; salyo se nos formoscomprar comida para todo
este poyo.
14 Porqiie estayam aUquasi cinco mil bomens.Disse entao aos sens disci-
pulos : Fazei-os assentar,
aos rancbos de cincoenta
em cincoenta.
15 E assim o fizeram, fa-
zendo-os assentar a todos.
16 E, tomando os cinco
paes e os dois peixes, e
olbando para o ecu, aben^o-
ou-os, e partiu-os, e deu-osaos sens discipulos para os
porem diante da multidao.
17 E comeram todos, e
6aciaram-se j e levantaram.
do que Ihes sobejon doepedaQos, doze cestos.
18 E aconteceu que, estan-
do elle so, orando, estavaru
com elle os discipulos; e
perguntou-lbes, dizendo
:
Quem diz a multidao queeu sou ?
19 E, respondendo elles,
disseram: Uns Joao Ba-ptista, outros Elias, e outros'
que um dos antigos pro-pbetas resuscitou.
20 E disse-lbes : E vos,
quem dizeis que eu sou?E, respondendo Pedro, dis-
se : Cbristo de Deus.21 E, admoestando - os,
mandou-ZAes que a ninguemo dissessem,
22 Dizendo : ^ necessario
que Filbo do homempadega muitas colsas, e seja
rejeitado dos anciaos e dosescnbas, e seja morto, eresnscite ao terceiro dia.
23 E dizia a todos: Sealguem quer vir apos demim, negue-se a si mesmo,e tome cada dia a sua cruz,
e si^a-me.
24 Porque, qualquer queqnizer salyar a sua vida,
perdel-a-ba; porem qual-quer que, por amor de mim,perder a sua Tida, este asalyara.
25 Porque, que aproyeitaao bomem grangearomun-do todo, perdendo-se on
S. LUCAS, IX. 139
prejadicandose a si mes- 1 Pedro a Jesus : Mestre, bommo ?
j
e que nos estejamos aqui, e
26 Porque, qualquer qnejfa^amos tres tendas, umade mim e das minlias pala- ' para ti, uma para Moyses,vras se envergonhar, d'elle e uma para Elias ; nao sa-
se enyergonhara o Filho do,bendo o que dizia.
homem, quando vier na ; 3i E, dizeudo elle isto,
sua gloria, e na do Pae e ; Teiu uma nuvem que os
dos sanctos anjos. cobriu com a sua sombra
;
27 E em verdade vcs digo e, entrando elies na nuvem,temeram.35 E yein da nuvem uma
voz que dizia: Este e omeu amado Eilho: a elle
que, dos que aqui estao,
alguns ba que nao gostarao
a morte ate que vejam oreino de Deus.28 E aconteceu que, quasi ouvi.
oito dias depois d'estas pa-j
36 E, tendo soado aquellalavras, tomou comsigo a ; voz, Jesus foi achado so
:
Pedro, a Joao e a Thiago, e ' e elles calaram-se, e porsubiu ao monte a orar.
29 E, estando elle orando,transfigurou-se a apparen- tinham visto.
cia do seu rosto, e o seu 37 E aconteceu, no diadescendoIhes sain
aquelles dias nao contarama ninguem nada do que
vestido Jicou branco e mui ' seguinte, que.resplandecente. elles do monte.30 E eis-que estavam fal- ao encontro uma grande
lando com elle dois yaroes, ; multidao
;
que eram Moyses e Elias,
31 Os quaes appareceram38 E eis que um bomemda multidao clamou, dizen-
com gloria, e fallavam da : do : Mestre, pero-te quesua saida, a qual havia de , oibes para o meu filbo,
cumprir em Jerusalem.|porque e o nnico que eu
32 E Pedro e os que se\t<inbo,
achavam com elle estavamI39 E eis-que um espirito
carregados de somno, e, ! o toma, e de repente ex-quando despertaram, viram clama, e o despedaga ate
a sua gloria e aquelles dois;
escumar; e apenas se apartavaroes que estavam com i d'elle, quebrantando-o.elle.
I
40 E roguei aos tens dis-
^j3 E aconteceu que, apar- cipulos que o expulsassem,tando-se elles d'elle, disse e nao poderam.
140 S. LUCAS. IX.
41 E, Jesus, respondendo,disse : gera^Ho increduia
e perversa ! ate quandoestarei ainda comvosco e
vos soffrerei ? Traze-me ca
o teu fillio.
42 E, quando Tinlia che-
gandOjO demonio o derribou
e o desconjunctou;porem
Jesus reprehendeu o espi-
rito imniundo, e curou o
menino, e o entregou a seupae.
43 E todos se pasmavamda magestade de Deus. E,maravilliando-se todos detodas as coUas que Jesusfazia, disse aos seus disci-
pulos
:
44 Ponde t6s estas pala-
vras em vossos ouTidos;porque o Fillio do homemsera entregue nas maos doshomeus.45 Mas elles nao enten-
diarn esta palavra, e era-
Ihes encoberta, para que a
nao compreliendessem ; e
temiam interrogal-o acercad'esta palavra.
46 E suscitou-se entre
elles uma questao, a saber,
qua] d'elles seria o maior.
47 Mas, vendo Jesus opensamento de seus cora-
95es, tomou um menino,p61-o junto a si,
48 E disse-lhes : Qualquerque receber este menino emvtieu nome, recebe-me a
mim; e qualquer que merecebe a mim, recebe o queme enviou : porque aquelleque entre vos todos for omenor, esse sera o grande.49 E, respondendo Joao,
disse: Mestre, vimos um,que em teu nome expulsavaOS demonios, e Ih'o pro-hibimos, porque nao te se-
gue comnosco.50 E Jesus Ihes disse
:
Nao IKo prohibae-s, porquequem nao e contra nos epor nos,
61 E acontecen que, cnm-prindo-se os dias para a suaassump9ao, voltou o seurosto para ir a Jerusalem.52 E mandou mensageiros
adiante da sua face ; e, indoelles,entraram n'uma aldeia
de samaritanos, para Iheprepararem pousada,
63 Mas nao o receberam,porque o sen aspecto eraco?no de quem ia a Jeru-salem.
64 E OS sens discipulos,
Thiago e Joao, vendo isto,
disseram: Senhor, queresque digamos que desgalogo do ceu e os consuraa,
como Elias tambem fez ?
55 Voltaudo-se porem elle,
reprehendeu-os, e disse
:
Yos nao sabeis de queespirito soi^.
5G Porque o Filho dohomem nao vein para de&-
S. LUCAS, IX
trnir as almas dos homens,mas para salyal-as. E forampara outra aldeia.
67 E aconteceu qne, indoelles pelo caminlio, Ihe disse
um: Senhor, seguir-te-hei
para onde quer que fores.
58 E disse-lhe Jesus : Asraposas teem covis, e as I de lobos.
aves do ceu Liulios, mas oFilho do homem nao temonde recKnar a catena.59 E disse a ontro: Se-
gue-me. Porem elle disse
:
Senhor, deixa que primeiroeu va, e enterre a men pae.
60 Mas Jesus Ihe disse
:
Deixa aos mortos enterrar
OS seas mortos: porem tuvae e amiuncia o reino deDeus.61 Disse tambem ontro:
Senhor, en te segnirei, masdeixa-me despedir primeirodos qne estao em miahacasa.
62 E Jesns Ihe dkse
:
Ningnem, qne langa maodo arado e olba para traz,
e apto para o reino deDens.
CAPITULO X.
EDEPOIS d'isto designono Senhor ainda ontros
setenta, o mandou-os adi-
ante da sua face, de doisem dois, a todas as cidadese logares onde elle haviaie ir.
14k
2 E dizia-lhes : Grande e,
em verdade, a seara, mas osobreiros s-Jo poucos; rogaepois ao Senhor da searaqne envie obreiros para asua seara.
3 Ide : eis-qne vos mandocomo cordeiros para o meio
4 lS,D.o leveis bolsa, nemalforge, nem alparcas; e aningnem sandeis pelo ea-
rn inho.
5 E, em qnalqner casaaor.de entrardes, dizei pri-
meir) : Paz seja n"esta casa.
6 E, se ali houver a -gumfi:ho de paz, repousarasobre elle a vossa paz; e,
se nao, Toltara para yos.
7 E ficae na mesma casa,
comendo e bebendo do qneelles tiverem, pois digno e
o obreiro do sen salario.
Kao andeis de casa em casa.
8 E, em qua'qner cidadeem que entrardes, e vosreceberem, comei do qneTos pnzerem diante,
9 E curae os enfermos qnen'ella houver, e dizei-lhes
:
E chegado a vos o reino deDeus.10 Mas em qnalqner ci-
dade, em que entrardes e
vos nao receberem, saindopor suas ruas, dizei
:
11 Ate o p6, qne da vossft
cidade se nos pegou, sacn-climos Eobre vos. Sal^r-*!
142 S. LUCAS. X.
todayia isto, que jd o reinode Deus e chegado a vos.
12 E digo-YOS que maistoleravel sera n'aquelle diapara Sodoma do que paraaqnella cidacie.
13 Ai de ti, Chorazin, ai
de ti, Bethsaida! que, se
em Tyro e em Sidon se
fizesssm as maravilhas queem Tos foram feitas, ja hamuito se houyeram arrepen-dido, assentadas em sacco
e cinza.
14 Portanto, para Tyro e
Sidon sera mais toleravel
no juizo do qne para vos.
15 E tu, Capernaum, queestas leTantada ate o ceu,
ate inferno seras abatida.
16 Quem a vos ouve, amim me ouve; e, quem avos rejeita, a mim me re-
jeita; e, quem a mim merejeita, rejeita aqueUe queme enviou.
17 E voltaram os setenta
com alegi'ia, dizendo: Se-nhor, em teu nome, ate osdemonios se nos sujeitam.
18 E disse-lhes: Eu via
Satanaz, como um raio, quecahia do ceu.
19 Eis-que, vos dou poderpara pizar as eerpentes e
escorpioes, e toda a forca
do inlmigo, e nada vos fara
damno algum.20 Mas nao vos alegreis
por isso, que se vos sujeitem
OS espiritos ; alegrae-vosantes por estarem os vossosnomes escriptos nos ceus.
21 N'aquella mesma horasealegrou Jesus em espirito,
e disse: Gramas te dou, 6Pae, Senhor do ceu e daterra, que escondeste estas
coisas aos sabios e intelli-
gentes, e as revelaste ascreancinlias ; assim e, 6Pae, porque assim te a-
prouve.
I
22 Todas as coisas meiforam entregues por meu
I
Pae ; e ninguem conheceI quem e o» -Filho, senao oPae, nem quem e o Pae,senao o Filho, e aquelle aquem Filho o quizerrevel ar.
j
23 E, voltando-se para ossens discipulos, disse-lhes
em particular : Bemaventu-rados os olhos que veem oque vos vedes
;
24 Porque vos digo, quemuitos prophetas e reis
desejaram ver o que vosvedes, e nao o viram, e ou-vir o que ouvis, e nao o
ouTiram.25 E eis-que se levantonum certo doutor da lei,
tentando-o, e dizendo : Mes-tre, que farei para herdara vida eterna ?
26 E elle Ihe disse: Queesta escripto na lei ? Comoles?
S. LUCAS, X. 143
27 E, respondendo elle,
disse: Amaras ao Senhorteu Deus de todo o tencoragaOj e de toda a tnaalma, e de todas as tuasfor^as, e de todo o ten en-
tendimento ; e ao ten proxi-
mo como a ti mesmo.28 E disse-lhe; Kespon-
deste bem; faze isso, e vi-
veras.
29 Elle porem, qnerendojustincar-se a si mesmo,disse a Jesus : E quem e omen proximo ?
30 E respondendo Jesns,disse; Descia nm homemde Jerusalem para Jerico,
e cain nas maos dos salte-
adores, os quaes o despoja-ram, e, espancando-o, se
retiraram, deixando-o meiomorto.31 E, por acaso, descia
pelo mesmo caminho umcerto sacerdote ; e, Tendo-opassou de largo.
32 E d'egual modo tam-bem um levita, chegando-se ao I'gar, e Tendo-o,passon de largo.
33 Porem um certo sama-ritano, que ia de viagem,chegon ao pe d'elle, e,
vendo-o, moveu-se de inti-
ma compaixao;
34 E, approximando-se,aton-lhe as feridas, deitan-do-lhe azeite e vinho; e,
pondo-o sobre a sua caval-
gadura, levon-o para umaestalagem, e cuidou d'elle
;
35 E, partindo ao oiitro
dia tiron dois dinheiros, edeu-os ao hospcdeiro, edisse-lhe : Cuida d'elle
;
e tudo o que de maisgastares, en t'o pagareiquando voltar.
86 Qual, pois, d'estes tres
te parece que foi o proximod'aquelle que cain nas maosdos salteadores?
37 E elle disse: quenson de misericorJia paracom elle. Disse, pois, Je-
sns : Yae, e faze da mesma
I
maneira.
I
38 E acontecen que, indoelles de caminho, entronn'uma aldeia ; e wma certa
I mnlher, por nome Martha,
I
o recebeu em sua casa
;
I
39 E tinha esta nma irmachamada Maria, a qnal,
assentando-se tambem aospes de Jesns, ouyia a snapalavra.
40 Porem Martha andavadistrahida em mnitos servi-
90s, e, chegando, disse
:
Seuhor, nao se te da de queminha irma me deixe servir
I
so ? Dize-lhe pois que meajude.
41 E, respondendo Jesns,disse-lhe : Martha, Martha,andas cnidadosa e afadigadacom muitas coisasy
42 Mas nma so e neces-
144 S. LUCAS, X, XI.
saria; e Maria escolheu a
boa parte, a qual nao Ihe
sera tirada.
CAPITULO XI.
EACOXTECEU que, es-
tando elle a orar n'umcerto logar qnando acabou,Ihe disse um dos seus disci-
pulos: Senhor, ensina-nos
a orar, coino tambem Joaoensinou aos sens discipnlos.
2 E elle Ihes disse : Quan-do crardes, dizei: Paenosso, que estds nos ceus,
sanctificado seja o teunome: venha o teu reino:
seja feita a tua Yontade,assiin na terra como noceii;
3 Ca-nos ca-^a dia o nossopao quotidiano.
4 E perdoa-nos os nossospeccados, pois tarabem nosperdoamos a qnalquer quenos deve ; e nao nos niettas
em tentaQao, mas livra-nos
do mal.
5 Disse-lhes tambem: Qualde vos tera um amigo, e ira
procural-o a meia noite, e
Ibe dira : Araigo, empresta-me tres pass,
6 Porquanto um amigoraeu cbegou a mim, vi7ido
de caminho, e nao tenboque apresentar-lbe
;
7 Elle, respondendo deiontro, diga: Nao me im-
portunes; ja esta a porta
fechada, e os mens filhos
estao comigo na cama : naoposso levantar-me para fos
dar?8 Digo-vos que ainda que
se nao levante a dar-lb'os,
por ser seu amigo, levantar-
se-ba todayia por causa dasua importunacao, e Ihe
dara tudo o que houyermister.
9 E eu digo-Tos, a vos:
Pedi, e dar-se-vos-ba : bus-
cae, e acbareis : batei, eabrir-se-YOS-ha
;
10 Porque qualquer quepede, recebe ; e quem busca,
acba ; e a quem bate, abrir-
se-lhe-ha.
11 E qual o pae d'entre
Yos que, se o filho Ihe pedir
pao, Ihe dara uma pedra ?
Ou se tambem, Ihe pedir
peixe, Ihe dara por peixe
uma serpente ?
12 Ou tambem, se Ihe
pedir um oyo, Ihe dara umescorpiao ?
13 Pois se V(5s, sendomaus, sabeis dar boas da-
divas aos vossos filhos,
quanto mais dara c vosso
Pae celestial o Espirito
Sancto aqueiles que Ih'o
pedirom ?
14 E estava expulsandoum demonio, o qual era
, mudo. E aconteceu que,
saindo o demouio, o mudo
S. LUCAS, XI. 145
fallon; e maravilbou-se amultidaa.15 Porem alguns d'elles
diziam: Elle expulsa osdemonios por Beelzebu,principe dos demonios.16 E outros, tentando-o,
pediam-lhe um signal doceu.
17 Mas, conhecendo elle
OS sens pensamentos, disse-
Ihes : Todo o reino, divididocontra si mesmo, sera as-
solado; e a casa, divididacontra si mesma, caira.
18 E, se tambem Satanazesta dividido contra si
mesmo, como subsistira oseu reino ? Pois dizeis queeu expulso os demonios porBeelzebu
;
19 E, se eu expulso os
demonios por Beelzebu, porquern os expulsam os vossosfilhos ? EUes pois serao osvossos juizes.
20 Mas, se eu expulso os
demonios pelo dedo de Deus,certamente a vos e cbegadoo reino de Deus.21 Quando o homem va-
lente guarda armado a suacasa, em segura/Cfa estatudo quanto tem.22 Mas, sobrevindo outro
mais valente do que elle, e
vencendo-o, tira-ZAe toda asua armadura em que con-fiava, 6 reparto os sensdespojos.
23 Quern nao e comigo, econtra mim ; e quem co-migo nao ajunta, espalha.24 Quando o espirito im-mundo tem saido do ho-mem, anda por logaresseccos, buscando repouso;e, nao o achando, diz : Tor-narei para a minha casa,
d'onde sahi.
25 E, cliegando, acha-oTarrida e adornada.26 Entao vae, e leva com-
sigo outros sete espiritos
peiores do que elle, e, en-trando, habitam ali : e oultimo estado d'esse homeme peior do que o primeiro.27 E aconteceu que di»
zendo elle estas coisas, umamulher d'entre a multidao,levantando a voz, Ihe disse
:
Bemaventurado o ventreque te trouxe, e os peitosque mamaste.28 Mas elle disse: Antesbemaventurados os que ou-vem a palavra de Deus, ea guardam.29 E, ajuntando-se a
multidao, come^ou a dizer
;
Maligna e esta gera(;ao ; ella
pede signal ; e nao Ihe sera
dado signal, senao o signal
do propheta Jonas
:
30 Porque, assim comoJonas foi signal para osninivitas, assim o Filho dohomem o sera tambem paraesta gera^ao.
o
146 S. LUCAS, XL31 A rainba do sul e6 le-
vantara no juizo com os
homens d'esta geragao, e
03 condemnara;
pois ate
dos confins da terra vein
oiivir a sabedoria de Salo-
mao ; e eis-que aqui esta\
quern e maior do que Salo-
mao.'62 Os homens de Ninive
ee levaiitarao no juizo comesta gera^ao, e a condem-narao
;pois se conyerteram
com a prega^ao de Jonas,
e eis aqui esta quem e
inaior do que Jonas.
S3 EningTiem,accendendoa candeia, a pSs em hgarocculto, nem debaixo doalqueire
;porem no velador,
para que, os que entrarem,"vcjam a luz.
cA A candeia do corpo e
o olbo. Sendo pois o ten
ollio simples, tambem tocio
o ten corpo sera lurninoso,
mas se for man, tambem o
ten corpo sera tenebroso.
35 Olha pois que a luzque em ti ha nao seja tre-
vas.
36 Se, pois, todo o ten
corpo e luminoso, nao tendoem trevas parte alguma,todo sera luminoso comoquando a candeia to allumiacom o ECU resplendor.
37 E, estando elle ai'nda
fallando, rogou-llio um pha-liseo que fosse jantar com
elle ; e, entrando, assenton-se d mesa.
38 Mag o phariseo admi-rou-se, vendo que nao se
lavara antes de jantar.
39 E o Senhor Ihe disse
:
Vos, OS phariseos, limpaesagora o exterior do copo e
do prato;porem o vosso
interior esta cheio de ra-
pina e maldade.iO Loucos! o que fez o
exterior, nao fez tambemo interior ?
41 Antes dae esmola doque tiverdes e eis-que, tudovos sera hmpo.42 Mas ai de vos, phari-
seos, que diziraaes a hortela,
e a arruda, e toda a horta-
Lic;a, e desprezaes o juizo e
amor de Deus. Importavafazer estas coisas, e naodeixar as outras.
43 Ai de vos, phariseos,
que amaes os primeirosassentos nas synagogas, e
as saudagoes nas pra^as.
44 Ai de vos, escribas e
phariseos hypocritas, quesois como as sepulturas quenao ap]3arecem, e os homensque sobre ellas andam naosabem.45 E, respondendonm dos
doutores da lei, disse-lhe:
Mestre, quando dizes isto,
tambem nos affrontas anos.
46 Porem elle disse: Ai
S. LUCAS, XI, XU. 147
de voa tambem, dontores ' fallar acerca de ULtiitas
da lei, que carregaes os ho- ' coisas,
mens com cargas difficeis i 54 Axmando-llie cfladas, ade transportar, e v6s nces- ' fim de apanharem da suamos nem ainda com nm dos bocca alguma coisa para ovossosdedos tocaes nas ditas
\ accusarem.cargas.
j
47 Ai de vos que edificaes I CAPITULO XILOS sepulchrosdos prophetas,
'
e vossos paes os mataram,48 Bem testificaes, pois,
que consentis nas obras devossos paes; porque elles
OS mataram, e vos edificaes
OS seus sepulckros.
;A JTXTAXDO-SE entre-
' -cL tanto muitos milharegde pessoas, de sorte que se
atropellaTam uus aos ou-tros, cotne^ou a dizer aos
I
seus discipulos : Acautelae-
49 Portanto diz tambem ; vos primeiramente do fer-
a sabedoria de Deus : Pro- ' mento dos phariseos, que ephetas e apostolos Ihes man-
ia hjpccrLsia.
darei ; e elles matarao uns^
e perseguirao outros
;
50 Para que d'esta gera^aoseja requerido o sangue detoidos OS prophetas que,
desde a funda^ao do mundo,foi derramado,51 DesdeosanguedeAbel,
ate ao sangue de Zacharias,que foi morto entre o altar
e a casa de Deus; assim,
vos digo, sera requeridod'esta'gera<;ao.
52 Ai de vos, doutores dalei, que tirastes a chave dasciencia; vos mesmos naoentrastes, e impedistes os
que entravam.53 E, dizendo-lhes estas
coisas, 03 escribas e os pha-riseos come(;aram a apertal-
o fortemente, e a fazei-o
2 Has nada ha encobertoque nSo haja de per desco-
berto ; nem occulto, quenao haja de ser sabido.
3 Portanto, tudo o que emtrevas dissestes, a l':z sera
ouvido; e o que fallastes
ao ouvido no gabinete, sobre
OS telhados sera apregoa lo.
4 E digo-vos, amigosmens : Nao temacs os quematam o cor[>o, e depois
I
nao teem mais que possam!fazer.
5 Mas en vo3 mostrarei aquera deveis temer ; teroei
aquelle que, depois de ma-tar, tem ixxler para lancar
no inferno; sim, vos digo,
a esso temei.
6 Nao se vendcm cinco
passarinhos por dois ceitis ?
118 S. LUCAS, XII.
E nenhum d'ellesesta es- jpor juizourepartidorentreTOS ?
15 E disse-Ihes: Acaute-lae-vos e gnardae-vos da
quecido diante de Deus.7 E ate os cabeilos da
vossa cabera estao todos
c-ontados. Xao temaes pois ; i avareza;porque a Tida de
mais valeis t6s do que qualquer nao consiste naqneabnndancia dos bens
possue.
16 E propoz-lhes mna pa-
diaute dos liomens, tambem i rabola dizendo : A herdadeo Filho do homem o con- ' d'um homem rico finha pro-
fessara diante dos anjos de|
duzido com abnndancia
mmtos passarmlios.
8 E digo-\os que todoaqnelle qne me confessar
Dens. 17 E arrazoava entre 8i,
9 Mas qnem me negar ' dizendo : Qne farei ? Naodiante dos homensseranepa- tenho onde recolher os mensdo diante dos anjos de Deus.10 E todo aqnelle que
disser uma palavra contra
o Filho do homem &er-lhe-
ha perdoado, mas ao qneblasphemar contra o Espi-
rito Sane to nao Ihe sera
perdoado.
fructos.
13 E disss : Farei isto :
Derribarei os mens cellei-
ros, e edificarei maiores, e
ali recolherei todas as mi-nhas novidades e os mensbens;19 E direi a minha alma :
11 E, quando vos condu- [Alma, tens em deposit©
zirem as synagogas, aos ' mnitos bens para muitosmagistrados e potestades, annos : descan5a, come, be-
nao estejaes solicitos de i be, c folga.
como, on do qne haveis deresponder nem do quo ha-veis de fallar.
20 Porem Deus Ihe disse:
Lonco, esta noite te pedirao
a tua alma; 6 o que tens
12 Porque na mesma hora • preparado para quem'serd?vos ensiuara o Espirito • 21 Assim e o que para si
Sancto o que vos convenha|
ajunta thesonros, e nao efallar.
13 E disse-lhe nm damultidao : Mestre, dize ameu irmao qne reparta co-
migo a heran^a.14 Mas elle Ibe disse: Ho-mem, quem me poz a mim
rico para com Deus.22 E disse aos sens disci-
pnlos: Portanto vos digo
:
Nao estejaes soUcitos pela
vossa vida, que comereis.
nem pelo corpo, que ves-
tireis.
23 Mais e a vida do que oEustento, e o corpo mais doqne o vestido.
24 Considerae os corves,
que nem semeiam, nem se-
gam, nem teem dispensanem celleiro, e Deus os ali-
m&ta : qnanto mais valeis
vos do que as aves ?
25 Pj qual de tos, sendosolicito pode accrescentar
urn covado a sua estatura ?
26 Pois se nem ainda po-deis/azcr as coisas minimas,por que estaes solicitos pelomais ?
27 Considerae os lirios,
como elles crescem: nao
S. LUCAS, XII. 149
32 Nao temas, 6 pequenorebauho, porque a yosso Paeaprradou dar-vos o roino.
33 Yendei o que tendes, edae esmola. Fazei-vos lx>l
sas que nao se envelheQam
,
thesouro nosceusque nuncaacabe, aonde nao chega la-
drao, e a traga nac» roe.
34 Porque onde estiver ovosso thesouro, ali estara
tambora o vosso coraQao.
35 Estejam cingidos os
vossos lombos, e accesasas vo?sas eandeias.
36 E sede vos similbantesaos bomens que esperam aFeu senbor, qnando houver
trabalham, nem fiam ; e ' de Yoltar das bodas, paradigo-vos que nem aindaSalomao, em toda a suagloria, se Testiu como nmd'elles.
28 E, se Deus assim veste
a herva que hoje esta nocampo, e amanha e laccadano forco, quanto mais avos, hoinens de pouca fe ?
29 Vos pois nao pergun-teis que haveis de comer,ou qiie haveis de beber,e nao andeis inquietos.
que, quando vier e bater,
logo possam abrir-lhe.
37 Bemaventuradosaquel-les servos, os quaes, quan-do o Senhor vier, os acharvigiando ! Em verdade vosdigo que se cingira, e oa
fara assentar a mesa, e che-gando-se, os servira.
38 E se vier na segundavigilia, e se vier na terceira
vigilia, e os achar assim,
bemaventurados sao os taes30 Porque as gentes do
|
servos,
mundo buscam todas essas ! 39 Sabei porem isto, que,coisas ; mas vosso Pae sabe i se o pae de familia soubesseque haveis mister d'essas ! a que hora havia de vir ocoisas.
31 Mas buscae o reino deDeus, e todas estas coisas
V08 serao accrescentadas.
ladrao, vigiaria, e nao dei*
xaria minar a sua casa.
40 Portanto, estae vostambem apercebidos; por-
g2
150 S. LUCAS, XII.
one vira o Filho do homema hora que nao imagmaes.41 E disse-ihe Pedro : Se-
nior, dizes essa parabola anos, ou tambem a todos ?
42 E disse o Senhor : Quale pois mordomo fiel e pru-dente, a quern o senhor pozsobre os seiTS servos, paraIhes dar a tempo a ra9ao ?
43 Bemayenturado aqnelle
servo, o qual o Seuhor,
quando vier, acliar fazendoassim.
44 Em verdade vos digo
que sobre todos os sous
bens o pora.
45 Mas Be aquelle servo
disser em seu cora<;ao :
meu senhor, tarda emvir; e come^ar a espancar
OS creados e creadas, e acomer, e a beber, e a em-briagar-se,
46 Yira o senhor d'aquelle
servo no dia em que o naoespera, e n'uma hora queelle nao sabe, e separal-o-
ha, e pora a sua parte comOS infieis.
4-7 E o servo que soube avontade do seu senhor, e
nao se apercebeu, nem fez
conforme a sua vontade,
sera castigado com muitosa^oites
;
48 Mas que a nao soube,
e fez coisas dignasde a9oltGS,
com poucos agoites sera
castigado. E, a qualqucr
que muito for dado, muitose ihe pedira, e ao que mui-to se Ihe confiou, muitomais se Ihe pedira.
49 Yim langar fogo naterra; e que quero, se jaesta acceso ?
50 Importa porem queseja baptizado com umbaptismo; e como me an-gustio ate que venha acumprir-se 1
51 Cuidaes vos que vimdar paz a terra ? Kao, vosdigo. mas antes dissensao
:
52 Porquo d'aqui emdiante estarao cinco divi-
didos n'uma casa: tres
contra dois, e dois contratres
:
63 O pae estara divididocontra o filho, e o filho
contra o pae ; a mae contra
a filha, e a filha contra amae; a sogra centra suanora, e a nora contra suasogra.
64 E dizia tambem amultidao : Quando vedes a
nuvem que vem do occi-
dente, logo dizeis : La vemchuva ; e assign succede.
55 E quando assopra o
sul, dizeis : Havera calma
;
e assiim succede.
56 Hypocritas, eabeis dis-
tinguir a face da terra e doceu, e como nao distinguis
este tempo?57 E porque nao julgaes
S. LUCAS,
tambem, por vos mesmos, o I
que e justo ?
58 Quando pois vaes como t^u adversario ao magis-
1
trado, prccura livrar-te
'
d'elle no caminlio; paraque nao succeda que te
conduza ao juiz, e o juizj
te entregue ao meirinlio, e
o meiiinho te encerre uaprisao.
59 Digo-te que nao Bairas
d'ali emquanto nao pagareso derradeiro ceitil.
CAPITULO xin.
EN'AQUELLE mesmotempo estavam pre-
sentes ali alguns que Ihecontavam dos galileos cujoeangue Pilatos misturaracom OS seus sacrificios.
2 E, respondendo Jesus,disse-lhes : Cuidaes vos queesses galileos foram maispeccadores do que todos osoutros galileos, por teremassim padecido ?
3 Nao, vos digo; antes,
se vos nao arrependerdes,todos de egual modo pere-cereis.
4 Ou aquelles dezoito,
sobre os quaes caiu a torreem Siloe e os matou, cuidaesque foram mais culpadosdo que todos quantos ho-mons habitam em Jeru-salem?
XII, Xni. 151
5 Xao, vos digo; antes,
se vos nao arrependerdes,todos de egual modo pere-cereis.
6 E dizia esta parabola
:
Um certo how.era tinhaumafigueira plantada na suavinha, e foi buscar n'ella
algum fructo, e nao o
achou
;
7 E disse ao vinhateiro:Eis que ha tres annos venbobuscar fructo a esta figuei-
ra, e nao o acbo : corta-a
;
porque occupa ainda a terra
inutilmente ?
8 E, respondendo elle,
disse-lhe: Senhor, deixa-aeste anno, ate que eu aescave e a esterque
;
9 E, se der fructo, jicara,
e, se nao, depois a mandarascortar.
10 E ensinava no sabbado,n'uma das synagogas,HE eis-que estava ali
uma mullier que tinha umespirito de enfermidade,liavia ja dezoito annos; eandava encurvada, e naopodia de modo algum en-dire itar-se.
12 E, vendo-a Jesus, cha-mou-a a si, e disse-lhe
:
Mulher, estas livro da tuaenfermidade.13 E poz as maos sobre
ella, e logo se endireitou, e
glorificava a Deus.14 E, tomando a palavra
152 S. LUCAS, XIILo principe da synagoga,indignado porque Jesus cu-rava no sabbado, disse anmltidao : Seis dias ha emque e mister trabalhar:
n'estes pois vinde paraserdes curados, e nao no dia
de sabbado.
15 Responden-lho poremSenhor, e disse: Hypo-
crita, no sabbado nao des-
prende da mangedoura cadaum de v6s o sen boi ou ju-
mento, e o leva a beber ?
16 E nao convinba soltar
d'esta prisao, no dia desabbado, a esta filha deAbrabao, a qual eis que hadezoito annos Satanaz tinhapresa ?
17 E, dizendo elle estas
coisas, todos os seus adver-
sarios se coufundiam, e todo
o povo se alegrava por todas
as coisas gloriosas que eramfeitas por elle.
18 E dizia : A que e simi-
Ihante o reino de Deus, e aque o compararei ?
19 E' similhante ao graode mostardaqueum homem,tomando-o, lan^ou na sualiorta; e cresceu, e fez-se
grande arvore, e em seus
ramos se aniuharam as avesdo ceu.
20 E disse outra vez : Aque compararei o reino deDeus?21 E' Bimilhante ao fer-
mento que uma mulher,tomando-o, escondeu emtres medidas de farinha,ate que tudo levedou.
22 E percorria as cidadese as aldeias ensinando, ecaminhando para Jeru-salem.
23 E disse-lhe um : Se-
nhor, sao poucos OS que so
salvam ? E elle Ihe disse
:
24 Porfiae por entrar pela
porta estreita; porque euYos digo, que muitos pro-
curarao entrar, e nao po-
derao.
25 Quando o pae de familia
se levantar e cerrar a porta,
e comegardes a estar de fora,
e a bater a porta, dizendo
:
Senhor, Senhor, abre-nos;
e, respondendo elle, vosdisser : Kao sei d'onde tossois;
26 Entao come-jareis adizer : Temos comido e
bebido na tua presen9a, e
tens ensinado nas nossasruas.
27 E elle dira: Digo-voaque nao sei d'onde vos sois
;
apartae-Yos de mim, vos to-
dos OS que obraes iniqui-
dade.
28 Ali ser4 o choro eranger de dentes, quandovirdes Abrahao e Isaac, e
Jacob, e todos os prophotas,
no reino de Deus, porem vos
lanjados fora.
S. LUCAS, XIII, XIV. 153
29 E virao do oriente, e
do occidente, e do norte, e
do sill, e assentar-se-hao amesa no reino de Dens.
30 E eis-que derradeiros
ha qne serao os primeiros
;
e primeiros ha que serao os
derradeiros.
31 N'aqnelle mesmo dia
chegaram nns phariseos,
dizendo-lhe: Sae, e retira-
te d'aqni, porque Herodesquer matar-te.
32 E disse-lhes: Ide, e
dizei aquella raposa : Eis-
que, eu expulso demonios,e efifectno curas, hoje e
amanha e no terceiro dia
sou consummado.33 Importa porem cami-
nhar hoje, amanha, e nodia seguinte, para que naosucceda que morra umpropheta fora de Jeru-salem.
34 Jerusalem, Jerusalem,que matas os prophetas, e
apedrejas os que te 8ao en-viados I Quantas vezes quizen ajuntar os teus filhos,
como a gallinha os sens pin-
tos debaixo das suas azas, e
nao quizeste?35 Eis-que a vossa casa Fe
vos deixara deserta. E emverdade yds digo que naome vereis ate que venha o
tempo em que digaes : Bem-dito aquelle que vem emnoma do Senhor.
CAPITULO XIV.
EACOXTECEU n'umsabbado que, entrando
elle em casa de um prmcipedos phari-seDS para comerpao, elles o estavam espi-
ando.2 E eis-que estava ali
diante d'elle um certo ho-mem hydropico.
3 E, Jesus tomando a pa-lavra, fallou aos doutoresda lei, e aos phariseos, di-
zendo : E hcito curar nosabbado ?
4 Elles porem calaram-se.
E, tomando-o, elle o curoue despediu.5 E, respondendo - Ihos,
dis5^e : A qual de vos cair^
n'um po^o o jumento ou oboi, que o na:) tire logo emdia de sabbado ?
6 E nada Ihe podiam re-
plicar a estas coisas.
7 E disse aos convidadosuma parabola, attentandocomo escolhiam OS primeirosas.sentos, dizendo-lhes
:
8 Quando por alguemfores convidado as bodas,nao te assentes no primeirologar, nao acont€<;a quepor elle esteja convidadooutro mais digno do quetu;
9 E, vindo o que te con-vidou a ti e a elle, te diga :
Da o logar a este ; e entao,
154 S. LUCAS. XIY.
com verpconha, tenhas detomar o derradeiro logar.
10 Mas, quando fores con-
Tidado, vae, e assenta-te noderradeiro logar, para que,
quando vier o quo te con-
vidon, te diga : Amigo, sobe
mais para cima. Entaoteras honra diante dos queestiverem comtigo a mesa.11 Porqne qualqner quea si roasmo se exaltar sera
hnmilhado, e aquelle que a
si raesmo se humilliar, sera
exaltado.
12 E dizia tambem ao queo tinha convidado : Quandoderes um jantar, ou umaCfia, nao chames os teus
amigos, nem os teus irmaos,nem os teus parentes, remvisinhos ricos, para quenao succeda que tambemelles te tornem a convidar,
e te seja recompensacio.
13 ^'las, quando fizeres
convite^ chama os pobres,
aleijados, mancos e cegos
;
14 E seras bemaventura-do
;porquauto nao teem
com que t'o recompensar;porque recompensado te
sera na resurreijao dosjustos.
15 E, ouvindo isto um dosque estayam com elle dmesa, disse-lhe: Bomaven-turado aquelle que comerpao no reino de Deus.
6 Porem elle Ihe disse,
Um certo homem fez umagrande ceia, e convidou amuitos.
17 E, a bora da ceia man-dou seu servo a dizer aosconyidados : Yinde que jatudo esta preparado.18 E todos a uma come-Qaram a escusar-se. Disse-
Ihe o primeiro : Compreium campo, e importa ir
yel-o : rogo-te que me bajas
I)or escusado.
19 E outro disse : Com-prei cinco juntas de bois, e
vou a proval-os : rogo-teque me iiajas por escusado.
20 E outro disse : Casei,
e portanto nao posso ir.
21 E, voltando aquelle
servo, annunciou estaa
coisas ao seu senhor. En-tao o pae de familia, indi-
gnado, disse ao sen servo .
Sae depressa pelas ruas e
bairros da cidade, e traze
I
aqui OS pobres, e aleijados,
e mancos e cegos.
22 E disse o servo: Se-
nhor, feito esta como man-daste ; e ainda ba logar.
23 E disse o senhor aoservo : Sae pelos caminhose Tallados, e forga-os aentrar, para que a minhacasa se encha.21 Porque en vos digo quenenhum d'aquelles varoesque foram convidados pro-vara a minha ceia.
S. LUCAS, XIV, XV. 155
25 Ora ia com elle nma!grandemultidao; e,Yoltaii-
\
do-se, disse-lLes
:
i
'J6 Se alguem vier a mim,
'
e nao aborrecer a sen pae,i
e mae, e mnlher, e filhos, e]
irmaos, e irmas, e aindatambem a sua propria vida,
;
Dao pode ser meu disci-
i
pnlo. I
27 B qnalqner q-ne naolevar a sua cruz, e i;ao vier
apos de mim, nao pode ser
meu discipuio.
28 Pois qual de tos, qne-reado edificar uma tone,nao se assenta primeiro a
fazer as contas dos gastos,
para ver se tem com que a
acabar ?
29 Para que nao aconte^aque, depois de haver posto
o aiicerce, e nao a podendoacabar, todos os que o
virem comecem a escarne-
cer d'elle,
30 Dizendo : Este homeracomecou a edificar, e naopoude acabar.
31 Oa qual e o roi que,
indo a guerra a pekjar con-
tra outro rei, nao se assentaprimeiro a consultar se comdez mil pode sair ao encon-
\
tro do que yem contra elle
com yinte mil ?j
32 D'outramanGira,estan-
1
do o outro ainda longe,
m&ndsi-Ihe embaixadores, e
pede condif;oes de paz.
33 Assim pois, qualquerde vos, que nao renuncia atudo quanto tern, nao podeser meu discipuio.
34 Pom 6 o sal;porem se
o sal degenerar, com que se
adubara ?
35 Nem presta para a
terra, nem para o monturo
;
lancam-n'o fora. Querntern ouTidos para ouYir,
ouja,
CAPITrLO XV.
ECHEGAVA:M-SE a elle
todos 03 publicanos e
peccadores para o ouvir.
2 E 03 phariseos e os ee-
crii.as murmuravam, di-
zendo: Este recebe pecca-
dores, e come com elles.
3 E eile Ihes propoz esta
parabola, dizendo
:
4 Que homem d'entre vos,
tendo cem ovelhas, e per-
dendo uma d'ellas, naodcisa no deserto as noventae nove, e vae apos da per-
dida, ate que venha aachal-a ?
5 E, achando-a, a poefiobro seus hombros, gos-
toso;
6 E chegando a casa, con-
voca OS amigos e visinhos,
dizendo-lhes : Alegrae-voa
comigo, porque j'd achei a
minha ovelha perdida ?
7 Digo-Yos que assim ha-
156 S. LUCAS, XV,
vera ma is alegria no ceii
Bobre um peccador que se
arrependa, do que sobreEoventa e nove justos quenao necessitam de arre-
pendimento.8 Ou qual a mulher que,
tendo dez drachmas, se
perder uina drachma, nao
um dos cidadaos d'aquelia
terra; o qual o mandoupara os seus campos a
apascentar os porcos.
16 E desejava saciar oseu estomago com as bo-
lotas que OS porcos comiam,e ninguem llie dava nada.17 E, tornando em si,
accende a candeia, e varre disse : Quantos jomaleirosa casa, e bu^ca com diligen-
ide meu pae teem abun-
cia ate a achar ?|
dancia de pao, e eu perego9 E, achando-a, convoca } de fome
!
as amigas e visinhas, di- 1 18 Levantar-me-hei, e irei
zendo : AlegTae-vos comi- 1 ter com meu pae, e dix-lhe-
go, porque ja achei a dra- ' hei : Pae, pequei contra o
chma perdida.;
ceu e perante ti
;
10 Assim Tos digo que ha\
19 Ja nao sou digno dealegria diante dos anjos de
j
ser chamado teu filho ; faze-
Deus sobre um peccadorIme como nm dos tons
que se arrepende.j
jomaleiros.
HE disse : Um certo ho- ! 20 E, levantando-se, foi
mem tinha dois filhos ; ' para seu pae ; e, quando12 E mais moyo d'elles ainda estava longe, viu-o
disse ao pae : Pae, da-me seu pae, e i^e moveu de in-
a parte da fazenda que me\lima compaixao, e, corren-
pertence ; e elle Ihe repartiuj
do, lan^ou-se-Uie ao pes-
a fazenda. coco, e o beijou.
13 E, poucos dias depois,j21 E o filho Ihe disse: Pae,
o filho mais novo, ajun-tando tudo, partiu parauma terra mui longe, e ali
desperdigou a sua fazenda,
vivendo dissolutamente.
pequei contra o ceu e pe-
rante ti, e ja nao sou dignode ser chamado teu filho.
22 Mas o pae disse aos seus
servos: Trazei depressa o
li E, havendo elle Jd i vestido melhor, e vesti-lh'o,
gastadotudo,houven'aquel- 1 e ponde-lhe um annel nala terra, uma grande fome,
!mao, e alparcas nos pes
;
e comegou a padecer neces- ' 23 E trazei o bezerro ce-
gidade. I vado, e matae-o; e coma-
15 E foi, e chegou-se aImos, e alegremo-noa;
S. LUCAS, XV, XVI. 157
24 Porqne este men filho
era morlo, e reviveu, tinha-
se perdido, e e achaclo. Eeomecjaram a alegrar-se.
25 E o sen filho mais velhoestaya do campo ; e quandoveiu, e chegou perto de casa,
ouviu a musica e as danras.
26 E, chamando nm dosBervos, pergnntou-liie queera aquillo.
27 E elle Ihe disse : Veinteu irmao ; e ten pae matouobezerro cevado, porquantoo recuperou sdo e salvo.
28 Indignou-se porem elle,
e nao qneria entrar. E,saindo o pae, o rogava.
29 Mas, respondendo elle,
disse ao pae: Eis-que, te
sirro ha tantos annos, e
nunca transgredi o tenmandamento, e nunca medeste urn cabrito para ale-
grar-me com os mens ami-gos;
30 Vindo porem este tenfilho, que desperdigon a tuafazenda com as meretrizes,
mataste-ihe o bezerro ce-
vado,
31 E elle Ihe disse: Filho,
tu sempre estas comigo, e
todas as minhas coisas saotuas;
32 Portanto era jnsto ale-
grarmo-wos e fol garmos,porqne este ten irmao eramorto, e reviven; e tinha-se perdido, e achou-se.
CAPITULO XYI.
EDIZIA tambem aos eeusdiscipnlos: Havia nm
certo homem rico, o qnal! tJnha nm mordomo ; e este
foi accusado perante elle
! de dissipar os sens bens.
I
2 E elle, chamando-o,! disse-lhe : Que e isto que\
oucp de ti ? Da contas da: tua mordomia, porqne ja
nao poderas mais ser mor-domo.
!3 E mordomo disse com-
sigo : Que farei, pois que omen senhor mc tira a mor-
I
domia ? Cavar, uao posso
;
\
de mendigar, tenho ver-' gonha.
j
4 Eu sei que hei deI fazer, para que, quando for
I
desapossado da mordomia,me recebam em snas casas.
! 5 E, chamando a si cadanm dos devedores do sensenhor, disse ao primeiro :
Quauto deves ao men se-
nhor?6 E elle disse : Cem me-
didas de azeite. E disse-
lhe: Toma o ten conheci-
mento, e, assentando-te,
escreve logo cincoenta.
7 Di.'Se depois a outro
:
E tu quanto deves? E elle
disse : Cem alqneires detrigo. E disse-lhe: Tomao teu couhecimento, e es-
creve oitenta.
158 S.
8 E louYon aquelle senhoro injusto mordomo porhaver procedido prudente-mente : porqne os fillaos
d'este mundo sao mais pru-dentes na sua geragao doqne os filhos da luz.
9 E eu Yos digo: Gran-geae amigos 'com as rique-
zas da injustir-a; para que,
quando vos faltar, vos re-
cebam nos tabernaculos
eternos.
10 Quern e Sel no minimo,tambem e fiel no muito
;
quern e injusto no minimo,tambem e injusto no muito.11 Pois, se na riqueza iu-
justa nao fostes fieis, quemvos confiara a verdadeira ?
12 E, 69 no allieio naofostes fieis, quem vos darao que e vosso ?
13 Nenhum servo podeservir dois senliores
;por
que, on ha de aborrecer
um e amar o outro, ou se
ha de chegar a um, e dcs-
prezar o outro. Kao podeisservir a Deus e a mammon.
LUCAS, XYI.
per.mte Deus e abomi-Larao.
IG A lei e os prophetasduraram ate Joao : desdeentao e acnunciado o reinode Deus, e todo o homemforceja por entrar n'elle.
17 E~ e mais facil passarceu e a terra, do que cair
um til da lei.
18 Qualquer qu e deixa suamulber, e casa com outra,adultera ; e aquelle quecasa com a repudiada pelomarido tambem adultera.
19 Ora, havia um homemrico, e vestia-se de purpurae de linho finissimo, e vivia
todos OS dias regalada eesplendidamente.20 Havia tambem um
certo mendigo, chamadoLazaro, que jazia cbeio dechagas a porta d'aquelle
;
21 E desejava saciar-se
com as migalhas que ca-
hiam da mesa do rico; e
ate vinham os cacs, e 1am-biam-lhe as cbagas.22 E aconteceu que o
14 E OS phariseos, que\
mendigo morreu, e foi le-
eram avarentos, ouviam to-
das estas coisas, e zcmba-vam d'elle.
15 E disse-lhes: Yos sois
os que vos justificaes a vosmesmos dianto dos homens,mas Deus conhece os vos-sos cora(;oes, porque, o queentre os homens e elevado, regaco.
jvado pelos anjos para o
' seio d'Abrabao; e morrc:i
tambem o rico, e foi sei^ul-
tado.
23 E no inferno, erguendoOS olhos, estando em tor-
mentos, viu ao longe Abra-huo, e Lazaro no seu
S. LUCAS,2-1 E elle, clamando, disse:
Pae Abrabao, tern miseri-
cordia de mim, e manda aLazaro que molhe na aguaa ponta do sen dedo e merefresqne a lingua, porqueeston atormentado n'esta
chamnna.25 Disse porem Abraliao :
Filho, lembra-te de que re-
cebeste os teus bens em tnavida, e Lazaro egualmentemales ; e agora este e con-solado e tn atormentado
;
26 E alem d'isso, esta
posto urn grande abysmoentre nos e vos, de sorte
que OS que quizessem pas-sar d'aqui para vos, nao po-deriam, nem tao pouco osde la passar para ca.
27 E disse elle : Eogo-tepois, 6 pae, que o mandesa casa de meu pae,
28 Porque tenho cincoirmaos; para que Ihes detestemunbo, afim de quenao venham tambem a estelogar de tormento.29 Disse -Ihe AbrahSo:Teem Moyses e os pro-pbetas; ougam-n'os.30 E disse elle : Nao, paeAbrabao; mas, se alguemdos mortos fosse a elles,
arrepender-se-biam.31 Porem Abrabao Ihe
disse : Se nao ouvem aMoyses e aos prophetas,tao pouco se deixarao per-
XVI. XVIL 159
suadir, ainda que alguemdos mortos resuscite.
CAPiTULo xvn.
E DISSE aos discipulos:
E impossivel que naoYenbam escandalos, mas ai
d'aqudle por quem vierem !
2 Melhor Ibe fora que Ibe
puzessem ao pescogo umamo d'atafona, e fosse lan-
gado ao mar, do que escan-dalizar um d'estes peque-nos.
3 Olbae por v6s mesmos.E, se teu irmao peccar con-
\ tra ti, reprehende-o, e, se
i
elle se arrepender, perdoa-:lbe.
14 E, Be peccar contra ti
' sete vezes no dia, e sete
j
Tezes no dia Toltar para ti,
j
dizendo : Arrependo - me
;
!perdoa-lbe.
: 5 Disseram entao os apos-; tolos ao Senhor : Accrescen-
j
ta-nos a fe.
I
6 E disse o Senbor: Setivesseis fe como um graode mostarda, dirieis a esta
amoieira : Desarreiga - to
d'aqui, e planta-te no mar;e vos obedeceria.
7 E qual de vos tera nmservo lavrando on apascen-tando, voltando elle do
' campo, Ihe dira : Chega-te,e assenta-te a mesa ?
8 Antes nao Ibe dira : Pre-
160 S. LUCAS, XYII.
para-me a ceia, e cinge-te,|
limpos ? E onde estao oa
e serve-me, ate que tenha:nove ?
comido e bebido, e depois
comeras e beberas tu V
9 Porventura da gragas
ao tal servo, porque fez oque Ihe foi mandado ? Creioque nao.
10 Assim tami)em vos,
quando fizerdes tudo o quevos for mandado, dizei : So-
mos servos inuteis, porquefizemos soinente o que devia-
mos fazer.
HE aconteceu que, indoelle a Jerusalem, passoupelo meio da Samaria e
Galilea
;
12 E, entrando n'uma cer-
ta aldeia, sairam-lbe ao en-
contro dez homens lepro-
sos, OS quaes pararam delonge
;
13 E levantaram a voz,
dizendo : Jesus, Mestre, tern
misericordia de nos.
14 E elle, vendo-os, dis
18 Nao bouve quern vol-
tasse a dar gloria a Deu3senao este estrangeiro ?
19 E disse-lhe: Levanta-te, e vae ; a tua fe te salvou.
20 E, interrogado pelosphariseos sobre quando ha-via de vir o reino de Dens,respondeu-lbes, e disse: Oreino de Deus nao vem comapparencia exterior.
21 Nemdirao: Eil-oaqni,
ou, Eil-o ali; porque eis-
que o reino de Deus esta
entre vos.
22 E disse aos discipulos
:
Dias viiao em que deseja-
reis ver um dos dias doFilho do homem, e nao o
vereis
23 E dir-vos-bao : Eil-o
aqui, ou, Eil-o ali estd
;
nao vn.des, nem os sigaes
:
21 Porque, como o relam-pago, relampejando desde
se-lbes : Ide, e mostrae-vosj
uma parte debaixo do ceu.
aos sacerdotes. E aconte-
ceu que, indo elles, ficaramUmpos.15 E um d'elles, vendo
que estava sao, voltou glori-
iioando a Deus em alta voz
;
16 E caiu aos sens pes,
com o rostoem terra, dando-Ibe grafas: e este era sa-
maritano.17 E, respondendo Jesus^
assim serd tambem o Filbodo bomem no seu dia.
25 Mas primeiro convempadecer muito, e ser repro-
vado por esta geragao.
26 E, como aconteceu nosdias de Noe, assim sera
tambem nos dias do Filhodo bomem
:
27 Comiam, bebiara, casa-
vam e davam-se em casa-
disse : Nao foram dez os mento, ate ao dia em que
Noe entron na area, e yeiu
o diluvio, e os consumiu atodos.
28 Como tambem da mes-ma maneira aconteceu nosdias de Lot : comiam, be-
biam, compravam , yendiam,plantavam e edificavam.
29 Mas no dia em que Lotsain de Sodoma, cboveu do
S. LUCAS, XYII, XYIII. 161
o corpo, alu^se ajuntaraoas a^uias.
CAPITULO XVIII.
EDISSE-LHES tambemuma parabola dcerca
de que importa orar sempre,e nunca desfallecer,
2 Dizendo : Havia n'nmacen fogo e enxofre, e os con- cidade um certo juiz, quesnmiu a todos.
30 Assim sera no dia emqne o Filho do liomem se
ha de manifestar.
31 N'aqnelle dia, qnem es-
nem a Dens temia nem res-
peitava ao homem.3 Havia tambem n'aqnella
mesma cidade uma certa
viuva, 6 ia ter com elle.
tiver no telhado, e as snas dizendo : Faze-me justi9a
alfaias em casa, nao des^aj
contra o men adversario.
a tomal-as; e, da mesmasorte, o qne estiver no cam-po nao volte para traz.
32 Lembrae-vos da mn-Iher de Lot.
33 Qnalqner qne procnrarBalvar a sua vida perdel-a-
ha, e qnalqner qne a perdersalval-a-ha.
34 Digo-vos qne n'aqnella
noite estarao dois n'nmacama; nm sera tomado, e
ontro sera deixado.
35 Duas estarao juntas,
moendo ; nma sera tomada,e ontra sera deixada.
4 E por algnm tempo naoquiz ; mas depois disse au-
tre si : Ainda que nao temoa Dens, nem respeito aohomem,5 Todavia, como esta vin-
va me molesta, hei defazer-lhe justi(;a, para queemfim nao venha, e me im-portune muito.
6 E disse o Senhor : Onvique diz o injusto juiz.
7 E Dens nao fara jnsti^a
aos sens escolhidos, qneclamam a elle de dia e denoite, ainda que seja tardio
36 Dois estarao no cam-|
para com elles ?
po; nm sera tomado, e oontro sera deixado.
37 E, respondendo, disse-
ram-lhe: Onde, Senhor? Eelle Ihes disse : Onde estiver \ fe na terra ?
8 Digo-vos qne depressaIhes fara .jnsti^a. Porem,qnando vier o Filho dohomem, porventnra achaxa
162 S. LUCAS XYin.9 E disse tambem esta
parabola a tms que confia-
vam em si mesmos, queeram justos, e desprezaTamaos outros
:
10 Dois homens Bubiramao templo, a orar ; nm pha-riseo, e o outro publicano.
11 phariseo, estando empe, orava comsigo d'esta
maneira : O'Deus, gramas te
dou, porque nao sou comoOS demais homens, rouba-dores, Idjustos e adulteros
;
nem ainda como este pubU-cano.
12 Jejuo duas vezes naeemana, e dou os dizimosde tudo quanto possuo.
13 publicano, porem, es-
tando em pe, de longe, nemainda queria levantar os o-
Ihos ao ceu, mas batia emsen peito,dizendo: 0"Deus,tem misericordia de ffiim,
peccador
!
14 Digo-Yos que este des-
ceu justificado para suacasa, e nao aquelle
;porque
qualquer que a si mesmose exalta sera humilhado,e qualquer que a si mesmose humillia sera exaltado.
15 E traziam-lhe tambammeninos,para que elle os to-
casse ; e os discipulos, ven-do i&io, reprebendiam-n'os.
16 Mas Jesus, cbamandopara si os raeninos, disse
:
Deixae vir a mim os meni-
nos, 8 nao os impeQaes,porque dos tass e o reino
de Deus
:
17 Em yerdade vos digoque, qualquer que nao re-
ceber o reino de Deus comomenino, nao entrara n'elle.
18 E perguntou-lhe umcerto principe, dizendo
:
Bom mestre, que hei defazer para lierdar a vidaeterna ?
19 Jesus Ibe disse: Por-que me chamas bom ? Nin-guem ha bom, senao um,que e Deus.20 Sabes os mandamentos :
Nao adulteraras, nao mata-ras, nao furtaras, nao diras
falso testemunho, honra aten pae e tua mae.21 E disse elle : Todas es-
sas coisas tenho observadodesde a minha mocidade.22 Porem Jesus, ouvindo
isto, disse -Ihe: Ainda te
falta uma coisa: vende tudoquanto tens, reparte-o entre
OS pobres, e teras um the-
souro no ceu; vem, e se-
g'ue-me.
23 E elle ouvindo isto, fi-
cou muito triste, porqueera muito rico.
2± E, vendo Jesus que elle
ficara muito triste, disse:
Qaao difficilmente entrarao
no reino de Deus os queteem riquezas
!
25 Porque e mais facil en-
LUCAS, XYIII, XIX, 163
Irar nin camelo pelo fundod'uma aguiha do que entrar
nm rico no reino de Dens.26 E OS que ouTiram isto
disseram : Logo, qnem podeealvar-se ?
27 E elle disse : As coisas
que £ao impossiveis aos ho-Diens Eao possiveis a Dens.28 E disse Pedro: Eis-
que DOS deixamos tudo, e
to segnimos.29 E elle Ibes disse: Xa
verdade vos digo qne nin-
guem ha, que tenha deixadocasa, on paes, on irniaos,
ou mnlher, on nilios, pelo
reino de Deus,30 Qne nao haja de rece-
ber mnito mais n'este tem-po, e no seculo vindouro avida eterna.
31 E, tomando comsigo os
doze, disse - Ihes : Eis - queeubimos a Jerusalem, e se
cumprira no Fillio do ho-
gando elle perto de Jerico,
estava um cego assentadojunto do caminho, mendi-gando
:
36 E este, onvindo passara mnltidao, perguntou queera aquillo
:
37 E disseram-lbeque Je-sus Nazareno passava.38 Entao clamon, dizen-do: Jesus, Filho de David,tern misericordia de mim.39 E OS que iam passando
reprehendlam-n'o para quese calasse
;porem elle cla-
mava ainda mais : Filho deDavid, tern misericordia demim.40 Entao Jesus, parando,maiidou que Ih'o trouxes-sem ; e, chegando elle, i^er-
guntou-lhe,41 Dizendo: Que queresque te fa^a? E elle disse
:
Senhor, que en veja.
42 E Jesus Ihe diise : Ye
:
mem tudo o que pelos pro- ' a taa fe te salvou.
phetas estd escripto
32 Porqne sera entregueas gentes e escarnecido, in-
juriado e cuspido,
33 E, havendo-o agoitado,
o matai ao ; e ao terceiro
dia resuscitara.
34 E elles nada d'estas
coisas entendiam, e esta pa-
lavra Ihes era encoberta ; e
nao entendiam o que se
Ihes dizia.
35 E aconteceu que, che-
43 E logo vm, e seguia-o,
glorificando a Deus. E to-
do o povo, vendo isio, davalouvores a Deus.
CAPITULO XIX.
8 1 "n TEXDO Jesus entrado-l-I-i) em Jerico, ia pas-
sand o.
2 E eis-que havia ali umvarao chamado Zaqneo ; e
cste era um dos princi-
164 S. LUCAS, XIX.
paes dos publicanos, e era i
rico.I
3 E procnrava ver quemj
era Jesus, e eSo podia, porcausa da ranltidao, por-
quanto era de pequena es-
tatura.
4 E, correrdo adiante, sn-
biu a urna figueira bravapara o ver; porque havia
do passar por ali.
5 E, qnaudo Jesus chegonaquelle logar, olhando paracima, viu-o e disse-lhe : Za-
qneo, desce depressa, por-
qne hoje me importa pousarem tna casa.
6 E, apressando-se, des-
cen, e recebeu-o gostoso.
7 E,vendo todos isto, miir-
mnravam, dizendo que en-
trara para ser hospede deum homem peccador.
8 E,levantando-seZaqneo,disss ao Senhor: Senhor,
eis-que en don aos pobresmetade dos meus bens; e,
86 n'algnma coisa tenho de-
fraudado alguem, o restituo
qnadmplicado.9 E disse-lhe Jesns : Hojehouve salva(;ao n'esta casa,
porquanto tambem este e
filho de Abrahao
:
10 Porque o Filho do ho-
mem vein buscar e salvar
o que 86 havia perdido.
11 E, ouvindo elles estas
coisaSf elle proseguiu, e disse
uma parabola, porquanto
estava perto de Jerusalem,e cuidavam que logo se
havia de manifestar o reinode Dens.12 Disse pois: Urn certo
homem nobre partin parauma terra remota, a tomarpara si um reino e voltar.
13 E chamando dez servos
sens, den-lhes dez minas, e
disse - Ihes : Negociae ate
que en venha.14 Mas OS sens cidadaos
aborreciam-n'o, e manda-ram apos d'elle embaixa-dores, dizendo: Nao que-remos que este reine sobrenos.
15 E acontecen que, vol-
tando elle, havendo tomadoo reino, disss que Die cha-
massem aqnelles servos, aquem tinha dado odinheiro,
para saber o que cada umtinha ganhado, negociando.
16 E vein o primeiro, di-
zendo : Senhor, a tna minatem ganho outras dez mi-nas.
17 E elle Ihe disse : Bernestdy servo bom
;porque no
minimo foste fiel, sobre dezcidades teras potestade.
18 E vein o segundo, di-
zendo : Senhor, a tua minagrangeon cinco minas.19 E a este disse tambem
:
Se tu tambem sobre cinco
cidades.
20 E vein ontro. dizendo
:
S. LUCAS, XIX.
Senlior, aqni estd a tua ; chamado das
165
Oliveiras,
mina, que gnardei n'um mandou dois dos oeus disci-
pnlos,
30 Dizendo: Ide a aldeia
leiKjo
;
21 Porqne tive medo deti, que es homem rigoroso,
|
que esta d-fronte, onde, aoque tomas o que nao pu-
;entrar, achareis preso um
zeste, e segas o que na^;
jumentinlio em que ne-semeaste.
22 Porem elle Ihe disse
Servo maligno, pela tua
nhum homem ainda se as
sentou ; soltae-o e trazei-o ;
31 E, se alguem tos per-
bocca te julgarei ; sabias guntar : Porque o Boltaes ?
que eu sou homem rigoroso, ! assim Ihe direis : Porque oque tomo o que Eao puz,
j
Senhor o ha mister.
e sego o que nao semeei
;
23 Porque nao met teste
32 E, indo os que haviamsido mandados, acharam
pois o meu dinheiro no como Ihes dissera.
banco; e eu, vindo, o de-~
mandaria com os juros ?
24 E disse aos que esta-
vam com elle: Tirae-lhe a ' jumentinho?
33 E, soltan lo o jumen-tinho, eeus donos Ihes dis-
seram: Porque soltaes o
mina, e dae-a ao que tiyer
dez minas.25 (E disseram-lhe elles :
Senhor, tern dez minas).
34 E elles disseram:Senhor o ha mister.
Bo E trouxeram-n'o a Je-
sus : e, langando sjbre o ju-
26 Porque eu vos digo que;mentinho os sens vestidos,
a qualquer que tiver ser- ' pozeram a Jesus em cima.
Ihe-ha dado, mas ao que\
36 E, indo elle, estendiamnao tiver, ate o que tern
|
no caminho os sens vestidos.
Ihe sera tirado.
27 Porem trazei aqui a-
quelles mens ininiigos que das Oiiveiras, toda a multi-
nao quizeram que eu rei- \ da) dos discipulos, regozi-
nasse sobre elles, e matae-os ' jando-se, come^ou a dar
37 E, quando ja chegavaperto da descida do monte
diante de mim,28 E, dito isto ia cami-nhando adiante, Bubindopara Jerusalem.29 E aconteceu que, che-pando perto de Bethphage,e de Bethania, ao monte ; nas alturas.
louvores a Deus em alta
voz, por todas as mara-viihas que tinham visto,
33 Dizendo : Bemdito oRei que vem em nome doSenhor; paz no ceu,e gloria
166
39 E disseriim-lhe d'entre
a mnltidao alguns dos pha-riseos : Mestre, repreliende
OS tens discipulos.
40 E, respondendo elle,
disse-llies : Digo-vos que,
se estes se calarem, logo
as pedras clamarao.
41 E, quando /d ia clie-
gando, vendo a cidade,
choron sobre ella,
42 Dizendo : Ah ! se tuconhecesses tamlDem, aomenos n'este teu dia, o que
a tua paz perfence ! masagora esta encoberto aos
tens ollios.
43 Porque dias yirao sobreti, em qne os tens inimigos
te cercarao de trincheiras,
e te sitiarao, e te estreitarao
de todas as bandas
;
44 E te derribarao porterra, a ti e aos tens filhos
que dentro de ti estivei-em
;
e Dao deixarao em ti pedrasobre pedra, porqnauto naoconheceste o tempo da tnaYisita^ao.
45 E, entrando no templo,
comegon a expnlsar todosOS qne n'ello vendiam ecompravam,46 Dizendo-lhes : Esta es-
cripto : A minha casa e casade ora^ao ; mas vos fizestes
d'ella cova de saltoadores.
47 E todos OS dias ensi-
navam no templo, e os prin-
cinaes dos sacerdotes, e os
S. LUCAS, XIX, XX.
escribas, e os principaes dopovo procnravara matal-o.48 E nao acliavam meio
de o fazer, porqne todo opoYo pendia d'elle, escu-tando-o.
CAPITULO XX.
EACOXTECEU n'nm d'a-
qnelles dias qne, e&-
tando elle ensinando o povono templo, e annnnciandoo evangelho, sobrevieramOS principaes dos sacerdotese OS escribas com os anciaos,
2 Efallaram-lhe, dizendo:Dize-nos, com qne anctori-
dade fazes estas coisas f On,quem e qne te deu esta
anctoridade ?
3 E, respondendo elle,
disse-lhes : Tambem en vosfarei nma pergnnta ; dizei-
me pois
:
4 baptism de Joao erado cen on dos homens ?
5 E ellen arrazoavam entresi, dizendo: Se dissermos:Do cen, elle nos dira: Entaoporqne o nao crestes ?
6 E se dissermos : Doshomens; todo o povo nosapedrejara, pois teem porcerto qne Joao era pro-pheta.
7 E responderam qne naosabiam d'onde era.
8 E Jesns Ihes disse : Nemtao ponco en vos digo com
S. LUCAS, XXqne auctoridade fa^o estas
j
a yinlia,
167
E, ouvindo elles
coisas.I
isto, disseram : Assim nao9 E come^ou a dizer ao
|
seja !
povo esta parabola : Um i 17 Mas elle, olhando paracerto homem planton tuna elles, disse : Que e isto poisvinha, e arrendou-a a wtis
;
qneestaescripto? Apedra,lavradores, e partiu para
;
qne os ediiacadores reprofora da terra por muitotempo;10 E a se« tempo mandonam serro ao3 lavradores.
varam, essa foi feita cabegada esquina.
18 Qualquer que cair so-bre aquella pedra sera que-
para que Ihe dessem dos; brantado, e aquelle sobre
fructos da vinha ; mas os;
quern ella cair, sera feito
lavradores, espancando-o, I em pedagos.mandaram-n'o vazio. I 19 E os principaes dos11 E tornou ainda a man-
|
sacerdotes, e os escribasdar outro servo ; mas elles,
i procuravam langar maoespancando tambem a este,
\ d'ellen'aquellamesmahora;e allrontando-o, mandaram-
\mas temeram o povo
;por-
n'o vazio.i
q,ue entenderam que contra12 E tornou ainda a man-
;
elles dissera esta parabola.dar terceiro ; mas elles,
|
20 E, trazendo-o debaisoferindo tambem a este, o
jde olho, mandaram espias,
expulsaram.I
que se fingissem justos.13 E disse o senhor da
|
para o apaiibar rcalrjuirM
vinha: Que farei? Manda-1
palavra, e entregal-o arei o meu filho amado
;jurisdicgao e poder do pre-
talvez que, vendo-o, o res- ; sidente.
peitem. I 21 E perguntaram-lhe, di-14 Mas, vendo-o os lavra-
,zendo: Mestre,n6ssabemos
dpres, arrazoaram entre si,|
que fallas e ensinas bem erectamente, e que nao at-tentas para a apjMrencia dapessoa, mas ensinas comverdade o caminho de Deus :
22 E'-nos licito dar tributoa Cesar, ou nao ?
23 E, entendendo elle asua astucia, dis;^e-ihes;
dizendo : Este e o herdeirovinde, matemol-o, para quea herdade soja nossa.
15 E, langando-o fora davinha, o mataram. QueIhes fara pois o senhor davinha ?
16 Ira, e destruira estes
lavradores, e dara a outrosIPorque me tentaes ?
168 S. LUCAS, XX.
24 Mostrae-ice nma moe-da: De qiiem tern a ima-gem e a inscripcao? E,
respondecdo elles, disse-
ram : De Cesar.
25 Disse-lhes entao : Daepois a Cesar o que e deCesar, e a Deus o que e deDens.26 E nao poderam apa-
nhal-o em palavra algumadiante do povo ; e, mara-vilhados da sua resposta,
calaram-se.
27 E, chegando-se algunsdos sadduceos, que dizemnao haver resurrei^ao, per-
guntaram-llie,
28 Dizendo : Mestre, Moy-ses escreveu-nos qiie, se oirmao d'alguem fallecer,
tendo mulher, e morrersem filhos, o irmao d'elle
tome a mulher, e suscite
posteridade a seu irmao.
29 Houve pois sete irmaos,
e o primeiro tomou mulher,e morreu sem filhos
;
30 E o segundo tomon-a,
e tanibem este morreu semfilhos
;
31 E o terceiro tomou-a,e egualmente tambem os
sete ; e morreram, e naodeixaram filhos.
32 E por ultimo, depois
de todos, morreu tambema mulher.33 Portanto, na resur-
reigao, de qua! d'elles sera
a mulher, pois que os sete
a tiveram por mulher?34 E, respoudeEdo Jesus,
disse-lhes: Os filhos d'este
seculo casam-se, e dao-seem casamento
;
35 Mas OS que forem ha-vidos por dignos de alcannasaquelle seculo, e a resur-
reigao dos mortos, nem haode casar, nem ser dados emcasamento
;
3G Porque nao podemmais morrer
;pois sao
eguaes ao3 anjos, e sao
filhos de Deus, porque sao
filhos da resurrei9ao.
37 E que OS mortos hao-de resuscitar tambem omostrou Moyses junto dasarga, quando chama aoSenhor, Deus d'Abrahao, e
Deus de Isaac, e Deus doJacob.
38 Ora Deus nao e Densde mortos, porem de vivos
;
porque para elle vivem to-
dos.
39 E, respondendo tins
dos escribas, disseram :
Mestre, disseste bem.40 E 11 a.) ousavam per-
guntar-Iho mais coisa al-
guma.41 E elle Ihes disse: Co-mo dizem que o Christo efilho de David ?
42 Dizendo o mesmo Da-vid no livro dos Psalmos:Disse o Senhob ao men
S. LUCAS, XX, XXI. 169
Assenta-te a mi- ! mas esta, da sna pobreza,Senhornha direita,
43 Ate que en ponha os
tens inimigos por escabello
de tens pes.
j
deitou todo o snsteuto que;tinha.
i5 E, dizendo algnns a
Irespeito do tempio, qne44 Do sorte qne David o estaya omado de formosaschama Senhor; e como e pedras e dadivas, disse
:
sen filho ?|
6 Q-janto a estas coims qne45 E, onvindo-o todo o :
Tede??, dias virao em qnepoYO, disse Jesns aos sens se nao deixara pedra sobrediscipnlos
:
46 Guardae-vos dos es-
cribas, qne qnerem andar
pedra, qne nao seja derri-
bada.
7 E porgnntaram-lhe, di-
com vestidos compridos ; e zendo : Mestre, qnandoserao pois estas coisas f Eqne signal haverd qnando
amam as sanda^oes naspra^as, e as principaes ca-
deiras nas synagogas, e os estas caisas estiverem paraprimeiros logares nos ban-qnetes
;
47 Qne devoram as casasdas vinvas, e por pretexto
\
virao muitos em mennome,fazem largas ora<;oes. Estes dizendo ; En aon o Christo,
acontecer ?
8 Disse entao elle : Olbaenao vos enganem, porqno
receberaonagao
maior cndem- e Jd tempo esta proximo
:
nao vades portanto aposd'ellcs.
9 E, qnando onvirdes degnerras e sedigoes, nao vos
OLHANDO elle, viu assnsteis. Porque e neces-os ricos lanfarem as ! sario qne estas coisa'^ acon-
snas offertas na area do ' te<;am primeiro, mas o fim
CAPITULO XXL
E.
thesonro
;
2 E viu tambem nma po-na ) sera logo.
10 Entao Ihes dis=e: Le-bre vinva langar aii duas vantar-se-lia narao contrapequenas moedas
;
3 E disse : Em verdadenacao, e reino conrra remo
;
11 E havera em varios
vos digo qne lan90U maisque todos esta pobre vinva
;
logares graiules terremotos,
e femes e pe.=tilencias : ha-4 Porqne todos aquelles
|
vera tambem coisas espan-deitaram para as offertas : tosas, e grandes signaes dode Dens do que Ihes sobeja
; [ceu.
i70
12 Mas antes de todas|
estas coisas langarao maode Yos, e vos persegiiirao,
entregando-vos as synago-
gas e as prisoes, e conduzin-do-vos a presenga de reis e
presidsntes, por amor domeu norae.
13 E sobrevir-vo3-ha isto
em testemunho a yos.
14 Proponde pois em yos-
Eos coragoes nao prerceditar
como haveis de responder,
15 Porque eu yos darei
bocca e sabedoriaa que naopoderao contradizer nemresistir todos quantos se vosoppozerem16 E ate pelos paes, e
irmaos, e parentes, e amigossereis entregues; e mata-rao aJguns de yos.
17 E por todos sereis abor-
recidos por amor do meusome.18 Mas nao perecera nemnm cabello da Yossa ca-
beca19 Na vossa paciencia pos-
sui as Yossas almas.
20 Porem, quando Yirdes
Jerusalem cercada d'exerci-
tos, sabei entao que jti e
chegada a sua assolacao.
21 Entao, os que estive-
rem na Judea, fr.jam paraOS montes; e, os que esti-
verem no meio d'ella, saiam
S. LUCAS, XXL22 Porque dias de vin-
gan9a sao estes, para que se
cumpram todas as coisas queestao escriptas.
23 Mas ai das gravidas,e das que criarem n'aquellesdias ! porque havera grandeaperto na terra, e ira sobreeste poYo.2i E cairao ao fio da es-
pada, e para todas as na-9oes serao levados captives
;
e Jerusalem sera pisada pe-los gentios, ate que os tem-pos dos gentios se cum-pram.25 E havera signaes no
sol, e na lua e rtas estrellas
;
e na terra aperto das nagoesem perplexidade, pelo bra-mid o do mar e das ondas
;
26 Homens desmaiando deterror, na expecta(;ao dascoisas que sobrevirao aomundo. Porque as virtu-
des do ceu serao abaladas.
27 E entao verao vir oFilbo do homem n'uma nu-vem, com poder e grandegloria.
28 Ora, quando estas coi-
sas comegarem a acontecer,olhae para cima, e levantaeas YOSsas cabe^as, porque avossa redemp^ao esta pro-xima.29 E disse-lbes nma para-
bola: Olhae para a figuei-
e, OS quo nos campos, nao|ra, e para todas as arvo-
e litrem n'eila. res;
S. LUCAS,30 Quando ja brotam, vos
Babeis por vos mesmos. yen-do-as, que perto esta ja overao.
31 Assim tambem vos,
quando virdes acontecer
;
estas coisas, sabei que o rei-
no de Dens esta perto. I
32 Em verdade vos disro
que nao passara esta geia-
<;ao ate que tudo acon-te(;a.
i
33 Passara o ceu e a terra,[
mas as miuhas paiavras nao;
hao-de passar.|
31 E olhae por vos, naojacontega que os vossos co-
j
raQoes se carreguem de g!o-
tonaria, embriaguez, e dos,
cuidados d'esta vida, e ve-
1
nha sobre vos de improvisoaquelle dia.
35 Porque vira como umlago sobre todos os que ha-bitam sobre a face de todaa terra.
36 Vigiae pois em todo otempo, orarjdo, para quesejaes bavidos por dignosde evitar todas estas cois^'s
que bao de acontecer, e deestar em pe diante do Fillio
do homem.37 E de dia ensinava no
templo, e a noite, saindo,
ficava no monte chamadodas Oliveiras. I
38 E todo o povo ia terj
com elle ao templo, de ma-nha cede, para o ouvir. |
XXI, XXII. 171
CAPITULO XXII.
ESTAYA pois perto a fes-
ta dos 'pdes asmos, cha-mada a pascboa.2 E OS principaes dos sa-
cerdotes, e os escribas, pro-curavam como o matariam
;
porque temiam o povo.3 Entrou porem Satanazem Judas, que tinba porsobrenome Iscariotes, oqup.l era do numero dosdoze;4 E foi, e fallou com os
principa&s dos sacerdotes,
e com os capitaes, de comoIh'o entregaria.
5 Os quaes folgaram, ecoacertaram de Ibe dar di-
nbeiro.
6 E elle prometteu ; ebuscava opportunidade pa-ra Ih'o entregar sem alvo-
roco.
7 Chegon porem o dia dospries asmos, em que im-portava sacrificar a pas-choa.
8 E mandou a Pedro e aJoao, dizendo: Ide, prepa-rae-nos a paschoa, para quea comamos.9 E elles Ihe disseram :
Onde queres quo a preparc-mos?10 E ello Ibes disse: Eis
que, quando entrardes nacidade, vos encontrara umhomem, levando um can-
172 S. LUCAS XX IL
taro d'agna : segni-o ate a]o calix, depois da ceia, di-
casa em que elle entrar.
11 E direis ao pae de fa-
milia da casa : Mostre te
diz : Onde esta o aposentoem que liei de comer a pas-
choa com os meus discipu-
los?
12 Entao elle vos rcostra-
ra um grande cenaculo mo-
zendo : Este copo e o NovoTestament© no men sangue,que e derramado por vos.
21 Porem eis-que a maodo que me trahe estd comigoa mesa.22 E, na verdade, o Filho
do homem vae segundo oque esta determinado
;po-
bilado ; alii fazei preparati- rem ai d'aquelle homem pervos.
13 E, indo elles, acharamcomo Ihes tinha dito; e
prepararam a paschoa.
14 E, cliegada a bora, poz-
se a mesa, e com elle os dozeapostolos.
15 E disse-lhes: Desejei
muito comer comvosco esta
paschoa, antes que pade9a
;
16 Porque vos digo quer.ao a comerei mais ate queGila se cumpra no reino deDeus.17 E, tomando o calix, e
liavendodado gra(;as, disse:
Tomae-o, e reparti-o entre
vos;
18 Porque vos digo quenao beberei do fructo davida, ate que venha o reino
de Deus.19 E, tomando o pao, e
havendo dado gracas, par-
tiu-o, e deu-lhb, dizendo
quem e trahido
!
23 E comecaram a pergun-tar entre si qual d'elles se-
ria que Lavia de fazer isto.
24 E houve tambem entreelles contenda, qual d'elles
parecia ser o maior.
25 E elle llies disse : Osreis dos gentios dominamsobre elles, e, os que teemauctoridade sobre elles saocliamados bemfeitores.
26 Mas nao sereis vos as-
sim; antes o maior entre
vos seja como o menor ; equem governa como quemserve.
27 Pois qual e maior
:
quem esta a mesa, on quemserve? Porventura nao e
quem esta a mesa 1 Poremeu entre vos sou comoaquelle que serve.
28 E vos sois OS quetendes permanecido comigo
Isto e o men corpo, que por|
nas minhas tenta^ues.
vos e dado; fazei isto eminemoria de mim.
29 E eu vos ordeno oeino. como meu Pae m'o
'2i} Similhantemente tomou \ordenou;
S. LUCAS, XXn. 173
30 Para qne comaes e be- ' Porqne o que estd esoripto
baes a minha mesa no men;
de mim tem seu cumpri-reino e yos assenteis sobre
thronos, jnlgando as dozetribns d'lsrael.
31 Disse tambem o Se-
ulior: Simao, Simao, eis-
mento.33 E elles disseram: Se-
nhor, eis-aqiii duas espadas.
E elle Ihes disse : Basta.
39 E, saindo, foi, comoque Satanaz vos pediu para costnmaYa, para o Montevos cirandar como trigo
;
32 Mas eu rocruei por ti,
para que a tua fe nao des-
das Oliveiras ; e tambem os
sens discipulos o seguiram.4:0E,quandochegouaquel-
fallega ; e tu, quando te le logar, disse-lhes : Orae,
converteres, conforta a tens para que, nao entreis emirmaos.
33 E elle Ihe disse: Se-
nlior, estou prompto a ir
comtigo ate a prisao e a
morte.
34 Mas elle disse: Digo-te, Pedro, que nao cantara
tentagao.
41 E apartou-se d'elles
cerca de um tiro de pedra;e, pondo-se de joelhos,
orava,
42 Dizendo : Pae, se que-res, passa de mim este calix.
hoje o gallo antes quo tres porem nao se fara a minhavezes negues que me co-
nheces.
35 E disse-lhes : Quandovos mandei sem bolsa, semalforge, e sem alparcas,
faltou-vos porrentura al-
gTima coisa ? E disseram :
Nada.36 Disse-lhes pois: Mas
agora, aquello que tiver
bolsa, tome-a, como tam-
vontade, senao a tua.
43 E appareeeu-lhe umanjo do ceu, que o con-fortava.
44 E, posto em agonia,
orava mais intensamente.
E seu suor fez-se comograndes gotas de sangue,que corriam ate ao chao.
45 E, levantando-se daora(^ao, veiu para os sens
bem o alforge; e, o que discipulos, e achou-os dor-
nao tem espada, veuda osen vestido e compre-a
;
37 Porqne vos digo queimporta que em mim se
cumpra ainda aqnillo quoesta escripto: E com os
malfeitores foi contado.
mindo de tristeza.
46 E dis:ie-lhes : Que,estaes dormindo ? Levan-tae-vos, e orae, para quenao entreis em tenta^a-o.
47 E, estando elle aindaa fallar, eis que a multidao,
II 2
174 s. LUCAS, xxn.e um dos doze, qne se cha-
1
mava Judas, ia diante
d'elles, e chegon-se a Jesus
para o beijar.
48 E Jesus Ibe disse : Ju-das, com um beijo trahes o
Filbo do homem?49 E OS que estavam com
elle, vendo o que ]"!aTia desucceder, disseram-lhe : Se-
nbor, feriremos a espada ?
50 E um d'elles feriu o
seiTO do summo sacerdote,
e cortou-lhe a orelha di-
reita.
51 E, respondendo Jesus,
disse : Deixae-os ate aqui.
E, tocando-lhe a orelba, o
curou.52 E disse Jesus aos prin-
cipaes dos sacerdotes, e
capitaes do templo, e 1
anciaos, que tinham ido
'
contra elle: Saistes, comoa um salteador, com espa-
das e varapaus ?
53 Estando todos os dias
comYosco no templo, naoestendestes as maos contra !
mim, porem esta e a vossahora, e o poder das trevas.
54 Eutao, prendendo-o, o
conduziram, e o motteramem casa do summo sacer-
dote. E Pedro seguia-o deionge.
55 E, havendo-se accen-
dido fogo no meio da sala,
e assentando-S3 juntos, as-
Bentou-se Pedro entre elles.
56 E uma certa creada,vendo-o estar assentado aofogo, e, postos OS olbosn'elle, disse: Este tambemestava com elle.
57 Porem elle negou-o,dizendo : Mulher, nao oconbego.
58 E, um pouco depois,vendo-o outro, disse : Tues tambem d elles. PoremPedro disse : Homem, naosoil.
59 E, passada quasi umahora, um outro affirmava,
dizendo : Tambem est-e ver-
dadeiramente estava comelle, pois tambem e gali-
leo.
60 E Pedro disse: Ho-mem, nao sei o que dizes.
E logo, estando elle aindaa fallar, cantou o gallo.
61 E, virando-se o Se-nhor, olbou para Pedro, e
Pedro lembrou-se da pa-lavra do Senhor, como Ihe
havia dito : Antes que ogallo cante hoje, me ne-
garas tres vezes.
62 E, saindo Pedro parafora, cborou amargaraeute.63 E OS homens que de-
tiuham Jesus zombavamd'elle, ferindo-o.
64 E, cobrindo-o, feriam-
n'o no rosto, e pergunta-Tam-lhe, dizendo: Prophe-tiza quern e o que te feriu?
^0 E outras muitas coisas
s. LUCAS, xxn, xxni. 175
diziam contra elle, blasplie-
mando.66 E, logo que foi dia,
ajantaram-se os anciaos dopovo, e OS principaes dossacerdotes, e os escribas,
e o conduziram ao sen con-
cilio,
67 Dizendo : Es tn o
Christo ? dize-nol-o. Edisse-lhes : Se yo1-o disser,
nao o crereis;
68 E tamtem, se vos per-
guntar, nao me respon-dereis, nam soltareis.
69 Desde agora o Filhodo homem se assentara adireita da potencia deDeus.70 E disseram todos : Lo-
go, es tn o Filho de Dens ?
E elle Ihes disse
:
dizek qne en son.
71 E disseram elles : Quemais testemunho necessi-
3 E Pilatos pergnntou-Ihe, dizendo: Tu es o Eeidos Judeos? E elle, res-
pondendo, disse-llie : Tndizes.
4 E disse Pilatos aos prin-cipaes dos sacerdotes, e amnltidao : ^'ao acho culpaalgnma n'este iiomem.5 Mas elles insistiam cada
Yez mais, dizendo: Alvo-roca povo, ensinando pertoda a Judea, come9andodesde Galilea ate aqui.
6 Entao Pilatos, onvindofallar da Galilea, pergun-ton se aqnelle homem eragalileo.
7 E, entendendo que erada jurisdicgao de Herodes,remetten-o a Herodes, que
Yos itambem n'aquelles dias es-
tava em Jerusalem.8 E Herodes, quando Tin
a Jesus, fo-gou muito; por-
onvimos da sua bocca.
CAPITULO xxin.
ELEYANTANDO - SEJ toda a mnltidao d'el-
les, o levaram a Pilatos.
2 E comegaram a accusal-
o, dizendo : Havemos acha-do este, que perverte ana^ao, e probibe dar otributo a Cesar, dizendo
tamos ? pois nos mesmos o;
que bavia muito que dese' Java vel-o, porquanto ouviad'elle muitas coisas ; e es-
perava que Ibe veria fazer
algnm signal
;
9 E pergnntava-lbe commuitas palavras, porem elle
nada Ibe respondia.
10 E estavam os princi-paes dos sacerdotes, e crescribas, accusando-o comgrande vebemencia.HE Herodes, com 03
que elle mesmo e Christo, Feus soldados, desprezando-Uiii rei.
I 0, e escarnecendo d'elle.
176 s. LUCAS, xxni.vestiu-o de nma roupa res-
plandecente e tomou aenvial-o a Pilatos.
12 E no mesmo dia Pilatos
e Herodes entre si se fize-
ram amigos;porque d'antes
andavam em inimizade uincom o ontro.
13 E, convocando Pilatos
OS principaes dos sacer-
dotes, e os magistrados, e
o povo, disse-lhes
:
14 Haveis-me apresentadoeste homem coico perver-
tedor do povo; e eis-qne,
examinando-o ca Yossa pre-
seu^a, nenhuma culpa, dasda qne o accnsaes, achon'este homem.15 Nem me?mo Herodes,
porque a elie vos remetti;
e eis-queriao tern feito coisa
algiima digna de morte.
16 Castigal-o-liei pois, esoltal-o-hei.
17 E era-lhe necessario
soitar-lhes um pela festa.
18 Porem toda a multi-
dao clamou a uma, di-
zendo: Fora d'aqni comeste, e solta-nos Barra-bas.
19 qnal fora lancadona prisao por causa de umaged]>ao feita na cidade, e denm homicidio.
20 Fallou pois outra vezPilatos, querendo soltar a
Jesus.
21 Mas elles clamavam
em contrario. dizendo : Cm-cifica-o, crucifica-o.
22 EntSo elle, pela ter-
ceira vez, Ihes disse: Poisque mal fez este? Naoacho n'eile culpa algumade morte. Castigal-o-heipois, e soltal-o-hei.
23 Mas elles instavam com\
grandes gi-itos, pedindo queI fosse crucificado. E os seus
I
gritos, e os dos principaesdos sacerdotes.redobravam.2i Entao Pilatos julgon
;
que devia fazer o que elles
!pediam.25 E soltou-lhes o que
fora lanq-ado na prisao por
Iuma sedicao e homicidio,
Ique era o que pediam
;
' porem entregou Jesus aYontade d'elles.
26 E, quando o iam le-
vando, tomaram nm certo
Simao, cvreneo, que vinhaI do campo, e pozeram-lhe a
jcruz as costas, para que a
j
leYa':se apos de Jesus.
27 E seguia-o grande mul-
I
tidao de povo e de mulhe-
I
res, as quaes batiam nos
j
peitos, e o lamcntavam.
I
23 Porem Jesus, Yoltando-
se para ell as, disse : Filhas
de Jerusalem, nao choreis
, por mim, chorae antes por: vos mesmas, e por yossosfilhos,
I
29 Porque eis-que hao deYir dias em que dirao: Bem-
S. LUCAS. XXIII. 177
aventiiradas as estereis,
e OS ventres que nao derama luz, e OS peitos que naocrearam
!
30 Entao come<;arao a
dizer aos montes: Cahisobre nos, e aos outeiros:
Cobri-nos.
31 Porque, se ao madeiroverde fazem isto, que se
fara ao secco ?
32 E tambem conduziramoutros dois, que eram rcal-
feitores, para com eUe se-
rem mortos.
33 E, quando chegaramao logar chamado a Ca-veira, ali o crucificaram, e
aos malfeitores, um a di-
reita e ontro a esquerda.
34 E dizia Jesus: Pae,
perdoa-lhes, porque cao sa-
bem o que fazem. E,repartindo os seus yesti-
dos, lan^aram sortes.
35 E o poYO estava
olhando ; e juutamente comelles tambem os principes
zombavam d'elle, dizendo:Aos outros galvou, salve-se
a si mesmo, se este e o
Christo, escolhido deDeus.36 E tambem os soldados
o escarneciara, chegando-ee a elle, e apresentando-Ihe vinagre,
37 E dizendo : Se tn es oIlei dos Judeos, salva-te ati mesmo.
38 E tambem por cimad'elle estava um titulo, es-
cripto em lettras gregas,
romanas, e hebraicas: ESTEE EEI DOS JUDEOS.39 E um dos malfeitores
que estavam penduradosblasphemava d'elle, dizen-
do: Se tu es o Christo,
salva-te a ti mesmo, e a
nos.
40 Eespondendo porem o
outro, reprehendia-o, dizen-
do : Tu nem ainda temesa Deus, estando na mesmacondemnacao ?
41 E nos, na verdade,com justi^a, porque rece-
bemos o que os nossos feitos
mereciam; mas este ne-
nhum mal fez.
42 E disse a Jesus: Se-
nhor, lembra-te de mim,quando entrares no teureino.
43 E disse-lhe Jesus : Emverdade te digo que hoje
estaras comigo no Paraiso.
44 E era ja quasi a horasexta, e houve trevas emtoda a terra ate a boranona.45 E sol escureceu, e
rasgou-se ao meio o veu dotemplo.
46 E, clamando Jesus comgrande voz, disse : Pae, nastuas miios tncommendo omeu espirito. E, havendodito isto, expirou.
178 S. LUCAS, XXIII, XXIV.4:7 E o centuriao, vendo o 1 cliro, e como foi posto oque tinha acontecido, deu seu corjK).
gloria a Dens, dizendo : Xaj
56 E, Yoltando ellas, pre-verdade, este homem era
! pararam especiarias e un-Justo. guentos; e no sabbado48 E toda a multidao que
;
repousaram, conforme aose ajuntara a este especta-
culo, yendo o que haviaacontecido, voltayam ba-tendo nos peitos.
49 E todos OS sens co-
nliecidos, e as mulheres quejuntamente o hayiam se-
guido desde a Galilea,
estayam de longe yendoestas coisas.
mandamento.
CAPITULO XXIY.
EXO prinieiro dia dasemana, muito de ma-
drugada, foram ao sepul-chro leyando as especiarias
que tinham preparado; e
algumas outras com ellas,
2 E acharam Jd a pedra50 E eis-que nm yargo ' reyolyida do sepulcliro.
por nome Jose, senador, lio-
mem de bem e justo,j
51 Que nao tinha consen-tido no seu conselho, nem I
em sens feitos, de Arima-
;
3 E, entrando, nao acha-ram o corpo do SenhorJesus.
4 E acontecen que, estan-
do ellas perplexas por isto.
thea, cidade dos judeos, e eis - que pararam junto
J
d'ellas dois yaroes, com
I
yestidos resplandecentes.
I5 E, estando ellas muito
que tambem esperaya c
reino de Deus
:
52 Este, chegando a Pila-
tos, pediu o corpo de Jesus; [atemorisadas, e abaixando o
53 E, hayecdo-o tirado,i
rosto para o chao, elles Ihes
enyolyeu-o n'um lencol, eldisseram: Porque buscaes
p61-o n'um sepulchro la-j
o yiyente entre os mortos?yrado n'uma penha, onde
|6 Xao esta aqui, porem jd
niD?:uem ainda hayia sidoIresuscitou. Lembrae - yos
posto. como yos fallou, estando54 E era o dia da pre- } ainda na Galilea,
para';ao, e amanhecia ogaV.-bado.
55 E tambem as mu-lheres, que tinham saidocom elle da Galilea, o se-
guiram, e yiram o sepul-
7 Dizendo: Conyem queo Filho do hornem seja
entregue nas maos de ho-
mens peccadores, e seja
crucificado, e ao terceiro
dia resnscite
S. LrCAg, XXIY. 179
8 E lembraram - S9 das
Buas palavras.
9 E, voltando do sepnl-
chro, annunciaram todas
estas coisas aos onze, e atodos OS demais.
10 E eram Maria Magda-lena, e Joanna, e Maria,mae de Thiago, e as outras
gv^ com eUas atavam, quediziam estas coisas aos apos-tolos.
11 E as snas palavras Ihes
pareciam como desyario, e
nao as creram.12 Pedro porem, levan-
tando-se correu ao Eepnl-
chro, e abaixando-se, viu60 OS lenfoes ali postos ; e
retirou-se admirando com-sigo aqnelle case.
13 E eis-que no mesmodia iam dois d'elles paranma aldeia, qne distava deJerusalem Eessenta esta-
dios, cujo noma era Em-maus
;
li E iam fallando autresi de todas aquellas coisas
que haviam succedido.15 E aconteceu que, indo
elles fallando entre si, e
perguntando-se um ao ou-tro, o mesmo Jesus se ap-proximou, e ia com elles
;
16 Mas OS olhos d'elles
estavam retidos para queo nao conhecesscm.
;
17 E elle Ihes disse : Que|
X raticas sdo essas qua,cami-
;
j
nhando, trataes entre vos,
;
a estaes tristes ?
: 18 E, respondendo nm,cujo nome era Cleophas,disse-lhe: So tu es pere-
: grino em Jerusalem, e nao:sabes as coisas que n'ella
' teem succedido n'estes
dias?
I
19 E alia Ihes disse :
j
Quaes ? E elles Ihe dis^
j
seram : As que dizem' respeito a Jesus Nazareno,I que foi varao propbeta,i poderoso em obras e pala-
vras diante de Deus e deItodo o povo
;
' 20 E como OS principaes: dos sacerdotes, e os nossos
j
principss o entregaram a! condemnarao de morte, e ocruelficaram
:
!21 E nos esperavamos que
i
fosse elle o que remisse
!Israel ; mas agora, sobre
I
tudo isso, e ja hoje o ter-
;
ceiro dia desde que essas
coisas aconteceram
:
! 22 Ainda que tambem eos' maravilharam algumas mu-! Iheres d'enti'e nos, as quaesde madrugada foram ao se-
pulchro
;
23 E, nao achando o sencorpo, voltaram, dizendoque tambem tinham vistouma visao de anjos, que di-
zem que elle vive
:
24 E alguns dos que estaocomnoBCo loram ao sepui-
180 S. LUCAS, XXIY.
cliio, e acharam ser assimcomo as muDieres haviamdito; porem a elle nao o
viram. ,
25 E elle Ibes disse:
nescios, e tardos de cora^aopara crer tudo o que os
prophetas disseram
!
26 Poryentura nao con-
vinha que o Christo pade-cesse estas cohas e entrasse
na sua gloria ?
27 E, comecando de Moy-ses, e de tocios os prophe-tas, esplicava-llies cm todas
as Escripturas o que d'elle
estava escripto.
28 E cliegaram a aldeia
para onde iam, e elle fez
como quem ia para maislonge.
29 E elles o con strange-ram, dizendo: Fica com-nosco, porque ja e tarde, e
ja declinou o dia. E entroujDara ficar com elles.
30 E aconteceu que, estan-
do com elles a mesa toman-do o pao, aben96ou, e
partiu-o, e Ih'o deu.
31 Abriram-se-lhes entaoOS olhos, e conheceram, e
elle desappareceu-lhes.
32 E disseram um para ooutro: Porventura nao ar-
dia em nos o nosso coracaoquando, pelo caminho, nosfallava, e quando nos abria
as Escripturas ?
33 E na mesma hora le-
vantando-se, tornaram paraJerusalem, e acbaram con-gregados os onze, e os queestavam com elles.
Si Que diziam: ResuBci-tou Terdadeiramente o Senhor, e jd appareceu a Si-
mao.35 E elles Ihes contaram
o que Ihes acontecera nocariiinho, e como d elles foi
conhecido no partir do pao.
36 E, fallando elles d'estas
coisas, o mesmo Jesus se
apresentou no meio d'elles,
e disse-lhes : Paz seja com-vosco.
37 E elles, espantados eatemorisados,pen&avam queviam algum espirito.
38 E elle Ihes disse : Por-que estaes perturbados, e
porque sobem taes pensa-mentos aos vossos coracoes?
39 Yede as minhas maose os meus pes, que sou eumesmo : apalpae-me e vede
;
pois um espirito nao tern
carne nem ossos, como vedesque eu tenho.
40 E, dizendo isto, mos-trou-lhes as maos e os
pes.
41 E, nao o crendo elles
ainda por causa da alegria,
e maravilhados, disse-lhes
:
Tendes aqui alguma coisa
que comer ?
42 Entao elles apresenta-
ram-lhe parte de um reixe
S. JOlO, I. 181
Gssado, e de um favo demel.
43 que elle tomon, e
comeu diante d'elles.
44 E disse-lhes: JSao estas
as palavras que to3 disse
estando ainda comvosco :
Que convinha que se cum-prisse tudo o que de mimestava escripto na lei deMoyses, e nos prophetas, e
nos psalmos.45 Entao aLriu-lhes o en-
tendimeLto para compre-henderem as Escripturas.
46 E disse-lhes : Assimesta escripto, e assim con-vinha que o Christo pade-cesse, e ao terceiro dia re-
Buscitasse dos mortos
;
47 E em sen nome se pre-gasse o arrtpendimento e
remissao dos peccados, em
Itodns as na^^oes, come^ando
' por Jerasaiem.
i
48 E d'estas coisas sois vosItestemunhas.
I49 E eis que sobre vos
I envio a promessa de meujPae: ficae porem vos nacidade de Jerusalem, ate
i
que do alto sejaes reyestidos
de potencia.
50 E levou-os fora, ate
Bethania; e, levattando as
suas maos, os abencoou.51 E aconteceu que, aben-
^oando-os elle, se apartoud'elles e foi elevado aoceu.
52 E, adorando-o elles,
tornaram com erande ju-bilo para Jerusalem.53 E estavam sempre no
templo, louvando e bemdi-zendo a Deus. Amen.
SANCTO EYAXGELHODE
XOSSO SEXEOK JESUS CHRISTOSEGUXDO S. JOAO.
NCAPITCLO L
JO PEINCIPIO era o
2 Elle estava no principio
com Deus.3 Todas as coisas foram
-L^ Yerbo, e o Verbo es- ' feitas por elle, e sem elle
tava com Deus, e o Yerbo nada, do que foi feito, bq
era Deus.ifez.
182 S. JOAO, I.
4 N'elle estava a vida, e a !
Tida era a luz dos homens:
'
5 E a luz resplandece nastrevas, e as trevas nao a
,
comprehenderam.6 HouYeumliomemenvia-'
do d9 Deus, cujo nome era I
Joao.I
7 Este vein para teste-
;.":nnho,para que testificasse
da luz;
para qus todoscressem por elle. I
S Nao era elle a luz ; maspara que testificasse da luz.
'
9 Este era a luz verda-j
deira, que alumia a todo oj
homem que vein ao mundo.
'
10 Estava no mundo, e o\
mundo foi feito por elle, e'
o mundo nao o conheceu.j
11 Yeiu para o que era
'
seu, e OS sens nao o rece- i
beram. I
12 ]!tlas, a todos quantos
,
o receberam, deu-lhes o
'
poder de serem feitos filhos;
de Deus, a saber, aos queI
creem no seu nome
;
13 Os quaes nao nasceram|
do sangue, nem da vontadeda came, nem da vontade
;
de varao, mas de Deus. |
14 E Verbo se fez carne,
!
e habitou entre nos, a vi-
mos a sua gloria, como a|
gloria do unigenito do Pae,cbeio de graca e de ver-dade.
15 Joao testificon d*elle, e
clamou, dizendo: Este era
aquelle de quern en dizia
:
O que vem depois de mim,e antes de mim, porque eraprimeiro do que en.
16 E todos nos recebemostambem da si;a plenitude,e gra^a por gra^a.
17 Porque a lei foi dadapor Moyses : a gra^a e averdade foi trazida porJesus Christo.
18 Deus nunca foi visto
por alguem. Filho uni-genito, que esta no seio doPae, elle nol-o declaron.
19 E este e o tf:Stemunlio
de Joao, quando os judeosmandaram de Jerusalemsacerdotes e levitas paraquo Ihe perguntassem
:
Qnem es tu ?
20 E confesson, e nao ne-gou; e confesson: En naosou o Christo.
21 E pereuntaram - Ihe :
Poisque? ^stuElias? Edisse: Xao sou. Es tu oPropheta? E respondeu:Nao.22 Disseram - Ihe pois :
Quern es ? para que demosresposta aquelles que nosenviaram; quo dizes de ti
mesmo ?
23 Disse: En sou a vozdo que clama no deserto:
Endireitae o caminho doSenhor, como disse o pro-
pheta Isaias.
2i E os quo tinham sido
S. JOAO, I. 183
enviados eram dos phari- ' pomba, e reponsar sobreseos; elle.
25 E perguntaram-lhe, e 33 E en Eao o conhecia,disseram-lhe : Porque bap- mas o que me mandon atizas pois, se tn nao es o baptizar com agua, esse
Christo, nem Elias nem : me disse : Sobre aquelle
o Propheta ? que vires descer o Espirito,
26 Joao responden - Ihes, ' e repousar sobre eile, esse
dizendo : Eu baptize com e o que baptiza com o Es-agua ; mas no meio de v6s pirito Sancto.
CO- 34 E eu Ti, e tenbo testi-
ficado que este e o Fillio
esta a quem vos naonheceis.
27 Este e aquelle que vem de Deus.apos de mim, o qual ja foi 35 No dia seguinte Joaoantes de mim, do qual eu estava outra yez ali, e doisnao sou digno de desatar dos seus discipulos;
a correia da alparca. 36 E vendo x^or ali andar28 Estas coisas aconte- ' a Jesus, disse : Eis aqui oceram em Bethabara, da Cordeiro de Deus.outra bauda do Jordao,onde Joao estaya bapti-
zando.29 No dia seguinte Joao
37 E OS dois discipulosouviram dizer aquillo, ese^uiram a Je.sus.
3S E Jesus, Yoltando-se,
viu a Jesus que Tinba para e Tcndo-os seguir, disse-
elle, e disse ; Eis aqui o ,Ihes : Que buscaes ? E
Cordeiro de Deus, que tira ' elles Ihe disseram : Piabbi
o peccado do mundo. (que, traduzido, quer dizer
30 Este e aquelle, do qual 2^Iestre), onde moras?eu disse : Apos de mim 39 Elle Ihes disse : Yinde,vem um varao, que ja foi
j
e vede. Eoram, e viramantes de mim : porque j'd
\onde morava, e ficaram com
era primeiro do que eu.
31 E eu nao o conheciamas para que fosse mani-
elle aquelle dia : e era jaquasi a hora decima.40 Era Andre, irmac- de
festado a Israel, por isso Simao Pedro, um dos doisvim en baptizando com I que ouviram aquillo deagua. Joao, e haviam segui-
32 E Joao testificon, di-ido.
zendo ; Eu vi o Espiritoi
41 Este achon primeiro a
descer do ceu como uma ! sen irmiio Simao- e disse-
184 S. JOlO. I, II.
the: Ja achamos o Mes-Bias (que, traduzido, e oChristo).
42 E levon-o a Jesus. E,olhando Jesus para elle,
disse : Tu es Simao, filho
de Jonas ; tu Eeras chama-do Cephas (que quer dizerPedro).
43 No dia seguinte quizJesus ir a Galilea, e achoua Philippe, e disse -Ihe:Segue-me.44 E Philippe era deBethsaida, cidade de Andree de Pedro.
45 Philippe achou Natha-nael, e disse-lhe : Havemosachado aqvMe de quernMoyses escreveu na lei, e
OS prophetas, a saber: Je-sus de Nazareth, filho deJose.
46 E disse-lhe Nathanael
:
Pode Yir alguma coisa boade Nazareth ? Disse - Ihe
Phillipe : Yem, e ve.
47 Jesus viu que Natha-nael Yinha para si, e disse
d'elle : Eis aqui um verda-deiro israelita, em quernnao ha dolo.
48 Disse-lhe Nathanael:D'onde me conheces tu?Jesus respondeu, e disse-
lhe : Antes que Philippe te
chamasse, te vi eu, cstandotu debaixo da figueira.
49 Nathanael respondeu,e disse-lhe : Rabbi, tu es o
Filho de Deus, tu es o Eeid'Israel.
60 Jesus respondeu, e dis-
se-lhe: Porque te disse;
Yi-te debaixo da figueira,
ores ? coims maiores doque estas veras.
51 E disse-lhe: Na ver-
dade, na yerdade, vos digoque d aqui em diante vereis
o ceu aberto, e os anjos deDeus subir e descer sobre oFilho do homem.
CAPITULO II.
EAO terceiro dia, fize-
j ram-se umas bodasem Cana de Galilea : e es-
taya ali a mae de Jesus.
2 E foi tambem conyidadoJesus e OS seus discipulospara as bodas.
3 E, faltando o vinho, amae de Jesus Ihe disse:
Nao teem yinho.
4 Disse-lhe Jesus: Mu-Iher, que tenho eu comtigo ?
ainda nao e chegada aminha hora.
5 Sua mae disse aos ser-
yentes : Fazei tudo qaantoelle yos disser.
6 E estayam ali postasseis talhas de pedra, con-forme a puritica^ao dosjudeos, e em cada umacabiam dois ou tres almu-des.
7 Disse-lhes Jesus: En-
S. JOAO, II. 185
chei d'agna essas tallias.
E encheram-n'as ate aci-
ma.8 E disse - llies : Tirae
agora, e levae ao mestre-sala. E apresentaram-?A'a.
9 E, logo que o mestre-sala provou a agna feita
vinho (nao sabendo d'ondeviera, ee bem que o sabiam08 serventes qne tinhamtirado a agna), chamou omestre-sala ao esposo,
10 E disse-lhe : Todo ohomem poe primeiro o vi-
nho bom, e,'qnando/d teembebido bem, eatao o in-
ferior; mas tu guardasteate agora o bom vinho.
11 jesns fez este principio
de signaes em Cana deGalilea, e manifestou a suagloria ; e os sens discipulos
creram n'elle.
12 Depois d'isto descen aCapernaum, elle, e sua mae,e sens irmaos, e sens disci-
pulos, e ficaram ali naomuitos dias.
13 E estava proxima apaschoa dos judeos, e Jesussubiu a Jerusalem.
14 E achou no templo os
que vendiam bois,e ovelhas,
*) pombos, e os cambiadoresassentados.
15 E, feito um acoite decordeis, lan90U todos fora
do templo, tambem os bois
e ovelhas ; e espalhon o
i
dinheiro dos cambiadores,
I
e derribou as mesas
;
I
16 E disse aos que ven-
I
diam pombos : Tirae d'aquiI estes, e nao facaes da casa
! de men Pae casa de venda.' 17 E OS seus discipulos
lembraram-se de que esta
: escripto : zelo da tua' casa me comeu.
I
18 Eesponderam pois os
judeos, e disseram-lhe : Quesignal nos mostras parafazeres estas coisas f
I
19 Jesus respondeu, e dis-
se-lhes : Derribae este tem-plo, e em tres dias olevantarei.
20 Disseram pois os ju-
deos: Em quarenta e seis
annos foi edificado este
templo, e tu levantarasem tres dias ?
21 Porem elle fallava doj
templo do seu corpo.
j
22 Portanto, quando re-
I
suscitou dos mortos, os
:seus discipulos lembraram-
' se de que Ihes havia dito
j
isto ; e creram na Escri-
I ptura, e na palavra queI Jesus tinha dito.
j
23 E, estando elle emIJerusalem pela paschoa, no
I
dia da festa, muitos, vendoOS signaes que fazia, creram
I no sen nome.24 Mas o mesmo Jesusnao confiava n'elles, porque
, a todos conheeia.
186 s. jolo, II, in.
25 E nao necessitava deque alguem testificasse doliomem, porqne ell9 bemeabia o que havia nohomem.
CAPiTULo in.
EHAYIA entre os phari-
seos um bomem, cba-
mado Kicodemos, princips
dos judeos.
2 Este foi ter de noite
com Jesus, e disse-lbe:
Eabbi, bem sabemos quees Mestre, yiudo de Deus
:
porque ninguem pode fazer
estes sigTiaes que tu fazes,
se Deus nao for com elle.
3 Jesus respondeu, e dis-
se - Ihe : Na verdade, ua\
verdade te digo que aquelle
que nao nascer de novo,nao pode yer o reino deDeus.4 Disse - Ibe Nicodemos :
|
Como pode um bomem|
nascer, sendo velho ? por-
1
Ventura- pode tornar a
entrar no Tentre de suamae, e nascer ?
5 Jesus respondeu: Naverdade, na verdade, te
digo que aquelle que naonascer da agua e do Es-pirito, nao pode entrar noreino de Deus.6 que e nascido da
carne e carne, e o que e
nascido do Espirito e es-
;
pirito.i
7 Kao te maravilhes de te
ter dito: Necessario vos enascer de novo.
8 vento sopra ondequer, e ouves a sua voz;porem nao sabes d'ondevem, nem para onde vae;assim e todo aquelle que enascido do Espirito.
9 Nicodemos respondeu,e disse-lbe: Como se podefazer isto ?
10 Jesus respondeu, e dis-
se-lbe: Tu es mestre deIsrael, e nao sabes isto ?
11 Na verdade, na ver-
dade te digo que fallamoso que sabemos, e testi-
ficamos o que vimos ; e naoacceitaes o nosso teste-
munbo.12 Se vos fallei de coisas
terrestres, e nao crestes,
como crerei??, se vos faliar
das celestiaes ?
13 E ninguem subiu aoceu, senao o que desceu doceu, a saber, o Filho dobomem, que esta no ceu.
14 E, como Moyses levan-
tou a serpente no deserto,
assim importa que o Filbodo bomem seja levantado
;
15 Para que todo aquelle
que n'elle crer nao pere^a,
mas tenba a vida etema.16 Torque Deus amou o
raundo de tal maneira, quedeu o seu Filbo Unigenito,
para que todo aquelle que
s. JOAO, m. 187
n'elle crer nao perega, mastenha a yida eterna.
17 Porque Dens envion o
seu Filho ao mundo, naopara que condemnasse o
mundo, mas para que o
mundo fosse salvo por elle.
18 Quern crer n'elle, naoe condemnado; mas quern
nao ere ja esta condem-nado
;porquanto nao creu
no nome do Unigenito Fi-
lho de Deu>:.
19 E a condemna(;ao e
esta: Que a luz vein aomundo, e os hornens ama-ram mais as trevas do quea luz, porque as suas obras
eram mas.20 Porque todo aquelle
que faz o mal aborrece aluz, e nao vem para a luz,
para que as suas obras naosejam arguidas.
21 Mas quem obra a ver-
dade vem para a luz, afim
de que as suas obras sejammanifestas, porque eao fei-
tas em Leus.22 Depois d'isto foi Jesuscom OS sens discipulos paraa terra da Judea : e estava
ali com elles e baptizava.
23 Ora Joao baptizavatambem em Enon, junto a
Salim, porquanto havia ali
muitas aguas ; e vinhamaJi, e eram baptizados.
24 Porque ainda Joao naotinha sido lan^ado na i^risao.
25 Houve pois uma ques-tao entre os discipulos deJoao, e OS judeos, acerca da
I
purifica^ao.
I
26 E foram ter com Joao,
je disseram - Ihe : Eabbi,
, aquelle que estava comtigoalem do Jordao, do qual tu
;deste testemunho, eis que
' baptiza, e todos vao a elle,
I
27 Joao respondeu, e dis-
j
se : O homem nao pode! receber coisa alguma, se
I
Ihe nao for dada do ceu.
I
28 Vos mesmos me sois
testemunhas de que disse
:
: Eu nao sou o Christo, mas,
sou enviado adianto delle.
I
29 Aquelle que tern a es-
j
posa e o esposo ; mas o
I
amigo do esposo, que Ihe
assiste e o ouve, alegra-se
muito com a voz do esposo.
I
Assim pois.yVi este men gozo;esta cumprido.
I 30 A elle convem crescer,i porem a mim diminuir.
I
31 Aquelle que vem deIcima e sobre todos : aquelle
!que vem da terra e da terra,
' e falla da terra. Aquello
I
que vem do ceu e sobre
j
todos.
I
32 E aquillo que vin e
I
ouviu, isso testitica ; e nin-
j
guem acceita o seu teste-
munho.33 Aquelle que acceitou o
seu testemunho, esse sellou
,
que Deus e verdadeiro.
183 S. JOlO, III, IV.
34 Porqne aquelle queBens enviou falla as paia-
vras de Deus; porque naoIhe da Deus o Espirito pormedida.35 Pae ama o Filho, e
todas as coisas entregounas suas maos.36 Aquelle que ere no
Filho, tern a Tida eterna,
porem aquelle que nao ere
no Filho nao vera a vida
;
mas a ira de Deus sobre
elle permanece.
CAPITULO lY.
EQUANDO Senhorentendeu que os plia-
rissos tinliam ouvido queJesus fazia e baptizavamais discipulos do queJoao,
2 (Ainda que Jesus mes-mo nao baptizava, mas osseus discipulos),
3 Deixou a Judea, e foi
outra vez para a Galilea.
4 E era-lhe necessario
passar por Samaria.5 Foi pois a uma cidade
de Samaria, cliamada Sicar,
junto da herdade que Jacobdeu a seu filho Jose.
6 E estava ali a fonte deJacob ; Jesus, pois, cancadodo caminho, assentou - se
assim junto da fonte. Eraiato quasi a hora sexta.
7 Veiu uma mulher de
Samaria a tirar agua : di»-
se-lhe Jesus: Da-me debeber.
8 Porque os seus disci-
pulos tinham ido a cidadecomprar de comer.9 Disse-lhe pois a mulher
samaritana : Como, sendotu judeo, me pedes debeber a mim, que sou mu-lher samaritana? (porqueOS judeos nao se communi-cam com os samaritanos).10 Jesus respondeu, e
disse-lhe : Se tu conhecerasdom de Deus, e quern e
que te diz: Da-me debeber, tu Ihe pedirias, eelle te daria agua viva.
11 Disse-lhe a mulher
:
Senhor, tu nao tens comque a tirar, e o po^o e fun-do: onde pois tens a aguaviva?12 Es tu maior do que o
nosso pae Jacob, que uosdeu o poQo, e elle mesmod'elle bebeu, e os seus fi-
Ihos, e seu gado ?
13 Jesus respondeu, edisse - Ihe : Qualquer quebeber d'esta agua tornaraa ter sede
;
14 Mas aquelle que beberda agua que eu Ihe dernunca tera sede, porque aagua que eu Ihe der se fara
n'elle fonte d'agua que saito
para a vida eterna.
15 Disse-lhe a mulher:
S. JOAO, IV. 189
Senhor, da-me d'essa agua,|
o adorem em espiiito e empara que Dao mais tenhasede, e nao Tenha aquitiral-a.
16 Disse-lhe Jesus: Yae,chama a teu marido, e
vem ca.
17 A mulher respondeu, e
verdade.25 A mulher disse-lhe:
Eu sei que o Messias (quese chama o Christo) yem
;
quando elle vier, nos an-nunciard todas as coisas.
26 Jesus disse-lhe: Eudisse : Kao tenho marido. sou, o que fallo comtigo.Disse-lhe Jesus : Disseste
bem : Nao tenho marido :
27 E nisto yieram os seu3discipulos, e maravilharam-
18 Porque tiveste cinco se de que fallasse com umainaridos, c o que agora tens
;mulher ; todavia nenhum
nao e teu marido ; isto dis- ' Ike disse : Que perguntas ?
seste com verdade.19 Disse-lhe a mulher:
Senhor, Tejo que es pro-pheta.
20 Xossos paes adoraramn'este monte, e tos dizeis
ou : Que fallas com ella ?
28 Deixou pois a mulherseu cantaro, e foi a
cidade, e disse aquelleshomems:29 Yinde, vede nm homem
que e em Jerusalem o logar,
que me disso tudo quantoonde importa adorar.
21 Disse-lhe Jesus: MnIher, cre-me que a hora vem.
tenho feito : porventura naoe este o Christo ?
30 Sairam pois da cidade,quando nem n'este monte
^
e foram ter com elle.
nem em Jerusalem adora- 1 31 E entretanto os sensreis o Pae.22 Yos adoraes o que nao
Babeis ; nos adoramos o que
discipulos Ihe rogaram,dizendo : Eabbi, come.32 Porem elle Ihes disse
:
sabemos;porque a salva^ao Uma comida tenho para
€ dos judeos.
23 Porem a hora vem.comer, que vos nao sabeis.
33 Entao os discipulosagora e, quando os verda- diziam uns aos outros
:
deiros adoradores adoraraoj
Trouxe-lhe porventui*a al-
o Pae em espirito e em ver-
dade; porque o Pae buscaa tacs que assim o ado-rem.24 Dens e Espirito, e im-
porta que OS que o adoram ( obra.
fcUem de comer ?
31 Jesus dissc-lhes: Aminha comida 6 fazer avontade d'aquelle que meenviou, e cumprir a sua
190 S. JOAO, IV.
35 Nao dizeis tos queainda ha quatro mezes ate
que venha a ceifa ? eis-que
en vos digo: Levantae os
Tossos olhos, e yede as
terras que estao brancaspara a ceifa.
36 E o que ceifa recebe
galardao, e ajunta fructo
para a vida eterna; paraque, assim o que semeia,
como que ceifa, ambosse re,2;ozijem.
37 Porque n'isto e Yerda-deiro o ditado, que um e oque semeia^ e outro o queceifa.
38 En Tos enviei a ceifar
onde vos nao trabalhas-
tes ; outros trabalharam,e vos entrastes no seu tra-
balbo.
39 E muitos dos samari-tanos d'aquelJa cidade cre-
ram n'elle, pela palavra damnlher, que testificou, di-
zendo: Disse-me tudo quan-to tenho feito.
4.0 Indo pois ter com elle
03 samaritanos, rogaram-Ihe que ficasse com elles;
e ficou ali dois dias.
41 E muitos mais creramn'elle, por causa da suapalavra.
42 E diziara a mulher
:
J;'i nao e pelo ten dito quenos cremos; porque nosniesmos o temos ouvido, e
sabemos que este e verda-
I
deiramente o Christo, oj
Salvador do mundo.I
43 E dois dias depoispartiu d'ali, e foi para aGalilea.
44 Porque Jesus mesmotestificou que um prophetanao tern honra na sua pro-pria patria.
45 Chegando pois a Gali-lea, OS galileos o receberam,vistas todas as coisas quefizera em Jerusalem no diada festa; porque tambemelles tinham ido a festa.
46 Segunda vez foi Jesusa Cana de Galilea, onde daagua fizera viubo. E es-
tava ali um regulo, cujofilho estava enfermo emCapernaum.47 Ouvindo este que
Jesus vinba da Judea paraa Galilea, foi ter com elle,
e rogou-lhe que descesse, ecurasse o seu filho, porquejd estava a morte.
48 Eutao Jesus Ibe disse
:
Se nao virdes signaes emilagres, nao crereis.
49 bisse-lhe o regulo*.
Senhor, desce, antes quemeu filho morra.50 Disse-lhe Jesus: Vae,
teu filho vive. E ohomem crcn na palavraque Jesus Ihe disse, e
foi-se.
51 E, descend© elle logo,
sairam-?72e ao encontro os
S. JOAO, IV, V. 191
seus servos, e Ihe annnn- ! oito aiinos, estava enfer-
ciaram, dizendo : teu ! mo.filho vive. 6 Jesus, vendo este dei-
52 Pergnnton-llie pois a i tado, e, sabendo qi;e estava
que hora se achara melhor ; n'este estado havia muito-
e disseram-lhe : Hontem ast
tempo, disse-lhe : Queresset© horas a febre o deixou. i ficar sao ?
53 Entendeu pois o pae 7 enfenno respondeu-que era aquella hora a
iIhe : Senhor, nao tenho
luesma em que Jesus Ihe homem algum que, quandodifese: teu filho vive: e a agua e agitada, me mettacreu elle, e toda a sua casa. '
no tanque : mas, emquanto54 Jesus fez este segundo eu tou, desce outro adiante
signal, quando ia da Judea^
de mim.8 Jesus disse-lhe : Levan-
ta-te, toma a tua cama e
anda.
9 E logo aquelle homemficou sao; e tomou a sua^ festa entre os judeos, e cama, e partiu. E aquelle
para a Galilea.
CAPITULO V.
TvEPOIS d'isto havia uma
Jesus subiu a Jerusalem.2 Ora em Jerusalem ha.
dia era sabbado.10 Depois 03 judeos dis-
proximo a porta das ove- seram aquelle ,que tinha.
ihas, um tanque, chamado sido curado : E sabbado.em hebreo Bethesda, o qualtern cinco alpendres.
3 N'este jazia grandemultidao de enfermos; ce-
gos, mancos e resicados,
esperando o movimento dasaguas.
nao te e licito levar
cama.11 EUe respondeu - Ihes
:
Aquelle que me curou, esse
disse : Toma a tua cama, e
anda.
i
12 Perguntaram-lhe pois
:
4 Porque um anjo descia Quern e o homem que teem certo tempo ao tanque, disse : Toma a tua cama, eo agitava a agua ; e o anda ?
primeiro que ali descia, I 13 E o que fora curadodepois do movimento da nao sabia quern era
;porque
agua, sarava de qualquer, Jesus se havia retirado,
enfermidade que tivesse.| porquanto n'aquelle logar
5 E estava ali ura certo havia grande multidao.homem que, havia trinta e , 14 Depois Jesus encon-
1S2 S. JOAO, V.
trou-o no templo e disse-{
Ihe: Eis que ja estas sao;I
riao peqiies mais, para que '
te nao sncceda algnina
!
coisa peior. I
15 E aquelle homem foi, e
annunciou aos judeos, queJesus era o que o curara. |
16 E por isso os judeos
'
perseguiram a Jesus, e pro-
:
cnrayam matal-o;porque
fazia estas coisas no sab-
1
bade.
17 E Jesus Ihes res-
pondeu : Men Pae obra atej
agora, e en obro iamhem. \
18 Por isso pois os judeos'
ainda mais procuravammatal-o, porque nao so
^
quebrantava o sabbado,
'
mas tambem dizia queDeus era sen proprio Pae,
fazendo-se egual a Deus.19 Mas Jesus respondeu,
e disse-lhes : Na yerdade,na yerdade yos digo que o
j
Filho por si mesmo nao
:
pode fazer coisa alguma, se[
o nao yir fazer ao Pae ;
'
porque tudo quanto elle|
faz, o Filho o faz egnal-j
mente.i
20 Porque o Pae an:a oFilho, e mostra-lhe todasas coisas que faz ; e elle Ihe
mostrara maiores obras doque estas, para que yosmarayilheis.
21 Porque, como o Paeresuscita os mortos, e os
yivifica, assim tambem oFilho viyifica aquelles quequer.
22 Porque tambem o Paea nicguem julga, mas deuao Filho todo o juizo
;
23 Para que todos hon-rem o Filho, como honramo Pae. Quem nao honra oFilho nao honra o Pae queenyiou.
2i Na yerdade, na ver-
dade yos digo que quemouye a minha palavi-a, e
ere n'aquelle que me en-viou, tern a yida eterna, e
nao entrara em condem-nacao, mas passou da mortepara a yida.
25 Em yerdade, em yer-
dade yos digo, que yem ahora, e agora e, em que os
mortos ouyirao a yoz doFilho de Deus, e os que aouyirem yiyerao.
26 Porque, como o Paetem a yida em si mesmo,assim deu tambem ao Filhoter a vida em si mesmo.27 E deu-lhe o poder de
fazer o juizo porque e oFilho do homem.28 Nao yo3 maravilheis
d'isto; porque yem a horaem que todos os quo estao
nos sepulchros ouyirao a
sua yoz.
29 E OS que fizeram ol>em sairao para a resur-
relrao da yida; e os que
S. JOAO, V. 193
fizeram o mal para a re- ' onvistes a sua voz, nemsurreigao
gao.
da condemna- vistes o seu parecer
;
38 E a sua palavra nSo30 Eu nao posso de mim permanece em vos: por-
rnesmo fazer coisa algnma : que, ao que elle euviou,
como 0U90, assim julgo; e n'esse nao credesTos,
o meu juizo e justo, porque 39 Examinae as Escri-
nao busco a minha vontade, pturas;porque tos cuidaes
mas a vontade do Pae que ter n'ellas a vida eterria, e
me enviou. ' sao ellas que de mim31 Se eu testifico de mim testificam.
mesmo, o meu testemunho , 40 E nao quereis vir anao e verdadeiro. 1 mim, para terdes vida.
32 Ha outro que testifica|41 Eu nao recebo a honra
de mim, e sei que o teste-[
dos homens
;
munho que elle da de mim, i 42 ;Mas bem vos conhe^o,
e verdadeiro.
33 Y6s mandastes a Joao, ' amor de Deus.que nao tendes em vos o
e elle deu testemunho daverdade.
43 Eu vim em nome demeu Pae. e nao me ac-
34 Porem nao recebo tes- ceitaes : se outro vier emtemunho de homem : mas seu proprio nome, a esse
digo isto, para que vos , acceitareis.
Balveis.
35 Elle era a44 Como podeis vos crer,
candeia ' recebendo honra uns dosardente e resplandecente ; outros, e nao buscaudo ae vos quizestes alegrar-vos , honra que vem so de Deus ?
por um pouco de tempo I 45 Nao cuideis que eucom a sua luz.
|
vos hei de accusar pare
36 Mas eu t^nho maior ; com o Pae. Ha um quetestemunho do que o de ! vos accusa, e Moyses, emJoao
;porque as obras que quern vos esperaes.
o Pae me deu que cum- 1 46 Porque, se vos cresseis
prisse, as mesmas obras ' em Moyses, crerieis en"
que eu fa<;o, testificam de mim;porque do mim es
mim, que o Pae me en- 1 crejeji elle.
viou.
37 E o Pae,47 Porem, se nao credes
que me|nos sens escriptos, come
enviou, elle mesmo testi-\crereis nas minhas pala-
ficou de mim. V6s nunca 1 vras ?
194
CAPITULO YL"nEPOIS d'isto Jesns par--i-^ tiu para a baucla
d'alem do mar da Gaiilea,
que e de Tiberiades.
2 E vma grande multidaoo seguia; porqiie via os
signaes qne oi>erava sobre
OS enfermos.3 E Jesus subin ao monte,
e asFentoTi-se ali com os
'
sens discipnlos. I
4 E a paschoa, a festa dos|
jndeos, estava proxima. i
5 Entao Jesiis, leyantando i
08 olhos, e vendo que uma\
grande multidao vinha a i
elle, disse a Philippe
:
pa3,D'onde compraremospara estes comerem ?
6 Mas dizia isto para o
experimentar;porque elle
bem sabia o qne havia delazer.
7 Philippe responden-lhe:
Duzentos dinheiros de paonao Ihes bastarao, para quecada nm d'eiles
ponco.8 E nm dos sens discipn-
los, Andre, irmao de SimaoPedro, disse-lhe
:
9 Esta aqui nm rapaz qnetern cinco paes de cevadae dois peixinhos : mas quee isto para tantos ?
10 E disse Jesus: Fazeiassentar os homens. Ehavia mnita herva n'aqnel-
S. JOAO, YL
I
le logar. Assentaram - se
ipois OS homens em numero
i quasi de cinco mil.' 11 E Jesus tomon os paese, havendo dado gramas,
: repartiu-os pelos discipn-
los, e OS discipnlos pelos
: que estavam assentados; e
! egualmente tambem dos
I
peixes, quanto queriam.
I
12 E quando jd estavam' saciados, disse aos sens
I
discipnlos : Recolhei os
Ipedagos qne sobejaram,
I para que nada se perca.
i 13 Recolheram-n'os pois,
I
e encheram doze cestos depeda^os dos cinco pties decevada, que sobejuram aosqne haviam comido.14 Vendo pois aqnelles
homens o signal que Jesnstinha feito, diziam : Este everdadeiramente o prophe-ta qne devia vir ao mundo.15 Sabendo pois Jesus
qne haviam de vir, a arre-^
batal-o, para o fazerem rei,
tome um ! tornon a retirar-se, elle bo,
para o monte.16 E, quando vein a
tarde, os sens discipnlos
desceram para o mar.17 E, entrando no barco,
passaram da ontra bandado mar para Capernaum, e
era ja escuro, e ainda Jesnsnao tinha chegado ao ped'eiles.
18 E mar se levantoiu
S. JOlO, YI.
porqnanto nm grande ven-to soprava.
19 E, tendo navegado unsvinte e cinco ou trinta es-
tadios, viram a Jesus, an-dando Bobre o mar e che-gando ao barco; e temeram.20 Porem elle ihes disse :
Sou eu, nao temaes.21 Entao elles de boa-
195
26 Jesus respondeu-lhes,e disse: Ka yerdade, naverdade yo3 digo que mebuscaes, nao polos signaesque vistes, mas porquecomestes do pao, e yossaciastes.
27 Trabalhae, cao pela
comida que perece, maspela comida que perma-
mente o receberam no|
nece para a vida eterna, abarco; e logo o barco che-
j
qual o Filho do homem vosgou a terra para onde ' dara
;porque a este sellou
iam. o Pae, Deus.22 No dia eeguinte, vendo 28 Disseram - Ibe pois
:
a multidao, que estava daj
Quo faremos, para obrar-
outra banda do mar, que mos as obras de Deus ?
nao havia ali mais do queum barquinho, em que ti-
nham entrado os seus dis-
cipulos e que Jesus naoentrara com seus discipulos
n'aquelle barquinho, masque OS seus discipulos ti-
nham ido sos
23 (Ainda que outros bar-
quinhos vieram de Tibe-riades, perto do logar ondecomeram o pao, havendo o
Senhor dado gra(;as),
24 Vendo pois a multidaoque Jesus nao estava ali
nem os seus discipulos,
entraram elles tambem nosbarcos, e foram a Caper-naum, em busca de Jesus.
25 E, achando-o na outrabanda do mar, disseram-Ihe: Ptabbi, quando che-
gaste aqui ?
29 Jesus respondeu, e dis-
se-lhes: A obra de I)eus e
esta : Que creiaes n'aquelle
que elle enviou.
80 Disseram - Ihe pois :
Que signal pois fazes tu,
para que o vejamos, ecreiamos em ti ? Qae obrastu?31 Nossos paes comerammanna no deserto, como
esta escripto: Deu-lhes acomer o pao do ceu.
32 Disse-lhes poLs Jesus:Na verdade, na verdade vosdigo : MoYSes nao vos deno pao do ceu: mas meuPae vos da o verdadeiropao do ceu.
33 Porque o pSLo de Deuse aquelle que desce do ceu,
e que da vida ao mundo.34 Disseram - Ihe pois
:
196 S. JOAO, YLSenhor, da-nos sempre d'es-
ee pao.
35 E Jesns Ihes disse : Ensou o pao da vida ; aqnelle
qne Yem a mim nao tera
fome, e quern ere em mimnunca tera sede.
36 Mas jd vos disse quetambem y6s me vistes, e
nao credes.
37 Tudo que o Paeme da vira a mim ; e oque yem a mim de ma-neira nenhuma o langarei
fora.
38 Porque eu desci doceu, nao para fazer a mi-nha vontade, mas a vontaded'aquelle que me enviou.
39 E a vontade do Paeque me enviou e esta : quede tudo quanto me deunada perca, mas que oresuscite no ultimo dia.
40 E a vontade d'aquelle
que me enviou e esta : quetodo aqnelle que ve o Filho,
e ere n'Elle, tenha a vidaetema : e eu o resuscitarei
no ultimo dia.
41 Murmuravam pois
d'elle OS judeos, porquedissera : Eu sou o pao quedesceu do ceu.
42 E diziam: Nao e este
Jesus, filho de Jose, cujopae e m3o nos conhecemos ?
Como pois diz elle : Descido ceu ?
43 Eespondeu pois Jesns,
6 disse-lhes: Nao mnrmu-reis entre vos.
44 Ninguem pode vir amim, se o Pae que meenviou o nao trouxer : e euo resuscitarei no ultimodia.
45 Esta escripto nos pro-phetas : E serao todoaensinados por Deus. Assimque todo aquelle que doPae ouviu e aprendeu vema mim.46 Nao que alguem visse
ao Pae, senao aquelle que e
de Deus : este tern visto aoPae.
47 Na verdade, na ver-
dade vos digo que aquelle
que ere em mim tern a vidaetema.48 Eu sou pao da vida.
49 Yossos paes comerammanna no deserto, e mor-
reram.50 Este e o pao que desce
do eeu, para que o qued'elle comer nao morra.51 Eu sou o pao \'ivo que
desceu do ceu; se alguemcomer d'este pao, viveia
para sempre : e o pao queeu der e a minha carne, aqual eu darei pela vida domundo.52 Contendiam pois oa
judeos entre si, dizendo-
Como nos pode dar este asua came a comer ?
53 Jesus pois Ihes disse:
S. JOAO, YL 197
Na verdade, na verdado vos I d'isto, disse-lhes ; Isto es-
digo que, se nao comerdesa came do Filho d) homem,e ndo beberdes o seu sangue,nao terreis Tida em tosmesmos.54 Quern come a minhacame e bebe o meu sanguet€m a vida eteraa, e eu o
resuscitarei no ultimo dia.
55 Porque a minha cameverdadeiramente e comida,6 o meu sangue Terdadeira-mente e bebida
:
56 Quern come a minbacame e bebe o meu sangueperaianece em mim e eun'elle.
57 Como Pae, que vive,
me enviou, e eu yivo pelo
Pae, assim, quern me comea mim, tambem vivera por
j
mim.58 Este e o pao que
!
desceu do ceu : nao como
'
vossos paes, que comeramo manna, e morreram;quem comer este pao vive-
ra para eempre.69 Elle disse estas coisas
pois,
Filhose
do
candaliza-vos ?
C2 Que seria,
visseis subir ohomem para onde primeiroestava ?
63 espirito e o que vivi-
fica, a came para nadaaproveita ; as palavras queeu vos digo sao espirito evida.
64 Mas ha algnns de vosque nao creem. Porquebem sabia Jesus, desde oprincipio, quem eram osque nao criam, e quem era
que o havia de entregar.
65 E dizia: Por isso euvos tenho dito que ninguempode vir a mim, se por meuPae Ihe nao for concedido.
66 Desde en!ao muitoados seus discipulos torna-
ram para traz, e ja naoandavam com elle.
67 Entao disse Jesus aog
doze : Quereis vos tambemretirar-vos ?
68 Piespondeu - Ihe pois
Simao Pedro : Senhor, parana synagoga, ensinando em 1 quem iremos nos ? Tu tens
Capernaum.60 Muitos pois dos sens
discipulos, onvindo isto,
disseram: Dura e esta
palavra; quem a podeouvir?61 Sabendo pois Jesusem si mesmo que os seus
discipulos murmuravam
as palavras da vida eterna.
69 E nos temos crido econhecido que tu es oChristo, o Filho de Deus.70 Kespondeu-lhe Jesus:Nao escolhi a vos doze ? eum de vos e diabo.
71 E isto dizia elle deJudas Iscariotes, Jilho de
I 2
198 S. JOAO, VI, YU.
Simao: porqne este o haviade entregar, sendo um dos
doze.
CAPITULO YII.
EDEPOIS d'isto Jesus
andava pela Galilea, e
jd nao qneria andar pela
Judea, porquanto os judeosprocuravam matal-o.
2 E estava proxima a festa
dos judeos, a dos taberna-
culos.
3 Disseram-lhe pois seus
irmaos: Sae d'aqui, e vae-
te para a Judea, para quetambem os teus dlscipuios
vejam as obras que fazes.
4 Porque uinguem, queprccura ser conhecido, faz
ooisa alguma em occulto.
Se fazes estas coisas, mani-festa-te ao mundo.5 Porque nem ainda seus
irmaos criam n'elle.
6 Disse-lhes pois Jesus:
Ainda nao e cbegado o
meu tempo, mas o vosso
tempo sempre esta prestes.
7 mundo nao vos podeaborrecer, mas elle me abor-
rece a mim, porquantod'elle testifico que as suas
obras sao mas.8 Subi Yos a esta festa
:
eu nao subo ainda a esta
festa; porque ainda o meutempo nao esta cnmprido.9 E, havendo-lhes dito
estas ccisa8,^cou em Galilea.
10 Mas, tendo seus irmaosjd subido a festa, entaosubiu elle tambem, naomanifestamente, mas comeem occulto.
11 Ora os judeos busca-vam-n'o na festa, e diziam
:
Onde esta elle ?
12 E havia grande mur-muragao entre a multidaoa respeito d'elle. Diziamalguns: Elle e bom. Eoutros diziam: Nao, antesengana o povo.13 Todavia ninguem falla-
va d'elle abertamente, pormedo dos judeos.
14 Porem, no meio dafesta, subiu Jesus ao templo,e ensinava.
15 E OS judeos maravilha-vam-se, dizendo: Comosabe este lettras, nao as
tendo aprendido ?
16 Jesus Ihes respondeu,edisse: A minha doutrinanao e minha, mas d'aquelle
que me enviou.
17 Se algnem quizer fazer
a sua voutade, da mesmadoutrina conhecera se e deDeus, ou se eu fallo demim mesmo.18 Quem falla de si mesmo
busca a sua propria gloria,
mas que busca a gloria
d'aquelle que o enviou esse
e verdadeiro, e nao han'elle injusti^a.
19 Nao Tos deu Moysls a
S. JOAO. YH. 199
lei, e nenlniin de tos obser- ' sabeis d'onde son, e en Daova a lei ? Porque procuraes
j
vim por mim mesmo, masmatar-me ?
20 A multidao responden,e disse: Tens demonio;qnem procnra matar-te ?
21 Eesponden Jesus, edisse-lhes: Fiz uma obra,
e todos vos maraTilhaes.
aqnelle que me enviouverdadeiro, o qual vos Daoconheceis.
29 Porem en conhe(;o-o,
porque d'elle sou, e elie meenviou.
30 Procnravam pois pren-22 Por isso Moyses den- 1 del-o, mas ninguera lancon
vos a circumcisao (naoporque fosse de Moyr>es,
mas dos paes), e no sabba-do circumcidaes o homem.23 So o homem recebe a
circumcisa-o no sabbado.
mao d'elle, porque aindanao era chegada a sua bora.31 E muitos da multidaocreram n'elle, e diziam
;
Quando o Christo vier, faraainda mais signaes do que
para que a lei de Moyses i os que este tem feito ?
nao seja qnebrantada, indi- 1 32 Os phariseos ouviramgnaes-vos contra mim, ]X)r- 1 que a multidao murmuravaque no sabl^ado curei
todo ura homem ?
deI
d'elle estas coisas ; e osi phariseos e os principaes
tM Nao julgueis seg^nndo|dos sacerdotes mandaram
a apparencia, mas julgae ' servidores a prendel-o.segundo a recta justi9a. 53 Disse-lhes pois Jesus25 Entao alguns dos de
j
Ainda um pouco de tempoJerusalem, diziam : Nao ! eston comvosco, e vou para
procuramj
aquelle que me enviou.
I 34 Vos me buscareis, ee aonde
e este o quematar ?
26 E eil-o ahi esta fallan-|
nao me achareis
do Hvremente, e nada Ihei eu estou vos nao podeis
dizem: porventura sabemverdadeiramente os princi-
pes que este e o Christo ?
27 Mas bem sabemosd'onde este e
;porem, quan-
do vier o Christo, ninguemeabera d'onde elle e.
28 Clamava pois Jesus notemple, ensinando, e dizen-
do : Tos conheceis-me, e
ir.
35 Disseram pois os ju«
deos uns para os outrosPara ondo ira este que onao acharemos ? Ira por-
ventura para os dispersesentre os gregos, e ensinarOS gregos ?
36 Que palavra 6 eeta quedisse : Buscar-me-heis, e
200 S. JOAO, YJl, Till.
uao me achareis : e, Aondeen estou vos nao podeis ir?
37 E, no ultimo dia, o
prande dia da festa, Jesuspoz-se em pe, e clamou,dizendo: So alguem tern
sede, venlia a mim, e beba.
38 Quem ere em mim,como diz a Escriptura, rios
d'agua viva manarao doeeu ventre.
39 E isto disse elle doEspirito que haviam dereceber os que n'elle cres-
sem; porque o Espirito
Sancto ainda nao fora dado,
7>orque ainda Jesus naotinha sido glorificado.
40 Entao muitos da multi-
dao, ouvindo esta palavra,
diziam ; Yerdadeiramenteeste e o PropTieta.
41 Outros diziam : Este e
o Cliristo ; mas diziam on-
tros : Yem pois o Christo daGalilea?
42 Kao diz a Escriptura
que o Christo vem da des-
cendencia de David, e deBethlehem, da aldeia d'onde
era David ?
43 Assim que havia dis-
pencao na multidao porcausa d'elle.
44 E alguns d'elles que-riam prendel-o, mas nin-
guem langou mao delle.
45 E OS servidores foramtcr com OS principaes dosBacerdotes e phariseos; ei
elles Ihes disseram : Porquenao trouxestes ?
46 Eesponderam os servi-
dores: Nunca homem al-
gum fallou assim como este
homem.47 Besponderam-lhes pois
OS phariseos : Tambem vosfostes enganados ?
48 Creu n'elle porventuraalgum dos principaes oudos phariseos ?
49 Mas esta multidao, quenao sabe a lei, maldita e.
60 Nicodemos (que era
um d'e]le!5, e que de noite
viera ter com Jesus) disse-
Ihes:
51 Porventura condemnaa nossa lei um homem semprimeiro o ouvir, e ter co-
nhecimento do que faz ?
52 Eesponleram elles, e
disseram-lhe : Tu es tam-bem da Galilea ? Examina,e veras que da Galilea ne-
nhum propheta surgiu.
53 E cada um foi parasua casa.
CAPITULO Yin.
POEE^I Jesus foi para o
monte das Oliveiras
;
2 E pela manha cedo tor-
nou para o templo, e todo
povo vinha ter com elle,
e, assentando-se, os ensi-
nava.
3 E OS escribaq e phari-
S. JOAO, YIII. 201
geos trouxeram-lbe nmamulher apanhada em adul-
terio
;
4 E, pondo-a no meio,disseram-lhe : Mestre, esta
mulher foi apanhada, noproprio acto, adulterando.
5 E na lei nos mandonMoyses que as taes sejamapedrejadas: Tu pois quedizes?6 Isto diziam elles, ten-
tando-o, para que tivessemde que o accusar. MasJesus, inclinando-se, escre-
via com o dedo na terra.
7 E, como perseverassempergimtando - Ihe, endirei-
tou-se, e disse-lhes : Aquelleque d'entre vos esta sempeccado seja o primeiroque atire pedra contra ella.
8 E, tornando a inclinar-
se, escreveu na terra.
9 Porem, ouyindo elles
isto, e redarguidos pelaconsciencia, Rairam um aum, comecjando pelos maisveihoa ate aos ultimos;Jesus ficou so, e a mulher,que estava no meio.
10 E, endireitando-se Je-
sus, e nao vendo a ninguemmais do que a mulher, dis-
se-lhe: Mulher, onde estao
aquellea tens accusadores?Ninguem te condemnou ?
11 E ella disse : Ninguem,Senhor. E disse-lhe Jesus :
Nem en tambem te c jndem-
! no : vae-te, e nao peques!mais.
12 Fallou-lhes pois Jesusoutra vez, dizendo : Eusou a luz do mundo
;quern
me segue nao andara emtrevas, mas tera a luz davida.
13 Disseram-lhe pois osphariseos : Tu testificas doti mesmo: o teu tcstemu-nho nao e verdadeiro.
14 Eespondeu Jesus, edisse-lhes: Ainda que entestifico de mim mesmo, omen testemunho e yerda-deiro, porque sei d'ondevim, e para onde von
;
porem vos nao sabeis
d'onde venho, nem paraonde vou.
15 Yos julgaes segnndo acame, eu a ninguem julgo.
16 E, se eu tambem julgo,
men juizo e verdadeiro,porque nao sou eu so, maseu e Pae que me enviou.
17 E tambem na vossa lei
esta escripto que o teste-
munho de dois homens everdadeiro.
18 Eu sou quem testifico
de mim mesmo, e de mdmtestifica tambem o Pae queme enviou.19 Disseram - Ihe pois
:
Onde esta teu Pae ? Jesusrespondeu: Nem me co-
nheceis a mim, nem a menPae: se vos me conheces-
202
seia a mim, tambem co-
D!iecerieis a meu Pae.
20 Estas palavras fallen
Jesus no logar do thesouro,
ensinando no templo, e
ninguem o prendeu, porqneiiinda nao era chegada aBua hora.
21 Disse-lhes pois Jesnsoutra vez : Eu retiro-me, e
buscar-me-heis, e morrereis
no vosso peccado. Paraonde en von nao podeis vosvir.
22 Diziam pois os judeos
:
Porventura ha de matar-sea si mesmo, pois diz : Paraonde en von nao podeis yosvir?
23 E dizia-lhes : Yos sois
de baixo, en son de cima
;
vos sois d'este mnndo, ennao son d'este mnndo.24 Por isso vos disse qne
morrereis em vossos pecca
s. jolo, Yin.
28 Disse-lhes pois Jesns:Qnando levantardes o Fi-Iho do homem, entao conhe-cereis qnem en son, e que
nada fago por mim mesmo
;
mas digo isto como o Paem'o ensinon.
29 E aqnelle qne meenvion esta comigo : o Paenao me tern deixado so,
porqne en fago sempre oqne Ihe agrada.30 Fallando elle estas
coisas, mnitos creram n'elle.
31 Jesns dizia pois aosjndeos qne criam n'elle : Sevos permanecerdes na mi-nha palavra, verdadeira-mente sois mens discipnlos;
32 E conhecereis a ver-dade, e a verdade yoslibertara.
33 Kesponderam-lhe : So-mos descendencia de Abra-hao, e nnnca servimos a
dos, porqne, se nao crerdes ningnem ; como dizes tn
:
Sereis livres ?
34 Eesponden-lhes Jesns
:
Em verdade, em verdadevos digo qne todo aqnelleqne commette peccado eservo do peccado.35 Ora o servo nao fica
para sempre em casa: o
qnem en son, morrereis emvossos peccados.
25 Disseram - Ihe pois
:
Qnem es tn? Jesns Ihes
disse : que tambem ja
desde o principio vos digo.
26 Mnitas coisas tenhoqne dizer e jnlgar de vos,
mas aqnelle qne me envionIFilho fica para sempre.
e verdadeiro, e en o qued'elle tenho onvido isso
fallo ao mnndo.27 Mas nao entenderam
que elle Ihes fallava do Pae.
36 Se pois o Filho voslibertar, verdadeiramentesereis livres.
37 Bem sei qne sois des-cendencia de Abrahao
;
S. JOAO, Yin. 203
comtudo, procuraes matar-me, porque a minha palavranao cabe em vos.
88 Ea falio o qne vi
junto de men Pae, e tos
verdade n'elle;qnando falla
mentira, falla do que Ihe eproprio, porque ementiroso,e pae da mentira.45 Mas, porque vos digo a
tazeis o que tambem vistes Terdade, nao me credes.
junto de tosso pae. 46 Quern d'entre vos me39 Eesponderam, e disse-
' convence de p-iccado ? E,ram-lhe : Nosso pae e Abra- se digo a verdade, porquehao. Jesus disse-lhes : Se . nao credes ?
fosseis filhos de Abrabao,farieis as obras de Abrabao.40 Porem agora procuraes
matar-me, a mim, um ho-
mem que vos tem fallado
47 Quem e de Dens escn-ta as palavras de Dens
;por
isso vos nao as escutaes,
porque nao sois de Dens.48 Eesponderam pois os
a verdade que de Deus te- judeos, e disseram-lbe : Xaonho Guvido ; Abraiiao nao dizemos nos bem que esfez isto.
41 Yos fazeis as obras de demonio ?
samantano, e que tens
vosso pae. Disseram-lhepois : Nos nao somos nasci-
49 Jesus responden: Eunao tenho demonio, antes
dos da fomicagao ; temos honro a meu Pae, e vos meum Pae, que e Deus.42 Dis5e-lhes pois Jesus :
Se Deus fosse o vosso Pae,certamente me amarieis,
pois que eu sahi, e vim deDeus; porque nao vim de dade vos digomim mesmo, mas elle me alguem guardarenvion.
deshonrae?:.
50 Eu nao busco a minhagloria ; ha quem a busqne,e julgue.
51 Em verdade, em ver-
que, S8
, minhapalavra, nunca vera a
43 Porque nao entendeis[morte.
a minha linguagem? porqueI 62 Disseram-lhe pois os
nao podeis ouvir a minha judeos: Agora conhecemospalavra. que tens demonio : morreu44 Yos tendes por pae aOi Abrahao, e os prophetas; e
diabo, e quereis fazer os tu dizes : Se alguem guar-desejos de vos.so pae: elle dar a minha palavra, nuncafoi homicida desde o princi-
,
gostara a morte.pio, e nao • permaneceu naverdade, porque nao ha
53 E's tu maior do que onosso pae Abrahao, que
204 S. JOAO,
DQorren? o os proplietas
morreram : quern te fazes ati mesmo ?
54 Jesus respondeu: Seeu me glorifico a mim mes-mo, a minha gloria e nada
;
quern me glorifica e meuPae, o qual dizeis que e
vosso Deus.55 E vos nao o conlieceis,
mas eu conhego-o : e, se
disser que o nao conhego,serei mentiroso como vos;mas conliego-o, e guardo asua palavra.
56 Abrahao, vosso pae,
exultou por ver o meu dia,
e viu-o e alegrou-se.
57 Disseram-lhe pois os
judeos: Ainda nao tenscincoenta annos, e viste aAbrabao ?
58 Disse-lbes Jesus: Emverdade, em verdade vosdigo que antes que Abra-bao fosse feito eu sou.
59 Entao pegaram empedras para Ihe atirar;
porem Jesus occultou-se, esaiu do tempi 0, atraves-sando pelo meio d'elles, eassim se retirou.
CAPITULO IX.
PASSANDO Jesus, viu
J um homem cego denascen9a.
2 E OS seus discipulosIhe perguntaram, dizendo:
E
VIII, IX.
Eabbi, quern peccon, este
ou seus paes, para quenascesse cego ?
3 Jesus respondeu : Nemelle peccou nem seus paes;mas para que se mani-festem n'elle as obras deDeus.4 Convem que eu faga as
obras d'aquelle que meenviou, emquanto e dia ; anoite vem, quando ninguempode trabalhar.
5 Emquanto estou nomundo, sou a luz domundo.6 Tendo dito isto, cuspiu
na terra, e com o cuspo fez
lodo, e untou com o lodoOS olhos do cego.
7 E disse-lhe : Yae, lava-
te no tanque de Siloe (quesignifica Enviado). Foipois, e lavou-se, e voltouvendo.
8 Entao os visinhos, eaquelles que d'antes tinhamvisto que era cego, diziam
:
Nao e este aquelle queestava assentado, e mendi-gava ?
9 Uns diziam : E este. Eoutros : Parece-se com elle.
Elle dizia : Eu sou.
10 Diziam-lbe pois : Comose te abriram osolbos?11 Elle respondeu, edisse:bomem, cbamado Jesus,
fez lodo, e untou-me osolbos, e disse-me: Vae ao
S. JOAO, IX. 205
tanqne de Siloe, e lava-te.
E fui, e lavei-me, e vi.
12 Disseram - Ihe pois
:
Onde esta elle ? Elle disse :
Nao sei.
13 Levaram pois aos pliari-
mos que este e nosso filho,
e qne nasceu cego
;
21 Mas como agora ve,
nao sabemos ; ou quern Ihe
tenha aberto os olhos, naosabemos ; tern edade, per-
seos que d'antes era cego.\
guntae-lh'o a elle mesmo
;
14 E era sabbado, quando|
e elle fallara por si mesmo.Jesus fez o lodo e Ihe abriuOS olhos,
15 Tornaram pois tambem i judeos.
OS phariseos a perguntar- : judeosIhe como vira, e elle Ihes
22 Sens paes disseramisto, porque temiam aos
Porquanto ja os
tinham resolyido
que, se alguem confessasse
disse : Poz-me lodo sobre ser elle o Christo, fosse
OS olhos, lavei-me e vejo.
16 Por isso alguns dosexpulso da synagoga.23 Por isso e que seus
mo.
phariseos diziam : Este ' paes disseram : Tem edade,
homem nao e de Deus
;
' perguntae-lh'o a elle mes-pois nao guarda o sabbado.Diziam outros : Como podeum homem peccador fazer
taes signaes '/ E havia dis-
Bensao entre elles.
17 Tornaram pois a dizer
ao cego : Tu que dizes e peccador.
d'aquelle que te abriu os
olhos? E elle disse: Quee propheta.
18 Os judeos pois naocreram que elle tivesse sidocego, e que agora visse, em-quanto nao chamaram os
paes do que agora via.
19 E perguntaram-lhes,dizendo: E' este o yossofilho, que vos dizeis ter
nascido cego? Como pois
ve agora ?
20 Sens paes Ihes respon-deram, e disseram: Sabe-
24 Chamaram pois segun-da vez o homem que tinhasido cego, e disseram-lhe
:
Da gloria a Deus; nossabemos que esse homem
25 Eesponden elle pois, edisse: Se e peccador, naosei: uma coisa sei, que,
havendo eu sido cego, agoravejo.
26 E tornaram a dizer-lhe
:
Que te fez elle? Como te
abriu os olhos ?
27 Piespondeu - Ihes : Javol-o disse, e nao ouvistes :
para que quereis tornar aouvir? Quereis vos por-
ventura fazer-vos tambemseus discipulos?
28 Entao o injuriaram, e
206 S. JOAOdisseram : Discipulo d'elle
Gejas tu : nos porem somosdiscipulos de Moyses.29 Nos bem sabemos qneDeus falloTi a Moyses, maseste Dao sabemos d'onde e.
30 homem respondeu, e
disse-lbes : n'isto pois hacoisa maravilhosa, que tosnao saibaes d'onde elle e, e
me abrisse os olhos
;
31 Ora nos Babemos qneDeus nao ouve a pecca-dores; mas ee alguem etemente a Deus, e faz
a sua vontade, a esseouve.
32 Desde todos os seculosnunca se ouviu que alguemabrisse os olhos a um quenasceu cego.
33 Se este nao fosse deDeus, nada poderia fazer.
34 Eesponderam elles, edisseram-lhe : Tu es nasci-
do todo em paccados, e nosensinas a nos ? E expulsa-ram-n'o.
35 Jesus ouvin que o ti-
nham expulsado, e encon-trando-o, disse-lhe : Crestu no Filho de Deus ?
36 Elle respondeu, e dis-
66 : Quern e elle, iScnhor,
para que n'elle creia ?
37 E Jesus Ihe disse : Tuja tens visto e e aquelle
que falla comtigo.38 Elle disse: Creio, Se-
nhor. E o adorou.
, IX, X.
39 E disse-lhe Jesus : Euyim a este mundo parajuizo, a fim de que os quenao veem vejam, e os queveem sejam cegos.
4.0 Aquelles dos phariseos,que estavam com elle,
ouvindo isto, disseram-ihe
:
Tambem nos somos cegos ?
41 Disse-lhes Jesus: Sefosseis cegos, nao terieis
peccado; mas agora dizeis:Yemos; por isso o vossopeccado permanece.
CAPITULO X.
NA YEEDADE, na ver-dade vos digo que
aquelle que nao entrapela porta no curral dasovelhas, mas sobe poroutra parte, e ladrao esalteador.
2 Mas aquelle que entrapela porta, © o pastor dasovelhas.
3 A este o porteiro abre,
e as ovelhas ouvem a suavoz, e chama pelo nome asBuas ovelhas, e as traz parafora.
4 E, quando tira parafora as suas ovelhas, vaeadiante d'ellas, e as ovelhasseguem, porque conhecem
a sua voz
;
5 Mas de modo nenhumseguirao o estranho, antesfugirao d'elle, porque nao
S. JOAO, X. 207
fionhecem a yoz dos es-
tranhoe.
6 Jesiis disse-lhes esta
parabolaentenderam o que era queihes dizia.
7 Tornou pois Jesus adizer-lhes: Em verdade yosdigo que eu sou a portadas ovellias.
8 Todos quantos vieramantes de mim sao iadrCIes e
salteadores; mas as ove-
ihas Eao OS ouvii-am.
9 Eu sou a porta ; se al-
guem entiar por mim,sa]var-se-ha, e entrara, e
saira, e achara pasto.
10 O ladrao uao vemsenao a roubar, a matar, e
destruir : eu vim para queteubam vida, e a tenhamcom abundancia.11 Eu sou o bom Pastor :
o bom Pastor da a sua vidapelas ovelhas.
12 Maa o mercenario, e oque nao e pastor, de quemnao sao proprias as ovelhas,ve vir o lobo, e deiia as
ovelhas e foge; e o lobo asarrebata e dispersa.
13 Ora o mercenario foge,
porque e mercenario, e naotem cuidado das ovelhas.
14 Eu sou o bom Pastor,e conhe<^ as minhas, e dasmi rib as sou conhecido.15 Assim como o Pae me
conhego ao Pae, e ponho aminha vida pelas ovelhas.
16 Ainda tenho outras
porem elles naoi ovelhas que nao sao d'este
I
curral ; tambem me convem.
j
trazer estas, e elks ouviraoa minha voz, e havera urnrebanho c um Pastor.
17 Por isso o Pae me ami,porque ponho a minhavida para tomar a tomal-a.
18 NiDguem m'a tira demim, mas eu de mim mes-mo a ponho; tenho poderpara a por, e poder paratornar a tomal-a. Estemandamento recebi de meuPae.
19 Tornou pois a haverdivisao entre os judeos porcausa d'estas palavras.
20 E muitos d'elles di-
ziam : Tem demonio, e
esta fora de si: porque oouvis ?
21 Diziam outros: Estaspalavras cao sao de ende-moninhado; pode porven-tura um demonio abrir osolhos aos cegos ?
22 E em Jerusalem era aftsta da dedicafuo, e erainverno.
23 E Jesus andava pas-seando no tempio, no al-
pendre de Salumaj.24 Rodearam-n'o pois os
judeos, e disseram-llie: Atequando terds a nossa alma
conhece a mdm, tambem euisuspensa ? Se tu ea o
208 S. JOAO, X, XI.
Christo, dize-nol-o aberta-
mente.25 Eesponden-lhes Jesus
:
Ja Tol-o tenho dito, e nao o
credes. As obras que eufa^o, em nome de meu Pae,
essas testificam de mim.26 Mas Yos nao credes,
porque nao sois das minhasovelhas, como jd yo1-o te-
nho dito.
27 As minhas OYelhas,
ouvem a minha yoz, e enconhego-as, e ellas mesegnem
;
28 E don-lhes a vidaeterna, e nunca perecerao,
e ningiiem as arrebatara daminha mao.29 Meu Pae, que m*as
deu, e maior do que todos
;
e ninguem pode arrebatal-
as da mao do meu Pae.
30 Eu 6 o Pae somosum.31 Os judeos pegaram
entao outra Yez em pedraspara o apedrejar.
32 Eespondeu-lhes Jesus
:
Tenho-YOS mosti'ado muitasobras boas de meu Pae
;por
qual d'estas obras me ape-
drejaes ?
33 Os judeos responde-
ram, dizendo-lhe : Nao te
apedrejamos por obra boa,
mas pela blasphemia; por-
que, sendo tu homem, te
fazes Deus a ti mesmo.34 Respondeu-lhes Jesus
:
Nao esta escripto na Yossalei : Eu disse : Sois deuses ?
35 Pois se a lei chamoudeuses aquelles a quem apalaYra de Deus foi diri-
gida (e a Escriptura naopode ser quebrantada),36 A miin, a quem o Pao
sanctificou, e enviou aomundo, yos dizeis: Blas-
phemas;porque disse : Soa
FilhodeDeus?37 Se nao fa^o as obras
de meu Pae, nao me acre-
diteis.
38 Porem se as fa90, e menao credes a mim, crede as
obras; para que conhe^aese acrediteis que o Pae esta
em mim e eu n'elle.
39 ProcuraYam pois pren-
del-o outra vez, mas elle
escapou-se de suas maos,40 E retirou-se outra vez
para alem do Jordao, parao logar onde Joao tinha
primeiramente baptizado
;
e ali ficou.
41 E muitos iam ter comelle, e diziam : Na Yerdade,
Joao nao fez signal algum,mas tudo quanto Joao dis-
se d'este era verdade.
42 E muitos ali creramn'elle.
CAPITULO XI.
ESTAYA entao enfermocerto Lazaro, de Beth*-
S. JOAO, XI.
aia, aldeia de Maria e de.Martha, sua irma.
2 E Maria era a quetingiu o Senhor com nn-gnento, e Ihe enxugou os
pes com OS seus cabellos;
eujo irmao Lazaro estava
lenfermo.
3 Mandaram-lhe pois siias
209
irmas dizer : Senhor, eis
que esta enfermo aquelle
que tn amas.4 E Jesus, ouYindo isto,
disse : Esta enfermidadenao e para morte, mas paragloria de Deus: para queo Filho de Deus seja glorl-
ficado per ella.
5 Ora Jesus amava a
!Martba, e a sua irma e aLazaro.6 Ouvindo pois que es-
tava ecferm.o, ficou aindadois dias no logar ondeestava.
7 Depois d'isto, disse aos
seus discipulos : Vamosoutra vez para a Judea.8 Dizem-lhe os disci-
pulos : Eabbi, ainda agoraOS judeos procuravam ape-drejar-te, e tornas para la ?
9 Jesus respondeu: Kaoha doze horas no dia ? Sealguem andar de dia naotropega, porque ve a luz
d'este mundo
;
10 Mas, se alguem andarde noite, tropega, porquen'elle nao ha luz.
11 Isto fallon; e depoisdisse-lhes : Lazaro, o nossoamigo, dorme, mas voudespertal-o do somno.12 Disseram pois os seus
discipulos : Senhor, se dor-me, estara salvo.
13 Mas Jesus dizia isto dasua morte: elles poremcuidavam que fallava dorepouso do dormir.
14 Entao pois Jesus dis-
se-lhes ciaramente : Lazaroesta morto
;
15 E folgo, por amor devos, que eu la nao estivesse,
para que acrediteis;porem
vamos ter com elle.
16 Disse pois Thome,chamado Didj-mo, aos con-discipulos : Vamos nos tam-bem, para morrermos comelle.
17 Chegando pois Jesus,
achou que jd havia quatrodias que estava na sepul-tura.
18 (Ora Bethania distavaquasi quinze estadios deJerusalem.)
19 E muitos dos judeostinham ido consolar aMartha e a Maria, acercade seu irmao.
20 Ouvindo pois Marthaque Jesus vinlia, saiu-lhe
ao encontro: Maria poremficou assentada em casa.
21 Disse pois Martha aJesus: Senhor, se tu esti-
210 S. JOAO, XLvesses aqm, men irmao naoteria morrido.22 Mas tambem agora sei
que tudo qnanto pedires aDens Dens t'o dara.
23 Disse-lhe Jesus: Tenirmao ha de resuscitar.
24 Disse-ltie Martha: Ensei que ha de resuscitar naresnrrei(;ao do ultimo dia.
25 Disse-lhe Jesus : Enson a resurreigao e a vida
;
qnem ere em mim, aindaque esteja morto, Tivera
;
26 E todo aqnelle quevive, e ere em mim, nuncamorrera. Ores tu isto ?
27 Disse-lhe ella: Sim,Senhor, creio que tn es oChristo, o Filho de Dens,que hayia de vir ao mundo.28 E, dito isto, partiu, e
chamon em Fegredo a
Maria, sua irma, dizendo
:
Mestre esta aqni, e cha-
ma-te.
29 Ella, onvindo isto,
levantou-se logo, e foi ter
com elle.
30 Porque ainda Jesus
nao tinha chegado a aldeia,
mas estava no logar ondeMartha o encontrara.
31 Vendo pois os judeos,
que estavam com ella emcasa e a consolavam, queMaria apressuradamente se
levantara e saira, seguiram-n'a, dizendo: Vae ao se-
pnlchro para chorar ali.
32 Tendo pois Maria che-gado aonde Jesus estava, ovendo-o, lan^ou-se aos senspes, dizendo-lhe: Senhor,se tn estivesses aqni, menirmao nao teria morrido.33 Jesus pois, vendo-a
chorar, e aos judeos quocom ella vinham tambemchorando, mDven-se mnitoem espiiito, e pertnrbou-se.
34 E disse : Onde o pnzes-tes? Disseram-lhe: Se-
nhor, vem, e ve.
35 Jesus choron.36 Disseram pots os ju-
deos : Yede como o amav«'»,.
37 E alguns d'elles disse-
ram : Nao podia este, queabrin os olhos ao cego,fazer
tambem com qne este naomorresse ?
38 Jesus pois, movendo-so
I
outra vez muito em si mes-Imo, vem ao sepulchre; e
I era nma caverna, e tinha' nma pedra posta sobre ella.
39 Disse Jesus : Tirae apedra. Martha, irma dodefunto, disse-lhe : Senhor,
ja cheira mal, porque e jdde quatro dias.
40 Disse-lhe Jesus: NSote hei dito que, se creres,
veras a gloria de Dens ?
41 Tiraram pois a pedrfj
d'onde o defunto jazia. KJesus, levanlando os olho?
para o cen, diase: Pae
S. JOAO, XI,
gramas te don, por me ha-Teres onvido.42 Pois eu bem sei queFempre me ouves, mas eudisso isto por causa damultidao qne esta em redor,
para que creiam que tn meenviaste.
43 E, tendo dito isto, cla-
mou com grande voz
:
Lazaro, sae para fora,
44 E o defunto sain, ten-
211
60 Nem consideraes quenoa convem que um ho-mem morra pelo povo, e quecao pere'^a toda a naruo.
51 Ora elle nao disse isto
de si mesmo, mas, sendo osummo sacerdote n'aquelleanno, prophetizou que Je-sus devia morrer pelanarao.
62 E nao somente pelana(;-ao mas tambem para
do as maos e pes ligados ajuntar era umcom faxas, e oeuToIto n'um lengo.
seu rosto
Disse-
Ihes Jesus: Desligae-o, e
deixae-o ir.
45 Muitos pois d'entre os
jndeos, que tinham vindo aMaria, e que tinham visto
o que Jesus fizera, creramn'elle.
46 Mas alguns d'elles
foram ter com os pharisecfs,
e disseram-Dies o que Jesustinha feito.
47 Depois os principaesdos sacerdotes e os phari-
seos forraaram conselho, e
diziam : Que faremos ? por-que esto homem faz muitossignaes.
48 Se o deixamos assim,todos crerao n'elle, e osromanos virao, e tirar-nos-
hao nosso logar e a narao.
49 E nm d'elles, chamado|
57 Ora os principaes dosCaiphas, que era sunmao sa- : sacerdotes e os phariseoscerdote n'aquelle anno, Ihes tinham dado ordem que, se
disse : Yds nada sabeis; I
alguem sonbesso onde elle
corpo 03filhos de Dens, que anda-yam dispersos.
53 Desde aquelle dia,
pois, consultaYam para omatarem.54 Jesus, pois, ja naoandava manifestamente en-tre OS judeos, mas retirou-
se d'ali para a terra juntodo deserto, para uma ci-
dade chamada Ephraim ; eali andava com os eeusdiscipulos.
55 E estaya proxima apaschoa dos judeos, e mui-tos d'aquella terra subirama Jerusalem antes da pas-choa para se purificarem.
56 Buscavam pois a Jesus,
e diziam uns aos outros,
estando no templo : Quevosparece? 'Sao vira afesta ?
212 s. JOAO. XI, xn.8 Porque os pobres sempre
OS tendes comvosco ; porema mim nem sempre metendes.
9 E muita gente dos jn-
deos soube que elle estavaaK; e foram, nao so por
estava, o denunciasse, paraque podessem prendel-o.
CAPITULO XII.
"DOI pois Jesus seis diasJL antes da pascboa aBethania, onde estava La- ! causa de Jesus, mas tam-zaro, o que fallecera, e a
\bem para ver a Lazaro,
quern resuscitara dos mor- ' a quern resuscitara dostos.
I
mortos.2 Fizeram-lhe pois ali ' 10 E os principaes dosuma ceia, e Martha servia, ' sacerdotes consultaram ma-6 Lazaro era um dos que ' tar tambem a Lazaro
;
estavam a mesa, com elle. 11 Porque muitos dos ju-
3 Entao Maria, tomando ' deos, por causa d'eUe, iam,Tim arratel de unguento de
j
e criam em Jesus.
nardo puro, de muito -preqa, I 12 No dia seguinte, ouvin-nngiu os pes de Jesus, e
]do uma grande multidao,
enxugou - Ihe os pes com,
que viera a festa, que Jesus;
OS sens cabellos ; e encheu- ia de Jerusalem,
se a casa do cheiro do\13 Tomaram ramos de
unguento.|
palmeiras, e sairam-lhe ao
4 Entao um dos sens encontro, e clamavam : Ho-discipulos, Judas Iscariotes, !sanna: Bemdito o rei
jilho de Simao, o que havia|
d'Israel que vem em nomede trahil-o, disse
:
|do Senhor.
5 Porque nao se vendeni14 E achon Jesns um
este unguento por trezentos;
jumentinlio, e asseutou-se
dinheiros, e se deu aos : sobre elle, como esta es-
pobres? |cripto:
6 Ora elle disse isso, nao ' 15 Nao temas, 6 filha de
pelo cuidado que tivesse[Siao ; eis - que o teu Eei
dos pobres, mas porque era vem assentado sobre o fi-
ladrao, e tinha a bolsa, e
trazia o que n'ella se
Lin^ava.
7 Disse pois Jesus: Dei-lae-a
;para o dia da minha
sepultura guardou isto
;
Iho de uma jumenta.16 Os sens discipulos po-
rem nao entenderam isto
no principio; mas quandoJesus foi glorificado, entao
se lembraram de que isto
S. JOAO, XIL 213
estara escripto d'elle, e gwe|
25 Quern ama a sna vida
isto Ihe fizeram. i perdel-a-ha, e quern n'este
17 A multidao, pois, quei
mundo aborrece a sua vida
estava com elle quando I guardal-a-ha para a vidachamou a Lazaro da se- eterna.
pultura, testijQcava que o
resuscitara dos mortos.26 Se alguem me serve
siga-me, e, onde eu estiver,
18 Pelo que a multidao Ihe ali estara tambem o meu,saiu ao encontro, porque I servo. E se alguem metinham ouvido que elle I
servir, Tae->JL Pae o honrara.
fizera este signal.
19 Disseram pois os phari-
27 Agora a minha almaesta turbada; e que direi
seos entre si : Yedes que\eu ? Pae, salva - me d'esta
nada aproveitaes ? eis-quei
hora, mas para isto vim a
o mundo vae apos d'elle.\
esta hora.
20 E havia alguns gregos,j
28 Pae, glorifica o teuentre os que tinham su- nome. Entao vein umabido a adorar no dia da
\
voz do ceu, g-i/e dizia : Jd o
festa. jtenlio gloriticado, e outra21 Estes, pois, dirigiram- 1 vez o glorificarei.
80 a Philippe, que era deBethsaida, na Galilea, e
rogaram-lhe, dizendo: Se-nhor, queriamos ver aJesus.
22 Philippe foi dizel-o aAndre, e entao Andre e
Philippe o disseram aJesus.
23 E Jesus Ihes respon-deu, dizendo: E chegada
29 Ora a multidao queali estava, e que o tinhaouvido, dizia que haviasido nm trovao. Outrosdiziam : Um anjo Ihe fallou.
30 Pkespondeu Jesus, e
disse: 2s aa veiu esta vozpor amor de mim, mas por-
amor de vos.
31 Agora e o juizo d'este
mundo : agora sera expul-a hora em que o Filho do
j
so o principe d'este mundo.homem ha de ser
ficado.
glori- 32 E eu, quando for levan-
Itado da terra, todos attra-
24 Na verdade, na ver- : hirei a mim.dade tos digo que, se o
|
33 E dizia isto, signifi-
grao de trigo, caindo na i cando de que moite haviaterra, nao morrer, fica elle ; de morrer.so; porem, se morrer, damuito frueto.
(
34 Kespondeu-lhe a multi-
I dao : Xos temos ouvido da
214 S. JOAO. XILlei, que o Christo perma- I
nece para eempre,! e como :
dizes tu que conTem que|
o Filho do homem seja
levantado ? .Quern e essej
Filho do homem '?|
35 Disse-lhes pois Jesus :j
A luz ainda esta comvoscoVOT TUB. pouco de tempo
;
andae emquauto tendes Iftz,
para que as treyas vos naoapanhem. E quern andanas trevas nao sabe paraonde yae.
36 Emquanto tendes luz,
crede na luz, para quesejaes filhos da luz. Estascoisas, fallou Jesus; e, re-
tirando - se, escondeu - se
d'elles.
37 E ainda que tinhafeito tantos signaes diante
d'elles, nao criam n'elle
;
38 Para que se cumprisseapalayra do propheta Isaias,
que diz: Senhor, querncreu a nosa prega^ao '? e a
}
quem foi reyelado o bra^o I
do Senhor ?i
39 Por isso nao podiam !
crer, porquanto Isaias dis-
1
se outra vez
:
dO Cegou-lhes os olhos, e I
endureceu-lhes o cora9ao,
ullm de que nao yejam comOS olhos, e nao compre-hendam com o coracao, e
se convertam, e eu os
cure.
41 Isaias disse isto, quan-
do yiu a sua gloria, efallou d'elle.
42 Comtudo, ate mui-tos dos principaes creramn'elle ; mas nao o confessa-
yam por causa dos phari-
seos, para nao serem expul-sos da synagoga.43 Porque amayam mais
a gloria dos homens doque a gloria de Deus.44 E Jesus clamou, e dis-
se : Quem ere em mim, ere,
nao em mim, porem n'a-
quelle que me enyiou.
45 E quem me ye a mim,ye aquelle que me enyiou.46 Eu sou a luz que yim
ao mundo, para que todoaquelle que ere em mimnao permanega nas treyas.
47 E, se alguem ouyir asminhas palayras, e naocrer, eu nao o julgo;
porque eu yim, nao parajulgar mundo, mas parasalyar o mundo.48 Quem me rejeitar amim, e nao receber as
minhas palayras, Jd tern
quem o julgue ; a palavraque tenho fallado, essa oha de julgar no ultimo dia.
49 Porque eu nao tenhofallado de mim mesmo;porem o Pae, que meenyiou, elle me deu mauda-mento sobre o que hei dodizer e o que hei de fallar:
50 E sei que o sen manda- I
s. JOAO, XII, xin,
mento e a vida etema.Assim que, o que eu fallo,
fallo-o como o Pae m'o tern
dito.
215
CAPITTJLO Xin.
OKA, antes da festa dapaschoa, sabendo Je-
sus que jd era chegada a
sua hora de passar d'este
mnDdo para o Pae, comohavia amado os seus, queestavam no mundo, amou-os ate ao fim.
2 E, acabada a ceia, ten-
do ja o diabo insinuado
no coragao de Judas Isca-
riotes, filho de Simao, que o
trahisse,
3 Jesus, sabendo que o
Pae tinha depositado nassuas maos todas as coisas,
e que havia saido de Deuse ia para Deus,i Levantou-se da ceia,
tirou OS vestidos, e, toman-do uma toallia, cingiu-se.
5 Depois deitou aguan'wma bacia, e come^ou alavar os pes aos discipulos,
e a enxugar - //i'os com atoalha com que estava
cingido.
6 Approximon-se pois deSimao Pedro, e elle Ihe
disse : Senhor, tu lavas-meOS pes a mim ?
7 Responden Jesus, e dis-
S6-ihe: que eu fa^o nak)
[sabes tu agora, mas In osaberas depois.
8 Disse-lhe Pedro : Nuncame lavaras os pes. Eespon-deu-lhe Jesus: Se eu te
nao lavar, nao tens partecom igo.
9 Disse-lhe Simao Pedro:I Senhor, nao so os mens pes,
,mas tambem as maos e a
' cabec^a.
I
10 Disse-lhe Jesus : A-quelle que esta lavado nao
I
necessita de lavar senao
I
03 pes, pois no mais todo:esta limpo. Ora tos estaes
' limpos, porem nem todos.
j
11 Porque bem sabia elle
;
quern o havia de trahir
;
j
por isso disse : Nem todos\ estaes limpos.
j
12 Depois que Ihes lavou; OS pes, e tomou os seusvestidos, tornou-se a assen-tar d mesa, e disse-lhes
:
Entendeis o que vos tenhofeito?
I
13 Yos me chamaes Mestr&e Senhor; e dizeis bem,porque eu o sou
:
j
1"! Pois se eu, Senhor e
I
Mestre, vos lavei os pes,
!
v6s deveis tambem lavar ospes uns aos outros.
15 Porque eu vos dei oexemplo, para que, como euvos fiz, fa^aes vos tambem.16 Na verdade, na ver-
j
dade vos digo que nao e oserro maior do que o seu
216 S. JOAO, XIII.
.senhor, nem o enviadomaior do que aquelle que o
enviou.
17 Se sabeis estas coisas,
bemaventurados sois se as
lizerdes.
18 Kao fallo de todos tos;
eu bem sei os que tenlio
escolhido; mas para quese cumpra a Escriptura,que diz : que come o paocomigo leyantou contramim o sen calcanliar.
19 Ja agora vol-o digo,
antes que acontega, paraque, quando acontecer/acre-diteis que eu sou.
20 Na verdade, na ver-
dade vos digo qiie, se
alguem receber o que eueuviar, me recebe a mim,e quem me recebe a mimrecebe aqueUe que meenviou.
21 Tendo Jesns dito isto,
turbou-se em espirito, e
testificou, e disse : Na ver-
dade, na verdade vos digo(|ue urn de vos me ha detrahir.
22 Entao os discipulosolhavam uns para os ou-tros, duvidando de quemelle fallava.
23 Ora um de sens disci-
pulos, aquelle a quemJesus amava, estava recli-
jiado no seio de Jesus.
24 Entao Simao Pedro fez
signal a este, para que
perguntasse quem era a-
quelle de quem elle fallava.
25 E, inclinando-se elle
sobre o peito de Jesus,disse-llie : Senhor, quem e ?
26 Jesus respondeu: Eaquelle a quem eu der obocado molhado. E, mo-Ihando o bocado, o deu aJudas Iscariotes, Jilho deSimao.27 E, apos do bocado,
entrou n'elle Satanas. Dis-se pois Jesus : que fazes,
faze-o depressa.
28 E nenhum dos queestavam assentados d mesacomprehendeu a que pro-posito Ihe dissera isto
;
29 Porque, como Judastinha a bolsa, pensavamalguns que Jesus Ihe tinhadito: Compra o que nos e
necessario para a festa
;
ou que desse alguma coisa
aos pobres.
30 E, tendo tomado obocado, saiu logo. E era janoite.
31 Tendo elle pois saido,
disse Jesus : Agora e oFilho do homem glorifi-
cado, 6 Deus e glorificado
n'elle.
32 Se Deus e glorificado
n'elle, tambem Deus o glori-
cara em si mesmo, e logo oha de glorificar.
33 Filhinhos, ainda porum pouco estou comvosco.
s. JOAO, xni. XIY. 217
Vos me buscareis, e, comotinha dito aos judeos : Par;
3 E, se eu for, e vos pre-parar o lo^ar, virei outra
OQde eu vou nao podeisj
vez, e vos levarei para mimvos ir : assim vol-o digo eu , mesmo, para que onde eutambem agora.
34 Um novo mandamentoestiver estejaes vos tambem.4 E Jd sabeis aonde vou, e
vos dou : Que vos amds uns ; sabeis o caminho.aos outros, como eu vos i 5 Disse-lhe Thome : Se-
amei a vos, que tambem ^nlior,ii6s naosabemosaondevos uns a outros vos ameis.
35 Is isto todus conhecerao'
quo sois mens discipulos, i
Be vos tiverdes amor uns I
aos outros.
36 Disse-lhe Simao Pedro
:
Senhor, para onde vaes? Je-sus Lhe respondeu: Aondeeu vou nao podes agoraeeguir - me ; porem depoisme Beguiras.
37 Disse-ihe Pedro: Por-que nao posso seguir-teagora? Por ti darei a mi-nha vida.
38 Eespondeu - lhe Jesus
:
Tu daras a tua vida pormim ? Na verdade, na ver-
dade te digo: nao cantarao gallo emquanto me naotiveres negado ties vezes.
CAPITULO XIY.
NAO se turbe o vosso cora-<^o : credes em Deus,
crede tambem em mim.2 Na casa de meu Pae hamuitas moradas : senao, euvol-o teria dito; vou pre-parer-vos o logar.
vaes ; e como podemos sabercaminho ?
6 Disse-lhe Jesus : Eu soucaminho, e a verdade e a
vida. Ninguem vem ao Pae,senao por mim.7 Se vos me conhecesseis
a mim, tambem conhecerieis
a meu Pae ; e Jd desde agoraconheceis, e o tendes visto.
8 Disse-lhe Philippe: Se-
nhor, mostra-nos o Pae, e»sso
nos basta.
9 Disse-lhe Jesus: Estouha tanto tempo comvosco, enao me t^ides conhecido,Philippe? quern me ve amim ve o Pae ; e como dizes
tu : Mostra-nos o Pae ?
10 Nao cres tu que eu es^oM
no Pae, e que o Pae esta emmim? As palavras que euvos digo nao as digo demim mesmo, mas o Pae,que esta em mim, e quemfaz as obras.
11 Crede-me que estou noPae, e que o Pae esta emmim : crede-me, ao menos,por causa das mesmas obras.
12 Na verdade, na verdade
218 S. JOAO, XIV.
vos digo qne aqnelle qne ! en o amarei, o me manifesta-cre em mim tambem fara ! rei a elle.
as obras que eu fago, e as I 22 Disse-lhe Judas (nao ofara maiores do que estas
;
porqne eu you para meuPae.
13 E tndo qnanto pedirdesem meu noma eu o farei,
para que o Pae seja glori-
ficado no Filho.
14 Se pedirdes algumacoisa em meu nome, eu o
farei.
15 Se me amaes, guardaeOS mens mandamentos.16 E eu rogarei ao Pae, e
elle vos dara outro Conso-lador, para que fique com-vosco para sempre.17 Espirito de verdade,que o mundo nao pode re-
ceber, porque nao o venem o conhece ; mas vos oconheceis, porque habitacomvosco, e estara emvos.
18 Nao vos deixarei or-
phaos ; voltarei para vos.
19 Ainda um pouco, e omundo nao me vera mais,
porem vos me vereis;por-
que eu vivo, e vos vivereis.
20 N'aquello dia conhe-cereis qne estou em meu Pae,
e vos em mim, e eu em vos.
21 Aquelle que tem os
meus mandamentos e os
guarda esse e o que meama ; e aquelle que me amaBera amado de meu Pae, e
j
que eu.
Iscariotes) : Senhor, d'ondevem que te has de mani-festar a nos, e nao aomundo ?
23 Jesus respondeu, e
disse-lhe: Se alguem meama, guardara a minha pa-lavra, e meu Pae o amara,e viremos para elle, e fare-
mos morada com elle.
24 Quem me nao ama naoguarda as minhas palavras
;
e a palavra que ouvistes
nao e minha, mas do Paeque me enviou.
25 Tenho-vos dito estas
coisaSf estando ainda com-vosco.
26 Mas aquelle Conso-lador, Espirito Sancto, que
Pae enviara em meunome, esse vos ensinara
todas as coisas, e vos fara
lembrar de tudo quantovos tenho dito.
27 Deixo-vos a paz, aminha paz vos dou: naovol-a dou como o mundod^. Nao se turbe o vosso
corac^ao, nem se atemorize.
28 Ouvistes que eu vos
disse: Vou, e venho para
vos. Se me amasseis, certa-
mente exultarieis por ter
dito : Vou para o Pae ;por-
que meu Pae e maior do
S. JOAO,
29 Eu vol-o disse agora
antes que aconteQa, paraque, quando acontecer, vosacrediteis.
30 Ja nao fallarei muitocomvosco
;porque ja se
j
approxima o principe d'este|
mundo, e nada tern emmim.31 Mas para que o mundo I
Baiba que eu amo ao Pae, i
e que fa90 como o Paeme mandou, levantae-Tos,
vamo-nos d'aqui
CAPITTJLO XV.
EU SOU a verdadeiravide, e meu Pae e o
iavrador.
2 Todo o earmento emmdm, que nao da fructo, o
tira; e alimpa todo o queda fructo, para que de maisfructo.
3 Yos ja estaes limpos,pela palavra que yos tenhofallado.
4 Estae em mim, e eu emvos : como o sarmento de si
mesmo nao pode dar fracto,
6e nao estiver na vide, assimuem vos, se nao estiverdes
em mim.5 Eu sou a vide, vos ossarmentos: quem esta emmim, e eu n'elle, esse damuito fructo; porque semmim nada podeis fazer.
6 Se alguem nao estiver
XIV, XV. 219
em mim, sera langado fora,
como o sarmento, e seccara
;
e OS colhem, e o& lan^am nofogo, e ar<lem.
7 Se YOS estiverdes emmim, e as minhas palavrasestiverem em vos, pedireis
tudo o que quizerdes, e vossera feito.
8 Meu Pae e glorificado
n'isto, que deis muito fructo;
e assim sereis mens disci-
pulos.
9 Como o Pae me amou,tambem eu vos amei a vos
;
permanecei n'es^e meu amor.10 Se guardardes os m^:;*
mandamentos, permanece-reis no meu amor ; como eutenho guardado os manda-mentos de meu Pae, e per-mane^o no seu amor.11 Tenho-vos dito estas
coims, para que o meu gozopermanega em vos, e o vo&sogozo seja cumprido.12 meu mandamento e
este : Que yos ameis unsaos outros, assim como euvos amei.
13 Ninguem tern maioramor do que este: que odar alguem a sua vida pelos
seus amigos.14 Yos sereis mens ami-
gos, se fizerdes o que eu vosmando.15 Ja vos nao chamarei
servos, porque o servo naosabe o que faz o seu senlior,
220 S. JOAO,
mas tenho-voscbamado ami-gos, porqne tudo qnantoonvi de men Pae vos tenhofeito conhecer.
16 Nao me escolhestes yosa mim, porem en vos es-
colhi a vos, e vos constitni,
para qne vades e dels fructo,
e o vosso fmcto permanecja,
para que tndo quanto emmeu nome pedirdes ao Paeelle vol-o conceda.
17 Isto vos mando : qnovos ameis uns aos outros.
18 Se o mnndo vos abor-
rece, sabei que, primeiro doque a vos, me aborreceu amim.19 Se vos fosseis do mnn-
do, o mundo amaria o queera sen, mas, porque uaosois do mnndo, antes envos escolhi do mundo, perisso o mundo vos abor-
rece.
20 Lembrae-vos da palavraque vos disse: Nao e oservo maior do que o sensenhor. Se a mim me per-
seguiram, tambem vos per-
seguirao a vos; se guar-daram a minha palavra,
tambem gnardarao a vossa.
21 Mas tndo isto vos farao
por causa do men nome;porqne Lao conhecem a-
quelle que me envion.'22 Se en nao viera, nemIhes houvera fallado, naoteriam peccado, mas agora
XV, XYL.
nao teem descnlpa do senpeccado.23 Aquelle qne me abor-
rece aborrece tambem amen Pae.
24 Se en entre elles naofizesse obras, quaes nenhnmontro tern feito, nao teriampeccado ; mas agora, qnej'd as teem visto, me abor-receram a mim e a men Pae.
25 Mas isto e para qne se
cnmpra a palavra que esta
escripta na sua lei: Abor-receram-me sem causa.
26 Mas, qnando vier oConsolador, que en do Paevos hei de enviar, a saber,
aquelle Espirito de verdade,que precede do Pae, elle
testificara de mim.27 E vos tambem testi-
ficareis, pois estivestes co-
migo desde o principio.
CAPITULO XVI.
TENHO-VOS dito estas
coisas, para qne vosnao escandalizeis.
2 Expulsar - vos - hSo dassynagogas; vem mesmo ahora em que qualquer qnevos matar ciiidara fazer nmservigo a Dens.3 E estas coisas vos farao,
porquanto nao conheceramao Pae nem a mim.4 Mas tenho-vos dito isto,
a fim de que, qnando chegaraqnella bora, vos lembreis
S. JOAO, XVI. 221
de qne jd vol-o tinha dito; i 14 EllemegloriScara,por-mas eu iiao vos dis-e isto i que ha de receber do que i
desde o principio, porquan-to estava comvosco.5 E agora von para aqnelle
que me enviou : e nenhuni
men, e vol-o ha de arniun-ciar.
15 Tndo qnanto o Pae teme men ;
por isso vos disse
de vos me pergnnta : Aonde;
qne ha de receber do qne e
vaes? men e vol-o ha de annnn-6 Antes, porqne vos tenho ciar.
ditoestasco/sas,ovos5ocora-i
^ao se enchen de tristeza.
7 Porem digo-vos a ver-
dade, qne vos convem queen va; porque, se en raofor, o CJonsolador nao vira
para vos : porem, se en for,
enviar-vol-o-hei.
8 E, qnando elle vier, con-vencera o mnndo do pecca-do, e da jnsti(;a e do juizo.
9 Do peccado, porqne naocreem em mim
;
10 Da jnsti(;a, porqne vonpara men Pae, e nao mehaveis de ver mais
;
11 E do jnizo, porqne Jdo principe d'este mnndoesta jnlgado.
12 Ainda tenho mnitas
16 TTm ponco, e nao mei
vereis ; e ontra vez nmXX)nco, e ver-me-heis
;por-
qnanto von para o Pae.
17 Entao alguns dos sens
discipnlos disseram nnspara os outros : Que e isto
qne nos diz ? Um ponco, e
nao me vereis ; e ontra veanm pouco, e ver-me-heis
;
e, porquanto von para oPae?
: 18 Diziampois: Que qnerdizer isto : Um pouco ? naosabemos o que diz.
i19 Conheceu pois Jesna
qne Ihe qneriam pergnntar,e disse-lhes : Pergnntaesentre vos acerca d'isto qnedisse : Um ponco, e nao me
coisas qne vos dizer, mas vereis, e ontra vez nmvos nao as podeis snpportaragora,
13 Porem qnando vier
aqnelle Espirito de verdade,
pouco, e ver-me-heis t
20 Xa verdade, na verdadevos digo que vos chorareis e
lamentareis, e o mnndo se
die vos gniara em toda a alegrara, e vos estareis tris-
verdade;porqne nao fal- tes ; mas a vossa tristeza
lara de si mesmo, mas fal- se convertera em alegria.
lara tndo o qne tiver on— 21 A mnl her, qnando esta
vide, e vos annnnciara as para dar a Inz, sente tris-
coisorS qne hao de vir. I teza, porqne e chegada a
k2
222
sua hora; icas clepois dedar a luz a creanca ja se
nao lembra da afi^crao, peloprazer de haver nascido umhomem no mundo.22 Assim que tambem
vos agora, na verdade, ten-
des tristeza ; mas ontra vezvos verei, e o vosso coraraose alegrara, e a vossa alegria
ningnem vol-a tirara.
23 E n'aquelle dia nadame perguntareis. Na ver-
dade, na verdade vos digoqne tudo quanto pedirdesa men Pae, em meu nome,elle vol-o ha de dar.
2i Ate agora nada pe-distes em meu nome
;pedi,
e recebereis, para que oV0SS3 gozo se cumpra.25 Disse-Tos estas coisas
por parabolas : chega porema hora em que vos naofallarei mais por parabolas,
mas abertamente vos fal-
larei acerca do Pae.
JOAO, XYI, XYILfallas abertamente, e naodizes parabola alguma.30 Agora conhecemos que
sabes todas as coisas, e Laohas mister que ninguem te
pergunte. Por isso cremosque saiste de Deus.31 Eespondeu-lhes Jesns
:
Credes agora ?
32 Eis que chega a hora,e ja Be approxima, em quevos sereis disperses cadaum para sua parte, e medeixareis so; mas naoestonso, porque o Pae esta co-
migo.33 Tenho-vos dito estas
coisas, para que em mimtenhaes paz ; no mundo te-
reis affiiccao, mas tende bomanimo, eu jd venci o mun-do.
CAPiTULO xvn.
FALLOU Jesus estas coi"
sas, e levantou sensolhos ao ceu, e disse : Pae,
26 N'aquelle dia pedireis\e chegada a hora
;glorifica
a teu Eilho, para que tam-bem o teu Filho te glori-
fique a ti
:
2 Assim como Ihe destepoder sobre toda a came,para que de a vida etemaa todos quantos Ihe deste.
3 E a vida eterna e esta
:
que te conhe(;am, a ti so,
por unico Deus vcrdadeiro,
e a Jesus Christo, a quemeuviasta
em meu nome, e nao vosdigo que eu rogarei por vosao Pae,
27 Pois o mesmo Pae vosama
;porque vos me amas-
tes, e crestes que sahi deDeus.28 Sahi do Pae, e vim aomundo: outra vez deixo omundo, e vou para o Pae.
29 Disseram-lhe os sensdiscipulos: Eis-que agora
S. JOAO, XVIL 223
4 Jd en te glorifiquei naterra; tenho consummadoa obra qne me concedesteque fizesse.
5 E agora glorifica-me tn,
6 Pae, junto de ti mesmo,com aquella gloria que ti-
nhajunto de ti mesmo, antes
que mundo existisse.
ten nome. Tenho guarda-do aquelles que tu medeste, e nenhum d'elles se
perdeu, senao o filho daperdi(;ao, para que a Es-criptura se cumprisse.13 Mas agora vou a ti, e
fallo isto no mundo, paraque tenham a minha alegria
6 Manifestei o ten nome completa em si mesmos.aos homens que do mundo I 14 Dei-lhes a tua palarra,
me deste : eram tens, e tu i e o mundo os aborreceu,
m'os deste, e guardaram a|
porque nao sao do mundo.tua palavra.
7 Agorayd teem conhecidoque tudo quanto me deste
vem de ti,
8 Porque Ihes dei as pala-
vras que tu me deste; e
assim como eu nao sou domundo.15 Nao rogo que os tires
do mundo, mas que osliyres do mal.16 Nao sao do mundo, co-
elles as receberam, e teem;mo eu do mundo nao sou.
verdadeiramente conhecido]17 Sanctifica-osna tuaver-
que sahi de ti, e creram que i dade : a tua palavra e ame enviaste. verdade.
9 En rogo por elles : nao 18 Assim como tu me en-rogo pelo mundo, mas por
jviaste ao mundo, tambem
aquelles que me deste, por-
que sao tens.
10 E todas as minbas coi-
sas sao tuas, e as tuas coisas
eao minhas ; e n'elles souglorificado.
11 E eu ja nao estou maisno mundo
;porem elles es-
eu OS enyiei ao mundo.19 E por elles me sanctl-
fico a mim mesmo, para quetambem elles scjam sancti-
ficados na verdade.
20 E nao rogo somente porestes, mas tambem poraquelles que pela sua pa-
tao no mundo, e eu vou;
lavra hao de crer em mim.para ti. Pae sancto, guarda
i 21 Para que todos Kejamem teu nome aquelles que ' um como tu, 6 Pae, emme deste, para que aejam ' mim, e eu em ti
;que ta'
um, assim como nos.
12 Estando eu com elles
no mundo, guardava-os em
bem elles sejam um em non,
para que o mundo creia
que tu mo enviaste.
224 s. JOAO, XVII, xvni.22 E en dei-lhes a gloria
qne a mini me deste, paraque gejam um, como nosBomos um
:
23 Eu n'elles, e tn emmim, para que sejam per-
feitos em um, e para queo mundo conhega que tume enviaste a mim, e queOS tens amado a eUes comome tens amado a mim.24 Pae, aquelles que me
deste quero que, onde euestiver, tambem elles este-
jam comigo, para que ve-
jam a minha gloria que
logar, porque Jesus muitasvezes se ajuntava all comOS sens discipulos.
3 Tendo pois Judas to-
mado uma companhia desoldadOS e alguns creadosdos principaes dos sacer-
dotes e phariseos, veiupara ali com lanternas, earcliotes e armas.4 Sabendo pois Jesus
todas as coisas que sobreelle haviam de vir, adi-antou-se, e disse-lhes : Aquern buscaes ?
5 Eesponderam - Ihe : Ame deste
;porque tu me
|Jesus Nazareno. Disse-lhes
has amado desd'antes dafundagao do mundo.25 Pae justo, o mundo
nao te conbeceu ; mas eu te
oonheci, e estes conheceramque tu me enviaste a mim.26 E eu Ihes fiz conbecer
o teu nome, e conbecer-ZA'o
farei para que o amor comque me tens amado n'elles
esteja, e eu n'elles,
CAPiTULO xvni.
TENDO Jesus dito estas
coisas, saiu com os
sens discipulos para alemdo ribeiro de Cedron, ondehavia um horto, no qualelle entrou e sens disci-
pulos.
2 E Judas, que o trabia,
tambem coubecia aquelle
Jesus: Sou eu. E Judas,que o trabia, estava tam-bem com elles.
6 Quando pois Ibes disse
:
Sou eu, recuaram, e cairampor terra.
7 Tornou-lhes pois aperguntar: A quem bus-caes? E elles disseram:,A Jesus Nazareno.8 Jesus respondeu : Jd
vos disse que sou eu: se
pois me buscaes a mim,deixae ir a estes.
9 Para que se cumprissea palavra que tinha dito:
Dos que me deste nenhumd'elles perdi.
10 Entao Simao Pedro,que tinba espada, desem-bainbou-a, e feriu o servodo summo sacerdote, ecortou-lhe a orelba direitju'
E nome do servo
Malco.11 Porem Jesns disse
Pedro : Mette a tua espada
!
na bainha ; nao beberei en I
o calix que o Pae me deu '?
S. JOAO, XYIIL 225
era ' zia frio ; e com elles es-
I
tava Pedro, aqnentando-sea
I
tambem.19 E o sommo sacerdote
interrogou Jesns acercados sens discipnloa e da
12 Entao a cohorte, e o[
sua dontrina.
tribimo, e os servos dosj
20 Jesus Ihe respondeu
:
jndeos prenderam a Jesus 'En fallei abertamente ao
e o manietaram.13 E conduziram-n'o pri-
mundo; en sempre ensinei
na synagoga e no templomeiramente a Annas, por 1 onde todos os jndeosser sogro de Caiphas, o i ajuntam, e nada disse emqnal era snmmo sacerdote
|
occnlto
;
d'aqnelle anno. 21 Para que me perguntas14 Ora, Caiphas eraqnem : a mim? pergunta aos que
tinha aconselhado aos ju- ouviram o que e que Ihes
deos que convinha que um ! tenho fallado : eis que elles
homem morresse pelo povo.j
sabem o que eu Ihes tenho15 E Simao Pedro e outro
|dito.
discipulo seguiam a Jesus. | 22 E, tendo elle dito isto,
E este discipulo era conhe- 1 um dos creados, que all es-
cido do snmmo sacerdote,
e entron com Jesns na sala
do snmmo sacerdote.
16 E Pedro estava fora,
a porta. Sain entao o ou-tro discipulo que era conhe-cido do snmmo sacerdote.
tava, deu uma bofetada emJesns, dizendo : Assim res-
pondes ao snmmo ea-
cerdote ?
23 Responden-lhe Jesns:Se fallei mal, da teste-
munho do mal ; e, se bem,e fallou a porteira, e levou i porque me feres ?
a Pedro para dentro.I
24 E Annas mandou-o,17 Entao a porteira disse ' manietado, ao summo sa-
a Pedro: Nao es tu tarn- ! cerdote Caiphls.bem dos discipulos d'este
homem? Disse elle: Naoson.
18 Ora estavam all osservos e os creados, quetinham feito brazas, e se
aquentavam, porquanto fa-
25 E Simao Pedro estavaali, e aquentava-se. Disse-ram-lhe pois: Nao es tam-bem tu dos seus discipulos?
Elle negou, e disse: Naoson.
26 E nm dos servos do
226 s. JOAO, xvin, XIX.
summo sacerdote, parentsd'aquelle a quern Pedrocortara a orelka, disse : Naote vi eu no horto com elle ?
27 E Pedro negou outravez, e logo o gallo canton.
28 Depois levaram a Jesusda casa de Caiphas paraa audiencia. E era pela
manlia. E nao entraramna audiencia, para nao se
contaniiDarem, mas pode-
,
rem comer a paschoa.
tua gents e o» principaesdos sacerdotes entregaram-te a mim : que fizeste ?
36 Piespondeu Jesus:men reino nao e d'este
mundo: se o men reino
fosse d'este mundo, pele-
jariam os mens servos,
para que eu nao fosse en-tregue aos judeos: poremagora o meu reino nao ed'aqui.
37 Disse-lhe pois Pilatos
:
29 Entao Pilatos sain fora,Logo tu es rei ? Jesus res-
e disse-Ihes : Que accusac^ao
t -azeis contra este homem ?
30 Eesponderam, e disse-
ram-lhe : Se este nao fos>e
maifeitor, nao to entre-
gariamos.31 Disse-lhes entao Pila-
tos : Levae-o vos, e julgae-o
segundo a vossa lei. Disse-
ram-lhe pois os judeos:A n6s nao nos e licito
matar alguem.32 (Para que se cumprisse
a palavra de Jesus, que ti
pondeu: Tu dizes que eu,
sou rei. Eu para isso
nasci, e para isso vim aomundo, para dar tests-
munho a verdade. Todo
I
aquelle que e da verdadeouve a minba voz.
I 33 Disse-lhe Pilatos : Quee a verdade ? E, dizendoisto, tornou a eair para os
judeos, e disse-lhes: NaoI
acho n'elle crime alsum
;
I
39 Mas vos tendes por: costume que eu vcs solte
nha dito, significando de que,nm pela paschoa. Quereis
morte havia de morrer).\pois que vos solte o Bel dos
38 Tornou pois a entrar Judeos?Pilatos na audiencia, e cha-mou a Jesus, e disse-lhe:
Tu es o rei dos judeos ?
34: Piespondeu-lhe Jesus :
Tu dizes isso de ti mesmo,ou disseram-t'o outros demim?35 Pilatos respondeu : Por-
ventura sou eu judeo? a
40 Entao todos tomarami
a clamar, dizendo : Este
I
nao, mas Barabbas. Ej
Barabbas era um salteador.
I
CAPITULO XTX.
PILATOS pois tornou en-
tao a Jesus, e o a^oitou
S. JOAO, XIX. 227
2 E OS Boldados, tecendonma coroa de espinhos, IKapozeram sobre a cabega,
e Ihe vestiram uma veste
de purpura.3 E diziam: Salve, Eei
dos Judeos. E davam-lhebofetadas.
4 Entao Pilatos sain on-
tra vez fora, e disse-lhes:
Eis que aqui vol-o trago
fora, para que saibaes
que nao acho n'elle crimealgum.5 Sain pois Jesus fora,
levando a coroa de espi-
nhc» 6 o vestido de pur-pura. E disse-lhes Filaios
:
Eis-aqui o homem.6 Vendo-o pois os princi-
paes dos saoerdotes e os
servos, clamaram, dizendo
:
Crucifica-o, crucifica-o. Dis-
se-lhes Pilatos : Tomae-ovos, e cruciScae-o; porqueen nenhum crime achon'elle.
7 Eesponderam-lhe os ju-
deos: ^6s temos lei, e, se-
gundo a nossa lei, devemorrer, porque se fez Filhode Deus.8 E Pilatos, qnando on-
vin esta palavra, mais ate-
morizado ficon.
9 E entrou outra vez naaudiencia, e disse a Jesus
:
IVonde es tn ? Mas Jesuscao Ihe deu resposta.
10 Disse-lhe pois Pilatos
:
j
Nao me fallas a mim ? naosabes tu que tenho poderpara to crucificar e tenho
j
poder para te soltar ?
11 Ptespondeu Jesus : Ne-nhum poder terias contramim, SG de cima te naofosse dado
;porem aquelle
que me entregon a ti maiorpeccado tern.
12 Desde entao Pilatos
procurava soltal-o ; mas os
judeos clamavam, dizendo
:
Se soltas a este, nao es
amigo do Cesar: qualquerque se faz rei contradiz aoCesar.
13 Ouvindo pois Pilatos
este dito, levou a Jesus parafora, e assentou-se no tri-
bunal, no logar chamadoLithostrotos, e em hebraicoGabbatha.14 E era a preparagao da
paschoa, e quasi a horasexta ; e disse aos judeos
:
Eis-aqui o vosso Eei.
15 Mas elles bradaram
:
Tira, tira, crucifica-o. Dis-
se-lhes Pilatos : Hei de
I
crucificar o vosso Eei ?
Eesponderam os principaes
dos sacerdotes: ISao temosrei, seuao ao Cesar.
16 Entao entregon - Ih'o,
para que fosse crucificado.
E tomaram a Jesus, a olevaram.17 E, levando elle as
costas a sua cmz, sain
228 S. JOlO, XIXpara o logar chaniado Ca-veira, que em liebraico se
chama Golgotha,
18 Onde o cnicificaram, e
com elle outros dois, umde cada lado, e Jesus nomeio.
19 E Pilatos escreveu
tambem nm titnlo, e p61-o
em cima da cruz ; e n'elU
estava escripto : JESUSNAZARENO, KEI DOSJUDEOS.20 E muitos dos judeos
leram este titulo; porquelogar onde Jesus estava
crncificado era proximo dacidade; e estava escripto
em hebraico, grego e latim.
21 Diziam pois os prin-
cipaes dos sacerdotes dosijndeos a Pilatos : Nao es-
crevas, Rei dos Judeos;mas que disse: Sou Rei
dos Judeos.22 Responden Pilatos:
que escrevi, escrevi.
23 Tendo pois os soldados
crncificado a Jesus, toma-ram os sens vestidos, e fize-
ram quatro partes, para
cada soldado uma parte, e
a tunica. Porem a tunica,
tecida toda d'alto a haixo,
nao tinha costura.
24 Disseram pois uns aos
outros : Kao a partamos,
mas lancemos sortes sobre
ella, para ver de quem sera.
Para que se cumprisse a
Escriptura que diz: Divi-
diram entre si os mensvestidos, e sobre a minhavestidnra lan^aram sortes.
E OS soldados, pois, fizeram
estas coisas.
25 E junto a cruz de Jesusestava sua mae, e a irmade sua mae, Maria, mulherde Cleophas, e Maria Mag-dalena.
26 Ora Jesus, vendo a sua
mae, e o discipulo a qnemamava, que ali estava, disse
a sua mae : Mulher, eis ahi
o teu filho.
27 Depois disse ao disci-
pulo: Eis ahi tua mae. Edesde aquella hora o disci-
pulo a recebeu em sua casa.
28 Depois, sabendo Jesus,
que ja todas as coisas esta-
vam cumpridas, para quea Escriptura se cumprisse,
disse : Tenho sede.
29 Estava pois ali mn vasocheio de vinagre. E en-
cheram de vinagro nmaesponja, e, envoivendo-on'um hyssopo, lh*a che-
garam a bocca.
30 E, quando Jesus tomouo vinagre, disse : Esti con-
summado. E, inclinando
a cabe^a, entregon o espi-
rito.
31 Os judeos, pois, paraque no sabbado nao ficassem
OS corpos na cruz, porqueera a preparacao (pois era
S. JOAO,
o grande dia de sabbado),
rogaram a Pilatos que se
Ihes quebrassem as pernas,
e fossem tirados.
32 Foram pois os solda-
dos, e, na verdade, que-braram as pernas ao pri-
meiro, e ao outro que comelle fora crucificado
;
33 Mas, vindo a Jesus e
vendo-o ja morto, nao Ihe
qnebraram as pernas.
34 Porem um dos solda-
dos Ihe furon o lado comuma langa, e logo saiu
sangue e agua.
35 E aquelle que viu into
testificou, e o seu tes-
temunbo e verdadeiro, e
Babe que e verdade o quediz, para que tambem tos
o creiaes.
36 Porque estas coisas
aconteceram para que se
cumprisse a Escriptura,
que diz : Nenhum dos seus
ossos sera quebrado.37 E outra vez diz outra
Escripiuta: Yerao o quetraspassaram.
38 Depois d'isto, Jose deArimathea (o que era dis-
cipulo de Jesus, mas oc-
culto, por medo dos judeos),rogou a Pilatos que Ihe
permittisse tirar o corpo deJesus. E Pilatos IKo per-
mittiu. Entao foi e tirou
o corpo de Jesus.
39 E foi tambem Nico-
XIX, XX 229
demos (aquelle que ante-
riormente se dirigira denoite a Jesus), levandoquasi cem arrateis d'umcomposto de myrrba ealoes.
40 Tomaram pois o corpode Jesus e o envolveramera lengoes com as especia-
rias, como os judeos teempor costume sepultar.
41 E bay]a um horton'aquelle logar onde fora
crucificado, e no horto umIsepulcbro novo, em que
! ainda ninguem bavia sido
i
posto.
I42 Ali pois (por causa da
jpreparafjao dos judeos, e
j
por estar perto aquelle se-
I
pulcbro), pozeram a Jesus.
CAPITULO XX.
ENO primeiro dia da9 semana, Maria Mag-
dalena foi ao sepulcbro demadrogada, sendo aindaescuro, e viu a pedra ja>
tirada do sepulcbro.
2 Correu pois, e foi a
Simao Pedro, e ao outro
discipulo, a qnem Jesusamava, a disse-lhes : Le-varam o Senhor do sepul-
cbro, e nao sabemos ondepozeram.3 Entao Pedro saiu com
o outro discipulo, e foramao sepulcbro.
230 S. JOAO, XX.
4 E estes dois corriam|
juntos, porem o outro dis-|
cipulo corren mais depressai
do que Pedro, e chegouprimeiro ao sepulchro.
5 E, abaixando-se, vinestar os lengoes; todavia
nao entrou.
6 Chegou pois Simao Pe-dro, que seguia, e entrouno sepulchro, © viu estar
OS lengoes,
7 E que o lengo, que tinha
sido jpo&to sobie a sua ca-
beca nao estava com os
lengoes, mas enrolado n'umlogar a parte.
8 Entao entrou tambem ooutro discipulo, que che-
gara primeiro ao sepulchro,
e Tiu, e creu.
9 Porque ainda nao sa-
biam a Escriptura: queera necessario que resusci-
tasse dos mortos.
10 Toruaram pois os dis-
cipulos para casa.
HE Maria estava cho-
rando fora, junto ao sepul-
chro. Estando ella pois
chorando, abaixou-se parao sepulchro.
12 E viu dois anjos vesti-
dos de branco, assentadosonde jazera o corpo deJesus, um a cabeceira e
outro aos pes.
13 E disseram-lhe elles:
Mulher, porque choras ?
Ella Ihes disse : Porque
levaram o men Senhor, enao sei onde o pozeram.14 E, tendo dito isto,
voltou-se para traz, e viuestar Jesus, porem naosabia que era Jesus.
15 Disse-lhe Jesus: Mu-lher, porque choras? Quernbuscas ? Ella cuidandoque era o hortelao, disse-
lhe : Senhor, se tu o levaste,
dize-me onde o pozeste, eeu levarei.
16 Disse-lhe Jesus: Ma-ria! Ella, voltandose, dis-
se-lhe : Eabboni (que querdizer, Mestre).
17 Disse-lhe Jesns : Naome toques, porque ai»da
1 nao subi para meu Pae,
I
mas vae para meus irmaos,
Ie dize-lhes : Subo para meu
IPae, e vosso Pae, e para
! meu Deus e vosso Deus.18 Maria Magdalena foi e
annunciou aos discipulos,
que vira o Senhor, e elle
Ihe dissera estas coisas.
19 Chegada pois a tardede aquelle dia, primeiro dasemana, e cerradas asj)ortas onde os disci-
pulos, com medo dofa
judeos, se tinham ajun-
j
tado, chegou Jesus, e poz-I se no meio e disse-lhes
:
I
Paz comvosco.I 20 E, dizeudo isto, mos-! trou-lbes as suas maos o
[0 lado. De sorte que os
S. JOAO,
dificipnlos ee alegraramvendo o Senhor.
21 Disse-lhes pois Jesusoutra vez: Paz comvosco;assim como o Paemeenviou,tambem eu vos enyio avos.
22 E, havendo dito isto,
soprou sobre elles e disse-
lhes : Eecebei o Espirito
Sanctp
:
23 Aquelles a qnem perdo-ardes os peccados, llies saoperdoados: e aquelles aqnem os retiverdes, lht& saoretidos.
2i Ora Thome, mn dosdoze, chamado Didjino, naoestava com elles quandoJesus chegou.25 Dis=eram-lhe pois os
oiitros discipnlos: YimosaoSenhor. Porem elle disse-
lhes: Se nao vir o eigmal
dos eravos em snas ma^DS e
nao metter o dedo no logar
dos cravos, e nao metter aminha mao no sen lado, emmaneixd nenhuma o crerei.
26 E oito dias depois esta-
vam outra vez os seus djs-
cipulos dentro, e com elles
Thome. Chegou Jesus, es-
tando as portas fechadas, eapresentou-se no meio, edisse : Paz comvosco.27 Depois disse a Thome
:
Chega aqui o teu dedo, e veas minhas maos ; e chega atua mao, e mette-a no meu
XX, XXI. 231
!lado ; e nao sejas incredulo,mas crente.
I
28 Thome respondeu, e
j
disse-lhe : Senhor meu, eDeus meu
!
29 Disse-lhe Jesus: Por-queme viste, Thome, creste:
' bemaventurados os que naoI
viram, e creram.
j
30 Muitos outros eignaesI fez tambem Jesus ainda Eaipresenra de sens discipulos,
que nao estao escriptosn'este livro.
31 Porem estes foram es-
criptos para que creiaes queJesus e'o Christo, o Eilhode Deus, e para que, crendo,
i tenhaes vida em seu nome.
CAPITULO XXI.
DEPOIS d'isto mani-festou-se Jesus outra
vez aos discipulos, junto dotmar de Tiberiades ; e mani-festou-se assim
:
i 2 Estavam juntos Simao1 Pedro, e Thome, chamado1Didymo, e Nathanael, o deCana de Galilea e os filhos
ide Zebedeo, e outros dois
I
dos seus discipulos.
j3 Disse-lhes Simao Pedro ;
jYou pescar. Dizem-lhe
I
elles : Tamljem nos vamoscomtigo. Foram, e subiram
i logo para o barco, e
n'aquella noite nada apa-
. nharam.
232 S. JOAO, XXI.
4 E, sendo ja manha,Jesus se apresentou napraia, porem os discipnlos
nao conheceram que era
Jesus.
5 Disse-lhes pois Jesus:Filhos, tecdesalguma coisa
de comer? Eespouderam-Ihe: ^ao.
sendo tantos, nao se rompena rede.
12 Disse-lhes Jesus:Vinde,jantae. E nenhum dos dis-
cipulos ousava perguntar-Ihe : Quern es tu ? sabendoque era o Senhor.
13 Chegou pois Jesus, e
tomou pao e deu-lh'o, e6 E elle Ihesdisse: Lancjae
j
similhante, do peixe.
a rede para a banda direita 14 E ja esta era a terceira
do barco, e acliareis. Lan- vez que Jesus se manifes-^aram-n'a pois, e ja a nao ' tava aos sens discipulos,
podiam tirar, pela multi-\depois de ter resuscitado
dao dos peixes. dos mortos.7 Entao aquelle discipulo 15 E, depois de terem
a quern Jesus amava, disse i jantado, disse Jesus aa Pedro : E o Senhor. E
j
Simao Pedro : Simao, filho
quando Simao Pedro ouviu de Jonas, amas-me mais doque era o Senhor, cingiu-se que estes? E elle respondeu:com a tunica (porque esta
va nu) e langou-se aomar.8 E OS outros discipulos
foram com o barco (porquenao estaram distantes daterra senao quasi duzentoscovados), trazendo a rededos peixes.
9 Logo que desceram paraterra, viram ali?^m«sbrazas,e um peixe posto em cima,e pao.
10 Disse-lhe Jesus: Trazeidos peixes que agora apa-E hastes.
11 Simao Pedro subiu,puxou a rede para terra,
cheia de cento e cincoentae trea grandes peixes, e.
Sim, Senhor, tu sabes quete amo. Disse-lhe : Apas-centa os meu cordeiros.
16 Tomou a dizer-lhe
segunda vez: Simao, filho
de Jonas, amas-me ? Dis-
se-lhe: Sim, Senhor, tusabes que te amo. Disse-
lhe: Apascenta as minhasovelhas.
17 Disse-lhe terceira vez:Simao, filho de Jonas, amas-me? Simao entristeceu-se
por Ihe ter dito terceira vez :
Amas-me ? e disse-lhe :
Senhor, tu sabes todas as
coisas; tu sabes que eu te
amo. Jesus disse-lbe: Apas-centa as minhas ovelhas.
18 Na verdade,na verdade
ACTOS, L 233
te dlgo, qtie qnando eras
mais mc^o, te cicgias a ti
mesmo, e andavas por OLdequerias, mas qnando ja fores
velho, estenderas as tnasmaos ; e ontro te cicgira, e
te levara para onde tu naoqnererias.
19 E disse isto, Bionifi-
cando com qne morte haviade glorificar a Deus. E, ditoisto, disse-lhe : Segne-me.20 E Pedro, yoltando-se,
via qne o segnia aqnellediscipnlo a quern Jesusamava, e qne na ceia se
recostara tambem ao senpeito, e que dissera : Senhor,qnem e qne te ha de trahir.
21 Vendo Pedro a este,
disse a Jesns : Senhor, ed'este que sera f
22 Disse-lhe Jesns : Se en
qnero qne elle fiqne ate qne
i
en yenha, qne te importa a\
ti ? Segue-me tn.
i23 Divnlgon-se pois entrc
i 03 irmaos este dito, qne[aqnelle discipnlo nao havia
\
de morrer. Jesn.5 poremj
Lao Ihe di-se qne eSo mor-,reria, mas : Se en qnero qne
;elle fiqne ate q-e en venha,
^
que te importa a ti ?
I
2i Este e o discipnlo qne;
t€stincad'esta.s coisas,e estas' coisas escreven ; e sabemos
;
qne o sen teatemnnho eTerdadeiro.
• 25 Ha porem ainda mnitas
I
ontras coiso.s qne Jesns fez ;
;
qne, se cada nma de per si
fosse escripta, cnido qnenem ainda o mnndo todo
i paderia conter os livros
qne se escreYes=em. AmeiL
ACTOS DOS AP0ST0L03.
CAPITTLO L
FIZ o primeiro tratado, 6Theophilo, de todas
as coisas qne Jesns come^on,nao 60 a fazer, mas a ensi-
nar,
2 Ate ao dia em qne foi
jecebido acima, depois deItar dado mandamentos, pelo
Espirito Sancto, aos aposto-los qne escolhera
;
3 Aos quaes tambem,depois de ter padecido, se
apresenton vivo, c-om mnitase infaliiveis provas, sendovisto por elles por espacode qnarenta dias, e fallanaodo qne respeita ao reino deDens.
231
4 E, ajnntando-oS;
terminou-lhes que nao se
ansentassem de Jenisalem,mas qne esperassem a pro-
messa do Pae que (^disse)
de mim ouvistes.
5 Porque, na verdade,Joao baptizou com agua,
ACTOS, I.
de-j
Esse Jesus, que d'entre v6sfoi recebido acima no ceu,ha de Tir assim, como parao ceu o vistes ir.
12 Entao voltaram paraJerusalem, do monte cha-mado das Olivciras, o qualesta perto de Jerusalem, a
porem vos sereis baptizados distancia do caminho de umcom o Espirito Sancto, nao
\sabbado
muitos dias depois d*estes.|13 E, ' entrando, Bubiram
6 Aquelles pois
baviam ajuntadoque se i
ao cenaculo, onde ficarampergun-
j
Pedro e Thiago, Joao e
taram-lhe, dizendo : Senhor, I Andre, Philippe e Thomerestauraras tu n'este tempoo reino a Israel ?
7 E disse-lhes : Nao vospertence saber os tempos ouas estacoes que o Pae i)oz
em seu proprio poder.
8 Mas recebereis a virtude
Bartholomeu e Mattheus,Thiago, Jilho de Alpheo,Simao, o zelador, e Judas,irmao de Thiago.14 Todos estes persevera-vam unanimemente em ora-
9oes 6 supplicas, com as
do Espirito Sancto, que ha i mulheres, e Maria, mae dode vir sobre vos ; e ser-me-
heis testemunhas, tanto emJesus, e com sens irmaos.
15 E n'aquelles dias, le-
Jerusalem como em toda ai
vantando-se Pedro no meioJudea e Samaria, e ate aos
confins da terra.
9 E ha-vendo dito estas
coisas, vendo-o elles, foi ele-
vado as alturas, e umanuvem o tirou de seusolhos.
10 E, estando elles com os
olhos fitos no ceu, emquantoeiie ia subindo, eis que juntod'elles se pozeram dois va-
r5es vestidos de branco,
11 Os quaes entao disse-
ram : VarCes galileos, quej
eetaes olhando para o 'leu ?i
dos discipulos, disse (ora amultidao junta era comode quasi cento e vinte pes-
soas)
:
16 Yaroes irmaos, convi-
nha que se cumprisse esta
Escriptura que o Espirito
Sancto predisse pela boccade David, acerca de Judas,que foi o guia d'aquelles
que prenderam a Jesus
;
17 Porque foi contadocomnosco e alcannon eorte
n'este ministerio.
18 Ora este adquiriu nm
E,
ACTOS, I,
campo com o galardao dainiquidade; e, precipitan-
do-se,arrebentoupelo meio,
e todas as suas entranhasse derramaram.19 E foi notorio a todos os
que habitam em Jerusa-lem ; de maneira que uasua propria lingua esse
campo se cham a Aceldama,i>to e, Campo de saugue
:
20 Porque no livro dosPsalmos esta escripto: Pi-
que deserta a sua habitacao,
e nao haja quern n'ella
habite, e tome outro o seubispado.
21 E necessario pois quo,
dos varoes que conviveramcomnosco todo o tempo emque o Senhor Jesus entroue saiu d'entre nos,
22 Comecjando desde obaptismo de Joao ate ao dia
em que d'entre nos foi re-
cebido aciraa, um d'elles se
faga comnosco testemunha!
da sua resurreigao.j
23 E apresentaram dois :|
Jose, chamado Barsabas,que tinha por sobre-nomeo Justo, e Mattias.
24 E, orando, disseram:Tu, Senhor, conhecedor doscora^fjes de todos, mostraqual d'estes dois tens esco-
Ihido,
25 Para qne tome parten'este ministerioe a])ostola-
do, de que Judas se desviou,
n. 235
para ir para o sen propriolo.erar.
26 E lancaram-lhes sortes,
e caiu a sorte sobre Mattias.E por Yoto commum foi
contado com os onze aposto-los.
CAPITULO n.
CUMPPJXDO-SEodiade Pentecostes, esta-
vam todos concordementereunidos.
2 E de repente vein doceu um som, como de umvento veliemente e impe-tuoso, e encheu toda a casa
em que estavam assentados.
3 E foram vistas por elles
linguas repartidas, comoque de fogo, e ponsaramsobre cada um d'elles.
4 E todos foram cheios doEspirito Sancto, e comeca-ram a fa'larn'outras lin-
guas, conforme o Espirito
Sancto Ihes concedia quefallassem.
5 E em Jerusalem esta-
vam habitando judeos, va-roes religiosos, de todas as
nances que estao debaixodo ceu.
6 E, correndo aquellavoz,
ajuntou-se a multidao, e
estava confusa, porque ca-
da um OS ouvia fallar nasua propria lingua.
7 E todos pasmavam e se
236 ACTOS, 11.
maravilhavam, dizendo uns\
aos outros: Pois que! caosao galileos todos esses ho-mens que estao fallando ?
8 Como pois os ouvimos,cada um, na nossa proprialiBgua em que somos nasci-
dos?9 Parthos e medas, elami-
tas e OS que habitam naMesopotamia, e Judea, eCappadocia, Ponto e Asia,
10 E Phrygia e Pamphy-lia, Egypto e partes daLybia, junto a Cyrene, e
romanos estrangeiros, tan-
to judeos como proselytos.
11 Cretenses e arabios,
ouvimos em nossas pro-prias linguas fallar dasgrandezas de Deus.12 E todos se maravilha-vam e estavam suspenses,dizendo uns para os outros
:
Que quer isto dizer ?
13 E outros, zombando,diziam: Estao cheios dejnosto.
14 Porem Pedro, pondo-6e]em pe com os onze, le-
vantou a sua voz, e disse-.
Ihes : Yaroes judeos, e to-
dos OS que habitaes em Je-rusalem, seja-vos isto conhe-cido, e escutae as minhaspalavras
;
15 Que estes homens naoestao embriagados, comovos peusaes, sendo a ter-
ccira hora do dia
:
16 Mas isto e o quo foi
dito pelo propheta Joel
:
17 E nos ultimos diaaacontecera, diz Deus, quedo meu Espirito derrama-rei sobre toda a carne ; e osvossos filhos e vossas filhas
prophetizarao, os^ vossosmancebos terao visoes, e osvossos velhos sonharao so-
nhos;18 E tambem do men Es-
pirito derramarei sobre osmens servos e as minhasservas n'aquelles dias, eprophetizarao
;
19 E farei apparecer pro-digies nas alturas, no ceu
;
e signaes em baixo na terra,
sacgue, fogo e vapor defumo:20 sol se convertera em
trevas, e a lua em sangue,antes de chegar o grande e
illustre dia do Senhor
;
21 E acontecera que todoaquelle que invocar o nomado Senhor sera salvo.
22 Varues israelitas, escu-
tae estas,palavras : Jesus
Nazareno, varao approvadopor Deus entre vos commaravilhas, prodigios e si-
gnaes, que Deus por elle
fez no meio de vos, comovos mesmos bem sabeis
:
23 A este, sendo entreguepelo determinado couselho
e presciencia de Deus, to-
mando-o vos, o crucificastea
ACT03, 11.
e matastes pelas maos deinjustos
:
24 Ao qual Dens resnsci-
tou, Boltas as dores damorte, pois nao era possi-
vel que fosse retido porella;
25 Porqne d'elle disse Da-vid : Sempra via diante de
237
31 Prevendo isio, fallou
da resurrei^ao de Christo,
que a sua airca nao foi dei-
xada no inferno, rem a suacarne viu a cormp^ao.32 Deus resuscitou a este
Jesus, do que todos nos so-
mos testemunhas.33 De sorte que, exaltado
mim ao Senlior, porque es-1jd pela dextra de Deus, e
ta a minha direita, paraque eu nao seja commo-vido:26 Por isso se alegrou omen corarao, e a minhalingua exultou ; e ainda aminha came ha de repou-sar em esperanga;
27 Pois nao deixaras a
minha alma no inferno,
nem permittiras que o teuSancto veja a corrup(;ao
:
28 Fizeste-me conhecidosOS caminhos da vida ; coma tua face me encheras dejubilo.
29 Varoesirmaos, seja-melicito dizer-Tos livrementeacerca do patriarcha David,que morreu, e foi sepultado
recehendo do Pae a pro-
messa do Espirito Sancto,
derramou isto que agoravedes e ouvls.
34 Porque David nao su-
biu aos ceus, porem diz :
Disse o Senhob ao meuSenhor : Assenta-te a mi-nha direita.
35 Ate que ponha os tens
inimigos por escabello detens pes.
36 Saiba pois com certeza
toda a casa d'Israel quoesse Jesus, a quem vos cru-
cificastes, Deus o fez Senhore Christo.
37 E, ouvindo elles estas
coi'sas, compungiram-se emseu coTaqa.0, e disseram a
e entre nos esta ate hoje a Pedro e aos demais apossua sepultura.
30 Sendo pois elle pro-pheta, e sabendo que DeusIhe havia promettido comjuramento que do fructo de
tolos : Que faremos, varoes
irmaos ?
38 E disse -Ihes Pedro:Arrependei-vos, e cada umde vos seja baptizado em
sens lombos, segundo a nome de Jesus Christo, pa-came, levantaria o Christo, ra perdao dos peccados ; e
para o assentar sobre o seu recebereis o dom do Espi-
throno. rito Sancto;
238 ACTOS, U, in.
39 Porque a promessa vospertence, a vds, a vossosfilhos, e a todos os queestao loDge : a tantos quan-tos Deas nosso SerLhor cha-mar.40 E com mnitas ontras
palayras testificava e exhor-ta^a, dizendo; Salvae-Yosd*esta geragao perversa.
41 De Borte que forambaptizados os que de bomgrado receberam a sua pa-lavra ; e n'aquelle dia ajun-taram-se a egreja quasi tres
mil almas
;
42 E perseveravam nadoutrina dos apostolos, ena communhao, e co partirdo pao 6 nas oracoes.
43 E em toda a alma haviatemor, e muitas marayilliase signaes se faziam pelosapostolos.
44 E todos OS que criamestavam juntos, e tinhamtudo em commum. I
45 E vendiam suas pro-priedades e fazendas, e re-
partiam com todos, segundocada um havia mister.
46 E,perseverandounani-mes todos osdias notemplo,e repartindo o pao de casaem casa, comiam juntoscom alegria e siageleza decoragao,
47 Louvando a Deus, e
accrescentava o Senhor aegreja aquelles que Be ha-viam de salvar.
,
CAPITULO in.
EPEDEO e Joao subiamjuntos ao templo a bo-
ra da oragao, a nona.2 E era trazido um varaoque desde o ventre de suamae era coxo, o qual cadadia punbam a porta dotemplo, cbamada Formosa,para pedir esmola aos queentravam no templo.3 Este, vendo a Pedro e
Joao, que iam entrando notemplo, pediu que Ibe des-sem uma esmola.4 E Pedro, com Joao, fi-
tando OS olhos n'elle, disse ;
Olha para nos.
6 E olhou para elles, espe-rando receber d'elles algu-ma coisa.
6 E disse Pedro : Nao te-
nbo prata nem oiro ; mas oque tenho isso te dou. Emnome de Jesus Christo, oNazareno, levanta-te e anda.7 E, tomando-o pela mao
direita, o levantou, e logo
OS sous pes e artelhos se
firmaram.8 E, saltando elle, poz-Sx-
em pe, e andou, e entroucom elles no templo, an-
tendo gra^a para com todo |dando, e saltando, e lou
o povo. E todos OS dias,vando a Deus;
ACTOS, m. 233
9 Etodoopovoovinandar|
fe qne e por elle den a este,
e louTar a Dens
;
na presen<;a de todos yos.
10 E conheciam-o, que era esta perfeita saude.
o que se assentaya a esmola|
a porta Formosa do templo,e ficaram cheios de pasmoe assombro, pelo que Ihe
acontecera.
11 E, apegando-se o coxo,
que fora curado, a Pedro e
Joao, todo o poYo correuattonito para junto d'elles,
ao alpendre chamado deSalomao.12 E Pedro, vendo isio,
disse ao povo : Yarijes israe-
litas, porque vos maravi-Ihaes d'isto? On, porqueolhaes tanto para cos, co-
me se por nossa propriaTirtnde on sanctidade tos-semos andar a este ?
13 O Dens d'Abrahao, e
de Isaac e de Jacob, o Deusde nossos paes, glorificon asen filho Jesus, a quem vosentregastes e perante a face
de Pilatos negastes, julgan-do elle qne devia ser solto.
IJ: Mas vos negastes oSancto e o Juste, e pedistes
qne se vos desse nm homemhomicida.15 E matastes ao Principeda vida, ao qnal Dens re-
snscitou do8 mortos, do queDOS somos testemnnhas.16 E pela fe no sen nome
o sen nome confirmon a este
qne vedes e conheceis ; e a
17 E agora, irmao??, en sei
queofizestespor ignorancia,como tambem oa vossosprincipes
:
18 Mas Deus cnmprin as-
sim que ja d'antes pelabocca de todos os seus pro-phetas havia annunciado,que o Christo havia depadecer.
19 Arrependei-vos, pois, e
convertei-Yos, para que se-
jam apagados os vossos pec-
cados, quando vierem os
tempos do refrigerio p^lapresen^a do Senhor,20 E elle enviar a Jesus
Christo, que j'd d'antes vosfoi pregado
:
21 qual convem qne ocen contenha ate aos tem-pos da restauracao de todasas coisas, que JDeus fallou
pela bocca de todos os seussanctos prophetas, desde to-
do o seculo.
22 Porque IMoyses dissa
aos paes: Senhor vosso
Deus levantara a'entre vos-
sos irmaos um propheta co-
mo a mim : a elle ouvireis
em tudo quanto vos disser.
23 E acontecera que toda
a alma que nao escntar esse
propheta sera exterminadad'entre o povo.2-4 E tambem todos OS pro-
240 ACTOS,
plietas, desde Samuel e emdiante, todos quantos teemfailado,ja d'antes annuncia-ram esses dias.
25 Yos sois 03 filhos dosprophetas,e do concerto queDeus fez com nossos paes,
dizendo a Abraliao : Na tuadescendencia s&rao bemdi-tastodasasfamiliasdaterra.26 Sascitando Deus a seu
Filho Jesus, primeiro o c-n-
viou a vos, para que n'isso
T05 bemdissesse, e vos des-
viasse, a cada um, das yos-
sas maldades.
CAPITULO lY.
EESTANDO elles fal-
> lando ao povo, sobre-vierara os sacerdotes, e ocapitao do templo, e ossadduceos,
2 Enfadando-se muito deque ensinassem ao povo, e
annuncia?:sem em Jesus aresurreicao dos mortos.
3 E laiicaram mao d'elles,
e OS encerraram na prisaoate ao dia eeguinte, pois eraja tarde.
4 E creram muitos dosque ouTiram a palavra, e
chegou numero d'esses
bomens a quasi cinco mil.
5 E aconteceu, no dia se-
guinte, reunirem-se era Je-rusalem OS scus principaes,e anciaos e escribas.
III, lY.
6 E Annas, o summo Ba-
cerdote, e Caipbas, e Joaoe Alexandre, e todos quan-tos bavia da linbagem dosummo sacerdote.
7 E, pondo-os no meio,perguntaram : Com que po-der fizestes isto, ou emnome de quem ?
8 Entao Pedro, cbeio doEspirito Sancto, Ihes disse
:
Principaes do povo, e vos,
anciaos d'Israel,
9 Visto quo boje somosinterrogados juridicamenteacerca do beneficio feito aum bomem enfermo, de quemodo elle foi curado,
10 Seja conbeeido a vostodos, e a todo o povod'Israel, que e em nome deJesus Cbristo, o nazareno,aquelle a quem vos crucifi-
castes, e a quem Deus re-
suscitou dos mortos, emnome d'elle esta este sao
diante de vos.
11 Este e a pedra que foi
rejeitada por vos, os edifi-
cadores, a qual foi posta porcabe(;a d'esquina.
12 E em nenbum outro hasalvagao, porque tambemdebaixo do ceu nenbum ou-
tro nome ba, dado entre os
bomens, em que devamosser salvos.
13 Entao elles,vend a ou-eadia de Pedro e Joao, e iu-
formados de que eram bo-
ACTOS, lY. 241
mens sem letras e idiotas, ' por causa do povo ;porqne
todo3 glorificavam a Deusacerca do que acontecera.
22 Pois tinha mais dequarenta annos o homemem quern Ee operara a-
quelie milagre de saude.
23 E, solfos elles, foramao3 Eeus, e coRtaram tudoo que Ihes disseram os
principaes dos sacerdotes
e OS anciaos.
maravilharam ; e bemOS conheciam, que hayiarn
estado com Jesus.
14 Mas, vendo estar comelles o homem que fora
curado, nada tinham quedizer em contrario.
15 E, mandacdo-os sair
fora do conselho, confe-
renciaram entre si,
15 Dizendo: Que have-
mos de fazer a estes ho- ! 24 E, ouvindo elles isto,
mens ? porque a todos os • unanimes levantaram a toz
que habitam em Jerusalem '• a Deus, e disseram : Senhor,
e manifesto que por elles tu es o Deus que fizeste o" ' ceu, e a terra, e o mar, e to-
das as cc>isas que n'elles ha
;
25 Que disseste pola
foi feito um signal notorio.
e nao o podemos negar
;
17 Mas, para que nao se
divulgue mais entre o povo, bocca de David, ten servo
:
ameacemol-os que nao fal-
l«m mais n'esse nome a
homem algum.18 E, chamando-os, disse-
ram - Ihes que absoluta-
mente nao fe.llassem, nemensinassem, no nome deJesus.
19 Eespondendo poremPedro e Joao, Ihes disse-
ram : Julgae vos se e justo,
diante de Deus, ouvir-vos
antes a vos do que a Deus
;
20 Porque nao podemosdeixar de fallar o que te-
mos visto e ouvido.
21 Mas elles ainda os
amea(;aram mais, e, naoachando motivo para os
castigar, deixaram-n'os ir,
Porque bramaram as gen-
tes, e 03 povos pensaramcoisas vas?26 Levantaram-se 03 reis
da terra, e os principes se
ajuntaram a uma, contra o
Senhor e contra o seu
Ungido.27 Porque verdadeira-
mente contra o ten sancto
Filho Jesus, que tu ungiste,
se ajuntaram, nao so Hero-
des, mas Poncio Pilatos,
com OS gentios e os povosd'Israel
;
28 Para fazerem tudo o
que a tua mao e o teu
conselho tinha anterior-
mente determinado que s«
havia de fazer.
ACTOS, IV, Y.
29 Agora pois, 6 Senhor,\
poe OS olhos nasamea^as, e concede aosteus servos que faUem comtoda a ousadia a tnapalavra
:
30 Estendendo a tna maopara curar, e para que safagam signaes e prodigiospelo Home do teu sanctoFilho Jesus.31 E tendo orado, moven-
se logar em qne estavamrennidos; e todos foramcheios do Espiiito Sancto,e fallavam com ousadiaa palavra de Dens.
36 Entao Jose, cogno-Buas
!minado pelos apostoloaBamabe (que, tradnzido,e Filho de consola(;ao), le-
vita, natural de Chypre,37 Possnindo nma her-
dade, vendeu-a, e tronieo prego, e o apresentou aospes dos apostoloa.
32 E era nm o coragao ea alma da multidao dosqne criam, e ningnem diziaser sua propria coisa algu-ma do que possnia, mastodas as coisaa Ihes eramcommnns.33 E 03 apostolos davamcom grande poder, teste-
munho da resurreigao doSenhor Jesus e em todoselles haviaabnndantegraga.34 Nao havia pois entre
elles necessitado algnm
;
porqne todos os que pos-suiam herdades ou casas,
vendendo - as, traziam opreco do vendido, e o de-positavam aos pes dosapostolos
CAPITULO V.
E cha-
comyen-
UM certo varaomado Ananias,
Saphira, sua mullier,
den nma propriedade
;
2 E defraudou no prego,sabendo-o tambem suamulher; e, trazendo nmaparte d'elle, a depositouaos pes dos apostolos.
3 Disse entao Pedro: Ana-nias, porqne enchen Sata-nas o teu coragao, paraqne mentisses ao Espirito
Sancto, e defraudasses nopre90 da herdade ?
4 Guardando-a, nSo fica-
va para ti? E, vendida,nao estava em teu poder ?
porque formaste este de-signio em ten coragao?Nao mentiste aos homens,mas a Dens.6 E Ananias, onvindo
estas palavras, caiu e expi-rou. E nm grande temor
35 E repartia-se por cada i vein sobre todos os quenm, segundo a necessidade ' o ouviram.que cada nm tinha. 6 E. levant^ndo - Be os
ACTOS, V. 243
mancebos, pegaram d'elle, 1 homens como nralheres,
e trausportaudoo para fora, , crescia mais e mais,o sepultaram. 15 Be sorte que transpor-7 E, passando Tim espa^o tava cs enfermos para as
quasi de ties horas, entrou|
ruas, e os punham em leitos
tambem sua mulher, nao ; e em camiibas para qne aKabendo o que havia '
sombra de Pedro, quandoacontecido. I passasse cobrisse alguns8 E disse-lhe Pedro : Di- d'elles.
zeme, Tendestes por tantoj 16 E ate das cidadesaquella herdade ? E ella
!circumvisinhas conconia a
disse : Sim, por tanto.
9 Porem Pedro Lhe disse
:
multidao a Jerusalem, con-duzindo enfermos e ator-
Porque e qne entre vosjmentados de espiritos im-
vos concertastes para tentar I mundos ; os quaes todoso Espirito do Senhor ? Eis i eram curados.ahi a porta os pes dos que
|17 E, levantando-S9 o
sepultaram a teu marido, I summo eacerdote, e todose tambem te levarao a ti. |
os que estavam com elie
10 E logo caiu aos seus (que era a seita dos sa-
pes, 8 expirou. E, entran-j
ducceos) encheram-S6 dodo OS mancebos, acbaram- inveja,
n'a morta e a sepultaram 18 E lan^aram mao dosjunto de seu marido. apostolos, e os pozeram na11 E veiu um grande prisao pubiica.
temor a toda a egreja, e a I 19 Mas de noita um anjotodos 08 que ouviram estas i do Senbor abriu as portascoisas.
!da prisao, e, tirando - os
12 E mnitos signaes e ' para fora, disse
:
prodigios eram feitos entre ; 20 Ide apresentar-vos noo poYo pelas maos dos I
templo, e faliae ao povoapostolos. E estavam todos todas as palayras d'esta
unanimes no alpendre de vida.
Saloraao. 21 E, ouvindo elles isto^
13 E dos outros ninguem entraram de manba cedoousava ajuntar-se com
I
no templo, e ensinavam.elles : mas o povo tinha-os ! Chegando porem o summoem grande estima. I sacerdote e os que estayam14 E a multidao dos que
|
com ello convocaram ocriam no Senhor, tanto 1 conselbo, e a todos os an-
244 ACTOS, V.
ciaos dos fillios d'Israel, e
enviaram ao carcere, paraconduzil-os.
22 Mas, tendo la chegadoOS servidores, nao os acha-ram na prisao, e voltandoWo annunciaram,23 Dizendo : Achamos
realmente o carcere fecha-
do, com toda a seguran9a,
e OS guardas que estavamfora, diante das portas;
mas quando abrimos, nin-
giiem achamos dentro.
24 Entao o capitao dotemplo e os principaes dossacerdotes, ouvindo estas dos peccados.
doutrina, e qnereis trazersobre nos o sangue d'esse
homem.29 Porem respondendo
Pedro e os apostolos, disse-
ram: Mais importa obedecer a Deus, do que aoshomens.30 Dens de nossoa paes
resuscitou Jesus, ao qnalvos matastes suspendendo-no madeiro.31 Dens com a sua dextra
o elevou a Principe e Salva-
dor, para dar a Israel oarrependimento e remissao
palavras, duvidavam d'elles
sobre o que viria a ser
aquillo.
25 E, chegando urn, an-nnncion-lhes, dizendo : Eis
que os homens que encer-
rastes na prisao estao
no templo e ensinam aopovo.
26 Entao foi o capitao
com OS servidores, a os
trouxe, nao com violencia
(porque temiam ser ape-
drejados pelo povo).
27 E, trazendo-os, os apre-
sentaram ao conselho. E osummo sacerdote, os in-
terrocon dizendo
:
23 Nao vos admoestamosnos expressamente que naoensinasseis n'esse nome ?
E eis que jd enchestesJerusalem d'l
32 Enos somos testemu-
nhasacerca d'estas'palavras,
e tambem do Espirito
Sancto, que Deus deu a-
quelles que Ihe obedecem.33 E, ouvindo elles istOj
se enfureciam, e delibera-'
ram matal os.
34 Mas, levantando-se noconselho um certo phariseo,
chamado Gamaliel, doutorda lei, venerado por todo opovo, mandou que por umpouco levassem para fora os
apostolos \
35 E disse-lhea : VarSesisraelitas, acautelae - vos,
emquanto ao que baveis defazer acerca d'esses ho-
mens.36 Porque antes d'estes
dias levantou-se Theudas,dizendo ser alguem : do
ACTOS, V, VI. 345
qnal se acercon quasi o
numero de quatrocentos ho-
zaens; o qnal foi morto e
todos OS que Ihe deram ou-
1
vjd'OS, foram disperses e re-
dnzidos a nada.
37 Depois d'este levantou-
s© Judas, o gaiileo, nosdias do alistamento e se-
daziu a muito povo aposRi; e tambem este pere-
cen, e todos os que Ihe
deram onvidos foram dis-
j-ersos.
38 E agora digo-vos : Dae(le mao a estes homens, e
ol«ixae-os, porque, se esse
fiesignio, ou essa obra e dehomens, se desfara,
89 Mas, Be e de Dens, nao?H)dereis desfazel-a
;para
»^ae nao acontt^a serdes
<umbem achados comba-tendo contra Deus.40 E concordaram com
]
die. E, chamando os apos-
1
toloB, e tendo-08 a^oitado,i
jnandaram que nao fallals-
;
tiem no nome de Jesus, e os
:
deiiaram ir.
41 Ketiraram-se poia daf)resen(;a do conselho, rego-
yijando-se de terem sido
iulgados dignos de pade-'^•er affronta pelo nome deJesns.
42 E todos 08 dias, notemplo e nas casas, nao ces-
^avam de ensinar, e de an-
nunciar a Jesus Christo.
CAPITULO YL
OKA n'aquelles dias, cres-
cendo o numero dosdiseipulos, houve uma mur-mura(;ao dos gregos contraOS hebreos, de que as suasviuvas eram desprezadasno ministerio quotidiano.
2 E OS doze, convocandoa multidao dos discipulos,
disseram: Nao e razoaTel
que nos deixemos a palavrade Deus e sirvamos as me-sas.
3 Escolhei pois, irmaos,
d'entre vos, eete; varies deboa reputa9ao, cheios doEspirito Sancto e de sabe-
doria, aos quaes constitua-
mo3 Bobre este importantenegocio.
4 Porem nos perseverare-
mos na oraf^ao e no minis-terio da palavra.
5 E este parecer contentoua toda a multidao, e elege-
ram a Estevao, homemcheio de fe e do Espirito
Sancto e Philippe e Pro-choro, e Nicanor, e Timon,e Parmenas e Nicolau, pro-
selyto de Antiochia
:
6 Aos quaes apresentaramante os apostolos, e elles,
orando Ihes impozeram aa
maos.7 E crescia a palavra de
Deus, e em Jerusalem sa
multiplicava muito o nu-l2
246 ACTOS,mero dos discipulos, e
l
grande muitidao dos sacer-
dotes obedecla a fe.
8 E Estevao, cheio de fe
e de poder, fazia prodigies
6 grandes signaes entre opovo.9 E levantaram-se nnsque eram da synagoga cba-
mada dos libertinos, e cyre-
neos e alexandrinos e dosque eram da Cilicia e daAfiia, e disputavam com Es-t-evao.
10 E nao podiam resistir
a sabedoria, e ao espirito
com que fallava.
11 Entao subomaram nnshomens, para que dis-
sessem: Ouvimos-lhe pro-ferir palavras blasphe-mas conti'a Moyses e contra
Dsus.12 E excitaram o povo, os
anciaos e os escribas ; e.
arremetendo contra elle, oarrebataram e levaram aoconselho.
13 E apresentaram falsas
testemunhas, que diziam:Este homem nao cessa deproferir palavras blasphe-
mas contra este sancto logar
e contra a lei
:
14 Pois nos Ihe onvimosdizer que esse Jesns Naza-reno ba-de destruir este
logar e mudar os costumesque Moyses nos deu.
16 Entao todos os (jue
VI, vn.estavam assentados no con-selho, fixando os olhosn'elle, viram o seu rostocomo rosto de mn anjo.
CAPITULO YII.
EDISSE o summo sacer-dote : Poiventura e
isto assim ?
2 E elle disse: VarDes,irmaos, e paes, ouvi. ODeus da gloria appareceua nosso pae Abrabao, estan-
do na Mesopotamia, antesde habitar em Haran,3 E disse-lhe : feae da tua
terra e d'entre a tna paren-tela, e dirige-te a terra queeu te mostrarei.
4 Entao saiu da terra doscaldeos, e babitou em Ha-ran. E d'ali, depois queseu pae falleceu, o fez pas-
sar para esta terra em queagora habitaes.
5 E nao Ibe den n'ella
beran^a, nem ainda a pega-da de um pe : mas promet-teu que Ib'a daria em pos-sessao, e deix)is d'elle a suadescendencia, nao tendo elle
ainda filbo.
6 E fallen Dens assim:Que a sua descendencia se-
ria peregrina em terra
albeia, e a sujeitariam aescravidao, e a maltrata-riam por quatrocentos an-nos.
ACTOs, vn. 247
7 E en jnlgarei a na^ao aquern Bervirem, disse Deus.E depois d'isto sairao, e meBervirao n'este logar.
8 E den-lhe o concerto dacircnmcisao ; e assim gerona Isaac, e o circnmcidouao oitavo dia : e Isaac gerou
a Jacob, e Jacob aos dozepatriarchas.
9 E 08 patriarchas, moTi-do8 de inveja, venderam a
Jose para o Egypto; e Deusera com elle.
10 E livrou-o de todas as
Btias tribnla<;5e8, e Ihe dengra^a e eabedoria ante Pha-ra6, rei do Egypto, e oconstituiii governador so-
bre o Egypto e toda a suacasa.
11 E a todo o p9,iz doEgypto 8 de Canaan sobre-
Teiu fome e grande tribula-
cao ; e nossos paes nSo acha-vam alimentos.
12 Porem Jacob, onvindoque no Egypto havia trigo,
euTiou cUi nossos paes, aprimeira vez.
13 E na segnnda foi Joseconhecido por seus irmaos,e a linhagem de Jose foi
manifesta a Pharao.14 E enTiou Jose, e man-dou chamar a sen pae Jacob,e a toda a sua parentela,
que era de setenta e cincoalmas.
16 S Jacob descen ao
Egypto, e morren, elle enossos paes
;
16 E foram transportadoapara Sicbem, e depositadosna Bepultnra que Abrahaocomprara por certa sonunade dinheiro aos filhos daHemor, pae de Sichem.17 Approiimando-se, po-
rem, o tempo da promessaque Deus tinha jurado aAbrahao, o poYO cresceu ese multlplicou no Egypto
;
18 Ate que se levantoaoutro rei, que nao conheciaa Jose.
19 Este, nsando de astuciacontra a nossa liuhagem,maltratou a nossos paes,
ate Ihes fazer engeitar asuas creangas, para que naose mnltiplicassem.20 N'esse tempo nascen
Moyses, e era mui formoso,e foi criado tres mezes emcasa de seu pae.
21 E, sendo engeitado,tomou-o a fiiha de Pharao,e o criou como seu filho.
22 E Moyses foi instruidoem toda a sciencia doaegypcios; e era poderosoem suas palavras e obras.
23 E quando completoao tempo de quarenta annos,Teiu-Lhe ao corayao ir visi-
tar a seus irmaos, os fiHioa
d'Israel.
24 E, vendo aggravar umd/dles, defendeu, e Tingoo
248 ACTOS, YII.
o oSendido, matando ao ! Moyses, todo tremulo, naoonsava olhar.
33 E disse-ihe o Senhor:egypcio.
25 E elle cnidaya qneGexLS irmaos entenderiam
|Descal^a as alparcas dos
[ue Deus Ihes havia de dar\tons pes, porque o logar em
a liberdade pela sua niao;
porem elles na'D entende-ram.26 E no dia segninte,
pelejando elles, foi por elles
visto, e quiz coustraDgel-os
a paz, dizendo : Varoes,
sols irmaos; porqne vosaggravaes um ao outro ?
27 E o que offendia o senproximo o repellin, di-
zendo : Quern te constituiu
principe e juiz sobre nos ?
28 Queres tu matar-me,
que estas e terra sancta
:
34 Tenlio visto attenta-
mente a afflicgao do menpovo que esta no Egypto,e ouvi OS eeus gemidos, edesci a livral-os. Agora,pois, vem, e enviar-te-hei
ao Egypto.35 A este Moyses, ao qnalhaviam negado, dizendo
:
Quem te constituiu principee juiz ? a este enviou Deuscomo pr:ncipe e libertador,
pela mao do anjo que Ihe
como hontem mataste ao apparecera no sar9al.
egypcio ?
29 E a esta palavra fuginMoyses, e esteve como es-
trangeiro na terra de Ma-dian, onde gerou dois fiihos,
30 E, completados qua-renta annos, appareceu-lheo anjo do Senhor, no de-
serto do monte Sinai, n'nmachamma de fogo de um
31 Entao Moyses vendo-o,
se maravilbou davisao; e,
approximando-SQ para ver.
36 Este 05 conduzin parafora, fazendo prodigios esignaes na terra do Egypto,e no Mar Vermeiho, e no de-serto, por quarenta annos.
37 Este e aquelle Moysesque disse aos filhosd'Israel
:
Senlior vosso Dens voslevantai'a d'entro tossosirmaos nm propheta comoeu ; a elie onvireis.
38 Este e o que esteve
entre a congregagao no de-serto, cam o anjo que Ihe
foi-lhe dirigida a yoz do ; fallava no monte Sinai, eSenhor,32 Dizendo :
Deus de teus paes, o Deus ! para nol-as dar
I
com nossos paes, o qualEn sou o recebeu as palavras de vida
d'Abrahao, e o Deus d'Isaac
Deus de Jacob. E39 Ao qnal nossos paesnao quizeram obedecer.
ACTOS, Yn. 249
antes o rejeitaram, e de\varam com Josue para a
cora^ao ee tornaram aoj
possessao das nagoes qneEgTptO;40 Dizendo
! Dens expnlson da face deAarSo :
' nossos paes, ate aos dias doFaze-nos deuses qne vao David
:
adiante de nos; porqne a; 46 qnal achon gra^aesse Moyses, que nos tiron ; diante de Dens, e pedinda terra do Egypto, nao; para achartat^ernacnlo parasabemoa o que Ihe aeon-
tecen.
o Dens de Jacob.47 E Salomao Ihe edificon
41 E n'aqnelles dias fize- casa
;
ram o bezerro, e offereceramI48 Mas o Altissimo nao
eacrificios ao idolo, e sei
habita em templos feitos
alegraram nas obras das ' por maos d'hornens, comosnas maos. ; diz o propheta :
42 E Dens ee affaston, e 49 cen e o men throno,
OS abandonon a qne ser- ; e a terra o estrado dosvissem ao exercito do cen, i
mens pes. Qne casa mecomo ersta escripto no livro ' edificareis ? diz o Senhor :
dos prophetas : Porventnra [ on qnal e o logar do menme offerecestes victimas e ! rcDonso ?
eacrificios no deserto
qnarenta annos, 6d'Israel
?
por 50 Porventnra nao fez acasa
I
minha mao todas estas
coisas ?
43 Antestomastesotaber-! 51 Dnros de cerviz, e
nacnlo de Molech, e a es- ! incircnmcisos de cora^ao etrella do vosso dens Eem
,
phan, fignras
Szestea
onvidos: vos sempre re-
qne yos i sistis ao Espirito Sancto
;
adorar. i tambem yos sols como tos-para as
Transportar - vos - hei poisj
sos paes.
para alem de Babylonia. | 52 A qnal dos prophetas44 Estava entre nossos
jnao persegniram vossos
paes no deserto o taber- paes ? Ate assassinaram os
nacnlo do testemnnho, co-
mo ordenara aqnelle qnedisse a Moyses que o fizesse
segnndo o modelo qne tinhavisto.
45 qnal nossos paes,
recebendo-o tambem, o le-
qne anteriormente annnn-ciaram a yinda do Jnsto,
do qnal vos agora fostes
traidores e h-^n^.icidas
;
53 Qne recebestes a lei pordisposicao dos anjos, e naoa gnardastes.
250 ACTOs vn, vnL54 E, onTindo estas cozsas,
confrangiam-se em senscorac:-es, e rangiam osdentes contra elle.
55 Mas elle, estando cheio
do Espirito Sancto, fixando os apostolos.
grande persegui^ao contrma egreja que estava em Je-msalem; e todos foramdisperses pelaa terras daJudea e da Samaria, excepto
OS olhosno cen, viu a gloria
de Deus, e Jesus que estavaa direita de Dens
;
56 E disse : Eis-qne Tejo
08 ceus abertos, e o Filho
2 E alguns varCea piedosos' foram enterrar a Estevao,i e fizeram Bobre elle grandepranto.
3 E Saulo assolava a egre-
do homem, qne e^ta em pe ja, entrando pelas casas : e,"
'' ' ~ arrastando homens e mn-rcao direita de Dens.
57 Porem elles, clamandocom gi^ande voz, taparamOS sens onvidos, e arre-
metteram unammes contraelie.
53 E, expnlsando-o da ci-
dade, o apedrejaTam. Ecs testemnnhas depozeramOS s,Q-u& vestidos aos pesdo um mancebo cliamadoSanlo.
59 E apedrejaram a Este-vao, invocando elle ao Se-
iheres, a encerrava naprisao.
4 Mas OS qiw andavamdisperses iam por toda aparte, annnneiando a pa-lavrsu
5 E, descendo Philippe kcidade de Samaria, Ihespregava a Christo.
6 E as mnltid5es estaramattentas nnanimemente ascoisas que Philippe dizia,
porquanto onyiam e viamwr, e dizendo : Senhor os signaes qne elle fazia;
Jesus, recebe o men espi-
rito.
60 E; pondo-se de joelhos,
clar':on com grande voz
:
Senhor, nao Ihes imputeseste peccado. E, tendo dito
Lsto, adormecen.
ECAPITULO VHLTAMBE:iI Sanlo con-
7 Pois os espiritos im-mundos eahiam de mnitosqne os tinham, clamandoem alta voz ; e mnitosparalyticos e coioa eramcurados.
8 E havia grande alegria
n'aquella cidade.
9 E havia nm certo varclo,
chamado Simao, qne ante-riormente exercera n'a-
eentia na morte d'elle. qnella cidade a arte magica,E fez-se n'aquelle dia nma
, e tinha illudido a gente de
ACTOS, VIII. 251
Samaria, dizendo de si qne as maos, e receber&m o Es-elle era um grande per- 1 pirito Sancto.
tonagern
:
10 Ao qnal todos atten-
18 E Simao, vendo qnepela imposicao das maos
diam, desde o mais pequeno|dos apostolos ee dava 6
ate ao maior, dizendo : Este i Espirito Sancto, Ihes offe-
e a grande virtnde de Dens.11 E attendiam-n'o a elle,
porqne jd desde mnitotempo OS havia illudido
com artes magieas.
12 Mas, como creram a
Philippe, qiie Ihes annnn-ciava o evangelho do reino
de Dens, e o nome de JesnsChristo, Be baptizavam,tanto homens como mu-Iheres.
13 E cren ate o mesmoSimao ; e, sendo baptizado,
ficon de ccwitinno com Phi-lippe; e, vendo os signaes
e as grandes mara\ilhasqne Be faziam, estava atto-
nito.
receu dinheiro,
19 Dizendo: Dae-metam-bem a mim esse poder, paraque qnalqner Bobre qnemeu pozer as maos receba oEspirito Sancto.
20 Mas disse-lhe Pedro :
O ten dinheiro seja comtigopara perdigao, pois cnidasteqne o dom de Dens se al-
canna por dinheiro.
21 Tn nao tens parte nemsorte n'esta palavra, porqne
ten cora9ao nao e recto
diante de Dens;22 Arrepende-te pois d'es-
sa tna iniqnidade, e ora aDens, para que poryenturate seja perdoado o pensa-
14 Os apostolos, pois, qne i mento do ten coracao
;
estavam em Jerusalem, on-j
vindo qne Samaria recebera I
a palayra de Dens, envi£>-
1
ram-lhes a Pedro e Joao.15 Os quaes, tendo des-j
cido, oraram por elles para i
que recebessem o EspiritoSancto.
16 (Porqne sobre nenhum
23 Pois vejo que estas emI fel de amargura, e em la^o
I
de iniqnidade.
24 P^spondendo poremISimao, disse : Orae vos por'mim ao Senhor, para quenada do qne dissestes Yenha
I
sobre mim.25 Tendo elles pois testi-
d'elles tinha ainda descido ;' ficado e fallado a palarra
mas Bomenteeram baptiza- Ido Senhor, voltaram parados emJesuB.)
nome do SenhorIJerusalem, e
Ialdeias dos
em mmtasBamaritanos
17 Entao Ihea impozeram ; annunciaram o cTangelho,
252 ACTOS, vin.
26 E o anjo do Senhorfallen a Philippe, dizencio
:
Levanta-te, e vae para a
banda do snl, ao cami-nho qne desce de Jern-
j
salem para Gaza, que e|
deserta.
27 E levanton-se, e foi ; e
eiB-qne nm homem ethiope,
eunucho, mordomo-mor deCandace, rainha dos ethio-
pes, qual era superin-
tendente de todos os sens
thesoTiros, e tinha ido aJemsalem a adorar,
28 Eegressava, e, assen-
tado no seu carro, lia opropheta Isaias.
29 E disse o Espirito aPhilippe : Chega - te, eajnnta-te a esse carro.
30 E, correndo Philippe,
ouviu que Ha o prophetaIsaias, e disse : Entendestn o qne les ?
31 E elle disse: Como opoderei en, se algnem menao ensinar? E rogon aPhilippe qne subisse e comelle se assentasse.
32 E logar da Escriptnraqne Ua era este : Foi levadocomo a ovelha para o mata-donro, e como esta mndo ocordeiro diante do qne otosqnia, assim nao abriu aena bocca.
33 Na sna hnmilha^ao foi
tirada a ena 8enten9a; e
qnem contara a sna gera-
9ao? porqne a sna Tida etirada da terra.
34 E, respondendo oennncho a Philippe, disse
.
Kogo-te, de qnem diz igtr»
o propheta ? De si mesmo>on d'algnm ontro ?
35 Entao Philippe,abrindoa sua bocca, e come9and.yn'esta Escriptnra, Ihe an-nnncion a Jesns.
36 E, indo elles cami-nhando, chegaram ao ped'algnma agna, e disse oennncho: Eis aqni agna;qne impede qne en seja
baptizado ?
37 E disse Philippe: tlicito, se ores de todo ocoragao. E, respondendoelle, disse : Creio qne JesnsChristo e o Filho deDens.38 E mandon parar o
carro, e desceram ambosa agna, tanto Philippecomo o ennncho, e o bap-tizon.
39 E, qnando sairam daagna, o Espirito do Senhorarrebaton a Philippe, e nao
vin mais o ennncho; e,
jnbiloso, continnon o sencaminho.40 Porem Philippe achon-
se em Azoto, e, indo pas-
saiido, annnncion o Evan-gelho 677* todas as cidades,
ate qne chegou a Cesa-
rea.
CAPITULO IX.
ESAULO, respirando ain-
da ainea9as e mortescontra os discipnlos doSenhor, dirigiu-se ao snm-mo sacerdote,
2 E pediu-lhe cartas paraDamasco, para as syna-
gogas, para que, se encon-trasse alguns d'aquella
seita, qner homens qnermnlheres, os conduzissepresos a Jerusalem.3 E, indo Jd de caminho,
acontecen que, chegandoperto de Damasco, subita-
mente o cercou um resplen-
dor de luz do ceu.
4 E, caindo em terra,
onviu nma yoz que Ihe
dfeia: Saulo, Saulo, por-
que me persegues ?
5 E elle disse: Quern es,
Senhop ? E disse o Senhor
:
En sou Jesus, a quem tupersegues. Duro e para ti
recalcitrar contra os agui-
Ihoes.
6 E elle, tremendo e at-
tonito, disse : Senhor, quequeres que fa^a ? E disse-
Ihe o Senhor : Leyanta-te, e
ACTOS, IX. 253
I
8 E Saulo levantou-se daI terra, e, abrindo os ssua
I
olhos, nao yia a ninguem.E, guiando-o pela ma^, oconduziram a Damasco.9 E esteve tres dias eem
ver, e nao cornea nem be-beu.
10 E havia em Damascoum certodiscipulo chamadoAnanias; e disse -Ihe oSenhor em visao : Ananias •
E elle respondeu: Eis-meaqui, Senhor.11 E disse-lhe o Senhor:
Levanta-te, e yae a ruachamada Direita, e pergun-ta em casa de Judas por umchamado Saulo, de Tarso ;
pois eis que elle ora;
12 E tem visto em visaoque entrava um homemchamado Ananias, e punhasobre elle a mao, para quetomasse a ver.
13 E respondeu Ananias:Senhor, a muitos ouvi acer-
ca d'este yarao, quantosmales tem feito aos tenssanctos em Jerusalem
;
14 E aqui tem poder dosprincipaes dos sacerdotef^
para prender a todos oaentra na cidade, e ali te que invocam o ten nome.BeT& dito o que te convemfazer.
7 E 08 varCes, que iam decaminho com elle, pararamattonitos, ouvindo a voz,
mas nao vendo ninguem.
15 Disse-lhe porem o Se-
nhor: Vae, porque este opara mim yaso escoihido,
para levar o men nomediante dos gentios, e dosreis e dos filhos d'lsrael.
254 ACTOS, IX.
JQ Po7q-ne en Ihe mostra- 1 conseliio entre si para o
rei qiianto deve padeceri
matar.
pelo men nonie.
17 E Ananias foi, e entron2i Mas as snaa ciladas
vieraiQ ao conhecimento dena casa, e, impondolhe as
|
Sanlo ; e ellee p^iardavammaos, disse : Irmao Saulo,
i
as portas, tanto de dia comoo Senhor Jesns, qne te ap-parecen no caminho por i
onde vinhas, me envion,|
de Eoite, para poderemmatal-o.
25 Porem tomando-o depara qne tomes a Ter e i noite os dJscipnlos, lan-
Bejas cheio do Espirito 9ando mao d'elle, o arria-
Sancto. ram, dentro d'um cesto.
18 E logo Die cairam dos ' do mnro abaixo.
olhos como qne nmas esca-
mas, e receben logo a vista;
0, levantando-se, foi bapti-
zado.
26 E, qnando Sanlo che-
gou a Jerusalem, procn-rava ajnntar-se aos discipn-
los, porem todos se temiam19 E, tendo comido, ficon d'elle, nao crendo qne fos-
confortado. E esteve Sanlo se discipnlo.
dias com os dis- , 27 Mas Barnabe, tomando-aignnseipnlos qneDamasco.20 E logo nas gynagogas,
estavam em o comsigo, o tronxe aosjapostolos, e Ibes contoncomo no caminho vira ao
pregava a Cbristo qne a-{
Senhor e Ihe fallara, e comoqnelle era o Filho de Dens.21 E to los OS qne o on-
1
viam estavam attonitos, e i
diziam : Nao e este aqnelle;
qne em Jernsalem assolava
aos qne invocavam esse 1
nome, e para isso vein aqni,|
para os levar presos aosi
principaes dos sacerdotes ?|
22 Porem Sanlo, se esfor-
1
9ava mnito mais, e confun-
dia aos j:ideos qne habita-
vam em Damasco, provan-
em Damasco fallara onsa-damente no nome de Jesns.
28 E andava com elles
em Jerusalem, entrando esaindo.
29 E fallon onsadamenteno nome de Jesns. Fallavae dispntava tambem contra
os gi-ego8 mas elles procn-ravam matal-o.
30 Sabendo-o porem oe
irmaos,o acompanharam ate
Cesarea, e o enviaram a
do qne aqnelle era o Coristo.jTarso.
23 E, tendo passado mni- 1 31 Assim pois, as eerejas
tos dias, 03 jndeos tiveram iem toda a Judea, e Galilea
ACTOS,
e Sam&ri^ tinbam paz, e!
eram edificadas; e eg mul-tiplicavam andando notemor do Senhor e conso-
1
lacao do Espirito Sancto.|
32 E aconteceu que, pas-:
Bando Pedro por todas,
;
vein tambem aos sanctos
'
qne habitavam em Lydda.:
33 E achou ali um certo
homem, chamado Eneas,jazendo n'uma cama havia <
oito annos, o qual era
paralytico.{
34 E disse-lhe Pedro:'l^eas, Jesns Christo to da i
Baude ; levanta-te e faze atna cama. E logo se le-,
vantou.35 E viram-n'o todos os
:
que habitavam em Lydda
;
e Sarona, os quaes se con-
1
verteram ao Senhor.|
36 E havia em Joppe uma\
certa discipula chamada,Tabitha, que traduzido se
,
diz Dorcas. Esta estava
,
cheia de boas obras e es-j
molas que fazia.
87 E aconteceu n'aqnelles|
dias, que enfermando el la,j
morreu; e tendo-a lavado,
c/depositaramnocenaculo.|
38 E, como Lydda era|
perto de Joppe, ouvindo os
discipulos que Pedro es-|
tava ali, Ihe mandaram i
dois varies, rogando que]nao Be detivesse em yir
a elles.|
IX, X. 255
39 E levantando-se Pedro,foi com elles; e quandochegou o levaram ao cena-culo, e todas as viuvas orodearam, chorando e mos-trando as tunicas e vestidos
que Dorcas fizera quandoestava com ellas.
40 Porem Pedro, fazendo-as sair a todas, poz-se dejoelhos e orou ; e Toltando-se para o corpo disse : Ta-bithajevanta-te. Ella abriuOS olhos e vendo a Pedroassentou-se,
41 E elle dando-lhe a maoa levantou, e, ctiamando os
sanctos e as viuvas, apre-sentou-?A'a viva.
42 E foi isto notorio portoda a Joppe e muit^os cre-
ram no Senhor.43 E aconteceu que ficou
muitos dias em Joppe, comum certo Simao curtidor.
CAPITULO X
E HAVIA em Cesarea umcerto varao por nome
Cornel io, centuriao do es-
quadrao chamado italiano,
2 Piedoso e temente aDeus, com toda a sua casa,
e que fazia muitos esmolasao povo, e de continue ora-
va a Deus.3 Este, quasi i hora nonado dia, via claramente emvisao um anjo de Deus, que
256 ACTOS, X.
se dirigia para elle e dizia
:
Cornelio.
4 E este, fixando os olhos
pontas, e abaixando-se paraa terra,
12 No qnal havia de todosn'elle e mnito atemorisado, os animaes da terra dedisse : Que e, Senhor ? E quatro pes, e feras e reptis,
disse-lhe : As tuas ora^Ces, e ayes do ceu.
e as tnas esmolas teem snbido em memoria diante deDens
;
5 Agora, pois, enviavaries a Joppe, e mandachamar a Simao, qne tern
por sobrenome Pedro.
6 Este ponsa em casa denm certo Simao curtidor,
qne tern a ena casa juntodo mar. Elle te dira o quedeves fazer.
7 E, ido o anjo que Ihe
fallava, cliamou dois dossens creados, e a nm pie-
doso Boldado dos que decontinno Ihe assistiam
;
8 E, havendo-lhes contadotndo, OS envion a Joppe.
9 E no dia seguinte, indoelles jd de caminhOj e
chegando perto da cidade,
Bubin Pedro ao terrado
para orar, quasi a horagexta.
10 E, tendo feme, quizcomer; e, emqnanto Ih'o
preparavam, sobreveiu-lhe
um arrebatamento de sen-
tidos
;
HE vin o ceu aberto, e
que para elle descia umcerto vaso, como um grandelencjol atado pelas quatro
13 E foi-lhe dirigida nmaI
voz : Levanta-te, Pedro,! mata e come.14 Porem Pedro disse : Demodo nenhum, Senhor,porque nunca comi coisaalguma commum, nem im-munda.15 E segnnda vez Ihe
disse a voz: Nao fagas tncommum ao que Deus pnri-ficou.
16 E acontecen isto portres vezes; e o vaso tor-
nou a recolher-se para oceu.
17 E, estando Pedro duvi-dando entre si que seria
aquella visao que tinhavisto, eis-que os varies queforam enviados por Cor-nelio, pararam a porta,
perguntando pela casa deSimao.18 E, chamando, per-
guntaram se Simao, qnetinha por sobrenome Pedro,pousava ali.
19 E, pensando Pedron'aquella visao, disse-lb'^
o Espirito: Eis que tre»
var5es te buscara
:
20 Levanta-te pois, •
desce, e vae com elles, nSo
AGIOS, X,
porque eu osdnyidandoenviei21 E Pedro, descendopara junto dos values queIha foram enviados porGomelio, disse: Eis que,sou eu o que buscaes
;
qual e a causa porqueestaes aqui ?
22 E elles disseram : Cor-nelio, o centuriao, varaojusto e temente a Deus,e que tern bom testemunhode toda a na^ao dos judeos,foi por divina revela(;'ao
admoestado por um sanctoanjo a que mandassechamar-te a sua casa, eouvisse palavras de ti.
23 Entao, chamando-ospara dentro os recebeu emca&a. Porem no dia se-
gninte foi Pedro com elles,
e foram com elie algunsirmaos de Joppe.24 E no dia immediatochegaram a Cesarea. ECornelio estava esperando-os, tendo jd convidado aecus parentes, e amigosmais familiares.
25 E aconteceu que, en-trando Pedro saiu Cornelioa recebel-o, e, prostrando-sea seus pes, o adorou.26 Porem Pedro o le-
vantou, dizendo : Levanta-te, eu mesmo tambem souhomem.27 E, fallando com elle,
257
entrou, e achou muitosque all Bd hayiam ajun-tado.
28 E disse-lbes : Yos bemsabeis como nao e licito aum varao judeo ajuntar-se
ou cbegar-se a estrangeiros;
mas Deus mostrou-me quea nenhum bomem cbamecommum ou immundo
:
29 Pelo que, sendo cba-mado, vim sem contradizer.
Pergunto pois: Por querazao mandastes chamar-me"?
30 E disse Cornelio: Haquatro dias estava en emjejum ate esta bora, eorava em minha casa abora nona.
31 E eis que diante demim se apresentoa umvarao com um vestido res-
plandecente, e disse: Cor-nelio a tua oracao e ouvida,e as tuas esmoias teem vin-do em memoria diante deDeus:32 Envia pois a Joppe,
e manda cbamar Simao,o que tern por sobrenomePedro ; este pousa em casade Sicaao o curtidor, juntodo mar, o qual vindo tefallara.
33 Assim que logo man-dei a ti ; e bem fizeste emvir aqui. Agora pois es-
tamos todos presenteadiante de Deus, para ouvir
258 ACTOS, X.
tucio qnanto por Dens te e
nmndado.S4 B Pedro, abrindo a
bocca, disse : EeconheQopor verdada que Deus naolaz aceita5ao do pessoas
;
35 Mas que Ihe e agra-
davel aqnelle que, em qual-
quer nagao, o teme e obra
a jnsti^a,
36 E a palavra qne enTiouao3 filhos d'Israel, annun-ciando a paz por Jesus
Ohristo (estQ e o Senhorde todos).
37 V63 bem Babeis quea palavra veiu por toda a
Judea, coKe(;'ando desde
a GaUlea, depois do ba-
ptismo que Joao pregou
;
38 Emauanto a Jesus de
nos, que comemos e b©-
bemos juntamente com elle,
depois que resuscitou dosmortos.
42 E mandon-nos pregarao povo, e testiflcar queelle e aquelle que por Deusfoi constituido juiz dosvivos e dos mortos.43 A este dao testemunhotodos OS prophetas, de quetodos OS que n'elle creremreceberao o perdao dos pec-
cados pelo sen Dome.44 E,fallando Pedro aiuda
estas palavras, caiu o Espi-rito Sancto Bobre todos os
que ouviam a palavra.
45 E OS fieis que cram dacircumcisao, todos quantostinham vindo com Pedro,
Nazareth, como Deus o un- maravilbaram-se de que o
giu com o Espirito Sanctoidom do Espirito Sancto se
e com virtude, o qual an
don fazendo bem, e curandoa todos OS opprimidos dodiabo; porque Deus era
com elle.
39 E nos somos teste-
raunlias de todas as coisas
que fez, tanto na terra daJudea como em Jerusalem
;
o qua! mataram, penduran-do-o de um madeiro.
40 A este resuscitou Deusao terceiro dia, e fez quefosse manifesto,
41 Kao a todo o povo,
mas as testemunhas queDeus d'antes ordenara; a
derramasse tambem sobre
OS gentios.
46 Porque OSouviam fallar
linguas estraiiJiaSj e magni-ficar a Deus.47 Kesponden entao Pe-dro : Pode alguem porven-
tura impedir a agua, paraque nao sejam baptizados
estes, que tambem recebe-
ram como nos o Espirito
Sancto ?
48 E mandou que fosserc*
baptizados em nome do Se-
nbor. Entao rogaram-lhe
que ficasse com elles poialguns dias.
ECApmrLo XLOUVIKAM 08 aposto-
ACTOS, XL 259
Nao chames tn commum aoque Deus purificon.
10 E succeden isto po?los, e OS irmaos que
j
tres vezes ; e tudo tomou aestavam na Judea, que
}recolher-se no cen.
tambem os gentios recebe-
ram a palavra de Deus.11 E eis que, na mesma
hora, pararam junto da ca-2 E, subindo Pedro a J^ sa em que eu estava trea
nisalem, contendiam contra|yarSes que me foram envia-
elle OS que eram da circum- 1 dos de Cesarea.cisao,
3 Dizendo : Entraste emcasa de TarGes incir-
! vidando ; e tainbem estea
cumcisos, e comeste com| seis irmaos foram comigo,
12 E disse-me o Espiritoque fosse com elles, nao du-
elles.
4 Mas Pedro come<jon acontar-Lhes ttido por ordem,dizendo
:
6 entramos em casa d'a-
quelle varao
;
13 E contou-nos comoviraestar um anjo era sua casa,
5 Estando en orando naje Ihe dissera : Eavia varOea
cidade de Joppe, vi, arre-ja Joppe, e manda chamar a
batado dos sentidos, uma i Simao, que tern por sobre-visao, um ctrto vaso, comomn grande lengol que des-
nome Pedro.14 qual te dira palavras
cia, baixado do ceu, e vinha|com quo te salves, tu e toda
ate junto de mim.6 No qual, pondo en os
olhos, considerei, e vi ani-
maes da terra de quatro pes,
e feras, e reptis, e aves doceu.
7 E ouvi tuna voz que medizia: Levanta-te, Pedro;mata e come.8 Porem eudisse: Dema-
I a tua casa.
15 E, quando comecei afallar, caiu sobre elles oEspirito Sancto, como tam-bem sobre nos ao prin-cipio.
16 B lerobrei-me do dito
do Senhor, quando dissa:
Joao certamente baptizoucom agrcia: mas vos sereis
neira nenhuma, Senhor ; ibaptizados com o Espirito
pois nunca em minha boccaentrou coisa alguma com-mum nem immunda.
Sancto.
17 Portanto, se Deus Ihes
deu egual dom como a nos,9 Mas a voz respondeu-
ique tambem jd havemos
me do ceu segunda vez : i crido no Senhor Jesus
260 ACT03,
Ghristo, quern era entaoeu, para que podesse estor-
var a Deus ?
18 E, ouvidas estas coisas,
apaziguaram-se, e glorifica-
ram a Deus, dizendo : Demaneira que ate aos gentios
deu Deus o arrependlmentopara a vida.
19 E OS que foram disper-
ses por causa da persegui-
gao que succedeu por via
d'Estevao caminharam ate
Phenicia, Cbypre e Antio-xjhia, nao annunciando aninguem a palavra, senaoso aos judeos.
20 E havia entre elles
alguns varoes chyprios e
/3yrenenses, os quaes, en-
trando em Antiochia, falla-
ram aos gregos, annuncian-do o Senhor Jesus.
21 E a mao do Senhor era
com elles ; e grande nume-ro creu e se converteu aoSenhor.22 E chegou a fama d'isto
aos ouvidos da egreja queestava em Jerusalem ; e en-
viaram a Bamabe, para ir
a Antiochia.
23 O qual, quando chegou,e viu a gra(;a de Deus, se
alegrou, e exhortou a todosa que permanecessem noSenhor com proposito docora(;ao.
24 Porque era homem debem, e cheij d} Espirito
XI, xn.Sancto e de fe. E mnitagente se uniu ao Senhor.25 E partiu Barnabe para
Tarso, a buscar Saulo; e,
achando-o, o conduziu paraAntiochia.
26 E Bucceden que todoum anno se congregaramn'aquella egreja, e ensina-ram muita gente; e emAntiochia foram os discipu-
los, pela primeira Tez, cha-mados christaos.
27 E n'aqueUes dias desce-
ram prophetasdeJerusalempara Antiochia.
28 E, levantando-se umd'elles, por nome Agabo,dava a entender, pelo Espi-rito,quehaveriaumagrandefome em todo o mundo, aqual tambem vein no tempode Claudio Cesar.
29 E os discipulos deter-
minaram mandar, cada umconforme ao que podessesoccorro para servigo dosirmaos que habitayam naJudea.30 que elles' com eflfeito
fizeram, enviando-o aos an-
ciaos por mao de Barnabee de Sauio.
CAPITULO XILEPOli aquelle mesmo
) tompo o rei Herodesestendeu as maos sobre
alguns da egreja, para os
maltratar
;
ACTOS, XII. 261
2 E maton d espada Thia- ' nao sabia qne fosse verdadego, irmao de Joao. I o que era feito pelo anjo.
ma Y]sao.
10 E, quando passaram a
8 E, vendo que isto agra-jmas cnidaya que via algu-
dara aos judeos, contmr.ou,
mandando prender tambema Pedro. E eram os dias
|
primeira e seg^anda guarda,
dos asmos.j
chegaram a porta de ferro,
4 Do qual, laiKjaiido mao i que yae para a cidade, aegualmente, o 'encerrou na i quai se Ibes abriu por si
mesma ; e tendo saido, an-
daram uma rua, e logo oanjo se apartou d'elle.
HE Pedro, tornando a si,
disse: Agora sei verdadei-
ramente que o Senhor en-
Yiou o seu anjo, e me livrou
da mao de Herodes, e de
tudo o que o povo dos ju-
deos esperaya.
prisao, entregando-o a qua-tro quaternos de soldados,
para que o guardassem,querendo apresental-o aopovo dcpois da paschoa,
5 Pedro, pois, era guar-dado Da prisao; porem a
egreja fazia continua ora-
gao por elle a Deus.6 E, quando Herodes o
havia de tirar, n'aquella 12 E, considerando _ elle
mesma noite, estava Pedrodormindo enrre dois solda-
dos, ligado com duas ca-
deias, e os guardas diante
da porta guardavam a pri-
sao.
7 E eis que sobrevein oanjo do Senhor, e resplande-ceu uma luz na prisao ; e, i cutar
;
n'istoy foi a casa de Maria,
mae de Jpao, que tinha por
pobrenonie Marcos, ondeestavam muitos juntos e
orando.13 E, batendo Pedro 4
porta do pateo, uma meninachamada Rhode saiu a es-
tocando a Pedro na ilharga
o despertou dizendoLevanta-te dr-pressa
cairam-lhe dascadeias.
8 E disse - Ihe o anjo
:
Cinge-te, e ata as tuas al-
parcas. E fel-o as5im. Edisse-lhe: Lanca as costas
a tua capa, e segue-me.9 E, saindo, o seguia. E
14 E, conhecendo a voz dePedro, de gozo nao abriu a
porta do pateo, mas, cor-
maos as I rendo para dentro, annun-ciou que Pedro estava fora
a porta do pateo.
15 E disseram-lhe : Estasfora de ti. Mas ella affir-
mava que assim era, Ediziam : E o seu anjo.
16 Porem Pedro perseve-
E
262 ACTOS, XII, XUI.rava em bater; e, quandoabriram, Tiram-n'o, e sa es-
pantaram.17 E, acenando-lhes elle
com a mao que se caiassem,
conton-lhes como o Senboro tirara da prisao, e disse
:
Annnnciae isto a Tbiago e
aos irmaos. E, saindo, par-
tin para ontro logar.
18 E sendo ja dia, bonvenao pouco alvoroQo entre os
soldados sobre o que seria
feito de Pedro.19 E, quando 'Eerodes obuscou e o nao acbou, feita
inquirirao juridica aos guar-
das, mandou-os justigar. E,partindo da Judea paraCesarea ficon ali.
20 E Herodes estava irri-
tado com os do Tyro e deSidon: porem, elles, vindode commum accordo a elle,
e persuadlndo Blasto, queera o camarista do rei, pe-
diam paz : porquanto o seu
paiz sustentava-se do paizdo rei.
21 E n'nm dia designado,
Yestindo Herodes as vestes
reaes, e assentado no tri-
bunal, Ibes fez uma pra-
tica.
22 E o povo exclamava
:
Voz de Deus, e nao de bo-mem.
Deus ; e, comido de bichos,expirou.24 E a palavra de Deus
crescia e se multiplicava.25 E Barnabe e Saulo,havendo cumprido aquelle
servifo, voltaram de Jeru-salem, levando tambemcomsigo a Joao, que tiabapor sobrenome Marcos.
CAPiTULO xniNA egreja que estava
em Antiocbia baviaalguns propbetas edoutores,a saber : Barnabe e Simeao,chamado Niger, e Luciocyreneo, e Manaben, quef6ra creado com Herodes, o
tetrarca, e Saulo.
2 E, servindo elles ao Se-
nbor, e jejuando, disse o
Espirito Sancto: Apartae-me a Barnabe e a Saulo paraa obra para que os tenbocbamado.3 Entao, jejuando e orando,
e pondo sobre elles as maoh,OS despediram.4 Estes entao, enviados
pelo Espirito Sancto, des-
ceram a Seieucia, e d'ali
navegaram para Cbypre.5 E, cbegados a Salamina,
annunciavam a palavra deDeus nas synagogas dos
23 E no mesmo instante| judeos; e tinbam tambemferiu-o o anjo do Senlior,
|
a Joao por ministro.
porquanto nao deu gloria ai
6 E, bavendo atrayessado
ACTOS, XIIL 263
a illia ate Paphos, acharam|elle chegaram a Perge,
urn certo judeo magico, cidade de Pampbylia, Po-
falso propheta, chamado irem Joao, apartando-se
~d'elles, Yolton para Jeru-salem.
14 E elles, saindo de
Barjesus,
7 O qnal estava com o
proconsul Sergio Paulo,
varao prudente. Este, cha-j
Perge, chegaram a Antio-
mando a si Barnabe e Saulo, chia, de Pisidia, e, entrando
procurava muito ouyii a ,na synagoga, n'um dia de
palavra de Deus.8 Mas resistia-lhes Elymas
i
sabbado, assentaram-se
;
15 E, depois da ligao da
o encantador (que assim se !
lei e dos prophetas, Ihep
interpreta o seu nome), pro-
curando apartai da fe oproconsul.
9 Porem Saulo, que tam-
mandaram dizer os princi-
paes da synagoga : Variesirmaos, se vos tendes algu-
ma palavra de consolafaa
bem «« chama Paulo, cheio ' para o povo, fallae.
do Espirito Sancto, e fi
xando os olhos n'elle, disse
:
16 E, levantando-se Paulo,
e pedindo silencio com a
10 O' filho do diabo, cheio !
mao, disse: YarCesisraelitas,
de todo o engano e de toda ,e os que temeis a Deus,
a malicia, iniaiigo de toda a :
ouyI :
justi^a, nao cessaras de per- 117 Deus d'este poTo
turbar os rectoa caminhosI
d'Israel escolheu a nossos
do Senhor ?
11 Eis-ahi. pois,
paes, e exaltou o povo,
agora ! sendo elles estrangeircs na
contra ti a mao do Senhor,I
terra do Egypto; e come ficaras cego, sem ver o sol .
bra^o levantado os tirou
por algam tempo. E no I
d'ella
;
mesmo instante a escuridao|
18 E supportou os sens
e as trevas cairam sobre ;costumes no deserto por
elle, e, andando em redor, I
espago quasi de quarenta
buscava a quern o guiassepela mao.12 Entao o proconsul,vendo o que havia aconte-
cido, creu, maravilhado da j
terra d'ellas.
annos.
19 E, destruindo a sete
naQues na terra de Canaan,Ihes repartiu por sorte a
doutrina do Senhor. 20 E, depois d'isto, por
13 E, partindo de Paphos, Iquasi quatrocentos e cm-
Paulo e os que estavam comi
coentA annos, Ihes deu
1264 AGIOS, xni.jnizes, ate ao proplieta Sa-mtiel.
21 E depois pediram umrei, e Deiis Ihes deu, porqnarenta annos, a baul,
filiio de Kis, varao da tribude Benjamm.22 E, tirado este, Ihes
levanton em rei a David,
principes, condemnando-o,ciimpriram assim as yozeados proT3hetas que se leemtodos OS sabbados.28 E, Lao achando oe-nbuma causa de morte, pe-diram a Pilatos que fosse
morto.29 E, havendo elles cum-
ao qual tambem deu teste-j
prido todas as coisas quemunho, e disse : Achei aDaTid,/ZAo de Jesse, varaoconfonne ao meu cora^ao,
que executara toda a minhavontade.23 Da descendencia d'este,
confonne a promessa, levan-
ton Deus a Jesus para Sal-
vador d'Israel
;
24 Tendo primeiramenteJoao, antes da vinda d'elle,
pregado a todo o povod'Israel o baptismo do arre-
pendimento.25 Mas, como Joao cum-
prisse a sua carreira, disse
:
Quern pensaes vos que euson? Eu nao sou o Christo,
mas eia que apos mimvem aquelle a quern naosou digno de desatar as al-
parcas dos pes.
26 VarCts innaos, filhos
da gera^ao d'Abrahao, e osque d'entre vos temem aDeus, a vos vos e enviada apalavra d'esta salvagao.
27 Porque, nao conhecendoa este os que habitavam emJerusalem, nem os sens
d'elle estavam escriptas,
tirando-o do madeiro, o
po2eram na sepultura
;
30 Porem Deus o resusci-
tou dos mortos.31 qual por mnitos dias
foi visto pelos que subiramcom elle da Galilea a Jeru-salem, e sao suas testemu-nhas para com o povo.
32 E nos vos annunciamosa promessa que foi feita aospaes, a qual j'd Deus noscumpriu, a nos, seua filhos,
resuscitando a Jesus
:
33 Como tambem esta es-
cripto no psalmo segundo
:
Meu fillio es tu, hoje te
gerei.
34 E que o resuscitaria
dos mortos, para nnncamais tornar a corrupgao,disse-o assim : As fieis bene-ficencias de David vosdarei.
35 Pelo que tambem emoutro ^saZmo diz : Nao per-
mittiras que o teu sanctoveja corrupgao.
36 Porque, na verdade,
tendo David no sen tempo
ACTOS.
eervido conforrae a vontadede Deus, dormiu, e foi postojunto de seus paes, e yIu aeorrup(;ao,
37 Mas aqnelle a qnemDeus resuscitou, nenhumacorrupc^ao vin.
38 Seja-vos pois notorio,
varoes irmaos, que por este
Be vos annuLcia a remissaodos peccados.
39 E de tudo o que pelalei de Moyses nSo podestesser justiticados n'este e
justiticado todo aquelle queere.
40 Yede pois que nao ve-
nba Bobre vos o que esta i
dito nos prophetas :
41 Vede, 6 desprezadores,|
e espantae-vos e desappa-
;
recei;porque obro uma obra
em vossos dias, obra quenao crereis, se alguem Yol-a
contar.
42 E, saidos os judeos daBynagoga, os gentios roga-ram que no sabbado se-
guinte be Ihes fallassem as
mesmaspalavras.43 E, acabada a synagoga,muitos dos judeos e dosproselytos religiosos segui-
ram Paulo e Barnabe; osquaes, fallando-lhes, os
exhortavam a que perma-necessem na gra9a deDeus.44 E no sabbado seguinte
ajuntou-Be quasi toda a ci-
XIU. 265
dade a ouvir a palayra deDeus.45 Porem OSjudeos, vendo
a muliidao, encheram-sede inveja, e, blasphemando,contradiziam o que Paulodizia.
46 Mas Paulo e Barnabe,usando de ousadia, disse-
ram : Era mister que a vos
se vos fallasse primeiro apalavra de Deus ; mas visto
que a rejeitaes, e vos naojulgaes dignos davida eter-
na, eis que nos voJtamospara os gentios
;
47 Porque o Senhor assimnol-o mandon, dizendo : Eute puz para luz dos gentios,
para que Bejas por salva-
^ao ate aos confins daterra.
48 E os gentios, ouvindoistOy alegraram-se, e glorifi-
cavam a palavra do Senhor ,
e creram todos quantosestavam ordeuados para a
vida eterna.
49 E a palavra do Se-
nhor se divulgava por todaaquella provincia.
60 Mas OS judeos in c itarama algumas mulheres reli-
giosas e honestas, e aos
principaes da cidade, e le-
vantaram perseguic^ao con-
tra Paulo e Barnabe, e os
lancjaram fora dos senstermos.
51 Sacudindo porem con*
266 ACTOS, XIII, XIV.
tra elles o p6 dos sens pespartiram para Iconio.
52 E OS discipnlos esta
7 E ali pregavam o Evan-gelho.
8 E estava assentado emvam clieios d'alegria e do I Lystra nm certo varao im-
Espirito Sancto.
CAPITULO XIY.
EACONTECEU qne emIconic entraram juntos
na synagoga dos judeos, e
fallaram de tal modo, quecreu uma grande multidao,
nao so de judeos mas degregos.
2 Porem os jndeos incre-
dulos incitaram e irritaram
contra os irmaos os animosdos gentios.
3 L»etiveram-se pois mni-to tempo, fallando ousada-mente no Senhor, o qualdava testemunho a palavra
da sua gra9a, permittin-
do que por suas maos se
fizessem signaes e prodi-
gios.
4 E dividiu-se a multidaoda cidade ; e uns eram pelos
judeos, e outros pelos apos-
tolos.
5 E, havendo nma revolta,
tanto dos judeos como dosgentios, com os sens princi-
paes, para os insultarem e
apedrejarem,6 Entendendo-o elles, aco-
Iheram-se a Lystra e Derbe,cidados de Lycaonia, e ^proyincia circumvisinha
;
potente dos pes, coxo desdeo ventre de sua mae, o qualnunca tinha andado.9 Este ouviu fallar Paulo,
o qual, fixando n'-elle os
olhos, e vendo que tinha fe
para ser curado,10 Disse em voz alta:
Levanta-te direito sobre
teus pes. E eUe saltou eandou.11 E as multidses, vendo
o que Paulo fizera, levanta-
ram a sua voz, dizendo emlingua lycaonica : Fizeram-se OS deuses similbantes aos
homens, e desceram ate nos.
12 E cbamavam Jupitera Barnabe, e Mercuric aPaulo; porque este era oque failava.
13 E o sacerdote de Ju-piter, que estava diante dasua cidade, trazendo paraa entrada da porta toiros
e grinaldas, queria com amultidao sacrificar-ZAes.
14 Ouvindo porem isto os
apostolos Barnabe e Paulo,rasgaram os seus vestidos,
e saltaram entre a multidao,clamando,15 E dizendo: YarSes,
porque fazeis essas coisasf
Nos tambem somos homenscomo vos, sujeitos ^ mes-
ACTOS, XIY, XV. 267
mas paixCes, e vos anntm- 1 dos discipulos, e exhortan-ciamos que vos convertaes do-os a permanecer na fe
;
d'essas vaidades ao Dens e que por muitas tribula-
vivo, que fez o ceu, e a goes nos importa entrar noterra, e o mar, e tudo quanto reino de Deus.ha n'elles
;
16 qual nos tempospassados deixou andar todas as gentes em seus ca-
minhos.17 Ainda que, apezar
d'isso, nunca se deixou a si
mesmo sem testemunho,beneSciando la do ceu, dan-do-nos chuvas e temposfructiferos, enchendo demantimento e de alegria os
nossos coragoes.
18 E, dizendo isto, comdifficuldade impediram queas multidoes Ihes sacrifi-
cassem.19 Sobrevieram porem
alguns judeos de Antiochiae de IcoDio, e persuadirama mnltidao ; e, apedrejandoa Paulo, o arrastaram paraf(jra da cidade, cuidandojque estava morto.
|
20 Mas, rodeando-o os dis-
cipulos, levantou-se, e en-
trou na cidade, e no dia
;
seguinte saiu com Barnabepara Derbe.21 E, tendo aununciado o
evangeiho aquella cidade, ' ensinavame feito muitos discipulos,
voltaram para Lystra, e
Iconio, e Antiochia,
22 Confirmando OS snimos
23 E, havendo-lhes, porcommum consentimento,eleito anciaos em cada egre-
ja, orando com jejuns, os
encommendaram ao Senhorem quem haviam crido.
24 Passando depois porPisidia, dirigiram-se a Pam-phylia.
25 E, tendo annunciado apalavra em Perge, descerama Attalia.
26 E d'ali nayezaram paraAntiochia, d'onde foramencommendados a gracade Deus para a obra que ja
j
haviam cumprido.
I
27 E, quando chegaram e
i reuniram a egreja, relata-
,ram quao grandes coisas
Deus fizera por eiles, e co-
mo abrira aos gentios a
j
porta da fe.
I
28 E ficaram alii nao poncotempo com os discipulos.
CAPITULO XV.
EXTAO alguns que ti-
nham descidoda JudeaOS irmiios, di-
zendo : Se vos nao circumci-
dardes, conforme ao uso de
I
Moyses, nao podeis salvar-
yos.
268 ACTOS, XV.
2 Feifa pois por Panlo e
Barnabe nao peqiiena dis-
sensao e contenda contraelles, resolven-se que Panloe Barnabe, e alguns d'en-
tre elles, snbissem a Jeru-salem aos apostolos e aos
anciaos sobre aquella ques-tao.
3 De sorte que elles, acom-panhados pela egreja, pas-
savam pela rhenicia e porSamaria, contando a con-versao dos gentios ; e davamgrande alegria a todos os
irmaos.
4 E, vindos a Jerusalem,foram recebidos pela egre-
ja, e pelos apostolos e an-ciaos, e Ihes annunciavamquao grandes coisas Deustinha feito com elles.
o Porem alguns da eeita
dos pliariseos, que tinhamcrido, se levantaram, di-
zendo : Que era mister cir-
cumcidal-os e mandar-Z^esque guardas.?em a lei de,
Moyses.6 Congregaram-se pois
OS apostolos e os anciaospara examinar este nego-cio.
7 E, havendo grande con-tenda, levanton-se Pedro, edisse-lhes: YarSes irmaos,bem sabeis que ja ha muitotempo Deus me elegeu en-tre nos, para que os gentiosouvisseui da minba bocca
a palavra do evangelho, e
cressem.
8 E Deus, que conhece os
coraQ5es, deu testemunhod'elles, dando-lhes o Espi-rito Sancto, assim comotambem a nos
;
9 E nao fez differen^a
alguma entre elles e nos,
purificando os seus cora-giDes pela fe.
10 Agora, pois, porquetentaes a Deus, impondo acerviz dos discipulos nmjugo que nem nossos paesnem nos podemos levar ?
11 Antes cremos que sere-
mos salvos pela graga doSenhor Jesus Christo, comoelles tambem.12 Entao toda a mnltidao
se calou, e escutava a Bar-nabe e Paulo, que conta-
vam quao grandes signaes
e prodigios Deus haviafeito por meio d'elles entre
OS gentios.
13 E, havendo-se estes
calado, tomou Thiago apalavra, dizendo : VarSeairmaos, ouvi-me
:
14 Simao relatou comoDeus primeiramente visitou
OS gentios, para tomard'elles um poYO para o sennome.15 E com isto concordam
as palavras dos prophetas
;
como esta escripto
:
16 Depois d'ioto voltarei.
ACTOS, XV. 269
e reedificarei o tabernacaloj
que estao em Antiochia, e
de David, que esta caido, ' Syria e Cilicia, saude.
e reedificarei as suas ruinas, ! 24 Porquanto ouvimos que6 tornarei a leyantal-o.
17 Para que o resto doshomens busque ao Senhor,6 todos 08 gentio3, eoLig
OS quaes o meu nome e
invocado, diz o Senhor, quefaz todas estas coisas.
18 Sao notorial a Deusdesde toda a etemidade as
suas obras.
alguns que sairam d'entrenos vos perturbaram compalavras, e fizoram titubiar
as Tossas almas, dizendoque devieis circumcidar-Yoae guardar a lei, aos quaesnada mandamos
:
25 Pareceu-Dos bem, re-
unidos concordemente, ele-
ger alguns varoes, e envial-
19 Pelo que julgo que nao I os com os nossos amados88 deve perturbar aquelles,
j
Bamabe e Paulo,
d'entre os gentios, que se
convertem a Deus,20 Mas escrever-lhes que
se abstenham das conta-
minagCes dos idolos, e dafomica(;ao, e das carnes
Buffocadafl e do sangue.
21 Porque Moyses, desde05 tempos antigos, tern emcada cidade quern o pregue,
6 cada sabbado e lido nassynagogas.22 Entao pareceu bem aos
apostolos e aos anciaos, comtoda a egreja, eleger d'elles
alguns yaroes, e envial-os
com Paulo e Bamabe aAntiochia, a saber : Judas,chamado Barsabas, e Silas,
var^^es distinctos entre os
irmaos.
26 Homens que jd expo-zeram as suas vidas pelonome de noHso Senhor JesusChristo.
27 Enviamos pois Judase Silas, os quaes de boccavos annunciarao tambem omesmo.28 Porque pareceu bem
ao Espirito Sancto, e a nos,
nao vos impor mais encargoalgum, senao estas coisas
necessarias
:
29 Que vos abstenhaes dascoisas sacrificadas aos ido-
los, e do saDgue, e da carne'
suffocada, e da fornicaQao
:
das quaes coisas fazeis bem^se vos guardardes. Bemvos va.
30 Tendo-se elles pois des-
23 E por elles escreveram]
pedido, partiram para An-o seguinte : Os apostolos, e
j
tiochia, e ajuntando a mul-
os anciaos e os irmaos, aos ! tidao, entregaram a carta.
irmaos d'entre os gentios 31 E, lendo-a, alegraram-
m2
270 ACTOS,se, pela consola^ao que Ihes
causava.
32 Depois Judas e Silas,
que tambem eram pro-phetas, exhortaram e con-finnaram os irmaos commuitas palavras.33 E, detendo-se ali algum
tempo, OS irmaos os deixa-ram Toltar em paz para osapostolos
;
34 Mas pareceu bem aSilas ficar ali.
35 E Paulo e Bamabeficaram em Antiocbia, en-sinando e pregando, commuitos outros, a palavrado Senhor.36 E alguns dias depois
disse Paulo a Barnabe:Tornemos a visitar nossosirmaos por cada cidade emque ja annunciamos a pa-lavra do Senhor, a ver comoestao.
37 E Bamabe aconselhavaque tomassem comsigo aJoao, cliamado Marcos.38 Mas a Paulo parecia
rasoavel que rao tomassemcomsigo aquelle que desdePamphylia se tinha apar-tado d'elles, e d5o tinha idocom elles aquella obra.
39 E tal contenda houveentre elles, que se aparta-ram um do outro. Barnabe,levando comsigo a Marcos,navegou para Chypre,40 E Paulo, tendo esco-
XV, XVI.
|lhido a Silas, partiu, ei>commendado pelos irmaos
I
a grafa de Deus,
j
41 E foi passando por
I
Syria e Cilicia, confirmandoj
as egrejas.
CAPITULO XVI.
ECHEGOU a Derbe eLystra. E eis-que es-
tava ali um certo discipulopor nome Timotbeo, filho
de uma mulher judia fiel,
imas de pae grego
:
j
2 Do qual davam horn
I
testemunlio os irmaos queI estavam em Lystra e emIconio.
3 Paulo quiz que este
fosse com elle : e tomando-o, circumcidou, por causados judeos que estavamn'aquelles logares; porcjuetodos sabiam que seu paeera grego.
4 E, quando iam passandopelas cidades, Ihes entre-
gavam para observar, osdecretos que haviam sidodeterminados pelos apos-tolos e anciaos em Jeru-salem.
6 De sorte que as egrejas
eram confirmadas na fe, ecada dia se augmentavamera numero.6 E, passando pela Phry-
gia e pela provincia daGalacia, foram impedidos
ACTOS, XVI. 271
pelo Espirito Sancto de de purpura, da cidade de
annimciar a palavra na Thyatira, a qual servia a
Asia. Deus, nos ouTia, e o Senhor
7 E, qnando chegaram a Ihe abriu o coracao para
Mysia, intentavam ir para que estivesse attenta ao queBithynia, porem o Espirito
\
Paulo dizia.
nao Ih'o permittiu 15 E, depois que foi ba]>
8 E, passando por Mysia,|
tizada, ella e a sua casa
desceram a Troas. rogou. dizendo : Se
9 E Paulo viu de noite < haveis julgado que en seja
uma visao, em que se apre- fiel ao Senhor, entrae emsentou um varao de Mace-
^
minha casa, e ficae ali. Edonia, e Ihe rogou, dizendo : nos constrangeu.
Passa a Macedonia, e ajudanos.
16 E acontecen que, indonos a oragao, nos saiu ao
10 E logo que viu a visao, 1 encontro uma moija queprocuramos partir para Ma-cedonia, concluindo que oSenhor nos chamava paraIhes annunciarmos o evan-gelho.
11 E navegando de Troas,
tinha espirito de adivinha-
cao, a qual adivinhando,dava grande lucre aos senssenhores.
17 Esta, seguindo a Pauloe a nos, clamava, dizendo
:
fomos correndo caminho I Estes homens, que nos an-
direito para Samothracia,i
nunciam o caminho da sal-
e no dia seguinte paraNeapoles
;
12 E d'ali para Philippos,
vacao, sao servos do DeusAltissimo.
18 E ella fazia isto porque e a primeira cidade : muitos dias. Porem des-
d'esta parte da Macedonia,6 e uma colonia ; e estive-
mos alguns dias n'aqueUacidade.
13 E no dia de eabbado
contentando isto a Paulovoltou-se, e disse ao espi-
rito: Em nome de JesusChristo, te mando que saias
d'ella. E na mesma horasaimos fora da cidade para
j
saiu.
o rio, onde se costumava 19 E vendo sous senhoresfazer oracao ; e, assentando- que a esperan(;a do seunos, fallamos as mulheres ' lucro estava perdida, pega-que ali se ajuntaram,
j
ram de Paulo e Silas, e oj
14 E uma certa mulher, : levaram a pra^a, a presen(ja
chamada Lydia, vendedora \dos magistrados.
272 ACTOS, XVL20 E apresentando-os aos
liiagistrados, disseram: Es-
tes homens, sendo judeos,
perturbaram a nossa ci-
dade,21 E pregam ritos que nos
uao e licito receber nempraticar, visto que somosromanos.22 E a mnltidao se le-
vautou juntainente contra
elles, e os magistrados, ras-
gando - Ihes os vestidos,
mandaram a^oital-os comvaras.
23 E haYendo-lhes dadomuitos a<joites, os lancaramna prisao, mandando aocarcereiro que os guardassecom seguranga.
24 qual, tendo recebido
tal ordem, os lan90U nocarcere mais interior, e Ihes
sognron os pes no tronco.
25 E, perto da meia noite,
Paulo e Silas oravam, e
cantavam hymnos a Deus,
e OS outros presos os escu-
tavam.26 E de repente sobreveiu
am tao grande terremoto,
que OS aiicerces do carcere
.se moYeram, e logo se
abriram todas as portas e
se soltaram as prisoes detodos.
27 E acordando o carce-
reiro, e vendo abertas as
portas da prisao, tirando
da csjada, quiz matar-se,j
cuidando que os presos jdtinbam fugido.
28 Porem Paulo clamoucom grande voz, dizendo
:
Xao te fa^as nenbum mal,que todos aqui estamos.29 E pediudo luz, saltou
dentro, e, todo tremendo, se
prostrou aos pes de Paulo e
Silas.
30 E,'tirando-os para fora,
disse: Senbores, que me enecessario fazer para mesalvar ?
31 E elles disseram: Creno Senbor Jesus Cbristo, eseras salvo, tu e a tua casa.
32 E Ihe failavam a palavrado Senbor, e a todos os queestavam em sua casa.
33 E, tomando-os elle
comsigo, n'aquella mesmabora da noite, lavou-lbesOS agoites ; o logo foi bapti-zado, elle e todos os sens.
34 E, levando-os a sua ca-
sa, Ihes poz a mesa; e, crendoem Deus, alegrou se comtoda a sua casa.
35 E, sendo ja dia, os ma-gistrados mandaram qua-di-iibeiros, dizendo: Soltaaquelles homens.36 E o carcereiro annnn-
ciou a Paulo estas palavras,
dizendo : Os magistradosmandaram que vos soltasse
;
agora pois sahi, e ide empaz.
37 Porem Paulo disse-lhes:
A(joitaram-nos publicamen-te e Bern ser sentenciados,
eendo homens romanos, doslacQaram na prisao, e agoraencobertamente nos langamfora? Nao serd assim; masvenham elles mesmostirem-nos fora.
38 E OS quadrilheiros fo-
ram dizer aos magistradosestas palavras ; e temeram,ouvindo que eram romanos.39 E, vindo, Ihes rogaram
;
e, tirando-os fora, Ihes pe-diram que saissem da ci-
dade.• 40 E, saindo da prisao,
entraram em cam de Lydia,e, vendo os irmaos, os con-
fortaram e dejpois partiram.
CAPITULO XVII.
EPASSANDO por Am-j phipolis e Apollonia,
chegaram a Thessalonica,
onde havia nma synagogade judeos.
2 E Paulo, como tinha porcostume, entrou a elles, e
por tres sabbados disputoucom elles sobre as Escrip-turas,
3 Declarando-as,edemons-trando que convinlia qiie oChristo padecesse e resus-
citasse dos mortos. E este
Jesns, que vos annuncio,dizia elU, e o Christo.
4 E alguns d'elles creram,
ACTOS, XVI, XYII. 273
e ajuntaram-se com Pauloe Silas, uma grande multi-dao de gregos religiosos, enao poucas mulheres prin-cipaes.
6 Porem os judeos desobe-e dientes, movidos d'inveja,
tomaram comsigo algunshomens malignos, d'entre oi-
vadios, e, ajuntando o povo,alvorogaram a cidade, e,
acommettendo a casa deJason, procurayam tiral-os
ao poYO.6 E, nao os achando,
trouxeram com viohncia aJason, e alguns irmaos, aosmagistrados da cidade.
clamando : Estes que teemalvorogado o mundo, chega-ram tambem aqui
;
7 Os quaes Jason tern re-
colhido ; e todos estes obramcontra os mandados de Ce-sar, dizendo que ha outrorei, a saber, Jesus.
8 E alvoro9aram a multi-dao e 08 principaes da ci-
dade, que ouYiram estas
coisas,
9 Tendo, porem, recebidosatisfafao de Jason, e doBdemais, os soltaram.
10 E logo 08 irmaos envia-
ram de noite Paulo e Silas'
a Berea ; os quaes, chegandoId, foram a synagoga dosjudeofl.
HE estes foram maisnobres do que estavam em
274
Thessalonica, porque debom grado receberam apalavra, examinando cadadia nas Escripturas se estas
coisas eram assim.
12 De sorte que crerammuitos d'elles, e mnlheresgregas honestas, e nao pou-cos varues.
13 Mas, logo qne os judeosde Thessalonica souberamque a palavra de Deus tam-bem era annunciada porPaulo em Berea, foram tam-bem la, e commoTeram a&
multidoes.
14 Porem no mesmo ins-
tante os irmaos mandarama Paulo que fosse como parao mar, mas Silas e Timotheoficaram ali.
15 E OS que acompanha-vam a Paulo, o levaram ate
Athenas e recebendo ordempara que Silas e Timotheofossem ter com elle o maisdepressa possivel partiram.
16 E, emquanto Paulo os
esperava em Athenas, o seuespirito se commovia em si
ACTOs, xvn.diziam
; Que qner dizer esteparoleiro? E outros: Pa-rece que e pregador de deu-ses estranhos. Porque Lhesannunciava a Jesus e aresurreigao.
19 E, tomando-o, o leva-ram ao Areopago, dizendo
:
Poderemos nos saber quenova doutrina e essa de querallas ?
20 Pois coisas estranhas,nos trazes aos ouvidos : que-remos pois saber o quequerera vi'r a ser isto.
21 (Pois todos OS athenien-ses e hospedes estran-
geiros, de nenhuma outracoisa se occupavam, senaode dizer e ouvir algumacoisa nova.)
22 E, estando Paulo nomeio do Areopago, disse :
Var5es athenienses, em tudovos vejo um tanto Bupers-ticiosos
:
23 Porque, passando en e
vendo osvossos sanctuaries,
achei tambem um altar emque estava escripto: AO
mesmo, vendo a cidade tao;
DEUS DESCONHECIDO.dada a idolatria.
j
Aquelle pois que vos hon-17 De sorte que disputava |
raes, nao o conhecendo, e ona synagoga com os judeos i que eu vos annuncio.e religiosos, e todos os dias
j
- 24 Deus quo fez o mun-do e todas as coisas que
j
n'elle ha : este, sendo Senhor' do ceu e da terra, nao ha-
na pra^a com os que se
apresentavam.18 E alguns dos philoso-
phos epicureos e estoico^ bita em temples feitos por
eontejidiam com elle: e uns |maos de homens
;
ACTos. xvn, xvni. 275
25 Nem tao ponco e ser-
vido por maos de homens,como que necessitando decoisa algnraa; pois e elle
80 quern da a todos a vida,
e a respiragao, e todas ascoisas
;
26 E de nm sangue fez
toda a gcra^ao dos homens,para habitar sobre toda aface da terra, determinando03 tempos jd d'antes orde-
nados, e os limites da suahabita^ao,
27 Para que buscassem aoSenhor, se porventura o po-dessem apalpar e achar;ainda que nao esta longe decadaum decos;28 Porque n'elle vivemos,
9 DOS moYemos, e existimos;
como tambem alguns dosvossospoetas disseram : Por-que somos tambem sua ge-ra^ao.
29 Sendo pois geragao deDeus, nao havemos de cui-
dar que a divindade seja
eimilhante ao oiro, ou aprata, ou a pedra e?culpidapor artificio e imaginacjaodos homens.30 De sorte que Deus,
dissimulando os tempos daignorancia annuncia agora atodos OS homecs, e em todoo logar, que se arrependam
;
31 Porquanto tem deternii-
nado um d'a em que comjusti(2a ha-de julgar o mun-
do por aquelle varao quedestinou ; dando certeza atodos, resuscitando-o dosmortns.
32 E, como ouviram daresurrei^ao dos mortos, unsescarneciam, e outros di-
ziam : Acerca d'isso te
ouviremos outra vez.
33 E assim Paulo saiu domeio d'elles.
34 Porera, chegando al-
guns varies a elle, creram
:
entre os quaes foram Dio-nysio, areopagita, e umamulher por noice Damaris,e com elles outros.
CAPITULO XYin.
EDEPOIS d'isto partinPaulo de Athenas, e
chegou a Corintho.
2 E, acliando um certo
judeo por nome Aqnila,natural do Ponto, que haviapouco que tinlia vindo daItalia, e Priscilla. sua mu-
! Iher (porquanto Claudio ti-
inha mandado que todos os
'judeos saissem de Eoma),so ajuntou com elles.
I
3 E, porque era do mesmoI
oflBcio, ficou com elles, e
:trabilhava
;pois tinham por
; officio fazer tendas.
I
4 E cada sabbado dispu-tava na synagoga, e persua-
I dia a judeos e gregos.
I5 E, quando Silas e Timo-
276 ACTOS. XVIILtheo desceram da Mace-donia, foi Paulo constran-gido pelo Espirito, testifi-
cando aos judeos que Jesusera o Christo.
6 Porem, resistindo e blas-
phemando elles, sacudiu os
vestidos, e disse-lhes :
vosso sangue seja sobre avossa cabega : eu est'ju lim-
po, e desde agora partopara os gentios.
7 E, partindo d'ali, entrouem casa de um, por nomeJusto, que servia a Deus,cuja casa estava junto dasynagoga.8 E Crispo, principal da
synagoga, creu no Senhorcom toda a sua casa; e
muitos dos corinthios, ou-vindo-o, creram e forambaptizados.
9 E disso o Senhor emvisao a Paulo : Kao temas,mas falla, e nao te cales
;
10 Porque eu estou com-tigo, e ningucm langaramao de ti para te fazer mal,porque tenho muito povon'esta cidade.
HE ficou all um anno e
seis mezes, ensinando entreelles a palavra de Deus.12 Porem, sendo Gallio
proccnsul d'Acbaia, levan-tarara-se os judeos concor-demente contra Paulo, e olevarara ao tribun&i^
13 '^isendo : Este per-
suade os homens a seryir &Deus contra a lei.
1-1 E, querendo Panloabrir a bocca, disse Gallio
aos judeos: Se houvesse, 6judeos, algum aggravo oucrime enorme, com razaovos soffreria,
15 Mas se a qnestao e depalayras, e de nomes, e dalei que entre vos ha, vede-ovos mesmos: porqne eunao quero ser juiz d'essas
coisas.
16 E lanQou-os do tribu-
nal.
17 Porem, tomando todosOS gregos a Sosthenes, principal da synagoga, o feriram
diante do tribunal; e a
Gallio nada d'estas coisas
se Ihe davam.18 E Paulo, ficando ainda
ali muitos dias, despediu-se dos irmaos e d'ali nave-gou para a Syria, e com elle
Priscilla e Aquila, tendo.
tosquiado a cabega emCenchrea, porque tinha
veto.
19 E chegon a Epheso, e
deixou-os ali;porem elle,
entrando na synagoga, dis-
putava com os jjideos.
20 E, rogando-ZAe elles queficasse com elles por maisalgum tempo, nao conveiun'isso.
21 Antes se despediud'elles, dizendo : ;^-me ne-
ACTOS, XYin, XIX. 277
cessario em todo o caso
guardar em Jerusalem a
festa que se approxima;mas, querendo Deus, outra
vez voltarei para yos. Epartin de Epheso.22 E, chegando a Cesarea,
Bubiu a Jerusalem, e sau-
dando a egreja, desceu aAntiochia.
23 E, estando all algnmtempo, partiu, passandosuccessivamente pela pro-
vincia da Galacia ePlirygia,
confixmando a todos os dis-
cipnlos.
24 E chegon a Epheso wmcertojudeochamado Apollo,natural d'Alexandria, Taraoeloqnente e poderoso nasEscripturas.
25 Este era instruido nocaminho do Senhor, e fervo-
roso de espirito, fallava e
ensinava diligentemente.ascoisas do Senbor, conhe-cendo somente o baptismode Joao.26 E este comegou a fallar
ousadamente nasynagoga;e, ouvindo-o Priscilla e
Aquila, o levaram comsigo,
e liie declararam mais pon-tualmente o caminho deDens.27 E, qnerendd elle passar
a Achaia, exhortando-o os
irmaos, escreveram aos dis-
cipulos que o recebessem
;
o qual, tendo chegado, apro-
veitou muito aos que pela
graga criam.
28 Porque com grande ve-
hemencia convencia publi-
camente os judeos, mos-trando pelas Escripturas
que Jesus era o Christo.
CAPITULO XIX.
ESUCCEDEU que, em-qnanto Apollo estaT*
em Corintho, Paulo, tendo
passado per todas as regio>:&
superiores, chegou a Ephe-so; e, achando ali algans
discipulos,
2 Disse-lhes: Eecebestes
vos jcb o Espirito SanctC'
quando crestes? E elles
disseram-lhe : Antes nemainda ouvimos que haja
Espirito Sancto.
3 Disse-lhes entao : Emque sois baptizados entao '/
E elles disseram: No ba-
ptismo de Joao.
4 Porem Paulo dissi
:
Certamente Joao baptizou
com o baptismo do arrc-
pendimento, dizendo ao po-
vo que cres.se no que apos
elle havia de vir, isto e,
em Jesus Christo.
5 E OS que ouviram forambaptizados em noma doSenhor Jesus.
6 E, impondo-lhes Pauloas maos, vein sobre elles oEspirito Sancto ; e fallavam
278 ACTOS, XIX.
diversas linguas, e prophe-tizavam.
7 E estes eram, ao todo,quasi doze var5es.
8 E entrando na syna-goga, fallou ousadamentepor espago de tres mezes,disputando e persnadindoacerca do reino de Deus.9 Mas, endurecendo - se
alguns e nao obedecendo, e
fallando mal do caminho doSenhor perante a multidao,retirou-se d'elles, e separouOS discipulos, dispntandotodos OS dias na escola deum certo Tyrarmo.10 E durou isto per espa^o
de dois annos ; de tal ma-neira qne todos os que ha-bitavam na Asia, ouvirama palavra do Senhor Jesus,assim judeos como gregos.
HE Deus pelas maos dePaulo fazia maravilhas ex-
traordinarias.
12 De tal maneira queate OS lengos e aventaes dosen corpo se levayam aosenfermos, e as enfermi-dades fugiam d'elles, e os
espiritos malignos sa'hiam.
13 E alguns dos exorcistas
judeos Tagabundos, tenta-
vam invocar o nome doSenhor Jesus sobre os quetinham espiritos malignos,dizendo : Esconjuramo-vospor Jesus a quern Fauloprega.
14 E os que faziam isto
eram sete filhos de Sceva,
judeo, principal dos sacer-
dotes.
15 Respondendo porem o
espirito maligno, disse
:
Conhego a Jesus, e bem sei
quern e Paulo; porem y6squern sois ?
16 E, saltando n'elles ohomem em que estava o
espirito maligno, e asse-
nhoreando-se d'elles, poudemais do que elles; de tal
maneira que, nus e feridos,
fugiram d'aquella casa.
17 E foi isto notorio a to-,
dos os que habitavam emEpheso, tanto judeos comogregos ; e caiu temor sobre
todos elles, e o nome doSenhor Jesus era engrande-cido.
18 E muitos dos que criamvinham, confessando e pu-blicando os sens feitos.
19 Tambem muitos dosque seguiam artes curiosas
trouxeram os sens livros, e
j
OS queimaram na presengaI de todos, e, feita a conta
I
do seu pre90, acharam que
j
montava a cincoenta milper/is de prata.
I 20 Assim a palavra do
j
Senhor crescia poderosa-
mente e prevalecia.
I21 E, cumpridas estas
j
coisas, Paulo prgpoz-se, emIespirito, ir a Jerusalem,
ACTOSpassando pela Macedoniae Acliaia, dizendo : Depoisque houver estado ali,
importa-me yer tambemPioma.
22 E, enviando a Mace-donia dois d'aquelles que o6erviam,Timotheo e Erasto,
ficou elle por algum tempona Asia.
23 Porem, n'aqnelle mes-mo tempo, houve nm naopequeno alvorogo acerca docaminho do Senhor.
24 Forque nm certo onri-
ves da prata, por nome De-metrio, quo fazia de pratanichos de Diana, dava naopouco lucro aos artifices,
25 Aos quaes, havendo-osajuntado com os oflSciaes
de obras similhantes, disse
:
Varies, vos bem sabeis qued'este oflScio temos a nossaprosperidade
:
26 E bem Tedes e onvisque nao so em Epheso, masate quasi em toda a Asia,
este Paulo tem persuadidoe afastado uma grande mul-
:
tidao, dizendo que nao sao
deuses os que fazem comi
as rnaos.|
27 E nao eomente ha oj
perigo de que isto venha a]
eervir-nos de desprezo, mastambem de que o propriotemplo da grande deusaDiana seja estimado era
nada, e que a sua mages-
, XIX. 279
tade, a qual toda a Asia e o
mundo inteiro venera, ve-
nha a ser destruida,
28 E, ouvindo-o, enche-ram-se de ira, e clamaram,dizendo : Grande e a Dianados ephesios.
29 E encheu-se de con-fusao toda a cidade ; e
unanimes arremetteram aotheatro, arrebatando com-sigo a Gaio e Aristarcho,
macedonios, companheirosde Paulo na viagem.30 E, querendo Paulo
apresentar-se ao povo, naoIh'o permittiram os disci-
pulos.
31 E tambem alguns dosprincipaes da Asia, queeram sens amigus, Ihe en-
viaram, rogando que naose apresentasse no thea-
tro.
32 Uns pois clamavam deuma maneira, outros d'ou-
tra, porque o ajuntamentoera confuso ; e os maisd'elles nao sabiam por quecausa se tinham ajuntado.
33 Entao tiraram Alexan-dre d'entre a multidao, im-pellindo-o os judeos para
diante; e Alexandre, ace-
nando com a mao, que-
ria dar razao d'isto ao
povo.
34 Porem, conhecendo queera judeo, todos unanime-mente levantaram a voz.
280 ACTOS,clamando por espa^o dequasi duas horas: Grandee a Diana dos ephesios.
35 Entao o escrivao dacidade, tendo apaziguado amultidao, disse : VarSesephesios, qual e o homemque nao eabe que a cidadedos ephesios e a guardadorado templo da grande deusaDiana, e da imagem quedesceu de Jupiter ?
36 De sorte que, nao po-dendo isto ser contradito,
convem que vos applaqueis,6 nada fagaes temeraria-mente
;
37 Porque estes homensque aqui trouxestes nemsao sacrilegos nem blasphe-mam da vossa deusa
;
38 Porem, se Demetrio, eOS artifices que estao comelle, tern alguma coisacontra alguem, dao-se au-diencias e ha proconsules:que se accusem uns aosoutros:
39 E, se alguma outracoisa demandaes,averiguar-se-ha em legitimo ajunta-mento.40 Porque corremos pe-
rigo de que, por hoje, seja-
mos accusados de sedigao,
nao havendo causa algumacom que possamos justificar
este concurs©.
41 E tendo dito isto, des-pediu o ajuntamento.
XIX, XX.
CAPITULO XX.EDEPOIS que cessou o
alvoroQo, Paulo chamoupara si os discipulos, e,
abragando-os, saiu para aMacedonia.2 E, havendo andado por
aquellas partes, e exhor-tando-os com muitas pala-vras, vein a Grecia.
3 E, passando ali tres
mezes, e sendo-lhe peloajudeos postas ciladas, ha-vendo de navegar para aSvria, determinou voltar
por Macedonia.4 E acompanhon-o, ate
Asia, Sopater, de Berea, e,
dos de Thessalonica, Aris-tarcho, e Segundo, e Gaiode Derbe, e Timotheo, edos da Asia, Tychico eTrophimo.6 Estes, indo adiante, nos
esperaram em Troas.
6 E, depois dos dias dospdes asmos navep.amos dePhilippos, e em cinco diaa
fomos ter com elles a Troas,
onde estivemos sete dias.
7 E no primeiro dia dasemana, ajuntando-se osdiscipulos para partir opao, Paulo, que havia departir no dia seguinte, dis-
cuisava com elles; e alar-
gou a pratica ate a meianoite.
8 E havia muitas luzeii
ACTOS, XX. 281
no cenacnlo onde estavamjuntos.
determinado passar adiante
de Epheso, para nao gastar
9 E, estacdo um certo tempo na Asia. Apressava-mancebo, por nome Euty-cho, assentado n'uma ja-
se pois para, se Ibe fosse
po5siveI,estar em Jerusalemiiella, tornado de um somno , no dia de pentecostes.
profundo durante o extenso
discurso de Paulo, caiu,
levado pelo somno, do ter-
ceiro andar ; e foi levantadomorto.10 Paulo, porem, descendo,
inclinou-se sobre elle, e,
abra^ndo-o, disse ; Nao
17 E de Mileto mandou aEpheso, a chamar os an-ciaos da egreja.
18 E, logo que chegaramjunto d'elle, disse - Ihes
:
Vos bem sabeis, desde o
primeiro dia em que entrei
na Asia, o modo como emvos perturbeis, que a sua todo esse tempo estive com-alma n'elle esta.
11 E subindo, e partindovosco,
19 Servindo o Senbor comopao,ecomendo,efallando- j toda a bumildade, e comihes largamente ate a al-
j
muitas lagrimas e tenta-
vorada assim partiu. 93es, que pelas ciladas dos12 E levaram vivo o man- ! judeos me tem sobrevindo.
cebo, e ficaram nao poucoconsolados,
20 Como nada, que util
vos fosse, deixei de vos an-
13 Nos, porem, subindojnunciar, e ensinar publica-
ao navio, navegamos atei
mente e pelas casas
;
Asson, onde deviamos rece- 1 21 Testificando, tanto aos
ber a Paulo, porque assim:
judeos como aos gregos, a
o ordenara, indo elle por;
conversao a Deus, e a fe emterra.
14 E, logo que se ajantouj nosso Senhor Jesus Christo.
22 E agora, eis que, ligado
comnosco em Asson, toma- ' eu pelo espirito, vou paramol-o, e fomos a Mitylene
:
15 E, navegando d'ali,
chegamos no dia seguintedefronte de Ohio, e no outroaportamos a Samos, e, fi-
cando em Trogyllio, che-
gamos no dia seguinte aMileto.
Jerusalem, nao sabendo oque ]a me ha de acontecer,
23 Senao que o Espirito
Sancto de cidade em cidade,
TM testifica, dizendo queme esperam prisocs e tribu-
la9oes.
2-1 Mas de nenhuma coisa
16 Porqne Jd Paulo tinha 1fa90 caso, e nem a minha
282
vida tenho por preciosa,
comtanto que cumpra comalegria a minha carreira, e
o ministerio que recebi doSenhor Jesus, para dar tes-
temunho do evangelho dagra9a de Deus,
ACTOS, XX, XXI.
32 Agora pels, irmaos,
encommendo-vos a Deus e
a palavra da sua gra(ja ; oqual e poderoso para vos
edificar e dar heran9a entre
todos OS sanctificados.
33 De ninguem cubicei a
25 E agora, eis-que bem prata, nem o oiro, nem o
sei que todos vos, por quern
passei pregando o reino de
Deus, nao vereifi mais o meurosto.
26 Portanto, no dia de
hoje, vos protesto que estou
limpo do sangue de todos.
27 Porque nunca deixei
de annunciar-vos todo o
conselho de Deus.
28 Olhae pois por vos, e
por todo o rebanho sobre
que o Espirito Sancto vos
constituiu bispos, para apas-
centardes a egreja de Deus,
a qual alcan90U com seu
proprio sangue.
29 Porque eu sei isto: que,
depois da minha partida,
entrarao entre vos lobos
crueis, que nao perdoarao
ao rebanho.
30 E que d'entre vos mes-mos se levantarao homens,
que fallarao coisas perver-
sas, para attrahirem os dis-
cipulos apos si.
31 Portanto, vigiae, lem-
brando-vos de que, durante
tres annos, nao cossei, noite
e dia, de admoestar comlagrimas a cada um de vos.
vestido.
34 Vos mesmos sabeis quepara o que me era necessa-
rio a mim, e aos que estao
comigo, estas maos me ser-
viram.
35 Tenho - vos mostradoem tudo que, trabalhandoassim, e necessario suppor-
tar OS enfermos, e lembraras palavras do Senhor Je-
sus, que disse : Mais bema-venturada coisa e dar doque receber.
36 E, havendo dito isto,
pondo-se de joelhos, orou
com todos elles.
37 E levantou-se nmgrande pranto entre todos,
e, langando-se ao pescocjo de
Paulo, o beijavam,
38 Entristecendo-se mui-to, principalmente pela pa-
'
lavra que dissera, que nao
veriam mais o seu rosto.
E acompanharam-n'o ate
navio.
CAPITULO XXI.
EACONTECEU que, se-
parando - noa d'elles.
A.CTOS, XXI. 283
navegamos e fomos cor-
rendo camiDho direito, e che-
gamos a Coos, e no dia se-
guinte a Ehodes, e d'ali a
Patara,
2 E achando nm navio,
que passava a Phenicia,
embarcamos n'elle, e parti-
mos.3 E, indo jd a vista de
Chypre, deixando-a a es-
querda, navegamos para aSyria, e chegamos a Tyro
;
porqne o navio havia dedescarregar ali a sua carga.
4 E achando discipulos,
ficamos nos ali sete dias:
OS quaes, pelo Espirito, di-
ziam a Paulo que nao bu-
bisse a Jerusalem.5 E, havendo passado cJA
aquelles dias, saimos, e
seguimos nosso caminho,acompanhando-nos todos,
com 8uas mulheres e filhos,
ate fora da cidade ; e, postos
de joelhos na praia, oramos.6 E saudando-nos uns aos
outros, Bubimos ao navio;e elles voltaram para Buascasas.
7 E n6s, concluida a na-vega^ao de Tyro, viemos aPtolemaida ; e, havendosaudado aos irmiios, fica-
mos com elles um dia.
8 E no dia seguinte, par-tindo d'ali Paulo, e n6s quecom elle estavamos, chega-mos a Cesarea ; e, entrando
em casa de Philippe, oevangelista, que era um dossete, ficamos com elle.
9 E tinha este quatrofillias donzellas, que pro-phetisavam.10 E, demorando-nos ali
por muitos dias, desceu daJudea um propheta, pornoma Agabo
;
11 E, vindo elle a nos, e
tomando a cinta de Paulo,e ligando-se os pes e maos,disse: Isto diz o Espirito
Sancto : Assim Ugarao os
judeosem Jerusalem o varaocuja e esta cinta, e o entre-
garao nas maos dos gentios.
12 E, ouvindo nos isto, ro-
gamos-ZAe, tanto nos comoOS que eram d'aquelle lo-
gar, que nao subisse aJerusalem.
. 13 Porem Paulo respon-deu : Que fazeis chorando,e magoando-me o corar^ao ?
porque eu estou prompto,nao so a ser ligado, masainda a morrer em Jerusa-lem pelo nome do SenhorJesus.
[
li E, como nao podiamospersuadil-o, nos aquieta-
I
mos, dizendo : Fa^a-se a
j
vontado do Senhor.I 15 E, depois d'aquelles
dias apercebemo-nos e su-
bimos a Jerusalem.16 E foram tambem com-
, nosco alguns discipulos de
284
Cesarea, levando comsigoum certo Mnason, chyprio,cliscipulo antigo, com o qualhaviamos de pousar.
17 E, logo que chegaraosa Jerusalem, os irmaos nosreceberam de muito boavontade.
18 E no dia Beguinte,
Paulo entrou comnosco emtasa de Thiago, e todos osanciaos vieram ali.
19 E, havendo-os saudado,contou-ZAea por miudo oque por sen ministerio Deustizera entre os gentios.
20 E, ouvindo-o elles, glo-
rificaram ao Senhor, e dis-
seram-lhe : Bam ves, irmao,
quantos milliares de judeosha que creem, e todos saozeladores da lei.
21 E jd acerca de ti foraminformados, que ensinas to-
dos OS judeos, que estao
entre os gentios, a aparta-
rem-se de Moyses, dizendoque nao devem circumcidara sens filhos, nem andar se-
gundo o costume da lei.
22 Que faremos pois ? emtodo o case e necessario quea multidao se ajunte
; por-pie ouvirao queyd es vindo.
23 Faze pois isto que te
<lizemos : Temos quatrovaries que fizeram voto.
24 Toma comtigo a estes,
e sanctifica-te com elles, e
faze por elles os gastos para
ACTOS, XXI.
que rapem a cabc^a, e todossaibam que nada ha d'a-quillo de que foram infor-mados acerca de ti, mas quetambem tu mesmo andasguardando a lei.
25 Porem, quanto aos quecream dos gentios, jd noshavemos escripto, e achadopor bam, que nada d'isto
observem; mas que so seguardem do que se sacrifi-
ca aos idolos, e do sangue,e do sufibcado e da forni-
ca9ao.
26 Entao Paulo, tomandocomsigo aqu elles varoes,sanctificado com elles, en-trou no dia seguinte notemplo, anuunciando seremjd cumpridos os dias dasanctificacao, Jicando ali
ate se offerecer por cadaum d'elles a offerta.
27 E, indo-se/d acabandoOS sate dias, os judeos daAsia, vendo-o no templo,alvoro(;aram todo o povo,e lancaram mao d'eile,
28 Clamando: VarQes is-
raelitas, acudi : este e o ho-mem que por todas as partes
ensina a todos, contra opoYO, e contra a lei, e con-
tra este logar; e, demaisd'isto, introduziu tambemno templo os gregos, e pro-
fanou este sancto logar.
29 Porque d'antes tinhamvisto com elle na cidade, a
ACTOs, XXI, xxn. 285
Tropliimo dTpheso, ao qnalpensavam que Paulo intro-
dnzira eo templo.
30 E alvoroQou-se toda acidade, e fez-se um con-cnrso de povo ; e, pegandode Paulo, o arrastaram pa-ra fora do templo, e logo as
portas se fecbaram.31 E procurando elles ma-
tal-o, chegou ao tribuno dacoborte a nova de quo Jeru-salem estava toda em con-tusao.
32 qual, torcando logo
comsigo soldados e centu-rioes, correu para elles. E,vendo elles o tribuno e ossoldados, cessaram de ferir
a Paulo.
33 Entao, chegando o tri-
buno, o preudeu e o mandoustar com duas cadeias, e
Ihe perguntou quem era e
o que tinba feito.
34 E na multidao nns ela-
mavam d'uma maneira, ou-tros d'outra; porem, comonada podia saber ao certo,
por causa do alvoro^o, man-dou conduzil-o para a forta-
leza.
35 E succedeu que, cbe-gando ds escadas, os solda-
dos o levaram as costas porcausa da violencia da mul-tidao.
36 Porque a multidao dopovo o seguia, clamando
:
Mata-o.
37 E quando iam a intro-
duzir Paulo na fortaleza,
disse Paulo ao tribuno : li-
me permittidodizer-te algu-
ma coisa? E elle disse:
Sabes o grego ?
38 Nao es tu porventuraaquelle egypcio que antes
d'estes dias levantou umasedi(;ao, e levou ao desertoquatro mil salteadores ?
39 Porem Paulo Ibe disse
:
jNa verdade que sou umhomem judeo, cidadao deTarso, eidade nao pouco ce-
lebre na Cilicia : rogo-te
porem que me permittasI'allar ao povo.
40 E, bavendo-lh'o per-
mittido, Paulo, pondo-se empe nas escadas, fez signal
com a mao ao povo ; e, feito
grande silencio, fallou-lhes
em lingua bebraica, di-
zendo
:
CAPITULO XXII.
YAP0E3 irmaos e paes,
ouvi agora a minbadefeza perante v6s.
2 (E, quando ouviramfallar-lbes em lingua be-
braica, maior silencio guar-daram) E disse
:
3 Quantoamim, sonvaraojudeo, nascido em Tarso deCilicia, e n'esta eidade cria-
do aos pes do Gamaliel, ins-
truido conforme a yerdade
286 ACTOS, XXII.
daleide nossos paes, zelador
de Deus, como todos vos
hoje sois.
4 Que tenho perseguidoeste caminho ate a morte,
prendendo, e mettendo emprisi5es, assim varoes comomulheres.5 Como tambem o snmmo
sacerdote me e testemunha,e todo o conselho dos an-
ciaos: dos quaes ainda, le-
vando cartas para os irmaos,
fui a Damasco, para trazer
manietados para Jerusalemaquelles que ali estivessem,
para que ibssem castigados.
6 Porem aconteceu que,
indo eu ja de caminho, e
chegando perto de Da-masco, quasi ao meio dia,
de repente me rodeou umagrande luz do ceu.
7 E cabi por terra, e ouviuma voz que me dizia:
Saulo, Saulo, porque mepersegues ?
8 E eu respond! : Quemes, Senhor ? E disse-me :
Eu sou Jesus nazareno, aquem tu persegues.
9 E OS que estavam co-
migo em verdade viram aluz, e se atemorisarammuito ; mas nao ouviram aYoz d'aquelle que fallava
comigo.10 Entao disse en: Se-
nhor, que farei? E o Se-
nhor diese-me : Leyanta-te^
e vae a Damasco, e ali se te
dira tudo o que te e orde-nado fazer.
HE, como en nao via,
por causa do esplendord'aquella luz, fui levadopelo mao dos que estavamcomigo, e cheguei a Da-masco.12 E nm certo Ananias,
varao pio conforme a lei,
que tinha bom testemunhode todos OS judeos que ali
moravam,13 Vindo ter comigo, e
apresentando-se, disse-me
:
Saulo, irmao, recobra avista ; e n'aquella mesmabora o vi.
14 E disse: Dens denossos paes d'antemao te
ordenou para que conhegasa sua vontade, e vejas
aquelle Justo, e ougas a vozda sua bocca.
15 Porque Ihe has de ser
testemunha para com todos
OS homens, do que tens
visto e ouvido.
16 E agora porque te de-
tens? Levanta-te, e bap-tiza-te, e lava os tens pec-
cados, invocando o nomedo Senhor.
17 E acontecen-me, tor-
nando eu para Jerusalem,
que, orando eu no templo,
fui arrebatado fora de mim.18 E vi o que me dizia :
Da-te pressa, e sae apres-
ACTOS, XXII, XXIII. 287
enradamente de Jerusalem
;
porque nao receberao o
ten testemunho acerca demim.19 E en disse : Senior,
elles bem sabem qne enlan^ava na prisao e a^oi-
tava nas synagogas os quecriam em ti.
turiao foi, e annnncion aotribuno, dizendo: Olha oqne yaes fazer, porque est©
Lomem e roraano.
27 E, Yindo o tribnno, -
disse-lhe: Dize-me, es tn-
romano ? E elle disse :
Sim.
28 E responden tribnno
:
20 E quando o sangne deI
En com grande somma d&EsteTao, tua testemnnha,se derramava, tambem enestava presente, e consentia
na sua morte, e gnardavaOS vestidos dos que o ma-tavam.21 E disse-me : Yae, por-
que longe bei de enviar-te
aos gentios.
22 E Guviram-n'o ate esta
palavra, e levantaram a voz,
dizendo : Tira da terra umtal homem, porque nao con-
vem que viva.
dinheiro alcancei este di-
reito de cidadao. Paulodisse : Mas en son-o denascimento. ^
29 De sorte qne logo d'elle
se apartaram os qne o ba-yiam de esaminar ; e ate otribnno teve temor, sabendoque era romano, porque otinba ligado.
30 E no dia segninte, qne-rendo saber ao certo a causapor que era accusado pelos
judeos, solton-o das prisCes,
23 E, clamando elles, eje mandou vir os principaes
lan9ando de si os vestidos,
e deitando p6 para o ar,
24 O tribuno mandon qneo levassem para a fortaleza,
dizendo qne o examinassemcom a^oites, para saber porqne causa assim clamavamcontra elle.
25 E, quando o estavamatando com correias, disse
dos saeerdotes, e todo o senconselbo; e, trazendo Paulo,
apresenton diante d'elles.
CAPiTULO xxni.PONDO Paulo OS olhos
no conselbo, disse :
YarCes irmaos, ate ao dia
de hoje tenbo andado dian-
Panlo ao^centuriao qne ali te de Deus com toda a boaconsciencia.
2 Porem o summo sacer-estava : ifi-vos licito a(;oitar
nm homem romano, semser condemnado ?
26 E, Gnyindo isto, o cen-
dote, Ananias, mandon en-
tao aos que estavam junto
288 ACTOS,d'elle qne o ferissem nabocca.
3 Entao Paulo Ihe disse:
Deus te lerira, parede bran-queada : tu estas aqui as-
sentado para julgar-me con-forme a lei, e contra a lei
me mandas ferir ?
4 E OS que ali estavamdisseram : Injurias o sum-mo sacerdote de Deus ?
5 E Paulo disse : Nao sa-
bia, irmaos, que era o sum-mo sacerdote
; porque esta
escripto : Nao diras mal doprincife do teu povo.6 E Paulo, sabendo quenma parte era de sadduceose outra de pliariseos, cla-
mou no conselho: VarCesirmaos, eu sou j^hariseo,
fiiho de phariseo, pela es-
peranga e resurreigao dosmortos sou julgado.
7 E, bavendo dito isto,
houve dissen^ao entre os
Pharisees e sadduceos ; e amultidao se dividiu.
8 Porque os sadduceosdizem que nao ha resur-
rei^ao, nem anjo, nemespirito; mas os phari-
seos confe&sam ambas ascoisas.
9 E leTantou-se urn grandeclamor ; e, levantando-seOS escribas da parte dosphariseos, contendiam, di-
zendo: Nenhum mal acha-mos n'esto homem, e, so
xxm.algum espirito on anjo Ihefallou, nao resistamos aDeus.10 E, havendo grande dis-
sentjao, o tribuno, temendoque Paulo fosse despeda^adoper elles, mandou descer asoldadesca, e arrebatal-o domeio d'elles, e leval-o paraa fortaleza.
11 E na noite seguinte,
apresentando-se-lhe o Se-nhor, disse : Paulo, tern
animo; porque, como demim testificaste em Jeru-salem, assim te importatestificar tambem em Eoma.12 E, vindo o dia, alguns
dos judeos fizeram umaconspira9ao, e se conjura-ram, dizendo que nao co-
meriam nem beberiam,emquanto nao matassem aPaulo.
13 E eram mais de qua-renta os que fizeram esta
conjura^ao.
14 Os quaes foram aosprincipaes dos sacerdotes e
aos anciaos, e disseram:Conjuramo-nos, sob penade maldi(;ao, que nada pro-
varemos, ate que matemosa Paulo.
15 Agora, pois, tos, comconselho, fazei saber ao
tribuno que vol-o traga
amanha, como que que-rendo saber mais algumacoisa de sens negocios, e,
ACTOS, XXIII. 289
antes qne cliegne, estaremospromptos para o matar.
16 E o filho da irma dePaulo, ouYindo estas cila-
das, foi, e entrou na forta-
leza, e o annunciou a
Paulo.17 E Paulo, chamando a
Bi um dos centurioes, disse
:
Leva este mancebo ao tri-
buno, porque tern que Ihe
denunciar.
18 Tomando-o elle, pois,
pediu o mancebo, man-dando-llie que a ninguemmais dissesse que llie haviamanifestacTo aquillo.
23 E, cliamando a si doiscenturioes, Ihes disse
:
Apromptae para as tres
boras da noite duzentossoldados, e setenta de ca-
vallo, e duzentos arcbeirc«para irem ate Cesarea
;
24 E apparelhae cavalga-dnras, para que, pondo
o levou ao tribuno, e disse :1n'eHas a Faulo, o levem a
O preso Paulo, chamaudo-me a si, me rogou que te
trouxesse este mancebo, quetem que dizer-te.
19 E o tribuno, toraando-
pela mao, e apartando-oa uma banda, Ihe pergun-tou : Que tens que me de-nunciar ?
20 E disse elle : Os judeosse concertaram rogar-te que
salYO ao presidents Felix.
25 Escreyeu uma carta,
que em summa continlia
isto:
26 Claudio Lysias, a Felix,
potentissimo presidente,saude.
27 Esse homem, foi presopelos judeos; e, estando/da ponto do o matarem, so-
brevim eu com a soldadesca,amanha \e\es Paulo ao con- e Wo tomei, informado queselho, como que tendoinquirir d'elle mais algumacoisa ao certo
:
21 Porem tu nao os creias
;
porque mais de quarentahomens d'entre elles Uie
andam armando ciladas : os
quaes se obrigaram, sobpena de maldi(;ao, a naocomerem nem beberem, ate
que tenham morto : e ja
retao apercebidos, espe-
sando a tua prome^sa,22 Entao o tribuno des-
era romano.23 E, querendo saber a
causa por que o accusavana,o levei ao sen conselho.
29 E achei que o accus?*-
yam de algumas questoes dasua lei: mas que nenhumcrime havia n'elle digno demorte ou de prisao.
30 E, sendo-me notificado
que OS judeos haviam dearmar cilaJas a esse ho-mem, logo to enviei, man-dando tambem aos acciLsar-
290 ACTOS, XXIII, XXIV.
dores que perante ti digamo que tiverem contra elle.
Passa bem.31 Tomando pois os solda-
dos a Paulo, como Ihes fora
mandado, o tronxeram denoite a Aiitipatris.
32 E no dia seguinte, dei-
sando aos de cavallo quefossem com elle, tornarama fortaleza.
33 Os quaes, logo que che-
garam a Cesarea, e entre-
garam a carta ao presidenteIhe apresentaram tambema Paulo.34 E o presidente, lida a
carta, perguntou de queprovincia era : e, entenden-do que da Cilicia,
35 Oavir- te-hei, disse,
quando tambem aqui yie-
rem os teus accusadores.
E mandou que o guardas-sem no pretorio de Herodes.
CAPITULO XXIV.
ECINCO dias depois oBummo sacerdote Ana-
mas desceu com os anciaos,
e um certo Tertullo, orador,
OS quaes comparoceram pe-
rante o presidente contraPaulo.2 E sendo citado, Tertullo
come<;ou a accusal-o, di-
zendo
:
3 Que por ti tenliamostanta paz, e que, por tua
prudencia, a este povo sefaijam muitos e louvaveisservi^os, sempre e em todoo logar, 6 potentissimo Fe-lix, com todo o agradeci-mento o reconhecemos.4 Porem, para que te nao
detenha muito^ rogo-te quebrevemente, conforme a tuaequidade, nos oucas
:
5 Porque temos achadoque este homem e umapeste, e levantador de sedi-
goes entre todos os judeos,por todo o mundo ; e oprincipal defensor da seita
dos nazarenos
;
6 qual intentou tambemprofanar o templo : ao qualtambem prendemos, e con-forme a nossa lei o quize-mos julgar.
7 Porem, sobrevindo tri-
buno Lysias, nol-o tirou
d'cntre as maos com grandeviolencia
:
8 Mandando aos sens ac-
cusadores que viessem a ti
:
do qual tu mesmo, exami-nando-o, poderas entendertudo de que o accusa-mos.9 E tambem os judeos
consentiram, dizendo seremestas coisas assim.
10 Porem Paulo, fazendo-Ihe o presidente signal que
^
fallasse,respondeu: Porquesei que ja vae para muitosannos que d'esta na^ao es
ACTOS, XXIV. 2^3
jTiiz, com tanto melhor ani-
mo respondo por mim.11 Pois bem podes enten-
der one Dao ha mais dedoze dias que subi a Jern-salem a adorar
;
12 E nao me acharam notemplo fallando com al-
gnem, nem amoticando o
povo cas synagogas, nemna cidade.
13 Nem tao ponco podemprovar as coisas de que a-
gora me accusam.14 Poremconfesso-teisto:
que conforme aquelle cami-nho que chamam seita, as-
sim sirvo ao Deus dos paes,
crendo tudo quanto esta
eseripto na lei e nos pro-
phetas.
15 Tendo esperan(ja emDeus, como estes mesmostambera esperam, que hade haver resurrei9ao dosmortos, assim dos justos
como dos injustos.
16 E por isso procurosempre ter uma consciencia
sem offensa, tanto para comDeus como para com os ho-mens.17 Porem, muitos annos
depois, vim a fazer a minhanarjao esmolas e ofFertas.
18 N'isto me actaram JdBanctificado no templo, naocom gente, nem com alvo-
ro<;os uns certos judeos daAsia.
19 Os quaes convinha quaestivessem presentes peran-te ti, e me accusassem, sa
alrnima coisa contra minativessem.
I
20 Ou digam estes mes-I mos, se acharam em mim* alguma iniquidade, quandccornpareci perante o con-
I
selho,
21 Senaosod'estapalayra,' que, estando entre elles, cla-i mei : Hoje sou julgado po?Tos acerca da resurrei^ao
dos mortos.22 Entao Felix, havendo
ouvido estas coisas, Ihes poadila9ao,dizendo: Hayendo*
' me informado melhor d'ests
!caminho, quando o tribune
ILysias tiver descido, entao
' tomareiinteiroconhecimei^; to dos vossos uegocios.
I 23 E mandou ao centuriaoI que guardassem a Paulo, e
I
estivesse com oJguma liber-
I
dade, e que a ninguem do3sens prohibisse servil-o onvir a elle.
24: E alguns dias depois,
i vindo Felix com sua mu-j
Iher Drusilla, que era judia,
I
mandou chamar a Paulo, e' ouTiu-o acerca da fe emChristo.
25 E, tratando elle da jus-
ti^a, e da temperan^a, e dojuizo vindouro, Felix, espa-
vorido, respondeu: Por a-
gora yae-te, e em tendc
292 ACTOS, XXIY, XXV.opporttmidade te cliama-
rei
26 Esperando tambemjuntamente que Paulo Ihe
desse dinheiro, para que o
soltasse;pelo que tambem
muitas vezes o mandavachamar, e fallaYa com elle.
27 Porem, cumpridos dois
annos, Felix teve por buc-
cessor a Porcio Festo; e
querendo Felix comprazeraos judeos, deixou a Paulopreso.
CAPITULO XXV.ENTEA^'DO pois Festo
na provincia, subiu
d'ali a tres dias, de Cesarea
a Jerusalem.2 E o summo sacerdote e
OS principaes dos judeos
compareceram perante elle
contra Paulo, e Ihe rogaram,
3 Pedindo favor contra
elle, para que o lizesse vir
a Jerusalem, armando-ZA^
ciladas para o matarem nocaminho.4 Porem Festo respondeuque Paulo estava guardadoem Cesarea, e que elle bre-
Temente partiria x^'^fC' ?^-
5 Osque pois, disse.d'entre
vos podem descam junta-
mente comigo, e, se n'este
varao liouver algum crime,
accusem-n'o.
6 E, nilo se havendo entre
elles detido mnis de dez
dias, desceu a Cesarea; e
no dia sesuinte, assentando-se no tribunal, mandou quetrouxessem Paulo.
7 E, chegando elle, o ro-
deiaram os judeos que ha-viam descido de Jerusalem,trazendo contra Paulo mui-tas e graves accusa95es, quenao podiam provar.
8 Pelo que, em sua defeza,
disse: Eu nao pequei emcoisa alguma contra a lei
dos judeos, nem contra otemplo, nem contra Cesar.
9 Porem Festo, querendocomprazer com os judeos,
respondendo a Paulo, disse:
Queres tu subir a Jerusa-lem, e ser la perante mimjulgado aeerca d'estas coi-
sasf
10 E Paulo disse: Estouperante o tribunal de Cesar,
onde convem que seja jul-
gado; nao fiz aggravo al-
gum aos judeos, como tumuito bem sabes
;
11 Porque, se fiz algumaggravo, ou commetti al-
guma coisa digna de morte,
nao recuso morrer;porem,
se nada ha das coisas de queestes me accusam, ninguemme pode entregar a elles
:
appello para Cesar.
12 Entao Festo, tendo fal-
lado com o conselho, res-
pondeu : Appellaste para
Cesar ? i ara Cesar iras.
AGIOS, XXV. 29a
13 Ejpassaclosalgiinsdias,
o rei Agrippa e Berenice
vierara a Cesarea, a saudara Festo.
14 E, como all se dotive-
ram muitos dias, Fes to
20 E, duvidando en acercada inqiiirir;aD d'esta causa,disse se queria ir a Jeru-salem, e la ser julgadoaoerca d'estas coisas.
21 E, appellar-do Paulo-
contou ao rei os negocios|
para ser reservadoao conhe-
de Paulo, dizendo: Umcerto varao foi deixado porFelix aqui preso,
15 Por cujo respeito os
principaes dos sacerdotes e
OS anciaos dos judeos,estaTi-
do eu em Jerusalem, com-parecerava perante mim, pe-
dindo senten9a contra elle.
16 Aos quaes respondi
nao ser costume dos roma-nos entregar por favor al-
gum liomem a morte, semque o accusado tenha pre-
sentes os sens accusadores,
e tenha logar de defender-
se da aecusa(;ao.
17 De sorte que, chegandoelles aqui juntos, no dia
seguinte, sem fazer dila^ao
alguma, assentado no tri-
bunal, mandei trazer ohomem.18 Do qua!, estando pre-
sentes os accusadores, ne-
nhuma coisa apontaramd'aquellas que eu suspei-
tava.
19 Tinham porem contraelle algumas questoes acerca
da sua supersti^ao, e de nra
cc/to Jesus, defimto, quePaulo afBrmaya vivcr.
cimento deAugusto, mandeique guardassem ate queenviasse a Cesar.
22 Entao Agrippa disse aFesto : Bern quizera eutambem ouvir esse homem.E elle disse : A'manha oouviras.
23 De sorte que, no diaseguinte, vindo Agrippa eBerenice, com muito appa-rato, e entrando no audi-torio com os tribunos e
varces mais principaes dacidade, trouxerara a Paulopor mandado de Festo.
24 E Festo disse : EeiAgrippa, e todos os varoes
que estaes presentes com-nosco: aqui vedes aquelle
de quem toda a multidaodos judeos me tem fallado,
tanto em Jerusalem comoaqui, clamando que naoconyem qae viva mais.
25 Porem, achando eu quenenhuma coisa digna demorte fizera, e appellandoelle mesmo tambem paraAugusto, tenho determi-nado enviar-lh'o.
26 Do qual nao tenhocoisa algnma certa que
N 2
294 AOTOS, XXV, XXVLescreva ao senhor, pelo que
;
ficar), que, confonne a maia
perante tos o tronxe, e 'severa seita da nossa reli-
mormente perante ti, o rei
Agrippa, para que, feita
informagao, tenlia algumacoisa que escrever.
27 Porque me parece
contra a razao enviar nmpreso, e nao notificar junta-
mente contra elle as accu-
saQues.
CAPITULO XXVLDEPOIS Agrippa disse a
Paulo: Permitte-se-te
fallar por ti mesmo. EntaoPaulo, estendendo a maoem sua defeza, respondeu
:
2 Tenho-me por venturoso,
6 rei Agrippa, de queperante ti me haja hoje de
defender de todas as coisas,
de que bou accusado pelos
judeos;3 ^^lormente sdbendo eu
que tens noticia de todos os
costumes e questGes que haentre os judeos; pelo quete rogo que ms ou9as compaciencia.
4 A minha vida pois mes-mo desde a mocidade, qual
haja sido, desde o principio,
cm Jerusalem, entre os daminha na(;ao, todos os
jndcos sabem
:
5 Co/no aquelles que ja
de muito antes me conhe-
ceram (se o quizerem testi-
severa seita da nossagiao, vivi phariseo.
6 E agora pela esperan^ada promessa que por Deusfoi feita a nossos paes estouaqui e sou julgado.
7 A' qual as nossas dozetribus esperam chegar,
servindo a Deus continua-
mente, noite e dia. Poresta esperauQa, 6 rei Agrip-pa, eu sou accusado pelos
judeos.
8 Fois 'que ? julga-se porcoisa incrivel entre vos queDeus resuscite os mortos ?
9 Bern tinha eu imaginadoque contra o nome de Jesusnazareno devia eu fazer
muitas contrariedades
:
10 O que tambem fiz emJerusalem. E, havendorecebido poder dos princi-
paes dos sacerdotes, encer-
rei muitos dos sanctos nasprisoes: e quando os ma-tavam, eu dava o meu voto.
11 E, castigando-os muitasvezes por todas as syna-gogas, OS forcei a blasphe-
mar. E, enfurecido dema-siadamente contra elles, ate
nas cidades estranhas os
persegui.
12 Ao que indo entao a
Damasco, com poder e
commissao dos principaeados sacerdotes,
13 Ao meio dia, 6 rei, yi
ACTOS, XXYL 295
BO caminho nma Jluz do em Damasco e em Jeru-ceu, que excedia o esplendor
j
salem, e por toda a terra dado sol, a qual me rodeiou a
^
Judea, e aos gentios, quemun e aos qne lam comigocom sua claridade.
se emendassem e se con-vertessem a Deus, fazendo
14 E, caindo nos todos obras dignas de arrependi-por terra, ouyI nma toz que mento.me fallaya, e em lingua
, 21 Por causa d'isto oshebraica dizia : Saulo, ' judeos lancaram mao doSaulo, porque me perse-
gues ? Dura coisa te e re-
calcitrar contra os agui-Ihoes,
15 E disse eu : Quern es,
Senhor ? E elle respondeu
:
Eu sou Jesus, a quern tupersegues
;
mmi no templo, e procura-ram matar-me.22 Porem, alcan(;ando soc-
corro de Deus, ainda ateao dia de hoje permane^o,testificando, tanto a peque-nos como a grandes, naodizendo nada mais do que
16 Mas levanta-te, e 'p5e- ' os prophetas e Movses dis-
te sobre tens pes, porque tej
seram que devia acontecerappareci para istoj para te
por por ministro* e ttste-
munha tanto das coisas quetens yisto, como d'aquellas
pelas quaes te apparecerei
;
17 Livrando-te d'este povo,e dos gentios, a quern agorate envio,
18 Para Ihes abrires osolhos, e das escuridades os
converteres a luz, e do poderde Satanaz a Deus; paraque recebam a remissao dospeccados, e sorte entre ossanctificados pela fe emmim.19 Pelo que, 6 rei Agrip-
pa, nao fui desobedicnte avisao celestial.
20 Antes annunciei pri-
23 /s^o e, que o Cliristo
devia padecer, e, sendo oprimeiro da resurrei^ao dosmortos, devia annunciar aluz a este povo e aos gen-tios.
24 E, dizendo elle isto emsua defeza, disse Festo emalta voz : Deliras, Paulo
:
as muitas letras te fazemdelirar.
25 Porem elle disse : Naodeliro, 6 potentissimo Festo;antes fallo palavras de ver-dade e de um sao juizo.
; 26 Porque o rei, diante dequern fallo com ousadia.Babe estas coims, pois naocreio que nada d'isto se Iheocculte; porque isto nao
meixamente aos quo estao I sefez em qualquer canto.
296 ACTOS, XXYI, XXVII.
27 Cres tn nos prophetas.
6 rei Agrippa? Bern sei
que cres.
28 E disse Agrippa aPaulo : Por pouco nao mepersuades a que me faga
christao.
29 E disse Paulo: Prou-Tera a Deus que, ou porpouco ou por muito, naosomen te tu, porem tambemtodos quautos lioje me estao
ouYindo, vos tornasseis taes
qual eu sou, excepto estas
cadeias.
80 E, dizendo elle isto, se
levantou o rei, a o presi-
dente, e Berenice, e os quecom elles estayam assenta-
dos.
31 E, apartando-se a nmabanda, falhavam uns com os
outros, dizendo: Este ho-mem nada fez digno demorte ou de prisces.
32 E Agrippa disse aFesto : Bem podia soltar-se
este liomem, se nao liou-
vera api)ellado para Cesar.
CAPITULO XXYII.
ECO^IO se determinou
Jque hayiamos de na-
vegar para a Italia, entre-
garara Paulo, e algunsoutros presos, a um centu-iao por nome Julio dacoborto augusta.2 E, cmbarcando nos em
um naTio adramytino, par-timos navegando pelos lo-
gares da Asia, estandocomnosco 'Aristarclio, ma-cedonio, de Tiiessalonica.
3 E chegamos no dia se-
guinte a Sidon, e Julio, tra-
tando Paulo humanamente,Ihe permittiu ir ver os ami-gos para que cuidassena
d'elle.
4 E, partindo d'ali, fomosnavegando abaixo de Chy-pre, porquanto os ventoseram contraries.
6 E, tendo atrayessado omar, ao longo da Cilicia e
Pamphylia, cliegamos aMyrra, na Lycia.6 E, achando ali o cen-
turiao um nayio de Ale-xandria, que nayegava paraa Italia, nos fez embarcarn'elle.
7 E, indo Jd por muitosdias nayegando yagarosa-mente, e hayendo chegadoapenas defronte de Cnido,nao nol-o permitlindo oyento, nayegamos abaixode Creta, iunto de Sal-
mon e.
8 E costeando-a difficil-
mente, chegamos a um certo
logar cbamado Bons Portos,perto do qual estaya a ci-
dade do Lasea.
9 E, passadorauito tempo,sendo ja perigosa a naye-
gagao, porquantoja tambem
ACTOS,
o jejnm tinhaPaulo OS admoestava,10 Dizendo-llies : YarDes,
vejo que a navegac^ao ha deser incommoda,e com muitodamno, nao so para o navioe carga, mas tambem paraas nospas vidas.
11 Porem o centuriao cria
mais ao piloto e ao mestre,
do que ao que dizia Paulo.12 E, Dao sendo aquelle
porto commodo para inver-
Dar, OS mais d'elles foramde parecer passar airtda
d'ali, para ver ee podiamchegar a Phenix, e invernarali, que e um porto de Greta,
que olha para a banda dovento d'Africa e do Coro.
13 E, ventando jd o sul
brandamente, Ihes pareceuterem ja o que desejavam,
e, dando a vela, foram demuito perto costeaudoGreta.
14 Porem nao muito de-
pois deu n'ella um pe devento, chamado euroclidon.
15 E, sendo o navio arre-
batado por elle, e nao po-dendo navegar contra ovento, dando de mao a tudo,DOS deixamos ir a tea.
16 E, correndo abaixo denma pequena ilha chamadaClauda, apenas podemosganhar o bate).
17 qual levado para
cima, usaram de todos os
XXYIL 297
remedies, cingindo o navio
;
e, temendo darem a costa
na Syrte, amainadas as ve-las, assim foram i tea.
18 E, andando nos agita-
dos por uma vehementetempestade, no dia seguintealliviaram o navio.
19 E ao terceiro dia nosmesmos, com as nossas pro-
prias maos, lan(;amos ao
mar a arma^ao do navio.
20 E, nao apparecendo,havia jd muitos dias, nemsol nem estrellas, e oppri-
mindo-nos uma nao pe-
quena tempestade, fugiu-
nos toda a esperan^a de nossalvarmos.21 E, havendo j4 muitoque se nao comia, entaoPaulo, pondo-se em pe nomeio d'elles, disse : Forana verdade rasoavel, 6varies, ter-me ouvido a
mim e nao partir de Greta;
e evitar assim este incom-modo e esta perdigao.
22 Porem agora vos ad-
moesto a que tenbaes bomanimo, porque nao se per
dera a vida de nenhum devos, mas somente o navio.
23 Porque esta mesmanoite o aujo do Deus dequem eu sou, e a quernsirvo, esteve comigo,
24 Dizeudo: Paulo, naotemas: importa que sejas
apresentado a Cesar, e eis-
293 ACTOs, xxvn.que Dens te deu todos
qtiantos navegam comtigo.25 Portanto, 6 varies,
tende bom animo : porquecreio em Dens, qne ha deacontecer assim como amim me foi dito.
26 Porem e necessario
irmos dar n'uma ilha.
27 E, qnando chegon a
decima qnarta noite, sendode nma e ontra bandalancados a toa no marAdriatico, la pela meianoite snspeitaram os ma-rinheixos de qne estayamproximos d'algnma terra.
28 E, lancando o prnmo,acharam Tinte bragas; e,
passando nm ponco maisadiante, tomando a lancar
o prnmo, acharam qninzebragas.
29 E, temendo ir dar emalgnns rochedos, lancaramda popa qnatro ancoras,
desejando qne Tiesse o dia.
30 Procnrando porem os
marinheiros fngir do navio,
e deitando o batel ao mar,como qne qnerendo largar
as ancoras da proa,
31 Disse Panlo ao cen-
tnriao e aos soldados : Seestes nao ficarem no navio,
rao podereis salvar-vos.
32 Entao os soldados cor-
tarara os cabos do batel, e
o deixaram cair.
33 E, entretanto qne o dia
vinha, Panlo exhortava atodos a qne comessem, al-
gnma coisa, dizendo : E ./d
hoje o decimo qnarto diaqne esperaes, e permaneceissem comer, nao hayendoprovado nada.3i Portanto, exhortovos
a qne comaes algnma coisa,i pois importa para a vossa
j
sande;
porqne nem umI cabello da cabega de ne-
I
nhnm de vos caira.
35 E, havendo dito isto,
!tomando o X->2o, den gragas
!a Dens na presenga detodos ; e, partindo-o, come-9on a comer.36 E, tendo ja todos bom
animo, pozeram-se tambema comer.37 E eramos por todos no
navio duzentas e setenta eseis almas.
38 E, refeitos ja da comi-da, alliviaram o navio, lan-
cando trigo ao mar.39 E, sendo ja dia, naoconheceram a terra
;porem
enxergaram nma enseadaqne tinha praia, na qnalforam de parecer, se pode&-sem, irem dar com o navio.
40 E, levantando as anco-
ras, deixaram-n'o ir ao mar,
ilargando tambem as amar-ras dos lemes; e, algandoa vela maior ao vento, foramdar com elle na praia.
41 Dando porf^m em logai
ACTOS, XXVn, XXYIIL 29&
de dois mares, encalharam
!
ali o navio ; e, fixa a proa
ficou immovel, porem a
popa abria-se com a for9a
das ondas.42 Entao o conselho dos
soldados foi que matassemOB presos, para qne nenhumfugisse, escapando a nado.
43 Porem o centuriao,
querendo salvar a salvar a
Paulo, Ihes estorvou e-ste
intento; e mandou que os
que podessem nadar, se
lanijassem primeiro ao mar,e se salvassem em torra
;
44 E OS demais, uns emtaboas e outros em coisas
do uayio. E assim aconte-
ceu que todos se salvaramem terra.
4 E OS barbaro3, vendo-
,I
Ihe a bicba pendurada da
ECAPITTJLO XXVin.HAVENDO escapado
9 entao souberam que ailha se chamava Melita.
2 E 08 barbaros usaramcomnosco de nao poncahumanidade
;porque, ac-
cendendo um grand e fogo,|
curou.
mao, diziam uns aos outros
:
Certamente este homem e
homicida, ao qual, esca-
pando do mar, a vingan9anao deixa viver.
5 Porem, sacudindo elle
a biclia no fogo, nao padecsunenbum mal.6 E elles esperavam que
yiesse a inchar ou a cair
morto de repente; porem,tendo esperado jd muito, e
vendo que nenbum incom-modo llie sobrevinha, mu-dando de parecer, diziamque era um deus.
7 E ali, proximo d'aquelle
mesmo logar, o principal dailba, por nome Pubiio, ti-
nba umas herdades, o qualnos recebeu e hospedou be-
nignamente por tres dias.
8 E aconteceu que o paede Pubiio estava da camaenfermo de febres, e dysen-teria; ao qual Paulo foi
ver, e, havendo orado, pozas maos sobre elle, e o
nos recolheram a todos porcausa da chuva que sobre-
vinha, e por causa do frio.
3 E, havendo Paulo ajun-tado uma quantidade devides, e pondo-as no fogo,
uma vibora, fugindo docalor, Ihe accommetteu amao.
9 Feito pois isto, vieramtambem a elle os demaisque na ilha tinham enfer-
midades, e sararam.
10 Os quaes nos honraramtambem com muitashonras:e, havendo de navegar, nos
proveram das coisas neces-
1 sarias.
300 ACTOS. XXYin.HE tres mezes depois,
partimos n'nm nayio deAlexandria, que inYemarana ilha, o qual tinha porinsignia Castor e Pollux.
12 "E, chegando a Svra-
cnsa, ficamos ali tres
dfas.
13 D'onde, indo costeando,
Tiemos a Ehegio; e um dia
depois, yentando o sul, clie-
gamos no segundo dia a
Puteolos.
14 Onde achando alguns
irrcaos, nos rogaram quepor sete dias dcassemoscom elles ; e assim fomos a
Pioma.
15 E de la, onyindo os
irmaos novas de nos, nossairam ao encontro a pragad'Appio e as tres Yenda?, e
Paido, Tendo-os, deii gragas
a Dens, e tomou animo.16 E, lo-go qne chegamos
a Roma, o centnriao entre-
gou OS presos ao general
dos exercitos;
porem a
Paulo se Ihe permittiu mo-rar sobre si a parte, com osoldado que o guardava.
17 E aconteceu que, tres
dias depois, Paulo conTocouOS que eram principaes dosjudeos, e juntos elles Ihes
disse: YarOes irmaos, naohayendo eu feito nada con-
tra poYO, on contra os
ritos patemos, vim todavia
preso detde Jerusalem, en-
!tregue nas macs dos roma-nos;
I
18 Os quaes, hayendo-meexaminado, queriam soltar-
I me, por nao hayer em mim: crime algum de morte.i 19 Porem, contradizendo
i
OS judeos, foi-me for^oso
I
appellar para Cesar : tiao
tendo comtudo de que;accusar a minha nacao.
: 20 Assim que por esta
I
causa yos chamei a mim,para vos yer e fallar ; por-
1
que pela esperanra d'Israel
estou com esta cadeia.
j
21 Porem elles Ihe disse-
iram: !N6s nao recebemosacerca de ti cartas algunias
da Judea, nem, yindo aquialgum dos irmaos, nos de-
: nunciou nem ifallou de ti
;mal algum.
j
22 Porem bem quizeramos' ouyir de ti o que sentes
;
' porque, quanto a esta sei-
ta, notorio nos e que em. todo o logar se Ihe contra-
jdiz.
\ 23 E, havendo-lhe elles
;assigualado um dia, muitosforam ter com elle a pou-sada, aos quaes declaraya e
testificaya o reino de Deus,
;
e procuraya persuadil-os a' fe de Jesus, tanto pela lei' de MoYses como pelos pro-
jphetas* desde pela manha; ate a tarde.
I 24 E alguns criam no quo
EOMAXOS, I. 301
66 dizia;porem outros nao I enteDdam, e se conyertam,
criam. |e eu os cure.
25 E, como ficaram entreI28 Seja-vos pois notorio
si discordes, se despediram ' que esta BQ.\\a.(;sio de Deusdizendo Paulo esta pala- 1 e enviada aos gentios, e
vra : Bern fallou o Espirito
Sancto a nossos paes pelo
propheta Isaias,
26 Dizendo: Yae a este
povo, e dize: De ouTidoouvii-eis, e de maneira ne-
nhuma entendereis ; e ven-
do vereis, e de maneiranenhuma enxergareis.
27 Porque o cora^ao d'este
povo esta endurecido, e dosouvidos ouviram pesada-
elks a ouTirao.
29 E, havendo elle dito
isto, partiram os judeos,
tendo entre si grande con-
tenda.
SO E Paulo ficou dois
annos inteiros na sua pro-
pria habita^ao que alugara,
e recebia todos quantosvinham vel-o
;
31 Pregando o reino deDeus, e ensinando com toda
mente, e os olhos fecharam ; a ousadia as coisas perten-
para que nunca dos olhos|
centes ao Senhor Jesusouvidos
I
Christo, sem impedimentovejam, nemour;am, nem
dosdo
-; I
coragao ; algum.
EPISTOLA DE S. PAULO
AOS EOMANOS.
CAPITULO I.I
PAULO, serro de JesusChristo, chamado para
;
apostolo, separado para oj
evangelho de Deus,2 Que antes havia pro-j
mettido pelos sens prophe-
1
tas nas sanctas escripturas,
3 A'cerca de sen Filho,
que foi gerado da descen-j
dencia de David segundo acame,4 Declarado Filho de Deusem poder, segundo oEspirito de sanctifica^ao
pela resurrei^aj dos mor-tos, Jesus Christo NossoSenhor,5 Pelo qual recebemos a
gra^a e o apostolado, paraa obediencia da fe entre
302 EOMANOS, I.
todas as gentes, pelo seunome,6 Entre OS quaes sois tam-bem vos, os chamados deJesus Christo.
7 A todos OS que estaes
em Eoma, amados de Deus,chamados sanctos : Graga e
paz tenhaes de Deus nosso
pae, e do Senhor JesusChristo.
8 Primeiramente dou gra-
9a ao meu Deus per JesusChristo, acerca de vos todos,
porque em todo o mundo e
annunciada a vossa fe.
9 Porque Deus, a quern
sirvo em meu espirito noevangelho de seu Pilho, mee testemunha de como in-
cessantemente faQO mengaode Yos,
10 Ptogaudo sempre emminhas oragoesque n'algumtempo, pela vontade deDeus, se me offerega boaoccasiao de ir a yos.
11 Porque desejo ver-vos,
para vos communicar algumdom espiritual, afim de quesejaes confortados
;
12 Isto e : para que junta-
mente comvosco eu seja
consolado pela fe mutua,assim vossa como minha.13 Porem, irmaos, naoquero que ignoreis quemuitas vezes propuz ir a
vos (mas ate agora tenho
side impedido), para tam-
bem ter entre vos algura
fructo, como tambem entreOS demais gentios.
14 Eu sou devedor, tanto
a gregos como a barbaros,
tanto a sabios como a igno-
rantes.
15 Assim que, qnanto a
mim, estou prompto paratambem vos annunciar oevangelho, a vos que estaes
em Eoma.16 Porque nao me enver-
gonho do evangelho deChristo, pois e poder deDeus para salva^ao a todoaquelle que ere; primeiro
ao judeo, e tambem aogrego.
17 Porque n'elle se des-
cobre a justiga de Deus defe a fe, como esta escripto :
Mas o justo vivera da fe.
18 Porque do ceu se mani-festa a ira de Deus sobre
toda a impiedade e injustiga
dos homens, que deteem a
verdade em injustiga.
19 Porquanto o que deDeus se pode conhecern'elles esta manifesto ; por-
que Deus Ih'o manifestou.
20 Porque as suas coisas
invisiveis, tanto seu eterno
poder, como a sua divin-
dade, se entendem, e clara-
mente se veem pelas crea-
turas desde a creagao domundo, para qve tiqueminexcusaveis
;
EOMANOS21 Porqnanto, tendo co-
nhecido a Deus, nao o glo-
rificaram como Deus, nemIhe deram gramas : antes emseus discTirsos se desva-
neceram, e o seu coragao
insensato se obscureeeu.
22 Publicando-se por sa-
bios, tomaram-se loucos.
23 E mudaram a gloria
I, n. 303
convinharecompensa qneao sen erro.
28 E, como elles se naoimportaram de reconhecera Deus, assim Deus osentregou a urn sentimentoperverso, para fazerem coi-
sas que nao conveem;
29 Estando cheios de todaa iniquidade, fornicacao,
do Deus incorruptivel em|
malicia, avareza, maldade
,
similhan^a de imagem de cheios de^inveja, honiicidio,
homem corruptivei, e de contenda, engano, maligni-aves, 8 de quadrupedes, e I dadede reptis
24 Pelo que tambem DeusOS entregou as concupiscen-cias de seus corayoes, a im-mundicia, para deshonra-rem seus corpos entre si
:
25 Que mudaram a yer-
dade de Deus em mentira^
e honraram e
creatura mais do que o;
Creador, que e bemditoi
etemamente. Amen. I
26 Pelo que Deus osj
abandonou as paixoes in-
1
30 Murmuradores, de-tractores, aborrecedores deDeus,injuriadores sobtrbos,
presump90S0S, inventoresde males, desobedientes aospaes e as maes
;
bl Nescios, infieis noscontractos, sem afiFei^ao
serviram ai
natural, irreconciliayeis,
sem misericordia
;
32 Os quaes, conhecendoa justiga de Deus (que saodignos de morte os quepraticam taes coisas), nao
fames. Porque ate as suas somente as fazem, mas tam-mulherea mudaram o uso i bem consentem aos que asnatural, no contrario a
Ifazem.
natureza.j
27 E, similhantementetambem os yaroes, deixando CAPITULO n.
o uso natural da mulher,|
pOETANTO, es inexcusa-
89 inflaramaram em sua '
-t yel quando julgas, 6sensualidade uns para com
\
homem, quern quer queos outros, varao com yarao.
commettendo torpeza e re-
sejas, porque te condemnasa ti mesmo, n'aquillo em
cebendo em si mesmos a que julgas o outro;
pois
304 EOMANOS, II.
tu, que jnlgas, fazes as
mesmas coisas.
2 E bem sabemos qne ojuizo de Dens e segundo averdade sobre os que taes
coisas fazem.3 E tu, 6 homem, que
julgas OS quo fazem taes
coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparas ao juizo deDeus?4 Ou desprezas tu as ri-
quezas da sua benignidade,e paciencia e longanimi-dade, ignorando que abenignidade de Deus te
leva ao arrependimento ?
5 ilas, segundo a tuadureza e teu coragao im-penitente, enthesouras ira
para o dia da ira e damanifestagao do juizo deDeus;6 qual recompensara
cada um segundo as suasobras
;
7 A saber : a vida etemaaos que, com perseverangaem fazer bem, procuramgloria, e honra e incorrup-
9ao;
8 Mas a indignagao e a ira
aos que sao contenciosos, e
desobedientes a verdade e
obedientes a injustiga.
9 Tribula^ao e angustiasobre toda a alma do ho-mem que obra o mal
;pri-
meiran^ente do judeo, e dogrego
:
10 Gloria, porem, e honrae paz a qualquer que obra
bem; primeiramente aojudeo e ao grego;11 Porque, para com Deus,
nao ha accepgao de pessoas,
12 Porque, todos os quesem lei peccaram, sem lei
tambem perecerao ; e, todosOS que sob a lei peccaram,pela lei serao julgados.
13 Porque os que ouvema lei nao sao justos diantede Deus ; mas os que prati-
cam a lei hao de ser justifi-
cados.
14 Porque quando os gen-tios, que nao teem lei, fazemnaturalmente as coisas quesao da lei, nao teodo estes
lei, para si mesmos saolei;
15 Os quaes mostram aobra da lei escripta em senscoragces, testificando junta-
mente a sua consciencia, e
sens pensamentos, ora accu-sando-se, ora defeudendo-se,
16 No dia em que Deusha de julgar os segredosdos homens, por JesusChristo, segundo o meuevangelho.
17 Eis que tu te chamaspor sobrenome judeo, o re-
pousas na lei, e te glorias
em Deus
;
18 E sabes a sua vontadee approvas as coisas dis-
EOMAXos, n, nicordantes, sendo instrnidopela lei
;
19 E confias qne es gniados cegos, luz dos que estao
em trevas,
20 Instruidor dos nescios,
mestre de crean^as, quetens a forma da sciencia e
da verdade na lei.
21 Tu, pois, que a outroensinas, nao te ensiuas a ti
mesmo? Tn, que pregasque nao se deve furtar,
furtas?. 22 Tu, que dizes que naose deve adulterar, adulta-
ras? Tu, que abominasOS idolos, commettes sacri-
lefcio ?
23 Tn, que te glorias nalei, deshonras a Deus pelatransgressao da lei ?
24 Porque, como esta
escripto, o nome de Deus© blasphemado entre os
gentios por causa de tos.
805
tura a ti, que psla letra ecircumcisao es transgressorda lei ?
28 Porque nao e judeo oque e exteriormente, neme circumcisao a que o eexteriormente na carce.
29 Mas e judeo o que o eno interior, e circumcisao e
a do corarao, no espirito,
na:) na letra: cujo louvoinao provem dos homens,mas de Deus.
Q^
25 Porque a circumcisaoe, na verdade, proveitosa, se
tu guardares a lei;porem,
se tu es transgressor da lei,|
a tua circumcisao se tornaem incircumcisao.
26 Pois se a circumcisaoguarda os preceitos da lei,
porventura a sua incircum-cisao nao sera reputadacomo circumcisao ?
27 E, se o que por natu-reza e incircumciso, cumpreh lei, nao te julgara porven-
CAPITULO in.
UAL e logo a vantagemdo judeo? Ou qual a
utilidade da circumcisao?2 Muita, em toda a ma-
neira, porque, quanto aoprimeiro as palavras deDeus Ihes foram confiadas.
3 Pois que? Se algunsforam incredulos, a suaincredulidade aniquilara afe de Deus ?
4 De maneira nenhuma;antes seja Deus verdadeiro,
e todo o homem mentiroso;como esta escripto : Paraque sejas justificado em tuas
palavras, e ven^as quandojulgares.
5 E, se a nossa injusti^a
recommendar a justi(;a deDeus, que diremos? Por-ventura terd Deus icjusto,
trazendo ira sobre nos?(Fallo como homem)
306 KOMANOS, in.
6 De maneira nenhuma:d'outro modo, como julgaraDeus o mundo ?
7 Porque, se pela minhamentira abundou mais averdade de Deus para gloria
sua, porque sou ainda jul-
gado tambem como pec-cador ?
8 E nao dizemos (comoBomos blasphemados, e co-
mo alguns dizem que dize-
mos) : Facamos males, paraque venham bens : cuja
condemnagao e justa.
9 Pois que? Somos nosmais excellentes? de ma-Deira nenhuma, pois ja
d'antes demonstiamos que,
tanto judeos como gregos,
todos estao debaixo do pec-cado;10 Como esta escripto
:
Nao ha justo, nem aindaum
:
11 Nao ha ninguem queentenda; nao ha ninguemque busque a Deus
:
12 Todos se estraviaram,e juntamente se fizeraminuteis. Nao ha quem faga
o bem, nao ha nem um so
:
13 A sua garganta e umeepulchro aberto: com as
suas linguas tratam enga-nosamente : pe^onha deaspides estd, debaixo desens labios
:
14 Cuja bocca estd cheiade maldi^ao e amargura ;
15 Os sens pes sao Hgeirospara derramar sangue
:
16 Em sens caminhos hadestruigao e miseria
:
17 E nao conheceram ocaminho da paz :
18 Nao ha temor de Deusdiante de seus olhos.
19 Ora, nos sabemos quetudo que diz a lei o dizaos que estao debaixo dalei, para que toda a boccase feche e todo o mundoseja condemnavel diante deDeus.20 Por isso nenhuma
carne sera justificada dianted'elle pelas obras da lei,
porque pela lei e o conheci-mento do peccado.21 Mas agora se mani-
festou sem a lei a justi9a deDeus, tendo testemunho dalei e dos prophetas;22 Isto e, a justi^a deDeus pela fe de JesusChristo para todos e sobretodos OS que creem
;porque
nao ha differenga.
23 Porque todos peccarame destituidos estao da gloria
d3 Deus
;
24 Sendo justificados gra-
tuitamente pela sua gra9a,
pela redempQao que ha emChristo Jesus
:
25 Ao qual Deus propozpara propicia^ao pela fe noseu sangue, para demonstra-^ao da sua justi^a, pela
EOMANO;remisao dos peccados d'an-
tes commettidos, sob a
paciencia de Dens
;
26 Para demonstracao dasua justiga n'este tem]X)
presente, para qne elle seja
justoe justificador d'aquelie
que tern fe em Jesus.
27 Onde estd logo a ja-
ctancia ? E' excluida. Perqual lei ? Das obras ? Nao
;
mas pela lei da fe.
28 Concluimos pois que o
homem e justificado pela fe,
sem as obras da lei.
29 Deus e porventuraeomentedosjudeos? E naoo e tambem dos gentios"?
Tambcm dos gentios, certa-
mente.30 Porquo ha mn so Deusque justificara pela fe a
circumcisao, e pela fe aincircumcisao.
31 Annullamos pois a lei
pela fe? De maueira ne-
uhuma, antes estabeiecemosa lei.
CAPITULO lY.
QUE diremos pois ter
achado Abrahao, nossopae segundo a carne ?
2 Porque, se Abrabao foi
justificado pelas obras, tern
de que se gloriar, mas naodiante de Deus.3 Pois, que diz a Escri-ptura ? L creu Abrahao a
?, in, IV. 307
Deus, e Ibe foi imputadoporjustiQa.
4 Ora aquelle que obranao Ihe e imputado ogalardao segundo a graga,
mas segundo a divida.
5 Porem aquelle que naoobra, mas ere n'aquelle quejustifica o impio, a sua fe
Ihe e imputada por justiga.
G Como tambem Daviddeclara bemaventurado ohomem, a quern Deus impu-ta a justiga sem as obras,
dizendo
:
7 Bemaventurados aquel-les cujas maldades saoperdoadas, e cujos peccadossao cobeiios
:
8 Bemaventurado o ho-mem a quem o Senhor naoimputa o peccado.9 Vera pois esta bema-
venturanga sobre a circum-cisao so, ou tambem sobrea incircumcisao? Porquedizemos que a fe foi impu-tada por justiga a Abrahao.10 Como Ihe foi pois impu-
tada ? Estando na circum-
I
cisao ou na incircumc:sSo ?
i
Nao na circumcisao, masna incircumcisao.
11 E recebeu o signal dacircumcisao, por sello dajustiga da fe que teve naincircumcisao, para quefosse pae de todos os quocreem, estando na incircum-cisao ; afim de que tambem
308 PtOMANOS, IV, V.
a jastiga llies seja impn-tada
:
12 E fosse pae da circum-cisao, d'aqnelles que riao
somente sao da circumcisao,
mas que tambem andamnas pisadas da fe de nossopae Abrabao, que tivera nacircumcisao.
13 Porque a promessa, deque havia de ser herdeiro
do mundo, nsiofoifeita pela
lei a Abrahao, ou a suaposteridade, mas pela justi-
ya da fe.
14: Porque, se os que sao
da lei sao herd eiros, logo a
fe e va e a promessa e ani-
qnilada.
15 Porque a lei obra a ira.
Porque onde nao ha lei,
tambem nao ha transgres-
sao.
16 Portanto e pela fe, paraque seja segundo a graya,
afim de que a promessaseja firme a toda a posteri-
dade, nao somente a que e
da lei, mas tambem a quee da fe de Abrahao, o quale pae de todos nos
;
17 Como esta escripto:
Por pae de muitas nayoes te
constitui; perante aquelle
no qnal creu, a saber Deus,o qual vivifica os mortos, e
chama as coisas que nao sao
como se ja fossem.
18 qual, em esperanga,
cr:u contra a esperan(;a,
que seria feito pae de mui-tas nacoes, conforme ao qu©Ihs fora dito : Assim sera atua descendencia.19 E nao enfraqueceu na
fe, nem attentou para o seuproprio corpo ja amorte-cido, pois era ja de quasicem annos, nem tao poucopara o amortecimento doventre de Sarah.
20 E nao duvidou da pro-messa de Deus por descon-nanya, mas foi fortificado
na fe, dando gloria a Deus;21 E estando certissimo
de que o que tinha promet-tido tambem era poderosopara o fazer.
22 Pelo que tambem Ihe
foi imputado por justi9a.
23 Ora nao so por elle
esta escripto, que Ihe fosse
imputado,24 Mas tambem por nos,
a quern sera imputado, aos
que creem n'aquelle quedos mortos resuscitou aJesus nosso Senhor
;
25 qual por nossos pec-
cados foi entregue, e re-
suscitou para nossa justj-
ficagao.
CAPITULO V.
SENDO pois justificados
pela fe, temos paz paracom Deus, por nosso Se-
nhor Jesus Christo
;
EOMANOS, Y. 809
2 Pelo qnal tambem te-
mos entrada pela fe a estagra^a, na qual estamosfirmes, e nos gloriamos Daesperanga da gloria deDeus.3 E nao somente isto, mastambem nos gloriamos nastribula^oes ; sabendo que a
tribula^ao produz a pacien-
cia,
4 E a paciencia a experi-
encia e a experiencia a espe-
ranca,
5 E a esperanga Dao con-
funde, porquanto o amor deDeus esta derramado em
estando Jd reconciliados,
seremos salvos pela sua yida.HE nao somente isto,
mas tambem nos gloriamosem Deus por uosso i'Senhor
Jesus Christo, pelo qualagora alcan5amo3 a recon-'
ciliacao.
12 Telo que, como por nmhomem entrou o peceadono mundo, e pelo peceadoa morte, assim tambem amorte passou a todos os ho-mens rtajuelle em que todospeccaram.13 Porque ate a lei estava
o peceado no mundo, poremo peceado nao e imputado.nossos coragoes pelo Es])i
rito Sanctoque nos foi dado, i nao havendo lei
6 Porque Christo, estando 14 Mas a mortenos ainda fracos, morreu asen tempo pelos impios.
7 Porque apenas alguem
remondesde Adao ate Moyses, atesobre aquelles que nao pec-caram a similhan^a da
morrera por um justo;pois
j
transgressao de Adao, opodera ser que pelo bom
|
qual e a figura d'aquelleque havia de Tir.
15 Mas na3 e assim o domalgnem ouse tambem morrer.
8 Mas Deus recommendao scu amor para comnosco,em que Christo morrea porDOS, sendo nos ainda pecca-dores.
9 Logo muito mais agora,sendo justificados pelo seusangue, seremos por elle
salvos da ira.
10 Porque se nos, sendoinimigos, fomos reconcilia-
dos com Deus pela morte•de seu Filho, muito mais
gratuito como a offc^nsa.
Porque, se pela ofiensa deum, morreram muitos,muito mais a gra^a deDeus, 6 o dom pela gra<;a,
que e d'um so homem,Jesus Christo, abundousobre muitos.
16 E nao foi assim o domcomo a oj/e/isa, por um soque peccou. Porque a cul-
pa de uma so offensa e, naverdade, para condemna-
310 EOMANOS. Y, YI.
9ao, mas dom gratuito e
cle muitas offensas parajiistificacao.
17 Porque, se pela offensa
de nm so, a morte reinoupor esse nm, muito mais os
que recebem a abundanciada gra9a, e do dom dajustiga, reinarao em vidapor este um, que e JesusChristo.
18 Pois assim como pornma so offensa vein o juizo
gobre todos os homens paracondemnacao, assim tam-bem por iim so acto deiustiga vein a graca sobretodos OS homens parajnstifica^ao de vida.
19 Porque, como pela des-
obediencia de um so ho-mem, muitos foram feitos
peccadores, assim pela obe-diencia de um muitos se-
rao feitos justos.
20 Entrou porem a lei
para que a offensa abun-dasse ; mas, onde o peccadoabundou, superabundou agra9a.
21 Para que, assim comoo peccado reinou para amorte, tambem a gra^a rei-
nasse pela justiga para avida eterna, por JesusChristo nosso Senhor.
QCAPITULO YI.
UE diremos pois ? Per-maneceremos no pec-
cado, para que a gragaabunde ?
2 De modo nenhum. Ncs,que estamos mortos para opeccado, como viveremoaainda n'elle ?
3 Ou nao sabeis que todosquantos fomos baptizadosem Jesus Christo fomosbaptizados na sua morte ?
4 De sorte que estamossepultados com elle pelobaptismo na morte: paraque, como Christo resusci-tou dos mortos, pela gloriado Pae, assim andemos nostambem em novidade dovida.
5 Porque, se fomos plan-tados juntamente com elle
na similhan9a da sua morte,tambem o seremos na dasua resurrei9ao
:
6 Sabendo isto, que onosso homem velho foi comelle crucificado, para que ocorpo do peccado seja des-feito,para que nao sirvamosmais ao peccado.7 Porque o que esta morto
esta justificado do peccado.8 Ora, seja morremos com
Christo, cremos que tam-bem com elle viveremos
:
9 Sabendo que. havendoChristo resuscitado dosmortos, ja nao morre: amorte nao mais tera do-minio sobre elle
;
10 Pois, emquanto a mor-
EOMAXOS, YI, yn. 311
rer, de uma vez morreu para ' peccado, mas obedecestes
o peecado, mas, emquantajde coracao a forma de dou-a viver, vive para Dens.
11 Assim tambem Yos con-
trina a que fostesentregues.
18 E, libertados do pec-
siderae-vos qne, na ver- cado, fostes feitos servos dadade, estaes mortos para o justica.
peccado, mas yItos para , 19 Fallo como homem,Yossacomo
Dens em Cliristo Jesus,pela fraqueza da
Qosso Senhor. carne. Que, assim12 Kao reine portanto o
.apresentastes os vossos
peccado em vosso corpo membros para serYirem amortal, para Ihe obede- immundicia, e a maldadecerdes em suas concupis-
cencias;
13 Nem tao pouco apre-
eenteis os yossos membrcsao peccado per instru-
mentos de iniquidade : masapresentae-Yos a Deus,como yIyos d'entre mortos,
e OS Yossos membros a Deus,
para maldade, assim apre-sentae agora os yossosmembros para serYirem ajustica para sanctifica9ao.
20 Porque, quando ereis
serYos do peccado, estaveis
liYres da justica.
21 Pois que fructo tinheis
entao das coisas de quecomo instrumentos de jus- agora yos enYergonhaes ?
t]9a.I
porque o fim d eilas e a14 Porque o peccado Eao morte.
tera dominio sobre yos, ! 22 Mas agora, libertados
nois nao estaes debaixo da ' do peccado, e feitos servoslei, mas debaixo da gi-aca. ! de Deus, tendes o yosso15 Pois que ? Peccaremos,
|fructo para sanctifica9ao, e
porque nao estamos debai-1
por fim a Yida eterna.
so da lei, mas debaixo dagra^a ? de modo nenhum.
23 Porque o salario dopeccado e a morte, mas o
16 iS'uo sabeis yos que a , dom gratuito de Deus e aquern YOS apresentardes por
\vida eterna, por Cliristo
servos para obedecer sois
servos d'aquelle a quernobedeceis, ou do peccadopara a morte, on da obedien-cia para a justi9a ?
17 Porem, gracas a Densque yos tostes servos do
Jesus nosso Senhor.
CAPITULO YII.
'Vj'AO sabeis vos, irmaosl^ (pois que fallo aos qnepabem a lei), qne a lei teia
312 EOMANOS, YII.
dominio sdhre o homemtodo tempo que vive ?
2 Porque a mulher qneesta sujeita ao marido, em-qnanto elle viyer, esta-lhe
ligada pela lei;
porem,morto o marido, esta livre
da lei do marido.3 De sorte que, vivendo o
marido, sera chamada adul-
tera, se for d'outro marido
;
porem, morto o marido,
livre esta da lei, de manei-ra que nao sera adultera,
se for d'outro marido.•4 Assim que, meus ir-
maos, tambem v6s estaes
mortos a lei pelo corpo deChristo, para que sejaes
d'outro, daquelle que re-
suscitou de entre os mortos,
a fim de que demos fructo
para Deus.5 Porque, quando estava-
mos na carne, as paixoes
dos peccados, que sao pela
lei, obravam em nossos
membrospara darem fructo
para a morte.
6 Mas agora estamoslivres da lei, estando mor-tos para aquella em queestavamos retidos ; de sorte
que sirvamos em novidaded'espirito, e nao na velhice
da letra.
7 Que direraos logo? E' alei peccado ? De raodo ne-
nhum : antes eu nao conlie-
ci o peccado senao pela
lei;porque nem eu conhe-
ceria a concupiscencia, se alei nao dissesse : Nao cubi-garas.
8 Mas peccado, tomandooccasiao pelo mandamento,obrou em mim toda a con-cupiscencia : porque sem alei estava morto o peccado.9 E eu, n'algum tempo,
vivia sem lei, mas, vindo omandamento, reviveu opeccado, e eu morri
;
10 E mandamento queera para vida foi acbado queme era para morte.
11 Porque o peccado, to-
mando occasiaopelo manda-mento, me enganou, e porelle we matou.12 Assim que a iei e
sancta, e o mandamentosancto, justo e bom.18 Logo tornou-se-me obom em morte ? De modonenhum; mas o peccado,para que se mostrasse pec-
cado, oporou em mim amorte pelo bem ; a fim deque pelo mandamento opeccado se fizesse excessi-
vamente peccaminoso.
14 Porque bem sabemosque a lei e espiritual : maseu sou carnal, vendido asujeiQao do peccado.
15 Porque o que fa90 naoo approvo
;pois o que quero
isso nao fago, mas o queaborre90 isso fafo.
EOMAXOS,16 E, se fa^o o que nao
!
quero, consinto com a lei
'
que e boa. I
17 De maneira que agora|
ja nao sou eii que fa^o isto,|
mas o peccado que habita'
em mim. I
18 Porqne en sei que em :
mim, isto e, na minha came,nao habita bem a]gum
:
porque o querer esta em '
mim, porem nao consigoeffectuar o bem.
I
19 Porque naD fa(?o o bemque quero, mas o mal quenao quero esse faqo.
20 Ora, se eu fafo o quenao quero, ja o nao faf;o eu,
mas o peccado que habitaem mim.21 De sorte que acho esta
lei em mim ; que, quandoquero fazer o bem, o malesta comigo.22 Porqne, segundo o ho-mem interior, tenbo prazerna lei de Deus
;
23 Mas yejo nos mensmembros outra lei, que ba-
talba contra a lei do meu
:
entendimento, e me prende'
debaixo da lei do peccadoque esta nos meus mem-
|
bros.I
2i Miseravel homem que
:
eu sou ! quem me livrara
do corpo d'esta morte ?
25 Dou gramas a Deus por
'
Jesus Ciiristonosso Senbor.j
Assim que eu mesmo com o
'
Vn, YIIL 313
entendimento sirvo a lei deDeus, mas com a came a lei
do peccado.
CAPITrLO YIIL
ASSIM que agora nenbu-ma condemnagao ha
para os que estdo em ChrLstoJesus, que nao andam se-
gundo a came, mas segundoo espirito.
2 Porque a lei do espirito
de vida, em Christo Jesus,
me Uvrou da lei do peccado,e da morte.3 Porque o que era im-
possivel a lei, porquantoestava enferma pela came,Deus, enviando o seu Filboem similhan(;a da came dopeccado, e pelo peccado,
condemnou o peccado nacame;4 Para que a justiga da
lei se cumprisse em nos,
que nao andamos segundoa came, mas segundo oespirito.
5 Porque os que sao se-
gundo a came inclinam-separa as coisas da came;mas os que sdo segundo oespirito para as coisas doespirito.
6 Porque a inclina^ao dacarne e morte; mas a in-
clinac^ao do espirito e vida
e paz.
7 Porquanto a inclinagao
S14
da came e inimizade contra
Deus, pois nao se sujeita a
lei de Deus, porquanto naopode.
8 Portanto os que estao nacame nao podem agradar a
Deus.9 Porem vos nao estaes
na came, mas no espirito,
ee e que o Espirito de Deushabita em vos. Mas, se
alguem nao tern o Espirito
de Christo, esse tal nao e
d'elle.
10 E se Christo estd emvos, o corpo, na verdade,
estd morto por causa dopeccado, mas o espirito e
vida por causa da justi^a.
11 E se em vos habita o
EOMANOS, YIII.
15 Porque nao recebesteso espirito de escravidao,para outra vez estardes emtemor, porem recebestes oespirito de adopgao defilhos, pelo qual clamamos
:
Abba, Pae.
16 mesmo Espirito tes-
tifica com o nosso espirito
que somos filhos de Deus.17 E, se nos somos filhos,
somos logo herdeiros tam-bem, herdeiros de Deus e
coherdeiros de Christo ; se
porVentura com elle pade-cemos, para que tambemcom elle sejamos glorifica-
dos.
IS Porque para mim tenhopor certo que as afflicyoes
Espirito d'aquelle que dosj
d'este tempo presente naomortos resuscitou a Jesus,
aquelle que dos mortos re-
suscitou a Christo, tambem i revelada.
sao para comparar com a
gloria que em nos ha de ser
resuscitara os vossos corpos
mortaes, pelo seu Espirito
que em vos habita.
12 De maneira que, ir-
mao, somos devedores", naoa came para viver segundoa carne.
13 Porque, se viverdes se-
gundo a carne, morrereis;mas, se pelo espirito morti-
ficardes as obras do corpo,
vivereis.
14 Porque todos quantosFao guiados pelo Espirito
de Deus esses sao filhos deDeus.
19 Porque a paciente ex-
pecta(;ao da creatura esperaa manifestagao dos filhos deDaus.20 Porque a creatura esta
sujeita a vaidade, nao porsua vontade, mas por causado que a sujeitou,
21 Na esperanya que tam-bem a mesma creatura seralibertada da servidao dacorrupcao, para a liberdadeda gloria dos filhos deDeus.22 Porque eabemos que
toda a creatura juntamente
EOMANOS, YIII. 815
geme e esta com dores departo ate agora.
23 E nao so eTla, poremnos mesmos, que teraos asprimicias do Espirito, tam-bem gememos em nos mes-mos, esperando a adopcao,sa aber, a redemp9ao' dosnoso corpo.
24 Porque em esperan9asomos salvos. Ora a espe-
ranca que se ve nao e espe-
raufa; porque o que alguemve como o esperara ?
25 Mas, se esperamos oque nao vemos, esperamol-ocom paciencia.
26 E da mesma maneiratambem o Espirito ajuda as
nossas fraquezas; porquenao sabemos o que havemosde pedir como convem, maso mesmo Espirito intercede
por nos com gemidos inex-
primiveis.
27 E aquelle que examina03 cora9oes, sabe qual seja
a intenyao do Espirito;
porquanto intercede pelos
sanctos, segundo Deus.28 E bem sabemos que
Filbo; para que seja o pri-
mogenito entre muitos ir-
maos.30 E aos que predestinou
a estes tambem chamou : eaos que chamou a esteatambem justificou; e aosque justificou a estes tam-bem glorificou.
31 Que diremos pois aestas coisas f Se Deus epor nos, quem sera contranos?32 Aquelle que nem ate a
seu proprio Filho poupou,antes o entregou por todosnos, como nos nao daratambem com elle todas ascoisas 1
33 Quem intentara accn-sacao contra os escolhidosde Deus ? sendo Deus quemjustifica,
34 Quem os condemnara ?
Sendo Christo quem mor-reu, ou antes quem resusci-tou d'entre os mortos, oqual esta a direita de Deus,e tambem intercede por nos.35 Quem nos separara doamor de Christo ? A tribu-
todas as coisas contribuera I lacao, ou a angustia, ou ajuntamente para bem d'a-
quelles que amam a Deus,d'aquelles que sao chama-dos por seu decreto.
29 Porque os que d'antesconheceu tambem os pre-destinou para serem con-formes a imagem de seu
perseguigao, ou a fome, ona nudez, ou o perigo, ou ae?pada?36 Como esta escripto:Por amor de ti somos entre-gues a morte todo o dia:tbmos reputados como oveIhas para o matadouro.
816 EOMANOS Vm, IX.
37 Mas em todas estas
coisas somos mais do quevencedores, por aquelle queDOS amou.38 Porque estou certo de
que, nem a morte, nem a
vida, nam os aujos, nem os
principados, nem as po-
testades, nem o presente,
nem o porvir,
39 Nem a altura, nem a
profundidade, nem algumaoutra creatura nos poderaseparar do amor de Deus,
que esta em Christo Jesus
nosso Senhor.
CAPITULO IX.
EM Christo digo a verdade,
nao minto (dando-metestemunho juntamente a
minha consciencia no Espi-
rite Sancto)
:
2 Que tenho grande tris-
teza e continua dor no mencora9ao.
3 Porque eu mesmo dese-
jara ser separado de Christo,
por amor de mens irmaos,
que sao mens parentes se-
gundo a carne
;
4 Que sao israelitas, dos
quaes e a adopfao de filhos,
e a gloria, e os concertos, e
a lei, 6 o culto, e as pro-
messas:6 Dos quaes sao os paes, e
dos quaes e Christo segundoa carne, o qual e Deus sobre
todos, bemdito eternamen-te: Amen.6 Nao, porem, que a pala-
vra de Deus haja faltado,
porque nem todos os quesao d'Israel sao israeli-
tas;
7 Nem por serem descen-
dencia d'Abrahao sao todos
filhos ; mas : Em Isaac se-
ra chamada a tua descen-dencia.
8 Isto e : nao sao os filhos
da carne que Fao filhos deDeus, mas os filhos da pro-
messa sao contados comodescendencia.
9 Porque a palavra dapromessa e esta: Por este
tempo yirei, e Sara tera umfilho.
10 E nao somente esta,
mas tambem Eebecca,quan-do concebeu de um, deIsaac, nosso pae
;
11 Porque nao tendo elles
ainda nascido, nem tendofeito bem nem mal (para
que o propo'^ito de Deus,segundo a eleirao, ficasse
firme, nao por causa dasobras, mas por aquelle quechama),12 Foi-lhe dito : maior
servira o menor.13 Como esta escripto:
Amci Jacob, e aborreci
Esau.14 Que diremos pois?
qiie ha injusti(;a da parte
EOMAKOS, IX. 817
de Dens ? de maneira ne- i ciencia os vasos da ira, pre-
nbnma.;
parados para perdigao
;
15 Pois diz a Moyses :j
23 E para dar a conbecerCompadecer - me - hei de as riqiiezas da sua gloria
quern me compadecer, e,
nos vasos de misericordia,
terei misericordia de quern ' que para gloria jd d'antes
eu tiver misericordia. preparou,
16 De sorte que cao e do 2i Os quaes sornos nos,
que quer, nem do que a quern tambem cbamou,corre, mas de Deus que se r.ao so d'entre os judeos.
compadece. mas tambam d'entre
17 Porque diz a Escri- gentios?
ptura a Pbarao : Para isto i 25 Como tambem diz emmesmo te levantei
;para Oseas : Cbamarei meu povo
em ti mostrar o meu poder, |ao que nao era meu povo
;
e para que o meu nomei
e amada a que nao eraseja annunciado em toda amada.a terra. I 23 E sera que no logar em18 De sorte que se com-
1
que Ibes foi dito : Yos naopadece de quem quer, Q\sois meu povo; abi serao
cbamados filbos do Deusendurece a quem quer.
19 Dir-me-has entao:
Porque se queixa ainda ?|27 Tambemlsaias clama-
Porquanto, quem resiste
sua Tontade ?
ava acerca d'Israel : Aindaque o numero dos filbos
20 Mas antes, 6 homem, ' d'Israel fosse como a areia
quem es tu, que contestas :do mar, o restante sera
contra Deus? Porventura salvo.
28 Porque o Senhor con-sumraara e abreviara o ne-gocio em justica; pois fara
um negocio abreviado sobrea terra.
29 E como antes disse
Isaias : Se o Senbor dosEx^-rcitos nos nao deixaradescendencia, foramos fei-
to3 como Sodoma, e se-
Go-
a coisa ft»rmada dira ao quea formou: Porque me fi-
zeste assim ?
21 Ou nao tem o oleiro
poder sobre o barro, parada mesma massa fazer umvaso para honra e oatropara desbonra ?
22 E se Deus, querendomostrar a sua ira, e dara conbccer o seu poder, I riamos similhantes
6uppjrtou com muita pa-jmorrha.
3
818 EOMANOS, IX, X.
30 Que diremos pois?
Que OS gentios, que naobuscaYam a justi^a, alcan-
garam a justi9a? Sim,
porem a justi^a que e pela
fe.
31 Mas Israel, que bus-
cava a lei da justiQa, Daochegou a lei da justi^a.
32 Porque? Porque naofoi pela fe, mas como quepelas obras da lei; porquetropeQarain na pedra detropeoo
;
33 tComo esta escripto:
Eis que eu ponho em Siao
Tima pedra de trope90, e
uma rocha de escandalo;
e todo aquelle que crer
n'ella, nao sera confundido.
CAPITULO X.
IllMAOS, o bom desejo domeu coragao, e a ora<^ao
a I)eus por Israel, e parasua salva^ao.
2 Porque Ihes dou teste-
munbo de que tem zelo deDeus mas nao com enten-
dimento.3 Porque, nao conbecendo
a justi<ja de Deus, e pro-
curando estabeleeer a suapropria justiga, nao se su-
jeitaram a justi^a de Deus.4 Porque o fim da lei ^
Christo para justiga a todoaquelle que ere.
b Porque Moyses descreve
a justicja que e pela lei,
dizendo : bomem que fizer
estas coisas vivera por ellas.
6 Mas a justi9a que e pela
fe diz assim: Nao digas
em teu coragao : Quem su-
bira ao ceu? (isto e, atrazer do alto a, Christo).
7 Ou, quem descera aoabysmo? (isto e, a tornara trazer Christo dos mor-tos).
8 Porem que diz? Apalavi-a esta junto de ti,
na tua bocca e no teu cora-
gao ; esta e a palavra da fo,
que pregamos,9 A saber : Se com a tua
bocca confessares ao Se-
nhor Jesus, e em teu coragaocreres que Deus o resusci-
tou dos mortos, seras salvo.
10 Porque com o coragao
se ere para a justi9a, e coma bocca se faz confissao
para a salva9ao.
11 Porque a Escripturadiz : Todo aquelle que n'elle
crer nao sera confundido.
12 Porque nao ha differen-
9a entre judeo e grego
;
porque nm mesmo e o Se-
nhor de todos os que o in-
vocam.13 Porque todo aquelle
que invocar o nome dotSenbor sera salvo.
14 Como pois invocaraoaquelle em quem nao cre-
ram ? e como crerao w'a-
EOMANOS, X, XI.
queUe de quern nao ouvi-
ram? e como ouvirao, se
nao ha quern pregue ?
15 E como pregarao, se
819
CAPITULO XLT\IGO pois : Porventura
rejeitou Deus o scunao forem enviados ? como povo ? De modo nenhum
;
esta escripto : Quao formo- porque tambem eu souBOS sao OS pes dos que israelita, da descendencia
d'Abrahao, da tribu deBenjamin.2 Deus nao rejeiton o sen
poYO, o qual antes conhe-ceu. Ou nao sabeis o que
nossa pre- a Escriptura diz de Elias ?
:Como falla a Deus contra
annunciam a paz, dos queannunciam coisas boas
!
16 Mas nem todos obe-decem ao evangelho; por-
que Isaias diz : Senhor,quern creugacjao ?
17 De sorte que a fe e ,Israel, dizendo
:
pelo ouvir, e o ouYir pelapalavra de Deus.18 Mas digo: Porventura
nao ouviiam? Sim, porcerto, pois por toda a terra
saiu o som d'elles, e as suaspalavras ate aos confins domundo.19 Mas digo ; Porventura
3 Senhor, mataram oe
tens prophetas, e derri-
baram os tens altares ; e soeu fiquei, e buscam a mi-nha alma.
4: Mas que Ihe diz a res-
posta divina ? Pieservei
para mim sete mil varCes,
que nao dobraram os joe-
Israel nao o conheceu ? ,Ihos diante de Baal.
Primeiramente diz Moy-j 5 Assim pois tambemses : Eu vos provocarei a ' agora n'este tempo ficou
ciumes com aquelles qve um resto, segundo a elei-
nao sdo povo, com gente (^ao da gra9a.
6 E se e por gra^a, ja naoe pelas obras : de outramaneira, a gra^a ja nao egraca. E, se e pelas obras.
insensata vos provocarei a
ira.
20 E Isaias se atreve, e
diz : Fui achado pelos queme nao buscavam, fui
,
ja nao e gra(;a : de outra ma-manifestado aos que por
j
neira a obra ja nao e obra.
mim nao perguntavam. 7 Pois que ? que Israel
21 Mas contra Israel diz : : buscava nao o alcancou
:
Todo o dia estendi as mi-j
mas os eleitos o alcan^a-
nhas maos a um povo re- 1ram, e os outros foram
belde e contradizente. endurecidos.
320 EOMANOS, XL8 Como esta escripto : ! e; se a raiz e sancta, tam-Deus Ibes den espirito de i bem os rarnos o sdo.
profundo somno ; olhos
para nao verem, e ouyidospara nao ouvirem, ate aodia d'hoje.
9 E David diz : Tome-se-Ihes a Bua mesa em lafo,
e em armadillia, e em tro-
peco e por sua retribui9ao
;
10 Escurecam-se-llies os
o'liDS para nao verem, e
eucurvem-se-lhes continua-
mente as costas.
11 Digopois: Porventnratropecaram, para que cais-
sem? De modo nenhum,mas pela sua queda veiu
a salvagao aos gentios, paraOS provocar a ciumes.
12 E se a sua queda e a
riqueza do mundo, e a suadiminui9ao a riqueza dosgentios, quanto mais a suaplenitude ?
13 Porque comvosco fallo,
17 E se alguns dos ramosforam quebrados, e tu,
sendo zambujeiro, foste
enxertado em logar d'elles,
e feito participante da raiz
e da seiva da oliveira,
18 Nao te glories contraOS ramos ; e se contra elles te
gloriares, nao es tu que sus-tentas a raiz, mas a raiz a ti.
19 Diras pois: Os ramosfaram quebrados, para queeu fosse enxertado.
20 Bem : por increduli-
dade foram quebrados, e tuestas em pe pela fe: naopresumas, mas teme.21 Porque se Deus n2opoupou OS ramos naturaes,
teme que te nao poupe a ti
tambem.22 Considera pois a bon-dade e a severidade paracom OS que cairam
;porem
gentios, que, emquanto for ' a benignidade sobre ti, se
apostolo dos gentios, glori-j
permaneceres na benignida-
ficarei o meu mim'sterio ; de ; de outra maneira tam-14 Para ver se de alguma bem tu serds cortado.
maneira posso provocar a 23 Porem tambem elles,
ciumes os da minha carne,|
se nao permanecerem nae salvar a alguns d'elles.
|incredulidade, serao enxer-
15 Porque se a sua re- ; tados;porque poderoso e
jeifao e a reconcilia9ao doj
Deus para os tornar aa. sna\ enxertar.mundo, qual sera
admissao, senao a vidad'entre os mortos ?
16 E se as primicias sao
sanctas, tambem a massa o
2i Porque se tu fo^'^.te cor-
tado do natural zambujeirOy
e, contra a natureza,
enxertado na boa oliveira.
EOMANOS, XI, XII.
qnanto mais esses, qne sao
naturaes, serao euxertadosna sua propria oliveira ?
25 Porque nao quero,irmaos, que ignoreis este
segredo (para que naosejaes sabios em yos mes-
bediencia, para dehaver misericordia.
821
todos
riqr.ezas, tanto da sabe-doria, come da sciencia deDeus ! Quao inexcruta-veis sao os seus juizos, e
mos) : que o endurecimento qtiao investigaveis os seusveiu em parte sobre Israel, ' caminhos
!
ate que a plenitude dos I 3i Porque quem compre-gentios haja entrado. hendeu o intento do Se-26 E assim todo o Israel
j
nhor ? ou quem foi seusera salvo, como esta es-
j
conselbeiro ?
cripto : De Siao vira o , 35 Ou quem Ihe deu pri-Libertador, e desviara de meiro a elle e Ihe sera re-Jacob as impiedades. ' compensado ?
27 E este sera o men\ 36 Porque d'Elle e porElle, e para Elle, sao tod asas coisas ; gloria pais a Elleeternamente. Ainen.
concerto com elleSjquandoeu tirar os seus peccados.
28 Assim que, quanto aoevangelho, sao inimigos porcausa de vos
;mas quanto PAPTTTrTn vtt
a elei9uo amados pos causa^AriiULiU All.
dos paes. "DOGO-YOS pois, irmao3,
29 Porque os dons e a !
-f^ pelas compaixOes devoca9ao de Deus, sdo sem ' Deus, que apresenteis os
arrependimento.j
vossos corpos em sacrificio
30 Porque assim como vos vivo, sancto e agradavel a
tambem antigamente fostesj
Deus, que e o vosso culto
desobedientes a Deus, po- racional.
rem agora alcan9astes mise-ricordia pela desobedienciad'elles,
31 Assim tambem estes
agora foram desobedientes,
para tambem alcan9aremmisericordia pela vossamisericordia
32 Porque Deus encerroua todos debaixo da deso-
2 E nao vos conformeis
com este mundo, mas trans-
formae-vos pela renova9aodo vosso enteudimento,
para que experimenteis
qual seja a boa, agradavel,
e perfeita vontade de Deus.
3 Porque pela gra9a, queme e dada, digo a cada umd'entre vds que nao saiba
32*J EOMANOS, XILmais do que convem saber.
mas que saiba com tempe-ran^a, conforme a medidada fe que Deus repartiu acada um.^.4 Porque assim como emum corpo temos muitosmembros, e nem todos os
membros teem a mesmaoperacao,
5 Assim nos, que somosmuitos, somos um so corpoem Christo, mas membrosuns dos outros.
6 De modo que, tendodifferentes dons, segundo a
ranga, sede pacientea natribulagao, perseverae naora9ao
;
13 Commnnicae com ossanctos nas suas necessi-
dades, segui a hospitali-
dade;14 Aben9oae aos que vos
perseguem, abenjoae, e naoamaldi9oeis
:
15 Alegrae-vos com os quese alegram; e chorae comOS que choram
;
16 Sede unanimes entrevos ; nao ambicioneis cmsasaltivas, mas accormnodae-
seja propbecia, seja ella
segundo a medida da fe
;
7 Ou seja ministerio, seja
em ministrar; ou o queeusina em ensinar
;
8 Ou o que exhorta, em
gra5a que nos e dada, ou|
vos as humildes ; nao sejaes
sabios em vos mesmos
;
17 A ninguem torneis malpor mal
;procurae as coisas
honestas, perante todos oshomens.18 Se /or possivel,quanto
exhortar; o que reparte,|
estiver em vos, tende pazem simplicidade ; o quepreside, com cuidado; oque exercita misericordia,
com alegria.
9 amor seja nao fingido.
Aborrecei o mal e apegae-vos ao bem.10 Amae-vos cordealmente
(ins aos outros com amorfraternal, preferindo-vos emhonra uns aos outros.
11 Nao sejaes vagarososno cuidado: sede fervo-
rosos no espirito, servindoao Senhor
;
12 Alegrae-vos na
com todos OS homens.19 Nao vos vingueis a vos
mesmos, amados, antesdae logar a ira; porqueesta escripto: Minha e avingan9a ; eu recompensa-rei, diz o Senhor.20 Portanto, se o ten ini-
migo tiver fome, da-lhe decomer : se tiver sede, da-lhede beber
;porque, fazendo
isto, amontoar-1he-has bra-
zas de fogo sobre a cabe9a.
21 Nao te deixes veneerdo mal, mas vence o malcom o bem.
CAPITULO xin.
TODA a alma esteja snjei-
ta as potestades supe-
riores; porque cao ha potes-
tade senao de Deus ; e as
potestades que ha sao orde-
nadas por Deus.2 Por isso quem resiste a
potestade resiste a orde-
na^ao de Deus; e os que
KOMANOS,'XIII. 323
alguma, senao o amor comque vos ameis uns aosoutros; porque quem amaaos outros cumpriu a lei.
9 Porque isto : Nao adul-tereras : Nao mataras :
Nao furtaras: Xao dirasfalso testemunho : Xao cn-bi9aras : e se ha algumoutro mandamento, nestapalavra summameDte se
resistem trarao sobre sij
comprehende : Amaras aomesmos a condemnacao.
|teu proximo como a ti
3 Porque os magistrados ! mesmo.nao sao para temor das boas I 10 amor nao fazmal aoobras, senao das mas. Que- proximo. De sorte que ores tu pois nao temer a I
cumprimento da lei e opotestade? Faze bem, ejamor.teras louvor d'ella. 11 E isto, conhecendo o4 Porque elle e ministro
jtempo, que e ja hora de
de Deus para teu bem. Masse fizeres mal, teme; por-
que nao traz debalde a
espada. Porque e ministrode Deus, vingador paracastigar o que faz mal.5 Portanto e necessario
estar sujeito, nao somentepelo castigo, mas tambempela eonsciencia.
6 Porque por isso tam-bem pagaes tributes: por-que sao ministros de Deus,perseverando n'isto mesmo.7 Portanto dae a cada um
o que deveis : a quem im-post©, imposto: a quemtemor, temor : a quem hon-ra, honra.
despertarmos do somno
;
porque a nossa salvacaoesta agora mais perto denos do que quando eremos.12 A noite e passada, e o
dia e chagado. Piejeitemospois as obras das trcvas, evistamo-nos das armas daluz.
13 Andemos honesta-mente, como de dia : naoem glotonerias, nem em be-bedeiras, nem em deshones-tidades, nem em disso-
lugoes, nem em contendase inveja.
IJ: ^las resti-vos do Se-nhor Jesus Christ(\ e naotcnhaes cuidado da came
8 A ninguem devaes coisa I em suas concupiscenciv^.
324 KOMANOS, XIY.
CAPITULO XIV.
OEA, quanto ao que esta
enfermo na fe, rece-
"oei-o, nao em contendas dedisputas,
2 Porque nm ere que detudo se pode comer, e outro,
que e enfermo, come le-
gumes.3 que come nao des-
preze ao que nao come;e o que nao come nao julgueao que come
;porque Deus
o reeebeu jjor seu.
4 Quern es tu, que julgas
ao servo allieio ? Para seuproprio Senhor esta em peou cae
;porem estara firme;
porque poderoso e Deuspara o firmar.
5 Um faz differenga entre
dia e dia, mas outro julga
eguaes todos os dias. Cadaum e.-teja inteiramente se-
guro em seu proprio animo.6 Aquelle que faz caso do
dia, para o Senhor o faz;
e o que nao faz caso do dia,
para o Senhor o nao faz.
que come, para o Senhorcome, parque da gragas aDeus; e o que nao come,para o Senhor nao come,e da grafas a Deus.7 Porque nenkum de nos
vive para si, e nenhummorre para si.
8 Porque, se vivemos,pfixsk o Senhor vivemos:
se morremos, para o Senhofmorremos. De sorte que,ou vivamos ou morramos,somos do Senhor.9 Porque para isto tam-bem morreu Christo, e
resuscitou, e tornou a vi-
ver;para ser Senhor, tan-
to dos mortos, como dosvivos.
j
10 Mas tu, porque julgas
Ia teu irmao ? Ou tu, tam-
I bem, porque desprezas a! teu irmao ? Pois todos ha-
j
vemos de comparecer ante
! tribunal de Ghristo.
11 Porque esta escripto:
Vivo eu, diz o Senhor:que todo o joelho se do-brara diante de mim, e
toda a lingua confessara
a Deus.12 De maneira que cadaum de nos dara conta desi mesmo a Deus.13 Assim que nao nos
julguemos mais uns aos
outros; mas antes julgae! isto, a saber, que nenhum; tropego ou escandalo po-
I
nhaes ao irmao.14 Eu sei, e estou certo
no Senhor Jesus, que ne-
nhuma coisa e de si mesmoimmunda senao para aquel-
le que a tem por immun-da, para esse e immunda.15 Mas se por causa da
comida se contrista teu
irmao, ja nao andas coa-
forme o amor.truas com a tua comidaaquelle por quern Christomorreu.16 Nao seja pois blasphe-mado o yosso bem
;
17 Porque o reino deDeus nao e comida nembebida, mas justiga, e paz,e alegria no Espiiito San-cto.
18 Porque quern n'isto
serve a Christo, agradavele a Deus e acceito aoshomens.
EOMANOS, XIV, XVNao des
325
CAPITULO XV.
MAS uos, que somosfortes, devemos sup
portar as fraquezas dosfracos, e nao agradar a nosmesmos.2 Portanto cada ' um de
nos agrade ao seu proximono que e bom para ediu-
cagao.
3 Porque tambem Cliristo
nao agradou a si mesmo,mas, como esta escripto:
Sobre mim cairam as inju-
19 Sigamos pois as cohas ,rias dos que te injuriam.
que servem para a paz ej
4 Porque todas as coisas
para a edifica9ao de uns,
que d'antes foram escriptas
para com os outros.j
para nosso ensino foram20 Nao destruas por causa escriptas
;para que pela
da comida a obra de Deus. ' paciencia e consolajao das'
E' verdade que todas as,£scripturas tenhamos espe-
ranga.
5 Ora o Deus de pacienciaconsola(;ao yos conceda
que entre yos sintaes umamesma coisa, segundo Je-
coisas 80.0 Umpas, mas e
mau para o homem quecome com escandalo.
21 Bom e nao comer came,nem beber vinho, nem fazer
outras coisas em que teu ! bus Christo.
irmao tropece, ou se escan- 6 Para que, Concordes a,i--!-_- r. ^j^g^ bocca, glorifiqueis aodalize, ou se enfraque(;a.
22 Tens tu fe ? Tem-n'aem ti mesmo d iante de Deus.BemaYenturado aquelle quenao se condemna a si mesmono que approYa.23 Mas aquelle que du- ' gloria de Deus.
viJa, se come esta condem- 1 8 Digo pois que Jesusnado, porque nao come por
,
Christo foi ministro da cir-
fe ; e tudo que nao e de fei
cumcisao, por causa dae per^odo, •
1 verdade de Deus, para con-
Deus e Pae de Nosso Se-
nhor Jesus Christo.
7 Portanto recebei unsaos outros, como tambemCliristo nos rccebeu para
326 EOMANOS, XV.
firmar as promessas feitasj
gentios, administrando oaos paes
;
|
evangelho de Dens, para9 E yara que os gentios
;
que seja agradavel a offerta
glorifiquem a Deus pela !dos gentios, sanctificada
sua misericordia, como esta
escripto: Portanto en te
confessarei entre os gentios,
e cantarei ao ten nome.10 E outra vez diz : Ale-
grae-vos, gentios, com o senpovo.11 E outra vez: Louyae
ao Senhor, todos os gentios,
e celebrae-o, todos os povos.
12 E outra vez diz Isaias
:
Uma raiz de Jesse liavera,
e n'aquelle que se levantarpara reger os gentios espe-
rarao os gentios.
13 Ora Deus de espe-
ran^a vos encha de todo ogozo e paz na fe, para queabundeis em esperanga pelavirtude do Espirito Sancto.
14 Porem, mens irmaos,certo estou, a respeito devos, que tambem vos mes-mos estaes clieios de bon-dade, cheios de todo oconliecimento, e poderosospara tambem vos admoes-tardes uns aos outros.
15 Mas, irmaos, em partevos escrevi mais ousada-mente, como trazendo-vosoutra vez isto a memoria,pela grafa que por Deusme foi dada
;
16 Para que seja ministrode Jesus Christo entre os
pelo Espirito Sancto.
17 De sorte que tenhogloria em Jesus Christo nascoisas que pertencem aDeus.18 Porque nao ousaria
dizer coisa alguma, queChristo por mim nao tenhafeito, para obediencia dosgentios, por palavra e porobras
;
19 Pelo poder dos signaese prodigios, pela virtudedo Espirito de Deus: demaneira que desde Jeru-salem, e pelos arredores,
ate ao Illyrico, tenho pre-gado o evangelho de JesusChristo.
20 E assim affectuosa-
mente me esforcei em an-
nunciar o evangelho, naoonde Christo houvera side
nomeado, para nao edificar
sobre fundamento alheio.
21 Antes, como esta es-
cripto: Aquelles a quemnao foi annunciado d'elle o
verao, e os que nao ouvi-
ram o entenderao.22 Pelo que tambem mui-
tas vezes tenho side impe-dido de ir a vos.
23 Mas agora, que naotenho mais demora n'estas
partes, e tendo ja ha muitos
EOMANOS, XV, XYI.
annos grande desejo de ir
a vos,
24 Qnando partir paraHespanha irei a v6s; pois
espero que de passagemvos Yerei e para la serei
acompanhado de vos, depois
de ter gozado em parte daYossa, presen^a.
25 Mas por agora von aJerusalem para miuistraraos sanctos.
26 Porque pareceu bem aMacedonia e Achaia fazer
uma contribuicao para os
pobres d'entre os sanctosque estao em Jerusalem.27 Porque Ihes pareceubem, e sao-lbes devedores
327
dea, e que esta minhaadministra9ao, que em Je-rusalem fa^Oy seja acceitaaos sanctos
;
32 Para que, pela vontadede Deus, chegue a vos comalegria, q possa recreiar-mecomvosco.33 E o Deus de paz seja
com todos vos. Amen.
CAPTTULO XYI.
EECOMMENDO-YOSpois Phebe, nossa irma,
a qual serve na egreja queesta em Cenchrea.2 Para que a recebaes no
Senhor, como convem ao3
Porque se os gentios foram sanctos e Ihe assistaes emparticipantes dos sens bens
espirituaes, devem tambemministrar-lhes os tempo-raes.
28 Assim que, concluidoisto, e havendo-lhes con-
qualquer coisa que de vosnecessitar
;porque tern
bospedado a muitos, comotambem a mim mesmo.3 Saudae a Priscilla e a
Aquila, mens cooperadores
signado este fructo, de la i em Christo Jesus
passando por vos, irei aHespanha.29 E bem sei que, che-gando a vos, chegarei coma plenitude da ben9ao doevangelho de Christo.
30 E rogo-vos,irmaos,pornosso Senhor Jesus Christoe pelo amor do Espirito,
que combataes comigo emora95es por mim a Deus
;
31 Para que seja livre dosrebeldes que estao na Ju-
4 Que pela minha vidaexpozeram a sua cabega;
aos quaes nao so en dougragas, mas tambem todaa
as egrejas dos gentios.
5 Saudae tambem a egreja
que esta, em sua casa. Sau-dae a Epeneto, meu amado,que e as primicias da Asiaem Christo.
6 Saudae a INIaria, quetrabalhou muito pornos.7 Saudae a Andronico e
328 EOMANOS, XYl.
a Junia, meus parentes e
meus companheiros na pri-
sao, OS quaes se assignalamentre os apostolos e queforam antes de mim emChristo.
8 Saudae a Amplias, menamado no Seuhor.
9 Saudae a Urbano, nossocooperador em Christo, e aStachys, meu amado.10 Saudae a Apelles, ap-
provado em Christo. Sau-dae aos dafamilia d'Aristo-
bulo.
11 Saudae a Herodiao,meu parente. Saudae aos
da familia de Narciso, V)s
que estao no Senhor.12 Saudae a Tryphena e a
Tryphosa, as quaes traba-
Iham no Senhor. Saudae aamada Persida, a qual mui-to trabalhou no Senhor.
13 Saudae a Eufo, eleito
no Senhor, e a sua mae e
minha.14 Saudae a Asyncrito, a
Phlegonte, a Hermas, aPatrobas, a Hermes e aosirmaos que estao com elles.
15 Saudae a Philologo e aJulia, a Nereo e sua irma,
e a Olympia, e a todos os
sanctos que com elles estao.
16 Saudae-vos uns aosoutros com sancto osculo.
As egrejas de Christo vosBaudam.17 E rogo-vos^ irmaos,
que vos acauteleis dos quepromovem dissen^oes e es-
candalos contra a doutrinaque aprendestes; desviae-Yos d'elles.
18 Porque os taes naoservem a nosso Senhor Je-sus Christo, mas ao senventre : e com suaves pa-lavras e lisonjas enganamOS coragoes dos simplices.
19 Porque a vossa obedien-cia e conhecida de todos.
Comprazo-me poisem vos;e quero que sejaes sabios nobem, porem simpUces nomal.
20 E o Deus de paz esma-gara logo a Satanaz debai-xo dos vossos pes. A gra-
ga de Nosso Senhor JesusChristo seja comvosco. A-men.21 Saudam-vos Timotheo,meu cooperador, e Lucio,
e Jason, e Sosipater, meusparentes.
22 Eu, Tercio, que esta
carta escrevi, vos saudo noSenhor.23 Sauda-vos Gaio, meu
hospedeiro, e de toda aegreja. Sauda-vos Erasto,
procurador da cidade, e
tambem o irmao Quarto.
24 A gra^a de nosso Se-
nhor Jesus Christo seja comtodos vo.s. Amen.25 Ora, aquelle que e po-
deroso para vos confirmar
L COEINTHIOS, L 829
segxuido o men evangelho,
e a pregagao de Jesus Cliris-
to, conforme a revel a^ao
do mysterio que desde
tempos eternos foi enco-
berto,
26 Mas agora se mani-festou, 6 se notificou pelas
Escripturas dos prophetas,
segundo mandamento doDeus eterno, para obedien-cia da fe entre todas asna95es,
27 Ao Deus, so sabio, spja
gloria por Jesus Christo
para todo o sempre. Amen.
PEIMEIEA EPI3T0LA DE S. PAULO APOSTOLO
AOS CORINTHIOS.
CAPITULO I.
PAULO (chamado apos-
tolo de Jesus Christo,
pela vontade de Deus), e o
irmao Sosthenes.
2 A' egreja de Deus queesta em Corintiio, aos
sanctificados em Christo
Jesus, chamados sanctos,
com todos OS que em todo o
logar invocam o nome deno.^so Senhor Jesus Christo,
Senior d'elles e nosso
:
3 Gra9a e paz de Deusnosso Pae, e do SenhorJesus Christo.
4 Sempre dou gramas ao
men Deus por vos pela
gra^a de Deus que vos foi
dada em Jesus Christo.
5 Porque em todas as
coisas sola enriquecidos
n'elle, em toda a palavra eem todo o conhecimento.6 (Como o testemunho de
Christo foi confirmadoentre vos)
7 De maneira que ne-nhum dom vos falte, espe-
rando a manifestacdo denosso Senhor Jesus Christo,
8 qual vos confirmaratambem ate ao fim, paraserdes irreprehensiveis nodia de nosso Senhor Je.^ua
Christo.
9 Fiel e Deus, pelo qualfostes chamados para acommunhao de seu Filho
Jesus Christo nosso Senhor.
10 Ptogo-vos, porem, ir-
maos, pelo nome de nosso
Senhor Jesus Christo, quefalleis todos unia nifsmacoisa, e que nao haja entre
830 I. COEINTHIOS, I.
vos dissen5oes ; antes sejaes
nnidos em um mesmo sen-
tido e em um mesmo pa-recer.
11 Porque de vos, irmaosmeus, me foi notificado
pelos da familia de Chloeque ha contendas entre vos.
12 E digo isto, que cadaum de vos diz : Eu sou dePaulo, e eu de Apollos, e eude Cephas, e eu de Christo.
13 Esta Christo dividido?foi Paulo crucificado porvos? ou fostes vos bapti-
zados em nome de Paulo ?
14 Dou gragas a Deus,porque a nenhum de vosbaptizei, senao a Crispo e aGaio.
15 Para que ninguem digaque eu tenho baptizado emmeu nome.16 E baptizei tambem a
familia de Estephanas
;
alem d'estes, nao sei se
baptizei algum outro.
17 Porque Christo en-viou-me, nao para baptizar,
mas para evangelizar ; naoem sabedoria de palavras,
para que a cruz de ChristoBe nao faga va.
18 Porque a palavra dacruz e loucura para os queperecem; mas para nos,
que somos salvos, e o poderdo Deus.19 Porque esta e?;cripto:
Destruirei a sabedoria dos
sabios, 6 aniquilarei a in-
telligencia dos intelligentes.
20 Onde esta o sabio?Onde esta o escriba ? Ondeesta o inquiridor d'este
seculo ? Porventura naotornou Deus louca a sabe-doria d'este mundo ?
21 Porque como, na sabe-doria de Deus, o mundonao conheceu a Deus pelasabedoria, aprouve a Deussalvar os crentes pela lou-cura da pregagao.22 Porque os judeos pe-dem signal, e os gregosbuscam sabedoria
;
23 Mas nos pregamosChristo crucificado, que e
escandalo para os judeos, e
loucura para os gregos.
24 Porem para os que saochamados, tanto judeoscomo gregos, Ihes pregamosa Christo, poder do Deus,e sabedoria de Deus.25 Porque a loucura deDeus e mais sabia do queOS homens; e a fraquezade Deus e mais forte doque OS homens.26 Porque, vede, irmaos,
a vossa voca^ao, que naomuitos sabios segundo acarne, nem muitos pode-rosos, nem muitos nobressao chamados
J
27 Mas Deus escolheu as
coisas loucas d'este mundopara confundir as sabias;
I. CORINTHIOS, I, II. 331
e Dens escolhen as coisas ! 5 Para que a yossa fe naofracas d'este mundo para
\
fosse em sabedoria dos ho-
eonfundir as fortes
;
mens, mas no poder de28 E Dens escolhen as Dens.
coisas vis d'este mnndo, e 6 Todavia fallamos a sabe-
as despreziveis, e as qne • doria entre os perfeitos
:
nao sao, para aniquilar as
qne Bao;
29 Para qne nenhnmacame se glorie perante elle.
30 Mas v6s sois d'elle, em
nao porem a sabedoriad'este mnndo, nem dosprincipes d'este mnndo,qne se aniqnilam
:
7 Mas fallamos a sabe-
Jesns Christo, o qnal nos ' doria ds Dens, occnlta emfoi feito por Dens, sabe- :
mysterio, a qual Dens orde-
doria, e justica, e sancti- nou antes dos secnlos parafica9ao, e redemp9ao
;
31 Para qne, como esta
escripto: Aquelle qne se
gloria glorie-se no Senbor.
CAPITULO n.
E
nossa gloria
;
8 A qnal nenhnm dosprincipes d'este mnndoconhecen; porqne, se aconhecessem, nunca crnci-
ficariam ao Senhor dagloria.
EU, irmaos, qnando fuij
9 Mas, como esta escripto
comyosco, annnncian-do-yos o testemnnho deDens, nao fni com sublimi-dade de palayras on desabedoria, I
2 Porqne nao me propnzsaber coisa algnma entrevos, senao a Jesas Christo,
e este crncificado.
3 E en estive comyoscoem fraqneza, e em temor,e em grande tremor.4 A minha palayra e aminha prejracao nao con-sistiu em palavras persna-siyas de sabedoria hn-rnana, mas era demonstra-^ao de Espirito e de poder
;
As coisas que o olho naoyin, e o onvido nao onyin,e nao subiram ao cora9aodo homem, sdo as que Denspreparou para os qne oamam.10 Porem Dens nol-as
reyelon pelo sen Espirito
;
porqne o Espirito penetratodas as coisas, ainda as
profundezas de Dens.11 Porqne, qual dos ho-mens sabe as coisas dohomem, senao o espirito dohomem, que n'elle esta?assim tambem ningnemsabe as coisas de Dens,senao o Espirito de Dens.
332 I. COEINTHIOS, II, III.
12 Porem nos nao rece-
bemos o espirito do mundo,mas o Espirito que pro-
vem de Deus;
para queBaibamos as coisas que nosBao dadas por Deus.13 As quaes tambem falla-
mos, Dao com palavras quea sabedoria humana ensina,
mas com as que o Espirito
Sancto eusina, comparandoas coisas espirituaes com as
espirituaes.
14 Mas o homem natural
Eao comprehende as coisas
do Espirito de Deus, por-
que Ihe parecem loucura;
e nao pode entendel-as, por-
quauto se discernem espi-
ritualmente.
15 Porem o espiritual
disceme bem todas as coisas,
mas elle de ninguem e
discernido.
16 Porque, quern conbe-ceu a mente do Senhor,para que possa instruil-o ?
Mas EOS temos a meute deCliristo.
CAPITULO m.EEU, irmaos, nao vos
pude fallar como a
espirituaes, mas como acarnaes, como a meninosem Christo.
2 Com leito tos criei, e
nao co'.n manjar, porqueainda nilo podieis, nem
tao pouco ainda agorapodeis
;
3 Porque ainda sois car-naes : pois, havendo entrevos inveja, contendas edissen9ues, nao sois porven-tura carnaes, e nao andaessegundo os homens ?
4 Porque, dizendo um
:
Eu sou de Paulo ; o outro
:
Eu de ApoUos : poryenturanao sois carnaes ?
5 Pois quera e Paulo, equem e Apollos, F:enao mi-nistros pelos quaes crestes,
e conforme ao que o Senhordeu a cada um ?
6 Eu plantei; Apollosregou; mas Deus deu ocrescimento.
7 Pelo que, nem o queplanta e alguma coisa, nemo que rega, mas Deus, queda o crescimento.
8 E o que planta e o querega sao um ; mas cada umrecebera o seu galardaosegundo o seu trabalho.
9 Porque nos somoscooperadores de Deus: vossois lavoura de Deus e edi-
ficio de Deus.10 Segundo a gra^a de
Deus, que me foi dada, puzeu, como sabio architecto, ofundamento, e outro edifica
sobre elle; mas veja cadaum como edifica Bobre elle.
11 Porque ninguem podepor outro fundamento, alem
I. COKINTHIOS, ni, IV. 333
do que jd esta posto, o quale Jesus Christo.
12 E se alguem sobre este
fundamento edificar oiro,
prata, pedras preciosas,
madeira, feno, palha,
13 A obra de cada um se
manifestara;porque o dia
a declarara, porquanto pelo
fbgo sera descoberta ; e o
;
fogo provara qual seja a
!
obra de cada um.j
14 Se a obra d'alguem,que edificou sobre elle, per-
j
manecer, recebera galardao.
15 Se a obra de d'alguemse queimar, soffrera detri-
'
mento;porem o tal sera
i
salvo, todavia como pelofogo.
16 Nao sabels vos que sois
o templo de Deus, e que oEspirito de Deus habita emvos?17 Se alguem destruir o
templo de Deus, Deus odestruira
;porque o teraplo
de Deus, que sois vos, e
sancto.
18 Ninguem se enganea si mesmo: se alguemd'entre vos se tem porsabio n'este mundo, fa5a-se
louco para ser sabio.
19 Porque a sabedoria
d'este mundo e loueura
!
diante de Deus;
porque|
esta escripto : Elle apanhaj
03 sabios na sua propria
'
aeiuciaii
20 E outra vez : Senhorconbece os pensamentosdos sabios, que sao vaos.
21 Portanto ninguem so
glorie nos homens;porque
tudo e vosso
;
22 Seja Paulo, seja Apol-los, seja Cephas, seja omundo, seja a vida, seja
a morte, seja o presente,
seja o futuro, tudo e vosso,
23 E vos de Christo, e
Ciiristo de Deus.
CAPITULO IV.
QUE OS homens nos con-siderem como minis-
tros de Christo, e dispensei-
ros dos mysterios de Deus.2 Alem d'isso requer-se
nos dispenseiros que cadaum se ache fiel.
3 Porem a mim mni pou-co se me da de ser julgadode vos, ou de algum juizohumano ; nem eu tao poucoa mim mesmo me julgo.
4 Porque em nada mesinto culpado; mas nempor isso estou justificado
;
pois quern me julga, e oSenhor.5 De Eorte que nada jul-
gueis antes de tempo, ate
que o Senhor venha, o qualtambem trara a luz as
coisas occultas das trevas,
e manifestara os designios
dos cora^oes ; e entao cada
334
um recebera de Deus o
!
louTor.j
6 E eu, irmaos, appliquei^
estas coisas por similhanca,j
a mim e a Apollos poramor de tos
;para que em I
nos aprendaes a nao presu-
mir mais do que esta es-
cripto; que vos nao enso-
berbeceis a fayor de umcontra outro,
7 Porque, quern te discerne
a ti ? E que tens tu quenao tenhas recebido? E se
o recebeste, porque te glo-
rias, como se nao o liouve-
ras recebido ?
8 Ja estaes fartos! ja
estaes ricos ! sem nos rei-
naes ! e oxala reineis paraque tambem nos reinemoscomvosco
!
9 Porque tenho para mim,que Deus a no?, apostolos,
nos designou ultimos, comocondemnados a morte
;pois
estamos feitos espectacnlo
ao mundo, aos anjos, e aos
homens.10 Nos somos loucos poramor de Christo, e vossabios em Christo : nosfracos, e ygs fortes: tosillustres, e nos tis.
11 Ate esta presente borasoffremos fome, o sede, e
estamos nus, e recebemosbofetadas, e nao temos pou-sada certa,
12 E trabalhamos, obrando
I. COEINTHIOS, IV.
com nossas proprias maos
:
somos injuriados, e ben>dizemos: somos persegui-dos, e o sofeemos :
13 Somos blasphemados,e rogamos : ate o presentetemos chegado a ser como olixo d'este mundo, e como aescoria de todos.
14 Nao escrevo estas coisas
para tos envergonhar ; masadmoesto-yos como meusfilhos amados.15 Porque ainda que ti-
vesseis dez mil aios emChristo nao terieis comtudomuitospaes; porque eupeloevangelho yds gerei em Je-sus Christo.
16 Admoesto-Yos portantoa que sejaes meus imita-
dores.
17 Por esta causa vosmandei Timotheo, que emeu filho amado, e fiel noSenhor : o qual vos lembra-ra OS meus caminbos emChristo, como por todas ag
partes ensino em cada e-^
greja.
18 Mas alguns andam in-
chados como se eu naohouvesse de ir ter comvosco.19 Porem em breve irei
ter comvosco, se o Senhorquizer, e entao conhecerei,
nao as palavras dos queandam inchados, mas avirtude.
20 Porque o reino de Deua
I. COEINTHIOS, IV, V. 335
nSo consiste em palavras, I
mas em Tirtude.,
21 Que quereis ? Irei pa-
ra vos com vara ou comamor e espirito de mansi-dao?
7 Limpae pois o fermentovelho, para que sejaes uinanova massa, assim comosois sem fermento. PorqueChristo, nossa Paschoa, foi
Baerificado por nos.
8 Pelo que facamos a festa
nao com o fermento velho,
GERALMENTE se onve: nem com o fermento da
que ha entre vos forni- ' maldade e da malicia, mas
CAPITULO Y.
ca(jao e fornica^ao tal, qual
nem ainda entre os gentios
66 nomeia, como e haver
quern abuse da mulher de
sen pae.
2 E estaes inchados e nemao menos vos entristecestes
por nao ter sido d'entre vostirado quern commetteu tal
feito.
3 Eu na verdade aindaque ausente no corpo, maspresente no espirito, ja de-
terminei como se estivesse
presente, que o que tal
assim commetteu,4 Em nome de nosso Se-
nhor Jesus Christo, juntosvos e o meu espirito, emvirtudo de nosso SenhorJesus Qhristo,
5 tal seja entre^ue aSatanas para de3trui<;ao dacarne, para que o espirito
fieja salvo no dia do SenhorJesus.
6 Kao e boa a vossa ja-
ctancia. Nao sabeis que umpouco de fermento faz leve-
dar toda a massa ?
com OS paes asmos da sin-
ceridade e da verdade.9 Jd por carta vos tenho
escripto, que nao vos as-
socieis com os fomica-dores
;
10 Mas nao absolutamentecom 03 fornicadores d'este
mundo, ou com os ava-rentos, ou com os rouba-dores, ou com os iJolatras
;
porque d'outra maneiravos seria necessario sair
do mundo.11 Mas agora vos escrevi
que nao vos associeis, querodizer, que se algum, cha-
mando-se irmao, for forni-
cador^ou avarento, ou idola-
tra, ou maldizente, ou be-
berrao, ou roubador, com otal nem ainda comaes.12 Porque, que tenho euem jul^^ar tambem dosque estao fora? Kao jul-
gaes vos dos que estao dedentro ?
13 Mas Deus julga os queestao de fora. Tirae poia
d'entre vos a esse iniquo.
336
CAPITULO YI.
OUSA algum devos tendoalrjum negocio contra
ontro, ir a juizo perante os
Jcjiistos, e naosanctos? I
2 Nao sabeis vos qne os
sanctos hao de julgar oj
mnndo ? Ora se o mundo \
deve ser julgado por tos,'
sois porTenfura indignos de|
jnlgar das coisas minimas? I
3 Nao ?abeis tos q-ae ha-
,
vemos de julgar osanjos?Qnanto mais as coisas per-
tencentes a esta vida ?
4 Assim que, se tiverdes
negocios em juizo, perten-
eentes a esta Tida, ponde nacadeira aos que sao de me-nos estima na egreja.
5 Para vos envergonhar odigo : Nao ba pois entre vossabios, nem ainda um, quepossa julgar entre sensirmaos ':
6 Mas irmao vae a juizo
com o irmao, e isto peranteinfieis.
7 Assim que e ja real-
mente nma falta entre vos,
terdes demandas uns contra
os outros. Porque naosoflfreis antes a injusti^a ?
Porque nao soffreis antes odamno?8 2^1 as vos mesmos fazeis a
injusti^a e fazeis o damno ;
e isto aos irmaos.
I. COEINTHIOS, VL
I
9 Nao sabeis que os in
justos nao liaode lierdar oreino de Deus ?
10 Nao erreis : nem os
fornicadores, nem os ido-
perante os \ latras, nem os adulteroe,
nem os effeminados, nem os
sodomitas, nem os ladroes,
nem os avarentos, nam os
bebados, nem os maldi-zentes, nem os roubadoresberdarao o reino de Deus.11 E e que algnns teem
sido, mas baveis sido lava-
dos, mas baveis sidosancti-ficados, mas baveis sido
justificados em noma doSenbor Jesus, e pelo Espi-rito do nosso Deus.12 Todas as coisas me sao
licitas, mas nem todas as
coisas conveem: todas as coi
sas me sao licitas; poremeu nao me deixarei dominarpor nenbuma.13 Os manjares sao para o
ventre e o ventre para os
manjares;porem Deus ani-
quilara, tanto a um como os
outros. Porem o corpo nao6 para a fornica9ao, maspara o Senbor, e o* Senborpara o corpo.
14 Ora Deus que tambemresuscitou o Senbor, nosresuscitara a nos pelo seupoder.
15 Nao sabeis vos que os
vossos corpos sao membrosde Cbristo ? Tomarei pois
I. COEINTHIOS, YI, YII. 337
OS membros de Christo, e|
Iher a devida benevolericia,
fal-os-hei inerabros de tima,
e da mesma sorte a midhe?meretriz ? Nao por certo.
I
ao marido.
16^Ou Dao sabeis que o|
4 A mulher nao tem poderque se ajunta com a mere- !
sobre o seu proprio corpo,triz, faz-se um corpo? Por-
j
mas tem-o o marido; e
que serao, disse, dois n'uma i tambem da mcsma maneira«6 came. I o marido nao tem poder17 ]Mas o que se ajunta
|
sobre o seu proprio corpo.com Senhor e um mesmoespirito.
mas tem-o a mulher.
I
5 Nao Tos defraudeis nm18 Fugi da fomica^ao. ap outro, senao por consen-Todo o peccado que o ho-
I
timento de amlos por algummem commette, e fora do
|
tempo, para estardes des-corpo; mas o que fornica '
occupados para o jejum:
pecca contra seu proprio !e_ para a ora9ao: e depois
corpo.
19 On nao sabeis que oEosso corpo e o templo doEspirito Sancto, que halita
em Yos, o qual tendes deDeus, e que nao sois devos mesmos ?
20 Porque fostes compra
ajuntae-vos outra vez paraque Satanas yos nao tentepela Yossa incontinencia.
6 Digo porem isto porpermissao e nao por manda-mento.7 Porque quizera que
todos OS homens fossemdos por pre90
;glorificae como eu mesmo ; mas cada
pois a Deus no vosso corpoe no Yosso espirito, os quaespertencem a Deus.
CAPITULO YII.
OPiA, quanto as coisa^,
que me escroYestes,
bom seria que o homem naotocasse mulher
;
2 Mas por causa da fomi-ca^ao cada um tenha a suapropria mulher, e cada umatenha o seu proprio marido.3 marido pague a mu-
um tem de Deus o seu pro-prio dom, um d'uma ma-neira e outro d'outra.
8 Digo porem aos solteiroa
e as YiuYas, que Ihes e bomse ficarem como eu.
9 Mas se nao podem con-ter-se, casem-se. Porque emelbor casar-se do queabrazar-se.
10 Porem aos casados,mando nao eu mas o Se-nhor, que a mulher se naoaparte do marido.11 Se porem se apartai.
S38 I. CORIXTHIOS, VII.
que fique sem casar, ouque se reconcilie com o
marido, e que o marido naodeixe a mullier.
12 Mas aos ontros digo
eu, nao o Senhor: Se al-
gum irmao tern mulherdescrente, e ella consenteem habitar com elle, nao a
deixe.
13 E se alguma mullierj
tern marido descrente, e
,
elle consente em liabitar
com ella, nao o deixe.
14 Porque o marido des-
crente e sanctificado pela
mulher: e a mulher des-
crente e sanctificada pelo
marido; d'outra sorte os
vossos filhos seriam im-mundos; porem agora sao
sanctos.
15 Mas se o descrente se
apartar, aparte-se, porquej
n'este caso o irmao, ou irma, i
nao esta sujeito a servidao ; I
mas Deus chamou-nos paraa paz.
16 Porque, d'onde sabes
tu 6 mulher, se salvaras
o marido ? ou, d'onde sabesj
tu, 6 marido, se salyaras
a mulher ?
17 Porem cada nm andeassim como Deus Ihe re-
partiu, cada um como oSenhor o chamou. E assimordeno em todas as egrejas.
18 E' alguem chamadoCotando Jd circumcidado ?
fique circumcidado. E' al-
guem chamado estando in-
circumcidado ? nao se cir-
cumcide.19 A circnmcisao e nada
e a incircumcisao nada e,
mas sim a observancia dosmandamentos de Deus.20 Cada um fique na vo-
cacao em que foi chamado.21 Foste chamado sendo
servo? nao te de cuidado;e se ainda podes ser Uvre,aproveita-te antes.
22 Porque o que e cha-mado pelo Senhor, sendoservo, e Hberto do Senhor
;
e da mesma maneira tam-bem o que e chamadose7ido livre, servo e deChristo.
23 Fostes comprados perpre^o ; nao vos fajaes ser-
vos dos homens.24 Irmaos, cada nm fiqne
diante de Deus no estadoem que foi chamado.25 Ora quanto as virgens,
na) tenho mandamento doSenhor; dou porem o meuparecer, como quem tern
alcangado misericordia doSenhor para ser fiel.
26 Tenho pois isto porbom, por causa da instante
necessidade, que e bompara o homem o estai
a?sim.
27 Est^s ligado a mulher ?
nao busques separar - te.
I. COPwDsTHIOS, YIT. 33^
Estas livre de mulher ? naobusques muliier.
28 Mas se tambem casares,
ha de agradar ao marido.
a casada tern cuidado dascoisas do miindo, de como
nao peccas ; e se a Yirgemi
60 casar nao pecca. To-davia os taes terao tribu-
;
lapses na carne;porem eu
vos poupo.29 Isto porem vos digo,
irmaos, que o tempo, queresta, e breve: para que
35 Porem digo isto paraproveito vosso, nao para
; vos enla9ar, mas para vos
guiar ao que e decente e
I
conveniente, para vos unir-
;des ao Senhor sem dis-
;trac(;ao alguma.
! 36 Mas se alguem julga
tambem os que teem mu-{
que trata sem decoro a sua
Iheres sejam como se as nao \Jilha virgem, se tiver pas-
tivessem
;
30 E OS que cboramcomo se nao chorassem ;
' faea o tal
e OS que folgam, como se
nao folgassem; e os quecompram, como se nao pos-
suissem
;
31 E OS que usam d'este
mundo, como se (Vdle naoabusassem porque a ap-
parencia d'este mundopassa.
32 E bem quizera eu queestivesseis sem cuidado.
solteiro tem cuidado daszoisas do Senhor, de comoha de agradar ao Senhor
:
33 Mas o que e casadocuida das coisas do mundo,como ha de agradar a
mulher.34 Ha differen9a entre a
mulher casaaa e a virgem
:
a Bolteira tem cuidado dascoisas do Senhor para ser
eancta, assim do corpo
como do espirito; porem
sado a fior da idade, e
assim convier que se case,
que quizer;
nao pecca ; casem-se.
37 Porem o que esta firme
em seu cora9ai, rao tendonecessidade, mas tem podeisobre a sua propria von-tade, e isto resolveu no sencorar;ao, guardar a sua vir-
gem, faz bem.38 De sorte que, o que oda em casamento, faz bem
;
mas o que a nao da emcasamento, faz melhor.
39 A mulher casada est^
ligada pela lei, todo c
tempo que o seu maridovive ; mas se fallecer o seu
marido, fica livre para casar
com quem quizer, comtantoque seja no Senhor.
40 Porem sera mais bem-aventurada se ficar assim,
segundo o meu parecer, e
tambem eu cuido que t&-
nho o Espirito de DeuB.
COEDsTHIOS, Vni, IX.
I faz agradayeis
UO I.
CAPITULO Vin 1^^^ agradayeis a Dens,y.^i:±x\^xj\j "i^^^'
Iporqiie, se comemos, nada
OPiA no tocante as coisas^
temos de mais, e, se naoBachficadas aos idolos,
; comemos, nada nos falta.
sabemos que todos temos : 9 Mas vede que esse vosso
sciencia. A sciencia incha,' poder nao seja d'alguma
mas amor edifica.j
maneira escandalo para os
2 E se alguem cuida saber ' fracos.
alguma coisa, ainda nao ! 10 Porque se alguem te
sabe como conYem saber.|vir a ti, que tens sciencia,
3 Mas se alguem ama a assentado a mesa no temploesse e conhecido ' dos idolos, nao sera a con-
I sciencia do que e fraco in-
Deusd'elle.
4 Assim que, qnanto ao|
duzida a comer das coisas
comer das coisas sacrifi-, sacrificadas aos idolos ?
cadas aos idolos, sabemos ! HE pela tua sciencia
que idolo nada e no mun- ' perecera o irmao fraco, pelo
do, 6 que nao Aa algum[
qual Christo morreu ?
outro Deus, seLao um so.j12 Ora, peccando assim
5 Porque, ainda que hajaicontra os ii-maos, e ferindo
tambem aJguns que se cba- 1 a sua fraca consciencia,
mem deuses, quer no ceu ' peccaes contra Christo.
quer na terra (como ha 13 Pelo que se o manjarmuitos deuses e muitos
;
escandalizar a men irmao,
senhores),
6 Todavia para nosum so Deus, o Pae, do qual
|escandalize.
sao todas as coisas, e nos
para com elle ; e um so
Senhor, Jesus Christo, pelo.
qual sao todas as coisas, e|
^AO sou euapostolo? Nao
nunca jamais comcrei came,ha
jpara que meu irmao se nao
CAPITULO IX.
nos por elle.
7 Mas nem em todos Aa
sciencia; porque alguns
ate agora comem com con-
sciencia do idolo coisas
sacrificadas aos idolos ; e a
sua consciencia, sendo fraca,
fiea contaminada.8 Ora o manjar nao nos
sou livre ? Nao vi eua Jesus Christo Senhor nos-
so ? Nao sois vos, a minhaobra no Senhor ?
2 Se eu nao sou apostolo
para os outros, ao menos o
sou para vos; porque vos
sois sello do meu aposto-
lado no Senhor.
I. COEI^'THIOS, IX. 341
3 Esta e a minha defeza cl'este poder eobre vos, par-
para com OS que me con-
demnam.4 ^'ao temos nog poler decomer e de beber ?
5 Nao temos cos poder delevar comnosco nma mulherirma, como tambem os de-
mais apostolos, e os irmaosdo Senhor, e Cephas ?
6 Ou so eu e Barnabe naotemos poder de nao traba-
Ihar?7 Qnem jamais milita a
sua propria custa ? Quernplanta a vinha e nao comedo sen fructo? Oa quernapascenta o gado e naocome do leite do gado ?
8 Digo en isto segundo os
homens ? Oa nao diz a lei
tambem o mesmo ?
9 Porqne na lei de Moysesesta escripto: Nao ataras
a bocca ao boi que trilha.
Porventura tem Dens cui-
dado dos bois ?
10 Ou nao diz certamentepor noe? Certamente quepor nos esta escripto
;por-
qne que lavra deve layrar
com esperan^a, e o quetrilha deve trilhar comesperan(;a de ser partici-
pante.
11 Se nos vos semeamosas coisas espirituaes, seramnito que de vos recolha-mos as carnaes ?
12 Se outros participam
que i.ao mais justamentenos ? Mas nos nao usamosd'este poder; antes sup-portamos tudo, para naopormos impsdimento algumao evangelho de Christo.
13 Kao sabeis vos que 03que administram as coisas
sagrarlas comem do sagra-
do ? E que os que de con-
tinuo estao junto ao altar,
participam do altar ?
14 Assim ordenou tambemSenhor aosque annunciam
o evangelho, que vivam doevangelho.15 Porem en de nenhnma
d'estas coisas nsei, e naoescrevi isto para que assimse fa^a comigo; porquemelhor me fora morrer, doque alguera fazer va esta
minha gloria.
16 Porque se annnncio oevangelho, nao tenho deque me gloriar pois me e
imposta essa obriga(;ao; eai de mim, se nao annunciaro evangelho
!
17 Porque, se o fa^o deboamente, terei premio,mas, se de ma vontade adispensa(;ao me e confiada.
18 Logo, que premio te-
nho ? Que, evangelizando,proponha de graga o evan-gelho de Christo para naoabuKar do men poder noevangelho. „°
p 3
312 L COEIKTHIOS, IX, X.
19 Porque, sendo livre
para com todos, fiz-me ser-
vo de todos para ganliar
ainda mais.
20 E fiz-me como judeopara os judeos, para ganliar
OS judeos: para os queestao debaixo da lei, comose estivera debaixo da lei,
para ganhar os que estao
debaixo da lei.
21 Para os que estao semlei, como se estirera sem lei
(nao estando sem lei para
com Deus, mas debaixo dalei de Christo), para ganliar
os que estao sem lei.
22 Piz-me como fraco pa-
ra os fracos, para ganhar os
fracos. Fiz-me tudo paratodos, para por todos os
meios cliegar a salvar al-
guns.
23 E eu fa^o isto por causado eYangelho, para ser tam-bem participante d'elle.
24 Nao sabeis vos que os
que correm no estadio,
todos, na verdade, correm,
mas um so leva o premio ?
Correi de tal maueii'a que o
alcanceis.
25 E todo aquelle quelucta de tudo se abstem, desorte que elles o fazem so
por alcauQar uma coroa
corruptivel, nos, porem,uma incorruptivei.
26 Pois eu assim corro,
nao como a coisa iucerta:
assim combato, nao comobatendo no ar.
'
27 Antes subjugo o mencorpo, e o reduzo a servi-
dao, para que, pregando aosoutros, eu mesmo nao venhad'alguma ' maneira a^ ficar
reprovado.
CAPITULO X.
OPA, irmaos, nao queroque ignoreis que nossos
paes estiyeram todos de-baixo da nuvem, e todospassaram pelo mar.2 E todos foram baptiza-
dos por Moyses na nuvem eno mar,3 E todos comeram d*ummesmo manjar espiritual,
4 E todos beberam d'umamesma bebida espiritual,
porque bebiam da pedraespiritual que os seguia ; e
a pedra era Cliristo.
5 Mas Deus nao se agra-dou da maior parte d'eUes,
pelo que foram prostradosno deserto.
6 E estas coisas foram-nosfeitas em figuras, para queLao cubicemos as coisas
mas, como elles cubicaram.7 Nao vos fa9aes pois ido-
latras, como alguns d'elles,
confoime esta escripto: Opovo assentou -se a comer e
a beber, e levantou-se parafo'gar.
I. COEINTHIOS, X. 843
8 E Lao forniquemos, comoalguns d'elles fornicaram
;
e cairam mortos n'um dia
vinte e tres mil.
9 E nao tentemosaChristo,como alguns d'elles tambemtentaram, e pereceram pelas
serpentes.
17 Porque nos, sendo mui-tos, somos um so pao e nmso corpo: porque todosparticipamos do mesmopao.
18 Vede a Israel segnndoa came : os que comem oasacrificios nao sao por-
10 E nao murmureis,como! Ventura participantes dotambem alguns d'elles mur-muraram, e pereceram pelo
destruidor.
11 Ora todas estas coisas
Ihes sobrevieram em figu-
ras, 6 estao escriptas para
altar?
19 Mas que digo? Que oidolo e alguma coisa ? Onque sacrificado ao idolo ealguma coisa f
20 Antes digo que as coisas
aviso nosso, p>ara quem ja ! que os gentios sacrificam,Bao cbegados os tins doseeculos.
12 Aquelle pois que cuidaestar em pe, olhe nao caia.
13 Nao vos tomou tenta-
^ao, senao humana, porem
as sacrificam aos demonios,e nao a Deus. E nao queroque sejaes participantescom OS demonios.21 Nao podeis beber o
copo do Senhor e o copofiel e Deus, que vos nao
i dos demonios : nao podeisdeixara tentar mais do que 1 ser participantes da mesapodeis, antes com a ten- 1 do Senhor e da mesa dostagao dara tambem saida, ; demonios.para que a possaes suppor-tar.
14 Portanto, mens amados,fugi da idolatria.
22 Ou irritaremos ao Se-nhor? Somos nos maisfortes que elle ?
23 Todas as coisas me sao15 Fallo como a entendi- j licitas, mas nem todas as
dos, julgae vos mesmos oque digo.
16 PorVentura o copo deben9ao, que benzemos, naoe a communhao do sanguede Christo? pao quepartimos nao e porventuraa communhao do corpo deCliristo?
coisas conveem: todas as
coisas me sao licitas, masnem todas as coisas edifi-
cam.24 Ninguem busque o que
e seu, antes cada um o que S
d'outrem.25 Comei de tudo quanto
66 vendQ no acougue, seaj
3M I. COEINTHIOS, X, XI.
perguntar nada, por causada consciencia.
26 Porque a terra e do Se-
nhor, e toda a sua plenitude.
27 E se aigum dos infieis
vos conYidar, e quizerdes ir,
comei de tudo o que se po-
zer deante de vos, sem per-
guntar nada por causa daconsciencia.
28 Mas se alguem vos dis-
ser : Isto foi sacrificado aos
idolos, nao comaes, porcausa d'aquelle que vos ad-vertiu e for causa da con-
sciencia; porque a terra e
do Senlior, e toda a suaplenitude.
29 Digo porem a [con-
sciencia, nao a tua, mas a
do outro. Pois porque hade a minha liberdade ser
julgada pela consciencia
d'outrem ?
30 E, se en com graga par-
ticipo, porque sou blasphe-mado n'aquillo por que dougragas ?
31 De Eorte que, quer co-
maes quer bebaes, ou fagaes
outra qualquer coisa, fazei
tudo para gloria de Deus.32 Portae-Yos de modo quenao deis escandalo nem aosjudeos, nem aos gregos, nema egreja de Deus.33 Como tambem en emtudo agrado a todos, naobuscaiido o men proprioproveito, mas o de mnitos,
para que assim se possamsalvar.
CAPITULO XI.
SEDE mens imitadores,
como tambem eu deChristo.
2 E louvo-vos, irmaos, por-que em tudo vos lem braesde mim, e retendes os pre-ceitos como vol-os entre-
guei.
3 Mas quero que saibaes
que Christo e a cabega detodo varao, e o varao acabega da mulher; e Deusa cabega de Christo.
4 Todo o homem que oraon prophetiza tendo a ca-
bega coberta, deshonra asua propria cabega.
6 Mas toda a mulher queora, on prophetiza com acabefa descoberta deshonraa sua propria cabega, por-
que e o mesmo que se se
rapasse.
6 Portanto, se a mulhernao se cobre,tosqnie-se tam-bem. Mas, se para a mu-lher e coisa torpe tosquiar-
se on rapar-se, cnbra-se.
7 varao pois nao dev©cobrir a cabega, porque e aimagem e gloria de Deus,mas a mulher e a gloria dovarao.
8 Porque o varao nao pro-
vem da mulher, mas a mu-lher do varao.
I. COPJNTHIOS, XI. 345
9 Porque tambem o varao|
19 Porque importa quenao foi creado por causa da
|
ate baja entre yos heresias,
mulher, mas a mulher por\
para que os que sao since
causa do varao,
10 Portanto, a mnlher de-
ve ter sobre a cabe<;a signal
de poderio, por causa dosanjos.
11 Todayia, nem o varao e
sem a mulher, nem a mu-lher sem o varao, no Senhor.12 Porque, como a mulher
provem do varao, assim tam-bem varao provem da mu-lher, mas tudo de D&us.13 Julgae entre vos mes-
mos: e decente que a
mulher ore a Deus desco-
berta?14 Ou nao vos ensina amesma natureza que e des-
honra para o varao ter ca-
bello crescido ?
15 Mas ter a mulher ca-
bello crescido Ihe e honro-so, porque o cabello Ihe foi
dado em logar de veu.
16 Porem, se alguem qui-
zer ser contencioso, nos naotemos tal costume, nem as
egrejas de Deus.17 N'isto porem >os de-
claro : que nao vos louvo :
que vos ajuntaes, nao paramelhor, senao para peior,
18 Porque primeiramenteOU90 que, quando vos ajun-
taes na egreja, ha entre vosdissen9'5es; e em parte ocreio.
ros se manifestem entre vos.
20 De sorte que, quandovos ajuntaes n'um logar
nao e para comer a coia doSenhor.21 Porque comendo, cadaum toma anticipadamente a
sua propria ceia, de sorte
que um tern fome e outroembriaga-se.
22 Nao tendes porventuracasas para comer e parabeber? Ou desprezaes aegreja de Deus, e envergo-nhaes 03 que nada teem?Que vos direi? Louvar-vos-hei? N'isto na-o vos
louvo.
23 Porque eu recebi doSenhor o que tambem vosensinei : que Senhor Jesusna noite em que foi trahido,
tomou pao
;
24 E, tendo dado gracas,
partiu e disse: Tomae,comei: isto e o meu corpoque e partido por vos
;
fazei isto em memoria demim.25 Similhantemente tam-bem, depois de ceiar iomou
calix, dizendo : Este calix
e o Novo Testamento nomeu sangue : fazei isto, to-
das as vezcs que beberdes,
em memoria de mim.23 Porque tod as as vezes
816 copjNTHios, XI, xn.qne comerdes este pao, e be-berdes este calix annunciaesa morte do Senhor, ate quevenha.27 Portanto, qnalqner que
coiner este pao, ou beber este
calix do Senhor indigna-mente, sera culpado do cor-
po e sangne do Senhor.
28 Examine-se pois o ho-mem a si mesmo, e assimcoma d'este pao e bebad'este calix.
29 Porqne o qne come e
bebe indignamente come e
bebe para si mesmo ojuizo,nao discernindo o corpo doSenhor.30 Por cansa d'isto ha
entre vos muitos fracos e
doentes, e muitos que dor-mem.31 Porque,sen6sjulgasse-mos a nos mesmes, nao seria-
mos julgados.
32 Mas, quando somosjulgados, somos reprehen-didos pelo Senhor, para naosermos condemnados com omundo.33 Portanto, mens irmaos,quando yos ajuntaes paracomer, esperae uns pelosoutros.
34 Porem, se'algum tiver
fome, coma em casa, paraque vos nao ajunteis paracondemnagao. Quanto asdemais coisas, ordenal-as-
hei quando for.
CAPiTULo xn.
A?CEECA dos dons espi-rituaes, nao quero, ir-
maos, que sejaes ignorantes.
2 Yos bem sabeis que ereia
gentios, levados aos idolosmudos, conforme ereis guia-dos.
3 Portanto vos fa9o noto-rio que ninguem que falla
pelo Espirito de Deus cha-ma anathema a Jesus; eninguem pode dizer queJesus e Senhor, senao peloEspirito Sancto.
4 Ora ha diversidade dedons, porem o Espirito e omesmo.5 E ha diversidade de
ministerios, mas o Senhore mesmo.6 E ha diversidade de ope-
ra9oes, porem e o mesmoDeus que obra tudo emtodos.
7 Mas a manifestacao doEspirito e dada a cada um,para o que for util.
8 Porque a um pelo Espi-rito e dada a palavra dasabedoria; e a outro, pelomesmo Espirito, a palavrada sciencia
;
9 E a outro, pelo mesmoEspirito, a fe; e a outro,
pelo mesmo Espirito, osdons de curar
;
10 E a outro a operates© demaravilhas ; e a outro a pro-
I. CORINTHIOS, Xn. 847
phecia ; e a ontro o dom de!cada nm d'elles como
discernir os espiritos; e a
outro a variedade de lin-
gnas; e a outro a inter-
pretacao de linguas.
11 Mas Tim so e o mesmoEspirito obra todas estas
coisas, repartindo particu-
larmente a cada um comoquer.
12 Porqne assim como o
corpo e um, e tem muitosmembros, e todos os mem-bros sendo muitos, sao ums6 corpo, assim e Christo
tambem.13 Porque todos nos fomostambem baptizados em umEspirito para um corpo,
quer judeos, quer gregos,
quer servos, quer livres, e
todos temos bebido de umEspirito.
14 Porque tambem corponao e um so membro, senaomuitos.
15 Se o pe disser : Porquenao sou mao, nao sou docorpo
;por isso nao sera do
corpo ?
16 E se a orelha disser:
Porque nao sou olho, naosou do corpo
;por isso nao
sera do corpo ?
17 Se todo o corpo fosse
olho, onde estaria o ouvido.
Se todo fosse ouvido, ondeestaria o olfacto ?
18 Mas agora Deus collo-
cou OS membros no corpo,
quiz.
19 E, se todos fossem umso membro, 'onde estaria o
I
corpo ?
20 Agora pois ha muitosmembros, porem um so
corpo.
21 E o olho nao podedizer a mao: Nao tenhonecessidade de ti : nemainda a cabe^a aos pes
:
Nao tenho necessidade dev6s.
22 Antes, os membros docorpo que parecem ser os
mais fracos sao necessarios;
23 E OS que reputamosserem menos honrosos nocorpo, a esses honramosmuito mais ; e os que emnos sao menos honrosos
teem muito mais atavio.
24 Porque os que em nossao mais honestos nao teemnecessidade d'isso ; masDeus ordenou o corpo, dan-
do muito mais honra aoque tinha falta d'ella
;
25 Para que nao haja
divisao no corpo, mas que03 membros tenham egual
cuidado uns dos outros.
26 De maneira que, se
um membro padece, todos
OS membros padecem comelle; e se um membro e
honrado, todos os membrosse regozijam com elle.
27 Ora v6s sois o corpo de
848 I. COEIKTEIOS, XII, XIII.
Clir'sto, e membros emparticular.
28 E a uns poz Dens naegreja, primeiramente apos-
tolos, secundariamente pro-
phetas, em terceiro logar
doiitores,depois potestades,
depois dons de curar, soc-
corros, governos, varieda-
des de licguas.
29 Poryentura mo todos
apostolos? sdo todos pro-
phetas? sdo todos dou-tores? sdo todos potestades?
30 Tem todos o dom decurar ? fallam todos diversas
linguas ? interpretam to-
dos?31 Portanto, procuraecom zelo cs melliores dons
;
e eu' vos mostrarei nmcaminho ainda mais ex-
cellente.
CAPITULO xin.
AINDA que eu fallasse as
linguas dos homens e
dos anjos, e nao tivesse
caridade, seria como o
metal que soa ou como osino que tine.
2 E, ainda que tivesse o
dom da prophecia, e conbe-cesse todos os mysteries e
toda a Bciencia, e ainda quetivesse toda a fe, de manei-ra tal quo transpozesse os
montes, e ri2o tivesse cari-
dade, nada sei ia.
3 E, ainda que distri-
buisse toda a minha for-
tuna para sustento dos
pohes, e ainda que entre-
gasse o meu corpo para ser
queimado, e nao tivesse
caridade, nada me apro-veitaria.
4 A caridade e soffredora,
e benigna: a caridade naoe invejosa : a caridade naotrata com leviandade, naose ensoberbece,
5 Nao irata com inde-cencia, nao busca os sensinteresses, nao se irrita,
nao suspeita mal
;
6 Nao folga com a injus-
ti5a, porem folga com averdade
;
7 Tudo soflfre, tudo ere,
tudo espera, tudo supporta.
8 A caridade nuncaacaba: porem, sejam pro-
pbecias, hao de ser aniqui-
ladas : sejam linguas, cessa-
rao; seja sciencia, sera
aniquilada
;
9 Porque, em parte, co-
nhecemos, e em parte pro-phetizamos
;
10 Mas, quando vier oque e perfeito, entao o quee em parte sera aniqui-
lado.
11 Quando eu era menino,fallava como menino, sentia
como menino, discorria co-
mo menino, mas logo quecheguei a ser homem.
I. COEIN'THIOS, XIII, XIV. 349
acabei com as coisas de I que falla linguas estranlas,
meninos.|a nao ser que tambem in-
12 Porqtie agora vemos ' terprete, para que a egrejapor espelho em ecigma,
\
receba edificacao.
mas entao Yeremos face a' 6 E agora, ii-maos, se en
face : agora conhe^o em,for ter comvosco fallando
parte, mas entao conhe-'lingnas estranhas, que vos
cerei como tambem sou.aproveitaria, se vos nao
conliecido. fallasse on por revelagao13 Agora, pois, permane- 1 on por sciencia, on porcem estas tres: a fe, a es- jprophecia,oupordoutrma?peranga e a caridade; po-| 7 Da mesma sorte, se asrem, a maior d'estas e a coisas inanimadas, que fa-
earidade.j
zem sonido, seja flauta,
seja cithara, nao formarem
r A -DTT^-TT r\ -TTv i
^^^^ distiuctos, como seOAPii LLU Xi V.I
,^^.^j.^ Q q^Q gg ^^^^ ^^^ ^SEGUI a caridade, e pro-
j
flauta on com a cithara?cnraecom zelo os dons
^8 Porqne, se a trombeta
espirituaes, mas principal-; der sonido incerto, qnem se
mente o de prophetizar.| preparara para a batalha ?
2 Porque o que falla lin-j
9 Assim tambem tos, segna estranha nao falla aos com a lingua nao pronun-homens, senao a Deus
;por
qne ninguem o entende, e
em espirito falla myste-ries.
3 Mas o qne prophetizafalla aos bomens para edi-
fica(;ao, exhorta^ao e con-solagao
ciardes palavras bem in-
telLgiTeis, como se enten-dera o que se diz ? porqueestareis como que fallandoao ar.
10 Ha, por exemplo, tanto3 generos de vozes numundo, e nenbuma d'ellas
4 O qne falla lingua es-1e muda.
tranha edifica-se a si mcs- 1 11 Porem, se en ignorar omo, mas o que prophetiza valor da voz, serei barbaroedifica a egreja,
5 E en quero, qne todosTOS falleis linguas estraiihas,
raas mutto mais que prophe-tizeis, ix)rquo o que pro-
para aquelle a quem fallo,
e o que falla sera barbaropara mim.12 Assim tambem vos,
pois que desejaes dons es-phetiza e maior do que o
Ipirituaes, procnrae abnn-
350 I. CORINTHIOS, XIV.
dar ii'eUes, para edificagao ! For gente d'oniras lingtiaSj
da egreja.j
e por outros labios, fallarei
13 Pelo que, o qne falla ' a este povo ; e ainda assimlingua estranha ore paraque possa iuterpretar,
14 Porque, se eu orar emlingua estranha, o meu es-
pirito ora hem, mas omeu entendimento fica semfructo.
15 Que farei pois ? Orarei
com o espirito, mas tam-bem orarei com o entendi-
mento: cantarei com o es-
me nao ouvirao, diz o Se-nhor.
22 De sorte que as lingnasestranhas sao um signal,
nao para os fieis, mas paraOS infieis; e a prophecia,nao para os infieis, mas paraOS fieis.
23 Se pois toda a egreja
se congregar n'um logar, e
todos fallarem linguas es-
piiito, mas tambem cantareij
tranhas, e entrarem indou-
com o entendimento.16 D'outra maneira, se tu
bemdisseres com o espirito,
como dira o que occupa o
logar de indouto: Amen,sobre a tua ben^ao, pois
nao sabe o que dizes ?
tos ou infieis, nao dirao
porventura que estaes lou-
cos?2i Mas, se todos prophe-
tizarem, e algum indoutoou infiel entrar, de todos econvencido, de todos e
17 Porque realmente tu 'julgado.
das bem as gramas, mas oj
25 E assim os segredos dooutro nao e edificado. seu cora^ao ficarao mani-18 Dou gramas ao meu ! festos, e assim, lan9ando-se
Deus, que fallo mais Lin-
guas do que yos todos.
sobre o seu rosto adorara aDeus, publicando que Deus
19 Porem eu antes quero esta verdadeirameuto entre
fallar na egreja cinco pala-
vras na minha intelligencia,
para que possa tambeminstruir os outros, do quedez mil palavras em linguaestranha.
20 Irmaos, nao sejaes me-ninos no entendimento, mas I ra9a-se
sede meninos na malicia,
6 adultos no entendimento.
vos.
26 Que fareis pois, ir-
maos? Quando vos ajun-
taes, cada um de tos tempsalmo, tem doutrina, temUn.gua estranha, tem reve-
la9ao, tem interpretagao.~tudo para edifi-
ca^ao.
27 E se alguem fallar lin-
21 Esta escripto na lei : :gua estranha, far^a-se isso
I. COPJNTHIOS, XIV, XV. 351
por dois, on quando miiito
por tres, e por vezes, e uminterprete.
28 Mas 66 nao honver in-
terprete, estejam calados naegreja; porem, falle com-sigo mesmo, e com Deus.29 E fallem dois ou tres
prophetas, e os outros jul-
gtiem.
30 Porem se a ontro, qneestiver assentado, for reve-
lada alguma colsaj cale-se oprimeiro.
31 Porqne todos podereis
prophetizar, um depois dooutro; para que todos
aprendam, e todos sejamconsolados.
32 E OS espiritos dos pro-
phetas estao Bujeitos aosprophetas.
33 Porque Deus nao e
Deus de confusao, senao depaz, como em todas as
egrejas dos sanctos.
34 As vossas mulheresestejam caladas nas egrejas
;
porque ihes nao e permitti-
do fallarem n'ellas ; mas queestejam snjeitas, comotam-bem ordena a lei.
35 E se querem aprenderalguma coisa, interroguemem casa a sens propiiosmaridos; porque e inde-
cento que as mulheres fal-
lem na egreja.
36 Porventura saiu d'entre
Yos a palavra de Deus ? Ou
nao veiu ella senao paraYOS?37 Se alguem cuida ser
propheta, ou espiritual, re-
conliega que as coisas quevos escrevo, sao manda-mentos do Senhor.38 Se alguem, porem, o
ignora, ignore.
39 Portanto, irmaos, pro-curae, com zelo,prophetizar,e nao prohibas fallar lin-
guas.
40 Mas faga-se tudo do-centemente e com ordem.
CAPITULO XY.
TAMBEM YOS notifico,
irmaos, o evangelhoque Jd YOS tenho annuncia-do; o qual tambem rece-
bestes, e no qual tambempermaneceis.2 Pelo qual tambem sois
salvos se o retiverdes tal
como Yol-o tenho annuncia-do; se nao e que crestea
em Yao.
3 Porque primeiramenteYOS entreguei o que tambemrecebi : que Christo morreupor nossos peccados, se-
gundo as Escripturas,
4 E quo foi sepultado, eque resuscitou ao terceiro
dia, segundo as Escriptu-
ras,
5 E que foi Yisto por Ce-phas, e depois pelos doze.
352 I. COEINTHIOS. XV.
6 Depois foi visto, umavez, por mais de quinhentosinnaos, dos quaes vive
ainda a maior parte, e
algurs dormem ja tambem.7 Depois foi yisto porThia-
go, depois por todos os
apostolos.
8 E por derradeiro de to-
dos foi visto tambem pormim,como porum abortivo.
9 Porqiie eu sou o menordos apostolos, que nao soudigno de ser chamado apos-
tolo, porque persegui aegreja de Deus.10 Mas pela graga de Deus
sou o que sou ; e a suagra^a para comigo nao foi
Ta, antes trabalhei muitomais do que todos elles;
todavia nao eu, mas a gra9a
de Deus, que esta comigo.11 Assim que seja eu ou
sejam elles, assim i)regamos6 assim baveis crido.
12 Ora, se se prega queChristo resiiscitou dos mor-tos, como dizem algunsd'entre vos que nao ha re-
surrei^ao do mortos ?
13 E, se nao ha resurrei-
(jao de mortos, tambemChristo nao resuscitou.
14 E, se Christo nao re-
suscitou, logo e va a nossaprega^ao, e tambem e vaa vossa fe.
15 E assim somos tambemachados falsas testemunhas
de Deus, pois testificamosde Deus, que resuscitou aChristo, ao qual porem naoresuscitou, se, na verdade,OS mortos nao resuscitam.16 Porque, se os mortos
nao resuscitam, tambemChristo nao resuscitou.
17 E, se Christo nao re-
suscitou, 6 va a vossa fe, e
ainda permaneceis nos vos-sos peccados.
18 E tambem os que dor-miram em Christo estaoperdidos.
19 Se esperamosem Chris-to so n'esta vida, somos osmais miseraveis de todosOS homens.20 Mas agora Christo re-
suscitou dos mortos, e foi
feito as primicias dos quedormem.21 Porque, assim como a
morte vein por um homem,tambem a resurrei(;ao dosmortos veiu por um ho-mem.22 Porque, assim como to-
dos morrem em Adao, assimtambem todos serao vivifi-
cados em Christo.
23 Mas cada um por suaordem: Christo as primi-cias, depois OS que sao deCliristo, na sua vinda.
24 Depois vird o fim,
quando tiver entregado oreino a Deus e ao Pae, e
quando houver aniquilado
I. COEINTHIOS, XV. 353
todo o imperio, e toda a po-
testade e for^a.
25 Porque convem qnereine ate que baja posto a
todos OS iuimigos debaixode seus pes.
26 Ora o ultimo inimigoque sera
morte.
27 Porque todas as coisas
Bujeitoa debaixo de seus
pes. Porem quando diz quetodas as coisas Jhe estao su-
jeitas, claro esta que ex-
ceptua aquelle que Ihe
sujeitou todas as coisas.
28 E, quando todas as
coisas Ihe estiverem sujeitas,
eatao tambem o mesmoFilho se sujeitara aquelle
que todas as coisas Ihe su-
jeitou, para que Deus seja
tudo em todos.
29 D'outra maneira, quefarao os que se baptizampelos mortos, se absoluta-
mente os mortos nao resus-
citam? Pois porque se
baptizam pelos mortos ?
30 Porque estamos nostambem a toda a hora emperigo ?
31 Cada dia morro pela
vossa gloria, a qual tenhoem Christo Jesus nossoSenhor.
32 Se, como homem, com-bati em Eplieso contra as
bestas, que me aproveita,
fie oa mortos nao resusci-
tam? Comamos e bebamos,que amanha morreremos.33 Kao vos enganeis: ag
mas coiiTersagoes corrom-pem OS bons costumes.3i Vigiae justamente e nao
pequeis;
porque al^^nius
aniquilado e a ; ainda nao teem o conlieci-
mento de Deus : digo-o paravergonba Tossa.
35 Mas alguem dira : Comoresuscitarao os mortos ? Ecom que corpo virao ?
36 Insensato! o que tnsemeias, nao -vivificara, seprimeiro nao morrer.
37 E, quando semeias, naoseineias o corpo que ha denascer, mas o simples grao,
como de trigo, ou d'outraqualquer semente.
33 Mas Deus da-lhe ocorpo como quer, e a cadasemente o seu proprio corpo.
39 Nem toda a came e
uma mesma carne, mas umae a carne dos homens, e
outra a came dos animaes,e outra a dos peixes, e outraa das aves.
dO E Aa corpos celestes e
corpos terrestres, mas umae a gloria dos celestes e
outra a dos terrestres.
41 Outra e a gloria do sol,
e outra a gloria da lua, e
outra a gloria das estrel-
las; porque uma estrella
differe em gloria (foutra
estrella.
354 I. COEINTHIOS. XV.
42 Assim tambem a re-
Burreicao dos mortos. Se-
meia-se o corpo em corrup-
9ao, resuscitara em incor-
rup(;ao.
43 Semeia-se em igno-
minia, resuscitara em glo-
ria. Semeia-se em fraqueza,
resuscitara com vigor.
44 Semeia-se corpo ani-
mal, resnscitara corpo espi-
ritual. Ha corpo animal, e
ha corpo espiritual.
45 Assim esta tambemescripto: primeiro ho-
mem, Adao, foi feito emalma vivente : o ultimo
Adao em espirito vivifi-
cante.
46 Mas nao e primeiro oespiritual, senao o animal
;
depois o espiritual.
47 primeiro homem, daterra, e terreno ; o segundohomem, o Senhor, e doceu.
48 Qual terreno, taes sao
tambem os terrenos ; e, qualo celestial, taes tambem os
celestiaes.
49 E, assim como trouxe-
mos a imagem do terreno,
assim traremos tambem aimagem do celestial.
50 Porem digoisto,irmaos:
que a carne e o sanguenao podem herdar o reino
de Deus, nem a corrupgaoherda a incorrup(;ao.
61 Eis aqui vos digo um
mysterio : Na verdade, nemtodos dormiremos, mas to-
dos seremos transforma-dos,
52 N'um momento, n'umabrir e fecliard'olhos,ao somda ultima trombeta; porquea trombeta soara, e os mor-tos resuscitarao incorrupti-veis, e nos seremos trans-
formados.53 Porque convem que
este corpo corruptivel se
revista da incorruptibili-
dade, e que este corpo mor-tal se revista da immorta-lidade.
64 E, quando este corpo
corruptivel se revestir daincorruptibilidade, e este
corpo mortal se revestir daimmortalidade, entao cum-prir-se-ha a palavra queesta escripta : Tragada foi
a morte na victoria.
55 Onde esta, 6 morte oteu aguilhao? Onde esta,
6 inferno, a tua victoria ?
56 Ora o aguilhao da mortee o peccado, e a for^a dopeccado e a lei.
57 jNIas gragas a Deus quenos da a victoria por nossoSenhor Jesus Christo.
68 Portanto, mens amadosirmaos, sede firmes e cons-
tantes, sempre abundantesna obra do Senhor, sabendoque o vosso trabalho nao e
vao no Senhor.
CAPITULO XYI.
COEIN'THIOS, XYI. 355
I abriu ; e ha muitos adver-
I
sarios.
EA, qnanto a collecta , 10 E, eg Tier Timotheo,
qne se faz para os , olhae que esteja sem temor
sanctos, fazei vos tambem comvosco;porqne trabalha
como oraenei as egrejas aaG^lacia.
2 No primeiro dia da se-
mana cada mn de tos po-
nha de parte o que poderajnntar, conforme a suaprosperidade, para que se
nao facam as collectas
qnando eu chegar.
3 E, qnando tiver chega-do, enviarei aos que porcartas approvardes paraqne levem a vossa dadiva atJernsalem,
4 E, se a coisa for dignade qne en tambem ya, irao
comigo.5 Irei porem a vos depois
na obra do Senhor, como entambem.11 Portanto ningnem o
despreze, mas acompa-nhae-o em paz, para qneyenha ter comigo : porqneespero com os irniaos.
12 E, acerca do irmaoApollos, roguei-lhe muitoque fosse a yos com os ir-
maos, mas, na yerdade, naoteye yontade de ir agora;ira porem qnando se iheoffereca boa occasiao.
13 Vigiae, estae firmesna fe : portae-yos yaronil-mente, e fortalecei-yos.
14 Todas as yossas coisas
de ter passado pela Mace- sejam feitas com caridade.
donia; (porque tenho depassar pela Macedonia).6 E bem pode ser qne
fiqne comyosco, e passetambem o inyemo, para que >
me acompanbeis aondeqner qne en for.
7 Porqne nao yos qneroagora yer de passagem, masespero ficarcomyosco algumtempo, se o Senhor o per-mittir.
8 Ficarei porem em Ephe-Bo ate ao Pentecostes
;
9 Porqne nma porta
grande © efficaz se me
15 Eogo-yos porem, ir-
maos, pois sabeis qne a casade Estephanas e as primi-cias da Acbaia, e que se
tem dedicado ao ministerio
dos sanctos,
16 Qne tambem vos snjei-
teis aos taes, e a todoaquelle qnejnntamente obrae trabalha,
17 Folgo porem da vindade Estephanas, e de Fortu-nato e de Achaico
;porqne
estes Buppriram o qne dayosssi pa fte me faltava.
18 Porpue recrearam ^^
356 II. COEINmen espirito e o vosso.
Eeconliecei pois aos taes.
19 As egrejas da AsiaYos saudam. Saudam-vosaffectnosamente no SenhorAqnila e Priscila, com ae.jrreja que esta em sua casa.
1:0 Todos OS irmaos vossaudam. Saudae-vos nnsaos outros com osculo
sancto.
THIOS, I.
21 Sandagao de mmhapropria mao, de Paulo.22 Se alguem nao ama aoSenhor Jesus Christo, seja
anathema, maranatha.23 A gra(^a do Senhor
Jesus Christo seja comvos-co.
24 men amor seja comtodos Yos em Christo Jesus.
Amen.
SEGIIN'DA EPISTOLA DE S. PAULO APOSTOLO
AOS CORINTHIOS.
CAPITULO I.
PAULO, apostolo de JesusChristo, pela vontade
de Deus, e o iiTQao Timo-theo, a egreja de Deus, queesta em Corintho, com todos
OS sanctos que estao emtoda a Achaia
:
2 Gra(^a e paz de Deusnosso Pae e do Senhor Jesus
Christo.
3 Bemdito seja o Dens e
Pae de nosso Senhor JesusChristo, Pae das miseri-
cordias e o Deus de toda aconsola(;ao
;
4 Que nos consola em toda
a nossa tribula(;ao, para quetambem possamos consolar
OS que estiverem em al-
guma tribula^ao, com aconsola(jao com que nosmesmos somos consoladosde Deus.5 Porque, como as afflic-
coes de Christo abundamem nos, assim tambem anossa consolagao abundapor Christo.
6 Mas, se somos attribu-
lados, e para vossa consola-
Qao e salvagao, ou, se somosconsolados, para vossa con-solac^ao e salvaqao e, a qualse obra na tolerancia dasmesmas afi3ic9ues que nostambem padecemos
;
7 E a nossa esperan(;!a
acerca devos e firme, saben-
II. COEDsTHIOS. I. 357
do que, como sois partici-
pantes das aflBicQues, assimo sereis tambem da consola-
^ao.
8 Porqne nao qiieremos,
irmaos, que ignoreis a nossa
trilmla^ao que nos sobre-
veiu na Asia, que sobre-
maneira fomos aggravadosmais do que podiaraos sup-portar, de modo tal que ate
daTidaestivemos em grandeduvida.9 De modo que jd em nosmesmos tinliamos a sen-
tenga de morte, para que
tras coisas tos escrevemos,sena:) as que jd sabeis outambem reconlieceis ; eespero que tambem at4 aofim as reconhecereis.
14 Como tambem jd emparte nos tendes reconhe-cido, que somos a Yossagloria, como tambem v6ssereis a nossa no dia doSenhor Jesus.
15 E com esta confiancaquiz primeiro ir a vos, paraque tivesseis uma segundagraga.
16 E por vos passar anao confiassemos em nos ' Macedonia, e de Macedoniamesmos, mas em Deus, que I ir outra Yez a vos, e ser
resuscita os mortos :}
gniado por tos a Judea.10 qual nos liYron de
j
17 Assim que, deliberandotao grande morte, e livra
; isto, usei porYentura deainda, no qual esperamos
^
leviandade V Ou o que de-que ainda tambem nos U- j libero, odelibero ©ori-eniumvrara. segundo a carne, para que11 Ajudando-nos tambem haja em mim sini, sim e
Yos com oracao por nos, nao, nao ?
para que pela merce, quepor muitas pessoas nos foi
18 Antes Deus e fiel, e
sdbe que a nossa palavrafeita, por muitas tarahem
\para comYosco nao foi sim,
Bcjam dadas gramas por nos.|e nao.
12 Porque a nossa gloriaj
19 Por^ue o Filho dee esta: o testemunho da Der^, Jesus Christo, quenossa conscienoia, de quecom simplicidade e sin-
ceridade de Deus, nao comsabedoria carnal, mas comgra?a de Deus, nos houYe-raos no mundo, e maior-mente comYosco.13 Porque nenhumas ou-
por nos foi pregado entreYOS, a saber, por mim, eSilYano, e Timotheo, naofoi Sim e Nao; mas n'elle
houYe Sim.
20 Porque todas quantaspromessas ha de Deus, sax)
n'elle Sim, e n'elle Amen,
358 11. COEINTHIOS, I, II.
para gloria de Deus pornos.
21 Mas o que nos confirmacomvosco em Christo, e o
que nos ungiu, e Deus
:
22 qual tambem nossellou e deu o penlior doEspirito em nossos coracoes.
23 Porem invoco a Deuspor testemunha sobre a
minha alma, que para vos
escusar nao tenho ate agora
ido a Corintho;
24 Kao que tenhamos do-
minio sobre a Yossa fe, masporque somos cooperadores
do Tosso gozo;porque pela
fe estaes emjpe.
CAPITULO n.
POEEM deliberei isto co-
migo mesmo : nao ir
mais a vos com tristeza.
2 Porque, se eu vos entris-
tego, quern e que me ale-
grara, se nao aquelle quepor mim foi contristado ?
3 E escrevi-vos isto mes-mo, para que, quando Id
for, nao tenha tristeza dosque devera alegrar-me
;
confiando em vos todos, quea minha alegria e a de to-
dos vos.
4 Porque pela muita tribu-
la^ao e angustia de cora9aovos escrevi com muitas la-
grimas, nao para que vosentristecesseis, mas para
que conbecesseis o amor queabundantemente vos tenho.
5 Porque se alguem mecontristou, nao me contris-
tou a mim senao em parte,
para vos nao sobrecarregaia vos todos.
6 Basta-lhe ao tal esta
reprehensao feita por mai-tos:
7 De maneira que antespelo contrario deveis per-doar-ZAe e consolal-o, paraque o tal nao seja de modealgum devorado de dema-siada tristeza.
8 Pelo que rogo-vos, queconfirmeis para com elle ovosso amor.9 Porque para isso vos
escrevi tambem, para poiesta prova saber, se sois
obedientes em tudo.
10 E a quern perdoardesalguma coisa tambem eu;porque se eu tambemperdoei, se e que tenhoperdoado por amor) de voso fiz na presen(;a de Christo;
para que nao sejamos ven-cidos por Satanas
;
11 Porque nao ignoramoaOS sous ardis.
12 No demais, quandocheguei a Troas para pre-gar o evangelho de Christo,
e abrindo-se-me a porta noSenhor, nao tive repouso nomeu espirito, porque naoachei alJi meu irmao Tito.
n. COEIXTHIOS, II, IIL
13 Porem despedindo-med'elles, parti para Mace-donia.
14 E gragas a Deus, queBempre nos faz triumpliar
em Christo, e pornos mani-festa em todo o logar o
cheiro do seu conheci-mento.15 Porqne para Deus so-
mos o bom cheiro de Christo
em OS que se salvam, e em08 que se perdem
:
16 Para estes certamentecheiro de morte para mor-te ; mas para aquelles chei-
ro de vida para yida. Epara estas coisas quern e
idoneo ?
17 Porque nos nao somos,como muit<;s, falsificadores
da palavra de Deus, antesCallamos de Christo comsinceridade, como de Deusna presenga de Deus.
CAPITULO in.
POPvVENTURA come9a-mos outra yez a lou-
var-nos a nos mesmos? Ounecessitamos, como alguns,de cartas de recommenda-9ao para vos, ou de recom-mendagao de yos ?
2 Vos soia a nossa carta,
escripta em nossos cora(;Oes,
conhecida e lida por todosOS homens.3 Porque jd e manifesto,
que vos sois a
359
carta deChristo, administi'ada pornos, e escripta, nao comtinta, mas com o Espirito
de Deus vivo, nao em taboasde pedra, mas nas taboasde came do coragao.
4 E e por Christo quetemos tal confian^a emDeus:5 Nao que sejamos capa-
zes, por nos, de pensar al-
guma coisa, como de nosmesmos; mas a nossa capa-cidade vera de Deus:6 qual nos fez tambem
capazes de ser ministros donovo testamento, nao dalettra, mas do espirito
;por-
que a lettra mata, e o espi-
rito vivifica.
7 E se o ministerio damorte, gravado com lettras
em pedras, foi para gloria,
de maneira que os filhos deIsrael nao podiam fitar osolhos na face de Moyses,por causa da gloria do seurosto, a qual era transitoria,
8 Como nao sera de maiorgloria ministerio do espi-
rito?
9 Porque se o ministerioda coiidemna9ao foi glorio-
so, muito mais excederaem gloria o ministerio dajusti9a.
10 Porque tambem oque foi glorificado, n'esta
parte nao foi glorificado
360 II. COKDs'THIOS, ni, IV.
por causa d'esta excellente|
glorii CAPITULO IV.
11 Porqne se o qne era T)ELO qne, tecdo este mi-transitorio foi para gloria, i
-t Eisterio, segundo amuito mais e em gloria o i misericordia que nos foi
que perraanece.j
feita, nao desfalecemos.
12 Assiai que tendo tal | 2 Antes, rejeitamos as coi-
sas que por verfronha se
cccultam, nao andando comastucia nem falsificando apalavra de Deus, mas en-commendando-nos a con-scieucia de todo o homeni,na presenca de Deus, pelamauifesta^ao da verdade.
3 Porem se tambem o nos-so evangelho esta encoberto,para os que se perdem estaencoberto
:
4 Nos quaes o Deus d'este
seculo cegou os entendi-mentos dos incredulos, paraque Ibes nao resplande(;a aluz do evangelbo da gloria
de Christo, que e a imagemde Deus.5 Porque nao nos pre-
gamos a nos mesmos, mas aChristo Jesus, o Seubor;e nos mesmos somos vossosservos por amor de Jesus.
6 Porque Deus, que disse
que das trevas resplande-
cesse a luz, e quern res-
plandeceu em nossos cora-
9oes, para illuminac^ao doconbecimento da gloria deDeus, na face de Jesus
esperanca, nsamos de mui-ta onsadia no fallar.
13 E nao somos comoMoyses, que punba um yeusobre a sua face, para queOS filbos de Israel nao fitas-
sem OS olbos no tim doque era transitorio.
14 Porem os seus sentidosforam endurecidos : porqueate dia de boje, o mesmoveu fica por descobrir naligao do Teibo testamento,o qual foi por Christo abo-Mo:15 Antes ate o dia de hoje,
quando e lido Movses, o Teuesta posto sobre o coraraod'elles.
16 Porem quando se con-verterem ao Senhor, entdo
o veu se tirara.
17 Ora Senhor e o Espi-rito ; e onde esta o Espi-rito do Senhor, ahi ha liber-
dade.
18 E attentando nos todoscom cara descoberta, comou'um espelho, para a gloria
do Senhor, somos trans-
formados de gloria em gloria na mesma imagem, como
|
Christo.
pelo Espirito do Senhor. | 7 Temos porem este the-
II. COKINTHIOS, IV, V.
sonro em vasos de barro,
para que a excellencia daefficacia seja de Deus, e naodo nos.
8 Em tndo sr/mos attribn-
lados porem nao angustia-
dos: perplexes, porem naodesesperados
:
9 Perseguidos, porem naodesamparados : abatidos,
porem nao perdidos
:
10 Trazendo sempre portoda a parte a mortificagao
do Senhor Jesus no nosso
ooT-po, para que a vida deJesus se manifeste tambemem nossos corpos
;
11 Porque nos, que viye-
mos, estamos sempre entre-
gues a morte por amor de
Jesus, para que a vida deJesus se maniieste tambem
j
em a nossa came mortal.
12 De maneira que em ' (Veste tabemaculo se desfi-
nos obra a morte, porem em|
zer, temos de Deus um edi-
86)
(jas de muitos, abunde paragloria de Deus.16 Por isso nao desfalece-
mos : mas ainda que onosso homem exterior es
corrompa, o interior com-tudo se renoya de dia emdia.
17 Porque a nossa leve emomentanea tribula^ao pro-duz-nos um peso eterno degloria mui excellente.
18 Porquantonaoattenta-mos para as coisas que seveem, mas para as que se
nao veem; porque as quese veem sao temporaes, e asque se nao veem sao etemas.
CAPITULO Y.
POEQUE sabemos, que se
a nossa casa terrestre
v68 a vida.
13 E temos portanto o
mesmo espirito de fe, comoesta escripto : Cri, por isso
fallei : nos cremos tambem,por isso tambem fallamos.
14 Sabendo que o queresuscitou o Senbor Jesus,
nos resuscitard tambem porJesus ; e nos collocara com-vosco.
15 Porque todaa estas
coisas sao por amor de vos,
para que a graga, queabunda pela ac9ao de gra-
j
ficio, uma casa nao feita' por maos, eterna nos ceus.
12 E por isso tambem ge-
i memos desejando ser reves-
I
tides da nossa habita<;ao,
que e do ceu
;
3 Se todavia formos acba-
dos vestidos, e niio nus.
4 Porque tambem nos, oa
que estamos n'est". tabema-culo, geraemos carregados
;
porque nao queremos ser
desp/dos, mas revestidos,
para que o mortal seja
absorvido pela vida.
362 n. COEINTHIOS, V.
5 Ora, o que para isto
mesmo nos preparou, fox
Deus, o qual nos deu tam-bem o penhor do Espirito.
6 Pelo que estamos semprede bom animo, e sabemosque babitando no corpo,
vivemos ausentes do ISe-
nhor.
7 (Porque andamos porfe, e nao por vista.)
8 Porem temos confiaTi9a
e desejamos muito deixar
este corpo, e babitar com o
Senbor.9 Pelo que muito deseja-
mos tambem ser-lhe agra-
dayeis, quer presentes, querausentes.
10 Porque todos devemoscomparecer ante o tribunal
de Cbristo, para que cadaurn receba segundo o quetiverfeito no corpo, ou bem,ou mal.
11 Assim que, sabendo o
temor que se deve ao Senborpersuadimos os bomens a/e, e somos manifestos a
Deus ; mas espero que nas
vossas consciencias estare-
mos tambem manifestos.
12 Porque nao nos recom-mendamos outra vez a v6s
;
mas damos-vos occasiao devos gloriar de nos, para quetenbaes que responder aos
que se gloriam na appa-rencia, e nao no cora^ao.
13 Porque se eulouquece
mos, e para Deus; e se
conservamos o juizo, e paravos.
14 Porque o amor deCbristo nos constrange, jul-
gando nos isto : que, se ummorreu por todos, logo to-
dos morreram.15 E elle morreu por todos,
para que os que vivem naovivam mais para si, senaopara aquelle que por elles
morreu e resuscitou.
16 Assim que d'aqui pordiante a ninguem conbece-mos segundo a carne, eainda que tambem tenha-mos conbecido Cbristo se-
gundo a carne, todaviaagora ja o nao conbecemosd'este modo.
17 Assim que se alguemestd em Cbristo nova crea-
tura e: as coisas velbas ja
passaram ; eis que tudoesta feito novo.
18 E tudo isto provem deDeus, que nos reconciliou
comsigo mesmo por JesusCbristo, e nos deu o minis-terio da reconcilia^ao.
19 Porque Deus estava emCbristo reconciliando com-sigo o mundo, nao Ibes
imputando os seus pecca-
dos ; e poz em nos a palavrada reconcilia9ao.
20 De sorte que somosembaixadores da parte deCbristo, como se Deus por
nos rogasse. Rogamos-vospois da parte de Christo,
que vos reconcilieis comDens.-21 Aqnellequeiiaoconhe-ceu peccado, fel-o pecca-
do por nos;para que n'elle
fossemos feitos justifa deDeus.
E
n. COEINTHIOS, Y, VL 363
armas da justiga, a direita
e a esquerda,
8 Por honra e por deshon-ra, por infamia e por boafama : como enganadores, esendo verdadeiros
:
9 Como desconhecidagmas sendo bem conhecidos
:
como morrendo, e eis .que,
vivemos: como castigados,
e nao mortos
:
10 Como contristados, massempre alegres: como po-
CAPITULO YI.
NOS, como cooperadores.
vosexhortamosquenaoj
bres, mas enriquecendo arecebaes a graga de Deus muitos : como nada tendo.
em vao;
2 (Porqne diz: Ouvi-te
em tempo acceitavel e soc-
corri-te no dia da salva^ao
:
Eis aqui agora o tempoacceitavel, eis aqui agora o
dia da salva9ao.)
3 Nao demos escandalo
em coisa alguma, para queo ministerio nao seja vitu-
perado.
4 Antes, como ministros
de Deus, nos fazemos agra-daveis em tudo : na muita
e possuindo tudo.
11 6 corinthios, a nossabocca aberta esta para vos,
o nosso cora9ao esta dila-
tado.
12 Nao estaes estreitado3
em cos ; mas estaes estrei
tados nas vossas entra-
nbas.
13 Ora, em recompensad'isto, (fallo como a filhos)
dilatae-YOS tambem tos.
14 Nao Yos prendaes des-
egualmente ao jugo comtolerancia,nas afi9iccoes,nas os infieis; porque, que par-necessidades, nas angustias, i ticipacao tem a justiga com5 Nos a?oites, nas pris^es,
Ia injustica ? E que com-
nas revoltas, nos trabalhos,! municacao tem a luz, com
nas vigilias, nos jejuns,j
as trevas ?
6 Na pureza, na scien- 1 15 E que Concordia hacia, na longanimidade, na
|
entre Christo e Belial ? Oubenignidade, no Espirito
|
que parte tem o fiel com oSancto,no amor nao fingido, I infiel V
7 Na palavra da verdade,\16 E que consentimento
no poder de Deus, pelas . tem o templo de Deus com
364 II. COKDsTHIOS, VI. VH.OS idolos ? Porque vos sois
o templo do Deus vivente,
como Deus disse: N'elles
habitarei, e entre elles an-
darei: e eu serei o seu
Deus e elles serao o meupovo.
17 Pelo que sahi do meiod'elles, e apartae-vos, diz o
Senhor ; e nao toqueis coisa
immunda, e eu vos rece-
berei
:
18 E eu serei para vosPae 6 vos sereis para mimfilhos e filhas, diz o Senhortodo poderoso.
CAPITULO YII.
OEA, amados, pois quetemos taes promessas
purifiquemo-nos de toda aimmundicia da carne e doespirito, aperfeicoando a
sanctificafao no temor deDeus.2 Recebei-nos ; a ninguem
aggravamos, a ninguemcorrompemos, de ninguembuscamos o nosso pro-
veito,
3 Kao digo isto para vossa
condemna^ao;
pois ja
d'antes tinlia dito, queestaes em nossos corafuespara juntamente morrer e
yiver.
4 Muita confian(;a tenho
para comvosco : tenho mmidigloria de vos: estou cheio
de consola^ao: superabundode gozo em todas as nossastri jukfoes.
6 Porque ainda quandochegamos a Macedonia, anossa carne nao teve re-
pouso algum; antes emtudo fomos attribulados
:
por fora combates, temorespor dentro.
6 Mas Deus que consolaOS abatidos, nos consoloucom a viuda de Tito.
7 E nao somente com a suavinda, senao tambem pela
consola^ao com que foi
consolado de vos, contando-nos as vossas saudades, ovosso cboro, o vosso zelo
por mim; de maneira quemuito me regozijei.
8 Porque ainda que vosconstristei com a carta, naome arrependo : se bem queme arrependi, por ver queaquella carta vos contris-
tou, ainda que por poucotempo.9 Agora folgo,'nao porque
fostes contristados, masporque fostes contristados
para o arrependimento
;
porque fostes contristados
segundo Deus ; de maneiraque por nos nao padecestes
damno em coisa alguma.10 Porque a tristeza se-
gundo Deus, obra arre-
pendimento para a salva(;ao,
da qual ninguem se arro-
365
16 Assim que me regozijo
de em tudo me poderconfiar de vos.
11. COEINTHIOS, Yll, YIII.
pende; mas a tristeza domundo obra a morte.
11 Porque, quanto cni-
dado Kao produziu isto
mesmo em tos, que se-
gundo Deus fostes contris-
tados! que apologia, queiudigua^ao, que temor, quesaudades, que zelo, quevinganga! em tudo mos-trastes estar puros n'este
negocio.
12 Portanto ainda que tos'^screvi, nao foi por causado que fez o aggravo, nempor causa do que soffreu oaggravo, mas para que a
CAPITULO YIII.
TAMBEM, irmaos, yosfazemos saber a gra9a
de Deus dada as egrejas daMacedonia.2 Que a abnndancia do
seu gozo redundou emmuita prova de tribula^ao,
e a sua profunda pobreza,em riquezas de sua bene-ficencia.
3 Porque, segundo o seupoder (o que eu mesmo
nossa diHgencia^por yos
i testifico), e ainda sobre seuI poder, /orar/i voluntarios.
I 4 Pediado-nos com muitosI
rogos que acceitassemos amerce e a communica9aod'este servigo, que se faziapara os sanctos.
5 E fizeram nao somenfecomo nos esperavamos, masa si mesmos se deramprimeiramente ao Senhor,e depots a nos, pela Yontadede Deus.6 De maneira que exhor-
tamos a Tito, que assimglona para com Tito se como d'antes come^ou, as-
fosse manifesta diante deDeus.13 Por isso fomos con-
solados pela vossa conso-la^a-D, e muito mais nosalegramos pela alegria deTito, porque o seu espirito
foi recreado por yos todos.
14 Porque, se n'algumacoisa me gloriei de yos paracom elle, na>o fiquei enver-gonbado; antes como yosdissemos tudo com Yerdade,assim tambem a nossa
achou Yerdadeira.
15 E o seu affecto paracomvosco e mais abundante,lembrando-se da obedienciade YOS todos, e de como orecebestes com temor etremor.
Sim tambem acabe estamerce entre yos.
7 Portanto, assim comoem tudo abundaes em fe, eem palaYra, e em sciencia,e em toda a diligencia, eem a Yossa caridade para
q2
?66 n. COEIXTHIOS, YIIL
comnosco, assim tambemalDundeis n'esta graca.
8 Kao digo isto comoquern manda, senao tambempara provar, pela diligencia
dos outros, a sinceridade
da vossa caridade.
9 Porqiie jd sabeis a graga
de nosso Senhor Jesus-
Christo, que sendo rico, poramor de yos se fez pobre
;
para que pela sua pobrezaenriquecesseis.
10 E n'isto dou o meuparecer; porque isto vosconvem, a vos, 'que come-(;astes cao so a fazel-o, mastambem a querel-o desde o
anno passado.
11 Agora, porem, acabaetambem o ja comegado, paraque assim como o animo/otprompto em querel-o, assimtambem o seja em o acabar,
segundo que tendes.
12 Porque, se primeirohouver promptidao de Ton-tade, sera alguem acceito
segundo o que tem, e naosegundo o que nao tem.
13 Porem, nao digo isto
para que os outros tenhamallivio, e vos oppressao.
1-i Mas para egualdaden'este tempo presente, aTossa abundancia suppraa falta dos outros, para quetambem a sua abundanciasuppra a Tossa falta, paraque haja egualdade,
15 Como esta escripto:que muito colheu nao
teve de mais ; e o que pouco,nao teve de menos.16 Porem, gra9as a Deus,
que por vos poz a mesmadiligencia no coragao deTito:
17 iPois acceitou a exhor-tagao, e muito diligente
partiu Toluntariamente pa-ra YOS.
18 E com elle enviamosirmao, que tem louvor no
evangellio em todas asegrejas.
19 E nao so isto, mas foi
tambem escolhido pelasegrejas para comiDanheiroda nossa viagem, n'esta
graca, que por n6s e minis-trada para gloria do mes-mo Senhor, e promptidaodo vosso animo :
20 Evitando isto, queninguem nos vitupere n'esta
abundancia, que por nos eministrada
:
21 Como quern procura oque e honesto, nao so diantedo Senhor, mas tambemdiante dos homens.22 Com elles enyiamostambem nosso irmao, o qualmuitas vezes, e em muitascoisas ja experimentamosque e diUgente, e agoramuito mais diligente ainda
I
pela muita confianga que!para comvosco tem.
n. COEDsTHIOS, Yin, IX. 367
23 Quanto a Tito, c meu ' necessaria exhortar estes
companheiro, e cooperador ! irmaos, para que primeixo
j
fOSSem ter comyosco, e
preparassem primeiro aYossa bengao, jd d'antes
' annnnciada, para que esteja
:prompta como ben^ao, e
j
nao como escacez.
j6 E digo isto : Que o que
' semeia pouco, pouco tam-bem ceifara ; e o que se-
meia em abundancia, emabundancia tambem cei-
fara.
7 Cada nm contrihua se-
propoz no sencoracao; nao com tristeza,
ou por necessidade; porqueDeus ama ao que da comalegria.
8 E Deus e poderoso parafazer abundar em vos todaa gra9a, para que tendosempre, em tudo, toda asufficiencia, abundeis emtoda a boa obra
;
9 Conforme esta escripto :
para comvosco: quanto a
nossos irmaos, sdo embai-sadores das egrejas e gloria
de Christo.
24 Portanto mostrae paracom elles, peranto a face
das egrejas, a prova davossa caridade, e da nossagloria acerca de vos.
CAPITULO IX.
QUANTO a administra^ao
que sefaz a favor dos ' gundoBanctos, nao necessito es-
crever-vos
;
2 Porque bem sei apromptidao do vosso animoda qual me glorio de vospara com os macedonios
;
que Achaia esta promptadesde o anno passado, e o
vosso zelo tern provocadomuitos.
3 Porem enviei estes
irmaos, para que a nossa Espalhou, deu aos pobres :
permanecegloria, acerca de vos, naoseja va n'esta parte
;para
que (como ja disse) possaesestar promptos
:
4 Para que, se acaso os
macedonios vierem com-migo, e vos acharem desa-
j
vossa sementeira, e aug-percebidos, nao nos enver-
^
mentara os fructos da vossagonhemos nos (pordizermos vos) d'este firme
|
fundamento de gloria.
a sua justi9a
para sempre.10 Ora, aquelle que da
a semente ao que semeiatambem dara pao paracomer, e multiplicara a
naa ' justiQa
;
11 Para que em tudo
j
enrique9aes em toda a6 Portanto, tive por coisa
]beneficencia, a qual faz que
568 11. COEINTHIOS, IX, X.
por nos se deem gragas aDeus.12 Porqne a adminis-
tragao d'este seirnqo, naoso suppre as necessidades
nos sanctos, mas tambemabimda em muitas gra9as,
que se dao a Deus.13 Portanto, pela prova
d'esta admiiiistra9ao, glori-
ficam a-Deus pela submis-sao da yossa confissao ao
Evangelho de Christo, e
pela bondade da communi-cacao para com elles, e paracom todos
;
14 E pela sua oracao porv6s, tendo de vos saudades,
por causa da excellente
gra9a de Deus em vos.
15 Gragas a Deus pois
pelo seu dom ineffavel.
CAPITULO X.
ALEM d'isto, eu, Paulo,Yos rogo, pela man-
sidao e benignidade deChristo, que, na verdade,quando presente entre vos,
sou humilde, porem, au-
sente, ousado para com-vosco.
2 Eogo-vos pois, que quan-do estiver presente, naome veja obrigado a usarcom confianga da ousadia,
que se me attribue ter comalguns, quo nos julgam, co-
mo se andassemos segundoa came.
j
3 Porque andando naI
came, nao miUtamos se-
gundo a came.4 Porque as armas danossa milicia nao sao car-naes, mas sim poderosas emDeus, para destruifao dasfortalezas
;
5 Destruindo os conse-llios, e toda a altivez quese levanta contra o co-nhecimento de Deus, e le-
vando o captivo todo oentendimento a obedienciade Christo.
6 E estando promptos pa-ra vingar toda a desobe-diencia, quando for cum-prida a vossa obediencia.
7 Olhaes as coisas segundoa apparencia? Se alguemconlia de si mesmo que ede Christo, pense outravez isto comsigo, que as-
sim como elle e de Christo,
tambem nos somos deChristo.
8 Porque ainda que enme glorie mais algumacoisa do nosso poder, oqual o Senhor nos deu]}ara edificagao, e nao paranossa destruigao, nao meenvergonharei
;
9 Para que nao parc^acomo se quizera intimidar-vos por cartas.
10 Porque as cartas, di-
zem, sao graves e fortes,
mas a presen^A do corpo e
IL COEIN'THIOS, X, XI. 869
fraca, e a palavra despre- ! gra allieia, para nos glo-
zivel.j
riarmos no que estava ja
11 Pense o tal isto, qne ' preparado.quaes somos na palavra por 17 Porem aquelle que Be
cartas, estando ausentes, ' gloria glorie-se no Senhor.taes seremos tambem per , IS Porque nao e appro-obra, estando presentes. i vado quern a si mesmo se
12 Porque nao ousamos louva, mas sim aquelle acontar-nos, ou, comparar-
1
quern o Senhor louTa,
nos com alguns, que se[
louvam a si mesmos;porem
estes que se medem a si
mesmos comsigo mesmos, e
se comparam a si mesmosoomsigo mesmos, nada en-
tendem.13 Porem nao nos gloria-
remos fora de medida,
CAPITULO XI.
OXALA me supportassei;-;
um pouco na rrdnha
loucura ! Supportae - meporem ainda.
2 Porque estou zeloso devos com zelo de Deus
;
mas conforme a medida da i porque vos tenho p»repa-
regra, medida que Deus ! rado para vos apresentar
nos deu, para chegarmos ' covlo uma virgem pura a
ate vos
;
I
um marido, a saber, a
11 Porque nao nos es- Christo.
tendemos a nos mesmos 3 Mas temo que, assimnaais do que convem, como como a serpente enganouse nao liouvessemos de che- , Eva com a sua astucia,
gar ate vos;pois jcu chega- assim tambem sejam de
mos tambem ate vos no ' alguma sorte corrompidosevacgelbo de Ciiristo
:
j
03 vossos sentidos, e se
15 Nao nos gioriando fora apartem da simplicidade
de medida nos trabalhos > que ha em Christo.
alheios ; antes tendo espe-j
4 Porque se alguem vies-
ran^a de que, crescendo a , se pregar-vos outro Jesusvossa fe, seremos abun- ! que nos nao temos pregadodantemente engrandecidos
iou recebesseis outro espi-
entre vos, couforme a nos-\rito que nao recebestes, ou
sa regra
;
I outro evangeiho que nao16 Para annunciar o evan-
|
abra(;astes, com razao o
gelho nos logares que estao soffrerieis.
alem de vos ; e nao em re- ; 5 Porque penso que em
370 n. COEINTHIOS, XI.
nada fui inferior aos maisexcellentes apostolos.
6 E, se tambem sou rndena palavra, nao o sou com-tudo na sciencia; mas ja
em tudo nos temos feito
conliecer totalmente entre
TOS.
7 Peqnei porventTira, hn-milhando-me a mimmesmo,para que vos fosseis exalta-
dos, porque de gia^a vosannuuciei o evangelho deDens?8 Outras egrejas despojei
eu para vos servir, rece-
bendo d'ellas salario ; e es-
tando pre.-entemente com-vosco, e tendo necessidade,
a ninguem fui pesado.
9 Porque os irmaos quevieram de Macedonia, sup-priram a minlia necessi-
dade ; e em tudo meguardei de vos ser pesado,
e ainda me guardarei.
10 A verdade de Christo
esta em mim, que esta
gloria nao me sera impe-dida nas regioes de Acliaia.
11 Porque? Porque vos
nao amo ? Deus o sabe.
12 Mas eu o fa^o, e ofarei para cortar occasiao
aos que buscam occasiao,
para que, n'aquillo em quese gloriam, sejam acliados
assim como nos.
13 Porque taes falsos apos-
tolos sdo obreiros fraudu-
1 lentos, transfigurando - ss
I
era apostolos de Christo.! 14 E nao e maravilba,
I
porque o proprio Satanazse transfigura em anjo deluz.
15 Nao e muito pois queOS sens ministros se trans-
figurem em ministros dajustiga, o fim dos quaes seraconforme as suas obras.
16 Outra vez digo: nin-
guem me julgue insensato,
ou entao recebei-me comoinsensato, para que tambemme glorie um pouco.
17 que digo, nao o digosegundo o Senhor, mascomo por loucura n*esta
confianca de gloria.
18 Pois que muitos se' gloriam segundo a carne,' eu tambem me glcriarei.
19 Porque sendo sabios,
de boamente toleraes osinsensatos.
20 Pois toleraes se alguemvos poe em servidao, se al-
guem vos devora, se alguemvos apanba, se alguem se
exalta, se alguem vos fere
no rosto.
21 Por affronta o digo,
como se nos fossemos fracos,
mas no que qualquer tern
ousadia (com insensatea
fallo) tambem eu tenho ou-sadia.
22 Sao hebreos? tambemeu ; sao israelitas ? tambeiQ
11. COEINTHIOS, XI, XIL 371
en ; sao descendencia de i 30 Se convem gloriar-me,Abrahao? tambem eu;
Igloriar-me-hei das coisas da
23 Sao rmnistros de Chris-\minha fraqueza.
to (fallo como fora de ' 31 Deus e Pae de Nossomim) ? eu ainda mais ; em Senhor Jesus Christo, quetrabalhos, muito mais ; em
;
e eternamente bemdito, sa-
a9oites, mais do que elles ; ; be que nao minto.em prisues, muito mais ;
'62 Em Damasco o gOYcr-em perigo de morte muitas
! nador sob o rei Ai'etas pozvezes.
j
guardas as portas da cidade24 Kecebi dos judeos cinco , dos damascenes, para mequarentenas de a^oites me- prenderem.nos um. 33 E fui descido n'um25 Tres vezes fui agoitado cesto por uma janella dacom varas, uma vez fui muralha ; e assini escapeiapedrejado, tres yezes soffri
naufragio, uma noite e umdia passei no abysmo.26 Em Tiagens muitas
vezes, em perigos de rios.
de suas maos.
CAPITULO XII.
EM verdade que] nao con-vem gloriar-me ; mas
em perigos de salteadores,:
passarei as visoes e revela-
em perigos dos da minhaj
goes do Senhor.
nagao, em perigos dos gen- 1 2 Conheco um homem emtios, em perigos na cidade,
|
Christo que ha quatorzeem perigos no deserto, em i
annos (se no corpo nao sei,
perigos no mar, em perigos I se fora do corpo nao sei
:
entre os falsos irmaos27 Em trabalhos e fadiga,
em vigilias muitas vezes,
em fome e sede, em jejummuitas vezes, em trio e
nudez,28 Alera das coisas exte-
riores, ir.e sobrevem cadadia o cuidado de todas as
egrejas.
29 Quem enfraquece, queeu tambem nao enfraquega ?
Quem se escandaliza, queeu me nao abraze ?
Deus sabe) foi arrebatadoate ao terceiro ceu.
3 E sei que o tal homem(se no corpo, se fora docorpo, nao sei; Deus osabe)
4 Foi arrebatado ao parai-
so; e Guviu palavras inef-
faveis, de que ao homemnao e licito fallar.
5 De um tal me gloriarei
eu,mas de mim mesmo naome gloriarei, senao nas mi-
nhas fraquezas.
S72 11. COEINTHIOS, Xn.6 Porque, se quizer glo-
riar-me, nao serei nescio,
porque direi a verdade;porem deixo isto, para queninguemcuide de mim maisdo que em mim ye ou demim ouve.
7 E para que me nao exal-
tasse pelas excellencias
das revelacues, foi-me dadoum espinho na carne, asaber, um mensageiro deSatauaz para me esbofetear,
para que me nao exalte.
8 A'cerca do qual tres ve-
zes orei ao Senhor paraque se desviasse de mim.9 E disse-me : A minliagraja te basta, porque omeu poder se aperfei^oa nafraqueza. De boa vontadepois me gloriarei nas mi-nlias fraquezas, para que emmim habite o poder deChristo.
j
10 Pelo que sinto prazernas fraquezas, nas injurias,
nas necessidades, nas per-
6egui9oes, nas angustias poramor de Christo. Porquequando estou fraeo entaosou forte.
11 Fui nescio em gloriar-
me ; vos me constrangestes,
porque eu devia ser lou-
vado por yos, visto que emnada fui inferior aos maisexccUentes apostolos ; aindaque nada sou.
12 Os signaes do meu
apostolado foram eflfectua-
dos entre vos com toda apaciencia, por signaes, pro-digies e maravillias.
13 Porque, em que tendesvos side inferiores as outrasegrejas, a nao ,ser que eumesmo vos nao fui pesado ?
Perdoae-me este aggravo.M Eis aqui estou prompto
para terceira vez ir a vos,
e nao vos serei pesado, pois
que nao busco o que e vosso,
mas sim a vos;porque nao
devem os filhos enthesourarpara sens paes, mas os paespara os filhos.
15 E eu de muito boa-mente gastarei, e me dei-
xarei gastar pelas vossasalmas, ainda que amando-vos cada vez mais, seja me-nos amado.16 Porem seja assim; eu
nao vos fui pesado, mas,sendo astuto, vos tomei comdolo.
17 Porventura aproveitei-
me de vos por algum d'a-
quelles que vos enviei V
18 Koguei a Tito, e enviei
com elle um irmao. .Por-ventura Tito se aproveitoude vos? Nao andamosporventura no mesmo es-
pirito, sobreas mesmas pisa-
das?19 Cuidaes que ainda nos
desculpamos comvosco ?
Fallamos em Christo pe-
n. COEINTHIOS, XII, XIII. 373
rante Deus, e tudo isto, 6 para comyosco, antes e jx)
amados, para vossa edifica- 1 deroso entre vos.
^ao.I
4 Porqne ainda que foi
20 Porqiie temo que, qnan- 'crncificado por fraqueza,
do cbegar, tos nao ache ,todavia Tive pelo poder de
taes quaes en quizera, e enj
Dens. Porqne nos tamben?teja achado de vos tal qnal
^
somos fracos n'elle, porenvos nao qnizereis; qne de viveremos com elle pelo po-algnma maneira Eao haja . der de Deus em vos.
pendencias, invejas, iras,|
5 Examinae-vos a vos mes-porfias, detrac^oes, mexeri- mos, se permaneceis na fe
;
cos, orgnlhos e sedig^es ; |
provae-vos a vos mesmos.21 Para que, quaudo for
;On nao vos conlieceis a vos
outra vez, o men Deus me . mesmos, que Jesus Christo
nao humilhepara comvosco, esta em vos ? Se nao e qnee en chore por mnitos d'a- '
ja estaes reprovados.
qnelles 'que d'antes pecca-^
6 Mas espero que entende-ram e nao se arrependeram reis que nos nao somos re-
da unmnndici8,e fornica(;ao, ' provados.
e deshonestidade qne com- 7 Ora en rogo a Deus qnemetteram, nao fa^aes mal algum, nao
para qne scjamos achadosapprovados, mas para quevos fa^aes o bem, embora
E'ESTA a terceira vez que ' nos sejamos como reprova-von ter comvosco. Na ' dos.
boccadednas ontres teste-l 8 Porqne nada podemosmunhas consistira toda a contra a verdade, senao pelapalavra.
j
verdade.2 Jaanteriormenteodisse:
: 9 Porqne nos regozijimose segnnda vez o digo como
^
de estar fracos, quando vosBe estivesse presente ; agora
\
estaes fortes ; e o que dese-pois, estando ansente, o
j
jamos e a vossa perfei^ao.
escrevo aos que d'antes i 10 Portanto, escrevo estaspeccaram e a todos os mais, cois,as estando ansente, paraque, se outra vez for, nao
;qne, estando presente, nao
Z/(Cs perdoarei
;
use de rigor, segnndo o3 Visto que buscaes uma poder qne o Senhor me denprova de Christo qne falla ^ para edificarao, nao paraem mim, o qnal nio e fraco ; destrniruo.
CAPITULO XIII.
374 GALATAS, I.
11 Qaanto ao mais, irmaos,
regozijae-vos, sede perfei-
tos, sede consolados, sede
de um mesmo parecer,
viyei em paz ; e o Deusdo amor e da paz sera
comvosco.12 Saudae-Yos nns aos
outros com osculo sanctaTodos OS sanctos vos sau-dam.13 A graga do Senhcr
Jesus Christo, e o amor deDeuSj'e a communhao doEspirito Sancto seja comYos todos. Amen.
EPISTOLA DE S. PAULO APOSTOLO
AOS GALATAS.
CAPITTJLO I.
PAULO apostolo (nao dapaj-te dos homens, nem
per homem algum, mas perJesus Christo, e por Deus
|
Pae, que o resuscitou dosmortos),
I
2 E todos OS irmaos que
,
estao comigo, as egrejas da;
Galacia.|
3 Gra9a e paz de Deus\
Pae e de Nosso SenhorJesus Christo,
4 qua! se deu a si mesmopor nossos peccados, paranos liYrar d'este presente
seculo mau, segundo a yod-tade de Deus nosso Pae.
5 Ao qual seja gloria paratodo o sempre. Amen.6 ;MaraYilho-me de que
tao depressa passasseis
d'aquelle que yos chamona graca de Christo paraontro evangelho.
7 Que nao e outro, masha alguns que Yosinquietame querem transtornar oeYangelho de Christo.
8 Mas ainda que nos mes-mos, ou um anjo do ceu yosannunciasse outro eYange-lho, alem do que jd yostemos annunciado, seja ana-thema.9 Assim como ja vol-o dis-
semos, agora de noYO tam-bem Yol-o digo. Se algumYOS annunciar outro eYan-gelho alem do que jd rece-
bestes, seja anathema.10 :Porque persuado en
agora a homens ou a Deus?ou procuro comprazer a ho-
mens ? se comprazera ainda
GALATAS, I, n. 375
aos homens, nao seria servo
de Christo.
11 Mas fa^o-vos saber, ir-
maos, que o evangellio quepor mim foi annunciadoe segundo os homens.12 Porque nao o recebi,
nam aprendi de homemalgum, mas pela revelagao
de Jesus Christo.
13 Porque/a ouvistes qualfoi antigamente a minhaconducta no judaismo, quesobremaneira perseguia aegreja de Deus e a assolava.
14 E corao na minha nacaoexcedia em judaismo a mui-tos da minha edade, sendoextremamente zeloso dastradigoes de mens paes.
15 Mas quando aprouve a
Deus que desde o yentre deminha mae me separou, e
me chamou pela sua gra(;a,
16 Eevelar seu Filho emmim, para que o pregasseentre os gentios, nao con-sultei logo com a carne nemcom o sangue,
17 Nem tornei a Jerusa-
lem, aos que jd antes demim eram apostolos, masparti para a Arabia, e Yoltei
outra vez a Damasco.18 Depois, passados tres
annos, fui a Jerusalem paraver a Pedro, e fiquei comelle quinzo dias.
19 E nao vi a nenhumoutro dos apostolos, senao
I
a Thiago, irmao do Senbor.20 Ora, dcerca das coisas
j
que Yos escrevo, eis que,' diante de Deus testifico quenao minto.
I 21 Depois fui para as par-
I
tes da Syria e da Ciiicia.
j
22 E nao era conhecido de
I
vista das egrejas da Judea,I que estavam em Christo
;
: 23 Mas somente tinhamouvido dizer : Aquelle qued'antes nos perseguia an-
I
nuncia agora a fe que d'an-
;tes assolava.
' 2-i E glorificavam a Deusa respeito de mim.
DCAPITULO n.
EPOIS, passados qua-torze atinos, subi outra
vez a Jerusalem com Bar-nabe, levando tambem co-
migo Tito.
2 E subi por uma revela-
Qao, e Ihes expuz o evange-: Iho, que prego entre os gen-
! tios, e particularmente aos' que estavam em estima
:
I
para que do maneira algu-' ma nao corresse ou houve&-! se corrido em vao.
3 Porem nem ainda Tito,
que estava comigo, seadogrego, foi constrangido acircumcidar-se.
4 E isto por causa dos
I
falsos irmaos que se tinham!entremettido, e secreta-
576 GALATAS, n.
mente entraram a espiar anossa liberdade, que temosem Cliristo Jesus, para nosporem em servidao
:
5 Ao3 quaes nem aindapor uma liora cedemos comsujei9ao, para que a Terdadedo evangelho permanecesseentre yos.
6 E, quanto aquelles quepareciam ser alguma coisa,
(quaes tenliam sido n'outro
tempo, nao se me da ; Deusnao acceita a apparencia dohomem) esses, digo, quepareciam ser alguma coisa,
uada me communicaram
;
7 Antes, pelo contrario,
quando viram que o eyaiDge-
ibo da incircumcisao meestava confiado, como aPedro o da circumcisao
: 8 (Porque aquelle queobrou efficazmente em Pe-dro para o apostolado dacircumcisao esse obroutam-bem por mim com efficacia
para com os gentios),
9 E como Tiiiago, Cephase Joao, que eram considera-
dos como as columnas, co-
nheceram a graga que se meJiavia dado, deram as dex-
tras de parceria comigo, e a
Parnabe, para que nos fos-
iemos aos gentios, e elles acircumcisao
;
10 lltcommendando-rios s6-
raente que nos lembrasse-j
mos dos pobres : o que tam-
!
.l^em procurei fazer com di-
ligencia.
HE, chegando Pedro aAntiochia, Ihe resisti nacara, jDorque era reprehen-sivel.
12 Porque, antes que al-
guns tiyessem cbegado daparte de Thiago, comia comOS gentios ; mas depois quechegaram, se retirou, e se
apartou d'elhs, temendo aosque eram da circumcisao,13 E 03 outros judeos con-
sentiam tambem na sua dis-
simula(^ao, de maneira queate Earnabe se deixou levar
pela sua dissimula(^ao.
14 Mas, quando vi que naoandavam bem e direitamen-te conforme a Terdade doevangelho, disse a Pedro napresen^a de todos: Se tu,
sendo judeo, viyes como os
gentios, e nao como judeo,
porque obrigas os gentios aviverem como judeos ?
15 Nos somos judeos pornatureza e nao peccadoresd'entre os gentios.
16 Sabendo que o homemnao e justificado pelas obrasda lei, mas pela te de JesusChrist 0, havemos tambemcrido em Jesus Christo, parasermos justificados pela fe
de Christo, e nao pelas
obras da lei;
porquantopelas obras da lei nenhumacame sera justificada.
GALATAS, II, III. 377
17 Pois, se nos que procn-
ramos ser justificados emCbristo, DOS mesmos tam-bem somos achados pecca-
dores, e poryentura Cbristo
ministro do peccado? Demaneira nenhuma.18 Porque, se torno a vi-
3 Sois v6s tao insensatos
que tendo come9ado peloEspirito, acabeis agora pelacame ?
4: Sera em vao que tenliaes
padecido tanto ? Se e quetambem/oj em vao.
5 Aquelle pois que vos davificar as coisas, que jd des- o Espirito, e que obra maratrui, constituo-me a mim ' vilhas entre yos,fal-o pelas
mesmo por transgressor.I
obras da lei, ou pela prega-
19 Porque eu pela lei estou Qao da fe ?
morto para a lei, para yiyer
para Deus.6 Assim como Abrabao
creu em Deus. e Ihe foi im-20 Jd estou crucificado • putado por justiga.
7 Sabei pois que os quesao da fe sao filhos de Abra-
1
hao.
fe doI
8 Ora, tendo a EscripturaFilho de Deus, o qual me
!
preyisto que Deus hayia deamou, e se entregou a si justificar pela fe os gentios.
com Christo; e yiyo, naomais eu, mas Christo yiveem mim; e o que agora yivona came, yiyo-o na
mesmo pgr mim.21 Nao aniquillo a graga
de Deus; porque se a justigaprovem da lei, segue-se queChristo morreu ciebalde.
CAPITULO III.
0' INSENSATOS galatas
!
quem yos fascinou paranao obedecerdes a yerdade,—yos, perante os olhos dequem Jesus Christo foi Jdretratado, como sendo cruci-ficado entre yos ?
2 So quizera saber isto devos: Recebestes o Espiritopelas obras da lei ou pelapregagao da fe ?
I
annunciou primeiroo Eyan-gelho a Abrahao, dizendo
:
Todas as nagses serao bem-ditas em ti.
9 De sorte que os que saoda fe, sao bemditos com ocrento Abrahao.10 Todos aquelles, pois,
que sao das obras da lei,
estao debaixo da maldigao;porque escripto esta : Mal-dito todo aquelle que naopermanecer em todas ascoisas que estao escriptas
no livro da lei, para fazel-as.
11 E e eyidente que pelalei ninguem sera justificado
diante de Deus, porque ojusto yiyera pela fe.
S78 GALATAS, in.
12 Ora a lei nao e da fe
;
mas o liomem que fizer
estas coisas por ellas vivera.
13 Christo nos resgatouda maldi^ao da lei, fazendo-
66 maldi(;ao por nos;porque
esta escripto : Maldito todoaquelle que for penduradono madeiro
;
14 Para que a bencao deAbraliao chegasse aos gen-tios por Jesus Christo, e
para que pela fe nos rece-
bamos a promessa do Es-pirito.
15 Irmaos, como homemfallo; se o concerto de urnhomem/or confirmado, nin-
guem o reproTa ou accres-
centa.
16 Ora as promessas foramfeitas a Abrahao e a suaposteridade. Nao diz: Eas posteridades, como fal-lando de muitas, mas co-
mo de uma so : E a tua pos-
teridade ; a qual e Christo.
17 Mas digo isto : Que oconcerto, anteriormenteconfirmado por Deus emChristo, nao tfoi invahda-do pela lei que veiu quatro-centos e trinta annos depois,
abolindo assim a promessa.18 Porque, 66 a heran^a
provem da lei, lono nao pro-
vera ja da promessa : po-rem Deus pela promessa aden gratuitamente a Abra-hao.
19 Logo, para que e a lei ?
Foi ordenada por causa dastransgressoes, ate que vies-
66 a posteridade a querna promessa tinha sido feita
;
e foi posta pelos anjos namao de um medianeiro.20 Ora o medianeiro nao
e de um, porem Deus eum.21 Logo, a lei e contra as
promessas de Deus? Denenhuma sorte
;porque ee
dada fosse uma lei quepodesse vivificar, a justi9a,
na Yerdade, seria pela lei.
J 22 Mas a Escripturaencerrou tudo debaixo dopeccado, para que a pro-
messa pela fe em JesusChristo fosse dada aoscrentes.
23 Porem, antes que a fe
viesse, estavamos guarda-dos debaixo da lei, e encer-
I
rados, ate aquella fe que se
i havia de manifestar.
I
24 De maneii-a que a lei
. nos serviu de aio para nos
j
conduzir a Christo, para quepela fe fossemos justifi-
i
cados.
I
25 Mas, depois que a fe
vein, ja nao estamosdebaixode aio.
26 Porque todos sois
filhos de Deus pela fe emI
Christo Jesus.
I
27 Porque todos quan-|tos fostes baptizados em
GALATAS, III, IV. 379
Chrfsto ja yos revestistes
de Christo.
28 N'isto nao ha judeo
nem grego ; nao ha serTO
nem livre ; nao ha machonem femea; porque todos
vos sots nm em Christo
Jesus.
29 E, se sois de Christo,
logo sois descendencia deAbrahao, e herdeiros con-
forme a promessa.
CAPITULO lY.
DIGO, pois, que todo otempo que o herdeiro
e menino, em nada differe
do serro, ainda que seja
eenhor de tudo
;
2 Mas esta debaixo dostutores e curadores ate ao
tempo determinado pelo
pae.
3 Assim tambem nos,
quando eramos meninosestavamos reduzidos a ser-
vidao debaixo dos primei-
ros rudimentos do mundo.4 Mas Tindo, a plenitude
dos temix)3, Deus enviou aseu Filho, feito de mulher,feito sujeito a lei,
6 Para remir os que esta-
vam debaixo da lei, a fim
de recebermos a adopgao defilhos.
6 E, porqne sois filhos,
Deus enviou aos vossos
cora5'~es o Espirito de seu
Filho, que clama: Abba,Pae.
7 Assim que ja nao es
mais servo, mas filho ; e, se
es filho, es tambem herdeirode Deus por Christo.
8 Mas, quando nao conhe-cieis Deus, servieis aos quepor natureza nao sao deu-ses.
9 Porem agora, conhecendoDeus, ou, antes, sendocouhecidos de Deus, comotornaes outra vez a esses
rudimentos fracos e pobres,
aos quaes de novo quereisservir ?
10 Guardaes dias, e me-zes, e tempos, e annos.
11 Temo-me de vos, quenao haja trabalhado emvao para comvosco.12 Irmaos, rogo-vos, que
sejaes como eu, porque tam-bem eu sou como vos:nenhum aggravo me fizes-
tes.
13 E vos sabeis que pri-
meiro vos annunciei oevangelho com fraqueza dacarne
;
14 E nao rejeitastes,nem
desprezastes a tenta^ao quetin?ia na minha carne, antes
me recebestes como umanjo de Deus, como JesusChristo mes7no.
15 Qual era logo a vossabemaventuran(;a ? Porquevos dou testemunho de que.
380 GALATAS, IV, V.
se possivel fora, arranca- 1 Sina, um monte da Arabia,rieis os vossos olhos, e m'os e corresponde a Jerusalemdarieis.
16 Fiz-me, acaso, vosso
inimigo, dizendo a verdade ?
17 Teem zeio de v6s, uao'
'
como convem ; mas qneremexeluir-Yos, para que v6steiihaes zelo d'elles.
18 E bom ser zeloso,
porem semj^re pelo bem, e
nao somente qiiando estoupresente comvosco.19 Mens filhinhos, por
quern de novo sinto as
dores de parto, ate queChristo seja formado emvos
:
20 Eu bem quizera agoraestar presente comvosco, e
mudar a miulia voz; por-
que estou em duvida a
vosso respeito.
21 Dizei-me, os que que-reis estar debaixo da lei,
nao ouvis vos a lei?
22 Porque esta escripto
que Abrahao teve dois
filhos, um da escrava, e
outro da livre.
23 Mas que era daescrava nasceu segundo a
came, porem o que era dalivre pc'la promessa.24 que se entende por
allegoria;porque estes sao
OS dois concertos; um, domonte Sinai, gerando paraa Fervid ao, que e Agar.25 Porque esta Agar e
que agora existe, que eescrava com sens filhos.
26 Mas a Jerusalem quee de cima e livre ; a qual emae de todos nos.
27 Porque esta escripto:
Alegra-te, esteril, que naopares: esforga-te e clama,tu que nao estas de parto
;
porque os filhos da solitaria
sao muito mais, dos que os
da qne tem marido.28 Porem nos, irmaos,
somos filhos da promessa,como Isaac.
29 Porem como entao,
aquelle que era geradosegundo a came perseguiao que era gerado segundo oEspirito, assim e tambemagora.
30 Mas que diz a Escri-
ptura? Lancaforaa escrava
e sen filho;
porque demodo algum o filho daescrava herdara com o
filho da livre.
31 De maueira que, ir-
maos, somos filhos, nao daescrava, mas da livre.
CAPITULO Y.
ESTxA^E poia firmes naliberdade com que
Christo nos libertou, e naotorneis a metter-vos de-
baixo do jngo da servidao.
GALATAS, V. 381
2 Eis aqui, en, Paulo, vos
digo, que, se vos deixardes
circumcidar, Christo denada yos aproveitara.
3 E de novo protesto a
todo o homem que se
deixar circumcidar queesta obrigado a guardar a
lei.
4 Yasios estaes de Christo,
OS que vos justificaes
pela lei: da gra^a tendes
caido.
5 Porqne pelo espirito dafe aguardamos a esperangada justifa.
vos andam inquietando
fossem tambem cortados.
13 Porque vos, irmaos,
fosteschamados a liberdade.
Nao useis da liberdade so
para dar occasiao a carne,
porem servi-vos uns aos
outros pela caridade.
14 Porque toda a lei se
cumpre n'uma so palavra,
n'esta : Amaras ao tea
proximo como a ti mesmo.15 Se vos porem vos
mordeis e devoraes uns aos
outros, vede nao vos consu-
maes tambem ims aos
6 Porque a circumcisao e,outros.
a incircumcisao nao teem;16 Digo porem : Andae
virtude alguma em Christo|
em Espirito, e nao cuni-
Jesus ; mas sim a fe que prireis a concupiscencia daobra por caridade. ' carne.
7 Corrieis bem;quem vos 17 Porque a carne cobiQa
impediu, para que nao , contra o Espirito, e o Es-
obede(;aes a verdade ? jpirito contra a carne; e
8 Esta persuasao nao vem\
estes oppoem-se um ao ou-
d'aquelle que vos chamou. i tro : assim que nao fa9aes
9 Urn pouco de fermento ' o que quererieis.
leveda toda a massa.|18 Poiem, se sois guiados
10 Confio de vos, no Se-!pelo Espirito, nao estaes
nhor, que nenhuma outracoisasentireis; mas aquelle
que vos inquieta, seja elle
quem quer que for, sofifrera
a condemna<;ao.
11 Eu porem, irmaos, se
prego ainda a circumcisao,porque serei pois perse-
guido ? logo o escandalo dacruz esta aniquillado.
12 Oxala que aquelles que
debaixo da lei.
19 Porque as obras dacarne sao manifestas, as
quaes sao : Adulterio, for-
nica9ao, immundicia, dis-
solu9ao,
20 Idolatria, empe(;onha-mentos, inimizades, porfias,
emula^oes, iras, pelejas, dis-
sen95es, heresias,
21 Invejas,liomicidios, be-
3S2 GALATAS, Y, YI.
bedices, glotonarias, e coi- 1 ser alguma coisa, nao sendosas similhautes a estas^ '< nada, engana-se a si mes-acerca das quaes vos de- mo.claro, como ja d'antes vosdisse, que os que commet-tem taes coisas nao herdarao
:
gloria so em si mesmo, e
4 Mas prove cada um asua propria obra, e tera
reino de Deus22 Mas fructo do Espi-
nao n'outro.
5 Porque cada qnal le-
rito e ; Caridade, gozo, paz, vara a sua propria carga.longanimidade, bemgnida- , 6 E o que e instrnido nade, bondade, fe, mansidao, '
palavra reparta de todos ostemperanca.23 Contra estas coisas nao o instrue.
sens bens com aquelle qu-^
lia lei.
2i Porem os que sao deChristo, cruciticaram a
7 Nao erreis : Dens nao sedeisa escarnecer
;porque
tudo que o homem se-
came com os sens affectos mear, isso tambem ceifara.
e concupiscencias.
25 Se vivemos em Espi-rito, andemos tambem emEspirito.
26 ><ao sejamos cubi90sosde Tan glorias, irritando-vos
8 Porque o que semeia nasua carne, da came ceifara
a corrupcao; mas o quesemeia no Espirito do Es-pirito ceifara a vida eterna.
9 Porem nao nos cancemosuns aos outros, invejando- de fazer bem, porque a seu
tempo ceifaremos, se naohouvermos desfallecido.
10 De sorte que, emquantotemos tempo, fa9amos bema todos, mas principalmenteaos domesticos da fe.
11 Yede que carta taolarga tos escreTi por minbamao.12 Todos os que querem
Tos uns aos outros.
CAPITULO YI.
IPi;MA.OS,se algum homemcliegar a ser surpre-
hendido nalguma ofifensa,
vos, que sois espirituaes,
encaminhae ao tal com es-
pirito de mansida J ; olhandopor ti mesmo, para que nao mostrar boa apparencia nagejas tambem tentado.
2 Levae as cargas uns doscame esses vos obrigam acircumcidar-vos, somente
outros, e assim cumprireis para nao serem perseguidos
a lei de Christo.
3 Porque se alguem cnida
por causaChristo.
da cruz de
EPHESIOS, I.
13 Porque nem ainda os
mesmosque se circmncidamguardam a lei, mas queremque vos circumcideis, parai^e gloriarem na Tossacame.14 Mas longe esteja demim gloriar-me, senao nacruz de nosso Senhor JesusChristo, por quern o mundoesta crucificado para mime eu para o mundo.15 Porque em Christo Je-
sus nem a circumcisao nema incircumcisao tem yirtude
alguma, senao a nova cre-
atura.
16 E todos quantos anda-rem conforme esta regra,
paz e misericordia sobreelles e sobre o Israel deDeus.17 Quanto ao mais, nin-guem me seja molesto;porque trago no meu corpoas marcas do Senhor Jesus.
18 A gra9a de Nosso Se-nhor Jesus Christo seJa,
irmaos, com o vosso Espi-rito. Amen.
EPISTOLA DE S. PAULO APOSTOLO
AOS EPHESIOS.
CAPITULO L
PAULO, apostolo de JesusChristo, pela vontade
de Deus, aos sanctos queestao em Epheso, e fieis emChristo Jesus.
2 Gra9a a tos, e paz deDeus nosso Pae e do SenhorJesus Christo.
3 Bemdito o Deus e Paede Nosso Senhor JesusChristo, o qualnos aben90oucom todas as ben9aos espi-
rituaes nos logares celestiaes
em Christo.
4 Como nos elegeu n'elle
antes da funda9ao do mun-do, para que fossemossanctos e irreprehensiveis
diante d'elle em caridade
;
5 E nos predestinou parafilhos de adop9ao por JesusChristo para si mesmo, se-
gundo o beneplacito de suavontade,6 Para louvor da gloria
da sua gra(;a, pela qual nosfez agradaveis a si noAmado.7 No qual temos a re-
demp9ao pelo seu sangue
384 EPHESIOS, I.
a saber, a remissao dasoffensas, segundo as rique-
zas da sua gra^a.
8 A qiial em nos abundouem toda a sabedoria e pru-dencia
;
9 Descobrindo-nos o mys-terio da sua vontade, se-
gundo seu beneplacito,
que propozera em si mes-mo,10 Para tornar a congre-
gar em Christo todas as
coisas, na dispeiisa^ao documprimento dos tempos,tanto as que estcio nos ceuscomo as que estdo na terra,
11 N'aquelle em quemtambem fomos feitos he-
ranfa, ha-vendo sido pre-
destinados, conforme oproposito d'aquelle que faz
todas as cokas, segundo oconselho da sua Yontade
;
12 Para que fossemos paralouvor da sua gloria, nos,
OS que primeiro esperamosem Christo,
13 Em quem tambem vosestaes, depois que ouvistes
a palavra da verdade, asaber, o eTangelho da vossa
salva(;ao, no qual tambem,bavendo crido, fostes sella-
dos com o Espirito Sanctoda promessa.14 qual e o penhor da
nossa heran^a, ate alcan^ar
a redempc^o, para louvorda sua gloria.
15 Pelo que, ouvinda entambem a fe que entre vosha no Senhor Jesus, e acaridade para com todos ossanctos,
16 Kao cesso de dar gra9asa Deus'-poT vos, lembrando-me de vos nas minhasoragiTes
;
17 Para que o Deus denosso Senhor Jesus Christo,
o Pae da gloria, vos de emseu conhecimento o espirito
de sabedoria e de reve-laqao
;
18 IIIuminados os olhosdo vosso entendimento, pa-ra que saibaes qual seja aesperan9a da sua vocagao,e quaes as riquezas da gloria
da sua heranga nos sanctos
;
19 E qual sej'a a sobre-
excellente graudeza do seupoder em nos, os que cre-
mos, segundo a operagaoda forga do seu poder,
20 A qual obrou em Chris-
to, resuscitando-o dos mor-tos, e coUocou a sua di-
reita nos ceus,
21 Sobre todo o princi-
pado, e poder, e potencia,
e dominio, e todo o nomeque se nomeia, nao so n'esta
seculo, mas tambem novindouro
;
22 E sujeitou todas a»coisas a sens pes, e sobre*
todas as coisas o constituiu
por cabcQa da egreja.
23 A qnal e o sen corpo,o compleiEento d'aquelleque cumpre tudo em todos.
CAPITULO II.
EYOS vivificou, estandovos mortos pelas offen-
sas e peccados,
2 Em que d'antes andas-tes eegundo o seculo d'este
mundo, segundo o principeda potesdade do ar, docspirito que agora obra nosfilhos da desobediencia.'6 Entre os quaes todos
nos tambem d'antes anda-
EPHESIOS, I, II. 385
8 Porque pela gra<;a sois
salvos, por meio da fe; eisto nao de vos; e dom deDeus.
9 Nao das obras, para quaninguem se glorie.
10 Porque somos feiturasua, creados em ChristoJesus para as bas obras,as quaes Deus preparoupara que andassemos n'el-
las.
11 Portanto, lembrae-vosde que Yos d'antes ereis
gentios na carne, e chama-dos incircumcisao pelos que
vamos nos desejos da nossa ;^^ carne se^ chamam cir-
carne, fazendo a vontadeda carne e dos pensamen-tos ; e eramos por naturezafiihos da ira, como os outros
!
tambem.4 Porque Deus, que e
C'.mcisao feita pela maodos homens
;
12 Que n'aquelle tempoestayeis sem Christo, aliena-
I
dos da republica d'lsrael,
e estranhos aos concertos
riquissimo em misericordia, da promessa, nao tendo
pelo sen muito amor com 'esperan^a, e sem Deus no
que nos amou,5 Estando nos ainda mor-
tos em nossas ofifensas, nosvivificou juntamente comChristo (pela graga sois
salvos),
6 E 7ios resuscitou junta-
mente, e nos fez assentar
juntamente nos ceus, emChristo Jesus
;
7 Para mostrar nos secu-
los vindouros as abundantesriquezas da sua gra(;a, pela
mundo.13 Mas agora em Christo
Jesus, vos que d'antes esta-
veis longe, j'd pelo sauguede Christo chegastes perto.
14 Porque elle e a nossapaz, o qual de ambos os
povos fez um ; a derribandoa separarao da parede que
estava no meio,
15 Na sua carne desfez ainimizade, a saber, a lei dosmandamentos, que consistia
«ua benignidade para com- em tradi<;Mes, para criar
nosco €m Christo Jesus em SI mesmo os dois emu
386 EPHESIOS, II, III.
nm novo homem, fazendo;i paz.
16 E pela cruz reconciliar
com Dens a ambos em umcorpo, matando n'ella as
inimizades.
17 E, vindo elle, evangeli-
zou a paz, a vos que estaveis
longe, e aos que estavamperto
;
18 Porqiie por elle ambosternOS entrada em um mes-mo Espirito ao Pae.
19 Assim que ja nao sois
estrangeiros, nem forastei-
ros, mas concidadaos dossanctos e domesticos deDens;20 Edificados sobre ofundamento dos apostolos e
dos propbetas, de que JesusChristo e a principal pedrada esquina
;
21 No qual todo o edificio,
bem ajustado, cresce paratemplo sancto no Senbor.22 No qual tarnbem vos
juntamente sois edificados
para morada de Deus emEspirito.
CAPITULO III.
Poll esta causa eu, Paulo,sou o prisioneiro de
Jesus Cbristo por v6s, os
gentios
;
2 Se e que tendes ouvidoa di.spcnsa(;ao da gra(;a de13eus, que para comvoscome foi (lada;
3 qual me deu a co-nbecer este mysterio pelarevelagao (como d'antes empoucas palavras vos es-
crevi;
4 Do que, lendo, podeisentender a minlia sciencia
n'este mysterio de Christo),
5 qual n'outros seculos
nao foi dado a conhecer aosfilhos dos homens, comoagora e revelado pelo Es-pirito aos sens sanctos apos-tolos e propbetas
;
6 A saber, que os gentiossao coberdeiros, e de ummesmo corpo, e partici-
pantes da sua promessa emCbristo pelo evangelbo
;
7 Do qual sou feito minis-tro, pelo dom da graga doDeus, que me foi dadosegundo a operagao da suapotencia.
8 A mim, o minimo detodos OS sanctos, me foi
dada esta gra^a do annun-ciar entre os gentios pormeio do evangelbo, asriquezas incomprehensiveisde Cbristo,
9 E illuminar a todos, qualseja a communbao do mys-terio, que desde todos osseculos esteve occulto emDeus, que por ChristoJesus creou todas as coisas
;
10 Para que agora pelaegreja a multiforme sabe-doria de Deus seja dada a
EPHESIOS, III, lY. 387
conhecer aos principados e
potestades nos ceus,
11 Segundo o jetemo pro-posito quo fez em ChristoJesus nosso Senhor
:
12 No qual temos ousadiae entrada com confianga,
pela fe n'elle.
13 Portanto vos peQO qnenao desfallegaes nas minhastribiila95e8 por tos, que e
a vossa gloria.
14 Por cauj^a d'isto meponho de joelhos perante o
Pae do nosso Senhor JesusChristo,
15 Do qual toda a familia
nos ceus e na terra toma o
nome,16 Para que, segundo as
riquezas da sua gloria, vosconceda que sejaes corro-
borados com esfor90 peloeeu Espirito no homem in-
terior;
17 Para que Christo habitepela fe nos vossos cora^oes
;
para que, eslando arreiga-
dos e fuiidados em amor,18 Possaes perfeitamente
comprehender, com todosOS sanctos, qual seja a lar-
gura, e o comprimento, e
a altura, e a profundi-dade,19 E conhecer o amor de
Christo, que excede todo oentendimento, para que se-
jaes cheios de toda a pleni-
tude de Deus.
20 Ora, aquelle que e po-deroso para fazer tudomuito ma is abundante-mente do que pedimos oupensamos, segundo o poderque em nos obra,
21 A esse seja gloria naegreja, por Jesus Christo,
I
em todas as geracoes, paraI todo sempre. Amen.
i
CAPITULO IV.
I)OGO-YOS, pois, eu, o^ preso do Senhor, que
andeis como e digno da
I
vocacao com que sois cha-mados,2 Com toda a humildade
e mansidao, com longanimi-dade, supportando-Yos unsaos outros em amor.8 Procurando guardar a
unidade de Espirito pelovinculo da paz.
4 Ha um corpo e um Es-pirito, como tambem fostes
chamados em uma mesmaesperan^a da vossa vocacao
;
I
5 Um Senhor, uma fe, umI baptismo
;
6 Um Deus e Pae de todos,
o qual estd sobre todos, e
por todos e em vos todos.
7 Porem a gra^a e dadaa cada um de nos segundoa medida do dom deChristo.
8 Pelo que diz: Subindoao alto, levou captivo o
EPHESIOS, IV.
captiveiro, ^ deu dons aosh omens.9 Ora, isto, que snbin, que
e senao que tambem antestinha descido as partes mais I
baixas da terra ? I
10 Aqnelle que descen e
!
tambem o mesmo que subiuj
acima de todos os ceus,
para cumprir todas as coisas.
11 E elle mesmo deu unspara apostolos e outros para
]
prophetas, e outros para\
evangelistas, e outros paraj
pastores e doutores,
12 Para aperfei(;oamentoj
dos sanctos, para obra do
'
ministerio, para edifica^ao
,
do corpo de Christo
;
13 Ate que todos chegne-mos a unidade da fe, e aoconhecimento do Filho deDeus, a varao perfeito, amedida da estatura com-pleta de Christo.
14 Para que nao sejamosmais meninos fluctuantes,
levados em roda de todo ovento de doutrina, pelo
enganodos hoirens que comastucia enganam fraudulo-gamente.
15 Antes, segiiindo a ver-
dade em caridade, cres^a-
mos em tudo n'aquelle quee a cabera, Christo,
16 Do qual todo o corpo,
bem ajustado, e firmadojuntamente por todas as
juntas da subministra(;uo,
Isegundo a opera9ao de cada
I
parte na sua medida, toma!augmento do corpo, parase edificar em caridade.
j
17 De sorte que digo isto,
e testifico no Senhor, que' nao andeis ja como andamtambem os outros gentios,
na vaidade do sen sen-tido,
18 Entenebrecidos no en-tendimento, alheios da vidade Deus pela ignorancia queha n'elles, pela dureza dosen corac^ao
:
19 Os quaes, havendo per-dido todo o sentimento se
entregaram a dissolu(;ao,
para com avidez commet-terem toda a immundicia.20 Mas vos nao aprendes-
tes assim a Christo,
21 Se e que o tendes ou-vido, e por elle fostes en-sinados como a verdadeesta em Jesus
;
22 Que quanto ao trato
passado vos despojcis dovelho homem, que se cor-
rompe pelas concupiscen-cias do engano;23 E vos renoveis no es-
pirito do vosso sentido
;
24 E Yos vistaes do novohomem, que segundo Deuse creado em verdadeira jus-
tiga e sanctidade.
25 Pelo que deixae a men-tira, e fallae a verdade cadaum com sou proximo;
EPHESIOS, lY, Y.
porqne somos membros unsdos outros.
16 Irae-Yos, e nao pequeis
;
Dao se ponha o sol sobre avossa ira.
27 Nao deis logar ao diabo.
28 Aquelle que furtava,
nao furte mais ; antes tra-
balhe, obrando com suas
maos que e bom, para quetenha que repartir com oque tiver necessidade.
29 Nao saia da vossa boc-
ca nenhnma palavra torpe,
senao a que for boa paraTitilidade da edifica^ao, pa-ra que de gra9a aos que aouvem.30 E nao entristefaes o
Espirito Sancto de Deus,pelo qual estaes sellados
para o dia da redempfao.31 Toda a amargmra, e ira,
e colera, e gritaria, e blas-
phemias, e toda a malicia,
seja tirada de entre vos.
32 Antes sede uns paracom OS outros benignos,misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, comotambem Deus vos perdoou«m Christo.
CAPITULO V.
OEDE pois imitadores de^ Deus, como filhos a-
mados
;
2 E andae em amor, comotambem Christo nos amou,
389
e se entregou a si mesmopor nos, em offerta e sacri-
ficio a Deus, em cheirosuave.
3 Mas a fornica9ao, e todaa immundicia ou avareza,nem ainda se nomeie entrevos, como convem a sanctos;
4 Nem torpezas, nem par-voices, nem chocarrices,que^nao convem, mas antesac9oes de gracas.
5 Porque bem sabeis isto
:
que nenhum fomicario, onimmundo, ou avarento, quee idolatra, tem heran9a noreino de Christo e deDeus.6 Ninguem vos enganecom palavras vsus; porquepor estas coisas vem a ira
de Deus sobre os filhos dadesobediencia.
7 Portanto nao sejaes seuscompanheiros.8 Porque d'antes ereis
trevas, mas agora sois luzno Senhor : andae como fi-
lhos da luz.
9 (Porque e fructo do Es-pirito consisie em toda abondade, e justija e ver-dade)
;
10 Approvando o que eagradavel ao Senhor.11 E nao communiqueiscom as obras infructuosasdas trevas, mas antes re-
dargui-as tambem.12 Porque o que estes fa-
b2
390 EPHESIOS, Vzem em occulto ate dizel-o
e coka torpe.
13 Mas todas estas coisas
se manifestam sendo re-
darguidas pela luz, porquetudo que se manifesta e
iiiz.
14 Pelo que diz : Desper-ta, tu que dormes, e levauta-
te d'entre os mortos, e
Cliristo te esclarecera.
15 Portanto, olhae comoaudaes prudentemente, uaocomo nescios, mas como sa-
bios,
16 PiemindOjO tempo; por-
quanto os dias sao maus.17 Pelo que nao sejaes in-
sensatos, mas entendei qualseja a vontade do Senhor.
18 E uao Yos embriagueiscom Yinho, em que ha dis-
solucao, mas enchei-vos doEspiiito
;
19 Fallando entre vos compsalmos, e liymuos, e can-
ticos espirituaes : cantandoe psalmodiando ao Senhorno rosso coracao
:
20 Dando sempre gracaspor todas as coisas a nossoDeus e Pac, em norae deNosso Senhor Jesus Christo
:
21 Sujeitando-Yos uns aos
outros no temor do Deus.22 Vos, mulheres, sujei-
tae-Yos a yossos propriosmaridos, como ao Senhor
;
23 Porque o marido e acabe9a da mulher, como
tambem Christo a cabe^ada egreja : e elle e o Salva-dor do corpo.
24 De sorte que, assimcomo a egreja esta sujeita
a Christo, assim tambemas mulheres estejam em tudosujeitas a sens propriosmaridos.
25 Yos, maridos, amae asYossas proprias mulheres,como tambem Christo amoua egreja, e a si mesmo seentregou por ell a,
26 Para a sanctificar, puri-ficando-a com a lavagem daagua, pela palavra,
27 Para a 'apresentar asi mesmo egreja gloriosa,
que nao tiYCsse macula,nemruga nem coisd similhante,
mas que fosse sancta e irre-
prehensivel.
28 Assim dcYem os mari-dos amar a suas propriasmulheres, como a sens pro-prios corpos. Quem amaa sua propria mulher, amase a si mesmo.29 Porque nunca ninguem
aborreceu a sua propriacame ; antes a alimenta esustenta, como tambem oSenhor a egreja
;
30 Porquesomosmembrosdo seu corpo, da sua carne,
e dos sens ossos.
31 Portanto deixara o ho-
mem seu pae e sua mae,e se ajuntard com sua mu-
EPHESIOS, Y, YI. 391
/her; e serao dois n'umacame.32 Grande eeste mysterio:
digo porem isto de Christo
e da egreja.
33 Assim tambem vos ca-
da um em particular ame a
Bua propria mulher como a
ai mesmo, e a mulher reve-
renceie o marido.
^CAPITULO YI.
YOS, filhos, sede obedien-
tes a Tossos paes doSenhor, porque isto e justo.
2 Honra a teu pae e a tuamae, que e o primeiro man-damento com promessa.3 Para que te ya bem, e
vivas muito tempo sobre a
terra.
4 E vos, paes, eSo provo-queis a ira a vossos Hlhos,
mas criae-os na doutrina e
admoestacao do Senhor.
5 Y6s, servos, obedecei a
vossos senhores segundo a
came, com temor, e tremorna sinceridade de vosso co-
ra^ao, como a Christo;
6 Nao servindo ao olho,
como agradando a hornens,
senao como servos de Chris-
to, fazendo de cora^ao avontade de Deus.7 Servindo de boa vontadeao Senhor, e nao aos ho-mens.8 Sabendo quo cada um
recebera do Senhor todo o
bem que fizer, seja servo,
se/a livre,
9 E vos, senhores, fazei omesmo para com elles, dei-
xp.ndo as amea9as, sabendotambemque o Senhor d'elles
e vosso esta no ceu, e q-iie
para com elle nao ha acce-
pcao de pessoas.
iO No demais, irmaogmeus, fortalecei-vos noSenhor e na forca do senpoder.
11 Pievesti-vos de toda aarmadura de Deus, paraque possaes estar firmescontra as astutas ciladas
do diabo.
12 Porque nao temos qneluctar contra a came e osangne, senao contra os
principados, contra as po-testades, contra os princip-s
das trevas d'este seculo,
contra as malicias espiri-
tuaes em os ares.
13 Portanto tomae toda aarmadura de Deus, para quepossaes resistir no dia mau,e ficar /rr/i€s, depois de ter
superado tudo.
llEstae \.oi^ firmes, iendocingidos os vossos lomboscom a verdade, e vestidos
com a courara da justica
;
15 E cal^ados os pes coma promptidao do evangelhoda paz :
16 Tomando sobretudo c
892 PHILIPPENSES, I.
escudo da fe, com o qualpossaes apagar todos os dar-
dos iuflammados do ma-ligno.
17 Tomae tambem o capa-cete da salvagao, e a espadado Espirito, que e a palavrade Deus
:
18 Orando em todo otempo com toda a oragaoe supplica em espirito, e
vigiando n'isto com todaa perseYeran9a e supplicapor todos OS sanctos,
19 E por mim, para queme seja dada, no abrir daminlia bocca, a palavracom confianga, para fazer
conhecer o mysterio doEvangelho.20 Pelo qual sou embai-
Eador n'uma cadeia;para
que possa fallar d'elle
livremente, como me con-vem fallar.
21 Ora para que vos tam-bem possaes saber os meusnegocios, e o que eu fa90,
Tychico, irmao amado, efiel ministro do Senbor, yosinformara de tudo.22 qual vos enviei paramesmo fim, para que sai-
baes OS nossos negocios, eelle console os vossos cora-9oes.
23 Paz s'^ja com os irmao^,e caridade com fe de DeusPae e do Senhor JesusChristo.
24 A gra(;a seja com todos
OS que amam nosso SenhorJesus Christo em Binceri-
dade. Amen.
EPISTOLA DE S. PAULO APOSTOLO
AOS PHILIPPENSES.
CAPITULO I.
PAULO e Timotheo, ser-
vos de Jesus Christo,
Q> todos OS sanctos emChristo Jesus, que estao
em Philippos, com os bis-
pos e diaconos
:
2 Gra^a seja a vos, e paz
de Deus nosso Pae e doSenhor Jesus Christo.
3 Dou gramas ao meu Deustodas as vezes que melembro de vos,
4 Fazendo sempre comgosto depreca^Oes por vosem todas as minhas ora9Des,
6 Pela vossa communi-
PHILIPPENSES, I. 393
cagXo no Evangeiho desde;minhas prisoes em Christo
o primeiro dia ate agora,jforam manifestas em toda
6 Tendo por certo isto i a guarda pretoriana, e emmesmo, que aquelle que em I
todos os demais logares;
Yos come^ou a boa obra a ! li E muitos dos irn aos
aperfeifoara ate ao dia de no Senhor, tomando auimoJesus Christo. : com as minhas prisSes,
7 Como tenho por justo ' ousam fallar a palavra
sentir isto de yds todos,\
mais confiadamente, semporquanto retenho em meu
:temor.
cora^ao que todos vos fostes ' 15 Yerdade e que tambemparticipautes da minha alguns pregam a Christo
gra^a, tanto nas minhas por inyeja e porfia, maaprisoes como na minha outros tambem de boa-
defeza e confirma^ao do !mente
evangeiho. 16 Uns, na verdade.
8 Porque Deus me e annunciam a Christo portestemunha das muilas conten^ao, uao puramente,saudades que de todos vos cuidando accrescentar af-
tenho, em entranhavel flicgao as minhas prisOes,
aflfecto de Jesus Christo.
9 E pego isto : que avossa caridade abunde maise mais em sciencia e emtodo o conhecimento,
17 Mas outros por amor,sabendo que fui posto paradefeza do evangeiho.
18 Mas que imjjoriaf
comtanto que Christo seja
10 Para approvardes as annunciado em toda acoisas excellentes, para que maneira, ou com ficgimento
sejaes sinceros, e sem ou em verdade, n'isto medardes escandalo algum ate !
regozijo, e me regozijarei
ao dia de Christo. ainda.
11 Cheios de fructos de 19 Porque sei que isto mejustiga, que sao por Jesus resultara em sa]va(;ao, pela
Christo, para gloria e lou- vossa oragao e pelo soc-
vor de Deus. corro do Espirito de Jesus12 E quero, irmaos, que Christo,
saibaes que as coisas que I 20 Segundo a minha in-
me aconteceram contribui- ' tensa expecta9ao e espe-
ram para maior provtito,
ran^a, de que em nada serei
do Evangeiho. contundido ; antes, com13 De maueira que as toda a confian^a, Christo
39^
sera, tanto agora comoeempre, engrandecido nomeu corpo, seja pela vidaseja pela morte.21 Porque para mim o
viver e Cliristo, e o morrere ganho.22 Mas se o viver na carne
este e o fructo da minhaobra, Dao sei entao o quedeva escolher.
23 Porque de ambos os
lados estou em aperto, tendodesejo de ser desatado, eestar com Christo, porqueisto e ainda muito melhor.24 Mas julgo mais neces-
sario, por amor de vos,ficar na carne.
25 E confio n'isto, e sei
que ficarei, e permanecereicom todos vos, para provei-to vosso e gozo da fe.
26 Para que a vossa gloria
abunde por mim em ChiistoJesus, pela minha nova idaa vos.
27 Somente que vos por-teis diguamente conformeo Evangelho de Christc,
para que, quer venlia e vosveja, ou quer esteja ausente,ou9a de vossos negocios,
que estaes n'um mesmoespirito, combatendojunta-mente com o mesmo animopela fe do evangelho.
28 E em nada vos espan-teis dos que resistem,o queDara elles, na verdade, e
PHILIPPENSES, I, n.
indicio^ de perdicao, ma^jpara vos de salvagao, e istode Deus.29 Porque a vos vos foi
gratuitamente concedido,eni rela^ao a Christo naosomente crer n'elle, comotambem padecer por elle,
SO Tendo o mesmo corn-bate, que jd em miratendes visto, e agora ouvisde mim.
CAPITULO II.
pORTANTO, se ha algum-A- conforto em Christo,se algum a consolagao deamor, se alguma communi-cacao de Espirito, se alguusentranhaveis affectos ecompaixoes,
2 Cumpri o meu gozo,para que sintaes o mesmo,tendo o mesmo amor, ummesmo animo, sentindouma mesma coisa.
3 Nada fagaes por con-tenda ou por van gloria,
mas por humildade, cadaum estime os outros su-jDeriores a si mesmo.4 Kao attente cada nm
para o que e seu, mas cadaqual tambem para o que e
dos outros.
5 Do sorto que haja emvos o mesmo sentimejito
que houve tambem cmChristo Jesus,
PHILIPPENSES. II. 395
6 qnal, sendo em formade Deus, nao teve por usur-pagao ser e<?iial a Deus,7 Mas aniquilou-se a si
mesmo, tomando a formade servo, fazendo-se simi-
ihante aos bomens
;
8 E, achado em forma
15 Para que sejaes irre-
prehensiveis e sinceros,
filhos de Deus, inculpaveisno meio de uma gera^aocorrompida e perversa, en-tre OS quaes resplaudeceiscomo luminares no mundo,16 Pietendo a palavra da
como homem, humilhou-se; vida, para que no dia de
a si mesmo, sendo obediente.Cbristo possa gloriar-me
ate a morte, e morte de' de nao ter corrido nem
cruz.I
trabalbado em vao.
9 Pelo que tambem Deus i 17 E, ainda que seja
o exaltou soberanamente, ej
offerecido por libacao sobreIhe deu um nome que e o sacrificio e servi^o dasobre todo o nome
;vossa fe, folgo e me regozijo
10 Para que ao nome de com todos vos.
Jesus sedobre todo ojoelhoj 18 E vos tambem rego-dos que estao nos ceus, e zijae-vos e alegrae-vos co-
na terra, e debaixo da;
migo por isto mesmo.terra,
j
19 E espero no Senhor11 E toda a lingua con- 1 Jesus de em breve vos
fesse que Jesus Christo e mandar Timotheo, parao Senhor, para gloria de que tambem eu esteja deDeus Pae.
I
bom animo, sabendo os12 De sorte que, mens i vossos negocios.
amados, como sempre obe-|
20 Porque a ninguem te-
decestes, nao so na minha ' nho de tao egual animo, quepresen^a, mas muito mais ' sinceramente cuide dosagora na minha auseucia, vossos negocios.
assim tambem obrae a vos-
sa Ralva9ao com temor e
tremor,13 Porque Deus e o que
obra em vos tanto o querer
21 Porque todos buscamo que e seu, e nao o que ede Christo Jesus,
22 Mas bem sabeis a suaexperiencia, que serviu co-
como o effectuar, segundo migo no ovangelho, comoa sua boa vontade. fillio ao pae.
14 Fazei todas as coisas 23 De sorte que esperoBern murmura^oes nem con-tendas;
enviar-vol-o logo que tenhaprovido a meus negocios.
396 PHILLIPPENSES, II, III.
24 Porem confio no Se-
nhor, que tambem eu mes-nio em breve ii'ei a vos.
25 Mas julguei necessario
mandar-Tos Epaphrodito,meu innao, e cooperador, e
companheiro nos combates,
e vosso enviado, e minis-
trador nas ininhas neces-
sidades.
26 Porquanto tinha mui-tas saudades de vos todos,
e estava muito angustiadode que tivesseis ouvidoque estivera doente.
27 E de facto esteve
doente, e quasi a morte;po-
rem Deus se apiedou d'elle,
e nao somente d'elle, mastambem de mim, para queeu nao tivesse tristeza bo-
bre tristeza.
28 Por isso vol-o enviei
mais depressa, para que,
vendo-o outra vez, vos
regozijeis, e eu tenha me-nos tristeza.
29 Piccebei-o pois no Se-
nhor com todo o gozo, e
tende em honra aos taes.
30 Porque pela obra deChristo chegou ate bemproximo da morte, naofazendo caso da vida, ])ara
supprir para comigo a I'alta
do vosso servi90.
CAPITULO III.
pESTA, irmaos meus, que11 vos regozijeis no Se-
j
nhor. Nao me e molesto;escrever-vos as mesmas coi-
j
sas, e e seguran^a para vos.
I
2 Guardae-vos dos caes,
: guardae - vos dos maus-
j
obreiros, guardae-vos da.
circumcisao
;
I
3 Porque a circumcisaosomos nos, que servimos a
: Deus em espirito, e que no&
j
gloriamos em Jesus Christo,
e nao confiamos na carne.
4 Ainda que tambem te-
nho de que confiar na carne ;.
se algum outro cuida quetem de que confiar nacarne, ainda mais eu
:
5 Circumcidado ao oitavo
dia, da linhagem de Israel,
da tribu de Benjamin, he-
breo de liebreos, segundoa lei, phariseu,
6 Segundo o zelo, perse-
guidor da egreja, segundoa justiga que ha na lei,
irreprebensivel.
7 Mas o que para mimera ganho tive-o por perdapor amor de Christo.
8 E, na verdade, tenhotambem por perda todas as
coisas, pela excellencia doconhecimento de ChristoJesus, meu Senlior, poramor do qual contei por
I
perda todas estas coisas, e
I
as considero como esterco,
I para que possa ganhar a
\ Christo,
I9 E seja achado n'ello.
nao tendo a miDha justif;a,
que vem da lei, mas a quevera da fe em Christo, a
saberi a justi^a que vem deDens pela fe
;
10 Para conhecel-o, e avirtude da sua resurreipao.
e a communica^ao de suas
afflicQoes, sendo feito con-forme a sua morte
;
11 Para ver se de al?nma
PHILIPPENSES, III, IV. 307
17 Sedo tambem mensimitadores, irmaos, e tendecaidado, segundo o exem-plo que tendes em nos,.
pelos que assim andam.18 Porque muitos andam,
dos quaes muitas vezes vosdisse, e agora tambem digo,chorando, que sdo inimigosda cruz de Christo.
19 Cujo fim e a perdi9ao
;
maneira posso chegar a re- cujo Deus e o ventre ; esnrrei^ao dos mortos.
i
cuja gloria e para confusao12 Kao que ja a tenha \ d'elles, que so pensam nas
alcan(;ado, ou que seja per- 1 coisas terrenas.
feito, mas prosigo paraj
20 Mas a nossa conver-alcaD5ar aquillo para o que ' sa9ao esta nos ceus, d'ondefui tambem preso por tambem esperamos o SalChristo Jesus.
13 Irmaos, quanto a mim,nao tenho que o hajaalcan9ado
;
vador, o Senhor JesusChristo.
21 qual transformara onosso corpo abatido, para
14 Porem uma colsa fa^o, ser conforme ao seu corpoe e que esquecendo-me das
,glorioso, segundo o seu
coisas, que atraz ficam, e '
avangando para as queestao diante de mim, pro-sigo para o alvo, ao premioda soberana voca^ao deDeus em Christo Jesus.15 Pelo que, todos quantos
jd somos perfeitos, sintamosisto mesmo ; e, se sentis
alguma coisa d'outra ma-neira, tambem Dous vol-orevelara.
16 Porem n'aquillo a queja chegamos, andemos se-
gundo a mesma regra, e
sintamos o mesmo.
efficaz poder de sujeitar
tambem a si todas aacoisas.
CxVPITULO IV.
PORTAXTO, mens ama-dos e mui queridos
irmaos, minha alegria e
coroa, estae assim firmes
no Senhor, amados.2 Piogo a Evodia, e rogo
a Syntyche, que sintam omesmo no Senhor.
3 E pef;o-te tambem a ti,
meu verdadeiro compa-nheiro, que ajudes essas
898 PHILIPPENSES, IV.
raullieres que trabalharamcomigo no evangelho, e
com Clemente, e com os
outros cooperadores, cujos
nomes estao no livro davida.
4 I'egozijae-vos sempre noSenhor; outra vez digo,
regozijae-YOS.
5 Seja a vossa eqnidadenotoria a todos os homens.Perto estd o Senlior.
6 De nada estejaes soli-
citos; antes as Yossas pe-
ti9oes sejam em tudo co-
nhecidas diante de Denspela ora^ao e supplicas comac9ao de gra9as.
7 E a paz de Deus, queexcede todo o entendi-
mento, guardara os yossos
ooracoes e os yossos senti-
mentos em Christo Jesus.
8 Quanto ao mais, irmaos,
tudo o que e Yerdadeiro,
tudo o que e honesto, tudoo que e justo, tudo o quee puro, tudo o que e ama-Yel, tudo o que e de boafama, se ha alguma Yirtude,
e se ha algum louYor, n'isso
pensae.
9 que tambem apren-
destes, e recebestes, e ou-
Yistes, e Yistes em mim,isso fazei ; e o Deus de pazsera comYOSco.10 Ora, muito me regozijei
no Senhor de que finalmente
reviYcu a Yossa lembran5a
de mim; visto que yostendes lembrado, mas naotinheis opportunidade.11 Nao o digo como por
necessidade, porque jdaprendi a contentar-me como que tenho.
12 Sei estar abatido, e sei
tambem ter abundancia
:
em toda a maneira, e emtodas as coisas estou ins-
truido, assim a ter fartura,
como a ter fome, assim ater abundancia, como a pa-decer necessidade.
13 Posso todas as coisas emChristo, que me fortalece.
14 TodaYia fizestes bemem tomar parte na minhaaflQic9ao.
15 E bem sabeis tambemYOS, 6 philippenses, que,
no principio do CYangelho,quando parti de Macedonia,nenhuma egreja communi-cou comigo em razao de dare receber, senao yos s6-
mente.16 Porque tambem uma e
outra Yez me mandastes onecessario a Thessalonica.
17 Nao que procure dadi-
Yas, mas procuro o fructo
que abunde para a Tossaconta.
18 Mas tudo tenho rece-
bido, e tenho abundancia.estou cheio, depois que re-
cebi de Epaphrodito o quedaYOssa parte me foi enviado.
COLOSSENSES, I 399
eomo cheiro de suavidade e
sacrificio agradavel e apra-zivel a Deus.19 Porem o men Dens, se-
giindo as suas riquezas,
supprira todas as vossasnecGssidades em gloria, porChristo Jesus.
20 Ora ao nosso Deus e
Pae seja gloria para todo osempre. Amen.
21 Sandae a todos os sanc-tos em Ciiristo Jesus. Osii'maos que estao comigoYDS saudam.22 Todos OS sanctos vossaudam, mas principal-
mente os que sao da casade Cesar.
23 A graca de nosso Se-
nhor Jesus Christo seja comvos todos. Amen.
EPISTOL^ DE S. PAULO APOSTOLO
AOS C0L0SSEXSE3.
CAPITULO I.I
PAULO, apostolo de Jesus
,
Christo, pela vontadej
de Deus, e o irmao Timo-Itheo
:
1
2 Aos sanctos e irmaosfieis em Christo, que estao
em Colossos. Graca a vos,
e paz da parte de Deusnosso Pae e da do SenhorJesus Christo.
3 Gra9as damos ao Deus e
Pae de nosso Senhor JesusChristo, orando sempre porvos
:
4 Porquanto cuvimos davossa fe em Christo Jesus,
e da caridade q^JA tendes
para com todos os sanctos
;
5 Pela esperan9a que vosesta reservada nos ceus, daqual jd d'antes ouvistes pe-
la palavra da verdade doevangelho
:
6 qual jd chegou a vos,
como tambem estd em todoo mundo ; e ja vae fructi-
ficando, como tambem entre
vos, desde o dia em queouvistes e conhecestes agraca de Deus em verdade
;
7 Como tambem o apren-destes de Epaphras, nossoamado con.servo, que para
! vos e um fiel ministro deChristo
;
8 qual nos declarou
tambem a vossa caridade
no Espirito.
400 COLOSSENSES, L9 Portanto tambem, desde
o dia em que o ouTimos,nao cessamos de orar porYos, e de pedir que sejaes
cheios do conhecimento dasua vontade, em toda a sa-
bedoria e intelligencia espi-
ritual
;
10 Para que possaes andardignamente diante do Se-
nhor, agradando-lhe em tu-
do, fructificando em toda aboa obra, e crescendo noconhecimento de Deus
;
11 Corroborados em todaa fortaleza, segundo a for9a
da sua gloria, em toda apaciencia, e longanimidadecom gozo
;
12 Dando gramas ao Pae,que nos fez idoneos departi-cipar da heranga dos sanctosna luz
:
13 qual nos tirou dapotestade das trevas, e nostransportou para o reino doFilho do seu amor
;
14 No qual temos a re-
demp5ao pelo seu sangue,a saber, a remissao dos pec-cad os
;
15 qua! e imagem doDeus invisivel, o primoge-nito de toda a creatura.
16 Porque por elle foramcreadas todas as coisas queha nos ceus e na terra, vi-
siveis e invisiveis, sejamthronos, sejam dominagOes,scjam principados, sejam
potestades : todas as coisas
Ibram creadas por eUe epara elle.
17 E elle e antes de todasas coisas, e todas as coisas
subsistem por elle.
18 E elle e a cabe9a do cor-po da egreja : que e o prin-cipio e primogenito d'entre
OS mortos, para que entretodos tenha a preeminencia.19 Porque foi do agrado
do Fae que toda a pleni-
tude n'elle habitasse
;
20 E que, havendo porelle feito a paz pelo sangueda sua cruz, por elle reconciliasse comsigo mesmo to-
das as coisas, tanto as queestdo na terra, como as queesfdo nos ceus.
21 A Tos tambem, qued'antes ereis estranhos, einimigos no entendimento,em obras mas, agora toda-via YOS reconciliou,
22 No corpo da sua came,pela morte, para perante si
YOS apresentar sanctos, eirreprehensiveis, e inculpa-Yeis.
23 Se porem permanecer-des fundados e firmes na fe,
e nao yos moYcrdes da espe-
ran9a do CYangelho quetendes ouvido, o qual e
pregado a toda a creatura
que ha debaixo do ceu, e
do qual eu, Paulo, estoufeito ministro.
COLOSSENSES, I, n. 401
24 Eejrozijo-me agora noque padeQO por yus, e cum-pro na minha came o resto
das afflicQSes de Christo,
pelo seu corpo, que e ae^reja
;
25 Da qual en eston feito
ministro segnndo a dispen-sa9ao de Deus, que me foi
concedida para comvosco,para cumprir a palavra de do Christo,
que est'lo em Laodicea, epor quantos nao viram omeu rosto era carno
;
2 Para que os seus cora-9oes sejam consolados, e
estejam unidos em caridade,e em todas as riquezas dainteira certezade intelligen-
cia, para conhecimento domysterio do Deus e Pae, o
Deus, 3 No qual estao escondi-26 mysterio que esteve dos todos os thesouros da
occulto desde todos os seculos, e em todas as ge^ac^}e3,
e que agora foi manifestoaos sens sanctos,
27 Aos quaes Deus quizfazer conhecer quaes bSo as
riquezas da gloria d'este
mysterio entre os gentios,
que e Christo entre tos,
esperan9a da gloria
:
23 qual annunciamos,admoestando a todo o ho-mem, e ensinando a todo ohomem em toda a sabedoria
;
para que apresentemos todoo homem perfeito em JesusChristo
:
29 No que tambem traba-Iho, combatendo segundo asua eflScacia, que obra emmim poderosamente.
CAPITULO 11.
PORQUE quero que sai-
baes quao grande com-bate tenbo per vos, e pelos
sabedoria e da sciencia.
4 E digo isto, para queninguem vos engane Cjmpalavras persuasiyas na ajj-
parencia.
5 Porque ainda que esteja
ausente quanto ao corpo,todavia em espirito estoucomvosco, regozijando-me,e Tendo a vossa ordem, ea firmeza da vossa fe emChristo.
6 Pois como recebestes oSenhor Jesus Christo, assimtambem andae n'elle,
7 Arraigados e sobreedi-ficados n'elle, e confirmadosna fe, assim como fostes en-sinados, abundando n'ella
com accao de grci9as.
8 Olhae que ninguem vossobresalte por meio de phi-losophias e vas subtilezas,
segundo a tradicao dos ho-mens, segundo os rudimen-tos do mundo, e nao seeundoChristo:
402 COLOSSENSES, II, III.
9 Porque n'elle habita
corpora]mente tocla a pleni-
tude da divindade
;
10 E n'elle estaes perfei-
tos, qnal e a cabega de todo
o principado e potestade :
11 No qual tambem estaes
circumcidados com uma\
circumcisao feita sem mao, i
no despojo do corpo dos
peccados da carne, na cir-
cnmcisao de Christo
:
12 Sepultados com elle nobaptismOj no qual tambemresuscitastes com elle pela
fe no poder de Dens, que o
resuscitou dos mortos.
13 E quando vos estaveis
mortos nos peccados, e naincircumcisao da Tossa
carne, vos viviflcou junta-
mente com elle, perdoando-Yos todas as offensas,
14 Havendo riscado a ce-
dula que contra nos liavia
nas ordenancas, a qual dealguma maneira nos era
contraria, e a tirou do meiode nos, encravando-a nacruz.
15 E, despojando os prin-
cipados e potestades, os
expoz publicamente a ver-
gonha, e triumphou d'elles
por ella.
16 Portanto ninguem yos
julgue pelo comer, ou pelo
beber, ou por causa dos dias
de festa, ou da lua noTa,
ou dos sabbados
:
17 Que sao sombras dascoisas futuras, mas o corpoe de Christo.
18 Ninguem vos domine aseu bel-prazer com pretexto
de humildade e culto dosanjos,mettendo-se em coisas
que nunca viu, estando debalde inchado do sentido
da sua carne
;
19 E nao retendo a cabefja,
da qual todo o corpo, ])ro-
vido e organisado pelas
juntas e ligaduras, vae cres-
cendo em augmento deDeus,20 Portanto, se estaes
mortos com Christo qr.anto
aos rudimentos do mundo,porque yos carregam ainda
de ordenancELS, como se
viYcsseis no mundo ?
21 Taes como : niio toques,
nao proves, nao manuseies
:
22 As quaes coisas todas
perecem pelo uso, segundo03 preceitos e doutrinas doshomens
;
23 As quaes teem na ver-
dade alguma apparencia desabedoria, em devo^ao vo-
luutaria, bumildade, e mautratamento do corpo, masnao sao de valor algumpara fartura da carne.
CAPITULO ni.
PORTANTO se/d resusci-
tastes com Christo. bus-
COLOSSENSES, III. 405
cae as coisas que sao decima, onde Christo esta
assentado a dextra de Dens.
2 Pensae nas coisas que sao
de cima, e nao nas que sao
da terra
;
3 Porqueja estaes mortos,
6 a vossa vida esta escon-
dida com Christo em Deus.
4 Quando Christo, que e
a nossa vida, se manifestar,
entSo tambem y6s vos
imagem d'aquelle que ocreou
:
11 Onde nao ha grcgo nemjudco, circumcisao nemincircumcisao, barbaro,scytha, servo, on livre;
mas Christo e tudo emtod OS.
12 Revesti-vos pois, comoeleitos de Deus, sanctos, eamados, das entranhas damisericordia, da benicmi-
manifestareis com elle em!dade, humildade, mansidao,.
gloria.
5 Mortificae pois os vossos
loDganimidade
:
13 Supportando-vos nnsmembros, que estao sobre
|
aos outros, e perdoando-vosa terra : a fornicacao, a
[
uns aos outros, se alguemimmundicia, o appetite de- i tiver queisa contra outro :
a vil concupisavareza, que e
sordenadocencia e
idolatria
;
6 Pelas quaes coisas vema ira de Deus sobre os
filhos da desobediencia
:
7 Nas quaes tambemd'antes andastes
vivieis n'ellas.
assmi como Christo vo.=
perdoou, assim o fjzd vos
tambem.14 E, soV)re tudo isto,
revesti-vos de caridade, quee o vinculo da perfeicao.
15 E a paz de Deus dominequando
j
em vossos cora9ues para aqual tambem fostes chama-
8 Mas agora despojae-vos ! dos em um corpo, e sedetambem detodas estas coisas
a saler, da ira, da colera,
da malicia, da maledicencia,
das palavras torpes da vossabocca.
9 Nao mintaes uns aosoutros, pois que jd vosdespistes do velho homemcom OS sens feitos,
10 E vos vestistes do novo,que se renova para o co-
nhecimeuto, segundo a
agradecidos.
16 A palavra de Christohabite em vos abundante-mente em toda a sabedoria,ensinando-vos e admoes-tando-vo3 uns aos outros,
com palavras, hjmnos ecanticos espirituaes, can-tando ao Senhor com gra9aem vosso coracao.
17 E tudo quanto fizerdea
por palavras ou per obras,
404 COLOSSENSES, III, lY.
fnzei tudo em nome doS3nhor Jesus, dando porelle gragas a Dens e ao Pae.
18 Yos, mulheres, sede
sujeitas a vossos proprios
maridos, como convein noSenhor.19 Yos, nsaridos, amae a
vossas mnlheres, e nao vos
irriteis contra ellas.
20 Yos, filhos, obedecei emtudo a vossos paes
;porque
isto e apraziyel ao Senhor.
21 Yos, paes, nao irriteis
a Yossos filhos, para quenao percam o animo.22 Yos, servos, obedecei
em tudo a vossos senhores
segundo a carne, nao ser-
vindo BO na apparencia,
como para agradar aos
homens, mas com simplici-
dade de coracao, temendo a
Deus.23 E, tudo quanto fizer-
des, fazei-o do coracao,
como ao Senhor, e nao aos
homens
:
24 Sabendo que recebereis
do Senhor o galardao daheran9a, porque a Christo,
o Senhor, servis.
25 Porem quern fizer ag-
gravo receberd- o aggravoque fizer; pois nao harespeito a pessoas.
CAPITULO lY.
OS, senhores, fazei jus-
tica e eouidade a vossosY
servos, sabendo que tam-bem tendes um Senhor nosceus.
2 Persevere e em ora9ao,
velando n'ella com ac9aode gra9as
:
3 Orando tambem junta-
mente por nos, para queDeus nos abra a porta dapalavra, para fallar domysterio de Christo, pelo
qual estou tambem preso
;
4 Para que o manifesto,
como me convem fallar.
5 Andae com sabedoriapara com os que estao defora, remind o tempo.6 A vossa palavra seja
sempre aprazivel, adubadacom sal, para que saibaes
como vos convem respondera cada um.7 Tychico, irmao amado e
fiel ministro, e cod servo noSenhor, vos fara saber todos
OS mens negocios
:
8 qual vos enviei paramesmo fim, para que saiba
dos vossos negocios, e con-
sole OS vossos cora9oes
;
9 Juntamente com Onesi-
mo, amado e fiel irmao, quee dos vossos ; elles vos
farao saber tudo o que poraqui se passa.
10 Aristarcho, que esta
preso comigo, vos sauda e
Marcos, o sobrinho de Bar-
nabe, acerca do qual jdrecebestes mandamentos
;
L THESSALONICENSES, L 405
ee for ter comyosco, rece-
bei-o;
11 E, Jesus, chamadoJusto: OS quaes sao dacircumcisao : sao estes so
OS meus cooperadores noreino de Dens ; e para mimteem sido consolac^ao.
12 Sauda-vos Epaphras,que e dos vossos, servo deChristo, combatendo semprepor vos em ora9oes, paraque fiqueis firmes, perfeitos
e consumados em toda a
vontade de Deus.13 Pois eu Ihe don teste-
munho de que tern grandezelo por Tos, e pelos quee»td/) em Laodicea, e pelos
que esPIo em Hierapolis.
14 Sauda-Yos Lucas, omedico amado, e Lamas.15 Sandae aos irrcaos que
estao em Laodicea, e aXympha e a egreja que esta
em sua casa.
16 E, quando esta epistola
for lida entre vos, fazei quetambem seja lida na egreja
dos laodicenses, e a que vein' de Laodicea lede-a vostambem.
' 17 E dizei a Arcbippo;
I
Attenta para o ministerio
que recebeste no Senhor;para que o cumpras.18 Saudacao de minha
mao, de Paulo. Lembrae-vos das minbas prisSes. Agra9a seja comvosco. Amen.
PEIMEIEA EPISTOLA DE S. PAULO APOSTOLO
AOS THESSALOXICEXSES.
CAPITTJLO I. I
PAULO, e Silvaro e Timo-j
tbeo, a egreja dos tbes-j
salonicenses em Deus, o
'
Pae, e no Senhor JesusChristo; Graga e paz te-
nbaes de Deus nosso Paee do Senhor Jesus Christo.
2 Sempre damos graras a
Deus por vos todos, fazendomenf;ao de vos em nossasorajoes.
3 Lembrando-nos sem ces-
sar da obra da vossa fe, e
do trabalho de caridade,
da paciencia da esperan9acm uosso Senhor JesusChristo, diante de nosso
Deus e Pae
:
4 Sabendo, amados irmaos,
que a vossa elei^ao e deDens
;
5 Porque o nosso evan-gelho nao foi a vos somenteem palavras, mas tambem
406 L THESSALOXICEXSES, I, II.
em poder, e no Espirito ! a nossa entrada para com-Sancto, e foi em muitacerteza; como bem sabeis
quaes entre yos fomos, poramor de yos.
Yosco nao foi Ya
,
2 Antes, havendo pri-
meiro padecido, e sidoaggraYados em Phillippos,
6 E YOS fostes feitos nos- ' como sabeis, tivemos ou-
sos imitadores, e do Senlior,j
sadia em nosso Deus, pararecebendo a palaYra em '
yos fallar o eYangelho demuita tribulacao, com gozo Deus com grande combate.do Espirito Sancto. 3 Porque a nossa exlior-
7 De maneira que fostes tacao nao foi [com engano,exemplo para todos os fieis nem com immundicia nemna Macedonia e Acbaia.
8 Porque por yos soon acom fraudulencia
;
4 Mas como fomos appro-palaYra do Senlior, nao vados de Deus para que osomente em Macedonia e
j
EYangelho nos fosse con-
Achaia, mas tambem a|
fiado, assim fallamos, naoYossa fe para com Deus se
j
como para comprazer aos
espalhou por todos os lo- 1homens, mas a Deus, que
gares, de tal maneira que ' proYa os nossos cora9Des.
jd, d'ella nao temos neces-
sidade de fallar coisa al-
guma;9 Porque elles mesmos an-
nunciam de nos qua! aentrada que tiYemos paracomYosco, e como dos ido-
5 Porque, como bem sa-
beis, nunca usamos de pa-laYras lisongeiras, nem depretexto de aYareza; Deuse testemunha.6 Nem buscando gloria
dos homens, nem do y6?,
los YOS convertestes a Deus, nem de outros, ainda quepara serYir o Deus Yivo e
Yerdadeiro,
10 E para esperar dos ceusa seu Filho, a quem resus-
citou dos mortos, a saber,
Jesus, que nos liYra da ira
futura.
CAPITULO n.
"pOEQUE YOS mesmos,
podiamos, como apcstoios
de Christo ser-YOS pesa-
dos;7 Antes fomos brandos
entre yos, como a ama quecria sens filhos.
8 Assim que nos, estando-Yos tao afifeic^oados, de boavontade quizeramos com-municar-vos, nao somenteo evansrelho de Deus, mas
iru. aos, bem sabeis que] ainda as nossas proprias
I. THESSALONelmas
;porquanto nos ereis
rnuito queridos.
9 Porque bem tos lem-braes, irmaos, do dosso
trabalho e fadiga; pois,
trabalhando noite e dia,I
vos pregamos o evangelho|
de Deus, para riao sermospesados a cada tim de yds.
10 Yos e Deus sois teste-
munhas de quao Fancta, el
jnsta, e irreprehensivel-
1
mente nos liouYemos paracorayosco, os que crestes.
11 Assim como bem sa-
beis que exhortavamos e
consolavamos, a cada umde vos, como o pae a Eeus
filhos
;
12 E protestavamos con-duzir-vos digcamente paracom Deus, que vos chamapara o seu reino e gloria.
13 Pelo que tambem da-
mos sem cessar gracas a
Deus, de que, havendo re-
ccbido de nos a palavra daprega^ao de Deus, a rece-
bestes, nao como palavra dehomens, mas (segundo e,
na verdade) como palavrade Deus, a qual tambemobra em vos, os que crestes.
14 Porque vos, irmaos,
haveis sido feitos imita-
dores das egrejas de Deusque estao na Judea, era
Jesus Christo; porquantotambem padecestes de vos-
sos proprios cidadaos as
ICEXSES, II, III. 407
mesmas coisas, como elles
tambem dos judeus
:
15 Os quaes tambem ma-taram ao Senbor Jesus e
sens proprios prophetas, e
nos teem perseguido ; e naoagradam a Deus, e sao cou-trarios a todos os homens
:
16 E nos impedem quefallemos aos gentios, paraque possam salvar-se, afimde encherem sempre a me-dida de sens peccados
;
porque a ira de Deus caiusobre elles ate ao fim.
17 Nos, porem, irmaos,sendo privados de vos porum momento de tempo, davista, mas nao do coracao,
tanto mais procuramoscomgrande desejo ver o vosso
rosto.
18 Pelo que bem quize-
ramos uma e outra vez ir
a vos, pelo menos eu, Paulo,
mas Satanaz nol-o impediu.
19 Porque, qual e a nossaesperanca, ou gozo, ou coroa
de gloria? Porventura naosois vos tambem diante
de nosso Senbor JesusChristo em sua vinda ?
20 Porque vos sois a nos-
sa gloria e gozo.
CAPITULO III.
PELO que, nao podendoesperar mais, de boa-
mente quizemos deixar-no3
ficar SOS em Athenas
;
I. TEESSALONICENSES. Ill, lY.408
2 E enviamos Timotlieo
nosso irmao, e ministro de
Deus, e uosso cooperador
no eTangelho de Christo
para yos confortar e vos
exhortar acerca da vossa
fe;
3 Para que ninguem se
commova por estas tribu-
jagoes;porqiie yos mesmos
sabeis que para isto fomosordenados.
•i Pois, estando ainda com-Yosco, YOS prediziamos quehaYiamos de ser affligidos,
como tambem succedeu, e
vos sabeis.
Portanto, nao podendoeu tambem esperar mais,
mandei-o saber da Yossa fe,
temendo que o tentador yos
tentasse, e o nosso trabalho
Yiesse a ser inutil.
6 Porem, Yindo agora Ti-
motheo de yos para nos, e
trazendo - nos boas noYas
acerca da YOSsa fe e cari-
dade, e de como sempretendes boa lembranca de
nos, desejando muito Yer-
nos, como nos tambem a
gracas poderemos dar aDeus por yos, por todo o
gozo com que nos regozi-
jamos por YOssa causa di-
ante do nosso Deus,10 Orando abundante-mente dia e noite, para quepossamos Yer o yosso
rosto, e snppramos o quefait a a vossa fe?
11 Ora mesmo nosso
Deus e Pae, e nosso SenhoiJesus Christo, encaminhua nossa Yiagem para yos.
12 E o Seubor yos aug-mente, e faga abundar emcaridade uns para com os
outros, e para com todos,
como tambem ahundamospara comvcsco
;
13 Para confortar os
Yossos cora^oes, para quesejaes irreprehensiYeis emsanctificacao diante de
nosso Deus e Pae, na Yinda
de Nosso Senbor Jesus
Christo com todos os^seus
sanctos.
CAPITULO lY.
ASSIM que, irmaos, nodemais yos rogamos e
Yos;7 Pelo que, irmaos, nos,
ficamos consolados acerca|
exhortamos no Senhor
de YOS em toda a nossa Jesus, que, assim como
affliccao e necjssidade, pela
YOssa fe.
8 Porque agora viYemos,
se efiia.es/irmes no Senhor.
9 Porque, que ac^ao de
recebestes de nos, como yos
conYenha andar e agradar
a Deus, assim n'is^oabun-
deis cada ycz mais.
2 Porque yos bem sabeis
I. THESSALONICEXSES, IV 409
que Diaudamentos vostemos dado pelo SenborJesus.
3 Porque esta e a vontadede Deus, a vossa sancti-
ficac^ao : que vos abstenbaesda fornicacao
;
4 Que cada um de vossaiba possuir o seu vasoem sanctificacao e bonra
;
6 Kaoem sensualidade deconcupiscencia, como os
gentios, que nao conhecema Deus.6 Ninguem opprima Demengane a seu irmao emnegocio algum ; porque o
Senhor e vingador de todasestas coisas, como tambem;a d'antes vol-o dissemos e
testificamos.
7 Porque nao nos cbamouDeus para a immundicia,senao para a sanctifica(jao.
8 Porque quern desprezatsio nao despreza o bomem,senao a Deus, o qual nosdeu tambem o seu Espirito
Sancto.9 Emquanto a caridade
fraternal, nao necessitaes
que vos escreva, porque jdvos mesmos estaes instrui-
dos por Deus que vos ameisuus aos outros.
10 Porque tambem ja
assim o fazeis, para comtodos OS irmaos que estao
por toda a Macedonia.Exbortamo-vos, porem, ir-
maos, a que ainda n^isto
abundeis cada vez mais;
11 E procureis viverquietos, e tratar dos vossosproprios negocios, e traba-Ihar com vossas propnasmaos, como ja vol-o temosmandado
;
12 Para que andeisbonestamente com os queestao de fora, e nao necessi-
teis de coisa alguma.13 Nao quero, porem,
irmaos, que sejaes igno-rantes acerca dos que jddormem, para que vos naoentriste^aes, como tambemOS demais, que nao teemesperau^a.
14 Porque se cremos queJesus iDorreu e resusciton,assim tambem aos que emJesus dormem Deus ostornara a trazer com elle.
15 Dizemo-vos portantoisto pela palavra do Se-nbor: que nos, os queficarmos vivos para a vindado Senbor, nao precedere-mos OS que dormem:16 Porque o mesmo Se-
nbor descera do ceu comalarido,ecomvozdearcban-jo, e com a trombeta daDeus; e os que morreramem Cbristo resuscitarao
primeiro.
17 Depois nos, os queficarmos vivos, seremosarrebatados juntamenta
CAPITULO Y.
POEEM, irraaos, acerca
dos tempos e das esta-
^ues nao necessitaes que se
vos escreva;
2 Porque vos mesmossabeis muito bem que o dia
do Senhor vira como oladrao de noite
;
3 Pois que, quando dis-
serem : Ea paz e segu-
ranga ; entao Ihes sobreyira
repentina destruicao, comoas dores de parto aquella
que esta gravida ; e demodo algum escaparao.
4 Mas Yos, irmaos, jou naoestaes em trevas, para queaquelle dia vos surprehendacomo um ladrao.
Todos YOS sois filhos daluz e filhos do dia ; nos naosomos da noite nem dastrevas.
6 Nao durmamos pois,
como OS demais, mas vigie-
mos, e sejamos sobrios.
7 Porque os que dormemdormera de noite, e os queBe embebedam embebedam-se de noite.
410 I. THESSALONICEN'SES, IV, V.
com elles nas nuvens, a I 8 Mas nos que somos doencontrar o Senhor nos ' dia, sejamos sobrios, ves-
ares, e assim estaremosj
tindo-nos da coura^a da %sempre com o Senhor.
|
e da caridade, e tendo por
18 Portanto, consolae-vos|capacete a esperanga da
uns aos outros com estas salvacao.
palavras. 9 Porque Deus nao nostern ordenado para a ira,
mas para a acquisicao dasalvacao, por nosso fcienhor
Jesus^ Christo.
10 qual morreu por nos,
para que, quer vigiemos,
quer durmamos, vivamosjuntamente com elle.
11 Pelo que exhortae-vos
uns aos outros, e edificae-
vos uns aos outros, comotambem o fazeis.
12 E rogamo-vos, irmaos,
que reconhecaes os quetrabalham entre vos e quepresidem sobre vos no fcse-
nhor, e vos admoestam
:
13 E tende-os em grandeestima e amor, por causa
da sua obra. Tende pazentre vos.
14 Rogamo-vos tarabem,irmaos, que admoesteis os
desordeiros, consoleis os
de pouco animo, sustenteis
os fracos, e sejaes pacientes
para com todos.
15 Olhae que ninguem dea outrem mal por mal, massegui sempre o bem, assimuns para com os outros,
como para com todos.
16 Regozijae-vos sempre.
11. THESSALONICEXSES, I. 411
corpo, sejam conservadosirreprelieDsiveis para avinda de nosso fcienhor
Jesus Christo.
24: Fiel e o que vos chama,qual tambem o iacrk.
25 Irmaos, orae por nos.
25 Saudae a todos osas
iirmaos em osculo sancto.
I
27 Pelo Senhor vos con-22 Abstende-vo3 de todajuro que esta ei)istola se
a apparencia do mal. i leia a todos os Banctos23 E o mesmo Deus de irmaos.
17 Orae sem cessar.
18 Em tudo dae graf;a?;;
porque esta e a Yontade deDeus em Christo Jesus paracomvosco.19 NaoapagueisoEspirito.20 Nao desprezeis as
prophecias.
21 Examinae todascoisas : retende o bem.
paz Yos sanctifique emtudo; e todo o yosso sin-
cero espirito, e alma, e
28 A ^aca de nossoSenhor Jesus Christo seja
comvosco. Amen.
SEGUNDA EPISTOLA DE S. PAULO APOSTOLO
AGS THESSALOXICEXSES.
CAPITULO I.
PAULO, e Silvano, e
Timotheo, a egreja dosthessalonicenses, que esta
em Deus nosso Pae e noSenhor Jesus Christo
:
2 Gra^a e paz de Deusnosso Pae, e do SenhorJesus Christo.
3 Sempre devemos, ir-
rnaos, dar gramas a Deuspor YOS, como e de razao,
]torquanto avossa to crtsce
oxcessivamente, e a cari-
dade de cada nm de yostodos abunda de uns paracom OS outros
:
4 De maneira que nosjmesmos nos gloriamos de
j
YOS nas egrejas de Deus,
I
por causa da vossa pacien-
Icia e fe, em todas as vossa
s
perseguirjcese afflic§3es quesupportaes
;
5 Prova clara do jiisto
juizo de Deus, para qu»j
., sGJaes havidos por dignosjdo reino de Deus, pelo qiial
i
tambem padeceis;
412 TI. THESSALONICENSES, I, 11.
6 Pois e justo diante deDeus que de em pagatribulagao aos que vos at-
tribulam,
7 E a vos, que sois attribu-
lados, descan^o comnosco,quando se manifestar oSenbor Jesus desde oceu com os anjos do seupoder
;
8 Como labareda de fogo,
tomaudo viuganca dos quenao conbecem a Deus, e
dos que nao obedecem aoevangelho de nosso SenhorJesus Christo
:
9 Os quaes por eastigo
padecerao eterna perdicao,
ante a face do Senbor e agloria do seu poder,
10 Quando vier para ser
glorificado nos sens sanctos,
e a fazer-se admiraveln'aquelle dia em todos os
que creem (porqnanto o
nosso testemunbo foi crido
entre vos).
11 Pelo que tambem ro-
gamos sempre por vos, paraque o nosso Deus vos faga
dignos da sua voca^ao, e
cumpra todo o bom prazer
da &ua bondade, e a obrada fe com poder
;
12 Para que o nome denosso Senbor Jesus Cbristo
CAPITULO II.
ORA, irmaos, rogamo-vos.pela vinda de nossc
Senbor Jesus Cbristo, cjyela nossa reuniao com elle,
2 Que nao yos moYaesfacilmente do vgsso entendi-
mento, e nao vos perturbeis,
nem por espirito, nem porpalavra, nem por epistola,
como escripia por nos, comose o dia de Cbristo estivesse
ja perto.
3 NiDguem de maneiraalguma vos engane, porqueaqueUe dia nao vird sem queantes venba a apostasia, ese manifesto o bomem dopeccado, o filbo da perdi9ao;
4 qual se oppoe, e se
levanta sobre tudo o quese cbama Deus, ou se adora
;
assim que se assentara,
como Deus, no templo deDeus, fazendo-se parecer
Deus.5 Nao vos lembraes que
estas coisas vos dizia quan-do ainda estava comvosco ?
6 E agora vos sabeis quee que o detem, para quea seu proprio tempo seja
manifestado.
7 Porque ja o mysterio dainjusti9a obra: somente o
seja em vos glorificado, e que agora o detem o deterd
vos n'elle, segundo a gra(;a ' ate que do meio seja tirado,
de nosso Deus e do Senhor ' 8 E entao sera manifesto
J«sus Christo. \aquelle iniquo, o qual o Se-
II. THESSALO^'ICEXSES, II, III. 413
nhor desfara pelo EspiritoIChristo mesmo, o nosso
da sua bocca, e aniquilara I Deus e Pae, que nos amou.pelo esplendor da suavinda
:
9 Aquelle cuja vinda e
Begundo a efficacia deSatanaz, com todo o poder,
e signaes e prodigios dementira,
10 E com todo o enganoda injustiga para os queperecem, porquanto naoreceberam o amor da ver
dade para se salvarem.
e em graca nos deu umaeterna consolafao, e boaesperan^a,
17 Console os vossos co-racoes, e vos conforte emtoda a boa palavra e obra.
CAPITULO III.
3 "VfO demais, irmaos, rogae
- 1^ por DOS, para que a
! palavra do Senhor tenha11 E portanto Deus Ihes /«ire curso e seja glorificada,
enyiara a eflQcacia do erro,
para que creiam a mentira
;
12 Para que sejam con-
demnados todos os que naocreram a verdade, antes
tiveram prazer na iniqui-
dade.13 Mas devemos sempre
dar gramas a Deus por tos,
irmaos amados do Senhor,por vos ter Deus elegido
desde o principio para asalvagao, em sanctificacao
do Espirito, e fe da ver-
dade;14 Para o qne pelo nosso
evangelho vos chamou, paraalcan^ardes a gloria de nos-so Senhor Jesus Christo.
15 Pelo que, irmaos, estae
firmes, e retende as tra-
di55es que vos foram en-sinadas, seja por palavra,
Beja por epistola nossa.
16 E Dosso Senhor Jesus
como tambem entre vos
;
2 E para que sejamoslivres de homens dissolutos
e maus, porque a fe nao ede todos.
3 Mas fiel e o Senhor, qnevos confortara, e guardarado maligno.4 E confiamos de vos noSenhor que tambem fazeis
e fareis o que vos manda-mos.5 Ora Senhor encaminhe
OS vossos cora9ues na cari-
dade de Deus, e na paciencia
de Christo.
6 Mandamos-vos porem,irmaos, em nome de nossoSenhor Jesus Christo, quevos aparteis de todo oirmao que andar desorde-
nadamente, e nao segundoa tradi9ao que de nos re-
cebeu.
7 Porque vos mesmos sa-
8 2
414 I. TIMOTHEO, I.
beis como convem imitar-
nos, pois que riao nos houve-mos desordenadamente en-tre vos
:
8 !Nem de graca comemoso pao de nenhum, mas comtrabalho e fadiga, traba-
Ihando noite e dia, para naosermos pesados a nenhumde vos.
9 Kao porque nao tives-
semos anctoridade, maspor vos dar em nos mesmosexemplo, para nos imi-
tardes.
10 Porqne, qnando aindaestavamos comvosco, vosmandamos isto, que se
alguem nao quizer tra-
balhar, nao coma tambem.11 Porque ouvimos que
alguns entre vos andamdesordenadamente, nao tra-
balhando, antes fazendocoisas vas.
12 Aos taes porem man-damos e admoestamos
por nosso Senbor JesusChristo, que, trabalhandocom socego, comam o seuproprio pao.
13 E vos, irmaos, nao voscancels de fazer bem.14 Porem, se alguem nao
obedecer a nossa palavra,
escripta n'esta carta, notaetal, e nao vos mistureis
com elle, para que se
envergonbe.15 Todavia nao o tenbaescomo inimigo, mas admoes-tae-o como irmao.
16 Ora o mesmo Senhorda paz vos de sempre pazem toda a maneira. OSenbor seja com todos vos.
17 Esta sauda9a3 e daminba propria mao, dePaulo, que e o signal emtodas as epistolas: assimescrevo.
18 A graca de nosso Se-
nbor Jesus Cbristo seja comtodos vos. Amen.
PRIMEIRA EPISTOLA DE S. PAULO APOSTOLO
A TIMOTHEO.
CAPITULO I.
PAULO, apostolo de Je-
sus Christo, scgundoo mandado de Deus, nosso
Salvador, e do Senbor JesusChristo, esperan9a nossa,
2 A Timotbeo meu verda-
deiro filbo na fe: Gra9a,
misericordia e paz de Deus
I. TI.MOTHEO, I. 415
rosso Pae e rlo Christo
Jesus nosso Senhor.
3 Como te roguei, quandoparti para Macedonia, quelicasses em Epheso, paraadvertires a alguns, quenao ensinem outra dou-trina.
4 Nem se deem a fabulas
nem a genealogias intermi-
naveis, que mais produzemqnestoes do que edificacao
de Deus, que consiste nafe.
5 Ora o fim do manda-mento e a caridade de umcoracao puro, e de uma boaconsciencia, e de uma fe naofingida.
6 Do que, desviando-sealguns, se entregaram avaidade de palavras
:
7 Querendo ser doutoresda lei, e nao entendendonem o que dizem nem o queaffirmam,8 Porem bem sabemos que
a lei e boa, se alguem d'ella
usa legitimamente
:
9 Sabendo isto, que a lei
nao foi posta para o justo,
mas para os injustos e obsti-
nados, para os impios e pec-cadores, para os profanese irreligiosos, para os par-ricidas e matricidas, para os
horaicidas,
10 Para os fomicadores,para os sodomit;.";, para osruubadores de honiuns, para
OS mentirosos, para os per-jures, e se algurna outracoha ha contraria a sa dou-trina,
11 Conforme no evangelhoda gloria de Deus bema-venturado, que me foi con-fiado.
12 E dou gracas ao queme tem confortado, a ChristoJesus Senhor nosso, porqueme teve por fiel, pondo-r/ie
no ministerio
;
13 A mim que d'antes fui
um blasphemo, e persegui-dor, e oppressor
;porem
foi-me feita misericordia,
porquanto o fiz ignoran-temeate, na incredulidade.14 IMas a graca de nossoSenhor superabundou coma fe e ainor que ha em JesusChristo.
15 Fiel e esta palavra, edigna de toda a acceita(;ao,
que Christo Jesus veiu aomundo, para valvar os pec-cadores, dos quaes eu sou oprincipal.
16 Mas per isso me foi
feita'misericordia, para queem mim, que sou o princi-
pal, Jesus Christo mostrassetoda a sua longanimidade,para exemplo dos que ha-viam de crer n'elle para avida eterna.
17 Ora, ao Eei dos seculos,
immortal, invisivel, ao soDeus sabio, seja honra e
416 I. TIMOTHEO, I, IT.
gloria para todo o sempre.
Amen.18 Este mandamento te
encarrego, meu filho Timotheo, que segundo as pro-
phecias que d'antes houveacerca de ti, milites porellas boa milicia
;
19 Eetendo a fe, e a boaGonsciencia, a qua), rejei-
tando alguns, fizeram nau-fragio na fe.
20 D'entre os quaes foramHymeneo e Alexandre, os
quaes entregnei a Satanaz,
para que aprendam a naoblaspliemar.
CAPITULO 11.
ADMOESTO - TE pois,
antes de tudo que se
facam depreca9oes, ora^oes,
intercessoes, e acgoes degracas por todos os ho-mens.2 Pelos reis, e /-or todos
OS que estao em eminencia,
para que tenhamos umavida quieta e socegada, emtoda a piedade e honesti-
dade.3 Porque isto 6 bom, e
agradavel diante de DeusDosso Salvador,
4 Que quer que todos os
bomens se salvem, e venbamao conbecimento da ver-
dade.5 Porque Jia um so Deus,
!e um so Mediador eutre
!Deus e os bomens, Jesus
' Christo bomem,j
6 qual se deu a si mesmo! em prego de redempcao por;todos, para servir de teste-
j
munbo a seu tempo.7 Para o que (digo a ver-
Idade em Cbristo, nao minto)estou constituido pregador,
e apostolo, e doutor dos
!
gentios na fe e ticj verdade.
8 Quero pois que os varoesorem em todo o logar, le-
yantando as maos sanctas,
sem ira nem contends.
9 Que do mesmo modo asmulberes tambem se ata-
viem com traje honesto, compudor e moiestia, nao comOS cahellos encrespados, oncom oiro, ou perolas, onvestidos preciosos,
10 Mas (como e decentepara mulberes que fazemprofissao de servir a Deus)com boas obras.
11 A mulber aprenda emsilencio,com toda a sujei(^ao.
12 Nao permitto poremque a mulber ensine, nemuse de auctoridade sobre omarido, mas que esteja emsilencio.
13 Porque primeiro foi
formado Adao, depois Eva.14 E Adao nao foi enga-
nado, mas a mulber, sendoenganada, caiu em trans-
gressao.
I. TIMOTHEO, II, III. 417
15 Salvar-se-ha poremdando a luz filhos, se per-
manecer com modestia nafe, na caridade e sanctifica-
900.
CAPITULO m.
duas linguas, nao dados a
muito vinho ; nao cubi90S03
de torpe ganancia.
9 Tendo mvsterio da fe
era uma pura conscien-
cia.
10 E tambem estes sejamprimeiro provados, depois
"l?IEL e esta palavra : sirvam, se forem irrepre-J-' Se alguem deseja o
episcopado, excellente obra
deseja.
2 Conyem pois que bispo
hensiveis.
11 Da mesma sorte as
mnlheres 8ejam honest as,
nao maldizentes, sobrias e
Beja irreprebeosivel, marido 1 fieis em todas as coisas.
de uma mulher, -vigilante, 12 Osdiaconos sejam mari-6obrio,honesto,hospitaleiro, dos de uma mulher, e go-
apto para ensmar
;
3 Nao dado ao vinho, naoespancador, nao cubi90so
de torpe ganancia, masmoderado, nao contencioso,
nao avarento
:
4 Que governe bem a suapropria casa, tendo sens
filhos em sujei9ao, com toda
a modestia
;
5 (Porque, se alguem naoBabe governar a sua propria
casa, como tera cuidado daegreja de Deus ?)
6 IS'ao neophito, para que,
ensoberbecendo-se, caocaiana condemnaguo do diabo.
7 Convem tambem quetenha bom testemunho dosque estao de fora, para quenao caia era affrouta, e nola90 do diabo.
8 Da mesma sorte os diaco-
nos seJam honestos, nao de
yernem bem a sens filhos
e a suas proprias casas.
13 Porque os que servirembem, adquirirao para si umbom grau, e muita confianfa
na fe que ha em Christo
Jesus.
14 Escrevo-te estas coisas^
esperando ir ver-te bem de-
pressa
;
15 Mas, Be tardar, paraque saibas como convemandar na casa de Deus, quee a egreja de Deus vivo, acolumna e firmeza da ver-
dade.
16 E sem duvida algumagrande e o mysterio da pie-
dade : Deus foi manifestadoem carne, foi justificado emespirito, visto dos anjcjs,
pregado aos gentios, crido
no mundo, e recebido acimana gloria.
418 I. TIMOTHEO, lY. Y.
CAPITULO lY.
POEEM o Espirito expres-samente diz que nos
ultimos tempos apostataraoalguns da le, dando outi-
dos a espiritos enganadores,
e a doutrinas de demonios;
2 Que em bypocrisia fal-
larao mentiras, tendo cau-
terisada a sua propria con-
sciencia
;
3 Prohibindo casar-se, e
mandando abster - se dosmanjares que Deus criou I
para os fieis, e para os que I
conheceram a verdade^ paraj
d'elles usarem com acQoes
de gracas
;
4 Porque toda a creatura
de Deus e boa, e nao hanada que rejeitar, tomando-se com ac^ijes de gracas.
5 Porque pela palavra deDeus e ^ela oracao e sancti-
ficada.
6 Propondo estas coisas
aos irmaos, seras bom mi-|
nistro de Jesus Christo,|
criado com as j^alavras daf'e e da boa doutrina queeeguiste.
7 Mas rejeita as fabulas
profauas e de velbas, e
cxercita-te a ti mesmo empicdadey Porque o exercicio cor-
poral para pouco aproveita,
luas a picdade para tudo e
proveitosa, tendo a pro-
messa da vida presente e daque ha de vir.
9 Fiel e esta palavra, edigna de toda a acceita9a,o.
10 Porque tambem paraisto trabalhamos e somosicjuriados, porquanto espe-
ramos no Deus vivo, quee o Salvador de todos oa
homens, principalmente dosfieis.
11 Manda estas coi&a^ eensina-as.
12 Ninguem despreze atua mocidade: mas se oexemplo dos fieis, na pa-lavra, no trato, na caridade,
no espirito, na fe, na pu-reza.
13 Persiste no ler, exhor-tar e ensinar, ate que eu va.
14 !^sao desprezes o domque ha em ti, o qual te foi
dado por prophecia, com a
imposi(;ao das maos dopresbyterio.
15 Medita estas coisos ;
occupa-te n'ellas;j^ara que
o teu aproveitamento seja
manifesto a todos.
16 Tern cuidado de ti
mesmo e da doutrina : per-
severa n'estas coisas; por-
que, fazeudo isto, te sal-
varas, tanto a ti mesmocomo aos que te ouvem.
^ CAPITULO Y.
'VfAO reprehendas aspera-
l\ meute os velhos, maa
I. TIMOTHEO, Y. 419
admoesta-os como a paes:
aos mancebos como a ir-
inaos,
2 As velhas, como a maes
;
as mo(^as, como a irmas,
em toda a pureza.
3 Honra as viiivas queverdadeiramentesaoYiuYas.4 Mas, se alguma Yiuva
tiyer filhos, ou netos, apren-
dam primeiro a exercer
piedade para com a suapropria casa, e a recompen-sar a seus paes; porqueisto e bom e agradayeldiante de Dens.5 Ora a que e Yerdadeira-
mente viuYa e desamparadaespera em Deus, e perseyera
de noite e de dia em rogos
e ora^oes,
6 Mas a que segue a suasensualidade, Tivendo esta
morta.7 Manda, pois, estas coisas,
para que sejam irreprehen-
siveis.
8 Porem, se alguem uaotem cuidado dos seus, e
principalmente dos seus do-
mesticos, negou a fe, e epeior que o infiel.
9 Nunca se eleja viuYa demenos de sessenta annos, e
60 a que tenha side mulherde um marido
;
10 Tendo teslemunho deboas obras, se criou os fi-
Ihos, se exercitou hospita-
lidade, se lavou os pes aos
sanctos, se soccorreu os
afflictos, se seguiu toda a
I
boa obra.
i 11 Mas uao admittas asI Yiuvas mo^as, porque, ha-[Yendo sido lasciYas contraChristo, querem casar-se
;
;12 Tendo ja a sua con-
, demnagao, por hayerem, aniquilado a primeira fe.
I
13 E, aiem d'isto, tambem1 aprendem a andar ociosas
,de casa em casa ; e nao so
j
ociosas, mas tambem paro-leiras e curiosas, failando oque nao conyem.14 Quero pois que as que
sao mo^as se casem, geremi filhos, goyernem a casa, e
naa deem occasiao algumaao adyersario de maldizer.
15 Porque ja algumas se
desyiaram apos Satanaz.IS Se algum crente ou
alguma crente tem yiuYas,
soccorra-as, e nao se sobre-
carregue a egreja, para quepossa sustentar as que de-yeras sao yiuyas.
17 Os anciaos que goyer-
nam bem, sejam estimadospor dignos de duplicadahonra, principalmente os
que trabalbam na palavra,
e na doutrina.
18 Porque diz a Escri-
ptura : Isao ligaras a boccaao boi que clebulha. E
;
Digno e o obreiro do sensulario.
420 I. TIMOTHEO, V, VL19 Nao acceites accusa9ao
contra o anciao^ secao comdnas ou tres testemunhas.20 Aos que peccarem, re-
prehende-os na presenga detodos, para que tambem osoutros tenham temor.21 CoDJuro-i'e diaute de
Deus, e do Seuhor JesusChristo, e dos anjos eleitos,
que sem prejuizo aJfjum
guardes estas colzas, nadafazendo por aflfei9ao.
22 A niuguem imponhasapressuradamente as maos,nem participes dos pccca-dos alheios : conserva-te ati mesmo puro.
23 Kao bebas mais aguasbmente, mas usa tambem deum pouco de vinho, porcausa do teu estomago e
das tuas frequentes enfer-midades.24 Os peccados de algunshomens sao manifestosantes, e se adiantam parasua condemna9ao; e emalguns manifestam-se aindadepois.
25 Assim mesmo tambemas boas obras antes saomanifestas, e as que saod'outra maneira nao podemoccultar-se.
CAPITULO VI.
^ODOS os servos que• estao debaixo do jugo
i estimem a sens senboreaper dignos de toda a bonra,para que o nome de Deuse a doutrina nao sejamblaspbemados.2 E OS que teem senbores
fieis nao os desprezem, porserem irmaos ; antes os sir-
vam melhor, porquanto saofieis e amados, como tarn-
hem participantes d'este
beneficio. Isto ensina eexhorta.
3 Se alguem ensina at-
guma outra doutrina, e se
nao conforma com as saspalavras de nosso SenborJesus Christo, e com a dou-trina que e conforme a pie-dade,
4 E soberbo, e nada sabe,
mas delira acerca de ques-toes e contendas de pala-vras, das quaes nasceminvejas, porfias, blaspbe-mias, ruins suspeitas,
5 Perversas contendas dehomens corruptos de en-tendimento, e privados daverdade, cuidando que apiedade seja ganho; apar-ta-te dos taes.
6 Grande ganho e porema piedade com contenta-mento.7 Porque nada trouxemos
para este mundo, e mani-festo e que nada podemoslevar d'elle.
8 Tendo porem sustento
I. TIMOTHEO,e com que nos cobrirmosestejamos com isso con-
teutes.
9 Mas OS que querem ser
. VI. 421
mostravji o bemaventnrado,e so poderoso Senhor, Eei,
dos reis e Senhor dos sa-
nhores
:
ricos caem em tenta^ao e 1 16 Aquelle que so tem aem la(;o, e em muitas con-
|immortalidade, e habita na
cupiscencias loucas e noci-I
luz inaccessivel ; a quenivas, que submergem os renhum dos homens viuhomensnaperdi(;aoe ruina. nem pode ver : ao qual seja
10 Porque o amor do di- honra e poder sempiterno.nheiro e a raiz de todos os Amen.males ; o, que apetecendo 17 Macda aos ricos d'este
alguns, se desviaram da fe, mundo que nao sejam alti-
e se trespassaram a si\
yos, nem ponham a espe-mesmos com muitas dores. i ranca na incerteza das11 Mas tu, 6 homem de I riquezas, mas em Deus vivo.
Deus, foge d'estas coisaa, e
segue a jnstiga, a piedade,
a fe, a caridade, a paciencia,
a mansidao.12 Milita a boa milicia da
fe, lanfa mao da vida etema,para a qual tambem foste
chamado, tendo ja feito boaconfissao diante de muitastestemunhas.13 Mando-to diante de
Deus, que todas as coisas eterna.
que abundantemente nosda todas as coisas para d'ellas-
gozarmos
:
18 Que facam bem, enri-
quecam em boas obras, re-
partam de boamente, e-
sejam communicaveis
;
19 Que entliesourem parasi mesmo um bom funda-mento para o futuro, paraque possam alcan9ar a yida
vJTifica, e de Christo Jesus,
que diante de Poncio Pila-
tos testiticou boa contis-
sao,
14 Quo guardes este man-damento sem macula e
reprehensao, ate a appari-
9ao de nosso fcienhor JesusChristo
;
15 qual a seu tempo
20 Timotheo, guarda O'
deposito que te foi confiado,
tendo horror aos clamoresvaos e profanes e as oppo-si(;oes da falsamento cha-mada sciencia;
21 A qual, professandoalguns, se desviaram dafe. A gra^a seja comtiguAmen.
( 422 )
SEGUXDA EPISTOLA DE S. PAULO APOSTOLO
A TIMOTHEO.
CAPITULO I.
PAULO, apostolodeJesnsChristo, pela Yontade
de Dens, segundo a pro-
messa da vida que esta emOhristo Jesus.
2 A Timotheo, meu amadofilho: graga, misericordia,
« paz de Deus Pae, e deChristo Jesus Senlior nosso.
3 Dou gragas a Deus, a
quern desde os mens ante-
passados sirvo com umaoonsciencia pura, de queeem cessar fago memoria deti nas miuhas oragOes noite
o dia;
4 Desejando muito yer-te,
lembrando-me de tuasJagrimas, para me encherde gozo
:
5 Trazendo a memoria afe nao fingida que em ti lia,
a qual habitou primeiro emtua avo Loide, e em tuamae Eunice, e estou certo
de que tambem hahita emti.
6 Por cujo motive te
lembro que despertes o domde Deua que existe em ti
pela imposigao das minlias
maos.7 Porque Deus nao nosdeu o espirito de temor,
mas de fortaleza, e de amor,e de moderagao.8 Portanto nao te enver-
gonhes do testemunho denosso Senlior, nem de mim,que sou prisioneiro seu;
antes participa das afflic-
(joes do evangelho segundoo poder de Deus.
9 qual nos salvou, e
chamou com uma sancta
vocagao; nao segundo as
nossas obras, mas segundoo seu proprio proposito e
graca que nos foi dada emChristo Jesus antes dostempos dos seculos,
10 Mas agora e manifestapela appari-iao de nossoSalvador Jesus Christo, oqual aboliu a morte, e
trouxe a luz a vida e aincorrupgao pelo evange-lho
;
11 Parao que fui consti-
tuido pregador, e apostolo,
e doutor dos gentios.
12 Por cuja causa pade90
II. TIMOTHEO, I, II. 423
tambem estas coisas, poremnao me envergonho; porqueeu sei a quern tenho crido,
e estou certo de que e
poderoso para guardar omeu deposito ate aquelle
dia.
13 Conserva o exemplardas sas palavras que demim tens ouvido, na fe e
na caridade que ha emChristo Jesus.
14 Guarda o bom depositopelo Espirito Sancto quehabita em d6s.
15 Bern sabes isto, que os
que estao na Asia todos se
apartaram de mim; entreOS quaes foram Pliygelo e
Hermogenes.16 Senhor faya miseri-
cordia a casa de Onesiphoro,porque muitas vezes merecreou, e nao se enver-gonhou das minlias cadeias.
17 Antes, vindo elle aRoma, com muito cuidadome buscou e me achou.18 Senhor Ihe conceda
que n'aqucUe dia achemisericord ia diante do•Senhor. E quanto me aju-dou em Epheso, melhor osabes tu.
CAPITULO II.
TU, pois meu filho, forti-
fic:i-te na gra(;a que haem Christo Jesus.
2 E o que demim, d'entremuitas ttstemunhas, ouvisteconfia-o a homens fieis, quesejam idoneos para tambemensinarem os outros.
3 Tu, pois, sofifre asafflicyoes como bom soldadode Jesus Christo.
4 Xinguem que milita se
embara(;a com negocioscZ'esta Tida, para agradaraquelle que o alistou paraa guerra.
5 E, se alguem tambemmilita, nao e coroado senao militar legitimamente.6 lavrador que trabalha
deve ser o primeiro a gozardos fructos.
7 Considera o que digo:o Senhor porem te deentendimento em tudo.
8 Lembra-te de que JesusChristo, que e da descen-dencia de David, resuscitoudos mortos, segundo o meuevangelho
;
9 Pelo que sofifro trabalhose ate prisCes, como ummalfeitor; mas a palavrade Deus nao esta presa.
10 Portauto tudo soffro
por amor dos escolhidos,
para que tambem elles
alcancem a salva^ao queesta em Christo Jesus comgloria eterna.
11 Palavra tie! e esta : que,se morremos com elle, tam-bem com tile viveremos
;
424 II. TIMOTHEO, II, III.
12 Se soffrermos, tambemcom elh reinaremos : se o
negarmos, tambem elle nosnegara
:
13 Se formos infieis, elle
permanece tiel: nao podeEegar-se a si mesmo.14 Traze estas coisas a
oiro e prata mas tambem depail e de barro, e ims parahonra, outros porem paradeshonra.21 De sorte que, se alguem
se purificar d'estas coisas,
sera vaso para honra,
sanctificado e idoneo para
te do Senhor que nao te-
nham contendas de pala-
vras, cj^iie para nada aprovei-
tam senao para perversao
dos ouvintes.
15 Procura apreseutar-te
a Deus approvado, como
obreiro que nao tem de que
se envergonhar, que manejabem a palavra da verdade.
16 Mas opi30e-te aos
clamores vaos e profanos,
porque proseguirao emmaior impiedade.
17 E a sua palavra roera
como cancro; entre os
quaes sao Hymeneo e Pbi-
leto;
18 Os quaes se desviaram
da verdade, dizendo que a
resurrei(;ao era ja feita, e
jDerverteram a fe de alguns.
19 Todavia o fundamentode Deus fica firme, tendo
este sello: Senhor co-
nbece os que sao i^eus, e
qualquer que nomeia o
nome de Christo aparte-se
da iniquidade.
20 Ora n'uma grande casa
nao eomente ba yasos de
memoria, protestando dian- uso do Senhor, e preparadopara toda a boa obra.
22 Foge tambem dos de-
sejos da mocidade ; e segueajusti^a, a fe, a caridade, e
a paz com os que, com umcora^ao puro, invocam oSenhor.
23 E rejeita as questSes
loucas, e sem instruc^ao,
sabendo que produzemcontendas.
24 E ao servo do Senhornao couTem contender,
senao ser manso para comtodos, apto para ensinar e
supportar os maus
;
25 Instruindo com man-sidao os que resistem, se
porventura Deus llies derarrependimento para co-
nhecerem a verdade,
26 E tornarem a desper-
tar, e se desprenderem dos
laQos do diabo, em que aYontade d'elle estaos i resos.
CAPITULO III.
SABE porem isto, que nosultimos dias Bol)r&-
virao tempos trabalhosos.
II. TIMOTHEO, III. 425
2 Porqne liavera homensamantes de si mesmos,avarento5, presump(;osos,
soberbos, blasphemos, deso-
bedientes a paes e maes,ingratos, profanos,
3 Sem affecto natural,
irreconciliaveis, calumnia-dores, incontinentes, crueis,
sem amor para com os
bons,
4 Traidores, teraerarios,
orgulhosos, inais amantesdos deleites do que amantesde Dens.5 Tendo apparencia de
piedade, mas negando a
efficacia d'ella. D'estes
affasta-te.
6 Porqiie d'este numerosao OS que e'^tram pelas
casas, e levarji captivas
mulherinbas carregadas depeccados, levadas de Tarias
concupiscencias
;
7 Que sempre aprendem,e nunca podem chegar aoconhecimento da verdade.8 E como Jannes e
Jambres resistiram a Moy-ses, assim tambem estes
resistem a verdade, homenscorruptos de entendimentoc reproV/os emquanto afe.
9 Porem nao irao maisavanto
;porque a todos
sera manifesto o seu des-vario, como tambem o foi
o d'aquelles.
I
10 Tu porem tens seguido' a minha doutrina, modo de\
viver, inten(;ao, fe, longa-
;
nimidade, caridade, pacien-cia,
!11 Perseguigoes, aflaicgties,
taes quaes me aconteceram' em Antioquia, em Iconio,e em Lystra : quantas per-seguicoes soffri, e o Senhor
Ide tori as me livrou.
I
12 E tambem todos os
I
que querem viver piamentei em Christo Jesus padecerao
j
perseguiQoes.
13 Porem os homens mansj
e enganadores irao de malI para peior, enganando e
\
sendo enganados.
;
14 Tu porem fica nascoisas que aprendeste, e deque foste inteirado, sabendode quern as tens apren-dido;15 E que desde a tua me-
ninice soubeste as sagradaslettras, as quaes podemfazer-te sabio para a sal-
Ta<;ao, pela fe que ha emChristo Jesus.
I
16 Toda a Escriptura di-
vinamente inspirada e pro-veitosa para ensinar, pararedarguir, para corrigir,
I para instmir em jus-
I
tiga,
I 17 Para que o homem do
I
Deus seja perfeito e perfei-
I
tamente instruido para to-
Ida a boa obra.
426 II. TIMOTHEO. lY.
CAPITULO lY.
COXJU RO-TE pois diante
de Deus, e do SenhorJesns Christo, que ha dejulgar OS vivos e os mortos,
na sna vinda e no seu reino,
2 Que pregues a palavra,
instes a tempo e fora de
tempo, redarguas, repre-
hendas, exhortes, com to-
da a longanimidade e dou-trina.
3 Porque vira tempo emque nao soffrerao a sa dou-trina, antes, tendo comichaonos ouvidos, amontoaraopara si doutores conformeas suas proprias concupis-
cencias
;
4 E desviarao os ouvidos
da verdade, e se tornarao as
fabulas.
5 Porem tn vigia em todasas coisas, soffre as afflic^oes,
faze a obra d'um evauge-lista, cumpre o teu minis-
terio
;
6 Porque a mim ja agorame offerego por aspersao desacrificio, e o tempo daminha partida esta proxi-
mo.7 Combati o bom combate,
acabei a carreira, guardeia fe.
8 Pelo demais a coroa dajustiga esta-me guardada,a qual o Senhor, justo juiz,
me dara n'aquelle dia; e
nao somente a mim, mastambem a todos os queamarem a sua vinda.
9 Procura vir ter comigodepressa,
10 Porque Demas me des-
amparou, amando o pre-
sente seculo, e foi paraThessalonica, Crescente pa-ra Galacia, Tito para Dal-macia.
11 So Lucas esta comigo.Toma Marcos, e traze-o
comtigo, porque me e muitoutil para o ministerio.
12 Tambem enviei Tychicoa Epheso.13 Quando vieres traze a
capa que deixei em Troade,em casa de Carpo, e os
livros, principalmente os
pergaminhos.14 Alexandre, o latoeiro,
occasionou-me muitos ma-les; o Senhor Ihe paguesegundo as suas obras.
15 Tu guarda-te tambemd'elle
;porque resistiu mui-
to as nossas palavras.
16 Ninguem me assistiu
na minha primeira defeza,
antes todos me desampara-ram. Oxald Ihes nao seja
imputado.17 Mas Senhor assistiu-
me e fortaleceu-me, paraque por mim fosse cumpri-da a prega^ao, e todos os
gentios a ouvissem ; e fiquei
livre da bocca do leao.
TITO, I. 427
18 E o Senhor me livrara I rintho e deixei Trophimode toda a ma obra, e doente em Mileto.
gnardar-me-ha para o senreino celestial ; ao qual seja
gloria para todo o sempre.Amen.19 Sauda a Prisea e Aquil-
la, e a casa de Onesiphoro.
20 Erasto ficou em Co-
21 Procura vir antes dainverno. Eubulo. e Pu-dens, e Lino, e Claudia, etodos OS irmaos te saiidam.
22 Senhor Jesns Christoseja com o ten espirito. Agraga seja comvoseo. Amea.
EPISTOLA DE S. PAULO APOSTOLO
A TITO.
CAPITULO I.
PAULO, servo de Den?,6 Apostolo de Jesus
Christo, segundo a fe dos
eleitos de Deus, e o co-
nhecimento da verdade, quee segundo a piedade,
2 Em esperanga da vida
etema, a qual Deus, quenao pode mentir, promet-teu antes dos tempos dosseculos
;
3 Mas a sen tempo mani-feston a sua palavra pela
pregagao que me e confiada
segnndo o mandamento deDens, nosso Salvador;
4 A Tito, verdadeiro filho,
Begnndo a fe commum,graga, misericord ia, e paz
da parte de Deus Pae, e
da do Senhor Jesns Christo^
nosso Salvador.
5 Por esta causa te deixei
em Creta, para que prose-
guisses a por em boa ordemas coisas que ainda restam,
e de cidade em cidade esta-
belecesses anciaos, como jate mandei :
6 Aquelle que for irrepre-
bensivel, marido de umamulher, que tenha filhos
fieis, que nao possam ser
accusados de dissolugao oudesobedientes.
7 Porque convem que obispo seja irreprehensivel,
como dispenseiro da casa
de Deus, nao soberbo, nemiracundo, nem violento,
nem espancador, nem cn-
bigoso de torpe ganancia
;
428 TITO, I, 11.
' 8 Mas hospitaleiro, aman-•te dos bons, moderado,Justo, sancto, continente
;
9 Eetendo firme a fiel pa-lavra, que e conforme adoutrina, para que seja
-poderoso assim para ad-moestar com a sa doutrina,
oomo para conyencer aoscontradizentes.
10 Porque tambem hamuitos desordenados, falla-
<lores de vaidades, e enga-nadores, principalmente os
'da circumcisao,
11 Aos quaes convem ta-
•par a bocca; que trans-
•tornam casas inteiras, ensi-
nando o que nao conyem,por torpe ganancia.
12 Um d'elles, seu proprioproplieta, disse : Os creten-
6es sao sempre mentirosos,
bestas ruins, ventres pre-
•gnigosos.
13 Este testemunho e
verdadeiro. Portanto re-
prehende-03 severamente,pqra que sejam saos na fe
;
14 Kao dando ouvidos as
fabulas judaicas, e aos
raandamentos de homensque se desviam da verdade.
15 Todas as coisas sdo
puras para os puros, masnada e puro para os conta-
minados e infieis ; antes oeeu entendimento e con-eciencia estaocontaminados.16 Confessam que conhe-
cem a Deus, porem o negamcom as obras, pois sao abo-minaveis, e desobedientes,e reprovados para toda aboa obra.
CAPITULO n.
TU porem falJa o que con-vem a sa doutrina :
2 Aos velhos, que sejamsobrios, graves, prudentes,saos na fe, na carfdade, e
na paciencia
;
3 As velhas que regulemda mesma maneira o senhabito como convem asanctas, nao calumnia-doras, nao dadas a muitovinho, mestras do bem
;
4 Para que ensinem asmocas a ser prudentes, aamar sens maridos, a amarsens filhos,
5 A serem moderadas,castas, boas caseiras, sujei-
tas a sens maridos; paraque a palavra de Dens naoseja blasphemada.6 Exhorta similhante-
mente os mancebos quesejam moderados.7 Em tudo te da porexemplo de boas obras;na doutrina mostra incor-
rupt ao, gravidade, sinceri-
dade,
8 Palavra sa e irrepre-
heusivel;
para que o
adversario se envergonhe,
TITO, II, III 45J9
nao tendo nenlium mal quedizer de vos.
9 Exhorta os servos a qnese snjeitem a sens senhores,
6 em tudo agradem, naocontradizendo,
10 Nao defraudando, an-tes mostrando toda a boalealdade, para que em tudoadornem a doutrina deDeus, nosso Salvador.
11 Porque a gra^a deDeus Be ha manifestado,trazendo salvatjilo a todosOS homens,12 Ensinando-nos que, re-
nunciando a impiedade e asconcupiscencias mundanas,vivamos n'este presenteseculo sobria, e justa, e
piamente,13 Aguardando a bem-
aventurada esperanca e oapparecimento da gloria dogrande Daus e nossoSalvador Jesus Christo
;
14 qual se deu a si
mesmo por nos para nosremir de toda a iniquidadee purificar para si mesmoum povo particular, zela-
dor de boas obras.
15 Falla ii^to, e exhortae reprehende com toda aauctoridade. Ninguem te
dcspreze.
CAPITULO III.
ADMOESTA-OS a que se
Bujcitem aoa princi-
pados e potestades, que llics
obedegam, e estejam prepa-rados para ^oda a boaobra;2 Que a ninguem jufamem,nem sejam contenciosos,
porem modestos, mostrandotoda a mansidao para comtodos OS homens.3 Porque cambem nos
d'antes eramos insensatos,
desobedientes, erroneos,
servindo a varias concu-piscencias e delicias, vi-
vendo em malicia e inveja,
aborreciveis e aborrecendo-n^ s uns aos outros.
4 Mas qnando appareceua benignidade e caridadede Deus, nosso Salvador,para com os homens,5 Nao pelas obras de
justi9a que houvessemosfeito, mas segundo a suamisericordia, nos salvoupela lavagem da regenera-cao e da renova9ao doEspirito Sancto;6 qual abundantementederramou sobre nos porJesus Christo nosso Sal-
vador;
7 Para que, sendo justifi-
cados pela sua graija, se-
jamos feitos herdeiros
segundo a esperanca davida etcrna.
8 Fiel e a palavra, e isto
quero que duveras atBrmes,para que os que creem em
430 PHILEMON.Deus procnrem applicar-se
as boas obras ; estas coisas
eaD boas e proveitosas aoshomens.9 Mas resiste as questSes
loucas, e as genealogias e
contendas, e aos debatesacerca da lei ; porque saoinuteis e vaos.
10 Ao liomem liereje,
depois de nina e outraadmoestacao, rejeita-o
:
11 Sabendo que o tal esta
perrertido, e pecca, ja emsi mesmo condemnado.12 Quaudo te enviar
Artemas, ou Tychico, pro-
cura vir a mim, a Nicopolis
;
porqne delibsrei invernarall.
13 Acompanha com muitoCTiidado Zenas, doutor dalei, e Apollo, para que uadaIhes falte.
14 E OS nossos aprendamtambem a applicar-se as
boas obras, para os usosnecessaries, para que naosejam infructuosos.
15 Saudam-te todos os
que estao comigo. Saudatu OS que nos amam na fe.
A graca seja com v6s todos.
Amen.
EPISTOLA DE S PAULO APOSTOLO
A PHILEMON.
PAULO, prisioneiro deJesus Christo, e o
irmao Timotheo, ao amadonosso coopera-Pbilemon
dor,
2 A Apia nossa irma, e aArcliippo, companheiro denossa milicia, e a egreja queesta em tua casa
:
3 Gra9a a vos e paz daparte de Deus nosso Pae, e
da do Senhor Jesus Christo.
4 Gramas dou ao menDens, lembrando-me semprcde ti nas minhas orajces
;
5 Ouvindoa tua caridade
e a fe que tens para com oSenhor Jesus Christo, e
para com todos os sanctos
:
6 Para que a communica-9ao da tua fe seja efficaz noconhecimento de todo obem que em vos ha porChristo Jesus.
7 Porque temos grandegozo e consolacao da tuacaridade, porque por ti, 6irmiXo, as entranhas dossanctos foram lecrtada?.
b Pelo que, aiuda que
PHILEMON. 431
tenha em Cbristo grandeconfianfa para raandar o
que te convem,9 Todavia X)ego-ie antes
por caridade, tal como eusou, Paulo, o yelho, e tam-bem agora prisioneiro deJesus Cliristo.
10 Pefo-te por men filho
Onesimo, que gerei nasminhas prisues
;
11 qual d'antes te erainutil, mas agora a ti e amim muito util, o qual te
tornei a enviar.
12 Tu, porem, torna a
recebel-o como as minhasentranhas.
13 Eu bem o quizera reter
comigo, para que por ti meservisse nas prisues doevangelho
;
14 Porem nada quiz fazer
sem o teu parecer, para queo teu beneficio nao fosse
como por for9a, mas volun-tario.
15 Porque bera pode ser
que elle se tenha por isso
apartado de ti por algumtempo, para que o reti-
vesses para sempie
:
16 Nao ja como servo,
antes, mais do que servo,
como irmao amado, par-
ticularmente de mim, e
,
quanto mais de ti, assim nacame como no Senhor ?
17 Assim pois se me tenspor companheiro, recebe-ocomo a mim mesmo.18 E se te fez algum
damno, ou te deve algu-raa coisa, poe-0 a, minhaconta.
19 Eu, Paulo, de minhapropria mao o escrevi ; euo pagarei, por te nao dizer
I
que ainda tambem a ti
proprio a mim te deves.
20 Sim, irmao, eu me' regozijarei de ti no Senhor :
recreia as minhas entranhasno Senhor.
21 Escrevi-te confiado natua obediencia, sabendo queainda faras mais do quedigo.
22 E juntamente prepara-me tambem pousada, por-que espero que pelas vossasora9oes vos hei de ser con-cedido.
23 Saudam-te Epaphras,meu companheiro de prisaopor Christo Jesus,2J: Marcos, Aristarcho,Demas e Lucas, menscooperadores.
25 A graca de nosso Se-
1
nhor Jesus Cbristo seja
\com o vosso espirito. Amen.
( ^32 )
EPISTOLA DE S. PAULO APOSTOLO
AOS HEBREOS.
CAPITULO I.
HAYENDO Deus antiga-
mente fallado muitas
vezes, e em muitas manei-
ras, aos paes, pelos pro-
phetas, a nos fallou-nos
n'estes iiltimos dias pelo
Filho,
2 Ao qnal constituiu her-
deiro de todas as coisas,
pelo qual fez tambem o
mundo.3 qual, sendo o resplan-
dor da sua gloria, e a
expressa imagem da sua
pessoa, e sustentando todas
as coisas, pela palavra do
seu poder, havendo feito
por si mesmo a purifica(jao
dos nossos peccados, assen-
tou-se a dextra da mages-
tade nas alturas,
4 Feito tanto mais excel-
lente do que os anjos,
quanto berdou mais excel-
leute nome do que elles.
5 Porque, a qual dos anjos
disse jamais: Tu es meuFilho, hoje te gerei? Eoutra Yez : Eu Ihe serei por
Pae, e elle me sera por
Filho?
6 E outra vez, qnandointroduziu no mundo oprimogenito, diz: E todosOS anjos de Deus o adorem.7 E, quanto aos anjos, diz
:
que a sens anjos faz
espiritos, e a sens ministroschamma de fogo.
8 Mas, quanto ao Filho,
diz : 6 Deus, o ten thronosubsiste pelos seculos dosseculos: sceptro de equi-
dade e o sceptro do teureino
:
9 Amaste a justiga e abor-
receste a iniquidade; porisso Deus, o teu Deus, te
ungiu com oleo de alegria
mais do que a teus compa-
I
nheiros.
I
10 E: Tu, Senhor, no
I
principio fundaste a terra,
e OS ceus sao obra de tuas
maos
:
11 Elles perecerao, poremtu permaneceras ; e todos
I
elles, como roupa, se enve-I Ihecerao,
j
12 E como uma manta os
I
euvolveras, e mudar-se-hao,poiem tu es o mesmo, e os
teus annos nao acabarao.
13 E a qual dos anjos
HEBREOS. I, II. 433
disse jamais: Assenta-te aminha dextra, ate que po-nha a teus inimigos porescabello de tens pes ?
14 Nao sao porventnra
6 Porem em certo logar,
testificou algnem, dizendo
:
Que e o homem, para qued'elle te lembres ? ou o filho
do homem, para qne o
todos elles espiritos admi- visites
'
nistradores, enviados para 7 Fizeste-o nm poncoservir a favor d'aquelles ! menor do que os anjos ;-
que liao de herdar a salva- ' coroaste-o de gloria e de9ao
CAPITULO II.
honra, e constituiste-o sobre
as obras de tuas maos:8 Todas as coisas Ihe sn-
POETANTO convem-nosjeitaste debaixo do3 pes.
attentar com mais dili-1 Porque emquanto Ibe sn-
gencia para as coisas que ydj
jeitou todas as coisas nadatemos ouvido, para que em
, deixou que Ihe nao fosse
tempo algum nos venhamos i sujeito. Porem agora ainda
nao vimos que todas as coi-
palavra|
sas Ihe estejam sujeitas;
anjosI
9 Porem vemos coroadopermaneceu firme, e toda de gloria e de honra aquelle
a transgressao e desobe-! Jesus que fora feito nm
diencia recebeu a justa re-1pouco menor do que os
a esquecer.
2 Porque se apronunciada pelos
tribuigao. anjos, por causa da paixao3 Como escaparemos nos,
! da raorte, para que, pela
Be desprezarmos unui tao I gra9a de Deus, gostasse agrande salva^ao, a qual, co-
me(;ando a ser annunciadamorte por todos.
10 Porque convinha quopelo Senhor, foi-nos depois
j
aquel'.e, por cuja causa sao
confirmada pelos que a[
todas as coisas, e por quernGuviram,
Itodas as coisas sZio, trtizendo
4 Testificando ainda Deus i muitos filhos a gU^ria, con-
juntamente com signaes, e
milagres, e varias maravi-Ihas e distribui9oes doEspirito Sancto segundo a
sua vontade ?
5 Porque nao sujeitou aosanjos o mundo future
que ayora fallamos.
sagrasse pelas afflic^oes oprincipe da sua salvagao.
11 Porque, assim o quesanctifica, como os que saosanctificados, todos sao deum
;por cuja causa nao
dejse euvergonha de Ihes jha-
mar irmaus.
434 HEBEEOS, II, III.
12 Dizendo: Annnnciareio teu nomo a meus irmaos,
cantar-te-hei louvores nomeio da congrega^ao.13 E outra vez: Porei
n'elle aminhaconfian^a. Eoutra vez : Eis-me aqui amim e aos filhos que Deusme deu.
14 E, porquanto os filhos
participam da carne e dosangue, tambem elle parti-
cipou do mesmo, para quepela morte aniquilasse oque tinha o imperio damorte, isto e, o diabo :
15 E livrasse todos os que,
com medo da morte, esta-
vam por toda a vida sujei-
tos a servidao.
16 Porque, na verdade,nao tomou os aujos, mastomou a descendencia deAbrahao.17 Pelo que convinhaque em tudo fosse simi-
Ihante aos irmaos, paraser misericordioso e fiel
summo sacerdote nas coisas
que sdo para com Deus,para expiar os peccados dopovo.18 Porque n'aquillo que
elle mesmo, sendo tentado,
padeceu, pode Roccorrer aosque sao tentados.
CAPITULO III.
PELO que, irmaos sanctos,
participantes da to-
cagao celestial, consideraea Jesus Christo, apostolo e
summo sacerdote da nossaprofissao,
2 Seudo fiel ao que oconstituiu, como tambemMoyses, em toda a suacasa.
3 Porque este 6 tido pordigno de gloria tanto maiordo que Moyses, quantomais honra do que a casa
tem aquelle que a edificou.
4 Porque toda a casa eedificada por alguem, po-rem o que edificou todasas coisas, e Deus.5 E, na verdade, Moyses
foi fiel em toda a sua casa,
como servo, para teste-
munho das coisas que se
haviam de dizer
;
6 Mas Christo, como Filhosobre a sua propria casa,
cuja casa somos nos, so tao
somente retivermos firme
a confian^a, e a gloria daesperaufa ate ao fim.
7 Portauto, como diz oEspirito Saucto, se ouvirdeshoje a sua toz,
8 Nao endureQaes os vossos
cora^oes, como na irrita(;ao,
no dia da tentafao nodeserto,
9 Onde vossos paes metentaram, me provaram, o
viram por quarenta annosas minhas obras.
10 Por isto me indignei
HEBEEOS, in, IV.
contra esta geragao, e disse :
Estes sempre erram em seucoragao, e nao conheceram08 meus caminhos
:
11 Assim jurei ca minhaira que nao entrarao nomen repouso.12 Olhae, irmaos, qne
435
pouso, senao aos que foramdesobedientes ?
19 E vemos qne nao po-deram entrar por causa dasua incredulidade.
CAPITULO lY.
nunca haja em nenhum de IT^EMAMOS pois que, n'al-
•vos um coracao mau e|
J- gum tempo deixada ainfiel, para se apartar do • promessa de entrar no seuDeus vivo. repouso, nao pareca que13 Antes exhortae-vos uns :
algum de vos fique atraz.
aos outros cad a dia, entre-j
2 Porque tambem a nostanto que se nomeia Hoje, ' nos foi evangelizado, comopara que nenlium de vos
j
a elles, mas a palavra da
I
pregacjao de nada llies apro-
!veitou, porquanto nao es-
se endure9a pelo engano dopeccado,14 Porque estamos feitos
|
tava misturada com a fe
participantes de Cbristo,j
n'aqiielles que a oaviram.se retivermos firmemente o "
Xjrincipio da nossa con-fian9a ate ao fim.
3 Porque nos, os que te-
mos crido, entramos norepouso, como disse : Por-
15 Entretanto que se diz : i tanto jurei na minha ira
Hoje, se ouvirdes a sua voz,Ique nao entrarao no men
nao endure(;aes os vossos
corafoes, como na irritacao.
repou?o : posto que ja as
siuis obras estivessem aca-
16 Porque, havendo-o|badas desde a funda9ao do
algunsouvido, o irritaramporem nao todos os quesairam por Moyses doEgypto.17 Mas com quern se
indignou per quarentaannos ? Nao/oi porventuracom OS que peccaram, cu-jos corpos cairam no de-
scrto?
18 E a quem jurou quenao entrariam no seu re-
mundo.4 Porque em certo logar
disse assim do dia setimo
:
E repousou Deus de todas
as suas obras no setimo dia.
5 E outra vez u'este logar
:
Kao entrarao no meu re-
pouso.
6 Visto pois, que resta quoalguns entrem n'elle, e queaquelles a quem primeirofoi evangelizado nSo entra-
436 HEBREOS, IV, V.
ram por causa da desobe-diencia.
7 Determina ontra vez nmcerto dia, que chama Hoje,dizendo por David, tantotempo depois, como estadito : Hoje, se ouvirdes asua voz, nao enduregaes os
vossos coragoes.
8 Porque, se Josue Ihes
houvesse dado repouso, de-pois d'isso nao fallaria deoutro dia.
9 Portanto resta ainda nmpararepouso
Deus.
; 10 Porque aquelle que en-trou no seu repouso tam-bem mesmo repousou desuas obras, como Dens dasBuas.
11 Procuremos pois entrarn'aquelle repouso, para queninguem caia no mesmoexemplo de desobediencia.
12 Porque a palavra deDeus e viva e efficaz, e maispenetrante do que espadaalguma de dois gnmes, e
penetra ate a divisao daalma e do espirito, e dasjunturas e medullas, o ejuiz dos pensamentos e in-
tengSes do coragao.13 E nao ha creatnraalguma encoberta dianted'elle ; antes todas as coisas
estdo nuas e patentes aosolhos d'aquelle com quemtemos negocio.
14 Visto que temos umgrande summo sacerdote,Jesus, Filho de Dens, quepenetrou nos cens, rete-
nhamos firmemente a nossaprofissao.
15 Porque nao temos nmsummo sacerdote que naopossa compadecer - se dasnossas fraquezas ; antes umque, como nos, em tndo foi
tentado, excepto o peccado.16 Cheguemos pois com
^
confian9a ao throne dao povo de
j
graga, para que possamos!alcan9ar misericordia eacbar graga, para sermosajudados em tempo oppor-tune.
CAPITULO V.
POEQUE todo e summosacerdote, tomado d'en-
tre OS homens, e constitnido
a favor dos homens nas coi-
sas concernentes a Dens,para que ofifere9a dons esacrificios pelos peccados
;
2 qual se possa compa-decer ternamente dos igno-
rantes e errados;pois t-am-
bem ellemesmo esta rodeadode fraqueza.
3 E por causa d'esta deveelle, como pelo povo, assimtarabem por si mesmo,offerecer pelos peccados.
4 E ninguem toma parasi esta honra, senao o que
HEBEEOS, V, YL 437
6 chamado por Deus, comoidas palavras de Dens : e vos
Aarao.5 Assim tambem Christo
I
haveis feito taes que ncces-
sitaes de leite, e nao dese nao glorificou a si mes-
, solido inanticDento.
mo, para se fazer summo|
13 Porque qnalquer qneeacerdote, mas aquelle que
;
ainda participa do leite
Ihe disse : Tu es meu Filho, ' nao esta cxperimentado nahoje te gerei.
6 Como tambem diz n'ou
tro logar : Tu es Saeerdote|
etemamente, segundoordem de Melchisedec.
7 qual, nos dias da suacame, ofiferecendo, comgrande clamor e lagrimas,
ora^Ces e supplicas ao queo podia livrar da morte, foi
ouvido quanto ao quetemia.
8 Ainda que era Filho,
todavia aprendeu a obe-
diencia, pelas coisas quepadeceu.9 E, sendo elle consum-mado vein a ser a causade etema salva^ao paratodos 08 que Ihe obedecem
;
10 Chamado por Deus
palavra da justi9a porque e
menino.14 Mas mantimento
a\solido e dos perfeitos, osquaes, jd pelo costume,teem os sentidos exercitados'
para discernir tanto o bemcomo mal.
CAPITULO YLPELO que, deixando os
rudimentos da doutrina
de Christo, prosigamos ate
a perfei9ao, nao langandode novo o fundamento doarrependimento das obrasmortas e da fe em Deus,2 Da doutrina dos baptis-
mos, e da imposicao dasmaos, e da resurrei9ao dos
summo saeerdote, segundo ' mortos, e do juizo etemo.
a ordem de Melchisedec,
11 Do qual muito temosque dizer, e diflBcil de de-
clarar; i)orquanto vos fi-
zestes negligentes
ouvir
3 E isto faremos, se Densio permittir.
4 Porque e impossivel, qneOS que jd uraa vez foram
para\
illuminados, e gostaram o' dom celestial, e se fizeram
12 Porque, devendo ja serj
participantes do Espirito' Sancto,
5 E gostaram a boa pa-
lavra de Deus, o as poten-
cias do seculo future,
t2
mestres, visto o tempo,
'
ainda necessitaes que se vos I
tome a ensinar quaes sejam08 primeiros rudimentos
j
438 HEBEEOS, VI.
6 E vieram a recair, sejam
'
outra vez renovados paraarrependimento
;pois as-
sim, quanto a elles, de novocrucificam o Filho de Deus,e expoem ao vituperio.
7 Porque a terra que em-bebe a chuva que muitasvezes cae sobre ella, e pro-
duz herva proveitosa paraaquelles por quern e lavra-
da, recebe a ben^ao de Deus,8 Mas a que produz espi-
nhos e abrollios, 'e repro-
vada, e perto esta da maldi-
9ao; cujo fim e ser quei-
mada.9 Porem de vos, 6 amados,
esperamos coua& melhores,
e coisas roais proximas asalya^ao, ainda que assimfallamos.
10 Porque Deus nao e
injusto para se esquecer daYossa obra, e do trabalho
da caridade que para como seu nome mostrastes,
emquanto ministrastes aos
sanctos, e ainda ministraes.
11 Mas desejamos quecada um de vos mostro omesmo cuidado ate ao lira,
para completa certeza daesperanQa
;
12 Para que vos nao fa-
9aes negligentes, mas sejaes
imitadores dos que pela fe
e paciencia herdam as pro-
messas.
13 Porque, quando Deus
fez a promessa a Abrahao,como nao tinha outro maiorpor quero. jurasse, jurou porsi mesmo,14 Dizendo: Certamente,
abengoando-te, abengoarei,
e, multiplicando-te, multi-plicarei.
15 E assim, esperandocom paciencia, alcangou apromessa.16 Porque os homens cer-
tamente juram por alguemsuperior a elles e o jura-
mento para confirmagao e
para elles o fim de toda acontenda.
17 Xo qua!, querendoDeus mostrar mais abun-dantemente a immutabili-
dade de seu conselho aos
herdeiros da promessa, se
interpoz com juramento
;
18 Para que por duascoisas immutaveis, nasquaes e impossivel queDeus minta, tenhamos a
firme consola(;ao, nos, os
que pomos o nosso refugio
em reter a esperancja pro-
posta
;
19 A qual temos comouma ancora da alma segura
e firme, e que entra ate
dentro do veu,
20 Onde Jesus, nos&o pre-
cursor, entrou por nos, feito
eternamente summo sacer-
dote, segundo a ordem deMelchisedec.
HEBEEOS, Vn. 43^
CAPITULO YIT.
PDEQUE este Melchisedecera rei de Saiem, sacer-
dote do Deus Altissimo, o
qual saiu ao encontro deAbrahao, quando regres-
sava da matan^a dos reis,
e o abengoou
:
2 A qneiii tambem Abra-hao repartiu o dizimo detudo ; 6 primeiramente in-
terpreta-se rei de justiga, e
depoistambem rei de Salem,que e rei de paz,
3 Sem pae sem mae, semgenealogia, nao tendo prin-
cipio de dias nem fim devida, mas sendo feito simi-
Ihante ao Filho de Deus,permanece sacerdote parasempre.4 Considerae pels quaogrande era este, a quem ate
o patriarcha Abraham deuOS dizimos dos despojos.
5 E OS que d'entre os fi-
Ihos de Levi recebem oBacerdocio teem preceito,
segncdo a lei, de tomar odizimo do povo, isto e, deseus irmaos, ainda que te-
nham saido dos lombos deAbrahao.6 Mas aqnelle cuja genea-
logia nao e contada entreellfes tomou dizimos deAbrahao, e aben9oou o quetinha as promessas.7 Ora, sem contradictao
I
alguma, o menor e abengoa-
I
do pelo maior.
8 E aqui certamente to-
mam dizimos homens quemorrem : ali, porem, aquel-
le de quem se testifica quevive.
;
9 E, para assim dizer,
tambem Levi, que toma os
dizimos, foi dizimado emAbrahao.
, 10 Porque ainda elle
estava nos lombos do paequando Melchisedec Ihe
saiu ao encontro.
11 De sorte que se a per-
fei^ao fosse pelo sacerdocio
,levitico (porque debaixod'elle o poYO recsbeu a lei),
que necessidade havia logo
de que outro sacerdote &3I leYantasse,segundo a ordem!de Melchisedec, e nao fosse
chamado segundo a ordemde Aarao ?
: 12 Porque, mudando-se o
;
sacerdocio, necessariamente
I
se faz tambem mudan9a daI
lei.
I
13 Porque aquelle de' quem estas coisas se dizempertence a outra tribu, dj>
qual ninguem serviu aoI altar.
i14 Yisto ser notorio que
jnosso Senhor procedeu dej
Judah, sobre a qual tribununca Moyses faUou desacerdocio.
15 E muito mais notorio
440 HEBEEOS,e ainda, se a similbaii9a deMelchisedec se levantar
outro sacerdote,
16 qual nao foi feito
segnndo a lei do manda-snento carnal, mas segundoa -virtude da Yida incor-
ruptivel.
17 Porque assim testifica
d'elle: Tu es sacerdote
eternamente, segundo aordem de Melchisedec.
18 Porque o mandamentoprecedente abroga-se porcausa da sua fraqueza e
inutilidade.
19 Porque a lei nenhuma<xoisa aperfei90ou, senao a
introduc^ao de uma raelhor
^peran^a, pela qual chega-
mos a Deus.20 E porquanto nao foi
feito sem juramento (porquecertamente aquelles semjuramento foram feitos
sacerdotes,
21 Mas este com jura-
mento, por aquelle que Ihe
disse : Jurou o Senhor, e
nao se arrependera : Tu es
sacerdote eternamente, se-
gundo a ordem de Melchise-
dec),
22 De tanto melhor con-
certo Jesus foi feito fiador.
23 E, na yerdade, aquelles
foram muitos sacerdotes,
porquanto pela morte fo-
ram impedidos de perma-necer,
VII, VIII.
24 Mas este, porque per-manece eternamente, tern
um sacerdocio perpetuo.
25 Portanto, pode tambemsalvar perfeitamente aosque por elle se chegam aDeus, vivendo sempre parainterceder por elles.
26 Porque nos convinhatal summo sacerdote, sancto,
innocente, immaculado, se-
parado dos peccadores, e
feita mais sublime do queOS ceus;
27 Que nao necessitasse,
como OS summos sacerdotes,
de offerecer cada dia sacri-
ficios, primeiramente porsens proprios peccados, e
depois pelos do povo;por-
que isto fez elle, uma vez,
offerecendo-se a si mesmo.28 Porque a lei constitue
summos sacerdotes a ho-
mens fracos, mas a palavra
do juramento, que veiu de-
pois da lei, constitue o Filho,
que para sempre foi aperfei-
9oado.
CAPiTULO vni.
OEA a summa do quetemos dito e que temos
um summo sacerdote tal
que esta assentado nos ceus
a dextra do throno damagestade,2 Ministro do sanctuario,
I
e verdadeiro taberuaculo.
HEBREOS, YIII, IX. 441
o qua! o Senbor fundou, e;
que fiz com sens paes nonao o homem.3 Porque todo o Btimino
dia em que os tomei pelamao, para os tirar da terra
sacerdote e constituido para i do Egypto, porque nao per-offerecer dons e sacrificios ;
' maneceram n'aquelle menpelo que era necessario que ' concerto, e eu para elles
•este tambem tivesse algumai
nao attentei, diz o Senhor.coisa que offerecer. 10 Porque este e o con-4 Porque, se ainda esti- certo que depois d'aquelles-
vesse na terra, nem tao\dias farei com a casa do
pouco sacerdote seria, ha-j
Israel, diz o Senhor : Poreivendo ainda sacerdotes que
j
as minhas leis no seu en-offerecessem dons segundo
[
tendimento, e em seu cora-
a lei,
5 Os quaes servem deexemplar e sombra dascoisas celestiaes, comoMoyses divinamente foi
avisado, estando jd para
Qao as escreverei : e eu Ihesserei por Deus, e elles meserao por povo :
HE nao ensinara cadaum o seu proximo, nemcada um o seu irmao, di-
acabar o tabemaculo. Por- 1 zendo : Conhece o Senhor
;
que olha, disse, faze tudoconforme ao modelo que nomonto se te mostrou.6 Mas agora alcangou
|
ministerio tanto mais ex-;
cellente, quanto e media lor
d'um melhor concerto, o
;
qnal esta confirmado emj
melhores promessas.'
7 Porque, se aquelle pri- •
meiro fora irreprehensivel.
porque todos me conbece-rao desde o menor d'elles
ate ao maior.12 Porque serei miseri-
cordioso para com suas in-
justi9as, e de sens peccadose de suas prevaiicaQoesmais me nao lembrarei.
13 Dizendo Novo, enve-Iheceu o primeiro. Ora, oque foi envelbecido, e se
nunca se teria buscado{
envelhece, perto esta de selogar para o segundo. i esvaecer.8 Porque, reprehendendo-
1
OS, Ihes diz : Eis que virao
dias, diz o Senhor, em quecom a casa de Israel e com
!A SSIM
a casa de Judah estabele-|
-^cerei um novo concerto.
9 Nao segundo o concerto
CAPITULO IX.
que o pnmeirotambem tinha orde-
nan^as de culto dlvino eum eanctuario mundane.
442 HEBEEOS, IX.
2 Porquo o tabernaculo
foi .preparado, o primeiro,
em que estava o candieiro,
e a mesa, e os paes da pro-
posigao, que se cliama osaDctuario.
3 Mas apos o segnndo veuestava o tabernaculo, que se
cliama o sancto dos sanctos,
4 Que tinha o incensario
de oiro, e a area do con-
certo, coberta de oiro toda
em redor : em que estava a
talha de oiro, onde estavamo manna, e a vara de Aarao,
que tinha florescido, e as
taboas do concerto
;
6 E sobre a area os cheru-
bins de gloria, que faziamBombra no propiciatorio
;
das quaes coisas nao falla-
remos agora particular-
mente.6 Ora, estando estas coisas
assim preparadas, a todo o
tempo entravam os sacer-
dotes no primeiro taberna-
culo, para cumprir os servi-
90s di vinos
;
7 Mas no segundo so o
Gummo sacerdote, uma vezno anno, nao sem sangue, o
qua! offerecia por si mesmoe pelas culpas do povo
:
8 Dando n'isto a entender
o Espirito Sancto que ainda
o caminho do sanctuario
nao estava descoberto era-
(juanto se conservava empe primeiro tabernaculo :
9 qual era figura parao tempo presente de entdo,
em que se offereciam pre-sentes e sacrificios, que,quanto a consciencia, naopodiam aperfei^oar aquelleque fazia o servi(;o,
10 Pols consistiam somenteem manjares, e bebidas, evarias ablufoes e justifi-
ca9oes da carne, impostasate ao tempo da correc-
cao.
11 Mas, vindo Cbristo, osummo sacerdote dos bensfutures, por um maior e
mais perfeito tabernaculo,
nao feito por macs, isto e,
nao d'esta feitura,
12 Nem por sangue debodes e bezerros, mas porseu proprio sangue, umavez entrou no sanctuario,
havendo effectuado umaeterna redempgao.13 Porque, se o sangue
dos toiros e bodes, e a cinzada novilba espargida sobreOS immundos, 05 sanctifica,
< 111anto a purifica9ao dacarne,
14: Quanto mais sanguede Christo, que pelo Es-pirito eterrjo se offereceu asi mesmo immaculado aDeus, purificara as vossasconsciencias das obras raor-
tas para servirdes ao Deusvivo?15 E por isso e Mediador
HEBEEOS, IX. 443
do novo Testamento, para I 23 De sorte que era bemque,para
interrindo aremissao das
mortetrans-
necessario que as ngurasdas coisas que es,ta.o no ceu
gressoes que havia debaixoj
se purificassem com estas
do primeiro testamento, os
ohamados recebam a pro-messa da heranca eterna.
16 Porque onde ha testa-
mento necessario e que in-
tervenha a morte do testa-
dor. I
17 Porqne o testamentoconfinna - se nos mortos,porqnanto nao e valido
emquanto yive o testa-j
dor.
18 Pelo que tambem o
primeiro nao foi consagradosem sangue.
I
19 Porque, havendo Moy-
;
ses pronunciado a todo o,
povo todos OS mandamentossegundo a lei, tomou o
sangue dos bezerros e dosbodes, com agua, ia purpu-rea, 6 hysopo, e aspergiutanto o mesmo livro comotodo o povo,20 Dizendo: Este e osangue do testamento que I
Deus vos tern mandado. |
21 E similhantemente as-
pergiu com sangue o ta-
iDernaculo e todos os vasos '
do ministerio
;
coisas ; porem as mesmascelestiaes com sacrificios
!melhores do que estes.
I
2-4 Porque Christo naoentrou no sanctuaria feito
por maos, figura do verda-I deiro, porem no mesmo ceu,' para agora comparecer pornos perante a face deDeus.
j
25 Xem tambem para a' si mesmo se offerecer mui-tas vezes, como o summosacerdote cada anno entra
I
no sanctuario com sangue;alheio
;
,26 D'outra maneira, ne-
cessario Ibe fora padecermuitas vezes desde a funda-9ao do mundo : mas agora
' na consummarao dos secu-los uma vez se manifestou,para aniquilar o peccadopolo sacrificio de si mes-mo.27 E, como aos homens
I
esta ordenado morreremuma vez, vindo depois(Tisso o juizo,
' 28 Assim tambem Christo,
!ofiferecendo-se uma vez pa-
22 E quasi todas as coisas, ra tirar os peccados dosegundo a lei, se purificam
|
muitos, apparecera a se-
com sangue ; e sem derra- gunda vez,
rnamento de sangue nao se aos qne ofaz remissao.
isalvar-ao.
sem peccado,esperam para
CAPITULO X.
444 HEBREOS, X.
I
9 Entao disse: Eis aqni
}
Tenho, para fazer, 6 Deus^^
POEQUE, tendo a lei aja tua vontade. Tira oBombra dos bens futu- 1 primeiro, para estabelecer
ros, e nao a mesma imagem; o segundo.
das coisas, nunca, p^losj
10 Na qual vontade somosmesmos sacrificios que con- ' sanctificados pela oblafaotinaamente se offerecam do corpo de Jesus Cliristo,
cadaanno, pode aperfei9oar fdta, uma yez.
aos que a elles se chegam. : 11 E assim todo o saoer-
2 D'outra maneira, nao ' dote assiste cada dia minis-cessariam de se offerecer,
', trando e offerecendo muitasporquanto, purificados uma ' vezes os mesmos sacrificios,
vez OS ministrantes, nunca ' que nunca podem tirar oamais teriam consciencia de peccados.peccado.
j
12 Mas est«, havendo of-
3 X'estes porem cada anno,
ferecido um sacrificio pelos
se faz commemora^ao dos : peccados, esta assentadopeccados. para sempre a dextra de4 Porque e impossivel que Deus
;
sangue dos toiros e dosj
13 D'aqui em diante espe-bodes tire os peccados. , rando ate que os seus5 Pelo que, entrando no ; inimigos sejam postos pormundo, diz : Sacrificio e escabello de seus pes.
ofiferta nao quizeste, mas|
14 Porque com uma obla-
corpo me preparaste; <jao consummou para sem-
6 Holocaustos e olla^ces^
pre os que sao* sanctifica-
pelo peccado nao te agra-\
dos.
daram.7 Entao disse : Eis aqui
15 E tambem o Espirito
Sancto nol-o testifica, por-
venho (no principio do ' que depois de haver antesUvro esta escripto de mim) dito :
para fazer, 6 Deus, a tuavontade.
16 Este e o concerto quefarei com elles depois d'a-
8 Dizendo acima: Sacri- 1 quelles dias, diz o Senbor :
ficio, e offerta, e holocaustos|Porei as minhas leis em
e ohlafjes pelo peccado nao seus coragues, e as escre-
quizeste, nem te agradaramjverei em eeus entendi-
(os quaes se olTerecem se-j
mentos.gundo a lei).
I17 E jamais me kmbrarei
HEBEEOS, X. U&de sens peccados e de snasiniquidades.
18 Ora, onde ha remissaod'estes, nao ha mais obla-
^ao pelo peccado.
19 Tendo pois, irmaos,
ousadia para entrar noBanctuario, pelo sangue deJesns,
20 Pelo novo e vivo ca-
minho que elle nos consa-
gron, pelo veu, isto e, jpela
sna came,21 E tendo urn grande sa-
cerdote sobre a casa deDens,22 Chegnemo - nos com
verdadeiro coracao, em in-
teira certeza de fe ; tendoOS corafSes pnrificados dama consciencia, e o corpolavado com agua limpa,
23 Ket^nhamos firmes a
confissao da nossa espe-
ran9a;porque fiel e o que
prometteu.2i E consideremo-nos uns
aos outros, para vos provo-
carmos a caridade e boasobras
:
25 Nao deixando a nossareuniao, como e o costumede alguns, antes admoes-tando-nos uns aos outros;
e tanto mais, quanto virdes
que se vae chegando aquelle
dia.
26 Porque, se peccarmosvoluntariamente, depois determos recebido o conheci-
mento da verdade, ja naoresta mais sacrificio pelospeccados,27 Mas uma certa ex-
pectagao horrivel de juizo^
e ardor de fogo, que ha do-
devorar os adversaries.
23 Quebrantando alguma lei de Moyses, morre semmisericordia, so pelo teste-
munho de duas ou tres
testemunhas
:
29 De quanto maior casti-
go cuidaes vos sera julgadopor digno aquelle que pisar
Filho de Deus, e tiver porprofano o sangue do testa-
mento, com que foi sanctifi-
cado, e fizer aggravo acEspirito da gra^a?30 Porque bem conhece-mos aquelle que disse:
Minha e a vinganfa, eudarei a recompensa, diz oSenhor. E outra vez : OSenhor julgara o seu povo.
31 Horrenda coisa e cair
nas maos do Deus vivo.
32 Lembrae - vos poremdos dias passados, em que,depois de serdes illumina-
dos, supportastes grandecombate de affliccDes
;
33 Quando em parte fostes
feitos espectaculo com vitu-
perios e tribulac~es, e emparte fostes participantes
com OS que assim foramtratados.
3i Porque tambem vos
446 HEBREOS, X, XI.
compadecestes das minhas ' maneira que as coisas qneprisoes, e com gozo rece- se veem nao foram feitas
bestes o roubo dos vossos das que se viam.
bens, sabendo que em vos 4 Pela fe Abel offereceu amesmos tendes nos ceus . Deus maior sacrificio doum bem melhor e perma-
1que Caim, pela qual alcan-
nente.!
gou testemunho de que era
35 Nao rejeiteis pois a j asto, porquanto Deus deuvossa confianca, que tern testemunho dos sens donsgrande remuneraQao de ga-
\e, depois de morto, aindafalla por ella.
5 Pela fe Enoch foi tras-
paciencia, para que, depois ladado para nao ver ade haverdes feito a vontade
|
morte, e nao foi achado,
de Deus, possaes alcanjari
porquanto Deus o trasla-
a promessa.|
dara;porque antes da sua
37 Porque ainda um xx)u- ' trasladat^ao alcan^ou teste-
cochinho, e o que ha de yir munho de que agradaya a
lardao.
36 Porque necessitaes de
vira, e nao tardara. Deus.38 Mas justo vivera da
j
6 Ora, sem fe e impossivel
fe ; e, £9 alguem se retirar, ' agradar a Deus : ]x>rque e
a minha alma nao tern pra- necessario que aquelle quezer n'elle, se approxima de Deus creia
39 Mas nos nao somos que elle existe, e que e
d'aquelles que se retiram Igalardoador dos que o bus-
para a perdigao, senao cam
.
d'aquelles que creem paraa salyagao da alma.
CAPITULO XL
OEA, a fe e o firme funda-mento das coisas que
se esperam, e a prova dascoisas que se nao veem.2 Porque por ella os anti-
go3 alcan(;aram testemunho.
7 Pela fe Noe, divinamenteadvertido das coisas queainda se nao viam, temeu,c, para salvagao da suafamilia, fabricou a area,
pela qual condemnou omundo, e foi feito herdeiro
da justi9a que e segundo afe.
8 Pela fe Abrahao, sendochamado, obedeceu, para
3 Pela fe entendemos que,sair ao logar que havia de
OS seculos pela palavra de , receberpor heran^a; esaiu,Deus foram compostos ; de
jsem saber para onde ia.
HEBREOS, XL 447
9 Pela fe habitou na terra ; nma melhor, isto e, a ce-
da promessa, como em terra ' lestial. Pelo que tambemalbeia, morando em cabanas Dens se nao envergonbacom Isaac e Jacob, ber- ; d'elles, para se chamar seudeiros com elle da mesma ! Deus, porque jd Ibes appa-promc'Ssa.
10 Porque esperava a ci-
relhoii uraa cidade.
17 Pela fe offerecen Abra-dade que tem fundamentos, bao a Isaac, qnando foi
da qual o artifice e fabri- { tentadocador e Deus. recebera
e aquelle queas promessas
11 Pela fe tambem a mes- offereceu o se^j, nnigenito
;
ma Sara recebeu a yirtude ' 18 Sendo-lhe dito : Emde conceber, e pariu ja fora Isaac te sera cbamada a
do tempo da edade; por- descendencia ; considerandoquanto teve por fiel aquelle
\
que Deus era poderoso para,
que Ih'o tinba promet- ate dos mortos, o resusci-
tido. tar:
12 Pelo que tambem de 19 Per onde tambem emum, e esse ja amortecido, similnanQa o tornou a reco-nasceram em tao grande brar.
multidao como as estrellas\20 Pela fe Isaac abengooa
do ceu, e como a areia imiu- ' Jacob e Esau, no tocante asmerayel que esta na praia ' coisas faturas.
do mar.|
21 Pela fe Jacob, proximo13 Todos 'estes morreram ; da morte, aben9oou cadana fe, sem terem rtcebido
Ium dos filhos de Jose, e
as promessas;porem, ven- 1 adorou encostado a ponta do
do-as de longe, e crendo-j
sen bordao.cw e abragando-as, confes- ' 22 Pela fe Jacob, proximosaram que eram estrangei-
, da morte, fez mencao daros e peregrinos na terra. saida dos filhos de Israel,
14 Porque os que isto e deu ordem acerca de seusdizem claramente mostram ossos.
que buscam outra patria.
15 E se, na verdade, se
lembrassem d'aquella d'on-
de haviam eaido, teriamt^TDpo de tomar para
i^ Mas agora dcsejam
23 Pela fe Moyses, ja nas-
cido, foi escondido tres
mezes por seus paes, porqueviram que era um formosorcenino; e nao temeram omandamento do rei.
24 Pela fe Moyses, sendo
448 HEBEEOS, XI.
ja grande, recnson ser cha-mado filho da filha de Pha-rao,
25 Escolhendo antes ser
maltratado com o povo deDeus, do que por um poucode tempo ter o gozo do pec-cado;26 Tendo por maiores
riquezas o vituperio deChristo do que os thesourosdo Egypto; porque tinhaem vista a recompensa dogalardao.
27 Pela fe deixou o Egypto,nao temendo a ira do rei
;
porque esteve firme, comovendo o inyisivel.
28 Pela fe celebrou a pas-
choa e o derramamento desangue, para que o destrui-
dor dos primogenitos os
nao tocasse.
29 Pela fe passaram o MarVermelho, como por terra
secca ; o que intentando osegypcios, se afogaram.30 Pela fe cairam os mu-
ros de Jerico, sendo sitiados
durante sete dias.
31 Pela fe Kahab, a mere-triz, nao pereceu com os
incredulos, acolliendo empaz OS espias.
32 E e-'ie mais direi?
Faltar-me-liia o tempo, con-tando de Gideon, e de Barac,e de Sansao, e de Jeftbe,
e de David, e de Samuel e
dos prophetas
:
33 Os quaes pela fe vence-ram reinos, exercitaramjusti9a, alcangaram pro-messas, fecharam as boccasaos leues,
34 Apagaram a forga dofogo, escaparam do fio daespada, da fraqueza tiraramfor9as, na batalba se esfor-
9aram, pozeram em fugidaOS exercitos dos estra-
nbos.
35 As mulberes tornarama receber pela resurreifaoOS sens mortos, e outrosforam estirados, nao accei-
tando o seu livramento,para alcancaremwmamelhorre?urrei9ao.
36 E outros experimenta-ram escarneos e a9oiteSj eate cadeias e prisoes
;
37 Foram apedrejados,serrados, tentados, mortosao fio da espada ; andaramvestidos de pelles de ovelbase de cabras, desamparados,afflictos e maltratados.
38 Dos quaes o mundonao era digno: errantes
pelos desertos, e montese covas a cavemas daterra.
39 E todos estes, tendatestemunbo pela fe, naoalcancaram a promessa
:
40 Provendo Deus algumacoisa melbor para nos, paraque sem nos nao fossemaperfeigoados.
CAPiTULO xn.
HEBEEOS, XII. 449
ha a quern o pae nao cor-
!
rija ?
POETANTO nos tambem,[8 Mas se estaes sem dis-
pels qne estamos ro- ; ciplina, da qual todos
deados de nma tao grande ' f?ao feitos participantes,
iinvemdetestemuiihas,dei-; lo^ro sois bastardos, e naoxemos toda a carga, e o
peccado que tao commoda-filhos.
9 Tambem, na verdade.mente nos rodeia, e corra-
j
tivemos nossos paes, se-
mos com paciencia a carrei-j
gundo a came, para nosra que nos esta proposta :
j
corrigir, e os reverencia-
2 Olhando para Jesus, mos : nao nos sujeitaremos
orincipe e consummador da ' muito mais ao Pae dosfe, qual, pelo gozo que i espiritos, para vivermos ?
ihe estaya proposto, sup- \ 10 Porque aquelles, naportou a cruz, desprezando
\
verdade, por urn pouco dea afifronta, e assentou-se a ;
tempo, nos corrigiam comodextra do throno de Deus. I bem Ihes parecia
;porem
3 Considerae pois aquelle|
este, para nosso proveito,
que contra si mesmo sup- i para sermos participantes
portou tal contradiccao dosi
da sua sanctidade
peccadores para que naoenfraquegaes, desfaliecendo
€m yossos animos.4 Ainda nao resististes
ate ao sangue, combatendocontra o peccado.5 E ja vos esquecestes da
exhorta^ao que, como afiihos, falla comvosco: Fi-
11 E, na verdade, toda acorrecgao, ao presente, naoparece ser causa de gozo,senao de tristeza, mas de-
pois da de si um fructo
pacifico de justi9a aos exer-
citados por ella.
12 Portanto tomae a le-
vantar as macs canradas.Iho meu, nao desprezes a
|e os joelhos paralysados,
correc9ao do Senhor, e nao|
desmaies quando por elle
fores reprehendido
;
6 Porque o Senhor corrige
ao que ama, e a9oita a qual-quer que recebe por filho.
7 Se supportaes a cor-
rec^ao, Deus vos trata comoa fiihos
;porque, que filho nhor
;
13 E fazei rectas veredaspara os yossos pes, para queo que manqueja se naodesvie inteiramente, antesseja sarado.
14 Segui a paz com todos,
e a sanctifica(;ao, sem aqual ninguem vera o So-
450 HEBREOS, XII.
15 Attendendo a que nin-
guem desfalle^a da gra9a
de Deus; que nenhumaraiz de amargura, brotando,
vos perturbe, e por ella mui-tos se contaminem.16 Que ninguem seja for-
Dicario, ou profano, comoEsau, que por um maujarvendeu o seu direito deprimogenitura.
17 Porque bem sabeis que,
querendo ainda depois her-
dar a ben{;ao, foi rejeitado,
porque nao acliou iogar
do arrependimento, ainda
que com lagrimas o bus-
cou.
18 Porque nao chegastes
ao roonte que se nao podiatocar, e ao fogo incendido,
e a escuridao, e as treyas,
e a tempestade,
19 E ao som da trombeta,
e a Yoz das palavras, a qual
OS que a ouviram pediramque se Ibes nao fallasse
mais:20 Porque nao podiam
supportar o que se Ihes
mandava : se ate umahesia.tocar o monte, sera apedre-
jada ou passada com umafrecha.
21 E tao terriyel era a vi-
Bao, que Moyses disse : Es-tou todo assombrado e tre-
mendo.22 Mas chegastes ao monte
de Siao, e a cidade do Deus
vivo, a Jerusalem celestial,
e aos muitos milhares deanjos;,
23 A universal congre-ga^ao e egreja dos primo-genitos, que estao escriptos
nos ceus, e a Deus, o juiz
de todos, e aos espiritos dosjustos aperfeifoados
;
24 E a Jesus, o Mediadordo Novo Testamento, e aosangue da aspersao, quefalla melhores coisas do quede Abel.
. 25 Olhae que rao rejeiteis
ao que falla; porque, se
nao escaparam aquelles querejeitaram ao que na terra
dava respostas divinas,
muito menos escaparemos
nos, se nos desviarmosd'aquelle que e dos ceus :
26 A voz do qual moveuentao a terra, porem agoraannunciou, dizendo : Aindauma vez commoverei, naoso a terra, senao tambem oceu.
27 E esta palavra : Aindauma vez, mostra a mudangadas coisas moveis, comocoisas feitas para que as
immoveis permanegam.28 Pelo que, recebendo oreino immovel, retenhamosa graga, pela qual sirvamosa Deus agradavelmente comreverencia e piedade
;
29 Porque o nosso Deus e
um fogo consumidor.
HEBREOS, XIII. 451
' e estranhas, porqtie bom 6que o cora(;ao se fortifique
PEEMAxsECA a caridade ' com grafa, e nao com man-fratfirnal/ 'jares, os quaes de cada
CAPITULO XIII.
2 Xao yos esqueraes da' aproyeitaram aos qne ae//es se entregaram.
j
10 Temos um altar, doI qual nao teem poder decomer os qne servem aotabernaculo.
11 Porque os corpos dosanimaes, cujo sangne e,
,
pelo peccado, trazido pelo
j
summo sacerdote para o&anctuario, sao queimados
' fora do arraial.
j
12 Portanto tambem Je-, sus, para sanctificar o povo
I
pelo sen proprio sangne,
I
padecen fora da porta.
j
13 Saiamos pois a elle fora' do arraial, leyando o senvitnperio.
! 14 Porque nao temos aquicidade permanente, masbuscamos a futura.
15 Portanto offere<;amo3
sempre por elle a Deus sa-
crificio de louvor, isto e, ofructo dos labios qne con-fe?Ram o sen name.16 E nao vos esqnecaes
da beneficencia e commn-nicacao, porque com taes
sacrificios Dens se agrada.17 Obedecei a tossos pas-
tores, e sujeitae-vos a elles
;
porque velam por vossasalmas, como aquelles quehao de dar conta (Tdlou
;
hospitalidade, porque por
eUa algnns, nao o sabendo,hospedaram aDJos.
3 Lembrae-vos dos presos,
como se juntamente esti-
vesseis presos, e dos mal-tratados, como o sendoYOS mesmos tambem no
,
corpo.I
4 Venerado seja entre to-
dos o matrimonio, e a cama '
sem macula ; porem aosj
fomicadores e adulteros
,
Dens os jnlgara.|
5 Sejam os vossos costumessem avareza, contentando-
j
YOS com o presente;porque
'
disse : Nao te deixarei, nemte desampararei. !
6 De maneira que comconfianga onsemos dizer
:
O Senhore o men ajudador,|
e nao temerei o qne o ho-jmem me possa fazer.
7 Lembrae-vos dos vossos !
pastores, qne vos fallaram
a palavra de Dens, atten-
tando para a saida da con-versacjao d'elles, a fe dosquaes imitae.
8 Jesus Christo eomesmohontem, e hoje, e etema-mente.9 Nao vos deixeis levar ao
redor por doutrinas varias
152 S. THIAGO, I.
para que o facam com ale-
gria e nao gemendo;porque
isso nao vos seria util.
18 Kogae por nos, porqneconfiamos que temos boaconsciencia, como aquelles
que em tudo querem portar-
ee honestamente.19 E rogo-ws com instan-
cia que assim o fa9aes, paraque eu mais depressa vosseja restituido.
'20 Ora o Deus de paz, quepelo sangue do concerto
eterno tornou a trazer dosmortos nosso Senhor Jesusdhristo, grande pastor dasovelhas,
21 Vos aperfeifoe em todaA boa obra, para fazerdes a
sua Yontade, obrando emvos o que perante elle eagradavel por Christo Je-
sus, ao qual seja gloria paratodo o sempre. Amen.22 Eogo-vos porem, ir-
maos, que supporteis a pa-lavra d'esta exhorta9ao
;
porque abreviadamente vosescrevi.
23 Sabei que jd esta solto
irmao Timotheo, com oqual (se vier depressa) vosverei.
24 Saudae a todos os vos-sos chefes e a todos os
sanctos. Os de Italia vossaudam.25 A gra^a seja com todos
vos. Amen.
EPISTOLA UNIVEESAL DO APOSTOLO
S. THIAGO.
CAPITULO I.
THIAGO, servo de Deus,
e do Senhor JesusChristo, as doze tribus queandam dispersas, saude.
2 Mens irmaos, tende porgrande gozo, quando ^ cair-
des em varias tentacSes
:
3 Sabendo que a prova davossa fe obra a paciencia
:
* Vos Buccederem
4 Tenha porem a pacienciaa obra perfeita, para quesejaes perfeitos e comple-tes, sem faltar em coisa
alguma.5 E se algum de vos tem
falta de sabedoria pe9a-aa Deus, que a todos daliberaimente, e o nao lan9aem rosto, e ser-lhe-ha dada.6 Porem pe9a-a com fe,
varias tribula9oe8.
S. THIAGO. I. 453
nao duvidando; porqne oque duvida e similliaute aonda do mar, que e levadapelo vento, e lan^ada deuma para outra parte.
7 Nao pense o tal homemque recebera do Senhoralguma coisa.
o peccado; e o peccado,
sendo consummado, gera amorte.
16 Nao erreis, meus ama-dos irmaos.
17 Toda a boa dadiva e
todo dom perfeito e doalto e desce do Pae das
8 O homem de cora^ao|
luzes, em quem nao hadobre e inconstante emtodos OS seus caminhos,9 Porem o irmao abatido
glorie-se na sua exaltagao,
10 E rico em seu abati-
mento;pnrque elle passara
como a flor da herva.
11 Porque sae o sol comardor, e a herva secca, e a
mudanca nem sombra deyariacao.
18 Segundo a sua vontade,elle nos gerou ppla palavra
da yerdade, para que fos-
semos como primiciaa dassuas creaturas.
19 Assira que, meus ama-dos irmaos, todo o homem
sua flor cae, e a formosa ssja prompto para ouvir,
apparencia do seu aspecto
perece : assim se murcharatambem o rico em seuscaminhos.12 Bemaventurado o varaoque soffre a tenta9ao
;por-
que, quando fur provado,recebera a coroa da yida,
a qual o Senhor tem pro-
mettido aos que o amam.13 Ninguem, sendo ten-
tado, diga : De Deus soutentado; porque Deus naopode ser tentado pelos
males, e a ninguem tenta.
14 Porem cada um e
tentado, quando attrahido
e engodado pela sua pro-
pria concupiscencia.
15 Depois, hayendo a con-
cupiscencia concebido, pare
tardio para fallar, tardio
para se irar.
20 Porque a ira do homemna^ obra a justiga de Deus.21 Pelo que, rejeitando
toda a immundicia e su-
perfluidade de malicia, re-
cebei com mansidao a pa-layra enxertada em vos, aqual pode salyar as yossas
almas.
22 E sede obradores dapalavra, e nao somente ou-vintes, enganando-yos comfa i SOS discursos.
23 Porque, se alguem e
ouyinte da palavra, e naoobrador, e similhante aoyarao quo contempla aoe?pelho o seu rosto natural
;
21 Porque se contempla a
454 S. THIAGO, I, n.
si mesmo, e foi-se, e logolbre: Tu, fica ahi em pe;
se esqueceu de que tal era. i ou : Assenta-te abaixo do25 Porem aquelle que at- !
meu estrado :
tenta bem para a lei per- : 4 Porventura nao fizestes
feita da liberdade, e n'isso differenr-a dentro de vos
persevera, nao sendo on-i
mesmos, e nao vos fizestes
Tinteesquecido,masfazedori juizes de maus pensamen-da obra, este tal sera bem- i
tos ?
aventurado no seu feito.i
5 Ouvi, meus amados ir-
26 Se algnem entre vosjmaos : Porventura nao
cuida ser religioso, e nao 'escolheu Deus aos pobres
refreia a sua lingna, antes
engana o seu coragao, areligiao do tal e va.
27 A religiao pura e im-maculada para com Deuso Pae, e esta : Yisitar os
orphaos e as viuvas nassuas tribulacoes, e guardar-
se inimaculado do muudo.
CAPITULO II.
1\ FEUS irmaos, nao tenhaes
d'este mundo para seremricos na fe, e herdeiros doreino que promette aos queamam ?
6 Porem vos deshonrasteso pobre. Porventura naovos opprimem os ricos, e
nao vos arrastam aos tri-
bunaes ?
7 Porventura nao blas-
phemam elles o bom nomeque sobre vos foi invocado?8 Todavia, se coraprirdes,
JlI a fe de nosso Senlior conforms a Escriptura, aJesus Christo, Senhor da lei real : Aioaras a teu
gloria, em accepgao de pes-1proximo como a ti mesmo,
soas. l3em fazeis.
2 Porque, se na vossa; 9 Porem, se fazeis ac-
assemblea entrar algumj
cepcao de pessoas, com-homem com annel de oiro
|metteis peccado, e sols
no dedo, com vestidos pre^
ciosos, e entrar tambemalgum pobre com vestido
sordido,
3 E attentardes para o
redarguidos pela lei comotransgressores.
10 Porque qualquer queguardar toda a lei, o deslisar
em um so ponto, e culpadoque traz o vestido precioso,
j
de todos.
e Ihe disserdes : Assenta-te i 11 Porque aquelle quetu aqui n'um logar de dis.-e : Nao commettoraslionra ; e disserdes ao po-
jadulterio, tambem disse
;
S. THIAGO, II, III. 455
Nao mataras. 8e tu pois
nao commetteres adulterio,
porem matares, estas feito
transgressor da lei.
12 Assim fallae, e assimobrae, como devendo ser
julgados pela lei da liber-
dade.
13 Porqneojnizortrasemmisericordia sobre aquelle
qne nao fez misericordia;
e a misericordia gloria-se
contra o jiiizo.
14 Mens irmaos, qne apro-veita se alguem disser quetern fe, e nao tiver as
obras? Porventura a fe
pode salval-o ?
15 E, 80 o irmao ou airma estiverem nu?, e tive-
rem falta de mantimentoqnotidiaiio,
16 E algum de vos Ihedisser : Ide em paz, aqnen-tae-vos, e fartae-vos ; e
Ihe nao derdes as coisas
necessarias para o cor-
po, qne proveito virad'ahi?
17 Assim tamborn a fe, se
nao tiver as obras, estamorta em si mesma.18 Porem dira algnem :
Tu tens a fe, e eu tenhoas obras ; mostra-me a tuafe pelas tuas obras, e eute mostrarei a minha fe
polas minhas obras.
19 Tu cres que ha um soDeus: fazes bem; tambem
OS demonios o creem, e
estremecem.20 Mas, 6 homem vao,
queres tu saber que a fe
sem as obras esta morta ?
21 Porventura o nosso paeAbrabao nao foi justificado
pelas obras, quando offe-
receu sobre o altar o seu!filho Isaac ?
22 Bem ves que a fe co-
operou com as suas obras,
e que a fe foi aperfeiyoadapelas obras.
23 E cumpriu-se a Es-criptura, que diz : E creuAbrabao em Deus, e foi-lhe
imputado a justi^a, e foi
chamado o amigo de Deus.24 Yedes entao que o ho-mem e justificado pelasobras, e nao somentepela fe?
25 E de egual modo lia-
hab, a meretriz, nao foi
tambem justificada pelasobras, quando recolheu osemissaries, e os despediupor outro caminho ?
26 Porque, assim como ocorpo sem o espirito estaraorto, assim tambem a fe
i sem as obras esta morta.
i
j
CAPITULO lU.
MEUS irmaos, nao scjaesmestres, sabendo quo
recebertmos tanto maiorI
juizo.
I 2 Porque todos tropega*
456 S. TEIAGO, III.
mos em muitas coisas. Sealguem nao trope9a em pa-lavra, o tal varao e perfeito,
e poderoso para tambemrefrear todo o corpo.
3 Eis aqui que nos pomosfreio nas boccas aos caval-
Ics, para que nos obedecam,e governamos todo o'seucorpo.
4 Vede tambem as naosque, sendo tao grandes, e
levadas de impetuosos ven-tos, se viram com um bempequeno leme para ondequer que quizer a Yontaded'aquelle que as governa.
5 Assim tambem a linguae mn pequeno membro, e
gloria-se de grandes coisas.
Vede quao grande bosquemn pequeno fogo incen-
deia.
6 A lingua tambem e fogo,
mundo de injusti^a ; assima lingua esta posta entre os
nossos membros, e conta-mina todo o corpo, e in-
flamma a roda do nosso nas-
cimento, e e infiammadado inferno.
7 Porque toda a natureza,
tanto de bestas feras comode aves, tanto de reptis co-
mo de animaes do mar, se
amansa e foi domada pela
natureza humana
;
8 Mas nenhum homenapode doraar a lingua. Eum mal que nao se pode
refrear, cbeia de pe^onhamortal.
9 Com ella bemdizemos aDeus e Pae, e com ella mal-dizemos os homens, feitos
a similhanga de Deus.10 De uma mesma bocca
procede bencao e maldi(;ao.
Mens irmaos, nao convemque isto se fa9a assim.
11 Porventura delta algu-
ma fonte de um mesmomacancial agua doce e agita
amargosa ?
12 Meusirm aos,pode tam-bem a figueira produzirazeitonas,ou a videira figos?
Assim tamhem nenliumafonte pode produzir aguasalgada e agua doce.
13 Quem d'entre vos e sa-
bio e entendido? Mostrepor seu bom trato as suasobras em mansidao de sabe-
doria.
14: Porem, se tendes inveja
amarga, e contenda em vos-
so cora(^ao, nao vos glorieis,
nem mintaes contra a ver-
! dade.
I
15 Esta sahedoria nao e aisabedoria que vem do alto,
!mas e terreua, animal e dia-
1
bolica.
16 Porque onde ha inveja
e contenda ahi ha perturba-
9ao e toda a obra perversa.
17 Mas a sabedoria que e
do alto, e primeiramentepura, depois pacifica, mode-
S. THIAGO, III, IV.
rada, tratavel, cheia de mi-Eericordia e de bons fructoe,
nao julgando parcialmente,e nao fingida.
18 Ora o fructo da jnstiQa
semeia-se na paz, para os
que exercitam a paz.
CAPITULO lY.
D'ONDE veem as guerras
e pelejas entre vos?Porventura nao veem d'aqui,
457
daaos soberbos, poremgra9a aos hnmildes.7 Sujeitae-vos pois a Dens,
resist! ao diabo, e elle fu-
gira de yos.
8 Chegae-vos a Deus, eelle se chegara a vos. Alim-pae as maos, peccadores ; e,
vos de cora9ao dobre, puri-ficae OS cora9oes.
9 Senti as vossas miserias,
e lamentae, e chorae : con-verta-se o tosso riso em
a sabei\ dos vossos deleites, ' pranto, e o vosso gozo emque nos vossos membros
j tristeza.
guerreiam ? 10 Humilhae-vos perante2 Cubi^aes, e nada tendes
:
' o Senhor, e elle vos exaltara,
eois invejosos, e cubigosos,; 11 Irmaos, nao falleis mal
e nao podeis alcangar : ; uns dos outros. Quern falla
combateis e guerreaes, e ' mal de um irmao, e julga anada tendes, porque nao
\
seu irmao, falla mal da lei,
pedis.
3 Pedis, e nao recebeis,
porque pedis mal, para ogastardea em vossos de-
lei£es.
4 Adulteros e adulteras,
e julga a lei : e, se tu julgas
a lei,jd nao es fazedor dalei, senao juiz.
12 Ha so um legislador,
que pode salvar e dcstruir.
Porem tu quern es, que jul-
nao sabcis vos que a ami- gas a outremzade do mundo e inimizade
|
13 Eia pois agora vos, os
contra Deus? Portanto que dizeis : Hoje, ou ama-qualquer que quizer ser nha, iremos a tal cidade, e
amigo do mundo constitue- la passaremos um anno, e
se inimigo de Deus. I contrataremos, e ganha-5 Oil cuidaes vos que em ! remos,
vao diz a Escriptura : ' 14 Vos digo que nao sabeis
espirito que em nos habita I o que acontecerd amanha.tem porventura desejo de Porque, que e a vossa vida ?
inveja ?!E um vapor que apparece
G Antes da maior graqa.. ' por um pouco, e depois sePortanto diz : Deus resiste desvancce.
458 S. THIAGO, lY. Y.
15 Era logar do qne de-
vieis dizer: Se o Senhorquizer, e se viYermos, fare-
mos isto on aqnillo.
16 Mas agora yos gloriaes
em vossas presump^ues : to-
da a gloria tal e maligna.
17 Aquelle pois que sabe
fazer o bem e o nao faz
commette peccado.
CAPITCXO Y.
ETA pois agora vos, ricos,
chorae e prauteae, por
vossas miserias, que sobre
YOS bao de Yir.
2 As vossas riquezas estao
apodrecidas, e os vossos
vestidos estao comidos datra9a.
3 vosso oiro e a vossa
prata se enferrujaram ; e a
sua ferrugem sera teste-
munbo contra vos, e comeracomo fogo a vossa came.Entbesourastes para os ul-
timos dias.
4 Eis que o jornal dos tra-
balbadores que ceifaram as
vossas terras, e o qual porvos foi diminuido, clama;e OS clamores dos que cei-
faram entraram nos ouvidosdo Senbor dos exercitos.
5 DeUciosamente vivestes
sobre a terra, e vos delei-
tastes: cevastes os vossos
cora9res, como n'um dia dematan9a.
I 6 Condemnastes e ma-I
tastes justo ; elle nao vos
j
resistiu.
7 Sede pois, irmaos, pa-
! cientes ate a vinda do Se-
! nbor. Eis que o lavrador
;
espera o precioso fructo da
I
terra, aguardando - o compaciencia, ate que receba acbuva tempora e serodia.
8 Sede vos tambem pa-cientes, fortalecei os vossos
cora5oes;porqueja a vinda
do Senbor esta proxima.9 Irmaos, nao vos queixeis
uns contra os outros, paraque nao sejaes condemna-dos. Eis que o juiz esta aporta.
10 Mens irmaos,tomae perexemplo de affliccao e pa-
ciencia OS propbetas quefallaram em nome do Se-
nbor.
11 Eis que temos por bem-aventurados os qne sof-
frem. Ouvistes qual foi apaciencia de Job, e vistes ofim que o Senbor Ihe deu
;
porque o Senbor e muitomisericordioso e piedoso.
12 Porem,sobretudo,meusirmaos, nao jureis, nem pelo
ceu, nem pela terra, nemfa^aes qualquer outro jura-
mento ; mas que o vosso
sira seja sim, e o vosso naonao
;para que nao caiaes
em condemna9ao.
I13 Esta alguem entre vos
I. S. PEDEO, L 459
aflBicto? ore. Esta alguemcontente? psalmoclie.
14 Esta algnem entre vosdoente? chame os anciaosda egreja, e orem sobre elle,
ungindo-o com azeite emnome do Senhor
;
15 E a ora9ao da fe salvarao doente, e o Senhor o le-
vantara ; e, se houver com-mettido peccados, eer-llie-
hao perdoados.16 Confessae as vossas cnl-
pas Tins aos outros, e oraeuns pelos outros para quesareis: e ora^ao efficaz dojnsto pode muito.17 Elias era homem sujei-
to as mesmas paix^es quenos, e, orando, pediu quenao cliovGSse, e, por tres
annos e seis mezes, naoclioveu sobre a terra.
18 E orou outra vez, e oceu deu chuva, e a terra
produziu o seu fructo.
19 Irmaos, se alguem deentre vos se tem desviadoda verdade, e alguem oconverter,
20 Saiba que aquelle queconverter do erro do seucaminho um peccador sal-
vara da morte uma alma;e cobrira uma multidao depeccados.
PEIMEIEA EPISTOLA UNIVERSAL DO APOSTOLO
S. PEDRO.
CAPITULO I.
PEDEO, apostolo de JesusCliristo, aos estrange!
-
ros disperses no Ponto,Galacia, Cappadocia, Asiae Bithinia
;
2 Eleitos segundo a pre-Eciencia do Deus Pae, emsanctificacjao do Espirito,
para a obediencia, e asper-sao do sangue de JesusChrlsto: Gra(;a e paz vos6cja multiplicada.
3 Bemdito sefa o Deus ePae de Nosso Senhor JesusChristo, que, segundo a suagrande misericordia, nosregenerou para uma vivaesperan9a, pela resurrei^aode Jesus Christo d'entre osmortos,
4 Para herancja incorrup-tivel, incontammavel, e quese nao pode murchar, guar-dada nos ceus para vos,
5 Que pela fe estaes guar-dados em a virtude de Deus
460
para a salvagao, ja prestes
para se revelar no ultimotempo,6 Em qne vos Yos alegraes,
estando por agora (se e queassim importa) por umpouco coatristados comvarias tentagoes,
7 Para que a prova davossa fe, muito mais pre-
ciosa do que o oiro queperece e e provado pelo
fogo, se ache em louvor, e
honra, e gloria, na reYela9ao
de Jesus Christo
:
8 Ao qual, uao havendovisto, o amaes ; no qual,
nao o vendo agora, poremcrendo, vos alegraes comgozo ineffavel e glorioso
;
9 AlcauQando o fim davossa fe, a salva9ao dasalmas.
10 Da qual Balvagao in-
quiriram e examinarara os
propbetas que prophetiza-
ram da graga que vos foidada
:
11 Indagando quando, ouem que tempo, o Espirito
de Christo, que estava
n'elles, significava, e ante-
riormeute testificava as pai-
xoes que a Christo haviamde vir, e a gloria que se Ihe
havia de seguir.
12 Acs quaes foi reveladoque, nao para si mesmos,senao para nos, administra-
vam estas coisas que agora
I. S. PEDRO, I.
vos foram annunciadas po7aquelles que, pelo Espirito
Sancto enviado do ceu, vosj)regaram o evaugellio : nasquaes COisas os anjos desejamver ate o mais interior.
13 Portanto, cingindo os
lombos de vosso entendi-
mento, e sobrios, esperaeinteiramente na graga quese vos offereceu na reve-
la^ao de Jesus Christo :
14 Como filhos obedientes,
nao vos conformando comas concupiscencias qued'antes havia em yossaignorancia
;
15 Mas, como e sanctoaquelle que vos chamou,sede vos tambem sanctos emtoda a vossa conversa9ao
;
16 Porquanto escripto
esta : Sede sanctos, porqueeu SDU sancto.
17 E se invocaes por Paeaquelle que, sem accep^aode pessoas, julga segundo a
obra de cada um, audae emtern or, durante o tempo davossa peregriuagao
:
18 Sabendo que nao comcoisas corruptiveis, comoprata ou oiro, fostes resga-
tados da vossa va conversa-
(;ao que por tradigao re-
cebestes dos paes,
:19 Mas com o precioso
saugue de Christo, como deum cordeiro immaculado e
incontaminado
;
L S. PEDKO, I, II. 461
20 O Qnal, na verdade, ja
d'antes foi conhecido aindaantes da funda^ao do mun-
2 Desejae aHectuosamente,como menicos novamentenascidos, o leite racional,
do, porem manifestado:nao falsificado, para que por
n'estes nltimos tempos por elle vades crescendo
;
amor de vos,
21 Que por elle credes emDens, o qual o resuscitoudos mortos, e Ihe den gloria,
3 Se porem ja provastesque o Senhor e bonigno :
4 Ao qual cl.egando-vos,
corao a uma pedra viva, re-
para que a vossa fe e esje-j
provada, na Tcrdade, pelos
ranfa estivessem em Deus. ! homens, mas para com Deus22 Purificando f.s vossas eleita e preciosa,
almas na obediencia daverdade, pelo Espirito, para
5 Yos tambem, como pe-
, ^ dras vivas, sois edificados
caridade fraternal, nao i casa espiritual e sacerdociofingida ; amae-vos arden-temente nns aos outroscom um cora^ao pnro
;
23 Sendo regenerados, naode semente corruptive!, masda incorruptivel, pela pa-Zavra de Deus, viva, e quepermanece para sempre.24 Porque toda a came e
sancto, para otferecer sacri-
ficios espiriiuaes, agrada-veis a Deus por JesusChristo.
6 Pelo que tambem naEscriptura se contem: Eisque ponho em Siao a pedraprincipal da esquina, eleita
e preciosa: e quem n'ella
como herva, e toda a gloria I crer nao sera confundido.do homem como a flor daherva. Seccou-se a herva,e caiu a sua flor
;
25 Mas a palavra do Se-nhor permanece para sem-pre ; e esta e a palavra quoentre vos foi evangelizada.
CAPITULO II.
DEIXANDO pois toda amalicia, e todo o en-
.^ano, e fingimentos, e inve-jas, e todas as murmura-go€S,
7 Assim quo para vos, osque credes, e preciosa, maspara os rtbeldes a pedraque OS edificadores repro-varam essa foi feita porcabe9a da esquina e porpedra de trope90 e porrocha de escandalo
;
8 Para aquelles que tro-
pe9am na palavra, sendorebeldes; para o que tam-bem foram ordenados.9 Mas vos sois a gera9ao
eleita, o sacerdocio real, ana9ao saucta, o povo adqui-
u 2
4G2 I. S. PEDRO, II.
rido. para que anmincieis
as vii'Liides d'aqiielle quevos cliamou das treyas para
a sua Karayilhosa liiz
:
10 Yos, que d'antes naoereis povo, mas agora sois
povo de Dens;que nao ti-
nheis alcan^ado misericor-
dia, mas agora alcangastes
misericordia.
11 Amados, admoesto-vos,
como peregrines e forastei-
ros, a que yos abstenhaes
das concupiscencias carnaes
que combatem contra a
alma;12 Tendo a vossa conver-
Fa9ao lionesta entre os gen-
tios; para que, n'aquilo emque fallam mal de t6s, comode malfeitores, glorifiquem
a Deus no dia da visitaQao,
pelas boas obras que em yos
virem.13 Sujeitae-vos pois a toda
a ordenacao Immana poramor do Senbor : seja aorei, como ao superior
;
14 Seja aos goYern adores,
como aos que por elle fSo
euYiados para castigo dosmalfeitores, e para louvor
dos que fazem o bem.15 Porque assim e a von-
tade de Deus, que, fazen-
do bem, tapeis a bocca aignorancia dos homensloucos
:
16 Como libertos, e naocomo tendo a liberdade por
cobertura da malicia, senaocomo servos de Deus.17 Honrae a todos. Araae
a fratcrnidade. Temei aDeus. Honrae o rei.
IS Vos, servos, sujeitae-
vos com todo o temor aos
senhores, nao somente aos
bons e humanos, mas tam-bem aos rigorosos.
19 Porque e coisa agra-davel, se alguem, por causada consciencia para comDeus, soffre molestias, pa-decendo injustamente.20 Porque, que louvor e,
se peccando, sois esbofetea-
dos e sofireis? Mas se,
fazendo bem, sois affligidos,
e o soffreis, isso e agradavela Deus.21 Porque para isto sois
chamados;
pois tambemChristo padeceu por nos,
deixando-nos o exemplo,para que sigaes as suaspisadas.
22 qual nao commetteupeccado, nem na sua boccase acbou engano.
23 qual, quando o in-
juriavam, nao injuriava, e
quando padecia nao amea-9aYa, mas entregava - se
aquelle que julga justa-
mente
:
24 qual levou elle mes-mo em seu corpo os nossoapeccados sobre o madeiro,para que, mortos para 03
I. S. PEDEO, II, III. 463
peccados, vivamos para aj
e nao temendo nenhumjiisti9a
;por cuja ferida
j
espanto.
sarastes. 7 Egualmente vos, mari-
25 Porque ereis como ove- dos, habitae com ellas comIhas desgarradas ; mas i entendimento, dando hom:a
agora estaes conyertidos aoj
a mulher, como a vaso mais
Pastor e Bispo das vossasj
fraco ; como aquelles que
almas.
CAPITULO m.SIMILHANTEMEXTE
vos, mulheres, sede ku-
jeitas aos vossos proprios
maridos;para qne tambem,
se algnns nao obedecem a
palavra, pelo trato das
mnlheres sejam ganhos sempalavra
;
2 Considerando o tossocasto trato em temor.
3 enfeite das quaes naoseja o exterior, no encres-
pamento dos cabellos, ouatavio de oiro, ou com-postura de vestidos
;
4 Senao o homem enco-
berto no cora(;ao ; no incor-
ruptivel de um espirito
manso e quieto, que e
precioso diante de Deus.5 Porque assim se enfei-
tavam tambem antigamenteas sanctas mulheres qu^esperavam em Deus, e e&ta-
vam Bujeitas aos seus pro-
prios maridos
;
6 Como Sara obcdecia aAbrahao, chamando-lhe se-
nhor ; da qual vos Fois
feitas filhas fazendo o bem, , imitadores do bem ?
!juntamente com elias sois
iherdeiros da graqa. da vida
;
I para que nao sejam impe-didas as vossas orag^es.
j
8 E, finalmente, stde todos
I de um mesmo sentimento,
icompassivos, amando os
' irmaos, entranhavelmentemisericordiosos e affaveis.
'• 9 Xao tornando mal por
Imal, ou injuria por injuria
;
antes, pelo contrario, bem-;dizendo : sabendo que parai&to Bois cbamados, paraque por heran9a alcanceis
a benf;ao.
10 Porque quern queramar a vida, e ver os dias
: bons, refreie a sua lingua' do mal, e os seus labios que
j
nao fallem engano.
j
11 Aparte-se do mal, efa9a o bem ; bu-sque a paz,
e siga-a.
12 Porque os olhos doSenhor estdo sobre os justos,
e OS seus ouvidos attentos
as Euas ora^ues ; mas o
,rosto do Senhor e contra
OS que fazem males.
i
13 E qual e aquelle quevos fara mal, se fordes
^64 I. S. PEDEO, III, IV.
14 Mas, se tambem pacle-
cerdes por amor da justifa,
ecis bemayenturados. E naotemaes por temor d'elles,
Dem vos turbeis
;
15 Antes sanctificae o Se-
nHor Deus em yossos co-
racoes; e estae sempre ap-
pa'relhados para responder
eom mansidao e temor a
qnalquer que vos pedir a
razao da esperaE9a que haem Tos
:
16 Tendo uma boa con-
sciencia, para que, em o
que fallam mal de vos,
como de malfeitores, fiquemconfundidos os que blas-
phemam do vosso bom trato
em Christo.
17 Porque melhor e quepadegaes fazendo bem (se a
vontade de Deus assim o
quer), do que fazendo
mal.
18 Porque tambem Chris-
to padeceu uma vez pelos
peccadores, o justo pelos
injustos, para levar-nos a
Deus; mortificado, na ver-
dade, na carne, porem Yivi-
licado pelo Espirito
;
19 No qual tambem foi,
e pregou aos espiritos emprisao
;
20 Os quaes antigameuteforam rebeldes, quando umaV€Z a longanimidade de
Deus aguardava nos dias
de Noe, apparelhando-se a
area ; na qua! poucas (isto
e oito) almas se salvarampela agua.21 A cujo correspondente
exemplar tambem agora nossalva baptismo, nao o dodespojamento da immun-dicia do corpo, mas o dainterroga9ao de uma boaconscieucia para com Deus,pela resurrei^ao de JesusChristo
;
22 qua! esta a dextrade Deus, tendo subido aoceu : havendo-se-lhe sujei-
tado OS anjos, e as potes-
tades, e as potencias.
CAPITULO IV.
OBA pois, jd que Christo
padeceu por nos nacarne, armae-vos tambemvos com este pensamento,
que aquelle que padeceuna carne jd cessou do pec-
cado,
2 Para, no tempo que Ihe
resta na carne, nao viver
mais segundo as concupis-
cencias dos homens, massegundo a vontade de Deus.
3 Porque basta-nos queno tempo passado da vidacumprimos a vontade dosgentios, andando em dis-
soluQues, concupiscencias,
borrachices, giotonerias, be-
bedicese abominaveis idola-
trias,
I. S. PEDRO. IV. 465
4 que estranliam, pornao correrdes cam elles nomesmo desenfreamento dedissolufao, blasphemandode vos.
5 Os quaes hao de darconta ao que esta preparadopara julgar 03 vivos e os
'
mortos.6 Porque para isso foi
tambem evangelizado aosmortos, para que, na yer-
dade, fossem julgados se-
gnndo OS homens na came,porem vivessem EegundoDens em espirito
;
|
7 E ja esta proximo o fim;
de todas as coisas ; portaatosede Bobrios e vigiae emora95es.
8 Mas, sobretudo, tendeardente caridade nns paracom OS outros; porque acaridade cobrira a multi-
:
dao de peccados.|
9 Hospedae-Yos nns aos
!
outros, sem murmurag'es.\
10 Cada um administreaos outros o dom como orecebeu, como bons dis-
'
penseiros da varia graga de '
Deus.;
11 Se alguem fallar, falle\
segnndo as palavras deDeus : se alguem adminis- I
trar, administre segundo opoder que Deus da
;para
|
quo em tudo Deus seja glo-I
riScado por Jesus Christo,|
a quern pertence a gloria e
poder para todo o sempre.Amen.12 Amados,naDestranheisardor que vos Kobrevem
para vos tentar, como secoisa estranha vos aconte-ce?se
;
13 Antes vos alegrae deserdes participautes dasaffliccjes de Christo: paraque tambem na reveiarjao
da sua gloria vos regozijeis
e alegreis.
14: Se pelo nome de Chris-to sois vituperados, bema-venturados sois, porque so-
bre vos repousa o Espiritoda gloria de Deus ; o qual,quanto a elles, e blasphe-mado, mas, quanto a vos,
glorificado.
15 Porem nenhum de vospadeca como bomicida, onladrao, ou malftitor, oucomo o que se entremetteem negocios alheios
;
16 Mas, se padece comochristao, nao se envergonhe,antes glorifique a Deusn'esta parte.
17 Porque ja i tempo quecomece o juizo pela casa deDeus ; e, se primeiro come<;a
por nos, qual sera o fimd'aquelles que sao desobe-dientes ao evangelho deDeus?18 E, se o justo apenas se
salva, onde apparccera oimpio e o peccador ?
466
19 Portanto tambem os
que padecem segundo avon-tade de Dens encommen-dem-?^eas suas almas, comoao fiel Creador, fazendo obem,
CAPITULO Y.
AOS anciaos, qne estao
entre yos, admoesto eu,
que son iuntarnente comoelles anciao, e testemiinhadas afficQwes de Christo, e
participante da gloria quese ha de revelar
:
2 Apascentae o rebanho deDeus, que esta entre vos,
tendo cnidado d*elle, naopor for9a, mas volnntai'ia-
mente: nem por torpe ga-nancia, mas de um animoprompto.3 Nem como tendo domi-
nie sobre as herdades, senaoservindo de exemplo ao re-
banho.4 E, qnando apparecer oSummo Pastor, alcangareis
a incorruptivel coroa degloria.
5 Similhantemente vos,
mancebos, sede sujeitos aos
anciaos ; e sede todos sujei-
tos uns aos outros : e vesti-
vos de humildade, porqueDeus resiste aos soberbos,
mas da gra9a aos humildes.G Hnmilhae-vos pois de-
baixo da potente mao de
S. PEDEO, IV, Y.
Deus, para que a seu tempovos exalte
:
7 Lan^ando sobre elle to-
da a vossa solicitude, por-que elle tern cuidado de vos.
8 Sede sobrios; vigiae;
porque o djabo, vosso ad-versario, anda em derre-
dor, bramando como leao,
buscando a quern possatragar.
9 Ao qual resisti firmesna fe : sabendo que as mes-mas afflic9oes se cumpremna vossa irmandade nomundo.10 Ora Deus de toda a
graga, que em Christo Jesusnos chamou a sua eterna
gloria, depois de haverdespadecido um' pouco, o mes-mo vos aperfei5oe, confirme,
fortifique e estabele9a.
11 A elle seja a gloria e opoderio para todo o sempre.Amen.12 Por Silvano, vosso fiel
irmao, como cuido, escrevi
abreviadamente, exhortan-do e testificando que esta e
a verdadeira gra9a de Deus,na qual estaes.
13 Sauda-vos a egreja co-
eleita, qiue e^ta, em Baby-lonia, e men filho Marcos.
14 Saudae-vos uns aos
outros com osculo de cari-
dade. Paz seja com todos
vos que estaes em Christo
Jesus. Amen.
( 4G7 )
SEGUXDA EPISTOLA UNIVERSAL DO APOSTOLO
S. PEDRO.
CAPITULO I.
SIMAO Pedro, servo e
apostolo de Jesus Chris-
to, aos que comnoscoalcangaram fe egualmentepreciosa pela justi^a donosso Dens e Salvador Jesus
,
Christo: I
2 Gra(;a e paz vos seja'
multiplicada, peJo conheci-
'
mento de Deus, e de JesusB0S5-0 Senbor.
i
3 Como seu divino pocler
nos den tndo o que diz
resrjeito a vida e piedade,
pelo conhecimentod'aquelleque nos chamou por sua
:
gloria e virtude; i
4 Pelas quaes nos sao da-\
das grandis.simas e precio-
;
eas promessas, para quepor ellas fiqueis partici-
pantes da natureza divina,
;
havendo escapado da cor-
rup9ao quo ba no mundo^
pela concupiscencia.|
5 E vos tambem, pondo
,
n'isto mesmo toda a dili-
1
gencia, accrescentae a vossa •
le a virtude, e a virtude a
'
Bciencia;i
I
6 E a sciencia temperanra,;e a temperanca paciencia, e
a paciencia piedade
;
7 E a piedade amor fra-
ternal ; e ao amor fraternal
caridade.
8 Porqiie, se em vos hou-ver, e abundarera estas col-
sas, nao vos deisarao ociosos
nem estereis no conbeci-mento de nosso SenhorJesus Cbristo.
y Pois aquelle em quemnao ba estas coisas e cego,
nada vendo ao longe, ba-vendo-se esquecido da puri-
ficacao dos sens antigospeccados.
10 Portanto, irmaos, pro-
curae fazer cada vez maisfirme a vossa vocacao e elei-
(;ao; porque, fazendo isto,
nunca jamais tropecareis.
11 Porque assim vos seri
abundautemente dada a en-
trada no reino eterno donosso Senbor e SalvadorJesus Christo.
12 Pelo que nao deixarei
de cxbortur-vos sempre a-
cerca d'estas coisas, aiudaque bem as saibaes e este-
468 n. S. PEDEO, I, II.
jaes confirmados da pre-
sente verdade.
13 E tenho por jnsto, em-quanto estiver n'este taber-
naculo, despertar-YOS comadmoesta9:e3
:
14 Sabendo qne breve-mente liei de deixar este
men tabernaculo, como tam-bem nosso Senhor JesusChristo/d m'o tern revelado.
15 Mas tambem eu pro-
curarei em toda a occasiao
que depois do meu transito
tenliaes lembraiKja d'estas
coisas.
16 Porque nao Yos fizemossaber a Yirtude e a Yindade nosso Senhor Jesus Cliris-
to seguindo fabulas artifi-
cialmente compostas; masnos mesmos Yimos a suamagestade.17 Porque recebeudeDeus
Pae honra e gloria, quando
20 Sabendo primeiramenteisto, quenenhumapropheciada Escriptura e de particu-lar interpretagao.
21 Porque a prophecia naofoi antigamente produzidapor vontade de homem al-
gum, mas os homens sanc-tos de Deus a fallaraminspirados pelo EspiritoSancto.
CAPITULO n.
E TAMBEM houve entrepoYO falsos prophe-
tas, como entre vos haYeratambem falsos doutores,que introduzirao encober-tamente heresias de perdi-
9ao, e negarao o Senhor queOS resgatou, trazendo sobresi mesmos repentina per-
di^ao.
2 E muitos seguirao as
da magnifica gloria Ihe foij
suas perdigoes, pelos quaeseuYiada uma tal yoz : Este ' sera blasphemado o cami-e meu Filho amado, em ' nho da verdade.quem me tenho agradado.
|3 E por aYareza farao de
18 E, ouvimos esta yoz yos mercadoria com pala-
euYiada do ceu, estando nos|
Yras contrafeitas : sobre os
com elle no monte sancto.|
quaes ja de largo tempo19 E temos, mui firme, a i nao esta ociosa a condemna-
palaYra dos prophetas, aj
9ao, e a sua perdigao naoqual bem fazeis em estar
attentos, como a uma luzque alumia em logar escuro,ate que o dia 6sclare9a, e aestrella da aWa saia emTossos cora^ues.
dormita.
4 Porque, se Deus nao per-
doou ao.3 anjos que pecca-ram, antes, haYendo-os lan-
9ado no inferno, os entre-
gou as cadeias da escuridao,
n. s. PEDPwO, n.
ficando reseryados para ojuizo,
5 E nao perdoou ao mnn
469
maes irracionaes, que se-
guem a natureza, feitos
para serem presos e mortos.do antigo, mas guardou a blasphemando do que naoNoe, oitavo pregoeiro da entendem, perecerao na suajusti9a, trazendo o diluvio corrupgao,sobre o mundo dos impios
;I
13 Eecebendo o galardao6 E condemnou a subver- : da injusti<;a, tendo por pra-
sao as cidades de Sodoma ; zer as delicias quotidianas,
e Gomorrah, reduzindo-as ! sendo nodoas e maculas,a cinza, e pondo-as para , deleitando-se em seus en-
exemplo aos que vivessemj
ganos, banqueteando com-impiamente, vosco
;
7 E livrou o justo Lot, 14 Tendo os olhos cbeios
enfadado da vida dissoluta ' de adulterio, e nao cessandodos homens abominayeis de pec car, engodando as
8 (Porque este justo, habi- ' almas inconstantes, tendo otando entre elles, affligia
|
coracao exercitado na ava-todos OS dias a sua alma : reza, filhos de maldi(;ao.
justa, vendo e onvindo suas
obras injustas);
9 Assim, sabe o SenhorUvrar da tenta^ao os piedo-
sos, e reservar os injustos
para o dia de juizo, paraserem castigados
;
10 E principalmente aosque segundo a - carne an-dam em concupiscencias deimmundicia, e desprezamas dominag~es; atrevidos,
agradando-se a si mesmos,nao receiando blasphemardas dignidades;11 Emquanto que os anjos,
sendo maiores em for9a e
poder, nao pronunciamcontra ellas juizoblasphemodiante do Senhor.12 Mas estes, como ani-
15 Que, deixando o cami-nho direito, erraram seguin-do o caminho de Balaao,
Jilho de Bosor, que amouo galardao da injusti9a;
16 Porem teve a repre-
hensao da sua transgressao
;
o mudo animal do jugo,
fallando com yoz humana,impediu a loucura do pro-pheta.
17 Estes sao fontes semagua, nuvens levadas peloredemoinho do vento : paraOS quaes a escuridao dastrevas eternamente se re-
serva.
18 Porque, fallando coisas
mui arrogantes de vaidades,engodam com as concupis-cencias da carne, e com dis-
470 II. S. PEDEO, II, III.
soluQoes, aos que ja deveras
tinham escapado d'aquelles
que andam em erro
:
19 Promettendo-lhes liber-
dade, sendo elles mesmosservos da corrupcao. Por-que de quern alguem e ven-cido, do tal faz-se tambemservo.
20 Porque se, depois deterem esoapado das cor-
rupQoes do mundo, pelo
conhecimento do Senhor e
Salvador Jesus Christo,
forem outra vez envolvidosn'ellas e vencidos, tornou-ee-lhes o ultimo estadopeior do que o prlmeiro.
21 Porque melhor llies
fora nao conhecerem ocaminho da justiga, do que,
conhecendo-o, desviarem-sedo sancto mandamento queIbes fora entregue
;
22 Porem sobreveiu-Z/ies
o que por um verdadeiroproverbio se diz: caovoltou ao seu proprio vo-mito, e a porca lavada aoespojadouro da lama.
CAPITULO III.
AMADOS, escrevo - vosagora esta segunda
carta, em ambas as quaesdesperto com exhorta(;ao ovosso animo sincero
;
2 Para que vos lembreisdas palavras que d'antes
foram ditas pelos sancto.^
prophetas, e do nosso man-damento, que somos aposto-los do Senhor e Salvador.
3 Sabendo"^primeiro isto:
que nos ultimos dias viraoescarnecedores, andandosegundo as suas propriasconcupiscencias,
4 E dizendo: Onde estaa promessa da sua vinda ?
porque desde que os paesdormiram todas as coisas
permanecem como desde oprincipio da crea^ao.
5 Porque voluntariamenteignoram isto, que pela pa-lavra de Deus ja desde aantiguidade foram os ceus,e a terra, que da agua e naagua consiste.
6 Pelas quaes coisas pere-
ceu o mundo de entao,
coberto com as aguas dodiluvio.
7 Mas os ceus e a terra
que agora sao pela mesmapalavra se reservam comothesouro e so guardam parao fogo, ate o dia do juizo, e
da perdi9ao dos homensimpios.
8 Porem, amados, naoignoreis uma coisa ;
que umdia para com o Senhor e
como mil annos, e mil anuoscomo um dia.
9 Senhor nao retarda a
sua promessa, como algunsa teem por tardan9a; maa
e longanimo para comnosco,Dao querendo que algunsse percam, senao que todosvenham a arrepender-se.
10 Mas dia do Senhorvira como o ladrao de noite
;
no qual os ceus passaraocom gr-j.nde estrondo, e os
11. S. PEDPvO, in. 471
15 E tende per salva^ao
a longanimidade de nossoSenhor ; como tambem onosso amado irmao Paulovos escreyeu, segundo asabedoria que Ihe foi
dada;16 Como tambem em todas
elementos, ardendo, se des- : as suae epistolas, fallando
farao, e a terra, e as obras n'ellas d'estas coisas, entre
que n'ella ha, se queimarao. ' as quaes ha algumas diffi-
11 Havendo pois de pere- ' ceis de entender, que os
cer todas estas coisas, quaes indoutos e inconstantes
vos convera a yos ser em ; torcem, como tambem as
£^ncto trato, e piedade,
12 Aguardando, e apres-
'
Burando-ros para a vinda I
demais Escripturas, parasua propria perdi9ao.
17 Vos, portanto, amados,do dia de Deus, em que os ! sabendo isto d'antes, guar-ceus, incendidos, se des- ! dae-vos de que, pelo enganofarao, e os elementos, arden-
Idos homens abominaveis,
do, se fundirao ? sejaes juntamente arrebata-
13 Porem, segundo a sua ' dos, e descaiaes da vossapromessa, aguardamos no- ; firmeza
;
vos ceus e nova terra,
que habita a justiga.
em
14 Pelo que, amados, I Senhor e Salvador,
aguardando estas coisas,j
sus Christo. A elle
procuiae que d'elle sejaes i gloria, assim agora, co-
18 Antes crescei na gra9ae conhecimento de nosso
Je-seja.
achados immaculados e ir-
reprehensiveis em paz.
mo no dia da eternidade.
Ameru
( ^T2 )
PEIMEIEA EPISTQLA UXIVEESAL DO APOSTOLO
S. JOAO.
CAPITULO I.j
QUE era descle o princi-j
pio, que ouvimos, o|
que Timos com os dossos !
olhos, que temos contem-
!
plado, e as nossas maosi
tocaram, do Yerbo da vida I
2 (Porque a Tida jd foi
manifesta, e los a vimos, e
testificamos, e vos annun-ciamos a vida etema, queestava com o Pae, e nos foi
manifestada)
;
3 que vimos e ouvimos,
isso vos annunciamos, para
que tambem tenhaes com-munhao comnosco ; e a
nossa communbao estd como Pae, e com seu FiQio Jesus
Cbristo.
4 E estas coisas vos escre-
vemos, para que o vosso
gozo se cumpra.5 E esta e a annunciagao
que d'elle ouvimos, e vos
annunciamos : que Deus e
luz, e uao ha n'elle trevas
uenhumas.6 Se dissermos que temoscommunbao com elle, e
andarmos em trevas, men-
timos, e nao tratamos averdade.
7 Porem, se andarmos naluz, como elle na luz esta,
temos communbao miscom OS outros, o sanguede Jesus Cbristo, seu Filho,
nos puriflca de todo opeccado.
8 Se dissermos que naotemos peccado, enganamo-nos a nos mesmos, e naoba verdade em nos.
9 Se confessarmos os
nossos peccados, elle e fiel
e justo, para nos perdoar
os peccados, e purificar-
nos de toda a injusti^a.
10 Se dissermos que naopeccamos, fazemol-o men-tiroso, e a sua palavra naoesta em nos.
CAPITULO IL
MEUS filbinhos, estas
coisas vos escrevo,
para que nao pequeis; e,
se alguem peccar, temos umAdvogado para com o Pae,
a Jesus Cbristo, o justo.
2 E elle e a propicia(;ao
I. S. JOAO, II. 473
pelos nossos peccados, e
nao somente pelos nossos,
mas tambem por todo omundo.3 E n'isto sabemos que otemos conhecido, se guar-darmos os sens manda-mentos.4 Aquelle que diz: Eu
conlie?©-©, e nao guarda os
sens mandamentos, e menti-roso, 6 n'elle nao esta averdade.
5 Mas qnalquer queguarda a sua palavra, oamor de Deus esta n'elle
verdadeiramente aperfei-
^oado ; n'isto conbecemosque estamos n'elle.
6 Aquelle que diz queesta n'elle tambem deveandar como elle andou.7 Irmaos, nao vos escrevomandamento novo, senao omandamento antigo, quedesde o principio tivestes.
Este mandamento autigo e
a palavra que desde oprincipio ouvistes.
8 Outra vez vos escrevoum mandamento novo, quee verdadeiro n'elle e emv6s; porque sao passadasas trevas, e ja a verdadeii-a
iuz alumia.
9 Aquelle que diz queesta na Iuz, e aborrece aseu irmao, ate agora estd
em trevas.
10 Aquelle que ama a seu
irmao esta na Iuz, e n'elle
nao ba escaudalo.
11 Mas aquelle que abor-rece a seu irmao, esta em
Itrevas, e anda era trevas,
!e nao Eabe para onde va
;
I
porque as tievas llie cega-ram os olbos.
12 Filhinbos, escrevo-vos,
porque pelo seu nome vossao perdoados os pecca-dos.
13 Paes, escrevo - vos,
porque conbecestes aquelle
que e desde o principio.
Mancebos, escrevo - vos,
porque vencestes o ma-ligno. Filbos, escrevo-vos,
porque conbecestes o Pae.
14 Paes, escrevi-vos, por-que j'd conbecestes aquelle
que e desde o principio.
Mancebos, escrevi-vos, por-que sois fortes, e a palavrade Deus esta em vos, e javencestes o maligno.15 xsao ameis o mundo,
nein as coisas que ba nomundo. Se alguem ama omundo, o amor do Pae naoesta n'elle.
16 Porque tudo o que hano mundo, a concupiscencia
j
da came, a concupiscenciados olhos e a soberba davida, nao e do Pae, mas edo mundo.17 E o mundo passa, e a
sua concupiscencia ; masaquelle que faz a vontade
474 I. S. JOAO, II, III.
de Dens permanece parasempre.18 Filliinlios, ja e a ultima
hora: e, como jd ouvistes
que vem o anti-christo,
tambem ja agora muitos se
teem feito anti - christos
;
por onde conhecemos queja e a ultima hora.
19 Sairam de nos, poremDao eram de nos; porque,
se fossem de nos, ficariam
comnosco; mas isto e paraque se manifestasse quenao sao todos de nos.
20 Mas Yos tendes a
uncoao do Sancto, e sabeis
todas as coisas.
21 Nao vos escrevi porquenao Boubesseis a verdade,
mas porquanto a sabeis,
e porque nenhuma mentirae da Yerdade.
22 Quem e o mentiroso,
senao aquelle que nega queJesus e o Christo ? Aquellee o anti-christo, que negao Pae e o Filho.
23 Qualquer que nega oFilho, tambem nao tern
o Pae: e aquelle que con-
fessa o Filho, tern tambemo Pae.
24 Portanto o que desdeo principio ouYistes per-
mane(;a em yos. Se em yospermanecer o que desde o
principio ouYistes, tambempermanecereis no Filho e
no Pae.
25 E esta e a promessaque elle nos prometteu
:
^
a Yida eterna.
i 26 Estas coisas yos escreYi' dcerca dos que yos enganam.
j
27 E a uncgao que vos
;
recebestes d'elle fica emvos, e nao tendes necessi-
dade de que alguem vos en-
sine ; antes, como a mesmauncgao yos ensina todos as
coisas, e e verdadeira, e naoe mentira, e como ella vosensinou, assim n'elle fica-
reis.
28 E agora, filhinhos,
permanecei n'elle ; paraque, quando se manifestar,
tenhamos confianca, e naosejamos confundidos porelle na sua vinda.
29 Se sabeis que elle ejusto, sabeis que todoaquelle que obra a jastiga
e nascido d'elle.
CAPITULO in.
OLHAE quao grandecaridade nos tem dado
o Pae, que fossemos cha-
mados filhos de Deus. Porisso o mundo nos nao co-
nhece; porque o nao co-
nhece a elle.
2 Amados, agora somosfilhos de Deus, e ainda naoe manifestado o que have-
mos de ser. Porem sabe-
I mos que, quando se mani-
I. S. JOAO, III. 475
festar, seremos similhantes
a elle;porque assim como
e o veremos.3 E qualqner que n'elle
tern esta esperan9a, purifica-
se a si mesmo, como tam-bem elle e puro.
4 Qualquer que coimnettepeccado, iambem commettoiniqnidacle; porqne o pec-
cado e imqnidade.5 E bem sabeis qne elle
66 manifestou, para tirar
OS nossos peccados ; e
n'elle nao ha peccado.
6 Qualquer que perma-nece n'elle nao pecca
:
qualquer que pecca naoo viu nem o conlieceu.
7 Filhinhos, ninguem vosengane. Quern obra jus-
tiga e justo, assim comoelle e justo.
8 Quern commette o pec-
cado e do diabo;porque o
diabo i)ecca desde o prin-
cipio. Para isto o Filhode Deus se manifestou,para desfazer as obras dodiabo.
9 Qualquer qne e nascidode Deus nao commette pec-cado; porquo a sua se-
mente permanece n'elle
;
o nao pode peccar, porquee nascido de Deus.10 N'isto Pao manifestos
OS filhos de Deus e os filhos
do diabo. Qualquer quenao obra justifa, e nao ama
a seu irmao, nao e deDeus.11 Porque esta e a annun-
ciagao que ouvistes desde oprincipio : que nos amemosuns aos outros.
12 Nao como Caim, queera do maligno, e matou aseu irmao. E por quecausa o matou? Porqueas suas obras eram mas, eas de seu irmao justas.
13 Mens irmaos, nao vosmarayilheis, se o mundo
j
vos aborrece.
I
14 Nos eabemos que jdpassamos da morte para a
I
vida, porque amamos osirmaos. Quem nao ama aseu irmao permanece namorte.
15 Qualquer que aborrecea seu irmao e homicida.E vos sabeis que nenhumhomicida tem a vida etemapermanecendo n'elle.
16 Conhecemos a caridaden'isto, que elle deu a suavida por nos; e nos dovemosdar a vida pelos irmaos.17 Quem pois tiver bens
do mundo, e vir o senirmao necessitado e Ihecerrar as suas entranhas,com.o estara n'elle a cari-
dade de Deus ?
18 Mens filhinhos, na3amemos de palavra, nem delingua, seiiao de obra e deverdade.
476 I. S. JOAO, III, IV.
19 E n'isto conhecemosque Bomos da verdade, e
diante d'elle asseguraremosaossos coragSes,
20 Que, se o nosso cora9aonos condemna, maior eDeus do que os nossoscora9ues, e conhece todasas coisas.
21 Amados, se o nossocora9ao nos nao condemna,temos confian9a para comDeus;22 E qualquer coisa que
Ihe pedimos, d'elle a rece-
bemos; porque guardamosOS seus n:andamentos, e
fazemos as coisas agrada-veis perante elle.
23 E o seu mandamentoe este: que creiamos nonome de seu Filho JesusChristo, e nos amemos unsao3 outros, como nos deumandamento.2i E aquelle que guarda
OS seus mandamentos n'elle
estci, e elle n'elle. E n'isto
conhecemos que elle esta
em nos, pelo Espirito quenos tern dado.
CAPITULO IV.
AMADOS, nao creiaes atodo o espirito, mas
provae se os espiritos sao
cleDeus; porque /a muitosfalsos prophetas teem saido
no muudo.
2 K'isto conliecereis oEspirito de Deus: Todo oespirito que confessa queJesus Christo veiu emcarne e de Deus
;
3 E todo o espirito quenao confessa que JesusChristo vein em carne naoe de Deus ; e tal e o espirito
do anti-christo, do qual j'd
ouvistes que ha de vir, e jaagora esta no mundo.4 Filhinhos, sois de Deus,
e jd tendes vencido; por-
que maior e o que esta emvos do que o que esta nomundo.5 Do mundo sao, por isso
fallam do mundo, e o mun-do OS ouTe.
6 Nos somos de Deus;aquelle que conhece a Deusouve-nos ; aquelle que naoe de Deus nao nos ouve.N'isto conhecemos nos oEspirito da verdade e oespirito do erro.
7 Amados, amemo-nosuns aos outros; porque acaridade e de Deus; e
qualquer que ama e nas-cido de Deus e conhece aDeus.8 Aquelle que nao amanao tern conhecido a Deus;porque Deus e caridade.
9 N'isto se manifestou acaridade de Deus paracomnosco: que Deus en-
viou seu Filho unigenito
I. S. JOAO, IV, V.
ao mnndo, para que porelle vivamos,10 N'isto esta a caridade,
nao que nos tenhamosamado a Deus, mas em queelle nos amou a nos, e en-vioTi scu Filho farx pro-
picia9ao pclos nossos pec-cados.
11 Amados, se Deus assimnos amou, tambem nos de-vemos amar uns aos outros.
12 Ninguem jamais viu a
Deus; e, se nos amamosrms aos outros, Deus esta
em nos, e em nos e perfeita
a sua caridade.
13 N'isto conhecemos queestamos n'elle, e elle emnos, porquanto nos deu doseu Espirito,
li E vimos, e testificamos
que Pae enviou seu Filho
Ijara Salvador do mundo.15 Qualquer que con-
fessar que Jesus e o Filhodo Deus, Deus esta n'elle,
e elle em Deus.16 E ja conhecemos, e
cremos, o amor que Deusnos tem. Deus e caridade
;
e quern esta em caridadeesta em Deus, e Deusn'elle.
17 N'isto e perfeita acaridade para comnosco,
tenharaos confianra, porque qual elle e somos nostambem n'este mundo.
477
13 Na caridade nao batemor, antes a perfeita cari-
dade lan9a fora o temor;porque o temor tem pena,e o que teme nao esta per-feito em caridade.
19 Nos amamos a elle,
porquanto elle nos amouprimeiro.
20 Se alguem diz: Euamo a Deas e aborrece aseu irmaD, e mentiroso.Pois quem nao ama a seuirmao, ao qual viu, comopode amar a Deus, a quemnao viu ?
21 E d'elle temos este
mandamento : que quemama a Deus ame tambem aseu ii'mao.
CAPITULO V.
TODO aquelle que ere
que Jesus e o Chrlsto,
e nascido de Deus ; e todoaquelle que ama ao que ogerou tambem ama ao qued'elle e nascido.
2 N'isto conhecemos queamamos os filhos de Deus,quando amamos a Deuse guardamos os seus mau-damentos.3 Porque esta e a cari-
dade do Deus: que guar-para que no dia do juizo^ demos os seus manda-
mentos ; e os mandamentosnao i^iio pcsados.
4 Porque tudo o que e
i78 I. S. JOAO, V.
nascido de Deus vence o
mundo ; e esta e a victoria
que Tence o mundo, anossa fe.
5 Quern e aqnelle quevence o mundo, senaoaquelle que ere que Jesuse o Filho de Deus ?
6 Este e aquelle que veiupor agua e sangue, Jesus o
Christo : nao so por agua,
senao por agua e jpor
sangue. E o Espirito e
o que testifica, porque oEspirito e a verdade.
7 Porque tres sao os quetestificam no ceu: o Pae,
o Verbo, e o Espirito San-cto ; e estes tres sao um.8 E tres sao os que testi-
ficam na terra : o Espirito,
e a agua, e o sangue; e
estes tres conveem n'um.9 Se recebemos o teste-
munlio dos homens, o teste-
munlio de Deus e maior;porque e este o testemunbode Deus, que de seu Filhotestificou.
10 Quem ere no Filho deDeus, em si mesmo tem otestemunbo : quem a Deusnao ere mentiroso o fez;
porquanto nao creu o tes-
temunbo que Deus de seuFilho testificou.
11 E o testemunbo e este :
que Deus nos deu a vidaeterna; e esta vida estd
em seu Filho.
12 Quem tem o Filho tema vida : quem nao tem oFilho de Deus nao tem avida.
13 Estas coisas vos es-
crevi, a vos, que credes nonome do Filho de Deus,para que saibaes que tendesa vida eterna, e para quecreiaes no nome do Filhode Deus.14 E esta e a confian9a
que teraos para com elle;
que, se pedirmos algumacoisa, segundo a sua von-tade, elle nos ouve.
15 E, se sabemos que nosouve em tudo o que jDedi-
mos, sabemos que alcan9a-
mos as peti9ues que IhejDedimos.
16 Se alguem vir peccarseu irmao peccado que naoe para morte, orara, e Ihe
dara a vida, aquelies quepeccarem para morte. Hapeccado para morte, peloqua! nao digo que ore.
17 Toda a iniquidade e
peccado : jDorem peccadoha que nao e para morte.
18 Sabemos que todoaquelle que e nascido deDeus nHo pecca; mas oque de Deus e gerado con-serva-se a si mesmo, e omaligno nao Ihe toca.
19 Sabemos que somos doDeus, e que todo o mundojaz no maligno.
n. s. JOAO. 479•
20 Porem sabemos que ja '• Iho Jesus Cliristo. Este e
o Filho de Dens e vindo, ej
o yerdadeiro Deus e a vidanos deu entendimento para
^
etema.conhecermos o que e ver-
j
21 Filhinhos, gnardae-Y05dadeiro ; e no que e verda- dos idolos. Amen.deiro estamos, em sen Fi-
1
SEGUN'DA EPISTOLA DO APOSTOLO
S. JOAO.
OANCIAO a senhoraieleita, e a sens filhos,
aos quaes amo na verdade,
'
e nao somente en, mastambem todos os que teem
'
conhecido a verdade. •
2 Por amor da verdadeque esta em nos, e para
t
eempre estara comnosco : I
3 Grara, misericordia, paz,
:
de Deus Pae, e do Senhor]
Jesus Christo, o Filho do|
Pae, seja comvosco na
'
verdade e caridade.
4 Muito me alegrei porachar que alguns de teus
'
filhos andam na verdade,como recebemos o manda-mento do Pae.
o E agora, senhora, rogo-te, nao como escrevendo-teum novo mandamento, mas
\
aquelle que desde o prin-
;
cipio tivemos, que nos i
amemos uns aos outros. I
6 E a caridade e esta, queandemos segundo os sensmandamentos. Este e omandamento, como./i desdeo principio ouvistes, quen'elle andeis.
7 Porque jd mnitos enga-nadores entraram nomundo, os quaes nuo con-fessam que Jesus Ciiri-to
vein em carne. Este tal eenganador e o antichristo.
8 Oihae por vos mesmos,para que nao percamos oque jd trabalhamos, antesrecebamos o inteiro galar-
dao.
9 Todo aquelle que pre-varica, e nuo persevera nadoutrica de Christo, naotem a Deus : quern perse-vera na doutrina deChristo, o tal tem ai^sim aoPae como ao Filho.
10 Se alguem vem a vos.
480 III. S.
e nao traz esta doutrina,nao recebaes em casa,
nem tampouco o saudeis.
11 Porque quern o saudacommunica em suas masobra?.
12 Muitas coisas tenho que
JOAO.
escrever-vos, porem naoquiz com papel e tinta;
mas espero ir a yos, e fallar
de bocca a bocca, para quenossogozo seja cumprido.13 Saudam-te os filhos de
tua irma, a eleita. Amen.
TEECEIEA EPISTOLA DO APOSTOLO
S. JOAO.
OANCIAO ao amadoGaio, a quern em ver-
dade eu amo.2 Amado, antes de tudo
desejo que te ya bem, e quetenhas saude, assim comobem yae a tua alma.
3 Porque muito mealegrei quando os irmaosvieram, e testificaram detua verdade, como tu andasna Yerdade.
4 Kao tenho maior gozodo que n'isto, que 01150
que OS mens filhos andamna Yerdade.
6 Amado, obras fielmente
em tudo o que fazes paracom OS irmaos, e para comos estranhos
;
6 Que em presenga daegreja testificaram da tuacaridade: aos quaes, se
acompanhares como e diguopara com Deus, bem faras
;
7 Porque pelo sen nomasairam, nada tomando dosgentios.
8 Portanto aos taes de-Yemos receber, para quesejamos cooperadores daverdade.
9 Tenho escripto a egreja
;
porem Diotrephes, queprocura ter entre elles oprimado, nao nos recebe.
10 Pelo que, se eu for,
trarei a memoria as obrasque faz, palrando contranos com palaYras malicio-
sas; e, nao contente comisto, nao recebe os irmaos,
e impede os que queremrecehel-os, e os langa fora
da egreja.
11 Amado, nao sigas omal, seiiao o bem. Qaemfaz bem, e de Deus ; mas ->
quem laz mal, nao tern j
visto a Deus. X.,
S. JCDAS.
12 Todos dan testemnnhoj
escrever-te comde Demetrio, ate a mesma i penna.verdade ; e tambem nostestemnnhamos ; e v6s bemsabeis que o nosso teste-
mnnho e vercladeiro.
13 Tinba mnito qne es-
creyer, porem nao quero
481
tinta e
14 Mas espsro ver-te
brevemente, e fallaremos
de bocca a bocca.
15 Paz scja comtigo. Osaniigos to saudam. SandaOS amigos nome por nome.
EPISTOLA. UNIYERSAL DO APOSTOLO
S. JTJDAS.
TUDAS, servo de Jesns•J Christo, e irmao deThiago, aos chamados,sanctificados pelo DensPae, e conservados porJesns Christo
:
2 Misericordia, e paz, e
caridade vos Bejain mnlti-plicadas.
3 Amados, procnrando enescrever-Tos com toda adiligencia acerca da sal-
varao commnm, tive pornecessidade escrever-vos, e
exhortar-vos a batalbarpela fe qne nma vez foi
entregne aos sanctos.
4 Porqne ee introduziramalguns qne ja d'antes esta-
yam escriptos para este
mesmo juizo, homens im-pios, qne conrertem emdissolncjao a gra9a de Dens,
le negara a Dens, nnico
j
dominador e Senhor nosso,
IJesns Christo.
I
6 Porem qnero lembrar-vos, como a quern ja nmavez eonbe isto, qne havendoo Senhor livrado o povo daterra do Egypto, destrniudepois OS que nao cre-
rara;
6 E aos anjos qne naoguardaram a sua origem,
antes deixaram a suapropria habitarai, reservoii
debaixo da escui-iriao, e empris5es eternas ate ao juizo
d'aquelle grando dia.
7 Como Sodoma e Go-morrah, e as cidadeK
circnmvisinhas, que, ha-
vendo fornicado c^^mo
aqnelles, e ido apos outra
came, foram propostas por
S. JUDAS.
exemplo, soffrendo a penado fogo eterno.
8 E comtudo tambem es-
tes, eimjlhantemente ador-mecidos, contaminam acame, e rejeitam a domi-nac^ao, e vitaperam asdisnidades.
9 Porem o archanjo Mi-guel, quando contendia como diabo, e disputava arespeitodo corpo de Moyses,Eao onsou pronunciarjuizo de maldi^ao contraelle; porem disse: O Se-
nhor te redargna.10 Porem estes dizem mal
do que nao sabem ; e o quenaturalmente conhecem,como animaes irracionaes,
c'isso 66 corrompem,11 Ai d'elles! porqne
entraram pelo caminho deCairn, 6 derramaram-sepelo engano do galardao deBalaao, e pereceram pelacontradicQao de Core.
12 Estes sao manchas emvossas festas de caridade, e,
banqueteando comvosco, asi L.esmos se apascentamsem temor ; sio nuvens semagna levadas dos ventos deuma a outra parte: mocomo arvores murchasinfructiferas, duas vezesmortas, desarreigadas
;
13 Ondas impetuosas domar, que escumam as snasmesmas abomina<;5es : es-
trellas errantes, para oequaes esta eternamentereservada a escnridao dastrevas.
14 E d'estes prophetizontambem Enoch, o setimodepois de Adao, dizendo:Eis que e vindo o Senhorcom milhares de senssanctos
;
15 Para fazer jnizo contratodos, e castigar d'entreelles todos os impios, portodas as suas obras deimpiedade, que impiamentecommetteram, e por todasas duras palavras que osimpios peccadores fallaramcontra elle.
16 Estes sao mnrmitra-dores, queixosos da suasorte, andando segundo assuas con-cupiscencias, e cujabocca falla coisas mui arro-
gantes, admirando as pes-soas por causa do proveito.
17 Mas Yos, amados,lembrae-vos das palavrasque foram preditas pelosapostolos de nosso SenhorJesus Christo :
18 Como vos diziam queno ultimo tempo haveriaescarnecedores que anda-riam segundo as suasimpias concuspiscencias.
19 Estes sao os que se
separam a si mesmos,sensuaes, que nao teem oEspirito.
APOCALYPSE, L 48»
20 Mas v68, amados, edifi-
candoYOS a vos mesmos
,
Eobre a vossa sanctissima1
fe, orando no Espixito.
Sancto,
21 Conserrae-vos a vos|
mesmos na caridade deDens, esperando a miseri-
cordia de nosso SenhorJesus Christo para a vidaetema.22 E apiedae-vos de uns,nsando de discemimento
;
23 Mas salvae os outros
por temor, e arrebatae-os dofogo, aborrecendo ate aroupa manchada da came.JA Ora, aqnelle que e
poderoso para yos guardarde tropefar, e apresentar-
vos irreprehensiveis, comalegria, perante a suagloria,
25 Ac so Deus, sabio,
nosso [Salvador, seja gloria
e magestade, fcr^a e poder,
assim agora, como paratodo sempre. Amen.
APOCALYPSE DO APOSTOLO
s. jolo.
CAPTTIJLO LREVELAglO de Jesus
Cbjristo, a qual Deusihe deu, para mostrar aos
sens servos as coisas quebrevemente devem acon-
tecer ; e pelo sen arjo as
enviou, e as notificou a
Joao seu servo
;
2 qual testificou dapalavra de Deus, e do teste-
munho de Jesus Christo,
e de tudo o que tern visto.
3 Bemaventurado aquelle
que le, e os que ouvem as
palavraa d'esta prophecia,
Q guardam as coisas que
n'ella estao escrjptas;por-
que t^mpo esta proximo.4 JOAO, as sete egrejas
que estao na Asia: Grayae paz sejci comvo=co daparte d'aquelle que e, e queera; e que ha de vir, e dossete espiritos que estao
diante do seu throno;
5 E de Jesus Christo, quee a fiel testemunha, oprimogenito dos mortos e o
principe dos reis da terra.
Aquelle que nos amou, e
em seu sangue nos lavoudos nossos peccados,
6 E nos fez reis e sacer-
dotes para Deus e seu Pae ;
484 APOCALa elle seja gloria e poderpara todo o fcempre. Amen.7 Ei3 que vem com as
nuveiis, e todo o ollio overa, ate os mesmos que o
traspassaram, e todas as
tribus da terra se lamenta-rao sobre elle. Sim. Amen.8 Eu sou o Alpha e oOmega, o principio e o fim,
diz Senhor, que e, e queera, e que ha-de vir, o
Todo-poderoso.9 Eu, Joao, que tambemsou vosso irmao, e compa-nlieiro na afflicgao, e noreino, e paciencia de JesusChristo, estava na ilha
chamada Patmos, pela pa-
lavra de Dens, e pelo tes-
temunho de Jesus Christo.
10 Eu fui arrebetado emesfjirito no dia do Senhor,
e ouvi detraz de mim umagrande voz, como de trom-beta,
11 Que dizia: Eu sou oAlpha 6 o Omega, o primei-
ro e o derradoiro ; e o queves, escreye-o n'um livro, e
envia-o as sete egrejas queestao na Asia : a Ipheso, e
a Smyrna, e a Pergamo, e aThyatira, e a Sardo, e a
Philadelphia, e a Laodicea.
12 E virei-me para ver
quern fallara comigo. E,
virando-me, vi sete casti-
(jaes de oiro.
13 E no meio dos sete
YPSE, Lcastigaes um similhante aoFilho do homem, vestido
ate ao3 pes de um Testido
comprido, e cingido pelos
peitos com um cinto dooiro.
14 E a sua cabega ecabellos eram brancos comola branea, como a neve, eOS sens olhos como flammade fogo
;
15 E OS sens pes simi-Ihantes a latao reluzente,
e ardentes como em for-
nalha, e a sua voz comovoz de muitas aguas.
16 E tinha na sua dextrasete estrellas ; e da suabocca sahia uma agudaespada de dois fios ; e o seurosto era como o sol,
quando na sua forga res-
plandece.
17 E eu, quando o vi,
cahi a seus pes comomorto; e elle poz sobre
mim a sua d extra, dizendo-
me : ;Xao temas ; Eu sou oprimeiro e o derradeiro
;
18 E o que vivo e fui
morto ; e eis aqui vivo paratodo o sempre. Amen : e
tenho as chaves do infernc
e da morte.
19 Escrow e as coisas quetens visto e as que sao, e as
que depois d'estas hao-deaconteccr
:
20 mysterio das sete
estrellas, que vista na
APOCALYPSE, I, IL 485
minha dextra, e os sete
castigaes de oiro. As eete
estrellas sao os anjos dassete egrejas, e os sete
casti9aes, que yiste, sao as
sete egrejas.
CAPITULO n.
ESCEEVE ao anjo daegreja de Epheso : Isto
diz aqueUe que tern na suadextra as sete estrellas, queanda no meio dos sete
casti^aes de oiro
:
2 Eu sei as tuas obras, e
o teu trabalho, e a tuapaciencia, e que nao podessoffrer os maus ; e provaste
OS que dizem ser apostolos
e o nao sao, e achaste-os
mentirosos.
3 E soffreste,etens pacien-
cia; e trabalhaste pelo
meu nome, e nao te can-
^aste.
4 Porem tenho contra ti
que deixaste a tua primeiracaridade.
5 Lembra-te pois d'ondedecaiste, e arrepende-te, e
pratica as primeiras obras
;
e, senao, brevemente a ti
virei, e tirarei do seu logar
o teu castigal, se te naoarrependeres.
6 Tens porem isto, queaborreces as obras dosnicolaitas, as quaes eu tam-bem aborre90.
t7 Quern tern ouvidos, ou^aque o Espirito diz as
egrejas; Ao que veneer,dar-lhe-hei a comer daarvore da vida, que estano meio do paraiso deDeus.8 E ao anjo da egreja d(»
de Smyrna, escreve: Isto
diz o primeiro e o derra-deiro, que foi morto, ereyiveu
;
9 Eu sei as tuas obras, e
tribula^ao, e pobreza (po-rem tu es rico), e a blas-pbemia dos que se dizemscrem judeos , e o nao sao,
mas sao synagoga de Sata-nas.
10 Xada temas das coisas
que bas de padecer. Eis-que diabo lan^ara algumde vos na prisa), para ques&jaes tentados ; e tereis
tribula^ao de dez dias. Sefiel ate a morte, e dar-te-heia coroa da yida.
11 Quern tern ouvidos,0U9a que o Espirito diz asegrejas : que veneer naorecebera damno da segundamorte.
12 E ao anjo da egrejaque esta em Pergamo es-
creve : Isto diz aquelle quetem a espada aguda de doisfios:
13 E a sei as tuas obras, eonde habitas, que e onde esta
throno de Sat^nas; ex2
486 APOCALYPSE, H.
retens o men nome, e nao i tna paciencia ; e as tnsanegaste a minlia fe, ainda ' obras, e que as derradeiras
nos dias de Antipas, minha ; sao mais do que as primei-
fiel testemnnha, o qual foi
morto entre vos, onde Sata- !
nas habita.|
14 Porem nmas poncas decoisas tenho contra ti : qnetens la os qne reteem a
ras.
20 Porem nmas poncas decoisas tenbo contra ti : qnedeixas a Jezabel, mnlherqne se diz prophetiza, en-sinar e enganar os mens
dontrina de Balaao, o qnal' servos, para qne forniqneme comam dossacrificios daidolatria.
de Israel, para qne comes- 1 21 E dei-lhe tempo parasem dog sacrificios da ido- ' qne se arrependesse da sna
ensmava Balac a lan^ar
tropecos diante dos fillios
iatria, e fornicassem.
15 Assim tens tambem os ' penden.fornica^ao; e nao se arre-
qne reteem a dontrina dosnicolaitas: o qne en abor-
reco.
22 Eis qne a deito nacama, e aos qne adnlteram
I com ella, em grande tribn-
16 Arrepende-te, e, senao, la^ao, se nao se arrepecde-
em breve virei a ti, e contra ' rem das suas obras.
elles batalharei com a espa-' 23 E matarei de morte ada da minha bocca.
17 Qnem tern onvidos.
onca o qne o Espirito diz aqnelle qne penetra os rins
as egrejas : Ao qne veneer e os coragoes. E darei adarei en a comer do manna ' cada nm de vos segundo as
sens filhos ; e todas asegrejas saberao qne en son
escondido, e dar-llie-bei nmseixo branco, e nm novonome escripto no seixo, oqnal niDgnemconbece senaoaqnelle qne o recebe.
18 E ao anjo da egreja deThvatira, esereve : Isto diz
vossas obras.
24 Mas en vos digo a vos,
e aos demais que esfao emThyatira. a todos qnantosnao teem esta dontrina, e
nao conheceram, como di-
zem, as profnndezas deo Fillio de Dens, que tem
\
ISatanas, que- ontra cargasens olhos como flamma defogo, e OS pes similhantes
ao latao relnzente
:
19 Eu sei as tuas obras, e
caridade, e service, e fe, e a
vos Dao porei.
25 Porem o qne tendesretende-o ate qne en venha.26 E ao que veneer, e
gnardar ate ao fim as mi-
APOCALYPSE;
nhas obras, eu Ihe darei
poder sobra as na^oes,
27 E com vara de ferro as
apascentara : serao qne-brantadas como vasos de
oleiro, como tambem recebi
de meu Pae.
28 E dar-lhe-hei a estrella
da manha.29 Quem tem onvidos,
ou9a que o Espirito diz
as egrejas.
CAPITULO m.EAO ANJO da egreja
que esta em Sardoescreve : Isto diz o que temOS sete Espiritos de Deus,
e as sete estrellas : Eu sei
as tuas obras, que tens
nome de que yives, e estas
morto.2 Se vigilante, e confirma
o resto que esta para mor-rer; porque nao achei as
tuas obras perfeitas diante
de Deus.3 Lembra-te pois do que
tens recebido e ouvido, e
guarda-o, e arrepende-te.
E, se nao velares, virei sobre
ti como o ladrao, e naosaberas a que bora sobro ti
vireL
4 Mas tambem tens emSardo algumas pessoas quenao contaminaram sens
vestidos, e comigo anda-
rao em vestidos brancos
;
n, ni. 487
porquanto sao dignosdHsso.
5 que veneer sera vesti-
do de vestidos brancos, e emmaneira nenhuma riscarei
o seu nome do livro da vida
;
e confessaiei o seu nomediante de meu Pae e diante
dos sens anjos.
6 Quem tem ouvidos, 0U9aque o Espirito diz as
ecrrejas.
7 E ao anjo da egreja queesta em Philadelphia es-
creve: Isto diz o que e
sancto, o que e verdadeiro, oque tem a chave de David ; oque abre, e ninguem cerra
;
e cerra, e ninguem abre :
8 Eu sei as tuas obras
:
eis que diante de ti puzumaporta aberta, eninguema pode cerrar
;porque tens
pouca for<;a, e guardaste aminha palavi'a, e nao ne-
gaste o meu nome.9 Eis aqui te dou, da syna-goga do Satanas, os que se
dizem judeos, e nao sao,
mas mentem: eis que eufarei quo venham, e adoremdiante dos tens pes, e sai-
bam que eu te amo.10 Porque guardaste a
palavra da minha paciencia,
tambem eu te guardarei dahora da tentagao que ha devir Eobre todo o mundo,para tentar os que habitamna terra.
APOCALYPSE, ni, IV.
11 Eis que venho logo;
guarda o qne tens, para
que ningnem tome a tna
coroa.
12 A qnem veneer, en o
farei columna no templo domen Dens, e d'elle nnneasaira; e escreverei sobre
elle o noma do men Dens,
e o nome da cidade do menDens, da noya Jernsalem,
qne desce do cen do menDens, e o men noTO nome.13 Qnem tern onvidos,
onga o qne o Espirito diz as
egrejas.
14 E ao anjo da egreja dos
laodicenses escreve : Isto
diz Amen, a testemnnhafiel e verdadeira, o principio
da crea9ao de Dens
:
15 En sei as tnas obras,
que nem es frionemqnen-te: oxala foras frio, onqnente
!
16 Assim, pois qne es
morno, e nem es frio nemqnente, yomitar-te-hei daminha bocca.
17 Porqne dizes : Pico
Bon, e eston enriqnecido, e
de nada tenlio falta, e naosabes qne estas miseravel,
e coitado, e pobre, e cego,
e nu.
18 Aconselho-te qne demim compres oiro proyadono fogo, para qne te enri-
que<^as ; e yestidos brancos,
para qne te yistas, e nao
appareca a yergonha datna nndez ; e nnge os tensollios com coUyrio, para qneyejas
;
19 En reprebendo e cas-
tigo a todos qnantos amo
:
se pois zeloso, e arrepende-te.
20 Eis qne eston a porta,
e bato : se algnem onyir a
minha yoz, e abrir a porta,
a elle entrarei, e com elle
cearei, e elle comigo.21 Ao qne yencer llie da-
rei qne se assente comigo nomen tbrono ; assim comoen yenci, e me assentei commen Pae no sen tbrono.
22 Qnem tem onyidos,
onca o qne o Espirito diz
as egrejas.
CAPITULO lY.
DEPOIS d'estas coisas,
olbei, e eis que estava
nma porta aberta no cen
:
e a primeira yoz, qne comode nma trombeta, onyira
fallar comigo, disse: Sobeaqni, e mostrar-te-hei as
coisas qne depois d'estas
devem acontccer.
2 E logo fni arrebatado
em espirito, e eis qne nmtbrono estava posto no cen,
Q uni assentado Bobre otbrono.
3 E o qne estaya assen-
tado era, ao parecer, simi-
APOCALYPSE,Ihanto a pedra jaspo e sar-
donia ; e o arco celeste
estava ao redor do throno,
::o parecer similliante a'smeralda.
4 E ao redor do thronokavia Tinte e quatro thro-
lios ; e Ti assentados sobre08 throDOS vinte e quatroanciaos de vestidos braecos;e tinham sobre snas cabe-<^as coroas de oiro.
5 E do throno sahiam re-
lampagos, e trovDes, e vo-zes ; e diante do thronoardiam sete lampadas defogo, as qnaes sao os sete
Espiritos de Deus.6 E havia diante do thrononm mar de vidro, simi-
Ihante ao crystal. E nomeio do throno, e ao redordo throno, quatro animaescheios de olhos, por diante
e por detraz.
7 E o primeiro animal era
similhante a um leao, e oeegundo animal similhantea um bezerro, e tinha oterceiro animal o rosto
como de homem, e o quartoanimal era similhante auma aguia voando.8 E OS quatro animaestinham cada um de per si
seis azas ao redor, e pordentro estavam cheios deolhos ; e nao descan^am
IV, V. 489
Sancto e o Senhor Deus, oTodo-poderoso, que era, eque e, e que ha de vir.
9 E, qnando os aniisaesdavam gloria, e honra, eacfSes de gracas ao queestava assentado sobre othrono, ao que viye paratodo o sempre,10 Os vinte e quatro an-
ciaos prostravam-se diantedo que estava assentadosobre o throno, e adorayam
que Tive para todo osempre ; a lan9aYam assuas coroas diante dothrono, dizendo
:
11 Digno es, Senhor, dereceber gloria, e honra, epoder; porque tu creastetodas as coisas, e por tuavontade sao e foram crea-das.
que
CAPITULO V.
EVI na dextra doestava assentado sobre
throno um livro escriptopor dentro e por fora, sel-
lado com sete sellos.
2 E vi um anjo forte,
apregoando com grandevoz : Quem e digno deabrir o livro e de desatarOS sens sellos ?
3 E ninguem no ceu, nemna terra, nem debaixo da
nem de dia nem de noite, terra, podia abrir o livro,
dizendo : Sancto, Sancto, jnem olhar para elle.
490
4 E en chorava muito,
porque ningnem fora acha-do digno de abrir o livro,
nem de o ler, nem de olliar
para elle.
5 E disse-me nm dosanciaos: Nao chores: eis
aqni, o Leao da tribn deJudah, a raiz de David,vencen, para abrii* o livro
e desatar os sens sete sellos.
6 E olhei, e eis que domeio dos anciaos estavanmCordeiro, como havendosido morto, e tinha sete
cornos, e sete olhos, que saoOS sete E?piritos de Deusenviadcs a toda a terra.
7 E veiu, e tomou o livro
da dextra do que estava
assentado no tlirono.
8 E, havendo tornado olivro, OS quatro animaese OS vinte e quatro anciaos
prostraram - se diante doCordeiro, tendo todos elles
harpas e salvas de oiro
cheias de incenso, que saoas ora9oes dos sanctos.
9 E cantavam um novocantico, dizendo : Dignoes de tomar o livro, e abrir
OS sens sellos;porque foste
morto, e com o ten sanguepara Deus nos compraste,de toda a tribu, e lingua,
e povo, e na9ao
;
10 E para o nosso Deusnos fizeste reis e sacerdotes;
reinaremos sobre a terra.
APOCALYPSE, Y, VI.
11 E olhei, e ouvi a vozde muitos anjos ao redordo throno e dos animaes,e dos anciaos; e era onumero d'elles milhses demilhoes, e milhares de mi-Ihares,
12 Que com grande vozdiziam : Digno e o Cordeiro,
que foi morto, de receber o
poder, e riquezas, e sabe-
doria, e for9a, e honra, e
gloria, e acg^es de gramas.
13 E ouvi a toda a crea-
tura que esta no ceu, e naterra, e debaiso da terra,
e que esta no mar, e a todasas coisas que n'ellas ha,
dizendo: Ao que esta as-
sentado sobre o throno, e
ao Cordeiro, sejam ac^oes
de gra9as, e honra, e gloria,
e poder para todo o semprejamais.
14 E OS quatro animaesdiziam: Amen. E os vinte
e quatro anciaosprostraram-se, e adoraram ao que vive
para todo o sempre.
CAPITTJLO VL
E HAVENDO o Cordeiro
Jaberto um dos sellos,
olhei e ouvi um dos quatroanimaes, que dizia comocom voz de trovao : Vem, e
ve.
2 E olhei, e eis nm cavallo
branco: e o que estava
APOCALYPSE, YLassentado sobre elle tinha
;
um arco; e foi-lhe dada nma
'
coroa, e saiu victorioso, e!
para qne vencesse.:
3 E, havendo aberto o se-
gundo sello, ouvi o segundoanimal, dizendo: Yem,eTe.4 E saiu ontro cavallo;
vermelho ; e ao qne estara'
assentado sobre elle foi dadoque tirasse a paz da terra,
\
6 que se matassem nns aos
'
outros ; e foi-lhe dada mnaj
grande espada.j
5 E, haTendo aberto o i
terceiro sello, onyi dizer ao|
terceiro animal : Yem, e Te.
!
E olhei, e eis nm cavallo
,
preto : e o que sobre elle'
estava assentado tinha mnabalan(^a na sua mao.6 B ouvi mna voz no meio i
dos quatro animaes,dizia : Uma medida de trigo
por um dinheiro, e ties me-didas de cevada por um
491
feras dadade, e com asterra.
9 E, havendo aberto oquinto sello, vi debaixo doaltar as almas dos queforam mortos por amor dapalavra de Deus e por amordo testemunho que tinham.10 E clamavam com
grande voz, dizendo : Atequando, 6 Dominador, e
saneto verdadeiro, nao jul-
gas e vingas o nosso sanguedos que habitam sobre aterra ?
HE deram-se-lhes a cadaum vestidos brancos com-pridos, e foi-Lhes dito querepousassem aicda um pou-co de tempo, ate que tam-bem se completasse o nu-mero de sens conservos e
queI
sens irmaos, que haviamde ser mortos como elles.
12 E, havendo aberto osexto sello, olhei, e eis que
dinheiro ; e nao damnifi- 1 foi feito um grande tremorvjues o azeite e o vinha7 E, havendo aberto o
quai-to sello, ouvi a voz doqnarto animal, que dizia:
Yem, e ve.
8 E olhei, e eisum cavalloamarello, e o que estavaassenrado sobre eUe tinhapor nome Morte, e o infernoo St guiu ; e foi-lhes dada po-
de terra ; e o sol tornou-senegro como sacco de cihcio,
e a lua tomou-se comosangue.13 E as estrellas do cen
cairam sobre a terra, comoquando a flgueira lan9a desi OS sens figos verdes, aba-lada por um vento forte.
14 E o ceu retirou-se comotestade para matar a quarta ; um livro que se enrola; e
parte da terra, com espada,e com fome. e com mortan-
todos OS montes e ilhas
moveram dos sens logares.
492 APOCALYPSE, YI, VH.15 E OS reis da terra, e os
grandes, e os ricos, e os
tribunes, e os poderoscs, e
todo servo, e todo o livre,
se esconderam cas cavernase nas rochas das monta-nhas;
1
6
E dizi'ara aos montes e
aos roehcdos: Cabi sobre
nos, e escondei-nos do rosto
d^aqnelle que esta assenta-
do sobre o tbrono, e da ira
do Cordeiro
;
17 Porque e vindo o gran-de dia da sna ira; e qnempodeia snbsistir ?
CAPiTULo vn.
E DEPOTS d'estas coisas
vi quatro anjos queestavam sobre os qnatrocantos da terra, qne reti-
nham os qnatro ventos daterra, para qne nenhnmyento soprasse Bobre aterra, nem sobre o mar, nemcontra arvore algnma.2 E vi ontro anjo snbir
da banda do sol nascente,
qne tinlia o sello do Densvivo, e clamon com grandevoz aos qnatro anjos a qnemfora dado o poder de dam-nificar a terra e o mar,3 Dizendo : Nao damnifi-
qnes a terra, nem o mar,nem as arvores, ate qnehajamos assignalado nassuas testas os servos donosso Deus.
4 E onvi o nnmero dosassignalados, eforam centoe qnarenta e qnatro milassignalados, de todas astribns dos filhos de Israel.
5 Da tribn de Judah, dozemil assignalados : da tribnde Kuben, doze mil assi-
gnalados : da tribn de Gad,doze mil assignalados
:
6 Da tribn de Aser, dozemil assignalados : da tribnde Xaphtali, doze mil assi-
gnalados : da tribn de Ma-nasses doze mil assignala-
dos :
7 Da tribn de Simeao,doze mil assignalados: datribn de Levi, doze milassignalados: da tribn deIssacar, doze mil assigna-
lados :
8 Da tribn de Zabnlon,doze mil assignalados: datribn de Jose, doze milassignalados: da tribn deBenjamin, doze mil assigna-
lados.
9 Depois d'estas coisas
olhei, e eis aqni nma mnl-tidao, a qnal ninguem podiacontar, de todas as na^Ses,
e tribns, e povos, e lingnas,
qne estavam diante dothrono, e perante o Cor-deiro, vestidos de vestidos
brancos compridos, e compalmas nas suas maos
:
10 E clamavam com gran-de voz, dizendo: Salva^ao
APOCALYPSE, vn, Tin. 493
ao nosso Dens, que esta
assentado no throno, e aoCordeiro.
HE todos 03 RDJos esta-
vam ao redor do throno, edos anciaos, e dos qnatroanimaes; e prostraram-se'liaLte do throno sobre sensrostos, e adoraram a Dens,12 Dizendo : Amen. Lon-
vor, e gloria, e eabedcria,
e ac9ao de gragas, e honra,e poder, e for9a ao nossoDeus, para todo o sen? pre.
Amen.13 E nm dos anciaos
responden, dizendo - me
:
Estes que estao vestidos
de Testidos brancos com-pridos, quem sao, e d'ondevieram ?
14 E en disse-lhe: Se-
nhor, tu o sabes. E eUedisse-me : Estes sao os quevieram de grande tribula-
gao, elavaram, e branquea-ram sens compridos vestidosno sangue do CorJeiro
;
15 Por isso estao diante
do throno de Deus, e o
servem de dia e de noite
no sen templo; e aquelle
que esta assentado sobre o
esta no meio do throno os
apascentara e Ihes servirade guia para as fontes vivasdas aguas ; e Dens alimparade sens olhca toda a ia-
grima,
CAPITTJLO Yin.
EHAYENDO aberto o
J sctimo sello, fez-se
silencio no ceu quasi pormeia bora.
2 E vi 03 sete anjos, queestavam diante de Deus,e foram - Lhes dadas setetrombetas.
3 E vein outro anjo, epoz-se junto ao altar, tendoum incensario de oiro; efoi-lhe dado muito incenso,para o por com as oragoesde todos OS sanctos sobreo altar de oiro, que estadiante do throno.
4 E o fumo do incensosubiu com as ora9oes dossanctos desde a mao doanjo ate diante de Deus.5 E anjo tornon o in-
censario, 8 encheu-o defogo do altar, e lan^ou-osobre a terra ; e fiztram-se
throno os cobrira com a vozes, e trovCes, e relampa-sua sombra.16 Nao mais terao fome,nem mais terao stde ; nemsol nem calma alguma caira
fcobre elles.
gos e terremotos.
6 E OS Bete . anjos, quetinham as sete trombetas,prepararam-Fepara tocal-as.
7 E o primeiro anjo tocou
17 Porque o Cordeiro que]a sua trombeta, e houv©
494 APOCALYPSE, Yin, IXsaraiva, e fogo misturadocom sangue, e foram langa-
dos na terra ; e queimon-sea terceira parte das arvores,
e toda a herva verde foi
qneimada.8 E o segnndo anjo tocon
a trombeta; e foi langadano mar nma coisa como nmgrande monte ai-deudo emlOgo, e tornou-se em sanguea ter9a parte do mar.9 E morreu a terga parte
das creaturas que tinhamvida no mar; e perdeu-sea ter^a parte das naos.
10 E o terceiro anjo tocona sua trombeta, e caiu doceu uma grande estrella,
ardendo como uma toclia,
e cain na ter9a parte
dos rios, e nas fontes das.:,-iTas.
11 E nome da estrella
era Absynthio, e a terga
parte das aguas tornou-
se em absynthio, e mui-tos homens morreram dasuguas, porque se tornaramamargas.12 E o quarto anjo tocou
a sua trombeta, e foi ferida
a ter^a parte do sol, e a
terja parte da lua, e a
ter9a parte das estrelias;
para que a terga parte
d'elles se escurecesse, nater9a parte do dia se naoalumiasse, e similhante-
mente a da noite.
13 E olhei, e ouvi nm anjovoar pelo meio do ceu, di-
zendo com grande voz : Ai
!
ai ! dos que habitam Bobrea terra ! pelas demais vozesdas trombetas dos tres
anjos, que bao de tocar.
CAPITULO IX
EO QUINTO anjo tocoua sua trombeta, e vi
uma estrella que do ceucalu na terra ; e foi-lhe dadaa chave do P090 do abysmo.2 E abriu P050 do
abysmo, e subiu fumo do
P050, como o fumo de umagrande fornalba, e com ofumo do pogo escureceram-se o sol e o ar.
3 E do fumo sairam gafa-nhotos sobre a terra ; e foi-
ihes dado poder como opoder que teemosescorpisesda terra.
4 E foi-lhes dito que naofizessem damno a herva daterra, nem a verdura algu-
ma, nem a arvore alguma,senao somente aos homensque nao teem nas suas tes-
tas o signal de Deus.5 E foi-lhes dado, nSo que
OS matassem, senao que porcinco mezes os atormentas-sem ; e o sen tormento era
similhante ao tormento doescorpiao, quando fere aohomem.
APOCALYPSE, IX. 495
6 E n'aqnelles dias os ! altar de oiro, o qual estavahomens buscarao a morte•5 nao a acharao ; e desejarao
inorrer, e
d'elles.
7 E o parecer dos gafa-
nhotos era similhante ao decavallos apparelhades para
diante de Dens,14 Qne dizia ao sexto anjo,
a morte fugira qne tinha a trombeta : SoltaOS qnatro anjos, que estaopresos junto ao grande rio
Euphrates.15 E foram soltos os qna-
a gnerra ; e sobre as snas ! tro anjos, qne estayam pres-cabe^as havia como coroc^
similhantes ao oiro; e os
tes para a bora, e dia, e mez,e anno, para matar&m a
sens rostos eram como os terga parte dos bomens.rostos de bomens. 16 E o nnmero dos eser-
8 E tinbam cabellos como|
cites dos de cavallo era decabellos de mnlheres, e os
\duzentos milb5es ; e onvi
sens dentes eram como de ! o nnmero d'elles,
leSes.j
17 E Yi assim os cavallos9 E tinbam conra^as como ! n'esta visao ; e os que sobre
conra^as de ferro ; e o ruido I elles cavalgavam tinbamdas snas azas era como o
|
conra9as de fogo, e de bya-ruido de carros, qnando i cintbo, e de enxofre ; e asmuitos cavallos correm ao cabe(^as dos cavallos eramcombate.10 E tinbam candas simi-
lhantes as dos escorpioes, e
agnilb^es nas snas candas
;
e o sen poder era de damni-ficarem os homens por cinco
mezes.HE tinbam sobre si nm
rei, o anjo do abysmo ; emhebreo era o sen nomeAbaddon, e em grego tinha
; or nome Apollyon.12 Passado e ja nm ai;
318 que depois d'isso veemr.inda dois ais.
13 E tocon o sexto anjo aBua trombeta, e onvi umavcz dos qnatro comos do
como cabe9as de leoes ; ede snas boccas sabia fogo,
e fumo, e enxofre.
18 Por estes tres foi mort^a ter^a parte dos bomens,pelo fogo, pelo fumo, e peloenxofre, que sabia das snasboccas.
19 Porqne o sen poderesta na sua bocca e nassnas candas. Porque assnas candas sac similhantes •
a serpentes, e teem cabG9as,
e com ellas damnificam.20 E OS demais bomens,que nao foram mortos porestas pragas, nao bo arre-
penderam das obras de
496 APOCALYPSE, IX, X, XLEnas maos, para nao ado-
rarem os demonics, e os
idolos d'oiro, e de prata, e
de latao, e de pedi-a, e deicadeira, que nem podemver, nem ouvir, nsm andar,
21 E nao se arrependeramde sens hcniicidios, nem de
vive para todo o semprejamais, o qnal creon o cene as coisas qne n'elle ha, e
a terra e as ccisas que n'tHaha, e mar e as coisas q-ae
n'elle ha, que nao haver^mais tempo;7 Porem nos dias da voz
snas feiti9arias, nem de suaj
do setimo anjo, qnando to-
car a sua trombeta, se cnm-prira o segredo de Deus,como annuncion aos pro-
phetas, sens servos.
8 E a voz que en do c^ntinha ouvido tornon a fallar
comigo, e disse: Yae, e
toma o livrinho aberto dan:ao do anjo qne esta sobre
fomica9ao, nem de suas
ladioices.
CAPITULO X.
EYI oiitro anjo forte, qnedescia do ceu, vestido
de nma nuvem ; e por cimada sua cabega estava o arco
celeste, e o sen rosto era
como sol, e os sens pes o mar e sobre a terra.
como columnas de fopo; |
9 E fui ao anjo, dizendo-
2 E tinha na sua mao um;Ihe : Da-me o livrinho. Eelle disse-me: Toma-o, e
come-o, e fara amargo o
teu ventre, porem na tuabocca sera doce como mel.
10 E tomei o livrinho damao do anjo, e comi-o; e
na minha bocca era docecomo mel ; e, havendo-ocomido, men ventre ficou
amargo.11 E elle mo disse: Im-
porta-te prophetizar outra
vez a muitos povos, e na-
(joes, e lingaas e reis.
livrinho aberto, e poz o seu
pe direito sobre o mar, e o
esquerdo sobre a terra
;
3 E clamou com grande
voz, como quando braraa o
leao; e, bavendo clamado,
OS sete trovSes deram as
suas vozes.
4 E, havendo os sete tro-
voes dado as suas vozes, euia escrevel-as, e ouvi umavoz do ceu, que me dizia
:
Sella as coisas que os sete
trovues fallaram, e nao as
escrevas.
5 E o anjo que vi estar
sobre o mar e sobre a terra
levantou a sua mao ao ceu.
6 Ejurou por Aquelleque
CAPITULO XI.
EFOI-ME dada uma canasimilhante a nma vara
:
APOCALYPSE. XL 497
6 chegou anjo. e disse :j
Levanta-te, e mede o templode Deus, e o altar, e os quen'elle adoram.2 Porem deixa de fora o
atrio que esta fora do tern-
!
plo, e nao o EQe9as;porque
'
mortos na pra^a da grandecidade que espiritualmentese cliama Sodoma e Egypto,onde nosso Senhor tambemfoi crucificado.
9 E liomens de varios po-Yo?, e tribus, e lincruas e
foi dado as nagoes ; e pisa- 1 uarGes verao seus corposrao a sancta cidaae por qua- 1 mortos por tres dias e meio.reuta e dois mezes.3 E darei poder as minhasduas testemunhas, e pro-
phetizarao por mil duzentose sessenta dias, vestidas desacco.
4 Estas Bao as duas oli-
veiras e os dois casti^aes
que estao diante do Deusda terra.
6 E, se alguem os quizerempecer, fogo saira da suabocca, e devorara os seusioimigos : e, se alguemquizer empecel-os, importaque assim seja morto.6 Estes teem poder para
fechar o ceu, para que naochova, iios dias da sua pro-
phecia ; e teem poder sobre
as aguas para convertel-as
em sangue, e para ferir aterra com toda a sorte depraga, todas quantas vezesquizerem.7 E, quando acabarem o
seu testemunho, a besta que
e nao permittirao que os
seus corpos mortos sejampostos em sepulchros.
10 E OS que habitam naterra se regozijarao sobreelles, e se alegrarao, e man-darao presentes uns aosoutros
;porquanto estes
dois propbetas tinbam ator-
mentado os que habitamsobre a terra.
11 E depois d'aquelles tres
dias e meio o espirito davida, vindo de Deus, entroun'elles, e pozeram-se sobreseus pes, e caiu grande te-
mor sobre os que os viram.12 E ouviram uma grande
Yoz do ecu, que Ihes dizia :
Subi ca. E subiram ao ceuem uma nuvem ; e os seusinimigos os viram.13 E n'aquella mesma
bora fez-se um grande ter-
remoto, e caiu a decimaparte da cidade, e no terre-
moto foram mortos os no-
Bobe do abysmo Ihes fara mes de sete mil homens ; e
guerra, e os vencera, e
matara.OS OS demais ficaram muito
atemori^ados, e deram glo-
8 E jazerao os sens corpos ria ao Deus do ceu.
498
14 £ passado o segrindo
ai, eis qne o terceiro ai vempresto.
15 E tocon setimo anjo
a sua trombeta, e honve noceu grandes vozes, que di-
ziam : Os reinos do mundo
APOCALYPSE, XI, XH.
ECAPITULO XILYIU-SE nm grandesignal no ceu: uma
mullier vestida do sol, e alua debaixo dos sens pes,
e uma coroa do doze es-
tomaram-se no reino de i trellas sobre a sua cabe9a
;
nosso Senhob e do seuj
2 E estava gravida, e comChristo, e elle reinara para
|
dores de parte, e gritayacom ancias de parir.
3 E viu-se outro signal noceu ; e eis que era umgrande dragao vermelho,que tinba sete cabe^as edez cornos, e sobre as suascabe9as sete diademas.4 E a sua cauda levavaapos si a terca parte dasestrellas do ceu, e lanyou-as sobre a terra ; e o dragaoparou diante da mulherque havia de parir, paraque, parindo ella, Ihe tra-
gasse o filho.
5 E pariu um filho machoque havia de reger todas
as na^oes com vara de ferro;
e o seu filho foi arrebatadopara Deus e para o seuthrono.
6 E a mulher fugiu parao deserto, onde Jd tinhalogar preparado por Deus,para que la a mantivessemmil duzentos e sessenta
dias.
7 E houve batalha noceu : Miguel e os sens anjosbatalhavam contra o di*-
todo o sempre jamais16 E 03 vinte e quatro
enciaos, que estao assen-
tados em sens thrones
diante de Deus prostraram-
se sobre sens rostos, e ado-
raram a Deus,17 Dizendo: Gramas te
damos, Senhor Deus Todo-poderoso, que es, e queeras, e que has de vir, quetomaste o teu grande poder,
e reinaste.
18 E iraram-se as na(;5es,
e veiu a tua ira, e o tempodos mortos, para que sejamjulgados, e para dares o
galardao aos prophetas,
tens servos, e aos sanctos,
e aos que temem o teu
nome, a pequenos e a gran-
des, e para destruir os quedestroem a terra.
19 E abriu-se no ceu otemplo de Deus, e a area doseu concerto foi vista noeeu templo; e houve re-
lampagos, e vozes, e trov5es,
e terremotos, e grande sa-
raiva.
APOCALYPSE, Xn, XIII. 499
gSo, e batalhava o dragao e ' Iher dnas azas de grandeOS seus anjos
;
agma, para que voasse ao8 Mas nao prevaleceram, deserto, a sen logar, ondenem mais o Beu logar se ' e sustentada par tempo, eachou nos cens. tempos, e metade de tempo,9 E foi lancado o grande
;fora da vista da serpente.
dragao, a antiga serpente,|
15chamada oDiabo,e Satanas,
[da
que engana todo o mundo
;
elle foi lancado Da terra, e
OS sens anjos foram langa-
dos com elle.
10 E onvi nma grandevoz no cen, que dizia
:
Agora chegada esta a sal-
E a serpente lanconsna bocca, apos a
mnlher, agua como nm rio,
para que pelo rio a lizesse
arrebatar.
16 E a terra ajndon amnlher ; e a terra abrin asna bocca, e tragon o rio
qne o dragao lanjara davagao, e a for(ja, e o reino sna bocca.
do nosso Dens, e o poder 17 E o dragao iron-se
do sen Christo;porqne ja
; contra a mnlher, e foi fazer
o accnsador de nossos ir
maos e derribado, o qnaldiante do nosso Dens os
accnsava de dia e de noite.
gnerra contra os demais dasna semente, qne gnardam03 mandamentos de Dens,e teem o testemnnho de
11 E elles o venceram > Jesus Christo :
pelo sangne do Cordeiro e
pela paiavra do sen teste-
mnnho: e nao amaram as
snas vidas ate a morte.
12 Pelo qne alegrae-vos,
6 cens, e os qne n'elles
habitaes. Ai dos qne habi
18 E en pnz-me sobre aareia do mar.
!;e
CAPiTULo xm.YI subir do mar nmabesta qne tinha sete
tarn na terra e no mar ; icabecjas e dcz comos, e
porqne o diabo desceu i
vos, e tem grande ira, sa
benJo quo j'd tem pouoo|
cabe9as nm nome de bias-
sobre OS sens comos dezdiademas, e sobre as snas
tempo.I
13 E, qnando o dragao
:
phemia.2 E a besta qne vi era
Tin quo fura lan^ado na ; similhanta ao leopardo,
terra, pcrsegnin a mnlher i os sens pes como do urso, e
qne parira oyj^Ao macho. ja sua bocca de leito; e o
14 E foram dadas a mu- 1 dragao deu-lhe o sen poder.
600 APOCALYPSE. Xni.
e o Ben throno, e grandepoderio.
3 E vi uma de snas cabe-
q&s como ferida de morte,
e a sua cliaga mortal foi
curada ; e toda a terra se
maraYilhou apos a besta.
4: E adoraram o dragaoque deu a besta o senpoder ; e adoraram a besta,
dizendo : Quern e simi-
Ihante a besta? quern po-
dera batalhar contra ella ?
5 E deu-se-lhe bocca parafallar grandezas e blasphe-
mias; e deu-se-lhe poderpara assim o fazer quarentae dois mezes.6 E abriu a sua bocca em
blaspliemias contra Deus,para blasphemar do sen
nome, e do seu tabernaculo,
e do3 que habitam noceu.
7 E deu-se-lhe poder parafazer guerra aos sanctos, e
vencel-os ; e deu-se-lhe po-
der sobre toda a tribu, e
lingua, e na9ao.
8 E adoraram-n'a todos03 que habitam sobre a
terra, cujos nomes nao estao
escriptos no livro da vidado Cordeiro morto, desde afundacao do mundo.9 Se'alguem tern ouvidos,
ouca.
10 Se alguem leva emcaptiveiro, em captiveiro
ira: se alguem matar a
espada, necessario e que aespada seja morto. Aquiesta a paciencia e a fe dossanctos.
11 E vi snbir da terra
outra besta, e tinha dois
cornos similhantes aos doCordeiro; e fallava comodragao.
12 E exercita todo o po-der da primeira besta nasua presenfa, e faz que aterra e os que n'ella habi-
tam adorem a primeira bes-
ta cuja chaga mortal fora
curada.
13 E faz grandes signaes,
de maneira que ate fogofaz descer do ceu a terra,
diante dos homens.14 E engana aos que habi-
tam na terra com signaes
que se Ihe permittiramque fizesse em presenga dabesta, dizendo aos que ha-
bitam na terra que fizessem
uma imagem a besta querecebera a ferida da espada,
e vivia.
15 E foi-lhe concedido quedesse espirito k imagem dabesta, para que taihbem aimagem da besta fallasse, e
j
fizesse que fossem mortostodos OS que nao adorassema imagem da besta.
16 E faz que todos, pe-
quenos e grandes, ricos e
pobres, livres e servos, po-
nham um signal na sua mao
APOCALYPSE, XIII, XIV. 601
direita, ou nas snaa testas
;
17 E que ninguem possa
comprar on vender, senaoaquelle que tiver o sigual,
ou o nome da besta, ou onumero, do seu nome.
mulheres: porque eao vir-
gens. Estes sao os queBeguem o Cordeiro paraonde quer que vae. Esteasao 08 que d'entre os ho-mens foram comprados por
18 Aqui e&ta a sabedoria. i priroiciaa para Deus © paraAquelle que tern entendi
mento, conte o numero daio Cordeiro.
5 E na sua bocca nao se
besta ; porque e o numero;achou engano
; porque saode homem, e o seu numero , irreprehensiveis diante do6 sei£centos
seia.
e sessenta e
CAPITULO XIY.
EOLHEI, e eis que es-
tava o Cordeiro sobre
monte de Siao, e com elle
cento e quarenta e quatromil. que em suas testas
tlirono de Deus.
! 6 E vi outro anjo voar
Ipelo meio do ceu, e tinba
i
o evan^elho eterno, para!evangeUzal-o aoa que ha-
I bitam sobre a terra, e a
Itoda a na^ao, e tribu, e
j
lingua, e povo,
I
7 Dizendo com grande
i
Toz : Temei a Deus, e dae-tinham escripto o nome de
\Die gloria
; porque vinda eseu Pae.
ja hora do seu juizo. E
2 E ouTi uma vo« do ceu,|adorae aquelle que fez o
como a voz de muitas ceu, e a terra, e o mar, e usaguas, e como a voi de um
jfontes das aguas.
grande trovao ; e ouyi uma70Z de harpistas, que tan-
giam com as suas harpas.
3 E cantavam um comocantico novo diante dotlirono, e diante dos quatroanimaes e dos anciaos; e
ninguem podia aprenderaquelle cantico, senao oscento e quarenta e quatromil que foram compradosda terra.
1 Estes bSo 08 que naoestao contaminadoa com
8 E outro aiijo seguiu,dizendo: E' caida, e caidaBabylonia, aquella grandecidade, porque a todas asnag'!^s deu a beber dovinho da ira dA sua forni-
ca9ik).
9 E seguiu-08 o terceiro
anjo, dizendo com grandevoz: Se alguem adorar abesta, e a sua imagem, ereceber o signal na suatebta, ou na sua mao,10 Tambem o tal bcber4
)02 APOCALYPSE, XIV. XV.
do vinho da ira de Dens,que se deitou puro no calix
da sna ira; e sera ator-
mentado com fogo e enxofre
diante dos sanctos anjos e
dianfe do Cordeiro.
11 E fumo do Ben tor-
mento sobe para todo o
sempre jamais; e nao temreponso nem de dia nemde noite os qne adoram a
besta e a sua imagem, e
aqnelle que receber o signal
do sen nome.12 Aqni esta a paciencia
dos sanctos : aqni estdo os
qne gnardam os manda-mentos de Dens e a fe deJesns.
13 E onvi nma voz docen, qne me dizia : Escreve:
Bemaventurados os mortosqne desde agora morremno Senhor. Sim, diz o
Espirito;para qne descan-
cem dos sens trabalhos, e as
snas obras os sigam.
14 E olhei, e eis nma nn-vem branca, e assentado
sobre a nnvera um simi-
Ibante ao Filho do homem,qne tinha sobre a sua ca-
be9a nma coroa de oiro, e
e na sna mao nma foice
agnda.15 E outro anjo sain do
templo, clamando comgrande voz ao qne estaya
assentado sobre a nnvem:Lanja a tna foice, e sega
;
pois jd e vinda a hora desegar, porqnanto ja a searada terra esta madura.16 E aquelle qne estava
assentado sobre a nnvemlangon a sna foice a terra,
e a terra foi segada,
17 E sain do templo, qneesta no cen, ontro anjo, o
qual tambem tinha nmafoice agnda.
18 E sain do altar ontroanjo, qne tinha poder sobre
o fogo, e clamon com grandevoz ao qne tinha a foice
agnda, dizendo: Lanca atna foice agnda, e vindimaOS caches da vinba da terra,
porque jd as suas uvas es-
tao madnras.19 E anjo lan^on a sna
foice a terra e vindimon as
uvas da vinha da terra, e
lan^ou-as no grande lagar
da ira de Dens.20 E o lagar foi pisado
fora da cidade, e sain san-
gne do lagar ate os freios
dos cavallos, por mil e seis-
centos estadios.
CAPITULO XV.
EVI ontro grande e ad-miravel signal no cen
:
sete anjos, qne tinham as
sete ultimas pragas ;porqne
n'ellas e consnmmada a ira
de Dens.2 E yi como um mar de
APOCALYPSEvidro misturado com fogo
;
e OS que tiveram victoria
da besta, e da sua imagem,e do Bcu signal, e do nu-mero do seu nome, que es-
tavam junto ao mar devidro, e tinbam as harpas
|
de Deus.3 E cantavam cantico deMoyses, o servo de Deus, e
o cantico do Cordeiro, di-
zendo: Grandes e maravi-Ihosas 8do as tuas obras,
Senhor Deus Todo-pode-roso! justos e verdadeiros
sdo OS tens caminhos, 6 Piei
dos sanctos.
4 Quern te nao temera 6Senhor, e nao magnificarao teu nome V Porque so tues sancto; por isso todas
as nag^es virao, e adoraraodiinte de ti, porque os tens
juizos sao manifestos.
5 E depois d'isto olhei, eeis que o templo do taber-
naculo do testemunho se
abriu no ceu.
6 E OS sete anjos que ti-
nham as sete pragai? sairamdo templo, vestidos de linho
puro e resplandecente, e
cingidos com cintos de oiro
ao redor de seus peitos.
7 E um dos quatro ani-
maes deu aos sete anjos sete
Balvas de oiro, clieias da ira
de Deus, que vive para to-
do o sempre jamais.
8 E o templo enchen-se
XY, XYL 503
com o fumo da gloria deDeus e do seu poder ; e nin-
guem podia entrar no tem-plo, ate que se nao consum-massem as sete pragas dossete anjos.
CAPITULO XVI.
EOUVI uma grande vozdo templo, que dizia
aos sete anjos : Ide, e derra-
mae sobre a terra as sete
salvas da ira de Deus.2 E foi primeiro, e der-
ramou a sua salva sobre a
terra, e fez-se uma chagama e maligna nos homensque tinham o signal dabesta e que adoravam a suaimagem.3 E o segundo anjo derra-
mou a sua salva no mar, e
tomou-se em eangue comode um morto, e morreu nomar toda a alma vivente.
4 E o terceiro anjo derra-
mou a sua salva nos rios e
nas fontes das aguas, e tor-
naram-se em sangue.
5 E ouvi o anjo das aguas,
que dizia : Justo es tu, 6Senhor, que es, e que eras,
e que es sancto, que julgaste
estas coisas.
6 Porque derramaram o
eangue dos sanctos e dosprophetas, tambem tu Ihes
deste o Fangue a beber
;
porque d'isto sao dignos.
604 APOCALYPSE, XYI.
7 E onvi ontro do altar,
one dizia: Xa verdade, 6Senhor Deiis Todo-podero-so, Terdadeiros e justos saoOS tens jiiizos.
8 E 6 quarto anjo derra-
moTi a STia salva score o sol,
e foi-lhe dado que abrazasse05 homens com fogo.
9 E OS homens fOram abra-
zados com grandes calores,
6 blasphemaram do nome deDeus, que tern poder sobre
estas pragas ; e nao se arre-
penderam para Ihe daremgloria.
10 E qninto anjo derra-
mou a Bua salva sobre othrono da besta, e o seureino se fez tenebroso; e
mordiam as suas linguas
de dor.
11 E por causa das suas
gnaes ; os quaes vao aos reis
da terra, e de todo o mtindo,para os congregar para abatalha, n'aquelle grandedia de Deus Todo-poderoso.15 Eis que venho como la-
drao. Bemaventurado a-quelle que vigia, e guardaOS seus vestidos, para quenao ande nti, e cao se ve-
jam as suas vergonhas.16 E congregaram-n'os no
logar que em hebreo 86chama Armageddon.17 E o setimo anjo derra-mou a sua salva no ar, esaiu mna grande voz dotemplo do ceu, do throno,dizendo : Esta feito.
18 E houve vozes, e tro-
vi5es, e relampagos ; e fez-se
um grande terremoto, qualnunca foi feito desde que
dores, e por causa das suas houve homens sobre a terra
chagas, blasphemaram doDeus do ceu ; e nao se arre-
penderam das suas obras.
12 E o sexto anjo derra-
mou a sua salva sobre o
talfoi este tao grande terre-
moto.19 E a grande cidade fen-
deu-se em tres partes, o ascidades das na^oes cairam
;
grande rio Euphrates ; e a Ie a grande Babylonia vein
sua agua seccou-se, para que '• em memoriadiante de Deus,se preparasse o caminho para Ihe dar o copo do vi-
dos reis do oriente.
13 E da bocca do dragao,
e da bocca da besta, e dabocca do falso propheta, vi
sair tres espiritos immun-dos, similhantes a ras.
14 Porque sao espiritos dedemonios, que fazem si-
nho da indignagao da suaira,
20 E toda a ilha fngin ; e
OS montes nao se acharam.21 E sobre os homens caiu
do ceu uma grande saraiva,
como do peso dc nra talento;
e OS homens blasphemaram
APOCALYPSE, XYI, XVII. 505
de Deus por causa da praga[embriagada do sangne do3
da saraiva : porque a suapraga era mui grande.
CAPITULO XVII.
EYEIU um dos sete an-jos que tinham as sete
salvas e fallou comigo, di-
zendome : Vem, mostrar-te-hei a condemna<;ao dagrande prostituta que esta
assentada sobre muitasaguas;2 Com a qual fornicaram
OS reis da terra, e os quehabitam na terra se embe-bedaram com o vinbo dasua fornicarao.
3 E levou-rae em espirito
a um deserto, e vi uma mu-iainda que e.
Iber assentada sobre uma
'
besta de cor de gra, quecstava cheia de nomes deblasphemia, e tinba
cabe^as e dez cornos.
4 E a mulher estava yes
sanctos, e do sangue dastestemunbas de Jesus. E,vendo-a eu, maravilhei-mecom grande admira9ao.
7 E o anjo me disse
:
Porquo te admiras ? Eu te
direi o mysterio da mulber,e da besta que a traz, aqual tem sete cabegas e dezcornos.
8 A besta que visto foi e
ja nao e, e ba de subir doabysmo, e ir-se a perdicao
;
e OS que babitam na terra
(cujos nomes nao estao
escriptos no livro da vida,
desde a funda(;ao do mun-do) se admirarao vendo a
besta que era e jd nao e.
9 Aqui ha sentido, quetem sabedoria. As sete
cabecas sao sete montes,sete
I
sobre os quaes a mulher1 esta assentada.
10 E sao tarabem sete reis:
tida de purpura e de gra, e os cinco sao caidos ; e umadornadacomoiro, epedrasjya e, outro ainda nao e
vindo ; e quando Tier, con-
vem que dure um pouco de
femijo.
11 E a besta que era ej'd
nao e, esta e tambem ooitavo rei, e e dos sete, e
vae-se a perdi(;iXo.
12 E os dez cornos queviste sao dez reis, que aindanao receberara o reino, po-
6 E vi que a mnlher estavairem receberao poder como
preciosas e perolas ; e tinha
na sua mao um copo de oiro
cheio das abomina^'jes e daimmundicie da sua fomica-(^ao;
5 E na sua testa escripto o
nome : Mysterio : A grandeBabylonia, a mae das for-
nicac~es e abomina9'jes daterra.
506 APOCALYPSE, XYH XYIH.
reis n'uma h.oxvijuntamente
com a besta.
13 Estes teem nm mesmointento, e entregarao o seupoder e auctoridacle a besta.
14 Estes combaterao contraCordeiro, e o Cordeiro os
vencera (porqne e o Senlior
dos senhores e Pisi dos reis),
e OS qne estao com elle sdo
OS chamados, e eleitos, e
fieis.
15 E disse-me: As agnasque Yiste, onde se assentaa prostituta, sao povos, e
mnltidoes, e na9oes, e lin-
guas.
16 E OS dez cornos queYiste na besta sao os queaborrecerao a prostituta, e
a farao assolada e nua, e
comerao a sua carne, e aqueimarao com fogo.
17 Porque Deus deu-ZAes
em seus cora9oe3 que cum-pram o seu intento, e quetenliam um mesmo intento,
e que deem a besta o seureino, ate que se cumpramas palavi'as de Deus.18 E a mulher que viste
e a grande cidade que temo reino sobre os reis daterra.
CAPITULO XYIII.
EDEPOIS d'estas coisas
"vi descer do ceu outroanjo, que tinha grande po-
I
der, e a terra foi illuminada
j
da sua gloria.
I
2 E clamou fortemente
I
com grande voz, dizendo
:
E caida, e caida a grande
j
Babylonia, e e feita morada;
de demonios, e coito de\ todo o espirito immundo, e
I
coito de toda a ave immundae aborrecivel.
3 Porque todas as nafoesbeberam do vinho da ira
da sua fornica^ao, e os reis' da terra fornicaram com
I
ella, e os mercadores da,terra se enriqueceram da
' abundancia de suas delicias.
4 E ouvi outra toz doceu, que dizia: Sae d'ella,
poTO meu, para que naosejas participante dos seuspeccados, e para que naorecebas das suas pragas.
5 Porque jd os seus pec-cados se accumularam ateao ceu, e Deus se lembroudas suas iniquidades.
6 Kendei-lhe como ella vostem rendido, e duplicae-lhe
em dobro conforme as suasobras : no calix em que vos
deu de beber dae-lhe a ella
em dobro.
7 Quanto ella se glorificou,
e em delicias esteve, tantoIhe dae de tormento epranto
;porque diz em seu
cora^ao : Estou assentadacomo rainha, e nao sou viu-
ya, e nao verei o pranto.
APOCALYPSE, XTirL 507
8 Portanto n'um dia virao I carros, e de corpos e deas suas pragas ; a morte, e ; almas de homens.pranto, e a fome ; e sera ; li E o fructo do desejo
queimada com fogo;porque . da tua alma foi-se de ti ; e
e forte o Senhor Deus que a ! todas as coisas gostosas e
julga. excellentes se foram do ti.
9 E OS rcis da terra, qne e nao mais as acbaras.
fomicaram com ella, e vive-
ram em delicias, a chorarao.
15 Os mercadores d'estas
coisas, que por alias se
e sobre ella prantearao, ! enriqueceram, estarao dequando virem o fumo do ' longe, pelo temor do seuseu incendio. tormento, chorando, e la-
10 Estando de longe pelo mentando,temor do seu tormento, 16 lE dizendo : Ai, ai
dizendo : Ai ! ai d'aquella :d'aquella grande cidade I
grande Babylonia, aquella que estava vestida de linlio
forte cidade! pois n'umahora veiu o teu juizo.
fino, e purpura, e gra; e
adornada com oiro e pedras
11 E sobre ella chorarao ' preciosas e perolas ! Porquee lamentarao os mercadores n'uma hora foram assoladas
da terra;porque ninguem :
tantas riquezas.
mais compra as suas merca- 1 17 E todo o piloto, e todo
dorias
:
o que navega em naus, e
12 Mercadorias de oiro, e ' todo o marinheiro, e todos
de prata, e de pedras pre- os que contratam por mar,
ciosas, e de perolas, e de se pozeram de longe
:
linho fino, e de purpura, ej
18 E, vendo o fumo do
de sedo., e de gra ; e de,
seu incendio, clamaram,
toda a madeira odorifera,|
dizendo : Que cidade era
e de todo o Taso de mar- similhante a esta graude
fim, e 'de todoo vaso de cidade?-;
madeira preciosissima, deiatao, e de ferro, e de mar-more:
19 E lan(;aram p6 sobre
as suas cabe9as, e clamaram,chorando, e lamentando, e
13 E canella, e especiaria,|
dizendo : A.i, ai d'aquella
e perfume, e ungueiito odo- 1grande cidadcl em que todos
rifero, e incenso, e vinho, e : os que tinham naos no marazeite, e flor de farinha, e
|se enriqueceram da sua opu-
trigo, e cavalgaduras, e ' lencia;porque n'uma hora
ovelhas ; e de cavallos, e de ' foi assolada.
508 APOCALYPSE, XVIIT, XIX.
20 Alegra-te sobre ella oh Salvagao, e gloria, e honraceu, e vos, sanctos apostolos
e propTietas; porque jdDeus julgou a vossa causa,
qiianto a ella.
21 E nm forte anjo leyan-
tou lima pedra, como umagrande mo, e lan90u-a nomar, dizendo : Com egual fornicac^ao, e de sua mao
e poder seja ao Senhor nossoDeus:2 Porque verdadeiros e
justos sdo OS seus juizos,
pois julgou a grande pros-tituta, que havia corrom-pido a terra com a sua
impeto sera lancjada Baby-lonia, aqnella grande cida-
de, e mais nao sera achada.
22 E em ti nao se ouviramais a voz de barpistas, e
de musicos, e de frauteiros,
e de trombeteiros ; e ne-
nhum artifice de arte algu-
ma se achara mais em ti ; e
ruido de mo em ti mais se
nao ouvira
:
23 E luz de candeia maisnao alumiara em ti ; e vozde esposo e de esposa maisem ti se nao ouvira
;porque
OS teus mercadores eram os
grandes da terra; porquetodas as na(;oes forarn en-
ganadas pelas tuas feitija-
rias.
24 E n'ella se achou osangue dos proplietas, e
dos sanctos, e de todos os
que forarn mortos na terra.
CAPITULO XIX.
EDEPOIS d'estas coisas,
ouvi como uma grandevoz de uma grande multidaono c6u, que dizia : Alleluia:
.vingou o sangue dos seusservos.
3 E outra vez disseram
:
Alleluia. E o seu fumosobe para sempre jamais.4 E OS vinte e quatro
anciaos, e os quatro ani-
maes, prostraram-se e ado-raram a Deus, assentadono tbrono, dizendo : Amen,Alleluia.
5 E saiu uma voz dothrono, que dizia : Louvaenosso Deus, vos todos os
seus servos, e vos que otemeis, assim pequenos comograndes.
6 E ouvi como a voz deuma grande multidao, e co-
mo a voz de muitas aguas,e como a voz de grandestrovoes, que dizia: Alle-
luia : pois jd o Senhor DeusTodo-poderoso reinou.
7 Eegozijemo-nos, e ale-
gremo - nos, e demos - Ihe
gloria; porque vindas saoas bodas do Cordeiro, e jda sua esposa se appare-Ihou.
8 E foi-lhe dado quo se
APOCALYPSE, XIX. 509
vestisse de linho fino, pnro|
15 E da sua bocca saliia
e resplandecente;
porque !uiEa aguda espada, para
o linlio fino sao as justi9as jferir com ella as na^r-es ; e
dos sanctos. as apascentara com vara
9 E disse - me : Escreye
:
' de ferro ; e elle pisa o
Bemayentarados aqnelles lagar do vinho do furor daque Kao chamados a ceia
|
ira do Deus Todo-pode-das bodas do Cordeiro. E i
roso.
disse-me : Estas sao as ver- ! 16 E do vestido e na suadadeiras palavras de Deus.
j
coxa tem escripto este
10 E eu lancei-me a seus|nome : Kei dos reis, e
pes para o adorar;porem Senhor dos senhores.
elle disse-me : Olha nao i 17 E vi urn anjo, que es-
fa^s Pd : sou teu conservo, 'taya no sol, e clamou com
ve de teus irmaos, que teem ' grande voz, dizendo a todas
io testemunlio de Jesus: 'as aves, que yoavam pelo
\adora a Deus; porque olmeio do ceu : Yinde, e
testemunho de Jesus e o! ajuntae-vos ceia doespirito de prophecia.
11 E vi o ceu aberto, e
grande Deus
;
18 Para que comaes a
eis um cavallo branco : e o !
carne dos reis, e a cameque estava assentado sobre !
dos tribunos, e a came dos
elle chama-se Fiel e Ver- 1 fortes, e a came dos caval-
dadeiro ; e julga e guerrea !los, e dos que sobre elles se
em justi^a. assentam ; e a carne de to-
12 E OS seus olhos erara \ dos os livres e seryos, e
eomo chamma de fogo ; e 1 pequenos e grandes.
sobre a sua cabe^a havial 19 E vi a besta, e os reis
muitos diademas ; e tinba\
da terra, e os seus exercitos
um • nome escripto, que iajuntados, para fazerem
ninf^Tiem eabia senao elle ' guerra contra o quo estava
Diesmo. i assentado sobre o cavallo,
13 E estava vestido de e contra o sen exercito.
um vestido tin^'ido em ' 20 E a besta foi presa, e
sangue; e o seu nome com ella o falso propheta,
chama-se o Verbo de Deus.|
que diaute d'ella fizera os
14 E seguiam-n'o os exer-,
signaes, com que enganoucitos no ceu em cavallos i os quo receberara o signal
brancos, vestidos de linho|
da besta, e adoiaram a sua
fino branco e puro. imagem. Estes doir, forani
t2
510 APOCALYPSE, XIX, XX.
lan^ados vivos no lago dofogo ardente de enxofre.
21 E OS demais forammortos com a espada qnesahia da bocca do que es-
tava assentado sobre o ca-
vallo, e todas as aves se
fartaram das suas carnes.
CAPITULO XX.
EVI descer do ceu nmanjo, que tinha a
chave do abysmo, e nmagrande cadeia na sua mao.2 E prendeu o dragao, a
antiga serpente, qne e oDiabo, e Satanas, e amar-ron-o por mil annos.
3 E langou-o no abysmo,a ali o encerrou, e poz sello
sobre elle, para que mais
5 Mas OS demais dos mor-tos nao reviveram, ate queOS mil annos se acabaram.Esta e a primeira resur-
rei^ao.
6 Bemaventurado e sanctoaquelle que tem parte naprimeira resurreigao ; sobre
estes nao tem poder a se-
gunda morte;porem serao
sacerdotes de Deus e deChristo, e reinarao com elle
mil annos.
7 E acabando-se os milannos, Satanaz sera solto
da sua prisao,
8 E saira a enganar as
nances que estao sobre os
quatro cantos da terra,
Gog e Magog, para os
ajuntar em batalha, cujo
numero e como a areia donao engane as nagSes, ate
jmar.
que OS mil annos se aca-
bem. E depois importaque seja solto por umpouco de tempo.4 E vi thrones; e assen-
taram-se sobre elles, e foi-
Ihes dado o juizo ; e vi as
almas d'aquelles que foramdegolados pelo testemunhode Jesus, e pela palavra deDeus, e que nao adorarama besta, nem a sua imagem,6 que nao receberam osignal em suas testas nemem suas maos ; e yiveram,e reinaram com Christo,
durante mil annos.
9 E subiram sobre a lar-
gura da terra, e cercaramo arraial dos sanctos e a
cidade amada; e de Deusdesceu fogo do ceu, e os
devorou.10 E o diabo, que os en-
ganava, foi langado no lago
do fogo e enxofre, ondeestdo a besta e o falso pro-
pheta ; e de dia e de noite
serao atormentados parasempre jamais.
11 E vi um grande thronobranco, e o que estava as-
sectado sobre elle, de cujo
rosto fugiu a terra e o ceu
APOCALYPSE, XX, XXI. 511
e nao se achon logar paraelles.
12 E yi OS mortos, grandese pequenos, que estavamdiante de Deus ; e abriram-86 OS livros; e abriu-se
ontro Uvro, que e o davida; e os mortos foramjnlgados pelas coisas queestavam escriptas nos li-
vros, segundo as suas obras.
13 E o mar deu os mortosque n'elle havia ; e a mortee o inferno deram os mortosque n'elles havia ; e foramjulgados cada um segundoas suas obras.14* E a morte e o inferno
foram langados no lago defogo: esta e a segundamorte.
15 E aquelle que nao foi
achado inscripto no livro
da vida foi lan9ado no lagode fogo.
CAPITULO
EYI um novo ceu, e umanova terra. Porque
ja o primeiro ceu e a pri-
meira terra passaram, e ja
nao havia mar.2 E eu, Joao, vi a sancta
cidade, a nova Jerusalem,que de Deus descia do ceu,adere9ada como a esposaataviada paja o seu ma-rido.
3 E oavi nma grande voz
[
do ceu, que dizia : Eis aqui
I
o tabernaculo de Deus com^
OS homens, e com elles ha-;
bitara, e elles serao o seu
I
povo, e mesmo Deus esta-rd com elles, e serd o sen
I
Deus.
; 4 E Deus alimpara de\
sens olhos toda a lagrima
;
e nao havera mais morte,nem pranto, nem clamor,nem trabalho mais have-ra
;porque j'd as primeiras
coisas sao passadas.
5 E o que estava assen-tado sobre o throno disse
:
Eis que fago novas todasas coisas. E disse -me:
j
Escreve : porque estas pa-jlavras sao verdadeiras e
I
fieis.
6 E disse-me : Esta feito :
j
Eu sou Alpha e o Omega,o principio e o fim. Aquem quer que tiver sede,
de graga Ihe darei da fonte
da agua da vida.
7 Quem veneer, herdaratodas as coisas ; e eu serei
seu Deus, e elle sera meufilho.
j
8 Mas quanto aos timidos,i e aos incredulos, e aos abo-minaveis, e aos homicidas, e
I
aos fornicadores, e aos fei-
ticeiros, e aos idolatras e atodos OS meutirosos, a sua
j
parte sera no lago quearde com fogo e enxofre,que e a segunda morte.
512 APOCALYPSE, XXI.
9 E vein a mim um dos I tuada em qnadrado ; e osete aDJos que tinham as ! seu comprimento era tantosete salvas cheias das sete
j
quanto a sua largura. Eultimas pragas, e fallou
|mediu a cidade com a canna
commigo, dizendo: Yem, late doze mil estadios: e omostrar-te-hei a esposa, a i seu comprimento, largura,mulher do Cordeii'o.
|
e altura eram eguaes.10 E levou-me em espirito
j
17 E mediu o seu muro,a um gxande e alto monte, de cento e quarenta e qua-e mostrou-me a grande ci
dade, a sancta Jerusalemque de Deus descia do cen11 E
Deus; e a sua luz era
similliante a uma pedrapreciosissima, como a pedrade jaspe, como o crystal
resplandecente.
12 E tinba um grande e
alto muro com doze portaS;
e nas portas doze anjos, enomes escriptos sobre ellas,
que Gao os nomes das dozetribus de Israel.
13 Da banda do levante
tro covados, medida de ho-mem, que era a do anjo.
18 E a fabrica do seu mn-tinba a gloria de
I
ro era de jaspe, e a cidadede oiro puro similhante avidro puro.19 E OS fundamentos domuro da cidade estavam a-
dornados de toda a pedrapreciosa. primeiro fun-damento era jaspe; o se-
gundo, saphira; o terceiro,
chalcedonia; o quarto, es-
meralda
;
20 quinto, sardonica ; osexto, sardio ; o setimo, cri-
tinha tres portas, da banda; solito ; o oitavo, beryllo ;• odo norte tres portas, dabanda do sul tres portas,
da banda do poente tres
portas.
14 E o muro da cidadetinha doze fundamentos, e
n'elles os nomes dos dozeapostolos do Cordeiro.
15 E aquelle que fallava
comigo tinba uma canna deoiro, para medir a cidade,
e as suas portas, e o seumuro.16 E a cidade estava si-
nono, topazio; o decimo,crysopraso; o undecimo,hyacintho; o duodecimo,amethysta.21 E as doze portas eram
doze perolas: cada umadas portas era de uma pe-rola, e a pra?a da cidadede oiro puro, como vidrotransparente.
22 E n'ella nao vi tempio,porque o seu tempio e oSenhor Deus Todo-podero-so, e o Cordeiro.
APOCALYPSE, XXI, XXII. 513
23 E a cidade nao neces-
1
Bita de sol nem de lua, paraj
que n'ella resplande^am,|
porque a gloria de Deus a
,
tern alumiado, e o Cordeiroj
e a sua candeia.I
24 E as Da95es qne se sal-i
varem andarao a sua luz;
|
e OS reis da terra trarao\
para eUa a sua gloria ej
honra.i
25 E as suas portas nao ido o sempre.
e n'ella estara o throne deDeus e do Cordeiro, e os
seus servos o serrirao.
4 E verao o seu rosto, e
nas suas testas estara o seunome.6 E ali nao havera mais
noite, e nao necessitarao decandeia nem do luz do sol,
porque o Senhor Deus osalumia ; e reinarao para to-
se fecharao de dia, porqueali nao havera noite.
6 E disse-me : Estas pala-
vras mo fieis e verdadeiras:
25 E a ella trarao a gloria\
e o Senhor, o Deus dose honra das nafoes.
i
sanctos prophetas, enviou27 E nao entrara n'ella • seu anjo, para mostrar aos
coisa alguma que conta-j
seus servos as coisas quemine, e fa^a abomina9ao e
mentir, mas so os que estao
inscriptos no livro da vidado Cordeiro,
CAPITULO XXII.
EMOSTROU-ME o rio
puro da agua da vida,
claro como crystal, que pro-
cedia do throno de Deus e
do Cordeiro.
2 No meio da sua pra^a,
e de uma e outra banda dorio, esiava a arvore da vida,
que produz doze fructos,
dando seu fructo de mezem mez; e as folhas da
em breve hao de acontecer.
7 Eis aqui venho presto;
Bemaventurado aquellequeguarda as palavras da pro-phecia d'este livro.
8 E eu, Joao, sou aquelleque vi e ouvi estas coisas.
E, havendo-as ouvido e vis-
to, prostrei-me para adorarperante os pes do anjo queme mostrava estas coisas.
Olba queporque eu sou
conserve teu, e de teusirmaos, os prophetas, e dosque guardam as palavrasd'este livro. Adora a Deus.10 E disse-me : Nao selles
9 E disse-me
,nao fofos
arvore sdo para a saude das, as palavras deste livro
;
Ea9oee.
3 E ali nnnca mais have-
ra maldifao contra alguem ;
porque perto esta o tempo.11 Quem e injusto, seja
injusto ainda; e quem ©
514 APOCALYPSE, XXII.
snjo, Beja sujo ainda; e
qnem e justo, seja justifi-
cado ainda ; e quern e
sancto, seja sanctificado
ainda.
12 E, eis qne, presto ve-
nlio, e men galardao esta
commigo, para render acada lun como fora suaobra.
13 En Bon o Alpha e o
Omega, o principio e ofim, primeiro e o derra-
deiro.
14 BemaTenturados aquel-
les que guaidam os seus
mandamentos, para que te-
nbam poder na arvore davida, e possam entrar nacidade pelas portas.
15 Porem estardo de fora
OS caes e os feiticeiros, e os
fornicadores, e os homici-das, 6 idolatras, e qualquerque ama e commette amentira.
16 Eu, Jesus, enviei o meuanjo, para vos testificar es-
tas coisas nas egrejas: eusou a raiz e a gera9ao de
David, a resplandecentetrella de alva.
I
17 E Espirito e a esposa
j
dizem : Yem. E quern oouve, diga : Yem. E quern
I
tem sede, venha ; e quemquizer, tome de gra^a da
j
agua da vida.
18 Porque en testifico ajtodo aquelle que ouvir as
! palavras da propheciad'este
! livro que, se alguem accres-
;
centar a estas coisas, DensIhe accrescentara as pragas
I
que estdo escriptas n'este
:livro.
' 19 E se alguem diminuir' das palavras do livro d'esta
^
prophecia, Deus tirara a sua
;
parte do livro da vida, e dacidade sancta, e das coisas
que estdo escriptas n'este
.livro.
' 20 Aqnelle que testifica
I estas coisas diz : Certamente
}
presto venho. Amen : oravem, Senhor Jesus.
21 A graga de nosso Se-' nhor Jesus Christo seja comItodos vos. Amen.
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